125
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELAGEM EM CIÊNCIA DA TERRA E DO AMBIENTE PPGM Análise Hierárquica Processual (AHP) na Modelagem da Vulnerabilidade Ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA) VALDIRENE SILVA BRITO DIAS FEIRA DE SANTANA - BAHIA MARÇO 2012

Análise Hierárquica Processual (AHP) na Modelagem … · (pixels), rows and columns, and the algebra of maps and final presentation of results. To produce the environmental vulnerability

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELAGEM EM CIÊNCIA DA TERRA E DO AMBIENTE – PPGM

Análise Hierárquica Processual (AHP) na Modelagem da Vulnerabilidade Ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das

Onças (BA)

VALDIRENE SILVA BRITO DIAS

FEIRA DE SANTANA - BAHIA MARÇO – 2012

Valdirene Silva Brito Dias

Análise Hierárquica Processual (AHP) na modelagem da Vulnerabilidade Ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das

Onças (BA)

Dissertação apresentado ao programa de Pós-Graduação em Modelagem em Ciência da Terra e do Ambiente – PPGM, departamento de ciências exatas, Universidade Estadual de Feira de Santana.

ORIENTADOR: ARDEMÍRIO DE BARROS SILVA

FEIRA DE SANTANA - BAHIA MARÇO – 2012

Catalogação-na-Publicação: Biblioteca Central Julieta Carteado - UEFS

Dias, Valdirene Silva Brito

D536a Análise hierárquica processual (AHP) na modelagem da

vulnerabilidade ambiental do minicorredor ecológico Serra das Onças

(BA) / Valdirene Silva Brito Dias. – Feira de Santana - BA, 2012.

115 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Ardemírio de Barros Silva.

Dissertação (Mestrado em Modelagem em Ciências da Terra e

do Ambiente)-Universidade Estadual de Feira de Santana, Programa

de Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do

Ambiente, 2012.

1. Meio ambiente - Serra das Onças, BA. 2. Sistema de

informação geográfica. 3. Vulnerabilidade ambiental - Serra das

Onças, BA. I. Silva, Ardemírio de Barros. II. Universidade Estadual

de Feira de Santana. Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da

Terra e do Ambiente. III. Título.

CDU: 504: 911.2 (812.22)

VALDIRENE SILVA BRITO DIAS

Análise Hierárquica Processual (AHP) na modelagem da Vulnerabilidade Ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA)

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito à obtenção de título de Mestre em Ciências Ambientais:

Curitiba, ___ de ___________ de ____.

Feira de Santana, ___ de ___________ de ____.

BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________________ Prof. Dr. Ardemírio de Barros Silva - Orientador ____________________________________________________ Profª Dr ª. Dária Maria Cardoso Nascimento (UFBA) ____________________________________________________ Profª Dr ª. Jocimara Souza Britto Lobão (UEFS)

v

AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus agradecimentos em primeiríssimo lugar, sempre, a

Deus por estar continuamente me abençoando com tantas conquistas em minha

vida, essa é apenas mais uma.

A Ardemírio Barros da Silva meu orientador, de fundamental importância, por ter me

ajudado a superar meus limites e barreiras matemáticas, por sua paciência e seus

ensinamentos tão sublimes, durante a execução deste trabalho. Agradeço também

pelas oportunidades que me deu, pela confiança, pelos conselhos e por ter me

ajudado na escolha do tema e da metodologia dessa dissertação que eu tive muito

prazer em trabalhar.

Ao meu companheiro, amigo, parceiro e marido, o Geólogo André Luis, por estar do

meu lado em todos os momentos, uma pessoa muito especial em minha vida e que

durante essa trajetória me presenteou com a minha gestação de Geovanna, que

nascerá logo após a conclusão deste trabalho.

A minha família maravilhosa que está sempre na torcida para que tudo der certo e

que tanto contribuiu nessa caminhada, me amparando sempre, desde o inicio da

vida.

A professora Maria Emília que foi de fundamental importância pela oportunidade que

tive em trabalhar com o professor Barros e as professora Daria Nascimento e

Jucimara Lobão pela contribuição e conselhos no processo de qualificação.

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia, em especial Floriano Alvarez,

por todo apoio para a realização deste estudo.

Aos colegas, professores e funcionários do PPGM l UEFS, que me acolheram e me

apoiaram do começo até a conclusão do mestrado.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo

apoio e financiamento desta pesquisa.

vi

RESUMO

Este trabalho propõe um mapa da vulnerabilidade ambiental (2010) do Mini Corredor

Ecológico Serra das Onças (BA) a partir de Análise Hierárquica Processual (AHP).

Esta pesquisa contribui com os estudos, diagnósticos e planejamentos na área

ambiental por meio de modelagem matemática com o uso do algoritmo AHP,

desenvolvido por Saaty (1977). Esta metodologia multicriterial tem sido cada vez

mais aceita e difundida no meio cientifico por utilizar dados qualitativos e

quantitativos, alcançando resultados atenuados da subjetividade humana e ao

mesmo tempo de fácil entendimento e aceitação da comunidade acadêmica e a

sociedade em geral. O Mini Corredor Ecológico em análise localiza-se entre os

municípios de Camamu, Itacaré e Maraú (BA), trata-se de um território estratégico

para a defesa dos recursos naturais da região em que está inserido. É uma área

delimitada como ligação (corredor) entre Unidades de Conservação do Litoral Sul da

Bahia, mantendo o fluxo e dispersão das espécies em proteção (BRASIL 2004). A

utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG) neste trabalho possibilitou os

estudos espacializados na área das geociências. O SIG permitiu a homogeneização

dos dados cartográficos, todos na projeção UTM, Datum SAD 1969, Zona 24 Sul,

meridiano central -39, a conversão para o formato raster, delimitação de

coordenadas extremas, número de células (pixel), linhas e colunas, além da álgebra

dos mapas e apresentação final dos resultados. Para a produção do mapa de

vulnerabilidade ambiental o algoritmo AHP foi aplicado na obtenção dos pesos, com

a comparação pareada, dos critérios em análise: Geologia, Solos, Declividade e Uso

e Cobertura da Terra (2010) e em segundo nível as alternativas (atributos destes

temas em análise). Após procedimento de álgebra dos mapas em SIG obteve-se o

mapa síntese com cinco classes de vulnerabilidade ambiental (Muito Fraca, Fraca,

Média, Alta e Muito Alta), no qual foi possível constatar que a área em estudo está

classificada em maior expansão (37.07%) como de Fraca Vulnerabilidade (ocupadas

pelas rochas coesas rochas do Pré-Cambriano, Latossolos, que são solos maduros

e bem desenvolvidos, declives do relevo menores que 20% e ás áreas cobertas por

Restinga arbórea, arbustiva e herbácea, Florestas Ombrófilas em estagio médio e/ou

avançado de regeneração), a Alta Vulnerabilidade está ocupando 20.38%,

concentrada na região nordeste, da área em estudo, localizada no município de

Camamu (BA), onde se encontra um complexo sistema litorâneo com uma rede

vii

hidrográfica intensa e a presença exuberante de manguezais e restingas. A sudeste,

onde a declividade se apresenta com mais de 20% de inclinação, encontrada

também em transição com a classe de média vulnerabilidade nas áreas de

predomínio da fraca vulnerabilidade. A classe de menor ocupação (7.09%) foi a

Muito Alta, localizada principalmente na região litorânea. Diante do resultado da

vulnerabilidade do ambiente natural, espera-se então que este estudo venha

contribuir com a gestão estratégica e ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra

das Onças (BA), que demanda monitoramento especial perante o uso descontrolado

da ocupação humana (ocupação urbana, agropecuária, turismo e indústria) e de sua

função ambiental estratégica.

Palavras Chave: Análise Hierárquica Processual (AHP), Vulnerabilidade Ambiental,

Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Mini Corredor Ecológico.

viii

ABSTRACT

This paper proposes a map of environmental vulnerability (2010) for the Mini

Ecological Corridor Serra das Onças (BA) using the Analytic Hierarchy Process

(AHP). This research contributes to the studies, diagnostics, and planning in the

environmental area through mathematical modeling using the AHP algorithm,

developed by Saaty (1977). This multicriterial analysis has been increasingly

accepted and become widespread in the scientific community because it uses

qualitative and quantitative data, achieving results that attenuate human subjectivity;

while at the same time it is easy to understand and accept within the academic

community and society in general. The Mini Ecological Corridor in question is

located between the towns of Camamu, Itacaré, and Maraú (BA). It is a strategic

territory for the protection of natural resources in its region. It is an enclosed area

demarcated as a link (corridor) between protected areas of the South Coast of Bahia,

keeping the flow and dispersion of species protection (BRAZIL 2004). The use of

Geographic Information System (GIS) in this work enabled specialized studies in the

area of geosciences. The GIS allowed the homogenization of map data, all the

projection in the UTM SAD 1969 Zone 24 South Datum, central meridian -39, the

conversion to raster format, the definition of the extreme coordinates, number of cells

(pixels), rows and columns, and the algebra of maps and final presentation of

results. To produce the environmental vulnerability map the AHP algorithm was

used to obtain the weights, with the pairwise comparison, of the criteria for analysis:

Geology, Soils, Slope and Use and Land Cover (2010) and in a second-level the

alternatives (the attributes of these issues in the analysis). After doing the algebraic

procedures of the maps in GIS, a consensus map was obtained with five classes of

synthetic environmental vulnerability (Very Low, Low, Medium, High and Very High).

It was established that the study area is classified in its majority ( 37.07%) as Low

Vulnerability (occupied by rocks of the Precambrian, Oxisols, which are well

developed and mature soils, topography slopes of less than 20%, areas covered by

trees, shrubs and herbaceous species, and a rain forests in a medium and / or

advanced stage of regeneration). The High Vulnerability area occupies 20:38%,

concentrated in the northeast region of the study area, located in the municipality of

Camamu (BA), which is a complex system with a coastal river system and the

ix

intense presence of lush mangroves and sandbanks. To the southeast, where the

slope is presented with more than 20% incline, there is a transition to medium

vulnerability in areas of predominantly low vulnerability. The less prevalent class

(7.09%) was the Very High vulnerability, located mainly in the coastal region. Given

the outcome of the vulnerability of the natural environment, then it is expected that

this study will contribute to the strategic and environmental management of the Mini

Mountain Ecological Corridor Serra das Onças (BA), which requires special

monitoring against the uncontrolled use of human occupation (urban

occupation, agriculture, tourism and industry) and their environmental strategy.

Keywords: Analytic Hierarchy Process (AHP), Environmental Vulnerability,

Geographic Information Systems (GIS), Mini Ecological Corridor.

x

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. v

RESUMO.................................................................................................................... vi

SUMÁRIO ................................................................................................................... x

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 5

3. CARACTERIZAÇÃO GEOECOLÓGICA DA ÁREA DE ESTUDO ................... 6

3.1Localização da Área de Estudo ................................................................ 6

3.2 Aspectos Populacionais ......................................................................... 6

3.3 Aspectos Socioeconômicos ................................................................. 11

3.3.1 Características Socioeconômicas Regionais ......................... 11

3.3.2 Agricultura ................................................................................. 14

3.4 Clima ....................................................................................................... 16

3.5 Geologia ................................................................................................. 18

3.6 Relevo ..................................................................................................... 24

3.7 Solos ....................................................................................................... 30

3.8 Uso e Cobertura da Terra ....................................................................... 36

4. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 47

4.1 Álgebra de mapas .................................................................................. 47

4.2 Análise Hierárquica Processual ........................................................... 48

4.3 Vulnerabilidade Ambiental .................................................................... 53

4.4 Unidades de conservação .................................................................... 55

4.4.1 Características Socioeconômicas Regionais ......................... 55

4.4.2 Unidades de Conservação da Mata Atlântica ......................... 60

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 65

5.1 Métodos utilizados ................................................................................. 67

5.2 Cartas Temáticas ................................................................................... 68

xi

5.3 Julgamentos para Vulnerabilidade Ambiental dos Atributos

Pertencentes aos Critérios Temáticos ........................................................ 70

5.3.1 Critério Geologia ...................................................................... 70

5.3.2 Critério Solos ............................................................................ 72

5.3.3 Critério Declividade .................................................................. 74

5.3.4 Critério Uso da Terra ................................................................. 75

5.4 Aplicação do Método AHP .................................................................... 77

5.4.1 Critérios .................................................................................... 77

5.4.2 Alternativas ............................................................................... 77

5.4.3 Comparação par a par entre os elementos ............................ 78

5.4.4 Inconsistência das análises .................................................... 79

5.5 Procedimentos para a obtenção dos pesos e vetores ....................... 82

5.5.1 Comparação pareada dos critérios (Nível I) ........................... 82

5.5.2 Comparação pareada das alternativas (Nível II) ..................... 84

5.5.3 Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das

Onças com a Aplicação da Álgebra de Mapas ........................................... 86

6. VULNERABILIDADE AMBIENTAL .............................................................. 87

6.1 Vulnerabilidade Ambiental - Mapas Temáticos ................................... 87

6.1.1 Vulnerabilidade – Uso e Cobertura da Terra .......................... 87

6.1.2 Vulnerabilidade – Declividade ................................................. 89

6.1.3 Vulnerabilidade – Geologia ..................................................... 90

6.1.3 Vulnerabilidade – Solos ........................................................... 91

6.2 Análise dos resultados do mapa síntese de Vulnerabilidade

Ambiental ..................................................................................................... 92

6.2.1 Classe de Muito Fraca Vulnerabilidade Ambiental ................. 94

6.2.2 Classe de Fraca Vulnerabilidade Ambiental ........................... 94

6.2.3 Classe de Média Vulnerabilidade Ambiental........................... 96

6.2.4 Classe de Alta Vulnerabilidade Ambiental .............................. 96

6.2.5 Classe de Muito Alta Vulnerabilidade Ambiental ................... 98

7. CONCLUSÕES ............................................................................................... 99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 102

1

1. INTRODUÇÃO

Um dos grandes conflitos ambientais é a contradição que existe entre

proteger o meio ambiente e aproveitar o máximo de seus recursos. No atual cenário

do avanço científico, econômico e tecnológico que chegou a humanidade no século

XXI, a extensiva exploração dos recursos naturais tem sido cada vez mais intensa,

gerando assim problemas de difíceis controles, os quais infelizmente o homem não

avançou a ponto de criar uma eficaz solução. Diante desse panorama é preciso

conceber que a natureza não é capaz, por si mesma, de absorver totalmente os

desejos do homem. (GERASIMOV, 1946, apud ROSS, 2003).

O grande impacto que há muito tempo vem degradando a Mata Atlântica

é de conhecimento geral, foi neste Bioma que se iniciou a exploração dos recursos

naturais no Brasil desde a colonização europeia. A chegada dos colonizadores pela

região costeira favoreceu a ocupação dos primeiros espaços territoriais no Bioma

Mata Atlântica, tendo inicio com a exploração do pau-brasil e, desde então, com o

fomento dos diversos ciclos econômicos ocorridos, contribuiu para a drástica

diminuição deste ambiente natural de praticamente impossível mitigação. Com a

perda quase total das florestas originais e a contínua devastação dos

remanescentes florestais existentes, a Mata Atlântica encontra-se em péssima

posição de destaque no mundo: como um dos conjuntos de ecossistemas mais

ameaçados de extinção. (INPE e SOS Mata Atlântica, 2008).

Apesar de tal realidade, a grande biodiversidade nos remanescentes é tão

expressiva que foi apontado na Mata Atlântica o recorde mundial de diversidade

botânica para plantas lenhosas (454 espécies em um único hectare do sul da Bahia)

além de cerca 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais aproximadamente 6

mil restritas ao bioma. (INPE e SOS Mata Atlântica, 2008).

Tal ocorrência e a grande variedade de fauna ainda existente na Mata

Atlântica também rendem destaque e importância no panorama internacional, tendo

fragmentos destes conjuntos reconhecidos como Patrimônio Mundial pela ONU e

indicados como Sítios Naturais do Patrimônio Mundial e Reserva da Biosfera da

Mata Atlântica pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO). O bioma é considerado também Patrimônio Nacional na

Constituição Federal de 1988. (INPE e SOS Mata Atlântica, 2008).

2

Diante dessa abordagem, constata-se a grande importância que há em

conservar o Bioma da Mata Atlântica, o qual abastece com seus recursos naturais

as principais metrópoles e cidades brasileiras, além de auxiliar no controle do clima,

resguardar uma abastada biodiversidade e abrigar várias comunidades indígenas,

caiçaras, ribeirinhas e quilombolas que constituem a genuína identidade cultural do

Brasil (INPE e SOS Mata Atlântica, 2008).

Atualmente restam apenas cerca de 4% do bioma original da Mata

Atlântica, a qual se encontra amparada pela legislação (Lei Nº 11.428, de 22 de

dezembro de 2006) e a criação de Unidades de Conservação da Natureza,

regulamentado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei

n.9.985 de 18 de julho de 2000).

Para auxiliar na preservação e continuidade das espécies que garantem a

biodiversidade existente nas UCs o SNUC (SNUC, 2004) regulamenta também a

criação de corredores ecológicos, demarcadas como:

[...] porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. (SNUC, Lei Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, Capítulo I, Art. 2º, Inciso XIX).

Envolto da importância do Bioma Mata Atlântica e da preservação de

suas UCs, é de relevante importância a manutenção dos corredores ecológicos

como estratégia para o planejamento regional sustentável e eficaz conservação da

fauna e flora ameaçadas pelo uso indiscriminado das atividades humanas

(indústrias, ocupação urbana, agropecuária, entre outras).

O Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA), área de estudo do

presente trabalho, além de possuir relevantes fragmentos de mata Atlântica e

belezas cênicas, se destaca pela região da Baía de Camamu, terceira maior do

Brasil, com extensas áreas recobertas por manguezais e exuberantes restingas e

lagoas.

A área onde se localiza o Minicorredor está situada em um dos

segmentos da costa baiana que se apresenta em melhor estado de preservação,

3

particularmente devido às dificuldades de acesso à linha de costa impostas pela

fisiografia da região que, de certo modo, perduram até os dias atuais. Apresenta

elevada biodiversidade, tendo em vista o fato de que em uma pequena área,

ocorrem muito próximos ecossistemas como a Mata Atlântica, Manguezais, Recifes

de Corais Estuários, Baías e Praias Arenosas.

A área em análise também apresenta grandes fragmentos de floresta

ombrófila sendo uma região estratégica para promover a conexão das Unidades de

Conservação – UC do Baixo Sul com as UC do Sul da Bahia, e um elo entre a Serra

da Papuã e a Serra do Conduru. Está inserida no conjunto de minicorredores

pertencentes ao Corredor Central da Mata Atlântica – CCMA/Bahia. Localiza-se

entre os municípios de Camamu, Maraú e Itacaré (BA), pertencentes à região

Econômica do Litoral Sul da Bahia.

O presente trabalho foi realizado a partir da aplicação da modelagem

matemática e cartográfica para obtenção de uma carta síntese de vulnerabilidade

ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

Para tal demanda foi aplicado um algoritmo de análise denominado AHP -

Analystic Hierarchy Process ou Análise Hierárquica Processual (introduzida por

SAATY em 1977), que consiste em um método multicriterial de modelagem dos

dados em análise para atenuar a subjetividade, obtendo uma maior confiança

cientifica e entendimento popular e que vem se expandindo no meio acadêmico na

quantificação dos atributos naturais relacionado à fragilidade ambiental.

Sena (2008) propõe métodos multicriteriais como ferramentas de auxilio a

decisões, diante da dificuldade que há em se obter uma ordenação objetiva, e

avaliação da importância e influencia de cada uma das variáveis que contribuem

com a seleção das áreas de suscetibilidade a erosão. Por tanto foi utilizada o AHP,

o autor descreve este método da seguinte forma “[...] permite que tal decisão seja

tomada, baseada em critérios qualitativos e quantitativos, ao mesmo tempo em que

admite pontos de vista diferenciados e contraditórios, além de ser simples fácil e

rápida de ser entendida e desenvolvida.” (SENA, 2008, p. 26).

Segundo Ross (2003), as unidades de fragilidade dos ambientes naturais

devem ser resultantes dos levantamentos básicos de geomorfologia, litologia, solos,

cobertura vegetal/uso da terra e clima. Esses elementos tratados de forma integrada

possibilitam obter um diagnóstico das diferentes categorias hierárquicas da

4

vulnerabilidade dos ambientes naturais, diante dos diferentes estados de equilíbrio e

desequilíbrio que o meio está submetido.

É nesse contexto que o presente estudo traz uma carta síntese de

vulnerabilidade ambiental obtida a partir da análise dos temas fisiográficos

(Declividade, Geologia, Solos e Uso e Cobertura da Terra) disponível na escala

geográfica da área em estudo com o apoio dos Sistemas de Informação Geográfica

(SIG).

A aplicação de SIG via modelagem matemática torna-se instrumento

interdisciplinar muito importante para o estudo do meio ambiente; surge como uma

possibilidade de atendimento a essas demandas, uma vez que detêm as habilidades

de gerar, tratar e integrar informações espaciais e alfanuméricas, contribuindo assim

para tomada de decisões (MIRANDA, 2005).

A partir do uso de SIG voltado para a elaboração do estudo sistemático

da vulnerabilidade ambiental, foi possível obter a delimitação de áreas prioritárias,

contribuir com o monitoramento e planejamento estratégico do território.

Este trabalho é facilitado pelo Projeto Corredores Ecológicos (PCE), o

qual tem como objetivo planejar e implementar minicorredores nas Áreas Focais do

Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA), em conjunto com o Estado e a

sociedade civil organizada.

Uma etapa deste projeto já se encontra finalizado com o mapeamento de

Uso e Cobertura da Terra e tem como órgãos executores, a Secretaria do Meio

Ambiente - SEMA, o Instituto de Meio Ambiente - IMA e o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE.

Nesse contexto, a partir da análise da vulnerabilidade ambiental, este

estudo pode ser um instrumento de contribuição para futuros estudos de

monitoramento e planejamentos por parte de organismos governamentais e não

governamentais, a comunidade científica com interesse na área de estudo, na

elaboração um futuro e necessário documento de Zoneamento Ecológico Econômico

(ZEE) e planos de manejo deste território estratégico, o Minicorredor Ecológico Serra

das Onças (BA). Sugerindo as melhores alternativas para o uso sustentável dos

recursos naturais, evitando prejuízos muitas vezes irreversíveis.

5

2. OBJETIVOS

2.1 - Objetivo Geral

Objetiva-se empregar a metodologia de Análise Hierárquica Processual

(AHP) para a elaboração de uma carta síntese de vulnerabilidade ambiental do

Minicorredor Ecológico Serra das Onças.

2.2 - Objetivos Específicos:

Levantar dados bibliográficos para aquisição do conhecimento;

Analisar e interpretar as cartas temáticas, procedentes de fontes secundárias

utilizadas como critérios na execução do algoritmo AHP;

Estruturar os critérios para a hierarquização dos atributos escolhidos para a

aplicação do AHP;

Construir as matrizes de comparação pareada dos atributos selecionados para a

modelagem, empregando uma escala de preferência um em relação ao outro,

desenvolvida por Saaty (1991);

Determinar para cada matriz de preferências relativas o vetor de pesos;

Checar a consistência das preferências em função do valor de Razão de

Consistência (RC);

Obter a valoração - Determinar a importância relativa de cada alternativa em

relação ao objetivo maior – Valoração quanto à vulnerabilidade;

Mensurar as potencialidades e limitações ambientais do Minicorredor Serra das

Onças (BA), demonstrados no mapa de vulnerabilidade ambiental.

6

3. CARACTERIZAÇÃO GEOECOLÓGICA DA ÁREA DE ESTUDO

3.1 Localização da Área de Estudo

O Minicorredor Ecológico Serra das Onças, área de estudo deste

trabalho, está localizado entre as coordenadas geográficas de 13°56’14” e 14°20’56”

de latitude sul e 38°59’5” e 39°17’9” a oeste de Greenwich. Apresenta área

equivalente a 964,77 km² e encontra-se inserido entre os territórios dos municípios

de Camamu, Maraú e Itacaré. A área tem seu limite ao sul delimitado pelo Rio de

Contas que desemboca no Oceano Atlântico, ao Norte a Barra do Conduru e a

Enseada de Barra Grande e ao Leste o Estuário de Maraú (Figura 3.1). Quanto à

regionalização, a área de pesquisa compreende os Territórios de Identidades do

Baixo Sul e Litoral Sul do Estado da Bahia, Bacia Hidrográfica do Recôncavo Sul e a

Zona Turística Costa do Dendê (BA), devido à localização destes municípios no

litoral.

3.2 Aspectos Populacionais

Os municípios que englobam a área de estudo possuem uma população

total de 78.599 pessoas residentes, 35.018 residem no município de Camamu (BA),

24.318 em Itacaré (BA) e 19.010 em Maraú (BA), contendo assim o menor

contingente populacional (IBGE - Censo Demográfico 2010) (tabela 3.1). Os dados

de densidade demográfica destes municípios novamente colocam Camamu no

“ranking”, com 38,22 habitantes por quilômetro quadrado, mesmo contendo a maior

área territorial (920 km²) (tabela 3.1).

Municípios (Bahia)

Área total (km²)

População

(Total)

Densidade demográfica (habitantes/km²)

Camamu 920,4 35.18 38,22

Itacaré 737,9 24.318 32,96

Maraú 823,4 19.101 23,20

Tabela 3.1 – Dados populacionais dos municípios que englobam a área de estudo no ano

de 2010.

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

7

Figura 3.1 – Localização da área de estudo - Minicorredor Ecológico Serra das Onças

8

Os dados populacionais do IBGE (2010), ilustrados no gráfico 3.1,

demonstram também que Itacaré (BA) se destaca dos demais por possuir uma maior

população urbana (13.642) em comparação com a rural (10.676).

Os dados dos setores censitários, coletados pelo IBGE (Censo 2010),

possibilitam uma análise populacional mais detalhada, por permitir a observação

dessas informações a partir de polígonos inclusos nos limites do Minicorredor

Ecológico Serra das Onças. A figura 3.2 ilustra a distribuição populacional na área

de pesquisa, as pequenas células em torno da sede do município de Camamu se

apresentam dentro da maior classe populacional. O mesmo fenômeno ocorre no

extremo sul da área delimitada pelo corredor ecológico (figura 3.2).

As informações de densidade demográfica por setores censitários1 em

2010, disponíveis pelo Mapa Sinopse do IBGE, podem ser analisadas na figura 3.3.

O que é ressaltado nesta obsservação são as células com maior densidade nos

polígonos com menor delimitação principalmente entorno da sede de Camamu (BA).

1 O setor censitário é a unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral, formado por área contínua,

situada em um único quadro urbano ou rural, com dimensão e número de domicílios que permitam o

levantamento por um recenseador. Assim sendo, cada recenseador procederá à coleta de informações tendo

como meta a cobertura do setor censitário que lhe é designado (IBGE 2010).

Gráfico 3.1 – População Urbana e Rural dos municípios de Camamu, Itacaré e Maraú-

Ba.

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

9

Outro fenômeno observado é o adensamento populacional em direção ao

Oeste e Nordeste da área.

Figura 3.2 – Cartograma da distribuição populacional por setores censitários existentes no

Minicorredor Ecológico Serra das Onças.

Nº do setor

Censitário

10

Figura 3.3 – Compilação do Mapa sinopse de densidade demográfica por setores

censitários dos municípios de Camamu, Itacaré e Maraú (BA) (2010), disponível pelo

IBGE, com a base cartográfica existente para o Minicorredor Ecológico Serra das

Onças.

11

3.3 Aspectos Socioeconômicos

3.3.1 Características Socioeconômicas Regionais

A área do Minicorredor Ecológico Serra das Onças encontra-se entre

duas territorializações distintas: Territórios de Identidade Baixo Sul e Litoral Sul, já

referidos anteriormente. O primeiro, ocupa a 13° posição quanto ao Índice de

Desenvolvimento Social2 - IDS em 2006 e o segundo assume a 5° posição dos 26

Territórios de Identidade existentes no estado da Bahia (SEI 2008). Os valores

respectivos destes índices estão listados na tabela 3.1. O valor médio do escore

utilizado pela metodologia da SEI foi de 5000.

Quanto ao Índice de Desenvolvimento Econômico - IDE, que segundo a

SEI (2008), é resultante dos níveis de infra-estrutura e qualificação da mão-de-obra

existente e da renda gerada localmente, o Litoral Sul ocupa a 6° posição enquanto a

região do Baixo Sul está classificado em 19° (Tabela 3.1) colocação no ano de 2006

(SEI 2008).

Os municípios de Itacaré, Camamu e Maraú, os quais insere-se a área de

estudo, quanto ao IDS dos 417 municípios baianos estão entre as posicões 167°,

2O conceito de Desenvolvimento Social adotado está fundamentado no pressuposto de que a

população dos municípios está sendo atendida por serviços de educação e saúde, ao tempo em que

tem acesso aos serviços de água tratada e energia elétrica O IDS – Índice de Desenvolvimento Social

é composto dos seguintes Índices: INS – Índice do Nível de Saúde; INE – Índice do Nível de

Educação ; ISB – Índice da Oferta de Serviços Básicos; IRMCH – Índice da Renda Média dos Chefes

de Família (SEI 2008).

Território IDE Classificação IDS Classificação

Baixo Sul 4.962,98 19º 4990,37 13º

Liitoral Sul 5.031,84 6º 5039,81 5º

Tabela 3.1 - Índice de Desenvolvimento Econômico e Social dos territórios de identidade

Baixo Sul e Litoral Sul.

Fonte: SEI, 2008.

12

253° e 260° respectivamente. O IDE acentua o cenário de disparidade

socioeconômica destes municípios, pois de acordo com os dados da SEI (2008)

Itacaré está em 44°, Camamu 187° e Maraú 316° (Tabela 3.2) na colocação dos 417

municípios da Bahia em 2006.

Fonte: SEI, 2008.

Os dados supracitados demonstram que o muncípio de Itacaré possui

uma melhor situação socioeconômica que os demais. Essa circunstância se deve

aos grandes atrativos turísticos do município (praias paradisíacas, mata atlântica e

infraestrutura) que lhe atribui a 7ª posição como principal destino turístico do estado

da Bahia (tabela 3.3).

Municípios IDE Classif. IDS Classif.

Camamu 4,989.79 187º 4,978.51 253º

Itacaré 5,043.00 44º 5,002.53 167º

Maraú 4,971.49 316º 4,977.05 260º

Destino Participação média (%)

Salvador 60

Porto Seguro 16,1

Mata de S. João (Praia do Forte, Sauípe, Imbassaí)

4,5

Cairú (Morro de São Paulo) 4,2

Ilhéus 2,6

Itaparica 0,8

Itacaré 0,7

Tabela - 3.3 – Principais Destinos Turísticos da Bahia

Fonte: Dados da última pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2008.

Tabela - 3.2 – Índices de desenvolvimento econômico e social dos municípios de Camamu,

Itacaré e Maraú.

13

Ainda conforme as informações da SETUR & Bahiatura (2008) os

municípios de Maraú e Itacaré são considerados Destinos Indutores pelo Ministério

do Turismo (figura 3.4). Esta classificação se aplica àqueles municípios com maior e

melhor infraestrutura e com um conjunto de atrativos qualificados, identificados

através de pesquisa da consultoria internacional realizada pelo Ministério. A Bahia

possui cinco municípios indutores de desenvolvimento e mais um que está em

processo de consolidação. São eles: Salvador, Mata de São João, Maraú, Lençóis e

Porto Seguro, e mais Itacaré. (SETUR & Bahiatura, 2008)

Esses municípios recebem do Ministério do Turismo orientação e

capacitação para desenvolver e elaborar um plano de ação a fim de alcançar um

nível de competitividade internacional. Esses municípios são responsáveis por

induzir o desenvolvimento na região turística.

Figura 3.4 – Identificação das principais zonas turísticas e Rede Viária da Bahia.

Fonte: SEI, 2005.

Localização da área do

Minicorredor ecológico Serra

das Onças na Bahia

14

3.3.2 Agricultura

As informações do Sistema de Dados Estatísticos (SIDE) disponíveis pela

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) demonstram que

nos limites de Camamu (BA) a área de cultivo plantadada atingiu aproximadamente

30 mil hectares no ano de 2009 (gráfico 3.2). O que aponta maior produção agrícola

diante dos demais municípios do Minicorredor Ecológico Serra das Onças. Portanto,

quanto ao uso e cobertura da terra, a porção deste município tende a possuir uma

maior área vulnerável a fatores antrópicos e naturais, o que será confirmado no

mapa de Uso e Cobertura. Os principais produtos agrícolas cultiváveis do território

de Itacaré, Camamu e Maraú (BA) são Cacau, Borracha, Coco-da-baía e Dendê

(gráficos 3.3, 3.4 e 3.5). O produto que mais se destaca é o Cacau (gráficos 3.3, 3.4

e 3.5) e em seguida o Dendê no município de Camamu (gráfico 3.5) e o Coco-da-

baía nos demais (gráficos 3.3 e 3.4).

Gráfico 3.5 - Área Colhida e Plantada em hectares no ano de 2009 no

município de Camamu (BA).

Fonte: SIDE, SEI (2009)

Fonte: SIDE, SEI (2009).

Gráfico 3.3 - Área Colhida e Plantada em

hectares no ano de 2009 no município de

Itacaré (BA).

Gráfico 3.2 - Área Colhida e Plantada

em hectares no ano de 2009 nos

municípios da área de estudo.

15

Quanto à pecuária, foi analisado dados sobre criação bovina dos

municípios que englobam a área de pesquisa, isso porque a introdução da pastagem

é uma das atividades agropecuaria que mais modifica a paisagem natural. Os

municípios que englobam a área de estudo alcançou, no período de 2000 a 2009,

em média 3.000 a aproximadamente 4.300 cabeças de gado por ano (SEI - SIDEb

apud IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal) (gráfico 3.6).

Avaliando os dados por ano (2005 a 2009), observa-se que Camamu (BA)

obteve em 2009 um aumento na quantidade de bovinos em seu terrítorio (gráfico

3.9), com cerca de 3.000 cabeças de gado, aproximando dos valores obitidos no

município de Maraú (BA) (gráfico 3.9), onde ocorreu uma queda de

aproximadamente 36%, passando de 4.968 para 3.190. Itacaré (BA) obteve o

mesmo desempenho de Maraú (BA), ou seja, uma redução (24,5%) (gráfico 3.8).

Gráfico 3.4 - Área Colhida e Plantada em hectares no ano de 2009 no município de Maraú (BA).

Fonte: SIDE, SEI (2009)

Fonte: SIDE, SEI (2011).

EI.(idem)

Gráfico 3.7 – Quantidade do gado

bovino no município de Camamu

(BA) no período de 2005 a 2009.

Gráfico 3.6 – Média da quantidade de cabeça de

gado bovino nos municípios de Camamu (BA),

Itacaré (BA) e Maraú (BA) no período de 2000 a

2009.

Fonte: SIDE, SEI (2011).

16

3.4 Clima

Segundo a tipologia climática Thornthwaite para o Estado da Bahia o

clima da área de pesquisa é úmido (Figura 3.5) com excedente hídrico em torno de

1000 a 1200 mm anual, regime pluviométrico de Janeiro a Dezembro (Gráfico 3.9), e

o índice hídrico de 80% (SEI, 2007). Os valores do balanço hídrico demonstram que

a região onde localiza-se a área de pesquisa possui mínima ou quase nenhuma

deficiência hídrica mensal e com pequenas oscilações de temperatura do ar ao

longo do ano (Gráfico 3.10). Conforme o banco de dados climáticos do período de

1961 a 1990, da Estação Meteorológica de Ilhéus (EMBRAPA), a mais próxima da

área de pesquisa (95,6 km), a pluviosidade média anual registrada é de 170 mm e

temperatura média de 24,3 °C (Gráfico 3.10).

Fonte: SIDE, SEI (2010).

Gráfico 3.9 – Quantidade de gado

bovino no município de Maraú (BA)

no período de 2005 a 2009.

Fonte: SIDE, SEI (2010).

Gráfico 3.8 – Quantidade de gado

bovino no município de Itacaré (BA)

no período de 2005 a 2009.

Gráfico 3.10 - Balanço Hídrico Climatológico (1961 - 1990). Dados da estação climatológica

de Ilhéus (BA).

Fonte: Sentelhas et al. (1999) in: EMBRAPA 2003.

17

Fonte: SEI, 2007.

Figura 3.5 - Tipos Climáticos em torno da área de estudo.

Área de Estudo

Gráfico 3.10: Precipitação e Temperatura – Período de 1961 a 1990. Dados da estação

climatológica de Ilhéus (BA).

Fonte: Sentelhas et al. (1999) in: EMBRAPA 2003.

Fonte: Sentelhas et al. (1999) in: EMBRAPA 2003.

18

3.5 Geologia

O Minicorredor Ecológico Serra das Onças está implantado sobre o

lineamento litoestrutural da Bacia Sedimentar de Camamu, o que faz com que o

mesmo apresente uma linha de costa bastante recortada, caracterizada por

inúmeros canais de maré, estuários e pela Baía de Camamu, a segunda maior baía

do Estado e a terceira do Brasil. Este aspecto recortado explica a ocorrência de

algumas das mais significativas áreas de manguezais do Estado da Bahia

(DOMINGUEZ & CORREA-GOMES, 2006).

Segundo Dominguez e Correa-Gomes (2006), na área de pesquisa os

principais tipos litológicos presentes se agrupam em três províncias: Embasamento

Precambriano, Bacia Sedimentar de Camamu e Planície Quaternária (Figura 3.6 e

Tabela 3.7).

Letra Símbolo

Litologia Área (%)

Área Itacaré

(%)

Área Maraú

(%)

Área Camamu

(%)

Bacia de Camamu

Ktm Formação Taipús-Mirim 10,75 0,00 0,12 10,63

Jb Grupo Brotas 3,70 0,00 0,52 3,19 Kal Formação Algodões 1,45 0,00 0,00 1,45

Depósitos Quartenários

QHI Areias Litorâneas - Terraço Marinho Holocênico 0,49 0,29 0,20 0,00

QHm Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue 4,15 0,00 0,67 3,48

QHu Terras Úmidas 0,31 0,07 0,24 0,00

Qpar Areias Pleistocênicas Indiferenciadas 0,39 0,00 0,39 0,00

QPI Areias Litorâneas - Terraço Marinho Pleistocênico 14,80 1,10 0,62 0,00

Pré-Cambriano

Att1 Tonalitos-dacitos/Trondhjemitos-riolitos granulitizados sem anômalia de Europio

50,08 12,89 28,05 9,14

Att2 Tonalitos-dacitos/Trondhjemitos-riolitos granulitizados com anômalia positiva de Europio

7,21 1,01 3,51 2,69

Att5 Tonalitos-dacitos/Trondhjemitos-riolitos granulitizados com anomalia negativa de Európio

2,45 0,00 0,00 2,45

Asp Rocha Supracrustais Granulitizadas 1,38 0,01 1,19 0,17

Agt3 Gabros/Basaltos 2,09 0,72 1,35 0,02

Ash Rochas Monzoníticas e Monzodioríticas Granulitizadas

13,43 2,71 7,58 3,14

No Data Sem Dados 0,40 0,33 0,01 0,05

Tabela 3.7- Principais Unidades Litológicas da área de estudo

Fonte: Dominguez e Correa-Gomes, 2006.

22222220062006 2220062006.

19

Figura 3.6 – Geologia do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

20

A caracterização geológica descrita abaixo segue a descrição

apresentada em Dominguez e Correa-Gomes (2006) para o Projeto Costa do Dendê

- Programa de Avaliação de Potencialidades Minerais.

Bacia Sedimentar de Camamu

Formação Taipús-Mirim (Ktm) - de idade Cretácica inferior (Aptiano-

Albiano), inclui arenitos, arenitos conglomeráticos e folhelhos de coloração cinza-

claro a escuro. Estruturas sedimentares dominantes incluem estratificações

cruzadas, marcas de ondulação, camadas gradadas e acamamento lenticular a

ondulado (Membro Serinhaém). O membro Igrapiúna é constituído por calcários

castanhos e amarelados, dolomíticos e folhelhos castanhos. Localmente ocorrem

zonas de halita e anidrita. A deposição desta formação é interpretada como tendo

ocorrido em ambiente transicional marinho sob influência de ondas e marés.

Grupo Brotas (Jb) - É composto, da base para o topo, pelas formações

Afligidos, Aliança e Sergi. Na Bacia de Camamu a seção sedimentar correspondente

ao Membro Tauá da Formação Candeias juntamente com a Formação Itaparica das

bacias do Recôncavo e Tucano, é também englobada no Grupo Brotas (topo) como

nome de Formação Itaípe. A Formação Afligidos de idade permo-triássica (AGUIAR

& MATOS, 1990) é constituída por sedimentos marinhos rasos a supramaré que

passa, em direção ao topo, a sedimentos lacustres, incluindo arenitos finos a médios

com estruturas sedimentares indicativas da ação de ondas e marés, e raras

camadas de laminitos algais, parcialmente dolomitizados, contendo sílex. Em

direção ao topo dominam lamitos vermelhos com gretas de contração e feições de

colapso (AGUIAR & MATOS, 1990). A formação Aliança é constituída por arenitos

cinza esbranquiçados a vermelho amarelados finos a médios e folhelhos vermelhos

com intercalações esporádicas de calcário microcristalino. Sua idade é atribuída ao

Jurássico. A Formação Sergi é constituída por arenitos finos a conglomeráticos de

coloração pardo-amarelada a vermelho-amarronzada com estratificações de grande

porte. As formações Sergi e Aliança são interpretadas como resultado da deposição

em ambiente continental, abrangendo lagos rasos e sistemas eólicos e fluviais. A

Formação Itaípe é composta por folhelhos cinzas com intercalações de camadas de

arenito médio a fino em direção ao topo. Segundo Dominguez e Correa-Gomes

21

(2006) não foi possível individualizar em mapa estas formações devido às

dificuldades em separá-las através da fotointerpretação.

Formação Algodões (Kal) – de idade Cretácica inferior a superior

(Albiano a Santoniano), esta formação é constituída por calcários dolomiticos,

oolíticos e pisolíticos de coloração creme a cinza claro (Prancha 8.2E e F).

Calcilutitos com foraminíferos plantônicos estão presentes, constituindo o membro

Quiepe. A Formação Algodões é interpretada como resultado da deposição em

ambiente marinho predominantemente raso.

Planície Quaternária

Holoceno

Areias Litorâneas / Terraço Marinho Holocênico (QHl) - trata-se de

depósitos arenosos com altitudes variando de 4,5 a 5m, e cuja superfície apresenta

uma declividade em direção à praia atual, ocorrendo nas porções externas das

planícies Quaternárias. Estes depósitos têm sido também referidos na literatura

como Terraços Marinhos Holocênicos. Ao contrário do que acontece nos depósitos

Pleistocênicos, os Holocênicos contêm muitas vezes conchas de moluscos e

raramente são impregnados por ácidos húmicos. Além da presença de conchas de

moluscos marinhos, a origem marinha destes depósitos pode ser assegurada pela

existência de tubos fossilizados de Callichirus e por estruturas sedimentares típicas

de ambiente praial. A parte inferior desses terraços, depositada durante a fase

transgressiva, é caracterizada por estruturas sedimentares do tipo estratificação

cruzada e pela presença de conchas cujas idades são mais antigas que 5.000 anos

AP. Diferentemente, a parte superior, depositada durante a fase regressiva, é

caracterizada por estruturas sedimentares plano-paralelas e pela presença de

conchas cujas idades são mais recentes que 5.000 anos AP. Estas idades permitem

associar estes depósitos com a última transgressão (MARTIN et al. 1980 apud

DOMINGUEZ E CORREA-GOMES, 2006) e descida do nível domar subseqüente. A

Última transgressão alcançou um máximo em torno de 5.100 anos AP quando o

nível do mar se posicionou cerca de 5 + 1metros acima do nível do mar atual.

22

Depósitos Argilo-Orgânicos de Mangues (QHm) - corresponde aos

sedimentos que se acumularam em associação com os mangues atuais. A palavra

mangue é utilizada para descrever um grupo de plantas adaptadas para colonizar

solos saturados em água, anaeróbios e salinos. A vegetação é constituída por

árvores e arbustos que crescem ao longo de estuários, canais de maré e costas

protegidas. O substrato sobre o qual o mangue se encontra instalado é

predominantemente constituído de materiais argilosiltosos ricos em matéria

orgânica.

Depósitos Argilo-Orgânicos de “Terras Úmidas” (QHtu) - constituem

os sedimentos que se acumularam em associação com as “Terras Úmidas” atuais. O

termo “terra úmida” é utilizado para descrever áreas que não são nem

completamente terrestres, nem completamente aquáticas. Engloba, portanto,

aquelas áreas que são inundadas ou saturadas por água superficial ou água

subterrânea, numa frequência e duração suficientes para dar suporte a uma

vegetação tipicamente adaptada à vida em condições saturadas. As terras úmidas

ocupam, portanto, as áreas mais baixas das planícies quaternárias. Nestas áreas se

acumularam sedimentos argilosos ricos em matéria orgânica e, por vezes, camadas

de turfa com espessura decimétrica.

Pleistoceno

Depósitos de Areias Pleistocênicas Indiferenciadas (Qpar) - estes

depósitos correspondem a areias quartzosas relativamente bem selecionadas,

morros de topo plano com altitudes variando entre 4 e 6 m, que ocorrem nas

porções mais internas da planície Quaternária, normalmente margeando canais de

maré. Sobre a maior parte destas areias se desenvolveram espodossolos que

mascararam completamente as estruturas sedimentares originais. Estas areias são

interpretadas como resultado de provável deposição associada a processos

estuarinos, num período de nível de mar mais alto que o atual, durante o

pleistoceno.

Depósitos de Areias Litorâneas Regressivas (QPl) - constituem

terraços arenosos com 6 a 8 metros de altitude que ocorrem nas porções internas

das planícies quaternárias. Estes depósitos têm sido também referidos na literatura

como Terraços Marinhos Pleistocênicos. Estas areias normalmente são bem

23

selecionadas e predominantemente quartzosas. Geralmente de cor branca na

superfície, esses depósitos apresentam em profundidade, comumente, cores

acastanhadas ou pretas, em conseqüência de uma forte impregnação por ácidos

húmicos que lhes confere também uma coesão moderada. Na superfície existem

vestígios de antigos alinhamentos de cristas praiais (cordões litorâneos) que

apresentam características morfológicas muito particulares (MARTIN et al. 1981

apud DOMINGUEZ E CORREA-GOMES, 2006). A penúltima transgressão alcançou

um máximo em torno de 120.000 anos AP, quando o nível do mar se posicionou

cerca de 8 + 2 metros acima do nível do mar atual.

Embasamento Pré-cambriano

Tonalitos/Trondhjemitos granulitizados (Att1, Att2, e Att5) - os

metatonalitos/metatrondhjemitos constituem as rochas mais abundantes da parte

centro-sul do Orógeno tendo sido deformadas e metamorfisadas no fácies granulito,

durante o Ciclo Transamazônico. Estas litologias apresentam coloração verde

acinzentada, são relativamente homogêneas, com granulação média a grossa. Nos

locais de maior intensidade de deformação é freqüente a textura milonítica com

porfiroclastos imersos em uma matriz fina. Do ponto de vista mineralógico, os

metatonalitos e metatrondhjemitos são formados basicamente por quartzo e

plagioclásio antipertítico. O ortopiroxênio, presente em pequena quantidade, é do

tipo hiperstênio. Minerais opacos são presentes, mas como acessórios. A biotita e

hornblenda são também observadas, sendo formadas pelo retrometamorfismo dos

minerais ferromagnesianos e opacos. Apatita e zircão aparecem como traços. A

diferença mais marcante observada entre elas é que a suite Att1 não possui

anomalia de európio, enquanto a Att2 e Att5 mostram anomalias deste elemento: a

Att2 uma anomalia positiva e a Att5 uma anomalia negativa.

Gabros/Basaltos granulitizados (Agt3) - os metagabros/metabasaltos,

reequilibrados no fácies granulito, ocorrem sob a forma de bandas ou enclaves,

deformados e paralelizados ao bandamento/foliação regional. Apresentam

espessuras que variam desde centimétricas a métricas (máximo de 5 metros), sendo

constituídos por plagioclásio, hiperstênio e clinopiroxênio e tendo como acessórios,

quartzo, opacos e apatita (BARBOSA et al. 1996 apud DOMINGUEZ E CORREA-

GOMES 2006). Algumas bandas desses granulitos básicos contêm granada em

24

quantidades apreciáveis. Hornblenda verde e biotita marrom aparecem

frequentemente em relações texturais com os piroxênios e opacos, evidenciando um

retrometamorfismo para o fácies anfibolito.

Rochas monzoníticas e monzodioríticas granulitizadas (Ash) - os

metamonzonitos e metamonzodioritos são constituídos, basicamente, de

plagioclásio antipertítico, ortopiroxênio e clinopiroxênio sendo que, em alguns

afloramentos, fenoclastos de plagioclásio são também encontrados, orientados

paralelamente à foliação. Dados Sm/Nd de 2,4 Ga (MARINHO et al. 1992 apud

DOMINGUEZ E CORREA-GOMES 2006), fixam esta idade como a época da

extração deste material da crosta.

3.6 Relevo

O Minicorredor Ecológico Serra das Onças da Costa do Dendê localizado

sobre uma região litorânea estuarina também pode ser identificado por três

províncias geomorfológicas, sustentadas por um arcabouço geológico integrado por

litologias bastante contrastantes: Planalto Pré-Litorâneo, Bacia Sedimentar

Recôncavo-Tucano e Regiões de Acumulação (BRASIL, 1982) (Figura 3.7). A tabela

3.8 revela a predominância do Planalto Costeiro, segundo mapeamento na escala

1:1.000.000 do projeto Radam (BRASIL, 1982).

O mapa geomorfológico elaborado pela Divisão de Geomorfologia do

Projeto RADAMBRASIL, evoluiu a partir do Volume 24 (Folha SD.24 Salvador) no

sentido de valorizar a gênese das formas. Esta nova concepção metodológica

analisa as feições geomorfológicas, segundo uma taxonomia que propicia a

identificação e hierarquizição dos fatos morfológicos em domínios e regiões, os

quais englobam várias unidades geomorfológicas. Para cada região, discerne os

diferentes tipos de modelado e a geometria de suas formas, em correlação com a

energia erosiva neles impressos, ou seja, os processos de morfogênese atual em

função da estabilidade e instabilidade do relevo.

25

Figura 3.7 – Geomorfologia do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

Sem Dados

26

As principais características das unidades geomorfológicas supracitadas

estão apresentadas em seguida com base nos relatórios técnicos do projeto

governamental Radam Brasil (BRASIL, 1982).

Planalto Costeiro (Mm) - Mares de morro. Relevos de topos tabulares,

capeados por sedimentos Barreiras que localmente recobrem rochas cratonizadas

do Escudo Oriental lateritizados em superfície e entalhados por drenagem dendrítica

ou paralelo-ramificada. Feições geralmente convexas ou convexo-côncavas,

separadas por vales chatos ou agudos, formando uma drenagem dendrítica ou

ramificada; desníveis da ordem de 50 - 100 metros.

Planalto Pré-Litorâneo (Sd) - Serras, alvéolos e depressões

intramontanas. Relevos de topos planos e encostas predominantemente convexas e

convexo-côncavas, serras e maciços montanhosos, refletindo os alinhamentos

estruturais das rochas intensamente metamorfizadas cortadas por gargantas do tipo

apalacheano. Lombada, morro, monte; feições geralmente convexas ou convexo-

côncavas, separadas por vales chatos ou agudos, formando uma drenagem

dendrítica ou ramificada; desníveis da ordem de 50 - 100 metros.

Bacia Sedimentar Recôncavo-Tucano (Dp) - Formas de dissecação e

aplanamentos embutidos. Relevo de topos aplanados bordas desniveladas com

degraus e planos embutidos às encostas de formas predominante convexas,

dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas. Os efeitos da tectônica e

Sigla Relevo Área

(%) Itacaré (%)

Maraú (%)

Camamu (%)

Mm Planalto Costeiro 42.24 12.43 20.64 9.17

Sd Planalto Pré-

Litorâneo

5.92 1.19 4.73 0.00

Dp Bacia Sedimentar

Recôncavo-Tucano

30.74 5.15 8.36 17.23

FM Região de Acumulação

(FM)

18.01 3.09 6.78 8.18

AM Região de Acumulação

(M)

2.45 1.42 1.03 0.00

Nd Sem Dados 0.60 0.17 0.11 0.32

Tabela 3.8 - Principais Unidades Geomorfológicas do Minicorredor Ecológico Serra das Onças

(BA).

27

da litologia se refletem na compartimentação do relevo. Colina, forma de meia

laranja, monoclinal, meseta, feições convexas ou tabulares separados por vales

chatos ou agudos, formando uma drenagem dendrítica; desníveis da ordem de 20 -

50 metros.

Região de Acumulação (FM) - Planície resultante da combinação das

ações marinhas e fluviais nas embocaduras de rios sujeitos às penetrações das

marés, podendo conter mangues e terraços.

Região de Acumulação (M) - Planície resultante das ações marinhas,

podendo conter restingas, cordões e flexas arenosas, canais de maré, terraços e

dunas.

As figuras 3.8 e 3.9 delineiam o relevo da área de estudo de acordo com

as cotas de altitudes extraídas de imagens SRTM (Missão Topográfica Radar

Shuttle). Estes mapas demonstram que a altitude sofre maior variação de nordeste e

leste para sudoeste, variando de 0 a 450 metros (cota máxima a sudeste), o que

possibilita analisar uma baixa amplitude hipsométrica na área de estudo. A tabela

3.9 demonstra que a classe de declividade mais representativa (32,59%) no território

em estudo está entre os declives de 6,1 a 12%, descrito como relevo suave

ondulado a ondulado (DE BIASI, 1992).

Tabela 3.9 – Classes de declividade e relevo na área de estudo.

Classes (%) Relevo Área

(%) Itacaré

(%) Maraú

(%) Camamu

(%)

0 - 3 Várzea 17,26 3,08 5,13 9,05

3,1 – 6 Plano a suave

ondulado 21,50

4,39 7,81 9,29

6,1 – 12 Suave ondulado a

ondulado 32,59

7,70 13,73 11,16

12,1 – 20 Ondulado a forte

ondulado 19,51

5,40 9,64 4,47

20,1 – 40 Forte ondulado a

montanhoso 8,56

2,63 4,99 0,93

> 40 Montanhoso 0,59 0,23 0,36 0,00

Fonte: De Biasi, 1992

28

Figura 3.8 – Declividade do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

29

Figura 3.9 – Hipsometria do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

30

3.7 Solos

A pedogênese das várias classes de solos encontradas na área de

trabalho sofreu nitidamente influência do clima, da geologia, da geomorfologia e da

vegetação, por se tratar de uma região bem intensa em relação a estes fatores

(BRASIL,1982).

A tabela 3.10 aponta para área de estudo a predominância (67,07%) da

classe de Solo Latossolo mapeadas na escala 1:1.000.000 pelo projeto

RADAMBRASIL. O município de Maraú possui a maior área com este tipo de solo.

(Brasil, 1982). Os principais solos encontrados na área de estudo são os Argissolos

Vermelhos-Amarelos distrófico e eutróficos, Espodossolos hidromórficos, Latossolos

Amarelo e Vermelho-Amarelo, Neossolos Quartizarênicos e Tipos de Terrenos que

ocorrem nas áreas de manguezais (Tabela 3.10).

O mapa de solos do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (figura 3.10)

utilizado neste estudo encontra-se descrito a seguir conforme disposto no relatório

técnico do projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1982).

Letra símbolo

Solos Área (%)

Itacaré (%)

Maraú (%)

Camamu (%)

PVAd / PVAe

Argissolo Vermelho-Amarelo

21,66 2,12 3,94 15,60

EKg Espodossolo Hidromórfico

2,16 0,00 0,34 1,83

LAd / LVAd

Latossolo 67,07 19,33 36,48 11,26

RQg Neossolo Quartzarênico 1,84 1,30 0,53 0,00

SM2 Tipos de Terreno 6,48 0,10 0,41 5,98

- Sem dados 0,79 0,61 0,04 0,14

Tabela 3.10 - Distribuição das classes de solos no Minicorredor Ecológico Serra

das Onças - BA.

31

Figura 3.10 – Solos do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

32

Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico (PVAd) - Na antiga

classificação 1 trata-se do Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico. Os solos

desta classe apresentam horizonte B textural, não hidromórficos (solos sujeitos a

encharcamento temporário ou permanente), saturação com alumínio superior a 50%

(solos álicos) e menor que 50% (distróficos). Comumente a atividade de argila é

baixa (Tb), no entanto, na região do Recôncavo Baiano ocorrem com argila de

atividade alta (Ta) com áreas relacionadas geologicamente ao Cretáceo.

Apresentam sequência de horizontes A, Bt e C, com valores de relação

textural que satisfazem aos parâmetros atualmente estabelecidos. Foram

observadas no horizonte A as classes de textura arenosa, média e argilosa e no

horizonte Bt, média, argilosa e muito argilosa. Esses solos na área apresentam-se

com classes de relevo plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado e

montanhoso com caracteres abrúlptico, plíntico, com fragipan, raso e concrecionário.

Sua utilização tem quase as mesmas restrições do Podzólico Vermelho-

Amarelo Eutrófico, exceto no que diz respeito à fertilidade natural, pois esses solos

necessitam de adubação e correção da acidez trocável. Estes solos estão

localizados na área de estudo em relevos classificados como Bacia Sedimentar

Recôncavo-Tucano, Região de acumulação e Planalto Costeiro.

Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico (PVAe) - Na antiga

classificação sua nomenclatura era o Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico. Esta

classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural,

saturação de bases superior a 50% com diferenças de textura do horizonte A para o

Bt que satisfaçam os parâmetros atuais estabelecidos, expressas sob a forma

binária em quase sua totalidade. Normalmente possuem mais argila de atividade

baixa (Tb) do que argila de atividade alta (Ta), após correção para carbono.

Apresentam sequência de horizontes A, Bt e C, com maior

ocorrência de horizonte A moderado, presença ou não de materiais coloidais

1 Em 1999, o novo sistema de classificação de solos foi liberado para substituir o que vinha sendo usado.

Algumas mudanças são relevantes, tais como: Revisão Geral de Conceitos, Estrutura Hierárquica, Novos

Atributos e Horizontes Diagnósticos, Nova Estrutura, Níveis Categóricos, Chave de Classificação e Nova

Nomenclatura. (EMBRAPA, SIBICS).

33

translocados, constituindo revestimentos nas superfícies dos elementos estruturais

e/ou nos poros do horizonte Bt, denominadas de cerosidades. O Podzólico

Vermelho-Amarelo Eutrófico pode apresentar as seguintes características: abrúptico,

plíntico, raso e o caráter solódico, que é pouco frequente. A fase pedregosa também

constitui fator distintivo para alguns solos dessa classe.

Estes solos se apresentam na área em de relevo classificado como

Planalto Costeiro e Planalto Pré-Litorâneo. Com classes de textura, para o horizonte

A, arenosa, media e argilosa e para o Bt media, argilosa e muito argilosa. A

utilização desses solos pode sofrer restrições em função do caráter que ele

apresentar, das classes de relevo, da ocorrência de fase pedregosa e das condições

climáticas da região.

Espodossolo Hidromórfico (EKg) - Na antiga classificação sua

nomenclatura era Podzol Hidromórfico. São solos minerais hidromórficos com

horizonte B podzol que correspondem ao horizonte espódico da classificação norte-

americana, normalmente subjacente a um horizonte.

Possuem sequência de horizontes bem diferenciados Al, A2, Bh e/ou Bir,

de baixa fertilidade natural, elevada saturação com alumínio e espessuras que

variam de solos rasos ate muito profundos. O horizonte A pode ser fraco, moderado

ou proeminente, de permeabilidade rápida e com A2 normalmente de máxima

eluviação.

O horizonte B podzol caracteriza-se por ser iluvial, tendo acumulacão de

carbono e/ou de sesquióxidos Iivres, principalmente de ferro, não acompanhada de

quantidade aproximadamente equivalente de argila cristalina iluvial. Constituídos de

horizontes Bh, Bir ou Bhir, podendo ser cimentados em consequência das

acumulações de matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro, resultando uma

lenta permeabilidade desse horizonte e implicando em más condições de drenagem.

Ocorrem na área sobre os relevos classificados como Bacia Sedimentar

Recôncavo-Tucano e em Regiões de acumulação com textura em geral arenosa,

podendo ocorrer média.

34

A utilização destes solos encontra restrições principalmente quanto a sua

fertilidade natural, pois existe pouca disponibilidade de nutrientes em sua

constituição química. Na área são aproveitados com pastagens naturais, piaçava,

coco-da-baía e outros.

Latossolos (LAd / LVAd) - São solos minerais, ácidos, não

hidromórficos, com horizonte B latossólico, que corresponde em parte ao horizonte

óxido da classificação americana. Caracterizam-se por um estágio de

intemperização, constituído por sesquióxidos, minerais de argila (1:1) e minerais

primários resistentes ao intemperismo. Possuem baixa fertilidade natural. Possuem

ainda como característica do seu avançado grau de intemperismo baixa relação

silte/argila e baixa relação molecular SiO2/AI2O3(Ki). Apresentam baixos valores

para capacidade de troca de cátions (valor T) na fração argila/argila de atividade

baixa. Esses solos na região apresentam geralmente um aumento de argila natural -

argila dispersa em água - na altura de A3 e/ou B1, caracterizado pela maior coesão

das partículas dando uma consistência de muito duro a duro quando seco, isso

provavelmente devido à migração de colóides orgânicos e inorgânicos que obstruem

os poros, havendo então um decréscimo na percentagem de poros, bem como o

aumento da densidade aparente e diminuição da permeabilidade e aeração,

podendo apresentar mosqueados em alguns perfis na altura do A3 e/ou B1. O grau

de floculação e o grau de estabilidade dos agregados são relativamente elevados.

São geralmente solos com boa permeabilidade, profundos a muito

profundos, forte a moderadamente drenados, boa porosidade e com características

físicas que são propícias ao bom desenvolvimento das raízes das plantas.

Esses solos no apresentam cerosidade revestindo os elementos

estruturais, possuem baixa relação textural, tem pouca diferenciação entre os

horizontes e apresentam sequência de horizontes A, B e C, com transições

geralmente difusas.

Na área, esses solos apresentam-se, na maioria dos casos, com

classes de textura argilosa e muito argilosa, estando relacionadas com fases de

relevo plano e suave ondulado (tabuleiros). Possuem fertilidade natural baixa- álicos

e distróficos -, mas, sendo facilmente mecanizáveis, por suas características físicas

35

e pelas fases de relevo onde geralmente são encontrados, podem melhor ser

corrigidos e adubados, prestando-se bem para exploração agrícola, após o emprego

destas praticas de manejo.

Estes solos se encontram na área classificada geomorfologicamente

como Bacia Sedimentar Recôncavo-Tucano e em Regiões de acumulação, Planalto

Costeiro e Planalto Pré-Litorâneo.

Neossolo Quartzarênico (RQ) - Na antiga classificação sua

nomenclatura equivale a Areias Quartzosas Marinhas Hidromórficas. São

constituídas de materiais arenosos de origem marinha, depositados na faixa

litorânea, pela ação dos ventos. São muito profundos, fortemente e extremamente

ácidos, possuem baixa saturação de bases, muito baixos valores de soma de bases

e variam de moderadamente drenados - devido ao lençol freático se encontrar perto

da superfície, quando são classificados como Areias Quartzosas Hidromórficas - a

excessivamente drenados. Há predominância marcante de quartzo hialino, que

compõe a fração areia, sendo que as frações argila e silte aparecem em muito

pequena percentagem.

Apresentam sequência de horizontes A e C e a diferença entre eles está

nas cores mais escuras do A, devido à presença mais significativa de teores de

matéria orgânica presente neste horizonte. Possuem principalmente A fraco e o

horizonte C pode ser dividido em dois ou mais suborizontes.

Seu uso na agricultura é restrito devido a baixa fertilidade natural, baixa

capacidade de retenção de água e a grande lixiviação a qual estão sujeitos. No

entanto, em zonas úmidas as culturas de coqueiro e cajueiro apresentam um bom

desenvolvimento. Estes solos foram mapeados na área de estudo sobre o relevo

classificado como regiões de acumulação M e FM.

Tipos de terreno (SM2) – São os solos Indiscriminados de Mangues,

considerados mais como tipos de terreno do que como solos. São encontrados no

litoral, quase sempre junto a desembocaduras de rios, e são influenciados

diretamente pelas águas do mar. O aproveitamento agrícola a economicamente

inviável devido às sérias restrições que apresentam, tais como: excesso de sais,

inundações constantes, mecanização impraticável etc.

36

São constituídos por uma associação de Solonchaks e Solos Glei

Tiomórficos. Apresentam horizontes gleizados, horizontes com elevado teor de sais

(solos halomórficos) e compostos de enxofre; muito mal drenados, formam-se em

áreas alagadas, onde a matéria orgânica também provem da decomposição das

espécies que compõem a vegetação típica de mangue. Estão localizados sobre o

relevo classificado como Bacia Sedimentar do Recôncavo-Tucano e em Região (FM)

de acumulação.

3.8 Uso e Cobertura da Terra

O Minicorredor Ecológico Serra das Onças possui uma grande variedade

de ecossistemas como floresta ombrófila densa (Mata Atlântica), restinga,

manguezal e áreas de brejo (Figura 3.11), que por sua vez, vem sendo ameaçadas

pela crescente antropização causada principalmente pela expansão urbana,

atividades de mineração e agropecuária.

A tabela 3.11 demonstra que a Mata Atlântica no estágio médio e/ou

avançado de regeneração representa a maior classe da paisagem,

aproximadamente 31%, conforme o mapeamento do Projeto Corredores Ecológicos

(SEMA, 2010), tendo a porção do Minicorredor no município de Maraú (BA) com a

maior presença desta cobertura (14,5%). A área pertencente à Camamu (BA) é a

única que tem a predominância de Pastagem em sua cobertura, representando

7,26% da área total do estudo.

A descrição das classes de Uso e Cobertura Atual da Terra e as

respectivas fotografias referentes ao relatório de mapeamento realizado na área de

estudo pela Secretaria de Meio Ambiente (projeto CCMA) no ano de 2010 na escala

de detalhamento 1:25.000 foi impressa neste trabalho em 1:100.000.

Águas Continentais - As águas continentais mapeadas no Corredor Ecológico

Serra das Onças são os corpos d'água que se encontram no continente e estão

integrados por dois grandes ecossistemas: Lênticos (formados por águas tranquilas,

como lagos, pântanos, represas e mangues, entre outros) e Lóticos, formados por

correntes de água, tais como córregos e rios.

37

Fonte da Base: Cartas Topográficas - Ituberá 2055, SD-24-V-D-VI; Itacaré 2100, SD-24-Z-A-I; Ubaitaba 2099. SD-24-Y-B-III. Escala 1:100.000, Projeção UTM Datum Córrego Alegre. Origem - SUDENE, 1977. Fonte do Tema: Projeto Corredor Serra das Onças, Escala: 1:100.000 SEMA – BA, 2010,

Figura 3.11 – Uso e Cobertura atual da Terra no Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA)

38

Aluviais (Brejo) - São comunidades desenvolvidas sobre Organossolos e

Gleissolos, influenciadas pelo regime hídrico dos flúvios, ou então em depressões

alagáveis durante ao menos um período do ano – condição ambiental que propicia o

estabelecimento apenas de espécies adaptadas (foto 3.1).

Segundo a Resolução CONAMA Nº 007, de 23 de julho de 1996, nos

brejos sem influência de água salobra, a diversidade é grande, e inclui ciperáceas

(Eleocharis spp, Cyperus spp, Scleria spp, Fuirena spp), taboa (Thypha spp), a

exótica lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), onagráceas: cruz-de-malta (Ludwigia

spp); melastomatáceas (Pterolepis glomerata), chapéu-de-couro (Echinodorus spp),

cebolana (Crinum erubescens), orelha-de-burro (Pontederia lanceolata); gramíneas

(Panicum spp), aguapé (Eichhornia crassipes), lentilha-d'água (Lemna spp),

Nymphaea spp, erva-de-Santa-Luzia (Pistia stratiotes), murerê (Salvinia spp),

samambaia-mosquito (Azolla spp) e briófitas - veludo (Sphagnum spp).

FEIÇÃO Área (%) ITACARÉ (%) MARAÚ (%) CAMAMU (%)

Águas Continentais 0,40 0,10 0,07 0,23

Aluviais (Brejo) 0,52 0,09 0,36 0,07

Áreas Agrícolas 6,56 1,29 3,48 1,80

Área de Transição (Ecótonos) 0,02 0,00 0,00 0,02

Área Urbanizada 0,35 0,01 0,14 0,20

Área Agrícola/ Pastagem 1,65 0,38 0,60 0,67

Floresta Ombrófila em Estagio Inicial de Regeneração

11,17 3,27 4,12 3,78

Floresta Ombrófila Estagio Médio e/ou Avançado de Regeneração

30,94 5,62 14,51 10,81

Exploração Mineral 0,04 0,01 0,00 0,03

Manguezal 4,53 0,07 0,71 3,75

Nuvens 0,17 0,05 0,01 0,11

Pastagem 25,29 7,26 10,66 7,36

Piscicultura 0,03 0,00 0,00 0,03

Restinga arbórea 4,08 1,02 1,12 1,94

Restinga arbustiva 0,21 0,13 0,07 0,01

Restinga e pastagem 0,02 0,00 0,00 0,02

Restinga herbácea 1,03 0,36 0,43 0,24

Silvicultura 0,86 0,04 0,51 0,30

Sistema Agroflorestal 11,79 3,70 4,84 3,25

Solo Exposto 0,35 0,06 0,10 0,19

Tabela 3.11 – Distribuição das feições de Uso e Cobertura da Terra no Minicorredor

Ecológico Serra das Onças.

39

Áreas Agrícolas - Compreende as classes de Uso da Terra destinadas a atividades

econômicas comerciais ou de subsistência. As áreas agrícolas podem ser definidas

como terra utilizada para a produção de alimentos, fibras e outras commodities do

agronegócio. Encontram-se inseridas nesta categoria as culturas temporárias e

culturas permanentes:

a) Culturas Temporárias - Culturas de plantas de curta ou média duração,

geralmente com ciclo vegetativo inferior a um ano, que após a produção deixa o

terreno disponível para novo plantio, como cana-de-açúcar, feijão, milho, etc.

b) Culturas Permanentes - Cultura de ciclo longo que permite colheitas

sucessivas, sem necessidade de novo plantio a cada ano, como o café e a

fruticultura. As fotos 3.2, 3.3 e 3.4 possuem imagens de campo com os cultivos

existentes na área de estudo - Dendê, Seringa, Banana e Cacau.

Foto 3.2 - Culturas Permanentes, Cultivo do dendezeiro (Elaeis guineensis) consorciado

com cravo-da-índia (Syzygium aromaticum). BA 001 - Vista do mirante

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.1 - Aluviais / Brejo: BR 030, sentido município de Ubaitaba.

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

40

Área de Transição (Ecótonos) - Segundo a Resolução n° 12, de

4.05.94, do CONAMA, ecótono é a zona de contato ou transição entre duas

formações vegetais com característica distintas. O IBGE (1992) define como Regiâo

Ecológica de contato com espécies vegetais de biomas diferentes. O contato entre

tipos de vegetação com estruturas fisionômicas semelhantes fica muitas vezes

imperceptível, e o seu mapeamento por fotointerpretação é impossível. Torna-se

necessário, então, o levantamento florístico de cada região ecológica para se poder

delimitar as áreas de ecótono.

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.4 - Culturas Permanentes, Cultivo da Bananeira (Musa sp.). Localidade de Barcelos

do Sul

Foto 3.3 - Culturas Permanentes, Cultivo da seringueira (Hevea brasiliensis). Entroncamento

BA 001, estrada rural de acesso à localidade de Orojó.

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

41

Área Urbanizada - Compreende áreas de uso intensivo, estruturadas por

edificações e sistema viário, onde predominam as superfícies artificiais não-

agrícolas. Estão incluídas nesta categoria as metrópoles, cidades, vilas, áreas de

rodovias, serviços e transporte, energia, comunicações e terrenos associados, áreas

ocupadas por indústrias, complexos industriais e comerciais e instituições que

podem em alguns casos encontrar-se isolados das áreas urbanas. As áreas

urbanizadas podem ser contínuas, onde as áreas não-lineares de vegetação são

excepcionais, ou descontínuas, onde as áreas vegetadas ocupam superfícies mais

significativas.

Área Agrícola/ Pastagem – São áreas que dividem seus espaços entre a

prática de agricultura, geralmente de subsistência, e pastagem, composta por

gramíneas ou leguminosas para criação de gado.

Floresta Ombrófila em Estagio Inicial de Regeneração - Surge logo

após o abandono de uma área degradada. Predominam espécies pioneiras, de

crescimento rápido e de vida curta, no substrato herbáceo gramíneas e samambaias

terrestres. As espécies encontradas no estágio inicial de regeneração estão

adaptadas a sobreviver em um ambiente com solo pobre em nutrientes e de

insolação direta. Quando adultas, criam um ambiente sombreado e fresco para o

restabelecimento da floresta definitiva (foto 3.5). Altura média até 5 metros para as

florestas ombrófilas e até 3 metros para a floresta estacional semidecidual.

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.5 - Floresta Ombrófila Densa: vegetação em estágio inicial de regeneração.

Ponto 106: BR 030, sentido ao município de Ubaitaba.

42

As espécies indicadoras deste ecossistema são: Cecropia sp. (imbaúba),

Stryphnodendron sp. (favinha), Byrsonima sp. (murici), Eschweilera sp. (embiriba),

Tapirira guimensis (pau-pombo), Himatanthus bracteatus (banana-de-papagaio),

Sapium sp. (leiteiro), Thyrsodium schomburgkianum (caboatã-de-leite), Coccoloba

sp. (cabaçu), Croton sp. (marmeleiro) e Hortia sp. (laranjinha).

Floresta Ombrófila Estagio Médio e/ou Avançado de Regeneração -

As espécies predominantes são, normalmente, pioneiras na fase adulta. No piso da

floresta, uma pequena camada de serapilheira é encontrada, esta se decompõe,

nutre o solo e favorece o desenvolvimento de espécies definitivas. Crescimento

rápido e vida curta são características das árvores pioneiras que deixam o ambiente

propício para o início do desenvolvimento das árvores definitivas, com crescimento

lento, mas vida muito longa, centenas de anos. Fisionomia arbórea e/ou arbustiva

predominando sobre a herbácea, podendo constituir estratos diferenciados,

apresentando altura média superior a 5 metros e inferior a 15 metros para as

florestas ombrófilas e acima de 3 metros e inferior a 9 metros para a estacional

semidecidual; cobertura arbórea, variando de aberta a fechada, com a ocorrência

eventual de indivíduos emergentes (foto 3.6).

Num estágio mais avançado predominam as espécies definitivas, de

crescimento lento e de vida longa. Neste estágio a cobertura florestal é bem definida

(foto 3.6). Fisionomias arbóreas, dominantes sobre as demais, formando um dossel

fechado e relativamente uniforme no porte, podendo apresentar árvores emergentes,

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.6 - Floresta Ombrófila Densa: vegetação secundária em estágio médio

e/ou avançado de regeneração. Estrada BA 001, sentido Itacaré.

43

apresentando altura média superior a 15 metros para as florestasombrófilas e

superior a 9 metros para a estacional semidecidual; espécies emergentes, ocorrendo

com diferentes graus de intensidade; copas superiores, horizontalmente amplas.

São espécies indicadoras deste estagio sucessional: Himatanthus

bracteatus (banana-de-papagaio), Byrsonima sp. (murici), Manilkara sp.

(maçaranduba), Bombax sp. (munguba), Attalea sp. (catolé), Didymopanax

morototoni (morototo), Lecythys sp. (sapucaia), Thyrsodium schomburgkianum

(caboatã-de-leite), Eschweilera sp. (embiriba), Cecropia sp. (embaúba), Tapirira

guianensis (pau-pombo) e Stryphnodendron sp. (barbatimão).

Exploração Mineral - Áreas de extração de substâncias minerais. Inclui

as áreas de exploração, processamento, armazenagem e benfeitorias ao redor do

campo de lavra. Na área de estudo só foram localizadas Cascalheiras.

Manguezal - Vegetação com influência flúvio-marinha, típica de solos

limosos de regiões estuarinas e dispersão descontínua ao longo da costa brasileira,

entre os Estados do Amapá e Santa Catarina. São áreas pedologicamente instáveis

e dinâmicas, seja pela constante deposição de areias do mar, seja pelo

rejuvenescimento do solo ribeirinho, com deposições aluviais e lacustres (foto 3.7).

Nesse ambiente halófito, desenvolve-se uma flora especializada, ora dominada por

gramíneas (Spartina) e amarilidáceas (Crinun), que lhe conferem uma fisionomia

herbácea, ora dominada por espécies arbóreas dos gêneros Rhizophora,

Laguncularia e Avincennia. (Resolução CONAMA Nº 010, de 01 de outubro de

1993).

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.7 - Manguezal. BA 001 sentido Itacaré, vista do mirante.

44

. Nuvens - São as áreas que não contém dados de mapeamento devido à

cobertura de nuvens existente nas imagens de satélites utilizadas neste

mapeamento e a dificuldade de explorar o local por trabalho de campo.

Pastagem - Áreas destinadas ao pastoreio do gado, formadas mediante

plantio de forragens perenes. Nessas áreas o solo está coberto por vegetação de

gramíneas ou leguminosas, cuja altura pode variar de alguns decímetros a alguns

metros

Piscicultura – Tanques artificiais originais de águas doces ou salgadas

para atividade econômica de criação de peixes. A piscicultura deparada nesta área é

a intensiva, seu principal objetivo é a produção máxima por unidade de área. É

desenvolvida em tanques ou viveiros especificamente construídos para tal

finalidade.

Restinga - Depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma

geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se

encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, também

consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do substrato

do que do clima (foto 3.8). A cobertura vegetal nas Restingas ocorre em mosaico e

encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de

acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivos e arbóreo, este

último mais interiorizado (Resolução CONAMA nº 303 de 20 de março de 2002).

Essa vegetação caracteriza-se por grande diversidade de espécies,

podendo haver predominância de espécies da família mirtácea, sendo consideradas

indicadoras Geonoma schottiana, Clusia criuva e pinta-noiva, (Ternstroemia

brasiliensis), canelinha-do-brejo (Ocotea pulchella), guanandi (Calophyllum

brasiliensis), Psidium cattleyanum, guaricanga (Geonoma schottiana) e palmito

(Euterpe edulis). (Resolução CONAMA de 07 de 23 de julho de 1996). A Restinga

possui três classificações, Restinga arbórea, arbustiva e herbácea, de acordo com

as seguintes características:

a) Restinga arbórea - As restingas arbóreas, de acordo com RIZZINI

(1997 apud SEMA, 2010), são formações vegetais extremamente heterogêneas,

compostas por comunidades distribuídas em mosaico que, frequentemente, advém

45

de biomas do entorno. Contudo, há também espécies exclusivas do local (ARAÚJO

e HENRIQUES, 1984 apud SEMA, 2010), que vivem em condições ambientais

adversas, do ponto de vista pedológico e climático (SUGIYAMA, 1993 apud SEMA,

2010). As matas de restinga apresentam vegetação arbórea e/ou arbustiva

predominando sobre o extrato herbáceo, possuem dossel fechado e árvores de 10 a

15 m de altura, com diâmetro aproximado de 10 a 20 cm, podendo existir plantas

com até 25 m de altura e 30 cm de diâmetro (foto 3.8).

b) Restinga arbustiva e herbácea - A Vegetação arbustiva e herbácea é

caracterizada pela presença de ramos predominantemente retorcidos, formando

moitas, intercaladas com espaços abertos ou em aglomerados contínuos com

plantas rasteiras chegando até 5m de altura (foto 3.10). O solo é arenoso de origem

marinha e seco, podendo acumular água da chuva em determinadas épocas do ano.

Possui uma camada fina de serrapilheira, aumentada em volta das moitas formadas

por arbustos e herbáceas. Esta formação ocorre principalmente em: dunas semi-

fixas e fixas, depressões, cordões arenosos, planícies e terraços arenosos

(Resolução CONAMA 261/1999).

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.8 - Restinga arbórea. Estrada rural de acesso ao município de Maraú sentido a

travessia de balsa

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Foto 3.10 - Restinga arbustiva e herbácea. Estrada rural de acesso ao município de

Maraú sentido a travessia da balsa.

46

Silvicultura - Técnica de implantação, composição, trato e cultivo de

espécies madeireiras como fornecedora de matéria-prima utilizada para fins

energéticos, construção civil, mobiliários, além de ser agente protetor e embelezador

da paisagem. A foto 3.11 possui o registro do cultivo de Eucalipto (Eucalyptus sp.),

classificado como atividade de Silvicutura, na área de estudo.

.

Sistema Agroflorestal (Cabruca) – Áreas onde há o plantio de Cacau

orgânico consorciado às matas de vegetação nativa que são mantidas para

sombrear os pés de Cacau. É considerada uma atividade sustentável devido à

manutenção das espécies de vegetação lenhosas perenes e a interação

ecológica entre as espécies vegetais e animais. A foto 3.12 ilustra a cobertura

descrita Foto 3.12 - Sistema Agroflorestal (Cabruca), Cultivo cacaueiro (Theobroma

cacao). BR 030, estrada rural de acesso ao município de Ubaitada.

Foto 3.11 - Silvicultura, Cultivo do Eucalipto (Eucalyptus sp.). Estrada rural de acesso à

localidade de Barcelos do Sul

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

Fonte: Projeto CCMA (BA) 2010.

47

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Álgebra de mapas

Barbosa (1997) interpreta que a utilização de dados georreferenciados

para auxiliar na tomada de decisões tem se tornado uma parte significante no

gerenciamento dos recursos naturais e urbanos. A metodologia de sobreposição

manual de mapas temáticos foi bastante popularizada na década de 60,

possibilitando então através desse procedimento migrar da ênfase na descrição

física do espaço para uma prescrição espacial, adequada para o gerenciamento de

ações segundo Berry (1991 apud BARBOSA, 1997).

Essa mudança marcou uma revolução na estrutura do mapeamento

temático. Os mapas passaram a ser prescritivos ao invés de serem apenas

descritivos. Os mapas de papel e as mesas de luz deram lugar ao ambiente

computacional. Quanto à satisfação do formalismo matemático¸ indispensável ao

processamento computacional dos dados geográficos, é solucionado diante do fato

de que cada elemento a ser mapeado é tratado como uma variável espacial

separada. O SIG permitiu essa revolução por aceitar as sobreposições manuais e

por suas ferramentas que diante do banco de dados agregado às feições

pertencentes aos mapas possibilitam diversas analises no gerenciamento dos

recursos naturais (BARBOSA, 1997, p.19).

Barbosa (1997) esclarece que o termo “Álgebra de Mapas” é empregado

na bibliografia de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto significando a união

de operadores que manipulam campos geográficos (imagens, mapas temáticos e

modelos numéricos de terreno). Esta manipulação tem seu uso em casos como a

classificação temática de um atributo em função do seu valor em cada posição, ou

na combinação de diferentes atributos objetivando localizar alguma correlação entre

eles (TOMLIN, 1990, apud BARBOSA, 1997).

Barbosa (1997) aponta pelo menos quatro grandes dimensões dos

problemas ligados aos Estudos Ambientais, onde é grande o impacto do uso da

tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica: Mapeamento Temático,

Diagnóstico Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental, Ordenamento Territorial e

os Prognósticos Ambientais.

48

De acordo com Miranda (2005), a sobreposição de mapas

georreferenciados em uma mesma área e mesmo referencial geométrico (grade

regular quadrada, matricial1) tem a vantagem de que cada atributo é gravado em um

plano separado. Na estrutura matricial qualquer operação matemática realizada em

um ou mais atributos para a mesma célula pode, facilmente, ser aplicada a todas as

células no plano. Miranda (2005) chama atenção também que quando se utiliza

dessa metodologia matricial escolhendo um tamanho de grade que seja igual aos

utilizados na imagem de satélite têm-se a vantagem de utilizar dados de satélite

como entradas para análises de dados e modelagens. No caso da análise de

vulnerabilidade ambiental, por exemplo, estes dados de sensores remotos podem

entrar na operação da álgebra dos mapas como fornecedores dos atributos de

altitude.

Para Medeiros & Câmara (2001), a álgebra dos mapas utilizando

localizações pontuais para estudos ambientais trata-se do procedimento para a

seleção e combinação por meio de metodologias ou rotinas (a partir da tecnologia

fornecida pelo SIG) dos elementos geográficos espacializados, considerando os

limites por eles estabelecidos, sendo esses limites as formas de relevo, os solos, a

cobertura vegetal ou muitos outros. Por sobreposição ou cruzamento observa-se a

diferencialidade espacial entre essas variáveis geográficas, promovendo assim a

subdivisão do espaço geográfico em regiões equiproblemáticas, supostamente

concretas.

4.2 Análise Hierárquica Processual

Como proposto por Câmara et al., (2001), a técnica Análise Hierárquica

Processual (AHP) é uma ferramenta muito importante de suporte a decisão. Auxilia o

pesquisador, objetivamente, a escolher entre alternativas, ou seja, produção de

diferentes hipóteses sobre o tema de estudo. Há vários modelos de tomada de

decisão e o conceito fundamental destes é a racionalidade. Desta forma todos

seguem um comportamento de escolha entre as alternativas, baseado em critérios

objetivos de julgamento. Câmara et al., (2001) destaca AHP da seguinte forma:

1 Esta grade é regular porque impõe limites precisos e cada célula tem as mesmas dimensões e

forma geométrica. A palavra matriz é um termo emprestado da matemática, mais precisamente da

álgebra linear (MIRANDA, 2005, p.124).

49

[...] é muito útil dispor de ferramentas de suporte à decisão, que nos ajudam a organizar e estabelecer um modelo racional de combinação de dados. Uma das técnicas mais úteis é o processo analítico hierárquico – Analytical Hierarchy Process (AHP), desenvolvida por Saaty (1992), considerada como sendo a mais promissora no contexto do processo de tomada de decisão (CÂMARA et al., 2001).

Saaty (2008) descreve a Análise Hierárquica Processual (AHP) na

tomada de decisão como uma forma organizada para gerar prioridades. Definida

pelo autor como reflexo do que parece ser um método natural de funcionamento da

mente humana, pois ao defrontar-se com um grande número de variáveis,

controláveis ou não, que abrangem uma situação complexa, ela os agrega em

grupos, segundo propriedades comuns.

Kiker et al., (2005) descrevem o método AHP como sendo encontrado

com maior desafio na teoria de decisão para o estabelecimento de pesos para as

várias atividades conforme sua importância. O autor descreve que a AHP vem

sendo utilizado em diversos segmentos do saber, pois apresenta singular

capacidade de incorporar dados quantitativos e informações científicas. A utilização

combinada de AHP com SIG apresenta uma forma de progresso no sistema de

avaliação de qualidade ambiental, desenvolvendo a capacidade do SIG em análises

espaciais e as possibilidades de análise das multicamadas do AHP (KIKER et al. ,

2005).

Tagliani (2002) utilizando SIG, apoiado em rotinas no software IDRISI

32®, utilizou o método de combinação linear ponderada. Para aplicar o conjunto de

pesos aos fatores o autor empregou a técnica de comparação pareada, estabelecida

por Saaty (1997), na qual cada atributo é comparado aos demais por meio de uma

matriz, levando-se em conta a importância relativa para a vulnerabilidade ambiental.

Saaty (1991) propõe as etapas de aplicação do modelo matemático AHP

da seguinte forma: estruturação dos critérios para a hierarquização dos atributos

escolhidos; posteriormente deve-se construir uma matriz com a comparação

pareada dos atributos selecionados para a modelagem; Empregar uma escala de

importância um em relação ao outro atributo (quadro 4.1). Com a aplicação dessa

escala é possível estabelecer para cada matriz de preferências relativas o vetor de

pesos. O trabalho se completa ao se verificar a consistência das preferências em

função do valor de razão de consistência entre [0,1], sendo zero indicando a

50

completa consistência do processo de julgamento. Com essas etapas completas é

possível determinar a importância relativa de cada alternativa em relação ao objetivo

maior.

Quadro 4.1 - Escala de Valores AHP para Comparação Pareada.

Intensidade de importância

Definição e Explicação

1 Importância igual - os dois fatores contribuem igualmente para o objetivo

3 Importância moderada - um fator é ligeiramente mais importante que o outro

5 Importância essencial - um fator é claramente mais importante que o outro

7 Importância demonstrada - Um fator é fortemente favorecido e sua maior relevância foi demonstrada na prática

9 Importância extrema - A evidência que diferencia os fatores é da maior ordem possível.

2,4,6,8 Valores intermediários entre julgamentos - possibilidade de compromissos adicionais

Fonte: Adaptado de Saaty (1991).

Silva e Nunes (2009) na realização do mapeamento da vulnerabilidade, a

partir do estudo integrado do ambiente, utilizam a estrutura lógica de análise e

integração proporcionada pelo método AHP. Silva e Nunes (2009, p.5436) definem o

método AHP como “(...) a criação de uma hierarquia de decisão, sendo essa

hierarquia composta por níveis hierárquicos que permitem uma visão global das

relações inerentes ao processo”. Com a elaboração de matrizes de comparação

para cada nível é estabelecido à importância relativa de cada fator da hierarquia e o

resultado das matrizes é ponderado entre si.

Marins et al., (2009) elucida o método AHP como sendo baseado no

pensamento metodológico newtoniano e cartesiano, pois a partir da decomposição e

da divisão do problema em fatores para resolver uma complexidade, a

decomposição pode ser realizada em novos fatores até ao nível mais baixo, claros e

dimensionáveis e estabelecendo relações para depois sintetizar. Marins et al.,

(2009) utiliza o conceito de Costa (2002) para a construção das hierarquias na

seguinte citação:

51

Construção de hierarquias: no método AHP o problema é estruturado em níveis hierárquicos, o que facilita a melhor compreensão e avaliação do mesmo. Para a aplicação desta metodologia é necessário que tanto os critérios quanto as alternativas possam ser estruturadas de forma hierárquica, sendo que no primeiro nível da hierarquia corresponde ao propósito geral do problema, o segundo aos critérios e o terceiro as alternativas. De acordo com Bornia e Wernke (2001) a ordenação hierárquica possibilita ao decisor ter uma “visualização do sistema como um todo e seus componentes, bem como interações destes componentes e os impactos que os mesmos exercem sobre o sistema”. E a compreender de forma global, o problema e da relação de complexidade, ajudando na avaliação da dimensão e conteúdo dos critérios, através da comparação homogênea dos elementos. (COSTA, 2002. pp. 16-17).

Ben (2006) chama atenção para o desafio dos empresários de todo o

mundo em conciliar o desdobramento na atividade industrial e as demandas de

desenvolvimento sustentável na área ambiental, inúmeras são as exigências para a

conservação dos recursos naturais e proteção do ambiente natural. O autor destaca

que situação dos países em desenvolvimento é ainda mais conflitante devido à

situação econômica e financeira.

Para a viabilidade de resposta a tais demandas, muitos critérios devem

ser avaliados e satisfeitos, incluindo desde a minimização dos custos decorrentes da

implantação do projeto até o atendimento dos órgãos de fiscalização. A tomada de

decisão nesta situação torna-se multicriterial, no qual diversos aspectos devem ser

abordados concomitantemente e que, conjuntamente, contribuem para a inclusão

das variáveis ambientais no contexto operacional das empresas (BEN, 2006).

Diante desta conjuntura, Ben (2006) defende o método AHP de avaliação

hierárquica de atributos, que já possui diversas aplicações em áreas das ciências

sociais, principalmente por possibilitar que análises qualitativas e subjetivas sejam

operacionalizadas através de características numéricas. Para as análises ambientais

o AHP possibilita a hierarquização dos julgamentos subjetivos sobre categorias de

direcionadores de valor, permitindo um tratamento quantitativo que conduza a uma

estimativa numérica da importância relativa de cada um dos direcionadores. Ben

(2006) explica o processo de AHP da seguinte maneira:

A aplicação deste processo reduz o estudo de sistemas extremamente intrincados a uma sequência de comparações aos pares de componentes adequadamente identificados. A teoria econômica e as demais metodologias existentes estão atreladas aos

52

valores econômicos, não tendo condições de lidar com valores que não possuem implicações monetárias. Dessa forma, o tomador de decisão, mesmo que esteja motivado pela necessidade de prever ou controlar, geralmente enfrenta um complexo sistema de componentes correlacionados, e quanto melhor ele entender este sistema, melhor será sua previsão ou decisão. (BEN, 2006. p. 2).

Oliveira et al. (2009) defendem a utilização da ferramenta de suporte a

decisão AHP para a organização e estabelecimento de um modelo racional de

combinação de dados. O autor também analisa os benefícios do processo para

estudos de avaliação ambiental, “[...] o método apresenta desempenho favorável por

essa possibilidade de congregar dentro de uma única avaliação um grande número

de variáveis.” (OLIVEIRA et al., 2009, p. 418). Neste trabalho foi realizada a

comparação do algoritmo AHP para a ponderação de fatores com o método original

de Crepani et al. (2001) na obtenção da Vulnerabilidade Natural a Erosão (VNE) em

bacias hidrográficas.

Oliveira et al. (2009) defendem a utilização de AHP para obtenção da

VNE, destacando as vantagens, como a hierarquização dos principais fatores que

ocasionam a erosão hídrica, menor subjetividade na determinação de pesos

relativos e a possibilidade de analisar o grau de coerência adotado pelo usuário, a

partir da razão de consistência obtida. Ao concluir sobre a comparação da técnica

AHP com o método original de Crepani, o autor destaca que o primeiro gerou a

classificação de maior percentual da área em maiores níveis de vulnerabilidade.

Lobão et al. (2011), no mapeamento da vulnerabilidade natural, a erosão

no município de Morro do Chapéu-BA visaram definir uma metodologia, a partir do

uso de SIG, com métodos multicriteriais (IMP – Inferência Média Ponderada) e de

suporte à decisão (AHP - Análise de Processos Hierárquicos).

Por meio do cálculo da Razão de Consistência, foi constatada a coerência

da ponderação realizada com a aplicação de AHP para a determinação da

importância relativa de cada variável (com base no modelo da Ecodinâmica,

proposto por Tricart (1976) numa escala de 1 a 5) no processo de erosão (LOBÃO et

al., 2011).

Lobão et al. (2011) em uma revisão de literatura sobre o método AHP

destacam que a técnica foi proposta por Saaty (1977) e o define como uma técnica

que se baseia numa relação pareada que visa superar as limitações cognitivas do(s)

tomador(es) de decisão. Abreu et al. (2000 apud LOBÃO et al., 2011) destacam que

53

a robustez e simplicidade são atributos intrínsecos ao método, podendo ser

aplicado em diversas áreas do conhecimento (ABREU et al., 2000 apud LOBÃO et

al., 2011). Rosenbloom (1996 apud LOBÃO et al., 2011) avaliam a AHP como uma

prática para a solução de problemas de decisões complexas. Vargas (1990 apud

LOBÃO et al.,2011) resumem em duas etapas fundamentais a aplicação da técnica

AHP: a construção da hierarquia e a avaliação, como explica a citação posterior:

Na construção da hierarquia, é necessária a estruturação em níveis para a modelagem de problemas complexos. Logo, a partir do objetivo, identificam-se as variáveis envolvidas, e baseadas nos critérios estabelecidos podem-se gerar os diferentes processos erosivos atuantes, ou seja, a importância relativa de cada variável para o objetivo proposto. Entretanto, as possibilidades de interação entre essas variáveis não possuem um comportamento linear. Por exemplo: a “Variável 1” pode ser extremamente mais importante do que “Variável 2” e menos importante do que “Variável 3”, para o objetivo proposto. Nesta lógica, é após essa hierarquização que se inicia a etapa de avaliação com a comparação paritária, considerando-se os critérios e/ou subcritérios. Os resultados dessa comparação são expressos por meio de uma matriz numérica, que determina a importância relativa de cada variável, numa escala de 1 a 9 [...] (LOBÃO et al. 2011, p. 110)

Lobão et al. (2011), ao concluir sobre a aplicação da avaliação das

variáveis com o uso de AHP, verificaram uma grande potencialidade para as

análises realizadas diante da solidez do modelo aplicado.

4.3 Vulnerabilidade Ambiental

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

(2002) quando uma região ou sua população está vulnerável significa que se

encontra exposta a um conjunto de condições e processos resultantes de fatores

físicos, sociais, econômicos e ambientais que aumentam a susceptibilidade à

ocorrência de eventos com potencialidade de danos à propriedade, de perdas de

vidas, de perdas econômicas e de degradação ambiental.

No estudo de Tagliani (2003) vulnerabilidade ambiental significa: “a maior

ou menor susceptibilidade de um ambiente a um impacto potencial provocado por

um uso antrópico qualquer[...]” (TAGLIANI, 2003, p. 1659) O autor descreve três

conceitos utilizados para a avaliação de vulnerabilidade ambiental:

54

Fragilidade estrutural intrínseca – condicionada por características inerentes ao substrato físico e que descrevem seus materiais, formas e processos, sintetizando suas relações; Sensibilidade – condicionada pela proximidade de ecossistemas sensíveis, os quais sustentam e mantêm inúmeras funções ambientais (GROOT, 1994 apud TAGLIANI, 2003); Grau de maturidade dos ecossistemas – condiciona ao tempo de evolução, uma das características que determinam a fragilidade relativa dos ecossistemas frente a perturbações antrópicas. (TAGLIANI, 2003, p. 1659).

Ross (2003) em sua obra trata sobre a análise do relevo aplicada ao

planejamento ambiental. Ele demonstra a realização de alguns trabalhos

importantes baseado na teoria morfodinâmica de Tricart, os quais resultaram na

geração de cartas de vulnerabilidade ambiental. Como exemplo, Ross escreve sobre

os resultados dos seus primeiros trabalhos aplicados, que foram efetuados para a

região da Grande São Paulo, no programa de controle e prevenção de inundações.

Gerou-se a carta diagnóstica, de síntese, a que se denominou de carta de classes

de vulnerabilidade morfodinâmica. Ross elucida: “para chegar a esse documento

final, cruzaram-se todos os documentos gerados, fez-se algumas generalizações e

simplificações e obteve-se um mapa representado através de „manchas‟ “. (ROSS,

2003, p.65). Para o efeito deste trabalho foi considerado a morfodinâmica e a

relação com a litologia, pedologia, cobertura vegetal, ocupação do solo e clima,

resultando na variação da instabilidade da área de estudo.

Em Crepani et al., (2001), a vulnerabilidade das unidades de paisagem é

estabelecida por meio de uma escala de valores relativos e empíricos de acordo

com a relação morfogênese/pedogênese, analisando-se individualmente cada um

dos temas: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso da terra e clima.

Em Silva & Zaidan (2004) é possível constatar que no levantamento de

avaliação das “Situações Ambientais” ligadas a “Áreas com Necessidades de

Proteção Ambiental” para a criação de um Zoneamento Ambiental no Parque

Estadual do Ibitipoca- MG foi utilizado o procedimento de análise álgebra dos mapas

em uma metodologia denominada “Prospecções Ambientais”.

As prospecções ambientais são definidas no estudo acima como a

classificação do espaço geográfico a partir de um banco de dados georreferenciados

servindo como análise no Zoneamento de Áreas com necessidade de proteção

55

ambiental, fornecendo informações sobre possíveis fenômenos de ocorrência

localizados espacialmente.

Os Planos de Informação em Silva & Zaidan (2004) recebem pesos e

notas conforme o grau de importância relacionada à situação analisada. Ao somar

os pesos não pode ultrapassar 100%, sendo assim há uma variação de 0 a 100% de

acordo com a intensidade de participação.

Christofoletti (1999, p.148), em sua abordagem sobre modelagem

aplicada na avaliação de riscos e azares naturais, define vulnerabilidade como a

“suscetibilidade ao prejuízo, considerando a qualidade dos interesses assegurados

com respeito ao referido azar natural”. Christofoletti (1999) propõe a construção de

modelos sobre enchentes a partir dos atributos físicos espacialmente distribuídos,

com analises de banco de dados georreferenciados.

McLaughlin & Dietz (2008, apud CLARK et al., 2000, p.23) descrevem a

vulnerabilidade ''como o risco de resultados adversos aos receptores ou unidades

(exposição humana grupos, os ecossistemas e as comunidades), em face da

alterações relevantes no clima, outras variáveis ambientais, e condições sociais''.

Além disso, eles observam que vulnerabilidade é um conceito multidimensional que

engloba: (1) exposição ao grau em que um grupo humano ou ecossistema entra em

contato com danos particulares; (2) sensibilidade, o grau em que uma unidade de

exposição é afetado por exposição a um conjunto de danos; (3) resiliência, a

capacidade da unidade exposta resistir ou recuperar-se de danos associados com a

convergência de múltiplos problemas. Assim, vulnerabilidade e risco estão

intimamente ligados. O risco é usado na maioria das definições de vulnerabilidade.

4.4 Unidades de conservação

4.4.1 Unidades de Conservação no Brasil

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC,

instrumento de lei cunhado para estabelecer critérios e normas para a criação,

implantação e gestão das unidades de conservação, delimita unidade de

conservação como:

56

[...] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; (BRASIL, 2000, CAPÍTULO I, Art 2°).

Baseado neste conceito Teixeira (2005), Mittermeier et al., (2005), Rylands e

Brandon (2005), Vallejo (2009), Lima (2005), Veraldo e Orzechowski (2009) e Valeri

e Senô (2004), entre outros autores, chamam a atenção para a importância da

preservação desses espaços protegidos por lei para conservação dos recursos

naturais, biodiversidade e a sobrevivência sustentável da população humana.

Teixeira (2005) expõe sobre a criação do SNUC, do qual resulta debates

envolvendo diversos grupos sociais (ambientalistas, cientistas, organizações não-

governamentais (ONGs), representantes de populações tradicionais, organizações

ambientalistas internacionais, organizações privadas, entre outros). Desta forma, a

Lei 9.985/2000 foi criada com diretrizes internacionais para a criação de unidades de

conservação, adotando a proposição de uso sustentável dos recursos naturais.

Mittermeier et al., (2005) chama atenção para a megadiversidade do Brasil,

que concorre com a Indonésia pelo título de maior nação biologica do mundo. O

autor levanta a discussão sobre as críticas que o país recebe pelas perdas para o

desmatamento, mas que não há destaques para a riqueza pertencente ao Brasil.

Mittermeier et al. defende este argumento:

Embora as ameaças à vida silvestre e às paisagens naturais do país sejam dramáticas, o Brasil também tem se tornado um líder mundial em conservação da biodiversidade, principalmente por causa de seu, sempre crescente, quadro de profissionais de conservação. (MITTERMEIER et al. , 2005, p.14).

Foi logo no inicio do século XVI que a Mata Atlântica e sua vida silvestre

passou a ser impactada no Brasil (DEAN, 1995 e COIMBRA-FILHO & CÂMARA,

1996 apud MITTERMEIER et al., 2005). Em 1797, a Rainha de Portugal espantada

com as informações e a gravidade do problema, intimou o então governador da

Capitania da Paraíba, que adotasse comedimentos necessários para barrar a

destruição das florestas de sua colônia (PÁDUA & COIMBRA-FILHO, 1979 apud

MITTERMEIER et al., 2005).

57

Leite (1994) ao analisar as questões jurídicas da problemática ambiental

brasileira traz uma revisão sobre a origem do direito da propriedade, o autor faz esta

ligação justificando que o homem e suas ações sobre o meio ambiente é

responsável pela degradação dos recursos naturais e estes são objetos do direito de

propriedade. Algumas restrições sobre estas ações já são impostas desde a

antiguidade, o direito romano, por exemplo, proibiam enterros nos limites das

cidades. Ainda assim os poderes dos proprietários das terras sobre os recursos

naturais eram quase ilimitados, perdurando imutável em toda Idade Média (LEITE,

1994).

Durante a Revolução Francesa houve uma pequena mudança com a

possibilidade de desapropriação considerada na Declaração dos Direitos Humanos

de 17892, porém, com a doutrina liberal desta revolução o direito de propriedade

ainda permaneceu com o seu caráter eminentemente individualista. (LEITE, 1994)

A propriedade particular só passou a ter uma obrigação social a partir do

século XX , após a I Guerra Mundial, a partir do momento que a nova ordem

internacional constituída previlegiou a intervenção do Estado na ordem econômica e

social. Muitas constituições elaboradas neste período incorporaram essa nova

concepção (LEITE, 1994).

No Brasil, o Poder Público passou a consolidar o controle sobre a

propriedade privada em 1934, com a criação do código de Minas, de Águas e

Florestal. A Constituição Federal de 1946 e o Estatuto da Terra de 30/11/64 (Lei

4504, BRASIL 1964) reforçam a possibilidade da desapropriação, prevista na

constitução de 1934, o primeiro acrescentando e reforçando os motivos de interesse

social (artigo 141) e o segundo instrumento de lei declara explicitamente a sua

função social e a proteção dos recursos naturais (LEITE, 1994).

Na década de 30 do século XX foram criados os primeiro parques do Brasil –

Itatiaia, em 1937; e Iguaçu, Serra dos Órgãos e Sete Quedas, em 1939

(MITTERMEIER et al., 2005).

A ocupação da Amazônia, durante o “milagre” econômico brasileiro (1964-

1980), devido, principalmente, à construção da rodovia Transamazônica,

impulsionou o Brasil a ações de conservação e no desenvolvimento da capacidade 2 Art. 17 – Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser privado dela, a não ser

quando a necessidade pública, legalmente reconhecida, o exige evidentemente e sob a condição de uma justa

e anterior indenização. (Declaração dos Direitos Humanos, 1789 apud LEITE, 1994, p. 170).

58

de conservação (GOODLAND & IRWIN, 1975 1979 apud MITTERMEIER et al.,

2005). Mittermeier (2005) relata sobre importantes pesquisadores que trouxeram à

tona as principais discussões ambientais no Brasil:

Vozes poderosas que soaram o alarme incluíam, na época, Harald Sioli (1910-2004), fundador da limnologia amazônica, que foi inconscientemente responsável pelo mito do papel da Amazônia como os “pulmões do mundo” (JUNK, 2001), o geneticista especializado em abelhas Warwick Kerr (KERR, 1976), então diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e o geógrafo Orlando Valverde, da influente Campanha Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da Amazônia. (VALVERDE & FREITAS, 1980 apud MITTERMEIER et al., 2005).

Com a ploriferação e crescimento dessa consciência de conservação houve

uma aceleração na pesquisa científica relacionada à conservação no Brasil com isso

houve um aumento na criação de parques e reservas de 1976 até a década de

1990. Houve ainda um grande investimento em parques e outras unidades de

conservação federais, estaduais, municipais e privadas – mais do que em qualquer

outro país tropical e comparável ao de países em desenvolvimento. (MITTERMEIER

et al., 2005, p. 14).

Até 1967 era o Ministério da Agricultura que administrava as unidades de

conservação federais, a partir deste ano o Departamento de Parques Nacionais e

Reservas equivalentes foi inserido no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento

Florestal (IBDF), e em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente

(SEMA) regida pelo Ministério do Interior. Em 1981, iniciou um programa de

estações ecológicas (NOGUEIRA-NETO & CARVALHO,1979 apud RYLAND e

BRANDON, 2005). Em 1989, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA) foi formado com a união da SEMA, IBDF e as

superintendências de pesca e da borracha, também regido pelo Ministério do

Interior. A gerência dos parques nacionais, reservas biológicas e estações

ecológicas foi atribuido a Diretoria de Ecossistemas. Para cuidar das políticas gerais

de criação, aperfeiçoamento e utilização das unidades de conservação foi criado um

Conselho Nacional de Unidades de Conservação (RYLAND E BRANDON, 2005).

O IBDF requereu à ONG Funatura, sediada em Brasília, para legislar uma

nova proposta de um sistema consolidado e racional para as unidades de

conservação devido a forte demanda existente. Por isso, foi incluída no Projeto

59

Nacional de Meio Ambiente (MA-IBDF PNMA, 1988 apud RYLAND e BRANDON,

2005). E após dez anos de debate que o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação (SNUC) foi apresentado, em setembro de 1989, ao Conama e ao

Congresso Nacional, e, oficialmente, estabelecido em 2000 (BRASIL, 2000).

O Gráfico 4.1 ilustra a partir de dados disponiveis pelo Ministério do Meio

Ambiente - MMA (2011) a criação de Unidades de Conservação – Ucs federais de

proteção integral por ano de implantação.

As UCs Federais de proteção Integral existentes no Brasil são classificadas

em cinco categorias conforme estabelece o SNUC (BRASIL, 2000):

I - Estação Ecológica - tem como objetivo a preservação da natureza e a

realização de pesquisas científicas;

II - Reserva Biológica - tem como objetivo a preservação integral da biota e

demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana

direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de

seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e

preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos

naturais;

III - Parque Nacional - tem como objetivo básico a preservação de

ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,

possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a

natureza e de turismo ecológico;

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Gráfico 4.1 - Histórico das UCs Federais por ano de criação.

60

IV - Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais

raros, singulares ou de grande beleza cênica;

V- Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais

onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou

comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

O gráfico 4.2 demonstra que a maioria das áreas das Ucs de proteção

integral brasileiras estão classificadas como Parque Nacional e os Monumentos

Nacionais são as UCs menos frequentes no país.

4.4.2 Unidades de Conservação da Mata Atlântica

Em 1990, o INPE e a Fundação SOS Mata Atlântica atualizaram o

mapeamento existente do bioma da Mata Atlântica no Brasil visando obter mais

informações precisas e detalhadas. De tal maneira, foi elaborado um Atlas

designado “Atlas da Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas

Associados no Domínio da Mata Atlântica - Período 1985-1990”. Com este trabalho

foi possível obter uma análise multitemporal dos remanescentes florestais e o

levantamento de ecossistemas associados a Mata Atlântica em 10 Estados, da

Bahia ao Rio Grande do Sul (identificando áreas acima de 40 hectares), na escala a

1:250.000. Esta publicação tornou-se uma referência para pesquisas científicas

relacionadas ao tema e como subsídios as ações políticas em favor da conservação

do bioma (INPE e SOS Mata Atlântica, 2008).

Gráfico 4.2 - Quantidade de UCs federais por categoria.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA).

61

Mais cinco edições deste Atlas foram produzidas pelos órgãos supracitados,

objetivando o levantamento e controle dos remanescentes florestais da Mata

Atlântica, a última publicação traz dados do período 2008 – 2010; demonstrando

assim, a importância concedida ao bioma que possui uma das maiores

biodiversidade de espécies vegetais e animais do mundo.

O Bioma da Mata Atlântica no Brasil possui atualmente 84 unidades de

conservação distribuídas em pequenos fragmentos ao longo de 12 milhões de

hectares (Brasília, 2006). Para manutenção da biodiversidade e de importantes

processos ecológicos e evolutivos destas áreas de preservação são necessárias

grandes extensões de ecossistemas naturais. Apenas a existência de unidades de

conservação, que em geral são muito pequenas e isoladas, não são suficientes para

a continuidade e preservação das espécies ameaçadas pela ação antrópica. É de

fundamental importância a ampliação da conectividade entre as áreas

remanescentes e o manejo da paisagem em vastas zonas geográficas (FORMAN,

1995 apud BRASÍLIA, 2006).

O governo brasileiro com o apoio de várias organizações não

governamentais (ONGs) no confronto dessas demandas ambientais vem

trabalhando com os conceitos de corredor ecológico ou corredor de biodiversidade,

que tem como finalidade conectar ou reconectar áreas maiores, manter a

heterogeneidade da matriz de hábitats e proporcionar refúgio para as espécies.

Brasil (2006) trabalha com o entendimento destas áreas estratégicas da seguinte

maneira:

[...] um corredor corresponde a uma grande área de extrema importância biológica, composta por uma rede de unidades de conservação entremeadas por áreas com variados graus de ocupação humana e diferentes formas de uso da terra, na qual o manejo é integrado para garantir a sobrevivência de todas as espécies, a manutenção de processos ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento de uma economia regional forte, baseada no uso sustentável dos recursos naturais. (SANDERSON et al., 2003; AYRES et al., 2005, apud BRASÍLIA, 2006, p.10).

Há uma enorme variedade de espécies existente na Mata Atlântica. Em um

único hectare de floresta no município de Uruçuca (BA) foram encontrados 458

espécies de árvores, considerado recorde mundial de riqueza de plantas lenhosas

(THOMAS et al., 1998 apud BRASÍLIA, 2006). Existe também em toda a área do

CCMA diversos táxons tipicamente amazônicos associados à costa atlântica

(AGUIAR et al., 2005 apud BRASÍLIA, 2006).

62

A fauna de vertebrados também se destaca pela ampla diversidade de

espécies. A área do CCMA é uma das poucas regiões em que existem os seis

gêneros de primatas da Mata Atlântica. As 12 espécies que ocorrem no Corredor

representam 60% das espécies de primatas endêmicos da Mata Atlântica (PINTO,

1994 apud BRASIL, 2006).

Como estratégia de conservação do Bioma Mata Atlântica foi implantado o

Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA) que possui 8,5 milhões de hectares e

estende-se por todo o estado do Espírito Santo e pela porção sul da Bahia (Figura

4.1) devido a acorrência de várias fisionomias de floresta ombrófila e semideciduais,

restingas e manguezais, ao longo dos estuários (BRASÍLIA, 2006).

Posteriormente, a implementação do CCMA, a elaboração dos planos de

gestão, fiscalização, monitoramento e planos de manejo, foram criados para apoiar a

criação e a consolidação de unidades de conservação, além dos minicorredores

ecológicos que foram planejanejados e implantados consolidando as metodologias e

as abordagens desenvolvidas na primeira fase para a proteção da biodiversidade

(BRASIL, 2006). O projeto minicorredores tem como objetivo delinear e criar

corredores prioritários nas Áreas Focais do CCMA, em conjunto com a sociedade

civil organizada.

Os corredores ecológicos forão implantados com funcionalidades de

estabelecimento da conectividade e busca de alternativas sustentáveis de uso dos

recursos naturais, compatíveis com a conservação. Dez corredores prioritários foram

definidos na área do CCMA na Bahia como demonstra a figura 4.2.

Fonte: Dados vetoriais fornecidos pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, 2010.

Figura 4.2 - Minicorredores implantados na área do CCMA na Bahia.

63

Figura 4.1- Mapa do Corredor Central da Mata Atlântica (Brasil) e as unidades de conservação existentes.

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, 2010.

64

Brasília (2008) destaca a importância ecológica do territorio baiano inserido

no CCMA onde existem 29 unidades de conservação, sendo 10 federais, 15

estaduais e quatro municipais, destacando que 12 são de proteção integral e 17 de

uso sustentável, além de 28 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

Brasília (2008) analisa também que o SNUC determina os seguintes propósitos

ambientais: as unidades de conservação de proteção integral têm a conservação da

biodiversidade como objetivo principal, e as de uso sustentável visam compatibilizar

a conservação com o uso sustentável dos recursos naturais (BRASÍLIA, 2008).

Brasília (2008) explana que os minicorredores devem promover

conectividade entre fragmentos e unidades de conservação, devido à averbação de

reservas legais e de áreas de preservação permanente; recuperação de áreas

degradadas; criação, ampliação e implementação de unidades de conservação,

incluindo as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e o apoio aos

municípios pertencentes ao CCMA em ações de ordenamento territorial e gestão

ambiental.

A figura 4.3 elucida a importância ambiental do Minicorredor ecológico Serra

das Onças na ecorregião do Baixo Sul, definida como área focal após análise de

dados do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica

Brasileira (Probio).

Figura 4.3- Minicorredores implantados na área do CCMA na Bahia

Fonte: Dados vetoriais fornecidos pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, 2010.

65

5. Procedimentos Metodológicos

A metodologia cientifica aplicada para a realização deste estudo segue a

linha de raciocínio do método dedutivo de Descartes. O filósofo preconiza que para

obter a razão e alcançar a verdade nas ciências é preciso decompor o complexo em

partes mais simples, analisá-las e recompô-las sem desvios que prejudiquem a

verdade almejada. (NEVES, 2007 apud SOUZA & SANTOS, 2008).

Partindo desse pressuposto verifica-se a aplicação do método de

Descartes utilizados para a modelagem matemática proposta para este trabalho.

Souza (2001) compara os procedimentos do método dedutivo com o fazer

matemática por modelagem.

[...] Nesta, a realidade é decomposta em porções menores para melhor analisar a situação-problema proposta. Dentro de cada subsistema é feita uma avaliação de como as variáveis se relacionam entre si e com o fato observado. Durante a modelagem do fenômeno é preciso se despojar de qualquer tipo de pré-julgamento, de qualquer idéia dada como verossímil pelo senso comum. É necessário que o indivíduo faça uma análise global da situação, remontando as porções menores para que seja garantida a síntese dessas partes, pois como afirmam Soares e Espírito Santo ao citarem D‟Ambrósio (1986). (SOUZA & SANTOS, 2008, p.4).

Limberger (2006) ressalta o novo paradigma, preconizado por Descartes

e outros filósofos, “buscava sistematizar o compreender a natureza para poder

explicá-la e dominá-la, esta abordagem „facilitou‟ a exploração e a expropriação da

natureza.“ (LIMBERGER, 2006, p.97).

Bassanezi (2004 apud Souza et. al., 2008) menciona a modelagem como

um método ou estratégia capaz de interligar os vários campos do conhecimento

numa perspectiva interdisciplinar, afirmando que:

[...] é também nessa capacidade de estabelecer relações entre os campos da matemática e os outros, evitando reproduzir modos de pensar estanques fracionados, que, a nosso ver, está o futuro da formação de novos quadros de professores e pesquisadores, prontos a enfrentar o desafio de pensar a unidade na multiplicidade [...] (SOUZA et. al., 2008, p. 2).

O algoritmo utilizado para a modelagem dos dados é o Análise

Hierárquica Processual (AHP), a partir da atribuição objetiva de pesos dos atributos

66

naturais da paisagem quanto à vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças (BA).

As análises espaciais necessárias para a obtenção dos resultados são

subsidiadas pelo uso de Sistema de Informação Geográfica – SIG, auxiliando na

implementação do AHP como algoritmo de definição da vulnerabilidade ambiental

dos temas delimitados neste trabalho.

Os procedimentos realizados na elaboração do trabalho estão ilustrados

no fluxograma da figura 5.1 e listados a seguir:

a. Construção de um banco de dados geográficos com layers padronizados em

formato vetor e rasters.

b. Aplicação de parâmetros para transformações da projeção UTM e sistema de

coordenadas SAD 1969, Zona 24sul, meridiano central - 39;

c. Delimitação das coordenadas extremas padrões:

Norte: 8459210 m

Oeste: 469187 m

Leste: 501639 m

Sul: 8413519 m

d. Saída de campo em acompanhamento ao projeto Corredores Ecológicos da

SEMA (BA);

e. Conversão dos mapas temáticos de análise em formato vetorial para formato

raster;

f. O tamanho das células (pixel) foi convertido em 100m para se adequarem a

menor escala dos mapas em análise (Solos, escala 1:1.000.000);

g. Análise dos mapas temáticos quanto à vulnerabilidade das classes existentes;

h. Aplicação dos pesos de vulnerabilidade por comparação pareada em dois

níveis de hierarquia (critérios e alternativas) a partir do método de AHP;

i. Aplicação das fórmulas disponíveis pelo método AHP para obtenção dos

vetores de peso dos critérios (temas de análise) e alternativas (classes dos

temas de análise) avaliadas para a obtenção da vulnerabilidade ambiental do

Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA);

j. Obtenção da Razão de Consistência, de acordo como os procedimentos do

método AHP, para avaliação dos resultados;

67

5.1 Metadados utilizados

Os metadados utilizados para elaboração dos mapas de vulnerabilidade

ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA) foram:

Base cartográfica extraída das cartas topográficas Ituberá, Ubaitaba e Itacaré

(SUDENE, 1977) na escala 1:100.000, fornecidas pela Superintendência de

Figura 5.1 – Roteiro metodológico realizados no presente estudo.

68

Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI, ambas em formato Shape já

editadas e com algumas atualizações;

Mapa de Geologia da área em estudo originado do Projeto Costa do Dendê,

2006 formato. Convênio: CBPM/UFBA-CPGG/LEC, escala 1:200.000, em

formato vetorial.

Mapa pedológico da área em estudo extraído do mapa de Solos do Estado da

Bahia (PERH 2004), na escala 1:1.000.000, em formato vetorial.

Mapa de Uso e Cobertura da Terra do Minicorredor Serra das Onças (BA)

finalizado em 2010, realizado a partir de imagens de satélites SPOT (2008) e

campanhas de campo 2009 e 2010. Mapeado na escala 1:25.000 e reduzido

para a escala 1:100.000, em formato vetorial. Mapeamento realizado pelo

projeto CCMA em parceria da Secretaria do Meio Ambiente - SEMA (BA),

Instituto do Meio Ambiente – IMA (BA) e Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE (BA).

Modelo Digital de Elevação – Produzido a partir da imagem Imagem Shuttle

Radar Topography Mission (SRTM) SD-24-X-A2, baixadas no site da

EMBRAPA (2009), interpolado com resolução geométrica de 30m/pixel,

utilizadas na elaboração do mapa de declividade.

5.2 Cartas Temáticas (Geologia, Solos, Uso da Terra e Cobertura

Vegetal, Declividade)

As cartas temáticas a serem analisadas como critérios (tema) e

alternativas (atributos) para o método do algoritmo AHP estão expostos nas tabelas

5.1 a 5.4 Para cada atributo em análise foi atribuído uma identificação qualitativa a

fim de possibilitar a execução de operações entre os mapas em formato raster com

o uso de SIG em meio computacional.

Para possibilitar a aplicação do algoritmo AHP foi necessário agrupar os

atributos (alternativas) que possuem grau de importância similar quanto à

vulnerabilidade ambiental. A seguir, as tabelas analisadas para a obtenção dos

pesos de vulnerabilidade.

O mapa de geomorfologia, apresentado anteriormente neste estudo,

devido a escala de mapeamento (1:1.000.000) disponível foi dispensado na análise

69

da vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças, sendo

considerado como tema de análise do relevo apenas a declividade do terreno.

Células

Litologia Grupo / ID AREA (%) Escala de

Vulnerabilidade

380 Sem Dados 0 0.4

14692 Formação Taipús-Mirim / Grupo Brotas / Formação

Algodões 1 15.9

2409 Areias Litorâneas (Terraço

Marinho Holocênico) 2 15.68

4117 Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue / Terras Úmidas

3 4.46

70823

Tonalitos-dacitos/

Trondhjemitos-riolitos granulitizados /

Rocha Supracrustais Granulitizadas

/Gabros/Basaltos / Rochas Monzoníticas e

Monzodioríticas Granulitizadas

4 76.64

Células

Solos Grupo /

ID Área (%)

Escala de Vulnerabilidade

972 Sem Dados 0 0.79

22151 Argissolo Vermelho-Amarelo / Espodossolo Hidromórfico

1 23.82

61610 Latossolos 2 67.07

1687 Neossolo Quartzarênico 3 1.84

6001 Tipos de Terreno

(Manguezal) 4 6.48

Células

Declividade (%) Grupo / ID Área (%)

Escala de Vulnerabilidade

35819 0 – 6 1 38.75

30091 6.1 - 12 2 32.59

18040 12.1 - 20 3 19.51

8488 > 20,1 4 9.15

Tabela 5.2 – Identificação das classes (alternativas) do critério Solos para representação qualitativa dos mapas no formato rasters. .

Tabela 5.3 – Identificação das classes de Solos para representação qualitativa nos mapas rasters.

.

Tabela 5.1 – Identificação das classes (alternativas) do critério Geologia para representação qualitativa dos mapas no formato rasters.

Tabela 5.4 – Identificação das classes de Solos para representação qualitativa nos mapas rasters.

Tabela 5.3 – Identificação das classes (alternativas) do critério Declividade para representação dos mapas no formato rasters.

.

Tabela 5.2 – Identificação das classes de Declividade para representação nos mapas rasters .

70

Figura 5.2 – Legenda da escala de vulnerabilidade aplicada na ponderação entre as classes

dos mapas temáticos.

5.3 Julgamentos para Vulnerabilidade Ambiental dos Atributos

Pertencentes aos Critérios Temáticos

5.3.1 Critério Geologia

A ponderação dos pesos atribuídos às classes geológicas existentes na

área de estudo levou em consideração a composição mineralógica, considerando

sua vulnerabilidade ambiental de acordo com o grau de coesão das rochas que a

compõem e a propensão à desnudação (intemperismo e erosão), diante da

exposição aos fatores ambientais externos. Crepani et. al., (2001), elucida que para

avaliação da instabilidade ambiental de uma área quanto à geologia:

[...] o grau de coesão das rochas é a informação básica da Geologia a ser integrada a partir da Ecodinâmica, uma vez que em rochas pouco coesas prevalecem os processos modificadores das formas de relevo, enquanto que nas rochas bastante coesas prevalecem os processos de formação de solos. (CREPANI et. al., 2001, p. 14).

Células

Uso Grupos AREA% Escala de

Vulnerabilidade

483 Sem Dados 0 -

5176 Águas Continentais/ Aluviais (Brejo)/

Manguezal 1 5.45

30891 Área Agrícola/ Pastagem/ Área Agrícola com Pastagem/ Restinga e pastagem/Exploração

Mineral/ Solo Exposto. 2 33.56

10441 Área de Transição (Ecótonos)/ Área

Urbanizada/ Floresta Ombrófila estagio inicial de regeneração

3 11.54

4908 Restinga arbórea, arbustiva e

herbácea/Estagio médio e/ou avançado de regeneração

4 36.26

11674 Silvicultura/ Sistema Agroflorestal (cabruca) 5 12.65

Muito Fraca Fraca Média Alta Muito Alta

Tabela 5.4 – Identificação das classes (alternativas) do critério Uso e Cobertura da Terra para representação qualitativa dos mapas no formato rasters. .

.

Tabela 5.5 – Identificação das classes de Geomorfologia para representação qualitativa nos mapas rasters.

.

71

Crepani et. al., (2001) apresenta uma escala numérica de vulnerabilidade

segundo a composição mineralógica da rocha conforme apresenta a tabela 5.5:

Fonte: CREPANI et. al., 2001, p. 74.

a) Grupo 1 (Formação Taipús-Mirim / Grupo Brotas / Formação Algodões) -

Estas formações geológicas foram avaliadas quanto à vulnerabilidade

ambiental de acordo com o potencial à denudação. Desta forma, as rochas que

as compõem são classificadas como sedimentares de origem química, pois

foram dissolvidos pelas águas que circulam através das rochas e levados, por

essas águas, para lagos, mares ou oceano, onde se precipitaram através de

algum processo químico ou orgânico (CREPANI et. al., 2001). Os minerais que

constituem as rochas sedimentares de origem química são extremamente

susceptíveis à dissolução por carbonatação; por isso esta formação é avaliada

no grupo de maior vulnerabilidade ambiental geológica para a ponderação dos

pesos entre as classes geológicas.

b) Grupo 2 (Areias Litorâneas - Terraço Marinho Holocênico) - Por se tratar de

rochas sedimentares formadas por sedimentos inconsolidados de origem

mecânica, as quais se compõem de partículas de minerais argilosos ou grãos

Tabela 5.5 - Escala de vulnerabilidade à denudação das rochas mais comuns

72

de minerais que resistiram ao ataque químico. São considerados mais

resistentes à denudação que o Grupo 1 (CREPANI et. al, 2001). Diante desta

propriedade as Areias Litorâneas (QHl), encontra-se no segundo grupo quanto

à ponderação para a vulnerabilidade ambiental entre os atributos geológicos.

c) Grupo 3 (Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue / Terras Úmidas) - Segundo

Suguiu (2003), os manguezais são pântanos do tipo marsh (pântanos de

vegetação rasteira que se desenvolvem próximo ao mar, apresentando água

doce, salgada ou salobra) existentes em zonas costeiras de climas quentes e

úmidos caracterizados por vegetação típica (Rhizophora mangle, Laguncularia

racemosa etc.). Devido a essa característica ambiental e sua constituição de

sedimentos argilosos, essa classe geológica é avaliado no terceiro grupo

quanto à vulnerabilidade ambiental no critério Geologia, pois apesar de suas

características sedimentares mais vulneráveis que o segundo grupo, este

ambiente encontra-se mais resguardado em relação à denudação e

instabilidade rochosa. As Terras Úmidas possuem propriedades muito

próximas da classe anterior devido à composição sedimentar argilosa, e o

ambiente mais estável quanto aos fatores externos favoráveis à instabilidade

da rocha.

d) Grupo 4 (Tonalitos-dacitos/ Trondhjemitos-riolitos Granulitizados / Rocha

Supracrustais Granulitizadas / Gabros/Basaltos / Rochas Monzoníticas e

Monzodioríticas Granulitizadas) - Estas litologias estão caracterizadas por sua

gênese, são rochas ígneas e metamórficas. Com a presença de minerais

(quartzo, plagioclásio, hiperstênio e clinopiroxênio, antipertítico, ortopiroxênio

etc.) mais resistentes ao intemperismo e à erosão do que as demais

composições dos grupos anteriores. São o agrupamento de classes

geológicas, deste estudo, de menor vulnerabilidade quanto aos fatores naturais

que contribuem com a desnudação e modificação das formas do relevo.

5.3.2 Critério Solos

A atribuição de pesos na comparação pareada para as classes de solos

quanto à vulnerabilidade ambiental existentes na área de estudo levou em

73

consideração o bom desenvolvimento dos solos, a profundidade e a porosidade

sendo. Portanto, considerados menos vulneráveis que os solos, cujos materiais são

os mais decompostos, são considerados solos velhos ou maduros (CREPANI et. al.,

2001).

a) Grupo 1 (Argissolo Vermelho-Amarelo / Espodossolo Hidromórfico) - São solos

de vulnerabilidade intermediária apresentam profundidade menor que os

Latossolos, e são solos menos estáveis e menos intemperizados. Ocorrem

geralmente em topografias um pouco mais movimentadas. Nestas classes de

solos ocorre também um horizonte B, onde existe acumulação de argila, isto é,

durante o processo de formação uma boa parte da argila translocou-se por

eluviação do horizonte A para o horizonte B, onde se acumulou. Nestes solos,

a diferença de textura entre os horizontes A e B (ocasionada pelo acúmulo de

argila no horizonte B) dificulta a infiltração de água no perfil, o que favorece os

processos erosivos.

b) Grupo 2 (Latossolos) – Esta classe de solos é considerada a mais estável

quanto às interferências naturais que contribuem com a desgaste dos solos.

Após um intenso processo de intemperismo e lixiviação no desenvolvimento

destes solos, os latossolos apresentam quase que uma ausência total de

minerais facilmente intemperizáveis e/ou minerais de argila 2:1. São solos que

possuem boas propriedades físicas: permeabilidade à água e ao ar, e mesmo

com alta porcentagem de argila; são porosos, friáveis e de baixa plasticidade.

c) Grupo 3 (Neossolo Quartzarênico) – Esta classe de solos é considerada mais

vulnerável que as dos grupos anteriores, pois são caracterizados por solos

jovens e pouco desenvolvidos, isto é, sua característica principal é possuir

perfis de solo pouco evoluídos. O Neossolo Quartzarênico apresenta horizonte

A sobreposto diretamente sobre o horizonte C ou então assentado diretamente

sobre a rocha mãe (não possuem o horizonte B). Por serem solos jovens, estão

na fase inicial de formação porque estão ainda se desenvolvendo a partir dos

materiais de origem recentemente depositados, ou então por estarem situados

em lugares de alta declividade, nos quais a velocidade da erosão é igual ou

maior que a velocidade de transformação da rocha em solo.

74

d) Grupo 4 (Tipos de Terreno (Manguezal)) - Os solos existentes neste grupo são

considerados também como “solos indiscriminados de mangues”. Não

possuem classe definida pelo sistema brasileiro de classificação dos solos; não

apresentam homogeneidade e sua distribuição e comportamento são

dependentes dos padrões de sedimentação e distribuição dos fluxos de água

doce e salgada no encontro das águas continentais e águas carregadas pelas

marés respectivamente (PRADA, 2001). Com a presença da vegetação de

plantas vasculares, forma-se um ecossistema (pneumatóforos e raízes-escora)

nestes ambientes, que junto à matéria orgânica e ao material inorgânico

floculado pelo contato da água doce e salgada formam uma armadilha para o

sedimento em suspensão que é depositado, retrabalhado e redistribuído no

substrato sofrendo alterações físicas e químicas típicas do ecossistema

manguezal (PRADA, 2001). Diante deste conjunto descrito, no presente

estudo, o Manguezal foi considerado, para o critério pedologia, dentro de um

grupo de fraca vulnerabilidade. Precisamente por não possuir uma definição

clara que o caracteriza quanto à pedogênese (formação do solo) ou

morfogênese (modificação do relevo) e por estar envolvido em um sistema

ambiental, apesar de ser cientificamente definido como um ecossistema, em

seu conjunto, frágil (LEITE, 1995; OLIVEIRA, 1997; ROSS, 2003; PRADA,

2001) e protegido por lei (CONAMA, 2002).

5.3.3 Declividade

Neste estudo a metodologia aplicada para avaliar a vulnerabilidade na

comparação pareada entre as classes do critério declividade foi levado em

consideração a inclinação do relevo em relação ao horizonte, ou seja, quanto maior

a declividade maior a vulnerabilidade. Esta inclinação é responsável pela velocidade

de transformação da energia potencial em energia cinética, promovendo a

velocidade das massas de água em movimento responsáveis pelo “runoff”

(escoamento superficial) e por consequência a capacidade de transporte. Dessa

forma, a maior capacidade de erosão que esculpe as formas de relevo faz

prevalecer à morfogênese. A própria força da gravidade, sem a presença de água

75

superficial, devido à inclinação do relevo, sempre adiciona uma componente

descendente das partículas rochosas se movendo nas encostas.

Crepani et. al., (2001) descreve a atuação da força de gravidade

responsável pela morfogênese quando facilitado pelo componente morfométrico

declividade:

O coeficiente de atrito de uma partícula em movimento é igual à relação entre a componente da força de gravidade que atua ao longo da encosta (componente de deslize, que é proporcional ao seno do ângulo de inclinação da encosta) e a componente da força de gravidade que atua perpendicularmente à encosta (componente de aderência, que é proporcional ao co-seno do ângulo de inclinação da encosta), logo o coeficiente de atrito de uma partícula em movimento ao longo de uma encosta é igual à tangente do ângulo de inclinação da encosta. Como poucos materiais possuem coeficiente de atrito superior a 1, as partículas rochosas separadas pelo intemperismo dificilmente serão retidas em encostas com ângulo de inclinação maior que 45o (tangente de 45o =1), situação em que não haverá possibilidade de formação de solo, ou pedogênese, ocorrendo apenas a exposição contínua de material rochoso, ou morfogênese. (CREPANI et. al., 2001, p. 75).

Desta forma, os agrupamentos que contém os intervalos de declividades

são avaliados segundo o aumento da declividade. Quanto maior a percentagem de

inclinação das classes maior a vulnerabilidade.

5.3.4 Uso e Cobertura da Terra

Crepani (2001) considera que a densidade de cobertura vegetal é um

fator de proteção da unidade contra os processos morfogenéticos que se traduzem

na forma de erosão, por isso quanto mais intensa a cobertura vegetal maior a

estabilidade encontrada na unidade de paisagem.

Neste estudo para a ponderação dos pesos de vulnerabilidade no

método de comparação pareada, na análise do presente tema, foi levado em

consideração a cobertura vegetal e o uso da terra. Quanto mais intensa a cobertura

vegetal mais estável encontra-se o ambiente. As diferentes classes de usos e

coberturas foram agrupadas e qualificadas por sua capacidade de agressão ao meio

ambiente natural, estado de conservação da vegetação e importância na função de

“preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a

76

biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem

estar das populações humanas que compõe a cobertura da Terra” (áreas

consideradas Áreas de Preservação Permanente - APP). (CONAMA, Resolução Nº

303, de 20 de março de 2002).

a) Grupo 1 (Águas Continentais/ Aluviais (Brejo)/ Manguezal) – Devido à

importância diante da fragilidade e da função ecológica na manutenção das

espécies humanas e animais, as classes existentes neste grupo foram

consideradas as mais vulneráveis para a ponderação dos pesos na aplicação

da comparação pareada envolvendo o tema de análise Uso e Cobertura da

Terra.

b) Grupo 2 (Área Agrícola/ Pastagem/ Área Agrícola com Pastagem/ Restinga e

pastagem/ Exploração Mineral/ Solo Exposto) – Este grupo compõe as classes

que são qualificadas como de alta vulnerabilidade na ponderação dos pesos

devido à retirada da cobertura vegetal e modificação da paisagem natural,

permitindo que o solo fique exposto aos intempéries e prejuízos provocados

por tais Usos da Terra.

c) Grupo 3 (Área de Transição (Ecótonos)/ Área Urbanizada/ Floresta Ombrófila

estagio inicial de regeneração) – As classes existentes neste grupo são

consideradas de média vulnerabilidade para aplicação dos pesos na

comparação pareada em relação ao Uso e Cobertura da Terra, áreas que

apesar de compor uma paisagem consolidada merecem constantes e intensos

planejamento e monitoramento, para que não cause maiores impactos

ambientais (no caso das áreas urbanizadas) e para que continue existindo

devido sua importância ambiental (Ecótonos e Floresta Ombrófila com estagio

inicial de regeneração). Os Ecótonos estão agrupado nesta categoria devido a

análise constatada em estudo de campo, esta região ecológico na área de

estudo apresenta o solo mais exposto que as áreas de floresta ombrófila

densa.

d) Grupo 4 (Restinga arbórea, arbustiva e herbácea / Floresta Ombrófila estagio

médio e/ou avançado de regeneração) – Este grupo abriga as classes que

possui maior estabilidade ambiental, portanto, menor vulnerabilidade, devido ao

arranjo da vegetação que os compõe, como a paisagem natural sem alterações

77

que permitem a exposição de solo a erosão e a aceleração do processo de

morfogênese.

e) Grupo 5 (Silvicultura/ Sistema Agroflorestal (cabruca)) – As classes existentes

neste grupo são consideradas de fraca vulnerabilidade para a ponderação dos

pesos para comparação pareada envolvendo o tema de análise Uso e

Cobertura Vegetal. Essas classes, apesar de serem compostas por intensa

cobertura vegetal que protege o solo da erosão, não podem ser considerados

ambientes naturais, pois são modificadas ou alteradas pela ação humana. A

Silvicultura com o cultivo de espécies homogêneas para extração de madeira e

a Mata Cabruca ou Sistema Agroflorestal, que são as florestas servindo como

proteção e consórcio para alguns cultivos agrícolas (principalmente o Cacau

orgânico).

5.4 - Aplicação do Método AHP

5.4.1 - Critérios

São os fatores ambientais que influenciam (cada um de diferente

relevância) na análise para a elaboração do mapa síntese de vulnerabilidade

ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças, são critérios neste estudo os

temas: Geologia, Solos, Uso e Cobertura Vegetal e Declividade. Os critérios estão

classificados como primeiro nível na hierarquia de avaliação da obtenção da

vulnerabilidade ambiental pelo método AHP.

5.4.2 - Alternativas

São as classes ou atributos dos mapas de análise ou dos critérios

escolhidos para avaliar a vulnerabilidade ambiental do Minicorredor Ecológico Serra

das Onças (BA). As alternativas compõem o segundo nível hierárquico na

metodologia AHP. Nesta etapa é possível obter a importância de uma classe em

relação às demais. A ponderação das alternativas foi realizada a partir da

comparação pareada entre as alternativas diante cada critério avaliado. Os

elementos deste estudo ficam organizados hierarquicamente como exemplifica a

figura 5.2.

A figura 5.2 ilustra etapas realizadas com classes (alternativas) dos

critérios Geologia, Declividade e Solos, cada tema tem seus atributos ponderados

78

por comparação pareada em relação aos demais critérios avaliados na obtenção do

mapa síntese de vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das

Onças. O tema Uso e Cobertura da Terra também está inserido nos procedimentos

realizados neste estudo, conforme consta no apêndice B.

5.4.3 – Comparação par a par entre os elementos

Nesta etapa se estabelece as prioridades em relação às alternativas. São

feitas comparações paritárias entre os elementos de um mesmo nível imediatamente

acima, até que se alcancem as comparações para o nível imediatamente abaixo.

Essas comparações permitem aferir a contribuição de todos os critérios. Para

comparar as alternativas é feita uma avaliação subjetiva, com a experiência e o

conhecimento do autor. Conforme a estrutura da figura 5.2, o primeiro passo é

comparar os critérios entre si, dois a dois, em relação à contribuição de cada um

para a vulnerabilidade a ambiental. Essa comparação é feita com a atribuição de

valores par a par seguindo a escala de 1 a 9 introduzida por Saaty (1991) (Quadro

Figura 5.2 – Exemplo do modelo hierárquico para aplicação da metodologia AHP utilizada neste estudo.

Vulnerabilidade

Ambiental

Geologia Declividade Solos

Argissolo

Latossolo

Neossolo

Quartzarênico

Tipos de terreno

< 3

3,1 - 6

6,1 - 12

12,1 - 20

20,1 - 40

> 40

Formação Taipús-Mirim

Grupo Brotas

Formação Algodões

Areias Litorâneas -

Terraço Marinho Holocênico

Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue

Terras Úmidas

Areias Pleistocênicas Indiferenciadas

Areias Litorâneas -

Terraço Marinho Pleistocênico

Tonalitos-dacitos

Rocha Supracrustais Granulitizadas

Gabros/Basaltos

Rochas Monzoníticas e

Monzodioríticas Granulitizadas

Nível 1 (Objetivo Geral)

Nível 2 (Critérios)

Nível 3 (Alternativas)

79

4.1). Saaty (1977) considera suficiente a tabela que elaborou para distinguir a

intensidade das relações entre os elementos.

As comparações de entre os pares gera uma matriz de avaliação

como a matriz ( ) da figura 5.5.

A diagonal principal é sempre preenchida com o valor 1, pois se trata da

comparação de um elemento com ele mesmo. Após preencher a diagonal principal,

inicia-se a partir da 1 linha a qualificar o nível de import ncia do atributo desta linha

em relação a cada atributo de todas as colunas. Assim, é feita a pergunta: “quanto

mais importante é a contribuição do elemento i para o objetivo (vulnerabilidade

ambiental) ou critério avaliado do que o elemento j?”.

Se o elemento Ai (da linha) é menos importante que o elemento Aj

(coluna), um número inverso aos valores 2 a 9 é atribuído, ou seja, 1/2, 1/3, etc.,

dependendo da avaliação.

5.4.4. Normalização e Inconsistência das análises

Não só a lógica e o pensamento científico são usados em uma decisão. A

subjetividade e intuição na prática são muito mais empregadas no momento da

solução de problemas e tomadas de decisão (WOLFF, 2008).

O método AHP trabalha com todos os atributos humanos (experiência,

intuição, instinto, emoção, lógica e muitos outros) usados para solução de

problemas. O AHP estrutura os problemas complexos, hierarquizando os elementos

pertencentes aos problemas, quebrando-os em partes menores (WOLFF, 2008).

Diante dessas características humanas, e da incapacidade de enxergar

todos os pormenores de um problema complexo de uma só vez, pode ocorrer na

1 3 ... 9

1/3 1 ... 7

: ... :

1/9 1/7 ... 1

Figura 5.5 – Esquema da matriz de comparação pareada

. . .

. . .

80

tomada de decisão um grau de inconsistência nos julgamentos. Este nível pode ser

medido. Foi definido que o máximo de inconsistência aceitável é 10%, quando cinco

ou mais elementos são comparados. Uma percentagem maior demonstra que os

julgamentos foram feitos aleatoriamente.

Para se obter a certeza de que uma matriz de julgamentos é

absolutamente consistente é preciso averiguar se são verdadeiras as equações (1) e

(2). Em (1), garante-se que os elementos transpostos são inversos, como na figura

5.6. Em (2), garante-se a consistência entre os elementos do mesmo triângulo.

Segundo Harker e Vargas (1987) o cálculo exato das prioridades de um

problema é obtido pelo método do autovetor, que parece ser o único exato para

tratar matrizes que não são inconsistentes. Saaty (2003) assume que o método se

dá a partir da estimação do vetor da matriz. Seria este o vetor de prioridades. Esse

vetor de prioridades deve atender a relação , com constante.

A representação constitui matrizes quase consistentes. Por uma

matriz quase consistente entende-se uma matriz A = ( ) que é uma pequena

perturbação de uma matriz consistente ( / ).

A relação entre as matrizes obedece ao produto de Hadamard ,

onde a perturbação afeta cada termo da matriz multiplicando-se a ele

( ). Também vale que . E quando não há perturbação, .

(1)

(2)

1

1

1

1

Figura 5.6 – Posição transpostas dos valores em uma matriz de comparação pareada.

A1

A2

An

81

(3)

(4)

Conforme Laininen e Hämäläinen (1999 apud WOLFF, 2008), os

resultados alcançados devem ser normalizados. O processo consiste no cálculo da

proporção de cada elemento em relação à soma dos pesos atribuídos por coluna ( ),

como pode se observar na equação (3), onde T é o autovetor normalizado.

Para obter a hierarquização autovetor de pesos para cada critério é

empregada à equação (4), que consiste na soma dos vetores normalizados por linha

( ) dividida pelo número de variáveis avaliado ( ).

A relação entre para o cálculo do autovetor e do autovalor se

encontra representada por , onde ) é o autovetor

principal e é o autovalor máximo correspondente.

A fórmula para obtenção de é:

O desvio de em relação a (a ordem da matriz, ou ainda o

número de alternativa) é então o que possibilita calcular a razão de inconsistência

dos julgamentos.

Com a obtenção de é possível calcular o valor da inconsistência.

Assim introduz-se o índice de inconsistência :

Onde é o número de alternativas, ou ainda, a ordem da matriz

É necessário ainda consultar o índice de inconsistência aleatória (RI), que

é o mesmo índice calculado em uma matriz elaborada com a escala de julgamentos

de 1 a 9, com os valores recíprocos calculados de modo a forçar sua consistência.

Este índice varia de acordo com a ordem da matriz desejada (número de

alternativas), sendo apresentado aqui até a ordem 15.

(5)

(6)

82

Estes índices foram elaborados a partir de pesquisas desenvolvidas por

Saaty e Mariano (1979) apud WOLFF (2008).

Finalmente, para obter a razão de inconsistência CR, calcula-se a razão

entre o índice de inconsistência CI (eq. 6) da matriz em questão e o índice de

inconsistência aleatória RI. É o CR (eq. 7) que mede a inconsistência dos

julgamentos de uma matriz, e tem como valor aceitável até 0,10 no caso de cinco ou

mais alternativas, 0,08 para quatro elementos e 0,05 para três elementos. Quando

CR = 0, a matriz é dita absolutamente consistente (LIBERATORE; NYDICK, 1997

apud WOLFF, 2008).

5.5. Procedimentos para a obtenção dos pesos e vetores

5.5.1. Comparação pareada dos critérios (Nível I)

O primeiro passo para a aplicação do algoritmo AHP, no intuito de se

obter os pesos e vetores dos critérios associados à vulnerabilidade ambiental neste

estudo, foi selecionar os atributos que apresentam maior fragilidade ambiental diante

dos fatores antrópicos (atividades humanas) e naturais (propriedades físicas). A

seguir são apresentados os critérios por grupo (apresentados anteriormente nas

tabelas 5.1 a 5.5) selecionadas para simplificar as decisões no processo de

comparação pareada:

1 - Geologia: Grupos 1, 2, 3 e 4;

2 - Solos: Grupos 2 e 3;

3 - Uso e Cobertura Vegetal: Grupos 1, 2, 3 e 5;

4 - Declividade: >12%;

Depois desse julgamento foram produzidos mapas rasters booleanos

(representação zero ou um) no software Idrisi 32. Posteriormente foi realizada uma

tabulação cruzada (Crosstab) entre estas variáveis espaciais gerando tabelas com o

cruzamento de áreas (em porcentagem) por critério par a par (Apêndice A). Com

1,5

9

1,5

7

1,5

6

1,5

4

1,5

1

1,4

9

1,4

5

1,4

1

1,3

2

1,2

4

1,1

2

0,9

9 0,5

8

0 0

15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Tabela 5.7 – Índices de inconsistência aleatória para até quinze alternativas

(7)

83

estes dados foi possível avaliar melhor as escolhas no processo de comparação

pareada.

Na comparação pareada dos critérios (nível 1 da hierarquia) analisados

para a obtenção da vulnerabilidade ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das

Onças (BA) foram empregados os pesos par a par (tabela 5.8) na escala 1 a 9

(tabela 5.6). Após a escolha dos pesos foram aplicadas as fórmulas para obtenção

do vetor de pesos e da Razão de Consistência (RC) (tabelas 5.9 e 5.10), alguns

testes e ajustes no julgamento dos critérios foram feitos na matriz de pesos até se

chegar a RC aceitável (< 0,10).

A tabela 5.8 possui um sistema de cores que se diferenciam de acordo

com o peso julgado na comparação par a par dos atribuídos, com referência à

escala de 1 a 9 proposta por Saaty (Quadro 4.1). O quadro 5.1 possui a legenda de

cores atribuídas a todas as tabelas de comparação pareada elaboradas neste

trabalho.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Critério Declividade Geologia Solos Uso e Cobertura Vegetal

Declividade 1 5 3 2

Geologia 1/5 1 1/3 1/2

Solos 1/3 3 1 2

Uso e Cobertura Vegetal 1/2 2 1/2 1

Totais 2 1/30 11 4 5/6 5 1/2

Critérios Pesos (W)

Declividade 0.48

Geologia 0.09

Solos 0.25

Uso e Cob.Vegetal 0.18

λ ro(max) 4.14

IC 0.05

RC 0.05

Tabela 5.8 – Comparação par a par dos critérios avaliados no estudo da vulnerabilidade ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA).

Tabelas 5.9 – Vetores de peso encontrados para cada critério após a

aplicação da fórmula (4).

Quadro 5.1 – Legenda do padrão de cores aplicadas aos pesos atribuídos para comparação pareada dos elementos julgados na aplicação do algorítmico AHP.

Tabelas 5.10 – Índice e Razão de Consistência, obtidos para avaliação da

coerência dos julgamentos.

84

5.5.2. Comparação pareada das alternativas (Nível II)

Para a obtenção dos vetores de pesos de cada classe (alternativas)

existente nos mapas temáticos de Declividade, Geologia, Solos e Uso e Cobertura

Vegetal, foram construídas tabelas de comparação pareada para os atributos de

cada mapa. Estas foram avaliadas de acordo com vulnerabilidade em relação a

todos os outros temas. Foram construídas 12 matrizes com aplicação dos pesos por

comparação pareada. Após a comparação para a par das alternativas foi aplicada a

fórmula de obtenção dos vetores de peso (fórmula 4) das classes agrupadas

(alternativas), em relação aos demais critérios (tabela 5.11). A Razão de

Consistência foi obtida para todas as matrizes de comparação pareada (Apêndice

A).

Para obtenção final dos vetores de pesos ( ) dos atributos de cada mapa

em análise foi aplicada a Equação (8) por grupo de classes ( ). Esta

fórmula permite a ponderação tanto dos pesos encontrados na comparação pareada

do nível I ( quanto do nível II. Após a obtenção final dos

pesos (W) (tabela 5.12), estes foram aplicados às células dos mapas temáticos em

formato raster, possibilitando elaborar o mapa síntese de Vulnerabilidade Ambiental,

como mostra o esquema da figura 5.4.

Classes Uso e Cob. Vegetal Pesos (W)

G1 0.09 G2 0.36 G3 0.23 G4 0.05 G5 0.08

Grupos Uso e Cobertura Geologia Solos Declividade

G1 0.42 0.46 0.50

G2 0.28 0.31 0.26

G3 0.15 0.12 0.13

G4 0.08 0.04 0.03

G5 0.07 0.07 0.07

(8)

Tabela 5.11 – Vetores do Uso e Cobertura da Terra, obtidos após a aplicação

procedimentos do algoritmo AHP.

Tabela 5.12 – Pesos encontrados após aplicação da fórmula (8) para cada grupo do critério Uso e Cobertura Vegetal.

85

Figura 5.4 – Fluxograma dos procedimentos realizados na metodologia AHP para a obtenção dos pesos em nível II e a produção do mapa síntese de vulnerabilidade ambiental.

86

5.5.3. Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das

Onças com a Aplicação da Álgebra de Mapas

A análise da vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças foi obtida com o uso dos recursos disponíveis nos Sistemas de

Informação Geográfica (SIG), conforme já foi explanado.

Com o SIG, usando o fluxograma apresentada na figura 5.4, foi

possível a aplicação da técnica de álgebra dos mapas na geração do mapa

síntese de vulnerabilidade ambiental, utilizando a extensão Spatial Analyst

(Reclassify e Raster Calculator) no software ArcGIS. Em ambiente SIG também

foi realizada a aplicação dos pesos (obtidos pelo algorítmico AHP) nas células dos

mapas temáticos em formato raster (Reclassify). Baseada na metodologia

utilizada por Crepani et. al., (2001), aplicou-se a Média aritmética simples (Raster

Calculator) dos pesos (W) obtidos para os atributos temáticos, que resultou no

mapa síntese de Vulnerabilidade Ambiental da área de pesquisa conforme ilustra

a figura 6.1.

Figura 6.1 - Esquema exemplificando a técnica de álgebra dos mapas para elaboração da

carta síntese de Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças.

87

Tabela 6.1 – Percentual da área ocupada pelos atributos do mapa de Uso e Cobertura da

Terra, obtido com a contagem das células do mapa raster e seus respectivos pesos.

6. VULNERABILIDADE AMBIENTAL

6.1 Vulnerabilidade Ambiental – Mapas Temáticos

6.1.1 Vulnerabilidade – Uso e Cobertura da Terra

Os resultados obtidos, com a aplicação do algoritmo AHP, para a

vulnerabilidade ambiental em relação ao uso e cobertura da terra demostram que

este tema está na 3ª colocação (Gráfico 6.1) quanto à importância (peso) entre os

critérios (Nível I) selecionados para obtenção da vulnerabilidade final do Mini

Corredor Ecológico Serra das Onças.

A Tabela 6.1 obtida após a comparação pareada do nível II para os

atributos do mapa de Uso e Cobertura da Terra possibilita avaliar que o Grupo 1

obteve o maior peso de vulnerabilidade, classificado com Muito Alta Vulnerabilidade,

Grupo Peso (W) Área (%) Classes

G1 0.37 5.61 Águas Continentais/ Aluviais (Brejo)/ Manguezal

G2 0.23 33.90 Área Agrícola/ Pastagem/ Área Agrícola com Pastagem/ Restinga e

pastagem/Exploração Mineral/ Solo Exposto.

G3 0.12 11.67 Área de Transição (Ecótonos)/ Área Urbanizada/ Floresta Ombrófila

estagio inicial de regeneração

G4 0.04 36.17 Restinga arbórea, arbustiva e herbácea/Estagio médio e/ou

avançado de regeneração

G5 0.06 12.65 Silvicultura/ Sistema Agroflorestal (Cabruca)

Gráfico 6.1 – Distribuição dos pesos para os critérios, obtidos após a comparação

pareada pelo algoritmo AHP.

88

Figura 6.1 – Vulnerabilidade ambiental por tema de análise do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA).

A B

C D

89

como ilustra a Figura 6.1, (A). Os dados apresentados (tabela 6.1) também apontam

que o Grupo se distribui na área em estudo com o menor percentual (≈6%) de

ocupação.

O agrupamento de classes que ocupa a maior área (≈36%) é o Grupo 4

qualificado como Muito Fraca Vulnerabilidade ambiental (Figura 6.1, A).

A partir da análise das informações supracitadas é possível verificar

que em relação ao tema Uso e Cobertura da Terra, a área deve ter uma atenção

especial, pois apesar da maior área ocupada pela classe de Muito Fraca

vulnerabilidade, ao mesmo tempo a classe de Alta Vulnerabilidade (Área Agrícola,

Pastagem, Área Agrícola com Pastagem, Restinga e pastagem, Exploração Mineral

e Solo Exposto) se apresenta em segundo lugar quanto à ocupação da área de

pesquisa, como está exposto da figura 6.1 (A). Esta classe encontra-se inserida

entre os espaços que apresentam a menor fragilidade e maior densidade de

cobertura vegetal (Grupo 2).

6.1.2 Vulnerabilidade – Declividade

O gráfico 6.1 demonstra que o critério declividade se apresenta na

primeira posição quanto ao peso (0.48) em relação à vulnerabilidade ambiental,

obtida após a aplicação do algoritmo AHP no nível I.

O Grupo 4, que apresenta a área com a classe de declividade mais

acentuada (>20.1), obteve o peso 0.29 e, após a comparação pareada do nível II

para o tema em análise, foi classificado como Muito Alta vulnerabilidade (Figura 6.1,

B). Este grupo possui a menor área do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças.

O grupo de declividade que ocupa o maior percentual da área de estudo

(Tabela 6.2) e simultaneamente a menor vulnerabilidade, é classificada como Muito

Fraca Vulnerabilidade (Figura 6.1, B) apresentando o peso 0.03, e representa a

classe com o menor declive (0 – 6%).

Os dados apresentados anteriormente apontam que o Mini Corredor

Ecológico Serra das Onças em relação à Declividade pode ser considerada de baixa

90

vulnerabilidade ambiental, levando em consideração ainda que as classes de Muito

Fraca e Fraca vulnerabilidade somadas ocupam aproximadamente 70% da área de

estudo (Tabela 6.2).

6.1.3 Vulnerabilidade – Geologia

O mapa em análise de Geologia após a comparação pareada entre os

demais critérios do Nível I, por AHP, obteve o menor peso (0.09) (Gráfico 6.1). Para

o diagnóstico da vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das

Onças.

As classes litológicas pertencente ao Grupo 1 obteve o peso 0.28

(Tabela 6.3) com a aplicação do algoritmo AHP, foi qualificado como Muito Alta

vulnerabilidade (Figura 6.1, C) por ser o maior peso obtido na comparação pareada

das alternativas (nível II) do tema em análise (nível I). Este grupo ocupa o segundo

lugar em extensão de área do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças.

O Grupo 4 possui as classes litológicas que ocupam grande parte da

território em estudo (≈77%) e ao mesmo tempo levou o menor peso (0.02) (Tabela

6.3) , com a aplicação do algoritmo AHP, ficando classificado como Muito Fraca

vulnerabilidade (Figura 6.1, C).

É possível verificar, diante dos resultados apresentados, que a área em

estudo não pode ser considerada vulnerável em relação ao critério Geologia, que

além de obter a menor importância entre os critérios para a obtenção da

vulnerabilidade ambiental final, apresentou também o conjunto da classe Geológica

que ocupa praticamente a totalidade da área como mais estável ambientalmente.

Grupo Pesos (W) Área (%) Classes (%)

G1 0.03 38.75 0 - 6

G2 0.06 32.55 6.1 - 12

G3 0.14 19.52 12.1 - 20

G4 0.29 9.18 > 20.1

Tabela 6.2 – Percentual da área ocupada pelos atributos do mapa de Declividade, obtido com

a contagem das células do mapa raster e seus respectivos pesos.

91

Tabela 6.4 – Percentual da área ocupada pelos atributos do mapa de Solos, obtido com a contagem das células do mapa raster e seus respectivos pesos.

6.1.4 Vulnerabilidade – Solos

Os solos, diante dos demais critérios para a obtenção do diagnóstico de

vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças ocupou a

segunda posição, com o peso 0.25 (Gráfico 6.1), quanto à importância no primeiro

nível de análise da metodologia AHP.

As classes de Solos pertencentes ao Grupo 3 obteve o maior peso (0.41)

(Tabela 6.4), após a aplicação do algoritmo AHP, quanto a vulnerabilidade ambiental

analisada para esta alternativa (nível II), ficando então classificada como Muito Alta

vulnerabilidade (Figura 6.1, D). Enquanto o Grupo 4 obteve a qualificação Muito

Fraca (Figura 6.1, D) devido o menor valor (0.06) obtido com a comparação pareada.

O Grupo 2 que ocupa a maior área (≈67%) (Tabela 6.4) no Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças foi considerado como Fraca vulnerabilidade, com a diferença de

0.02 do Grupo 4 na importância adquirida nesta ponderação.

Estas informações apontam que a área em estudo está, em relação aos

Solos, estável, levando também em considerando que as classes que obtiveram

maior vulnerabilidade ocupam menos de 30% da área de pesquisa (Tabela 6.4).

Grupo PESOS (W) Área (%) Classes G1

0.20 24.22 Argissolo Vermelho-Amarelo / Espodossolo

Hidromórfico G2 0.08 67.37 Latossolos G3 0.41 1.84 Neossolo Quartzarênico G4 0.06 6.56 Manguezal

Grupo PESOS (W) Área (%) Classes

G1 0.28 15.96 Formação Taipús-Mirim /Grupo Brotas / Formação Algodões

G2 0.15 2.62 Areias Litorâneas (Terraço Marinho Holocênico)

G3 0.05 4.47 Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue / Terras Úmidas

G4 0.02 76.95

Tonalitos-dacitos/ Trondhjemitos-riolitos granulitizados / Rocha Supracrustais Granulitizadas /Gabros/Basaltos / Rochas

Monzoníticas e Monzodioríticas Granulitizadas

Tabela 6.3 – Percentual da área ocupada pelos atributos do mapa de Declividade, obtido com a contagem das células do mapa raster e seus respectivos pesos.

92

6.2 Análise dos resultados do mapa síntese de Vulnerabilidade

Ambiental

Após a produção dos mapas de vulnerabilidade ambiental de cada tema

em análise (Figura 6.1), foi elaborado o mapa final de vulnerabilidade ambiental do

Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA) (Figura 6.2), por meio de SIG,

conforme elucidado em Procedimentos Metodológicos. Os pesos obtidos após a

aplicação da álgebra dos mapas temáticos foram delimitados em 5 classes (Tabela

6.5), delimitadas com o método de classificação Pontos de Quebra Natural (Natural

Break Points).

A partir da análise dos dados apresentados na tabela 6.1 e o gráfico 6.2 é

possível constatar que o Mini Corredor Ecológico em estudo possui a maior

percentagem (≈37%) de sua área classificada como Fraca Vulnerabilidade

Ambiental, é perceptível também a pequena variação (≈20 e ≈21%) entre as

categorizações Muito Fraca e Alta (Gráfico 6.2). A menor extensão apresentada foi

da classificação com Muito Alta vulnerabilidade com aproximadamente 7%, seguida

da Média (≈14%).

Classes de Vulnerabilidade

Intervalo dos Pesos de Vulnerabilidade (W)

Área (km²) Área (%)

Muito Fraca

0.00 - 0.05

197.14

21.34

Fraca

0.06 - 0.09

342.46

37.07

Média

0.10 - 0.11

130.55

14.13

Alta

0.11 - 0.15

188.29

20.38

Muito Alta

0.16 - 0.25

65.47

7.09

Total 923.91 100

Tabela 6.5 – Classes de Vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das

Onças com os pesos, áreas e percentuais das respectivas classes.

Gráfico 6.2 – Percentagem por área de ocupação das classes de vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA).

93

Figura 6.1 – Vulnerabilidade ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças.

Figura 6.2 – Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças (BA)

94

6.2.1 Classe de Muito Fraca Vulnerabilidade Ambiental

A tabela 6.5 demonstra que esta classe ocupa uma área total de 197.14

km², representando 21.34% do Mini Corredor Ecológico Serra das Onças. A figura 6.2

ilustra que esta classe está distribuída em toda extensão da área de pesquisa, mas

concentra-se principalmente na região central tendendo para direção litorânea (leste),

na porção dos municípios de Maraú e Itacaré (BA). Na área do território de Camamu

(BA) observa-se que esta classe aparece mais do centro para Oeste.

O cruzamento (Tabela 6.6) entre as classes de vulnerabilidade ambiental

da área em estudo e os temas em análise, elaborado a partir da contagem de células

dos mapas raster, indica que a classe Muito Fraca Vulnerabilidade inclui

principalmente as áreas com declives baixos (0 a 12%) e a altitude do terreno

predominando entre 50 a 150 metros (Tabela 6.7). Referente à Geologia, o grupo

geológico principal foi o Grupo 4, que engloba as litologias das rochas do Pré-

Cambriano, o qual classificado separadamente como de Muito Fraca Vulnerabilidade

(tabela 5.1) e que compõem quase todo o Mini Corredor Ecológico, e em segundo

lugar as áreas de Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue e Terras Úmidas (G4). O

tema pedologia está predominantemente representado pelos Latossolos (Grupo 2)

que se distribui em aproximadamente toda a área. Em relação ao Uso e Cobertura da

Terra incluiu, maiormente, o Grupo 4 (Tabela 6.6), representado por Restinga arbórea,

arbustiva e herbácea e Floresta Ombrófila no estagio médio e/ou avançado de

regeneração, as áreas com Muito Fraca Vulnerabilidade abrangem também uma

importante fração (21%) do Grupo 5 (Fraca Vulnerabilidade) que contempla as áreas

com Silvicultura e Sistema Agroflorestal (Cabruca).

6.2.2 Classe de Fraca Vulnerabilidade Ambiental

Esta classe engloba 342.46 km² (37.07%) (Tabela 6.5) da área de

estudo, a maior extensão das classes de vulnerabilidade conferida ao Mini Corredor.

Se distribui em todo o espaço analisado, não existente apenas na porção mais

litorânea, a nordeste, onde o território ocupa o município de Camamu (BA), e no

extremo sudeste, na área de Itacaré (Figura 6.2). Inclui, sobretudo, as extensões com

declives pouco acentuados, até 20% de inclinação (Grupos 1, 2 e 3) (Tabela 6.6), e a

95

altitude varia entre 0 a 200 metros (Tabela 6.7). Em relação à Geologia continua

liderando as áreas compostas pelas rochas do Pré-Cambriano (G4). Os Solos nesta

classe são representados, maiormente pelo Grupo 2 (Tabela 6.6), e compõe

aproximadamente 70% da área de pesquisa, e em segundo lugar (13%) o Grupo 1

(Tabela 6.6), com os Argissolos Vermelho-Amarelo e Espodossolos Hidromórficos.

Esta classe está distribuída. Em relação ao Uso e Cobertura da Terra, aparece todas

Classes de Vulnerabilidade

Temas Grupos

Classes de Vulnerabilidade Ambiental Final

MUITO FRACA

FRACA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

DECLIVIDADE (%)

MUITO FRACA G1 39.85 32.75 17.05 54.2 62.24

FRACA G2 44.15 38.99 20.46 20.2 26.63

MÉDIA G3 14.11 23.46 35.75 10.76 7.54

MUITO ALTA G4 1.89 4.8 26.74 14.85 3.59

TOTAL 100 100 100 100 100

GEOLOGIA (%)

MUITO FRACA G4 98.04 97.37 85.49 39.71 5.17

FRACA G3 1.36 0.65 1.45 13.3 9.17

ALTA G2 0.19 1.6 1.34 7.26 2.45

MUITO ALTA G1 0.41 0.37 11.72 39.74 83.22

TOTAL 100 100 100 100 100

SOLOS (%)

MUITO FRACA G4 1.16 0.63 10.86 17.67 9.14

FRACA G2 98.35 86.36 73.23 22.8 1.6

ALTA G1 0.47 12.99 15.91 51.7 86.74

MUITO ALTA G3 0.03 0.02 0.01 7.83 2.52

TOTAL 100 100 100 100 100

USO (%)

MUITO FRACA G4 72.00 25.4 35.07 32.15 7.71

FRACA G5 21.05 10.82 19.32 6.68 2.05

MÉDIA G3 1.08 17.85 3.95 16.26 11.62

ALTA G2 4.74 45.51 39.84 30.63 55.83

MUITO ALTA G1 1.13 0.42 1.82 14.28 22.8

TOTAL 100 100 100 100 100

Tabela 6.6 – Resultados, em porcentagem, da tabulação cruzada entre as células dos mapas

rasters final de Vulnerabilidade Ambiental e os mapas temáticos de Vulnerabilidade do Mini

Corredor Ecológico Serra das Onças (BA).

96

Tabela 6.7 – Resultados, em porcentagem, da tabulação cruzada entre as células dos mapas

rasters final de Vulnerabilidade Ambiental e as classes de Altitude do Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças (BA).

as alternativas, exceto o Grupo 1 (0.42%) e lidera o Grupo 2 (45.51%), composto por

Área Agrícola, Pastagem, Área Agrícola com Pastagem, Restinga com Pastagem,

Exploração Mineral e Solo Exposto, e em seguida, com 25.4%, o Grupo 4 (Restingas

arbórea, arbustiva e herbácea e Estagio médio e/ou avançado de regeneração),

classificado como Muito Fraca Vulnerabilidade (tabela 6.6).

6.2.3 Classe de Média Vulnerabilidade Ambiental

Esta classe ocorre em 14.13% da área total do Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças, com 130.55 km² (Tabela 6.5) de extensão. O mapa final de

Vulnerabilidade Ambiental (Figura 6.2) demonstra que esta categoria aparece mais

concentrada na região sudoeste, nos municípios de Camamu e Itacaré (BA).

Todas as classes de declividade estão incluídas nestas áreas, com a

predominância do Grupo 3 (35.75%), que engloba o relevo de declives intermediários,

12.1 a 20% de inclinação. Em maior ocorrência (Tabela 6.6) que nas demais classes

de Vulnerabilidade Ambiental aparece o agrupamento 4, que contem os relevos mais

íngremes, com declives maiores que 20.1%, o qual ocupa uma pequena proporção da

área em estudo (9.18%) (Tabela 6.2). A altitude do terreno não se destaca das demais

classes, sobrelevando entre 0 a 200m. O Grupo 4 do critério Geologia também

predomina (85.49%), mas com menor intensidade que nas classes anteriores, a

Formação Taipús-Mirim, Grupo Brotas e Formação Algodões da Bacia Sedimentar de

Classes de Vulnerabilidade Ambiental Classes de Altitude

(m) MUITO FRACA (%) FRACA (%) MÉDIA (%) ALTA (%)

MUITO ALTA (%)

0 - 50 10.96 8.94 18.56 61.11 87.74 51 - 100 22.35 27.51 16.31 11.97 8.48 101 - 150 50.2 47.71 32.36 14.43 1.67 150 - 200 12.32 11.28 16.71 6.77 1.13 200 - 250 1.96 2.46 7.36 3.73 0.62 251 - 300 1.31 1.45 5.27 1.52 0.23 301 - 350 0.71 0.5 2.17 0.43 0.1 351 - 400 0.15 0.09 0.78 0.03 0.03 401 - 465 0.03 0.05 0.49 0.01 0

Total 100 100 100 100 100

97

Camamu, classificados como Muito Alta Vulnerabilidade (G1) aparece em seguida

com 11.72% (Tabela 6.6). Ainda predomina o Grupo 2 dos Solos, variando agora com

a presença mais intensa do primeiro (15.91%) e do quarto grupo (10.86%), este

contido com Tipos de Terreno (Manguezal), estes grupos estão classificados

respectivamente como Fraca, Alta e Muito Fraca Vulnerabilidade (Tabela 6.6). O Uso

e Cobertura da Terra predomina (39.84%) com os atributos do Grupo 2 (Área

Agrícola, Pastagem, Área Agrícola com pastagem, Restinga com pastagem e

Exploração Mineral e Solo Exposto) e logo após, ocupando 35.07%, o Grupo 4,

contido com Restinga arbórea, arbustiva e herbácea, Estágio médio e/ou avançado de

regeneração. Esses agrupamentos estão avaliados concomitantemente como Muito

Fraca e Alta Vulnerabilidade. Em seguida com 19,32% (Tabela 6.6) aparece o quinto

grupo (Fraca Vulnerabilidade), representado por Silvicultura e Sistema Agroflorestal

(conhecida também na região como Mata Cabruca) (tabela 6.6).

6.2.4 Classe de Alta Vulnerabilidade Ambiental

Esta classe ocupa uma extensão de 188.29 km² (20.38%) (Tabela 6.5) e

se concentra principalmente a nordeste da área de estudo, na porção do município de

Camamu (BA) e em menor proporção, respectivamente, no extremo sudeste, em

Itacaré, e no sudoeste entre Maraú e Itacaré (BA) (Figura 6.2).

A declividade do terreno nestas regiões apresenta-se praticamente em

metade (54.20%) (Tabela 6.6) das ocorrências desta classe representada pelo Grupo1

(declive < 6,1%) considerado neste estudo como de Muito Fraca Vulnerabilidade. Os

demais grupos também aparecem distribuídos nestas áreas, predominando em

segunda posição o agrupamento 2 (6.1 a 12% de declividade). A altitude predomina

entre 0 a 50m (Tabela 6.7), devido à sobreposição dos relevos de planície litorânea

(região de acumulação) na qual esta classe se apresenta. Em relação à geologia

engloba homogeneamente (≈ 40%) os grupos 2 e 4 (Tabela 6.6), e em seguida o

Grupo 3 (Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue e Terras Úmidas). A tabela 6.6

mostra que este último agrupamento predomina em maior proporção nestas áreas

classificadas como de Alta Vulnerabilidade ambiental no Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças. Os Solos estão contidos nesta classe predominantemente (51.7%)

com os atributos do Grupo 1 (Muito Alta Vulnerabilidade), composto por Argissolo

98

Vermelho-Amarelo e Espodossolo Hidromórfico e o Grupo 2 (Latossolos) agora

aparece em menor dimensão, com aproximadamente 23% (tabela 6.6). O Uso e

Cobertura aparece nesta classe representado em maior extensão pelos Grupos 2 e 4,

em terceiro lugar de ocupação (14.28%) está o grupo 1 (Águas Continentais, Aluviais

(Brejo)e Manguezal) qualificado como Muito Alta Vulnerabilidade, apenas o quinto

agrupamento (Silvicultura e Sistema Agroflorestal (Cabruca) aparece em menos de

10% da área.

6.2.5 Classe de Muito Alta Vulnerabilidade Ambiental

Esta classe ocupa 65.7 km² (7.09%) da área de pesquisa (Tabela 6.5),

está presente próximo às áreas de Alta Vulnerabilidade e concentra-se quase que

totalmente na região nordeste, no município Camamu (BA).

A declividade não contribui significativamente para a composição desta

classe, pois os declives nestas áreas são em maior proporção de baixa inclinação

pertencentes ao grupo 1 e 2 (0 a 12%), classificados como Muito Fraca e Fraca

Vulnerabilidade, e a altitude se concentra nas cotas de 0 a 50 metros (Tabela 6.7). A

Geologia demonstra ser responsável pelo resultado desta classe, pois se apresenta

em grande proporção (83.22%) no Grupo 1 (Tabela 6.6), o qual é composto pelas

litologias sedimentares da Bacia do Camamu (Formação Taipús-Mirim , Grupo Brotas

e Formação Algodões) classificadas como Muito Alta Vulnerabilidade e em seguida

aparece o Grupo 3 (Depósitos Argilo-orgânicos de Mangue / Terras Úmidas) com

apenas 9.17% (Tabela 6.6) das áreas compostas por esta classe. Em relação aos

Solos, o grupo que se apresenta em maior destaque é o primeiro, classificados como

Alta Vulnerabilidade, este agrupamento inclui os solos Argissolos Vermelho-Amarelo e

Espodossolos Hidromórficos, em seguida e em pequena fração (9.14%) (Tabela 6.6)

aponta o Grupo 4 (Tipos de Terreno (Manguezal). O Uso e Cobertura nesta classe se

apresenta em maior extensão com o Grupo 2, com 55.83 %, maior predomínio

registrado para este tema, entre as classificações de Vulnerabilidade Ambiental,

(Tabela 6.6) e é constituído por Área Agrícola, Pastagem, Área Agrícola com

Pastagem, Restinga com pastagem e Exploração Mineral e Solo Exposto. O segundo

grupo que prepondera (22.8% ) nestas áreas é o G1 (Águas Continentais, Aluviais

(Brejo) e Manguezal).

99

7. CONCLUSÕES

A Análise Hierárquica Processual (AHP) na modelagem da

Vulnerabilidade Ambiental do Minicorredor Ecológico Serra das Onças (BA)

demonstrou um grande potencial como modelagem matemática para diagnósticos

ambientais. Esta metodologia contribuiu para um resultado eficaz e com menor

subjetividade possível por parte do pesquisador. Após o levantamento dos dados

cartográficos da área em estudo foi realizada a comparação pareada e ponderação

de todos os critérios e alternativas levando a resultados íntegros e visivelmente

assimiláveis.

A análise da Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor Ecológico

Serra das Onças (BA) mostra que esta área demanda contínuo monitoramento para

a preservação dos seus recursos naturais e manutenção da sua função ecológica de

ligação entre as Unidades de Conservação da região. As áreas da paisagem que

merecem maior atenção são aquelas com o Uso e Cobertura da Terra composta por

Área Agrícola, Pastagem e Área Agrícola com pastagem, pois como é possível

observar no mapeamento, estas classes se apresentam em grande intensidade no

Mini Corredor e estão localizados entre as áreas mais conservadas de Floresta

Ombrófila em seus estágios de regeneração e as áreas de Restinga com a presença

de pastagem também merecem maior controle para que não haja total degradação

deste ecossistema. Os Manguezais por se tratarem de um ambiente frágil (Muito Alta

Vulnerabilidade para o tema Uso e Cobertura da Terra) são responsáveis pela

manutenção de espécies animais e vegetais e devem ser competentemente

gerenciados para que as ações antrópicas não venham atrapalhar a manutenção

deste ambiente. Outra questão a ser considerada em relação ao tema em discussão

é a Exploração Mineral e Solo Exposto, apesar de estarem inseridos neste estudo

no agrupamento (Grupo 2) que ocupa uma considerável proporção (33.56%), se

apresenta em uma extensão muito pequena de 3.50 km² ao total (0.37%).

Outra característica destacável no diagnóstico realizado nesta pesquisa

é que a declividade, apesar de ter levado o maior peso ao ser analisado com os

demais critérios por comparação pareada e mesmo tendo utilizado este resultado

para a ponderação final com as notas obtidas na segunda análise da metodologia

AHP, não contribuiu em evidência para o resultado final de Vulnerabilidade

Ambiental. Outras características do sistema em análise, como a litologia Areias

100

Litorâneas (Terraço Marinho Holocênico), os Solos Argissolo Vermelho-Amarelo e

Espodossolo Hidromórfico e as classes supracitadas de Uso e Cobertura da Terra,

apresentaram a maior responsabilidade pelos resultados obtidos para Alta e Muito

Alta Vulnerabilidade Ambiental do Mini Corredor em análise.

O uso dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) nesta pesquisa

se mostrou como uma indispensável ferramenta para a produção de estudos

espaciais. Permitiu o armazenamento dos dados cartográficos analisados e obtidos

em diferentes formatos, além da homogeneização dos elementos destes mapas

(projeção, datum, tamanho do pixel, delimitação da área, número de linhas e colunas

e os formatos vetor e raster), imprescindíveis para a aquisição fidedigna dos

resultados. Foi também fundamental na etapa de atribuição e espacialização dos

pesos de vulnerabilidade obtidos por AHP para os mapas rasters, além do cálculo de

área e contagem de células. A partir dos mapas temáticos reclassificados de

vulnerabilidade e a álgebra dos mapas (média aritmética simples) em SIG foi

possível a obtenção célere e segura do resultado final de vulnerabilidade ambiental.

Deve ser destacado também o cruzamento, por contagem de células, entre as áreas

das classes de Vulnerabilidade Ambiental e as áreas de atributos temáticos

levantados na área em estudo que promoveu consideravelmente a análise do mapa

final produzido neste trabalho.

Este estudo colabora com a conjetura de que o controle deve ser

contínuo, pois apesar do predomínio das classes de Fraca Vulnerabilidade

Ambiental na área de pesquisa, o mapa final de Vulnerabilidade Ambiental

demonstra que as classes de Média e Alta vulnerabilidade apresentam-se inseridas

nestas áreas, apontando para uma possível expansão neste importante território

onde o uso sustentável é imprescindível para a manutenção deste ambiente.

Ao analisar as informações socioeconômicas apresentadas neste

trabalho e o resultado encontrado para a vulnerabilidade ambiental da área de

estudo contata-se que a área do município de Camamu (BA) inserida no Mini

Corredor Ecológico Serra das Onças demanda maior monitoramento por apresentar-

se com as células censitárias de maior densidade demográfica (figura 3.2), maior

distribuição populacional (figura 3.3) e maior espacialização das classes de alta e

muita alta vulnerabilidade ambiental (Figura 6.2). A tabela 3.1 também revela que

este é município, que engloba a área de pesquisa, com maior densidade

demográfica total (~38 pessoas por km²) e maior população rural que urbana (gráfico

101

3.1). Os dados sobre agricultura também aponta Camamu (BA) com maior

evidência, com 30.000 hectares de área plantada, ilustrada no gráfico 3.2.

Ainda observando os dados populacionais e o mapa síntese de

vulnerabilidade ambiental, é possível constatar que o polígono 20 (Figura 3.2)

representa uma célula censitária que se destaca das demais ao redor, por estar

inserida na segunda maior classe (930 - 1239) por número de população do Mini

Corredor, e estar localizado sobre as áreas que se destacam com maior

vulnerabilidade ambiental (alta e muito alta) situada a nordeste, no município de

Camamu. Quanto a densidade demográfica esta mesma célula (figura 3.3) ainda se

apresenta com destaque, por se apresentar na terceira classe (29.13 a 533.56

habitantes por km²) deste dado populacional.

Diante deste dado observado é presumível que esta área demanda um

maior cuidado que as demais por se apresentar com maior risco diante dos atributos

naturais e do fator antrópico populacional supracitado.

Espera-se com este estudo contribuir com o planejamento,

monitoramento e outros diagnósticos por órgãos governamentais (municipais,

estaduais e federais), instituições privadas, sociedade local e a comunidade

científica que tenham como objetivo a preservação deste estratégico território à

mercê das atividades antrópicas (turismo, agropecuária, ocupação urbana,

exploração mineral), levantadas neste estudo, e que possui a respeitável função de

garantir o elo (corredor) para o fluxo e a sobrevivência das espécies animais e

vegetais existentes nas Áreas de Proteção Ambiental da região contida pelo Mini

Corredor Ecológico Serra das Onças (BA).

102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, D.S.D. & Henriques, R.P.B. 1984. Análise florística das restingas do Estado do Rio de Janeiro. pp. 47-60. In: L.D. Lacerda; D.S.D. Araujo; R. Cerqueira &B. Turq (eds.). Restingas: Origem, Estrutura e Processos. Niterói, CEUFF. ABREU L. M. de. et al. Escolha de um programa de controle da qualidade da água para consumo humano: aplicação do método AHP. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 4, n. 2, p. 257-262, 2000. Aguiar, A. P.; Chiarello, A. G.; Mendes, S. L.; Matos, E. N. Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira. In: Galindo-Leal, C.; Câmara, I. G. (Eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte: Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional e Centro de Ciências Aplicadas à Biodiversidade. 2005. cap. 11, p. 119-132. AYRES, J. M.; FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A.B.; QUEIROZ, H.L.; PINTO, L. P.; MASTERSON, D.; CAVALCANTI, R. B. 2005. Os Corredores Ecológicos das Florestas Tropicais do Brasil. Belém: Sociedade Civil Maminaurá. 256p. BARBOSA, C. C. F. Álgebra de mapas e suas aplicações em sensoriamento remoto e geoprocessamento. 1997. 157 p, (INPE-7115-TDI/667). Dissertação (Mestrado em Sensoriamento Remoto) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Sao Jose dos Campos. 1997. Disponível em: <http://urlib.net/dpi.inpe. br/banon/1998 / 05.07.15.37>. Acesso em: 31 jul. 2009. BARBOSA, J.S.F., DOMINGUEZ, J.M.L. (Coords.). GEOLOGIA DA BAHIA – texto explicativo. Salvador, Bahia: SICM/SGM, Governo da Bahia, 1996. BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova estratégia. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2004. BEN, Fernando. Utilização do Método AHP em Decisões de Investimento Ambiental. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 26., 2006, Fortaleza, Ce.: Abepro, 2006. v. 1, p. 1 - 8. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR520346_6799.pdf>. Acesso em: 17 set. 2011. BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Cadernos de Ciências da Terra, São Paulo, nº 13, 1972.

103

BRASIL. Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em 23 de Out. 2010. ______. Lei n. 4504, de 30 de novembro de 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra e dá outras providências. Presidência da República Federativa do Brasil, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 16 set. 1965. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm>. Acesso em: 05/04/2011. ______, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA; PROJETO RADAMBRASIL. Folha SD. 24 Salvador: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial da terra. Rio de Janeiro. 1982. v. 24. 624p. ______. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, Resolução N° 302 de 20 de março de 2002. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ port/conama/ res/res02/ res30202.html. Acesso em 20 de novembro de 2011. ______. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, Resolução nº 10, de 1º de outubro de 1993. Disponível em: http://www3.aneel. gov.br/empreendedordocumentos/022047_Res_CONAMA_010-01-10-1993.pdf. Acesso em 03 de abril de 2011. ______. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br /sitio/index. php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=119>. Acesso em 25 de Out. 2011. BRASÌLIA. Ministério do Meio Ambiente. Série Corredores Ecológicos: Experiências em Implementação de Corredores Ecológicos. 2008. 80p. (2). Disponível em: <http://www.corredoresecologicos.ba.gov.br/images/stories/livros /serie_corredores_1.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2011. ________. Ministério do Meio Ambiente. O corredor central da mata atlântica: uma nova escala de conservação da biodiversidade. Ministério do Meio Ambiente, Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica. Brasília.

104

2006. 46p. Disponível em: <http://www.conservation.org.br/publicacoes/files /CorredorCentraldaMataAtlantica.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2011. CÂMARA, G.; MOREIRA, F. R.; BARBOSA, C. C.; ALMEIDA FILHO, R.; BÖNISCH, S. Inferência geográfica e suporte à decisão. In: CÂMARA, Gilberto; DAVIS, Clodoveu; MONTEIRO, Antônio Miguel Vieira (Ed.). Introdução à ciência da geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001. p. 48. (INPE-8567-PRE/4311). Disponível em: <http:// urlib.net/ id.inpe.br/sergio/2004/04.19.15.04>. Acesso em 10 de Maio de 2011. CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Edgar Blücher ltda, 1999. CLAWSON, M. & STEWART, C. L., Land use information. A critical survey of U.S. statistics including possibilities for greater uniformity: Baltimore, Md., The John Hopkins Press for Resources for the Future, Inc., 402 p. 1965. ____________, A. A geografia física no estudo das mudanças ambientais. In: Geografia e Meio Ambiente no Brasil. São Paulo: Hucitec, p. 334-345, 1995 CLARK, W. C. et al. Assessing vulnerability to global environmental risks. Report of the Workshop on Vulnerability to Global Environmental Change: Challenges for Research, Assessment and Decision Making, Warrenton, Virginia. 2000. Disponível em: /http://ksgnotes1 .harvard.edu/ BCSIA/sust.nsf/pubs/pub1S. Acesso em 06 de setembro de 2010. COIMBRA, Filho, A.F. & CÂMARA, I. de G.. Os Limites Originais do Bioma Mata Atlântica na Região Nordeste do Brasil. Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, Rio de Janeiro, 1996. CREPANI, E., MEDEIROS J.S de. HERNANDEZ FILHO, P; FLORENZANO, T.G. DUARTE, V; BARBOSA, C.C.F. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento Aplicados ao Zoneamento Ecológico-Econômico e ao Ordenamento Territorial. São José dos Campos: INPE, jun. 2001. 113 p, (INPE-8454-RPQ/722). DDF-SEAGRI. Departamento de Defesa Florestal – Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia. Mapa de Cobertura Vegetal e Uso do Solo do Estado da Bahia. V. 1: 1 CD-ROM 1998.

105

DEAN, Warren. With Broadax and Firebrand: The Destruction Of The Brazilian Atlantic Forest. University of California Press, San Francisco, 1995.

DE BIASI, M. A. Carta clinográfica: Os métodos de representação e sua confecção. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 6, p. 45-60, 1992. DOMINGUEZ, J.M.L. & CORREA-GOMES. Projeto Costa do Dendê. Salvador: Convênio CBPM/UFBA/CPGG, 220 p., 2006.EMBRAPA MONITORAMENTO POR SATÉLITE, Banco de Dados Climáticos do Brasil. 2003. Disponível em: http://www.bdclima.cnpm.embrapa.br/index.php. Acesso em 18 Julho de 2010. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – Embrapa. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Disponível em: http://www.cnps. embrapa.br/sibcs/. Acesso em 26 de mai de 2011. FLORENZANO, Teresa Gallotti, 2002. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo/SP: Oficina de Textos, 2002. FORMAN, R. T. T. Land Mosaics - The Ecology of Landscapes and Regions. Cambridge: Cambridge University Press, 632 p., 1995. GERASIMOV, I.P. (1946) Essai D´Interprétation Geomorphologique Du Schéma General de La Structure Geologique de L´Urss. Problèmes de Geographie Physique, Vol. 12, Tzd. Vo AN SSSR, Moscou. GROOT, R.S. Evaluation of environmental functions as a tool in planning management and decision making. Ph.D. (Thesis), Part B. Agricultural University. Waneningen. Netherlands. 1994. GOODLAND, R.J.A. & H.S. Irwin. 1975. Amazon jungle. Green hell to red desert: an ecological discussion of the environment impact of the highway construction program in the Amazon basin. Elsevier Scientific Publishing, Amsterdam. HARKER, P. T.; VARGAS, Luis G. The Theory of Ratio Scale Estimation: Saaty’s Analytic Hierarchy Process. Management Science. Vol. 33, No. 11, pg. 1383-1403, November 1987.

106

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Perfil dos Municípios Brasileiros: Meio Ambiente 2002. Rio de Janeiro: 2005. 394 p. Acompanha 1 CD-ROM. Acima do título: Pesquisa de Informações Básicas Municipais. __________. Manual Técnico de Uso da Terra. Série: Manual Técnicos em Geociências 2. ed., Rio de Janeiro, 2006. __________. Manual Técnico de Vegetação Brasileira. Série: Manual Técnicos em Geociências, nº01. Rio de Janeiro, 1992. __________, Banco de Dados Agregados (SIDRA), Censo Demográfico 2010. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br. (Tabelas 608 e 1301). Acesso em 05 de Out. de 2011. __________. Sinopse do Censo 2010 - Densidade Demográfica Preliminar por Setores. 2010. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/ sinopseporsetores/?nivel=st. Acesso em 05 de Out. de 2011. ______________. Guia do Censo 2010 para Jornalistas. 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/guia_do_censo_2010_operaca.php. Acesso em 05 Out. de 2011. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS - INPE / FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – Período 2005 a 2008. 2008. Disponível em: <http://mapas.sosma.org.br/dados/>. Acesso em 18 Julho de 2010. HARKER, P. T.; VARGAS, Luis G. The Theory of Ratio Scale Estimation: Saaty’s. Analytic Hierarchy Process. Management Science. Vol. 33, No. 11, pg. 1383 - 1403, November 1987. KIKER, G. A.; BRIDGES, T. S.; VARGHESE, A.; SEAGER, T. P. and LINKOV, I. Application of Multicriteria Decision Analysis in Environmental Decision Making. Integrated Environmental Assessment and Management, v. 1, n. 2, p. 95-108, 2005.

LAININEM, P.; HÄMÄLÄINEN, R. P. Analyzing AHP-matrices by Robust Regression. (1999). Helsinki University of Technology, Helsinki. Disponível

107

em: http://www.sal.hut.fi/ Publications/ pdf- files/plai99.pdf. Acesso em 18 dezembro de 2009. LEITE, Joaquina L. (org.) Problemas-Chave do Meio Ambiente. Instituto de Geociências - UFBA, Expogeo, Superintendência de Geologia e Recursos Minerais – GEB. Salvador, 1995. 223p. LIBERATORE, M.J. & NYDICK, R.L.. Group decision making in higher education using the analytic hierarch process. Research in Higher Education, 38(5), 593-614. 1997. LIMA, Gumercindo Souza; RIBEIRO, Guido Assunção; GONCALVES, Wantuelfer. Avaliação da efetividade de manejo das unidades de conservação de proteção integral em Minas Gerais. Rev. Árvore, Viçosa, v. 29, n. 4, Ago. 2005. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0100676220050004000 17&lng=en&nrm=iso. Acesso em 27 Maio de 2011 LIMBERGER, Leila. Abordagem sistêmica e complexidade na geografia. Geografia - v. 15, n. 2, jul./dez. 2006. Disponível em <http://www.uel.br/ revistas/geografia>. Acesso em 18 de Julho de 2010. LOBÃO, Jocimara Souza Britto; FRANCA-ROCHA, Washington de Jesus Sant’anna da; SILVA, Ardemírio Barros da. Geoprocessamento na Modelagem da Vulnerabilidade Natural a Erosão no Município de Morro do Chapéu-Ba. Revista Brasileira de Cartografia, Feira de Santana, v. 01, n. 63, p.101-114, mar. 2011. Disponível em: <http://www.rbc.ufrj.br/_pdf_63_2011/63_01_1.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2011.

MA-IBDF (Ministério da Agricultura, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) - PNMA (Projeto Nacional do Meio Ambiente). 1988. PNMA, componente: unidades de conservação. Relatório. MA-IBDF, Brasília. MARINS, Cristiano Souza; SOUZA, Daniela de Oliveira; BARROS, Magno da Silva. O Uso do Método de Análise Hierárquica (AHP) na Tomada de Decisões Gerenciais: Um Estudo de Caso. In: Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional, 41., 2009, Porto Seguro - Ba. XLI SBPO. Porto Seguro - Ba: Unifacs, 2009. v. 1, p. 1778 - 1788. Disponível em: <http://www.ic.uff.br/~emitacc/ AMD/Artigo%204.pdf>. Acesso em 22 de Set. de 2011. MARTIN, L. et al. Mapa geológico do quaternário costeiro do Estado da Bahia: escala 1:250.000, texto explicativo. Salvador: SME/CPM, 1980.

108

______, L., BITTENCOURT, A.C.S.P., VILAS BOAS, G.S. Differenciation Sur Photographies Aériennes des Terrasses Sableuses Pléistocènes et Holocènes de l’État de Bahia (Brésil). Photointerpretation, v.20, p. 4.5.1-4.5.10, 1981. MCLAUGHLIN, P., DIETZ, T. Structure, Agency and Environment: Toward an Integrated Perspective on Vulnerability. Global Environmental Change 18: 99-111, 2008. MEDEIROS, J. S.; CÂMARA, G. GIS para Estudos Ambientais. In: CÂMARA, G.;DAVIES, C., et al (Ed.). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001. MIRANDA, J. I. Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. EMBRAPA, Brasília, 2005. MITTERMEIER, R. A.; FONSECA, G. A. B. da; RYLANDS, A. B.; BRANDON, K. Uma breve história da conservação da biodiversidade no Brasil. Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 14-21, jul. 2005. Disponível em: http://200.181.75.130/prppg/ppgca/docs/disciplina/conservação/1_biodiversidade_no_Brasil.pdf. Acesso em 27 de Maio de 2011. NEVES, P. Descartes: O Discurso do Método. Porto Alegre: L & PM, 2007. NOGUEIRA-NETO, P. & CARVALHO, J.C. de M. A programme of ecological stations for Brazil. Environmental Conservation 6: 95-104. 1979. OLIVEIRA, P., RODRIGUES, D., ALVES SOBRINHO, T., PANACHUKI, E.. Processo Analítico Hierárquico Aplicado a Vulnerabilidade Natural a Erosão. UNESP, Geociências, v. 28, n. 4, p. 417-424, São Paulo 2009. Disponível em: http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/geociencias/article/view/3600/2977. Acesso em 24 de Out. de 2011. OLIVEIRA, W. F. Evolução Sócio Econômica do Recôncavo Baiano. In: UFBA / NIMA, Baía de Todos os Santos: Diagnóticos Sócio Ambiental e Subsídios para a Gestão. Salvador: Ed. Germen. 1997. p. 43 – 54. PÁDUA, J. M.T. & COIMBRA-FILHO, A.F. Os parques nacionais do Brasil. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. 1979, Brasília.

109

Pinto, L. P. S. Distribuição geográfica, população e estado de conservação de mico-leãoda-cara-dourada, Leonthopithecus chrysomelas (Callithrichidae, Primates). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 1994. PRADA GAMERO, Raiza Maria. Mineralogia, físico-química e classificação dos solos de mangue do Rio Iriri no canal de Bertioga (Santos, SP). Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001. Disponível em: <http://www.teses usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-19102001-160131/>. Acesso em 10 de Set. de 2011. RIZZINI, C.T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florístico. 1997. 2 ed. Âmbito Cultural Edições, Rio de Janeiro. ROSS, J.L.S. Geomorfologia: Ambiente a Planejamento. Coleção repensando a Geografia, 7a edição, São Paulo: Contexto, 2003, 84p. ROSENBLOOM, E. S. A probabilistic interpretation of the final rankins in AHP. European Journal of Operation Research, Amsterdam, v. 96, p. 371-8, 1996. RYLANDS, A. B.; BRANDON, K. Unidades de conservação brasileiras. Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 14-21, jul. 2005 Disponível em:<http://www. conservation.org.br/publicacoes/files/06_rylands_ brandon.pdf.> Acesso em 27 de Maio de 2011. SAATY, T. A scaling method for priorities in hierarchical structures. . JOURNAL OF Mathematical Psychology, New York, v. 15, p. 234-281, 1977 _________. Método de Análise Hierarquica, Makrom Books, S.P., (1991). _________. Multicriteria Decision Making – The Analytical Hierarchical Process. Pittsburg, RWS Publications. (1992). _________. Decision-making with the AHP: Why is the principal eigenvector necessary. European Journal of Operational Research. Vol. 145, pg. 85-91, 2003.

110

_________. Decision making with the analytic hierarchy process. Int. J. Services Sciences, Vol. 1, No. 1, Pittsburgh, PA 15260, USA, 2008. SANDERSON, J.; ALGER, K.; FONSECA, G. A. B.; GALINDO-LEAL, C.; INCHAUSTY, V. H.; MORRISON, K. 2003. Biodiversity Conservation Corridors: Planning, Implementing, and Monitoring Sustainable Landscapes. Washington, DC: Conservation International. SCHMIDLIN, Lucia Agathe Juliana. Análise da disponibilidade de habitat para o Mico-leão-da-cara-preta. 2004. 104 f. Dissertação (Mestre) - Curso de Ciências Florestais, Departamento de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004. Disponível em: <http://www.floresta.ufpr.br/pos-graduacao/defesas/pdf_ms/2004/d394_ 0568-M.pdf>. Acesso em 20 de Maio de 2011. SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA (SETUR), Municípios Âncoras. 2011. Disponível em: http://www.setur.ba.gov.br/zonas-turisticas/municipios-ancora/ Acesso em 18 de Abril de 2011. _________& BAHIATURSA. Destinos Indutores da Bahia – Itacaré. 2008a. Disponível em: http://www. setur.ba.gov.br/ 2010/01/27/itacare-2/. Acesso em 26 de Abril de 2011. _________& FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS (FIPE), 2008. Fluxo dos Principais Destinos Baianos Disponível em: http://www.setur.ba.gov.br /indicadores/ principais-indicadores/fluxo-dos-principais-destinos//. Acesso em 26 de Abril de 2011 _________. Destinos Indutores da Bahia – Maraú. 2008b. Disponível em: http://www.setur ba.gov.br/2010/01/27/marau/. Acesso em 26 de Abril de 2011 _________. Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA). Salvador: [s.n.], 2010. 1mapa, color. . Escala 1.000.000 SENA, J. N. O Uso de Sistema de Informação Geográfica na Avaliação de Diferentes Alternativas de Geração de Cartas de Suscetibilidade à Erosão 2008. 114 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Estadual Paulista. Ilha Solteira – São Paulo, 2008.

111

SENTELHAS, P.C.; PEREIRA, A.R.; MARIN, F.R.; ANGELOCCI, L.R.; ALFONSI, R.R.; CARAMORI, P.H.; SWART, S. Balanços Hídricos Climatológicos do Brasil - 500 balanços hídricos de localidades brasileiras. Piracicaba: ESALQ, 1999. 1 CD-ROM

SILVA, A.B.; Sistema de Informações Geo-referenciadas: conceitos e fundamentos. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2003. SILVA, C. A.; NUNES, F. P. Mapeamento de vulnerabilidade ambiental utilizando o método AHP: uma análise integrada para suporte à decisão no município de Pacoti/CE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 14. (SBSR), 2009, Natal. Anais... São José dos Campos: INPE, 2009. p. 5435-5442. DVD, On-line. ISBN 978-85-17-00044-7. Disponível em: <http://urlib.net/dpi.inpe.br/sbsr@80/ 2008/11. 14.19.56>. Acesso em 23 de Nov. de 2009 SILVA, D. M. R. Aplicação do Método AHP para Avaliação de Projetos Industriais. 2007. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. SILVA, G. A. Unidades de Conservação como política de proteção à biodiversidade: uma categorização perceptiva de grupos sócio-culturais do entorno da APA do Catolé e Fernão Velho, Estado de Alagoas. Maceió/ AL: Universidade Federal de Alagoas. (Dissertação - Programa em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA), 2006. SILVA, J. X. da & ZAIDAN, R. T. Geoprocessamento e analise ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2004. SILVA V. U. F. Zoneamento Ambiental como Instrumento de Gestão para Avaliação da Vulnerabilidade ao Processo de Desertificação: Analise do Municipio de Salgueiro – PE 2007. 220 f. Dissertação (Mestrado de Gestão e Políticas Públicas Ambientais) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007b. SUGIYAMA, M. Estudo de florestas na restinga da Ilha do Cardoso, Cananéia, SP. São Paulo, 1993. 115p. Dissertação(Mestrado) - Instituto de Biociências, USP.

112

SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA - SEI. Uso atual das terras: Bacias do Extremo Sul e do Rio Jequitinhonha. Salvador: SEI, 2008. il., 176p. 80 refs. (Série Estudos e Pesquisas, n. 81). ________, Mapa Tipologia Climática – Segundo Thornthwaite. Estado da Bahia – 2007. Escala 1:6.500.000. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/site/geoambientais cartogramas/pdf/carto_tip_clim.pdf Acesso em 22 de Agosto de 2010. _______, Mapa Relevo - Estado da Bahia – 2007b. Escala 1:6.500.000. SEI, 2007. Fonte: RADAMBRAIL, 1983. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/site/geoambientais/ cartogramas/pdf/carto_relevo.pdf Acesso em 22 de Agosto de 2010. ________, Principais Zonas Turísticas e Rede Viária da Bahia - SEI, 2005. Fonte: SEI, 2004; BAHIATURSA, 2005. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/images/bahia _sintese /bahia_numeros/mapas/infraestrutura_bs.pdf. Acesso em 28 de Abril de 2011. ________, Índices de desenvolvimento econômico e social dos municípios baianos: 2006. Salvador: SEI, 2008. (Série Estudos e Pesquisas). Disponível em

http://www.sei.ba .gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=74&Itemid=110. Acesso em 25 de Abril de 2011. _______, SIDE - Sistema de Dados Estatísticos. Agricultura Municipal 2009. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/side/frame_tabela.wsp?tmp.tabela=t268& tmp.volta=*. Acesso em 25 de Abril de 2011. _______, SIDE - Sistema de Dados Estatísticos b. Pecuária Municipal 2010. Disponível em http://www.sei.ba.gov.br/side/frame_tabela.wsp?tmp.volta=sg46& tmp .tabela =t106. Acesso em 26 de Abril de 2011. SPÖRL, C. & ROSS, J, L, S. Análise comparativa da fragilidade ambiental com aplicação de três modelos. GEOUSP - Espaço e Tempo São Paulo, Nº 15, pp.39-49, 2004 SOTCHAVA, V. B. Introdución a la teoria de los geossistemas. Novo Sibersk: Nauka, 1963. 318p.

113

SOUZA, E. S. R. & SANTOS, A. O. E. Modelagem Matemática: Uma Visão Holística da Realidade?. In: VI Encontro Paraense de Educação Matemática. Belém - PA, 2008. Disponível em <http://www.furb.br/cremm/portugues/ cremm.php?secao=Publicacoes& parte =AQueTeo>. Acesso em 18 de Julho de 2010. SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA. Índices de desenvolvimento econômico e social dos municípios baianos: 2006. Salvador, SEI, 2008. Disponível em:. http://www.sei.ba.gov.br/index. php?option=com_content&view=article&id=74&Itemid=110. Acesso em 24 de fevereiro de 2010.

________ PRINCIPAIS ZONAS TURÍSTICAS E REDE VIÁRIA BAHIA, 2005, Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/images/bahiasintese/bahianumeros/ mapas/infraestruturabs. pdf . Acesso em 18 de Abril de 2011.

TAGLIANI, C. R. A. Técnica para avaliação da vulnerabilidade ambiental de ambientes costeiros utilizando um sistema geográfico de informações. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 11, (SBSR). Belo Horizonte. Anais... São José dos Campos: INPE, 2003. p. 1657 - 1664. CD-ROM, Online. ISBN 85-17-00017-X. Disponível em: <http://urlib.net/ltid. inpe.br/ sbsr/2002/10.31.13.33>. Acesso em de 30 Out. de 2010. __________. A mineração na porção média da Planície Costeira do Rio Grande do Sul: estratégia para a gestão sob um enfoque de Gerenciamento Costeiro Integrado. Tese de doutorado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. 252f. TEIXEIRA C. O Desenvolvimento Sustentável em Unidade de Conservação: a “naturalização” do social - REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 20 Nº 59. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v20n59/a04v 2059.pdf Acesso em de 30 Out. de 2010. Thomas, W. W.; Carvalho, A. M. V.; Amorim, A. M. A.; Garrison, J.; Arbeláez, A. L. Plant endemism in two forests in southern Bahia, Brazil. Biodiversity and Conservation 7: 311-322. 1998. TRICART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro. IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977.

114

____________. A Geomorfologia nos Estudos integrado de ordenação do meio natural. Boletim Geomorfológico do Rio de Janeiro 34(251): 15-42 out/dez, 1976. TROPPMAIR, H. ; GALINA, M. H. 2007. Geossistemas. Mercator, v. 10, p. 79-89, Ceará. VALLEJO, L. Unidade de Conservação: Uma Discussão Teórica á Luz dos Conceitos de Território e Políticas Públicas. GEOgraphia, América do Norte, 4, set. 2009. Disponível em: <http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia /article/view/88/86> Acesso em 27 de Maio de 2011. VALERI, S. V.; SENÔ, M. A. A. F. A importância dos corredores ecológicos para a fauna e a sustentabilidade de remanescentes florestais. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL, v, 7. Anais.. . São Paulo: Impresaoficial, v. 1, p. 699-709, 2004. VALVERDE, O. & T.L.R. de Freitas. 1980. O problema florestal da Amazônia brasileira. Editora Vozes, Petrópolis, Brasil. VARGAS, L. G. An overview of the analytic hierarchy processand its applications. European Journal of Operational Research, Amsterdam, v. 48, p. 2-8, 1990. VERALDO, L & ORZECHOWSKI, A. Relação entre unidades de conservação e a legislação ambiental brasileira: um estudo de caso na Região Sul. Geosul, Florianópolis, v. 24, n. 48, p 131-152, jul./dez. 2009.

WOLFF, Cristina Santos. O método AHP - revisão conceitual e proposta de simplificação. 2008. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Industrial, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. YEDLA, S., SHRESTHA, P.M. Multi-criteria approach for the selection of alternative options for environmentally sustainable transport system in Delphi. Transport. Res. Part A Pol. Pract. 8, 717–729. 2003