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ANÁLISE DOS PROBLEMAS DE UMA INDÚSTRIA
DE TELHA DE CONCRETO: APLICAÇÃO DA ETAPA
PLANEJAR DO MASP
Bruna Gabrielly Teixeira da Silva (UEPA)
Rafaela Lopes de Azevedo (UEPA)
darley ferreira marcelino (UEPA)
O segmento de telhas de concreto vem conquistando de forma relevante o
mercado consumidor. Tendo em vista a ascensão do produto, as fábricas buscam
ganhar a confiabilidade do cliente, utilizando métodos que evitem desperdícios e
otimizem a produção. Deste modo, objetiva-se tentar propor melhorias na
produção de uma indústria de telhas de concretos. Para a realização do estudo
utilizou-se o Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), através da
etapa PLAN do ciclo PDCA, com o intuito de efetuar uma análise detalhada do
processo de produção, descobrir o problema principal e com a ajuda de
ferramentas da qualidade estudá-lo e encontrar sua possível causa raiz e por fim,
propor soluções para as observações encontradas. Assim, descobriu-se que a
empresa de objeto de estudo, apresentava uma problemática de qualidade
ocasionada pela inconformidade gerada na compactação da telha no molde,
causando com isto custos com retrabalhos. Ao final do estudo foi proposto um
plano de ação através da ferramenta 5W1H, a fim de alcançar uma maior
eficiência do processo, e consequente melhoria na qualidade do produto e
redução dos custos produtivos.
Palavras-chave: MASP; Telhas de concreto; 5W1H.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1. Introdução
As telhas de concreto são produzidas no Brasil há mais de três décadas, mas seu crescimento foi
relativamente lento ao passar dos anos, entretanto, a sua participação no mercado vem crescendo
significativamente. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Telhas Certificadas
de Concreto (ANFATECCO, 2012), a projeção de crescimento desse produto é de 10% a 12% ao
ano até 2016. E não se tem motivos pelo qual esses percentuais devem diminuir, visto que há uma
tendência de adoção de novas soluções para construção civil, e uma delas para telhado, é a telha
de concreto, além de que esses artefatos têm vários benefícios em relação à telha de cerâmica,
que vai desde a beleza arquitetônica com uma múltipla cartela de cores até uma maior resistência.
Nesse contexto, para ganhar mercado e aumentar a competividade do seu produto, as empresas
devem procurar investir em métodos e estratégias que tornem a manufatura eficaz através da
adequação da produção e eliminação de desperdícios, reduzindo custos e produzindo com
qualidade, pois é fundamental para sobrevivência e crescimento de qualquer empresa
competitiva.
Fato esse afirmado por Barros (1992) apud Araújo (2007), que a qualidade passou a exercer em
organizações o centro dos planos gerenciais como meio de prover soluções ao que é produzido e
fornecer ao consumidor o que procuram, haja vista que adquiriram cada vez mais informação e se
tornaram exigentes perante o que consomem.
Entretanto, este segmento ainda é um grande desafio para as empresas e uma das melhores
formas de se obter resultados mensuráveis é utilizar métodos de melhoria contínua, no qual
dentre as várias técnicas, se destaca o Método de Análise e Solução de Problemas (MASP), que é
a sistematização do ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action). Essa metodologia pode ser aplicada
tanto durante a detecção de um problema, quanto na busca de melhoria de processo, procurando
novas formas de desenvolver e otimizar as técnicas de produção (TOLEDO et al, 2013).
O presente estudo teve como referência uma empresa de telhas de concreto localizada na cidade
de Castanhal, estado do Pará, a mesma está nesse mercado há cerca de um ano e meio e tenta
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estabilização no mercado, focando na busca de confiabilidade e qualidade do seu produto, porém
segue técnicas básicas de qualidade, ocasionando inconformidades na produção resultando em
retrabalho do produto e consequentemente perdas de tempo, materiais e aumento de custos.
Portanto, escolheu-se o MASP que através da etapa Plan do ciclo PDCA, objetivou-se promover
soluções para o principal problema encontrado na produção em busca da melhoria na qualidade
dos produtos e o consequente desenvolvimento do empreendimento.
2. Referencial Teórico
Esta seção discrimina toda base teórica utilizada na pesquisa.
2.1. Da qualidade ao TQC
A busca pela perfeição atualmente consta como fator decisivo a empresas que procuram
consagrar-se no espaço competitivo mundial, cujo alcance não depende somente da ausência de
defeitos, de acordo com Campos (2004) “um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende
perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às
necessidades do cliente”.
Além disso, Campos (2004) afirma que diante da atual economia global, as empresas precisam
desenvolver métodos que sejam utilizados por todos e não somente cobrar bons resultados, haja
vista que o trabalho quando aprendido e praticado por todos fornece o direcionamento ao objetivo
garantindo a sobrevivência das mesmas.
A participação de todos os membros que constituem a empresa é necessária para o alcance do
controle da qualidade, e quando essa ideia é empregada dá-se inicio, portanto, ao Controle Total
da Qualidade ou TQC (“Total Quality Control”). Que de acordo com Werkema (2006) “TQC é
um sistema gerencial baseado na participação de todos os setores e de todos os empregados de
uma empresa, no estudo e na condução do Controle da Qualidade.”
2.2. PDCA
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Segundo Werkema (2006), o controle do processo de produção depende do ciclo PDCA, como é
conhecido. O ciclo adota a abordagem de melhoramento contínuo, ou seja, que algo deve ser
melhorado a cada período através da sequência de atividades cíclicas. (SLACK et al, 2006). O
PDCA é composto por quatro etapas (WERKEMA, 2006):
Planejamento (Plan): Estabelecimento de metas executáveis, e possivelmente mudanças
nos meios para seu alcance;
Execução (Do): Execução do que foi previsto e coleta dos dados. Momento essencial para
o treinamento e educação dos membros da empresa;
Verificação (Check): Comparação dos dados coletados na fase anterior com os previstos
no planejamento;
Atuação Corretiva (Action): Perante o resultado da fase anterior, podem ocorrer dois
tipos possíveis de atuação, a primeira é a padronização do modelo proposto, no caso da
obtenção da meta. Caso contrário, as causas devem ser corrigidas e o ciclo refeito.
Na aplicação do PDCA, ferramentas são utilizadas como recurso para obtenção de dados.
2.3. Ferramentas da qualidade
Segundo Werkema (2006):
A meta (resultado) é alcançada por meio do método (PDCA). Quanto mais informações
(fatos, dados e conhecimentos), forem agregadas ao método, maiores serão as chances de
alcance da meta e maior será a necessidade da utilização de ferramentas apropriadas para
coletar, processar e dispor estas informações durante o giro do PDCA.
“As ferramentas ajudam na análise de dados e proporcionam fundamentação para a tomada de
decisões.” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010). Foram utilizadas no estudo as seguintes:
2.3.1. Brainstorming
Criação de ideias a partir da reunião de um grupo de pessoas (TOLEDO, 2013)
2.3.2. Folha de Verificação
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De acordo com Toledo et al (2013) a folha de verificação são formulários que podem ser
impressos ou digitais, importantes para a reunião de dados de forma simples e organizada alusivo
à tarefa ou processo estudado, cuja coleta será utilizada posteriormente.
2.3.3. Gráfico ou Diagrama de Pareto
Através do gráfico de Pareto os problemas são classificados de acordo com sua frequência
relativa e ilustrados em um gráfico de barras decrescentes, a fim de priorizar o problema que
possua potencial à melhoria (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010). A classificação consiste
em diferenciar problemas pelo seu grau de importância em “pouco vitais” ou “muito triviais”, ou
seja, que, relativamente, poucas causas justificam a maioria das adversidades (SLACK et al,
2006). A figura 01 exemplifica o gráfico de Pareto:
Figura 01 – Diagrama de Pareto
Autor: Galdino (2014)
2.3.4. Diagrama de Causa e Efeito
Segundo Batalha et al (2008), a elaboração do diagrama permite a análise de causa e efeito do
problema através da construção de uma rede lógica de informações. Para Dezorzi (2010) “as
causas podem ser enquadradas em seis fatores, denominados Fatores de Manufatura, ou os 6M,
devido as suas iniciais.” Representado a seguir pela figura 02:
Figura 02 – Representação do Diagrama Causa e Efeito
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MÃO DE OBRA
MÉTODO
MATERIAIS
MEDIDAS
MÁQUINAS
MEIO AMBIENTE
EFEITO
CAUSAS
Autor: Adaptado de Dezorzi (2010)
2.3.5. 5W1H – Plano de Ação
Segundo Dezorzi (2010) é uma das ferramentas básicas da qualidade capaz de planejar e
distribuir tarefas entre os integrantes da equipe, através da construção de um plano de ação
consistente de questões a serem respondidas. O quadro 01 expõe tais questões:
Quadro 01 – Descrição do 5W1H
Sigla Inglês Português
5w What O que
Why Por que
Who Quem
When Onde
Where Quando
1H How Como
Autor: Adaptado de Dezorzi (2010)
2.4. Fluxograma
Segundo Derzozi (2010), o fluxograma consiste em uma representação gráfica que utiliza
símbolos padrões, como mostrado abaixo por meio do quadro 02, para descrição de etapas de um
processo.
Quadro 02 – Principais símbolo para elaboração do fluxograma
Símbolo Significado
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Identifica o início e fim do processo.
Identifica a cada atividade (ação) do processo.
Identifica uma decisão.
Identifica um documento ou registro gerado ou usado na ação.
Identifica o arquivamento ou o armazenamento de um material, documento
ou registro.
Identifica uma conexão.
Identifica o sentindo do fluxo do processo.
Autor: Adaptado de Dezorzi (2010)
2.5. MASP
O método de solução de problemas, MASP, auxilia na detecção do problema baseando-se em
fatos e dados, e não, apenas, pelo sentimento pessoal, evitando que possíveis incertezas ocorram.
É o meio de encontrar a adversidade planejadamente e impedir que as causas que a originam
reapareçam. (TOLEDO et al, 2013)
De acordo com Campos (1992) a execução do método é feita a partir de oito passos sequenciais.
Mostrados abaixo através do quadro 03:
Quadro 03 - Passos para execução do MASP
PDCA FASE OBJETIVO
P
Identificação do
problema
Definir claramente o problema e reconhecer sua
importância.
Observação
Investigar as características específicas do
problema com uma visão ampla e sob vários
pontos de vista.
Análise Descobrir as causas fundamentais.
Plano de Ação Conceber um plano para bloquear as causas
fundamentais.
D Ação Bloquear as causas fundamentais.
C Verificação Verificar se o bloqueio foi efetivo.
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A
Padronização Prevenir contra o reaparecimento do problema.
Conclusão Recapitular todo o processo de solução do
problema para trabalho futuro.
Fonte: Campos (2004)
Todavia, foram utilizados apenas os primeiros quatros passos, ou seja, a etapa Planejamento do
ciclo PDCA.
3. Caracterização do objeto de estudo
A empresa estudada concerne ao segmento da construção civil, no ramo da fabricação de telhas
de concreto, seu processo produtivo baseia-se na produção sob encomenda, contudo há um
estoque de venda para atender a necessidade do consumidor no momento em que ele precisar. Em
média são produzidas 1.938 telhas do modelo Tradição, modelo padrão da empresa. Seis
operários, além do gerente de produção, trabalham na empresa oito horas por dia com pausa para
almoço.
4. Metodologia
Através da etapa Plan, do ciclo PDCA, utilizou-se o MASP a fim de encontrar os principais
problemas responsáveis por inconformidades na produção de telhas. Deste modo, primeiramente
foi realizada uma visita à empresa para conhecer o espaço físico e o processo produtivo da
mesma.
Para a efetivação do estudo, foi estruturado um roteiro de pesquisa descrito a seguir:
a) Pesquisas bibliográficas: inicialmente foram estudados quais livros e referências seriam
usadas para fundamentar todo o referencial teórico do estudo;
b) Levantamento do problema: através de conversas com o gerente de produção e
observação do processo, buscou-se conhecer os principais problemas da produção e
quantificá-los, visto que a empresa não detinha de dados históricos. Em seguida foi
construído o Gráfico de Pareto para os fenômenos, ilustrando o problema prioritário.
c) Observação: um fluxograma foi elaborado com a finalidade de facilitar o entendimento do
processo produtivo e verificar o local onde ocorria o problema identificado e descobrir as
características do mesmo;
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d) Análise: para encontrar as possíveis causas influentes do problema foram usadas as
seguintes etapas: i. Realização de um Branstorming entre os funcionários com o objetivo
de levantar as hipóteses referentes às possíveis causas que poderiam influenciar na
ocorrência das não conformidades; ii. Uso do Diagrama de Causa e Efeito para mapear as
possíveis causas influentes iii. Branstorming para a seleção da possível causa iv.
Utilização da folha de verificação para quantificar a frequência das causas definidas; v.
Gráfico de Pareto para definir a principal possível causa;
e) Plano de Ação: elaboração de um plano para bloquear a principal causa com o auxílio do
5W1H a partir da análise sobre o problema.
5. Resultados
A seguinte seção abordará os resultados concernentes ao estudo.
5.1. Identificação do problema
Buscou-se identificar o principal empecilho presente na produção. Com o auxilio da folha de
verificação, mostrada na figura 03, a frequência dos problemas observados foram coletados
durante uma hora por seis dias consecutivos, pois a empresa não possuía nenhum dado histórico.
Figura 03-Folha de Verificação para coletar produtos defeituosos
Fonte: Autores (2015)
Conforme observado e explicado pelo gerente de produção, havia três tipos de problemas que
acarretavam em perdas, cujo recolhimento dos dados foi feito na seguinte sequência:
Defeito 01: Deformação das telhas durante a moldagem;
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Defeito 02: Quebra da telha durante a retirada das formas;
Defeito 03: Quebra da telha durante o armazenamento.
Com a coleta das perdas o gráfico de Pareto foi elaborado para ilustrar o problema primordial
existente na fabricação do produto. O gráfico pode ser visualizado a seguir através da figura 04:
Figura 04- Gráfico de Pareto ilustrando os problemas
Fonte: Autores (2015)
A partir do principio que rege o gráfico de Pareto a quebra no desenforme e no armazenamento,
de acordo com suas porcentagens acumuladas, indica que são adversidades muito triviais, porém
o problema de deformação das telhas durante o processo de moldagem se comportou como pouco
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vital e, portanto foi priorizado, haja vista que sua quantidade de defeitos é evidenciada como
superior aos demais dispondo de 91,79% dos problemas pertinentes à produção.
5.2. Observação
Para compreender o funcionamento do processo de fabricação e seu desenvolvimento no espaço
físico, um fluxograma foi montado, a partir da observação e dos questionamentos respondidos,
para fornecer não só a equipe, mas também ao proprietário a visualização da distribuição das
atividades que constituem a síntese das telhas de concreto. Por meio da figura 05 o fluxograma
pode ser visualizado:
Figura 05 – Fluxograma do processo
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Fonte: Autores (2015)
O processo produtivo é realizado em dois dias e divido em extrussão, secagem e desenforme. De
acordo com as cronometragens realizadas, pois a produção não é padronizada, em média são
produzidas 1938 telhas utilizando 800 litros de água, 2.100 quilos de cimento, 2 litros de aditivo
necessário para dar consistência ao produto.
Após misturada a matéria prima, na extrussora ela é compactada na fôrma e inspecionada por
dois funcionários, um que fica próximo à máquina e outro que coloca as telhas no equipamento
de secagem. Caso a telha saia com defeito ou deformação, ela volta à extrussora e a fôrma é
novamente untada, com óleo diesel, e colocada no inicio da esteira.
Na secagem a telha necessita de vinte quatro horas em cura, logo, a produção é realizada pela
manhã. À tarde, enquanto o produto seca, são feito os capotes e entregue os produtos aos clientes.
No outro dia as telhas são desenformadas e levadas para armazenamento.
Durante toda produção, a etapa alusiva a extrussora é a mais importante, pois a fôrma deve está
bem untada para posteriormente não quebrar a telha ao desenformá-la e a mesma não pode está
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com defeitos ao sair da máquina, visto que enquanto ainda não está seca a matéria pode ser
reaproveitada.
5.3. Análise
Baseado em informações observadas e levantadas com os funcionários e o proprietário da
empresa, realizou-se o brainstorming a fim de buscar as possíveis causas que estariam
provocando a deformação das telhas, que, como já visto, seria o problema de maior ocorrência.
Concluído o brainstorming e definida as causas, foi possível construir o diagrama de causa e
efeito, e, portanto, analisar quais motivos estaria levando a incidência do efeito supracitado. A
representação do diagrama pode ser visto a seguir com a figura 06:
Figura 06 – Diagrama de causa e efeito para mapear as possíveis causas da deformação
DEFORMAÇÃO
MÃO DE OBRA
MÉTODO
MATERIAIS
MEIO AMBIENTE
MÁQUINAS
MEDIDAS
Dispersão
Conversas
paralelas Falhas
humanas
Cimento
degradado
Falta de inspeção
pós compra
Rack
precário
Areia mal
peneradaMáquina
desregulada
Precariedade
Falta de manutenção
preventiva
Má iluminação
Ausência de
treinamento
Não há ocorrência
de possíveis causas
Armazenamento
Falha na medida
da água
Temperatura
Pausa
Fo
nte: Autores (2015)
Logo após a elaboração do diagrama, o segundo brainstorming foi promovido com a finalidade
de selecionar as causas mais prováveis que contribuíssem para ocorrência do problema, cuja
mensuração fosse viável. Foram escolhidas as seguintes:
Conversas paralelas;
Falhas humanas;
Cimento degradado;
Areia mal peneirada;
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Falha na medida da água;
Rack precário;
Máquina desregulada.
Em seguida, com auxilio da segunda folha de verificação, foi coletada a frequência das causas
selecionadas, cuja duração foi de dois dias. Através da figura 07, a segunda folha de verificação
pode ser visualizada:
Figura 07 – Folha de verificação para coletar a frequência das causas
Fonte: Autores (2015)
Os dados obtidos a partir da coleta propiciou a construção do gráfico de Pareto para causas com o
intuito de encontrar a possível causa que origina o problema de deformação das telhas durante o
processo de moldagem. Com a figura 08 é possível visualizar o gráfico:
Figura 08 – Gráfico de Pareto para identificação da possível causa
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Fonte: Autores (2015)
Perante o gráfico acima, percebe-se que a máquina desregulada é a possível causa com maior
notoriedade em relação ao problema, visto que a telha possui 70% de chance de sair deformada
durante sua moldagem devido à máquina estar desregulada.
5.4. Análise de perda e ganho
Problemas como a má formação da massa, deformações consecutivas após acionar o equipamento
devido à necessidade para conserto ou posicionamento do rack no salão, cortes na massa quando
a lâmina deveria apenas separar as fôrmas, são exemplos acarretados pelo desajuste da máquina,
que, conforme o resultado do gráfico anteriormente mostrado é o principal fator que propicia a
deformação das telhas.
Segundo o gerente de produção quando o problema acontece é possível reaproveitar a matéria
prima recolocando-a no misturador, exceto o óleo diesel usado para untar a fôrma que novamente
terá de ser usado, caso contrário as telhas sairão quebradas ao desenformá-las.
Foi informado, que para um dia de produção, cuja média é de 1938 telhas, utiliza-se 24 litros de
óleo diesel. Em dois dias ocorrem 171 deformações, e através de uma proporção ocorrem 85,5
deformação ao dia gastando 1,06 litros. Sabe-se que 24 litros custam à empresa R$ 80,00 então
1,06 litros custará R$ 3,53 e, que em um mês com 12 dias de produção o custo será de R$ 42,36 a
mais com óleo (R$3,53 x 12).
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Baseado na média das cronometragens realizadas na primeira coleta, um lote, como visto, possui
1938 telhas produzidas em um dia de produção e ao mês resultará em 23.256 telhas (1938 x
12dias). Segundo o setor financeiro um milheiro custa R$1.700 ou R$ 1,70 a unidade. Logo, ao
mês a receita equivale a R$ 39.535,20 (23x1700 + 256x1,70), no qual desse valor 65% é
direcionado a despesa com matérias, funcionários, aluguel do estabelecimento, consertos mensais
com a máquina, entre outros.
Assim sendo, o gasto mensal é de R$ 25.697,88 (65% de R$39.535,20), com os itens
mencionados e R$ 25.740,20 com adição do óleo diesel perdido (R$ 25.697,88 + R$ 42,36).
Através da diferença de valores , seu lucro será de R$ 13.795,00 (R$
39.535,20 - R$ 25.740,20).
Considerando o número de deformações ao dia, ao fim do mês podem ocorrer 1.026 deformações
(85,5 x 12), retrabalho esse que promove há perda da mesma quantidade de telhas, pois quando a
telha sai deformada a matéria volta pra extrussora onde novamente é compactada em outra forma,
ou seja, ao invés de estar sendo produzida outra telha perde-se tempo e óleo com o produto que
havia saído deformado. A partir do valor do milheiro e consequentemente da unidade da mesma o
proprietário poderia ganhar R$ 1.744,20 a mais (1x1700 + 26x1,70).
5.5. Plano de ação
Com base na ferramenta 5W1H foi elaborado o plano de ação com o intuito de fornecer
informações a fim de eliminar as causas fundamentais e, principalmente, o problema de maior
prioridade no estudo, a deformação das telhas durante a moldagem. Através do quadro 04 é
possível visualizar todo roteiro de execução, bem como por quem, onde e como começá-lo:
Quadro 04 – Plano de Ação
O que? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como?
Manutenção preventiva
com profissional
Para garantir o adequado
funcionamento da máquina
Técnico
contratado
Na máquina
extrussora Mensalmente
Contratação de
profissional do ramo
Treinamento para
operar a extrussora
Para prevenir o desajuste
da máquina devido à
ausência de técnica de
manuseamento
Gerente da
produção No chão de fábrica Maio/15
Treinamento prático e
por meio de palestras
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Estruturação da rotina
dos funcionários
Para garantir que os
funcionários não alterem a
velocidade da máquina,
haja vista que quando
querem sair mais cedo
aumentam a velocidade e
desregulam a produção
Gerente da
produção No chão de fábrica Junho/2015
Elaboração de uma
planilha de rotina dos
funcionários e
apresentação da mesma
em uma reunião com a
equipe
Compra de ferramentas
adequadas para a
manutenção corretiva
Para a manutenção
corretiva, são usadas
ferramentas que não são
especificas para a ação, o
que ocasiona maiores
problemas com a máquina
Proprietário Lojas de material de
construção Junho/2015
Comprar ferramentas
próprias para a
manutenção da
extrussora
Buscar ajuda de
profissionais da área
Devido à recente instalação
da empresa, não há
controle operacional com
equipamentos, e
consequentemente com
seus produtos
Proprietário
Com a
ANFATECCO, pelo
seu e-mail e com
SEBRAE através de
uma visita na cidade
local
Junho/2015
Associar-se a
ANFATECCO para o
recebimento do plano
de padronização de
qualidade para as telhas
de concreto.
Procurar ajuda com
SEBRAE para
instrução de
sobrevivência da
empresa e possibilidade
de crescimento da
mesma e reformulação
das máquinas, por meio
das vantagens do órgão
Fonte: Autores (2015)
6. Considerações finais
Com a aplicação do MASP como método de abordagem do estudo, alcançou-se o objetivo da
pesquisa, visto que o método propiciou a identificação do problema, a obtenção das causas
influentes e sugestões de melhorias adequadas ao meio, que além de interessar aos pesquisadores,
era fundamental para mostrar ao proprietário sua perca, haja vista que não há um controle nem
mesmo da produção que por não possuir uma quantidade diária padrão, foi necessário uma média
das cronometragens para direcionar os cálculos.
O estudo foi de extrema relevância visto que, a partir do conhecimento do ambiente e do
desenvolvimento da produção ao longo do processo, foi possível empregar de maneira eficiente o
conjunto de ferramentas presentes no método mencionado, contribuindo para a utilização correta
das mesmas perante situações distintas na empresa.
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No entanto, a pesquisa se limitou em aplicar somente a etapa PLAN do ciclo PDCA no tocante à
ocorrência de deformações, deixando em segundo plano as demais etapas pertinentes à produção,
pois o problema em questão era constante e visível, haja vista que a produção parava por até
mesmo três dias em detrimento do conserto da mesma, acarretando na espera para fabricação e
demora na entrega, evidenciando uma das dificuldades enfrentada pela empresa.
Porém, mesmo diante de tais contratempos, o proprietário e seus funcionários foram sempre
muitíssimo cooperativos com a pesquisa, contribuindo em tudo que fosse necessário para
realização da mesma.
A empresa estudada possui uma demanda relevante de seu produto, e como busca ampliação
dessa variável sugere-se como continuidade e ampliação desse estudo, verificar a efetividade do
plano de ação elaborado no trabalho e a aplicação das outras etapas do ciclo PDCA, que
contribuirão para a melhoria do processo produtivo e consequente estabilização da mesma no
mercado.
7. Referências Bibliográficas
ARAUJO, Luiz César G. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional: arquitetura
organizacional, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia. 3. Ed. São Paulo: Atlas,
2007, v. 1.
BATALHA, M.O. et al. Introdução à engenharia de produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CAMPOS, V.F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte, MG: Fundação Christiano
Ottoni, 1992.
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