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ANALISE DE DOMINIO DE VALIDADE E SENSITIVIDADE DE MODELOS
MECANICISTAS DE ESCOAMENTO EM GOLFADAS
Gabriel Farah Noroes Goncalves
Projeto de Graduacao apresentado ao Curso de
Engenharia Mecanica da Escola Politecnica, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessarios a obtencao do
tıtulo de Engenheiro.
Orientador: Atila Pantaleao Silva Freire
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2015
Farah Noroes Goncalves, Gabriel
Analise de domınio de validade e sensitividade de modelos
mecanicistas de escoamento em golfadas/Gabriel Farah
Noroes Goncalves. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola
Politecnica, 2015.
XII, 36 p.: il.; 29, 7cm.
Orientador: Atila Pantaleao Silva Freire
Projeto de Graduacao – UFRJ/Escola Politecnica/Curso
de Engenharia Mecanica, 2015.
Referencias Bibliograficas: p. 34 – 36.
1. escoamento em golfadas. 2. modelo de celula unitaria.
3. domınio fısico. 4. sensibilidade. I. Pantaleao Silva
Freire, Atila. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Escola Politecnica, Curso de Engenharia Mecanica. III.
Tıtulo.
iii
Resumo do Projeto de Graduacao apresentado a Escola Politecnica/UFRJ como
parte dos requisitos necessarios para a obtencao do grau de Engenheiro Mecanico.
ANALISE DE DOMINIO DE VALIDADE E SENSITIVIDADE DE MODELOS
MECANICISTAS DE ESCOAMENTO EM GOLFADAS
Gabriel Farah Noroes Goncalves
Fevereiro/2015
Orientador: Atila Pantaleao Silva Freire
Curso: Engenharia Mecanica
Nesse trabalho sao avaliados dois modelos mecanicistas de escoamentos em
golfadas. Os modelos de DUKLER e HUBBARD (1975) e COOK e BEHNIA (2000b)
tem seus resultados comparados com os dados experimentais de UJANG et al. (2006).
Tambem sao analisados o domınio fısico-matematico e sensitividade de parametros
do modelo de celula unitaria.
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment
of the requirements for the degree of Engineer.
ANALYSIS OF FEASIBLE DOMAIN AND SENSITIVITY OF MECHANISTIC
MODELS FOR SLUG FLOW
Gabriel Farah Noroes Goncalves
February/2015
Advisor: Atila Pantaleao Silva Freire
Department: Mechanical Engineering
In this work two mechanistic models of slug flow are evaluated. The models of
DUKLER e HUBBARD (1975) and COOK e BEHNIA (2000b) have their results com-
pared to the experimental data ofUJANG et al. (2006). The physical-mathematical
domain and parameter sensitivity of the unit cell model are also analysed.
v
Sumario
Lista de Figuras viii
Lista de Tabelas x
1 Introducao 1
1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Motivacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Revisao bibliografica 3
2.1 Conceitos de escoamento multifasico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2 Padroes de escoamento bifasico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 Mapas de padroes de escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Modelos de celula unitaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Modelos de slug tracking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.6 Modelos de slug capturing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7 Distribuicoes de comprimento de pistao e intervalo de chegada . . . . 8
2.8 Modelos para frequencia de golfadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3 Modelagem teorica 11
3.1 Modelo de escoamento em golfadas de Dukler e Hubbard . . . . . . . 11
3.2 Modelo de comprimento de pistao de Cook e Behnia . . . . . . . . . . 14
3.2.1 Formulacao da perda de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4 Resultados e discussoes 17
4.1 Domınio fısico do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.2 Comparacao dos modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.3 Modelo evolutivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3.1 Evolucao dos parametros estatısticos . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3.2 Analise das distribuicoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4 Modelo de celula unitaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.4.1 Analise das distribuicoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.5 Ajustes de distribuicoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
vi
4.6 Sensitividade das distribuicoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5 Consideracoes finais 32
5.1 Conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.2 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referencias Bibliograficas 34
vii
Lista de Figuras
2.1 Padrao de escoamento de bolhas dispersas. . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Padrao de escoamento estratificado liso. . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 Padrao de escoamento estratificado ondulado. . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Padrao de escoamento pistonado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.5 Padrao de escoamento de golfadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.6 Padrao de escoamento anular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.7 Comparacao de mapas de padroes de escoamento horizontal para ar e
agua, com D=0.05m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1 Esquema da celula unitaria e perfil de pressao. Retirado de DUKLER
e HUBBARD (1975). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2 Definicao do angulo θ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3 Modelo cinematico para o avanco dos pistoes. Retirado de BARNEA
e TAITEL (1993). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.1 Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes de
escoamento para a correlacao de Heywood e Richardson. . . . . . . . 18
4.2 Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes de
escoamento para a correlacao de Manolis et al. . . . . . . . . . . . . . 18
4.3 Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes de
escoamento para a correlacao de Zabaras. . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Regiao de invalidade do modelo para a correlacao de Zabaras, de
acordo com as categorias citadas. +: Nao e possıvel achar raiz da
equacao 3.13. ◦: ls ≤ 0. �: lm > ls. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.5 Comportamento da funcao F(θfe) nos casos onde ha raiz (a) ou nao
(b, c, d). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.6 Evolucao dos parametros estatısticos ao longo da tubulacao. ◦: expe-
rimental. +: numerico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
viii
4.7 Resultados de ls/D e T do modelo de COOK e BEHNIA (2000b).
A linha tracejada representa um parametro de entrada baseado nos
dados experimentais e a linha contınua, o resultado experimental de
referencia. Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m . . . . . . . . . . . 23
4.8 Resultados de ∆P e ∆P/lu do modelo de COOK e BEHNIA (2000b).
Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.9 Resultados de ls/D e T do modelo de DUKLER e HUBBARD (1975).
A linha tracejada representa um parametro de entrada baseado nos
dados experimentais e a linha contınua, o resultado experimental de
referencia. Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m . . . . . . . . . . . 27
4.10 Resultados de ∆P e ∆P/lu do modelo de DUKLER e HUBBARD
(1975). Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m . . . . . . . . . . . . . 28
4.11 Coeficiente de variacao da perda de carga em funcao do coeficiente de
variacao da frequencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.12 Coeficiente de variacao do comprimento de pistao em funcao do
coeficiente de variacao da frequencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
ix
Lista de Tabelas
2.1 Distribuicoes utilizadas para comprimento de pistao. . . . . . . . . . 9
4.1 Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para o
modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=0m. . . . . . . . . . . 24
4.2 Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para o
modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=30.1m. . . . . . . . . . 25
4.3 Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para o
modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=0m. . . . . . . . . 26
4.4 Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para o
modelo de DUKLER e HUBBARD (1975),para x=30.1m. . . . . . . . 26
4.5 Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distri-
buicoes do modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=0m. . . . . 29
4.6 Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distri-
buicoes do modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=30.1m. . . 29
4.7 Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distri-
buicoes do modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=0m. . . 29
4.8 Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distri-
buicoes do modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=30.1m. 30
x
Nomenclatura
∆P Perda de carga
A Area transversal
CDH Razao entre vazao de lıquido do filme para o pistao e vazao no pistao
D Diametro
F Posicao da frente do pistao
f Fator de atrito
Fr Numero de Froude do pistao
g Aceleracao da gravidadea
h Altura do filme
l Comprimento
R Fracao de lıquido na secao
Re Numero de Reynolds
T Intervalo de tempo entre pistoes
V Velocidade
Vd Velocidade de drift
VS Velocidade superficial
Vt Velocidade de translacao
W Vazao massica
x Vazao de lıquido do filme para o pistao
Y Posicao da cauda do pistao
xi
Letras gregas
α Fracao volumetrica
β Inclinacao da tubulacao
µ Viscosidade dinamica
νs Frequencia de passagem de pistoes
ρ Massa especıfica
θ Angulo entre o centro da tubulacao e a interface
Subscritos
a Aceleracao
B Bolha
f Filme
fe Final do filme
G Gas
L Lıquido
m Mistura
s Pistao
u Celula unitaria
xii
Capıtulo 1
Introducao
O escoamento em golfadas esta presente em diversas situacoes de interesse pratico,
como na producao e transporte de hidrocarbonetos, na producao de vapor e agua em
plantas geotermicas, nos processos de ebulicao e condensacao em usinas termeletricas,
resfriamento emergencial de reatores nucleares e transferencia de calor e massa em
reatores quımicos (FABRE e LINE, 1992). Ele e caracterizado pela sua natureza
intermitente e pseudo-aleatoria, o que dificulta sua modelagem.
A determinacao precisa de caracterısticas como perda de carga, fracao de vazio,
frequencia e comprimento de pistoes e muito importante no projeto de especificacao
de bombas, tubulacoes, separadores e medidores. A perda de carga no escoamento
multifasico intermitente pode ser muitas vezes superior a do monofasico e as flutuacoes
do campo de pressao podem gerar vibracao e dano a equipamentos.
Os modelos fısicos disponıveis na literatura se baseiam em uma serie de suposicoes
e correlacoes para as quais os intervalos de validade nem sempre sao bem definidos.
Fora da regiao de validade, as equacoes podem se comportar de maneira inesperada,
apresentando resultados multiplos ou nao-existentes ou fora dos domınios matematico
e fısico supostos pelo modelo.
Esse trabalho sera dividido em duas partes: em um primeiro momento, sera
avaliado o domınio fısico-matematico de um modelo classico de escoamento em
golfadas. Serao avaliados e comparados com dados experimentais um modelo de
celula unitaria e um modelo evolutivo, adaptado para fornecer resultados de pressao.
1.1 Objetivo
Como resultado final desse trabalho, pretende-se fornecer um simulador completo
de escoamento em golfadas, combinando um modelo evolutivo para geracao de
distribuicoes de frequencia e comprimento de pistoes e um modelo mecanicista para
calculo da perda de carga.
1
1.2 Motivacao
Os escoamentos multifasicos, ainda que sejam objeto de estudo da comunidade
cientıfica ha muitos anos, ainda apresentam diversos problemas complexos em aberto.
E possıvel que nunca se alcance uma resposta definitiva, uma teoria geral capaz
de descrever completamente todos os fenomenos. A despeito disso, os problemas
de engenharia precisam ser resolvidos da melhor maneira possıvel. A existencia de
ferramentas capazes de gerar bons resultados de forma robusta e rapida e essencial
para a realizacao de projetos eficientes e seguros.
2
Capıtulo 2
Revisao bibliografica
2.1 Conceitos de escoamento multifasico
Fracao volumetrica
A fracao volumetrica de uma fase I pode ser definida por:
αI = limδV→V 0
δVIδV
(2.1)
onde δVI e o volume ocupado pela fase no volume total δV . O volume V 0 e o
volume limite para obter um valor representativo do ponto.
No caso do escoamento bifasico gas-lıquido, obtemos por definicao a seguinte
identidade:
αG + αL = 1 (2.2)
Para escoamento em tubulacao, pode-se definir uma fracao volumetrica media de
lıquido na secao transversal:
R =ALA
(2.3)
onde AL e a area transversal ocupada pela fase lıquida.
Velocidade superficial
A velocidade superficial de uma fase I e a velocidade media que a fase teria caso
ocupasse toda a secao transversal da tubulacao.
VIS =WI
ρIA(2.4)
3
Velocidade de mistura
A velocidade de mistura e a velocidade media de toda a mistura multifasica.
Vm = VGS + VLS =1
A
(WL
ρL+WG
ρG
)(2.5)
2.2 Padroes de escoamento bifasico
Nao existe teoria ou correlacao unica capaz de prever com precisao adequada as
propriedades - perda de carga, fracao de vazio - de qualquer escoamento bifasico.
A configuracao geometrica das fases na tubulacao sofre mudancas significativas de
acordo com vazao massica e propriedades fısicas das fases e diametro e inclinacao da
tubulacao. E necessario modelar cada regime de forma especıfica, levando em conta
os fenomenos relevantes em cada caso.
As classificacoes de padrao de escoamento variam muito de autor para autor.
De forma geral, para escoamento horizontal, os principais regimes identificados na
literatura sao:
Bolhas dispersas A fase lıquida ocupa toda a tubulacao, e pequenas bolhas de gas
de tamanho variado se encontram dispersas em toda a secao transversal (figura
2.1).
Figura 2.1: Padrao de escoamento de bolhas dispersas.
Estratificado liso A fase lıquida ocupa a parte inferior da tubulacao e a fase gasosa
a superior. A interface se mantem lisa (figura 2.2).
Figura 2.2: Padrao de escoamento estratificado liso.
Estratificado ondulado Semelhante ao padrao estratificado liso, porem a interface
apresenta perturbacoes. Tambem ocorre maior entranhamento de gas na
interface (figura 2.3).
4
Figura 2.3: Padrao de escoamento estratificado ondulado.
Pistonado Caracterizado pela alternancia entre pistoes de lıquido nao aerados e
bolhas longas ocupando a parte superior da tubulacao (figura 2.4).
Figura 2.4: Padrao de escoamento pistonado.
Golfadas Semelhante ao padrao pistonado, apresenta bolhas dispersas no pistao,
especialmente na regiao proxima a cauda na bolha longa (figura 2.5).
Figura 2.5: Padrao de escoamento de golfadas.
Anular A fase gasosa ocupa a regiao central da tubulacao, enquanto o lıquido forma
um filme fino junto a parede. O nucleo de gas pode conter gotıculas dispersas.
Ocorre para altas vazoes da fase gasosa (figura 2.6).
Figura 2.6: Padrao de escoamento anular.
2.3 Mapas de padroes de escoamento
As transicoes entre padroes normalmente sao descritas por mapas de padroes de
escoamento. Estes podem ser construıdos puramente atraves de correlacoes com
5
dados experimentais ou podem utilizar modelos mecanicos para a formacao das
estruturas caracterısticas a partir de instabilidades.
Os parametros escolhidos para os eixos do mapa variam de autor para autor.
Alem disso, algumas formulacoes incluem correcoes para efeitos de diametro ou
propriedades dos fluidos.
O primeiro mapa de padroes para escoamento horizontal foi proposto por BAKER
(1954). Ele utilizava dois parametros para correcao das propriedades dos fluidos.
O mapa de padroes de escoamento gas-lıquido horizontal mais aceito na literatura
e o de MANDHANE et al. (1974). Ele foi desenvolvido a partir de um banco de
dados com 5935 pontos experimentais, sendo 1178 para sistema ar-agua. Como
ordenadas, sao utilizadas as velocidades superficiais de cada fase. As fronteiras sao
corrigidas pelas propriedades fısicas dos fluidos atraves de dois parametros empıricos.
TAITEL e DUKLER (1976) propuseram um modelo teorico para criacao de
mapas de padroes para escoamentos horizontais ou quase horizontais. Eles utilizaram
a teoria de estabilidade de Kelvin-Helmholtz para analizar a evolucao das ondas
geradas na interface.
SPEDDING e NGUYEN (1980) utilizaram dados de escoamento ar-agua para
desenvolver mapas de padroes para diversas inclinacoes. Eles escolheram como
parametros a razao entre vazoes volumetricas do lıquido e do gas e o numero de
Froude.
Figura 2.7: Comparacao de mapas de padroes de escoamento horizontal para ar eagua, com D=0.05m.
6
E importante destacar que as fronteiras delimitadas pelos mapas sao difusas,
e nao linhas bem definidas. Existe uma faixa de transicao, na qual o escoamento
apresenta caracterısticas nao bem definidas.
2.4 Modelos de celula unitaria
Nos modelos de celula unitaria, considera-se que o escoamento e composto de celulas
identicas, compostas por pistao e bolha, que se repetem de maneira periodica.
Escolhe-se um sistema de referencia que acompanha o movimento das celulas, o que
permite uma modelagem de estado permanente.
O conceito de celula unitaria foi idealizado pela primeira vez por WALLIS (1968).
DUKLER e HUBBARD (1975) desenvolveram um modelo de escoamento em
golfadas que permite calcular diversas propriedades das celulas unitarias. A perda
de carga e dividida em um termo de atrito na regiao do pistao lıquido e um termo
de mistura ligado a aceleracao do lıquido no filme para o pistao. A perda na propria
regiao da bolha e desprezada.
NICHOLSON et al. (1978) fizeram modificacoes no modelo, adicionando cor-
relacoes empıricas para a fracao volumetrica de lıquido e comprimento de pistao.
TAITEL e BARNEA (1990) propuseram um modelo baseado no balanco de forcas
global na celula unitaria, dividindo a perda de carga em um termo de atrito e um
termo gravitacional. Foram comparadas diversas possıveis simplificacoes para a
perda na regiao do filme.
O modelo de ORELL (2005) e baseado em um dos submodelos apresentados por
esses autores. Alem disso, o autor acrescenta um termo de perda de carga devido
ao aumento da viscosidade do pistao devido as bolhas, conforme COOK e BEHNIA
(2000a).
2.5 Modelos de slug tracking
Nos modelos de slug tracking, equacoes de balanco de massa e quantidade de mo-
vimento sao formuladas para a frente e a cauda do pistao. Com isso, e possıvel
acompanhar o deslocamento e evolucao de cada celula ao longo de seu percurso,
de forma lagrangeana. Equacoes empıricas sao usadas para obter fechamento do
modelo.
O simulador comercial OLGA utiliza esse metodo para calculo do escoamento
(BENDIKSEN e MAINES, 1991).
7
2.6 Modelos de slug capturing
Nesse tipo de modelo, os escoamentos em golfadas, estratificado e transicional sao
modelados com o mesmo conjunto de equacoes e leis de fechamento. Desse modo,
se torna dispensavel o uso de mapas de padroes de escoamento. Os unicos dados
empıricos necessarios sao as relacoes para forcas cisalhantes entre cada fluido e a
parede, e na interface. A altura de lıquido pode atingir o diametro completo da
tubulacao, formando um pistao naturalmente a partir da solucao das equacoes.
ISSA e KEMPF (2003) utilizou essa formulacao com sucesso para predicao
da evolucao das instabilidades no escoamento estratificado e caracterısticas do
escoamento pistonado.
NIECKELE et al. (2013) compararam resultados de perda de carga e fracao de
vazio com dados experimentais, obtendo boa concordancia. Alem disso, o modelo
pode prever a forma das distribuicoes de comprimento de bolha e pistao.
2.7 Distribuicoes de comprimento de pistao e in-
tervalo de chegada
Dados experimentais indicam que o comprimento medio de pistao e pouco sensıvel as
velocidades superficiais de lıquido e gas (TAITEL e BARNEA, 1990). No escoamento
horizontal o comprimento medio de pistao e de 12-40D (FABRE e LINE, 1992).
NICHOLSON et al. (1978) sugere um valor de 30D. No escoamento vertical ele varia
de 8 a 25D.
A distribuicao de comprimentos de pistao e assimetrica, apresentando uma cauda
longa. Na literatura, normalmente e considerada log-normal (ALSAFRAN et al.,
2005; HOUT et al., 2001; NYDAL et al., 1992). No entanto, alguns autores tambem
consideram a distribuicao gama ou gaussiana inversa.
A distribuicao de intervalo de tempo entre celulas tem forma semelhante a de
comprimento, podendo ser descrita pelas mesmas distribuicoes.
Considerando que pistoes nao sejam correlacionados, o numero de celulas por
unidade de tempo pode ser modelado como uma variavel aleatoria de um processo
de Poisson (AL-SAFRAN, 2012). Dessa forma, o intervalo de tempo entre celulas
seguiria uma distribuicao exponencial. UJANG et al. (2006) verificou que esse
comportamento realmente pode ser observado proximo a entrada da tubulacao, mas
nao uma vez que o escoamento se encontre desenvolvido.
8
Tabela 2.1: Distribuicoes utilizadas para comprimento de pistao.
Referencias
Log-normal BRILL et al. (1981); HOUT et al. (2003); NYDAL et al. (1992)Gama NIECKELE et al. (2013)Gaussiana inv. ALSAFRAN et al. (2005); DHULESIA et al. (1991)
2.8 Modelos para frequencia de golfadas
A previsao correta da frequencia de passagem de golfadas e extremamente importante
no projeto de tubulacoes e equipamentos para escoamento multifasico. Esse parametro
tem grande influencia no fenomeno de corrosao, na integridade estrutural da instalacao
e em flutuacoes de pressao (AL-SAFRAN, 2009). Alem disso, frequentemente e
utilizado como dado de entrada em modelos mecanicistas.
Os valores previstos pelas correlacoes disponıveis na literatura apresentam grande
dispersao entre si e entre dados experimentais, quando diferentes daqueles usados
para o proprio ajuste. AL-SAFRAN (2009) testou varias correlacoes classicas,
bem como sua propria, contra uma base de dados independente, encontrando erros
absolutos medios de 31 a 190%. RODRIGUES e MORALES (2007), em analise
similar, observaram erros de 26.62 a 270.32%
Gregory e Scott (1969)
GREGORY e SCOTT (1969) realizaram experimentos com tubulacao de 19mm de
diametro interno. Os fluidos utilizados foram dioxido de carbono e agua. Observou-se
que a frequencia poderia ser correlacionada com o numero de Froude baseado na
velocidade superficial do lıquido.
νt = 0.0226
(VSLgD
)1.2
(2.6)
Taitel e Dukler (1977)
TAITEL e DUKLER (1977) desenvolveram um modelo teorico para predicao da
frequencia de golfadas com base no mecanismo hidrodinamico de formacao e cresci-
mento de ondas. Eles consideram que o intervalo de tempo entre golfadas, o inverso
da frequencia, e o tempo necessario para que a altura de lıquido alcance o nıvel de
equilıbrio a partir do nıvel mais baixo.
Heywood e Richardson (1979)
HEYWOOD e RICHARDSON (1979) desenvolveram uma correlacao baseada nos
9
resultados experimentais para escoamento de ar e agua, em tubulacao de diametro
42mm.
νt = 0.0364VSLVm
(2.02
D+V 2m
gD
)1.06
(2.7)
Manolis et al (1995)
MANOLIS et al. (1995) modificaram a correlacao de Gregory e Scott com base em
dados de escoamento em golfadas em alta pressao. Eles observaram diferencas entre
os valores previstos e calculados para baixas frequencias. A equacao resultante, com
Vm,min = 5m/s, foi:
νt = 0.0037VLgD
(V 2m,min + V 2
m
Vm
)1.8
(2.8)
Zabaras (2000)
ZABARAS (2000) fez uma modificacao na equacao de Gregory e Scott para levar
em conta o angulo de inclinacao.
νt = 0.0226
(VSLgD
)1.2 [19.75
Vm+ Vm
]1.2
[0.836 + 2.75 sin0.25(β)] (2.9)
10
Capıtulo 3
Modelagem teorica
3.1 Modelo de escoamento em golfadas de Dukler
e Hubbard
O modelo de DUKLER e HUBBARD (1975) permite a previsao da perda de carga no
escoamento em golfadas. Ele exige como parametros as vazoes massicas e propriedades
fısicas - massa especıfica e viscosidade - das duas fases, o diametro da tubulacao, a
frequencia de passagem de celulas e a fracao volumetrica de lıquido no pistao.
O modelo da celula unitaria e demonstrado na figura 3.1. A celula e dividida em
duas regioes principais: a regiao de filme e a regiao de pistao. O filme apresenta
espessura variavel, diminuindo suavemente conforme se afasta do fim do pistao. No
final do filme, ha uma transicao rapida para a fracao volumetrica do pistao. Essa
mudanca de fracao volumetrica e, consequentemente, da velocidade da fase lıquida
gera uma zona de mistura logo apos a bolha, contribuindo para aumentar a perda de
carga.
Figura 3.1: Esquema da celula unitaria e perfil de pressao. Retirado de DUKLER eHUBBARD (1975).
11
A velocidade do pistao e considerada igual a velocidade media da mistura.
Vs = Vm =1
A
(WL
ρL+WG
ρG
)(3.1)
Dessa maneira, pode-se calcular o numero de Reynolds do pistao, considerando
as propriedades fısicas como medias ponderadas das propriedades dos dois fluidos.
Res = DVsρLRs + ρG(1−Rs)
µLRs + µG(1−Rs)(3.2)
E possıvel definir um parametro CDH como sendo a razao entre a vazao de lıquido
do filme para o pistao e a vazao no pistao. A partir de uma integracao do perfil de
velocidade para escoamento turbulento em tubulacao, pode-se obter uma relacao
para CDH em funcao de Res. Para 30.000 < Res < 400.000, pode ser utilizada a
seguinte relacao aproximada:
CDH = 0.021 lnRes + 0.022 (3.3)
A velocidade de translacao da frente do pistao e composta da velocidade media
do pistao mais um termo de velocidade aparente devido ao lıquido adicionado pelo
filme.
Vt = (1 + CDH)Vs (3.4)
A hidrodinamica do filme permite escrever o seguinte sistema de equacoes:∫ Rs
Rfe
W (Rf )dRf =lfD
(3.5)
Vtνs− lf =
Vsνs(Rs −Rfe)
[WL
ρLAVs−Rfe + CDH(Rs −Rfe)
](3.6)
onde o autor define (apos correcao de erro tipografico registrada por NICHOLSON
et al. (1978)):
W (Rf ) =
C2DHR
2s
R2f
+ 1Fr
(π2Rf sin θ
2+sin2 θ
2cos θ
2
1−cos θ− 1
2cos θ
2
)ffB2 θ
π+
RfFr
sin β(3.7)
B = 1− CDH(Rs −Rf
Rf
)(3.8)
Rf =θ − sin θ
2π(3.9)
12
Fr =V 2s
gD(3.10)
Ref =2πBRf
θRes (3.11)
ff = 0.0791Re−0.25f (3.12)
A definicao do angulo θ e mostrada na figura 3.2.
Figura 3.2: Definicao do angulo θ.
Os autores sugerem que se utilize como estimativa inicial Rfe = Rs, e que se
subtraia um ∆R ate que a equacao 3.7 seja satisfeita.
As equacoes podem ser combinadas em uma equacao unica para θfe.
F(θfe) =
∫ θS
θfe
W ?(θ)dθ − G(θfe) = 0 (3.13)
W ?(θ) =
C2DHR
2s
( θ−sin θ2π )
2 + 1Fr
(π2 ( θ−sin θ
2π ) sin θ2
+sin2 θ2
cos θ2
1−cos θ− 1
2cos θ
2
)0.0791
(B(θ−sin θ)
θRes
)−0.25
B2 θπ
+( θ−sin θ
2π )Fr
sin β(3.14)
G(θfe) =Vs
νsD[Rs −
(θfe−sin θfe
2π
)]{
WL
ρLAVs−(θfe − sin θfe
2π
)+ CDH
[Rs −
(θfe − sin θfe
2π
)]}− VtνsD
(3.15)
Conhecido Rfe, pode-se determinar Vfe por:
Vfe = Vs
[1− CDH
(Rs −Rfe
Rfe
)](3.16)
A taxa de transferencia de lıquido do filme para o pistao e dada por:
x = CDHρLARfe(Vt − Vfe) (3.17)
13
ls =Vtνs− lf (3.18)
lm =0.3(Vs − Vfe)2
2g(3.19)
Por fim, a perda de carga total e composta dos termos de aceleracao do lıquido
do filme para o pistao e de atrito com a parede na regiao do pistao.
∆Ps = ∆Pa + ∆Pf (3.20)
∆Pa =x
A(Vs − Vfe) (3.21)
∆Pf =fs[ρLRs + ρG(1−Rs)]V
2s (ls − lm)
2D(3.22)
3.2 Modelo de comprimento de pistao de Cook e
Behnia
O modelo de COOK e BEHNIA (2000b) permite acompanhar a evolucao da distri-
buicao de comprimentos de pistao lıquido ao longo da tubulacao. Ele e baseado no
trabalho de BARNEA e TAITEL (1993).
Figura 3.3: Modelo cinematico para o avanco dos pistoes. Retirado de BARNEA eTAITEL (1993).
A velocidade de translacao do nariz da bolha e correlacionada com o comprimento
do pistao a sua frente por:
VBVt
= 1.0 + 0.56 exp
(−0.46
lsD
)(3.23)
14
A velocidade de translacao de uma bolha atras de um pistao longo, Vt, e dada
pela expressao sugerida por NICKLIN et al. (1962):
Vt = CVm + Vd (3.24)
Onde a velocidade de drift Vd, no escoamento horizontal, e dada por:
Vd = 0.54√gD (3.25)
O comprimento aproximado do filme pode ser determinado por um balanco de
massa para uma celula unitaria completamente desenvolvida, supondo Rs ≈ 1.
lf =VSGls
(1−Rf )Vt − VSG(3.26)
Para bolhas longas, observa-se que:
Vlfe ≈ 0 (3.27)
De modo que, atraves de um balanco de massa da fase lıquida:
Rfe ≈(Vt − Vm)
Vt(3.28)
Os dados experimentais sugerem que:
Rf ≈ 1.4Rfe (3.29)
A cada passo de tempo, as novas posicoes da frente e da traseira de cada pistao
sao calculados com as equacoes 3.30 e 3.31. Quando as posicoes dos dois extremos
sao as mesmas, aquele pistao e eliminado e a sua respectiva bolha se junta a anterior.
Y t+∆ti = Y t
i + VBi∆t (3.30)
F t+∆ti = F t
i + VFi∆t e VFi = VB(i−1). (3.31)
De acordo com os autores, a distribuicao de comprimentos de pistao apos uma
distancia grande o suficiente e insensıvel a distribuicao na entrada.
3.2.1 Formulacao da perda de carga
TAITEL e BARNEA (1990) demonstraram por um balanco de quantidade de movi-
mento que a perda de carga na celula unitaria e dada por:
15
∆Pu = ρsg sin βls +τsπD
A+ ∆Pmix (3.32)
Onde o primeiro termo se refere ao componente gravitacional, o segundo, ao
atrito no pistao lıquido, e o terceiro, a perda na esteira da bolha.
A perda na mistura, por sua vez, tem dois componentes, um devido a mudanca
de velocidade e um devido a variacao de altura de lıquido entre o inıcio e o fim do
filme.
∆Pmix = ρlRs(Vt − Vs)(Vfi − Vfe) + ρLg cos β
∫ hfe
hfi
Rf dhf (3.33)
Supondo escoamento horizontal e Rs ≈ 1, o termo gravitacional desaparece, e a
equacao se reduz a:
∆Pu =τsπD
A+ ρl(Vt − Vs)(Vs − Vfe) + ρLg
∫ hfe
D
Rf dhf (3.34)
Onde Vfe, conforme comentado anteriormente, e aproximadamente zero para
bolhas longas.
A altura de lıquido na secao pode ser relacionada com a fracao volumetrica de
lıquido por geometria.
R = 1− 1
π
arccos
(2h
D− 1
)+
(2h
D− 1
)√1−
(2h
D− 1
)2 (3.35)
Com as equacoes 3.28 e 3.35 e possıvel determinar hfe e calcular o termo de perda
por mistura.
16
Capıtulo 4
Resultados e discussoes
4.1 Domınio fısico do modelo
O modelo mecanicista de golfadas foi avaliado para uma matriz de 20x16 valores
de velocidade superficial de gas e lıquido, respectivamente. Os fluidos utilizados
foram ar e agua. Considerou-se o diametro da tubulacao igual a 19mm e a fracao
volumetrica de lıquido no pistao igual a 0.99.
Foram incorporados ao algoritmo testes para operacoes ou resultados matema-
ticamente invalidos em varios pontos. Alem disso, foram adicionados testes de
validade das grandezas fısicas: todos os comprimentos, velocidades e perdas de carga
encontrados devem ser positivos e as fracoes volumetricas devem ficar entre 0 e 1.
As figura 4.1, 4.2, 4.3 mostram o domınio de validade fısico-matematico do modelo
para tres formulacoes de frequencia.
A zona de resultados validos utilizando as tres correlacoes e muito semelhante.
Elas conseguem cobrir a regiao de bolhas alongadas e a maior parte da regiao
de golfadas. Tambem observa-se que o modelo gera resultados fısicos, ainda que
nao representativos da realidade, em casos de escoamento em bolhas dispersas ou
estratificado. No entanto, o modelo falha para velocidades de gas superiores a
aproximadamente 10m/s, independente da correlacao utilizada.
Observou-se que os casos de resultados invalidos se dividiam em tres categorias:
1. Impossibilidade de localizar raiz da equacao 3.13
2. Comprimento de pistao nulo ou negativo: ls ≤ 0
3. Comprimento da zona de mistura maior do que o comprimento total do pistao:
lm > ls
A figura 4.4 mostra a razao da invalidade dos resultados em cada posicao, quando
utilizada a correlacao de Zabaras.
17
Figura 4.1: Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes deescoamento para a correlacao de Heywood e Richardson.
Figura 4.2: Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes deescoamento para a correlacao de Manolis et al.
Pode-se observar tres regioes onde o modelo nao pode ser realizado matemati-
camente: a primeira para baixas vazoes de lıquido e gas, a segunda para baixas
vazoes de gas e altas de lıquido e a terceira para vazoes de lıquido baixas e de
gas intermediarias. A figura 4.5 mostra como a funcao da equacao 3.13 pode ter
18
Figura 4.3: Comparacao do domınio fısico do modelo com mapa de padroes deescoamento para a correlacao de Zabaras.
Figura 4.4: Regiao de invalidade do modelo para a correlacao de Zabaras, de acordocom as categorias citadas. +: Nao e possıvel achar raiz da equacao 3.13. ◦: ls ≤ 0.�: lm > ls.
comportamento diferente do esperado nessas regioes.
Conforme a velocidade de gas aumenta, o comprimento de pistao diminui, criando
primeiro uma estreita faixa onde ele fica menor que o comprimento de mistura e em
19
seguida uma regiao onde a solucao do sistema fornece um numero negativo. Essa
situacao cobre a maior parte da regiao de escoamento anular e os casos de maior
velocidade dos escoamentos em bolhas dispersas e golfadas.
(a) VSL = 1m/s, VSG = 1m/s (b) VSL = 0.01m/s, VSG = 0.05m/s
(c) VSL = 10m/s, VSG = 0.01m/s (d) VSL = 0.001m/s, VSG = 10m/s
Figura 4.5: Comportamento da funcao F(θfe) nos casos onde ha raiz (a) ou nao (b,c, d).
4.2 Comparacao dos modelos
Para verificacao dos modelos de escoamento em golfadas, foram utilizados os dados
experimentais de UJANG et al. (2006), para escoamento de ar e agua em tubulacao
horizontal de 0.078m de diametro interno. A condicao experimental escolhida foi de
VSL = 0.61 m/s e VSG = 2.55 m/s.
20
4.3 Modelo evolutivo
Um ajuste da distribuicao log-normal de comprimentos de pistao observada perto
da entrada da tubulacao foi utilizado como condicao de entrada para o modelo de
desenvolvimento. Testes preliminares mostraram que a distribuicao de intervalos
de tempo dos dois primeiros pontos experimentais geraria valores nao fısicos para o
modelo de Dukler e Hubbard. Desse modo, utilizou-se como condicao de entrada a
distribuicao em x = 5.01m. Ainda assim se observou que alguns valores extremos de
frequencia gerariam resultados nao fısicos; nesse caso, os valores foram eliminados,
sem prejuızo significativo ao resultado final.
Foram inseridas 10000 celulas na tubulacao. Para a discretizacao temporal,
utilizou-se um passo de tempo de 0.005s. Testes de convergencia (nao mostrados
aqui) demonstraram que o aumento do numero de celulas ou diminuicao do passo de
tempo produziriam variacoes inferiores a 1% no comprimento medio de pistao.
4.3.1 Evolucao dos parametros estatısticos
A media e variancia experimentais foram determinadas a partir dos parametros
da distribuicao log-normal. A media e variancia podem ser relacionadas com os
parametros µLN e σLN da distribuicao log-normal por:
µ = exp
(µLN +
σ2LN
2
)(4.1)
σ =√
exp (2µLN + σ2LN)[exp(σ2
LN)− 1] (4.2)
Tambem foram obtidas as medias e desvios padroes das distribuicoes geradas pelo
modelo evolutivo. Podemos definir a media, desvio padrao e coeficiente de variacao
de uma amostra por:
x =1
N
N∑i=1
xi (4.3)
sN =
√√√√ 1
N
N∑i=1
(xi − x)2 (4.4)
cv =sNx
(4.5)
A figura 4.6 mostra a comparacao entre o tamanho medio e o desvio padrao do
ajuste dos dados experimentais com o modelo teorico.
No modelo teorico, o desvio padrao da distribuicao de comprimentos aumenta
21
ate aproximadamente 4.2D, conforme sao formados pistoes maiores, e depois comeca
a diminuir, quando os pistoes grandes ja estao bastante estaveis e os pequenos vao
sendo eliminados. A media aumenta de forma assintotica para um valor proximo a
15D.
Os resultados experimentais indicam que a media e o desvio padrao seguem
aumentando a uma taxa quase constante mesmo proximo do final da tubulacao,
atingindo cerca de 2 e 3 vezes, respectivamente, os valores calculados.
A media do intervalo de tempo apresentou boa concordancia qualitativa entre
o modelo e o experimento. O desvio padrao foi descrito corretamente no final da
tubulacao, mas nao no inıcio.
Figura 4.6: Evolucao dos parametros estatısticos ao longo da tubulacao. ◦: experi-mental. +: numerico.
4.3.2 Analise das distribuicoes
As figuras 4.7 e 4.8 apresentam os resultados do modelo. Quando aplicavel, tambem
sao mostrados os resultados experimentais. As tabelas 4.1 e 4.2 contem as medias,
22
desvios padroes e coeficientes de variacao das distribuicoes em cada posicao.
Figura 4.7: Resultados de ls/D e T do modelo de COOK e BEHNIA (2000b). A linhatracejada representa um parametro de entrada baseado nos dados experimentais e alinha contınua, o resultado experimental de referencia. Esquerda: x = 0m. Direita:x = 30.1m
O modelo consegue prever razoavelmente bem as distribuicoes de frequencia
nos dois pontos. No entanto, o comprimento de pistao na posicao final e muito
subestimado, como comentado anteriormente.
As distribuicoes de perda de carga apresentam grande dispersao e valores muito
altos quando comparados com o outro modelo. Provavelmente, a suposicao de
velocidade nula na saıda do filme e muito conservadora.
23
Figura 4.8: Resultados de ∆P e ∆P/lu do modelo de COOK e BEHNIA (2000b).Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m
Tabela 4.1: Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para omodelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=0m.
Media Desvio padrao Coef. de variacao
1/T [s−1] 0.58 0.15 27%ls/D 7.58 2.69 35%∆P [Pa] 4024.36 189.54 4.7%∆P/lu [Pa/m] 636.20 197.76 31%
24
Tabela 4.2: Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para omodelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=30.1m.
Media Desvio padrao Coef. de variacao
1/T [s−1] 0.26 0.13 50%ls/D 14.16 3.77 27%∆P [Pa] 4488.86 265.98 5.9%∆P/lu [Pa/m] 323.07 132.79 41%
25
4.4 Modelo de celula unitaria
O modelo de celula unitaria foi avaliado na primeira e ultima posicoes. Foram
utilizados 10000 valores de frequencia, obtidos a partir das distribuicoes experimentais
de intervalos de tempo de passagem no inıcio e no final. Foi considerada a seguinte
relacao para obter os valores de frequencia:
νT =1
T(4.6)
4.4.1 Analise das distribuicoes
As simulacoes que geraram valores nao-fısicos foram descartadas. Os histogramas
resultantes das simulacoes e os ajustes experimentais sao comparados na figura 4.9.
O resultado de perda de carga e apresentado na figura 4.10, e as tabelas 4.3 e 4.4
mostram um resumo das estatısticas.
Tabela 4.3: Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para omodelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=0m.
Media Desvio padrao Coef. de variacao
ls/D 13.68 15.81 115%∆P [Pa] 2633.09 1326.86 50%∆P/lu [Pa/m] 263.58 22.26 8%
Tabela 4.4: Caracterısticas estatısticas das distribuicoes de propriedades para omodelo de DUKLER e HUBBARD (1975),para x=30.1m.
Media Desvio padrao Coef. de variacao
ls/D 27.50 19.83 72%∆P [Pa] 3830.72 1584.93 41%∆P/lu [Pa/m] 242.75 18.42 7%
O modelo nao preve bem o comportamento da distribuicao de comprimentos na
entrada, superestimando o numero de pistoes pequenos e o tamanho da cauda da
distribuicao. Na posicao a jusante, a distribuicao de comprimentos e prevista bem.
A distribuicao de perda por comprimento e muito estreita, e varia pouco de um
caso para o outro. A media no primeiro ponto e cerca de 10% maior que no segundo.
26
Figura 4.9: Resultados de ls/D e T do modelo de DUKLER e HUBBARD (1975). Alinha tracejada representa um parametro de entrada baseado nos dados experimentaise a linha contınua, o resultado experimental de referencia. Esquerda: x = 0m. Direita:x = 30.1m
27
Figura 4.10: Resultados de ∆P e ∆P/lu do modelo de DUKLER e HUBBARD(1975). Esquerda: x = 0m. Direita: x = 30.1m
28
4.5 Ajustes de distribuicoes
O teste de Kolmogorov-Smirnov pode ser utilizado para comparar uma amostra com
uma distribuicao de referencia. A estatıstica de teste e dada por supx|Fn(x)−F0(x)|,onde Fn(x) e a distribuicao cumulativa de probabilidade das amostras e F0(x) a da
referencia avaliada. A estatıstica e comparada com um parametro padrao Dφ dado
por C(φ)/√n. Se a estatıstica de teste e superior a Dφ, a hipotese de que a amostra
tenha vindo da distribuicao escolhida e rejeitada. Quanto maior o valor de φ, mais
significativa e a diferenca entre as distribuicoes.
Um subconjunto de 500 celulas foi utilizado na avaliacao dos ajustes de distri-
buicoes. Considerando φ = 5%, temos que Dφ = 1.36/√
500 = 0.061. As tabelas
4.5,4.6,4.7 e 4.8 apresentam os valores do parametro de Kolmogoroc-Smirnov para o
melhor ajuste de cada variavel com cada distribuicao. Em negrito estao destacados
os valores que passam no teste.
Tabela 4.5: Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distribuicoesdo modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=0m.
Log-normal Normal Gamma Gaussiana Inversaν 0.032 0.097 0.056 0.031∆P 0.070 0.080 0.074 0.071∆P/lu 0.026 0.077 0.041 0.026
Tabela 4.6: Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distribuicoesdo modelo de COOK e BEHNIA (2000b), para x=30.1m.
Log-normal Normal Gamma Gaussiana Inversals/D 0.128 0.118 0.118 0.148ν 0.059 0.151 0.090 0.064∆P 0.112 0.118 0.117 0.112∆P/lu 0.075 0.153 0.102 0.080
Tabela 4.7: Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distribuicoesdo modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=0m.
Log-normal Normal Gamma Gaussiana Inversals/D 0.098 0.207 0.035 0.307∆P 0.075 0.168 0.152 0.080∆P/lu 0.054 0.042 0.049 0.054
No modelo de COOK e BEHNIA (2000b), a distribuicao de comprimentos no
formato de log-normal gera distribuicoes de frequencia e perda de carga tambem
semelhantes a log-normal. Na posicao a jusante, a distribuicao de comprimentos ja
29
Tabela 4.8: Valores do parametro de Kolmogorov-Smirnov para fits das distribuicoesdo modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), para x=30.1m.
Log-normal Normal Gamma Gaussiana Inversals/D 0.083 0.095 0.034 0.171∆P 0.031 0.081 0.037 0.030∆P/lu 0.048 0.060 0.050 0.048
nao possui mais a forma original, mas a distribuicao de frequencias ainda passa no
teste.
Nos resultados do modelo de DUKLER e HUBBARD (1975), percebe-se que a
distribuicao log-normal usada para o parametro de entrada gera distribuicoes com o
mesmo formato para a perda de carga. Alem disso, os comprimentos de pistao sao
bem descritos pela distribuicao Gamma, com a estatıstica de teste muito inferior as
outras.
4.6 Sensitividade das distribuicoes
O modelo de celula unitaria foi avaliado em relacao a propagacao da dispersao da
distribuicao de entrada. Foram realizadas 1000 simulacoes para quatro distribuicoes
de intervalo de tempo com a mesma media e desvios padroes diferentes.
A figura 4.11 apresenta a relacao entre os coeficientes de variacao do parametro
de entrada, a frequencia, e o resultado de perda de carga. Tambem e exibido o
resultado de uma regressao linear.
Observa-se claramente uma relacao linear entre as grandezas analisadas. Alem
disso, a dispersao da distribuicao de saıda e muito menor que a de entrada. Para um
desvio padrao de 60% da media na frequencia, o efeito e um desvio padrao de 11%
da media na queda de pressao por comprimento.
Na figura 4.12 e exibida a variacao da dispersao do comprimento de pistao. O
comportamento ainda e descrito razoavelmente bem por uma reta. No entanto, a
inclinacao nesse caso e bastante superior, de modo que a distribuicao de saıda pode
ter o coeficiente amplificado por mais de duas vezes. O maior desvio padrao da
distribuicao de comprimentos pode chegar a 130% da media.
30
Figura 4.11: Coeficiente de variacao da perda de carga em funcao do coeficiente devariacao da frequencia.
Figura 4.12: Coeficiente de variacao do comprimento de pistao em funcao do coefici-ente de variacao da frequencia.
31
Capıtulo 5
Consideracoes finais
5.1 Conclusoes
Foram analisados dois modelos para escoamento em golfadas, um baseado no con-
ceito de celula unitaria e um modelo evolutivo para previsao de distribuicoes de
comprimento de pistao.
Foram apresentados mapas de domınio de validade para o modelo de celula
unitaria, onde verificou-se que o modelo pode fornecer resultados validos, ainda que
equivocados, em uma grande regiao fora das condicoes de ocorrencia de golfadas.
Alem disso, o modelo nao conseguiu cobrir casos de golfadas com maior velocidade
superficial de gas.
Ambos os modelos foram comparados aos dados experimentais, apresentando
uma concordancia razoavel. O modelo evolutivo, no entanto, falhou em prever o
comprimento dos pistoes no final da tubulacao, subestimando significativamente a
taxa de crescimento. Apesar disso, a evolucao da frequencia de passagem de pistoes
foi bem determinada.
O teste de Kolmogorov-Smirnov foi aplicado as distribuicoes estatısticas resultan-
tes dos modelos e observou-se que para uma distribuicao do parametro de entrada
log-normal a distribuicao de perda de carga tambem se assemelha a uma log-normal.
No modelo de evolucao, a distribuicao log-normal de comprimentos no inıcio da
tubulacao nao resultou em distribuicao semelhante no final.
Por fim, uma analise de sensitividade do modelo de celula unitaria mostrou que a
dispersao dos resultados de perda de carga e pouco sensıvel a dispersao da frequencia,
e possui uma relacao aproximadamente linear para os valores testados.
Os modelos utilizados podem ser facilmente combinados em um simulador, a
fim de gerar resultados completos de caracterısticas do escoamento. O modelo
evolutivo pode prever as distribuicoes de frequencia ao longo da tubulacao, e o
resultado pode ser passado para o modelo de celula unitaria para calculo da perda de
32
carga. O simulador se encontra disponıvel na pagina do Laboratorio de Escoamentos
Multifasicos: www.escoamentosmultifasicos.coppe.ufrj.br/simuladores.
5.2 Trabalhos futuros
Todos os modelos de golfadas existentes atualmente sao fortemente dependentes
das equacoes de fechamento, obtidas de dados experimentais. Para um trabalho
futuro, devem ser realizados experimentos para levantamento de dados completos e
confiaveis de distribuicoes estatısticas para aprimoramento das correlacoes presentes
nos modelos.
33
Referencias Bibliograficas
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flow using Poisson probability theory”, 8th North American Conference
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duction & Facilities, v. 20, n. 2, pp. 5–8.
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