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Correntes de inrush
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
GUSTAVO VIANNA RAFFO
PROJETO DE DIPLOMAO
ANLISE DA CORRENTE DE INRUSH EM TRANSFORMADORES DE POTNCIA
Porto Alegre
(2010)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
ANLISE DA CORRENTE DE INRUSH EM
TRANSFORMADORES DE POTNCIA
Projeto de Diplomao apresentado ao
Departamento de Engenharia Eltrica da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos
requisitos para Graduao em Engenharia Eltrica.
ORIENTADOR: (Prof. Dr. Luiz Tiaraj dos Reis Loureiro)
Porto Alegre
(2010)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
GUSTAVO VIANNA RAFFO
ANLISE DA CORRENTE DE INRUSH EM
TRANSFORMADORES DE POTNCIA
Este projeto foi julgado adequado para fazer jus aos
crditos da Disciplina de Projeto de Diplomao, do Departamento de Engenharia Eltrica e aprovado em
sua forma final pelo Orientador e pela Banca
Examinadora.
Orientador: ____________________________________
Prof. Dr. Luiz Tiaraj dos Reis Loureiro, UFRGS
Formao Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto
Alegre, Brasil
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Luiz Tiaraj dos Reis Loureiro, UFRGS
Dr. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil
Eng. Ito Capinos, Alstom Grid
Prof. Dr. Roberto Petry Homrich, UFRGS
Doutor pela Universidade de Campinas Campinas, Brasil
Porto Alegre, (Dezembro 2010).
DEDICATRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, em especial pela dedicao e apoio em todos os
momentos difceis. Por terem se esforado para me dar a melhor criao possvel e uma
educao de qualidade. Aos meus dois irmos e duas irms por terem sempre estado presente,
nos bons e nos maus momentos, me apoiando e me servindo como exemplo de pessoas e
profissionais.
Por fim, mas no menos importante, eu quero dedicar no somente este trabalho, mas
tambm a minha formao de engenheiro eletricista, ao meu av. Infelizmente ele no est
mais presente entre ns, mas segue no meu corao e nos meus pensamentos, me dando fora
para enfrentar as dificuldades da vida. Ele me serviu como exemplo de ser humano amoroso,
alegre, honrado, corajoso, enfim, um dolo para mim.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais agradeo pelo amor, dedicao, carinho, afeto, pacincia, e por todo o
esforo para criar no somente a mim, mas tambm todos os meus irmos e irms, que hoje
so profissionais formados e com um futuro brilhante pela frente graas a essas duas pessoas
maravilhosas que nos trouxeram ao mundo. Pai e me, muito obrigado!
minha famlia e amigos por todas as palavras de apoio, momentos de descontrao
durante o curso.
Aos colegas pelo auxlio nas tarefas desenvolvidas durante o curso e pelas muitas
horas de estudo juntos que nos possibilitou concluir mais esta etapa de nossas vidas e tambm
ao Mestre em Engenharia Mario Oliveira pelo auxlio nas simulaes no software ATP e
orientao na anlise e interpretao dos resultados.
empresa Alstom, por me proporcionar um grande aprendizado e desenvolvimento
profissional durante o perodo em que estagiei l, agradeo em especial ao especialista em
clculo eltrico de transformadores, Renato Volpato e ao Engenheiro Eletricista Alexander
Guilherme Tesche pelo conhecimento transmitido durante o estgio.
Universidade, a alguns professores que se dedicam ao ensino de fato, como o
professor Doutor Luiz Tiaraj Loureiro dos Reis, que me orientou neste trabalho de forma
nica, instigando meus conhecimentos de futuro engenheiro e compartilhando o seu vasto
conhecimento na rea e aos funcionrios do DELET, que fizeram parte desta fase da minha
vida.
minha namorada, que me deu fora para desenvolver este trabalho, abdicando
muitas vezes de estar comigo para que eu pudesse enfim concluir mais esta etapa da minha
vida.
RESUMO
Os fenmenos transientes em transformadores de potncia so aspectos importantes a
ser analisados, a corrente de inrush um destes fenmenos. Este trabalho desenvolve uma
comparao entre a corrente de inrush e a corrente de curto circuito, utilizando o mesmo
parmetro para ambas. Esta comparao pertinente devido s duas correntes apresentarem
amplitudes de pico semelhantes.
utilizado um circuito simplificado para o ensaio da corrente de inrush no software
ATP. Nestas simulaes o parmetro que relaciona a reatncia de disperso de enrolamento
com a resistncia de enrolamento do transformador variado e observa-se a
representatividade da componente harmnica de segunda ordem em relao de primeira
ordem da corrente de inrush. Os resultados obtidos mostram que o critrio da
representatividade da segunda harmnica em relao primeira pode ser utilizado na
discriminao da ocorrncia de uma energizao de um transformador ou de um curto circuito
no enrolamento do transformador.
Palavras-chaves: Engenharia Eltrica. Transformador de Potncia. Corrente de Inrush.
2 Harmnica, ATP.
ABSTRACT
The transient phenomena in power transformers are important aspects to be analyzed,
the inrush current is one of them. This paper develops a comparison between inrush current
and fault current, using the same parameter for both. This comparison is relevant because of
the two currents present similar peak amplitude.
It uses a simplified circuit for inrush current testing on the software ATP. In these
tests, the parameter that relates the winding leakage reactance to the winding resistance of the
power transformer is varied, the representativeness of the second harmonic component to the
first harmonic component of the inrush current is observed. The results show that the criterion
of representativeness of the second harmonic compared to the first can be used to discriminate
the energization of a transformer or a short circuit in transformer winding.
Keywords: Electrical Engineering. Power Transformer. Inrush Current. 2nd
Harmonic,
ATP.
SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................... 12
2 A CORRENTE DE INRUSH .............................................................................................. 14
2.1 O Fenmeno .............................................................................................................. 14
2.2 Caractersticas bsicas .............................................................................................. 16
2.3 Descrio fsica do fenmeno ................................................................................... 18 2.4 Harmnicas da corrente de inrush .......................................................................... 22
2.5 Harmnicas da corrente de curto circuito .............................................................. 26
3 CONDIES INICIAIS NO FENMENO DE INRUSH .............................................. 32
3.1 Condies de manobra no surgimento do fenmeno de inrush ............................ 33
3.1.1 Chaveamento com tenso nula e sem magnetismo residual ..................... 33
3.1.2 Chaveamento com tenso nula e com mximo magnetismo residual de
polaridade oposta ao fluxo magntico sob condies de tenso normais .......... 35
3.1.3 Chaveamento com tenso nula e com mximo magnetismo residual de
mesma polaridade que o fluxo magntico sob condies de tenso normais .... 36
3.1.4 Chaveamento com tenso mxima e sem magnetismo residual .............. 38
3.1.5 Chaveamento com tenso mxima e com mximo magnetismo residual de
polaridade oposta ao fluxo magntico sob condies de tenso normais .......... 38
3.1.6 Chaveamento com tenso mxima e com mximo magnetismo residual de
mesma polaridade que o fluxo magntico sob condies de tenso normais .... 39 3.2 Mtodos para a reduo da corrente de inrush ..................................................... 40
4 SIMULAES E RESULTADOS..................................................................................... 43
4.1 Metodologia de anlise .............................................................................................. 43
4.2 Simulaes .................................................................................................................. 46
4.3 Resultados................................................................................................................... 54
4.3.1 Resultados obtidos para relao x/r igual a 10 ........................................... 55
5 CONCLUSES.................................................................................................................... 58
5.1 SUGESTES PARA FUTUROS TRABALHOS ................................................... 60
6 REFERNCIAS................................................................................................................... 61
ANEXO A ................................................................................................................................ 64
A.1 Resultados obtidos para relao x/r igual a 15 ...................................................... 64
A.2 Resultados obtidos para relao x/r igual a 20 ..................................................... 66
A.3 Resultados obtidos para relao x/r igual a 25 ...................................................... 67
A.4 Resultados obtidos para relao x/r igual a 30 ...................................................... 69
A.5 Resultados obtidos para relao x/r igual a 35 ...................................................... 71
A.6 Resultados obtidos para relao x/r igual a 40 ...................................................... 73
LISTA DE ILUSTRAES
FIGURA 1 CURVA DE HISTERESE NA RELAO B-H EM MATERIAIS
FERROMAGNTICOS ........................................................................................................ 15
FIGURA 2 CHAVEAMENTO COM INDUO REMANENTE IGUAL BP ............. 19
FIGURA 3 DISTORO DA CORRENTE DE EXCITAO DEVIDO A
SATURAO ......................................................................................................................... 21 FIGURA 4 CORRENTE DE INRUSH EM REALAO AO TEMPO
(NORMALIZADA) PARA X=-0,5 ........................................................................................ 23
FIGURA 5 CIRCUITO RL PARA MODELAGEM DO TRANSFORMADOR. ............ 26
FIGURA 6 GRFICO DA CORRENTE DE FALTA NO DOMNIO DO TEMPO. ..... 30
FIGURA 7 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO COM TENSO NULA E SEM MAGNETISMO RESIDUAL......... 34
FIGURA 8 COMPORTAMENTO DA CORRENTE A VAZIO EM RELAO
INDUO MAGNTICA. .................................................................................................... 34 FIGURA 9 FORMA DE ONDA DA CORRENTE DE INRUSH....................................... 35
FIGURA 10 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO COM TENSO NULA E MAGNETISMO RESIDUAL COM
POLARIDADE OPOSTA AO FLUXO MAGNTICO . ................................................... 36
FIGURA 11 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO . ................................................................................................................ 37
FIGURA 12 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO PARA A CONDIO BR=BN E COM MESMA POLARIDADE.. . 37
FIGURA 13 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO COM TENSO MXIMA E COM MXIMO MAGNETISMO
RESIDUAL COM POLARIDADE OPOSTA AO FLUXO MAGNTICO ..................... 39
FIGURA 14 COMPORTAMENTO DA INDUO MAGNTICA NO MOMENTO DO
CHAVEAMENTO COM TENSO MXIMA E COM MXIMO MAGNETISMO
RESIDUAL DE MESMA POLARIDADE QUE O FLUXO MAGNTICO....................40 FIGURA 15 CORRENTE DE INRUSH AO ENERGIZAR UM TRANSFORMADOR
DE 20KVA SEM O BANCO DE RESISTORES EM SRIE ............................................ 40 FIGURA 16 CORRENTE DE INRUSH AO ENERGIZAR UM TRANSFORMADOR
DE 20 KVA COM O BANCO DE RESISTORES EM SRIE .......................................... 41
FIGURA 17 CURVA DE SATURAO DO TRANSFORMADOR I X V....................... 48 FIGURA 18 CIRCUITO DE ENSAIO DA CORRENTE DE INRUSH ............................ 50
FIGURA 19 ESQUEMA DE LIGAO DOS ENROLAMENTOS PRIMRIO E
SECUNDRIO ....................................................................................................................... 51
FIGURA 20 DADOS DE ENTRADA DO MODELO DO GERADOR NO ATP ............ 52
FIGURA 21 DADOS DE ENTRADA DO MODELO DA CHAVE SECCIONADORA
NO ATP ................................................................................................................................... 52 FIGURA 22 DADOS DE ENTRADA DO MODELO DO TRANSFORMADOR
MONOFSICO NO ATP ...................................................................................................... 53
FIGURA 23 DADOS DE ENTRADA DA CURVA DE SATURAO DO
TRANSFORMADOR............................................................................................................. 53
FIGURA 24 CURVA DE SATURAO DO MODELO DO TRANSFORMADOR ..... 54 FIGURA 25 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=10......... 55
FIGURA 26 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=10 ......................................................................................................................................... 55 FIGURA 27 CORRENTE DE INRUSH DAS FASES A, B E C PARA X/R=10 .............. 56
FIGURA 28 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=10 ......................................................................................................................... 56
FIGURA 29 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=15......... 64
FIGURA 30 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=15 ......................................................................................................................................... 65 FIGURA 31 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=15 ......................................................................................................................... 65 FIGURA 32 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=20......... 66
FIGURA 33 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=20 ......................................................................................................................................... 66 FIGURA 34 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=20 ......................................................................................................................... 67 FIGURA 35 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=25......... 68
FIGURA 36 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=25 ......................................................................................................................................... 68 FIGURA 37 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=25 ......................................................................................................................... 69 FIGURA 38 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=30......... 69
FIGURA 39 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=30 ......................................................................................................................................... 70 FIGURA 40 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=30 ......................................................................................................................... 70 FIGURA 41 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=35......... 71
FIGURA 42 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=35 ......................................................................................................................................... 72 FIGURA 43 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=35 ......................................................................................................................... 72 FIGURA 44 CURVA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA X/R=40......... 73
FIGURA 45 FORMA DA ONDA DA CORRENTE DE INRUSH DA FASE A PARA
X=40 ......................................................................................................................................... 73 FIGURA 46 AMPLITUDES DAS HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
PARA X/R=40 ......................................................................................................................... 74
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 RELAO DA SEGUNDA COM A PRIMEIRA HARMNICA DA CORRENTE DE INRUSH..................................................................................................... 25
TABELA 2 COMPARAO DO FATOR K ATRAVS DO MTODO EXATO E DO
MTODO PARAMETRIZADO ........................................................................................... 29
TABELA 3 TAXA DA AMPLITUDE DA SEGUNDA HARMNICA PARA A
FUNDAMENTAL DA CORRENTE DE CURTO CIRCUITO PARA DIVERSOS
VALORES DE E V. ............................................................................................................ 31
QUADRO 1 VALORES DA REATNCIA DE DISPERSO EM FUNO DO
PARMETRO X/R ................................................................................................................ 47
QUADRO 2 CARACTERSTICAS DO MODELO DO TRANSFORMADOR DE
POTNCIA MONOFSICO ................................................................................................ 47
QUADRO 3 CARACTERSTICAS DO GERADOR DE TENSO TRIFSICO .......... 49
QUADRO 4 CARACTERSTICAS DA CHAVE SECCIONADORA TRIFSICA....... 50
QUADRO 5 RESULTADOS DAS COMPONENTES HARMNICAS DE PRIMEIRA
E DE SEGUNDA ORDEM OBTIDOS PARA VALORES DA RELAO X/R ENTRE 10 E 40 PARA A CORRENTE DE INRUSH ....................................................................... 57
LISTA DE ABREVIATURAS
ATP: Alternative Transient Program
FEM: Fora Eletro Motriz
IEC: International Electrotechnical Comission
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
12
1 INTRODUO
Um sistema eltrico de potncia tem como objetivo gerar, transmitir e distribuir
energia eltrica de qualidade para seus consumidores. Os transformadores de potncia fazem
parte da transmisso e distribuio da energia gerada. A fim de transmitir e distribuir uma
energia de qualidade, diversos aspectos do transformador de potncia devem ser analisados no
momento do projeto e execuo do mesmo.
Os fenmenos que ocorrem no perodo transiente em transformadores de potncia
provavelmente forneceram, aos projetistas e pesquisadores deste tipo de mquina eltrica, os
maiores desafios em suas pesquisas e estimularam a evoluo dos mtodos hoje existentes
para anlise destes fenmenos. A grande dificuldade estava em reproduzir, em laboratrio ou
sala de testes, as condies idnticas quelas que ocorriam na prtica.
A insero de uma nova unidade transformadora de potncia no sistema eltrico,
bem como o desligamento e religamento deste na rede eltrica ocasiona um fenmeno
transiente chamado de inrush. Este fenmeno causa alguns transtornos para os
operadores do sistema eltrico e tambm para as mquinas deste sistema. O efeito que
este trabalho ir analisar a chamada corrente de inrush.
O fenmeno da corrente de inrush em transformadores de potncia resultado da
energizao da mquina, ou seja, quando um transformador entra em operao ele precisa ser
magnetizado, o que por sua vez, resulta em uma corrente de magnetizao de grande
amplitude e forma de onda distorcida, conhecida como a corrente de inrush.
Como a corrente de inrush tem, em muitos casos, mesma magnitude que a corrente de
curto circuito do transformador, este trabalho visa analisar um critrio que diferencie estas
duas correntes. Este critrio desenvolvido neste trabalho com base na bibliografia existente,
13
a fim de caracterizar atravs do mesmo parmetro para as duas correntes as diferenas
encontradas entre estas.
14
2 A CORRENTE DE INRUSH
2.1 O FENMENO
Ao desconectar um transformador de potncia da fonte de energia, ocorre uma
interrupo da corrente circulante na mquina e a intensidade de campo magntico, bem como
a fora magnetomotriz de excitao do ncleo vai zero.
O ncleo feito de um material ferromagntico, que apresenta o fenmeno da
histerese, que se caracteriza por uma relao no linear entre a intensidade de campo
magntico e a induo magntica, representada na figura 1 [1]. Quando o transformador
desenergizado, dependendo do valor de excitao, haver um resduo de induo magntica
no ncleo, que convencionalmente chamado de induo remanente. Esta induo remanente
pode representar 50 a 90% da induo mxima de operao da mquina, dependendo do tipo
de ao-silcio empregado [3].
15
Figura 1 Curva de histerese na relao B-H em materiais ferromagnticos
Portanto, ao re-energizar a mquina, pode haver um fluxo remanente de valor
desconhecido. Dessa forma, dependendo do valor de induo remanente que haja no ncleo e
do valor da tenso no instante em que o chaveamento ocorre, ser necessrio um aumento
acima do valor de pico da densidade de fluxo magntico no ncleo para que o transformador
consiga apresentar suas caractersticas de tenso e corrente nominais.
Este aumento na induo magntica no ncleo do transformador pode chegar a no
mximo trs vezes o valor da induo magntica de pico no pior caso, o que de qualquer
forma gera uma corrente de inrush com amplitude maior que a da corrente nominal.
Deve-se mencionar que esta corrente de inrush de grande magnitude no era comum
nos primeiros projetos de transformadores desenvolvidos, visto que a densidade de fluxo
16
magntico aplicada antigamente era aproximadamente 50 a 75% do valor atualmente
empregado. Entretanto, com o desenvolvimento e evoluo do material que compe o ncleo
(ao-silcio e isolantes), as perdas foram reduzidas possibilitando o aumento da induo
aplicada ao ncleo. Este aumento gerou consequentemente um aumento na corrente de inrush,
dando grande expresso ao fenmeno antes despercebido.
2.2 CARACTERSTICAS BSICAS
A corrente de inrush, descrita no item 2.1, pode apresentar uma amplitude de 8 a 10
vezes o valor da corrente nominal do transformador de acordo com a referncia [7]. Porm,
outros autores caracterizam esta relao de uma forma mais detalhista, como, por exemplo
[3], que afirma que a corrente de inrush de aproximadamente 25 vezes a corrente nominal
em 0,01s e aproximadamente 12 vezes a corrente nominal em 0,1s.
Esta corrente de inrush transiente necessria para estabelecer o campo magntico do
transformador, porm este fenmeno gera muitos efeitos indesejados, j que a amplitude da
corrente de inrush est na faixa da amplitude da corrente de curto circuito. Este fenmeno
pode causar diversos danos mquina, como, estresse dinmico nas bobinas do
transformador, falha da operao da proteo diferencial do transformador, deteriorao do
isolamento, da estrutura de suporte mecnico dos enrolamentos e reduo na qualidade da
energia do sistema.
A durao, amplitude e forma de onda da corrente de inrush dependem de alguns
parmetros do transformador e do prprio sistema de potncia. A seguir, apresentam-se os
parmetros referentes aos transformadores:
Potncia nominal do transformador;
17
Material usado para fabricar o ncleo do transformador;
Fluxo residual existente no ncleo magntico antes do chaveamento do
transformador;
Fluxo transiente produzido pela integral da fonte de tenso alternada.
Podem-se citar algumas caractersticas importantes da corrente de inrush, como por
exemplo:
Geralmente contm uma componente DC de offset, harmnicos mpares e
pares de corrente;
A constante de decaimento geralmente muito maior que a constante de
decaimento da corrente de falta;
A componente de segunda harmnica aumenta quanto maior for o decaimento
da corrente de inrush.
Inicialmente, tinha-se como parmetro mnimo para a componente de segunda
harmnica um valor de aproximadamente 17% da fundamental. No entanto, percebeu-se que
ao energizar transformadores com tenses reduzidas, a corrente gerada na energizao dos
transformadores continha um percentual inferior de segunda harmnica, em torno de 10% em
relao fundamental [3].
2.3 DESCRIO FSICA DO FENMENO
Quando o transformador re-energizado por uma fonte de tenso, a variao de fluxo
deve obedecer a Lei de Faraday,
dt
dNV
(1)
18
Onde V a tenso aplicada, N o nmero de espiras e dt
d a variao do fluxo
magntico.
Sendo assim, o fluxo segue a forma de onda da tenso aplicada,
)( wtsenp (2)
Onde o fluxo magntico, p o valor de pico do fluxo magntico, w igual a
2 f, sendo f a freqncia da rede e o ngulo de fase da senoide. Define-se o fluxo
magntico pela seguinte expresso,
BdA (3)
Onde B a densidade de fluxo magntico e A a rea da seo transversal por onde
passa o fluxo magntico. Assume-se que a densidade de fluxo magntico uniforme no
ncleo, visto que a rea da seo transversal do mesmo constante, dessa forma,
cBA (4)
Onde cA a rea da seo transversal do ncleo. Ento, pode-se chegar expresso para o
pico de fluxo magntico substituindo na expresso (4), B por pB , finalmente obtm-se,
cpp AB (5)
Onde pB o valor de pico da induo magntica. Agora, pode-se definir a expresso
para a tenso V como,
)cos( wtANwBV cp (6)
E para definir a tenso de pico, utiliza-se o valor mximo para todos os termos integrantes da
expresso (6), logo,
cpcp AfBNANwBV 2 (7)
19
Analisando a expresso acima, pode-se afirmar que a induo magntica, para manter
a variao de tenso, dever oscilar entre valores de pB por um ciclo. No pior caso, quando a
induo remanente for de aproximadamente pB e a fonte de tenso for ligada requerendo,
para a tenso no chaveamento, um valor de induo equivalente a -pB , ser necessria uma
induo magntica de pB2
para atingir o valor de tenso de chaveamento, conforme mostra a
figura 2.
Figura 2 Chaveamento com induo remanente igual a pB
Agora para a tenso atingir um valor de operao que corresponda induo de + pB ,
a induo magntica ir somar mais uma parcela de induo de pico, portanto ter ao final do
ciclo triplicado seu valor para conseguir colocar a mquina em operao sob as condies
acima apresentadas.
20
Sabe-se que em transformadores de potncia, o valor de pB est em torno de 10 a 20%
abaixo da saturao, ento no caso, o ncleo ser fortemente saturado e por isso precisar de
uma alta corrente de excitao. Esta a corrente de inrush citada anteriormente.
Denominando-se a induo magntica remanente no ncleo como rB , que sem perda de
generalidade, assume-se como sendo positiva. Dessa forma, pode-se dizer que o fluxo
magntico dado por,
crr AB (8)
Onde r o fluxo magntico remanente proveniente da induo magntica remanente.
a variao de fluxo magntico necessria para trazer a tenso do seu valor
inicial ao seu valor mximo. Considera-se que uma parte de ser para levar o ncleo at
a saturao e outra ser o chamado fluxo incremental, a primeira parcela dada por
aproximadamente,
crs ABB )( (9)
Onde sB o valor da induo magntica de saturao do ncleo. Se a variao de
fluxo magntico for aumentada, ser necessria uma alta corrente de excitao. Como na
regio de saturao o ncleo, leo e/ou ar tem a mesma permeabilidade, a densidade de fluxo
incremental ser a mesma atravs do interior da bobina. Calcula-se a rea transversal da
bobina pelo raio mdio mR , tem-se 2
mRA , assim a densidade de fluxo incremental dada
por,
)( rsinc BBA
B
(10)
O campo magntico incremental no interior da bobina dado pela equao,
HHB incinc 00 (11)
21
Esta aproximao possvel visto que o campo necessrio para atingir a saturao
muito pequeno em relao ao campo magntico total. Assim sabe-se que,
hNIH / (12)
Onde h a altura da bobina, pode-se escrever,
])([0
crs ABBA
hNI
(13)
Enquanto a tenso senoidal, a corrente assume uma forma muito distorcida devido,
principalmente, aos efeitos da saturao. Porm alguma distoro pode ser percebida mesmo
antes da saturao ser atingida proveniente de caractersticas no lineares da curva B-H. Estas
situaes podem ser vistas na figura 3 [1].
Figura 3 Distoro da corrente de excitao devido saturao
22
2.4 HARMNICAS DA CORRENTE DE INRUSH
Como a corrente de inrush pode ser to grande quanto corrente de curto circuito,
de suma importncia que algumas caractersticas de ambas sejam levantadas para que seja
possvel discrimin-las. O propsito de saber distinguir uma da outra para que no ocorram
falsos alarmes, ou ainda pior, o sistema de proteo no identifique corretamente que um
curto circuito ocorreu e no desarme a mquina.
Apesar do fato que existem diferentes tipos de harmnicas, deve-se prestar muita
ateno na segunda harmnica. Esta componente de frequncia est presente em pequenos
valores nas correntes de falta, ento pode ser usada como teste se a condio de falta
verdadeira ou se apenas uma condio de magnetizao. Com os sistemas de potncia
tornando-se cada dia maiores e mais complexos em ambos os lados, capacidade e tenso,
unidos ao grande uso de cabos no aterrados, tem-se uma gerao de uma quantia
considervel, porm muito inferior que na corrente de inrush, de segunda harmnica de
corrente no evento da falta. O contedo desta segunda harmnica pode ser comparado ao
produzido na corrente de inrush.
Para evitar isto, faz-se uma anlise dos dois tipos de corrente em relao no domnio
do tempo. Usando a expresso (2), pode-se escrever,
])([)( senwtsenABsenwtsen cppp (14)
substituindo a expresso (11) na expresso (10) tem-se,
)]()([)(0
rpspc BsenBBwtsenBNA
hAtI
(15)
A equao (15) vlida para I(t) positivo e aproximadamente zero para valores negativos
das indues no lado direito da expresso. Assim I(t) permanecer positivo por um ciclo de
valores de wt entre,
23
Xsenwt 11 ,
wt2 sen1X
Onde, p
rps
B
BsenBBX
(16)
tem-se assim o intervalo
wt2 wt1 2sen1X , no qual I(t) ser positivo. Agora realizando
um deslocamento no tempo, onde a origem estar em t1, a expresso (15) ficar,
0
])([)(
1 XXsenwtsenItI
p ,
22
20
1
1
wtXsen
Xsenwt (17)
onde NA
BhAI
pc
p
0 . Os valores mximos e mnimos de X ocorrero quando sen=1.
p
rps
B
BsenBB
X
)2
(
min
p
rps
B
BsenBB
X
)2
(
max
(18)
p
rs
B
BBX
)(1min
p
rs
B
BBX
)(1max
(19)
Ento, X no pode ser menor que -1, j que a induo de saturao ser sempre maior que a
induo remanente. Se X for maior que 1, isso significa que no h corrente de inrush
significativa. A figura 4 [1] mostra a corrente de inrush em relao ao tempo para X=-0,5.
Figura 4 Corrente de inrush em relao ao tempo (normalizada) para X=-0,5
24
Como o interesse encontrar uma relao da segunda harmnica da corrente de inrush
e da corrente de curto circuito com a componente fundamental, aplica-se a srie de Fourier
para analisar o contedo harmnico destas correntes. Para facilitar, reescreve-se a expresso
(17) como,
0
]cos)(1[)(
2
max XwtXwtsenXItI ,
22
20
1
1
wtXsen
Xsenwt (20)
Agora sim, pode-se expandir I(t) na srie de Fourier e obter os seguintes coeficientes,
2
0
0 )()(2
1wtdwtIa
2
0
)()cos()(1
wtdnwtwtIan (21)
2
0
)()()(1
wtdnwtsenwtIbn
Desenvolvendo as expresses acima, utilizando a equao (15) no intervalo pertinente, chega-
se aos seguintes coeficientes para as primeiras componentes harmnicas, assumindo
Xsen 12 ,
a0
Ip
1
21 X 2 (1 cos) Xsen X
Xsen
senX
senX
I
b
p
)4
2
2(
21
1 221 (22)
2
2
6
3
26
3cos1
2
1cos1
1 22
senX
sensenXX
I
a
p
)2cos1(
26
3cos1
2
cos1
6
3
21
1 22
XX
sensenX
I
b
p
Dessa forma, possvel relacionar a amplitude da segunda harmnica (|I2|) com a amplitude
da primeira (|I1), apresentada na equao (23) a seguir,
25
| I2 |
| I1 |a2
2 b2
2
a12 b1
2 (23)
Uma tabela para esta relao foi retirada de [1], que apresenta a taxa da segunda
harmnica em relao a primeira da corrente de inrush para diversos valores do parmetro X.
Tabela 1 Relao da segunda com a primeira harmnica da corrente de inrush
A partir destes dados, determina-se o valor mnimo de X praticado na fabricao de
transformadores de potncia. Assume-se como padro os seguintes valores,
TBB
TBB
TB
pr
sp
s
53,19,0
7,185,0
2
(24)
Substituindo estes valores em (16), obtm-se um valor mnimo de X=-0,72. Olhando a tabela
1 observa-se que o valor correspondente ser de aproximadamente 0,085, ou seja, maior que
8%. Esta a representatividade mnima da segunda harmnica da corrente de inrush em
relao componente fundamental.
26
2.5 HARMNICAS DA CORRENTE DE CURTO CIRCUITO
Por motivos de comparao, examina-se a dependncia com o tempo da corrente de
falta. Deve-se ignorar a corrente de carga no momento da falta e assume-se que o
transformador repentinamente aterrado em t=0. Pode-se modelar basicamente o
transformador como um circuito RL srie, com uma fonte de tenso alternada na entrada.
Neste caso, R ser a resistncia e L a indutncia de disperso do transformador.
Figura 5 Circuito RL para modelagem do transformador [1]
A fonte de tenso da entrada dada por,
)( wtsenVV p (25)
onde o ngulo de fase. O equacionamento do circuito RL srie dado por,
0
)( dt
dILRI
wtsenVp , 0
0
t
t (26)
Para resolver a equao (26) de uma maneira simples utiliza-se a transformada de Laplace,
no cabe aqui deter-se na resoluo pelo mtodo da transformada de Laplace, visto que este
no o escopo do trabalho, mas a soluo dada por [5],
27
))((
)cos()(
22 wsLsR
wssenVsI
p
(27)
Porm, como o interesse estudar as caractersticas da corrente de curto circuito no
domnio do tempo, faz-se a transformada inversa da equao (27),
)()(
)(1
)(2
wtsenesen
R
wLR
VtI
tL
Rp
(28)
onde )(tan 1
R
wL
Da equao (28) possvel obter a expresso da corrente de pico em regime permanente,
2)(1
R
wLR
VI
p
pcc
(29)
Agora para facilitar a representao e manipulao matemtica de (28), realiza-se a seguinte
substituio de variveis,
t R
Lv
(30)
Pode-se ento reescrever a equao da corrente de curto circuito como,
)()()(
senesenItI vpcc , ou
senesenItI vpcc )cos()cos)(()( (31)
Onde )(tan1 v
Para encontrar o maior valor de (31) para um dado ngulo , deriva-se a corrente em
relao e iguala-se esta a zero. J para determinar o valor de que causa a maior corrente
de falta, calcula-se a derivada da corrente em relao ao ngulo e tambm iguala-se a
28
mesma zero. As expresses que demonstram estes momentos de mximo so apresentadas
abaixo,
0cos)cos()(
senv
esen
I v (32)
0)(cos)cos(
senseneI
v (33)
Ao resolver as equaes, chega-se s seguintes relaes,
tan)tan( v (34)
0cos
vsene v (35)
Fica claro ento pela equao (34) que o valor do ngulo que gera a maior amplitude
da corrente de curto circuito igual a zero. Tambm se pode concluir que o momento em que
este mximo ocorre obtido pela soluo da equao (35), para >0. A partir destas
concluses, substituem-se as equaes (34) e (35) em (31) e chega-se a,
senvI
I
pcc
2max 1 (36)
Este o fator de assimetria do valor de pico da corrente de falta em regime permanente,
com o parmetro determinado atravs da expresso (35). Como este fator normalmente
referente ao valor eficaz da corrente em regime permanente, substitui-se Ipcc por 2 Irmscc na
expresso (36). Com o encontrado atravs da equao (35), se pode expressar a relao da
impedncia de disperso x com a resistncia r do transformador. Estas grandezas esto
em p.u.
senvI
IK
rmscc
)1(2 2max , r
x
R
wLv (37)
Parametrizando a equao (37), tem-se,
29
seneK xr
212 ,
r
x1tan e vr
x (38)
Esta parametrizao gera um pequeno erro de aproximadamente 0,7% que apresentado
abaixo na tabela 2 [1] que exibe valores de K utilizando as duas formas de representao de
do fator de assimetria.
Tabela 2 Comparao do fator K atravs do mtodo exato e do mtodo parametrizado
Sabe-se que quando =0 a assimetria mxima, a equao (31) fica,
senevv
ItI vrmscc )cos(
1
2)(
2 (40)
Ento para um valor de x/r=10, pode-se gerar um grfico da corrente de curto circuito no
domnio do tempo,
30
Figura 6 Grfico da corrente de falta no domnio do tempo [1]
Aplicando a serie de Fourier obtm-se os seguintes coeficientes,
)1(2
)(
2
0 v
pcc
ev
senI
a
11)1(
)(
2
2
1 v
pcc
ev
vsen
I
a
)cos(1)1(
)(
2
2
2
1
v
pcc
ev
vsen
I
b (41)
v
pcc
ev
vsen
I
a
2
2
2 1)41(
)(
v
pcc
ev
vsen
I
b
2
2
2
2 1)41(
2)(
Como no h interesse nos harmnicos de maior ordem que 2, estes no sero
demonstrados aqui.
31
A partir dos coeficientes de (41), pode-se obter a relao da amplitude da segunda
harmnica com a fundamental da corrente de curto circuito, conforme (23). Estas relaes so
demonstradas na tabela 3, retirada de [1] para diversos valores e v.
Tabela 3 Taxa da amplitude da segunda harmnica para a fundamental da corrente de curto
circuito para diversos valores de e v
Usualmente, transformadores de potncia tem uma relao x/r aproximadamente igual a
20 [1]. E a partir da tabela 3 possvel ver que a relao da amplitude da segunda harmnica
com a fundamental aproximadamente 4,5%. Comparando a taxa obtida na tabela 1 para a
corrente de inrush a partir do parmetro X com a taxa obtida na tabela 3 para a corrente de
falta a partir do parmetro x/r, percebe-se que h uma grande diferena na
representatividade da segunda harmnica para estas correntes, podendo ento este ser um
critrio para distinguir a corrente de inrush da corrente de curto circuito.
32
3 CONDIES INICIAIS NO FENMENO DE INRUSH
De acordo com os itens 2.4 e 2.5, pode-se observar que existem semelhanas entre a
corrente de inrush e a corrente de falta em transformadores de potncia. Estas semelhanas
podem causar a m operao de rels diferenciais de proteo, que devem atuar em caso de
curto circuito no barramento ou na mquina e no devido presena da corrente de inrush.
Os mtodos utilizados atualmente para discriminar estas duas correntes so
basicamente de dois tipos: os que utilizam as harmnicas para restringir e/ou bloquear a
mquina e os que utilizam a forma de onda para identificar se h ou no a falta.
A primeira soluo adotada para resolver este tipo de desvio foi adicionar um tempo
de atraso na operao dos rels diferenciais. Outra proposta foi a de desensibilizar o rel por
um curto perodo de tempo para que este no percebesse a presena da corrente de inrush [3].
Como estas solues no eram as mais apropriadas, visto que deixavam a mquina
desprotegida por instantes de tempo, percebeu-se, ao analisar o contedo harmnico da
corrente de inrush, que possvel usar este critrio para diferenciar as duas correntes em
questo. Ento, Kennedy e Harward propuseram um rel diferencial com restrio de
harmnicas para a proteo do barramento [18]. Em seguida, Harward [19] e Mathews [20]
desenvolveram este mtodo adicionando um percentual diferencial de restrio para a
proteo do transformador. Estes primeiros rels usavam todas as harmnicas como restrio.
Ento, Sharp e Glassburn apresentaram o conceito de bloqueio de harmnicas, com um rel
que bloqueava somente a segunda harmnica de corrente [21].
Atualmente muitos transformadores utilizam este tipo de proteo, o bloqueio de
harmnicas. Este mtodo garante a proteo para um grande percentual de casos onde a
corrente de inrush pode ser confundida pelo sistema de proteo com uma corrente de curto
circuito.
33
O problema deste mtodo ocorre quando a corrente de operao tem um baixo
contedo harmnico, podendo ento, passar despercebido pelo sistema de proteo
diferencial.
3.1 CONDIES DE MANOBRA NO SURGIMENTO DO FENMENO DE INRUSH
A seguir apresentam-se as seis principais condies de chaveamento de
transformadores de potncia. de extrema importncia salientar que estas condies so
aplicveis a transformadores monofsicos, porm podem-se aplicar os princpios de anlise
para transformadores polifsicos e/ou bancos de transformadores. Deve-se ter o cuidado de
considerar o comportamento magntico entre as diferentes fases da mquina.
3.1.1 CHAVEAMENTO COM TENSO NULA E SEM MAGNETISMO RESIDUAL
Sob condies normais de operao, o fluxo magntico no ncleo est defasado 90
em relao a tenso, assim, o fluxo atingir seu valor mximo quando a senoide da tenso
passar por zero. Devido a esta defasagem, o fluxo tem de variar entre os extremos, mximo
em uma direo e o outro mximo na direo oposta, a fim de produzir meio ciclo de onda da
fora eletromotriz (f.e.m.) no enrolamento. Portanto, o fluxo total circulante durante o
primeiro meio ciclo equivalente ao dobro da densidade de fluxo magntico mximo.
No instante do chaveamento, considerando que no h fluxo magntico residual no
ncleo, o fluxo parte de zero e tem de atingir um valor que corresponda aproximadamente ao
dobro da densidade de fluxo magntico para manter o nvel de tenso durante o primeiro meio
ciclo. As formas de onda desta condio so apresentadas na figura 7 [2].
34
Figura 7 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento com
tenso nula e sem magnetismo residual
As linhas pontilhadas, senoide e exponencial, representam a densidade de fluxo
nominal (Bn) e a componente transiente (B), respectivamente.
Pode-se explicar a razo pelo surgimento desta corrente de inrush ao analisar
novamente a curva B-H da figura 8 [2]. Para uma induo duas vezes maior que a induo
nominal da mquina, a corrente aumenta fora de proporo em relao corrente nominal da
de operao.
Figura 8 Comportamento da corrente a vazio em relao induo magntica
35
A seguir, apresenta-se a figura 9 [2] com a forma de onda da corrente de inrush. Pode-
se considerar esta forma de onda como a superposio de duas curvas, a primeira a corrente
nominal a vazio do transformador, com amplitude constante, e a segunda a componente
transiente, sob a forma de uma exponencial, que surge no chaveamento devido saturao do
ncleo.
Figura 9 Forma de onda da corrente de inrush
3.1.2 CHAVEAMENTO COM TENSO NULA E COM MXIMO MAGNETISMO RESIDUAL DE
POLARIDADE OPOSTA AO FLUXO MAGNTICO SOB CONDIES DE TENSO NORMAIS
Sob estas condies, no momento do chaveamento, ao invs do fluxo partir de zero,
este partir do valor correspondente a quantidade de magnetismo residual no ncleo. Neste
caso a polaridade do magnetismo residual oposta ao sentido que o fluxo magntico tende a
tomar, dessa forma, o fluxo ter que variar o equivalente a aproximadamente trs vezes a
induo nominal, o que resulta no surgimento de uma corrente de inrush com amplitude e
constante de tempo de decaimento ainda maior que no caso do item 3.1.1, porm com a
mesma forma de onda.
A figura 10 [2] apresenta o comportamento da induo versus tempo para o caso
descrito.
36
Figura 10 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento com
tenso nula e magnetismo residual com polaridade oposta ao fluxo magntico
Novamente as linhas pontilhadas, senoide e exponencial, representam a densidade de
fluxo nominal (Bn) e a componente transiente (B), respectivamente.
3.1.3 CHAVEAMENTO COM TENSO NULA E COM MXIMO MAGNETISMO RESIDUAL DE
MESMA POLARIDADE QUE O FLUXO MAGNTICO SOB CONDIES DE TENSO
NORMAIS
Pode-se dizer que esta uma das condies mais favorveis para o chaveamento de
transformadores, visto que pelo fato da induo remanente ter a mesma polaridade que a
variao de fluxo magntico tende a tomar, obtm-se uma diminuio dos valores mximas
iniciais do fluxo, e consequentemente uma reduo na induo magntica inicial e na corrente
de inrush. A figura 11 [2] apresenta este caso, onde se percebe que a amplitude da induo
magntica varia pouco durante os primeiros ciclos.
37
Figura 11 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento
A figura 12 [2] apresenta o comportamento da induo no momento do chaveamento
para o caso em que o magnetismo residual corresponde densidade de fluxo magntico
nominal. Esta condio evita o surgimento do fenmeno da corrente de inrush j que o fluxo
magntico segue o seu curso normal.
Figura 12 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento para a
condio Br = Bn e com mesma polaridade
38
Pode-se perceber que a forma de onda da induo apresentada na figura 12 mantm os
seus valores e amplitude mxima constante nos dois sentidos. Esta constncia verifica que no
h o surgimento da corrente de inrush no momento do chaveamento devido caracterstica da
curva B-H.
3.1.4 CHAVEAMENTO COM TENSO MXIMA E SEM MAGNETISMO RESIDUAL
Este caso ainda mais favorvel que o descrito no item 3.1.3. Visto que no h
magnetismo residual, e devido defasagem da induo em relao tenso ser de 90, o fluxo
magntico para este caso partir de zero, atingir seu valor mximo em uma direo, passar
pelo zero novamente, atingir seu valor mximo na outra direo e voltar para zero, tendo a
onda simtrica em relao ao eixo do tempo.
Dessa forma, a corrente a vazio no excede sua amplitude nominal no mome nto do
chaveamento e, portanto, no apresenta o fenmeno de aumento de amplitude conhecido
como corrente de inrush.
3.1.5 CHAVEAMENTO COM TENSO MXIMA E COM MXIMO MAGNETISMO RESIDUAL DE
POLARIDADE OPOSTA AO FLUXO MAGNTICO SOB CONDIES DE TENSO NORMAIS
Neste caso haver a componente transiente da corrente e da induo devido ao
magnetismo residual no ncleo. Portanto o forma de onda do fluxo ser assimtrica em
relao ao eixo do tempo para os primeiros ciclos e para o caso em que a induo remanente
tem o mesmo mdulo que a induo nominal, a variao de fluxo magntico corresponder a
duas vezes o mdulo da induo magntica nominal. Este caso apresentado na figura 13 [2].
39
Figura 13 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento com tenso
mxima e com mximo magnetismo residual com polaridade oposta ao fluxo magntico
3.1.6 CHAVEAMENTO COM TENSO MXIMA E COM MXIMO MAGNETISMO
RESIDUAL DE MESMA POLARIDADE QUE O FLUXO MAGNTICO SOB CONDIES
DE TENSO NORMAIS
Este caso semelhante ao caso do item 3.1.5, onde o fluxo assimtrico em relao ao
eixo do tempo. Para mdulos iguais do magnetismo residual e da densidade de fluxo
magntico nominal, o fluxo total que necessrio para magnetizar o transformador o mesmo
apresentado no item 3.1.5, ou seja, aproximadamente duas vezes a densidade de fluxo
magntico nominal. Pode-se diferenciar este dois casos em questo pelo fato da onda de
induo e corrente de cada caso estar disposta em lados opostos do eixo do tempo. A figura
14 [2] apresenta as formas de onda da induo nominal, da induo incremental e da
superposio destas duas ondas, assim como a forma de onda da tenso que est defasada 90
em relao a induo magntica.
40
Figura 14 Comportamento da induo magntica no momento do chaveamento com tenso
mxima e com mximo magnetismo residual de mesma polaridade que o fluxo magntico
3.2 MTODOS PARA REDUO DA CORRENTE DE INRUSH
Inicialmente, sistemas de controle que realizavam a proteo dos transformadores de
potncia utilizavam um banco de resistores e contatos auxiliares com a finalidade de, ao
conectar esse banco de resistores em srie com o transformador no momento da manobra,
reduzir o mdulo da corrente de inrush. Este tipo de mtodo atualmente no mais
empregado, mas para fins acadmicos serve como exemplo de como reduzir o impacto da
corrente de inrush em transformadores. A seguir, seguem duas figuras retiradas de [2] que
apresentam o impacto da insero de resistores em srie com o transformador no momento do
chaveamento.
Figura 15 Corrente de inrush ao energizar um transformador de 20kVA sem o banco de
resistores em srie
41
Figura 16 Corrente de inrush ao energizar um transformador de 20kVA com o banco de
resistores em srie.
Observa-se que com o banco de resistores em srie durante a manobra, resistores estes
que tem uma queda de tenso de 5% da tenso de alimentao a vazio, o pico da corrente de
inrush reduz e a constante de tempo diminui drasticamente, estabilizando o sistema muito
rapidamente quando comparado ao chaveamento sem o banco de resistores.
Outro motivo importante para reduzir a corrente de inrush so os esforos mecnicos
sofridos pelos enrolamentos no momento da manobra. Estes esforos comprimem e estendem
os condutores uns contra os outros e o isolamento entre estes condutores individualmente
pode sofrer avarias, assim como o enrolamento como um todo pode se desalinhar ou criar
pontos com buracos entre condutores e at mesmo ter condutores adjacentes esmagados.
Aps inmeras operaes de chaveamento, pode haver um grande risco de falha do
isolamento entre espiras dos enrolamentos. Por causa dos efeitos indesejados da corrente de
inrush para o sistema de proteo, estrutura fsica da parte ativa do transformador e impacto
no prprio sistema de potncia no qual o transformador est inserido, algumas medidas para
reduzir este fenmeno podem ser tomadas [6]:
Pr-insero de resistores em srie;
Fechamento sncrono de disjuntores;
42
Insero de capacitor;
Insero de pr-resistor + Insero de capacitor;
Uso de uma carga auxiliar;
Uso de uma carga auxiliar + Insero de capacitor;
Uso de uma carga auxiliar + Insero de capacitor + Insero de pr-resistor.
Deve-se mencionar que estes mtodos citados no eliminam o efeito da corrente de
inrush, mas o reduzem consideravelmente. O problema encontrado para alguns destes
mtodos o custo para a aplicao em campo.
43
4 SIMULAES E RESULTADOS
4.1 METODOLOGIA DE ANLISE
Observa-se que o fenmeno da corrente de inrush est presente em toda e qualquer
energizao de transformadores de potncia a vazio, ou seja, sem carga. A ocorrncia desta
corrente inevitvel, porm utiliza-se um sistema de proteo capaz de detectar este
fenmeno e proteger o transformador de potncia. Ainda possvel, como apresentado no
captulo anterior, reduzir a magnitude desta corrente.
Durante dcadas estudou-se este fenmeno de diversas formas, podendo caracteriz-lo
basicamente de duas maneiras, analiticamente e quantitativamente. A caracterizao analtica
feita atravs da anlise da forma de onda da corrente de inrush, que visa o estudo do
comportamento da mesma em relao ao tempo. J a anlise quantitativa tem como foco a
decomposio desta forma de onda atravs de sries e transformadas [3].
Dentre os dois tipos de anlises, optou-se desenvolver neste trabalho a anlise
quantitativa. Porm, como se pode imaginar, uma anlise quantitativa abrange inmeros
aspectos. A anlise quantitativa pode ser realizada, por exemplo, atravs da Srie de Fourier
para diversas harmnicas, variando diferentes parmetros do transformador de potncia
utilizado.
Como impraticvel para este trabalho abranger todos estes aspectos, decidiu-se por
analisar a segunda harmnica da corrente de inrush. Porm, ainda existem alguns fatores a
serem determinados para este estudo. preciso determinar o perodo no qual ser estudada
esta componente e as caractersticas dos componentes do circuito de ensaio, como o gerador
de tenso e o transformador de potncia que se deseja estudar. A curva de saturao do
44
transformador fundamental para o comportamento do fenmeno de inrush, visto que este
ocorre devido saturao do ncleo do transformador no instante da energizao.
Primeiramente explica-se o porqu da escolha da segunda harmnica para a anlise
neste trabalho. Como foi dito anteriormente, existem basicamente duas formas de anlise da
corrente de inrush, qualitativa e quantitativa. Como de se esperar, os sistemas de proteo
existentes utilizam estes dois mtodos para caracterizar ou no a ocorrncia deste fenmeno e
ento atuar, protegendo o transformador de potncia de faltas internas, ou seja, a ocorrncia
de curto circuito nos enrolamentos do transformador, visto que a corrente de falta tem
aproximadamente a mesma amplitude da corrente de inrush.
Utiliza-se principalmente, para a proteo pelo mtodo de anlise quantitativo, o
critrio de restrio da segunda harmnica, que mensurada atravs do percentual desta em
relao harmnica fundamental da corrente de inrush. Utiliza-se tambm a
representatividade das demais harmnicas pares e mpares, assim como o valor da
componente DC da corrente de inrush. Porm, como a segunda harmnica tem a maior
representatividade em relao primeira entre as demais harmnicas, escolheu-se esta para
ser estudada neste trabalho.
Pode-se utilizar diferentes perodos para a anlise da segunda harmnica, como por
exemplo, meio ciclo de onda, um ciclo completo, trs ciclos, at o total de ciclos que a
corrente de inrush percorre at se extinguir. Para a escolha do perodo a ser analisado pode-se
pensar que este tem de ser igual ao perodo de atuao dos rels diferenciais do sistema de
proteo do transformador a fim de se obter a relao da segunda harmnica com a
fundamental para ajustar os parmetros dos rels. Porm, tem-se como foco neste trabalho a
caracterizao da corrente de inrush e no a implementao de um sistema de proteo. Por
este motivo, decidiu-se utilizar todo o perodo de ocorrncia da corrente de inrush, do
45
surgimento extino, para analisar a componente de segunda harmnica, visto que este
perodo caracteriza toda a corrente de inrush e no somente alguns ciclos de sua ocorrncia.
Para que se possa realizar a anlise da componente de segunda harmnica da corrente
de inrush, simula-se no software ATP (Alternative Transient Program) um circuito
constitudo de uma fonte geradora de tenso trifsica, uma chave seccionadora trifsica e um
banco de transformadores monofsicos.
O ATP um programa que realiza simulaes digitais de fenmenos transientes de
natureza eletromagntica e eletromecnica. Este software pode simular sistemas de rede
complexas, onde utilizam-se modelos virtuais de mquinas eltricas, de linhas de transmisso,
de componentes de subestaes, dentre outros, existentes na biblioteca do programa.
Como foi demonstrado nos itens 2.4 e 2.5 deste trabalho, para a corrente de inrush o
percentual da componente de segunda harmnica em relao a componente fundamental para
valores tpicos de induo que compe o parmetro X, ser maior que 8%. J para o caso da
corrente de curto circuito, foi utilizado o parmetro que a razo da reatncia de disperso do
enrolamento primrio com a resistncia do enrolamento primrio. Com este parmetro
observou-se que o percentual da componente de segunda harmnica em relao a componente
fundamental da corrente de curto circuito no maior que 4,5%, e a medida que se aumenta
esta relao este percentual diminui.
Portanto, este trabalho ir simular para diversos valores desta relao, reatncia de
disperso e resistncia de enrolamento, obtendo-se o percentual da componente de segunda
harmnica em relao a componente fundamental da corrente de inrush em um banco de
transformadores monofsicos.
De acordo com a norma tcnica IEC60067-5 Ability to withstand short circuit 2000
[24], para o clculo do valor de pico da corrente assimtrica de curto circuito em
transformadores com potncia nominal at 100MVA utiliza-se uma relao x/r em torno de
46
14. Como o transformador utilizado nas simulaes tem potncia nominal igual a 41MVA,
inicialmente utiliza-se a relao x/r igual a 10, porm o parmetro x depende da frequncia de
operao da mquina e da indutncia do enrolamento. Este ltimo parmetro pode variar
conforme a escolha do tipo de bobina, altura da bobina, tipo de fio ou cabo de cobre utilizado,
comprimento de uma espira e nmero de espiras da bobina, portanto assume-se que o valor
desta relao pode chegar a 40, dependendo da forma construtiva que se adotar no projeto da
mquina. Dessa forma, foram simuladas para o mesmo circuito de teste a relao de reatncia
de disperso e resistncia de enrolamento variando na faixa de valores de 10 a 40.
4.2 SIMULAES
As simulaes realizadas no software Alternative Transient Program basearam-se na
metodologia de anlise apresentada no item 4.1. Os parmetros dos elementos que compe o
circuito de ensaio da corrente de inrush sero apresentados a seguir.
Os valores da reatncia de disperso do enrolamento primrio foram calculados
teoricamente a partir das relaes de reatncia de disperso e resistncia de enrolamento
desejadas para cada simulao realizada, fixando o valor da resistncia de enrolamento . As
relaes utilizadas e as respectivas reatncias de disperso do enrolamento primrio so
apresentadas a seguir no quadro 1.
47
Relao x/r
Valor da resistncia
do enrolamento primrio []
Valor da indutncia
do enrolamento
primrio [mH]
Valor da reatncia e disperso
[]
10 0,0256 0,68 0,256
15 0,0256 1,02 0,384
20 0,0256 1,36 0,512
25 0,0256 1,7 0,64
30 0,0256 2,04 0,768
35 0,0256 2,37 0,897
40 0,0256 3,39 1,024
Quadro 1 Valores da reatncia de disperso em funo do parmetro x/r
Para realizar as simulaes usa-se um modelo de transformador monofsico saturvel
existente na biblioteca do programa, onde os dados inseridos neste modelo esto apresentados
no quadro 2, assim como a curva de saturao apresentada na figura 17 a seguir.
Corrente de
magnetizao no instante
de chaveamento
[A]
Nvel de tenso no instante do
chaveamento [kV]
Resistncia de
magnetizao
[]
Resistncia do
enrolamento primrio
[]
Resistncia do
enrolamento secundrio
[]
Tenso do
primrio [kV]
Tenso do
secundrio [kV]
0 0 1000000 0,0256 3,96 13,8 132,79
Quadro 2 Caractersticas do modelo do Transformador de Potncia monofsico
48
Figura 17 Curva de saturao do transformador IxV
Os valores de corrente de magnetizao e nvel de tenso no instante do chaveamento
so iguais a zero, o que significa que no h induo remanente no ncleo do transformador.
Adotou-se esta premissa a fim de caracterizar a corrente de inrush gerada pelas propriedades
dos materiais que constituem o transformador, excluindo fatores externos como, por exemplo,
o magnetismo remanente, que pode existir devido a energizao e posterior desenergizao da
mquina.
arbitrado o valor de 1000000 para a resistncia de magnetizao a fim de ilustrar que
esta muitas vezes maior que a resistncia do enrolamento. J os valores de resistncia do
enrolamento primrio e secundrio foram fornecidos pelo fabricante desta mquina, bem
como os nveis das tenses do lado de alta e baixa tenso. O lado de baixa tenso foi projetado
para conectar o banco de transformadores monofsicos em delta e o lado de alta tenso para
ser conectado em estrela.
O modelo de gerador de tenso trifsico utilizado no circuito de ensaio simulado no
software ATP apresenta as seguintes caractersticas.
49
Amplitude [kV]
Frequncia [Hz]
ngulo de disparo []
Tempo de incio [s]
Tempo final [s]
13,8 60 0 0 1000
Quadro 3 Caractersticas do gerador de tenso trifsico
Escolheu-se a amplitude da senoide de tenso com o valor de 13,8kV visto que o
transformador utilizado ser alimentado no enrolamento primrio pelo gerador e este
enrolamento primrio opera sob o nvel de tenso nominal igual a 13,8kV. Como o sistema
eltrico brasileiro opera com uma frequncia de 60Hz e, principalmente, calculou-se o
transformador utilizado para operar a 60Hz, necessrio que o gerador tambm opere com a
frequncia de 60Hz.
Optou-se por um ngulo de disparo igual a 0 porque desta forma observa-se em duas
fases do transformador o mesmo valor mximo de inrush, porm com sinais opostos. Isto
possvel porque h uma defasagem de 120 entre cada fase do gerador e tambm do
transformador, ento se a onda da tenso da fase B, por exemplo, estiver em 0 no momento
do chaveamento as outras duas fases, A e C, estaro em +120 e -120 em relao a fase B.
Sabe-se que a onda da induo magntica est 90 defasada em relao a onda da
tenso. Quando a onda da tenso da fase B atingir seu valor mximo, a induo estar em seu
valor nominal de operao, o que significa que o ncleo do transformador no ir saturar caso
no haja magnetismo remanente. J as fases A e C apresentaro a corrente de inrush, visto
que no momento do chaveamento o valor da tenso ser diferente de zero e o valor da induo
no ncleo tambm ser, o que acarreta o surgimento da corrente de inrush, mesmo no
havendo magnetismo residual.
Este fenmeno facilmente entendido ao analisar a curva de saturao do ncleo do
transformador utilizado. Esta curva foi anteriormente apresentada na figura 17.
50
Apresentam-se os parmetros do modelo da chave trifsica que secciona o ramo onde
se encontra o gerador e os ramos dos transformadores monofsicos, conforme o quadro 4.
Instante de tempo de fechamento das trs fases [s]
Instante de tempo de abertura das trs fases [s]
0,2 1000
Quadro 4 Caractersticas da chave seccionadora trifsica
Escolheu-se o tempo de fechamento igual a 0,2 segundos para todas as fases para
simular a insero de um banco de transformadores monofsicos no sistema. J para o tempo
de fechamento, escolheu-se o valor de 1000 segundos simplesmente para caracterizar um
regime permanente e garantir que o perodo transitrio em que ocorre a corrente de inrush
est extinto.
Sabendo-se todos os parmetro dos elementos do circuito de ensaio da corrente de
inrush, pode-se apresentar o circuito final utilizado nas simulaes. O circuito apresentado
na figura 18 a seguir.
Figura 18 Circuito de ensaio da corrente de inrush
O esquema de ligao dos enrolamentos primrio e secundrio do transformador
apresentado na figura 19 a seguir.
51
Figura 19 Esquema de ligao dos enrolamentos primrio e secundrio
Observa-se que o lado denominado 1 est conectado em delta, ou seja, o incio do
enrolamento de cada fase est conectado no fim do enrolamento da fase subseqente, sem a
presena de um ponto neutro. O lado denominado 2 est conectado em estrela, ou seja, o fi m
dos enrolamentos das trs fases esto conectados a um neutro comum, e as outras
extremidades sero conectadas a linha de transmisso.
Por ltimo so apresentadas as telas de insero de dados dos modelos dos
componentes do circuito de ensaio utilizados no software ATP.
52
Figura 20 Dados de entrada do modelo do gerador no ATP
Figura 21 Dados de entrada do modelo da chave seccionadora no ATP
53
Figura 22 Dados de entrada do modelo do transformador monofsico no ATP
Figura 23 Dados de entrada da curva de saturao do transformador
54
Figura 24 Curva de saturao do modelo do transformador
4.3 RESULTADOS
Mediu-se a corrente de inrush no enrolamento primrio de cada transformador
monofsico. Observando-se a forma de onda da mesma, o perodo de durao do fenmeno de
inrush, o valor de pico da corrente, assim como, obtendo-se atravs da opo de anlise por
srie de Fourier o valor de pico das componentes harmnicas presentes na corrente de inrush.
Como a metodologia de anlise adotada leva em considerao apenas os valores da
primeira e segunda harmnica, somente estes sero apresentados nos resultados obtidos. Os
resultados obtidos para x/r igual a 10 sero apresentados nesta seo, os demais grficos
obtidos para os valores da relao da reatncia de disperso e a resistncia de enrolamento
variando de 15 40 sero apresentados no anexo A.
55
4.3.1 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 10
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 10. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente
15,5kA e o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 2,8s.
Figura 25 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=10
Observa-se em detalhe na figura 26 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 26 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=10
56
Na figura 27 pode-se ver as curvas da corrente de inrush das fases A, B e C. Como a
onda de tenso da fase B tem ngulo de disparo igual a 0, esta no apresenta o fenmeno de
inrush e por ter um valor de aproximadamente 50 vezes menor que a corrente nominal do
transformador no observada no grfico.
Figura 27 Corrente de inrush das fases A, B e C para x/r=10
Por fim, a figura 28 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 2,8s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 28 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=10
57
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 28 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 77,9%.
No quadro 5 so exibidos todos os valores de primeira e segunda harmnica para todos
os casos analisados, bem como os percentuais obtidos destas relaes.
x/r 10 15 20 25 30 35 40
lI1l 380,7 302,5 260,2 235,9 215,6 195,7 174,8
lI2l 296,7 232,4 196 173,4 155,4 139,3 124,3
lI2l/lI1l [%]
77,9 76,8 75,3 73,5 72,1 71,2 71,1
Quadro 5 Resultados das componentes harmnicas de primeira e de segunda ordem obtidos
para os valores da relao x/r entre 10 e 40 para a corrente de inrush
58
5 CONCLUSES
Como era esperado, a corrente de inrush obtida nos resultados das simulaes para os
diversos casos analisados variou na faixa de 6 16 vezes a corrente nominal do
transformador, que de aproximadamente 990A no enrolamento primrio conectado em delta.
A partir dos resultados obtidos pode-se observar que h uma grande diferena entre o
percentual da segunda harmnica em relao primeira da corrente de inrush, comparado ao
mesmo percentual apresentado na tabela 3 da corrente de curto circuito, para o ngulo =0.
Estes resultados apenas comprovam, apesar de ter-se usados parmetros diferentes nos itens
2.4 e 2.5 que a anlise da segunda harmnica da corrente de inrush e da corrente de curto
circuito um critrio de diferenciao dos dois fenmenos.
Observou-se tambm que a curva da corrente de inrush para todas as relaes x/r
estudadas apresentou o comportamento esperado, que uma reduo no seu valor de pico
medida que se aumenta esta relao. Visto que um aumento nesta relao representa um
aumento da impedncia do enrolamento, portanto segundo a lei de Ohm o valor da corrente
depende do valor da tenso e do valor da impedncia do circuito, sendo a primeira constante
em 13,8kV, a corrente inversamente proporcional a variao da impedncia.
Outro comportamento esperado com a variao da relao x/r que foi confirmado
que medida que se aumenta esta relao, a durao do fenmeno de inrush tambm
aumenta. Isto ocorre, pois a exponencial que se soma a corrente de magnetizao no
fenmeno de inrush, tem seu fator de decaimento dado por r/x, como este fator o inverso da
relao estudada, o fator de decaimento da exponencial diminui medida que se aumenta a
relao x/r.
Por fim, observa-se tambm que com o aumento da relao x/r o percentual da relao
da amplitude da segunda harmnica com a primeira diminui lentamente. Isto pode ser
explicado devido reduo do valor de pico da corrente de inrush e aumento do perodo de
59
durao deste fenmeno. J que a componente de segunda ordem tem maior amplitude nos
primeiros ciclos do fenmeno, reduzindo seu valor para perodos mais longos.
Transformadores de potncia fabricados que atendem a norma IEC 60076-5, que se
refere suportabilidade ao curto circuito na mquina, devem atender ao seguinte critrio:
mquinas abaixo de 100MVA devem ter uma relao x/r de aproximadamente 14 e mquinas
acima de 100MVA devem apresentar esta mesma relao, em torno de 35, ambos a fim de
atender ao fator de assimetria dado pela norma para estes casos.
O que pode-se dizer quanto a mquinas fabricadas, que estas atendem os requisitos
da norma, com uma pequena variao, para mais ou para menos. A pequena oscilao em
torno dos valores estipulados pela norma, apresentada por cada fabricante, ocorre devido aos
diferentes mtodos de fabricao, a caracterstica de maior relevncia para esta variao a
geometria da bobina, em que pode-se citar a altura da bobina, dimenso radial, dimetro
mdio do enrolamento, comprimento do enrolamento, seo do condutor e o nmero de
espiras do enrolamento sendo este ltimo o aspecto mais impactante.
60
5.1 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS
Em trabalhos futuros, simular no software ATP o mesmo transformador com
diferentes modelos de transformadores da biblioteca do programa e observar as variaes que
cada modelo apresenta. Pode-se tambm simular diferentes transformadores e analisar, por
exemplo, o que uma ligao delta ou estrela acarreta no fenmeno de inrush.
Uma sugesto para enriquecer os dados obtidos simular o fenmeno de inrush com
diferentes ngulos de chaveamento (), bem como, inserir a condio inicial de magnetismo
residual no ncleo do transformador e analisar se os resultados so coerentes com a
bibliografia existente.
61
6 REFERNCIAS
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Press, 2002. p. 39-85.
[2] Heathcote, M. J., The J & P Transformer Book (12th ed.), Oxford, Newnes,
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62
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63
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protection, AIEE Trans., 60, p.377382, 1941.
[20] Mathews, C.A., An improved transformer differential relay, AIEE Trans., 73,
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harmonic restraint, AIEE Trans., 77, p.913918, 1958.
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Utilizando a Transformada Wavelet. 2009. 129 p. Dissertao (Mestrado em engenharia)
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2009.
[23] TESCHE, A. G., Elaborao de Metodologia para Clculo de Esforos
Mecnicos de Curto Circuito em Transformadores de Potncia. 2006. 108 p. Projeto de
Diplomao - Graduao em Engenharia Eltrica, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, 2006.
[24] IEC 60076-5 Ability to Withstand Short-Circuit - 2000
64
ANEXO A RESULTADOS OBTIDOS PARA VALORES ENTRE 15 E 40 DA
RELAO DA REATNCIA DE DISPERSO E RESISTNCIA DE
ENROLAMENTO
A seguir sero apresentados os resultados obtidos nas simulaes realizadas no
software ATP para diversos valores da relao x/r. Estes resultados apresentam o mesmo
comportamento observado no item 4.3.1, porm agora para os valores de x/r igual 15, 20,
25, 30, 35 e 40.
A. 1 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 15
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 15. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente
11,7kA e o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 3,4s.
Figura 29 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=15
65
Observa-se em detalhe na figura 30 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 30 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=15
Por fim, a figura 31 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 3,4s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 31 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=15
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 31 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 76,8%.
66
A. 2 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 20
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 20. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente 9,5kA
e o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 3,8s.
Figura 32 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=20
Observa-se em detalhe na figura 33 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 33 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=20
67
Por fim, a figura 34 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 3,8s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 34 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=20
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 34 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 75,3%.
A. 3 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 25
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 25. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente 7,9kA
e o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 4s.
68
Figura 35 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=25
Observa-se em detalhe na figura 36 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 36 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=25
Por fim, a figura 37 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 4s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
69
Figura 37 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=25
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 37 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 73,5%.
A. 4 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 30
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 30. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente 6,8kA
e o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 4,2s.
Figura 38 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=30
70
Observa-se em detalhe na figura 39 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 39 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=30
Por fim, a figura 40 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 4,2s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 40 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=30
71
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 40 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 72,1%.
A. 5 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 35
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 35. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente 6kA e
o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 4,5s.
Figura 41 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=35
Observa-se em detalhe na figura 42 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
72
Figura 42 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=35
Por fim, a figura 43 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 4,5s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 43 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=35
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 43 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 71,2%.
73
A. 6 RESULTADOS OBTIDOS PARA RELAO X/R IGUAL A 40
Primeiramente apresenta-se a curva da corrente de inrush obtida na fase A para x/r
igual a 40. Observa-se que o valor de pico da corrente de inrush de aproximadamente 6kA e
o perodo deste fenmeno at a sua extino de aproximadamente 5s.
Figura 44 Curva da corrente de inrush da fase A para x/r=40
Observa-se em detalhe na figura 45 a forma da onda da corrente de inrush nos
primeiros dcimos de segundos da energizao.
Figura 45 Forma da onda da corrente de inrush da fase A para x/r=40
74
Por fim, a figura 46 apresenta um grfico de barras das primeiras vinte harmnicas da
corrente de inrush, considerando o perodo de anlise de 0,2s 5s, j que este o perodo
observado do surgimento at a extino do fenmeno de inrush.
Figura 46 Amplitudes das harmnicas da corrente de inrush para x/r=40
Observa-se que, conforme os valores indicados na figura 46 para a primeira e segunda
harmnica, a relao encontrada de aproximadamente 71,1%.