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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO
PRODUTO II
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL
DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
NO MUNICÍPIO DE PORTO SEGURO (BA)
ANEXO AO DIAGNÓSTICO
CONTRATO Nº TP016/2015
Ecotrade Consultores Ltda.
15 de abril de 2016
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
98
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 100
1 OS RECURSOS HÍDRICOS DE PORTO SEGURO ........................................ 102
1.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos ........................................................ 103
1.2 Preservação dos Mananciais ..................................................................... 107
1.3 Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB ....................................... 108
1.4 Licenças e Outorgas Relativas a Recursos HídricosErro! Indicador não
definido.
2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................... 109
2.1 Sistemas de Captação ............................................................................... 109
2.3 Visão Geral da Infraestrutura, Tecnologia e Operação dos Sistemas de
Abastecimento de Água. ...................................................................................... 110
2.4 Tratamento e Adução de Água .................................................................. 115
2.5 Canal de Chegada e Distribuição nas ETAs .............................................. 117
2.6 Processo de Tratamento de Água .............................................................. 118
2.7 Processo de Reservação e Distribuição ..................................................... 121
2.8 Qualidade da Água Tratada ....................................................................... 123
2.9 Processo de Cloração ................................................................................ 126
2.10 Qualidade de Água Ofertada .................................................................. 128
3. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE PORTO SEGURO .............. 132
3.1 Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede do Município ......................... 132
3.1.2 Tratamento dos Esgotos na Sede ....................................................... 132
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
99
3.1.3 Situação dos Serviços de Esgotos na Sede ........................................ 135
3.1.4 Estações Elevatórias De Esgoto - EEE da Sede ................................. 136
3.2 Situação nos Distritos e Povoados ............................................................. 142
3.2.1 Sistema de Abastecimento de Água no Distrito de Trancoso .............. 143
3.2.2 Sistema de Esgotamento Sanitário no Distrito de Trancoso ................ 146
3.2.3 Tratamento dos Esgotos do Distrito de Trancoso ................................ 146
3.2.4 Sistemas de Abastecimento de Água de Arraial D’Ajuda .................... 151
3.2.5 Sistemas de Esgotamento Sanitário de Arraial D’Ajuda ...................... 158
3.2.6 Tratamento de Esgotos no Distrito de Arraial D’Ajuda ......................... 158
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL ................................................................... 163
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
100
APRESENTAÇÃO
Este Anexo é parte do Diagnóstico da Situação Atual da Prestação dos Serviços
Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário no Município de Porto
Seguro (BA) e consiste no levantamento de dados primários na sede, distritos e
povoados do Município de Porto Seguro, através das visitas de campo da equipe de
consultoria, com o apoio de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Porto Seguro.
O levantamento se deu através de visitas realizadas às instalações do prestador de
serviços - Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – EMBASA - com objetivo
de conhecer e identificar a abrangência e qualidade dos serviços prestados, na sede
do município, nos Distritos de Trancoso e Arraial D’Ajuda e povoados.
Atualmente o prestador de serviços é fiscalizado pela Agência Reguladora de
Saneamento Básico do Estado da Bahia - AGERSA, que é o ente estadual
responsável pela normatização e fiscalização dos serviços públicos de saneamento
básico do estado da Bahia. A Agência atua visando garantir a qualidade e
continuidade da prestação de serviços em cumprimento aos preceitos estabelecidos
na Lei Federal 11.445/2007, nas Leis Estaduais 11.172/2008 e 12.602/2012.
O Contrato de Concessão Plena n° 010/95 do Município de Porto Seguro teve
vigência por vinte anos até 25/09/2015 e de acordo com o que determina o artigo 11
da Lei Federal nº 11.445/2007, para iniciar um novo processo de delegação da
concessão para prestação de serviços públicos de saneamento básico,
independente da natureza jurídica do contrato, as iniciativas do Poder Concedente,
deverão ser precedidas de aprovação de marco legal e regulatório municipal
compreendendo:
I. Plano Municipal de Saneamento Básico elaborado e aprovado;
II. Estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira da prestação universal
e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento
básico;
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
101
III. Estabelecimento do conjunto normativo de regulação e fiscalização da
prestação dos serviços que definam os meios para o cumprimento das
diretrizes legais;
IV. Designação, por parte do Poder Concedente, do ente regulador e fiscalizador
da prestação dos serviços, que poderá ser estadual, consorciado ou
municipal;
V. Realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de
licitação e minuta de instrumento contratual, no caso de concessão.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
102
1 OS RECURSOS HÍDRICOS DE PORTO SEGURO
O sistema de abastecimento de água de Porto Seguro se desenvolve através de
várias etapas desde a captação até a sua distribuição ao consumidor final, através
de captação superficial e pelo bombeamento de água subterrânea encontrada em
poços profundos.
Após tratamento adequado para torná-la potável, a água é distribuída até os
consumidores residenciais, órgãos públicos, comércios, industrias, hospitais, etc. A
distribuição deve ocorrer em quantidade suficiente para suprir suas necessidades de
consumo e em qualidade adequada, conforme as leis e portarias que definem esses
padrões.
O sistema de abastecimento de água de Porto Seguro é composto seguintes
sistemas e subsistemas:
I. Captação: água superficial, captada em mananciais de água (córregos e rios)
e água subterrânea, captada por poços profundos, conforme disponibilidade,
acessibilidade e qualidade;
II. Adução: ato de transportar a água captada até a ETA (Estação de
Tratamento de Água), para que possa receber tratamento adequado;
III. Tratamento: conjunto de processos físico-químicos visando o tratamento da
água bruta, conforme padrões de qualidade pré-estabelecidos por legislação
vigente, até que possa ser tratada e distribuída à população;
IV. Reservação: processo de estocagem de água tratada, mediante
bombeamento ou encaminhamento por gravidade até os reservatórios para
que fique à disposição da rede distribuidora; e,
V. Distribuição: a parte final do sistema, onde a água tratada é efetivamente
entregue ao consumidor, em qualidade e quantidade necessárias.
Como referência de tamanho do sistema de abastecimento de água de Porto Seguro
cita-se o consumo médio per capita de água de 94,5 litros por habitante, por dia,
número abaixo do recomendado para o consumo humano pela Organização Mundial
de Saúde – OMS (ver Capítulo I – Governança e Sustentabilidade dos Recursos
Hídricos, do Diagnóstico).
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
103
A Tabela a seguir apresenta o perfil de consumo da população de Porto Seguro, que
vêm sendo reduzido nos últimos anos, segundo fontes do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento - SNIS1.
Ano Consumo médio per capita de água (litros/hab./dia)
2009 119,20
2010 114,50
2011 108,40
2012 104,60
2013 98,96
2014 94,49
Tabela 1 - Consumo médio per capita (l/hab./dia)
Ressalta-se que o volume per capta dos dados acima, refere-se à população geral.
A diminuição observada no consumo per capta – em comparação com os anos
anteriores - é, provavelmente, devido à tendência da população de Porto Seguro
buscar fontes alternativas de abastecimento de água, principalmente através das
perfurações de poços artesianos, alegando alto custo das contas de água sem a
devida contraprestação regular dos serviços, bem como em decorrência da demora
no atendimento das solicitações dos pedidos de ligação de água, por parte de
prestador de serviços.
1.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos
Porto Seguro destaca-se por uma enorme e diversificada riqueza de recursos
hídricos. Em praticamente em todos os pequenos vales do município encontra-se
nascentes e cursos d’água, e no território do município existem cadastradas 22
microbacias hidrográficas.
Quase a totalidade dos rios e córregos que drenam o município possuem vales
longos e aprofundamento médio variável, mas normalmente superior a 20 metros, e
talvegues de fundo chatos preenchidos por aluviões.
1 Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
104
Figura 1 - Rede Hidrográfica do Município de Porto Seguro2
O padrão de drenagem observado para os cursos d’água que ocorrem na região dos
tabuleiros costeiros é nitidamente dendrítico3 para os tributários de segunda ordem e
preferencialmente paralelo para os cursos principais, onde se observa certo
paralelismo entre as calhas fluviais, todos drenando a área em sentido oeste-leste.
2 Fonte: Plano de Recuperação e Conservação da Mata Atlântica de Porto Seguro – BA - 2014
3 Diz-se da rede de drenagem cujos rios correm em todas as direções, semelhantemente às ramificações de uma
árvore.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
105
Este padrão parece ser fruto apenas do controle topográfico imposto pela suave e
contínua inclinação dos tabuleiros em direção leste (Veracel, 2011).
A Figura 1 mostra a rede hidrográfica do município de Porto Seguro com 22 cursos
d’água presentes:
I. Rio Jardim - situado na divisa com o município de Santa Cruz Cabrália.
Sua nascente está no interior da RPPN Veracel. O trecho inicial do rio está
em bom estado de conservação. Posteriormente, existem trechos
degradados de áreas ciliares que merecem trabalhos de restauração
florestal.
II. Rio dos Mangues - abastece o núcleo urbano e a orla norte do município
de Porto Seguro. Parte das suas nascentes localiza-se na ESPAB
(Estação Pau-Brasil, da CEPLAC) e outra parte na RPPN Veracel.
Iniciativas de restauração de suas matas ciliares foram conduzidas pela
Embasa e pelo Movimento de Defesa de Porto Seguro.
III. Rio Mundaí - formado por pequenos cursos d’água provenientes dos
platôs e da região praiana. Sua foz é na praia de Mundaí.
IV. Rio São Francisco - micro bacia hidrográfica que desemboca na entrada
do Outeiro da Glória, na área do Memorial da “Epopeia do
Descobrimento”.
V. Rio da Vila - pequeno rio que nasce nas margens da rodovia BR 367,
dentro dos limites do município, e desemboca na praia de Itacimirim. O
Horto Histórico e Florestal Rio da Vila está localizado nessa micro bacia.
VI. Rio Buranhém - rio federal que corre paralelamente à área urbana central
do município. É o maior rio do município. Suas nascentes estão
localizadas no estado de Minas Gerais. Tem grande influência na
qualidade das praias, pois sua foz é na região central da área urbana de
Porto Seguro e verte para as praias do litoral norte.
VII. Rio Mucugê - corta a malha urbana do distrito de Arraial D’Ajuda. É um
dos rios mais poluídos da costa de Porto Seguro por receber esgoto
doméstico diretamente em seu leito. Apresenta problemas de
desmatamento das margens, ocupação urbana irregular, poluição, esgoto
a céu aberto e depósito de lixo urbano.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
106
VIII. Rio Pitinga - situado no distrito de Arraial D’Ajuda, é ainda bem
conservado e possui águas claras em seu leito. Deságua na praia de
Pitinga e mantém a boa qualidade daquele balneário.
IX. Rio Lagoa Azul - pequeno rio intermitente cujas cabeceiras são compostas
de vegetação de mussunungas/campinaranas e solo bastante arenoso. No
período chuvoso, esse rio forma uma cachoeira próxima à praia da Lagoa
Azul. Também é responsável pela formação da lagoa de mesmo nome,
ponto turístico do litoral de Porto Seguro.
X. Rio Taípe - um dos rios mais conservados da costa de Porto Seguro.
Nasce no Parque Nacional do Pau Brasil e atravessa várias RPPN’s, o
que garante suas águas claras. Em sua foz há um manguezal expressivo.
XI. Rio da Barra - também muito conservado. Tem sua nascente dentro da
área do Parque Nacional do Pau Brasil e passa pela RPPN Rio do Brasil.
Possui águas claras e em sua foz existe uma significativa área de
manguezal.
XII. Rio/Córrego do Entulho - apesar do nome, é um córrego bem conservado.
XIII. Rio Trancoso - rio perene, com bom volume de água, que deságua no
distrito de Trancoso. Também atravessa RPPN’s após nascer no Parque
Nacional do Pau Brasil.
XIV. Rio Verde - micro bacia presente no distrito de Trancoso, deságua na
praia do mesmo nome. Esse rio passa em áreas urbanas e requer ações
de conservação e despoluição.
XV. Rio Nova Itapororoca - localizado na estrada da praia de Itaquena, onde
deságua. Seu trecho final foi formado recentemente com o desvio
provocado por um barramento, e hoje corre em área de restinga.
XVI. Rio Itaquena - pequeno curso d’água cuja micro bacia está inserida em um
imóvel rural (Fazenda Itaquena). Deságua em praia do mesmo nome.
XVII. Rio dos Frades - atravessa a área urbana de Guaratinga e Itabela e
deságua na praia de Itaquena. Em seu trecho final, passa pelo Refúgio de
Vida Silvestre do Rio dos Frades.
XVIII. Rio Setiquara - pequeno curso d’água, de águas claras, que passa junto
ao distrito de Itaporanga.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
107
XIX. Rio Pratiaçu - possui águas claras e cristalinas e corre em áreas bem
conservadas de Mata Atlântica. Deságua na praia do Espelho.
XX. Rio Jurema - pequeno rio localizado no sul do distrito de Itaporanga,
apresenta boa qualidade de água.
XXI. Rio Caraíva - um dos maiores rios do município, tem suas nascentes
situadas no município de Itabela. Tem grande importância para pesca e
turismo local, desemboca no distrito de Caraíva, que confere uma beleza
especial a essa localidade.
XXII. Rio Corumbau - localizado na divisa dos municípios de Porto Seguro e
Prado. Parte de suas margens está dentro do Parque Nacional Histórico
de Monte Pascoal. Tem grande importância para pesca regional.
1.2 Preservação dos Mananciais
O município de Porto Seguro, com 22 cursos d’água presentes, conta com o Plano
Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA) de Porto
Seguro, como excelente instrumento de gestão para preparar o município ao
desenvolvimento responsável, com respeito às áreas prioritárias para conservação,
com incentivo à recuperação dos ecossistemas degradados e com capacidade de
adaptação e de aumento da resiliência às mudanças climáticas e seus efeitos.
Além de gerar elementos que auxiliam no planejamento das paisagens natural, rural
e urbana, o PMMA de Porto Seguro serve de exemplo e inspiração para outros
municípios da região.
O PMMA constitui-se um instrumento norteador das ações de municipais de gestão
ambiental e de recursos hídricos, visando integrar projetos e ações em consonância
com as leis e códigos ambientais vigentes.
Esse Plano é previsto na Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006 e Decreto nº
6.660/2008) e considerado pré-requisito para que o município tenha acesso aos
recursos do Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica, ainda a ser
constituído. Sua construção foi participativa e feita em sólida sintonia com outros
planos e programas de gestão territorial existentes no município, como o Plano
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
108
Diretor Municipal, os Planos de Gestão de Bacias Hidrográficas e os Planos de
Manejo de Unidades de Conservação.
Nesse sentido, torna-se imperativo elaborar o Plano Municipal de Saneamento
Básico do Município de Porto Seguro, contendo os quatro componentes do
saneamento básico, em conformidade com a Lei Federal nº 11.445 de 2007:
I. Abastecimento de água;
II. Esgotamento sanitário;
III. Limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos; e
IV. Manejo das águas pluviais.
Não foram identificados investimentos representativos – decorrentes de ações,
programa ou projetos de recuperação ou preservação dos mananciais de exploração
de águas de superfícies, utilizada para o abastecimento humano em Porto Seguro -
por parte da EMBASA. O mesmo ocorre na bacia do Rio Buranhém, local de
lançamento dos efluentes e de diluição dos esgotos coletados na sede do município
Por outro lado, existem evidências de incêndios florestais na bacia de captação do
Rio dos Mangues e cujas ações de proteção se resume nas iniciativas de
recuperação de suas matas ciliares, conduzidas pela EMBASA e pelo Movimento de
Defesa de Porto Seguro.
1.3 Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB
O Município de Porto Seguro, não possui Plano Municipal de Saneamento Básico –
PMSB. Este Plano, nos termos requeridos pela Lei Federal nº 11.445/07, tem a
missão nortear as ações de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos,
para o cumprimento do preceito legal de fornecer um serviço de qualidade,
continuidade e regularidade à população preservando o meio ambiente.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
109
2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O Sistema de Abastecimento de Água da cidade de Porto Seguro está, desde 1995,
sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A -
EMBASA, cujo contrato expirou em 2015.
Atualmente, o sistema é composto por:
I. Captação de água superficial, com reforço de um poço profundo;
II. Duas Estações de Tratamento de Água do Tipo Convencional;
III. Reservatórios de água Tratada e Distribuição por bombeamentos e por
gravidade.
2.1 Sistemas de Captação
O Sistema de Abastecimento de Água (SAA) de Porto Seguro conta com captação
superficial localizada no Rio dos Mangues, além de outra, do tipo subterrâneo,
localizado no Poço do Cambolo. O volume de captação de água superficial
constatado in loco é de 216 l/s no Córrego dos Mangues e seu reforço através de
captação subterrânea de Cambolo, com vazão de 80,65 m3/h (abril/2016).
Figura 2 - Sistema de Captação de Água Superficial – Sistema Flutuante
Através da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB-1), a água do Rio dos Mangues
é enviada para a Estação de Tratamento de Água (ETA I e ETA II), do tipo
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
110
convencional, através de 2 conjuntos moto bombas em paralelo de 100 CV cada e 1
reserva, sendo seu funcionamento com flutuantes, que apresentam aspectos
corrosivos com evidencias de falta de manutenção regular. Os bombeamentos assim
como a distribuição possuem uma intermitência no horário das 17:30 até 1:00.
Figura 3 - Captação de Água Bruta, com placas de sinalização e advertência
2.3 Visão Geral da Infraestrutura, Tecnologia e Operação dos Sistemas de Abastecimento de Água.
Os processos operacionais relativos à abastecimento de água cadeia de valor da
prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Porto
Seguro são a seguir descritos.
Após tratamento nas duas Estações de Tratamento de Água do tipo Convencional –
ETA I e ETA II, as águas tratadas convergem para uma caixa receptora (caixa de
contato onde é adicionado o cloro e o flúor), denominada Reservatório Apoiado
(RAP2), com capacidade nominal de 1.000 m³ e posteriormente conduzidas para o
RAP1, cuja capacidade é de 800 m³.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
111
Figura 4 - RAP1 de 1000m3 e RAP2 de 800m3
As águas então seguem para as redes de distribuição, que ao seu longo é
pressurizada em diversas Estações Elevatórias de Água Tratada, em uma sucessão
de reservações, derivações e reforços.
A Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT1 distribui água para dois
Reservatórios Apoiados, com capacidade de 200m³ e 1000m³, respectivamente, que
fornecem água para os Setores 01 e 08. A EEAT1 também disponibiliza água para
um Reservatório Elevado (250m³) abastecendo o Setor 3, para um Reservatório
Apoiado - RAP (1000m³), que disponibiliza água para a EEAT6, que abastece o
Setor 4, e para um RAP (2000m³), que também é alimentado pelo Poço Cambolo,
transferindo seu conteúdo para a EEAT7, que, por sua vez, abastece os Setores 10,
7, 11, 6, 5, 12 e 13.
A EEAT2 abastece diretamente o Setor 9, enquanto a EEAT 3 abastece um
Reservatório Apoiado com capacidade nominal de 1000m³ que, por sua vez, fornece
água para o Setor 2. A EEAT4 é utilizada apenas para lavagem dos filtros das
ETA’s.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
112
A seguir apresentamos quadro extraídos e nominado de Quadro 1 - no Relatório de
Fiscalização, dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgoto Sanitário do
Município de Porto Seguro da ARGESA, de janeiro de 2015.
Tipo de Manancial Superficial e subterrânea
Cap. da captação 882 m³/h
Cap. de adução de água bruta 540 m³/h
Capacidade da ETA 1.008 m³/h
Tipo de Tratamento da Água Convencional
Tipo de tratamento dos efluentes da ETA BAG
Capacidade de adução da água tratada 2.285 m³/h
Número de EEATs e suas respectivas
capacidades*
12 (20, 21, 64, 54, 200, 220, 2x38, 50, 432, 504
e 576 m³/h)
Número de reservatórios e suas respectivas
capacidades 8 (200, 250, 800, 4x1.000 e 2.000 m³)
Pop. Abastecida atual (2013) 92.949 hab.
Per capita atual 122.3 L/hab.dia
Índice de perdas 29 %
Nº de ligações 26.972
Tabela 1 – Informações sobre o Sistema de Abastecimento de Água - Fonte: AGERSA 2015
Durante a visitas de campo realizadas pelos técnicos da Consultoria, em abril de
2016, não foi evidenciado o BAG, como tipo de tratamento dos efluentes das ETAs;
somente o tanque de acumulação dos efluentes das lavagens dos filtros e dos
decantadores, sem informação sobre a remoção, deposição e destinação dos
sólidos.
Como as Estações de Tratamento de Água não estão automatizadas é provável que
ocorram perdas significativas de água nos registros de abertura e fechamento das
comportas para operação, limpeza e manutenção das unidades que compõem o
sistema de tratamento da água, como: decantadores, floculadores e filtros.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
113
Não foi encontrado um sistema de medição com macromedidores das vazões de
entrada e na saída das ETAs, assim como não foi observada a existência da régua
na Calha Paschall, para medição das vazões. São pré-estabelecidos os cálculos
para a adição/dosagem de sulfato e cal hidratada. No laboratório está presente o Jar
Test.
Figura 5 - Tanque de acumulação de água para retorno as ETAs
A seguir apresenta-se um desenho esquemático do Sistema de Abastecimento de
Água - SAA, da Sede de Porto Seguro/BA.
ANEXO I
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
114
Figura 6: Croqui do Sistema de Abastecimento de Água de Porto Seguro – BA – Fonte: AGERSA 2015
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
115
As Estações de Tratamento de Água de Porto Seguro têm a Licença de Operação
concedida pela Portaria 1163/2009, vencida em 30/06/2013. Até o momento não foi
publicado ato relativo à renovação solicitada.
Na visita técnica pode ser constatado que o processo de tratamento está em pleno
funcionamento, porém não foi possível avaliar os padrões de qualidade da água,
pois não foram fornecidos relatórios de qualidade da água bruta, tratada e
monitoramento das pontas de rede.
O processo de reuso da água dos filtros, decantadores e floculadores estão
funcionando sem que ocorra a retirada do material sólido para envio a indústria
cerâmica, pois o lodo era passado por um sistema de filtro prensa que fora
substituído por um sistema de centrífuga, que devido ao alto custo do óleo hidráulico
inviabilizou seu uso. Também não se verificou a presença de Bag, para acumulação
dos resíduos sólidos, o que pode caracterizar deficiências no planejamento dos
investimentos tecnológicos e na operação do reuso.
O Relatório de Fiscalização da Agencia Regulatória – AGERSA, de janeiro de 2015,
apontou várias não conformidades nos sistemas elétricos, assim como de segurança
e qualidade da água. Nas visitas técnicas dos consultores não pode ser verificado
se as instalações elétricas - as casas de bombas, padrões e fiações – encontram-se
dentro dos padrões de segurança, segundo norma NBR 5410:2004.
2.4 Tratamento e Adução de Água
As Estações de Tratamento de Água (ETA I e ETA II, do tipo convencional) de Porto
Seguro têm capacidade nominal de 1080m³/h e foram projetadas para tratar a água
bruta superficial proveniente do Rio dos Mangues, para abastecer a cidade de Porto
Seguro, com o reforço do Sistema Poço Cambolo.
Com o objetivo de fornecer água dentro dos padrões de potabilidade, também foram
projetados os processos de lavagem dos filtros, decantação e floculação, com o
objetivo de remover o material sólido para encaminhamento a uma empresa de
cerâmica. No conceito, a água tratada retorna ao processo de tratamento inicial
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
116
contribuindo assim para a proteção do meio ambiente, para a diminuição das perdas
de água nas ETAs e para a redução do consumo de energia elétrica.
Figura 7 - Visão da Centrífuga instalada (não operando)
A captação é realizada num ponto de acumulação, através de barramento de nível
no leito do Rio dos Mangues, com adução através de bombas nos flutuadores.
A adução da água bruta é realizada através de duas adutoras de DN400 mm e
DN200mm em F°F°, por onde a água bombeada e então distribuída, após passagem
pela Calha Paschall e adição da cal hidratada e do sulfato de alumínio para as duas
Estações de Tratamento de Água - ETA I e ETA II, do tipo convencional - com
floculadores, decantadores e filtros. A capacidade nominal da ETA I e ETA II são
respectivamente 80l/s e 200l/s.
A seguir tabela com os tipos, regime, adução, material e diâmetro dos
bombeamentos de água bruta - AAB e tratada - AAT, do sistema da sede de Porto
Seguro:
TIPO REGIME ADUÇÃO MATERIAL DIÂMETRO
(mm)
AAB Recalque Rio dos Mangues F°F° DN400
AAB Recalque Rio dos Mangues F°F° DN200
ANEXO
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117
TIPO REGIME ADUÇÃO MATERIAL DIÂMETRO
(mm)
AAT Recalque EEAT/Setor A/C F°F° DN400
AAT Recalque EEAT/Alcatraz DEF°F° DN200
AAT Recalque EEAT/Village DEF°F° DN150
AAT Recalque EEAT/Texaco F°F° DN400
Fonte: Manual de Operação da ETA - EMBASA
Tabela 2 - Adução de água bruta e água tratada
2.5 Canal de Chegada e Distribuição nas ETAs
O canal de chegada e distribuição nas ETAs é uma unidade é constituída de poço
de chegada de água bruta, calha parshall , medidor de vazão (não
visualizado durante a visita ), distribuidor de água para as ETAs, dosadores de
recirculação da cal hidratada e sulfato.
Figura 8 - Calha Parshall, adição da Cal Hidratada e Sulfato de Alumínio
Nesta unidade se processam: medição de vazão, aplicação de cal e sulfato
através de dosadores de recirculação, mistura rápida entre a água bruta e os
reagentes aplicados e finalmente a divisão das vazões para as duas ETAs.
ANEXO
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118
A água tratada é encaminhada para um Reservatório Apoiado - Caixa de Contato
(RAP2), com capacidade nominal de 1.000m³, bem como para o Reservatório
Apoiado - RAP1, cuja capacidade é de 800m³.
2.6 Processo de Tratamento de Água
No processo de tratamento da água bruta é de fundamental importância o
conhecimento da vazão, que é a razão entre o volume de água que chega à
estação na unidade de tempo e, também, as características de qualidade da
água nos parâmetros Cor, Turbidez, pH e Alcalinidade. A partir do conhecimento
da vazão e da qualidade da água, através de testes em Laboratório, deverão ocorrer
as dosagens dos produtos químicos.
Figura 9 - Imagem do laboratório local - em destaque o Jarr-Test
Durante visita de levantamento dos dados primários, verificou-se que não há macro
medidor na entrada e nem na saída do tratamento. Da mesma forma não foi
observado à existência de régua de medição do nível.
A cal hidratada e o sulfato de alumínio são adicionados, respectivamente através
de recalque dos tanques até os dosadores, na Calha Parshall , que age como
alcalinizante corrigindo o pH - alcalinidade da água bruta para a formação de
seus hidróxidos, com o coagulante - Sulfato de Alumínio. Nesse processo,
objetivo é desestabilizar as partículas formadoras de cor e turbidez presentes na
água bruta, tornando possível a sua remoção, situação em que deve ser aplicada
a melhor dosagem encontrada em laboratório (Jarr Test).A concentração da
solução de sulfato de alumínio pode variar de 2,5 a 10%, de acordo com a
ANEXO
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119
necessidade operacional. No caso, há pré-estabelecimento das dosagens –
através da Tabela de Dosagem - o que pode caracterizar gastos excessivos com
os produtos, já que não há uma constante verificação e definição da dosagem,
através do referido teste.
Acompanhando o fluxo a água, após receber as soluções dos produtos químicos,
passa por câmaras que são os floculadores. Nas câmaras de floculação, cujo
objetivo é proporcionar o encontro das partículas, facilitando a aglutinação com o
hidróxido de alumínio, formado pelas reações do sulfato (focos de sujeiras) com a
cal ou alcalinidade existente na água bruta.
Nas câmaras dos floculadores, pode - se verificar que há uma redução gradativa na
mistura e esta propicia a formação de flocos e define a qualidade dos mesmos. O
operador deve observar os flocos formados e ajustando a dosagem com o melhor
desempenho para decantadores, porém segue a Tabela de Dosagem.
Os decantadores, constituídos de canais de distribuição de água decantada,
câmaras de concentração do Iodo, descargas de fundo, módulos tubulares e calhas
de coleta de água decantada, exercem a função principal desta unidade é
proporcionar a deposição dos flocos (gerados nos Floculadores) para
posterior retirada através descarga de fundo. O resíduo drenado é chamado
de lodo e seu destino é a lagoa de decantação.
DECANTADORES
Nº TIPO DIMENSÕES (M)
02 – ETA I CONVENCIONAL (7,40x7,80x4,80)
01 – ETA II CONVENCIONAL (14,80x15,00x4,80)
Tabela 3 - Especificações dos Decantadores das ETAs
O período de descarga de fundo dos Decantadores, conforme informação obtida no
local, é de no mínimo uma vez por dia, de preferência antes do início da
operação das ETAs, momento em que o lodo se encontra depositado no
fundo. Os flocos que não conseguem decantar terminam atingindo a calha
superior da coleta. Tolera-se uma passagem de 10% do volume de flocos
formados, que serão retidos na fase de filtração (6 filtros na ETA I e 3 na ETA
ANEXO
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120
II). Os filtros são do tipo convencional, constituídos de camada simples de areia e de
fluxo descendente. Sua lavagem (de 6 a 10 minutos) é realizada através de fluxo
inverso (retro lavagem) com velocidade de água no filtro de 0,8 m/min, taxa de
infiltração de 150 a 200 m3/m3/dia e velocidade ascensional de 0,70 a 0,90 mm.
FILTROS
Nº TIPO DIMENSÕES (M)
06 - ETA I RÁPIDO (2,10x2,55x5,30)
03 -ETA I RÁPIDO (4,65x4,70x4,15)
Tabela 4 - Dados dos Filtros das ETAs
A fluoretação da água ocorre no Reservatório Apoiado - RAP1 que funciona como
Tanque de Contato, com capacidade 1000 m3, para posterior armazenamento no
RAP 2 de 800m3, para distribuição ao abastecimento público, com o processo
normal e rotineiro de tratamento de água. A consideração de que o conteúdo ótimo
de flúor constitui um requisito para a sua qualidade estabelecem a necessidade de
capacitar os operadores das estações de tratamento de água, nas técnicas de
análise e determinação de fluoretos, a fim de que a adição desse íon se processe na
oportunidade, e com a continuidade e a exatidão estabelecida.
A desinfecção da água na estação de tratamento é feita através do cloro-gás, sendo
o termo desinfecção comumente substituído por cloração. É procedimento que tem
caráter corretivo, mesmo que em caráter preventivo. Quando é encontrada uma
água pura ou quando a mesma é purificada numa estação de tratamento, os
longos percursos até o consumo podem ocasionar sua contaminação.
O conjunto utilizado para dosagem do cloro é de cloro gasoso armazenado em
cilindros de aço, com Barrilete de aço (3/4"), inclusive manômetro, filtro e
válvulas, dosadores de cloro, eje tores, barriletes para mistura do cloro com
a água e sistema de recalque.
ANEXO
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121
Figura 10 – Cilindros Fotografados no Relatório de Fiscalização da AGERSA janeiro de 2015
Figura 11 – Cilindros Fotografados em Visita Técnica – abril de 2016
A Fluoretação é recomendada para as águas de abastecimento público, com a
medida mais eficaz, segura e económica de prevenir as cáries dentárias, teve sua
origem no descobrimento da fluorose dental, enfermidade causada pela presença
em excesso de fluoretos na água potável.
No momento da visita, a água bruta apresentava características de baixa turbidez e
cor, aparentemente, dando a impressão de grande facilidade do seu tratamento,
porém não foi fornecida cópia das análises de verificação da eficiência do
tratamento.
2.7 Processo de Reservação e Distribuição
Ao longo da rede de distribuição, a água é pressurizada por quatro Estações
Elevatórias de Água Tratada, não automatizadas com boia de nível máximo
(EEAT/Setor A/C, EEAT/Alcatraz, EEAT/Village), em uma sucessão de reservações
ANEXO
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122
(7 reservatórios apoiados e 1 reservatório elevado - na cidade Histórica), derivações
e reforços. Reservação de Água Tratada, conforme tabela a seguir.
TIPO CAP.
(M³) FORMA MATERIAL
COTA TERR. (M)
COTA FUNDO
(M)
N.A.
MÁX. (M)
Apoiado Localização: ETA
800 Retangular Concreto 38,5 38,5 41,5
Apoiado Localização: ETA
1000 Circular Concreto 38,5 38,0 41,5
Apoiado Localização: Alcatraz
1000 Circular Concreto 41,2 41,0 44,8
Elevado Localização: Cidade Histórica
150 Regular Concreto 42,5 52,5 54,5
Apoiado Localização: Aeroporto Internacional
1000 Circular Concreto 46,0 46,0 49,5
Apoiado Localização: Aeroporto Internacional
1000 Regular Concreto 47,0 46,5 50,5
Apoiado Localização: Posto Texaco
1000 Circular Concreto 49,4 48,4 51,5
Apoiado Localização: Bairro Cambolo
2000 Regular Concreto 51,0 51,0 54,8
TOTAL DE RESERVAÇÃO (NA máximos) 388,60 M
Tabela 5 - Reservação de Água Tratada
A EEAT1 distribui água para dois Reservatórios Apoiados, com capacidade de
200m³ e 1000m³, respectivamente, que fornecem água para os Setores 01 e 08. A
EEAT1 também disponibiliza água para um Reservatório Elevado (250m³)
abastecendo o Setor 3, para um Reservatório Apoiado (1000m³), que disponibiliza
água para a EAAT6, que abastece o Setor 4, e para um RAP (2000m³), que também
é alimentado pelo Poço Cambolo, transferindo seu conteúdo para a EEAT7, que, por
sua vez, abastece os Setores 10, 7, 11, 6, 5, 12 e 13.
A EEAT2 abastece diretamente o Setor 9, enquanto a EEAT3 abastece um
Reservatório Apoiado com capacidade nominal de 1000m³ que, por sua vez, fornece
água para o Setor 2. A EEAT4 é utilizada apenas para lavagem dos filtros das
ETAs.
ANEXO
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123
2.8 Qualidade da Água Tratada
A qualidade da água bruta captada é aferida por meio de análises de laboratório
local e de laboratório da sede regional da EMBASA em Itamaraju (aproximadamente
– 150 Km de Porto Seguro), seguindo as recomendações da Resolução da
CONAMA nº 357/05 e da Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde, que dispõe
sobre os padrões de qualidade da água para abastecimento humano.
Figura 12 - Região de Atendimento do Laboratório Regional de Porto Seguro. Fonte: EMBASA
O abastecimento de Porto Seguro é realizado, em sua quase totalidade, com água
superficial, com ocupação densa e com grandes atividades agrícolas à montante da
barragem de acumulação de água bruta e principalmente por se tratar de
acumulação, toda atenção deverá ser voltada para presença e controle de ciano
toxinas.
ANEXO
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124
A qualidade da água, bruta e tratada, é verificada de forma rotineira por análises no
laboratório, no próprio local das ETAs em Porto Seguro. Sendo coletadas na entrada
das ETAs, nos filtros separadamente e na saída no reservatório e ainda, nas pontas
de redes (segundo informações do operador da ETA) tendo como guia o plano
amostral dos parâmetros de cloro residual, em 24 pontos/análises semanais de
forma a atender todo o plano amostral mensal, contidos na Portaria Ministerial e no
Plano Amostral.
Figura 13 - Imagem do laboratório local
As águas tratadas das duas estações se misturam na Caixa de Contato de 1000 m3
de litros e seguem para o reservatório de distribuição de 800 m3. Não há análises
separadas das ETAs e, portanto, não se conhece a eficiência do tratamento da água
isoladamente. Mas há análises da qualidade e eficiência dos filtros, sendo 6 filtros na
ETA I e 3 filtros na ETA II. Os filtros da ETA II são ascendentes e de retro lavagem,
sendo o filtro central com carvão ativado e dos demais com seixos e areia.
ANEXO
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Figura 14 - Caixa de Contato e Reservatório de Água Tratada
Figura 15 - Visão Geral da ETA I
Figura 16 - Visão Geral da ETA II
Conforme Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde, mensalmente é necessário
disponibilizar formulários de Controle da Qualidade da Água e o Plano Amostral -
pontas de redes, que devem ser analisados. Sendo ainda necessário seu
encaminhado mensal a Secretaria Municipal de Saúde, para a Vigilância Sanitária,
contendo informações referentes à qualidade da água tratada, no mínimo nos
seguintes indicadores: turbidez, cor, pH, cloro residual livre, coliformes, bactérias
ANEXO
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126
heterotróficas, fluoreto e ainda dados quanto as reclamações de falta d´água,
qualidade da água, reparos nas redes e intermitências dos sistemas e ações
tomadas - como: desinfecção e descargas de redes, após as manutenções.
Da Portaria nº 2.914/11 MS sabe-se entre outros que:
“É obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2
mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a
extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).”
Final do 1º ano, após a publicação da portaria, o valor da turbidez, após a filtração,
deve ser < 0,5 uT em no mínimo 25% das amostras mensais coletadas e < 1,0 uT no
restante das amostras mensais coletadas.
Em síntese água potável é aquela que atende a referida Portaria Ministerial - MS e
ainda que não ofereça riscos à saúde. Conforme informado pela EMABASA nas
séries históricas do SNIS, não há dados da qualidade fora dos padrões.
2.9 Processo de Cloração
O cloro é o desinfetante mais utilizado em estações de tratamento de água e
desinfecção de efluentes tratados. A Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde,
que dispõe sobre os padrões de potabilidade da água para consumo humano e
autoriza também como desinfetante, os hipocloritos de sódio e cálcio.
Para a cloração a EMBASA optou para a sede de Porto Seguro o uso do cloro
gasoso nas ETAs. Há regras básicas sobre segurança para o pessoal que atuam
nas estações de tratamento em que utilizam cloro gasoso. Na área em que se
encontram as ETAs não há vizinhanças, portanto, os riscos de exposição ao perigo
e risco se tornam menores, somente expondo os operadores, auxiliares e vigia, além
de possíveis visitantes na unidade.
O gás cloro é invisível e aproximadamente duas vezes e meia, mais pesado que o
ar. Em consequência, caso o gás cloro escape do recipiente (cilindro) ou em outras
partes do sistema, ele irá buscar o local mais baixo da área.
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127
Não foi observado durante a visita um sistema eficiente de detectores com exaustão,
condução e contenção do cloro gás, oriundo de vazamentos ou acidentes na hora do
descarregamento dos cilindros ou no momento da substituição dos mesmos.
Figura 17 - Sistema de Válvulas (01 e 02) e Detector de Cloro Gás (parte superior)
O cloro é uma substância irritante para os olhos, pele, membranas mucosas, e
sistema respiratório. A preocupação principal com relação à exposição ao cloro é o
sistema respiratório seguida dos olhos. O impacto da exposição do cloro é
dependente tanto da concentração como do tempo.
O gás cloro pode ser armazenado com segurança em ambientes fechados. Quando
armazenado em local aberto, em regiões de climas quentes, é recomendável deixá-
lo ao abrigo da luz direta. Os recipientes não devem ser armazenados em locais em
que eles possam deslocar, ou em locais de passagem de veículos, mas é importante
que exista acesso facilitado aos recipientes em caso de vazamento.
A área de armazenamento de cloro gás deve ser devidamente sinalizada com
informações e símbolos de acordo com as normas e legislações locais, federais e
estaduais. O acesso às áreas de armazenamento deve ser permitido somente para
as pessoas autorizadas.
ANEXO
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128
A manutenção apropriada deverá incluir um programa escrito de calibração regular
do equipamento de monitoramento, incluindo documentação escrita do teste
periódico.
O uso de dispositivos de desligamento automático deve ser considerado para casos
vazamentos de cloro gás, por exemplo, no caso de rompimento de mangotes de
transferência do cloro. O dispositivo inclui atuadores (elementos que produzem
movimento) para fechar tanto as válvulas (01 e 02) dos cilindros, como as válvulas
adjacentes ou próximas a ele. O dispositivo pode ser operado tanto à distância como
pela ação de interruptores, ou seja, automação é necessária.
Apesar da presença do detector de vazamento de gases, não foi verificado um de
Sistema de exaustão, lavagem e depuração de gás cloro, como medida de proteção
e segurança. Trata-se de um sistema que consiste em um lavador de gases
automático e depuração com soda liquida para neutralizar a ação do gás cloro,
acionado eletricamente por um sinal proveniente de um detector de vazamento.
2.10 Qualidade de Água Ofertada
De acordo com o Decreto Presidencial nº 5.440/2005, cujo objetivo é nortear todo o
trabalho da prestadora de serviço através da garantia da informação, a qual implica
em transparência nas relações de consumo em conformidade com o Código de
Defesa do Consumidor.
O Decreto regulamenta, especificamente, a informação relativa à qualidade da água
disponibilizada ao consumidor, e, mais ainda, busca aproximar consumidores, setor
saúde e responsáveis por sistemas e soluções alternativas.
Quanto à gestão das águas, o Decreto nº 5.440/2005 deve favorecer o
fortalecimento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos –
SINGREH, por meio da atuação do Comitê de Bacias Hidrográfica – CBH Rio dos
Frades, Buranhém e Santo Antônio - tornando possível um maior controle social
acerca da situação dos mananciais e das bacias hidrográficas.
O referido Decreto visa também estimular a participação das comunidades na
tomada de decisões e alavancar o processo de conscientização de que a diminuição
ANEXO
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129
dos volumes disponíveis nos corpos d’água, tanto pela captação excessiva quanto
pelos problemas diversos que afetem uma determinada bacia hidrográfica, prejudica
a manutenção da sua qualidade. O uso sustentável dos recursos hídricos garante o
equilíbrio ambiental, a saúde humana e o desenvolvimento de atividades
econômicas.
Os Art. 3º, 5º e 7º do Decreto Presidencial nº 5.440/2005, estabelecem:
Art. 3o Os órgãos e as entidades dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios e demais pessoas jurídicas, às quais este Decreto se aplica, deverão
enviar as informações aos consumidores sobre a qualidade da água, nos seguintes
prazos:
I - informações mensais na conta de água, em cumprimento às alíneas "a" e "b" do
inciso I do art. 5o do Anexo, a partir do dia 5 de junho de 2005;
II - informações mensais na conta de água, em cumprimento às alíneas "c" e "d"
do inciso I do art. 5o do Anexo, a partir do dia 15 de março de 2006; e
III - relatório anual até quinze de março de cada ano, ressalvado o primeiro
relatório, que terá como data limite o dia 1o de outubro de 2005.
Art. 5o Na prestação de serviços de fornecimento de água é assegurado ao
consumidor, dentre outros direitos:
I - receber nas contas mensais, no mínimo, as seguintes informações sobre a
qualidade da água para consumo humano:
a) divulgação dos locais, formas de acesso e contatos por meio dos quais as
informações estarão disponíveis;
b) orientação sobre os cuidados necessários em situações de risco à saúde;
c) resumo mensal dos resultados das análises referentes aos parâmetros
básicos de qualidade da água; e
d) características e problemas do manancial que causem riscos à saúde e
alerta sobre os possíveis danos a que estão sujeitos os consumidores,
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130
especialmente crianças, idosos e pacientes de hemodiálise, orientando sobre as
precauções e medidas corretivas necessárias;
II - receber do prestador de serviço de distribuição de água relatório anual
contendo, pelo menos, as seguintes informações:
a) transcrição dos arts. 6o, inciso III, e 31 da Lei no 8.078, de 1990, e referência às
obrigações dos responsáveis pela operação do sistema de abastecimento de água,
estabelecidas em norma do Ministério da Saúde e demais legislações aplicáveis;
b) razão social ou denominação da empresa ou entidade responsável pelo
abastecimento de água, endereço e telefone;
c) nome do responsável legal pela empresa ou entidade;
d) indicação do setor de atendimento ao consumidor;
e) órgão responsável pela vigilância da qualidade da água para consumo
humano, endereço e telefone;
f) locais de divulgação dos dados e informações complementares sobre
qualidade da água;
g) identificação dos mananciais de abastecimento, descrição das suas
condições, informações dos mecanismos e níveis de proteção existentes, qualidade
dos mananciais, fontes de contaminação, órgão responsável pelo seu
monitoramento e, quando couber, identificação da sua respectiva bacia hidrográfica;
h) descrição simplificada dos processos de tratamento e distribuição da água e
dos sistemas isolados e integrados, indicando o município e a unidade de
informação abastecida;
i) resumo dos resultados das análises da qualidade da água distribuída para
cada unidade de informação, discriminados mês a mês, mencionando por parâmetro
analisado o valor máximo permitido, o número de amostras realizadas, o número de
amostras anômalas detectadas, o número de amostras em conformidade com o
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
131
plano de amostragem estabelecido em norma do Ministério da Saúde e as medidas
adotadas face às anomalias verificadas; e
j) particularidades próprias da água do manancial ou do sistema de
abastecimento, como presença de algas com potencial tóxico, ocorrência de flúor
natural no aqüífero subterrâneo, ocorrência sistemática de agrotóxicos no
manancial, intermitência, dentre outras, e as ações corretivas e preventivas que
estão sendo adotadas para a sua regularização.
Art. 7o A conta mensal e o relatório anual serão encaminhados a cada ligação
predial
Na Embasa verificou se que a informação é repassada aos usuários mensalmente
através da conta. É necessário verificar se os sistemas de abastecimento de água
possuem deficiências técnicas e operacionais em decorrência de:
I. Ausência de macro medidores nos sistemas de entrada e saída da ETA;
II. Ausência de Programas de Perda;
III. Deficiência das Medições - Parque Hidrométrico antigo;
IV. Ausência de Programas de Eficiência Energética;
V. Necessidade de Modernização dos sistemas;
VI. Ausência de Automação;
VII. Ausência de Telemetria;
VIII. Ausência de Fiscalização;
IX. Abastecimento realizado pelos usuários, com fontes alternativas;
X. Ausência de Indicadores de Desempenho e Gestão;
XI. Ausência de Programa eficiente de Descarte do Lodo Gerado;
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
132
3. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE PORTO SEGURO
3.1 Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede do Município
O Sistema de esgotamento Sanitário - SES de Porto Seguro teve seu início no ano
de 1998, ou seja, 03 anos após a implantação dos Serviços de Abastecimento de
Água - SAA no ano de 1995, sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana
de Águas e Saneamento S.A - EMBASA.
Em resumo o SEE da Sede de Porto Seguro está com a seguintes informações
obtidas através da EMBASA - ano 2015:
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – SEDE DE PORTO SEGURO
Início da Operação do Sistema de Esgotamento Sanitário - ano de 1998
Corpo Receptor - Rio Buranhém (UTM 489.559,08/8.182.019,41)
Estações Elevatórias de Esgotos - EEE - 41 unidades
Estação de Tratamento de Esgotos - 06 lagoas aeradas de mistura completa e
02 lagoas aeradas de mistura parcial
Extensão de Redes Coletoras - 148.236 metros
Interceptores - 12.900 metros
Ligações de Esgotos - 31.331
Índice de Atendimento na Sede - 87%
Fonte: Embasa - Apresentação Resumo - 2015
Quadro 1 - Quadro Resumo do SES da Sede de Porto Seguro
3.1.2 Tratamento dos Esgotos na Sede
O Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do município de Porto Seguro é
composto por um conjunto de sistemas de tratamento primário (nas elevatórias),
secundário com lagoas aeradas de mistura completa e facultativas e o terciário
através da desinfecção do lodo - efluente com ultravioleta, que no momento
encontra-se desativado devido ao alto custo da substituição das lâmpadas, que são
importadas.
ANEXO
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Figura 18 - Entrada da ETE Figura 19 - Lagoa aerada de mistura completa
Para a implantação do Sistema de Tratamento de Esgotos, a cidade de Porto
Seguro foi dividida em três bacias - setores (A, B e C), onde se instalaram diversas
estações elevatórias de esgoto (cinco no setor A, nove no setor B e doze no setor C,
totalizando-se 26 elevatórias no projeto original). Atualmente existem 41 Estações
Elevatórias de Esgotos - EEEs em operação, quinze a mais do que ilustrado.
Figura 20 - Lagoa facultativa, com grande área de zona morta
Figura 21 - Lagoa aerada de mistura rápida e acúmulo de material sólido
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
Figura 22 - Imagem esquemática do Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede de Porto Seguro /BA - Ano 2010
ANEXO
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135
Na Estação de tratamento de Esgotos - ETE há uma chaminé de chegada com
capacidade de 243,3 L/s, seguida de uma caixa de distribuição que verte os efluentes
para quatro lagoas aeradas. Estas encaminham os efluentes para uma caixa de reunião
que os destina a duas lagoas facultativas. Em seguida, os efluentes passariam para a
etapa de desinfecção ultravioleta, a qual, não é efetuada ante a falta do equipamento. A
disposição final do efluente tratado é o lançamento no Rio Buranhém.
O índice de cobertura do SES é de cerca de 87%, dos esgotos coletados, um dos
maiores no Estado.
3.1.3 Situação dos Serviços de Esgotos na Sede
O Sistema de Esgotamento Sanitário inicia-se pela coleta dos esgotos, transporte –
maioria por bombeamento pelas Estações Elevatórias de Esgotos - EEE, depois por
seu tratamento adequado para torná-lo efluente para lançamento em corpo de águas
receptores, conforme as leis e portarias que definem padrões de qualidade de
lançamento, com vistas a melhoria da qualidade ambiental e consequentemente da
saúde hídrica e humana. O Sistema representa o conjunto de obras, equipamentos e
serviços destinados afastamento dos esgotos das comunidades através do uso da
água para o consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial, comercial e
outros usos.
Esses sistemas são compostos por várias etapas até que os esgotos não
apresentem riscos à saúde dos seres vivos e melhoria da qualidade dos recursos
hídricos. As etapas estão dispostas a seguir:
As principais unidades que compõe o Sistema de Esgotamento Sanitário são:
I. Rede Coletora: Conjunto de canalizações destinadas a receber e conduzir os
esgotos das casas para o sistema público e, deste para a redes que vão até a
Estação de Tratamento de Esgotos (interceptores ou Emissários) ou aos
corpos receptores (rios, córregos ou mar);
II. Interceptor: Canalização que recebe coletores (redes coletoras) ao longo do
seu percurso, não recebendo ligações prediais diretas;
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
136
III. Emissário: Canalização destinada a conduzir os esgotos a um destino
conveniente (Estação de Tratamento e/ou lançamentos), sem receber
contribuições em marcha;
IV. Estação Elevatória: Conjunto de instalações destinadas a transferir os
esgotos de uma cota mais baixa para outra mais alta – bombeamento;
V. Bacia de Contribuição: Áreas nas quais o esgoto escoa para um único ponto
de saída, ou ponto mais baixo; normalmente segue o fluxo das águas;
VI. Estação de Tratamento de Esgotos - ETE: Conjunto de instalações
destinadas à depuração dos esgotos, antes de seu lançamento;
VII. Corpo de água receptor: Curso de água onde são lançados os esgotos sem
tratamento - in natura, ou os efluentes tratados.
3.1.4 Estações Elevatórias De Esgoto - EEE da Sede
O Sistema de Esgotamento Sanitário de Porto Seguro possui 41 Estações
Elevatórias de Esgotos. Essas estações são compostas de sistema de gradeamento,
caixa de areia, poço de sucção com 02 conjuntos moto bombas (CDBs), Quadro de
Comando e Grupo Gerador, com exceção das Estações A1, A2, A3, A5, B3A, C6,
C7B, Mc-MV I, MC-MV II, PAI A, PAI B C9, C10,C8 e C0A que não estão equipadas
com motor gerador.
A seguir estão representadas na Tabela a Estação de Tratamento de Esgotos - ETE,
o Corpo Receptor - CR, no Rio Buranhém e as 41 Estações Elevatórias de Esgotos
da Sede do Município de Porto Seguro.
Município Identificação Latitude UTM Longitude
UTM Logradouro
Porto Seguro ETE 8185447,0000 489002,0000
Porto Seguro CR - Rio
Buranhém 8182019,4100 489559,0800
Porto Seguro EEE-NFA 8185023,9200 491185,3700 Travessa Calado Fraga / Rua
do Campo S/Nº -
Porto Seguro EEE-CN 8185039,4500 491303,0800 Travessa Aurea S/Nº - Frei
Calixto
Porto Seguro EEE-C9 8183590,8600 490479,1100 Rua dos Canários S/Nº -
Porto Seguro EEE-SP 8183795,1100 490043,7200 Rua dos Tamarindos S/Nº -
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
137
Município Identificação Latitude UTM Longitude
UTM Logradouro
Porto Seguro EEE-C10 8182997,4300 490620,2300 Rua 12 S/Nº -
Porto Seguro EEE-C8 8185253,0700 491640,6100 Rua Nunes Ribeiro S/Nº -
Casas Novas
Porto Seguro EEE-C9A 8183797,0800 490486,0300 Rua Caraíva S/Nº - Bairro
Mirante
Porto Seguro EEE-C7 8185465,3500 491912,7300 Rua Paulo Souza Neto S/Nº -
Área Verde
Porto Seguro EEE-AR 8184676,6700 491674,6100 Rua Lisboa S/Nº - Areial
Porto Seguro EEE-MC-VA 8185578,6700 491989,1600 Rua D S/Nº - Residencial
Vista Alegre
Porto Seguro EEE-OT 1 8184416,1400 493227,3900 Avenida 1 S/Nº - Outeiro São
Francisco
Porto Seguro EEE-OT 2 8184130,3900 493203,2600 Avenida 2 S/Nº - Outeiro São
Francisco
Porto Seguro EEE-OT 3 8184203,5700 493527,5500 Avenida 3 S/Nº - Outeiro São
Francisco
Porto Seguro EEE-C6 8184315,0100 490557,7300 Rua José Ubaldino 3074 - Baianão
Porto Seguro EEE-C3 8184847,3100 489795,7900 Rua Jorge Amado S/Nº -
Cambolo
Porto Seguro EEE-C3A 8185307,3000 469584,4400 Rua Aldair Neder 271 -
Parque Ecológico João Carlos
Porto Seguro EEE-C11 8185504,2100 489276,1200 Loteamento Camboatã S/Nº
-
Porto Seguro EEE-C7B 8185811,0300 490232,1700 Rua Paulo Sérgio Magalhães
S/Nº
Porto Seguro EEE-MC-MV I 8186450,9100 490593,4900 Rua Pedro Vaz de Caminha
226 - Vila Valdete
Porto Seguro EEE-MC-MV II 8186183,9500 490968,6800 Rua Jorge Amado S/Nº - Vila
Valdete
Porto Seguro EEE-PA IB 8185768,2200 488745,5200 Lado Esquerdo da ETE
Porto Seguro EEE-PA IA 8185431,0400 488319,5900 No caminho do Bairro Porto
Alegre
Porto Seguro EEE-PA II 8186388,2200 488765,4400 Área Verde no caminho do
Porto Alegre
Porto Seguro EEE-UB 8185748,9400 487529,1800 Vila Jardim - Ubaldinão
Porto Seguro EEE-C6A 8185203,7500 491485,4600 Rua do Campo S/Nº -
Mercado do Povo
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
138
Município Identificação Latitude UTM Longitude
UTM Logradouro
Porto Seguro EEE-NFB 8184787,4800 491357,8900 Rua Nilo Caiado Fraga 225 -
Porto Seguro EEE-A1 8181037,5100 493061,6700 Rua Consolação Luíz Viana
Filho 154 - Centro
Porto Seguro EEE-A2 8182019,4900 492144,9500 Praça São Sebastião S/Nº -
Bairro Areião
Porto Seguro EEE-A3 8181632,5200 492958,8700 Rua da Vala S/Nº -
Porto Seguro EEE-A4 8181547,2500 493089,5300 Rua Manoel F. de Almeida
S/Nº -
Porto Seguro EEE-A5 8181840,0400 493037,1600 Rua Cova da Moça S/Nº -
Porto Seguro EEE-B1 8184373,5300 494050,4600 BR 367 S/Nº -
Porto Seguro EEE-B2 8185819,9900 494558,7900 Rua do Telégrafo S/Nº -
Centro
Porto Seguro EEE-B2A 8186161,3400 494646,9900 Avenida Bahia S/Nº -
Porto Seguro EEE-B3B 8186945,6000 495195,3900 Rua dos Abrolios S/Nº -
Porto Seguro EEE-B3 8187273,3100 495458,3500 Rua Embaúba S/Nº -
Porto Seguro EEE-B3A 8186537,0800 495347,3300 BR 367 S/Nº -
Porto Seguro EEE-B3C 8187807,3200 495785,1300 Rua da Embaúba S/Nº -
Porto Seguro EEE-B4A 8188235,6700 495819,6000 Rua dos Mamoeiros S/Nº -
Porto Seguro EEE-B4B 8188610,1500 496255,2900 Rua Rio dos Mangues S/Nº -
Porto Seguro EEE-B4C 8189015,4900 496398,5200 Rua Araray S/Nº -
Tabela 6 - Identificação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário da Sede de Porto Seguro/BA
As unidades que compõem o sistema de esgotamento sanitário estão alocadas e
georeferenciadas em mapa A3, constante no Anexo denexoste Diagnóstico.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
Figura 23 - Imagem dos Sistemas ES da Sede de Porto Seguro
ANEXO
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140
ANEXO
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141
Não pode ser verificado se as instalações elétricas das Estações Elevatórias,
padrões e fiações, para a verificação dos padrões de segurança, segundo norma
NBR 5410:2004 e NR 10. O Relatório de Fiscalização da Agência Regulatória -
AGERSA em janeiro de 2015, apontou várias não conformidades nos sistemas
elétricos, assim como de segurança.
Observa-se ainda que as elevatórias de esgotos devem ter garantido, sempre, a
extravasão, com lançamento em ponto conveniente; em locais onde a extravasão
não for permitida, deveria então, estar previsto o uso de gerador de emergência e de
reservatório-pulmão. No Sistema das EEEs, que não há geradores, também não há
qualquer reservatório pulmão, ou reservatório de contenção de óleo nas elevatórias
que possuem geradores de emergência, já que há reserva de óleo diesel para os
geradores. Pode ocorre então o transbordo de esgotos das Estações Elevatórias
para as vias de acesso, córregos e rios, consequentemente causando danos
ambientais e sociais, restando ao município a aplicações de sanções e multas, á
prestadora de serviços.
Verificou-se também durante a visita na Unidade de Tratamento - ETE da Cidade de
Porto Seguro, que seu estado de conservação e segurança precisa de atenção.
Presença de Lagoas eutrofizadas, bombas sem funcionamento e sem reposição,
com muito material adensado; uma lagoa desativada e o lodo (retirado da superfície
da Lagoa de Mistura Rápida) se acumula ao seu entorno, onde o mesmo é disposto
sem critério no solo na mesma área da ETE.
Em visita foi informado a eficiência de remoção de sólidos da taxa de 75%, porém
não foi fornecido o relatório de Qualidade e Monitoramento da Estação de
Tratamento de Esgoto - ETE da Cidade de Porto Seguro. O relatório de Fiscalização
da AGERSA, confirma que o Relatório de Monitoramento da Eficiência da ETE e
Qualidade do efluente estão fora dos padrões de remoção, ou seja, abaixo dos 75%
de remoção.
De acordo com Von Sperling, Marcos (2005), a eficiência típica de remoção dos
principais poluentes no sistema de tratamento de esgoto com Lagoa Aerada
Facultativa, no que se refere ao parâmetro DBO, deve estar entre 75 e 85%.
ANEXO
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142
Durante a visita dos consultores, pelo odor característico das ETE, pode-se notar
que o esgoto é bem diluído (provavelmente ocorra grande contribuição de drenagem
no sistema de esgotamento sanitário), e que há um significativo resultado no
tratamento, com exceção de uma das lagoas, que recebem esgotos mais
concentrados, oriundos de uma bacia de contribuição de uma provável população de
baixa renda.
Através das descrições das EEEs, pode-se concluir que as mesmas funcionam
também como tratamento preliminar, com gradeamento e caixa de areia, porém não
houve informações sobre o destino dos materiais sólidos (areia, sólidos - sedimentos
grosseiros, além de lixo) e a forma de operação e manutenção desses sistemas
preliminares, nas Elevatórias, já que na ETE inexiste o Sistema Preliminar.
Não há destinação dos materiais sólidos dos Sistemas Preliminares e do
sobrenadante da ETE.
Constata-se a ausência de informações sobre o licenciamento ambiental da ETE -
Licença de Operação - LO vencida em 2012, com várias condicionantes. Protocolo
em 2013 de solicitação de renovação da LO, mas não há informações do tramite.
3.2 Situação nos Distritos e Povoados
Nos Distritos e comunidades a captação é subterrânea, realizada por meio de poços
tubulares. A seguir apresentam-se os dados referentes ao abastecimento público de
água e situação das outorgas, conforme documentos disponibilizados pela EMBASA
e consulta ao site do INEMA - SIAM - Sistema Integrado de Informação Ambiental.
A tabela a seguir trás de forma geral o atendimento da EMBASA quanto a
abastecimento de água nos Distritos e nas localidades:
Localidade Tipo Serviço Distribuição
por rede
Trancoso Distrito Tratamento: Filtração, Cloração
e Fluoretação
100%
ANEXO
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143
Localidade Tipo Serviço Distribuição
por rede
Arraial D’Ajuda Distrito Estação Convencional - ETA,
com pré-oxidação e fluoretação 100%
Pindorama Povoado Cloração Simples 100%
Vera Cruz Povoado Distribuição sem tratamento 100%
Tabela 5 - Localidades com Atendimento do Serviço de Abastecimento de Água
3.2.1 Sistema de Abastecimento de Água no Distrito de Trancoso
O Sistema de Abastecimento de Água do Distrito de Trancoso está em operação
desde 1995, sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana de Águas e
Saneamento S.A – EMBASA.
O Tratamento da água é realizado numa Estação de Tratamento de Água - ETA,
através do processo de clarificador de fluxo ascendente (filtro russo), em que as
fases são: oxidação do ferro, filtração e desinfecção e fluoretação.
A vazão de captação no Manancial Subterrâneo - poço é de 22 litros por segundo
(L/s) e a capacidade nominal de tratamento do sistema é de 54 L/s. Funcionando em
regime de operação de 18 horas por dia, a estação produz em média 1.230 m³/dia. A
unidade da empresa responsável pela produção e distribuição de água para
consumo humano nesta região é a Superintendência da Região Sul da Embasa.
Através de visita técnica realizada em abril de 2016, pode-se verificar que o Sistema
é composto de 02 poços (um em atividade e outro em stand by) e o tratamento é
simplificado composto por: filtração - para a retirada do teor de ferro presente na
água subterrânea na região, seguido da cloração para a desinfecção da água e
fluoretação, para redução das cáries dentárias.
A captação é realizada por um poço ativo e outro em stand by de diâmetros de 100 e
200mm, com vazões estimadas de 22 l/s cada, com bombas trifásicas de 25 CV,
conforme contado em visita; seguindo a água para um tratamento simplificado com
filtração (3 filtros), com desinfecção através da cloração e fluoretação. A água
ANEXO
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144
tratada armazenada em um reservatório apoiado de 300 m3 e deste bombeado para
outro reservatório elevado de capacidade de 150 m3, onde é utilizada a distribuição à
população por gravidade.
O sistema encontra-se com 100% de hidrometração, perdas físicas em torno de
13%, inadimplência na ordem de 20% da arrecadação, conforme informações do
responsável pelo sistema local.
As análises da qualidade de água rotineiras são realizadas pelo laboratório no local,
como: de pH, cor e turbidez, coliformes, ferro; porém as demais são realizadas no
laboratório regional, em Itamaraju.
O plano de amostragem da qualidade da água consta-se de 66 pontos cadastrados,
onde é realizado em 08 a 10 pontos de amostragem semanal, na forma de rodízio,
para a verificação do cloro residual.
Não foi possível acessar a Relatório de Qualidade da Água Tratada, portanto não há
como informar se a qualidade da água entregue atende as normas da Portaria nº
2.914/11 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os padrões de qualidade da água
para abastecimento humano.
A Reservação é realizada por um reservatório apoiado de RA - 300m3 e um
reservatório elevado de RE - 150 m3. A operação de bombeamento é realizada no
período de 18 horas diárias, sendo das 0h às 18h, portanto o fornecimento e
distribuição de água segue o mesmo período, tendo interrupção/intermitência no
sistema, pois o reservatório elevado de 150 m3, não atende a demanda de todo o
período de interrupção, já que praticamente serve de caixa de passagem. O
Reservatório Apoiado de água tratada recalca a água para o Reservatório Elevado
para que a distribuição seja realizada por gravidade, no mesmo período do
bombeamento.
No local não há bomba reserva, nem gerador, quando necessária, a manutenção
corretiva o processo se dá por solicitação à unidade regional de Itamaraju, que, tem
atendido num prazo médio de 14 horas do ocorrido, conforme informação obtida
durante a visita.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
145
Figura 24 - Barrilete do poço de sucção
Figura 25 - Unidade de Tratamento da água
Figura 26 – Reservatório apoiado
Figura 27 – Laboratório local
Recomenda-se verificar que o sistema de abastecimento de água do Distrito de
Trancoso possui deficiências técnicas e operacionais em decorrência de:
I. Ausência de macro medidores nos sistemas de entrada e saída da ETA
II. Ausência de Programas de Perda
III. Deficiência das Medições - Parque Hidrométrico antigo
IV. Ausência de Programas de Eficiência Energética
V. Necessidade de Modernização dos sistemas
VI. Ausência de Automação
VII. Ausência de Telemetria
VIII. Ausência de Fiscalização
IX. Abastecimento realizado pelos usuários, com fontes alternativas
X. Ausência de Indicadores de Desempenho e Gestão
XI. Ausência de Programa eficiente de Descarte do Lodo Gerado
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
146
3.2.2 Sistema de Esgotamento Sanitário no Distrito de Trancoso
O Sistema de esgotamento Sanitário - SES do distrito de Trancoso teve seu início de
operação no ano de 2001, sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana de
Águas e Saneamento S.A - EMBASA.
A Estação de Tratamento de Esgoto - ETE do SES de Trancoso está localizada as
margens da BA 986, sob as coordenadas UTM 486.363,47/8. 177.757,97 em uma
área de 71.858,00 m2. A ETE, conforme informação da EMBASA é composta de
Caixa de Areia, 01 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente – RAFA, dividido em 02
módulos cada, 04 leitos de macrofilas, seguido de valas de infiltração, 03 leitos de
secagem do lodo, que realiza o tratamento de 68,57 m3/h. Em resumo o Sistema de
Esgotamento Sanitário - SEE de Trancoso possui as seguintes informações, obtidas
através da EMBASA - ano 2015
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - TRANCOSO
Início da Operação do Sistema de Esgotamento Sanitário - ano de 2001
Estações Elevatórias de Esgotos - EEE - 07 unidades
Estação de Tratamento de Esgotos - 01 Unidade do Tipo Reator Anaeróbico de Fluxo
Ascendente - RAFA, seguido de 02 lagoas de infiltração e leitos de secagem - com 3
câmaras. Conforme observação no local.
Extensão de Redes Coletoras - 18.000 metros
Interceptores - 2.300 metros
Ligações de Esgotos - 1.583
Índice de Atendimento na Sede - 47%
Quadro 2 - Quadro Resumo do SES da Sede de Porto Seguro
3.2.3 Tratamento dos Esgotos do Distrito de Trancoso
Através de visita de campo nas instalações, em abril de 2016, pode ser observado
que o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do distrito de Trancoso é composto
por um Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente - RAFA, dividido em 2 módulos,
seguido de 2 lagoas de infiltração e leitos de secagem, com 3 câmaras. Não foi
observado os 04 leitos de macrofilas e as valas de infiltração, conforme a EMBASA
apresentou em 2015.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
147
Foi verificado que a ETE esteve por algum tempo sem manutenção nas suas
unidades, e que no momento os operadores estavam realizando parte dessa
manutenção, que visivelmente estava acumulada, demostrando péssimo estado de
operação e conservação da ETE.
O lodo que fora retirado do leito de secagem, e colocados diretamente no solo ao
lado do leito, sem os cuidados com os riscos biológicos, conforme indicação da
placa no local. A informação é que o lodo desidratado e não desinfetado, retirado do
leito de secagem seria disposto no próprio terreno da área da ETE.
Não pode se verificar o volume de entrada do efluente e muito menos a eficiência do
tratamento
Figura 28 - Entrada da ETE Figura 29 - Vista do RAFA
Figura 30 - Chegada e distribuição do efluente no Reator
Figura 31 - leito de secagem do lodo e acúmulo de material lodo desidratado
ANEXO
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148
Figura 32 - Lagoas de estabilização do efluentes oriundos do RAFA
O Sistema de Esgotamento Sanitário de Trancoso possui 7 Estações Elevatórias de
Esgotos - EEE’s, denominadas de: EEE 01, EEE 02, EEE 03, EEE 04, EEE 05, EEE
06, EEE 07, nas quais todas são compostas de PV, sistema de Gradeamento, Caixa
de Areia, Poço de Sucção, 02 conjuntos moto bombas (CMB’s), Casa do Quadro de
Comando e Grupo Motor Gerador, com exceção da EEE 06, que não está equipada
com grupo motor gerador.
A Tabela a seguir apresenta as localizações da Estação de Tratamento de Esgoto –
ETE, bem como as 07 Estações Elevatórias de Esgotos, compondo parte do sistema
de Esgotamento sanitário do Distrito de Trancoso.
Município Identificação Latitude UTM Longitude UTM Logradouro
Trancoso ETE 8177757,9700 486363,4700 Rodovia BA-986
Trancoso EEE-01 8165111,2340 488500,8490 Rua Alfa S/Nº - Centro
Trancoso EEE-02 8165301,5600 488668,9200 Rua Getúlio Vargas S/Nº -
Centro
Trancoso EEE-03 8164838,6300 488883,4640 Estrada Mirante do Rio
Verde S/Nº - Centro
Trancoso EEE-04 8165804,4820 489677,8540 Rua da Puba S/Nº - Centro
Trancoso EEE-05 8165610,0770 489646,7870 Rua do Telégrafo S/Nº -
ANEXO
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149
Município Identificação Latitude UTM Longitude UTM Logradouro
Centro
Trancoso EEE-06 8165672,0900 489727,7400 Estrada da Praia S/Nº -
Centro
Trancoso EEE-07 8164960,5750 489847,6720 Condomínio Alto de
Trancoso S/Nº - Centro
Tabela 8 - Identificação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário do Distrito de Trancoso
As unidades a seguir, que compõe o sistema de esgotamento sanitário estão
alocadas e georeferenciadas em mapa A3.
,
ANEXO
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150
Figura 38: Visão dos sistemas de Esgotamento Sanitário - Trancoso
ANEXO
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151
Observa-se ainda que as elevatórias de esgotos devem ter garantida, sempre, a
extravasão, com lançamento em ponto conveniente; em locais onde a extravasão
não for permitida, deveria então, estar previsto o uso de gerador de emergência e de
reservatório-pulmão. No Sistema das EEE 06, que não há geradores, também não
há qualquer reservatório pulmão, ou reservatório de contenção de óleo nas
elevatórias que possuem geradores de emergência, já que há reserva de óleo diesel
para os geradores. Podendo ocorrer então o transbordo de esgotos das Estações
Elevatórias para as vias de acesso, córregos e rios, consequentemente causando
danos ambientais e sociais.
3.2.4 Sistemas de Abastecimento de Água de Arraial D’Ajuda
O Sistema de Abastecimento de Água do Distrito de Arraial D’Ajuda está desde
1996, sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana de Águas e Saneamento
S.A - EMBASA.
O tratamento da água do Distrito de Arraial D’Ajuda é realizado numa Estação de
Tratamento de Água - ETA, através de processo convencional (completo). As fases
do processo são: floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação. A
vazão de captação no manancial subterrâneo é de 42 litros por segundo (L/s) e a
capacidade nominal de tratamento do sistema é de 62 L/s. Funcionando em regime
de operação de 16 horas por dia, a estação produz em média 2.419 m³/dia. A
unidade da empresa responsável pela produção e distribuição de água para
consumo humano nesta região é a Superintendência da Região Sul da EMBASA.
Através de visita técnica realizada em abril de 2016, pode-se verificar que o Sistema
é composto de 3 poços profundos e as águas seguem para um tratamento em 1
Estação de Tratamento de Água - do tipo Convencional, com Vazão Nominal de
61,94 l/s, no momento da visita; com Pré Oxidação, Decantação, Floculação e
Filtração. A retirada do ferro presente na água subterrânea na região é muito
importante, seguido de cloração - para a desinfecção da água e fluoretação.
A captação subterrânea é realizada por três poços, cujo perfil e diâmetro, assim
como os testes de bombeamento não puderam ser obtidos.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
152
O sistema encontra-se com 100% de hidrometração, a distribuição é por gravidade,
após o recalque da água tratada para o reservatório elevado. A leitura é realizada
por 03 zonas de atendimento.
As análises da qualidade de água rotineiras são realizadas pelo laboratório no local,
como: de pH, cor e turbidez, coliformes, ferro; porém as demais são realizadas no
laboratório regional, em Itamaraju.
O plano de amostragem da qualidade da água é realizado em 12 pontos, assim
como a verificação do cloro residual. Não foi possível acessar a Relatório de
Qualidade da Água Tratada, portanto não há como informar se a qualidade da água
entregue atende as normas da Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde, que
dispõe sobre os padrões de qualidade da água para abastecimento humano.
A Reservação é realizada por um reservatório apoiado de RA - 400m3 e um
reservatório elevado de RE - 150 m3. A operação de bombeamento é realizada no
período de 20 horas diárias, sendo das 21h30min às 17h30min, portanto o
fornecimento e distribuição de água segue o mesmo período, tendo
interrupção/intermitência no sistema, pois o reservatório elevado de 150 m3, não
atende a demando de todo o período de interrupção, já que praticamente serve de
caixa de passagem. O Reservatório Apoiado de água tratada, recalca a água para o
Reservatório Elevado - de distribuição por gravidade, no mesmo período do
bombeamento.
No local não há bomba reserva, nem gerador. Quando é necessária a manutenção
corretiva, o processo se dá por solicitação à unidade regional de Itamaraju, que, tem
atendido num prazo médio de 14 horas do ocorrido, conforme informação obtida
durante a visita.
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
153
Figura 34 - ETA de Arraial D’Ajuda
Figura 35 - Visão Geral dos Floculadores
Figura 36 - Visão da Elevatória e ETA
Figura 37 - Reservatório de Lavagem dos Decantadores e Filtros - BAG ao lado
Recomenda-se verificar os sistemas de abastecimento de água, possuem
deficiências técnicas e operacionais em decorrência de:
I. Ausência de macro medidores nos sistemas de entrada e saída da ETA
II. Ausência de Programas de Perda
III. Deficiência das Medições - Parque Hidrométrico antigo
IV. Ausência de Programas de Eficiência Energética
V. Necessidade de Modernização dos sistemas
VI. Ausência de Automação
VII. Ausência de Telemetria
VIII. Ausência de Fiscalização
IX. Abastecimento realizado pelos usuários, com fontes alternativas
ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
154
X. Ausência de Indicadores de Desempenho e Gestão
XI. Ausência de Programa eficiente de Descarte do Lodo Gerado
PLANILHA DE EVIDÊNCIA DE CAMPO
ABASTECIMENTO DE ÁGUA – DISTRITO ARRAIAL D’AJUDA Nº 003
EMPREENDIMENTO Diagnostico Preliminar de Água e Esgoto
EMPREENDEDOR Prefeitura Municipal de Porto Seguro
MUNICÍPIO Porto Seguro/BA DATA 12/04/2016
MEIO ESTUDADO
FÍSICO x BIÓTICO ANTRÓPICO X
COORDENADAS GEOGRÁFICAS - WGS 84
Local: Arraial D’Ajuda ELEVAÇÃO:
EVIDÊNCIA/OCORRÊNCIA
IMPACTO AMBIENTAL Positivo
Negativo Indeterminado
OCORRÊNCIA Física Biótica Antrópica X
Registro de evidências fotográficas
DESCRIÇÃO DA EVIDÊNCIA/OCORRÊNCIA
Trata-se da visita de campo ao Sistema de Abastecimento de Água: captação, adução, tratamento e parte da reservação de água tratada para abastecer o Distrito de Arraial D’Ajuda do município de
Porto Seguro/BA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Visão da Estação de Tratamento de Água - ETA Convencional - Filtros
ANEXO
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155
ETA - Visão dos Floculadores e Decantadores
Imagem dos conjuntos Moto Bombas
Tanques de mistura dos produtos quimicos para o tratamento da água
ANEXO
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156
Visão da Elevatória de Água Bruta (poço) - EAB Visão do Sistema de Filtração da Água - 3
filtros
Tanques de armazenamento das águas de lavagem de filtros e decantadores
Visão do Tanque - Água de lavagem e do Bag para armazenamento do lodo da ETA
ANEXO
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157
Reservatório Elevado de Água Tratada Poço 01 - Captação de água subterrânea
LABORATÓRIO LOCAL DE ANÁLISES DA QUALIDADE DA ÁGUA – ARRAIAL D’AJUDA
Sala para análise quimica rotineira da Qualidade da Água
ANEXO
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158
3.2.5 Sistemas de Esgotamento Sanitário de Arraial D’Ajuda
O Sistema de esgotamento Sanitário - SES do distrito de Arraial D’Ajuda teve seu
início de operação no ano de 2000, anterior ao SES do Distrito de Trancoso, que
iniciou em 2001, sendo operado pela Concessionária Empresa Baiana de Águas e
Saneamento S.A - EMBASA.
A Estação de Tratamento de Esgoto - ETE do SES de Arraial D’Ajuda está
localizada as margens da BA 986, sob as Coordenadas UTM
486.363,47/8.177.757,97 em uma área de 74.000,00. Tem seu corpo receptor de
lançamento do efluente tratado no Rio Buranhém, sob as coordenadas UTM
485.321,21/8. 180.762,48.
A ETE, conforme informação da EMBASA é composta de 2 Reatores Anaeróbicos
de Fluxo Ascendente – DAFAs divididos em 2 módulos cada, seguido de 2 Lagoas
de Maturação e 2 leitos de Secagem de lodo subdividido em 3 Câmaras, que realiza
o tratamento de 142 m3/h de efluentes domésticos.
Em resumo o Sistema de Esgotamento Sanitário - SEE de Arraial D’Ajuda, possui as
seguintes informações, obtidas através da EMBASA - ano 2015:
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – ARRAIAL D’AJUDA
Início da Operação do Sistema de Esgotamento Sanitário: ano de 2000
Estações Elevatórias de Esgotos – EEE: 05 unidades
Estação de Tratamento de Esgotos: 2 Unidades do Tipo Reator Anaeróbico de Fluxo
Ascendente - DAFA, 2 Lagoas de Maturação e 2 Leitos de Secagem de Lodo
Extensão de Redes Coletoras: 27.267 metros
Interceptores:1.850 metros
Ligações de Esgotos: 3.495
Índice de Atendimento na Sede: 47%
Fonte: Embasa - Apresentação Resumo - 2015
Quadro 3 - Quadro Resumo do SES da Sede de Porto Seguro
3.2.6 Tratamento de Esgotos no Distrito de Arraial D’Ajuda
Através de visita de campo nas instalações, em abril de 2016, pode ser observado
que o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do distrito de Arraial D’Ajuda é
ANEXO
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159
composto por um Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente - RAFA, com 04
Câmaras, seguido de 02 lagoas aeradas e 02 Lagoas Facultativas e 02 leitos de
secagem, com 3 câmaras cada.
Durante a visita técnica, pode-se verificar que o estado de conservação das
Unidades de Tratamento de Esgotos de Arraial D’Ajuda estavam visivelmente em
melhor estado de operação e conservação ao que fora visto no Distrito de Trancoso.
O lodo também é retirado do leito de secagem, sem destinação final adequada.
Figura 38 - Visão geral das Lagoas Figura 39 - Chegada do efluente
ANEXO
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160
Figura 40 - leitos de secagem do Lodo
O Sistema de Esgotamento Sanitário de Arraial D’Ajuda possui 5 Estações
Elevatórias de Esgotos - EEEs, denominadas de: EEE 01, EEE 02, EEE 03, EEE 04,
EEE 05, nas quais todas são compostas de PV, sistema de Gradeamento, Caixa de
Areia, Poço de Sucção, 2 conjuntos moto bombas (CMBs), Casa do Quadro de
Comando e Grupo Motor Gerador, com exceção da EEE 06, que não está equipada
com grupo motor gerador. A seguir estão as localidades da ETE, Ponto de
lançamento do Corpo Receptor, no Rio Buranhém, do efluente tratado e as 05
Estações Elevatórias de Esgotos.
Localidade Identificação Latitude UTM Longitude UTM
Logradouro
Arraial D'Ajuda ETE 8177757,9700 486363,4700 BA 986 S/Nº -
Arraial D'Ajuda CR - Rio Buranhém
8180762,4800 485321,2100
Arraial D'Ajuda EEE-1 8176186,3910 492326,7190 Estrada de Pitinga S/Nº -
Arraial D'Ajuda EEE-2 8177046,5060 492208,4080 Ladeira da Santa S/Nº -
Arraial D'Ajuda EEE-3 8176810,3840 492340,0540 Rua Bento A. de Morais S/Nº -
Arraial D'Ajuda EEE-4 8176513,3830 491894,2400 Rua São João S/Nº -
Arraial D'Ajuda EEE-5 8176957,2850 491098,7710 Estrada do Vertente S/Nº -
Tabela 9 - Identificação dos Sistemas de Esgotamento Sanitário do Distrito de Arraial D’Ajuda
As unidades a seguir, que compõe o sistema de esgotamento sanitário estão
alocadas e georeferenciadas em mapa A3.
.
ANEXO
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161
Figura 41 - Mapa do Sistema de Esgotamento Sanitário do Distrito de Arraial D’Ajuda
DIAGNÓSTICO - ANEXO
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162
Observa-se ainda que as elevatórias de esgotos devem ter garantida, sempre, a
extravasão, com lançamento em ponto conveniente; em locais onde a extravasão
não for permitida, deveria então, estar previsto o uso de gerador de emergência e de
reservatório-pulmão. Não há reservatório de contenção de óleo nas elevatórias que
possuem geradores de emergência, já que há reserva de óleo diesel para os
geradores. Ocorre então o transbordo frequente de esgotos das Estações
Elevatórias para as vias de acesso, córregos e rios, consequentemente causando
danos ambientais e sociais.
DIAGNÓSTICO - ANEXO
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163
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
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Profissional: José Antônio Chaves (Coordenador-Geral)
Formação Acadêmica:
Doutorado em Administração: Business School Lausanne, Suíça;
Mestrado em Administração: CPGA/ICES – MG
Graduação em Administração – ICNPF – MG
Experiência Profissional:
Ex-superintendente de Planejamento Estratégico da COPASA-MG (1979-1988)
Sócio Fundador da Ecobusiness Network Ltda. (1997...)
Consultor em Programas de Saneamento do Banco Mundial no Brasil e Exterior
(1989...)
Professor Associado da Fundação Dom Cabral (2008...)
Profissional: Rachel Elisabeth Nogueira (Advogada)
Formação Acadêmica:
MBA em Gestão e Regulação Ambiental – FICE-MG/COPPE-UFRJ;
Graduação em Direito: UFMG
Experiência Profissional:
Ex-superintendente de Licitações e Contratos da Secretaria de Planejamento de
Minas Gerais (1989-1993)
Consultora em Programas de Saneamento do Banco Mundial no Brasil (1994...)
Consultora Associada da Ecobusiness (1997...)
Profissional: Alfredo Melo (Economista)
Formação Acadêmica:
Doutorado em Administração: Université Paris IX - Dauphine – França;
Mestrado em Administração: Universidade Federal de Minas Gerais - MG
Graduação em Ciências Econômicas – Universidade Cândido Mendes - RJ
Experiência Profissional:
Ex-Analista Financeiro da COPASA-MH (1977-1983)
Professor na Área de Administração Financeira (1980...)
Consultor Associado da Ecobusiness (1997...)
DIAGNÓSTICO - ANEXO
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165
Profissional: Alaor Almeida Castro (Engenheiro Sanitarista-Advogado)
Formação Acadêmica:
Especialização em Engenharia Sanitária – EE/UFMG
Graduação em Engenharia Civil – EE/UFMG
Graduação em Direito – Fundação Milton Campos - MG
Experiência Profissional:
Ex-Superintendente de Tecnologia Ambiental da COPASA-MH (1983-1988)
Professor de Engenharia Sanitária da Escola de Engenharia da UFMG (1980-90)
Consultor Associado da Ecobusiness (1997...)
Profissional: José Nelson Almeida Machado (Engenheiro Sanitarista)
Formação Acadêmica:
Especialização em Engenharia Sanitária – EE/UFMG
Graduação em Engenharia Civil – EE/UFMG
Experiência Profissional:
Ex-Superintendente Técnico de Operações da COPASA-MG (1976-1998)
Ex-Presidente da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
Fundador e Ex-Presidente da Agência de Bacia do Rio São Francisco (Agência
Peixe Vivo) (1980-90)
Consultor Associado da Ecobusiness (2008...)
Profissional: Patrícia Cota Durso (Administradora)
Formação Acadêmica:
Especialização em Gestão Ambiental e Recursos Hídricos – ECOBUSINESS-
COPPE
Especialização em Gestão de Projetos – IETEC/MG
Graduação em Administração Ênfase em Análise de Sistemas – UNA/MG
Experiência Profissional:
Ex-Analista de Sistemas da CSU CardSystem (2007-2012)
Consultora da ECOTRADE – 2013-Atual
DIAGNÓSTICO - ANEXO
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO DE PORTO SEGURO ECOBUSINESS NETWORK LTDA - CONTRATO Nº TP016/2015
166
Profissional: Dóris Aparecida Garisto Lins (Engenheira Sanitarista)
Formação Acadêmica:
Graduação em Ciências Biológicas – UFMG
Graduação em Engenharia Florestal – UNIFENAS
Especialização em Auditoria e Perícia Ambiental – ECOBUSINESS/COPPE
Especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental – PUC/MG
Mestrado em Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA/UFMG
Experiência Profissional:
Ex-Diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE de Itabirito – MG (1998-
2003) (2009-2011)
Ex-Diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE de Ouro Preto – MG
(2005-2006)
Ex-Consultora de Saneamento da Diefra Engenharia Ltda. (2012-2014)
Consultora da ECOTRADE – 2015-Atual