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Análise de um Modelo de Perda para o Cálculo Aerodinâmico da Turbina Eólica de Eixo Horizontal NREL/NWTC com o Método da Linha Sustentadora João Mateus Rodrigues Caldeira Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientador: Prof. José Alberto Caiado Falcão de Campos Júri Presidente: Prof. Viriato Sérgio de Almeida Semião Orientador: Prof. José Alberto Caiado Falcão de Campos Vogal: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato Maio de 2014

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Análise de um Modelo de Perda para o CálculoAerodinâmico da Turbina Eólica de Eixo HorizontalNREL/NWTC com o Método da Linha Sustentadora

João Mateus Rodrigues Caldeira

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientador: Prof. José Alberto Caiado Falcão de Campos

Júri

Presidente: Prof. Viriato Sérgio de Almeida SemiãoOrientador: Prof. José Alberto Caiado Falcão de CamposVogal: Prof. Luís Manuel de Carvalho Gato

Maio de 2014

ii

Resumo

O principal objectivo deste trabalho e modelar o regime de perda aerodinamica de uma turbina eolica

com o metodo da linha sustentadora. A inclusao de um modelo de perda permite modelar a separacao

do escoamento em torno das seccoes das pas, o que e essencial para a analise da turbina numa larga

gama de valores de velocidade periferica. Os resultados obtidos sao comparados com outros metodos

de calculo e com dados experimentais.

A turbina em analise foi desenvolvida pelo NREL (National Renewable Energy Laboratory ) e foi

intensamente estudada pela comunidade cientıfica, como tal, existem resultados obtidos por varios

metodos de calculo aerodinamico. Os dados de sustentacao e resistencia do perfil das pas da turbina

sao necessarios para obter os resultados do modelo de perda. Estes tem diversas origens e a sua

incerteza afecta os resultados do metodo implementado. Neste trabalho investiga-se a utilizacao de

dois modelos de esteira: esteira alinhada com o escoamento e um modelo de esteira helicoidal de

passo constante. Os resultados obtidos sao comparados com os obtidos pelo metodo painel e pelo

metodo de quantidade de movimento e elementos de pas.

Com o trabalho desenvolvido conclui-se que a teoria da linha sustentadora modela o comportamento

de uma turbina eolica quando esta entra em perda aerodinamica. E dependente de alguns parametros,

mas apresenta uma correlacao bastante elevada com os resultados experimentais.

Palavras-chave: Teoria da Linha Sustentadora, Modelo de Perda, Turbina NREL, Turbinas

Eolicas

iii

iv

Abstract

The purpose of this work is to model the wind turbine aerodynamics stall with the lifting line theory.

The inclusion of a stall model allows to model the flow separation around the blade sections, what is

essential to the turbine analyses on a larger scale of tip speed ratio values. The obtained results are

then compared with the ones obtained with other calculation methods, as well as experimental data.

The turbine in study was developed by the NREL (National Renewable Energy Laboratory) and has

been extensively studied by the scientific community, resulting in the existence of a vast amount of

results obtained by different aerodynamic methods. To obtain the stall model it is necessary to use the

blade airfoil lift and drag data, which have different origins and uncertainties that can affect the accuracy

of the results. In the present work, two wake models are studied: an aligned wake with the flow and

a helicoidal wake model with a constant pitch. The obtained results are then compared with the ones

obtained from the panel method and to the blade element momentum.

With the developed work, was concluded that the lifting line theory can model the turbine behaviour

in stall. It is dependent of some parameters, but presents a high correlation with the experimental data

obtained.

Keywords: Lifting Line Theory, Stall Model, NREL Turbine, Wind Turbine

v

vi

Indice

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii

Abstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v

Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix

Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xi

1 Introducao 1

1.1 A Energia do Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Turbinas Eolicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Ambito do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4 Objectivo e Organizacao da Tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Modelo Matematico 5

2.1 Formulacao da Teoria da Linha Sustentadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.1.1 Modelo de Vortices para a Forca de Sustentacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.1.2 Modelo de Fontes para a Forca de Resistencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.1.3 Efeito do Numero de Pas e Componentes da Velocidade . . . . . . . . . . . . . . 8

2.1.4 Forcas Aplicadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.2 Teoria dos Elementos de Pa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.3 Solucao do Problema de Analise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.4 Modelo de malha de vortices e discretizacao da linha de fontes . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 Modelo Computacional 13

4 Resultados 17

4.1 Analise de Convergencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4.1.1 Numero de Iteracoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4.1.2 Numero de Elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4.2 Influencia das Caracterısticas Aerodinamicas do Perfil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.3 Efeito do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.4 Resultados para diferentes valores de Velocidade Periferica . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

4.5 Comparacao entre diferentes metodos de calculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

5 Conclusao 41

vii

Referencias 44

A Implementacao de um Metodo Explıcito 45

B Dados de Sustentacao e Resistencia 46

B.1 Teoria Invıscida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

B.2 Dados DELFT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

B.3 Dados NREL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

C Modelos de Esteiras 51

viii

Lista de Tabelas

4.1 Velocidade do Vento e Coeficientes de Velocidade Periferica estudados . . . . . . . . . . 18

4.2 Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para diferentes valores de M . . . . 19

4.3 Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para diferentes Tabelas CLCD . . . 25

4.4 Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para TSR = 5, 42 . . . . . . . . . . 29

4.5 Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para TSR = 1, 52 . . . . . . . . . . 29

ix

x

Lista de Figuras

1.1 Exemplos de Turbinas Eolicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2.1 Sistemas de Eixos Coordenados da Turbina [1] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Linhas Sustentadoras e respectivas Folha de Vortices da Esteira [2] . . . . . . . . . . . . 6

2.3 Triangulo de Velocidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3.1 Algoritmo da Rotina Implementada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

4.1 Evolucao do Erro Medio para os Diferentes Valores de TSR . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4.2 Variacao do Numero de Elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.3 Angulo de Ataque - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . . . . . . . 21

4.4 Coeficiente de Sustentacao - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . . 21

4.5 Coeficiente de Resistencia - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . . 22

4.6 Numero de Reynolds - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . . . . . . 22

4.7 Velocidade Axial dos Vortices - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . 23

4.8 Velocidade Tangencial dos Vortices - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . 23

4.9 Velocidade Axial das Fontes - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . . . . . 24

4.10 Velocidade Tangencial das Fontes - Resultados para diferentes dados de CLCD . . . . . 24

4.11 Angulo de Ataque - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.12 Coeficiente de Sustentacao - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.13 Coeficiente de Resistencia - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.14 Numero de Reynolds - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.15 Velocidade Axial dos Vortices - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.16 Velocidade Tangencial dos Vortices - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . 28

4.17 Velocidade Axial das Fontes - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

4.18 Velocidade Tangencial das Fontes - Analise do Modelo de Esteira . . . . . . . . . . . . . 28

4.19 Angulo de Ataque - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . . . . . . . 30

4.20 Coeficiente de Sustentacao - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . 30

4.21 Coeficiente de Resistencia - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . . 31

4.22 Numero de Reynolds - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . . . . . 31

4.23 Velocidade Axial dos Vortices - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . 32

4.24 Velocidade Tangencial dos Vortices - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . 32

xi

4.25 Velocidade Axial das Fontes - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . 33

4.26 Velocidade Tangencial das Fontes - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . 33

4.27 Coeficiente de Potencia - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . . . 34

4.28 Coeficiente de Forca Axial - Resultados para todos os valores de TSR . . . . . . . . . . . 35

4.29 Angulo de Ataque - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . . . . . . 36

4.30 Coeficiente de Sustentacao - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . 36

4.31 Coeficiente de Resistencia - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . 36

4.32 Numero de Reynolds - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . . . . 37

4.33 Velocidade Axial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . . . . . . . 37

4.34 Velocidade Tangencial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . . . 37

4.35 Coeficiente de Potencia - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . . . 38

4.36 Coeficiente de Forca Axial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora . . . . . . . . 39

A.1 Algoritmo Explıcito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

B.1 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela Invıscida . . . . . . . . . . . . . . 47

B.2 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 3.00× 105 . . . . . 47

B.3 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 1.00× 106 . . . . . 48

B.4 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 2.00× 106 . . . . . 48

B.5 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 3.00× 106 . . . . . 48

B.6 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL . . . . . . . . . . . . . . . 49

B.7 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL . . . . . . . . . . . . . . . 49

B.8 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL . . . . . . . . . . . . . . . 49

B.9 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL . . . . . . . . . . . . . . . 50

B.10 Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL . . . . . . . . . . . . . . . 50

C.1 Vista lateral das diferentes Esteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

C.2 Vista das diferentes Esteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

C.3 Angulo de Passo Induzido para TSR = 5, 42 - Comparacao entre diferentes modelos de

esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

C.4 Angulo de Passo Induzido para TSR = 1, 52 - Comparacao entre diferentes modelos de

esteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

xii

Capıtulo 1

Introducao

Actualmente a energia e um dos factores que mais influencia a vida da sociedade e muitos esforcos

tem sido feitos para se obter energia da forma mais sustentavel possıvel.

Ha cerca de 40 anos a producao energetica era totalmente dominada pelos combustıveis fosseis,

mas algumas previsoes da sua extincao bem como um aumento das preocupacoes climaticas iniciaram

uma busca por fontes de energia mais sustentaveis. Nessa busca surgem diferentes tipos de energia

renovavel que sao bastante diferentes das formas convencionais de obtencao de energia, mas que,

regral geral, sao muito menos poluentes e, como o nome indica, correspondem a fontes inesgotaveis

de energia.

Hoje em dia, o carvao, o petroleo e o gas natural continuam a ter um papel fundamental no mercado

energetico, mas o uso das energias renovaveis tem crescido significativamente. Muito gracas aos in-

centivos para o uso e exploracao destas novas tecnologias, a utilizacao e desenvolvimento de energias

renovaveis evoluiu muito nos anos mais recentes, combatendo a emissao de poluentes, o deposito de

resıduos e todos os outros impactos climatericos causados pelo uso dos combustıveis fosseis.

A investigacao em energias alternativas continua a ser um dos grandes topicos de estudo junto da

comunidade cientıfica de modo a tornar este modo de exploracao de energia cada vez mais competitivo.

1.1 A Energia do Vento

Uma das energias renovaveis utilizadas ha mais tempo e a energia do vento, em primeiro lugar

como propulsao de embarcacoes marıtimas, e mais tarde em moinhos eolicos fazendo a moagem dos

cereais ou a bombagem de agua. So recentemente comecou o seu aproveitamento para a geracao de

energia electrica.

O vento tem origem no aquecimento nao uniforme do ar que faz parte da atmosfera. Estas diferencas

de temperaturas criam diferencas de pressao e consequentemente deslocamentos de ar com o objec-

tivo de as igualar. Estes gradientes da temperatura terreste acontecem devido ao movimento de rotacao

da terra responsavel pela sequencia de dias e noites que sao caracterizados por terem temperaturas

distintas. A curvatura da terra tambem tem uma grande influencia na criacao de vento, uma vez que au-

1

menta a distancia a percorrer pelos raios solares provocando um aquecimento diferente em diferentes

zonas do globo. A densidade da atmosfera e o relevo da superficie tambem influenciam a geracao de

vento, assim como a presenca de zonas costeiras. Resumidamente o vento tem origem na radiacao so-

lar, mas apenas 2% da energia desta e efectivamente transformada em energia de vento. Parte dessa

quantidade e dissipada e mesmo considerando que os meios de exploracao nao sao muito eficientes, a

quantidade de energia restante e suficiente para satisfazer todas os requisitos energeticos no mundo.

1.2 Turbinas Eolicas

Um turbina eolica e um equipamento que permite converter a energia cinetica do vento em electri-

cidade. Sao constituıdas por um rotor ligado a um gerador electrico no topo de uma torre. Apareceram

pela primeira vez na Dinamarca nos anos 80 do seculo XIX e mais de um seculo de desenvolvimentos

permite que actualmente sejam produzidas em larga escala. Na Figura 1.1 sao apresentadas duas

imagens de turbinas eolicas, uma da primeira turbina operada automaticamente, em 1888 e outra de

desenvolvida pelo NREL e testada em 2001.

(a) Turbina de 1888 [3] (b) Turbina de 2001 [4]

Figura 1.1: Exemplos de Turbinas Eolicas

1.3 Ambito do Trabalho

A simulacao do comportamento aerodinamico de turbinas eolicas tem sido objecto de diferentes

estudos. Varios tipos de codigos computacionais foram utilizados e no evento Blind Comparision [5]

foram divididos nos seguintes grupos:

• Codigos de Desempenho

• Codigos Aeroelasticos

2

• Codigos Esteira de Vortices

• Computational Fluid Dynamics (CDF)

Os codigos de desempenho analisam o comportamento aerodinamico de uma turbina com recurso

a diversas teorias que sao uma aproximacao do problema. Alguns dos codigos mais utilizados sao o

Blade Element Momentum (BEM), teoria da linha sustentadora e da superfıcie sustentadora.

Os codigos aeroelasticos fazem o acoplamento entre um modelo aerodinamico nao estacionario

e um modelo estrutural com o objectivo de calcular as variacoes nos parametros aerodinamicos e as

defleccoes estruturais dos componentes da turbina.

Os codigos de esteira de vortices resolvem um problema de escoamento potencial onde e utilizada

como hipotese inicial uma esteira calculada empiricamente. Normalmente utilizam o IBEM (Integral

Boundary Element Method) como metodo de resolucao, isto e, um metodo integral de elementos de

fronteira, como por exemplo, o metodo painel.

Os codigos CFD baseiam-se no calculo de solucoes numericas das equacoes de Euler e Navier-

Stokes e sao capazes de fornecer simulacoes bastante realistas. Para o efeito de turbulencia os mo-

delos mais comuns sao o RANS (Reynolds-Average Navier-Stokes) e o LES (Large Eddy Simulation).

Os elevados custos computacionais sao a principal barreira para uma utilizacao mais frequente em

aplicacoes de turbinas eolicas.

1.4 Objectivo e Organizacao da Tese

O objectivo deste trabalho e modelar o regime de perda de uma turbina eolica de eixo horizontal

utilizando o metodo da linha sustentadora em regime permanente. Partindo de um codigo criado inici-

almente para propulsores marıtimos e posteriormente adaptado a turbinas eolicas e possıvel modelar o

efeito da sustentacao. Para o metodo considerar o efeito de perda e necessario modelar a forca de re-

sistencia e fazer o acoplamento entre os dois modelos. Alem de verificar qual a influencia dos diversos

parametros e decidir quais os que permitem obter uma melhor simulacao, o proposito desta tese passa

por comparar os resultados obtidos com os resultados experimentais divulgados no Blind Comparision

[5] e com os que foram conseguidos por outros metodos de calculo.

O documento esta organizado da seguinte forma:

No Capıtulo 2 sao deduzidas as equacoes que caracterizam a implementacao do metodo da linha

sustentadora, e dada uma especial enfase a modelacao da forca de resistencia uma vez que foi total-

mente programada no ambito deste trabalho. O Modelo Computacional e tratado no Capıtulo 3 e e mos-

trada a metodologia utilizada para implementar computacionalmente as equacoes deduzidas no Modelo

Matematico (Capıtulo 2). No Capıtulo 4 apresentam-se os resultados da modelacao, considerando os

efeitos dos dados de sustentacao e resistencia, do modelo de esteira e da variacao parametrica. O

capıtulo termina com a comparacao entre os resultado experimentais [5], o Blade Element Momentum

[6] e o metodo painel [7]. No capıtulo 5 apresentam-se as conclusoes do trabalho.

3

4

Capıtulo 2

Modelo Matematico

O metodo utilizado para a analise aerodinamica de uma turbina eolica foi o metodo da linha susten-

tadora.

2.1 Formulacao da Teoria da Linha Sustentadora

Considere-se um rotor de uma turbina horizontal com raio R e Z pas distribuidas simetricamente em

torno do cubo de raio rH . A turbina roda a velocidade contante ω em torno do seu eixo e esta sujeita a

um escoamento de velocidade uniforme U . O escoamento e considerado incompressıvel e de massa

especıfica ρ.

Define-se o sistema de coordenadas cartesiano fixo (x, y, z) em relacao a uma das pas da turbina.

O eixo dos xx esta alinhado com o eixo de rotacao da turbina, o eixo dos yy e solidario com uma

das pas da turbina, e o eixo dos zz completa o sistema de eixo ortogonal, onde os versores unitarios

sao definidos por (ex, ey, ez). Introduz-se um sistema de coordenadas cilindricas (x, r, θ), com vectores

unitarios (ex, er, eθ), onde r =√y2 + z2 e θ = tan−1

(zy

). A Figura 2.1 ilustra os sistemas apresentados.

Figura 2.1: Sistemas de Eixos Coordenados da Turbina [1]

5

2.1.1 Modelo de Vortices para a Forca de Sustentacao

A forca de sustentacao que se exerce em cada pa pode ser modelada atraves do sistema de vortices

de uma linha sustentadora. Assim, cada pa e representada por uma linha sustentadora com uma

distribuicao radial variavel de circulacao Γ(r). As linhas sustentadoras de cada pa sao definidas por [8]:

rH < r < R θk =2π(k − 1)

Z, (2.1)

onde k = 1, 2, ..., Z e o ındice que representa cada linha sustentadora.

No modelo da linha sustentadora, a folha de vortices criada corresponde a uma superfıcie alinhada

com o escoamento local e os vortices livres sao tangentes a esta. Na Figura 2.2 mostra-se o sistema

da linha sustentadora e respectivas folha de vortices livre para um rotor de duas pas.

Figura 2.2: Linhas Sustentadoras e respectivas Folha de Vortices da Esteira [2]

Sabendo que Sk e a folha de vortices referente a linha sustentadora k e ~γ o vector de vortices livres

referente a mesma folha de vortices, pela Lei de Biot-Savart e possıvel calcular a velocidade induzida

em cada ponto pela linha sustentadora k:

~vk(x, r, θ) =1

∫ R

rH

~S1 × ~erkS3

1

Γ(r′)dr′ − 1

∫∫Sk

~S × ~γ(x′, r′, θ′)

S3dA′, (2.2)

onde:

~erk = cos(θk)~ey + sin(θk)~ez, ~S1 = (x, y − y′k, z − z′k) e o vector raio desde o ponto de integracao sobre

a pa (0, y′k, z′k) ate ao ponto sobre a linha sustentadora (x, y, z). S1 e o modulo do vector ~S1, | ~S1|,

~S = (x − x′, y − y′k, z − z′k) e o vector raio desde o ponto de integracao sobre a linha de vortices livre

(x′, y′k, z′k) ate ao ponto sobre a folha de vortices (x, y, z). S e o modulo ~S, |~S| e ~γ = dΓ

dr ~et, onde ~et e um

vector tangente a folha de vortices com a direccao da velocidade do escoamento relativo.

6

2.1.2 Modelo de Fontes para a Forca de Resistencia

A semelhanca do que e feito para a sustentacao, a resistencia pode ser modelada atraves de uma

linha de fontes σ(r). As linhas de fonte sao definidas por [8]:

rH < r < R θk =2π(k − 1)

Z, (2.3)

onde k = 1, 2, ..., Z e o ındice que representa cada linha de fontes coincidente com a sustentadora.

Neste sentido, a linha de fontes sobre a linha sustentadora tem uma intensidade σ(r) que pode ser

definida por σ(r) = dmdr . Assim m e a intensidade de uma fonte pontual, sendo σ(r) uma intensidade por

unidade de comprimento. Todas as equacoes de escoamento potencial que modelam o comportamento

de uma linha de fontes [9] sao validas na resolucao deste problema.

A velocidade induzida num ponto pela linha de fontes da linha sustentadora pode ser calculada por

[10]:

~vk(x, y, z) = − 1

∫ R

rH

σ(r′)∇(

1

S1

)dr′, (2.4)

ou

~vk(x, y, z) = − 1

∫ R

rH

σ(r′)

(~S1

S31

)dr′, (2.5)

onde ~S1 = (x, y − y′k, z − z′k) e o vector raio definido da mesma forma que na Equacao 2.2.

No caso particular em que ~S1 e igual a 0, isto e, o ponto de integracao (x, y, z) esta sobre a linha de

fontes, a velocidade induzida e singular. Neste caso nao e possıvel aplicar a formulacao da Equacoes

2.4 e 2.5 e e necessario uma formulacao alternativa.

Quando o ponto de integracao (x, y, z) esta sobre a linha de fontes pode considerar-se uma pequena

area rectangular de largura δ e calcular o caudal que a atravessa [8]. Desta forma, a area funciona

como a seccao de um pequeno tubo de vortices cujo modulo da velocidade induzida no seu interior e

calculado por:

vk(x, y, z) =σ(r)

2δ. (2.6)

A pequena area definida acima e perpendicular ao escoamento, como tal, o caudal que a atravessa

tem a mesma direccao do escoamento relativo local.

Neste momento, e necessario quantificar a variavel δ, uma vez que e mais uma das incognitas do

problema. Esta formulacao para uma distribuicao de fontes so respeita a equacao da continuidade se o

caudal que passa no respectivo tubo de vortice for igual ao caudal emitido pela fonte. O caudal emitido

pela fonte e dado por:

φσ = ZρV δ, (2.7)

7

Admitindo que o caudal emitido e o caudal que atravessa a turbina, tem-se:

φσ = 2πrρVx = ZρV δ, (2.8)

ou seja

δ =2πr

Z

VxV. (2.9)

2.1.3 Efeito do Numero de Pas e Componentes da Velocidade

A contribuicao das Z pas da turbina para a velocidade induzida num ponto (x, y, z) e dada pela

combinacao linear da velocidade induzida de todas as pas. Este efeito e semelhante quando se trata

de uma fonte ou de um vortice, pois as velocidades sao independentes.

~v(x, y, z) =

Z∑k=1

~vk(x, y, z). (2.10)

As velocidade induzidas sobre a linha sustentadora sao divididas nas componentes axial (va), tan-

gencial (vt) e radial (vr).

2.1.4 Forcas Aplicadas

Na Figura 2.3 apresenta-se o triangulo de velocidades, onde se representam as velocidades na

turbina, relacionando-as com as forcas aplicadas na seccao das pas. Como explicado nas seccoes

anteriores, as velocidades induzidas tem duas origens diferentes, os vortices e as fontes, pelo que va e

vt sao a combinacao das velocidades induzidas pelos vortices Γ(r) e pelas fontes σ(r).

Figura 2.3: Triangulo de Velocidades

va = vΓa + vσa (2.11a)

vt = vΓt − vσt (2.11b)

8

em que va tem o sentido negativo do eixo dos x e as velocidades induzidas tem ambas o mesmo

sentido (negativo no eixo dos x). vt e negativo no sentido positivo do eixo dos θ, no entanto, as suas

componentes tem sentidos contrarios. vΓt tem o sentido negativo do eixo do θ e vσt e positivo.

A partir do teorema de Kutta-Joukowski relacionam-se as intensidades das fontes de dos vortices

com as forcas aplicadas na pa da turbina:

dD = −ρV σdr, (2.12a)

dL = −ρV Γdr, (2.12b)

onde V =√

(U − va)2 + (ωr + vt)2.

A forca axial dT e o binario dQ sao uma combinacao linear da forca de sustentacao e de resistencia,

logo de 2.12 obtem-se:

dT = ρ|V |Γ(r) cosβidr + ρ|V |σ(r) sinβidr, (2.13a)

dQ = ρ|V |Γ(r)r sinβidr − ρ|V |σ(r)r cosβidr. (2.13b)

A partir do triangulo de velocidades calcula-se o angulo de passo induzido:

tanβi =U − vaωr + vt

(2.14)

Tendo em conta que |V | sinβi = U−va e |V | cosβi = ωr+vt e integrando ao longo da pa, calcula-se

a forca axial e o binario. O efeito das Z pas da turbina e tido em conta multiplicando pelo numero de

pas Z e os efeitos de sustentacao e resistencia sao relacionados atraves do parametro ε = σΓ = dD

dL .

T = ρZ

∫ R

rH

(ωr + vt)Γ(r)(1 + ε tanβi)dr, (2.15a)

Q = ρZ

∫ R

rH

(U − va)Γ(r)(1− ε cotβi)rdr. (2.15b)

As Equacoes 2.16 calculam os coeficientes adimensionais que caracterizam a forca axial e a

potencia.

CT =T

12ρU

2πR2, (2.16a)

CP =ωQ

12ρU

3πR2. (2.16b)

Combinando as equacoes 2.15 e 2.16, e adimensionalizando as velocidades pela velocidade do

vento U e as distancias pelo raio da turbina R obtem-se a forma adimensionalizada dos coeficientes de

9

forca axial e de potencia:

CT =2Z

π

∫ 1

r∗H

(rλ+ v∗t )Γ∗(r)(1 + ε tan(βi))dr, (2.17a)

CP =2Zλ

π

∫ 1

r∗H

(1− v∗a)Γ∗(r)(1− ε cot(βi))rdr, (2.17b)

onde λ = ωRU e o coeficiente de velocidade periferica, ou tambem designado como tip speed ratio

(TSR). Os coeficientes adimensionais adicionados sao definidos como r∗H = rHR , v∗a = va

U , v∗t = vtU e

Γ∗ = ΓUR e como o problema e resolvido atraves de variaveis adimensionais, no restante documento as

variaveis sao apresentadas sem o sobrescrito, apesar de continuarem a ser uma variavel adimensional.

2.2 Teoria dos Elementos de Pa

Alem das relacoes apresentadas na Figura 2.3, as forcas exercidas no perfil sao relacionadas com as

dimensoes caracterısticas das pas da turbina atraves dos coeficientes de sustentacao e de resistencia:

CL =dLdr

12ρV

2c, (2.18a)

CD =dDdr

12ρV

2c, (2.18b)

onde V e a velocidade relativa local do escoamento (igual a que e apresentada na Figura 2.3), ρ e a

massa volumica e c a corda local da seccao.

Os dados de sustentacao e resistencia do perfil sao obtidos por metodos teoricos ou procedimentos

experimentais. Independentemente da proveniencia dos dados, admite-se que estes coeficientes sao

apenas funcao do angulo de ataque (α) e do numero de Reynolds (Re = V cν onde ν e a viscosidade

cinematica). CL = CL(α,Re) e CD = CD(α,Re).

Combinando as equacoes 2.18a e 2.18b com 2.13 obtem-se uma relacao entre os coeficientes de

sustentacao e resistencia e as intensidades das linhas de vortices e fontes:

CL =2Γ(r)

V c, (2.19a)

CD =2σ(r)

V c, (2.19b)

2.3 Solucao do Problema de Analise

A partir da formulacao descrita escreve-se um sistema de equacoes fechado que resolve todas

as incognitas do problema. Sabendo os dados geometricos da turbina, nomeadamente a corda e a

calagem da pa, o coeficiente de velocidade periferica e a distribuicao de sustentacao e resistencia,

pode criar-se o sistema de equacoes fechado recorrendo a algumas das relacoes ja apresentadas.

10

O angulo de ataque e definido por:

α = βi − ψ (2.20)

onde ψ e o angulo de passo geometrico e e calculado por ψ = ε− π2 , em que ε e o angulo de calagem

da pa.

A relacao entre σ e Γ e igual a verificada entre dD e dL, bem como entre CD e CL.

ε =σ

Γ=dD

dL=CDCL

(2.21)

As Equacoes 2.2, 2.5, 2.9, 2.14, 2.19a e 2.19b juntamente com as apresentadas nesta seccao

formam um sistema de equacoes que caracteriza a resolucao deste problema

2.4 Modelo de malha de vortices e discretizacao da linha de fon-

tes

Para o calculo numerico, a linha sustentadora pode ser discretizada em M elementos ao longo do

raio pelo metodo da malha de vortices. Como se pode ver em [2], uma distribuicao de cosenos permite

uma melhor convergencia.

ri =1

2(1 + rH)− 1

2(1− rH) cos

(i− 1)π

M, (2.22)

onde i = 1, ...,M,M + 1, Esta distribuicao concentra mais pontos junto ao cubo e junto a extremidade

da pa do que na zona central do perfil.

As velocidades induzidas sao calculadas nos pontos de controlo dados por:

ri =1

2(1 + rH)− 1

2(1− rH) cos

(i− 1/2)π

M, (2.23)

onde i = 1, ...,M − 1,M , e podem ser escritas na seguinte forma

vΓa,ti =

M+1∑j=1

vΓa,tγij

γj =

M∑j=1

vΓa,tijΓj (2.24)

vσa,ti =

M∑j=1

vσa,tijσj =

M∑j=1

vσa,tijεiΓj (2.25)

Discretizando a Equacao 2.14 obtem-se a relacao que e a base do sistema de equacoes a ser

resolvido:

(tanβi)i =1− vΓ

ai − vσai

λr + vΓti − v

σti

(2.26)

Substituindo as Equacoes 2.24 e 2.25 na relacao acima:

11

(tanβi)i =1−

∑Mj=1 v

ΓaijΓj −

∑Mj=1 v

σaijεiΓj

λr +∑Mj=1 v

ΓtijΓj −

∑Mj=1 v

σtijεiΓj

(2.27)

Ordenando os termos em ordem a Γj de modo a obter um sistema de equacoes discretizado:

M∑j=1

vΓaijΓj +

M∑j=1

vσaijεjΓj + (tanβi)i

M∑j=1

vΓtijΓj +

M∑j=1

vσtijεjΓj

= 1− (tanβi)iλri (2.28)

As equacoes apresentadas na Seccao 2.3 necessitam tambem de ser adaptadas para a discretizacao

descrita acima. Nas relacoes 2.2 e 2.5 e importante referir que os vortices e as fontes deixam de

ser uma distribuicao radial passando a ser pequenos elementos com intensidade constante. Esta

simplificacao permite que o metodo de resolucao das equacoes sejam tambem muito mais simples.

CT =2Z

π

M∑i=1

(riλ+ vti)Γi(1 + εi tan(βi)i)(ri+1 − ri) (2.29a)

CP =2Zλ

π

M∑i=1

(1− vai)Γi(1− εi cot(βi)i)ri(ri+1 − ri) (2.29b)

12

Capıtulo 3

Modelo Computacional

A analise da turbina pelo metodo da linha sustentadora e feita atraves de um processo iterativo de

forma a obter a convergencia de tanβi que serve de base para o calculo de todos os outros parametros.

Antes do inıcio da rotina iterativa algumas condicoes sao definidas, nomeadamente as condicoes

em que a turbina opera e as especificacoes geometricas: o coeficiente de velocidade periferica TSR,

a velocidade do vento, o diametro da turbina e do cubo, o numero de pas e as distribuicoes de corda e

passo geometrico ao longo da pa. As caracterısticas aerodinamicas do perfil e um modelo de esteira

de vortices tambem sao necessarios para o funcionamento da rotina. A esteira de vortices e gerada de

forma externa ao programa, utilizando o metodo painel [7] e posteriormente e adaptada ao metodo da

linha sustentadora [6] 1.

Na Figura 3.1 esta o esquema do algoritmo do processo iterativo. A rotina para o calculo do angulo

de passo induzido tanβi funciona da seguinte forma:

Em cada iteracao e conhecido o parametro tanβi pelo que o primeiro processo desta rotina passa

por calcular uma estimativa inicial que pode ser dada por [11]:

tanβinciali = const× 1

riλ(3.1)

O angulo de ataque, a velocidade absoluta do escoamento e o numero de Reynolds sao dados

directamente pelas equacoes 2.20 e V =√

(1− va)2 + (λr + vt)2 e Re = V cν .

Sabendo o angulo de ataque α e o numero de Reynolds Re e possıvel calcular o coeficiente de

sustentacao e de resistencia atraves de uma leitura directa dos dados aerodinamicos do perfil. Calcula-

se a razao ε, dada pela Equacao 2.21.

A partir deste momento, a rotina executa duas partes distintas em paralelo que permitem calcular

os coeficiente da matriz de velocidade induzidas.

1O metodo painel gera uma esteira com base na geometria da pa; no entanto a teoria da linha sustentadora assume que a pa erepresentada por uma linha de vortices e fontes, logo e necessario adaptar a esteira a nova geometria da pa. Esta transformacaoe feita com base numa interpolacao de todos os pontos ao longo da esteira.

13

Figura 3.1: Algoritmo da Rotina Implementada

As velocidades induzidas pelos vortices sao calculadas recorrendo a metodologia desenvolvida

por Kerwin [10] se for utilizada uma esteira alinhada, ou a metodologia desenvolvida por Morgan and

Wrench [12] se for utilizado o metodo dos factores induzidos. Apesar de serem rotinas diferentes, o seu

objectivo e o mesmo, resolver a Equacao 2.28. A preferencia de um modelo em relacao ao outro sera

estudada posteriormente. As velocidades induzidas pelas fontes sao calculadas apenas de uma forma,

recorrendo a implementacao das Equacoes 2.5 e 2.6. A Equacao 2.5 e resolvida pela metodologia

desenvolvida por Kerwin [10] e a Equacao 2.6 e aplicada directamente:

vai =σi2 δ

sin(βi)i (3.2a)

vti =σi2 δ

cos(βi)i (3.2b)

De seguida, as matrizes de coeficientes de velocidades induzidas sao articuladas atraves do parametro

ε de modo a que os sistemas possam ser resolvidos em simultaneo atraves do metodo de Gauss. A

variavel que resulta da resolucao do sistema de equacoes e a distribuicao de circulacao Γi ao longo

da pa e a intensidade das fontes pode ser obtida pela Equacao 2.21, uma vez que ε e conhecido. Os

coeficientes de sustentacao e resistencia sao calculado atraves das Equacoes 2.19a e 2.19b, respecti-

14

vamente.

Calculam-se as velocidades induzidas num ponto atraves das Equacoes 2.24 e 2.25 e a velocidade

total do escoamento e o numero de Reynolds sao actualizados utilizando as mesmas relacoes que

anteriormente.

Sabendo o numero de Reynolds e os coeficientes de sustentacao e resistencia consultam-se nova-

mente os dados de sustentacao e resistencia do perfil, mas desta vez no sentido inverso, uma vez que

se quer obter o angulo de ataque a que a seccao se encontra.

Como a variacao dos coeficientes nao e monotona com o angulo de ataque, e necessario proceder

a leitura com base no coeficiente de sustentacao e de resistencia de modo a deduzir qual o angulo de

ataque a que o perfil esta sujeito. Resumidamente, quando o perfil nao se encontra em perda2 usa-se o

coeficiente de sustentacao, uma vez que este tem uma evolucao linear e a correspondencia e feita com

uma precisao mais elevada. Quando o perfil entra em perda, o coeficiente de sustentacao decresce e

e utilizado o coeficiente de resistencia para o calculo do angulo de ataque, uma vez que este tem um

crescimento monotono.

Sabendo o angulo de ataque, o angulo de passo induzido e calculado novamente recorrendo a

Equacao 2.20. O sistema e consideravelmente instavel, pelo que e necessario aplicar uma sub-

relaxacao para que este seja convergente [13]. Entao:

tanβin+1 = fαtanβi

n+1+ (1− fα)tanβi

n (3.3)

onde tanβin+1 e o valor que sera utilizado na iteracao seguinte. tanβi

n e o valor que foi obtido na

iteracao anterior e tanβin+1

e o valor resultante da rotina no final da iteracao. Onde 0 ≤ fα ≤ 1.

Este processo iterativo decorre durante as iteracoes necessarias ate que a media da diferenca entre

duas iteracoes consecutivas seja menos que uma determinada tolerancia (ε )

1

M

M∑j=1

∣∣∣∣∣ (tanβi)(n)j − (tanβi)

(n+1)j

(tanβi)(n+1)j

∣∣∣∣∣ ≤ ε . (3.4)

Quando o erro chegar ao valor da tolerancia a rotina iterativa termina.

Apos a conclusao do processo iterativo, segue-se o pos processamento em que sao calculados os

parametros que dependem directamente da tanβi. Neste caso, trata-se do calculo dos coeficientes de

potencia e de forca axial que sao obtidos recorrendo as Equacoes 2.29a e 2.29b.

E de notar que este esquema e resolvido implicitamente, uma vez que recorre a resolucao de um

sistema de equacoes em vez de aplicar as mesmas relacoes directamente. Essa abordagem foi expe-

rimentada, no entanto, essa rotina nao consegue atingir a convergencia uma vez que este problema e

naturalmente bastante instavel. O esquema da rotina explıcita esta presente no Anexo A.

2Para angulos de ataque positivos considera-se que o perfil entra em perda quando a curva do coeficiente de sustentacaocom o angulo de ataque apresenta um valor negatido de dCL

15

16

Capıtulo 4

Resultados

Neste capıtulo sao apresentados os resultados obtidos atraves da implementacao desenvolvida

no capıtulo anterior. Para os parametros geometricos foram utilizados os dados reais de uma turbina

testada experimentalmente e cujos resultados sao conhecidos [4]. A turbina foi desenvolvida pelo NREL

(National Renewable Energy Laboratory ), doravente designada por turbina NREL. O perfil utilizado nas

pas da turbina e o S809 que foi desenvolvido especificamente para aplicacoes em turbina eolicas de

eixo horizontal.

O objectivo final deste capıtulo e uma comparacao entre o metodo da linha sustentadora, o metodo

da quantidade de movimento e elementos de pas, o metodo painel e os resultados experimentais. Para

tal, existem algumas opcoes que convem investigar para o calculo pelo metodo da linha sustentadora.

As opcoes em questao sao os dados de sustentacao e de resistencia da pa e o modelo de esteira a

adoptar no calculo das velocidades induzidas.

Os dados de sustentacao e resistencia podem ter diversas origens e sao apresentados de diver-

sas formas. Neste caso especıfico sao utilizados tres tipos diferentes de dados baseados em resulta-

dos teoricos e experimentais. Os dados utilizadas sao apresentadas no Anexo B, bem como as suas

representacoes graficas.

Para concluir os calculos e preciso um modelo para a esteira, uma vez que a Equacao 2.2 calcula

a velocidade induzida por um vortice sobre a linha sustentadora e por um vortice que esteja sobre um

ponto na esteira das pas. Deste modo, o modelo de esteira tem uma influencia directa nas velocidades

induzidas pelos vortices. Sao testados dois modelos de esteira: uma esteira alinhada com o escoa-

mento e expansao radial e modelo de esteira helicoidal com passo constante. No segundo caso, o

efeito e calculado pelo metodo dos factores induzidos [12]. As definicoes e algumas representacoes

graficas estao no Anexo C.

Os resultados foram obtidos para diferentes valores de TSR, de modo a cobrir diferentes condicoes

de funcionamento da turbina. Os valores analisados sao apresentados na Tabela 4.1.

Para as analises seguintes sao apresentados os resultados para o TSR mais alto e mais baixo.

A apresentacao para estes dois valores limite permite mostrar o contraste entre duas condicoes de

operacao significativamente distintas, uma em que a turbina nao se encontra em perda (TSR = 5, 42) e

17

U(m/s) TSR7 5,4210 3,8013 2,9215 2,5320 1,9025 1,52

Tabela 4.1: Velocidade do Vento e Coeficientes de Velocidade Periferica estudados

outra em que a turbina se encontra em perda (TSR = 1, 52).

Com base nos parametros introduzidos anteriormente, sao feitas diferentes analises ao longo deste

capıtulo. Na seccao 4.2 e estudada a influencia dos dados de sustentacao e resistencia, isto e, a forma

como os diferentes dados de sustentacao e resistencia podem influenciar os resultados finais e qual a

importancia da sua escolha. Os modelos de esteira sao analisados na seccao 4.3 de forma a escolher

o modelo que permite obter melhores resultados e e utilizando nas restantes analises. A seccao 4.4

apresenta os resultados para todos os valores de TSR, mostrando a influencia deste parametro no

funcionamento da turbina. Por ultimo, na seccao 4.5, e feita a comparacao entre o metodo da linha

sustentadora, o metodo da quantidade de movimento e elementos de pas e o metodo painel.

Em cada uma das seccoes sao apresentadas as diversas variaveis que caracterizam o funciona-

mento da turbina. Todas as variaveis estao relacionadas entre si e estas relacoes permitem fazer a

verificacao do programa em simultaneo com a analise do desempenho da turbina. Em cada seccao

apresentam-se as distribuicoes radiais do angulo de ataque α, do coeficiente de sustentacao CL e

de resistencia CD. Estes estao sempre relacionados entre si atraves dos dados de sustentacao e re-

sistencia (variam com o numero de Reynolds). Apresentam-se as distribuicoes radiais do numero de

Reynolds Re e das velocidades induzidas na direccao axial e tangencial, quer pelos vortices, quer pelas

fontes, vΓa , vσa , vΓ

t e vσt . Em ultimo lugar sao apresentados os coeficientes de potencia CP e de forca

axial CT .

4.1 Analise de Convergencia

Da discretizacao da linha sustentadora surge outra variavel do problema, o numero de elementos

em que a linha e dividida. Antes de uma analise de convergencia variando o numero de elementos deve

ser feita uma analise iterativa ao problema.

4.1.1 Numero de Iteracoes

O processo iterativo foi descrito no Capıtulo 3 e e sabido que o criterio de paragem e dado pela

Relacao 3.4. O valor da tolerancia ε foi fixado em 5, 00 ×10−5 para todas as analise feitas neste projecto

e assim a dificuldade da convergencia pode ser caracterizada pelo numero de iteracoes necessarias e

pelo coeficiente de relaxacao de cada caso.

18

Quando o numero de elementos M e igual a 30 e o modelo de esteira e calculado pelo metodo dos

factores induzidos a convergencia e obtida para um factor de relaxacao de 0, 1. A Figura 4.1 mostra a

evolucao do erro ao longo do processo iterativo.

Figura 4.1: Evolucao do Erro Medio para os Diferentes Valores de TSR

4.1.2 Numero de Elementos

Tendo-se obtido convergencia iterativa, realiza-se o estudo da convergencia relativa ao numero de

elementos. Espera-se que o erro da solucao se reduza com o aumento do numero de elementos

utilizados. Assim, a partir de um certo nıvel de discretizacao a solucao sera independente deste (erro

desprezavel).

Para a analise do numero de elementos, a linha sustentadora foi dividida em 20, 30 e 40 elementos

de modo a estabelecer qual o numero de elementos que e suficiente.

A analise de convergencia e feita atraves do estudo da circulacao Γ, do coeficiente de forca axial

e de potencia. A circulacao e o resultado directo do processo iterativo e todas as restantes variaveis

dependem dele linearmente. O coeficiente de forca axial e de potencia mostram o efeito global sobre o

programa e e esperado que apresentem um resultado semelhante em todos os casos.

Numero de Elementos Coeficiente de Forca Axial Coeficiente de Potencia

20 Elementos 0.4207 0.2429

30 Elementos 0.4183 0.2403

40 Elementos 0.4206 0.2427

Tabela 4.2: Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para diferentes valores de M

19

Figura 4.2: Variacao do Numero de Elementos

4.2 Influencia das Caracterısticas Aerodinamicas do Perfil

Nesta seccao e avaliada a influencia dos dados de sustentacao e resistencia atraves dos seus efei-

tos nos resultados. Sao utilizados tres conjuntos de dados: baseados no resultados experimentais de

Delft (Dados DELFT), baseados nos resultados do modelo do NREL (Dados NREL) e um modelo teorico

baseado na teoria invıscida (Teoria Invıscida). No Apendice B estao os diferentes dados utilizados.

Dois dos conjuntos de dados utilizados tem uma gama de angulos de ataque reduzida e para o

TSR mais baixo o angulo de ataque excede localmente a gama abrangida. Como tal, apenas sao

apresentados os resultados para o TSR = 5, 42.

Os dados de sustentacao e resistencia obtidos a partir da teoria invıscida nao incluem o efeito da

viscosidade. Como tal, o coeficiente de resistencia e as velocidades induzidas pelas fontes sao iguais

a zero. Nestas variaveis o estudo da influencia e feito apenas para os conjuntos de dados restantes.

De seguida sao apresentadas as distribuicoes radiais das diversas variaveis. Os resultados foram

obtidos recorrendo a uma esteira alinhada para a modelacao das velocidades induzidas pelos vortices.

20

(a) TSR=5,42

Figura 4.3: Angulo de Ataque - Resultados para diferentes dados de CLCD

(a) TSR=5,42

Figura 4.4: Coeficiente de Sustentacao - Resultados para diferentes dados de CLCD

21

(a) TSR=5,42

Figura 4.5: Coeficiente de Resistencia - Resultados para diferentes dados de CLCD

(a) TSR=5,42

Figura 4.6: Numero de Reynolds - Resultados para diferentes dados de CLCD

22

(a) TSR=5,42

Figura 4.7: Velocidade Axial dos Vortices - Resultados para diferentes dados de CLCD

(a) TSR=5,42

Figura 4.8: Velocidade Tangencial dos Vortices - Resultados para diferentes dados de CLCD

23

(a) TSR=5,42

Figura 4.9: Velocidade Axial das Fontes - Resultados para diferentes dados de CLCD

(a) TSR=5,42

Figura 4.10: Velocidade Tangencial das Fontes - Resultados para diferentes dados de CLCD

24

Os resultados obtidos devem ser analisados em conjunto com os graficos dos dados de sustentacao

e resistencia presentes no Apendice B. O angulo de ataque e os coeficientes de sustentacao e re-

sistencia sao relacionados pelos dados e essas relacoes confirmam-se nos graficos apresentados.

A distribuicao radial das velocidades induzidas esta sempre relacionada com o coeficiente que lhes

deu origem, o coeficiente de sustentacao no caso das velocidades induzidas pelos vortices e o coefi-

ciente de resistencia no caso das velocidades induzidas pelas fontes. Para as velocidades induzidas

pelos vortices verifica-se um efeito de simetria, isto e, quando o CL sobe as velocidade descem, e vice

versa. No caso da resistencia, as velocidades induzidas tem uma evolucao semelhante a do coeficiente

de resistencia.

O numero de Reynolds nao varia com o tipo de dados utilizado, isto deve-se aos valores bastante

baixos das velocidades induzidas que, em qualquer dos casos, sao apenas uma pequena parte da

velocidade local V .

A forma das curvas do angulo de ataque e do coeficiente de sustentacao sao semelhantes quando

se variam os dados utilizados. No entanto, a curva do coeficiente de resistencia varia. Isto mostra uma

dependencia dos dados de sustentacao e resistencia utilizados. Neste caso, para uma curva de angulo

de ataque semelhante, o coeficiente de sustentacao mantem a mesma semelhanca, mas o coeficiente

de resistencia nao.

De seguida sao apresentados os resultados do coeficiente de forca axial e de potencia. Os resul-

tados experimentais do coeficiente de potencia sao conhecidos, o que permite fazer uma comparacao

com o resultado esperado.

Dados CL − CD Coeficiente de Forca Axial Coeficiente de Potencia

Teoria Invıscida 0,5557 0,4187

Dados DELFT 0,5100 0,3660

Dados NREL 0,5288 0,3662

Resultado Experimental - 0,3574

Tabela 4.3: Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para diferentes Tabelas CLCD

Os resultados obtidos mostram um grande afastamento (≈ 17%) entre os resultados experimentais

e o modelo quando sao utilizados os dados baseados na teoria invıscida. Este facto mostra que a

resistencia tem um papel fundamental na modelacao, mesmo quando a turbina nao esta no regime de

perda.

Com os dados de DELFT e do NREL obtem-se um valor do coeficiente de potencia muito proximo

(≈ 2%) do medido experimentalmente. Apesar de algumas diferencas verificadas nas distribuicoes

radiais das variaveis, estas nao afectam os resultados do coeficiente de potencia e forca axial.

Os dados de DELFT tem uma gama de angulos de ataque curta, razao pela qual apenas foram

apresentados resultados para TSR = 5, 42. Nesse sentido, a modelacao da perda aerodinamica da

turbina so e possıvel utilizando o conjunto de dados fornecido pelo NREL.

25

4.3 Efeito do Modelo de Esteira

O modelo de esteira afecta directamente o calculo das velocidades induzidas pelos vortices, mas

uma vez que a solucao e obtida iterativamente, todas as variaveis sao influenciadas.

Os dois modelos em analise nesta seccao sao um modelo de esteira alinhada com expansao radial

e um modelo de esteira helicoidal com passo constante calculado atraves do metodo dos factores

induzidos.

Ao contrario do que aconteceu na analise anterior, ambos os modelos sao independentes do coe-

ficiente de velocidade periferica e neste caso apresentam-se os resultados para TSR = 5, 42 e para

TSR = 1, 52.

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.11: Angulo de Ataque - Analise do Modelo de Esteira

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.12: Coeficiente de Sustentacao - Analise do Modelo de Esteira

26

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.13: Coeficiente de Resistencia - Analise do Modelo de Esteira

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.14: Numero de Reynolds - Analise do Modelo de Esteira

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.15: Velocidade Axial dos Vortices - Analise do Modelo de Esteira

27

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.16: Velocidade Tangencial dos Vortices - Analise do Modelo de Esteira

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.17: Velocidade Axial das Fontes - Analise do Modelo de Esteira

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.18: Velocidade Tangencial das Fontes - Analise do Modelo de Esteira

Para o valor de TSRmais elevado o angulo de ataque e o coeficiente de sustentacao tem distribuicoes

radiais semelhantes independentemente do modelo de esteira utilizado.

28

Pelo estudo das velocidades induzidas pelos vortices conclui-se que uma esteira alinhada induz

mais velocidade na componente tangencial do que na axial. Em contrapartida, quando calculado pelo

metodo dos factores induzidos, a componente axial tem uma velocidade mais elevada. As diferencas

nas velocidades induzidas sao devidas ao angulo de passo da esteira que provoca um maior alonga-

mento nesta. Neste caso as velocidades induzidas sao bastante reduzidas nao afectando de forma

significativa a velocidade total.

As velocidades induzidas pelas fontes nao sao directamente afectadas pelo modelo de esteira. Para

este valor de TSR, a turbina nao esta em perda e as velocidades induzidas pelas fontes tambem tem

valores baixos.

Quando o valor de TSR baixa, as curvas resultantes dos dois modelos de esteira aproximam-se.

Relativamente as velocidades induzidas pelos vortices as conclusoes mantem-se, quando a turbina

esta em perda o metodo dos factores induzidos continua a induzir uma velocidade maior na direccao

axial e o modelo com uma esteira alinhada induz uma maior velocidade tangencial.

De seguida apresentam-se os resultados obtidos para os coeficientes de forca axial e de potencia:

Modelo de Esteira Utilizado Coeficiente de Forca Axial Coeficiente de Potencia

Esteira Alinhada 0,5288 0,3662

Factores Induzidos 0,4183 0,2403

Resultado Experimental - 0,3574

Tabela 4.4: Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para TSR = 5, 42

Modelo de Esteira Utilizado Coeficiente de Forca Axial Coeficiente de Potencia

Esteira Alinhada 0,1140 0,0105

Factores Induzidos 0,0991 0,0098

Resultado Experimental - 0,0144

Tabela 4.5: Coeficiente de Forca Axial e Coeficiente de Potencia para TSR = 1, 52

O coeficiente de potencia e de forca axial confirmam uma aproximacao dos dois modelos quando

o TSR baixa, para TSR = 5, 42 os valores obtidos estao muito distantes, mas esta distancia encurta

quando o TSR baixa para 1, 52.

O afastamento verificado e explicado pelos valores do angulo de passo geometrico (tanβi). A esteira

e alinhada com a velocidade local do escoamento e o passo constante da esteira helicoidal e calculado

com base no tanβi. Para TSR = 5, 42, em que se verifica um afastamento dos dois metodos, a

distribuicao de βi e igualmente distante. No caso contrario, para TSR = 1, 52, a variacao do angulo e

semelhante independentemente do metodo utilizado. Estes resultados estao no Anexo C.

Nas simulacoes seguintes e utilizado o modelo com a esteira alinhada por ter uma maior proximidade

com os resultados experimentais numa maior gama de velocidade periferica.

29

4.4 Resultados para diferentes valores de Velocidade Periferica

A velocidade constante, quando o TSR baixa a velocidade do vento aumenta, pelo que os resultados

mostram a evolucao das variaveis aerodinamicas desde uma situacao perto da potencia maxima ate

uma situacao em que todo o escoamento se encontra separado e consequentemente a turbina entra

em perda.

Figura 4.19: Angulo de Ataque - Resultados para todos os valores de TSR

Figura 4.20: Coeficiente de Sustentacao - Resultados para todos os valores de TSR

30

Figura 4.21: Coeficiente de Resistencia - Resultados para todos os valores de TSR

Figura 4.22: Numero de Reynolds - Resultados para todos os valores de TSR

31

Figura 4.23: Velocidade Axial dos Vortices - Resultados para todos os valores de TSR

Figura 4.24: Velocidade Tangencial dos Vortices - Resultados para todos os valores de TSR

32

Figura 4.25: Velocidade Axial das Fontes - Resultados para todos os valores de TSR

Figura 4.26: Velocidade Tangencial das Fontes - Resultados para todos os valores de TSR

Nos resultados acima, o angulo de ataque aumenta quando o TSR dimunui devido ao aumento da

velocidade do vento U . A evolucao e semelhante em todos os casos.

Como ja foi referido anteriormente, os coeficientes de sustentacao e resistencia variam em funcao

do angulo de ataque e dos dados de CLCD utilizados. No caso do CL nao se nota nenhuma tendencia

generalizada mas sao perceptıveis algumas inflexoes em determinados pontos ao longo da pa cau-

33

sadas pelo efeito de super sustentacao em determinadas seccoes da tabela CLCD. O coeficiente de

resistencia cresce com a velocidade do vento devido ao efeito da perda.

A semelhanca do coeficiente de sustentacao, as velocidades induzidas pelos vortices tambem nao

tem uma tendencia generalizada, no entanto nota-se uma aumento significativo junto do cubo e da

ponta da pa. Uma vez que e utilizada a esteira alinhada para calcular as velocidades induzidas, quando

o TSR aumenta as velocidades induzidas baixam porque a esteira se encontra muito mais alongada,

este facto e bastante mais notorio nas velocidades axiais do que nas tangenciais.

As velocidades induzidas pelas fontes apresentam o mesmo andamento que o coeficiente de re-

sistencia, como tal, crescem com a diminuicao do TSR. No entanto, o aumento da componente axial

e maior que na componente tangencial, uma vez que o angulo de passo induzido cresce e estas duas

componentes sao afectadas de forma diferente, isto e, a velocidade axial cresce com βi e a velocidade

tangencial decresce com βi.

Tal como em todas as outras seccoes, por fim apresentam-se os resultados do coeficiente de

potencia e de forca axial.

Figura 4.27: Coeficiente de Potencia - Resultados para todos os valores de TSR

34

Figura 4.28: Coeficiente de Forca Axial - Resultados para todos os valores de TSR

Como seria esperado, quando o coeficiente de velocidade periferica diminui, os coeficientes de

potencia e de forca axial baixam. Neste caso, os resultados obtido com o metodo da linha sustentadora

modelam os resultados experimentais de forma muito eficaz.

4.5 Comparacao entre diferentes metodos de calculo

Na ultima seccao e feita uma comparacao entre diferentes metodos de calculo aplicados a mesma

turbina e nas mesmas condicoes. Os metodos estudados sao o metodo da linha sustentadora desen-

volvido ao longo deste trabalho, o metodo da quantidade de movimento e elementos de pas (BEM) [6]

e o metodo painel [7].

Do metodo painel apenas sao conhecidos os resultados para o coeficiente de potencia e de forca

axial, como tal apenas sao comparados os coeficientes de potencia e de forca axial.

No metodo BEM pode ser aplicada uma correccao de velocidade de modo a corrigir os efeitos na

ponta da pa (Correccao de Prandtl). Ambas as aplicacoes sao comparadas com o metodo da linha

sustentadora.

35

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.29: Angulo de Ataque - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.30: Coeficiente de Sustentacao - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.31: Coeficiente de Resistencia - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

36

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.32: Numero de Reynolds - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.33: Velocidade Axial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

(a) TSR=5,42 (b) TSR=1,52

Figura 4.34: Velocidade Tangencial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

O metodo da linha sustentadora e o metodo BEM (com e sem correccao de velocidade) tem variacoes

radiais muito semelhantes. Junto a ponta da pa e ao cubo, o angulo de ataque calculado pelo metodo

37

da linha sustentadora tende para 0, uma vez que a circulacao Γ tambem tende. No metodo BEM as

variaveis nao apresentam esta descida junto das extremidades. A correccao de Prandtl corrige esta

descida e a correlacao com o metodo da linha sustentadora aumenta com a inclusao da correccao.

Para as restantes variaveis do sistema, a tendencia mantem-se. Os metodos sao muito proximos

para os valores centrais na distribuicao radial, mas diverge junto as extremidades.

As velocidades induzidas seguem o mesmo princıpio, ambos os metodos sao bastante proximos na

zona central e divergem junto das extremidades. Neste caso, as velocidades induzidas pelas fontes sao

bastante baixas para o TSR mais alto. Quando a velocidade do vento sobe e a resistencia aumenta,

as velocidades induzidas pelas fontes passam a ter a mesma ordem de grandeza que as velocidades

induzidas pelos vortices e que as velocidades calculadas pelo metodo BEM.

Por fim, a melhor forma de avaliar qual dos metodos melhor correlaciona os resultados experimentais

verificado e feita a comparacao para o coeficiente de forca axial e de potencia:

Figura 4.35: Coeficiente de Potencia - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

38

Figura 4.36: Coeficiente de Forca Axial - Comparacao entre BEM e Linha Sustentadora

Como se pode ver nos graficos acima, os efeitos verificados nas variaveis aerodinamicas nao afec-

tam o resultado global, pois o metodo da linha sustentadora e o metodo BEM apresentam resultados

muito proximos para ambos os coeficientes.

O metodo painel aqui introduzido, tem uma correlacao muito baixa com os resultados experimentais

e com os restantes metodos, o que pode ser explicado uma vez que este metodo nao inclui os efeitos

da viscosidade. Assim, e possıvel afirmar que os efeitos da viscosidade sao fundamentais para modelar

modelos de perda.

Tanto o metodo da linha sustentadora como o BEM apresentam resultados muito proximos dos que

foram medidos experimentalmente o que mostra o sucesso de ambas as teorias.

39

40

Capıtulo 5

Conclusao

Neste trabalho foi modelado o regime de perda da turbina eolica NREL utilizando o metodo da linha

sustentadora. Ao metodo foi introduzido um modelo da forca de resistencia que permitiu alargar o

metodo a uma maior gama de TSR, modelando a entrada em perda.

Em primeiro lugar, foi feito um estudo sobre a convergencia do sistema. O metodo e bastante

instavel e a convergencia apenas e atingida utilizando uma resolucao implıcita do sistema de equacoes

com recurso a coeficientes de relaxacao bastante baixos.

De seguida avaliou-se o efeito dos dados de sustentacao e resistencia e concluiu-se que existe uma

grande dependencia destes. Para modelar o efeito da perda sao necessarios dados com uma vasta

gama de angulos de ataque pois este cresce com a diminuicao do TSR. Os dados de sustentacao

e resistencia afectam de forma mais directa a variacao radial de cada variavel, no entanto, este efeito

nao se verifica nos coeficientes de forca axial e de potencia. Resumidamente, utilizando caracterısticas

aerodinamicas de diferentes fontes pode obter-se resultados dıspares nas distribuicoes radiais que

podem nao se verificar nos coeficientes de forca axial e potencia.

Tambem foi analisado o efeito do modelo esteira utilizado. Foram comparados dois modelos, uma

esteira helicoidal de passo constante na direccao axial e uma esteira alinhada com expansao radial.

Para TSR′s elevados, a esteira alinhada produz melhores resultados, no entanto, quando o TSR baixa

o metodo dos factores induzidos melhora e ambos os modelos apresentam resultados proximos dos

experimentais.

Os resultados obtidos pelo metodo desenvolvido mostraram-se muito proximos dos medidos ex-

perimentalmente. Quando o TSR baixa, verifica-se uma subida do coeficiente de resistencia e das

velocidades induzidas pelas fontes. Para TSR′s altos as velocidades induzidas pelas fontes sao pra-

ticamente desprezaveis, no entanto para um TSR mais baixo estas crescem para valores da mesma

ordem de grandeza que as velocidades induzidas pelos vortices. Quando a separacao do escoamento

ocorre a meio da pa a modelacao ocorre de forma deficiente, nao e possıvel obter uma transicao suave

entre os dois regimes e a convergencia torna-se mais difıcil. Quando comparado com o metodo pai-

nel, o metodo desenvolvido apresenta melhores resultados na modelacao do regime de perda, sendo

aproximadamente equivalentes para o TSR mais elevado. O metodo BEM apresenta resultados muito

41

semelhantes aos obtidos pelo metodo da linha sustentadora. Ambos se aproximam bastante dos dados

experimentais, mostrando que sao boas opcoes para o calculo aerodinamico de uma turbina eolica de

eixo horizontal.

No ambito deste trabalho alguns desenvolvimentos futuros sao pertinentes. Quando a transicao

para o regime de perda ocorre ao longo da pa sao verificadas algumas descontinuidades na evolucao

radial. Uma analise desde fenomeno devera ser feita com o objectivo da sua compreensao e posterior

minimizacao. De outra forma, a aplicacao do mesmo metodo a outra geometria permitira concluir sobre

quais os parametros que efectivamente influenciam o metodo da linha sustentadora.

Por ultimo, e importante salientar a relevancia do trabalho realizado. A modelacao da forca de

resistencia permitiu o alargarmento do calculo com o metodo da linha sustentadora a situacoes de

perda aerodinamica.

42

Referencias

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delo da linha sustentadora, Tese de Mestrado em Engenharia Mecanica, Instituto Superior Tecnico.

2010.

[2] Falcao de Campos, J.A.C.: Hydrodynamic power optimization of a horizontal axis marine current

turbine with lifting line theory. Em The Seventeenth International Offshore and Polar Engineering

Conference. International Society of Offshore and Polar Engineers, Lisbon, 2007.

[3] Brush, C.: A wind energy pioneer. Danish Wind Industry Association, 2010.

[4] Simms, D., Schreck, S., Hand, M. e Fingersh, L.: NREL unsteady aerodynamics experiment in

the NASA-Ames wind tunnel: a comparison of predictions to measurements, NREL/TP-500-29494.

Junho, 2001.

[5] Sørensen, N.N., Michelsen, J.A. e Schreck, S.: Navier-Stokes Predictions of the NREL Phase VI

Rotor in the NASA-Ames 80 ft x 120 ft Wind Tunnel. Wind Energy, 5:151–169, 2002.

[6] Dias, M.: Analise do Desempenho da Turbina Eolica NREL: Uma Comparacao Entre Diferentes Mo-

delos Aerodinamicos, Tese de Mestrado em Engenharia Aeroespacial, Instituto Superior Tecnico.

2011.

[7] Hogan, F.: Analise do Desempenho Aerodinamico da turbina Eolica NREL com um Metodo de

Elementos de Fronteira, Tese de Mestrado em Engenharia Mecanica, Instituto Superior Tecnico.

2010.

[8] Sparenberg, J.A.: Hydrodynamic Propulsion and Its Optimization. Kluwer Academic Publishers,

1995.

[9] Brederode, V.: Fundamentos de Aerodinamica Incompressıvel. Edicao do Autor, 1997.

[10] Kerwin, J. e Lee, C.S.: Prediction of steady and unsteady marine propeller performance by nume-

rical lifting-surface theory. SNAME Transactions, 86:218–253, 1978.

[11] Potra, J.: Projecto e analise aerodinamica do rotor de pequenas turbinas eolicas, Projecto de Ter-

modinamica Aplicada, Instituto Superior Tecnico. 2006.

43

[12] Morgan, W.B. e Wrench, J.W.: Some computational aspects of propeller design. Methods in Com-

putational Physics, 4:301–331, 1965.

[13] Hirsch, C.: Numerical computation of internal and external flows: the fundamentals of computational

fluid dynamics. Butterworth-Heinemann, 2007.

44

Apendice A

Implementacao de um Metodo

Explıcito

Figura A.1: Algoritmo Explıcito

45

Apendice B

Dados de Sustentacao e Resistencia

Como foi referido na Seccao 2.2 assume-se que os Coeficientes de Sustentacao e Resistencia em

cada seccao dependem apenas do angulo de ataque e do numero de Reynolds e podem ser obtidos

por metodos teoricos e por metodos experimentais. Neste anexo serao apresentados os dados de

Sustentacao e Resistencia que foram utilizados, sob a forma de tabela na rotina computacional, mas

em forma de grafico neste documento de forma a aumentar a clareza da sua apresentacao.

Foram utilizados tres tipos de dados distintos, com um diferente grau de complexidade e ate mesmo

objectivos variados. O primeiro foi baseado na Teoria Invıscida uma vez que se tratam de uns dados

muito simples que nao tem efeitos de viscosidade. Os segundos dados utilizados foram criados com

base em resultados experimentais em DELFT, e como tal, foram designaos por Dados DELFT. Estes

ja incluem efeitos de viscosidade, apresentam uma precisao muito maior que a anterior e ate mesmo

variacoes com o numero de Reynolds. O ultimo conjunto de dados que foi utilizado foi obtido directa-

mente do NREL, e naturalmente foi chamado de Dados NREL. Em relacao aos outros dados ja apre-

sentaoas estes tem uma gama de angulos de ataque muito maior, cobrindo todos os angulos possıveis

(de −180 ◦ a 180 ◦) e tem uma variacao muito mais segmentada com o raio da seccao, apresentando

resultados para nove valores distintos, ao contrario dos dois apresentados pelas tabelas anteriores.

46

B.1 Teoria Invıscida

(a) ri/R = 0, 200 (b) ri/R = 1, 000

Figura B.1: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela Invıscida

B.2 Dados DELFT

(a) ri/R = 0, 200 (b) ri/R = 1, 000

Figura B.2: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 3.00× 105

47

(a) ri/R = 0, 200 (b) ri/R = 1, 000

Figura B.3: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 1.00× 106

(a) ri/R = 0, 200 (b) ri/R = 1, 000

Figura B.4: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 2.00× 106

(a) ri/R = 0, 200 (b) ri/R = 1, 000

Figura B.5: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela DELFT - Re = 3.00× 106

48

B.3 Dados NREL

(a) ri/R = 0, 129 (b) ri/R = 0, 185

Figura B.6: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL

(a) ri/R = 0, 242 (b) ri/R = 0, 298

Figura B.7: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL

(a) ri/R = 0, 354 (b) ri/R = 0, 410

Figura B.8: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL

49

(a) ri/R = 0, 600 (b) ri/R = 0, 800

Figura B.9: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL

(a) ri/R = 1, 000

Figura B.10: Coeficiente de Sustentacao e de Resistencia na Tabela NREL

50

Apendice C

Modelos de Esteiras

Figura C.1: Vista lateral das diferentes Esteiras

51

Figura C.2: Vista das diferentes Esteiras

Figura C.3: Angulo de Passo Induzido para TSR = 5, 42 - Comparacao entre diferentes modelos deesteira

52

Figura C.4: Angulo de Passo Induzido para TSR = 1, 52 - Comparacao entre diferentes modelos deesteira

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