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1 Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116 http://www.unicentro.br - Ciências Sociais e Aplicadas ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS NO MUNICIPIO DE TOLEDO – PR João Koroluk Sobrinho 1 Ricardo Alves da Fonseca 2 Aprovado em 15 de setembro de 2006 RESUMO O presente trabalho objetivou avaliar, através de uma análise econômica, a produção de galinhas poedeiras na Obra Social Nossa Senhora da Glória, na produção de ovos e da montagem de dois aviários. Também, foram levados em consideração a aquisição de frangas poedeiras, o consumo de ração no inicio de crescimento e no período de postura das aves, como total de ração num período de 12 meses e a quantidade de ovos produzidos neste mesmo período, ou seja, considerando os pontos fortes e os pontos fracos da produção de ovos, bem como uma avaliação frente aos custos e as receitas. Para os próximos anos, assim sendo podemos dizer que as previsões apontam um crescimento promissor, para região oeste do Paraná o clima e a demanda de insumos favorecem a produção de ovos desde que se tenha escala para suprir o mercado. Uma revisão bibliográfica abrangente deu suporte a essa reflexão, e, para a procedência na apuração de custos utilizou-se a forma de rateio que envolve, por dentro, a todos os custos do complexo produtivo. Constatou-se que em um período médio de seis anos levaria para suprir os custos de investimentos para construção de dois aviários, com uma renda mensal de R$ 625,48, com base de cálculo em 2.500 aves durante 43 semanas, desde que atenda a um bom manejo e aos cuidados sanitários. Palavras-chave: custos e receitas, complexo avícola, produção de ovos. ABSTRACT The objective of this present work is to evaluate trough an economic analysis the production of egg-laying hen in the Social work organization, ( Nossa Senhora da Glória) The cost of eggs production, setting-up of two aviculture poultry farm. Also we took into consignment the purchase of good-layer hen, the absorption of ration at the initial growth period of the hen, including the total portion of ration cost during the first 12 month, including eggs production at the same time. We 1Pós-Graduando do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em Administração do Agronegócio. UNICENTRO. 2006. 2 Professor Orientador. Doutor em Veterinária. UNESPAR. SOBRINHO, J. K.; FONSECA, R. A. - Análise Econômica da Produção de Ovos de Galinhas Poedeiras no Município de Toledo – PR

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ANÁLISE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHAS POEDEIRAS NO MUNICIPIO DE TOLEDO – PR

João Koroluk Sobrinho1

Ricardo Alves da Fonseca2

Aprovado em 15 de setembro de 2006

RESUMO

O presente trabalho objetivou avaliar, através de uma análise econômica, a produção de galinhas poedeiras na Obra Social Nossa Senhora da Glória, na produção de ovos e da montagem de dois aviários. Também, foram levados em consideração a aquisição de frangas poedeiras, o consumo de ração no inicio de crescimento e no período de postura das aves, como total de ração num período de 12 meses e a quantidade de ovos produzidos neste mesmo período, ou seja, considerando os pontos fortes e os pontos fracos da produção de ovos, bem como uma avaliação frente aos custos e as receitas. Para os próximos anos, assim sendo podemos dizer que as previsões apontam um crescimento promissor, para região oeste do Paraná o clima e a demanda de insumos favorecem a produção de ovos desde que se tenha escala para suprir o mercado. Uma revisão bibliográfica abrangente deu suporte a essa reflexão, e, para a procedência na apuração de custos utilizou-se a forma de rateio que envolve, por dentro, a todos os custos do complexo produtivo. Constatou-se que em um período médio de seis anos levaria para suprir os custos de investimentos para construção de dois aviários, com uma renda mensal de R$ 625,48, com base de cálculo em 2.500 aves durante 43 semanas, desde que atenda a um bom manejo e aos cuidados sanitários.Palavras-chave: custos e receitas, complexo avícola, produção de ovos.

ABSTRACT

The objective of this present work is to evaluate trough an economic analysis the production of egg-laying hen in the Social work organization, ( Nossa Senhora da Glória) The cost of eggs production, setting-up of two aviculture poultry farm. Also we took into consignment the purchase of good-layer hen, the absorption of ration at the initial growth period of the hen, including the total portion of ration cost during the first 12 month, including eggs production at the same time. We

1Pós-Graduando do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em Administração do Agronegócio. UNICENTRO. 2006.2Professor Orientador. Doutor em Veterinária. UNESPAR.

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can add here the high and low points of eggs production evaluating the cost of the promising growth. Forsaken also for the next few years the world demanding are very prominent in that area. As for the west region of Parana, the clime and demand for in sums are very favorable for eggs production since it has a good scale to supply the current market. An accurate bibliographical revision gave the support for this included reflection, and the procedure verification of costs was used in a form average to cover all the productive complex. In evidence verified in a short period of six years would take to cover and supply all the expenses of the construction of two poultry hen farm with en income of R$ 625,48 monthly basically calculating 2.500 birds during 43 weeks, non-the-less with proper management an sanitarian care we sure have a good business deal.Key words: Costs and incomes for the complex poultry-farm on the eggs production

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento e avaliação de sistemas de criação de aves que otimizem a produção, custo de instalação e energia, ainda são desafios para a ampla extensão de condições existentes na produção comercial (REECE e LOTT, 1982).

Poucos trabalhos são encontrados sobre análises de custos e lucratividade da avicultura de postura com definições de índices econômicos que possam servir de referências para novos estudos.

Entre os fatores que incidem no custo de produção por quilograma ou por dúzia de ovos, a ração é o item que entra em maior proporção, perfazendo 65 a 70% do custo total. Existe, portanto, uma constante preocupação por parte dos nutricionistas e de todos aqueles envolvidos na atividade avícola em elaborar dietas que propiciem excelente desempenho e, conseqüentemente, reduzam os custos de produção.

Isto pode ser atribuído, no caso do Brasil, ao momento presente, ainda caracterizado por “definições” dos sistemas e tecnologias como ocorre para a produção de peixes, quando a análise de viabilidade técnica e econômica dos projetos deve levar em consideração as particularidades fisiográficas, climáticas e econômicas de cada região (BOZANO e CYRINO, 1999).

Verifica-se também que o custo de produção de ovos marrons é mais elevado do que o de ovos brancos, em razão da menor capacidade produtiva e do maior consumo de ração das aves produtoras de ovos marrons. No entanto, a preferência do mercado por esses ovos possibilita a comercialização mais estável desse produto, viabilizando esse tipo de exploração (LEDUR et al.,1993).

Nos últimos 30 anos, a produção avícola apresentou-se como setor de produção animal mais tecnificado. Além disso, o elevado número de aves

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alojadas em cada sala, em cada galinheiro, exige um manejo otimizado do conjunto da população animal e jamais um manejo individualizado como ocorre com outras espécies. Por isso, os controles periódicos e as medições exatas da evolução da produção, da temperatura das salas, do consumo de alimento pelas aves, do consumo de água etc, tornam-se indispensáveis e convertem-se os aviários em verdadeiras “fábricas viva” de produção de ovos”, nas quais tudo deve estar planificado, medido e regulado.

A investigação genética conseguiu selecionar aves com um excelente potencial produtivo. Durante todos esses anos, as estirpes de galinhas exploradas comercialmente aumentaram em cinco dúzias a sua produção anual de ovos. Dessa forma, a participação sobretudo, dos geneticistas contribui para que se obtivessem aves de menor tamanho, capazes de produzir ovos de maior calibre. Neste contexto, os nutricionistas avícolas tiveram de adaptar os seus planos nutricionais aos novos requisitos das poedeiras, sendo, portanto, fácil entender a tendência evidenciada pelos fabricantes de alimentos para concentrarem de forma progressiva o valor nutricional das suas dietas.

No Brasil, o Estado de São Paulo detém a posição de maior produção nacional, com cerca de 42% do total, vindo a seguir, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Goiás.

O Brasil, respectivamente, representa 1,19% e 2,52% no volume de exportações mundiais de ovo líquido e em pó, motivo de maiores oportunidades no comércio exterior é o baixo custo de produção.

Vale ressaltar que, a melhoria na qualidade de vida das aves e sua produção se verifica mediante ações de defesa sanitária animal em âmbito federal e estadual que obtiveram resultados satisfatórios em relação aos problemas advindos da sanidade das aves.

Em virtude de a produção de ovos ser uma atividade viável economicamente e factível tecnologicamente, essa é passível de realização em pequenas e médias propriedades rurais, tornando-se fundamental o desenvolvimento de estudos técnicos que abordem os aspectos tecnológicos, ambientais e econômicos da atividade.

O estudo tem por objetivo realizar custo de investimento para construção de dois aviários e uma análise econômica da produção de ovos de galinhas poedeiras produzidos na Obra Social Nossa Senhora da Glória, identificando e estimando os custos e a receita da produção de ovos e a relação custo - benefício dessa produção.

2 REVISÃO DA LITERATURA2.1 Conceito de Custos

Com o significativo aumento da competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de serviços, os custos

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tornaram-se altamente relevantes quanto à tomada de decisão em uma empresa. Não se pode mais definir de acordo com os custos incorridos, e sim com uma base dos preços praticados no mercado em que atuam. MARTINS (2001), afirma que custo é um gasto reconhecido no momento da utilização em fator e de produção para fabricação de um produto em execução de um serviço a exemplo da matéria-prima que foi um gasto na sua aquisição que imediatamente tornou-se um investimento e assim ficou durante o tempo de sua estocagem, (neste momento surge o custo de sua matéria-prima como parte integrante do bem elaborado até a sua venda).

Alguns tipos de custos bastante empregados são definidos, conforme LEONI (2000), como: custo fixo direto são aqueles custos (ou despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio, ou seja, são custos diretamente identificados a seus portadores.

Custos que não variam com alterações no nível de atitude, a exemplo de aluguel de fábrica, seguros e taxas, são custos identificados prontamente como produto. Quando são constantes dentro de uma indústria ou empresa, em produção são independente do volume de produção, ou seja, qualquer alteração no volume da produção não altera nem para mais nem para menos o valor total do custo. Para que seja feita a identificação, não há necessidade de rateio (DUTRA, 2003).

Já para o custo fixo indireto pode-se dizer que não se pode apropriá-lo diretamente a cada tipo de bem ou função de custo, no momento de sua ocorrência, pois ocorrem genericamente em grupo de atividades ou órgãos, ou na empresa em geral. Começa a existir custo indireto quando determinada empresa fabrica mais de um tipo de produto ou executa mais de um tipo de serviço (DUTRA, 2003).

Para as “Despesas” conceitua-se como sendo gastos efetuados no passado, no presente ou que serão realizados no futuro. O fato gerador da despesa é o esforço contínuo para produzir receita, como receita pode derivar de despesa, assim sua característica é o fato dela tratar de expirações de fatores de serviços direto com indiretamente relacionados com a produção e a venda do produto (ou serviço) da entidade (IUDICIBUS, 1997)

No caso da receita IUDICIBUS, 1997) refere-se à entrada de elementos para o ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes à venda de mercadorias, produtos e prestação de serviços. Pode-se também obter uma receita através de juros sobre depósitos bancários ou títulos de outros ganhos eventuais.

Por outro lado, HENDRIKSEN. (1999) conceitua receitas como sendo entradas ou aumentos de ativos de uma entidade com liquidações de seus passivos, descontos de entrega ou produção de bens, prestação de serviços

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com outras atividades correspondentes a operações normais ou principais da entidade.

Assim, como todos os setores produtivos de uma economia, a avicultura também é fortemente influenciada pela sua estrutura de custos. Inicialmente, existem os custos fixos, distribuídos entre a construção e manutenção dos galpões e da aquisição de equipamentos necessários à produção. Porém, alguns grupos de custos são mais expressivos dentro da cadeia produtiva, representando quase a totalidade. Entre os mais importantes estão a produção de rações, de pintos e de medicamentos, entre outros (FREITAS e BERTOGLIO, 2001).

2.1.1 Investimentos São chamados de investimentos todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixo da amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização. Estes investimentos podem ser de diversas naturezas e de períodos: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são de gastos classificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição (MARTINS, 2000).

Segundo RANGEL e CARVALHO, (2002), a estrutura de investimento está composta de gastos com equipamentos e materiais para o processo de produção e taxas de impostos para regularizar a atividade, bem como gastos com remuneração de funcionários para a comercialização de ovos (coleta, classificação, encaixamento, controle de vendas, transporte e atendimento ao comercio em geral).

As instalações representam um alto investimento e, portanto, precisam ser bem planejadas e construídas. Uma vez instaladas, não podem ser deslocadas, por isso seu local de edificação deve ser bem escolhido e definido.

Uma instalação mal localizada pode onerar de maneira considerável os custos de produção, pois pode aumentar as despesas de transporte e mão-de-obra, além de impedir o aproveitamento dos resíduos. Outro aspecto importante se refere à funcionalidade: as instalações não precisam ser luxuosas, mas sim funcionais e práticas, de acordo com o propósito para o qual foram construídas.

Na escolha do local para construção de qualquer instalação, deve-se sempre prever uma eventual possibilidade de ampliação, pois uma propriedade rural bem administrada não é estática e, sim, dinâmica, com grandes possibilidades de crescimento.

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Na análise microeconômica, é necessário considerar os custos de produção. Para manutenção do produtor na atividade de poedeira devem ser avaliadas as receitas com enfoque sistêmico, pois os custos são elevados, estando o produtor incorrendo em prejuízos e o consumidor reclamando do preço do produto no mercado.

É fundamental desenvolver esta investigação para buscar soluções que visem a resolver problemas que atingem a todo o agronegócio e que correspondem à sua competitividade, viabilizando, dessa forma a cooperação entre produtores e consumidores como meio de assegurar a oferta e a qualidade da matéria-prima utilizada (MARTINS, et. al., 2002).

2.2 Manejo das Aves para Produção de OvosPara iniciar a criação de aves para produção de ovos, o produtor deve

escolher com que tipo de ave ele vai trabalhar em seu aviário, associada à preferência do mercado consumidor. A ave deve ter: baixa mortalidade, resistência a doenças, baixa relação entre consumo de ração e postura de ovos, além de uma capacidade para postura acima de 240 ovos/ano com boa capacidade de pigmentação da gema.

A fase inicial ou fase de cria é a mais sensível da criação, vai desde o primeiro dia até a 6ª (sexta) semana de vida.

A fase de recria vai da 7ª até a 18ª semana é quando ocorre um grande crescimento das aves sendo determinante para a qualidade da futura poedeira. Fase de pré-postura vai da 19ª até a 23ª semana.

2.2.1 Tipos de OvosLANA, (2000) publicou que existem dois tipos de ovos comestíveis

produzidos e comercializados no mercado. Os ovos de casca branca e os de coloração marrom. As poedeiras de origem da raça Leghorn branca dão origem aos ovos com casca branca, já as aves de origem das raças Rhodes Island Red, New Hampshire e Leghorn vermelha, originam ovos de casca marrom. As duas poedeiras são híbridas e possuem características fisiológicas idênticas, sendo que as que produzem ovos marrons são um pouco mais pesadas no início de postura e, com isto, um pouco menos eficiente em relação às brancas. Quanto à qualidade dos ovos, pode-se informar que eles são semelhantes, porém, os ovos de casca marrom quebram menos devido ao seu menor peso em geral, já que, os ovos de casca branca, possuem resistência um pouco inferior aos de cor marrom. A coloração da casca dos ovos é controlada por vários genes que regulam a deposição de pigmentos derivados do anel de porfirina do grupo heme.

Segundo SANTOS, et al., (2002), o cenário do ovo brasileiro frente ao mercado nacional e ao internacional não tem despontado, apesar da sua

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potencialidade de consumo. O ovo, dentre outros produtos, possui um grande potencial de consumo. Seu fácil acesso à população em termos de preço, além de seu alto valor nutricional, faz deste produto um alimento prontamente disponível, tanto na culinária quanto na industria de transformação. O consumo do ovo é de pouco crescimento e estável em países em desenvolvimento como o Brasil. A baixa demanda pelo ovo no mercado brasileiro pode ter algumas explicações pautadas nos seguintes argumentos:

a) Falta de costume no seu consumo;b) A mistificação de que é um produto sem muito valor nutricional, sendo

apenas uma alternativa para carnes;c) A maciça campanha sobre o alto teor de colesterol encontrado na gema

do ovo, transformando-se no grande vilão da manutenção da saúde da população, significando que o modo de vida hoje é ambíguo ao consumo do produto ovo.

2.2.2 O Ovo ReabilitadoO ovo já foi tido um dos melhores alimentos para o homem. Porém, nas

décadas de 80 e 90, foi literalmente banido por cardápios saudáveis. Hoje, reabilitado baseado em estudos cautelosos focados a saúde. Conforme pesquisas constataram que não existem vínculos entre o consumo de ovos e o aumento de colesterol no organismo, mal que denegriu a imagem desse alimento por anos. O ovo é rico em proteínas e balanceado em termos de calorias, aminoácidos e vitaminas.

Mas, apesar de ser bom, barato e saudável, o ovo ainda não conseguiu seu lugar no mercado de consumo, pelo menos no Brasil. Submetida a uma propaganda negativa, a população resiste em conhecê-lo e consumi-lo, por isso, um sistema de comunicação entre produto, produtor, mercado e consumidor final precisa ser urgentemente implementado (TEIXEIRA, 2005).

Os mercados consumidores crescem de forma significativa e levam os produtores a criarem grandes expectativas para seus próprios negócios.

A falta de comunicação do produto com o mercado e com o consumidor final é uma lacuna importante que tem gerado no decorrer dos anos o esquecimento e a atribuição da falta de importância do ovo com o alimento.

De acordo com TEIXEIRA (2005), as previsões sobre o crescimento da demanda mundial de alimentos nos próximos anos, especialmente os protéicos, apontam para um futuro bastante promissor para toda a Avicultura. Ovos “Ín natura”, enriquecidos, orgânicos, industrializados, para uso farmacêutico e de cosméticos, serão, com toda segurança, objeto de um desenvolvimento de produto com amplas possibilidades de conseguir novas utilizações e incremento de nichos de consumo, a partir de investimentos em pesquisas que permitam

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agregar valor e distingui-lo de uma simples “comodity” como atualmente identificado.

Conforme estimativa do IBGE (2005), a produção de ovos de galinha no terceiro trimestre de 2005 foram produzidas 514,716 milhões de dúzias de ovos, com altas de 5,26% em relação ao terceiro trimestre de 2004 e de 3,32% em relação ao segundo trimestre de 2005.

Os principais produtores de ovos de galinha em 2005 foram São Paulo (34,71%), Minas Gerais (13,34%) e Paraná (9,02%), em comparação com 2004 todos os meses deste ano tiveram aumento na produção de ovos, que acumula uma alta de 4,29% em 2005.

Os pontos fortes para produção de ovos são: construção de aviários, conforme os padrões recomendados; equipe administrativa e técnica experiente e motivada para produção; clientela (mercado) bem definida para comercialização dos ovos produzidos; disponibilidade de recursos financeiros ou facilidade de acesso ao credito bancário; manejo e sanidade constante nos aviários; quanto mais se antecipar as vendas de ovos frescos, maior será a credibilidade com o consumidor; classificação e higiene rigorosa na hora da embalagem; instalações de aviários em terreno de fácil acesso e longe de movimentação de veículos evitando stress nas aves.

Pontos fracos na produção de ovos: aves infestadas com piolhos e doenças de difícil controle; classificação de ovos inadequada gerando rejeição e reclamação dos clientes e consumidores; aves com alimentação inadequada com baixa produção de ovos; perda de clientes (consumidores) por não disponibilizar o produto em tempo certo; o não - controle de custos na produção determina renda baixa para o produtor.

As ameaças e oportunidades enfrentadas na atualidade pelos produtores são as mesmas do final dos anos 90: a globalização, os avanços tecnológicos e a desregulamentação do mercado. Neste cenário, muito se espera do marketing como meio de oferecer respostas eficientes para esse conjunto de desafios, pois geralmente esse é visto como responsável por criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam eles indivíduos ou empresas. Na verdade, essa tarefa assume diferentes formas, uma vez que as empresas podem estar envolvidas na comercialização de bens, serviços, experiências, eventos, lugares, títulos, organizações, informações ou idéias. Em linhas gerais e para efeito de analise, o marketing pode ser classificado como empreendedor (fruto do esforço e inventividade natural de um indivíduo, disposto a vender seu próprio produto ou serviço); profissionalizado (utilizando recursos como investimento em publicidade); e burocrático (aquele que lança mão de teorias e pesquisas de mercado para direcionar suas ações) (KOTLER, 2001).

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2.2.3 Manejo AlimentarA parte nutricional é um dos fatores que mais interferem no resultado

produtivo do lote.Todo o programa alimentar de aves está baseado na função, idade e

peso dos animais, assim os criadores devem fornecer uma ração especifica para cada período de desenvolvimento das aves.

2.2.4 SanidadeO melhor remédio é a prevenção e o criador deve saber que aves bem

alimentadas e com bom manejo são mais resistentes. Existem alguns princípios utilizados na prevenção, tais como: a) escolher aves compatíveis com o sistema de produção e resistentes; b) aplicar o manejo correto da espécie para fortalecer o estado da saúde e prevenir doenças; c) utilizar alimentos de alta qualidade; d) evitar a superlotação, GUABI (2005).

2.2.5 VacinaçãoA prevenção das doenças é de grande importância na manutenção da

saúde das aves. A ave doente costuma apresentar menor desenvolvimento em relação às demais, apresentando o barulho respiratório, coloração pálida ou esbranquiçada, diarréia, fezes de cor e aspecto diferentes do normal, consumo excessivo de água e baixo de ração, segundo GUABI (2005).

3 METODOLOGIA

3.1 Local de Obtenção dos DadosO presente trabalho foi realizado em uma granja de postura comercial da

Obra Social Nossa Senhora da Glória, Fazenda da Esperança, com período de realização da coleta dos dados no período de 02 de janeiro a 30 de março de 2006.

3.2 Instalações e EquipamentosNo presente trabalho, foram selecionados dois aviários, um com 30 m e

outro com 40 m de comprimento e 3,53 m de largura. O pé direito da construção tinha 2,90m e os beirais 0,70m. Os aviários apresentam uma área total de 247 m2 abrigando 834 gaiolas com 2.500 aves, com a densidade de 3 aves por gaiola.

Partindo dessas informações, foi apurado o custo para montagem dos dois aviários, já descritos. De acordo com os dados determinados os investimentos, apuram-se os custos dos materiais no qual foram utilizados para

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construção de dois aviários os quais ofereceram suporte para a produção de ovos.

3.3 Coleta de DadosPara realização deste trabalho, foram utilizadas como métodos de

procedimento a técnica documental com análise dos aspectos que englobam o custo da entidade envolvida e a revisão de fontes secundárias que abrangeu toda bibliografia já publicada em livros, jornais, revistas e artigos científicos. Essa finalidade é estar em contato direto com tudo o que foi escrito e divulgado referente ao assunto.

Como foi dito, é fundamental desenvolver este projeto uma vez que os dados coletados podem subsidiar os produtores que já atuam no ramo, e principalmente, subsidiar os que têm interesse em entrar nesse segmento produtivo da economia.

Entretanto, neste presente trabalho analisaremos os custos na produção de ovos, assim como demonstraremos todos os valores de custos e despesas frente às receitas obtidas.

4 RESULTADOS

A seguir, apresentaremos diversas tabelas que serviram de modelos para a utilização adequada do levantamento de custos.

As aves relacionadas neste trabalho, ainda, possuem mais um período de produção e quando forem descartadas pode-se conseguir um pequeno valor pelo qual se pode ter um capital para compra de novas aves.

Tabela 1 – Investimento para montagem do aviário600X25 Gaiolas (Avicasp) 12.500,00Madeira (Adepim) 6.250,00Calhas e encanamento (Avicasp) 5.625,00Tijolo, cimento, cal e pedra 3.750,00Mão de obra 1.500,00Telhas 2.943,0004 Unid. Caixa descarga 54,8004 Unid. Registro 25mm 51,6001 Pia inox 1.29 x 52cm 99,7901 Torneira girat ¾ 23,38TOTAL 32.797,57

Fonte: Dados da Pesquisa (2005).

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Em conformidade com os dados da Tabela 1, foi apurado um investimento na construção de dois aviários de 247m2 no qual levam um custo de R$ 32.797,57, investimentos estes que estão relacionados com todos os materiais e com a mão-de-obra.

4.1 Métodos de DepreciaçãoO valor do bem é depreciado ao longo de toda sua vida útil de forma

igual, ou seja, as cotas de depreciação do bem são iguais em todos os anos. A perda de valor que o bem terá no seu primeiro ano de utilização será igual à perda de valor que ele terá no segundo ano, no terceiro, no quarto, ano de aproveitamento, e assim por diante.

Esse método de depreciação deve ser utilizado para bens que sejam igualmente úteis às atividades produtivas que servem ao longo de suas vidas, como um galpão para produção de ovos. Esse tipo de bem será igualmente útil (durante toda sua vida). Se a sua vida útil for de 25 anos, à exemplo, no primeiro ano ele irá abrigar as aves com a mesma eficácia que o fará no 25º ano. Mesmo que este galpão esteja com má aparência, ou ainda com algumas goteiras, a redução de sua taxa de utilidade será muito pequena, não significando necessidade de alteração nas suas cotas de depreciação, ENGLERT (2004).

A depreciação é calculada, aplicando-se a “taxa de depreciação”, de modo que essa seja definida em função da vida útil estimada do bem. Exemplo:

Bem: 2 aviários para poedeirasVida útil: 25 anosValor total do bem: 32.797.57Taxa anual de depreciação: 4%Na Tabela 2, pode-se verificar que foi realizado o cálculo de depreciação

do aviário de galinhas poedeiras, montado em janeiro de 2005, utilizando-se o método de depreciação linear, que contabiliza como custo ou despesa em cada período.

Portanto, através dos dados, levantou-se a depreciação de todos os valores mensais para os 25 anos.

Tabela 2 - Mapa de depreciação: anualAno Vida Útil Taxa Anual Depreciação

ValorDepreciação Acumulada

Valor após Depreciação

1 24 4% 1.311,90 1.311,90 31.485,672 23 4% 1.259,43 2.571,33 30.226,243 22 4% 1.209,05 3.780,38 29.017,194 21 4% 1.606,69 5.387,07 27.856,515 20 4% 1.114,26 6.501,33 26.742,256 19 4% 1.069,69 7.571,02 25.672,567 18 4% 1.026,90 8.597,92 24.645,658 17 4% 985,83 9.583,75 23.659,83

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9 16 4% 946,39 10.530,14 22.713,4310 15 4% 908,54 11.438,68 21.804,9011 14 4% 872,20 12.310,88 20.932,7012 13 4% 837,31 13.148,19 20.095,3913 12 4% 803,82 13.952,01 19.291,5814 11 4% 771,66 14.723,67 18.519,9115 10 4% 740,80 15.464,47 17.779,1216 9 4% 711,16 16.175,63 17.067,9517 8 4% 682,72 16.858,35 16.385,2318 7 4% 655,41 17.513,76 15.729,8319 6 4% 629,19 18.142,95 15.100,6320 5 4% 604,03 18.746,98 14.496,6121 4 4% 579,86 19.326,84 13.916,7422 3 4% 556.67 19.883,51 13.360,0723 2 4% 534,40 20.417,91 12.825,6724 1 4% 513,03 20.930,94 12.312,6425 0 4% 492,51 21.423,45 11.820,14

Data da Montagem dos Aviários de Galinhas Poedeiras (2005)Fonte: Dados da Pesquisa (2005).

Como ilustra a Tabela 2 foi depreciado o aviário de galinhas poedeiras, montado em janeiro de 2005, utilizando-se o método de depreciação linear, que contabiliza como custo ou despesas em cada período.

Tabela 3 - O ciclo da produção de ovosIDADE (em semanas) PRODUÇÃO DE OVOSDe 17ª a 18ª 5 A 10%De 19ª a 20ª 50%De 28ª a 30ª Mais de 90%DE 45ª a 70ª Ocorre decréscimo na produçãoAcima de 70ª Descarte

Fonte: Revista Escala Rural (2003)

Conforme demonstra a Tabela 3, verificou-se que o inicio da postura de ovos se da ocorre a partir da 17ª de vida das aves, começando com uma percentagem ainda baixa devido ao seu tamanho de crescimento.

Outrossim, a produção aumenta, conforme o desenvolvimento do ciclo de vida da ave no qual se chega até a 70ª semana, sendo que a partir daí começa o decréscimo da produção.

Tabela 4- Consumo de ração para ave de postura em semanasIDADE

(semanas)PESO/AVE(gramas)

CONSUMO/DIA (gramas) ACUMULADO(quilos)

1ª 70 12 0,0842ª 140 19 0,217

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3ª 220 26 0,3994ª 300 32 0,6235ª 380 38 0,8896ª 470 41 1,1767ª 570 45 1,4918ª 660 48 1,8279ª 750 51 2,184

10ª 830 54 2,56211ª 910 56 2,95412ª 990 58 3,36013ª 1070 60 3,78014ª 1150 63 4,22115ª 1230 67 4,69017ª 1410 78 5,74018ª 1500 84 6,32822ª 1840 107 9,11430ª 1950 113 15,39373ª 2090 108 48,895

Fonte: Revista Escala Rural, (2003)

Com os dados da Tabela 4, pode-se verificar o peso de cada ave poedeira e também constatar-se o quanto cada uma dessas aves deve consumir de ração desde a 1ª semana até a 73ª semana de vida útil.

Tabela 5 - Custo na aquisição de frangas p/postura da Granja Super Ave – Farroupilha/RS

UNIDADE DISCRIMINAÇÃO VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL2.500 Frangas p/postura 6,38 15.950,00

Fonte: Dados da Pesquisa (2005).

Conforme dados da Tabela 5, foram demonstrados o valor unitário e o custo total da aquisição de frangas para postura.

Verificou-se que na aquisição de frangas, as essas já estavam em um período de 14ª semana de idade.

Tabela 6 - Consumo e custo de ração antes da postura em diasQUANT(aves)

IDADE(semanas)

PESO/AVES/UNID.

(gramas)

CONSUMO RAÇÃO/DIA

(gramas)

CONSUMO RAÇÃO/KG

(dia)

PREÇO DE

RAÇÃO (kg).

VALOR

TOTALRaç/dia

2.500 14ª 1.150 63 157.50 0,54 85,052.500 15ª 1.230 67 167.50 0,54 90,452.500 17ª 1.410 78 195 0,54 105,30

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2.500 18ª 1.500 84 210 0,54 113,402.500 19ª 1.585 90 225 0,54 121,502.500 955 0,54 515,70

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

De acordo com os resultados apurados na Tabela 6, definiram-se tanto o total de consumo quanto o custo de ração em dias entre 2.500 aves.

Em suma, são resultados integrados da 14ª até a 19ª semana em que as aves consomem uma ração de pré-postura, período no qual representa a fase em que se da inicio a produção dos primeiros ovos de tamanhos ainda pequenos. Cálculo: Exemplo da primeira linha; 63 gramas/aves x 2.500 aves = 157.50 kg./dia. 157,50 kg/dia X 0,54 = R$ 85,05 por dia. Entretanto, 2.500 aves consomem 157.50 kg de ração por dia num custo R$ 85.05.

Tabela 7 - Consumo e custo de ração antes da postura em semanasQUANT(aves)

IDADE(semanas)

PESO/AVES/UNID.

(gramas)

CONSUMO RAÇÃO/DIA

(gramas)

CONSUMO RAÇÃO/KG

RS(semana)

PREÇO RAÇÃO

(Kg).

VALOR TOTAL(ração/sem)

2.500 14ª 1.150 63 1.102 0,54 595,082.500 15ª 1.230 67 1.172 0,54 632,882.500 17ª 1.410 78 1.365 0,54 737,102.500 18ª 1.500 84 1.470 0,54 793,802.500 5.109 0,54 2.758,86

Fonte: Dados da pesquisa 2005.

Com base conceitual dos valores totais apurados no consumo e no custo de ração entre 2.500 aves conforme a Tabela 7. No presente fato ilustrado obteve-se um consumo de 5.109 kg. E de um valor de R$ 2.758,86 durante as cinco semanas. Verificou-se que da 14ª à 18ª semana as aves tem um consumo de ração para crescimento e pré-postura.

Partindo dessas informações, elaborou-se o seguinte cálculo: Efeitos em semana: Exemplo da primeira linha; 63 gramas/aves x 2.500 aves = 157,50 kg/dia; 157.50 kg./dia x 7 dias = 1.102 kgr./semana 1.102 kgr. X 0,54 = R$ 595,08/ semana. Portanto, o consumo de ração durante as cinco semanas é de 5.109 kg. x 0,54 = R$ 2.758,86.

Tabela 8 - Custo Fixo Indireto de ração para aves em posturaQUANT.(aves)

IDADE(sem)

IDADE (dia)

CONSUMO ração/dia(g)

CONSUMO ração/kgrs.

(s)

CONSUMO RAÇÃO TOTAL

PREÇO/RAÇÃO

(Kg)

VALOR

TOTAL R$

2.500 19ª a 21ª

21 84 1.76 4.400 0,38 1.672,00

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2.500 22ª a 29

49 107 5,24 13.100 0,37 4.847,00

2.500 30ª a 63ª

231 113 26.10 65.250 0,35 22.837,50

2.500 43/sem.

301 33.10 82.750 29.356,50

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

Por sua vez, para análise da Tabela 8, em face de parâmetros indicativos dos valores de atividades de custo fixo indireto demonstrou-se o consumo médio de ração foi de 82.750 kg. Na conversão em reais obteve-se um custo de R$ 29.356,50 num período de 43 semanas (10 meses). Verificou-se também que os preços da ração em kg. obteve uma variação, graças à fase de postura das aves e também à variação no mercado de matéria-prima composta na ração.

Tabela 9 - DespesasQUANTIDADE DISCRIMINAÇÃO PREÇO

UNIT.VALOR TOTAL

1.334 unid. Bandejas c/30 ovos 0,06 80,042.000 unid. Bandejas c/ 12 ovos 0,04 80,00500 unid. Cx. papelão c/30 dúzias 0,40 200,00500 unid. Etiquetas 0,50 250,0030 unid. Fitas adesivas 0,40 12,0070 pcts. Cal Virgem p/cobertura no esterco 3,90 273,00

TOTAL 895,04Fonte: Dados da pesquisa (2005).

Mediante a Tabela 9 de despesas, foi possível demonstrar em média os produtos que compõem os custos na produção de ovos.Em análise, verificou-se que estes materiais são adquiridos para um período de 10 meses na produção de ovos. TABELA 10 - CUSTO FIXO DIRETO

MESES SALÁRIO ENERGIA ELÉTRICA

TELEFONE TOTAL

Janeiro 345,00 42,70 5,00 397,70Fevereiro 345,00 38,00 5,00 388,00Março 345,00 44,60 5,00 394,60Abril 345,00 39,00 5,00 389,00Maio 345,00 37,80 5,00 387,80Junho 345,00 41,90 5,00 391,90Julho 345,00 43,86 5,00 393,86Agosto 345,00 37,90 5,00 387,90

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Setembro 345,00 38,45 5,00 388,45Outubro 345,00 42,21 5,00 392,21Novembro 345,00 35,87 5,00 385,87Dezembro 345,00 36,98 5,00 386,98TOTAL 4.140,00 479,27 60,00 4.684,27

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

Conforme a Tabela 10, apuraram-se os valores num período de janeiro a dezembro. Observou-se que o salário e o telefone tiveram um valor fixo, enquanto a energia elétrica obteve variações em seus valores.

TABELA 11 - Resumo dos resultados totais de custosAQUISIÇÃO/FRANGAS PARA POSTURA

15.950,00

CUSTO FIXO INDIRETO 32.115,36DESPESAS 895,04CUSTO FIXO DIRETO 4.684,27DEPRECIAÇÃO 1.311,90TOTAL 54.956,57

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

Na Tabela 11, apresentou-se um resumo de todos os valores de custos apurados. Através destes dados, levantou-se um valor total de R$ 54.956,57.

TABELA 12 - Produção de ovos período de 9 semanasQUANTIDADE

(aves)IDADE

(semanas)IDADE(dias)

PRODUÇÃO(ovos/%)

QUANT. OVOS(dia)

TOTAL OVOS

(semana)2.500 17ª a 18ª 14 7% 200 2.8002.500 19ª a 28ª 63 50% 1.250 78.7502.500 9/semanas 77/dias % 1.450 81.550

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

De acordo com os dados da Tabela 12, apurou-se uma produção em media de 81.550 ovos, num período de 77 dias (9 semanas).Verificou-se que, durante este período, as aves estiveram em início de produção e os ovos são de tamanho pequeno a médio, conseqüentemente seus valores de preço são menores.

Para gerar esta produção, conseqüentemente, obteve-se um custo para cada unidade de ovo às quais esses custos foram distribuídos e calculados sob forma de rateio.

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A produção tem o início da 17ª a 18ª semana com 7% de produção e da 19ª a 28ª semana com 50% de produção; totalizando 57%; Calculando: 81.550 77 dias = 1.060 ovos/dia = 88 dúzias; 88 dúzias/dia X 0,9 (valor da dúzia em reais 90 centavos) = R$ 79,20 /dia. 7 dia (1 semana) X R$ 79,20 = R$ 554,40 X 9 semanas = R$ 4.989,60.

Como ilustram os cálculos acima, observou-se uma redução de 0,3% em ovos quebrados. Portanto calcula-se:R$ 4.989,60 – 0,3% = R$ 14,97.

Conseqüentemente, o resultado apurado é de R$ 4.974,63.

TABELA 13 – Produção de ovos período de 34 semanas.QUANTIDADE

(aves)IDADE

(semanas)IDADE(dias)

PRODUÇÃO(ovos/%)

QUANT. OVOS(dia)

TOTAL OVOS

(semana)2.500 29ª a 45ª 112 90% 2.250 252.0002.500 46ª a 54 56 80% 2.000 112.0002.500 55ª a 63ª 56 70% 1.750 98.0002.500 34/semanas 224/dias % 462.000

Fonte: Dados da pesquisa (2005).

Conforme dados apurados na Tabela 13, apurou-se uma produção em media de 462.000 ovos, num período de 34 semanas.

Constatou-se que durante este período as aves tiveram boa fase na produção de ovos.

Para gerar esta produção, conseqüentemente obteve-se um custo para cada unidade de ovo às quais esses custos foram distribuídos e calculados sob forma de rateio.

Cálculo: Produção de ovos: 2.500 aves x 34 semanas = 462.000 ovos 224/dias = 1.894 ovos/dia = 158 dúzias/dia X R$ 1,50 (valor da dúzia em reais 1,50) = R$ 237,00/dia. 7 dia (1 semana) X R$ 1.659,00 X 34 semanas = R$ 56.406,00.

Conforme o valor apurado constatou-se um percentual de 0,3% de ovos quebrados, a partir do qual calcula-se: R$ 56.406,00 – 0,3% = R$ 169,22.

Portanto, o valor liquido é de 56.236,78.Receitas: Tabelas 12 E 13; R$ 4.974,63 + R$ 56.236,78 = R$ 61.211,41. No caso presente houve uma receita bruta na produção de ovos durante

os 10 meses de R$ 61.211,41.As receitas representam tudo o que é vendido ou consumido dentro de

uma propriedade rural. É comum, entre produtores, considerar como receita somente a produção comercializada, deixando de lado uma parte considerável de produtos que são consumidos pelos próprios produtores e seus empregados.

Despesas Totais = 54.956,57.

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Lucro (receitas – despesas) = 10 meses. R$ 61.211,41 – R$ 54.956,57 = R$ 6.254,84/10 meses = 625,48/mês. Na análise dos dados apurados

entre receitas – despesas confirmou-se em média um valor liquido de R$ 6.254,84. Com este resultado, afirma-se que levariam em média de 6 anos para cobrir as despesas da construção do aviário que leva um custo de R$ 32.797,57, sem contar que tem a depreciação descontada a cada ano durante os 25 anos.

5 CONCLUSÃO

Diante da realização do estudo de caso realizado na região Oeste, no Município de Toledo, Pr., foi possível concluir que:

Diante dos resultados obtidos, observou-se uma renda (receita) durante 10 meses (43 semanas) foi de R$ 6.254,84 e um rendimento mensal de R$ 625,48 com base de cálculo em 2.500 aves. Essa renda apresenta-se em uma escala considerada baixa. Porém, estes valores podem sofrer variações com os preços do mercado. Entretanto, devido aos gastos para aquisição da compra de materiais para construção dos aviários, nos primeiros meses de implantação do empreendimento, a renda (receita) ainda torna-se baixa. Mas, a longo prazo, torna-se viável a produção de ovos, entretanto, os investimentos serão de valores menores.

Portanto, considerando-se as análises apuradas, pode-se afirmar que para o aumento dos lucros, exige-se do produtor um bom manejo, higiene e cuidado com as doenças das aves e quanto menos ovos quebrados houver, maior será a lucratividade. O período médio de seis meses seria o tempo suficiente para cobrir todos os custos de investimentos para a implantação de uma granja avícola de postura com dois aviários.

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