42
ANÁLISE DO IMPACTO DA OPERAÇÃO DE CARGAS HOSPITALARES NA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA Hélio Rubens Jacob da Silva*, José Rubens Macedo Junior **. Resumo: O advento da eletrônica e dos microprocessadores tem causado grandes mudanças na área da saúde. Hoje em dia, os equipamentos médicos são menores e mais rápidos, em contrapartida, são mais suscetíveis a distúrbios elétricos se comparados aos que eram fabricados 20 anos atrás. Tais distúrbios podem ser provenientes da concessionária de energia que atende a instalação onde se encontram os equipamentos, podem ser causados pelos próprios equipamentos ou causados por equipamentos médicos mais robustos que contenham circuitos eletrônicos microprocessados. Dessa forma, se faz necessário um monitoramento dos parâmetros que regem uma boa qualidade da energia elétrica com a finalidade de detectar e sanar tais distúrbios. Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo, por meio de medições in loco, da qualidade da energia elétrica proveniente de estabelecimentos hospitalares, caracterizando o comportamento das principais cargas existentes em tais estabelecimentos. Palavras - Chave: Distorção total de corrente, distorção total de tensão, equipamentos médicos, harmônicas, qualidade da energia elétrica. Abstract: The advent of electronics and microprocessors has caused major changes in health. Nowadays, medical equipments are smaller and faster, in contrast, are more susceptible to electrical disturbances compared with those that were manufactured 20 years ago. Such disturbances may come from the utility company that serves the facility where the equipment, can be caused by the actual equipment or caused by more robust medical equipment containing electronic microprocessor circuits. Thus, continuous monitoring of parameters that govern a good quality of electricity in order to detect and remedy these disorders is needed. This paper aims to conduct a study through in situ measurements, the quality of electric power from hospitals, characterizing the behavior of loads existing in such establishments. Keywords: Total current distortion, total voltage distortion, medical equipment, harmonics, power quality. *Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila 2121, Uberlândia-MG, CEP: 38400-902, [email protected] . ** Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila 2121, Uberlândia-MG, CEP: 38400-902, [email protected] .

ANÁLISE DO IMPACTO DA OPERAÇÃO DE CARGAS HOSPITALARES NA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Qualidade de energia elétrica em sistemas hospitalares

Citation preview

  • ANLISE DO IMPACTO DA OPERAO DE CARGAS HOSPITALARES

    NA QUALIDADE DA ENERGIA ELTRICA

    Hlio Rubens Jacob da Silva*, Jos Rubens Macedo Junior **.

    Resumo:

    O advento da eletrnica e dos microprocessadores tem causado grandes mudanas na rea da

    sade. Hoje em dia, os equipamentos mdicos so menores e mais rpidos, em contrapartida, so

    mais suscetveis a distrbios eltricos se comparados aos que eram fabricados 20 anos atrs. Tais

    distrbios podem ser provenientes da concessionria de energia que atende a instalao onde se

    encontram os equipamentos, podem ser causados pelos prprios equipamentos ou causados por

    equipamentos mdicos mais robustos que contenham circuitos eletrnicos microprocessados. Dessa

    forma, se faz necessrio um monitoramento dos parmetros que regem uma boa qualidade da

    energia eltrica com a finalidade de detectar e sanar tais distrbios. Este trabalho tem como objetivo

    fazer um estudo, por meio de medies in loco, da qualidade da energia eltrica proveniente de

    estabelecimentos hospitalares, caracterizando o comportamento das principais cargas existentes em

    tais estabelecimentos.

    Palavras - Chave: Distoro total de corrente, distoro total de tenso, equipamentos mdicos,

    harmnicas, qualidade da energia eltrica.

    Abstract:

    The advent of electronics and microprocessors has caused major changes in health.

    Nowadays, medical equipments are smaller and faster, in contrast, are more susceptible to electrical

    disturbances compared with those that were manufactured 20 years ago. Such disturbances may

    come from the utility company that serves the facility where the equipment, can be caused by the

    actual equipment or caused by more robust medical equipment containing electronic

    microprocessor circuits. Thus, continuous monitoring of parameters that govern a good quality of

    electricity in order to detect and remedy these disorders is needed. This paper aims to conduct a

    study through in situ measurements, the quality of electric power from hospitals, characterizing the

    behavior of loads existing in such establishments.

    Keywords: Total current distortion, total voltage distortion, medical equipment, harmonics, power

    quality.

    *Faculdade de Engenharia Eltrica, Universidade Federal de Uberlndia, Avenida Joo Naves de vila 2121,

    Uberlndia-MG, CEP: 38400-902, [email protected].

    ** Faculdade de Engenharia Eltrica, Universidade Federal de Uberlndia, Avenida Joo Naves de vila 2121,

    Uberlndia-MG, CEP: 38400-902, [email protected].

  • 1. INTRODUO

    Em ambientes hospitalares eletricidade vida, e um fornecimento de energia eltrica

    confivel e de qualidade uma condio essencial para o bom funcionamento de equipamentos

    utilizados para realizao de cirurgias, sustentao de vidas, monitorao de sinais vitais de

    pacientes e realizao de exames computadorizados como, por exemplo, ressonncia magntica e

    eletrocardiograma [2].

    A cada dia a tecnologia mdica fica mais avanada e confivel, para tanto, cada vez mais so

    desenvolvidos equipamentos eletrnicos com componentes no lineares embarcados. Se de um lado

    tais componentes garantem a sofisticao dos equipamentos, de outro, esses mesmos componentes

    causam distrbios relacionados qualidade da energia eltrica presente no circuito eltrico que

    supre o ambiente hospitalar por meio das chamadas distores harmnicas [1].

    Uma distoro de forma de onda dita harmnica quando a deformao se apresenta de

    forma similar em cada ciclo da frequncia fundamental. Neste caso, seu espectro contm apenas

    frequncias mltiplas inteiras da fundamental. Esse tipo de deformao peridica geralmente

    imposta pela relao no linear tenso/corrente, caracterstica de determinados componentes e

    cargas conectadas rede eltrica, como por exemplo, transformadores e motores, cujos ncleos

    ferromagnticos so sujeitos saturao, ou ainda pelo chaveamento de circuitos em conversores

    eletrnicos, pontes retificadoras e compensadores estticos existentes em equipamentos

    eletromdicos [3][4][5]. A maneira de se representar essas formas de onda o uso da Srie de

    Fourier, onde uma onda destorcida pode ser decomposta em uma soma de ondas cujo valor de

    amplitude um mltiplo da fundamental. Na Figura 1, pode-se verificar um exemplo dessa

    composio de forma de ondas.

    Figura 1 Composio de uma onda destorcida

  • Alguns dos fenmenos diretamente associados ao termo qualidade da energia eltrica so

    conhecidos e estudados h dcadas, notadamente as distores harmnicas nas formas de onda da

    tenso e da corrente. Porm, a utilizao do termo qualidade da energia eltrica no Brasil

    relativamente nova, datando do incio da dcada de noventa.

    Inicialmente, o conceito associado referida terminologia era substancialmente tcnico,

    gerando um entendimento equivocado de que qualquer alterao na magnitude, na forma de onda

    ou na frequncia das grandezas eltricas representava, necessariamente, um problema a ser

    resolvido. No entanto, um conceito mais adequado para a qualidade da energia eltrica deve estar

    necessariamente associado questo da compatibilidade eltrica entre cargas, redes eltricas e

    fontes de suprimento. Em outras palavras, tal conceito deve possibilitar o entendimento de uma

    convivncia harmoniosa entre os diversos agentes conectados aos sistemas eltricos, refletindo

    custos adequados e investimentos mdicos tanto por parte das concessionrias de transmisso e

    distribuio de energia eltrica, quanto por parte das unidades consumidoras em geral, sejam elas

    industriais, comerciais ou residenciais. Nesse sentido, somente em 1997 foi finalmente sugerido um

    conceito mais abrangente e adequado para a qualidade da energia eltrica no Brasil, conforme

    apresentado a seguir [6].

    Energia eltrica de boa qualidade aquela que garante o funcionamento contnuo,

    adequado e seguro dos equipamentos eltricos e processos associados, sem afetar

    o meio ambiente e o bem estar das pessoas.

    De uma forma geral, os fenmenos eltricos diretamente relacionados com o conceito em

    questo podem ser segmentados da seguinte forma:

    Variaes de tenso em regime permanente;

    Variaes de tenso de curta durao;

    Variaes de frequncia;

    Interrupes de fornecimento;

    Desequilbrios;

    Flutuaes de tenso;

    Transitrios;

    Distores harmnicas.

  • O Mdulo 8 do PRODIST [9], em sua seo 8.1, conceitua e define valores mximos para

    cada um dos fenmenos acima citados. Sendo que para distores harmnicas, os valores so

    sugeridos, uma vez que este parmetro no passvel de multa referente ultrapassagem do

    mesmo. Entretanto, est em tramitao na ANEEL, uma nova legislao referente questo de

    nveis permissveis e penalidades referentes aos valores de distoro harmnica de corrente e tenso

    no sistema eltrico brasileiro.

    Dessa forma, visando aliar a proteo dos equipamentos alimentados pela rede eltrica

    necessidade de evitar possveis penalidades futuras, justificvel que se estude o comportamento

    dos principais equipamentos mdicos utilizados em ambientes laboratoriais e hospitalares com a

    finalidade de encontrar solues para a mitigao ou at mesmo a extino dos fenmenos que

    possam vir a comprometer a qualidade da energia eltrica do local em questo.

    2. CONCEITOS DO MDULO 8 DO PRODIST

    O objetivo do Mdulo 8 do PRODIST o de estabelecer os procedimentos que garantam a

    qualidade da energia eltrica (QEE), abordando a qualidade do produto e a qualidade do servio

    prestado.

    Para este trabalho, somente a qualidade do produto ser estudada uma vez que o foco

    principal so os efeitos harmnicos gerados pelas cargas hospitalares. Dessa forma, para a

    qualidade do produto, a Seo 8.1 deste mdulo define a terminologia, caracteriza os fenmenos,

    parmetros e valores de referncia relativos conformidade de tenso em regime permanente e s

    perturbaes na forma de onda de tenso, estabelecendo mecanismos que possibilitem ANEEL

    fixar padres para os indicadores de QEE.

    2.1. Distoro harmnica

    As harmnicas so ondas senoidais, de tenso ou de corrente, cujas frequncias so

    mltiplas inteiras da frequncia fundamental. As ondas distorcidas, oriundas dos efeitos causados

    por essas harmnicas podem ser decompostas em uma soma de ondas tambm senoidais de

    frequncias diversas, mltiplas da fundamental.

    Para o equacionamento matemtico dos circuitos eltricos, com a finalidade de se chegar a

    um valor de corrente e/ou tenso em um determinado ramo ou componente usa-se a Teoria da

    Superposio de Valores onde o mesmo circuito ser equacionado para cada ordem harmnica e o

    resultado final ser a soma de cada valor individual encontrado para cada ordem harmnica. Dessa

  • forma, temos as equaes (1) e (2) para representar os valores eficazes de tenso e corrente,

    respectivamente:

    (1)

    Onde:

    - Tenso total eficaz;

    - Tenso correspondente a ordem harmnica n.

    (2)

    Onde:

    - Corrente total eficaz;

    - Corrente correspondente a ordem harmnica n.

    A seguir so estabelecidas a terminologia, a metodologia de medio, a instrumentao e os

    valores de referncia para as distores harmnicas.

    O Mdulo 8 do PRODIST em sua seo 4.3.1 sintetiza a terminologia aplicvel s

    formulaes do clculo de valores de referncia para as distores harmnicas.

    A Tabela 1 resume terminologia utilizada nos clculos de distores harmnicas.

    Tabela 1 - Terminologia

    Identificao da Grandeza Smbolo

    Distoro harmnica individual de tenso de ordem h DITh%

    Distoro harmnica total de tenso DTT %

    Tenso harmnica de ordem h Vh

    Ordem harmnica H

    Ordem harmnica mxima Hmx

    Ordem harmnica mnima Hmin

    Tenso fundamental medida V1

  • As expresses para o clculo das grandezas DITh% e DTT % so:

    DITh % =

    * 100 (3)

    DTT % =

    * 100 (4)

    As tabelas 2 e 3 so utilizadas como referncia para as Distores Harmnicas Totais e

    Individuais, respectivamente. Estes valores servem para referncia do planejamento eltrico em

    termos de QEE e que, regulatoriamente, sero estabelecidos em resoluo especfica, aps perodo

    experimental de coleta de dados.

    Tabela 2 DTT permitida de acordo com a tenso do barramento

    Tabela 3 DTI permitida de acordo com a tenso do barramento

  • 2.2. Tenso em regime permanente

    Este parmetro refere-se ao nvel de tenso existente na barra de alimentao da instalao

    por um perodo superior a 1 minuto.

    O Mdulo 8 do PRODIST classifica a qualidade do nvel de tenso baseado em faixas de

    valores que so classificadas em: Adequada, Precria (superior ou inferior) e Crtica (superior ou

    inferior). Tais faixas so obtidas por meio de uma porcentagem da tenso nominal fornecida

    instalao medida.

    Uma tabela genrica especfica para valores de tenso de referncia inferiores a 1kV pode

    ser encontrada na pgina 35 da seo 8.1 do MDULO 8 do PRODIST. Tais valores podem ser

    visualizados na Tabela 4:

    Tabela 4 Faixas aplicadas para tenses inferiores a 1 kV

    2.3. Fator de potncia

    O valor do fator de potncia dever ser calculado a partir dos valores registrados das

    potncias ativa e reativa (P, Q) ou das respectivas energias (EA, ER), utilizando-se a

    equao (7):

    (7)

    Para unidade consumidora ou conexo entre distribuidoras com tenso inferior a 230

    kV, o fator de potncia no ponto de conexo deve estar compreendido entre 0,92 (noventa e

    dois centsimos) e 1,00 (um) indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa e dois centsimos)

    capacitivo, de acordo com regulamentao vigente.

  • 2.4. Desequilbrio de tenso

    O desequilbrio de tenso o fenmeno associado a alteraes dos padres trifsicos

    do sistema de distribuio.

    A seguir so estabelecidas a terminologia, e os valores de referncia para o

    desequilbrio de tenso.

    A Tabela 5 a seguir apresenta a terminologia aplicvel s formulaes de clculo do

    desequilbrio de tenso.

    Tabela 5 Terminologia

    O clculo do desequilbrio de tenso pode ser obtido pela equao (5):

    (5)

    Alternativamente, pode-se utilizar a expresso (6), que conduz a resultados em

    consonncia com a formulao anterior, mas, utilizando-se de valores de tenso de linha que

    so muito mais fceis de obter rapidamente em campo:

    (6)

  • Sendo que:

    O valor de referncia nos barramentos do sistema de distribuio, com exceo da Baixa

    Tenso, deve ser igual ou inferior a 2%. Esse valor serve para referncia do planejamento eltrico

    em termos de QEE e que, regulatoriamente, ser estabelecido em resoluo especfica, aps perodo

    experimental de coleta de dados.

    2.5. Variao de tenso de curta durao

    Variaes de tenso de curta durao so desvios significativos no valor eficaz da tenso em

    curtos intervalos de tempo.

    As variaes de tenso de curta durao so classificadas de acordo com a Tabela 6.

    Tabela 6 Classificao das Variaes de Tenso de Curta Durao

  • E a Tabela 7 ilustra a terminologia aplicvel referente s Variaes de Tenso de Curta

    Durao:

    Tabela 7 Terminologia

    Alm dos parmetros durao e amplitude j definidos, a severidade da VTCD, medida entre

    fase e neutro, de determinado barramento do sistema de distribuio tambm caracterizada pela

    frequncia de ocorrncia. Esta corresponde quantidade de vezes que cada combinao dos

    parmetros durao e amplitude ocorrem em determinado perodo de tempo ao longo do qual o

    barramento tenha sido monitorado.

    O indicador a ser utilizado para conhecimento do desempenho de um determinado

    barramento do sistema de distribuio com relao s VTCD corresponde ao nmero de eventos

    agrupados por faixas de amplitude e de durao, discretizados conforme critrio estabelecido a

    partir de levantamento de medies.

    3. INSTALAES HOSPITALARES

    Em sistemas hospitalares a qualidade da energia eltrica tambm se faz necessria, uma vez

    que vidas esto envolvidas e qualquer distrbio no fornecimento pode causar uma morte. Entre os

    principais problemas causados devido a esses distrbios podem ser citados o processamento de

  • dados incorretos, leituras incorretas de nveis lgicos nos sistemas digitais de processamento de

    sinais vitais, perda de dados armazenados, acionamento indevido de alarmes de equipamentos

    indicando problemas com pacientes sem que este fato tenha ocorrido, distores nos displays dos

    equipamentos de sinais vitais, reinicializao de equipamentos, entre outros [7].

    No Brasil, so raros os estudos referentes aos efeitos impactantes na qualidade da energia

    eltrica devido s cargas hospitalares no lineares, entretanto, fontes de pesquisas realizadas no

    exterior indicam que alm da operao de grandes cargas no lineares, o dimensionamento incorreto

    dos condutores destinados alimentao dos circuitos, assim como, a ampliao sem um estudo

    prvio das cargas que sero inseridas na planta, contribuem significativamente no

    comprometimento da qualidade da energia eltrica da instalao e de outros estabelecimentos que

    estejam ligados ao mesmo circuito alimentador da instalao que possui tais problemas [8].

    4. METODOLOGIA DE ESTUDO

    A metodologia utilizada para o trabalho baseou-se na medio dos nveis de distoro

    harmnica de tenso e corrente presentes nos equipamentos participantes do estudo, por meio de

    medidores de qualidade de energia eltrica, assim como a comparao dos nveis de tenso, fator de

    potncia, desequilbrio de tenso e corrente presentes nos estados Online e Offline dos

    equipamentos medidos. O foco do estudo foi voltado para equipamentos clnico - hospitalares

    utilizados para exames que geram imagens, uma vez que tais equipamentos envolvem o uso de

    ncleos magnticos com caractersticas no lineares e/ou consumo de corrente relativamente

    expressivo. Todas as medies foram realizadas nos quadros alimentadores de cada equipamento,

    sendo que cada equipamento constitudo de equipamentos auxiliares para o procedimento como,

    por exemplo, monitores e microcomputadores.

    Para a realizao do estudo foram escolhidos os seguintes equipamentos:

    Aparelho de Hemodinmica;

    Raio X;

    Tomgrafo computadorizado;

    Ressonncia magntica.

    Os equipamentos acima mencionados possuem como principal caracterstica picos de

    correntes elevados durante curtos espaos de tempo. Dessa forma, para se obter o sinal mais fiel do

    funcionamento dos equipamentos, o medidor de qualidade foi ajustado para tomar medidas em

    intervalos de 1 segundo. A grande quantidade de dados obtida inviabilizou a possibilidade de

  • efetuar a medio de uma semana completa devido falta de espao de memria do aparelho. Mas,

    como a proposta do estudo a de caracterizar a operao de cada aparelho, a medio realizada

    durante o perodo de um procedimento em cada equipamento foi o suficiente para garantir dados

    relevantes para a realizao do estudo.

    5. EQUIPAMENTOS MEDIDOS

    Logo abaixo, ser feita uma breve explicao do funcionamento de cada equipamento

    medido, assim como, sero mencionados os valores de potncia e tenso de linha encontradas nos

    catlogos que foram disponibilizados pelo proprietrio de cada equipamento ou que foram obtidos

    na forma eletrnica atravs da Web.

    5.1. Aparelho de Hemodinmica

    O Aparelho de Hemodinmica responsvel pelo estudo dos movimentos e presses da

    circulao sangunea. O estudo consiste na introduo de um cateter (pequeno tubo) pela

    artria, em geral prximo virilha do paciente (artria femoral) ou pelo punho (artria radial),

    por onde injetado o contraste que possibilita a visualizao das partes internas atravs de um

    aparelho especfico de raios-X (aparelho de hemodinmica). O termo tambm comumente

    usado para designar a sala ou setor onde ficam os equipamentos. Os exames mais conhecidos

    no servio so cateterismo e angioplastia.

    O equipamento utilizado para as medies foi um modelo Artis Zee da Siemens existente

    no Hospital Santa Genoveva na cidade de Uberlndia. O aparelho possui um consumo de 8,1

    kVA para sua carga mxima em um nvel de tenso de 380 V. As figuras 2 e 3 ilustram o

    aparelho utilizado e o exemplo de uma imagem que o equipamento gera durante a realizao

    dos exames:

    Figura 2 Aparelho de Hemodinmica em preparao

  • Figura 3 Imagem obtida por meio do aparelho Artis Zee

    5.2. Aparelho de raio X

    Os raios X so obtidos atravs de um aparelho chamado de Tubo de Coolidge. Esse

    equipamento um tubo oco, evacuado e que contm um ctodo em seu interior. Quando esse

    ctodo aquecido por uma corrente eltrica fornecida por uma fonte de tenso, ele emite uma

    grande quantidade de eltrons que so fortemente atrados pelo nodo, chegando a este com

    grande energia cintica. Quando os eltrons se chocam com o nodo, transferem energia para

    os eltrons que esto nos tomos dos nodos. Os eltrons com energia so acelerados e ento

    emitem ondas eletromagnticas que so conhecidas como raios X. A propriedade de atravessar

    materiais de baixa densidade, como os msculos e ser absorvido por materiais com densidades

    mais elevadas como, por exemplo, os ossos o que permite esta tecnologia ser to utilizada

    para a realizao de diagnsticos. Dessa forma, para a liberao de tal energia, este

    equipamento necessita de uma fonte que gere picos de corrente em pequenos intervalos de

    tempo.

    O equipamento que teve seus parmetros de qualidade analisados neste trabalho da marca

    Siemens e est em plena operao na Clnica de Diagnsticos Clima, na cidade de Uberlndia.

    A Figura 4 ilustra o tipo de equipamento e sua posio em uma sala apropriada para o

    procedimento, revestida com placas de chumbo:

  • Figura 4 Aparelho raios X da Siemens

    5.3. Tomgrafo computadorizado

    Enquanto as tcnicas radiolgicas convencionais produzem imagens somadas de um

    objeto, varredores tomogrficos giram para dividir um objeto e organiz-lo em sees de

    imagens paralelas e espacialmente consecutivas (cortes axiais). O processo que era

    originalmente totalmente mecnico foi melhorado graas s novas tecnologias. E, atualmente, a

    alta qualidade das imagens o resultado dos complexos sistemas computacionais. De forma

    mais simples, o tomograma gerado a partir de um feixe de raios X estreito e um

    defletor montado no lado diametralmente oposto. Como o cabeote e o detector

    esto conectados mecanicamente, eles se movem de forma sncrona. Quando o conjunto

    cabeote - detector faz uma translao ou rotao em torno do paciente, as estruturas internas

    do corpo atenuam o feixe de raios X de acordo com a densidade e nmero atmico de cada

    tecido. A intensidade da radiao detectada pelos sensores de raios X varia de acordo com esse

    padro e forma uma lista de intensidades para cada projeo. No final da translao ou rotao

    o conjunto cabeote - detector retorna para a posio inicial, a mesa com o paciente se

    movimenta em alguns milmetros, e o tomgrafo comea uma nova varredura. Este processo

    repetido inmeras vezes, gerando uma grande quantidade de dados que so convertidos em

    valores numricos. Atravs de equaes matemticas aplicadas sobre estes valores, torna

    possvel a determinao de relaes espaciais entre as estruturas internas de uma regio

    selecionada do corpo humano. O tomograma calculado, ou seja, a imagem apresentada na tela

  • nada mais do que valores de atenuao, ou, num clculo inverso, uma matriz com valores de

    dose absorvida de radiao pelos tecidos analisados. Visualmente, para o diagnstico, os

    valores de atenuao so apresentados na forma de tons de cinza, criando assim uma imagem

    espacial do objeto varrido. Sendo assim, o funcionamento eltrico deste equipamento o

    mesmo do aparelho de raio X, salvo o consumo de equipamentos auxiliares como os motores e

    os computadores responsveis pelo sistema de processamento de imagens.

    O equipamento utilizado para as medies foi um modelo Brilliance 16 da Philips existente

    na Clnica de Diagnsticos Clima, na cidade de Uberlndia. O aparelho possui uma carga

    mxima de 50 kW em sua operao em um nvel de tenso de 480 V. As figuras 5 e 6 ilustram

    o aparelho utilizado e um exemplo de uma imagem que o equipamento gera durante sua

    operao:

    Figura 5 Tomgrafo Brilliance 16 da Philips

    Figura 6 Tomografia de um crnio

  • 5.4. Ressonncia magntica

    A grande vantagem desse tipo de exame mostrar os tecidos internos do corpo humano

    sem submet-los radiao, como fazem os raios X. O aparelho cria um campo magntico no

    organismo do paciente, de modo que os ncleos dos tomos de hidrognio - elemento

    abundante no corpo humano, por entrar na composio da gua - se alinhem e formem

    pequenos ms. A regio examinada atravessada por ondas de radiofrequncia emitidas pelo

    aparelho direcionadas regio que se deseja examinar. Quando as ondas passam pelos tomos

    de hidrognio, produzem uma vibrao que detectada e enviada a um computador. Este

    computador recebe estes dados matemticos e os transforma em imagens por meio de

    transformadas de Fourier que aparecem na tela e depois so impressas em um filme. O exame

    de ressonncia magntica pode avaliar e mostrar possveis leses em qualquer rgo ou tecido

    do corpo humano que possua gua em sua composio, como a medula ssea, por exemplo. Os

    ossos ficam de fora, pois, como quase no tm gua, no vibram e aparecem na imagem na

    forma de manchas pretas.

    A ressonncia magntica muito utilizada para exames que necessitam de um

    detalhamento maior, ou para encontrar problemas existentes mais no interior dos rgos. Outro

    motivo de seu uso a possibilidade de captar imagens de qualquer ngulo do corpo, visto que a

    tomografia computadorizada s gera imagens do corpo no plano axial.

    Desta forma, a principal participao da energia eltrica neste equipamento est ligada

    gerao dos campos magnticos utilizados para gerao das imagens.

    O equipamento utilizado para as medies foi um modelo Eclipse de 1,5 Tesla da Philips

    existente na Clnica de Diagnsticos Clima, na cidade de Uberlndia. O aparelho possui uma

    carga mxima de 40 kVA operando em um nvel de tenso de 480 V. As figuras 7 e 8 ilustram

    o aparelho utilizado e um exemplo de uma imagem que o equipamento gera durante a

    realizao dos exames:

    Figura 7 Aparelho de ressonncia magntica em operao

  • Figura 8 Imagens provenientes de exames de ressonncia magntica

    6. MEDIES E DISCUSSES

    Uma vez que os registradores de qualidade de energia eltrica foram configurados para

    efetuarem leituras dos parmetros eltricos, presentes nos quadros alimentadores dos equipamentos,

    em intervalos de 1 segundo, toda essa massa de dados mensurada durante o tempo de durao do

    procedimento foi analisada.

    Dentro deste intervalo de operao, foi selecionado o valor de tempo onde ocorreu o maior

    pico de corrente eltrica no equipamento analisado, dessa forma, todos os outros parmetros a

    serem utilizados na anlise, foram selecionados a partir deste valor de tempo.

    Para se realizar a comparao dos impactos na qualidade de energia gerados pelos

    equipamentos, foi escolhido um valor de tempo anterior ao incio da operao de cada equipamento,

    tal valor de tempo se caracterizou pelo reduzido ou nenhum valor de corrente eltrica mensurada

    durante o mesmo.

    Para a comparao dos dados, por meio de grficos, foram definidas duas situaes:

    OFF: equipamento se encontra fora de operao, pronto para iniciar o procedimento de

    exame;

    ON: equipamento atuando durante o procedimento do exame.

    Durante as medies, o parmetro de qualidade referente frequncia no teve modificaes

    significativas que ultrapassassem os valores permitidos pelo PRODIST, dessa forma comentrios

    referentes ao assunto no so relevantes.

  • O parmetro de qualidade referente Flutuao de tenso no ser tratado neste trabalho,

    uma vez que, nos equipamentos cujos procedimentos duraram mais que 10 minutos, no foram

    constatados valores para este parmetro.

    Seguem abaixo os resultados das medies de cada equipamento mdico, assim como um

    pequeno comentrio de cada parmetro de qualidade medido, com a ajuda de tabelas e grficos para

    melhor entendimento das caractersticas mensuradas em cada equipamento.

    6.1. APARELHO DE HEMODINMICA

    6.1.1. Tenso em regime permanente

    Para a anlise deste parmetro sero usados o Tabela 8 e a Figura 9:

    Tabela 8 Faixa de classificao dos nveis de tenso de fase de 220 V

    Figura 9 Tenso mdia por fase do aparelho de Hemodinmica

    A medio deste equipamento foi realizada durante o primeiro exame do dia, desta forma, o

    medidor foi capaz de ler os valores de tenso de cada fase sem qualquer influncia do

    equipamento. Por meio da Figura 9, pode-se verificar que as tenses so praticamente as

    mesmas tanto com o equipamento no estado OFF como no estado ON.

    Vmed (L1) Vmed (L2) Vmed (L3)

    OFF 224,4 224,1 224,1

    ON 224,2 223,9 224,0

    223,6 223,7 223,8 223,9 224,0 224,1 224,2 224,3 224,4

    Vo

    lts

    Tenso mdia

  • Fazendo a anlise em termos da qualidade da tenso em regime permanente, pode-se dizer

    que o aparelho no provoca nenhum impacto neste quesito, uma vez que se comparados os

    valores das tenses de cada fase, nos dois nveis de operao, aos valores de referncia da

    Tabela 8, o nvel de tenso do barramento que alimenta o equipamento est na faixa adequada.

    Essa pequena magnitude da queda de tenso obtida entre os dois nveis de operao indica que,

    provavelmente, o nvel de curto circuito existente na barra que alimenta o equipamento bem

    elevado.

    6.1.2. Fator de potncia

    Pode ser verificado na Figura 10 que no estado OFF o fator de potncia unitrio, pois,com

    a mquina fora de operao no existe corrente e consequentemente, um ngulo de defasagem entre

    tenso e corrente. J com a mquina em operao, verifica-se que o fator de potncia 0,69

    indutivo, que considerado baixo. Tal valor pode contribuir para um baixo fator de potncia do

    conjunto, uma vez que o indicado pelo Mdulo 8 do PRODIST 0,92 no ponto de conexo entre o

    hospital e concessionria. Desse modo, o hospital est passvel de ser penalizado com multas por

    parte da concessionria.

    Figura 10 Fator de potncia

    Um baixo fator de potncia corresponde a um maior valor de potncia reativa exigida pelo

    equipamento, entretanto, pode-se verificar na Figura 11, que o valor de 1,5 kVAr registrado pelo

    medidor bem menor do que o valor de 8,7 kVAr que seria necessrio para chegar ao valor da

    potncia aparente de 12 kVA registrada pelo medidor.

    OFF ON

    FP TOTAL 1,00 0,69

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1,20

    FP TOTAL

  • Figura 11 Potncias totais

    Essa incoerncia se deve ao fato que na presena de componentes harmnicos de tenso e

    corrente, o fator de potncia diminui.

    Para um barramento sem a presena de contedo harmnico de tenso e corrente, o fator de

    potncia do mesmo pode ser obtido por meio da equao 8:

    Para barramentos contendo a presena de valores harmnicos de tenso e corrente, tm-se

    que para o clculo da potncia aparente necessrio utilizar os valores eficazes de tenso e corrente

    existentes no barramento junto com o somatrio dos quadrados de cada ordem harmnica envolvida

    na medio, cujos valores podem ser obtidos por meio das equaes (9) e (10) respectivamente:

    (9)

    (10)

    Sabendo que os valores de distoro total de tenso (DTT) e distoro total de corrente

    (DTI) so obtidos pelas equaes (11) e (12), respectivamente:

    ATIVA(kW) REATIVA (kVAr) APARENTE (kVA)

    DESLIGADO 0,0 0,0 0,0

    LIGADO 8,3 1,5 12,0

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    10,0

    12,0

    14,0

    Potncias totais

  • (11)

    (12)

    Substituindo as equaes (9), (10), (11) e (12) na equao (8), resulta a equao (13)

    utilizada para calcular o fator de potncia em barramentos com presena de contedo harmnico:

    Analisando a equao (13), pode-se notar que devido formao do denominador da

    equao, o valor do fator de potncia, na presena de harmnicas, sempre ser menor do que o fator

    de potncia de um barramento contendo apenas as componentes fundamentais de corrente e tenso.

    Este fenmeno foi e ainda objeto de estudo de muitos pesquisadores, entretanto, a teoria

    defendida pelo engenheiro eletricista romeno Constantin Budeanu a mais aceita pela comunidade

    acadmica e pelas concessionrias de energia eltrica.

    Segundo Budeanu, na presena de contedo harmnico, existe uma quarta potncia, a qual

    ele denominou potncia de distoro que pode ser obtida por meio da seguinte combinao

    quadrtica:

    Onde:

    DB = Potncia de Distoro;

    S = Potncia Aparente;

    P = Potncia Ativa;

    Q = Potncia Reativa.

    Graficamente, essa quarta potncia representada por um quarto vetor saindo do plano

    cartesiano do tringulo de potncias, na direo do eixo z, conforme pode ser visto na Figura 12:

  • Figura 12 Tringulo de potncias tridimensional

    6.1.3. Nveis harmnicos de tenso e corrente

    Os registradores de qualidade de energia utilizados realizam leituras dos nveis harmnicos

    de tenso e corrente individuais at a 50 ordem. Entretanto, em todos os equipamentos analisados,

    somente as harmnicas mpares at a 13 ordem so de valores relevantes para o trabalho. Dessa

    forma, todas as anlises referentes s harmnicas de tenso e corrente sero feitas utilizando

    somente as ordens acima citadas. Esse procedimento ser realizado para todos os equipamentos aqui

    analisados.

    Nveis harmnicos de tenso

    Na Figura 13 pode ser visto que j existe um valor pr-distorcido de tenso no circuito de

    alimentao do equipamento e durante sua operao o incremento de distoro pequeno. Nos dois

    nveis de operao o percentual de distoro de tenso no ultrapassa o valor de 10 % sugerido no

    pelo PRODIST para nveis de tenso menores que 1 kV e que pode ser confirmado na Tabela 2

    deste trabalho.

  • Figura 13 Distoro harmnica total de tenso por fase

    Na Figura 14 pode ser visto que o Aparelho de Hemodinmica gera um grande contedo

    harmnico de 13 ordem se comparado com o valor de quando o aparelho se encontra desligado. Tal

    caracterstica comum em equipamentos que possuem retificadores de 12 pulsos em seus circuitos

    internos. Outro fato interessante a predominncia de um maior contedo de 5 harmnica no

    sistema que alimenta o equipamento.

    Em termos de qualidade da energia eltrica, o equipamento est dentro dos limites sugeridos

    pelo PRODIST para todas as ordens harmnicas geradas pelo equipamento.

    Figura 14 Contedo harmnico individual de tenso

    Nveis harmnicos de corrente

    Na Figura 15 tm-se os valores da distoro total de corrente em cada fase do circuito

    alimentador da Hemodinmica. Nota-se, tambm, uma diferena da porcentagem de distoro entre

    THDV (L1) THDV (L2) THDV (L3)

    OFF 2,5 2,5 2,7

    ON 3,1 3,1 3,3

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2,0

    2,5

    3,0

    3,5

    %

    Distoro total de tenso

    Vh3 Vh5 Vh7 Vh9 Vh11 Vh13

    OFF 0,29 1,43 0,15 0,05 0,22 0,09

    ON 0,30 1,55 0,27 0,04 0,23 0,67

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    %

    Contedo harmnico individual de tenso

  • as fases. Possivelmente, essa diferena originada de outros equipamentos auxiliares ao

    procedimento do exame que esto conectados por meio de tomadas que so alimentadas pelo

    mesmo quadro de energia.

    Figura 15 Distoro harmnica total de corrente por fase

    Na Figura 16 pode-se notar que as maiores contribuies para a distoro harmnica de

    corrente gerada pelo equipamento so de 5 e 7 ordem.

    O Mdulo 8 do PRODIST no sugere limites para os valores de distoro total de corrente

    assim como para os valores individuais de harmnicos de corrente.

    Figura 16 Contedo harmnico individual de corrente

    THDI (L1) THDI (L2) THDI (L3)

    OFF 0,0 0,0 0,0

    ON 58,8 65,6 67,1

    0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

    %

    Distoro harmnica total de corrente

    Ih3 Ih5 Ih7 Ih9 Ih11 Ih13

    OFF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

    ON 1,49 5,44 2,96 0,44 0,65 0,67

    0,00

    1,00

    2,00

    3,00

    4,00

    5,00

    6,00

    %

    Contedo harmnico de corrente

  • 6.1.4. Desequilbrio de tenso

    A respeito do desequilbrio gerado pela operao da carga pode-se falar que ela diminui tal

    valor. Entretanto, os valores de desequilbrio apresentados com e sem a operao do equipamento

    esto bem abaixo do limite de 2% sugerido pelo PRODIST conforme pode ser visto na Figura 17.

    Figura 17 Desequilbrio de tenso

    6.1.5. Variao de tenso de curta durao

    O registrador de qualidade de energia eltrica ligado a este aparelho no acusou nenhum

    evento de afundamento ou elevao momentnea de tenso durante a operao do equipamento.

    6.2. APARELHO DE RAIOS X

    Para a realizao da medio deste equipamento conectou-se o registrador de qualidade no

    quadro de energia do equipamento, cuja tenso de alimentao, por fase, de 220 V. Vale ressaltar

    que alm do equipamento de raios X, so alimentados pelo mesmo quadro todos os equipamentos

    auxiliares no procedimento do exame como, por exemplo, computadores.

    Durante a medio, foi solicitado ao operador que realizasse o procedimento normal de

    exame para que todas as caractersticas eltricas do equipamento fossem registradas, uma vez que

    no existiam pacientes no momento.

    OFF ON

    DESEQUILBRIO DE TENSO

    0,20 0,19

    0,18

    0,19

    0,19

    0,19

    0,19

    0,19

    0,20

    0,20

    0,20

    0,20

    %

    DESEQUILBRIO DE TENSO

  • Os resultados que sero apresentados a seguir demonstram a existncia de fluxo de carga

    antes mesmo de o aparelho ser operado. Este fato se explica devido ao estado de prontido do

    mesmo aguardando o incio do procedimento ditado pelo operador.

    6.2.1. Tenso em regime permanente

    Figura 18 Tenso mdia eficaz por fase do aparelho de raios X

    Tabela 9 Faixa de classificao dos nveis de tenso de fase em 220 V.

    Analisando os valores da Figura 18 percebe-se que a queda de tenso devido operao do

    aparelho mnima.

    Fazendo uma anlise em termos da qualidade da tenso em regime permanente, pode-se

    dizer que o aparelho no provoca nenhum impacto neste quesito, uma vez que se comparados os

    valores das tenses de cada fase, nos dois nveis de operao, aos valores de referncia da Tabela 9,

    o nvel de tenso do barramento que alimenta o equipamento est na faixa adequada.

    L1 L2 L3

    OFF 220,8 221,0 220,5

    ON 220,5 220,8 220,3

    219,8 220,0 220,2 220,4 220,6 220,8 221,0

    Vo

    lts

    Tenso mdia

  • 6.2.2. Fator de potncia

    Por meio da Figura 19 possvel visualizar que o fator de potncia do aparelho em seu

    estado de espera (OFF) da ordem de 0,12 indutivo. Este valor aumenta para 0,68 indutivo no

    momento do disparo do equipamento produzindo uma melhora significativa. Entretanto, este valor

    baixo para os padres da norma, podendo causar problemas no fator de potncia total da instalao

    da clnica de imagens.

    Figura 19 Fator de potncia do aparelho de raio X

    O baixo fator de potncia no estado de espera do aparelho justificado pelo baixo consumo

    de energia ativa neste estado se comparado ao consumo de energia reativa como pode ser visto na

    Figura 20. No entanto, durante o disparo do equipamento, verifica-se um grande aumento na

    corrente de cada uma das fases (Figura 21), fazendo com que a circulao de potncia ativa

    ultrapasse a de potncia reativa melhorando o fator de potncia do equipamento.

    Figura 20 Potncias do aparelho de raios X

    OFF ON

    FP TOTAL 0,12 0,68

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    FP TOTAL

    ATIVA(kW) REATIVA (kVAr) APARENTE (kVA)

    OFF 0,43 3,41 3,52

    ON 15,13 13,85 22,27

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    Potncias totais

  • Figura 21 Corrente mxima de fase do aparelho de raios X

    6.2.3. Nveis harmnicos de tenso e corrente

    Nveis harmnicos de tenso

    Na Figura 22 pode ser visto que j existe um valor pr-distorcido de tenso no circuito de

    alimentao do equipamento e durante sua operao o incremento de distoro pequeno. Chama a

    ateno a diferena de distoro na fase 2 quando esta comparada com as restantes. Nos dois

    nveis de operao o percentual de distoro de tenso no ultrapassa o valor de 10 % sugerido no

    pelo PRODIST para nveis de tenso menores que 1 kV e que pode ser confirmado na Tabela 2

    deste trabalho.

    Figura 22 Distoro harmnica total de tenso do aparelho de raios X

    L1 L2 L3

    OFF 5,6 6,0 5,3

    ON 56,0 52,2 48,5

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    Am

    pe

    res

    Corrente mxima por fase

    L1 L2 L3

    OFF 2,64 2,86 2,67

    ON 2,68 2,93 2,73

    2,40 2,50 2,60 2,70 2,80 2,90 3,00

    %

    Distoro total de tenso

  • Na Figura 23 pode ser visto que os componentes internos do circuito do aparelho de raios X

    possuem caractersticas de 11 e 13 ordem, alm da contribuio no nvel harmnico de 5 ordem

    predominante no sistema, quando no estgio de espera do equipamento.

    Em termos de qualidade da energia eltrica, o equipamento est dentro dos limites sugeridos

    pelo PRODIST para todas as ordens harmnicas geradas.

    Figura 23 Contedo harmnico individual de tenso do aparelho de raios X

    Nveis harmnicos de corrente

    Na Figura 24 tm-se os valores da distoro total de corrente em cada fase do circuito

    alimentador do aparelho de raios X. Nota-se uma elevada diferena da porcentagem de distoro da

    fase 3 para com as outras fases. Possivelmente, essa diferena originada pelas caractersticas no

    lineares de outros equipamentos que so alimentados pelo mesmo quadro de energia e esto

    conectados na fase 3.

    Figura 24 Distoro harmnica total de corrente do aparelho de raios X

    Vh3 Vh5 Vh7 Vh9 Vh11 Vh13

    OFF 0,39 2,51 0,73 0,11 0,50 0,16

    ON 0,38 3,49 0,96 0,18 0,76 0,68

    0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00

    %

    Contedo harmnico de tenso

    L1 L2 L3

    OFF 31,33 24,68 93,21

    ON 75,19 76,74 83,22

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    %

    Distoro harmnica total de corrente

  • Na Figura 25 pode-se notar que as maiores contribuies para a distoro harmnica de

    corrente gerada pelo equipamento so de 5 e 7 ordem.

    O Mdulo 8 do PRODIST no sugere limites para os valores de distoro total de corrente

    assim como para os valores individuais de harmnicos de corrente.

    Figura 25 Contedo harmnico individual de corrente do aparelho de raios X

    6.2.4. Desequilbrio de tenso

    Em funo de um erro de sequncia de fases na instalao do registrador de parmetros da

    qualidade da energia eltrica, no foi possvel o correto registro dessa grandeza.

    6.2.5. Variaes de tenso de curta durao

    Na medio durante a operao do aparelho de raios X no foi constatada nenhuma variao

    momentnea de tenso conforme pode ser vista na Figura 26.

    Figura 26 Sumrio dos registros efetuados pelo registrador de qualidade utilizado

    Ih3 Ih5 Ih7 Ih9 Ih11 Ih13

    OFF 17,61 16,60 7,91 9,99 7,46 6,25

    ON 10,35 63,64 39,80 2,77 4,88 9,31

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    70,00

    %

    Contedo harmnico individual de corrente

  • 6.3. TOMGRAFO COMPUTADORIZADO

    Para a realizao da medio deste equipamento conectou-se o registrador de qualidade no

    quadro de energia do equipamento, cuja tenso de alimentao, por fase, de 277 V.

    Durante a medio, foi solicitado ao operador que realizasse o procedimento normal de

    exame para que todas as caractersticas eltricas do equipamento fossem registradas, uma vez que

    no existiam exames a serem realizados no momento.

    Os resultados que sero apresentados a seguir demonstram a existncia de fluxo de carga

    antes mesmo de o aparelho ser operado. Isso se deve ao fato da operao contnua dos circuitos da

    mquina, responsveis pelo controle dos mecanismos de imagem existentes no interior do

    equipamento. Tais circuitos somente so desligados no final do expediente da clnica.

    6.3.1. Tenso em regime permanente

    No Grfico 16 pode ser verificado que os nveis de tenso no estado OFF e ON. No perodo

    de operao do equipamento ocorre um pequeno afundamento de tenso nas fases, fato natural da

    solicitao de uma maior corrente pelo equipamento.

    Figura 27 Tenso mdia eficaz por fase do Tomgrafo

    O funcionamento do aparelho no causa nenhum problema na qualidade da energia em

    termos de tenso em regime permanente, visto que, de acordo com a Tabela 10, os nveis de tenso

    nos dois estgios de funcionamento do Tomgrafo esto dentro da faixa adequada.

    V(L1) V(L2) V(L3)

    OFF 279,3 280,3 279,9

    ON 277,8 278,8 278,6

    276,0

    277,0

    278,0

    279,0

    280,0

    281,0

    Vo

    lts

    Tenso mdia

  • Tabela 10 Faixa de classificao dos nveis de tenso de fase 277 V

    6.3.2. Fator de potncia

    Por meio da Figura 28 possvel verificar que fora de operao o fator de potncia do

    equipamento muito baixo devido o fluxo de potncia reativa ser maior do que o de potncia ativa

    (Figura 29).

    Figura 28 Fator de potncia do Tomgrafo

    Figura 29 Potncias totais do Tomgrafo

    Durante o processo do exame, uma elevada corrente solicitada pelo equipamento,

    conforme indicado na Figura 30, fazendo com que o consumo de potncia ativa seja maior que o de

    reativa elevando o fator de potncia ao valor de 0,82 indutivo.

    OFF ON

    FP 0,34 0,82

    0,00

    0,50

    1,00

    Fator de potncia

    ATIVA(kW) REATIVA (kVAr) APARENTE (kVA)

    OFF 2,8 7,5 8,2

    ON 49,4 16,4 52,1

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    Potncias totais

  • Figura 30 Correntes de fase do Tomgrafo

    6.3.3. Nveis harmnicos de tenso e corrente

    Nveis harmnicos de tenso

    Durante a operao do Tomgrafo, foi verificado um acrscimo nos valores j existentes de

    distoro harmnica total de tenso do quadro de energia do equipamento, como pode ser verificado

    na Figura 31.

    Figura 31 Distoro total de tenso presente no Tomgrafo

    Em valores individuais, verifica-se na Figura 32, que a o circuito eletrnico do Tomgrafo

    possui uma maior predominncia das componentes harmnicas de 11 e 13 ordens e a operao do

    equipamento contribui para um pequeno decrscimo das harmnicas de tenso de 5 e 7 ordens.

    Dessa forma, pode-se dizer que a operao do Tomgrafo no prejudica a qualidade da energia

    I(L1) I(L2) I(L3)

    OFF 9,8 10,7 9,3

    ON 74,8 75,2 76,3

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    Am

    pe

    res

    Corrente mxima

    THDV(L1) THDV(L2) THDV(L3)

    OFF 3,1 3,1 2,9

    ON 3,5 3,5 3,3

    0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

    %

    Distoro total de tenso

  • eltrica, de acordo com os nveis sugeridos pelo Mdulo 8 do PRODIST, em relao aos nveis

    harmnicos de tenso.

    Figura 32 Contedo harmnico individual de tenso presente no Tomgrafo

    Nveis harmnicos de corrente

    Pode ser observado na Figura 33 que o Tomgrafo em funcionamento produziu um pequeno

    aumento na distoro total de corrente registrada pelo medidor.

    Figura 33 Distoro harmnica total de corrente presente no Tomgrafo

    J na Figura 34 possvel verificar que o contedo harmnico de corrente produzido pelo

    equipamento predominantemente de 5 ordem, sendo que ocorreu uma pequena reduo nas

    harmnicas de 3, 7, 9 e 13 ordens.

    Vh3 Vh5 Vh7 Vh9 Vh11 Vh13

    OFF 0,40 2,72 1,02 0,09 0,53 0,27

    ON 0,40 2,23 0,86 0,10 1,25 1,36

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00 %

    Contedo harmnico de tenso

    THDI(L1) THDI(L2) THDI(L3)

    OFF 21,6 18,7 23,0

    ON 24,4 25,8 25,3

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    %

    Distoro total de corrente

  • Figura 34 Contedo harmnico individual de corrente presente no Tomgrafo

    Uma vez que o Mdulo 8 do PRODIST no especifica valores mximos para harmnicas de

    corrente, no existe nenhum problema em relao qualidade da energia eltrica, causado pelo

    equipamento.

    6.3.4. Desequilbrio de tenso

    Para este equipamento, o desequilbrio de tenso registrado foi de apenas 0,073 %, no

    havendo diferena nesse valor tanto no estado OFF como no estado ON do Tomgrafo.

    6.3.5. Variao de tenso de curta durao

    Na medio durante a operao do Tomgrafo no foi constatada nenhuma variao

    momentnea de tenso conforme pode ser vista na Figura 35.

    Figura 35 Sumrio dos registros efetuados pelo registrador de qualidade utilizado

    Ih3 Ih5 Ih7 Ih9 Ih11 Ih13

    OFF 4,82 7,71 14,65 1,60 9,80 3,74

    ON 4,26 15,30 13,35 1,14 10,09 0,39

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    %

    Contedo harmnico de corrente

  • 6.4. RESSONNCIA MAGNTICA

    Para a realizao da medio deste equipamento, conectou-se o registrador de qualidade no

    quadro de energia do mesmo, cuja tenso de alimentao, por fase, de 277 V. O aparelho

    importado dos Estados Unidos e foi construdo para trabalhar em uma frequncia de 50 Hz. Dessa

    forma necessrio o uso de um inversor de frequncia para o correto funcionamento da

    Ressonncia Magntica na frequncia do sistema eltrico brasileiro.

    A medio foi realizada durante o procedimento normal dos exames dentro da clnica e os

    resultados que sero apresentados a seguir, demonstram a existncia de um grande fluxo de carga

    antes mesmo de o aparelho ser operado. Essa carga se deve ao funcionamento contnuo, durante o

    dia todo, da bobina principal do ncleo magntico do equipamento. A Ressonncia magntica s

    totalmente desligada no final do dia quando no mais nenhum exame a ser realizado.

    6.4.1. Tenso em regime permanente

    Analisando a Figura 36, verifica-se que existe uma pequena queda de tenso em cada fase do

    equipamento, quando este inicia o processo de exame.

    Figura 36 Tenso mdia por fase da Ressonncia Magntica

    Em termos de qualidade da energia eltrica, este equipamento no viola os limites

    estabelecidos pelo PRODIST, estando os valores de tenso, com a mquina em estado OFF, no

    limiar da faixa adequada para a precria superior conforme pode ser visto na Tabela 11.

    Tabela 11 Faixa de classificao dos nveis de tenso de fase 277 V

    Vmed (L1) Vmed (L2) Vmed (L3)

    OFF 290,6 290,6 290,3

    ON 289,0 288,9 288,5

    287,0

    288,0

    289,0

    290,0

    291,0

    Vo

    lts

    Tenso mdia

  • 6.4.2. Fator de potncia

    O fator de potncia deste tipo de carga praticamente zero para os dois estados de

    funcionamento do equipamento, caracterizando uma carga praticamente reativa, como pode ser

    visto na Figura 37.

    Figura 37 Fator de potncia da Ressonncia Magntica

    Analisando a Figura 38, pode-se verificar a causa do baixo fator de potncia do

    equipamento. A potncia reativa nos dois estados de funcionamento da Ressonncia Magntica

    muito maior do que o consumo de potncia ativa, mesmo com o aumento do fluxo de corrente no

    estado ON da mquina, conforme pode ser visto na Figura 39. No presente caso, se faz necessrio

    uma correo do fator de potncia deste equipamento, uma vez que esse valor de fator de potncia,

    com certeza, se refletir no fator de potncia total no ponto de conexo de energia entre a clnica e a

    concessionria de energia.

    Figura 38 Potncias totais da Ressonncia Magntica

    OFF ON

    FP TOTAL 0,038 0,060

    0,000

    0,020

    0,040

    0,060

    0,080

    FP TOTAL

    ATIVA(kW) REATIVA (kVAr) APARENTE (kVA)

    OFF 1,1 28,3 28,3

    ON 2,3 38,6 38,8

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    Potncias totais

  • Figura 39 Correntes de fase da Ressonncia Magntica

    6.4.3. Nveis harmnicos de tenso e corrente

    Nveis harmnicos de tenso

    Por meio da Figura 40, pode-se verificar um valor elevado da distoro total de tenso nos

    dois estados de funcionamento do equipamento. Tal valor ultrapassa o limite de 10 % de distoro

    harmnica total de tenso, sugerido pelo PRODIST, comprometendo totalmente os nveis da

    qualidade de energia do equipamento.

    Figura 40 Distoro harmnica total de tenso do aparelho de Ressonncia Magntica

    Este tipo de carga tem a predominncia das harmnicas de 11 e 13 ordens conforme pode

    ser visto na Figura 41. Esses altos valores de distoro harmnica devem ser causados pela presena

    dos circuitos eletrnicos do inversor de frequncia e do retificador utilizado para se criar o campo

    magntico necessrio no ncleo desse equipamento.

    Imax (L1) Imax (L2) Imax (L3)

    OFF 36,9 35,6 36,3

    ON 50,1 49,5 49,4

    0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0

    Am

    pe

    res

    Corrente mxima

    THDV (L1) THDV (L2) THDV (L3)

    OFF 32,9 25,9 32,2

    ON 32,6 34,3 37,0

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    %

    Distoro total de tenso

  • Figura 41 Contedo harmnico individual de tenso da Ressonncia Magntica

    Nveis harmnicos de corrente

    A situao praticamente a mesma em se tratando do nvel harmnico de corrente gerado

    por este equipamento. Os nveis de distoro totais de corrente so bem altos e no ocorrem

    igualmente entre as fases conforme pode ser visto na Figura 42.

    Figura 42 Distoro harmnica total de corrente presente na Ressonncia Magntica

    Em relao aos nveis individuais de harmnicas de corrente, as ordens harmnicas

    principais so a 3 e a 13 de acordo com a Figura 43.

    Vh3 Vh5 Vh7 Vh9 Vh11 Vh13

    OFF 12,12 6,69 4,27 3,83 2,92 4,68

    ON 12,91 7,31 4,33 3,46 9,55 11,51

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    %

    Contedo harmnico individual de tenso

    THDI (L1) THDI (L2) THDI (L3)

    OFF 36,9 90,8 57,1

    ON 91,7 88,7 71,4

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    %

    Distoro total de corrente

  • Figura 43 Contedo harmnico individual de corrente da Ressonncia Magntica

    O Mdulo 8 do PRODIST no sugere limites para os nveis de tenso harmnica de

    corrente.

    6.4.4. Desequilbrio de tenso

    Em funo de um erro de sequncia de fases na instalao do registrador de parmetros da

    qualidade da energia eltrica, no foi possvel o correto registro dessa grandeza.

    6.4.5. Variao de tenso de curta durao

    Na medio durante a operao da Ressonncia Magntica foram constatadas elevaes

    momentneas de tenso, com durao de 50 ms, no quadro de energia do equipamento. Esses

    registros podem ser vistos na Figura 44.

    Figura 44 Sumrio dos registros efetuados pelo registrador de qualidade utilizado

    Ih3 Ih5 Ih7 Ih9 Ih11 Ih13

    OFF 24,58 11,00 8,43 8,43 6,77 5,34

    ON 26,86 10,48 11,23 10,81 6,84 8,40

    0,00 5,00

    10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

    %

    Contedo harmnico individual de corrente

  • 7. CONCLUSES

    A partir do trabalho apresentado foi possvel concluir que todas as cargas estudadas possuem

    um baixo fator de potncia quando em operao ou em estado de pr-operao. Possivelmente, a

    existncia de outras cargas conectadas s barras de alimentao dos estabelecimentos analisados

    contribuem para uma melhora no fator de potncia, uma vez que, quando indagados, os

    responsveis pelas instalaes mencionaram a inexistncia de qualquer tipo de penalizao

    financeira por parte da concessionria de energia eltrica devido a um baixo fator de potncia de

    suas instalaes.

    Verificou-se tambm, que as cargas analisadas adicionam certa porcentagem de contedo

    harmnico de tenso e corrente no barramento de alimentao, entretanto, excluindo o aparelho de

    ressonncia magntica, todos os outros aparelhos possuem um nvel de contedo harmnico dentro

    dos limites sugeridos pelo Mdulo 8 do PRODIST.

    A respeito do elevado valor de distoro harmnica de tenso no aparelho de ressonncia

    magntica, vale ressaltar que tais valores podem causar danos nos outros aparelhos ligados ao

    barramento da instalao onde os equipamentos esto conectados e ainda causar problemas na

    qualidade da energia eltrica de estabelecimentos vizinhos s instalaes estudadas. Seria o caso de

    estudar e implementar meios de amenizar tais efeitos gerados por este equipamento.

    Finalizando, o presente trabalho foi realizado efetuando medies nos equipamentos com

    seu funcionamento isolado de outras cargas no lineares, contudo, seria muito interessante a

    realizao de um estudo envolvendo a medio de um barramento de alimentao com um maior

    nmero desse tipo de cargas com a finalidade de analisar quo afetada seria a qualidade da energia

    eltrica deste barramento e, mais ainda, um estudo de at que grau de comprometimento da

    qualidade da energia eltrica seria aceitvel para que fosse possvel o correto funcionamento destes

    equipamentos de diagnsticos ou at mesmo de equipamentos sustentadores de vida localizados em

    grandes complexos hospitalares, que na maioria das vezes, operam em concomitncia.

  • 8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] AFONSO, J. L. e MARTINS, L. S. Qualidade de Energia Elctrica na Indstria.Ciclo de

    Seminrios As Oportunidades das Ameaas: A Qualidade da Energia Elctrica, EUVEO, ISBN: 972-8063-15-6, pp. 1-35 (Captulo de Livro).Guimares,Portugal : s.n., 2003.

    [2] MORENO, Hilton. Harmnicas nas Instalaes Eltricas, Causas, efeitos e solues. So

    Paulo: PROCOBRE, 1 Edio, 2001.

    [3] NUNES, Renato VINHAL. Anlise da penetrao harmnica em redes de distribuio

    desequilibradas devido s cargas residenciais e comerciais com a utilizao do ATP. Dissertao de

    Mestrado, PPGEE, UFMG. 2007.

    [4] OLIVEIRA, C. G. et al. Estudo de caso de eficincia energtica e qualidade de energia

    eltrica. 6p. Anais do VIII Induscon Conferncia Internacional de Aplicaes Industriais, Poos de

    Caldas/MG, 2008

    [5] OKUMOTO,J.C, revista O setor eltrico, Nov. 2010, pgs. 76,77.

    [6] BRONZEADO, Herivelto S. et al. Uma Proposta de Termos e Definies Associadas a

    Qualidade da Energia Eltrica, II Seminrio Brasileiro sobre Qualidade da Energia Eltrica. So

    Loureno/MG, 1997.

    [7] S.LUGO, D.RAMIREZ, G.RIVERA, E. VEKQUES, Identification and Correction of

    Harmonics in an Industria - Facility, Electrical and Computer Engineering Department, University

    of Puerto Rico-Mayaguez May 1999. Recommended Practices.

    [8] Power Qual@ for Healthcare, Industrial and Agricultural Business Area, Electric Power

    Research Institute, Palo Alto, 1997.

    [9] Procedimentos de Distribuio de Energia Eltrica no Sistema Eltrico Nacional PRODIST. Mdulo 8 Qualidade da Energia Eltrica. Seo 8.1 Qualidade do produto.