PERCEPÇÃO DE ANUROS

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  • 8/6/2019 PERCEPO DE ANUROS

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    Ate o final do sculo XIX, Rpteis e Anfbioseram classificados em um nico grupo. Existemalgumas caractersticas que fazem com que essesdois grupos de animais guardem uma semelhanarecproca, mas por outro lado, existem diferenasenormes. Atualmente eles so classificados em doisgrupos distintos: os Anfbios que representam o

    primeiro grupo de vertebrados que constiturammembros e isso foi um grande avano na evoluoanimal. Eles possuem em endo-esqueleto, ou seja,um esqueleto interno e tambm membros. OsAnfbios representam o preldio daquilo que vir aconstituir o reino dos animais superiores. Outracaracterstica o fato desses animais passarem oinicio de suas vidas dentro da gua e depoismudarem seu hbito de vida, passando a viver emterra firme. devido a essa caracterstica que elesrecebem esse nome, pois Amphibia significa vidadupla. O fato dos Anfbios mudarem de habitat,saindo da gua e dirigindo-se a terra, faz com quesofram transformaes.

    Nenhum anfbio vive na luz solar direto, no dia

    claro, eles preferem a penumbra ou a luzcrepuscular. Todos eles so muito sensveis scondies atmosfricas, luz intensa e umidadedo ar. Por essa razo, o seu comportamento muitas vezes utilizado para predizer as condiesmeteorolgicas. As anuras so muito sensveis aneblina, sendo consideradas como profetas da

    chuva.

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    Os anuros ou anuras constituem uma ordem deanimais pertencentes classe amphibia, que incluisapos, rs e pererecas. Ainda que se possam

    estabelecer algumas diferenas entre eles, estasdiferenas no so utilizadas pelos cientistas na suaclassificao. O seu nome vem do grego,significando sem cauda ( an-, sem + oura, cauda).

    A maioria dos anuros so caracterizados porlongas patas posteriores, corpo curto, membranasinterdigitais (nos dedos das mos ou dos ps), olhos

    protuberantes e a ausncia de cauda. A maioria dosanuros tem um estilo de vida semi-aqutico, masmove-se facilmente em terra saltando ou escalando.Tipicamente, depositam os seus ovos em poas degua, charcos ou lagos, e as suas larvas chamadasde girinos, tm guelras e desenvolvem-se na gua.Os anuros adultos seguem uma dieta carnvora,constituda principalmente de artrpodes, aneldeose gastrpodes. Os anuros so reconhecveis peloseu chamamento (coacho), que pode ser ouvidodurante a noite ou dia, principalmente durante a suapoca de reproduo e/ou em dias com altaumidade.

    A distribuio de anuros vai desde os trpicosat as regies subrticas, mas as maiorias das

    espcies podem ser encontradas em florestastropicais. Constituindo em mais de 5.000 espciesdescritas, esto entre os grupos dos vertebradosmais diversos. Contudo, populaes de certasespcies de anuros esto em declnio significativo.MORFOLOGIA E FISIOLOGIA

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    A morfologia dos anuros nica entre osanfbios. Comparando com os outros dois grupos deanfbios, salamandras e gimnofionos, os anuros so

    invulgares porque no tm cauda como adultos e assuas pernas so mais apropriadas para saltar doque andar. Sua fisiologia geralmente semelhante dos outros anfbios e difere de outros vertebradosterrestres porque o oxignio pode passar atravs dasua pele altamente permevel. Esta caractersticapermite que os anuros respirem largamente pela

    pele. Porque o oxignio dissolvido num filmeaquoso na pele passa a partir da para o msculo.Tm uma coluna vertebral curta, com menos do

    que dez vrtebras livres, seguidos por ossos dacauda fundidos (urostilo ou cccix), tipicamenteresultando num fentipo sem cauda.

    O tamanho dos anuros vai desde os 10 mm(Brachycephalus didactylus do Brasil eEleutherodactylus iberia de Cuba) at aos 40 cm(Conraua goliath, dos Camares). A pele estpendurada solta no corpo devido falta de tecidoconjuntivo laxo. A textura da pele varia: pode sersuave, rugosa ou aos folhos. Os anuros possuemtrs plpebras: uma transparente para proteger osolhos debaixo de gua, e duas variam de

    translcidas a opacas. Os anuros possuem umtmpano em cada lado da cabea, que estenvolvido na audio e, em algumas espcies, estcoberta de pele. A maioria das rs tm de fatodentes de algum tipo. Pequenos dentes cnicos volta da beira da mandbula, e so chamados dentesmaxilares. Podem tambm ter o que so chamados

    dentes vomerianos no cu da boca. No tm nada

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    que se possa denominar dentes na mandbulainferior, por isso usualmente engolem a sua comidainteira. Os supostos "dentes" so usados

    principalmente para segurar as presas e mant-lasno stio at conseguirem agarr-las bem e empurr-las para baixo com as suas rbitas oculares

    SALTOS

    Os anuros so normalmente reconhecidas como

    saltadores excepcionais, e o melhor saltador detodos os vertebrados. A acelarao do salto pode irat duas vezes a fora da gravidade. H diferenasbrutais entre espcies em termos de capacidade desaltar, mas dentro de uma espcie, a distncia dossaltos aumenta proporcionalmente ao aumento detamanho do corpo, mas a distncia relativa do salto(quantas vezes o salto ultrapassa o comprimento docorpo) diminui.

    A tbia, fbula e tarso fundiram-se num osso fortee nico, tal como o rdio e cbito nos membrosanteriores (que tm que absorver o impacto daaterragem). Os ossos do metatarso tornaram-sealongados para aumentar o tamanho da perna epermitem que empurre o cho durante mais tempo

    durante um salto. O lio foi alongado e forma umaarticulao mvel com o sacro que, em saltadoresespecialistas como os randeos ou hildeos, funcionacomo uma articulao adicional para dar mais foraaos saltos. Este alongamento dos membros resultamna r ser capaz de exercer fora no cho durantemais tempo durante um salto, o que por sua ver

    resulta num salto maior e mais rpido.

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    O sistema muscular foi tambm modificado damesma forma. Os membros posteriores dosancestrais continham pares de msculos que

    atuavam em oposio (um msculo para fletir ojoelho, um msculo diferente para o estender), talcomo visto na maioria dos outros animais compernas. Contudo, quase todos os msculos forammodificados para contribuir para a ao do salto,com apenas um pequeno nmero de msculospermanecendo para levar o membro de volta para a

    posio inicial e manter a postura. Os msculostambm foram aumentados, com os msculosenvolvidos no salto contabilizando mais de 17% damassa total da r.

    Em alguns saltadores extremamente capazes,tais como a Osteopilus septentrionalis, o pico dapotncia exercida durante um salto pode exceder oque um msculo capaz de produzir.

    PELE

    Muitas so capazes de absorver gua eoxignio diretamente atravs da pele, especialmente volta da zona plvica. Contudo a permeabilidade

    da pele pode tambm resultar em perda de gua.Alguns reduzem a perda de gua com uma camadade pele prova de gua. Outras tmcomportamentos adaptados conservao de gua,incluindo atividades noturnas e descansar emposies que conservam gua. Esta posio envolvea r deitar-se com os dedos dos ps e mos

    acomodados debaixo do corpo e queixo,

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    respectivamente, sem nenhum espao entre o corpoe o substrato. Algumas espcies de r tambmdescansam em grupos grandes, tocando a pele de

    uma r vizinha. Isto reduz a quantidade de peleexposta ao ar ou a uma superfcie seca, e por issoreduz a perda de gua. Estas adaptaes apenasreduzem a perda de gua em quantidade suficientepara uma existncia predominantemente arbrea, eno so suficientes para condies ridas.

    O recurso a camuflagem um mecanismo de

    defesa comum. A maioria camufladas so noturnas,o que soma sua capacidade de se esconderem.Algumas tm a capacidade de mudar de cor, masisto normalmente restringido a tons de uma ouduas cores. Por exemplo, a r-arborcola-de-whitevaria em tons de verde e castanho. Caractersticastais como verrugas e dobras de pele so usualmenteencontradas em terrestres, onde uma pele lisa noos conseguiria disfarar efectivamente.Algumas mudam de cor entre a noite e o dia, pois aluz e humidade estimulam as clulas pigmentares ecausam a sua expanso e contraco.

    VENENO

    Muitas possuem toxinas fracas que as tornamdesagradveis ao paladar de predadores potenciais.Por exemplo, todos os sapos possuem glndulas deveneno grandes as glndulas parotides localizadas atrs dos olhos no topo da cabea.Algumas rs, tais como os membros da famlia

    Dendrobatidae, so especialmente txicos. A

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    constituio qumica das toxinas variam de irritantesa alucinognicos, convulsivos, neurotoxinas, evasoconstritores. Muitos predadores adaptaram-se

    para tolerar nveis elevados destes venenos. Outros,incluindo humanos, podem ser severamenteafetados.

    Outras obtm veneno das formigas e outrosartrpodes que comem, tais como Pseudophrynecorroboree e Pseudophryne pengilleyi, podemproduzir um alcalide no derivado da sua dieta.

    Alguns povos nativos da Amrica do Sul extraemveneno dos dendrobatdeos e aplicam-nos aos seusdardos para caar, apesar de poucas espciesserem suficientemente txicas para este objetivo.

    Anteriormente era erroneamente pensado queo veneno era colocado em setas e no em dardos.As rs venenosas tendem a anunciar a suatoxicidade com cores vivas, uma estratgiaadaptativa conhecida por aposematismo. H pelomenos duas espcies de rs no-venenosas daAmrica tropical (Eleutherodactylus gaigeieLithodytes lineatus) que mimetizam a colorao dosdendrobatdeos para proteo (mimetismobatesiano).

    Como as toxinas so extraordinariamente

    diversas, elas atraram a ateno de bioqumicoscomo uma farmcia natural. O alcalideepibatidina, um analgsico 200 vezes mais potenteque a morfina, encontrado em algumas espciesde dendrobatdeos. Outros qumicos isolados dapele de rs podem oferecer resistncia infecopelo VIH. Venenos colocados em setas e dardos

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    esto a ser investigados pelo seu potencialteraputico.

    As secrees cutneas de alguns sapos, como

    o Bufo alvarius e o sapo-cururu, possuembufotoxinas, sendo que algumas, como a bufotenina,so psicoactivas, e tm por isso sido usadas comodrogas recreativas. Tipicamente, as secrees dapele so secadas e fumadas. Lamber a pele desapos especialmente perigoso, e parece constituirum mito urbano.

    RESPIRAO E CIRCULAO

    A pele permevel ao oxignio e dixido decarbono, bem como gua. H um nmero devasos sanguneos perto da superfcie da pele. Ooxignio transmitido atravs da pele, directamentena corrente sangunea. Em terra, os sapos adultosusam os seus pulmes para respirar. Os seuspulmes so semelhantes aos dos seres humanos,mas os msculos peitorais no esto envolvidos narespirao, e no h costelas ou diafragma parasuporte respiratrio. Respiram tomando ar pelasnarinas (que muitas vezes tm vlvulas que sefecham quando est submerso), fazendo com que a

    garganta sopre para fora, em seguida, comprimindoo cho da boca, o que fora o ar para os pulmes.

    So conhecidas pelo seu corao com trscmaras, que partilham com todos os tetrpodes,exceto pssaros e mamferos. No corao de trscmaras, o sangue oxigenado dos pulmes edesoxigenado pelos tecidos aps a respirao

    entram por uma aurcula separada, e so dirigidas

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    por uma vlvula em espiral para o canal adequado -aorta para o sangue oxigenado e artria pulmonarpara o sangue venoso. Esta estrutura especial

    essencial para impedir ao mximo a mistura dos doistipos de sangue, que permite que tenham taxasmetablicas mais elevadas, e para ser mais ativo doque se no a tivesse.

    Algumas espcies de anfbio tem adaptaesnotveis que lhes permitem sobreviver em guascom pouco oxignio. O Telmatobius culeus uma

    dessas espcies e, para sobreviver em guas poucooxigenadas do Lago Titicaca tem a peleincrivelmente enrugada que aumenta a sua rea desuperfcie que por sua vez melhora a troca gasosa.Este sapo tambm vai fazer 'flexes' no leito do lagopara aumentar o fluxo de gua ao redor de seucorpo.

    DIGESTO E EXCREO

    O sistema digestivo comea com a boca. Sapostm dentes ao longo da sua mandbula superiorchamados de dentes superiores, utilizados paramoer os alimentos antes de engolir. Estes dentes

    so muito fracos, e no podem ser usado paracapturar ou ferir presas geis. Em vez disso, a rusa a sua lngua pegajosa para apanhar alimentos(como moscas e outros insectos). O alimento move-se atravs do esfago at ao estmago. A comidadepois passa para o intestino delgado (duodeno eleo), onde ocorre a maior parte da digesto. As rs

    transportam o suco pancretico do pncreas e blis

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    (produzida pelo fgado) atravs da vescula biliar dofgado para o intestino delgado, onde os fluidosdigerem os alimentos e extraem os nutrientes.

    Quando o alimento passa para o intestino grosso, agua reabsorvida e os resduos so encaminhadospara a cloaca. Todos os resduos saem do corpoatravs da cloaca.

    SISTEMA NERVOSO

    O sapo tem um sistema nervoso altamentedesenvolvido, que consiste em um crebro, medulaespinhal e nervos. Muitas partes do crebrocorrespondem s presentes nos seres humanos. Obulbo regula a respirao, a digesto, e outrasfunes automticas. Coordenao muscular epostura so controladas pelo cerebelo. O tamanhorelativo do crebro de uma r muito menor do quea de um ser humano. Possuem dez nervoscranianos (nervos que passam as informaes apartir do exterior directamente para o crebro) e dezpares de nervos espinhais (nervos que passaminformaes de extremidades para o crebro atravsda medula espinhal). Em contrapartida, todos os

    amniotas (mamferos, aves e rpteis) tm dozenervos cranianos. No tm orelhas externas, ostmpanos esto diretamente expostos. Como emtodos os animais, o ouvido contm canaissemicirculares, que ajudam a equilibrar o controle eorientao.

    HISTRIA NATURAL

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    O ciclo de vida, como a de outros anfbios, composta por quatro etapas principais: ovo, girino,

    metamorfose e adultos. A dependncia por umambiente aqutico para as fases de ovo e girino dorigem a uma variedade de comportamentosreprodutores que incluem os bem conhecidoschamamentos de acasalamento usados pelosmachos da maioria das espcies para atrair asfmeas para os corpos de gua que eles escolheram

    para reproduo. Alguns tambm cuidam dos seusovos e, em alguns casos, at mesmo os girinos,durante algum tempo aps a postura. No caso dossapos-parteiros so os machos que cuidam dosovos depois da postura, carregando-os nas costas.

    Ciclo de vida

    O ciclo de vida de um anuro comea com umovo. Uma fmea coloca geralmente massas de ovosgelatinosa contendo milhares de ovos, em gua.Cada uma das espcies de anuros pe ovos de umaforma distinta e identificvel. Um exemplo so aslongas sequncias de ovos depositados pelo sapo-comum americano. Os ovos so altamente

    vulnerveis predao, de modo que as rsevoluram muitas tcnicas para assegurar asobrevivncia da prxima gerao. Em reas maisfrias, o embrio preto para absorver mais calor dosol, o que acelera o desenvolvimento. Muitosindivduos acasalam ao mesmo tempo, dificultandoas aes de predadores. A maioria dos

    descendentes continuaro a morrer devido

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    predao, mas h uma probabilidade maior de quealguns iro sobreviver. Outra forma de algumasespcies evitarem os predadores e os agentes

    patognicos a que os ovos esto expostos emcharcos a postura de ovos em folhas acima dalagoa, com uma camada gelatinosa destinadas areter a humidade. Nestas espcies, os girinos caem gua depois de chocarem. Os ovos de algumasespcies postos fora de gua conseguem detectarvibraes de predadores (vespas ou cobras) que

    estejam perto, e eclodem mais cedo para evitarserem comidos. Algumas espcies, como o sapo-cururu (Bufo marinus), pem ovos venenosos paraminimizar a predao. Embora a durao da fase deovo depende da espcie e condies ambientais, osovos aquticos geralmente eclodem em umasemana. Outras espcies passam toda a sua faselarval dentro dos ovos ou da me, ou tmdesenvolvimento direto. Ao contrrio desalamandras e trites, rs e sapos nunca se tornamsexualmente maduros ainda na sua fase larval.Os ovos eclodem e continuam a vida como girinos,que tipicamente tm corpos ovais e caudas longas eachatadas verticalmente. Pelo menos uma espcie(Nannophrys ceylonensis) tem girinos que so semi-

    terrestre e vivem entre pedras molhadas, mas porregra, as larvas so totalmente aquticas. Elas notm pulmes, plpebras, pernas dianteiras etraseiras, e tm um esqueleto cartilaginoso, umsistema da linha lateral, brnquias para a respirao(brnquias externas ao princpio, brnquias internasmais tarde) e caudas com dobras da pele dorsais e

    ventrais para a natao. Algumas espcies que

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    passam por metamorfose no interior do ovo eeclodem como pequenas anuros nuncadesenvolvem guelras, mas sim reas especializadas

    da pele que toma conta da respirao. Os girinostambm no tm dentes verdadeiros, mas asmandbulas na maioria das espcies normalmentetm duas fileiras alongadas e paralelas de pequenasestruturas queratinizadas chamados dentesvomerianos na mandbula superior, enquanto amandbula inferior tem trs fileiras destas estruturas,

    rodeadas por um bico cornudo, mas o nmero delinhas pode ser menor ou ausente, ou muito maior.Os girinos so tipicamente herbvoro, alimentando-se principalmente de algas, incluindo diatomceasfiltradas da gua atravs das guelras. Algumasespcies so carnvoras na fase de girino, comendoinsetos, girinos mais pequenos e peixes. Tambm jfoi observado canibalismo entre os girinos. Larvasque se desenvolvem mais cedo e ganham pernaspodem ser comidos por outros, de modo que larvascom desenvolvimento tardio sobrevivem por maistempo. Isso foi observado na Inglaterra, na espcieRana temporaria (sapo comum).

    Com a excepo da base da cauda, ondealgumas estruturas vertebrais desenvolvem-se para

    dar lugar ao urostilo mais tarde, faltam cauda oselementos do esqueleto completamente slidos esegmentados feitos de cartilagem ou tecido sseoque so to tpicos de outros vertebrados, emboracontenha um notocrdio.

    No final da fase de girino, sofrem metamorfose,em que transitam para a forma adulta. Metamorfose

    envolve uma transformao dramtica da morfologia

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    e fisiologia, medida que os girinos desenvolvemmembros posteriores, depois membros anteriores,perdem as guelras e desenvolvem pulmes. Os seus

    intestinos encurtam enquanto mudam de uma dietaherbvora para uma carnvora. Os olhos migramrostral e dorsalmente, permitindo a viso binocularque as adultas exibem. Esta mudana na posiodos olhos espelha a mudana de presa para opredador, medida que o girino desenvolve edepende menos de um campo de viso maior e mais

    largo e mais da percepo de profundidade. Oestgio final de desenvolvimento de juvenil paraadulto envolve apoptose (morte celular programada)e reabsoro da cauda.

    Aps a metamorfose, os jovens adultos podemsair da gua e dispersar em habitats terrestres, oucontinuar a viver no habitat aqutico como adultos.Quase todas as espcies so carnvoras comoadultos, comendo invertebrados, como artrpodes,aneldeos e gastrpodes. Algumas das espciesmaiores podem comer presas tais como pequenosmamferos, peixes e anuros menores. Algumasusam a lngua pegajosa para capturar presas emmovimento rpido, enquanto outros capturam assuas presas e foram-nas para a sua boca com as

    mos. No entanto, existem umas poucas espciesde sapos que comem principalmente plantas.Adultos so por sua vez predadas por pssaros,peixes grandes, cobras, lontras, raposas, texugos,quatis e outros animais. As rs tambm soconsumidos por pessoas.

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    Os anuros, embora pouco se sabe sobre suavida na selva, registos de anuros em cativeiroindicam longevidades at 40 anos.

    REPRODUO E ANUROSAssim que adultos atingem a maturidade,

    renem-se em fontes de gua, como um charco ouriacho para se reproduzir. Muitas retornam ondenasceram, muitas vezes resultando em migraesanuais envolvendo milhares. Na Europa continental,

    uma grande parte das migradoras costumavammorrer ao atravessar as estradas, antes de teremsido construdas cercas especiais e tneis para elas.

    Uma vez no local de reproduo, machoschamam para atrair um parceiro, tornando-secolectivamente um coro. O convite exclusivo paraa espcie, e ir atrair as fmeas dessa espcie.Algumas espcies tm machos satlite que nochamam, mas interceptam fmeas que seaproximam de um outro macho chamadores .

    Machos e fmeas, em seguida, envolvem-senum amplexo. Isso consiste no macho montar afmea e segurando-a (s vezes com um tubrculonupcial especial) com firmeza. A fecundao externa: os ovos e esperma renem-se fora do

    corpo. A fmea liberta os seus ovos, que o machocobre com uma soluo de esperma. Os ovos, emseguida, incham e desenvolver um revestimentoprotector. Os ovos so geralmente castanhos oupretos, com uma substncia clara e gelatinosa comocobertura.

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    CUIDADO PARENTAL

    Embora ainda se conhea pouco sobre o

    cuidado da prole dispensado por anuros, estima-seque at 20% das espcies de anfbios podem cuidardos seus jovens, de uma maneira ou de outra, e huma grande diversidade de comportamentosparentais.Algumas espcies de Dendrobatidaecolocam ovos no cho da floresta e protegem-nos,guardando os ovos de predao e mantendo-os

    hmidos. O sapo vai urinar em cima deles, se estomuito secos. Aps a ecloso, um pai (o sexodepende da espcie) ir mov-los, nas suas costas,para uma bromlia capaz de reter gua. Oprogenitor, em seguida, alimenta-os colocando ovosno-fertilizados nas bromlias at que os juvenispassam pela metamorfose. Outras rs carregam osovos e girinos em suas patas traseiras ou costas(por exemplo, os sapos-parteiros,Alytes spp .).Algumas rs at protegem as suas crias dentro dosseus prprios corpos. O macho deAssa darlingtonitem bolsas ao longo do lado do corpo onde residemos girinos at a metamorfose. As fmeas do gneroRheobatrachus da Austrlia, agora provavelmenteextinto, engole os seus girinos, que, ento,

    desenvolvem-se no estmago. Para fazer isso, estesanimais devem parar as secrees de suco gstricoe suprimir o peristaltismo (contraces doestmago). A R de Darwin (Rhinoderma darwinii)do Chile, coloca os girinos no seu saco vocal para odesenvolvimento.

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    CURIOSIDADES SOBRE O COAXAR

    O coaxar dos anuros, em termos cientficos,

    chamado de vocalizao. Na grande maioria dasvezes, o macho quem vocaliza e esta uma formade defender territrios e atrair fmeos e,principalmente quanto primeira, tambm umaforma de econimizar energia.

    Como sabido, os anfbios so ditos animais desangue frio, o que significa em termos mais simples

    que a temperatura corporal deles depende doambiente no qual esto. Este , inclusive, um dosfatores que contribuem para que estes animaiscantem, na maioria das vezes, aps o pr-do-sol,quando a temperatura est mais amena e a umidadeaumenta.

    Como forma de evitar gatos excessivos deenergia em, por exemplo, combate com outrosmachos por territrios ou fmeas, o indivduovocaliza. A vocalizao d dicas para outro machoquanto ao seu tamanho e, ligado isso, sua forae, possivelmente idade. Isso significa que estesuperou muitas das adversidades do ambiente econseguiu sobreviver at ento o que significa,tambm, que este um oponente forte e que em

    combate fsico, possivelmente, ser o vencedor.Assim sendo, uma disputa vocal gasta menos

    energia do que uma disputa fsica e um indivduomenos capaz pode, simplesmente, ceder e buscaroutro territrio (ou fmea).

    Em relao atrao de fmeas, a vocalizaod as mesmas dicas: fornecem informaes acerca

    de suas condies fsicas, indicando possvel

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    parceria que poder ser um bom reprodutor (ouno), fornecendo filhotes mais fortes e saudveis.Uma vez que uma fmea s pode ter seus gametas

    fecundados por um nico macho mais apto para sero pai de seus futuros filhotes e a vocalizaopermite com que ela o encontre mais facilmente.

    Portanto a vocalizao dos anuros consiste emuma grande estratgica ecolgica.

    DIFERENA ENTRE SAPO, R E PERERECA

    Embora muita gente faa confuso, esses trsanimais saltitantes possuem muitas diferenas entresi, tanto na morfologia quanto no comportamento ena classificao zoolgica. Em comum eles tm ofato de serem classificados como anuros, o nomedado aos anfbios que no tm rabo. Eles preferemviver em terra firme e s procuram ambientesaquticos quando vo se reproduzir. No Brasil, umadas espcies mais comuns o sapo-cururu (Bufomarinus). As rs so as mais habilidosas entre essestrs tipos de anuros. Elas conseguem dar saltos deat 1,5 metro de comprimento e 70 centmetros dealtura. A famlia dos randeos a mais numerosa,embora no Brasil ocorra uma nica espcie dessa

    famlia (Rana palmipes). As demais rs brasileiraspertencem outra famlia, a dos leptodactyldeos.As pererecas, como os sapos, tambm no gostamde lagoas. Elas costumam viver em rvores epertencem a vrias famlias. A mais extensa a doshyldeos, da qual fazem parte a perereca-da-europa(Hyla arborea) e a minscula grass frog ("perereca

    da grama"), que mede s 1,75 centmetro.

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    PERERECAHbitat: muito encontrada em galhos de rvores

    Tamanho: menos de 10 centmetrosNmero de espcies: mais de 700Em geral, a perereca menor que um sapo ou umar e tem como caracterstica os olhos esbugalhados,deslocados para fora. Suas pernas finas e longaspermitem grandes saltos - algumas alcanam amarca de 2 metros de distncia! As pontas dos

    dedos da perereca possuem um tipo de ventosa,que ajuda a subir nas rvores

    SAPOHbitat: prefere viver em terra firmeTamanho: de 2 a 25 centmetrosNmero de espcies: cerca de 300Tem aparncia estranha, pele rugosa e cheia deverrugas. Suas pernas curtas fazem com que dpulos limitados e desajeitados. Graas a glndulasna regio dorsal, o sapo libera veneno que podeirritar nossos olhos e as mucosas. Mas a peonha spode ser expelida se o animal sofrer uma pressoexterna, como ser pisado

    RHbitat: mora principalmente em lagoasTamanho: de 9,8 milmetros a 30 centmetrosNmero de espcies: mais de 4 milSe o sapo assusta pelo veneno, a r consideradaum prato sofisticado em muitos pases. Ela tem apele lisa e brilhante. Suas pernas so longas e

    correspondem a mais da metade do tamanho do

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    animal. As patas traseiras podem ser dotadas demembranas que ajudam a r a nadar

    PESQUISA DE CAMPO

    Dados referentes pesquisa com indivduos dediversas idades e profisses, totalizando 319pessoas pesquisadas.

    O questionrio utilizado para as entrevistas foi

    esse, formulado por todos os participantes doestudo.

    Cincias Biolgicas nfase em Meio Ambiente

    PROFISSO:___________________________________IDADE:__________

    1- Identificar os animais abaixo:

    1 2

    A. SapoB. RC. Perereca

    3

    A. SapoB. RC. Perereca

    A. SapoB. RC. Perereca

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    2- Voc acha que sapos, rs e pererecas contribuem para omeio ambiente? Por qu?

    A. SimB. No

    Resposta:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    3 Como voc classificaria sapos, rs e pererecas?

    A. Rpteis B. Sauropsida C. Anfbio D. Condricte

    4- Voc acredita que sapos, rs e pererecas podem entrarem extino? Por qu?

    A. SimB. No

    Resposta:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    5-Voc acha que sapos, rs e pererecas podem lanarveneno?

    A. SimB. No

    RESULTADOS:Questo 1 Essa questo exps aos entrevistados trs fotos

    primeira de uma perereca, a segunda de um sapoe a terceira de uma r para que assim s com osconhecimentos bsicos todos os entrevistados nos

    reconhecessem.Com base nisso tivemos o seguinte resultado:

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    22/29

    850

    259

    2

    SAPO R PERERECA NULO

    PERERECA

    273

    41 50

    SAPO R PERERECA NULO

    SAPO

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    23/29

    41

    225

    50 3

    SAPO R PERERECA NULO

    R

    QUESTO 2Nessa questo a grande maioria define a

    importncia dos anuros como fazendo parte dacadeia alimentar e assim pea fundamental em umecossistema.

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    24/29

    305

    140

    SIM NO NULO

    QUESTO 2

    QUESTO 3

    373

    273

    1 5

    QUESTO 3

    Srie1 37 3 273 1 5

    RPTEIS SAUROPSIDA ANFBIOS CONDRICTE NULO

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    QUESTO 4

    233

    82 4

    SIM NO NULO

    QUESTO 4

    QUESTO 5

    194

    124

    1

    SIM NO NULO

    QUESTO 5

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    AMEAA DE EXTINO

    Depois de 360 milhes de anos vivendo muitobem na Terra, os anfbios esto em perigo.Populaes e espcies desse grupo de animais vmescasseando, esto sob ameaa de extino ou atmesmo desapareceram. Segundo a AvaliaoGlobal de Anfbios (Global Amphibian Assessment GAA), que rene pesquisadores do mundo todo, das

    cerca de 6 mil espcies conhecidas, nada menosque 2.469, ou 42% do total, esto com populaoem queda. Dessas, 1.856 (31% das 6 mil) estoameaadas em algum grau. No Brasil, h pelomenos 31 espcies em declnio e 26 correm o riscode desaparecer.

    Para quem v sapos, rs e pererecas, osanfbios mais conhecidos, como bichos asquerosose repugnantes, que no despertam a mesmasimpatia que os micos-lees-dourados e asararinhas-azuis, pode parecer descabida apreocupao com o declnio ou a extino dessesanimais. Quem pensa assim comete um engano. Osanfbios grupo de vertebrados que se divide emtrs ordens: anuros (sapos, rs e pererecas),

    urodelos (salamandras) e gimnofionos (ceclias oucobras-cegas) so importantssimos para apreservao do meio ambiente. So predadores deinsetos e invertebrados, e mantm em equilbrio apopulao dos animais desses grupos.

    A diminuio ou ausncia deles leva a umdesequilbrio, com o aumento de mosquitos

    transmissores de doenas, como o da dengue, por

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    TRATAMENTO DE DOENAS

    To importantes quanto indicao dedesequilbrios ambientais so os benefcios diretosque esse grupo de animais pode trazer ao homem.Eles representam um estoque ainda poucodivulgado de produtos farmacuticos novos.Centenas de substncias qumicas j foram isoladasda pele de anfbios, algumas das quais esto sendo

    utilizadas no tratamento de queimaduras e de vriasdoenas. So conhecidos compostos produzidos poranfbios com atuao bactericida e fungicida eoutros que podem ser utilizados comoanticoncepcionais, contra males cardacos e lcerasgstricas, e como controladores de presso arterial.

    Esses so alguns dos motivos, alm dosprejuzos relativos biodiversidade que odesaparecimento de qualquer espcie acarreta,pelos quais pesquisadores do mundo inteiro estopreocupados com o declnio desse grupo deanimais. O fenmeno to grave que vriossimpsios internacionais sobre o assunto vm sendorealizados. O objetivo definir o grau de ameaa ede conhecimento em relao a cada uma e ajudar

    na sua conservao.