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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA ENGENHARIA DE ALIMENTOS ANÁLISE DAS ETAPAS DO PROCESSAMENTO DE BATATA CHIPS Cassiana Ramos Arruda Orientador: Ms. Lauro Bernardino Coelho Jr. Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos. GOIÂNIA Goiás – Brasil Novembro - 2004

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

ANÁLISE DAS ETAPAS DO PROCESSAMENTO

DE BATATA CHIPS

Cassiana Ramos Arruda

Orientador: Ms. Lauro Bernardino Coelho Jr.

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos.

GOIÂNIA Goiás – Brasil

Novembro - 2004

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BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM: ____/____/______

_______________________________________ Prof. Ms. Lauro Bernardino Coelho Junior

(ORIENTADOR)

_______________________________________ Profª. Dr. Elaine Reed

(MEMBRO)

_____________________________________ Profª. Esp. Fabrícia Barbosa d`Almeida

(MEMBRO)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe e meu irmão pelo incentivo, apoio e

confiança e ao meu namorado pela amizade, força e compreensão nos momentos

difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sua proteção, meu orientador

Lauro pelos ensinamentos, dedicação e paciência e a todos os funcionários da

empresa CICOPAL que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho.

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SUMÁRIO Página

1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO DE LITERATURA 3 2.1 BATATA........................................................................................................ 3

2.1.1 COMPOSIÇÃO DA BATATA.................................................................. 5 2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS BATATAS......................................................... 7 2.1.3 COLHEITA E QUALIDADE DOS TUBÉRCULOS .................................. 7 2.1.4 DERIVADOS DE BATATA ................................................................... 10

2.2 BREVE HISTÓRICO DA BATATA INDUSTRIALIZADA .............................. 10 2.2.1 VARIEDADES DE BATATAS PARA PROCESSAMENTO DE CHIPS. 11

2.2.1.1 Asterix............................................................................................ 11 2.2.1.2 Atlantic........................................................................................... 12 2.2.1.3 Bintje.............................................................................................. 13

2.2.2 CARACTERÍSTICAS DA BATATA PARA INDUSTRIALIZAÇÃO ........ 14 2.3 ÓLEO DE PALMA ....................................................................................... 17

2.3.1 COMPOSIÇÃO DO ÓLEO DE PALMA ................................................ 18 2.3.2 EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE PALMA ..................................................... 19

3. MATEIAIS E MÉTODO 20 3.1 PROCESSAMENTO DE BATATA CHIPS ................................................... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 26 4.1 RECEPÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA E ÓLEO .............................................. 27 4.2 ESTOCAGEM DA MATÉRIA-PRIMA.......................................................... 29 4.3 PRÉ-PROCESSAMENTO .......................................................................... 30 4.4 FRITURA .................................................................................................... 33 4.5 PÓS-FRITURA ........................................................................................... 33

5. CONCLUSÃO 35

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36

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LISTA DE FIGURAS Página

FIGURA 2.1 ESTRUTURA FISIOLÓGICA DA BATATA (SOLANUM TUBEROSUM SUBESP)........ 4 FIGURA 2.2 PRINCIPAIS DEFEITOS ENCONTRADOS EM BATATAS..................................... 9 FIGURA 2.3 FOTO DE BATATA DA ESPÉCIE ASTERIX. .................................................. 12 FIGURA 2.4 FOTO DE BATATA ATLANTIC. .................................................................. 13 FIGURA 2.5 FOTO DE BATATA BRINTJE. .................................................................... 14 FIGURA 3.1 FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DE BATATA CHIPS........................................ 21 FIGURA 3.2 FOTO DA CANALETA DE TRANSPORTE DE BATATAS.................................... 22 FIGURA 3.3 FOTO DA CAÇAMBA DOSADORA DE BATATAS. ........................................... 22 FIGURA 3.4 FOTO DO TANQUE PARA REMOÇÃO DE PEDRAS......................................... 23 FIGURA 3.5 FOTO DA MESA DE SELEÇÃO DAS BATATAS............................................... 23 FIGURA 3.6 FOTO DO FATIADOR DE BATATAS............................................................. 24 FIGURA 3.7 FOTO DO LAVADOR DAS FATIAS DE BATATAS. ........................................... 24 FIGURA 3.8 FOTO DO INTERIOR DO FRITADOR DE BATATAS. ........................................ 24 FIGURA 3.9 FOTO DA EMPACOTADEIRA DE BATATAS CHIPS. ........................................ 25 FIGURA 4.1 COLORAÇÃO IDEAL DE BATATA CHIPS ...................................................... 28

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LISTA DE QUADROS Página

Quadro 2.1 Produção, Área e Consumo de batata no mundo. .............................. 5 Quadro 2.2 Composição Química de uma batata de tamanho médio.................... 6

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ANÁLISE DAS ETAPAS DO PROCESSAMENTO DE BATATA CHIPS

Autor: Cassiana Ramos Arruda

Orientador: Ms. Lauro Bernardino Coelho Junior

RESUMO

A batata (Solanum tuberosum, L.) é uma planta herbácea, caracterizada por formar um caule subterrâneo com acumulação de reservas, denominada tubérculo, que é a parte comestível. É a hortaliça de maior importância econômica do Brasil, sendo comercializada quase que exclusivamente na forma in natura e preparada para consumo imediato. A industrialização deste tubérculo vem crescendo em todo mundo, principalmente para produtos manufaturados que podem ser consumidos de forma prática, como batata chips e palha, ou, prontos para serem preparados, como batatas descascadas ou cortadas em palitos resfriadas e pré-fritas congeladas. Existem hoje no mercado inúmeras variedades batata, cada qual com suas características específicas que as qualificam para específicos processamentos. Dentre as variedades mais utilizadas para a produção de chips se destacam: Bintje, Asterix, Atlantic e Baronesa. Estas variedades apresentam menor teor de açúcar redutor e maior quantidade de matéria seca, que são características essenciais para frituras. A batata chips é produzida a partir do corte dos tubérculos em fatias finas, que deverão passar por uma lavagem com a finalidade de atenuar a ação enzimática e remover o excesso de amido, posteriormente frita em óleo vegetal e salgada, podendo adicionar diversos aromas no final do processamento. Apesar da simplicidade tecnológica envolvida no processamento de batata chips, todas as etapas envolvidas foram rigorosamente analisadas e estudadas para estabelecer os parâmetros ideais do controle do processamento, garantindo uma melhor qualidade para o produto final. Verificou-se que é necessário a princípio trabalhar com matéria-prima de excelente qualidade, utilizar os equipamentos em ótimas condições de uso e capacitar os colaboradores no exercício de suas atividades. O controle de qualidade é fundamental para verificar se os produtos estão de acordo com os padrões estabelecidos pela industria, e regulamentados por lei.

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1. INTRODUÇÃO

O processamento da batata é hoje uma indústria bastante desenvolvida

e competitiva, principalmente na Europa e Estados Unidos, onde o consumo de

batata nas suas diferentes formas industrializadas faz com que grandes

complexos industriais transformem a batata in natura em toneladas de chips,

amido, fécula e outros derivados de batata. No Brasil a situação não é diferente,

devido à sua composição e versatilidade gastronômica, os brasileiros estão cada

dia mais ampliando seus mercados com produtos de batatas.

A batata chips é uma das diversas formas de se processar a batata, é

basicamente produzida a partir da batata cortada em fatias finas, frita em óleo

vegetal e salgada, podendo ser adicionada de diversos aromas no final do

processo. As variedades mais utilizadas para este tipo de processamento são

aquelas que apresentam menor teor de açúcar redutor e maior quantidade de

matéria seca.

A industrialização destes produtos requer cuidados específicos nas

etapas envolvidas desde a recepção da matéria prima até o transporte do produto

acabado. É de fundamental importância que o controle de qualidade verifique

constantemente os padrões estabelecidos pela industria, para que estes atendam

os requisitos da legislação e também a preferências do consumidor.

A qualidade da batata chips é medida visualmente pela sua coloração e

quantidade de óleo absorvida. Intrinsecamente é avaliada através de análises

físico-químicas e microbiológicas para garantir a inocuidade que o produto exige.

Na avaliação sensorial são analisados os teores de sal e/ou aroma, teores estes

que devem agradar ao mercado consumidor.

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A coloração do produto final é influenciada diretamente pela

quantidade de açúcar redutor na matéria-prima. O açúcar durante o processo de

fritura se carameliza, originando além da coloração escura, um sabor amargo ao

produto. Já a quantidade de óleo absorvida é influenciada diretamente pelo teor

de matéria seca existente na matéria-prima.

Este trabalho procura associar as características de qualidade de

batata chips que podem ser afetadas por várias etapas durante seu

processamento, como: recepção da matéria-prima, descascamento, seleção,

fatiamento, lavagem e fritura. A não conformidade de uma das etapas na linha de

processamento acarreta na redução significativa da qualidade final da batata

chips. O conhecimento das características do processamento interligado aos

padrões de qualidade estabelecidos pelo mercado consumidor é necessário para

o desenvolvimento das industrias deste segmento, onde começa na escolha da

matéria-prima e termina com o transporte do produto acabado.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BATATA

A batata (Solanum tuberosum subesp) é uma planta herbácea que tem

seu produto comercial nos tubérculos (parte comestível), que são caules

modificados que armazenam reservas, nutrientes importantes, como amidos

(carboidratos), proteínas e minerais. Possui época de plantio e colheita bem

definidos, com ciclo superior a seis meses. Em geral, a batata tem casca marrom

ou ligeiramente amarelada e com pequenos pontos, chamados nódulos ou olhos,

que nada mais são os locais que ela brota quando começa a envelhecer. A Figura

2.1 mostra a estrutura deste tubérculo. Sua polpa é levemente granulada e

dependendo da variedade, pode ser branca ou amarela. O tamanho da batata

também varia, desde os menores com 3cm de diâmetro até as de 14 ou 15cm

(EMATER-DF, 2004).

A batata foi introduzida na Europa por volta de 1570 provavelmente

através de colonizares espanhóis, tornando-se importante alimento principalmente

na Inglaterra, daí o nome batata-inglesa. Por volta de 1620, foi levada da Europa

para a América do Norte, onde se tornou alimento popular. Foi introduzida no

Brasil por imigrantes europeus no final do século XIX, na região Sul, onde as

condições de clima eram mais favoráveis à produção. Atualmente, a batata

ocupa o 4º lugar entre os alimentos mais consumidos do mundo, sendo superada

apenas pelo trigo, arroz e milho (BURTON, 1989).

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Figura 2.1 Estrutura fisiológica da batata (Solanum tuberosum subesp).

Fonte: Produção de Batata, 1999.

Hoje no Brasil a batata é considerada a principal hortaliça no país,

tanto em área cultivada como em preferência alimentar. A área plantada

anualmente está em torno de 170.000 ha, com produção superior a 2500.000

ton/ha. As Regiões Sul e Sudeste (PR, SC, RS, MG e SP) são responsáveis por

mais de 95% da produção brasileira atual. São as principais produtoras,

contribuindo com aproximadamente 98% da área plantada com batata no Brasil.

(GRANDER, 1962). O Quadro 1 mostra dados sobre a produção e

comercialização da batata no mundo.

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Quadro 2.1 Produção, Área e Consumo de batata no mundo.

Fonte: Produção de Batata, 1999.

País Posição* Produção (1000 Ton)

Área

(1000 ha)

Rendimento (Kg/ha)

Consumo

(Kg/hab/ano)

Rússia 1 38.529 3.265 11,8 121,1

China 2 36.769 3.702 9,9 14,1

Polônia 3 27.217 1.342 20,3 139,3

EUA 4 22.617 577 39,2 50,7

Brasil 10 2.699 180 14,3 13,9 * De acordo com volume produzido em cada País

Segundo César Augusto (2001) as batatas cultivadas no Brasil são

originadas de países como Holanda, Alemanha e Estados Unidos, não sendo,

portanto, completamente adaptadas às condições de clima (dias curtos,

temperaturas mais elevadas), solos, ocorrências de pragas e doenças que

existem em um país tropical como o Brasil. Todo esses fatores atuam no sentido

de reduzir a produtividade e a qualidade da batata quando comparada às batatas

produzidas nos países de clima temperado. Atualmente as batatas que são

cultivadas no Brasil são as variedades Asterix, Ágata, Brintje, Monalisa, Mondial e

Atlantic.

2.1.1 COMPOSIÇÃO DA BATATA

Segundo Vicente et al. (1996), as batatas apresentam alto conteúdo de

água e carboidratos. Apesar da crença popular de que a batata só contém

carboidratos, seus tubérculos contêm proteínas de alta qualidade, além de

considerável quantidade de vitaminas e sais minerais conforme mostra o Quadro

a seguir.

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Quadro 2.2 Composição Química de uma batata de tamanho médio.

Umidade 74 – 76%

Carboidratos 17 – 19%

Proteínas 1 – 2,5%

Gorduras 0,1%

Sais Minerais 0,7 – 0,9%

Vitamina B1 0,6 mg

Vitamina B2 1,1 mg

Vitamina C 10,5 mg

Vitamina E 0,1 mg

Fonte: Vicente et. al. (1996). O teor de proteínas da batata é duas vezes superior ao da mandioca,

além disso, a batata possui um balanço adequado de proteína e energia. Com

isso, a batata necessita menor complementação protéica que outras raízes e

tubérculos e muitos cereais (BURTON, 1989).

A batata apresenta em média 2,1% de proteína total, que significa

cerca de 10% do peso seco do tubérculo. Considerando-se as produções e teores

de proteínas de cada cultura, as batatas podem render cerca de 300 kg de

proteínas por hectare. As Proteínas da batata compreendem duas frações, uma

globulina e outra glutelina (STANLEY et. al., 1989).

A principal fração protéica da batata, uma globulina, é denominada de

tuberina e corresponde a 70% da proteína total. A outra fração é denominada

tuberinina e corresponde a 30% da proteína total. A tuberina contém todos os

aminoácidos essenciais em níveis adequados, com exceção da metionina

(VICENTE et. al., 1996).

Adicionalmente, a batata é boa fonte de vitamina C e de algumas

vitaminas do complexo B, especialmente niacina, tiamina e vitamina B6. Entre os

alimentos energéticos, é o mais rico em niacina, é razoável fonte de ferro, boa

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fonte de fósforo e magnésio, ótima fonte de potássio e possui baixo conteúdo de

sódio. Os compostos inorgânicos ou minerais presentes na batata variam muito

de acordo com a variedade, tratos culturais, clima, local de plantio, maturação e

armazenamento (VICENTE et. al., 1996).

2.1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS BATATAS

As diversas variedades de batatas podem ser classificadas como

frescas ou descascadas. As batatas frescas são aquelas apresentadas em seu

estado natural, para serem destinadas ao consumo humano ou como matéria-

prima em indústrias de snacks, podendo ser antes submetidas a processos de

calibragem. Já as batatas descascadas são aquelas obtidas a partir de batatas

frescas de qualidade, cuja pele foi removida, sendo acondicionadas de modo

conveniente para serem mantidas durante certo tempo em boa condição sanitária

e com alto nível de qualidade. As batatas frescas podem ser classificadas em:

batata primor, batata de qualidade e batata comum (VICENTE et. al. 1996).

A batata primor é colhida antes de sua maturação, para que sua

epiderme se desprenda com facilidade. A batata de qualidade deve ter algumas

características mínimas, relativamente a diversos fatores. Por exemplo, os

tubérculos devem ser inteiros, sadios, consistentes, com umidade exterior normal,

sem injúrias, sem picadas, sem terra aderida e sem fortes deformações. A batata

comum é aquela que tem alguma falha na sua qualidade (AGRIANUAL, 1996).

2.1.3 COLHEITA E QUALIDADE DOS TUBÉRCULOS

A batata deve ser colhida quando as hastes estiverem completamente

secas e os tubérculos com a película firme (para evitar podridões) sem

desprender-se, o que ocorre 10 a 14 dias após a morte da parte aérea da planta.

Todas as operações de colheita e manuseio do material devem ser efetuadas

visando evitar o ferimento dos tubérculos, para impedir a manifestação de

podridões (BURTON, 1989).

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A colheita da batata pode ser manual, semi-mecanizada ou

mecanizada, dependendo da área e do nível tecnológico do produtor. O modo

mais simples de colheita para áreas pequenas ou com topografia acidentada é

através do uso de enxadas. No caso de áreas maiores e de topografia plana,

pode-se usar colheitadeiras, que fazem a operação completa de desenterrar

tubérculos, separar o solo e restos da planta, deixando-os prontos para a

classificação e embalagem. No Brasil, é comum o uso de sulcadores e

arrancadores ou desenterradores, de diversos tipos e marcas comerciais, que

expõem superficialmente os tubérculos, que são então recolhidos manualmente e

embalados em sacos ainda no campo (FIGUEIRA, 1982)

Vários defeitos podem surgir na matéria prima em função da época e

formas de colheitas, bem como o plantio sem os tratos culturais adequados. A

Figura 2.2 mostra alguns dos defeitos mais freqüentes encontradas nas batatas.

Alguns destes defeitos são chamados de graves, pois, inviabilizam o consumo ou

a comercialização do produto e outros são considerados leves, são superficiais,

não inviabilizam o consumo e/ou a comercialização, mas prejudicam a aparência

e a qualidade da batata industrializada (PEREIRA, 2000).

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Defeitos Graves

Podridão Úmida

Podridão Seca

Coração Oco

Coração Negro

Defeitos Leves

Vitrificado

Queimado

Esfolado

Embonecamento

Defeitos Variáveis

Esverdeamento

Dano superficial

Dano Profundo

Brotado

Figura 2.2 Principais defeitos encontrados em batatas.

Fonte: Agroqualidade – Batata, 2004.

Após a colheita os tubérculos passam por uma etapa de secagem no

próprio campo, por pouco tempo, com a finalidade de secar a terra a eles

aderentes, procede-se a classificação de acordo com o seu diâmetro. Para a

produção comercial os tubérculos são acondicionados em sacos de malha larga,

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utilizando-se o engradado quando destinada ao plantio ou ao armazenamento,

por alguns meses, em câmaras frigoríficas (BURTON, 1989).

2.1.4 DERIVADOS DE BATATA Segundo Camargo (1993), os derivados de batatas são produtos

prontos para alimentação humana de modo direto, ou destinados a servir de

matéria-prima para fabricação de outros produtos alimentícios.

Os derivados de batata podem ser classificados em batatas

conservadas, desidratadas, congeladas, fritas, farinha de batata, fécula de batata,

grânulos e flocos de batata. Além destes, a batata assume ainda diferentes

configurações de produto final, tais como os mais variados pratos servidos pelos

restaurantes (carne com batatas, bacalhau com batatas, batatas assadas etc),

adicionadas a sanduíches diversos ou sendo elaborada de forma especial como

as batatas recheadas em fast-foods (CANECCHIO, 1973)

Dentre os derivados de batata que mais se destacam hoje está a

batata frita. Seu consumo vem crescendo consideravelmente por todo o mundo

nos últimos anos, sendo a batata chips uma das categorias de batatas fritas que

mais se destaca devido ao seu alto valor agregado.

2.2 BREVE HISTÓRICO DA BATATA INDUSTRIALIZADA A produção de batata chips teve origem em Nova York em 1853,

quando o chefe de cozinha George Crum, na tentativa de agradar seus clientes,

modificou a espessura das “fritas-francesas”, prato padrão do País nesta época.

Crum as modificou cortando-as em espessuras mais finas e fritando-as em óleo.

Inicialmente seu método foi totalmente desaprovado pelos fregueses em função

de seus costumes, mas não demorou muito e as batatas finas foram se tornando

o prato predileto dos Ingleses (Microplaquetas de Batata, 1999).

Entre os anos de 1854 e 1856 as batatas de Crum, descascadas e

cortadas à mão foram conquistando toda a Inglaterra, passaram então a ser

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empacotadas e vendidas por todo País, conhecidas então como “microplaquetas

de batata” (Microplaquetas de Batata, 1999).

Em 1856 Crum abriu eventualmente seu próprio restaurante

caracterizando sua invenção. Com o passar dos anos as microplaquetas de

batata foram aperfeiçoadas por várias pessoas, o mercado consumidor cresceu e

com o avanço da tecnologia iniciou-se a sua produção com máquinas

automáticas. Hoje contamos com inúmeras indústrias processadoras de batata

chips espalhadas por vários países. Indústrias estas que investem a cada dia em

novas formas e sabores, melhorando a qualidade de seus produtos

(Microplaquetas de Batata, 1999).

2.2.1 VARIEDADES DE BATATAS PARA PROCESSAMENTO DE CHIPS

Segundo GRANER (1962), atualmente a variedade que mais se adapta

ao processamento é a Bintje, variedade de origem holandesa, muito susceptível a

doenças, muito exigente em nutrientes e de difícil produção nas regiões quentes e

durante o verão. É a variedade que contém o mais alto teor de sólidos solúveis e

um nível razoável de açúcares redutores. Outras variedades também se

destacam como Asterix, Atlantic, e Baronesa.

2.2.1.1 Asterix

Esta variedade apresenta pele avermelhada, polpa amarela, maturação

semitardia, tubérculos grandes, alongados e com olhos superficiais, alto

rendimento no processamento, elevado teor de matéria seca, bastante

consistente e de cor firme quando cozida, sendo bem adequada para preparação

de batatas fritas (Variedades de Batata, 2002). Esta variedade pode ser

observada na Figura 2.3.

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Figura 2.3 Foto de Batata da espécie Asterix.

Fonte: Agroqualidade – Batata, 2004.

Em função do alto teor de matéria seca é bastante vantajosa tanto para

o cozimento quanto para fritas, sendo bastante utilizada na fabricação de French

Fries (Pré-fritas congeladas), seu formato oval alongado proporciona um ótimo

aproveitamento no corte (NIVAA, 1997).

2.2.1.2 Atlantic

No Brasil a cultivar Ataltic destaca-se para a industrialização, responde

por cerca de 80% do mercado nacional formal de batata do tipo “chips”. Por ser

uma das poucas cultivares adaptadas a essa finalidade e por apresentar elevada

capacidade de produção, é também a cultivar mais plantada nos Estados Unidos

para este fim (NIVAA 1997).

Esta variedade americana é muito utilizada no Brasil para

processamento de batatas chips, pois, possui excelentes qualidades de fritura,

possui tubérculos arredondados, película áspera e polpa branca, sendo adequada

ao processamento industrial. Além disso, seu teor de açúcar redutor é baixo e o

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de matéria seca á alto (Variedades de Batata, 2002). Esta variedade pode ser

observada na Figura 2.4.

Figura 2.4 Foto de Batata Atlantic.

Fonte: Agroqualidade – Batata, 2004.

Segundo NIVAA (1997) seu uso para batata chips é vantajoso, pois,

estes produtos utilizam o descascamento mecânico e seu formato facilita o

descasque originando menores perdas. Além disso, esta variedade apresenta

coloração ideal após a fritura em função da sua composição química.

2.2.1.3 Bintje

Esta variedade tem maturação semi-precoce e formação precoce dos

tubérculos. Os tubérculos têm boa forma, olhos bastante superficiais e são pouco

sensíveis ao escurecimento. Seu rendimento e teor de matéria seca são

considerados muito bons. Este tipo de batata possui sabor neutro, cor firme e

bastante consistente quando cozida, adequada para todos os métodos de

preparação, em especial para a preparação de batatas fritas comuns e de pacote

(Variedades de Batata, 2002). Esta variedade pode ser vista na Figura 2.5

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Figura 2.5 Foto de Batata Brintje.

Fonte: Agroqualidade – Batata, 2004.

A planta possui hastes pouco numerosas, robustas e firmes, de cor

violeta moderadamente pronunciada nas axilas das folhas, folhas grandes,

bastante rígidas, de cor verde moderadamente escura e fosca, folículos grandes e

ovais com nervuras bastante superficiais, floração bastante pobre, de

inflorescência bastante pequenas e pobres de flores brancas e pequenas

(NIVAA,1997).

2.2.2 CARACTERÍSTICAS DA BATATA PARA INDUSTRIALIZAÇÃO

Segundo TALBURT (1967), a qualidade da batata, seja do ponto de

vista doméstico ou industrial, está associada a dois parâmetros de fundamental

importância, que são o alto teor de matéria seca e o baixo conteúdo de açúcares

redutores, fatores extremamente dependentes do cultivar.

Das características sensoriais, que determinam a qualidade do produto

e conseqüentemente o seu consumo, a cor é o fator importante, inicial, no

julgamento da qualidade do chips pelo consumidor, seguido da textura, que pode

desagradar o consumidor, se não adequada ao alimento e por fim, o sabor que

não deverá ser amargo (ALMEIDA et. al., 1983).

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Segundo CAPEZIO et. al. (1993), batatas com teores de matéria seca

mais altos produzem produtos processados de maior rendimento e melhor

qualidade; determinam a absorção de óleo durante a fritura, a textura e o sabor do

produto. Normalmente as batatas para fritura devem apresentar teores de sólidos

acima de 20% e massa específica superior a 1,081g/cm3.

Segundo RODRIGUES (1990), os níveis de açúcares redutores

(glicose e frutose) e sacarose predizem o comportamento dos materiais para

processamento de chips de batata. Açúcares redutores são normalmente o fator

limitante na depreciação da cor. O limite estabelecido na literatura quanto ao teor

de açúcares redutores, é quase consensual, sendo que tubérculos para fritura

ficam situados em torno de 0,2 a 0,3% da matéria úmida, inclusive para

desenvolvimento de cor, pois valores inferiores deixaram o produto muito branco.

Para MATHEIS (1987), o escurecimento enzimático pós-colheita é um

sério problema no processamento de batata, causado pela ação catalítica da

polifenoloxidase (PFO). Tão logo as células são rompidas, a PFO entra em

contato com substratos fenólicos, que na presença de oxigênio molecular, catalisa

a sua oxidação, levando eventualmente à formação de produtos coloridos

indesejáveis. O escurecimento resulta não somente numa indesejável formação

de cor, mas também pode resultar na perda da qualidade nutricional e

proporcionar modificações no sabor. O ácido ascórbico é provavelmente o maior

inibidor de ocorrência natural do escurecimento enzimático em batatas. Ele reduz

os produtos da oxidação inicial, as ortoquinonas, para ortodifenóis até que ela

seja quantitativamente oxidada para ácido deidroascórbico.

Segundo PEREIRA e COSTA (1997) a maioria das cultivares plantadas

no sul do Brasil, região responsável por cerca da metade da produção brasileira

de batata, não se presta à fritura, devido ao alto teor de açúcares redutores e

baixo teor de sólidos, situação que se agrava no cultivo de outono. Esses dois

índices, ainda que sejam altamente correlacionáveis com a qualidade pós-fritura

para determinados genótipos, no geral, não garantem o sucesso do processo de

fritura, obtendo produtos escurecidos, amargos e de textura pobre. Esse fato é

sustentado pelas propriedades intrínsecas da cultivar e os fatores ambientais e de

manejo, como causadores de estresses que levam à maior síntese de fenóis

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indesejáveis, como ácido clorogênico, aumento da atividade enzimática, presença

de aminoácidos livres, redução do conteúdo de ácido ascórbico e modificação da

estrutura do amido presente.

De acordo com PARKIN e SCHWOBE (1990), as batatas estão sujeitas

a consideráveis perdas durante o armazenamento. Por isso, ao contrário do que é

comumente praticado com os grãos, não é possível estocar sem qualquer

controle atmosférico o excedente de uma boa safra de batatas para garantir o

produto numa época de baixa produção. A fim de se controlar o fluxo de mercado

e aumentar o período de conservação dos tubérculos é necessário armazená-los

em baixas temperaturas. Esse tipo de armazenamento aumenta a vida útil dos

tubérculos conseqüentemente traz qualidade ao produto final.

Segundo LOW et. al. (1989), o escurecimento não enzimático ou

reação de Maillard é um problema sério nos produtos de batata, tais como

grânulos, flocos, “chips” e batatas fritas à francesa. A reação de Maillard envolve

uma série de passos que se iniciam com a reação entre o grupamento carbonila

ou cetona do açúcar redutor e o grupo amino de aminoácidos, peptídeos ou

proteínas. É o principal responsável pela cor escura dos produtos alimentares,

nos quais as melanoidinas pigmentadas são os produtos finais. A reação de

Maillard sofre influência decisiva da temperatura, com maior intensidade a 150ºC,

rápida a 100ºC e lenta a 67ºC. Como a temperatura do óleo no processo de fritura

é normalmente de 177-180ºC, provavelmente ocorre uma alta eficiência da

reação.

A conversão do amido em açúcares parece ser reversível e quando a

liberação líquida de açúcares do amido excede o consumo, os açúcares

acumulam-se. Esse aumento nos açúcares pode ocorrer com a idade dos

tubérculos, sendo chamado, neste caso, de adoçamento senescente. Durante o

armazenamento por diversos meses, o nível de açúcares acumulados decresce

em geral antes do início do adoçamento senescente. A seqüência pela qual o

acúmulo de açúcares ocorre e inicia-se com a mobilização do amido, seguida por

uma aumentada síntese de sacarose e, finalmente, hidrólise da sacarose até

glicose. Esse passo é afirmado pela quase quimolaridade de glicose e frutose

durante o acúmulo de açúcares induzido pelo frio (RICHARDSON et. al., 1990).

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2.3 ÓLEO DE PALMA

O dendezeiro é conhecido cientificamente por Elaeis guineensis, Jacq.,

Monocotiledonae, Palmae. A planta também é conhecida como palma-de-guiné,

dendem (Angola), palmeira dendem, coqueiro-de-dendê. O fruto é conhecido

como dendê. É uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da

Guiné) sendo encontrada em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até

Angola; foi trazido, no século XVII, pelos escravos ao Brasil e adaptou-se bem ao

clima tropical úmido do litoral baiano (CANUDO, 1998).

A cultura do dendezeiro é, provavelmente, a de maior potencial de

crescimento no mundo dentre as culturas de significado econômico. No Brasil a

área colhida a produção do óleo de palma/ano está em torno de 80 mil toneladas:

o país consome 280 mil toneladas de óleo de dendê e derivados e importa em

torno de 180 mil toneladas, mas tem mercado interno potencial de 400 mil

toneladas/ano de óleo de dendê e derivados. O Pará (70% da produção), Bahia e

Amapá são as maiores unidades produtoras deste óleo (Agropalma – óleo de

dendê, 2004).

O principal produto comercial do dendezeiro é o óleo extraído

industrialmente da polpa do fruto. O fruto do dendê produz dois tipos de óleo: óleo

de dendê ou de palma (palm oil, como é conhecido no mercado internacional) e o

óleo de palmiste (palm kernel oil). O primeiro deriva do mesocarpo do fruto da

palma, enquanto o óleo de palmiste provém da amêndoa do fruto da palma. As

características dos dois óleos diferem em termos de composição de ácidos graxos

e as diferenças na composição química refletem nas diferenças das propriedades

físicas de ambos. O rendimento do óleo de palma ou dendê é de 22% do peso

dos cachos e o rendimento do óleo de palmiste é de 3% do peso dos cachos.

(Agropalma – óleo de dendê, 2004).

O óleo de palma ocupa hoje o 2° lugar em produção mundial de óleos e

ácidos graxos. Graças ao seu baixo custo de produção, boa qualidade e ampla

utilização, o óleo de palma é um dos mais requeridos como matéria-prima para

diferentes segmentos nas indústrias óleoquímicas, farmacêuticas, de sabões e

cosméticos. Seu uso principal é na alimentação humana, responsável pela

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absorção de 80% da produção mundial, na fabricação de margarinas, gorduras

sólidas, óleo de cozinha, maionese, panificação, leite e chocolate artificiais e

tantos outros produtos da indústria alimentícia e para fritura industrial (Cultura –

Dendê, 2004).

2.3.1 COMPOSIÇÃO DO ÓLEO DE PALMA

Segundo HARTMAN et. al. (1982), os ácidos graxos do óleo de palma

e seus componentes secundários são inigualáveis em propriedades nutricionais.

Os mais importantes destes são a vitamina E (tocoferol e tocotrienóis) e o

caretenóide (principalmente alfa e beta-caroteno). A vitamina E da palma age

como um antioxidante biológico que protege contra a oxidação acentuada e o

processo de arteriosclerose.

O óleo de palma bruto é a fonte mais rica da natureza em carotenóides

com concentrações na ordem de 700 -1000 ppm. O principal caretenóide em óleo

de palma é o beta-caroteno (55%), alfa-caroteno (35%), e porcentagens menores

de licopeno, fitoeno e zeocarotenos. Este carotenóide tem propriedades

antioxidantes e anticancerígenas (ASAGA, 1851).

A oleína de palma é extensamente utilizada em cadeias de "fast food"

para fritura em geral. No preparo destes alimentos, por fritura em imersão,

condições severas são utilizadas através de altas temperaturas. Sob tais

condições, um óleo líquido insaturado torna-se inadequado, a menos que seja

hidrogenado para aumentar sua estabilidade à oxidação. O uso da oleína de

palma é preferido, pois têm boas propriedades físicas e maior estabilidade à

oxidação em virtude da sua composição de ácidos graxos e antioxidantes naturais

(vitamina E) e também por ser mais econômico (Óleo de palma - Gordura para

Fritura Industrial, 2004).

Assim a excepcional estabilidade do óleo de palma se dá por diversos

fatores como: o conteúdo de antioxidantes naturais; baixa porcentagem (< 0,5%)

de ácido linolênico, que é muito sensível à oxidação; moderada porcentagem de

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ácido linoleico (aproximadamente 10%); existência de um efeito de proteção à

estrutura dos componentes insaturados (Agropalma – óleo de dendê, 2004).

2.3.2 EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE PALMA

Segundo Canudo (1998), o óleo de palma é obtido da polpa do fruto

por simples cozimento, debulhamento e prensagem. Inicialmente, o cacho é

submetido ao vapor a água a 130ºC e 2kg/cm2 de pressão, por 60 minutos; isto

evita desenvolvimento da acidez e facilita desprendimento do fruto.Em seguida o

cacho é levado ao debulhador para separar os frutos.

Os frutos seguem para o digestor para liberar o óleo das células

oleíferas e a massa que sai do digestor é prensada e o óleo de dendê é extraído.

O que resta, sementes mais fibras (torta) passam pelo desfibrador para liberar a

semente. As sementes são levadas ao polidor que retira restos de fibra, depois ao

secador, por fim a descascadora centrífuga onde são quebradas. Separadas das

cascas as amêndoas são trituradas e prensadas para liberar o óleo de palmiste e

torta de palmiste (CANUDO, 1998).

O óleo proveniente da prensagem, óleo bruto, passa por um clarificador

(que elimina mucilagens e impurezas) e pelo depurador (que elimina grande parte

da umidade). É submetido a um secador e armazenado em tanques providos de

aquecimento constante (HARTMAN et. al., 1982).

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3. MATEIAIS E MÉTODO

3.1 PROCESSAMENTO DE BATATA CHIPS

Este trabalho foi realizado na empresa Cicopal Produtos Alimentícios e

de Higiene Pessoal (MICO’S), localizada na Avenida Tropical, Módulo 2, Distrito

Industrial Brasil Central, em Senador Canedo, Goiás, por intermédio do Gerente

Industrial José Orlando. A empresa iniciou-se suas atividades no ano de 1993, no

segmento de snacks (salgadinhos de milho) tendo o público infantil com alvo

principal. A marca MICO'S cresceu e expandiu-se para novos produtos com sua

própria marca. Além de salgadinhos de milho e batata chips, a empresa produz

também batata palha, refrigerante, refresco em pó e creme dental.

O processamento de batata na forma de chips é um processo

relativamente simples, porém requer matéria-prima de excelente qualidade e

bastante atenção dos colaboradores envolvidos na produção para se obter um

produto de qualidade aceitável dentro dos padrões exigidos. As operações

unitárias do processamento são mostradas na Figura 3.1.

Inicialmente, quando a batata in natura chega à indústria são

realizadas várias análises partindo-se de uma amostra representativa para que a

matéria prima possa ser liberada para o processamento. Se a batata estiver de

acordo com os parâmetros de qualidade estabelecidos pela empresa, estas são

armazenadas na câmara fira a uma temperatura de 15 a 18ºC e posteriormente

são processadas. Caso contrário toda a carga é rejeitada.

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Figura 3.1 Fluxograma de produção de batata chips.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

PRÉ-LAVAGEM

DESCASCAMENTO

FATIAMENTO

LAVAGEM

SECAGEM PARCIAL

FRITURA

SALGA

SELEÇÃO

EMPACOTAMENTO

CÂMARA-FIRA

SELEÇÃO

ESTOCAGEM

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Dentro da câmara fria as batatas são depositadas manualmente em

uma canaleta contendo água em circulação para transportar as batatas até a linha

de produção conforme Figura 3.2. As batatas seguem para uma caçamba (Figura

3.3) que funciona como uma “dosadora” de matéria-prima para o processo. Existe

um sensor que manda comandos para a mesma para liberar as batatas para

produção de acordo com o fluxo de produção. Em seguida as batatas vão para

um tanque onde são removidas as sujidades grosseiras e as pedras que por

ventura existirem na carga (Figura 3.4).

FOTO

Figura 3.2 Foto da canaleta de transporte de batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

FOTO

Figura 3.3 Foto da caçamba dosadora de batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

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FOTO

Figura 3.4 Foto do tanque para remoção de pedras.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

Através de um elevador vertical as batatas vão para o descascamento

que é feito automaticamente com equipamentos específicos e destinados para tal

fim. As batatas descascadas passam por uma mesa onde são feitas manualmente

seleções de tamanho e qualidade (Figura 3.5). Em seguida caem em uma

caçamba e são novamente lavadas em água corrente.

FOTO

Figura 3.5 Foto da mesa de seleção das batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

Na seqüência as batatas seguem para o fatiador (Figura 3.6) onde

serão cortadas em fatias com espessuras de 1,8 a 2,0mm. As batatas são

novamente lavadas em água corrente através de um cilindro rotativo (Figura 3.7).

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FOTO

Figura 3.6 Foto do fatiador de batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

FOTO

Figura 3.7 Foto do lavador das fatias de batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

As fatias são então submetidas a uma corrente de ar e então são

completamente imersas em óleo de palma com temperatura de 177 a 180ºC por

aproximadamente 2 minutos e trinta segundos. A Figura 3.8 mostra a foto do

interior de um fritador de batatas. Depois de fritas, são salgadas por pulverização

com sal comum e selecionadas manualmente.

FOTO

Figura 3.8 Foto do interior do fritador de batatas.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

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As batatas são então embaladas automaticamente por máquinas de

alto rendimento (Figura 3.9). Após o empacotamento são colocadas em

embalagens secundárias de papelão devidamente rotuladas e em seguida

armazenadas em local adequado.

FOTO

Figura 3.9 Foto da empacotadeira de batatas chips.

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

As batatas são então armazenas em caixas de papelão específicas e

levadas para o depósito de produto acabado.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para uma produção de 11,5 ton/dia de batata chips, são utilizados em

média 32.500kg de batata, 3.451L de óleo vegetal e 160Kg de sal. Com a

produção dividida em 3 turnos de 8 horas são necessárias 11 pessoas para cada

turno. Todos os colaboradores devem ser treinados constantemente para sua

específica tarefa e também ter conhecimento geral de todo o processo.

A espécie de batata utilizada na empresa Cicopal é a Atlantic, que

possui além de menor preço, todas as características desejáveis na fritura.

Normalmente se processa toda a batata que chega no respectivo dia. Caso não

produza toda essa quantidade por algum imprevisto, a produção do dia seguinte

será iniciada com essa batata restante.

A batata tipo chips pode ser fabricada com diversos sabores e formas.

Existem hoje no mercado além do sabor natural enfatizado no trabalho, os

sabores de churrasco, salsa, cebola e pimenta. Pode ser feita na forma lisa ou

ondulada de acordo com o formato facas do fatiador.

Estes aspectos podem ser aperfeiçoados com os devidos cuidados e

normas que devem ser estabelecidos em cada etapa do processamento. Todas

as etapas constituem-se de pontos críticos de controle para se obter um produto

final que atenda as expectativas dos consumidores e principalmente faça com que

a empresa sobreviva nos mercados nacionais e internacionais.

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4.1 RECEPÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA E ÓLEO

A qualidade da matéria-prima e do óleo para a fritura são fatores

imprescindíveis para o processamento de batata chips, pois, todo processo vai

decorrer das características iniciais da batata e da qualidade da fritura.

É importante que os fornecedores de matéria-prima sejam fixos e

credenciados, que possuam registros de todos os atributos importantes da

matéria-prima como variedade, teor de matéria seca, época e forma de colheita,

utilização de agrotóxicos, etc. Estes dados são indispensáveis para que se

conheça a matéria prima no qual se vai processar e conseqüentemente assegurar

a qualidade do produto final.

Os tubérculos devem apresentar tendo em conta as tolerâncias

admitidas as seguintes características mínimas: inteiros, tamanhos mais

uniformes possíveis, aspecto normal para a variedade, praticamente limpos, com

a pele bem formada, isentos de umidade exterior anormal, isentos de odores e de

defeitos externos (manchas acastanhadas devido ao calor, fissuras, cortes,

ataque de roedores, coloração verde) ou internos (coração oco, enegrecimento,

manchas pretas).

Para assegurar tais características é necessária a realização de

algumas análises das batatas antes que as mesmas entram para a linha de

processamento. As análises são feitas seguindo-se os parâmetros específicos

para verificar o tamanho, teor de açúcares redutores, peso específico (teor de

sólidos totais e umidade), e a presença de defeitos externos e internos. Estas

análises devem ser feitas com uma amostra significativa para que represente todo

o lote e forneça resultados seguros de toda a matéria-prima.

O controle do tamanho da matéria prima pode evitar problemas na

linha de processamento, pois batatas muito grandes dificultam a etapa de

seleção, pois vai exigir mais esforço dos colaboradores, podem trazer problemas

no empacotamento, dependendo da gramatura da embalagem e além de não

serem bem aceitas pelos consumidores. Já batatas muito pequenas apresentam

perdas no cortador e conseqüentemente baixo rendimento. São consideradas

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batatas pequenas aquelas que passam pelo orifício menor do ... e grandes as que

não passarem pelo orifício .... Após a análise do tamanho, para que o processo

seja mais homogêneo possível é admitido no máximo 5% de batatas pequenas e

10% de batatas grandes em relação à quantidade de amostra.

Definir o teor de açúcares redutores na batata in natura indicará a

estabilidade da batata na fritura. Quanto maior a quantidade de açúcar redutor

pior será a qualidade da batata na fritura, está apresentará pontos escuros e

marrons no produto final em função da reação de caramelização destes açúcares

durante a fritura. O ideal é que o conteúdo seja menor que 0,15% para originar

coloração ideal de batata chips conforme mostra a figura abaixo.

FOTO

Figura 4.1 Coloração ideal de batata chips

Cortesia: Empresa Cicopal, Senador Canedo, Goiás, 2004.

A reação de caramelização ocorre devido à hidrólise do amido em

açúcares, chamada também de Reação de Maillard. Esta reação envolve uma

série de passos que se iniciam com a reação entre o grupamento carbonila ou

cetona do açúcar redutor e o grupo amino de aminoácidos, peptídeos ou

proteínas. As melanoidinas pigmentadas são os produtos finais da reação e

responsáveis pela coloração escura. A velocidade e intensidade da reação de

Maillard são diretamente influenciadas pela temperatura, sendo muito intensa em

temperaturas entre 100 e 150ºC. Como a temperatura do óleo para a fritura dos

chips é de 177 a 180ºC, o processo fica susceptível à reação.

O conteúdo de matéria seca nos tubérculos pode prejudicar a

fritura, pois quando em alta proporção às batatas tendem a absorver mais

óleo durante a fritura originando um produto “engordurado” e sem

crocância. O peso específico para a batata deve ser maior que 1,065, ou

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seja, o teor de sólidos totais será maior que 16,6% e a umidade maior que

81,7%. Com estes valores as batatas vão absorver menos óleo, atribuindo

economia ao processo e uma melhor corcância no produto final.

O ideal é que a amostra analisada tenha o mínimo de defeitos

possível para garantir que a batata frita seja de boa qualidade. São aceitos

no máximo 2% de batatas podres e verdes, 10% de batatas danificadas por

máquinas ou equipamentos, insetos, verrugas e fendas e 3,5% de defeitos

internos como manchas e batatas ocas. Acima destes valores o processo

torna-se inviável, pois, trará baixo rendimento e produto de péssima

qualidade.

No recebimento do óleo, são feitas análises de acidez, índice de

peróxido (determina a presença de substancias similares da oxidação lipídica), e

índice de iodo (mede o grau de insaturação do óleo). São admitidos no máximo

0,1% de acidez, e o índice de iodo deve estar entre 55 e 60 (unidade). O processo

de oxidação lipídica indica que o óleo não está em condições de uso, ele

apresentará uma coloração estranha, mau cheiro e sabor de “ranço”, por isto o

índice de peróxido deve ser “zero” para garantir que não existem substancias

causadoras da oxidação.

4.2 ESTOCAGEM DA MATÉRIA-PRIMA

As batatas estão sujeitas a consideráveis perdas durante o

armazenamento, pois, mesmo após a colheita o vegetal continua respirando e

consequentemente fica sensível à condições inadequadas. È necessário o uso de

baixas temperaturas a fim de aumentar o período de conservação dos tubérculos

e conseqüentemente sua qualidade.

As batatas para processamento de chips devem ser armazenadas em

câmara fria a uma temperatura entre 15 e 18ºC. Nesta faixa de temperatura a taxa

de respiração do tubérculo é reduzida e assim seu frescor é mantido por mais

tempo.

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Além do controle constante da temperatura da câmara, com

termômetro visível e calibrado, são necessários também cuidados com o

ambiente interno e externo da mesma. A câmara fria deve ser localizada próxima

á área de produção para facilitar o transporte e acompanhamento da matéria-

prima; longe de qualquer tipo de sujidades que possa vir a contaminar os

tubérculos; estes devem ser colocadas em palets limpos e localizados no mínimo

10cm distantes das paredes (distância exigida pela vigilância sanitária); o

ambiente deve estar sempre limpo; as portas devem estar completamente

vedadas para evitar contato com luz que também acelera a senescência da batata

e devem ser abertas somente quando necessário para evitar o aumento da

temperatura.

4.3 PRÉ-PROCESSAMENTO

Quando as batatas são depositadas na “canaleta” elas são levadas

para a linha de produção através de uma bomba que faz a circulação da água e

as transportam constantemente. Esta água não é corrente, por isto é de suma

importância verificar no decorrer do processo a necessidade de troca, para evitar

o acúmulo de sujidades nas batatas. O ideal é troca a água a cada 8 horas de

produção e fazer a limpeza do “poço”.

O objetivo do tanque de pré-lavagem é retirar as sujidades grosseiras

aderidas às batatas, como terra, pedra e pedaços de barbantes provenientes da

embalagem. Para que a etapa seja feita corretamente é necessária água corrente

e limpa.

As pedras são removidas por diferença de densidade, como são mais

pesadas que as batatas, estas descem para o fundo do tanque e existe uma “pá”

que arrasta as mesmas para um coletor localizado na parte externa do tanque; a

remoção é feita manualmente de acordo com a necessidade. A remoção de

pedras antes do processamento é imprescindível, pois, quando presentes podem

causar sérios danos aos equipamentos.

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Ao descascar os tubérculos pode-se perder um excesso de 20% do

seu peso, dependendo do tamanho, característica e do tempo de permanência no

descascador. O descascamento das batatas é feito automaticamente por um

equipamento constituído de paredes de material abrasivo que funciona como uma

“lixa”. A remoção das cascas acontece quando as batatas, por movimentos

circulares, deslizam nas paredes do equipamento. As batatas à medida que vão

sendo descascadas são lavadas por água corrente dentro do equipamento antes

de caírem na esteira de seleção.

O acabamento após o descasque não se faz necessário, pois o produto

segue uma linha de processamento em que não comporta a retirada de pequenas

partes da película aderida, ou ainda os "olhos" da batata. Compete ao operador,

controlar o descascador de acordo com os parâmetros específicos para que a

remoção das cascas seja eficiente.

A etapa de seleção é muito importante, pois define a uniformidade do

produto final. Nesta etapa são retiradas as batatas impróprias que por ventura

existirem e cortadas manualmente as batatas que estiverem de tamanho muito

grande.

Sem dúvida o fatiamento é a etapa mais importante do processamento

de batata chips, pois, fatias com espessura ideal absorvem menos óleo e não

deixam pedaços de batatas no mesmo, atribuindo economia ao processo.

As batatas são fatiadas por um equipamento específico, seu interior é

metal amarelo, que dá maior durabilidade ao mesmo e evita a oxidação

enzimática e conseqüentemente escurecimento das batatas. O equipamento tem

formato circular e seu interior compõe-se de oito facas feitas de aço inoxidável. A

batata é forçada contra a superfície interior do cortador principal reunindo a ação

centrífuga, a movimentação dos tubérculos faz com que os mesmos alcancem

cada uma das facas.

As facas do fatiador são reguladas de acordo com a espessura

desejada do produto (1,8 - 2,0mm). Não existe tempo certo para a regulagem das

facas, elas podem sair do padrão no decorrer do processo a qualquer momento.

O operador deve sempre estar atento e regular sempre que necessário. A

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regulagem é feita manualmente e, portanto o processo é interrompido para tal

ocasião.

As facas são trocadas tão freqüentemente tanto quanto necessitarem

para cortar com habilidade e para uma boa produção. Alta gravidade específica e

/ou batatas sujas podem trazer problemas para as facas, daí a importância das

lavagens anteriores. O operador deve verificar constantemente a operação de

fatiação para fritar com espessura uniforme para garantir a qualidade da fritura e

conseqüentemente do produto final.

O fatiamento expõe a estrutura interna do tubérculo fazendo com que

uma grande quantidade de amido saia da mesma. Este amido não é desejável,

pois pode gelatinizar-se em altas temperaturas formando uma pasta visco-elástica

túrbida ou, em concentrações suficientemente altas, um gel elástico opaco. Sua

presença pode fazer com que as fatias “grudem” impedindo assim uma fritura

ideal, deixar o óleo com coloração escura e originar manchas escuras nas fatias

depois de fritas devido a Reação de Maillard.

A remoção deste amido é feita na etapa de lavagem logo após o

fatiamento. As fatias passam por um cilindro giratório perfurado de aço inoxidável

com água corrente. Nesta etapa é de suma importância a qualidade

microbiológica da água, pois, aqui as fatias têm contato direto com a água.

Antes da fritura as fatias recebem um jato de ar comprimido para a

secagem parcial e também para que as fatias fiquem bem espalhadas na esteira

e conseqüentemente no fritador. O operador deve ficar atento a velocidade do ar

para que a mesma seja suficiente.

A secagem parcial das fatias é imprescindível para a qualidade da

fritura, pois, quanto maior a quantidade de água na batata maior é a absorção de

óleo pela mesma ficando com aspecto “engordurado”.

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4.4 FRITURA

As batatas são movidas dentro do fritador através de “pás” que

empurram as mesmas a uma velocidade constante e suficiente para fritura

completa do produto. A velocidade das pás é controlada no painel da máquina

dependendo de acordo com a necessidade. O controle a temperatura do óleo e

da velocidade das pás são os pontos críticos para a eficiência da fritura. A

temperatura deve sempre estar ente 177 e 180ºC. Temperaturas abaixo de 177ºC

não são suficientes para fritar as respectivas fatias de 2mm e acima de 180ºC

pode queimá-las.

A maioria das indústrias processadoras de batata chips utiliza o óleo de

palma para a fritura, pois, têm boas propriedades físicas e maior estabilidade à

oxidação em virtude da sua composição de ácidos graxos e antioxidantes naturais

(vitamina E) e também por ser mais econômico.

A cada 30 minutos de produção o controle de qualidade realiza testes

das batatas fritas para verificar a qualidade da mesma. Os padrões estabelecidos

são de 1,2–1,7% de umidade, 1,6–2% de sal, 1,8–2,00mm de espessura e 27–

35% de óleo.

4.5 PÓS-FRITURA

A etapa de salga é feita por pulverização sobre a esteira. A quantidade

de sal que vai ao produto é regulada através da velocidade da esteira na saída do

fritador. Assim existe uma velocidade tal que é suficiente para que o teor de sal do

produto seja ideal (1,6-2%) e esta deve ser regulada pelo operador sempre que

necessário.

Depois de salgadas é feita uma seleção criteriosa das fatias,

eliminando-se as fatias fora do padrão. Alguns fatores são determinantes para se

separar as batatas que serão levadas ao empacotamento daquelas descartadas.

Dentre eles, é importante destacar: batata queimada ou apenas sua borda

queimada; grande diferença no tamanho do corte, ou seja, umas batatas muito

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grandes e outras pequenas; batata mal descascada; batata com alguns pontos

verdes, o que indica uma matéria-prima de qualidade inferior.

O empacotamento é feito por equipamentos verticais tipo form-fill-seal,

que já embalam o produto na quantidade específica de acordo com a

programação, contendo número do lote, data de fabricação e validade. Depois de

empacotadas as batatas devem ser acondicionadas em caixas apropriadas de

papelão e armazenadas em local fresco e arejado. O fluxo de expedição do

produto acabado é feito segundo a metodologia “PEPS” (primeiro que entra,

primeiro que sai) para que os consumidores adquiram produtos com data de

fabricação recente, garantindo assim uma melhor qualidade.

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5. CONCLUSÃO

A produção de batata chips é constituída de operações unitárias

simples, a linha de processamento é toda automatizada com exceção do

descarregamento da matéria-prima e das etapas de seleção antes e depois da

fritura. Porém existem vários pontos críticos que se não controlados podem

interferir na qualidade do produto final.

Para que o produto final adquira todas as características estabelecidas

pela legislação e principalmente às desejadas pelos consumidores alvos, é

necessário ter controle de toda as etapas do processamento desde a escolha da

matéria prima até a qualificação dos colaboradores.

Dentre as etapas mais relevantes do processo destaca-se a qualidade

da matéria prima, suas características intrínsecas como o conteúdo de matéria

seca e o teor de açúcar redutor e a fritura, no qual o tipo de óleo utilizado e a

variação da temperatura deste durante o processo podem afetar diretamente a

qualidade final dos chips.

Assim deve-se trabalhar com matéria prima de excelente qualidade,

alto teor de matéria seca para dar maior crocância ao produto e rendimento ao

processo e também baixo teor de açúcar redutor para se evitar o escurecimento e

sabor amargo das batatas após a fritura.

Contudo todas as etapas envolvidas necessitam de controle, todas de

alguma forma afetam direta ou indiretamente a qualidade final dos chips. Por isto

é de suma importância total competência dos colaboradores envolvidos para que

não ocorra nenhuma falha em qualquer etapa.

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