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ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE ANUROS Larissa Cândida Dias RESUMO O presente trabalho tem como objetivo trazer um levantamento geral sobre as pesquisas feitas com anuros. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, inicialmente foi realizada a análise das características morfológicas e fisiológicas dos anfíbios anuros tendo como base a descrição de uma rã feita por Storer, (2003), e os aspectos que normalmente aparecem como objetos de pesquisas em anuros e as espécies alvos de pesquisas. São apresentadas, ainda, as metodologias de pesquisa empregadas, assim como os materiais e os métodos estatísticos usados na interpretação dos dados obtidos. Dos estudos realizados encontramos os seguintes resultados: os principais aspectos estudados na história natural dos anuros foram: vocalização, ocupação territorial, dieta e outros. Analisando tais aspectos percebe-se que a presença de anuros em determinado local indica ambiente ecologicamente equilibrado. Conclui-se, portanto, que as pesquisas com estes animais é cada vez mais importante devido aos trabalhos com a preservação da biodiversidade. Palavras -chave: Anuros, pesquisas, descrição INTRODUÇAO Nas últimas décadas preocupações com o meio ambiente tem sido alvo de discussões e pesquisas em todo mundo. Mais do que nunca todas as nações estão conscientes da urgente necessidade de medidas como: educação ambiental e desenvolvimento sustentável, para garantia de sobrevivência, em um futuro próximo em nosso planeta. Assim esta preocupação passou a ocupar todas as áreas do conhecimento ( Silva.2004). Pesquisas na área de Ecologia preocupam-se coma a manutenção da biodiversidade no mundo. Os estudos com anuros despertam interesse de diversos pesquisadores devido aos seguintes fatores: a presença destes animais em quase todo o planeta; a facilidade de manuseio e, principalmente, por eles serem bons indicadores de equilíbrio ecológico(Silva,2004). A presente pesquisa tem como objetivo descrever as pesquisas realizadas na universidade federal de Goiás com anuros. Partindo deste tema, analisamos as características dos animais e como são e quais os objetivos de pesquisas sobre os mesmos. Dividimos esta pesquisa em dois capítulos. No primeiro capitulo foi feito um levantamento sobre a classe Amphibia e descrevemos as características morfológicas e fisiológicas dos anuros, além de sua história natural. 1

Analise Da Importancia Do Estudo Sobre Anuros

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Sobre Anuros

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  • ANLISE DA IMPORTNCIA DO ESTUDO SOBRE ANUROS

    Larissa Cndida Dias

    RESUMO O presente trabalho tem como objetivo trazer um levantamento geral sobre as pesquisas feitas com anuros. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliogrfica, inicialmente foi realizada a anlise das caractersticas morfolgicas e fisiolgicas dos anfbios anuros tendo como base a descrio de uma r feita por Storer, (2003), e os aspectos que normalmente aparecem como objetos de pesquisas em anuros e as espcies alvos de pesquisas. So apresentadas, ainda, as metodologias de pesquisa empregadas, assim como os materiais e os mtodos estatsticos usados na interpretao dos dados obtidos. Dos estudos realizados encontramos os seguintes resultados: os principais aspectos estudados na histria natural dos anuros foram: vocalizao, ocupao territorial, dieta e outros. Analisando tais aspectos percebe-se que a presena de anuros em determinado local indica ambiente ecologicamente equilibrado. Conclui-se, portanto, que as pesquisas com estes animais cada vez mais importante devido aos trabalhos com a preservao da biodiversidade. Palavras -chave: Anuros, pesquisas, descrio

    INTRODUAO Nas ltimas dcadas preocupaes com o meio ambiente tem sido alvo de discusses e

    pesquisas em todo mundo. Mais do que nunca todas as naes esto conscientes da urgente

    necessidade de medidas como: educao ambiental e desenvolvimento sustentvel, para

    garantia de sobrevivncia, em um futuro prximo em nosso planeta. Assim esta preocupao

    passou a ocupar todas as reas do conhecimento ( Silva.2004).

    Pesquisas na rea de Ecologia preocupam-se coma a manuteno da biodiversidade no

    mundo. Os estudos com anuros despertam interesse de diversos pesquisadores devido aos

    seguintes fatores: a presena destes animais em quase todo o planeta; a facilidade de

    manuseio e, principalmente, por eles serem bons indicadores de equilbrio

    ecolgico(Silva,2004).

    A presente pesquisa tem como objetivo descrever as pesquisas realizadas na

    universidade federal de Gois com anuros. Partindo deste tema, analisamos as caractersticas

    dos animais e como so e quais os objetivos de pesquisas sobre os mesmos. Dividimos esta

    pesquisa em dois captulos.

    No primeiro capitulo foi feito um levantamento sobre a classe Amphibia e

    descrevemos as caractersticas morfolgicas e fisiolgicas dos anuros, alm de sua histria

    natural.

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  • Baseado em Storer (2003) destaca-se ainda neste captulo a importncia dos anuros no

    equilbrio ecolgico e para o homem de modo geral, j que produtos de algumas espcies so

    utilizados na indstria farmacutica, no vesturio e na alimentao.

    O segundo captulo aborda os principais aspectos da histria natural dos anuros que

    normalmente so pesquisados como: vocalizao, ocupao territorial, reproduo, dieta e

    outros. Em seguida so apresentadas as famlias de anuros presentes na Amrica do Sul. Aps

    esta parte, descrevemos os principais mtodos, objetivos e materiais utilizados nas pesquisas

    com anuros.

    Os principais referenciais tericos utilizados foram Bastos (2003), Haddad (1991),

    Cardoso (1986), Wells (1977), Lima (2002), Silva (2004), Bueno (2001) e Storer (2003).

    Importncia dos anuros

    Os anuros pertencem classe dos anfbios e, so elementos importantssimos nas

    cadeias e teias ecolgicas. Esta importncia deve-se, principalmente, pelo fato de que eles

    agem como controladores de insetos e outros vertebrados atuando como presas ou predadores.

    Alm do mais, eles so indicadores biolgicos e ambientais, pois necessitam de um

    ecossistema equilibrado para a sua sobrevivncia Stebbins e Cohen, (1995).

    No entanto, nas ltimas dcadas tem ocorrido a reduo e o desaparecimento de

    algumas espcies, tanto de anuros como de salamandras, no Brasil e em todo o mundo. Como

    estes animais so sensveis a mudanas ambientais, sua reduo pode ser analisada como

    decorrncia da ao nociva do homem no meio ambiente Stebbins e Cohen, (1995).

    Os anfbios so largamente utilizados na indstria farmacutica, na moda e para o

    consumo de carne. Ultimamente a ranicultura apresenta-se como uma alternativa alimentar.

    Pelo exposto, percebe-se a grande importncia destes animais. Este estudo dar

    destaque aos anuros, tornando-se importante caracterizar a classe Amphibia.

    Classe Anfibia

    Os anfbios (anfi=dupla; bios=vida) so animais que, tm uma parte do seu ciclo de

    vida na gua, sob forma de larvas, transformando-se posteriormente em indivduos adultos

    terrestres (Storer, 2003).

    Os anfbios foram os primeiros vertebrados a conquistar o ambiente terrestre. Do

    ponto de vista evolutivo constituem um grupo situado entre os peixes e os rpteis. Apesar de

    muitas espcies poderem viver fora do ambiente aqutico, os anfbios sempre apresentam

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  • grande dependncia da gua, pelo menos durante a fase reprodutiva. Seus ovos, desprovidos

    de casca, necessitam de umidade constante (Storer, 2003).

    Os filhotes, ao nascerem, vivem na gua, onde respiram atravs de brnquias e, com

    seu desenvolvimento, passam para a terra, onde respiram por pulmes. So vertebrados,

    ectotrmicos, com pele mida, permevel e rica em glndulas; apresentam respirao

    pulmonar, cutnea ou branquial (Storer, 2003).

    No ciclo de vida da grande maioria das espcies, observam-se duas fases: a larval, que

    representada pelos girinos (estes so aquticos) e a terrestre, que representada pelos

    adultos. Nem todos os anfbios tm essa vida dupla, em algumas espcies, do ovo j eclodem

    juvenis, inexistindo a fase aqutica dos girinos (Storer, 2003).

    A temperatura do corpo desses animais no constante, variando conforme a

    temperatura do ambiente. Sua pele quase sempre mido o que causa a sensao de serem

    gelados e pegajosos. Essa umidade importante para que eles possam realizar respirao

    cutnea, alm da pulmonar. A pele nua, no possuindo escamas, plos ou penas. Assim, eles

    so muito suscetveis perda de gua. Por isso, uma grande maioria das espcies possui

    hbitos noturnos (Storer, 2003).

    Fonte: < www.curlygirl.no.sapo.pt/anfbios> acesso em 04/05/2007.

    3

  • Figura 1: metamorfose de anfbios anuros

    CLASSIFICAO DOS ANFBIOS

    A classe Amphibia possui trs ordens: sapos, rs e pererecas (ordem anura, caudata e

    gymnophiona):

    Quadro 1: Classe Amphibia

    Ordem Caractersticas Distribuio Representantes

    Anura

    No possui cauda

    na fase adulta.

    Possui dois pares

    de patas.

    Predominantemente

    tropical.

    Sapos, rs e

    pererecas.

    Caudata

    Possuem cauda.

    Em geral possuem

    dois pares de patas

    na fase adulta,

    porm estas

    podem ser

    reduzidas

    dependendo do

    hbito de vida do

    animal.

    Predominantemente em

    zona temperada e

    setentrional.

    Salamandras e

    trites

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  • Gymnophiona

    Apresenta corpo

    vermiforme.

    Possuem um par

    de tentculos entre

    os olhos e as

    narinas.

    Distribuio tropical e

    meridional.

    cobras-cegas

    Fonte: Storer, 2003

    Classificao dos Anuros

    De acordo com Storer (2003), os anuros so distinguidos em trs categorias de animais

    levando em considerao seu aspecto esterno, so eles:

    a) Sapos: Englobam as vrias espcies de animais de hbitos mais terrestres.

    Geralmente apresentam a pele rugosa com muitas glndulas de veneno no dorso, destacando-

    se as paratides, localizadas atrs do olho. Os membros so curtos e a locomoo lenta,

    quase sempre a pequenos saltos (Storer, 2003).

    b) Rs: so anuros mais aquticos, com pele brilhante, lisa e mida corcunda dorsal,

    patas fortes, dedos longos e livres. Possuem glndulas excretoras de substncias txicas.

    Algumas espcies so comestveis e com mercado consumidor crescente a cada dia, sem

    contar com a crescente utilizao de sua pele para confeco de bolsa, roupas e sapatos

    (Storer, 2003).

    Fonte: . Acesso em: 14 /05/ 2007.

    Figura 2: Leptodactylus ocellatus - R-manteiga

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  • c) Pererecas: So dotadas de discos adesivos nas pontas dos dedos, que lhes conferem a

    capacidade de subir na vegetao e em paredes. Possuem pele lisa e mida e locomovem-se

    rapidamente atravs de saltos. So pequenas mais coloridas que sapos e rs.

    Fonte: . Acesso em: 14/05/ 2007. Figura 3 - Dendropsophus nanus Perereca Estrutura dos Anuros

    Para caracterizar a estrutura de um anuro utilizamos o estudo da r feito por Storer

    (2003).

    A r possui pele mole, lisa e mida. Sua cabea apresenta uma boca ampla, narinas

    pequenas e amplos olhos esfricos. Atrs de cada olho existe a membrana timpnica, uma

    plpebra superior carnosa e opaca e uma inferior menor. Na extremidade posterior do corpo

    existe a cloaca, por onde so eliminados os restos no digeridos a urina e os gametas. No meio

    do corpo existe uma corcunda sacral por onde a cintura plvica se articula com o sacro. Existe

    uma pata anterior e outra posterior (Storer, 2003).

    Tegumento

    A pele glandular altamente vascularizada, glndulas mucosas secretam um fluido

    que mantm a pele mida. As glndulas de veneno produzem uma secreo espessa,

    esbranquiada, granulosa e alcalide podendo proteger o animal de predadores. A colorao

    dos anfbios pode ser crtica ou viva bem colorida (Storer, 2003).

    Esqueleto e msculos

    O crnio largo e achatado, a caixa craniana estreita. As rbitas so grandes. A

    coluna vertebral consiste de nove vrtebras e de um delgado urstilo de vrtebras fundidas em

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  • forma de bastonetes. curta com poucos segmentos e pouco flexvel. No existem costelas. A

    cintura peitoral liga-se s vrtebras por msculos e a cintura plvica liga os membros

    posteriores coluna vertebral e, na locomoo, transmite um impulso dos membros

    posteriores ao corpo (Storer, 2003).

    Sistema digestrio

    O alimento lubrificado por um muco secretado na boca e passa atravs da faringe e

    do esfago para entrar no estmago, onde as proteases as lipases, e as maltases entre outras

    atuaro no processo digestivo. Alguma absoro do alimento pode ocorrer no estmago,

    porm a absoro destes se d no intestino delgado. Restos no digeridos so lentamente

    deslocados por movimentos peristlticos para o intestino grosso onde formaro as fezes, e que

    sero eliminadas pela abertura cloacal (Storer, 2003).

    Sistema circulatrio

    O corao dos girinos semelhante aos dos peixes, com um trio e um ventrculo.

    Aps a metamorfose deste animal o corao desenvolve-se e formam-se trs cmaras: um

    ventrculo e duas aurculas (direita e esquerda) as aurculas so separadas por um septo

    interauricular. O percurso da circulao comporta-se da seguinte maneira:

    O sangue acumula-se no seio venoso que, contraindo-se, empurra-o para a aurcula

    direita. O sangue que vem dos pulmes passa aurcula esquerda. As duas aurculas se

    contraem e empurram o sangue para o ventrculo. Quando este se contrai o sangue

    bombeado para o cone arterioso onde ocorre a mistura parcial de sangue venoso e arterial. A

    partir da o sangue tem trs destinos por intermdio de trs grandes vasos. O cartido (sangue

    mais oxigenado, destina-se para a cabea) o sistmico (destina-se para o corpo e vsceras) e o

    pulmocutneo (sangue menos oxigenado destina-se para pele e pulmes) (Storer, 2003).

    Aparelho respiratrio

    Os rgos respiratrios so os pulmes, a pele e a mucosa da cavidade bucal. Todos

    tm superfcies midas situadas imediatamente sobre vasos sanguneos. O oxignio do ar se

    dissolve na umidade superficial e difunde-se para dentro at a corrente sangunea, j o dixido

    de carbono vai em direo oposta. Os pulmes so dois sacos elsticos e finos com dobras

    internas pouco elevadas que aumentam sua superfcie interna e formam muitas cmaras

    pequenas ou alvolos. Cada pulmo liga-se por um brnquio curto a laringe. Durante o

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  • processo respiratrio a maior parte da absoro do oxignio feita pelo pulmo e a maior

    parte da liberao do gs carbnico feita pela pele. Os girinos respiram por brnquias.

    A laringe reforada por cartilagens e contm duas faixas elsticas, as cordas vocais.

    Quando o ar expulso dos pulmes as cordas vibram e produzem o coaxar (Storer, 2003).

    Aparelho excretor

    Os rins situam-se dorsalmente ao celoma e peritnio. So filtros seletivos que retiram

    resduos orgnicos solveis (uria) excesso de sais minerais e gua retirada das clulas e

    lquidos do corpo pelo sangue.

    Cada rim um corpo compacto com cerca de 2000 corpsculos renais, ou nfrons,

    reduzidos por um tecido conjuntivo. A urina coletada pelos rins passa pelos ureteres at a

    cloaca onde eliminada, ou pode ser armazenada pela bexiga temporariamente (Storer, 2003).

    Sistema nervoso e rgos dos sentidos

    Os hemisfrios cerebrais so reas de memria e inteligncia do controle voluntrio

    em animais superiores, mas nos anuros suas funes so menos claras.O diencfalo contm

    importantes centros reguladores. Os lobos pticos integram informaes sensitivas do olho. O

    bulbo dirige a maioria das atividades do corpo. Os tmpanos recebem ondas sonoras do ar ou

    da gua. Os grandes lobos olfativos indicam um olfato bem desenvolvido (Storer, 2003).

    Sistema endcrino

    O lobo anterior da hipfise nas larvas e nos jovens secreta um hormnio estimulador

    do crescimento. Nas rs adultas o lobo anterior secreta um hormnio estimulador das gnadas

    responsveis pela liberao dos vulos ou espermatozides pelos rgos reprodutivos. O lobo

    intermedirio produz um hormnio cromatforo que provoca o escurecimento da pele, e o

    lobo posterior produz provavelmente um hormnio regulador da absoro de gua e

    eliminao da mesma. A tireide regula o metabolismo geral e importante na metamorfose

    dos anfbios (Storer, 2003).

    Aparelho reprodutor

    Os ovrios prendem-se dorsalmente ao celoma perto dos rins. Estes so irrigados por

    artrias que trazem substncias necessrias ao crescimento dos ovos. De cada lado da linha

    mediana dorsal do celoma encontra-se um oviduto enovelado, sua extremidade anterior abre-

    se por um funil ciliado e a posterior desemboca dorsalmente na cloaca.

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  • No perodo reprodutivo os vulos tornam-se maduros por estmulo de um hormnio

    produzido pela glndula pituitria. Os folculos se rompem e os mesmos caem no celoma

    onde so movidos para frente pela ao dos clios do peritnio e entram nos funis do oviduto.

    Os ovos podem acumular na parte posterior dilatada do tero antes de serem postos.

    Os testculos prendem-se perto dos rins, cada testculo contm uma massa de tbulos

    seminferos onde so produzidos os gametas. Estes quando maduros caem nos ductos

    eferentes passando pelo ureter sendo armazenadas na vescula seminal (em algumas espcies).

    No acasalamento so eliminados atravs da cloaca (Storer, 2003).

    Distribuio

    Os anuros vivem principalmente na gua ou em lugares midos, nunca no mar. So

    comuns nas regies temperadas midas, mas a maioria tropical. Eles so os vertebrados

    terrestres mais abundantes em muitas florestas tropicais. Alguns sapos e pererecas vivem nos

    desertos onde se escondem em buracos na terra durante perodos secos e so noturnos.

    Algumas rs e pererecas so parcialmente ou completamente arbcolas (Storer, 2003).

    Locomoo

    Os anuros utilizam o salto como um mtodo para a fuga rpida. As modificaes

    estruturais para o salto esto no corpo compacto e nas pernas posteriores alongadas que

    constituem um sistema de alavancas com cinco articulaes com as articulaes iliossacral

    tarsometarsal (Storer 2003).

    Atividades estacionais

    Os anuros precisam evitar temperaturas extremas e a seca devido ao fato de no

    possurem mecanismos de regulao da temperatura do corpo e poderem perder facilmente

    gua atravs de sua pele (Storer, 2003).

    Os anuros resistem dessecao por meios comportamentais, estruturais e

    fisiolgicos. Quanto estrutura, alm da respirao cutnea, algumas espcies terrestres

    possuem uma camada de mucopolissacardeo cido na derme que resiste a perda de gua

    (Storer, 2003).

    Os principais mecanismos fisiolgicos so: liberao de hormnios da hipfise

    (arginina-vasotoxina) que tem efeito diurtico, aumento da reteno de uria, elevando as

    osmolaridade dos tecidos e aumento da tolerncia a perda de gua (Storer, 2003).

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  • Os ajustamentos comportamentais so: reduo da superfcie exposta do corpo;

    retirada para lugares midos como fendas, madeira em decomposio ou toca de animais;

    cavando a terra e permanecendo inativos durante o tempo seco (Storer2003).

    Predadores

    Apesar de alguns sapos possurem secrees urticantes em suas verrugas, eles ainda

    encontram alguns predadores como algumas serpentes. As glndulas de veneno geralmente

    concentram-se onde so mais eficazes na defesa do animal. Os inimigos naturais dos girinos

    vm pelo ar (aves), terra (mamferos) e gua (rpteis, peixes e invertebrados).As larvas dos

    anfbios so caadas por grandes percevejos aquticos, besouros, ninfas de liblulas, peixes,

    cobras, aves e anfbio adultos.Os principais predadores dos anuros so:

    Espcie de tartaruga de gua doce que possui grande capacidade de capturar girinos.

    Fonte: .

    Acesso em: 4 /04/.2007. Figura 4-Cgado (Hidromedusa tectifera):

    Alimenta-se de girinos, especialmente quando eles esto bem desenvolvidos, prestes a

    deixar a vida aqutica, ou seja, quase completando a metamorfose.

    Fonte: http:/www.ra-bugio.org.br/projetosrealizados.php>.

    Acesso em: 04/04/ 2007.

    Figura 5-Cobra-da-gua (Helicops carinicaudus)

    10

  • Faz a predao da Perereca-araponga (Hypsiboas albomarginatus)

    Fonte: .

    Acesso em: 4 abr.2007. Figura 6-Surucu-de-peito-azul (Trogon surrucura)

    Alguns mamferos incluem anfbios em sua dieta, embora ele aprecie mais as aves.

    Fonte: . Acesso em 04/04/2007.

    Figura 7- Gato-do-mato-maracaj (Felis wiedii)

    Migrao Muitas rs migram regularmente distncias considerveis at a gua para reproduzir-se

    e depois voltam para a terra (Storer 2003).

    Vocalizao e audio

    As cordas vocais da laringe de rs e sapos servem para produzir os familiares

    chamados, distintos para cada espcie aproximam os sexos para o acasalamento. Os chamados

    so emitidos pelo macho. Algumas espcies tm bolsa de ressonncia na garganta, que

    amplificam os sons (Storer, 2003).

    O sistema auditivo possui dois canais: um para freqncias baixa (menos do que 1

    KHZ) e o outro para freqncias altas (maiores que 1 KHz. As vocalizaes de uma dada

    espcie contm uma grande quantidade de energia na faixa das freqncias mais altas. Uma

    11

  • capacidade para diminuir a percepo dos sons do ambiente pode ajudar a melhorar o

    reconhecimento das vocalizaes durante os corais da reproduo (Storer 2003).

    Alimento

    Os anuros adultos alimentam-se de insetos vermes e pequenos moluscos. Os sapos

    (Bufo) no possuem dentes. Assim, a maioria captura sua presa pela repentina protao da

    parte posterior da lngua viscosa. Os girinos alimentam-se principalmente de algas e de

    microorganismos suspensos na gua, que so capturados com filamentos da mucosa,

    produzido por um mecanismo filtrador na faringe (Storer, 2003).

    A importncia do Estudo sobre anuros

    Os anuros, assim como os demais anfbios, so importantes elos nas cadeias

    alimentares dos ecossistemas exercendo os seguintes papis:

    Seus ovos e girinos servem de alimentos a peixes, aves e uma infinidade de outros

    seres aquticos. Os jovens e adultos entram na composio da dieta de muitas cobras,

    lagartos, aves, mamferos, peixes e outros anfbios.

    A maioria dos girinos vegetariana, alimentando-se principalmente de algas. J a

    alimentao dos adultos exclusivamente carnvora. As espcies menores se alimentam de

    insetos e outros vertebrados enquanto que espcies de grande porte, como o Sapo Cururu,

    podem ingerir pequenos vertebrados, como cobras, lagartos, ratos, pssaros e at mesmo

    outros anfbios. Devido a estes fatores, estudos de Bastos (2002) Haddad (1991) Well (1977)

    e outros demonstram que ocorre atualmente, uma diminuio ou o desaparecimento de

    algumas populaes de anfbios em vrios locais do mundo.

    Ainda no se sabe ao certo o motivo deste fenmeno, embora existam muitas

    posies. Para estes animais extremamente sensveis as mudanas ambientais, qualquer

    pequena modificao, tanto de ocorrncia natural como pela ao do homem pode ser crucial

    para a sua sobrevivncia (Telles, 2005).

    Deste modo, a devastao da floresta, a introduo de reas para pastagem, o garimpo

    e outras atividade humanas podem estar contribuindo diretamente para a sua diminuio.

    Alm do mais, a poluio do ar e das guas por agentes qumicos e a reduo da camada de

    oznio com o aumento da intensidade dos raios ultravioleta podem ter uma influncia muito

    negativa sobre esses animais (Telles, 2005).

    Como animais ectotrmicos (dependem de fontes externas de calor para a manuteno

    da temperatura corprea), so importantes no fluxo de energia (cadeias trficas) de um

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  • ambiente porque convertem cerca de 90% do que consomem em massa (tecidos corpreos),

    diferentemente dos seres endotrmicos (possuem mecanismos internos para o controle da

    temperatura corprea), que devem apresentar taxas de crescimento muito elevadas, e por isso

    tornam-se timas presas de seres ectotrmicos/endotrmicos maiores (Pough et al; 1996).

    Alm do aspecto ambiental, os anuros destacam-se na indstria e, principalmente na

    alimentao atravs da ranicultura. Em muitos lugares do mundo a carne tenra de certas

    espcies de rs apreciada como alimento. A criao de rs em cativeiro, particularmente da

    espcie americana Rana catesbeiana, tem aumentado bastante nas ltimas dcadas,

    mostrando-se um negcio lucrativo (Telles, 2005).

    O Brasil destaca-se, mundialmente, como um dos grandes produtores de carne e pele

    dessa r (Bezerra, 2001 apud Silva, 2004). Todavia, deve-se ressaltar a importncia de haver

    um controlo rgido sobre os criadouros para evitar que a r-touro possa vir a ocasionar

    problemas para a fauna nativa, caso indivduos adultos escapem acidentalmente e venham a se

    reproduzir na natureza podendo causar grande impacto ambiental sendo uma espcie invasora

    que, geralmente, no apresenta um predador natural.

    Em termos histrico-cientficos os anuros foram muito utilizados nas dcadas de 1950

    e1960, para realizar testes de gravidez. O teste consistia na resposta da fmea de Xenopos, em

    produzir vulos em menos de 24 horas, a pequenas quantidades de hormnio gonadotrofina-

    corinico (coletado na urina) se a mulher estivesse grvida (Silva, 2004).

    O estudo das secrees cutneas destes animais tem demonstrado a existncia de uma

    infinidade de substancias, muitas delas com efeitos farmacolgicos muito interessantes que

    poderiam ser utilizados pelos seres humanos. Por este ponto de vista os anfbios apresentam

    uma enorme riqueza dentro da biodiversidade de nosso planeta que temos a obrigao de

    preservar (Batista, 2001).

    Atualmente os anfbios tm atrado a ateno de grandes laboratrios farmacuticos,

    devido existncia de diversos compostos qumicos em suas peles, como e o caso de diversas

    espcies pertencentes aos gneros Brachycephalus, Dendrobates, Epipedobates,

    Phyllomeduza e Rana (Batista, 2001). As pesquisas tm possibilitado a descoberta de

    substncias que podero atuar, por exemplo, como substituto da morfina, no tratamento do

    mal de Alzheimer e doena de Chagas (Stebbins e Cohen, 1995). Alm disso, as

    possibilidades de novas descobertas de princpios ativos so infinitas, podendo ser

    descobertas substncias que atuariam combatendo o cncer, auxiliando o tratamento de AIDS

    ou sendo analgsicos e antidepressivos.

    13

  • Como os grandes laboratrios farmacuticos esto localizados no hemisfrio norte, o

    Brasil deve preservar a sua anfibiofauna e evitar o trfego ilegal desses animais. Assim,

    evitar-se- que, em futuro no to distante, tenha de se pagar bem caro por medicamentos que

    foram produzidos a partir de substncias existentes na biodiversidade nacional, como j

    ocorre com alguns medicamentos em que o princpio ativo derivado de espcies vegetais

    nativas do territrio nacional (Batista, 2001).

    Nas ltimas duas dcadas um grupo de pesquisadores do Laboratrio de Biologia

    Celular do Instituto Butant vem se dedicando ao estudo dos anfbios. Alm de realizarem

    trabalhos sobre a histria natural de vrias espcies, eles estudam caractersticas morfolgicas

    e fisiolgicas, principalmente da pele destes animais, que lhes permite adaptar-se aos diversos

    ambientes em que vivem. Ainda, oferecem todos os anos cursos bsicos e de extenso cultural

    sobre esses animais, de modo que podendo conhec-los melhor, todos possam respeit-los e

    apreci-los como parte da riqueza que compe a nossa fauna (Butant, 2006).

    Neste captulo, fizemos uma anlise das caractersticas dos anfbios destacando a

    Ordem dos Anuros atravs da descrio morfolgica de uma r. O objetivo de tal explanao

    oferecer os detalhes sobre os animais objetos desta pesquisa.

    Os Estudos Atuais sobre os Anuros

    Os estudos sobre anuros tendem a abordar os aspectos naturalsticos dos mesmos. Os

    aspectos ecolgicos analisados surgiram da visualizao de modelos a partir da reunio de

    dados sobre a biologia descritiva e comportamental das espcies. Segundo Haddad (1991), os

    estudos de sistemtica e histria natural so bsicos para descrio adequada das

    comunidades.

    A partir da dcada de 70, autores como: Wells (1997), Jin (1980); Cardoso et al

    (1989); Haddad (1991); Pombal (1995) e Castanho (2000) tm realizado pesquisas

    naturalstica sobre anuros na regio neotropical, que exerceram grande influncia nos

    trabalhos desenvolvidos pelo Instituto de Cincias Biolgicas da Universidade Federal de

    Gois. So analisadas pesquisas sobre: vocalizao, reproduo territorialidade, alimentao,

    entre outros, que sero enfocados a seguir.

    14

  • Aspectos Analisados nas Pesquisas sobre os Anuros

    a) Vocalizao

    Os estudos sobre a comunicao sonora entre os anuros foram iniciados h cerca de

    trs dcadas e os dados acumulados demonstram a importncia das vocalizaes em sua

    biologia reprodutiva, bem como no comportamento social, como meio de reconhecimento

    especfico para atrao sexual e manuteno de territrio (Cardoso, 1986; Haddad, 1991).

    Na regio Neotropical, estudos sobre as caractersticas fsicas das vocalizaes de

    anfbios anuros foram desenvolvidos inicialmente sob o ponto de vista taxonmico, sendo de

    extrema importncia at os dias atuais para esclarecimentos sistemticos e, recentemente,

    tambm do ponto de vista funcional em populaes e em comunidades (Cardoso, 1986).

    Os sinais sonoros dos anuros so um excelente padro comportamental para estudos

    comparativos. Cantos de algumas espcies simptricas podem ser bastante similares, exceto

    para determinados caracteres, como os parmetros temporais (Cardoso, 1986).

    Comunidades de anuros tropicais mostram uma grande diversidade e o relacionamento

    ecolgico e filogentico entre e dentro de grupos taxonmicos ainda no esto claros. Estudos

    comparativos das vocalizaes de anncio, baseados em parmetros quantitativos e

    qualitativos, podem, at certo ponto, prover informaes sobre o relacionamento filogentico

    e ecolgico de grupos particulares, representando um timo caminho para revelar as

    diferenas e afinidades (Mrquez et. al, 1993).

    Fonte: . Acesso em: 04/04/2007.

    Figura 8- Macho da r-flautinha (Aplastodiscus albosignatus) vocalizando

    15

  • As vocalizaes dos anuros mais familiares so aquelas usualmente referidas como

    cantos nupciais ou de anncio que servem para atrair a fmea e anunciar a ocupao do

    territrio para outros machos. Assim, os cantos de anncio, para funcionar efetivamente a

    longas distncias, devem ser adaptados a transmitir a identidade especfica, o sexo e a

    localizao do indivduo vocalizante (Santos, 2004).

    As distribuies espaciais e temporais dos anuros so importantes aspectos para o

    modo de vida dos indivduos e devem ter evoludo de modo a minimizar interferncias entre

    as diversas espcies que coexistem em uma determinada localidade (Cardoso, 1986).

    A relao entre o tipo de ambiente ocupado e o tipo de organizao social durante a

    formao de agregados para a reproduo, provavelmente, indica a importncia de tticas

    comportamentais para a reproduo dos anuros, em termos de ocupao de stios de cantos

    diversificados, caractersticas fsicas das vocalizaes e de locais para postura dos ovos. Em

    geral, espcies de matas de encostas no apresentam grandes agregaes para a reproduo,

    ao passo que espcies de reas abertas congregam-se em altas densidades durante a estao

    reprodutiva (Cardoso, 1986).

    A territorialidade em anuros era praticamente desconhecida at o incio da dcada de

    50, porm nas ltimas dcadas o comportamento territorial foi observado em diversas

    espcies. Wells (1977) sugere que a territorialidade surgiu devido intensa competio entre

    machos por amplexos, sendo mais intensas em espcies de reproduo prolongada, nas quais

    as fmeas chegam de forma assincrnica e imprecisa.

    Na poca reprodutiva de muitas espcies de anuros, centenas de indivduos agregam-

    se em determinadas reas noite, formando coros, nos quais os machos vocalizam para

    atrao de fmeas para o acasalamento. Fmeas, atradas pelos machos cantores, fazem a

    escolha, formando o casal. O macho, geralmente menor, a abraa.

    O abrao nupcial recebe o nome de amplexo, que pode durar 40 minutos ou at 90 dias

    conforme a espcie. O casal, em amplexo, procura um bom lugar para depositar a desova. O

    reconhecimento da vocalizao dos sapos geralmente a maneira segura e instantnea de se

    determinar espcie (Alcntara, 2001).

    16

  • Fonte: . Acesso em: 04 /04/2007.

    Figura 9- perereca transportando ovos (Flectonotus fissilis),na Mata Atlntica

    Os anuros apresentam vrios padres reprodutivos, podendo desovar no interior dos

    corpos d gua, em gua corrente ou parada, sobre vegetao, em ninhos semelhantes

    espuma, no cho da floresta, em folhas e at mesmo abrigando ovos na cavidade dorsal

    (Alcntara, 2001).

    Em agregados reprodutivos o comportamento de um macho vocalizante pode ser

    dependente da atividade de um macho vizinho, de maneira que os indivduos presentes no

    coro desenvolvem diferentes mecanismos para evitar a interferncia acstica (Bastos e

    Haddad, 1995).

    Assim, o sucesso reprodutivo de machos de reproduo prolongada provavelmente

    depende de sua capacidade de atrair fmeas para seu sitio de campo e evitar a interferncia de

    outro macho, fazendo com que o comportamento territorial nessas espcies seja mais aguado

    (Bastos, 2003).

    Alm disso, a densidade de indivduos distribudos em uma rea e a estrutura da

    vegetao pode influenciar a distncia para um indivduo mais prximo, fator este que est

    relacionado com a seleo sexual.

    17

  • Fonte:. Acesso em: 19/05/ 2007.

    Figura 10- abrao nupcial amplexo (Bufo schneideri)Tanto o aspecto dos ovos, como o arranjo que eles apresentam aps a postura variam

    muito, dependendo da espcie considerada. Os ovos podem formar um cordo gelatinoso, e

    aderir-se a plantas, pedras, ou folhas enroladas, ou podem ficar protegidos dentro de um ninho

    de espuma. Com a ecloso dos ovos, nascem os girinos, que representam a primeira fase da

    vida dos anuros, conhecida como fase larval.

    Fonte: .

    Acesso em: 4 abr. 2007. Figura 11: Desova da Filomedusa (Phillomedusa distincta), localizada na

    Mata Atlntica exposta pela ao das chuvas. A temperatura do ar, as precipitaes pluviomtricas e a luminosidade da Lua parecem

    afetar a atividade reprodutiva dos anuros. Quando a temperatura do ar est baixa o nmero de

    anuros em atividade diminui, o mesmo ocorrendo quando a lua est cheia e luminosa.

    Tambm as precipitaes pluviomtricas irregulares e o vento fazem com que os anuros

    diminuam as suas atividades

    18

  • Fonte: .

    Acesso em: 4 abr. 2007.

    Figura 12: Casal de Sapo-martelo (Hipsiboas faber) em amplexo na regio da Mata Atlntica.

    Quando as precipitaes pluviomtricas so escassas, o ambiente torna-se

    desfavorvel reproduo, j que a grande maioria dos anuros necessita de gua para a

    procriao.

    O vento excessivo tambm atrapalha a reproduo porque dispersa a vocalizao que

    usada para a demarcao de territrio e atrao da fmea, alm do que resseca a pele do anuro

    prejudicando a sua hidratao. J o excesso de luminosidade coloca em perigo a exposio do

    anuro em relao aos predadores (Haddad, 1991), Lima (2002), Silva (2004).

    Wells, (1987.), dividiu os padres temporais de reproduo dos anuros em dois grupos

    bem distintos: reproduo explosiva ou estao reprodutiva curta; e reproduo prolongada ou

    estao reprodutiva prolongada.

    Na reproduo explosiva h grande competio entre os machos, que se apresentam

    tremendamente ativos procurando as fmeas que se concentram espacial e temporalmente em

    grandes grupos que chegam juntos ao local da assemblia.

    Na reproduo prolongada a chegada das fmeas imprevisvel, inviabilizando a

    procura ativa dos machos, os quais ficam em um determinado territrio vocalizando e so

    escolhidos pelas fmeas, que comparam as suas caractersticas antes do acasalamento.

    Este ltimo padro apresentado pela maioria das espcies de anuros, quando na

    poca da reproduo, os machos de muitas espcies congregam-se em determinadas reas

    defendendo locais de vocalizao, formando territrios com a finalidade de atrair as fmeas

    que vo chegando algumas horas aps (Lima, 2002).

    A metamorfose dos anuros marca a transio da vida aqutica para terrestre. Na

    primeira fase, os girinos aumentam de tamanho com pouca alterao na forma. Na etapa

    19

  • seguinte, as patas posteriores aparecem enquanto o corpo continua crescendo em ritmo menos

    acelerado. Logo depois, as patas anteriores emergem e a cauda regride.

    As principais alteraes que viabilizam a mudana de habitat so: a formao das

    glndulas drmicas; a degenerao dos msculos da cauda e o crescimento dos msculos das

    patas; a degenerao das brnquias e o desenvolvimento dos pulmes e do corao; a

    calcificao do esqueleto; a reestruturao da boca e do intestino, transformando assim, um

    organismo herbvoro em carnvoro; a capacidade de enxergar fora da gua e a formao de

    membrana lubrificadora do olho.

    Quando a metamorfose chega ao fim, os anuros ainda so pequenos, mas j tm o

    aspecto de um adulto. O tempo necessrio para toda essa transformao varia e so mais

    rpidas as fases em que o indivduo estaria mais sujeito predao. Completada a

    metamorfose, o jovem animal deixa o meio lquido e leva alguns anos para atingir a

    maturidade sexual e suas dimenses mximas (IBAMA-RAN, 2006).

    Observemos a metamorfose de uma r, desde a fecundao dos ovos, passando pelas

    fases de desenvolvimento embrionrio (no alto) e desenvolvimento de larva ( direita), com a

    ecloso do girino, que se completa com o desenvolvimento dos membros e reabsoro da

    cauda (embaixo direita), transformando-o em uma pequena r. A menor tem 1 ms e a

    maior 3 anos. O ciclo de vida do sapo semelhante, exceto quanto ao tamanho do girino, que

    menor, e a desova, que realizada em forma de cordo (Storer, 2003).

    Os adultos possuem lnguas pegajosas altamente especializadas, que podem ser

    arremessadas para capturar a presa e transport-la at a boca. So preferencialmente

    carnvoros e no se alimentam de presas mortas. Curiosamente, uma espcie de Hyla se

    alimenta de frutinhas. So carnvoros e se alimentam principalmente de insetos, aranhas,

    minhocas, pequenas larvas, etc. Os girinos podem ser:

    Filtradores de partculas em suspenso: ingerindo algas, protozorios, bactrias,

    partculas de plantas;

    Raspadores de substrato: possuem bicos crneos e dentes labiais utilizados para raspar

    plantas aquticas e algas do substrato para depois filtr-las;

    Carnvoros: tambm possuem bico crneo e dentculos labiais, consomem matria

    animal, viva ou morta (Storer, 2003).

    20

  • O sapo aproxima-se at uma

    distncia onde a lngua alcana o

    inseto;

    Ele lana a lngua sobre o inseto,

    que fica grudado nela;

    Ento, ele recolhe a lngua com o

    inseto grudado, fecha a boca e o

    engole.

    Fonte: . Acesso em: 4 abr. 2007.Figura 13: Anuro se alimentando

    FAMLIAS DE ANUROS DA AMRICA DO SUL

    Segundo (Bastos et al 2003), a ordem anura possui 18 famlias, das quais onze esto

    presentes na Amrica do Sul, a saber:

    FAMLIA LEPTODACTYLIDAE muito pequenos a muito grandes (de 20 a 215mm); anuros sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; cartilagem intercalar ausente;

    dentes presentes; cintura peitoral arcfera; regio tropical das Amricas, ndias Ocidentais,

    Austrlia, Nova Guin, e Tasmnia; aproximadamente 43 gneros.

    FAMLIA BUFONIDAE muito, pequenos a muito grandes (de 30 a 200mm); anuros corpulentos sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; glndulas partidas

    presentes; dentes ausentes; lngua livre na parte posterior; pupilas horizontais; cintura

    peitoral arcfera; regies tropicais temperadas do mundo possui cinco gneros.

    21

  • FAMLIA RHINODERMATIDAE pequenos (30mm); anuros sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; focinho alongado; saco vocal do macho bastante grande para

    abrigar as larvas; cintura peitoral firmisterna; um gnero e uma espcie, (alguns incluem

    na famlia DENDROBATIDAE).

    FAMLIA DENDROBATIDAE muito pequenos a pequenos (12 a 50mm); sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; dentes presentes ou ausentes; um par de escudos

    drmicos achatados nas extremidades dos dedos; pele com numeras glndulas de veneno;

    cintura peitoral parcial ou completamente firmisterna; nove gneros.

    FAMLIA ATELOPIDAE pequenos (at 50mm); sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; dedos sem discos ou escudos drmicos; pele com numerosas

    glndulas de veneno; cintura peitoral firmisterna; um gnero.

    FAMLIA PIPIDAE (sapos-pipa) tamanho pequeno a moderado (50 a 200 mm); com costelas sseas (livres na fase larvais e fundidas aos processos transversos nos adultos);

    vrtebras opistoclicas; sem lngua cintura peitoral firmisterna ou parcialmente arcfera,

    cinco gneros.

    FAMLIA HYLIDAE (Pererecas) pequenas ou de tamanho mdio (25 a 115mm); anuros delgados com membros longos; sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas;

    cartilagem intercalar presente; dentes geralmente presentes; artelhos com almofadas

    adesivas nas extremidades, pupilas verticais, horizontais ou triangulares; cintura peitoral

    arcfera; distribuio bastante ampla nas regies tropicais e temperadas, xito na regio

    Indo-malaia; aproximadamente 27 gneros.

    FAMLIA CENTROLENIDAE pequenos (20 a 60mm); semelhantes aos hildeos sem costelas ossificas; vrtebras proclicas; ossos do tarso fundidos numa s estrutura; cintura

    peitoral arcfera; trs gneros.

    FAMLIA PSEUDIDAE pequenos (50 a 55mm) sem costelas ossificadas livres; vrtebras proclicas; com uma falange adicional; polegar oponvel; larvas

    desproporcionalmente grandes em comparao com os adultos; cintura peitoral arcfera;

    um gnero.

    FAMLIA RANIDAE (rs verdadeiras) variam de muito pequenas a muito grandes (12 a 250mm) anuros com membros longos, sem costelas ossficas livres; vrtebras de 1 a7

    proclicas e oitava vrtebra anficlica; sem cartilagem intercalar; lngua livre na parte

    posterior; maxilares presentes; etiide, geralmente, nico; pupilas horizontais ou

    22

  • verticalmente ovais; cintura peitoral firmisterna; membros posteriores geralmente com

    palmouras praticamente cosmopolitas; aproximadamente 32 gneros.

    FAMLIA MICROHYLIDAE pequenos (8 a 100mm); sem costelas ossificadas livres; vrtebras de uma sete proclicas; oitava vrtebra anficlicas cartilagem intercalar ausente;

    etmide par; dentes presentes ou ausentes; pupilas geralmente horizontais cintura peitoral

    firmisterna.

    PRINCIPAIS OBJETIVOS DE PESQUISAS SOBRE ANUROS

    Os objetivos das pesquisas com anuros, de modo geral, levam em considerao que

    transformaes ambientais podem levar perda da diversidade biolgica existente em

    determinado local pela perda de espcies e reduo do tamanho das populaes.

    Muito j foi comentado sobre a importncia da diversidade. Assim, entender os

    padres e processos que a determina so essenciais, j que esta compreenso o primeiro

    passo para o uso sustentvel da prpria diversidade (Lingnau, 2003).

    Como so poucos os estudos sobre os fatores que determinam a distribuio de anuros

    dentro de uma rea, os estudos realizados indicam que a presena dos fatores biticos e

    abiticos podem influenciar a dinmica e a estrutura das espcies de anuros. Esses fatores, por

    sua vez, podem ter efeitos diretos ou indiretos sobre a biodiversidade local (Haddad, 1991).

    Assim, das pesquisas analisadas retiramos os seguintes objetivos:

    Avaliar a influncia dos fatores abiticos granulometria, topografia sobre a estrutura das comunidades de anuros adultos;

    Avaliar a influncia de fatores biticos estrutura e composio da vegetao e disponibilidade de insetos sobre a estrutura da comunidade de anuros adultos;

    Avaliar se fatores abiticos influenciam a distribuio das larvas de anuros; Estabelecer relao entre fatores abiticos e biticos com a distribuio e estrutura da

    populao dos anuros;

    Descrever vocalizaes, reproduo, alimentao, ocupao territorial dos anuros adultos.

    23

  • METODOLOGIAS DE PESQUISAS

    Pesquisar uma comunidade de anuros exige disponibilidade de tempo, rigor e mtodo

    para que as respostas sejam as mais claras possveis. Assim, identificamos os seguintes passos

    nas pesquisas analisadas:

    Escolha do local limitao do espao de coleta e observao de espcies; Anlise dos fatores abiticos no local da pesquisa; Anlise dos fatores biticos no local da pesquisa; Delimitao do tempo de observao; Estabelecimento do inventrio das espcies para amostragem visual e auditiva; Aps a coleta, realizao de identificao especfica e seu respectivo registro; Elaborao de critrios para a interpretao dos resultados obtidos.

    Estes passos iniciais so de extrema importncia para que o pesquisador no se perca

    durante a realizao da pesquisa e siga um roteiro pr-estabelecido. No local da pesquisa e na

    realizao da mesma deve-se observar os seguintes itens:

    Localizao da rea pesquisada; Nmero de indivduos presentes na rea Condies meteorolgicas

    Clima Vento Aspectos do ar Temperatura e umidade do ar Incio do perodo de vocalizao Horrio do ocaso

    Aps a coleta dos dados, os mesmos so analisados estatisticamente com os seguintes

    mtodos:

    ndice de diversidade de Shannon-Wiener; Coeficiente de similaridade de Jaccard; Teste de correlao de Mantel; ndice de similaridade de Morisita-Horn; Anlise de agrupamento pelo mtodo de mdia no ponderada; Coeficiente de correlao de Spearman; Coeficiente de correlao cofentico (r).

    24

  • Como so analisados os fatores biticos e abiticos, verificamos que para realizao

    da pesquisa, so exigidos, no mnimo a, utilizao dos seguintes materiais:

    Gravador porttil; Caderno de campo; Lanterna de luz branca com filtro vermelho; Termmetro de mercrio; Termmetro digital; Paqumetro; Fixadores; Balana; Calculadora; Pluvimetro; Computador.

    Neste captulo observamos que uma pesquisa com anuros prioriza os aspectos de sua

    histria natural: vocalizao, alimentao, reproduo e outros aspectos podem mostrar a

    adaptao das espcies ao local e ,conseqentemente,as condies de vida do local j que

    estes animais necessitam de condies climticas adequadas devido a sua

    fragilidade.Assim,um local onde vivem anuros pode conter uma grande biodiversidade O

    contrrio pode indicar que a ao do homem pode estar causando um desequilbrio

    ecolgico.Vimos que a pesquisa deve ser bem planejada e ser realizada com rigor cientfico.

    CONCLUSO

    Aps o exposto no decorrer deste trabalho, percebemos que a pesquisa com anuros

    exige uma dedicao especial por parte dos pesquisadores, no s no momento em que esto

    sendo realizadas as coletas e observaes, mas tambm no momento de interpretar os

    resultados.

    Aps as anlises realizadas nas teses citadas, notamos uma grande preocupao com

    os efeitos do meio abitico nos processos reprodutivos dos anuros, tal preocupao nos

    remete de imediato no problema de destruio do Cerrado que presenciamos atualmente,

    principalmente atravs das queimadas. Deste modo podemos percebemos que, na natureza

    nada existe isolado.

    Pelo exposto, notamos a questo fundamental das pesquisas: A diminuio de anuros

    em uma comunidade pode ser decorrente da ao predatria do homem nos ecossistemas.

    25

  • Devido grande importncia dos anuros para o homem, j que estes animais

    tornaram-se fonte de riquezas, sendo utilizados como matrias-prima para medicamentos,

    roupas, calados e alimentao, a preocupao que nos chega que a ao do homem possa

    contribuir para a extino destes animais ou de sua biopirataria.

    Gostaramos de destacar que no houve a mnima pretenso de fazer desta pesquisa

    um manual a ser seguido, pois limitamo-nos em descrever os principais mtodos de pesquisa.

    Tambm no foi nossa pretenso julgar o mrito de algum trabalho aqui apresentado e sim

    mostrar um pouco do que feito no Estado de Gois sobre os anuros.

    Ao final desta pesquisa s nos resta concluir que a realizao desta contribuiu muito

    para que refletssemos sobre as responsabilidades que futuros bilogos, temos em nossas

    mos: a responsabilidade com o respeito vida de cada ser deste planeta.

    Acreditamos que esta pesquisa possa ser til para algum que queira conhecer um

    pouco mais sobre estes fascinantes animais ou que deseja, assim como ns aprofundar os

    estudos sobre anuros e tambm desenvolver trabalhos como os descritos nesta pesquisa.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    RESUMO INTRODUAO PRINCIPAIS OBJETIVOS DE PESQUISAS SOBRE ANUROS METODOLOGIAS DE PESQUISAS CONCLUSO