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Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional BRASIL – AUSTRÁLIA SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais Última atualização: 04 de novembro de 2013

Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional · outras atividades econômicas, ... Oceania, banhado pelo ... O Gráfico 2 a seguir apresenta os principais produtos exportados

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Análise de Mercado

Transporte Aéreo Internacional

BRASIL – AUSTRÁLIA

SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais

Última atualização: 04 de novembro de 2013

1. OBJETIVO

Esta Nota de Análise de Mercado tem por objetivo prover informações acerca do

relacionamento aerocomercial do Brasil com a Austrália.

O material, produzido pela Superintendência de Relações Internacionais da

ANAC, visa primordialmente promover subsídios às negociações de acordos de

serviços aéreos e analisar as dinâmicas do transporte aéreo internacional sob a

perspectiva brasileira.

Importante pontuar que quaisquer estudos que se proponham a analisar o

mercado de transporte aéreo internacional devem entendê-lo como demanda derivada de

outras atividades econômicas, sendo permanentemente influenciado pelo cenário

macroeconômico internacional no qual se insere. Por este motivo, este Informativo

integra aos dados de transporte aéreo variáveis de turismo e comércio entre as partes

envolvidas, dentre outros fatores intervenientes.

A disponibilização pública desse documento integra um conjunto de iniciativas

implementadas pela ANAC no sentido de auxiliar as empresas aéreas e demais agentes

interessados, na identificação de potenciais mercados aéreos a serem explorados,

visando ampliar a conectividade aérea efetiva do Brasil com os demais países do globo.

2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES

A Austrália (Commonwealth of Australia) é um país continental localizado na

Oceania, banhado pelo oceano Índico, a sul e a oeste, pelo mar de Timor, mar de

Estreito de Torres e Arafura, a norte, e pelo mar de Coral e mar da Tasmânia, a leste.

Entre os países que fazem fronteira marítima com a Austrália, tem-se a Indonésia,

Timor-Leste e Papua-Nova Guiné, a norte, o território ultramarino francês da Nova

Caledônia, a leste, e a Nova Zelândia a sudeste.

Com uma área de 7.862.300 km2, a Austrália é o 6º maior país do mundo em

termos de extensão territorial, sendo o único dentre esses seis países a estar

completamente cercado por água. Cerca de 20% da área continental é classificada como

desértica. Além da porção territorial continental, o país compreende milhares de ilhas

próximas ao continente e outros territórios insulares mais distantes1. As ilhas

representam 40% da costa, sendo de grande importância estratégica para a definição das

fronteiras marítimas do país. A maior ilha é a Tasmânia, localizada a 240 km da costa

sudeste do país.

Figura 1: Mapa Geográfico e Localização – Austrália

Fonte: www.worldatlas.com

A Austrália é dividida em seis estados e dois territórios, sua população estimada

é de 22,7 milhões de habitantes2. O país apresenta uma concentração populacional na

região costeira e nas seguintes capitais estaduais: Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth

e Adelaide. Camberra é a capital do país. Seu sistema político é de monarquia

constitucional, com a Rainha Elizabeth II do Reino Unido como chefe de estado.

Quentin Bryce é a atual Governadora Geral e Tony Abbott o atual Primeiro Ministro,

chefe de governo. O sistema de governo da Austrália é baseado na tradição liberal

democrática, que inclui a tolerância religiosa e a liberdade de expressão e de

associação3.

1 Australian Government, 2013. Mais detalhes sobre os territórios da Austrália em

http://www.regional.gov.au/territories/ 2 Australian Government, 2013. Disponível em http://australia.gov.au/about-australia/our-country 3 Australian Government, 2013. Disponível em http://www.australia.com/pt-br/about/key-facts/cities-

states-territories.aspx

Acredita-se que os primeiros habitantes do país tenham chegado de barco há

pelo menos 50.000 anos. Até o momento da colonização, havia cerca de 1 milhão de

aborígenes no continente. A colonização dos ingleses se inicia na segunda metade do

século XVIII, com a chegada de colonos e criminosos. Até a extinção do transporte

penal em 1868, 160.000 homens e mulheres foram para a Austrália como condenados.

Os seis estados da Austrália se tornaram uma nação sob uma única constituição em 1º

de janeiro de 1901. Uma das primeiras ações do novo parlamento nacional foi aprovar a

legislação, posteriormente conhecida como Política da Austrália Branca, que restringia a

migração principalmente a pessoas de origem europeia. Essa política foi desmantelada

progressivamente após a Segunda Guerra Mundial e hoje a Austrália é o lar de povos de

mais de 200 países4.

Dados recentes do Department of Immigration and Border Protection mostram

que no ano fiscal 2011-2012, foram admitidos 245 mil imigrantes residentes

permanentes. Do total de imigrantes admitidos, 12,3% são cidadãos neozelandeses,

11,5% são indianos, 10,9% são chineses (exclui Hong Kong, Macau e Taiwan) e 10,7%

são britânicos. Os brasileiros representam aproximadamente 0,5% ou 1.148 imigrantes.

Mais de 5 mil brasileiros escolheram a Austrália como residência permanente desde

2007.

A economia australiana tem apresentado contínuo crescimento, inflação

controlada, baixa dívida pública e um sistema financeiro estável5. O PIB nominal

australiano foi o 12º maior do mundo em 2012, tendo registrado o valor de US$ 1.541

bilhões. O crescimento médio do PIB real ao longo do período 2003-2012 foi de 3,1%

ao ano. Trata-se de um nível elevado de crescimento para uma economia desenvolvida.

A demanda asiática por recursos e energia contribuiu para o crescimento sustentado da

Austrália. A economia se manteve relativamente forte, mesmo durante a crise financeira

internacional.

Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, do

programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, a Austrália apresenta

alto índice de desenvolvimento humano (IDH), situando-se na 2ª posição dentre os 186

4 Australian Government, 2013. Disponível em http://www.australia.com/pt-br/about/culture-

history/history.aspx 5 Central Intelligence Agency, 2013. Disponível em https://www.cia.gov/library/publications/the-world-

factbook/geos/as.html

países analisados, atrás apenas da Noruega6. O país tem mantido essa posição de

destaque nos últimos anos.

A Tabela 1 e o Gráfico 1 apresentam, respectivamente, alguns indicadores

socioeconômicos e a variação anual do PIB real do país para o período 2003-2012.

Tabela 1: Indicadores Socioeconômicos da Austrália

Fonte: (1) Australian Government (2) International Monetary Fund (3) World Bank Indicators

(4) UNWTO Tourism Highlights 2013 (valores estimados)

Gráfico 1: Variação anual do PIB real da Austrália (2003-2011)

Fonte: World Bank Indicators.

6 Human Development Report 2013. Disponível em hdr.undp.org/

3,2

4,1

3,2 3,0

3,8 3,8

1,6

2,12,4

3,4

0,0

2,0

4,0

6,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Indicadores Ano Valor Unidade

População 2012 22,7 Pessoas (Millhões) (1)

PIB (nominal) 2012 1.541 US$ Bilhões (2)

PIB per capita 2012 67.035 US$ (3)

Chegadas de Turistas 2012 6,1 Pessoas (Milhões) (4)

Receitas com Turismo 2012 31,5 US$ Bilhões (4)

O setor de serviços representa três quartos do PIB australiano. Quatro em cada

cinco empregos do país vem do setor terciário7. O país abriga um importante centro

financeiro, acumulando um estoque de cerca de US$ 2 trilhões de investimentos

estrangeiros ao final de 2011. O país é uma potência na produção e na exportação de

commodities, sendo um dos líderes mundiais na indústria de minério de ferro, bauxita,

zinco, níquel e ouro. Na área de energia, destaca-se a produção de carvão, gás natural e

urânio. Em 2011, o setor de mineração e energia representava 8% do PIB e 50% do total

das exportações. O país detém as maiores reservas do mundo de chumbo, níquel e

zinco.

Em relação à política externa, verifica-se a participação da Austrália nos

principais organismos internacionais, abrangendo diversas áreas de atuação. O país foi

reeleito para o Conselho da OACI, Parte I (States of chief importance in air transport)

durante a 38ª Assembleia que ocorreu este ano8. Dentre os organismos de âmbito

regional da qual a Austrália faz parte, destaca-se a participação do país nas seguintes

organizações:

(i) APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) – Austrália, Brunei,

Canadá, Chile, China, Cingapura, Coréia do Sul, Indonésia, Japão, Malásia,

México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Taiwan,

Tailândia, Estados Unidos, Vietnam, Hong Kong.

(ii) IOR-ARC (Indian Ocean Rim Association for Regional Co-operation) -

Austrália, Bangladesh, Comoros, Índia, Indonésia, Irã, Quênia, Madagascar,

Malásia, Ilhas Maurício, Moçambique, Omã, Seychelles, Cingapura, África

do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Iêmen.

No tocante às questões diplomáticas entre Brasil e Austrália, constata-se que o

Brasil possui embaixada em Camberra e consulado geral em Sydney. A Austrália, por

sua vez, também está representada no Brasil através de uma embaixada em Brasília, um

consulado geral em São Paulo (SP) e um consulado honorário no Rio de Janeiro (RJ).

7 Department of Foreign Affairs and Trade. Disponível em http://www.dfat.gov.au/aib/ 8 ICAO 38th Assembly. Disponível em http://www.icao.int/Newsroom/Pages/ICAO-assembly-elects-new-

council-for-three-year-term-2013.aspx

À exceção de cidadãos da Nova Zelândia, todos os portadores de qualquer outro

passaporte precisam solicitar um visto para a Austrália antes de deixarem seus países. A

Austrália implantou um sistema de visto eletrônico para detentores de passaportes de

vários países. Brasileiros podem solicitar visto eletrônico de turismo da subclasse 600

para estadia de até 3 meses9. Os vistos são processados na embaixada de Brasília. Não é

necessário etiquetar o visto no passaporte.

3. CORRENTE DE COMÉRCIO

Segundo dados do Department of Foreign Affairs and Trade Australia

(DFAT)10, em 2012, o total das exportações da Austrália foi de AUD 248 bilhões11,

apresentando uma redução de 5,2% em relação ao ano anterior. Não obstante a redução

do valor das exportações, o país apresentou crescimento médio de 7,1% ao longo do

período 2006-2012.

As exportações de minério de ferro e seus concentrados representam, em valores

monetários, 22% do total. A alta demanda pelo minério de ferro, principalmente da

China, fez mais que triplicar o valor das exportações do recurso durante o período 2006-

2012. Em seguida, verifica-se que as exportações de carvão totalizaram 16,6% dos

valores exportados. O Gráfico 2 a seguir apresenta os principais produtos exportados

pelo país em 2012.

9 Embaixada da Austrália. Disponível em http://www.brazil.embassy.gov.au/brasportuguese/Mudancas

VistosMudancasVistos.html 10 DFAT Australia. Disponível em http://www.dfat.gov.au/publications/statistics.html

Observação: No intuito de evitar a identificação indireta do total de vendas de firmas individuais, a

Australian Bureau of Statistics (ABS) não permite a divulgação de certos itens confidenciais tais como

aeronaves e suas partes. Portanto, há a possibilidade de ocorrer distorções nos dados de alguns países,

principalmente do Brasil, Canadá, França, Alemanha e Estados Unidos. De acordo com um estudo do

DFAT, o cruzamento de dados públicos oficiais do comércio desses países e do ABS permite concluir que

não houve distorções significativas para o comércio brasileiro em 2012. No entanto, há grandes distorções

encontradas nos dados da França e Estados Unidos. Fonte: DFAT Composition of Trade Australia 2012 11 Para efeitos de conversão, considera-se a taxa média de câmbio 1 AUD = 1,0668 US$ para o ano de

2012. Disponível em http://www.ato.gov.au/Tax-professionals/TP/Calendar-year-ending-31-December-

2012/

Gráfico 2: Austrália – Pauta de Exportações – 2012

Fonte: DFAT Australia

Os principais destinos das exportações australianas em 2012 foram a China

(29,5%), Japão (19,3%), Coreia do Sul (8,0%), Índia (4,9%) e Estados Unidos (3,8%).

Cabe ressaltar que os países da APEC representaram aproximadamente 81% do total das

exportações daquele ano. O Brasil representa apenas 0,4% do total das exportações

australianas.

Considerando as importações da Austrália, verificou-se que o total, em 2012, foi

de AUD 242,1 bilhões. O valor total de importações foi 6,5% superior ao ano anterior.

Naquele ano, o país apresentou um déficit de AUD 5,9 bilhões. No período de 2006-

2012, o crescimento médio das importações foi de 5,5% ao ano.

A importação de petróleo bruto, derivados e gás representam 8,9% do total da

pauta de importações. Em seguida importam-se veículos automotores de passageiros

(7,0%) e petróleo refinado (6,6%). O Gráfico 3 a seguir apresenta os principais produtos

importados pelo país em 2012.

2,6%

4,4%

5,4%

6,3%

16,6%

22,0%

Trigo

Petróleo bruto

Gás Natural

Ouro

Carvão

Minério de ferro eseus concentrados

Gráfico 3: Austrália – Pauta de Importações – 2012

Fonte: Fonte: DFAT Australia

As principais origens das importações australianas em 2012 foram a China

(18,4%), Estados Unidos (12,6%), Japão (7,9%), Cingapura (6,0%) e Alemanha (4,6%),

que juntos representaram 49,5% do total das importações australianas daquele ano. O

Brasil representou 0,3% do total das importações da Austrália.

Com relação ao comércio bilateral entre os dois países, segundo dados do

MDIC12, verifica-se o comportamento pró-cíclico das exportações e importações. Tal

comportamento se justifica pela característica exportadora de commodities de ambos os

países. O Brasil apresentou uma queda maior nas suas exportações em 2009 e 2012, em

grande parte explicada pela crise financeira internacional e pela queda do preço das

commodities, respectivamente. Há uma tendência de adensamento na corrente de

comércio dos países, embora o Brasil apresente um saldo comercial deficitário ao longo

dos últimos anos. O Gráfico 4 a seguir mostra a evolução do fluxo comercial entre os

dois países.

12 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Sistema de Análise das Informações

de Comércio Exterior. Disponível em http://aliceweb2.mdic.gov.br/

3,4%

3,5%

3,6%

6,6%

7,0%

8,9%

Medicamentos (incluiveterinários)

Veículosautomotores para…

Equipamentos detelecomunicações e…

Petróleo refinado

Veículosautomotores de…

Petróleo bruto

Gráfico 4: Brasil – Austrália: Balança comercial (2003-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Em termos da participação relativa do comércio exterior Brasil-Austrália na

totalidade do fluxo comercial brasileiro, em 2012, observa-se que a corrente de

comércio entre os países é inferior a 1%. As exportações para o país

representaram 0,21% do total das exportações brasileiras, enquanto as importações

provenientes da Austrália representaram 0,58% do total das importações brasileiras.

Em relação ao mix de produtos, a Tabela 2 sintetiza os principais itens da pauta

de exportação e importação brasileira para a Austrália, no ano de 2012.

Tabela 2: Mix de Produtos - Relação Comercial entre Brasil e Austrália em 2012

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

US$

Bilh

õe

s

Exportação Importação

Exportação Importação

Caldeiras, máquinas, aparelhos e

instrumentos mecânicos e suas

partes, etc. (20,7%)

Combustíveis minerais, óleos Minerais

e produtos da sua destilação; Matérias

betuminosas; Ceras Minerais. (72,5%)

Borracha e suas obras (8,9%)

Caldeiras, máquinas, aparelhos e

instrumentos mecânicos e suas

partes, etc. (4,3%)

Café, chá, mate e especiarias (8,3%)Produtos químicos inorgânicos;

Compostos Inorgânicos, etc. (3,7%)

Preparações de produtos hortícolas, de

frutas ou de outras partes de plantas

(7,0%)

Ferro fundido, ferro e aço (3,6%)

Veículos automóveis, tratores, ciclos e

outros veículos terrestres; Suas partes

e acessórios. (6,9%)

Instrumentos e aparelhos de óptica,

fotografia ou cinematografia, etc.

(3,0%)

Pauta de Produtos

Atendo-se à análise relativa do comércio bilateral via modal aéreo, verifica-se

que, em 2012, do total de US$ 1,8 bilhão da corrente de comércio total entre os países,

6,3% foi transportado via aérea. As exportações escoadas por meio desse modal

representaram 8,6% da totalidade das exportações em 2012, enquanto a proporção das

importações foi de 5,5%.

Analisando-se os dados no intervalo temporal 2003-2012, observa-se o

crescimento da corrente de comércio entre os países. O saldo comercial foi deficitário

ao longo de todo o período. O Gráfico 5 a seguir apresenta a evolução do comércio

aéreo entre os países.

Gráfico 5: Brasil – Austrália: Comércio via Aérea (2003-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

No que se refere ao mix de produtos da corrente de comércio Brasil - Austrália

em 2012, a Tabela 3, a seguir, apresenta os principais destaques desse intercâmbio.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

US$

Milh

õe

s

Exportação Importação

Tabela 3: Mix de Produtos - Relação Comercial entre

Brasil e Austrália (via Modal Aéreo) 2012

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

4. TURISMO

4.1. Dimensionamento do turismo na Austrália

Segundo dados estimados da World Tourism Organization (UNWTO)13, 6,1

milhões de turistas internacionais ingressaram no país em 2012. Houve crescimento de

4,6% em relação a 2011. A Austrália é o destino mais popular na região da Oceania. A

receita do turismo internacional no país totalizou US$ 31,5 bilhões em 2012,

classificando a Austrália na 10ª posição entre os 155 países pesquisados pela UNWTO.

Além disso, no mesmo ano, os residentes da Austrália gastaram US$ 27,6 bilhões no

exterior, classificando o país na 9º posição entre os países que mais gastam em viagens

turísticas internacionais. Os desembolsos per capita totalizam US$ 1.210, um dos

maiores apresentados pela pesquisa da UNWTO.

A agência governamental Tourism Australia afirma que, em 2012, 19,5% dos

turistas estrangeiros são residentes da Nova Zelândia. Em seguida, tem-se a China

(10,2%), Reino Unido (9,7%), Estados Unidos (7,8%) e Japão (5,8%). No mesmo ano, a

Austrália recebeu 31 mil turistas do Brasil, ou aproximadamente 0,5% do total de

turistas estrangeiros. A agência tem planos de dobrar o número de turistas brasileiros até

13 UNWTO Tourism Highlights 2013. Disponível em http://mkt.unwto.org/en/publication/unwto-tourism-

highlights-2013-edition

Exportação Importação

Produtos farmacêuticos. (32,3%)Instrumentos e aparelhos de óptica,

fotografia ou cinematografia, etc. (45,3%)

Instrumentos e aparelhos de óptica,

fotografia ou cinematografia, etc. (13,3%)Produtos farmacêuticos (24,4%)

Máquinas, aparelhos e materiais

elétricos, e suas partes, etc. (9,8%)

Caldeiras, máquinas, aparelhos e

instrumentos mecânicos e suas partes,

etc. (9,6%)

Caldeiras, máquinas, aparelhos e

instrumentos mecânicos e suas partes,

etc. (9,5%)

Máquinas, aparelhos e materiais

elétricos, e suas partes, etc. (8,2%)

Calçados, polainas e artefatos

semelhantes, e suas partes (5,9%)Produtos químicos orgânicos (3,6%)

Pauta de Produtos

2020. Para isso, reabriu um escritório em São Paulo após mais de 10 anos fora da

América Latina. Segundo informações da agência, em 2011, o gasto médio do turista

brasileiro na Austrália foi de US$ 8.215. A indústria do turismo contribui

significativamente para o desenvolvimento econômico do país, empregando mais de

500 mil pessoas. Trata-se do maior setor exportador de serviços, sendo responsável por

10% das receitas de divisas do país.

O Governo da Austrália lançou um ambicioso programa para desenvolver o

potencial da indústria turística no país até 2020. O governo tem um plano de

investimentos para promover o aumento do número de turistas asiáticos: a construção

de mais de 40 mil quartos de hotel, o aumento dos gastos de turistas de negócios, o

aumento da capacidade de transporte aéreo internacional de passageiros em 40% a 50%,

dentre outros objetivos e metas14. Para estimular a cooperação com a conectividade

aérea internacional, foram assinados Memorandos de Entendimentos (MoU) com a

Qantas, Singapore Airlines, Emirates, China Southern, China Eastern, Etihad e Virgin

Australia.

O governo investe em campanhas de marketing em 20 empresas aéreas

internacionais para promover o turismo do país. Além disso, há um fundo de AUD 61

milhões disponível para promover novas rotas entre a Ásia e a Austrália15. Dentre as

novas rotas disponíveis com o apoio do fundo, se encontram:

Kuala Lumpur – Sydney (Air Asia)

Sydney - Cingapura e Cingapura - Gold Coast (Scoot)

Cingapura – Darwin (Silk Air)

Doha – Perth (Qatar Airways)

Dubai – Adelaide (Emirates)

Chengdu – Melbourne (Sichuan Airlines)

Shanghai – Cairns (China Eastern)

14 Tourism Australia. Disponível em http://www.tourism.australia.com/documents/

Tourism_2020_overview.pdf 15 Australian Government. Disponível em http://www.budget.gov.au/2012-

13/content/bp2/html/bp2_expense-20.htm

Por fim, a Tabela 4 a seguir, mostra dados relativos do desempenho do turismo

na Austrália em relação ao resto do mundo. Segundo a World Tourism Organization

(UNWTO), a Austrália representa 2,9% da receita do turismo internacional mundial.

Tabela 4: Informações sobre Turismo (2010-2012)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. *Valores em dólares americanos

4.1. Do Turismo receptivo do Brasil

Quanto ao turismo receptivo brasileiro, as estatísticas do Ministério do Turismo

do Brasil apontam que dos cerca de 5,7 milhões de turistas estrangeiros que ingressaram

no país em 2012, 0,8% foram provenientes da Austrália. Em 2012, 52,8 mil turistas

residentes da Austrália vieram ao Brasil. Houve aumento de 21,1% em relação ao ano

anterior. A Austrália é o principal país da Oceania em termos de fluxo de turistas ao

Brasil, com 81,7% do total da região. Em seguida, tem-se a Nova Zelândia com 17,7%

do total.

Brasil e Austrália apresentam características de turismo muito semelhantes.

Ambos os países estão distantes dos principais países emissores de turistas estrangeiros,

são países de dimensão continental e promovem o sol e a praia como principal produto

turístico16. Entre os desafios que os países enfrentam para a atração de turistas

estrangeiros, está o desenvolvimento da malha aérea internacional. Dados do Ministério

do Turismo mostram que, em 2012, 75,6% dos residentes da Austrália utilizaram o

modal aéreo e 23,1% utilizaram o modal terrestre. Apesar da prevalência do modal

aéreo, muitos turistas possivelmente reduzem a estadia no Brasil com paradas em países

próximos que oferecem conectividade aérea com a Austrália.

16 Ministério do Turismo, Brasil. Disponível em http://www.turismo.gov.br/turismo/noticias/

todas_noticias/Noticias_download/Apresentacao_Panrotas_-_Ministro.pptx

(%)/Mundo Per capita* (%)/Mundo

2010 2011 2012 2011/2010 2012/2011 2011 2011 2012 2012 2012

Austrália 5,9 5,9 6,1 -0,2% 4,6% 0,6% 31,5 31,5 5.131 2,9%

Oceania 11,6 11,7 12,3 0,9% 4,1% 1,2% 40,8 41,2 3.345 3,8%

Ásia e Pacífico 205,1 218,2 233,6 6,4% 7,0% 21,9% 298,6 232,9 997 21,7%

Mundo 949,0 995,0 1035,0 4,8% 4,0% 100,0% 1.042,0 1.075,0 1.039 100,0%

País/Região

Chegada de Turistas Internacionais Receitas com Turismo

(Milhões) Crescimento (%) (US$ Bilhões)

5. TRANSPORTE AÉREO

5.1. Informações sobre a regulação de aviação civil na Austrália

O sistema de regulação da aviação civil da Austrália é organizado em múltiplos

órgãos governamentais, cada um com atribuições específicas. A Civil Aviation Safety

Authority (CASA), Airservices Australia e o Department of Infrastructure and Regional

Development constituem uma estrutura tripartite integrada com objetivo conjunto de

garantir a segurança da aviação civil do país. Uma breve descrição dos principais

organismos é apresentada a seguir:

Civil Aviation Safety Authority (CASA) – Foi criada em 1995 como uma

autoridade independente do governo da Austrália. Sua principal missão é a regulação da

segurança operacional da aviação civil no país e de aeronaves australianas no exterior.

Department of Infrastructure and Regional Development – Órgão da

administração direta responsável pela infraestrutura de transportes. No que concerne à

aviação, auxilia o governo na elaboração de políticas públicas e instrumentos

regulatórios para aeroportos e a indústria da aviação do país.

Airservices Australia – Empresa pública responsável pelos serviços de

navegação aérea, resgate aeronáutico e combate a incêndio. São 1.000 controladores de

tráfego aéreo em 29 torres espalhadas pelos aeroportos do país.

Australian Transport Safety Bureau (ATSB) – Agência independente do

governo responsável pela investigação de acidentes aéreos, marítimos e ferroviários do

país.

Os aspectos políticos e regulatórios da aviação civil australiana passaram por

profundas transformações ao longo dos últimos vinte anos. Em consonância com as

práticas recomendadas pela ICAO (SARPs), a CASA vem modificando as regras de

aeronavegabilidade, segurança operacional, licenciamento, dentre outros aspectos de

sua incumbência17.

Em 2009, o governo publicou um documento intitulado “Flight Path to the

Future - National Aviation Policy White Paper”. No documento foi mantido o

17 CASA. Disponível em http://casa.gov.au/scripts/nc.dll?WCMS:STANDARD::pc=PC_101707

compromisso com o desenvolvimento da segurança operacional, bem como a

liberalização de acesso aos mercados. Os novos Acordos de Serviços Aéreos (ASA)

assinados pelo país propõem melhorar o acesso das empresas aéreas estrangeiras aos

principais aeroportos: Brisbane (BNE), Sydney (SYD), Melbourne (MEL) e Perth

(PER). Em contrapartida, o governo incentivaria o acesso a aeroportos secundários tais

como Broome (BME), Cairns (CNS) e Darwin (DRW). Por último, o governo propôs

aumentar a proporção de capital estrangeiro para 49% na Quantas, a principal empresa

aérea do país18.

Com relação à infraestrutura aeroportuária, foi consolidado o regime de

concessão dos aeroportos ao setor privado. Antes das rodadas de concessões, a empresa

pública Federal Airports Corporation era responsável pela administração dos 22

maiores aeroportos do país. A primeira rodada de concessões foi concluída em maio de

1997, sendo composta pelos aeroportos de Melbourne (MEL), Brisbane (BNE) e Perth

(PER). A segunda, concluída em março de 1998, contemplou os aeroportos de Alice

Springs, Canberra (CBR), Gold Coast (OOL), Darwin (DRW), Hobart (HBA),

Launceston (LST) e Townsville (TSV). Outros sete aeroportos foram concedidos

individualmente em momento posterior e o Aeroporto Internacional de Sydney (SYD)

foi transferido à iniciativa privada somente em 2002.

5.2. Dados gerais do setor aéreo na Austrália

Existem mais de 2.000 aeroportos e aeródromos na Austrália, todavia apenas

10% estão habilitados para a operação de voos regulares. O país é 11º maior mercado

mundial em termos de passageiros transportados. Mais de 120 milhões de passageiros

foram registrados em 2012, ou seja, mais de cinco vezes a população do país. O

aeroporto de Sydney é o maior do país, e conforme dados do WATR19, recebeu um

fluxo de aproximadamente 37,3 milhões de passageiros20 no mesmo ano. Trata-se do

31º aeroporto mais movimentado dentre os 1.598 analisados pela Airports Council

International.

18 Parliament of Australia, Department of Parliamentary Services: “Aviation white paper: an overview”;

2010 19 World Airport Traffic Report (WATR), Airports Council International (ACI), 2012. 20 Segundo a metodologia do WATR 2011, a variável passageiros transportados é definida como o total

de passageiros pagos e não pagos, embarcados e desembarcados em voos comerciais, por aeronave e

helicópteros, em voos regulares e não-regulares.

Além do aeroporto de Sydney (SYD), os principais aeroportos internacionais do

país estão localizados nas cidades de Adelaide (ADL), Brisbaine (BNE), Cairns (CNS),

Melbourne (MEL), Perth (PER) e Gold Coast (OOL). O aeroporto de Gold Coast

(OOL), apesar de ser classificado como secundário pelo Departamento de Transportes

da Austrália21, apresenta o maior crescimento dentre os aeroportos mencionados,

atingindo a quinta posição com relação ao número de passageiros transportados.

A Tabela 5 e a Figura 2 a seguir apresentam, respectivamente, os dados gerais

dos principais aeroportos da Austrália e um mapa com a localização dos 40 maiores

aeroportos em número de passageiros.

Tabela 5: Dados Gerais dos Aeroportos da Austrália em 2012

Fonte: World Airport Traffic Report 2012, Airports Council International (ACI).

21 Disponível em http://www.infrastructure.gov.au/aviation/international/icao/desig_airports.aspx

Cidade / código IATAPassageiros

Internacionais

Passageiros

DomésticosTrânsito

Total de

Passageiros

Classificação

Passageiros

Carga

Internacional

Carga

DomésticaMala Postal

Total Carga

e Mala Postal

ADELAIDE (ADL) 663.449 6.556.935 32.109 7.252.493 204º 19.327 - 71 19.398

BRISBANE (BNE) 4.473.444 16.833.178 206.146 21.512.768 72º - - - -

CAIRNS (CNS) 626.981 3.449.465 295.370 4.371.816 286º - - - -

GOLD COAST (OOL) 853.323 4.822.910 7.190 5.683.423 240º - - - -

MELBOURNE (MEL) 6.941.556 22.338.045 126.499 29.406.100 51º 238.093 - 9.961 248.054

PERTH (PER) 3.640.566 9.716.100 6.944 13.363.610 121º 79.696 53.200 - 132.896

SYDNEY (SYD) 12.350.772 24.569.186 421.578 37.341.536 31º - - - -

Figura 2: Mapa dos Aeroportos da Austrália

Fonte: Australian Infrastructure Statistics Yearbook 2013

De acordo com a Australian Airports Association22 (AAA), em 2011, as receitas

aeroportuárias contribuíram com 1,2% do PIB da Austrália (AUD 17,3 bilhões). Os 11

principais aeroportos (capitais, Gold Coast, Cairns e Alice Springs) receberam 87% do

fluxo total de passageiros domésticos e internacionais. Todavia, a vasta maioria dos

aeródromos do país é privada, sem infraestrutura para voos regulares ou charter ou não

licenciados para tais atividades. Ademais, existem cerca de 250 aeroportos regionais no

país que operam voos regulares. Estima-se que 50% desses aeroportos operam com

perdas e 70% são servidos por uma única empresa aérea.

A Qantas, originalmente registrada como Queensland and Northern Territory

Aerial Services, é a principal empresa aérea da Austrália e a terceira mais antiga do

mundo. Foi fundada em 1920, iniciou suas operações com duas aeronaves biplano. Em

1935, inaugurou suas operações internacionais com um voo para Cingapura. Naquela

22 Australian Airports Association. Disponível em http://airports.asn.au/research-2/economic-impact/

época, o voo Brisbane-Cingapura durava 4 dias. O desafio era operar uma rota

Austrália-Inglaterra, consolidando as operações internacionais de longa distância.

Atualmente, a Qantas é uma das empresas líderes em voos de longo curso e uma das

fundadoras da aliança OneWorld. Seus principais hubs estão localizados em Sydney

(SYD), Melbourne (MEL) e Cingapura (SIN). O aeroporto de Cingapura é utilizado

com hub para voos regulares com destino à Europa.

A empresa fez 20 pedidos firmes e mais 4 opções de aquisição de aeronaves

Airbus A380. As 12 aeronaves já entregues operam os seguintes voos:

- Los Angeles

- Dubai - Londres

- Los Angeles

Sydney - Dubai - Londres

Hong Kong – Sydney

Uma grande parceria foi assinada entre a Qantas e a Emirates em 2012. Ambas

as empresas já operam 14 voos diários entre a Austrália e os Emirados Árabes. Entre os

principais objetivos, destaca-se a intenção da Qantas transferir seu hub de voos para

Europa para Dubai (DXB)23. A Qantas teria acesso ao terminal 3 do aeroporto de Dubai,

o único do mundo construído especificamente para o A380. Apenas a Emirates e a

Qantas teriam acesso ao terminal.

Além da Qantas, operam no mercado doméstico e internacional as empresas

Virgin Australia, Jetstar e Airnorth. A Virgin Australia é a segunda maior empresa do

país, possui 50 destinos e uma frota de 94 aeronaves. A Jetstar, subsidiária da Qantas,

foi criada com o objetivo de concorrer no mercado de baixo custo (low-cost). A

Airnorth, por sua vez, concentra suas operações no mercado doméstico na região norte

do país e seu hub se encontra em Darwin (DRW).

Outra grande empresa Australiana, a Ansett Australia, encerrou suas operações

em 2002. Logo após o encerramento de suas atividades, a empresa foi liquidada por

23 Sujeito à aprovação dos órgãos reguladores. Disponível em http://www.qantas.com.au/travel

/airlines/worlds-leading-airline-partnership/global/en

problemas financeiros. Fundada em 1936, a empresa foi uma das principais

concorrentes da Qantas, chegando a operar para 88 destinos na Austrália e na Ásia com

uma frota de 138 aeronaves. A empresa foi membro da Star Alliance entre 1999 e 2001.

Com relação às empresas aéreas estrangeiras operando na Austrália, verifica-se a

presença de empresas de todos os continentes operando voos internacionais no país.

Segundo o Department of Infrastructure and Regional Development24, em julho de

2013, 53 empresas operaram voos internacionais regulares para a Austrália. Dentre

essas empresas, 48 são mistas (44 empresas estrangeiras e 4 australianas) e 5 são

exclusivamente cargueiras (3 empresas estrangeiras e 2 australianas). As principais

empresas mistas estrangeiras são a Singapore Airways, Emirates e Air New Zealand. A

Figura 3 a seguir apresenta as principais empresas estrangeiras em termos de fluxo

internacional de passageiros transportados.

Figura 3: Tráfego Internacional de Passageiros; Principais Empresas, Julho 2013

Fonte: Department of Infrastructure and Regional Development

As empresas aéreas do Grupo Qantas (Qantas, Jetstar e Jetstar Asia)

representaram 24,6% do total de passageiros internacionais transportados em julho de

2013. As empresas de baixo custo (AirAsia X, Indonesia AirAsia, Jetstar, Jetstar Asia,

Tigerair e Scoot) contribuíram com 14,2%. As principais rotas estrangeiras em termos

24 Bureau of Infrastructure, Transport and Regional economics, International Airline Activity Statistic

Report, July 2013 Disponível em http://www.bitre.gov.au/publications/ongoing/international_airline_

activity-monthly_publications.aspx

de passageiros transportados foram: Auckland (AKL) - Sydney (SYD) (4,6%),

Cingapura (SIN) – Sydney (SYD) (4,4%), Cingapura (SIN) – Melbourne (MEL)

(3,5%), Cingapura – Perth (3,3%) e Auckland (AKL) – Melbourne (3,2%).

Embora o transporte de carga internacional seja essencialmente provido por

empresas aéreas mistas, observa-se a presença de empresas aéreas exclusivamente

cargueiras. Durante o mês de julho de 2013, as empresas cargueiras United Parcel

Service, Federal Express Corporation, Polar Air Cargo, Pacific Air Express e Tasman

Cargo Airlines transportaram 3.771 toneladas. As principais rotas estrangeiras de carga

foram: Auckland (AKL) - Sydney (SYD) (6,2%), Cingapura (SIN) – Melbourne (MEL)

(6,1%), Cingapura (SIN) – Sydney (SYD) (5,8%), Hong Kong (HKG) – Sydney (SYD)

(5,0%) e Hong Kong (HKG) – Melbourne (3,9%).

5.1. Conectividade aérea entre Brasil e Austrália

Considerando as informações da base de dados do sistema HOTRAN, não há

existência de voos regulares entre o Brasil e Austrália desde 2000. Também não há rotas

diretas com destino à Oceania. Portanto, para se chegar à Austrália pela via aérea, é

necessário efetuar uma conexão em algum país que tenha conectividade com o país. As

empresas sul-americanas Aerolíneas Argentinas e Lan Airlines oferecem as rotas de

voos mais acessíveis do Brasil para a Austrália. A Tabela 6 a seguir lista as principais

rotas disponíveis entre os países.

Tabela 6: Voos Brasil-Austrália25

Fonte: Sítio eletrônico das empresas

*O voo Santiago-Sydney possui escala em Auckland (AKL).

**O voo Santiago-Sydney é operado pela LAN Airlines em código compartilhado.

***O voo Guarulhos-Santiago é operado pela LAN Airlines em código compartilhado.

É importante ressaltar que a Emirates oferece voos diretos para quatro cidades

da Austrália: Perth (PER), Adelaide (ADL), Sydney (SYD) e Brisbane (BNE). Todavia,

o sistema de reservas do sítio eletrônico da empresa não priorizou a voo Dubai (DXB) –

Sydney (SYD) na data da pesquisa. Além da Emirates, as empresas Qatar Airlines e

Etihad Airways também apresentam conectividade com Brasil e Austrália. Dessa forma,

o Oriente Médio se apresenta atualmente como o principal meio alternativo de conexão

para a Austrália.

As empresas Air China, British Airways, Delta Air Lines, Singapore Airlines e

United Airlines também apresentam conectividade com a Austrália. Contudo, os

sistemas de reservas dos sítios eletrônicos dessas empresas não apresentaram preços

competitivos ou não concluíram a pesquisa de passagens.

25

Observação: A pesquisa de preços foi realizada com o mínimo de 30 dias de antecedência. Data da

pesquisa: 29/10/2013. Voos marcados de ida para 02/12/2013 e volta para 09/12/2013, exceção a

Aerolíneas Argentinas cuja data de ida foi marcada para 01/12/2013. Taxa de câmbio 1 US$ = R$ 2,19.

Sítio eletrônico das empresas: Aerolíneas Argentinas (www.aerolineas.com.ar); LAN Airlines

(www.lan.com); South African Airways (www.flysaa.com); TAM (www.tam.com.br); Qantas

(www.qantas.com.au); Etihad (www.etihad.com).

Empresa Aliança aérea Rota de voo / Voos semanais

(Brasil-Austrália)

Tempo de Viagem

Brasil-Camarões

Preço Mínimo

(ida+volta+tarifas)

Aerolíneas

ArgentinasSky Team Guarulhos (GRU) - Buenos Aires (EZE) - Sydney (SYD): 4 voos

22h 40 min (ida)

19h 25min (volta)US$ 1.739,18

LAN Airlines* One World Guarulhos (GRU)-Santiago (SCL) - Sydney (SYD): 6 voos24h 05min (ida)

21h 10min (volta)US$ 2.352,55

South

AfricanStar Alliance Guarulhos (GRU)-Johannesburg (JNB)- Sydney (SYD): 4 voos

22h 55min (ida)

43h 25min (volta)US$ 1.984,63

TAM** Star Alliance Guarulhos (GRU)-Santiago (SCL) - Sydney (SYD): 3 voos21h 35 min (ida)

21h 10 min (volta)US$ 1.740,33

Qantas*** One World Guarulhos (GRU)-Santiago (SCL) - Sydney (SYD): 3 voos21h 35 min (ida)

17h 50 min (volta)US$ 2.720,33

Etihad - Guarulhos (GRU)- Abu Dhabi(DXB) - Sydney (SYD): 7 voos34h 45 min (ida)

32h 45 min (volta)US$ 1.881,50

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o adensamento das relações comerciais entre Brasil e a Austrália

ao longo dos últimos anos, em especial no tocante ao incremento das importações

brasileiras;

Considerando o posicionamento estratégico do país, na Oceania, que pode ser

naturalmente explorado pelas empresas aéreas como hub de distribuição de voos para

outros pontos da região;

Esta Gerência de Análise de Mercados Internacionais continuará a acompanhar a

evolução do relacionamento aerocomercial do Brasil e da Austrália, com vistas a

subsidiar o governo brasileiro, as empresas aéreas e demais agentes interessados em

matérias relativas a esse mercado.

É a Nota Informativa.

04 de novembro de 2013

Setor Responsável Superintendência de Relações Internacionais - SRI Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI

Equipe Técnica Bruno Silva Dalcolmo - SRI

Natália dos Santos Ferreira - GAMI Caio Marcello M. F. Vianna

Katia Figueira Mantovani Rodrigo Ayres Padilha Talita Armborst Victor Pessanha Gonçalves

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