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ANÁLISE DE DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO PARA CRESCIMENTO DA MICROALGA Scenedesmus sp. COM FOCO NO CRESCIMENTO CELULAR E DIMINUIÇÃO DOS CUSTOS. Bruno Miyawaki 1 , Alexandre Becker 2 , André Bellin Mariano 3 1- Tecnólogo em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR) [email protected] 2- Biólogo, M. Sc., Grupo Integrado de Aquicultura - UFPR, Curitiba, PR, Brasil [email protected] 3- Farmacêutico Bioquímico-Industrial, D. Sc., NPDEAS, UFPR, Curitiba - PR, Brasil [email protected] Endereço eletrônico para correspondência: André Bellin Mariano, [email protected] NPDEAS - Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável Universidade Federal do Paraná - Centro Politécnico Jardim das Américas - Curitiba - Paraná - 81531-990 Caixa Postal 19011 Brasil Tel.:+55 41 3361-3432

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ANÁLISE DE DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO PARA CRESCIMENTO DA

MICROALGA Scenedesmus sp. COM FOCO NO CRESCIMENTO CELULAR E

DIMINUIÇÃO DOS CUSTOS.

Bruno Miyawaki1, Alexandre Becker2

, André Bellin Mariano3

1- Tecnólogo em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR) –

[email protected]

2- Biólogo, M. Sc., Grupo Integrado de Aquicultura - UFPR, Curitiba, PR, Brasil – [email protected]

3- Farmacêutico Bioquímico-Industrial, D. Sc., NPDEAS, UFPR, Curitiba - PR, Brasil – [email protected]

Endereço eletrônico para correspondência: André Bellin Mariano, [email protected]

NPDEAS - Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável

Universidade Federal do Paraná - Centro Politécnico

Jardim das Américas - Curitiba - Paraná - 81531-990

Caixa Postal 19011

Brasil

Tel.:+55 41 3361-3432

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Resumo

Os cultivos de microalgas apresentam vastíssimas aplicações com importância econômica, como por

exemplo, a geração de biomassa para alimentação e a produção de produtos de interesse

biotecnológico e industrial. Recentemente foi descoberta sua potencialidade como fonte de

combustíveis renováveis, na forma de biodiesel ou bioetanol. Apesar das vantagens, os cultivos de

microalgas precisam de investimentos altos, principalmente em relação aos nutrientes utilizados.

Neste trabalho foram avaliados os efeitos das diferentes composições dos meios de cultivo CHU

modificado, Guillard F/2 padrão e Guillard F/2 modificado na produção de biomassa da microalga

Scenedesmus sp. A densidade celular do experimento foi expressa em número de células por mililitro

de meio de cultivo (células/mL) de uma média de três contagens. Com os dados experimentais de

densidade celular, foi elaborado o gráfico do crescimento em função do tempo (dia). A cultura

cultivada em meio CHU foi mantida em manutenção por repicagens semanais também em meio CHU

em volumes de 2 L. Ao final do experimento, os cultivos atingiram pH 8 nos meios Guillard F/2 e

Guillard F/2 modificado e 11,5 nos cultivos para o meio CHU. Foram obtidos resultados do

crescimento da microalga nos meios de cultivo pela leitura óptica em absorbância em 540 nm em

espectrofotômetro. A biomassa proveniente do cultivo com maior rendimento foi utilizada para

isolamento de lipídeos. A metodologia adotada para a extração de lipídeos foi uma adaptação do

método de Folch et al. e do método de Bligh e Dyer. Ao analisar-se o custo total para preparo de

1000 L dos meios de cultivos em estudo observou-se que o meio CHU é aproximadamente 9 vezes

maior que o meio Guillard F/2 convencional e 4 vezes maior que o meio Guillard F/2 modificado,

porém com maior rendimento no crescimento.

Palavras chave: CO2, Guillard, energia, lipídeos.

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Abstract

Cultivation of microalgae has very large areas economically important applications, for example, the

power generation from microalgae and industrial and biotechnological product interest. Recently it was

discovered its potential as a source of renewable fuels in the form of biodiesel or bioethanol. Despite

the advantages, the cultivation of microalgae require high investments, particularly in relation to

nutrient use.This study evaluated the effects of different compositions of media CHU modified, Guillard

F/2 standard and Guillard F/2 modified in biomass production of microalgae Scenedesmus sp. The

cell density of the experiment was expressed in number of cells per milliliter of culture medium (cells /

mL) from an average of three counts. With the experimental data of cell density, the chart was

prepared growth as a function of time (days). The crop grown in CHU medium was kept well

maintained by weekly repicagens in volumes of 2 L. At the end of the experiment, the cultures reached

pH 8 in the media Guillard F/2 and Guillard F/2 modified and 11.5 in the CHU medium. Results were

obtained in the growth of microalgae in the culture media in the optical absorbance at 540 nm in a

spectrophotometer. Biomass from crop with higher yields was used for isolation of lipids. The

methodology adopted for the extraction of lipids was an adaptation of the method of Folch et al. and

the method of Bligh and Dyer. When analyzing the total cost for preparation of 1000 L of culture media

study observed that the middle CHU is approximately 9 times greater than the medium Guillard F/2

standard and 4 times greater than the medium Guillard F/2 modified.

Keywords: CO2, Guillard, energy, lipids.

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1. INTRODUÇÃO

Os diversos problemas climáticos e o esgotamento dos combustíveis fósseis apresentam-se

como os grandes problemas atualmente enfrentados pela humanidade. Diante deste cenário, se torna

imprescindível a busca por novas fontes de energia renováveis, como plantas oleaginosas, gordura

animal e microalgas (VASUDEVAN et al., 2008).

As microalgas são organismos aquáticos, geralmente microscópicos e unicelulares, formando

também colônias. Apresentam pigmentos em sua constituição variando sua coloração. A forma

autotrófica é o principal metabolismo energético das microalgas, que igualmente as plantas utilizam a

energia luminosa para fazer a reação entre o gás carbônico e a água para produção de açúcar

(C6H12O6). Esse carbono fixado na forma de glicose é utilizado na célula para a síntese das demais

moléculas importantes por diferentes vias metabólicas (glicólise, ciclo de Krebs, síntese de lipídeos,

síntese de aminoácidos, etc.). Contudo, as microalgas podem obter energia através da utilização de

fontes de carbono orgânico processo denominado metabolismo heterotrófico ou em conjunto com a

fotossíntese, metabolismo mixotrófico (RAVEN et al., 2001).

Tribos indígenas do Chad e também os Astecas, utilizavam as microalgas como fonte de

alimento, secando-as em lamelas para serem ingeridas (NAVALHO, 1998).

Recentemente, as microalgas vêm sendo consideradas como importante alternativa para

diversificar as fontes de matéria prima utilizadas para produção de biodiesel no Brasil e no mundo,

pois apresentam muitas características que favorecem o seu cultivo. Dentre elas destacam-se a alta

eficiência fotossintética, taxa de reprodução, produtividade de lipídeos, a possível reutilização de

águas para o seu cultivo, a não competitividade pelo uso da terra destinada ao plantio de alimentos e

a capacidade de fixação do dióxido de carbono presente na atmosfera (BERTOLDI et al., 2008).

Grande parte das espécies de microalgas apresenta crescimento mais acelerado que plantas

terrestres, possibilitando maior rendimento de biomassa. Biologicamente, a cultura de microalgas

pode ser considerada muito eficiente no armazenamento de energia solar, através da produção de

compostos orgânicos via processo fotossintético (VONSHAK, 1990).

Comparando a produtividade anual de várias oleaginosas com a capacidade de crescimento

das microalgas, baixo uso de terras e conteúdo lipídico, fica evidente o seu potencial para uso como

matéria prima para produção de biodiesel (SATYANARAYANA et al., 2010). As plantas apresentam

composição química diferenciada para cada órgão, já as microalgas são organismos unicelulares,

apresentando a mesma composição química em toda a biomassa numa cultura (RAVEN et al., 2001).

Um dos principais elementos para o desenvolvimento de microalgas é o nitrogênio, podendo

ser assimilado através de várias fontes como nitratos (NO3-), Nitritos (NO2-), ureia e aminoácidos

(LOURENCO, 2006). A privação de nitrogênio pode alterar a quantidade de lipídeos totais nas

microalgas (SPOLAORE, 2006; MENG et al., 2008).

Em cultivos onde o nitrogênio se encontra em altas concentrações verifica-se o aumento de

proteínas e clorofila nas células, porém, quando as concentrações de nitrogênio são baixas, verifica-

se uma diminuição da taxa de divisão celular, além da redução das concentrações de proteínas e

clorofila (LOURENCO, 2006).

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A microalga Spirulina máxima apresenta um aumento de 207% de lipídeos totais por grama

de biomassa seca quando privada de nitrogênio (SANTOS et al., 2003). A privação de nitrogênio no

cultivo da microalga Phaeodactylum tricornutum, produz aumento de aproximadamente 20% na

produção de lipídios por grama de biomassa seca em meio Guillard F/2 (KAIXIAN e BOROWITZKA,

1993).

Assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os custos da produção da microalga

Scenedesmus sp em diferentes meios de cultivo, determinar o crescimento da espécie através da

elaboração da curva de crescimento em erlenmeyers em função da composição dos meios de cultivo

e analisar a produtividade de lipídeos do meio de cultura com maior crescimento celular, obtendo

assim, informações relativas ao cultivo da microalga Scenedesmus sp.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A primeira fase do experimento contemplou a recepção e conservação da microalga

Scenedesmus sp. e sua multiplicação; a preparação dos equipamentos e do laboratório; a

desinfecção inicial e a preparação dos meios de cultura.

Para realização deste trabalho foi utilizada a cepa da microalga Scenedesmus sp. (microalga

coletada em parque da cidade de Curitiba – PR – Brasil) proveniente do Grupo Integrado de

Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A cultura da

microalga foi mantida em meio de cultura Guillard F/2 (GUILLARD & RYTHER, 1962), que foi utilizado

como padrão neste estudo para a relação com outros dois meios de cultura: Guillard F/2 modificado

com concentração de Nitrogênio e Fósforo triplicados e o meio CHU (CHU, 1942), com substituição

de Óxido de Molibdênio por Molibdato de Sódio e acréscimo de Sulfato de Magnésio ambos

modificados pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto Sustentável (NPDEAS) da

Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A composição dos meios de cultivo e os custos podem ser visualizados nas Tabelas 1, 2 e 3.

Tabela 1 – Composição química e custos para preparação de 1000 L de meio de cultivo Guillard F/2.

FONTE COMPONENTE FÓRMULA Massa (g) Custo GLD

R$

Nitrogênio Nitrato de sódio NaNO3 75 1,83

Fósforo Fosfato de sódio Na2HPO4.7H2O 5 0,17

Metais Cloreto de ferro FeCl3.6H2O 4 0,35

Cloreto de manganês MnCl2.4H2O 0,18 0,03

Sulfato de cobre CuSO4.5H2O 0,01 0,0002

Sulfato de zinco ZnSO4.7H2O 0,022 0,0009

Cloreto de cobalto CoCl2.6H2O 0,01 0,007

Molibdato de sódio Na2MoO4.2H2O 0,0063 0,002

Vitaminas Tiamina C12H17CIN4OS 0,1 0,08

Biotina C10H16N2O3S 0,001 0,05

Cianocobalamina C63H88CoN14P 0,001 0,44

Outros EDTA C10H14N2O8Na2.2H2O 5,5 0,49

Custo Total 3,45

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Tabela 2 – Composição química e custos para preparação de 1000 L de meio de cultivo Guillard F/2 Modificado.

Tabela 3 – Composição química e custos para preparação de 1000 L de meio de cultivo CHU.

O cultivo do inóculo utilizado para este experimento foi realizado a partir da repicagem dos

tubos de ensaio contendo a cepa da microalga Scenedesmus sp. para um erlenmeyer de 250 mL,

utilizando-se uma relação de 1:10. Após quatro dias, o volume do cultivo foi repicado para um

erlenmeyer de 2 L, que foi utilizado para inocular todos os meios de cultura utilizados neste

experimento, todos os cultivos nesta etapa foram preparados com meio Guillard F/2.

Os meios de cultura Guillard F/2, utilizado como padrão, Guillard F/2 modificado e meio CHU

foram preparados pelo mesmo procedimento, com 1.800 mL de meio de cultura e 200 mL de inóculo,

dosados com auxilio de uma proveta. Os meios testados foram feitos em triplicata e mantidos sob as

mesmas condições. Temperatura de 17°C, aeração constante e iluminação artificial com lâmpadas

artificias de 40 W, sem fotoperíodo.

FONTE COMPONENTE FÓRMULA Massa (g) Custo GLD

R$

Nitrogênio Nitrato de sódio NaNO3 225 5,49

Fósforo Fosfato de sódio Na2HPO4.7H2O 15 0,52

Metais Cloreto de ferro FeCl3.6H2O 4 0,35

Cloreto de manganês MnCl2.4H2O 0,18 0,03

Sulfato de cobre CuSO4.5H2O 0,01 0,0002

Sulfato de zinco ZnSO4.7H2O 0,022 0,0009

Cloreto de cobalto CoCl2.6H2O 0,01 0,007

Molibdato de sódio Na2MoO4.2H2O 0,0063 0,002

Vitaminas Tiamina C12H17CIN4OS 0,1 0,08

Biotina C10H16N2O3S 0,001 0,05

Cianocobalamina C63H88CoN14P 0,001 0,44

Outros EDTA C10H14N2O8Na2.2H2O 5,5 0,49

Custo Total 7,46

FONTE COMPONENTE FÓRMULA Massa (g) Custo CHU

R$

Nitrogênio Nitrato de sódio NaNO3 250 6,1

Fósforo Fosfato de potássio dibásico (K2HPO4 75 4,32

Fosfato de potássio

monobásico KH2 PO4 175 9,24

Sulfato Ferroso FeSO4 . 7H2O 4,98 0,13

Metais Cloreto de manganês MnCl2.4H2O 0.014 0,028

Sulfato de cobre CuSO4.5H2O 0,0157 0,0004

Sulfato de zinco ZnSO4.7H2O 0,0882 0,003

Cloreto de cobalto CoCl2.6H2O 0,0049 0,003

Molibdato de sódio Na2MoO4.2H2O 0,0071 0,003

Outros EDTA C10H14N2O8Na2.2H2O 50 4,48

Hidróxido de Potássio KOH 31 1,32

Cloreto de Cálcio CaCl2 2H2O 25 0,58

Sulfato de Magnésio MgSO4 . 7H2O 75 1,36

Cloreto de Sódio NaCl 25 0,23

Ácido Bórico H3BO3 11,42 0,23

Custo Total

28,02

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O pH da água de cultivo, foi determinado diariamente através de fitas de pH.

As variações da densidade óptica celular das microalgas, ao longo do desenvolvimento dos

cultivos, foram determinadas utilizando-se espectrofotômetro em absorbância de 540 nm,

comprimento de onda que permite uma boa correspondência entre o aumento da densidade óptica e

o aumento da concentração celular. Verificou-se que o acerto do zero no espectrofotômetro poderia

ser feito tanto com o próprio meio de cultura ou com água destilada, sendo utilizado o meio de

cultura. Antes de cada leitura, procedeu-se à lavagem da cubeta com gotas da própria amostra e

homegeneizou-se a amostra algal a ser lida.

Os crescimentos celulares das microalgas foram acompanhados diariamente pela contagem

de células em microscópio (aumento de 400x), com auxílio de uma câmara de Neubauer (Improved

Chamber) de acordo com o protocolo de Vega e Voltolina (2007).

O experimento inicial teve duração de 18 dias até a fase de declínio do crescimento celular

em todos os cultivos.

A partir do meio de cultivo CHU desenvolvido, foi realizada nova repicagem em um

erlenmeyer de 2 L, também com meio CHU, utilizando-se uma relação de 1:10. Os cultivos foram

mantidos nas mesmas condições iniciais para acompanhamento do desenvolvimento da microalga.

De acordo com os resultados foi realizado novo cultivo em galão de 20 L da cultura que

apresentou maior crescimento, para determinação do teor de lipídeos.

Para a extração de lipídeos foi utilizado o Método de Bligh e Dyer (1959) adaptado para

extração de lipídeos de microalgas e feito quintuplicado. O resultado foi apresentado na forma de

miligramas de lipídeos totais por grama de biomassa seca.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A densidade celular do experimento foi expressa em número de células por mililitro de meio

de cultivo (células/mL) de uma média de três contagens, ver (Tabela 04).

Tabela 04 – Densidade celular em número de células por mililitro de cultivo (células/ ml) de uma

média de três contagens dos meios de cultivo Guillard F/2, Guillard F/2 modificado e meio CHU.

Tempo (Dias)

G-Padrão G - Mod CHU

(cel/mL) (cel/mL) (cel/mL)

1 1.170.000,00 1.170.000,00 1.170.000,00

2 1.203.333,33 1.290.833,33 1.366.666,67

3 1.335.000,00 1.360.000,00 1.386.666,67

4 1.501.666,67 2.773.333,33 3.630.000,00

5 1.731.666,67 3.733.333,33 5.333.333,33

6 2.845.000,00 4.166.666,67 6.555.000,00

7 3.175.000,00 4.306.666,67 8.275.000,00

8 4.108.333,33 4.683.333,33 9.240.000,00

9 4.398.333,33 5.280.000,00 11.743.333,33

10 4.578.333,33 5.745.000,00 13.773.333,33

11 4.868.333,33 5.548.333,33 14.510.000,00

12 4.911.666,67 5.070.000,00 16.660.000,00

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Com os dados experimentais de densidade celular, foi elaborado o gráfico do crescimento em

função do tempo (dia), (Figura 1).

Cél/ml

Dias

Figura 1 - Gráfico do crescimento celular em função do tempo (dia), dos meios de cultura Guillard F/2

padrão, Guillard F/2 modificado e meio CHU.

No início do experimento os cultivos foram inoculados com o mesmo volume de inóculo da

microalga Scenedesmus sp.

Até o terceiro dia de cultivo as culturas mantiveram-se em fase de adaptação aos meios, com

pouco aumento na densidade celular, atingindo 133,5x104 cel.mL

-1 para Guillard F/2, 136,0x10

4

cel.mL-1

para Guillard F/2 modificado e 138,6x104 cel.mL

-1 para o meio CHU.

A partir do terceiro dia até décimo segundo dia, observou-se a fase exponencial de

crescimento nos meios Guillard F/2 e Guillard F/2 modificado no qual a densidade celular foi de

491,16x104 cel.ml

-1 e 507x10

4 cel.ml

-1, respectivamente. A fase de declínio do crescimento celular dos

cultivos com meios Guillard F/2 e Guillard F/2 modificado ocorreram a partir do décimo segundo dia

até o décimo quinto dia.Para o meio CHU a fase exponencial se estendeu até o décimo sétimo dia

com densidade de 2.598x104 cel.mL

-1. O crescimento da microalga Scenedesmus sp. nos diferentes

tratamentos, conforme a Figura 1, demonstra que o período de adaptação foi semelhante para todos

os meios, entretanto, o desenvolvimento da microalga foi mais eficaz no meio CHU, uma vez que a

densidade celular aumentou consideravelmente até o décimo sétimo dia.

A cultura cultivada em meio CHU foi mantida em manutenção por repicagens semanais

0

5000000

10000000

15000000

20000000

25000000

30000000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

G-Padrão

G - Mod

CHU

13 4.748.333,33 4.581.666,67 18.113.333,33

14 4.053.333,33 3.761.666,67 19.820.000,00

15 2.955.000,00 2.521.666,67 21.326.666,67

16 - - 23.220.000,00

17 - - 25.980.000,00

18 - - 25.620.000,00

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também em meio CHU em volumes de 2 L. Após a terceira semana ocorreu total morte celular,

conforme análise microscópica. Um dos fatores que pode ser considerado neste caso é a falta de

vitaminas no meio CHU. Segundo Lourenço (2006), as vitaminas tiamina (vitamina B1), biotina

(vitamina H) e a cianocobalamina (vitamina B12), apresentam importante relevância no cultivo de

microalgas para o estímulo do crescimento, principalmente em cultivos densos. Assim, a duração da

manutenção do cultivo em meio CHU de três semanas, pode ter sido determinada pela presença de

vitaminas remanescentes do inóculo inicial utilizado neste experimento, feito em meio Guillard F/2.

Entre as diferenças encontradas na composição dos meios de cultivo utilizados durante o

experimento, no que se referem à variação obtida na taxa de crescimento, as mais relevantes são

representadas pelo Nitrogênio, Fósforo, Magnésio e EDTA. Apesar de haver diferenças adicionais,

estas são as mais significativas em virtude do papel biológico que desempenham no ciclo de vida das

microalgas.

Segundo Lourenço (2006), os elementos traços desempenham papel importante, porém,

cabe ressaltar a necessidade da presença de um quelato, neste caso o EDTA, que nomeio de cultivo

CHU, é colocado e dissolvido anteriormente impedindo a precipitação dos elementos.

O nitrogênio é um componente fundamental de três classes de substâncias estruturais das

células: proteínas, ácidos nucleicos e pigmentos fotossintetizantes.

O fósforo é constituinte fundamental de moléculas estruturais como ácidos nucléicos e

fosfoenzimas e está ainda associado a todos os processos que envolvem trocas energéticas no

interior da célula na forma de ATP, que por sua vez atua como moeda de troca energética.

O Magnésio está presente na estrutura da molécula de clorofila, por esse motivo é

fundamental para o desenvolvimento em cultivos autotróficos. Em cultivos com alta densidade celular

pode ser um dos agentes limitantes do crescimento das microalgas, podendo levar a um estado

conhecido como clorose, caracterizado pela ausência de pigmentação.

A importância do zinco para os cultivos pode ser atribuída por sua atuação como co-fator

enzimático, mas principalmente por ser constituinte fundamental da enzima anidrase carbônica, que

atua no transporte e fixação do CO2, por essa razão a falta de desse elemento constitui-se numa

limitação importante ao desenvolvimento das algas.

O valor de pH inicial foi de 7,2 para todos os cultivos. Os valores de pH dos cultivos

aumentaram no decorrer do crescimento das culturas atingindo ao final do experimento, pH 8 nos

meios Guillard F/2 e Guillard F/2 modificado e 11,5 nos cultivos para o meio CHU (Figura 2). O

aumento do pH deve-se ao aumento da densidade celular das microalgas, que faz com que a

atividade fotossintética reduza o teor de gás carbônico no meio de cultivo, aumentando consequen-

temente o pH. O cultivo CHU foi o que apresentou maior densidade celular, consumindo possivel-

mente maior quantidade de gás carbônico do meio, elevando o valor de pH do cultivo. Elevações do

pH podem ocorrer em função do metabolismo autotrófico, onde o íon bicarbonato do meio se

desidrata formando gás carbônico para a fotossíntese e OH-, quedas no pH ocorrem devido à

liberação respiratória de gás carbônico.

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pH

Dias

Figura 2 - Comparação da variação de pH entre os meios de cultura Guillard F/2 padrão, Guillard F/2

modificado e meio CHU.

A figura 3 demonstra os resultados do crescimento da microalga nos meios de cultivo obtidos

pela leitura óptica em absorbância em 540 nm em espectrofotômetro.

O uso de densidade óptica para avaliar o crescimento de microalgas baseia-se na obstrução

física da luz pelas células. Quanto mais células estiverem na amostra maior será a absorção da luz

(Lourenço, 2006). Assim, a leitura da densidade óptica demonstrou resultados semelhantes a

contagem da densidade celular por microscopia.

Absorbância

Dias Figura 3 - Leitura do crescimento celular em espectrofotômetro em absorbância de 540nm, dos meios de cultura Guillard F/2 padrão, Guillard F/2 modificado e meio CHU.

-

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

G-Padrão

G-Mod.

CHU

-

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

G-Padrão

G - Mod

CHU

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Um fator importante analisado é a quantidade de lipídeos na célula da microalga, visto que do

óleo extraído da biomassa posteriormente será produzido o biodiesel. A metodologia adotada para a

extração de lipídeos é uma adaptação do método de Folch et al. e do método de Bligh e Dyer, os

quais são baseados no uso de uma mistura monofásica de clorofórmio, metanol e água (SOARES,

2009). Com a quantidade de óleo a partir do determinado meio de crescimento em questão, também

é possível prever uma produtividade de lipídeos do meio de cultivo (Tabela 5). Em vários estudos é

observada uma maior eficácia de extração com a combinação de metanol e clorofórmio, sendo por

isso o método de Bligh & Dyer (1959) o mais freqüentemente utilizado (Lee et al., 1998; Widjaja et al.,

2009).

Conforme o resultado expresso na tabela 05 verificou-se a presença de aproximadamente

16,34% de lipídeos totais por grama de biomassa seca. O volume inicial de cultivo utilizado foi de 10

litros com 1,7 gramas de biomassa seca, assim, a produtividade de lipídeos por volume é

aproximadamente 0,028g lip/L no cultivo.

Tabela 05 - Quantidade de lipídeos em 0,1g de amostra.

Amostra Massa em 0,1g de

amostra

M1 0,0161

M2 0,0165

M3 0,0150

M4 0,0165

M5 0,0176

Média 0,01634

Rosário (2001), obteve um conteúdo lipídico na fase exponencial de 18,3 % lipídeos totais

por grama de biomassa seca da microalga Scenedesmus sp.

As microalgas podem apresentar um teor de lipídios totais que podem variar de acordo com a

espécie, pelo tipo de cultivo utilizado na produção da biomassa e pelas concentrações de nutrientes

do cultivo (Khan, 2009).

Lourenço (2006), admite certas estratégias de estresse para as microalgas produzirem mais

lipídeos.

A taxa de crescimento e o conteúdo lipídico são dois parâmetros essenciais quando se

pretende fazer uma seleção racional de microalgas com elevada produção de lipídeos, visando a

produção de biodiesel (Griffiths & Harrison, 2009).

Ao analisar-se o custo total para preparo de 1000 L dos meios de cultivos em estudo chegou-

se aos valores de R$ 3,45 para o meio Guillard F/2, R$ 7,46 para o meio Guillard F/2 modificado e R$

28,02 para o meio CHU. Em um aspecto geral dos valores encontrados observa-se que o meio CHU

é aproximadamente 9 vezes maior que o meio Guillard F/2 convencional e 4 vezes maior que o meio

Guillard F/2 modificado.

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4. CONCLUSÕES

A utilização das microalgas como fonte renovável de biocombustíveis apresenta grande

importância diante das questões ambientais e da crise energética que o mundo se confronta. Para

que seja possível a implementação de biodiesel a partir de microalgas no mercado, vários estudos

têm que ser realizados no sentido de tornar o cultivo, a colheita e o processamento da biomassa mais

rentável. O NPDEAS (Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de energia Auto Sustentável)

desenvolve um fotobiorreator compacto projetado para intensificar a produção de biomassa com a

ajuda de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, graduandos, mestrando e doutores.

Neste trabalho, observou-se que o custo encontrado para o meio de cultura CHU foi maior

que os demais meios utilizados. O meio de cultivo Guillard F/2 padrão demonstrou ser cerca de nove

vezes mais barato que o meio CHU para a produção de biomassa. O meio de cultivo Guillard F/2

modificado apresentou crescimento celular parecido com o meio Guillard F/2 padrão, porém, a

modificação do meio elevou o custo na produção, demostrando ineficiência para a produção.

Contudo, observou-se que a densidade celular atingida é muito maior no meio CHU do que nos meios

de cultura comum Guillard F/2 e Guillard F/2 modificado, assim, a utilização do meio CHU modificado

continua sendo promissora em virtude da curva de crescimento celular.

Outros experimentos na manipulação do meio CHU podem ser realizados a fim de se obter o

mesmo crescimento celular com a redução dos custos.

Em relação a produção de lipídeos da microalga em meio de cultivo CHU, os resultados

obtidos foram semelhantes aos descritos na literatura, com a presença de aproximadamente 16,34%

de lipídeos totais por grama de biomassa seca. Um estudo posterior pode também estudar a

composição celular das microalgas em termos de outros nutrientes variando os meios de cultivo.

Neste experimento constatou-se que o meio CHU não se apresenta como um meio ideal para

manutenção da microalga.

5. AGRADECIMENTOS

Ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Auto-Sustentável da Universidade

Federal do Paraná; Ao Grupo Integrado de Aqüicultura e Estudos Ambientais da Universidade

Federal do Paraná. Este projeto é financiado pelo CNPq e Nilko Metalurgia Ltda.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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