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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SETE LAGOAS
BIBLIOTECA PROFESSOR DOUTOR PAULO NEVES DE CARVALHO
UNIDADE AVANÇADA DE CAMPO GRANDE- MS
ANDRESSA CAROLINE MEJIA AMORIM GONÇALVES DA SILVA
TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM PACIENTES COM AGENESIA DE INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES: OPÇÕES DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO.
Campo Grande - MS
2013
ANDRESSA CAROLINE MEJIA AMORIM GONÇALVES DA SILVA
TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM PACIENTES COM AGENESIA DE INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES: OPÇÕES DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO.
Monografia apresentada à Faculdade de Tecnologia de Sete Lagoas, como requisito para obtenção do Título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Prof. Ms. Matheus Valieri
Campo Grande – MS
2013
ANDRESSA CAROLINE MEJIA AMORIM GONÇALVES DA SILVA
TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM PACIENTES COM AGENESIA DE INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES: OPÇÕES DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO. Coordenadora do curso: Porfª Ms. Vivian Lys L. Olibone Tabosa
BANCA EXAMINADORA
Prof. ___________________________________________
Prof. ___________________________________________
Prof. ___________________________________________
Aprovada em: ____/___/____
Dedico este trabalho à minha família, pela confiança e Fé nesses anos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, que sempre ilumina e abençoa os meus caminhos. Aos meus pais Edson e Gerluce, pelo incentivo, compreensão, amor e carinho. Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar A minha dupla Andrea Floro, pela amizade e apoio ao longo desses 3 anos. E enfim, a todos que de alguma forma se mostraram dispostos a me ajudar a percorres esse caminho e superar os obstáculos com muita paciência, compreensão, amor de dedicação
“Bendito seja o SENHOR, minha rocha,
que ensina as minhas mãos para a peleja e
os meus dedos para a guerra; Benignidade
minha e fortaleza minha; alto retiro meu e
meu libertador és tu; escudo meu, em
quem eu confio, e que me sujeita o meu
povo.”
(Salmos 144 – 1:2)
RESUMO
Esse trabalho de revisão de literatura tem como objetivo mostrar as opções de
tratamento em pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores, visando a
estética e a função oclusal do paciente. A agenesia de incisivos laterais superiores
acomete cerca de 2% da população, sendo mais frequente em mulheres, e pode
ser uni ou bilateral. Todo ortodontista em sua rotina clínica tratou ou irá tratar um
paciente com agenesia de incisivo lateral superior. Existe duas formas de
tratamento, o fechamento ou reabertura/ manutenção dos espaços. Atualmente, os
clínicos procuram criam ou manter espaços, para uma posterior colocação de
implantes ou próteses. O fechamento de espaços está mais indicado em pacientes
jovens, onde a colocação de prótese ou implante não seria favorável. A indicação
ou contraindicação dependerá do tipo de má- oclusão. A decisão entre abrir ou
fechar espaços deve ser tomada baseada em fatores individuais, como idade,
maloclusão, opinião, perfil e expectativa do paciente, além da posição, forma e cor
dos caninos. O ortodontista deve ter habilidade de diagnóstico e conhecimento
para elaborar um plano adequado para cada paciente e assim obter sucesso no
seu tratamento.
Palavras-chave: agenesia dos incisivos laterais; ortodontia e estética; fechamento
de espaço.
ABSTRACT
This work of literature review aims to show the treatment options in patients with
agenesis of the maxillary lateral incisors, aiming esthetics and occlusal function of
the patient . Agenesis of maxillary lateral incisors affects approximately 2 % of the
population and is more common in women, and may be unilateral or bilateral .Every
orthodontist in your clinical routine treated or will treat a patient with agenesis of the
maxillary lateral incisor . There are two forms of treatment ,closure or reopening /
maintenance spaces . Currently , clinicians seek to create or maintain spaces for
subsequent placement of implants or prostheses . The closing of spaces is more
appropriate in young patients , where the placement of the implant or prosthesis
would not be favorable . The indication or contraindication depend on the type of
malocclusion . The decision between open or close spaces should be made based
on individual factors such as age , malocclusion , belief , and expectations of the
patient profile , beyond the position , shape and color of the canines . The
orthodontist should have diagnostic skill and knowledge to develop an appropriate
plan for each patient and thus succeed in your treatment .
Key-words: agenesis of the lateral incisors; orthodontics and esthetics, space
closure.
Lista de Figuras
Figura 1 – Agenesia bilateral de incisivo lateral superior ................................ 12
Figura 2 – Radiografia panorâmica da ausência do incisivo lateral ................. 16
Figura 3 – Ausência do incisivo lateral e conóide do lado oposto .................... 17
Figura 4 – Reanatomização do canino e ausência bilateral dos incisivos laterais
superiores ...........................................................................................................25
Figura 5 - implante dos incisivos laterais ......................................................... 25
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 13
1.1 Aspectos gerais ........................................................................................... 13
1.2 Frequência e prevalência ............................................................................ 14
1.4 Tratamento: Abertura ou fechamento de espaços ...................................... 17
2 PROPOSIÇÃO ............................................................................................... 26
3 DISCUSSÃO .................................................................................................. 27
4 CONCLUSÃO ................................................................................................ 30
REFERÊNCIAS .................................................................................................31
INTRODUÇÃO
O plano de tratamento é a chave inicial para o sucesso no tratamento
ortodôntico. Um diagnóstico adequado associado com o progresso da Odontologia
no sentido do surgimento dos implantes associados com a prótese, a tamanha
variedade das resinas compostas e a Ortodontia auxiliam o cirurgião dentista na
hora de traçar o plano de tratamento individual e mais adequado para cada paciente.
Na clínica odontológica diária, os profissionais deparam- se com diferentes
patologias, entre elas, as anomalias de número dos órgãos dentários. Estas
despertam interesse, pois se sabe que é necessária uma dentição completa e
funcional para uma vida de bem-estar. Essas alterações de número podem causar
consequências na função mastigatória, fala e problemas estéticos, afetando a vida
social do indivíduo. (SILVA et al., 2005).
A agenesia dentária também pode ser denominada de anodontia parcial,
hipodontia ou oligodontia, caracterizando-se pela ausência de um ou mais dentes. O
diagnóstico desta alteração é evidente por meio de suspeita clínica e sua respectiva
confirmação radiográfica (LANGLADE, 1993).
A maioria dos ortodontistas já tratou ou tratará em sua rotina ortodôntica, pelo
menos um paciente com agenesia de um ou ambos os incisivos laterais superiores,
ou com alguma discrepância de tamanho dentário. A agenesia mais comum é a de
incisivos laterais superiores que acomete cerca de 2% da população, e pode ser uni
ou bilateral e, quando se apresenta unilateral, está associada a incisivo lateral
conóide do outro lado. As principais causas para a falta desses dentes são a
genética, expressão evolutiva na dentição, condições sistêmicas, raquitismo, sífilis,
severos distúrbios intra-uterinos, inflamação localizada ou infecções, displasias
congênitas, fatores ambientais, como irradiação, tumores, rubéola, talidomida
(TANAKA et al., 2003).
A escolha da opção de tratamento ortodôntico ideal para pacientes jovens
com ausência de dentes permanentes deve ter como base uma avaliação criteriosa,
que contemple todos os fatores pertinentes ao diagnóstico e características de cada
paciente (ZACRISSON, 2004).
A chave para o sucesso dependerá de um paciente colaborador e de uma
atenção cuidadosa aos seguintes detalhes: diferença de tamanho entre os caninos e
os primeiros pré-molares; diferença de cor entre os caninos e incisivos laterais;
diferença de torque coronário entre os caninos e incisivos laterais e a severa
variação individual de torque dos caninos; tipo de oclusão funcional ao término do
tratamento; recidiva após a contenção incluindo a reabertura de espaço a longo
prazo; diferença de tamanho em casos de agenesia, realização do set-up (LOPES,
2003).
Esse trabalho de revisão de literatura tem como objetivo mostrar os possíveis
planos de tratamento em pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores,
visando a estética e a função oclusal do paciente.
1 REVISÃO DE LITERATURA
1.1 Aspectos gerais
Grieco et al. (2007) cita que sua etiologia pode estar relacionada a fatores
nutricionais, traumáticos, infeccioso, hereditários e filogenéticos. Também são
citados outros fatores como as doenças virais, na qual se destaca a rubéola ou
certos distúrbios endócrinos. Entretanto para ele a hereditariedade tem sido
considerada o fator etiológico principal da agenesia dentária e sua patogenia esta
relacionada com alterações no processo de formação e desenvolvimento da
lâmina e dos subseqüentes germes dentários,
Macedo (2008) definiu agenesia pela diminuição numérica, no caso específico
de determinados elementos dentários ou conforme a origem grega deste termo, a
própria geração. A etiologia tem na hereditariedade seu principal fator de origem,
mas apresenta caráter multifatorial.
Figura 1: agenesia bilateral de incisivo lateral superior
Fonte: http://www.cdc.pt/dent-cosm-implantes_clip_image002.jpg
1.2 Fequência e prevalência
Ciamponi e Frassei (1999) estudaram 580 radiografias panorâmicas para
avaliar a prevalência de agenesias em crianças entre 5 e 15 anos, de ambos os
sexos, na Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista, em São Paulo. Foi
concluído que 9,31 % possuíam agenesia dentária, excluindo terceiros molares. A
prevalência foi maior no sexo feminino e na maxila. O dente mais comumente
ausente foi o incisivo lateral superior, seguido pelo pré molar inferior.
Antoniazzi et al. (1999) estudaram a prevalência de anodontias de segundos
pré-molares e incisivos laterais superiores e inferiores, numa amostra de 503
radiografias panorâmicas de indivíduos leucodermas brasileiros, na faixa etária entre
2 a 15 anos de idade. Os resultados obtidos foram analisados e confrontados com
os de pesquisas semelhantes da literatura. A ordem decrescente da freqüência de
anodontias encontrada foi: segundos pré-molares superiores, segundos pré-molares
inferiores, incisivos laterais superiores e incisivos laterais inferiores. Pode-se concluir
que não foi estaticamente significante a diferença de anodontias encontrada entre os
sexos. Encontraram o maior número de anodontias na maxila do que na mandíbula.
Para Keira et al. (2004), agenesia dentária é uma anomalia relativamente
comum na dentição permanente, com uma prevalência de 3,5 a 8% excluindo a
agenesia dos terceiros molares, pois estas apresentam uma prevalência de 9 a 37%.
Quanto ao gênero, a agenesia acomete mais frequentemente as mulheres, numa
relação de 3:2. Quanto à raça, os brancos têm maior prevalência de agenesia
dentária. Na dentição decídua, a agenesia se apresenta com menor frequência (0,1
a 0,9%), ocorrendo somente na arcada superior (incisivos e primeiros molares
decíduos) e não há predileção por gênero e raça.
Pinho et al. (2005) avaliaram a manifestação clínica da agenesia dental em
pacientes portugueses. O grupo de estudo incluiu 16.771 pacientes observados
entre 1993 e 2000, com idade de 3 a 71 anos. Os resultados mostraram pacientes
com agenesia de incisivos laterais superiores, sendo a maioria do sexo feminino. A
ausência destes dentes era bilateral na maioria dos pacientes, seguido dos casos
unilaterais. Entre os 121 pacientes com ausência unilateral, o incisivo lateral superior
do lado oposto possuía microdontia. Sugerindo a possibilidade de que a microdontia
representa uma expressão variável do mesmo defeito de desenvolvimento que
resulta em ausência do inciso lateral superior.
Paula e Ferrer (2007) pesquisaram a prevalência de agenesia em uma clínica
ortodôntica em Goiânia com média de faixa etária de 12 a 53 anos. Foram avaliadas
800 radiografias panorâmicas, nas quais 759 apresentaram alguma agenesia. O
maior índice foi a falta do 3° molar inferior, seguido do 3° molares superiores e
incisivos laterais superiores. O sexo feminino teve a maior ocorrência nos casos de
agenesia.
Grieco et al. (2007) avaliaram a prevalência de agenesias dentárias nos
pacientes de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo. A amostra foi de
1.117 radiografias panorâmicas que foram avaliadas quanto á distribuição de
prevalência entre gêneros, os grupos raciais, os quadrantes dentários e entre os
diversos grupos dentários. Deste estudo, os terceiros molares superiores e inferiores
foram excluídos, pois a pesquisa foi realizada com pacientes a partir de 9 anos de
idade. Foi concluído que a ocorrência de agenesia não esteve associada ao gênero,
raça ou quadrante. Com relação aos grupos dos dentes, a maior prevalência de
agenesia foi verificada para os segundos pré-molares inferiores e incisivos laterais
superiores.
Pinheiro et al. (2008) estudaram a prevalência de anomalia dentária de
número em pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico em um estudo
radiográfico. Através da análise realizada em 402 radiografias panorâmicas foram
constatados 24 pacientes com alguma anomalia dentária, dentre eles 19
apresentavam hipodontia, tanto uni como bilateral. Concluíram que quanto à
localização, o arco superior foi mais afetado que o arco inferior e na maioria das
radiografias observou a ausência de mais de um dente, como por exemplo, incisivos
laterais e pré-molares simultaneamente e bilateralmente, e menos da metade das
radiografias apresentavam somente um dente ausente.
Para Macedo (2008) a agenesia de incisivo lateral superior ocorre com mais
freqüência em mulheres, na proporção de 3:2 e interfere diretamente na oclusão,
podendo ocasionar uma oclusão traumática, inclinação dos dentes adjacentes,
diastemas e problemas periodontais, além de uma estética indesejável e problemas
fonéticos. Geralmente as agenesias são simétricas, mas nos incisivos laterais
superiores frequentemente podem se apresentar unilateralmente, quando
encontrado somente um incisivo lateral superior ausente, o seu homólogo
geralmente apresenta anomalia de forma ou tamanho.
Uslu et al. (2009) investigaram a prevalência de anomalias dentárias em um
grupo de pacientes de Ortodontia que apresentavam diferentes maloclusões. Foram
avaliadas 900 radiografias panorâmicas. Em 363 pacientes, (40,3%) foram
encontrados pelo menos um tipo de anomalia dentária. A agenesia foi a anomalia
mais comum, seguido por dentes evaginados, dentes invaginado e dentes
impactados. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre as anomalias
dentárias e os tipos de maloclusões.
Park et al. (2010) escreveu que os clínicos concordaram que, independente
do sexo ou raça, a agenesia dentária tornou-se mais proeminente nas sociedades
mais recentes. A ausência congênita de um ou mais incisivos laterais superiores
apresenta um desafio eficaz para planejamento de tratamento de uma dentística
restauradora na abordagem ortodôntica onde o canino irá se mesializar, visando
otimizar a aparência dental e facial. A incidência de agenesia dentária permanente
varia entre 1,6% para 9,6%, excluindo os terceiros molares, que ocorre em 20% da
população. Alguns estudos mostram que o segundo dente mais ausente é o incisivo
lateral superior, enquanto outros indicam que há uma maior incidência de agenesia
do segundo pré-molar inferior.
Para Borba et al. (2010) avaliou a prevalência das agenesias dentais em
pacientes com idades entre 7 e 16 anos, do município de Campo Grande, Mato
Grosso do Sul, a partir da análise de radiografias panorâmicas, no período de2005 a
2007. Foram analisadas 1.500 radiografias panorâmicas. Foi demonstrado não haver
influência do gênero na ocorrência da agenesia dental. O dente que apresentou
maior frequência deste tipo de anomalia foi o terceiro molar, seguido pelo segundo
pré-molar (principalmente os inferiores), incisivo lateral superior e primeiro pré- molar
superior. Embora não existindo diferença estatisticamente significativa em relação
aos demais quadrantes, a localização mais frequente ocorreu na mandíbula, no
quadrante inferior direito. Foi encontrada uma prevalência alta de agenesias, não
havendo diferença estatisticamente significativa em relação ao gênero. Existiram
diferenças estatísticas significativas entre as médias das agenesias com relação aos
dentes ausentes incisivos laterais
Figura 2: Radiografia panorâmica da ausência do incisivo lateral superior
Fonte: http://fotos.sapo.pt/83dA7apVDO4Y130Upq5e/340x255
Figura 3: Ausência do incisivo lateral e conóide do lado oposto
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/dpjo/v15n2/17f8.jpg
1.3 Tratamento: Fechamento de espaços
Millar e Taylor (1995) afirmam que o diagnóstico precoce de agenesia de
incisivos laterais superiores para que possa realizar um tratamento interceptativo
baseado em extrações de dentes decíduo. Para os autores a extração dos incisivos
e caninos decíduos possibilita a erupção mesial do canino permanente bem próximo
ao incisivo central, conseguindo manter o canino no lugar do incisivo lateral. Porém,
as extrações interceptativas são menos apropriadas nos casos de maloclusão de
classe II, pois o movimento mesial do segmento anterior pode levar futuramente à
falta de espaço no arco e gerar complicações no tratamento.
Segundo Furquim ET al. (1997) o fechamento dos espaços pode, pela
retração dos incisivos, provocar a retração do lábio superior e aumentar o ângulo
nasolabial, piorando a característica do perfil Cl III.
Sabri (1999) considera as seguintes indicações para o fechamento de
espaços: caso de severa protrusão dental, pacientes com perfil equilibrado e
inclinação normal dos dentes e mínimo ou ausência de espaços no arco superior e
sempre que houver necessidade de extrair dente inferior devido severas
protrusões ou apinhamento.
A decisão de fechar espaços é a condição clínica mais freqüente, e nessa
condição, os caninos superiores ocuparão a posição dos incisivos laterais
superiores. Capelozza Filho (1999) propôs que seria desejável individualizar
braquetes para todos os elementos dentários que ocuparão posições atípicas. Os
primeiros pré-molares, eles receberão braquetes de caninos superiores, portanto
com uma inclinação lingual um pouco menor (5º ao invés de 7º) e uma angulação
sensivelmente aumentada (8º ao invés de 0º), com isso, os pré-molares
assemelham-se aos caninos quanto à estética e função. Os caninos serão levados a
ocupar a área anterior do arco superior, onde os dentes apresentam, inclusive por
definição anatômica, inclinação vestibular. Portanto o braquete padrão do canino,
com inclinação lingual (-5º) é desaconselhável. Do mesmo modo, embora com
inclinação mais adequada, a hipótese de colocar braquete do incisivo lateral no
canino é contra indicada, pela diferença de espessura, que acabaria introduzindo no
canino uma dobra para dentro, e também pelo desenho da base, mais plana e
desenhada para a superfície vestibular do lateral, e não do canino. Usualmente é
feito plastia nas superfícies mesial, distal e incisal dos caninos, mas não na
superfície vestibular. Assim, parece razoável utilizar o braquete do canino de ponta
cabeça, uma vez que a angulação de 8º,de acordo com a prescrição padrão
sugerida aqui é mantida e é esteticamente aceitável, a adaptabilidade da base do
braquete é muito boa, e invertemos a inclinação que passa de -5º (lingual) para 5º
(vestibular), condição desejável para a área. Deste modo o canino com a plastia na
sua coroa clínica e determinação adequadas de angulação e inclinação, poderá
ocupar melhor a posição de incisivo lateral.
Conforme Jasser (2000), nos casos de fechamento de espaços, o profissional
deve estar atento aos seguintes detalhes: o braquete dos caninos deve conter
torque lingual de raiz e suficiente angulação a fim de evitar contato com as longas
raízes dos incisivos centrais (torques vestibulares de raiz nos caninos podem colocar
a área apical em contato com a cortical). Nos primeiros pré-molares, o acessório
deve ser colado de forma a promover rotação desse dente para aliviar contatos
prematuros.
Estacia e Souza (2000), relataram um caso clínico onde o plano de
tratamento escolhido foi o fechamento de espaço. Foi recomendado que na
finalização do tratamento ortodôntico, deve-se tomar cuidado para não exagerar no
torque vestibular de raiz e no off set do primeiro pré- molar, pois com isso pode
haver recessão gengival e risco de trauma nos movimentos oclusais funcionais.
Também deve ser dada uma rotação mesial no primeiro e no segundo pré-molar
para que haja melhor intercuspidação. Relataram também que o sucesso na estética
e função nos casos de agenesia de incisivos laterais superiores estão diretamente
relacionados com o formato original dos caninos superiores, o quadro geral
apresentado na maloclusão, as alterações na forma de arco superior e a habilidade
do operador em remodelar os caninos estética e funcionalmente.
Nas alternativas de tratamento de agenesia de incisivos laterais, a abertura ou
o fechamento do espaço, as implicações estéticas, de saúde periodontal e função
devem ser avaliadas. Dessa forma, Robertsson e Mohlin (2000), avaliaram a opinião
de pacientes com agenesias congênitas que foram tratados ortodonticamente, tanto
com abertura, quanto com fechamento de espaço, através de questionário. O estudo
concluiu que o fechamento ortodôntico do espaço dos incisivos laterais ausentes
parece ser razoavelmente estável e melhor aceito pelos pacientes do que as
substituições protéticas, embora implantes unitários não fizessem parte desse
estudo.
Pinto (2002) relatou em seu estudo que a idade do paciente deve ser
observada, e quando a agenesia é diagnosticada precocemente, tendo o paciente
um bom potencial de crescimento, o fechamento de espaços deve ser considerado
pelo fato da movimentação dentária realizar-se mais facilmente quando em período
ativo de crescimento.
Conforme Rosa e Zachrisson (2002), o sucesso na estética e função nos
casos de agenesia de incisivos laterais superiores estão diretamente relacionados
com o formato original dos caninos superiores, o quadro geral apresentado n
maloclusão, as alterações na forma de arco superior e a habilidade do operador em
remodelar os caninos estética e funcionalmente. Normalmente há uma tendência
acentuada para a reabertura de espaços na região ântero-superior após o
fechamento e a contenção convencional com placas. Os autores recomendaram a
contenção de longo prazo (10 anos ou mais) ou até mesmo a contenção
permanente, com os fios trançados colados na face lingual de seis dentes,
combinada a uma placa de hawley removível, que deve ser usada continuamente
durante os primeiros seis meses e depois apenas à noite.
Lopes (2003), afirmou que a maioria dos Ortodontistas optam pelo
fechamento do espaço nos casos de agenesia de incisivo lateral superior;
considerando-se, primeiramente, a estética em detrimento da função exercida pela
guia canina. Para ele, os resultados obtidos com a reposição protética (mesmo
implante) se mostram insatisfatórios. O autor atribuiu o sucesso de um caso a uma
atuação multidisciplinar das áreas: Ortodontia, Implantodontia, Prótese e Dentística,
além de um planejamento e plano de tratamento adequados.
Rizzatto et al. (2004) concluíram que o fechamento dos espaços apresenta
várias vantagens, pois produz resultados satisfatórios, não induz o aparecimento de
problemas funcionais e possibilita a manutenção de uma melhor condição
periodontal quando comparada com os casos tratados com reabilitações protéticas.
Conforme Keira et al. (2004), quanto as vantagens do fechamento de espaço
pode-se citar: é permanente, eliminando-se a necessidade de implantes ou qualquer
aparelho protético. Assim o resultado estético fica mais agradável, pois não é
apenas alcançada a relação de cor dos dentes, mas também é estabelecido um
contorno gengival e alveolar dentro dos padrões normais, eliminando a falta de
rebordo comum em áreas edêntulas. Nos casos de discrepância do comprimento da
arcada inferior, uma relação interoclusal favorável pode ser estabelecida
movimentando os caninos na posição dos incisivos laterais ausentes e extraindo
dois pré-molares inferiores, sem a extração de pré-molares superiores. Há
possibilidade de estabelecer uma oclusão terapêutica fisiológica; existe menor
chance de impactação dos terceiros molares superiores.
Zanelato et al. (2004) estudaram a individualização de torque para caninos no
aparelho pré ajustado. Discutiram a importância do perfeito posicionamento que o
canino se encontra no final do tratamento ortodôntico e identificaram os casos onde
se realiza compensações de torque, quando se usa o aparelho pré ajustado, Nos
casos em que se opta pelo fechamento de espaços, recomenda-se rotar o braquete
do canino em 180°, mudando o torque, deixando o canino com a coroa mais para
vestibular, e mantendo a angulação, deixando a raiz em uma posição mais lingual.
Em casos de Cl II, utiliza-se braquetes dos caninos colados de ponta cabeça, com
as normas Capelozza.
Lima Filho et al. (2004) relataram um caso clinico onde o paciente Classe II,
divisão 1, tinha ausência congênita de incisivo lateral superior. Optaram pelo
fechamento do espaço com o auxílio do tratamento ortodôntico, onde o canino
ocupou o lugar do incisivo, mantendo a relação Classe II de molar no lado da
agenesia. Ao fim do tratamento, pode-se observar sucesso do caso, e independente
da opção de tratamento, fechar ou manter o espaço, a obtenção de um excelente
resultado é difícil. É de fundamental importância, não apenas o fechar e abrir
espaço, mas sim, buscar uma melhor estabilidade funcional e estética. A contenção
foi feita com placa de hawley superior e 4x4 inferior.
Em geral, o fechamento de espaços na ortodontia é feito com mecânica de deslize e
laços, o que gera muito atrito. Um novo dispositivo para fechamento de espaços em
casos difíceis foi criado na Alemanha, em 1980. A versão atual usa um fio retangular
inserido em um tubo auxiliar. Um parafuso é soldado na parte vestibular no fio
retangular e uma ligadura de fio é amarada no fim do parafuso, a outra parte do
parafuso amarrado ao seguimento anterior. O paciente é instruindo para girar o
parafuso no sentido do fechamento do espaço. Esse dispositivo de Hycon é
compatível com qualquer aparelho fixo o mecanismo de parafuso é mais fácil de
controlar do que métodos convencionais de fechamento de espaços. Com este
dispositivo, a quantia de movimento dentário é precisamente determinada pelo
número de ativações do parafuso este dispositivo pode ser usado com sucesso no
fechamento de espaço originados de incisivos laterais superiores congenitamente
ausentes (MCLAUGHLIN ET al., 2005).
Kokich Jr e Kinzer (2005) relataram que relacionar a opção apropriada
depende de alguns fatores como: a maloclusão do paciente, espaço requerido,
espaço disponível, tamanho dos dentes, e o tamanho e a forma do canino. O
tratamento ideal é a opção a mais conservadora que satisfaz exigências estéticas e
funcionais individuais. Frequentemente a opção ideal é substituição do incisivo
lateral superior pelo canino com o fechamento de espaço. Esta possui necessidades
restauradoras estéticas para otimizar o trabalho do ortodontista, exigindo assim, um
trabalho interdisciplinar.
Casos atípicos de extrações podem ocorrer quando corretamente indicados.
Pereira et al. (2005) fazem uma revisão de literatura e relatam um caso clínico de
uma paciente com 18 anos de idade com agenesia bilateral dos incisivos laterais
superiores, maloclusão de classe I, mordida topo a topo e padrão mesofacial e
crescimento. Após a realização do setup os autores optaram pela extração dos
incisivos laterais inferiores e pelo fechamento de espaço e obtiveram a correção da
maloclusão através da obtenção adequada do overjet e do overbite.
Segundo Macedo (2008), o fechamento de espaço é favorecido pelas
seguintes características: quando o canino adjacente à agenesia irrompe numa
posição mesializada, fechando total ou parcialmente o espaço destinado ao incisivo
lateral; relação sagital entre os arcos dentários de Classe II; e discrepância dente-
osso negativa (apinhamento). A manutenção do espaço pode ser uma opção na
presença das seguintes características: relação sagital de Classe I ou III;
discrepância dente-osso positiva (espaçamentos generalizados); quando o canino
irrompe em sua posição normal, distante dos incisivos centrais. Nos casos de
agenesias bilaterais com relação interarcos de Classe II, perfil facial de Classe I,
pouco overjet, pequena sobra de espaço intrarco, alinhamento inferior e sorriso
gengival, a preferência é o fechamento de espaços e a transformação dos dentes
adjacentes. Por outro lado, se há relação intrarcos de Classe I, perfil facial de Classe
I (reto), ausência de overjet, sobra significativa de espaço intra-arco, arco inferior
bem alinhado e sorriso médio/baixo, a preferência é a abertura de espaços para
posterior colocação de implante de comum acordo com o paciente. Nos casos de
fechamento dos espaços, devem-se considerar a reanatomização dos caninos
posicionados mesialmente para forma e tamanho de um incisivo lateral, usando
técnicas de desgastes e restaurações de resina composta ou facetas laminadas de
porcelana; o clareamento dos caninos, pois normalmente estes dentes são mais
amarelados do que os incisivos; a relação fechamento de espaço x tempo de
tratamento, que geralmente pode ser aumentada; a dificuldade na mecânica
ortodôntica, como giroversão de dentes posteriores durante a mesialização dos
mesmos, inclinação radicular descontrolada dos primeiros pré-molares que possuem
duas raízes, colagem diferenciada de braquetes, nos quais os caninos receberão os
braquetes de incisivos laterais. Haverá também a necessidade de ajustes de off-set
para os caninos e primeiros pré-molares, além da necessidade de extrusão dos
caninos e intrusão dos pré-molares para acertar o nível gengival. O detalhamento da
mecânica também se faz presente quanto ao torque que os caninos deverão
receber, a saber, torque lingual de raiz. Os primeiros pré-molares, por sua vez,
deverão receber braquetes de caninos para que ocupem uma posição
vestíbulolingual e mesiodistal adequadas, assim como poderão ser intruídos e
torqueados para aumentar a margem gengival e a bossa, semelhantemente aos dos
caninos. Posteriormente, haverá a necessidade de transformá-los em caninos com
auxílio da Dentística. Em casos de abertura de espaços para colocação de
implantes, devem-se considerar: dificuldade para obtenção do paralelismo radicular
dos dentes adjacentes ao espaço; quantidade de osso presente para colocação de
implante; idade quando da finalização ortodôntica, pois se esta for precoce, deve-se
aguardar um período muito longo para colocação do implante; estética nos pacientes
com sorriso gengival, principalmente em relação à margem gengival; e problemas
relacionados à infra-oclusão dos implantes em longo prazo. A grande vantagem na
abertura de espaço está no tempo de tratamento ortodôntico que é significantemente
menor. A finalização do tratamento nos casos de fechamento de espaços deve ser
feita com o máximo de cuidado, visando obter um resultado estético mais próximo do
“natural”. A experiência mostra que um bom resultado clínico depende de uma
somatória de fatores, tais como conhecimento e habilidade dos profissionais
envolvidos com o tratamento, bem como a combinação das técnicas ortodôntica e da
Odontologia Estética; cooperação do paciente e a idade. Por razões de segurança e
a fim de se evitar a abertura de espaço, deve-se usar a contenção fixa colada de
segundo pré-molar a segundo pré-molar por, no mínimo, cinco anos, após os quais
devemos passar à contenção fixa permanente dos incisivos centrais e o canino
movimentado para o espaço do incisivo lateral.
Brough; Donaldson; Naini, (2010) concluíram com um estudo que o tamanho,
morfologia, e tonalidade do canino em pacientes com fechamento de espaços e
substituição ortodôntico incisivo lateral pode ter um efeito marcante sobre a estética
do sorriso. O estudo foi realizado a partir de uma fotografia do sorriso de um
paciente que teve fechamento de espaços ortodôntico com caninos superiores
substituindo os incisivos laterais. Quatro grupos de imagens foram criadas a partir da
original, alterando digitalmente altura gengival canina, altura da coroa, largura e
tonalidade. Três grupos de juízes (40 ortodontistas, 40 dentistas e 40 leigos)
classificaram as imagens e pontuaram a mais e menos estética (atrativa) de cada
um dos 4 grupos e as mais e menos estéticas de todas as imagens. O aumento da
largura e do comprimento canino foram considerados pouco atraentes. Tonalidades
mais claras do que o normal foram preferidas quando comparada a tonalidades mais
escuras. A imagem mais escura (20 vezes mais escuro do que original) foi
classificada como a imagem menos atraente no conjunto entre todos os grupos
Figura 4: Reanatomização do canino
Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_WcZJNrAK65s/StTA86tTDI/AAAAAAAAAtQ/gmZp_T
rB-EE/s1600/foto+4.jpg
1.3 Abertura de espaços
Sabri (1999) indicou a abertura de espaço no tratamento ortodôntico da
agenesia de incisivo lateral superior quando houver espaço disponível no arco, e
contra- indicou nos casos severos de protrusão dento – alveolar. O autor considera
que, nos casos em que houver necessidade de inclinar os incisivos para vestibular
para corrigir o overjet, o ortodontista pode optar por abrir espaços, se houver mínimo
espaço ou se não existir. A abertura de espaços é indicada quando há espaço na
maxila e contra indicada em pacientes com protrusão dentoalveolar e perfil convexo.
Segundo Richardson e Russel (2001), implantes dentários são um tratamento
de escolha para a maioria dos pacientes com ausência congênita de laterais. Um
implante vai preservar a estrutura do dente e osso alveolar, vai proporcionar estética
e função. Entretanto, o tratamento restaurador de sucesso envolvendo implantes
depende de um planejamento de tratamento interdisciplinar, especialmente do
alinhamento ortodôntico dos dentes pré-protéticos. As raízes dos dentes adjacentes
da região desdentada a ser implantada devem ser paralelas ou ligeiramente
divergentes para criar osso suficiente para colocar o implante, e deve haver espaço
suficiente entre as coroas para poder instalar o implante.
Richardson (2001) realizou um estudo onde discutiu os aspectos ortodônticos
e pré-protéticos do tratamento com implantes da agenesia de incisivos laterais
maxilares, após a abertura de espaços. Segundo os autores os implantes dentais
são o tratamento de escolha para a maioria dos pacientes com agenesia de incisivos
laterais superiores, pois preservam a estrutura do dente e do osso alveolar
promovendo função e estética. Relatam sobre a importância do diagnóstico precoce
da agenesia, possibilitando ao paciente tempo para explorar todas as opções de
tratamento, inclusive os implantes, já que estes demandam um planejamento
interdisciplinar e uma movimentação ortodôntica criteriosa dos dentes adjacentes ao
espaço do implante. A colocação do implante necessita de um espaço mínimo de 6
mm entre as coroas e raízes dos dentes adjacentes, estas raízes devem estar
paralelas ou superficialmente divergentes.
Rosa e Zachrisson (2002) relataram que a manutenção ou a abertura dos
espaços é normalmente preferível em um paciente com: nenhuma má-oclusão e
intercuspidação normal dos dentes posteriores; diastemas generalizados no arco
superior; má-oclusão de Classe III e perfil retrognático; uma grande diferença de
tamanho entre os caninos e os primeiro pré-molares.
A colocação de implantes é a alternativa ideal quando o tratamento é a
abertura de espaço. O autor discutiu seis importantes fatores necessários para a
obtenção da estética com implantes nos casos de agenesia de laterais superiores: o
espaço adequado para o implante, o espaço entre as raízes, o preparo no local do
implante, a correção da papila durante a abertura do espaço, a possibilidade de
cirurgia gengival e a idade apropriada para o implante. Com relação ao momento
ideal para a colocação do implante, o autor enfatiza a importância da colocação do
implante após a erupção completa dos dentes permanentes e após o crescimento
facial, pois se a colocação do implante for realizada muito cedo ocorrerá no implante
uma reação semelhante ao que ocorre na anquilose dental, não possibilitando ao
implante as movimentações fisiológicas que naturalmente acontecem com os dentes
durante o crescimento facial. Isto pode levar a uma discrepância entre os níveis
gengivais do implante e do dente adjacente, comprometendo a estética,
principalmente nos casos de pacientes com linha do sorriso alta. (KOKICH, 2004).
Turpin (2004) relatou que o tratamento da agenesia de incisivos laterais gera
uma controvérsia para muitos autores e profissionais. Fechar ou abrir espaços? Para
se chegar a um plano de tratamento adequado, deve-se considerar a estética e a
saúde dental, alem de levar em consideração o padrão esquelético, relação dental,
discrepância dentoalveolar, forma e tamanho dos caninos adjacentes e nível de
cooperação do paciente.
Para Aktas et al. (2010), existem várias opções de tratamento para a
substituição dos incisivos laterais congenitamente ausentes. Essas opções incluem
substituição de caninos, próteses parciais ligadas a uma resina fixa, em balanço a
prótese fixa convencional, a prótese fixa e implantes de dente único. O tratamento é
escolhido seguindo critérios específicos. Ao planejar a colocação de um simples
dente de implante, deve haver um espaço adequado entre as coroas e raízes. Tanto
a quantidade quanto a qualidade do osso alveolar devem ser avaliadas antes da
colocação do implante. O tratamento interdisciplinar desempenha um papel
essencial para alcançar um excelente resultado estético e mais previsível.
Elerati e Assis (2010) apresentam caso clinico de tratamento de agenesia
de incisivo lateral superior com enfoque multidisciplinar, incluindo o tratamento
ortodôntico para abertura do espaço e enxerto ósseo autógeno para correção de
rebordo em espessura, fixar os implantes osseointegrados e reabilitação protética
com coroa de procera. Os implantes osseointegrados constituem uma alternativa
segura no tratamento de agenesia dentária parcial, contudo é necessário adequar
este tratamento ao caso clínico em questão para a obtenção da estética ideal,
incorporando terapêuticas de várias especialidades odontológicas, otimizando o
resultado final.
Figura 5: Implante de incisivo lateral superior
Fonte:http://2.bp.blogspot.com/__ohIC3dujCE/TI5_m44aj9I/AAAAAAAAAJg/bDg3X
_8ZD68/s1600/1+implante+com+cicatrizador.jpg
2 PROPOSIÇÃO
Esse trabalho de revisão de literatura tem como objetivo mostrar os possíveis
planos de tratamento em pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores,
visando a estética e a função oclusal do paciente.
3 DISCUSSÃO
Agenesia é a diminuição numérica, no caso específico de determinados
elementos dentários. A etiologia tem a hereditariedade como fato principal, mas
pode apresentar caráter multifuncional. (Macedo, 2008). Acomete cerca de 2% da
população, sendo mais freqüente em mulheres, podendo ser uni ou bilateral. E
apresenta como etiologia o fator genético, expressão evolutiva na dentição,
condições sistêmicas, raquitismo, sífilis, severos distúrbios intra-uterinos, inflamação
localizada ou infecções, displasias congênitas, fatores ambientais, como irradiação,
tumores, rubéola, talidomida ( JASSER 2000; TANAKA et al., 2003, KEIRA et al.,
2004), CASTRO et al., 2006, PAULA E FERRER 2007; MACEDO 2008).
A agenesia de incisivos laterais superiores estão aparecendo com mais
freqüência nos consultórios. A maioria dos ortodontistas já tratou ou tratará em sua
rotina ortodôntica, pelo menos um paciente com agenesia de um ou ambos incisivos
laterais superiores, ou com alguma discrepância de tamanho dentário (TANAKA et
al., 2003). No entanto, para Antoniazzi (1999) e Grieco et. al. (2007), os incisivos
laterais superiores são o terceiro dente mais afetado em relação à agenesia, e não é
estaticamente significante a diferença de anodontias encontradas entre os sexos.
Para Ciamponi e Frassei (1999) , Antoniazzi (1999) e Pinheiro et. al. (2008), e
observaram que a maxila foi mais afetada que a mandíbula e na maioria das
radiografias há ausência de mais de um dente.
Quando se opta por fechamento de espaços, na finalização dos casos onde o
canino superior ocupa o lugar do incisivo lateral superior, deve haver uma mudança
no posicionamento dos braquetes.
Segundo Capelozza Filho (1999) na individualização dos primeiros pré-
molares, eles receberão braquetes de caninos superiores, portanto com uma
inclinação lingual um pouco menor (5º ao invés de 7º) e uma angulação
sensivelmente aumentada (8º ao invés de 0º). Já o braquete do canino é colado de
ponta cabeça, uma vez que a angulação de 8º, de acordo com a prescrição padrão
sugerida aqui é mantida e é esteticamente aceitável e invertemos a inclinação que
passa de -5º (lingual) para 5º (vestibular), condição desejável para a área.
Jasser (2000) explica que o braquete dos caninos deve conter torque lingual
de raiz e suficiente angulação a fim de evitar contato com as longas raízes dos
incisivos centrais (torques vestibulares de raiz nos caninos podem colocar a área
apical em contato com a cortical). Nos primeiros pré-molares, o acessório deve ser
colado de forma a promover rotação desse dente para aliviar contatos prematuros.
Já Zanelatto et al. (2004) recomenda rotar o braquete do canino em 180°,
mudando o torque, deixando o canino com a coroa mais para vestibular, e mantendo
a angulação, deixando a raiz em uma posição mais lingual. Em casos de Classe II,
utiliza-se braquetes dos caninos colados de ponta cabeça, com as normas de
Capelozza.
A obtenção de um resultado favorável é difícil e independente de abrir ou
fechar espaço para o tratamento das agenesias, o objetivo principal é devolver
estética, função e proporcionar um resultado final estável oclusalmente. O
Ortodontista deve ter muita habilidade técnica para desenvolver um plano de
tratamento adequado para o paciente, e seu trabalho deve estar intimamente ligado
ás outras especialidades para um sucesso no tratamento. ( SABRI, 1999;
ROBERTSSON e MOHLIN, 2000; PINHO E NEVES, 2001; PINTO 2002; LOPES
2003; TANAKA et al. 2003, CERBAS 2008;).
Robertsson e Mohlin (2000) afirmaram que o fechamento dos espaços é mais
bem aceito pelos pacientes, observaram um acúmulo de placa e sangramento
gengival no dentes movidos, além dos pacientes relatarem enxaquecas freqüentes,
parafunção, bruxismo e sensação de instabilidade oclusal. No entanto, para Rizzatto
et al. (2004) o fechamento ortodôntico de espaços apresenta várias vantagens, pois
produz resultados satisfatórios, não induz o aparecimento de problemas funcionais e
possibilita a manutenção de uma melhor condição periodontal quando comparada
com os casos tratados com reabilitações protéticas.
Para Macedo (2008) por razões de segurança e a fim de se evitar a abertura
de espaço, deve-se usar a contenção fixa colada de segundo pré-molar à segundo
pré-molar por, no mínimo, cinco anos, após os quais devemos passar à contenção
fixa permanente dos incisivos centrais e o canino movimentado para o espaço do
incisivo lateral. Já para Rosa e Zachrisson (2002), Lopes (2003) recomenda a
contenção fixa superior a longo prazo (10 anos), deve ser incluir 6 dentes e deve ser
associada a uma placa de hawley que deve ser usada continuamente nos primeiros
6 meses, e depois só para dormir. No entanto, Lima Filho et al. (2004) citam que
somente a placa de Hawley superior e barra lingual inferior bem utilizado, diminuem
o efeito da recidiva.
4 CONCLUSÃO
Com base na revisão de literatura no estudo agenesias de incisivos lateriais
superiores pode-se concluir que:
Por se tratar de uma região estética, o tratamento de agenesia de incisivo
lateral o que exige grande conhecimento e habilidade do profissional. A escolha de
um plano de tratamento ideal é a chave do sucesso no tratamento.
O fechamento dos espaços com a mesialização dos caninos para assumirem
a posição dos incisivos laterais ausentes, e a abertura ou a manutenção dos
espaços com reabilitação protética dos incisivos laterais são as duas grandes
opções ortodônticas de tratamento e consiste num tratamento multidisciplinar.
Percebe-se uma preferência dos autores e pacientes pelo fechamento
dos espaços com os próprios dentes devido a qualidade periodontal e estética dos
mesmos. Ter cuidado com a finalização dos caninos e pré-molares, com respeito a
angulação e posição, para não prejudicar a estética do caso.
Contudo fica claro que com os avanços da Odontologia e a interação entre as
especialidades, é possível obter resultados estéticos e funcionais excelentes
independente da abertura ou fechamento dos espaços, desde que o Ortdontista
tenha habilidade de diagnóstico e saiba elaborar um plano adequado para cada
paciente e assim obter sucesso no seu tratamento.
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