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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 ANÁLISE DA RECARGA E DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM ALUVIÃO DO SEMI-ÁRIDO PERNAMBUCANO Tafnes da Silva Andrade 1 ; Eduardo Silva dos Santos 2 ; José Roberto Lopes da Silva 3 & Abelardo Antônio Assunção Montenegro 4 ; Suzana Maria Gico Lima Montenegro 5 RESUMO --- A água é um dos recursos naturais mais importantes, cuja utilização deve ser realizada de maneira a não comprometer a disponibilidade para as gerações futuras. Sua disponibilidade é hoje limitada não apenas quanto à quantidade mas também pela qualidade O monitoramento da evolução da salinidade da água subterrânea e o estudo da recarga dos aqüíferos são de fundamental importância para o manejo sustentável desses sistemas, especialmente quando esse recurso é utilizado para fins de irrigação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a recarga em escala mensal de aluvião de semi-árido, considerando-se eventos extremos de precipitação em período de estiagem, e em período chuvoso e analisar o comportamento da condutividade elétrica da água subterrânea, bem como mapear as áreas de acordo com a concentração de sais. Constata-se que as taxas de recarga dependem da estação do ano, possivelmente em função de alterações nas áreas de contribuição para escoamentos. ABSTRACT ---The water is one of the more important natural resources, whose use must be made in way not to limit the availability for the future generations. Its availability today is limited not only by the amount but also by the quality. The salinity groundwater evolution monitoring and the recharge of the water-bearing study are of basic importance for the sustainable manegement of these systems, especially when this resource is used for irrigation ends. The objective of this work was to evaluate the recharge in monthly scale of an alluvial area in the semi-arid, being considered extreme rainfall events in the dry period, and in the rainy period, as well as to analyze the behavior of the electrical conductivity of the groundwater, producing map the areas in accordance with salt concentration. It has been verified that the recharge rates depend on the climate period, possibly due to changes in the flow contribution areas. Palavras-chave: monitoramento, recarga pluviométrica, salinidade. _______________________ 1) Aluna de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 2) Aluno de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 3) Aluno de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros, S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 4) Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE. Departamento de Tecnologia Rural. e-mail: [email protected] ; 5) Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE. Departamento de Engenharia Civil. E-mail: [email protected]

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

ANÁLISE DA RECARGA E DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM

ALUVIÃO DO SEMI-ÁRIDO PERNAMBUCANO

Tafnes da Silva Andrade1; Eduardo Silva dos Santos2; José Roberto Lopes da Silva3 & Abelardo

Antônio Assunção Montenegro4; Suzana Maria Gico Lima Montenegro5

RESUMO --- A água é um dos recursos naturais mais importantes, cuja utilização deve ser realizada de maneira a não comprometer a disponibilidade para as gerações futuras. Sua disponibilidade é hoje limitada não apenas quanto à quantidade mas também pela qualidade O monitoramento da evolução da salinidade da água subterrânea e o estudo da recarga dos aqüíferos são de fundamental importância para o manejo sustentável desses sistemas, especialmente quando esse recurso é utilizado para fins de irrigação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a recarga em escala mensal de aluvião de semi-árido, considerando-se eventos extremos de precipitação em período de estiagem, e em período chuvoso e analisar o comportamento da condutividade elétrica da água subterrânea, bem como mapear as áreas de acordo com a concentração de sais. Constata-se que as taxas de recarga dependem da estação do ano, possivelmente em função de alterações nas áreas de contribuição para escoamentos.

ABSTRACT ---The water is one of the more important natural resources, whose use must be made in way not to limit the availability for the future generations. Its availability today is limited not only by the amount but also by the quality. The salinity groundwater evolution monitoring and the recharge of the water-bearing study are of basic importance for the sustainable manegement of these systems, especially when this resource is used for irrigation ends. The objective of this work was to evaluate the recharge in monthly scale of an alluvial area in the semi-arid, being considered extreme rainfall events in the dry period, and in the rainy period, as well as to analyze the behavior of the electrical conductivity of the groundwater, producing map the areas in accordance with salt concentration. It has been verified that the recharge rates depend on the climate period, possibly due to changes in the flow contribution areas.

Palavras-chave: monitoramento, recarga pluviométrica, salinidade.

_______________________ 1) Aluna de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros,

S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 2) Aluno de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros,

S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 3) Aluno de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Av. Dom Manoel de Medeiros,

S/N, Dois Irmãos, Recife-PE. e-mail: [email protected]. 4) Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE. Departamento de Tecnologia Rural. e-mail: [email protected]; 5) Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE. Departamento de Engenharia Civil. E-mail: [email protected]

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2

1 – INTRODUÇÃO

O Brasil ainda apresenta uma grande deficiência no conhecimento do potencial hídrico de seus

aqüíferos, seu grau de exploração e a qualidade de suas águas. Os estudos regionais desses corpos

d’água são poucos e encontram-se defasados. O monitoramento da água subterrânea é uma

ferramenta necessária ao planejamento da exploração desse recurso e ao manejo sustentável dos

sistemas agrícolas, particularmente naqueles que utilizam essa água para fins de irrigação.

Os aqüíferos aluviais do Nordeste brasileiro vêm sendo utilizados dentre outros fins para a

pequena agricultura irrigada. As manchas aluvionares, por constituírem fontes renováveis de

recursos hídricos, apresentam alto potencial para o desenvolvimento agrícola de pequena escala. O

regime irregular de chuvas e a elevada evaporação limitam significativamente essa disponibilidade

hídrica ao longo da estação seca. Os períodos chuvosos tendem a gerar lâminas de recarga que

contribuem para recuperar os níveis nos poços e podem provocar a lavagem de sais no perfil do solo

Montenegro et al. (2003b).

A captação de água subterrânea é realizada, em aqüíferos fraturados de sedimentos

inconsolidados, através de poços rasos, tipo cacimba, amazonas (poços escavados de grande

diâmetro) e com drenos radiais. Os aqüíferos são normalmente arenosos e apresentam nível freático

muito raso, sendo estas condições favoráveis para salinização do solo. Segundo Ayers & Westcot

(1985), a água utilizada na irrigação, mesmo que com baixos níveis de salinidade, pode acarretar

um processo de salinização, caso não seja manejada corretamente. De acordo com Oliveira (1997),

cerca de 30 milhões de hectares irrigados no mundo se encontram severamente afetados por sais.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a recarga em escala mensal, em aluvião do semi-árido,

considerando-se eventos extremos de precipitação em período de estiagem, e em período chuvoso e

analisar o comportamento da condutividade elétrica (EC) da água subterrânea, bem como mapear as

áreas de acordo com a concentração de sais ao longo do vale aluvial.

2 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2.1 – Condutividade elétrica

Os sais adicionados e acumulados com a irrigação na zona radicular aumentam de

concentração à medida que as culturas consomem, por evapotranspiração, grande parte da água

armazenada no solo. TOMÉ Jr (1997) afirma que o excesso de sais na zona radicular,

independentemente dos íons presentes, prejudica a germinação, desenvolvimento e produtividade

das plantas. Isso porque uma maior concentração da solução exige da planta um maior dispêndio de

energia para conseguir absorver água (efeito osmótico) prejudicando seus processos metabólicos

essenciais. Porém, deve ficar claro que cada espécie vegetal possui um nível de tolerância.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 3

Salienta-se que na maioria dos casos as causas dos processos de acúmulos de sais são

potencializadas por atividades antrópicas, dentre elas a agricultura irrigada, que devido a um

manejo inadequado associado a uma drenagem ineficiente podem elevar o lençol freático com

conseqüente precipitação dos sais no solo agricultável.

2.2 – Nível potenciométrico

A equação fundamental do escoamento para condições não confinada é a de Boussinesq, Bear

et al, (1968). Para condição de declive uniforme da base impermeável, tem-se:

+−

+

+= t

T

kTx

T

k

T

kTx

D

H

D

hRtch

r

r

rr

rc

φ

λ

φξ

λ

φ

λ

φξξ

φφ

42exp

4)cos(

2)(Re

222

222

20 (1)

onde:

Rc é a taxa de flutuação do lençol,

φ é a porosidade,

h representa a altura do lençol em relação à camada impermeável,

k é a condutividade hidráulica,

λ é a declividade da camada impermeável,

D a profundidade média do aqüífero,

Tr é a transmissividade,

H0 a carga inicial a montante do escoamento, e:

Su (1994) demonstra que, quando o termo φλ rTk 4/22 tende a zero, a Equação (1) tende para

φRc, ou:

t

htch

∆=

φ)(Re (2)

Para avaliar a taxa de recarga foi adotado o termo φλ rTk 4/22 igual a 6,06 x 10-6,

possibilitando a utilização da equação (2). Neste cálculo, foram utilizados Tr=18,7m2/d; φ=0,10;

K=1,87m/d; λ= 0,0036, conforme Montenegro et al. (2003a) em estudo realizado no mesmo

domínio.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 4

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – Caracterização da Área de Estudo

A área de estudada pertence ao Assentamento Fazenda Nossa Senhora do Rosário, município

de Pesqueira, Agreste Pernambucano, em uma área aluvial do Rio Ipanema. O clima é do tipo BSsh

(extremamente quente, semi-árido), com precipitação total anual média de 730 mm, e

evapotranspiração potencial anual média de 1683 mm, segundo Hargreaves (1974). A temperatura

média é de 23°C e a vegetação predominante é a caatinga hipoxerófila, cactáceas e bromeliáceas.

Os principais solos presentes são Arenoso, Litólico, Bruno não-cálcico, Planossolo, Podzólico

Vermelho-Amarelo, e Regossolo Montenegro et al. (2004).

O aqüífero aluvial sobre o qual a área estudada está situada, pertence a uma bacia hidrográfica

relativamente plana. A agricultura é praticada em pequena escala na área, utilizando-se irrigação

com águas subterrâneas através da aspersão, observando-se, entretanto, crescente aceitação da

microaspersão, segundo Montenegro & Montenegro (2006).

3.2 – Monitoramento dos níveis potenciométricos do aluvião.

Os poços e piezômetros existentes na área do estudo foram cadastrados e georreferenciados

por intermédio de GPS de navegação. A Tabela 1 contém o número de piezômetros monitorados em

cada ano. Cada piezômetro possui cerca de 5 metros de profundidade, e diâmetro de 100mm,

protegidos com tela e com filtro em cascalho, sistematicamente monitorados a nível mensal.

Tabela 1 – Número de piezômetros monitorados por ano.

ANO Nº de Piezômetros monitorados

2002 57

2003 63

2004 75

2005 78

2006 74

2007 64

O aqüífero estudado possui espessura média em torno de 10 m, cerca de 3 km de extensão e

300 m de largura Monitoramento da zona saturada através de piezômetros Montenegro et al.,

(2003b) indica que a profundidade média do lençol freático varia entre 2,0 e 4,0 m, para os períodos

chuvosos e secos, respectivamente.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5

A recarga do aluvião foi avaliada em três faixas conforme proposto po Montenegro et al,

(2003b). Essas faixas foram selecionadas por apresentarem menores coeficiente de variação da

profundidade do lençol. As faixas selecionadas são mostradas na Figura 1, e suas características na

Tabela 2.

P1

P2

P3

P4

POÇOS CACIMBÕES PIEZÔMETROS RIACHOS

Figura 1 - Esquema com locação dos poços e piezômetros na área monitorada (com seta indicando

direção preferencial de fluxo)- Faixas do aluvião para efeito de análise da recarga. Fonte:

Montenegro et al (2003b)

Tabela 2 - Características das faixas de aluvião selecionadas.

Faixa Pedologia* Número de piezômetros

Log K (cm/s) (solo) Média (desvio)

1 Neossolo flúvico Tb Eutrófico típico textura arenosa ou média

18 -2,49 (0,95)

2 Neossolo sódico típico textura média imperfeitamente drenado

10 -2,77 (0,77)

3 Neossolo sálico sódico típico textura média imperfeitamente drenado

18 -2,67 (0,32)

Fonte Montenegro et al (2003b)

3.3 – Monitoramento da condutividade elétrica do aluvião.

O monitoramento da condutividade elétrica da água subterrânea compreende a coleta de

amostras nos piezômetros e poços, em períodos coincidentes à determinação dos níveis

piezométricos. A condutividade elétrica da água é medida em laboratório com condutivímetro

marca/modelo HANNA, HI 9835, ajustado à temperatura da amostra, que era a mesma do ambiente.

A partir dos dados de condutividade elétrica e dos pontos georeferenciados dos poços,

piezômetros foram gerados mapas utilizado o software Surfer for Windows v.8 (2002) que permitiu

geração de mapas através dos dados obtidos, possibilitando análise visual do comportamento da

condutividade elétrica no aluvião. Como a concentração sais na água sofre influência direta das

Faixa 1

Faixa 2

Faixa 3

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6

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Ago

sto

Set

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o

Dez

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o

Pre

cip

itação

(m

m)

2002 2003 2004 2005 2006 2007

Jan 193,5 26,5 141,0 127,5 0,0 19,5Fev 101,0 75,5 208,0 0,0 47,0 125,5Mar 181,0 59,5 128,0 189,7 184,0 210,0Abr 52,0 30,0 61,5 34,9 177,5 66,0Mai 59,5 52,5 92,5 122,8 82,5 87,0Jun 114,5 46,0 232,0 124,8 158,5Jul 44,0 45,0 95,5 35,8 69,5Ago 31,0 4,5 90,0 130,0 32,0Set 6,0 23,5 11,0 0,0 47,0Out 0,0 16,5 0,0 0,0 0,0Nov 4,0 14,0 14,0 0,0 6,0Dez 26,5 0,0 0,0 122,0 0,0

Total 813,00 393,50 1073,50 887,50 804,00 508,00

chuvas os valores da condutividade elétrica da água foram agrupados em valores médios em três

períodos: dezembro a março (período seco final), abril a julho (chuvoso) e agosto a novembro (seco

inicial), conforme proposto por Montenegro et al. (2005). Este procedimento se baseou no

comportamento pluviométrico da região, devido às incidências pluviométricas se darem

principalmente nos meses de abril a julho conforme é mostrado na figura 2, que contém as médias

mensais de precipitação do período de 1920 a 2006 analisadas por Silva et al. (2007). A Tabela 3

exibe as precipitações mensais nos anos de 2002 a 2007.

Figura 2 – Precipitação média mensal do município de Pesqueira

Tabela 3 - Dados pluviométricos mensais na Área em estudo

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 – Monitoramento dos níveis potenciométricos

Na Figura 3 são apresentadas as flutuações temporais médias do lençol ao longo do aluvião e

a precipitação total em cada mês. Pode-se observar que a variação do nível d’água apresenta

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 7

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5,00

6,00

jan-

02

mai

-02

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02

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03

mai

-03

set-

03

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04

mai

-04

set-

04

jan-

05

mai

-05

set-

05

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06

mai

-06

set-

06

jan-

07

mai

-07

pro

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l (m

)

0

50

100

150

200

250

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

Precipitação Média Piezômetros Média dos Poços

adequada resposta aos eventos de precipitação, promovendo a recarga do lençol subterrâneo nos

piezômetros instalados e também nos quatro poços públicos.

Em 2003 ocorreu uma baixa acentuada do nível no vale devido à ocorrência de um ano atípico

seco quando foram observados os níveis médios mais baixos em relação à superfície do solo. A

precipitação ficou muito abaixo da média histórica da região, que segundo Hargreaves (1974), é de

730mm, neste ano o total precipitado foi de apenas 393,50mm. Houve uma rápida recuperação dos

níveis potenciométricos com as precipitações ocorridas em janeiro de 2004, indicando uma boa

resposta na recarga do lençol subterrâneo. Respostas significativas a eventos de precipitação desse

mesmo sistema foram descritas por Montenegro et al. (2003b).

Pequenas chuvas de volumes insignificantes não contribuem para a recarga do lençol freático,

apenas as precipitações mensais superiores a 100mm promovem recarga no aqüífero, esse

comportamento também foi observado em outros vales aluviais do semi-árido como o Vale da

Forquilha, Quixeramobim, estado do Ceará Burte (2005).

Figura 3- Variação média mensal do nível piezométrico e da precipitação ao longo do tempo

A Figura 4 exibe o intervalo de confiança para a profundidade média nas três faixas

selecionadas, com base no desvio-padrão amostral, com nível de significância de 5%. Na análise

foram considerados os períodos de janeiro a julho de 2002, janeiro a fevereiro e maio a junho de

2004 e 2005, janeiro a junho de 2006 e Janeiro a abril de 2007, todos correspondendo períodos de

precipitações que geraram recarga no aquífero. Não foi observada nenhuma recarga do lençol

durante o ano de 2003. Pode-se observar a semelhança da flutuação do lençol entre as faixas, para

um mesmo período.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 8

Faixa 1

0,00

0,50

1,00

1,50

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2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

jan

/02

ma

i/02

ag

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2

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/02

ab

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3

ago

/03

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z/0

3

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/04

ag

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4

dez

/04

ab

r/0

5

ag

o/0

5

de

z/0

5

ab

r/06

ag

o/0

6

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z/0

6

ab

r/0

7

Faixa 2

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

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jan

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03

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3

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3

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5

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5

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r/0

6

ag

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6

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z/0

6

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r/07

Faixa 3

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

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/02

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3

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4

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/05

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5

ab

r/0

6

ag

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6

de

z/0

6

abr

/07

Figura 4- Intervalo de confiança para a média das flutuações piezométricas em cada faixa

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9

Tomando-se a taxa mensal de variação do nível do lençol, e assumindo-se um coeficiente de

armazenamento (porosidade efetiva) de 0,10 para a área, Cisagro (1991), pode-se estimar o

intervalo de confiança para o fator de recarga, obtido a partir da equação (2) dividida pela

precipitação mensal.

Com o objetivo de verificar se existe diferença entre as recargas de um ano chuvoso e um ano

seco, analisamos as recargas dos anos de 2004 e 2006. Para a recarga ocorrida em 2006, ano seco, o

intervalo de confiança para o fator de recarga, baseado em 21 medidas e com significância de 5%,

foi [0,526; 0,694], enquanto para as recargas em 2004, ano úmido, o intervalo de confiança foi

[0,228; 0,385], obtido a partir de 45 medidas. Para testar a diferença estatística entre médias,

utilizou-se o “t-teste: duas amostras presumindo variâncias diferentes”. Para um nível de

significância de 0,05, o valor do p-value bi-caudal foi de 9,6x10-7. Desse modo, a hipótese de

igualdade entre as médias deve ser rejeitada, para condições de umidade diferentes.

Montenegro et al. (2003b) concluiu, em trabalho realizado na mesma área, que não havia

diferença significativa nas média para a mesma região de estudo. Essa discrepância entre os

resultados pode se dá devido ao fato de Montenegro et al. (2003b) ter selecionado para sua análise

anos com precipitações bem inferiores a 2004 e 2006. Em anos de grandes precipitações, como

2004, o vale aluvial é recarregado tanto pela precipitação que cai efetivamente em sua área, como

pela contribuição das serras que o cercam. Logo, para a série escolhida tivemos valores de recarga

superiores ao observado no estudo anterior o que podem ter contribuído para essa diferença. Esses

resultados são um indicativo de que a recarga no aqüífero depende, não só das propriedades do solo,

mas também do regime pluviométrico anual.

A Figura 5 apresenta os fatores de recarga mensais para os anos considerados, distribuídos por

faixa e a Tabela 4 mostra a distribuição Normal teórica para média, desvio-padrão e número de

dados analisados em cada faixa.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 10

0,0

0,2

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0,6

0,8

1,0

1,2

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Fator de recarga

Experimental teoricoFaixa 1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Fator de recarga

Experimental log (teo)Faixa 2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Fator de recarga

Experimental teorico

Faixa 3

Figura 5 - Distribuição estatística dos fatores de recarga mensais, para os anos avaliados em cada

faixa.

Tabela 4 – Média, desvio-padrão e número de dados analisados em cada faixa.

Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Número de dados analisados 64 73 96 Média 0,33 -0,56 0,43 Desvio Padrão 0,22 0,37 0,27

Após a análise de todos os dados de recarga, observou-se que o comportamento da curva não

obedecia a normalidade, indicando que as recargas ocorridas em cada faixa pertencem a grupos

estatísticos diferentes e, portanto a recarga varia para diferentes características de solos. A

normalidade foi alcançada em cada faixa quando analisada individualmente, no entanto para a faixa

2 só foi possível obter a curva log - normal.

4.2 – Monitoramento da condutividade elétrica

A Figura 6 mostra a variação espacial da condutividade elétrica da água e o desvio padrão

para mais, no período de julho de 1995 a maio de 2007. Em 1997 houve uma interrupção da série,

apenas o mês de novembro foi monitorado. Observa-se que a condutividade cresceu ao longo dos

anos, assim como o desvio padrão dos pontos amostrais.

A série apresentou grande variabilidade com desvio padrão entre 22% e 83%. No início do

monitoramento em julho de 1995 a agosto de 2002 houve uma diluição média dos sais da ordem de

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 11

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

jul/9

5

jan/

96

jul/9

6

jan/

97

jul/9

7

jan/

98

jul/9

8

jan/

99

jul/9

9

jan/

00

jul/0

0

jan/

01

jul/0

1

jan/

02

jul/0

2

jan/

03

jul/0

3

jan/

04

jul/0

4

jan/

05

jul/0

5

jan/

06

jul/0

6

jan/

07

ce d

S.m

-1

0

50

100

150

200

250

Plu

vio

metr

ia (

mm

)

Pluviometria (mm) media media+(2xdesvpad) Linear (media+(2xdesvpad)) Linear (media)

44%. A partir de então teve iniciou um período de seca que se estendeu até o final do ano de 2003,

nesse intervalo de tempo ocorreu um crescimento na média da condutividade elétrica. Apesar da

ocorrência de anos chuvosos com precipitação acima da média da região a partir de 2004, não

houve a diluição de sais, a um nível inferior ao registrado em agosto de 2002.

Figura 6 - da condutividade elétrica (dS.m-1) e pluviometria mensal (mm)

A Figura 7 apresenta a salinidade da água, amostradas segundo as locações indicadas em azul

para os poços e os pontos em preto para os piezômetros, ao longo do vale de Rosário, nos períodos

classificados como: chuvoso, seco inicial e seco final. Pode-se verificar o aumento do problema da

salinidade ao longo dos anos e a sua grande variabilidade nos anos e entre os períodos estudados.

Essa variabilidade é evidenciada pela constante mudança da faixa em verde que mostra a

condutividade de 1dS.m-1. Durante o período chuvoso, ocorre um aumento na concentração de sais

devido à lavagem do solo que traz os sais que estavam nas camadas superiores para o lençol

freático. Após esse período, os sais começam a serem diluídos, e o efeito dessa diluição é observado

no período seguinte, quando ocorre uma de menor concentração de sais na água em relação ao

período antecedente.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 12

Figura 7 - Comportamento médio da condutividade elétrica no vale de Rosário em dS.m-1.

Foram classificadas as águas de 60 piezômetros e 24 poços quanto ao risco de salinização de

acordo com a metodologia do U.S Salinity Laboratory Staff, conforme Bernardo (1989). As águas

dos piezômetros e poços, em sua maioria, foram consideradas Classe “dois”, apresentando

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Chuvoso 2002

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Chuvoso 2006

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Chuvoso 2004

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Seco Inicial 2002

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Seco Inicial 2004

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Seco Inicial 2006

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500 Seco Final 2002

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500Seco Final 2006

00.2

0.4

0.6

0.8

11.2

1.4

1.6

1.8

22.2

2.4

2.6

2.8

33.2

3.4

3.6

3.8

4

734000 734500 735000 735500 736000 736500

9071000

9071500

Seco Final 2004

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 13

moderado risco de salinização quando utilizadas para fins de irrigação por isso requerem manejo

adequado. Os poços possuem menor concentração média de sais que os piezômetros, não sendo

observado nenhum poço com águas classificadas como “três” ou “quatro”, o uso da água para

irrigação é dependente de técnicas específicas de manejo da irrigação, tais como as apresentadas por

Medeiros & Gheyi (1997), que possibilitam um balanço de sais desejado na zona radicular, a partir

de aplicações de lâminas de lixiviação.

Santiago et al. (1999), em estudo realizado em Picos - PI, encontrou valores de 2,5 dS m-1 a

25ºC, evidenciando que essas águas têm restrição para as atividades agrícolas, em virtude do risco

de salinização dos solos, sugerindo que sua utilização para irrigação seja acompanhada de técnicas

de controle do processo de salinização.

Tabela 5- Número de piezômetros e poços cujas águas foram classificadas de acordo com o U.S

Salinity Laboratory Staff.

Classe de Água nº de Piezômetro nº Poços

C1 (CE 0-0,75 dS.m-1) 14 8

C2 (CE 0,75 - 1,50 dS.m-1) 33 16

C3 (CE 1.50 - 3,00 dS.m-1) 9 ----

C4 (> 3,00 dS.m-1) 4 ----

5 – CONCLUSÕES

A partir do monitoramento das águas subterrâneas, tem-se verificado que o sistema responde

significativamente a eventos de precipitação e que as recargas dependem do regime pluviométrico

anual.

Apenas as precipitações mensais superiores a 100 mm promovem a recarga no aqüífero.

O monitoramento dos poços e piezômetros têm permitido gerar mapas que ilustram as regiões

onde a concentração de sais é crítica no aluvião.

O período chuvoso promove a diluição dos sais através da recarga do lençol, contribuindo

para que um menor grau de salinidade da água seja observado no período posterior a ele, o seco

inicial.

As taxas de recarga observadas nos períodos chuvosos são significativamente diferentes

daquelas observadas nos períodos secos, possivelmente devido a alterações de regimes hidrológicos

e de contribuições adicionais advindas da bacia circunvizinha.

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XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 14

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