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ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA PECUÁRIA CURITIBA 2007

ANÁLISE DA CONJUNTURA PECUÁRIA - agricultura.pr.gov.br · Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento Valter Bianchini Diretor Geral da SEAB Herlon Goelzer de Almeida

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ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

ANÁLISE DA CONJUNTURA PECUÁRIA

CURITIBA 2007

ESTADO DO PARANÁ

Governador de Estado Roberto Requião de Mello e Silva

Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento Valter Bianchini

Diretor Geral da SEAB Herlon Goelzer de Almeida

Chefe do DERAL Francisco Carlos Simioni

P223a

Paraná. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Análise da conjuntura pecuária ano 2007 / Secretaria de Estado da Agriculturae do Abastecimento, Departamento de Economia Rural. – Curitiba: SEAB, 2007. 145p; 29 cm.

1. Alimento para Animal. 2. Pecuária. 3. Planta Forrageira. 4. ProduçãoAnimal. 5. Safra. I.Título.

CDU 636

ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

CURITIBA 2007

ANÁLISE CONJUNTURAL DA

PECUÁRIA

APRESENTAÇÃO Com uma agricultura predominantemente de base familiar, o Paraná possui cerca de 369 mil propriedades rurais, segundo o último censo do IBGE- 1995/96, das quais 87% são de até 50 ha. Com apenas 2,3% do território nacional, com clima temperado e subtropical respectivamente, abaixo e acima do Trópico de Capricórnio, somos o primeiro produtor de feijão, milho e trigo e o segundo em soja e cana-de-açúcar.

Nesse contexto destaca-se o negócio agropecuário, que vem conquistando

grandes benefícios para a sociedade paranaense. Hoje o Estado produz, cerca de 29 milhões de toneladas de grãos de verão e inverno, 2,6 bilhões de litros de leite, 530 mil toneladas de carne bovina, 357 mil toneladas de carne suína, 2,07 milhões de toneladas de carne de frango, 1,0 bilhão de unidades de ovos, 7,6 mil toneladas de casulos e 5,6 mil toneladas de mel, que abastecem não só o Paraná, mas o Brasil e o exterior. O grande desafio hoje é dar condições aos produtores paranaenses de produzirem de forma sustentável, aproveitando as nossas vantagens competitivas para vencer os gargalos do mercado cada vez mais acirrado e suas mutações. Para isso, é de fundamental importância promover o desenvolvimento ordenado, proporcionando ao homem do campo o acesso às novas tecnologias, motivando-o a conhecer e implementar um sistema diversificado de produção, com melhoria da produtividade e qualidade dos produtos. Esse modelo, busca a redução das desigualdades sociais e um equilíbrio para a permanência do homem no campo, dentro de quatro eixos estratégicos: Fortalecimento das Economias Locais, Cidadania e Inclusão Social, Preservação e Recuperação Ambiental e a Sanidade e Qualidade da Produção. Desta forma, buscamos promover o desenvolvimento sustentável, e a implementação e conquista desses objetivos são grandes desafios que precisamos vencer. Essa é uma contribuição que colocamos a disposição dos produtores rurais e suas organizações para um novo horizonte de produção, com o fortalecimento da economia paranaense.

VALTER BIANCHINI Secretário de Estado da

Agricultura e do Abastecimento

SUMÁRIO

APICULTURA........................................................................................................ 7 PANORAMA MUNDIAL.......................................................................................... 7 PANORAMA NACIONAL ..................................................................................... 10 PANORAMA ESTADUAL..................................................................................... 20 AVICULTURA DE CORTE * ................................................................................ 24 PANORAMA MUNDIAL........................................................................................ 24 PANORAMA NACIONAL ..................................................................................... 26 OS PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES....................................................... 26 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA........................................................ 26 A INSERÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR......................................................... 27 PANORAMA ESTADUAL..................................................................................... 30 AVICULTURA DE POSTURA * ........................................................................... 36 PANORAMA MUNDIAL........................................................................................ 36 PANORAMA NACIONAL ..................................................................................... 37 PANORAMA ESTADUAL..................................................................................... 45 COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DO SETOR AVÍCOLA DE POSTURA....... 47 ASPECTOS GERAIS E IMPORTÂNCIA DA AVICULTURA DE POSTURA ........ 51 BOVINOCULTURA DE CORTE .......................................................................... 53 1.0 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 53 2.0 PECUÁRIA NO MUNDO ................................................................................ 54 2.1 MUNDO.......................................................................................................... 54 3.0 PECUÁRIA NO BRASIL ................................................................................. 56 3.1 RESUMO – ABATES, PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES ............................... 56 4.0 PECUÁRIA NO PARANÁ............................................................................... 58 4.1 CARACTERÍSTICAS DA PECUÁRIA PARANAENSE ................................... 59 4.2 PARANÁ – ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE 2007........................................ 60 4.3 MERCADO DA CARNE BOVINA PARANAENSE.......................................... 61 4.4 CABEÇAS ABATIDAS E PRODUÇÃO DE CARNE ....................................... 61 4.5 EXPORTAÇÕES PARANAENSES ................................................................ 61 4.6 PARANÁ - PREÇO MÉDIO CORRENTE - ARROBA BOVINA ..................... 62 4.7 PARANÁ - PREÇOS MÉDIOS DE BEZERROS E BOIS MAGROS............... 64 5.0 PARQUE INDUSTRIAL.................................................................................. 66 6.0 PROGRAMAS LIGADOS À PECUÁRIA DE CORTE NO ESTADO DO PARANÁ............................................................................................................... 67 6.1 RASTREABILIDADE ...................................................................................... 67 6.2 PECUÁRIA DE CURTA DURAÇÃO............................................................... 68 7.0 NOVA METODOLOGIA DE COMERCIALIZAÇÃO ........................................ 69 ALIANÇAS MERCADOLÓGICAS ........................................................................ 69 7.1 AÇÕES E FILOSOFIA DE TRABALHO DAS ALIANÇAS............................... 69 7.2 PADRÃO DO NOVILHO PRECOCE PARANAESE ....................................... 69 8.0 CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO NO PARANÁ .................................... 70 9.0 PASTAGENS E ALIMENTAÇÃO ................................................................... 71 9.1 DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES FORRAGEIRAS CULTIVADAS NO PARANÁ *...................................................................................................... 71 10.0 ASPECTOS SANITÁRIOS ........................................................................... 76 11.0 ASPECTOS AMBIENTAIS ........................................................................... 77

11.1 PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO E MANEJO AMBIENTAL, UTILIZADAS TAMBÉM PARA PROPRIEDADES QUE TRABALHAM COM PECUÁRIA DE CORTE................................................................................................................. 77 11.2 SETORES QUE TRABALHAM O MEIO-AMBIENTE, PRODUÇÃO CORRETA E SUSTENTÁVEL............................................................................. 79 12.0 RAÇAS DE CORTE CRIADAS NO PARANÁ............................................... 80 12.1 ABERDEEN E RED ANGUS........................................................................ 80 12.1 ABERDEEN E RED ANGUS........................................................................ 81 12.2 CHAROLÊS.................................................................................................. 82 12.3 SIMENTAL ................................................................................................... 82 12.4 LIMOUSIN .................................................................................................... 83 12.5 CARACU ...................................................................................................... 84 12.6 NELORE....................................................................................................... 85 12.7 GUZERÁ ...................................................................................................... 86 13.0 PRINCIPAIS RAÇAS CRIADAS NO PARANÁ E BRASIL, ORIUNDAS DE CRUZAMENTOS (SINTÉTICAS) ......................................................................... 87 13.1 CANCHIN..................................................................................................... 87 13.2 BRANGUS.................................................................................................... 87 13.3 SIMBRASIL .................................................................................................. 88 14.0 PERSPECTIVAS.......................................................................................... 89 15.0 CONCLUSÂO............................................................................................... 90 ESTRUTIOCULTURA.......................................................................................... 91 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 91 PRODUTOS DO AVESTRUZ............................................................................... 91 PRODUTIVIDADE................................................................................................ 92 PANORAMA MUNDIAL........................................................................................ 93 PANORAMA NACIONAL ..................................................................................... 94 PANORAMA ESTADUAL..................................................................................... 97 LEITE ..................................................................................................................101 MUNDO...............................................................................................................101 BRASIL ...............................................................................................................105 ESTADO DO PARANÁ .......................................................................................107 NÚMEROS DO SETOR ......................................................................................108 AUMENTO NOS PREÇOS E ESTIAGEM...........................................................109 LEITE E DERIVADOS - PARANÁ - ANÁLISE COMPARATIVA DOS PREÇOS (EM R$)...............................................................................................................109 DADOS DO PROGRAMA LEITE DAS CRIANÇAS.............................................111 SERICICULTURA ...............................................................................................112 I. HISTÓRICO .....................................................................................................112 II - PRODUÇÃO MUNDIAL DE CASULOS VERDES –TONELADAS .................113 III – PRODUÇÃO NACIONAL DE CASULOS VERDES – TONELADAS ............113 IV – PRODUÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ DE CASULOS VERDES - TONELADAS.......................................................................................................114 2 - EVOLUÇÃO DA SERICICULTURA DO PARANÁ E PARTICIPAÇÃO NA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES ÚLTIMOS 10 ANOS.........114 3 – MUNICÍPIOS PRODUTORES DE CASULOS VERDES NO ESTADO DO PARANÁ..............................................................................................................115 4 – PARTICIPAÇÃO DA SERICICULTURA NOS TERRITÓRIOS PARANAENSE.............................................................................................................................115

5 – PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS DE FIAÇÕES NO ESTADO DO PARANÁ............................................................................................................................116 6 – GRÁFICOS DA PRODUÇÃO PARANAENSE DE CASULOS VERDES.......116 IV – COMENTÁRIOS SOBRE A SAFRA 200/2007.............................................118 SUINOCULTURA................................................................................................120 CONJUNTURA MUNDIAL...................................................................................120 CONJUNTURA BRASIL......................................................................................120 CONJUNTURA PARANÁ....................................................................................121 ABATE DE SUÍNOS NO PARANÁ......................................................................121 AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA SEAB FRENTE AOS PLEITOS DA SUINOSUL:............................................................................................................................124 OUTRAS AÇÕES FUTURAS EM BENEFÍCIO DO SEGMENTO A SEREM DISCUTIDAS/IMPLEMENTADAS: ......................................................................125 PECUÁRIA PARANAENSE EM DESTAQUE ....................................................126 DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DAS 3 CARNES - 2001 A 2007............126 BRASIL: EXPORTAÇÃO DE CARNES (SUÍNOS, BOVINOS E FRANGOS), 2001 A 2007.................................................................................................................126 BRASIL ...............................................................................................................127 PARANÁ..............................................................................................................129 PECUÁRIA: EFETIVO DO REBANHO NO BRASIL E PARANÁ.........................130 PARANÁ E BRASIL - EVOLUÇÃO DO EFETIVO DO REBANHO DA PECUÁRIA............................................................................................................................130 PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, SEGUNDO AS DIFERENTES CRIAÇÕES............................................................................................................................131 PERU ..................................................................................................................133 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................133 RAÇAS DE PERUS.............................................................................................134 PANORAMA INTERNACIONAL..........................................................................134 PANORAMA NACIONAL ....................................................................................135 PANORAMA ESTADUAL....................................................................................139 ASPECTOS FINAIS SOBRE A CRIAÇÃO DE PERUS.......................................142

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APICULTURA

APICULTURA PARANAENSE NO CONTEXTO DO BRASIL E DO MUNDO

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva

PANORAMA MUNDIAL

No mundo, mais de 130 países desenvolvem a apicultura. Em 2005,

conforme estimativas da FAO, a produção total de mel alcançou cerca de 1,38 milhão de toneladas, movimentando valores da ordem de US$ 1,5 bilhão. Segundo dados de 2005, os países que se destacam na produção de mel, são: China (22,1%), Estados Unidos (5,9%); Argentina (5,8%), Turquia (5,4%); Ucrânia (4,4%), México (4,1%) e Federação Russa e a Índia (3,8% cada); estes respondem por mais de 50% do volume mundial produzido (Tabela 1). TABELA 1 – MEL: MUNDO e PRINCIPAIS PAÍSES - Quantidade Produzida – 2003 a 2005

País Quantidade produzida (t) 2003 2004 2005

Mundo 1.353.696 1.372.142 1.381.404 China 294.721 304.987 305.00 Estados Unidos 82.144 82.000 82.000 Argentina 75.000 80.000 80.000 Turquia 69.540 73.929 73.929 Ucrânia 53.550 57.878 60.502 México 57.045 56.808 56.808 Índia 52.000 52.000 52.000 Federação Russa 48.048 52.782 53.000 Brasil 30.022 24.500 24.500

FONTE: FAO (junho/2006). Disponível em: <http://www.fao.org>.

Dentre os principais países produtores de mel, ainda se destacam: Etiópia

(39 mil t), Espanha (37 mil t), Irã (36 mil t), Canadá (33 mil t), Coréia do Sul (29 mil t), Tanzânia (27 mil t), Brasil (24,5 mil t), Angola (23 mil t), Hungria (20,5 mil t), Quênia (21,5 mil t), Romênia (19,2 mil t) e Alemanha (17 mil t).

Segundo estes números da FAO, o Brasil posiciona-se na 15ª posição no

ranking mundial, porém, considerando-se o número oficial do país informado pelo IBGE (2005: 33.750 t), a posição brasileira salta para o 12º lugar.

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No Brasil, a produtividade (kg/colméia/ano) é bastante reduzida, especialmente quando comparada com a obtida em alguns países, a saber: Brasil (15), EUA (32), México (31), Argentina (30 a 35) e China (50 a 100), situação justificada pelo nível de utilização de recursos tecnológicos na produção. (EMBRAPA PANTANAL E BANCO DO NORDESTE, 2003, citado por SEBRAE, 2006, p. 13).

Esta mesma fonte informa que em 2002 existiam no país 300 mil

apicultores que colhiam uma produção anual de 30 mil a 40 mil toneladas de mel, resultando numa produtividade média de 15 kg/colméia.ano.

Além da produção de mel e outros produtos apícolas (própolis, geléia real,

apitoxina, cera), as abelhas realizam os serviços de polinização (aumento da qualidade e melhoria da produtividade de culturas agrícolas – frutas, verduras, grãos e de pastagens).

Neste ano de 2007, alguns países experimentam redução de produção, a

saber: quebra na safra de mel na Ásia, em especial Vietnã e na China; perspectiva de redução na safra americana (que tem início em meados do ano) e Alemanha (e outros países da Europa), em face da síndrome que os especialistas batizaram de Distúrbio do Colapso das Colônias (CCD).

O comércio mundial de mel, em 2004, movimentou 384 mil toneladas de

mel in natura, representando um giro financeiro de US$ 862 milhões, segundo a FAO. Os principais países exportadores foram a China (22,42%), a Argentina (16,27%), o México (6,08%), a Alemanha (5,82%) e o Brasil (5,47%), que juntos participam com 56,06% das exportações totais do planeta (Tabela 2).

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TABELA 2 – MEL: QUANTIDADE DAS EXPORTAÇÕES, NOS PRINCIPAIS PAÍSES, 2002-2004

País Quantidade (t) 2002 2003 2004

Mundo 405.598 403.198 384.389 Argentina 79.986 70.499 62.536 China 77.276 87.469 86.207 México 34.457 25.018 23.374 Canadá 22.921 15.041 14.021 Alemanha 22.222 21.161 22.374 Brasil 12.640 19.273 21.029 Vietnã 15.876 10.548 15.563 Hungria 15.023 15.807 14.962 Uruguai 8.471 9.177 13.357 Índia 6.647 6.964 10.354 Espanha 14.834 11.633 9.914

FONTE: FAO (Junho/2006). Disponível em: <http://www.fao.org>.

Os melhores preços médios do quilograma de mel foram alcançados pela Alemanha (US$ 4,03), pela Espanha (US$ 3,52), pela Austrália (US$ 3,46) e pela Hungria (US$ 3,36), sendo que o pior preço médio foi obtido pelo Brasil, com US$ 2,01, pois ainda não possui tradição exportadora.

A partir de 2002, o Brasil adentrou o mercado internacional de mel, devido

a sérios problemas experimentados pela Argentina e a China (contaminação do produto com antibióticos) tradicionais mercados exportadores, mas que já retornaram ä normalidade no ano de 2005, trazendo os preços aos níveis históricos (US$ 1,00/kg). TABELA 3 – MEL: QUANTIDADE DAS IMPORTAÇÕES E PRINCIPAIS PAÍSES, 2002-2004

Países Quantidade (t) 2002 2003 2004

Mundo 404.883 401.274 390.603 Alemanha 98.909 93.532 88.958 Estados Unidos 92.007 92.151 81.027 Japão 45.038 43.785 47.033 Reino Unido 29.901 21.867 25.893 França 16.836 15.165 17.081 Itália 14.073 14.449 15.390 Espanha 10.910 11.119 13.759

FONTE: FAO (junho/2006). Disponível em: <http://www.fao.org>.

As importações mundiais de mel in natura, em 2004, atingiram volume próximo a 391 mil toneladas, destacando-se como grandes importadores a Alemanha (89 mil toneladas – 23,03%), Estados Unidos (81 mil toneladas –

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20,74%), Japão (47 mil toneladas – 12,04%) e Reino Unido (26 mil toneladas – 6.62%) (Tabela 3).

Vários outros países realizam importações de mel: Arábia Saudita,

Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Malásia, Holanda, Polônia e Suíça. A Alemanha figura como o maior mercado mundial de mel, absorvendo 23% das importações de 2004, destacando-se também como um dos principais exportadores (5,8% do total de 2004), com atuação forte como re-exportador, comprando mel a granel de outros mercados, embalando e redistribuindo para a Europa e vizinhança.

Antes do embargo da União Européia ao mel brasileiro, decretado a partir

de março de 2006, sobressaía como o principal importador do mel nacional (a granel), posição que passou a ser ocupada pelos Estados Unidos, a partir do ano passado. Hoje, este país, notadamente o segundo maior mercado importador de mel in natura (21% do total de 2004), é um dos mercados mais promissores para o Brasil.

Sabe-se que o consumo de mel in natura é baixo e pouco difundido junto à

população da maioria dos países, resultando num consumo médio per capita mundial de 300g/pessoa/ano. Já nos países da União Européia, o consumo é de 700g/pessoa/ano.

Os maiores consumos anuais foram observados nos seguintes países:

Áustria -1.700 g; Grécia – 1.600 g; Suíça – 1.300 g; Alemanha – 1.200 g; Eslovênia – 1.100 g; Ucrânia – 1.000 g; Turquia – 800 g; Canadá e Espanha – 700 g; Estados Unidos e Nova Zelândia – 600 g; França – 500 g e México – 200 g (FAO, 2006, citado por Viera e Kalvelage, 2006, p.163 ).

PANORAMA NACIONAL

A apicultura brasileira teve início com enxames trazidos pelos imigrantes, contudo, somente com a introdução de abelhas africanas em meados de 1956 é que se deu a revolução da apicultura no Brasil com o cruzamento das duas populações, produzindo um híbrido conhecido hoje como abelhas africanizadas.

Certamente ocorreram problemas até que se chegasse no estágio de

desenvolvimento atual, dada a agressividade dessas abelhas e a inabilidade dos apicultores em lidar com a nova realidade (SOARES citado por PAULA NETO e ALMEIDA NETO, 2006, p. 1).

O Brasil, com seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados, detém

vegetação rica e variada, aliada a um clima muito diverso, que favorecem a exploração da atividade apícola em todas os estados da federação.

Segundo o IBGE (2005), a produção nacional de mel, em 2005, atingiu

33.750 toneladas. O Paraná, com uma produção de 4.462 toneladas, colocou-se em terceiro lugar, antecedido pelo estado do Rio Grande do Sul, com 7.428 (1º lugar) e o estado do Piauí, com 4.497 toneladas (2º lugar).

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O Paraná, até o ano de 2004, situava-se na segunda posição do ranking

nacional da produção de mel, perdendo posição para o Piauí, que a exemplo de outros estados do Nordeste vem desenvolvendo políticas de incentivo ao aumento da produção apícola, inclusive ganhando espaços no mercado exportador de mel.

Na tabela 4, vê-se o aumento na produção de mel dos principais estados

produtores, no período de 2000 a 2005: Ceará (252,98%), Bahia (240,69%), Piauí (141,51%), Paraná (55,47%), São Paulo (30,93%), Rio Grande do Sul (27,74%), Minas Gerais (5,14%), Ceará (2,53%). Dos estados expoentes da produção melífera nacional, apenas o estado de Santa Catarina, apresenta desempenho negativo, tendo experimentado queda de 1,43% no período em análise. TABELA 4 – MEL: PRODUÇÃO BRASILEIRA E DOS PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES (t), 2000 A 2005 Estados / Ano

2000 2002 2003 2004 2005

Brasil 21.865 24.028 30.022 32.290 33.750 RS 5.815 5.604 6.777 7.317 7.428 PR 2.870 2.843 4.068 4.348 4.462 PI 1.862 2.221 3.146 3.894 4.497 SC 3.983 3.828 4.511 3.600 3.926 CE 655 1.373 1.896 2.933 2.312 SP 1.830 2.092 2.454 2.333 2.396 MG 2.100 2.408 2.194 2.134 2.208 BA 521 873 1.419 1.494 1.775 FONTE: IBGE (Pesquisa Pecuária Municipal)

Na tabela 5, ao verificar-se o período de 1991 a 2005, constata-se que a produção nacional cresceu 80,79% e a performance dos principais estados produtores é positiva para: Piauí (836,30%), Ceará (333,84%), Rio Grande do Sul (116,18%), Minas Gerais (82,94%), Paraná (26,46%), São Paulo (80,79%). Para o estado de Santa Catarina, o que se vê é uma queda da produção de mel da ordem de 26,62%. TABELA 5 – APICULTURA: BRASIL E PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES, 1991 E 2005

Estados Produção (kg) 1991 (1) 2005 (2) Var.% (2)/(1) Part.% - 2005 Brasil 18.667.767 33.749.666 80,79 100,0 RS 3.435.947 7.427.944 116,18 22,0 PR 3.528.514 4.462.022 26,46 13,2 PI 480.337 4.497.392 836,30 13,3 SC 5.349.653 3.925.556 (26,62) 11,6 SP 2.095.878 2.395.842 14,31 7,1 CE 532.835 2.311.626 333,84 6,9 MG 1.206.907 2.207.925 82,94 6,5

FONTE: IBGE (www.sidra.ibge.gov.br)

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TABELA 6 – BRASIL E REGIÕES: PRODUÇÃO DE MEL DE ABELHA (kg), 1990 A 2005 Ano Brasil Norte Nordeste C. Oeste Sudeste Sul 1990 16.181.289 69.546 1.782.081 407.011 3.567.454 10.355.1

96 2005 33.749.666 653.467 10.910.916 1.097.459 5.272.302 15.815.5

22 Var.% 1990 a 2005

108,57 839,62 512,26 169,64 47,79 52,73

Fonte: IBGE (www.sidra.ibge.gov.br)

De 1990 a 2005, a produção brasileira de mel de abelha cresceu 108,57%,

verificando-se maiores crescimentos nas regiões: Norte (839,62%), Nordeste (512,26%) e Centro Oeste (169,64%), conforme pode ser visto na tabela 6. A região Sul, que detém a maior participação percentual na produção nacional, com aproximadamente 47%, experimentou de 1990 a 2005, um crescimento de apenas 47,79%, por conta especialmente do estado de Santa Catarina, que em 2004 sofreu queda de produção de mel, devido a condições climáticas desfavoráveis (baixo índice de precipitação pluviométrica e a ocorrência do “furacão Catarina”, na região sul do estado (microrregião geográfica de Criciúma), que contribuiu para a redução de toda a produção estadual).

Exportações de mel em 2003 – Em 2003, o Brasil exportou 19.273

toneladas, 51,8% a mais que o volume exportado em 2002 (12.640 toneladas). A receita cambial obtida em 2003, foi de US$ 45,54 milhões, 96,8% maior que o montante que ingressou no país em 2002.

Os principais destinos do mel brasileiro foram: Alemanha (54,8% - 10.563

t), Estados Unidos da América (35,2% - 6.777t), Bélgica (238 t), Espanha (222 t), Canadá (60 t), Japão (50 t), França (10 t), China e Itália.

No ranking das exportações, considerando-se o ano de 2003, o Paraná

situou-se em 5º lugar, com um volume exportado de 1.912 toneladas e uma receita cambial de US$ 4,5 milhões.

O volume exportado pelo Estado do Paraná, no ano de 2003, resultou num

incremento de 125,5% sobre o volume exportado em 2002 (849 toneladas). De 2002 para 2003, a receita cambial cresceu 172,9%.

Segundo a Tabela 8, os estados que se destacaram na exportação de mel,

em 2003 foram: São Paulo – 6.337 t (1º lugar), Santa Catarina – 4.036 t (2 º lugar), Piauí – 3.010 t (3º lugar), Ceará – 2.342 t (4 º lugar) e Paraná – 1.912 t (5º lugar).

O preço médio do mel brasileiro exportado em 2003 ficou em US$2,36/kg,

29% a mais que o valor médio obtido em 2002 (US$ 1,83/kg). Em 2004, o preço médio foi de US$ 2,02/kg, 14,4% a menos que o valor médio de 2003.

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Exportações de mel em 2004 – Em 2004, o país exportou 21.028 toneladas de mel, 9,1 % a mais que em igual período de 2003, cujo volume exportado foi de 19.273 toneladas, fato que parece firmar o mel brasileiro no comércio mundial (Tabela 9).

Os estados que se destacaram nas exportações foram os mesmos de

2003, repetindo-se os principais destinos. A excelente qualidade do mel brasileiro contribuiu para tornar o Brasil, país emergente neste seleto mercado mundial.

Os produtos apícolas brasileiros são reconhecidos no exterior por sua

qualidade, destacando-se o mel, que é apreciado por sua característica de aroma e isenção de contaminação por medicamentos, poluição ambiental e agrotóxicos. A maioria de nossos méis possui, na prática, características de produto orgânico ou biológico, podendo assim obter melhores cotações e conquistar espaço específico no mercado internacional, como mel de mesa com maior agregação de valor e não simples commodity, entregue a intermediários do exterior e vendido a granel (tonéis de 200 kg).

Desde 2001, o Brasil foi descoberto pelos importadores mundiais de mel,

devido problemas que acometeram a produção da China (produção: 305 mil t/ano e exportação: 86 mil t/ano), Argentina (produção: 80 mil t/ano e exportação: 63 mil t/ano), dois grandes produtores e exportadores mundial de mel in natura. No entanto, tem-se que com o regresso da China ao mercado mundial em 2005, o quadro piorou para o nosso país, devido aos baixos preços praticados por este país continental (US$ 1.00/kg), o que força o país a buscar a diferenciação do mel em nível mundial, como produto de mesa de excelente qualidade, se quiser ratificar algum espaço no mercado mundial e não como simples melhorador dos méis destes países tradicionais exportadores.

As exportações de mel em 2005 – Segundo o MDIC/SECEX, de janeiro a

dezembro de 2005 (Tabela 9), o Brasil exportou 14.442 toneladas de mel (31,3% a menos que em igual período de 2004), obtendo uma receita cambial de US$ 18,9 milhões e um preço médio de US$ 1.313,51/tonelada (US$1,31/kg).

Os principais estados exportadores, foram: São Paulo (6.052 t), Santa

Catarina (2.262 t), Piauí (2.503 t), Ceará (2.342 t), Rio Grande do Sul (589 t), Paraná (333 t), Rio de Janeiro (162 t) e Minas Gerais (157 t).

O preço médio alcançado em 2005 foi de US$ 1,31/kg, 54,2% menor que

em 2004 (US$ 2,02/Kg).

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TABELA 7 – APICULTURA, BRASIL E PARANÁ: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, 2000 A 2006

Ano Paraná Brasil US$ FOB Kg US$/kg* US$ FOB Kg US$/kg*2000 244 51 4,78 331.060 268.904 1,232001 144.525 122.896 1,19 2.809.353 2.488.671 1,132002 1.682.297 848.659 1,98 23.141.221 12.640.487 1,832003 4.590.196 1.911.613 2,40 45.521.098 19.272.782 2,362004 3.896.006 1.735.044 2,25 42.374.383 21.028.468 2,022005 535.445 332.821 1,61 18.940.333 14.442.090 1,312006 1.496.957 898.496 1,67 23.358.927 14.599.908 1,60

FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM – 04.09.00.00 – mel de abelha “in natura”. *Preço médio

As exportações de mel em 2006 – Segundo o MDIC/SECEX, de janeiro a

dezembro de 2006, o Brasil exportou volume próximo a 14.600 toneladas de mel (1,02% a mais que em igual período de 2005), obtendo uma receita cambial de US$ 23,36 milhões (Tabela 9). O preço médio alcançado em 2006 (Tabela 10), foi de US$ 1,60/kg, 22,14% maior que em 2005 (US$ 1,31/Kg), porém inferior a preço médio obtido em 2004 (US$ 2,02/Kg).

Os principais estados exportadores, em 2006, foram: São Paulo (4.754 t –

32,56%), Ceará (2.723 t – 18,65%), Santa Catarina (2.002 t – 13,71%), Piauí (1.940 t – 13,29%), Rio Grande do Sul (1.484 t – 10,16%), Paraná (898 t – 6,15%), Rio Grande do Norte (439 t – 3,00%), Minas Gerais (207 t – 1,42%).

Segundo VIEIRA E RESENDE (2007, p. 2), de 2005 para 2006, o Brasil

passou de 7º para 4º maior exportador de mel para os Estados Unidos, ultrapassando o Vietnam, a Índia e a China.

Para estes consultores do SEBRAE, existe a probabilidade de ampliação

da participação brasileira nas exportações de mel para o mercado americano, devido à quebra da safra de mel na Ásia e da exigência de pagamento à vista da tarifa “anti-dupimg” de mais de 300% sobre a importação de mel da China.

Em 2006 (Tabela 10), os principais destinos do mel brasileiro foram: EUA

(73,87%), Alemanha (17,71%) e Reino Unido (5,69%), ficando o restante destinado à Bélgica, Canadá, França, Espanha, dentre outros. Este notório crescimento das exportações para os EUA, com redução das compras por parte da Alemanha, deveu-se ao embargo ao mel brasileiro decretado a partir de março de 2006 por parte da União Européia (UE).

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TABELA 8 - BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR ESTADO DE ORIGEM, 2001, 2002 E 2003

Estado 2001 2002 2003 US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg SP 249.627 197.361 9.552.760 5.047.745 14.988.163 6.336.670 SC 2.042.320 1.814.498 4.634.315 2.717.836 9.511.192 4.036.393 PI 0 0 1.278.354 741.304 6.996.023 3.009.844 CE 236.890 244.479 3.461.945 1.965.622 5.642.279 2.342.318 PR 146.525 122.896 1.682.297 848.896 4.590.196 1.911.613 MG 50.233 41.705 1.568.411 902.173 1.899.826 814.151 RS 150 314 164.912 77.092 1.281.691 555.087 RJ 412 384 548 119 47.524 20.010 ES 65.772 60.900 0 0 237 319 BA 0 0 0 0 579.476 244.986 Brasil 2.809.353 2.488.671 23.141.221 12.640.487 45.545.098 19.273.148FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00 TABELA 9 – BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR ESTADO DE ORIGEM, 2004, 2005 E 2006 Estado 2004 2005 2006 US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg SP 17.245.159 8.554.436 7.715.892 6.051.598 7.616.138 4.754.258 SC 8.518.235 4.183.153 2.926.107 2.261.980 3.110.399 2.002.029 PI 3.325.361 1.747.586 3.046.117 2.503.026 3.004.716 1.939.923 CE 4.523.825 2.385.459 3.442.270 2.341.794 4.583.670 2.723.024 PR 3.896.006 1.734.044 535.445 332.821 1.496.957 898.496 MG 621.355 287.604 225.499 156.823 308.291 207.901 RS 3.340.392 1.691.229 759.637 588.783 2.364.001 1.483.807 RJ 476.681 260.886 224.270 161.704 780 160 ES 127.601 60.480 0 0 0 0 BA 296.930 122.085 0 0 0 0 Brasil 42.374.383 21.028.468 18.940.333 14.442.090 23.358.927 14.599.908FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

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TABELA 10 – BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR PAÍSES DE DESTINO, 2001, 2002 E 2003 Ano 2001 2002 2003 País US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg Alemanha 2.342.987 2.106.830 9.036.023 5.391.356 24.882.925 10.563.344EUA 329.060 292.627 12.417.860 6.139.387 16.129.743 6.777.443 Espanha 52.827 41.020 117.322 102.600 492.071 221.560 Bélgica - - 375.977 223.905 579.727 237.775 Reino Unido

- - 1.051.560 702.806 2.679.476 1.163.130

Japão 4.280 1.332 8.365 2.633 141.322 50.409 Canadá 27.840 19.200 0 0 177.379 60.063 Itália 0 0 41.300 19.600 29 16 França 0 0 0 0 2.212 9.760 China 3.094 201 0 0 24.000 366 Total 2.809.353 2.488.671 23.141.221 12.640.487 45.545.098 19.273.148FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

Em 2000, o Brasil exportou 269 toneladas de mel in natura, ficando

aparente sua opção pelo consumo interno. Já, a partir 2002, com a crise chinesa e Argentina e embargos dos países importadores, o Brasil é descoberto e consegue exportar 12.650 toneladas.

Em 2004, atinge a exportação de 21.028 toneladas de mel, auferindo um

ingresso de divisas da ordem de US$ 42,37 milhões, fato que deixou de repetir-se a partir de 2005, com o retorno de China e da Argentina ao mercado exportador.

O país ainda não tem uma inserção articulada e autônoma no mercado

internacional de mel e produtos apícolas, dirigindo a maioria de suas vendas para a União Européia (até 2005: antes do embargo ao mel brasileiro) e Estados Unidos (após 2006), conforme pode ser visto nas tabelas 11, 12 e 13.

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TABELA 11 – BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR PAÍSES DE DESTINO, 2004, 2005 E 2006 Ano 2004 2005 2006 País US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg Alemanha 22.585.023 10.745.806 8.105.768 6.233.783 4.077.008 2.585.636 EUA 6.576.002 3.774.597 4.352.533 3.316.919 17.329.117 10.784.981Espanha 2.575.531 1.206.042 550.362 413.673 81.850 41.760 Bélgica 968.601 463.870 294.387 182.114 273.976 164.867 Reino Unido

7.660.190 3.772.795 4.958.811 3.780.175 1.251.120 831.083

Japão 45.381 14.586 76.966 18.205 8.098 1.527 Canadá 175.691 94.399 37.263 19.950 215.289 133.555 Itália 280.391 118.925 51.960 34.600 18.208 12.002 França 102.074 41.761 935 161 85.261 41.700 China 69.935 1.000 0 0 2.360 80 Total 42.374.383 21.028.468 18.940.333 14.442.090 23.358.927 14.599.908FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00 TABELA 12 – BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR BLOCOS ECONÔMICOS DE DESTINO, ANO DE 2001, 2002 E 2003 Ano 2001 2002 2003 Bloco Econômico

US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg

Mercosul 16.049 5.233 3.161 651 57 27 EU 2.395.814 2.147.850 10.622.182 6.440.267 28.778.732 12.258.743Nafta 383.322 332.441 12.417.860 6.139.387 16.307.122 6.837.506 Ásia * 8.699 1.588 42.649 18.782 141.322 50.775 África * 3.362 1.181 1.934 665 8.488 2.046 Oriente Médio

0 0 0 0 1.096 758

FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00 - * - Excluído Oriente Médio

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TABELA 13 – BRASIL, APICULTURA: EXPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR BLOCOS ECONÔMICOS DE DESTINO, ANO DE 2004, 2005 E 2006 Ano 2004 2005 2006 Bloco Econômico

US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg

Mercosul 4.439 1.086 0 0 0 0 EU 35.219.847 17.029.661 14.436.845 11.062.060 5.791.796 3.678.215 Nafta 6.751.693 3.868.996 3.780.601 2.935.331 17.551.781 19.920.011Ásia * 129.596 16.023 79.616 20.518 18.505 2.517 África * 3.372 178 2.428 744 10.467 1.164 Oriente Médio

108.308 30.392 0 0 0 0

FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00 - * - Excluído Oriente Médio

Brasil: importações de mel – Além de exportar, o Brasil também importa

mel, para atender as necessidades da indústria alimentícia e de cosméticos, cujo volume atingiu 17 toneladas em 2003 e despesa cambial de US$ 50 mil (US$ 2,94/kg), principalmente dos EUA (14 toneladas) e Argentina (3 toneladas).

O Paraná também importa mel: um volume de 17,3 toneladas (US$2,10/kg)

em 2002 e de 15 toneladas (US$ 2,58/kg), em 2001. Em 2004 (Tabelas 16), a importação brasileira de mel “in natura” foi de 38 toneladas, a um custo de US$ 98 mil (US$ 2,58/kg). No ano de 2005, o país importou 18,3 toneladas de mel, 66,4% a mais que em 2005, sendo todo o produto destinado ao Rio de Janeiro.

No ano de 2006 (Tabela 16), o país importou 17,59 toneladas de mel,

3,93% a menos que em 2005, cujo volume atingiu 18,31 toneladas. O valor pago em 2006 foi U$ 42.834 (US$ 2,44/kg), contra US$ 23.527(US$ 1,28/kg) gastos em 2005. Os únicos estados que realizaram as importações foram: Rio de Janeiro e São Paulo. TABELA 14 – BRASIL E PARANÁ, APICULTURA: IMPORTAÇÕES TOTAIS DE MEL, 2000 A 2006

Ano Brasil Paraná US$

FOB kg US$/kg US$

FOB kg US$/kg

2000 559.555 287.243 1,95 88.920 34.020 2,61 2001 413.327 254.006 1,63 39.912 15.480 2,58 2002 80.808 49.698 1,63 36.366 17.280 2,10 2003 49.643 17.242 2,88 30.803 9.150 3,37 2004 98.425 38.429 2,56 19.560 5.820 3,36 2005 23.527 18.312 1,28 0 0 0 2006 42.834 17.587 2,44 0 0 0

FONTE: MDIC/SECEX – Sistema Aliceweb NOTA: NCM: 04.09.00.00

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TABELA 15 – BRASIL, APICULTURA: IMPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR ESTADOS DE DESTINO, 2001, 2002 E 2003 Ano 2001 2002 2003 Estado US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg SP 25.655 51.143 2.975 1.440 16.992 5.122 PR 15.480 39.912 36.366 17.280 30.803 9.150 RS 153.531 153.840 27.647 23.340 0 0 RJ 37.714 98.088 13.020 5.892 0 0 ES 31.414 13.394 800 1.656 1.848 2.970 Brasil 254.006 413.327 80.808 49.698 49.643 17.242 FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

TABELA 16 – BRASIL, APICULTURA: IMPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR ESTADOS DE DESTINO, 2004, 2005 E 2006 Ano 2004 2005 2006 Estado US$ FOB Kg US$ FOB kg US$ FOB kg SP 67.385 20.732 0 0 25.434 10.098 PR 19.560 5.820 0 0 0 0 RS 0 0 0 0 0 0 RJ 10.680 11.015 23.527 18.312 17.400 7.498 ES 800 862 0 0 0 0 Brasil 98.425 38.429 23.527 18.312 42.834 17.587 FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

TABELA 17 – BRASIL, APICULTURA: IMPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR PAÍS ORIGEM, 2001, 2002 E 2003 Ano 2001 2002 2003 País US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB Kg França 138 11 0 0 0 0 Uruguai 173.073 161.763 0 0 0 0 Argentina 239.402 90.742 80.008 48.042 49.643 14.272 EUA 714 1.490 800 1.656 0 0 Total 413.327 254.006 80.808 49.698 49.643 17.242 FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

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TABELA 18 - BRASIL, APICULTURA: IMPORTAÇÕES DE MEL NATURAL, POR PAÍS ORIGEM, 2004, 2005 E 2006 Ano 2004 2005 2006 País US$ FOB kg US$ FOB kg US$ FOB kg França 0 0 0 0 0 0 Uruguai 0 0 0 0 0 0 Argentina 86.945 26.795 23.527 18.312 0 0 EUA 11.480 11.877 0 0 42.834 17.587 Total 98.425 38.429 23.527 18.312 42.834 17.587 FONTE: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) NOTA: NCM: 04.09.00.00

PANORAMA ESTADUAL

O Paraná possui uma área de 199.218 quilômetros quadrados, que correspondem a 2,3% do território brasileiro (8,5 milhões de quilômetros quadrados), limita-se ao Norte com o estado de São Paulo, a Leste com o Oceano Atlântico, ao Sul com Santa Catarina e ao Oeste com o Mato Grosso do Sul, a República do Paraguai e a Argentina. Os grandes rios proporcionam limites geográficos marcantes, que demarcam a divisão do estado em cinco regiões de paisagens naturais representadas pelo litoral, serra do mar, primeiro planalto (planalto de Curitiba), segundo planalto (planalto de Ponta Grossa) e terceiro planalto (planalto de Guarapuava).

O território paranaense recebe a influência de quatro tipos climáticos:

I - Clima mesotérmico com estação seca - Verões quentes e baixa

incidência de geadas. Relevo é praticamente plano, com suaves ondulações, colinas de topos aplainados, solos de boa fertilidade natural. Característica predominante na região Norte.

II - Clima mesotérmico, úmido e super úmido – Sem estação seca, com inverno rigoroso, geadas suaves e freqüentes. Verões chuvosos e amenos. Relevo acidentado e dolos com baixa fertilidade natural. Características predominantes na região Sul.

III – Clima mesotérmico, sem estação seca – Inverno rigoroso com média incidência de chuvas e ocorrência de geadas. Verões chuvosos e temperatura elevada. Relevo plano, pequenas ondulações, solos de alta fertilidade natural. Características predominantes na região Oeste.

IV – Clima tropical, super úmido, sem estação seca. Ocorre no litoral paranaense, é isento de geadas, normalmente em regiões de altitude inferior a 50 metro.

No tocante aos aspectos pluviométricos, em praticamente todo o estado do

Paraná, a média de precipitação anual está compreendida entre 1.200 a 2.000 milímetros, exceção de pequeno trecho do litoral com cerca de 3.000 milímetros e de toda faixa limítrofe com o estado de São Paulo, com precipitações inferiores a 1.250 milímetros.

21

Segundo o Censo Agropecuário de 1995/96, o Paraná possui 369.875 estabelecimentos rurais, ocupando uma área de 15,95 milhões de hectares, representando 80% da área territorial do estado, que abrange 19,93 milhões de hectares; 11,76 milhões de hectares são ocupadas com: lavouras: 5,1 milhões de hectares, pastagens: 5,3 milhões de hectares, matas plantadas: 713.126 hectares, terras em descanso: 390.272 hectares, e produtivas e não usadas: 258.872 hectares.

As pastagens plantadas, matas naturais e terras inaproveitáveis, ocupam

respectivamente, 1,38 milhões de hectares, 2,08 milhões de hectares e 724.954 hectares. Isto posto, acrescenta-se que o Paraná dispõe de variada e diversificada vegetação natural e cultivada, de excelente qualidade floral e melífera, propícia para o desenvolvimento da apicultura, como atividade principal ou complementar de renda da propriedade rural, além de fator de defesa e preservação do meio ambiente.

Segundo o IBGE (2005), no contexto nacional, a região sul contribui com

quase 47% da produção total de mel, ocupando o estado do Rio Grande do Sul a primeira posição com 7.428 toneladas, o Paraná na terceira posição, com 4.462 toneladas e o estado de Santa Catarina, na quarta posição, com 3.926 toneladas. O estado do Piauí, no ano citado, passou a ocupar a segunda colocação com 4.497 toneladas.

Nos últimos oito anos, a produção brasileira de mel cresceu 77,05%, a do

Paraná cresceu 84,51%, enquanto da região Sul, o crescimento foi de apenas 40,08%, fato explicado por situação adversa que acometeu o estado de Santa Catarina, especialmente a partir de 2004.

No Paraná, em todos os quatro cantos do estado desenvolve-se a

apicultura, com destaques para as mesorregiões (de 10) Sudeste, Centro Oriental, Sudoeste, Oeste e Metropolitana de Curitiba, que participam respectivamente com 21,68%, 19,78%, 13,12%, 12,74% e 11,37% da produção total.

Na tabela 19 observa-se que de 1997 a 2005, as mesorregiões que

contribuíram com a evolução da apicultura paranaense e experimentaram os maiores crescimentos percentuais foram: Centro Oriental (301,19%), Noroeste (224,46%), Centro Oriental (159,47%), Oeste (136,55%), Norte Pioneiro (135,55%) e Sudoeste (127,81%). O pior desempenho ficou com a mesorregião Centro Sul, com 18,75%, seguido pela mesorregião Metropolitana de Curitiba, que registrou crescimento de apenas 34,22%.

22

TABELA 19 – APICULTURA, PARANÁ: PRODUÇÃO DE MEL (em kg) EM CADA UMA DAS 10 MESORREGIÕES GEOGRÁFICAS, 1997 E 2005 País/Região/Estado 1997 (a) 2005 (b) Variação %

(b)/(a) Part. % 2005

Brasil 19.061.722 33.749.666 77,05 - Sul 11.290.277 15.815.522 40,08 46,85 Paraná 2.418.330 4.462.022 84,51 11,82 Mesorregiões Sudeste 710.572 967.428 36,15 21,68 Centro Oriental 340.149 882.594 159,47 19,78 Sudoeste 257.037 585.550 127,81 13,12 Oeste 240.254 568.331 136,55 12,74 Metropolitana de Curitiba 377.919 507.240 34,22 11,37 Centro-Sul 236.371 280.688 18,75 6,29 Noroeste 83.509 270.956 224,46 6,07 Norte Pioneiro 78.814 185.877 135,84 4,17 Norte Central 67.125 106.722 58,99 2,39 Centro Ocidental 26.580 106.636 301,19 2,39 FONTE: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal - http:www.sidra.gov.br/bda/ – acesso em 23/05/2007.

Quando se analisa a apicultura de cada um dos 399 municípios do Paraná, constata-se que os campeões de produção de mel (quantidade e participação %), são: Ortigueira (550 toneladas – 12,32%), São João do Triunfo (310 toneladas - 6,95%), Cruz Machado (215 toneladas – 4,82%), Palmeira (140 toneladas – 3,14%), Altônia (86 toneladas – 1,93%), Bocaiúva do Sul (85,7 toneladas – 1,92%) e Toledo (77,5 toneladas – 1,74%).

Para uma radiografia mais detalhada do perfil apícola paranaense, tendo

como base às 39 microrregiões homogêneas do IBGE, destacam-se na produção de mel (quantidade e participação %) as microrregiões de: Telêmaco Borba (606 toneladas – 13,58%), União da Vitória (411,8 toneladas – 9,23%), São Mateus do Sul (352,7 toneladas – 7,90%), Curitiba (322,8 toneladas – 7,23%) e Toledo (308,5 toneladas – 6,91%) e Francisco Beltrão (302,8 toneladas – 6,79%).

No contexto nacional, o estado do Paraná apresenta-se em terceiro lugar

no ranking da produção de mel, com 4.462 toneladas e quinto colocado, como exportador do produto. Apresenta uma apicultura inovadora, com ilhas de excelência (qualidade, tecnificação e empreendedorismo) e diversidade de produtos apícolas produzidos: mel, geléia real, pólen, própolis, apitoxina e cera (tabela 20), além dos produtos derivados (alimentos, cosméticos e medicinais).

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TABELA 20 – APICULTURA, PARANÁ: PRODUÇÃO DE PRODUTOS APÍCOLAS (kg), 1997, 2001 E 2005 Produto/Ano 1996/97 2000/01 2004/05 Mel 2.394.632 3.719.676 4.856.651 Geléia Real 25 2.690 545 Pólen 150 6.555 5.775 Apitoxina 1,5 400,5 0,33 Cera 64.242 90.506 103.021 Própolis 11.642 57.846 87.450 FONTE: SEAB/DERAL/DEB (FPM/VBP)

É inegável e notória a importância da apicultura para a economia e

sociedade paranaense, como geradora de divisas externas (exportações de mel em 2006 - US$ 1,5 milhão, cera, própolis, etc), diversificação, geração de renda, ocupação da mão de obra da propriedade agrícola familiar, geração de empregos nas cidades (unidades de beneficiamento de mel e agroindústrias) e preservação de defesa do meio ambiente (livre de poluentes, agrotóxicos e da degradação da flora).

Para atestar o fator econômico, lança-se mão de estimativas do Valor Bruto

da Produção Agropecuária, calculado pela SEAB/DERAL (Tabela 21), que para a apicultura representou em 2004/2005, R$ 23,409 milhões apenas com o mel e com os outros cinco produtos das abelhas, atinge R$ 30,05 milhões. TABELA 21– APICULTURA, PARANÁ: EVOLUÇÃO DO VALOR BRUTO DE PRODUÇÃO (VBP) DA APICULTURA (em R$), 1996/97 E 2004/05 Produto/Ano 1996/97 Part. % 2004/05 Part. % -

2004/05 Mel 8.476.997,28 84,350 23.409.058,00 77,82 Própolis 462.885,92 4,610 4.370.751,00 14,53 Cera 1.061.277,84 10,560 1.858.499,00 6,18 Geléia Real 7.500,00 0,070 207.109,00 0,69 Pólen 1.729,50 0,002 208.477,00 0,69 Apitoxina 39.750,00 0,400 26.885,00 0,09 VBP TOTAL 10.050.051,00 100,000 30.080.777,00 100,00 FONTE: SEAB/DERAL/DCA (FPM/VBP)

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AVICULTURA DE CORTE *

* criação de frangos para carne

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva PANORAMA MUNDIAL

a) Produção de carne de frango

Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América), os principais produtores mundiais de carne de frango, são: (ano de 2006, em mil toneladas)

1º - EUA (16.043), 2 º - China (10.520), 3º - Brasil (9.355), 4º - União

Européia (**) (7.625) e 5º - México (2.576)

Tabela 01 - Produção Mundial de Carne de Frango – 2006/2007

Fonte: Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) Nota: - * previsão;

** - União Européia: composta de 25 países a partir de 1999.

A produção mundial de carne de frango cresceu 11,2% desde o reaparecimento da gripe aviária na Ásia em 2003, cuja produção de carne de frango foi de 54,282 milhões de toneladas.

Para 2007, a previsão do USDA é um crescimento de 1,0 % da produção

mundial de carne de frango, atingindo volume de 60,965 milhões de toneladas.

Por estes números o Brasil continuará colocando-se em 3º lugar no ranking da produção mundial com 9,795 milhões de toneladas, antecedido pela China, com 10,520 milhões de toneladas (2º lugar) e Estados Unidos da América, com 15,964 milhões de toneladas (1º lugar).

b) - Exportação Mundial

A exportação mundial cresceu 8,34% desde 2003. Para 2007, a previsão do USDA foi de um volume exportado da ordem de 6,9882 milhões de toneladas, o que representou um crescimento de 5,4% sobre o ano anterior, cujo volume exportado foi de 6,527 milhões.

Ano Produção (em mil toneladas) 2006 60.362

2007 * 60.965 Variação % 1,0

25

Segundo números do USDA, em 2004 o Brasil assumiu o posto de maior exportador mundial de carne de frango com uma participação de 40%, atingindo volume exportado de 2,416 milhões de toneladas.

Segundo números de 2006, os principais exportadores mundiais (mil toneladas), são: Brasil (2.502), EUA (2.391), União Européia (770), China (322), Tailândia (261) e Argentina (90).

Tabela 02 - Exportação Mundial de Carne de Frango – 2006/2007

Fonte: Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) Nota: * - previsão

c) - Importação Mundial

As importações mundiais de carne de frango em 2006 giraram em torno de 5,059 milhões de toneladas, sendo que 77,0% deste volume de compras foram feitos por Rússia, Japão, União Européia, Arábia Saudita, México, China e Hong Kong.

Os principais importadores mundiais, segundo dados de 2006, são: Rússia (1.189), Japão (740), União Européia (25 países a partir de 1999) - (525), Arábia Saudita (434), México (430), China (343) e Hong Kong (234).

A importação mundial cresceu 9,38% desde 2003. O USDA aponta um crescimento de 6,2%% na importação mundial em 2007, com o volume saindo de 5,059 milhões de toneladas (2006) para atingir 5,374 milhões de toneladas.

Como se vê, as importações são lideradas pela Rússia, que absorve cerca

de 23,5 % das importações globais, realidade que deverá continuar em 2007, conforme pode ser visto a seguir (em mil toneladas): Rússia (1.190), Japão (725), União Européia (600), Arábia Saudita (470), México (460), China (430) e Hong Kong (237).

Tabela 03 - Importação Mundial de Carne de Frango, 2006/2007

Fonte: Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) Nota: * – previsão

Ano Exportação (em mil toneladas) 2006 6.527

2007 * 6.882 Variação % 5,4

Ano Importação (em mil toneladas) 2006 5.059

2007 * 5.374 Variação % 6,2

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PANORAMA NACIONAL Os Principais Estados Produtores

Desde 2000, o Paraná lidera a produção nacional de carne de frango,

seguido dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Em 2003 participou com aproximadamente 22% do abate de frangos de corte com Serviço de Inspeção Federal (SIF), vindo a seguir o Estado de Santa Catarina, com 17,47%, o Rio Grande do Sul, com 16,22% e São Paulo, com 12,58%. Já em 2006, a participação paranaense atingiu patamar de 23%, conforme mostra a tabela abaixo.

Neste ano, também explicita-se a presença do estado de São Paulo (14,42% do total nacional) no 3º lugar do ranking nacional, ocupando posição até então ocupada pelo estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 04 - Abates de frangos de corte com Serviço de Inspeção Federal (SIF), segundo os principais Estados produtores, 2006.

Estados Aves (nº de cabeças) Participação (%) Paraná 1.011.344.959 23,00 Santa Catarina 713.745.638 16,24 São Paulo 649.551.205 14,77 Rio Grande do Sul 634.098.656 14,42 Minas Gerais 256.388.474 5,83 Goiás 183.114.718 4,17 Mato Grosso do Sul 103.345.374 2,35 Mato Grosso 87.281.390 1,99 Sub-total 3.745.689.444 85,20 Outros com SIF 33.083.688 0,75 Total com SIF 3.778.773.132 85,95 Abate sem SIF 617.540.210 14,05 Total Geral 4.396.313.342 100,0

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) - ABEF - (Associação Brasileira de Exportadores de Carne de Frango)

Evolução da Produção Brasileira

Desde 1986 até 2006, a avicultura brasileira experimentou crescimento de produção da ordem de 477,4%. Por outro lado, a disponibilidade interna de carne de frango atingiu um crescimento de 375,4%, tendo a exportação nacional alcançado incremento superior a 1.000 %.

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Tabela 05 - Brasil – Evolução da Produção Brasileira de Carne de Frango, 1986 - 2006 (em 1000 toneladas)

Ano Produção Consumo Nacional Exportação 1986 1.617 1.393 224 1987 1.798 1.584 241 1990 2.356 2.057 299 2000 5.977 5.070 907 2001 6.735 5.486 1.249 2002 7.517 5.917 1.600 2003 7.843 5.921 1.922 2004 8.494 6.069 2.469 2005 9.297 6.535 2.845 2006 9.336 6.623 2.713 Variação % 1986/06 477,4 375,4 1.111,1 Variação % 2005/06 0,42 1,35 (4,64)

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) - ABEF (Associação Brasileira de Exportadores de Carne de Frango) A inserção no Comércio Exterior

De janeiro a dezembro de 2006, as exportações brasileiras de carne de frango alcançaram 2,740 milhões de toneladas, queda de 4,23% sobre igual período de 2005, cujo volume foi de aproximadamente 2,861 milhões de toneladas. No tocante à receita cambial, a retração verificada foi da ordem de 8,60 %, sendo US$ 3,203 milhões em 2006, contra US$ 3,508 milhões em 2005.

Tabela 06 - Brasil e Paraná: exportações de carne de frango, 2005/06

2005 2006 BR/PR Toneladas PR/BR

(%) US$ 1.000 -FOB

Toneladas PR/BR (%)

US$ 1.000 –FOB

Brasil 2.861.964 - 3.513.207,00 2.740.972 3.210.967,35

Paraná 790.909 27,63 953.798,58 751.248 27,41 867.368,86 Fonte: MDIC – SECEX (sistema alicweb – www.mdic.gov.br) - SindiAvipar (www.sindiabipar.com.br) Nota: Os dados acima referem-se a carne de frango “in natura” (cortes + inteiros) e “industrializada”.

A retração das exportações de carne de frango em 2006 sobre 2005 são justificadas pela redução do consumo do produto na Europa e Ásia, inicialmente por conta de focos da gripe aviária em países dos dois continentes. Outro fator que explica o menor desempenho das exportações foi a taxa de câmbio em baixa, que resultou na queda da rentabilidade das empresas exportadoras.

Do total exportado pelo Brasil em 2006, considerando-se o volume, cerca de 60% foram de frango inteiro, 35% de cortes de frangos e 4,7% do produto industrializado, com preços médios respectivamente de US$ 1.212/t, US$ 980/t e US$ 2.206/t.

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Assim, eis o comportamento destes produtos no mercado externo. Os embarques de cortes de frango totalizaram 1,637 milhão de toneladas, uma queda de 4,69% em relação a 2005, cujo volume vendido foi de 1,718 milhão de toneladas. A receita cambial somou US$ 1,985 bilhão, com uma redução de 13,85%.

Para o frango inteiro, as vendas externas foram de 948.659 toneladas, mas com queda de 9,16% sobre 2005, que resultou numa exportação de 1.044.362 toneladas. A receita cambial auferida atingiu US$ 936,923 milhões, com redução de 13,85% sobre 2005.

Por último, do produto industrializado as exportações somaram 127.245 toneladas, representando um crescimento de 51,5% sobre o ano anterior. Este volume vendido ao exterior gerou uma receita cambial de US$ 280 milhões e maior agregação de valor, já que o preço da tonelada girou em torno de US$ 2.206/t.

Considerando-se os mercados de destino, o quadro foi o seguinte: Oriente Médio (754.722 t – 27,8%); Ásia (739.633 t – 27,3%); União Européia (351.479 t – 13%); África (289.178 t – 10,7%); Rússia (185.817 t – 6,8%), América do Sul (133.076 t – 4,9%) e Outros países (259.055 t – 9,5%).

Em suma, destes mercados acima apenas dois apresentaram crescimento das vendas, a saber: América do Sul (15,86% – volume e 23,83% - receita cambial) e África (48,9% - volume e 55,8% - receita cambial). Nos demais, registraram-se quedas tanto de volume, como de receita cambial: Oriente Médio (11% e 14%), Ásia (2,3% e 12,9%) e Rússia (28% e 25,47%).

De acordo com as entidades do setor de produção de carne de frango, 2006 não foi considerado um bom ano, tendo ficado aquém dos dois anteriores, que possibilitaram razoável rentabilidade ás empresas e crescimento para o segmento avícola, em níveis 8 e 9%.

Neste contexto, assim comportaram-se os principais estados da federação brasileira no comércio exterior.

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Tabela 07 - Brasil: principais estados exportadores de carnes de frango e produtos industrializados, 2006

Estado Toneladas Participação (%) Santa Catarina 757.873.170 27,94 Paraná 751.248.237 27,69 Rio Grande do Sul 609.731.760 22,47 São Paulo 193.476.185 7,13 Minas Gerais 103.499.651 3,82 Goiás 97.595.939 3,60 Mato Grosso do Sul 94.639.014 3,49 Mato Grosso 59.977.330 2,21 Distrito Federal 41.455.865 1,53 Outros 3.461. 0,13 Total Brasil 2.712.958.727 100,0

Fonte: UBA/ABEF

No cômputo da exportação nacional de frango de corte, em 2006, o Paraná contribuiu com participação de 27,69 %, aproximando-se do estado de Santa Catarina que participou com 27,94% do volume total e que lidera as vendas de carnes de frango para o exterior.

Somente os três estados da Região Sul responderam em 2006, por 78,1% da exportação nacional de carne de frango. Números Globais da Produção de Frango de Corte

Tendo concluído este panorama nacional, eis os números da produção de frango de corte em 2006.

Tabela 08 - Brasil – Abate de Frangos, Produção de Carne e destinação (mercado interno e externo), 2006.

Itens Produção Unidade de Medida Mercado interno 2.953.783.911 cabeças Mercado externo 1.442.529.431 Cabeças Frango produzido 4.396.313.342 Cabeças Mercado interno (carne) 6.662.587 Toneladas Mercado externo (carne) 2.712.959 Toneladas Total produção de carne 9.335.546 Toneladas Consumo per capita 36,97 Kg per capita

Fonte: UBA/ABEF

Com base no ano de 2006, tido e havido como ruim para a avicultura de corte, especialmente quanto ao comércio externo, a ABEF (Associação Brasileira

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de Produtores e Exportadores de Frango) apontou expectativa de crescimento de 5% em volume e 6,8% para a receita cambial, o que confirmando-se resultará nos seguintes números: 2,85 milhões de toneladas e US$ 3,420 bilhões PANORAMA ESTADUAL

Segundo números da ABEF (Associação Brasileira dos Produtores e

Exportadores de Frangos), no ano 2000 foram abatidos no Brasil 3.244,2 milhões de frangos de corte, tendo o estado do Paraná abatido 604,7 milhões de cabeças e Santa Catarina, tradicional líder nacional, 596,4 milhões de cabeças.

O destaque deste ano de 2007, foi o expressivo crescimento da produção paranaense e conseqüente superação do vizinho estado sulista de Santa Catarina, da primeira colocação no ranking nacional do abate de frangos de corte.

No ano supra citado, os quatro maiores estados produtores foram responsáveis por 68,3 % da produção da carne de frango (milhões de cabeças): PR (604,7), SC (596,4), RS (505,9) e SP (422,8).

No tocante à exportação, os três estados da Região Sul, concentraram 97,2% do volume total exportado em 2000 - SC (411,7 mil t – 45,4%), PR (254,3 mil t – 28,0%) e RS (215,1 mil t – 23,7%).

De janeiro a dezembro de 2006, no estado do Paraná foram abatidos 1, 011 bilhões de frangos de corte, 0,23% a menos que em 2005, ano em que o abate atingiu se 1,014 bilhões de aves, conforme pode ser visto na tabela 09 que traz a evolução do abate, da produção e da exportação, desde 2000 ao ano de 2006.

Nesta década de 2000, a produção paranaense experimentou notável e expressivo crescimento, impulsionado pela conjunção de vários fatores, a saber:

Cooperativismo e organização associativa do setor industrial avícola de corte, empreendedorismo da industria avícola, celeiro de produção de grãos (principais insumos - milho e soja), avicultura familiar (mais de 9 mil famílias), forte ação do Governo do Paraná em parceria com o setor privado (políticas públicas), crescimento das exportações (ingresso de divisas externas), menor custo de produção e maior rentabilidade do setor, infraestrutura logística (estradas, portos e ferroviária), qualificação dos produtores e capacitação do corpo técnico, dentre outros.

Assim, de 2000 a 2006 os números da avicultura paranaense, seguem explicitados na tabela 09, com destaque para o crescimento do abate de frangos: (nº de cabeças (62,52%), produção de carne (99,05 %) e da exportação (195,37%).

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Tabela 09 - Paraná: Evolução do abate, da produção de carne e da exportação de carne de frango de corte, 2000 a 2006 Ano Abate (nº de

cabeças) Exportação de Carne (kg)

Produção de Carne (kg)

2000 622.266.999 * 254.342.372 ** 1.016.159.605 * 2001 676.328.175 314.218.966 1.285.023.533 2002 739.649.569 340.689.096 1.405.334.181 2003 812.428.896 503.425.684 1.543.614.902 2004 926.189.508 681.597.259 1.759.760.065 2005 1.013.633.773 790.809.232 1.925.904.169 2006 1.011.344.959 751.248.237 2.022.689.918 Var.% (2000/06) 62,52 195,37 99,05 Fonte: Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do PR) Nota: * - SEAB/DERAL e ** - ABEF

De janeiro a dezembro 2006, o Paraná auferiu uma receita cambial US$ 867.368.860, contra US$ 953.603.563 obtidas em 2005, o que representou uma redução de 9,04 %. Em volume exportado, os números foram: 791.126 toneladas de carne “in natura” e “industrializada”, em 2005 e 751.248 toneladas, em 2006, resultando numa retração de - 5,04 %.

Os principais destinos das exportações de produtos avícolas paranaenses realizadas em 2006, no volume de 791.248 toneladas de carne “in natura”, foram: Arábia Saudita (136.056 toneladas - 18,11%), Hong Kong (98.973 toneladas - 13,17%, Japão (82.249 toneladas - 10,95%), Países Baixos (43.807 toneladas - ,83%) e Rússia (8.915 toneladas - 1,19%).

Em 1994 a participação da exportação paranaense no total nacional foi de 14,10%, tendo crescido de ano a ano: 1999 (13,94%), 2005 (32,26%) e 2006 (30,90%). Finalizado este panorama estadual, eis os números da criação de frango de corte relativos a 2006.

Tabela 10 - Paraná - Abate de Frangos, Produção de Carne e destinação (mercado interno e externo), 2006.

Itens Produção Unidade de Medida Mercado interno * 635.720.840 cabeças Mercado externo * 375.624.119 Cabeças Frango produzido 1.011.344.959 Cabeças Mercado interno (carne) 1.271.442 Toneladas Mercado externo (carne) 751.248 Toneladas Total produção de carne 2.022.690 Toneladas

Fonte: SINDIAVIPAR (www.sindiavipar.com.br) Nota: * Estimativa e elaboração - SEAB/DERAL

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Distribuição estadual da criação de frangos de corte

A produção industrial de frangos de corte distribui-se por todo o Estado,

concentrando-se nas seguintes regiões: 1 - SUDOESTE (Francisco Beltrão e Pato Branco) – 27,58%; 2 - OESTE (Cascavel e Toledo) – 34,38%; 3 - CENTRO SUL (Curitiba e Ponta Grossa) - 12,27%; 4 - NORTE (Apucarana, Jacarezinho, Londrina e Maringá) – 20,00% e 5 - NOROESTE - (Umuarama e Paranavaí) – 5,01%.

Tabela 11 - Paraná: abates de frango de corte, segundo os Núcleos Regionais da SEAB e participação no total do estado, 2006.

Fonte: Sindiavipar – Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná. Nota: Abates oriundos de Estabelecimentos com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção do Paraná (SIP).

Núcleos Regionais da SEAB Nº de cabeças Participação (%) Francisco Beltrão 258.500.467 25,56 Cascavel 183.264.785 18,12 Toledo 164.442.671 16,26 Londrina 101.652.843 10,05 Curitiba 65.082.243 6,44 Ponta Grossa 58.941.434 5,83 Maringá 46.326.074 4,58 Jacarezinho 42.015.656 4,15 Paranavaí 23.353.578 2,31 Umuarama 27.336.740 2,70 Pato Branco 20.438.547 2,02 Apucarana 12.291.269 1,22 Total – SIF 802.297.677 99,24 Total – SIP 10.131.219 0,76 Total (SIF + SIP) 812.428.896 100,00

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O comportamento dos preços na avicultura paranaense Tabela 12 - Paraná – Evolução dos preços correntes ao produtor, atacado e varejo, 2001/2006 Ano Ao

produtor Atacado (R$/Kg) Varejo (R$/Kg)

(R$/Kg) F.resfriado F.congelado F.resfriado F.congelado2001 0,86 1,57 1,54 1,77 1,70 2002 1,02 1,78 1,63 1,95 1,89 2003 1,37 2,30 2,14 2,68 2,51 2004 1,44 2,21 2,26 2,55 2,51 2005 1,36 2,21 2,28 2,91 2,74 2006 1,18 1,92 2,06 2,66 2,53 - 2005 Janeiro 1,40 2,22 2,30 2,99 2,83 Fevereiro 1,33 2,16 2,17 2,81 2,45 Março 1,35 2,17 2,18 2,76 2,36 Abril 1,37 2,03 2,11 2,67 2,56 Maio 1,37 2,05 2,13 2,83 2,69 Junho 1,36 2,08 2,14 2,86 2,68 Julho 1,37 2,16 2,17 2,88 2,67 Agosto 1,38 2,22 2,26 2,80 2,76 Setembro 1,38 2,44 2,53 3,14 2,98 Outubro 1,37 2,45 2,62 3,02 3,08 Novembro 1,33 2,29 2,43 3,02 3,00 Dezembro 1,29 2,20 2,28 3,15 2,87 - 2006 Janeiro 1,27 2,09 2,19 2,85 2,74 Fevereiro 1,20 1,82 2,06 2,61 2,48 Março 1,12 1,53 1,58 2,25 2,12 Abril 1,09 1,62 1,75 2,41 2,41 Maio 1,11 1,92 2,07 2,67 2,30 Junho 1,17 1,79 1,86 2,68 2,68 Julho 1,12 1,70 1,67 2,29 2,29 Agosto 1,15 1,82 1,92 2,47 2,41 Setembro 1,19 2,07 2,20 2,70 2,53 Outubro 1,29 2,26 2,49 2,99 2,98 Novembro 1,22 2,22 2,61 2,99 3,04 Dezembro 1,16 2,19 2,29 3,06 2,84 Fonte: SEAB/DERAL

No período de janeiro a dezembro de 2006, os preços médios do frango vivo ao produtor e carne de frango (atacado e varejo), posicionaram-se inferiores aos valores médios vigentes em 2005, nos seguintes percentuais:

Ao produtor: (- 13,2%); Atacado: resfriado (- 13,1%) e congelado (- 9,6%) e Varejo: resfriado (- 8,6%) e congelado (- 7,7%).

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Tabela 13 - Paraná - Preços médios do frango de corte, nos 3 níveis do mercado, janeiro a Dezembro de 2005/2006.

Ano Produtor Atacado Varejo F. resfriado F.Congelado F.resfriado F.Congelado

2005 1,36 2,21 2,28 2,91 2,74 2006 1,18 1,92 2,06 2,66 2,53 Var.%

(2005/2006) (13,2) (13,1) (9,6) (8,6) (7,7)

Fonte: SEAB/DERAL Nota: Entre parêntesis representando decréscimo de preços. Tabela 14 – Paraná - Frango, Milho e Farelo de Soja: Cotações Médias Anuais e Relação de Troca, 2001 a 2006 Ano Vivo ( A ) Milho ( B ) Farelo de Soja ( C) B/A * C/A * 2001 0,86 9,76 447,25 11,34 520,05 2002 1,02 16,42 553,11 16,10 542,26 2003 1,37 18,04 652,75 13,17 476,46 2004 1,44 17,54 696,37 12,46 483,59 2005 1,36 18,01 459,90 12,50 338,16 2006 1,18 15,09 459,35 12,79 389,28

Fonte: SEAB/DERAL Nota: * Kg de frango vivo, necessários para aquisição de uma saca de milho (60 kg) ou uma tonelada de farelo de soja. (A) – R$/kg, na granja, PR; (B) – R$/Saca de 60 kg, Atacado, PR; (C) – R$/tonelada, Atacado, PR

Conforme pode ser visto na Tabela 14, de 2001 a 2006 considerando-se os

preços médios anuais, a relação de troca milho e kg de frango vivo foi mais desfavorável em 2002 e 2003.

No tocante ao farelo de soja, esta relação foi mais favorável à avicultura de corte em 2005 e 2006, ou seja, menos quilos de frango eram necessários para comprar uma tonelada de farejo de soja, importante insumo na composição da ração. Aspectos Gerais da Produção de Frangos de Corte

Em 2005 o VBP da produção de frangos de corte, atingiu R$ 3,08 bilhões, representando aproximadamente 11,84% do VBP da Agropecuária do PR. O Grupo Avicultura (frangos, pintinhos, galinhas, perus, aves exóticas e codornas), atingiu R$ 3,99 bilhões, representando 15,32% do VBP da agropecuária paranaense que, em 2005 foi de R$ 26,02 bilhões (11,14% abaixo do VBP de 2004 – R$ 29,28).

No Estado do Paraná, 30 empresas (20 habilitadas a exportar), que detém

inscrição no Serviço de Inspeção Federal - SIF/MAPA (25 privadas e 5 cooperativas: Coopacol (Cafelândia), Coopavel (Cascavel), Coopervale (Palotina), Lar (Medianeira) e Coopagril (Mal. Cândido Rondon), congregam aproximadamente 9 mil avicultores (produtores rurais) e abatem mensalmente 84,28 milhões de frangos de corte.

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Excetuando-se aquelas 30 empresas, outras 9 (pequenas unidades de abate de aves), possuem registro junto ao Serviço de Inspeção Estadual (SIP/SEAB).

Muito além da ocupação gerada com a criação de frangos de corte propriamente dita (50 mil postos de trabalho), outros 500 mil empregos são gerados no setor industrial (abate e processamento), serviços de logística de transporte de insumos, frangos e produtos finais.

Estima-se que no complexo agroindustrial da avicultura de corte paranaense, gera-se cerca de 550.000 empregos diretos e indiretos. (a criação de 1.500 a 2.000 aves, resulta na geração de uma ocupação direta e 10 empregos indiretos). Ou seja, é um sub-setor da economia rural que gera renda e riqueza no campo e nas cidades, realiza o ingresso de dólares com as exportações e a custos muito baixos, contribui para a ocupação de mão-e-obra.

Somando-se a isso, os incubatórios e estabelecimentos de produção de matrizes totalizam 29 empresas, das quais 21 atuam vinculadas às integrações avícolas e 8 são classificadas como independentes.

No ranking das 50 maiores empresas brasileiras que realizam abates de frangos de corte, seis das que atuam no Estado do Paraná, colocam-se entre as dez principais, a saber:

1º - Sadia (SC/PR/MG/MT/RS/DF); 2º - Perdigão (SC/RS/PR/GO/MT); 3º -

Seara (SC/PR/SP/MS); 6º - Da Granja (PR/MG); 8º - Diplomata ( PR/RS/SC) e 10º - Copacol (PR).

A expectativa do setor avícola de corte paranaense é de que em 2007 supere-se o volume exportado em 2006 (751.248 toneladas), resultando num volume de 860 mil toneladas (o que representará um crescimento próximo a 15%) e ultrapassando o recorde de 2005 (790.809 toneladas).

Caso isso aconteça o Paraná deverá consolidar-se como maior produtor

(abates) de frangos de corte e ascender à posição de maior exportador nacional de carne e produtos avícolas.

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AVICULTURA DE POSTURA *

* ovos para consumo humano

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva PANORAMA MUNDIAL

Segundo a FAO (Anualpec 2007, p. 253), a produção mundial de ovos em 2005 girou em torno de 1.076.532 milhões de unidades, espalhando-se em todos os continentes:

Ásia (514 bilhões), América do Norte (125 bilhões), União Européia (90

bilhões), Ex-URSS (55 bilhões), América do Sul (49 bilhões), Oriente Médio (28 bilhões) e Europa Oriental (25 bilhões).

Os principais países produtores de ovos (unidades), são: China (477,91

bilhões), EUA (88,83 bilhões), Índia (41,53 bilhões), Japão (41,03 bilhões), Rússia (37,95 bilhões), México (34,67 bilhões) e Brasil (26,99 bilhões).

No âmbito mundial desde 1997 a produção de ovos para consumo humano

é crescente, partindo de 832,42 bilhões de unidades em 1997, para 1.076.532 milhões de unidades em 2005, o que resultou num acréscimo de 29,32% no período em destaque.

De acordo com estes dados estatísticos da FAO e no mesmo período em

análise, o Brasil experimentou um crescimento de 7,32% na produção nacional de ovos, saindo de 25,15 bilhões de unidades em 1997, para 26,99 bilhões em 2003.

Entre os produtores mundiais, sete países representam 69,57% da

produção mundial. O Brasil aparece na condição de sétimo produtor mundial de ovos para consumo, com 26,99 bilhões de unidades anuais, que representam 2,5% da produção total do mundo.

As exportações mundiais de ovos em 2005, em torno de 19,45 bilhões de

unidades anuais, destacando-se os seguintes países: Paises Baixos (4,46 bilhões), Malásia (2,12 bilhões), Espanha (1,73 bilhões), Alemanha (1,60 bilhões), China (1,34 bilhões), Bélgica (1.26 bilhões) e EUA (1,23 bilhão).

No período de 1998 (14,28 bilhões de unidades) a 2007 (19,45 bilhões de unidades), verificou-se crescimento de 36,2% nas exportações mundiais de ovos.

A importações mundiais situaram-se em 2005, em 19,01 bilhões de unidades,

destacando-se na condição de maiores importadores os países: Alemanha (4,55 bilhões), China (1,54 bilhões), Países Baixos (1,47 bilhões) e França (1,38 bilhões).

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No período de 1998 a 2005, a importação de ovos comerciais foi crescente,

partindo de 14,74 bilhões de unidades (1998) para uma projeção de 19,02 bilhões de unidades para 2005, resultando num percentual de crescimento da ordem de 29,04 %. Nestas estatísticas da ONU/FAO, o Brasil não aparece no comércio internacional (importação e/ou exportação).

Segundo a UBA (União Brasileira de Avicultura), em 2006 o país exportou

20.117 toneladas de ovos “in natura”, industrializados e para incubação, volume que resultou no ingresso de US$ 29,94 milhões. Porém, em 2005 estes números foram mais favoráveis: 22.446 toneladas e US$ 33,52 milhões.

Segundo esta entidade, o consumo per capita de ovos no Brasil (para uma

população de 187 milhões) é de 142 ovos, porém abaixo de países como o México (375 ovos per capita), Japão (347 ovos per capita) e os Estados Unidos da América (258 ovos per capita). PANORAMA NACIONAL a) – Plantel de Poedeiras Comerciais (ovos para consumo humano) Tabela 01 - Plantel de poedeiras no Brasil (ovos brancos e vermelhos *), 1997 a 2006 (em mil cabeças) Regiões Ovos

brancos Ovos

vermelhos Total Part. %

1997 2000 2006 (1)

1997 2000 2006 (2)

(1+2) 2006

Norte 1.152 1.381 2.400 278 369 1.371 3.771 3,82 Nordeste 6.386 7.775 12.387 1.441 1.670 3.225 15.612 15,82 Sudeste 23.101 26.823 44.781 5.831 6.988 9.736 54.517 55,24 Sul 5.083 5.740 8.647 4.904 5.520 9.139 17.786 18,02 C.Oeste 2.933 3.459 5.345 966 1.223 1.667 7.012 7,10 Brasil 38.655 45.179 73.559 13.420 15.770 25.137 98.698 100,0 Fonte: Anualpec 2007(FNP Consultoria e Agroinformativos) Nota: Por ano de produção

Segundo o ANUALPEC 2007, a distribuição geográfica do plantel de aves poedeiras de ovos comerciais (ovos brancos e vermelhos), dá-se da seguinte forma (tabela 01): 55,24% (região Sudeste), 18,02% (região Sul), 15,82% (região Nordeste), 7,10 (Centro oeste) e 3,82% (região Norte).

De 1997 a 2006, o plantel nacional de poedeiras comerciais cresceu

89,53% (52.075 mil cabeças, em 1997 para 98.698 mil cabeças, em 2006). Considerando-se as regiões, no período em análise, todas as regiões

experimentaram crescimento no plantel de poedeiras comerciais: Região Sul (78,09%), Região Norte (163,71%), Região Sudeste (88,43%), Região Nordeste (99,46) e Centro Oeste (79,84 %).

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Tabela 02 - Evolução do Plantel de poedeiras comerciais no Brasil (ovos brancos e vermelhos), 1997 a 2006. (em mil cabeças) Regiões 1997 2006 Var. % Norte 1.430 3.771 163,71 Nordeste 7.827 15.612 99,46 Sudeste 28.932 54.517 88,43 Sul 9.987 17.786 78,09 Centro Oeste 3.899 7.012 79,84 Brasil 52.074 98.696 89,53 Fonte: Anualpec 2004 ( FNP Consultoria e Agroinformativos)

Segundo estes dados estatísticos de 2006, os maiores plantéis de aves de postura (ovos brancos e vermelhos) encontram-se nos seguintes estados, a saber, (tabela 03): São Paulo (37.046 mil cabeças), Minas Gerais (11.438 mil cabeças), Paraná (8.564 mil cabeças), Rio Grande do Sul (7.081 mil cabeças), Ceará (3.704 mil cabeças) e Goiás (3.386 mil cabeças). Tabela 03 - Evolução do Plantel de poedeiras comerciais no Brasil (ovos brancos e vermelhos), nos principais estados produtores, 1997 e 2006. (em mil cabeças) Estados 1997 2006 Var. % São Paulo 22.182 37.046 67,01 Minas Gerais 4.593 11.438 149,03 Paraná 5.141 8.564 66,58 Rio Grande do Sul 3.563 7.081 98,74 Pernambuco 3.013 5.853 94,26 Ceará 1.989 3.704 86,22 Goiás 2.292 3.386 47,73 Brasil 52.074 98.696 89,53 Fonte: Anualpec 2007 (FNP Consultoria e Agroinformativos)

No período de 1997 a 2006, dentre os principais produtores de ovos comerciais, aqueles que tiveram o menor crescimentos em seus plantéis de poedeiras comerciais foram: Goiás (47,73%), São Paulo (67,01%) e Paraná (66,58%). Por outro lado, os estados que apresentaram as maiores taxas de crescimento nos plantéis, foram: Minas Gerais (149,03%) Ceará (24,9%), Rio Grande do Sul (98,74%) e Pernambuco (94,26%).

Vale dizer que no país coexistem outras fontes de dados estatísticos sobre plantel de poedeiras e produção ovos comerciais, a já citada anteriormente, e a UBA (União Brasileira de Avicultura), cujos números seguem abaixo (tabela 04).

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Tabela 04 – Brasil - Plantel de Poedeiras e Produção de Ovos, 2002 a 2006

Plantel de Poedeiras em Produção

Ovos (unidades)

Ovos (caixas 30 dúzias)

Ano

Brancas Vermelhas Total Total Total 2006 73.161.908 20.044.421 93.206.329 26.536.498.065 73.712.4942005 67.889.222 18.645.520 86.534.742 24.638.508.205 68.442.2992004 64.331.164 17.858.191 82.189.355 23.874.597.460 66.318.3252003 62.687.762 16.708.724 79.396.486 22.628.007.000 62.855.5752002 62.343.145 19.248.002 81.591.147 22.737.135.000 63.158.710Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – Relatório Anual 2004/05 e 2005/06.

Segundo estes números, de 2002 para 2003 o plantel nacional de postura decresceu 2,69%, fato que atingiu a todos os estados tradicionais produtores de ovos. A elevação dos preços dos insumos, especialmente milho e farelo de soja, principais ingredientes das rações, foi o fato marcante e causador de mais esta crise na avicultura de postura nacional. b) - Produção de ovos para consumo humano, segundo o ANULPEC 2007 Tabela 05 - Evolução da produção de ovos (ovos brancos e vermelhos), por Estados principais, 1997 a 2006. (caixa de 30 dúzias) Estados 1997 2006 Var.% Part.% - 2006 São Paulo 14.906.093 24.590.364 64,97 37,55 Minas Gerais 3.090.053 7.594.148 145,76 11,60 Paraná 3.463.719 5.677.273 63,91 8,67 Rio G. do Sul 2.389.620 4.689.635 96,25 7,16 Pernambuco 2.016.201 3.874.779 92,18 5,92 Ceará 1.342.749 2.459.436 83,16 3,76 Goiás 1.545.382 2.233.960 44,56 3,41 Brasil 34.979.000 65.487.000 87,22 100,0 Fonte: Anualpec 2007 (FNP Consultoria e Agroinformativos)

70,90% da produção nacional de ovos (brancos e vermelhos), concentra-se em 5 estados, a saber: São Paulo (37,55%), Minas Gerais (11,60%), Paraná (8,67%), Rio Grande do Sul (7,16%) e Pernambuco (5,92%). Dos três estados, maiores produtores de ovos comerciais do país, a participação dos ovos brancos na produção total de cada um é de 83%, 80% e 58%, respectivamente para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

De 1997 a 2006, a produção nacional de ovos cresceu 87,22%. Neste período, todos os estados principais tiveram crescimento da produção de ovos para consumo, com destaque para: Minas Gerais (154,76%), Rio Grande do Sul (96,25%), Pernambuco (92,18%) e Ceará (83,16%). Os estados produtores que experimentaram menor aumento de produção, foram: Goiás (44,56%), Paraná (63,91%) e São Paulo (64,97%).

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Produção de ovos, segundo o IBGE a) - Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM)

Quando se trata de dados estatísticos da avicultura de postura, tem-se como fontes: ANUALPEC (FNP Consultoria), IBGE, UBA e CONAB.

O IBGE realiza três pesquisas, a saber: Censo Agropecuário (último foi

realizado em 2007, com dados em fase de processamento), Pesquisa da Pecuária Municipal (últimos dados de 2005) e a Pesquisa Trimestral de Ovos (dados disponíveis: 3º trimestre de 2007). Tabela 06 - Brasil e Regiões – Produção de ovos para Consumo Humano, 2002 e 2005. (em 1000 dúzias) Brasil e Regiões 2002 (a) 2005 (b) Var. % (b/a) Brasil 2.579.213 2.791.548 8,23 Norte 63.008 75.758 20,24 Nordeste 439.396 454.803 3,51 Sudeste 1.182.434 1.261.659 6,70 Sul 684.047 745.690 9,01 Centro Oeste 210.328 253.638 20,59 Fonte: IBGE (www.sidra.ibge.gov.br) - Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM)

Assim, por esta pesquisa do IBGE o Brasil produz 2,79 bilhões de dúzias de ovos ou 33,50 bilhões de ovos.

A performance das regiões geográficas na produção de ovos comerciais é

seguinte (ano base: 2005): Sudeste (45,20%), Sul (26,71%), Nordeste (16,29%), Centro Oeste (9,09%) e Norte (2,71%).

De 2002 para 2005, as citadas regiões geográficas brasileiras,

experimentaram crescimento da produção de ovos, conforme segue: Centro Oeste (20,59%), Norte (20,24%), Sul (9,01%), Sudeste (6,70%) e Nordeste (3,51%).

Depois de vislumbrar as regiões geográficas, tem-se que os cincos estados da federação, principais produtores de ovos, são: São Paulo (27,81%), Minas Gerais (12,48%), Paraná (10,37%), Rio Grande do Sul (9,25%0 e Santa Catarina (7,06%).

Dentre oito estados com destaque na produção de ovos, Santa Catarina foi

o que apresentou o maior crescimento na produção de ovos comerciais, no período de 2002 a 2005, um percentual de 29,47%. Por outro lado, os estados de Pernambuco (que experimentou decréscimo na produção de ovos, da ordem de 2,61%) e o estado do Paraná (que obteve crescimento de tão somente 0,13%), foram aqueles que amargaram a pior performance produtiva, segundo explicita-se na tabela 07.

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Tabela 07 - Brasil e Principais Estados: Produção de Ovos Comerciais, 2002 a 2006 Brasil/Estados 2002 (a) 2005 (b) Var. % (b/a) Part. % - 2006 Brasil 2.579.213 2.791.548 8,23 - SP 769.711 776.420 8,72 27,81 MG 319.133 348.332 9,15 12,48 PR 289.216 289.580 0,13 10,37 RS 242.497 258.217 6,48 9,25 SC 152.325 197.217 29,47 7,06 PE 127.758 124.420 (2,61) 4,46 GO 108.209 121.349 12,14 4,35 CE 90.598 95.985 5,95 3,44 Fonte: IBGE (www.sidra.ibge.gov.br) - Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) b) - Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos

Tendo por base os dados de 2005 do IBGE (Pesquisa Trimestral de Ovos) a produção de ovos de galinhas encontra-se distribuída por todo o território nacional, sendo os principais estados produtores: São Paulo (34,5%), Minas Gerais (13,3%), Paraná (9,1%) e Rio Grande do Sul (7,7%). Brasil e Estados Principais – Produção de Ovos de Galinha, de janeiro a dezembro de 2004/2005. (em 1.000 dúzias)

BR e Estados 2004 (1) 2005 (2) Var.% (2/1) Part. % Brasil 1.922.347 2.108.069 4,98 100,48 SP 678.111 695.801 2,61 34,48 MG 264.021 267.809 1,43 13,27 PR 174.559 183.447 5,09 9,09 RS 145.060 155.236 7,02 7,69 Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos (www.sidra.ibge.gov.br/bda) Nota: Pesquisa realizada em estabelecimentos com 10.000 ou mais galinhas poedeiras.

Em 2006 a produção cresceu 4,44%. Segundo IBGE (2006) no ano de

2006 a produção nacional de ovos de galinha atingiu 2,108 (bilhões de dúzias), o que significou um crescimento de 4,44% em relação ao mesmo período de 2005 (2,018 bilhões de dúzias), considerando-se apenas os estabelecimentos com 10.000 ou mais galinhas de postura (poedeiras).

No período em análise, os principais estados produtores tiveram crescimento da produção de ovos, nos seguintes percentuais (Tabela 08):

SP (1,66%), MG (2,05%) e PR (8,46%), RS (0,42%) e SC (1,82%) .

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Tabela 08 - Brasil e Estados Principais – Produção de Ovos de Galinha, 2005/2006 (em 1.000 dúzias)

Brasil e Estados 2005 (A) 2006 (B) Var. % (B/A) Brasil 2.018.354 2.108.066 4,44 Minas Gerais 267.809 273.298 2,05 São Paulo 695.801 707.372 1,66 Paraná 183.447 198.960 8,46 R.G do Sul 155.236 155.893 0,42 Santa Catarina 119.261 121.429 1,82

Fonte: IBGE – Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos (www.sidra.ibge.gov.br/bda) Nota: Pesquisa realizada em estabelecimentos com 10.000 ou mais galinhas

c - Produção de Ovos Comerciais, segundo a UBA

Segundo a UBA (União Brasileira de Avicultura), em 2005 o país produziu 24,64 bilhões de ovos (68.440.295 caixas de 30 dúzias), 3,22% a mais que em 2004, que acumulou uma produção de 23,87 bilhões (66.318.325 caixas de 30 dúzias).

Para a entidade, o plantel médio de 2005, foi de 86.534.742 (67.889.222 –

ovos brancos e 18.645.520 ovos vermelhos) aves de postura comercial, 5,26% maior que o de 2004 (82.214.355 aves: 64.356.164 – ovos brancos e 17.858.191 – ovos vermelhos).

Por esta pesquisa, no ranking da produção nacional de ovos, o Paraná

ocupa a terceira posição, antecedido por são Paulo e Minas Gerais, respectivamente na primeira e segunda colocação e sucedido pelo estado do Rio Grande do Sul. Tabela 09 - Brasil e Estados Principais – Plantel de Poedeiras e Produção de Ovos Comerciais – 2004/2005 Estados 2004 2005 Plantel de

poedeiras Caixas 30 dúzias/ano

Plantel de poedeiras

Caixas 30 dúzias/ano

Brasil 82.214.355 66.318.325 86.534.744 68.440.295 São Paulo 29.576.095 24.069.354 31.507.624 24.939.968 Minas Gerais 11.557.971 9.228.784 11.907.058 9.417.833 Paraná 5.187.004 4.425.863 5.584.710 4.419.278 Rio G. do Sul 5.169.448 4.232.169 5.379.039 4.261.005 Pernambuco 5.207.806 4.162.089 5.556.434 4.392.235 Goiás 4.371.270 3.509.591 4.415.950 3.489.936 Fonte: UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2005/2006)

Plantel e Produção de ovos de 2006, foi maior que a de 2005. De 2005 para 2006, a produção de ovos comerciais teve crescimento de 7,70%, atingindo um patamar de 73.7121.494 caixas de 30 dúzias, contra as 68.442.299 caixas de 30 dúzias de 2005, conforme visto na tabela 10.

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Em termos de plantel anual médio de poedeiras comerciais, os números de 2006 foram de 93.206.329, 7,71% acima do plantel médio do ano de 2005 (86.534.742), segundo a tabela 11.

Tabela 10 - Brasil - Produção de Ovos comerciais (ovos brancos e vermelhos), 2005/2006 Item 2005 2006 Var. % Unidades 24.638.508.205 26.536.498.065 7,70 Caixas de 30 Dúzias

68.442.299 73.712.494 7,70

Fonte: UBA – União Brasileira de Avicultura – www.uba.org.br

Tabela 11 - Brasil - Plantel de postura comercial (ovos brancos e vermelhos), 2005/2006 Média do Ano 2005 2006 Var. % Ovos Brancos 67.889.222 73.162.908 7,77 Ovos Vermelhos 18.645.520 20.044.421 7,50 Média do Ano 86.534.742 93.206.329 7,71

Fonte: UBA – União Brasileira de Avicultura – www.uba.org.br Tabela 12 - Brasil e Estados Principais – Plantel de Poedeiras e Produção de Ovos Comerciais – 2005/2006 Estados 2005 2006 Plantel de

poedeiras Caixas 30 dúzias/ano

Plantel de poedeiras

Caixas 30 dúzias/ano

Brasil 86.534.744 68.440.295 93.206.329 73.712.494 São Paulo 31.507.624 24.939.968 34.665.335 27.440.192 Minas Gerais 11.907.058 9.417.833 11.894.112 9.395.296 Paraná 5.584.710 4.419.278 7.527.056 5.954.845 Rio G. do Sul 5.379.039 4.261.005 5.548.426 4.395.092 Pernambuco 5.556.434 4.392.235 5.328.128 4.223.592 Goiás 4.415.950 3.489.936 4.154.762 3.271.770 Fonte: UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2005/2006)

Por estes dados da UBA relativos ao ano de 2006 (tabela 12), os principais estados produtores de ovos para consumo continuam: São Paulo (37,23%), Minas Gerais (12,75%), Paraná (7,59%), Rio Grande do Sul (5,96%), Pernambuco (5,73%) e Goiás (4,44%).

Na Tabela 13 estão inseridos os números dos alojamentos de pintinhos

comerciais (aves de postura) para ovos brancos e vermelhos realizados no decorrer de 2006.

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Tabela 13 - Brasil e Principais Estados - Alojamento de pintos comerciais de postura - ovos brancos e vermelhos – 2006

BR e Estados Ovos Brancos Ovos Vermelhos Total Part. % São Paulo 20.061.601 3.996.206 24.057.807 37,61 Minas Gerais 5.904.333 1.469.213 7.373.546 11,53 Paraná 3.217.330 2.336.256 5.553.586 8,68 Rio G. do Sul 2.254.254 2.344.037 4.598.291 7,19 Pernambuco 3.158.805 611.798 3.770.603 5,89 Ceará 1.836.837 566.484 2.403.321 3,76 Goiás 1.930.378 236.714 2.167.092 3,39 Brasil 47.720.365 16.250.319 63.970.684 100,00

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – www.uba.org.br - março 2007

Concluindo, eis os números finais da avicultura de postura brasileira (alojamentos e produção de ovos). Tabela 14 – Brasil: Alojamentos de matrizes e aves comerciais de ovos brancos e vermelhos e produção de ovos brancos e vermelhos, 2006 Itens Números Unidade Alojamentos - Matrizes . ovos brancos 503.641 Aves . ovos vermelhos 201.544 Aves - Comerciais . ovos brancos 47.720.365 Aves . ovos vermelhos 16.250.319 Aves Poedeiras em produção . brancas 73.161.908 Aves . vermelhas 20.044.421 Aves .Total (brancas + vermelhas)

93.206.329 Aves

Produção e Consumo de Ovos - Produção de Ovos . Brancos 20.829.315.680 Unidades . Vermelhos 5.707.182.385 Unidades .Total (brancos + vermelhos)

26.536.498.065 Unidades

. Caixas com 30 dúzias 73.712.494 Unidades Consumo per capita de ovos

142 Unidades

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – Relatório Anual 2005/2006 d) – Números da Avicultura, segundo a CONAB

Do exposto, ainda vale acrescentar que a CONAB também disponibiliza dados e informações sobre avicultura de postura, conforme segue explicitado na tabela 15.

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Segundo a CONAB, em 2007 o Brasil deverá produzir 24,89 bilhões de ovos de galinha, o que representará um crescimento de 5,56 % sobre o volume produzido em 2006 (23,58 bilhões de unidades). Tabela 15 – Brasil – Números da Avicultura de Postura (plantel de poedeiras, produção de ovos, importação, exportação, disponibilidade interna e disponibilidade per capita), 2001, 2003, 2005 e 2006. Ano 2001 2004 2007 * Plantel de poedeiras (1.000 cabeças)

63.606 83.931 109.156

Produção de ovos de galinha (milhões de unidades)

15.275,9 20.818,4 24.892,4

Importação (milhões de unidades) 5,6 4,2 5,3 Exportação (milhões de unidades) 141,6 213,8 382,0 Disponibilidade Interna (milhões de unidades)

15.139,9 20.608,8 24.515,7

População (milhões de habitantes)

172,39 181,58 190,96

Disponibilidade Per Capita(unidades/hab./ano)

88 113 128

Fonte: CONAB (Companhia nacional de Abastecimento) – Revista Indicadores da Agropecuária – Março 2007 Notas: 1) – Plantel de poedeiras e produção de ovos (Fonte: APA – Associação Paulista de Avicultura); 2 – Exportação e Importação (Fonte: SECEX); 3 – População (Fonte: IBGE); * Estimativa da CONAB PANORAMA ESTADUAL

Tendo em vista os dados e informações utilizadas para o cálculo do VBP

da Agropecuária, no Paraná as regiões que se destacam na produção de ovos de galinha para consumo, são: Toledo (15,3%), Jacarezinho (13,1%), Maringá (12,9%), Paranavaí (10,7%), Apucarana (10,2%), Francisco Beltrão (8,7%), Cascavel (7,8%) e Curitiba (5,7%).

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Tabela 16 - Paraná – Avicultura de Postura: Produção de ovos para consumo por Núcleo Regional da SEAB, 2001/02 e 2002/2003

NR da SEAB Produção de ovos (Dúzias)

Var.% (2/1) Part. %

2001/02 (1) 2002/03 (2) (2/1) (2) Apucarana 20.784.200 20.057.300 (3,5) 10,2 C. Mourão 1.812.070 1.692.600 - - Cascavel 16.537.928 15.480.375 (6,4) 7,8 C. Procópio 2.132.070 3.054.030 5,0 1,5 Curitiba 10.701.500 11.308.000 5,7 5,7 F.Beltrão 15.120.168 17.096.854 13,1 8,7 Guarapuava 1.685.900 1.614.200 - - Irati 1.445.500 1.055.00 - - Ivaiporã 1.070.300 1.514.300 - - Jacarezinho 31.895.500 25.923.870 18,7 13,1 L. do Sul 899.540 916.040 - - Londrina 6.568.950 9.317.700 41,8 4,7 Maringá 25.192.166 25.492.022 1,2 12,9 Paranaguá 199.000 204.200 - - Paranavaí 20.372.553 21.209.363 4,1 10,7 Pato Branco 5.746.245 6.843.100 19,1 3,5 P. Grossa 325.000 293.707 - - Toledo 47.955.909 30.156.387 (37,1) 15,3 Umuarama 3.208.268 3.154.293 - 1,6 U. da Vitória 1.076.000 1.117.000 - - Total do Estado

214.728.767 197.500.341 - 100,0

Fonte: SEAB/DERAL-DCA (VBP/FPM)

Considerando-se os números da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM/IBGE), a produção de ovos comerciais no Paraná, está assim distribuída, segundo as 10 Mesorregiões Geográficas:

Oeste (29,59%), Norte Central (25,17%), Sudoeste (17,92%), Noroeste (8,56%), Metropolitana de Curitiba (7,26%), Centro Oriental (3,32%), Norte Pioneiro (2,96%), Sudeste (2,11%), Centro Ocidental (1,62%) e Centro Sul (1,49%).

E levando-se em conta os municípios, os que se destacam são: Cascavel

(8,38%), Toledo (6,75%), Arapongas (6,72%), Cruzeiro do Sul (5,07%), Londrina (4,15%), Dois Vizinhos (3,89%), Mandaguari (3,59%), Pato Branco (3,22%), Nova Esperança (2,70%), Capitão Leônidas Marques (2,36%), Carambeí ( 2,07%) e Araucária (2,07%).

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Tabela 17 – Paraná - Produção de Ovos Comerciais, segundo as Mesorregiões Geográfica do IBGE/PPM, 2005 Mesorregião Geográfica 2005 (1.000 dúzias) Part. % (2005) Brasil 2.773.429 - Paraná 289.580 100,00 Oeste Paranaense 85.681 29,59 Norte Central Paranaense 72.888 25,17 Sudoeste Paranaense 51.913 17,92 Noroeste Paranaense 24.793 8,56 Metropolitana de Curitiba 21.029 7,26 Centro Oriental Paranaense 9.621 3,32 Norte Pioneiro Paranaense 8.558 2,96 Sudeste Paranaense 6.097 2,11 Centro Ocidental Paranaense 4.687 1,62 Centro-Sul Paranaense 4.312 1,49 Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal – PPM (2005)

Comportamento dos preços do setor avícola de postura

Ano ruim em 2006 e boas perspectivas para 2007. Em 2006, os preços nos três níveis do mercado de ovos apresentaram-se inferiores aos praticados em 2005, 2004 e 2003, conforme visualiza-se na tabelas 18 e 20.

Para 2007 persiste a expectativa dos avicultores de postura de que os

preços reajam e se recuperem aos níveis necessários para recomposição da lucratividade, dando condições de sustentação da atividade produtiva.

Segundo a APAVI – Associação Paranaense de Avicultura, vários fatores

propiciam melhor horizonte para o ano de 2007, a saber: Os alojamentos menores em torno de 12% em relação a 2006; descarte

maior de aves poedeiras, devido menor utilização da muda forçada e a conseqüente menor população de aves em produção; o crescimento da renda da população e o aumento do consumo de ovos.

É consenso geral de que 2006 foi um ano ruim para o segmento avícola de postura. De acordo com números da SEAB/DERAL, no período de janeiro a dezembro de 2006, os preços médios do ovo tipo grande, ficaram inferiores aos vigentes no ano de 2005, nos seguintes percentuais (tabela 19):

Ao produtor (21,2%), atacado (18,7%) e varejo (11,9%).

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Tabela 18 - Paraná – Evolução dos preços correntes do ovo tipo grande, ao produtor, atacado e varejo, 2001/2006

Anos Ao produtor (R$/ cx 30 dz)

Atacado (R$/ cx 30 dz) Varejo (R$/dz)

2001 19,24 23,48 1,38 2002 22,61 27,08 1,44 2003 35,76 41,40 2,27 2004 33,29 37,08 2,03 2005 30,78 35,98 1,94 2006 24,26 29,26 1,71

Fonte: SEAB/DERAL

Segundo a APAVI (Associação Paranaense de Avicultores), no ano de 2007 os produtores devem organizar suas finanças, já que praticamente todo setor trabalha sem capital de giro. Tabela 19 - Paraná - Preços médios do ovo tipo grande (R$ /cx 30 dúzias), nos 3 níveis do mercado, janeiro a dezembro de 2005/2006

Ano Ao Produtor (R$/ cx 30 dz)

Atacado (R$/ cx 30 dz)

Varejo (R$/Dz)

2005 30,78 35,98 1,94 2006 24,26 29,26 1,71 Var. % (21,18) (18,68) (11,86)

Fonte: SEAB/DERAL

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Tabela 20 - Paraná – Preços médios do ovo tipo grande (R$ /cx 30 dúzias), nos 3 níveis do mercado, janeiro a dezembro de 2005/2006.

Ano/Mês Ao Produtor (R$/30 dz)

Atacado (R$/30 dz)

Varejo (R$/dz)

- 2005 Janeiro 27,48 31,40 1,80 Fevereiro 32,19 37,68 1,96 Março 36,76 43,07 2,28 Abril 33,81 39,19 2,11 Maio 32,91 38,89 2,09 Junho 33,28 39,88 2,12 Julho 32,62 37,75 2,00 Agosto 30,80 34,91 2,01 Setembro 27,52 31,75 1,73 Outubro 28,53 33,51 1,76 Novembro 28,08 32,58 1,70 Dezembro 25,35 31,15 1,75 - 2006 Janeiro 25,69 27,15 1,68 Fevereiro 26,46 28,09 1,75 Março 24,54 28,50 1,70 Abril 22,97 29,17 1,76 Maio 23,37 28,98 1,66 Junho 23,85 29,80 1,76 Julho 22,63 28,67 1,68 Agosto 22,14 27,73 1,69 Setembro 21,95 28,04 1,62 Outubro 23,82 30,22 1,79 Novembro 24,37 29,92 1,65 Dezembro 29,27 34,86 1,83 Fonte: SEAB/DERAL

E no aspecto geral, dois fatores são motivos de preocupação para o ano

de 2007: o setor energético (o fator milho), que tornando-se escasso poderá afetar o custo de produção, o comportamento da safrinha do milho e a questão sanitária, a qual deve continuar a ser prioridade, tanto para os produtores, como para as autoridades governamentais.

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Tabela 21 – Paraná - Ovo, Milho e Farelo de Soja: Cotações Médias Anuais e Relação de Troca, 2001 a 206.

Ano Ovo ( A ) Milho ( B ) Farelo de Soja ( C) B/A * C/A * 2001 19,24 (0,64) 9,76 447,25 15,25 698,83 2002 22,61 (0,75) 16,42 553,11 21,89 737,48 2003 35,76 (1,19) 18,04 652,75 15,16 548,53 2004 33,29 (1,11) 17,54 696,37 16,16 627,36 2005 30,78 (1,03) 18,01 459,90 16,51 446,50 2006 24,26 (0,81) 15,09 459,35 18,63 567,10 Fonte: SEAB/DERAL Nota: * Dúzias de ovos necessários para aquisição de uma saca de milho (60 kg) ou uma tonelada de farelo de soja. (A) – Branco, grande, na granja, PR (R$/caixa de 30 dúzias e R$/dúzia); (B) – R$/Saca de 60 kg, Atacado, PR; (C) – R$/tonelada, Atacado, PR

Na Tabela 21, expõe-se as cotações médias de milho e farelo de soja,

principais insumos utilizados na atividade criatória e a relação de troca (poder de compra) frente aos mesmos.

Quanto ao milho, a relação de troca mais favorável foi em 2001 e 2003 e a

pior, em 2002 e 2006. Quanto ao farelo de soja, os piores momentos foram em 2002 e 2004, ou seja, nestes anos precisou-se de mais dúzias de ovos para a aquisição de uma tonelada deste valioso insumo para a ração animal (fonte protéica).

Neste ano de 2007, os preços do ovo recuperaram-se nos três níveis do

mercado (ao produtor, no atacado e varejo), apresentando-se maiores que os vigentes no ano passado, possibilitando a recuperação das margens de lucro e da rentabilidade da atividade avícola de postura.

O preço médio nos três níveis do mercado, no período de janeiro a

setembro do ano corrente, apresentaram-se maiores que os vigentes em igual período de 2006, nos seguintes percentuais (tabela 22):

Ao produtor (29,55 %), atacado (33,36 %) e varejo (30,59 %)

Assim, neste ano corrente é bom o desempenho dos preços dos ovos nos

três níveis do mercado. A oferta está compatível com a demanda e o melhor poder aquisitivo do consumidor, sustentam os preços dos ovos em patamares maiores daqueles vigentes em 2006.

O ovo ao produtor alcançou, entre janeiro e setembro de 2007, um preço médio de R$34,28/caixa de 30 dúzias, valor 29,55 % superior ao do mesmo período do ano passado.

Atualmente, a preocupação maior dos avicultores é com o preço do milho,

principal insumo da avicultura de postura, junto com o farelo de soja, cujos preços estão acima dos registrados em 2007.

51

Tabela 22 - Paraná - Preços médios do ovo tipo grande (R$ /cx 30 dúzias), nos 3 níveis do mercado, no período de janeiro a setembro de 2006/2007.

Ano Ao Produtor (R$/ cx 30 dz)

Atacado (R$/ cx 30 dz)

Varejo (R$/Dz)

2006 26,46 28,46 1,70 2007 34,28 39,29 2,22

Var. % 29,55 33,36 30,59 Fonte: SEAB/DERAL

Aspectos gerais e importância da avicultura de postura

No contexto da economia agropecuária, em 2005, a avicultura de postura teve Valor Bruto de Produção de R$ 214.418.047,00, maior que a do ano anterior que atingiu a cifra de R$ 211.309.599,00.

No Sub-Grupo Avicultura, que contempla a produção de frangos, pintinhos,

galinhas (ovos), perus, aves exóticas e codornas, o VBP de 2005, foram de R$ 3,99 bilhões, sendo que a avicultura de postura com R$ 214,42 milhões, contribuiu com 5,38% e, sobre o Grupo Pecuária, cujo valor total foi de R$ 10,60 bilhões, a participação da avicultura de postura foi de 1,95%.

Sobre o VBP da agropecuária paranaense, R$ 26,02 bilhões, em 2005, a

participação do segmento avícola de postura foi aproximadamente de 0,82%. O ovo é o resultado da atividade de criação avícola. O ovo é um alimento

de alto valor nutritivo, destacando-se a qualidade biológica de sua proteína. Na composição do ovo estão contidos os principais nutrientes necessários ao bom desenvolvimento corporal: as proteínas, os minerais e as vitaminas. (EMBRAPA Suínos e Aves, 2006).

A avicultura de postura têm significativa importância para a economia paranaense, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos em toda cadeia produtiva (granjas, fábricas de rações, matrizeiros, atacadistas, varejistas, indústrias de processamento de alimentos, etc); - gera renda e riqueza para muitos municípios paranaenses; - fortalece e possibilita a diversificação da economia agropecuária e paranaense; - fornece um alimento de alto valor nutritivo a preços acessíveis aos consumidores, quando comparado com outras fontes de proteína de origem animal (carnes e produtos cárneos, leite e produtos derivados); - geração de empregos diretos e indiretos (120 mil, segundo a APAVI) em toda a cadeia produtiva (granjas, fábricas de rações, matrizeiros, atacadistas, varejistas, indústrias de processamentos de alimentos, etc);

52

- destaque nacional, já que a avicultura de postura do Estado do Paraná, historicamente ocupa o 3º produtor nacional de ovos comerciais e plantel de aves de postura; - fator de agregação de valor para a produção de milho e soja do estado do PR; - fator de diversificação do parque agroindustrial paranaense e da economia agropecuária; - melhoria da competitividade do Paraná, frente aos demais estados da federação, especialmente São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará; - geração de renda e riqueza para o PARANÁ : - plantel avícola de 7,53 milhões de aves em produção; - VBP de R$ 214,42 milhões; - R$ 193,00 gastos com insumos (R$ 20,4 milhões – embalagens, - R$ 12,1 milhões - vacinas, - R$ 132 milhões - ração, - R$ 38,5 milhões - outros); - 8.500 empregos diretos; 330 milhões de ração consumida, etc;

- geração de renda e riqueza para o BRASIL: com a exportação de produtos avícolas: ovos in natura, industrializados e para incubação - R$ 29,94 milhões, em 2006 e R$ 33,52 milhões, em 2005); - R$ 2,2 bilhões gastos com insumos; - consumo de R$ 5,3 bilhões de toneladas de ração; - VBP de R$ 2,9 bilhões (BR); - plantel avícola de postura de 93,21 milhões de aves em produção, etc. - VBP 2002/03: participação de 2,2% (R$ 225,15 milhões), sobre o VBP da Pecuária (R$ 9,0 bilhões) e de 1% sobre o VBP da agropecuária paranaense; - VBP 2004/2005: participação da avicultura de 5,38% (R$ 214,42 milhões), sobre o VBP da Pecuária (R$ 10,60 bilhões) e de 0,82% sobre o VBP da Agropecuária Paranaense. O VBP da avicultura de postura do PR obteve crescimento de 135,25%, desde 1997, cujo valor foi de R$ 91,14 milhões.

53

BOVINOCULTURA DE CORTE

Médico Veterinário Fábio Peixoto Mezzadri

1.0 INTRODUÇÃO

O Brasil, atualmente possui o maior rebanho bovino comercial do mundo,

com aproximadamente 200 milhões de cabeças, criadas quase que em sua totalidade de maneira extensiva, a pasto, sem o uso de qualquer alimento suplementar, a não ser os minerais e da forma mais natural possível, integrando a atividade pecuária ao meio-ambiente, resultando, cada vez mais, em uma carne produzida de maneira sustentável, natural, buscando-se minimizar agressões à natureza.

Assim como o restante do País, o Estado do Paraná apresenta uma pecuária na maioria extensiva, possuindo uma variedade de solos e climas que propiciam a implantação de diversas pastagens de qualidade, a criação e adaptação de diferentes espécies bovinas e seus cruzamentos.

Além das favoráveis características naturais, o Paraná conta com produtores cada vez mais profissionais e capacitados, que buscam atingir grandes índices produtivos, com respeito ao meio-ambiente.

No estado desenvolvem-se programas de governo que visam o aprimoramento da atividade pecuária, em busca de maior rentabilidade do produtor rural com sustentabilidade, buscando levar ao consumidor final, produtos de qualidade e com garantia sanitária.

Este trabalho mostrará alguns dados da pecuária de corte mundial, números e aspectos relevantes da atividade no cenário nacional com foco em aspectos fundamentais da atividade no Estado do Paraná; descritos e comentados.

54

2.0 PECUÁRIA NO MUNDO

2.1 Mundo

Certamente, o Brasil ainda é um dos únicos países que possui condições para expandir na pecuária de corte visto que ainda existem muitas áreas a serem exploradas, de forma ecologicamente correta e com tecnologias de produção que visam não agredir o meio ambiente. Países tradicionais produtores de carne bovina como a Austrália e Argentina, encontram problemas para a expansão de seus rebanhos, como a seca e a falta de território.

Nosso país conta com uma grande variedade de espécies forrageiras e raças bovinas de alta produtividade e perfeitamente adaptadas ao nosso território.

Todos estes aspectos levam o Brasil a possuir uma pecuária de corte saudável, com animais alimentados, com produtos e rações de origem vegetal e criados dentro de modernos e corretos conceitos ambientais.

Segundo estimativa da FAO, o mundo no ano de 2005, produziu 264,7 milhões de toneladas de carnes, com crescimento de 2,8% em relação ao ano de 2004.

Deste total, 63,5 milhões de toneladas foram de carnes bovinas.

55

Produção Mundial de Carnes

(em milhões de toneladas) Países 2003 2004

(estimativa) 2005

(previsão) Total Mundial 253,3 257,6 264,7 Carne de Aves 76,2 77,8 80,0 Carne Suína 98,5 100,8 103,4 Carne Bovina 61,5 61,5 63,5 Carne Caprina e Ovina

12,2 12,4 12,8

Outras Carnes 5,0 5,1 5,1 Exportações 19,5 19,3 20,1 Carne de Aves 8,2 7,8 8,2 Carne Suína 4,2 4,5 4,5 Carne Bovina 6,1 6,0 6,3 Carne Caprina e Ovina

0,7 0,7 0,8

Outras Carnes 0,2 0,2 0,2 Consumo Per Capita (kg)

40,3 40,5 41,7

Carne de Aves 12,2 12,2 12,6 Carne Suína 15,7 15,9 16,3 Carne Bovina 9,8 9,7 10,0 Carne Caprina e Ovina

1,9 2,0 2,0

Outras Carnes 0,8 0,8 0,8 Fonte: FAO Food Outlook Abril 2005

56

3.0 PECUÁRIA NO BRASIL

O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo: aproximadamente 200 milhões de cabeças em 2006. Maior exportador mundial de carne bovina.

Em 2006, o Brasil abateu 44 milhões de cabeças de bovinos e produziu aproximadamente 9 milhões de toneladas de carne, sendo que deste total 28% foram exportados e 72% vendidos no mercado interno.

Em 2006, o Brasil superou a Austrália em receita de exportação com carnes bovina.

A quantidade de carne exportada aumentou 13% em 2006, passando de 1,96 milhão de toneladas em equivalente carcaça, em 2005, para 2,22 milhões de toneladas no ano de 2006. Mas, segundo a CNA, os ganhos não chegam ao produtor que enfrentou em 2006 o quarto ano consecutivo de perdas. “Falta renda para o pecuarista manter a produtividade em nível satisfatório”, afirma o presidente do Fórum da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. Nos quatro anos de pesquisa CNA/CEPEA foi possível constatar uma perda de margem de lucro na atividade de 42%, devido ao aumento de 32% nos custos de produção e queda de 9,5 no preço da arroba do boi.

Apesar do quadro de dificuldades enfrentado pelo Brasil em 2006, devido a problemas com a febre aftosa, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, o país fechou 2006 como o maior exportador de carne do mundo, superando a Austrália também em receita de exportação, devido à melhoria da qualidade da nossa carne e a venda de cortes industrializados e embalados, agregando valor ao nosso produto.

Quando surgiram focos e suspeitas de febre aftosa, em algumas regiões produtoras brasileiras, em 2005, mais de 50 países restringiram as importações da carne brasileira. Mesmo assim, contando apenas com a carne produzida nos estados não embargados, o País exportou US$ 3,92 bilhões no ano de 2006, o que representa 28% de aumento em relação a 2005, quando foram exportados US$ 3,06 bilhões. 3.1 Resumo – Abates, Produção e Exportações BRASIL - Maior rebanho comercial do mundo com aproximadamente 200 milhões de cabeças bovinas Abates (cabeças) Ano 2006 – 44 milhões de cabeças

Produção de carne Ano 2006 - 9 milhões de toneladas

Crescimento das Exportações

Aumento das exportações em 28% no ano de 2.006 - devido a uma série

de fatores positivos como: valorização da carne brasileira no mercado externo, recuperação do consumo mundial e a incapacidade de outros países produtores, como Argentina, Estados Unidos e União Européia, de atenderem a essa

3

4

57

demanda, principalmente por motivos geográficos, territoriais, ambientais e sanitários. Receita Ano 2005 = US$ 3,06 bilhões Ano 2006 = US$ 3,92 bilhões

Crescimento de 28% em 2006 Volume Ano 2005 = 1,96 milhão de toneladas Ano 2006 = 2,22 milhão de toneladas

Crescimento de 13% em 2006 (Fonte: MAPA) No ano de 2006, 28% da carne produzida no Brasil foi exportada e 72% permaneceu no mercado interno.

58

4.0 PECUÁRIA NO PARANÁ

• 7º rebanho no “ranking” brasileiro • 10 milhões de cabeças bovinas (rebanho de leite, corte e misto) • 5% do rebanho nacional

Aproximadamente 7,5 milhões de cabeças formam o rebanho de corte paranaense, alocado em 223.000 propriedades com tamanho médio de 140 cabeças e 40 mil produtores.

As regiões mais expressivas em pecuária de corte no estado são Umuarama e Paranavaí, embora existam outras regiões muito importantes na atividade como: Londrina, Maringá, Campo Mourão, Jacarezinho, Ponta Grossa, entre outras.

• UMUARAMA – 1º lugar = 1.121.635 cabeças • PARANAVAÍ – 2º lugar = 1.109.921 cabeças

DISTRIBUIÇÃO DO REBANHO NO PARANÁDISTRIBUIÇÃO DO REBANHO NO PARANÁSEGUNDO APTIDÃO E RAÇAS

20Leiteiro

10Misto

125870Corte

CruzamentoIndustrial - %

Nelore%

Total%

REBANHO

20Leiteiro

10Misto

125870Corte

CruzamentoIndustrial - %

Nelore%

Total%

REBANHO

Fonte: SEAB/DERAL

70

5

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Os bovinos da raça nelore e anelorados compõem aproximadamente, 70%

do rebanho de bovinos do Brasil e também do Paraná, onde a raça adaptou-se perfeitamente ao clima subtropical observado nas regiões do Norte, Noroeste e Oeste do Estado.

A constante busca de melhores índices de produtividade na pecuária moderna faz com que cada vez mais sejam utilizadas técnicas reprodutivas, como: a inseminação artificial, a transferência de embriões e o cruzamento industrial.

No cruzamento industrial são utilizados reprodutores de raças européias, sobre um rebanho de matrizes de sangue zebuíno (maioria base nelore no Brasil e Paraná).

Este tipo de cruzamento agrega ao produto obtido, através da heterose (choque de sangue), fatores positivos, como: rusticidade, maior ganho de peso, melhor qualidade de carcaça, maior conversão alimentar, melhor habilidade materna nas fêmeas, maior fertilidade, adaptabilidade, entre outras características.

Além do nelore, outras raças puras européias e zebuínas merecem destaque no Estado, entre elas: a charolesa, simental, limousin, guzerá, caracu, aberdeen angus, etc. 4.1 Características da Pecuária Paranaense

• Produtores cada vez mais tecnificados • Pastagens de qualidade • Aumento da lotação (> 1,5 cab/ha) • Rebanhos de alto valor genético • Sanidade dos rebanhos • Crescimento em produtividade

60

Fonte: SEAB/DERAL/EMATER – 2007 / PR

4.2 Paraná – Índices De Produtividade 2007

O Estado do Paraná está se tornando um pólo superior em pecuária de corte. Os rebanhos possuem qualidade genética e sanidade, os produtores preocupam-se cada vez mais em conhecer e utilizar tecnologias sejam elas, sanitárias, de manejo, reprodutivas e nutricionais que levem a uma maior produtividade de seus rebanhos.

O uso destas tecnologias, o entendimento de novos conceitos na pecuária de corte e a modernização das propriedades rurais, estão resultando, na melhoria constante dos níveis de produtividade demonstrada no quadro acima. Estes índices são uma média das marcas atingidas em todo o Estado, sendo que em muitas propriedades os índices de produtividade apresentam-se bem superiores aos apresentados.

INDICADORES REFERÊNCIA ATUAL META

Taxa de natalidade 60% 75 a 80%

Mortalidade no 1º ano 2% 1%

Taxa de lotação de pastagens 1,5 U.A 3,0 U.A

Idade média 1ª cria 36 meses 24 meses

Intervalo entre partos 14,5 meses 12 meses

Produção de carne 82 kg/ha/ano 180 a 200 kg/ha/ano

Idade média de abate 36 meses 24 a 15 meses

Rendimento de carcaça 52% > 55 a 56% (machos)

Taxa de desfrute 22% 30%

INDICADORES REFERÊNCIA ATUAL META

Taxa de natalidade 60% 75 a 80%

Mortalidade no 1º ano 2% 1%

Taxa de lotação de pastagens 1,5 U.A 3,0 U.A

Idade média 1ª cria 36 meses 24 meses

Intervalo entre partos 14,5 meses 12 meses

Produção de carne 82 kg/ha/ano 180 a 200 kg/ha/ano

Idade média de abate 36 meses 24 a 15 meses

Rendimento de carcaça 52% > 55 a 56% (machos)

Taxa de desfrute 22% 30%

INDICADORESINDICADORESINDICADORES REFERÊNCIA ATUALREFERÊNCIA ATUALREFERÊNCIA ATUAL METAMETAMETA

Taxa de natalidadeTaxa de natalidadeTaxa de natalidade 60%60%60% 75 a 80%75 a 80%75 a 80%

Mortalidade no 1º anoMortalidade no 1º anoMortalidade no 1º ano 2%2%2% 1%1%1%

Taxa de lotação de pastagensTaxa de lotação de pastagensTaxa de lotação de pastagens 1,5 U.A1,5 U.A1,5 U.A 3,0 U.A3,0 U.A3,0 U.A

Idade média 1ª criaIdade média 1ª criaIdade média 1ª cria 36 meses36 meses36 meses 24 meses24 meses24 meses

Intervalo entre partosIntervalo entre partosIntervalo entre partos 14,5 meses14,5 meses14,5 meses 12 meses12 meses12 meses

Produção de carneProdução de carneProdução de carne 82 kg/ha/ano82 kg/ha/ano82 kg/ha/ano 180 a 200 kg/ha/ano180 a 200 kg/ha/ano180 a 200 kg/ha/ano

Idade média de abateIdade média de abateIdade média de abate 36 meses36 meses36 meses 24 a 15 meses24 a 15 meses24 a 15 meses

Rendimento de carcaçaRendimento de carcaçaRendimento de carcaça 52%52%52% > 55 a 56% (machos)> 55 a 56% (machos)> 55 a 56% (machos)

Taxa de desfruteTaxa de desfruteTaxa de desfrute 22%22%22% 30%30%30%

61

4.3 Mercado da Carne Bovina Paranaense

• Produção

• Exportação

• Variação

• Preços 4.4 Cabeças Abatidas e Produção de Carne Ano 2005 com SIF e SIP - 1.497.677 cabeças - *336.980 t de carne Ano 2006 com SIF e SIP - 1.435.675 cabeças - *323.027 t de carne * convertido – peso de carcaça de 225 kg

No total, no ano de 2006, o Paraná abateu cerca de 2.200.000 cabeças com uma produção de 530 mil toneladas de carne. 4.5 Exportações Paranaenses Ano 2005 Carnes in natura Carnes industrializadas � 34.508 t 500 t � US$ 78 milhões Ano 2006 Carnes in natura Carnes industrializadas � 5.500 t 718 t �US$ 14 milhões ________________________________________________________________ *FOB - Fonte: MDIC/SECEX/ sistema aliceweb

10

62

4.6 Paraná - Preço Médio Corrente - Arroba Bovina R$/@)

VARIAÇÃO ENTRE OS ANOS DE 2005 E 2006 (R$/@)

Fonte: SEAB/DERAL/DEB Elaboração: SEAB/DERAL/DCA Arroba Bovina – Paraná - Evolução dos Preços - Anos 2002 a 2006 (R$/@)

Fonte: SEAB/DERAL

Arroba Bovina - Paraná – Cotações Médias Janeiro a Novembro de 2007 em (R$/@)

Jan Fever Março Abril Maio Junho Julho Ago Setemb Outub Nov

51,65 52,14 52,79 52,23 51,55 52,57 57,25 60,08 58,40 59,92 66,82

Fonte: SEAB/DERAL/DEB Elaboração: SEAB/DERAL/DCA

Ano 2002

Ano 2003

Ano 2004

Ano 2005

Ano 2006

45,41 54,14 55,89 50,76 48,86

Ano 2005 Ano 2006 Variação %

50,76 48,86 - 3,74

R$ 40,00

R$ 45,00

R$ 50,00

R$ 55,00

R$ 60,00

Ano 2002 Ano 2003 Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006

11

12

63

Paraná - Preços Médios Recebidos pelos Produtores - Arroba Bovina - Ano 2007 / Jan a Nov

01020304050607080

Jan

MaioJu

lho

Setemb

Nov

Valor da Arroba(R$)

Fonte: SEAB/DERAL/DEB Elaboração: SEAB/DERAL/DCA

O ano de 2007 iniciou-se apresentando ainda baixas cotações para a arroba bovina. O clima atípico que ocorreu aproximadamente até o mês de abril de calor prolongado e chuvas constantes contribuiu para a boa produtividade das pastagens por maior tempo, propiciando maior período de engorda para o gado, situação que explica um pequeno declínio nas cotações da arroba neste mês, quando ocorreu grande oferta de animais no mercado proveniente dos últimos lotes, ainda retirados de pastagens de verão. Esta situação, aliada a fatores que serão descritos, a seguir, contribuiu para a crescente oferta de carnes no mercado interno, fato que ocasionou até o 1º semestre de 2007 as baixas cotações da arroba.

Os fatores que ocasionaram a queda e estagnação dos preços em baixos patamares, mais expressivamente, desde o ano de 2004, foram:

MMAAIIOORR OOFFEERRTTAA NNOO MMEERRCCAADDOO IINNTTEERRNNOO Ocasionada por:

Liberação de áreas de pastagens para o plantio de cereais; Liberação de áreas de pastagens para o plantio da cana-de-açúcar,

principalmente no noroeste do Paraná; Aumento no custo dos principais insumos; Perda de rentabilidade; Maior volume de matrizes abatidas = 50%; Redução nas exportações;

= excesso na oferta interna de carne!!!

O início do mês de junho marcou a retomada dos preços da arroba bovina, o que acentuou-se mais concretamente a partir de julho (2ºsemestre como era o previsto), chegando ao fim do mês ao valor de R$ 58,12, sendo que, as cotações chegaram a R$ 60,00 nas regiões de Curitiba, Londrina e Umuarama e a R$

13

64

59,00 na de Paranavaí. Nos meses de agosto, setembro e outubro, as tendências de crescimento se afirmaram fechando o mês de novembro com a cotação de R$ 66,82, mantendo crescimento no início de dezembro (dia 07/12/2007), onde o valor levantado na média estadual foi de R$ 71,46, para o boi gordo e R$ 65,02 para a vaca gorda.

Além do início da recuperação dos preços do boi gordo, outro setor que esboça recuperação é o da cria. O grande abate de matrizes que acontece desde 2003, aproximadamente, ainda continua, porém agora mais expressivamente na região noroeste (Umuarama e Paranavaí), a mais importante em pecuária de corte no Estado, onde muitas e tradicionais propriedades de pecuária de corte estão mudando para a cana-de-açúcar.

Estes pecuaristas estão abatendo todos os seus animais, inclusive matrizes em idade produtiva, na intenção de transformarem suas pastagens em canaviais, retirando suas estruturas de currais, cercas e cochos e dificilmente voltarão para a atividade pecuária.

Esta situação que já ocorre a alguns anos e hoje continua em função do avanço da cana, aliada a outros fatores econômicos, climáticos (estiagem resultando em baixa qualidade das pastagens e atraso na engorda) e também ao ciclo pecuário, está causando declínio na oferta de bezerros, bois gordos e também em outras categorias do mercado de reposição, como bois magros e novilhas.

O preço do bezerro de desmama, entre 7 a 9 meses, que no ano de 2006, não ultrapassou na média R$ 370,00 hoje está apresentando cotações entre R$ 400,00 a R$ 470,00, sendo que em algumas praças, dependendo da raça e qualidade dos animais, estes valores chegam a R$ 500,00 por cabeça, mostrando um acréscimo médio de 27%, no valor destes animais.

Outra importante categoria da reposição que apresentou elevação nas cotações foi o boi magro. No mês de novembro de 2006, a média dos preços desta categoria levantada pelo DERAL foi de R$ 554,80/cabeça, acrescendo em 30%, em relação ao mês de novembro de 2007, onde o valor observado foi de R$ 721,05/cabeça.

⇒ Baixa oferta interna de animais para abate!!! Portanto atualmente a baixa oferta de animais prontos para abate tem sido

o principal fator que tem elevado os preços da arroba bovina. 4.7 Paraná - Preços Médios de Bezerros e Bois Magros

Paraná - Preços Médios do Bezerro

Ano 2006 e Novembro de 2007 Ano 2006 Novembro 2007 R$ 370,0 R$ 470,0

Fonte: DERAL – Pesquisa de Mercado

65

R$ 0,00R$ 100,00R$ 200,00R$ 300,00R$ 400,00R$ 500,00

Ano 2006 nov/07

Paraná - Preços Médios do Bezerro - Ano 2006 e Novembro de 2007

Fonte: DERAL – Pesquisa de Mercado

Paraná – Preços Médios do Boi Magro p/ Engorda Novembro de 2006 e Novembro de 2007

Novembro 2006 Novembro 2007 R$554,80 R$ 721,05

Fonte: SEAB – DERAL

R$ 0,00

R$ 200,00

R$ 400,00

R$ 600,00

R$ 800,00

2006 2007

Paraná - Preços Médios Recebidos - Boi Magro p/Engorda - Novembro de 2006 e

2007

Fonte: SEAB - DERAL

66

5.0 PARQUE INDUSTRIAL • 26 frigoríficos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) • 71 plantas com SIP (Serviço de Inspeção Estadual) Atualmente 3 frigoríficos no Estado exportam carne bovina: • Frig. Mercosul – Paiçandu e Nova Londrina • Frig. Garantia – Maringá (empresa adquirida pelo grupo Friboi) • Frig. Margen - Paranavaí

15

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6.0 PROGRAMAS LIGADOS À PECUÁRIA DE CORTE NO ESTADO DO PARANÁ • Rastreabilidade SEAB/DEFIS/PR • Pecuária de Curta Duração EMATER/PR

6.1 Rastreabilidade

É a identificação individualizada dos animais e o acompanhamento da fazenda até o frigorífico, conhecendo e registrando dados sobre a espécie, sexo, raça, data de nascimento, filiação, sistema de criação e alimentação, vacinações e exames realizados.

A rastreabilidade será executada por entidades certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA -.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento - SEAB -, por meio do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária/Divisão de Defesa Sanitária Animal (DEFIS/DDSA), dispõe da certificadora oficial denominada CERT SEAB/DDSA, sendo o único órgão público a realizar a rastreabilidade.

A entidade certificadora identifica os animais individualmente e registram todos os dados de relevância ao longo de sua vida, em banco de dados do seu próprio sistema e também dados das propriedades e proprietários. Supervisiona o registro das informações, o controle das movimentações de animais, o manejo reprodutivo, alimentar, sanitário e a utilização de insumos.

Os animais rastreados deverão ter dupla identificação, podendo ser adotada uma das opções: a) Duplo brinco (brinco grande + bóton); b) Brinco grande + dispositivo eletrônico; c) Brinco grande + tatuagem; d) Brinco grande + marca a fogo (desaconselhável);

782.531 cabeças estão rastreadas no Paraná, sendo 163.443 pelo

CERT-SEAB (dados de abril de 2007)

16

17

68

6.2 Pecuária de Curta Duração EMATER – PR - Sistema intensivo de criação de bovinos, do nascimento até a terminação

O Programa Pecuária de Curta Duração, desenvolvido e coordenado pela equipe de técnicos da EMATER, busca orientar os pecuaristas a utilizarem técnicas modernas, atuais e eficazes de manejo, reprodução, sanidade e nutricionais para que estes venham a obter animais melhorados, chegando ao objetivo final que é a produção de um bovino precoce, de carne macia e com cobertura de gordura adequada. OBJETIVOS

Produzir carnes de excelente qualidade;

Aumentar a renda do pecuarista e acelerar o giro de capital;

Terminação de animais precoces em até 24 meses e superprecoces em até 16 meses;

Incentivar as “Alianças Mercadológicas”;

Incentivar a profissionalização dos produtores;

Focar a produção de carnes e não somente a criação de bovinos;

18

69

7.0 NOVA METODOLOGIA DE COMERCIALIZAÇÃO ALIANÇAS MERCADOLÓGICAS

O Estado do Paraná, desde 1998, conta com um importante projeto

pioneiro no cenário nacional, as Alianças Mercadológicas, quando surgiu a primeira organização no município de Guarapuava. As Alianças são uma nova metodologia para a produção e comercialização de carne bovina diferenciada, proveniente de animais precoces, rastreados, com sanidade e qualidade de carne garantida. Este projeto beneficia o pecuarista que participa do processo de comercialização da carne, recebendo um valor justo pela venda de animais de qualidade superior e, também, os consumidores que tem a opção de adquirir um produto diferenciado que apresente aspectos como: textura, maciez e sabor, além de estarem consumindo um produto com garantia de sanidade e origem. • Busca de produção de carnes de qualidade superior entregue a nichos de mercados específicos, com remuneração superior e mais justa ao produtor; • Ano 2007 – 8 organizações (5 alianças e 3 cooperativas); • 130 produtores com potencial de abate de 70.000 cabeças de novilhos precoces/ ano; 7.1 Ações e filosofia de trabalho das Alianças • organização dos produtores • escala de produção • constância de abastecimento • padrão de qualidade e sanidade • fidelização dos consumidores 7.2 Padrão do Novilho Precoce Paranaese

Fonte: Instrução Normativa SEAB - 2006

TIPOIdade / Dentição Rastreabilidade Cobert. de Gordura (mm)

macho fêmea24 meses ou até 2 dentes normal 3 a 10 (mediana ou uniforme) 225 kg 180 kg

macho fêmeaAté 18 meses com dente de leite até a desmama 3 a 10 (mediana ou uniforme) 210 kg 165 kg

De 7 a 12 meses com dente de leite no nascimento 1 a 3 (escassa)

PRECOCE

SUPERPRECOCE

HIPERPRECOCEmacho e fêmea105 a 150 kg

CARACTERÍSTICASPeso de Abate (mínimo)

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8.0 CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO NO PARANÁ • Confinamentos - Noroeste e Norte; • Oferta constante de animais ao longo do ano; • Posição climática e topográfica privilegiada; • Adaptação de diferentes espécies bovinas (zebuínas e taurinas), o que possibilita o cruzamento industrial;

No Estado do Paraná, o sistema totalmente intensivo (confinamento) não é uma prática amplamente utilizada. Existe uma maior concentração deste sistema nas regiões noroeste (Umuarama e Paranavaí) e na região norte (Londrina e Maringá). O município onde se localizam em maior parte os confinamentos é Cidade Gaúcha, localizada no núcleo regional de Umuarama.

O Paraná possui um clima diversificado. O norte do Estado é cortado pelo Trópico de Capricórnio que divide o clima em subtropical e temperado, o que favorece a cultura de variadas espécies forrageiras em todas as estações do ano, e permite a criação de diferentes raças bovinas adaptadas ao frio e ao calor, favorecendo a oferta constante de animais precoces e com bom peso ao longo do ano.

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9.0 PASTAGENS E ALIMENTAÇÃO 6,7 milhões de hectares de pastagens:

1,4 milhões de ha de pastagens nativas e 5,3 milhões de ha de pastagens cultivadas;

No Sul do Estado são utilizados, além das pastagens plantadas, feno e

concentrados;

Possibilidade de utilização de “resíduos” e “subprodutos” das culturas de verão, como o milho, trigo, cana-de-açúcar, soja e mandioca;

A utilização de “subprodutos” vegetais elimina a necessidade de se fazer

uso de rações com resíduos de origem animal.

As pastagens paranaenses são formadas por espécies forrageiras diversas e de qualidade, como as Braquiárias (Brizanta, Decubens, Humidícola), as Hermátrias (Roxinha, Estrela, Flórida), Capim-Elefante, Napier, Colonião, Capim Jaraguá, Setárias, Milheto entre outras espécies tropicais. Entre as variedades de inverno (clima temperado), as mais difundidas são a aveia-preta e o azevém, consorciadas muitas vezes com leguminosas como os trevos branco e vermelho.

Nos sistemas intensivos de criação, nos quais se busca produtividade máxima e a produção de animais pesados e precoces, também são utilizados outros alimentos volumosos, como silagens de milho e sorgo, pré-secados de aveia e azevém, além de fenos. Os alimentos concentrados vêm na forma de rações, produzidas com resíduos totalmente de origem vegetal (“subprodutos” do milho, trigo, soja, mandioca, cana-de-açúcar, etc...), produtos de fácil acesso em um Estado de expressiva produção agrícola como o Paraná. 9.1 Descrição das Principais Espécies Forrageiras Cultivadas no Paraná * Espécies Tropicais (verão):

Capim colonião

- adaptação a solos arenosos de boa fertilidade - baixa resistência ao frio - reprodução tanto por muda como por semente - boa resistência ao pisoteio - manejo com melhor aproveitamento não inferior a 40 cm e não superior a 1,5 m. - produtividade de 40 a 50 t de massa verde/ha/ano em 3 ou 4 cortes/ano, podendo chegar entre 180 e 200 t adubando.

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Brachiaria decumbens

- alta resistência à seca - bastante agressiva, boa para controle de erosão - responde bem à adubação - manejo: entrar com os animais com a altura da planta entre 30 e 40 cm e retirar com 10 a 15 cm, com descanso de 15 dias - boa resistência ao pisoteio.

Brachiaria humidícola

- resistente ao pisoteio - tolerante ao ataque de cigarrinhas - bastante agressiva - mais exigente que a decumbens quanto à qualidade do solo - usada para eqüinos.

Brachiaria Ruzziziensis

- menos agressivas que as outras - não é exigente em fertilidade, mas responde bem à adubação - resistente à alta pluviosidade.

Setária Kazungula

- grande resistência à seca - tolera baixas temperaturas, mas não geadas - solos de textura média e férteis - manejo de 50 cm até 10 cm (não deixar atingir alto grau de maturação) - elevada palatabilidade - sofre ataque de cochonilha.

Capim elefante

- resistência relativa ao frio, fogo e seca - baixa resistência à geada - manejo como pastagem - 70 a 80 cm até 30 cm - manejo como capineira: 1,30 a 1,50 m até 15 a 20 cm - idade de maturação 100 dias - plantar as mudas com 15 cm de profundidade, com 50 cm até 1,0 m de espaçamento.

Capim Jaraguá

- curto período de aproveitamento - alta resistência ao fogo, pisoteio e solos fracos - pouco tolerante a secas e baixas temperaturas

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Capim gordura

- baixa produtividade - resistente a solos fracos - não tolerante ao fogo, pisoteio e seca - bom para terrenos com alta declividade.

MILHETO

Capim anual de verão possui muito boa condição nutricional para gado leiteiro e de corte, sendo recomendado como pasto de verão para vacas em produção. Possuem proteína, média a alta, com boa digestibilidade e NDT. Requer manejo adequado (seja sob cortes ou em pastejo direto), tendente a prolongar o uso no fim de verão/outono antes da emissão da haste floral. Utilizado na região em cultivo exclusivo, sendo implantado, preferencialmente, a partir do mês de novembro. Usa-se em torno de 25 a 30 kg/ha. É uma planta bastante sensível merecendo cuidados especiais na sua implantação, devido a vulnerabilidade das sementes.

Espécies de Clima Temperado (inverno):

AZEVÉM

O azevém anual é a principal gramínea de inverno para a produção de leite e carne. Possui alta palatabilidade, alto nível de proteína e digestibilidade, bem como boa composição mineral. Possui, entretanto, excesso de água no inverno, o que limita um maior consumo de matéria. É uma gramínea de clima sub-tropical temperado, rústica, agressiva, com boa capacidade de perfilhamento, vegetando bem em solos com razoável umidade, não tolerando, entretanto encharcamento. Possui bastante resistência às geadas. Além de excelente opção forrageira, presta-se como alternativa para cobertura de solo, proporcionando boa produção de massa e proteção. Além do cultivo exclusivo pode ser consorciada com outras gramíneas (aveia, centeio) e com leguminosas (serradela, trevos, alfafa, ervilhaca, cornichão, etc.). Normalmente, em comparação com a aveia, apresenta um crescimento inicial um pouco lento, mas, em compensação, seu pastejo é mais prolongado, variando de 60 a 180 dias, conforme o sistema adotado.

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AVEIA

É uma planta anual bastante difundida no Sul do País, desenvolvendo-se no outono, inverno e início da primavera. Tem características semelhantes às do azevém, porém, um período de aproveitamento mais curto e mais precoce. É comum consorciar-se com azevém para aumento do período de pastagem. Existem as espécies: branca, amarela e preta, sendo esta preferível para forragem. A aveia preta, principalmente, pode ser utilizada na alimentação animal em pastejo direto, na forma de feno, de silagem ou através do aproveitamento dos grãos na formulação de concentrados.

No crescimento vegetativo, a aveia possui alta proporção de folhas, é suculenta, com elevado grau de umidade, proteínas e sais minerais. A aveia preta é mais rústica, possui maior capacidade de perfilhamento, panícula mais aberta e semente menor, quando comparada à branca e a amarela. É mais resistente ao ataque de doenças e pulgões. Além disso, é mais resistente à seca e menos exigente em fertilidade, sendo, portanto, mais indicada para adubação verde que as outras duas.

A aveia-preta pode ser cultivada solteira ou consorciada com azevém, ervilhaca, centeio, trevos, tremoço e nabo forrageiro etc. Além de excelente forrageira, é melhoradora de solos, inclusive utilizada como regeneradora da sua sanidade, diminuindo a população de patógenos, resultando em aumentos no rendimento das culturas de verão. Por isso, é recomendada para rotação de culturas, dentro do sistema de produção e como planta de cobertura para o sistema Plantio Direto.

TREVO BRANCO

É a principal leguminosa componente de pastagens perenes de inverno. Tem características decumbentes, com elevado valor nutritivo, é rica fonte de proteína, cálcio fósforo e caroteno. Esta espécie é glabra, de hábito prostrado, com muitos talos estendendo-se pela superfície do solo e produzindo raízes adventícias em cada nó. Este hábito estolonífero é uma característica valiosa em uma planta que se utiliza em pastagens submetidas a pastoreio intenso. O sistema radicular primário se perde logo que a planta se estabelece. Os folíolos são ovalados e com freqüência possuem uma mancha branca, em forma de meia lua, na base superior. A inflorescência é um capítulo com muitas flores (50-200) brancas ou rosadas. A semente tem forma de coração e cor amarela dourado. Há aproximadamente 1.653.750 sementes por kg. Apresenta boa persistência e capacidade para recuperar-se rapidamente de corte ou pastoreio.

Ainda que em semeadura isolada o trevo branco possa render até 10.000 kg/ha de matéria seca, o seu principal objetivo deve ser a consorciação com gramíneas e até outras leguminosas. É perigoso quando dominante, dada sua

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característica de gerar timpanismo (meteorismo) nos bovinos, sendo que o principal cuidado é manter sempre gramíneas em consorciação. Nestas circunstâncias, a sua produção é reduzida devido à competição por água, luz e nutrientes, contribuindo com 25% (2.800 a 5.500 kg/ha) da produção de forragem da área, porém proporciona incrementos na produção e qualidade da forragem total produzida na área.

TREVO VERMELHO

Leguminosa com até 70 cm de altura, de raiz pivotante e profunda. O trevo-vermelho é uma planta não rasteira, com talos erguidos ou decumbentes, podendo apresentar raízes adventícias ao lado da pivotante. Inflorescência sobre uma ou duas folhas normais com estípulas dilatadas. É uma planta de clima temperado e sub-tropical, de ciclo outono/inverno/primavera, decrescendo no verão. Produz boa massa verde com ótimo valor nutritivo Normalmente tem apresentado melhor comportamento nas regiões mais frias. Nesses locais, em regiões mais quentes, sofre com a seca estival, perdendo folhas.

Geralmente é de ciclo bienal, mas com verões secos torna-se anual. Normalmente suporta geada, preferindo outono/inverno frios e verões frescos para o melhor desenvolvimento. É uma planta que apresenta bom comportamento em solos semiprofundos, drenados e de boa fertilidade. É menos exigente em fósforo que o trevo branco. Usado principalmente em consorciação com trevo branco, cornichão, azevém, festuca, dactilo e cevadilha. Não suporta pastejo intenso e quando submetido a esse sistema torna-se dominado pelos outros componentes da consorciação, porém, em regime de pastejo leve acaba suprimindo o desenvolvimento das outras espécies.

_________________________________________________________________ Fonte das fotos e texto * sites: www.criareplantar.com.br / acesso em 26/07/2007 www. copercampos.com.br / acesso em 26/07/2007

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10.0 ASPECTOS SANITÁRIOS Principais Ações de Defesa Agropecuária

• Campanhas semestrais de vacinação contra Febre Aftosa; • Prevenção do Mal da “Vaca Louca”; • Controle da Brucelose/Tuberculose ;Inspeção de Produtos de Origem

Animal; • Laboratório de Apoio em saúde animal e vegetal (CDME);

No Paraná, existem programas de prevenção, controle e erradicação das principais enfermidades e zoonozes que podem acometer nosso rebanho: entre elas estão, a febre aftosa, a raiva, a tuberculose, a brucelose, entre outras.

As vacinações obrigatórias de febre aftosa para todos os animais (de mamando a caducando), são realizadas semestralmente e os proprietários são obrigados a comprovar a vacinação dos seus rebanhos. Além da aftosa, também é obrigatória a vacinação contra a brucelose em fêmeas entre 3 a 8 meses de idade, estas devem ser marcadas com um “V” seguido do ano em que foi realizada a vacinação, do lado esquerdo da face, utilizando-se ferro candente.

Outras doenças são monitoradas e é realizada a vacinação perifocal em caso de foco, como é o caso da raiva.

No Estado é proibida a utilização de rações de origem animal (farinhas de sangue, ossos, carne ou vísceras), cama de frango, etc. Esta prática elimina o risco de doenças como a Encefalopatia Espongiforme Bovina (Mal da “Vaca Louca”).

A fiscalização de produtos de origem animal e vegetal é realizada por técnicos treinados e especialistas na área de inspeção.

O Laboratório de Análises Marcos Enrietti realiza exames microbiológicos para atender a defesa sanitária animal e vegetal do Estado do Paraná e o serviço de inspeção de produtos de origem animal.

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11.0 ASPECTOS AMBIENTAIS Fatores Que Contribuem Para Uma Atividade Pecuária Sustentável e Ecologicamente Correta

O Estado do Paraná vêm avançando cada vez mais nos trabalhos sobre a integração entre a produção comercial e o meio-ambiente e programas governamentais incentivam ações para o desenvolvimento de atividades sustentáveis que maximizem a produção sem degradação do ambiente.

Sobre este foco, estão sendo realizados pesquisas e projetos juntamente com a extensão rural, que levam tecnologias e práticas de produção ecologicamente correta ao produtor rural.

Na produção pecuária, algumas destas práticas começam a se tornar usuais já em muitas propriedades do Estado, porém ainda há um longo caminho a ser percorrido para que todo o sistema pecuário seja adequado a uma produção realmente sustentável e com tecnologias que visem à conservação do meio-ambiente. Na pecuária de corte, algumas práticas estão sendo mais difundidas e trabalhadas entre os produtores como: a conservação de solos, conservação de fontes de água, o sistema silvopastoril e a integração lavoura-pecuária. 11.1 Práticas de conservação e manejo ambiental, utilizadas também para propriedades que trabalham com pecuária de corte

Conservação dos Solos

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• Terraceamento em nível; • Boas práticas no plantio (uso do plantio direto na palha); • Rotação de pastagem; • Preservação e plantio de árvores; • Lotação animal correta sobre as pastagens;

Conservação de Fontes de Água

• Utilizar práticas que evitem o assoreamento; • Destino correto dos dejetos provenientes de animais em sistemas de

confinamento; • Destino correto das embalagens de produtos tóxicos; • Preservação da mata ciliar;

Sistema Silvopastoril

Vantagens

• Incremento na renda da propriedade; • Conservação de solos e águas; • Sombreamento para o gado (maior conforto térmico = menor “stress”,

resultando em maiores índices produtivos e reprodutivos do rebanho); • Manejo sustentável e integrado da propriedade rural;

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Integração Lavoura – Pecuária

• Aumento da produtividade para a agricultura e pecuária; • Recuperação de áreas degradadas; • Aumento da renda do produtor, maximizando a utilização de pequenas

áreas; • Utilização do plantio direto; • Implantação de pastagens em áreas onde ocorreu à reposição de

nutrientes;

11.2 Setores que trabalham o Meio-Ambiente, Produção Correta e Sustentável

Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB – PR); CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia); Departamento de Florestas (SEAB); Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER –

PR); Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR – PR); Instituto Ambiental do Paraná (IAP – PR); Secretaria de Estado do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA);

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12.0 RAÇAS DE CORTE CRIADAS NO PARANÁ

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12.1 Aberdeen e Red Angus

O berço da raça Angus é a Escócia e seu nome foi tomado dos condados onde começou o seu desenvolvimento: Aberdeen e Angus. O primeiro reprodutor Aberdeen Angus a entrar no Brasil foi o touro Menelik, em 1906, da criação de Felix Buxareo y Oribe, do Uruguai. O touro foi importado por Leonardo Collares Sobrinho, de Bagé, município situado na Fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Raça Britânica, originária da Escócia é encontrada em todo o Paraná, porém é mais difundido na região Sul (Campos Gerais), municípios de Ponta Grossa, Castro, Palmeira. Também existem rebanhos no norte, oeste e noroeste do Estado. São animais mochos, de estatura mediana e ossatura fina, com carcaças volumosas e alta produção de carne. Possuem pelagem preta (Aberdeen Angus) ou vermelha (Red Angus).

Os animais desta raça se destacaram em fertilidade, pequena mortalidade de bezerros, precocidade, uso em cruzamentos, qualidade de carcaça, fertilidade, tamanho pequeno dos bezerros ao nascer seguido de rápido crescimento e ganho de peso, facilidade de parto das fêmeas e habilidade materna. Uma característica marcante da raça angus é a qualidade da carne, que possui alto grau de marmoreio (gordura entremeada entre as fibras), o que lhe ocasiona maciez e sabor diferenciado.

Utilizada em cruzamentos com raças zebuínas, visando à produção de animais, precoces, rústicos e com alta qualidade de carcaça, onde deste cruzamento nasceu à raça brangus ¾ Nelore e 5/8 Angus. As fêmeas ½ sangue angus (F1) são muito utilizadas como matrizes de rebanhos, por serem extremamente férteis, apresentarem boa produção leiteira, habilidade materna, facilidade de parto, além de serem aptas a diversos tipos de cruzamentos.

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12.2 Charolês

A raça Charolês é originária da França, mais precisamente de Charolais e Brionais, Departamento de Saône-et-Loire, no Distrito de Charolles.

Desenvolveu-se na França a partir do século XVIII, como excelente fornecedor de carne e animal de tração. O Charolês ainda se destaca por sua estrutura óssea e musculatura, excelente rendimento de carcaça e precocidade nos cruzamentos e nos abates.

No Brasil, a porta de entrada do Charolês foi o Rio Grande do Sul. De acordo com arquivos da Escola de Agronomia "Elyseu Maciel", da cidade de Pelotas, no ano de 1885 chegaram àquela cidade dois reprodutores Charolês, importados da França pelo governo Imperial. Os dois reprodutores foram confiados a dois estancieiros de renome na época.

Utilizada em cruzamento com zebuínos, produzindo carcaças precoces e pesadas, os animais provenientes de cruzamentos com o charolês são muito utilizados em confinamentos, aonde vêm apresentando ótimos resultados de ganho de peso e rendimento de carcaça.

No Paraná, a raça predomina na região Sul e Sudoeste do Estado, onde existem rebanhos expressivos em qualidade genética no município de Clevelândia. Do cruzamento com o nelore, nasceu o canchin – 3/8 nelore e 5/8 charolês, raça de grande porte, excelente ganho de peso e rendimento de carcaça e mais adaptada ao clima das regiões mais quentes. 12.3 Simental

Originário da Suíça onde era utilizada para produção de leite, carne e

tração, a raça pura simental foi criada, selecionada e disseminada pelo mundo, sendo considerada uma das mais bem distribuídas do planeta.

No Brasil, chegou há mais de 80 anos e de lá para cá vem se espalhando por todas as regiões com uma seleção genética cada vez mais apurada. No

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Paraná existem rebanhos puros e mestiços, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Através da absorção genética por meio de cruzamentos com gado zebuíno, contribuiu para a formação de animais com maior resistência ao clima tropical (o Simbrasil 5/8 Simental e 3/8 Zebu).

O simental de pura raça é de temperamento dócil, sua pelagem é branca ou ligeiramente creme com grandes manchas amarelas ou vermelhas, ou uma só grande mancha, que varia do amarelo trigo ao vermelho castanho. A cabeça, parte inferior do corpo, dos membros e ponta de calda é branca.

Os rebanhos puros e mestiços, no Estado, estão localizados principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Norte.

São animais excelentes produtores de carne e também bons produtores de leite, sendo que existem linhagens específicas, selecionadas para esta finalidade.

12.4 Limousin

Originário da Zona Centro Sul da França, o gado Limousin foi selecionado em meio exigente, onde imperam pradarias pobres e desmineralizadas, montes pedregosos, verão com temperatura acima de 30ºC e inverno com nevascas atingindo até 1 metro de altura, onde a temperatura atinge -15ºC.

É uma raça bovina de cor marrom avermelhada, com chifres claros e pontiagudos, boca larga e musculatura abundante.

A grande massa muscular e o alto rendimento de carcaça que a raça oferece, vale-se do fato de que até a metade deste século, os animais eram utilizados para tração, com os agricultores selecionando de forma quase natural os animais de porte avantajado, esqueleto resistente e musculatura abundante, para poder tracionar grandes volumes e trabalhar a terra.

Com suas carcaças compactas, conformação ideal, ossatura fina, pouca gordura e alto rendimento de carne, os animais da raça Limousin conquistaram o reconhecimento mundial, fazendo dela uma raça especial e particularmente bem adaptada à produção de carne macia e de alta qualidade.

Muito utilizados no cruzamento com zebuínos, onde produzem descendentes, precoces, com grande peso e qualidade de carcaça.

No Estado do Paraná a raça Limousin encontra-se na sua maior parte localizada, nas regiões Norte, onde existem rebanhos de excelente qualidade genética.

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12.5 Caracu

Presente no Brasil desde o período colonial, o Caracu é a raça européia mais adaptada às condições tropicais encontradas no Brasil. Com mais de quatro séculos de seleção, o Caracu reúne qualidades importantes e cada vez mais procuradas no segmento do gado de corte, principalmente para o cruzamento industrial.

Graças à sua adaptação tanto ao frio como ao calor a raça caracu pode ser utilizada em qualquer parte do País, seja no frio do Sul, como no calor do Norte e Nordeste ou nas zonas alagadas do Pantanal.

A rusticidade adquirida ao longo dos anos proporcionou à raça menor exigência alimentar e maior resistência aos parasitas, além de aumentar a longevidade dos reprodutores.

As fêmeas apresentam grandes índices de fertilidade, boa estrutura corporal, facilidade no parto, boa produção de leite de qualidade e boa conformação de tetos. A excelente habilidade materna, além de ser uma característica muito procurada no cruzamento industrial, faz da raça uma das mais recomendadas para ser utilizada no mercado de receptoras. Em relação aos machos, destacam-se os bons resultados no cruzamento a campo, apresentando bom desempenho em programas de monta natural na região dos trópicos.

O Estado do Paraná é um importante difusor de genética da raça Caracu. Aqui estão localizadas importantes criações da raça, em várias regiões, destacando-se o município de Palmeira e Palmas, onde se localiza a sede da Associação Nacional do Caracu.

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12.6 Nelore

Originário da Índia, região de Ongole, corresponde aproximadamente a 70% dos bovinos de corte criados no Paraná, sendo também maioria absoluta entre as raças de corte criadas no Brasil, entre puros e mestiça. A raça nelore se caracteriza, de forma geral, por animais de porte médio a grande, de pelagem branca, cinza e manchada de cinza.

Ocorrem ainda, em uma escala bem menor, outras pelagens, diferentes daquelas denominadas "ideais", que são permitidas no padrão da raça. São elas: vermelha, amarela, preta e suas combinações com o branco, formando as pelagens malhadas ou pintadas de vermelho, amarelo ou preto. A pele é preta, rica em melanina, fator que funciona como protetor contra raios solares, de extrema importância para as regiões tropicais. A cabeça é bastante típica, em forma de ataúde quando vista de frente; e, lateralmente, apresenta perfil sub-convexo, principalmente nos machos. Os olhos são elípticos, pretos e vivos. As orelhas são curtas, simétricas entre os bordos superiores e inferior, terminando em forma de lança. A face interna das orelhas é voltada para frente e apresentam movimentação viva. Os chifres são de cor escura, firmemente implantada no crânio, cônica e mais grossos na base, de seção oval.

Por estimativas pode-se inferir que a raça Nelore represente 80% da força produtiva da indústria da carne no país. Aliás, as características da raça como produtora de carne vêm apresentando índices de desempenho econômicos notáveis. Seguramente, mesmo naqueles nichos de mercado em que os cruzamentos têm apresentado bom crescimento, a raça Nelore tem papel fundamental e se constitui, por excelência, em grande e inestimável patrimônio genético para a bovinocultura.

Aspectos naturais da raça também contribuíram para sua expansão em nosso país, como: o seu comportamento de gado andejo, de alto instinto de defesa própria e de defesa da cria, parindo regular e naturalmente bezerros medianos, saudáveis e que se locomovem imediatamente após o parto junto com o rebanho, determinaram o crescimento da raça de forma natural e em uma escala geométrica, até atingir os índices atuais que hoje ela apresenta. Animais altamente adaptados às regiões quentes do país, no norte do Paraná existem grandes rebanhos de excelente qualidade genética. As fêmeas nelores são base genética para cruzamento com várias raças européias (cruzamento industrial) principalmente as citadas anteriormente.

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12.7 Guzerá

Originária da região da Ahmadabadh, Kaira, Baroda, Nariad, Pij, entre

outras, no Estado de Gujarat, no centro da Costa Oriental da Índia, e geralmente integrada por animais de grande porte, ótimos para produção de carne e leite, a raça guzerá sofreu benéfica seleção ao ingressar em solo brasileiro.

Os animais da raça guzerá se destacam à primeira vista por seu porte imponente, cabeça alta e chifres grandes, em forma de lira. A pelagem varia do cinza claro ao escuro, podendo ser branca nas fêmeas.

Em 1998, o Conselho Deliberativo Técnico das Raças Zebuínas aprovou a descorna de animais da raça guzerá. A pele preta, bem pigmentada, os membros bem desenvolvidos e bem musculados, permite ao guzerá resistir a longas caminhadas sob o sol tropical, à procura de água e alimento. Adapta-se muito bem no Nordeste brasileiro, povoando desde áreas férteis litorâneas, passando pelo agreste, até o sertão semi-árido. Sua rusticidade permite-lhe atravessar longos períodos de seca, comuns no sertão nordestino brasileiro. Como todas as raças zebuínas, apresenta baixo peso ao nascer (30 kg os machos e 28 kg as fêmeas), sem provocar qualquer dificuldade do parto, seja na primeira cria da novilha, ou nos partos subseqüentes. A habilidade materna e a boa produção de leite das vacas garantem o bom desenvolvimento dos bezerros na fase de aleitamento.

Raça extremamente fértil, reproduzindo-se mesmo em condições adversas, contribuiu muito para o azebuamento do rebanho nacional.

No Estado do Paraná existem importantes rebanhos ao norte do estado, embora em menor quantidade que a raça nelore.

Animal utilizado em cruzamento com gado europeu e também o nelore, visando à melhoria do ganho de peso, maior produção leiteira e maior tamanho de carcaça.

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13.0 PRINCIPAIS RAÇAS CRIADAS NO PARANÁ E BRASIL, ORIUNDAS DE CRUZAMENTOS (SINTÉTICAS) • Canchin • Brangus • Simbrasil

13.1 Canchin 13.2 Brangus

3/4 Nelore/Brahma e 5/8 Aberdeen ou Red Angus + Rusticidade + Precocidade e qualidade de carcaça + Habilidade materna + Adaptação ao calor + Conversão Alimentar + Produtividade • Utilizado em climas quentes no acasalamento com fêmeas nelores e aneloradas (Brasil Central e Norte)

3/8 Nelore – 5/8 Charolês > Rusticidade > Ganho de Peso > Produtividade > Tamanho de Carcaça

Maior adaptação ao calor • Utilizado no cruzamento industrial com fêmeas nelores

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13.3 Simbrasil

________________________________________________________________ Fonte das Informações e fotos: Sites das Associações Nacionais das Raças: Angus (ABA), Charolês, Limousin, Simental, Caracu, Nelore e Guzerá (ABCZ) / acesso no dia 25/07/2007 e 03/08/2007 www. gadocaracu.com.br / acesso no dia 03/08/2007 www. criareplantar.com.br / acesso no dia 25/07/2007

5/8 Simental e 3/8 Zebu + Adaptação em clima quente + Peso e maior produção de leite nas fêmeas + Conversão alimentar • Carcaças de melhor qualidade • Melhor rendimento de carcaça • Longevidade

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14.0 PERSPECTIVAS

• Mudanças em todos os segmentos da cadeia produtiva; • Especialização cada vez maior; • Maior preocupação com a sanidade, melhoria genética, manejo adequado e bem estar animal; • Produção do que o mercado consumidor deseja; • Busca de maior produtividade em menores áreas, com o uso de tecnologias de produção; • Aumento do rebanho e da produtividade; • Integração lavoura-pecuária como prática aceita;

A demanda mundial por proteína animal é crescente e a carne bovina é uma grande fonte deste elemento. O Brasil ainda possui potencial de crescimento da pecuária, uma vez que tradicionais fornecedores estão com restrição em sua capacidade de produção por limitações geográficas e ambientais.

O Paraná vêm tornando-se uma “ilha” de produção de carne bovina de qualidade, com sanidade e produzida dentro de corretos conceitos ambientais.

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15.0 CONCLUSÂO

Indiscutivelmente, o Brasil tem enorme potencial para firmar-se ainda com mais expressividade como o maior fornecedor de carne bovina para o mundo.

Fatores como a produção de carne de maneira natural e sadia, de grande qualidade, aspectos geográficos e ambientais, como as extensas áreas de boas pastagens, com disponibilidade abundante de água e chuvas regulares na maior parte do território, fazem do Brasil um dos únicos países do mundo, com condições muito favoráveis para a expansão pecuária de forma ecologicamente correta, razão esta que consolida o Brasil como país maior exportador de carne bovina do mundo, ultrapassando a Austrália, não mais somente em volume, mas agora também em receita.

Este resultado foi obtido graças à maior venda externa de cortes industrializados, com valor agregado. Entretanto, a carne brasileira “in natura” vendida no mercado externo está entre as mais baratas do mundo, apesar de possuir as características buscadas pelo atual mercado mundial, razão pela qual o Brasil necessita vender um volume muito maior do produto, para obter igual receita, conseguida por outros tradicionais exportadores do produto, que têm sua carne mais valorizada pelo mercado externo.

O Paraná, dentro deste contexto, mostra-se como um Estado preocupado com as questões sanitárias, de qualidade, ambientais e comerciais, no que diz respeito à pecuária de corte bovina.

O Estado está buscando, através da implantação de projetos pioneiros no cenário nacional, a organização e união de todos os elos que compõem a cadeia, a exemplo das Alianças Mercadológicas.

Somente mediante o apoio a todos os elos que integram o setor, através de investimentos na qualificação e estímulo aos produtores, continuidade e intensificação das ações sanitárias e preservação do meio-ambiente é que se obterá a maior valorização do produto nacional no mercado externo, com conseqüente equilíbrio de lucratividade entre a indústria e o pecuarista.

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ESTRUTIOCULTURA

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A criação racional de avestruzes, denomina-se estrutiocultura. A Classificação Zoológica do Avestruz, é a seguinte: Reino: Animália Filo: Chordata Classe: Aves Sub-Classe: Neormithes Superordem: Paleognathae Ordem: Struthioniformes Família: Struthionidae Gênero: Struthio Espécie: Struthio Camelus

Seu nome científico é Struthio Camelus (única espécie de avestruz). Estas aves pertencem ao grupo das ratitas, ou seja, aves que não voam. Originárias do continente africano, têm como habitat natural as savanas e desertos e sua alimentação é baseada em fibras vegetais como raízes, folhas, flores, sementes e pastagem. É considerada uma ave monogástrica, herbívora e com grande potencial de ser explorada racionalmente em nossas pastagens. PRODUTOS DO AVESTRUZ

Carne - Vermelha e macia, assemelha-se muito em sabor e textura aos melhores cortes de carne bovina. Sua grande vantagem está nos baixos índices de gordura e caloria, mantendo todas as suas características nutricionais. Tem como maiores consumidores países da Europa, Estados Unidos e Japão, já podendo ser encontrada facilmente em vários restaurantes e prateleiras de supermercado, também no Brasil.

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Tabela 01 - Comparativo do valor nutritivo da carne de avestruz com as demais carnes (frango, porco, vitela e boi)

Espécie Calorias (Kcal)

Gordura (%)

Colesterol (mg)

Proteínas (%)

Ferro (mg)

Avestruz 101 1,8 36 19,0 3,2 Frango 190 7,4 89 28,9 1,2 Porco 212 9,7 86 29,3 1,1 Vitela 196 6,6 118 31,9 1,2 Boi 211 9,3 86 29,9 3,0

Fonte: Universidade de São Paulo (média de cortes) – www.acab.org.br

Couro - Com característica única, consegue associar durabilidade, resistência, maciez e uma textura especial. Caracterizado por pequenos pontos deixados pelas plumas, torna bastante diferenciado o aspecto final dos produtos feitos com seu couro. Grandes grifes mundiais como Gucci, Hermes, Yves Saint Laurent, Christian Dior e Fendi utilizam o couro como top de suas coleções.

Plumas - Foi o primeiro produto do avestruz a despertar a atenção e conseqüentemente a ser explorado. Inicialmente usadas apenas para adorno, hoje têm grande importância na produção de espanadores, que, por seu design exclusivo geram eletrostática, absorvendo o pó. Por este motivo, são empregadas na pré-pintura de veículos na indústria automobilística e na fase final da limpeza de seus componentes eletrônicos. O Brasil é, ainda o maior consumidor mundial de plumas, importando entre 50 e 60 toneladas por ano para diversas festas populares, com destaque para o Carnaval. PRODUTIVIDADE

Uma fêmea produz em média 15 a 18 filhotes por ano. Os ovos que medem entre 15 e 20 cm e pesam entre 1 e 2 kg, equivalem a 25 ovos de galinha e ficam 42 dias na incubadora.

Os pintos nascem com peso aproximado de 800 g e crescem aproximadamente 30 cm por mês durante os primeiros seis meses. Os animais estão prontos para o abate com 12 a 14 meses de idade, pesando em torno de 90 a 100 kg, gerando 24 a 26 kg de carne limpa, 1,2 m2 de couro, além de 1 a 1,5 kg de plumas.

Sua conversão alimentar entre o nascimento e o abate é de 4,8 para 1. A

vida produtiva de uma fêmea é de 30 a 35 anos e seu início de postura acontece aos 2 e 2,5 anos de idade. Estes animais vivem, em média, de 65 a 70 anos. Estes índices avalizam a viabilidade econômica da criação de avestruzes e mostram o potencial de inserção desta atividade no agronegócio brasileiro. (ACAB - Associação Brasileira de Criadores de Avestruz - http://www.acab.org.br - acesso em 12/12/2007)

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Existe uma única espécie de avestruz (Struthio camelus, Linn). Existem cinco subespécies de avestruz, das quais três são exploradas comercialmente e divididas em três grandes subespécies:

• AFRICAN BLACK (Pescoço Preto) - É a raça mais criada em todo o mundo. Ave domesticada, de menor porte. Além de ser a raça mais dócil, é também a mais produtiva e precoce, atingindo a maturação sexual com 24 meses (fêmeas) e com 30 meses (macho) de média. Adapta-se a qualquer clima. Suas plumas são as mais bonitas e seu couro, marcado com muitos pontos (folículos), é muito apreciado.

• BLUE NECK (Pescoço Azul) - É uma ave um pouco agressiva, que gosta

de clima tropical. Começa a se reproduzir com três anos e tem porte médio. A plumagem do macho é preta e branca e da fêmea cinza suave. Ideal para fornecimento de carne.

• RED NECK (Pescoço Vermelho) - É uma ave muito agressiva, de grande

porte, menor reprodução e postura tardia. Gosta de clima árido. Ave ideal para exploração de couro, devido ao seu porte (metragem quadrada), ou com finalidade ornamental.

PANORAMA MUNDIAL

Segundo CARVALHO et al (2004), o rebanho mundial de avestruz situa-se acima de 3 milhões de cabeças, distribuído nos seguintes países (nº de cabeças): África do Sul (900.000), China (250.000), Brasil (175.000), União Européia (150.000), Estados Unidos (100.000), Israel (80.000), Austrália (70.000), Zimbaue (60.000), Canadá (40.000) e Bostwana (30.000).

Segundo a ACAB (Associação Brasileira de Criadores de Avestruz), citado por SUZAN (2007), no ano de 2007 foram abatidos no âmbito mundial 406.806 avestruzes, assim distribuídos conforme os países produtores (nº de cabeças): África do Sul (200.000 – 49,20%), China (100.000 – 24,60%), Austrália (5,50%), Zimbaue (20.000 – 4,90%), Brasil (14.306 – 3,50%), EUA – 13.500), Hungria (12.000 – 3,00%), Israel (100.000 – 1,80%), Filipinas (7.500 – 1,70%).

De acordo com CARVALHO et al (2004), eis o quadro mundial dos principais países que desenvolvem a estrutiocultura:

• ÁFRICA DO SUL – Este país é o mais antigo criador de avestruzes. É o maior exportador de produtos de avestruz, especialmente couro e carne. Em 1998 abateu 350.000 cabeças, sendo Oudtshoorn, a principal região produtora e detentora de 60% dos criadouros sul-africanos.

• EUA – Neste país a criação de avestruzes iniciou-se em 1882, com a

chegada de 22 animais sobreviventes de um lote de 200, oriundos da cidade do Cabo. Em 1914 já existiam cerca de 8.000 aves, distribuídas pela Califórnia, Flórida, Texas e Arkansas.

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• AUSTRÁLIA – Este país fez importação de avestruzes entre 1868 e 1912, com grande comércio, até a Primeira Guerra Mundial.

• ISRAEL – A indústria do avestruz é bastante desenvolvida e, atualmente

conta com o segundo maior abate mundial, destacando-o como um dos maiores produtores do mundo. Este país por motivos religiosos não consome carne de avestruz, exportando a totalidade da carne produzida para a Suíça, França, Alemanha e Países Baixos.

• EUROPA - Desde 1850 existem avestruzes nos zoológicos europeus,

porém somente a partir de 1980 que começaram a surgir criatórios racionais, inicialmente instalados na Bélgica, Alemanha (maior importadora de carne de avestruz do mundo, na maior parte oriundas de Israel e África do Sul) e Holanda. Depois novos criatórios foram instalados na Espanha (possui o maior efetivo e melhores condições climáticas para a produção), Itália e França. A Europa hoje se constitui em grande compradora de couro e carne de avestruz.

Segundo PORTELLA (2005), os maiores exportadores mundiais de carne de avestruz em 2001, foram: África do Sul (7.500), Austrália (4.500), Zimbaue (840), Namíbia (650), Israel (600), totalizando 14.090 toneladas. PANORAMA NACIONAL

Segundo a União Brasileira de Avicultura – UBA (2005), os primeiros reprodutores e matrizes de avestruzes destinados à criação comercial, ingressaram no país em 1995, procedentes dos Estados Unidos e do sul do continente africano. Assim, em 2007, completaram-se 12 anos do início da estrutiocultura brasileira.

Através de Portaria publicada em 15/03/2002, no Diário Oficial da União, assinada pelo presidente do IBAMA, Sr. Hamilton Casara, o avestruz (Struthio camellus) foi reclassificado de ave exótica para ave de produção zootécnica. Com essa medida, os controles da atividade criatória, deixam de ser realizados pela área ambiental (MMA/IBMA), passando para o âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em fevereiro de 2003, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, editou a Instrução Normativa nº 2, que regulamentou a criação de ratitas no Brasil.

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Tabela 02 – Brasil e Regiões Geográficas: Evolução do plantel de avestruzes, 2003 a 2006 Região 2003 2004 2005 2006 2007 (*) Var.%

(2003/06) Part.% (2007)

Nordeste 24.000 44.000 61.500 138.950 166.740 478,96 36,07C.Oeste 21.000 34.500 103.800 134.940 90.735 542,57 19,63Sudeste 51.200 65.500 139.995 110.200 154.220 115,23 33,36Sul 12.000 16.000 22.450 32.800 39.360 173,33 8,52Norte 11.800 15.000 7.680 9.300 11.160 21,19 2,42Total 120.000 175.000 335.425 426.190 462.215 255,16 100,00Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2006/2007) Nota: (*) - Previsão

No ano 2000, o plantel brasileiro de avestruzes resumia-se a 36.500 aves, distribuídas nas cinco regiões geográficas do país, da seguinte forma (nº de aves): Sudeste - 18.000 (49,32%), Nordeste - 10.000 (27,40%), Centro Oeste - 5.000 (13,70%), Sul - 2.000 (5,47%) e Norte - 1.500 (4,11%).

Para 2007, segundo previsão da ACAB, o crescimento do plantel de avestruzes do Brasil, deverá situar-se num percentual de 8,45% em relação ao ano anterior, ficando assim a participação das cinco regiões: Nordeste (36,07%), Sudeste (33,36%), Centro Oeste (19,63%), Sul (8,52%) e Norte (2,42%). Tabela 03 - Brasil e Regiões Geográficas: Evolução do número de criadores de avestruzes, 2003 a 2006. Região 2003 2004 2005 2006 Var.%

(2003/06) Part.% (2006)

Sul 390 550 984 860 120,51 26,97Sudeste 770 860 1.016 795 3,25 24,94C.Oeste 225 265 330 729 224,00 22,87Nordeste 227 440 470 585 157,71 18,35Norte 13 45 192 219 1.584,62 6,87Total 1.625 2.160 2.992 3.188 96,18 100,00Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura – (Relatório Anual 2006/2007)

De 2003 para 2006, o número de criadores de avestruzes no Brasil, cresceu 96,18%, destacando-se as regiões Norte (1.584,62%), Centro Oeste (224,00%), Nordeste (157,71%) e Sul (120,51%), que experimentaram expressivo crescimento.

Considerando-se o número de avestruzes e número de criadores por ano (Tabelas 02 e 03), eis a densidade (nº de aves por ano): 2003 (74), 2004 (81), 2005 (112) e 2006 (134).

Segundo números de 2006, as regiões que concentram o maior números de criadores de avestruzes, são: Sul (26,97%), Sudeste (24,94%), Centro Oeste (22,87%) e Nordeste (18,35%).

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Tabela 04 – Estrutiocultura Brasileira: abates de avestruzes e produção de carne, 2002 a 2007

Ano Número de Abates (carcaças)

Produção de Carne (toneladas)

2002 100 32003 811 24.3302004 1.750 52.5002005 1.774 53.2202006 14.306 429.1802007 (*) 25.000 750.000Var.% (2006/2007) 74,75 74,75Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura – (Relatório Anual 2006/2007) Nota: (*) - Previsão

Segundo a ACAB (2007), citado por SUZAN (2007), existem atualmente 17 plantas frigoríficas com SIF habilitadas para o abate de avestruzes no Brasil: região Sul (3: 2 PR e 1 - RS), região Sudeste (7: 5 – SP e 2 – MG), região Centro-Oeste (3: 2 – GO e 1 – MS) e região Nordeste (4: 1 – CE, 2 – BA e 1 – SE). Esta mesmo fonte, informa que em 2006 foram abatidos 14.306 avestruzes no âmbito do país, distribuídos nos seguintes estados: São Paulo – 5.743 (40,14%), Bahia - 3.000 (20,98%), Goiás – 2.707 (18,92%), Distrito Federal – 1.800 (12,58%), Rio de Janeiro – 588 (4,11%), Rio Grande do Sul – 438 (3,06%) e Santa Catarina (0,21%).

De 2000 (36.500 avestruzes) para 2006 (426.190 avestruzes), o plantel de avestruzes experimentou um expressivo crescimento, qual seja, de 1.067,64 % ou quase doze vezes. Tabela 05 – Brasil e Regiões Geográficas: Evolução do plantel de avestruzes, 2000 a 2007 Ano/Região Nordeste Centro

Oeste Sudeste Sul Norte Total

2000 10.000 5.000 18.000 2.000 1.500 36.5002001 12.000 8.000 25.000 3.000 2.000 50.0002002 20.000 15.000 35.000 5.000 5.000 80.0002003- 24.000 21.000 51.200 12.000 11.800 120.0002004 44.000 34.500 65.500 16.000 15.000 175.0002005 61.500 103.800 139.995 22.450 7.680 335.4252006 138.950 134.940 110.200 32.800 9.300 426.1902007 166.740 90.735 154.220 39.360 11.160 462.215Var.% (2006/2000)

1.289,50 2.598,80 512,22 1.868,00 644,00 1.166,34,

Var.% (2006/2007)

20,00 32,76 39,95 20,00 20,00 8,45

Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2006/2007) Nota: (*) - Previsão

Segundo a UBA/ACAB, os abates de avestruzes tiveram início em 2001, ainda em pequena escala, principalmente no Estado de São Paulo, onde já

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funcionavam três frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal (SIF) – MAPA. Assim, em 2002, registrou-se o abate de 100 (cem) aves, gerando 3 (três) toneladas de carne de avestruz e 90 couros.

Para 2007 a ACAB prevê um crescimento de 74,75 % no abate e produção de carne de avestruz, o que em números absolutos resultará: 25.000 aves abatidas (carcaças) e 750.000 toneladas de carne de avestruz.

Segundo a ACAB (2007), a estrutiocultura brasileira, com 12 anos, atualmente caracteriza-se pela saturação no mercado de venda de aves vivas (notadamente na região Sudeste) e desaceleração no crescimento do plantel e entrada na fase de industrialização (1.774 abates em 2005, para 14.036 abates em 2006). Outra tendência é a migração da criação de avestruzes para as regiões Nordeste e Centro Oeste (condições edafoclimáticas mais favoráveis).

Ainda sobre abate, produção de carne e comercialização, o setor almeja adentrar o mercado externo ainda em 2007, após a liberação das exportações e vender cerca de 500 toneladas de carne de avestruz.

Segundo o Anuário da Estrutiocultura Brasileira 2005/2006, no Brasil funcionam 14 associações regionais e 21 cooperativas de criadores de avestruzes, sendo que a maioria dos agentes do mercado e instituições da estrutiocultura está associada à ACAB – Associação Brasileira de Criadores de Avestruzes (www. acab.org.br), fundada em 13 de outubro de 1996. Esta entidade é a porta-voz do setor estrutiocultor nacional, possuindo perto de 300 associados distribuídos por todo o país (associações regionais e estaduais).

Vale dizer que, no país também existe a UBRA – Associação Brasileira de Estrutiocultura (http://www.abreonline.com.br), fundada em 7 de setembro de 2002, congregando criadores, pesquisadores, empresários e órgãos públicos.

Concluindo, adianta-se que o Brasil com um plantel de avestruzes de 462.000 cabeças (previsão para 2007), já coloca-se como o segundo maior rebanho mundial, superando a China (250.000) e antecedido pela África do Sul (900.000). PANORAMA ESTADUAL

De acordo com a UBA (Relatório Anual de 2001), no ano de 2001, o plantel brasileiro de avestruzes era de 50.000 aves e caracterizava-se como em fase de multiplicação de matrizes e reprodutores, distribuindo-se pelas cinco regiões geográficas do país:

51% - Sudeste, 26% - Nordeste, 15% - Centro Oeste, 4% - Norte e Sul.

Nesta época, o maior rebanho concentrava-se no Estado de São Paulo (22.000 aves), detendo o Paraná um plantel de 2.000 avestruzes, conforme pode ser visto na tabela 06.

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Tabela 06 – Brasil e Principais Estados: constituição do rebanho de avestruzes, 2001. Estado Avestruz (nº de Cabeças) Part.% (2001) São Paulo 22.000 44,00Pernambuco 3.500 7,00Bahia 3.000 6,00Sergipe 3.500 7,00Ceará 3.000 6,00Goiás 3.000 6,00Minas Gerais 2.500 5,00Mato Grosso do Sul 2.500 5,00Mato Grosso 2.000 4,00Paraná 2.000 4,00Demais Estados 3.000 6,00Total 50.000 100,00Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2001)

Por esta mesma fonte (Relatório Anual de 2004/2005), em 2003 o rebanho nacional de avestruzes detinha 120.000 aves e contabilizava-se a existência de 1.700 criadores, distribuídos por todos os estados brasileiros, porém 74,71% destes concentrado em seis estados da federação brasileira:

São Paulo - 700 (41,18%), Paraná - 200 (11,76%), Rio Grande do Sul - 150 (8,83%), Bahia - 120 (7,06%), Goiás - 60 (3,53%) e Santa Catarina - 40 (2,35%). Tabela 06 – Brasil e Principais Estados: evolução do número de criadores de avestruzes, 2003 e 2005. Estados 2003 (1) 2005 (2) Var.% (2/1) Part.% (2) São Paulo 700 700 0,00 23,40 Santa Catarina 40 430 975,00 14,37 Paraná 200 300 50,00 10,03 Rio G. do Sul 150 260 73,33 8,69 Minas Gerais 30 207 590,00 6,92% Goiás 60 200 233,33 6,68 Bahia 120 200 66,67 6,68 Rio de Janeiro 40 90 125,00 3,00 Mato G. do Sul 85 50 (41,18) 1,68 Goiás 60 200 233,33 6,68 Mato Grosso 40 40 0,00 1,34 Demais estados

175 315 80,00 10,53

Total 1.700 (1.625) 2.992 76,00 100,00 Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2005/2006) Nota: No Relatório Anual 2005/2006, apresentava-se um nº de criadores de 1.700 (nº provável de criadores do Brasil), já no Relatório Anual de 2006/2007, o número informado foi de 1625 criadores de avestruzes.

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No relatório anual de 2006/2007 (UBA), informa-se que de 2003 para 2006, o plantel nacional de avestruzes saltou de 120.000 para 426.190 aves (o que resulta num crescimento percentual de 255,16%, enquanto que o número de criadores passou de 1.625 (2003) para 3.188 (2006), resultando num incremento de 96,18%.

Já no tocante à participação dos estados da federação no crescimento do plantel brasileiro de 2005 para 2006, o Estado de São Paulo registra decréscimo de 28% no seu plantel de avestruzes, enquanto que alguns estados do Nordeste (Bahia e Alagoas) e do Centro Oeste (Goiás), vêem crescer seus plantéis (Tabela 07). Tabela 07 – Brasil e Principais Estados: evolução do rebanho de avestruzes (nº de cabeças), 2005 e 2006. Estados 2005 (1) 2006 (2) Var.% (2/1) Part.% (2) São Paulo 125.000 90.000 (28,00) 21,12Goiás 85.950 111.540 29,77 26,17Bahia 23.000 60.000 160,87 14,08Alagoas 10.000 21.000 110,00 4,93Santa Catarina 6.950 16.600 138,85 3,89Pernambuco 8.000 16.800 110,00 3,94Ceará 8.000 14.000 75,00 3,28Paraná 8.000 11.200 40,00 2,63Minas Gerais 7.995 10.500 31,33 2,46Mato G. do Sul 7.000 9.100 30,00 2,14Rio de Janeiro 6.000 8.000 33,33 1,88Mato Grosso 5.500 7.150 30,00 1,68Distrito Federal 5.500 7.150 30,00 1,68Demais estados

28.530 43.150 51,24 10,12

Total 335.425 426.190 - 100,00Fonte: ACAB – Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil/UBA – União Brasileira de Avicultura (Relatório Anual 2006/2007)

Segundo dados da UBA (2007), nos 26 estados brasileiros existe criação de avestruzes, sendo que oito deles concentram 80,04% do plantel nacional (426.190 cabeças), conforme segue (nº de cabeças): Goiás (111.540), São Paulo (90.000), Bahia (60.000), Alagoas (21.000), Pernambuco (16.800), Santa Catarina (16.600), Ceará (14.000) e Paraná (11.200).

No Paraná, a criação de avestruzes encontra-se distribuída nas regiões de Ponta Grossa (Castro – Carambeí), Cascavel, Maringá, Londrina, Apucarana, Arapongas, Peabiru, Paranavaí, Foz do Iguaçu e Curitiba.

Segundo o Anuário da Estrutiocultura Brasileira 2005/2006, em novembro de 1996 começaram a chegar as primeiras aves ao Estado do Paraná (Apucarana e Londrina). Daí originaram-se criatórios em Foz do Iguaçu (1997), Ponta Grossa (1997-98) e Região Metropolitana de Curitiba (2001).

Segundo este anuário, atualmente os maiores criatórios paranaenses são conduzidos por cooperativas, como a Cooperativa Paranaense de Avestruz

100

(Copatruz) - Maringá/Paranavaí - (http://www.copatruz.com.br - Ricardo N. de Castilho – 44 – 3422.4983) e a Cooperativa Top em Avestruz (Coopertop) - Curitiba (http://www.coopertop.agr.br), agregando grande número de pequenos criadores.

O primeiro abate experimental de avestruzes, foi realizado em 2004, no Frigorífico Badatti (SIF), instalado na região de Ibiporã, sob a iniciativa da Cooperativa Nipo-Brasileira de Avestruz (Coontruz) - Londrina - PR (http://www.coontruz.com.br - Nelson Sakuma – 43-9994.0137), que hoje abate no Frigorífico Espaciare (SIF), localizado na região de Apucarana.

Além das duas citadas acima, ainda existe a Estrutiopar - Cooperativa dos Estrutiocultores do Paraná – (www.estrutiopar.com.br – Curitiba), a ABA - Associação Brasil Avestruzes – Cascavel (Alceno Franck – 45 – 3225.6181) e a ACAP – Associação de Criadores de Avestruz do Paraná – Apucarana - (43 – 3321.5113 – Marcos V. V. Barrozo).

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LEITE

Médico Veterinário Fábio Peixoto Mezzadri

MUNDO

O mundo atualmente necessita cada vez mais de fontes alimentares, para suprir as necessidades básicas de nutrição de todo ser humano. O leite e seus derivados, neste contexto passa a ser uma excelente opção de complementação alimentar de grande qualidade.

O leite é produzido mundialmente em grandes, médias e pequenas

propriedades, em sistemas intensivos, predominantemente em países desenvolvidos e de forma extensiva, mais comum nos países em desenvolvimento. Entretanto, a atividade leiteira possui, tradicionalmente, em todo mundo, a característica de se desenvolver, grande parte, em propriedades administradas e exploradas através da mão de obra familiar, sendo que nestas ocasiões, comumente, a gerência da propriedade é passada de pai para filho, contribuindo para a fixação do homem no campo.

Leite de Vaca - Produção mundial - 1995/2005

Produção de Leite (mil t) Continente

1995 2000 2005 Variação (%)

2005/95 % total 2005

Europa 222.288 209.643 210.575 -5.3 39.7

América 128.221 142.749 151.741 18.3 28.6

Ásia 79.456 95.762 122.042 53.6 23.0

Oceânia 17.822 23.486 24.843 39,4 4.7

África 16.646 19.594 21.517 29,3 4.0

T O T A L 464.433 491.234 530.718 14.3 100,0

Fonte: FAO Elaboração: R.Zoccal- Embrapa Gado de Leite Atualizada: fevereiro/2006

102

Leite – Mundo - Principais Países Produtores - 2005 O

Percentual do Países Produção de Leite (mil

t) 2005 Total Acumulado 1º Estados Unidos 80.150 15.1 15.1 2º Índia 38.500 7.2 22.3 3º Rússia 30.600 5.8 28.1 4º Alemanha 27.600 5.2 33.3 5º França 25.282 4.8 38.1 6º China 24.530 4.6 42.7 7º Brasil 23.320 4.4 47.1 8º Nova Zelândia 14.625 2.7 49.8 9º Reino Unido 14.577 2.7 52.5 10º Ucrânia 14.000 2.6 55.1 11º Polônia 12.400 2.3 57.4 12º Países Baixos 10.531 2.0 59.4 13º Itália 10.500 2.0 61.4 14º Austrália 10.150 1.9 63.3 15º México 9.873 1.9 65.2 16º Turquia 9.500 1.8 67.0 17º Paquistão 9.082 1.7 68.7 18º Japão 8.255 1.5 70.2 19º Argentina 8.100 1.5 71.7 20º Canadá 8.100 1.5 73.2 Outros Países 141.042 26.8 100,0 T O T A L 530.718 100,0

Fonte: FAO Elaboração: R.Zoccal - Embrapa Gado de Leite Atualizada: fevereiro/2006

103

Leite – Produção Mundial (mil toneladas)

País 2006 2007* Canadá 7.773 7.650 México 9.998 10.100 Estados Unidos 82.508 83.007 Argentina 10.300 10.800 Brasil 24.745 25.356 União Européia 130.500 130.600 Romênia 4.900 4.950 Rússia 32.200 32.800 Ucrânia 12.890 13.100 Índia 38.750 40.050 China 32.800 38.100 Japão 8.170 8.150 Austrália 10.395 10.000 Nova Zelândia 15.200 15.400 Total 421.129 430.072

Fonte: USDA Obs: Os dados referentes à Austrália representam a produção estimada até 30 de junho de 2007, enquanto os da Nova Zelândia contabilizam até 31 de maio de 2007.

O atual cenário mundial da produção leiteira reflete o decréscimo no fornecimento do produto e baixos estoques, fazendo com que tradicionais países produtores e exportadores de leite se tornem compradores do produto.

Países como a Austrália, Argentina, Nova Zelândia, EUA e União Européia,

apresentam problemas de falta de subsídios, estiagens, baixa expansão da produção, entre outros, o que leva ao declínio na oferta do produto.

Enquanto importantes fornecedores apresentam problemas na produção,

em países da África, América Latina, China e Índia, a demanda é crescente, o que torna estes mercados interessantes ao Brasil, onde a produção cresce juntamente com a qualidade do produto e a tecnificação dos produtores.

Com a redução da oferta de leite no mercado internacional elevou-se

expressivamente a cotação do produto e seus derivados nos mercados externos. A exemplo disso, observamos a cotação da tonelada do leite em pó na

Europa, a qual esteve em média a US$ 2.514 no ano de 2006, subindo para US$ 5.000 em maio de 2007, acrescendo em 98,9%, fator que tem alavancado cada vez mais os volumes exportados do leite e seus derivados, principalmente o leite em pó (produto que representa 47% das exportações de lácteos).

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Leite fluido - Consumo per capita mundial - 2000/2006*

Kg / pessoa / ano País

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006* AMÉRICA DO NORTE 227,5 226,5 224,1 223,5 222,1 221,7 219,7 Canadá 93,1 92,1 90,4 87,2 86,9 86,4 84,5 Estados Unidos 95,2 94,2 93,9 94,3 93,8 93,2 92,4 México 39,2 40,2 39,8 42,0 41,4 42,1 42,8 AMÉRICA DO SUL 133,6 131,7 120,2 121,0 115,2 118,9 120,9 Argentina 61,3 62,0 51,9 52,9 46,0 48,1 50,1 Brasil 72,3 69,7 68,3 68,1 69,2 70,8 70,8 UNIÃO EUROPÉIA** 80,0 80,2 75,8 76,0 75,2 73,7 73,3 EUROPA ORIENTAL 153,0 156,0 154,4 163,6 171,8 165,7 171,2 Romênia 153,0 156,0 154,4 163,6 171,8 165,7 171,2 EX – URSS 159,8 162,8 167,5 164,7 197,6 178,7 176,1 Rússia 96,5 96,8 98,8 92,3 89,6 86,8 86,8 Ucrânia 63,3 66,0 68,7 72,4 108,0 91,9 89,3 ÁFRICA 18,2 21,5 21,1 21,8 21,5 21,2 20,8 Egito 18,2 21,5 21,1 21,8 21,5 21,2 20,8 ÁSIA 90,4 90,6 125,6 131,1 127,7 129,7 131,4 China 3,0 3,5 4,4 5,9 7,9 9,9 12,0 Coréia do Sul n.d. n.d. 34,7 37,9 33,1 32,1 31,8 Índia 32,9 32,7 32,4 32,4 33,3 35,6 36,2 Japão 39,2 38,9 39,4 39,6 38,9 37,7 37,3 Taiwan 15,3 15,5 14,7 15,3 14,5 14,4 14,1 OCEANIA 194,5 191,1 191,4 191,5 191,5 192,9 191,9 Austrália 103,9 99,2 100,6 100,4 101,4 103,7 103,6 Nova Zelândia 90,6 91,9 90,8 91,1 90,1 89,2 88,3 * Previsão ** União Européia é composta por 25 países Fonte: USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos Atualizado em junho/ 2006.

105

BRASIL

Depois de experimentar incremento substancial em 2005, com aumento de 4,88% sobre 2004, a produção brasileira de leite manteve-se praticamente no mesmo patamar em 2006.

De acordo com dados sistematizados pelo Departamento de Agricultura

dos Estados Unidos (USDA), o Brasil produziu 24,745 bilhões de quilos, apenas 0,5% a mais do que no ano anterior. Para 2007, a previsão é que haja recuperação na captação de leite, com 2,5% mais do que em 2006, atingindo uma produção de 25,365 milhões de toneladas. (Anuário Brasileiro da Pecuária 2007) Brasil - Comércio Internacional do Leite – Países Exportadores e Importadores

- Comércio Exterior de Leite de Derivados -

* LEITE E DERIVADOS – IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS – 1996 A 2006

ANO IMPORTAÇÕES EXPORTAÇÕES Toneladas US$ 1.000 Toneladas US$ 1.000

1996 330.227 514.288 7.786 19.257 2000 307.116 373.189 8.928 13.361 2001 141.189 178.607 19.371 25.030 2002 215.331 247.557 40.123 40.246 2003 83.557 112.292 44.444 48.508 2004 55.884 83.923 68.240 95.381 2005 72.820 121.193 78.366 130.093 2006 94.043 154.689 89.052 138.502

Fonte: MDIC/SECEX/DECEX (www.cepa.epagri.sc.gov.br) - acesso 22/02/2007 Nota: NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) –0401 e 0406: produtos e subprodutos

Segundo a EPAGRI/SC, em 2006, as exportações e importações brasileiras de lácteos apresentaram comportamentos semelhantes, mas com intensidades diferentes. Em relação a 2005, tanto as importações, como as exportações cresceram. Este comportamento pode ser explicado pela valorização do real diante do dólar. Exportações brasileiras (toneladas) 2005 – 78.366 ⇒ aumento de 13,6% 2006 – 89.052 Exportações brasileiras (receita – em US$ mil) 2005 – 130.093 ⇒ aumento de 6,5% 2006 – 138.502

106

* LEITE E DERIVADOS – EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS – JANEIRO A JULHO DE 2006 E 2007

ANO EXPORTAÇÕES Toneladas Receita (US$ Mil)

Jan a Julho 2006 52.791 85.935 Jan a Julho 2007 42.959 93.710

Variação (%) - 18,6 9,05 Fonte: SECEX/ALICE WEB * Leite em Pó, Leite “In Natura”, Queijos e Manteigas

A valorização externa do leite e derivados nacionais trouxe acréscimo em 9,05 % na receita do primeiro semestre de 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo exportando-se um volume 18,6% inferior ao do ano passado. Porém os números reduzidos das exportações do primeiro semestre de 2007 refletem a realidade da falta de matéria-prima.

Além dos aspectos climáticos, sazonais e de conjuntura mundial, o aumento do consumo é ponto fundamental para a regulação da oferta e demanda e conseqüente nivelamento nos valores do leite recebido pelos produtores, no atacado e no mercado varejista, e o “marketing” do produto, certamente são um dos caminhos mais importantes para esta finalidade. No ano de 2006, o consumo de leite no Brasil, segundo o USDA, foi de 70,8 kg/pessoa/ano, nos Estados Unidos e Canadá o consumo foi de 92,4/kg/pessoa/ano e 84,5/kg/pessoa/ano respectivamente.

107

CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO NO BRASIL

Segundo levantamento realizado pelo site Milk Point, especializado em pecuária leiteira, o sistema da maior ocorrência é o semiconfinado (49%), seguido pelo confinamento total dos animais (39%) e pelas pastagens (12%). A média da produção dos rebanhos confinados foi de 28 quilos/dia; no semiconfinamento ficou em 21,3 quilos e nos sistemas de pastagens, em 15,9 quilos. A holandesa continua sendo a raça mais utilizada, com 53,9% das indicações. Em seguida vem o Girolando e mestiços, com 32,8%. Jersey, Gir, Guzerá e Pardo-Suíça também foram citadas. Dentre os 100 maiores produtores de leite, 18,6% trabalham com mais de uma raça, considerando-se as puras e as cruzadas. Minas Gerais é o principal Estado produtor de leite, liderando o ranking com 44%. O Paraná de acordo com este levantamento viria na segunda posição, com 27,4%, e São Paulo na seqüência, com 12,7%. A região de Ponta Grossa (PR) é destaque em eficiência técnica entre os maiores produtores, ostentando alta produção por animal e também por área. ( p.89, Anuário Brasileiro da Pecuária 2007 ). ESTADO DO PARANÁ

O rebanho leiteiro paranaense é formado atualmente, por

aproximadamente 2,5 milhões de cabeças, sendo o 2º maior produtor de leite brasileiro.

O Oeste é a região de maior produção do Estado. A produtividade média

dessa região situa-se em 2.496 litros/vaca/ano.

Os municípios de maior destaque, no Estado, em produção de leite são: Marechal Cândido Rondon, Castro, Carambeí, Toledo e Palmeira.

A produtividade média nacional de 1.200 litros/vaca/ano é considerada

baixa, quando comparada com os principais países produtores. No Paraná, a produtividade média tem ficado em 1.660 litros/vaca/ano, portanto, superior à média nacional.

Nos municípios de Carambeí, Castro, Palmeira e Arapoti, pertencentes a

micro-região de Ponta Grossa, encontram-se os melhores rebanhos leiteiros do país e a produtividade média situa-se em 3.500 litros/vaca/ano. O município de Castro é considerado “centro de referência” em bovinocultura de leite. Nesta região, é comum a existência de propriedades com produtividade superior a 8.000 litros/vaca/ano, equiparando-se aos maiores países produtores de leite. Nesta região, há predominância de rebanhos confinados, onde os animais recebem uma dieta planejada para que alcancem produção máxima. Estes animais possuem alta qualidade genética, sendo que muitos destacam-se em importantes exposições em todo o país, fato que torna a região de Ponta Grossa, além de uma área de grande produção leiteira, um importante banco genético, especialmente da raça holandesa.

108

Dados de fonte IBGE – Pesquisa da Pecuária Municipal – apontam que o Paraná, no ano de 2005, produziu 2.518.678.962 de litros de leite, com 1.367.361 vacas ordenhadas, obtendo uma produtividade de 1.842 litros/vaca/ano. LEITE – PARANÁ: PRODUÇÃO, VACAS ORDENHADAS, PRODUTIVIDADE E DISPONIBILIDADE POR HABITANTE – 2002/2005.

ANO

PRODUÇÃO (milhões de

litros)

VACAS ORDENHADAS (mil cabeças)

PRODUTIVIDADE (l/vaca/ano)

DISPONIBILIDADE INTERNA PER CAPITA

(l/hab/ano)

2002 1.985 1.187 1.672 203 2003 2.141 1.206 1.775 216 2004 2.395 1.305 1.835 236 2005 2.519 1.367 1.843 245

Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal - Elaboração: DCA – Divisão de Conjuntura Agropecuária. Nota: População (nº de habitantes: IPARDES/BDE) – 2002 (9.798.006), 2003 (9.906.866), 2004 (10.135.388) e 2005 (10.261.856).

NÚMEROS DO SETOR

Segundo dados do IBGE (Pesquisa Pecuária Municipal / Ano 2006), o Estado do Paraná, que até então era considerado o 3º produtor brasileiro de leite, aparece agora, como o segundo colocado, com 2,7 bilhões de litros produzidos, antecedido por Minas Gerais 1º colocado com 7,0 bilhões de litros. Na atual pesquisa, o Rio Grande do Sul aparece em 3º lugar, com 2,62 bilhões de litros produzidos e Goiás em 4º lugar com 2,61 bilhões de litros.

Rebanho leiteiro paranaense – aproximadamente 2,5 milhões de cabeças; Produção de Leite: Paraná ano 2006 – 2,7 bilhões de litros Paraná ano 2005 – 2,5 bilhões de litros (Fonte: IBGE-Pesquisa Pecuária Municipal / Anos 2005/2006)

Média mensal de leite recebida pelos laticínios – aproximadamente 150 milhões de litros em 2006;

Atualmente o Estado do Paraná conta com aproximadamente 100 mil produtores de leite e 377 laticínios com SIF, SIP e SIM;

109

Paraná – Exportações de Lácteos

* LEITE E DERIVADOS – EXPORTAÇÕES PARANAENSES – 1º SEMESTRE 2006 E 2007

ANO EXPORTAÇÕES Toneladas Milhões US$

1º semestre 2006 1.757 4,72 1º semestre 2007 2.079 6,04

Fonte: MAPA ⇒ US$ 6,04 milhões de dólares no 1º semestre de 2007, com evolução de 28% sobre igual período de 2006, quando o valor exportado foi de 4,72 milhões.

• Este valor representa principalmente as exportações de leite em pó, leite condensado e queijos.

AUMENTO NOS PREÇOS E ESTIAGEM

Leite e Derivados - Paraná - Análise Comparativa dos Preços (em R$)

(Leite Cota) litro - Preços Recebidos Pelos Produtores Agosto 2006 Agosto 2007 Variação %

0,45 0,68 51,1 Fonte: SEAB/DERAL

Leite - Paraná - Evolução dos Preços Recebidos pelos Produtores - Agosto

2006 / Agosto 2007 - (R$ litro)

0

0,2

0,4

0,6

0,8

2006 2007

Fonte: SEAB - DERAL

110

Leite e Derivados - Preços no Varejo

Agosto 2006 Agosto 2007 Variação % Leite em pó (400g) 4,66 6,18 32,6 Leite Longa Vida (litro) 1,35 2,14 58,5 Leite tipo C 1,06 1,53 44,3 Manteiga extra (0,2 kg) 2,59 2,52 - 2,7 Queijo minas frescal (kg) 10,53 12,12 15 Queijo muzzarela (kg) 11,39 15,03 32 Queijo parmesão (kg) 30,26 29,96 - 0,99 Queijo prato (kg) 11,96 16,16 35,11 Fonte: SEAB/DERAL * Preço médio estadual do litro do leite cota recebido pelos produtores no período de: 10/09/2007 a 14/09/2007 ⇒ R$ 0,71

Leite e Derivados - Paraná - Evulução dos Preços no Varejo Agosto de 2006 / Agosto de 2007 (R$/ l )

0 5 10 15 20 25 30 35

Leite em pó (400g)

Leite Longa Vida (litro)

Leite tipo C

Manteiga extra (0,2 kg)

Queijo minas frescal (kg)

Queijo muzzarela (kg)

Queijo parmezão (kg)

Queijo prato (kg)

ago/07

ago/06

Fonte: SEAB - DERAL

O aumento nas cotações do leite e derivados pode ser explicado por alguns fatores, entre os quais: o maior volume do produto e derivados (principalmente o leite em pó), demandados pelos mercados externos que por sua vez, atravessam problemas conjunturais de diversas ordens, o que diminuiu a oferta interna do leite nestes países, trazendo problemas no fornecimento do produto, fato que aumentou expressivamente a valorização do produto brasileiro nos mercados internacionais.

A procura e valorização externa do produto ocasionam maior demanda

pela matéria-prima, pelos laticínios exportadores, o que acarreta no declínio da oferta interna do leite.

No Estado do Paraná, assim como em outras regiões brasileiras, as

estiagens que vêm acontecendo há aproximadamente três anos consecutivos, e, principalmente nos períodos de entressafra, são fatores que contribuem para a baixa na oferta do leite. No Paraná, às secas quando acontecem no período de entressafra (inverno), prejudicam em elevado grau o desenvolvimento das pastagens de inverno (aveia e azevém) no Sul do Estado e prejudicando a rebrota

111

das pastagens nativas e cultivadas de verão que começam sua recuperação ao fim da estação fria e começo da primavera.

A falta de pastagem faz com que a produção das vacas leiteiras criadas

extensivamente caia de 25% a 30% em média, contribuindo com a queda na oferta interna, aumentando os custos de produção, valorizando o produto, com conseqüente aumento dos preços pagos aos produtores e no mercado varejista. DADOS DO PROGRAMA LEITE DAS CRIANÇAS

Leite Distribuído (litros) Mês de junho de 2007 – 4.997.018 litros

Acumulado (maio de 2003 a junho de 2007) – 175.135.780 litros

13.500 produtores fornecedores cadastrados 1.730.000 análises de qualidade do leite realizadas desde o início do programa, garantindo qualidade e saúde ao produto fornecido. * Dados do mês agosto de 2007 Tendências • Intensificação das ações objetivando melhorar a qualidade do leite no Paraná,

o que já vêm ocorrendo há nível de produtores, indústria e em programas de governo;

• Aumento das exportações de derivados de maior valor agregado como: leite em pó, queijos e leite condensado, o que poderá abrir espaços para ampliar a industrialização do leite, sendo a qualidade e a sanidade do leite pontos vitais para evitar barreiras sanitárias às exportações;

• União e integração crescente do setor leiteiro, que já está sendo praticada; • Ampliação e diversificação da base industrial de produção de derivados do

leite, principalmente pelas indústrias de cooperativas, reduzindo a elevada concentração na produção de leite fluido, para produtos de maior valor agregado;

• Maior representatividade dos pequenos produtores na oferta de leite, assim como a regulamentação do seu produto;

• Recuperação da rentabilidade do produtor, o que já pode ser observado; • Maior estabilidade dos preços, o que deverá acontecer, uma vez que as

demandas externas deverão aumentar ainda mais; • Com a melhor rentabilidade da atividade, a tendência é que os produtores

voltem a investir em seus rebanhos, melhorando com isto os aspectos sanitários, a genética, a nutrição e conseqüentemente a produção.

112

SERICICULTURA

Médico Veterinário Tiago Tamanini I. HISTÓRICO

O bicho-da-seda é originário da China e há cerca de 5.000 anos vem sendo criado pelo homem para obtenção de fios de seda. Da China o inseto foi introduzido no Japão, no Turquestão e na Grécia. Em 1740, o bicho-da-seda passou a ser criado na Espanha, na França, na Itália e na Áustria. No Brasil, a introdução da sericicultura ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1848, e em 1922, na cidade de Campinas - SP, onde foi criada a Indústria de Seda Nacional S.A. A partir daí a sericicultura tornou-se uma importante atividade para a agroindústria brasileira e, atualmente, o Estado do Paraná é o maior produtor nacional de casulos do bicho-da-seda.

No Brasil, a sericicultura é uma importante atividade agroindustrial que

contribui substancialmente para a economia rural. A atividade tem-se desenvolvido, sobretudo nas pequenas propriedades rurais, onde predomina o trabalho familiar, representando uma alternativa importante para a melhoria da renda dessas famílias e contribuindo de forma significativa para a diminuição do êxodo rural. Somando-se a essas características, a sericicultura contribui para o desenvolvimento sustentável do país, em virtude de seu relevante aspecto social e por se tratar de atividade de baixo impacto no meio ambiente.

A sericicultura é uma atividade integrada indústria-sericicultor abrangendo o cultivo da amoreira (Morus sp.), e a produção desde a obtenção dos ovos pelas Indústrias até o cultivo das lagartas do bicho-da-seda no campo pelos agricultores familiares. O bicho-da-seda Bombyx mori L. (Lepidoptera: Bombycidae) que se alimenta exclusivamente da amoreira contribui com 95% da produção total de fios de seda utilizada nas confecções diferentes tipos de tecidos (Fonseca & Fonseca, 1986; Watanabe et al., 2000).

Para o sucesso de uma grande produção de seda com fios de qualidade é

necessária a seleção de raças resistentes a doenças, que suportem as condições do campo e que tragam em seu código genético, informações que possibilitem a produção de altos teores de seda. Portanto, é de suma importância caracterizar e selecionar raças de bichos da seda, que sejam boas produtoras no campo.

As raças japonesas apresentam alto teor de seda no casulo, e as raças

chinesas apresentam uma maior resistência ao cultivo no campo. Desta forma, para obtenção do híbrido de alto valor comercial, que apresente elevado rendimento de casulos por grama de ovos e alto rendimento de seda, índices estes importantes para produtores e indústrias de fiação, e que sejam ao mesmo tempo resistentes no campo, procura-se misturar as características genéticas das raças japonesas e chinesas.

113

II - Produção Mundial de Casulos Verdes –Toneladas

Ano Pais 2002 2003 2004

China 1º 645.000 1º 611.000 1º 677.000 78,39%Índia 2º 128.000 2º 117.000 2º 120.000 13,90%Vietnã 3º 21.000 3º 21.000 3º 21.000 2,43%Uzbequistão 4º 20.000 4º 20.000 4º 20.000 2,32%Tailândia 5º 17.800 5º 17.800 5º 16.800 1,94%Brasil 6º 10.238 6º 9.966 6º 8.005 0,93%

Japão 8º 880 8º 780 7º 683 0,08%Grécia 11º 60 10º 60 8º 70 0,01%Filipinas 13º 28 11º 23 9º 20 0,00%Irã 7º 3.500 7º 3.200 - - -Turquia 10º 100 9º 169 - - -Indonésia 9º 691 - - - - -Bulgária 12º 50 - - - - -TOTAL 847,347 800,998 863.580 100% Fonte - Abrasseda

III – Produção Nacional de Casulos Verdes – Toneladas

Safra 2005/2006 - Toneladas Estado

Empresa PR SP MS SC TOTAL % %

s/04/05 BRATAC 4.737 442 429 1 5.609 69,67 16,06%COCAMAR 565 565 7,02 3,48%FUJIMURA 1.857 20 1,877 23,31 6,23%TOTAL 7.159 462 429 1 8.051 12,66%% 88,92 5,74 5,33 0,01 100% % s/ 04/05 11,63% 15,50% 29,22% 0,00% 12,66%

Safra 2006/2007 - Toneladas Estado

Empresa PR SP MS SC TOTAL % %

BRATAC 5.588 454 473 1 6.516 75,62 16,17%FUJIMURA 2.076 25 2.101 24,38 11,93%TOTAL 7.159 462 429 1 8.051 12,66%

% 88,92 5,74 5,33 0,01 100% %s 05/06 11,63% 3,68% 10,26% 0,00% 100%

114

1ª Previsão p/ Safra 2007 / 2008 Toneladas – 11/07/2007 Estado

Empresa PR SP MS SC TOTAL % %

BRATAC 5.200 433 450 1 6.048 74,16 -6,63%FIJIMURA 2.097 23 2.120 25,84 0,90% TOTAL 7.297 456 450 1 8.204 7,03%

% 88,94 5,56 5,49 0,01 100%% s /06/07 -4,79% -4,80% -4,86% 0,00% -4,79%

Fonte : ABRASSEDA

IV – Produção no Estado do Paraná de casulos verdes - Toneladas

1 - Histórico da sericicultura no Estado do Paraná (últimos 10 anos)

Fonte – Relatório Takii 2 - Evolução da sericicultura do Paraná e participação na produção brasileira de casulos verdes últimos 10 anos

Fonte – Relatório Takii

SAFRA Número de Número de Área deSericicultores Barracões Amoreira (ha) Paraná Brasil % Pr/Br

1995/96 7.319 8.411 35.724,00 12.446 15.368 80,991996/97 7.650 8.874 34.546,00 12.381 14.811 83,591997/98 7.914 8.956 32.426,00 12.763 14.594 87,451998/99 6.618 7.539 26.635,00 9.048 10.305 87,801999/00 5.677 6.402 21.182,00 7.530 8.473 88,872000/01 5.952 6.681 21.271,00 8.854 9.916 89,292001/02 7.190 8.143 23.532,00 9.153 10.238 89,402002/03 6.535 7.346 21.110,00 8.929 9.966 89,592003/04 7.037 8.135 20.561,00 7.194 8.005 89,872004/05 5.089 5.501 16.919,29 6.405 7.146 89,632005/06 6.462 6.882 13.922,72 7.141 8.051 88,692006/07 6.749 7.122 13.645,08 7.645 8.617 88,72

Toneladas de Casulos Verdes

Itens 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07Número de Municípios 245 231 214 223 237 225 217 213 231 239Número de criadores 7.914 6.618 5.677 5.952 7.190 6.535 7.037 5.089 6.462 6.749Número de barracões 8.956 7.539 6.402 6.681 8.143 7.343 8.135 5.501 6.882 7.122Área de amoreira (ha) 32.426 25.635 21.182 21.271 23.532 21.110 20.561 16.919 13.923 13.645Área Média por Produtor (ha) 4,10 3,87 3,73 3,58 3,27 3,23 2,92 3,32 2,15 2,02Casulos verdes (Toneladas) 12.763 9.048 7.530 8.854 9.153 8.929 7.194 6.405 7.141 7.645Produção Média (Kg/produtor) 1.595 1.353 1.311 1.482 1.268 1.366 1.022 1.259 1.105 1.133Produtividade Média (Kg/há/ano) 389 349 351 415 389 423 350 379 513 560Rendimento de Lagartas (kg/g) 3,12 3,16 3,30 3,35 3,21 3,19 3,44 2,96 3,06 2,84Casulos de Primeira (%) 93,37 94,18 95,06 94,77 95,14 94,28 95,06 95,70 95,61 95,22Preço Médio (R$/Kg de casulo) 2,58 2,36 3,47 4,06 4,23 4,51 5,32 6,11 6,29 6,05Valor Bruto da Produção ($ 1.000) 32.538,53 21.177,20 25.807,08 35.779,93 38.585,52 40.183,22 38.128,48 39.122,27 44.901,87 46.280,60

SAFRAS

115

3 – Municípios produtores de casulos Verdes no Estado do Paraná

Fonte – Relatório Takii 4 – Participação da sericicultura nos territórios paranaense.

TERRITÓRIOS e Nº Nº ÁREA DE PRODUÇÕES DE PRÉ-TERRITÓRIOS CRIADORES BARRACÕES AMOREIRA CASULOS DE (kg)

Território Paraná Centro 15 861 864 1.657,75 618.432,80Território Sudoeste 11 163 163 316,52 119.782,00Território Cantuquiriguaçu 9 204 206 383,63 179.035,00Território Vale da Ribeira 0 0 0 0,00 0,00Território Centro-Sul 1 20 20 44,98 14.567,20Pré-Território Litoral 0 0 0 0,00 0,00Pré-Território Consad Entre Rios 31 1.145 1.192 2.947,82 1.635.362,00Território Nordeste 8 212 212 154,00 83.971,80Pré-Território Caminhos do Tibagi 5 54 55 66,90 25.623,80TOTAL GERAL 80 2.659 2.712 5.571,60 2.676.774,60 NUMERO DE MUNICÍPIOS 34,63% 80 NÚMERO DE CRIADORES 41,15% 2.659 NÚMERO DE BARRACÕES 39,41% 2.712 ÁREA DE AMOREIRA 40,02% 5.571,60 PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES 37,49% 2.676.774,60 Fonte – Relatório Takii

Número de Número de Área de Produção deRegional da SEAB Municípios Sericicultores Barracões Amoreira Casulos Verdes

(ha) (Kg)1 Maringá Nova Esperança 517 661 1.611,51 1.133.749,902 Paranavaí Alto Paraná 243 286 630,85 429.909,903 Paranavaí Cruzeiro do Sul 122 159 416,41 207.951,004 Umuarama Altônia 158 168 391,79 199.609,305 Maringá Astorga 119 127 290,30 179.930,006 Cascavel Boa Vista da Aparecida 110 111 211,95 157.683,707 Umuarama São Manuel do Paraná 77 82 204,86 150.530,508 Umuarama Indianópolis 81 90 358,05 147.628,509 Ivaiporã Cândido de Abreu 209 209 397,87 141.981,30

10 Ivaiporã Jardim Alegre 111 113 250,04 139.065,3011 Umuarama Rondon 63 66 204,02 130.437,4012 Umuarama São Jorge do Patrocínio 95 98 209,58 125.888,3013 Londrina Mirasselva 52 65 92,40 118.075,1014 Jacarezinho São José da Boa Vista 112 114 94,90 113.430,3015 Laranjeiras do Sul Diamante so Sul 123 124 231,53 112.664,40

2.192 2.473 5.596,06 3.488.534,90TOTAL GERAL

116

5 – Participação das Empresas de Fiações no Estado do Paraná BRATAC FUJIMURA Número de Produtores 4.772 1.977Número de Barracões 4.988 2.134Área de amoreiral (ha) 11.593,38 2.051,70Produção de casulos verdes (ton.) 5.588.601,10 2.056.790,20Número de Caixas distribuídas 103.870,75 30.800,80 Preço médio pago aos produtores 6,05 6,05Participação no Valor Bruto da Produção 33.836.261,58 12.444.339,88Número de Municípios que atuam 164 93Produção de casulos de primeira (%) 96,07 92,91Produção de casulos/caixas de larvas (Kg) 53,80 66,78Produção de casulos/gramas de larvas (kg) 2,69 3,34 Obs: Existem Municípios que as duas empresas atuam. Fonte – Relatório Takii 6 – Gráficos da Produção Paranaense de casulos verdes

GRÁFICO 01 - Produção de casulos verdes (ton), safra dos últimos 12 anos.

12.763 12.381 12.763

9.048

7.530

8.854 9.153 8.929

7.194 6.405 7.141 7.645

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07

Fonte – Relatório Takii – Câmara Técnica do Complexo da Seda no Estado do Paraná.

117

GRAFICO 02 - Área amoreiral (ha), safra dos últimos 12 anos.

35.723 35.54632.426

25.635

21.182 21.271

23.53221.110 20.561

16.919

13.92313.645

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.00040.000

95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07

Fonte – Relatório Takii – Câmara Técnica do Complexo da Seda no Estado do Paraná. GRAFICO 03 - Área média por produtor (ha), safra dos últimos 12 anos.

4,884,52

4,10 3,87 3,73 3,583,27 3,23

2,923,32

2,15 2,02

0,000,501,001,502,002,503,003,504,004,505,00

95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07

Fonte – Relatório Takii – Câmara Técnica do Complexo da Seda no Estado do Paraná.

GRAFICO 04 - Produtividade média (kg/ha/ano), nos últimos 12 anos.

346 354389

349 351415 389 423

350379

513560

0

100

200

300

400

500

600

95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07

Fonte – Relatório Takii – Câmara Técnica do Complexo da Seda no Estado do Paraná.

118

IV – Comentários sobre a safra 200/2007

O Estado do Paraná nos últimos 10 anos destaca-se como o maior produtor nacional de casulos verdes, nessa última safra de 2006/2007, o Estado do Paraná é responsável por quase 90% da produção nacional.

O segmento agroindustrial da seda participou com R$ 46 milhões de reais

na formação do Produto Interno Paranaense. O maior Município produtor de casulos verdes do Estado do Paraná na

safra 2006/2007 é Nova Esperança, com a produção superior a 1 milhão de quilos de casulos, representando 15% da produção paranaense.

Quanto ao número de municípios que possui a Sericicultura com atividade,

nesta safra observamos um aumento de 3,35%, passando de 231 Municípios na safra anterior para 239 na atual.

Houve um acréscimo no número de sericicultores quando comparado com

a safra anterior (2005/2006), ou seja, de 6.462 para 6.749 produtores, um aumento de 4,25 %. Em relação ao número de barracões (sirgarias), também houve um aumento quando comparado com a safra anterior, ou seja, de 6.882 para 7.122 barracões, um aumento de 3,36 %.

A área média do produtor na safra anterior era de 2,15 ha./produtor, nesta

safra esta média teve um decréscimo de 6,04 % passando para 2,02 ha./produtor. Quanto ao rendimento de lagartas, podemos observar que o rendimento

de kg de casulos/gramas de lagartas houve um decréscimo de 7.18% quando comparada com a safra anterior, ou seja, de 3,06 kg/g para 2,84Kg/g, onde é decréscimo de rendimento é normal devido à entrada de novos produtores e interferência do clima na criação do bicho-da-seda.

A produção de casulos verdes, quando comparada com a safra anterior

(2005/2006), teve um aumento de 504 toneladas, ou seja, um volume 6,59% maior.

Quanto ao índice de casulos de primeira qualidade observamos que houve

uma manutenção da qualidade, pois, na safra anterior era de 95,61 % e na safra atual foi de 95,22%.

Houve um aumento de 8,39% na produtividade média de casulos a qual

passou de 513 kg/ha./ano para 560 kg/ha./ano. Preço médio pago aos produtores, nesta safra foi de R$ 6,05 contra R$

6,29 pago na safra anterior, portanto R$ 0,24 pago a menos, que representou um decréscimo de 3,81 % no preço médio pago aos produtores. Se considerarmos apenas os casulos de primeira qualidade o preço pago nesta safra foi de R$ 6,28 e na safra anterior R$ 6,50, esta redução do preço paga aos sericicultores está diretamente ligado à variação cambial do dólar.

119

Área do amoreiral houve uma redução, ou seja, de 13.923 ha. na safra 2005/2006 para 13.645 ha. na safra atual, uma redução de 1,99 %.

Estado da Arte: safra - 2006/2007:

a. Aumento de 6,59 % na produção de casulos verdes; b. Redução de 1,99 % na área de amoreiral no Estado do Paraná; c. Aumento de 4,25 % no número de sericicultores no Estado; d. Aumento de 3,36 % no número de sirgarias; e. Redução de 7,18 % no rendimento das lagartas; f. Redução de 3,81% no preço médio dos casulos pagos aos produtores; g. Redução de 6,04% na área média dos produtores; h. Aumento de 8,39% na produtividade média de casulos/ha/ano; i. Aumento de 3,35 % nos Municípios paranaense com a seda; j. Participação no PIB com R$ 46.280.601,46; k. Maior Município Produtor de Casulos verdes – Nova Esperança com a

produção de 1.134 toneladas de casulos verdes.

120

SUINOCULTURA

Médico Veterinário Tiago Tamanini

CONJUNTURA MUNDIAL

Atualmente, o maior produtor e também consumidor mundial de carne suína é a China, que importa do Brasil apenas carnes de frango.

O fator responsável pela queda das exportações brasileiras foi á questão sanitária, que agora se resolve com o fim dos embargos à carne brasileira. As perdas em conseqüência dos focos de aftosa foram desastrosas e deixaram claro que políticas precisam ser adotadas no sentido de evitar o surgimento de novos focos e, na ocorrência destes, que é necessário ter agilidade para resolver com eficiência, eficácia e rapidez.

CONJUNTURA BRASIL

Segundo o USDA (Departamento Agricultura dos Estados Unidos), o Brasil

é o 4º maior produtor e o 6º maior consumidor de carne suína do mundo e, em 2006, o consumo “per capita” foi de 11,4 kg/ano. Estima-se que, em 2007, o consumo “per capita” de carne suína ultrapasse os 13 kg/ano. Provavelmente devido a uma grande campanha que a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e Associações Estaduais estão realizando nos meios de comunicação como televisão, rádio, jornais e revistas, esclarecendo dúvidas sobre toda a cadeia produtiva de suínos, divulgando as qualidades e os benefícios obtidos com o consumo da carne suína. Tabela 1 – CARNE SUÍNA - Brasil e Paraná - Exportações 2005 a 2007.

Brasil Paraná Período US$ FOB Peso Líquido (Kg) US$ FOB Peso Líquido (Kg)

2005 1.151.842.422 613.372.561 185.207.029 90.126.007 2006 1.016.239.702 515.581.921 42.651.270 29.141.001

2007* 1.828.442.755 921.502.851 97.564.031 56.945.580 Fonte: SECEX MDIC ALICE WEB Elaboração: SEAB/DERAL (*) Até mês de outubro para 2007.

121

CONJUNTURA PARANÁ

Segundo a Associação Paranaense de Criadores de Suínos, a suinocultura paranaense gera 217.000 empregos diretos, 298.000 empregos indiretos. Esta atividade é desenvolvida em 136.000 propriedades, sendo em sua grande maioria pequenas, as quais trabalham em regime de economia familiar.

O Estado do Paraná é o 3º maior produtor nacional com 21 frigoríficos

inscritos no Serviço de Inspeção Federal – SIF. Do total de produtores de suínos no estado mais de 90% participam de programas de integração junto aos frigoríficos (integrados) e os demais produtores são independentes.

O Paraná possui 55 granjas certificadas de criadores de suínos, além das

outras modalidades de criação classificadas em: criadores com ciclo completo, criadores de leitões e terminadores.

ABATE DE SUÍNOS NO PARANÁ Tabela 2 – SUÍNO – Paraná – Abate - 2004-2007 – cabeças.

AAnnoo Cabeças abatidas Variação anual 2004 3.421.660 (8,4%) 2005 3.627.028 6,0% 2006 3.812.638 5,1% 2007* 3.448.175* 8,9%*

Fonte: SINDICARNE Elaboração: SEAB/DERAL (*) janeiro a outubro Estima-se que em 2007 o volume de animais abatidos deverá chegar

aproximadamente a 4.135.435 animais.

122

EVOLUÇÃO DE ABATES DE SUÍNOS

Gráfico 1 – SUÍNO – Paraná – Abate com SIF – jan/2004 a out/2007 – cabeças.

240.000260.000280.000300.000320.000340.000360.000380.000400.000

jan/04jul/04

jan/05jul/05

jan/06jul/06

jan/07jul/07

Período de 2004 a mês de Maio de 2007

Núm

ero

de C

abeç

as

Aba

tidas

Fonte: SINDICARNE - Elaboração: SEAB/DERAL – DCA EVOLUÇÃO DO PREÇO - SUÍNOS

SUÍNO CARNE - EVOLUÇÃO DO PREÇO - JAN/04 A DEZ/06

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

jan/04

mar/04

mai/04

jul/04

set/0

4

nov/0

4jan

/05

mar/05

mai/05

jul/05

set/0

5

nov/0

5jan

/06

mar/06

mai/06

jul/06

set/0

6

nov/0

6

NOMINAL REAL DOLAR

Fonte:SEAB/DERAL

123

Em 2005, o preço médio do suíno pago ao produtor no Paraná foi de R$

2,13 por quilo de peso vivo. Em 2006, este preço foi de R$ 1,42 com queda de 33,33% em relação ao

ano anterior. De janeiro a novembro de 2007, o preço médio do suíno pago ao produtor

foi de R$ 1,62. Sendo que, em novembro, a média foi de R$ 2,10 o kg. O preço dos suínos vivos tem comportamento cíclico, com tendência de

aumento entre agosto e dezembro, justificada pelos acréscimos no consumo de final de ano. Logo após esse período, apresenta uma redução dos preços entre os meses de janeiro a abril e os meses restantes constituem um período de leve recuperação dos preços. Em 2006, esse ciclo de preços foi quebrado diante de problemas sanitários

(febre aftosa) e, como conseqüência, houve o fechamento das fronteiras do Estado do Paraná com outros estados e o impedimento das exportações. Seguindo a tendência de aumento do preço do milho, que é componente

principal da ração (mais de 70%), a elevação dos custos de produção incidirá diretamente ao produtor reduzindo sua lucratividade o que, conseqüentemente, vai sendo repassado dentro da cadeia mercadológica. Os produtores de caráter independente (norte e sul do estado) sofrerão maiores conseqüências em relação aos produtores que são integrados (localizados em sua maioria no oeste do estado). Para 2007 é previsto um aumento no número de animais abatidos devido

ao número de animais alojados. EVOLUÇÃO DOS ABATES, PREÇOS E CUSTO DE SUÍNOS NO PARANÁ, DE JAN/00 A OUT/07:

0 ,00

0 ,50

1,00

1,50

2 ,00

2 ,50

3 ,00

jan/00

jul/00

jan/01

jul/01

jan/02

jul/02

jan/03

jul/03

jan/04

jul/04

jan/05

jul/05

jan/06

jul/06

jan/07

jul/07

0

50 .000

100 .000

150 .000

200 .000

250 .000

300 .000

350 .000

400 .000

R$/kg Custo Abates

Fonte: SINDICARNE e SEAB/DERAL Elaboração: SEAB/DERAL

124

AÇÕES DESENVOLVIDAS PELA SEAB FRENTE AOS PLEITOS DA SUINOSUL:

Como conseqüência aos focos de aftosa no Mato Grosso do Sul ocorridos em 2005, a suinocultura do Paraná sofreu, em 2006, retração do mercado mundial de carnes devido às barreiras sanitárias impostas pelos países compradores.

Houve um aumento da oferta de carne suína no mercado interno e a

conseqüente diminuição do preço recebido pelos produtores. Os valores praticados não cobriram os custos de produção e os suinocultores “independentes” filiados a SUINOSUL tornaram-se inadimplentes junto aos seus credores – bancos e fornecedores.

Isto posto, a SEAB/DERAL e a SUINOSUL traçaram planejamento para enfrentar a situação com os desdobramentos a seguir resumidos: 05-junho-2006 – Reunião SEAB e SUINOSUL: Definidas as ações

emergenciais frente ao excesso de oferta de carne suína agravada pela entrada de produtos de Santa Catarina.

09-junho-2006 – Reunião SEAB/DERAL, SUINOSUL e Banco do Brasil:

Esclarecimentos prestados pelos representantes do Banco do Brasil quanto aos encaminhamentos dos pleitos. A SUINOSUL enviou ao Banco do Brasil um documento contendo as demandas críticas.

21-Junho-2006 – SEAB/DERAL, SUINOSUL, SEAP/DEAM, SEED e SESP:

A partir do relato da situação de oferta de carne suína, o DEAM recebeu, dos órgãos estaduais que demandam carne suína “in natura” e embutidos, indicação de demanda. O Senhor Governador autorizou o processo de aquisição de compras, em dezembro de 2006, num total de 60.000 kg de carne equivalente a R$ 420.000,00.

29-junho-2006 – SEAB/DERAL, SUINOSUL e FUNDEPAR: A FUNDEPAR

comprometeu-se a repassar os materiais informativos produzidos pela SUINOSUL sobre o uso de carne suína às escolas. A SUINOSUL participou de Oficinas de Treinamento de Merendeiras.

Junho/2006: A SUINOSUL apresentou seu potencial de fornecimento de

carne suína e suas condições de oferta para viabilizar a aquisição pelas redes locais de supermercados.

Junho e Julho de 2006 – SEAB/DERAL, SUINOSUL / TVE: A TVE viabilizou

espaço em sua programação para entrevistas ao vivo visando esclarecimentos à população sobre a qualidade da carne suína.

125

Dezembro/2007 – Governo do Estado/SEAB/ SUINOSUL/MDA: Assinatura do contrato para construção do prédio da Escola da Carne a ser instalado em Mandirituba.

AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS EM PARCERIA COM A SUINOSUL:

A partir de orientação da Direção Superior da SEAB, vislumbram-se as seguintes ações futuras para contemplar os pedidos feitos pela SUINOSUL ainda não atendidos: Liberar o processo de organização dos atores da cadeia produtiva da carne

suína. Retomar as negociações junto ao Banco do Brasil dando andamento às

questões específicas para atender retenção de matrizes, custeio e investimento. Retomar a discussão sobre a participação do setor suinícola no Fundo de

Desenvolvimento Agropecuário, bem como ajustar as ações necessárias para implementar os serviços de inspeção municipal. Discutir a possibilidade de inclusão de abatedouros e açougues-fábrica nas

linhas de apoio disponíveis. Retomar a discussão sobre o monitoramento da produção suína na região

centro-sul do Paraná, bem como a proposta de alteração das garantias oferecidas pelos produtores quando da tomada de crédito.

OUTRAS AÇÕES FUTURAS EM BENEFÍCIO DO SEGMENTO A SEREM DISCUTIDAS/IMPLEMENTADAS: Manter incentivos ao consumo da carne suína, que no Brasil é de

aproximadamente 12 kg por pessoa por ano, para que essa medida não seja apenas uma solução em épocas de crise e sim uma medida para manutenção e aumento do mercado consumidor. Como exemplo, se o consumo por pessoa aumentasse 2kg por ano já seria um acréscimo significativo para a cadeia produtiva; Liberar as exportações atendendo às exigências do mercado internacional e

manutenção dos mercados importadores da carne suína; Orientar os suinocultores para o não abate deliberado de matrizes no

momento de crise para que após esse período não ocorra uma grande redução dos leitões; Trabalhar junto aos suinocultores para uma mobilização conjunta na

campanha contra a febre aftosa tornando-os parceiros e auxiliadores da divulgação da importância da vacinação; Aumentar o rigor na entrada de animais ou carnes oriundas de outros estados

da federação no Estado do Paraná visando impedir o ingresso de doenças que dificultam as exportações.

126

PECUÁRIA PARANAENSE EM DESTAQUE

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva

DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DAS 3 CARNES - 2001 A 2007 Paraná: Exportação de carnes (suínos, bovinos e frangos), 2001 a 2007

Bovinos Suínos Frangos Ano Toneladas US$ mil toneladas US$ mil toneladas US$ mil

2001 19.756 42.986,2 25.132 35.820,3 321.284 321.267,4 2002 23.606 46.553,06 53.307 58.765,32 385.799 331.296,962003 26.819 61.420,83 73.438 90.560,42 496.746 445.425,572004 40.762 101.533,3 61.094 101.466,3 678.927 679.134,4

2005 * 38.321 82.010,56 90.126 185.207,03 791.209 953.801,112006 * 12.614 24.131,96 26.141 42.651,27 755.778 920.559,122007 * 8.394 16.109,65 56.946 97.564,58 685.637 905.930,09

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema AliceWeb) Nota: 1 - NCM: 02.03.29.00; 02.03.19.00; 02.03.11.00; 02.03.21.00; 02.03.12.00; 02.03.22.00 - Carnes de suíno “in natura” : frescas ou refrigeradas e congeladas. 2 - NCM: 02.01.10.00; 02.01.30.00; 02.02.30.00 - Carne de bovinos “in natura” : frescas ou refrigeradas e congeladas 3 - NCM: 02.07.11.00; 02.07.12.00; 02.07.13.00; 02.07.14.00 - carnes de frangos “in natura”: inteiros ou em pedaços congelados ou frescos/refrigerados 4 – 2007 (jan.a out.) – Suínos (carne in natura e miúdos); bovines (carne in natura, industrializada, salgados, miúdos e tripas); frangos ( carne in natura e industrializada).

BRASIL: EXPORTAÇÃO DE CARNES (SUÍNOS, BOVINOS E FRANGOS), 2001 A 2007

Bovinos Suínos Frangos Ano Toneladas US$ mil toneladas US$ mil toneladas US$ mil

2001 367.819 738.202,11 247.371 346.401, 05 1.249.288 1.291.657,672002 429.831 775.855,18 449.204 469.408, 80 1.599.923 1.335.051,402003 619.545 1.153.931,32 458.034 526.575,93 1.922.042 1.709.433,312004 923.659 1.961.464,71 471.019 744.277,70 2.424.520 2.493.929,422005

* 1.452.214 3.142.817,19 613.373 1.151.842,42 2.862.068 3.512.681,57

2006 *

1.590.975 3.987.815,84 515.582 1.016.239,70 2.740.972 3.210.974,41

2007 *

475.484 1.536.898,98 920.693 1.827.161,60 2.496.803 3.400.448,76

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb )

127

Nota: 1 - NCM: 02.03.29.00; 02.03.19.00; 02.03.11.00; 02.03.21.00; 02.03.12.00; 02.03.22.00 - Carnes de suíno “in natura” : frescas ou refrigeradas e congeladas. 2 - NCM: 02.01.10.00; 02.01.30.00; 02.02.30.00 - Carne de bovinos “in natura” : frescas ou refrigeradas e congeladas 3 - NCM: 02.07.11.00; 02.07.12.00; 02.07.13.00; 02.07.14.00 - carnes de frangos “in natura”: inteiros ou em pedaços congelados ou frescos/refrigerados. 4 - * 2007 (jan.a out.) – Suínos (carne in natura e miúdos); bovinos (carne in natura, industrializada, salgados, miúdos e tripas); frangos ( carne in natura e industrializada). Observação:

Ranking das exportações de carnes: Frangos (1º - SC e 2º - PR), Suínos (1º - RS, 2º - SC - 1º e 3º - PR) e Bovinos (Pr - 7º lugar – antes da Febre Aftosa e 11º depois). IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dia 11/12, divulgou a Pesquisa Pecuária Municipal, referente ao ano de 2006. Metodologia de Coleta

Os dados são obtidos pela rede de coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária.

A coleta de dados baseia-se num sistema de fontes de informação representativo de cada município, gerenciado pelo agente de coleta do IBGE, que obtém os informes e subsídios para a consolidação dos resultados finais.

A unidade de investigação no inquérito estatístico Pesquisa da Pecuária Municipal é o município. O efetivo dos rebanhos tem como data de referência o dia 31 de dezembro do ano em questão. (Prod. Pec. munici., Rio de Janeiro, v.34, p. 1/-62, 2006). BRASIL

Todos os produtos de origem animal incluídos na Pesquisa Produção da Pecuária Municipal - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tiveram aumento na produção no decorrer do ano passado.

Os destaques foram mel (7,2%), ovos de galinha (5,2%) e casulos de bicho-da-seda (5,1%), ovos de codorna (5,2%), leite (3,2%) e lã (0,9%).

O gerente do IBGE, Octávio Costa de Oliveira, responsável pela pesquisa, informou à Agência Brasil que no caso do mel, a produção tem crescido de forma contínua no país. Do total produzido no ano passado, de 36,193 milhões de toneladas, 40,3% foram exportados.

O Sul (45,4%) e o Nordeste (33,4%) são as regiões que concentram as maiores produções. O Rio Grande do Sul é o estado que apresentou a maior participação no total de mel produzido (21,6%), enquanto na Paraíba foi registrada a maior variação positiva em 2006 em comparação ao ano anterior (201,3%).

128

Oliveira afirmou que no Nordeste o aumento da produção de mel deriva do apoio governamental, “incentivando os pequenos produtores a entrar na atividade”. O principal produtor municipal de mel no Brasil é Ortigueira (PR), onde a produção anual atinge cerca de 560 toneladas. O aumento da produção nessa cidade foi de 1,8% no ano passado em relação a 2005.

Em relação ao leite, o Brasil vive uma fase de expansão, sinalizou o gerente do IBGE. “O mercado externo tem demandado muito leite. Desde o ano passado, as exportações de leite estão tendendo a aumentar. Então, está tendo uma demanda por esse tipo de produto”. No mercado interno, ao contrário, a demanda está satisfeita, salientou Oliveira.

A pesquisa registrou produção de 25,4 bilhões de litros de leite de vaca em 2006, um aumento de 3,2% sobre o resultado de 2005. O Sudeste é a maior região produtora do país, concentrando 38,4% do total, e Minas é o principal estado, respondendo, isoladamente, por 27,9%, o que equivale a 7,1 bilhões de litros por ano.

O maior percentual de crescimento da produção leiteira foi encontrado no Nordeste (7,6%), enquanto o menor ocorreu no Sudeste (2,1%), revela o IBGE. Por estados, Sergipe e Acre mostraram os maiores incrementos na atividade, de 26,8% e 23,1% respectivamente.

A maior queda nacional na produção de leite, por unidades da Federação, foi apurada em Rondônia (8%) e pode ser atribuída à redução do número de vacas ordenhadas em importantes cidades desse estado.

O gerente de Estatística da Pecuária do IBGE salientou que, em termos de lã, o Rio Grande do Sul aparece como detentor de 92% da produção nacional, seguido por Paraná e Santa Catarina.

Em conjunto, a Região Sul responde por 98,4% do total produzido no país. Em contrapartida, São Paulo sofreu redução de 20,7% na produção em relação a 2005.

“O que a gente tem observado é que São Paulo tem reduzido sua participação na produção de lã cada vez mais. A tendência é sumir no curto prazo”. A migração dos produtores para outras atividades poderia explicar a queda na produção de lã paulista, que se verifica desde 2003, “por uma questão de lucratividade”, esclareceu Oliveira.

No ano passado, o Brasil registrou produção de 2,9 bilhões de dúzias de ovos de galinha, com aumento de 5,8% em relação a 2005. O Sudeste é a principal região produtora, contribuindo com 45,8% do total.

O maior crescimento no ano foi identificado na Região Norte, com 19,2%. A produção de ovos de codorna está concentrada no Sudeste brasileiro, que respondeu por 67,8% do total. São Paulo é o maior produtor nacional.

129

PARANÁ

No tocante ao efetivo do rebanho (pecuária), segundo a PPM/ibge-2006, de 2005 para 2006, verificou-se redução nos seguintes: bovino (3,8%), suíno (1,4%), eqüino e coelhos (3,0%), muares (3,0%) e bubalino (11,9%).

Nos demais efetivos de rebanho pesquisados por este instituto, observou-se crescimento, conforme segue (Tabela 02): vacas ordenhadas (1,2%), asinino (12,9%), ovino (1,1%), ovinos tosquiados (0,7%), galos, frangos e pintos (7,2%) e codornas (3,0%).

No contexto do país, no período em análise, a situação ficou a seguinte (Tabela 03): efetivos de rebanho, com redução: bovino (0,6%), eqüino (0,7%), asinino (0,4%), muar (0,2%), bubalino (1,4%), coelhos (1,3%).

Aqueles efetivos que sofreram crescimento, foram: vacas ordenhadas (1,5%), suíno (3,3%),ovino (2,8%), ovinos tosquiados e caprino (0,9%), galos, frangos e pintos (1,1%), galinhas (2,7%) e codornas (5,4%). Ao analisar a produção de produtos de origem animal no âmbito do país, os cinco produtos pesquisados, experimentaram crescimento, a saber (Tabela 06): leite (3,4%), casulos do bicho da seda (5,8%), ovos de galinha (5,1%), lã de ovinos (0,9%), ovos de codorna (5,2%) e mel de abelha (7,3%).

Nestes produtos, o estado do Paraná, teve redução na produção de lã (2,1%) e crescimento nos demais (Tabela 05): leite (7,3%), casulo do bicho da seda (4,3%), ovos de galinha (5,8%), ovos de codorna (16,6%) e mel de abelhas (3,4%).

Neste item produção origem animal (tabelas 04 e 05), duas novidades se apresentaram, quais sejam:

a - na produção de leite, o Paraná superou o estado de Goiás e agora passa a ocupar o 2º lugar no ranking nacional, antecedido pelo estado de Minas Gerais;

b - na produção de mel de abelhas, o Paraná (4.612 toneladas) retorna ao 2º lugar do ranking nacional, posição perdida em 2005 para o estado do Piauí (4.196 toneladas).

130

PECUÁRIA: EFETIVO DO REBANHO NO BRASIL E PARANÁ Tabela 01 – Brasil e Paraná – Pecuária: Efetivo do rebanho cabeças), 2006 Tipo de rebanho Brasil Paraná Partic.% Ranking (º)

Bovino 205.886.244 9.764.545 4,74 10 Vacas Ordenhadas 20.942.812 1.383.374 6,61 5 Suíno 35.173.824 4.486.035 12,5 2 Eqüino 5.749.117 413.303 7,54 6 Asinino 1.187.419 3.043 0,26 17 Muar 1.386.015 52.479 3,79 10 Bubalino 1.156.870 35.420 3,06 8 Coelhos 299.738 33.554 11,19 4 Ovino 16.019.170 517.327 3,23 6 Ovinos Tosquiados 3.731.105 237.877 6,38 2 Caprino 10.401.449 123.052 1,18 9 Galos, frangos(as) e pintos

821.541.630 160.720.818

19,5 1

Galinhas 191.622.110 20.779.063 10,84 3 Codornas 7.207.830 509.283 7,07 4

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) PARANÁ E BRASIL - EVOLUÇÃO DO EFETIVO DO REBANHO DA PECUÁRIA

Tabela 02 - Pecuária – Paraná: Evolução do Efetivo do Rebanho (cabeças), 2005 - 2006 Tipo de Rebanho PARANÁ 2005 2006 Var.% (2006/2005)Bovino 10.153.375 9.764.545 -3,83 Vacas Ordenhadas 1.367.361 1.383.374 1,17 Suíno 4.547.895 4.486.035 -1,36 Eqüino 426.004 413.303 -2,98 Asinino 2.695 3.043 12,91 Muar 54.038 52.479 -2,89 Bubalino 40.187 35.420 -11,86 Coelhos 34.640 33.554 -3,14 Ovino 511.801 517.327 1,08 Ovinos Tosquiados 236.350 237.877 0,65 Caprino 114.796 123.052 7,19 Galos, frangos(as) e pintos 151.814.509 160.720.818 5,87 Galinhas 19.839.533 20.779.063 4,74

Codornas 494.506 509.283 2,99 Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (PPM)

131

Tabela 03 - Pecuária – Brasil: Evolução do Efetivo do rebanho (cabeças), 2005 - 2006 Tipo de Rebanho BRASIL 2005 2006 Var.% (2006/2005) Bovino 207.156.696 205.886.244 -0,61 Vacas Ordenhadas 20.631.530 20.942.812 1,51 Suíno 34.063.041 35.173.824 3,26 Eqüino 5.787.249 5.749.117 -0,66 Asinino 1.191.533 1.187.419 -0,35 Muar 1.388.665 1.386.015 -0,19 Bubalino 1.173.629 1.156.870 -1,43 Coelhos 303.640 299.738 -1,29 Ovino 15.588.041 16.019.170 2,77 Ovinos Tosquiados 3.698.903 3.731.105 0,87 Caprino 10.306.722 10.401.449 0,92 Galos, frangos(as) e pintos 812.467.900 821.541.630 1,12 Galinhas 186.573.334 191.622.110 2,71

Codornas 6.837.767 7.207.830 5,41 Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, SEGUNDO AS DIFERENTES CRIAÇÕES Tabela 04 - Brasil e Paraná – Produtos de origem animal: participação percentual e ranking nacional, 2006.

Produto Brasil Paraná Part. % (PR/BR)

Ranking (º)

Leite (1.000 litros) 25.398.219 2.703.577 10,64 2 Vacas Ordenhadas

(cabeças) 20.942.812 1.383.374 6,61 5

Casulos bicho da seda ( kg )

7.880.276 6.935.268 88,00 1

Ovos de Galinha (1.000 dz)

2.933.901 306.226 10,44 3

Lã de Ovinos ( t ) 10.876.334 491.880 4,52 2 Ovinos Tosquiados

(cabeças) 3.731.105 237.877 6,38 2

Ovos de Codorna (1.000 dz)

123.706 8.687 7,02 4

Mel Abelha ( t ) 36.193.868 4.612.372 12,74 2 Fonte: IBGE - PPM (Pesquisa Pecuária Municipal – www.sidra.ibge.com.br Elaboração: SEAB/DERAL/DCA

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Tabela 05 - Paraná – Produtos de origem animal: evolução da produção, 2005/2006. Tipo de Produto Paraná 2005 2006 Var.% (2005/2006)

Leite (1.000 litros) 2.518.929 2.703.577 7,33 Vacas Ordenhadas (cabeças) 1.367.361 1.383.374 1,17

Casulos bicho da seda ( kg )

6.652.823 6.935.268 4,25

Ovos de Galinha (1.000 dz) 289.580 306.226 5,75 Lã de Ovinos ( t ) 502.342 491.880 -2,08

Ovinos Tosquiados (cabeças) 236.350 237.877 0,65 Ovos de Codorna (1.000 dz) 7.452 8.687 16,57

Mel Abelha ( t ) 4.462.002 4.612.372 3,37 Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) Tabela 06 - Brasil - Produtos de origem animal: evolução da produção, 2005/2006. Tipo de Produto Brasil 2005 2006 Var.% (2005/2006)

Leite (1.000 litros) 24.571.537 25.398.219 3,36 Vacas Ordenhadas (cabeças) 20.631.530 20.942.812 1,51

Casulos bicho da seda ( kg )

7.448.904 7.880.276 5,79

Ovos de Galinha (1.000 dz) 2.791.548 2.933.901 5,10 Lã de Ovinos ( t ) 10.777.534 10.876.334 0,92

Ovinos Tosquiados (cabeças) 3.698.903 3.731.105 0,87 Ovos de Codorna (1.000 dz) 117.638 123.706 5,16

Mel Abelha ( t ) 33.749.666 36.193.868 7,24 Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (PPM)

133

PERU

Médico Veterinário Roberto de Andrade Silva CONSIDERAÇÕES INICIAIS Filo: Chordata Subnfilo: Vertebrata Classe: Aves Ordem: Galliformes família: Phasianidae científico: Meleagris gallopavo inglês: Wild Turkey alemão: Truthuhn

Peru é o nome comum dado às aves galiformes do gênero Meleagris (nome científico; Meleagris galopavo) e com variantes selvagens e domesticadas, originária das Américas (México e sul dos Estados Unidos). Incorporado na Culinária de todos os povos, sua carne é tida como nobre, mais magra e saborosa que a de frango. Até alguns anos, o peru era considerado somente o prato principal do Natal e do Dia de Ação de Graças. Mas a tendência por uma alimentação saudável e a incessante busca pela "magreza" exigida pela moda, difundiu o consumo do peru, já que sua carne possui muito pouca gordura (a maior parte dela na pele, que deve ser evitada), não tem colesterol e é bastante nutritiva e saborosa.

O consumo da ave hoje não mais se restringe ao peru inteiro e à época das festas de final de ano. Ele agora é encontrado em supermercados durante todos os meses, multiplicado em cortes tradicionais e diferenciados, hambúrgueres e embutidos, patês e defumados. Os perus vendidos inteiros hoje representam menos de 30% da produção total da ave.

Peru é nome de país em três línguas diferentes: em português, "peru"; em

inglês, "turkey" (turquia); em francês, dinde (de "d’Inde", "da Índia"). O curioso é que a ave, apesar dos nomes, não é originária de nenhum desses países, e sim do México e do sul dos Estados Unidos.

As grandes criações comerciais de peru estão nos Estados Unidos, União Européia e Brasil respectivamente. No Brasil a ave é tradicionalmente apreciada desde a época colonial e mais consumida no Natal, acredita-se que por influência da cultura norte-americana. A criação comercial da ave em larga escala, entretanto, só começou no início da década de 70, por iniciativa do catarinense Atílio Fontana, fundador da Sadia, que dominou o mercado até 2000, quando só então, passou a ter outros concorrentes (Batávia e Doux Frangosul). (Fonte:http://correiogourmand.com.br/produtos_alimentos_aves_peru.htm, acesso em 12/12/2007).

134

RAÇAS DE PERUS

Entre as raças de perus, destaca-se o momouth-bronzeado (Broad-Breasted-Bronze) é o que atinge maior peso (produz mais carne; o branco-holandês (White Holland), raça de porte médio, tem uma carne de excelente qualidade (tenra e delicada); o bourbon-red é criado sobretudo para ornamentação; o beltsville (Beltsville Small) foi desenvolvido nos Estados Unidos e produz animais de pequeno porte, muito precoces.

Nas criações domésticas, as raças mais utilizadas são o mamouth-bronzeado e o branco-holandês. As raças momouth-bronzeado, branco-holandês e o beltsville, são as mais aprecidadas pelos abatedouros e supermercados, pois não deixam canudos escuros na pele da carcaça. As principais diferenças entre as raças descritas, referem-se a cor da plumagem e o tamanho das aves. PANORAMA INTERNACIONAL

Segundo o USDA – Departamento de Agricultura dos EUA, o Brasil é o sexto maior produtor mundial de carne de peru, superando países como o Canadá, um tradicional criador desta ave.

De 1995 a 2005 a produção mundial de carne de peru cresceu 13,51%, com destaques para os países principais produtores que experimentaram as seguintes taxas de crescimento: Chile (168,75%), Brasil (144,44%), Hungria (100,00%) e Alemanha (76,74%). Como ainda pode ser visto na tabela 01, o Reino Unido e a França sofreram recuo na produção, respectivamente nos seguintes percentuais: 25,34% e 4,09%. Tabela 01 – Mundo: Principais produtores de carne de peru, 1995 a 2005. (em 1.000 toneladas) País 1995 2005 Var. % Part. % - 2005 EUA 2.299 2.461 7.05 47,46França 660 633 (4,09) 12,21Alemanha 215 380 76,74 7,33Itália 294 300 2,04 5,79Reino Unido 296 221 (25,34) 4,26Brasil 90 220 144,44 4,24Canadá 142 146 2,82 2,82Israel 85 129 51,76 2,49Hungria 46 92 100,00 1,77Chile 32 86 168,75 1,66Outros 409 517 26,41 9,97Total 4.568 5.185 13,51 100,00Fonte: USDA (Departamento de Agricultura dos EUA)

O USDA ao apresentar dados sobre as exportações da carne de peru, informa que em 2004 o Brasil exportou 134 mil toneladas, colocando-se na condição de terceiro maior exportador mundial, antecedido pela França (230 mil toneladas) e dos EUA (179 mil toneladas).

135

Assim, o Brasil consolida-se ano a ano, como o sexto maior produtor e

terceiro maior exportador de carne de peru. Entretanto, se for considerado os números da UBA (União Brasileira de Avicultura), expressos na tabela 02, que apresenta a produção brasileira de carne de peru num volume de 353.236 toneladas, o Brasil desbanca o Reino Unido (221.000 toneladas) e a Itália (300.000 toneladas), passando a ocupar a quarta posição no ranking da produção mundial. PANORAMA NACIONAL

No Brasil, a criação brasileira de perus evolui gradativamente. O desenvolvimento dos plantéis, acontece com a tecnificação, o aprimoramento genético, a melhoria da conversão alimentar, aos ganhos de rendimento, a qualidade e a sanidade. Assim, a atividade expande-se para outros estados e anualmente crescem a produção, o consumo e a exportação de carne de peru.

Na tabela 02, vislumbra-se de 1999 a 2006, o crescimento da produção, consumo interno e exportação de carne de peru, respectivamente nos seguintes percentuais: 198,24% (produção), 106,46% (consumo interno), exportação (580,63 - kg e 514,34% - US$).

Sem dúvida é uma performance invejável. A carne de peru chega aos consumidores na forma in natura, nos diferentes e atrativos industrializados, consolidando-se como um alimento não mais de consumo sazonal, mas contínuo e de grande aceitação no mercado. Tabela 02 – Brasil: Produção, Consumo Interno e Exportação de carne de peru, 1999 a 2006. Ano Mercado

Interno (kg) Exportação

Produção Total (kg)

Kg US$1999 118.453.129 95.524.967 22.928.162 42.780.7992000 149.965.947 107.477.237 42.488.710 73.604.2492001 189.083.883 121.130.731 67.953.152 103.764.3792002 219.645.806 130.490.652 89.155.154 104.009.1172003 271.439.108 161.043.905 110.395.203 152.287.9182004 314.526.328 180.211.176 134.315.152 212.370.8512005 359.235.915 198.564.597 160.671.318 256.755.3302006 353.278.346 197.222.394 156.055.952 262.820.985Var.% (1999/06)

198,24 106,46 580,63 514,34

Var.% (2005/06)

(1,66) (0,68) (2,87) 2,36

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – www.uba.com.br

Em 2004, o Brasil exportou 134.315 toneladas de carne de peru, obtendo uma receita cambial de US$ 212,37 milhões. O Paraná exportou 31.982

136

toneladas, 23,8% do total nacional, que possibilitou o ingresso de US$ 53,06 milhões. a) – Produção e comercialização de Perus em 2005

Já em 2005, o país exportou 160.671 toneladas de carne de peru, 19,62% a mais que em 2004 (134.315 toneladas). Em receita cambial, o montante de 2005 foi de US$ 256,76 milhões, 20,90% a menos que o valor obtido em 2004 (US$ 212,37 milhões). O estado do Paraná, no ano de 2005, exportou 36.443 toneladas de carne de peru, acumulando uma receita cambial de US$ 61,12 milhões.

A produção brasileira de peru, segundo dados de 2005 (Tabela 03), concentrou-se nos estados do Paraná (36,2%), Santa Catarina (28%), Minas Gerais (22,1%), Rio Grande do Sul (13,6%) e Goiás (0,1%).

Tabela 03 – Abates (nº de cabeças) de peru por empresas, 2005

Empresa 2005 Partic. %

Sadia – Chapecó – SC 10.333.859 28,0 Sadia – F. Beltrão – PR 5.728.201 15,6 Sadia – Uberlândia – MG 8.135.896 22,1 Perdigão – Rio Verde – GO 48.850 0,1 Perdigão – Carambeí - PR 7.636.684 20,6 Doux-Frangosul – RS 5.027.704 13,6 Total 36.911.194 100,0 Fonte: UBA/ABEF (Relatório Anual de 2005/06)

Da produção de perus de 2005, de 36.911.194 cabeças resultaram 359.236

toneladas de carne, que tiveram o seguinte destino: 55,27% - Mercado Interno e 44,73% - Mercado Externo.

Os principais países de destino da exportação de carne de peru, foram: Brasil: Paises Baixos - 25,95%, Rússia - 16,44% e Alemanha - 15,78% Paraná: Países Baixos - 58,57%, Rússia – 6,73% e Alemanha - 2,52%.

Tabela 04 – Brasil: Produção de carne de peru e Destinação, 2005

Fonte: UBA/ABEF (Relatório Anual de 2005/06)

Ano 2005 ABATE

Aves (nº de cabeças) 36.911.194 Kg total 359.235.915

MERCADO INTERNO KG total 198.564.597

MERCADO EXTERNO Kg total 160.671.318

US$ (receita cambial) 256.755.330

137

b) – Produção e comercialização de perus em 2006

Em 2006, o país exportou 156.056 toneladas de carne de peru, 2,87% a menos que em 2005 (160.671 toneladas). Em receita cambial, o montante de 2006 foi de US$ 262,82 milhões, 2,36% a mais que o valor obtido em 2004 (US$ 256,76 milhões). O Estado do Paraná, no ano de 2006, exportou 57.240 toneladas de carne de peru, acumulando uma receita cambial de US$ 102,81 milhões.

A produção brasileira de peru, segundo dados de 2006 (Tabela 05), concentrou-se nos estados do Paraná (36,28%), Santa Catarina (27,45%), Minas Gerais (21,45%) e Rio Grande do Sul (14,82).

Tabela 05 - Abates (nº de cabeças) de peru por empresas, 2006 Empresa 2006 Partic. %

Sadia – Chapecó (SC) 9.787.627 27,45 Sadia – F. Beltrão (PR) 5.103.099 14,32 Sadia – Uberlândia (MG) 7.646.531 21,45 Perdigão – Rio Verde (GO) 0 0,00 Perdigão – Carambeí (PR) 7.828.770 21,96 Doux-Frangosul (RS) 5.282.815 14,82 Total 35.649.842 100,0

Fonte: UBA/ABEF (Relatório Anual de 2006/07)

Na tabela 06, observa-se que a produção de perus de 2006, de 35.649.842 cabeças resultou em 353.278 toneladas de carne, que tiveram o seguinte destino: 55,83% - Mercado Interno e 44,17% - Mercado Externo.

Os principais países de destino, considerando-se o volume exportado, foram: Brasil: África do Sul – 17,79%, Rússia – 14,18%, Alemanha - 10,43%, Paises Baixos – 7,54% e Bulgária – 6,98%. Paraná: África do Sul – 23,80%, Países Baixos – 17,00%, Bulgária – 11,13% e Alemanha - 2,33%.

Tabela 06 - Brasil - Produção de carne de peru e Destinação, 2006

Fonte: UBA/ABEF (Relatório Anual de 2006/07)

Ano 2006 ABATE Aves (nº de cabeças) 36.649.842Kg total 353.278.346MERCADO INTERNO KG total 197.222.394MERCADO EXTERNOKg total 156.055.952US$ (receita cambial) 262.820.985

138

c) Síntese da criação de perus: 2001 a 2006

Em 2006 o mercado de carne de peru viveu as mesmas dificuldades enfrentadas pelo comércio de carne de frango (retração de importantes mercados consumidores da Europa e Ásia, no início do ano decorrente de focos de influenza aviária em países dos dois continentes, além de conjuntura desfavorável no câmbio).

Este quadro resultou na redução de produção por parte de algumas empresas de 2005 para 2006, nos seguintes percentuais: Sadia: Chapecó - 5,29%, Francisco Beltrão – 10,91% e Uberlândia - 6,01%. Mesmo assim, a Perdigão - Carambeí e a Doux - Frangosul - RS, ainda conseguiram crescimento na produção, respectivamente de: 2,53% e 5,07%.

Porém, no aspecto geral dado o quadro da economia em 2006, a produção global de perus sofreu retração de 3,42%. Tabela 07 - Brasil - produção de perus (nº cabeças), segundo as empresas, 2001 - 2006 Ano Sadia

(Chapecó) Sadia (F.Beltrão)

Sadia (Uberlândia)

Perdigão (Carambeí)

Doux-Frangosul (Caxias do Sul)

Total

2001 12.347.911

2.652.856 3.268.799 2.954.106 2.017.012 26.124.706

2002 15.231.933

3.715.076 3.225.737 5.046.160 2.252.417 26.587.301

2003 12.171.141

3.379.148 3.454.627 5.344.126 4.403.630 28.752.672

2004 11.628.149

5.332.976 6.169.130 6.480.012 5.339.972 34.950.239

2005 10.333.859

5.728.201 8.135.896 7.636.684 5.027.704 36.911.194

2006 9.787.627 5.103.099 7.646.531 7.829.770 5.282.815 35.649.842

Var.% (01/05)

(16,31) 115,93 148,90 158,51 149,26 41,29

Var.% (05/06

(5,29) (10,91) (6,01 2,53 5,07 (3,42)

Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – www.uba.com.br Nota: A Perdigão (Rio Verde – Goiás) produziu peru em 2005 (48.850 aves)

Segundo a UBA, o consumo per capita de carne de peru é pouco superior a 1 kg. A expectativa dessa entidade classista é de que o consumidor nativo, adira à demanda permanente dessa carne apetitosa, saudável e de baixo teor de colesterol, já que atualmente consume esta carne apenas nos períodos sazonais e através de alguns produtos industrializados (presunto, patês, pizzas, lazanhas, etc).

Para tal, aponta como caminho o aumento da divulgação dos produtos de peru, ressaltando suas qualidades e apresentando-os como mais uma opção de

139

consumo, de forma a eliminar a imagem de produto elitizado (com exceção da carne de frango, seu custo é competitivo em relação às demais carnes). PANORAMA ESTADUAL

A criação de perus tem importância como alternativa de renda para os agricultores (455 criadores, segundo o SINDIAVIPAR, 2007), riqueza para o Estado (VBP perus: R$ 184,74 milhões, em 2005) e na geração de divisas para o estado com as exportações (US$102,81 milhões, em 2006). De janeiro a dezembro de 2006, no Estado do Paraná foram abatidos 12,93 milhões de perus, 3,12 % a menos do realizado em 2005 e 9,67% a mais que foi abatido em 2004, conforme pode ser visto nas tabelas 08 e 09.

Caso se repita o abate verificado nos meses de novembro e dezembro de 2006, o ano de 2007 deverá ser fechado com o abate de 14,5 milhões de perus, o que significará um crescimento de 11,87%. Tabela 08 - Paraná – Abate de perus (nº de cabeças), 2001 a 2004 Meses/Ano 2004 2003 2002 2001 Jan. 511.820 503.262 575.466 348.170Fev. 632.533 610.298 555.751 362.986Mar. 787.810 621.941 808.954 375.803Abr. 751.750 756.850 661.570 338.364Mai. 774.420 766.142 707.845 419.412Jun. 1.086.328 582.274 883.310 428.445Jul. 1.355.610 712.121 1.002.823 575.992Ago. 1.433.898 810.542 1.064.916 697.925Set. 997.690 828.250 850.251 601.514Out. 1.332.585 865.725 913.076 661.466Nov. 1.285.625 1.017.286 818.445 660.221Dez. 844.373 700.724 463.409 526.535Total anual 11.794.442 8.775.415 9.305.816 5.996.833Fonte: sindiavipar (www.sindiavipar.com.br)

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Tabela 09 - Paraná – Abate de perus (nº de cabeças), 2005 a 2007 Meses/Ano 2005 2006 2007 Jan. 867.024 984.163 1.104.038Fev. 885.865 872.309 1.138.341Mar. 936.772 1.032.092 1.248.743Abr. 947.189 1.055.572 1.130.036Mai. 973.644 1.178.089 1.234.375Jun. 1.208.864 1.273.744 1.311.340Jul. 1.142.755 1.142.561 1.393.070Ago. 1.453.497 1.181.102 1.455.560Set. 1.322.348 1.159.189 1.196.454Out. 1.304.086 1.158.171 1.355.804Nov. 1.299.645 1.209.771 1.200.000 *Dez. 1.016.533 685.926 700.000 *Total anual 13.358.222 12.932.779 14.467.761* Fonte: Sindiavipar (www.sindiavipar.com.br) Nota: * previsão SEAB/DERAL

Em 2006 a receita cambial que ingressou no estado com a exportação de carne de peru (US$ 102,81 milhões), representou 11,85% do valor obtido com as exportações paranaenses de frangos (867,37 milhões – carne in natura + industrializada).

Em 2006 os três estados da região sul exportaram 78,63 % do volume total exportado pelo país, o Paraná contribuiu com 36,68%. O Estado do Paraná, de 2000 a 2006, experimentou um extraordinário crescimento na exportação de carne de peru, partindo de um volume de 2.486 toneladas até atingir 57.240 toneladas, o que dá um percentual de 2.302,49%.

A receita cambial em 2006, alcançou US$ 102,81 milhões, 2.299,49% sobre o valor total exportado no ano 2000 (US$ 4,28 milhões). Tabela 10 - Brasil e Paraná – Exportações de carne “in natura” de perus e industrializado, 2000 a 2006

Brasil Paraná Part. % (2/1)

Ano US$ FOB Kg (1) US$ FOB Kg (2) . 2000 75.332.198 43.813.551 4.284.986 2.486.002 5,672001 105.569.494 69.489.643 20.409.893 10.984.123 15,812002 104.884.004 89.800.208 23.275.515 18.628.053 20,742003 154.227.194 111.750.935 34.778.611 23.291.510 20,842004 216.575.130 136.470.320 53.802.696 32.394.431 23,742005 256.820.985 160.672.086 81.035.868 46.707.128 29,072006 273.274.640 156.055.952 102.807.462 57.239.830 36,68Var.%

(2000/06) 262,76 256,18 2.299,25 2.302,49 -

Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) Nota: NCM (0207.24.00; 0207.25.00; 0207.26.00; 0207.27.00) – carnes in natura; em pedaços e miudezas, inteiros, resfriados ou congelados; 1602.31.00 – preparações e conservas de peru.

141

No caso das exportações situação semelhante ao Paraná vivenciou o Estado do Rio Grande do Sul, que em 2000 exportou 936 toneladas de carne de peru e em 2006, o volume alcançou 30.245 toneladas, um acréscimo de 29.309 toneladas.

Por outro lado, realidade diferente aconteceu com o vizinho Estado de Santa Catarina, que viu sua produção de perus e a exportação de carne decrescerem desde o ano 2000, conforme vê-se na tabela 11 e 07. Tabela 11 – Brasil: exportações de carne de peru “in natura” e industrializada por estados de origem, 2001 a 2006 Ano Santa Catarina Rio Grande do Sul US$ FOB Kg (3) Part.%

(3/1) US$ FOB Kg (4) Part.%

(4/1) 2000 69.772.882 40.340.816 92,07 1.167.932 936.034 2,142001 67.970.933 45.473.580 65,44 11.081.904 8.249.141 11,872002 48.039.251 42.184.303 60,71 13.473.913 12.356.927 17,782003 63.538.686 45.207.090 50,34 30.287.612 25.906.406 28,852004 66.721.310 42.231.926 37,79 52.096.859 33.346.460 29,842005 71.634.363 47.855.900 29,78 47.728.938 30.165.158 18,772006 56.451.624 35.232.914 22,57 47.979.425 30.244.776 19,38Fonte: MDIC/SECEX (Sistema Aliceweb) Nota: NCM (0207.24.00; 0207.25.00; 0207.26.00; 0207.27.00) – carnes in natura; em pedaços e miudezas, inteiros, resfriados ou congelados; 1602.31.00 – preparações e conservas de peru.

Concluindo, na tabela 12 vislumbra-se a evolução do abate de perus nos estados produtores desde o ano de 2001, onde abstrai-se participação de cada estado nesta atividade da pecuária nacional, era de: SC (58,30%), PR (21,46%), MG (12,52%) e RS (7,72%), porém em 2006, o quadro ficou o seguinte: SC (27,45%), PR (36,27%), MG (20,942%) e RS (14,82%).

No cômputo do país, a produção de perus (abate) cresceu 36, 46%, o Estado de Santa Catarina experimentou decréscimo da ordem de 35,74%, sendo que os demais tiveram incrementos: PR (130,66%), RS (161,91%) e MG (133,92%). Tabela 12 - Brasil - produção de perus (nº cabeças), segundo os principais estados produtores, 2001 - 2006) Ano PR SC RS MG Total 2001 5.606.962 15.231.933 2.017.012 3.268.799 26.124.706 2002 8.761.236 12.347.911 2.252.417 3.225.737 26.587.301 2003 8.723.274 12.171.141 4.403.630 3.454.627 28.752.672 2004 11.812.988 11.628.149 5.339.972 6.169.130 34.950.239 2004 13.364.885 10.333.859 5.027.704 8.135.896 36.911.194 2006 12.932.869 9.787.627 5.282.815 7.646.531 35.649.842 Fonte: UBA (União Brasileira de Avicultura) – www.uba.com.br Nota: A Perdigão (Rio Verde – Goiás) produziu peru em 2005 (48.850 aves)

142

ASPECTOS FINAIS SOBRE A CRIAÇÃO DE PERUS

Segundo SINDIAVIPAR, de janeiro a dezembro de 2006, o abate de perus atingiu 12.932.779 cabeças, 3,2% a menos que o total abatido em 2005 13.358.222 cabeças e superior em 9,7% ao total de 2004 (11.794.442 cabeças).

Desde 2001, a produção de perus vem experimentando crescimento no Paraná, segundo expressam os dados estatísticos a seguir (nº de cabeças abatidas): 2001: 5.996.833; 2002: 9.305.816; 2003: 8.775.415; 2004: 11.794.442; 2005: 13.358.222 e 2006: 14.467.761.

O estado do Paraná é o 1º produtor nacional de peru, desde 2004 quando atingindo o abate de 11,81 milhões de cabeças, superou o estado de SC, com 11,63 milhões de cabeças. Em 2006 esta liderança continua, com o PR abatendo 12,93 milhões de cabeças e o estado de SC, com 9,79 milhões de aves abatidas.

Até o ano de 2005, o Paraná figurou como o 2º maior exportador de carne de peru, com 46.707 toneladas (29,07% do total nacional) e US$ 81,04 milhões de receita cambial, seguido por Santa Catarina, 47.856 toneladas (29,78% do total nacional) e US$ 71,634 milhões. Já em 2006, o estado do Paraná com uma exportação de 57.240 toneladas (30,68 % do BR) e US$ 102,81 milhões, superou o vizinho estado de Santa Catarina (35.233 toneladas e US$ 71,63 milhões).

Apenas três empresas, atuam no país com a produção de perus, no sistema de integração: SADIA (PR/SC/MG), PERDIGÃO (PR) e DOUX-FRANGOSUL (RS). No ano de 2006, o ranking do abate de peru por empresas, foi o seguinte: 1º - SADIA (63,22%), 2º - PERDIGÃO (21,96%) e 3º - DOUX-FRANGOSUL (14,82%).

O Valor Bruto da Produção de 2004: Agropecuária - R$ 29.278.025.571, Pecuária – R$ 10.302.026.434 (35,19% do VBP-PR), Avicultura - R$ 3.752.993.057 (12,82% do PR), Frango de Corte - R$ 2.891.653.445 (9,88% do VBP/PR) e Perus - R$ 196.663.673 (0,67% do VBP-PR, 5,24% do Grupo Avicultura e 6,80 do Grupo Frango de Corte).

O Valor Bruto da Produção de 2005: Agropecuária - R$ 26.016.437.092, Pecuária - R$ 10.595.962.907 (40,73%) do VBP do PR), Avicultura - R$ 3.986.466.836 (15,32% do PR), Frango de Corte – R$ 3.079.190.810 (9,9% do VBP/PR) e Peru - R$ 184.742.332 (0,71% do VBP-PR, 4,63% do Grupo Avicultura e 6,00 do Grupo Frango de Corte).

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EQUIPE TÉCNICA DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL – SEDE

CHEFE DO DERAL – FRANCISCO CARLOS SIMIONI

DIVISÃO DE ESTATÍSTICAS BÁSICAS - DEB: GILKA M.A.C.ANDRETTA BALTAZAR H. DOS SANTOS – Processamento de Informações, Terras Agrícolas e SIMA – Sistema de Informação do Mercado Agrícola CLAUDIA MARIA JUSTI – Preços Pagos pelos Produtores DIRLEI ANTONIO MANFIO – Previsão de Safra e LPA – Levantamento de Produção Agrícola Municipal GILKA M. A. C. ANDRETTA - VBP - Valor Bruto da Produção Agropecuário, FPM – Levantamento da produção Agropecuária Municipal e Preços dos Produtos Florestais LUCIA AMÉLIA LAZARO LOZANO – Preços Semanais (recebidos, atacado e varejo) MARIA AUXILIADORA DA FONSECA LOPES - Preços Pagos pelos Produtores CARLITO PRINCIVAL JUNIOR – Assistente Administrativo GIOVANNI FERREIRA DA COSTA BALARDINI – Estagiário

DIVISÃO DE CONJUNTURA AGROPECUÁRIA - DCA: OTMAR HUBNER ADEMIR ANTONIO GIROTTO – Custos de Produção ADÉLIO RIBEIRO BORGES - Bovinocultura de Corte e Bubalinocultura AGENOR SANTA RITTA NETO – Agrometeorologia ALTAIR ARALDI – Política Agrícola DISONEI ZAMPIERI – Cana-de-Açúcar / Sucroalcooleiro FÁBIO PEIXOTO MEZZADRI – Bovinocultura de Leite MARGORETE DEMARCHI – Milho MAURICIO TADEU LUNARDON – Batata, Tomate, Cebola, Algodão METHODIO GROXKO - Fumo, Mandioca, Cevada, Aveia, Arroz NEUSA GOMES DE ALMEIDA RUCKER – Erva-Mate, Gengibre, Urucum OTMAR HUBNER - Soja, Trigo, Amendoim, Canola PAULO SÉRGIO FRANZINI – Café PAULO FERNANDO DE SOUZA ANDRADE – Fruticultura RICHARDSON DE SOUZA – Biodiesel ROBERTO CARLOS P. A. SILVA – Avicultura (Corte e Postura), Apicultura TIAGO TAMANINI – Suinocultura e Sericicultura DIVISÃO DE PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO – DPA: LUIZ ROBERTO DE SOUZA ALTAIR ARALDI – Plano-Programa-Projeto DISONEI ZAMPIERI – Programa Credencial Criador, Tributo, Plano-Programa-Projeto APOIO TÉCNICO Secretária: EVELIN ETELVINO Estagiário: RODRIGO JOUKOSKI ALVES DE OLIVEIRA

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EQUIPE TÉCNICA DOS NÚCLEOS REGIONAIS

APUCARANA – JOSE ROBERTO DANELUTI e PAULO SÉRGIO FRANZINI. CAMPO MOURÃO – EDILSON SOUZA E SILVA, JOÃO DIMAS DO NASCIMENTO e LUIZ JOSÉ COELHO. CASCAVEL – EDSON PAULO MAGGI, JOVELINO JOSÉ PERTILE, JOVIR VICENTINI ESSER Estagiário MARCOS VINICIUS MUNHAK. CORNÉLIO PROCÓPIO – DEVANIR LADEIRA, PARAILIO ZANINI, RUBENS PIMENTA DE PÁDUA e SANTO PULCINELLI FILHO. CURITIBA – ANTONIO CARLOS TONON, HÉLIO DE ANDRADE, MÁRCIO GARCIA JACOMETTI, SÉRGIO PEREIRA e SONIA REGINA VIEIRA. FRANCISCO BELTRÃO – AGUSTINHO GIRARDELLO, ANTONINHO FONTANELLA e Estagiária JULIANA CORRAZZA. GUARAPUAVA – ARTHUR BITTENCOURT FILHO, Estagiários DELCI RODRIGO VERUZ e THEREZINHA LADY KARAM DOS SANTOS. IRATI – DOUGLAS BERGER e Estagiária MARILIZE HONESKO. IVAIPORÃ – ANTONIO VILA REAL, MÁRIO APARECIDO IURINO, SÉRGIO CARLOS EMPINOTTI e Estagiário CREMILSON JOSÉ DA SILVA. JACAREZINHO – FRANC ROM DE OLIVEIRA, HAROLDO SIQUEIRA DE OLIVEIRA, JOSÉ ANTONIO GERVÁSIO, VALMIR RIBEIRO DOS REIS e Estagiária GABRIELA CRISTINA DE SOUZA. LARANJEIRAS DO SUL – (não tem) LONDRINA – ANTONIO JOSÉ DA SILVA, JOSÉ AFONSO CAETANO, ROSÂNGELA ZAPAROLI VIEIRA e PEDRO GUGLIELMI JÚNIOR. MARINGÁ – DORIVAL APARECIDO BASTA, MOISÉS ROBERTO BARION BOLONHEZ e WILLIAN ARC MENEGHEL. PARANAGUÁ – PAULO ROBERTO CHRISTÓFORO. PARANAVAÍ – APARECIDA DE LURDES BOCALON, ENIO LUIZ DEBARBA, VITOR INACIO DAVIES LAGO e Estagiário JEAN MARCELO MINSÃO. PATO BRANCO – IVANO LUIZ CARNIEL, JOSEMAR B. FONSECA e LUCÉLIA TESSER. PONTA GROSSA – CARLOS ROBERTO OSTERNACK, JOSÉ ROBERTO TOSATO, LUIZ ALBERTO VANTROBA e Estagiário ANDRÉ MASSARU SUZUKI. TOLEDO – JEAN MARIE APARECIDA FERRARINI TRICHES, JOÃO LUIZ RAIMUNDO NOGUEIRA e PAULO APARECIDA OLIVA. UMUARAMA – ÁTICO LUIZ FERREIRA, FÁBIO BORGES CAMARGO, IVANILDO RODRIGUES DAS NEVES e PEDRO K. MORIMOTO. UNIÃO DA VITÓRIA – MARCOS MARCOLIN e LUIZ CARLOS OTOMAIER e Estagiária FERNANDA WOSNY.

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ENDEREÇOS DA SEDE E DOS NÚCLEOS REGIONAIS DA SEAB

SEAB / DERAL / SEDE NÚCLEO REGIONAL DE CURITIBA R: dos Funcionários, 1559 R: dos Funcionários, 1560 Fone: 0055 (41) 3313-4000 - (041) 2107-4010 Fone/Fax: (41) 3313-4089 Fax: 0055 (41) 3313-4031 Cx.Postal 464 Cx.Postal: 464 80.035-050- CURITIBA - PR 80.035-050 - CURITIBA - PR - BR

http://www.pr.gov.br/seab - e-mail: [email protected]

APUCARANA CAMPO MOURÃO Av: Munhoz da Rocha, 51 Av: João Bento, 1899 Fone/Fax: (043) 3422-7822 Fone/Fax: (044) 3525-1410 86.800-010 - APUCARANA - PR 87.303-000 - CAMPO MOURÃO - PR

CASCAVEL CORNÉLIO PROCÓPIO R: Antonina, 974 - São Cristóvão - Cx.Postal 295 Av: Minas Gerais, 1.351 Fone/Fax: (045) 3225-1845 Fone: (043) 3524-1962 85.813-040 - CASCAVEL - PR Fax: (043) 3524-1654

86.300 - 000 - CORNÉLIO PROCÓPIO - PR

FRANCISCO BELTRÃO GUARAPUAVA R: Tenente Camargo, 1312 R: Vicente Machado, 1827 Fone: (046) 3524-3144 Fone: (042) 3623-2252 Fax: (046) 3524-3175 Fax: (042) 3623-8095 85.605-090 - FRANCISCO BELTRÃO-PR 85.010-260 - GUARAPUAVA - PR

IRATI IVAIPORÃ R: Coronel Grácia, 541 Av: Souza Naves, 2410 Fone/Fax: (042) 3422-8787 Fone/Fax: (043) 3472-4866 84.500 - 000 - IRATI - PR 86.870-000 - IVAIPORÃ - PR

JACAREZINHO LARANJEIRAS DO SUL R: do Rosário, 641 - Cx.Postal 62 R: Diogo Pinto, 1.320 Fone: (043) 3527-2311 Fone/Fax: (042) 3635-2379 Fax: (043) 3527-2312 85.301-290 - LARANJEIRAS DO SUL - PR 86.400 - 000 - JACAREZINHO - PR

LONDRINA MARINGÁ R: da Palheta, 103 - Bairro Aeroporto R: Artur Thomas, 410 - Cx.P. 180 Fone: (043) 3325-7911 / 3325-8551 Fone/Fax: (044) 3226-5658 86.038-080 - LONDRINA - PR 87.013 - 250 - MARINGÁ – PR

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PATO BRANCO PONTA GROSSA R: Silvera Martins, 456 - Cx.Postal 431 – Bairro Brasília R: Nestor Guimarães, 166 Fone/Fax: (046) 3225-3144 Fone/Fax: (042) 2102-2744 85.504-020 - PATO BRANCO - PR 84.040-130 - PONTA GROSSA - PR

PARANAGUÁ PARANAVAÍ R: Comendador Corrêa Júnior, 320 R: Antonio Vendramim, 2235 Fone/Fax: (041) 3422-6311 Fone: (044) 3423-1919 83.203 - 560 - PARANAGUÁ - PR Fax: (044) 3423-1498

87.708-030 - PARANAVAÍ - PR

TOLEDO UMUARAMA R: Sarandi, 294 - Centro Rodovia PR 323 km 303 – Parque Exposição Fone: (045) 3277-1101 Fone: (044) 3639-2311 Fax: (045) 3277-1219 Fax: (044) 3639-2796 85.900 - 030 - TOLEDO - PR 87.507 - 000 - UMUARAMA - PR

UNIÃO DA VITÓRIA R: Profª Amazília, 747 Fone: (042) 3522-1248

Fax: (042) 3522-1499 84.600-000 - UNIÃO DA VITÓRIA - PR

ESCRITÓRIOS REGIONAIS DO DERAL

Esc. Regional de Cianorte Esc. Regional de Ibaiti R: Manoel de Nóbrega, 13 – 87200-000 R: Rui Barbosa, 778 – Fundos – 849000-000 Fone/Fax: (044) 3629-3800 Fone/Fax: (043) 3546-2650

Esc. Regional da Lapa Esc. Regional de Loanda Av. Caetano Munhoz da Rocha, 1741 – 83750-000 Fone/Fax: (041) 3622-2977

R: Mato Grosso, Anexo prédio Prefeitura – Allto da Gloria – 87900-000

Fone/Fax: (044) 3425-1401

Esc. Regional de Palmas Esc. Regional de Palmeira R: Padre Aquiles Saporiti, 1.220 – 8555-000 R: Tenente Max Wolf Filho, 137 – 84130-000 Fone/Fax: (046) 3623-1667 Fone/Fax: (042) 3252-3893

Esc. Regional de S.João do Ivaí Av: Curitiba, 589 – 86930-000 Fone/Fax: (043) 3477-1882