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ANÁLISE DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Anna Karollyne Fagundes da Silva Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini RIO DE JANEIRO Setembro de 2018

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ANÁLISE DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Anna Karollyne Fagundes da Silva

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini

RIO DE JANEIRO

Setembro de 2018

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ANÁLISE DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Anna Karollyne Fagundes da Silva

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

______________________________________________

Prof. Eduardo Linhares Qualharini (orientador).

______________________________________________

Profª. Elaine Garrido Vazquez

______________________________________________

Profª. Carla Araújo Mota

RIO DE JANEIRO

Setembro de 2018

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da Silva, Anna Karollyne Fagundes

Análise de práticas de gestão de pessoas na construção civil

/ Anna Karollyne Fagundes da Silva – Rio de Janeiro: UFRJ /

Escola Politécnica, 2018.

X, 78 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Eduardo Linhares Qualharini

Projeto de graduação – UFRJ/ Escola Politécnica / Curso de

Engenharia Civil, 2018.

Referências bibliográficas: p. 63-67.

1. Introdução 2. Contextualização: Gestão de Pessoas 3. A

importância do fator humano na construção civil 4. Análise

das práticas de gestão de pessoas na construção civil 5.

Considerações Finais

I. Qualharini, Eduardo Linhares. II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Civil. III. Análise de práticas de Gestão de Pessoas na

construção civil

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me acompanhar durante todos esses anos de

curso, e por ser meu amigo, minha esperança e força.

Aos meus pais, Alda e José Augusto que são incansáveis e por muitas vezes nesses

últimos anos lutaram e se alegram comigo, muito obrigada pelas orações e por todo

amor.

Ao meu irmão Uheslei o melhor irmão que eu poderia ter, o meu grande

incentivador e exemplo de dedicação. E a minha irmã Ananda, por ser minha amiga e

companheira durante tantas fases, obrigada pela paciência.

Ao meu amor João Otávio, por me encorajar e apoiar, de perto e de longe você

sempre foi meu abrigo mais seguro, a representação do amor de Deus por mim.

Às amigas e parceiras dessa difícil caminhada, Flávia Cabral e Jéssica Rempto, por

todos os momentos de companheirismo. E em especial a Amanda Guimarães, Amanda

Assumpção, Maiane Ramos e Luiz Henrique, pelos conselhos, orientações, dias de

estudo, trabalho e risadas.

À toda equipe do NPPG, por todo apoio, carinho e incentivo, vocês são incríveis,

foi um prazer e uma honra ter trabalhado com vocês.

Ao professor Qualharini, por ter aceitado orientar esse trabalho, por todo

ensinamento passado e pela sua dedicação ao ofício de professor.

À professora Carla Mota pela atenção dispensada e colaboração para realização

deste trabalho.

À todos meu sincero muito obrigada.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ANÁLISE DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Anna Karollyne Fagundes da Silva

Setembro/2018

Orientador: Eduardo Linhares Qualharini

Curso: Engenharia Civil

A construção civil é um dos maiores setores responsáveis por geração de empregos

formais no Brasil, e é caracterizado pelo expressivo uso de mão de obra em diferentes

níveis hierárquicos em seus processos produtivos, o que influencia na produtividade e

qualidade dos produtos finais. Com isso o setor apresenta problemas relacionados a essa

mão de obra, como baixa qualificação, alta rotatividade e elevados índices de acidentes.

Dentro disso, as práticas de gestão de pessoas podem atuar como caminho para

obtenção de melhores resultados, então através de levantamento bibliográfico e estudos

realizados no setor, serão analisadas as práticas de gestão que são utilizadas e como

podem atuar nesse âmbito para melhorar o desempenho das construtoras e a satisfação

da força de trabalho da indústria. Analisou-se que as práticas de gestão de pessoas têm

sido utilizadas de maneira empírica, e sem a devida gestão estratégica de pessoas, não

colaborando assim para a melhoria das construtoras como um todo, muito devido a

cultura de baixa valorização da mão de obra do setor e a não percepção de que a

eficiência dos processos está relacionada com o uso e gestão adequada dos recursos

humanos, assim é necessário que sejam implantadas políticas de gestão de pessoas, que

promovam um ambiente de trabalho adequado aos colaborados da construção.

Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Construção Civil ; Produtividade.

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Abstract of Monograph present to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements

for degree of Civil Engineer.

PRACTICAL ANALYSIS OF PEOPLE MANAGEMENT IN CONSTRUCTION

Anna Karollyne Fagundes da Silva

September/2018

Advisor: Eduardo Linhares Qualharini

Course: Civil Engineering

Civil construction is one of the largest sectors responsible for generating formal jobs in

Brazil, and is characterized by the expressive use of labor at different hierarchical levels

in its production processes, which influences the productivity and quality of the final

products. As a result, the sector presents problems related to this workforce, such as low

qualification, high turnover and high accident rates. Within this, the practices of people

management can act as a way to obtain better results, then through a bibliographical

survey and studies carried out in the sector, will analyze the management practices that

are used and how they can act in that scope to improve the performance of the and the

satisfaction of the industry's workforce. It was analyzed that people management

practices have been used in an empirical way, and without the proper strategic

management of people, thus not contributing to the improvement of the construction

companies as a whole, due to the culture of low appreciation of the workforce of the

sector and the lack of awareness that the efficiency of processes is related to the use and

proper management of human resources, it is necessary that people management

policies be implemented that promote a suitable working environment for the

construction collaborators.

Keywords: People Management; Construction ; Productivity .

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

1.1 Considerações iniciais ................................................................................ 1

1.2 Objetivo ..................................................................................................... 2

1.3 Metodologia ............................................................................................... 3

1.4 Estruturação do trabalho ..............................................................................

2. CONTEXTUALIZAÇÃO: GESTÃO DE PESSOAS ..................................... 5

2.1 Conceitos de gestão de pessoas .................................................................. 5

2.2 Evolução histórica da gestão de pessoas..................................................... 6

2.3 Aspectos atuais da gestão de pessoas ......................................................... 9

2.4 Práticas de gestão de pessoas ................................................................... 10

2.4.1 Processo 1 - Agregar Pessoas ................................................................... 11

2.4.1.1 Recrutamento .................................................................................... 12

2.4.1.2 Seleção .............................................................................................. 13

2.4.2 Processo 2 - Aplicar Pessoas .................................................................... 14

2.4.2.1 Orientação das pessoas e Modelagem do trabalho ............................. 14

2.4.2.2 Avaliação de desempenho ................................................................. 15

2.4.3 Processo 3 - Recompensar Pessoas ........................................................... 16

2.4.3.1 Remuneração e Benefícios ................................................................ 17

2.4.4 Processo 4 - Desenvolver Pessoas ............................................................ 18

2.4.4.1 Treinamento e Desenvolvimento ....................................................... 18

2.4.5 Processo 5 - Manter Pessoas .................................................................... 19

2.4.5.1 Relação com os empregados .............................................................. 19

2.4.5.2 Saúde, Segurança e Qualidade de Vida.............................................. 20

2.4.6 Processo 6 - Monitorar Pessoas ................................................................ 21

2.4.6.1 Banco de dados e Sistema de informação de gestão de pessoas ......... 21

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3. A IMPORTÂNCIA DO FATOR HUMANO NA CONSTRUÇÃO CIVIL . 23

3.1 A influência do fator humano na produtividade ....................................... 23

3.1.1. A motivação como ferramenta de produtividade ...................................... 25

3.1.2. O papel da liderança na produtividade ..................................................... 27

3.1.3. Indicadores de produtividade da mão de obra da construção civil ............ 28

3.2 Características da mão de obra da construção civil .................................. 29

3.3 Fatores influenciadores da produtividade da mão de obra na construção .. 36

3.3.1. Absenteísmo ............................................................................................ 40

3.3.2. Rotatividade ............................................................................................. 41

3.4 Gestão de pessoas e produtividade ........................................................... 42

3.5 Desafios da gestão de pessoas na construção civil .................................... 45

4. ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................................................... 47

4.1 Agregar Pessoas - Recrutamento e Seleção .............................................. 47

4.2 Aplicar Pessoas - Orientação de Pessoas e Modelagem do Trabalho ........ 50

4.3 Aplicar Pessoas - Avaliação de Desempenho ........................................... 52

4.4 Recompensar Pessoas - Remuneração e Benefícios .................................. 53

4.5 Desenvolver Pessoas - Treinamento e Desenvolvimento .......................... 55

4.6 Manter Pessoas - Relação com Empregados e Saúde, Segurança e

Qualidade de Vida .............................................................................................. 58

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 61

5.1 Sugestões para trabalhos futuros .............................................................. 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Participação da construção civil no PIB brasileiro de 2000 a 2016 ............... 1

Figura 2 – As cinco fases da Gestão de Pessoas ............................................................. 7

Figura 3 – Os seis processos básicos de gestão de pessoas.............................................11

Figura 4 – Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow ................................. 26

Figura 5 – Mão de Obra alocada por grupo de atividade econômica da construção

civil..................................................................................................................................31

Figura 6 – Nível de escolaridade dos trabalhadores da construção civil ....................... 32

Figura 7 – Faixa etária dos trabalhadores da construção civil ....................................... 32

Figura 8 – Índice de rotatividade ................................................................................... 33

Figura 9 – Número de emprego formal na construção civil nos últimos anos .............. 34

Figura 10 – Produtividade da construção civil entre 2003 e 2013 ............................... 36

Figura 11 – Duplo gap de produtividade ....................................................................... 37

Figura 12 – Visão do processo de produtividade com a indicação das partes onde os

fatores influenciadores da produtividade podem estar .................................................. 37

Figura 13 – Classificação dos fatores influenciadores da produtividade ...................... 38

Figura 14 – Importância relativa de impactos na produtividade de hoje....................... 39

Figura 15 - Organograma de uma obra de construção...................................................50

Figura 16- Organograma de produção de uma obra.......................................................51

Figura 17- Valor do salário médio na contratação e nos setores da economia..........54

Figura 18: Tipos de treinamentos realizados nas construtoras.......................................56

Figura 19: Percentual da mão de obra que trabalha em canteiro e recebe

treinamento......................................................................................................................56

Figura 20: Taxa de mortalidade por setor de atividade em 2005 e 2015 (por 100 mil

vínculos)..........................................................................................................................59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Equação de produtividade............................................................................ 24

Tabela 2 – Saldo de emprego formal na construção civil em 2018 ............................... 30

Tabela 3 - Divisão da mão de obra da construção civil por gênero.................................31

Tabela 4 – Causas primárias e por via indireta de anormalidade .............................. 38

Tabela 5 - Problemas e possíveis causas de qualidade e produtividade em obras....47

Tabela 6 - Principais benefícios praticados na construção civil....................................54

Tabela 7 – Indicadores de qualidade e produtividade para recursos humanos e a práticas

relacionadas.....................................................................................................................60

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GLOSSÁRIO

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

CAGED - Cadastro geral de empregados e desempregados

CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CNI - Confederação Nacional da Indústria

FGV- Fundação Getúlio Vargas

GP- Gestão de Pessoas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRE - Instituto Brasileiro de Economia

MTE- Ministério do Trabalho e Emprego

NR - Norma Regulamentadora

RAIS- Relatório Anual de Informações Sociais

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O setor da Construção Civil tem intensa participação no desenvolvimento da

capacidade de produção do Brasil, como mostra os dados do IBGE (2016), na figura 1, que

mostra a intensa e crescente participação do setor na economia do país mesmo em tempos de

crise econômica, e é responsável por gerar muitos empregos e absorver mão de obra de todos

os níveis de qualificação.

Figura 1 – Gráfico participação da construção civil no PIB brasileiro de 2000 a 2016

Adaptado do Banco de Dados – (CBIC /2016).

Neste cenário, cada vez mais competitivo, e busca-se novas alternativas de elevar o

padrão de qualidade dos produtos e do processo produtivo, de forma que todos os fatores

envolvidos no processo melhorem seus os índices, impulsionando para melhoria de

produtividade, qualidade, redução de custos e desperdícios, cumprimento de prazos na

execução de obras, entre outros. Porém um aspecto que influencia nesses resultados e uma das

principais características da construção civil, e que a diferencia de outras indústrias, é o uso

expressivo e indispensável de mão de obra como aos processos construtivos.

E não obstante o setor é marcado pelas particularidades em relação a mão de obra, e

nesse contexto a gestão de pessoas pode atuar como caminho para convergir os objetivos da

organização com os anseios de seus trabalhadores, ajudando assim a reter talentos e extrair

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todo o potencial dos colaboradores. Ao estimular boas práticas de gestão, há melhorias na

qualidade dos serviços, redução de desperdícios, menor rotatividade de profissionais, aumento

da segurança e da produtividade. Consta-se que grande muitos dos problemas encontrados na

indústria da construção civil estão ligados a pequena aplicação de métodos e práticas de

gestão de pessoas adequadas e à falta de mão de obra qualificada (BARREIROS e ZANKUL

et al 2014).

Nos tempos atuais as organizações tem buscado nоvаѕ fоrmаѕ dе dеѕеnvоlvіmеntо de

rеѕultаdоѕ quе nãо ѕеjаm fосаdаѕ ареnаѕ еm números dе produtividade e luсrаtіvіdаdе, mas

tаmbém еm соmо maximizar esses númеrоѕ e os mеіоѕ ао alcance alіаdоѕ ао

dеѕеnvоlvіmеntо sustentável do rесurѕо humano dеntrо dа оrgаnіzаçãо, іmрulѕіоnаndо o

dеѕеnvоlvіmеntо dа еmрrеѕа.

Segundo Crisóstomo (2008) “empresas não tem sucesso, pessoas sim, são as pessoas e

suas relações que fazem as empresas serem bem sucedidas ou quebrar”. Com isso é notória a

necessidade do uso de ferramentas e práticas de gestão de pessoas, sobretudo na indústria da

construção, para que os recursos humanos possam ser empregados com o máximo de suas

potencialidades a fim de produzir melhores resultados e atender as demandas.

Nesse aspecto as práticas de gestão de pessoas são de grande importância para a

construção civil, assim como, em qualquer instituição que reúna indivíduos em prol de um

objetivo em um ambiente seja necessário um direcionamento a partir de caminhos e ações

possíveis a esta realização. A adoção de práticas de gestão de pessoas permite tornar concreto

um resultado que considere as variáveis relacionadas ao colaborador como um ser humano

dotado necessidades e conhecimento. Para isso a teoria define práticas que criam a base para

uma eficaz gestão de pessoas são eles: agregar pessoas, aplicar pessoas, recompensar pessoas,

desenvolver pessoas, manter pessoas e monitorar pessoas (CHIAVENATO, 2014). .

1.2 OBJETIVO

O objetivo geral desse trabalho é realizar uma análise conceitual dos processos e

práticas de gestão de pessoas na construção civil.

Com isso, busca-se abordar os desafios para gerenciar pessoas na construção civil, a

importância do fator humano para a produtividade do setor e onde as práticas de gestão de

pessoas podem ser aplicadas na construção civil.

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1.3 METODOLOGIA

Toda pesquisa deve se basear em um método, o qual será definido a partir do tipo da

pesquisa. No caso desta pesquisa, que apresenta caráter investigativo, foi adotada pesquisa

bibliográfica como metodologia.

A metodologia adotada foi fundamentada na pesquisa e coleta de dados associados ao

tema do trabalho em questão, realizou-se um levantamento bibliográfico dos temas

diretamente ligados com o tema central do trabalho, o que incluiu pesquisas virtuais,

consultas à normas, consultas à artigos de profissionais da área, consulta à legislação,

consulta à revistas que são referências e consulta à livros de profissionais com

respaldo nesta área.

Após a pesquisa bibliográfica que forneceu base teórica à pesquisa, foi realizada outra

pesquisa, que consistiu em dados coletados em institutos e bases do governo e em estudos já

realizados para o setor da construção civil. Através desses dados buscou-se fazer

comparações para analisar a utilização de práticas de gestão de pessoas na construção civil.

1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é composto de cinco capítulos desenvolvidos da seguinte forma:

O primeiro capítulo introduz o tema, com as considerações iniciais, onde foi

contextualizado o tema gestão de pessoas, depois se mostra a importância da gestão de

pessoas e a sua aplicação na sociedade brasileira e nas relações humanas. Também foi

apontada a importância da gestão de pessoas na construção civil e a necessidade de sua

aplicação nas relações entre empregador e empregado no cenário atual.

O segundo capítulo discorre sobre gestão de pessoas, visando contextualizar com a

realidade das relações gerenciais. Inicialmente serão tratados alguns conceitos de gestão de

pessoas e em seguida apresentada a evolução histórica assim como aspectos atuais de gestão,

dessa forma possibilitando uma análise completa do assunto. Em seguida serão apresentados

os principais processos de gestão de pessoas que são: Agregar pessoas; Aplicar pessoas;

Recompensar pessoas; Desenvolver pessoas; Manter pessoas e Monitorar pessoas.

O terceiro capítulo discorre sobre a importância do fator humano para a construção

civil, abordando assuntos a respeito dos desafios de gestão de pessoas, dos aspectos que

gestão de pessoas que influenciam na produtividade e do conceito de produtividade. Além

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4

disso, o capítulo trata de assuntos como a motivação como ferramenta de produtividade,

características da mão de obra na construção civil, fatores influenciadores da produtividade da

mão de obra na construção civil, absenteísmo, rotatividade e indicadores de produtividade da

mão de obra.

O quarto capítulo apresenta a análise das práticas de gestão de pessoas e como essas

práticas tem sido aplicadas no setor da construção civil. Serão abordadas as práticas de

recrutamento e seleção, orientação de pessoas e modelagem do trabalho, remuneração e

benefícios, treinamento e desenvolvimento e relação com empregados e saúde, segurança e

qualidade de vida. Em relação aos problemas com recursos humanos do setor, foram

levantados indicadores e as práticas de gestão que influem para melhoria desses índices.

O quinto e último capítulo expõe as considerações finais do trabalho onde serão

abordadas, como as práticas de gestão têm sido utilizadas na construção civil, as dificuldades

encontradas para implantação dessas ferramentas e os aspectos que podem ser melhorados

com a gestão de pessoas na construção civil e por fim sugestões para próximos trabalhos

nesse tema.

Por fim são apresentadas as referências bibliográficas que foram utilizadas para

elaboração deste trabalho.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO: GESTÃO DE PESSOAS

2.1 CONCEITOS DE GESTÃO DE PESSOAS

As pessoas constituem um dos componentes mais importantes de uma organização, e

suas competências são elementos estratégicos e fundamentais para melhoria do desempenho,

e da competividade das mesmas. Segundo Paschoal (2006, p.4) “As pessoas, em todos os

níveis, constituem o verdadeiro capital das empresas”.

Ao longo dos anos, com o entendimento da importância da valorização do

colaborador, tornou-se necessária a implementação de práticas organizacionais que concorrem

para o bem estar pessoal e sua gestão, desenvolvendo assim o conceito de gestão de pessoas.

De acordo com Snell e Bohlander (2011, p.2), ”Gestão de Pessoas é o processo de

gerenciar talentos humanos para atingir os objetivos da organização”. E Mathis e Jackson

(2003) definem a Gestão de Pessoas como a habilidade de gerenciar os recursos humanos, por

meio de políticas e práticas, para conquistar e manter vantagem competitiva. Dessa forma a

entende-se que a GP tem um papel especialmente relevante e estratégico na realidade

competitiva das organizações, já que suas políticas devem criar capacidades organizacionais

que levam ao melhor desempenho das empresas.

De forma análoga Fischer (2002), conceitua gestão de pessoas como a maneira pela

qual uma empresa organiza-se para gerenciar e orientar o comportamento humano no

trabalho. Para isso, a empresa estrutura-se definindo princípios, estratégias, políticas e

práticas, ou processos de gestão. Por meio desses mecanismos, implementa diretrizes e orienta

os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela trabalham.

Para França (2010, p.5), Gestão de Pessoas é o “conjunto das forças humanas voltadas

para as atividades produtivas, gerenciais e estratégicas dentro de um ambiente

organizacional.” Segundo a autora, a referida gestão tem o intuito de demonstrar a

importância da força humana para o alcance de resultados legítimos de produtividade,

qualidade e desenvolvimento e competitividade das organizações.

Na visão de Chiavenato (2014) a valorização das pessoas dentro da organização se faz

necessário, pois gerenciar os recursos humanos de maneira correta dentro de uma organização

não é apenas uma boa prática de consciência, mas sim uma forma inteligente de gerir os

recursos com mais eficácia e efetividade.

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As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas da uma organização,

dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte do sucesso

como podem ser a fonte de problemas. É melhor trata-las como fonte de sucesso.

Para que os objetivos da Gestão de pessoas sejam alcançados, é necessário que as

pessoas sejam tratadas como elementos básicos para eficácia organizacional

(CHIAVENATO, 2014, p.11).

Partindo desse pressuposto a gestão de pessoas deve contribuir para que as

organizações sejam eficazes por meio das pessoas, e assim buscar a cooperação dos

indivíduos que atuam nas organizações tanto para o alcance de seus objetivos individuais

quanto para o alcance dos objetivos organizacionais (GIL, 2006).

Portanto, os colaboradores são um recurso produtivo das organizações, que detém

conhecimento, competências e habilidades, e a Gestão de Pessoas é a forma de orientar esses

recursos através de práticas que direcionem o comportamento humano para o seu melhor

desempenho, o que influencia diretamente no sucesso e competividade das organizações.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE PESSOAS

Com o decorrer do tempo, assim como outras áreas organizacionais, a Gestão de

Recursos Humanos passou por diversas mudanças, acompanhando a evolução tecnológica,

dos processos organizacionais e do comportamento humano. Neste contexto é importante

analisar a evolução histórica da administração de recursos humanos, a fim de compreender

melhor como as práticas evoluíram até chegar aos moldes atuais.

Sobre o surgimento da área de Recursos Humanos, Marras (2016) relata que tudo

começou com a necessidade de contabilizar os registros dos trabalhadores, com ênfase, nas

horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamento ou de desconto. Tal qual se faz

hoje. Ou seja, o profissional que atuava na Administração de Recursos Humanos era

responsável apenas por aferir a frequência dos trabalhadores, suas faltas e atrasos, para efeitos

de pagamento dos empregados.

A Gestão de Recursos Humanos (GRH) tem sua origem no modelo de Departamento

Pessoal, quando “os empregados se tornaram um fator de produção cujos custos deveriam ser

administrados tão racionalmente quanto os custos dos outros fatores de produção”.

(FISCHER, 2002, p.19).

Segundo Marras (2016), uma pesquisa realizada em 1997 pela professora Tose, mostra

que é possível destacar cinco fases na evolução do perfil profissional de Recursos Humanos

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7

(RH) e suas respectivas épocas. Essas cinco fases são denominadas contábil, legal, tecnicista,

administrativa e estratégica, conforme figura 2:

Figura 2 – As cinco fases da Gestão de Pessoas

Disponível em <https://slideplayer.com.br/slide/10548366/> Acessado em 01/09/2018.

Em relação à fase contábil que iniciou no século XIX ocorreu até 1930, Searson (1995,

apud Araújo; Garcia, 2009), argumenta que no período contábil a administração de pessoal,

como era chamada, tinha como funções básicas o recrutamento e a seleção de pessoas, que

eram desenvolvidas quase que simultaneamente. Uma pessoa era responsável pelo registro

deste novo trabalhador no chamado Livro de Escrita do pessoal e a partir disso fazia a

contabilidade dos salários devidos. Assim sendo, nesse período o controle da mão de obra era

diretamente relacionada com a preocupação com os custos da organização.

No Brasil o cenário até a década de 30 é de inexistência de leis trabalhista, com

economia predominantemente agrícola, e a mão de obra em sua grande parte formada por

imigrantes europeus fugindo do pós-guerra. Esses fatores contribuíam para manutenção de um

modelo de relações de trabalho autoritárias, remetendo ao sistema escravocrata, tornando

neste período a Gestão de Recursos Humanos um tema pouco relevante.

A partir de 1930, há o surgimento da legislação trabalhista no país, foi criado o

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Departamento Nacional de Trabalho, na

década de 40 é criada a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e a reformulação da

Carteira Profissional.

De acordo com Aquino (1979, apud GIL, 2006) as empresas tiveram que se organizar

visando atender às novas exigências trabalhistas. Com isso, a seção de pessoal foi incluída nas

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organizações e a função do chefe de pessoal surgiu com o objetivo de fiscalizar o

cumprimento das leis trabalhistas. Com essas mudanças, passa-se a exigir uma gestão de

pessoas sistematizada que consistiam na obediência à legislação vigente, o que tornou os

processos de admissão, evolução da pessoa na empresa e demissão mais adequados.

A fase tecnicista iniciou na década de 50, com o desenvolvimento do setor industrial

no Brasil e a instalação de indústrias multinacionais no país, com isso a Administração de

Recursos Humanos teve que se adaptar de forma a atender os moldes internacionais.

Segundo Marras (2016), entre os anos de 1950 e 1965, foi quando surgiu o

administrador de pessoal, um profissional não apenas relacionado ao aspecto legal, mas

também com uma visão humanista, diferente dos perfis anteriores. Nesta fase iniciou-se a

aplicação de programas de treinamento, desenvolvimento, recrutamento e seleção, cargos e

salários, benefícios e outros.

Entre os anos de 1965 e 1985, na fase administrativa, houve o crescimento dos

movimentos sindicalistas, a partir do final da década de 70, e as relações de trabalho foram

impactadas, o trabalhador passou a exigir melhores condições de trabalho, benefícios e

segurança. Esse cenário determinou mudanças na gestão de recursos humanos, e consolidou

profissional de Recursos Humanos como administrador de empresas, cujas atividades se

restringiam às rotinas de pessoal orientadas pelo enfoque legal e disciplinar, a profissão foi

regulamentada e tornou-se um dos profissionais mais requerido para conferir racionalidade

ao sistema econômico. (GIL, 2006)

No estágio atual, pós 1985, temos o que se pode chamar de gestão estratégica de

pessoas, ou seja, a gestão de pessoas mostra-se como solução para as demandas de excelência

organizacional. Para isso, a gestão de pessoas teve que se adaptar às profundas mudanças que

ocorreram em diversos âmbitos como, evolução das comunicações, valorização da saúde e

segurança no trabalho, assimilação de novas competências, desenvolvimento tecnológico,

entre outras. (ARAÚJO; GARCIA, 2009).

Face à evolução histórica apresentada, percebe-se que os conceitos de gestão de

pessoas passaram de uma fase extremamente operacional e burocrática chegando aos dias de

hoje como uma função estratégica nas empresas. Sendo essa nova visão da Gestão de Pessoas,

resultante das adaptações de cada época em relação ao ambiente organizacional, desafios

oriundos da legislação, da tecnologia, da economia, da política, da cultura e desafios

demográficos. Portanto é fundamental compreender a trajetória e evolução da gestão de

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pessoas, para entendermos o momento atual e os desafios futuros desta área tão importante

(DUTRA, 2012).

Portanto, a área de Administração de Recursos Humanos atuou durante anos de forma

mecanicista, onde os trabalhadores eram vistos como executores de tarefas, e o chefe possuía

o controle centralizado. Hoje o cenário é diferente, e os empregados são chamados de

colaboradores, e os chefes de gestores. Com isso, a gestão de pessoas deixou de ser apenas um

departamento de pessoal para se tornar uma das principais áreas de transformação dentro da

organização, sendo um diferencial competitivo das empresas.

2.3 ASPECTOS ATUAIS DA GESTÃO DE PESSOAS

Diante dos desafios atuais, as empresas buscam a excelência em Gestão de Pessoas,

através do desenvolvimento de seus colaboradores para que apresentem o melhor

desempenho, compreendendo que a competitividade começa com a qualidade de seus

funcionários. A gestão de pessoas atual tem como base o crescimento e desenvolvimento das

pessoas no sentido de atingirem níveis mais altos de competência, criatividade e realização e

com isso gerar aumento da eficiência operacional e maior produtividade.

Segundo Chiavenato (2014), a Administração de Recursos Humanos foi substituída

pela gestão de pessoas, em que as pessoas são vistas como seres inteligentes, dotadas de

conhecimentos e habilidades e competências, o capital mais importante das organizações, não

sendo mais vistas como recursos, mas como parceiros do negócio.

Casado (2002) ressalta que as organizações contemporâneas entenderam a necessidade

de compreender o indivíduo e os aspectos que o levam a ser mais produtivo, bem como a

influência que os grupos e organizações exercem sobre as condutas pessoais dos

colaboradores. Ainda segundo a autora, as pessoas que compõem a organização trazem para o

ambiente de trabalho todo o seu jeito de ser, sentir e viver. São motivações diferentes e

competências diversas que precisam conviver e produzir convergindo para o objetivo da

organização. Esse dilema entre a individualidade e a participação no coletivo, é um dos

principais desafios da atual gestão de pessoas.

Sendo assim, nos tempos atuais as organizações estão ampliando a sua visão e atuação

estratégia, todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de

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diversos parceiros. Dessa forma, os empregados contribuem com seus conhecimentos,

capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização.

(CHIAVENATO, 2014)

Como cada ser humano é um conjunto de características psicológicas, valores

pessoais, necessidades humanas e crenças, a abordagem a gestão de pessoas atual age nos

aspectos administrativos, como recrutamento, seleção treinamento, mas também nos aspectos

comportamentais do trabalhador, através da aplicação dos conhecimentos de comportamento

organizacional que é “o estudo do conjunto de ações, atitudes e expectativas humanas dentro

do ambiente de trabalho” (FRANÇA, 2006, p.3). Em síntese, no modelo atual gestão de

pessoas analisa-se o comportamento humano e suas necessidades como um todo.

Dessa forma, fica nítido que a área de Gestão de Pessoas de uma empresa pode

contribuir muito para o crescimento e desenvolvimento da organização, e através de práticas

adequadas de gestão do capital humano gerar resultados mais eficientes para a empresa.

Então, para que se alcance esse nível de reciprocidade entre organização e indivíduo a

gestão de pessoas desenvolve práticas que são dividas seis importantes processos, sendo cada

processo importante para que a organização alcance seus objetivos. (CHIAVENATO, 2014).

2.4 PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS

A gestão de recursos humanos é composta pelo conjunto de atividades de aquisição,

conservação e desenvolvimento de colaboradores conforme as necessidades da organização.

(BELANGER, 1979, apud GUTIERREZ, 1991)

Para Chiavenato (2014), as políticas e práticas de Gestão de Pessoas são uma série de

ações que devem estar integradas entre si a fim de gerar efeitos sinergéticos e multiplicadores

tanto para as organizações, quanto para as pessoas que nelas trabalham.

Segundo Chiavenato (2014), as práticas de gestão de pessoas e pode ser dividida em

seis processos básicos, conforme figura 3 a seguir:

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Figura 3 – Os seis processos básicos de gestão de pessoas

Disponível em <https://slideplayer.com.br/slide/10751953/> Acessado em 17/09/2018.

O uso dos processos de gestão de pessoas contribui para que a organização, de

maneira mais efetiva, desenvolva a capacidade e a cooperação da mão de obra, o que pode

interferir diretamente na produtividade e na competitividade da empresa.

2.4.1 PROCESSO 1 - AGREGAR PESSOAS

De acordo com Gramigna (2002, p.12) "as empresas que se anteciparem, implantando

estratégias que atraiam, desenvolvam e retenham profissionais em potencial, terão maiores

chances de enfrentar a concorrência e ganhar o mercado.” Portanto, quanto melhor for a

captação e avaliação da mão de obra, melhor também serão os resultados da organização.

Segundo Vieira (2010), a finalidade do processo de agregar pessoas é selecionar os

perfis de pessoas adequados a cada cargo, de forma que a empresa agregue um corpo de

funcionários qualificados e capacitados e os mesmos possam aplicar todo seu conhecimento

nas suas respectivas funções e, assim, desenvolver-se rapidamente. Contribuindo para atender

as necessidades e expectativas presentes e futuras da organização.

Dessa forma, o processo de agregar pessoas abrange duas principais atividades:

recrutamento e seleção.

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2.4.1.1 RECRUTAMENTO

Lodi (1967, apud, França, 2010) define recrutamento como “um processo de procurar

empregados”.

A procura por empregados, segunda França (2010),

se faz com base nas requisições de pessoal emitidas pelos supervisores e no mercado

de trabalho, onde, de um lado, competem os empregadores, e, de outro, os próprios

profissionais. Os empregadores competem em termos de salários, condições de

trabalho e benefícios oferecidos. Os candidatos competem em termos de

qualificação pessoal, o que inclui habilidades, conhecimentos, experiências

personalidade.

O recrutamento “visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de

ocupar cargos dentro das organizações” (GIL,2008, p.93). Sendo assim, é o estágio inicial de

um processo que se finaliza com a contratação de um novo funcionário.

Para Chiavenato (2009) os Recursos Humanos das organizações precisam ser vistas

como seres vivos e participantes ativos dentro das mesmas, que com os seus conhecimentos e

habilidades são a principal base da organização. A procura por profissionais qualificados que

conciliem suas competências com os objetivos organizacionais, é a fórmula do novo modelo

de recrutamento e seleção de pessoas que determina o futuro da organização. O autor define

três fases para o planejamento do recrutamento: O que a empresa necessita em relação às

pessoas; o que o mercado oferece e quais as técnicas de recrutamento a aplicar.

É preciso, primeiramente, definir bem o perfil do candidato, e verificar se esse perfil

condiz com os valores e expectativas da organização, para que haja êxito e eficácia no

processo de recrutamento. (RIBEIRO, 2005 apud CREMONEZI, 2015)

De acordo com França (2010), o recrutamento pode ser feito basicamente de duas

formas, a primeira é recrutamento Interno que visa atrair pessoal já contratado pela empresa,

mas para ocupar outras vagas e cargos, e a segunda é o recrutamento externo, que visa buscar

candidatos que não tenham vínculo direto com a empresa no mercado de trabalho.

O recrutamento interno favorece os atuais funcionários, oferecendo-lhes melhores

oportunidades dentro da organização e funciona através de promoções ou transferências. Já o

recrutamento externo oferece a oportunidade de a empresa agregar competências até então

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não existentes ou pouco frequentes internamente, para isso utiliza-se algumas técnicas como:

anúncios das vagas em jornais e revistas, intermediação de agências de recrutamento, contatos

com instituições (escolas, universidades, associações de profissionais, sindicatos, etc.),

fixação de cartazes ou anúncios em locais visíveis, apresentação por indicação, consulta ao

banco de dados de candidatos, recrutamento virtual, entre outras (CHIAVENATO, 2014).

2.4.1.2 SELEÇÃO

Realizado o recrutamento, inicia-se a seleção que é “a escolha do(s) candidato(s) mais

adequado(s) para a organização, dentre os candidatos recrutados, por meio de vários

instrumentos de análise, avaliações e comparações de dados”. (FRANÇA, 2010)

A seleção é importante, pois o sucesso ou o fracasso de uma organização estão

diretamente ligados ao talento de seus colaboradores, conforme afirma Snell e Bohlander

(2011). Os gerentes contribuem ativamente nessa área, uma vez que independentemente do

porte da empresa a contratação dos melhores e mais brilhantes funcionários constitui base

sólida para a excelência. Deste modo a escolha do método mais adequado de seleção é

fundamental na decisão de admitir um candidato.

De acordo com Semple (1987) apud França (2010),

Antes de iniciarmos o processo, é preciso que tenhamos em mãos uma ‘Análise’ da

Função, onde deverão estar escritas todas as tarefas que o cargo envolve, quais as

habilidades e conhecimentos necessários para o cargo, as responsabilidades que este

exige, o horário de trabalho, enfim, devemos ter analisado minuciosamente todas as

características que são relevantes para o perfeito desempenho numa determinada

função.

Segundo Chіаvеnаtо (2014) o processo de ѕеlеçãо de реѕѕоаѕ é umа espécie dе filtro,

onde em meio aos candidatos recrutados, são escolhidos aqueles que são mаіѕ adequados аоѕ

саrgоѕ еxіѕtеntеѕ na оrgаnіzаçãо e com as características e соmреtênсіаѕ necessárias, com o

objetivo de manter ou a aumentar a eficiência do desempenho humano, bem como a eficácia

da organização.

Dessa forma, observa-se que os processos recrutamento e seleção, são importantes

para garantir a entrada de novos talentos que com as suas competências e habilidades,

contribuirão para o crescimento organizacional. Porém ao realizar se esses processos de

maneira inadequada, isso acarreta em prejuízos à organização e consequentemente diminuição

da produtividade da empresa.

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2.4.2 PROCESSO 2 - APLICAR PESSOAS

Para Chiavenato (2014), o processo de aplicar pessoas significa "que, uma vez

recrutadas e selecionadas, as pessoas deverão ser integradas à organização, posicionadas em

seus respectivos cargos e tarefas e avaliadas quanto ao seu desempenho". Essas atividades são

descritas como orientação das pessoas, modelagem do trabalho e avaliação de desempenho.

Esses processos são utilizados para desenhar as tarefas que o profissional

desempenhará na organização, orientar e acompanhar seu desempenho. Envolve a integração

do funcionário na empresa, assim e a Gestão de Pessoas tem a função de transmitir aos

colaboradores os valores da empresa, e conduzi-los para que sejam aplicados de forma

produtiva melhorando assim os resultados no trabalho.

2.4.2.1 ORIENTAÇÃO DAS PESSOAS E MODELAGEM DO TRABALHO

Com relação a orientação das pessoas e modelagem do trabalho no processo de

aplicação de pessoas, Chiavenato (2014) coloca que “O trabalho organizacional não é feito ao

acaso. A maneira como as pessoas trabalham nas organizações depende basicamente de como

seu trabalho foi planejado, modelado e organizado.”

A atividade de orientar pessoas é o primeiro passo para adaptação dos funcionários,

novos ou antigos, a empresa. Trata-se de alocar as pessoas em suas funções, e deixar claro o

seu papel e objetivos no contexto da organização. Dessa forma, direcionar os comportamentos

e ações e definir os objetivos e resultados a serem alcançados são medidas que a organização

deve oferecer aos seus funcionários. (CHIAVENATO, 2014).

Dessa forma, as organizações procuram integrar seus colaboradores ao seu contexto,

condicionando-os à sua cultura organizacional, que pode ser implícita, ou seja, sem uma

formalização, mas percebida através das práticas diárias, ou explícita, formalizada através de

documentos, como códigos de ética, declarações de princípios ou conjunto de políticas e

normas da organização e ainda através da apresentação de aspectos da cultura organizacional

por meio de reuniões, palestras e treinamentos (LACOMBE, 2011).

É importante que o funcionário receba orientação para facilitar sua adaptação, e o

desenho de cargos ou modelagem do trabalho, auxiliando o mesmo a entender melhor sua

função, seu nível hierárquico, sua subordinação e o departamento ou o processo em que está

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inserido. As descrições de cada cargo, com suas respectivas responsabilidades e competências

necessárias, podem facilitar o processo de avaliação das pessoas, uma vez que já estão

definidos alguns requisitos importantes e resultados esperados dos cargos (ARAÚJO e

GARCIA, 2009).

O desenho de cargos pode ser definido como “a especificação do conteúdo, dos

métodos de trabalho e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os

requisitos tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais do seu

ocupante”. (CHIAVENATO, 2014, p. 177).

Chiavenato (2014) ressalta que a orientação de pessoal trás benefícios como, redução

da ansiedade das pessoas, diminuição da rotatividade e economia de tempo, pois a orientação

do trabalho por funcionários experientes reduz a insegurança a respeito de suas capacidades

de realizarem os trabalhos propostos, fazendo com que se sintam úteis e pertencentes a

organização, integrando-se de forma mais rápida e melhor a equipe, ganhando mais eficiência.

Logo, a orientação de pessoas e o desenho de cargos na organização visa promover o

aculturamento, e direcionar o novo colaborador aos objetivos e resultados que atendem aos

interesses da organização, fazendo com que o emprego adequado dos profissionais torne a

organização mais competitiva e produtiva.

2.4.2.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Chiavenato (2014) define a avаlіаçãо dе dеѕеmреnhо como o рrосеѕѕо quе mеdе o

dеѕеmреnhо dо funсіоnárіо, e permite rever a atividade produtiva раrа аvаlіаr a соntrіbuіçãо

que оѕ іndіvíduоѕ tiveram раrа o alcance dоѕ objetivos da оrganização. Eѕѕа аvаlіаçãо é umа

арrесіаçãо sistemática dо dеѕеmреnhо dе саdа pessoa еm rеlаçãо as atividades quе еlа

dеѕеmреnhа, dаѕ mеtаѕ e rеѕultаdоѕ a ѕеrеm аlсаnçаdоѕ, dа соmреtênсіаѕ quе еlа оfеrесе e dо

ѕеu potencial dе desenvolvimento.

“A avaliação de desempenho, dentro das empresas, tem como meta diagnosticar e

analisar o desempenho individual e grupal dos funcionários, promovendo o crescimento

pessoal e profissional, bem como melhor desempenho (FRANÇA, 2010,p.116).” Sendo

assim, a principal função da avaliação de desempenho é retornar aos funcionários sobre a

qualidade de seus resultados, para promover a melhoria de sua performance.

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De acordo com Mіlkоvісh e Bоudrеаu (2006, p. 98), “o dеѕеmреnhо rеflеtе-ѕе no

ѕuсеѕѕо dа рróрrіа organização, e роr іѕѕо deve ѕеr mеdіdа, e esta avaliação é relevante раrа

outras аtіvіdаdеѕ dо RH, tais соmо quеm соntrаtаr, рrоmоvеr, dеѕреdіr оu recompensar.”

Logo, pode-se concluir que é por meio da avaliação de resultados que é possível

analisar se a estratégia atual de gestão de pessoas tem gerado ganhos para organização. A

coleta de dados e a transformação destes dados em informações são importantes para que se

possa gerir as pessoas de maneira que estas traduzam metas em realidade.

Para Ivаnсеvісh (2008, р. 253) “avаlіаçãо dе desempenho é a atividade imрlеmеntаdа

раrа dеtеrmіnаr o grаu dе eficácia do funсіоnárіо na еxесuçãо dе ѕеu trabalho.”

Para que alcance seus benefícios a avaliação de desempenho dеvе аtеndеr aos

seguintes аѕресtоѕ: abranger o dеѕеmреnhо atual nas atividades, соmо tаmbém o аlсаnсе de

metas e оbjеtіvоѕ, analisar de maneira clara o dеѕеmреnhо do colaborador no cargo, a

avaliação deve ser realizada com consentimento do colaborador e deve ѕеr utіlіzаdа раrа

mеlhоrаr рrоdutіvіdаdе dо соlаbоrаdоr dеntrо da organização, tоrnаndо-о mais bem еquіраdо

раrа рrоduzіr соm eficácia.(CHIAVENATO, 2014)

A avaliação é essencial para a saúde da instituição e para garantir a qualidade da

prestação de serviços e entrega de valor aos clientes externos. A avaliação de desempenho

deve ser vista como uma tarefa administrativa, sendo ela um instrumento essencial para

melhoria da eficiência e eficácia dos e produtos, e da vida das organizações.

2.4.3 PROCESSO 3 - RECOMPENSAR PESSOAS

É incontestável que com o passar dos anos, o empregado deixou de ser considerado

como uma peça da engrenagem da organização, e se tornou uma fonte de vantagem

competitiva, sendo o principal agente no desempenho organizacional. Com isso, é legítimo

que essa valorização seja concretizada por parte das empresas, através de recompensas.

(FRANÇA, 2010)

Na visão de Chiavenato (2014), recompensar pessoas “são os processos utilizados para

incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas”. Esse processo

abrange as atividades de remuneração e benefícios.

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2.4.3.1 REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS

A remuneração pode ser entendida como a contrapartida econômica e/ou financeira de

trabalho realizado pela pessoa. (DUTRA, 2002 apud FRANÇA, 2010)

Mіlkоvісh e Bоudrеаu (2006), define rеmunеrаçãо como o rеtоrnо fіnаnсеіrо, os

serviços e bеnеfíсіоѕ tаngívеіѕ quе оѕ еmрrеgаdоѕ rесеbеm соmо раrtе dе раgаmеntо numa

rеlаçãо de trоса реlо ѕеu trаbаlhо.

O engajamento das реѕѕоаѕ nо trabalho dеntrо dа оrgаnіzаçãо é dіrеtаmеntе

relacionado ао grаu de reciprocidade реrсеbіdо роr еlаѕ, a mеdіdа quе o trabalho рrоduz

rеѕultаdоѕ еѕреrаdоѕ, mаіоr será esse engajamento, surge dаí еntãо a necessidade dе se tеr um

ѕіѕtеmа dе rесоmреnѕаѕ quе ѕеjа сараz de aumentar o соmрrоmеtіmеntо dаѕ реѕѕоаѕ nоѕ

negócios da organização. Ninguém trabalha de graça, todos esperam algum retorno, as

pessoas trabalham nas organizações em função de expectativas e resultados (CHIAVENATO,

2014). Percebe-se então que mesmo não sendo o ponto principal da motivação humana, o

reconhecimento financeiro é parte importante no incentivo pessoal.

Remuneração, segundo Willian Werther (apud COPELLI, 2003), é o que os

empregados recebem em troca do seu trabalho. Constitui-se como uma espécie de recompensa

externa ao indivíduo, que impulsiona comportamentos e motiva ao trabalho. E quando

definido de acordo com as expectativas dos funcionários, um sistema de recompensa pode

gerar, entre outras consequências, motivação, comprometimento, espírito de equipe e o

alcance de metas e resultados.

Como consequência, a produtividade das pessoas é influenciada também em razão da

sua satisfação e do seu bem-estar. Com isso, a melhor qualidade no trabalho gera melhor

qualidade de vida, o que beneficia e qualifica os produtos e serviços. De acordo com

Ehrenberg e Smith (2000), existem alguns aspectos que são relevantes ao associar a

remuneração à produtividade, tais como: a produtividade de um trabalhador é

consideravelmente variável dependendo de seu nível de motivação, é afetada pelos hábitos de

trabalho de cada pessoa, do nível de esforço e das condições de trabalho e ser altamente

produtivo normalmente não é apenas uma questão de seguir ordens servilmente, mas antes, de

tomar iniciativas para ajudar a atingir os objetivos do empregador.

Dentro disso, ao relacionar recompensas com produtividade é importante que se

considere o ambiente de trabalho, e o engajamento do profissional para exercer suas funções.

Nesse aspecto, os trabalhadores são motivados a produzir mais quando a empresa delimita

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modelos e processos de gestão adequados, e com medidas de compensação que efetivamente

o motivem (EHRENBERG e SMITH, 2000).

2.4.4 PROCESSO 4 - DESENVOLVER PESSOAS

Desenvolver pessoas é fornecer a formação básica para que estudem novas atitudes,

soluções, ideias, conceitos e que transformem seus hábitos e atitudes se tornando mais

eficazes no que fazem. (CHIAVENATO, 2014)

Pessoas capacitadas agregam valor a organização e se sentem mais confiantes no

exercício de suas funções, dessa forma treinar e desenvolver os funcionários é estratégico para

as empresas.

2.4.4.1 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

Treinamento é um processo sistemático para promover o aprendizado de habilidades,

regras, conceitos e atitudes que visam a melhoria da adequação entre as características dos

empregados e as suas funções, e desenvolvimento é o processo de longo prazo para aprimorar

as capacidades e motivações dos empregados a fim de torna-los futuros membros valiosos da

organização. O desenvolvimento inclui, além do treinamento, a carreira e outras experiências

(MILKOVICH e BOUDRAU, 2000 apud FRANÇA, 2010).

Dеѕѕlеr (2005, р. 140), dеfіnе trеіnаmеntо como “o соnjuntо de métоdоѕ uѕаdоѕ para

trаnѕmіtіr аоѕ funсіоnárіоѕ nоvоѕ e antigos as hаbіlіdаdеѕ nесеѕѕárіаѕ para o desempenho dо

trabalho”. Desde modo, os processos de treinamento e desenvolvimento colaboram para o

aperfeiçoamento do capital humano das organizações, melhorando o desempenho pessoal e

organizacional.

Pаrа Chіаvеnаtо (2014) o рrосеѕѕо dе trеіnаmеntо é um mеіо раrа ѕе desenvolver

соmреtênсіаѕ nas реѕѕоаѕ раrа quе se tоrnеm mаіѕ рrоdutіvаѕ, сrіаtіvаѕ e inovadoras

contribuindo раrа оѕ оbjеtіvоѕ organizacionais. Com finalidade de aumentar a produtividade

dos empregados em suas atividades, e com isso contribuir еfеtіvаmеntе раrа a melhoria dos

rеѕultаdоs dо nеgóсіо.

Nesse contexto, o processo de Desenvolver реѕѕоаѕ nãо é ареnаѕ dar-lhes іnfоrmаçãо

para quе еlаѕ aprendam novas competências (соnhесіmеntоѕ, hаbіlіdаdеѕ e comportamentos),

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mas também para aperfeiçoa-las de modo que modifiquem seus hábitos e se tornem mas

eficazes. Sendo assim, desenvolver pessoas é muito mais do que informar, mas representa um

enriquecimento da personalidade humana (CHІАVЕNАTО, 2014).

Os processos de treinamento e de desenvolvimento se complementam, pois visam

suprir a empresa com as competências de que ela necessita para seu funcionário. O

treinamento é voltado para o aperfeiçoamento dos trabalhadores e a execução de tarefas, o

desenvolvimento visa o crescimento dos indivíduos e consequentemente da organização.

2.4.5 PROCESSO 5 - MANTER PESSOAS

Após todo o empenho da organização nos processos anteriores de atrair e contratar

novos funcionários, orientá-los e agrega-los a cultura da empresa, realizar os treinamento e

desenvolvimento desse capital humano, ocorrer a saída desse profissional, isso significa uma

importante perda de recurso e investimentos para organização. Dessa forma, começa-se a

entender, que mais importante do que ter bons profissionais é cuidar deles, e principalmente

mantê-los.

Os Processos de manter pessoas são aplicados para gerar no exercício das atividades

de trabalho, condições ambientais e psicológicas satisfatórias para os empregados. Incluem

administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de

vida e manutenção de relações sindicais. (CHІАVЕNАTО, 2014).

Esses processos abordam dois aspectos a relação com os empregados, e saúde,

segurança e qualidade de vida no trabalho.

2.4.5.1 RELAÇÃO COM OS EMPREGADOS

Pode-se observar que quando os funcionários se sentem bem no seu ambiente de

trabalho e com as relações existentes entre colegas e superiores, é provável que ele se adapte

melhor às políticas organizacionais. A empresa por sua vez pode desenvolver esse bom

relacionamento e valorizar os seus colaboradores, com programas de orientações, que têm por

objetivo ouvir a opinião das pessoas e colocar suas sugestões em práticas e/ou justificar o

porquê de não aplicá-la; programas de reconhecimento, que são os créditos dados aos

colaboradores por uma contribuição extra à empresa (CHIAVENATO, 2014).

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Além de uma boa relação com os empregados, a organização deve fornecer boas

condições físicas para a execução das atividades de todos os funcionários, principalmente pelo

fato das pessoas passarem a maior parte do seu dia inseridas no ambiente organizacional.

2.4.5.2 SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA

As necessidades dos empregados e os novos desafios em relação ao trabalho têm

estimulado a abordagem da Qualidade de Vida no Trabalho, caracterizando uma nova

competência e aspecto gerencial a ser observado (FRANÇA, 2010).

Para a autora Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho pode ser definida como:

A capacidade de administrar o conjunto das ações, incluindo diagnóstico,

implantação de melhorias e inovação gerenciais, tecnológicas e estruturais no

ambiente de trabalho alinhado e construído na cultura organizacional, com

prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas da organização (FRANÇA, 2010,

p.167).

Nesse aspecto, o principal objetivo da saúde, segurança e qualidade de vida no

trabalho é deixar e manter o ambiente físico em condições favoráveis à saúde física e mental

dos colaboradores constitui um conjunto de normas e procedimentos que visam não só a

integridade física e mental, mas também o bem-estar de cada um dentro da empresa

(CHIAVENATO, 2014).

Com isso pode-se afirmar que as condições físicas oferecidas ao colaborador são de

suma importância para seu bem estar e sua qualidade de vida, o que está relacionado as

políticas da organização voltadas para saúde e segurança do trabalhador.

Chiavenato (2014) afirma que um ambiente de trabalho favorável melhora a relação

entre os funcionários e também a produtividade, bem como reduz acidentes, doenças,

absenteísmo e rotatividade. O autor conclui que, fazer do ambiente um local agradável para se

trabalhar tornou-se uma verdadeira obsessão para as organizações bem-sucedidas.

Com isso um ambiente de trabalho favorável é aquele que acima de tudo concede aos

funcionários segurança, tanto no âmbito psicológico quanto no âmbito físico. (MILKOVICH

e BOUDREAU, 2006)

A empresa que investe em um ambiente de trabalho seguro, adotando de medidas

coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, além de melhorar a

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qualidade de vida dos seus colaboradores, reduz custos consideráveis com acidente de

trabalho, absenteísmo e melhorando assim sua produtividade e competitividade.

2.4.6 PROCESSO 6 - MONITORAR PESSOAS

Este é o último dos seis processos de gestão de pessoas, e consiste em atividades de

monitorar as pessoas para acompanhar e controlar os trabalhos executados e verificar os

resultados. Esse processo inclui banco de dados e sistemas de informações de gestão de

pessoas. (CHIAVENATO, 2014).

2.4.6.1 BANCO DE DADOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO DE PESSOAS

A Gestão de Pessoas requer o processamento de muitas informações a respeito das

pessoas para que especialistas de staff e gerentes de linha possam tomar decisões eficazes e

adequadas. (CHIAVENATO, 2014, p.434-435)

Os avanços tecnológicos estão trazendo grandes inovações e dinamismo para as

organizações, o que reflete nas práticas de Gestão de Pessoas fazendo-se necessário que haja o

correto armazenamento e monitoramento das informações relativas ao capital humano das

organizações.

Um banco de dados na visão de Chiavenato (2014) é um sistema integrado de

armazenamento e acumulação de dados relacionados logicamente, organizados para melhorar

e facilitar o acesso aos dados, eliminar redundância e proporcionar significado, tendência e

inteligência. A eficiência da informação é maior com o apoio de bancos de dados, não

somente pela “memória” em arquivos, mas também porque os dados logicamente interligados

permitem um acesso mais aprofundado e ágil das informações e, com isso, um maior

conhecimento das necessidades, reduzindo inconsistências.

O monitoramento da informação é um processo essencial para as organizações, pois

viabiliza a transmissão de conhecimentos e dados a todos, trazendo melhoria a toda

organização e elevando suas competências e competitividade.

As boas práticas de gestão de pessoas adotadas pelas empresas contribuem para atrair,

manter e desenvolver talentos, e são representativas do sucesso organizacional, o que gera

dessa forma mais lucratividade para a empresa. (HAYTON, 2005)

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Portanto, as práticas de processos de gestão de pessoas são ferramentas para um bom

desempenho, aumento da produtividade, competitividade e desenvolvimento do capital

humano das organizações. Os processos são intimamente relacionados e juntos influenciam

um no outro, e consequentemente, na eficiência da empresa e no alcance dos objetivos tanto

organizacionais quanto individuais.

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3. A IMPORTÂNCIA DO FATOR HUMANO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

3.1 A INFLUÊNCIA DO FATOR HUMANO NA PRODUTIVIDADE

Conforme Colombo e Bazzo (2002), produtividade é o resultado de todo esforço

pessoal e organizacional associado à produção, ao uso e/ou à expedição de produtos e

prestação de serviços.

O Centro de Produtividade do Japão – JPC define produtividade como,

“Produtividade é minimizar cientificamente o uso de recursos materiais, mão-de-

obra, equipamentos, etc., para reduzir custos de produção, expandir mercados,

aumentar o número de empregados, lutar por aumentos reais de salário e pela

melhoria do padrão de vida no interesse comum do capital, do trabalho e dos

consumidores.” (2010, p.1030)

Ou seja, produtividade não diz respeito apenas a ganho de velocidade e redução de

custos na produção. Produtividade tem a ver com o produto do trabalho, mas também com os

trabalhadores e a maneira que são empregados.

Arditi (1985) completa definindo que рrоdutіvіdаdе é a quаntіdаdе dе bеnѕ e ѕеrvіçоѕ

рrоduzіdоѕ роr um fаtоr dе рrоduçãо em umа unіdаdе de tempo.

Complementando, para Carvalho e Serafim (2012, p. 161), “a produtividade do

trabalho pode ser identificada como sendo o processo contínuo que procura obter, a partir do

potencial do empregado motivado, o máximo de sua capacidade com o mínimo de tempo e

esforço”. Na visão dos autores a produtividade pode ser expressa pela relação entre uma

quantidade física de produção e de tempo, através das fórmulas:

Com isso, as organizações têm buscado novas formas de mobilização e gestão de seus

recursos visando melhorar a produtividade, alcançar resultados, atingir seus objetivos

institucionais e atender plenamente as necessidades dos membros da equipe.

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Na visão dos autores Davis e Newstrom (1992), produtividade organizacional pode

ser definida através de uma equação que inclui diversas variáveis, que passam pelo

desempenho humano: conhecimento, habilidade, capacidade, atitude, motivação, recursos e

competências ou seja, é o produto de diversos fatores dentro do contexto das organizações. A

capacidade, que é o conjunto de conhecimentos e habilidades do trabalhador. A motivação

que resulta das atitudes de uma pessoa ao reagir a uma situação específica. Assim, os autores

definem que o potencial de desempenho de uma pessoa em qualquer atividade é determinado

pela sua motivação e a capacidade.

Então o potencial humano tem que ser mesclado com recursos tais como

equipamentos, materiais, fatores técnicos e econômicos para se conseguir a produtividade

organizacional. (DAVIS e NEWSTROM, 1992). As equações de produtividade são mostradas

na tabela 1 a seguir:

Tabela 1 – Equações de produtividade

Equações de produtividade

Conhecimento x Habilidade = Capacidade

Atitude x Situação = Motivação

Capacidade x Motivação = Potencial para Desempenho Humano

Desempenho Humano x Recursos = Produtividade Organizacional

Davis, 1992, p. 16 – adaptada pelo autor

Sendo assim, o aumento da produtividade está relacionado a diversos fatores que

podem ser trabalhados e melhorados por práticas de gestão de pessoas, como ambiente de

trabalho saudável, liderança, competências e satisfação dos colaboradores. Logo, o processo

de produção eficiente passa pela gestão de pessoas adequada, e o investimento e

desenvolvimento do capital humano das organizações.

Em vista disso, deve-se criar condições para aumentar o desempenho dos

colaboradores, ou seja, pensar em como é possível gerenciar pessoas para aproveitar melhor o

potencial e aumentar o desempenho delas.

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3.1.1. A MOTIVAÇÃO COMO FERRAMENTA DE PRODUTIVIDADE

Chiavenato afirma que,

Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da

motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de

determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um

comportamento específico (1982, p. 414).

A motivação do trabalhador é um fator importante para produtividade organizacional,

com isso é fundamental compreender e estudar o comportamento humano e os fatores

motivacionais do trabalhador.

Para Miranda (2009, p.62) afirma os esforços dos últimos anos de tentar interpretar e

delimitar o comportamento motivado é propiciar o maior êxito das organizações, uma que vez

ela se apresenta como a forma mais eficaz de se realizar tarefas. Com a compreensão desse

tipo de comportamento torna-se possível a aplicação de mecanismos pelas organizações para

que os seus colaborados venham ter determinadas atitudes que não visem somente o sucesso

individual, mas sim o êxito como um todo da organização.

Aguiar (1981) apud França (2006) relaciona motivação e produtividade por meio da

Teoria de F. Herzberg:

Segundo Herzberg, os fatores motivadores do trabalho são aqueles que se referem à

tarefa e à sua execução, mostrando uma relação direta e uma dependência entre

produtividade e motivação. Para ele, os fatores motivadores dos membros da

organização são aqueles ligados à forma de realização de sua tarefa. Fatores, tais

como a liberdade de criar, de inovar, de procurar formas próprias e únicas de atingir

os resultados de uma tarefa, constituem basicamente os fatores motivadores da

organização (1981, p.150).

As organizações devem procurar despertar, em seus funcionários, a vontade de

permanecer na empresa, comparecer ao trabalho regularmente, ter um bom desempenho e

demonstrar comportamentos de cidadania. Dos empregados motivados é esperada alta

produtividade, resultados de excelente qualidade e ações que busquem o bem coletivo

(BATEMAN E SNELL, 1998, apud, MACÊDO et al, 2012). Sendo assim, os gestores das

organizações necessitam compreender sobre os aspectos motivacionais do trabalhador e

dispor de práticas de gestão de pessoas e decisões gerenciais adequadas para sustentar a

motivação de seus membros.

É importante entender o que é motivação, e o que motiva as pessoas a prosseguirem de

forma satisfatória em sua jornada de trabalho, o que isto implica na qualidade de vida das

pessoas e na sobrevivência de empresas e empregados. Então se houver sintonia entre as

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vontades pessoais e as necessidades de uma organização, direcionadas por metas, melhoria de

qualidade, empenho da equipe, diz-se que a pessoa está motivada para trabalhar (FRANÇA,

2006). Em síntese, a motivação para o trabalho é maior quando a organização consegue alocar

cada colaborador dentro de atividades que eles sintam prazer em realizar, com isso são

alcançados melhores índices de produtividade.

A grande questão em si é entender o comportamento humano e seus fatores

motivacionais e aplica-los nas atividades que se realiza, sobretudo na carreira. As

organizações, seus gestores e colaboradores, precisam estar cientes dos fatores que geram a

motivação, e compreender que eles interferem diretamente no comportamento e na

autorrealização no meio corporativo.

De acordo com a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, a motivação está

relacionada à satisfação de necessidades humanas, sendo estas, “a manifestação natural de

sensibilidade interna, que desperta uma tendência a realizar um ato ou a procurar uma

determinada categoria de objetos.” (RIBEIRO, 2000, p.5). Para Maslow (1970), as

necessidades humanas se apresentam em níveis hierárquicos, na forma de necessidades

primárias, fisiológicas e secundárias, psicológicas e de autorrealização. Conforme figura 3 a

seguir que ilustra a Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow, que presume a

satisfação do nível menor para haver a permissão a satisfação do maior.

Figura 4 - Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow

Disponível em < https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow>Acessoem:09/07/2018.

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O colaborador é mais produtivo, criativo, ousado, quanto mais próximo ele está do

topo da hierarquia das necessidades (PASCHOAL, 2006). Para isso, as políticas de GP devem

assegurar salário e benefícios adequados, ambiente e tratamentos não ameaçadores, condições

para o convívio, reconhecimentos diversos, liberdade de ação e decisão. As práticas de

melhoria contínua além de trazer retorno econômico-financeiro para a empresa atendem as

necessidades de autoestima e autorrealização, da escala de Maslow.

3.1.2. O PAPEL DA LIDERANÇA NA PRODUTIVIDADE

Conforme Hunter (2004) a liderança é uma habilidade de influenciar seus empregados

para que trabalhem com entusiasmo, visando atingir os objetivos para um bem comum.

A capacidade de sintetizar e sincronizar no momento certo as habilidades técnicas

gerenciais com as habilidades comportamentais de sua equipe, certamente transforma gerentes

em líderes.

Cabe ao líder, conhecer os anseios de seus colaboradores e ser capaz de identificar e

oferecer os estímulos que despertem a motivação dessas pessoas. Bons líderes são

comprometidos com os objetivos da organização, mas também com as necessidades de sua

equipe, e os guia para obtenção dos melhores resultados organizacionais e pessoais.

Marchetti (apud Bartlett; Ghoshal, 1997, p.70) coloca que “Motivação é sinônimo de

liderança. O sucesso de um líder pode depender quase que exclusivamente de sua capacidade

de motivar outras pessoas”.

Na concepção de Chiavenato (2014) a motivação está contida dentro das próprias

pessoas e pode ser amplamente influenciada por fontes externas ao indivíduo ou pelo próprio

trabalho na empresa. O líder deve conhecer o grau de motivação individual e deve saber como

extrair do ambiente de trabalho as condições externas para elevar a satisfação profissional.

A liderança em uma empresa está diretamente ligada na motivação e no

desenvolvimento pessoal dos seus funcionários. O comportamento dos gestores induz o

comportamento dos seus funcionários e isso influencia proporcionalmente na obtenção das

metas e resultados das organizações (CHIAVENATO, 2014). Assim, as necessidades dos

colaboradores são satisfeitas e a organização obtém o resultado desejado.

O bom líder na gestão de pessoas é o agente responsável por conduzir a sua equipe as

metas da organização, desenvolvendo as competências dos liderados, conhecendo os seus

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fatores motivacionais e suas necessidades, melhorando a produtividade de seus colaboradores

para alcançar os melhores resultados dentro empresa.

3.1.3. INDICADORES DE PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

De Rolt (1998, apud Pinheiro, 2011), define indicadores como elementos que medem

níveis de eficiência e eficácia de uma organização, ou seja, medem o desempenho dos

processos produtivos. Para Takashina (1999), os indicadores são representações quantificáveis

das características de produtos e processos, sendo assim utilizados para a melhoria da

qualidade e desempenho de um produto, serviço ou processo, ao longo do tempo.

Segundo Souza (2006), a produtividade na construção civil varia devido a fatores

ligados ao conteúdo, contexto e anormalidades e pode ser medida nas seguintes modalidades:

Diária: Respostas rápidas para intervenção;

Cumulativa: Detecção de tendências;

Potencial: Valor que poderia ser atingido (meta factível);

Periódica: Atenua problemas e serve para fixação de metas;

Por ciclo: Útil para ciclos pequenos.

O autor também ressalta a importância de haver uma padronização para a realização

dessas medições, e assim define o indicador de produtividade da mão de obra denominado

razão unitária da produção (RUP), calculado pela quantidade de homens-hora gastos na

execução de um determinado serviço, como forma de mensurar a produtividade em relação ao

esforço humano. A RUP é um indicador a ser aplicado na mão de obra operária da construção,

não se aplicando nesse caso aos esforços da gerencia para execução dos serviços (SOUZA,

2006).

Por se tratar de uma indústria com variáveis diversas que podem influenciam sua

produtividade para construção podemos adotar o conceito de produtividade global e parcial.

Myiaki (1993), afirma que a produtividade pode ser analisada de duas formas: global e

parcial. A produtividade global é aquela que considera o resultado obtido pela empresa como

um todo, e pode ser decomposta em indicadores parciais que propiciam uma visão mais

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detalhada do nível de desempenho por tipo de recurso consumido. A produtividade parcial

pode ser definida em termos de mão de obra, equipamento ou material consumido.

Nesse contexto, pode-se dividir a mão de obra em diferentes amplitudes, para realizar

o cálculo da RUP, que são: RUPof, que avalia a produtividade dos oficiais, RUPdir, que se

associa à produtividade da mão-de-obra direta, que são oficiais e ajudantes envolvidos

diretamente na atividade e RUPglob, que avalia a produtividade da mão-de-obra global

(SOUZA, 2006).

O conceito de produtividade parcial e global também pode ser adotado através da

RUP, considerando-se no cálculo diferentes períodos de tempo. Assim a RUP cumulativa

representa o esforço total acumulado na obra, em relação ao total de serviço executado; trata-

se de uma RUP útil para a execução de orçamentos, já que diz respeito a produtividade global

do serviço. A RUP potencial é aquela que se associa aos ciclos, de execução do serviço, onde

a produtividade foi satisfatória; essa RUP costuma ser usada para definir o tamanho de

equipes, já que devemos pensar na equipe que dê conta de fazer o serviço com boa

produtividade. Assim Souza (2006), define que a perda percentual de produtividade da mão

de obra é o afastamento entre esses dois indicadores.

Portanto, um fator fundamental para quantificação da produtividade de um serviço e

da obra como um todo, é a mão de obra envolvida nos processos, sendo a mesma um fator

decisório para o cálculo dos indicadores. Dessa forma, o ideal é que a construtora desenvolva

um banco de dados, registrando o histórico do consumo de mão de obra e de horas laborais

em seus serviços. Assim, dados da obra em construção podem ser comparados com obras já

executadas, com a mesma tipologia de projeto (SOUZA, 2006).

3.2 CARACTERÍSTICAS DA MÃO DE OBRA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil apresenta particularidades em relação a força de

trabalho, e mesmo diante da crise no setor, a mão de obra empregada é de grande importância

no cenário econômico do país, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

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(CAGED), apontam que em 2018, 11,6% dos postos de trabalhos formais gerados no Brasil

foram na Construção Civil, conforme tabela 2 a seguir:

Tabela 2 - Saldo do Emprego Formal na Construção Civil em 2018

CADEG (2018)- Adaptado pelo autor.

As características da força de trabalho da Construção Civil segundo Chiavenato (1993)

pode ser divida em três níveis hierárquicos que são basicamente: Nível estratégico, onde é

composto pelos construtores (os patrões), responsáveis por tomar as decisões e estabelecer os

objetivos da organização; Nível intermediário, que são os engenheiros que cuidam da

articulação interna entre o nível responsável pelas decisões e o nível onde a produção é

realizada e Nível operacional que é formado por mestres, encarregados, pedreiros, serventes

etc. e, relaciona-se com os problemas inerentes à execução cotidiana e eficiente das tarefas,

onde há o contato direto com a produção, ou seja, é o nível no qual as tarefas e operações são

executadas. É a esta força de trabalho que são atribuídos os maiores índices de rotatividade e

acidentes nos canteiros de obra.

Chiavenato (2014), descreve que comumente os operários da construção civil ainda são

considerados como simples recurso produtivo, equivalente a máquinas e equipamentos, e não

vistos como parceiros importantes para as empresas. Isso decorre da forma de administrar do

setor, onde decisões ficam centralizadas nos altos níveis hierárquicos e a comunicação com a

mão de obra é insuficiente e ineficaz.

Na Construção Civil, a mão de obra operacional é de extrema importância no processo

produtivo como um todo, portanto conhecer suas características é indispensável para obtenção

de melhores resultados e para uma gestão mais eficiente.

Mês Construção

Civil

Todas

atividades

JAN 17.083 87.871

FEV -3.245 72.147

MAR 9.017 72.246

ABR 16.163 126.259

MAI 4.012 38.626

JUN -899 3.795

JUL 10.063 47.319

2018 52.194 448.263

SALDO DO EMPREGO FORMAL

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Segundo dados da MTE/RAIS (2017) o maior parte dos trabalhadores da construção

estão alocados na atividade de construção de edifícios, como observa-se na figura 5, a

atividade absorve cerca de 763.647 mil trabalhadores, o equivalente a 36% do total do setor.

Figura 5: Mão de obra alocada por grupo de atividade econômica da construção civil

RAIS-MTE/Banco de Dados- CBIC – Elaboração própria

O setor apresenta mão de obra predominantemente masculina, porém segundo dados

do Ministério do Trabalho e Emprego MTE/RAIS (2017), em 2016, 10,3% dos trabalhadores

do setor eram mulheres, como mostra a tabela 3 abaixo. E entrou em vigor em 05/03/2018 no

Rio de Janeiro a Lei nº 7.875, que define a reserva de, no mínimo, 5% das vagas de emprego

na área da construção de obras públicas do Rio de Janeiro para pessoas do sexo feminino, isso

contribuirá ainda mais para essa tendência de aumento no país.

Tabela 3: Divisão da mão de obra da construção civil por gênero.

MTE/RAIS (2017) Elaboração: Banco de Dados- CBIC.

Homens Mulheres Total

2006 1.330.484 108.229 1.438.713 92,48 7,52 100,00

2007 1.554.945 119.538 1.674.483 92,86 7,14 100,00

2008 1.836.750 150.381 1.987.131 92,43 7,57 100,00

2009 2.048.520 172.734 2.221.254 92,22 7,78 100,00

2010 2.425.850 207.824 2.633.674 92,11 7,89 100,00

2011 2.668.226 240.905 2.909.131 91,72 8,28 100,00

2012 2.748.085 267.288 3.015.373 91,14 8,86 100,00

2013 2.817.565 276.588 3.094.153 91,06 8,94 100,00

2014 2.733.110 286.317 3.019.427 90,52 9,48 100,00

2015 2.333.267 251.901 2.585.168 90,26 9,74 100,00

2016 1.903.028 219.307 2.122.335 89,67 10,33 100,00

Ano Homens Mulheres TotalParticipação %

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Também de acordo com o MTE/RAIS (2017), a maior parte dos trabalhadores tem o

ensino médio completo, e 23,2% deles tem o ensino fundamental incompleto. Nota-se que a

maior parte dos trabalhados apresentam um baixo nível de escolaridade, porém bem melhor

em relação a anos anteriores, quando segundo dados do MTE/RAIS (2017), aponta que em

2010, onde apenas 27,4% dos funcionários possuíam o segundo grau completo, hoje esse

número chega a 42,5%. Como representado abaixo na figura 6.

Figura 6: Nível de escolaridade dos trabalhadores da Construção Civil.

MTE/RAIS (2017), Banco de Dados- CBIC – Elaboração própria.

Para Costa (2011), o setor é caracterizado por uma elevada absorção de mão de obra

sem especialização, visto que, o mercado oferece poucas opções para as pessoas sem

qualificação. Neste cenário, a construção civil torna-se atrativa para aqueles sem profissão

definida e como mostram os estudos isso tem resultado diretamente na produtividade.

Em relação a faixa etária, 59,7% dos trabalhadores encontram-se com idades entre 18 a

39 anos. Como representado abaixo na figura 7.

Figura 7: Faixa etária dos trabalhadores da Construção Civil.

RAIS-MTE/Banco de Dados- CBIC – Elaboração própria

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Quanto aos salários praticados segundo a MTE/RAIS (2017), 51,5% dos funcionários

da construção civil, recebem entre 01 e 02 salários mínimos, e 35,3% na faixa de 02 a 05

salários mínimos. Os estudos apontam que os salários praticados são proporcionais aos

índices de escolaridade da mão de obra, e como mais de 50% dos empregados apresentam

baixo nível de instrução, isso tem influenciado a baixa remuneração do setor.

Outra característica relevante para construção é a rotatividade de funcionários que nos

últimos anos foi a segundo maior do Brasil, ficando acima da média nacional. E dentre as

razões apresentadas para esse índice elevado estão salário, condições de trabalho além das

características dos processos produtivos, que ocorre em etapas resultando em contratações

periódicas. Os dados de 2016 do MTE, apresentam que apenas 35,7% dos trabalhadores

estavam em seus empregos a mais de 24 meses, e 45,8% estava a menos de um ano em seus

atuais postos de trabalho. Na figura 8 pode-se os observar que o índice de rotatividade do

setor fica acima da média de todos setores econômicos do Brasil.

Figura 8: Índice de Rotatividade

CAGED (2018)- Elaboração Própria

Com a crise que atingiu o país nos últimos anos, o setor foi um dos mais impactados e

além do reflexo nos salários também houve diminuição no número de empregos formais na

área, segundo dados do MTE em 2017 , 103.387 postos de trabalho formais foram perdidos.

Na figura 9 é apresentado o saldo do número de emprego formal na construção civil nos

últimos anos. Em 2018 o setor tem demonstrado uma discreta melhora em relação a geração

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de empregos dos anos anteriores, só neste ano até agora 11,6% do empregos gerados no Brasil

foram no setor, o primeiro saldo positivo em 4 anos.

Figura 9 - Números de emprego formal na construção civil nos últimos anos.

CAGED (2018)- Elaboração Própria

Uma prática crescente na construção é a informalidade, que foi abordado na Pesquisa

sobre os Impactos da Responsabilidade Social na Indústria da Construção (CBIC-2017),

segundo a pesquisa 10,2% das empresas realizam contratação de trabalhadores sem carteira

assinada nos canteiros de obras. Em relação a escolaridade esses trabalhadores têm em

comum baixa qualificação, baixa escolaridade e pouca informação. De acordo com a

pesquisa, 36% dos que trabalham na informalidade não sabem o significado de trabalho

informal. a informalidade significa concorrência desigual e injusta com as empresas que

atuam na legalidade e respeitam a legislação trabalhista, além do prejuízo aos trabalhadores,

Fato confirmado pelo estudo publicado por economistas do Instituto Brasileiro de

Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (2018), que aponta que quase metade da perda

de produtividade do Brasil durante os anos de crise se deve ao aumento da informalidade no

mercado de trabalho. Entre 2014 e 2017, a queda acumulada da produtividade do trabalho foi

de 3,6%, em parte pela redução da eficiência das empresas, mas principalmente pelo aumento

do emprego em empresas informais, de baixos resultados. Segundo os pesquisadores, 46% do

recuo da produtividade do trabalho nesse período foi devido ao aumento da informalidade.

Costa (2011) descreve que o trabalho da construção civil sempre foi marcado por duas

características: a informalidade dos contratos de trabalho (que diz respeito ao uso de elevado

(500.000)

(400.000)

(300.000)

(200.000)

(100.000)

0

100.000

200.000

300.000

400.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

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contingente de trabalhadores independentes e de assalariados não registrados) e a

instabilidade destes postos, que se traduz pelo regime particular do emprego, caracterizado,

sobretudo, por sua elevada rotatividade.

O Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (2017) apresentou um

levantamento com base em indicadores de saúde do trabalhador onde, o setor da construção

civil ficou entre as 3 atividades econômicas com maior taxa de mortalidade, considerando-se

mortes em acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho, com 7,1 morte por 100

mil vínculos, no ano de 2005. Considerando os dados do mesmo ano, a taxa de aposentaria

por invalidez permanente relacionada a atividades do trabalho foi de 19,8 por 100 mil

vínculos.

Priori Junior (2005), observa que existe uma elevada carência na segurança, saúde e

qualidade de vida no trabalho em canteiros. Segundo ele, estes fatores ausentes prejudicam a

execução dos serviços e denotam deficiências para atingir as metas da qualidade das

empresas.

Drehmer (2006) coloca que, esta baixa qualificação do trabalhador da construção civil

tem forte influência sobre a baixa produtividade, além de estar relacionada a outros

problemas, como a resistência deles às inovações tecnológicas – o método tradicional de

construir persiste, sendo incorporado e difundido pelos próprios trabalhadores. A autora

menciona ainda que a política de se empreitar adotada pelas empresas é que colabora para um

processo de recrutamento de trabalhadores pouco qualificados e ainda, para a intensa geração

dos contratos informais.

De um modo geral, a construção civil caracteriza-se, por condições de trabalho

insatisfatórias, pouca qualificação profissional, salários baixos, índice de desemprego elevado

e altas taxas de acidente de trabalho, que são justificados pelos empregadores como

decorrentes dos baixos níveis de qualificação profissional e produtividade da mão-de-obra, e

pelo elevado absenteísmo e rotatividade. Os trabalhadores relatam que o elevado absenteísmo

e rotatividade ocorrem como consequência da insalubridade, dos níveis salariais insuficientes

e da forma da organização do trabalho. Deste modo, segundo Medeiros (2002), observam-se

trabalhadores pouco satisfeitos e desmotivados com o trabalho, e que este fato têm reflexos

significativos na produtividade do setor.

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3.3 FATORES INFLUENCIADORES DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA

CONSTRUÇÃO

Para Souza (2006), há muitos anos a Construção Civil vem sendo considerada uma

indústria caracterizada pela baixa produtividade, e má gestão no uso da mão de obra. Isso tem

se tornado cada vez mais preocupante devido à competitividade do mercado e a necessidade

atual de minimização do desperdício e do esforço humano.

Estudo de 2015 do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo

(SindusCon-SP), elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado no período de

2003 a 2013, analisando dados da construção no Brasil e de outros 17 países, mostrou que

a produtividade na construção civil é, em média, 30% menor do que outros segmentos

econômicos do país.

O estudo aponta que se comparada com os Estados Unidos, o Brasil atingiu apenas 20%

da produtividade na construção, e apresentou elevação de 20,6% enquanto a produtividade

chinesa cresceu 108,4%, no mesmo período, conforme apresenta a figura 10 seguir:

Figura 10: Produtividade da Construção Civil entre 2003 e 2013.

WIOD, Conference Board. Elaboração FGV

Segundo o estudo da FGV (2015) existe um duplo gap de produtividade no Brasil. A

construção civil é menos produtiva que a média nacional, e os níveis de produtividade setorial e

global são menores em países emergentes como o Brasil na comparação com os países mais

avançados, de acordo com figura 11 a seguir:

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Figura 11 - Duplo gap de produtividade

WIOD, Conference Board. Elaboração FGV

O levantamento da FGV considerou os dados entre 2003 e 2013, período em que a

construção civil apresentou os maiores índices de crescimento dos últimos anos, e agora em

um período que é necessário retomar os índices anteriores, é necessário analisar os principais

fatores que influem na produtividade do setor.

As variáveis relacionadas aos processos produtivos da Construção Civil levam a

variações na produtividade, com isso na visão de Souza (2006) o processo de produção de

uma obra pode ser observado sob a ótica dos pontos onde os fatores influenciadores de

produtividade podem estar, conforme figura 12 a seguir:

Figura 12: Visão do processo de produção com a indicação das partes onde os fatores influenciadores da

produtividade podem estar.

Souza (2006, p44)

Segundo o autor, os pontos onde os fatores potencialmente influenciadores da

produtividade, apresentados na figura anterior, podem ser classificados em relação a situações

normais, que são relacionados ao conteúdo do trabalho o que envolve recursos transformados

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que são os materiais e componentes, e fatores ligados ao contexto do trabalho que são

associados, às características dos recursos de transformação, mão de obra e equipamentos e às

condições externas. E também na ocorrência de anormalidades que seriam desvios quanto às

características regulares do conteúdo e contexto citados (SOUZA, 2006).

Portanto, “A produtividade muda na medida em que ocorre uma variação dos fatores

associados ao conteúdo ou ao contexto” (SOUZA, 2006, p.49). Então a produtividade da mão

de obra está relacionada a diversos aspectos e é importante conhecer esses fatores para

melhorar os processos e a tomada de decisão.

Com o objetivo de identificar alguns desses fatores influenciadores da produtividade,

Thomas e Smith (1990 apud Souza 2006) reúnem as causas que atuam deteriorando

diretamente a produtividade (causadores primários) e outras que são causadoras por via

indireta de má produtividade ao facilitarem a ocorrência das causas primárias., conforme

indicado na tabela 4.

Tabela 4- Causa primária e por via indireta de anormalidade

Souza (2006) – Adapatada pelo autor

Também visando identificação desses fatores o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas), classificou seis fatores principais de impacto para a

produtividade na construção civil. Que são:

(1) Capacitação e treinamento da mão de obra;

(2) Retrabalho;

(3) Matéria-prima;

Ação danosa na

produtividade Causa

primária interrupções e atrasos

congestionamento do local de trabalho ou acesso restrito

necessidade de retrabalho

supervisão inadequada

falhas na alocação do número adequado de operários e tamanho elevado da equipe

deficiências no gerenciamento de materiais (inadequabilidade do insumo, má organização do estoque)

deficiências no gerenciamento de ferramentas e equipamentos (quantidade insuficiente, má localização)

via indireta política de pagamentos inadequada ou não bem aceita

aceleração da obra

excesso de horas extras e mais de um turno de trabalho

absenteísmo

rotatividade

alterações de projeto

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(4) Layout do canteiro de obras;

(5) Segurança do trabalho;

(6) Planejamento e controle de obras.

Em um estudo sobre Produtividade na Construção Civil realizado pela empresa Ernst

& Young (EY) em 2014 foram levantados sete fatores da construção civil que são importantes

para ganho de produtividade, esses fatores são chamados de alavancas de produtividade, e

são: Qualificação da mão de obra, adoção de métodos de gestão, planejamento da execução de

empreendimentos, equipamentos, materiais, métodos construtivos e melhorias de projeto.

De acordo com mesmo estudo as principais lacunas para o ganho de produtividade na

construção são a baixa qualificação da mão de obra e a falta de métodos de gestão

apropriados, conforme apresentado na figura 14 a seguir:

Figura 14- Importância relativa de impacto na produtividade hoje

Estudo sobre produtividade na construção civil: desafios e tendências no Brasil (EY-2016)

Nesse aspecto, na Construção Civil não basta apenas que alguns serviços sejam

executados com grande produtividade numa obra, se outros serviços não acompanham o

mesmo andamento inevitavelmente a produtividade global será afetada. Então é de suma

importância adotar práticas que melhorem a produtividade da mão de obra, pois essa é uma

parcela importante para produtividade parcial, que sendo otimizada trará efeitos para o

sistema como um todo.

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A produtividade na construção está diretamente relacionada com os fatores

influenciadores de produtividade que são determinados pelo tipo de obra e processos

utilizados, capacitação e treinamento da mão de obra, disponibilidade de equipamentos e

ferramentas adequadas e entre outras variáveis.

3.3.1. ABSENTEÍSMO

Para Marras (2000), absenteísmo são os períodos de faltas no trabalho, assim como

atrasos e saídas antecipadas acontecidas repetidas vezes. Dependem de fatores intrínsecos e

extrínsecos ao trabalho, que podem ser doenças, acidentes responsabilidades familiares e

problemas com transportes.

De acordo com Alves e Godoy (2001), no contexto da construção civil, o fenômeno do

absenteísmo que atinge a mão de obra vem preocupando, uma vez que faltas frequentes ao

trabalho repercutem no quantitativo de recursos humanos, refletindo na qualidade do serviço

prestado. Drehmer (2006) ressalta que a ausência de um indivíduo, sobrecarregando de

serviços o funcionário que está presente, causa grande insatisfação.

Dentro disso, fica claro que as taxas de absenteísmo podem ser influenciadas por

descontentamento no ambiente de trabalho e ainda causam a baixa motivação e desprazer na

realização das atividades, devido ao acúmulo de trabalho, para os outros funcionários,

afetando assim, as relações de trabalho e a empresa que depende diretamente dessa mão de

obra para que haja uma produção eficiente.

Tendo em vista o reflexo do absenteísmo nas atividades de produção então, é

necessário conhecer e analisar o que gera esse fenômeno para assim poder realizar ações que

mitigação. Segundo Jorge (1995), compreendendo os motivos e causas, estaremos

colaborando com a humanização dos ambientes da construção civil, facilitando escalas de

trabalho, tentando diminuir dias duvidosos por dias de efetivo trabalho, evitando transtornos e

apertos de última hora, ocasionados por ausências não previstas e, colaborando para que

aumente o grau de satisfação no trabalho.

De um modo geral, a baixa satisfação e a falta de comprometimento organizacional

são motivos que levam os funcionários a se ausentarem de seus postos de trabalho. Afirma

Adami (2009). Além disso, o setor apresenta elevada demanda de esforço físico, atividades de

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perigo e risco de acidentes de trabalho o que pode involuntariamente ocasionar na ausência do

trabalhador.

O absenteísmo é tão complexo que exige um trabalho multiprofissional na instituição,

já que, na causa do mesmo, há muito mais fatores do que a simples doença. As causas do

absenteísmo podem estar ligadas à organização: supervisão deficiente, empobrecimento de

tarefas ou ao funcionário e falta de motivação (CHIAVENATO, 2014).

Para Mazzilli (2004, p. 28), “o comparecimento ao trabalho é condição necessária para

a eficácia de uma organização”. Quando ocorre a falta imprevista de um funcionário, ocorre

um rompimento no fluxo de operações que vai refletir na queda da produtividade, bem como

sobrecarrega de outros trabalhadores.

Portando, a ausência do funcionário no trabalho, sempre resultará em baixa

produtividade e baixa qualidade de produtos e serviços sendo, portanto, um problema caro

para as organizações. Sendo assim, é necessário que as empresas de construção invistam na

valorização da mão de obra, com ações que melhorem a saúde e segurança do trabalhador, e

promover atividades que aumentem a satisfação da equipe no trabalho e o nível de

comprometimento com a empresa.

3.3.2. ROTATIVIDADE

A rotatividade de pessoal, conhecida como turnover, refere-se à relação entre as

admissões e desligamentos de profissionais ocorridos de forma voluntária ou involuntária em

um determinado período (CHIAVENATO, 2009).

Segundo Medeiros, Alves e Ribeiro (2012), os motivos influenciadores da rotatividade

são variados, tais como: satisfação dos colaboradores, motivação, remuneração e

recompensas, seguro desemprego junto à multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

(FGTS) e até mesmo o processo de seleção e recrutamento. Isso pode ser reflexo da ausência

de utilização de práticas e processos de gestão de pessoas no setor, atuando para incentivar a

permanência dos funcionários na empresa.

Lucena (1990) classifica o turnover sob dois aspectos, um controlado pela organização e

o outro pelo mercado. Quando controlado pela organização, é possível reter e motivar os

profissionais mais qualificados e com potencial para crescer e contribuir para o

desenvolvimento da empresa. Neste caso, as saídas que ocorrem são de empregados que não

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apresentam tais características de desempenho. Quando controlado pelo mercado, a empresa

perde seus melhores profissionais para a concorrência, normalmente porque não dispõe de

políticas e critérios para motivá-los e retê-los, permanecendo na organização somente aqueles

que não têm capacidade para competir no mercado.

Em ambos os aspectos a rotatividade, quando elevada, é sinônimo de perda de

produtividade, lucratividade e de saúde organizacional, impactando na motivação das pessoas

e no seu comprometimento, o que acaba gerando ainda mais absenteísmo e o rodízio de

funcionários (BORGES, 2011).

O autor também destaca que os profissionais da construção civil trocam de emprego

em busca de maior remuneração, vantagens e salários. Esse fator, aliado à ausência, por parte

das empresas, de claras definições de cargos, salários e principalmente responsabilidades, faz

com que a rotatividade seja elevada, por motivos que vão desde falta de capacitação do

contratado para a atividade a sua decepção pela falta de desafios e oportunidades de

crescimento no cargo. Assim, é importante que a empresa busque oferecer melhor qualidade

de trabalho para seus funcionários, para, com isso, obter a permanência destes e a

produtividade desejada.

Observado o fato de que o absenteísmo e a rotatividade surgem como consequência de

trabalhadores pouco satisfeitos e desmotivados com o trabalho, Medeiros (2002), relata que o

enfoque organizacional na qualidade de vida do trabalhador irá tornar maior a satisfação

deste, refletindo em sua postura com o trabalho, e sendo, por conseguinte, positivo para a

empresa, pois visa um melhor desempenho e uma melhor qualidade em seus produtos e

serviços.

3.4 GESTÃO DE PESSOAS E PRODUTIVIDADE

Uma política de gestão de pessoas adequada deve conhecer o público para qual será

destinada, e estudar suas necessidades, problemas e características gerais levando-se em conta

que tal público possuiu particularidades que diferem de outros trabalhadores de diversos

setores.

Segundo Chiavenato (2008) os trabalhadores devem ser tirados do paradigma de

serem apenas fornecedores de mão de obra, e entender que são fornecedoras de conhecimento

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gerando assim uma estrutura organizacional que privilegia o capital humano e o valor que

apenas pessoas motivadas podem proporcionar.

A gestão de pessoas preocupa pouco as construtoras, em sua grande maioria,

acreditam que esta teoria se enquadra apenas para seleção e contratação de operários, se

esquecendo de outras ferramentas indispensáveis tais como: treinamento e desenvolvimento

de colaboradores (OLIVEIRA 2006).

O recrutamento e seleção de operários para construção civil, geralmente ocorrem sem

muitos critérios, nem definição do trabalho que será executado. Carvalho e Nascimento

(2004) relatam que dentre os principais danos que podem ser causados por contratações mal

executadas estão, a alta rotatividade de pessoal, aumento dos custos com os processos de

recrutamento e seleção, pois terão que ser refeitos, e piora no ambiente de trabalho, com

funcionários pouco qualificados para o pleno exercício de suas funções e incompatibilidade

do perfil do profissional com a função. Os resultados desses processos para o setor são o alto

custo.

Segundo Neto (2016) “a maior dificuldade em gerenciar qualidade e produtividade na

construção civil está na gestão da mão de obra”. O autor complementa que uma série de

ferramentas de gestão de pessoas pode facilitar a vida do gestor de obras. Desde a

estruturação do processo produtivo até a implantação de sistemas de avaliação de desempenho

e desenvolvimento de planos de carreira, além do desenvolvimento de habilidades de

liderança, que é fundamental para quem assume este papel de líder, na gestão de pessoas. Que

fazem parte das práticas de aplicar pessoas na empresa.

Para isso é necessário desenvolver práticas que extraiam o potencial dos empregados,

tais como o feedback, uma ferramenta que permite que os líderes ou gestores avaliem o

comportamento de seus colaboradores, orientando-os a melhores resultados.

Como apresentado um dos aspectos que mais influenciam a produtividade da mão de

obra, é a baixa qualificação dos operários do setor. No entendimento de Farah (1992), a

qualificação profissional e a habilidade do trabalhador estão diretamente ligadas à

viabilização da produção, fato esse, que deve ser entendido pelas empresas. Mesmo que a

tecnologia esteja inserida no projeto e em alguns componentes industriais, os operários

contribuem com sua experiência prática. Esse aspecto se confirma por Davis e Newstrom

(1992) que definem que produtividade organizacional está diretamente ligada com as

habilidades e conhecimento do trabalhador.

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Em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI - 2013), 74%

das empresas da construção afirmam que a falta de mão de obra qualificada é um problema e

dificulta o aumento da produtividade, melhoraria da qualidade dos serviços prestados e o

cumprimento dos prazos. Para essas empresas o maior problema é a contratação de

trabalhadores para canteiro de obras, como é o caso de pedreiro e serventes. A contratação de

mão de obra sem qualificação faz com que a execução do trabalho seja mais lenta e exige um

número maior de pessoas fazendo a mesma coisa.

Oliveira (2006), que a baixa produtividade e qualidade na construção também é

causada pela pouca valorização dos trabalhadores. Além disso, Marras (2000) observa que,

enquanto as organizações preocupam-se em ser mais competitivas, produzindo mais e melhor

a custos menores, os empregados buscam nas empresas em que trabalham benefícios e um

ambiente propício a sua realização profissional.

Pode-se observar que um ambiente de trabalho adequado que oferece segurança e

prevenção de acidentes e onde os trabalhadores são valorizados, colabora para uma melhor

realização das atividades pelos funcionários, um aspecto fundamental para construção por se

tratar de umas das indústrias que tem as maiores taxas de acidente relacionado ao trabalho.

Assim, a promoção de práticas de gestão eficazes para prevenir os acidentes de trabalho é à

base de uma política de saúde eficaz e segura, garantindo a saúde e a redução dos encargos

sociais relacionados aos custos indiretos da lesão no trabalho (LUNDHOLM, 2004; SMITH et

al., 2006). Embora um grande progresso tenha sido feito como resultado da melhoria das

medidas preventivas, as taxas de mortalidade e de acidentes de trabalho ocupam um nível

inaceitavelmente elevado (KONKOLEWSKY, 2004)

Segundo Hernandes (2002), o trabalhador da construção civil deseja um canteiro de

obras com condições de higiene, com banheiros em condições adequadas e seguro. Sendo

esses fatores que propiciam a falta de motivação do mesmo em uma obra. Passar grande parte

do seu dia no trabalho explica essa necessidade.

Através de todos os apontamentos realizados acima, nota-se que o ambiente

degradante a que os operários estão submetidos, devido a características tais como: nível de

ruídos, intempéries, poeira, insegurança, somados ao fato destes locais de trabalho ser

nômades, e a constante tentativa das empresas economizarem em suas construções, causam

um ambiente desfavorável para propiciar boa produtividade, desempenho e qualidade nos

serviços.

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Dessa forma, pode-se utilizar a gestão de pessoas como ferramenta para desencadear

nos colaboradores motivação, satisfação pelo trabalho e comprometimento gerando assim

obras com os indicadores mais positivos e melhor produtividade. É fundamental na gestão de

pessoas, o planejamento do canteiro de obras pode impactar fortemente com itens tais como:

diminuir os deslocamentos dos trabalhadores, diminuir o tempo de cargas e descargas, realizar

operações mais seguras e manter a boa moral dos trabalhadores.

Segundo Fontes et al. (1982), o aumento da produtividade resulta do efeito combinado

de um grande número de fatores distintos como: equipamento empregado, melhoramentos

técnicos, ambiente físico, circulação de matéria-prima, eficácia da direção, utilização eficaz

das unidades de produção, utilização adequada de recursos humanos qualificados.

3.5 DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Loosemore (et al., 2003) é necessário observar especificamente as práticas de

gestão de pessoas na construção civil devido as particularidades, complexidade e o dinamismo

da indústria. Segundo o autor deve-se entender os desafios e o contexto que os gestores

operam.

Dentro dessas particularidades da construção civil, o perfil descentralizado e nômade

com produtos únicos, com uma grande descontinuidade das atividades em várias fases, difere

o setor de outros setores industriais descreve Maia (2001).

Da mesma forma, Loosemore (et al., 2003) descreve que as dificuldades de gestão de

pessoas no setor são relacionadas: A natureza dos produtos e serviços da indústria, que

apresentam natureza única ao contrário de outros setores, onde protótipos pode ser testado

antes que a produção comece, o que pode ocasionar em risco no projeto de construção; a

tendência do trabalho ser realizado em curto prazo, tendo que haver a mobilização de uma

grande equipe com uma combinação apropriada de habilidades e o tipo de execução do

serviço que é realizada em inloco e exige o emprego direto da mão de obra.

Para Limmer (1997 apud Silva, 2017) “O gerenciamento de um projeto envolve a

coordenação eficaz e eficiente de recursos para obter-se o produto final desejado atendendo-se

a parâmetros preestabelecidos de prazo, custo, qualidade e risco”.

Como na construção civil a maior parte dos processos para elaboração do produto final

depende quase que integralmente da interação de pessoas, assim a coordenação e gestão de

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pessoas assume um papel decisivo neste contexto, tanto quanto a gestão técnica em alguns

momentos. Já que metas como o prazo, a qualidade, a segurança e o custo dependem

diretamente dos trabalhadores envolvidos.

Outros desafios são os baixos níveis de segurança no trabalho, baixa remuneração e

qualificação da mão de obra empregada, esses fatores que tornam a gestão de pessoas uma

ferramenta importante para a o melhor desempenho das empresas. Desse forma, através de

práticas de GP é possível motivar os trabalhadores, e viabilizar que os níveis de eficiência no

setor sejam alcançados.

Ao analisar as características da mão de obra e como ela é capaz de influenciar na

produtividade da construção civil, são notórios os desafios específicos em relação aos seus

recursos humanos e como a correta gestão dos mesmos pode afetar o setor.

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4. ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

Segundo Lantelme (1994), em resumo pode-se levantar em relação aos seus

trabalhadores da construção civil, os seguintes problemas e suas possíveis causas que influem

na qualidade e produtividade das obras.

Tabela 5 - Problemas e possíveis causas de qualidade e produtividade em obras

Lantelme (1994) – Adaptada pelo autor

Observando-se a importância do fator humano na construção civil, e os diversos

fatores que influem no desempenho da mão de obra do setor, e tendo em vista que as práticas

de gestão de pessoas são uma alternativa para melhor administração desses recursos, com isso

será analisado como tem sido a aplicação das práticas de GP nas empresas de construção.

As práticas de gestão de pessoas atuam em toda a estrutura hierárquica de uma

empresa, desde o nível produtivo até os níveis hierárquicos mais altos, gerenciando talento,

conhecimento, e o capital humano disponível. E para que os objetivos da gestão de pessoas

passam ser alcançados, é necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos

para a eficácia organizacional. (CORADINI E MURINI, 2009).

4.1 AGREGAR PESSOAS - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

O recrutamento e a seleção na construção civil são atividades que se tornam cada vez

mais técnicas e desafiadoras. Recrutar para a construção civil requer além de conhecimentos

completos da rotina de departamento de pessoal, conhecimentos específicos da área de gestão

de pessoas, legislação trabalhista bem como do projeto em si, e inclusive saber sobre a região

PROBLEMAS

COM RECURSOS HUMANOSPOSSÍVEIS CAUSAS

Falta de qualificação do trabalhador Mecanismos deficientes de recrutamento e seleção dos funcionários

Falta de Motivação Más condições de segurança e higiene do local de trabalho

Pequeno vínculo com a empresa Baixa remuneração

Acidentes de trabalho Desconhecimento das aspirações dos empregados

Más relações empresa-empregado Desorganização administrativa da empresa

Pequeno investimento em treinamento

Perfil da mão de obra empregada

Uso intesivo de mão de obra subcontratada

Negligência com a comunicação

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aonde a obra irá se realizar, pois mobilidade e custo de transporte também podem influenciar

na contratação de um funcionário. (RIBEIRO, 2013)

Tendo vista a alta competitividade do mercado da construção civil, encontra-se maior

dificuldade de agregar as empresas profissionais comprometidos e responsáveis. As atividades

do setor possuem prazo determinado para terminar, e devem seguir normas e exigências, e

para que se obtenham produtos de qualidade são necessários bons profissionais.

Na construção civil os processos de recrutamento e seleção iniciam com o

planejamento de abertura de vagas por parte da gerência da obra. Esse planejamento deve ser

estratégico e apresentar o número de vagas que serão ofertadas, especificar as vagas e as

descrições de dos cargos, bem como detalhar as atividades específicas a serem executadas na

obra e os nomes das chefias diretas. (RIBEIRO, 2013)

Para o recrutamento externo, no nível operacional, a técnica mais comum é a

apresentação de candidatos por indicação de funcionários, onde o processo seletivo é feito

dentre candidatos indicados pelos próprios funcionários da empresa. Segundo Chiavenato

(2014) trata-se de uma das ferramentas mais eficientes, rápidas e de baixo custo e de ainda

tem uma ampla abrangência.

Para o recrutamento e a seleção de cargos de outros níveis hierárquicos de grandes

empresas de construção, costuma-se levantar quais seriam as universidades relevantes para a

empresa no país. E mapear quem entre seus executivos estudou nessas escolas. Ao final, esses

executivos se transformam em links de atração para os estudantes dessas instituições

(PUGLIESI, 2014). Algumas empresas promovem palestras e conferências em universidades,

como propaganda institucional, para divulgar as suas políticas de GP e criar uma aproximação

com os candidatos em potencial, afirma Chiavenato (2014).

Também é comum para cargos de estágio e trainee, as empresas também realizarem

todo o processo de recrutamento por meios virtuais, e parte das fases de seleção, o torna

abrangente o processo seletivo. França (et al. 2002) coloca que para uma organização

contratar pessoas qualificadas é necessário que o processo de recrutamento seja criativo e

inovador, para atrair o máximo de pessoas com o perfil desejado pela organização.

Uma boa contratação dentro é a que coloca as pessoas certas, nos lugares certos, em

um menor tempo e o menor custo possível da melhor forma possível. E através das práticas de

gestão de pessoas pode-se agregar os melhores profissionais para as necessidades da empresa.

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Pugliesi (2014) retrata que trabalhar bem a fase de seleção dos candidatos é a primeira

medida para uma bem-sucedida gestão de pessoas na construção civil. Para isso, o processo

seletivo utiliza geralmente a combinação de várias técnicas de seleção e procedimentos

múltiplos que variam de acordo com o perfil e a complexidade do cargo a ser preenchido.

Na etapa de seleção realiza-se entrevistas individuais, teste de lógica e/ou

conhecimento, testes de personalidade e dinâmicas em grupo, grandes empresas do setor

realizam esses processos também em meio virtual. Para candidatos de funções operacionais

pode-se realizar um teste técnico, com execução de uma tarefa determinada pelo mestre. Se

aprovados, nas etapas o candidato é encaminhado a um exame médico admissional simples,

que dificilmente impede a sua contração. Após isso o candidato entrega a documentação

necessária e é oficialmente contratado

Chiavenato (2014) explica que as técnicas de seleção devem ser escolhidas de acordo

com as informações do cargo a ser preenchido ou das competências a serem agregadas, assim

pode-se melhor conhecer, comparar e escolher os candidatos adequados.

Uma das melhores formas de reduzir os erros de contratação é a gestão de pessoas

dentro das organizações. Se desde o recrutamento e seleção, admissão até o desligamento, as

formas mais eficazes de gerir essas pessoas forem utilizadas, os indicadores estarão sempre

dentro do esperado e/ou permitido. Uma gestão de pessoas mal feita pode gerar além de

profissionais desmotivados, altos índices de absenteísmo e rotatividade. (RIBEIRO, 2013)

De fato, o que se observa no setor são os altos índices de rotatividade e absenteísmo, o

que gera descontinuidade no trabalho, equipes sobrecarregadas devido a ausência de

profissionais, gastos com o desligamento do funcionário, tempo de espera para contratação de

um novo profissional o que reflete sobre a qualidade e produtividade das atividades.

Outro aspecto comum é de trabalhadores que migram para a área justamente devido a

ampla oferta de oportunidades, porém a maioria não apresenta qualquer especialização, como

mostrado nos estudos anteriores. Para Faissal (2005) as pessoas são o mais importante capital

de que as empresas dispõem, precisam ser selecionadas com aptidão possível, visto que se

houver falhas nesse processo, irão repercutir em outras ações posteriores.

Dessa forma, recrutar e selecionar trabalhadores que apresentem o perfil específico

para cada função pode garantir maior rendimento da equipe, além de aumentar sua

produtividade e reduzir despesas, e quando realizado de forma inadequada, além de resultar

em altos gastos com contratação e depois com o desligamento do funcionário, faz a empresa

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perder o tempo empregado para admissão do mesmo, e também contribui negativamente para

da qualidade das equipes.

4.2 APLICAR PESSOAS - ORIENTAÇÃO DE PESSOAS E MODELAGEM DO TRABALHO

“O cargo é uma composição de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa –

o ocupante – que pode ser englobado em um todo unificado e que figura em certa posição

formal do organograma da empresa”(CHIAVENATO, 2014, p.174). Um modelo de

organograma típico de uma obra de construção pode seguir o modelo da figura 15.

Figura 15- Organograma de uma obra de construção

Aula de Canteiro e valorização da Mão de Obra autor: Qualharini (2015)

O processo de produção de edifícios caracteriza-se por uma sucessão de etapas

constituídas por atividades consideravelmente diversificadas, envolvendo a incorporação de

uma grande variedade de materiais componentes. São vários os processo de transformação

intermediários que ocorrem ao longo do processo de produção dos quais participam

trabalhadores com distintas qualificações. (FARAH, 1992)

Esses trabalhadores possuem um saber parcial segundo Farah (1992), que é a fração do

processo de produção, e qualificação dos trabalhadores na execução das funções específicas

determinadas a ele, dentro de um contexto geral da edificação.

Porém, uma característica comum na construção civil é a não existência de uma

cultura de regulamentação e controle formal dos processos de produção, então os próprios

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operários que tradicionalmente detém o conhecimento do cargo e a forma como o trabalho

deve ser executado são responsáveis por passar e supervisionar o cumprimento das atividades

para os seus subordinados, esse trabalho geralmente é realizada pelo mestre de obras e seus

encarregados. Na figura 16 um organograma típico da fase de produção de uma obra.

Figura 16- Organograma de produção de uma obra

Fonte: Aula de Canteiro e valorização da Mão de Obra autor: Qualharini.

Também observa-se que as empresas de pequeno e médio porte na construção não

possuem desenho de cargos formalmente definido, ficando os cargos definidos apenas como

cargos de gestão (gestor/proprietário), auxiliar de gestão (engenheiro civil) e cargos

operacionais (pedreiros, serventes, pintores, etc...).(SILVA, 2016)

De acordo Silva (2016) quando a orientação de cargos é realizada de forma informal

demonstra empirismo, ou seja, confia-se muito na vivência e na verbalização. E a falta da

orientação faz com que os funcionários não tenham uma base escrita para o desempenho de

suas funções e muitas vezes utilize isso em seu favor, alegando que não podem desempenhar

determinada tarefa, pois não faz parte de suas atribuições. Essa ausência pode resultar em

problemas como desperdício de material, desmotivação e imprudência, devido a

incompatibilização de um funcionário ao realizar uma função que não estar apto.

A orientação de pessoal realizada de forma correta visando aculturar o novo

funcionário trás benefícios como, redução da ansiedade das pessoas, diminuição da

rotatividade, explica Chiavenato (2014). Por outro lado, a falta de uma orientação efetiva e de

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documentos que disseminem a cultura organizacional pode causar de problemas de diversas

origens como tarefas mal realizadas e manutenção de vícios operacionais, além de relacionar-

se com a rotatividade, pois um profissional quando não esta inserido no contexto da empresa

pode sentir-se inseguro, indesejado, desnecessário ou criar expectativas que não condizem

com a realidade, causando frustações e desejo de não permanecer na empresa.

As organizações estão estruturadas em organogramas, onde os ocupantes desenvolvem

papéis específicos de suas funções. A partir do momento em que se encontram bem

estruturados, faz necessário a verificação do desempenho de cada integrante (PONTES 2004).

4.3 APLICAR PESSOAS - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A avaliação de desempenho está intimamente ligada em um plano de desenvolvimento

de carreiras, já que uma das principais formas de utilizar a avaliação do desempenho dos

funcionários é auxiliar na tomada de decisões quando e carreira e desenvolvimento (Snell et

al, 2011).

Em um estudo realizado por Honorio (2002) ao grau de satisfação quanto a avaliação

de desempenho e ao retorno que os operários de construção civil recebem de seus superiores,

77% dos funcionários acenaram positivamente, indicando o mestre de obras como principal

responsável por este retorno em 47% dos casos, os gerentes em 32% os colegas em 15% e

outros em 6%.

Porém uma falha comum na construção civil quanto a avaliação de desempenho de

pessoal, é o fato dos funcionários, não receberem feedback dos resultados atingidos da forma

como gostariam, ou receber somente em casos de maus resultados, tanto os funcionários

operacionais quando os de nível hierárquico intermediário relatam que muitas fezes não

recebem retorno dos resultados alcançados, isso pode gerar desmotivação da equipe e até

perda de qualidade do serviço, por o profissional não receber retorno das tarefas executadas.

Segundo Maximiano (1995), com boa avaliação de desempenho, é possível: obter

recursos para elaborar planos de melhoria para desempenhos insatisfatórios; conseguir

recursos para remunerar; recursos para redesenhar o perfil ocupado dos cargos; enaltecer o

autoconhecimento dos empregados; reconhecer quanto os programas de treinamento tem

contribuído um desempenho satisfatório dos colaboradores.

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Silva (2016) relata que o processo de avaliação de desempenho pode ocorrer na

construção civil medindo e avaliado pela produtividade e pela qualidade do trabalho,

executada pelo funcionário. Onde avalia-se a produtividade da equipe, através da mensuração

do volume de obra realizada ao final de um determinado período estabelecido pelos gestores.

Quanto à qualidade do trabalho, avalia-se individualmente através da verificação dos

requisitos técnicos, executada pelo mestre de obras e pelo engenheiro civil. Para que não

ocorram reduções de desempenho ou demissões, os gestores, neste caso incluindo também o

mestre de obra como gestor da equipe, buscam constantemente dar feedback das avaliações,

principalmente para aqueles que tiveram seu rendimento reduzido, procurando identificar

possíveis causas, para que se necessário, intervir de forma que o colaborador recupere seu

bom desempenho.

A fim de suprir a necessidade de alocar cada colaborador na função adequada, faz

necessário o uso de forma sistemática de avaliação de desempenho, para evitar que o

desempenho do colaborador seja inferior ao esperado dele (MAXIMIANO, 1995).

Quando detectadas pessoas especiais capazes de realizar suas funções a contento, é de

bom senso oferecer maiores salários com a intenção de mantê-las Para haver equilíbrio de

cargos e salários é necessário manter um desenvolvimento ponderado de um programa de

cargos e salários, afirma (PONTES, 2004).

4.4 RECOMPENSAR PESSOAS - REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS

Em pesquisa realizada por Honorio (2002) os índices de satisfação quanto aos salário

foram apenas 2% , enquanto que 58% estão satisfeitos com os outros benefícios que lhes são

concedidos. Pelo índice de insatisfação no indicador salário (2%), pode-se perceber que a

construção civil, no que tange à administração de salários, está bastante defasada quanto ao

alcance destes objetivos. A autora também constatou que em função dessa defasagem em seus

salários, 63% dos operários entrevistados identificaram a necessidade de realizar horas extras

de finais de semana, comprometendo a sua motivação e qualidade de vida no trabalho. Como

apresentado os salários praticados no setor são em média muito baixos, ficando na faixa de 01

a 02 salários (RAIS/MTE, 2017), para a grande maioria dos trabalhadores do setor. Em

comparação com o salário médio de outros setores em 2010, como indicado na figura 17 ,

quando o mercado estava aquecido, percebe-se que a variação salarial foi pequena nesse

período, com ajustes realizados praticamente somente pelo valor do salário mínimo.

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Figura 17- Valor do salário médio na contratação e nos setores da economia

Valor Econômico (2011)

E de acordo com o estudo do CBIC (2015) o setor tem certas dificuldades na

contratação de mão de obra para o setor em função dos salários praticados e das condições de

trabalho apresentadas. Na tabela 6 são apresentados os resultados de um estudo do CBIC

(2015) que levantou que os benefícios praticados na construção civil.

Tabela 6 – Principais benefícios praticados na construção civil

Benefícios Canteiro Administrativo

Mulheres Homens Todos

Auxílio Refeição (*) 77,6 71 67,6

Gratificação adicional 56,1 47,8 35,6

Plano de Saúde (*) 50,4 29,8 43,2

Cesta Básica 35,1 39,8 22,9

Plano de Previdência 27,1 27,8 25,8

Auxílio Creche 8,1 3,3 2,7

Auxílio Educação 7,3 4,8 8

Auxílio Transporte NSA NSA 76,81 CBIC (2015) – Adaptada pelo autor

*São os benefícios considerados mais importantes

Os mesmos profissionais apontaram que há certas dificuldades na contratação de mão

de obra para o setor em função dos salários praticados, das condições de trabalho e da

expansão da economia.

Para Pontes (2004), é necessário que haja um o plano de cargos e salários nas

empresas para proporcionar maior motivação com profissionais, pois possui uma estrutura

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adequada dentro da organização, sem isso, problemas como a alta rotatividade, fazem com

que o funcionário sempre procure onde lhe ofereça melhores condições.

Rynes et al. (2004) avaliaram diversas pesquisas na área de motivação e incentivos

financeiros e concluíram que trabalhadores respondem melhor a esse tipo de incentivo do que

qualquer outro apesar de negarem a influência positiva desse incentivo de em seu

desempenho. Maslow e Herzberg, reforçaram tal concepção em seus estudos na medida em

que pontuaram que indivíduos são motivados tanto por recompensas extrínsecas ou

monetárias, o salário, como também por recompensas intrínsecas ou não monetárias,

sentimentos de realização e de competência.

Nakamura (2009) relata que há diversas formas de remuneração legais - com base no

tempo, na produção, em comissionamentos, em critérios combinados na tarefa e no lucro -

que podem ser utilizadas e/ou combinadas com a remuneração fixa de acordo com cada caso,

sem prejuízo dos trabalhadores. E para o caso das subcontratadas da construção civil, os

incentivos atrelados ao cumprimento de metas podem ser ofertados em forma de bônus global

às empresas contratadas. Difícil é garantir que esses valores serão repassados de forma justa

aos operários que superaram as metas de produção.

Outras dificuldades associadas ao pagamento atrelado à produção dizem respeito ao

controle da qualidade dos serviços e a efeitos colaterais que precisam ser administrados, como

o maior estresse dos colaboradores e a dificuldade na gestão das equipes. Portanto, no setor

da construção civil ainda há uma enorme carência em relação aos salários e benefícios

praticados, mesmo sendo essa uma ferramenta importante de satisfação e motivação do

trabalhador.

4.5 DESENVOLVER PESSOAS - TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

Muitas construtoras pouco se preocupam com o gerenciamento de pessoas, para a

maioria, esta gestão se caracteriza apenas pela seleção e contratação de funcionários, e se

esquecem de ferramentas fundamentais, como: treinamento e desenvolvimento dos

colaboradores (OLIVEIRA 2006).

Os treinamentos realizados nas construtoras, geralmente abordam aspectos de saúde e

segurança do trabalho e são ministrados por instituições parceiras como prefeituras,

associações comerciais, sindicatos, com palestras e demonstrações práticas, conforme figura

18, baseada em dados do estudo CBIC (2015),sobre perfil mão de obra da Construção Civil.

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Figura 18: Tipos de treinamentos realizados nas construtoras.

CBIC – Elaboração própria

Segundo dados da pesquisa CBIC (2015), dos profissionais entrevistados que

trabalham em canteiro de obra, 73% recebem algum tipo de treinamento., conforme figura 19.

Figura 19: Percentual da mão de obra que trabalha em canteiro e recebe treinamento

CBIC – Elaboração própria

Diante disso, nota-se que há treinamentos, mas em sua maioria fazem parte dos

procedimentos obrigatórios para a categoria, portanto voltados mais pra área de segurança no

trabalho, e embora maioria relate que recebe treinamento, grande parte dos trabalhadores não

sabe responder sobre a aplicação desses treinamentos.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

Tipo de treinamento

73%

20%

7%

0% 20% 40% 60% 80%

Sim

Não

NS/NR

Realizam treinamento

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Para Chiavenato (2014), o treinamento tem como foco principal proporcionar o

desenvolvimento pessoal, preparar os funcionários para exercer suas atividades, criar um

clima favorável, motivando as pessoas e deixando-as abertas às novas técnicas de gestão.

Para acompanhar tendências e tecnologias é essencial que as empresas capacitem seus

colaboradores, a fim de torná-los mais eficazes. Algumas organizações possuem centros de

treinamento e desenvolvimento, outras já evoluíram para centros educacionais e universidades

corporativas. (CHIAVENATO, 1999).

Assim descreve Goto (2009) algumas empresas do setor também realizam parcerias

com escolas que capacitam a mão de obra como SESI/SENAI que visam atender à

necessidade de preparação, treinamento e especialização para a indústria da construção. Essas

escolas desenvolvem atividades desenvolvidas voltadas, em grande parte, para extenso

programa de parcerias e convênios - abertos a todos os setores da sociedade, como indústrias,

sindicatos, entidades de classes e outros tipos de organizações públicas ou privadas,

governamentais ou não governamentais. Porém nem sempre há vínculo entre as capacitações

e a remuneração dos colaboradores, embora muitas empresas percebam que o treinamento e

capacitação é uma ferramenta para melhoria de qualidade e produtividade dos processos.

Com base em Borges (2011), menciona-se ainda que a construção civil, por ser um

setor de prestação de serviços, depende diretamente da mão de obra de pessoas. E, quanto

mais qualificados forem esses trabalhadores, melhor para a empresa que terá sucesso no

mercado. Contudo, a mão de obra em sua grande parte apresenta-se desqualificada e um dos

grandes motivos é o desinteresse das organizações em investir em pessoas.

Investimentos em treinamento de pessoal não é uma prática adotada pela maioria das

organizações, com isso, há dificuldade de obter os resultados desejados e um padrão de

qualidade em virtude da desqualificação da mão de obra. E, quando o profissional é

extremamente qualificado, acaba restringido a exercer uma atividade específica.

Se por lado é necessária a aplicação de práticas de desenvolvimento de pessoas, por

outro lado também é necessário se trabalhar para que esse profissionais sejam mantidos na

empresa. Barone (1999) afirma que devido a altas taxas de rotatividade do setor, o

investimento em treinamento e qualificação da mão de obra é pouco praticado e incentivado

pelas empresas, fazendo com que exista uma diferença entre as habilidades dos ingressantes

na área em relação aos profissionais que possuem mais tempo de profissão.

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4.6 MANTER PESSOAS - RELAÇÃO COM EMPREGADOS E SAÚDE , SEGURANÇA E

QUALIDADE DE VIDA

Alguns dos principais problemas relacionados por Lantelme (1994), como falta de

Motivação, acidentes de trabalho, pequeno vínculo com a empresa e más relações empresa-

empregado, são referentes à prática de manter pessoas na empresa e cuidar para que se sintam

satisfeitas e realizadas.

De acordo com Chiavenato (1993) as pessoas encontram-se insatisfeitas com as

condições em que estão submetidas no ambiente de trabalho e, por outro lado, organizações

numa febre incontrolável pela busca de produtividade, qualidade, competitividade e

lucratividade.

Um estudo realizado por Honorio (2002) relata que os operários da construção civil

são carentes de necessidades primárias de vida, que qualquer diferencial, seja em forma de

benefícios saúde, alimentação, vale transporte e outros, ou em forma de reconhecimento e

respeito pessoal e profissional, toda ação que eleve seu grau de satisfação no trabalho, traduz-

se em reflexos diretos na qualidade dos produtos e serviços por eles executados, assim como

na sua produtividade dentro dos canteiros de obras.

Assim, percebe-se que a qualidade dos serviços e a produtividade de um trabalhador

está relacionada à sua qualidade de vida, e isso como resultado de sua maneira de ver o

mundo (COLOMBO E BAZZO, 2002).

A NR (Norma Regulamentadora) 18 “Estabelece diretrizes de ordem administrativa,

de planejamento de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e

sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de

trabalho na Indústria da Construção”. É de extrema importância que a empresa ofereça boas

condições de trabalho, higiene e proteção, assegurando o funcionário de qualquer incidente, a

fim de adquirir maior confiabilidade dos mesmos, e evite maiores prejuízos futuros.

Um estudo realizado pelo MTE, levantou que entre os anos de 2005 e 2015 a taxa de

mortalidade da construção por motivos selecionados, que considera acidente de trabalho ou

por doença relacionada as atividades do trabalhador, diminui consideravelmente, porém

continua sendo uma das maiores do setores econômicos, conforme figura 20 a seguir:

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Figura 20: Taxa de mortalidade por setor de atividade em 2005 e 2015 (por 100 mil vínculos)

MTE/RAIS – Elaboração própria

Deve-se ter uma preocupação da parte das empresas de construção quanto a saúde e

segurança dos funcionários, devido aos riscos relacionados as atividades exercidas. É comum

que as empresas só realizem as atividades obrigatórias sem adicionais informações sobre a

proteção, porém é necessário que esse seja um processo contínuo, visando minimizar ao

máximo os acidentes. Muitas das vezes a exigência do uso dos EPIs e a práticas de segurança

são tratados de maneira informal, não estar atingindo o nível de conscientização desejado e

causando problemas como imprudência, como relata Silva (2016).

Fischer (2002) cita que fatores problemáticos como: alta rotatividade, absenteísmo e

acidente podem ser melhorados por um ambiente positivista no trabalho. Empresa que

crescem e produzem altos lucros tem como preocupação um local de trabalho adequado às

políticas da gestão de pessoas. Tendo em vista isso, deve-se investir mais em planos de

retenção de profissionais a fim de diminuir as taxas de rotatividade,

Deve-se observar também, que as empresas devem atentar ao fato de manter um

ambiente de trabalho saudável, em condições físicas e psicológicas, uma agindo de maneira

preventiva em relação para a insatisfação do trabalho e desmotivação da equipe, causados

muitas vezes por fatores higiênicos do ambiente físico e psicológico, valorizando de fato os

colaboradores da organização.

0 5 10 15 20

Construção Civil

Agropecuária, extração vegetal, …

Extrativa Mineral

Comércio

Indústria da Transformação

Serviços

Serviços industriais de utilidade …

Administração Pública

2015

2005

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Pascoal (2006, p. 4), afirma “muitas empresas afirmam que o recurso mais importante

de que se depõem é seu pessoal, mas poucas são as que criam padrões para contratação,

medem resultados e buscam talentos para fazer carreira e não apenas para preencher uma

vaga”. Com isso, o gestor de pessoas deve ter sempre uma perspectiva do planejamento

estratégico organizacional, deixando os objetivos bem claros, e melhorar os resultados da

organização.

Conforme a análise pode-se observar que a partir dos problemas e causas apresentados

por Lantelme (1994), é possível relacionar os principais indicadores de baixa produtividade e

qualidade do trabalhador e as práticas de gestão de pessoas, conforme tabela 7, que podem

atuar diretamente para que haja melhoria desses índices na construção civil.

Tabela 7 – Indicadores de qualidade e produtividade para recursos humanos e a práticas relacionadas.

Lantelme (1994) – Adaptada pelo autor

INDICADORES PRÁTICA DE GESTÃO DE PESSOAS RELACIONADA

VÍNCULO

Índice de rotatividade AGREGAR PESSOAS

Tempo médio de permanência no emprego Recrutamento e Seleção

Custo da dispensa do operário MANTER PESSOAS

Nº de desligamentos (motivados pela empresa e pelo operário) Relação com empregados

Índice de absenteísmo

Sazonalidade do n° de operários

QUALIFICAÇÃO APLICAR PESSOAS

Nº de horas de treinamento/ empregado Orientação dos funcionários e Avaliação de desempenho

Investimentos em treinamento DESENVOLVER PESSOAS

Grau de instrução da mão de obra Treinamento e desenvolvimento

MOTIVAÇÃO MANTER PESSOAS

N° reclamações trabalhistas Relação com empregados

Indica de motivação (questionários e entrevistas) RECOMPENSAR PESSOAS

Despesas com prêmios e benefícios Remuneração e Benefícios

RELAÇÃO EMPRESA-EMPREGADO RECOMPENSAR PESSOAS

Remuneração média mensal Remuneração e Benefícios

Valor dos salários em relação média setor MANTER PESSOAS

Horas extras e horas habitualmente trabalhadas Relação com empregados

Reclamações trabalhistas

SEGURANÇA DESENVOLVER PESSOAS

Taxa de frequência de acidentes Saúde, Segurança e Qualidade de Vida

Taxa de gravidade DESENVOLVER PESSOAS

Índice de acidentes Treinamento

Nº de dias perdidos (por hora do dia, por dia da semana)

Custo dos acidentes/ investimentos em segurança

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do apresentado neste trabalho, os conceitos e práticas da atual gestão de

pessoas, a importância do fator humano para construção civil bem como essas práticas de

gestão de pessoas podem melhorar os processos produtivos.

As empresas de construção, estão em busca constante pela melhoria da produtividade

e da qualidade dos serviços, mas o que se nota são índices muito abaixo da média mundial, e

diversos fatores influenciadores relacionados com a mão de obra e colaborando para a

diminuição desses índices, como levantado, a eficiência de uma empresa não está relacionada

somente a sua produção final, mas também ao uso e gestão adequadas dos seus recursos como

mão de obra, materiais e equipamentos, necessários à administração de suas atividades.

Pode-se analisar que a maioria das práticas de gestão de pessoas descritas nesse

trabalho é de conhecimento das construtoras, porém muitas das vezes elas ocorrem de

maneira empírica e sem a correta gestão estratégica por parte dos gestores da empresa, ou

seja, boa parte das práticas são utilizadas mas não são voltadas para eficiência do processo

produtivo como um todo. Isso faz com que o setor sofra com os mesmos problemas, mesmo

com o passar dos anos, como baixa qualificação da mão de obra, alta rotatividade,

recrutamento e seleção ineficientes, erros e retrabalhos no processo produtivo devido à

execução mal feita ou feita por um profissional pouco especializado, prazos não cumpridos

devido a erros de produção e taxas elevadas de acidentes de trabalho e mortalidade.

Outro aspecto, é a cultura do setor de não valorização da mão de obra operacional, no

setor há poucas ações voltadas para recompensar e manter os profissionais satisfeitos na

organização, muitos se queixam de baixos salários e convivem em ambiente de alto risco de

acidente de trabalho, o que não colabora pra melhoria de sua produtividade. Além disso, o

setor apresenta grande necessidade de capacitação de mão de obra o que reflete o pouco

investimento das empresas em processos de desenvolver pessoas, através das práticas de

treinamento e desenvolvimento, os treinamentos realizados são apenas os obrigatórios, e

pouco colabora para melhoria da qualidade dos serviços e produtividade dos trabalhadores.

Com isso há a necessidade que as empresas entendam que a eficiência e eficácia dos

seus processos está diretamente relacionada, com a correta utilização dos seus recursos, em

todos seus níveis hierárquicos, e os mesmos devem ser vistos como um dos principais fatores

para a melhoria de competitividade das organizações, principalmente a mão de obra

diretamente ligada com a produção. Então as práticas de gestão de pessoas colaboram para

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que essa gestão seja feita de maneira adequada, e possa melhorar diversos indicadores de

qualidade e produtividade da construção civil.

Em uma indústria onde o fator humano é de grande importância para qualidade do

produto final e para produtividade, a gestão de pessoas deve agir de maneira estratégica,

desde o momento da contratação, realizando o recrutamento de forma adequada e mais

abrangente possível, tendo uma descrição de trabalho detalhada e uma seleção baseada em

aspectos práticos, de execução o que de fato é importante para o setor. Além de perceber o

nível de comprometimento que indivíduo tem para com a organização e proporcionar boas

condições de trabalho, educação e lazer ao corpo de empregados, de maneira que tais atitudes

reflitam diretamente nos resultados da construtora.

Quanto aos processos de recompensar, a remuneração e benefícios são necessidades

básicas e fatores motivacionais da classe operária, as empresas de construção deveriam se

atentar a esse fato, estimulando os trabalhadores com metas organizacionais e políticas de

valorização da mão de obra que gerassem satisfação no colaborador, como pagar os salários

pontualmente e prover benefícios básicos. Também é possível perceber a importância do

comprometimento no trabalho (especialmente o de natureza afetiva) para a obtenção de

vantagens competitivas, pois trabalhadores satisfeitos trabalham melhor bem como é possível

desenvolver o comprometimento através de um conjunto articulado de políticas e práticas

organizacionais que reforcem a percepção de suporte e de valorização das contribuições dos

indivíduos. E quando os profissionais das obras estão comprometidos, a produtividade

aumenta e o retrabalho, rotatividade e absenteísmo diminuem.

Sendo assim ao finalizar este estudo, espera-se que ele possa contribuir para uma

melhor compreensão das práticas da Gestão de Pessoas no âmbito da construção civil, como

ferramenta para melhor competitividade das construtoras, e que permite a empresa apresentar

um ambiente de trabalho seguro e adequado para execução das atividades e mais eficiente e

que proporcionando um melhor desempenho dos funcionários em suas funções.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Uma sugestão para uma futura abordagem, é através dos indicadores expostos na

tabela 7, quantificar os custos atrelados a uma má gestão de pessoas na construção. Outra

proposta seria quantificar a melhoria de produtividade da construção civil a partir da aplicação

das práticas de gestão de pessoas.

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