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Anelize Sartori Santos Bortolozzo O efeito do inibidor de proteinase de origem vegetal CrataBL, sobre a inflamação pulmonar alérgica crônica em camundongos Balb/c Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título Mestre em Ciências Programa: Ciências Médicas Área de concentração: Processos Inflamatórios e Alérgicos Orientadora Profa. Dra. Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério São Paulo 2015

Anelize Sartori Santos Bortolozzo - USP · Davi e Ivanildo. Muito obrigada por serem tão prestativos, pelas colaborações e ... Jonatas, Simone, Heitor, Bárbara e João. ... que

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Anelize Sartori Santos Bortolozzo

O efeito do inibidor de proteinase de origem vegetal CrataBL, sobre a inflamação pulmonar alérgica crônica

em camundongos Balb/c

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

para obtenção do título Mestre em Ciências

Programa: Ciências Médicas Área de concentração: Processos Inflamatórios e Alérgicos

Orientadora Profa. Dra. Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério

São Paulo 2015

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ANELIZE SARTORI SANTOS BORTOLOZZO

O efeito do inibidor de proteinase de origem vegetal CrataBL, sobre a inflamação pulmonar alérgica crônica

em camundongos Balb/c

Dissertação apresentada à Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo para

obtenção do título Mestre em Ciências

Programa: Ciências Médicas

Área de concentração: Processos inflamatórios e

Alérgicos

Orientadora: Profa. Dra. Iolanda de Fátima Lopes

Calvo Tibério

(Versão corrigida. Resolução CoPGr 6018/11, de 1 de novembro de 2011. A versão original está disponível na Biblioteca da FMUSP)

São Paulo 2015

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor,

mas lutei para que o melhor fosse feito.

Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus,

não sou o que era antes.”

Martin Luther King

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DEDICATÓRIA

Dedico essa dissertação de Mestrado às pessoas mais importantes da minha vida e

que estiveram efetivamente do meu lado durante a realização deste trabalho:

Aos meus pais José Ricardo Alves dos Santos e Margareti Ap. Sartori Alves dos

Santos;

Ao meu marido Maicon Vicente Bortolozzo;

À minha irmã Giovanna Sartori Alves dos Santos;

Aos meus avós Pedro Sartori Netto e Ignêz Florinda Anésio Sartori;

Aos meus avós José Alves dos Santos e Maria Isabel Fornasari Alves dos Santos;

Aos meus sogros José Roberto Bortolozzo e Edna Ap. da Silva Bortolozzo;

A minha amiga-irmã Thiane Rodrigues Mendieta.

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AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos por DEUS, por me direcionar, me motivar e colocar as

pessoas certas na minha vida, as quais foram imprescindíveis para a realização

desse trabalho!

A minha orientadora Profa. Dra. Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério, por acreditar na minha capacidade desde quando nos conhecemos. Muito obrigada por sempre estar disposta a me ajudar, me nortear e contribuir para meu crescimento tanto como pesquisadora quanto pessoa. Muito obrigada por engrandecer com todo seu conhecimento esse trabalho e minha vida.

A Profa. Dra. Patricia Angeli da Silva Pigati, que teve um papel muito importante na minha vida. Além dos ensinamentos na graduação, dos momentos da vida, me direcionou ao Mestrado, despertando em mim a determinação de sempre seguir em frente e ser alguém melhor.

A minha tia Profa. Conceição Aparecida Fornasari, que despertou em mim a paixão pela área acadêmica.

A que no início era minha parceira, mas que se tornou minha companheira, Adriana Palmeira Dias Rodrigues. Isso, porque o que conquistamos foi mais que parceria. Nas disciplinas, nas técnicas, na rotina, nas vitórias, nas derrotas, em cada momento da realização desse trabalho, estivemos juntas, vibrando, chorando, cantando, estudando, festejando, dialogando e aprendendo. Gratidão pela paciência, pela dedicação, pelo carinho e pela amizade que construímos, que com certeza ficará para a vida toda.

A querida amiga Profa. Dra. Fernanda Magalhães Arantes Costa, por sempre contribuir com seu vasto conhecimento como pesquisadora, professora, mãe e mulher. Impossível descrever toda minha gratidão pelo carinho, pelos fortes abraços e pela força que me deu nesses anos. Você é um exemplo para mim.

Aos amigos Flávia Ribas e Renato Righetti que sempre estiveram dispostos a me ajudar durante toda a realização deste trabalho.

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A toda equipe do LIM-20: Milton Arruda, Edna Leick, Rosana Paz, Beatriz Saraiva, Clarice Olivo, Carla Prado, Adenir Perini, Nathalia Pinheiro, Fernanda Roncon, Davi Sales, Juliana Lourenço, Daniela Brito, Tiyaki Ito, Thayse Brüggemann, Luis Afonso, Davi e Ivanildo. Muito obrigada por serem tão prestativos, pelas colaborações e soluções em TODOS os momentos que precisei da ajuda de vocês.

As pesquisadoras Dra. Fernanda Lopes e Dra. Luciana Caperuto, pela rica contribuição dedicada a essa pesquisa durante a participação na minha banca de qualificação.

A Profa. Dra. Maria Luiza Vilela Oliva, Rodrigo Ferreira, Maria Tereza Correia e Patrícia Paiva laboratório de Bioquímica da UNIFESP e da UFPE, que cederam a CrataBL e colaboraram com a parte Bioquímica desse trabalho.

Ao Dr. Marlon Vilela de Brito pela ajuda em purificar a CrataBL, por me ensinar todo procedimento com muita dedicação e paciência. Obrigada pelos ensinamentos, pelas conversas nos congressos e pela vasta contribuição em sua participação na minha banca de qualificação.

A Profa. Dra. Maria Aparecida Basile, que me mostrou os caminhos além da pesquisa, os preceitos do “educar” e a importância de identificar “o que faz os olhos brilharem”.

Aos meus pais José Ricardo e Margareti, por estarem do meu lado quando precisei, que apesar das dificuldades, SEMPRE foram o alicerce e me incentivam a prosseguir com os estudos.

Ao meu marido Maicon, pela interminável paciência, por respeitar minha ausência, inclusive nos preparativos do nosso casamento. Sou grata pela força e por ser SEMPRE meu porto seguro.

Aos meus amigos que estiveram do meu lado, respeitaram minha ausência e que são indispensáveis em minha vida: Emilyn, Maria Isabela, Mayara, Monique, Priscila, Fernanda, Jonatas, Simone, Heitor, Bárbara e João.

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As minhas queridas “mães”, Caroline e Gabriela, que me acolheram com o coração aberto em São Paulo e tornaram meus dias melhores, cheios de amor e cumplicidade. Minha eterna gratidão por vocês.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro.

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Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação:

Referências: adaptado de International Commitee of Medical Journal Editors (Vancouver)

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e Documentação; 2011.

Abreviatura dos títulos e periódicos de acordo com List f Journals Indexed in Index Medicus.

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SUMÁRIO

Lista de abreviaturas e siglas

Lista de figuras e tabelas

Resumo

Abstract

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1.1 Asma brônquica ........................................................................................................ 1

1.1.1 Definição e descrição ............................................................................................ 1

1.1.2 Prevalência e epidemiologia .................................................................................. 3

1.1.3 Fisiopatologia e inflamação ................................................................................... 5

1.1.3.1 Hiperresponsividade ......................................................................................... 11

1.1.3.2 Remodelamento ............................................................................................... 13

1.1.3.3 Óxido nítrico e estresse oxidativo ..................................................................... 18

1.1.4 Manejo e tratamentos .......................................................................................... 22

1.1.5 Modelos experimentais de asma ......................................................................... 25

1.2 Inibidores de proteinases ........................................................................................ 26

1.2.1 Crataeva tapia Bark Lectin .................................................................................. 30

1.3 Justificativa para o estudo ...................................................................................... 34

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 36 3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 38 3.1 Animais ................................................................................................................... 38

3.2 Material vegetal e purificação da CrataBL .................................................................. 38

3.3 Grupos experimentais............................................................................................... 39

3.4 Indução da inflamação pulmonar alérgica crônica ...................................................... 40

3.5 Tratamento com CrataBL .......................................................................................... 42

3.6 Avaliação da mecânica pulmonar respiratória ............................................................ 42

3.7 Avaliação do fluido do lavado broncoalveolar ............................................................. 44

3.7.1 Contagem total e diferencial de células ................................................................... 44

3.8 Estudo morfométrico ................................................................................................ 45

3.9 Avaliação das imagens para medida de densidade óptica .......................................... 47

3.10 Avaliação imunohistoquímica .................................................................................. 48

3.11 Imuno-ensaio (ELISA) ............................................................................................ 51

3.12 Anafilaxia cutânea passiva ...................................................................................... 52

3.13 Análise estatística ................................................................................................... 53

4 RESULTADOS .......................................................................................................... 55

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4.1 Análise da mecânica pulmonar respiratória ................................................................ 55

4.2 Análises do fluido do lavado broncoalveolar ............................................................... 57

4.3 Análise da concentração de citocinas por ELISA ................................................... 59

4.4 Análises morfométricas .......................................................................................... 62

4.4.1 Quantificação da densidade de eosinófilos ......................................................... 62

4.4.2 Quantificação das células IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ positivas ................................. 64

4.4.3 Quantificação das células iNOS, NF-kβ positivas e da fração de volume de 8-iso-

PGF2ɑ...........................................................................................................................72

4.4.4 Quantificação das células MMP-9, TIMP-1 e TGF-β positivas ................................. 78

4.5 Análise por medida de densidade óptica ................................................................ 84

4.5.1 Quantificação da fração de volume das fibras colágenas e elásticas ................. 84

4.6 Análise de correlação ............................................................................................... 88

4.7 Análise da anafilaxia cutânea passiva ....................................................................... 92

4.8 Análise qualitativa ..................................................................................................... 93 5 DISCUSSÃO ........................................................................................................... 100 6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 115 7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 117

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ANOVA Análise de variância BbCI Bauhinia bauhinioides Cruzipain inhibitor BBIs Família de inibidores Bowman-Birk BbKI Bauhinia bauhinioides Kallikrein inhibitor BrTI Bauhinia rufa Trypsin inhibitor BSA Bovine serum albumin BuXI Bauhinia ungulata factor-Xa inhibitor BvTI Bauhinia variegata Trypsin inhibitor Ca2+ Íon de Cálcio CAT Transporte de aminoácido catiônico cNOS Óxido nítrico sintases constitutivas COX-2 Ciclooxigenase 2 CrataBL Crataeva tapia Bark Lectin DATASUS Departamento de Informática do SUS/MS DNA Ácido desoxirribonucléico DO Densidade óptica DrTI Delonix regia Trypsin inhibitor ECRHS The European Community Respiratory Healty Survey EcTI Enterolobium contortisiliquum Trypsin inhibitor EGF Fator de crescimento epidérmico ELISA Enzyme-linked Immunosorbent Assay eNOS Óxido nítrico sintase endotelial Ers Elastância do sistema respiratório FGF Fator de crescimento de fibroblastos FLBA Fluido do lavado broncoalveolar GINA Global Initiative National of Asthma H2O2 Água oxigenada ICAM-1 Molécula de adesão celular 1 IFN-γ Interferon Gama IgE Imunoglobulina E IL Interleucina iNOS Óxido nítrico sintase induzida ISAAC International Study of Asthma and Allergies in Childhood kDa Quilodalton KNIs Família de inibidores Kunitz LPS Lipopolissacarídeo Mg2+ Íon de magnésio MMPs Metaloproteinases de matriz

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Mn2+ Íon de manganês NADPH Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato NF-kB Fator nuclear kappa beta NIH National Institutes of Health nNOS Óxido nítrico sintase neuronal NO Óxido nítrico NOS Óxido nítrico sintases O2 Oxigênio O2

- Superóxido ONOO- Peroxinitrito OVA Ovalbumina PAF Fator de agregação plaquetária PAR-1 Receptor ativado por protease 1 PDGF Fator de crescimento derivado de plaquetas pg Picogramas ROS Espécies reativas de oxigênio RNS Espécies reativas de nitrogênio Rrs Resistencia do Sistema respiratório SUS Sistema Único de Sáude TGF-β Fator de transformação do crescimento beta Th T helper TNFɑ Fator de necrose tumoral ɑ TIMP Inibidor tecidual de metaloproteinases de matriz

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RESUMO

Bortolozzo ASS. O efeito do inibidor de proteinase de origem vegetal CrataBL, sobre a inflamação pulmonar alérgica crônica em camundongos Balb/c [Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2015.

INTRODUÇÃO: Os corticosteróides são considerados padrão-ouro no tratamento da asma, porém, existem asmáticos graves que não obtém controle dos sintomas, o que suscita a busca por novas terapias. Os inibidores de proteinases têm sido estudados no controle de diversos processos inflamatórios, dentre estes, encontra-se Crataeva tapia Bark Lectin (CrataBL). OBJETIVO: Avaliar se a proteina bifuncional de planta, CrataBL, que tem função lectínica e se liga a carboidratos, modula a hiperresponsividade brônquica à metacolina, inflamação, remodelamento e estresse oxidativo nas vias aéreas e nos septos alveolares de camundongos com inflamação pulmonar alérgica crônica. MÉTODOS: Trinta e dois camundongos machos Balb-c SPF (6-7 semanas, 25-30 g) foram divididos em 4 grupos: C (controle), OVA (sensibilizados - 50 μg de ovalbumina intraperitoneal (i.p) nos dias 0 e 14 e desafiados – 1% de ovalbumina nos dias 22, 24, 26, 28); C+CR (controle tratados com CrataBL - 2 mg/kg/i.p dos dias 22 a 28); OVA+CR (sensibilizados e desafiados com ovalbumina e tratados com CrataBL - 2 mg /kg/i.p dos dias 22 a 28). No dia 29, realizamos: (i) hiperresponsividade à metacolina - resposta máxima de resistência (Rrs) e elastância (Ers) do sistema respiratório; (ii) quantificação do número total de células, macrófagos, linfócitos e células polimorfonucleares no fluido do lavado broncoalveolar (FLBA); (iii) análise histopatológica do pulmão por morfometria para quantificação de eosinófilos, fração de volume de fibras colágenas e elásticas; (iiii) imunohistoquímica para quantificação de células positivas para IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, MMP-9, TIMP-1, TGF-β, iNOS, NF-kB e fração de volume de 8-iso-PGF2α nas vias aéreas e nos septos alveolares e ELISA para quantificação da concentração de IL-4, IL-5 e IFN-γ. A significância foi considerada quando p<0,05. RESULTADOS: Houve atenuação da resposta máxima de Rrs e Ers no grupo OVA+CR comparado ao grupo OVA (p<0,05). O tratamento com CrataBL nos animais sensibilizados atenuou o número de células totais, macrófagos, linfócitos e células polimorfonucleares no FLBA, o número de eosinófilos, células positivas para IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, iNOS, MMP-9, TIMP-1, TGF-β, NF-kB e fração de volume de 8-iso-PGF2α, fibras colágenas e elásticas tanto nas vias aéreas quanto nos septos alveolares quando comparados ao grupo OVA. O tratamento com CrataBL atenuou os níveis de concentração de IL-4, IL-5 e IFN-γ em comparação ao grupo OVA (p<0,05), a partir do método ELISA. CONCLUSÕES: CrataBL atenuou a hiperresponsividade brônquica, a inflamação, o remodelamento e o estresse oxidativo nesse modelo experimental de inflamação pulmonar alérgica crônica. Contudo, mais estudos são necessários para verificar se este inibidor pode ser uma potencial ferramenta terapêutica para a asma.

Descritores: asma; inflamação; Capparaceae; inibidores de proteases; modelos animais; remodelamento das vias aéreas; estresse oxidativo.

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ABSTRACT

Bortolozzo ASS. The effect of proteinase inhibitor CrataBL plant on chronic allergic pulmonary inflammation in Balb/c mice [Dissertation]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2015.

RATIONALE: Corticosteroids are considered the gold standard in the treatment of asthma, however, there are severe asthmatics who do not get control of symptoms, which raises the search for new therapies. The proteinase inhibitors have been studied in the control of various inflammatory processes, including such inhibitors is Crataeva tapia Bark Lectin (CrataBL). OBJECTIVE: To evaluate the proteinase inhibitor CrataBL modulates the bronchial responsiveness to methacholine, inflammation, remodeling and activation of oxidative stress in the airways and alveolar septa of mice with chronic allergic pulmonary inflammation. METHODS: Thirty two SPF Balb-c male mice (6-7 weeks, 25-30 g) were divided into 4 groups: control (C), OVA (sensitized - 50 μg ovalbumin intraperitoneal (i.p) on days 0 and 14 and challenged - 1% ovalbumin on days 22, 24, 26, 28); C+CR (control treated with CrataBL - 2 mg / kg / i.p of 22 to 28); OVA+CR (sensitized and challenged with ovalbumin and treated with CrataBL - 2 mg / kg / i.p from day 22 to 28). On the 29th, we held: (i) hyperresponsiveness to methacholine and maximal responses were obtained resistance (Rrs) and elastance (Ers) of the respiratory system; (ii) quantification of total cells, macrophages, polymorphonuclear cells and lymphocytes in bronchoalveolar lavage fluid (BALF); (iii) histopathological analysis of the lungs by morphometry to quantify the eosinophils, volume fraction of collagen and elastic fibers; (iiii) immunohistochemistry for quantification of positive IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, MMP-9, TIMP-1, TGF-β, iNOS, NFk-β cells and volume fraction of 8-iso-PGF2α in airway and alveolar septa and ELISA for quantification of concentration of IL-4, IL-5 e IFN-γ (p<0.05). RESULTS: There was attenuation of the maximal response Rrs and Ers in the OVA+CR group compared to OVA (p<0.05). Treatment with CrataBL in sensitized animals attenuated the number of total cells, macrophages, lymphocytes, and polymorphonuclear cells in BALF, the number of eosinophil positive IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, iNOS, MMP -9, TIMP-1, TGF-β, NF-kB cells and volume fraction of 8-iso-PGF2α, collagen and elastic fibers in both the airways and alveolar septa compared to OVA group. Treatment with CrataBL attenuated concentration levels of IL-4, IL-5 and IFN-γ compared to OVA group (p <0.05) from the ELISA method.CONCLUSIONS: CrataBL attenuated bronchial hyperresponsiveness, inflammation, remodeling and oxidative stress in this experimental model of chronic allergic pulmonary inflammation. However, more studies are needed to determine if this inhibitor can be a potential therapeutic tool for asthma.

Descriptors: asthma; inflammation; Capparaceae; protease inhibitors; models, animal; airway remodeling; oxidative stress.

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1 INTRODUÇÃO

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Asma Brônquica

1.1.1 Definição e descrição

No século XX ocorreram as principais descobertas sobre os processos

alérgicos relacionados à fisiopatologia da asma, que foi considerada como uma

doença inflamatória crônica das vias aéreas. Atualmente, a definição mais

apropriada para a asma foi elaborada pela Global Initiative National of Asthma

(GINA) que a caracteriza como uma doença heterogênea, usualmente

caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, determinada pelo

histórico de sintomas, tais como, chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse. Os

sintomas variam de intensidade ao longo do tempo, juntamente com a limitação

do fluxo aéreo expiratório. Essas variações podem ser desencadeadas por

diferentes fatores, dentre eles, exercício, exposição à alérgenos ou irritantes,

mudança no tempo ou infecção respiratória viral (GINA, 2015).

O indivíduo com predisposição genética somada a fatores ambientais,

quando exposto a estímulos irritantes (endotoxinas bacterianas, alérgenos,

fumaça de cigarro, epitélio descamativo de cães e gatos), apresenta grande

chance de desenvolver asma. Adicionalmente, o estilo de vida (dieta, hábitos

sociais, ambiente de trabalho) possui elevada significância para o

desenvolvimento desta doença (Aït-Khaled et al., 2001; Liu et al., 2002; Lazaar

e Panettieri, 2003; Bousquet et al., 2005).

Os fatores que desencadeiam a asma geralmente são bem tolerados por

indivíduos normais, porém, em asmáticos podem fazer com que os sintomas se

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exacerbem (Lemanske e Busse, 2010; GINA, 2015). Sabe-se que mais de 100

possíveis genes em cromossomos identificados estão associadas à asma, os

quais podem sofrer variações em diferentes regiões do mundo (Bijanzadeh et

al., 2011).

O papel do perfil fenotípico da asma (clínico, inflamatório e genético), tem

sido amplamente discutido, pois apresenta características fundamentais para

melhor entendimento dos mecanismos fisiopatológicos da doença e da

resposta ao tratamento (GINA, 2015). Assim, a asma pode ser classificada a

partir das suas características fenotípicas, tais como, asma alérgica, asma não-

alérgica, asma de início tardio, asma com limitação fixa do fluxo aéreo e asma

com obesidade (Bell, 2004; Wenzel, 2012; GINA, 2015).

O estreitamento das vias aéreas em resposta a um estímulo não

específico representa uma das principais características da asma alérgica

(Hanazaki et al., 2008) e a hiperresponsividade brônquica parece ser

responsável pelos recorrentes episódios de sibilos, dispneia e tosse (Brannan,

2010).

A hereditariedade é outro fator importante a ser considerado na asma,

onde genes específicos podem estar envolvidos, determinando a atopia do

indivíduo, caracterizada pela produção de imunoglobulina E (IgE),

hiperresponsividade, liberação de mediadores inflamatórios, de crescimento e

diferenciação Th1-Th2 (GINA, 2015).

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1.1.2 Prevalência e epidemiologia

A determinação da prevalência da asma evoluiu na última década a partir

do desenvolvimento de dois importantes estudos multinacionais: “International

Study of Asthma and Allergies in Childhood” (ISAAC) para crianças e

adolescentes e “The European Community Respiratory Healty Survey”

(ECRHS) para adultos (ECRHS, 1996; ISAAC, 1998). Estes trabalhos foram

elaborados pela necessidade de se obter dados confiáveis, capazes de

demonstrar de modo categórico a prevalência da asma e demais doenças

alérgicas (Solé et al., 2014).

Os estudos supracitados demonstraram elevada disparidade na

prevalência da asma ao redor do mundo, ao verificarem que em 56 países, há

variabilidade da doença de 1,6% a 36,8%, estando o Brasil em 8º lugar, com

uma prevalência média de 20% (ECRHS, 1996; ISAAC, 1998).

Os dados epidemiológicos variam de acordo com particularidades de cada

região e pesquisas apontam aumento na prevalência da asma durante a

infância. A prevalência global da doença varia entre 1 e 18% da população nos

diferentes países e estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas são

afetadas pela asma ao redor do mundo. Projeta-se aumento de mais de 100

milhões de casos até 2025 (Bateman et al., 2008; GINA, 2015).

O aumento da prevalência e persistente mortalidade por asma nas últimas

décadas continuam sendo preocupantes, apesar dos recentes avanços no

conhecimento sobre a fisiopatologia e tratamento da doença (O'Byrne, 2010).

Aspectos ambientais, nutricionais, econômicos e psicossociais têm sido

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sugeridos para explicar o aumento da prevalência da asma observado nas

últimas décadas (Asher, 2010; Alves et al., 2012).

A asma é considerada um problema de saúde pública tanto em países

desenvolvidos, quanto em desenvolvimento, devido ao aumento de sua

frequência e gravidade. Esta doença acarreta impacto socioeconômico, que

envolve custos diretos (hospitalizações e medicamentos) e indiretos (abstenção

no trabalho e morte prematura) (Aït-Khaled et al., 2001; Bousquet et al., 2005).

Segundo o DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de

Saúde/Ministério da Saúde), estima-se que no Brasil em 2014 foram gastos

mais de 2 milhões de reais com a asma e em 2013, esta doença foi

responsável por 2.016 óbitos (Tabela 1).

Tabela 1: Número de óbitos por asma segundo as regiões do Brasil no ano de 2013. Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

Região Óbitos Norte 106

Centro-Oeste 117 Sudeste 356 Nordeste 628

Sul 809 Total 2.016

Nos anos de 2013 e 2014, a asma foi responsável por 247.094

internações no Brasil. Também nestes anos, em relação às faixas etárias,

notou-se que, das internações registradas pelo SUS, 59% ocorreram em

crianças até 14 anos de idade e aproximadamente 25% em indivíduos entre 15

e 59 anos - faixa etária considerada economicamente ativa (Tabela 2).

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Tabela 2: Número de internações hospitalares por asma segundo faixa etária nos anos de 2013 e 2014. Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

Faixa etária Internações Menor 1 ano 22.972

1 a 4 72.979 5 a 9 37.168

10 a 14 14.917 15 a 19 8.661 20 a 29 14.965 30 a 39 14.047 40 a 49 13.335 50 a 59 12.945 60 a 69 13.144 70 a 79 12.905

80 anos e mais 9.056 Total 247.094

Assim, várias linhas de pesquisa necessitam ser desenvolvidas, visando

melhor avaliação da fisiopatologia e a busca de novos recursos terapêuticos

para a asma (Masoli et al., 2004).

1.1.3 Fisiopatologia e inflamação

A principal característica fisiopatológica da asma é a inflamação, que é

resultado de uma ampla e complexa interação entre mediadores e células

inflamatórias e estruturais das vias aéreas (Kumar, 2001).

A sensibilização alérgica se dá a partir do primeiro contato do indivíduo com o

antígeno, assim, a resposta inflamatória alérgica é iniciada através da interação

desses alérgenos com células que têm como função apresentá-los ao sistema

imunológico, mais especificamente os linfócitos T, que produzem citocinas

responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório (Busse et al.,

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2010). A interleucina 4 (IL-4) tem papel importante no estímulo das células B a

produzirem anticorpos específicos, tais como a IgE (Kuhl e Hanania, 2012).

Os processos alérgicos direcionados por IgE são característicos de

inflamação nas vias aéreas, sendo os mastócitos, os linfócitos Th2 e os

eosinófilos as células mais importantes na asma (Bousquet et al., 2000;

Lemanske e Busse, 2010).

Os eosinófilos caracterizam a inflamação alérgica, promovendo alteração

vascular, hipersecreção de muco, desprendimento epitelial, aumento da

hiperresponsividade das vias aéreas e obstrução do fluxo aéreo. Quando

ativados, liberam leucotrienos, fatores de crescimento e metaloproteinases de

matriz (MMPs), envolvidos no remodelamento das vias aéreas. Os leucotrienos

são potentes broncoconstritores e participam da migração dos eosinófilos para

as vias aéreas (Hendeles et al., 2004; Lemanske e Busse, 2010).

No segundo contato do indivíduo com o alérgeno, se previamente não ter

ocorrido a tolerização, a asma pode se desenvolver e assim ser determinada

por duas fases características, tais como, imediata e tardia (Rang et al., 2004).

A fase imeditada pode ter duração de 15 a 60 minutos e esse processo

ocorre quando o alérgeno que o desencadeou, faz uma ligação com a IgE

específica do antígeno, que se conectam a receptores presentes na membrana

de algumas células (macrófagos, mastócitos, eosinófilos e basófilos)

promovendo a liberação de seus grânulos. Nos grânulos podem conter

leucotrienos, histamina, prostaglandinas, triptases entre outros mediadores

(Kuhl e Hanania, 2012) que podem ocasionar a broncoconstrição das vias

aéreas (Holgate, 2010).

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Na Figura 1 podemos observar um mastócito não-ativado e outro ativado,

sendo demonstrado o que ocorre no momento da liberação de seus grânulos

contendo mediadores inflamatórios.

Figura 1: A: Mastócitos não-ativados (apresentam mais de mil grânulos secretórios, constituídos pelos mediadores inflamatórios ionicamente ligados a matriz dos proteoglicanos). B: Mastócitos ativados (grânulos dilatados, se posicionam junto a membrana plasmática, onde ocorre a fusão e os mediadores são expostos ao ambiente extracelular. Foto de: Dra. Ann M Dvorak – Beth Israel Deaconess, Medical Center, of Harvard Medical School.

A liberação dos mediadores inflamatórios como a histamina e espécies

reativas de oxigênio desencadearão uma resposta inflamatória, na qual

mastócitos, basófilos, eosinófilos e linfócitos CD4+ Th2 contribuirão para o

desencadeamento de sinais e sintomas característicos da asma como a

hiperresponsividade brônquica, obstrução das vias aéreas, secreção mucosa e

vasodilatação (Busse et al., 2010).

Os mediadores liberados podem gerar dano e ruptura do epitélio ciliado e

como consequência, células epiteliais e miofibroblastos (presentes abaixo do

epitélio) se proliferam e é iniciado o depósito intersticial de colágeno na lâmina

reticular da membrana basal, o que explica o espessamento da membrana e as

lesões irreversíveis que podem ocorrer em alguns asmáticos (Kumar, 2001).

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A ação dos alérgenos, além de causar dano epitelial, pode de contribuir

para a produção de fatores de crescimento pró-fibróticos que estimulam

fibroblastos, que ao serem ativados, iniciam a produção de fatores de

crescimento e citocinas que promovem a proliferação das células do músculo

liso, aumentando a permeabilidade microvascular com extravasamento de

plasma. Assim, a integridade do epitélio fica comprometida e há dificuldade de

eliminar de muco. As proteínas plasmáticas podem promover aumento do

exsudato viscoso junto ao muco, células inflamatórias e epiteliais, contribuindo

para a piora da obstrução ao fluxo aéreo (Chung, 2000).

Na reação alérgica imediata ocorrem sintomas como tosse, sibilância e

aperto no peito, que são problemas indicativos de alterações das funções do

sistema respiratório. Após esse episódio, ocorre relaxamento da musculatura

brônquica de forma espontânea ou através do uso de medicação (Diretrizes

Brasileiras para o Manejo da Asma, 2012).

Devido ao persistente processo inflamatório, as estruturas do sistema

respiratório se danificam e outras complicações características da fase crônica

se instalam (Holgate, 2010). Nesta fase, que ocorre de 6 a 9 horas após o

contato com o alérgeno, há aumento do processo inflamatório devido às

alterações funcionais dos linfócitos T, que passam a apresentar um padrão

fenotípico do tipo 2 – Th2 (Bharadwaj et al., 2007; Brannan, 2010). As células

do perfil Th2 perpetuam a inflamação através da produção de interleucinas (IL-

4, IL-5 e IL-13), que estimulam a migração de eosinófilos, neutrófilos,

macrófagos, dentre outras células (Holgate, 2010).

A IL-4 é extremamente importante no desenvolvimento da predominância

do perfil imune Th2 e está intimamente envolvida na produção de IgE

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(Hendeles et al., 2004; Lemanske e Busse, 2010). Já a IL-5 estimula a

produção de quimiocinas nos leucócitos e tem como principal função promover

aumento da migração e sobrevida de eosinófilos nas vias aéreas. Estas células

se apresentam em grande número nas vias aéreas, atuando no aumento da

resposta inflamatória, danos teciduais (Menzies-Gow et al., 2007) e

remodelamento brônquico (Cho et al., 2004).

A IL-13 pode ser produzida por células epiteliais, musculares lisas,

fibroblastos e monócitos / macrófagos e pode induzir características

patológicas de asma, independentemente das tradicionais células efetoras

(mastócitos e eosinófilos). A IL-13 pode contribuir para a perpetuação da

resposta alérgica, fornecendo uma explicação para a cronicidade da doença,

além de desempenhar importantes funções na inflamação das vias aéreas, na

fibrose subepitelial, na hipersecreção de muco, na hiperresponsividade

brônquica e na diminuição de metaloproteinases (Wills-Karp, 2004).

Na fisiopatologia da asma estão envolvidas muitas citocinas (Tabela 3),

que são proteínas glicosiladas que participam da sinalização e crescimento

celular, diferenciação, proliferação, quimiotaxia, imunomodulação e apoptose.

Dentre elas estão as provenientes dos linfócitos de perfil Th1 (IL-2, interferon

(IFN)-γ e IL-12); perfil Th2 (IL-4, IL-5, IL-9, IL-13 e IL-25); Th3 ou citocinas T

regulatórias [IL-10 e fator de transformação do crescimento beta (TGF-β)] e de

células Th17 (IL-17) (Hamid e Tulic, 2009).

As citocinas também podem ser representadas em classes, tais como,

pró-inflamatórias, que tendem a amplificar e perpetuar o processo inflamatório;

anti-inflamatórias, que visam atenuar o processo inflamatório; fatores de

crescimento, que promovem a sobrevida de células, resultando em mudanças

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estruturais nas vias aéreas e as quimiocinas, as quais realizam um processo

quimiotático para o processo inflamatório (Hamid e Tulic, 2009; GINA, 2015).

Tabela 3: Descrição das classes e as principais citocinas envolvidas na asma. Classe Citocinas

Th1 IL-2, IL-12 e IFN-γ (interferon gama) Th2 IL-4, IL-5, IL-9, IL-13 e IL-25 Th3

(Regulatórias) IL-10,

TGF-β (fator transformador do crescimento beta) Th17 IL-17

Pró-inflamatórias IL-1β, IL-6, IL-11, TNF-ɑ (fator de necrose tumoral alfa)

Anti-inflamatórias IL-10, IFN-γ, IL-12 e IL-18 Fatores de crescimento PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas),

TGF-β (fator de transformação do crescimento beta), FGF (fator de crescimento de fibroblastos),

EGF (fator de crescimento epidérmico) Quimiocinas IL-8,

RANTES (Regulada sob ativação, expressa e secretada pelos linfócitos T)

Dentre as principais citocinas pró-inflamatórias na asma, encontra-se o

TNF-ɑ, que implica na quimiotaxia de neutrófilos e eosinófilos, no aumento do

efeito citotóxico de eosinófilos e células endoteliais, na ativação de células T e

liberação de citocinas pelas mesmas, no aumento da expressão de moléculas

de adesão, além de induzir a liberação de histamina e participar de um ciclo

autócrino que potencializa a secreção de citocinas pelo mastócito (Babu et al.,

2011).

O TNF-ɑ também tem ação na ativação de fatores de transcrição pró-

inflamatórios (fator nuclear kappa beta – NF-kB e AP-1) (Rang et al., 2004;

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Leath et al., 2005). O NF-kB está envolvido em funções específicas na

diferenciação e maturação de linfócitos B (Larosa e Orange, 2008).

O processo inflamatório crônico das vias aéreas induzido pelas citocinas

Th2, em longo prazo, pode piorar o quadro clínico do asmático, através da

alteração da função pumonar (Van Rensen et al., 2005), do aumento da

responsividade brônquica (Bousquet et al., 2005) e de mudanças na estrutura

das vias aéreas, como aumento do músculo liso e fibrose (Al-Muhsen et al.,

2011).

1.1.3.1 Hiperresponsividade

A asma caracteriza-se por estreitamento das vias aéreas em resposta a

um estímulo inespecífico e hiperresponsividade (Chiba e Misawa, 2004; Chiba

et al., 2010), porém, esses mecanismos permanecem obscuros (Busse e

Lemanske, 2001).

A intensidade da hiperresponsividade das vias aéreas é variável em

asmáticos, considerando que graus mais elevados são normalmente

proporcionais à gravidade da asma (Busse, 2010).

Existem duas categorias de fatores que contribuem para a

hiperresponsividade das vias aéreas, tais como, persistente e variável

(Cockcroft e Davis, 2006). Os aspectos persistentes da hiperresponsividade

são atribuídos às mudanças estruturais (espessamento subendotelial,

hipertrofia da musculatura lisa, deposição de matriz e alteração dos elementos

vasculares) das vias aéreas. O aspecto variável está relacionado aos eventos

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inflamatórios das vias aéreas que são influenciados por fatores ambientais

(alérgenos, infecções respiratórias e tratamentos) (Busse, 2010).

Wills-Karp (1999) sugeriu que a hiperresponsividade está intimamente

relacionada com o processo inflamatório na asma. Após ativação por

antígenos, as células Th2 produzem citocinas, incluindo IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13,

que orquestram o recrutamento e a ativação de outras células inflamatórias,

tais como, mastócitos e eosinófilos, os quais contribuem para o início da

hiperresponsividade.

O bloqueio do receptor de IL-4 demonstrou inibir a hiperresponsividade

induzida por metacolina em camundongos, sugerindo que a IL-4 pode

aumentar a responsividade brônquica na asma (Gavett et al., 1997; Shi et al.,

1998). Logo, a IL-5 demonstrou-se responsável pela diferenciação, maturação

e ativação de eosinófilos, além de desempenhar um importante papel na

hiperresponsividade. A IL-5, através da mobilização e ativação dos eosinófilos,

conduz à liberação de produtos pró-inflamatórios, tais como, cistenil-

leucotrienos que estão intimamente associados com a hiperresponsividade

(Rothenberg e Hogan, 2006). A IL-13 pode induzir a hiperresponsividade,

mesmo na ausência de linfócitos, mastócitos, IL-4 e IL-5 (Yang et al., 2001;

Wills-Karp, 2004).

O estreitamento das vias aéreas também foi explicado através da

anormalidade das propriedades do músculo liso presente nas vias, incluindo a

sensibilização do Ca2+, mediada por agonistas (Martin et al., 2000; Chiba et al.,

2010).

Em um modelo experimental de inflamação pulmonar alérgica crônica, foi

demonstrado que a inibição não específica da produção de óxido nítrico (NO)

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potencializou a brococonstrição e o remodelamento das vias aéreas e, por

outro lado, o bloqueio do NO derivado da óxido nítrico sintase induzida (iNOS),

atenuou a constrição das vias aéreas, a inflamação e o processo de

remodelamento, sugerindo efeito pró-inflamatório da iNOS e possíveis efeitos

protetores das óxido nítricos sintases constitutivas (cNOS) (Prado et al., 2006).

Isto implica na explanação do motivo pelo qual a deficiência de NO derivado

das cNOS também pode determinar a hiperresponsividade das vias aéreas

(Boer et al., 2001; Prado et al., 2006).

De acordo com estudos anteriores, tem sido demonstrado que a ativação

selectiva do NF-kB no epitélio das vias respiratórias também pode ser

suficiente para provocar a hiperresponsividade (Pantano et al., 2008).

Além da inflamação e do estresese oxidativo, o remodelamento das vias

aéreas também pode contribuir para a hiperresponsividade (Fixman et al.,

2007). O remodelamento parece estar relacionado com a diminuição da função

pulmonar observada em pacientes asmáticos (Kariyawasam et al., 2007;

Southam et al., 2007; Kermode et al., 2011).

1.1.3.2 Remodelamento

O conceito de remodelamento das vias aéreas na asma foi proposto

somente na década de 90 (Bousquet et al., 1992). No remodelamento ocorre

modificação das propriedades normais do tecido, tanto em relação à

composição quanto em sua organização estrutural (Halwani et al., 2010). Além

disso, ocorre descamação epitelial das vias aéreas, alteração no depósito /

degradação dos componentes da matriz extracelular (fibras colágenas e elásticas),

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espessamento da membrana basal, hipertrofia e hiperplasia da musculatura lisa e

aumento das células caliciformes e das glândulas submucosas (Kumar, 2001).

Considerado como uma importante característica em asmáticos, o

remodelamento pode contribuir para a progressão da limitação ao fluxo aéreo,

influenciar na gravidade dos sintomas e na progressão da doença, permitindo

também diferenciar pacientes com asma grave persistente daqueles com a

doença moderada (Postma e Timens, 2006).

Atualmente, uma série de evidências sugere que a inflamação das vias

aéreas e o remodelamento não ocorrem somente em vias aéreas centrais, mas

também no pulmão distal e parênquima pulmonar (Angeli et al., 2008; Righetti

et al., 2014). As vias aéreas distais são altamente reconhecidas como

determinante na obstrução ao fluxo aéreo e a inflamação distal possui papel

crucial na hiperresponsividade, na asma noturna e em exacerbações (Calhoun,

2003).

A maioria dos processos inflamatórios crônicos está comumente

relacionada a um processo de dano e cicatrização tecidual, esta última resulta

no reparo e substituição de células mortas ou danificadas por células viáveis. O

reparo envolve dois processos distintos, tais como, regeneração (substituição

das células mortas por outras do mesmo tipo) e substituição (por tecido

conjuntivo). Assim, os processos inflamatórios crônicos podem desencadear

ampla variedade de consequências, desde restituição completa ou parcial da

estrutura acometida até processos de fibrose (Vignola et al., 2003).

Assim, a inflamação persistente das vias aéreas pode ser um dos fatores

mais importantes que contribui para o remodelamento. Diversas células do

infiltrado inflamatório estão envolvidas nesse processo (eosinófilos, células T,

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mastócitos, epiteliais, macrófagos, células musculares lisas e fibroblastos) e

participam da regulação e desregulação da lesão tecidual e processo de reparo

(Halwani et al., 2010; Cho, 2011).

As células musculares lisas podem participar da inflamação crônica das

vias aéreas por interação com derivados de citocinas Th1 e Th2 para modular

atividade quimiotática dos eosinófilos, linfócitos T ativados, monócitos e

macrófagos, além de alterar o ambiente da matriz extracelular e orquestrar

eventos importantes no remodelamento (Hirst, 1996).

A hiperplasia do músculo liso das vias aéreas e deposição de matriz

extracelular demonstraram estar evidentes em asmáticos e em modelos

animais (Woodruff et al., 2004; Fixman et al., 2007). A Figura 2 mostra o

mecanismo de hiperresponsividade brônquica baseado no remodelamento.

Figura 2: Vias aéreas normais (A) e vias aéreas onde a inflamação crônica e os mecanismos de reparo contribuem para mudanças estruturais permanentes (B). Dentre as mudanças estão: (1) aumento do muco; (2) hiperplasia epitelial brônquica; (3) fibrose subepitelial; (4) infiltrado inflamatório persistente; (5) neovascularização; (6) espessamento d músculo liso; (7) espessamento da adventícia das vias aéreas (Adaptado de Ramos-Barbón et al., 2004).

As células T participam na fibrose pulmonar por intermédio de seu efeito

sobre as células pulmonares (TCD8+). Estas células contribuem para

A B

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mudanças estruturais das vias aéreas por direcionar o recrutamento e a

ativação de células inflamatórias (TCD4+) (Kay, 1997).

Os mastócitos estão envolvidos no processo de fibrose, pois eles liberam

uma protease, a triptase, que estimula a migração e proliferação de fibroblastos

e de células da musculatura lisa (Akers et al., 2000).

Os fibroblastos participam do processo de remodelamento produzindo

fibras colágenas, elásticas e reticulares, bem como proteoglicanos e

glicoproteínas da matriz extracelular (Sheppard e Harrison, 1992). Entre os

fatores que afetam a proliferação de fibroblastos e a produção de matriz

extracelular, encontra-se o fator de transformação do crescimento beta (TGF-β)

(Murdoch e Lloyd, 2010).

Os eosinófilos também possuem papel fundamental no remodelamento por

causar lesão epitelial e estimular a fibrogênese através da produção de TGF-β

(Vignola et al., 2003).

Os neutrófilos, por sua vez, participam desse processo por liberarem

vários tipos de enzimas, incluindo protease e elastase (que degradam a

matriz), radicais livres de oxigênio e citocinas (Lloyd e Oppenheim, 1992).

A reação rápida aos alérgenos inalatórios e a taxa de rotatividade do

epitélio também são características da asma. Além disso, o epitélio das vias

aéreas participa do remodelamento por produzir fatores de crescimento

epiteliais específicos das células e regulação da diferenciação de células

caliciformes (Fixman et al., 2007).

As células epiteliais brônquicas, inicialmente afetadas pela lesão

brônquica, podem ser capazes de iniciar a reparação da área lesada,

produzindo fatores quimiotáticos. Na asma, as células epiteliais podem

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expressar marcadores de membrana (moléculas de adesão - HLA-DR e ICAM-

1) e liberar moléculas que participam no reparo das vias aéreas, tais como,

fibronectina, fatores de crescimento (EGF, FGF e PDGF), citocinas e

quimiocinas (Rosenberg et al., 2007; Tagaya e Tamaoki, 2007).

Além disso, em um modelo de asma com a inibição específica do NF-kB

no epitélio, foi observada redução da produção de muco, fibrose e da

responsividade das vias aéreas, sugerindo que o NF-kB desempenham um

papel central no remodelamento do epitélio das vias aéreas (Broide et al.,

2005).

Por fim, existem proteases e inibidores de proteases envolvidos no

processo de remodelamento das vias aéreas. Como parte da resposta

inflamatória na asma, enzimas proteolíticas, como as MMPs, que uma vez

ativadas são rapidamente inibidas por uma família de inibidores teciduais

específicos (TIMP), classificados em TIMP 1, 2, 3 e 4 (Gueders et al., 2006). O

desequilíbrio entre MMPs e seus inibidores contribuem para o dano tecidual e

algumas das características de remodelamento observadas na asma (Vignola

et al., 2003).

As MMP-2, MMP-8, MMP-9 e MMP-12 estão envolvidas na asma (Cataldo

et al., 2003). As MMPs 2 e 9 são conhecidas como gelatinases, por serem

capazes de degradar colágenos tipos I, IV e V, gelatina, elastina, proteínas,

fibronectina e outros componentes da matriz extracelular. A expressão de

MMP-2 e MMP-9 encontraram-se aumentadas nos quadros agudos de asma,

porém na asma grave, apenas a MMP-9 apresentou níveis elevados no sangue,

no fluido do lavado broncoalveolar (FLBA), no escarro e em biópsias de asmáticos

(Atkinson e Senior, 2003).

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No pulmão, a MMP-9 pode ser produzida por macrófagos e por uma

variedade de células estromais e epiteliais (Kelly et al., 2000; Atkinson e Senior,

2003; Vermeer et al., 2009). A MMP-9 pode ativar mecanismos de reparo

inadequados, como a produção de TGF-β, aumentando a síntese de colágeno

pelos fibroblastos, que por sua vez, estimula os processos fibróticos (Lee et al.,

2001).

O inibidor tecidual de metaloproteinases de matriz 1 (TIMP-1) parece ser o

mais importante na asma (Cataldo et al., 2003). Autores justificam que a

degradação dos componentes da matriz extracelular, pelas MMPs e outras

proteinases, ocorre na fase imediata da asma e a produção aumentada de

TIMP-1 pode ocorrer na fase tardia deste processo (Chiappara et al., 2001;

Vignola et al., 2003).

Como vimos acima, o remodelamento aparentemente é um processo

prejudicial decorrente da asma, entretanto, outros autores têm considerado que

ele ocorra na tentativa de proteção dos pulmões (James e Wenzel, 2007).

Assim, elucidar os mecanismos envolvidos no processo de remodelamento,

incluindo a função das células estruturais na asma pode ser um importante

caminho para a busca de intervenções terapêuticas efetivas (Halwani et al.,

2010).

1.1.3.3 Óxido nítrico e estresse oxidativo

A molécula de NO, por muitos anos, foi considerada um nocivo poluente

ambiental proveniente da fumaça de cigarros (Normam e Keith, 1965). O NO era

considerado um destruidor da camada de ozônio, provável carcinógeno e

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precursor da chuva ácida. Descobriu-se na década de 90 que o NO participava

de múltiplas funções biológicas, desde digestão e regulação da pressão

sanguínea até ação contra microorganismos (Culotta e Koshland, 1992).

O NO é considerado um radical livre e apresenta um elétron ímpar, capaz

de interagir com outras moléculas, como, oxigênio (O2), superóxido (O2-) ou

metais de transição, formando os compostos reativos nitrogenados, que

exercem funções fisiológicas e participam da destruição de microorganismos

(Ricciardolo, 2003).

Esta molécula é gerada a partir da quebra do grupo molecular guanidino

de aminoácido L-arginina por meio de oxidação enzimática onde ocorre a

liberação de NO e da L-citrulina (Chapman e Choi, 2001; Ignarro, 2002). A L-

arginina, precursora do NO, é transportada para dentro das células através do

sistema de transporte de aminoácido catiônico (CAT) e pode ser metabolizadas

através das óxido nítrico sintases (NOS) ou pela arginase (Ricciardolo et al.,

2004). A formação do NO pode ocorrer através de três isoformas das NOS, tais

como, a óxido nítrico sintase neuronal (nNOS), a iNOS e a óxido nítrico sintase

endotelial (eNOS) (Rodway et al., 2009).

Os primeiros estudos relatando a presença aumentada de NO no ar

exalado de pacientes asmáticos foram publicados na década de 90 (Persson et

al., 1990; Alving et al., 1993). A partir destas descobertas, a presença de NO

no ar exalado começou a ser estudada como ferramenta de avaliação de

diversas doenças pulmonares, principalmente a asma (Pendharkar e Mehta,

2008).

Foi observado que na asma ocorre aumento da concentração de NO

exalado, consequentemente, há excesso de produção de compostos reativos

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nitrogenados, que pode causar efeitos deletérios. As alterações são

conhecidas como estresse oxidativo, que são responsáveis por modificações

na função celular, potencializando a resposta inflamatória (Ricciardolo et al.,

2004).

O NO encontrado em altas concentrações na asma é derivado da enzima

iNOS, a qual está presente em várias células inflamatórias e determina

hiperemia, edema e exsudação, contribuindo para o estreitamento das vias

aéreas (Ricciardolo et al., 2004). Além disso, pode alterar aspectos importantes

na fisiopatologia da asma, tais como, recrutamento de células inflamatórias

(Prado et al., 2005a,b; Angeli et al., 2008; Starling et al., 2009),

hiperresponsividade das vias aéreas (Prado et al., 2005b; Marques et al., 2012)

e remodelamento (Ricciardolo et al., 2004; Prado et al., 2006 e 2011).

A iNOS é regulada por mediadores, tais como, TNF-ɑ, IFN-γ, IL-1β,

lipopolissacarídeo (LPS) e podem produzir altas quantidades de NO

comparadamente a cNOS (Sugiura e Ichinose, 2011).

Após a exposição ao estresse oxidativo, as células inflamatórias e as

células do epitélio respiratório geram O2-. Por aumento da expressão de iNOS,

altas quantidade de NO são formadas através da ativação da nicotinamida

adenina dinucleotídeo fosfato (NADPH). Assim, o O2 na presença de radicais

livres reage com o superóxido produzindo peroxinitrito (ONOO-), um potente

oxidante capaz de inibir a função enzimática, causar danos em DNA, induzir

peroxidação lipídica e aumentar a susceptibilidade celular à radiação, metais

tóxicos e agentes quimioterápicos (Pryor et al., 1995; Rodway et al., 2009).

A peroxidação da membrana celular lipídica é responsável pela formação

de compostos bioativos, conhecidos como isoprostanos (Morrow, 2006). A

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Figura 3 descreve a peroxidação lipídica, onde os fosfolipídios da membrana

celular são hidrolisados pela enzima fosfolipase, produzindo o ácido

araquidônico, que pode sofrer peroxidação por duas vias, tais como, enzimática

(ciclo-oxigenases e as lipoxigenases) e a via não-enzimática (espécies reativas

de oxigênio - ROS, espécies reativas de nitrogênio - RNS, metais de transição

e outros radicais livres). Dentre os produtos finais da peroxidação lipídica

mediada por espécies reativas estão o hidroxinonenal, o malondialdeído e os

isoprostanos (Lima e Abdalla, 2001).

Figura 3: Peroxidação lipídica - o ácido araquidônico pode ser metabolizado por via enzimática, através das ciclo-oxigenases e das lipoxigenases, ou por via não-enzimática, através de processos de oxirredução (Adaptado de Cavalcante e Bruin, 2009).

Dentre os isoprostanos, o 8-isoprostano tem sido o mais estudado por

participar de diferentes funções biológicas e mediar determinados aspectos da

lesão oxidativa (Milne et al., 2008). A via de formação dos isoprostanos tem

capacidade para produzir diferentes estruturas isoméricas, das quais o 8-iso-

PGF2ɑ é melhor caracterizado (Lawson et al., 1999).

A concentração de 8-iso-PGF2ɑ encontrou-se aumentada de 3 a 4 vezes em

asmáticos persistentes em comparação a indivíduos saudáveis, em um estudo de

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Wood et al. (2000). Além disso, sabe-se que altas quantidades de 8-iso-PGF2ɑ

causam aumento da resistência pulmonar, indicando que este pode ser um

mediador da limitação ao fluxo aéreo na asma (Shiraki et al., 2008).

Além disso, a ROS pode induzir a formação de quimiocinas e citocinas por

intermédio da produção do NF-kB em células epiteliais brônquicas, que

independente do estímulo, participa do estresse oxidativo e do aumento de

Ca2+ intracelular para sua ativação (Xiao, 2004; Tripathi e Aggarwal, 2006).

O NF-kB tem sido implicado na patogênese da asma tanto em modelos

experimentais, quanto em pacientes asmáticos (Hart et al., 1998; Poynter et al.,

2002). Entre os vários fatores de transcrição, o NF-kB é a melhor opção dentre os

genes pró-inflamatórias e está associado a hiperresponsividade das vias aéreas em

um modelo de doença alérgica (Donovan et al, 1999).

1.1.4 Manejo e tratamentos

Os objetivos no tratamento da asma são: controle dos sintomas e redução

no risco de exacerbações. Para os sintomas serem estabilizados, deve haver

controle das limitações clínicas e redução dos futuros riscos. As limitações

clínicas devem ser primeiramente avaliadas em relação às quatro últimas

semanas e incluem sintomas, necessidade de medicação de alívio, limitação

de atividades físicas e intensidade de limitação do fluxo aéreo. A prevenção de

riscos futuros inclui redução das exacerbações, perda acelerada da função

pulmonar e efeitos adversos dos tratamentos disponíveis (Diretrizes Brasileiras

para o Manejo da Asma, 2012; GINA, 2015).

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A asma tem importante impacto na vida dos pacientes, de seus familiares

e no sistema de saúde público, assim, é necessário que seu controle seja

adequado. Seu manejo está fundamentado em cinco pilares: 1) parceria

médico-paciente; 2) identificação e controle dos fatores de risco; 3) avaliação,

monitoramento e manutenção do controle da asma; 4) prevenção e controle de

riscos futuros e 5) consideração de situações especiais no manejo da asma.

Fazem parte do tratamento da asma, o uso correto da medicação, a

modificação dos fatores de risco e a realização de estratégias e terapias não

farmacológicas (GINA, 2015).

A terapia atual para a asma envolve o uso de anti-inflamatórios e

broncodilatadores. A combinação de corticosteróides inalatórios de curta ou longa

duração é considerada padrão-ouro para o controle de indivíduos com asma de leve

a grave (Holgate e Polosa, 2008; Bergeron et al., 2010).

Os corticosteróides são capazes de atravessar rapidamente a membrana

celular e se ligar a receptores de glicocorticóides no citosol ativando, assim, a

translocação dos glicocorticóides para o núcleo. No núcleo, liga-se a

reguladores de genes específicos para induzir a expressão de genes

envolvidos na regulação da inflamação das vias aéreas (Rhen e Cidlowski,

2005; Jang, 2012). Apesar do corticosteróide apresentar mecanismos anti-

inflamatórios e ser altamente eficaz no controle da asma, cerca de 10 a 15%

dos asmáticos não apresentam melhora dos sintomas (Brannan, 2010).

A asma grave é aquela que requer tratamento com a maior parte das

opções terapêuticas disponíveis para a doença. Fisiopatologicamente, na asma

grave, há aumento de neutrófilos, maior envolvimento das vias aéreas distais e

maiores mudanças estruturais (GINA, 2015). Dentre as mudanças estruturais

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que ocorrem na asma grave, está o remodelamento das vias aéreas, que

ocorre devido ao processo inflamatório crônico, onde as MMPs, principalmente

a MMP-9, possuem papel fundamental (Mattos et al., 2002). O remodelamento

está associado à pior prognóstico clínico e risco de morbidade e mortalidade

(Bergeron et al., 2010).

Considerando que alguns dos asmáticos graves necessitam de

corticosteróides regularmente, existe uma preocupação em relação aos efeitos

colaterais sistêmicos e locais desta droga (Brannan, 2010). Dentre os efeitos

observados estão: osteoporose, hipertensão arterial, diabetes, supressão

adrenal hipotalâmico-pituitária, obesidade, catarata, glaucoma, afinamento da

pele, levando a estrias cutâneas e fraqueza muscular (GINA, 2015).

Os pacientes que não possuem controle dos sintomas, muitas vezes

necessitam de doses inalatórias maiores de corticosteróides e associação com

outras medicações de controle, como o β2-agonista, anti-leucotrienos e teofilina

(Leung e Bloom, 2003).

O β2-agonista é o broncodilatador mais importante no tratamento da

asma, dentre eles estão o de curta duração e de longa duração (Amon et al.,

2006). Eles agem em receptores β-adrenérgicos e participam na formação de

adenosina monofosfato cíclica através da ativação de proteínas G, causando o

relaxamento da musculatura lisa das vias aéreas. No entanto, há estudos que

sugerem que o tratamento regular com esse medicamento pode aumentar as

taxas de exacerbações e de morte em asmáticos (Martinez et al., 2005;

Salpeter et al., 2006).

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Os moduladores de leucotrienos apresentam propriedades anti-

inflamatórias e são eficazes para a resposta asmática precoce e tardia, assim

como os agentes anticolinérgicos (Dykewicz, 2001; Perry et al., 2004).

Resumidamente, para a maioria dos pacientes asmáticos, a terapia com

broncodilatadores e corticosteróides é extremamente eficaz para o tratamento

da doença (Fernandes et al., 2007). Entretanto, cerca de 15% dos asmáticos

não respondem bem ao tratamento e sofrem com os sintomas incontroláveis

(Amon et al., 2006), assim, a busca por novas terapias eficazes para o

tratamento da asma se faz necessária (Fernandes et al., 2007).

1.1.5 Modelos experimentais de asma

A princípio, deve ser considerado que não há um verdadeiro “modelo de

asma”, uma vez que as complexidades da doença humana não são totalmente

reprodutíveis em nenhum animal. O que existem são modelos de inflamação

alérgica, de respostas imediatas e/ou tardias, quando associados no mesmo

animal e em cronologia adequada, constituem uma representação limitada de

características da doença (Vargaftig, 1999).

Para os modelos experimentais serem adequados no estudo da asma,

deve haver reatividade das vias aéreas, produção de IgE, perfil de citocinas,

resposta imunológica e remodelamento (Bile e Green, 2000).

Pequenas espécies, como os camundongos, estão sendo usados em

estudos de asma, pois produzem IgE que é o anticorpo anafilático primário.

Além disso, existem numerosos reagentes imunológicos e linhagens puras, são

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de fácil criação, têm período gestacional curto e são animais relativamente

baratos (Shin et al., 2009).

Modelos experimentais de inflamação pulmonar alérgica crônica já

demonstraram ser capazes de reproduzir características relacionadas ao

processo inflamatório, reatividade de vias aéreas, estresse oxidativo e

remodelamento de matriz extracelular (Tibério et al., 1997; Prado et al., 2006;

Ruiz-Schütz et al., 2009; Prado et al., 2011).

1.2 Inibidores de proteinases

A proteinase é uma enzima que conduz a proteólise, ou seja, começa o

catabolismo protéico por hidrólise das ligações peptídicas que unem os

aminoácidos na cadeia polipeptídica, formando uma molécula de proteína.

Resumidamente, as proteinases quebram proteínas (Puente et al., 2003).

Os inibidores de proteinases vêm sendo estudados amplamente em

microorganismos, animais e plantas. Os inibidores estão presentes no plasma

de humanos em larga concentração. Cerca de 10% das proteínas plasmáticas

são capazes de bloquear a atividade das proteinases. A incapacidade de

controlar as proteinases bacterianas e parasitárias por esses inibidores pode

desencadear doenças (Richardson, 1991).

As plantas, principalmente suas sementes, possuem grande quantidade

de inibidores de proteinases, que são essenciais para a germinação, atuando

principalmente, como proteínas de reserva e na defesa contra herbívoros e

patógenos (Shewry et al., 1995).

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Os inibidores de proteinases isolados de plantas, devido à variada

especificidade de inibição enzimática que apresentam, permitem aplicações

úteis para uma melhor compreensão de mecanismos biológicos, tais como,

coagulação sanguínea e fibrinólise. Estudos demonstraram que estas proteínas

podem desempenhar um papel importante na fisiopatologia de doenças

humanas, dentre elas, inflamações, hemorragias e câncer (Oliva et al., 2009).

Os inibidores de proteinases são compostos de origem vegetal ou animal

que bloqueiam a hidrólise por uma enzima de um determinado substrato. Logo,

os inibidores de natureza protéica são capazes de produzir complexos com

enzimas, de tal modo a inibir as atividades catalíticas. Eles atuam em grupos

específicos para cada classe de enzimas, tais como, inibidores de

cisteínoproteinases, serinoproteinases, metaloproteinases,

asparticoproteinases (Richardson, 1991).

Inibidores de serinoproteinases pertencem a uma das classes mais

estudadas e melhor caracterizadas. Deste grupo fazem parte os inibidores das

enzimas da cascata da coagulação, como a trombina e a calicreína plasmática

humana e os inibidores das enzimas digestivas, como a tripsina e a

quimotripsina (Barret et al., 2004).

Os inibidores de proteinases são classificados em famílias, segundo sua

estrutura primária molecular. As duas principais famílias de inibidores

presentes em vegetais são Kunitz (KNIs) e Bowman-Birk (BBIs). A maioria dos

inibidores do tipo Kunitz são proteínas com massa molecular em torno de 20

kDa e possuem baixo teor de cisteína, formando duas pontes dissulfeto (Oliva

et al., 2000). Apresentam uma ou duas cadeias polipeptídicas e um único sítio

reativo para proteinases, localizado na alça formada pela ponte dissulfeto

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próxima ao N-terminal da molécula. Geralmente, este grupo de inibidores

possui o mesmo sítio reativo (Arg-Ser) e os resíduos vizinhos a este centro

mostram alto grau de similaridade (Richardson, 1991).

Foi demonstrado em estudos que alguns inibidores podem apresentar ou

não pontes de dissulfetos, além de não possuírem cisteínas, por exemplo, o

BrTI (Bauhinia rufa Trypsin inhibitor) e o BbKI (Bauhinia bauhinioides Kallikrein

inhibitor) (Nakata et al., 2006; Oliva et al., 2010).

A inibição das proteases ocorre por inibidores protéicos havendo ligação

específica e restrita ao sítio reativo, sendo irreversível ou reversível (Bode e

Humber, 2000). Shigetomi et al. (2010) observaram que inibidores de

proteinases podem prevenir a inflamação, lesões teciduais e posteriormente,

promover diminuição no remodelamento de tecidos. Em modelos de asma,

alguns inibidores de proteinases foram testados e seus potenciais efeitos anti-

inflamatórios nas vias aéreas foram demonstrados (Chen et al., 2006; Lin et al.,

2014; Oliva et al., 2015).

Neste trabalho, estudaremos um inibidor de serinoproteinase, da família

Kunitz, que apresenta massa molecular aproximada de 20 kDa. Dentre os

indibidores desta família estudados, está o EcTI (Enterolobium contortisiliquum

Trypsin inhibitor), que é capaz de inibir a tripsina, quimotripsina, calicreína

plasmática, plasmina, elastase de neutrófilos humano e fator Xlla (Batista et al.,

1996).

Recentemente (2013), no laboratório da Profa. Dra. Maria Luiza V. Oliva,

do Departamento de Bioquímica da UNIFESP/EPM foi caracterizada a

estrutura de uma proteína descrita inicialmente como lectina, denominada

Crataeva tapia Bark Lectin (CrataBL). Os estudos demonstraram que se trata

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de uma glicoproteína que, além da atividade lectínica, é capaz de inibir

serinoproteinases e de se ligar à heparina (Ferreira et al., 2013).

As plantas têm sido fonte de medicamentos para os seres humanos desde

a pré-história e é notável que nas últimas quatro décadas reapareceu o

interesse de estudar sua utilização em medicamentos. Produtos naturais

derivados de plantas têm sido caracterizados e identificados como novos

compostos químicos com importância terapêutica. As lectinas são proteínas

que podem reconhecer e se ligar reversivelmente a hidratos de carbono ou

outras substâncias derivadas de açúcar (Correia et al., 2008).

Açúcares, apesar do seu pequeno tamanho, podem armazenar ou

transmitir informação dentro ou entre as células. Devido à sua interação

específica de hidratos de carbono, lectinas têm sido ferramentas moleculares

versáteis e úteis para o estudo de glicoconjugados sobre a superfície da célula.

Assim, as lectinas são consideradas excelentes candidatas para serem

exploradas como agente terapêutico (Neumann et al., 2004; Bitencourt et al.,

2008).

Ao interagirem com os carboidratos, as lectinas aglutinam células animais

e/ou vegetais precipitando polissacarídeos, glicoproteínas ou glicolipídeos, sem

causar alterações em sua estrutura. Com isso, foi estabelecido um método de

detecção de presença de lectina em uma amostra por ensaio de

hemaglutinação, utilizando eritrócitos de diferentes espécies de animais,

formando ligações reversíveis (Oliveira et al., 2008).

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1.2.1 Crataeva tapia Bark Lectin

A Crataeva tapia é uma árvore (Figura 4A) pertencente à família

Capparaceae, que é conhecida popularmente como trapiá, tapiá ou pau d’alho.

Sua ocorrência vai desde o estado de Pernambuco até São Paulo, nos biomas

de mata pluvial Atlântica e no Pantanal Matogrossense. A árvore Crataeva

tapia, varia de 5 a 12 metros de altura, sua madeira é utilizada na construção

civil, para forros, caixotaria e confecção de canoas, os frutos são utilizados no

Pantanal Matogrossense como isca do peixe Pacu e suas flores são

ornamentais (Lorenzi, 1998).

Os frutos, cascas (Figura 4B) e folhas da Crataeva tapia são consideradas

de valor medicinal, sendo usados como tônico estomático, antidisentérico,

vermífugo e o fruto no combate às infecções do trato respiratório (Cruz, 1982).

O extrato de sua casca é usado popularmente para o tratamento de diabetes,

dor de estômago, febre, distúrbios do trato urinário e artrite, promovendo

diminuição do processo inflamatório (Sharon e Lis, 2001).

Figura 4: A: Árvore Crataeva tapia. B: Casca da árvore Crataeva tapia (Cruz, 1982).

A B

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A atividade lectínica da Crataeva tapia é inibida pelos açúcares galactose

e monose e pela glicoproteína ovalbumina. Foi observado que a CrataBL

aglutina eritrócitos de humanos, galinha e coelhos e sua atividade

hemaglutinante não foi alterada após administração de Ca2+, Mn2+ e Mg2+

(Araújo et al., 2011).

As estruturas primária (Figura 5A) e a terciária (Figura 5B) da CrataBL

foram determinadas recentemente, onde ambas confirmaram similaridade com

membros da família Kunitz de inibidores de proteinases, apresentando os

mesmos resíduos de aminoácidos em posição conservadas, inclusive as

pontes de disulfetos (Ferreira et al., 2013). A sua estrutura terciária apresenta

predominantemente folhas betas, como é a característica dos inibidores de

proteinase da família Kunitz de planta (Neuhof et al., 2003).

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Figura 5A: Estrutura primária da CrataBL – Comparação da sua sequência de aminoácidos com outros inibidores de proteinases. BvTI – Bauhinia variegata Trypsin inhibitor, BuXI – Bauhinia ungulata factor-Xa inhibitor (Oliva et al., 2003); EcTI (Batista et al., 2001); DrTI – Delonix regia Trypsin inhibitor (Pando et al., 2001); BrTI (Nakata et al., 2006); BbCI – Bauhinia bauhinioides Cruzipain inhibitor (de Oliveira et al., 2001); BbKI (Oliva et al., 2001). Os resíduos de cisteína estão destacados em cinza e os aminoácidos altamente conservados estão demonstrados em preto. Os sítios de glicosilação estão indicados com asteriscos.

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Figura 5B: Estrutura terciária da Crataeva tapia Bark Lectin – CrataBL (Ferreira et al., 2013).

A função inibitória da CrataBL foi confirmada pela interferência nas

atividades das serinoproteinases tripsina (Kiapp = 43 μM) e Fator Xa (Kiapp 8,2

μM) (Ferreira et al., 2013). No entando, não interfere na atividade de calicreína

plasmática humana, calicreína plasmática porcina, elastase de neutrófilo

humano, papaína, plasmina e quimiotripsina. Os autores ainda sugerem que a

CrataBL liga-se com glicosaminoglicanos (Ferreira et al., 2013) (Figura 6), que

são compostos negativos ligados à superfície das células, gerando assim

produtos, tais como, sulfato de condroitina, ácido hialurônico e heparina (Nader

et al., 2004).

Figura 6: Ligação da CrataBL à glicosaminoglicanos e seus produtos: sulfato de condroidinta, ácido hialurônico e heparina (Ferreira et al., 2013).

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Nesse enredo, é importante considerarmos que a heparina, além de sua

propriedade anticoagulante, amplifica a ação do inibidor de trombina (Walenga

et al., 2005) e modula a atividade de proteinases, principalmente as catepsinas

(Almeida et al., 2001).

As catepsinas podem ativar a pro-uroquinase, que irão ativar os

plasminogênios, constituindo as plasminas, que por sua vez, ativam as

proteinases, principalmente as MMP-2 e MMP-9. A plasmina também pode

ativar a elastase, que consequentemente ativa mais metaloproteinases e

catepsinas. Desta forma, a heparina tem importante papel na amplificação na

ativação da rede de proteinases superativadas em processos fisiopatológicos

(Jedeszko e Sloane, 2004).

1.3 Justificativa para o estudo

A asma é considerada um problema de saúde pública com grandes

potenciais complicadores e pertinentes da diminuição da qualidade de vida do

indivíduo. Assim, classifica-se de suma importância a busca de novas opções

terapêuticas que proporcionem melhor controle dos quadros asmáticos,

salientando que para isto, é imprescindível estabelecer bons modelos

experimentais de inflamação e remodelamento pulmonar. Nota-se que não há

trabalhos que avaliem a importância da proteína bifuncional CrataBL no

controle da inflamação pulmonar alérgica crônica. Deste modo, visamos

contribuir para a investigação de novas alternativas terapêuticas para asma, bem

como para o melhor entendimento da fisiopatologia da mesma.

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2 OBJETIVOS

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2 OBJETIVOS

Os objetivos do presente estudo foram investigar os efeitos do tratamento

com o inibidor de proteinase CrataBL em camundongos a partir de um modelo

experimental de inflamação pulmonar alérgica crônica, onde realizamos:

1. Obtenção de quantidades suficientes da proteína bifuncional CrataBL;

2. Avaliação da mecânica pulmonar respiratória;

3. Avaliação do fluido do lavado broncoalveolar;

4. Avaliação da densidade de eosinófilos;

5. Avaliação das células IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ positivas nas vias

aéreas e nos septos alveolares;

6. Avaliação dos níveis de concentração de IL-4, IL-5 e IFN-γ a partir do

método ELISA;

7. Avaliação das alterações da matriz extracelular, incluindo a fração de

volume de fibras colágenas e elásticas, células MMP-9, TIMP-1 e

TGF-β positivas nas vias aéreas e nos septos alveolares;

8. Avaliação da resposta ao estresse oxidativo através da

quantificação de células iNOS e NF-kB positivas e fração de

volume de 8-iso-PGF2α nas vias aéreas e nos septos alveolares;

9. Avaliação da anafilaxia cutânea passiva.

Além disso, objetivamos correlacionar as alterações funcionais (Rrs e Ers)

e as respostas inflamatórias, de remodelamento e de estresse oxidativo.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Animais

Neste estudo foram utilizados trinta e dois camundongos Balb/c, padrão

sanitário SPF (Specific Pathogen Free), do gênero masculino, entre seis e sete

semanas, obtidos do Biotério Central da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo. Os animais foram manejados de acordo com as

orientações do “Guia de cuidados e uso de animais de laboratório” publicado

pelo National Institutes of Health (NIH, 2002).

Todos os protocolos e procedimentos utilizados neste trabalho foram

aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade de São Paulo, SP, Brasil

(Protocolo de Pesquisa número 187/12).

3.2 Material vegetal e purificação da CrataBL

A casca da Crataeva tapia (Division Magnoliophyta, Class Magnoliopsida,

Subclass Dilleniidae, Order Capparales, Family Capparaceae) foi coletada na

cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. A casca foi seca

ao ar, triturada (malha 40) e armazenada a 4 ºC.

A lectina CrataBL foi purificada como descrita previamente por Araújo et

al. (2012) e foi realizada no laboratório de Bioquímica da UNIFESP, em

colaboração da Profa. Dra. Maria Luiza V. Oliva.

A casca em pó (10 g) foi suspenso em 0,15 M NaCl (100 mL). O

sobrenadante claro (extrato bruto) foi obtido após homogeneização em agitador

amagnético (16 horas a 4 ºC), seguido de filtração através de uma gaze e

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centrifugação (4000 x g por 15 minutos). O extrato foi avaliado para

concentração de proteínas e atividade hemaglutinante. As proteínas solúveis

em extrato bruto foram fracionadas com sulfato de amônio segundo Green e

Hughes (1955).

A fração precipitada de 30-60% (30-60 F) foi submetida à diálise

(membrana cortada a 3500 Da a 4 ºC), água destilada (2 horas), seguido por

10 mM de tampão de citrato-fosfato, pH 5,5 (2 horas). Esta fração foi carregada

(11 mg de proteína, atividade hemaglutinante de 1024) numa CM-celulose

(Sigma-Aldrich, EUA), coluna (5,2 cm x 1,6 cm) equilibrada com tampão de

citrato-fosfato 10 mM pH 5,5 e taxa de fluxo de 20mLh-1.

As proteínas não absorvidas foram eluídas com uma solução de equilíbrio

até a absorvência a 280 nm ser menor que 0,05. Na sequência da atividade

adsorvida hemaglutinante (CrataBL) foi eluído com 0,5 M de NaCl.

A concentração de proteína foi avaliada de acordo com Lowry et al. (1951)

utilizando albumina de soro bovino (31,25–500 μg mL−1) como padrão. A dose

utilizada (2 mg/kg) foi a mesma que a do inibidor de proteinase BbCI que está

sendo estudado pelo grupo (Neuhof et al., 2003; Oliveira et al., 2010).

3.3 Grupos experimentais

Os animais foram divididos aleatoriamente em quatro grupos de acordo

com o protocolo a que foram submetidos (n = 8 para cada grupo):

1. C: duas injeções intraperitonealmente com 6 mg de Hidróxido de Alumínio e

cloreto de sódio 0,9% e quatro inalações com cloreto de sódio (0,9%);

2. OVA: duas injeções intraperitonealmente com 50 μg ovalbumina e 6 mg de

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Hidróxido de Alumínio e quatro inalações com solução de ovalbumina a 1%

diluída em 0,9% de cloreto de sódio;

3. C+CR: duas injeções intraperitonealmente com 6 mg de Hidróxido de

Alumínio e quatro inalações com cloreto de sódio (0,9%), tratados com 2

mg/kg de CrataBL;

4. OVA+CR: duas injeções intraperitonealmente com 50 μg ovalbumina e 6

mg de Hidróxido de Alumínio e quatro inalações com solução de

ovalbumina a 1% diluída em 0,9% de cloreto de sódio, tratados com

CrataBL.

3.4 Indução da inflamação pulmonar alérgica crônica

Para reproduzir o modelo de inflamação pulmonar alérgica crônica, o

antígeno (ovalbumina) foi injetado via intraperitoneal (i.p) para induzir uma

sensibilização sistêmica e o mesmo antígeno foi administrado pelas vias

aéreas, o foco do processo inflamatório, por aerossol.

O protocolo de sensibilização e indução da inflamação pulmonar

alérgica crônica por ovoalbumina teve duração de 29 dias. Os camundongos

foram primeiramente imunizados por via i.pl com 50 μg de ovalbumina (Sigma

Aldrich, St. Louis, MO) e 6 mg de Hidróxido de Alumínio – Alumen (Pepsamar,

Sanofi-Synthelabo S.A., Rio de Janeiro, Brasil) em um volume total de 0,2 mL,

nos dias 0 e 14. O hidróxido de alumínio foi utilizado como adjuvante, pelo fato

de promover uma ativação mais intensa da resposta Th2, quando o sistema

imune é exposto ao antígeno (Brewer, 1999).

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Nos dias 22, 24, 26 e 28 os animais foram colocados em uma caixa de

acrílico (30 cm x 15 cm x 20 cm) acoplada a um nebulizador ultrassônico (US –

1000, ICEL, São Paulo, Brasil) sendo submetidos à inalação com aerossol de

ovalbumina diluída em soro fisiológico estéril a 0,9% na concentração de 10

mg/mL (1%) durante trinta minutos.

Os camundongos do grupo C receberam o mesmo adjuvante por via

intraperitoneal e foram expostos a inalação com aerossol de cloreto de sódio a

0,9%, também por trinta minutos.

Os estudos de mecânica respiratória e histopatológicos foram realizados

vinte e quatro horas após o último desafio antigênico, ou seja, no dia 29 para

os animais que receberam a última sensibilização no dia 28.

A indução da inflamação pulmonar alérgica crônica foi realizada conforme

descrito previamente (Arantes-Costa et al., 2008; Toledo et al., 2011) e o

esquema do protocolo de sensibilização dos grupos experimetais está

representado na Figura 7.

Figura 7: Descrição do protocolo experimental. No dia 0 e 14 os animais dos grupos OVA e OVA+CR receberam injeção i.p com uma solução de 50 μg/mL de ovalbumina com 6 mg de Hidróxido de Alumínio (Alumen) e nos dias 22, 24, 26, 28 receberam inalação com ovalbumina (1%) diluída em 0,9% de cloreto de sódio. Os animais dos grupos C e C+CR receberam injeção i.p com 6 mg de Hidróxido de Alumínio e nos dias 22, 24, 26, 28 receberam inalação com cloreto de sódio (0,9%). No dia 29 foi realizada a avaliação da mecânica pulmonar respiratória.

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3.5 Tratamento com CrataBL

Os camundongos dos grupos C+CR e OVA+CR receberam injeções por

via intraperitoneal (50 μL) de CrataBL durante sete dias consecutivos, duas

horas após a primeira inalação (dias 22 a 28). A dose utilizada foi de 2 mg/kg

de peso administrada em 0,2 mL (Neuhof et al., 2003; Oliveira et al., 2010).

Figura 8: Descrição do protocolo experimental. No dia 0 e 14 os animais dos grupos OVA e OVA+CR receberam injeção i.p com uma solução de 50 μg/mL de ovalbumina com 6 mg de Hidróxido de Alumínio (Alumen) e nos dias 22, 24, 26, 28 receberam inalação com ovalbumina (1%) diluída em 0,9% de cloreto de sódio. Os animais dos grupos C e C+CR receberam injeção i.p com 6 mg de Hidróxido de Alumínio e nos dias 22, 24, 26, 28 receberam inalação com cloreto de sódio (0,9%). Dos dias 22 a 28, os animais dos grupos C+CR e OVA+CR receberam injeções i.p de CrataBL (2 mg/kg) duas horas após o desafio inalatório com ovalbumina. No dia 29 foi realizada a avaliação da mecânica pulmonar respiratória.

3.6 Avaliação da mecânica pulmonar respiratória

Vinte e quatro horas após o último desafio, no dia 29, os animais foram

anestesiados com tiopental sódico (50 mg/kg por via intraperitoneal) e

traqueostomizados. Uma cânula de metal foi inserida através do orifício da

traqueostomia e fixada com fio de algodão ao redor da traqueia. Os animais

foram ventilados mecanicamente (Harvard 687, Harvard Apparatus, Holliston,

MA) num pletismógrafo de acrílico (120 ciclos por minuto, 10 mL/kg). Os sinais

de pressão traqueal e volume pulmonar foram adquiridos através de

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transdutores diferenciais de pressão (Honeywell 163PC01D36, Freepot, IL) e

convertidos para uma placa analógica digital (DT01EZ, Data Translation,

Marlboro, MA).

Os valores de resistência e elastância do sistema respiratório foram

calculados utilizando a equação de movimento do sistema respiratório: Ptr (t) =

Rrs.V’ (t) + Ers.V (t). Onde (t) é o tempo, Ptr é a pressão traqueal, Rrs é a

resistência do sistema respiratório, Ers é elastância do sistema respiratório, V’

é o fluxo de ar e V é o volume do pulmão (Figura 9). Os valores de Rrs e Ers

foram obtidos na linha de base após a administração aerossol de metacolina

(3, 30 e 300 mg/mL, durante um minuto). Consideramos o valor da resposta

máxima de resistência (Rrs) e elastância (Ers) o qual foi obtido após a

administração de 300 mg/mL de metacolina.

Figura 9: Esquema demonstrando realização da mecânica pulmonar respiratória, onde: Fr – frequência respiratória, VC – volume corrente, (t) – tempo, Ptr – pressão traqueal, Rrs – resistência do sistema respiratório, Ers – elastância do sistema respiratório, V’ – fluxo de ar e V – volume do pulmão.

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3.7 Avaliação do fluido do lavado broncoalveolar

Após a mecânica pulmonar respiratória, foi realizada a exsanguinação do

animal e em seguida, por uma cânula traqueal foi conectado a um sistema

composto por uma torneira de três vias, uma seringa de 1 mL e uma seringa de

3 mL.

Os pulmões foram gentilmente lavados com três injeções de 0,5 mL de

solução salina através da cânula traqueal. Após a coleta do fluido do lavado

broncoalveolar o material foi processado para análise microscópica.

Primeiramente o fluido recolhido foi centrifugado a 790 g durante dez minutos a

4 °C.

3.7.1 Contagem total e diferencial de células

O precipitado foi ressuspendido em 0,3 mL de cloreto de sódio (0,9%).

Desta solução foi retirado 20 µL para câmara de Neubauer. Na câmara foram

contadas as células dos quatro quadrantes, a soma desse resultado foi

corrigida pelo volume de soro fisiológico (0,3 mL), sendo o resultado

multiplicado por 104, gerando o resultado final, que é o número de células

totais, segundo a fórmula descrita na Figura 10A.

Foram utilizados 100 µL do sobrenadante, que foi colocado na centrífuga

(Cytospin) a 450 rpm durante 6 minutos para a obtenção das lâminas, que

foram coradas com um reagente rápido. A contagem diferencial das células foi

determinada por 300 leucócitos/lâmina e a diferenciação seguiram os critérios

hemocitológicos para diferenciação de polimorfonucleares, linfócitos e

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macrófagos com o auxílio de um microscópio óptico com objetiva de imersão

de 1000 x (Figura 10B).

Figura 10: A: Na câmera de Neubauer acoplada em um microscópio, foram contadas as células dos quatro quadrantes e o número de células totais se deu a partir da utilização da fórmula demonstrada na figura. B: Foto da análise para contagem diferencial das células a partir da utilização de um microscópio óptico com objetiva de imersão e aumento de 1000 x.

3.8 Estudo morfométrico

Após avaliação da mecânica do sistema respiratório, exsanguinação e

retirada do fluido do lavado broncoalveolar, a caixa torácica dos animais foi

aberta, onde o coração e o pulmão dos animais foiram retirado em bloco. Os

pulmões foram fixados com formol a 4% e após vinte e quatro horas,

transferidas para etanol a 70%. As fatias cortadas dos pulmões foram

processadas para incorporação da parafina e, posteriormente foram obtidos

cortes histológicos de 4 μm de espessura.

As lâminas foram coradas com Luna (para análise de eosinófilos),

Resorcina-fucsina (para análise das fibras elásticas) e Picrosirius (para análise

das fibras colágenas (Direct Red 80, C.I. 35780, Aldrich, Milwaukee, WI, EUA).

Foram preparadas lâminas para imunohistoquímica para ser analisada a

expressão das seguintes substâncias: IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, TGF-β, MMP-9 e

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NF-kB (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA, EUA), isoprostano (Oxford

Biomedical Research, Rochester Hills, MI, EUA), TIMP-1 e iNOS (LabVision,

NeoMarkers, Fremont, CA, EUA).

A análise morfométrica foi realizada com um microscópio óptico (CH30,

Olympus, Japão) com um retículo de retas e pontos (50 retas e 100 pontos)

acoplado à ocular, totalizando uma área de 104μm2, usando a técnica de

contagem de pontos e retas (Osmanagic et al., 2010). O retículo foi

posicionado no eixo broncoalveolar, a partir da base do epitélio. Cinco vias

aéreas foram selecionadas aleatoriamente de cada animal e três campos das

vias aéreas foram avaliados (Figura 11A). O retículo foi acoplado na região do

septo alveolar onde foram escolhidos vinte campos aleatoriamente para serem

avaliados (Figura 11B).

Figura 11: A: Posicionamento do retículo na via aérea e B: no septo alveolar para realização da técnica de contagem de pontos.

Para a quantificação da densidade de eosinófilos e das células positivas

para IL-4, IL-5, IL-13, IFN-γ, iNOS, NF-kB, MMP-9, TIMP-1 e TGF-β, os cortes

dos pulmões foram analisados com um aumento de 1000 x, utilizando a técnica

de contagem de células nas vias aéreas e/ou septo alveolar. Foi obtida a

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relação entre número de pontos que incidiam nas células positivas dentro do

campo do retículo dividido pelo número de pontos coincidindo com a área de

tecido presente nesse mesmo campo do retículo. Esta avaliação foi realizada

tanto nos três campos das paredes das vias aéreas quanto nos dez campos

que incidiam nos septos alveolares. Os resultados foram expressos como

célula por unidade de área (104µm2).

Para a análise de 8-iso-PGF2ɑ, os cortes do pulmão foram analisados no

aumento de 400 x e a avaliação da proporção nas vias aéreas e/ou septo

alveolar foi determinada dividindo o número de pontos coincidindo sobre as

fibras pelo número total de pontos coincidindo com a área de tecido ao redor da

parede da via aérea ou septo alveolar. Os resultados foram expressos em

fração de volume - % de área positiva (Angeli et al., 2008; Prado et al., 2011).

3.9 Avaliação das imagens para medida de densidade óptica

A medida da densidade óptica foi o método utilizado para a análise de

fibras colágenas e elásticas. As imagens foram obtidas utilizando um

microscópio Leica DM4000B (Leica Microsystems, Wetzlar, Alemanha) e uma

câmera digital (Leica DFC420 Leica Microsystems) conectado a um

computador, com ampliação de 400 x. Foram fotografados vinte campos de

septos alveolares e 10 vias aéreas.

O software (ImageProPlus - Media Cybernetics, Bethesda, MD) informa

um limiar de tons de cores que representam as áreas positivas de modo a

quantificar a área predeterminada (Figura 12). Assim, a proporção de fibras de

colágenas ou elásticas por área de vias aéreas ou septos alveolares foi

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quantificada. Os resultados foram expressos em fração de volume - % de área

positiva.

Figura 12: Exemplo da sequência de procedimentos realizados no software para quantificação de fibras colágenas e elásticas. A: Foto da via aérea e seleção da área a ser analisada; B: Áreas positivas de modo a quantificar as fibras; C: Área total do espaço selecionado.

3.10 Avaliação imunohistoquímica

A avaliação imunohistoquímica foi realizada para detecção de IL-4, IL-5,

IL-13, IFNγ, iNOS, 8-iso-PGF2ɑ, NF-kB, MMP-9, TIMP-1 e TGF-β. As lâminas

foram previamente preparadas com 3-aminopropil-trietoxisilano Silano (Sigma)

contendo os cortes histológicos dos pulmões que foram inicialmente

desparafinizados e hidratados (Xilol 60ºC, Xilol 1, 2 e 3; Etanol Absoluto 1 e 2,

Etanol 96% e Etanol 70%). Posteriormente foram lavados com água corrente e

água destilada, sendo então submetidos aos seguintes procedimentos:

• Recuperação antigênica: Para a detecção da expressão de 8-iso-PGF2ɑ

foram colocados 100 μL de solução de Tripsina 0,25% (Trypsin from porcine

pancreas, Sigma Aldrich, Missouri, EUA), sobre os cortes pulmonares por 20

minutos à 37ºC. Para a detecção da expressão de IL-4, IL-5, IL-13, IFNγ, iNOS,

NF-kB, MMP-9, TIMP-1 e TGFβ, a recuperação antigênica se deu pela

A B C

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exposição ao vapor em panela de pressão (Dako Cytomation, California, Inc.)

por 1 minuto à 125 ºC com as lâminas imersas em solução de Citrato com pH 6

(Target Retrieval Solution, DAKO, California, EUA). Após esse procedimento,

as lâminas foram lavadas com água corrente e água destilada (3 minutos em

ambas).

• Bloqueio de Peroxidase Endógena e Ligações Inespecíficas: O bloqueio

de peroxidase endógena foi realizado com água oxigenada (H2O2) 10 V 3% (7

vezes de 5 minutos) seguida de lavagem com água corrente e água destilada

(3 minutos em ambas). Após, as lâminas foram imersas em solução de caseína

(5 minutos). Assim, houve o bloqueio das ligações inespecíficas e novamente

as lâminas foram lavadas em solução de PBS (2 vezes de 5 minutos). Para os

anticorpos de MMP-9 e IL-5 o bloqueio foi realizado com água oxigenada

(H2O2) 10V 3% e metanol (2 vezes de 10 minutos).

• Incubação com Anticorpo Primário: Os anticorpos primários foram diluídos

em solução de BSA (do inglês Bovine serum albumin) e aplicados sobre cada

lâmina. Na Tabela 4 estão descritos quais anticorpos foram utilizados, suas

diluições e suas marcas. Após, as lâminas foram incubadas overnight em uma

câmara úmida em geladeira à 4 ºC.

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Tabela 4: Descrição dos anticorpos, das diluições e das marcas utilizados na técnica de imunohistoquíca.

Anticorpo Diluição Marca

IL-4 1:600 sc-1260

IL-5 1:500 sc-7887

IL-13 1:700 sc-1776

IFN-γ 1:200 sc-8308

iNOS 1:100 Lab Vision Products, Neo

Markers, Thermo Fisher

Scientific, Freemount, EUA

8-iso-PGF2ɑ 1:10.000 Oxford Biomedical Research,

Rochester Hill, MI, EUA

NF-kB 1:100 sc-109

MMP-9 1:500 sc-6840

TIMP-1 1:200 sc-5538

TGF-β 1:100 sc-1836

[sc: Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, Inc., Califórnia, EUA]

• Incubação com Anticorpo Secundário e Complexo: As lâminas foram

lavadas em PBS (3 vezes de 5 minutos) e incubadas pelo ABCkit Vectastain

(Vector Elite) - PK-6105 (anti-goat) para IL-4 e 8-iso-PGF2ɑ; PK-6101 (anti-

rabbit) para IL-5, MMP-9, iNOS, NF-kB, TGF-β, IFN-γ e PK-6102 (anti-mouse)

para o ensaio de IL-13 e TIMP-1, por 30 minutos em estufa à 37ºC.

• Revelação: Após lavagem das lâminas com PBS (3 vezes de 5 minutos),

foi realizada a revelação pelo cromógeno diaminobenzidina (DAB)

(DakoCytomation, Glostrup, Dinamarca). Após, as lâminas foram lavadas com

água corrente e água destilada (10 e 2 minutos, respectivamente).

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• Contracoloração e Montagem das Lâminas: As lâminas foram

contracoradas com Hematoxilina de Harris (Merck, Darmstadt, Alemanha)

durante 1 minuto e lavadas com água corrente e água destilada (5 e 2 minutos,

respectivamente). Após a limpeza, foram desidratadas, diafanizadas e

montadas com as lamínulas para posterior microscopia.

As maneiras pelas quais os resultados da quantificação dessas células

foram determinados estão descritos no item “Análise morfométrica”.

3.11 Imuno-ensaio (ELISA)

Para detecção das citocinas inflamatórias IL-4, IL-5 e IFN-γ no

homogenato de pulmão, foi realizado o ensaio imunoenzimatico (ELISA, do

inglês Enzyme-linked Immunosorbent Assay) utilizando o kit DuoSet para

camundongos (R&D System, Minneapolis, EUA) conforme instruções do

fabricante.

Microplacas (Costar, Cambridge, MA, USA) para cada citocina foram

sensibilizadas com anticorpos monoclonais específicos. Após lavagem e

distribuição das amostras, foram adicionados anticorpos específicos para as

diferentes citocinas conjugados à biotina.

Para a revelação, solução reveladora contendo conjugado enzimático de

estreptoavidina-peroxidase, substrato e cromógeno foi adicionada. A leitura da

densidade ótica (DO) da reação foi realizada a 450 nm em espectrofotômetro

M2 (Spectramax L, Moleculas Devices). As concentrações das amostras foram

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calculadas com regressão linear múltipla a partir das DOs das curvas-padrão

obtidas com as citocinas recombinantes e os resultados expressos por pg/mL.

3.12 Anafilaxia cutânea passiva

Para a titulação de anticorpos IgE e IgG1 foi utilizada a técnica de Ovary

(1964), modificada por Mota e Perini (1970). Dois camundongos de cada grupo

após sete dias da última inalação foram anestesiadas com pentobarbital sódico

(50 mg/kg i.p), e 5 ml de sangue foram retirados por punção da veia cava

inferior. O sangue foi centrifugado a 1000 rpm por vinte minutos numa

temperatura de 4°C. Para a titulação de IgG1, uma parte do soro foi aquecida

em banho maria a 56° C por uma hora, para inativar os anticorpos IgE.

Para obter a PCA, os dorsos de dois ratos (IgE) e de dois camundongos

(IgG1) foram tricotomizados, tomando-se o cuidado para não irritar a pele. No

tecido subcutâneo dorsal dos ratos e dos camundongos foi injetado 0,1 ml de

cada concentração de soro (de 1:5 até 1:2560).

O desafio foi feito 2 e 24 horas após a aplicação das diluições para IgG1

e IgE respectivamente onde foi injetada na corrente sanguínea uma solução

contendo 1mg de ovoalbumina, 1ml de azul de Evans e 0,25% de solução

salina. Depois de trinta minutos os animais foram submetidos a eutanásia, sua

pele retirada e invertida e o diâmetro das reações foi analisado, considerando-

se positiva a reação com diâmetro de cinco milímetros. A titulação foi

determinada pela maior diluição de soro capaz de induzir uma reação de

anafilaxia cutânea passiva.

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3.13 Análise estatística

Todos os dados são representados por média ± erro padrão e os gráficos

são apresentados na forma de barras. A significância estatística das diferenças

entre os grupos foi determinada por análise de variância simples (ANOVA)

seguido pelo método de Holm-Sidak para comparações múltiplas. Foi realizada

a análise de correlação e obtido o coeficiente de Pearson (R) para avaliar as

associações dos escores de Rrs e Ers com os marcadores inflamatórios,

remodelamento e estresse oxidativo. Todas as análises foram realizadas

usando o software SigmaPlot 12.0 (Systat Software, EUA). As diferenças foram

consideradas estatisticamente significantes quando p<0,05.

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4 RESULTADOS

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4 RESULTADOS

4.1 Análise da mecânica pulmonar respiratória

Na Figura 13A podemos observar a representação da resposta máxima da

resistência do sistema respiratório (Rrs) após o desafio com metacolina (300

mg/mL). Houve aumento da Rrs nos animais do grupo OVA (OVA: 0,94 ± 0,00

cmH2O.mL-1.s) em relação aos controles (C: 0,74 ± 0,02 cmH2O.mL-1.s; C+CR:

0,71 ± 0,02 cmH2O.mL-1.s, p<0,05). Houve diminuição da Rrs no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 0,75 ± 0,01 cmH2O.mL-1.s) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Rrs

(cm

H2O

.ml-1

.s)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Figura 13A: Gráfico de barras demostrando a média ± erro padrão da resposta máxima da resistência do sistema respiratório (Rrs) após o desafio com metacolina (300 mg/mL) dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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56

Podemos observar na Figura 13B a representação da resposta máxima da

elastância do sistema respiratório (Ers) após o desafio com metacolina (300

mg/mL). Houve aumento da Ers nos animais do grupo OVA (OVA: 69,56 ± 1,42

cmH2O.mL-1) em relação aos controles (C: 44,41 ± 1,74 cmH2O.mL-1; C+CR:

48,20 ± 1,20 cmH2O.mL-1, p<0,05). Houve diminuição da Ers no grupo

OVA+CR (OVA+CR: 46,89 ± 1,28 cmH2O.mL-1) em relação ao grupo OVA

(p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Ers

(cm

H2O

.ml-1

)

0

20

40

60

80

100

Figura 13B: Gráfico de barras demostrando a média ± erro padrão da resposta máxima da elastância do sistema respiratório (Ers) após o desafio com metacolina (300 mg/mL) dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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4.2 Análise do fluido do lavado broncoalveolar

Na Figura 14A podemos observar a representação do número total de

células e macrófagos no fluido do lavado broncoalveolar. Houve aumento do

número total de células nos animais do grupo OVA (OVA: 9,89 ± 1,58 x 104

células/mL) em relação aos controles (C: 1,27 ± 0,43 x 104 células/mL; C+CR:

2,65 ± 0,42 x 104 células/mL, p<0,05). Houve diminuição do número total de

células no grupo OVA+CR (OVA+CR: 4,55 ± 0,37 x 104 células/mL) em relação

ao grupo OVA (p<0,05). Houve aumento de macrófagos nos animais do grupo

OVA (OVA: 5,66 ± 0,80 x 104 células/mL) em relação aos controles (C: 1,25 ±

0,36 x 104 células/mL; o C+CR: 2,02 ± 0,34 x 104 células/mL, p<0,05). Houve

diminuição dos macrófagos no grupo OVA+CR (OVA+CR: 3,54 ± 0,49 x 104

células/mL) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

Na Figura 14B podemos observar a representação do número de células

polimorfonucleares e linfócitos no fluido do lavado broncoalveolar. Houve

aumento do número de polimorfonucleares nos animais do grupo OVA (OVA:

0,59 ± 0,05 x 104 células/mL) em relação aos controles (C: 0,03 ± 0,01 x 104

células/mL; C+CR: 0,02 ± 0,00 x 104 células/mL, p<0,05). Houve diminuição no

número de polimorfonucleares no grupo OVA+CR (OVA+CR: 0,31 ± 0,06 x 104

células/mL) em relação ao grupo OVA (p<0,05). Houve aumento de linfócitos

nos animais do grupo OVA (OVA: 0,46 ± 0,06 x 104 células/mL) em relação aos

controles (C: 0,00 ± 0,00 x 104 células/mL; C+CR: 0,01 ± 0,00 x 104 células/mL,

p<0,05). Houve diminuição dos linfócitos no grupo OVA+CR (OVA+CR: 0,11 ±

0,04 x 104 células/mL) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

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58

Cél

ulas

x 1

04 (c

élul

as/m

l)

0

2

4

6

8

10

12

Figura 14A: Gráfico de barras demostrando a média ± erro padrão da quantidade das células totais e macrófagos no lavado broncoalveolar. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

Cél

ulas

x 1

04 (c

élul

as/m

l)

0

8

10

12

Figura 14B: Gráfico de barras demostrando a média ± erro padrão da quantidade das células polimorfonucleares e linfócitos no lavado broncoalveolar. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

Células totais Macrófagos

*

* * #

Polimorfonocleares Linfócitos

*

C OVA C+CR OVA+CR

*

C OVA C+CR OVA+CR

* #

#

* #

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59

4.3 Análise da concentração de citocinas por ELISA

Na Figura 15 podemos observar a concentração da citocina IL-4 a partir

do método ELISA. Houve aumento da IL-4 nos animais do grupo OVA (OVA:

308,00 ± 35,80 pg/mL) em relação aos controles (C: 86,01 ± 8,71 pg/mL;

C+CR: 112,50 ± 18,43 pg/mL, p<0,05). O tratamento com CrataBL atenuou a

IL-4 no grupo OVA+CR (OVA+CR: 156,82 ± 11,73 pg/mL) em relação ao grupo

OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-4

(pg/

mL)

0

200

400

600

800

Figura 15: Gráfico de barras demonsrando média ± erro padrão da concentração de IL-4 no homogenato do pulmão, analisado pelo método ELISA dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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60

A Figura 16 demonstra a concentração da citocina IL-5 a partir do método

ELISA. Houve aumento da IL-5 nos animais do grupo OVA (OVA: 160,04 ±

20,60 pg/mL) em relação aos controles (C: 45,72 ± 18,42 pg/mL; C+CR: 38,90

± 20,16 pg/mL, p<0,05). O tratamento com CrataBL atenuou a IL-5 no grupo

OVA+CR (OVA+CR: 66,40 ± 9,99 pg/mL) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-5

(pg/

mL)

0

200

400

600

800

Figura 16: Gráfico de barras demonsrando média ± erro padrão da concentração de IL-5 no homogenato do pulmão, analisado pelo método ELISA dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

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61

Na Figura 17 podemos observar a concentração da citocina IFN-γ a partir

do método ELISA. Houve aumento da IFN-γ nos animais do grupo OVA (OVA:

456,96 ± 32,87 pg/mL) em relação aos controles (C: 94,85 ± 13,04 pg/mL;

C+CR: 94,46 ± 12,52 pg/mL, p<0,05). O tratamento com CrataBL atenuou a

IFN-γ no grupo OVA+CR (OVA+CR: 324,47 ± 11,19 pg/mL) em relação ao

grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IFN

- γ (p

g/m

L)

0

200

400

600

800

Figura 17: Gráfico de barras demonsrando média ± erro padrão da concentração de IFN-γ no homogenato do pulmão, analisado pelo método ELISA dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* * #

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62

4.4 Análise morfométrica

4.4.1 Quantificação da densidade de eosinófilos

Na Figura 18A podemos observar a representação da quantificação da

densidade de eosinófilos nas vias aéreas. Houve aumento na densidade de

eosinófilos nos animais do grupo OVA (OVA: 19,72 ± 1,34 / 104µm2) em

relação aos controles (C: 0,23 ± 0,14 / 104µm2; C+CR: 0,14 ± 0,14 / 104µm2,

p<0,05). Houve diminuição na densidade de eosinófilos no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 6,24 ± 1,31 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Eosi

nófil

os/1

04 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 18A: Gráfico de barras demostrando a média ± erro padrão da densidade de eosinófilos nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

* #

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63

Podemos observar na Figura 18B a representação da quantificação da

densidade de eosinófilos nos septos alveolares. Houve aumento na densidade

de eosinófilos nos animais do grupo OVA (OVA: 5,67 ± 0,60 / 104µm2) em

relação aos controles (C: 0,34 ± 0,21 / 104µm2; C+CR: 0,30 ± 0,18 / 104µm2,

p<0,05). Houve diminuição na densidade de eosinófilos no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 2,45 ± 0,7 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Eosi

nófil

os/1

04 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 18B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da densidade de eosinófilos nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* # *

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64

4.4.2 Quantificação das células IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ positivas

Na Figura 19A podemos observar a representação do número de células

IL-4 positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células IL-4 positivas nos

animais do grupo OVA (OVA: 21,74 ± 2,08 / 104µm2) em relação aos controles

(C: 2,19 ± 0,10 / 104µm2; C+CR: 1,19 ± 0,78 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células IL-4 positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

9,49 ± 0,93 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-4

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 19A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-4 positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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65

Podemos observar na Figura 19B a representação do número de células

positivas para IL-4 nos septos alveolares. Houve aumento de células positivas

para IL-4 nos animais do grupo OVA (OVA: 12,27 ± 0,82 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,61 ± 0,20 / 104µm2; C+CR: 0,54 ± 0,39 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células IL-4 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 5,22 ± 0,71 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-4

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 19B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-4 positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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66

Na Figura 20A podemos observar a representação do número de células

IL-5 positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células IL-5 positivas nos

animais do grupo OVA (OVA: 19,82 ± 1,47 / 104µm2) em relação aos controles

(C: 0,62 ± 0,40 / 104µm2; C+CR: 0,74 ± 0,74 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células IL-5 positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

7,88 ± 0,67 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-5

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 20A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-5 positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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67

Podemos observar na Figura 20B a representação do número de células

IL-5 positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células IL-5 positivas

nos animais do grupo OVA (OVA: 13,76 ± 0,93 / 104µm2) em relação aos

controles (C: 0,95 ± 0,38 / 104µm2; C+CR: 1,03 ± 0,49 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células IL-5 positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

4,40 ± 0,57 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-5

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 20B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-5 positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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Na Figura 21A podemos observar a representação do número de células

IL-13 positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células IL-13 positivas nos

animais do grupo OVA (OVA: 23,18 ± 1,92 / 104µm2) em relação aos controles

(C: 2,19 ± 0,47 / 104µm2; C+CR: 1,47 ± 0,74 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células IL-13 positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

4,82 ± 0,61 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-1

3-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Vi

as a

érea

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 21A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-13 positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

#

*

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Podemos observar na Figura 21B a representação do número de células

IL-13 positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células IL-13

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 7,71 ± 1,21 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,90 ± 0,44 / 104µm2; C+CR: 0,48 ± 0,32 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células IL-13 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 3,66 ± 1,49 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IL-1

3-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Se

ptos

alv

eola

res

0

5

10

15

20

25

30

Figura 21B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IL-13 positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

# *

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Na Figura 22A podemos observar a representação do número de células

IFN-γ positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células IFN-γ positivas nos

animais do grupo OVA (OVA: 16,39 ± 1,22 / 104µm2) em relação aos controles

(C: 1,64 ± 0,68 / 104µm2; C+CR: 1,30 ± 0,61 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células IFN-γ positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

6,02 ± 1,21 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IFN

γ-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Vi

as a

érea

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 22A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IFN-γ positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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Podemos observar na Figura 22B a representação do número de células

IFN-γ positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células IFN-γ

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 14,50 ± 1,34 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,90 ± 0,44 / 104µm2; C+CR: 0,93 ± 0,43 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células IFN-γ positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 5,92 ± 1,30 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

IFN

γ-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Se

ptos

alv

eola

res

0

5

10

15

20

25

30

Figura 22B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células IFN-γ positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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4.4.3 Quantificação das células iNOS, NF-kβ positivas e da fração de volume de 8-iso-PGF2ɑ

Na Figura 23A podemos observar a representação do número de células

iNOS positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células iNOS positivas nos

animais do grupo OVA (OVA: 26,15 ± 3,00 / 104µm2) em relação aos controles

(C: 0,00 ± 0,00 / 104µm2; C+CR: 0,00 ± 0,00 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células iNOS positivas no grupo OVA+CR (OVA+CR:

11,30 ± 1,65 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

iNO

S-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Vi

as a

érea

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 23A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células iNOS positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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Podemos observar na Figura 23B a representação do número de células

iNOS positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células iNOS

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 10,41 ± 0,70 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 1,30 ± 0,56 / 104µm2; C+CR: 1,06 ± 0,48 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células iNOS positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 5,52 ± 1,01 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

iNO

S-cé

lula

s po

sitiv

as /

104 µm

2Se

ptos

alv

eola

res

0

5

10

15

20

25

30

Figura 23B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células iNOS positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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Na Figura 24A podemos observar a representação do número de células

NF-kB positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células NF-kB positivas

nos animais do grupo OVA (OVA: 16,62 ± 2,42 / 104µm2) em relação aos

controles (C: 1,13 ± 0,71 / 104µm2; C+CR: 1,19 ± 0,54 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células NF-kB positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 4,59 ± 0,64 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

NF-

k β-c

élul

as p

ositi

vas

/ 104

µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 24A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células NF-kB positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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Podemos observar na Figura 24B a representação do número de células

NF-kB positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células NF-kB

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 10,02 ± 0,87 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,58 ± 0,40 / 104µm2; C+CR: 0,42 ± 0,26 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células NF-kB positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 3,88 ± 0,75 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

NF-

k β-c

élul

as p

ositi

vas

/ 104

µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 24B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células NF-kB positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* *

#

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76

Na Figura 25A podemos observar a representação da fração de volume

de 8-iso-PGF2ɑ nas vias aéreas. Houve aumento de 8-iso-PGF2ɑ nos animais

do grupo OVA (OVA: 16,57 ± 1,51%) em relação aos controles (C: 1,55 ±

0,98%; C+CR: 1,25 ± 0,55%, p<0,05). Houve diminuição da fração de volume

de 8-iso-PGF2ɑ no grupo OVA+CR (OVA+CR: 4,54 ± 0,41%) em relação ao

grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

8-is

o-PG

F2α

(%)

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 25A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de 8-iso-PGF2ɑ nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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77

Podemos observar na Figura 25B a representação da fração de volume de

8-iso-PGF2ɑ nos septos alveolares. Houve aumento de 8-iso-PGF2ɑ nos

animais do grupo OVA (OVA: 13,57 ± 0,66%) em relação aos controles (C: 0,58

± 0,26%; C+CR: 0,98 ± 0,35%, p<0,05). Houve diminuição da fração de volume

de 8-iso-PGF2ɑ no grupo OVA+CR (OVA+CR: 3,43 ± 0,84%) em relação ao

grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

8-is

o-PG

F2α

(%)

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 25B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de 8-iso-PGF2ɑ nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

* #

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78

4.4.4 Quantificação das células MMP-9, TIMP-1 e TGF-β positivas

Na Figura 26A podemos observar a representação do número de células

MMP-9 positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células MMP-9 positivas

nos animais do grupo OVA (OVA: 18,30 ± 2,59 / 104µm2) em relação aos

controles (C: 1,30 ± 0,89 / 104µm2; C+CR: 0,00 ± 0,00 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células MMP-9 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 4,82 ± 0,61 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

MM

P-9-

célu

las

posi

tivas

/ 10

4 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 26A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células MMP-9 positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

#

*

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79

Podemos observar na Figura 26B a representação do número de células

MMP-9 positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células MMP-9

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 9,32 ± 1,18 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,68 ± 0,46 / 104µm2; C+CR: 1,03 ± 0,48 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células MMP-9 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 3,51 ± 0,86 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

MM

P-9-

célu

las

posi

tivas

/ 10

4 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 26B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células MMP-9 positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

#

*

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80

Na Figura 27A podemos observar a representação do número de células

TIMP-1 positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células TIMP-1 positivas

nos animais do grupo OVA (OVA: 17,21 ± 1,77 / 104µm2) em relação aos

controles (C: 0,41 ± 0,41 / 104µm2; C+CR: 0,69 ± 0,45 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células TIMP-1 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 4,00 ± 1,14 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

TIM

P-1-

célu

las

posi

tivas

/ 10

4 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 27A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células TIMP-1 positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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81

Podemos observar na Figura 27B a representação do número de células

TIMP-1 positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células TIMP-1

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 9,32 ± 1,18 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,68 ± 0,46 / 104µm2; C+CR: 1,03 ± 0,48 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células TIMP-1 positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 4,80 ± 1,30 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

TIM

P-1-

célu

las

posi

tivas

/ 10

4 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 27B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células TIMP-1 positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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82

Na Figura 28A podemos observar a representação do número de células

TGF-β positivas nas vias aéreas. Houve aumento de células TGF-β positivas

nos animais do grupo OVA (OVA: 24,34 ± 1,62 / 104µm2) em relação aos

controles (C: 0,54 ± 0,54 / 104µm2; C+CR: 0,43 ± 0,43 / 104µm2, p<0,05). Houve

diminuição no número de células TGF-β positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 15,29 ± 1,06 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

TGF β

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 28A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células TGF-β positivas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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83

Na Figura 28B podemos observar a representação do número de células

TGF-β positivas nos septos alveolares. Houve aumento de células TGF-β

positivas nos animais do grupo OVA (OVA: 13,51 ± 0,93 / 104µm2) em relação

aos controles (C: 0,66 ± 0,41 / 104µm2; C+CR: 0,64 ± 0,43 / 104µm2, p<0,05).

Houve diminuição no número de células TGF-β positivas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 6,92 ± 0,90 / 104µm2) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

TGF β

-cél

ulas

pos

itiva

s / 1

04 µm2

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 28B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão do número de células TGF-β positivas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* #

*

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84

4.5 Análise por medida de densidade óptica

4.5.1 Quantificação da fração de volume das fibras colágenas e elásticas

Na Figura 29A podemos observar a representação da fração de volume

de fibras colágenas nas vias aéreas. Houve aumento da fração de volume de

fibras colágenas nos animais do grupo OVA (OVA: 18,90 ± 1,31%) em relação

aos controles (C: 7,73 ± 1,27%; C+CR: 5,26 ± 0,69%, p<0,05). Houve

diminuição na fração de volume de fibras colágenas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 11,98 ± 0,75%) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Fibr

as c

olág

enas

(%)

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 29A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de fibras colágenas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

* #

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85

Podemos observar na Figura 29B a representação da fração de volume de

fibras colágenas nos septos alveolares. Houve aumento da fração de volume

de fibras colágenas nos animais do grupo OVA (OVA: 12,89 ± 0,90%) em

relação aos controles (C: 2,97 ± 0,29%; C+CR: 2,88 ± 0,40%, p<0,05). Houve

diminuição da fração de volume de fibras colágenas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 5,69 ± 0,70%) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Fibr

as c

olág

enas

(%)

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 29B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de fibras colágenas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* *

#

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86

Na Figura 30A podemos observar a representação da fração de volume

de fibras elásticas nas vias aéreas. Houve aumento da fração de volume de

fibras elásticas nos animais do grupo OVA (OVA: 16,43 ± 1,04%) em relação

aos controles (C: 6,50 ± 0,55%; C+CR: 5,73 ± 0,68%, p<0,05). Houve

diminuição na fração de volume de fibras elásticas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 7,81 ± 0,76%) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Fibr

as e

lást

icas

(%)

Vias

aér

eas

0

5

10

15

20

25

30

Figura 30A: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de fibras elásticas nas vias aéreas dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

*

#

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87

Podemos observar na Figura 30B a representação da fração de volume de

fibras elásticas nos septos alveolares. Houve aumento da fração de volume de

fibras elásticas nos animais do grupo OVA (OVA: 12,15 ± 0,47%) em relação

aos controles (C: 5,52 ± 0,37%; C+CR: 5,78 ± 0,25%, p<0,05). Houve

diminuição da fração de volume de fibras elásticas no grupo OVA+CR

(OVA+CR: 8,32 ± 0,43%) em relação ao grupo OVA (p<0,05).

C OVA C+CR OVA+CR

Fibr

as e

lást

icas

(%)

Sept

os a

lveo

lare

s

0

5

10

15

20

25

30

Figura 30B: Gráfico de barras demonstrando média ± erro padrão da fração de volume de fibras elásticas nos septos alveolares dos quatro grupos experimentais. Os resultados estão expressos em porcentagem. * p<0,05 em comparação aos grupos C e C+CR, # p<0,05 em relação ao grupo OVA.

* * #

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88

4.6 Análise de correlação

A Tabela 5 mostra a análise de correlação da Rrs e da Ers em relação às

células do fluido do lavado broncoalveolar (células totais, macrófagos, células

polimorfonucleares e linfócitos). Foram observadas correlações significativas

entre todos os parâmetros avaliados.

Tabela 5: Correlação de Pearson de Rrs e Ers em relação ao fluido do lavado broncoalveolar.

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

FLBA-Células totais 0,863

0,000302

0,918

0,0000256 FLBA-Macrófagos 0,827

0,000905 0,894

0,0000878 FLBA-Polimorfonucleares 0,920

0,0000228 0,961

0,000000625 FLBA-Linfócitos 0,845

0,000536 0,895

0,0000823

A análise de correlação da Rrs e da Ers em relação à produção de

citocinas (IL-4, IL-5 e IFN-γ) a partir do método ELISA está demonstrada na

Tabela 6. Foram observadas correlações significativas entre todos os

parâmetros avaliados.

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89

Tabela 6: Correlação de Pearson de Rrs e Ers em relação as citocinas IL-4, IL-5 e IFN-γ a partir do método ELISA.

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

IL-4 0,873

0,000208 0,911

0,0000387 IL-5 0,799

0,00184 0,828

0,000887 IFN-γ 0,806

0,00156 0,759

0,00421

A análise de correlação da Rrs e da Ers em relação aos eosinófilos, a

expressão celular de citocinas (IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ), aos marcadores de

remodelamento (fibras colágenas e elásticas, TGF-β, MMP-9 e TIMP-1) e de

estresse oxidativo (iNOS, NF-kB e 8-iso-PGF2ɑ) nas vias aéreas está

demonstrada na Tabela 7A e nos septos alveolares na Tabela 7B. Foram

observadas correlações significativas entre todos os parâmetros avaliados.

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90

Tabela 7A: Correlação de Pearson de Rrs e Ers em relação aos marcadores inflamatórios (a), de remodelamento (b) e de estresse oxidativo (c) nas vias aéreas.

(a)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

Eosinófilos 0,891 0,000103

0,904 0,0000547

IL-4 0,918 0,0000259

0,929 0,0000124

IL-5 0,877 0,000179

0,913 0,0000346

IL-13 0,893 0,0000905

0,947 0,00000290

IFN-γ 0,937 0,00000725

0,954 0,00000147

(b)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

Fibras colágenas 0,868 0,000248

0,897 0,0000776

Fibras elásticas 0,946 0,00000337

0,949 0,00000256

TGF-β 0,869 0,000243

0,857 0,000374

MMP-9 0,908 0,0000435

0,934 0,00000860

TIMP-1 0,903 0,0000562

0,948 0,00000273

(c)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

iNOS 0,889 0,000112

0,902 0,0000594

NF-kB 0,913 0,0000345

0,936 0,00000737

8-iso-PGF2ɑ 0,931 0,0000112

0,950 0,00000233

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91

Tabela 7B: Correlação de Pearson de Rrs e Ers em relação aos marcadores inflamatórios (a), de remodelamento (b) e de estresse oxidativo (c) nos septos alveolares.

(a)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

Eosinófilos 0,806 0,00156

0,799 0,00184

IL-4 0,904 0,0000546

0,928 0,0000139

IL-5 0,877 0,000179

0,929 0,0000127

IL-13 0,869 0,000240

0,858 0,000356

IFN-γ 0,893 0,0000904

0,892 0,0000949

(b)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

Fibras colágenas 0,910 0,0000397

0,958 0,000000980

Fibras elásticas 0,887 0,000118

0,927 0,0000140

TGF-β 0,915 0,0000301

0,915 0,0000311

MMP-9 0,864 0,000286

0,933 0,00000940

TIMP-1 0,874 0,000202

0,911 0,0000376

(c)

Rrs Valor de R Valor de p

Ers Valor de R Valor de p

iNOS 0,827 0,000905

0,849 0,000480

NF-kB 0,876 0,000189

0,911 0,0000371

8-iso-PGF2ɑ 0,890 0,000105

0,935 0,00000821

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92

4.7 Análise da anafilaxia cutânea passiva

A anafilaxia cutânea passiva evidenciou aumento nos anticorpos anafiláticos

específicos IgG1 e IgE nos camundongos expostos a ovalbumina (grupo OVA e

grupo OVA+CR: titulação máxima de 1:1280). Não houve detecção de anticorpos

IgG1 nos grupos C e C+CR.

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4.8 Análise qualitativa

Na análise qualitativa das vias aéreas, a partir de fotomicrografias, foi

observado que houve aumento do número de eosinófilos e células IL-4, IL-5, IL-13 e

IFN-γ positivas no grupo OVA em relação aos controles. O tratamento com CrataBL

atenuou essa resposta, diminuindo, portanto, a inflamação (Figura 31).

30 μm

Figura 31: Fotomicrografias representativas das vias aéreas, coradas com LUNA para detectar eosinófilos (painéis A, B, C, D), imunohistoquímica para IL-4 (painéis E, F, G, H), IL-5 (painéis I, J, K, L), IL-13 (painéis M, N, O, P) e IFN-γ (painéis Q, R, S, T). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A C D

E F G H

I J K L

M N O P

B

Q R S T

Eosinófilos

IL-4

IL-5

IL-13

IFN-γ

C OVA OVA+CR C+CR

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94

As vias aéreas dos animais expostos a ovalbumina apresentaram aumento da

fração de volume das fibras colágenas e elásticas, do número de células MMP-9,

TIMP-1 e TGF-β positivas em relação aos controles. O tratamento com CrataBL

reduziu essa resposta, diminuindo, portanto, o remodelamento (Figura 32).

30 μm

Figura 32: Fotomicrografias representativas das vias aéreas, coradas com Picrosirius para fibras colágenas (painéis A, B, C, D), Resorcina-fucsina para filbras elásticas (painéis E, F, G, H), imunohistoquímica para MMP-9 (painéis I, J, K, L), TIMP-1 (painéis M, N, O, P) e TGF-β (painéis Q, R, S, T). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A B C D

E F G H

I J K L

M N O P

Q R S T

C OVA OVA+CR C+CR

Fibras colágenas

Fibras elásticas

MMP-9

TIMP-1

TGF-β

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95

Os animais expostos a ovalbumina apresentaram aumento do número de

células iNOS e NF-kB positivas e da fração de volume de 8-iso-PGF2ɑ em relação

aos controles. O tratamento com CrataBL reduziu essa resposta, diminuindo,

portanto, o estresse oxidativo nas vias aéreas (Figura 33).

30 μm

Figura 33: Fotomicrografias representativas das vias aéreas, coradas por imunohistoquímica para iNOS (painéis A, B, C, D), NF-kB (painéis E, F, G, H) e 8-iso-PGF2ɑ (painéis I, J, K, L). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A B C D

E F G H

I J K L

C OVA OVA+CR C+CR

iNOS

NF-kB

8-iso-PGF2ɑ

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Na análise qualitativa dos septos alveolares, a partir de fotomicrografias, foi

observado aumento no número de eosinófilos e células IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ

positivas no grupo OVA em relação aos controles. O tratamento com CrataBL

atenuou essa resposta, diminuindo, portanto, a inflamação (Figura 34).

30 μm

Figura 34: Fotomicrografias representativas dos septos alveolares para IL-4 (painéis E, F, G, H), IL-5 (painéis I, J, K, L), IL-13 (painéis M, N, O, P) e IFN-γ (painéis Q, R, S, T). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A B C D

E F G H

I J K L

M N O P

Q R S T

C OVA OVA+CR C+CR

Eosinófilos

IL-4

IL-5

IL-13

IFN-γ

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97

Os septos alveolares dos animais expostos a ovalbumina apresentaram

aumento da fração de volume das fibras colágenas e elásticas, do número de

células MMP-9, TIMP-1 e TGF-β positivas em relação aos controles. O tratamento

com CrataBL reduziu essa resposta, diminuindo, portanto, o remodelamento (Figura

35).

30 μm

Figura 35: Fotomicrografias representativas dos septos alveolares, coradas com Picrosirius para fibras colágenas (painéis A, B, C, D), Resorcina-fucsina para filbras elásticas (painéis E, F, G, H), imunohistoquímica para MMP-9 (painéis I, J, K, L), TIMP-1 (painéis M, N, O, P) e TGF-β (painéis Q, R, S, T). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A B C D

I J K L

M N O P

Q R S T

C OVA OVA+CR C+CR

Fibras colágenas

Fibras elásticas

MMP-9

TIMP-1

TGF-β

E F G H

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Os animais expostos a ovalbumina apresentaram aumento do número de

células iNOS e NF-kB positivas e da fração de volume de 8-iso-PGF2ɑ em relação

aos controles. O tratamento com CrataBL reduziu essa resposta, diminuindo,

portanto, o estresse oxidativo nos septos alveolares (Figura 36).

30 μm

Figura 36: Fotomicrografias representativas dos septos alveolares, coradas por imunohistoquímica para iNOS (painéis A, B, C, D), NF-kB (painéis E, F, G, H) e 8-iso-PGF2ɑ (painéis I, J, K, L). Aumento de 400x. Barra de escala = 30 μm.

A B C D

E F G H

I J K L

C OVA OVA+CR C+CR

iNOS

NF-kB

8-iso-PGF2ɑ

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5 DISCUSSÃO

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100

5 DISCUSSÃO

No presente estudo, avaliou-se o efeito do inibidor de proteinase CrataBL,

purificado a partir da casca da Crataeva tapia, em um modelo experimental de

inflamação pulmonar alérgica crônica. Os animais sensibilizados com

ovalbumina e tratados com CrataBL apresentaram atenuação da

hiperresponsividade das vias aéreas e dos septos alveolares após o desafio

com metacolina. Este resultado correlacionou-se com a redução do número de

eosinófilos, da expressão de citocinas inflamatórias de perfil Th1-Th2 (IL-4, IL-

5, IL-13 e IFN-γ), com o remodelamento, avaliado pela redução da fração de

volume de fibras colágenas e elásticas e também com a expressão de células

positivas para MMP-9, TIMP-1, NF-kB e TGF-β. Além desses achados, houve

significativa atenuação na ativação da via de estresse oxidativo, observada por

meio da diminuição do número de células positivas para iNOS e da fração de

volume de 8-iso-PGF2ɑ neste modelo de inflamação pulmonar alérgica crônica.

Pesquisas com novas terapias para o tratamento da asma são

necessárias, considerando que o padrão ouro, o corticosteróide, apresenta

efeitos adversos e seus efeitos no remodelamento ainda não estão bem

elucidados (Mattos et al., 2002; Bergeron et al., 2010). Além disso, sabe-se que

de 5 a 10% dos asmáticos não respondem de forma positiva com doses

elevadas de corticosteróides oral ou inalatório (Ito et al., 2006).

O envolvimento de proteinases na fisiopatologia do enfisema está

estabelecido (Churg e Wright, 2005) e na asma, há evidências de sua

relevância (Sekizawa et al., 1989; Berger et al., 1999). Proteinases não são

consideradas apenas como enzimas e não estão somente envolvidas na

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degradação de proteínas. Elas tornaram-se importantes moléculas

sinalizadoras e seus inibidores estão sendo intensamente investigados (Wright

et al., 2003; Guarnieri et al., 2010).

A relação que inibidores de proteinase têm com a asma, pode ser

interessante se considerarmos o fato de muitos alérgenos serem proteinases

(Shen et al., 1999; Kauffman e Van Der, 2003). Portanto, ao serem estudados

em um modelo experimental de asma, os inibidores de proteinase

apresentaram bons e promissores resultados na inflamação das vias aéreas

(Chen et al., 2006; Lin et al., 2014).

Modelos de inflamação pulmonar alérgica crônica foram desenvolvidos em

pequenos animais e têm fornecido informações importantes sobre mecanismos

imunes e inflamatórios da asma (Nials e Uddin, 1997; Pawuels at al., 1997).

Dentre estes animais, os murinos têm sido amplamente utilizados. Algumas

razões fazem dos camundongos uma das espécies ideais para estudar

doenças, tais como, genética amplamente conhecida, existência de diversas

sondas camundongo-específicas, baixo custo, ciclo reprodutivo rápido e grande

número de filhotes por vez (Nials e Uddin, 1997; Wills-Karp, 2001; Torres et al.,

2005).

Para desenvolvermos nosso modelo experimental de inflamação pulmonar

alérgica crônica, escolhemos o Balb/c, pois além de ser a linhagem comumente

utilizada de camundongos para modelos de desafio antigênico, desenvolvem

uma boa resposta imunológica Th2 (Boyce e Austen, 2005; Fernandez-

Rodriguez et al., 2008).

A hiperresponsividade das vias aéreas é uma característica típica da

asma e a inflamação crônica é considerada responsável por esse evento

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(Leong e Huston, 2001). O desenvolvimento de hiperreatividade das vias

respiratórias é uma resposta exagerada destas estruturas a uma variedade de

estímulos específicos e não-específicos que contribuem para as exacerbações

dos sintomas da doença (Postma e Kerstjens, 1998; O’Connor et al., 1999).

Após a administração de um broncoconstritor intravenoso em modelos

experimentais ocorre um aumento significativo de Rrs e Ers, tanto em animais

controle quanto em animais sensibilizados (Pétak et al., 1997; Arantes-Costa et

al., 2002; Ruiz-Schütz et al., 2009) e assim, para quantificar a

hiperresponsividade, o desafio à metacolina é comumente empregado

(Cockcroft, 2010).

Animais sensibilizados com ovalbumina apresentam obstrução das vias

aéreas e, consequentemente, altos níveis de Rrs e Ers (Leong e Huston, 2001).

Neste estudo, o tratamento com CrataBL diminuiu aproximadamente 20% da

Rrs e 32% da Ers comparado ao grupo sensibilizado e não tratado. Este efeito

broncodilatador do tratamento com CrataBL em animais sensibilizados com

ovalbumina sobre a hiperresponsividade das vias aéreas está associado a

redução de mais de 50% da expressão de todos os marcadores inflamatórios e

de remodelamento avaliados.

O inibidor de proteinase CrataBL foi anteriormente estudado em um

modelo de elastase que induz lesão pulmonar em camundongos. Os autores

demonstraram que a CrataBL diminuiu a Rrs e Ers nos animais do grupo

elastase, confirmando assim seu efeito broncodilatador (Oliva et al., 2015).

Shigetomi et al. (2010) mostraram que um inibidor de proteinase

endógeno do tipo Kunitz desempenhou um papel importante na inibição da

atividade da proteinase durante a homeostase, inflamação, lesões teciduais e

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progressão de câncer. Além da sua atividade anti-protease, também foram

observadas outras propriedades que contribuem para o controle do processo

inflamatório, incluindo modulação da expressão de citocinas e remodelamento

do tecido. Como sabemos, a CrataBL apresenta similaridade com inibidores de

proteinase do tipo Kunitz, capazes de inibir a tripsina, portanto, sugerimos que

estas características anti-inflamatórias podem ser estendidas para o inibidor

estudado neste trabalho.

Foi demonstrado em um estudo que um inibidor de serinoproteinase

reduziu a hiperresponsividade das vias aéreas em um modelo de asma e isto

foi associado à diminuição dos níveis de IL-5, IL-6 e IL-13 no fluido do lavado

broncoalveolar (Lin et al., 2014), corroborando com nossos achados.

O fluido do lavado broncoalveolar foi avaliado para verificar a inflamação

pulmonar, este é considerado um modo eficiente de monitorar a inflamação

(Churg e Wright, 2005). Foi observado aumento das células do FLBA (células

totais, macrófagos, células polimorfonucleares e linfócitos) do grupo OVA

semelhante à relatada em modelos animais experimentais (Nath et al., 2007;

Herbert et al., 2010; Silva et al., 2012; Toledo et al., 2013). O tratamento com

CrataBL atenuou o número destas células em relação ao grupo OVA, o que

sugere, uma importante ação anti-inflamatória deste inibidor que é semelhante

ao referido por Neuhof et al. (2003) em um modelo de edema pulmonar

causado por ativação de neutrófilos, em que o inibidor de elastase BbCI (da

família Kunitz de inibidores de plantas) diminuiu a formação de edema.

Os resultados obtidos com outros modelos animais de inflamação, pré-

tratados com os inibidores de proteinases BbCI e BbKI, sugeriram uma

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potencial ação anti-inflamatória desses inibidores (Oliveira et al., 2010;

Almeida-Reis et al., 2012).

A CrataBL pode interferir significativamente no processo inflamatório após

sua ligação à heparina (Zhang et al., 2013) e glicosaminoglicanos na superfície

da célula. A heparina potencializa a atividade das proteases, principalmente

catepsinas (Almeida et al., 2001) e calicreína do plasma (Gozzo et al., 2006).

Assim, a CrataBL pode interferir na geração de peptídeos pró-inflamatórios

(quininas - bradicinina) e indiretamente, na atividade proteolítica.

O recrutamento de eosinófilos nas vias aéreas é regulado por citocinas do

tipo Th2 (IL-4, IL-5, IL-13), quimiocinas RANTES (Eotaxina) e também por

moléculas de adesão (Hogan, 2007). A inflamação eosinofílica é observada em

pacientes asmáticos (Hogan, 2007) e também está presente na maioria dos

modelos de asma (Prado et al., 2006; Angeli et al., 2008; Toledo et al., 2013).

Foi observado aumento no número de eosinófilos nas vias aéreas e nos

septos alveolares dos camundongos sensibilizados com ovalbumina e o

tratamento com CrataBL foi capaz de atenuar significativamente essa resposta.

Foi mostrado também, que o tratamento com o inibidor diminuiu o número de

células positivas para IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-γ nas vias aéreas e nos septos

alveolares. Estes resultados sugerem que esse inibidor modula os eventos de

sinalização envolvidos no recrutamento dos eosinófilos e dos linfócitos durante

uma resposta inflamatória alérgica.

Os efeitos do inibidor da tripsina pancreática básica endógena (BPTI) são

mediados por mecanismos anti-inflamatórios através da proteção do receptor

de trombina de alta afinidade, o receptor ativado por protease 1 (PAR-1). PAR-

1 pode ser ativado pela tripsina, trombina e metaloproteinase de matriz-1, a

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qual leva à produção de várias citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas

(Shigetomi et al., 2010). Em nosso estudo, sugere-se que a CrataBL pode inibir

a tripsina, explicando assim, a redução na expressão de IL-4, IL-5, IL-13 e IFN-

γ nas vias aéreas e nos septos alveolares de animais sensibilizados com

ovalbumina.

A IL-4 parece estar envolvida na regulação da expressão de receptores

para IgE presentes nos mastócitos e também na expressão de molécula

vascular de adesão 1 (VCAM-1) no endotélio, contribuindo assim no

recrutamento de eosinófilos. A IL-5 é capaz de recrutar eosinófilos para as vias

aéreas (Hendeles et al., 2004; Lemanske e Busse, 2010) e estudos com

anticorpos anti-IL-5 demonstraram que o tratamento com IL-5 de neutralização

bloqueou a hiperresponsividade das vias aéreas e eosinofilia em resposta à

inalação do antígeno (Hamelmann e Gelfand, 2001; Leong e Huston, 2001;

Hogan, 2007). O tratamento com CrataBL em animais sensibilizados com

ovalbumina reduziu o número de células IL-4 e IL-5 positivas comparados ao

grupo OVA e, provavelmente, este achado explica a redução do número de

eosinófilos, que contribui para a diminuição da hiperresponsividade das vias

aéreas.

O processo inflamatório crônico pode contribuir para o remodelamento das

vias aéreas, onde estão envolvidas modificações da composição normal e

organização estrutural dos tecidos, que geralmente ocorrem em resposta a

várias formas mecânicas e fisiológicas de estresse e pode ser observado em

quase todos os tecidos (Vignola et al., 2003). O remodelamento é caracterizado

por mudanças estruturais nas vias aéreas, que envolve hipertrofia e hiperplasia

do músculo liso e de células caliciformes, destruição da matriz celular,

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reparação e neovascularização (Phipps et al., 2004). Apesar dos efeitos

negativos do remodelamento, alguns autores mostraram que ele pode ser uma

resposta positiva, a fim de manter a homeostase e evitar uma broncoconstrição

grave (Brown et al., 2010).

O remodelamento pode ser determinante de hiperresponsividade e está

relacionado com a diminuição da função pulmonar observada em asmáticos e

em modelos animais (Kariyawasam et al., 2007; Southam et al., 2007; Angeli et

al., 2008; Kermode et al., 2011; Toledo et al., 2013). Na asma, o processo de

remodelamento implica na deposição de fibras colágenas e elásticas (Flood-

Page et al., 2003), MMPs, particularmente a MMP-9 (Mattos et al., 2002),

TIMP-1 (Royce et al., 2012) e TGF-β (Hogan, 2007), além de outros

marcadores.

Neste modelo foi quantificada a fração de volume de fibras colágenas e

elásticas nas vias aéreas e nos septos alveolares. Nossos resultados

corroboram aos anteriores em outros modelos experimentais de asma, que

encontraram aumento dessas fibras em cobaias e camundongos sensibilizados

com ovalbumina (Angeli et al., 2008; Vieira et al., 2008; Antunes et al., 2009).

Observamos que o tratamento com CrataBL atenuou a fração de volume de

fibras colágenas e elásticas nas vias aéreas e septos alveolares de animais

sensibilizados com ovalbumina. Isso sugere que este inibidor além de ajudar a

reduzir a inflamação, indiretamente, contribuiu para a redução do

remodelamento. Este fato se deve, possivelmente, pela capacidade da CrataBL

neutralizar o efeito da heparina (Ferreira et al., 2013), pois sabe-se que a

mesma bloqueia a ativação de proteases e, assim, a destruição das fibras

elásticas localizadas nas estruturas estudadas. Uma resposta similar foi

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observada em estudos que utilizaram um inibidor direto da atividade proteolítica

desta enzima, o BbCI (Almeida-Reis et al., 2012; Marques et al., 2012).

A redução da ativação de fibroblastos ou controle do desequilíbrio entre

proteases e antiproteinases pode também ser uma possível explicação para

estas constatações, relatados anteriormente por outros autores (Churg e

Wright, 2005; Neaud e Rosenbaum, 2008; Chen et al., 2010; GINA, 2015).

No presente estudo foi observado aumento de células MMP-9 positivas

nas vias aéreas e nos septos alveolares de animais sensibilizados com

ovalbumina. Sabe-se que principalmente as células inflamatórias, tais como,

macrófagos, neutrófilos e eosinófilos, produzem MMP-9, que pode estar

intimamente associada ao processo de remodelamento (Atkinson e Senior,

2003; Vermeer et al., 2009).

A contribuição da MMP-9 no remodelamento tem sido demonstrada por

estudos com camundongos MMP-9-knockout, os quais apresentaram redução

das fibras colágenas e do infiltrado eosinofílico em comparação aos

camundongos que foram apenas sensibilizados (Lim et al., 2006).

O fato pelo qual o inibidor de proteinase CrataBL atenuou a deposição de

fibras colágenas e elásticas, comparado aos animais apenas sensibilizados

pode ser explicado a partir do estudo realizado por Nakahata et al. (2011), o

qual apresentaram a primeira evidência de que um inibidor de proteinase

similar ao CrataBL, o EcTI, foi capaz de bloquear a ativação de

prometaloproteinase-9 (proMPM-9), considerando que a MMP-9 é

principalmente expressa na forma de zimogênios que requer ativação por

serina ou cisteína proteinases ativas (Shamamian et al., 2001).

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Outro nível de controle para a atividade da MMP-9 é a sua inibição por

intermédio de inibidores endógenos, como o TIMP-1. No presente estudo,

observamos aumento de TIMP-1 nas vias aéreas e nos septo alveolares após a

exposição à ovalbumina e esses valores foram atenuados com o tratamento

com CrataBL. Acredita-se que as TIMPs regulam a atividade das MMPs e o

equilíbrio entre os níveis de MMP-9 e TIMP-1 é um fator determinante da

degradação da matriz extracelular (Royce et al., 2012). Além disso, TIMP-1 tem

sido reconhecido por seu efeito biológico independente das MMPs, tal como,

indução de apoptose celular (Kelly e Jarjour, 2003; Lambert et al., 2004).

Observamos no presente estudo, aumento de MMP-9 associado com

aumento do seu inibidor, TIMP-1, que aconteceu provavelmente devido a uma

tentativa de reparar danos (Amaneli et al., 2010). O desequilíbrio entre a MMP-

9 e o TIMP-1 pode interferir com a migração de células e reparação de tecidos.

A atenuação nos valores de MMP-9 neste estudo, também pode ser

explicada devido a relação da CrataBL com a heparina. Sabe-se que além de

ter uma elevada afinidade para a heparina, as catepsinas podem ativar as pró-

uroquinases, que consequentemente estimulam o plasminogênio a formar

plasmina. Por sua vez, a plasmina ativa principalmente as MMP-2 e MMP-9. A

plasmina também ativa a elastase e aumenta ainda mais as metaloproteinases e as

atividades das catepsinas. Assim, a heparina desempenha um papel importante na

amplificação da rede de ativação das proteinases em processos fisiológicos

(Amalinei et al., 2010).

O processo de reparação seguido de lesões repetidas das vias aéreas

leva ao remodelamento, como já demonstramos anteriormente. Ele apresenta

aumento da deposição de proteínas de matriz na membrana reticular e na

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submucosa brônquica. Dentre essas proteínas estão as precursoras de

colágeno, proteoglicanos III, tenascina e lumican (Flood-Page et al., 2003).

O TGF-β tem sido descrito como potente fator de diferenciação para a

formação de miofibroblastos e é capaz de realizar a regulação da expressão de

fibroblastos, através de uma proteína da matriz extracelular, a tenascina. Além

disso, foi demonstrado que a redução de eosinófilos a partir do tratamento com

anti-IL-5, está associada a diminuição significativa na expressão de proteínas

da matriz extracelular, sugerindo que o TGF-β pode regular o remodelamento

(Flood-Page et al., 2003; Hogan, 2007). No nosso estudo, o tratamento com

CrataBL em animais sensibilizados com ovalbumina reduziu o número de

células TGF-β positivas, provavelmente devido à redução de marcadores

inflamatórios de acordo com esses estudos citados acima.

O desequilíbrio do estresse oxidativo e da capacidade antioxidante

representam uma das características fisiopatológicas da asma. A produção de

espécies reativas de nitrogênio e oxigênio denota a atividade e os efeitos de

progressão da doença. O NO e os isoprostanos são considerados

biomarcadores de estresse oxidativo e altos níveis dessas substâncias podem

amplificar os efeitos deletérios e prejudiciais para os pulmões (Ricciardolo et

al., 2004; Voynow e Kummarapurugu, 2011).

Nosso grupo de pesquisa demonstrou anteriormente a importância do

óxido nítrico na asma experimental com o aumento da expressão celular de

iNOS e eosinófilos nas vias aéreas distais dos animais sensibilizados. Além

disso, também foi demonstrado que as células nNOS positivas, embora

constitutivas, foram aumentadas entre as células inflamatórias (eosinófilos e

linfomononucleares) (Prado et al., 2005a,b; Prado et al., 2011).

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A iNOS pode agir em uma variedade de tecidos e órgãos e sua expressão

é tipicamente aumentada pelas citocinas e fatores pró-inflamatórias - IFN-γ,

TNF-ɑ e IL1-β (Comhair e Erzurum, 2010; Prado et al., 2011). O NO derivado

da iNOS tem um papel pró-inflamatório, pois ajuda no recrutamento de células

inflamatórias para o local da lesão, além de contribuir para a amplificação da

resposta inflamatória (Prado et al., 2011).

Em relação à resposta nas vias aéreas e nos septos alveolares, a partir de

animais com inflamação alérgica crônica, os inibidores de iNOS (1400W ou L-

NAME) atenuaram a resposta ao desafio antigênico e este comprometimento

funcional foi associado com o controle da inflamação, remodelamento e

estresse oxidativo (Angeli at al., 2008; Starling et al., 2009; Prado et al., 2011).

A atenuação causada pelo bloqueio da resposta de produção de iNOS também

parece depender da modulação da via de Rho-quinase (Possa et al., 2012).

No processo de inflamação, a ativação das proteinases conduz ao

aumento da produção de bradicinina e a subsequente ativação de citocinas

pró-inflamatórias, que, assim, aumentam os números de células cNOS e iNOS

positivas (Viaro et al., 2000).

Como mencionado anteriormente, CrataBL foi capaz de neutralizar os

efeitos da heparina, que em consequencia, pode inibir a atividade de

determinadas serinoproteases (Zhang et al., 2013; Salu et al., 2014). Estes

resultados são importantes para promover a compreensão dos mecanismos de

várias doenças em que a atividade proteolítica tem uma função importante,

principalmente, considerando que a heparina de baixo peso molecular inibe a

ativação da iNOS na cicatrização de feridas (Lakshmi et al., 2011), assim,

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sugere-se que a atenuação da iNOS no presente estudo pode estar

relacionada a ligação do CrataBL à heparina.

Nosso achado em relação à iNOS está em concordância com a pesquisa

de Molor-Erdene et al. (2005), que testou um outro inibidor da família Kunitz

(Bicunina) em um modelo de hipotensão induzida por LPS onde a Bicunina

inibiu significativamente a iNOS no tecido pulmonar.

O NO pode atuar também no aumento da Rrs e Ers no pulmão, através da

produção de peroxinitrito (Prado et al., 2011). Este agente é formado pela

interação de óxido nítrico e superóxido, gerando a peroxidação lipídica e

formação de isoprostanos. O 8-iso-PGF-2ɑ é considerado a forma

predominante reproduzida durante o ataque dos radicais livres às membranas

celulares devido ao estresse oxidativo (Montuschi et al., 1999). Alguns autores

descreveram que existe relação entre o aumento das respostas ao estresse

oxidativo e da exacerbação dos sintomas asmáticos, tais como, limitação do

fluxo aéreo, hiperresponsividade e remodelamento das vias aéreas com a

produção de quimiocinas, que contribuem para a cascata inflamatória (Brussino

et al., 2010; Voynow e Kummarapurugu, 2011).

Starling et al. (2009) mostraram que houve diminuição significativa na

densidade 8-iso-PGF2ɑ em tecido de pulmão de cobaias que foram

repetidamente expostos a ovalbumina e tratados com 1400W, um inibidor de

iNOS específico. No nosso estudo, houve redução na fração de volume de 8-

iso-PGF2ɑ, provavelmente, devido à redução das células iNOS positivas, que

podem ter contribuído na modulação da hiperresponsividade dos animais

sensibilizados com ovalbumina e tratados com CrataBL, indicando que a

proteína natural protege a membrana da célula de peroxidação lipídica.

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A redução do estresse oxidativo através do tratamento com CrataBL

também pode ter contribuído para a atenuação do remodelamento da matriz

extracelular. Neste sentido, Prado et al. (2011), a partir de outro modelo de

asma, mostraram que a inibição da iNOS reduziu as células positivas de MMP-

9, TIMP-1 e TGF-β. Estes mediadores atuam na produção de fibras colágenas

e elásticas, contribuindo assim para a remodelação da matriz extracelular

(Prado et al., 2011), o que está de acordo com o presente estudo.

O fator de transcrição NF-kB é considerado um modulador importante da

inflamação na patogênese de doenças pulmonares (Pantano et al., 2008). Além

da atividade do NF-kB, da liberação de citocinas pro-inflamatórias e

quimiocinas, o epitélio das vias aéreas também secreta fatores que influenciam

diretamente as células dendríticas, que são as principais células

apresentadoras de antígenos do sistema imune (Bleck et al., 2006; Kato e

Schleimer, 2007).

Observamos que o número de células NF-kB positivas foi reduzido nos

animais tratados com CrataBL em comparação aos animais apenas

sensibilizados com ovalbumina. Lin et al. (2000) observaram que os fragmentos

pulmonares de ratos desafiados com ovalbumina possuiam elevada atividade

destas células.

Este estudo apresenta limitações, pois a CrataBL foi testada em um

modelo experimental de inflamação pulmonar alérgica crônica, assim, não

podemos extrapolar nossos achados diretamente para seres humanos. Além

disso, cabe ressaltar, que mesmo se tratando de um inibidor de proteinase de

origem vegetal e os compostos similares fazerem parte da bioquímica humana,

nós não testamos sua toxicidade, tornando assim, inviável reproduzir esses

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achados. Não foram testadas doses diferentes e não foi feita uma curva dose

resposta.

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6 CONCLUSÕES

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6 CONCLUSÕES

Os nossos resultados apontam que a proteína bifuncional CrataBL foi

eficaz na redução da hiperresponsividade a metacolina, inflamação,

remodelamento e estresse oxidativo neste modelo experimental de inflamação

pulmonar alérgica crônica. Embora mais estudos precisem ser realizados, este

inibidor parece ser uma potencial ferramenta terapêutica para o tratamento da

asma.

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