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ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE VALOR ENTRE AS 25 MAIORES E MELHORES EMPRESAS QUE ATUAM NO MERCADO BRASILEIRO DESTACADAS EM 2013, EM VENDAS E LUCROS. Área temática: Gestão Econômica e Financeira Rosângela Nunes [email protected] Wilma Vieira de Aquino [email protected] Charles Washington Costa de Assis [email protected] Anna Beatriz Grangeiro Ribeiro Maia [email protected] Resumo: As recentes alterações nas normas brasileiras de contabilidade, bem como as exigências da sociedade e do mercado, quanto à mudança de postura das empresas no que diz respeito ao seu papel dentro do meio em que está inserida, dão à Demonstração do Valor Adicionado (DVA) um caráter não mais discricionário, e sim obrigatório às empresas que buscam sua legitimidade perante o mercado de uma forma geral. Em suma, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) apresenta a geração e a distribuição de riqueza das entidades. Enquanto a geração de valor consiste no resultado obtido no decorrer do exercício através dos esforços que a entidade faz para obtê-lo, a distribuição relaciona a respectiva divisão entre todos que contribuíram para sua existência. O presente trabalho busca analisar o comportamento da distribuição de riqueza aos stakeholders entre os anos de 2010 a 2013 das empresas que atuam no mercado brasileiro e que foram elencadas no ranking das maiores e melhores em vendas e lucros segundo a revista Exame no ano de 2013. A análise realizada se deu em 25 empresas selecionadas para a amostra de forma intencional por estarem entre as cem maiores e melhores em resultado de vendas e de lucro. Ao que se refere aos aspectos metodológicos foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva, dividindo-se em parte teórica e parte prática. Na parte teórica utilizou-se de base bibliográfica, na parte aplicada foi elaborado um levantamento de dados secundários, através de um estudo documental nas demonstrações do valor adicionado das empresas selecionadas nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013. Quanto à natureza, a pesquisa é predominantemente qualitativa, visto que não se utiliza de técnicas estatísticas robustas. Os dados da pesquisa foram analisados através da análise de conteúdo das demonstrações do valor adicionado, os resultados apresentados em forma de tabelas e gráficos. Observou-se que o pressuposto inicial foi confirmado, tendo em vista que em cada ano analisado o valor total distribuído foi crescente em relação ao ano anterior e consequentemente houve uma maior distribuição aos stakeholders. Como principais achados desta pesquisa, identificou-se que: no decorrer dos anos, a maior parte do valor adicionado é distribuído ao governo através de Impostos, taxas e contribuições - este resultado não possui variação, independente do ramo de atividade da empresa, enquanto os demais agentes sofrem alterações dependendo do seu ramo de atuação; Pessoal e encargos e Capital de terceiros se intercalam entre o segundo lugar na distribuição do valor adicionado; e, somente no ramo do comércio que o Pessoal e encargos tem maior valor distribuído em todos os anos da pesquisa.. Palavras-chaves: Distribuição de riqueza, Stakeholders, Demonstração do valor adicionado.

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE …LISE DA EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE VALOR ENTRE AS 25 MAIORES E MELHORES EMPRESAS QUE ATUAM NO MERCADO BRASILEIRO DESTACADAS EM 2013,

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ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE VALOR ENTRE

AS 25 MAIORES E MELHORES EMPRESAS QUE ATUAM NO

MERCADO BRASILEIRO DESTACADAS EM 2013, EM VENDAS E

LUCROS. Área temática: Gestão Econômica e Financeira

Rosângela Nunes

[email protected]

Wilma Vieira de Aquino

[email protected]

Charles Washington Costa de Assis

[email protected]

Anna Beatriz Grangeiro Ribeiro Maia [email protected]

Resumo: As recentes alterações nas normas brasileiras de contabilidade, bem como as exigências

da sociedade e do mercado, quanto à mudança de postura das empresas no que diz respeito ao seu

papel dentro do meio em que está inserida, dão à Demonstração do Valor Adicionado (DVA) um

caráter não mais discricionário, e sim obrigatório às empresas que buscam sua legitimidade

perante o mercado de uma forma geral. Em suma, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

apresenta a geração e a distribuição de riqueza das entidades. Enquanto a geração de valor

consiste no resultado obtido no decorrer do exercício através dos esforços que a entidade faz para

obtê-lo, a distribuição relaciona a respectiva divisão entre todos que contribuíram para sua

existência. O presente trabalho busca analisar o comportamento da distribuição de riqueza aos

stakeholders entre os anos de 2010 a 2013 das empresas que atuam no mercado brasileiro e que

foram elencadas no ranking das maiores e melhores em vendas e lucros segundo a revista Exame

no ano de 2013. A análise realizada se deu em 25 empresas selecionadas para a amostra de forma

intencional por estarem entre as cem maiores e melhores em resultado de vendas e de lucro. Ao

que se refere aos aspectos metodológicos foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva,

dividindo-se em parte teórica e parte prática. Na parte teórica utilizou-se de base bibliográfica, na

parte aplicada foi elaborado um levantamento de dados secundários, através de um estudo

documental nas demonstrações do valor adicionado das empresas selecionadas nos anos de 2010,

2011, 2012 e 2013. Quanto à natureza, a pesquisa é predominantemente qualitativa, visto que não

se utiliza de técnicas estatísticas robustas. Os dados da pesquisa foram analisados através da

análise de conteúdo das demonstrações do valor adicionado, os resultados apresentados em forma

de tabelas e gráficos. Observou-se que o pressuposto inicial foi confirmado, tendo em vista que em

cada ano analisado o valor total distribuído foi crescente em relação ao ano anterior e

consequentemente houve uma maior distribuição aos stakeholders. Como principais achados desta

pesquisa, identificou-se que: no decorrer dos anos, a maior parte do valor adicionado é distribuído

ao governo através de Impostos, taxas e contribuições - este resultado não possui variação,

independente do ramo de atividade da empresa, enquanto os demais agentes sofrem alterações

dependendo do seu ramo de atuação; Pessoal e encargos e Capital de terceiros se intercalam entre

o segundo lugar na distribuição do valor adicionado; e, somente no ramo do comércio que o

Pessoal e encargos tem maior valor distribuído em todos os anos da pesquisa..

Palavras-chaves: Distribuição de riqueza, Stakeholders, Demonstração do valor adicionado.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a percepção do papel das empresas no desenvolvimento econômico e

social tem fomentado novos paradigmas no mercado. Tem-se exigido das empresas uma

mudança no perfil gerencial, exigindo ações voltadas para preservação ambiental, melhores

condições de trabalho e desenvolvimento social.

Conforme Lobato et al. (2002), as organizações contemporâneas têm assumido ampla

gama de atividades e comportamentos para equilibrar o resultado econômico com a

responsabilidade social empresarial. A partir da nova visão das empresas em que focam não

somente nos lucros, mas também na parte social, emerge a necessidade de maiores

informações de cunho socioeconômicas antes não divulgadas, para tornar essas informações

transparentes à sociedade foram criados alguns relatórios financeiros.

Além disto, as recentes alterações na legislação societária (Lei 6.404/1976, alterada

pela Lei 11.638/2007 e pela Lei 11.941/2009) ocorridas no Brasil, em decorrência do

processo de adequação às normas internacionais de contabilidade forçaram as empresas a

conviver, a partir de 2010, com novos procedimentos contábeis elaborados pelo Comitê de

Pronunciamento Contábil (CPC), respaldado pelos órgãos reguladores.

Apesar de não se relacionar diretamente com as normas internacionais, a informação

sobre o valor adicionado foi normatizada na contabilidade brasileira através do

pronunciamento técnico CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado, aprovado pela CVM

(Deliberação nº 557/08, de 12-11-2008), pelo CFC (Resolução nº 1.138/08, Resolução nº

1.162/09 e NBC TG 09), pela ANEEL (Despacho nº 4.722/09), ANTT (Comunicado SUREG

nº 01/2009) e ANS (Instrução Normativa nº 290/12 AN I).

O valor adicionado gerado pela empresa consiste na diferença entre o valor da

produção e o consumo (insumos) de determinado período, conforme definido por De Luca

(1998), o valor adicionado representa o quanto de valor a empresa agrega aos insumos que

adquire em determinado período, e é obtido de forma geral, pela diferença entres as vendas e

o total de insumos adquiridos de terceiros.

Com a aderência da CVM e do CFC ao CPC 09 (2008), foram normatizados os

procedimentos técnicos a serem observados no trabalho de elaboração dessa demonstração.

Conforme a NBC TG 09, os dados e as informações sobre o valor da riqueza gerada pelas

empresas devem ser extraídos do sistema contábil e os valores informados ter como base o

princípio e a distribuição dessa riqueza em determinado período.

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O presente estudo se justifica na medida tem como objeto de análise uma

demonstração que, apesar de sua utilidade ser muito realçada no meio acadêmico, uma vez

que evidencia diferentes concepções sobre a riqueza criada e distribuída por uma empresa,

esta demonstração ainda é desconhecida por boa parte dos stakeholders, já que até bem pouco

tempo não havia no Brasil um esforço canalizado para normatizar sua elaboração e,

tampouco, obrigar sua publicação (KROETZ; COSENZA, 2004; SANTOS, 2007;

COSENZA; VIEIRA, 2013).

Apesar de algumas pesquisas como de Cunha, Ribeiro e Santos, (2005), Nobre e

Nunes (2013), Tomaz e Nunes (2015), é um tema ainda incipiente no panorama científico

contábil, principalmente no que se trata de pesquisas que não sejam desenvolvidas sob o

enfoque tributário.

A partir das recentes alterações nas normas contábeis, que tornaram legítima a

publicação da DVA por parte das empresas de capital aberto, e diante da importância das

informações contidas nesta demonstração, o presente estudo se propõe a responder a seguinte

questão: Como se comportou a distribuição de valor nas 25 empresas maiores e melhores que

foram destaques em 2013 em sua atuação no mercado brasileiro?

Com o intuito de responder ao respectivo questionamento, objetivo geral deste estudo

concerne em analisar o comportamento da evolução da distribuição de valor nas empresas

destacadas em 2013 como maiores e melhores do Brasil. Para tanto, foram delineados os

seguintes objetivos específicos: (i) compreender como se dá a geração de valor no contexto

empresarial; (ii) conceituar a DVA e identificar os fatores de agregação e distribuição de valor

conforme a teoria da contabilidade e a legislação; (iii) realizar um estudo nas 25 empresas

identificadas como maiores e melhores que tiveram destaques em vendas e lucro, de modo a

verificar o poder de distribuição do valor adicionado entre os anos de 2010 a 2013 destas.

A pesquisa parte do pressuposto que com o decorrer do tempo, maior é o valor

adicionado gerado pelas empresas e, consequentemente, maior é sua distribuição entres os

stakeholders. O que se pretende com esse estudo é demonstrar a importância das informações

contidas na DVA, fazendo uma análise de distribuição de riqueza gerada pelas empresas.

O presente trabalho se caracteriza: quanto à natureza, predominantemente qualitativo,

visto que não utiliza estatística robusta; quanto aos objetivos, descritiva e exploratória, tendo

em vista que apesar de não ser um tema novo, é ainda bastante incipiente. Para coleta dos

dados, caracteriza-se como: pesquisa bibliográfica, a partir de material já publicado,

principalmente de livros, artigos e periódicos e materiais disponibilizados na internet;

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pesquisa documental, ao analisar as demonstrações das empresas da amostra; e, estudo

multicaso, ao analisar a realidade da amostra das maiores e melhores empresas de 2013. Para

a análise dos dados, utiliza a análise de conteúdo e a estatística descritiva simples para o

confronto à teoria, e suporte às respectivas conclusões.

Esse artigo encontra-se estruturado em cinco partes: na primeira, segue a introdução

com o tema de pesquisa, a justificativa, os objetivos, e um breve resumo da metodologia

utilizada; na segunda, encontra-se o referencial teórico com o desenvolvimento dos conceitos

de crescimento e geração de valor, a demonstração do valor adicionado e o panorama recente

de pesquisas científicas sobre o tema; na terceira, apresenta-se a metodologia da pesquisa

utilizada; na quarta parte consta o estudo de caso com os seus resultados; e, por fim, a quinta

parte com as conclusões e considerações finais do estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Crescimento e geração de valor

Crescer significa expandir e isto acontece quando a empresa usa suas habilidades na

busca de conseguir o sucesso juntamente com o bem-estar de seus clientes, sócios e

empregados. O crescimento empresarial não é promovido somente pelos conhecimentos dos

seus administradores, mas por um contato direto com o cliente e também pelas boas relações

com os empregados, incentivando-os a alcançar os objetivos propostos.

Para Sheedy (1996), uma empresa quando se desenvolve faz bem não apenas para seu

proprietário, mas também contribui para o bem-estar pessoal e financeiro de seus empregados,

fornecedores, clientes e parceiros de mercado.

O ambiente empresarial está passando por transformações significativas decorrentes

do agravamento de problemas sociais e ambientais, a sociedade está cada vez mais, cobrando

que as empresas não restrinjam sua visão somente para o lucro, mas sim que possam também

oferecer benefícios para a sociedade como um todo.

Coutinho e Macedo-Soares (2002) afirmam que, devido ao agravamento dos

problemas sociais e ambientais (desemprego, exclusão, poluição, exaustão de recursos

minerais) e a dificuldade do governo em solucioná-los, a sociedade está passando por um

processo de reorganização. Neste contexto, as empresas adotam uma conduta socialmente

responsável (sustentável) nos seus negócios. Assim, o volume de recursos investidos em

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práticas ligadas à responsabilidade social tem apresentado grandes elevações e adquirido

maior relevância no cenário mundial.

Galvão e Souza (2008) julgam como crucial a necessidade de crescimento da empresa

e de proteger as habilidades e potenciais internos à organização e, ao mesmo tempo, de

infundir nas empresas novas perspectivas e conhecimentos vindos de fora. Nesta mesma

vertente, Rezende (2014) afirma que uma empresa com perspectiva de crescimento tem muito

mais condições de atrair e reter talentos. Algumas fontes possíveis de crescimento são: a

divulgação da empresa e de seus produtos, identificar quais são as tendências presentes no seu

segmento e beneficia-se deles, estender a marca e a venda de outros produtos para os mesmos

clientes, cuidar dos clientes, buscar inovação, estabelecer metas e buscá-las.

Antes desta nova visão da empresa que se preocupa com o ambiente a sua volta, o

lucro era buscado de qualquer maneira, considerando a sociedade e os empregados apenas

como unidades econômicas de produção, agora cresce a preocupação com o meio ambiente e

com o retorno para as diferentes partes que afetam ou que é afetada por suas atividades (os

stakeholders), evidenciando-se a preocupação com o desenvolvimento social. A demonstração

do valor adicionado evidencia justamente este retorno para as partes interessadas.

2.2 Demonstração do valor adicionado – DVA

O valor adicionado representa a riqueza criada pela entidade em determinado período,

normalmente um ano, que é medida, sinteticamente, pela diferença entre o valor de vendas e

os insumos de terceiros.

Montoro Filho (1994, p. 27):

Define-se valor adicionado como o resultado da diferença entre o valor dos bens e

serviços vendidos pela empresa, quaisquer que sejam, e o valor dos bens e serviços

comprados pela empresa junto a outras empresas. Significa assim o acréscimo de

valor que a empresa incorpora ao bem na cadeia produtiva. Com o advento da lei 11.638/2007, que introduziu entre outras alterações o inciso V

do artigo 176 da lei n° 6.404/1976, a elaboração da DVA tornou-se obrigatória para as

companhias de capital aberto, devendo ser elaboradas e publicadas no final de cada exercício

social junto com as demais declarações já obrigatórias, balanço patrimonial, demonstração do

resultado do exercício, demonstração dos lucros e prejuízos acumulados, e a demonstração do

fluxo de caixa que também passou a ser obrigatória a partir desta lei.

A DVA vem acrescentar informações importantes que antes não seriam possíveis

obter com as demonstrações já existentes. É através da DVA que se conhece o resultado da

atividade econômica do país o PIB produto interno bruto. De acordo com o CPC 09 (2008), a

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DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminando os

valores que representam dupla contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na

formação do Produto Interno Bruto (PIB).

Marion (2005, p. 486) afirma que,

O valor adicionado ou valor agregado evidencia para quem a empresa está

canalizando a renda obtida: ou ainda admitindo que o valor que a empresa adiciona

através da sua atividade seja um “bolo”, para quem estão sendo distribuídas as fatias

do bolo e de que tamanhos são estas fatias.

A DVA é uma demonstração contábil que evidência os valores referentes à formação

da riqueza gerada pela entidade em determinado período e sua distribuição. A DVA expõe o

valor adicionado pela empresa em razão das suas atividades, a forma de distribuição da

riqueza gerada entre os stakeholders, que são as partes interessadas na distribuição de valor

adicionado: empregados, acionistas, financiadores de capital, governo, comunidade, e a

parcela retida na empresa para reinvestimento (DE LUCA, 1998; SANTOS, 2007;

FERREIRA, 2011).

2.2.1 Geração do valor adicionado

De acordo com o CPC 09 (2008), a primeira parte da DVA apresenta de forma

detalhada a riqueza criada pela entidade, medida pela diferença entre o valor das receitas e os

insumos adquiridos de terceiros, inclui também o valor adicionado recebido em transferência,

ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

Às receitas somam-se: as vendas de mercadorias, produtos e serviços que incluem os

valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS),

corresponde ao faturamento bruto; as outras receitas, onde também se incluem os tributos

sobre as receitas; e, por fim, a perda estimada com créditos de liquidação duvidosa, que inclui

os valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.

Os insumos adquiridos de terceiros subdividem-se entre: custos dos produtos, das

mercadorias e dos serviços vendidos que inclui os valores das matérias-primas adquiridas

junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços

vendidos adquiridos de terceiros, onde não se inclui os gastos com pessoal próprio; despesas

com bens, utilidades e serviços adquiridos de terceiros (materiais, energia, serviços de

terceiros e outros, onde devem ser considerados os tributos incluídos no momento das

compras recuperáveis ou não); perda e recuperação de valores ativos, relativos a ajustes por

avaliação a valor de mercados de estoques, imobilizados, investimento, os valores

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reconhecidos no resultado do período tanto na constituição quanto na reversão de perdas por

recuperabilidade de ativos; e, a depreciação, amortização e exaustão, incluindo as respectivas

despesas ou custos do período.

O valor adicionado recebido em transferência pode representar receita ou despesa. Se

for despesa deve ser considerada como redução ou valor negativo. Receitas financeiras

incluem as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais. Outras receitas incluem os

dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc.

Assim se dá a formação da riqueza gerada, que posteriormente será distribuída aos que

ajudaram a construí-la, os stakeholders.

2.2.2 Distribuição do valor adicionado

De acordo com o CPC 09 (2008), a segunda parte da DVA apresenta a distribuição da

riqueza gerada pela entidade, segregada pelos seguintes agentes: pessoal e encargos;

impostos, taxas e contribuições; remuneração de capital de terceiros; e, remuneração de

capitais próprios.

Pessoal e encargos representa a remuneração direta, isto é, valores relativos a: salários,

décimo terceiro, honorários da administração, férias comissões, horas extras, participação de

empregados nos resultados; os benefícios, como assistência médica, alimentação, transporte,

plano de aposentadoria; e, por fim, o FGTS depositado na conta vinculada dos empregados.

Os Impostos, taxas e contribuições, por sua vez, representam a “fatia” do governo.

Dividem-se em: federais, que são os tributos devidos à União, tais como, IRPJ, CSLL, IPI,

PIS e COFINS; estaduais, o ICMS e o IPVA; e, municipais, com o ISS e o IPTU.

A remuneração de capitais de terceiros corresponde aos valores pagos ou creditados

aos financiadores externos de capital, subdivididos em: juros, que são as despesas financeiras

relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto às instituições financeiras,

empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos; aluguéis pagos ou creditados a

terceiros; e outras, que inclui remunerações que configurem transferência de riqueza a

terceiros.

A remuneração de capitais próprios corresponde aos valores relativos à remuneração

dos sócios e acionistas, subdivididos em: juros sobre o capital próprios e dividendos, que

incluem os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do

período; lucros retidos e prejuízos do exercício, que são os valores relativos ao lucro ou

prejuízo (sinal negativo) do exercício destinados as reservas.

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Ressalta-se que a segunda parte da DVA, que trata do detalhamento da distribuição da

riqueza gerada em determinado período para os seus componentes, é o foco do estudo desta

pesquisa, a metodologia adotada para este estudo será descrita a seguir.

2.3 Panorama recente das pesquisas científicas sobre a DVA

Em uma busca simples pelo portal SPELL é possível perceber como a discussão sobre

esse tema ainda é incipiente. Ao buscar o termo "demonstração do valor adicionado" em

Resumos, filtrando a pesquisa em Artigos e Resumos de Teses ou Dissertações, de 2010 a

2015, foi possível encontrar 09 pesquisas.

Em 2010, nenhuma pesquisa. Em 2011, 04 (quatro) pesquisas (sob o enfoque da

destinação de riqueza, da carga tributária, dos indicadores sociais, e a DVA como ferramenta

estratégica); em 2012, nenhuma pesquisa; em 2013, 01 (uma) pesquisa (analisando os

benefícios da obrigatoriedade da DVA); em 2014, 02 (duas) pesquisas (sob os aspectos da

obrigatoriedade e da aplicabilidade da DVA em uma entidade sem fins lucrativos); e, em

2015, 02 (duas) pesquisas (no que cerne ao seu conteúdo informacional e à Teoria dos Jogos).

A. Cunha , Ribeiro e Santos (2005) realizaram uma pesquisa em que se analisou a

DVA como instrumento de mensuração da distribuição da riqueza gerada pelas empresas e

como se dava sua distribuição entre os que ajudaram a criá-la, onde se identificou que maior

parte da riqueza gerada é distribuída ao governo e em segundo lugar os empregados, e após

este estudo pode-se afirmar que os indicadores extraídos da DVA se constituem num

excelente avaliador da distribuição da riqueza, à disposição da sociedade.

B. Nobre e Nunes (2013) desenvolveram uma pesquisa com o intuito de analisar

se há uma relação entre a obtenção de margem líquida e a geração e distribuição de riqueza

aos empregados, foram analisadas as 30 maiores empresas brasileiras em vendas líquidas e ao

final da pesquisa pode-se afirmar que as empresas consideradas com maiores criadoras de

riquezas, não necessariamente são as que mais distribuíram valor adicionado aos empregados.

C. Tomaz e Nunes (2015) realizaram um estudo aprofundado no setor elétrico

brasileiro quanto à distribuição do valor adicionado. Através dos relatórios de sustentabilidade

foram obtidas as informações necessárias, com o objetivo de verificar se existem diferenças

significativas na distribuição de valor entre as geradoras, transmissoras e distribuidoras de

energia elétrica. Após o estudo, os autores concluíram que a distribuição do valor adicionado

apresentou variações significativas, partindo-se da premissa que há diferenças entre a forma

distribuição do valor adicionado, dependendo do segmento do setor de energia elétrica a que

pertença.

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D. Destarte, com as experiências das pesquisas anteriores sobre o tema, este

estudo se diferencia primariamente no sentido de que, apesar de analisar a distribuição da

riqueza gerada pelas empresas, as unidades de análise e o período são diferentes.

3 METODOLOGIA

Este trabalho quanto aos seus objetivos é uma pesquisa descritiva e exploratória, tendo

em vista que se trata de uma pesquisa desenvolvida sob um tema que demanda mais

esclarecimentos, onde se explora a realidade em busca de maiores conhecimentos (GIL,

2007).

Referente aos procedimentos técnicos utilizados, essa pesquisa classifica-se como:

pesquisa bibliográfica, por meio da análise de livros, artigos, outras pesquisas científicas,

dicionários e enciclopédias (SILVA; MENEZES, 2012); pesquisa documental, por meio da

análise de documentos organizacionais (ALMEIDA, 2011); estudo de caso, envolvendo

estudo profundo e exaustivo das empresas da amostra, quanto à realidade das maiores e

melhores empresas de 2013 (SILVA; MENEZES, 2001).

Possui também características de análise de conteúdo, com o objetivo de compreender

o que se diz sobre determinado assunto consistindo em uma série de procedimentos que

geram indicadores, a partir dos quais são feitas as conclusões do estudo (ALMEIDA, 2011).

Para analisar o comportamento da distribuição de valor das empresas, utilizou-se para

a análise dos dados, o método indutivo, fundamentado na experiência, não levando em conta

princípios preestabelecidos (SILVA; MENEZES, 2001). No sentido de atingir o objetivo

deste artigo, foi utilizada a amostra intencional, que conforme Iudícibus e Martins (2000, p.

41) referem-se à amostragem intencional da seguinte forma: “de acordo com determinado

critério, é escolhido intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra”.

A amostra foi composta por 25 (vinte e cinco) empresas do mercado brasileiro que

tiveram destaque entre as Maiores e Melhores da Revista Exame no ano de 2013, levando em

consideração as variáveis vendas líquidas e lucros. Para serem consideradas na amostra, as

empresas deveriam estar entre as cem maiores e melhores do ano de 2013 nos dois quesitos,

vendas líquidas e lucros. Foi utilizada a revista Exame para a seleção das empresas, pois a

mesma faz a análise sobre a economia e o ambiente de negócios brasileiros, sendo uma

grande referência de informações no mundo empresarial.

Assim, foram selecionadas as 25 empresas, que ao longo do período de 2010 a 2013

disponibilizaram em todos os quatro anos a demonstração do valor adicionado. No quadro 2,

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consta a relação das empresas selecionadas para o estudo de caso, distribuídos por ramo de

atividade.

Quadro 2 – Relação das empresas utilizadas no estudo de caso, por ramo de atividade

Indústria Comércio Serviços

Cooperativa Agro-Industrial Brasileira –

Coamo

Ipiranga Produtos de

Petróleo S.A

TIM Participações S.A

Braskem S.A Brasil Foods S.A - BRF Telemar Norte Leste S.A

Fiat do Brasil S.A Cargill Agrícola S.A Companhia de Saneamento Básico

do Estado de São Paulo – Sabesp

Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer JBS S.A Cielo S.A

ArcelorMittal Brasil S.A CRBS S.A Petrobrás Transportes S.A –

Transpetro

Whirlpool Latin America Natura Cosméticos S.A

Petróleo Brasileiro S.A – Petrobrás Sousa Cruz S.A

Companhia Siderúrgica Nacional – CSN Via varejo S.A

Companhia de Eletricidade do Estado da

Bahia – Coelba

Companhia Brasileira de

Distribuição – GPA

Votorantim Cimentos S.A Lojas Americanas S.A

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas informações contidas na DVA

divulgadas pelas empresas nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013, que foram extraídas através

dos sites das entidades selecionadas. Com base nos dados apurados foi feita uma análise da

DVA de uma forma geral identificando os valores totais de geração e distribuição de valor das

empresas. Em seguida, foi analisada a segunda parte da demonstração que se refere à

distribuição do valor adicionado entre os ramos de atividades e posteriormente por seus

setores.

A metodologia da análise consiste na identificação de como se comporta durante o

decorrer dos anos a distribuição de valor para as partes interessadas, pelos diferentes ramos e

setores de atividade. As análises consistiram em verificar e comparar como se deu a

distribuição de valor nas empresas selecionadas. Os dados coletados foram analisados por

meio de tabelas e gráficos que esboçam o comportamento de cada ano e cada ramo e setor de

atividade, verificando como os mesmos estão distribuindo os valores adicionados.

Em seguida, procedeu-se à análise geral da distribuição do valor adicionado, por meio

da análise pelos 3 ramos de atividades: indústria, comércio e o de serviços, e posteriormente

nos setores de atividades: energia, auto-indústria, siderúrgica e metalúrgica, indústrias

diversas, telecomunicações, serviços, bens de consumo e comércio varejista, somando 8

setores de atividade.

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4 RESULTADOS

A amostra conta com 25 empresas que apresentaram a DVA nos anos de 2010 a 2014

em todos os quatro anos sem exceção, foi agrupada por ramos de atividades e, posteriormente,

por setores. Conforme o ramo foram identificadas e analisadas 10 empresas industriais (40%

da amostra), 10 empresas comerciais (40% da amostra), e 05 prestadoras de serviços (20%).

As empresas industriais foram subdivididas pelos setores de: automotivos (2), diversos

(2), eletroeletrônicos (1), química e petroquímica (1), siderurgia e metalurgia (3) e energia (2).

As empresas de comércio foram divididas pelo setor de: atacado (1), comercio varejista (3) e

bens de consumo (6). As prestadoras de serviços entre os serviços: de transporte (1), diversos

(2), de telecomunicações (2).

O montante do valor adicionado das 25 empresas no ano de 2010 foi de

312.725.100,00 milhões de reais. Em 2011, o valor foi de 328.425.766,00 milhões de reais.

Para 2012, o valor adicionado foi de 351.281.605,00 milhões de reais. E, em 2013, o valor

adicionado total foi 387.424.261,00 milhões de reais. Nota-se ao decorrer dos anos um

crescente aumento nos valores a serem distribuídos.

A distribuição desta riqueza criada pelas empresas aos agentes que contribuíram para

sua formação está na Tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição do valor adicionado - em % - 2010 a 2013

Ano/Agente Governo Empregados Juros e Aluguéis Sócios e Acionistas

Lucros

Retidos

2010 38,30 21,26 16,68 11,29 12,47

2011 36,49 22,22 21,60 8,43 11,26

2012 34,18 23,19 24,84 9,97 7,82

2013 34,37 21,55 24,12 9,93 10,03

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Verifica-se na tabela 1, que em todos os anos os impostos, taxas e contribuições

ocupam o primeiro lugar na distribuição da riqueza gerada. Representa a “fatia” que empresa

destina ao Estado, seja federal, estadual ou municipal. No ano de 2010, o segundo lugar foi

para pessoal e encargos, ou seja, valor que foi distribuído aos seus empregados. Nos demais

anos, o segundo lugar coube aos juros e aluguéis, o capital de terceiros.

Observou-se que o montante da riqueza criada pelas empresas no período de 2010 a

2013 apresentam-se em crescimento constante, notando-se um acréscimo real de 22,35%. A

parcela de riqueza distribuída aos empregados, na forma de salários e encargos teve um

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decréscimo comparando os anos de 2010 a 2011 e nos anos posteriores havendo um

crescimento constante nos valores distribuídos.

A maior parte da distribuição é destinada aos impostos, taxas e contribuições, mesmo

assim a participação da carga tributária no valor adicionado total sofreu queda no decorrer dos

anos, caiu de 48,21% em 2010 para 45,37% em 2013, com redução de 2,84 pontos

percentuais, mesmo o valor adicionado sofrendo alterações positivas no decorrer dos anos.

Outro agente que apresentou constante crescimento é o valor das riquezas distribuídas

aos financiadores externos de capital, na forma de juros e alugueis. Em 2010, o percentual de

participação no valor adicionado era de 12,87 por cento, em 2011 passou para 16,13%,

19,61% em 2012 e finalizando em 2013 em 20,67%.

Já os financiadores internos de capital – juros sobre o capital próprio, dividendos e

lucros retidos teve variações de um ano para o outro. A maior distribuição para estes agentes

ocorreu em 2010, em 2012 foi a segunda maior distribuição de juros sobre o capital próprio e

dividendos o que não ocorreu da mesma forma com os lucros retidos onde a segundo maior

distribuição ocorreu em 2011.

4.1 Análise por Ramos de Atividade

No gráfico 1 é apresentado de forma sintética a distribuição do valor adicionado por

ramos de atividades (indústria, comércio e serviços) de 2010 a 2013.

Gráfico 1 – Distribuição do valor adicionado por ramos de atividades de 2010 a 2013.

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34%33%

31%32%

41%42%

39% 39%

42%

37%

39%

37%

19%

21%

23%

21%

16%17%

15% 15%

26% 26% 26%25%

15%

9%10% 10%

8%

6%

10% 10%9% 9%

15%

11%

14%

25%

29%

25%

16%

18%

20% 20%19%

21%

18%

21%

18%

12%

7%

12%

19%

17%16% 16%

4%

7%

2%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013 2010 2011 2012 2013

DISTRIBUIÇÃO DE VALOR INDUSTRIA

DISTRIBUIÇÃO DE VALOR SERVIÇOS DISTRIBUIÇÃO DE VALOR COMERCIAL

Distribuição do Valor Adicionado por ramos de atividades Industria, Serviço e Comercio

nos anos 2010 a 2014

GOVERNO % EMPREGADOS % ACIONISTAS % FINANCIADORES % RETIDO %

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

Analisando por ramo de atividade (indústria, comércio e serviços), nota-se que na

indústria, ramo com dez empresas analisadas, ocorre um aumento crescente no valor

adicionado gerados no decorrer dos anos.

A distribuição do valor adicionado neste ramo de atividade está exposta no gráfico 2,

onde se pode observar que a riqueza gerada pela indústria é crescente, sendo a maior parte

distribuída através dos pagamentos de impostos, taxa e contribuições, apesar de ser o maior,

nota-se um declínio no decorrer dos anos, em 2010 teve a representatividade de 34 % no valor

adicionado total já em 2013 último ano de análise o percentual foi de 32%. No segundo lugar

de maior percentual de distribuição vem o pessoal e encargos, oscilando entre os anos

analisados, capital de terceiros apresenta-se crescente entre os anos analisados tendo um

crescimento de mais de quinze pontos percentuais entre os anos de 2010 até 2012, em 2013

teve uma redução de 4 pontos percentuais.

Os juros sobre capital próprio e dividendos lucros e prejuízos retidos sofrem variações

no decorrer dos anos em 2010 e 2013, ocorreu maior percentual de distribuição de capitais

próprios e dividendos em 2010, e aos lucros retidos foi no ano de 2010 e apresentando o

mesmo percentual de distribuição em 2011 e 2013 com 12% do valor distribuído.

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Nas empresas de serviços, a maior distribuição é referente aos impostos taxas e

contribuições havendo variação percentual entre os anos, variando de 39 a 42%, no ramo de

serviços o segundo lugar de maior distribuição de valor é os juros e aluguel que são os

capitais de terceiros seguido do valor distribuído ao pessoal e encargos, nos dois há variações

entre os anos, há maior percentual de lucros retidos do que distribuídos para o capital próprio

e dividendos.

No comércio, o percentual de distribuição para o governo é o maior, tendo oscilações

ao decorrer dos anos, em 2010 teve seu maior percentual distribuído de 42%, em 2011

diminui para 37% este percentual repetiu-se em 2013. A distribuição aos empregados

permaneceu inalterada em 2010 a 2012 sendo distribuídos 26% e em 2013 diminuiu 1 ponto

percentual.

O capital de terceiros não teve mudanças significativas ficou em torno de 20%, os

lucros tiveram sua maior distribuição em 2011 com representando de 7%.

Fazendo uma comparação entre os ramos de atividades no gráfico 1 é possível

identificar as distribuições dos três ramos de atividades nos anos de 2010 a 2013, a

distribuição para o governo teve o seu maior percentual de 42% em 2011 no ramo de serviços

e em 2010 no ramo de comércio com o mesmo percentual. O setor de comércio é o que mais

distribui valor adicionado em todos os anos analisados. Os lucros retidos têm um percentual

maior de distribuição no ramo de serviços.

4.2 Análise por setores de Atividade

Como anteriormente informado, a amostra nesse trabalho é composta por 25 empresas,

distribuída em três ramos de atividades e doze setores. Para alguns setores a avaliação setorial

não é feita, por ser composta de uma única empresa, que são os setores de química e petróleo,

eletroeletrônica, transporte e de atacado. Os setores analisados são os de energia (02

empresas), auto indústrias (02), siderúrgica e metalúrgica (02), indústrias diversas (02),

telecomunicações (02), serviços diversos (02), bens de consumo (06) e varejo (03).

O governo é principal agente na distribuição do valor adicionado, com cerca de 50%

do valor a ser distribuído.

O capital de terceiros é o agente que mais vem crescendo ao longo dos anos, em 2010

sua distribuição foi representada por 9% do valor total distribuído enquanto que em 2014

chegou a 22% um aumento de 13 pontos percentuais, um crescimento significativo

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comparando-se ao crescimento dos demais agentes, os empregados e lucros retidos são os

agentes de menores parcelas de distribuição, com variação moderada entre os anos, mesmo

assim teve crescimento de 3% para os empregados, pois em 2010 foi distribuído era de 8% no

ano seguinte não houve alteração, nos anos de 2012 e 2013 aumentou para 10 e 11%

respectivamente.

O setor de auto indústria está se mostrando um setor de exceção entre os demais, pois

é o único em que a parte distribuída ao governo não está em primeiro lugar. A autoindústria

tem sua maior parcela de distribuição, destinada aos lucros retidos - em 2012 teve sua maior

distribuição, chegou a 46% do valor adicionado, seguido de 2010 que foi 45% do valor total

distribuído, em 2013 foram 42%, e o ano em que houve menor percentual de distribuição,

2011 com representatividade de 40%.

O segundo agente com maior distribuição percentual de valor adicionado é pessoal e

encargos. Contudo, ao decorrer dos anos, nota-se queda de 5% comparando-se os anos de

2010 a 2013. Somente a terceira parte da distribuição vai para o governo, principal

arrecadador de riqueza nos demais setores, havendo um aumento de 7% no decorrer dos anos,

em 2010 seu percentual era de 16%, aumentou para 17% em 2011, 2012 teve um aumento

mais representativo de 5% indo para 22%, e, em 2013 finalizou com 23%.

A parcela de capital de terceiros e de capitais próprios são as menores não chegando

em nenhum mês a representar 10% do valor adicionado.

Nas indústrias diversas há uma uniformidade de distribuição, os impostos com a maior

“fatia” distribuem ao governo no ano de 2010, 32% do valo adicionado total, em 2011 sobe

para 34, e nos anos seguintes tem queda no seu percentual para 24% em 2012 e 28% em 2013.

O pessoal e encargos ao decorrer dos anos têm um aumento de 7% no decorrer dos anos, o

capital próprio também aumentou no passar dos anos, em 2010 tinha 26% caiu para 22 em

2011, e depois aumentou para 30 e 31 em 2010 e 2011.

No setor de telecomunicações pode-se notar que a parcela destinada ao governo no

decorrer dos anos é acima de 50%, chegou em 2011 ao maior percentual com 60% do valor

adicionado distribuído ao governo, capital de terceiros tem a segunda maior distribuição

ficando em torno de 20%, em 2012 foi sua maior distribuição com 29%, chama atenção a

parcela destinada aos empregados pois é baixa, em nenhum dos anos ela chega a representar

10% do valor distribuído.

O setor de serviços diversos tem uma distribuição mais uniforme entre os seus

agentes, os impostos em torno de 30% a variação de 2010 para 2014 chega a ser somente de 2

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pontos percentuais, lucros retidos em 2010 chegou a 26% manteve-se em 2011 com mesmo

percentual teve um aumento para 2012 de 29% e em 2013 baixou um ponto percentual

ficando com 28%, pessoal e encargos ficou com 15% em 2010 passando por 19% e 16% em

2011 e 2012, em 2013 passou para 17% e capital próprios ficou entre 10% a 15% no decorre

dos anos.

No setor de bens de consumo há um diminuição ao longos dos anos na distribuição do

valor adicionado ao governo e aos empregados, o governo em 2010 tinha o percentual de 46%

, chegando em 2013 a 38% diminuição de 8% ao decorrer de quatro anos, os empregados

também tiveram diminuição de valor adicionado em 2010 ficou com a fatia de 25% em 2011

e 2012 24% e 2013 com 22%,o capital de terceiro se comportou inversamente, teve uma

crescente na sua parte de distribuição, começou em 2010 com 14% e em 2014 já estava com o

percentual de distribuição de 25% um aumento de 11% no decorrer dos anos.

O comércio varejista tem uma diminuição no decorrer dos anos dos impostos, taxas e

contribuições de 9% ao decorrer dos anos de 2010 a 2013, e um aumento na distribuição aos

empregados, em 2010 e 2011 o valor destinado a este agente era de 28%, deu um salto em

2012 distribuindo 36% e um leve diminuição em 2013 passando para 32%, capital de terceiro

ficou com 30% em média.

O gráfico 2 detalha de forma simplificada a distribuição do valor adicionado ao

governo de todos os setores e anos analisados, para uma melhor visualização do seu

desenvolvimento no decorrer do tempo. O gráfico 3 refere-se a parte da distribuição aos

empregados. O comércio varejista é o setor que no decorrer dos anos de 2012 e 2013 tem os

percentuais de distribuição maiores entre os setores.O gráfico 4 representa a distribuição ao

capital de terceiros. E, o gráfico 5 refere-se à distribuição aos sócios e aos dividendos.

Observa-se que o setor de energia se destaca como o setor que mais distribuiu valor

adicionado ao governo, chegando em 2011 e 2012 a distribuir 59% do valor adicionado total.

A maior distribuição feita ao governo nos períodos analisados aconteceu no ano de 2011 pelo

setor de telecomunicações, o setor com menor distribuição ao governo é o da autoindústria.

Gráfico 2 – Comparativo da distribuição ao governo em %.

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Fonte: Dados da pesquisa (2014).

O setor de telecomunicações é o que menos distribuiu valor adicionado aos seus

empregados a sua parcela de distribuição não chega em nenhum dos anos analisados a

representar 10% do total distribuído, o setor de energia também tem valor o percentual de

distribuição baixo em relação aos demais setores analisados em 2010 e 2011 distribuiu 8%,

em 2012 distribuiu 10% e em 2013 chegou a distribuir 11% seu maior percentual no período.

O gráfico 4 representa a distribuição no decorrer dos anos de 2010 a 2014 da

distribuição de terceiros. O setor de siderúrgica e metalúrgica teve crescimento em 2011

comparando com 2010 de 14%, e de 2011 para 2012 cresceu mais 18% em 2013 teve uma

baixa de 6%, passou a ser a partir de 2011 o setor de maior distribuição nos anos analisados.

A autoindústria é o setor com menor distribuição de valor para os terceiros em todos os anos

da pesquisa.

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Gráfico 3 – Comparativo da distribuição aos empregados em %.

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

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Gráfico 4 – Comparativo da distribuição aos terceiros em %.

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

No que concerne à distribuição ao capital próprio e dividendos, o setor de indústrias

diversas se destaca como o setor que mais distribuiu valor adicionado a estes agentes, variou

de entre 22% em 2011, 26 em 2010, 30 e 31% em 2012 e 2013 respectivamente. O percentual

de distribuição para este agente nos demais setores analisados não é tão expressiva quanto na

distribuição para o governo e pessoal.

Numa análise geral dos resultados pode-se perceber que os impostos representam o

maior beneficiário do valor adicionado distribuído, os empregados e o capital de terceiros tem

distribuição relevante alternando-se entre o segundo lugar, o capital próprio e lucros e

prejuízos tem uma distribuição menor em quase todos os setores sendo exceção o setor de

autoindústria e indústria diversas que tem uma parcela relevante nos setores de lucros e

capital próprios respectivamente.

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Gráfico 5 – Comparativo da distribuição aos sócios e acionistas em %.

Fonte: Dados da pesquisa (2014).

No presente estudo observou-se que no cenário atual as empresas estão cada vez mais

percebendo a importância do seu papel dentro da sociedade. A DVA se configura como um

excelente detentor de informações não só para a entidade, mas também para a sociedade em

geral, por trazer informações claras e de simples compreensão.

Nesta pesquisa identificou-se que a maior parte do valor adicionado é distribuído para

o governo, através de impostos, taxas e contribuições - este resultado não possui variação,

independente do ramo de atividade da empresa. Os demais agentes sofrem alterações

dependendo do seu ramo de atuação. Pessoal e encargos e Capital de terceiros se intercalam

entre o segundo lugar na distribuição do valor adicionado. Somente no ramo do comércio que

o pessoal e encargos tem maior valor distribuído em todos os anos da pesquisa.

Esta pesquisa confirma a teoria de Santos, Ribeiro e Cunha (2005) que o governo é o

agente que mais recebe valor adicionado através dos impostos, taxas e contribuições, não se

confirmando a informação que o segundo lugar de maior distribuição é para pessoal e

encargos.

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5 CONCLUSÕES

Este estudo discorreu sobre o valor adicionado, focando na sua distribuição às partes

interessadas na geração de riqueza, seguindo à análise da Demonstração do Valor Adicionado

(DVA) divulgadas pelas empresas selecionadas entre os anos de 2010 a 2013. Identificou-se

também a forma de distribuição riqueza entre os stakeholders, e, analisou-se o

comportamento da distribuição do valor entre os ramos e setores de atividades.

A pesquisa realizada respondeu ao problema e atingiu seus objetivos na medida em

que se pode observar o comportamento da distribuição do valor adicionado entre as 25

maiores e melhores empresas com atuação no mercado brasileiro, elencadas no ranking das

maiores e melhores em vendas e lucros segundo a revista Exame no ano de 2013.

A pesquisa realizada atingiu seus objetivos à medida que se realizou a análise do

comportamento da evolução da DVA nas empresas selecionadas para a pesquisa. Discorreu

sobre o crescimento e a geração de valor, conceituou a demonstração do valor adicionado e,

empiricamente, analisou, com o estudo de caso nas 25 empresas da amostra, a riqueza

distribuída nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013.

Pode-se verificar que a maior distribuição do valor adicionado na pesquisa realizada

destinou-se ao governo através dos Impostos, taxas e contribuições, corroborando os achados

de Ribeiro e Cunha (2005). Pessoal e encargos e Capital de terceiros apresentam uma

alternância entre os anos de qual agente distribui maior valor adicionado. E, Capital próprio e

lucros retidos tem, entres os agentes, a menor parcela de distribuição.

Verificou-se na pesquisa realizada que a distribuição do valor adicionado apresentou

variações significativas em relação a cada setor de atividade, conforme apontado por Tomaz e

Nunes (2015), contudo, o governo se manteve com a maior “fatia” do valor adicionado.

O pressuposto inicial foi confirmado, tendo em vista que em cada ano analisado o

valor total distribuído foi crescente em relação ao ano anterior e, consequentemente, houve

uma maior distribuição aos stakeholders.

Como restrições de pesquisa, pode-se destacar a falta de divulgação da DVA em

alguns anos, que não foram disponibilizadas pelas empresas, o que causou uma redução

expressiva da amostra. Pode-se destacar também a abordagem a atingir os objetivos traçados,

que não levou considerou ferramentas econométricas robustas, como para analisar a causa e

efeito.

O trabalho aqui realizado trata-se apenas de uma frente para novas pesquisas, no

sentido de que o assunto aqui discorrido é de grande importância e foi estudado de forma

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limitada. Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se sugerir o maior aprofundamento nas

questões tributárias por ser o agente que mais obtém valor adicionado, e também se sugere um

estudo voltado para as questões dos benefícios que o valor adicionado distribuído aos

empregados, traz aos mesmos.

Ressalta-se que a questão da divulgação e mensuração da riqueza pelas empresas bem

como a sua distribuição para as partes interessadas que contribuíram para sua geração, tratam-

se de informações que podem apontar que o resultado da empresa depende da motivação de

todos os envolvidos. Entretanto, essa discussão ainda é incipiente no Brasil, cabendo novos

estudos e pesquisas a aperfeiçoarem estes pressupostos.

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