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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
SHEILA CRISTINA CECAGNO
ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA ATM – ARTICULAÇÃO
TEMPORO-MANDIBULAR - SOBRE A POSTURA
CASCAVEL – PR2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁCENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIASHEILA CRISTINA CECAGNO
ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA ATM – ARTICULAÇÃO
TEMPORO-MANDIBULAR - SOBRE A POSTURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Campus Cascavel, como pré-requisito para
obtenção do Título de graduação em
Fisioterapia.
Orientador (a): Carlos Eduardo de Albuquerque
CASCAVEL – PR2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
SHEILA CRISTINA CECAGNO
ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA ATM – ARTICULAÇÃO
TEMPORO-MANDIBULAR - SOBRE A POSTURA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de
graduação em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
BANCA EXAMINADORA
...........................................................................................Orientador (a): Carlos Eduardo de Albuquerque
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
..............................................................................................Prof: Eduardo Alexandre Loth
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
...............................................................................................Prof: Gustavo Nakayama
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
Cascavel, 21 de novembro de 2005.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Dedico este trabalho primeiramente à Deus, aos meus pais, Iraci e Francisco por me darem
sempre apoio e força para nunca desistir, e aos meus irmãos, Annika e Fábio por me ajudarem
sempre que preciso.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
AGRADECIMENTOS
Ao final desta etapa da minha vida, feita por momentos felizes e tristes, contei com o
apoio de muitas pessoas que ajudaram a alcançar essa vitória, e por isso merecem
meus agradecimentos,
meu respeito e minha admiração...
...à Deus, por ter iluminado e trilhado o meu caminho, por ter ouvido minhas preces
e orações, e por sempre ter estado ao meu lado.
...meus pais, Iraci e Francisco, que me incentivaram a prosseguir na minha
caminhada; que deixaram de realizar alguns de seus sonhos para que eu pudesse
realizar os meus. Obrigada, sem vocês nada seria possível.
...aos meus irmãos, Annika e Fábio, que sempre preocupados se eu conseguiria
terminar a monografia; por me agüentarem quando estava estressada. Amo vocês.
....à minha avó Lúcia e minha tia Cleci, pela confiança, ajuda e incentivo dados
durante todos esses anos.
....ao meu orientador e amigo Carlos, não tenho nem palavras para dizer o quanto
você foi importante para mim nesses anos que convivemos juntos. Obrigada por
nunca deixar eu desanimar. E sem esquecer de agradecer pelos churrascos
animados que fizemos.
....as minhas morantes, Aline, Cris e Gi, fizemos muita bagunça juntas; cuidaram de
mim como irmãs de verdade; e além disso me ajudaram para que este trabalho se
realizasse.
....aos meus amigos, que estavam sempre do meu lado, Thaís, Cássius, Vinícius,
Carla, Bia; além da Josi e da Fer que mesmo longe me apoiaram para que tudo se
realizasse. Vocês vão estar sempre no meu coração!!
....a todos os voluntários que participaram do projeto, pois sem eles não seria
possível realizá-lo.
À todos aqueles que fizeram parte dessa história... Mesmo que tentasse não
conseguiria agradecer a todos. Desejo que Deus lhes conceda a mesma alegria que
sinto por vocês existirem!
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
RESUMO
INTRODUÇÃO: Diversos estudos identificam pacientes com Disfunções Craniomandibulares (DTM) associadas à alterações na posição da cabeça, ombros e coluna cervical. Desvios no posicionamento da cabeça e ombros podem ocorrer em conseqüência à diferentes disfunções músculo-esqueléticas, incluindo hábitos para funcionais. OBJETIVO: O objetivo principal deste estudo é avaliar a postura estática, no plano frontal, de indivíduos com disfunção musculares relacionada à ATM. METODOLOGIA: A amostra foi composta por 8 indivíduos, com idade entre 18 e 25 anos, de ambos os sexos, recrutados na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste. Foi realizado anamnese e exame físico dos músculos da face e após os voluntários foram fotografados antes e depois da colocação da cera nos molares onde foi verificada maior tensão muscular. Foi avaliado nas imagens: SA – distancia solo acrômio; SO – distância solo lobo da orelha e AA – distancia entre os acromios; antes e após a colocação da cera; para o hemicorpo com maior tensâo (T) e contra lateral (NT). A estatística foi realizada através do teste T student. RESULTADOS: Os valores verificados foram inicialmente: SATa – 0,8198 ±0,0067%; SOTa – 0,8963 ±0,0043%; AOTa – 0,0778 ±0,0079%; SANTa – 0,8198 ±0,0067%; SONTa – 0,8967 ±0,0049%; AONTa – 0,0770 ±0,0068%. Após a colocação da cera: SATd – 0,8191 ±0,0066%; SOTd – 0,8967 ±0,0048%; AOTd – 0,0777 ±0,0086%. (NT) SANTd – 0,8190 ±0,0068%; SONTd – 0,8971 ±0,0041%; AONT d – 0,0781 ±0,0079%. Os valores encontrados na comparação entre os lados T e NT não apresentam diferença significativa. A distância AA foi: AAa – 0,1836 ±0,0067%; AAd – 0,1845 ±0,0080%. Os valores encontrados na comparação antes e depois apresentam diferença significativa para SANTa e SANTd (p=0,021); AONTa e AONTd (p=0,001); AAa e AAd (p=0,002). CONCLUSÃO: Este trabalho não identificou maior altura dos acrômios no hemicorpo de maior tensão dos músculos faciais. A desprogramação promoveu e/ou desencadeou alterações no posicionamento da escapula contralateral.
Palavras – chaves: Avaliação postural; Articulação temporo-mandibular; Desprogramação.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ABSTRACT
INTRODUCTION: Diverse studies identify to patients with Temporo-mandibular joint associates to the alterations in the position of the head, shoulders and cervical column. Shunting lines in the positioning of the head and shoulders can occur in consequence to the different disfunções muscle-esqueléticas, including habits for functionaries. OBJECTIVE: The main objective of this study is to evaluate the static position, in the plain frontal, of muscular individuals with related disfunção to the ATM. METHODOLOGY: The sample was composed for 8 individuals, with age between 18 and 25 years, of both the sexos, enlisted in the Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. Anamnese was carried through and physical examination of the muscles of the face and the volunteers had been after photographed before and after the rank of the wax in the molar ones where bigger muscular tension was verified. He was evaluated in the images: SA - distancia ground acrômio; SO - alone distance wolf of ear and AA - distance between the acromios; before and after the rank of the wax; for hemicorpo with greater tensâo (t) and against lateral (NT). The statistics student was carried through through test T. RESULTS: The verified values had been initially: SATa - 0,8198 ±0,0067%; SOTa - 0,8963 ±0,0043%; AOTa - 0,0778 ±0,0079%; Saint - 0,8198 ±0,0067%; SONTa - 0,8967 ±0,0049%; AONTa - 0,0770 ±0,0068%. After the rank of the wax: SATd - 0.8191 ±0,0066%; SOTd - 0,8967 ±0,0048%; AOTd - 0,0777 ±0,0086%. (Nt) SANTd - 0,8190 ±0,0068%; SONTd - 0.8971 ±0,0041%; AONT d - 0.0781 ±0,0079%. The values found in the comparison between sides T and NT do not present significant difference. In the distance AA was: AAa - 0,1836 ±0,0067%; AAd - 0,1845 ±0,0080%. The values found in the comparison before and later present significant difference for SANTa and SANTd (p=0,021); AONTa and AONTd (p=0,001); AAa and AAd (p=0,002). CONCLUSION: This work did not identify to greater height of the acrômios in hemicorpo of bigger tension of the face muscles. The desprogramação promoted and/or unchained alterations in the positioning of escapula contralateral.
Keys – Words : Postural evaluation; Temporo-mandibular joint; Desprogramação.
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SUMÁRIO
SHEILA CRISTINA CECAGNO.............................................................................................................................1CURSO DE FISIOTERAPIA................................................................................................................................... 2SHEILA CRISTINA CECAGNO.............................................................................................................................2TEMPORO-MANDIBULAR - SOBRE A POSTURA.......................................................................................... 3BANCA EXAMINADORA......................................................................................................................................3
........................................................................................................................................................................4AGRADECIMENTOS..............................................................................................................................................5LISTA DE FIGURAS............................................................................................................................................. 10LISTA DE GRÁFICOS.......................................................................................................................................... 11LISTA DE TABELA.............................................................................................................................................. 12TABELA 01.....................................................................................................................55................................... 12TABELA 02.....................................................................................................................56................................... 121 INTRODUÇÃO................................................................................................................................................... 13
1.2 Justificativa....................................................................................................................................................141.3 Objetivos....................................................................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................................................... 162.1 Anatomia da Articulação Temporomandibular.............................................................................................16
2.1.1 Estrutura Óssea.......................................................................................................................................162.1.2 Mandíbula ..............................................................................................................................................182.1.3 Côndilo Mandibular............................................................................................................................... 182.1.4 Borda Maxilar........................................................................................................................................ 192.1.5 Fossa Glenóide....................................................................................................................................... 20
2.2 Estrutura Articular.........................................................................................................................................212.2.1 Cápsula Articular....................................................................................................................................212.2.2 Disco Articular....................................................................................................................................... 222.2.3 Ligamentos Articulares.......................................................................................................................... 232.2.4 Ligamentos Colaterais (discais)............................................................................................................. 232.2.3 Ligamento Capsular............................................................................................................................... 242.2.4 Ligamento Temporomandibular.............................................................................................................242.2.5 Ligamento esfenomandibular.................................................................................................................25
2.3 Estrutura Muscular........................................................................................................................................ 262.3.1 Músculo pterigóideo lateral (externo).................................................................................................... 262.3.2 Músculo Pterigóideo Medial (interno)................................................................................................... 272.3.3 Músculo Masséter.................................................................................................................................. 272.3.4 Músculo Temporal................................................................................................................................. 282.3.5 Músculos Acessórios da Mastigação......................................................................................................28
3 BIOMECÂNICA DA ATM E COLUNA CERVICAL.......................................................................................303.1 Abertura da Boca...........................................................................................................................................313.2 Fechamento da Boca..................................................................................................................................... 323.3 Estabilidade Muscular Crânio - Cervical...................................................................................................... 32
4 Hábitos Parafuncionais.........................................................................................................................................354.1 Bruxismo....................................................................................................................................................... 36
4.1.1 Efeitos do Bruxismo sobre a Musculatura............................................................................................. 374.2 Fatores que influenciam no Bruxismo......................................................................................................... 38
4.2.1 Oclusão...................................................................................................................................................384.2.2 Estresse...................................................................................................................................................394.2.3 Tabaco e Bebidas Xânticas.................................................................................................................... 41
5 RELAÇÃO CERVICAL E ATM.........................................................................................................................425.1 Equilíbrio da Cabeça..................................................................................................................................... 425.2 Alterações posturais e DTMs........................................................................................................................ 435.3 Placas Miorrelaxantes................................................................................................................................... 45
As placas miorrelaxantes têm sido utilizada desde o inicio do século para tratar as DTMs. É considerada uma das formas de tratamento mais eficiente para o bruxismo e os diferentes distúrbios parafuncionais (MOLINA, 1989). As placas apresentam como vantagens facilidade na colocação, confecção, auto-retenção e resultados favoráveis sem efeitos nocivos. Efeitos indesejados são obtidos com o uso prolongado, invasão do espaço interoclusal ou mal ajuste.................................................................................................................................................................45
5.3.1 Mecanismo de função das placas........................................................................................................... 465.3.2 Fisiologia da Desprogramação............................................................................................................... 46
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6 METODOLOGIA................................................................................................................................................ 496.1 Delineamento do Estudo............................................................................................................................... 496.2 Amostra......................................................................................................................................................... 49
6.2.1 Critérios de Inclusão / Exclusão.............................................................................................................496.3 Avaliação/Anamnese.....................................................................................................................................496.4 Avaliação/Exame Físico................................................................................................................................506.5 Avaliação/Registro Fotográfico.................................................................................................................... 516.6 Avaliação Fotográfica – Plano Frontal .........................................................................................................51.............................................................................................................................................................................52.............................................................................................................................................................................526.7 Desprogramação............................................................................................................................................526.8 Avaliação/Análise das Fotografias................................................................................................................546.9 Análise Estatística........................................................................................................................................ 54
7 RESULTADOS....................................................................................................................................................558 DISCUSSÃO........................................................................................................................................................599 CONCLUSÃO..................................................................................................................................................... 63REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 64ANEXO 1................................................................................................................................................................68APÊNDICE 1.......................................................................................................................................................... 69APÊNDICE 2.......................................................................................................................................................... 72APÊNDICE 3.......................................................................................................................................................... 74
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01FIGURA 01............................................................................................................................................................. 10GRÁFICO 01.......................................................................................................................................................... 11FIGURA 01 – Estrutura óssea da face.................................................................................................................... 18Fonte: GRAAFF, 1982............................................................................................................................................18FIGURA 02 – Interação do tônus muscular no equilíbrio craniano....................................................................... 35Fonte: GRIEVE, 1994............................................................................................................................................. 35FIGURA 03 - Mecanismo de função das placas - desprogramação....................................................................... 48 CO córtex motor, FR formação reticular, NE núcleo espinhal do V par, MI mudanças no input proprioceptivo para o SNC, MC mudanças na relação côndilo-fossa, RA relaxamento articular, PM proprioceptores musculares, RM relaxamento muscular, PC proprioceptores capsulares, PP proprioceptores periodontais, Mu mudanças no padrão de contato oclusal, PI placa. A flecha para cima ou para baixo significa sinais proprioceptores aferentes-eferentes. Duas flechas contrárias significam inibição de sinais após a colocação da placa ....................................................................................................................................................................... 48Fonte: MOLINA, 1989............................................................................................................................................48 FIGURA 04 – Avaliação Postural e análise das alturas.......................................................................................52FIGURA 05 – Cera utilidade nº7 FIGURA 06 – Colocação da cera .................................................. 53
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01Gráfico 01 – Alturas AO, SO e SA para os lados T e NT antes............................................................................. 55Gráfico 03 – Comparação das alturas SO, SA, AO e AA, antes e depois, para os lados T e NT........................... 57
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LISTA DE TABELA
TABELA 01.....................................................................................................................55TABELA 02.....................................................................................................................56
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1 INTRODUÇÃO
Diversos estudos identificam pacientes com Disfunções Craniomandibulares
(DTM) associadas à alterações na posição da cabeça, ombros e coluna cervical.
Desvios no posicionamento da cabeça e ombros podem ocorrer em conseqüência à
diferentes disfunções músculo-esqueléticas, incluindo distúrbios crânio-mandibulares
(AMANTÉA, 2004).
A atividade aumentada da musculatura mastigatória interfere nos músculos
chamados de contra apoio (esternocleiomastóideo, trapézio) levando ao
encurtamento dos músculos posteriores do pescoço e alongamento dos anteriores,
acarretando em uma projeção anterior do corpo.
A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial do
organismo. As disfunções da ATM estão cada vez mais difundidas, geralmente
causam sintomas na cabeça e pescoço, cada vez mais reconhecidos entre os
profissionais da saúde. Cirurgiões dentistas são os profissionais envolvidos no
acompanhamento de pacientes.
A Fisioterapia contribui de forma a somar experiências sobre o tratamento da
ATM e tecidos moles envolvidos. As técnicas de avaliação e tratamento das
articulações sinoviais, como as mensurações de amplitude de movimento, função
muscular, testes de mobilidade e técnicas de mobilização, podem ser adaptadas
para utilização pela fisioterapia no tratamento das DTMs (GOULD, 1993).
Muitos estudos têm sido executados com objetivo de relacionar as DTMs e a
postura estática. O sistema neuromuscular atua para movimentar as estruturas
passivas e mantê-las através do equilíbrio e postura estática. O sistema de controle
postural necessita de informações relativas aos segmentos do corpo e da magnitude
das forças atuando sobre este (ROTHWELL, 1994).
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
Segundo estudos, sinais e sintomas relacionados com as atividades
parafuncionais são observados em 80 a 90% da população, no entanto 10 a 15%
desses indivíduos resultam em graves problemas clínicos e necessitam atendimento
específico (MACIEL,1998).
1.2 Justificativa
Qualquer ação muscular acima do necessário leva ao aumento do tônus
muscular proporcionando um desequilíbrio postural. É então bastante comum a
hiperatividade muscular em indivíduos ansiosos, que realizam prática de hábitos
parafuncionais, como mascar goma, fumo, bruxismo (contração excêntrica),
apertamento (contração concêntrica), pousar o mento na palma da mão e posições
inadequadas para dormir, onde há interferência no posicionamento da mandíbula.
(MOLINA, 1995).
Baseando-se nas teorias de globalidade do homem é necessário observar a
possível relação entre a hiperatividade dos músculos da mastigação e a postura
corporal, havendo a possibilidade de incluir o tratamento postural aos demais
realizados para DTMs, na melhora da sintomatologia geral.
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1.3 Objetivos
Este estudo tem como objetivo principal avaliar a postura, no plano frontal, de
indivíduos com disfunção musculares relacionada à ATM.
Este estudo tem como objetivos específicos avaliar assimetrias posturais da
postura da cabeça em relação a cintura escapular, através da altura dos ombros,
altura do lóbulo da orelha e diferença entre estas alturas. Provocar alteração na
oclusão, através da desprogramação e analisar seus possíveis efeitos sobre a
postura.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Anatomia da Articulação Temporomandibular
A Articulação Temporomandibular (ATM) é considerada uma das mais
complexas do corpo humano e constitui a ligação móvel entre a mandíbula e o osso
temporal (MACIEL, 1998; OKESON, 2000; STEENKS e WIJER, 1996). Em conjunto
com os sistemas esquelético, muscular, vascular, nervoso e dentário, compõe o
complexo morfofuncional denominado aparelho mastigador ou estamatognático
(BARROS e RODE, 1995; STEENKS e WIJER, 1996).
Estruturalmente a ATM é classificada como uma diartrose biaxial,
condicionada a uma interdependência devido ao funcionamento simultâneo dos dois
côndilos mandibulares. Pode ser classificados como uma única articulação (PAIVA,
2002; MOLINA, 1995; BARROS e RODE, 1995). Consequentemente, qualquer
alteração mecânica de um afeta o outro (MACIEL,1998). Tratando-se de uma
articulação sinovial permite amplos movimentos da mandíbula em torno do osso
temporal (MADEIRA, 1998).
2.1.1 Estrutura Óssea
As ATMs são formadas pelos côndilos convexos da mandíbula, a fossa
glenóide côncava (fossa mandibular) e a eminência articular convexa do osso
temporal. No adulto, os côndilos mandibulares são cerca de duas vezes mais largos
no plano frontal, que no plano sagital, proporcionando uma grande área articular,
constituídas de osso esponjoso recoberto por osso compacto. As superfícies ósseas
da articulação são cobertas por cartilagem fibrosa separadas por um disco articular
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fibrocatilaginoso interposto entre os dois componentes ósseos, que forma um
espaço articular superior e um inferior. (MONGINI, 1998; OKESON, 2000; MOLINA,
1995). Posteriormente, o disco está fixado a tecido conjuntivo espesso chamado
zonas bilaminares, as quais são separadas por um tecido esponjoso com um
estenso suprimento neural e vascular que normalmente não é sujeito a grandes
forças articulares. O disco articular é fixado medial e lateralmente nos lados dos
côndilos e anteriormente na cápsula articular e em algumas fibras do músculo
pterigóideo lateral. Estas fixações fazem o disco mover-se para frente com o côndilo,
quando a boca é aberta (MOLINA, 1995) (FIGURA 01).
A articulação é rodeada por uma cápsula que é reforçada lateralmente pelo
ligamento temporomandibular localizado desde a eminência articular até o arco
zigomático e, posteriormente, até o colo da mandíbula. A cápsula e seus ligamentos
limitam os movimentos da mandíbula, particularmente depressão e retrusão. A
protusão da mandíbula é limitada pelo ligamento estilomandibular (SMITH, 1997).
A morfologia das superfícies articulares varia consideravelmente à medida
que se inicia a função mastigatória na criança e sofre influência das arcadas
dentárias, adquirindo seu estado definitivo na idade de 5 a 8 anos (STEENKS E
WIJER, 1996).
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FIGURA 01 – Estrutura óssea da faceFonte: GRAAFF, 1982
2.1.2 Mandíbula
A mandibula é o maior e mais forte osso da face, sendo um corpo em forma
de ferradura com as duas projeções principais contínuas em cada um dos lados com
o ramo mandibular. Esse grosso corpo possui margem inferior arredondada e um
processo alveolar na margem superior. O ramo é uma fina lâmina quadrilátera
estendendo-se, posteriormente, do sulco para a artéria facial (sulco antegonial) ao
ângulo mandibular. Os dois processos ascendentes são o processo coronóide
anterior (para as inserções musculares) e o processo condilar posterior que se
articula com a fossa glenóide do crânio (GRIEVE, 1994). A mandibula sustenta os
dentes inferiores e forma a parte inferior do esqueleto facial. Não tem nenhuma
inserção óssea com o crânio.
2.1.3 Côndilo Mandibular
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O côndilo é a porção da mandibula que se articula com o crânio, em torno da
qual ocorrem os movimentos. A vista anterior do côndilo tem uma projeção médio-
lateral, chamada pólo. O pólo medial é geralmente mais saliente do que o lateral.
Visto de cima, uma linha traçada através do centro dos pólos do côndilo irá se
estender medialmente e posteriormente em direção à borda anterior do forame
magno. A extensão látero - mediana total do côndilo é de 15 a 20 mm e a dimensão
ântero - posterior fica entre 8 a 10 mm. A superfície articular do côndilo se estende
anterior e posteriormente ao aspecto superior do côndilo. A superfície articular
posterior é maior que a superfície anterior (OKESON, 2000).
Molina (1995) também afirma que a superfície do côndilo é recoberta superior
e anteriormente por tecido cartilaginoso, cuja espessura depende da idade, da
função, da região da ATM examinada e da ausência ou presença de alterações
funcionais.
2.1.4 Borda Maxilar
A borda da maxila se estende superiormente para formar o assoalho da
cavidade nasal e o assoalho de cada órbita. Inferiormente, os ossos maxilares
formam o palato e os rebordos alveolares, que suportam os dentes (OKESON,
2000).
A porção superior da ATM está fixada pelo tubérculo articular, anteriormente,
formado pela face inferior da parte escamosa do osso temporal e pela porção não
articular formada pelo elemento timpânico. Esta superfície contínua consiste em três
elementos: a eminência articular, anterior à fossa glenóide ou mandibular, a fossa
mandibular propriamente dita com a fissura timpânica separando a fossa do osso
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timpânico, e o tubérculo pós-glenóide, que separa a porção lateral da superfície
articular da margem anterior do osso timpânica (GRIEVE, 1994).
2.1.5 Fossa Glenóide
A fossa articular, ou cavidade glenóide, situa-se abaixo e anterior ao meato
acústico externo, sendo limitada pela fissura escamotimpânica e, posteriormente,
pelo tubérculo pós-glenóide. Molina (1995) descreve que durante a época do
nascimento e toda a dentição decídua (1ª dentição), esta cavidade é rasa. A
formação da cavidade ocorre devido à atividade dos osteoclastos, que são
especializados na reabsorção óssea e dão uma forma oval e côncava nos três
planos do espaço a esta superfície articular.
A fossa glenóide é mais pronunciada no plano sagital que no frontal, sendo
convexa na direção transversal. A convexidade varia de 5 a 15 mm no seu raio e é
formada de maneira a acomodar a cabeça condilar em todas as direções. O declive
anterior da fossa, formado pela eminência articular, é mais gradual que a margem
posterior, formada pelo processo pós-glenóide. Medialmente, a fossa articular se
estreita e liga-se a uma crista óssea que se junta contra a espinha angular do osso
esfenóide, a fossa ento-glenóide, evitando assim o deslocamento medial do côndilo
mandibular (GRIEVE, 1994).
O teto da cavidade glenóide, parte da porção escamosa do osso temporal, é
muito fina e possui inúmeros forames, destina-se para a passagem dos vasos e
nervos da microcirculação. A região posterior, mais espessa, é protegida de traumas
mecânicos pelos reflexos proprioceptivos e mecanismo de ação dos ligamentos e
cápsula articular. A zona anterior está bem protegida por três camadas de cartilagem
com propriedades diferentes. A região central, mais baixa, não é um componente
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funcional importante, apenas serve de guia quando a mandíbula está na posição
retraída e abriga a porção central convexa mais fina do disco (MOLINA, 1995).
2.2 Estrutura Articular
2.2.1 Cápsula Articular
A cápsula é constituída por um tecido conjuntivo que envolve a articulação
temporomandibular e tem constituição firme, para proteger e limitar os movimentos
do côndilo, mas ao mesmo tempo deve ser maleável o suficiente para permiti-los
(BARROS e RODE,1995). Para OKESON (2000) a cápsula articular tem papel
importante durante os movimentos da ATM, resistindo a qualquer força medial,
lateral ou inferior, que tende a separar ou deslocar as superfícies articulares.
Superiormente a cápsula envolve a fossa mandibular. Inferiormente, ela se
insere no colo condilar, abaixo da inserção do disco. Posteriormente a cápsula se
funde com a inserção posterior do disco. Anteriormente, o disco e a cápsula são
fundidos, permitindo a inserção de algumas fibras do pterigóideo lateral diretamente
no disco. Assim, a cápsula está inserida no disco, ao longo de toda circunferência. A
superfície da cápsula é reforçada pelo ligamento temporomandibular (GOULD,
1993).
STEENKS E WIJER (1996) relatam que a cápsula articular é vascularizada
por ramos de vasos que se dirigem para o músculos pterigóideo lateral e ramos da
artéria temporal superficial. O nervo masseterino e o auriculotemporal provêem à
cápsula terminações nervosas livres e elementos sensitivos que informam sobre as
mudanças de posição.
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2.2.2 Disco Articular
O disco é, geralmente bicôncavo e localiza-se entre as superfícies articulares
do côndilo da mandíbula e eminência articular do osso temporal. Tem como função
proteger e possibilitar o contato de duas superfícies ósseas convexas, durante os
movimento mandibulares, amortecer os choques, regular os movimentos, estabilizas
o côndilo na cavidade e auxiliar na lubrificação, pela formação de líquido sinovial nas
suas porções anterior e posterior próximo ao colo do côndilo (membrana sinovial)
(BARROS e RODE, 1995).
É uma estrutura fibrocartilaginosa complexa, com pequena quantidade de
fibras elásticas intercaladas. O disco é uma fibrocartilagem constituída
principalmente de tecido conjuntivo denso avascular e sem a presença de nervos na
sua porção funcional articular, apresenta fibras colágenas em várias direções com
alguns condrócitos no seu interior. O disco na sua porção articular (funcional) tem
fibras colágenas dispostas ântero-posteriormente em grandes feixes paralelos, essa
região é mais delgada em relação à não funcional. Na porção não funcional as fibras
colágenas encontram-se dispostas de forma dispersa. O disco apresenta alto grau
de mobilidade e plasticidade durante a função (BARROS e RODE, 1995). Porção
central espessura de 1 a 2mm, porém as regiões anterior e posterior são mais
espessas.
MOLINA (1995) relata que, por ser um local de pressão e função constante, o
centro do disco não é inervado nem vascularizado, ao passo que a sua periferia é
bastante inervada e vascularizada, sendo formada por tecido conjuntivo mais frouxo.
O disco possui pontos de forte ligação com a cabeça da mandíbula nos pólos medial
e lateral. Essas inserções permitem que o disco não se mova enquanto o côndilo
gira, mas obrigam-no a deslocar-se com a mandíbula nos movimentos de
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translação. Durante o movimento o disco pode se adaptar as demandas funcionais
da superfície articular. Porém esta flexibilidade não será sempre reversível devido a
forças destrutivas ou mudanças articulares (OKESON,2000). Um descompasso
entre o disco e a mandíbula nesses movimentos pode provocar ruídos articulares
(MADEIRA,1998).
Posteriormente, o disco une-se à cápsula fibrosa que envolve a articulação e
apresenta-se mais mole, mais espesso e se continua com um tecido conjuntivo
altamente vascularizado e inervado. Esta porção posterior da ATM, por possuir
muitos proprioceptores articulares, é responsável pela coordenação e função da
articulação, junto com a cápsula, ligamentos e região anterior do disco (MOLINA,
1995).
2.2.3 Ligamentos Articulares
Os ligamentos da articulação são feitos de tecido conjuntivo que não se
estiram. Eles não atuam ativamente na função da articulação, mas sim agem
passivamente como agentes limitadores ou de restrição de movimentos (OKESON,
2000).
2.2.4 Ligamentos Colaterais (discais)
São responsáveis em dividir a articulação mediolateralmente em duas
cavidades articulares: superior e inferior, atuam para restringir o movimento do
disco fora do côndilo e são responsáveis pelos movimentos de abertura da ATM, a
qual ocorre entre o côndilo e o disco articular (OKESON, 2000).
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2.2.3 Ligamento Capsular
O ligamento capsular age para restringir a qualquer força medial, lateral ou
inferior que tendo separar ou deslocar as superfícies articulares. Uma função
importante é que o ligamento retém o fluido sinovial da articulação. É um ligamento
bem inervado e proporciona estímulo proprioceptivo sobre a posição e o movimento
da articulação (OKESON, 2000).
2.2.4 Ligamento Temporomandibular
Considerado por alguns autores como o único verdadeiro ligamento da ATM,
o ligamento temporomandibular é formado por fibras fortes e densas que reforçam a
cápsula articular lateralmente (OKESON, 2000; MADEIRA, 1998, GOULD, 1993).
Este ligamento é composto por duas partes: a porção externa e oblíqua origina-se
na superfície externa do tubérculo articular e processo zigomático póstero-
inferiormente e insere-se na superfície externa do pescoço do côndilo; sua porção
horizontal interna estende-se da superfície externa do tubérculo articular e do
processo zigomático posteriormente e segue horizontalmente ao pólo lateral do
côndilo e parte posterior do disco articular (OKESON, 2000).
A porção oblíqua do ligamento temporomandibular limita a extensão da
abertura bucal, impedindo a queda excessiva do côndilo, e também atua de forma
importante na abertura bucal normal. No início desse movimento, permite que o
côndilo rotacione em torno de um ponto fixo até que o ligamento temporomandibular
se estenda completamente, tornando-se rígido; então, o côndilo não pode mais
rotacionar, e deverá mover-se para baixo e para frente através da eminência
articular para abrir mais a boca (OKESON, 2000).
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Segundo OKESON (2000) e MADEIRA (1998), a porção interna do ligamento
temporomandibular limita a retrusão da mandíbula, evitando a compressão das
estruturas situadas atrás da cabeça da mandíbula e protegendo o músculo
pterigóideo lateral de estiramento ou sobrextensão.
2.2.5 Ligamento esfenomandibular
O ligamento esfenomandibular origina-se na espinha do osso esfenóide e
segue posteriormente em forma de leque até a região da língula da mandíbula
(STEENKS e WIJER, 1996). Conforme OKESON (2000) e PAIVA (2002), é um dos
dois ligamentos acessórios da ATM, e atua evitando movimentos excessivos da
ATM.
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2.2.6 Ligamento estilomandibular
O segundo ligamento acessório da ATM é o ligamento estilomandibular, que
emerge do processo estilóide do osso temporal e vai até a face interna do ângulo da
mandíbula (STEENKS e WIJER, 1996). MOORE e DALLEY (2001) citam que esse
ligamento é verdadeiramente um espessamento da cápsula fibrosa da glândula
parótida, e não contribui de modo significativo para reforçar a articulação. Sua
função, descrita por OKESON (2000), é limitar a protrusão excessiva da mandíbula.
2.3 Estrutura Muscular
Os músculos da mastigação são os principais responsáveis pelos movimentos
da ATM. Eles se originam no crânio e se inserem na mandíbula (GOULD, 1993).
2.3.1 Músculo pterigóideo lateral (externo)
O Músculo pterigóideo lateral (externo) consiste numa cabeça grande
inferiormente e pequena superiormente, ambas agem separadamente. A cabeça
inferior origina da superfície lateral da placa pterigóidea lateral e se estende até a
superfície anterior do colo condilar. A cabeça superior origina da superfície
infratemporal da grande asa do osso esfenóide e se estende até o disco articular
(GOULD, 1993).
GRIEVE (1994) afirma que há comportamentos distintos nos feixes deste
músculo: a cabeça superior age mantendo a relação correta do disco durante o
fechamento da boca, enquanto a inferior está ativa durante a translação mandibular.
OLIVEIRA (2002) ainda completa que quando a cabeça inferior do músculo
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pterigóideo lateral se contrai em apenas um lado, a mandíbula é levada para o lado
contralateral, e o lado da contração torna-se o lado do balanceio; considera-o um
sinergista da elevação mandibular.
2.3.2 Músculo Pterigóideo Medial (interno)
O Músculo Pterigóideo Medial (interno) é quase perpendicular ao músculo
pterigóideo lateral, originando-se sobre a superfície medial da placa pterigóidea
lateral. E ele se insere na superfície mandibular mais interna, formando a porção
mais interna do apoio mandibular. Sua forma e direção ântero-posterior são
similares às do músculo masséter e foi classificado por GRIEVE (1994) como um
sinergista do masséter (GOULD,1993).
É um músculo espesso formado por uma camada profunda e outra superficial.
Auxilia fortemente na elevação da mandíbula estabilizando a articulação firmemente
para a mastigação (OLIVEIRA, 2002).
2.3.3 Músculo Masséter
O Músculo Masséter é o mais superficial e o mais forte dos músculos da
mastigação. Se origina no arco zigomático e passa inferior e posteriormente, para se
inserir na superfície externa do ramo mandibular, sua extensão inferior está bem
próxima ao ângulo da mandibula. Este músculo é dividido em uma porção superficial
e outra profunda; as fibras profundas apresentam uma direção vertical (GOULD,
1993).
A contração de suas três camadas, conforme escrevem GRIEVE (1994) e
OLIVEIRA (2002), eleva fortemente (fecha) a mandíbula e exerce pressão nos últi-
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mos molares, fazendo com que o côndilo assuma uma posição de máxima capacida-
de de absorção de forças em relação à fossa mandibular e ao disco articular. Além
disso, a contração isolada da camada superficial contribui para a protrusão, e a da
mais profunda causa uma combinação de elevação e retração (GRIEVE, 1994).
2.3.4 Músculo Temporal
Músculo Temporal É um músculo em forma de leque origina-se da fossa
temporal e se insere por intermédio de um forte tendão no processo coronóide da
mandíbula. Em função de sua origem e estreita inserção, esse músculo é bem
adaptado para delicadas alterações da posicionais da mandíbula (GOULD, 1993).
Conforme OLIVEIRA (2002), este é um músculo delgado subdividido em três feixes:
anterior, médio e posterior.
Segundo GRIEVE (1994), ele também auxilia o masséter e o pterigóideo
medial na elevação da mandíbula quando suas fibras anteriores, médias e
posteriores agem juntas.
2.3.5 Músculos Acessórios da Mastigação
Os quatro músculos supra-hióideos: digástrico, miloióideo, genoióideo e
estilóideo são considerados músculos acessórios da mastigação. Eles auxiliam na
depressão mandibular quando o osso hióide está fixo pela contração dos músculos
infra-hióideos: tiroióideo, esternotiróideo, esternoióideo e omoióideo (GOULD, 1993).
Os músculos digástricos são os mais importantes músculos supra-hióideos na
função mandibular, embora geralmente não seja considerado um músculo da
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mastigação. Eles são responsáveis pela abertura completa da mandíbula e também
auxiliam na retração da mandibula (GOULD, 1993; OKESON, 2000).
Outros músculos, como o esternocleidomastóideo e os músculos cervicais
posteriores, desempenham um papel importante na estabilização do crânio e
permitem os movimentos controlados da mandíbula. Um refinado balanço dinâmico
existe entre todos os músculos da cabeça e pescoço, e isso deve ser observado
para o entendimento da fisiologia do movimento mandibular. Quando uma pessoa
boceja, a cabeça é trazida para trás pela contração dos músculos cervicais
posteriores, os quais elevam os dentes maxilares. Este simples exemplo demonstra
que o funcionamento normal do sistema mastigatório usa muito mais músculos do
que apenas aqueles da mastigação. Pode se ver que qualquer efeito na função dos
músculos da mastigação tem também um efeito nos outros músculos da cabeça e
pescoço (OKESON, 2000).
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3 BIOMECÂNICA DA ATM E COLUNA CERVICAL
A ATM é um sistema articular extremamente complexo. O fato de que duas
ATMs sejam conectadas pelo mesmo osso (mandíbula) complica bastante a função
de todo o sistema mastigatório. Cada uma das articulações pode ao mesmo tempo
agir de forma diferente e separadamente, mas não completamente sem alguma
influência uma da outra (OLIVEIRA, 2002).
Como em qualquer articulação móvel sua integridade e suas limitações são
garantidas por ligamentos. Se a articulação for continuamente forçada, isto é,
solicitada além de seus limites normais, poderá sofrer alterações (BARROS e
RODE, 1995).
A estrutura e função da ATM pode ser dividida em dois sistemas distintos:
a) um sistema articular são os tecidos em torno da cavidade sinovial inferior
(ou seja, o côndilo e o disco). Uma vez que o disco é firmemente inserido
no côndilo pelos ligamentos discais lateral e medial. O único movimento
fisiológico que pode ocorrer entre estas superfícies é a rotação do disco na
superfície articular do côndilo.
b) o complexo côndilo-disco funcionando contra a superfície da fossa
mandibular. Como o disco não é firmemente inserido na fossa mandibular,
movimentos livres de deslizamento são possíveis entre essas superfícies e
a cavidade superior. Esses movimentos ocorrem quando a mandíbula se
move para a frente, o que se chama translação (OLIVEIRA, 2002).
Os movimentos da ATM se resumem em três grupos: abertura e fechamento
da boca, deslizamento para adiante e para trás e movimentos mastigatórios:
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a) o movimento de abertura, quando não há nenhum obstáculo, processa tão
somente pelo relaxamento da musculatura mastigatória;
b) o movimento de fechamento, pela ação de músculos levantadores da
mandíbula, função principal dos músculos masséter, temporal e
pterigóideo medial;
c) o movimento de deslizamento para diante (protrusão) é realizado
principalmente pela ação do músculo pterigóideo lateral;
d) o movimento de deslizamento para trás é proporcionado pelo relaxamento
do músculo pterigóideo lateral, e se for necessário poderá haver contração
das fibras posteriores do músculo temporal;
e) os movimentos mastigadores seriam o somatório de todos os movimentos
descritos (BARROS e RODE, 1995).
3.1 Abertura da Boca
No primeiro passo da abertura da boca (até cerca de 20mm) ocorre a rotação
da cabeça condiliana no interior do compartimento inferior, que se dá pela contração
do músculo pterigóideo lateral. Se a movimentação prossegue o deslocamento
simultâneo de ambos os compartimentos acontece. Em um terceiro momento, o
côndilo se move obliquamente de trás para frente e de cima para baixo no
compartimento superior, abaixo do disco, em torno de um eixo de rotação no centro
do côndilo e colo, até que atinja a eminência articular, caracterizando a translação
(BARROS e RODE, 1997).
BARROS e RODE (1998) ressaltam que o disco articular deve revestir, como
um capuz, a cabeça da mandíbula e acompanhá-la durante toda a movimentação. O
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disco retorna à sua posição na fossa mandibular graças ao ligamento discal
posterior e à elasticidade das fibras do extrato superior da zona bilaminar.
3.2 Fechamento da Boca
Quando a boca é fechada, a ATM é direcionada para um oclusão cêntrica,
com intercuspidação precisa de todos os elementos dentais. As informações que
levam ao equilíbrio deste movimento são transmitidas por fibras sensitivas, ao
núcleo sensitivo do nervo trigêmio. A resposta volta pelo nervo mandibular, mais
precisamente pela sua parte motora e por nervos que vão agir na musculatura supra
e infra-hióidea. Qualquer movimento anormal da ATM é captado por um elemento
sensitivo, e este provoca a formação de um arco reflexo (BARROS e RODE, 1995).
Para que a ATM tenha uma função normal há necessidade de que toda a
dentição esteja presente, a musculatura tenha um desenvolvimento normal e que
haja um equilíbrio vasomotor e neural (BARROS e RODE, 1995).
3.3 Estabilidade Muscular Crânio - Cervical
O crânio está conectado à coluna cervical através da articulação
atlantoocciptal. Sua posição é assegurada por vários músculos localizados a frente e
atrás da coluna cervical. Alguns músculos anteriores do pescoço fornecem conexão
indireta para a mandíbula com o esterno através do osso hióide: são eles os supra e
os infra-hioideos (MONGINI,1998). Uma situação anterior do centro de gravidade da
cabeça explica a potência relativa dos músculos posteriores da nuca em relação aos
músculos flexores do pescoço. Os extensores lutam contra a gravidade, ao passo
que a força da gravidade reforça os flexores. Isso explica também que existe um
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tônus permanente dos músculos da nuca que não permitem a queda da cabeça para
frente (KAPANDJI, 2000).
O músculo esternocleidomastóideo tem uma posição antero-lateral com
relação à coluna cervical. Ele tem origem no processo mastóideo para baixo e a
frente, e está inserido, através de dois ramos separados, no esterno e na terminação
esternal da clavícula (MONGINI, 1998).
A contração unilateral do ECOM (esternocleidomastóideo) determina um
movimento triplo que associa a rotação da cabeça para o lado oposto da sua
contração, a inclinação para o lado da sua contração e extensão. Este movimento
dirige o olhar para cima e para o lado oposto da contração do músculo (KAPANDJI,
2000).
O músculo longo do pescoço é o mais profundo dos músculos pré-vertebrais,
portanto ele recobre, em ambos os lados da linha média, toda a face anterior da
coluna cervical. A sua contração bilateral e simétrica retifica a lordose cervical e
provoca uma flexão do pescoço e sua contração unilateral determina uma flexão da
coluna e uma inclinação para o lado de sua contração (KAPANDJI, 2000).
Os escalenos são três músculos e estendem-se sobre a face ântero-lateral da
coluna cervical, sendo eles escaleno anterior, médio e posterior. A contração
simultânea dos escalenos determina a flexão da coluna cervical sobre a coluna
torácica e uma hiperlordose, com a condição de que a coluna cervical não esteja
rígida pela contração do músculo longo do pescoço. Sua contração unilateral
determina a inclinação e a rotação da coluna para o lado da contração (KAPANDJI,
2000).
O músculo trapézio é um músculo muito importante em relação ao
posicionamento da cervical, na contração bilateral simétrica determina uma extensão
da coluna cervical e da cabeça com acentuação da lordose cervical e na contração
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unilateral ou assimétrica do trapézio determina uma extensão da cabeça e da coluna
cervical com hiperlordose, uma inclinação para o lado da contração e uma rotação
da cabeça para o lado oposto. O trapézio é sinergista do ECOM do mesmo lado
(KAPANDJI, 2000).
A contração simultânea de todos estes grupos musculares determina uma
retificação da coluna cervical na sua posição média. Deste modo, estes músculos se
comportam como se fossem cabos de suporte situados no plano sagital e nos planos
oblíquos; eles desempenham um papel primordial no equilíbrio da cabeça e no
transporte de cargas sobre ela (KAPANDJI, 2000).
Como foi visto anteriormente os esternocleiodomastóideos quando se
contraem de maneira isolada não agem eficazmente para manter o equilíbrio da
cabeça e a estática da coluna cervical. Para isto, a ajuda dos músculos sinergistas-
antagonistas é necessária, sendo eles o longo do pescoço, os músculos flexores da
cabeça e os músculos supra e infra-hióideos, que estes últimos agem a distância
sobre um grande braço de alavanca situado pela frente da coluna cervical, com a
condição de que a contração dos músculos mastigatórios esteja bloqueando o
maxilar inferior sobre o maxilar superior (KAPANDJI, 2000).
O equilíbrio das conexões musculares entre o crânio, a mandíbula, o osso
hióide e o esterno seu efeito resultante sobre a postura da cabeça através dos
músculos do pescoço por sobre o fulcro das vértebras cervicais encontra-se
esquematizado (FIGURA 02). Um desequilíbrio entre esses músculos e/ou
estruturas pode causar uma acomodação muscular do grupo antagonista ou dano
estrutural à dentição, à ATM ou a ambos (SALOMÃO, 2001).
O equilíbrio estático da coluna cervical sobre o plano sagital depende de um
equilíbrio dinâmico permanente entre a ação extensora dos músculos da nuca
(esplênio, transverso do pescoço, sacrolombar, torácico longo e trapézio) e dos
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músculos anteriores e antero-externos (longo do pescoço e escalenos). Apesar de
ter a tendência em causar uma hiperlordose cervical, quando sua ação não estiver
compensada pelo longo do pescoço e pelos músculos supra e infra-hióides. Todos
eles fornecem tensões parciais ou totais na concavidade da lordose cervical
(KAPANDJI, 2000).
Em resumo, todos os músculos da nuca são extensores da coluna cervical da
cabeça e aumentam sua lordose; a contração unilateral determina, além disso, a
inclinação e a rotação para o lado da sua contração (KAPANDJI, 2000).
FIGURA 02 – Interação do tônus muscular no equilíbrio cranianoFonte: GRIEVE, 1994
4 HÁBITOS PARAFUNCIONAIS
Atividades parafuncionais são situações em que o sistema estomatognático é
ativado sem propósito funcional. São exemplos: bruxismo, apertamento, morder
lábio ou objetos, chupar dedo, roer unhas, mascar objetos, haste de óculos,
cachimbo, postura anormal craniocervical, entre outras (MACIEL, 1998).
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4.1 Bruxismo
O bruxismo caracteriza um dos comportamentos parafuncionais mais
problemáticos que acometem o indivíduo. O termo bruxismo deriva da palavra grega
BRYCHEIN, que significa apertamento, fricção ou atrito dos dentes entre si, com
força e sem nenhum objetivo funcional aparente (MOLINA, 1995).
Dependendo das tendências internas e das atitudes compulsivas, o hábito de
bruxismo pode ocorrer tanto durante o dia como à noite. O bruxismo que ocorre
durante o dia é mais raro, porque os mecanismos corticais e mesencefálicos que
controlam a quantidade de forças aplicadas sobre os dentes, a tensão, contração e
estiramento muscular, são inibidos pelos mecanismos de repressão consciente que
tentam proteger todos os órgão do corpo. Os mecanismos neuromusculares de
controle sobre os proprioceptores articulares, musculares e periodontais são mais
eficientes durante o dia. O objetivo é evitar o trauma e forças excessivas aplicadas
sobre a membrana periodontal, dentes e articulação temporomandibular (MOLINA,
1995).
A etiologia do bruxismo não está suficientemente esclarecida, mas considera-
se como multifatorial. Assim na etiologia da DTM, a ciência ainda não conseguiu
estabelecer uma relação direta entre causa e efeito para o desencadeamento do
bruxismo. Além dos fatores desencadeantes, também são importantes aquele que
aumentam a suscetibilidade e que perpetuam o bruxismo . A literatura considera
alguns desses fatores: oclusão, fisiologia do sono, estresse, fatores psicológicos e
algumas drogas. (OLIVEIRA, 2002).
4.1.1 Efeitos do Bruxismo sobre a Musculatura
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O tônus aumentado na musculatura dos indivíduos com bruxismo é uma
conseqüência da tensão emocional aumentada e dos estímulos negativos que se
originam na oclusão desequilibrada. Os pacientes com tensão apresentam uma
hipertonia muscular que se origina no excesso de sinais eferentes do sistema
nervoso central e que se distribuem em toda a musculatura esquelética (MOLINA,
1995).
Acredita-se que o aumento na tensão muscular resulta também de um
aumento natural na função da musculatura para adaptar a mandíbula a uma posição
fisiológica e evitar, ao máximo, contatos prematuros durante a vigília. Nos períodos
noturnos durante o sono, os indivíduos procuram estes contatos prematuros para
apertar os dentes e liberar tensão emocional (MOLINA, 1995).
Os músculos estão sempre protegidos por mecanismos proprioceptivos.
Porém, por causa do funcionamento tipo “cadeia muscular”, iniciado pela contração
e estiramento prolongados dos pterigóideos laterais, o bruxismo pode provocar
dores de cabeça e na coluna cervical (MOLINA, 1995).
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4.2 Fatores que influenciam no Bruxismo
4.2.1 Oclusão
É aceito na odontologia que a posição mandibular e o padrão de contatos
oclusais dos dentes podem influenciar a quantidade de hiperatividade muscular.
Entretanto, outros estudos não mostraram esta relação, sendo então que a
afirmação de que a oclusão causa diretamente a parafunção pode ser considerada
controvérsia, interpretadas erroneamente e não por evidências baseadas
cientificamente (MACIEL, 1998 & OLIVEIRA, 2002).
Um fato que levou a este tipo de conclusão é a observação de que, quando
se eliminam interferências oclusais de pacientes com bruxismo, há uma diminuição
na produção de sons relatados por companheiros de quarto. Baseados nestas
evidências pode ser, num raciocínio simplista e ingênuo, concluir que o bruxismo
tivesse sido eliminado, mas os estudos de eletromiografia demonstrara que a
parafunção durante o sono não é modificada. É a maior estabilidade oclusal que
redistribui forças, que diminui ou elimina os sons (OLIVEIRA, 2002). O grande
avanço na compreensão do bruxismo noturno ocorreu com os primeiros trabalhos
realizados em laboratório do sono, onde se pôde avaliar os pacientes dormindo.
Sem dúvida foi um marco histórico de mudanças de conceitos e conhecimentos.
Pôde-se testar a influência da oclusão de duas maneiras. A primeira, observando se
a introdução experimental de interferências oclusais muda o comportamento
eletromiográfico de indivíduos com bruxismo ou se desencadeia naqueles sem
bruxismo e a segunda avalia, a influência da estabilização oclusal por desgaste
seletivo sobre a parafunção (OLIVEIRA, 2002).
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Estas pesquisas não apenas não confirmaram a relação direta entre a
atividade do bruxismo noturno com interferências oclusais, como com qualquer
padrão de má oclusão pré-estabelecido (OLIVERIA, 2002).
É de suma importância, no caso do bruxismo, diminuirmos a atividade
muscular, que já está exacerbada. O padrão oclusal não vai determinar o início ou,
parada do bruxismo em si, mas diminuir as conseqüências (sintomatologia e
desgaste dentário) (OLIVEIRA, 2002).
Outros fatores etiológicos passaram a ser considerados, mas as principais
conquistas ocorreram quando se percebeu que o bruxismo poderia não ser uma
doença, mas uma ração fisiológica de excitação central. A compreensão dos
mecanismos do sono trouxe inestimáveis avanços para começarmos a entender a
fisiologia e as conseqüências fisiopatológicas do bruxismo (OLIVEIRA, 2002).
4.2.2 Estresse
O estresse pode ser definido como uma sensação de cansaço, sobrecarga e
tensão. O fator psicológico tem um importante significado no comportamento do bru-
xismo. Indivíduos com ansiedade, depressão, estresse emocional, medo ou com fal-
ta de auto-estima, têm mais predisposição para desenvolver esta parafunção (MACI-
EL, 1998 & OLIVEIRA, 2002). Alguns tipos de estímulos originados no SNC parecem
provocar várias reações orgânicas, entre elas o aumento das excitações motoras
neuromusculares, o qual associado a outros fatores poderia resultar em comporta-
mentos parafuncionais (MACIEL, 1998).
Estudos tem mostrado evidências de que pessoas submetidas a fatores
estressantes comumente demostram excitação neural e consequentemente
aumento da atividade muscular (MACIEL, 1998).
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Como uma cadeia, qualquer estímulo é levado por meio de complexos
trajetos nervosos ao hipotálamo (parte do cérebro responsável ela recepção de
condições emocionais) que, então, ativa a hipófise com a liberação de corticotropina
(CRF). Na hipófise o corticotropina provoca liberação de outro hormônio, o
adrenocorticotrópico (ACTH). Pela corrente sangüínea, ele atinge a glândula supra-
renal, sensibilizando-a a descarregar no sangue uma série de hormônios que
provocarão reações específicas em várias partes do organismo. Entre estas reações
estão as contrações isométricas tônicas. Ao mesmo tempo que o hipotálamo libera o
CRF para a hipófise, ativa também os sistemas cognitivos do cérebro (entre eles a
memória), para que avaliem o estímulo. Se ele não representa perigo, o hipotálamo
suspende o processo (MACIEL, 1998).
Enquanto o estresse psicológico pode se manifestar em qualquer parte do
corpo, as estruturas relacionadas as Sistema Estomatognático parecem
particularmente predispostas a esta tensão. A razão pela qual a boca é selecionada
[ara este hábito é mais bem compreendida quando se volta às atividades da
infância. É pela boca que recebemos alimentos e exploramos o ambiente. Está
intimamente ligada as emoções como satisfação, frustração, ansiedade e raiva.
Estas associações são significativas desde o nascimento e parecem durar a vida
toda, é por esta razão que os indivíduos adultos voltam para a cavidade oral durante
períodos de estresse, fumando, comendo, mascando e rangendo os dentes
(OLIVEIRA, 2002).
4.2.3 Tabaco e Bebidas Xânticas
Foi sugerido que o tabaco possui acentuadas ações estimulantes no sistema
nervoso central, com diversas repercussões neuromusculares, cardiovasculares,
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respiratórias. A cafeína encontrada nas bebidas xânticas, como café, chá, chocolate
e refrigerantes à base de cola, alteram o metabolismo basal e é considerada
também alto estimulante do sistema nervoso central. Desta forma tanto o tabaco
como as bebidas xânticas podem contribuir significativamente para o aparecimento
do estresse (MACIEL,1998).
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5 RELAÇÃO CERVICAL E ATM
A literatura clínica mensiona a sobreposição de sinais e sintomas nos
pacientes com DTMs e com disfunção espinha cervical (DEC). Vários estudos dão a
impressão de que os DEC poderiam dar origem a sinais e sintomas de DTM e vice-
versa devido a existência de relações neuroanatômicas e biomecânicas (WIJER,
1998).
5.1 Equilíbrio da Cabeça
Em condições normais, a cabeça é dinamicamente equilibrada sobre a
espinha cervical, quando os olhos estão paralelos ao plano horizontal. Nesta posição
a cabeça funciona como uma alavanca de primeiro grau. O centro de equilíbrio
passa aproximadamente sobre a cela túrcica e os músculos compensam o seu peso
todo o tempo (KAPANDJI, 2000). Nesta posição a espinha cervical apresenta uma
ligeira curvatura para trás, conhecida como lordose cervical funcional. Os músculos
cervicais posteriores devem estar constantemente em tônus para evitar que a
cabeça caia para frente. Este equilíbrio craniocervical deve ser mantido todo o
tempo (OLIVEIRA, 2002).
O equilíbrio do corpo bem como dos movimentos da cabeça são originados
pelo posicionamento do crânio sobre a região cervical determinando assim a postura
do indivíduo. Estando a ATM diretamente relacionada com a região cervical e cintura
escapular através de um sistema neuromuscular comum (AMANTÉA, 2004).
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5.2 Alterações posturais e DTMs
Nos últimos anos é dito que a DTM, não só pode se relacionar com a postura
da mandíbula e do crânio, se não também com a coluna cervical, as estruturas supra
e infrahióideas, os ombros e a coluna torácica e lombar, pois funcionam como uma
unidade biomecânica (AMANTÉA, 2004).
A articulação tempromandibular representa a ligação articulada da mandíbula
com a base do crânio. Este por sua vez, apresenta conexões musculares e
ligamentos com a região cervical que juntos formam um sistema funcional
denominado crânio-cervico-mandibular (OKESON, 2000).
O corpo humano é constituído por um conjunto de estruturas que se
sobrepõem, aonde atuam as cadeias musculares. Assim, um encurtamento
muscular inicial, é responsável por uma sucessão de encurtamentos associados (YI,
2003).
Devido a íntima relação existente entre os músculos da cabeça e região
cervical com o sistema estomatognático, iniciaram-se estudos que visavam
confirmar que alterações posturais da cabeça e restante do corpo poderiam levar a
um processo de desvantagem biomecânica da ATM, levando a um quadro de DTM
(AMANTÉA, 2004).
Segundo SOUCHARD (1986), uma tensão inicial nas cadeiais musculares é
responsável por uma sucessão de tensões associadas. Cada vez que um músculo
se encurta, ele aproxima suas extremidades e desloca os ossos sobre os quais se
insere, assim, as articulações bloqueiam e o corpo se deforma. Portanto, todos os
outros músculos que se inserem sobre esse osso, serão alterados pelo
deslocamento que se propagará sobre outros ossos e músculos, e assim
sucessivamente (AMANTÉA, 2004).
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As complexas interações anatômicas e biomecânicas entre o sistema
estomatognático e a área de cabeça e pescoço permitiram uma relação entre DTM e
postura global. Desvios no posicionamento da cabeça e ombros podem ocorrer
como conseqüência de diferentes alterações, como anomalias podais ou mesmo
distúrbios crânio-mandibulares. Distúrbios do aparelho estomatognático, como a
hiperatividade muscular por exemplo, levam a anteriorização cervico-escapular. A
atividade aumentada da musculatura mastigatória interfere nos músculos chamados
de contra apoio (esternocleiomastóideo, trapézio) levando ao encurtamento dos
músculos posteriores do pescoço e alongamento dos anteriores, acarretando em
uma projeção anterior do corpo. Simultaneamente, a posição anterior da cabeça irá
acarretar em distúrbio de posicionamento e funcionamento mandibular, levando a
uma crescente tensão na musculatura mastigatória e, possivelmente, DTM
(AMANTÉA, 2004; OLIVEIRA, 2002).
Estudos demonstram que a cabeça possui a tendência em ficar inclinada,
fletida e, consequentemente rodada para o lado da ATM que se está sofrendo o
processo doloroso (AMANTÉA, 2004)
O posicionamento dos ombros poderá ser alterado com o aumento da
atividade muscular mastigatória. Observa-se que o não nivelamento destes,
podendo estar protuídos ou elevados do mesmo lado da ATM afetada. Isto ocorre já
que a hiperatividade dos músculos da mastigação levam a hiperatividade da
musculatura cervical, determinando assim a contração dos músculos responsáveis
pela elevação e protusão dos ombros. Paralelamente a estes achados, alguns
autores não encontraram uma relação significativa entre desnivelamento dos ombros
e atividade muscular da ATM (AMANTÉA, 2004).
Um contato prematuro e uma mastigação unilateral, geram uma mudança na
postura mandibular que pode ser compensada com uma inclinação contra lateral do
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crânio. Isso ocorre devido ao sinergismo do músculo trapézio e o pterigóideo lateral,
que se contraem do lado oposto ao desvio (YI, 2003).
5.3 Placas Miorrelaxantes
As placas miorrelaxantes têm sido utilizada desde o inicio do século para
tratar as DTMs. É considerada uma das formas de tratamento mais eficiente para o
bruxismo e os diferentes distúrbios parafuncionais (MOLINA, 1989). As placas
apresentam como vantagens facilidade na colocação, confecção, auto-retenção e
resultados favoráveis sem efeitos nocivos. Efeitos indesejados são obtidos com o
uso prolongado, invasão do espaço interoclusal ou mal ajuste.
São discutíveis os benefícios das placas miorrelaxantes no controle dos
sintomas e tratamento das DTM. A hipótese mais aceita para explicar a eficiência
das placas oclusais no tratamento da hiperatividade muscular mastigatória é
produzida por modificação da propriocepção, oclusão, dimensão vertical,
estabilização músculo-esquelética e feito placebo. A ação das placas é justificada
por observação clínicas subjetivas e experiências laboratoriais. Devido a
característica multifatorial da DTM não pode-se dizer qual intervenção é mais
adequada (OLIVEIRA, 2002).
Existe um consenso geral no sentido de que as placas oclusais para desocluir
os dentes posteriores devem usar o mínimo de espaço livre interoclusão e da
dimensão vertical (MOLINA, 1989).
5.3.1 Mecanismo de função das placas
5.3.1.1 Sistemas influenciados pela Placa Miorrelaxante
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As placas Miorrelaxantes atuam sobre os seguintes sistemas:
a) Proprioceptivo: A redução do número de contatos diminui
significativamente a força de apertamento. Placas mais espessas devem
proporcionar um efeito mais rápido na hiperatividade muscular, placas mais
delgadas proporcionam uma resposta mais lenta, sendo discutidas suas
aplicações quanto o tempo de uso e sua segurança (OLIVEIRA, 2002). Com a
inserção da placa pode-se esperar um novo esquema oclusão causando uma
mudança no programa neuromuscular a partir dos receptores periodontais,
promovendo um efeito de ligeira distração condilar, aliviando as cargas e
diminuindo a hiperatividade muscular (OLIVEIRA, 2002).
b) Oclusão: As placas eliminam temporariamente a informação proprioceptiva
a partir da região oral, periodontal e articular. A eliminação temporária dos
contatos prematuros e o reposicionamento condilar estimulam o relaxamento
da muscular (MOLINA, 1989).
c) Cognitivo: A capacidade da placa de alterar a consciência cognitiva não
deve ser confundida com o efeito placebo. A placa utilizada constantemente
pode alterar comportamentos anormais e atividades parafuncionais
(OLIVEIRA, 2002)
5.3.2 Fisiologia da Desprogramação
As alterações provocadas pela utilização das placas Miorrelaxantes são deno-
minadas Desprogramação (MOLINA, 1989).
A utilização da placa miorrelaxante provoca uma alteração no padrão de con-
tato oclusal, percebida pelos receptores periodontais, musculares e capsulares da
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ATM. Esta alteração do input proprioceptivo é enviada ao núcleo do quinto par, al-
cançando em seguida a formação reticular e córtex cerebral. Estas novas informa-
ções inibem os músculos que atuam sobre a ATM, promovendo relaxamento muscu-
lar e articular (MOLINA, 1989) (FIGURA 03).
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FIGURA 03 - Mecanismo de função das placas - desprogramaçãoCO córtex motor, FR formação reticular, NE núcleo espinhal do V par, MI mudanças no input proprioceptivo para o SNC, MC mudanças na relação côndilo-fossa, RA relaxamento articular, PM proprioceptores musculares, RM relaxamento muscular, PC proprioceptores capsulares, PP proprioceptores periodontais, Mu mudanças no padrão de contato oclusal, PI placa. A flecha para cima ou para baixo significa sinais proprioceptores aferentes-eferentes. Duas flechas contrárias significam inibição de sinais após a colocação da placa Fonte: MOLINA, 1989.
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6 METODOLOGIA
6.1 Delineamento do Estudo
Este trabalho trata-se de um estudo transversal qualitativo. Aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da UNIOESTE.
6.2 Amostra
Participaram deste estudo 8 indivíduos de ambos os sexos (6 mulheres, 2
homens), estudantes, entre 18 a 25 anos.
6.2.1 Critérios de Inclusão / Exclusão
Foram selecionados voluntários para este estudo: pessoas sem dor na ATM,
com hábitos parafuncionais, hipertrofia dos músculos masséter, pterigóideo ou
temporal e abertura oral dentro dos limites normais. Foram excluídos deste trabalho
usuários de aparelho ortodôntico ou prótese dentária.
6.3 Avaliação/Anamnese
Foi elaborada para este estudo uma ficha de avaliação contendo anamnese,
com questões sobre hábitos de vida e parafuncionais (Anexo 1). Exame clínico que
avaliou: palpação dos músculos da face e da cervical, verificar a tensão da
musculatura cervical, palpação da ATM na posição estática e dinâmica
(abaixamento e elevação). E registro fotográfico em plano frontal.
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Foi utilizada a anamnese para a inclusão/exclusão dos indivíduos para este
estudo.
6.4 Avaliação/Exame Físico
Os participantes durante a avaliação da hiperatividade muscular da face, ten-
sões musculares e encurtamentos da musculatura do pescoço, ficaram deitados em
decúbito dorsal, com o corpo alinhado sobre uma maca, com uma cunha abaixo de
seus joelhos para melhor conforto.
A palpação da ATM foi realizada com o III dedo sobre as articulações
bilateralmente em posição estática e em movimento. Para verificar se apresenta
estalido ou crepitação foi solicitado ao paciente que realize abaixamento e elevação
mandibular (três repetições).
A palpação bilateral dos músculos foi realizada com a polpa digital do II e III
dedo para os músculos da face e cervicais. A presença de sensibilidade e tensão
muscular da face e coluna cervical foi observada nos músculos: temporal direito e
esquerdo, masséter direito e esquerdo, pterigóideo lateral (superior e inferior) e
medial direito e esquerdo, esternocleidomatóideo, trapézio, escalenos e digástrico
anterior.
Para este trabalho foi considerado o lado da face de maior tensão (T) aquele
que apresentava à palpação no mínimo 03 músculos avaliados, o lado contra lateral
com menor tensão foi denominado não tenso (NT).
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6.5 Avaliação/Registro Fotográfico
Todos os indivíduos foram submetidos à avaliação postural, feita com o
auxílio de fotografias digitais.
Realizou-se dez fotografias na posição ortostática sobre uma área delimitada
de 100cm de comprimento e 50cm de largura, em vista frontal, tendo como fundo
uma parede de cor branca.
Os indivíduos foram avaliados com trajes de banho, descalços, com os
calcanhares distantes 2cm um do outro e com 30º de rotação externa dos pés. Os
voluntários foram orientados a manter os olhos abertos olhando o horizonte e não
terá interferência verbal para a correção da postura. Foram marcados sobre a pele
pontos para identificar os acrômios e lobo das orellhas para analisar as fotos. Os
traçados para análise postural, adaptados dos critérios propostos por MUNHOZ
(2001), foram feitos em computador P4 Intel – Windows 2000. A câmera fotográfica
digital é da marca Sony modelo P9, resolução utilizada 1600x1200dpi.
6.6 Avaliação Fotográfica – Plano Frontal
A câmera fotográfica foi travada a 90º da posição horizontal com finalidade de
focar longitudinalmente o corpo dos indivíduos. Posicionada a uma distância de
4,0m da parede, em um tripé de 1,0m de altura e ajustada para que o foco da lente
fotográfica fique centralizado.
Foi preconizado a avaliação (Figura 04) da postura dos ombros (representado
pela altura do processo acrômio da escápula) e da cabeça (representada pelo lobo
da
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orelha) , sendo na vista anterior também visto a distância entre ao processos
acrômios (AA).
FIGURA 04 – Avaliação Postural e análise das alturasFonte: A autora (2005)
6.7 Desprogramação
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Após os procedimentos da avaliação foi confeccionado um calço de 03mm de
espessura, 10mm de largura e 20mm de comprimento em cera utilidade em lâminas
(material descartável – cera utilidade nº 07) sem nenhum custo aos participantes
(Figura 05).
A cera foi posicionada unilateralmente nos molares do lado em que o paciente
apresentava maior tensão muscular, hipertrofia e/ou contratura dos músculos da
face avaliados.
Após a colocação da cera foi pedido ao indivíduo mordê-lo suavemente
(Figura 06), após alguns segundos foi fotografado novamente pelo mesmo avaliador.
Sendo 5 fotos antes do calço e 5 fotos depois, somando um total de 10 fotos por
indivíduo.
FIGURA 05 – Cera utilidade nº7 FIGURA 06 – Colocação da cera
Fonte: A autora (2005) Fonte: A autora (2005)
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6.8 Avaliação/Análise das Fotografias
A análise das fotografias foi realizada por um avaliador externo – cego. As
fotos foram analisadas através dos pontos demarcados traçando-se as alturas,
perpendicularmente, entre o solo e o acrômio (SA) e solo e lobo da orelha (SO),
bilateralmente. Para normalizar os valores utilizou-se a altura de cada indivíduo.
6.9 Análise Estatística
A análise estatística dos dados utilizou o teste t, admitindo nível de
significância de 0,05. Os resultados são apresentados sob a forma de média e
desvio padrão, em função da altura do indivíduo.
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7 RESULTADOS
Os valores medidos do lado de maior tensão (T) antes (a) foram: distância
solo-acrômio (SATa) – 0,8198 ±0,0067%; distância solo-orelha (SOTa) – 0,8963 ±
0,0043%; distância acrômio-orelha (AOTa) – 0,0778 ±0,0079% (Gráfico 01).
Os valores medidos do lado de menor tensão (NT) antes (a) foram: distância
solo-acrômio (SANTa) – 0,8198 ±0,0067%; distância solo-orelha (SONTa) –
0,8967/0,0049%; distância acrômio-orelha (AONTa) – 0,0770 ±0,0068% (Gráfico 01).
Gráfico 01 – Alturas AO, SO e SA para os lados T e NT antes.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
AOa SOa SAa
Altu
ra d
o In
diví
duo
(%)
T NT
Valores da média relativo a altura (%).Barras representam desvio-padrão.
Fonte: A autora (2005)
Os valores medidos do lado de maior tensão (T) depois (d) foram: distância
solo-acrômio (SATd) – 0,8191 ±0,0066%; solo-orelha (SOTd) – 0,8967 ±0,0048%;
distância acrômio-orelha (AOTd) – 0,0777 ±0,0086% (Gráfico 02).
Os valores medidos do lado de menor tensão (NT) depois (d) foram: distância
solo-acrômio (SANTd) – 0,8190 ±0,0068%; solo-orelha (SONTd) – 0,8971 ±0,0041%;
distância acrômio-orelha (AONT d) – 0,0781 ±0,0079% (Gráfico 02).
Gráfico 02 – Alturas AO, SO e SA para os lados T e NT depois.
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0%
20%
40%
60%
80%
100%
AOd SOd SAd
Altu
ra d
o In
diví
duo
(%)
T NT
Valores da média relativo a altura (%).Barras representam desvio-padrão.
Fonte: A autora (2005)
Os valores encontrados na comparação entre os lados T e NT não
apresentam diferença significativa – Tabela 01.
Tabela 01 – Relação de significância entre as alturas para os lados T e NT.Altura Valor-p
SATa vesus SANTa 0,251
SATd vesus SANTd 0,485
SOTa vesus SONTa 0,379
SOTd vesus SONTd 0,394
AOTa vesus AONTa 0,345
AOTd vesus AONTd 0,431SA – Solo-acrômio; SO – Solo-orelha; AO – Acrômio-orelha; T – Maior tensão; NT – Menor tensão. Destacado o maior valor e diferença significativa. Fonte: a autora.
Fonte: A autora (2005)
A distância acrômio-acrômio (AA) foi: AAa – 0,1836 ±0,0067%; AAd – 0,1845 ±
0,0080%.
Os valores encontrados na comparação antes e depois apresentam diferença
significativa para SANTa e SANTd (t(2,068) = 2,135; p=0,021); AONTa e AONTd (t(2,068) =
3,494; p=0,001); AAa e AAd (t(2,068) = 3,178; p=0,002) – Tabela 02.
Tabela 02 – Relação de significância entre as alturas antes e depois.
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Altura Valor-p
SATa vesus SATd 0,121
SANTa vesus SANTd 0,021
SOTa vesus SOTd 0,091
SONTa vesus SONTd 0,163
AOTa vesus AOTd 0,373
AONTa vesus AONTd 0,001
AAa vesus AAd 0,002SA – Solo-acrômio; SO – Solo-orelha; AO – Acrômio-orelha; AA – Acromio-acromio; T – Maior tensão; NT – Menor tensão. Destacado o maior valor e diferença significativa. Fonte: a autora.Fonte: A autora (2005)
O Gráfico 03 representa a comparação das alturas entre os lados (T e NT),
antes e depois (a-d) apontado o nível das diferenças significativas.
Gráfico 03 – Comparação das alturas SO, SA, AO e AA, antes e depois, para os lados T e NT.
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0,8800
0,8900
0,9000
0,9100
SOT SONT0,8100
0,8200
0,8300
SAT SANT
0,0600
0,0700
0,0800
0,0900
AOT AONT
0,1700
0,1800
0,1900
0,2000
AA
Valores médios. Barras representam o desvio padrão. SA – Solo-acrômio; SO – Solo-orelha; AO – Acrômio-orelha; AA – Acrômio-acrômio; T – Maior tensão; NT – Menor tensão. *p<0,05; ** p<0,01. Fonte: A autora (2005)
****
Altu
ra d
o In
diví
duo
(%)
*
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8 DISCUSSÃO
A postura pode ser boa quando proporciona equilíbrio ao corpo sobre a base
de suporte com o menor gasto energético, com músculos e articulações em posição
alinhada não oferecendo risco às estruturas corporais (ROSSI, 2003).
A ATM é um anel da cadeia de articulações sinoviais conectando o corpo
humano. Ela se inter-relaciona anatômica e cinesiológicamente com as articulações
adjacentes e a coluna cervical. Por causa desta relação, uma maior compreensão da
ATM irá auxiliar também no tratamento da coluna cervical, cintura escapular e outras
alterações posturais (GOULD, 1993).
Considerada uma articulação de uso freqüente, desequilíbrios na anatomia
óssea e suas funções relacionadas ou de tensões desiguais nos tecidos moles
poderá alterar a função fisiológica da ATM e seus mecanismos (GRIEVE, 1994).
Todas as partes do sistema estomatognático combinam-se e funcionam em
sincronia a atividade muscular, o grau é tão importante para a harmonia geral, que
qualquer alteração no tônus dessa musculatura pode levar todo o sistema a
desarmonias (BARROS e RODE, 1995).
Quando se instalam desequilíbrios na posição fisiológica, que é mais indicada
para determinar a função de cada estrutura, as funções como alimentação, mímica,
respiração, fonação e até mesmo o desenvolvimento craniofacial podem ser
prejudicados. A relação anômala entre esses componentes aumenta a tensão da
musculatura cervical posterior, mastigatória e supra-hióidea, determinando uma
alteração do equilíbrio postural (FARIAS, BENVENUTO & SANTOS, 2003).
Os voluntários deste trabalho eram pessoas que não apresentavam DTM. Os
indivíduos apresentam fatores predisponentes a desenvolve-la, pois realizam hábitos
parafuncionais. A hiperatividade muscular pode ser pequena para causar uma
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alteração postural. Estudos realizados por BIENFAT (1997) relataram o
desalinhamento entre os ombros como resultado de um processo tardio de
adaptação das estruturas corporais. A hiperatividade dos músculos da mastigação é
considerada provável etiologia. Este trabalho não constatou alterações posturais na
cintura escapular e posição da cabeça, embora os voluntários estudados
apresentassem alteração da tensão muscular à palpação.
Era esperado uma diminuição na altura do lado de maior tensão muscular (T),
devido a desprogramação muscular, que pode produzir relaxamento dos músculos
relacionados a ATM.
Houve uma diminuição da altura solo-acrômio do lado de menor tensão. Essa
alteração não esperada, pode ser explicada pelas compensações que o corpo
realizou para se adaptar a nova oclusão. Devido as íntimas relações encontradas no
sistema estomatognático, qualquer alteração em uma destas estruturas poderá levar
a um desequilíbrio postural, não somente nestes locais, como também nas demais
cadeias musculares do organismo (ROCABADO, 1979).
Observando os resultados apresentados neste estudo, antes da colocação da
cera foi observado que os indivíduos não apresentavam diferença na altura dos
ombros. As alterações observadas após o uso da cera foram a diminuição na altura
do ombro e aumento na distância entre o lobo da orelha e o acrômio (AO), do lado
de menor tensão e também o aumento da distância acrômio-acrômio (AA).
A avaliação postural no plano frontal, medida neste estudo, não forneceu
informações completas para verificar desvios ântero-posteriores, rotações ou outros
movimentos compesatórios que possam ter ocorrido.
As alterações posturais esperadas para este estudo eram discretas
dificultando a avaliação por fotos. Alguns problemas encontrados foram: a nitidez
dos pontos demarcados no indivíduo; expressão da face do voluntário
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(sorrindo/sérios); ações musculares; altura do indivíduo; posicionamento e contraste
dos pontos. Por estas razões foram realizados pilotos e a análise das imagens
repetida 03 vezes por foto, por avaliador que não conhecia o objetivo do estudo.
CLARK e COLS. (1993), demostraram a co-ativação do músculo
esternocleiodomastóideo durante o apertamento repentino. Eles notaram um
desenvolvimento progressivo da co-ativação deste músculo considerada paralela ou
simultânea a do masséter. Os músculos esternocleidomastóideo e trapézio
trabalham de uma forma acoplada ou sinergista com os músculos mastigadores.
Não existe ainda, informação suficiente sobre a relação de outros músculos do
pescoço com os músculos do aparelho mastigador. Este sinergismo funcional pode
ser uma das razões do envolvimento destes músculos em vários distúrbios do
cintura escapular e da cabeça (WIJER, 1998). Este trabalho evidenciou alterações
posturais relacionadas ao posicionamento da escápula. Músculos como o trapézio
podem estar envolvidos nesse equilíbrio. A desprogramação, neste estudo, pode ter
causado um relaxamento no trapézio demostrado pelo aumento da distância
acrômio-acrômio.
Quando se verifica algum desvio corporal, teremos então alterações da
postura. A globalidade do organismo humano faz com que a menor anomalia das
estruturas de suporte leve a uma desarmonia postural. Segundo SOUCHARD
(1986), uma tensão inicial nas cadeiais musculares é responsável por uma sucessão
de tensões associadas. Cada vez que um músculo se encurta, ele aproxima suas
extremidades e desloca os ossos sobre os quais se insere, assim, as articulações
bloqueiam e o corpo se deforma. Portanto, todos os outros músculos que se inserem
sobre esse osso, serão alterados pelo deslocamento que se propagará sobre outros
ossos e músculos, e assim sucessivamente.
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Os efeitos promovidos ou desencadeados pela desprogamação não são
totalmente esclarecidos. Na tentativa de manter o equilíbrio e alinhamento postural o
Sistema Nervoso Central (SNC) utiliza-se das informações dos sistemas
proprioceptivos, somatosensorial, neuromuscular, músculo-esquelético e cognitivo
(SHIMA e TANJI, 2000). Neste trabalho a desprogramação pode ter causado
alterações na postura global desencadeada pela alteração promovida sobre a ATM,
mediadas pelo SNC.
Trabalhos mais específicos (RAIOS-X, EMG, Avaliação postural em 2 planos)
são necessários para ajudar a compreender as possíveis alterações promovidas
pela desprogramação sobre a ATM, de forma local e global.
Neste estudo e em vários outros citados anteriormente, verificou que a ATM
está relacionada com a postura, podendo ocasionar algum desequilíbrio corporal. Os
resultados deste trabalho contribuem para incentivar a abordagem global da
avaliação postural. Alerta aos leitores a importância da fisioterapia no tratamento e
prevenção da postura em indivíduos com fatores predisponentes a DTM e/ou DTM
instalada, para complementar o tratamento odontológico.
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9 CONCLUSÃO
Este trabalho não identificou assimetrias entre as alturas dos ombros, lobo da
orelha e diferença entre elas antes ou após a desprogramação.
A desprogramação promoveu e/ou desencadeou:
• alterações no posicionamento da altura do ombro do lado de menor
tensão;
• alterações posturais não exclusivamente sobre a ATM.
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REFERÊNCIAS
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ANEXO 1
APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
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APÊNDICE 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
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FICHA DE AVALIAÇÃO
Identificação Data:
Nome do Paciente:
Exame Clínico
Queixa Principal: (S) Sim – (N) Não
Questionário Dirigido
1- Você tem dores de cabeça freqüentes?
2- Você acorda a noite com dores na cabeça e pescoço?
3- Você ouve sons de estalos, clicks quando abre e fecha a boca?
4- Você sente pressão, entupimento e bloqueio nos ouvidos?
5- Você ouve som de ranger de dentes (tipo amassar jornal) quando mastiga?
6- Você tem zumbido nos ouvidos (sino ou buzina)?
7- Você tem tonturas ou vertigens freqüentemente?
8- Sua mandíbula fica travada ou presa impedindo sua abertura normal?
9- Você sente suas mandíbulas apertadas?
10- Você tem dor ao mastigar ou bocejar?
11- Sua abertura de boca diminuiu?
12- Você tem dor nos dentes?
13- Você acorda com dores nos músculos faciais?
14- Você aperta ou range os dentes durante frustrações ou concentrações?
15- Você range seus dentes à noite?
16- Você tem dor de ouvido?
17- Você tem dor ao movimentar sua mandíbula para direita ou para esquerda?
18- Seu pescoço, nuca ou ombro doem?
19- Você já bateu sua mandíbula ou sofreu algum acidente no rosto?
20- Você está estressado?
21- Alguém já disse que você pode ter problemas na ATM?
Hábitos Parafuncionais (NEUROMUSCULARES)
( ) Apertar/encostar
( ) Ranger dentes
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( ) Morder objetos
( ) Morder lábios
( ) Roer unhas
( ) Movimentar mandíbula voluntariamente para frente
( ) Hábito de fumar
( ) Mascar chiclete
Alteração postural da coluna: ( ) Lordose ( )Escoliose ( )Cifose
Palpação
Legendas (0) assintomático (1) sensibilidade (2) dor (3) dor intensa
Músculos
1-Temporal: anterior D( ) E( )
médio D( ) E( )
posterior D( ) E( )
2- Masséter: superficial D( ) E( )
profunda D( ) E( )
3- Esternocleidomastóideo D( ) E( )
4- Trapézio D( ) E( )
5- Ventre anterior do digástrico D( ) E( )
6- Ventre posterior do digátrico D( ) E( )
7- Pterigóideo Lateral D( ) E( )
8- Pterigóideo Medial D( ) E( )
Auscuta
1- Estalo de abertura SIM( ) NÃO( )
2- Estalo de fechamento SIM( ) NÃO( )
3- Crepitação SIM( ) NÃO( )
4- Ausência de ruídos SIM( ) NÃO( )
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APÊNDICE 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome da pesquisa: Análise da contribuição funcional da ATM – Articulação Temporomandibular –
sobre a Postura
Pesquisador responsável: Carlos Eduardo de Albuquerque
Este trabalho estuda a influência da articulação temporomandibular sobre a postura. O indivíduo
passará pela avaliação fisioterapêutica da musculatura facial e cervical além de uma avaliação
postural utilizando máquina fotográfica digital. Será colocado uma placa descartável feita com cera
utilidade em lâmina nº7 colocada nos molares e será pedido para fechar a boca suavemente,
encostando tanto o dente superior como o inferior na cera. As avaliações fisioterapêuticas serão
realizadas em um dia. Este estudo não causará nenhum gasto financeiro ao indivíduo, nem danos a
sua saúde física.
Sua participação será muito importante para o sucesso desta pesquisa.
Assinatura do pesquisador:________________________________________
Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a seguir,
declaro estar ciente do exposto e desejar participar da pesquisa:
A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas sobre os
procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;
A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial das informações
relacionadas com a minha privacidade;
Compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que possa afetar
minha vontade de continuar participando.
Em seguida, assino meu consentimento.
Cascavel, _____de __________ de 2003.
Nome: ___________________________________________RG___________________
Assinatura: ______________________________
ResponsávelCarlos Eduardo de Albuquerque
Rua Filosofia, 1345 – Cascavel - PRContatos: (45) 3200-3157 / 3324-2218
e-mail: [email protected]
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APÊNDICE 3
DADOS DA AMOSTRA(TABELA)
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Valores absolutos das alturas antes da colocação da cera:
AO (E) AO (D) SO (E) SO (D) SA (E) SA (D) AA Alt. do Ind. Lado0,1243 0,1412 1,5285 1,5212 1,4042 1,3800 0,3099 1,7000 D0,1224 0,1434 1,5317 1,5252 1,4093 1,3818 0,3103 1,7000 D0,1209 0,1409 1,5292 1,5258 1,4083 1,3849 0,3109 1,7000 D0,1426 0,1359 1,7328 1,7227 1,5902 1,5868 0,3516 1,9300 D0,1428 0,1362 1,7337 1,7182 1,5909 1,5820 0,3511 1,9300 D0,1434 0,1351 1,7318 1,7184 1,5884 1,5833 0,3493 1,9300 D0,1218 0,1162 1,4607 1,4598 1,3389 1,3436 0,3075 1,6300 D0,1211 0,1161 1,4599 1,4588 1,3388 1,3427 0,3074 1,6300 D0,1184 0,1153 1,4600 1,4605 1,3416 1,3452 0,3074 1,6300 D0,1341 0,1413 1,4721 1,4718 1,3380 1,3305 0,2809 1,6400 D0,1322 0,1435 1,4699 1,4716 1,3377 1,3281 0,2814 1,6400 D0,1330 0,1443 1,4707 1,4721 1,3377 1,3278 0,2822 1,6400 D0,1222 0,1327 1,5175 1,5240 1,3953 1,3913 0,3147 1,7000 D0,1223 0,1333 1,5174 1,5245 1,3951 1,3912 0,3171 1,7000 D0,1215 0,1314 1,5162 1,5242 1,3947 1,3928 0,3101 1,7000 D0,1496 0,1541 1,5399 1,5418 1,3903 1,3877 0,3318 1,7000 E0,1514 0,1507 1,5398 1,5409 1,3884 1,3902 0,3345 1,7000 E0,1472 0,1490 1,5405 1,5413 1,3933 1,3923 0,3345 1,7000 E0,1267 0,1360 1,4363 1,4342 1,3096 1,2982 0,3060 1,6100 E0,1266 0,1366 1,4353 1,4319 1,3087 1,2953 0,3065 1,6100 E0,1276 0,1358 1,4376 1,4329 1,3100 1,2971 0,3050 1,6100 E0,1051 0,1098 1,4328 1,4302 1,3277 1,3204 0,2771 1,6000 E0,1040 0,1098 1,4326 1,4289 1,3286 1,3191 0,2780 1,6000 E0,1063 0,1123 1,4324 1,4341 1,3261 1,3218 0,2780 1,6000 E
(3 valores por indivíduo).
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Valores absolutos das alturas depois da colocação da cera:
AO (E) AO (D) SO (E) SO (D) SA (E) SA (D) AA Alt. do Ind. Lado0,1233 0,1345 1,5289 1,5226 1,4056 1,3881 0,3093 1,7000 D0,1236 0,1359 1,5299 1,5257 1,4063 1,3898 0,3091 1,7000 D0,1235 0,1370 1,5296 1,5231 1,4061 1,3861 0,3094 1,7000 D0,1445 0,1335 1,7315 1,7198 1,5870 1,5863 0,3496 1,9300 D0,1438 0,1324 1,7312 1,7158 1,5874 1,5834 0,3514 1,9300 D0,1446 0,1326 1,7318 1,7176 1,5872 1,5850 0,3495 1,9300 D0,1184 0,1164 1,4569 1,4620 1,3385 1,3456 0,3082 1,6300 D0,1209 0,1180 1,4595 1,4634 1,3386 1,3454 0,3080 1,6300 D0,1202 0,1167 1,4573 1,4618 1,3371 1,3451 0,3096 1,6300 D0,1379 0,1426 1,4715 1,4700 1,3336 1,3274 0,2835 1,6400 D0,1319 0,1429 1,4704 1,4712 1,3385 1,3283 0,2853 1,6400 D0,1360 0,1447 1,4711 1,4729 1,3351 1,3282 0,2840 1,6400 D0,1259 0,1330 1,5183 1,5232 1,3924 1,3902 0,3160 1,7000 D0,1257 0,1349 1,5181 1,5242 1,3924 1,3893 0,3203 1,7000 D0,1255 0,1337 1,5177 1,5235 1,3922 1,3898 0,3157 1,7000 D0,1558 0,1599 1,5377 1,5410 1,3819 1,3811 0,3310 1,7000 E0,1565 0,1531 1,5460 1,5408 1,3895 1,3877 0,3392 1,7000 E0,1548 0,1551 1,5429 1,5402 1,3881 1,3851 0,3333 1,7000 E0,1243 0,1396 1,4382 1,4384 1,3139 1,2988 0,3100 1,6100 E0,1272 0,1419 1,4380 1,4384 1,3108 1,2965 0,3090 1,6100 E0,1250 0,1406 1,4374 1,4397 1,3124 1,2991 0,3090 1,6100 E0,1034 0,1076 1,4319 1,4311 1,3285 1,3235 0,2784 1,6000 E0,1039 0,1094 1,4357 1,4337 1,3318 1,3243 0,2784 1,6000 E0,1051 0,1101 1,4360 1,4335 1,3309 1,3234 0,2786 1,6000 E
(3 valores por indivíduo).