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UMA TEMPESTADE DE LUZ: A COMPREENSÃO POSSIBILITADA PELA ANÁLISE TEXTUAL DISCURSIVA. Autor: Roque Moraes Descritor: Eimard Nascimento O artigo propõe-se a examinar processos de análise textual qualitativa, baseada em três elementos: Unitarização, categorização e comunicação. O presente artigo examina essa abordagem de análise em quatro focos: 1 Desmontagem dos textos: desconstrução e unitarização 1.1 Leitura e significação: Na perspectiva do autor é que propõe uma leitura e interpretar alguns dos sentidos que a leitura de um conjunto de textos possa aparecer. O pesquisador atribui significados sobre conhecimentos e teorias 1.2 Corpus É constituída essencialmente de produções textuais, onde são vistos como produtos que expressam discursos sobre fenômenos. Podem ser lidos, descritos e interpretados. Requer uma seleção e delimitação rigorosa. Constrói vários tipos de leituras: é o que denominaríamos de leituras do manifesto ou explicito (Denotativo, segundo Hall (1997)). Exigência que o pesquisador em seu trabalho se assuma como autor das interpretações que constrói dos textos que analisa. A análise textual parte de um conjunto de pressupostos em relação à leitura dos textos que examinamos. 1.3 Desconstrução e unitarização Desmontagem ou desintegração dos textos, destacando seus elementos constituintes. Sua definição pode partir tanto de categorias definidas a priori, como de categorias emergentes. Fragmentação para compreender o sentido do texto Surgem as unidades de base e analise. 1.4 Envolvimento e impregnação Exige uma impregnação aprofundada com os elementos do processo analítico. A unitarização é um processo para desestabilizar a ordem estabelecida, desorganizando o conhecimento existente. Leitura cuidadosa e profunda e a desmontagem do texto. Limite do caos

Analise Do Texto - Uma Tempestade de Luz Po Eimard Nascimento

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UMA TEMPESTADE DE LUZ: A COMPREENSÃO POSSIBILITADA PELA

ANÁLISE TEXTUAL DISCURSIVA. Autor: Roque Moraes

Descritor: Eimard Nascimento

O artigo propõe-se a examinar processos de análise textual qualitativa, baseada em três

elementos: Unitarização, categorização e comunicação.

O presente artigo examina essa abordagem de análise em quatro focos:

1 Desmontagem dos textos: desconstrução e unitarização

1.1 Leitura e significação:

Na perspectiva do autor é que propõe uma leitura e interpretar alguns dos

sentidos que a leitura de um conjunto de textos possa aparecer.

O pesquisador atribui significados sobre conhecimentos e teorias

1.2 Corpus

É constituída essencialmente de produções textuais, onde são vistos como

produtos que expressam discursos sobre fenômenos.

Podem ser lidos, descritos e interpretados.

Requer uma seleção e delimitação rigorosa.

Constrói vários tipos de leituras: é o que denominaríamos de leituras do

manifesto ou explicito (Denotativo, segundo Hall (1997)).

Exigência que o pesquisador em seu trabalho se assuma como autor das

interpretações que constrói dos textos que analisa.

A análise textual parte de um conjunto de pressupostos em relação à leitura dos

textos que examinamos.

1.3 Desconstrução e unitarização

Desmontagem ou desintegração dos textos, destacando seus elementos

constituintes.

Sua definição pode partir tanto de categorias definidas a priori, como de

categorias emergentes.

Fragmentação para compreender o sentido do texto Surgem as unidades de base

e analise.

1.4 Envolvimento e impregnação

Exige uma impregnação aprofundada com os elementos do processo analítico.

A unitarização é um processo para desestabilizar a ordem estabelecida,

desorganizando o conhecimento existente.

Leitura cuidadosa e profunda e a desmontagem do texto.

Limite do caos

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Condições para emergência de interpretações criativas e originais

2 Estabelecimento de relações: o processo de categorização

Aspecto central de uma analise qualitativo, onde as categorias são parte da luz que

emerge do processo analítico.

2.1 Processo de categorização

É um processo de comparação constante entre as unidades definidas no processo

inicial de análise.

Agrupamento de elementos semelhantes.

Constituem os elementos de significação próximas as categorias.

Métodos:

a) Dedutivo: do geral para o particular, implica construir categorias antes mesmo

de examinar o corpus do texto.

b) Indutivo: construir as categorias baseado nas informações contidas no corpus.

c) Intuitivo: inspirações repentinas, insights de luz.

2.2 Propriedades das categorias

A caracterização da analise textual pode ser feita a partir das propriedades das

categorias.

Necessitam ser validadas.

Homogeneidade.

Exercitar uma dialética entre o todo e a parte.

2.3 Categorização e Teorias

Toda categorização implica uma teoria. O conjunto de categorias é formado a

partir desse referencial de abstração que o suporta.

Pesquisador terá que caracterizar as categorias e estabelecer relações entre os

elementos destas categorias.

Pesquisador necessita assumir sua função de autor de seus próprios argumentos.

2.4 Produção de argumentos em torno das categorias

Tem um sentido de categoria geral para subcategoria mais especifica como no inverso.

A partir da desorganização e desconstrução dos textos submetidos a análise

surgem novas visões de combinação dos elementos de base.

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Novas compreensões dos fenômenos investigados. Novos insigths emergem ao

longo do processo.

Produção de nova ordem e nova compreensão.

Possibilita novas compreensões dos fenômenos investigados.

3 Capitando o novo emergente: expressando as compreensões atingidas

Os Metatextos são constituídos de descrição e interpretação, representando o

conjunto um modo de compreensão e teorização dos fenômenos investigados.

3.1 construção de um metatexto e sua estrutura textual

A analise textual qualitativa pode ser caracterizada como uma metodologia na

qual, a partir de um conjunto de textos ou documentos, produz-se um metatexto.

Descreve e interpreta sentidos e significados a partir de um referido corpus.

Todo o processo de analise proposto volta-se à produção do referido metatexto.

Caracteriza-se por sua incompletude e crítica constante no sentido de sua

qualificação.

A produção textual é um exercício de aprendizagem aprofundada sobre os

fenômenos investigados.

3.2 Descrição e interpretação

Exercício de construir e expressar uma compreensão mais aprofundada.

A descrição na alaise textual concretiza-se a partir das categorias construídas ao

longo da analise.

A interpretação é um exercício de teorização e pode dar-se de diferentes formas.

O pesquisador pode também lidar com a inferência.

A importância da inferência estatística.

3.3 Produção textual, compreensão e teorização

Processo reiterativo em que, num movimento espiralado, retoma-se

periodicamente os entendimentos já atingidos, sempre na perspectiva da procura

de mais sentidos.

Movimento produtivo do pesquisador, onde fará a teorização.

Os metatextos tem que expressar as compreensões e intuições do pesquisador.

3.4 Construção de validade

A partir da ancoragem dos argumentos na realidade empírica

Inserção crítica e construção de qualidade formal.

A validade e confiabilidade dos resultados de uma análise são construídas ao

longo do processo.

A validade de um metatexto também se funda na construção de uma qualidade

formal num sentido mais amplo.

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O objetivo da analise textual qualitativa é a produção de metatextos a partir dos

textos corpus.

Resultam em seu todo a partir de processos intuitivos e auto-organizados.

4 Auto-organização: um processo de aprendizagem viva

-> Desconstrução <-> Comunicação <-> Emergência <-

4.1 A desconstrução: o movimento para o caos

Desconstrução de um conjunto de textos, as informações, desestruturando sua

ordem.

Espaço de criação original e auto-organização.

Criam-se as condições para emergência de novas relações entre os elementos

dos fenômenos investigados.

4.2 A emergência do novo

Processo auto-organizado e intuitivo.

Os insigths descritos focalizam o fenômeno de forma global e holística.

É preciso estar atento para captar o novo emergente e registrar as impressões que

carrega.

4.3 Comunicando as compreensões emergentes.

Exercício de explicitação das novas estruturas emergentes de análise.

Concretiza-se em forma de metatexto em que os novos insights são expressos

em forma de linguagem e em profundidade e detalhes.

A comunicação das novas compreensões atingidas ao longo dos dois estágios

anteriores.

É um exercício de explicitação das novas estruturas emergentes da análise.

O desafio é tornar compreensível o que antes não era.

É preciso tornar o texto legível, claro e com qualidade.

E entender que a construção do metatexto é um processo reiterativo de

construção.

4.4 Da ordem ao caos, e daí à nova ordem: um processo de aprendizagem

A compreensão dentro da pesquisa qualitativa pode ser descrita como um

movimento em um ciclo.

Inicia-se com uma desorganização dos materiais de analise.

Criam-se as condições para a emergência de novos entendimentos.

Construção de metatextos com base nos produtos da análise.

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Considerações finais

O artigo vem apresentar a denominação da analise textual qualitativa,

apresentando-a como uma tempestade de luz, metodologia que se afastando do

tradicional analise de conteúdo, aproximando numa analise de discurso.

Descreve-se numa abordagem de análise como um ciclo de operações. A

unitarização categorização metatextos insigths novas formas

explicitação de luzes sobre o fenômeno.

A qualidade e originalidade das produções resultantes se dão em função da

intensidade de envolvimento nos materiais de análise.

A metáfora de uma “tempestade de luz” evidencia a forma como emergem novas

compreensões, atingindo-se uma nova ordem por meio do caos e da desordem.