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ANÁLISE DE SEMENTES Inicialmente, a avaliação da qualidade das sementes era feita visualmente, pelas partes interessadas. Porém, com a intensificação do comércio de sementes, no século passado, começaram a surgir problemas relacionados à qualidade. As boas sementes eram misturadas com outras de menor valor comercial. Estas práticas inescrupulosas estimularam o exame detalhado, a criação de laboratórios e a avaliação sistemática da qualidade das sementes. Finalidades da Análise de Sementes a) determinar a qualidade de um lote de sementes; b) determinar o valor das sementes para a semeadura; c) fornecer dados para a etiquetagem e fiscalização do comércio; d) estabelecer bases para a compra e venda; e) fixar bases para distribuir, armazenar ou descartar; f) avaliar o beneficiamento; g) auxiliar a pesquisa e melhoramento genético; h) identificar problemas e possíveis causas. As análises precisam ser executadas em locais apropriados - Laboratórios de Análise de Sementes (LAS) . O primeiro LAS foi montado na Alemanha, em 1869. Atualmente, existem no RS 48 laboratórios de análise de sementes, sendo cinco Oficiais (LASO), que recebem amostras da fiscalização da produção e do comércio, e 43 de produção (LASP), que recebem e executam análises para produtores em geral. Para a realização das análises, são necessários, também, pessoal treinado e métodos e procedimentos uniformes. Os métodos uniformes estão publicados sob o título de Regras para Análise de Sementes (RAS), recomendadas por lei, apresentam os tipos e metodologias dos testes para sementes. Os resultados obtidos pela análise só terão validade se realizada em amostra representativa do lote. Se o lote não for homogêneo ou se houver erro na amostragem haverá informações incorretas, que poderão beneficiar ou prejudicar os interessados. O teste mais usado para determinar a qualidade das sementes é o teste de germinação. Esse teste informa a capacidade potencial de um lote de sementes formar plântulas normais, sob condições favoráveis, no entanto, seus resultados, freqüentemente, não se correlacionam com a emergência em campo, onde as condições nem sempre são favoráveis. É necessário, portanto, que se complemente as informações provenientes do teste de germinação, com dados da análise de pureza, exame de sementes nocivas, umidade, sanidade e vigor, a fim de melhor avaliar e informar sobre a qualidade das sementes.

ANÁLISE DE SEMENTES

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ANÁLISE DE SEMENTES

Inicialmente, a avaliação da qualidade das sementes era feita visualmente, pelaspartes interessadas. Porém, com a intensificação do comércio de sementes, noséculo passado, começaram a surgir problemas relacionados à qualidade. As

boas sementes eram misturadas com outras de menor valor comercial. Estaspráticas inescrupulosas estimularam o exame detalhado, a criação de laboratóriose a avaliação sistemática da qualidade das sementes.

Finalidades da Análise de Sementes

a) determinar a qualidade de um lote de sementes;b) determinar o valor das sementes para a semeadura;c) fornecer dados para a etiquetagem e fiscalização do comércio;d) estabelecer bases para a compra e venda;e) fixar bases para distribuir, armazenar ou descartar;

f) avaliar o beneficiamento;g) auxiliar a pesquisa e melhoramento genético;h) identificar problemas e possíveis causas.

As análises precisam ser executadas em locais apropriados - Laboratórios deAnálise de Sementes (LAS). O primeiro LAS foi montado na Alemanha, em 1869.Atualmente, existem no RS 48 laboratórios de análise de sementes, sendo cincoOficiais (LASO), que recebem amostras da fiscalização da produção e docomércio, e 43 de produção (LASP), que recebem e executam análises paraprodutores em geral. Para a realização das análises, são necessários, também,pessoal treinado e métodos e procedimentos uniformes. Os métodos uniformes

estão publicados sob o título de Regras para Análise de Sementes (RAS),recomendadas por lei, apresentam os tipos e metodologias dos testes parasementes.

Os resultados obtidos pela análise só terão validade se realizada em amostrarepresentativa do lote. Se o lote não for homogêneo ou se houver erro naamostragem haverá informações incorretas, que poderão beneficiar ou prejudicar os interessados.

O teste mais usado para determinar a qualidade das sementes é o teste degerminação. Esse teste informa a capacidade potencial de um lote de sementes

formar plântulas normais, sob condições favoráveis, no entanto, seus resultados,freqüentemente, não se correlacionam com a emergência em campo, onde ascondições nem sempre são favoráveis. É necessário, portanto, que secomplemente as informações provenientes do teste de germinação, com dados daanálise de pureza, exame de sementes nocivas, umidade, sanidade e vigor, a fimde melhor avaliar e informar sobre a qualidade das sementes.

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A semente é um insumo básico de grande valor e só a sua avaliação corretapermite o uso adequado, o qual determina o aumento da produtividade e osucesso da produção agrícola.

http://www.ufsm.br/sementes/textos/anasem.shtml

SECRETARIA DA AGRICULTURA E PECUÁRIACOORDENADORIA DE AGRICULTURA

NÚCLEO DE SEMENTES E MUDASLABORATÓRIO DE ANÁLISE DE SEMENTES DE PRODUÇÃO –

LASP/SEAGRI

 

APRESENTAÇÃO

O Laboratório de Análise de Sementes de Produção – LASP, instaladonas dependências da SEAGRI esta credenciado pelo Ministério daAgricultura, através da portaria nº 142 de 27/11/1996, com capacidadepara análise de 2.000 amostras/ano, vem contribuindo de formasignificativa no controle de qualidade de sementes produzidas pelosProdutores Cearenses, atendendo uma das exigências do ProgramaEstadual de Sementes.

TIPOS DE ANÁLISE EXECUTADAS

• Análise Completa Padrão -Inclui: 

• Análise de Pureza• Exame de Sementes Nocivas• Teste de Germinação.

• Análise Parciais: • Análise de Pureza• Exame de Sementes Nocivas• Teste de Germinação

• Determinação Adicionais: • Determinação do Grau de Umidade• Exame de Sementes Infestadas

• Teste de uniformidade por peneira

ESPÉCIE ANALISADAS

Arroz, Algodão, Feijão, Milho, Sorgo e Mamona

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LEGISLAÇÃO

• Lei nº 6507 de 19/12/77 – Dispõe sobre a inspeção e afiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas eda outras providências;• Decreto nº 81771 de 07/06/78 – Regulamenta a Lei nº

6507;• Portaria nº 142 de 27/11/1996 – Credencia OLASP/SEAGRI;

RESPONSÁVEL TÉCNICA

• Engª Agrônoma Maria Clecineide Martins Timbó

ENDEREÇO

Laboratório de Análise de Sementes de Produção – LASP/SEAGRI

Av. Bezerra de Menezes, 1820CEP 60.325-901 – Fortaleza – CearáTelefones/Fax para informações: (85) 288-1581/288-1567email – [email protected]

AMOSTRAGEM DE SEMENTES

É indiscutível a importância dos dados obtidos pela análise de sementesde uma determinada amostra. Entretanto, por mais criteriosa que seja aanálise, os resultados obtidos não terão valor caso a amostra analisadanão seja representativa do lote da qual foi retirada.

Quando se remete uma amostra de semente a um laboratório praanálise, esta porção deverá representar ao máximo a qualidade de todolote. Para que isto aconteça, é necessário seguir de forma rigorosa todosos procedimentos preconizados para obtenção de uma amostrarepresentativa.

Primeiramente, na amostragem são retiradas porções iguais desementes de diversos recipientes (embalagens, ou de diferentes pontosdo depósito, no caso de sementes armazenadas a granel). Cada porção

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sacada de diferentes lugares do lote e em várias profundidades, constituiuma amostra simples.

Para sementes acondicionadas em sacos ou recipientes de tamanhosemelhante, a exigência mínima é a seguinte:

• Lotes de até cinco sacos: cada saco deve ser amostrado,coletando-se cinco amostras simples pelo menos;• Lote de seis a 30 sacos: uma amostra a cada três sacos,porém, não menos de cinco amostras simples (caso de lotesinferiores a 15 sacos);• Lotes de 31 a 100 sacos: uma amostra de cada cincosacos, porém menos de dez amostras simples (caso de lotesinferiores a 50 sacos);• Lotes de 101 ou mais sacos: no mínimo 30 sacos deverãoser amostrados.

Caso seja comprovada a uniformidade das diversas amostras simples,

elas deverão ser reunidas em um recipiente e, depois de muito bemhomogeneizadas, irão constituir a amostra composta.

Pela redução da amostra composta obtém-se a amostra média, que deveter um peso mínimo adequado (especificado nas Regras de para Análisede Sementes – R.A S.) É obrigatório que este peso mínimo sejarespeitado pois, caso isto não ocorra, análise não será efetuada.

O peso das amostras médias a serem encaminhadas para o laboratóriosão as seguintes:

Algodão, Feijão Phaseolus e Mamona - 2,0 kg

Feijão Vigna, Arroz, Milho e Sorgo – 1,0 kg

A amostra tipo média, deve ser enviada ao laboratório em embalagemapropriada, de acordo com o tio de análise a que se destina, lacrada edevidamente identificada com as seguintes informações:

IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE

CLIENTE:ENDEREÇO: FONE:CIDADE:UF:CEP:CGC/CPF:INSC.EST.:

REG. NO MARA: CREDENCIAMENTO Nº:IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA:ESPÉCIE:PROCEDÊNCIA/CULTIVAR:Nº DO LOTE: SAFRA:REPRESENTANTE DE Kg EM SACOS DE: KgSEMENTE BENEFICIADA: ( ) SIM ( ) NÃORECEBEU TRATAMENTO: ( ) SIM ( ) NÃOPRODUTO(S) DOSAGEM(S) UTILIZADA(S) NO TRATAMENTO:ANÁLISE(S) SOLICITADA(S):

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ENVIO DE AMOSTRAS

A semente é um ser vivo é precisa de cuidados especiais, até quechegue o momento da análise. Portanto, estejam atentos à algunsprocedimentos que podem proteger a semente a garantir arepresentatividade do material em relação ao lote que foi mostrado:

• até que sejam enviadas, armazenar as amostras em localfresco, seco e ventilado;• evite o transporte das amostras expostas ao sol ou aocalor;• evite o transporte das amostras com produtos químicos(herbicidas, adubos, inseticidas, fungicidas);• evite umidade no transporte.

Atentos a esses cuidados, enviar as amostras médias acondicionados emcaixas de papelão, para a seguinte endereço do LASP/SEAGRI.

FORMA DE PAGAMENTO

O produtor ao enviar sua amostra com as informações solicitadas,deverá encaminhar, em anexo, cheque nominal à Secretaria daAgricultura e pecuária ou cópia do depósito na conta de nº41.914-1 daagência 0008-6 do Banco do Brasil.

VALORES DAS TAXAS

Os valores pelos serviços de análises de sementes, em reais, realizadospelo Laboratório de Análise de Sementes de Produção –LASP/SEAGRI,estão estabelecidos através de Portaria Nº 177/2004, conforme valores

abaixo:

ESPECIE AGRÍCOLAANÁLISE

DE PUREZATESTE DE

GERMINAÇÃO

EXAME DESEMENTESNOCIVAS

ANÁLISECOMPLETA

Algodão 12,06 19,30 5,18 36,54Arroz 9,22 15,19 3,97 28,38Feijão Phaseolus e Vigna) 9,32 22,21 1,55 33,08Milho 4,29 15,19 3,97 23,45Mamona 6,23 23,76 3,12 33,11Sorgo 9,22 15,19 3,97 28,38

Padrões de Sementes Fiscalizadas Produzidas no Estado do Ceará

CULTURA%

PUREZA(MÍNIMA)

% GERMINAÇÃO(MÍNIMA)

% UMIDADEMÁXIMA

Arroz 98,0 80 12,0Algodão (deslintado) 98,0 70 12,0

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Feijão 98,0 80 12,0Milho 98,0 80 12,0Sorgo 98,0 80 12,0

http://www.sdr.ce.gov.br/LabdeSementes.htm

A Sementes Facholi possui laboratório próprio, credenciado pelo ministério da agricultura para realizar análises de sementes de gramíneas e leguminosas forrageiras.

A sua estrutura laboratorial conta com equipamentos para análises de pureza, teste de germinação,umidade, teste de tetrazólio, identificação de sementes nocivas e tratamento para quebra de dormência.

A finalidade da análise de sementes é a determinação da qualidade de um lote de sementes, e comisso, o seu potencial para semeadura. As análises também são utilizadas para identificação de possíveisproblemas com a qualidade das sementes e suas causas. Assim, a análise de sementes é fundamentalno controle da qualidade de um lote.

Para realizar as análises, são seguidos procedimentos padrões, determinados nas Regras para Análisede Sementes (RAS) brasileiras. A utilização dessas regras possibilita a padronização das análises entreos analistas.

Os funcionários do Laboratório da Sementes Facholi são treinados nos laboratórios da CATI e sãocoordenados por um Engenheiro Agrônomo, responsável técnico pela realização das análises.

As análises de um lote de sementes começa desde a amostragem das sacarias que constituem o lote,onde cada amostragem equivale a uma amostra simples, e a junção destas amostras formam umaamostra composta, que são homogeneizadas, obtendo-se a amostra média representativa do lote desementes. A amostra média é encaminhada ao laboratório para dar seqüência nas análises.

A partir da retirada da amostra representativa do lote, dá-se seqüência a análise das sementes,

realizando primeiramente as análises de pureza física e, de sementes nocivas. Em seguida, sãorealizados testes de tetrazôlio e a análises de germinação.

Revista SEED NewsReportagem de capa do mês maio/junho - v. 5 n. 3

 Avaliação da qualidade de sementes Autora: Ana D. L. C. Novembre - ESALQ/USP

A necessidade de determinar a qualidade das sementes surgiu, na Europa, como conseqüênciade problemas constatados na sua comercialização. Assim, em 1869, na Alemanha, foiorganizado o primeiro laboratório de sementes e, em 1876, publicado o primeiro Manual deAnálise de Sementes. Paralelamente, na América, procedimentos iniciais para a realização dos

testes de pureza e de germinação deram origem às primeiras Regras para Análise de Sementes,em 1897.

Com o desenvolvimento da análise de sementes, tornou-se fundamental estabelecer epadronizar os métodos e os procedimentos; assim, em 1908, uma organização composta poranalistas de sementes fundou a Associação de Analistas Oficiais de Sementes da América doNorte, atual Associação Oficial de Analistas de Sementes - AOSA, iniciando a regulamentação docomércio de sementes nos Estados Unidos e Canadá. Em 1917, foi publicada a primeira versãodas Regras para Análise de Sementes dessa associação. Atualmente, a AOSA revisaperiodicamente suas regras para análise, contribui para modificar as indicações destas regras e,

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para os procedimentos das demais análises, garante a padronização de conduta entre analistas elaboratórios e dá suporte para o estabelecimento da legislação vigente.

De forma similar, na Europa, foi fundada a Associação Internacional de Análise de Sementes -ISTA, em 1924. Os principais objetivos dessa associação, direcionados, principalmente, para ocomércio internacional de sementes, são os de desenvolver, estabelecer e publicarprocedimentos padrões para a amostragem e para a análise de sementes, promover a aplicação

uniforme destes procedimentos para a avaliação de sementes, participar no desenvolvimento dapesquisa na área de tecnologia de sementes, estimular a certificação de cultivares, participar deconferências e de cursos de treinamento e manter contato com outras organizações ligadas àárea de sementes. As Regras para Análise de Sementes da ISTA, publicadas e atualizadas desde1928, são adotadas atualmente em 73 países.

No Brasil, as primeiras normas para análise de sementes foram publicadas em 1956.Posteriormente, em 1967, com base nas regras da ISTA e da AOSA, o Ministério da Agriculturaeditou as primeiras Regras para Análise de Sementes (RAS) brasileiras; foram feitas revisões e aúltima edição saiu em 1992. Por decisão desse órgão, a partir de 1997, as análises de sementes,para o comércio nacional e internacional, devem ser realizadas de acordo com as regras daISTA. Para o Mercosul, também devem ser adotadas as RAS da ISTA. A elaboração das RASconta com o apoio de segmentos das iniciativas privada e oficial, principalmente os direcionadospara a pesquisa, como as universidades e instituições de pesquisa. A Associação Brasileira de

Tecnologia de Sementes - ABRATES, fundada em 1970, com abrangência nacional, congregaindivíduos e organizações e tem contribuído para a publicação de trabalhos técnicos, a realizaçãode congressos e indicado a padronização de procedimentos para análise, através de comitêstécnicos.

Hoje, aproximadamente, 90% da produção brasileira de sementes é feita sob o Sistema deFiscalização. Nesse sistema, o produtor de sementes assume a responsabilidade técnica daprodução e a análise das sementes pode ser realizada em laboratórios credenciados, da própriaempresa ou particular; as análises das fiscalizações da produção e do comércio são feitas emlaboratório oficial. Existe, no país, um número significativo de laboratórios, proporcional àdistribuição física das empresas produtoras de sementes.

As Regras para Análise de Sementes, independentemente de sua origem, contêm osprocedimentos básicos exigidos para a obtenção de amostras, para os métodos de avaliação,para a interpretação e indicação de resultados de análise de lotes de sementes para a produçãoe o comércio. A utilização dessas regras possibilita a padronização de procedimentos entreanalistas.

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As regras internacionais, em algumas situações, são inadequadas ou não trazem as indicaçõespara a análise de espécies cultivadas em áreas tropicais ou que têm importância localizada,como, por exemplo, sementes de café, de Brachiaria brizantha e de maracujá. Nesse sentido,merecem destaque as pesquisas direcionadas para o estudo de sementes de espécies nativas,que têm possibilitado o estabelecimento de métodos para a avaliação da qualidade dessassementes. Por outro lado, é primordial que se estabeleça um procedimento único para ocomércio internacional.

A principal finalidade da análise de sementes é a de determinar a qualidade de um lote desementes e, conseqüentemente, o seu valor para a semeadura. A análise é caracterizada peloexame pormenorizado e crítico de uma amostra, com o objetivo de avaliar sua qualidade. Seusresultados são utilizados para a emissão de etiqueta, que acompanha a embalagem desementes, para a fiscalização do comércio e a normatização da produção, para estabelecer asbases para o beneficiamento, a comercialização, o armazenamento e a distribuição dassementes. A análise, ainda, é utilizada em trabalhos de pesquisa e na identificação de problemasde qualidade e suas causas. Assim, para a obtenção de sementes com um nível de qualidadeproposto, é importante manter a produção sob controle e, desta forma, a análise se constitui eminstrumento imprescindível.

No processo de produção de sementes, a análise é realizada com dois objetivos principais:atender às exigências para a comercialização das sementes e controle de qualidade da produção.

Nas RAS brasileiras estão indicados os procedimentos padrões para a obtenção de amostras epara a execução dos testes de pureza física, de verificação de espécies e cultivares, o exame desementes nocivas, de germinação, de tetrazólio, de determinação do grau de umidade, desanidade de sementes e outros, além das tolerâncias.

As sementes são mantidas em unidades denominadas lotes. Como toda análise é realizada emuma amostra, sua obtenção é fundamental para que os resultados possam, efetivamente,indicar a qualidade do lote de sementes. Assim, além dos procedimentos gerais, é necessárioseguir as indicações das RAS com relação aos equipamentos, a freqüência e intensidade daamostragem, a homogeneização, o peso das amostras, a embalagem e a identificação. Quandoas análises objetivam o comércio internacional, a coleta de amostra tem que ser feita por pessoacredenciada (amostrador), associada ou não a um laboratório. Do lote são retiradas amostrassimples, para o laboratório é enviada a amostra média e, para as análises, são obtidas asamostras de trabalho; também, é necessário manter uma amostra de arquivo. A retirada deamostras representativas, especialmente para sementes de gramíneas forrageiras tropicais, éainda um problema, devido à quantidade de material inerte que acompanha as sementescomerciais; assim os cuidados para a obtenção de amostras dessas espécies devem ser maiores.

A pureza física determina a composição da amostra e a proporção em que os componentes estãopresentes; a indicação das sementes fisicamente puras é expressa em porcentagem pelo pesoda amostra. Nas RAS atuais, para a caracterização da semente pura considera-se apenas aespécie, a identificação de cultivares é feita em análise separada. Outras informações quepodem ser obtidas a partir da análise de pureza física são: as condições de produção, a presençade sementes de plantas invasoras, inferir sobre a ocorrência de doenças, pragas e danosmecânicos, direcionar o beneficiamento, estabelecer preço das sementes, indicar causas dedescarte de lotes, obter subsídios para estabelecer padrões e auxiliar na fiscalização docomércio.

O exame de sementes silvestres nocivas indica o número de sementes dessas espéciesencontradas na amostra. A relação de sementes nocivas é definida pela legislação. As principaisimplicações da presença dessas sementes em um lote são: impedir a sua comercialização,introduzir ou aumentar a incidência dessas espécies em áreas de produção, promover adisseminação de microrganismos e aumentar o custo na produção de grãos.

A partir das sementes fisicamente puras, será determinada a porcentagem de germinação dassementes, que representa a quantidade de plântulas que têm condições de se estabelecer emcampo sob condições favoráveis de ambiente. Esse resultado servirá de base para o cálculo daquantidade de sementes para a semeadura e também para estabelecer o valor do lote para a

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comercialização. Para o comércio de sementes, o resultado do teste de germinação é o principalindicativo do potencial fisiológico da semente.

Nas RAS, os procedimentos indicados no teste de tetrazólio permitem determinar a viabilidadedas sementes de uma amostra. Embora as condições para a realização desse teste estejamestipuladas nas regras, a sua utilização, para a comercialização de sementes, é restrita. Aprincipal vantagem desse teste é a rapidez de execução e obtenção de resultados, o que confere

agilidade às decisões tomadas no processo produtivo. Apesar das vantagens verificadas na suautilização, não deve ser considerado como um substituto para o teste de germinação, pois osseus resultados não caracterizam as anormalidades e outros distúrbios das plântulas, a presençade microrganismos e a dormência das sementes. Amostras de sementes podem ser submetidasà análise de identificação de cultivares para determinar a identidade do cultivar e o grau depureza genética de um determinado lote. A identificação de espécies e de cultivares énecessária, pois com a multiplicação das sementes podem ocorrer polinização indesejada,mistura mecânica, identificação incorreta de embalagens e outros eventos capazes decomprometer a identidade da semente desenvolvida pelo melhorista. É um parâmetro indicadopelo número de sementes por peso da amostra. Os testes disponíveis apresentam limitações,pois detectam a presença de mistura mas não as identificam. Esse problema decorre,principalmente, do lançamento de cultivares que apresentam características muito semelhantes.Essa análise deverá ganhar maior destaque com o lançamento de cultivares melhorados atravésda biotecnologia e o uso de sementes transgênicas, o que torna primordial o estabelecimento de

testes que identifiquem esses materiais.

Durante a produção, geralmente, o controle do teor de água das sementes começa a serrealizado na fase de colheita. É em função do grau de umidade das sementes que se define omomento da colheita, a regulagem de máquinas, a necessidade de secagem, o tipo deembalagem e a manutenção da qualidade das sementes durante o beneficiamento, oarmazenamento e a comercialização. O método utilizado para a determinação do teor de águadas sementes (estufa a 105 ± 3°C), pela maioria dos laboratórios nacionais, não é indicadopelas regras internacionais. As recomendações destas regras prevêem a moagem da amostra,em função do teor de água das sementes e da espécie.

A análise de sanidade permite identificar e quantificar os microrganismos associados àssementes - os fungos representam o maior grupo, seguido pelo das bactérias e, em menorproporção, pelo dos vírus e dos nematóides. Esses microrganismos podem ser transportadosaderidos à superfície da semente, no seu interior ou como parte do "material inerte" (emfragmentos vegetais, sementes de plantas invasoras, partículas do solo). A sementedesempenha papel muito importante para a sobrevivência de patógenos (Tabela 2). A avaliaçãosanitária possibilita a identificação de problemas ocorridos durante as fases de campo e de

armazenamento, estabelecer métodos de controle, fornecer subsídios para a fixação de padrõese a fiscalização do comércio. Existe um número reduzido de laboratórios nacionais para arealização dessa análise e nem todos estão credenciados. Uma das maiores dificuldades é oestabelecimento de padrões.

Os resultados das análises realizadas para o comércio de sementes devem ser indicados emboletins (certificados) específicos. Para o comércio internacional, a ISTA emite os CertificadosLaranja e Verde, ambos para lote de sementes, e o Azul, para amostra de sementes. Para oMercosul, a Instrução Normativa n° 7 (02/02/2001) estabeleceu, para a análise de lotes, ocertificado de cor amarela e, para a de amostras, cor rosa. Os dados devem atender aos padrõesde laboratório, que estipulam os valores, mínimos ou máximos, admissíveis para as diferentes

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características das sementes de um lote (Tabela 3). Nos sistemas brasileiros de produção desementes, os padrões nacionais são definidos pelo Ministério da Agricultura e, os regionais, pelasEntidades Certificadoras e/ou Fiscalizadoras com o auxílio das Comissões Estaduais de Sementese Mudas - CESM. Os valores podem variar de acordo com a espécie, com a classe de sementes,com a região de produção e, também, com a disponibilidade de sementes em determinado anoagrícola. No estabelecimento do padrão deve-se assegurar que os níveis propostos sejamcompatíveis com a tecnologia de produção e condições do meio ambiente, para serem evitados

colapsos na produção e na distribuição das sementes.

Além das análises essenciais para a comercialização das sementes, outros testes estãodisponíveis para complementar a avaliação da qualidade das sementes, cujos métodos deanálise não constam nas RAS. Desta forma, as empresas produtoras de sementes têmincorporado aos seus programas de controle de qualidade a utilização de testes de vigor. Osobjetivos básicos para a realização desses testes são os de avaliar ou detectar diferenças naqualidade fisiológica de lotes com germinação semelhante, distinguir lotes de alto e de baixovigor, dentro dos limites de porcentagem de germinação estabelecidos para a comercialização,

separar lotes em diferentes níveis de vigor, de maneira proporcional ao comportamento dosmesmos quanto à emergência das plântulas em campo e o potencial de armazenamento.

Há grande dificuldade para entender o significado do vigor de sementes. Para facilitar acompreensão, o vigor pode ser comparado ao conceito de saúde: é difícil definir saúde e nem épossível quantificá-la. A realização de vários testes, para avaliar diferentes características dasemente, possibilita a obtenção de resultados que, reunidos, permitem estimar, com relativaprecisão, o potencial de desempenho de lotes de sementes. A interpretação de resultados dostestes de vigor deve ser feita de forma comparativa entre lotes de um mesmo cultivar.

Uma das formas mais simples para avaliar o vigor de sementes deveria ser o uso de testes quese baseiam no desempenho das plântulas (velocidade de germinação ou de emergência deplântulas, primeira contagem do teste de germinação, peso da matéria verde ou seca,crescimento de plântulas ou de suas partes e classificação de vigor de plântula), pois não há

restrição quanto à espécie da semente (exceto para casos de dormência), pela facilidade deexecução, não há exigência de materiais e equipamentos especiais e nem representam aumentode custo. No entanto, estes testes são pouco empregados, porque seus resultados nem sempresão eficientes para a detecção de diferenças entre os lotes. No Brasil, há indicação para o usodos testes de peso da matéria seca e de comprimento de plântula, em milho e soja, e paraclassificação de vigor de plântulas em algodão, amendoim, feijão e soja.

Os testes de vigor mais utilizados, no momento, são os de frio e envelhecimento acelerado,especialmente em sementes de milho e de soja, respectivamente. Atualmente, a ISTA e a AOSAestão aferindo os métodos disponíveis para estes testes, com o objetivo de propor a sua

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padronização e inclusão nas regras. Os testes de condutividade elétrica e de lixiviação depotássio estão sendo indicados, principalmente, para sementes de leguminosas, embora hajaestudos recentes para sementes de outras espécies. Nos últimos anos, principalmente,pesquisas brasileiras têm proposto critérios diferenciais para o teste de tetrazólio para estimar ovigor de sementes. Assim, estão disponíveis as indicações para sementes de algodão,amendoim, café, cenoura, feijão, milho e soja. A análise de sementes já conta com os recursosde análise de imagens, geralmente associados ao computador, que consistem, basicamente, na

captura de imagens de sementes, plântulas, microrganismos ou de suas partes, por meio decâmera fotográfica, filmadora, "scanner", raio X, com a finalidade de identificá-las, verificar suaintegridade ou os materiais associados a essas estruturas. Como essas técnicas não alteram aamostra, é possivel utilizá-la para outros testes; além disso, as imagens registradas poderão serutilizadas como auxiliares para a definição de critérios de avaliação menos subjetivos, passíveisde padronização e que, provavelmente, permitirão maior precisão nos resultados obtidos. Jáestão disponíveis programas para computador que identificam sementes e podem ser utilizadosnos testes de pureza física, de identificação de cultivares e de sementes silvestres ou quepermitem classificar as plântulas de um teste de germinação ou o tamanho de sementes; o usodo raio X é indicado para a verificação de danos mecânicos e o estado de formação dassementes.

Independentemente do sistema de produção, é preciso estabelecer a qualidade das sementes.No entanto, para ser eficiente, essa avaliação depende, principalmente, da obtenção de

resultados comparáveis e, desta forma, é fundamental que a análise seja realizada em amostrasrepresentativas, por analistas qualificados e utilizando métodos padronizados. A análise desementes deve ser vista como uma atividade dinâmica, que apresente evolução constante, tantopelo aprimoramento dos meios disponíveis para a avaliação da qualidade das sementes comopela incorporação de novos métodos.

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