Análise Da Arborização Urbana Em Bairros Da Cidade de Pombal No Estado Da Paraiba

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    Soc. Bras. de Arborizao Urbana REVSBAU, Piracicaba SP, v.3, n.4, p.3-19, 2008

    ANLISE DA ARBORIZAO URBANA EM BAIRROS DA CIDADE DE POMBAL NOESTADO DA PARABA

    Francisco Rodolfo Jnior 1, Rafael Rodolfo de Melo2, Thiago Augusto da Cunha2,Diego Martins Stangerlin2

    (recebido em 03.03.2008 e aceito para publicao em 16.10.2008)

    RESUMOO presente trabalho teve como objetivo a anlise da arborizao urbana em trs bairros dacidade de Pombal, no Estado da Paraba. Para isso, foram realizados inventrios totais

    (censo) em quatro ruas de cada bairro que foram escolhidas aleatoriamente. Os dadosforam coletados em um formulrio padronizado, que continham informaes sobre data decoleta, rua, bairro, nome vulgar das espcies, fase de desenvolvimento, fitossanidade,problemas com a raiz, necessidade de poda, afastamento predial, altura total, altura daprimeira bifurcao, dimetro e situao das copas. Ao total foram amostradas 212 rvores,sendo 49% destas no bairro Santo Antnio. Ficus benjamina L. foi espcie predominante,representada por 51% das rvores amostradas. O bairro Jardim Rogrio obteve o maiornmero de resultados indesejveis para a arborizao dentre os parmetros avaliados.

    Palavras-chaves: Arborizao urbana, diagnstico, Pombal.

    1 Professor Substituto, M.Sc., Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Cincias eTecnologia Agroalimentar, Campus de Pombal, Endereo: Rua Coronel Joo Leite, n 517 - Centro,Pombal-PB - CEP: 58.840-000, Doutorando pela Universidade Federal Rural de Pernambuco,Programa de Ps-Graduao em Cincia do Solo, Recife, PE ;

    2 Engenheiros Florestais, Mestrandos pela Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Cincias

    Rurais, Programa de Ps-Graduao em Engenharia Florestal, Santa Maria, RS;

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    URBAN ARBORIZATION ANALYSIS IN POMBAL, PARABA STATE, BRAZIL

    ABSTRACTThis study has objective the urban forest analysis in three neighborhood in Pombal, ParabaState, Brazil. Were realized census in four streets of each quarter had been carried throughthat had been chosen randomly. The data had been collected in a standardized form, thatcontained information on date of collection, street, quarter, name of the species, phase ofdevelopment, health, root problems, necessity of pruning, land removal, total height, heightof the first bifurcation, diameter and situation of the pantries. To the total they had beenshowed to 212 trees, being 49% of these in the Santo Antonio quarter. Ficus Benjamina L. it

    was to the predominant species, represented for 51% of the showed trees. The quarterJardim Rogrio got the biggest undesirable number of results for the arborization amongstthe evaluated parameters.

    Key-word:Urban arborization, diagnosis, Pombal.

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    INTRODUO

    Entende-se por arborizao urbana, o conjunto de terras pblicas e privadas, com

    vegetao predominantemente arbrea que uma cidade apresenta, ou ainda, um conjuntode vegetao arbrea natural ou cultivada que uma cidade apresenta em reas particulares,praas, parques e vias pblicas (SANCHOTENE, 1994; SILVA JNIOR e MNICO, 1994).Para Gonalves (2000), atualmente o conceito de arborizao urbana tem dado lugar a umconceito mais abrangente e a nova rea do saber denominada silvicultura urbana, por seentender que os agrupamentos de rvores so mais significativos que rvores isoladas.

    A vegetao urbana desempenha funes essenciais nos centros urbanos. Do pontode vista fisiolgico, melhora o ambiente urbano por meio da capacidade de produzir sombra;

    filtrar rudos, amenizando a poluio sonora; melhorar a qualidade do ar, aumentando o teorde oxignio e de umidade, e absorvendo o gs carbnico; amenizar a temperatura, entreoutros aspectos (GRAZIANO, 1994). Segundo Volpe-Filik et al. (2007), as rvoresdesempenham um papel vital para o bem-estar das comunidades urbanas; sua capacidadenica em controlarem muitos dos efeitos adversos do meio urbano deve contribuir para umasignificativa melhoria da qualidade de vida, exigindo uma crescente necessidade por reasverdes urbanas a serem manejadas em prol de toda a comunidade.

    No Brasil, salvo raras excees, a arborizao urbana no passa por umplanejamento prvio, embora essa mentalidade esteja aos poucos se modificando (SILVA etal., 2006). Para Milano (1994), a arborizao urbana no Brasil uma atividade relativamentenova e tem sido realizada com raras excees, sem planejamento. Neste contexto, aarborizao de ruas requer para a efetivao dos benefcios esperados, que sejaadequadamente planejada e mantida de forma sustentvel. O mesmo autor em um trabalhorelata que os inventrios para avaliao da arborizao de ruas podem ser de carterquantitativo, qualitativo ou quali-quantitativo.

    Para se conhecer a arborizao urbana, necessria a sua avaliao, o quedepende da realizao de inventrio. O inventrio da arborizao tem como objetivo geralconhecer o patrimnio arbustivo e arbreo de uma localidade. Tal levantamento fundamental para o planejamento e manejo da arborizao, fornecendo informaes sobre anecessidade de poda, tratamentos fitossanitrios ou remoo e plantios, bem como paradefinir prioridades de intervenes (MELO et al., 2007).

    Por meio de um inventrio possvel verificar os erros e acertos na arborizao deuma cidade. A importncia do inventrio est no fato de que atravs dele pode-se conhecero patrimnio arbreo e identificar as necessidades de manejo. Um dos aspectos mais

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    importantes do inventrio quando este realizado de forma a fornecer uma contnuaatualizao das informaes (TAKAHASHI, 1994).

    O inventrio, dada a sua grande abrangncia, pode funcionar como um poderoso

    instrumento de esclarecimento e persuaso dos administradores e usurios do localinventariado (MILLER, 1997). To importante como definir a abrangncia do inventrio, adefinio da metodologia a ser aplicada na coleta dos parmetros, enfatizando a suaintensidade, ou seja, se estes sero medidos integralmente, ou parcialmente, e se seroagrupados em classes de valores ou preservados os valores originais. As informaes aserem coletadas dependem basicamente dos objetivos do inventrio e da disponibilidade derecursos (SILVA, et al., 2006). Quanto maior o nmero de informaes desejadas, maior acomplexidade do inventrio, e conseqentemente maiores sero os seus custos.

    As caractersticas e parmetros a serem avaliados devem abordar alguns pontosbsicos, como a localizao da rvore (rua, bairro, nmero da casa), caractersticas darvore (espcie, porte, fitossanidade) e caractersticas do meio (largura de ruas e passeios,espaamento do plantio, pavimentao dos passeios, presena de redes de servios,afastamento predial, tipo de forrao na rea de crescimento) (SILVA, et al., 2006).

    O presente trabalho teve como objetivo analisar a arborizao urbana nos bairrosJardim Rogrio, Santo Antnio e Santa Rosa, localizados no municpio de Pombal, Estadoda Paraba.

    MATERIAIS E MTODOS

    rea de EstudoO estudo foi realizado em trs bairros na cidade de Pombal. Os bairros inventariados

    foram Jardim Rogrio, Santo Antnio e Santa Rosa. A cidade de Pombal est situada naregio semi-rida do Nordeste brasileiro, no Estado da Paraba a cerca de 371 km dacapital, Joo Pessoa (Figura 1). Encontra-se a aproximadamente 184 m de altitude mdiado mar, com as coordenadas 06 o 46 12 S e 37o 48 07 W. Sua populao representadapor pouco mais de 33.000 habitantes, que ocupam uma rea de 889 km 2, perfazendo umadensidade de 37,4 habitantes/km 2 (IBGE, 2008).

    O municpio est inserido na unidade geoambiental da depresso sertaneja, querepresenta a paisagem tpica do semi-rido nordestino. A vegetao basicamentecomposta por caatinga hiperxerfila com trechos de floresta caduciflia. O clima do tipotropical semi-rido, com chuvas de vero (MME, 2005). A temperatura mdia anual de27C, com mdias mensais variando pouco entre si. A pluviosidade mdia anual de

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    aproximadamente 800 mm, sendo irregularmente distribuda entre os meses, com maiorincidncia entre os meses de fevereiro a abril, mas, com grandes variaes de ano para ano(PARABA, 1985).

    Figura 1. Localizao da cidade de Pombal no Estado da Paraba (IBGE, 2008).

    Inventrio

    O mtodo de inventrio utilizado no levantamento foi em forma de amostragem. Paraisso, foram sorteadas aleatoriamente cinco ruas por cada bairro (Tabela 1). Para cada umadelas foi realizado o censo, tambm denominado inventrio total, onde foram coletadosdados de carter quali-quantitativo.

    Tabela 1. Ruas sorteadas para cada bairro, onde foram realizados o inventrio.Bairro Ruas

    - Cabo Joo Monteiro da Rocha- Nilton Seixas- Odilon LopesJardim Rogrio

    - Professor Luis Ferreira Campos- Candido de Assis- Joaquim Ferreira de Lima- Joo Josias de SousaSanto Antnio- Manoel Bezerra de Sousa- Pedro Junqueira- Jos Tavares de Arajo- Francisco da Silva PereiraSanta Rosa- Dorgival da Costa Romeu

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    Os dados foram coletados em formulrio especfico (MELO et al., 2007), cominformaes sobre a data de coleta, rua, bairro, setor e o nmero de quadras sorteadas.Quanto s informaes sobre as rvores, foram coletados o nome vulgar, fase de

    desenvolvimento, fitossanidade, problemas com a raiz, necessidade de poda, afastamentopredial, altura total, altura da primeira bifurcao, dimetro e situao das copas (Figura 2).

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    Figura 2. Formulrio utilizado para a coleta de dados da arborizao urbana, na cidade de Pombal, PB (MEL

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    AvaliaesA diversidade de espcies foi avaliada, assim como seu desenvolvimento, sendo

    classificadas como jovens ou adultas. Com base nos dados, pode-se avaliar ahomogeneidade da arborizao do bairro.

    As condies da sanidade das rvores foram analisadas conforme as seguintescategorias: morta apresenta danos irreversveis de pragas, doenas ou graves danosfsicos; ruim apresenta estado geral de declnio que podem ser severos danos de pragas,doenas ou defeitos fsicos e, no aparentando morte iminente, podendo requerer muitotrabalho e tempo para a recuperao; regular apresenta condies e vigor mdios,mostrando sinais de pragas doenas ou danos fsicos, necessitando de poda corretiva,reparo de danos fsicos ou controle sanitrio; boa vigorosas e que no apresenta sinais depragas doenas ou injurias mecnicas.

    Com relao aos problemas da raiz em condies externas, as espcies foramcodificas em quatro categorias, foram elas: nenhum raiz no se encontra exposta; aponta raiz est apontando na superfcie do solo; quebra a raiz se expe na superfcie eapresenta sinais de quebra no passeio ou na rua; destri ao emergir na superfcie quebraa estrutura superficial.

    De acordo com a necessidade de podas, levaram-se em consideraes os seguintesaspectos: nenhuma no h necessidade de poda no momento atual; leve rvorenecessita de uma poda leve para manuteno; pesada necessidade de poda pesada;drstica em virtude de danos ou outros problemas apresentados necessita de uma podadrstica.

    Procurou-se tambm, diagnosticar a situao das copas das rvores a partir dosseguintes parmetros: copa longitudinal - permite-se averiguar se o espaamento utilizadono plantio foi adequado; avano na rua - possibilidade de causar srios problemas para otrfego local; avano para o prdio - gerao de problemas para os moradores da cidade,que vo desde a falta de segurana at a diminuio da iluminao natural.

    Tambm foram avaliados o afastamento predial, parmetro que diz respeito aodistanciamento entre a rvore e a construo dentro do lote, sobretudo na posio frontal.Na avaliao da arborizao urbana a posio frontal da construo predial tem grandeinfluncia na escolha das espcies a serem plantadas. O tamanho das rvores, foi obtidopor meio de vara graduada, com preciso de 0,5m. J com relao primeira bifurcao, foiutilizada uma fita mtrica para medio do solo at este ponto.

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    RESULTADOS E DISCUSSO

    Na anlise da Tabela 2, pode ser observado que em mdia os bairros apresentaramlarguras mdias das ruas de 9,55 m, e dos passeios de 1,93 m. A ruas e os passeios mais

    largos foram observados no bairro Jardim Rogrio, com 12,65 m e 2,51 m, respectivamente.J as de menores dimenses, foram observadas no bairro Santa Rosa (7,87 e 1,39 m). Deacordo com o manual de arborizao publicado pela CEMIG (2001), ruas com largurassuperiores a 7,00 m e passeios superiores a 2,00 m, so considerados ideais. Deste modo,nota-se que todas as ruas so consideradas de ruas largas, e entre os passeios, apenas obairro Jardim Rogrio enquadram-se acima do valor proposto.

    Tabela 2. Largura mdia das ruas e passeios, e nmero de rvores amostradas por bairro.

    Bairro Largura daRua (m)Largura doPasseio (m)

    Ocorrncia(no de rvores)

    Ocorrncia(%)

    Jardim Rogrio 12,65 2,51 64 30,19Santo Antnio 8,12 1,88 104 49,06Santa Rosa 7,87 1,39 44 20,75Mdia 9,55 1,93 70,67 -Total - - 212 100,00

    Houve grande diferena quanto ocorrncia de rvores dentre os bairros, sendo oSanto Antnio o que obteve a maior quantidade de indivduos amostrados, com 49,06% do

    total observado, seguido pelo Jardim Rogrio, com 30,19% e finalmente Santa Rosa, com20,75% (Tabela 2).

    Em um total de 212 rvores amostradas foram observadas apenas oito espcies,sendo apenas uma dessas, o Ficus benjamina , responsvel por aproximadamente 51% detodos os indivduos. Dividindo por bairros, o nmero de espcies fica ainda menor, comcinco, seis e quatro espcies, para os bairros Jardim Rogrio, Santo Antnio e Santa Rosarespectivamente, o que reflete a baixa diversidade existente nos bairros. Outro graveproblema a prevalncia de uma nica espcie ( Ficus benjamina ), que apresentou

    percentuais que variam de 57 e 41% entre os bairros. Entretanto, em estudos recentes,Melo et al. (2007) observaram em um bairro na cidade de Patos-PB, prevalncia ainda maiordesta espcie, com percentual de aproximadamente 70% dos indivduos avaliados.

    Alguns autores, dentre eles Grey e Deneke (1986) e Milano e Dalcin (2000), afirmamque cada espcie no deve ultrapassar 15% do total de indivduos da populao arbrea,para um bom planejamento da arborizao urbana. Dentro desse aspecto, o FicusBenjamina foi espcie predominante, fugindo s recomendaes desses autores. Apredominncia de apenas uma espcie ou grupo de espcies pode facilitar a propagaodas pragas, atualmente muito comum nas rvores em ambiente urbano.

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    Tabela 3. Espcies ocorrentes nos bairros inventariados, com seus respectivos nomescientficos, e nmero de indivduos amostrados por bairros.

    Jd. Rogrio Sto. Antnio Sta. Rosa TotalEspcie Nome Cientfico (n

    o

    ) (%) (no

    ) (%) (no

    ) (%) (no

    ) (%)Acssia Cassia ferruginea Schrad. ex DC. 2 3,13 7 6,73 0 0,00 9 4,25Algaroba Prosopis juliflora (Sw.) DC. 12 18,75 0 0,00 2 4,55 14 6,60Cssia Cassia seamea L. 18 28,13 23 22,12 14 31,82 55 25,94Castanhola Terminalia catappa L. 0 0,00 8 7,69 0 0,00 8 3,77Esponja Acacia farnesiana (L.) Willd. 0 0,00 2 1,92 0 0,00 2 0,94Fcus Ficus benjamina L 30 46,88 60 57,69 18 40,91 108 50,94Linhaa Linum usitatissimum L. 2 3,13 0 0,00 10 22,73 12 5,66Nim indiano Azadirachta Indica A. Juss 0 0,00 4 3,85 0 0,00 4 1,89Total 8 espcies 64 100 104 100 44 100 212 100

    Silva (2000) relata que comum na arborizao urbana, que poucas espciesrepresentem a maior parte da populao, mesmo no sendo uma situao desejvel, querpor razes estticas ou fitossanitrias. Uma concentrao maior de indivduos distribudosnum pequeno nmero de espcies tambm foi encontrada por Lima et al. (1994), Milano(1994) e Silva et al. (2006), mas, em nenhum desses casos com uma predominncia togrande como a encontrada neste trabalho.

    Alm disso, a relatos de que o Fcus benjamina prejudicial estrutura viria dacidade, sendo observados danos a caladas, calamento e conflitos com as redes areas,

    embora tais observaes no tenham sido detalhadas neste estudo. Santana e Santos(1999) comentaram que o gnero Ficus causador de problemas como elemento dearborizao no Campus da Universidade.

    Aps o Ficus , a espcie que obteve o maior nmero de indivduos amostrados foi aCassia seamea (25,94%), rvore bastante comum na arborizao urbana na regioNordeste. Resultados semelhantes foram observados por MELO et al. (2007).

    Os parmetros fitossanidade, afastamento predial, situao das copas quanto fiao, problemas ocasionados pelas razes, largura do passeio e dimetro das rvores,

    escolhidos com vistas a indicar quais as condies da arborizao dos bairros Santa Rosa,Jardim Rogrio e Santo Antnio, encontram-se na Figura 3.

    Ao analisar a fitosanidade dos indivduos inventariados (Figura 3A), observa-se nosbairros Santa Rosa e Santo Antnio que todas as rvores foram classificadas como deestado bom a regular. Para nenhum dos bairros foi registradas rvores mortas ou em fasesfinais irreversveis. No entanto, no Jardim Rogrio, foram registrados que 15,63% dasrvores com baixo grau de sanidade, que um percentual bastante elevado. Quanto distncia das rvores at os imveis (Figura 3B), o bairro Santa Rosa obteve os melhores

    resultados. J os outros dois bairros, obtiverem percentuais superiores a 10% de rvoresque tocavam os imveis no apresentando afastamento algum.

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    Morta Ruim Regular Boa

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo Antnio A

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    No 1 < 1,5m 1,5 - 3m > 3

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo AntnioB

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    No Abaixo dacopa

    Meio da copa Acima dacopa

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo AntnioC

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    70

    80

    No Aponta Quebra Destroi

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo AntnioD

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    40

    60

    80

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    < 1m 1 < 1,5m 1,5 - 3m > 3

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo AntnioE

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    80

    100

    < 10cm 10 - 15cm 15 - 25cm > 25cm

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo AntnioF

    Figura 3. Aspecto da arborizao nos bairro Santa Rosa, Jardim Rogrio e Santo Antnio, quanto a(o):fitossanidade (A); afastamento das rvores aos imveis (B); situao das copas quanto fiao (C);problemas ocasionados pelas razes (D); largura do passeio (E); e dimetro das rvores (F).

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    A situao das copas quanto fiao (Figura 3C) foi outro parmetro quedemonstrou resultados indesejveis para uma arborizao urbana, principalmente para obairro Jardim Rogrio, onde cerca de 50% das rvores que compe sua arborizao,apresentavam copas incidindo na fiao area. Para o bairro Santa Rosa este valor foi de

    aproximadamente 32%, e para o Santo Antnio chegou a quase 10%. Deve ser ressaltadoque a alta porcentagem de copas incidindo na fiao eltrica, pode ocasionar problemasfuturamente, como queda de postes e curtos-circuitos. Para Melo et al. (2006), plantio dervores nas cidades deve ser compatibilizado com a fiao area existente na malhaurbana. CEMIG (2001), tambm destaca que plantios sob fiao devem ser feitos comrvores de pequeno porte em posio alternada com a arborizao do outro lado da rua.

    Problemas ocasionados pelas razes das rvores foram observados para todas asespcies (Figura 3D), mas apenas no Jardim Rogrio esses problemas foram to graves aponto de destrurem as caladas em quase 16% dos casos. Em todos os bairros, foramamostrados indivduos que quebravam os passeios, sendo a maior incidncia no bairroSanta Rosa. O bairro Santo Antnio, obteve os melhores resultados quando comparado aosdemais, apresentou mais de 70% dos indivduos com razes apontando, o que poderacarreta um grande volume de problemas no futuro com o crescimento das rvores.

    A distribuio das larguras dos passeios (Figura 3E) foram bastante heterogneasnos bairros Santa Rosa e Jardim Rogrio, j para o bairro Santo Antnio, em todos os casosobservados as caladas apresentavam espaos que variaram ente 1,00 e 1,50m, o que considerado um espao curto para passeios (CEMIG, 2001).

    O dimetro das rvores (Figura 3E) nos mostra os diferentes perfis das populaesarbreas. Observa-se para o bairro Santo Antnio, que mais de 92% dos indivduosapresentaram dimetro superior a 25 cm, o que representa uma arborizao compostamaciamente por rvores adultas. J para os demais bairros, foram observados percentuaisconsiderveis de rvores ainda em desenvolvimento, com dimetros entre 15 a 25 cm e atinferiores a 15 cm.

    Boa parte das rvores avaliadas necessitava de algum tipo de poda, principalmente apoda leve, tambm conhecida como poda de formao ou de limpeza. No entanto, no bairroSanto Antnio mais de 45% dos indivduos necessitavam de uma poda drstica ou pesada.As necessidades de podas a serem feitas pelo gestor pblico, podem ser evitadas quandomoradores cuidam da arborizao de seus prprios bairros. Tal fato foi evidenciado por Meloet al. (2007) em estudos realizados na cidade Patos-PB, onde constataram que quase 68%das rvores no necessitavam de podas devido a cuidados tomados pelos moradores dobairro.

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    No Leve Drstica Pesada

    (%)Santa Rosa Jardim Rogrio Santo Antnio

    Figura 4. Situao da arborizao quanto necessidade de poda nas rvores.

    Na Figura 5 encontram-se as informaes de altura total (Ht) e altura da primeirabifurcao (Hb) das rvores em diferentes classes. A classe 0 equivale a rvores de 0-5mde Ht e menor que 1 m de Hb, a classe 1 de 5-10 m de Ht e de 1-1,5 m de Hb, a classe 2de 10-15 m de Ht e de 1,5-2 m de Hb, e a por fim a classe 3 refere-se a rvores maioresque 15 m de Ht e maiores que 2 m de Hb.

    Na anlise da altura total das rvores inventariadas (Figura 5) confirmada supostaafirmao feita na discusso da Figura 3E, ao observar que no bairro Jardim Rogrionenhuma das rvores amostradas obtiveram altura inferior a 5 m, o que indica que o bairro composto exclusivamente por indivduos adultos de mdio a grande porte. Os demaisbairros apresentaram ndices que variaram de 23 a 35% de indivduos inferiores a 5 m, oque indica que estes ainda encontram-se com um percentual significativo de rvores jovens.Todavia, o bairro Santa Rosa foi o que demonstrou o maior nmero de indivduos com alturasuperior a 15 m (45,45%). Estudos realizados por Rocha et al. (2004) em dois bairros de

    Nova Iguau, no Rio de Janeiro, foram observados que cerca 64% e 51% das rvores decada bairro apresentavam altura inferior 6 m e cerca de 10% e 18% das rvores tinhamaltura superior a 8,8 m.

    Quanto altura da primeira bifurcao (ainda na Figura 5), que pode vir a ocasionarproblemas para pedestres quando a copa encontra-se voltada para o passeio, ou para meiode transportes quando esta encontra-se voltada para a rua, foi observado apenas para obairro Santo Antnio, um baixo nmero de rvores (2%) com bifurcao abaixo de 1 m. Paraos outros dois bairros este ndice foi de 50%. Tal resultado sugere que seja realizada uma

    melhor conduo das rvores urbanas, principalmente naquelas que ainda encontram-se em

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    estgio inicial de desenvolvimento, para que estas no venham a possuir problemassemelhantes no futuro.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Ht Hb Ht Hb Ht Hb

    Santa Rosa Jardim Rogrio Santo Antnio

    (%)32

    10

    Figura 5. Altura total (Ht) e altura da primeira bifurcao (Hb) das rvores inventariadas.

    Na avaliao da situao das copas das rvores (Figura 6), as informaes foramdivididas nas seguintes classes: quanto aos avanos da copa longitudinal e da copa para ascasas, 0 > 1 copa, 1 < 1 copa, 2 toque e 3 entrelaa; quanto ao avano para a rua, 0

    no h avano, 1 < 0,50 m, 2 0,50-1,00 m e 3 > 1,00 m.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Long. Rua Casa Long. Rua Casa Long. Rua Casa

    Santa Rosa Jardim Rogrio Santo Antnio

    (%)3

    21

    0

    Figura 6. Situao das copas quanto ao avano longitudinal entre elas, avano para as ruas

    e para as casas.

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    Para o avano longitudinal e avano para as casas, que nada mais do que adistncia longitudinal entre as copas das rvores e a distncia das copas das rvores aosimveis, os bairros Santa Rosa e Santo Antnio obtiveram bons resultados, sendo poucos

    os casos das rvores se tocarem ou tocarem as casas, e menores os casos deentrelaamentos. No bairro Jardim Rogrio foram observados 19 e 16%, respectivamente,de copas entrelaadas entre elas e entre os imveis. Para copas que apenas se tocavamestes ndices foram aproximadamente de 41 e 31%. J o avano das copas para rua foiobservado para todas as rvores inventariadas no bairro Santo Antnio, e ocorreu em menorescala nos demais bairros avaliados.

    CONCLUSES

    Por meio da anlise das informaes obtidas, pode-se concluir que: Os bairros demonstraram grandes variaes entre os parmetros analisados, o que

    dificulta afirmar qual bairro apresentou as melhores condies em sua arborizao. Noentanto, o maior nmero de problemas foi encontrado nas ruas do bairro Jardim Rogrio.

    O bairro mais arborizado dentre os avaliados foi o Santo Antnio, que obteveaproximadamente 49% de todos os indivduos amostrados.

    Para todos os bairros houve uma baixa diversidade de espcies, com a prevalncia deuma nica espcie, o Fcus benjamina .

    Os resultados apontam para uma necessidade de melhor planejamento na implantaoda arborizao nos bairros, assim como, um acompanhamento para manuteno,recuperao ou melhorias na arborizao j existente.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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