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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ECONOMIA “ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS” BETHÂNIA SOARES AZEVEDO ORIENTADOR: OSMANI GUILLÉN Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PROFISSIONALIZANTE EM ECONOMIA

“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA

DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E

DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

ORIENTADOR: OSMANI GUILLÉN

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

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ii

“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA

DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E

DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Profissionalizante em Economia como requisito

parcial para obtenção do Grau de Mestre em

Economia.

Áreas de Concentração: Microeconomia, Econo-

metria

ORIENTADOR: OSMANI GUILLÉN

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

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iii

“ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDA

DA DEMANDA POR COMBUSTÍVEIS NO BRASIL E

DESAGREGADAS POR REGIÕES GEOGRÁFICAS”

BETHÂNIA SOARES AZEVEDO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Profissionalizante em Economia como requisito

parcial para obtenção do Grau de Mestre em

Economia.

Áreas de Concentração: Microeconomia, Econo-

metria

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________________

Professor: OSMANI TEIXEIRA DE CARVALHO GUILLÉN

Instituição: IBMEC/RJ

_________________________________________________________

Professor: ANTÔNIO CARLOS FIORÊNCIO SOARES DA CUNHA

Instituição: IBMEC/RJ

_________________________________________________________

Professor: ANA LÚCIA VAHIA DE ABREU

Instituição: EPGE - FGV/RJ

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

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iv

FICHA CATALOGRÁFICA

338.5

A994

Azevedo, Bethânia Soares.

Análise das elasticidades preço e renda da demanda por

combustíveis no Brasil e desagregadas por regiões geográficas /

Bethânia Soares Azevedo. - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec.

2007.

Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Economia das Faculdades

Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do

título de Mestre em Economia.

Área de concentração: Econometria.

1. Microeconomia. 2. Economia.

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Dedicatória

À minha mãe

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vi

Agradecimentos

A realização deste trabalho não seria possível sem o apoio e a colaboração de pessoas que

estiveram ao meu lado em todos os momentos e que de alguma forma contribuíram de

maneira grandiosa para a finalização de uma etapa muito importante na minha vida.

À minha família devo o maior agradecimento, em especial à minha mãe pela confiança

incondicional, pelo incentivo constante e por me mostrar, desde muito cedo, a importância

da boa educação para a formação do ser humano. Ao meu irmão, meu maior exemplo, pela

revisão desta dissertação e por tudo que me ensinou até hoje. À minha tia pelo carinho e

pela presença marcante em minha vida.

Ao meu orientador, Osmani Guillén, por acreditar na qualidade deste trabalho, pelos

conselhos técnicos, pela força constante nos momentos de incerteza e pela paciência nas

horas de desânimo. Ao professor Antônio Fiorencio, pelas contribuições para a melhoria

deste trabalho.

Ao coordenador do mestrado em economia, Fernando Veloso, pela atenção que sempre me

dispensou, pelas conversas e sugestões sempre oportunas.

Aos professores do mestrado em economia, por todo o conhecimento transmitido; aos

funcionários da Secretaria e Biblioteca, pela prontidão em atender os alunos; e à turma do

mestrado, pelo prazer do convívio.

Aos colegas da Petrobras: Alexandre Carvalhido de Souza, Ana Lúcia Vahia de Abreu,

Ângelo Martarelli Filho, Carlos Edmundo Metelo Neves, Nilsilane Sant’Ana de Carvalho,

Rubens de Mello Nogueira Abdelhay, Sandra Cristina Valbom Ladeira, Tiago Almeida

Leote e à equipe do Controle e Planejamento Orçamentário do Gás e Energia pelas

contribuições teóricas e conselhos bastante pertinentes. Devo um agradecimento especial a

Lenora Maria Costa de Menezes, pelo empenho na obtenção dos dados faltantes; ao Mário

José Dias Tavares, pela ajuda na definição do tema desta dissertação, pela revisão do texto

e pelo zelo que sempre demonstrou com a minha pesquisa. Ao Paulo Roberto de Oliveira,

todo o meu agradecimento será sempre insuficiente diante de tanta generosidade e da

incessante disposição em me ajudar.

Aos funcionários da ANP: José Lopes, Guilherme Guimarães Santana, Durval de Barros e

Edson Marcello Peçanha Montez, pela colaboração para obter os dados desta pesquisa.

Aos meus queridos amigos que sempre estiveram ao meu lado e que souberam

compreender as minhas repetidas ausências. Às minhas verdadeiras amigas pelas quais

tenho tanta estima e que conviveram comigo durante toda esta fase, que souberam me

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“suportar” e que me deram todo o apoio de que necessitava: Ana Paula Mendes, Edilene

Ferreira, Elaine Lobo e Rosimeire Pontes.

A todos já citados e àqueles que por ventura não foram mencionados, meu sincero e

profundo agradecimento.

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Resumo

Os choques do petróleo ocorridos em 1973 e 1979 mostraram tanto a necessidade de se

pesquisar fontes energéticas que pudessem substituir o petróleo, recurso energético mais

consumido no mundo, tão essencial ao processo produtivo, porém tão vulnerável a fortes

oscilações no preço, quanto a importância de se ter uma consciência com relação à

questão da finitude dos recursos naturais.

Diante desse problema da escassez das reservas de petróleo e da substituição dos

combustíveis, a presente pesquisa tem como objetivo analisar as elasticidades preço e

renda e elasticidade cruzada entre os energéticos no Brasil e nas suas regiões geográficas,

com o intuito de verificar diferenças regionais entre os combustíveis e analisar a

necessidade de substituição de alguma fonte energética, de forma a reduzir o risco de

escassez de alguma dessas fontes de maneira compatível com as reservas disponíveis no

país.

Para realizar o objetivo proposto foi adotada a metodologia sugerida por Engle e Granger

(1987), que consiste no método de cointegração e no modelo de correção de erros, para

calcular as elasticidades de curto e de longo prazos da demanda por combustíveis em dois

modelos: agregado para o Brasil e desagregado por regiões geográficas.

Os resultados obtidos mostraram que o Brasil possui grandes diferenças regionais no que

diz respeito à questão energética. A maioria dos modelos, além dos resultados dos demais

combustíveis, mostrou que a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço,

para os atuais preços dos energéticos, e à renda e que esta vem apresentando um

crescente aumento. Diante disso, torna-se importante a definição de políticas que levem

em consideração o perfil energético de cada região brasileira.

Palavras-Chave: Combustíveis, Demanda, Elasticidade e Política Energética.

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ix

Abstract

The two oil crisis occurred in 1973 and 1979 showed the need for researching energy

sources to substitute the petroleum, the energy resource most consumed in the world, so

essential to productive process, however so vulnerable to strong oscillations in price, as

the importance of having a conscience related to the subject of the finitude of natural

resources.

Facing the problem of the finitude of oil reserves and the substitution of fuels, this

research aims to analyze price and income elasticities and cross elasticity among the

energetic products in Brazil and in its geographical areas, with the intention to verify

geographical differences among fuels and to analyze the need of substitution of some

energy source, regarding the reduction of a possible shortage of some of those sources

in a compatible way with the available reserves in the country.

To accomplish the proposed objective of this research, the methodology suggested by

Engle and Granger (1987), that consists of the cointegration method and the model of

error correction, was adopted to calculate the elasticities of short and of long terms of

the demand for fuels in two models: aggregated to Brazil and disaggregated by

geographical areas.

The results showed that Brazil has great regional differences concerning the energy

subject. Besides the results of other fuels, most of the models showed that the demand

for natural gas is inelastic in relation to price, for the current prices of the energy ones,

and income and that this is presenting a crescent growth. Before that, it is important to

define politics that take into consideration the energy profile of each Brazilian area.

Key Words: Fuels, Demand, Elasticity and Energy Politics.

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Lista de Figuras

Figura 1 – Extração, Importação, Exportação e Consumo Aparente de Petróleo

Bruto (1935 – 1975) 6

Figura 2 – Preço do Barril de Petróleo (1970 – 2005) 7

Figura 3 – Produção e Importação de Petróleo no Brasil (1975 – 1990) 8

Figura 4 – Reservas Provadas de Petróleo (1993 – 2005) 9

Figura 5 – Evolução das Vendas de Álcool por Região (2002 – 2005) 12

Figura 6 – Evolução das Vendas de Gasolina por Região (2002 – 2005) 15

Figura 7– Evolução das Vendas de Óleo Diesel por Região (2002 – 2005) 17

Figura 8 – Consumo do GLP e da Lenha no Setor Residencial (1995 – 2005) 18

Figura 9– Evolução das Vendas de GLP por Região (2002 – 2005) 20

Figura 10– Evolução das Vendas de Óleo Combustível por Região (2002 – 2005) 22

Figura 11 – Reservas Provadas de Gás Natural (1995 – 2005) 25

Figura 12– Evolução das Vendas de Gás Natural por Região (2002 – 2005) 26

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Dados do Álcool Hidratado (103 m

3) 13

Tabela 2 – Dados da Gasolina (103 m

3) 14

Tabela 3 – Dados do Óleo Diesel (103 m

3) 16

Tabela 4 – Dados do GLP (103 m

3) 19

Tabela 5 – Dados do Óleo Combustível (103 m

3) 21

Tabela 6 – Dados do Gás Natural (106 m

3) 24

Tabela 7 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Agregado – Brasil 41

Tabela 8 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Brasil 43

Tabela 9 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Brasil 44

Tabela 10 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Brasil 50

Tabela 11 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Centro-Oeste 56

Tabela 12 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Centro-Oeste 58

Tabela 13 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Região Centro-Oeste 59

Tabela 14 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Centro-Oeste 64

Tabela 15 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Nordeste 68

Tabela 16 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Nordeste 69

Tabela 17 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Região Nordeste 70

Tabela 18 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Nordeste 74

Tabela 19 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Norte 78

Tabela 20 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Norte 79

Tabela 21 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Região Norte 80

Tabela 22 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Norte 84

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Tabela 23 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Sudeste 87

Tabela 24 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sudeste 88

Tabela 25 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Região Sudeste 89

Tabela 26 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sudeste 94

Tabela 27 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Sul 98

Tabela 28 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sul 99

Tabela 29 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular –

Região Sul 100

Tabela 30 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sul 105

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Lista de Abreviaturas

ADF – Augmented Dickey-Fuller

AEAC – Álcool Etílico Anidro Combustível

AEHC – Álcool Etílico Hidratado Combustível

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

BEN – Balanço Energético Nacional

BP – British Petroleum

CNP – Conselho Nacional de Petróleo

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

ECM – Error Correction Model

EUA – Estados Unidos da América

FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

FPSO – Floating Production Storage Offloading

GLP – Gás Liquefeito de Petróleo

GN – Gás Natural

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

INPM – Instituto Nacional de Pesos e Medidas

KPSS – Kwiatkowski-Phillips-Schmidt-Shin

LGN – Líquido de Gás Natural

LM – Lagrange Multiplier

MME – Ministério de Minas e Energia

MQO – Mínimos Quadrados Ordinários

NO – Número de Octanagem

OC – Óleo Combustível

OECD – Organisation for Economic Co-operation and Development

OIE – Oferta Interna de Energia

OLS – Ordinary Least Square

OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo

P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

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PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Integração Social

TEP – Toneladas Equivalentes de Petróleo

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xv

Sumário

1. Introdução 1

2. História da Energia no Brasil 4

2.1. Análise dos Combustíveis Selecionados 11

2.1.1. Álcool 11

2.1.2. Gasolina 13

2.1.3. Óleo Diesel 15

2.1.4. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 17

2.1.5. Óleo Combustível 20

2.1.6. Gás Natural 22

2.2. Contribuição dos Combustíveis às Variáveis de Produção 27

3. Revisão da Literatura 28

4. Metodologia 31

4.1. Dados 31

4.2. Os Modelos 33

4.2.1. Modelo Agregado 33

4.2.2. Modelo Desagregado por Região Geográfica 34

4.3. Estimação 35

5. Resultados 38

5.1. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Nacional 40

5.2. Resultados Detalhados para o Nível Nacional 41

5.3. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Regional 54

5.4. Resultados Detalhados para o Nível Regional 56

5.4.1. Região Centro-Oeste 56

5.4.2. Região Nordeste 68

5.4.3. Região Norte 78

5.4.4. Região Sudeste 87

5.4.5. Região Sul 98

6. Conclusões e Análises das Implicações 109

7. Bibliografia 114

Anexo A – Contribuição Percentual e Monetária do Setor de Petróleo ao PIB 118

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xvi

Anexo B – Detalhes do Cálculo da Elasticidade 119

Anexo C – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil 120

Anexo D – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região

Centro-Oeste 122

Anexo E – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região

Nordeste 124

Anexo F – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região

Norte 126

Anexo G – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região

Sudeste 128

Anexo H – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região

Sul 130

Anexo I – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Brasil 132

Anexo J – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Região Centro-Oeste 135

Anexo K – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Região Nordeste 138

Anexo L – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Região Norte 140

Anexo M – Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Região Sudeste 142

Anexo N– Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular –

Região Sul 145

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1. Introdução

O petróleo se tornou a fonte de energia mais consumida no mundo, principalmente após

o advento da Segunda Revolução Industrial, que fez com que a demanda por esse

energético e seus derivados crescesse exponencialmente, em substituição ao carvão, que

até então exercia papel preponderante na economia.

Os choques do petróleo em 1973 e 1979 mostraram ao mundo tanto a necessidade de se

pesquisar fontes energéticas que pudessem substituir este combustível tão essencial ao

processo produtivo, porém tão vulnerável a fortes oscilações no preço, quanto a

importância de se ter uma consciência com relação à questão da finitude dos recursos

naturais.

No Brasil, a maior participação do petróleo e de seus derivados na oferta interna de

energia ocorreu em 1979, quando atingiu 50,4%. A redução desta participação em 6,8%,

entre 1973 e 2005, evidencia que o país, seguindo a tendência mundial, desenvolveu

esforços significativos de substituição desses energéticos, cabendo ênfase ao aumento

da hidroeletricidade e dos derivados da cana-de-açúcar. O gás natural é o energético que

vem apresentando as maiores taxas de crescimento na matriz energética, tendo mais que

dobrado a sua participação na oferta interna de energia no Brasil nos últimos anos,

passando de 3,7% (1998) para 9,3% (2005). A produção de gás natural em 2005 cresceu

4,3% e a importação cresceu 11,3%. O reflexo destes aumentos recai, principalmente,

sobre os derivados de petróleo, pela substituição de óleo combustível, em maior escala,

e gás liquefeito de petróleo (GLP) na indústria e de gasolina no transporte, além de

outras substituições em menor escala. (BEN, 2006)1.

Diante desta questão da finitude das reservas de petróleo e de seus derivados e de

substituição dos energéticos, os objetivos da presente pesquisa são:

Analisar a relação entre preço, renda e demanda dos combustíveis no Brasil e nas

suas regiões;

Verificar se existem diferenças geográficas de comportamento entre os

combustíveis;

Analisar a necessidade de substituição de alguma fonte energética, com o objetivo

de reduzir o risco de escassez de alguma dessas fontes de maneira compatível com as

reservas disponíveis no país.

1 Balanço Energético Nacional 2006. Resultados Preliminares – Ano Base 2005.

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2

Para realizar estes objetivos, serão calculadas as elasticidades preço e renda da demanda

por combustíveis (parâmetro que mede como a demanda responde ao preço e à renda)

para observar como esta varia nas cinco regiões brasileiras e a elasticidade cruzada entre

dois combustíveis para analisar o efeito substituição.

Serão examinados seis diferentes tipos de combustíveis: álcool hidratado, óleo diesel,

gasolina C, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo combustível e gás natural em um

modelo agregado para o Brasil e em modelos desagregados por regiões: Centro-Oeste,

Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Para realizar o cálculo da elasticidade renda será

utilizada a série da Produção Industrial do Brasil como uma proxy da variável Produto

Interno Bruto (PIB).

O período escolhido para esta análise será de janeiro de 2002 a junho de 2006 – em

bases mensais – em função da disponibilidade dos dados. Os cálculos das elasticidades

serão feitos através de testes econométricos e o software escolhido foi o E-Views versão

4.1.

A teoria econômica diz que a demanda por um bem depende do seu preço, assim como

da renda do consumidor e do preço de outros bens. A elasticidade é a medida de

sensibilidade de uma variável em relação à outra. Mais especificamente, a elasticidade é

a variação percentual que ocorrerá em uma variável em resposta à variação de 1% em

outra variável (PINDYCK, 1996). A demanda é elástica se um bem tiver elasticidade

maior do que 1 em valor absoluto. Quando a elasticidade for menor do que 1 em valor

absoluto, o bem tem uma demanda inelástica. Também se pode dizer que a demanda

elástica é aquela em que a quantidade demandada é muito sensível às variações do preço

e, por outro lado, na demanda inelástica a quantidade demandada é insensível às

variações do preço.

Dando continuidade à teoria econômica, pode-se analisar a elasticidade em função de

quantos substitutos o bem possui, ou seja, se a curva de demanda de um bem é muito

sensível às suas variações de preço, provavelmente este bem possui muitos substitutos

próximos. Pela mesma lógica, se um bem tiver poucos substitutos próximos é provável

que sua demanda seja bastante inelástica.

A elasticidade preço da demanda é definida como a variação percentual na quantidade

demandada pela variação percentual no preço. A elasticidade renda da demanda, por sua

vez, pode ser explicada como a variação percentual na quantidade demandada pela

variação percentual na renda.

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3

A elasticidade cruzada da demanda é definida como a variação percentual na quantidade

demandada por um bem X resultante da variação de 1% no preço do bem Y. Sendo

assim, quando a elasticidade cruzada da demanda é positiva, os bens são classificados

como substitutos e quando a elasticidade cruzada é negativa, os bens são ditos

complementares.

De modo a desenvolver o que foi proposto anteriormente, a presente dissertação se

divide em sete capítulos, considerando esta Introdução.

No capítulo 2 será descrita a história da energia no Brasil e serão analisados o

comportamento da demanda, do preço e da produção e a utilização de cada combustível

considerado nesta dissertação.

No capítulo 3 será feita a revisão da literatura, destacando a metodologia adotada pelos

principais autores no que se refere ao estudo da demanda por combustíveis no Brasil e

em outros países do mundo.

No capítulo 4, encontra-se o detalhamento da metodologia utilizada, com a descrição

dos dados, descrição dos modelos para o Brasil e para cada região brasileira e a

estimação realizada para os modelos agregado e desagregado.

No capítulo 5 serão detalhados os resultados de todos os modelos utilizados nesta

pesquisa para o Brasil e por regiões geográficas.

No capítulo 6, tem-se a conclusão desta pesquisa assim como uma análise generalizada

dos resultados encontrados.

Por fim, no capítulo 7 encontra-se a bibliografia utilizada e nos capítulos seguintes, os

anexos.

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4

2. História da Energia no Brasil

Este capítulo tem como objetivo traçar um histórico da energia no Brasil, enfatizando as

variáveis relevantes para a consecução dos modelos estudados no capítulo 4.

A história da energia remonta a Aristóteles, embora o seu conceito seja moderno. Quase

tão rapidamente quanto foi formulado seu conceito, a energia se tornou uma das

principais fontes de poder.

Em 1859, data considerada como marco inicial da indústria moderna do petróleo, Edwin

Drake, em Titusville, Estados Unidos, furou o primeiro poço de petróleo, a 21 metros de

profundidade, e a extração do combustível ganhou uma escala que a fez passar de uma

atividade artesanal para a condição de grande indústria.

No Brasil, a primeira usina hidrelétrica foi construída em 18832, para uma companhia

de mineração de Diamantina, Minas Gerais. Nesse mesmo ano, também se iniciaram as

instalações públicas de luz elétrica na cidade de Campos, Rio de Janeiro, poucos meses

depois da inauguração do serviço pioneiro de distribuição de eletricidade e iluminação

por cabos aéreos. Dada a abundância de energia hidráulica no Brasil, o custo da

eletricidade se tornava bem menor do que do carvão importado. A indústria, que entre

1890 e 1909 atravessou um crescimento explosivo, aderiu rapidamente à nova opção. A

rápida expansão urbana também estimulou o uso de eletricidade para iluminação e

transporte público (SADER, 2006).

A evolução da indústria do petróleo e gás natural no Brasil pode ser dividida em dois

momentos: o primeiro, quando da criação da Petrobras3 em 1953 e o segundo, na

promulgação da Lei no 9.478, de 06 de agosto de 1997, conhecida como a Lei do

Petróleo.

O governo de Juscelino Kubitschek (1955) foi marcado pelo crescimento econômico e

pela plena consciência que possuía a respeito da energia como ferramenta essencial do

2 Um ano antes (1882) foi inaugurada a primeira hidrelétrica do mundo em Wisconsin, Estados Unidos.

3 Em 03 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas assinou a Lei 2.004, que estabelecia o monopólio da União

sobre as atividades da indústria de petróleo no país e autorizava a criação da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)

como empresa estatal executora desse monopólio. Em 1954, a Petrobras iniciava suas atividades com um acervo de

ativos do antigo Conselho Nacional de Petróleo (CNP). A produção era de 2.700 barris de petróleo por dia, o que

representava 27% do consumo brasileiro.

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5

desenvolvimento nacional. O percentual investido apenas em hidrelétricas atingiu o

montante de 43,4% do total investido na consecução do seu plano de metas4.

Além dos altos investimentos em hidrelétricas, Juscelino Kubitschek se apercebeu que o

desenvolvimento da indústria automobilística no país só seria possível se houvesse um

aumento substancial na produção e refino de petróleo, além da implementação de uma

imensa malha rodoviária.

A produção própria de petróleo passou de 6 mil barris diários, no início do governo JK,

para 120 mil barris diários, tão-somente cinco anos depois. Por outro lado, no mesmo

período, a capacidade própria de refino dobrou, passando de 108 mil barris diários para

218 mil. Além disso, a malha viária do país passou de 23 mil quilômetros para 46 mil,

com a inclusão das novas rodovias.

Na década de 60, a Petrobras instituiu uma política de construção e ampliação das

refinarias de maneira a aumentar o volume de derivados processados em território

nacional. Tal política representou uma redução nas importações de derivados da ordem

de 86,70%, passando de 8,8 milhões m3 de derivados importados na década de 50 para

1,17 milhões m3 na década de 60.

Até meados dos anos 70, o petróleo constituiu-se no principal energético utilizado no

país. Pela figura 1 a seguir, observa-se o aumento de mais de 16.000 vezes no consumo

aparente5 de petróleo bruto (passando de 3 mil m

3 para, aproximadamente, 49.000 mil

m3), nos períodos entre 1935 e 1975. Neste mesmo período, a importação representava a

maior parte do petróleo consumido; a extração só teve início em 1939 e a exportação do

petróleo ocorreu entre os anos de 1958 e 1963 e a partir de 1970.

A maior crise energética mundial se deu na gestão do presidente Ernesto Geisel

(1974/79), após a formação de um cartel (OPEP) pelos países árabes. Em 1973 os

preços do barril do petróleo dispararam de US$ 3,29 para US$ 11,58 e, novamente,

houve um repique em 1979, com outro salto no preço do barril de US$ 14 para US$

31,62, conforme figura 2 a seguir.

A crise econômica – resultado da combinação do fim da conversibilidade do dólar em

ouro e dos acordos cambiais e financeiros internacionais do pós-guerra (Bretton Woods)

com a alta do preço do petróleo – fez com que o mundo capitalista tomasse uma súbita

4 Esse percentual considera o total investido nas 30 metas inicialmente previstas, excetuando no seu cômputo global a

chamada meta-síntese, que seria a construção de Brasília (FILHO, 2003).

5 O conceito de consumo aparente é caracterizado por: produção nacional + importações – exportações.

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6

consciência da finitude dos recursos naturais e do perigo de perder o controle de seus

mercados (SADER, 2006).

Fonte: Elaboração própria com base em Estatísticas Históricas do Brasil: séries econômicas,

demográficas e sociais de 1950 a 1988. IBGE, 1990.

Diante dessas crises, o então presidente Geisel buscou alternativas internas para superar

a notória deficiência do petróleo. Nessa linha, tomou três medidas básicas relacionadas

à hidroeletricidade, ao petróleo e ao Pró-Álcool. Aumentou maciçamente o investimento

em novas hidrelétricas, a fim de que, aumentando a geração de eletricidade pudesse

trocar o uso do consumo dos derivados do petróleo por eletricidade. De outro lado, a

produção nacional de petróleo viveu, também, grande desenvolvimento, graças a

vultosos investimentos em prospecção e exploração, que permitiram à Petrobras a

aplicação de tecnologia pioneira no mundo de extração de petróleo em águas profundas,

com lâminas d’água6 de mais de 1.000 metros. Disto resultou o aumento do volume

medido, ou seja, pronto para ser tecnicamente explorado, das reservas nacionais de

petróleo, de 283 milhões de m3 em 1979 para 2,35 bilhões de m

3 em 2004. Nesse

mesmo período, a produção de petróleo passou de 170 mil barris por dia para 1.541 mil

6 Lâmina d’água é a distância entre a superfície da água e o fundo do mar.

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7

barris por dia, incluindo líquido de gás natural (LGN). E a maior de todos as medidas

foi o Pró-Álcool7, conhecido como o maior projeto alternativo de energia do mundo.

Este projeto, criado em 1975 pelo decreto no 76.593, tinha como objetivo substituir

parte da gasolina utilizada na frota nacional de veículos de passageiros e, ainda, utilizar

o álcool como aditivo à gasolina (álcool anidro), tornando menos poluente a sua

combustão. A produção de álcool, que de 1970 a 1975 permaneceu abaixo de 700 mil

m3, passou a 2,85 milhões de m

3 em 1979 e em 1997 registrou um recorde de 15,5

milhões de m3, nível máximo atingido.

(*) 1945-1983 Arabian Light

1984-2005 Brent

Fonte: BP Statistical Review of World Energy June 2006

Os primeiros frutos dessas medidas começaram a surgir na década de 80 com a redução

do grau de dependência externa de energia, com a evolução da matriz energética

brasileira, quando a produção marítima de petróleo superou a terrestre em 1981 e em

1984 quando a produção brasileira de petróleo se igualou à importada, conforme pode

ser visto na figura 3.

7 Além do Pró-Álcool, o presidente Geisel tentou implantar o Pró-Óleo, que substituiria o óleo combustível por óleo

vegetal, de produção interna, o que representaria a plena independência do Brasil na área de petróleo.

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8

Nota: (1) Não inclui Líquido de Gás Natural

(2) Inclui condensados de Nafta e LGN importado

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2004.

Uma nova era para o setor do petróleo no Brasil foi iniciada em 06/08/97, com o início

da vigência da Lei no 9.478/97. Até agosto de 1997, a Petrobras detinha o monopólio na

área do petróleo no Brasil. Com a quebra do monopólio, o mercado brasileiro abriu suas

portas para o capital estrangeiro e cerca de 35 empresas se instalaram no país.

O fim do monopólio, determinado pela Lei do Petróleo, instituiu não apenas um

conjunto de mudanças de caráter técnico-administrativo, mas uma redefinição no papel

do Estado. De provedor e produtor, o Estado passou para regulador e fiscalizador. Para

atuar nesse novo papel foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP), um órgão

vinculado ao Ministério de Minas e Energia, que passou a regular e fiscalizar a indústria

do petróleo no Brasil.

Neste período de abertura das atividades da indústria petrolífera no Brasil à iniciativa

privada, a Petrobras superou a marca histórica de 1 milhão de barris produzidos por dia.

Em 1999, ela quebrou o recorde mundial de produção offshore, no campo de Roncador,

na Bacia de Campos, produzindo a 1.853 metros de profundidade.

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9

Devido aos constantes recordes no volume produzido, o Brasil conseguiu passar da 18a

posição em 2001 para a 16a posição em 2002 no ranking mundial de produtores de

petróleo8. Com relação às reservas totais de petróleo, foram contabilizados, no final do

ano 2002, 13,1 bilhões de barris, mantendo uma taxa de crescimento médio nos últimos

10 anos de 7,1%. As reservas provadas no referido ano correspondem a 9,8 bilhões de

barris (volume 15,4% superior ao registrado em 2001), representando 75% das reservas

totais, como pode ser vista na figura 4. Com isso, o Brasil alcançou a 15a posição no

ranking mundial quanto às reservas provadas de petróleo, avançando uma posição em

relação ao ano anterior (ANP, 2003).

Fonte: Elaboração própria com base em Boletins Anuais de Reservas ANP/SDP, conforme a

Portaria ANP no 9/00, a partir de 1999; Petrobras /SERPLAN, para os anos anteriores.

Notas: 1- Reservas em 03/12 dos anos de referência.

2- Inclui condensado.

O ano de 2003 foi considerado como marco na história da Petrobras. Além do

expressivo volume de petróleo descoberto, também foi descoberta a maior jazida de gás

8 A Arábia Saudita permaneceu sendo o maior produtor de petróleo do mundo, extraindo uma média de 8,7 milhões

de barris por dia.

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10

natural na plataforma continental brasileira, na Bacia de Santos. Foram identificadas

novas províncias petrolíferas de óleo leve no Espírito Santo e em Sergipe, com alto

potencial de exploração e produção.

Em 19 de dezembro de 2005, a Petrobras alcançou a produção recorde de 1.875.425

barris de petróleo por dia. O ano de 2006 marca a auto-suficiência sustentável do Brasil

na produção de petróleo. Com o início das operações do FPSO (Floating Production

Storage Offloading) P-50 no campo gigante9 de Albacora Leste, no Norte da Bacia de

Campos (RJ), a Petrobras alcançará até o final deste ano a marca de 2 milhões de barris

por dia, o suficiente para cobrir o consumo do mercado interno, de 1,8 milhões de barris

diários.

A segunda metade da década de 90 foi marcada por grandes avanços no setor de

petróleo e gás natural, decorrente do aumento nos investimentos na área de exploração e

produção, que proporcionaram aumentos consideráveis no volume de reservas e

produção de petróleo.

9 São considerados campos gigantes aqueles com reservas superiores a 500 milhões de barris.

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11

2.1. Análise dos Combustíveis Selecionados

Neste capítulo serão feitas breves análises a respeito de cada combustível utilizado nesta

pesquisa, demonstrando a importância de cada um deles para a matriz energética

brasileira.

2.1.1. Álcool

O álcool é um derivado da cana-de-açúcar, matéria-prima mais antiga do Brasil. Cerca

de 75% do álcool produzido é proveniente do caldo de cana. Os demais 25% têm

origem no melaço, resultante da produção de açúcar.

O álcool pode ser utilizado como combustível no país de duas maneiras: como álcool

etílico anidro combustível (AEAC) – isento de água – é o produto adicionado, por lei

federal, à gasolina. Ele é obtido a partir da fermentação do caldo da cana-de-açúcar e, de

acordo com a Portaria ANP 45/01, possui teor alcoólico mínimo de 99,30 INPM.

Também é utilizado como álcool etílico hidratado combustível (AEHC), que é um

produto renovável e limpo que contribui para a redução do efeito estufa e diminui

substancialmente a poluição do ar, utilizado nos automóveis e, como o próprio nome

diz, possui água.

As vendas de álcool hidratado, em 2005, somaram 4.648 mil m3, superior em 6,73% às

vendas em 2004. Porém, existem diferenças entre as regiões, como se observa na figura

5, sendo da região Sudeste a maior parte das vendas, que em 2005 representou 65%. A

região Sul teve uma participação de 19% das vendas e os demais 16% sendo das regiões

Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A maior produtora de álcool do Sudeste é a região de

Ribeirão Preto, localizada no nordeste do estado de São Paulo, e é considerada o

principal pólo sucroalcooleiro do mundo. Isto porque além de produzir mais de 35% do

álcool do país, também é o centro do conhecimento mundial na área, onde se

desenvolve e exporta toda a tecnologia para o setor.

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12

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

Como já mencionado neste capítulo, em 1975 o governo lançou o Programa Nacional

do Álcool (Pró-Álcool) com o objetivo de conquistar a autonomia energética e de

intensificar a produção de álcool como substituto à gasolina. Essa política garantiu ao

país não só a produção em larga escala de etanol de biomassa como, também, a atuação

de forma mais competitiva do que qualquer outro país no mercado mundial do açúcar,

graças aos intensos investimentos em P&D. No ano de 90, houve uma desaceleração do

programa, que representou significativa diminuição da frota de carros 100% a álcool.

Apesar da desaceleração do programa durante os anos 90, a produção de etanol se

manteve, graças à mistura do álcool etílico anidro carburante na gasolina, cujo

crescimento compensou a queda no consumo de álcool hidratado.

Figura 5 – Evolução das Vendas de Álcool por Região (2002-2005)

Norte

Mil m3

56 51 55 63

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

255 234 283 328

2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste

Mil m3

427 336 363 369

2002 2003 2004 2005

Sul

Mil m3

714 684 904 877

2002 2003 2004 2005

Sudeste

Mil m3

2.340 1.941 2.751 3.011

2002 2003 2004 2005

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13

A partir de 2003 aumentou a participação do álcool no setor de transportes com os

automóveis do tipo flex fuel, sendo possível a utilização do álcool hidratado ou gasolina,

tecnologia que proporciona economia, já que com esse tipo de motor pode-se optar pelo

combustível mais barato.

A produção do álcool em 2004 cresceu 20% em relação ao ano anterior e o consumo

total apresentou um crescimento de 26%, também em relação ao mesmo período, fato

que pode ser explicado pelo menor nível de preços do álcool hidratado em relação à

gasolina.

Esses dados podem ser analisados pela tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Dados do Álcool Hidratado (103 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

5.056

4.985

5.547

5.638

6.789

Importação

64

118

0

0

0

Exportação

-227

-320

-753

-706

-2.176

Var. Estoques, Perdas e Ajustes

1.560

661

386

-412

1.087

Consumo Total

6.453

5.444

5.179

4.520

5.700

Fonte: ANP, 2005.

Além das questões relacionadas à finitude do petróleo, o uso do álcool vem se

colocando como fator decisivo na redefinição da matriz energética no âmbito da

perspectiva econômica dos combustíveis renováveis e ambientalmente limpos.

2.1.2. Gasolina

A gasolina é um produto obtido a partir do refino do petróleo e sua composição varia

com sua utilização, para aviação ou automotiva, demandando processos específicos de

refino do petróleo. É o combustível energético para motores de combustão interna com

ignição por centelha (Ciclo Otto10

).

10 Ciclo Otto é um ciclo termodinâmico utilizado em motores, no qual a explosão se dá a partir da ocorrência de uma

centelha. Foi definido por Beau de Rochas e implementado com sucesso pelo engenheiro alemão Nikolaus Otto em

1876 e, posteriormente por Étienne Lenoir e Rudolf Diesel. Utiliza como combustível gasolina, álcool ou sua mistura.

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14

No Brasil existem vários tipos11

de gasolina e neste estudo está sendo analisada a

gasolina do tipo C, que é a gasolina constituída de uma mistura de gasolina A e álcool

etílico anidro combustível.

Analisando a tabela 2, observa-se uma queda no consumo de gasolina no ano de 2002,

em parte explicada pela substituição da gasolina pelo álcool e também em função das

condições desfavoráveis do crédito e do cenário de instabilidade econômica que vivia o

país, que impactaram fortemente o desempenho do ramo automotivo.

Tabela 2 – Dados da Gasolina (103 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

19.416

19.657

19.478

19.576

19.636

Importação

61

320

164

185

57

Exportação

-2.042

-2.986

-3.408

-2.693

-2.028

Var. Estoques, Perdas e Ajustes

-210

-32

-33

26

53

Consumo Total

17.225

16.959

16.201

17.094

17.718

Fonte: ANP, 2005.

Após alguns anos de baixa performance, a gasolina se recuperou e voltou a crescer,

apresentando um aumento de 3,7% no consumo total de 2004 em relação a 2003. Por

outro lado, o crescimento da produção de gasolina, motivado pelo desenvolvimento da

indústria automobilística foi possível não só através do refino, mas também de

processos de transformação de frações pesadas, que contribuíram para o aumento do

rendimento total do produto em relação ao petróleo.

A participação da região Sudeste na venda de gasolina, assim como o álcool, é a maior

do país (51% de 2002 a 2005), seguida da região Sul com 21% e os demais 29%

pertencentes às regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Esta separação por regiões

pode ser vista na figura 6.

11 Os tipos de gasolina comercializados no Brasil são: gasolina do tipo A (73 octanas – gasolina amarela), do tipo B

(82 octanas* – gasolina azul), do tipo C (76 octanas – gasolina + álcool) e gasolina verde (cujo NO é igual a 110/130)

e é somente utilizada na aeronáutica.

* O combustível é classificado segundo seu poder antidetonante, em número de octanagem (NO). Quanto maior for o

“NO”, mais antidetonante será o combustível e, conseqüentemente, maior será a sua capacidade de suportar as altas

compressões sem sofrer a detonação.

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15

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.3. Óleo Diesel

O óleo diesel é constituído basicamente por hidrocarbonetos. É um produto inflamável,

medianamente tóxico, volátil, límpido, isento de material em suspensão e com odor

forte e característico.

O óleo diesel é utilizado em motores de combustão interna e ignição por compressão

(motores do ciclo diesel), empregado nas mais diversas aplicações: como combustível

industrial, como combustível para motores à explosão de máquinas (locomotivas), como

combustível para veículos pesados (carretas, tratores, caminhões), como combustível

Figura 6 – Evolução das Vendas de Gasolina por Região (2002-2005)

Centro-Oeste

Mil m3

2.2872.2842.0392.074

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

3.4503.4103.0803.125

2002 2003 2004 2005

Norte

Mil m3

1.1541.1251.005983

2002 2003 2004 2005

S udeste

Mil m3

11.68211.47711.18811.925

2002 2003 2004 2005

S ul

Mil m3

4.9174.8704.4804.503

2002 2003 2004 2005

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16

para automotivo (ônibus, veículos utilitários), como combustível para geração de

energia elétrica.

O maior uso do óleo diesel se dá no setor de transporte (média de 81,6% de 2000 a

2004), seguido do setor agropecuário (média de 15,3%) e do setor industrial (média de

1,9%). O consumo de óleo diesel vem aumentando ao longo dos anos, com a

importação representando 16% desse consumo total em 2000 (vide tabela 3). Como dito

acima, o setor de transportes representa a maior parcela deste consumo. Desta forma,

estão surgindo iniciativas no sentido de reduzir o nível de utilização do óleo diesel,

devido aos impactos ambientais decorrentes da emissão de gases de efeito estufa e

causadores da chuva ácida e também à tendência inevitável de esgotamento das reservas

mundiais de petróleo.

Diversas tecnologias foram desenvolvidas visando encontrar combustíveis alternativos

em substituição ao diesel, entre as quais encontra-se o biodiesel. Proveniente da

biomassa, o “diesel natural”, como também é chamado, é considerado um combustível

de queima limpa e pode ser usado para alimentar motores ou com a finalidade de

geração de energia elétrica (bioeletricidade).

Tabela 3 – Dados do Óleo Diesel (103 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

31.316

32.369

32.549

35.421

39.235

Importação

5.859

6.585

6.389

3.820

2.695

Exportação

-753

-848

-805

-821

-965

Consumo Total

36.442

38.047

38.678

38.308

40.677

Transformação (*)

1.768

1.957

1.525

1.887

2.166

Consumo Final

34.674

36.090

37.153

36.421

38.511

Setor Energético

297

304

105

181

174

Agropecuário

5.232

5.723

5.628

5.690

5.621

Transportes

28.311

29.279

30.450

29.550

31.616

Industrial

616

579

674

760

832

(*) Geração de eletricidade

Fonte: ANP, 2005.

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17

As vendas de óleo diesel em 2005 permaneceram praticamente estáveis em relação a

2004, apresentando uma pequena queda de 0,21%. A participação das regiões nas

vendas repete o comportamento dos combustíveis analisados anteriormente, tendo a

região Sudeste a maior participação (44% de 2002 a 2005), seguida da região Sul (21%)

e das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte (totalizando 35%), conforme figura 7.

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.4. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

O gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha, é

obtido a partir das frações mais leves do petróleo ou das mais pesadas do gás natural.

Figura 7 – Evolução das Vendas de Óleo Diesel por Região (2002-2005)

Norte

Mil m3

2.952 2.990 3.422 3.718

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

5.619 5.238 5.622 5.704

2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste

Mil m3

4.5654.563 4.906 4.533

2002 2003 2004 2005

Sul

Mil m3

7.7507.759 8.121 7.807

2002 2003 2004 2005

Sudeste

Mil m3

16.782 16.303 17.149 17.374

2002 2003 2004 2005

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18

Quando proveniente do gás natural é constituído pelos hidrocarbonetos propano e

butano. No caso de ser extraído nas refinarias a partir do petróleo, o GLP é composto

também de propeno e buteno.

O GLP é utilizado no Brasil principalmente como combustível doméstico em fogões e

aquecedores de água, aplicação esta estimada em mais de 90% da demanda energética

brasileira12

. Na indústria é utilizado principalmente em processos que requeiram queima

praticamente isenta de impurezas, onde os gases de combustão tenham contato direto

com o produto ou em áreas com limitações de emissões para a atmosfera. Pode ser

queimado em motores de combustão interna, ciclo Otto, devido à boa octanagem e

baixas emissões. Também é utilizado na petroquímica para a produção de borrachas e

polímeros.

O consumo residencial do GLP apresentou sucessivas quedas desde 2000, invertendo a

situação em 2004 quando mostrou um pequeno crescimento de 2,1% (vide tabela 4).

Essas baixas performances podem ser justificadas pelos aumentos dos preços acima das

taxas de inflação e a perda do poder aquisitivo das famílias. A queda no consumo é

também indicativo do avanço do gás natural, tanto no uso residencial como industrial, e

do retorno do consumo de lenha em domicílios, como mostra a figura 8.

Fonte: BEN, 2006.

12 A forma de comercialização mais comum é a de engarrafamento em botijões de 13 kg de gás.

Figura 8 - Consumo do GLP e da Lenha no Setor Residencial

103 tep

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Lenha GLP

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19

Tabela 4 – Dados do GLP (103 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

7.761

8.694

8.940

9.418

9.783

Importação

5.097

3.848

3.353

2.040

2.040

Exportação

-10

-8

-175

-131

-131

Var. Estoques, Perdas e Ajustes

-23

147

7

123

63

Consumo Total

12.825

12.681

12.125

11.450

11.755

Setor Energético

75

6

17

67

75

Residencial

10.342

10.369

10.003

9.345

9.539

Comercial

355

437

434

445

464

Público

603

640

666

640

753

Agropecuário

26

35

32

29

33

Industrial

1.424

1.194

973

924

891

Fonte: ANP, 2005.

As vendas de GLP no Brasil, no período de 2002 a 2005, totalizaram 47 milhões de m3,

sendo que de 2004 para 2005 elas permaneceram constantes. A participação das regiões

do país nas vendas mostra que a região Sudeste se encontra em primeiro lugar com

50%, seguida da região Nordeste com 20% e logo depois vem a região Sul com 17%.

As regiões Centro-Oeste e Norte participam com 13% nas vendas de GLP, como se

observa na figura 9.

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20

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.5. Óleo Combustível

O óleo combustível é originado das frações residuais da destilação do petróleo, obtidas

em vários processos de refino e possui uma composição química bastante diversa.

Largamente utilizados na indústria moderna para aquecimento de fornos e caldeiras ou

em motores de combustão interna para geração de calor, os óleos combustíveis são

apresentados nas classificações A e B. Os óleos da classificação A têm como principal

característica o alto teor de enxofre. Os óleos de classificação B possuem baixo teor de

enxofre.

Figura 9 – Evolução das Vendas de GLP por Região (2002-2005)

Norte

Mil m3

565559541589

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

2.3722.3462.2422.449

2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste

Mil m3

899902886927

2002 2003 2004 2005

Sul

Mil m3

2.0382.0391.9942.079

2002 2003 2004 2005

Sudeste

Mil m3

5.7385.8365.7446.088

2002 2003 2004 2005

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21

O óleo combustível há vários anos vem sendo substituído por fontes de energia mais

limpas, como o gás natural. Em 2004, o consumo industrial de 4.615 mil m3 manteve a

tendência declinante (-12,7%), fato que se repete desde 1997, quando o consumo foi de

9.423 mil m3, como se observa na tabela 5.

Tabela 5 – Dados do Óleo Combustível (103 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

17.672

18.841

18.007

16.607

16.918

Importação

71

13

59

93

130

Exportação

-5.530

-7.625

-7.929

-8.633

-10.063

Var. Estoques, Perdas e Ajustes

-145

-172

-111

151

329

Consumo Total

12.068

11.057

10.026

8.218

7.314

Transformação (*)

2.162

2.226

1.435

686

608

Consumo Final

9.906

8.831

8.591

7.532

6.706

Setor Energético

1.126

1.083

1.023

1.174

1.084

Comercial

369

325

394

135

148

Público

244

240

166

121

55

Agropecuário

111

150

111

87

74

Transportes

676

742

774

729

730

Industrial

7.380

6.291

6.123

5.286

4.615

(*) Geração de eletricidade

Fonte: ANP, 2005.

A maior parte das vendas de óleo combustível se dá na região Sudeste (54% de 2002-

2005); seguida da região Norte (17%) e da região Sul (12%). As regiões Nordeste e

Centro-Oeste possuem a menor participação, 10% e 6% respectivamente, como mostra

figura 10.

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22

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

2.1.6. Gás Natural

O gás natural (GN) é definido como uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos leves,

contendo predominantemente metano, etano, propano, que à temperatura ambiente e

pressão atmosférica permanece no estado gasoso. Ele é produzido muitas vezes

juntamente com o petróleo, através da extração nas bacias sedimentares da crosta

terrestre. Ao chegar à superfície ele é tratado para a remoção de impurezas, como água e

outros gases. A seguir ele é transportado por gasodutos para as zonas de consumo.

O gás natural apresenta diversas aplicações: na indústria de petróleo, através de sua

reinjeção em reservatórios, visando aumentar a recuperação de petróleo (óleo + gás), e

Figura 10 – Evolução das Vendas de Óleo Combustível por Região (2002-2005)

Norte

Mil m3

994 1.078 1.092 1.037

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

562

641 644 641

2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste

Mil m3

466 373 361 365

2002 2003 2004 2005

Sul

Mil m3

951 792 645 610

2002 2003 2004 2005

Sudeste

Mil m3

4.588 3.316 2.670 2.586

2002 2003 2004 2005

c

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23

no consumo interno em substituição a outros produtos alternativos. Na indústria

petroquímica é utilizado como matéria-prima, principalmente na produção de metanol, e

na indústria de fertilizantes, para a produção de amônia e uréia. Como uso domiciliar,

pode ser usado na cocção de alimentos, em substituição ao GLP, para aquecimento de

água e climatização de ambientes, em substituição à energia elétrica. No setor de

transportes é uma opção técnica e economicamente viável de substituição do álcool e

gasolina para os veículos de passeio. Também pode ser usado em veículos pesados,

movidos a diesel. No setor energético, permite a geração de energia elétrica, a partir de

motores à combustão interna, turbinas a gás e até mesmo das recentes células a

combustível. Também é utilizado em sistemas de co-geração de energia, que é a

produção seqüencial de mais de uma forma útil de energia, a partir do mesmo

energético. Por fim, pode ser utilizado como combustível industrial/comercial na

substituição de uma variedade de outros combustíveis alternativos, como madeira,

carvão, óleo combustível, diesel, GLP, nafta e energia elétrica, tanto em indústrias,

como em comércios. Proporciona uma combustão limpa e isenta de agentes poluidores.

A participação do gás natural na matriz energética brasileira é crescente, tendo mais que

dobrado a sua participação na oferta interna de energia nos últimos anos, passando de

3,7% (1998) para 9,3% (2005) (BEN, 2006). Ocorreu um crescimento significativo do

mercado de gás natural, a partir de 2000, com a construção do gasoduto Brasil-Bolívia,

que permitiu complementar rapidamente a produção nacional e em grandes volumes.

Entretanto, o país ainda apresenta uma grande vulnerabilidade no mercado de gás

natural, em função da dependência da importação deste combustível de um único país e

em função de ainda não haver no Brasil uma infra-estrutura de gasodutos que permita a

estabilização da oferta de gás. A maior dependência boliviana acaba por elevar tanto os

riscos de falha de suprimento quanto o poder de barganha do fornecedor em

renegociações das condições do contrato de comercialização do gás com a Bolívia,

sempre visando elevar o preço da commodity importada (BNDES, 2006). A produção

de gás natural em 2004 cresceu 7,5% em relação a 2003 e as importações cresceram

60% no mesmo período (vide tabela 6). O reflexo destes aumentos recai,

principalmente, sobre os derivados de petróleo, pela substituição de óleo combustível

em maior escala e GLP na indústria e de gasolina no transporte, além de outras

substituições em menor escala.

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24

Tabela 6 – Dados do Gás Natural (106 m

3)

Fluxo

2000

2001

2002

2003

2004

Produção

13.283

13.998

15.525

15.792

16.971

Importação

2.211

4.608

5.369

5.055

8.086

Var. Estoques, Perdas e Ajustes (*)

-5.403

-5.777

-5.839

-4.906

-5.684

Consumo Total

10.091

12.829

15.055

15.941

19.373

Transformação

2.126

3.579

3.783

3.753

5.708

Consumo Final

7.965

9.250

11.272

12.188

13.665

Consumo Final Não Energético

831

798

821

791

838

Consumo Final Energético

7.134

8.452

10.451

11.397

12.827

Setor Energético

2.278

2.419

2.722

2.938

3.168

Residencial

114

140

154

196

206

Comercial/Público

86

180

250

275

299

Transportes

313

572

980

1.328

1.580

Industrial

4.343

5.141

6.343

6.658

7.572

(*) Inclusive não-aproveitada e reinjeção.

Fonte: ANP, 2005.

Em 2004, o principal uso do gás natural continuou sendo no setor industrial, com 7,6

bilhões de m3 e crescimento substancial de 13,7% em relação a 2003. Também merece

destaque o crescimento de 19% do consumo de gás natural no transporte veicular.

As reservas provadas de gás natural em 2004, de 326,1 bilhões de m3, 33% superiores

às de 2003, equivalem a 19 anos da atual produção. Para os países da OCDE13

as

reservas equivalem acerca de 14 anos de produção, enquanto que a média mundial é de

60 anos, como mostra a figura 11.

13 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE ou OECD em inglês) é uma organização

internacional dos países desenvolvidos e industrializados com os princípios da democracia representativa e da

economia de livre mercado. São 30 os estados membros da organização.

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25

Fonte: ANP, 2006.

O gás natural contribuiu com 8,9% da matriz energética brasileira de 2004, aumentando

1,2% em relação a 2003. A maior participação nas vendas é da região Sudeste (64%)

seguida pela região Nordeste (21%), apresentado na figura 12. Efetivamente, trata-se de

uma fonte de energia com vigorosa penetração na estrutura produtiva do país.

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26

Fonte: Elaboração própria com base em ANP, 2006.

Figura 12 – Evolução das Vendas de Gás Natural por Região (2002-2005)

Norte

Mil m3

359346312266

2002 2003 2004 2005

Nordeste

Mil m3

2.7422.8542.2902.050

2002 2003 2004 2005

Centro-Oeste

Mil m3

476653287168

2002 2003 2004 2005

Sul

Mil m3

1.3951.082848712

2002 2003 2004 2005

Sudeste

Mil m3

9.1858.2396.9775.241

2002 2003 2004 2005

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27

2.2. Contribuição dos Combustíveis às Variáveis de Produção

As variáveis de produção (produção industrial e PIB) são importantes indicadores para

analisar a eficiência energética de um país, na medida em que se busca verificar o

máximo de produção de riqueza ou de valor agregado obtido por unidade de energia. A

evolução do PIB entre os anos de 1970 e 2004 apresentou um crescimento de 275% e o

consumo de energia aumentou em 207%, ocasionando uma redução da relação tep por

1.000 dólares de PIB de 0,39 para 0,32, fato este que demonstra um razoável aumento

da eficiência econômica no uso da energia. Com relação aos dados da Produção

Industrial, segundo o IBGE o produto da indústria registrou crescimento de 2,2% no

acumulado de doze meses e de 0,6% na passagem de junho/06 para julho/06. Em nível

regional, de junho/06 para julho/06, os dados do IBGE mostraram crescimento em nove

dos catorze locais pesquisados, com ênfase para as variações positivas nos estados do

Amazonas, Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo e para os recuos registrados na

produção industrial em Santa Catarina, Pernambuco, Paraná e Bahia (FIPE, 2006).

Nas décadas de 60, 70 e 80 o valor agregado do setor de petróleo variou,

respectivamente, a uma taxa média de 10,9% a.a., 12,6% a.a. e 7,7% a.a. Nos anos

noventa, o PIB do petróleo aumentou 4% a.a. Em 2000, 2001 e 2002, o PIB do petróleo

a preços básicos (deduzidos os impostos sobre produtos), em termos absolutos, alcançou

em valores correntes, respectivamente, R$ 51,5 bilhões, R$ 62,4 bilhões e R$ 81,2

bilhões. Em termos relativos, como proporção do PIB a preços básicos em valores

correntes do Brasil, o PIB do petróleo representou 6,8% em 2002, 5,9% em 2001 e

5,3% em 2000 (ver Anexo A).

Os resultados da tabela apresentada neste anexo confirmam a tendência de crescimento

da contribuição do setor de petróleo às variáveis de produto do Brasil, nos últimos anos,

tanto em termos absolutos quanto em termos relativos.

Os fatores que influenciam os resultados positivos do setor de petróleo no PIB brasileiro

são: a evolução do preço do petróleo no mercado internacional, o aumento da produção

de petróleo e gás natural no território nacional, a maior agregação de valor aos produtos

do refino e a implementação da Lei do Petróleo (Lei no 9.478/97) com as novas medidas

institucionais e regulatórias, em particular àquelas relativas às atividades de exploração

e produção de petróleo e gás natural.

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28

3. Revisão da Literatura

Na literatura econômica existem vários estudos sobre a demanda por gasolina em países

desenvolvidos e em desenvolvimento e alguns estudos sobre demanda por gás natural.

Entretanto, não foi encontrado nenhum estudo que analise a elasticidade entre mais de

dois combustíveis por região geográfica e por país, como se propõe a presente pesquisa.

Neste capítulo serão revisitados alguns desses trabalhos acadêmicos.

Balestra e Nerlove (1966) analisaram a demanda por gás natural sob dois aspectos:

dados em painel e dados em séries de tempo, com aplicação da demanda por gás natural

no mercado residencial e comercial.

O modelo desenvolvido por eles se baseou em um mecanismo dinâmico, considerando a

demanda no novo mercado de gás, isto é, com incremento da demanda por gás. O

período analisado foi de 1950 a 1962 e utilizaram dados esperados em 36 estados dos

Estados Unidos.

Os resultados obtidos sugeriram que os efeitos regionais invariáveis no tempo foram

responsáveis por aproximadamente três quartos do total da variação residual na equação

da demanda por gás. As elasticidades preço e renda de longo prazo da nova demanda de

gás foram de 0,63 e 0,62, respectivamente, no caso natural e 0,63 e 0,64 quando a taxa

de depreciação assumida era de 11%.

Bentzen (1994) desenvolveu um estudo para estimar as elasticidades de curto prazo e de

longo prazo da demanda por gasolina na Dinamarca, no período de 1948 a 1991. Ele

estudou a gasolina, porque esta apresentava uma taxa de crescimento maior no setor de

transportes da economia dinamarquesa do que outros energéticos.

Ele utilizou o método de cointegração e estimou o modelo de correção de erros. Na

equação, além das variáveis consumo de gasolina e renda real, ele incluiu outras

variáveis como, por exemplo, o estoque de veículos.

Os resultados encontrados por Bentzen apresentaram parâmetros com sinais corretos e

magnitudes esperadas. A elasticidade preço da demanda por gasolina no curto prazo foi

–0,32 e no longo prazo foi de –0,41. A elasticidade de veículos no curto prazo foi de

0,89 e no longo prazo foi de 1,04. Ele chegou à conclusão que os combustíveis para o

setor de transporte irão aumentar sua participação no consumo de óleos na Dinamarca e

o uso de energia neste setor, provavelmente continuará crescendo.

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29

Dahl e Sterner (1991) estudaram a demanda por gasolina e se concentraram na análise

das elasticidades preço e renda que, segundo eles, contêm a informação básica

necessária para fazer projeções e definir políticas energéticas.

Eles desenvolveram dez modelos econométricos cujo interesse era resumir todas as

descobertas e comparar as elasticidades nas diferentes categorias de modelos e nos

diferentes tipos de dados.

Dahl e Sterner chegaram à conclusão de que a elasticidade de curto prazo não varia

muito, enquanto que a de longo prazo varia mais significativamente. Segundo seus

estudos, a elasticidade preço de curto prazo é de –0,24 e a de longo prazo é de –0,80 e a

elasticidade renda de curto prazo é de 0,45 e a de longo prazo é de 1,16.

Eltony e Mutairi (1995) desenvolveram uma pesquisa em que estimaram a demanda por

gasolina no Kuwait para o período de 1970-1989, usando o método de cointegração e o

modelo de correção de erros.

A equação estimada se baseou no modelo de demanda por gasolina de Dahl e Sterner.

Eles utilizaram dados anuais de séries de tempo para o Kuwait e estimaram as

elasticidades de curto prazo e de longo prazo da demanda por gasolina.

As conclusões às quais chegaram foram que as elasticidades preço de curto prazo e de

longo prazo representaram –0,37 e –0,46, respectivamente, indicando uma

inelasticidade da demanda; a elasticidade renda da demanda, pelo modelo de correção

dos erros, foi de 0,47 no curto prazo e de 0,92 no longo prazo, sugerindo que a resposta

do consumo de gasolina a mudanças na renda é maior no longo prazo do que no curto

prazo e que a demanda por gasolina no Kuwait continuará crescendo, com o aumento do

consumo do óleo e uso energético no setor de transportes.

Liu (1983) estimou as elasticidades preço e preço-cruzada da demanda por gás natural

nos setores residencial, comercial e industrial por regiões dos Estados Unidos. O

período analisado foi de 1967 a 1978 e ele utilizou uma variável dummy para o ano de

1973 para demonstrar o efeito do embargo do óleo.

O procedimento de estimação utilizado por Liu incluiu regressão de mínimos quadrados

e mínimos quadrados de dois estágios. As variáveis exógenas selecionadas neste estudo

compreendiam a renda e o preço do óleo importado. O modelo de consumo de gás

natural utilizado possuía uma forma reduzida, com o uso de variáveis instrumentais de

preço e o intercepto ajustado pela variável dummy de tempo.

Liu descobriu que a demanda por gás natural nos EUA no longo prazo tem uma

elasticidade preço muito maior do que no curto prazo e que os setores residencial e

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30

comercial são muito mais sensíveis ao preço do que o setor industrial. Também

demonstrou existir um padrão regional em termos de consumo de gás natural:

determinadas regiões são relativamente sensíveis a menores preços tanto no curto prazo

quanto no longo prazo.

Ramanathan (1999) pesquisou a relação entre a demanda por gasolina, renda nacional e

preço da gasolina e utilizou técnicas de cointegração e o modelo de correção de erros,

em estudo desenvolvido para analisar as elasticidades de curto prazo e de longo prazo

da demanda por gasolina na Índia. O período de análise foi de 1972-1973 a 1993-1994.

O modelo econométrico utilizado por ele foi baseado em outras pesquisas que

estimaram modelos de demanda por gasolina, principalmente no modelo de Dahl e

Sterner que consideravam a renda e o preço como principais parâmetros para estimar a

demanda por este combustível.

Ramanathan chegou à conclusão que na Índia a demanda por gasolina cresce

significativamente e igualmente a um dado aumento no PIB. O aumento apresentou-se

maior no longo prazo (2.682) do que no curto prazo (1.178). A demanda por gasolina se

mostrou relativamente inelástica a mudanças no preço, tanto no longo quanto no curto

prazo. Os resultados mostraram que a demanda por gasolina na Índia tem crescido a

altas taxas, de aproximadamente 7,38% ao ano durante os últimos 15 anos.

Para o Brasil, Alves e Bueno (2003) estimaram as elasticidades preço e renda da

demanda por gasolina e a elasticidade preço cruzada entre gasolina e álcool.

Eles analisaram o comportamento de longo prazo e curto prazo da demanda por

gasolina, utilizando técnicas de cointegração e incluíram a variável preço da gasolina na

equação, permitindo estimar a elasticidade preço cruzada entre o álcool e a gasolina,

para o período de 1984 a 1999.

As conclusões a que chegaram foram que o valor estimado para a elasticidade preço

cruzada do álcool e da gasolina mostrou que os consumidores não estão muito sensíveis

a modificações no preço do combustível, até mesmo no longo prazo; que a demanda por

gasolina, mantendo todos os outros fatores constantes, mostrou-se inelástica com

respeito a mudanças no preço; e finalmente, que a tributação da gasolina poderia ser

uma boa fonte de receita tanto no curto prazo quanto no longo prazo, dada a

inelasticidade da gasolina e sua substituibilidade imperfeita com respeito ao álcool.

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31

4. Metodologia

O objetivo desta pesquisa, como mencionado no capítulo 1, é estudar a demanda por

combustíveis14

no Brasil e nas suas regiões e analisar o efeito substituição entre esses

energéticos.

Para investigar os resultados destas análises serão utilizados dados em séries de tempo,

para análise em nível nacional e para a análise em nível regional. As observações estão

em bases mensais e compreendem o período de janeiro de 2002 a junho de 2006. Em

função da disponibilidade dos dados, esta pesquisa trabalha com uma amostra curta (54

observações). Portanto, em função da pequena amostra, não foram feitos ajustes

sazonais nas séries utilizadas. Além disso, deve-se atentar para a ocorrência de

resultados menos robustos em função, também, da amostra pequena.

Abaixo, encontra-se uma breve descrição dos dados utilizados.

4.1. Dados

Álcool Hidratado

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo

próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.

Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por região

geográfica.

Fonte: ANP.

Óleo Diesel

Volume vendido mensal pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo

próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.

Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por regiões

geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

14 Os combustíveis analisados são: álcool hidratado, óleo diesel, gasolina C, GLP, óleo combustível e gás natural.

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32

Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por

regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços

para o Brasil.

Gasolina C

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo

próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.

Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/l, para o Brasil e por regiões

geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por

regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços

para o Brasil.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo

próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.

Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/kg, para o Brasil e por regiões

geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e preços por

regiões geográficas e Relatório Boletim de Preços da Petrobras para dados de preços

para o Brasil.

Óleo Combustível 1A

Volume mensal vendido pelas distribuidoras aos consumidores finais e para consumo

próprio, medido em mil m3, para o Brasil e por regiões geográficas.

Preço médio mensal aos consumidores, medido em R$/m3, para o Brasil e por regiões

geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

Fontes: ANP para dados de volumes para o Brasil e por regiões geográficas e Petrobras

para dados de preços para o Brasil e por regiões geográficas.

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33

Gás Natural

Volume mensal vendido às distribuidoras, medido em mil m3, para o Brasil e por

regiões geográficas.

Preço médio mensal às distribuidoras, medido em R$/m3, para o Brasil e por regiões

geográficas, com inclusão de ICMS, PIS/PASEP, COFINS.

Fonte: Petrobras.

Produção Industrial

Índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal (média de 2002 = 100) para o Brasil e por

regiões geográficas.

Fonte: Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, IBGE.

4.2. Os Modelos

4.2.1. Modelo Agregado

Seguindo a metodologia utilizada pelos diversos autores mencionados no capítulo 3, o

modelo econométrico adotado nesta pesquisa, em âmbito nacional, considera a demanda

por um combustível como uma função do seu preço, do preço de outros combustíveis e

da renda, ou seja:

),,,( tjtitit ZPPfV (1)

Onde: itV = volume do combustível i no tempo t

itP = preço do combustível i no tempo t

jtP = preço do combustível j no tempo t

tZ = variável de produção no tempo t

A função de demanda de mercado também pode ser escrita da seguinte forma:

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34

ti eZeePeV t

tt

i

itit

92

870

6

1

(2)

Tomando o log da equação (2), a regressão a ser estimada é:

ttttit ZttPPV ln...lnlnln 92

8722110 (3)

Onde 1 , 2 e 9 representam, respectivamente, a elasticidade preço do combustível

1, a elasticidade preço-cruzada entre os combustíveis 1 e 2 e a elasticidade renda15

e t

é o resíduo.

Na equação acima foram incluídas as variáveis de tendência t e 2t em função de o

comportamento das variáveis de volume dos combustíveis, em escala logarítmica,

apresentarem tendência linear e quadrática. A não inclusão da tendência acarreta na

omissão de uma variável importante que pode viesar os outros coeficientes.

4.2.2. Modelo Desagregado por Região Geográfica

No caso do modelo em nível regional, adota-se mais uma variável que representa a

região brasileira. Desta forma, o modelo se apresenta da seguinte maneira:

),,,( ktjktiktikt ZPPfV (4)

Onde: iktV = volume do combustível i, na região k e no tempo t

iktP = preço do combustível i, na região k e no tempo t

jktP = preço do combustível j, na região k e no tempo t

ktZ = variável de produção na região k e no tempo t

Assim, a função de demanda também pode ser escrita como segue abaixo:

15 A prova de que o coeficiente representa a elasticidade encontra-se no Anexo B.

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35

kti eZeePeV kt

tt

i

iktikt

92

870

6

1

(5)

Cabe ressaltar que o índice k representa a região geográfica que está sendo analisada e,

portanto, não varia. Ou seja, cada região geográfica terá o seu conjunto de modelos.

Tomando-se o logaritmo da função 5, obtém-se:

ktktktktikt ZttPPV ln...lnlnln 92

8722110 (6)

4.3. Estimação

O método de estimação utilizado nesta pesquisa foi o método dos Mínimos Quadrados

Ordinários (MQO ou, em inglês, OLS), por se tratar de uma abordagem econométrica

conveniente para o estudo das relações entre as variáveis econômicas, usando dados de

séries de tempo.

A partir das equações (3), para o caso do modelo agregado, e (6), para o caso do modelo

desagregado, será utilizado o método de cointegração para verificar se existe uma

relação de longo prazo, ou de equilíbrio, entre as variáveis. Se as variáveis forem

cointegradas, existe uma relação de longo prazo entre elas. Além disso, a dinâmica de

curto prazo poderá ser descrita pelo modelo de correção de erros (ECM).

Como propõem Engle e Granger (1987), um importante ingrediente na análise de

sistemas cointegrados são os testes de cointegração. Primeiro, considera-se o caso da

existência de duas variáveis x e y. Inicialmente aplica-se o teste de raiz unitária para

checar se ambas as variáveis, x e y, são integradas de ordem um ou I(1). O próximo

passo será regredir y em x e considerar xyu ˆ , onde u representa o resíduo. Em

seguida, aplica-se o teste de raiz unitária em u . Se x e y forem cointegradas, xyu

é integrada de ordem zero ou I(0). Por outro lado, se elas não forem cointegradas, u

será I(1).

Seguindo o teste de cointegração proposto por Engle e Granger (1987), inicialmente

será verificado se as variáveis são geradas por processos estocásticos estacionários ou

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36

não estacionários16

. Para verificar a estacionariedade das variáveis será feito o teste de

raiz unitária. Neste teste será utilizado o tipo Dickey-Fuller aumentado (ADF) com

Akaike modificado, com o objetivo de aumentar a potência do teste17

.

Também será feito o teste KPSS (Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin), que é um teste

multiplicador de Lagrange (LM).

Em seguida, será verificado se as variáveis são cointegradas (para evitar situação de

regressão espúria) e se os resíduos das regressões são I(0) ou estacionários.

Para verificar se as variáveis são cointegradas, a equação a ser estimada para o modelo

agregado será:

6

1

92

870 lnlnln

i

titiitt ZttPV (7)

e a equação a ser estimada para o modelo desagregado por regiões será:

6

1

92

870 lnlnln

i

ktiktiiktkt ZttPV (8)

Submete-se t e kt a uma análise de raiz unitária e verifica-se se t e kt são

estacionários, ou seja, são I(0). Se a afirmação for verdadeira, as variáveis são

cointegradas e existe entre elas uma relação de longo prazo.

Por último, após verificar se as variáveis são cointegradas, examinar-se-á a relação de

curto prazo para identificar qualquer desequilíbrio. A correção deste desequilíbrio será

feita pelo mecanismo de correção de erro, proposto por Engle e Granger (1987), através

do seguinte modelo para o caso agregado:

16 Um processo aleatório ou estocástico é um conjunto de variáveis aleatórias ordenadas no tempo. Diz-se que um

processo estocástico é estacionário quando a sua média e a sua variância são constantes ao longo do tempo e quando

o valor da covariância entre dois períodos de tempo depende apenas da distância, do intervalo ou da defasagem entre

os dois períodos de tempo, e não do próprio tempo em que a covariância é calculada (GUJARATI, 2006).

17 Entende-se por potência do teste a probabilidade de rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa. A potência de um

teste é calculada subtraindo-se de 1 a probabilidade de um erro do tipo II; o erro do tipo II é a probabilidade de aceitar

uma hipótese nula falsa. A potência máxima é 1. A maioria dos testes de raiz unitária é baseada na hipótese nula de

que a série temporal considerada tem raiz unitária; isto é, que ela é não estacionária. A hipótese alternativa é que a

série temporal é estacionária (GUJARATI, 2006).

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37

6

1

1870 lnlnln

i

tttitiit uZPV (9)

e para o caso do modelo desagregado por regiões será:

6

1

1870 lnlnln

i

tktktiktiikt uZPV (10)

onde representa o operador de primeiras diferenças; tu é um termo de erro aleatório e

1t e 1kt representam o valor defasado de um período do erro das regressões

cointegrantes (3) e (6), respectivamente. Os parâmetros 1 , 2 e 7 são,

respectivamente, as elasticidades de curto prazo referentes ao preço do combustível 1,

preço-cruzada entre os combustíveis 1 e 2 e à renda. O parâmetro 8 representa o quão

rapidamente o equilíbrio é restaurado.

Desta maneira, o mecanismo de correção de erro é a forma de reconciliar o

comportamento de curto prazo de uma variável com seu comportamento de longo prazo

(GUJARATI, 2006).

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38

5. Resultados

O presente capítulo está dividido em quatro seções, sendo duas seções para cada

modelo, ou seja, o modelo agregado possui uma seção com o resumo dos principais

resultados e outra seção com os resultados detalhados. O mesmo procedimento ocorre

para o modelo desagregado, sendo uma seção correspondente ao resumo dos principais

resultados e a outra seção correspondente aos resultados detalhados.

Essa subdivisão do capítulo ocorre de maneira a facilitar a leitura. Caso o leitor queira

se colocar a par dos resumos apenas, este poderá ler as seções 5.1 e 5.3 e seguir para o

último capítulo das conclusões. Se o leitor tiver interesse em um detalhamento maior

dos resultados, poderá seguir a seqüência original do texto.

É oportuno destacar que a escolha dos modelos, tanto o agregado quanto o desagregado

por regiões geográficas, deu-se em função de alguns critérios, quais sejam, aqueles que

apresentaram maior R2 ajustado e t

2 significativo. Conforme mencionado na seção 4.2.1,

as variáveis de volume apresentaram tendência e, desta forma, tornou-se necessária a

sua inclusão nos modelos. Para cada modelo foram realizadas três regressões: sem

tendência, com tendência linear e com tendências linear e quadrática. A escolha do

melhor modelo seguiu o critério de partir do modelo mais geral para o mais particular.

Sendo assim, foi analisada a significância da tendência quadrática, considerando o nível

de 10%. À medida que as tendências não apresentavam o nível de 10% de significância,

retiravam-se as tendências até chegar ao modelo que apresentava as variáveis

significativas no nível de significância mencionado.

Ressalta-se, também, que alguns modelos apresentam restrições. A construção dos

modelos se deu com base na utilização de cada combustível, como descrito no capítulo

2, verificando-se o setor da economia em que cada energético está inserido. Ou seja, o

álcool, a gasolina e o óleo diesel têm utilização no setor de transportes e o óleo

combustível, o óleo diesel, o gás natural e o GLP têm utilização nos setores industrial,

residencial e comercial. Sendo assim, não seria possível estimar um modelo entre o

álcool, a gasolina e o diesel com o gás natural18

e o GLP, porque os três primeiros

combustíveis são utilizados somente no setor de transporte, enquanto o gás natural e o

GLP não têm utilização nesse setor.

18 Cabe lembrar que o gás natural veicular não está sendo estudado nesta pesquisa e, portanto, o gás natural

considerado neste estudo não tem uso no setor de transporte.

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39

Além disso, foram testados vários modelos com a combinação dos preços de todos os

combustíveis, utilizando o critério de partir da especificação mais geral para a mais

particular, para verificar os efeitos entre as variáveis. Observou-se que a inclusão dos

preços de todos os combustíveis, como sugerido no capítulo anterior, resultou em

variáveis não significativas e modelos com R2 ajustado muito baixo (vide Anexo C, para

o modelo agregado para o Brasil, e os Anexos D, E, F, G e H, para os modelos

desagregados para as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul,

respectivamente). Desta forma, as variáveis não significativas foram retiradas dos

modelos, até restarem apenas as variáveis significativas, chegando-se aos modelos

particulares, que são objeto de análise desta dissertação.

O fato de os modelos gerais (com a inclusão de todas as variáveis de preço) não

apresentarem resultados satisfatórios pode ser explicado em função de os combustíveis

apresentarem características semelhantes entre si, de modo a existir poucas variações

nos preços de um que expliquem as variações nos preços dos outros combustíveis. Deste

modo, torna-se difícil avaliar os efeitos individuais ou separados de várias combinações

de preços e daí a elaboração de modelos particulares com a combinação de dois

combustíveis de cada vez.

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5.1. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Nacional

Os resultados dos modelos mostram que a demanda por álcool no Brasil se apresenta

inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no longo prazo. Excepcionalmente

no modelo de curto prazo, em que se analisa o álcool e a gasolina, a demanda pelo

primeiro combustível se mostrou elástica, o que significa que os consumidores são

muito sensíveis a variações no preço.

Os resultados da elasticidade cruzada evidenciaram que o diesel e a gasolina são

combustíveis substitutos do álcool, tanto para os modelos de curto prazo quanto para os

modelos de longo prazo. Embora esses tenham sido os resultados apresentados,

observa-se, na prática, que as vendas de automóveis movidos a álcool têm crescido mais

que as vendas dos automóveis movidos aos outros dois combustíveis e,

conseqüentemente, o álcool tem sido utilizado como substituto dos demais.

Nos modelos do gás natural, a demanda por esse combustível se apresentou inelástica

em relação à renda, tanto no curto quanto no longo prazo. Ressalta-se que a elasticidade

cruzada entre o gás natural e o GLP mostrou que esses combustíveis são

complementares, tanto no curto quanto no longo prazo. Esse resultado está em

desacordo com a teoria, porque o que se observa é que o gás natural vem sendo

utilizado como substituto do GLP tanto no uso residencial, para a cocção de alimentos,

quanto no uso industrial, para geração de força motriz e como matéria-prima na

indústria petroquímica.

Embora os resultados, de curto e longo prazos, dos modelos do óleo combustível com o

gás natural não tenham levado a qualquer conclusão, o que se observa é que vem sendo

incentivada a substituição do óleo combustível pelo gás natural no setor industrial.

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41

5.2. Resultados Detalhados para o Nível Nacional

Seguindo as etapas descritas no capítulo anterior, inicialmente será apresentado o

resultado do teste de estacionariedade das variáveis.

A utilização do conceito de cointegração só se justifica se as séries analisadas forem não

estacionárias, ou seja, se possuírem raiz unitária. Portanto, o procedimento adotado foi a

realização dos testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e de

Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin (KPSS). Os resultados obtidos para o Brasil são

apresentados na tabela 7.

Tabela 7 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Agregado – Brasil

Variáveis Nível

ADF a KPSS

b

1a Diferença

ADF a KPSS

b

Preço Álcool -2.271 0.563 -2.980 0.047

Preço Óleo Diesel -2.169 0.879 -4.033 0.217

Preço Gasolina -1.073 0.852 -3.808 0.043

Preço GLP -1.562 0.901 -4.294 0.093

Preço Gás Natural -1.764 0.803 -4.228 0.172

Preço Óleo Combustível -2.910 0.702 -8.116 0.165

Produção Industrial 0.017 0.753 -4.917 0.281

Volume Álcool -0.312 0.649 -2.765 0.047

Volume Óleo Diesel -0.889 0.248 -9.186 0.082

Volume Gasolina -1.043 0.604 -11.95 0.042

Volume GLP -3.256 0.095 -13.12 0.057

Volume Gás Natural -2.892 0.922 -2.922 0.200

Volume Óleo Combustível -1.280 0.802 -10.87 0.378

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Os resultados apresentados na tabela 7 para as séries em nível indicam que, pelo teste

ADF, não se pode rejeitar a hipótese nula de presença de raiz unitária e, portanto, de não

estacionariedade, com exceção da série volume de GLP nos níveis de significância de

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1% e 5%. Pelo teste KPSS, cuja hipótese nula é de estacionariedade, rejeita-se esta

hipótese para todas as séries, com exceção das variáveis volume do óleo diesel e volume

do GLP.

Os testes realizados para as séries em primeira diferença mostraram que, nos níveis de

significância de 1% e 5%, pode-se rejeitar a hipótese nula de presença de raiz unitária.

Sendo assim, todas as variáveis, em primeira diferença, apresentam a mesma ordem de

integração e são, portanto, I(1).

Após verificado que as séries são integradas de mesma ordem, o passo seguinte será

testar a relação de equilíbrio de longo prazo entre as variáveis através da estimação da

regressão de cointegração (3) apresentada na seção 4.2.1.

Se os resíduos obtidos nesta regressão, t , forem estacionários, ou seja I(0), então as

variáveis são cointegradas e tem-se a indicação de que as variáveis analisadas possuem

relacionamento de longo prazo e de que existe um modelo de correção de erro (ECM).

Para determinar a ordem de integração dos resíduos serão efetuados os testes de Dickey-

Fuller Aumentado (ADF) e de Kwiatkowski-Phillips-Scmidt-Shin (KPSS). A rejeição

da hipótese nula leva a concluir que a série dos resíduos não contém uma raiz unitária,

sendo, portanto, estacionária e as variáveis são cointegradas.

A tabela 8 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos

das regressões selecionadas.

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43

Tabela 8 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Brasil

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Diesel -3.132 0.044

Álcool – Gasolina -3.343 0.045

Gás Natural – Diesel -3.398 0.040

Gás Natural – GLP -3.840 0.045

Óleo Combustível – Álcool -4.112 0.059

Óleo Combustível – Diesel -7.372 0.060

Óleo Combustível – Gasolina -7.297 0.059

Óleo Combustível – Gás Natural -7.628 0.056

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos apresentados na tabela 8,

verifica-se que os resíduos são I(0), ou seja, são estacionários e, conseqüentemente, as

variáveis são cointegradas.

Os procedimentos realizados até o momento foram úteis para determinar a relação de

equilíbrio de longo prazo entre as variáveis.

Os resultados dos modelos de cointegração (de longo prazo) para o Brasil são

apresentados no Anexo I. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 9 a seguir.

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Tabela 9 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Brasil

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante 11.78

(1.283)

12.18

(1.398)

11.41

(0.511)

12.35

(0.497)

11.15

(0.606)

10.61

(0.589)

10.79

(0.673)

10.97

(0.507)

T -0.002

(0.009)

0.003

(0.005)

0.025

(0.004)

0.031

(0.004)

-0.023

(0.002)

-0.025

(0.003)

-0.023

(0.002)

-0.021

(0.004)

t2

2.57E-04

(1.11E-04)

2.09E-04

(7.49E-05)

-2.68E-04

(4.49E-05)

-3.28E-04

(4.27E-05)

2.22E-04

(3.86E-05)

2.28E-04

(3.90E-05)

2.08E-04

(3.65E-05)

1.84E-04

(4.82E-05)

Pr_Álcool -0.649

(0.195)

-0.459

(0.228)

-0.053

(0.076)

Pr_Diesel 0.157

(0.328)

-0.039

(0.115)

0.143

(0.147)

Pr_Gasolina -0.364

(0.553)

0.049

(0.178)

Pr_Gás Natural 0.140

(0.132)

0.247

(0.100)

-0.102

(0.126)

Pr_Óleo Combustível 0.078

(0.058)

0.005

(0.066)

0.044

(0.056)

0.071

(0.050)

Pr_GLP -0.858

(0.232)

Produção Industrial 0.186

(0.281)

0.137

(0.286)

0.459

(0.114)

0.406

(0.101)

0.513

(0.130)

0.623

(0.128)

0.580

(0.132)

0.517

(0.123)

R2 Ajustado 0.648 0.650 0.954 0.964 0.901 0.902 0.900 0.901

Estatística Durbin-Watson 0.916 1.041 1.510 1.836 1.885 1.860 1.859 1.926

(*) Os valores correspondentes às primeiras linhas se referem aos coeficientes das variáveis e os valores entre parêntesis representam os desvios-padrão.

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45

Com base nos resultados apresentados na tabela 9, pode-se afirmar que:

Álcool – Diesel

As variáveis são estatisticamente significativas, no nível de significância de 10%, com

exceção das variáveis: preço do diesel, produção industrial e a tendência linear.

Considerando a regressão sem a tendência quadrática, apenas a variável produção

industrial não é estatisticamente significativa no nível de 10%.

A equação acima apresenta os sinais corretos e de acordo com a teoria econômica, ou

seja, a demanda por álcool é inelástica com relação ao preço e à renda (conforme

descrito no capítulo 1 desta dissertação, a demanda será inelástica quando o coeficiente

for menor do que 1 em valor absoluto). No longo prazo, um aumento no preço do álcool

leva a uma diminuição no volume do mesmo combustível e o aumento na produção

industrial proporciona um aumento do volume do álcool.

Embora a elasticidade cruzada entre os combustíveis seja positiva, não se pode afirmar

que os bens são substitutos, porque a variável preço do diesel não é estatisticamente

significativa. Na equação em que não se considera a tendência quadrática, pode-se

afirmar que o álcool e o diesel são bens substitutos.

Álcool – Gasolina

Nesta regressão com a inclusão da tendência quadrática, apenas esta variável e o preço

do álcool são estatisticamente significativas, para o nível de significância de 10%.

Quando são retiradas as tendências desta regressão, todas as variáveis são

estatisticamente significativas.

No modelo sem as tendências, os sinais das variáveis estão de acordo com o esperado,

isto é, o preço do álcool é negativo, significando que ao aumentar o seu preço a

demanda diminui, o preço da gasolina é positivo, o que indica que o álcool e a gasolina

são bens substitutos e a produção industrial é positiva, indicando que um aumento na

produção acarreta em um aumento do volume de venda de álcool. A demanda por álcool

é inelástica em relação ao preço e em relação à renda, confirmando o resultado

apresentado na regressão anterior.

O álcool se tornou um combustível preferível para os donos de automóveis flex fuel, em

17 estados brasileiros. Isto porque será mais vantajoso utilizar o álcool sempre que o

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46

preço do litro for igual ou menor do que 70% do custo do litro da gasolina, levando em

conta o rendimento dos dois combustíveis.

Gás Natural – Diesel

Na regressão que inclui as tendências linear e quadrática, as variáveis preço do gás

natural e preço do diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância

de 10%. Ao serem retiradas as tendências, as variáveis passam a ser significativas

estatisticamente a 10%. Porém, a elasticidade preço do gás natural não apresenta o sinal

em consonância com o esperado, pois, pela regressão, ao aumentar o preço do gás

natural também aumenta o seu volume. A demanda por gás natural é inelástica em

relação à renda.

A elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel, no modelo que não inclui as

tendências, é positiva, indicando que os bens são substitutos. De fato, o gás natural vem

sendo utilizado como um substituto do óleo diesel, tanto em indústrias como em

comércios, na medida em que proporciona uma combustão mais limpa, principalmente

em processos que exigem a queima em contato direto com o produto final, como é o

caso da indústria de cerâmica e a fabricação de vidro e cimento.

Gás Natural – GLP

As variáveis, da regressão que inclui as tendências, são estatisticamente significativas,

no nível de significância de 10%. O modelo pode ser considerado como sendo bem

especificado, com um R2 ajustado de 0.964.

O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado, pois à

medida que aumenta o preço, o seu volume também aumenta. A demanda do gás natural

em relação ao preço e à renda é inelástica, ou seja, é muito pouco sensível às variações

de preço. Isto leva a acreditar que o gás natural possui poucos substitutos próximos.

Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, esta se apresenta

negativa, o que leva a concluir que os bens são complementares. Esta conclusão vai de

encontro com a teoria, porque o gás natural pode ser utilizado para cocção de alimentos

em substituição ao GLP, para aquecimento da água. Industrialmente, o gás natural

também vem substituindo o GLP, embora a participação deste último na indústria ainda

seja muito pequena.

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47

Óleo Combustível – Álcool

Na regressão que considera as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e

preço do álcool não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.

Já na regressão sem as tendências estas mesmas variáveis são significativas, porém não

acontece o mesmo com a produção industrial.

O que se pode concluir desta regressão é que a demanda por óleo combustível é

inelástica em relação ao preço, ou seja, o consumidor se mostra insensível às variações

de preço. Não se pode chegar a nenhuma conclusão com relação à elasticidade renda,

pois a variável produção industrial não é estatisticamente significativa.

Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, no longo prazo

os bens não são considerados substitutos, porque o sinal da variável preço do álcool não

é positivo.

Óleo Combustível – Diesel

Na regressão com as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço do

diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Portanto,

considerando-se a regressão sem a inclusão das tendências estas variáveis passam a ser

significativas a 10% e a variável produção industrial deixa de ser significativa para o

mesmo nível de significância.

Os sinais das variáveis estatisticamente significativas no modelo sem as tendências não

estão de acordo com o esperado. Quando aumenta o preço do óleo combustível o seu

volume também aumenta. A demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao

preço, o que significa que os consumidores são insensíveis em relação a variações no

preço.

A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel é negativa, o que leva a

concluir que os bens são complementares. Portanto, pelo resultado apresentado, no

longo prazo o diesel não pode ser considerado como um substituto para o óleo

combustível.

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Óleo Combustível – Gasolina

Na equação que inclui as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço da

gasolina não são estatisticamente significativas para um nível de significância de 10%.

No caso da regressão com apenas a tendência linear as mesmas variáveis são

significativas a 15% e na regressão sem as tendências, as variáveis preço do óleo

combustível e produção industrial não são significativas.

Sendo assim, considera-se que este modelo de longo prazo não está bem especificado e,

portanto, não se pode chegar a qualquer conclusão a respeito do mesmo.

Óleo Combustível – Gás Natural

Na equação que inclui as tendências, as variáveis preço do óleo combustível e preço do

gás natural não são estatisticamente significativas para um nível de significância de

10%. No caso da regressão com apenas a tendência linear o preço do óleo combustível é

significativo apenas a 15% e na regressão sem as tendências, as variáveis preço do óleo

combustível e produção industrial não são significativas.

Como na regressão comentada acima, este modelo de longo prazo também não está bem

especificado e, portanto, não se pode chegar a qualquer conclusão a respeito do mesmo.

Embora tenha se chegado neste resultado, no setor industrial o gás natural é considerado

um substituto do óleo combustível e ganhou mais impulso recentemente, a partir da

década de 80, com o início da produção na Bacia de Campos e conseqüente implantação

do sistema de gasodutos interligando Rio de Janeiro e São Paulo.

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49

As elasticidades de curto prazo serão obtidas com base no modelo de correção de erro

(ECM), que é um mecanismo que permite conduzir as variáveis para o equilíbrio, na

medida em que a dinâmica de curto prazo é influenciada pela magnitude do desvio em

relação ao equilíbrio de longo prazo. Além disso, será possível determinar a velocidade

com que os desequilíbrios são eliminados e que será medido através do 8 ,

apresentado na equação (9) da seção 4.3.

Convém destacar que os resíduos foram incluídos nas regressões de curto prazo apenas

quando todas as variáveis dos modelos de longo prazo correspondentes eram

estatisticamente significativas.

Os resultados deste modelo estão detalhados na tabela 10.

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Tabela 10 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Brasil

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante 0.002

(0.015)

0.006

(0.015)

0.006

(0.009)

0.013

(0.005)

-0.011

(0.010)

-0.014

(0.010)

-0.013

(0.010)

-0.012

(0.010)

∆Pr_Álcool -0.926

(0.229)

-1.047

(0.239)

-0.151

(0.152)

∆Pr_Diesel 0.893

(0.375)

-0.035

(0.206)

0.141

(0.248)

∆Pr_Gasolina 1.301

(0.523)

0.126

(0.332)

∆Pr_Gás Natural 0.336

(0.158)

0.431

(0.105)

-0.034

(0.190)

∆Pr_Óleo Combustível -0.002

(0.101)

-0.027

(0.100)

-0.024

(0.100)

-0.020

(0.100)

∆Pr_GLP -1.449

(0.288)

∆Produção Industrial 0.399

(0.238)

0.433

(0.239)

0.546

(0.129)

0.394

(0.086)

0.611

(0.155)

0.659

(0.157)

0.657

(0.160)

0.642

(0.154)

Resid (-1) 1.074

(0.139)

R2 Ajustado 0.283 0.290 0.300 0.697 0.232 0.221 0.218 0.217

Estatística Durbin-Watson 2.342 2.297 2.556 1.529 2.216 2.256 2.251 2.257

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De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que:

Álcool – Diesel

Todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

Os sinais também estão de acordo com a teoria econômica, ou seja, quando aumenta o

preço do álcool o seu volume diminui, assim como ao aumentar a produção industrial o

volume do álcool aumenta.

Assim como no longo prazo, também no curto prazo a demanda por álcool é inelástica

em relação ao preço e à renda, ou seja, os consumidores se mostram insensíveis em

relação a variações no preço do álcool.

A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel, no curto prazo, é positiva, que indica

que os bens são substitutos. Embora o diesel seja um substituto para o álcool, segundo

dados da Anfavea, as vendas de automóveis movidos a diesel, no mercado interno,

apresentaram uma queda de 6% de 2005 em relação a 2004. O mesmo não acontece

com o álcool, que apresentou um aumento nas vendas de automóveis movidos a este

combustível de 137%, no mesmo período, em função basicamente do aumento das

vendas de carros flex fuel.

Álcool – Gasolina

Todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

Os sinais também estão de acordo com a teoria econômica, ou seja, quando aumenta o

preço do álcool o seu volume diminui, assim como ao aumentar a produção industrial o

volume do álcool aumenta.

No curto prazo, a demanda por álcool é elástica em relação ao preço, diferentemente do

que ocorreu no longo prazo. Isto significa dizer que os consumidores são muito

sensíveis a variações no preço e indica que o álcool possui muitos substitutos próximos.

A demanda por álcool em relação à renda é inelástica tanto no curto quanto no longo

prazo.

A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina, no curto prazo, é positiva, indicando

que os bens são substitutos, embora o crescimento do consumo de álcool se mostre

superior ao consumo de gasolina, ao longo do período analisado nesta pesquisa.

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Gás Natural – Diesel

Nesta regressão de curto prazo, a variável preço do óleo diesel não é estatisticamente

significativa para o nível de significância de 10%. Embora a variável preço do gás

natural seja estatisticamente significativa, o sinal está em desacordo com a teoria

econômica.

Sendo assim, não se pode afirmar que existe uma elasticidade cruzada entre o gás

natural e o óleo diesel no curto prazo, apesar de ter sido observado anteriormente que no

longo prazo esses dois combustíveis são substitutos.

Gás Natural – GLP

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%. Assim como aconteceu no modelo de longo prazo, no curto prazo

os sinais também não estão de acordo com a teoria econômica.

No curto prazo, a demanda por gás natural é também inelástica em relação ao preço e à

renda. Com relação à elasticidade cruzada, os bens são considerados complementares

por ser positiva a variável preço do GLP.

Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as

tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do

coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,

1,074% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,

é corrigida a cada ano.

Óleo Combustível – Álcool

As variáveis preço do óleo combustível e preço do álcool não são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%. Assim como aconteceu na regressão de

longo prazo, também nesta de curto prazo não se pode chegar a qualquer conclusão,

devido a este fato explicitado.

Não se pode afirmar que o óleo combustível e o álcool sejam bens substitutos tanto no

curto prazo quanto no longo prazo. Na teoria também não existe nenhuma evidência a

respeito do efeito substituição entre esses combustíveis.

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Óleo Combustível – Diesel

Embora os sinais deste modelo estejam de acordo com a teoria, não se pode tirar

conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo combustível e da elasticidade

cruzada entre o óleo combustível e o óleo diesel, porque estas variáveis não são

estatisticamente significativas para o nível de significância de 10%.

Conclui-se, desta forma, que não se pode afirmar que o óleo combustível e o diesel são

bens substitutos no curto prazo e, por outro lado, pode-se dizer que a demanda por óleo

combustível é inelástica em relação à renda.

Óleo Combustível – Gasolina

Assim como ocorreu com este modelo no longo prazo, também no curto prazo as

variáveis preço do óleo combustível e preço da gasolina não são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%.

Desta forma, não se pode chegar a conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo

combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a gasolina.

Óleo Combustível – Gás Natural

No modelo de curto prazo, as variáveis preço do óleo combustível e preço do gás

natural não são estatisticamente significativas para o nível de significância de 10%,

assim como ocorreu com o mesmo modelo de longo prazo.

Observa-se que não foi possível tirar conclusões dos três modelos que considera o

volume do óleo combustível como variável explicada. Entende-se, desta forma, que esta

variável produz modelos que não estão bem especificados, o que pode ser evidenciado

pelo R2 ajustado. No caso deste modelo, o R

2 ajustado é igual a 0.217, indicando que,

aproximadamente, apenas 21,7% das variações ocorridas no volume de óleo

combustível demandado são explicadas pelo modelo ajustado.

Na prática, o que se observa é que vem sendo incentivada a substituição do óleo

combustível pelo gás natural no setor industrial.

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54

5.3. Resumo dos Principais Resultados para o Nível Regional

Os resultados dos modelos para a região Centro-Oeste mostraram que a demanda por

álcool no longo prazo é inelástica. A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool, no

longo prazo, indicou que esses combustíveis são complementares.

Com relação à demanda por gás natural, todos os modelos, tanto de curto quanto de

longo prazo, mostraram que a demanda é inelástica em relação ao preço e elástica em

relação à renda.

Além disso, observou-se que o óleo combustível é um substituto para o gás natural no

longo prazo, contrariando as evidências do setor de energia. Na prática, o volume de

óleo combustível vem apresentando um declínio e sendo substituído pelo gás natural,

por este apresentar um menor risco ambiental.

Na região Nordeste, os resultados mostraram que a demanda por álcool é elástica em

relação ao preço, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos de longo prazo. O

segundo semestre de 2004 apresentou um aumento no preço do álcool da região

Nordeste e, conseqüentemente, uma queda no volume consumido desse combustível.

Com respeito ao gás natural, observou-se que a demanda por esse combustível é

inelástica com relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no longo prazo. A

região Nordeste vem apresentando taxas de crescimento positivas de venda de gás

natural.

Na região Norte, a demanda por álcool se mostrou elástica em relação ao preço e

inelástica em relação à renda, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos modelos de

longo prazo. Os consumidores dessa região são muito sensíveis a variações no preço do

álcool. A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool mostrou que esses dois

combustíveis são complementares, tanto no curto quanto no longo prazo.

Com relação ao GLP, a demanda é inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto

no longo prazo. Além disso, a elasticidade cruzada entre esse combustível e o gás

natural evidenciou que eles são complementares no curto prazo, para essa região.

Na região Sudeste, a demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à renda,

tanto no curto quanto no longo prazo. Os consumidores dessa região se mostram muito

pouco sensíveis a variações no preço desse combustível e na renda.

Em relação à demanda por gás natural nessa região, esta se apresenta inelástica no que

se refere ao preço e à renda, tanto nos modelos de curto prazo quanto nos modelos de

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longo prazo. Já com relação ao óleo combustível, a demanda por esse combustível é

inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no longo prazo.

Por fim, na região Sul a demanda por álcool é inelástica em relação ao preço nos

modelos de curto e longo prazos.

A demanda por GLP é inelástica em relação ao preço e à renda no modelo de longo

prazo. Também nesse modelo de longo prazo, o diesel e o óleo combustível se

apresentaram como combustíveis substitutos do gás natural. Dos modelos de curto prazo

não se pôde tirar conclusões, porque estes, provavelmente, não estavam bem

especificados.

Com relação ao óleo combustível, a demanda por esse combustível se mostrou

inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda, nos modelos de longo

prazo.

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56

5.4. Resultados Detalhados para o Nível Regional

5.4.1. Região Centro-Oeste

A metodologia adotada para o modelo desagregado por regiões geográficas será a

mesma utilizada para o modelo agregado. Deste modo, a partir desta seção serão

apresentados os resultados por região e as análises, sem mencionar detalhadamente as

etapas executadas.

A primeira etapa consiste em verificar a estacionariedade das variáveis. O resultado

desta etapa está demonstrado na tabela 11 abaixo.

Tabela 11 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Centro-Oeste

Variáveis Nível

ADF a KPSS

c

1a Diferença

ADF a KPSS

c

Preço Álcool 0.409 0.657 -4.163 0.045

Preço Óleo Diesel 0.529 0.862 -3.355 0.226

Preço Gasolina 0.998 0.893 -3.626 0.112

Preço GLP 1.247 0.691 -3.732 0.254

Preço Gás Natural -0.504 0.158 -13.86 0.122

Preço Óleo Combustível b -2.669 0.808 -5.556 0.239

Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281

Volume Álcool 0.049 0.098 -9.741 0.066

Volume Óleo Diesel -0.761 0.153 -6.560 0.500

Volume Gasolina 0.752 0.678 -11.43 0.016

Volume GLP -0.041 0.130 -15.30 0.500

Volume Gás Natural -0.062 0.550 -6.797 0.304

Volume Óleo Combustível -0.802 0.580 -7.913 0.433

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

c Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

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Os resultados da tabela 11 mostram que, pelo teste ADF, não se pode rejeitar a hipótese

nula de presença de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5% para as

variáveis em nível. Portanto, pelo teste ADF, todas as variáveis são não-estacionárias,

embora o teste KPSS não apresente este resultado para as variáveis preço do gás natural,

volume do álcool, volume do óleo diesel e volume do GLP.

Para as variáveis em primeira diferença, os dois testes mostram que se deve rejeitar a

hipótese nula de presença de raiz unitária e que todas as variáveis são integradas de

ordem 1, ou seja, todas são I(1), nos níveis de significância de 1% e 5%.

O passo seguinte será o de testar a estacionariedade dos resíduos, lembrando que estes

devem ser estacionários ou I(0) e estimar as regressões de cointegração para verificar o

equilíbrio de longo prazo entre as variáveis.

A tabela 12 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

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Tabela 12 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Centro-Oeste

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Óleo Combustível -4.985 0.039

Diesel – Álcool -5.331 0.242

Diesel – Gasolina -5.259 0.192

Diesel – GLP -5.259 0.203

Gasolina – Álcool -9.636 0.069

Gás Natural – Diesel -3.488 0.053

Gás Natural – GLP -3.449 0.056

Gás Natural – Óleo Combustível -3.415 0.049

Óleo Combustível – GLP -5.187 0.066

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos testes de estacionariedade dos resíduos, ADF e KPSS, deve-se rejeitar a hipótese

nula de existência de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5%. Sendo assim,

todos os resíduos são estacionários e, portanto, I(0) e cointegrados.

Os resultados dos modelos de cointegração para a região Centro-Oeste são apresentados

no Anexo J. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 13 abaixo.

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Tabela 13 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Gasol. Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC

Constante 10.40

(1.810)

6.315

(0.833)

6.465

(0.826)

6.170

(1.203)

9.877

(0.585)

5.070

(4.491)

0.544

(6.475)

2.372

(4.037)

10.05

(1.780)

T -0.019

(0.008)

0.013

(0.005)

0.012

(0.005)

0.011

(0.005)

0.012

(0.003)

0.111

(0.027)

0.066

(0.024)

0.104

(0.022)

-0.018

(0.007)

t2

3.45E-04

(1.24E-04)

-2.90E-04

(7.16E-05)

-2.67E-04

(7.21E-05)

-2.49E-04

(6.29E-05)

-1.101E-04

(4.04E-05)

-0.001

(3.33E-04)

-0.001

(3.54E-04)

-0.001

(3.04E-04)

1.57E-04

(9.34E-05)

Pr_Álcool -0.816

(0.232)

0.106

(0.136)

0.184

(0.119)

Pr_Diesel -0.361

(0.218)

-0.312

(0.386)

-0.283

(0.196)

-1.517

(0.851)

Pr_Gasolina 0.118

(0.538)

-0.881

(0.265)

Pr_Gás Natural -0.371

(0.216)

-0.523

(0.207)

-0.406

(0.205)

Pr_Óleo Combustível 0.416

(0.202)

-0.908

(0.437)

0.276

(0.129)

Pr_GLP 0.106

(0.279)

0.266

(1.160)

-0.717

(0.340)

Produção Industrial 0.092

(0.387)

1.410

(0.182)

1.367

(0.176)

1.371

(0.175)

0.561

(0.129)

0.781

(0.976)

1.554

(0.957)

1.228

(0.890)

0.664

(0.250)

R2 Ajustado 0.228 0.672 0.669 0.669 0.639 0.555 0.526 0.565 0.510

Estatística Durbin-Watson 1.299 1.392 1.369 1.372 2.528 0.802 0.775 0.780 1.346

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60

Os resultados apresentados na tabela 13 mostram que:

Álcool – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável produção

industrial.

Os sinais das variáveis deste modelo estão de acordo com a teoria econômica, segundo a

qual, à medida que se aumenta o preço do álcool, o seu volume diminui, assim como, ao

aumentar a produção industrial, o volume de álcool aumenta. Pode-se dizer que a

demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à renda, o que significa que os

consumidores se mostram muito pouco sensíveis às variações de preço do álcool.

A elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível é positiva, o que evidencia o

fato de esses combustíveis serem substitutos no longo prazo. Observa-se uma queda no

volume do óleo combustível ao longo do período analisado e uma estabilização no

volume do álcool, no mesmo período. Os preços dos dois combustíveis aumentam ao

longo desse período.

Diesel – Álcool

Na regressão com as tendências, as variáveis preço do diesel e preço do álcool não são

estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Considerando a

regressão com apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10%.

No modelo em que todas as variáveis são significativas, os sinais das variáveis preço do

diesel e preço do álcool não estão de acordo com o esperado. O sinal do preço do diesel

está positivo, o que indica que ao aumentar o preço deste combustível, aumenta-se o seu

volume. Por outro lado, o preço do álcool é negativo, indicando que no longo prazo

esses dois combustíveis são complementares.

A demanda por diesel com relação à renda é elástica, ou seja, os consumidores se

mostram bastante sensíveis em relação a variações de renda.

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61

Diesel – Gasolina

No modelo com as tendências, as variáveis preço do óleo diesel e preço da gasolina não

são estatisticamente significativas. Porém, ao se considerar apenas a tendência linear,

todas as variáveis se tornam significativas no nível de 10% de significância.

Os resultados desta regressão se assemelham bastante aos resultados da regressão

anterior entre o diesel e o álcool. Os sinais não estão de acordo com a teoria econômica,

em que o preço do diesel é positivo e o preço da gasolina é negativo. Esse resultado

sugere que, no longo prazo, o diesel e a gasolina são bens complementares.

A demanda por diesel com relação à renda é elástica, ou seja, os consumidores se

mostram bastante sensíveis em relação a variações de renda.

Diesel – GLP

As variáveis preço do óleo diesel e preço do GLP, no modelo com as tendências, não

são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Elas se tornam

significativas somente na regressão que não inclui as tendências.

Nesta regressão, os sinais se encontram de acordo com teoria. À medida que o preço do

diesel aumenta, seu volume diminui. Assim como, ao aumentar a produção industrial, o

volume de diesel aumenta.

Pode-se afirmar que a demanda por óleo diesel é inelástica com relação ao preço e

elástica com relação à renda. Os consumidores se mostram muito pouco sensíveis com

relação a variações no preço e bastante sensíveis com relação a variações na renda.

Como o preço do GLP é positivo, pode-se afirmar que no longo prazo o diesel e o GLP

são combustíveis substitutos. No período analisado os volumes do diesel e do GLP

apresentam comportamentos semelhantes, mostrando-se estáveis ao longo do tempo.

Gasolina – Álcool

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável preço do

álcool. No modelo que inclui apenas a tendência linear, a mesma variável continua não

sendo estatisticamente significativa e no modelo sem as tendências o preço da gasolina

e o preço do álcool não são significativos.

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62

Deste modo, considerando o modelo com as tendências, pode-se afirmar que a demanda

por gasolina é inelástica com relação ao preço e à renda. A partir disso, pode-se supor

que a gasolina possui poucos substitutos próximos.

O sinal da variável preço da gasolina se apresenta de acordo com a teoria, na medida em

que, ao aumentar o preço da gasolina, o seu volume diminui.

Conclui-se, desta forma, que não existe elasticidade cruzada entre a gasolina e o álcool

no longo prazo, para a região Centro-Oeste.

Gás Natural – Diesel

Na regressão que inclui as tendências, todas as variáveis são significativas no nível de

significância de 10%, com exceção da variável produção industrial. Ao se retirarem as

tendências, observa-se que todas as variáveis são estatisticamente significativas para o

mesmo nível de significância.

Nesta regressão, os sinais das variáveis estão de acordo com a teoria. A demanda por

gás natural é inelástica em relação ao preço e elástica com relação à renda. Os

consumidores não se mostram muito sensíveis em relação a variações no preço, porém

se mostram bastante sensíveis em relação a variações na renda.

A elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel indica que os combustíveis são

substitutos no longo prazo. Observa-se que o volume vendido de diesel, no período

analisado, mostra um crescimento superior ao volume de gás natural na região Centro-

Oeste.

Gás Natural – GLP

No modelo que inclui as tendências, as variáveis são estatisticamente significativas no

nível de significância de 10%, com exceção das variáveis preço do GLP e produção

industrial. Considerando apenas a tendência linear, todas as variáveis passam a ser

significativas no mesmo nível de significância.

Este modelo apresenta um comportamento muito semelhante ao modelo anterior, do gás

natural e do diesel. Nesta regressão, como na anterior, os sinais das variáveis estão de

acordo com a teoria. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e

elástica com relação à renda. Os consumidores não se mostram muito sensíveis em

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63

relação a variações no preço, porém se mostram bastante sensíveis em relação a

variações na renda.

A elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP indica que os combustíveis são

substitutos no longo prazo. Ambos os combustíveis podem ser utilizados como

combustíveis industriais e a participação do GLP vem mantendo um crescimento nos

últimos anos.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas, com exceção da variável produção industrial, no nível de significância de

10%. Retirando as tendências do modelo, todas as variáveis passam a ser significativas.

Os sinais das variáveis estão de acordo com a teoria. Quando se aumenta o preço do gás

natural seu volume diminui. Pode-se afirmar que a demanda por gás natural é inelástica

em relação ao preço e elástica em relação à renda.

Pelo resultado apresentado, o sinal da variável preço do óleo combustível é positivo,

evidenciando que os combustíveis gás natural e óleo combustível são substitutos no

longo prazo. Porém o que se observa é que está ocorrendo um declínio do volume de

óleo combustível, no período analisado, e o mesmo combustível está sendo substituído

pelo gás natural, em função de este possuir um menor preço médio e menor risco

ambiental.

Óleo Combustível – GLP

No modelo que inclui as tendências todas as variáveis são estatisticamente significativas

no nível de significância de 10%.

Os sinais não estão de acordo com o esperado, porque ao aumentar o preço do óleo

combustível seu volume também aumenta. Pode-se dizer que a demanda por óleo

combustível é inelástica em relação ao preço e à renda.

Com relação ao preço do GLP, o seu sinal é negativo, indicando que o óleo combustível

e o GLP são combustíveis complementares no longo prazo.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de

erro são apresentados na tabela 14 abaixo.

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64

Tabela 14 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Centro-Oeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Gasol. Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC

Constante 0.011

(0.020)

0.003

(0.013)

0.003

(0.013)

0.003

(0.013)

0.006

(0.007)

-0.009

(0.047)

-0.023

(0.046)

0.006

(0.046)

-0.015

(0.015)

∆Pr_Álcool -0.451

(0.318)

0.009

(0.189)

0.135

(0.133)

∆Pr_Diesel -0.482

(0.393)

-0.272

(0.542)

-0.443

(0.460)

0.547

(1.293)

∆Pr_Gasolina -0.322

(0.653)

-0.682

(0.332)

∆Pr_Gás Natural -0.235

(0.110)

-0.157

(0.113)

-0.246

(0.114)

∆Pr_Óleo Combustível -0.262

(0.322)

-0.359

(0.713)

0.251

(0.228)

∆Pr_GLP -0.046

(0.434)

2.220

(1.268)

-0.003

(0.399)

∆Produção Industrial -0.157

(0.315)

1.164

(0.196)

1.174

(0.196)

1.162

(0.195)

0.383

(0.109)

2.136

(0.727)

2.516

(0.743)

2.160

(0.708)

0.487

(0.226)

Resid (-1) 0.677

(0.152)

1.326

(0.139)

0.331

(0.116)

0.332

(0.118)

0.667

(0.134)

R2 Ajustado 0.423 0.434 0.437 0.434 0.705 0.238 0.172 0.229 0.349

Estatística Durbin-Watson 2.084 1.986 2.003 1.982 2.334 1.551 1.789 1.539 1.808

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65

A partir destes resultados, pode-se concluir que:

Álcool – Óleo Combustível

No modelo de curto prazo todas as variáveis não são estatisticamente significativas,

para o nível de significância de 10%, com exceção do resíduo.

Considerando esse resultado, não se pode obter qualquer conclusão a respeito do

modelo de curto prazo entre o álcool e o óleo combustível, embora exista relação entre

os combustíveis no longo prazo.

Diesel – Álcool

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto a produção industrial.

Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo entre o

diesel e o álcool.

Diesel – Gasolina

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto a produção industrial.

Como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de

curto prazo entre o diesel e a gasolina.

Este resultado sugere que o modelo não se encontra bem especificado.

Diesel – GLP

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto a produção industrial.

Como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de

curto prazo entre o diesel e o GLP.

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66

Gasolina – Álcool

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no

nível de significância de 10%, exceto a variável preço do álcool.

Os sinais estão de acordo com o esperado e como ocorre no longo prazo, no curto prazo

a demanda por gasolina também é inelástica com relação ao preço, porém

diferentemente do longo prazo, a demanda é elástica com relação à renda. Ou seja, no

curto prazo os consumidores se mostram bastante sensíveis a variações na renda.

Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as

tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do

coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,

1,326% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,

é corrigida a cada ano.

No curto prazo, para a região Centro-Oeste, não se pode afirmar que existe elasticidade

cruzada entre a gasolina e o álcool, já que a variável preço do álcool não é significativa.

Gás Natural – Diesel

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no

nível de significância de 10%, exceto a variável preço do diesel.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda do gás natural em

relação ao preço é inelástica e em relação à renda é elástica.

Neste modelo houve a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as

variáveis eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece

que 0,331% da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é

corrigida a cada ano.

Nada se pode afirmar a respeito da elasticidade cruzada de curto prazo entre o gás

natural e o diesel, porque a variável preço do diesel não é estatisticamente significativa,

indicando que não há relação entre os dois combustíveis.

Gás Natural – GLP

Nesta regressão, as variáveis são estatisticamente significativas no nível de significância

de 10%, exceto o preço do gás natural.

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67

Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo a respeito

da elasticidade preço do gás natural.

Levando-se em consideração que as variáveis preço do GLP e produção industrial são

significativas, pode-se afirmar que a elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP

indica que esses combustíveis são substitutos no curto prazo. De fato, ambos os

combustíveis são utilizados na indústria, porém tem-se observado o aumento no

consumo do gás natural em detrimento do GLP, em função da sua combustão limpa e

isenta de agentes poluidores.

Com relação à elasticidade renda, a demanda por gás natural é elástica, ou seja, os

consumidores são sensíveis em relação a variações na renda.

Gás Natural – Óleo Combustível

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto o preço do óleo combustível. Sendo assim, não se pode

fazer afirmações a respeito da elasticidade cruzada de curto prazo entre o gás natural e o

óleo combustível.

Os sinais das variáveis preço do gás natural e produção industrial se apresentam de

acordo com o esperado. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e

elástica em relação à renda, no curto prazo.

Neste modelo houve a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as

variáveis eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece

que 0,332% da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é

corrigida a cada ano.

Óleo Combustível – GLP

Nesta regressão, as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.

Deste modo, não se pode tirar conclusões a partir deste modelo de curto prazo entre o

óleo combustível e o GLP.

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68

5.4.2. Região Nordeste

Os resultados da primeira etapa, que consiste em verificar a estacionariedade das

variáveis, estão apresentados na tabela 15 abaixo.

Tabela 15 – Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Nordeste

Variáveis Nível

ADF a KPSS

c

1a Diferença

ADF a KPSS

c

Preço Álcool 0.121 0.743 -2.425 0.057

Preço Óleo Diesel 0.424 0.849 -3.513 0.167

Preço Gasolina 1.397 0.895 -3.808 0.107

Preço GLP 1.140 0.753 -3.221 0.342

Preço Gás Natural -1.565 0.683 -1.886 0.500

Preço Óleo Combustível b -2.395 0.879 -7.047 0.256

Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281

Volume Álcool 0.603 0.666 -3.732 0.105

Volume Óleo Diesel -0.054 0.207 -10.04 0.038

Volume Gasolina 0.403 0.711 -11.24 0.047

Volume GLP -0.174 0.114 -13.51 0.181

Volume Gás Natural 0.884 0.714 -1.181 0.339

Volume Óleo Combustível 0.724 0.381 -11.82 0.029

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

c Teste sem tendência e com intercepto – Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos resultados apresentados na tabela 15, observa-se que, para as variáveis no nível,

não se pode rejeitar a hipótese nula de existência de raiz unitária ou de não

estacionariedade das séries, pelo teste ADF, nos níveis de significância de 1% e 5%.

Pelo teste KPSS, todas as séries são não-estacionárias, com exceção do volume do óleo

diesel, do volume do GLP e do volume do óleo combustível.

Para as variáveis em primeira diferença, pode-se observar que, pelo teste ADF, todas as

variáveis são integradas de ordem 1 (I(1)), com exceção do preço do gás natural e do

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69

volume do gás natural. Porém, pelo teste KPSS confirma-se a hipótese de que todas as

variáveis são I(1).

As próximas etapas são o teste de estacionariedade dos resíduos e a estimação da

regressão do modelo de cointegração, cujos resultados são apresentados nas tabelas 16 e

17, respectivamente. Os resultados de todos os modelos de cointegração para a região

Nordeste são apresentados no Anexo K.

A tabela 16 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

Tabela 16 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Nordeste

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Diesel -5.055 0.063

Álcool – Gasolina -4.637 0.052

Álcool – Óleo Combustível -2.859 0.063

GLP – Diesel -8.115 0.500

Gás Natural – Diesel -3.668 0.074

Gás Natural – Óleo Combustível -3.198 0.086

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de existência de raiz unitária (resíduos não

estacionários), nos níveis de significância de 1% e 5%. Pelo teste KPSS, todos os

resíduos são estacionários, exceto o resíduo gerado na regressão entre os combustíveis

GLP e diesel. Entretanto, considera-se que todos os resíduos são I(0) e cointegrados.

Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 17 abaixo.

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70

Tabela 17 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN

Constante 9.413

(0.891)

9.471

(0.984)

10.70

(1.083)

10.24

(0.499)

11.97

(0.650)

10.68

(0.600)

T -0.018

(0.005)

-0.008

(0.004)

-0.013

(0.007)

0.031

(0.003)

0.032

(0.005)

t2

0.001

(6.10E-05)

3.63E-04

(5.82E-05)

4.88E-04

(8.77E-05)

-3.67E-04

(4.97E-05)

-4.29E-04

(6.05E-05)

Pr_Álcool -1.430

(0.188)

-1.250

(0.202)

-0.879

(0.169)

Pr_Diesel 1.166

(0.224)

-0.043

(0.066)

-0.452

(0.124)

Pr_Gasolina 1.251

(0.334)

Pr_Gás Natural 0.068

(0.094)

-0.099

(0.085)

Pr_Óleo Combustível 0.342

(0.151)

-0.142

(0.085)

Pr_GLP -0.267

(0.117)

Produção Industrial 0.169

(0.195)

0.002

(0.212)

-0.080

(0.231)

0.614

(0.087)

0.008

(0.131)

0.210

(0.130)

R2 Ajustado 0.849 0.817 0.786 0.492 0.849 0.818

Estatística Durbin-Watson 1.225 1.103 1.180 2.225 1.445 1.280

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71

Pode-se concluir, a partir dos resultados apresentados na tabela 17, que:

Álcool – Diesel

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Analisando este modelo, não se pode falar de elasticidade renda da demanda por álcool

no longo prazo. Com relação à elasticidade preço, pode-se afirmar que a demanda por

álcool na região Nordeste é elástica em relação ao preço no longo prazo, ou seja, os

consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.

A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que, no longo prazo, os

combustíveis são substitutos.

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado na teoria econômica. À medida

que o preço do álcool aumenta, seu volume consumido diminui.

A demanda por álcool se apresenta elástica em relação ao preço, confirmando o

resultado apresentado no modelo anterior. Quanto à elasticidade renda, nada se pode

afirmar porque a variável produção industrial não é significativa.

No longo prazo, o álcool e a gasolina são combustíveis substitutos para a região

Nordeste.

Álcool – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado na teoria econômica. À medida

que o preço do álcool aumenta, seu volume consumido diminui.

Neste modelo, a demanda por álcool no longo prazo se apresenta inelástica em relação

ao preço. Quanto à elasticidade renda, nada se pode afirmar, já que a variável produção

industrial não é significativa.

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72

Na região Nordeste, o resultado da elasticidade cruzada de longo prazo mostra que o

álcool e o óleo combustível são combustíveis substitutos.

GLP – Diesel

Neste modelo não puderam ser incluídas as tendências, porque estas não se

apresentaram estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

No modelo sem as tendências, a variável preço do diesel não é significativa para o

mesmo nível de significância. Desta forma, não se pode tirar conclusões a respeito da

elasticidade cruzada entre o GLP e o diesel no longo prazo.

Os sinais do preço do GLP e da produção industrial estão de acordo com o esperado. A

demanda por GLP é inelástica em relação ao preço e à renda, isto é, os consumidores se

mostram muito pouco sensíveis a variações no preço e na renda.

Gás Natural – Diesel

No modelo que inclui as tendências, as variáveis preço do gás natural e produção

industrial não são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

Porém, considerando o modelo que somente inclui a tendência linear, todas as variáveis

passam a ser significativas para o mesmo nível de significância, com exceção da

variável produção industrial.

O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado, pois pelo

resultado, à medida que aumenta o preço do gás natural, seu volume também aumenta.

A demanda por gás natural se mostra inelástica em relação ao preço e à renda no

modelo de longo prazo para a região Nordeste.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, as variáveis não são estatisticamente significativas

para o nível de significância de 10%. Porém, no modelo sem as tendências, todas as

variáveis passam a ser significativas para o mesmo nível de significância.

Neste modelo sem as tendências, o sinal da variável preço do gás natural está em

desacordo com o esperado.

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73

A demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço e à renda. Com relação à

elasticidade cruzada, o resultado de longo prazo mostra que o gás natural e o óleo

combustível são combustíveis substitutos na região Nordeste.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de

erro são apresentados na tabela 18 abaixo.

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74

Tabela 18 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Nordeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN

Constante 0.008

(0.011)

0.010

(0.012)

0.017

(0.013)

0.002

(0.010)

0.002

(0.009)

0.002

(0.008)

∆Pr_Álcool -1.241

(0.307)

-1.352

(0.340)

-0.860

(0.296)

∆Pr_Diesel 0.825

(0.354)

0.294

(0.298)

-0.137

(0.250)

∆Pr_Gasolina 1.105

(0.485)

∆Pr_Gás Natural 0.259

(0.098)

0.234

(0.087)

∆Pr_Óleo Combustível -0.070

(0.181)

-0.085

(0.117)

∆Pr_GLP -0.929

(0.309)

∆Produção Industrial 0.309

(0.173)

0.200

(0.179)

0.155

(0.194)

0.653

(0.151)

0.241

(0.158)

0.278

(0.142)

Resid (-1) 0.646

(0.141)

0.534

(0.134)

0.512

(0.137)

R2 Ajustado 0.514 0.456 0.381 0.342 0.259 0.262

Estatística Durbin-Watson 1.651 1.707 1.731 2.557 2.321 2.301

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75

Conclui-se, a partir dos resultados da tabela 18 que:

Álcool – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%

de significância.

Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool no curto

prazo é elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda. Ou seja, na região

Nordeste os consumidores se mostram muito sensíveis em relação ao preço e muito

pouco sensíveis em relação a variações na renda.

Os principais produtores de álcool da região Nordeste são os estados de Alagoas e

Pernambuco, sendo que na última safra (2005/2006), Alagoas produziu cerca de 24,57%

e Pernambuco 23,96% do total de álcool produzido na região Norte-Nordeste. Os preços

praticados nesses dois estados são superiores aos preços praticados no estado de São

Paulo, que é o maior produtor nacional de álcool. O segundo semestre de 2004

apresentou um aumento no preço do álcool e, conseqüentemente, uma queda

significativa no volume consumido deste combustível.

A elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que esses dois combustíveis são

substitutos no curto prazo.

Foi feita a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as variáveis

eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece que 0,646%

da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida a

cada ano.

Álcool – Gasolina

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%

de significância, com exceção da variável produção industrial.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda do álcool é elástica em

relação ao preço e não se pode concluir a respeito da elasticidade renda, já que a

variável produção industrial não é significativa.

A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina mostra que os combustíveis são

substitutos no curto prazo na região Nordeste. Neste caso, o álcool só não é

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76

recomendado para os estados do Piauí e de Sergipe, porque nesses estados o álcool

custa mais do que 70% do litro da gasolina.

Foi feita a inclusão do resíduo, porque no modelo de longo prazo todas as variáveis

eram estatisticamente significativas. O coeficiente deste resíduo estabelece que 0,534%

da discrepância entre o valor de curto e de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida a

cada ano.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, apenas a variável preço do álcool é estatisticamente

significativa no nível de significância de 10%.

Deste modo, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o

álcool e óleo combustível e tampouco da elasticidade renda.

GLP – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%

de significância, com exceção da variável preço do diesel.

Os sinais das variáveis preço do GLP e produção industrial estão de acordo com o

esperado. A demanda por GLP, no curto prazo, é inelástica em relação ao preço e em

relação à renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o GLP e o diesel, não se pode tirar conclusões

para a região Nordeste, porque a variável preço do diesel não é significativa.

Gás Natural – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, com exceção da variável preço do gás natural.

Desta forma, pode-se afirmar apenas que, na região Nordeste, a demanda por gás

natural, no curto prazo, é inelástica em relação ao preço.

A região Nordeste vem apresentando taxas positivas de crescimento de venda de gás

natural, porém inferiores às observadas no Brasil. O estado da Bahia ainda mantém a

liderança regional do consumo, porém a sua participação relativa vem caindo

consistentemente desde 2000. Em compensação, os estados do Ceará e Pernambuco

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77

vêm aumentando seu consumo de gás natural a taxas superiores às do crescimento

médio da região.

Gás Natural – Óleo Combustível

Neste modelo, todas as variáveis são estatisticamente significativas para o nível de 10%

de significância, com exceção da variável preço do óleo combustível.

O sinal da variável preço do gás natural não se apresenta de acordo com o esperado.

Assim como no modelo anterior, neste modelo a demanda por gás natural em relação ao

preço também é inelástica. Com relação à elasticidade renda, a demanda por gás natural

é inelástica em relação à renda.

Não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o gás natural e o

óleo combustível, no modelo de curto prazo para a região Nordeste, porque a variável

preço do óleo combustível não é significativa.

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78

5.4.3. Região Norte

A seguir encontram-se os resultados da primeira etapa metodológica, que se trata do

teste de estacionariedade das variáveis envolvidas no modelo.

Tabela 19 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Norte

Variáveis Nível

ADF a KPSS

c

1a Diferença

ADF a KPSS

c

Preço Álcool 0.714 0.732 -2.393 0.060

Preço Óleo Diesel 0.620 0.861 -4.107 0.206

Preço Gasolina 1.247 0.908 -3.679 0.123

Preço GLP 1.304 0.601 -3.998 0.616

Preço Gás Natural b -2.268 0.803 -11.76 0.101

Preço Óleo Combustível -3.523 0.834 -14.24 0.244

Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281

Volume Álcool 0.022 0.133 -3.985 0.053

Volume Óleo Diesel 1.326 0.679 -3.282 0.051

Volume Gasolina 1.304 0.835 -10.60 0.033

Volume GLP -0.169 0.217 -14.49 0.295

Volume Gás Natural 0.339 0.652 -9.627 0.255

Volume Óleo Combustível 0.814 0.392 -9.828 0.500

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

c Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Os resultados apresentados na tabela 19 mostram que, pelo teste ADF, todas as

variáveis são não-estacionárias, nos níveis de significância de 1% e 5%, exceto a

variável preço do óleo combustível. Porém, pelo teste KPSS, verifica-se que esta

variável é não-estacionária, assim como as demais variáveis, com exceção do volume do

álcool, do volume do GLP e do volume do óleo combustível.

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79

Com relação às variáveis em primeira diferença, pode-se observar que, pelo teste ADF,

todas as variáveis são integradas de ordem 1 ou I(1), porém pelo teste KPSS apenas a

variável preço do GLP não é integrada de ordem 1.

O próximo passo será testar a estacionariedade dos resíduos e, em seguida, estimar as

regressões do modelo de cointegração. Os resultados desta etapa para a região Norte

encontram-se no Anexo L.

A tabela 20 abaixo apresenta os resultados dos testes de estacionariedade dos resíduos.

Tabela 20 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Norte

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Gasolina -1.786 0.110

Álcool – Óleo Combustível -3.041 0.110

Diesel – Álcool -2.898 0.062

Diesel – Gasolina -4.912 0.065

Diesel – GLP -5.650 0.053

GLP – Gás Natural -8.782 0.115

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de não-estacionariedade dos resíduos, com

exceção do resíduo obtido a partir da regressão entre o álcool e a gasolina, para os

níveis de significância de 1% e 5%. Porém, pelo teste KPSS, todos os resíduos são

estacionários e, portanto I(0), para os mesmos níveis de significância.

Os resultados dos melhores modelos de longo prazo da região Norte estão na tabela 21

abaixo.

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80

Tabela 21 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GLP

Constante 6.616

(1.309)

6.646

(1.421)

7.828

(0.760)

6.891

(0.765)

10.23

(1.093)

9.525

(0.495)

T -0.005

(0.003)

0.003

(0.002)

0.011

(0.005)

0.020

(0.005)

t2

-1.47E-04

(6.39E-05)

-3.44E-04

(8.31E-05)

Pr_Álcool -1.700

(0.258)

-0.600

(0.208)

-0.491

(0.156)

Pr_Diesel 0.320

(0.150)

-0.574

(0.341)

0.443

(0.205)

Pr_Gasolina 2.770

(0.449)

0.711

(0.534)

Pr_Gás Natural -0.020

(0.022)

Pr_Óleo Combustível 0.301

(0.129)

Pr_GLP -1.084

(0.302)

-0.219

(0.073)

Produção Industrial 0.127

(0.282)

0.456

(0.298)

1.015

(0.163)

1.099

(0.166)

1.190

(0.148)

0.419

(0.097)

R2 Ajustado 0.517 0.189 0.775 0.751 0.797 0.299

Estatística Durbin-Watson 1.268 1.010 1.177 1.251 1.524 2.265

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81

A partir dos resultados apresentados na tabela 21, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10% de significância, com exceção da variável produção

industrial.

Os sinais estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool, no longo prazo, é

elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda. Isso evidencia que os

consumidores da região Norte se mostram muito sensíveis a variações no preço e pouco

sensíveis a variações na renda.

Pelo resultado apresentado, no longo prazo o álcool e a gasolina são combustíveis

substitutos.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo não foram incluídas as tendências, linear e quadrática, porque elas não

são estatisticamente significativas. Deste modo, o modelo considerado não inclui as

tendências e nele apenas a variável produção industrial não é estatisticamente

significativa no nível de significância de 10%.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado, sendo que um aumento no preço do

álcool leva a uma diminuição do volume consumido.

A demanda por álcool, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e não se pode

fazer qualquer afirmação a respeito da elasticidade renda. A elasticidade cruzada entre o

álcool e o óleo combustível mostra que os combustíveis são substitutos na região Norte.

Diesel – Álcool

Neste modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são

estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.

O sinal do preço do diesel está em desacordo com o esperado. A demanda por diesel, no

longo prazo, é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. A

inelasticidade preço do diesel leva a supor que este combustível possui poucos

substitutos próximos.

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82

A elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool sugere que esses dois combustíveis são

complementares no longo prazo.

Diesel – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10% de significância, com exceção da variável preço da

gasolina.

Os sinais estão de acordo com a teoria econômica. No longo prazo, a demanda por

diesel é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. O modelo anterior

confirma que os consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço do

diesel.

Não se pode fazer afirmações a respeito da elasticidade cruzada entre o diesel e a

gasolina para a região Norte, já que o preço da gasolina não é significativo.

Diesel – GLP

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%. O modelo também se apresenta bem

especificado, tendo como coeficiente de determinação 0.797, o que indica que,

aproximadamente, 80% das variações ocorridas na quantidade demandada de diesel são

explicadas pelo modelo ajustado.

O sinal da variável preço do diesel não está de acordo com o sugerido pela teoria

econômica. A demanda por diesel é inelástica em relação ao preço e elástica em relação

à renda.

Pelo resultado apresentado, pode-se concluir que o diesel e o GLP são combustíveis

complementares no longo prazo, para a região Norte.

GLP – Gás Natural

Neste modelo não foram incluídas as tendências, porque elas não são estatisticamente

significativas. Sendo assim, no modelo sem as tendências, todas as variáveis são

estatisticamente significativas no nível de 10% de significância, com exceção da

variável preço do gás natural.

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83

Os sinais das variáveis preço do GLP e produção industrial estão de acordo com o

esperado. A demanda por GLP é inelástica tanto com relação ao preço como em relação

à renda, ou seja, os consumidores são muito pouco sensíveis a qualquer variação no

preço e na renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural, não se pode tirar

conclusões para a região Norte, porque a variável preço do gás natural não é

significativa.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de

erro são apresentados na tabela 22 abaixo.

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84

Tabela 22 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Norte

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GLP

Constante -0.002

(0.015)

0.005

(0.017)

0.007

(0.009)

0.003

(0.011)

0.002

(0.009)

0.007

(0.011)

∆Pr_Álcool -1.439

(0.436)

-0.524

(0.450)

-0.615

(0.247)

∆Pr_Diesel 0.101

(0.287)

0.354

(0.572)

0.311

(0.364)

∆Pr_Gasolina 1.841

(0.611)

-0.969

(0.692)

∆Pr_Gás Natural -0.072

(0.036)

∆Pr_Óleo Combustível -0.083

(0.099)

∆Pr_GLP -0.666

(0.463)

-0.707

(0.412)

∆Produção Industrial 0.437

(0.243)

0.611

(0.270)

0.781

(0.136)

0.976

(0.168)

0.881

(0.132)

0.623

(0.166)

Resid (-1) 0.576

(0.136)

0.366

(0.127)

0.627

(0.130)

0.773

(0.141)

R2 Ajustado 0.441 0.309 0.609 0.415 0.617 0.299

Estatística Durbin-Watson 1.872 1.887 2.166 2.694 2.148 2.706

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85

A partir dos resultados da tabela 22, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda de curto prazo do álcool

é elástica em relação ao preço e inelástica em relação à renda.

A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina mostra que os combustíveis são

substitutos no curto prazo. De fato, observa-se que em alguns estados da região Norte,

como Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, é mais vantajoso utilizar a

gasolina como combustível automotivo, porque nesses estados o preço do álcool custa

mais de 70% do litro da gasolina.

Neste modelo foi incluído o resíduo, porque no modelo de longo prazo, que incluía as

tendências, todas as variáveis eram significativas. Especificamente, o valor do

coeficiente do resíduo defasado de um período estabelece que, aproximadamente,

0,576% da discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio,

é corrigida a cada ano.

Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas

no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.

Desta maneira, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do álcool e

da elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível, para a região Norte.

Diesel – Álcool

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância, exceto a variável preço do diesel.

Considerando este resultado, não se pode fazer afirmações a respeito da elasticidade

preço da demanda por diesel. Porém, com relação à elasticidade renda, pode-se afirmar

que a demanda por diesel é inelástica com relação à renda.

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86

Com relação à elasticidade cruzada entre o diesel e o álcool, conclui-se, a partir deste

resultado, que o diesel e o álcool são combustíveis complementares, no curto prazo,

para a região Norte.

O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as

variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0,627% da

discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida

a cada ano.

Diesel – Gasolina

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas

no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial.

Desta maneira, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do diesel e

da elasticidade cruzada entre o diesel e a gasolina, para a região Norte.

Diesel – GLP

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas

no nível de significância de 10%, exceto a produção industrial e o resíduo.

De maneira análoga ao modelo anterior, não se pode tirar conclusões a respeito da

elasticidade preço do diesel e da elasticidade cruzada entre o diesel e o GLP, para a

região Norte.

GLP – Gás Natural

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância.

Os sinais estão de acordo com o sugerido pela teoria econômica. A demanda por GLP,

no curto prazo, é inelástica em relação ao preço e em relação à renda.

O resultado deste modelo leva a concluir que o GLP e o gás natural são combustíveis

complementares no curto prazo, para a região Norte.

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87

5.4.4. Região Sudeste

A seguir, encontram-se os testes de estacionariedade das variáveis, que correspondem

ao primeiro passo da metodologia adotada.

Tabela 23 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Sudeste

Variáveis Nível

ADF a KPSS

c

1a Diferença

ADF a KPSS

c

Preço Álcool -0.617 0.445 -3.073 0.046

Preço Óleo Diesel 0.327 0.862 -4.109 0.216

Preço Gasolina 1.261 0.865 -4.053 0.087

Preço GLP 1.735 0.771 -3.360 0.226

Preço Gás Natural -1.419 0.667 -12.92 0.500

Preço Óleo Combustível b -2.495 0.730 -5.679 0.226

Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281

Volume Álcool 1.433 0.681 -2.609 0.056

Volume Óleo Diesel 0.354 0.206 -9.156 0.036

Volume Gasolina -0.063 0.126 -12.18 0.099

Volume GLP -0.742 0.221 -12.79 0.037

Volume Gás Natural 2.689 0.928 -13.66 0.128

Volume Óleo Combustível -1.463 0.923 -10.77 0.201

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

c Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, a hipótese nula de não estacionariedade não pode ser rejeitada, nos

níveis de significância de 1% e 5%. Sendo assim, as variáveis em nível são não-

estacionárias. Pelo teste KPSS, a hipótese nula de estacionariedade deve ser rejeitada

para todas as variáveis, com exceção do preço do álcool, do volume do óleo diesel, do

volume da gasolina e do volume do GLP.

Para as variáveis em primeira diferença, pelo teste ADF, deve-se rejeitar a hipótese nula

de existência de raiz unitária, nos níveis de significância de 1% e 5%. Portanto, pode-se

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88

considerar que todas as variáveis são integradas de ordem 1 (I(1)). Pelo teste KPSS, a

única exceção de série não integrada de ordem 1 é o preço do gás natural.

O próximo passo será fazer o teste de estacionariedade dos resíduos, cujos resultados

estão apresentados na tabela 24.

Tabela 24 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sudeste

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Gasolina -2.884 0.045

Diesel – Álcool -4.563 0.061

Diesel – Gasolina -3.085 0.075

Gás Natural – Diesel -2.007 0.052

Gás Natural – GLP -2.264 0.076

Gás Natural – Óleo Combustível -4.431 0.033

Óleo Combustível – Álcool -2.505 0.081

Óleo Combustível – Diesel -2.910 0.076

Óleo Combustível – Gasolina -2.602 0.075

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, rejeita-se a hipótese nula de existência de raiz unitária e,

conseqüentemente, de não estacionariedade dos resíduos. Assim como pelo teste ADF,

pelo teste KPSS aceita-se a hipótese nula de estacionariedade dos resíduos. Conclui-se,

desta forma, que os resíduos são estacionários ou I(0) e cointegrados, para os níveis de

significância de 1% e 5%.

Os resultados da próxima etapa da metodologia encontram-se no Anexo M, que consiste

no modelo de cointegração. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 25.

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89

Tabela 25 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante 10.98

(1.532)

8.863

(0.389)

8.890

(0.385)

10.52

(0.654)

11.38

(1.348)

11.12

(0.561)

9.191

(0.904)

7.254

(0.823)

7.877

(0.933)

T -0.009

(0.007)

-0.002

(0.001)

-0.002

(0.001)

0.020

(0.004)

0.025

(0.004)

0.020

(0.003)

-0.032

(0.004)

-0.040

(0.004)

-0.031

(0.004)

t2

3.53E-04

(9.82E-05)

-2.15E-04

(4.71E-05)

-2.49E-04

(5.83E-05)

-2.02E-04

(4.44E-05)

2.57E-04

(6.27E-04)

2.88E-04

(5.04E-05)

1.99E-04

(5.83E-05)

Pr_Álcool -0.857

(0.275)

-0.050

(0.044)

-0.046

(0.101)

Pr_Diesel -0.011

(0.069)

0.079

(0.113)

0.271

(0.127)

0.790

(0.218)

Pr_Gasolina 1.017

(0.693)

-0.254

(0.183)

0.597

(0.317)

Pr_Gás Natural 0.072

(0.076)

0.167

(0.087)

0.075

(0.066)

Pr_Óleo Combustível 0.184

(0.055)

0.015

(0.089)

-0.331

(0.108)

-0.179

(0.111)

Pr_GLP -0.070

(0.284)

Produção Industrial 0.130

(0.340)

1.150

(0.085)

1.173

(0.080)

0.534

(0.141)

0.421

(0.148)

0.434

(0.125)

0.830

(0.193)

1.202

(0.173)

1.016

(0.178)

R2 Ajustado 0.664 0.835 0.837 0.939 0.933 0.946 0.914 0.932 0.919

Estatística Durbin-Watson 0.831 2.122 2.126 1.669 1.331 1.918 1.035 1.109 0.973

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90

A partir dos resultados apresentados na tabela 25, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10%, com exceção das variáveis preço da gasolina e produção

industrial. Ao serem retiradas as tendências, apenas a variável produção industrial

permanece sendo não-significativa.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. À medida que aumenta o preço do

álcool, seu volume diminui. A demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e à

renda. Os consumidores se mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do

combustível e na renda.

A elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina, no longo prazo, indica que os

combustíveis são substitutos na região Sudeste.

Diesel – Álcool

Nesta regressão, que considera apenas a tendência linear, as variáveis preço do diesel e

preço do álcool não são estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

Na equação que não considera as tendências, apenas a variável preço do álcool não é

significativa.

Considerando esta equação sem as tendências, os sinais das variáveis preço do diesel e

produção industrial estão de acordo com o esperado. A demanda por diesel é inelástica

em relação ao preço e elástica em relação à renda.

Com relação à elasticidade cruzada de longo prazo, não se pode fazer afirmações, já que

a variável preço do álcool não é significativa.

Diesel – Gasolina

Nesta regressão, que considera apenas a tendência linear, as variáveis preço do diesel e

preço da gasolina não são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância. Retirando as tendências da equação, a variável preço do diesel permanece

sendo não-significativa.

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91

Desta forma, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de longo prazo para a

região Sudeste.

Gás Natural – Diesel

No modelo que inclui as tendências, linear e quadrática, todas as variáveis são

estatisticamente significativas, com exceção da variável preço do gás natural. Quando se

retira a tendência quadrática e mantém-se apenas a tendência linear, todas as variáveis

passam a ser significativas no nível de 10% de significância. O modelo também se

apresenta bem especificado, com coeficiente de determinação de 0.914, indicando que,

aproximadamente, 91% das variações ocorridas na quantidade demandada de gás

natural são explicadas pelo modelo ajustado.

O sinal da variável preço do gás natural não se apresenta conforme o esperado. De

acordo com o resultado, a demanda por gás natural, no longo prazo, é inelástica em

relação ao preço e à renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel, o resultado leva a

concluir que os dois combustíveis são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

Gás Natural – GLP

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10% de significância, exceto a variável preço do GLP.

O sinal da variável preço do gás natural está em desacordo com a teoria econômica. O

resultado leva a concluir que a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço

e à renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, não se pode tirar

conclusões, porque a variável preço do GLP não é significativa.

Gás Natural – Óleo Combustível

No modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de significância de 10%, com exceção da variável preço do gás

natural. Retirando a tendência quadrática desta equação, todas as variáveis passam a ser

significativas para o mesmo nível de significância.

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92

O sinal do preço do gás natural não está de acordo com o sugerido pela teoria

econômica. Segundo os resultados apresentados, a demanda por gás natural é inelástica

em relação ao preço e à renda.

O resultado da elasticidade cruzada indica que o gás natural e o óleo combustível são

combustíveis substitutos no longo prazo, para a região Sudeste.

Óleo Combustível – Álcool

A inclusão das tendências, quadrática e linear, no modelo torna as variáveis preço do

óleo combustível e preço do álcool estatisticamente não-significativas no nível de 10%

de significância. Ao se retirar a tendência quadrática e manter a tendência linear, todas

as variáveis passam a ser significativas, com exceção da variável preço do álcool.

Nesta equação, os sinais estão de acordo com o esperado. A demanda por óleo

combustível é inelástica em relação ao preço e em relação à renda. Os consumidores se

mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do óleo combustível e na renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, não se pode

fazer afirmações, pois a variável preço do álcool não é significativa.

Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo que inclui as tendências, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10% de significância. O modelo também se apresenta bem

especificado, com coeficiente de determinação de 0.932, indicando que,

aproximadamente, 93% das variações ocorridas na quantidade demandada de gás

natural são explicadas pelo modelo ajustado.

Os sinais se apresentam de acordo com o sugerido na teoria econômica. A demanda por

óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. Os

consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço, o que leva a supor que o

óleo combustível possui poucos substitutos próximos.

A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel indica que esses combustíveis

são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

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93

Óleo Combustível – Gasolina

Na equação que inclui as tendências, linear e quadrática, todas as variáveis são

estatisticamente significativas, com exceção da variável do preço do óleo combustível.

Retirando-se a tendência quadrática e mantendo-se a tendência linear, todas as variáveis

passam a ser significativas no nível de significância de 10%.

Considerando esta equação, os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A

demanda por óleo combustível, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e

elástica em relação à renda.

A demanda cruzada entre os combustíveis mostra que o óleo combustível e a gasolina

são substitutos no longo prazo para a região Sudeste.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de

erro são apresentados na tabela 26 abaixo.

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94

Tabela 26 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sudeste

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Diesel Vol_Diesel Vol_GN Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante 0.010

(0.018)

0.003

(0.008)

0.003

(0.008)

0.020

(0.011)

0.018

(0.010)

0.013

(0.010)

-0.018

(0.011)

-0.028

(0.009)

-0.023

(0.011)

∆Pr_Álcool -0.845

(0.302)

-0.047

(0.103)

-0.064

(0.147)

∆Pr_Diesel -0.315

(0.225)

-0.222

(0.389)

-0.661

(0.317)

0.826

(0.258)

∆Pr_Gasolina 0.824

(0.766)

-0.185

(0.452)

0.828

(0.370)

∆Pr_Gás Natural 0.274

(0.072)

0.281

(0.068)

0.205

(0.066)

∆Pr_Óleo Combustível -0.086

(0.134)

-0.231

(0.146)

-0.313

(0.118)

-0.379

(0.145)

∆Pr_GLP -0.945

(0.349)

∆Produção Industrial 0.267

(0.283)

1.029

(0.115)

1.049

(0.120)

0.153

(0.177)

0.149

(0.168)

0.303

(0.169)

0.965

(0.170)

1.043

(0.136)

1.003

(0.159)

Resid (-1) 0.627

(0.127)

R2 Ajustado 0.136 0.646 0.646 0.289 0.327 0.232 0.397 0.628 0.451

Estatística Durbin-Watson 2.568 3.054 3.052 2.601 2.675 2.652 1.830 1.414 1.926

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95

A partir dos resultados da tabela 26, conclui-se que:

Álcool – Gasolina

No modelo de curto prazo, as variáveis preço da gasolina e produção industrial não são

estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.

Pode-se dizer que a demanda por álcool no curto prazo é inelástica em relação ao preço.

No Sudeste é mais caro usar álcool em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, onde os

preços estão bem perto do limite estipulado (até 70% do litro da gasolina). No Espírito

Santo, a relação de preços está em 67%.

Com relação à elasticidade renda e à elasticidade cruzada, não se pode tirar conclusões,

porque as variáveis preço da gasolina e produção industrial não são significativas no

modelo de curto prazo para a região Sudeste.

Diesel – Álcool

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente não-significativas no nível de

significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Neste caso, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de curto prazo para a

região Sudeste.

Diesel – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente não-significativas no nível de

significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Neste caso, como ocorreu no modelo anterior, não se pode tirar conclusões a respeito da

elasticidade preço do diesel e da elasticidade cruzada entre o diesel e a gasolina, no

curto prazo para a região Sudeste.

Gás Natural – Diesel

Nesta regressão todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da

variável produção industrial, considerando o nível de significância de 10%.

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96

O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o esperado. A demanda

por gás natural, no curto prazo, é inelástica com relação ao preço. No caso da

elasticidade renda, nada se pode afirmar devido ao fato de não ser significativa a

variável produção industrial.

O resultado da elasticidade cruzada entre o gás natural e o diesel indica que os

combustíveis são complementares no curto prazo, para a região Sudeste.

Observa-se um aumento no volume do gás natural disponível na região Sudeste, que se

dá em função do aumento da produção deste combustível.

Gás Natural – GLP

Todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da variável

produção industrial, considerando o nível de significância de 10%.

O sinal da variável preço do gás natural não está de acordo com o sugerido pela teoria

econômica. No curto prazo, a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço,

sugerindo que os consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço. Nada se

pode afirmar com relação à elasticidade renda da demanda por gás natural, porque a

variável produção industrial não é significativa.

Com relação à elasticidade cruzada entre o gás natural e o GLP, o resultado indica que,

no curto prazo, os dois combustíveis são complementares para a região Sudeste.

Gás Natural – Óleo Combustível

Todas as variáveis são estatisticamente significativas, com exceção da variável preço do

óleo combustível, considerando o nível de significância de 10%. Desta forma, não se

pode tirar conclusões a respeito da elasticidade cruzada entre o gás natural e o óleo

combustível.

O sinal da variável preço do gás natural, assim como ocorreu no modelo anterior, não

está de acordo com o sugerido pela teoria econômica. Com relação à elasticidade preço,

observa-se que a demanda por gás natural também é inelástica em relação ao preço na

região Sudeste.

A demanda por gás natural em relação à renda é inelástica, o que sugere que os

consumidores são pouco sensíveis a variações na renda no curto prazo.

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97

Óleo Combustível – Álcool

Neste modelo todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%, exceto a variável produção industrial.

Neste caso, não se pode tirar conclusões a respeito da elasticidade preço do óleo

combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o álcool, no curto

prazo para a região Sudeste.

Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância.

Os sinais se apresentam de acordo com o sugerido na teoria econômica. A demanda por

óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda.

O resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel indica que os

combustíveis são substitutos no curto prazo, para a região Sudeste.

O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as

variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0.627% da

discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida

a cada ano.

As vendas de óleo diesel pelas distribuidoras apresentaram queda no ano de 2006,

afetadas pela crise no setor agrícola. As vendas do óleo combustível também vêm

apresentando queda e este combustível vem sendo substituído pelo gás natural no setor

industrial.

Óleo Combustível – Gasolina

Neste modelo todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância.

Os sinais se apresentam de acordo com o esperado. A demanda por óleo combustível é

inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda, para o modelo de curto

prazo da região Sudeste.

O resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a gasolina mostra que

esses combustíveis são substitutos no curto prazo.

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98

5.4.5. Região Sul

A primeira etapa da metodologia, que se refere ao teste de estacionariedade das

variáveis, apresenta os resultados mostrados na tabela 27.

Tabela 27 - Teste para Verificar a Estacionariedade das Variáveis no Modelo

Desagregado – Região Sul

Variáveis Nível

ADF a KPSS

c

1a Diferença

ADF a KPSS

c

Preço Álcool -0.690 0.623 -3.019 0.045

Preço Óleo Diesel 0.330 0.860 -4.195 0.243

Preço Gasolina 1.107 0.862 -3.852 0.107

Preço GLP 2.219 0.873 -4.644 0.339

Preço Gás Natural -0.444 0.112 -11.97 0.118

Preço Óleo Combustível b -2.776 0.749 -6.645 0.320

Produção Industrial 1.265 0.753 -4.936 0.281

Volume Álcool 0.371 0.457 -10.81 0.059

Volume Óleo Diesel -0.203 0.165 -8.218 0.350

Volume Gasolina 0.246 0.723 -11.99 0.028

Volume GLP -0.032 0.029 -3.487 0.036

Volume Gás Natural 1.574 0.946 -10.80 0.276

Volume Óleo Combustível -1.020 0.860 -3.915 0.041

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-3.555 e -2.916)

Teste KPSS:

c Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelo teste ADF, para as variáveis em nível, aceita-se a hipótese nula de existência de

raiz unitária e de não-estacionariedade, nos níveis de significância de 1% e 5%. Pelo

teste KPSS, rejeita-se a hipótese nula de estacionariedade, exceto para as variáveis

preço do gás natural, volume do álcool, volume do óleo diesel e volume do GLP. Sendo

assim, considera-se todas as variáveis como sendo não-estacionárias.

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99

Para as variáveis em primeira diferença, para os dois testes, rejeita-se a hipótese nula de

não-estacionariedade e, conseqüentemente, elas são integradas de ordem 1 ou I(1), para

os mesmos níveis de significância.

O próximo passo será fazer o teste de estacionariedade dos resíduos, cujos resultados

estão apresentados na tabela 28.

Tabela 28 – Teste de Estacionariedade dos Resíduos – Região Sul

Resíduos Nível

ADF a KPSS

b

Álcool – Diesel -3.204 0.086

Álcool – Gasolina -3.146 0.094

Álcool – Óleo Combustível -3.611 0.065

GLP – Gás Natural -3.407 0.047

Gás Natural – Diesel -5.526 0.040

Gás Natural – Óleo Combustível -5.717 0.047

Óleo Combustível – Diesel -3.666 0.032

Óleo Combustível – Gasolina -3.755 0.034

Óleo Combustível – GLP -3.564 0.048

Teste ADF com Akaike Modificado a partir dos valores críticos apresentados em MacKinnon (1991):

a Teste sem tendência e sem intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (-2.606 e -1.947)

Teste KPSS:

b Teste sem tendência e com intercepto - Estatística do teste a 1% e a 5% (0.739 e 0.463)

Pelos testes ADF e KPSS, todos os resíduos das regressões são estacionários, nos níveis

de significância de 1% e 5%, significando, portanto, que eles são integrados de ordem 0

ou I(0) e cointegrados.

Os resultados da próxima etapa da metodologia encontram-se no Anexo N, que consiste

no modelo de cointegração. Os modelos escolhidos são apresentados na tabela 29.

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100

Tabela 29 – Resultados das Regressões de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante 10.13

(1.275)

9.996

(1.296)

9.380

(1.371)

7.767

(0.941)

5.632

(1.448)

6.335

(1.311)

6.050

(0.959)

5.967

(1.067)

4.888

(1.629)

T 0.007

(0.003)

0.008

(0.003)

0.024

(0.007)

-0.003

(0.001)

0.010

(0.004)

0.011

(0.002)

-0.038

(0.005)

-0.033

(0.005)

-0.041

(0.006)

t2

-2.49E-04

(1.14E-04)

2.91E-04

(6.70E-05)

2.19E-04

(8.35E-05)

3.57E-04

(7.29E-05)

Pr_Álcool -0.808

(0.161)

-0.850

(0.208)

-0.469

(0.173)

Pr_Diesel 0.390

(0.204)

0.315

(0.214)

0.595

(0.264)

Pr_Gasolina 0.570

(0.414)

0.683

(0.365)

Pr_Gás Natural 0.048

(0.049)

-0.154

(0.121)

-0.153

(0.113)

Pr_Óleo Combustível -0.178

(0.161)

0.232

(0.112)

-0.048

(0.165)

4.46E-04

(0.168)

0.199

(0.097)

Pr_GLP 0.007

(0.172)

0.573

(0.337)

Produção Industrial 0.188

(0.278)

0.152

(0.286)

0.299

(0.288)

0.941

(0.130)

1.111

(0.307)

0.994

(0.282)

1.169

(0.198)

1.108

(0.195)

1.063

(0.189)

R2 Ajustado 0.521 0.505 0.530 0.523 0.818 0.825 0.864 0.860 0.858

Estatística Durbin-Watson 1.165 1.151 1.263 1.560 1.489 1.544 0.859 0.882 0.864

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101

A partir dos resultados apresentados na tabela 29, conclui-se que:

Álcool – Diesel

No modelo que inclui apenas a tendência linear, todas as variáveis são estatisticamente

significativas no nível de 10% de significância, exceto a variável produção industrial.

Os sinais das variáveis se apresentam de acordo com o sugerido pela teoria econômica.

À medida em que se aumenta o preço do álcool, o volume demandado por este

combustível diminui. Observa-se que, no longo prazo, a demanda por álcool é inelástica

em relação ao preço. Com respeito à elasticidade renda, não se pode tirar conclusões, já

que a variável produção industrial não é significativa.

O resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que, no longo prazo,

os dois combustíveis são substitutos na região Sul.

Álcool – Gasolina

No modelo que considera apenas a tendência linear, as variáveis não são

estatisticamente significativas no nível de 10% de significância. Considerando a

equação sem as tendências, todas as variáveis passam a ser significativas, para o mesmo

nível de significância.

Considerando a equação sem as tendências, os sinais se encontram de acordo com o

esperado. A demanda por álcool é inelástica em relação ao preço e em relação à renda.

No longo prazo, o resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e a gasolina para a

região Sul indica que os combustíveis são substitutos.

Álcool – Óleo Combustível

Na regressão que inclui as tendências linear e quadrática, as variáveis preço do óleo

combustível e produção industrial não são estatisticamente significativas no nível de

significância de 10%. Ao serem retiradas as duas tendências, todas as variáveis passam

a ser significativas para o mesmo nível de significância.

Como acontece nos dois modelos anteriores, os sinais estão de acordo com o esperado.

Além disso, a demanda por álcool, no longo prazo, também é inelástica em relação ao

preço e em relação à renda.

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102

A elasticidade cruzada entre o álcool e o óleo combustível indica que os combustíveis

são substitutos.

GLP – Gás Natural

Na equação que considera a tendência linear, as variáveis preço do GLP e preço do gás

natural não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Ao ser

retirada a tendência, todas as variáveis passam a ser significativas.

Nesta equação o sinal está de acordo com o esperado. A demanda por GLP, no longo

prazo, é inelástica em relação ao preço e à renda. Pode-se concluir que o GLP possui

poucos substitutos próximos.

A elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural mostra que os combustíveis são

substitutos, no longo prazo, na região Sul.

Gás Natural – Diesel

Na equação que considera a tendência linear, as variáveis preço do gás natural e preço

do diesel não são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%. Ao

ser retirada a tendência, todas as variáveis passam a ser significativas.

Considerando a equação sem as tendências, os sinais apresentados estão de acordo com

o sugerido pela teoria econômica. A demanda por gás natural é inelástica em relação ao

preço e elástica em relação à renda, no longo prazo, para o modelo da região Sul.

Como o sinal da variável preço do diesel é positivo, pode-se concluir que o gás natural e

o diesel são combustíveis substitutos no longo prazo.

Gás Natural – Óleo Combustível

Na equação que considera a tendência linear, a variável preço do gás natural não é

estatisticamente significativa no nível de 10% de significância. Retirando a tendência,

todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível de significância.

Os sinais desta equação estão de acordo com o esperado. A demanda por gás natural é

inelástica em relação ao preço e elástica em relação à renda. Os consumidores se

mostram muito pouco sensíveis a variações no preço do gás natural.

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103

O resultado da elasticidade cruzada entre o gás natural e o óleo combustível mostra os

combustíveis são substitutos no longo prazo, na região Sul.

Óleo Combustível – Diesel

Na equação com as tendências, linear e quadrática, a variável preço do óleo combustível

não é estatisticamente significativa no nível de significância de 10%. Considerando

apenas a tendência linear, todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível

de significância.

Os sinais apresentados nesta equação estão de acordo com o esperado. No longo prazo,

a demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à

renda.

Com relação à elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o diesel, os combustíveis

são substitutos no longo prazo para a região Sul.

Óleo Combustível – Gasolina

Como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo, na equação que considera as

tendências linear e quadrática, a variável preço do óleo combustível não é

estatisticamente significativa no nível de significância de 10%. Retirando a tendência

quadrática, todas as variáveis passam a ser significativas no mesmo nível de

significância.

Os sinais estão de acordo com o sugerido pela teoria econômica. A demanda por óleo

combustível, no longo prazo, é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à

renda.

No longo prazo, o resultado da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e a

gasolina mostra que os combustíveis são substitutos na região Sul.

Óleo Combustível – GLP

No modelo que inclui as tendências linear e quadrática, todas as variáveis são

estatisticamente significativas no nível de 10% de significância.

A variável preço do óleo combustível não apresenta o sinal de acordo com o esperado,

que seria o sinal negativo. A demanda por óleo combustível é inelástica em relação ao

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104

preço e elástica em relação à renda, o que confirma os resultados dos dois modelos

acima.

A elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o GLP indica que os combustíveis são

substitutos no longo prazo na região Sul.

Os resultados das regressões de curto prazo obtidas a partir do modelo de correção de

erro são apresentados na tabela 30 abaixo.

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105

Tabela 30 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região Sul

Variável Dependente

Variáveis Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_Álcool Vol_GLP Vol_GN Vol_GN Vol_OC Vol_OC Vol_OC

Constante -0.008

(0.015)

-0.002

(0.017)

0.014

(0.017)

0.002

(0.010)

0.007

(0.024)

0.005

(0.022)

-0.018

(0.011)

-0.015

(0.010)

-0.016

(0.009)

∆Pr_Álcool -0.845

(0.241)

-1.259

(0.316)

-0.766

(0.257)

∆Pr_Diesel 1.098

(0.427)

0.157

(0.611)

0.246

(0.296)

∆Pr_Gasolina 1.218

(0.690)

0.127

(0.362)

∆Pr_Gás Natural 0.062

(0.048)

-0.024

(0.108)

-0.013

(0.107)

∆Pr_Óleo Combustível -0.466

(0.245)

0.252

(0.307)

-0.118

(0.150)

-0.097

(0.158)

-0.084

(0.125)

∆Pr_GLP -0.331

(0.304)

0.320

(0.276)

∆Produção Industrial 0.221

(0.238)

0.356

(0.272)

0.475

(0.273)

0.751

(0.169)

1.074

(0.388)

1.013

(0.375)

1.091

(0.164)

1.060

(0.160)

1.167

(0.145)

Resid (-1) 0.622

(0.145)

0.430

(0.119)

R2 Ajustado 0.493 0.268 0.275 0.370 0.099 0.110 0.448 0.442 0.559

Estatística Durbin-Watson 2.018 2.528 2.326 2.926 2.750 2.755 2.268 2.258 1.855

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106

A partir dos resultados da tabela 30, conclui-se que:

Álcool – Diesel

No modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível

de 10% de significância, com exceção da variável produção industrial.

Os sinais das variáveis se apresentam de acordo com o esperado. A demanda por álcool

no curto prazo é inelástica em relação ao preço e nada pode ser afirmado a respeito da

elasticidade renda, porque a variável produção industrial não é significativa.

O resultado da elasticidade cruzada entre o álcool e o diesel mostra que os combustíveis

são substitutos no curto prazo. Os resultados do modelo de curto prazo são iguais aos

resultados do modelo de longo prazo, ou seja, os combustíveis álcool e diesel

apresentam o mesmo comportamento, tanto no longo quanto no curto prazo, na região

Sul.

O resíduo foi incluído neste modelo porque na regressão de curto prazo todas as

variáveis eram significativas. Ele estabelece que, aproximadamente, 0,622% da

discrepância entre o valor efetivo e o valor de longo prazo, ou de equilíbrio, é corrigida

a cada ano.

Álcool – Gasolina

Nesta regressão, todas as variáveis são estatisticamente significativas no nível de 10%

de significância, com exceção da variável produção industrial.

Os sinais estão de acordo com o sugerido na teoria econômica. No curto prazo, a

demanda por álcool é elástica em relação ao preço. Os consumidores são muito pouco

sensíveis a oscilações no preço do álcool. Observa-se que normalmente ocorrem altas

expressivas no primeiro trimestre do ano na região Sul, período considerado de

entressafra, e normalização do preço a partir de abril.

A elasticidade cruzada mostra que o álcool e a gasolina são combustíveis substitutos no

curto prazo. De fato, vem ocorrendo na região Sul uma substituição do álcool pela

gasolina no período de entressafra do primeiro, por ter o preço da gasolina um

comportamento mais regular.

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Álcool – Óleo Combustível

Neste modelo de curto prazo, todas as variáveis são estatisticamente significativas no

nível de significância de 10%.

Os sinais apresentados estão de acordo com o esperado. A demanda por álcool, no curto

prazo, mostra que esta é inelástica em relação ao preço e à renda. O mesmo resultado

ocorreu com este modelo de longo prazo.

Porém, diferentemente do modelo de longo prazo, este de curto prazo mostra que os

combustíveis são complementares na região Sul.

GLP – Gás Natural

Nesta regressão, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de

10% de significância, exceto a variável produção industrial.

Desta forma, não se pode tirar conclusões deste modelo de curto prazo, tanto em relação

à elasticidade preço quanto à elasticidade cruzada entre o GLP e o gás natural.

O modelo também não se apresenta bem especificado, com um R2 ajustado de 0.370.

Gás Natural – Diesel

As variáveis deste modelo não são estatisticamente significativas no nível de 10% de

significância, com exceção da variável produção industrial.

Em função disso, não é possível tirar conclusões a respeito deste modelo de curto prazo

entre os combustíveis gás natural e diesel, para a região Sul.

Gás Natural – Óleo Combustível

Como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo todas as variáveis não são

estatisticamente significativas, com exceção da variável produção industrial.

Desta forma, também neste caso não se pode fazer inferências com relação ao modelo

de curto prazo entre o gás natural e o óleo combustível na região Sul.

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Óleo Combustível – Diesel

Neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no nível de 10%

de significância.

Sendo assim, nada se pode afirmar a respeito da elasticidade preço e da elasticidade

cruzada entre o óleo combustível e o diesel, no modelo de curto prazo da região Sul.

Óleo Combustível – Gasolina

Assim como ocorreu no modelo anterior, também neste modelo todas as variáveis não

são estatisticamente significativas no nível de significância de 10%.

Deste modo, não se pode tirar conclusões a respeito deste modelo de demanda de curto

prazo entre os combustíveis óleo combustível e gasolina da região Sul.

Óleo Combustível – GLP

Também neste modelo, todas as variáveis não são estatisticamente significativas no

nível de significância de 10%, com exceção da variável produção industrial e o resíduo.

Sendo assim, não é possível fazer afirmações a respeito da elasticidade preço do óleo

combustível e da elasticidade cruzada entre o óleo combustível e o GLP no modelo de

curto prazo da região Sul.

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109

6. Conclusões e Análises das Implicações

O presente trabalho procurou apresentar uma análise pormenorizada da demanda por

combustíveis no Brasil e nas regiões geográficas deste país, com enfoque no estudo da

elasticidade preço e renda e da elasticidade cruzada entre os combustíveis com maior

participação na matriz energética brasileira, contribuindo para o preenchimento de duas

das lacunas existentes nos estudos da demanda por combustíveis, quais sejam, a da

escassez de análises regionalizadas e a falta de pesquisas com mais de dois energéticos.

Para realizar esse estudo foram utilizados o método de cointegração e o modelo de

correção de erros, desenvolvido inicialmente por Engle e Granger, com o intuito de

calcular as elasticidades de longo e curto prazos da demanda por combustíveis e de

analisar o efeito substituição ou de complementaridade entre os energéticos no Brasil e

nas cinco regiões brasileiras.

As regiões brasileiras apresentam particularidades, quanto às questões relacionadas ao

uso e à demanda por combustíveis, que ajudam a elucidar os resultados obtidos nesta

pesquisa. As principais características das regiões referentes aos aspectos energéticos e

os principais resultados são expostos abaixo.

Na região Centro-Oeste, pode-se observar que a demanda de longo prazo por óleo

diesel é inelástica em relação ao preço e à renda, e que no curto prazo não se pode tirar

qualquer conclusão, porque, provavelmente, os modelos não estão bem especificados.

Com relação à demanda por gás natural, os resultados apresentados mostraram que a

demanda por este combustível é inelástica em relação ao preço e elástica em relação à

renda, tanto no longo quanto no curto prazo. Essa pouca sensibilidade dos consumidores

com relação a oscilações no preço do gás natural pode explicar, em parte, o aumento

registrado em 2006 na média das vendas de gás natural, de aproximadamente 30%, e a

tendência de crescimento que este combustível vem apresentando.

A região Nordeste se destaca pela produção de petróleo e gás natural,

principalmente nos estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. Na Bahia, o

petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental e processado no Pólo

Petroquímico de Camaçari. O Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de

petróleo do país, atrás do Rio de Janeiro.

Os resultados da região Nordeste mostram que a demanda por álcool é elástica em

relação ao preço, tanto no curto prazo quanto no longo prazo. Essa grande sensibilidade

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110

dos consumidores com relação a variações no preço do álcool pode ser explicada pelo

fato de ser o Nordeste a região com a mais baixa renda per capita e maior nível de

pobreza do país. Por sua vez, a demanda por gás natural é inelástica em relação ao preço

e à renda, no curto prazo e no longo prazo. A indústria ainda é o segmento que mais

consome gás natural na região Nordeste. Depois dela vêm os setores automotivos e de

geração de energia. Cabe ressaltar que existe uma demanda reprimida na região

Nordeste e o estado mais crítico é o da Bahia.

A Região Norte tem priorizado a oferta e a redistribuição de energia para seus

estados. O Pará, por exemplo, concluiu em 1999 a linha Tramoeste, que leva a energia

de Tucuruí, no rio Tocantins, até o oeste paraense. No Amazonas, como a planície da

bacia amazônica inviabiliza a construção de hidrelétricas, o estado investe no gás

natural. Os maiores consumidores são as geradoras de energia elétrica, que passam a

utilizar o gás natural em substituição ao óleo diesel para movimentar as turbinas de suas

termelétricas. Na Bacia do Rio Solimões existe uma grande reserva de gás natural, entre

os rios Urucu e Juruá.

Com base nos resultados obtidos da região Norte, verifica-se que a demanda por álcool

é elástica em relação ao preço, tanto no longo prazo quanto no curto prazo. No caso do

óleo diesel, a demanda por este combustível também é inelástica no longo prazo sem

possibilidade de conclusões para o curto prazo. Finalmente, com relação ao GLP a

demanda é inelástica tanto no curto quanto no longo prazo. Isso mostra que os

consumidores são muito pouco sensíveis a variações no preço desses combustíveis,

mantidas todas as outras variáveis constantes.

Os resultados da elasticidade cruzada sugerem que o álcool e o óleo diesel são

combustíveis complementares no longo prazo e que no curto prazo a gasolina é um

combustível substituto do álcool. De fato, em alguns estados do Norte é mais vantajoso

utilizar a gasolina como combustível automotivo, em função de seu preço ser inferior a

70% do preço do álcool.

A região Sudeste, devido ao seu relevo planáltico, tem grande potencial

hidrelétrico. Em relação à produção de álcool, a maior representatividade na produção

está no estado de São Paulo, superando a marca de 60% do total da produção nacional

da safra referente a 2005/2006.

Os resultados apresentados para a região Sudeste mostram que a demanda pelos

combustíveis analisados é inelástica em relação ao preço, tanto no curto quanto no

longo prazo, sempre que as variáveis preço desses mesmos combustíveis são

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111

significativas. A pouca sensibilidade dos consumidores com relação a variações no

preço do álcool pode ser explicada pelo fato de ser mais vantajoso para os consumidores

do Sudeste utilizarem este combustível em detrimento da gasolina, por ser o preço do

álcool inferior ao da gasolina na maioria dos estados, principalmente no estado de São

Paulo. Isto comprova o crescimento das vendas do álcool, que aumentaram 24,5% entre

2000 e 2005, segundo dados da ANP. Este crescimento se manteve no ano de 2006. Já

em relação à gasolina C, a participação do estado de São Paulo no total comercializado

na região Sudeste caiu entre 2000 e 2005, passando de 61% para 59%.

Cabe ressaltar o significativo aumento de vendas que o gás natural vem apresentando na

região Sudeste, superiores às observadas no Brasil. As reservas de gás natural brasileiras

estão concentradas no mar (77%), principalmente na região Sudeste (67%), nas Bacias

de Campos, Espírito Santo e Santos, próximas dos grandes centros consumidores (São

Paulo e Rio de Janeiro). Este fato comprova a inelasticidade da demanda por este

combustível, em relação ao preço e à renda, obtida nos modelos, mostrando, cada vez

mais, a importância do aumento da participação do gás natural na matriz energética

brasileira.

A região Sul possui grande potencial hidrelétrico, destacando-se a usina de Itaipu,

no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai - a maior do continente e uma das três

maiores do mundo.

Os resultados da região Sul mostram que a demanda por álcool, GLP, gás natural e óleo

combustível é inelástica em relação ao preço e em relação à renda, nos modelos de

longo prazo. Dos modelos de curto prazo, por não estarem bem especificados, não se

pôde tirar conclusões.

O gás natural se apresenta como um substituto do GLP, no modelo de longo prazo da

região Sul. Nessa região, o gás natural tem apresentado um significativo crescimento

das vendas, juntamente com a região Sudeste, e sendo utilizado como substituto do GLP

como combustível industrial.

Os resultados dos modelos para o Brasil levam a concluir que a demanda por

álcool é inelástica em relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no longo prazo.

Isso evidencia o fato de que os consumidores se mostram pouco sensíveis a variações no

preço, mantendo todos os outros fatores constantes. O aumento da demanda por álcool

pode ser explicado pelo aumento substancial da frota de veículos bicombustíveis. No

ano de 2006, as vendas de veículos leves flex fuel chegaram a 77,1% do total até o mês

de outubro, ante 50,2% em 2005. Em 2005 e 2006, 2 milhões de veículos

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112

bicombustíveis entraram no mercado interno. Ao aumento do mercado interno do álcool

somou-se também a expansão das vendas externas. As exportações brasileiras de álcool

saltaram de 706 mil m3 em 2003 para 2,2 milhões de m

3 em 2004 e para 2,6 milhões de

m3 em 2005.

Os resultados da análise da elasticidade cruzada entre o álcool e os demais combustíveis

utilizados no setor de transportes mostram que estes combustíveis são substitutos tanto

no curto quanto no longo prazo. A partir do limite de 70% do preço da gasolina, será

mais vantajoso para o consumidor utilizar este combustível em detrimento do álcool.

Como a tendência de preço e demanda por álcool hidratado é de alta, este combustível

pode ser substituído pela gasolina, caso ele atinja o percentual anteriormente definido.

Os resultados dos modelos para o gás natural no Brasil mostraram que a demanda por

este combustível é inelástica com relação ao preço e à renda, tanto no curto quanto no

longo prazo.

No que diz respeito à elasticidade cruzada, pode-se observar que o gás natural e o óleo

diesel são substitutos no longo prazo; com o GLP, o gás natural é complementar no

curto e longo prazos. Essa complementaridade entre o gás natural e o GLP pode ser

explicada pelo fato de o gás natural também poder ser utilizado na cocção de alimentos,

embora o uso do GLP para esse fim seja mais largamente conhecido.

Com respeito ao comportamento do óleo combustível, observa-se que a demanda por

este combustível no Brasil é inelástica em relação ao preço e à renda no longo prazo e

que não foi possível tirar conclusões a partir dos modelos de curto prazo, porque,

provavelmente, estes não estavam bem especificados.

O que se pode afirmar do óleo combustível é que ele vem sendo substituído, em larga

escala, pelo gás natural, principalmente em função de o gás natural ter um preço inferior

ao do óleo combustível; favorece a melhoria da qualidade dos produtos produzidos por

certos segmentos industriais, como cerâmica e vidro; e porque não se precisa estocar o

gás natural.

Com o intuito de responder às questões levantadas no início desta pesquisa e com base

nos resultados obtidos, observa-se que o Brasil possui grandes diferenças regionais no

que diz respeito à questão energética. Diante disso, é salutar a definição de políticas que

levem em consideração o perfil energético de cada região brasileira e que incentivem o

uso do gás natural, principalmente no setor industrial da economia, visto que a demanda

por este combustível vem crescendo em todas as regiões brasileiras, que são notáveis as

vantagens apresentadas por este combustível e que os consumidores se mostram muito

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113

pouco sensíveis a oscilações no preço do gás natural, conforme observado em todos os

modelos analisados.

Para incentivar o uso do gás natural, a sua maior inserção na matriz energética brasileira

e a diminuição da dependência de fontes energéticas externas, é fundamental o aumento

dos investimentos nos sistemas de transporte do combustível (gasodutos e

compressores) e um planejamento, de longo prazo, da demanda por gás natural em

níveis regional e federal.

Finalmente, como sugestões para futuras pesquisas, podem ser listados os seguintes

pontos:

Expansão da análise não só por regiões brasileiras como também por setores da

economia: energético, industrial, transportes, comercial e agropecuário;

Extensão da análise a fontes renováveis de energia (eletricidade, carvão, lenha,

produtos da cana-de-açúcar), dada a importância dessas fontes na matriz energética

brasileira, para o cálculo da elasticidade cruzada entre esses combustíveis;

Aperfeiçoamento da metodologia utilizada, como por exemplo, utilização do

método de cointegração para dados em painel, para os modelos desagregados por

regiões geográficas.

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114

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118

Anexo A

Contribuição Percentual e Monetária do Setor de Petróleo ao PIB (1980-2003)

Ano Preço (2003)

R$ valor real (mil)

% do

PIB

1980 37.424.830 3,86

1981 41.322.407 4,46

1982 34.666.901 3,71

1983 40.918.547 4,51

1984 38.465.646 4,02

1985 50.644.270 4,91

1986 49.032.381 4,42

1987 46.766.120 4,07

1988 52.330.649 4,56

1989 41.415.434 3,50

1990 43.358.457 3,83

1991 37.955.320 3,32

1992 45.771.726 4,02

1993 52.569.297 4,40

1994 44.027.581 3,48

1995 36.592.846 2,78

1996 34.513.912 2,55

1997 34.301.165 2,46

1998 38.538.472 2,76

1999 53.786.718 3,82

2000 69.990.484 4,76

2001 79.344.243 5,33

2002 92.379.533 6,08

2003 104.716.211 6,91

Fonte: IBGE, 2004 e Petrobras, 1997.

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119

Anexo B

Detalhes do Cálculo da Elasticidade:

A função de demanda (2), como mencionado no capítulo 4.2, é a seguinte:

ti eZeePeV t

tt

i

itit

92

870

6

1

Sabe-se que a elasticidade é dada por: dX

dY

Y

X. . Sendo assim, tem-se que:

A elasticidade preço do combustível i é:

eZPPe

eZPPePeZPPe

V

P

dP

dV

V

P

ji

jii

ji

i

i

i

i

i

i

9210

9210

9210

1

11

111 .

11

1

1

1

1

1

1

i

i

i

ii

P

P

P

PP

A elasticidade preço-cruzada entre os combustíveis i e j é:

eZPPe

eZPPePeZPPe

V

P

dP

dV

V

P

ji

jij

ji

i

j

j

i

i

j

9210

9210

9210

1

21

222 .

2

2

1

2

2

2

2

2

j

j

j

jj

P

P

P

PP

E a elasticidade renda é:

eZPPe

eZPPZeeZPPe

V

Z

dZ

dV

V

Z

ji

ji

ji

i

i

i9210

9210

9210

1

91

999 .

99

1

9

9

9

9

9

Z

Z

Z

ZZ

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120

Anexo C

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 7.311

(1.402)

11.77

(1.535)

13.29

(1.514)

10.70

(0.360)

9.827

(0.455)

9.673

(0.455)

12.50

(0.589)

13.45

(0.741)

13.45

(0.796)

t 0.016

(0.004)

-0.010

(0.009)

-0.003

(0.001)

0.004

(0.004)

0.003

(0.002)

0.004

(0.005)

t2

4.15E-04

(1.41E-04)

-9.59E-05

(5.64E-05)

-1.18E-06

(7.39E-05)

Pr_Gás Natural -0.004

(0.101)

-0.021

(0.094)

-0.071

(0.097)

Pr_Diesel -0.208

(0.353)

-0.430

(0.301)

0.920

(0.536)

0.201

(0.168)

0.212

(0.156)

-0.018

(0.204)

-0.110

(0.148)

-0.157

(0.146)

-0.161

(0.282)

Pr_Gasolina 1.762

(0.782)

0.084

(0.756)

-1.608

(0.906)

-0.353

(0.230)

-0.130

(0.228)

0.266

(0.323)

0.366

(0.328)

0.009

(0.365)

0.014

(0.476)

Pr_Álcool -0.737

(0.271)

-0.395

(0.241)

-0.441

(0.224)

0.005

(0.078)

-0.020

(0.073)

-0.042

(0.073)

-0.135

(0.114)

-0.062

(0.116)

-0.062

(0.118)

Pr_Óleo Combustível -0.075

(0.056)

-0.079

(0.052)

-0.068

(0.052)

Pr_GLP -0.173

(0.200)

1.98E-04

(0.196)

-0.175

(0.218)

Produção Industrial 0.940

(0.297)

0.152

(0.304)

0.063

(0.284)

0.985

(0.078)

1.120

(0.087)

1.110

(0.085)

0.377

(0.125)

0.209

(0.147)

0.210

(0.149)

R2 Ajustado 0.451 0.609 0.664 0.811 0.836 0.842 0.207 0.253 0.237

Estatística Durbin-Watson 0.582 0.981 1.128 1.961 2.221 2.266 1.995 2.349 2.350

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121

Anexo C

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Brasil (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 10.92

(0.430)

10.40

(0.543)

10.16

(0.556)

9.905

(0.654)

11.36

(0.775)

12.49

(0.546)

13.07

(0.672)

10.94

(0.714)

10.22

(0.644)

t -0.002

(0.001)

-0.007

(0.004)

0.005

(0.002)

0.031

(0.004)

-0.008

(0.002)

-0.024

(0.004)

t2

6.97E-05

(4.45E-05)

-3.28E-04

(4.37E-05)

2.09E-04

(5.15E-05)

Pr_Gás Natural -0.162

(0.123)

-0.196

(0.123)

-0.123

(0.130)

0.536

(0.187)

0.633

(0.176)

0.290

(0.128)

-0.334

(0.192)

-0.475

(0.162)

-0.256

(0.150)

Pr_Diesel -0.148

(0.132)

-0.037

(0.149)

-0.049

(0.146)

0.173

(0.200)

-0.137

(0.212)

-0.083

(0.144)

-0.225

(0.206)

0.226

(0.195)

0.192

(0.170)

Pr_Óleo Combustível 0.030

(0.066)

0.015

(0.066)

0.025

(0.065)

0.018

(0.100)

0.062

(0.094)

0.010

(0.064)

0.074

(0.103)

0.011

(0.086)

0.044

(0.075)

Pr_GLP 0.167

(0.249)

0.293

(0.259)

0.457

(0.276)

0.274

(0.379)

-0.075

(0.370)

-0.847

(0.271)

-0.666

(0.390)

-0.156

(0.341)

0.337

(0.319)

Produção Industrial 0.559

(0.093)

0.645

(0.107)

0.702

(0.111)

0.897

(0.141)

0.660

(0.152)

0.388

(0.110)

0.064

(0.145)

0.410

(0.140)

0.584

(0.129)

R2 Ajustado 0.495 0.509 0.524 0.906 0.920 0.963 0.814 0.872 0.904

Estatística Durbin-Watson 2.203 2.165 2.336 0.917 0.966 1.869 1.527 1.771 2.002

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122

Anexo D

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Centro-Oeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 9.468

(1.505)

9.130

(1.785)

9.133

(1.684)

5.605

(1.391)

5.358

(1.367)

6.025

(1.284)

8.706

(0.577)

9.890

(0.603)

9.889

(0.591)

t -0.002

(0.004)

-0.029

(0.011)

-0.005

(0.003)

0.011

(0.006)

0.005

(0.001)

0.012

(0.004)

t2

3.95E-04

(1.50E-04)

-2.45E-04

(8.35E-05)

-9.02E-05

(5.28E-05)

Pr_Gás Natural -0.033

(0.043)

-0.060

(0.045)

-0.037

(0.042)

Pr_Diesel -1.254

(0.635)

-1.274

(0.643)

0.036

(0.785)

0.150

(0.418)

0.391

(0.431)

-0.232

(0.451)

0.321

(0.243)

0.389

(0.217)

0.090

(0.276)

Pr_Gasolina 3.055

(1.254)

3.260

(1.387)

2.263

(1.363)

-2.048

(0.711)

-1.432

(0.776)

-0.577

(0.775)

-0.522

(0.481)

-1.238

(0.469)

-1.010

(0.479)

Pr_Álcool -1.129

(0.340)

-1.158

(0.353)

-1.407

(0.346)

0.246

(0.192)

0.127

(0.199)

0.197

(0.185)

0.031

(0.130)

0.134

(0.119)

0.191

(0.121)

Pr_Óleo Combustível 0.293

(0.141)

0.183

(0.151)

0.097

(0.143)

Pr_GLP 0.636

(0.291)

0.374

(0.320)

0.127

(0.308)

Produção Industrial -0.123

(0.375)

-0.072

(0.405)

0.067

(0.386)

1.395

(0.204)

1.542

(0.216)

1.453

(0.202)

0.785

(0.144)

0.604

(0.137)

0.573

(0.135)

R2 Ajustado 0.208 0.194 0.283 0.578 0.597 0.656 0.516 0.617 0.632

Estatística Durbin-Watson 1.261 1.273 1.274 1.147 1.258 1.386 1.902 2.280 2.505

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123

Anexo D

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 9.854

(0.648)

9.872

(0.657)

9.405

(0.707)

-15.57

(6.629)

-14.62

(6.497)

-5.749

(6.446)

11.59

(1.741)

11.31

(1.692)

10.14

(1.826)

t 4.75E-04

(0.001)

-0.004

(0.003)

0.024

(0.013)

0.105

(0.027)

-0.007

(0.003)

-0.018

(0.008)

t2

6.02E-05

(3.73E-05)

-0.001

(3.40E-04)

1.51E-04

(9.62E-05)

Pr_Gás Natural 0.021

(0.022)

0.024

(0.024)

0.018

(0.024)

-0.555

(0.223)

-0.381

(0.238)

-0.266

(0.218)

0.095

(0.058)

0.044

(0.062)

0.029

(0.062)

Pr_Diesel 0.041

(0.117)

-0.008

(0.183)

0.016

(0.180)

0.480

(1.194)

-2.027

(1.808)

-2.488

(1.643)

-0.677

(0.314)

0.053

(0.471)

0.114

(0.465)

Pr_Óleo Combustível -0.089

(0.071)

-0.081

(0.076)

-0.071

(0.074)

-0.703

(0.730)

-0.299

(0.747)

-0.480

(0.679)

0.315

(0.192)

0.198

(0.195)

0.222

(0.192)

Pr_GLP -0.104

(0.143)

-0.076

(0.165)

0.013

(0.172)

3.389

(1.465)

4.830

(1.637)

3.144

(1.564)

-0.580

(0.385)

-0.999

(0.426)

-0.776

(0.443)

Produção Industrial 0.371

(0.086)

0.350

(0.106)

0.393

(0.108)

2.851

(0.878)

1.745

(1.052)

0.912

(0.984)

0.254

(0.231)

0.576

(0.274)

0.687

(0.279)

R2 Ajustado 0.264 0.250 0.275 0.468 0.492 0.584 0.444 0.478 0.493

Estatística Durbin-Watson 2.170 2.228 2.346 0.674 0.666 0.792 1.206 1.302 1.325

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124

Anexo E

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Nordeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 6.543

(1.209)

9.936

(1.267)

9.496

(0.891)

11.51

(1.251)

11.69

(1.330)

11.94

(1.323)

10.47

(0.636)

11.88

(0.719)

11.88

(0.728)

t 0.014

(0.003)

-0.021

(0.005)

0.001

(0.002)

0.010

(0.007)

0.006

(0.002)

0.006

(0.004)

t2

5.64E-04

(7.95E-05)

1.52E-04

(1.02E-04)

-2.79E-07

(6.49E-05)

Pr_Gás Natural 0.133

(0.128)

0.138

(0.130)

0.122

(0.129)

Pr_Diesel -0.818

(0.544)

-0.938

(0.460)

1.647

(0.487)

0.446

(0.392)

0.434

(0.397)

0.236

(0.413)

0.275

(0.286)

0.226

(0.261)

0.224

(0.398)

Pr_Gasolina 3.312

(0.807)

2.286

(0.719)

-0.734

(0.660)

0.001

(0.459)

-0.037

(0.472)

0.522

(0.598)

0.067

(0.425)

-0.358

(0.408)

-0.356

(0.539)

Pr_Álcool -1.212

(0.314)

-1.206

(0.266)

-1.408

(0.189)

-0.360

(0.146)

-0.362

(0.148)

-0.373

(0.146)

-0.284

(0.165)

-0.281

(0.151)

-0.281

(0.154)

Pr_Óleo Combustível -0.105

(0.120)

-0.108

(0.121)

-0.233

(0.146)

Pr_GLP -0.490

(0.238)

-0.493

(0.240)

-0.701

(0.275)

Produção Industrial 0.381

(0.279)

-0.250

(0.274)

0.237

(0.204)

0.710

(0.151)

0.678

(0.170)

0.671

(0.168)

0.431

(0.147)

0.169

(0.155)

0.169

(0.167)

R2 Ajustado 0.573 0.695 0.850 0.442 0.432 0.447 0.319 0.434 0.422

Estatística Durbin-Watson 0.596 0.775 1.262 1.160 1.158 1.220 1.554 1.868 1.868

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125

Anexo E

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Nordeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 10.05

(0.908)

10.45

(0.965)

10.43

(0.968)

10.68

(1.509)

12.74

(1.381)

12.85

(1.176)

8.741

(3.315)

9.146

(3.571)

9.203

(3.589)

t 0.001

(0.001)

-0.002

(0.004)

0.007

(0.002)

0.027

(0.005)

0.001

(0.004)

0.012

(0.015)

t2

5.26E-05

(5.86E-05)

-3.09E-04

(7.12E-05)

-1.62E-04

(2.17E-04)

Pr_Gás Natural 0.089

(0.080)

0.110

(0.081)

0.144

(0.089)

0.215

(0.132)

0.327

(0.116)

0.132

(0.109)

-0.173

(0.290)

-0.151

(0.301)

-0.253

(0.332)

Pr_Diesel 0.066

(0.110)

-0.023

(0.133)

-0.099

(0.158)

-0.649

(0.182)

-1.117

(0.191)

-0.670

(0.192)

0.559

(0.400)

0.467

(0.493)

0.701

(0.587)

Pr_Óleo Combustível -0.137

(0.086)

-0.140

(0.085)

-0.093

(0.100)

0.475

(0.142)

0.461

(0.122)

0.186

(0.122)

-0.285

(0.312)

-0.288

(0.315)

-0.432

(0.371)

Pr_GLP -0.284

(0.176)

-0.291

(-0.176)

-0.224

(0.191)

0.364

(0.293)

0.328

(0.251)

-0.061

(0.232)

0.540

(0.643)

0.533

(0.650)

0.329

(0.708)

Produção Industrial 0.678

(0.099)

0.603

(0.118)

0.583

(0.120)

0.183

(0.164)

-0.208

(0.168)

-0.090

(0.146)

-0.029

(0.361)

-0.106

(0.435)

-0.044

(0.445)

R2 Ajustado 0.520 0.524 0.522 0.719 0.793 0.850 0.032 0.014 0.004

Estatística Durbin-Watson 2.162 2.167 2.235 0.844 1.275 1.638 1.997 2.016 2.011

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126

Anexo F

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Norte

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 8.036

(1.127)

6.648

(1.373)

6.923

(1.327)

8.199

(1.107)

8.200

(1.119)

9.940

(1.223)

7.647

(0.597)

8.817

(0.693)

t -0.005

(0.003)

-0.021

(0.008)

1.22E-04

(0.002)

0.016

(0.006)

0.005

(0.002)

t2

2.45E-04

(1.11E-04)

-2.70E-04

(9.84E-05)

Pr_Gás Natural 0.044

(0.032)

0.043

(0.038)

-0.003

(0.039)

Pr_Diesel 0.063

(0.439)

0.037

(0.431)

1.065

(0.623)

0.781

(0.440)

0.773

(0.470)

0.745

(0.440)

0.412

(0.232)

0.434

(0.217)

Pr_Gasolina 2.221

(0.695)

2.720

(0.742)

1.666

(0.859)

0.060

(0.538)

0.057

(0.548)

0.093

(0.512)

-0.189

(0.368)

-0.610

(0.375)

Pr_Álcool -1.752

(0.279)

-1.707

(0.275)

-1.952

(0.287)

-0.637

(0.167)

-0.636

(0.171)

-0.372

(0.186)

-0.213

(0.148)

-0.250

(0.139)

Pr_Óleo Combustível -0.126

(0.081)

-0.126

(0.082)

-0.108

(0.077)

Pr_GLP -0.239

(0.215)

-0.234

(0.241)

-0.894

(0.330)

Produção Industrial -0.113

(0.253)

0.126

(0.285)

0.224

(0.278)

1.097

(0.150)

1.092

(0.171)

1.117

(0.160)

0.825

(0.134)

0.623

(0.144)

R2 Ajustado 0.488 0.507 0.544 0.782 0.778 0.806 0.675 0.716

Estatística Durbin-Watson 1.253 1.266 1.345 1.504 1.499 1.680 1.868 2.080

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127

Anexo F

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Norte (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 9.929

(0.670)

9.934

(0.677)

9.466

(0.938)

9.304

(2.012)

9.409

(1.934)

14.10

(2.501)

10.88

(1.380)

10.94

(1.342)

6.907

(1.657)

t 0.001

(0.002)

-0.002

(0.004)

0.012

(0.005)

0.041

(0.012)

0.007

(0.004)

-0.019

(0.008)

t2

5.17E-05

(7.13E-05)

-0.001

(1.90E-04)

4.46E-04

(1.26E-04)

Pr_Gás Natural -0.029

(0.024)

-0.033

(0.028)

-0.028

(0.029)

0.082

(0.072)

-0.004

(0.080)

-0.058

(0.077)

0.086

(0.050)

0.034

(0.055)

0.081

(0.051)

Pr_Diesel 0.063

(0.101)

0.022

(0.169)

-0.034

(0.186)

0.105

(0.302)

-0.756

(0.482)

-0.197

(0.497)

-0.092

(0.207)

-0.614

(0.335)

-1.095

(0.329)

Pr_Óleo Combustível 0.011

(0.062)

0.012

(0.063)

0.013

(0.063)

0.096

(0.187)

0.114

(0.180)

0.099

(0.169)

0.007

(0.128)

0.018

(0.125)

0.031

(0.112)

Pr_GLP -0.312

(0.119)

-0.284

(0.151)

-0.139

(0.250)

0.225

(0.357)

0.806

(0.431)

-0.640

(0.668)

0.245

(0.245)

0.598

(0.299)

1.844

(0.442)

Produção Industrial 0.392

(0.105)

0.370

(0.127)

0.379

(0.128)

0.038

(0.314)

-0.413

(0.363)

-0.499

(0.342)

-0.039

(0.215)

-0.314

(0.252)

-0.239

(0.227)

R2 Ajustado 0.285 0.271 0.264 0.270 0.326 0.407 0.072 0.123 0.296

Estatística Durbin-Watson 2.295 2.308 2.376 1.365 1.408 1.546 1.376 1.370 1.689

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128

Anexo G

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sudeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 7.601

(1.464)

10.53

(1.421)

10.53

(1.441)

9.258

(0.800)

8.728

(0.823)

8.290

(0.851)

12.21

(0.576)

12.70

(0.643)

12.77

(0.642)

t 0.015

(0.003)

0.014

(0.011)

-0.002

(0.001)

-0.007

(0.003)

0.003

(0.002)

-0.003

(0.005)

t2

1.10E-05

(1.52E-04)

8.07E-05

(4.92E-05)

8.30E-05

(6.79E-05)

Pr_Gás Natural -0.002

(0.053)

-0.019

(0.052)

-0.023

(0.051)

Pr_Diesel -2.096

(0.544)

-2.246

(0.467)

-2.201

(0.783)

0.020

(0.188)

0.156

(0.196)

0.370

(0.232)

-0.130

(0.214)

-0.155

(0.211)

0.186

(0.349)

Pr_Gasolina 6.072

(1.175)

4.348

(1.081)

4.292

(1.334)

-0.435

(0.307)

-0.239

(0.315)

-0.607

(0.382)

0.060

(0.462)

-0.230

(0.489)

-0.646

(0.594)

Pr_Álcool -1.399

(0.285)

-1.012

(0.259)

-1.014

(0.263)

0.040

(0.073)

-0.010

(0.075)

-0.009

(0.074)

-0.004

(0.112)

0.061

(0.117)

0.049

(0.117)

Pr_Óleo Combustível 0.023

(0.052)

-0.033

(0.058)

-0.023

(0.058)

Pr_GLP 0.010

(0.178)

0.003

(0.173)

0.152

(0.193)

Produção Industrial 0.277

(0.358)

-0.174

(0.323)

-0.169

(0.335)

1.109

(0.093)

1.193

(0.100)

1.235

(0.101)

0.337

(0.141)

0.261

(0.146)

0.301

(0.149)

R2 Ajustado 0.607 0.712 0.706 0.813 0.824 0.830 0.102 0.130 0.139

Estatística Durbin-Watson 0.978 1.095 1.091 1.943 2.121 2.360 2.163 2.287 2.296

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129

Anexo G

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 10.31

(0.864)

9.642

(0.934)

8.862

(1.054)

8.159

(1.424)

10.33

(1.392)

13.46

(1.301)

18.66

(2.296)

12.57

(1.428)

10.30

(1.503)

t -0.002

(0.001)

-0.007

(0.003)

0.007

(0.002)

0.025

(0.004)

-0.021

(0.002)

-0.033

(0.004)

t2

6.37E-05

(4.18E-05)

2.55E-04

(5.16E-05)

1.85E-04

(5.97E-05)

Pr_Gás Natural 0.030

(0.064)

0.006

(0.065)

0.007

(0.064)

0.087

(0.106)

0.167

(0.096)

0.159

(0.079)

0.223

(0.171)

-0.001

(0.099)

0.004

(0.091)

Pr_Diesel -0.344

(0.107)

-0.126

(0.166)

-0.150

(0.164)

0.590

(0.176)

-0.124

(0.247)

-0.028

(0.203)

-0.855

(0.284)

1.142

(0.253)

1.073

(0.234)

Pr_Óleo Combustível 0.045

(0.065)

-0.015

(0.073)

-0.009

(0.072)

0.070

(0.107)

0.266

(0.108)

0.245

(0.089)

0.206

(0.172)

-0.343

(0.111)

-0.328

(0.102)

Pr_GLP 0.108

(0.206)

0.112

(0.202)

0.304

(0.236)

0.243

(0.340)

0.230

(0.301)

-0.541

(0.291)

-1.464

(0.548)

-1.426

(0.309)

-0.868

(0.337)

Produção Industrial 0.558

(0.090)

0.683

(0.115)

0.728

(0.117)

0.920

(0.148)

0.507

(0.172)

0.328

(0.145)

-0.156

(0.239)

1.000

(0.176)

1.130

(0.167)

R2 Ajustado 0.494 0.513 0.526 0.901 0.922 0.948 0.776 0.929 0.940

Estatística Durbin-Watson 2.176 2.192 2.373 1.366 1.412 1.850 0.799 1.337 1.392

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130

Anexo H

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sul

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Constante 8.535

(1.142)

10.26

(1.292)

10.09

(1.327)

9.562

(1.114)

8.905

(1.319)

9.111

(1.296)

11.60

(0.718)

12.95

(0.783)

13.00

(0.807)

t 0.007

(0.003)

0.013

(0.010)

-0.002

(0.002)

0.009

(0.006)

0.005

(0.002)

0.004

(0.006)

t2

-9.17E-05

(1.41E-04)

-1.58E-04

(9.08E-05)

2.69E-05

(8.59E-05)

Pr_Gás Natural 0.003

(0.054)

-0.021

(0.059)

0.008

(0.060)

Pr_Diesel 0.873

(0.486)

0.693

(0.468)

0.288

(0.781)

-0.269

(0.364)

-0.140

(0.390)

-0.572

(0.455)

0.486

(0.305)

0.346

(0.284)

0.465

(0.475)

Pr_Gasolina -0.370

(0.971)

-0.671

(0.932)

-0.210

(1.176)

-0.627

(0.526)

-0.591

(0.528)

0.147

(0.669)

-0.769

(0.610)

-1.004

(0.565)

-1.139

(0.715)

Pr_Álcool -0.686

(0.244)

-0.688

(0.233)

-0.658

(0.238)

0.200

(0.133)

0.200

(0.133)

0.212

(0.130)

0.109

(0.154)

0.107

(0.141)

0.099

(0.145)

Pr_Óleo Combustível 0.236

(0.106)

0.182

(0.121)

0.078

(0.132)

Pr_GLP 0.144

(0.274)

0.173

(0.276)

0.009

(0.286)

Produção Industrial 0.584

(0.266)

0.240

(0.289)

0.214

(0.293)

0.845

(0.139)

0.950

(0.179)

0.909

(0.177)

0.356

(0.167)

0.087

(0.175)

0.095

(0.178)

R2 Ajustado 0.466 0.516 0.510 0.460 0.459 0.482 0.201 0.327 0.314

Estatística Durbin-Watson 1.010 1.190 1.235 1.610 1.580 1.556 1.798 2.205 2.195

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131

Anexo H

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Geral – Região Sul (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 7.493

(0.912)

6.756

(1.080)

6.423

(1.174)

5.384

(2.276)

9.851

(2.467)

10.72

(2.675)

13.91

(1.999)

7.862

(1.782)

5.343

(1.685)

t -0.002

(0.002)

-0.005

(0.004)

0.013

(0.004)

0.021

(0.009)

-0.018

(0.003)

-0.039

(0.006)

t2

4.07E-05

(5.45E-05)

-1.06E-04

(1.24E-04)

3.08E-04

(7.83E-05)

Pr_Gás Natural 0.106

(0.047)

0.078

(0.052)

0.069

(0.054)

-0.310

(0.118)

-0.139

(0.119)

-0.115

(0.123)

0.340

(0.104)

0.109

(0.086)

0.042

(0.077)

Pr_Diesel -0.320

(0.146)

-0.128

(0.211)

-0.169

(0.219)

1.138

(0.365)

-0.023

(0.482)

0.083

(0.499)

-0.820

(0.320)

0.752

(0.348)

0.443

(0.314)

Pr_Gasolina

Pr_Álcool

Pr_Óleo Combustível -0.002

(0.089)

-0.072

(0.104)

-0.031

(0.118)

-0.026

(0.222)

0.393

(0.238)

0.286

(0.269)

0.235

(0.195)

-0.332

(0.172)

-0.023

(0.170)

Pr_GLP 0.303

(0.235)

0.327

(0.235)

0.418

(0.265)

-0.673

(0.587)

-0.821

(0.536)

-1.057

(0.604)

-0.609

(0.516)

-0.409

(0.387)

0.274

(0.380)

Produção Industrial 0.805

(0.108)

0.932

(0.148)

0.949

(0.150)

1.605

(0.269)

0.836

(0.337)

0.791

(0.342)

-0.025

(0.237)

1.016

(0.243)

1.145

(0.215)

R2 Ajustado 0.538 0.544 0.539 0.792 0.828 0.827 0.674 0.818 0.861

Estatística Durbin-Watson 1.776 1.789 1.865 1.449 1.624 1.628 0.775 0.702 0.869

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132

Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Constante 8.077

(1.415)

11.86

(1.339)

11.78

(1.283)

7.723

(1.207)

12.38

(1.491)

12.18

(1.398)

t 0.016

(0.003)

-0.002

(0.009)

0.015

(0.004)

0.003

(0.005)

t2

0.0002

(0.0001)

2.09E-04

(7.49E-05)

Pr_Álcool -0.308

(0.201)

-0.376

(0.162)

-0.649

(0.195)

-0.694

(0.259)

-0.326

(0.238)

-0.459

(0.228)

Pr_Diesel 0.460

(0.198)

-0.408

(0.228)

0.157

(0.328)

Pr_Gasolina 1.374

(0.421)

-0.613

(0.583)

-0.364

(0.553)

Pr_Óleo Combustível

Pr_GLP

Produção Industrial 0.982

(0.308)

0.144

(0.293)

0.186

(0.281)

0.895

(0.285)

0.101

(0.305)

0.137

(0.286)

R2 Ajustado 0.407 0.617 0.648 0.459 0.601 0.650

Estatística Durbin-Watson 0.596 0.993 0.916 0.567 0.965 1.041

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133

Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante 10.04

(0.616)

11.07

(0.663)

11.41

(0.511)

9.956

(0.651)

11.21

(0.700)

12.35

(0.497)

14.53

(1.027)

10.42

(0.763)

11.15

(0.606)

t 0.005

(0.002)

0.025

(0.004)

0.005

(0.001)

0.031

(0.004)

-0.011

(0.001)

-0.023

(0.002)

t2

-2.68E-04

(4.49E-05)

-3.28E-04

(4.27E-05)

2.22E-04

(3.86E-05)

Pr_Gás Natural 0.617

(0.150)

0.603

(0.139)

0.140

(0.132)

0.711

(0.137)

0.633

(0.127)

0.247

(0.100)

Pr_Diesel 0.224

(0.133)

-0.033

(0.150)

-0.039

(0.115)

Pr_Álcool -0.263

(0.128)

0.136

(0.089)

-0.053

(0.076)

Pr_Óleo Combustível -0.250

(0.101)

-0.100

(0.063)

0.078

(0.058)

Pr_GLP 0.339

(0.302)

-0.190

(0.317)

-0.858

(0.232)

Produção Industrial 0.932

(0.127)

0.699

(0.140)

0.459

(0.114)

0.928

(0.132)

0.704

(0.137)

0.406

(0.101)

-0.298

(0.217)

0.630

(0.165)

0.513

(0.130)

R2 Ajustado 0.909 0.922 0.954 0.906 0.922 0.964 0.553 0.836 0.901

Estatística Durbin-Watson 0.915 0.922 1.510 0.958 0.919 1.836 0.745 1.188 1.885

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134

Anexo I

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Brasil (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Constante 13.59

(0.691)

11.56

(0.734)

10.61

(0.589)

14.54

(0.836)

10.20

(0.852)

10.79

(0.673)

12.46

(0.681)

11.21

(0.568)

10.97

(0.507)

t -0.008

(0.002)

-0.025

(0.003)

-0.013

(0.002)

-0.023

(0.002)

-0.007

(0.001)

-0.021

(0.004)

t2

2.28E-04

(3.90E-05)

2.08E-04

(3.65E-05)

1.84E-04

(4.82E-05)

Pr_Gás Natural -0.823

(0.102)

-0.435

(0.103)

-0.102

(0.126)

Pr_Diesel -0.873

(0.118)

-0.251

(0.168)

0.143

(0.147)

Pr_Gasolina -0.907

(0.184)

0.334

(0.218)

0.049

(0.178)

Pr_Óleo Combustível 0.196

(0.093)

0.051

(0.085)

0.005

(0.066)

-0.062

(0.089)

-0.101

(0.063)

0.044

(0.056)

0.054

(0.072)

0.083

(0.056)

0.071

(0.050)

Produção Industrial -0.036

(0.149)

0.398

(0.157)

0.623

(0.128)

-0.167

(0.176)

0.641

(0.169)

0.580

(0.132)

-0.051

(0.142)

0.349

(0.129)

0.517

(0.123)

R2 Ajustado 0.770 0.835 0.902 0.674 0.836 0.900 0.789 0.874 0.901

Estatística Durbin-Watson 1.296 1.216 1.860 0.893 1.140 1.859 1.563 1.740 1.926

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135

Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Diesel

Constante 8.976

(1.606)

9.676

(1.909)

10.40

(1.810)

8.080

(0.893)

6.238

(0.955)

6.315

(0.833)

7.859

(0.791)

6.301

(0.925)

6.465

(0.826)

t 0.002

(0.003)

-0.019

(0.008)

-0.008

(0.002)

0.013

(0.005)

-0.006

(0.002)

0.012

(0.005)

t2

3.45E-04

(1.24E-04)

-2.90E-04

(7.16E-05)

-2.67E-04

(7.21E-05)

Pr_Álcool -0.500

(0.205)

-0.566

(0.228)

-0.816

(0.232)

-0.270

(0.139)

-0.216

(0.126)

0.106

(0.136)

Pr_Diesel -0.071

(0.142)

0.302

(0.165)

-0.361

(0.218)

0.692

(0.321)

0.716

(0.301)

-0.312

(0.386)

Pr_Gasolina -1.551

(0.486)

-1.048

(0.489)

0.118

(0.538)

Pr_Óleo Combustível 0.124

(0.155)

0.075

(0.171)

0.416

(0.202)

Pr_GLP

Produção Industrial 0.330

(0.337)

0.170

(0.412)

0.092

(0.387)

1.049

(0.195)

1.450

(0.208)

1.410

(0.182)

1.264

(0.171)

1.549

(0.190)

1.367

(0.176)

R2 Ajustado 0.132 0.123 0.228 0.468 0.569 0.672 0.525 0.583 0.669

Estatística Durbin-Watson 1.100 1.081 1.299 0.849 1.131 1.392 0.967 1.164 1.369

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136

Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Diesel

Vol_Gasolina

Vol_Gás Natural

Constante 4.395

(1.313)

4.090

(1.233)

6.171

(1.203)

8.672

(0.580)

9.801

(0.615)

9.877

(0.585)

-2.206

(4.067)

-0.453

(4.916)

5.070

(4.491)

t -0.006

(0.002)

0.011

(0.005)

0.005

(0.001)

0.012

(0.003)

0.008

(0.012)

0.111

(0.027)

t2

-2.49E-04

(6.29E-05)

-1.01E-04

(4.04E-05)

-0.001

(3.33E-04)

Pr_Álcool -0.048

(0.117)

0.034

(0.108)

0.184

(0.119)

Pr_Diesel -0.676

(0.144)

-0.175

(0.221)

-0.283

(0.196)

1.073

(0.345)

0.634

(0.766)

-1.517

(0.851)

Pr_Gasolina 0.067

(0.180)

-0.501

(0.229)

-0.881

(0.265)

Pr_Gás Natural -0.651

(0.228)

-0.608

(0.239)

-0.371

(0.216)

Pr_GLP 0.840

(0.292)

0.517

(0.296)

0.106

(0.279)

Produção Industrial 1.263

(0.174)

1.555

(0.193)

1.371

(0.175)

0.730

(0.139)

0.545

(0.136)

0.561

(0.129)

2.390

(0.891)

2.021

(1.064)

0.781

(0.976)

R2 Ajustado 0.509 0.571 0.669 0.509 0.600 0.639 0.421 0.414 0.555

Estatística Durbin-Watson 0.965 1.172 1.372 1.927 2.230 2.528 0.673 0.658 0.802

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137

Anexo J

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Centro-Oeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Vol_Óleo Combustível

Constante -11.23

(3.500)

-8.366

(5.850)

0.544

(6.475)

-2.360

(4.350)

0.791

(4.697)

2.372

(4.037)

13.24

(1.674)

11.33

(1.641)

10.05

(1.780)

t 0.004

(0.007)

0.066

(0.024)

0.015

(0.009)

0.104

(0.022)

-0.007

(0.002)

-0.018

(0.007)

t2

-0.001

(3.54E-04)

-0.001

(3.04E-04)

1.57E-04

(9.34E-05)

Pr_Óleo Combustível 0.663

(0.263)

0.097

(0.433)

-0.908

(0.437)

0.011

(0.120)

0.239

(0.130)

0.276

(0.129)

Pr_Gás Natural -0.581

(0.216)

-0.572

(0.218)

-0.523

(0.207)

-0.637

(0.235)

-0.562

(0.235)

-0.406

(0.205)

Pr_GLP 2.653

(0.665)

2.254

(0.934)

0.266

(1.160)

-1.109

(0.328)

-0.997

(0.302)

-0.717

(0.340)

Produção Industrial 2.509

(0.799)

2.163

(0.984)

1.554

(0.957)

2.540

(0.933)

1.785

(1.029)

1.228

(0.890)

0.190

(0.239)

0.565

(0.247)

0.664

(0.250)

R2 Ajustado 0.476 0.469 0.526 0.387 0.406 0.565 0.394 0.492 0.510

Estatística Durbin-Watson 0.681 0.686 0.775 0.654 0.633 0.780 1.133 1.326 1.346

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138

Anexo K

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Constante 6.426

(1.387)

10.61

(1.360)

9.413

(0.891)

6.825

(1.210)

10.17

(1.301)

9.471

(0.984)

5.934

(1.740)

10.08

(1.367)

10.70

(1.083)

t 0.017

(0.003)

-0.018

(0.005)

0.013

(0.003)

-0.008

(0.004)

0.021

(0.003)

-0.013

(0.007)

t2

0.001

(6.10E-05)

3.63E-04

(5.82E-05)

4.88E-04

(8.77E-05)

Pr_Álcool -0.855

(0.347)

-0.983

(0.279)

-1.430

(0.188)

-1.309

(0.312)

-1.317

(0.268)

-1.250

(0.202)

0.011

(0.262)

-0.663

(0.209)

-0.879

(0.169)

Pr_Diesel 1.111

(0.313)

0.235

(0.300)

1.166

(0.224)

Pr_Gasolina 2.261

(0.410)

1.110

(0.443)

1.251

(0.334)

Pr_Óleo Combustível 0.212

(0.170)

-0.243

(0.137)

0.342

(0.151)

Produção Industrial 0.768

(0.301)

-0.149

(0.296)

0.169

(0.195)

0.437

(0.280)

-0.170

(0.279)

0.002

(0.212)

0.890

(0.366)

-0.068

(0.293)

-0.080

(0.231)

R2 Ajustado 0.438 0.638 0.849 0.562 0.675 0.817 0.317 0.656 0.786

Estatística Durbin-Watson 0.370 0.617 1.225 0.497 0.647 1.103 0.435 0.665 1.180

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139

Anexo K

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Nordeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Constante 10.24

(0.499)

10.40

(0.553)

9.903

(0.728)

10.48

(0.825)

12.60

(0.931)

11.97

(0.650)

10.88

(0.806)

11.05

(0.847)

10.68

(0.600)

t 0.001

(0.001)

-0.003

(0.003)

0.007

(0.002)

0.031

(0.003)

0.001

(0.002)

0.032

(0.005)

t2

5.24E-05

(4.99E-05)

-3.67E-04

(4.97E-05)

-4.29E-04

(6.05E-05)

Pr_Gás Natural 0.398

(0.113)

0.503

(0.105)

0.068

(0.094)

0.205

(0.104)

0.208

(0.104)

-0.099

(0.085)

Pr_Diesel -0.043

(0.066)

-0.095

(0.100)

-0.114

(0.101)

-0.014

(0.120)

-0.540

(0.178)

-0.452

(0.124)

Pr_Gasolina

Pr_Óleo Combustível 0.171

(0.079)

0.121

(0.108)

-0.142

(0.085)

Pr_GLP -0.267

(0.117)

-0.255

(0.119)

-0.112

(0.181)

Produção Industrial 0.614

(0.087)

0.570

(0.108)

0.584

(0.109)

0.480

(0.168)

0.050

(0.190)

0.008

(0.131)

0.346

(0.171)

0.303

(0.183)

0.210

(0.130)

R2 Ajustado 0.492 0.487 0.488 0.604 0.685 0.849 0.638 0.635 0.818

Estatística Durbin-Watson 2.225 2.263 2.403 0.492 0.590 1.445 0.488 0.476 1.280

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140

Anexo L

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Constante 7.986

(1.062)

6.616

(1.309)

6.361

(1.311)

6.646

(1.421)

8.019

(1.745)

8.026

(1.749)

7.123

(0.643)

7.828

(0.760)

7.865

(0.765)

t -0.005

(0.003)

-0.012

(0.006)

0.005

(0.003)

-0.001

(0.008)

0.003

(0.002)

0.006

(0.004)

t2

1.03E-04

(7.52E-05)

9.54E-05

(1.07E-04)

-4.30E-05

(5.50E-05)

Pr_Álcool -1.740

(0.262)

-1.700

(0.258)

-1.716

(0.256)

-0.600

(0.208)

-0.826

(0.267)

-0.839

(0.268)

-0.447

(0.156)

-0.491

(0.156)

-0.438

(0.170)

Pr_Diesel 0.443

(0.133)

0.320

(0.150)

0.224

(0.194)

Pr_Gasolina 2.306

(0.366)

2.770

(0.449)

2.917

(0.458)

Pr_Óleo Combustível 0.301

(0.129)

0.254

(0.132)

0.316

(0.149)

Produção Industrial -0.113

(0.251)

0.127

(0.282)

0.175

(0.282)

0.456

(0.298)

0.160

(0.370)

0.175

(0.371)

1.166

(0.138)

1.015

(0.163)

1.001

(0.164)

R2 Ajustado 0.498 0.517 0.526 0.189 0.202 0.198 0.767 0.775 0.773

Estatística Durbin-Watson 1.254 1.268 1.319 1.010 1.015 1.110 1.178 1.177 1.183

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141

Anexo L

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Norte (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Diesel

Vol_Diesel

Vol_GLP

Constante 6.326

(0.634)

6.778

(0.797)

6.891

(0.765)

6.852

(0.847)

6.921

(0.858)

10.23

(1.093)

9.525

(0.495)

9.842

(0.586)

9.461

(0.771)

t 0.002

(0.002)

0.011

(0.005)

0.002

(0.002)

0.020

(0.005)

0.001

(0.001)

-0.002

(0.004)

t2

-1.47E-04

(6.39E-05)

-3.44E-04

(8.31E-05)

4.79E-05

(6.28E-05)

Pr_Álcool

Pr_Diesel -0.030

(0.256)

-0.029

(0.256)

-0.574

(0.341)

0.161

(0.098)

0.036

(0.207)

0.443

(0.205)

Pr_Gasolina 0.199

(0.418)

0.020

(0.460)

0.711

(0.534)

Pr_Gás Natural -0.020

(0.022)

-0.035

(0.026)

-0.028

(0.028)

Pr_GLP -0.141

(0.163)

-0.063

(0.200)

-1.084

(0.302)

-0.219

(0.073)

-0.251

(0.079)

-0.157

(0.146)

Produção Industrial 1.295

(0.142)

1.219

(0.164)

1.099

(0.166)

1.302

(0.137)

0.730

(0.170)

1.190

(0.148)

0.419

(0.097)

0.365

(0.110)

0.390

(0.115)

R2 Ajustado 0.730 0.729 0.751 0.733 0.730 0.797 0.299 0.300 0.294

Estatística Durbin-Watson 1.134 1.086 1.251 1.124 1.094 1.524 2.265 2.308 2.361

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142

Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Diesel

Vol_Diesel

Constante 8.320

(1.641)

11.05

(1.708)

10.98

(1.532)

9.304

(0.360)

8.863

(0.389)

8.866

(0.391)

9.331

(0.330)

8.890

(0.385)

8.931

(0.380)

t 0.014

(0.004)

-0.009

(0.007)

-0.002

(0.001)

-0.004

(0.003)

-0.002

(0.001)

-0.006

(0.003)

t2

3.53E-04

(9.82E-05)

2.83E-05

(3.41E-05)

6.44E-05

(4.05E-05)

Pr_Álcool -0.827

(0.274)

-0.435

(0.277)

-0.857

(0.275)

-0.040

(0.046)

-0.050

(0.044)

-0.081

(0.058)

Pr_Diesel -0.138

(0.047)

-0.011

(0.069)

0.053

(0.104)

0.014

(0.112)

0.079

(0.113)

0.351

(0.204)

Pr_Gasolina 1.826

(0.461)

-0.037

(0.701)

1.017

(0.693)

-0.317

(0.186)

-0.254

(0.183)

-0.607

(0.286)

Produção Industrial 0.594

(0.394)

0.201

(0.378)

0.130

(0.340)

1.053

(0.079)

1.150

(0.085)

1.152

(0.086)

1.083

(0.069)

1.173

(0.080)

1.210

(0.082)

R2 Ajustado 0.498 0.582 0.664 0.819 0.835 0.834 0.826 0.837 0.842

Estatística Durbin-Watson 0.576 0.679 0.831 1.828 2.122 2.178 1.897 2.126 2.279

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143

Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Constante 8.908

(0.670)

10.10

(0.767)

10.52

(0.654)

3.163

(1.223)

8.349

(1.333)

11.38

(1.348)

9.428

(0.799)

11.03

(0.663)

11.12

(0.561)

t 0.005

(0.002)

0.020

(0.004)

0.008

(0.001)

0.025

(0.004)

0.007

(0.001)

0.020

(0.003)

t2

-2.15E-04

(4.71E-05)

-2.49E-04

(5.83E-05)

-2.02E-04

(4.44E-05)

Pr_Gás Natural 0.130

(0.088)

0.186

(0.085)

0.072

(0.076)

0.116

(0.128)

0.166

(0.101)

0.167

(0.087)

0.288

(0.092)

0.195

(0.072)

0.075

(0.066)

Pr_Diesel 0.743

(0.090)

0.419

(0.146)

0.271

(0.127)

Pr_Óleo Combustível 0.437

(0.071)

0.249

(0.062)

0.184

(0.055)

Pr_GLP 1.503

(0.281)

0.630

(0.270)

-0.070

(0.284)

Produção Industrial 0.928

(0.144)

0.682

(0.163)

0.534

(0.141)

1.143

(0.170)

0.621

(0.163)

0.421

(0.148)

0.940

(0.169)

0.521

(0.146)

0.434

(0.125)

R2 Ajustado 0.903 0.914 0.939 0.854 0.910 0.933 0.869 0.924 0.946

Estatística Durbin-Watson 1.299 1.245 1.669 1.223 1.242 1.331 1.164 1.349 1.918

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144

Anexo M

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sudeste (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Constante 13.72

(1.569)

8.331

(1.012)

9.191

(0.904)

13.35

(1.175)

8.043

(1.040)

7.254

(0.823)

13.88

(1.314)

7.165

(1.004)

7.877

(0.933)

t -0.017

(0.002)

-0.032

(0.004)

-0.020

(0.002)

-0.040

(0.004)

-0.021

(0.002)

-0.031

(0.004)

t2

2.57E-04

(6.27E-05)

2.88E-04

(5.04E-05)

1.99E-04

(5.83E-05)

Pr_Álcool -0.215

(0.172)

0.151

(0.102)

-0.046

(0.101)

Pr_Diesel -1.229

(0.238)

0.490

(0.271)

0.790

(0.218)

Pr_Gasolina -1.373

(0.372)

1.036

(0.320)

0.597

(0.317)

Pr_Óleo Combustível -0.577

(0.131)

-0.212

(0.081)

0.015

(0.089)

0.151

(0.179)

-0.368

(0.138)

-0.331

(0.108)

-0.147

(0.169)

-0.399

(0.100)

-0.179

(0.111)

Pr_GLP

Produção Industrial -0.304

(0.330)

0.960

(0.219)

0.830

(0.193)

-0.090

(0.249)

0.996

(0.218)

1.202

(0.173)

-0.108

(0.274)

1.069

(0.195)

1.016

(0.178)

R2 Ajustado 0.633 0.886 0.914 0.753 0.888 0.932 0.702 0.902 0.919

Estatística Durbin-Watson 0.515 0.760 1.035 0.734 0.680 1.109 0.654 0.772 0.973

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145

Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Vol_Álcool

Constante 8.504

(1.130)

10.13

(1.275)

10.03

(1.280)

7.991

(1.126)

9.996

(1.296)

9.969

(1.277)

7.282

(1.256)

10.33

(1.350)

9.380

(1.371)

t 0.007

(0.003)

0.014

(0.008)

0.008

(0.003)

0.016

(0.006)

0.009

(0.002)

0.024

(0.007)

t2

-1.07E-04

(1.11E-04)

-1.33E-04

(8.44E-05)

-2.49E-04

(1.14E-04)

Pr_Álcool -0.754

(0.167)

-0.808

(0.161)

-0.677

(0.211)

-0.896

(0.219)

-0.850

(0.208)

-0.669

(0.234)

-0.368

(0.140)

-0.684

(0.147)

-0.469

(0.173)

Pr_Diesel 0.699

(0.166)

0.390

(0.204)

0.161

(0.314)

Pr_Gasolina 1.268

(0.342)

0.570

(0.414)

0.187

(0.474)

Pr_Óleo Combustível 0.236

(0.112)

0.094

(0.105)

-0.178

(0.161)

Produção Industrial 0.547

(0.246)

0.188

(0.278)

0.199

(0.279)

0.512

(0.268)

0.152

(0.286)

0.189

(0.283)

0.855

(0.263)

0.161

(0.291)

0.299

(0.288)

R2 Ajustado 0.475 0.521 0.520 0.442 0.505 0.519 0.347 0.494 0.530

Estatística Durbin-Watson 1.005 1.165 1.239 0.995 1.151 1.254 1.069 1.215 1.263

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146

Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_GLP

Vol_Gás Natural

Vol_Gás Natural

Constante 9.947

(0.483)

7.767

(0.941)

6.842

(1.147)

3.267

(1.226)

5.632

(1.448)

5.976

(1.530)

3.615

(1.388)

6.335

(1.311)

6.348

(1.331)

t -0.003

(0.001)

-0.008

(0.004)

0.010

(0.004)

0.015

(0.009)

0.011

(0.002)

0.011

(0.008)

t2

6.54E-05

(4.74E-05)

-7.44E-05

(1.03E-04)

-1.11E-05

(1.12E-04)

Pr_Gás Natural 0.084

(0.050)

0.048

(0.049)

0.035

(0.050)

-0.295

(0.116)

-0.154

(0.121)

-0.129

(0.126)

-0.318

(0.127)

-0.153

(0.113)

-0.150

(0.118)

Pr_Diesel 0.836

(0.099)

0.315

(0.214)

0.203

(0.264)

Pr_Óleo Combustível 0.623

(0.087)

0.232

(0.112)

0.221

(0.155)

Pr_GLP -0.377

(0.098)

0.007

(0.172)

0.210

(0.225)

Produção Industrial 0.742

(0.113)

0.941

(0.130)

1.002

(0.136)

1.599

(0.264)

1.111

(0.307)

1.035

(0.326)

1.625

(0.293)

0.994

(0.282)

0.989

(0.289)

R2 Ajustado 0.466 0.523 0.532 0.795 0.818 0.816 0.755 0.825 0.822

Estatística Durbin-Watson 1.313 1.560 1.697 1.432 1.489 1.492 1.260 1.544 1.542

Page 163: “ANÁLISE DAS ELASTICIDADES PREÇO E RENDAs3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Tabela 30 – Resultados dos Modelos de Correção de Erro – Região

147

Anexo N

Resultados da Regressão de Cointegração do Modelo Particular – Região Sul (continuação)

Variável Dependente

Variáveis

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Vol_Óleo Combustível

Constante 11.46

(1.237)

5.833

(1.119)

6.050

(0.959)

11.75

(1.357)

4.917

(1.048)

5.967

(1.067)

16.54

(1.971)

7.560

(1.860)

4.888

(1.629)

t -0.020

(0.003)

-0.038

(0.005)

-0.021

(0.002)

-0.033

(0.005)

-0.015

(0.002)

-0.041

(0.006)

t2

2.91E-04

(6.70E-05)

2.19E-04

(8.35E-05)

3.57E-04

(7.29E-05)

Pr_Álcool

Pr_Diesel -1.123

(0.268)

0.751

(0.305)

0.595

(0.264)

Pr_Gasolina -1.038

(0.361)

1.250

(0.312)

0.683

(0.365)

Pr_Óleo Combustível 0.310

(0.214)

-0.374

(0.171)

-0.048

(0.165)

-0.054

(0.185)

-0.343

(0.112)

4.46E-04

(0.168)

-0.039

(0.154)

0.009

(0.108)

0.199

(0.097)

Pr_GLP -1.639

(0.440)

-0.035

(0.380)

0.573

(0.337)

Produção Industrial 0.009

(0.262)

1.138

(0.231)

1.169

(0.198)

0.006

(0.282)

1.195

(0.203)

1.108

(0.195)

-0.002

(0.269)

0.847

(0.222)

1.063

(0.189)

R2 Ajustado 0.601 0.814 0.864 0.537 0.843 0.860 0.578 0.792 0.858

Estatística Durbin-Watson 0.554 0.639 0.859 0.485 0.842 0.882 0.636 0.553 0.864