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U N I V E R S I D A D E L U T E R A N A D O B R A S I L
S É R G I O R O B E R T O D O S S A N T O S
ANÁLISE E PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
TREINAMENTO SEGUNDO A NORMA REGULAMENTADORA No 10
Canoas - RS
2008
II
SÉRGIO ROBERTO DOS SANTOS
ANÁLISE E PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
TREINAMENTO SEGUNDO A NORMA REGULAMENTADORA No 10
Monografia apresentada à Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA), unidade de
Canoas, como parte dos pré-requisitos para a
obtenção do título de Engenheiro Especialista
em Segurança do Trabalho.
Professor orientador: Airton Pozo de Mattos
Canoas - RS
2008
III
SÉRGIO ROBERTO DOS SANTOS
ANÁLISE E PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
TREINAMENTO SEGUNDO A NORMA REGULAMENTADORA No 10
Aprovada em __________________
A V A L I A D O R E S
Nome do 1o avaliador – ULBRA / Canoas Nota
Nome do 2o avaliador – ULBRA / Canoas Nota
Nome do 3o avaliador – ULBRA / Canoas Nota
______________________________
Média
Canoas - RS
2008
IV
DEDICATÓRIA
À minha mãe Aurora, pelos primeiros ensinamentos.
Ao meu pai Sérgio, in memoriam, pelo exemplo de vida.
Aos meus filhos:Sérgio, in memoriam, Rogério, Mariana e Moisés.
V
A G R A D E C I M E N T O S
Ao prof. Aurênio Pereira Carneiro Filho, da Fundação COGE, pelo entusiasmo contagiante.
Aos meus professores da ULBRA, pelos ensinamentos e caminhos apontados.
À minha companheira Ana Luiza, pelo carinho, apoio e compreensão.
VI
R E S U M O
A nova Norma Regulamentadora nº 10, publicada com a Portaria do MTE nº 518 de 8
de dezembro de 2004, estabelece no seu texto que todos os trabalhadores que interagem com
eletricidade, deverão periodicamente participar de um treinamento com foco na segurança no
trabalho com instalações elétricas. As informações contidas nesta Norma são muito concisas
e na falta de maiores esclarecimentos, muitas dúvidas tem sido levantadas pelos profissionais
interessados em atender este item da legislação trabalhista. Objetivamente pretende-se com
este trabalho responder às perguntas relacionadas com a identificação dos trabalhadores que
devem obrigatoriamente ser treinados e responder também às argüições relativas à definição
de quais os profissionais que podem assumir a condição de instrutores e de responsáveis
técnicos pelo treinamento.
As respostas para estas questões foram buscadas na legislação brasileira, representada
especialmente pelo conjunto de Leis associadas à Consolidação das Leis do Trabalho, pelas
Normas Regulamentadoras do MTE, pelas resoluções do CONFEA e pelas normas técnicas
da ABNT.
Apresenta-se também no texto, propostas para a organização do treinamento
compreendendo aspectos relacionados com o conteúdo, com o programa de reciclagem e com
a avaliação do processo ensino-aprendizagem.
Palavras Chave: Treinamento NR-10. Curso NR-10. Treinamento em segurança do
trabalho.
VII
ABSTRACT
The new Regulatory Standard No 10, published by the MTE Portaria No 518 of
December 8, 2004, states that all employees who interact with electricity, should periodically
be trained on safety in working with electrical plants. The information contained in that
Standard is very brief and because of the absence of further clarification, many doubts have
been raised among professionals interested in employing correctly this particular part of the
labor legislation. Objectively, the porpouse of this study was to clarify said doubts, by
identifying what workers must be trained and what professionals may assume the conditions
of instructors and of technical responsible for the training.
For answering to these questions, the following bibliografy was consulted: Brazilian
legislation, especially represented by the set of laws related to the Consolidation of Labor
Laws, Regulatory Standards for the MTE, the resolutions of CONFEA and the technical rules
of ABNT.
The present work also contains a proposal for training organization, which covers
aspects relating to the content, to the recycling program and to the evaluation of the teaching-
learning process.
Keywords: NR-10 Training. NR-10 course. Training in occupational safety.
VIII
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1 – Número de acidentados fatais por ano ................................................................... 13
Figura 2 – Número de acidentados fatais por ano, por área de atuação .................................. 15
Figura 3 – Pirâmide de Frank Bird adaptada ao setor elétrico brasileiro; dados de 2007. ..... 17
Figura 4 – Influência da parcela de corrente que passa pelo coração em um choque elétrico 20
IX
L I S T A S D E T A B E L A S
Tabela 1 – Número total de acidentados por ano nas empresas do setor elétrico ................... 16
Tabela 2– Exemplo de valores para multas pelo não atendimento ao treinamento NR-10 .... 53
X
L I S T A S D E S I G L A S
ANEEL Agência Reguladora de Energia Elétrica
DOU Diário Oficial da União
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
CGT Confederação Geral dos Trabalhadores
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNI Confederação Nacional da Indústria
CNC Confederação Nacional do comércio
CNT Confederação Nacional do Transporte
CNA Confederação Nacional da Agricultura
CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
CUT Central Única dos Trabalhadores
EBT Extra-baixa tensão
Fundação COGE Fundação Comitê de Gestão Empresarial
Fundacentro Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NBR 5410 Execução de instalações elétricas de baixa tensão
NBR 14039 Instalações elétricas de média tensão de 1kV a 36,2kV
NBR 15152 Qualificação e Certificação de Eletricistas de Manutenção-
Requisistos
NR-10 Norma Reguladora nº 10
SDC Social Democracia Sindical
XI
SU M Á R IO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 Causa dos Acidentes .................................................................................................... 16
2. O ACIDENTE DE ORIGEM ELÉTRICA ............................................................. 19
2.1 Choque Elétrico ...................................................................................................... 19
2.2 Queimaduras Causadas pela Corrente Elétrica ....................................................... 21
2.2.1 Queimaduras por contato ......................................................................... 21
2.2.2 Queimaduras por arco voltaico ................................................................ 21
2.2.3 Queimaduras por vapor metálico ............................................................. 22
3. METODOLOGIA UTILIZADA NO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ........ 22
4. ORIGEM DAS NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................... 23
5. ABRANGÊNCIA DO TREINAMENTO ................................................................ 25
5.1 Quanto aos trabalhadores............................................................................................. 25
5.2 Quanto às instalações................................................................................................... 27
5.3 Capacitação para o Trabalho ....................................................................................... 28
6. O TREINAMENTO NR-10 .................................................................................. 30
6.1 Conceito de Treinamento............................................................................................. 30
6.2 Conteúdo do treinamento NR-10 ................................................................................. 31
6.3 Distribuição da Carga Horária ..................................................................................... 33
6.4 Forma de Apresentação do Treinamento ..................................................................... 34
XII
6.5 Recursos Instrucionais ................................................................................................. 34
6.6 Programa de Reciclagem ............................................................................................. 38
7. HABILITAÇÃO DOS INSTRUTORES ................................................................ 40
7.1 Engenheiro Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho ........................... 41
7.2 O Técnico em Segurança do Trabalho ........................................................................ 42
7.3 Profissionais de Nível Superior - Área da Engenharia ................................................ 43
7.4 Profissionais Técnicos de Nível Médio ....................................................................... 44
7.5 Outros Profissionais ..................................................................................................... 45
8. RESPONSABILIDADE TÉCNICA PELO TREINAMENTO ................................. 46
9. AVALIAÇÃO E CERTIFICADO DO TREINAMENTO ......................................... 48
9.1 Avaliação dos treinandos ............................................................................................. 48
9.2 Avaliação de reação ..................................................................................................... 49
9.3 Certificado NR-10 ....................................................................................................... 50
10. PENALIDADES .................................................................................................. 51
11. CONCLUSÃO .................................................................................................... 55
12. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 57
ANEXO I - NR-10 CURSO BÁSICO: CONTEÚDO E INSTRUTORES ................... 59
ANEXO II - NR-10 CURSO COMPLEMENTAR: CONTEÚDO E INSTRUTORES .. 60
ANEXO III – MEMBROS DA CPNSEE .......................................................................... 61
ANEXO IV – EQUIPE DE ELABORAÇÃO DO MANUAL NR-10 ............................... 63
ANEXO V – MODELO DE CERTIFICADO NR-10 ..................................................... 64
ANEXO VI – MODELO DE AVALIAÇÃO DE REAÇÃO ............................................. 65
13
1 . I N T R O D U Ç Ã O
No Final da década de noventa, o Governo Federal representado pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), desejava melhorar a imagem do Brasil frente ao mundo
globalizado. Pretendia passar a imagem de um país em desenvolvimento não só econômico e
tecnológico, mas também resguardando o capital humano. Foi neste período também que
aconteceu a privatização de quase a totalidade das empresas brasileiras distribuidoras de
energia elétrica. As estatísticas que apontavam para os índices de acidentes no mercado de
trabalho, considerando as atividades em geração e distribuição de energia elétrica, siderurgia,
metalurgia e construção civil, evidenciaram que o elétrico era o setor que mais vitimava
pessoas e profissionais. Trabalhadores desqualificados e sem treinamento específico, foram o
motivo do número crescente de acidentes nesta área, especialmente após privatização.
Figura 1 – Número de acidentados fatais por ano
Fonte: Relatório Funcoge-2007: Estatística de acidentes no setor elétrico brasileiro.
Foi então estabelecida pelo governo federal, em 1998 uma meta que implicava na
redução dos acidentes elétricos em 40% até 2002. Muitas ações emergenciais foram
realizadas a partir deste momento; eram ações de interdições imediatas e com fiscalizações
com base no capítulo quinto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sem um
aprofundamento mais técnico e objetivo. Em 2001 teve inicio a revisão da Norma
Regulamentadora número 10 (NR-10), cuja versão final foi publicada no Diário Oficial da
14
União (DOU) em 07/12/2004, como anexo à Portaria no
598/2004 do MTE. Esta norma,
apresentava cláusulas com vigência de disposição transitórias de até 24 meses, ou seja, o
cumprimento na integra da norma seria exigido apenas a partir de 07/12/2006. [1]
A revisão na norma foi a resposta encontrada pelo MTE para reduzir o número de
acidentes que aconteciam no setor elétrico brasileiro. O processo de revisão da NR-10 foi
realizado por três depurações. Inicialmente o MTE propôs uma redação inicial que serviu de
base para o início dos trabalhos. Na continuidade do processo, o trabalho até então produzido
foi levado à consulta pública, por meio de publicação no DOU e no “site” do MTE. Nesta
ocasião foram ouvidas mais de 1.500 propostas do setor público para integrar ao escopo
inicialmente apresentado. No terceiro degrau de depuração, formou-se uma comissão
tripartite, integrada pelo Governo (MTE, ANEEL, Previdência Ministerial e Fundacentro),
representantes dos Trabalhadores (CUT, CGT, SDS, Força Sindical) e representantes dos
empregadores (CNI, CNC, CNT e CNA), para discussão e aprovação das alterações propostas
para a NR-10 em vigor na época.
Na versão final, a Norma Regularizadora no 10, recebe o título “Segurança em
Instalações e Serviços em Eletricidade”, e ficou composta por 98 itens distribuídos em 14
capítulos, mais três anexos: um glossário, uma tabela que define as áreas de risco elétrico e o
programa mínimo estabelecido para o Treinamento NR-10. Para distingui-la da primeira
edição, “Instalações e Serviços em eletricidade”, emitida com a Portaria Nº 3.214/78 do
MTE, usa-se a nomenclatura Nova NR-10.
Com a Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n.º 598 de 8 de dezembro de
2004, também foi criada a Comissão Permanente Nacional de Segurança e Energia Elétrica
(CPNSEE), que tem por objetivo acompanhar a implementação e propor adequações
necessárias ao aperfeiçoamento da Norma Regulamentadora nº 10. A constituição e os
membros desta Comissão são apresentados no anexo II.
Este trabalho tem o objetivo de responder a algumas perguntas, esclarecer algumas
dúvidas, com base na interpretação do texto da Nova Norma Reguladora, no que diz respeito
ao treinamento dos trabalhadores que interagem com energia elétrica.
Em sua essência o treinamento visa apresentar ao trabalhador os riscos relacionados
com a eletricidade existentes no seu ambiente de trabalho e as medidas de controle e sistemas
preventivos, que possam garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
O treinamento dos trabalhadores visa a empresa poder autorizá-los a exercer as suas
atividades nas áreas consideradas de risco elétrico ou nas proximidades destas. Esta
15
autorização é de caráter obrigatório e deve constar inclusive nas anotações de registro do
empregado.
Somente poderão interagir com a eletricidade trabalhadores autorizados.
Considerando que os acidentes segundo a tendência dos números ainda continuarão
acontecendo, também é objeto do treinamento apresentar aos trabalhadores em treinamento as
conseqüências dos mesmos e os métodos mais adequados para o resgate e mais imediatos para
o salvamento.
Segundo dados do INSS publicados em 2007, em torno de 42% dos acidentados no
setor elétrico têm menos de 35 anos, ou seja corresponde a um grupo de trabalhadores que se
encontram no auge da sua capacidade produtiva e que prematuramente batem às portas da
Previdência Social em busca de recursos para a manutenção da sua saúde. Os custos com
benefícios previdenciários, com fundos do INSS em decorrência dos acidentes com mortes
somaram nos últimos oito anos o montante de R$ 611,5 milhões.
De acordo com a Fundação COGE, em 2007 houve no setor elétrico 906 acidentados
afastados do trabalho, 897 acidentes sem afastamento e 71 mortes causadas por interação
direta com a eletricidade. Ao todo, as estatísticas apontam em 2007, 324 acidentes fatais
envolvendo além dos 71 acima citados, outros ocorridos nas áreas da construção / manutenção
civil (78), ligação elétrica clandestina (54), cabo energizado no solo (34), atividades ou
brincadeiras (27), furto de condutor elétrico (21), instalação e reparo de antenas (15),
cerca/varal energizado (12), subir ou podar árvores (12), e que correspondem a 78% do total.
Figura 2 – Número de acidentados fatais por ano, por área de atuação
Fonte: Relatório 2007-Funcoge: Estatística de acidentes no setor elétrico brasileiro
16
Tabela 1 – Número total de acidentados por ano nas empresas do setor elétrico
Fonte: Relatório 2007-Funcoge: Estatística de acidentes no setor elétrico brasileiro.
1.1 Causa dos Acidentes
Nos anos de 1967 e 1968, o norte americano Frank Bird analisou 297 companhias nos
Estados Unidos da América, sendo envolvidas nessa análise 170.000 pessoas de 21 grupos
diferentes de trabalho. Neste período, houve 1.753.498 acidentes comunicados com 2.908
óbitos registrados. A partir desses dados foi estabelecida uma relação estatística entre o
número de incidentes ou quase acidentes, acidentes sem vítimas, acidentes com vítimas que
resultaram em baixas ao trabalho; estas informações foram arranjadas em um gráfico de
formato triangular que ficou conhecido como a pirâmide de Frank Bird. A interpretação dos
dados originais colhidos por Frank Bird indicam que, para que aconteça um acidente que
incapacite o trabalhador, anteriormente acontecerão 600 incidentes sem danos pessoais e/ou
materiais.
A figura 3, apresenta a pirâmide de Frank Bird, ajustada pela Fundação COGE
(FUNCOGE) à realidade do sistema elétrico brasileiro. Segundo dados estatísticos desta
instituição mostrados na figura 1, e em conformidade com o conceito desta pirâmide, no ano
de 2007 aconteceram 71 vezes 36.300 atos inseguros ou condições inseguras totalizando
2.577.300 eventos, os quais foram praticados ou aos quais foram submetidos os trabalhadores
das empresas de energia elétrica brasileiras, que resultaram em 71 acidentes fatais.
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho
que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das
tarefas de forma contrárias às normas de segurança.
Como referência seguem-se abaixo, alguns fatores podem levar os trabalhadores a
praticarem atos inseguros:
a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais, como: sexo, idade,
tempo de reação aos estímulos, coordenação motora, estabilidade versus instabilidade
emocional, extroversão/ introversão, agressividade, impulsividade, problemas neurológicos,
nível de inteligência, grau de atenção, percepção, coordenação visual/motora etc.
17
Figura 3 – Pirâmide de Frank Bird adaptada ao setor elétrico brasileiro; dados de 2007.
Fonte: Relatório 2007-Funcoge: Estatística de acidentes no setor elétrico brasileiro
b) Fatores circunstanciais, que estão influenciando o desempenho do indivíduo no
momento: problemas familiares, abalos emocionais, discussão com colegas, alcoolismo;
grandes preocupações, doença, estado de fadiga, etc;
c) Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los causado por:
seleção ineficaz, falhas de treinamento, falta de treinamento,
d) Desajustamento, relacionado com certas condições específicas do trabalho como:
problemas com a chefia, problemas com os colegas, política salarial imprópria, política
promocional imprópria, clima de insegurança, etc;
e) Fatores que fazem parte das características de personalidade do trabalhador e que
manifestam por comportamentos impróprios: o desleixado, o “machão”, exibicionista calado;
o exibicionista falador, o desatento, o brincalhão, etc.
Condições inseguras, são aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam
em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade de o mesmo
acidentar-se. Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-
se:
a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos
e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas
impróprias ou com defeitos, falta de sinalizações;
18
b) nos equipamentos: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes
móveis e pontos de agarramento, máquinas apresentando defeitos;
c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e
calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeito.
Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto,
deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições
inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.
O foco do treinamento NR-10 é justamente atuar de forma a prevenir a falta de
segurança do trabalhador ao interagir com a eletricidade, isto é, fazendo que os atos e as
condições inseguras se ocorrerem, isto aconteça em intervalos de tempo maiores.
Cumpre esclarecer que os números colocados na pirâmide de Frank Bird são
dinâmicos e dependem de vários parâmetros; o que ela nos mostra é que existe sempre uma
relação matemática entre o número de incidentes e o de fatalidades no trabalho. É importante
reconhecermos e trabalharmos com o objetivo da redução dos atos e das condições inseguras
como medida preventiva da ocorrência de acidentes fatais ou muito graves.
19
2 . O A C I D E N T E D E O R I G E M E L É T R I C A
Os acidentes que acontecem com os trabalhadores que interagem com a eletricidade
podem ser divididos em dois grandes grupos: choque elétrico e queimaduras. Dependendo
das condições da vítima, e das características da corrente elétrica, o trabalhador vítima de
choque elétrico poderá apresentar:
a) Sensação de formigamento;
b) Contações musculares fracas que poderão tornar-se fortes e dolorosas;
c) Inconsciência
d) Dificuldade ou parada respiratória;
e) Alteração do ritmo cardíaco ou parada cardíaca;
f) Parada cardiorespiratória;
g) Queinaduras;
h) Taumatismos;
i) Ruptura ou danos a órgãos internos.
2.1 Choque Elétrico
O choque elétrico é um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem
da corrente elétrica. Quando estabelece-se uma diferença de potencial suficiente para
sensibilizar algumas partes do corpo humano, a corrente elétrica circula através dos tecidos
humanos, como se fossem parte do circuito elétrico.
Um fator determinante da gravidade do choque elétrico é a intensidade da corrente
elétrica que atravessa o corpo humano; o caminho por onde circula a corrente elétrica é outro
fator que determina a gravidade do choque elétrico, sendo que os de maior gravidade aqueles
nos quais a corrente elétrica passa através do coração.
O choque elétrico pode ocasionar contrações violentas dos músculos, a fibrilação
ventricular do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar a óbito.
A morte por asfixia ocorrerá, se a intensidade da corrente elétrica for de valor elevado,
normalmente acima de 30 mA e circular por um período de tempo da ordem de alguns
minutos. Daí a necessidade de uma ação rápida, no sentido de interromper a passagem da
corrente elétrica pelo corpo. A morte por asfixia advém do fato do diafragma da respiração
contrair-se com a passagem da corrente elétrica, cessando assim de funcionar o sistema
20
respiratório. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo
inferior a três minutos, ocorrerão sérias lesões cerebrais e possível morte do acidentado.
A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente elétrica
da ordem de 15mA, que circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo.
A fibrilação ventricular é a contração disritimada do coração que, não possibilitando desta
forma a circulação do sangue pelo corpo, resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e
no cérebro. O coração raramente se recupera por si só da fibrilação ventricular. No entanto, se
aplicarmos um desfribrilador, a fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do coração
pode ser restabelecido. Não possuindo tal aparelho, a aplicação da massagem cardíaca
permitirá que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o
desfribrilador, na ausência do desfribrilador deve ser aplicada a técnica de massagem cardíaca
até que a vítima receba socorro especializado.
Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que, muito
embora não acarretem de uma forma direta lesões graves ou fatais, poderá ser origem ainda
que de uma maneira indireta de lesões com estas características; a contração do músculo
poderá levar a pessoa a involuntariamente, chocar-se com alguma superfície, sofrendo assim
contusões ou mesmo uma queda, caso a vitima estiver em local elevado. Uma grande parcela
dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de batidas e quedas.
A figura 4 mostra a porcentagem da corrente elétrica que passa pelo coração, em
função das partes do corpo humano através quais ela circula.
Figura 4 – Influência da parcela de corrente que passa pelo coração em um choque elétrico
Fonte: Manual NR-10 – Edição Fundação COGE
21
2.2 Queimaduras Causadas pela Corrente Elétrica
A corrente elétrica passando pelo corpo humano poderá gerar queimaduras tanto
superficiais, na pele, como profundas, inclusive nos órgãos internos.
A corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento cutâneo. Devido à alta
resistência da pele, a passagem de corrente elétrica produz alterações estruturais conhecidas
como “marcas de corrente”. As características das queimaduras provocadas pela eletricidade
diferem daquelas causadas por efeitos químicos, térmicos e biológicos.
Em relação às queimaduras por efeito térmico, aquelas causadas pela eletricidade são
geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente poderá destruir as terminações
nervosas. Não significa, porém que sejam menos perigosas, pois elas tendem a progredir em
profundidade, mesmo depois de desfeito o contato elétrico ou a descarga.
A passagem de corrente elétrica através de um condutor cria o chamado efeito joule,
ou seja, uma certa quantidade de energia elétrica é transformada em calor.
É importante destacar que não há necessidade de contato direto da pessoa com partes
energizadas; a passagem da corrente poderá ser devida a uma descarga elétrica em caso de
proximidade do individuo com partes eletricamente carregadas.
A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta na
seguinte classificação;
a) queimaduras por contato;
b) queimaduras por arco voltaico (em arcos produzidos por curtos-circuitos);
c) queimaduras por vapor metálico.
2.2.1 Queimaduras por contato
Quando se toca uma superfície condutora energizada, as queimaduras podem ser locais
e profundas atingindo até a parte óssea, ou por outro lado muito pequenas, deixando apenas
uma pequena “mancha branca na pela”. Em caso de sobrevir à morte, esse último caso é
bastante importante, e deve ser verificado no exame necrológico, para possibilitar a
reconstrução, mais exata possível, do caminho percorrido pela corrente.
2.2.2 Queimaduras por arco voltaico
O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente elétrica através do ar, e
geralmente é produzido quando da conexão e desconexão de dispositivos elétricos e também
em caso de curto-circuito, provocando queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco
22
elétrico possui energia suficiente para queimar as roupas e provocar incêndios, emitindo
vapores de material ionizado e raios ultravioletas.
2.2.3 Queimaduras por vapor metálico
Na fusão de um elo fusível ou condutor, há a emissão de vapores e derramamento de
metais derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingir as pessoas localizadas
nas proximidades, afetando a face, especialmente os olhos.
3 . M E T O D O L O G I A U T I L I Z A D A N O
D E S E N V O L V I M E N T O D O T R A B A L H O
A motivação para a escolha deste tema teve origem na nossa atuação como
conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA-RS Nesta atividade,
ao longo dos últimos anos, dezenas de profissionais de Engenharia consultaram a nossa
câmara a respeito do treinamento NR-10 em vários aspectos. Com o objetivo de obter
informações consolidadas sobre este tema, realizou-se sem sucesso, uma ampla pesquisa
bibliográfica e a conclusão é que o assunto tem suscitado diversas interpretações. Este fato
gerou a publicação na edição de setembro de 2007 da revista do CREA/RS, do artigo
intitulado “Análise sobre a qualificação dos instrutores para o treinamento NR-10”, visando
levar a visão deste órgão de classe sobre este assunto a um número maior de profissionais
interessados. [3]
O presente trabalho é o fruto da interpretação do texto da norma regulamentadora,
objetivando definir: a qualificação necessária aos instrutores, as funções que podem exercer
na estrutura do curso e o perfil dos trabalhadores que devem ser treinados.
O estudo foi realizado especialmente à luz das competências e das atribuições dos
profissionais da área da Engenharia, em conformidade com a legislação vigente, constituída
pela Resoluções do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia (CONFEA)
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CONFEA) e pelas Normas Técnicas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
23
4 . O R I G E M D A S N O R M A S R E G U L A M E N T A D O R A S
Todas as Normas Regulamentadoras emitidas pelo MTE, estão amparadas no disposto
nos artigos 154 ao 201 do capítulo cinco da Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto- Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Em especial para a NR-10 destacam-se os seguintes artigos:
Art. 179 O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as
medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em
qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.
Art. 180 Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou
reparar instalações elétricas.
Trabalhador qualificado, citado no artigo 180 da CLT, é definido pela nova NR-10
como sendo aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido
pelo Sistema Oficial de Ensino. Nesta categoria se encaixam, além dos profissionais de nível
superior e médio, com profissões regulamentadas, as pessoas que adquiriram conhecimento
que lhes permitiu ter uma ocupação profissional, os eletricistas montadores, eletricistas de
manutenção e outros, devidamente certificados conforme a NBR 15.152, enquanto que é
considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com
registro no competente conselho de classe. [2]
A necessidade de criação de normas que atendessem a Segurança de Medicina do
trabalho surgiu durante as tratativas para a assinatura do acordo entre o Brasil e o Paraguai
para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, no ano de 1974. Nesta ocasião era ministro
do trabalho o engenheiro Arnaldo da Costa Prieto que juntamente com autoridades do
Ministério de Relações Exteriores e do Trabalho de ambos os países, assinaram o acordo
complementar de Segurança e Medicina do Trabalho, com vistas à proteção da segurança e da
saúde dos milhares de trabalhadores que participariam da construção daquela obra bi-
nacional. Dentro deste acordo estava previsto a elaboração das primeiras Normas do
Trabalho por engenheiros e médicos, técnicos do Ministério do Trabalho do Brasil e da
Fundacentro. Ainda no ano de 1974 estas normas foram elaboradas e aprovadas para
aplicação imediata na construção da hidrelétrica.
A partir de 1974, intensificou-se a formação de recursos humanos nesta área, por
incentivo e orientação do Ministério do Trabalho, que tratou também de reformular e atualizar
todo o capítulo da CLT referente à Segurança e Medicina do Trabalho sendo esta tarefa
concluída em 1977.
24
Paralelamente, em conformidade com este trabalho, foram criadas as primeiras 28
(vinte e oito) Normas Regulamentadoras, que foram publicadas através da Portaria nº 3.214,
emitida em de 8 de junho de 1978, pelo então Ministério do Trabalho.
25
5 . A B R A N G Ê N C I A D O T R E I N A M E N T O
5.1 Quanto aos trabalhadores
Os regimes jurídicos possíveis de serem adotados no Brasil, no que diz respeito à
relação trabalho-emprego, são dois: o estatutário: e o celetista. O primeiro, adotado
exclusivamente pela Administração Pública Brasileira, é regido pelo Direito Administrativo,
disciplinado pela Constituição da República Federativa do Brasil e pelos estatutos próprios
dos servidores, sob a tutela do Direito Público, e o segundo é regido pelo Direito do Trabalho
e disciplinado pela Consolidação das Leis do Trabalho; neste último estão enquadrados a
grande maioria dos trabalhadores brasileiros.
Considerando o conjunto formado por todos os trabalhadores brasileiros, em função da
origem da norma, fica claro que devem participar, obrigatoriamente, do Treinamento previsto
pela NR-10, o subconjunto dos trabalhadores em eletricidade que se encontram na condição
de empregados, cujos contratos de trabalho sejam regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). A própria NR-1 que trata das Disposições Gerais esclarece que as Normas
Regulamentadoras – NR’s, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância
obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta
e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Desta forma estão excluídos, por exemplo, os trabalhadores:
a) que interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade mas exerçam as
suas atividades dentro de uma das três esferas da administração pública, vinculados
funcionalmente ao Regime Estatutário;
b) habilitados autônomos ou liberais, de nível médio ou superior;
c) profissionais empresários;
d) os alunos das universidades e das escolas técnicas.
O Treinamento NR-10 trata de segurança em instalações elétricas e agir com
segurança é sempre prudente; os acidentes não escolhem vítimas e a saúde de todos os
trabalhadores deve ser protegida. Desta forma, embora não obrigatório, é recomendável que o
treinamento previsto pela NR-10 seja oferecido por todas as instituições aos seus
trabalhadores, independente do regime jurídico ao qual eles estejam vinculados.
26
O Treinamento NR-10 deve ser dirigido a profissionais qualificados. A relação das
atividade que podem ser realizadas por estes profissionais na interação com a eletricidade e
ainda na condição de legalmente habilitados, estão previstas na Resolução CONFEA Nº 218
de março de 1973 e são as seguintes:
01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
04 - Assistência, assessoria e consultoria;
05 - Direção de obra e serviço técnico;
06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
07 - Desempenho de cargo e função técnica;
08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
09 - Elaboração de orçamento;
10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
11 - Execução de obra e serviço técnico;
12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
13 - Produção técnica e especializada;
14 - Condução de trabalho técnico;
15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;
18 - Execução de desenho técnico.
As atividades 1 a 18 são de competência dos engenheiros; aos tecnólogos competem
as atividades 9 a 18 e aos técnicos de nível médio, as atividades 14 até 18.
A NR-10 em 10.8.2 define que é considerado profissional legalmente habilitado o
trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.
A Lei Federal 5.194/66 de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das
profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, estabelece no artigo 6º, letra a,
que exerce ilegalmente a profissão de engenheiro ou de técnico de grau médio a pessoa física
ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços, públicos ou privados, reservados aos
profissionais de que trata esta Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais.
Para os outros trabalhadores que interagem com eletricidade e que não estão
amparados pela Lei supra citada, a execução de atividades na área de risco elétrico dependerá
de prévia qualificação ou capacitação, item 5.3 deste capítulo. Considerando o risco a que
27
estarão submetidos e o grau de exigência intelectual do trabalhador, estes profissionais
conhecidos genericamente como eletricistas, deverão ser certificados em conformidade com a
sua especialidade de forma análoga à NBR 15152, que trata dos requisitos para a Qualificação
e Certificação de Eletricistas de Manutenção.
5.2 Quanto às instalações
A NR-10 não se aplica para instalações elétricas alimentadas por extra-baixa tensão
(EBT), item 10.14.6. Em seu glossário esta Norma define extra-baixa tensão como aquela
cujo valor é igual ou inferior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente
contínua, entre fases ou entre fase e terra.
O item 10.6, Segurança em Instalações Elétricas Energizadas, estabelece que as
“intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 volts em corrente
alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por
trabalhadores que atendam ao que estabelece o item 10.8 desta Norma,” ou seja deverão ser
trabalhadores autorizados. A autorização é dada pelo empregador, que deverá formalmente
consignar esta condição no sistema de registro oficial da empresa, 10.8.6. A autorização
somente poderá ser obtida após o processo referente ao Treinamento NR-10.
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem
possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas,
de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR.
Estão excluídas da necessidade de serem operadas por profissional autorizado as
instalações onde a intervenção pode ser considerada uma operação elementar, posto que,
como indicado em 10.6.1.2, as operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos,
realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de
conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por pessoas não qualificadas.
Por operações elementares, entende-se ações como ligar ou desligar interruptores,
conectar plugs a tomadas, acionar botões elétricos; perfeito estado de conservação significa
que todos os requisitos funcionais e legais foram adotados no projeto e na execução da
instalação; pessoa não advertida, ou seja, inadvertida segundo a NBR 5410, são as pessoas
comuns. [2]
Pessoas comuns, segundo este conceito estão isentas da obrigatoriedade de
participarem do treinamento NR-10, porque as atividades que desenvolvem estão na
considerada zona livre. O mapa identificando a zona de risco, zona controlada e zona livre
está definido no anexo 1 da NR-10.
28
Como exemplo de aplicação deste conceito, a operação remota de um disjuntor de
média tensão realizado por meio de botões é uma aplicação típica que não exige o
atendimento aos itens da NR-10; basta um pleno conhecimento do resultado do procedimento
que realiza. [2]
A norma técnica da ABNT, NBR 14039-2003, define média tensão como as tensões
compreendidas entre 1.000 volts e 36.200 volts.
A NR-16, Atividades e Operações Perigosas, trata explicitamente de explosões que
podem ocorrer com agentes químicos ou com produtos inflamáveis. Alguns equipamentos
elétricos, especialmente os conectados no sistema elétrico de potência (SEP), também estão
sujeitos a explosões, que podem causar queimaduras graves e, ou mutilações causadas pelo
arremesso de materiais isolantes ou metálicos, integrantes do equipamento em falha. A vítima
neste caso, será o trabalhador que está próximo a este equipamento, executando alguma
atividade prevista pelo programa de operação ou de manutenção da empresa. Trabalhar nas
proximidades de equipamentos conectados ao SEP, operar quadros elétricos de comando
integrado por barramento de potência ou atuar junto a instalações de medição de energia
elétrica, não configura uma operação elementar, portanto estes trabalhadores devem ser
treinados ou capacitados, isto é, informados dos riscos aos quais estão sujeitos e as respectivas
medidas de controle, assim como os procedimentos da serem adotados nas situações de
emergência conforme previsto no Treinamento NR-10.
5.3 Capacitação para o Trabalho
Capacitado é o trabalhador que embora não tenha freqüentado cursos regulares ou
reconhecidos pelo, tornou-se apto ao exercício de atividades específicas mediante a aquisição
de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades. [2]
Neste grupo estão incluídos os eletricistas de manutenção, qualificados e certificados
em conformidade com a NBR 15.152:2005 e os eletricistas auxiliares que não se enquadram
nesta norma. Os primeiros deverão participar do treinamento NR-10 conforme previsto pela
Norma Regulamentadora.
Os trabalhadores que exercem função de auxiliares de manutenção e outros serviços,
incluindo os que executam serviços de conservação e limpeza das áreas de risco e nas suas
proximidades, deverão ser instruídos por profissional legalmente habilitado, sobre os riscos
que irão existir na execução da tarefa específica, e trabalhar sob a responsabilidade de um
29
profissional habilitado e autorizado. Isto chama-se capacitação para a realização do trabalho.
Este grupo de trabalhadores deverá ser portanto capacitado.
Um caso típico é o trabalhador que deve fazer o serviço de conservação, capina ou
varrição no pátio de uma subestação de energia elétrica. Por estar em área de risco, ou nja
proximidade, de acordo com o previsto no item 10.8.9, ele deverá ser capacitado para
executar o seu trabalho; deverá ser instruído sobre:
a) os riscos existente na área onde irá executar o serviço;
b) os procedimentos para execução da tarefa com segurança;
c) os limites até onde pode atuar;
d) os equipamento de segurança que deverá utilizar;
e) os procedimentos em situação de emergência.
Este trabalhador, na condição de capacitado, somente poderá executar o serviço se
estiver sob a responsabilidade de um profissional habilitado e autorizado, podendo este não
ser o mesmo que o capacitou. [2]
10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas
desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define
esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam
identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.
30
6 . O T R E I N A M E N T O N R - 1 0
O desenvolvimento do treinamento deve ter como foco a segurança e a saúde do
trabalhador. Os recursos e as técnicas didáticas devem ser tais que favoreçam o aprendizado
dos treinandos.
Segundo estudos realizados e publicados em 1999 pelo Institute for Applied
Behavioral Science, organização americana especializada em estudos sobre o comportamento
humano, a retenção das informações pelos alunos varia conforme o método utilizado pelo
educador. Aulas meramente expositivas são menos eficazes do que as enriquecidas com
exemplos práticos, atividades lúdicas e discussões em grupo. Estendendo este estudo para o
caso do treinamento, reproduzimos abaixo as conclusões obtidas pelo instituto americano
acima identificado, referente à retenção do aprendizado em função da técnica de ensino
utilizada.
a) Palestra: 5%;
b) Leitura: 10%;
c) Audiovisual: 20%;
d) Demonstrações: 30% ;
e) Grupos de discussão: 50%;
f) Exercícios práticos: 75%;
g) Ensinar aos outros ou o uso imediato: 80%.
6.1 Conceito de Treinamento
Treinamento e educação tem significados diferentes. Educação é uma forma mais
ampla de ensinar e aprender enquanto que o treinamento é transmissão do conhecimento para
um fim específico. A educação se refere ao ser humano como um todo e o prepara para vida,
descobre atividades e talentos latentes enquanto o treinamento no âmbito das empresas, visa
preparar o trabalhador para o desempenho das suas tarefas; ensina capacidades específicas ou
os procedimentos para a realização de uma determinada tarefa.
A educação é uma forma de disseminar e democratizar o saber continuamente. Já o
treinamento é tido como um processo educacional de curto prazo que utiliza
procedimento sistemático e organizado pelo qual o pessoal não gerencial aprende
conhecimentos e habilidades técnicas para um propósito definido [8]
Entende-se que treinamento tem como finalidade melhorar o desenvolvimento
profissional do ser humano na sua organização, e no desempenho das suas funções além de
31
ser o processo que visa à preparação e ao aperfeiçoamento das habilidades e dos
conhecimentos dos funcionários de uma organização.
É um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar
conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à execução de tarefas ou à
sua otimização no trabalho.
O treinamento deverá proporcionar ao trabalhador a oportunidade da produção de um
estado de mudança na sua bagagem de conhecimentos, habilidades e atitudes, qualificando-o
às necessidades da sua função. Todos os trabalhadores possuem uma bagagem de
conhecimentos individual, adquirida ao longo da sua trajetória profissional, porém estes
conhecimentos precisam estar ajustados com a posição ocupada dentro da estrutura
organizacional da empresa e com as respectivas responsabilidades. As eventuais diferenças
existentes devem ser corrigidas por meio do Treinamento.
O Treinamento é portanto um processo formal de aprendizagem que se desenvolve
dentro ou sob a orientação da empresa com os seguintes objetivos:
a) preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas peculiares à
organização;
b) proporcionar oportunidade para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas
em seus cargos atuais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode
ser considerada;
c) mudar a atitude das pessoas;
d) ambientar novos empregados;
e) conscientizar os trabalhadores da importância de se auto-desenvolverem;
f) fornecer aos trabalhadores, informações sobre os riscos à sua segurança e à sua
saúde que envolvem a sua atividade profissional e informar a aplicação das respectivas
medidas de controle.
Pode-se definir dois métodos de treinamento, o formal e o informal. O treinamento é
dito formal quando ele é planejado com antecedência e com formato estruturado. O
treinamento informal, não estruturado, não planejado, é facilmente adaptável às situações e
dos indivíduos para ensinar habilidades e manter os funcionários atualizados. [7]
6.2 Conteúdo do treinamento NR-10
O conteúdo do treinamento NR-10 formal está estabelecido no Anexo II da nova NR-
10, e é constituído por dois módulos, o Curso Básico: Segurança em Instalações e Serviços
32
com Eletricidade, destinado a todos os trabalhadores em geral e o Curso Complementar:
Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em Suas Proximidades necessário aos
trabalhadores que exercem suas atividades no sistema elétrico de potência.
A NR-10 em seu glossário, define sistema elétrico de potência (SEP) como sendo o
conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica até a medição, inclusive. [1]
Para o treinamento correspondente ao Curso Básico, a norma regulamentadora prevê
uma duração mínima de 40 horas e um conteúdo associado. As abordagens devem buscar
esclarecer os mecanismos da eletricidade sobre o organismo, as medidas de proteção
disponíveis e suas condições de aplicação. Não se trata de uma capacitação profissional para
as atividades no âmbito das instalações elétricas, mas sim na prevenção de acidentes de
natureza elétrica, de análise e antecipação do risco, com desenvolvimento de metodologias
seguras, noções de responsabilidades civil e criminal, conhecimento de normas e
regulamentos aplicáveis, prevenção e combate a incêndios e primeiros socorros. [2]
O conteúdo do Curso Básico envolve assuntos mais generalistas dentro da área de
segurança, sendo portanto comuns a todos os tipos de instalações. Por este motivo não há
restrições quanto a origem dos participantes podendo estes serem classificados desde a
categoria dos eletricistas de instalações elétricas prediais até profissionais envolvidos com o
sistema elétrico de potência.
O treinamento relativo ao Curso Complementar exige como pré-requisito, a freqüência
com aproveitamento satisfatório do trabalhador no do Curso Básico.
O Curso Complementar, em seu conteúdo, apresenta muitos tópicos, perfeitamente
identificados, que deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições de
trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de outras
peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade, sendo obedecida a
hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador. [1]
O conteúdo do Curso Complementar envolve assuntos dentro da área de segurança,
sendo obrigatoriamente dirigido para profissionais que trabalham em condições semelhantes
de instalação e níveis de tensão. Como exemplo de grupos homogêneos de trabalho podemos
citar trabalhadores que executam serviços no SEP, agrupados nos seguintes setores: redes de
distribuição da classe de 15kV; redes de distribuição da classe de 23kV; redes de transmissão
da classe de 69kV; redes de transmissão da classe de 138kV; redes de transmissão da classe
de 230kV; geração de energia hidrelétrica; instalações industriais; instalações prediais. Em
33
relação às particularidades deve-se ainda considerar se o serviço é executado com linha viva,
à distância ou ao potencial.
Por este motivo há restrições quanto a origem dos participantes devendo estes serem
agrupados de acordo com o respectivo grupo homogêneo, por exemplo: Curso NR-10,
módulo complementar dirigido a eletricistas de manutenção de redes de distribuição
subterrânea, classe de tensão de 15KV.
Observe-se que a necessidade da participação no treinamento no Curso Complementar
não está vinculada à tensão de operação da instalação nem à potência da mesma, portanto
instalações elétricas industriais com tensão nominal acima de 1000 volts em corrente
alternada, não integram o SEP conforme definido pela NR-10.
6.3 Distribuição da Carga Horária
A duração mínima prevista para o desenvolvimento de cada um dos cursos previstos
no treinamento NR-10 é de 40 horas. A normatização não define um prazo para a realização
dos eventos. Quarenta horas pode representar uma semana considerando oito horas diárias, de
segunda a sexta-feira, o que implica em retirar um trabalhador do seu ambiente de trabalho
por tempo igual à jornada de trabalho de uma semana. Isto além de ser parte do investimento
que a empresa deve fazer com o objetivo de proteger a saúde do trabalhador, constitui-se
também em uma obrigação legal do empregador pois como prescreve a NR-1, compete a este
cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho.
O número de horas diárias dedicadas ao desenvolvimento do treinamento, pode ser
menor do que as oito horas correspondentes à jornada de trabalho. Com isto obviamente o
número de dias necessários para que o conteúdo seja aplicado torna-se maior e neste caso o
empregador somente poderá contar com os serviços do trabalhador na área de risco, após o
mesmo ter concluído o treinamento com aproveitamento. O item 10.6 da NR-10 que trata da
Segurança em Instalações Elétricas Energizadas, determina que:
10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com
alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como
zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item
10.8 desta NR.
O item 10.8 trata das condicionantes necessárias aos trabalhadores que interagem com
energia elétrica: habilitação, qualificação, capacitação e autorização.
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de
segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em
34
suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações
estabelecidas no Anexo II desta NR.
O gestor do Treinamento NR-10 deve portanto, ao elaborar o planejamento do curso,
avaliar estas duas situações e definir a distribuição da carga horária para o desenvolvimento
do curso considerando os interesses da empresa e os objetivos da gestão da segurança do
trabalhador.
Apresentamos nos Anexos I e II deste trabalho como exemplo, os plano de curso
simplificado do treinamento NR-10 aplicados em uma empresa gaúcha geradora de energia
elétrica. O conteúdo e os respectivos instrutores foram distribuídos observando-se o tempo
mínimo estabelecido para o treinamento.
6.4 Forma de Apresentação do Treinamento
O Treinamento NR-10 formal, que ocorre em sala de aula ou em sala de reuniões,
ocorre na forma de seminário, encontros onde o fluxo de comunicação se processa em duas
direções; deve ser uma ocasião de semear idéias ou de favorecer a sua germinação. O instrutor
discorre sobre um tema e os treinandos participam; a experiência trazida a estas reuniões
pelos participantes é muito importante para ajustar o conteúdo do curso com a realidade
encontrada nas atividades desenvolvidas pelos trabalhadores. Dependendo da familiaridade
dos participantes do treinamento com o tema abordado, a dinâmica para apresentação de um
determinado assunto pode ser do tipo:
Exposições, Palestras e Conferências: são encontros com finalidades específicas onde
o fluxo de comunicação se processa em uma só direção. O instrutor discorre sobre um tema e
a platéia ouve.
Seminário: é caracterizado pela apresentação de um tema comum por vários
apresentadores, onde haverá um debate junto aos participantes após a apresentação. Sua
finalidade é a de discorrer sobre os mais diversos aspectos de um tema e coletar fatos,
informações e experiências.
Simpósio: constituído por um apresentador-coordenador e dois ou mais apresentadores
especialistas, onde cada um abordará o mesmo tema sob aspectos diferentes. Os participantes
poderão participar por meio de perguntas por escrito, respondidas após a apresentação formal.
6.5 Recursos Instrucionais
6.5.1 Plano de aula
35
O plano de aula se articula com o planejamento, a definição do que vai ser ensinado
num determinado período, de que modo isso ocorrerá e como será a avaliação. Funciona
como um roteiro que traz descritas todas as atividades do programa, distribuídas no tempo,
bem como, as técnicas de ensino que serão empregadas para a abordagem de cada um dos
temas e os recursos utilizados. È um instrumento valioso para o multiplicador/ apresentador
utilizar como um guia que trará segurança e qualidade no tratamento do assunto.
6.5.2 Apostila / Manual
Estes instrumentos são úteis ao treinando, não apenas para acompanhamento do que
está sendo ministrado, mas também como referência do assunto tratado para posterior
consulta, e ainda como complemento. A apostila pode trazer detalhamento do que foi
abordado em sala de treinamento, permitindo que o treinando complemente as informações.
A apostila pode conter apenas a cópia das telas utilizadas pelo instrutor. Nesse caso, é
importante que estejam visíveis, sendo recomendável utilizar 2, no máximo, 3 telas por folha.
O manual é um instrumento mais completo, com o detalhamento e passo-a-passo
visando nivelar o grau de conhecimentos s serem transmitidos. Foi com este objetivo que um
grupo de profissionais das entidades partícipes da elaboração da nova NR-10, identificados no
Anexo IV, também elaboraram após um acurado levantamento de documentação técnica
existente nas empresas, em entidades de pesquisa e ainda em livros e publicações editados e
disponibilizados à sociedade, um manual para o desenvolvimento do treinamento básico, que
está disponível na internet para acesso livre no endereço eletrônico:
http://www.fundacentro.gov.br. (disponível em 10 de dezembro de 2008).
6.5.3 Recursos visuais e audiovisuais
Os recursos audiovisuais tem como objetivo, em relação ao treinando de despertar o
seu interesse e facilitar a sua percepção ao passo que para o instrutor visa concretizar e ilustrar
o que está sendo exposto verbalmente, sistematiza e ordenar conceitos, tornar a apresentação
mais rápida e eficiente, estimular a participação, favorecer e fixar a aprendizagem.
6.5.3.1 Quadro de Giz ou magnético: Recurso de fácil utilização, necessitando apenas que
se planeje o que será escrito, cuidando para que seja legível a todos os participantes,
independentemente do local onde estejam dispostos.
Vantagens:
a) Grande área de visibilidade;
36
b) Versátil, permitindo apagar e reconstituir facilmente idéias, conceitos e
opiniões;
c) Não necessita de fonte de energia;
Limitações:
A. Impróprio, caso seja necessário voltar ao assunto;
B. Ficar de costas para o treinando enquanto escreve;
C. Difícil locomoção;
D. Inadequado para grandes platéias, pois dificulta a visualização.
6.5.3.2 Folhetos ou álbum seriado: Consiste numa coleção de folhas e confeccionadas
antes da apresentação, que podem ser encadernadas ou fixadas num cavalete.
Ao selecionar o álbum seriado, deve-se ter o cuidado de escrever com letras grandes e
coloridas, destacando-se as palavras chaves.
Vantagens:
a) Atrair o olhar do observador e transmite-lhe imediatamente a idéia desejada;
b) Chamar atenção para determinado assunto;
c) Orientar através de sinalizador;
d) Ser confeccionado com antecedência;
e) Ficar afixado ou disponível durante todo o curso, possibilitando visualização
constante sobre o assunto.
Limitações:
A. Planejar em termos de ilustração, textos, cores.
B. Escrever ou desenhar o conteúdo com muita habilidade.
6.5.3.3 Flip-chart : São folhas brancas colocadas num cavalete próprio para serem utilizados
durante a apresentação. Sua utilização é semelhante ao quadro de giz ou magnético.
Vantagens:
a) O texto escrito permanece, permitindo voltar quando necessário;
b) A mensagem pode ser previamente preparada;
c) As folhas podem ser posteriormente aproveitadas como cartazes e afixados
em locais visíveis da sala;
d) É de fácil locomoção.
Limitações;
A. A área de visibilidade é pequena;
37
B. Normalmente o multiplicador fica de costas para o treinando enquanto
escreve.
6.5.3.4 Retroprojetor: é um equipamento que projeta transparências em uma tela. As
transparências são folhas de acetato, onde ilustra-se os tópicos a serem abordados durante a
apresentação.
Vantagens:
a) Substitui com eficiência o quadro de escrever;
b) Pode ser utilizado em salas de diferentes tamanhos;
c) A sala pode estar parcialmente clara durante a projeção;
d) É fácil de ser operado;
e) É de fácil transporte, etc;
Limitações:
A. Impede a utilização na falta de energia elétrica;
B. Provoca cansaço visual durante exposições muito longas;
C. Tem imagem estática;
D. Alguns equipamentos apresentam barulho.
6.5.3.5 Projetor multimídia: é o mais utilizado atualmente. Permite projetar telas em
powerpoint, com cores, sons , efeitos, imagens em movimento, além de clips, tornando a
apresentação muito dinâmica e atraente.
Vantagens:
a) Pode ser utilizado em salas de diferentes tamanhos;
b) É relativamente fácil de ser operado e de fácil transporte;
c) As telas podem ser gravadas em CD´s e utilizadas outras vezes;
d) É possível a utilização de muitos recursos multimídia.
Limitações:
A. É um recurso mais sofisticado, que necessita capacitação técnica;
B. Impede a utilização na falta de energia elétrica;
C. Provoca cansaço visual;
6.5.3.6 Filme/Videocassete: Sua projeção é bastante simples, permitindo explorar inúmeros
temas por meio da visualização de situações, fatos ou locais. Pode ser projetado em sala de
qualquer tamanho, desde que adequado a um monitor (TV) ou telão que consiga atingir a
38
amplitude do local onde a apresentação será realizada. Deve ser de curta duração ou
apresentado em partes.
Vantagens:
a) Os temas que podem ser de grande abrangência;
b) Aspectos atitudinais por meio da visualização de situações análogas;
c) É o recurso audiovisual mais completo;
d) Sua projeção é bastante simples.
Limitações:
A. Deve ser utilizado em sala escura;
B. Deve ser de curta duração;
C. Na falta de energia elétrica, sua utilização fica impedida;
D. Exige certo grau de abstração para o pleno aproveitamento de mensagens ou
idéias.
6.5.3.7 Ferramentas de práticas
É certo que as pessoas esquecem o que ouvem, lembram o que falam, mas aprendem,
de fato, o que fazem. Por isso, as dinâmicas e simulações de situações reais levam os
treinandos a praticarem e, assim, assimilarem melhor o conteúdo ensinado.
6.6 Programa de Reciclagem
Reciclagem é a oportunidade de se atualizar dos conhecimentos já aprendidos na sua
rotina de serviço. A Norma Regulamentadora exige que todos os trabalhadores que fizeram o
Treinamento por ela previsto sejam submetidos a cursos de reciclagem periódicos.
10.8.8.2 – Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que
ocorrer alguma das situações a seguir:
a) Troca de função ou mudança de empresa;
b) Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três
meses;
c) Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,
processos e organização do trabalho.
A NR-10 não define tempo nem conteúdos mínimos para o treinamento da reciclagem,
ficando a critério do responsável técnico pelo treinamento estabelecer os currículos e cargas
horárias das reciclagens e, por conseguinte, assumir a responsabilidade pela decisão.
Um critério para a definição dos temas é, em função de dados estatísticos ou
operacionais estabelecer os assuntos relacionados com atividades que possam comprometer a
segurança ou a saúde do trabalhador. Como exemplo pode-se citar a transmissão de
39
conhecimentos gerais sobre utilização adequada dos equipamentos de proteção individual,
simular acidente de trabalho devido ao uso inadequado do EPI; capacitar os profissionais em
medidas de segurança, treinamento de resgate de acidentados, despertar a importância das
relações interpessoais dos profissionais.
O objetivo com o desenvolvimento desses temas é manter a consciência viva dos
trabalhadores com foco na importância da prevenção de acidentes, desenvolver
comportamentos ao bom andamento do trabalho e proporcionar conhecimento, habilidades e
atitudes para um melhor desempenho de atividades.
A NR-10 não estabelece, nem carga horária e nem conteúdo para os treinamentos
de reciclagem. Isso foi discutido na elaboração e na comissão tripartite e não saiu
assim por engano.
Fica por conta e responsabilidade da empresa consciente, o estabelecimento dos
treinamentos de reciclagem necessários , segundo as práticas, verificações e tudo
mais que se observar , para aplicar na gestão do que determina a NR-10.
Jamais se pensou em repetir a cada dois anos o mesmo conteúdo BÁSICO dos
treinamentos , sem nenhum avanço sem aprofundamentos.
As empresas responsáveis saberão definir o tempo que deve ser dedicado à
melhoria da segurança dos seus colaboradores, bem como estabelecer o conteúdo
e a forma de distribuir esse ensaio de melhoria continuada.[9]
O indicador da melhoria continuada são os dados estatísticos ao revelar um menor
número condições inseguras e de acidentes do trabalho.
40
7 . H A B I L I T A Ç Ã O D O S IN S T R U T O R E S
O treinamento NR-10 é constituído por disciplinas que abordam assuntos relacionados
com conceitos de segurança do trabalho, conceitos de eletricidade envolvendo os aspectos de
operação e manutenção e conceitos de medicina do trabalho.
“O cumprimento do currículo estabelecido é de caráter multiprofissional,
compreendendo assuntos específicos de segurança que devem ser desenvolvidos por
pessoal com esta formação, outros assuntos são próprios da área elétrica e devem
ser desenvolvidos por profissionais com essa habilitação; outros ainda há que são
próprios de profissionais da área da saúde, assim entendidos os médicos do
trabalho, enfermeiros do trabalho, porém sempre à escolha e determinação da
empresa que autoriza, portanto, que assume a responsabilidade por escolher a
formatação de seu treinamento, contínuo, em módulos, ou como melhor convier às
partes. Assim é que a autorização emitida pela empresa se baseará no trabalho dos
profissionais envolvidos no treinamento e avaliação, que deverão ser os
certificadores dos autorizados.” [2]
Os profissionais envolvidos, dentro dos limites das suas qualificações profissionais
são:
a) na área da Segurança do Trabalho, o engenheiro com especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho e o técnico em Segurança do Trabalho;
b) na área da Eletricidade, o engenheiro eletricista, o técnico em eletrotécnica e
outros profissionais da área elétrica
c) na área de Primeiros Socorros, por sua formação, são os profissionais da área
médica: médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.
O artigo 181 da CLT estabelece que os profissionais que trabalham em serviços de
eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a
acidentados por choque elétrico; estes métodos, ao alcance do trabalhador leigo, são os
procedimentos a serem adotados no primeiro momento após o acidente, com o objetivo de
observar as condições e as reações da vítima afim de informar aos agentes profissionais de
saúde sobre as condições aparentes do trabalhador acidentado. Este conteúdo é objeto dos
cursos de formação do engenheiro e do técnico do trabalho e portanto constitui-se no limite da
habilitação destes profissionais na área dos Primeiros Socorros.
Como exemplo destes procedimentos pode-se citar:
a) desenergização do circuito que causou o acidente;
b) afastamento da vítima do contato com as partes energizadas;
c) observação do grau de consciência do acidentado;
d) verificação dos sinais vitais: pulsação e respiração;
41
e) verificação da desobstrução das vias aéreas e se necessário utilizar as técnicas
recomendadas;
f) utilização das técnicas de movimentação de acidentados;
g) aplicação das técnicas para o salvamento de vítimas com parada cardiorespiratória,
se for o caso;
h) no caso de queimaduras, proteção dos ferimentos conforme as técnicas
recomendadas.
7.1 Engenheiro Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
A Lei Federal Nº 7.410 de 27 novembro de 1985, dispõe sobre a especialização de
Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico
de Segurança do Trabalho, e estabelece:
Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho será
permitido, exclusivamente:
I - ao Engenheiro de qualquer modalidade ou Arquiteto portador de certificado de
conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a ser
ministrado no País, em nível de pós-graduação;
II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança
do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho;
III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho expedido pelo
Ministério do Trabalho até a data fixada na regulamentação desta Lei.
No artigo 3º a Lei determina que o exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos
na especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho dependerá de registro em
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
A Resolução Nº 359, de 31 julho de 1991 do CONFEA, que dispõe sobre o exercício
profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, no item 14,
dá a estes profissionais a atribuição para orientar o treinamento específico de Segurança do
Trabalho e assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à
Segurança do Trabalho, conferindo-lhe portanto a condição de instrutor e responsável técnico
pelo treinamento.
42
7.2 O Técnico em Segurança do Trabalho
O Decreto Nº 92.530, de 9 de abril de 1986 regulamenta a Lei nº 7.410, de 27
novembro de 1985, que dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em
Engenharia de Segurança do Trabalho, modifica os sub-itens I e III do artigo 1º da Lei em
referência e regulamenta também a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho:
Art. 2º - O exercício da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho é permitido,
exclusivamente:
I - ao portador de certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do
Trabalho ministrado no País em estabelecimento de ensino de 2º Grau;
II - ao portador de certificado de conclusão de curso de Supervisor de Segurança do
Trabalho, realizado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho;
III - ao possuidor de registro de Supervisor de Segurança do Trabalho, expedido pelo
Ministério do Trabalho, até 180 (cento e oitenta) dias da extinção do curso referido no item
anterior.
A formação do Técnico em Segurança do Trabalho é obtida em curso de nível médio
específico para este fim.
O artigo 3º da Lei 7.410 de 27 de novembro de 1985, estabelece a obrigatoriedade do
registro do Técnico em Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego, MTE,
para o exercício de atividade profissional, não obrigando o registro no CREA para que este
profissional possa desenvolver a sua atividade.
A Portaria Nº 3.275 do MTE de 21 de setembro de 1989, definiu que as atividades do
Técnico em Segurança do Trabalho são as seguintes:
VI - promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões,
treinamentos e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o
objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos
técnicos, administrativos e prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalho.
A NR-27-Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do
Trabalho, emitida através da Portaria nº 13 de 20 de dezembro de 1995, estabelece que o
exercício desta profissão depende de prévio registro no Ministério do Trabalho, efetuado pela
Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho até que seja instalado o respectivo Conselho
Profissional.
O CONFEA através da Decisão Plenária do PL-1235/96 de 13 de dezembro de 1996,
orienta os CREA’s determinando que o registro do Técnico de Segurança do Trabalho deve
ser feito no CREA de sua jurisdição, estabelecendo o vínculo deste profissional ao sistema
43
CONFEA/CREA. A decisão Plenária PL-0092/2007 orienta complementarmente que, dado
ao caráter generalista da formação deste profissional, no ato de formalização do pedido junto
ao CREA, profissional deverá especificar, através de formulário próprio dentre as áreas
abrangidas pelo sistema CONFEA/CREA aquela em que pretende direcionar suas atividades.
A resolução do CONFEA nº 473, de 2002, atualizada em 29 de novembro de 2006,
sob o código 413-01-00, decidiu que é facultado aos Técnicos de Segurança do Trabalho o
registro no CREA, conforme orientado pelas Decisões Plenárias nº 1235/96 e PL-1066 de
1997.
Conclui-se portanto, a luz da legislação vigente e dentro dos limites da sua habilitação
profissional, que o Técnico em Segurança do Trabalho, por sua formação tem habilitação para
promover o treinamento, e divulgar através do mesmo as normas de segurança e higiene do
trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencionistas, incluindo a prevenção e
combate a incêndio, (NR-23 - Proteção Contra Incêndios) visando evitar acidentes do
trabalho, doenças profissionais e do trabalho, ficando excluídas as disciplinas relativas à
Eletricidade.
7.3 Profissionais de Nível Superior - Área da Engenharia
O trabalho do profissional de Nível Superior nos cursos NR-10 é dedicado à segurança
nas instalações elétricas e portanto o instrutor deste conteúdo deve estar legalmente habilitado
para atuar nesta área.
Os profissionais a serem treinados podem atuar nos sistemas de geração, transmissão
ou de distribuição energia elétrica, além das instalações elétricas industriais e as prediais,
comerciais e residenciais.
A habilitação plena para executar serviços em eletricidade, em alta ou em baixa
tensão, é do Engenheiro Eletricista, com atribuições segundo o artigo 8o da Resolução n
o 218
do CONFEA de 29 de junho de 1973.
Para os outros profissionais do sistema CONFEA/CREA, regidos pela Resolução
supra citada, a habilitação legal é conseqüência do registro com aproveitamento, das
disciplinas de Instalações Elétricas no respectivo histórico escolar e limitada ao conteúdo
programático das mesmas. [3]
O engenheiro eletricista, com especialização em Engenharia de Segurança do trabalho,
é o único profissional que está legalmente habilitado a ministrar todo o conteúdo mínimo
previsto para o treinamento NR-10, por sua formação nos níveis acadêmicos de graduação, de
44
especialização que abrange o conteúdo da NR-23 e em função dos termos do artigo 181 da
CLT..
7.4 Profissionais Técnicos de Nível Médio
O exercício da profissão de Técnico Industrial e Técnico Agrícola de nível médio ou
de 2º grau é estabelecido pela Lei Federal Nº 5.524, de 5 novembro 1968 que por sua vez é
regulamentada pelo Decreto nº 90.922, de 6 fevereiro 1985. O artigo 4º item VI do citado
decreto estabelece que também consiste aos técnicos industriais de 2º grau em suas diversas
modalidades, para efeito do exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os limites
de sua formação, ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos
currículos do ensino de 1º e 2º graus, desde que possuam formação específica, incluída a
pedagógica, para o exercício do magistério nesses dois níveis de ensino. (o grifo é nosso)
Os profissionais técnicos de grau médio da área elétrica não tem habilitação nas áreas
de segurança do trabalho e de medicina do trabalho e de acordo com o item 10.2.7 eles não
estão habilitados a participar como instrutores do treinamento NR-10 nos tópicos que
abordam assuntos relacionados com estas áreas do conhecimento;
Em se tratando da parte elétrica, no conteúdo do Curso Complementar, estão previstos
tópicos que deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições de
trabalho características de cada ramo ou atividade, tais como: padrão de operação, de nível de
tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade. O
Curso Complementar é obrigatório para quem executa atividades no SEP, Sistema Elétrico de
Potência definido pela NR-10 como “o conjunto das instalações e equipamentos destinados à
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição, inclusive;”
O artigo 4º do decreto nº 90.922, § 2º limita a atividade do Eletrotécnico a instalações
com potência instalada de até 800kVA, entretanto não há referência ao valor da tensão
elétrica. Na cronologia das leis que dispõe sobre as atribuições dos técnicos de 2º grau,
destaca-se a Lei Federal nº 5;194/66, de 24 de dezembro de 1966, que estabelece em seu
artigo 27:
Art. 27 - São atribuições do Conselho Federal:
[...] f) baixar e fazer publicar as resoluções previstas para regulamentação e
execução da presente Lei, e, ouvidos os Conselhos Regionais, resolver os casos
omissos.
Diante de tais atribuições, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia – CONFEA estabeleceu através da Resolução nº 278, de 27 de maio de 1983, no
artigo 4º:
45
As atribuições dos Técnicos Industriais de 2º Grau, em suas diversas modalidades,
para efeito do exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os limites de
sua formação, consistem em:
[...] § 4º - Os Técnicos em Eletrotécnica poderão conduzir a execução de
instalações elétricas em baixa tensão, com freqüência de 50 ou 60 hertz, para
edificações residenciais ou comerciais, nos limites de sua formação profissional,
bem como exercer atividade de desenhista de sua especialidade.
Assim, as atribuições do profissional Técnico em Eletrotécnica são aquelas conferidas
de acordo com a Lei 5.524/68, Resolução do CONFEA Nº 278/83 e pelo Decreto 90.922/85,
limitadas a execução de instalações elétricas em baixa tensão, de freqüência de 50 ou 60 hertz,
para edificações residenciais e comerciais;
Conclui-se portanto que, a luz da legislação vigente que o Técnico em Eletricidade de
Grau Médio ou Eletrotécnico:
a) tem habilitação para ministrar os conteúdos relativos à eletricidade no treinamento
previsto pela NR-10, no curso correspondente ao módulo básico, que desenvolve os temas
relacionados com esta disciplina dentro dos limites das suas atribuições;
b) no curso correspondente ao módulo complementar o Técnico em Eletricidade ou
Eletrotécnico tem habilitação para ministrar o treinamento NR-10 quando dirigido a
instalações elétricas de baixa tensão e com potência instalada de até 800kVA;
c) nas instalações com potência instalada superior a este limite, ou em instalações que
envolvam tensões superiores a 1000 volts em tensão alternada ou 1500 volts em tensão
contínua ou no curso complementar direcionado à instalações do sistema elétrico de potência
(SEP), o Técnico em Eletricidade ou Eletrotécnico poderá participar como instrutor do
treinamento NR-10 na condição de integrante de uma equipe sob a responsabilidade de um
Engenheiro Eletricista.
7.5 Outros Profissionais
É conveniente e saudável a participação de uma equipe multidisciplinar no
desenvolvimento e implementação do Treinamento NR-10. O curso enriquece-se com a
participação de profissionais de outras áreas do conhecimento. Legislação, Primeiros
Socorros, Aspectos Comportamentais e Proteção e Combate a Incêndio são conteúdos
previstos no Treinamento NR-10 que, dentro de uma visão de multidisciplinaridade, devem
ser ministrados por advogados, médicos ou enfermeiros ou técnicos em enfermagem,
psicólogos e especialistas em prevenção e combate a incêndio, respectivamente.
46
8 . R E S P O N S A B I L I D A D E T É C N I C A P E L O
T R E I N A M E N T O
A Resolução nº 218/73 do CONFEA, que discrimina atividades das diferentes
modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia, estabelece que para
efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da
Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas
as seguintes atividades:
Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
...
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
...
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação
técnica; extensão;
A Resolução nº 359/91 do CONFEA, que dispõe sobre o exercício profissional, o
registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho estabelece em seu artigo 4º,
item 14 que compete a estes profissionais orientar o treinamento específico de Segurança do
trabalho e assessorar a elaboração de programas de treinamento geral, no que diz respeito à
Segurança do Trabalho.
O treinamento NR-10 é um serviço técnico cujo gestor deverá assumir a
responsabilidade técnica pela direção e pela certificação do aproveitamento dos que passaram
pelo processo do treinamento.
A Lei Federal nº 6.496, de 07 dezembro de 1977 institui a "Anotação de
Responsabilidade Técnica" na prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e
Agronomia e estabelece que todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou
prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à
Agronomia fica sujeito à "Anotação de Responsabilidade Técnica" - ART.
O treinamento NR-10, por seu conteúdo, exige a participação de profissionais da área
tecnológica e portanto é uma atividade de Engenharia para a qual deverá existir um
responsável técnico e uma correspondente ART. Os temas abordados no treinamento, de
acordo com o anexo 2 da Portaria 538/2004 do MTE, referem-se à Segurança do Trabalho e à
Eletricidade por conseguinte os profissionais qualificados para serem gestores do treinamento
47
NR-10 são o Engenheiro com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho ou o
Engenheiro Eletricista.
A Portaria Nº 3.275 do MTE de 21 de setembro de 1989, definiu que as atividades do
Técnico em Segurança do Trabalho e atribuiu a estes profissionais entre outras atividades, a
promoção de treinamento com o objetivo da divulgação das normas de segurança, o que
carateriza a sua habilitação para ser responsável técnico pelo treinamento. Sendo o
treinamento NR-10 uma atividade de Engenharia, este profissional deverá anotar uma ART
referente à direção ou coordenação o que implica na obrigatoriedade deste Técnico em
Segurança do Trabalho ter registro no CREA na sua área de atuação.
A Resolução nº 262 do CONFEA que dispõe sobre as atribuições dos Técnicos de
Grau Médio, nas áreas da Engenharia, Arquitetura e Agronomia estabelece que a estes
compete a execução de trabalhos e serviços técnicos projetados e dirigidos por profissionais
de nível superior. A mesma resolução define: dirigir, significa determinar, comandar e
essencialmente decidir; Quem é levado a escolher entre opções, quem é obrigado a tomar
decisões, quem deve escolher o processo construtivo e especificar materiais em uma
edificação está a dirigir. Dirigir portanto, segundo este dispositivo legal, não faz parte das
atribuições do profissional Técnico de Grau Médio.
Considerando contudo o artigo 4º do Decreto Nº 90.922, as atribuições dos técnicos
industriais, respeitados os limites de sua formação, consistem em:
...
III - executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e
reparo de equipamentos, instalações e arquivos técnicos específicos, bem como conduzir e
treinar as respectivas equipes;
...
VI - ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos do
ensino de 1º e 2º graus, desde que possua formação específica, incluída a pedagógica, para o
exercício do magistério nesses dois níveis de ensino.
A formação pedagógica dos instrutores de nível médio habilita este profissional na
atividade de ensino-aprendizagem, e é mais abrangente do que a qualificação necessária à
participação no treinamento em tela e portanto confere a este profissional as condições
técnicas para assumir a responsabilidade técnica pelo treinamento NR-10 no curso básico, em
função dos limites estabelecidos por sua formação e habilitação.
Do acima exposto, e considerando que o treinamento refere-se à Segurança em
Instalações e Serviços com Eletricidade em seu Curso Básico e Segurança no Sistema Elétrico
48
de Potência (SEP) e em Suas Proximidades no Curso Complementar, conclui-se que os
profissionais com atribuições para exercer a direção do treinamento NR-10, cursos básico e
complementar, deverão ser: Engenheiros Eletricistas, Engenheiros de qualquer modalidade,
inclusive os Arquitetos, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e os
Técnicos em Segurança do Trabalho.
Exclusivamente no Curso Básico, estão habilitados a assumir a responsabilidade
técnica os demais engenheiros da área elétrica, habilitados em instalações elétricas e os
Técnicos em Eletrotécnica com formação pedagógica reconhecida pelo sistema oficial de
ensino.
O responsável técnico pelo treinamento deverá manter a disposição das autoridades
fiscalizadoras os documentos referentes ao conteúdo do curso NR-10 ministrado, a
identificação e qualificação dos instrutores e uma cópia da ART referente ao treinamento.
9 . A V A L I A Ç Ã O E C E R T I F I C A D O D O T R E I N A M E N T O
A necessidade de uma avaliação do desempenho dos trabalhadores que forem
submetidos ao Treinamento NR-10 é uma exigência desta Norma Regulamentadora.
10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores
capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado
com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do Anexo II
desta NR.
9.1 Avaliação dos treinandos
A teoria da avaliação pedagógica prevê vários instrumentos e vários aspectos que
podem ser aplicados afim de avaliar, de forma integral, o desenvolvimento da aprendizagem.
Os métodos de avaliação cognitiva incluem a utilização de instrumentos como provas,
trabalhos, apresentações, demonstrações, e outros; os métodos de avaliação afetiva levam em
consideração aspectos subjetivos como assiduidade, pontualidade, e participação no
desenvolvimento do treinamento, entre outros de caráter mais subjetivo. A sugestão é que
para a avaliação final sejam considerados mais de um instrumento de avaliação parcial,
contemplando as áreas cognitiva e afetiva. Está disponível na internet para referência e de
acesso livre no endereço eletrônico: http://www.fundacentro.gov.br/cursos, modelos de
avaliação cognitiva do treinamento NR-10, módulo básico. (disponível em 10 de dezembro de
2008).
O Treinamento NR-10 prevê no mínimo, 40 (quarenta) horas de atividades para o
trabalhador em cada um dos módulos, portanto o treinando que, por motivo de falta não
49
completar este tempo mínimo, não terá direito ao certificado de aproveitamento por
participação no mesmo.
As faltas acontecem com mais freqüência quando o treinamento é dado na modalidade
“in company”, isto é, dentro das instalações da empresa; nestes casos é comum o empregado
ser convocado pela chefia imediata para a execução de uma “tarefa urgente”, o que acaba por
comprometer a participação do treinando no curso. O esquema de recuperação das horas
perdidas é de responsabilidade do responsável técnico pelo treinamento.
9.2 Avaliação de reação
Tem por finalidade avaliar os valores percebidos pelo treinando, logo após o término
do treinamento visando contribuir para a melhoria contínua do processo ensino/aprendizagem.
Pode-se dizer que esta avaliação é o ato de julgar se o treinamento valeu a pena ou não em
termos de algum critérios de valores fornecidos aos treinandos de forma induzida e à luz das
informações colhidas.
A tabulação e análise das respostas dos treinandos à avaliação dos cursos deverá ter o
objetivo geral de fornecer informações contínuas e fidedignas à administração do treinamento
sobre a eficiência e eficácia das ações educacionais realizadas.
Deverão ser avaliados os seguintes objetivos específicos:
a) eficiência dos treinamentos realizados e/ou patrocinados pela empresa;
b) aprendizagem das competências adquiridas (conhecimentos, habilidades e
atitudes) pela avaliação de aprendizagem;
c) impacto do treinamento no trabalho, que tem como objetivo averiguar a
transferência para o trabalho dos conhecimentos, habilidades e atitudes
adquiridas na ação educacional, a melhoria do desempenho no trabalho, bem
como o suporte organizacional encontrado pelo treinado (gerencial, social e
material);
d) mudanças ocorridas na organização em função das ações educacionais
realizadas. Essas mudanças vinculam-se diretamente ao alcance dos objetivos
organizacionais e as mudanças comportamentais esperadas na força de
trabalho;
e) retorno financeiro dos treinamentos realizados. Refere-se à relação entre a
avaliação das mudanças na organização e o retorno financeiro.
50
Sabe-se que as habilidades adquiridas, quando transferidas para o trabalho, aumentam
o desempenho do indivíduo e, por conseqüência, o da organização. Muitos têm procurado
fórmulas de avaliar o retorno financeiro do treinamento para a empresa; contudo, esse retorno
pode ser percebido pelo aumento do ativo intangível da organização, como a sua performance
no mercado, recebimento de prêmios de qualidade, prestígio ante a sociedade entre outros.
O Anexo VI apresenta um modelo de ficha para avaliação de reação que deve ser
preenchida pelos treinandos após o término do treinamento.
9.3 Certificado NR-10
Após a conclusão de cada uma das duas etapas do Treinamento NR-10 ou dos cursos
de reciclagem, o trabalhador que obtiver aproveitamento, segundo os critérios de avaliação
adotados, deverá receber um certificado que atestará esta condição e que deverá conter
também, no mínimo, as seguintes informações:
a) Identificação da empresa promotora do curso (caso exista);
b) Nome completo do trabalhador;
c) Número de um documento de identidade;
d) Nome da empresa com a qual o trabalhador mantém vínculo empregatício;
e) Número de registro do empregado;
f) Identificação do curso;
g) Local e cidade de realização do curso;
h) Total de horas do curso;
i) Período de realização do curso;
j) Assinatura de todos os instrutores com o número de registro nos respectivos
Conselhos Profissionais;
k) O número da ART do responsável técnico pelo curso;
l) Assinatura do preposto da empresa empregadora.
Assinatura de todos os instrutores com o número de registro nos respectivos Conselhos
Profissionais. O treinamento é um patrimônio do trabalhador, entretanto é recomendável que
o certificado também seja assinado por um preposto da empresa ao qual ele está
profissionalmente ligado, como forma de comprovar o comprometimentos da mesma com o
treinamento dos seus trabalhadores.
No verso do certificado deverá colocado a ementa do conteúdo desenvolvido no curso.
51
A NR-10 é explícita em 10.8.3.1 que a capacitação somente é válida para a empresa
que capacitou o trabalhador, e não faz referência em relação ao treinamento NR-10 módulos
básico e complementar, o que permite concluir que o treinamento realizado pelo profissional
em uma empresa poderá ser aproveitado em outra, desde que sejam consideradas pelo
responsável técnico pelo treinamento, as condições de trabalho e outras particularidades
específicas de exposição ao risco.
O Anexo V apresenta um modelo para o certificado NR-10 que para facilitar o
arquivamento sugere-se que seja impresso em folha tamanho A4 e gramatura igual a 75
g/cm2.
No caso do Treinamento NR-10 ser oferecido por alguma empresa a profissionais da
área elétrica ou na modalidade “in company” esta, além dos instrutores e responsável técnico
deverá também ter registro para tal no CREA da sua região, pois trata-se da prestação de um
serviço de Engenharia previsto na Resolução nº 218/73 do CONFEA e em conformidade com
a na Lei Federal nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de
Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.
1 0 . P E N A L I D A D E S
Todas as Normas Regulamentadoras emitidas pelo MTE têm força de lei, tendo em
vista o que dispõe os artigos 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT):
Artigo 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos
preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; (Incluído pela Lei
nº 6.514, de 22.12.1977)
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais
atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o
território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do
Trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das
decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de
segurança e medicina do trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Artigo 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições
complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as
peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em
obras de construção, demolição ou reparos; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos,
bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto
à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos,
52
eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados;
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com
exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes
contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil
circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente
sinalização; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho
a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia
de endemias;(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações
ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais
ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação
ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à
intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames
médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente dos locais de trabalho e
das demais exigências que se façam necessárias; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações
sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários
individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições,
fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo
de sua execução, tratamento de resíduos industriais;(Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de
perigo. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a
que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito
adotadas pelo órgão técnico. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Todos os itens da NR-10 são de observância obrigatória pelas empresas privadas e
públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT. Por
conseguinte o não atendimento às prescrições relativas ao treinamento, estabelecidas no item
10.8.8, colocará a instituição faltosa em condições de ser multada pelos Órgãos Fiscalizadores
do MTE.
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem
possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas,
de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR. (210.082-7/I=4)
10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores
capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado
com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do Anexo II
desta NR. (210.083-5/I=4)
10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que
ocorrer alguma das situações a seguir:
(210.084-3/I=2)
a) troca de função ou mudança de empresa; (210.085-1/I=2)
b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três
meses; (210.086-0/I=2)
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,
processos e organização do trabalho. (210.087-8/I=2)
De acordo com o Anexo I da NR-28, Fiscalização e Penalidades, o valor da multa a ser
aplicada é função do item infringido, e do número de empregados da empresa.
53
A tabela 2 apresenta um exemplo dos valores de multa aplicáveis para cada um dos
itens abaixo relacionados, referentes ao treinamento NR-10, para uma empresa que tenha um
número de trabalhadores compreendido entre 251 e 500, considerando o valor da UFIR igual
a 1,8258 unidades de Real (outubro de 2008).
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem
possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia
elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações
elétricas,de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR.
(210.082-7/I=4)
10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores
capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado
com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do ANEXO II
desta NR.
(210.083-5/I=4)
10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que
ocorrer alguma das situações a seguir: (210.084-3/I=2)
a) troca de função ou mudança de empresa; (210.085-1/I=2)
b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três
meses; (210.086-0/I=2)
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,
processos e organização do trabalho. (210.087-8/I=2)
10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de
reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2
devem atender as necessidades da situação que o motivou. (210.088-6/I=1)
10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento
especifico de acordo com risco envolvido. (210.089-4/I=3)
10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas
desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define
esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam
identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.
(210.090-8/I=2)
Tabela 2– Exemplo de valores para multas pelo não atendimento ao treinamento NR-10
Item Código da infração Faixa de valores da multa (R$)
10.8.8 210.082-7 9.035,88 a 10.023,64
10.8.8.1 210.083-5 9.035,88 a 10.023,64
10.8.8.2 210.084-3 4.513,37 a 5.017,29
10.8.8.2a 210.085-1 4.513,37 a 5.017,29
10.8.8.2b 210.086-0 4.513,37 a 5.017,29
10.8.8.2c 210.087-8 4.513,37 a 5.017,29
De acordo com 28.3.1.1, no caso de reincidência a multa será aplicada na forma do
artigo 201, parágrafo único da CLT:
54
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização,
emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será
aplicada em seu valor máximo. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
O valor da multa, em seu valor máximo será, em conformidade com a NR-28, um
valor fixo equivalente a 6.304 Unidades Fiscais de Referência ou de R$ 11.509,00, (onze mil
quinhentos e nove reais), data base outubro de 2008.
55
1 1 . C O N C L U S Ã O
O Treinamento NR-10 é obrigatório para todos os trabalhadores regidos pela CLT, que
interagem com a eletricidade, podendo estes serem classificados como profissionais
habilitados ou como trabalhadores capacitados.
Os instrutores devem ser obrigatoriamente profissionais legalmente habilitados.
As atividades que envolvem a gestão ou a responsabilidade técnica pelo Treinamento
NR-10, estão previstas na Resolução nº 218 do CONFEA como pertinentes aos profissionais
da área da Engenharia.
O Engenheiro Eletricista com especialização em Segurança do Trabalho é o único
profissional que tem habilitação legal para ministrar todo o curso, considerando todos os itens
do conteúdo previsto pelo Anexo II da NR-10. Apesar desta possibilidade, considerando o
caráter multidisciplinar do treinamento, o recomendável é que o curso seja ministrado também
por profissionais de outras áreas do conhecimento, como profissionais da área médica,
advogados, psicólogos e especialistas em combate a incêndio.
A Portaria Nº 3.275 do MTE de 21 de setembro de 1989, definiu que as atividades do
Técnico em Segurança do Trabalho Técnico em Segurança do Trabalho, delegou a este
profissional a responsabilidade da promoção de treinamentos com o objetivo de divulgar as
normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e
prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho.
O engenheiro da modalidade elétrica, com atribuições segundo o artigo 8º da
Resolução no 218, o engenheiro de qualquer modalidade ou o arquiteto com especialização
em engenharia de segurança do trabalho e o técnico em segurança do trabalho com registro no
CREA são os profissionais habilitados a serem os responsáveis técnicos pelo Treinamento
NR-10 Curso Básico e Complementar. Os demais engenheiros da modalidade elétrica,
habilitados em instalações elétricas e o eletrotécnico, com habilitação para o magistério,
poderão ser os responsáveis técnicos pelo Treinamento NR-10 limitados ao módulo básico,
pelo fato destes profissionais não possuírem habilitação legal para a execução de atividades
no sistema elétrico de potência.
O treinamento, segundo o conteúdo mínimo previsto para o Curso Básico de 40 horas,
pode ser adequado pelo responsável técnico pelo treinamento para ser ministrado para turmas
heterogenias, constituídas por exemplo por eletricistas prediais, industriais e do SEP.
56
Para o Curso Complementar as turmas deverão ser agrupadas em função das
similaridades das condições físicas das instalações, no que diz respeito:
a) ao nível de tensão: BT, AT industrial, AT distribuição, AT transmissão;
b) local de trabalho: quadros elétricos, redes de distribuição, redes de transmissão,
subestações, usinas hidrelétricas, usinas termelétricas, rede subterrânea e
outros;
c) atividade: ensaio, testes,montagem, operação, manutenção e outras.
Todas as peculiaridades do serviço deverão ser levadas em consideração pelo
responsável técnico pelo treinamento, no estabelecimento da homogenia das turmas. Os
assuntos abordados deverão levar em consideração todos os riscos, diretos e indiretos, aos
quais os trabalhadores estão sujeitos na execução das suas tarefas específicas.
A duração mínima do curso básico e do curso complementar é de 40 horas,
consecutivas ou não. Para o programa de reciclagem não estão fixados parâmetros como
programas ou carga horária mínimos. O gestor do Treinamento NR-10 deve portanto, ao
elaborar o planejamento do curso, avaliar e definir a distribuição da carga horária
considerando os interesses da empresa e os objetivos da gestão da segurança do trabalhador.
O responsável técnico pelo treinamento deverá manter a disposição das autoridades de
fiscalização, o conteúdo completo do curso NR-10 ministrado, a identificação e respectiva
qualificação dos instrutores e a cópia da ART correspondente ao treinamento.
57
1 2 . R E F E R Ê N C I A S
[1] BRASIL. Norma Regulamentadora nº10. Portaria 598 do Ministério do Trabalho e
Emprego de 7 de dezembro de 2004. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 7 dez. 2004. Secção 1, p 29514.
[2] SOUZA, J.B.; PEREIRA, J.G. Manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da Nova
NR-10. São Paulo. Editora LTR, 2005;
[3] SANTOS, S.R. Análise sobre a qualificação dos instrutores para o treinamento NR-10.
CREA em Revista, nº 37, pág. 28 e 29. Porto Alegre, RS, set. 2007;
[4] BRASIL. Decreto-lei no 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do
trabalho-CLT. Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v. 7, 1943. Última revisão:
28/08/2002;
[5] Moraes, G. Desenvolvimento de um Modelo para o Levantamento de Necessidades de
Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos. Dissertação de Mestrado. UFSC, 2002;
[6] PROFISSIONAIS DAS ENTIDADES PARTÍCIPES DA ELABORAÇÃO DA NOVA NR-
10. Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Manual de
Treinamento. Editora Fundação COGE. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br>.
Acesso em 08 set. 2008;
[7] ROBBINS, S. P. Administração: Mudanças e Perspectivas. 3ª tiragem. Editora Saraiva. São
Paulo, 2003
[8] CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 8ª. ed. São Paulo. Editora Atlas, 2004;
[9] BARRICO DE SOUZA, João José. Reciclagem no Treinamento NR-10. Sala de discussões.
http://www.yahoogrupos.com.br. Acesso em 3 de dezembro de 2008;
[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
Documentação- Referências–Elaboração. Rio de Janeiro, 2002;
[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: Informação e
Documentação –Sumário-Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
[12] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: Informação e
Documentação -Resumo-Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e
Documentação –Citações em Documentos-Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
[14] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e
Documentação –Trabalhos Acadêmicos–Apresentação. Rio de Janeiro, 2005;
[15] SANTOS, C.I.C.,BRASIL,. Elaboração de Trabalhos Técnico-Científicos. Universidade
Do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo-RS, 2006.
58
A N E X O S
59
ANEXO I - NR-10 Curso Básico: conteúdo e instrutores
DIA TURNO CONTEÚDO Qualificação do Instrutor
1
manhã 1. Introdução à segurança com eletricidade. Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
5. Normas Técnicas Brasileiras. NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e outras;
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
10. Documentação de Instalações elétricas. Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
tarde
2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;
c) campos eletromagnéticos.
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
3. Técnicas de Análise de Risco. Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
2
manhã
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico.
a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;
c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação;
e) dispositivos a corrente de fuga; f) extra baixa tensão;
g) barreiras e invólucros;
h) bloqueios e impedimentos;
i) obstáculos e anteparos; j) isolamento das partes vivas;
k) isolação dupla ou reforçada;
l) colocação fora de alcance;
m) separação elétrica.
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
tarde
9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.
a) instalações desenergizadas; b) liberação para serviços;
c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e
equipamento;
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
3
manhã 15.Responsabilidades. Advogado
tarde
12. Proteção e combate a incêndio. a) noções básicas;
b) medidas preventivas; c) métodos de extinção;
d) prática;
Profissionais do Corpo de Bombeiros
4
manhã 7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
tarde 13. Acidentes de origem elétrica.
a) causas diretas e indiretas;
b) discussão de casos;
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
5
manhã
11. Riscos adicionais.
a) altura;
b) ambientes confinados; c) áreas classificadas;
d) umidade;
e) condições atmosféricas.
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
tarde
14. Primeiros socorros.
a) noções sobre lesões;
b) priorização do atendimento; c) aplicação de respiração artificial;
d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;
f) práticas.
Profissional da área Médica
Avaliação / Encerramento. Coordenador do curso
60
ANEXO II - NR-10 Curso Complementar: conteúdo e instrutores
DIA TURNO CONTEÚDO Qualificação do Instrutor
1
manhã
1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia –
SEP. Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
2. Organização do trabalho.
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações; d) métodos de trabalho;
e) comunicação.
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
tarde 3. Aspectos comportamentais. Psicólogo
4. Condições impeditivas para serviços. Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
2
manhã
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*).
a) proximidade e contatos com partes energizadas; b) indução;
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos; f) comunicação e identificação;
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos
especiais.
Engº Eletricista ou Técnico em eletrotécnica
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab
tarde 6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*) Téc elet. & eng. elet. (Operação)
3
manhã
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão.
(*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
e) trabalhos noturnos; f) ambientes confinados.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha,
uso, conservação, verificação, ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*).
Téc elet. & eng. elet. (Operação)
tarde 11. Equipamentos de proteção individual (*).
12. Posturas e vestuários de trabalho (*). Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab
4
manhã 13.Segurança com veículos e transporte de pessoas,
materiais e equipamentos(*).
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab
tarde 15.Liberação de instalação para serviço e para
operação e uso (*).
17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão,
medidas de proteção
Téc elet. & eng. elet. (operação) Engº Esp. Seg. Trabalho ou Téc Seg. Trab.
5 manhã
16. Treinamento em técnicas de remoção,
atendimento, transporte de acidentados (*). Enfermeiro ou médico
tarde 18. Responsabilidades (*). Advogado
Avaliação / Encerramento Coordenador do curso
61
ANEXO III – Membros da CPNSEE
COMISSÃO PERMANENTE NACIONAL DE SEGURANÇA E ENERGIA ELÉTRICA
CPNSEE
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
REPRESENTANTES DO GOVERNO
Joaquim Gomes Pereira
SRTE/SP
Tel: 11 3150-8048 / 8049 Fax: 11 3150-8050
E-mail: [email protected]
Luiz Carlos Lumbreras
SRTE/RJ
Tel: 21 2220-0701 Fax: 21 2220-1571
E-mail: [email protected]
Elizeu Pereira Vicente
SRTE/PA - Assessora
Tel: 61 3319-5383 Fax:
E-mail: [email protected]
Carmelina Maria Lopes Gomes de Almeida
DSST / SIT - Assessora
Tel: 61 3317-6625 Fax: 61 3317-8261
E-mail: [email protected]
Elizeu Pereira Vicente
Ministério de Minas e Energia - MME
Tel: 61 3319-5383 Fax:
E-mail: [email protected]
Paulo César Andrade Almeida
Ministério da Previdência Social – MPS
Tel: 61 3317-5741 Fax: 61 3317-5800
E-mail: [email protected]
Jorge Santos Reis
FUNDACENTRO / SP
Tel: 11 3066-6000 Fax: 11 3066-6342
E-mail: [email protected]
Rogério Alves da Silva
DSST / SIT - Secretário
Tel: 61 3317-6767 Fax: 61 3317-8261 / 8262
E-mail: [email protected]
REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES
Jesus Francisco Garcia
Federação Nacional dos Urbanitários – FNU / CUT
Tel: 11 5574-7511 Fax: 11 5574-7511
62
E-mail: [email protected]
José Renato de Carvalho Barbosa
SINDELETRO / CUT
Tel: 31 3238-5000 Fax: 31 3238-5049
E-mail: [email protected]
Joel Pereira Félix
Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT
Tel: 11 5583-2768 Fax: 11 5583-2768
E-mail: [email protected]
Washington Aparecido dos Santos
Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT
Tel: 11 3346-2765 / 2744 Fax: 11 3209-6577
E-mail: [email protected] ou [email protected]
Aguinaldo Bizzo
Força Sindical
Tel: 14 3262-1857 Fax: 14 3262-1857
E-mail: [email protected] / [email protected]
REPRESENTANTES DOS EMPREGADORES
Sérgio Souto Maia M. de Mello
Companhia Elétrica do Estado da Bahia - COELBA
Tel: 71 3370-5270 Fax: 71 3370-5272
E-mail: [email protected]
José Raimundo Pontes Barreira
Confederação Nacional da Indústria - CNI
Tel: 27 3348-1480 Fax: 27 3348-1070
E-mail: [email protected]
Mário Sérgio Ainsworth Ferreira Lopes
Instituto Brasileiro de Siderurgia - IBS
Tel: 21 2141-0001 Fax: 21 2262-2234
E-mail: [email protected]
Antônio Carlos Castellar
ABRAGE
Tel: 81 3229-2098 / 2080 Fax: 81 3229-3243
E-mail: [email protected] ou [email protected]
João José Magalhães Soares
ABRADEE
Tel: 31 3506-3386 Fax: 31 3506-3390
E-mail: [email protected]
63
ANEXO IV – Equipe de elaboração do Manual NR-10
MANUAL DE TREINAMENTO
CURSO BÁSICO SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE - NR 10
COORDENAÇÃO CPN - GESTÃO 2004/ 2005 - Luiz Carlos de Miranda Jr. – CPFL Energia
COORDENAÇÃO DO PROJETO - Dhébora de Abreu Alves Poloto – AES Eletropaulo
ELABORAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA/ PEDAGÓGICA
Cláudio Sergio Denipotti – ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A.
Daniel Calesco – AES Tietê
Dhébora de Abreu Alves Poloto – AES Eletropaulo
Edson Muniz de Carvalho – AES Eletropaulo
Fabio Lellis Polezzi – CTEEP Companhia de Transmissão Energia Elétrica Paulista
Frederico Prestupa Neto – CPFL Energia
Jorge Santos Reis - Fundacentro
Luiz Roberto Xisto – Bandeirante Energia
Maria Cândida de Sousa – CTEEP Companhia de Transmissão Energia Elétrica Paulista
COLABORAÇÃO
Carlos Alberto Ruzzon – AES Tietê
Helenice Ticianelli – AES Tietê
Ivan Gomes Cortez – AES Eletropaulo
José Carlos Porto Zitto – CPFL Energia
Marcelo Serra Lacerda da Silva - SABESP
Nicola Francelli – CPFL Energia
Paulo Roberto Coelho - SABESP
Robert Werner Dallmann - SABESP
Valdir Lopes da Silva – AES Eletropaulo
Comitê de segurança e saúde do trabalho – Fundação COGE
CRIAÇÃO GRÁFICA E DIAGRAMAÇÃO
Michel Lucas de Oliveira – AES Eletropaulo
Rodolfo Dala Justino – AES Eletropaulo
Daniel Di Prinzio – AES Eletropaulo
ISBN 85-9960-01-2
Editora Fundação COGE
Av. Marechal Floriano, 19 – sala 1102 - Centro
CEP 20080-003 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2283-1884 – Fax.: (21) 2516-1476
e-mail: [email protected] / home page: www.funcoge.org.br
64
ANEXO V – Modelo de Certificado NR-10
LOGOTIPO E NOME DA EMPRESA PROMOTORA DO CURSO DE TREINAMENTO
CERTIFICADO NR-10
Certifico que (nome completo do trabalhador treinado), RG No xxxxxxxxxxxx/UF, registrado como empregado
na empresa (nome da empresa) sob número (número de registro do empregado, completou com aproveitamento o
TREINAMENTO NR-10, curso (especificar: BÁSICO / COMPLEMENTAR / de RECICLAGEM), no período de:
(período de realização do curso) totalizando (citar a carga horária, no mínimo igual a 40h).
(Cidade de realização do treinamento, data da emissão do certificado)
Engo Seg. Trab. Téc Seg. Trab. Eletrotécnico Téc. Enfermagem Empresa
CREA: Reg. MTE: CREA: COREM: CARGO:
ART No: Instrutor Instrutor Instrutor Empregador
(VERSO DO CERTIFICADO: Conteúdo desenvolvido no Curso)
65
ANEXO VI – Modelo de avaliação de reação
(Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de São Paulo)
Avaliação do Treinamento NR-10
Local de realização do curso:________________________________________
Nome do instrutor: _____________________________ Data: ___/___/____
Qualificação do treinando:______________________Carga horária: _____horas
Esse instrumento pretende avaliar o curso, considerando quatro aspectos
fundamentais:
1. No treinamento;
2. Os materiais didáticos;
3. O instrutor;
4. A aplicabilidade do conteúdo em seu trabalho
Ao preencher, expresse sua opinião verdadeira, como forma de nos auxiliar a
aperfeiçoar o nosso trabalho. Não há necessidade de assinar a folha ou
identificar-se. Assinale com um “X” a resposta que estiver mais próxima de sua
opinião.
1. No treinamento
a. Os objetivos foram informados de forma clara:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
b. O conteúdo atendeu suas expectativas:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
66
c. A carga horária foi suficiente:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
2. O material didático:
Possibilitou a compreensão do conteúdo:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
3. O instrutor
Esteve sempre disposto a esclarecer as dúvidas que surgiram:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
4. A aplicabilidade:
Esse curso possibilitará que você realize um trabalho mais eficiente:
ótimo bom regular insatisfatório
Comentários: _____________________________________________________
________________________________________________________________
5. Sugestões:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Nome do treinando (opcional): _____________________________________