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ANEXO B NORMAS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE TG O plano de Trabalho de Graduação I deverá ser elaborado e redigido eletronicamente utilizando-se de um software de editor de textos e obedecendo a seguinte padronização: 1 ESTRUTURA DE UM PLANO DE TG A estrutura de um plano de trabalho de graduação deve ser constituída dos seguintes elementos: ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS – são os elementos que antecedem o conteúdo do trabalho e o identificam: Capa (obrigatório) Lombada (opcional) Folha de rosto (obrigatório) Listas (opcionais) Sumário (obrigatório) ELEMENTOS TEXTUAIS – expressos por: Introdução (obrigatório) Justificativa e Relevância do Tema (obrigatório) Delimitação do Tema (obrigatório) Formulação do Problema (obrigatório) Hipóteses (obrigatório) Objetivos (obrigatório) Revisão de Literatura ou Embasamento Teórico (obrigatório) Proposta do Plano (obrigatório) Metodologia e Material (obrigatório) Cronograma (obrigatório) Orçamento (opcional)

ANEXO B Modelo de Projeto de TG

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Page 1: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

ANEXO B

NORMAS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE TG

O plano de Trabalho de Graduação I deverá ser elaborado e redigido eletronicamente utilizando-se de um software de editor de textos e obedecendo a seguinte padronização:

1 ESTRUTURA DE UM PLANO DE TG

A estrutura de um plano de trabalho de graduação deve ser constituída dos seguintes

elementos:

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS – são os elementos que antecedem o conteúdo do

trabalho e o identificam:

Capa (obrigatório)

Lombada (opcional)

Folha de rosto (obrigatório)

Listas (opcionais)

Sumário (obrigatório)

ELEMENTOS TEXTUAIS – expressos por:

Introdução (obrigatório)

Justificativa e Relevância do Tema (obrigatório)

Delimitação do Tema (obrigatório)

Formulação do Problema (obrigatório)

Hipóteses (obrigatório)

Objetivos (obrigatório)

Revisão de Literatura ou Embasamento Teórico (obrigatório)

Proposta do Plano (obrigatório)

Metodologia e Material (obrigatório)

Cronograma (obrigatório)

Orçamento (opcional)

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS – são os elementos que completam o plano:

Referências (obrigatório)

Glossário (opcional)

Anexos (ou apêndices) (opcional)

Índice (opcional)

Page 2: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

2 REDAÇÃO

A apresentação de um plano de trabalho de graduação supõe o domínio, por parte do

autor, do idioma que utiliza para transmitir suas idéias. As regras gramaticais devem ser

observadas rigidamente, principalmente no tocante à ortografia e à acentuação gráfica. Toda

redação do plano dentro da linguagem científica.

3 A LINGUAGEM

A linguagem é:

Impessoal – Todo o trabalho deve ter caráter impessoal. Deve ser redigido na

terceira pessoa, evitando-se fazer referências pessoais, como “meu trabalho, “meus estudos”,

“minha tese”. Nestes casos devem ser utilizados “o presente trabalho”, ou “o presente

estudo”.

Objetiva – O caráter objetivo da linguagem que veicula conhecimentos científicos é

obrigatório na Ciência. Por isso devem ser afastados quaisquer pontos de vista pessoais ou

impressões subjetivas sem base concreta. Expressões como “eu penso”, “parece-me” ou

“parece ser” violam o princípio da objetividade, indicando raciocínio subjetivo.

Informativa – Deve ser adequada à transmissão de conhecimentos e informações.

Deve ser técnica e racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa, sintetiza,

argumenta e conclui. Não deve expressar emoções ou sentimentos (linguagem expressiva)

nem tentar agir sobre a vontade ou conduta do leitor (linguagem persuasiva).

Clara – Em qualquer questão, a informação ou idéia deve ser enunciada com

absoluta clareza e precisão. Não devem aparecer termos ambíguos.

Vocabulário – Deve-se empregar os termos em uso na Língua Portuguesa (formal),

excluindo-se as gírias e palavras de duplo sentido. Devem-se empregar termos técnicos da

área da pesquisa (pode ser feito um glossário).

4 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO

Os textos devem ser apresentados em papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7 cm), no

anverso das folhas, impressos em cor preta, podendo ser utilizada outras cores somente para

ilustrações.

Recomenda-se, para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para todo texto,

excetuando-se as citações de mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das

ilustrações e das tabelas, que devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme.

Page 3: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

Para o caso de citações de mais de 3 linhas, deve-se observar, também um recuo de 4

cm da margem esquerda.

As margens devem ser as seguintes: margem esquerda e superior de 3 cm; direita e

inferior de 2 cm.

Todo texto deve ser redigido com espaço 1,5 entrelinhas, excetuando-se as citações de

mais de 3 linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de

plano de pesquisa e nome da entidade, que devem ser digitados em espaços simples. As

referências ao final do plano devem ser separadas entre si por dois espaços simples.

Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que os

sucede por 2 espaços 1,5.

Na folha de rosto, o tipo de plano de trabalho de graduação e o nome da entidade a que

é submetido devem ser alinhados do meio da mancha para margem direita.

O indicativo de seção é alinhado na margem esquerda, precedendo o título, dele

separado por um espaço.

Os títulos sem indicativo numérico, listas, sumário, referências, glossário, apêndices,

anexos e índices, devem ser centralizados.

Para evidenciar a sistematização do conteúdo do plano, deve-se adotar a numeração

progressiva para as seções do texto. Os títulos das seções primárias, por serem as principais

divisões de um texto, devem iniciar em folha distinta. Destacam-se gradativamente os títulos

das seções conforme a ABNT NBR-6024/2003.

Todas as folhas do plano, a partir da folha de rosto, devem ser contadas

seqüencialmente, mas não numeradas.

A numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos

arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último dígito

a 2 cm da borda direita da folha.

As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT NBR-10520/2002.

As equações e fórmulas para facilitar a leitura devem ser destacadas no texto e, se

necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita.

5 EXEMPLO ESTRUTURADO E DETALHADO DE UM PLANO DE TG

A seguir apresenta-se detalhadamente um plano de trabalho de graduação descrevendo

todos os elementos estruturais que deve ser usado como modelo.

Page 4: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

Curso de Graduação em Engenharia Elétrica

Influência dos Protetores Auditivos na Inteligibilidade da Voz

Aluno: José Francisco Rodrigues

Orientador: Prof. Dr. João Cândido Fernandes

Bauru2010

Page 5: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

JOSÉ FRANCISCO RODRIGUES

Influência dos Protetores Auditivos na Inteligibilidade da Voz

Plano de Trabalho de Graduação do Curso de Engenharia Elétrica apresentado à Faculdade de Engenharia de Bauru/UNESP.

Orientador: Prof. Dr. João Cândido Fernandes

Bauru2010

Page 6: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 03

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 03

2.1 Os Protetores auditivos.......................................................................................... 04

2.2 Interferência dos EPIAs na comunicação.............................................................. 04

3 PROPOSTA DO PLANO................................................................................... 06

4 MATERIAIS E METODOLOGIA......................................................................... 06

4.1 Participantes............................................................................................................ 06

4.2 Equipamentos de proteção individual auditivos..................................................... 07

4.3 Equipamentos......................................................................................................... 07

4.4 Ambiente do teste................................................................................................... 07

4.5 Metodologia............................................................................................................ 07

4.6 Procedimentos experimentais……………………………………………………. 08

4.7 Análise de dados..................................................................................................... 10

5 CRONOGRAMA................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 10

Page 7: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

1 INTRODUÇÃO

O ruído é o tipo de poluição que perturba o maior número de pessoas na civilização

moderna. Nos USA, em 1990, era estimado em 138 milhões o número de americanos

expostos a níveis médios diários de ruído acima de 55 dB, considerado como limite de

conforto para a população (BERGLUND; LINDVALL, 1990).

Em países em desenvolvimento, a situação é pior: a cidade do Rio de Janeiro recebe

mais de 600 reclamações mensais de perturbação por ruído (GROM, 2001), enquanto que

Belo Horizonte recebeu 2021 reclamações em 1997, 1616 em 1998 e 2096 denúncias em 1999

(BARROS, 2000). A cidade de Vitória recebeu, apenas em outubro de 2000, 646 reclamações

de ruído urbano.

A Perda de Audição Induzida por Ruído é, atualmente, o maior problema de saúde

ocupacional no mundo. O Serviço de Saúde Pública dos USA estima que mais de 10 milhões

de americanos têm a audição prejudicada em razão da exposição ao ruído (PHS, 1991),

enquanto que o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH, 1996) afirma

que existem 30 milhões de americanos expostos a níveis de ruído acima do recomendado.

Casali (1994) indica que são mais de 9 milhões de trabalhadores americanos com perda

auditiva. No Brasil não existem estatísticas, mas sabe-se que nos últimos 25 anos aconteceram

mais de 29 milhões de acidentes com mais de 100 mil mortos. Em 1998, os 401.254

acidentes custaram para o país R$ 9 bilhões (R$ 22.395,49 por acidente).

Nos USA, 24 % dos casos de perda auditiva atendidos em consultórios particulares se

referem à surdez ocupacional (BARELLI; RUDER, 1970).

Embora não seja o método mais adequado de combate ao ruído, o protetor auricular é o

equipamento de proteção individual auditivo (EPIA) mais usado para tentar prevenir a PAIR.

Os dois principais tipos de EPI disponíveis no mercado são os plugues e as conchas.

Um importante aspecto na avaliação destes equipamentos é o seu efeito sobre a

comunicação, particularmente quando o trabalho exige a audição e discriminação de sinais

sonoros, localização de sons e, principalmente, a capacidade de entender a voz humana

(inteligibilidade).

Vários autores citam que os protetores dificultam o entendimento da voz, outros citam

a dificuldade em ouvir alarmes de emergência, e outros estudam o conforto dos protetores.

Algumas pesquisas citam que, em ambiente ruidoso, os protetores podem melhorar a

inteligibilidade da voz, existindo inclusive equipamentos no mercado que prometem melhorar

a comunicação entre seus usuários.

Page 8: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

O objetivo desta pesquisa é verificar a influência dos protetores auriculares (plugues e

conchas) na inteligibilidade da voz, em sujeitos com audição normal, em situação de silêncio

e com ruído ambiental.

Page 9: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O ruído pode ser definido como sendo um som indesejável e, que perturba a

humanidade há pelo menos 2500 anos. Na antiga Grécia, em 600 a.C., os habitantes da cidade

de Sibaris expulsaram dos limites da cidade alguns ferreiros que trabalhavam martelando

metais, em razão do ruído que causavam. No século XVIII, com a Revolução Industrial,

apareceram as primeiras máquinas, e o trabalho passou de doméstico para industrial, surgindo

uma das principais doenças do trabalho: a Perda de Audição Induzida por Ruído (PAIR),

causada por longas exposições a altos níveis de ruído.

Atualmente, o ruído tem se constituído na principal forma de poluição do mundo

moderno. Em regiões urbanas, como centros comerciais, a principal fonte de ruído são os

veículos automotores; em residências, o ruído do tráfego urbano e os eletrodomésticos; além

das regiões próximas a aeroportos, vias férreas, casas noturnas, bares, etc. Em locais de

trabalho (escritórios e indústrias), o ruído tem atingido índices insalubres, levando os países a

publicarem leis de proteção dos trabalhadores (FERNANDES, 1993). Dados recentes

mostram que 25 % da população européia é exposta a níveis médios de ruído diários (média

em dB(A) para 24 horas) acima de 65 dB(A) (BERGLUND; LINDVALL, 1995). Nos USA,

em 1974, era estimado em 100 milhões o número de americanos expostos a níveis médios

diários de ruído acima de 55 dB, considerado como limite de conforto para a população (EPA,

1978). Em 1990, este número já chegava a 138 milhões (BERGLUND; LINDVALL, 1990).

Estima-se que, em países em desenvolvimento a situação seja pior, pois são comuns níveis

muito elevados de exposição, sem nenhum controle (SOBRAC, 1995).

A Perda de Audição Induzida por Ruído é, atualmente, o maior problema de saúde

ocupacional no mundo. O Serviço de Saúde Pública dos USA estima que mais de 10 milhões

de americanos têm a audição prejudicada em razão da exposição ao ruído (PHS, 1991),

enquanto que o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH, 1996) afirma

que existem 30 milhões de americanos expostos a níveis de ruído acima do recomendado.

Casali (1994) indica que são mais de 9 milhões de trabalhadores americanos com perda

auditiva.

2.1 Os protetores auditivos

Desde a década de 1950, os protetores auriculares têm sido usados para proteger os

trabalhadores contra a ameaça da perda de audição. Inicialmente, o emprego dos EPIAs se

Page 10: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

restringia apenas ao meio militar, se tornando de uso industrial apenas em 1971 com a

publicação de normas sobre ruído pela Occupational Safety and Health Administration

(OSHA, 1971; CASALI; BERGER, 1996).

Embora não seja o método mais adequado de combate ao ruído, o protetor auricular é

o equipamento de proteção individual (EPI) mais usado para tentar prevenir a PAIR. Os dois

principais tipos de EPI disponíveis no mercado são:

► os plugues, que são inseridos dentro do canal auditivo, interrompendo a passagem

do som;

► e as conchas, que são posicionadas externamente ao pavilhão auditivo, bloqueando

o som que chega à orelha.

As razões de seu uso indiscriminado podem ser atribuídas a diversas conveniências,

entre elas o baixo custo (direto e administrativo), facilidade de implantação e controle e,

principalmente, a não necessidade de serviços de Engenharia (como no controle coletivo).

As vantagens e desvantagens dos diversos modelos existentes, bem como a eficiência

na atenuação do ruído, são bastante discutíveis. Inúmeros estudos mostram que a atenuação

real dos EPIAs é muito menor que a obtida em laboratório (COSTA, 1994; KWITKO;

SILVA, 1994; BERGER, 1995; GERGES, 1992; PROTEÇAO, 1993; PROTEÇÃO, 1994;

NIELSEN, 1994).

2.2 Interferência dos EPIAs na comunicação

Um importante aspecto na avaliação destes equipamentos é o seu efeito sobre a

comunicação, particularmente quando o trabalho exige a audição e discriminação de sinais

sonoros, localização de sons e, principalmente, a capacidade de entender a voz humana

(inteligibilidade).

No caso da inteligibilidade, o principal aspecto a ser considerado é a quantidade de

informações da linguagem que é transmitida pela voz. Esta quantidade, por bandas de

oitavas, depende do espectro da voz e da sensibilidade do ouvido. A Figura 1 apresenta a

quantidade de informações transmitidas na comunicação humana e a atenuação típica de um

EPIA.

Deve-se notar que não são todas as freqüências que transportam informações

(inteligibilidade). A figura 1 mostra a relativa capacidade de cada banda de oitava carregar

informações em voz normal, sendo evidente que a maior quantidade de dados é transmitida

pela faixa entre 1 kHz e 4 kHz. A informação contida na banda de 2 kHz é 10 dB maior que

Page 11: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

em 250 Hz. Da mesma forma, a informação contida na banda entre 4 kHz e 8 kHz é maior

que na banda de 250 Hz (STEENEKEN; HOUTGAST, 1999).

Nota-se claramente que o protetor auricular atenua mais as freqüências responsáveis pela

comunicação, comprometendo a inteligibilidade da voz. Outro fator agravante é a banda de

freqüências mais comum dos ruídos industriais: 90 a 95 % ocorrem em freqüências inferiores

a 1000 Hz (JRENUM, 2000). Isto faz com que os protetores atenuem mais o som da voz do

que o som do ruído, prejudicando a inteligibilidade.

Figura 1 - Quantidade de informação transmitida, em função das curvas espectrais da voz e da audição humanas (CAPANELLA, 1988); atenuação típica de um protetor

Vários autores citam que os protetores dificultam o entendimento da voz. “Algumas

pessoas que usam protetores continuam entendendo a voz; outras têm problemas para ouvir

uma conversa” (TODAY’S SUPERVISOR, 2000). Lazarus (1987) estudou a comunicação

verbal em usuários de EPIAs concluindo que a inteligibilidade de monossílabos decresceu

entre 3 e 37 % quando ambos interlocutores usavam protetores.

Hashimoto et al. (1996) compararam 3 tipos de protetores em condições com e sem

ruído, com sujeitos de audição normal. Sem ruído de fundo, a inteligibilidade diminuiu entre

10 e 30 %; com ruído rosa, o protetor de menor atenuação apresentou um aumento de 5 % na

inteligibilidade, enquanto os outros apresentaram diminuição de até 12 %. Berger (1995) cita

que, para indivíduos normais, o uso dos EPIAs melhora levemente a inteligibilidade da voz

125 250 500 1k 2k 4k 8k

10

20

30

40

Nív

el d

e Pr

essã

o So

nora

[dB

]

Banda de um terço de oitava [Hz]

VOZ NORMAL

30

10

20

Ate

nuaç

ão [d

B]

Page 12: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

quando o ruído tem nível acima de 85 dB(A); para portadores de PAIR os EPIAs não trazem

benefícios. Pesquisa semelhante foi realizada por Abel et al. (1982), usando indivíduos

normais e com perda auditiva em ambiente com e sem ruído. Os resultados mostraram que,

para indivíduos com audição normal, os EPIAs têm pouca influência na inteligibilidade da

voz; para indivíduos com perda auditiva os protetores diminuem sensivelmente a

inteligibilidade, principalmente em ambientes sem ruído.

Abel e Spencer (1999) estudaram o entendimento da voz em ambiente com ruído para

usuários de EPIAs combinados plugues + conchas. Usou o ruído rosa e ruído de uma

máquina de rebitar, concluindo que a inteligibilidade decresceu entre 10 e 23 %. Byrne e

Driscoll (1998) estudaram a influência dos protetores na comunicação, concluindo que, para

situações especiais (ruído ambiental acima de 85 dB e atenuação maior em baixas

freqüências), é possível obter-se um aumento da inteligibilidade com o uso dos EPIAs.

Costa (1994) cita que o usuário de EPIAs terá diminuída a sua capacidade de

comunicação, o que lhe acarretará prejuízos psíquicos (irritabilidade, frustrações, diminuição

da atenção, etc.) e físicos (doenças psicossomáticas como, gastrites, úlceras, diarréias, etc.).

Todas estas alterações levarão a um aumento no número de acidentes do trabalho.

Vários autores citam que os EPIAs constituem um sério risco à segurança industrial quando

dificultam a percepção de alarmes de emergência. Byrne e Driscoll (1998) reconhecem que os

protetores podem dificultar o reconhecimento do som dos alarmes, porém assinalam que esse

problema deixa de existir se sinal do alarme estiver de acordo com a Norma ANSI (1990), ou

seja, entre 15 e 25 dB acima no nível de ruído do local.

Robinson e Casali (1995) estudaram o reconhecimento de alarmes industriais por

usuários de protetores, com audição normal e com perda auditiva. Concluíram que, para

ocorrer um perfeito reconhecimento do alarme, este deve estar mais que 15 dB acima do ruído

de fundo do local; indicam que os trabalhadores com perda auditiva apresentaram maior

dificuldade de reconhecimento.

Algumas pesquisas estudaram o conforto dos protetores, sob o ponto de vista da atenuação.

Akbar-Khanzadeh et al. (1995) estudaram a atenuação de maior conforto para os usuários,

concluindo que 11 % consideraram muito confortável e 15 % pouco confortável. Letowski et

al. (1995) estudaram o loudness (audibilidade) mais confortável para os EPIAs, concluindo

sobre a curva de atenuação ideal para esses equipamentos.

Page 13: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

3 PROPOSTA DO PLANO

Este plano tem como objetivo quantificar a influência dos protetores auriculares

(plugues e conchas) de fabricação nacional na inteligibilidade da voz. Dos ensaios

participarão indivíduos com audição normal, em situação de silêncio e com ruído ambiental.

4 MATERIAIS E METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa experimental, desenvolvida através de raciocínio indutivo,

com dados colhidos de uma amostra de 4 protetores auriculares e 25 sujeitos.

4.1 Participantes

Participarão do experimento 25 jovens adultos, com idades entre 18 e 22 anos, todos

do sexo masculino, com audição normal e com conhecimento fluente da língua portuguesa.

4.2 Equipamentos de proteção individual auditivos

Serão utilizados 8 tipos de protetores auriculares (4 do tipo plugue e 4 do tipo concha),

de fabricação nacional, adquiridos em lojas especializadas.

4.3 Equipamentos

Serão usados os seguintes equipamentos:

Um CD Player, usado para reproduzir os Compact Disk;

Um Compact Disk que contém 4 listas de 25 monossílabos, 4 listas de 25 dissílabos,

3 listas de 25 trissílabos e uma lista de 25 polissílabos gravadas com voz masculina com nível

sonoro constante (LACERDA, 1976; CIA de ÁUDIO, 1997);

Um tape deck, usado para reproduzir a fita K-7 com o ruído;

Uma fita K-7 com a gravação de um ruído rosa de intensidade sonora constante;

Um amplificador de áudio;

Três caixas acústicas posicionadas a um metro do indivíduo: uma para reproduzir o

som do material de teste e duas para reproduzir o ruído;

Page 14: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

Um fone de ouvido para monitorar o teste;

Um medidor de nível de intensidade sonora para calibrar os níveis de som;

Um audiômetro para avaliar a audição dos sujeitos;

Ficha para anotar os resultados.

Todos os equipamentos estão à disposição do pesquisador no Laboratório de Acústica

e Vibrações da Faculdade de Engenharia. Os equipamentos ficarão dispostos conforme a

figura 2.

4.4 Ambiente do teste

Os sujeitos serão testados individualmente, no Laboratório de Acústica e Vibrações da

Unesp, Câmpus de Bauru, com nível de ruído de fundo inferior a 35 dB(A).

4.5 Metodologia

Os ensaios de inteligibilidade serão efetuados através do reconhecimento de grupos de

10 palavras monossilábicas apresentadas em 60, 70, 80 e 90 dB(A). O ruído competidor será

apresentado em 6 níveis: sem ruído e com valores que estabeleçam uma relação sinal/ruído de

0 dB, +5 dB, +10 dB, -5 dB e –10 dB. Estas condições serão repetidas (5 vezes) sem os

protetores e com os 4 protetores. Os fatores experimentais da pesquisa podem ser resumidos

em:

- 5 condições de uso dos EPIAs: sem protetor, 2 plugues e duas conchas;

- um tipo de ruído de fundo: ruído rosa;

- 4 níveis de teste: 60, 70, 80 e 90 dB(A);

- 6 relações S/N: sem ruído, +5, +10, zero, -5 e –10 dB;

- 5 repetições para cada caso.

Serão portanto, 600 ensaios, com 10 monossílabos em cada.

A variável mensurada será a porcentagem de acerto de palavras (monossílabas) no teste. Esta

porcentagem foi chamada de “Índice de discriminação de fala (IDF)”.

Page 15: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

Figura 2 - Disposição dos equipamentos durante os ensaios

4.6 Procedimentos experimentais

Os ensaios serão desenvolvidos pelas seguintes etapas:

O sujeito é conduzido ao laboratório, onde lhe é explicada toda a metodologia do

ensaio;

O sujeito é submetido ao teste audiométrico, para verificação de seus limiares

auditivos. Somente participará dos ensaios os sujeitos com audição normal (alteração de

limiar menor que 25 dB);

O sujeito (sem o uso de protetor) ouvirá o som das palavras em apenas um dos 4

níveis (60, 70, 80 ou 90 dB(A)), na seguinte seqüência: sem ruído, com relação sinal/ruído em

Indivíduo

Caixa com o material de

teste

Caixa com o ruído

Caixa com o ruído

Amplificador

CD PlayerTape Deck

Fones

45º 45º

Page 16: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

0 dB, +5 dB, +10 dB, -5 dB e –10 dB. Ele deve anotar em uma ficha as palavras identificadas

(figura 3).

Será colocado um dos 8 protetores no sujeito e repetido o item anterior.

A Ficha de respostas será corrigida, obtendo-se as porcentagens de acerto.

Page 17: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

Plano: Influência dos Protetores Auditivos na Inteligibilidade da Voz

Ficha de Reconhecimento de Monossílabos

Nome: ........................................................... N.º ................... Idade: .................Nível de Intensidade de Referência: ........................ dB(A)Protetor: Tipo Plug Tipo Concha Marca/modelo : ..........................

Lista 1 Sem Ruído Lista 2 S/N = 0 dB Lista 3 S/N = + 5 dB 1 1 12 2 23 3 34 4 45 5 56 6 67 7 78 8 89 9 910 10 10

Lista 4 S/N = +10 dB

Lista 5 S/N = - 5 dB Lista 6 S/N = - 10 dB

1 1 12 2 23 3 34 4 45 5 56 6 67 7 78 8 89 9 910 10 10

Porcentagens de Acerto

Lista 1 = %

Lista 2 = %

Lista 3 = %

Lista 4 = %

Lista 5 = %

Lista 6 = %

Figura 3 – Ficha modelo para os ensaios4.7 Análise dos dados

Page 18: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

As porcentagens de acerto (IDF) serão comparadas em função de cada variável

independente (condições de uso, níveis sonoros, relações sinal/ruído) para determinação da

influência de cada variável. Para verificação da real significação das variáveis, serão

aplicados testes para análise de significância com 5 % de confiabilidade.

5 CRONOGRAMA

Este plano está estimado para ser executado em 12 meses (a partir de janeiro de 2010),

conforme as etapas abaixo:

ssssss ssssss ssssssllllllll

n n n n n n n n n n n n uuuuuu uuuuuu uuu

ªª 0 2 6 8 10 12

meses

s : Pesquisa bibliográfical : Instalação e teste dos equipamentos previstos na pesquisa, e treinamento dos alunos.n : Ensaios – Coleta de dados.u : Processamento e análise dos resultados.ª : Redação do relatório final. : Defesa da Monografia

Page 19: ANEXO B Modelo de Projeto de TG

REFERÊNCIAS

ABEL, S. M.; SPENCER, D. L. Speech understanding in noise with earplugs and muffs in combination. Applied Acoustics, n. 57, p. 61-68, 1999.

ABEL, S. M.; ALBERTI, P. W.; HAYTHORNTHWAITE, C.; ROKO, K. Speech intelligibility in noise: Effects of fluency and hearing protector type. Journal of the acoustical Society of America, 71 (3), p. 708-715, 1982.

AKBAR-KHANZADEH, F.; BISESI, M. S.; RIVAS, R. D. Confort of personal protective equipament. Apllied Ergonomics, v. 26, n. 3, p. 195-198, 1995.

ANSI – ANSI S3.41 – Audible Emergency Evacuation Signal. 1990.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023: Informação e documentação. Referências. Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

_______. NBR 6027: Sumário. Rio de Janeiro, 2003.

_______. NBR 15287: Informação e documentação. Plano de Pesquisa - Apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

BARELLI, P. A.; RUDER, L. L. Medico-Legal Evolution of Hearing Problems. The Eye, Ear, Nose and Throat Monthly, 49, (9): 398-405, 1970.

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Compromisso de Orientação

De acordo:

_______________________ _______________________________Aluno: José Francisco Rodrigues Orientador: Prof. Dr. João Candido Fernandes