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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, 1 Análise dos impactos Análise dos impactos ambientais ambientais da infra-estrutura de da infra-estrutura de transporte transporte na bacia do Purus - AM.” na bacia do Purus - AM.” Andrés Leandro Gumiero Jaime – Mestrando (ITA) Andrés Leandro Gumiero Jaime – Mestrando (ITA) Wilson Cabral de Sousa Júnior – Professor Doutor Wilson Cabral de Sousa Júnior – Professor Doutor (ITA) (ITA) Demerval Aparecido Gonçalves – Doutorando (ITA) Demerval Aparecido Gonçalves – Doutorando (ITA) Manaus, AM. Manaus, AM. 17 a 20 de Novembro 2008 17 a 20 de Novembro 2008

Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM 1 “Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transporte

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM11

““Análise dos impactos ambientais Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transporte da infra-estrutura de transporte

na bacia do Purus - AM.”na bacia do Purus - AM.”

Andrés Leandro Gumiero Jaime – Mestrando (ITA) Andrés Leandro Gumiero Jaime – Mestrando (ITA) Wilson Cabral de Sousa Júnior – Professor Doutor (ITA)Wilson Cabral de Sousa Júnior – Professor Doutor (ITA)Demerval Aparecido Gonçalves – Doutorando (ITA)Demerval Aparecido Gonçalves – Doutorando (ITA)

Manaus, AM.Manaus, AM.17 a 20 de Novembro 200817 a 20 de Novembro 2008

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM22

• O investimento em infra-estrutura apresenta-se como um dos maiores O investimento em infra-estrutura apresenta-se como um dos maiores responsáveis pela destruição dos ecossistemas brasileiros (REID & responsáveis pela destruição dos ecossistemas brasileiros (REID & SOUSA JÚNIOR, 2005); SOUSA JÚNIOR, 2005);

• Na região Amazônica, as estradas foram identificadas como os Na região Amazônica, as estradas foram identificadas como os principais vetores de ocupação (principais vetores de ocupação (BRANDÃO JÚNIOR et BRANDÃO JÚNIOR et alal., 2007); ., 2007);

• As obras de infra-estrutura de transporte, em especial as rodovias, ao As obras de infra-estrutura de transporte, em especial as rodovias, ao serem implantadas, determinam uma série de operações que causam serem implantadas, determinam uma série de operações que causam grandes impactos ambientais, entre eles, pode citar o desmatamento grandes impactos ambientais, entre eles, pode citar o desmatamento ambiental, alterações na forma de escoamento das águas, assoreamento ambiental, alterações na forma de escoamento das águas, assoreamento de rios e expansão urbana associada (SPEGLICH, 2004);de rios e expansão urbana associada (SPEGLICH, 2004);

PremissasPremissas

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM33

• A principal conseqüência das grandes obras de infra-estrutura de A principal conseqüência das grandes obras de infra-estrutura de transporte é tornar acessível uma região até então preservada por seu transporte é tornar acessível uma região até então preservada por seu difícil acesso (MEIRELLES FILHO, 2006);difícil acesso (MEIRELLES FILHO, 2006);

• A reconstrução das rodovias BR-163 e BR-319, sistematicamente A reconstrução das rodovias BR-163 e BR-319, sistematicamente superestima os benefícios da rodovia e subestima seus impactos superestima os benefícios da rodovia e subestima seus impactos (FEARNSIDE e GRAÇA, 2006); (FEARNSIDE e GRAÇA, 2006);

• Como umas das principais conseqüências da expansão das rodovias Como umas das principais conseqüências da expansão das rodovias “não-oficiais”, têm-se a fragmentação da floresta em mosaicos, “não-oficiais”, têm-se a fragmentação da floresta em mosaicos, facilitando o processo de desmatamento (PERZ et facilitando o processo de desmatamento (PERZ et alal., 2008).., 2008).

PremissasPremissas

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM44

Área de estudo: bacia do rio PurusÁrea de estudo: bacia do rio Purus

A bacia do rio Purus A bacia do rio Purus envolve 31 municípios envolve 31 municípios brasileiros nos estados do brasileiros nos estados do Acre, Rondonia e Acre, Rondonia e Amazonas. A área total Amazonas. A área total da bacia é de 403.625 da bacia é de 403.625 kmkm22..

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM55

Cenários: SOARES-FILHO et al., (2004 e 2005) – Cenários: SOARES-FILHO et al., (2004 e 2005) – governança - PERZ (2008), e PRODES database (INPE, governança - PERZ (2008), e PRODES database (INPE, 2007);2007);

Regras de desflorestamento por estradas: Brandão et al. Regras de desflorestamento por estradas: Brandão et al. (2007);(2007);

Valoração ambiental: Sinisgalli et al. (2008).Valoração ambiental: Sinisgalli et al. (2008).

Métodos

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

BRANDÃO JUNIOR et al. (2007) – Modelagem ambiental

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM77

SINISGALLI et al. (2008)

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Simulação de estradas, Simulação de estradas, conectando municípios conectando municípios com a BR-319com a BR-319

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Desflorestamento acumulado – simulação por tipo de estrada

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86

Área

tota

l pos

sível

de

ser d

esm

atad

a [k

m2]

Distância da Estrada

Estradas Oficiais

Todas as Estradas

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Otimistas P ess imista Otimista P ess imista

B erurí à B R -319 80 498 687 328 358T apauá à B R -319 91 566 782 373 407C anutama à B R -230 102 629 869 414 453L ábrea à B R -230 220 1.364 1.883 898 981Área T otal Impactada [K m2] 3.057 4.221 2.012 2.199

E stradas O ficiais T odas as estradasE xtensão dos T rechos [K m]T rechos

Cenários de desflorestamento

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Evolução do desflorestamento (real) : 1997, 2003 e 2006 – até 20 km ao longo das estradas existentes

Buffer 1997 2003 2006

0 - 1 km 1.383,2 1.496,8 1.549,71 - 2 km 893,3 1.072,6 1.152,72 - 3 km 692,7 892,3 985,83 - 4 km 578,3 772,2 866,04 - 5 km 516,5 713,1 818,95 - 10 km 1.924,9 2.745,1 3.219,210 - 15 km 1.479,2 2.179,9 2.597,815 - 20 km 1.408,1 1.995,8 2.423,6

Total 8.876,2 11.867,7 13.613,7

Área Desmatada [Km2]

0,0

2.000,0

4.000,0

6.000,0

8.000,0

10.000,0

12.000,0

14.000,0

Área Desmatada [Km2]

8.876,2

11.867,713.613,7

Área desmatada até o Buffer de 20 km

1997

2003

2006

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Cenários de desflorestamento – 50 anos – para a bacia: otimista, realista, pessimista e catastrófico.

Cenário Probabilidade Ocorrência Porcentagem de Perda Área Desmatada Área Atual Desmatada Área a ser DesmatadaOtimista Baixa 20% 80.725 48.021 32.704Realista Média 27% 108.979 48.021 60.958Pessimista Alta 40% 161.450 48.021 113.429Catastrófico Baixa > 40% > 161.450 48.021 > 113.429

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Análise dos impactos ambientais da infra-estrutura de transportes na bacia do Purus, AM

Valoração ambiental (perdas com o desflorestamento a partir das estradas na bacia)

Ano analisado 1997 2003 2006Áreas desmatada [Km2] 8.668,0 11.667,0 13.454,2

Valor total [US$] (menor) 267.842.670,84 360.511.041,60 415.736.250,84Valor total [US$] (maior) 3.902.814.436,04 5.253.112.557,07 6.057.815.344,64

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Conclusões

A bacia do Purus está no limite da pressão de fronteira agrícola, e os impactos na parte sul-ocidental da bacia (estado do Acre) indicam cenários preocupantes em termos de perda da cobertura vegetal original;

A infra-estrutura viária é o principal eixo de degradação na bacia e a implementação de mecanismos de governança é necessária para reduzir os impactos destas vias;

Os resultados mostraram perdas – em termos de serviços ambientais – da ordem de US$415 mi à US$6 bi como custos de oportunidade da conservação.