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Análise de Convergência dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) Agnaldo Moreira Michel Mascarenhas Vitorino de Barros Resumo: Este trabalho tem como objectivo analisar a convergência dos países que fazem parte da Organização para a cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), através da análise dos seus respectivos PIB per capita no período de 2000 a 2014.Deste modo pretende-se verificar se existe convergência no PIB per capita dos países membros da OCDE, considerando que a maioria dos países desta organização é desenvolvida, pelo que são países com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) , que continuam a ter um bom crescimento económico e são todos países com alto investimento na Tecnologia. Portanto, quisemos verificar se a Teoria de Crescimento Económico proposto por Solow se aplica na análise das variáveis dos países da OCDE, e para isso tivemos de usar tanto o teste de Beta (β) - convergência como também o teste de Sigma (-convergência para verificar a existência da Convergência do PIB per capita nestes países. Palavras-chaves: Organização para a cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE); Convergência; Crescimento 1

Análise de Convergência OCDE no período de 2000 a 2014

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Este é um artigo que faz uma analise da convergência dos países da OCDE no período de 2000 a 2014.Portanto, quisemos verificar se a Teoria de Crescimento Económico proposto por Solow se aplica na análise das variáveis dos países da OCDE, e para isso tivemos de usar tanto o teste de Beta (β) -convergência como também o teste de Sigma-convergência para verificar a existência da Convergência do PIB per capita nestes países.

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Page 1: Análise de Convergência OCDE no período de 2000 a 2014

Análise de Convergência dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)

Agnaldo Moreira

Michel Mascarenhas

Vitorino de Barros

Resumo:

Este trabalho tem como objectivo analisar a convergência dos países que fazem parte da Organização para a cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), através da análise dos seus respectivos PIB per capita no período de 2000 a 2014.Deste modo pretende-se verificar se existe convergência no PIB per capita dos países membros da OCDE, considerando que a maioria dos países desta organização é desenvolvida, pelo que são países com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) , que continuam a ter um bom crescimento económico e são todos países com alto investimento na Tecnologia. Portanto, quisemos verificar se a Teoria de Crescimento Económico proposto por Solow se aplica na análise das variáveis dos países da OCDE, e para isso tivemos de usar tanto o teste de Beta (β) -convergência como também o teste de Sigma (-convergência para verificar a existência da Convergência do PIB per capita nestes países.

Palavras-chaves: Organização para a cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE); Convergência; Crescimento Economico; PIB per capita; alto índice de Desenvolvimento Humano; Países Desenvolvidos.

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Índice

1.Introdução................................................................3

2.Justificativa do tema:...............................................3

3.Objectivos................................................................4

4.Metodologia e Dados...............................................4

4.1.Modelo de Crescimento económico de Solow.......4

4.2.Modelo analítico de Convergência....................6

4.2.1.Teste de β-convergência............................7

4.2.2.Teste de Sigma (-convergência..............8

4.3.Dados.................................................................8

4.4.Caracterização da Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Económico

(OCDE)...................................................................8

5.Resultados e Discussões........................................9

5.1.Análise de β-convergência................................9

5.2.Análise de Sigma (-convergência...............11

6.Conclusão..............................................................11

7.Bibliografia.............................................................12

8.Anexos...................................................................12

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1.Introdução

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tem como um dos principais objectivos implementar politicas que promovam o crescimento económico dos diferentes países membros e apoiar o desenvolvimento destes países. Portanto iremos verificar se no período de 2000 a 2014 estes países tiveram convergência nos seus progressos económicos verificados, e para isso achamos viável analisar a convergência do PIB per capita dos respectivos países membros da OCDE, ou seja analisar se juntamente com o crescimento do PIB per capita ocorreu também uma possível tendência a equalização do PIB per capita dos países membros desta organização.Deste modo, sendo que os países desta organização apresentam elevados crescimento no PIB per capita, então achamos que seria conveniente verificar se estes crescimentos estavam de alguma forma pondo em evidência a Teoria de Crescimento Economico de Solow que diz que países mais pobres têm uma margem de crescimento maior do que os países mais ricos, e que no longo prazo a economia destes países tenderiam a equalização.Nessa perspectiva e no âmbito da disciplina da Economia Politica e de Desenvolvimento, foi-nos incumbido a realização de um trabalho cujo tema aborda questões relacionadas com a convergência dos diferentes países, e para isso achamos interessante analisar a convergência do PIB per capita dos países membros da OCDE.

2.Justificativa do tema:

Politica: Tendo em vista que os países estão constantemente a implementar politicas que promovem o crescimento económico e posterior desenvolvimento económico, os países membros da OCDE não fogem a regra, apresentando elevados crescimentos do PIB per capita, e será necessário fazer uma análise de convergência destes crescimentos do PIB per capita frutos de políticas adoptadas por estes países.

Cientifico: Fazer uma análise mais profunda sobre a convergência do PIB per capita dos países da OCDE, baseando-se principalmente no teste da Beta(β)-convergência e Sigma(-convergência, e interpretar os resultados obtidos através dos dados apresentados no período de 2000 a 2014

Social-económico: Face ao progresso económico evidenciado por estes países, e por serem países com alto bem-estar social, nomeadamente países com alto Índice de Desenvolvimento económico, quisemos verificar se a economia destes países estão ou poderão equalizar no longo prazo.

Pessoal: Nós como futuros economistas achamos conveniente fazer esta análise dos países da OCDE, porque sendo uma organização que contem uma vasta leque de políticas com o objectivo de promover crescimento e desenvolvimento

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económico, e que inclusive tem conseguido bons resultados, será necessário verificar se há convergência nos respectivos crescimento do PIB per capita.

3.Objectivos

O nosso presente trabalho tem como objectivo geral analisar a Convergência do PIB per capita dos países membros da Organização para a cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE), e cujos objectivos específicos consistem em fazer a convergência do PIB per capita dos países membros desta organização compreendido entre o período 2000 e 2014; testar o modelo através uso do teste de β-convergência e -convergência e por conseguinte iremos testar a significância do modelo encontrado; e fazer uma breve interpretação dos resultados obtidos a partir dos teste realizados.

4.Metodologia e Dados:

4.1.Modelo de Crescimento económico de Solow

Nos últimos tempos a maioria dos países vivenciou um razoável crescimento no seio

económico. Este crescimento económico vem sendo estudado e estimado, pelos

economistas por dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, em

alguns casos pela renda per capita. O processo de crescimento económico é abordado no

campo da macroeconomia na teoria do crescimento económico.

Segundo (RODRIGUEZ-CLARE, 1997), no seu estudo a teoria económica pode ser

dividida em diversas categorias, tais como crescimento mundial, crescimento dos

países, diferença no nível de renda .

A análise do crescimento dos países nota nas diferenças nas taxas de crescimento dos

mesmos. As diferenças no nível de renda, permite-nos identificar, em alguns momentos

do tempo, o porquê de alguns países são mais ricos economicamente que outros e como

se dá a própria desse crescimento e também os factores impatantes.

Os modelos de crescimentos económicos têm alguns pressupostos, o desenvolvimento

tecnológico é considerado o motor de crescimento de longo prazo, o crescimento da

renda per capita só poderia ser explicado pela contínua melhoria no processo produtivo.

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Um dos primeiros modelos de crescimentos foi o modelo de SOLOW (1956), o modelo

admite como variável exógena a taxa de poupança, o crescimento da população e da

tecnologia. O modelo admite a acumulação de capital como o principal motor de

crescimento económico de curto prazo, o modelo admite a existência de rendimentos

decrescente para capital, o que acarreta menores retornos e maiores estoques de capital.

Na mesma perspectiva, o modelo de SOLOW (1956), o crescimento de um país tem limite, com base com base apenas em estoque de capital físico e poupança. Segundo FERREIRA (1997), esse limite, é um estado estacionário, só seria superado e o crescimento só continuaria se houvesse algum choque exógeno na economia, que deslocasse para cima a função de produção e levasse a um equilíbrio de longo prazo, que fosse compatível com uma renda per capita superior à inicial, tal como desenvolvimento tecnológico.

O modelo canónico de SOLOW (1956) enuncia o processo de crescimento equilibrado de uma economia, em se tem como pressuposta uma função de produção do tipo Cobb-Douglas, onde os rendimentos são constantes a escala, onde o crescimento económico é dado pela alocação dos factores – capital (K) e trabalho (L), e por um factor de eficiência A (ou ainda, variável tecnológica), que representa a contribuição do trabalho na produção agregada, de forma que:

Yt = F (Kt;AtLt) 1-b (1)

SOLOW (1956), afirma que a função de produção, tem retornos constantes decrescentes

a medida que aumenta mais trabalhadores, a produção ira diminuir, salienta também a

lei dos rendimentos, isto é não é possível aumentar infinitamente a produção,

aumentando infinitamente um dos ingredientes da produção (K, L).

SOLOW, apresenta dois principais tipos de problemas gerados pela hipótese de rendimentos decrescentes: o primeiro, relacionado ao desenvolvimento sustentável, uma vez que o crescimento era dependente de choques exógenos à economia, e, o segundo pertinente à suposição de convergência entre os níveis de renda per capita de todos os países, fato que não foi observado empiricamente.

Segundo Jones (2000), incluída dessa forma, a variável tecnológica A é dita “aumentadora de trabalho” ou “Harrod-neutra”. Nessa situação, o progresso tecnológico ocorre quando A aumenta ao longo do tempo.

Aplicando-se a regra da cadeia, chega-se à taxa de variação do estoque de capital por unidade efectiva de trabalho. Por fim, esta é encontrada pela diferença entre os dois termos da equação:

k& = sf (k) - (n + g +d )k , (2) em que o primeiro termo representa o investimento atual por unidade de trabalho efetivo

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e o segundo o novo investimento por unidade de trabalho efetivo, necessário para manter constante e equilibrado o montante de capital por trabalhador.

Entretanto, quando o capital humano é incluído no modelo, Mankiw et al. (1992) citam que o efeito estimado dessas variáveis reduz-se para o previsto por Solow. Dessa forma, o novo modelo, a função de produção com capital humano passa a ser :

Yt= Kt Ht (AtLt) 1-e-b (3)

Onde K é o capital físico, H é o capital humano e L é trabalho. Entretanto, a reformulação do modelo de Solow proposta não altera a forma pela qual a tecnologia é tratada no modelo original, e assim mantém uma taxa de crescimento da renda per capita igualitária para todos os países e economias.

Nesta perspectiva de capital humano, Mankiw et al. (1992) defenderam o modelo de Solow, afirmando que não se deve esperar que os países mais pobres cresçam mais rápido que os mais ricos, uma vez que os determinantes do nível de renda per capita em estado estacionário desses países diferem. Deve-se esperar que o retorno ao capital seja maior para menores níveis de capital por trabalhador, que os países se dirijam para o seu próprio estado estacionário; e, que, apenas países com determinantes semelhantes tendam a convergir para o mesmo nível de renda per capita.

Conforme aborda Silva (2004), só haveria convergência no modelo de Solow se fossem controladas determinadas variáveis, o que o tornaria compatível com o conceito de convergência condicional, que será descrita no próximo tópico deste capítulo. Portanto, a rejeição da hipótese de convergência absoluta entre todas as economias não seria condição suficiente para que se rejeitasse por completo o modelo neoclássico de crescimento económico, como os autores do crescimento endógeno acreditavam (SILVA, 2004).

Após, vários trabalhos empíricos, tais como Barro e Sala-i-Martin (1992), Baumol e Wolf (1988) e Ben-David (1997) demonstraram ser a convergência uma hipótese fortemente considerável para países ou regiões com certo grau de similaridade entre seus principais parâmetros, deixando implícita a existência de uma convergência não absoluta, porém condicionada as determinadas características das unidades em estudo.

Os modelos buscaram outras explicações para o crescimento e justificavam a não existência de convergência através de retornos constantes ou crescentes ao capital, externalidades, equilíbrios competitivos e diferenças nos níveis de acumulação de capital, no comportamento dos governos de cada país e nas taxas de concentração de renda. Para tais modelos, não ocorreria a existência de um estado estacionário e permitiam que as economias diferissem no nível de renda per capita de longo prazo, mesmo estas apresentando parâmetros estruturais semelhantes.

4.2.Modelo analítico de Convergência

Este trabalho aborda aspectos relativos a evolução do PIB per capita dos países que são considerados como membros da OCDE, pelo que procedemos a análise do teste de

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convergência do PIB per capita de cada um dos países membros desta organização. Para prosseguir com este trabalho utilizaremos dois testes de convergência, que são considerados de grande importância e relevância para o estudo de existência ou não de convergência entre conjunto de países e permite fazer uma comparação entre os resultados encontrados.

O primeiro teste que iremos utilizar será a de β-convergência para verificar a ocorrência de convergência absoluta e condicional para os países membros da OCDE relativamente ao período de 1995 a 2014.

O segundo teste utilizado será a de Sigma (-convergência para verificar a dispersão de PIB per capita entre os referidos países da OCDE no período de 1995 a 2014.

4.2.1.Teste de β-convergência

Segundo Silva (2004), a hipótese de β-convergência é testada de forma tradicional por meio de um modelo de regressão linear simples pelo qual estima-se a taxa de crescimento de renda per capita em relação à renda per capita da região, pelo método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).

Pelo que a equação básica do nosso modelo será a seguinte:

(Yt- Y0) / (Y0) = β1+β2Y0+

m que Yt corresponde a PIB per capita final e Y0 corresponde a PIB per capita inicial. Sendo que corresponde é o erro aleatório (SALA-I-MARTIN, 1996).

Por sua vez o lado esquerdo corresponde à taxa de crescimento de renda per capita. E de acordo com a optica de Silva, quando ocorre uma correlação negativa entre a taxa de crescimento e a renda per capita inicial ( β2 < 0) indica que está ocorrendo β -convergência absoluta.De acordo com esse modelo, existe -convergência, se β2 é negativo e estatisticamentesignificativo, porque a taxa média de crescimento da renda per capita entre os períodos inicial e final estará negativamente correlacionada com o nível inicial da renda per capita.Sendo que este modelo de -convergência absoluta apresenta algumas limitações, como por exemplo, por considerar que a regressão propostas supõe que todas as unidades estudadas têm o mesmo nível de renda per capita em estado estacionário.Deste modo, este modelo de -convergência absoluta deu lugar a -convergência condicional. Esta hipótese significa que cada país possui um nível próprio de renda per capita em estado estacionário, oriundo de suas particularidades em termos de preferências, tecnologias e capital humano (SALA-IMARTIN,1996). E segundo Silva a renda per capita de país tende a crescer mais rápido quanto mais distante ela estiver de

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seu nível de estado estacionário, pelo que apresenta uma margem de crescimento maior do que os outros países que se encontram perto do estado estacionário.Portanto a nossa nova equação para -convergência condicional será:

(Yt- Y0) / (Y0) = β1+β2Y0 + x +

A variável X representa um vetor de variáveis relativas ao estoque de capitalhumano e outras características geográficas, estruturais e institucionais que são incluídas com o seu valor no período inicial da amostra de modo a uma maior visão estrutural do local.E existe -convergência condicional quando ocorre uma relação negativa entre a taxa de crescimento da renda per capita e seu valor inicial (β2 < 0) (SALA-I-MARTIN, 1996), após controladas as diferenças de países em termos das variáveis incluídas em X (com 0) (SILVA,2004).Portanto, aproximando no nosso trabalho, a existência de β-convergência significa que a economia dos países citados tem tendência à situação de equilíbrio no longo prazo. Pelo que os países membros da OCDE, representarão um clube de convergência se houver ocorrência de -convergência referente ao período de 1995 a 2014.

4.2.2.Teste de Sigma (-convergência

Na opinião de Alves e Fontes, o teste de -convergência consiste em observar a dispersão da renda per capita dos países nos sucessivos anos, desde que tenha como condição suficiente a verificação de uma queda nesta dispersão, pelo que a -convergência pode ser testada pela análise do coeficiente de variação (C.V.), dado pela razão entre o desvio-padrão e a média aritmética da renda per capita dos referidos países relativamente aos períodos em estudo.Vieira et al. (2008) citam ainda que -convergência analisa a dispersão, em umespaço de tempo, da renda per capita da economia do conjunto dos países. Se esta dispersão, medida pela variância ou desvio-padrão amostral, diminuir ao longo do tempo ( t t+k), representará evidência em favor da hipótese de convergência.

4.3.Dados

Para análise da convergência dos países membros da OCDE, optou-se por uma série de dados de 34 observações, distribuídas anualmente, as quais se iniciam no período de 1995 seguindo até o período de 2014. A escolha destes períodos foi motivada pelo interesse em verificar se existiu ou não convergência do PIB per capita dos países membros da OCDE, ou seja para analisar se os países da OCDE estão a tender à equalização influenciadas pelas políticas de crescimento e desenvolvimento adoptada por esta organização.

Sendo que os dados presentes neste trabalho foram decorrentes de pesquisas secundárias, da analise de dados no Excel e no Ewieus, e também via internet

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nomeadamente da recolha dos referidos PIB per capita através do site do FMI e do site do Banco Mundial.

4.4.Caracterização da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é uma organização internacional composta por 34 países onde prevalece o princípio da Democracia representativa e da Economia de livre mercado, que procura estabelecer um conjunto de programas para comparar políticas económicas de modo a solucionar problemas comuns e coordenar políticas domésticas e internacionais. E sendo que a maioria dos países membros da OCDE tem economia com elevado PIB per capita e elevado Índice de Desenvolvimento Humano e são considerados países desenvolvidos.

Tendo sido criada em 30 de Setembro de 1961, a OCDE sucedeu à Organização para a Cooperação Económica Europeia que tinha sido criada em 16 de Abril de 1948. E actualmente a OCDE é chamada de "Grupo dos países Ricos", porque os 31 países participantes produzem juntos mais da metade de toda a riqueza do mundo. E cujo a sede da OCDE é localizada no Château de la Muette em Paris na França.

Após a sua criação, a OCDE passou a ter como objectivo apoiar um crescimento económico duradouro dos países membros, promover a criação de emprego, aumentar o nível de vida da população, manter a estabilidade financeira, ajudar os outros países a desenvolverem as suas economias e contribuir para o crescimento do comércio mundial.

A OCDE também partilha os seus conhecimentos e troca de ideias com mais de 100 outros países e economias, e implementa políticas de forma a ajudar países menos desenvolvidos da África, de modo a promover políticas que visem o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo e de forma a combater à corrupção e à evasão fiscal no mundo.

Existem presentemente 34 países membros da OCDE:

Áustria;Bélgica;Dinamarca;França;Grécia;Islândia;Irlanda;Itália;Luxemburgo;Holanda;Noruega;Portugal;Suécia;Suíça;Turquia;Reino Unido; Alemanha; Espanha; Canadá, Estados Unidos; Japão; Finlândia; Austrália; Nova Zelândia; México; República Tcheca; Hungria; Polônia; Coreia do Sul; Eslováquia; Chile; Estônia; Israel e Eslovênia.

Destes 34 países, Hungria, México e Turquia são descritos pelas entidades internacionais como economias de renda média alta do Banco Mundial. Os restantes membros, são consideradas como economias de renda alta.5.Resultados e Discussões

5.1.Análise de β-convergência

Neste nosso trabalho, primeiramente foi formulado o modelo de regressão linear simples para os dados agrupados para os países membros da OCDE, no período

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compreendido entre 1995 a 2014. Daí foi realizado o teste, onde pretende-se verificar a tendência de que PIB per capita dos países mais pobre estão a ter um crescimento mais rápido do que o PIB per capita dos países mais ricos referentemente ao período de 1995 a 2014.

Pelo que neste modelo, iremos analisar o teste da β-convergência absoluta, onde a taxa de crescimento do PIB per capita representa a nossa variável dependente e a nossa variável explicativa ou independente será o PIB per capita de 1995.

Conforme o quadro que propusemos abaixo, iremos analisar a convergência dos países membros da OCDE no período de 1995 a 2014.E a partir do modelo correspondente podemos testar a nossa hipótese onde, podemos observar através da estatística T que o nosso parâmetro de intersecção é significativo a 5%, pois o nosso T calculado em termo absoluto é maior que o T crítico (4.049537> 2), e respectivamente o nosso parâmetro da inclinação também é significativo a 5% sendo que o nosso Tcalculado é maior que T critico(7.951625>2). E o R2 é cerca de 33.88% o que significa que a nossa variável dependente Taxa de crescimento de PIB per capita é 33.88% explicada pela nossa variável independente PIB per capita 1995. Portanto respectivamente ao modelo de regressão linear simples estimado verifica-se que o nosso parâmetro de inclinação é negativo, pelo que sugere uma relação negativa entre a taxa de crescimento de PIB per capita e a variável explicativa PIB per capita 1995. Portanto o resultado indica que houve um processo de convergência absoluta da PIB per capita entre os países membros da OCDE no período de 1995 a 2014.

Quadro 1: Obtida através do EViewsDependent Variable: TAXAMethod: Least SquaresDate: 07/06/15 Time: 09:44Sample: 1 34Included observations: 34

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.  

PIBPERCAPITA -5.33E-05 1.32E-05 -4.049537 0.0003C 2.560918 0.322062 7.951625 0.0000

R-squared 0.338826    Mean dependent var 1.456227Adjusted R-squared 0.318164    S.D. dependent var 1.208892S.E. of regression 0.998222    Akaike info criterion 2.891341Sum squared resid 31.88633    Schwarz criterion 2.981127Log likelihood -47.15280    Hannan-Quinn criter. 2.921961F-statistic 16.39875    Durbin-Watson stat 2.193207Prob(F-statistic) 0.000305

Portanto esta tabela põe em evidência que existe a β-convergência absoluta de PIB per capita entre os países membros da OCDE, pelo que os estados membros desta organização estariam a tender à equalização, pelo que os países mais pobres apresentaram uma margem de crescimento de PIB per capita maior do que os países mais ricos. Sendo que existe uma convergência de PIB per capita relativamente ao

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período de 1995 a 2014, podemos constatar que a Teoria de Solow se aplica neste caso, onde podemos afirmar que os países mais pobres da OCDE tenderiam a apresentar um crescimento de PIB per capita maior do que os países mais ricos da OCDE.

5.2.Análise de Sigma () -convergência

Sabendo que análise de -convergência pretende verificar a dispersão do PIB per capita no período de 1995 a 2014 respectivamente aos países membros da OCDE. E para que ocorra sigma convergência iremos analisar o coeficiente de variação (C.V.) do PIB per capita do período citado, em que consiste na razão entre o desvio-padrão e a média aritmética desta variável respectivamente aos períodos referidos, ou seja iremos verificar se houve uma queda na dispersão do PIB per capita de 1995 a 2014.

1995 2014

Média20,731.5

0 41,901.89D. Padrão 13205.83 24059.5C.V. 0.636993 0.574186

Podemos notar de uma forma geral que houve uma manifestação de -convergência dos países membros da OCDE, para o período de 1995 a 2014. Deste modo podemos citar que as desigualdades reduziram pelo que a economia dos países mais pobres cresceram mais rápido do que os países mais ricos. A análise de sigma convergência propõe que existiu um ciclo de convergência dos países membros da OCDE no período de 1995 a 2014, pois observa-se que houve uma diminuição do coeficiente de variação (C.V.) respectivamente aos períodos citados pelo que podemos referir que o PIB per capita dos países membros da OCDE tenderam à uma aproximação, pelo que os países mais pobres apresentaram uma margem de crescimento de PIB per capita maior do que os países mais ricos, provando uma clara evidencia ou tendência para a equalização do PIB per capita dos países membros da OCDE no período de 1995 a 2014, e perspectivando uma redução das desigualdades do PIB per capita entre os diferentes países que fazem parte desta organização.

6.Conclusão

Com base nas técnicas de econometria, neste trabalho analisamos o comportamento do

PIB per capita dos países membros da OCDE- Organização para Cooperação do

Desenvolvimento Económico, visando identificar evidências absolutas, relativas á uma

possível existência de convergência dessas economias, no decorrer do tempo, mais

precisamente no período de 1995 a 2014.

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Page 12: Análise de Convergência OCDE no período de 2000 a 2014

Na base dos dados obtidos, analisamos e constatamos que ocorreu um aumento do PIB

per capita de alguns países membros da organização, também verificou-se claras

variações nas taxas de crescimento de PIB per capita dos países da Organização no

período de estudo, onde algumas economias dos países desta Organização que

apresentavam PIB per capita elevadas, passaram a crescer a uma taxa menor do que as

economias dos países desta mesma organização que apresentavam PIB per capita mais

baixo.

Na análise do modelo empírico do modelo estimado, constatou-se haver evidências

claras de um processo de convergência absoluta do PIB per capita dos países membros

da OCDE durante o período entre os anos de 2000 a 2014. Contudo, observa-se a

tendência de redução das disparidades entre os países, ainda que as evidencias indiquem

que se trata de um processo demasiadamente lento, o que indica a demanda por políticas

públicas que actuem no sentido de reduzir o as desigualdades entre os países membros

da OCDE, pelo que economia desta organização tenderiam à equalização num período

de meia vida e, consequentemente as politicas de OCDE visa acelerar o processo de

convergência dessas economias.

7.Bibliografia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_para_a_Coopera %C3%A7%C3%A3o_e_Desenvolvimento_Econ%C3%B3mico

http://www.suapesquisa.com/geografia/ocde.htm

http://www.significados.com.br/ocde/

8.Anexos

Anexo 1: Tabela de PIB per capita( U.S. dólar) obtido no site do FMI

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Country 1995 2014 Taxa de crescimento

Australia 20,940.41 61,219.16 1.923493857Austria 30,282.65 51,306.67 0.694259584Belgium 28,566.91 47,721.59 0.670519843Canada 20,572.16 50,397.86 1.449808868Chile 5,090.12 14,477.10 1.844156916Czech Republic 5,761.61 19,563.33 2.395462379Denmark 35,471.26 60,563.62 0.707399737Estonia 2,559.68 19,670.85 6.684886392Finland 26,555.21 49,496.72 0.863917476France 27,893.73 44,538.15 0.596708293Germany 31,689.01 47,589.97 0.501781532Greece 12,883.23 21,653.08 0.680718267Hungary 4,467.37 13,881.13 2.107226399Iceland 26,987.54 51,261.88 0.899464716Ireland 19,185.92 53,461.97 1.786521053Israel 17,922.30 36,990.98 1.063963889Italy 20,614.09 35,823.22 0.737802639Japan 42,516.46 36,331.74 -0.145466485Korea 12,332.93 28,100.72 1.27851127Luxembourg 50,532.67 111,716.27 1.210773149Mexico 3,638.45 10,714.83 1.94488862Netherlands 28,797.71 51,372.96 0.78392518New Zealand 16,885.22 43,837.29 1.596193002Norway 34,789.46 97,013.26 1.788581944Poland 3,605.16 14,378.62 2.988344484Portugal 11,736.71 22,130.49 0.885578667Slovak Republic 3,734.04 18,454.04 3.942110958Slovenia 10,704.32 24,019.25 1.243883778Spain 15,548.64 30,278.35 0.947331085Sweden 29,878.73 58,491.47 0.957629056Switzerland 48,699.79 87,475.46 0.796218423Turkey 3,965.18 10,482.14 1.643547077United Kingdom 21,299.55 45,653.41 1.143397865United States 28,762.68 54,596.65 0.898176735

Média 20,731.50 41,901.89Desv.pad 13205.83 24059.49881C.V. 0.636993 0.574186494

Page 14: Análise de Convergência OCDE no período de 2000 a 2014

Anexo 2: Estimação do modelo de regressão através do EViews

Dependent Variable: TAXAMethod: Least SquaresDate: 07/06/15 Time: 09:44Sample: 1 34Included observations: 34

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Page 15: Análise de Convergência OCDE no período de 2000 a 2014

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.  

PIBPERCAPITA -5.33E-05 1.32E-05 -4.049537 0.0003C 2.560918 0.322062 7.951625 0.0000

R-squared 0.338826    Mean dependent var 1.456227Adjusted R-squared 0.318164    S.D. dependent var 1.208892S.E. of regression 0.998222    Akaike info criterion 2.891341Sum squared resid 31.88633    Schwarz criterion 2.981127Log likelihood -47.15280    Hannan-Quinn criter. 2.921961F-statistic 16.39875    Durbin-Watson stat 2.193207Prob(F-statistic) 0.000305

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