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ANEXO I PLANO DE GESTÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA- PGAU MARINGÁ - PR Março de 2019

ANEXO I PLANO DE GESTÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA- PGAU · CEP 87.013-907 - Maringá - PR - Tel. (44) 3221-1234 Gestão 2017-2020 Ulisses de Jesus Maia Kotsifas Prefeito Municipal

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ANEXO I

PLANO DE GESTÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA- PGAU

MARINGÁ - PR

Março de 2019

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ

CNPJ 76.282.656/0001-06

Av. XV de Novembro, nº 701, Centro

CEP 87.013-907 - Maringá - PR - Tel. (44) 3221-1234

Gestão 2017-2020

Ulisses de Jesus Maia Kotsifas

Prefeito Municipal

Edson Scabora

Vice-Prefeito Municipal

Marcos Ferraz Zucolotto

Secretário de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

EQUIPE TÉCNICA NOMEADA PELO DECRETO MUNICIPAL Nº. 953/2018, PUBLICADO NO

ÓRGÃO OFICIAL DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ, ESTADO DO PARANÁ, Nº 2937 DE

30/07/2018:

Maurício Bonesso SampaioEng. Florestal - SEMAPresidente da Comissão

João Laércio Lopes LealHistoriador – SEMUC

André da Costa MartinsTécnico de Meio Ambiente – SEPLAN

Marleidy Araujo de OliveiraTécnica de Organização e Métodos - SEGE

Ciro Braga FarhatEng. Florestal – SEMUSP

Marco Antonio BósioProcurador Municipal – PROGE

Daiany de Fátima CorbettaBióloga/Técnica de Meio Ambiente – SEMA

Ricardo Sordi AlvesEng. Agrônomo - Gerência de Arborização- SEMUSP

Douglas Fabiano Costa de LimaAgente Administrativo – SEPLAN

Rogério Barbosa de LimaBiólogo – SEMA

Fernanda Beatriz MarósticaArquiteta Urbanista – IPPLAN

Rosa Maria LoureiroArquiteta e Urbanista - SEMA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

EQUIPE DE ACOMPANHAMENTO

CONFORME O MESMO DECRETO A COMISSÃO NOMEADA PARA A ELABORAÇÃO DO

PLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA TEVE SEUS TRABALHOS

ACOMPANHADO PELO COMDEMA ATRAVÉS DOS CONSELHEIROS:

Paulo Roberto Milagres

Engenheiro Agrônomo - EMATER

Roberto Ponce Martins

Engenheiro Eletricista - COPEL

CONFORME O ARTIGO 3º DO DECRETO A COMISSÃO NOMEADA PARA A

ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA TEVE

ASSESSORIA JURÍDICA ATRAVÉS DA NUPA (NÚCLEO DE URBANISMO, PATRIMÔNIO E

AMBIENTE) DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

COLABORADORES CONVIDADOS

Alexandrina Pujals – Bióloga UEM

Ana Domingues - Funverde

André Cesar Furlaneto Sampaio – Pesquisador da Sociedade Chauá

Andre Lucio da Silva – COPEL

Arney Eduardo do Amaral Ecker - Professor Uningá

Claudinei Vecchi – Arquiteto e Urbanista

Claudio Pietrobon - Professor aposentado UEM

Diego Aparecido Mackerte - SEMUSP

Evaristo Atencio Paredes - Professor aposentado UEM

Joaquim Nereu Girardi – EMATER

José Ângelo Salgueiro da Silva - Diretor Administrativo SEMUSP

José Plínio Silva Filho – FUNVERDE

Karin Schwabe Meneguetti - Professora de Arquitetura e Urbanismo da UEM

Lídia Maria da Fonseca Maróstica - CRBio 7

Marco Aurelio Knopik - SANEPAR

Mauro Rosseto - Companhia melhoramentos

Milton Figueiredo - COPEL

Osvaldo Danhoni – CREA

Renan Henrique Casarim de Albuquerque - FUNVERDE

Renato Leão Rego - Professor de Arquitetura e Urbanismo da UEM

ESTAGIÁRIOS

Felipe Lemos Damasio

Ingriti Leal Bigotte

Leticia Goulart Garcia

Nayana Rezende Vieira

Thiago Ruy Amaral

Victória Sotti Batista

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃÃ O 14

2 JUSTIFICÃTIVÃ PÃRÃ Ã ELÃBORÃÇÃÃ O DO PGÃU 14

3 OBJETIVOS 19

4 METODOLOGIÃ 20

5 CÃRÃCTERIZÃÇÃÃ O DO MUNICIÍPIO 20

5.1 Históó ricó da Ãrbórizaçaãó de Maringaó ........................................................................................... 20

5.1.1 Deócada de 1940:............................................................................................................................ 21

5.1.2 Deócada de 1950:............................................................................................................................ 24

5.1.3 Deócada de 1960:............................................................................................................................ 30

5.1.4 Deócada de 1970:............................................................................................................................ 33

5.1.5 Deócada de 1980:............................................................................................................................ 39

5.1.6 Deócada de 1990:............................................................................................................................ 46

5.1.7 Deócada de 2000............................................................................................................................. 52

5.1.8 Deócada de 2010............................................................................................................................. 61

5.2 Caracterizaçaãó de Ãspectós Urbaníósticós e Paisagíósticó.......................................................62

5.2.1 Ãfinidades esteó ticas: urbanismó e arbórizaçaãó urbana................................................62

5.2.2 O aspectó artíósticó da arbórizaçaãó urbana.........................................................................65

5.2.3 Unidade e unicidade.................................................................................................................... 66

5.3 Lócalizaçaãó dó Municíópió de Maringaó .......................................................................................... 68

5.4 Caracterizaçaãó Ecónóô mica................................................................................................................ 70

5.4.1 Ãgricultura e pecuaó ria................................................................................................................ 71

5.4.2 Setór empresarial e industrial................................................................................................. 73

5.5 Caracterizaçaãó Sócial........................................................................................................................... 75

5.6 Caracterizaçaãó da Infraestrutura dó Municíópió........................................................................76

5.6.1 Cómunicaçaãó.................................................................................................................................. 77

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

5.6.2 Energia eleó trica............................................................................................................................. 77

5.6.3 Sistema Educaciónal.................................................................................................................... 78

5.6.4 Sauó de puó blica................................................................................................................................. 79

5.6.5 Esgótamentó Sanitaó rió............................................................................................................... 80

5.6.6 Ãbastecimentó de ÃÍ gua.............................................................................................................. 83

5.7 Caracterizaçaãó Ãmbiental dó Municíópió de Maringaó ..............................................................83

5.7.1 Geólógia e geómórfólógia.......................................................................................................... 83

5.7.2 Pedólógia......................................................................................................................................... 88

5.7.3 Clima.................................................................................................................................................. 90

5.7.4 Hidrógrafia...................................................................................................................................... 91

Bacia hidrográfca do Rio Pirapó....................................................................................92

Bacia Hidrográfca do Rio Ivaí........................................................................................93

5.7.5 Vegetaçaãó......................................................................................................................................... 95

5.7.6 Parques e Reservas...................................................................................................................... 97

Parque Florestal Municipal das Perobas........................................................................97

Parque Florestal Municipal das Palmeiras.....................................................................98

Parque do Cinquentenário.............................................................................................98

Parque Alfredo Werner Nyfeler....................................................................................98

Parque Municipal Ecológico José Bulla..........................................................................99

Parque do Sabiá.............................................................................................................99

Parque Florestal dos Pioneiros (Bosque II)....................................................................99

Parque do Ingá Prefeito Adriano José Valente.............................................................100

Bosque das Grevíleas Anníbal Bianchini da Rocha.......................................................101

Horto Florestal.............................................................................................................101

Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu..................................................................102

Parque da Rua Teodoro Negri......................................................................................103

Parque Florestal Gurucaia............................................................................................103

Parque Municipal Sumaré............................................................................................103

Parque de Educação Ambiental Tsunessaburo Makigut.............................................103

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Recanto Gralha Azul....................................................................................................103

Recanto Borba Gato.....................................................................................................104

Reserva do Córrego Cleópatra.....................................................................................104

Reserva do Córrego Borba Gato..................................................................................104

Reserva do Córrego Moscados....................................................................................104

Reserva Florestal da Rua Diogo Martns Esteves.........................................................104

Reserva da Rua Pioneira Deolinda Tinassi Garcia........................................................105

6 FUNDÃMENTÃÇÃÃ O LEGÃL RELÃCIONÃDÃ ÃÀ ÃRBORIZÃÇÃÃ O 107

7 DIÃGNOÍ STICO DÃ ÃRBORIZÃÇÃÃ O URBÃNÃ 110

7.1 Meó tódó de Diagnóó sticó da Ãrbórizaçaãó Urbana de Maringaó ............................................110

7.2 Resultadós dós levantamentós da arbórizaçaãó urbana......................................................111

7.2.1 Dadós de lócalizaçaãó................................................................................................................. 111

7.2.2 Caracterizaçaãó das aó rvóres de vias puó blicas de Maringaó -PR...................................113

Composição Florístca Atual.........................................................................................114

Porte das árvores.........................................................................................................126

Condições Fitossanitárias.............................................................................................129

7.2.3 Caracterizaçaãó da necessidade de manutençaãó e manejó da arbórizaçaãó.........132

Poda de formação........................................................................................................132

Planto de mudas.........................................................................................................133

Irrigação.......................................................................................................................134

Podas Aéreas...............................................................................................................134

7.3 Viveiró Municipal............................................................................................................................... 137

7.3.1 Melhórias em infraestrutura................................................................................................. 139

7.3.2 Melhórias ambientais............................................................................................................... 140

7.3.3 Ãquisiçaãó de insumós............................................................................................................... 141

7.3.4 Ãquisiçaãó de equipamentós................................................................................................... 141

7.3.5 Estabelecimentó de parcerias e cólabóraçóã es...............................................................142

8 PLÃNEJÃMENTO DÃ ÃRBORIZÃÇÃÃ O URBÃNÃ DO MUNICIÍPIO 145

8.1 Escólha de espeócies utilizadas na Ãrbórizaçaãó Urbana......................................................145

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8.2 Indicaçaãó de espeócies para plantió em cada lógradóuró da cidade...............................148

8.3 Diretrizes para elabóraçaãó de prójetós de arbórizaçaãó de lóteamentós nóvós........150

8.4 Caracteríósticas das mudas a serem plantadas e diretrizes para próduçaãó óu aquisiçaãó de mudas peló Viveiró Municipal.....................................................................................153

8.5 Plantió e irrigaçaãó.............................................................................................................................. 154

8.6 Prócedimentós a serem adótadós para a póda de aó rvóres................................................156

8.7 Supressaãó de aó rvóres em lócais puó blicós.................................................................................159

8.8 Regras de prióridades para ós serviçós de póda e remóçaãó.............................................160

8.9 Cómiteô de Mónitóramentó da Ãrbórizaçaãó Urbana.............................................................161

8.10 Sistema integradó para mónitóramentó e gestaãó da arbórizaçaãó urbana de Maringaó ........................................................................................................................................................... 162

8.10.1 Descriçaãó geral dó sistema.................................................................................................. 162

8.10.2 Desenvólvimentó dó sistema integradó da arbórizaçaãó urbana..........................163

8.10.3 Ãplicaçóã es dó sistema integradó da arbórizaçaãó urbana........................................165

8.10.4 Desenvólvimentó de um sistema de cóntróle sócial dós serviçós de remóçaãó deaó rvóres....................................................................................................................................................... 166

8.11 Sustentabilidade ecónóô mica dó setór de arbórizaçaãó da SEMUSP..............................167

9 CÃMPÃNHÃS DE SENSIBILIZÃÇÃÃ O: ÃS ÃÇOÃ ES DE EDUCÃÇÃÃ O ÃMBIENTÃL DESTINÃDÃSÃOS DIVERSOS PUÍ BLICOS 167

9.1 Ãçóã es de Educaçaãó Ãmbiental fórmais......................................................................................168

9.2 Ãçóã es de Educaçaãó Ãmbiental naãó-fórmais.............................................................................169

9.3 Ãs 10 FAQs – Frequently Asked Questions sóbre arbórizaçaãó urbana............................170

10 BIBLIOGRÃFIÃ 173

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ãv. Brasil - 1948............................................................................................................................. 24

Figura 2: Ãv. Brasil quase esquina cóm a Ãv. Duque de Caxias. Ãs mudas ainda cóm a próteçaãó dó cercadó de madeira – Deócada de 1950............................................................................27

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Figura 3: Ãv. Duque de Caxias, aó ladó da sede Cómpanhia Melhóramentós Nórte dó Paranaó – Deócada de 1950................................................................................................................................ 28

Figura 4: Ãv. Getuó lió Vargas – Deócada de 1950.....................................................................................29

Figura 5: Ãv. Duque de Caxias. Deócada de 1950...................................................................................29

Figura 6: Hórtó Flórestal – Deócada de 1960........................................................................................... 32

Figura 7: Praça Napóleaãó Móreira da Silva – 1962..............................................................................32

Figura 8: Palmeiras-imperiais replantadas na Praça Salgadó Filhó – Deócada de 1970........36

Figura 9: Hórtó Flórestal – Deócada de 1970........................................................................................... 37

Figura 10: Bósque 2, cóm a pista de mótócróss – Deócada de 1970...............................................37

Figura 11: Bóque das Grevíóleas – Deócada de 1970..............................................................................38

Figura 12: Perimetral Sul nó Bósque 2 – Deócada de 1970................................................................38

Figura 13: Plantió da espeócie Yuca-pata-de-elefante nó Parque de Expósiçaãó - Deócada de 1970........................................................................................................................................................................ 39

Figura 14: Póda das aó rvóres na Ãv. Brasil – 1985................................................................................44

Figura 15: Póda das aó rvóres – 1986.......................................................................................................... 45

Figura 16: II Encóntró Naciónal sóbre Ãrbórizaçaãó Urbana - 1987.............................................45

Figura 17: Perimetral Sul nó Bósque 2 – Deócada de 1980................................................................46

Figura 18: Queda de aó rvóres – Deócada de 1990...................................................................................51

Figura 19: Queda de aó rvóres – Deócada de 1990...................................................................................51

Figura 20: Queda de aó rvóres – Deócada de 1990...................................................................................52

Figura 21: Ãv. Tamandareó , antes da remóçaãó das aó rvóres – 2003...............................................58

Figura 22: Ãv. Tamandareó , antes da remóçaãó das aó rvóres – 2003...............................................59

Figura 23: Ãv. Tamandareó , depóis da remóçaãó das aó rvóres - 2003..............................................60

Figura 24: Ãv. Tamandareó , depóis da remóçaãó das aó rvóres - 2003..............................................60

Figura 25: Lócalizaçaãó dó Municíópió em cóntextó regiónal..............................................................69

Figura 26: Pródutó Internó Brutó (PIB) de Maringaó – PR.................................................................71

Figura 27: Evóluçaãó da pópulaçaãó nó Municíópió de Maringaó – PR...............................................76

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Figura 28: Cónsumó de energia eleó trica pór categórias em Maringaó ............................................78

Figura 29: Esgótamentó Sanitaó rió............................................................................................................... 82

Figura 30: Unidades Geólóó gicas................................................................................................................... 85

Figura 31: Mapa de declividade dó Municíópió de Maringaó/PR........................................................87

Figura 32: Mapa pedólóó gicó dó Municíópió de Maringaó .......................................................................90

Figura 33: Hidrógrafia dó Paranaó ............................................................................................................... 92

Figura 34: Lócalizaçaãó de Maringaó e suas bacias hidrógraó ficas......................................................94

Figura 35: Lócalizaçaãó dós Parques e Reservas de Maringaó ..........................................................106

Figura 36: ÃÍ rea de amóstragem dós dadós cóletadós nó Censó da ÃÍ rvóre. Fónte: Sampaió et al (2006)........................................................................................................................................................ 112

Figura 37: ÃÍ rea de cóleta de dadós para cómpósiçaãó dó SIG da arbórizaçaãó urbana de Maringaó -PR........................................................................................................................................................ 113

Figura 38: Densidade Relativa das principais espeócies nó setór central.................................124

Figura 39: Densidade Relativa das principais espeócies nó setór nórdeste.............................124

Figura 40: Densidade Relativa das principais espeócies nó setór nóróeste.............................125

Figura 41: Densidade Relativa das principais espeócies nó setór sudeste................................125

Figura 42: Densidade Relativa das principais espeócies nó setór sudóeste.............................126

Figura 43: Pórcentagem da existeôncia de sinais óu vestíógiós de pódas executadas nas aó rvóres de tóda aó rea amóstrada de Maringaó -PR. Fónte : Relatóó rió Prójetó ÃÍ rvóre – Sampaió (2006)................................................................................................................................................ 134

Figura 44: Ãnaó lise da necessidade de póda de limpeza e póda de afastamentó de rede eleó trica na arbórizaçaãó de vias puó blicas em Maringaó -PR................................................................136

Figura 45: Relaçaãó entre sistema radicular e calçadas puó blicas em Maringaó -PR. Fónte : Relatóó rió Prójetó ÃÍ rvóre – Sampaió (2006).........................................................................................137

Figura 46: Limites apróximadós da aó rea ónde estaó instaladó ó viveiró municipal de Maringaó -PR........................................................................................................................................................ 143

Figura 47: Infraestrutura dó Viveiró Municipal, móstrandó ó barracaãó, setór administrativó, estufas e canteirós de mudas......................................................................................144

Figura 48: Padraãó de muda para plantió na arbórizaçaãó urbana...............................................154

Figura 49: Módeló de gradil padraãó........................................................................................................ 156

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Figura 50: Módeló de painel que seraó cónstruíódó nó sistema para apresentaçaãó das infórmaçóã es....................................................................................................................................................... 166

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Pródutó Internó Brutó (PIB) de Maringaó – PR (2015)....................................................70

Tabela 2: Estabelecimentós agrópecuaó riós e aó rea segundó cóndiçaãó dó pródutór - 2017..72

Tabela 3: ÃÍ rea cólhida e próduçaãó agríócóla em Maringaó – 2017....................................................72

Tabela 4: Efetivós de pecuaó ria e aves - 2017.......................................................................................... 73

Tabela 5: Nuó meró de empregós e estabelecimentós segundó atividades ecónóô micas – 2017................................................................................................................................................................................... 73

Tabela 6: Pópulaçaãó tótal dó Municíópió de Maringaó – PR..................................................................76

Tabela 7: Matríóculas dó Ensinó Regular – 2017....................................................................................79

Tabela 8: Matríóculas e cóncluintes dó ensinó superiór em 2017...................................................79

Tabela 9: Leitós Hóspitalares segundó especialidade em 2017......................................................80

Tabela 10: Ãtendimentó de Esgótó pela Sanepar - 2017...................................................................81

Tabela 11: Ãbastecimentó de aó gua pela Sanepar - 2017....................................................................83

Tabela 12: Classes de sóló e ócupaçaãó em Maringaó/PR.....................................................................88

Tabela 13: Espeócies identificadas na arbórizaçaãó de vias puó blicas de Maringaó -PR, prócedeôncia e qualificaçaãó dó status de invasaãó................................................................................116

Tabela 14: Quantidade de indivíóduós e densidade relativa das principais espeócies verificadas na aó rea amóstrada atualmente para cómpósiçaãó dó Sistema de Infórmaçóã es Geógraó ficas......................................................................................................................................................... 123

Tabela 15: Nuó meró de aó rvóres amóstradas (N); circunfereôncia a altura dó peitó meódia (CÃP); diaômetró a altura dó peitó meódia (DÃP); altura tótal meódia (HT) e diaômetró de cópameódió (DCOPÃ) das principais espeócies da aó rea dó planó pilótó de Maringaó -PR.................128

Tabela 16: Cóndiçóã es gerais verificadas nas aó rvóres de vias puó blicas de Maringaó -PR. Fónte:Sampaió et al. (2008)..................................................................................................................................... 130

Tabela 17: Paraômetrós indicativós de cóndiçóã es gerais ruins em dadós cadastradós nó Sistema de Infórmaçóã es Geógraó ficas para gerenciamentó da arbórizaçaãó de vias puó blicas de Maringaó -PR.................................................................................................................................................. 131

Tabela 18: Lista de espeócies que seraãó utilizadas na arbórizaçaãó urbana de Maringaó .......146

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Tabela 19: Densidades Relativas (DR) esperadas das principais espeócies seleciónadas para as vias e praças de Maringaó ......................................................................................................................... 149

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1 INTRODUÇÃO

O Plano de Gestão de Arborização Urbana (PGAU) é constituído pelo conjunto de

métodos, medidas e diretrizes a serem adotadas para o gerenciamento, planejamento e

monitoramento da arborização urbana, para melhoria do manejo, expansão e conservação das

árvores em áreas públicas urbanas do município de Maringá-PR. O PGAU contempla um

horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e deverá ser atualizado a cada 5 (cinco) anos.

No contexto deste Plano de Gestão de Arborização Urbana (PGAU) a arborização

urbana fica definida como um bem público formado pelo conjunto de árvores contidas nos

passeios públicos dos diferentes logradouros (ruas, avenidas, praças, travessas), nos canteiros

centrais de ruas e avenidas, nas áreas verdes (parques, unidades de conservação e fundos de

vale) e no interior dos lotes públicos localizados na zona urbana.

Importante salientar que o município de Maringá tem na sua arborização urbana

um bem valioso, que influencia fatores econômicos, sociais, ecológicos e culturais, contribuindo

significativamente para a qualidade de vida de seus habitantes. Sendo um importante pilar para

a condução da construção de um município voltado ao desenvolvimento sustentável.

Visto que o processo de urbanização é irreversível, o poder público deve buscar

tornar o ambiente urbano o mais próximo possível do ambiente natural, compatibilizando o

desenvolvimento da cidade com a conservação ambiental, proporcionando uma melhor

qualidade de vida à população do município. Assim, o PGAU é um instrumento complementar

ao Plano Diretor do Município, bem como deve estar em consonância com a Lei Orgânica.

2 JUSTIFICATIVA PARA A ELABORAÇÃO DO PGAU

Atualmente ocorre a maior onda de urbanização da história da humanidade. Pode-

se dizer que esse processo iniciou-se em 2005 e a previsão é que se finalize em 2050. Neste

período, o número de habitantes nas cidades passará de 3,2 bilhões para 6,3 bilhões em

escala mundial. Para 2050 a previsão é que cerca de 64% a 70% da humanidade esteja

concentrada nas zonas urbanas. A população mundial de 7,2 bilhões de pessoas poderá

chegar a 9,6 bilhões em 2050 (LEITÃO, 2013; ONU, 2012).

Com a maioria das pessoas vivendo nas cidades, é fato que existem inúmeras

problemáticas de cunho econômico, social, ecológico e cultural a serem resolvidas nesses

centros urbanos. Muitas problemáticas estão presentes desde as cidades mais antigas, fazem

parte do histórico do planejamento urbano e até hoje não se conseguiu sobrepujá-los

totalmente. Logicamente a maioria dessas problemáticas não serão resolvidas apenas com

novas propostas de arranjo urbano, mas dependem de políticas eficientes mundiais, nacionais

e regionais, além da implantação de vários instrumentos de gestão urbana. Um desses

instrumentos necessários é o Plano de Gestão da Arborização Urbana (PGAU), pois é esse

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documento que estabelece a base teórica e técnica para um eficaz planejamento e manejo das

áreas verdes urbanas, contribuindo assim para a mitigação de inúmeros impactos negativos em

diversas dimensões, diminuindo problemáticas por meio de benefícios que contribuem

especialmente com a qualidade de vida dos habitantes cosmopolitas.

De forma geral, a existência de ecossistemas naturais, seja em áreas urbanas ou

rurais, é importante para o controle de funções ecológicas, como a regulação climática e os

ciclos hidrológicos e biogeoquímicos. De Groot et al. (2002) separou as funções dos

ecossistemas em quatro categorias que ajudam a justificar todo o planejamento para a

conservação e manejo da arborização urbana:

• Funções de Regulação – relacionadas à capacidade dos ecossistemas de regularem

processos ecológicos essenciais de suporte à vida. Todos esses processos são mediados

pelos fatores abióticos e bióticos de um ecossistema. Essas funções são responsáveis por

manter a saúde dos ecossistemas, e têm impactos diretos e indiretos sobre as populações

humanas. Exemplos: regulação dos gases atmosféricos, da oferta e da qualidade da água, do

clima, fertilidade do solo e controle biológico.

• Funções de habitat – são essenciais para a conservação biológica e genética e para a

manutenção de processos evolucionários. Podem ser nominadas como função de refúgio, ou

seja, que geram espaços naturais onde a vida vegetal e animal possa se abrigar; e função de

berçário, que são espaços naturais ideais para a reprodução de determinadas espécies, muitas

vezes endêmicas de uma região, ameaçadas de extinção, ou migratórias que possuem certas

exigências para sua reprodução.

• Funções de produção – ligadas à capacidade dos ecossistemas de fornecerem

alimentos e uma série de produtos para o consumo humano, a partir da produção de uma

variedade de hidrocarbonetos, obtidos por meio de processos como a fotossíntese, sequestro

de nutrientes e por meio de ecossistemas seminaturais, como as terras cultivadas. Exemplos:

produção de frutos, madeira, produtos farmacêuticos, cera, tinta, borracha, ornamentação,

entre outros.

• Funções de informação – relacionadas à capacidade dos ecossistemas naturais de

contribuírem para a manutenção da saúde humana, fornecendo reflexão, inspiração artística,

enriquecimento espiritual, desenvolvimento cognitivo, recreação e (eco)turismo, experiência

estética, informação histórica, cultural e científica.

As áreas verdes urbanas possuem todas essas funções comuns a áreas naturais,

mas também exercem diversos benefícios específicos ao meio urbano, que estão diretamente

vinculados a qualidade de vida dos cidadãos:

• Sombreamento (temperatura)

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Árvores diminuem a incidência da luz direta em mais de 90%, reduzindo a

temperatura ambiente. Áreas com mais árvores, em São Paulo, por exemplo, podem ter a

temperatura reduzida em até 10°C em comparação com áreas não arborizadas no mesmo

horário. Em um país tropical como o Brasil com a maioria das cidades possuindo altas

temperaturas esse efeito de regulação microclimática das áreas verdes urbanas é de extrema

importância para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos.

• Redução da poluição atmosférica

Segundo Lapoix (1979), cortinas vegetais experimentais implantadas em áreas

urbanas foram capazes de diminuir em 10% o teor de poeira do ar. Os efeitos da vegetação

sobre poeiras e partículas devem ser considerados sob dois aspectos: o efeito aerodinâmico,

dependente de modificações na velocidade do vento, provocadas pela vegetação e o efeito de

captação de partículas em suspensão das diversas espécies vegetais.

A remoção de gases tóxicos da atmosfera pelas plantas pode, segundo vários

autores, ocorrer quando estes, acumulados nas partículas de poeira, são retidos

temporariamente junto com o material particulado (MAYER; ULRICH, 1974).

Sabe-se também que as árvores são capazes de aprisionar Carbono (C) em suas

estruturas (galhos, tronco, raízes e folhas), através da fotossíntese, o que é chamado de

“sequestro de carbono”. Estudos apontam que as árvores urbanas podem diminuir o nível de

carbono atmosférico em até quatro vezes mais do que as árvores individuais não urbanas,

porque a diferença está relacionada com a variação no tamanho do diâmetro das copas

(NOWAK e CRANE, 2002).

Num mundo engajado cada vez mais na redução do aquecimento global essa

função de “sequestro de carbono” realizado pelas árvores é especialmente importante,

principalmente considerando que as áreas urbanas cada vez mais se ampliam. Portanto

conseguir aumentar o aprisionamento desse gás tóxico em áreas urbanas é item fundamental

para a melhoria do clima em termos mundiais.

• Colaboração com a drenagem urbana

As áreas verdes urbanas aumentam a permeabilidade do solo, reduzem erosão e

diminuem riscos de enchentes, pois estão vinculadas a hidrodinâmica existente nas bacias

hidrográficas em que os municípios são implantados. A evapotranspiração das árvores também

contribui para a regulação hidrológica, pois apenas uma árvore pode evapotranspirar 150 mil

litros de água em um ano, ou seja, uma média de 400 litros de água por dia que são

bombeados para a atmosfera, colaborando com a formação de nuvens e chuvas e reduzindo o

escoamento superficial de água (MARTINS, 1995).

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• Colaboração com processos ecológicos em escala de paisagem

As Áreas Verdes Urbanas colaboram com a formação dos chamados corredores

ecológicos. Conforme Soulé e Gilpin (1991) e Saunders, Hobbs e Margules (1991), esses

corredores são estruturas lineares na paisagem, que ligam dois ou mais fragmentos de áreas

naturais que originalmente eram conectados. Trata-se de estruturas reconhecidamente

importantes para o controle de fluxos hídricos e biológicos na paisagem (FORMAN e

GODRON,1986). Os corredores ecológicos também contribuem para:

• aumento da diversidade genética (ALMEIDA VIERA; DE CARVALHO 2008

apud METZGER 1999);

• o aumento da conectividade da paisagem, possibilitando que a fauna e flora

usem de forma integrada vários pequenos fragmentos remanescentes de

habitat, que isoladamente não sustentariam as populações de animais e

plantas (AWADE; METZGER 2008; BOSCOLO et al. 2008; MARTENSEN et al.

2008 apud METZGER 1999);

• amenização dos efeitos da fragmentação de hábitats gerada pelo

desmatamento (PARDINI et al. 2005 apud METZGER 1999);

• potencial de amenizar os impactos de mudanças climáticas, numa escala

temporal mais ampla, por manter rotas de dispersão para animais e plantas

(MARINI et al.. 2009 apud METZGER 1999).

• Benefícios Socioeconômicos

Considerar a existência de benefícios econômicos e sociais das árvores é apenas

um processo lógico, uma vez que existem benefícios de ordem ecológica (clima e poluição),

biológica (saúde física do homem) e psicológica (saúde mental do homem). Gold (1977)

concluiu que as árvores nas cidades aumentam a satisfação dos usuários de parques e bairros

e com isso contribuem para o aumento do valor das propriedades e proporcionam um estímulo

a sensibilidade humana.

Os benefícios econômicos, segundo Grey e Deneke (1978), podem ser

classificados como diretos e indiretos. Contudo os mais significativos são os indiretos. Como

exemplo, a redução do consumo de energia destinada a condicionadores de ar, proporcionada

pela sombra das árvores, no verão; e, em se tratando de espécies decíduas, a redução no

consumo de energia destinada a aquecedores de ambiente, pela ausência da sombra no

inverno.

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Diante do exposto pode-se sintetizar os benefícios das árvores urbanas nestes

principais aspectos:

1. melhora do bem-estar psicológico ao ser humano;

2. melhora do efeito estético e paisagístico;

3. promoção de convivência e interações sociais;

4. regulação da temperatura ambiente;

5. contribuição para redução da velocidade dos ventos, em especial durante

vendavais;

6. diminuição da poluição sonora (quando formam grandes maciços florestais);

7. redução do impacto da água de chuva no solo e no seu escorrimento

superficial, reduzindo a ocorrência de processos erosivos, principalmente

nos fundos de vale (colaboração no equilíbrio hidrodinâmico);

8. melhora nas condições para a infiltração de água no solo, contribuindo para

recarregar os mananciais (colaboração no equilíbrio hidrodinâmico);

9. aumento da umidade do ar pela grande quantidade de água

evapotranspirada pelas folhas (colaboração no equilíbrio hidrodinâmico);

10. redução da amplitude térmica diária do asfalto e calçadas, contribuindo para

reduzir os custos com manutenção das vias;

11. diminuição da poluição atmosférica e redução dos gastos com saúde

pública;

12. fornecimento de recursos como alimentos, abrigo e vias de dispersão para a

fauna e flora silvestre;

13. contribuição para a valorização econômica de lotes urbanos e até mesmo,

de bairros inteiros;

14. valorização da histórica e cultural da cidade.

Para que os tantos benefícios expostos sejam funcionais no município de Maringá

se faz necessário o Plano de Gestão da Arborização Urbana (PGAU), que contribuirá para a

manutenção em longo prazo da arborização e todos os seus benefícios associados.

Em termos jurídicos, o PGAU é essencial para garantir o cumprimento da

Constituição Federal, em especial do Artigo 225, que estabelece que “todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá- lo para as presentes e futuras gerações”.

Além disso, o PGAU contribui para o cumprimento de outras leis vigentes que

regem o planejamento urbano no Brasil, como o Estatuto da Cidade (Lei Federal n°

10257/2001). Especialmente, o PGAU contribuirá diretamente com o Artigo 2º da referida lei,

que estabelece entre outros, “a garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o

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direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao

transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras

gerações”.

3 OBJETIVOS

Nos termos da Constituição Federal (art. 30 e art. 182) e do Estatuto da Cidade

(Lei 10.257/01), cabe ao município criar, preservar e proteger áreas verdes e a arborização de

vias públicas em seu território, como parte de sua política de desenvolvimento urbano. Dessa

forma, o objetivo geral do PGAU é definir as diretrizes de planejamento, implantação e

manutenção da Arborização Urbana de Maringá, consolidando um instrumento de

desenvolvimento urbano e de promoção da qualidade de vida em um horizonte de 20 anos.

Os objetivos específicos do PGAU são:

1. mapear e diagnosticar o estado atual da arborização urbana;

2. planejar ações de conservação e manutenção da arborização urbana, em

especial para realizações no médio e longo prazo;

3. promover o planejamento dos serviços de corte, poda e plantio de espécies

arbóreas nos logradouros do município;

4. estabelecer planejamento da composição florística, assim como, critérios

para a escolha de espécies adequadas para arborização urbana;

5. desenvolver critérios e planejamentos específicos para a produção e manejo

das mudas necessárias à arborização urbana;

6. atualizar as diretrizes para o plantio de árvores em novos loteamentos;

7. propor um banco de dados georreferenciado que seja integrado às

solicitações de serviços da arborização pelo 156 e às ações de plantio,

poda, remoção e substituição de árvores, visando o planejamento,

monitoramento e o manejo da arborização urbana;

8. planejar estratégias para integrar e envolver a população, visando à

manutenção e a conservação da arborização urbana, por meio da promoção

de ações de sensibilização que contribuam para que a população valorize

ainda mais a arborização da cidade, minimizando os danos às árvores;

9. promover a arborização como um instrumento de desenvolvimento urbano,

qualidade de vida e o equilíbrio ambiental.

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4 METODOLOGIA

Este PGAU foi elaborado por meio de uma equipe técnica composta por

servidores públicos, especialmente nomeados para a função, juntamente com técnicos

colaboradores. A equipe foi dividida em grupos de trabalho, organizados pela Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (SEMA), que trabalharam em diferentes

temáticas relacionadas a arborização urbana (histórico, diagnóstico, composição de espécies,

planejamento técnico, serviços de manutenção, legislação e educação ambiental). Diversas

reuniões técnicas para cada grupo foram realizadas compondo relatórios nas diferentes

temáticas, além de listas de espécies, mapas, e planejamentos em geral. A compilação e

organização das informações trabalhadas deram origem a este documento (PGAU).

A elaboração do PGAU consistiu nas seguintes fases:

1. realização de levantamento bibliográfico de artigos, dissertações, leis

ambientais, modelos de planos de arborização elaborados por outros

municípios, manual de elaboração de Planos de Arborização, entre outros;

2. levantamento e descrição do histórico da arborização no município;

3. caracterização do município com breve relato sobre sua formação e

aspectos geográficos e ambientais;

4. elaboração de diagnóstico da arborização urbana existente (verificação dos

principais problemas existentes na arborização urbana da cidade);

5. elaboração dos textos e materiais pelos grupos temáticos;

6. planejamento dos serviços relativos à arborização a curto, médio e longo

prazo;

7. elaboração de minutas dos instrumentos legais que nortearão a gestão da

arborização urbana de Maringá.

5 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

A caracterização do município construída para o PGAU teve foco nas

características de maior relevância para o planejamento da arborização urbana, abordando

histórico, aspectos de urbanismo e paisagismo, características sociais, econômicas,

infraestruturais e ambientais.

5.1 Histórico da Arborização de Maringá1

Os aspectos do histórico da arborização urbana de Maringá foram descritos nas

diferentes décadas desde o início da colonização da região onde o município está inserido,

1 Ãutór dó tema: Jóaãó Laeórció Lópes Leal – Históriadór da Secretaria Municipal de Cultura.

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objetivando com isso a compilação dos principais valores históricos e culturais relativos à

arborização a serem preservados.

5.1.1 Década de 1940:

✔ Concepção ou ideário de cidade jardim para Maringá.

✔ Mata Atlântica (floresta de coníferas) e seu desmatamento.

✔ Plano urbanístico (1945) e a destinação de dois bosques.

✔ Criação do horto florestal (1949).

✔ Mata existente entre o Maringá Velho e o Maringá Novo.

✔ O perobal existente na Vila Operária.

✔ Plano de arborização urbana.

A região onde localiza-se o município de Maringá era no passado (cerca de 80

anos atrás) constituída de uma exuberante cobertura florestal com imensa diversidade

biológica (fauna e flora), sobre solos férteis e condição hidrográfica invejável.

Na época existiam diferentes tipologias florestais do Bioma Mata Atlântica

formando um amplo corredor ecológico que ia de Paranaguá à Foz do Iguaçu, onde se

encontravam populações indígenas variadas de épocas e lugares diferentes. No caso

específico da região da Maringá atual, registrou-se a presença de índios nas barrancas do rio

Pirapó, no final do século XIX. No raiar do século XX, esses silvícolas não mais estavam lá.

No princípio da década de 1920, o governo do Estado do Paraná vendeu para a

Companhia Marcondes de Colonização S.A., boa parte do que se convencionou chamar de

Norte Novo do Paraná. Entretanto, a empresa não cumpriu o tratado entre os entes, e o

território voltou para as mãos do poder público. Até que em 1925 a Companhia de Terras Norte

do Paraná – CTNP, firma de origem britânica, adquiriu do governo e da própria Companhia

Marcondes, os 515.000 alqueires do norte do Paraná.

Tendo como marco inicial de ocupação da colonização organizada o ano de 1929,

data em que foi fundado o Patrimônio Três Bocas, futura Londrina, em 1936 começam a

circular peões, engenheiros, corretores de terras e outros funcionários da CTNP, em uma área

distante 120Km de Londrina, e que tem um ribeirão identificado e batizado de Maringá.

Depois das oito glebas devidamente demarcadas, em 1938 o Patrimônio Maringá

dá partida para o recebimento dos colonos que povoarão seus domínios. Os três primeiros

sítios de ocupação são: Gleba Sarandy, Gleba Pinguim e Floriano.

Com o adensamento de moradores nas propriedades adquiridas, mais abertura da

estrada Paranavaí – Maringá, a Companhia decide pela criação de um núcleo urbano. O sítio

escolhido foi numa colina, a parte alta da estrada tronco ou mestre. O assentamento foi

composto de oito quadras, tendo como projetista o engenheiro Aristides Souza Melo, sucessor

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de Willie Davids na CTNP. A partir de 1947 o núcleo em questão passa a se chamar Maringá

Velho.

O plano urbanístico de Maringá foi o cartão de visita apresentado pela CTNP,

quando esta foi vendida aos brasileiros pelos britânicos. Em 1944, a negociação foi

sacramentada e os paulistanos tomaram conta da empresa.

Eles tomaram a iniciativa de pensar sofisticadamente o desenho da planta de uma

cidade que não só se amoldasse no relevo e à topografia do território, mas também portador de

modernidade e ideal de progresso.

Com isso em mente, em 1945 fica pronto o projeto de Maringá, com forte

influência do conceito de cidade jardim, preconizado por Ebenezer Howard na Inglaterra do

século XIX. A obra gráfica ficou por conta de Jorge de Macedo Vieira, mas com o auxílio

luxuoso de Gastão de Mesquita Filho e Cássio Vidigal. Três engenheiros formados em 1918 –

1919, pela Escola Politécnica de São Paulo, e que, em 1945, dividem a autoria do ícone

imagético e um dos símbolos identitários de Maringá, que é o seu plano urbanístico.

Um dos pontos altos do planejamento urbano, dentre vários, é a manutenção de

duas reservas de mata nativa, os bosques 1 e 2. Os dois remanescentes de floresta nativa

povoarão o real e o imaginário de toda a história de Maringá, seja como emblema

preservacionista, área de lazer ou indutor da arborização urbana do município.

No ano de 1948, a CTNP (manteria a sigla até 1951) avaliava que existiam

aproximadamente 5 mil pessoas residindo no mundo urbano maringaense. O cenário era

desolador, provocado pela remoção quase total da cobertura verde reinante no passado

recente. O calor era intenso, a lama e o pó predominavam, e isso poderia colocar em risco o

projeto de colonização.

Frente a esse quadro caótico, apinhado de troncos carbonizados espalhados pelas

ruas, praças e avenidas da cidade, a CTNP contrata os serviços de Luiz Teixeira Mendes,

engenheiro agrônomo paulista, que encontrava-se aposentado do serviço florestal de São

Paulo.

Ele ficou responsável por desenvolver o sistema de reintrodução de árvores no

meio urbano de Maringá, criando para isso um plano de arborização. Esse processo pode ser

caracterizado como parte intrínseca ao projeto urbanístico de Jorge de Macedo Vieira, Gastão

de Mesquita Filho e Cássio Vidigal. Nele são inseridos os quesitos ambiental (fornecimento de

sombra e redução das ilhas de calor), ecológico (inclusão da natureza), estético

(embelezamento das vias) e funcional (forma de orientação).

A segunda atribuição a ele conferido foi a elaboração do Horto Florestal, local de

cultivo das primeiras mudas de árvores que seriam instaladas na cidade. Situado ao lado do

perímetro urbano de Maringá e abrangendo uma área de 37 hectares, em 1949, ano que iniciou

sua organização, apresentava bela cobertura florestal constituída das mais expressivas

espécies representantes das matas nativas, tais como: peroba, cedro, pau-d'alho, figueira-

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branca, pau-marfim, amoreira, guaritá, gurucaia, alecrim, espeteiro, algodoeiro, canjerana,

canafístula, canela, pau-jangada, tamboril, ceboleiro, ingazeiro, jaboticabeira, açoita-cavalo e

outros. Merecem destaque especial os palmitos e embaúbas, que em profusão ornamentavam

a mata, desenvolvendo-se sob o teto das grandes árvores. Fator decisivo que determinou a

escolha dessa área foi a existência das nascentes que dão origem ao Córrego Borba Gato.

Além de garantir o abastecimento de água para os viveiros, permitiu a construção de pequena

represa que compõe o paisagismo do Horto.

Dr. Luiz instalou os viveiros do Horto, capacitando-os a fornecer as mudas para o

grande trabalho da arborização de Maringá, que se expandiu para outras cidades e

principalmente na área dos jardins residenciais.

Além das essências apropriadas para arborização e ajardinamento, o horto

também passou a produzir mudas de árvores frutíferas e algumas essências florestais,

procurando seus orientadores, com isso, dar condições para se formarem pequenos pomares e

bosques nos sítios e fazendas.

Juntamente com os bosques 1 e 2, o Horto compunha o trio de reserva de mata

nativa no interior e no lado do plano urbanístico. Porém, havia mais um fragmento de floresta

merecedora de registro. Vem a ser a mata que dividia o Maringá Velho do Maringá Novo, rica

em acontecimentos e presença forte no imaginário dos que viveram antes e depois daquela

época. A Vila Operária também ostentava um significativo perobal, principalmente onde hoje é

a Av. Riachuelo, onde, durante muito tempo era chamada de Av. das Perobas. Na fase de

plantio das árvores pela CTNP, a avenida teve no seu canteiro central arborizado com ipês-

roxos, e nas laterais sibipirunas.

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5.1.2 Década de 1950:

✔ Início do plantio das árvores (1951-1958).

✔ Plantio e destruição do Bosque das Essências (1952-1959).

✔ Derrubada da mata entre o Maringá Velho e o Maringá Novo.

✔ Elaboração e aprovação do Código de Postura e Obras através da Lei nº 34/59.

✔ Plantio das palmeiras imperiais na avenida Ipiranga (atual Getúlio Vargas) em

1952.

✔ Promulgação da Lei nº 27/57, que confere crédito especial para construção de

jardins públicos.

✔ Promulgação da Lei nº 115/58, que denomina Dr. Luiz Teixeira Mendes o

trecho conhecido como Av. Independência.

✔ Denominação de Dr. Luiz Teixeira Mendes para o horto florestal em 1958.

✔ Promulgação da Lei nº 09/59, decretando feriado nacional o dia 21/09/59, em

motivo do encerramento da semana da árvore.

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Figura 1: Av. Brasil - 1948

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No início da década de 1950, a equipe técnica do horto estava completa,

capitaneada por Luiz Teixeira Mendes. São eles: Anníbal Bianchini da Rocha, Geraldo Pinheiro

da Fonseca, Múcio Rodrigues, Altino Cardoso e Braulino Pereira. Isso sem contar as centenas

de funcionários da CTNP/CMNP, verdadeiros protagonistas anônimos da história da

arborização de Maringá.

Para executar a atividade de plantio da arborização, o horto contava com

espécies arbóreas de variados portes, e de palmeiras: sibipiruna, tipuana, ipê-roxo, ipê-branco,

ipê-rosa, ipê-amarelo, flamboyant, jacarandá-mimoso, pau-ferro, cássia-javânica, magnólia-

amarela, grevílea, manduirana, quaresmeira e resedá, além de palmeira-imperial, palmeira-

das-canárias, palmeira-leque e palmeira-real-australiana.

Procurou-se também utilizar essências nativas na arborização das vias públicas de

Maringá, nas quais encontramos exemplares de figueira-branca, pau-d'alho, peroba, cedro,

canelinha, ipê-roxo e alecrim.

Em 1952, iniciou-se o processo de arborização de Maringá, que teve como ponto

de partida a confluência da rua Bandeirantes (atual Joubert de Carvalho) com a Av. Duque de

Caxias, em frente à sede da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – CMNP. A espécie

escolhida para o ato fundante foi o jacarandá-mimoso. Na Av. Getúlio Vargas foram plantadas

no canteiro central palmeiras-imperiais, em maio de 1952, quando foi inaugurado o Cine

Maringá e a cidade comemorava cinco anos de idade.

Para a Av. Brasil, foi destacado o ipê-roxo, por ser de grande porte, natural da

região e as suas sementes eram colhidas na serrinha próxima a Dr. Camargo. Também optou-

se plantar essa espécie nas avenidas Colombo, Pedro Taques e Riachuelo.

Utilizou-se nas laterais dessas avenidas muitas sibipirunas, porque tinha-se pressa

de sua sombra e elas crescem com relativa rapidez. Além das sibipirunas, plantou-se as

tipuanas, os jacarandás-mimosos, e os alecrins. Nos canteiros centrais de determinadas

avenidas foram plantadas flamboyants (Av. Tiradentes, Av. Cerro Azul, Av. 19 de dezembro, e

outras). Fez-se o plantio de palmeiras-imperiais nos canteiros centrais das avenidas Paraná e

15 de novembro, sem contar a Getúlio Vargas, já citada. Nas avenidas Herval e Duque de

Caxias, utilizou-se as palmeiras, sendo que nos quarteirões ao lado do Paço Municipal e do

Hotel Bandeirantes foram plantadas as tamareiras, produzindo excelentes tâmaras anualmente.

Na Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes foram estabelecidas figueiras-brancas, nativas das margens

do rio Paranapanema, no município de Paranapoema. A grevílea foi plantada no canteiro

central da Av. Gastão Vidigal e o pau-ferro foi plantado no canteiro central da Av. Rio Branco.

Nas praças foram implantadas além das árvores, conjuntos de palmeiras tais

como: areca-bambú, palmeira-das-canárias, palmeira-fênix, palmeira-rabo-de-peixe e palmeira-

real-australiana, todas elas ao redor da catedral, ao longo da praça. Em Maringá, cada rotatória

se constitui numa pequena praça arborizada e ajardinada. A finalidade dessas rotatórias é de

quebrar a monotonia das retas de grandes avenidas e diminuir a velocidade dos veículos.

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Nesse primeiro plano de arborização da cidade procurou-se utilizar essências

nativas e exóticas de tal forma que suas floradas se sucedessem, permitindo que tivessem

flores durante a maior parte do ano. No começo do ano, tem-se a florada das quaresmeiras e

manduiranas, em março e abril, as flores das espatódeas. Em junho – julho, os ipês-roxos

oferecem magnífico espetáculo com suas flores na avenida Brasil e inúmeros locais. Em agosto

é a vez dos ipês-amarelos. Em setembro e outubro as sibipirunas, as tipuanas e os jacarandás-

mimosos. Em novembro e dezembro a beleza das flores dos flamboyants.

Em 1952, a CMNP plantou um bosque de essências nativas na praça da

rodoviária. O arboreto era composto de peroba, cedro, palmito, pau-marfim, alecrim, canjarana,

figueira-branca e pau-d'alho. A intenção era criar um componente paisagístico para a futura

estação rodoviária, mais arrojada e moderna em relação à estação rodoviária construída pela

prefeitura de Mandaguari, em 1948, quando Maringá ainda era seu distrito.

A CMNP entendia que a praça que abrigava a rústica estação, deveria continuar

com a função, e não concordou quando em 1959 definiu-se pela edificação da nova rodoviária,

justamente na praça Raposo Tavares, ocupando metade dela.

Como se não bastasse essa contrariedade, no mesmo ano de 1959, a

administração pública municipal põe abaixo o bosque da praça. Com esse gesto de baixa

consciência ecológica, consolidou-se um clima de tensão entre a prefeitura e a empresa de

colonização.

Mesmo assim, a empresa mantinha o trabalho de plantio das árvores em áreas

pontuais, pois, o serviço pesado já havia sido feito durante os anos de 1952 e 1958. Ao poder

municipal cabia o cuidado e a fiscalização dos atos de vandalismo contra as árvores.

Não se deve esquecer que, em 1951 a CMNP erradicou a mata nativa que

separava o Maringá Velho do Maringá Novo. Essa mancha verde sobreviveu até 1951, e era

muito contestada por ser lugar de assaltos e violência física.

Por intermédio da Lei nº 27/57, que conferia crédito especial para a construção de

jardins públicos, o governo municipal começou a esboçar preocupações com a arborização e

ajardinamento em Maringá na sua fase de implantação, pois, zelar por sua integridade já era

praticado por ele.

Morto em 1957, o Dr. Luiz Teixeira Mendes é duplamente homenageado em

Maringá no ano de 1958. A CMNP denomina o horto florestal com o nome do engenheiro

agrônomo, que foi seu criador e fundador. O poder público municipal através da lei nº 115/58,

alterou o nome da Av. Independência para Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes.

Para provar que o poder público municipal, em detrimento das ações

empreendidas pela CMNP, elabora e aprova o Código de Posturas e Obras de Maringá, por

intermédio da Lei nº 34/59, que estabelece com relação às podas de árvores o seguinte:

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"art.507 – É atribuição exclusiva da prefeitura, podar, cortar, derrubar, ou sacrificar

as árvores de arborização pública.

Demonstrando o quanto a temática da arborização urbana estava em voga na

época, a prefeitura promulga a Lei nº 09/59, decretando feriado nacional o dia 21/09/59, em

motivo do encerramento da semana da árvore.

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Figura 2: Av. Brasil quase esquina com a Av. Duque de Caxias. As mudas ainda com a proteção do cercado de madeira – Década de 1950

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Figura 3: Av. Duque de Caxias, ao lado da sede Companhia Melhoramentos Norte do Paraná – Década de 1950

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Figura 4: Av. Getúlio Vargas – Década de 1950

Figura 5: Av. Duque de Caxias. Década de 1950

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5.1.3 Década de 1960:

✔ Plano de José Augusto Bellucci para a praça Napoleão Moreira da Silva (1962).

✔ Doação da praça Napoleão Moreira da Silva para a prefeitura (1962).

✔ Incêndio do bosque 1 (1963) e sua recomposição por meio das plantas do

horto florestal.

✔ Elaboração e instituição do Plano Diretor por meio da Lei nº 621/68.

✔ Expansão do plano urbanístico com a criação da Zona Norte (Alvorada,

Morangueira e Mandacarú).

✔ Promulgação da Lei nº 626/68, que dispõe sobre o Código de Postura e Obras

do município.

Depois de implementar o plantio de árvores por toda a cidade de Maringá, a

CMNP continuou com essa prática nas áreas novas abertas, principalmente os bairros situados

na zona norte, tais como: Jardim Alvorada, Vila Morangueira, Bairro Mandacarú e Vila Santo

Antônio.

Não podemos deixar de citar que, um incidente atrasou um pouco o trabalho do

plantio nessas regiões recém-inauguradas. Estamos nos referindo ao incêndio ocorrido no

Bosque 1, o futuro Parque do Ingá. Ocorre que, em 1962 uma forte geada abateu-se sobre o

Estado do Paraná, ressecando por demais a sua vegetação, e o Bosque 1 ardeu em chamas

no ano de 1963, por conta dessa seca.

Para contornar a situação, a prefeitura de Maringá solicitou à CMNP, que fizesse a

transferência de mudas de árvores do horto florestal para a reserva de mata nativa, a fim de

restaurar a parte atingida pelo fogo. Essa operação foi efetuada com sucesso, porém, retardou

o trabalho de implantação dos espécimes vegetais nos novos bairros.

Nos anos 1960, a CMNP ainda detinha a exclusividade de instalação das mudas

de árvores por todo o território urbano de Maringá, cabendo ao poder público municipal a

fiscalização da integridade das jovens plantas. São inúmeras as ocorrências de atos

predatórios contra essas árvores, perpetradas por parte da população maringaense. Quando

isso acontecia, a empresa de colonização executava a reposição da espécie destruída.

Deve-se frisar que, o sentimento preservacionista da população de Maringá, foi

algo construído historicamente. Nos decênios 1950 e 1960, período pioneiro do processo de

arborização do município, a iniciativa não foi bem recebida por algumas pessoas, que

teimavam em associar as árvores com sujeira e a floresta de outrora, fase essa deixada para

trás, e portanto, as árvores estariam relacionadas com o atraso, uma época a ser superada e

esquecida.

Prova disso, foi a ação impetrada pela prefeitura em 1963. Seus funcionários

abriram uma via no interior do bosque 2, ampliando a rua Américo Vespúcio, da zona 2,

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conectando dessa forma esse bairro com a zona 4. O ato não sofreu nenhuma crítica, muito

pelo contrário, recebeu vários elogios, pois, o importante era o atalho criado para ligar os dois

bairros. As centenas de árvores nativas sacrificadas pelo caminho não despertaram compaixão

e lamentações, demonstrando o quanto que as preocupações ecológicas passavam ao largo

das prioridades dessa época histórica.

Outro trabalho marcante empreendido pela CMNP ocorreu em 1962, com a

urbanização da praça Napoleão Moreira da Silva, cujo projeto inicial era do arquiteto paulista

José Augusto Bellucci, mas que foi executada de forma diferente do projeto original, onde

destacam-se as palmeiras-imperiais plantadas no meio do logradouro. Também consta o pau-

ferro, sibipiruna, figueira, aroeira-pimenteira, entre outras. Uma vez concluída, a praça foi

doada à Prefeitura Municipal de Maringá. Na segunda metade da década, mais três praças são

urbanizadas, que são, a José Bonifácio, a Rocha Pombo e a Emiliano Perneta, todas com

plantas em suas estruturas. Esses locais já tiveram a participação do poder público municipal,

cabendo a CMNP o projeto paisagístico. No mesmo período, o canteiro central da Av. Herval

sofre o processo de arborização e ajardinamento, sendo escolhido tamareiras para esse fim. As

laterais já possuíam sibipirunas, instaladas na década passada.

Em 1968, com a elaboração e instituição do Plano Diretor por meio da Lei nº

621/68, e promulgação da Lei nº 626/68, que dispõe sobre o Código de Posturas e Obras do

município, inicia-se a preocupação do poder público municipal em participar mais ativamente

dos rumos e destinos da arborização da cidade, não deixando a responsabilidade

exclusivamente para a CMNP. Podemos dizer que o ano de 1968 é o embrião do processo de

transição do domínio privado para o público, no que tange ao controle do projeto de

arborização de Maringá.

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Figura 6: Horto Florestal – Década de 1960.

Figura 7: Praça Napoleão Moreira da Silva – 1962.

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5.1.4 Década de 1970:

✔ Início da transferência do serviço de arborização para o município (1971).

✔ Criação do Parque do Ingá por meio da Lei nº 880/71.

✔ Promulgação da Lei nº 995/73, estabelecendo multa para o corte ou inutilização

de árvores ornamentais da cidade.

✔ Crise das árvores em Maringá (1974).

✔ Promulgação da Lei nº 1081/75, instituindo a obrigatoriedade da implantação

de arborização nos loteamentos da zona urbana de Maringá.

✔ Imbróglio envolvendo o bosque das Grevíleas (Prefeitura vs. CMNP) em 1976;

✔ Serviço de arborização e manutenção assumido inteiramente pelo município

(1973 – 1976).

✔ Criação de avenida no meio do bosque 2 (1976).

✔ Criação de pista de motocross no interior do bosque 2 (1976).

✔ Denominação das ruas do conjunto habitacional "Inocente Villanova Jr." (Borba

Gato) com espécies de árvores e flores (1978).

Com a inauguração da década de 1970, nós assistimos em 1971 a deflagração de

dois fatos históricos da mais alta importância para a arborização e jardinagem de Maringá.

Depois de amplo projeto de concepção, por meio da Lei nº 880/71, foi criado o

Parque do Ingá, localizado em uma das duas reservas de mata original, situadas na área

central da cidade. Trata-se do bosque 1, circundado pelos seguintes bairros: Vila Bosque, Vila

Operária (zona 3), Centro (zona 1) e zona 2.

É indiscutível as funções de lazer, pesquisa científica e preservacionismo

presentes no parque, porém, talvez sua maior contribuição seja a de iniciar de forma efetiva, o

ensinamento e a aprendizagem do maringaense no sentido de conservar o seu patrimônio

vegetal, em especial a arborização do espaço urbano.

Somado à transformação do bosque nativo em área de visitação e sociabilidade,

em 1971 também principiou-se a transferência do serviço de arborização para a competência

do poder público municipal. O conhecimento e a aplicação técnica da atividade de arborização

e ajardinamento ainda pertencia à CMNP, todavia, o intercâmbio de informações entre os dois

poderes, o público e o privado, amplia-se exponencialmente, tudo dentro da cordialidade e

republicanismo.

Ao chegar 1972, a PMM finalizou a construção, ajardinamento e arborização das

seguintes praças: Souza Naves (Vila Operária), Raposo Tavares (Centro), 7 de setembro

(Maringá Velho), Júlio Jerônimo (Vila Sete). Realizou ainda melhorias na avenida Getúlio

Vargas e nos canteiros centrais de avenidas.

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A data de 1973 marca o rompimento definitivo da CMNP com a Prefeitura do

Município de Maringá, no que diz respeito ao plantio e cuidados de preservação das árvores

urbanas. O município assume totalmente os trabalhos, inclusive criando um setor específico

para tal fim, denominado "Serviço de Parques e Jardins", lotado na Secretaria de Serviços

Públicos.

O período de 1973 a 1976 é pontuado por várias medidas adotadas pelo poder

público municipal, medidas essas bastante polêmicas, como por exemplo a promulgação da Lei

nº 995/73, estabelecendo multa para o corte ou inutilização de árvores ornamentais da cidade.

Ou ainda, a promulgação da Lei nº 1081/75, instituindo a obrigatoriedade da implantação de

arborização nos loteamentos da zona urbana de Maringá.

Contudo, a intervenção mais significativa foi feita no bosque 2, a outra reserva de

mata nativa. Além da abertura da via, passando pela área do bosque, para compor a avenida

Perimetral Sul, construiu-se uma pista de motocross em 1976. Segundo os profissionais

envolvidos nesse desmatamento, as árvores de grande porte não seriam removidas, mas

somente a vegetação rasteira.

Em 1976, outro imbróglio envolveu a prefeitura e a CMNP, tendo como pivô uma

área de vegetação urbana. Referimo-nos ao Bosque das Grevíleas, localizado na zona 5.

Como esse bairro foi o último espaço do plano urbanístico de Maringá a ser negociado, o que

ocorreu na década de 1970, o terreno ocupado atualmente pelo Bosque das Grevíleas, seria

destinado pela CMNP ao loteamento.

Enquanto a mercantilização do terreno não ocorria, a CMNP resolveu plantar

grevíleas, naturais de Queensland, Austrália, naquela área então ocupada por mato. Esse

plantio aconteceu no início dos anos 1970, e as mudas procederam do horto florestal Dr. Luiz

Teixeira Mendes. Posteriormente, a CMNP resolveu utilizar parte da área como equipamento

comunitário, ou seja, uma praça. Assim, o espaço ocupado hoje pelo "entorno" foi doado à

Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR, para a construção de um reservatório de

água, e o restante ainda deveria ser vendido pela CMNP.

Ocorre que, as grevíleas cresceram, e a população não aceitou a proposta de

venda daquele terreno para fins de loteamento, de forma que começou uma verdadeira

campanha popular para impedir a destruição do arboreto. A mobilização teve sucesso, de tal

sorte que toda aquela área foi destinada a ser uma praça.

Houve então uma proposta de compra do terreno pela primeira emissora de

televisão que se instalou em Maringá, a TV Cultura, em 1975. Ela via naquele local um dos

pontos mais altos da cidade, perfeito para a localização de suas antenas. O poder público

municipal autorizou a instalação das antenas. Em resposta, a CMNP ingressou com uma ação

de interdito proibitório, impedindo a continuação do empreendimento. Em 1976, ficou definida a

divisão entre o bosque e a praça, constituindo-se a partir deste momento em dois

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equipamentos públicos distintos, separados por uma avenida. O que antes era um terreno

integral, passou a ser seccionado em duas partes.

O decênio de 1970 inaugura de forma sistemática, críticas e ataques em relação à

arborização de Maringá, principalmente quanto à sua conservação. Em 1974, a sucursal da

Folha de Londrina em Maringá, já alertava à cidade de seu maior problema ambiental. O título

da matéria foi: "Área verde de Maringá começa a se deteriorar".

Naquele ano, de acordo com a matéria, exatamente 25.312 sibipirunas, tipuanas,

flamboyants, jacarandás-mimosos, tamareiras e outras espécies, cobriam mais de 1.686.369m²

de ruas e avenidas da cidade. O que resultou em 11,2 m² de área verde por habitante. No

entanto, a reportagem traz um dado nunca antes contabilizado: as áreas verdes privadas. Isto

é, se somadas às áreas públicas com o verde privado (jardins particulares, interiores de

residência, etc.), a área verde por habitante de Maringá superava a de Los Angeles – EUA (32

m²/habitante).

Mesmo assim, a matéria trouxe o dado alarmante de que a cidade precisava

recuperar rapidamente suas árvores, além de ampliar sua malha ambiental. Diz o conteúdo: “na

afirmativa não há nenhuma profecia do caos, mas a constatação pura e simples do que vem

ocorrendo com a arborização da cidade, que não é recomposta com a velocidade exigida pelas

árvores que morrem ou que são simplesmente arrancadas. Além disso, o aparecimento de

numerosos bairros faz com que extensas áreas, já urbanizadas, apresentem-se hoje desnudas

e tristes”.

Confirmando as vozes de alerta concernentes ao verde urbano de Maringá, em

1977 realizou-se na cidade o “Seminário de Política Urbanística”. O professor da UEM Dalton

Moro, mestrando pela USP em Geografia Humana, tratou do tema “Papel das Áreas Verdes na

Ecologia Urbana”. Na conferência, Moro ressaltou a importância de se preservar os “cinturões

verdes” ao redor de Maringá, que se urbanizava progressivamente. O professor criticou a

referência de que a cidade era uma das mais bem arborizadas do Brasil, afirmando que “existe

em Maringá, no que se refere à arborização, uma incoerência muito grande. Porque, enquanto

o centro possui grandes reservas naturais, na periferia, nos bairros pobres, ocorre justamente o

contrário”.

Já naquele momento o professor apontava a necessidade da reserva e da

preservação de áreas verdes na expansão da cidade. O plano urbanístico inicial foi

referenciado como exemplo a ser seguido.

Definitivamente, o assunto arborização urbana em Maringá, entrou na pauta de

preocupações de toda sociedade local. Ninguém mais ficou indiferente ao tema. A década de

1970 introduz na agenda da cidade essa tão importante demanda, que é a vestimenta vegetal

de Maringá.

Mais uma prova do predomínio dessa temática, é o loteamento chamado

oficialmente de Inocente Villanova Jr., aprovada em 1978, e popularmente conhecido como

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Conjunto Borba Gato. Ele tem suas ruas denominadas com espécies de árvores e flores, e as

próprias vias contém as plantas que as nomeiam. Os nomes das ruas são os seguintes: Rua

das Acácias, Rua das Tipuanas, Rua das Sibipirunas, Rua dos Ipês, Rua dos Alecrins, Rua

Marfim, Rua dos Gerânios, Rua das Camélias, Rua das Hortências, Rua das Primaveras, Rua

das Samambaias, Rua das Papoulas, Rua das Violetas e Rua dos Antúrios.

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Figura 8: Palmeiras-imperiais replantadas na Praça Salgado Filho – Década de 1970

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Figura 10: Bosque 2, com a pista de motocross – Década de 1970.

Figura 9: Horto Florestal – Década de 1970

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Figura 11: Boque das Grevíleas – Década de 1970

Figura 12: Perimetral Sul no Bosque 2 – Década de 1970

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5.1.5 Década de 1980:

✔ A prefeitura assume totalmente o serviço de arborização e manutenção (1982).

✔ Erradicação das árvores da praça Dom Pedro II, para criação do Centro de

Convivência Comunitário.

✔ Erradicação das árvores durante o seccionamento da praça Todos os Santos

(Av. Cerro Azul).

✔ Início da poda radical efetuada pela COPEL e Prefeitura (1986).

✔ Surgimento dos primeiros trabalhos científicos sobre a arborização urbana de

Maringá.

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Figura 13: Plantio da espécie Yuca-pata-de-elefante no Parque de Exposição - Década de 1970

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✔ Realização do II Encontro Nacional sobre Arborização Urbana, em Maringá

(1987).

✔ Promulgação da Lei nº 1556/82, declarando o bosque 2 como área de

preservação permanente.

✔ Promulgação da Lei nº 0162/88, autorizando a implantação do parque Alfredo

Werner Nyffeler.

✔ Promulgação da Lei nº 2585/89, alterando a redação da Lei nº 995/73, que

estabelece multas para o corte ou inutilização da arborização da cidade.

No final da década de 1970, a CMNP voltou a auxiliar a prefeitura na atividade de

plantio e manutenção da arborização de Maringá. Essa relação sempre dependeu da qualidade

de relacionamento entre o poder público e o privado. Em determinados momentos históricos a

convivência foi boa, em compensação, em outros instantes a relação descambou para o

conflito.

A partir de 1982, o município reassume as funções de zelar pela arborização da

cidade, porém, mantém um contato amistoso com a CMNP, em especial com o engenheiro

agrônomo Anníbal Bianchini da Rocha, diretor da empresa de colonização. Em várias

oportunidades ele prestou consultoria técnica para a prefeitura.

O ano de 1982 perpetua-se na memória por conta da promulgaçao da Lei nº

1556/82, que declara o bosque 2 como área de preservação permanente.

Os anos 1980 ficaram marcados como o período em que a prefeitura investiu

pesadamente na construção da imagem da arborização da cidade como símbolo da

preservação ambiental e a consciência conservacionista. Uma demonstração dessa assertiva,

está no episódio da poda das árvores, um dos eventos mais significativos da história da

arborização de Maringá.

A historiadora Zueleide Casagrande de Paula, em seu artigo intitulado "Verde que

te quero ver-te", publicado em 2001, reconstitui o ocorrido da seguinte forma:

"Durante décadas (aproximadamente de 1960 a 1980), a cidade de Maringásofreu inúmeros black-outs, devido aos atritos dos fios elétricos com asárvores nas calçadas das ruas. A população reclamou uma solução. A podarealizada até 1982 era de responsabilidade do engenheiro Anníbal Bianchinida Rocha, direta ou indiretamente, e não seguia um método rigoroso. Apartir de 1983, esse tipo de prestação de serviço passou à responsabilidadeda prefeitura, sendo feita anualmente.

Em final de outubro de 1985, teve início a poda das árvores das ruas,depois de uma série de black-outs, visando impedir que um novo viesse aocorrer. Essa poda realizada por funcionários da prefeitura e da CompanhiaParanaense de Energia Elétrica – COPEL, despertou a atenção dosmoradores, pois passou a ser feita exatamente onde ficavam os fios, nomeio das copas das árvores, mudando assim a paisagem da rua. As

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árvores ficavam com uma abertura em suas copas para que os fios nãofossem tocados por seus galhos nem mesmo em dias de ventania, o queocorria geralmente quando chovia, provocando os black-outs".

O interessante desse episódio é que, além de revelar o despreparo dos poderes

constituídos para realizar a poda racional das árvores, pela primeira vez na história de Maringá

a população se insurgiu contra a situação de mutilação das árvores. Conforme afirma a

historiadora em seu artigo:

"Parece que desta vez o maringaense resolveu arregaçar as mangas eprotestar. Ontem a cidade amanheceu com um novo visual, com cartazespendurados nas árvores, com a seguinte expressão: 'Quero Viver'. Naopinião de populares, tal fato prende-se ao surgimento de um movimentoindependente de preservacionistas, em defesa do verde maringaense".

O fato é que, a crise da poda das árvores, talvez o maior acontecimento ocorrido

na história da arborização de Maringá, desde o plantio processado nos anos 1950, somente foi

resolvido quando o engenheiro agrônomo Anníbal Bianchini da Rocha, diretor da CMNP,

assumiu a responsabilidade de orientar a prática da poda efetuada pelos funcionários da

prefeitura e da COPEL.

O decênio de 1980 realmente foi pródigo em intervenções urbanas de grande

impacto socioambiental. Pelo menos 22 praças foram urbanizadas ou semi-urbanizadas nesse

período. Todas com erradicação de árvores para a concretização dos novos projetos. Dessas,

duas destacam-se pela localização, dimensão das obras e elevado número de espécies

vegetais extirpadas. Trata-se da praça Dom Pedro II, transformada no Centro de Convivência

Comunitário, em 1985, e a praça Todos os Santos, igualmente no mesmo ano, dividida em

duas partes para desobstruir a Av. Cerro Azul.

Importante iniciativa encetada pela prefeitura nessa época, a primeira metade dos

anos 1980, foi a montagem do viveiro de mudas, localizado na Av. Gurucaia. O criadouro

ajudou por demais a reposição ou mesmo o primeiro plantio de mudas por ano.

Quanto ao Bosque das Grevíleas, pendenga jurídica criada na década passada,

finalmente, em 1986, houve um acordo entre a CMNP e a prefeitura, e a área foi doada para o

patrimônio municipal. Durante os anos 1983 – 1988, foram colocadas cercas em volta do

bosque, e posteriormente, feita a construção de pista para pedestres em seu entorno, medindo

1.600m, com a plantação de flores em todo seu percurso.

A alcunha de cidade verde é alçada à uma condição exorbitante. Várias

campanhas publicitárias projetam a arborização urbana de Maringá para todo o território

brasileiro. A prática surte efeito, e em 1987, a cidade canção sedia o II Encontro Nacional sobre

Arborização Urbana.

No regimento do evento, em seu capítulo I, art1º, consta que o governo estadual

escolheu Maringá, porque a cidade poderia ser utilizada como laboratório do encontro, em

função dos trabalhos e experiências desenvolvidos.

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Para se ter ideia do alto grau dos assuntos tratados, basta analisar o temário que

constituiu objeto de discussão e deliberações:

• Ecologia Urbana e Benefícios da Arborização.

• Planejamento e Replanejamento da Arborização de Ruas.

• Tratamento Silviculturais de Árvores de Ruas.

• Melhoramento Genético de Espécies para Arborização de Ruas.

• Fomento e Extensão em Arborização de Ruas.

• Aspectos Técnicos da Arborização Rodoviária.

• Planejamento de Sistemas de Áreas Verdes.

• Avaliação da Paisagem Urbana.

• Arborização de Cidades.

• Planejamento da Arborização Urbana Visando a Eletrificação e as Redes

de Distribuição.

• Legislação de Áreas Verdes e Meio Ambiente Urbano.

Não restam dúvidas que, além dos fatores meritórios de Maringá para abrigar o

evento, o episódio grotesco e sombrio das podas mutiladoras, serviu de combustível para que a

prefeitura buscasse parceria com o Instituto de Terras, Cartografias e Florestas do Estado do

Paraná, no sentido de procurar soluções aos problemas enfrentados pela arborização urbana.

Pelo menos no plano da visibilidade imediata, três consequências adviram da

realização do encontro. Uma delas foi a produção de um objetivo manual intitulado

“Considerações Práticas da Poda em Árvores de Rua na Cidade de Maringá – PR”. Escrito em

1988 pela engenheira florestal Leide Yassuco Takahashi, responsável pela arborização urbana

e áreas verdes da prefeitura de Maringá. A pequena cartilha tinha a pretensão de servir como

guia orientador para as futuras intervenções de poda nas árvores maringaenses.

O segundo produto resultante das deliberações do evento, foi a elaboração no ano

de 1988 de um “Plano de Arborização para a Cidade de Maringá”. Feito pela Secretaria de

Serviços Públicos, por meio do Setor de Arborização de Ruas e Áreas Verdes, o documento de

19 páginas é o primeiro material oficial e científico a respeito dessa questão construído pelo

poder público municipal. O texto entre várias informações, revela que até 1988, 20,3% das

árvores foram plantadas irregular e voluntariamente pelos habitantes, ou seja, não obedecendo

as normas da Prefeitura Municipal de Maringá. Esse número representa aproximadamente

30.000 unidades vegetais. Diante desse quadro, em seu programa de ação, o plano preconiza

que “somente a prefeitura deverá efetuar o plantio e manutenção das árvores de rua”.

A terceira iniciativa tributária do encontro, ocorreu em 1989, com a promulgação

da Lei nº 2585/89, alterando a redação da Lei nº 995/73, que estabelece multas para o corte ou

inutilização da arborização da cidade.

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Pode-se considerar a mudança de atitude da COPEL, em relação ao trabalho de

poda das árvores, como resultado do evento de 1987. A estatal passou a estudar melhores

soluções e novas técnicas de podagem, bem como o investimento em uma fiação elétrica mais

robusta, imune aos galhos das árvores.

Um estudo importante e que tornou-se referência obrigatória sobre o tema, foi

lançado em 1988, e que também é fruto do encontro, produzido por Miguel Serediuk Milano,

denominado “Avaliação quali-quantitativa e manejo da arborização urbana: exemplo de

Maringá – PR”. O autor é engenheiro florestal e professor da Escola de Florestas da

Universidade Federal do Paraná, e foi palestrante do evento. Durante muito tempo, essa tese

de doutorado foi o trabalho científico que balizou as ações de conservação e manejo das

árvores de Maringá.

Em 1988, o governo municipal promulgou a Lei nº 0162/88, autorizando a

implantação do parque Alfredo Werner Nyffeler, localizado no coração da Vila Morangueira.

Aproveitou-se uma área degradada, usada como depósito de lixo, reduto de marginais e

repositório de carcaças de veículos roubados. Extremamente erodido, esse fundo de vale foi

convertido em parque, represando parte do ribeirão Morangueiro e fazendo um belo lago.

Segundo o Art.174 da Lei Orgânica, promulgado em 1990, o Parque do Ingá foi

declarado reserva ambiental de preservação permanente. O Parque do Ingá deve obedecer o

Código Florestal e a ao regulamento dos parques nacionais brasileiros (Decreto nº 84.017, de

21/09/1979). No entanto, ao mesmo tempo em que o Parque do Ingá é, tecnicamente, uma

unidade de conservação, também é uma típica área verde urbana de recreação e uso

intensivo.

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Figura 14: Poda das árvores na Av. Brasil – 1985

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Figura 15: Poda das árvores – 1986

Figura 16: II Encontro Nacional sobre Arborização Urbana - 1987

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5.1.6 Década de 1990:

✔ Realização do Congresso URBE-6 (1991).

✔ Promulgação da Lei nº 01/91, instituindo o plano diretor integrado de

desenvolvimento de Maringá.

✔ Promulgação da Lei nº 3.369/93, autorizando firmar convênio com a COPEL

para converter os 6 principais alimentadores do município para o sistema de rede

compacta protegida (visando evitar podas drásticas na arborização urbana).

✔ Promulgação da Lei nº 3.479/93, que disciplina a venda de madeira e o corte

ou poda de árvores.

✔ Promulgação da Lei nº 3.513/93, que cria os seguintes parques florestais:

1º Parque Ecológico Municipal do Guaiapó

2º Parque Ecológico Municipal das Palmeiras

3º Parque Ecológico Municipal das Perobas

✔ Promulgação do Decreto nº 203/94, declarando o horto florestal "reserva

florestal".

✔ Promulgação do Decreto nº 504/94, declarando unidade de conservação o

Parque das Perobas e o Recanto Borba Gato.

✔ Promulgação da Lei nº 3.774/95, instituindo que as árvores situadas nos

passeios públicos deverão ser erradicadas, na forma da lei, quando a sua

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Figura 17: Perimetral Sul no Bosque 2 – Década de 1980

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condição geral indicar estado irrecuperável ou colocar em risco o patrimônio do

município.

✔ Promulgação da Lei nº 4.434/97, autorizando a criação de escola de

jardinagem denominada Pré-jardim.

✔ Promulgação da Lei nº 4.446/97, criando o Projeto Participativo (replantio de

árvores nas vias públicas).

Se na década de 1980 o tema da arborização urbana ganhou proporções inéditas

na história de Maringá, tendo ressonância principalmente na opinião pública, traduzida em

manifestações agudas da população, os anos 1990 se caracterizaram pela continuidade e

aumento das ações voltadas para a preservação das árvores da cidade, tanto por parte do

poder público, quanto da sociedade civil.

A competência do governo municipal no assunto arbóreo expande-se para

territórios que até então ele não atuava. Isso fica claro em 1991, onde por intermédio da Lei nº

2.882/91, o executivo municipal fica autorizado a proceder a limpeza e a erradicação de

árvores em imóveis particulares, no perímetro urbano, desde que tais serviços se mostrem

necessários para evitar riscos à população.

A ação fiscalizatória do município, bem como as multas aplicadas, se intensificam

nesse período. Pois, se por um lado a consciência ecológica cresce de maneira notável, o

contrário ocorre de maneira análoga. São vários os casos de extermínios de árvores,

praticados por pessoas que veem nelas um obstáculo para seus negócios, alegando que sua

estrutura atrapalha a visualização do estabelecimento comercial. Existem aqueles que não se

conformam com a sujeira das folhas e resinas que caem em frente às suas residências, e

decidem matar ou mutilar a planta. Tem ainda as queixas relativas às latarias dos veículos,

alvejadas com excrementos de pássaros, assentados nos galhos das árvores.

Preocupado com esse estado de coisas, e mantendo o assunto em efervescência,

a prefeitura de Maringá organizou em 1991 o “II Congresso Internacional de Urbanismo”, o

URBE-6. O evento foi um espaço aberto à discussão e ao intercâmbio de propostas para o

desenvolvimento ordenado de áreas urbanas. Questões como o crescimento populacional, a

concentração de população de baixa renda em grandes centros e falta de recursos dos

governos foram debatidas como forma de buscar novas alternativas para o desenvolvimento

urbano.

Na programação do Congresso constou uma exposição oral com o seguinte tema:

“Arborização e Áreas Verdes Urbanas”, acompanhada de debate, além da exibição de um

vídeo sobre a arborização urbana de Maringá.

Nesse contexto de adoção de medidas protetivas em relação às árvores urbanas,

a COPEL finalmente chegou a uma solução técnica para pôr fim às podas drásticas e seus

estragos na arborização, que tanto trauma provocou na década de 1980. Com a inovação

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criada, foi promulgada a Lei nº 3.369/93, autorizando a prefeitura a firmar convênio com a

COPEL para converter os seis principais alimentadores do município para o sistema de rede

compacta protegida.

Em sua obra intitulada “Maringá Verde? – o desafio da gestão das cidades”,

publicado em 2006, o advogado e professor Júlio César Garcia comenta com propriedade a

respeito dessa nova invenção. Ele diz o seguinte:

“A rede compacta protegida é um sistema de distribuição de energia elétricaaéreo, composto de 3 condutores cobertos por uma camada de polietilenoreticulado (XLPE), sustentados por um cabo mensageiro de aço, através deespaçadores de material isolante plástico (polímero), espaçados cerca de8m uns dos outros, ao longo da rede elétrica. Ao contrário da rede aéreaconvencional constituída de cabos nus, na qual os cabos são dispostos ladoa lado, horizontalmente, os da rede compacta distribuem-se em forma deum triângulo e, por serem protegidos, podem ser colocados mais próximosuns dos outros. Desta forma, reduzem substancialmente a área de podadas árvores efetivamente necessária, possibilitando recomposição dascopas danificadas pelas podas em V que mutilavam a arborização situadasob as redes convencionais. A partir desse modelo, a COPEL estabeleceuuma parceria inédita no Brasil com a prefeitura de Maringá (conformeprevisto na Lei nº3.369/93), a partir de 1993, de forma que os custos doprojeto foram divididos ao meio, e um percurso inicial de 300km foiexecutado como teste da tecnologia e da viabilidade técnico-financeira deimplementação da rede compacta em todo o município. O início das obrasocorreu em março de 1994".

Em 1996, Maringá tinha quase 100% de sua fiação de alta tensão protegida. Ao

todo foram instalados 370 km de rede. Essa instalação diminuiu em 82% os episódios de

queda de energia, principalmente em dias chuvosos (consequência da queda de galhos sobre

os fios) e reduziu à metade as podas de árvores, que antes sofriam cortes drásticos para

impedir seu contato com os cabos de alta-tensão.

A cidade também foi pioneira na implantação da iluminação rebaixada, solução

para evitar que as folhas e galhos formem barreiras à passagem de luz. Em vez de colocar as

lâmpadas acima das copas, como é a norma, foram posicionadas abaixo, melhorando a

luminosidade nas vias públicas.

Não é fácil planejar arborização de uma cidade. No meio urbano, é comum que as

árvores sofram com a falta de permeabilidade do asfalto e de espaço para o crescimento das

raízes. Uma arborização mal feita leva à queda de galhos e troncos, gerando custos e riscos

para os munícipes. Por isso, a criação de calçadas ecológicas também foi uma iniciativa

vantajosa. Esse tipo de calçada possui áreas permeáveis de 1,2 m de largura por 2,4 m de

comprimento, evitando danos às raízes e permitindo uma vida útil maior para a árvore. Melhora

também a absorção da água da chuva. A Lei Complementar Municipal nº335/99 tornou esse

calçamento obrigatório nos bairros residenciais de Maringá e facultativo nos eixos comerciais.

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Continuando sua missão de zelar pelo patrimônio público, em especial a

arborização urbana, o poder público municipal promulgou a Lei nº01/91, instituindo o plano

diretor integrado de desenvolvimento de Maringá, bem como a Lei nº3.479/93, que disciplina a

venda de madeira e o corte ou poda de árvores.

Observa-se que no decênio 1990, a Prefeitura Municipal de Maringá adota uma

postura de incremento dos espaços verdes mais antigos, como por exemplo, promulgar o

Decreto nº 203/94, declarando o Horto Florestal como “reserva florestal”. Ou ainda, criar um

ano antes, em 1993, três novos parques florestais, todos por meio da Lei nº 3.513/93, que são

os seguintes: Parque Ecológico Municipal do Guaiapó, Parque Ecológico Municipal das

Palmeiras e Parque Ecológico Municipal das Perobas.

Dentro dessa lógica de valorização das reservas florestais, o governo municipal

promulga em 1994 o Decreto nº 504/94, declarando unidade de conservação o parque das

Perobas e o Recanto Borba Gato.

Nos anos 1990, registra-se um aumento significativo de queda de árvores,

provocado por ventos e tempestades. Esse fenômeno de forma acentuada começa justamente

nessa década, pois, nos anos 1980, foi raro acontecer casos dessa natureza, com grande

magnitude. A idade ou tempo de existência das árvores urbanas de Maringá, pode ser a causa

da falência estrutural, levando-as a perecer. Casos de infestação de cupins e outras pragas

também são motivos de perdas de espécies vegetais.

Talvez, por conta desses episódios recorrentes, a prefeitura promulgou a Lei nº

3.774/95, instituindo que as árvores situadas nos passeios públicos deverão ser erradicadas,

na forma da lei, quando a sua condição geral indicar estado irrecuperável ou colocar em risco o

patrimônio do município.

Um fato ocorrido em 1993 merece registro histórico, que é a produção do

documento “Plano de Manejo do Parque Florestal dos Pioneiros”, o chamado bosque 2. A

bióloga Lidia Maróstica, em seu livro “Gestão Ambiental Municipal Sustentável”, editado em

2010, pronuncia-se dessa forma sobre o trabalho de diagnóstico e proposição de solução: “No

ano de 1993 foi concluído e publicado seu Plano de Manejo, que constatou gravíssimos

problemas de degradação resultantes das erosões provocadas pelas galerias de águas pluviais

que deságuam diretamente na área. Estas erosões se agravaram pelo fato de que no ano de

1976 foi construída em seu interior uma pista de motocross, cujas trilhas transformaram-se em

ravinas e em alguns pontos formaram grandes voçorocas”.

Indubitavelmente, na década de 1990, a demanda das árvores urbanas de

Maringá adquire um status nunca observado na história de Maringá. Vários agentes sociais

passam a se ocupar dessa questão, tais como: Prefeitura, ONGs, opinião pública,

Universidade, sociedade civil organizada, entre outros. O poder municipal promulgou a Lei nº

4.434/97, autorizando a criação de escola de jardinagem denominada Pré-Jardim. Na esteira

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dessa iniciativa foi promulgada a Lei nº 4.446/97, criando o Projeto Participativo, que previa o

replantio de árvores nas vias públicas.

Para ilustrar a afirmação anterior, basta citar a ação promovida em 1996. Em 26

de novembro desse ano, 20.000 mudas foram plantadas na cidade, exatamente no Jardim

Botânico (final da Av. Cerro Azul), nas áreas de fundo de várzea, urbanização do córrego do

Conjunto Ney Braga, Parque Alfredo Nyffeler e Teatro Calil Haddad. Além de promover a

arborização da cidade, o objetivo era colocar Maringá no Guiness Book, o livro dos recordes

mundiais, como a cidade do planeta a conseguir o maior plantio de árvores num único dia. O

esforço envolveu principalmente alunos da rede municipal, estadual e particular.

Entre 1991 e 1996, o Comitê Municipal do Meio Ambiente, entregou 35.000 mudas

frutíferas e ornamentais para a sociedade, além do trabalho junto à população para a

conscientização sobre a preservação do meio ambiente, num processo considerado

pedagógico pelas entidades envolvidas. Só em 1996, distribuiu-se 1.000 mudas, entre

acerolas, uvaias e sibipirunas, para moradores dos conjuntos Itaparica, Champagnat, Requião

e Jardim Industrial.

Percebe-se que, para contrabalançar as árvores extintas por conta de ventos,

chuvas, ataques de pragas, sabotagens deliberadas, entre outras razões, houve forças

concentradas em plantio de mudas. Se bem que nesse caso, os técnicos municipais

recomendavam que a muda deveria ter no mínimo 1.8m de altura no momento do plantio, caso

contrário, o sucesso da germinação estaria comprometido.

Até a década de 1990, o mote da arborização urbana de Maringá é objeto de

estudo apenas de engenheiros florestais, biólogos, urbanistas e geógrafos. Porém, a reflexão

de Zueleide Casagrande de Paula, historiadora, sobre a construção e representação simbólico

imaginária do verde urbano, com destaque para a arborização, marca a entrada do tema para

uma dimensão e área de conhecimento até então não experimentada.

O ponto de partida deste tipo de abordagem é o ano de 1996, quando ela publica

seu artigo denominado “O Verde que se Quis”, veiculado no Cadernos de Metodologia e

Técnica de Pesquisa – Nº7, suplemento especial de história. O aprofundamento do assunto

acontece em 1998, quando é defendida sua dissertação de mestrado, intitulada “Maringá:

Coração Verde do Brasil?”.

É bom deixar claro que, o gatilho que dispara a deflagração desses estudos e os

demais que virão, é o episódio sucedido em 1985 e suas ressonâncias, que é a poda irracional

das árvores urbanas de Maringá, e a mobilização popular contra esse estado de coisas.

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Figura 18: Queda de árvores – Década de 1990

Figura 19: Queda de árvores – Década de 1990

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5.1.7 Década de 2000

✔ Criação de entidades de defesa do meio ambiente.

✔ Queda acentuada de árvores, por conta das tempestades e ventos.

✔ Ações do poder público quanto à reposição de árvores.

✔ Realização do censo das árvores urbanas de Maringá.

✔ Criação do Instituto da Árvore.

✔ Publicações de trabalhos sobre arborização urbana de Maringá.

Maringá adentra os anos 2000 perdendo uma árvore a cada duas horas. Desse

total, estimava-se que apenas uma minoria era reposta. Esses números foram divulgados em

2001 pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente – SEUMA. Não entravam nessa

contabilidade os cortes clandestinos, feitos principalmente por donos de estabelecimentos

comerciais e moradores de residências, que queriam “limpar” suas fachadas.

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Figura 20: Queda de árvores – Década de 1990

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O poder público municipal estabeleceu nessa época, critérios para autorizar o

corte, como o risco iminente de queda, as que estavam irrecuperáveis, em processo acelerado

de morte ou que estivessem em local inadequado. O problema, no entanto, era com a

reposição dessas árvores. Por exemplo, na avenida 15 de novembro, em 2001, foram cortadas

dezenas de tipuanas que “atrapalhavam” a fachada de um prédio recém-construído, mas outras

não as substituíram, deixando assim uma falha na sequência de tipuanas plantadas ao longo

das laterais da avenida desde a década de 1950.

Levantamento feito pela FUNVERDE (entidade de defesa do meio ambiente

fundada em 1999), mostrou que somente em algumas avenidas do centro de Maringá,

precisavam ser replantadas pelo menos 500 árvores. Há também casos como os shoppings

centers, que também não permitiam árvores nas calçadas, recebendo assim tratamento

diferenciado em relação ao restante do comércio. Segundo a mesma entidade ambiental, as

árvores não estavam sendo replantadas porque a prefeitura estava sem disponibilidade de

mudas no viveiro municipal. O viveiro havia sido desfalcado quando a prefeitura cedeu 250.000

mudas para entidades plantarem em uma campanha que pretendia entrar para o livro de

recordes. Essa ação ocorreu na década de 1990, e praticamente todas as mudas plantadas,

acabaram morrendo. As mudas precisam ter pelo menos 2 m para o plantio. Menor que isso,

elas correm o risco de morrer e são mais difíceis de serem cuidadas.

Em 2001, de acordo com estimativa da prefeitura, Maringá contava com cerca de

80.000 árvores somente nos canteiros centrais e nas calçadas, fora os parques e praças.

Existiam mais de 20 espécies enraizadas no solo urbano maringaense. As árvores mais

comuns eram as sibipirunas, superando a marca de 50%. O ideal preconizado pelo poder

público desse tempo, era delimitar cada espécie em 15% de presença na paisagem citadina. A

prática oficial no caso das sibipirunas era de quando uma árvore era cortada, substituía-se por

outra, a não ser que fosse uma rua completa, onde apenas esta espécie ornamentasse a via.

Ao raiar do segundo milênio, Maringá convivia com ações de preservação e

movimentos predatórios em relação à arborização urbana. Iniciativas como plantar orquídeas

nas árvores da cidade é algo bem positivo, ou pelo menos pensava-se assim, fato registrado

em 2001. A escola de jardinagem, criada em 1997, com o intuito de plantar flores nos canteiros

centrais das avenidas, além de oferecer o aprendizado do ofício de jardineiro para jovens, é

desativada em 2001. Nesse mesmo ano, verifica-se aumento significativo de ações arbitrárias

contra as árvores públicas, cometidas por pessoas decididas em eliminar espécies saudáveis,

porque não queriam muita sombra ou achavam que as folhas “sujavam” a calçada.

O novo século e milênio acirra também as opiniões conflitantes entre o poder

público e a sociedade civil organizada, junto a populares avulsos. Os motivos das divergências

são a remoção de árvores e o plantio de espécies inadequadas para determinados lugares.

Anníbal Bianchini da Rocha, autoridade no assunto, alertou para a falta de projeto de

arborização nos novos loteamentos de Maringá. O agrônomo dizia que muitos estavam

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plantando qualquer espécie de árvores só para cumprir a lei, mas sem nenhuma orientação

sobre qual é a melhor opção para aquele local. Ele comentava que espécies como a Murta

Odorata, utilizada em um desses loteamentos, não servia para ser plantada em calçadas.

Segundo o agrônomo, essa era uma espécie própria para cerca viva ou jardim.

Protestos nesse período histórico se verificaram na praça Napoleão Moreira da

Silva, onde a prefeitura erradicou alguns pés de Alecrins e árvores que encontravam-se secas,

com rachaduras profundas e cupins nos troncos. Outro alvo de questionamento popular, foram

três árvores da espécie guapuruvu, localizadas no Jardim Madrid. De acordo com os técnicos

municipais, a erradicação delas justificou-se por tratar-se de árvores nativas e inadequadas à

área urbana, devido ao seu grande porte e madeira frágil. Conforme estudos realizados, elas

foram plantadas aproximadamente em 1961, e com o tempo apresentavam desacordo em

relação às normas técnicas e espaço físico.

No início de 2002, um forte vento derrubou 52 árvores no perímetro urbano. A

maioria das plantas que caíram com o temporal, apresentavam aspecto saudável na parte

aérea, mas tinham problemas nas raízes, normalmente podridão. Com o peso da água nas

folhas e a força dos ventos, as raízes atingidas não conseguiam sustentar a planta. Na maior

parte das vezes, quando ocorriam quedas de árvores, elas eram abatidas integralmente. O que

provoca a podridão da raiz são as falhas do solo, comuns na zona urbana. Por conta da

pressão do trânsito, vazamentos e deslocamentos de solo, se formam “bolhas” de ar na terra.

As bolhas acumulam água, e quando a raiz fica nestes espaços, acaba apodrecendo. São

condições difíceis de detectar, até que ocorra a queda da árvore.

O plantio de espécies em lugares inadequados se revestia em grande problema,

sendo prática crônica na cidade. Por exemplo, o fícus, cujas raízes crescem demais e acabam

quebrando calçadas e muros, e a leucena, que tornou-se uma praga por causa de sua fácil

proliferação por ser espécie exótica e invasora. Inclusive, em março de 2002, 20 árvores da

espécie leucena, foram erradicadas pelo poder público, localizadas na rua Monlevade, na zona

10. Sugeriu-se que no lugar das plantas extintas, plantassem oitis e alecrins, mais adequadas

ao local.

O início dos anos 2000 coloca explicitamente e objetivamente os problemas

enfrentados pela arborização urbana de Maringá. A recusa dos construtores em aderir à

calçada ecológica, exigência aprovada em lei em 1999, a remoção de 50 grevíleas no Parque

das Grevíleas, a destruição das raízes das árvores pelas tubulações implantadas pela

SANEPAR, entre outros reveses, revela um 2002 repleto de questões arborísticas a serem

equacionadas. Essa situação impulsionou a criação da Lei nº6.230/2003, que dispõe sobre

procedimentos a serem adotados após erradicação de árvores plantadas nas faixas de passeio

público dos logradouros do município.

Objeto de polêmica que mostra muito bem os dilemas envolvendo progresso e

preservação, teve vez em 2003, uma ação da prefeitura que precisou remover mais de 150

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árvores na avenida Tamandaré, por conta das obras do Novo Centro e a construção de novo

terminal rodoviário. Houve protestos, liderados pelas organizações ambientais, mas prevaleceu

a erradicação das plantas.

O ano de 2003 ainda seria conhecido como o ano do início do trabalho de

recenseamento de todas as árvores do perímetro urbano de Maringá. Tal ação se desenvolveu

por meio do denominado Projeto Árvore ou também conhecido como Censo Verde. O

desenvolvimento do projeto teve o apoio informal da Prefeitura Municipal, sendo consolidado

por meio da iniciativa privada, tendo como instituição responsável o Centro Universitário de

Maringá (UNICESUMAR), recebendo apoio financeiro da Companhia de Energia Elétrica do

Paraná (COPEL), da empresa fabricante de gelatinas GELITA DO BRASIL, e da empresa de

Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC). O coordenador do projeto foi o engenheiro

florestal André Cesar Furlaneto Sampaio e envolvel mais de 20 alunos do curso de Ciências

Biológicas.

O projeto teve a coleta de dados finalizada no dia 30 de agosto de 2005, coletando

dados em aproximadamente 72,55% da área efetiva de Maringá, estimando um cadastrado de

90% das árvores de vias públicas, sendo o primeiro censo da história da arborização da cidade.

Resultou em um diagnóstico amplo da situação das árvores de vias públicas, verificando mais

de 36 dados por árvores relacionados à localização, porte, manejo e a condição fitossanitária.

A ideia era repensar o verde de Maringá, radiografar todos os problemas e organizá-los em um

Sistema de Informações Geográficas (SIG) que permitiria o planejamento, replanejamento e

monitoramento da arborização urbana.

Os dados do projeto foram repassados a Prefeitura Municipal que ficou

responsável por implementar o SIG e construir um planejamento. Diversas teses de

especialização e mestrado, além de artigos científicos foram elaborados com os resultados do

projeto. O diagnóstico revelou uma situação preocupante nas árvores urbanas de Maringá.

Num total de 93.261 indivíduos arbóreos, em torno de 30% constavam como em condição geral

ruim. O quadro exigia tomada de decisões. Para piorar, em 2004, motivado por decisão judicial,

a prefeitura extraiu 40 grevíleas no contorno do Horto Florestal.

Em 2005, o jornalista, poeta e escritor Rogério Recco, publicou o livro "À Sombra

dos Ipês da Minha Terra", um trabalho que contou com dados do Projeto Árvore e traçou uma

narrativa do panorama histórico da arborização em Maringá. A obra contém informações

significativas, postas numa perspectiva histórica, fotos reveladoras do verde maringaense, e

acima de tudo, estampa um alerta para a degradação das árvores urbanas.

A situação levou, em 2006, a criação do "Instituto da Árvore". A OSCIP –

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, tinha a missão de contribuir para a

preservação e valorização da arborização da cidade. Devido o envelhecimento dos

exemplares, falta de manejo e manutenção do plano paisagístico, insuficiente produção de

mudas, substituição errônea de espécies, insegurança perante as intempéries climáticas, além

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dos prejuízos pessoais e patrimoniais, a entidade buscava promover a educação ambiental,

construção do sentimento de proteção das árvores, irradiação de Maringá como patrimônio

ambiental e cultural, e propor discussões sobre a arborização. A intenção era que esse instituto

colaborasse diretamente com a Prefeitura nas ações voltadas as árvores urbanas, mas de fato

poucas ações concretas foram executadas.

Atestando o sucesso do tema, vem à luz em 2006, o livro “Maringá Verde? – o

desafio ambiental da gestão das cidades”, do bacharel em Direito Julio Cesar Garcia. O livro

enreda o assunto ambiental numa perspectiva jurídica e histórica, e fornece dados úteis ao

processo de conhecimento da evolução das leis municipais sobre a arborização urbana de

Maringá.

Também em 2006, é defendida a dissertação de mestrado do engenheiro florestal

André Cesar Furlaneto Sampaio, intitulada “Análise da Arborização de Vias Públicas das

Principais Zonas do Plano Piloto de Maringá-PR”. A base do trabalho acadêmico foi o censo

das árvores, realizado entre 2003 e 2005, do qual o autor foi o coordenador.

Até a igreja católica, coadjuvada pelo poder público municipal, se veem envolvidos

em controverso episódio. No mesmo 2006, em função do novo projeto paisagístico da Catedral,

são extirpadas 40 Yucas do contorno da praça da catedral. A opinião pública bateu forte nos

protestos.

O ano de 2006 registra no mês de novembro a ocorrência de temporais que

arrancaram mais de 300 árvores na zona urbana. No mesmo mês, realizou-se em Maringá o

10º Encontro Brasileiro de Arborização Urbana.

O Instituto da Árvore plantou 50 exemplares de ipê-roxo nas calçadas da praça da

Catedral. Eram mudas com 3 m de altura, o que possibilitaria o desenvolvimento com mais

facilidade.

A precariedade das instalações e falta de estrutura para corresponder à

necessidade de produção de mudas nativas para replantio, levaram em 2007, os técnicos da

prefeitura a realizarem a readequação do viveiro municipal. Novas técnicas de produção e o

nivelamento do terreno, eram algumas medidas adotadas, e os resultados apareceram

rapidamente. As mudas de palmeira, ipê-mirim, flamboyant-mirim, canafístula e aroeira-salsa,

além de outras espécies nativas, começaram a ser formadas com melhor qualidade.

No final de 2007, aprovou-se a criação do Plano Diretor de Arborização. A ideia

era estabelecer um balizador, que definiria e daria as diretrizes do processo de gerenciamento

e manutenção das árvores de Maringá. O plano previa a tomada de decisões quanto à escolha

de espécies adequadas para cada região da cidade, o espaçamento, porte e altura da

bifurcação. O plano foi elaborado em uma parceria da Prefeitura Municipal com o Instituto

Árvore, porém, não foi consolidado como legislação, servindo apenas como base técnica

interna para o desenvolvimento de ações. O plano considerou os dados do Projeto Árvore e

previa a elaboração de um SIG, porém, como não teve continuidade o aparato tecnológico não

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foi elaborado. Uma justificativa para a implementação desse plano de manejo, foi a situação

caótica diagnosticada pelo Projeto Árvore, principalmente no que diz respeito às condições

fitossanitárias precárias das árvores.

Mais um parque é inaugurado em 2008. Trata-se do Parque do Japão, instalado

entre os bairros Jardim Industrial e Parque Itaipu, na zona sul. É mais um caso de

reaproveitamento de fundo de vale degradado, e transformado em local de lazer e cultura.

Confirmando a tendência da década, em outubro de 2009 um forte temporal

arrasou 244 árvores. Se formos somar as árvores derrubadas pelas inclemências temporais

durante o decênio de 2000, teríamos um recorde, onde aproximadamente 2.000 indivíduos

vegetais pereceram.

Os anos 2000 terminaram com má notícia. O Instituto da Árvore em 2010,

encontrava-se depreciado. Vários objetivos não foram atingidos e as perspectivas não eram

boas. Quando foi criado, em 2006, a intenção do município era fazer do Instituto um organismo

independente, que atuaria em colaboração intensa com o poder público na gestão das árvores

de vias públicas. Além de servir de referência ambiental, gerenciando estudos, pesquisas e

planejamentos para a paisagem urbana de Maringá e outros municípios. O Instituto da Árvore

também prestaria serviços de assessoria, execução e manutenção de projetos ligados à

arborização, treinamentos e cursos.

Para compensar esse fato negativo, no mesmo 2010, a bióloga e funcionária

pública municipal, Lidia Maria da Fonseca Maróstica, publicou o livro "Gestão Ambiental

Municipal Sustentável". A obra apresenta um conceito que defende a proposta da assimilação

da sustentabilidade ambiental como algo sistêmico.

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Figura 21: Av. Tamandaré, antes da remoção das árvores – 2003

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Figura 22: Av. Tamandaré, antes da remoção das árvores – 2003

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Figura 24: Av. Tamandaré, depois da remoção das árvores - 2003

Figura 23: Av. Tamandaré, depois da remoção das árvores - 2003

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5.1.8 Década de 2010

✔ Publicação da revista do Instituto da Árvore.

✔ Queda acentuada de árvores, por conta das tempestades e ventos.

✔ Realização do Plano Gestor da Arborização Urbana.

✔ Realização de estudo para o tombamento da arborização urbana de Maringá

(Renato Leão Rego).

A década de 2010 começou com um alento. A publicação da revista pedagógica e

histórica em 2011, denominada “Maringá: Urbanização e Arborização – A história da

arborização da cidade canção”, editada pelo Instituto da Árvore, acenava para uma iniciativa de

educação ambiental, pensando nas faixas etárias menores, e também uma forma de divulgar a

história da arborização de Maringá, pelo menos nas suas primeiras décadas, anos 1940 e

1950.

Os anos 2010 assistiram e ainda presenciam, pois, a década ainda não acabou,

uma vantagem cronológica, que é o conhecimento acumulado nos últimos 70 anos sobre a

arborização de Maringá. Muito se fez nesses anos todos para se preservar, mas também

destruir, o patrimônio vegetal que reveste a cidade de Maringá. A história da arborização

urbana de Maringá, é em larga medida, a trajetória da construção de uma consciência

conservacionista. Desde o homem e a mulher anônimos, até a sociedade civil organizada,

poderes públicos e privados, entre outros agentes sociais, traçaram um caminho histórico

bastante acidentado, mas felizmente, são várias iniciativas que surgem no sentido de valorizar

as árvores urbanas.

Proposta com esse perfil construtivo foi formulada em 2014, pelo professor,

escritor e arquiteto Renato Leão Rego. Sua proposição era a de tombar, no sentido de

preservar, determinadas espécies que configuram algumas avenidas de Maringá. É uma forma

de manter a identidade visual, estética e arbórea de espécies organizadas de maneira intuitiva,

mas que obedeceu um planejamento à moda dos precursores da arborização urbana de

Maringá.

O decênio 2010 viu crescer exponencialmente a quantidade de árvores caídas,

removidas ou mortas por outros motivos. O fato é que em nenhum momento histórico, nem

mesmo os anos 2000, perdeu-se tanta árvore urbana em Maringá. Esse cataclismo ambiental

urbano provocou reações. Uma delas foi a convocação em 2017, de profissionais oriundos de

diversas áreas do conhecimento. Liderado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente –

SEMA, a intenção dessa reunião era a produção de um documento intitulado Plano de Gestão

da Arborização Urbana de Maringá. Documento esse que encontra-se aqui finalizado.

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5.2 Caracterização de Aspectos Urbanísticos e Paisagístico 2

Setenta anos depois da criação de Maringá, a porção central da cidade ainda

chama a atenção pela arborização urbana e pelo traçado viário, incomuns aos seus novos

bairros e à maioria das cidades brasileiras. Ruas ‘curvas’ e ‘ajardinadas’ fizeram parte do

empreendimento moderno e ambicioso da companhia colonizadora, então sob nova direção.

Mas fizeram parte também de uma potente ideia urbanística em circulação mundo afora, desde

o começo do século XX: a cidade jardim.

Ao projetar a cidade de Maringá entre 1945 e 1947, o engenheiro civil Jorge de

Macedo Vieira (1894-1978) já era reconhecido como urbanista, responsável por projetar a

cidade de Águas de São Pedro e inúmeros bairros caracterizados pelo traçado de vias

sinuosas, menos regulares e, portanto, mais orgânicas, em consonância com a topografia. O

plantio da arborização urbana de Maringá ficou a cargo do engenheiro agrônomo Luiz Teixeira

Mendes (1883-1957), quem, muito provavelmente, selecionou as primeiras espécies e elaborou

a sua composição nas calçadas e nos canteiros centrais das ruas e avenidas da cidade.

Não se localizou, até o momento, algum registro físico deste trabalho de Teixeira

Mendes. Não consta que Teixeira Mendes e Macedo Vieira travaram contato, embora isso seja

possível, já que os dois tinham residência em São Paulo, onde a Companhia tinha escritório.

Em seus empreendimentos urbanos anteriores a companhia colonizadora não havia dado

atenção tão especial à arborização urbana; o que faz ponderar que em Maringá – e, por

conseguinte, em Cianorte, com desdobramento nas demais cidades criadas posteriormente –

Macedo Vieira tenha tido um papel preponderante no tratamento da arborização das cidades

projetadas. De toda sorte, o trabalho de Teixeira Mendes compreendeu, sem sombra de

dúvida, a ideia urbanística subjacente à planta traçada por Macedo Vieira e deu a ela a imagem

adequada: a da natureza tratada artisticamente, reforçando as características urbanísticas e o

aspecto que fazia de Maringá uma cidade no jardim. Vejamos então quais são as afinidades

entre os trabalhos deles.

5.2.1 Afinidades estéticas: urbanismo e arborização urbana

Os projetos de bairros e cidades elaborados por Jorge de Macedo Vieira se

enquadram naquele urbanismo que entende a cidade como uma obra de arte. Trata-se de um

urbanismo característico da primeira metade do século XX que tem menos a ver com

coeficientes, taxas e estatísticas, e mais com forma e composição, embora isso não signifique

que aspectos técnicos, sanitários e estruturais fossem relevados. Macedo Vieira era

engenheiro civil de formação. No entanto, este engenheiro civil se interessou pela

2 Ãutór dó tema: Renató Leaãó Regó – Prófessór titular da Universidade Estadual de Maringaó(Departamentó de Ãrquitetura e Urbanismó).

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especialidade, o urbanismo, ao estagiar com o arquiteto inglês Richard Barry Parker, que então

projetava em São Paulo os primeiros bairros jardins do Brasil. Estes bairros exclusivamente

residenciais se caracterizaram por um arruamento irregular, sinuoso, quase sempre consoante

com a topografia do terreno, o que imprimia uma ambiência pitoresca, enfatizada pela

vegetação marcadamente presente e pela predominância dos espaços livres sobre as áreas

edificadas. Barry Parker fora sócio e cunhado de Raymond Unwin e juntos haviam projetado

uma cidade e vários bairros com tais características na Inglaterra. Estes projetos ajudaram a

configurar a nascente profissão do urbanista e a moldar aquilo que se considerava uma bela

cidade, um ambiente urbano adequado, o espaço do bem-estar social. Nesse sentido, Unwin

escreveu um manual de urbanismo chamado ‘O urbanismo na prática: a arte de projetar bairros

e cidades’ (UNWIN, 1909) que explorava a experiência prática daqueles projetos ao mesmo

tempo em que prescrevia boas soluções para futuros exercícios projetuais. O manual não

tratava de inventar uma configuração radicalmente nova para a cidade, como aconteceu pouco

tempo depois com o urbanismo predominante na segunda metade do século XX e do qual

Brasília é um caso exemplar. Ao escrever seu manual, Unwin olhou para a história das cidades

e extraiu dela lições para a conformação de ambientes urbanos singulares, adequados e belos.

E o texto deste manual soa como um prospecto da cidade de Maringá.

Uma das suas lições iniciais é que o projeto de uma cidade deve assegurar sua

individualidade. A individualidade da cidade está ligada à consonância da sua forma com o sítio

e sua topografia, basicamente. De aí advêm um traçado único, singular, inimitável. Mas o

urbanista não deve se resignar a traçar vias conforme as curvas de nível: ele deve dar um

tratamento artístico às condições naturais. Bem, do ponto de vista físico, para o seu projeto

Macedo Vieira partiu de três preexistências:

1) a posição da estação ferroviária, cuja via já estava traçada (no papel) mas sua

construção ainda não atingira a posição da cidade, definida pelo intervalo regular

mantido entre as cidades novas fundadas pela companhia;

2) as duas nascentes ao sul da via férrea;

3) o terreno, na cota da estação, posicionado entre estas duas nascentes. Neste lugar foi

posicionado a porta de entrada da cidade – a estação – e o seu coração – o centro

cívico.

De acordo com o terreno e as características da área central da cidade – comércio

e administração pública – o traçado das vias é mais regular e ortogonal. Ao redor das duas

nascentes foram mantidas uma reserva de mata nativa, para embelezamento e bem-estar da

cidade. A partir da área central Macedo Vieira distribuiu bairros residenciais cujos traçados

subordinam a irregularidade do sítio a um desenho mais sinuoso, que abandona a

ortogonalidade da porção central para ganhar individualidade e variedade, de modo que cada

bairro tem, portanto, uma configuração própria e distinta, com limites claros e precisos.

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A proposta de Macedo Vieira vislumbrou uma cidade polinucleada: assim como a

cidade teria um centro principal, reunindo comércio e serviços em torno de uma área para

atividades cívicas, cada bairro residencial teria seu centro, secundário, conformado por uma

praça rodeada por comércio. Vias hierarquizadas organizaram a circulação urbana: avenidas

ligavam os centros secundários ao centro principal; ruas sinuosas e pitorescas forjaram as

quadras residenciais e as conectavam com o centro secundário no coração de cada bairro.

Rotatórias serviram para organizar a confluência das avenidas, largas e irregulares, e

incrementar as áreas verdes livres junto às áreas edificadas.

O aspecto moderno do traçado de Maringá residia, portanto, no projeto da cidade

como um organismo: o sistema viário e suas artérias, as avenidas, as rótulas e sua implícita

noção de funcionalidade; o seu coração - o centro cívico espaço vital para a expressão da vida

comunitária; seus pulmões responsável pela qualidade ambiental (entrevistos nos aspectos

sanitários e ambientais implícitos nas reservas de mata, na preservação das nascentes, na

combinação do traçado viário adaptado à topografia e a drenagem, no grande número de

praças e jardins); e, por fim, o aspecto estético.

A visão de urbanismo do engenheiro Macedo Vieira é fortemente tributária do

olhar do arquiteto. Pois pensava-se então que o urbanismo deveria ser um esforço para se

fazer pela cidade o que um arquiteto fazia por uma edificação. Foi nesse sentido que o

urbanismo foi entendido como a arte da arquitetura aplicada à construção da cidade, ou a

continuação da arquitetura em uma dimensão maior. De fato, se alcançava a beleza urbana

com padrões de desenho e de planejamento que valorizavam a arte, a arquitetura e seus

princípios, e aplicavam o olhar do arquiteto no arranjo de edifícios, vias, áreas livres e

vegetação.

No traçado de Maringá, Macedo Vieira mostrou um apurado senso de composição

e seus conhecimentos de engenharia, instalações hidráulicas, abastecimento de água, esgoto

e saneamento das cidades, salubridade e higiene das habitações, não ignoraram as questões

de estéticas e o caráter artístico do urbanismo. É nesse sentido que chama a atenção o

desenho da área central da cidade. Nela, a praça diante da estação e o centro cívico estavam

ligados por uma via reta, mais curta e mais larga que as demais, destacando-se então pela

dimensão generosa (45 metros de largura), pelo tratamento paisagístico (palmeiras-imperiais,

arbustos e bancos no canteiro central e tipuanas nas calçadas laterais) e pela sua relevância

no plano da cidade (a ausência de recuo frontal nos lotes voltados para esta via reforçava a

sua magnitude). A perspectiva que se abria diante do visitante que desembarcasse na

esplanada diante da estação ferroviária era a de uma avenida larga e, portanto moderna,

ladeada por edifícios comerciais e adornada por vegetação; ao final desta avenida uma praça

fechada conformava o coração da cidade. A praça central foi delimitada por edifícios públicos

(acompanhados pelo Hotel Bandeirantes) e configurava, originalmente, um espaço para fontes

luminosas e parterres de contornos ornamentais. Calçadas largas, generosas e arborizadas,

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reforçaram a atenção ao espaço público. Ao norte, mais além da estação ferroviária, foi

posicionado o conjunto poliesportivo, cujas edificações, jardins e espaços livres estavam

articulados para criar noção de conjunto e vistas marcantes. Eixos e simetria eram as suas

ferramentas usuais.

Para completar o caráter artístico do projeto de Maringá, a arborização viária

urbana assumiu um papel fundamental no embelezamento da cidade. É certo que, por um lado,

ela amenizou os efeitos do trópico e melhorou visualmente o aspecto da cidade nova,

implantada no clarão de terra vermelha recém-aberto com a derrubada e a queimada da mata;

comercialmente, a paisagem urbana então se mostrava mais atraente aos olhos dos pioneiros

com os jardins recém-plantados e a jovem arborização viária. Mas, por outro lado, não se pode

menosprezar o deleite e a qualidade estética que a arborização pôde dar em pouco tempo à

paisagem urbana. Ela reforçou o aspecto artístico do urbanismo. E nesse aspecto a

contribuição de Teixeira Mendes foi valiosa.

5.2.2 O aspecto artístico da arborização urbana

A arborização urbana devia então ser tratada com “variedade e encanto”, de modo

a servir como “decoração natural” para a cidade. Tal como o tratamento artístico da topografia

assegurava individualidade ao traçado da cidade, a arborização urbana podia assegurar a

individualidade e a identidade de cada via da cidade. Com efeito, as avenidas receberam

composições arbóreas distintas e únicas. Estas diferentes composições das espécies, com

porte (a maioria de porte médio), forma, cor, textura e florada diferentes, têm proporcionado

ornamento e beleza às avenidas da cidade. Nas ruas, túneis verdes têm assegurado o caráter

pitoresco almejado para a paisagem residencial. O plantio das árvores nas vias em geral

seguiu um padrão simétrico e harmônico, com a mesma espécie alinhada nas calçadas

laterais, garantindo a noção de unidade e conjunto; no canteiro central das avenidas, uma

segunda espécie, em geral mais exuberante, assegurava variedade e encanto, ao mesmo

tempo em que proporcionava identidade e individualidade à avenida.

Desejando a consolidação de uma unidade no efeito da arborização, longos

trechos dos logradouros foram plantados com a mesma espécie. Pois conferindo unidade e

“uma certa individualidade a nossas ruas, talvez descubramos que as pessoas alteram o seu

trajeto do e para o trabalho, tomando a rua das amendoeiras no começo da primavera e, mais

tarde, a rua das ameixeiras, a das macieiras ou a dos pilriteiros; e ainda mais tarde as ruas

plantadas com acácia, ou com árvores cuja folhagem é a sua exuberância, como o plátano. No

outono preferirão aquelas ruas plantadas com árvores mais notadas pela coloração dos seus

frutos e folhas mortas – a sorveira, o pilriteiro, a faia, e tantas outras” (UNWIN, 1909, p. 278).

Luiz Teixeira Mendes chefiou o departamento agronômico da Companhia Melhoramentos e

assegurou o plantio das árvores de Maringá – e sua conformidade com a visão de urbanismo

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de Macedo Vieira, ficando então à cargo da prefeitura a manutenção das árvores plantadas.

Capitaneou este trabalho de 1949 a 1952, quando o engenheiro agrônomo Aníbal Bianchini da

Rocha (1928-2007) assumiu o posto, uma vez que Teixeira Mendes se afastara das atividades

por motivo de saúde, embora continuasse acompanhando o trabalho à distância. Visitou

Maringá em 1956, um ano antes do seu falecimento, em 1957.

Relatórios técnicos deste departamento, assinados por Bianchini e dirigidos à

direção da Companhia, registram as atividades do Horto Florestal entre 1953 a 1960 e, do

nosso interesse, cabe destacar dentre estas atividades a conservação da sua reserva florestal

nativa, a produção de mudas no viveiro e a arborização e ajardinamento da cidade. É

interessante perceber a procedência das espécies não-existentes na flora nativa do horto e

que, trazidas do Horto Florestal de São Paulo, do Horto Florestal de Belo Horizonte e da Escola

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, foram lá introduzidas. Há registro das espécies e das

quantidades de mudas de plantas ornamentais, arbustos, árvores ornamentais e frutíferas,

doadas ou comercializadas. Em 1953, o viveiro contava uma coleção de dezoito espécies de

palmeiras e mais de 8.000 mudas de árvores. Neste ano, a Companhia registrou o plantio de

1.438 árvores na cidade. O Horto publicou em 1955 um catálogo de plantas que listava

arbustos, árvores, palmeiras e plantas de jardim disponíveis, com as características do seu

crescimento, floração, porte, dava informação prática sob o plantio e indicava o preço das

mudas. No ano seguinte, 1956, o viveiro dispunha de mais de 51.000 mudas e o plantio não se

restringia às avenidas e praças mas alcançava também as ruas. Em 1957 este número subiu

para mais de 120.000 mudas, atendendo a demanda para arborização urbana de Cianorte,

Umuarama e outras cidades da região.

Nos relatórios anuais, a lista de espécies e sua quantidade e a localização do

plantio dá evidência da composição paisagística que ia se concretizando: 25 ipês-roxos na

praça Rocha Pombo; 25 paus-de-cigarra na praça Aviação; 25 magnólias-amarelas na praça

José Bonifácio; 18 jacarandás-mimosos na praça Raposo Tavares; 149 sibipirunas na avenida

Brasil; 120 tipuanas na avenida Santos Dumont e 28 na avenida XV de Novembro; e 30

tamareiras na avenida Duque de Caxias. O tratamento estético fica explícito na especificação

dos conjuntos plantados na avenida Ipiranga (54 tipuanas, 18 palmeiras-imperiais e 57

extremosas) em 1953; e em 1955, na avenida XV de Novembro (176 tipuanas e 56 palmeiras-

imperiais), na avenida Tiradentes (140 paus-ferros e 62 flamboyants) e na avenida Duque de

Caxias (104 jacarandás-mimosos e 42 tamareiras). Espécies recorrentes eram tipuana,

sibipiruna, alecrim, jacaranda-mimoso, pau-ferro, flamboyant, ipê-roxo e amarelo, e pau-de-

cigarra, além das palmeiras, variadas e exuberantes.

5.2.3 Unidade e unicidade

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As avenidas de Maringá são arborizadas, via de regra, com uma composição de

duas espécies: uma para as árvores plantadas nas calçadas laterais e outra para o canteiro

central. Estas composições, variando de avenida para avenida, permitem que a cidade tenha

floradas em diferentes épocas, cores distintas e texturas variadas em cada avenida, que assim

pode ser identificada e reconhecida. Este é o caso, por exemplo, da XV de Novembro com sua

fila central de palmeiras ladeadas por tipuanas; ou da Duque de Caxias, com sua fila central de

tamareiras ladeadas por jacarandá-mimoso; ou da Teixeira Mendes, com as figueiras no

canteiro central, e da Rio Branco, com a sequência de pau-ferro. Como não reconhecer a

identidade destas vias tão reforçada pela sua vegetação urbana?

É inegável o valor desta arborização urbana, cuja composição plástica, fruto de

intenção estética e ambiental, demonstra unicidade e unidade, características fundamentais

para o reconhecimento do valor artístico e, por conseguinte, histórico e cultural (Brandi, 1988).

O patrimônio cultural consiste na herança que recebemos do passado, que vivenciamos no

presente e que preservamos para o futuro. É o legado sobre o qual “construímos o nosso

presente e o nosso futuro [...] fundo contra o qual podemos traçar o perfil da nossa identidade

individual e coletiva” (HORTA, 1992, p.66).

Mas esta imagem verde, característica marcante da cidade de Maringá junto com

o seu traçado viário, já está em processo de desconfiguração, atestado inclusive, por diversos

levantamentos técnicos. Naturalmente, árvores doentes devem ser cortadas, árvores mortas

precisam ser removidas. Mas nota-se quantidade de árvores erradicadas e não repostas,

causando uma lacuna na arborização de acompanhamento viário – como é o caso notório de

certo trecho da avenida Herval; ou árvores erradicadas e repostas por espécie distinta do

conjunto que caracteriza a via – como é o caso de certos trechos da avenida Duque de Caxias.

É certo que a concentração de um grande número de exemplares da mesma

espécie não é o ideal, pois traz vulnerabilidade fitossanitária, além de diminuição da

diversidade. Contudo este não é o caso, pois se trata aqui de avenidas relativamente curtas

com um número pouco expressivo de exemplares de cada espécie. É certo também que

algumas destas espécies não seriam as mais recomendadas para o plantio ao longo de vias

urbanas; mas elas estão lá, fazem parte da imagem da cidade, dos seus cartões-postais e da

memória destes lugares; tais espécies poderiam não ser plantadas em novos locais mas

deveriam ser mantidas como parte do patrimônio local. Pois trata-se aqui do valor histórico e

cultural de uma paisagem urbana marcada pelas características estéticas da arborização viária.

Pois, de acordo com o historiador Cesare Brandi, “apesar dos olhares e das épocas mudarem,

o reconhecimento que lhes confere a característica do artístico mantém-se no tempo”

(BRANDI, 1988).

Cabe, portanto, uma medida de preservação das qualidades e características

originais desta arborização, seja pelo tombamento, a exemplo do que foi feito no bairro

paulistano do Jardim América, cujo traçado urbano tem características formais semelhantes

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àquelas que deram origem à conformação de Maringá e cuja arborização urbana foi

recentemente objeto de lei de tombamento municipal, ou a exemplo da cidade de Belém, no

Pará, com suas famosas mangueiras; seja pela aplicação das medidas prescritas por um plano

de gestão da arborização urbana, que aqui se enseja (embora as duas iniciativas não se

oponham, mas se reforcem conjuntamente).

No contexto do patrimônio cultural incluem-se também os bens de natureza

paisagística, categoria que já faz parte da própria trajetória da preservação no Brasil. Os Livros

de Tombo, instituídos pelo Decreto-Lei nº 25 de 1937, já incluíam esses bens culturais no Livro

do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. No âmbito da preservação de projetos

paisagísticos, as premissas da Carta de Florença, publicada na década de 1980, apresentam

os aspectos conceituais relativos à preservação de jardins históricos.

Este plano de gestão da arborização urbana, elaborado por equipe multidisciplinar

formada por técnicos qualificados e experientes, pode garantir a preservação das qualidades e

características da arborização urbana existente em Maringá, assegurar que ela seja

disseminada para as novas áreas de expansão, e salvaguardar um bem cultural da cidade.

5.3 Localização do Município de Maringá3

Maringá está localizada na Macrorregião Sul do Brasil, na mesorregião Norte

Central Paranaense em uma posição geoeconômica estratégica, tanto do ponto de vista

demográfico e fisiográfico, quanto da rede de circulação pelas vias regionais, estaduais ou

interestaduais.

Sua posição geográfica é delimitada pelas coordenadas 23°25'31” de latitude sul e

51°56'19” de longitude oeste, ocupando uma área total de 487,052 km² sendo 141,764 km²

(29,11%) de área urbanizada e 345,288 km² (70,89%) de área rural, com uma altitude média de

555 m, estando sob o divisor de águas entre as Bacias dos Rios Pirapó e Ivaí.

O acesso ao município pela região leste é feito pela BR-376 passando pelos

municípios de Mandaguari e Marialva. Pela região norte e sul, o acesso é feito pela rodovia PR-

317 que liga a divisa do Estado de São Paulo com o Paraná e possui trechos coincidentes com

a PR-239, BR-158 e BR-272. Já pela região oeste do estado, o acesso se dá pela BR-277 que

liga Cascavel a Maringá passando pelas cidades de Ubiratã, onde se tem acesso a BR-369 já

nas proximidades de Campo Mourão.

A Lei Complementar 83 de 17 de Julho de 1998 instituiu a Região Metropolitana

de Maringá composta por 08 (oito) municípios, e, atualmente conforme redação dada pela Lei

Complementar nº 145 de 24/04/2012 é constituída por 26 municípios, sendo eles: Maringá,

Sarandi, Marialva, Mandaguari, Paiçandu, Ângulo, Iguaraçu, Mandaguaçu, Floresta, Dr.

3 Parte dó textó fói extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanósde Maringaó .

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Camargo, Itambé, Astorga, Ivatuba, Bom Sucesso, Jandaia do Sul, Cambira, Presidente

Castelo Branco, Flórida, Santa Fé, Lobato, Munhoz de Mello, Floraí, Atalaia, São Jorge do Ivaí,

Ourizona e Nova Esperança, conforme pode ser observado na Figura 25.

Figura 25: Localização do Município em contexto regional

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5.4 Caracterização Econômica4

No final dos anos 60 Maringá inicia seu processo de consolidação como uma

cidade de base produtiva industrial com foco na agroindústria. A cidade exerce não só o

importante papel de polarização industrial e de centro de prestação de serviços, como também

o de um dos mais importantes centros de comercialização de produtos agrícolas e de

distribuição de produtos industrializados para a sua região.

Conforme demonstra o Produto Interno Bruto (PIB) do município, as atividades de

prestação de serviços e industriais se destacam, uma vez que Maringá é um importante polo

industrial, de prestação de serviços e de comercialização de produtos agrícolas e de

distribuição de produtos industrializados. A Tabela 1 e Figura 26 trazem os valores do PIB

municipal no ano de 2015.

Tabela 1: Produto Interno Bruto (PIB) de Maringá – PR (2015).

Produto Interno Bruto Valor UnidadeValor adicionado bruto da agropecuária, a preços correntes 86.549 R$ 1.000,00Valor adicionado bruto da indústria, a preços correntes 2.676.187 R$ 1.000,00Valor adicionado bruto dos Serviços, a preços correntes -exclusive administração, saúde e educação públicas eseguridade social

8.959.518 R$ 1.000,00

Valor adicionado bruto da Administração, saúde e educaçãopúblicas e seguridade social, a preços correntes

1.541.760 R$ 1.000,00

Valor adicionado bruto Total, a preços correntes 13.264.013 R$ 1.000,00PIB, a preços correntes 15.453.047 R$ 1.000,00PIB per capita 38.882,00 R$ 1,00

Fonte: IBGE, IPARDES. NOTA: Nova metodologia. Referência 2010. Dados do último ano disponível estão sujeitos à revisãoquando da próxima divulgação. Diferenças encontradas são em função de arredondamentos.

4 Parte dó textó fói extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanósde Maringaó cóm atualizaçaãó das infórmaçóã es.

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Figura 26: Produto Interno Bruto (PIB) de Maringá – PR

Conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município de Maringá no ano de 1991 foi de

0,608, 2000 de 0,740 e em 2010 foi de 0,808. Observa-se que o município sofreu uma

evolução considerável e manteve-se à frente dos índices obtidos no Estado com um índice

elevado, tendo em vista que, o Estado do Paraná obteve e índices 0,507, 0,650 e 0,749 para os

anos de 1991, 2000 e 2010, respectivamente.

5.4.1 Agricultura e pecuária5

Conforme o Censo Agropecuário do IBGE de 2006, na região existia o predomínio

de pequenos e médios estabelecimentos, evidenciando a importância social da agricultura

familiar.

Como poderá ser observado na Tabela 2, conforme o Censo Agropecuário do

IBGE de 2017, dos 654 estabelecimentos agropecuários 71,86% são explorados diretamente

pelo proprietário, o restante, são áreas exploradas por arrendatários, comodatos e parceiros.

Em paralelo da área total existente 50,56% é cultivada pelo proprietário o restante de 49,44% é

cultivada pelos demais.

A maior parte dos estabelecimentos agropecuários do município estão destinados

às lavouras permanentes e temporárias onde as culturas em destaque cultivadas são a cana-

5 Parte dó textó fói extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanósde Maringaó cóm atualizaçaãó das infórmaçóã es.

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de-açúcar, o milho e a soja com uma produção de 93.182, 125.470 e 86.400 toneladas

respectivamente (Tabela 3).

Considerando a área colhida em ha, destaque para a produção de grãos (café,

soja, milho e trigo, ervilha) que representam 97,07% (48.086ha) do total de área em ha

destinadas a produção agrícola no município.

Tabela 2: Estabelecimentos agropecuários e área segundo condição do produtor - 2017

CONDIÇÃO DO PRODUTOR ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha)

Proprietário 470 14.922

Assentado sem titulação definitiva 1 x

Arrendatário 227 13.859

Parceiro 26 313

Comodato 54 383

Ocupante 2 x

Produtor sem área - -

TOTAL 654 29.516

FONTE: IBGE - Censo Agropecuário (Caderno Estatístico do Município de Maringá –IPARDES/2018)

Tabela 3: Área colhida e produção agrícola em Maringá – 2017

Produtos Áreacolhida (ha)

Produção(ton.)

Produtos Áreacolhida (ha)

Produção(ton.)

Alho 1 8 Abacate 2 20

Banana (cacho) 71 1.065 Limão 6 48

Café (em grão) 75 75 Milho (em grão) 22.010 125.470

Cana-de-açúcar 1.208 93.182 Palmito 2 4

Ervilha (em grão) 1 4 Soja (em grão) 24.000 86.400

Manga 3 10 Tomate 6 300

Laranja 30 525 Trigo (em grão) 2.000 4.000

Mandioca 100 2.000 Uva 12 74

Maracujá 2 10 Tangerina 5 75

Total Geral Área Colhida (ha) 96879 Total Geral Produção (ton.) 216391

FONTE: IBGE - Produção Agrícola Municipal (Caderno Estatístico do Município de Maringá –IPARDES/2018)

Quanto às atividades agropecuárias, destaque para a criação de galináceos

(galinhas, galos, frangos) que indicam um número efetivo de 814.450 e em segundo lugar a

criação de bovinos com o efetivo de 5.028.

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Tabela 4: Efetivos de pecuária e aves - 2017

Efetivos Números Efetivos Números

Rebanho de bovinos 5.028 Rebanho de ovinos 2.500

Rebanho de equinos 340 Rebanho de bubalinos 6

Galináceos – Total 814.450 Rebanho de caprinos 360

Galinhas 2.250 Codornas 3.665

Rebanho de suínos – Total 4.600 Rebanho de ovinostosquiados

-

Matrizes de suínos 80 Rebanho de vacasordenhadas

1.795

FONTE: IBGE - Produção da Pecuária Municipal (Caderno Estatístico do Município de Maringá– IPARDES/2018)

5.4.2 Setor empresarial e industrial6

De acordo com dados do IBGE, as atividades industriais são menos expressivas

se comparadas às atividades comerciais e de serviços no município. Maringá se destaca no

ramo de confecções e é considerada pela ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de

Confecção o segundo maior polo confeccionista do País.

Do total de estabelecimentos e empregados por estabelecimento (Tabela 5) 1.949

desenvolvem atividades industriais gerando aproximadamente 27.694 empregos enquanto que

as atividades comerciais e de prestação de serviços totalizam 13.145 estabelecimentos e um

número total de 120.205 empregos.

Das atividades industriais, destaque para as indústrias têxteis que representam

cerca de 20,63% do total de indústrias do município. Das atividades comerciais e de prestação

de serviços os estabelecimentos comerciais varejistas contabilizam 5.161 estabelecimentos e

29.905 empregos o que a coloca em 1º lugar tanto em nº de estabelecimentos como de

geração de empregos. Em segundo lugar seguem o Auxiliar de atividade econômica com 2.715

estabelecimentos e o nº de 18.044 empregos gerados. Tais dados confirmam o ponto forte da

economia do município voltado para o ramo têxtil tanto de produção industrial como de

comercialização.

Tabela 5: Número de empregos e estabelecimentos segundo atividades econômicas – 2017

Atividades Econômicas (SETORES ESUBSETORES DO IBGE)

Estabelecimentos Empregos

INDÚSTRIA 1.949 27694

Extração de minerais 3 93

Produtos minerais não metálicos 83 624

6 Parte dó textó fói extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanósde Maringaó cóm atualizaçaãó das infórmaçóã es.

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Atividades Econômicas (SETORES ESUBSETORES DO IBGE)

Estabelecimentos Empregos

Metalúrgica 236 1.998

Mecânica 170 1.565

Material elétrico e de comunicações 68 849

Material de transporte 71 605

Madeira e do mobiliário 212 1.973

Papel, papelão, editorial e gráfica 135 1.025

Borracha, fumo, couros, peles e produtos similares eindústria diversa

125 1.377

Química, de produtos farmacêuticos, veterinários, deperfumaria, sabões, velase matérias plásticas

135 2.144

Têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 402 4.875

Calçados 10 34

Produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico 274 10.382

Serviços industriais de utilidade pública 25 150

CONSTRUÇÃO CIVIL 1.069 7.653

COMÉRCIO 6.273 39.126

Comércio varejista 5.161 29.905

Comércio atacadista 1.112 9.221

SERVIÇOS 6.872 81.079

Instituições de crédito, seguros e de capitalização 241 3.773

Administradoras de imóveis, valores mobiliários,serviços técnicos profissionais, auxiliar de atividadeeconômica

2.715 18.044

Transporte e comunicações 819 13.464

Serviços de alojamento, alimentação, reparo,manutenção, radiodifusão e televisão

1.885 12.791

Serviços médicos, odontológicos e veterinários 938 7.924

Ensino 266 11.669

Administração pública direta e indireta 8 12.973

AGROPECUÁRIA (agricultura, silvicultura, criaçãode animais, extração vegetal e pesca)

233 623

TOTAL 16.396 156.175

FONTE: MTE/RAIS (Caderno Estatístico do Município de Maringá – IPARDES/2018)

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5.5 Caracterização Social7

Quando de sua fundação, foi atribuída a Maringá a função de polo regional, com

núcleo de comercialização da produção agrícola regional, centro de abastecimento,

negociações de terras, prestação de serviços, entre outras funções. Portanto, além da

imigração provocada pela nova fronteira agrícola para o plantio do café, venha a atrair também

a população em razão de outras atividades econômicas.

Como pode ser verificado na Tabela 6 e Figura 27, ocorreu expressivo

crescimento populacional da cidade de Maringá nas décadas de 70 e 80, na ordem de 59,23%.

Crescimento este, que resultou exclusivamente do processo de urbanização regional, face à

fuga da população do campo para a cidade, e habitantes de outras localidades que foram

atraídos a Maringá.

Diante do estupendo crescimento populacional na cidade entre 70 e 80, a

administração pública e a iniciativa privada procuraram equipar a cidade para poder atender ao

contingente de 60.754 novos habitantes, que se deslocaram para a zona urbana de Maringá.

Desse modo, caracterizou-se necessário a expansão da rede de água potável, da rede de

esgotos, da rede de energia e, sobretudo da abertura de novos loteamentos, novos conjuntos

habitacionais, além de novos centros de recreação e ampliação do sistema viário e de

transporte público. Desse modo, houve uma significativa ampliação do perímetro urbano em

face à abertura de novos loteamentos para comportar este aumento populacional.

O crescimento populacional verificado através dos censos realizados pelo IBGE

contribuiu para atestar a magnitude do poder polarizador exercido regionalmente pela cidade

de Maringá.

Os valores da Tabela 6 identificam os dados de população do município deMaringá, para o período de 1970 até 2018, sendo que na área rural, para a estimativa foiutilizado o mesmo percentual do censo de 2010 (2,23%).

É evidente que a cidade de Maringá apresenta substancial crescimentopopulacional, pois segundo dados do IBGE, conforme a estimativa da população de 2018,Maringá apresentou 417.010 habitantes, obtendo um crescimento de 59.893 habitantes desdeo último censo realizado em 2010.

7 Textó extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanó de Maringaócóm atualizaçaãó das infórmaçóã es.

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Tabela 6: População total do Município de Maringá – PR

Tipo de domicílio Ano

1970 1980 1991 2000 2010 2018

Urbanó 99.898 160.652 234.079 283.978 349.120 407.711

Rural 21.476 7.580 6.213 4.475 7.997 9.299

Tótal 121.374 168.232 240.292 288.653 357.117 417.010

Fonte: IBGE

5.6 Caracterização da Infraestrutura do Município

Este tópico descreve as principais dimensões do município de Maringá em termos

de infraestrutura, incluindo comunicação, energia elétrica, sistema educacional, saúde pública,

esgotamento sanitário e abastecimento de água.

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Figura 27: Evolução da população no Município de Maringá – PR

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5.6.1 Comunicação

Maringá dispõe de serviço de telefonia fixa e móvel. As empresas operadoras

existentes no município são Embratel, Sercomtel, Oi, Vivo, Oi Móvel, Claro Celular, Vivo

Celular e Tim Celular.

Na mídia impressa, destacam-se vários jornais locais, o sinal de TV aberta

recebido no município é proveniente das seguintes emissoras: Rede Paranaense de

Comunicação – RPC repetidora da Rede Globo de Comunicação, Grupo Paulo Pimentel – GPP

do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT e Rede Independência de Comunicação – RIC da

Record, Rede Bandeirantes de Televisão - BAND, dentre outras emissoras locais. Maringá

conta ainda com 10 emissoras de radiofusão, 5 de radiotelevisão e 13 televisão digital.

O sistema de envio e recebimento de encomendas é realizado através das

empresas de transporte rodoviário que atuam no município e pela Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos (ECT), sendo que esta última possui: 3 agências do correio, 2 agências

do correio comunitárias, 5 agências franqueadas, 1 agência terceirizada.

5.6.2 Energia elétrica

A Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL atende a distribuição de

energia elétrica no município de Maringá. A cidade possui um total de 500 km de rede de

distribuição urbana. Considerando dados referente o exercício de 2017, as unidades de

atendimento por setores residencial, industrial, comercial e rural, do total de 180.219

consumidores cerca de 84,01% estão registrados na categoria residencial (na zona urbana). Na

sequência, a categoria comercial que corresponde a 11,97% do total de consumidores e o

restante estão divididos entre as categorias rural e industrial.

Quanto ao índice de consumo em MwH, o maior índice de consumo está

concentrado na indústria sendo que a mesma consome 164.829 MwH carga total da COPEL e

207.768 de consumo livre8, totalizando 372.597 MwH, sendo seguido pela categoria residencial

com 353.976, e setor comercial com 293.478 MwH (Figura 28).

8 Cónsumó livre inclui ó cónsumó de energia eleó trica da autópróduçaãó da induó stria, óscónsumidóres atendidós pór óutró fórnecedór de energia, e ós cónsumidóres que póssuem umaparcela de carga atendida pela COPEL e a óutra parcela atendida pór óutró fórnecedór.

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Figura 28: Consumo de energia elétrica por categorias em Maringá.FONTE: COPEL e Concessionárias CELESC, COCEL, CFLO, CPFL e FORCEL (CadernoEstatístico do Município de Maringá – IPARDES/2018)

5.6.3 Sistema Educacional

Maringá apresenta uma gama muito ampla de opções nas áreas educacional, de

ensino técnico e de formação superior, em especial nesta última, onde aproximadamente 15

instituições oferecem mais de 100 cursos de graduação dentre elas a Universidade Estadual de

Maringá (UEM), e as instituições privadas: UniCesumar - Centro Universitário Cesumar,

Faculdade Eficaz, UNIFAMMA - Faculdade Metropolitana de Maringá, Faculdades Maringá,

Faculdade Cidade Verde, PUCPR -Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Faculdade

Santa Maria da Glória (Alvorada), Centro Universitário Ingá, FEITEP - Faculdade de

Engenharia e Inovação Técnico Profissional, Faculdade América do Sul.

Conforme dados divulgados pelo IPARDES, em 2018 o município possuía 78.229

alunos matriculados em unidades educacionais de ensino regular em dependências

administrativas federais, estaduais, municipais e particulares, sendo que deste total 37,58% é

atendido pela rede municipal (Tabela 7). Quanto ao ensino médio e educação profissional

oferecidos pela rede estadual e particular do total de 17.012 matriculados, 60,08% pertence à

rede estadual.

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Tabela 7: Matrículas do Ensino Regular – 2017

Dependência Administrativa

Modalidade Estadual Municipal Particular Total

Educação infantil - 12.901 4.990 17.891

Creche - 6.854 2.224 9.078

Pré-escolar - 6.047 2.766 8.813

Fundamental 13.538 16.498 13.290 43.326

Médio 8.904 - 4.823 13.727

Educação Profissional 1.317 - 1.968 3.285

Total 23.759 29.399 25.071 78.229

Fonte: MEC/INEP (Caderno Estatístico do Município de Maringá – IPARDES/2018)

Nas instituições de ensino superior o índice de concluintes para o ano de 2017 foi

de 1.806 alunos na instituição estadual (UEM – Universidade Estadual de Maringá) e de 4.673

nas instituições de ensino particular, totalizando 6.479 concluintes, e na modalidade de ensino

à distância foram realizadas 9.989 matrículas com 1.833 concluintes (Tabela 8).

Tabela 8: Matrículas e concluintes do ensino superior em 2017

Dependênciaadministrativa

Modalidade de Ensino

Presencial À distância

Matrículas Concluintes Matrículas Concluintes

Estadual 11.572 1.806 - -

Particular 22.523 4.673 9.989 1.833

Total 34.095 6.479 9.989 1.833

Fonte: MEC/INEP (Caderno Estatístico do Município de Maringá – IPARDES/2018)

5.6.4 Saúde pública

Conforme as despesas por função, com o setor de saúde, no período entre

01/01/2018 até 05/11/2018, o município teve um gasto empenhado no valor de R$

522.745.911,03, sendo que o orçado para o exercício foi de R$ 585.118.520,68.

Conforme o MS/CNES, divulgado no Caderno Estatístico de Maringá pelo

IPARDES/2018, em 2017 o município possuía 1.490 estabelecimentos de saúde, conforme

classificação segundo a esfera jurídica abaixo:

78 representam o total de estabelecimentos públicos de saúde;

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784 entidades empresariais;

30 entidades sem fins lucrativos e

598 pessoas físicas.

Dos estabelecimentos acima citados temos 1.044 consultórios, 11

estabelecimentos com disponibilidade de internação total e 133 com diagnose e terapia total.

Em dezembro de 2017, do total de 1.421 leitos, 763 são leitos públicos (SUS) e

1.421 são leitos de estabelecimentos privados, sendo distribuídos por especialidade, conforme

a Tabela 9.

Tabela 9: Leitos Hospitalares segundo especialidade em 2017

Especialidade SUS Não SUS Total

Cirúrgicos 192 228 420

Clínicos 242 174 416

Obstétricos 59 65 124

Pediátricos 62 48 110

Outras especialidades 199 138 337

Hospital/dia 9 5 14

Total 763 658 1.421

Fonte: MS/CNES (Caderno Estatístico do Município de Maringá – IPARDES/2018)

De acordo com dados do SESA – Secretária de Saúde do Estado do Paraná, das

404 crianças nascidas vivas, entre janeiro e fevereiro de 2017, 04 morreram antes de completar

01 ano de idade, o que representa um coeficiente de mortalidade infantil de 0,99. Ainda,

conforme o MS/Datasus, divulgado no Caderno Estatístico de Maringá pelo IPARDES, em 2018

o município apresentou o coeficiente de mortalidade geral com 5,71 a cada 1.000 habitantes, e

o coeficiente de mortalidade infantil com 10,08 a cada 1.000 nascidos vivos.

5.6.5 Esgotamento Sanitário

A existência de sistema de esgotos sanitários eficiente tem grande reflexo na

melhoria das condições sanitárias, na conservação dos recursos naturais, na eliminação de

focos de poluição e de contaminação, na redução das doenças de veiculação hídrica, na

redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas

está relacionada com a falta de saneamento, na diminuição dos custos de tratamento da água

para abastecimento público, dentre outros.

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O serviço de coleta e tratamento de esgoto em Maringá é realizado pela

Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR. O índice de coleta de esgoto no município

é superior a 85% (SNIS) sendo que 100% do esgoto coletado é tratado.

Para os imóveis situados em áreas ainda não atendidas com rede coletora pública

de esgoto, a Prefeitura Municipal de Maringá tem tido uma atuação destacada, de forma que

estes tenham uma solução individual adequada. Para tanto, a municipalidade dispõe de

instrumentos legais para orientar a elaboração do projeto de solução individual, bem como para

a fiscalização de sua correta implantação.

O tratamento do esgoto é feito pelo sistema RALF – Reator Anaeróbico de Lodo

Fluidizado – que permite nível de eficiência de 85%, conforme informação da SANEPAR.

Das unidades residenciais, 140.533 são abastecidas por água potável e 143.503

são abastecidas por rede de esgoto (Tabela 10; Figura 29). Dos estabelecimentos comerciais

17.640 unidades, do setor industrial 577 e dos setores de utilidade pública e setor público 965.

Tabela 10: Atendimento de Esgoto pela Sanepar - 2017

Categorias Unidades atendidas Ligações

Residenciais 143.503 95.968

Comerciais 17.640 12.390

Industriais 577 565

Utilidade pública 582 567

Poder público 383 383

TOTAL 162.685 109.873

Fonte: FONTE: SANEPAR e Outras Fontes de Saneamento (Caderno Estatístico do Municípiode Maringá – IPARDES/2018)

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Figura 29: Esgotamento Sanitário.

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5.6.6 Abastecimento de Água

Em Maringá, o abastecimento de água é realizado através da captação no Rio

Pirapó, tendo sido implantada pela CODEMAR com início da operação datada de 01/09/1980,

porém em 1997 a SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná mudou o ponto de

captação para uma região 200 metros acima da original, para fugir do afluente Rio Sarandi,

que, segundo a empresa, era foco de poluição, tornando assim a captação de água bruta em

duas elevatórias, baixo e alto recalque. Procurando manter a boa qualidade da água, são

realizados testes com a utilização de amostrar coletadas em vários pontos da cidade,

correspondendo a 385 locais em sua grande maioria estabelecimentos públicos.

O abastecimento de água é através da captação de água superficial no Rio Pirapó,

e poços artesianos, segundo divulgação no Caderno Estatístico Municipal de Novembro/2018

em 2017 o consumo de água faturado apresentou o volume de 24.401.208 m³, correspondendo

a uma média diária de 813.373,60 m³.

Do total de unidades atendidas 139.770 são ligações residenciais, 18.619

comerciais, 880 industriais, 714 de utilidade pública e 515 do poder público o que totaliza

160.498 ligações conforme Tabela 11.

Tabela 11: Abastecimento de água pela Sanepar - 2017

Categorias Unidades atendidas Ligações

Residenciais 139.770 111.319

Comerciais 18.619 13.795

Industriais 880 863

Utilidade pública 714 704

Poder público 515 515

TOTAL 160.498 127.196

Fonte: FONTE: SANEPAR e Outras Fontes de Saneamento (Caderno Estatístico do Municípiode Maringá – IPARDES/2018)

5.7 Caracterização Ambiental do Município de Maringá9

Este tópico trata da caracterização de aspectos abióticos e bióticos do município

de Maringá, incluindo geologia e geomorfologia, pedologia, clima, hidrografia, vegetação,

parques e reservas.

5.7.1 Geologia e geomorfologia

9 Parte dó textó fói extraíódó dó Planó Municipal de Gestaãó Integrada de Resíóduós Sóó lidós Urbanósde Maringaó .

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De acordo com Maack (2002) “A modelagem da atual superfície do Estado do

Paraná foi processada pelos sistemas hidrográficos, movimentos epirogênicos e tectônicos,

assim como pela influência de alteração do clima”. No Paraná a Bacia Sedimentar aflora no

Segundo e Terceiro Planalto, compreendendo rochas paleozóicas (Grupo Paraná, Super Grupo

Tubarão, Grupos Itararé e Guatá e Grupo Passa Dois), mesozóicas (Grupo São Bento) e

cenozóicas.

Conforme as características geológicas do Estado do Paraná e considerando a

localização geográfica, o município de Maringá localiza-se no Terceiro Planalto Paranaense.

Geologicamente, o terceiro planalto pode ser divido em duas unidades litológicas:

a Formação Serra Geral originada de derrames basálticos e a Formação Caiuá e Santo

Anastácio caracterizada pelos arenitos.

A Formação Serra Geral constitui-se principalmente de rochas basálticas de

natureza fissural, de coloração cinza-escura a negra de idade jurássica-cretácica. Em termos

de composição química, estas rochas podem ser divididas em dois grupos básicos: os basaltos

alto titânios (Ti O2> 2%) e os basaltos baixo titânio (TiO2 < 2%). Nos derrames mais espessos,

a zona central é maciça, microcristalina, fraturada por juntas subverticais, dividindo a rocha em

colunas. A Formação Caiuá constitui-se basicamente de quartzo, e quantidades subordinadas

de feldspatos, calcedônia e outros minerais. Ocasionalmente podem ser subarcoseanos.

A Formação Caiuá constitui-se basicamente de arenitos finos a médios, minerais

de quartzo, e quantidades subordinadas de feldspatos, calcedônia e outros minerais,

ocasionalmente podem ser sub-arcoseanos.

Os grãos são de seleção regular à boa, geralmente sub-arredondados a

arredondados, foscos, encobertos por película de óxido de ferro, com estratificação cruzada

discordante sobre o basalto.

Enfim informações geológicas do meio físico têm importância fundamental no

processo de planejamento urbano, no uso dos recursos naturais e no bem estar da população.

O impacto no meio físico causado pela ocupação desordenada do solo, tem como resultado a

alteração do meio ambiente, culminando com a deflagração de acidentes geológicos, prejuízos

à população e ao poder público, e risco à vida.

A formação de erosões, voçorocas, afundamento cárstico, colapso e adensamento

de solo, assoreamento, erosão marinha, inundação, escorregamento e poluição das águas são

exemplos de processos decorrentes ou incrementados pelo uso inadequado do solo.

No município de Maringá existe a predominância da formação Serra Geral, porém,

no Distrito de Iguatemi predomina a formação Caiuá, e próximo ao Rio Pirapó pode ser

observado Depósitos Fluviais atuais e Sub-atuais predominantemente arenosos (Figura 30).

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Figura 30: Unidades Geológicas

No que concerne a geomorfologia, além de estar localizada no terceiro planalto em

uma área de 4.125,23 Km2, Maringá pertence a sub-unidade morfoescultural do Planalto de

Maringá (ITCG, 2010).

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A área central do município foi planejada e construída no interflúvio entre as

bacias hidrográficas do Rio Pirapó e do Rio Ivaí.

As altitudes nesta região variam entre 340 m e 740 m, cerca de 70% do município

está entre as cotas altimétricas de 420 m a 540 m, 15% abaixo de 420 m e 15% acima de 540

m (PAIVA et al. 2009).

As formas de relevo são predominantemente de topos alongados e aplainados e

de vertentes convexas em vales de formação tipo “V”, modeladas em rochas de formação da

Serra Geral (ITCG, 2010). A classe de declividade predominante varia de 3% a 12%.

Finalmente, o relevo e a declividade são características que devem ser

observadas para utilização e aproveitamento mais racional de um terreno, permitindo ao

homem uma melhor adequação dos usos e projetos para esse ambiente.

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Figura 31: Mapa de declividade do Município de Maringá/PR

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5.7.2 Pedologia

Para a classificação dos solos foram utilizadas como base a carta de solos IAPAR/

Embrapa (2008) e o Sistema Brasileiro de Classificação dos solos EMBRAPA (2013)10.

A partir desta classificação podemos diferenciar cinco tipos de solos presentes na

região de Maringá: latossolos do tipo vermelho textura argilosa, latossolos vermelhos textura

média, nitossolos, argissolos e neossolos.

No quadro abaixo seguem as referidas ocupações por áreas dos tipos de solos

característicos de Maringá:

Tabela 12: Classes de solo e ocupação em Maringá/PRClasses Área (km2) Ocupação (%)Latossolo Vermelho, Textura Argilosa 155,843 32,85Latossolo Vermelho Textura Média 21, 528 4,54Nitossolo Vermelho 265,478 55,96Argissolo 1,724 0,36Neossolo 29,807 6,29

Fonte: Embrapa, 1999.

Os latossolos vermelhos com textura argilosa, representam a segunda maior área

no município (Figura 32), são derivados das rochas basálticas da formação Serra Geral,

encontrados principalmente nas áreas planas dos topos das bacias, de baixa declividade, são

solos profundos, elevada porosidade e permeabilidade. Na região de Maringá, ao longo do

interflúvio principal (em posição de topo) esses solos alcançam 10 m de espessura,

apresentam em média de 70% a 80% de fração argila e porosidade total da ordem de 60% a

65% (NÓBREGA et al., 2003). Apesar da baixa fertilidade natural, o relevo é muito favorável

aos trabalhos agrícolas, não existindo fatores capazes de impedir o uso das máquinas e

implementos. Assim a mecanização é viável em praticamente toda a área da unidade.

Os latossolos vermelhos textura média, são derivados das rochas areníticas da

formação Caiuá, encontrado também nas regiões planas dos topos das bacias a oeste do

município. Apresentam boa permeabilidade e uniformidade das características morfológicas.

Tem como fator limitante mais importante para sua utilização agrícola a baixa fertilidade

natural, seguida da susceptibilidade à erosão, suas condições físicas, entretanto, são

favoráveis à maioria das culturas regionais, somadas às condições do relevo. Supõem-se

assim que esses solos possuem alta capacidade produtiva, pois não existem obstáculos que

impeçam controlar as limitações de fertilidade e erosão.

Os nitossolos vermelhos, representam a maior área desta classe no município,

são derivados das rochas basálticas da formação Serra Geral, encontrado nas áreas de média

declividade das vertentes. São caracteristicamente de textura argilosa ou muito argilosa,

10 EMBRÃPÃ, Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3ª Ed. 2013, 353p.

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constituídos por material mineral com horizonte B nítico (reluzente), estrutura em blocos

subangulares, angulares ou prismática moderada ou forte, com superfície dos agregados

reluzente, relacionada a cerosidade e/ ou superfícies de compressão. São solos profundos,

bem drenados, de coloração variando de vermelho a brumo. São encontrados normalmente

próximos aos grandes rios da região, possui um alto grau de fertilidade natural, sendo

considerado um dos solos mais férteis da área. Embora possua boas condições físicas, são

solos suscetíveis à erosão, sendo necessário o emprego de práticas conservacionistas simples

ou intensivas, conforme a declividade. Todavia suas condições físicas e químicas são

favoráveis à maioria das culturas.

Os argissolos, derivados das rochas areníticas da formação Caiuá, ocupam o

terço inferior das vertentes, são pouco profundos, possuem textura arenosa a média,

constituídos por material mineral, que tem como características diferenciais argila de atividade

baixa e horizonte B textural (Bt), imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte

superficial. Esses tipos de solos ocorrem em relevo suave ondulado, possuem uma fertilidade

natural média, são solos expostos sobre o arenito Caiuá, pois sua formação é a partir de

materiais oriundos da intemperização desse arenito. São susceptíveis à erosão e possuem

algumas limitações agrícolas.

Por fim, os neossolos, constituídos por material mineral ou por material orgânico,

são solos rasos, com pouca expressão de processos pedogenéticos. Ocupam áreas de relevo

dissecados e a presença de rochas próximo da superfície, bem como possuem elevada

fertilidade natural.

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Figura 32: Mapa pedológico do Município de Maringá

5.7.3 Clima

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O clima no município de Maringá, segundo a classificação de Köppen (1978), é do

tipo subtropical Cfa, com verões quentes, geadas pouco frequentes e chuvas abundantes no

verão. A temperatura média do mês mais frio não ultrapassa os 18 °C e a temperatura média

do mês mais quente está acima de 22°C.

O regime de precipitação pluviométrica de Maringá fica caracterizado como

sazonal, com verão chuvoso e inverno seco. Ficam configuradas duas estações, sendo uma

chuvosa, que se inicia em setembro com ligeira queda em novembro, crescendo novamente a

partir de dezembro, e outra seca apresentando seu início em maio, sendo mais acentuada em

agosto. A precipitação média anual varia de 1300 até 2100 mm (NEGRÃO, 2008), com médias

mensais de 59 a 229 mm.

No período de 1980 a 1998 a direção predominante dos ventos foi Nordeste e

soprando durante todos os meses do ano, ficando associada a massa tropical antártica. Em

segundo plano, estão os ventos de Leste. Os ventos de Sudeste, Sudoeste e Sul manifestam-

se com maior frequência durante os meses de outono e inverno, isso devido a entrada de

sistemas frontais associados a massa atlântica. Os ventos de Norte, Noroeste (associados a

massa tropical continental – quente e seca) e Oeste caracterizam-se pela menor frequência

(ANJOS, 2000).

5.7.4 Hidrografia

No que diz respeito às características hidrográficas da região, Maringá encontra-se

em uma área de interflúvio entre as bacias do Rio Pirapó (bacia do Rio Paranapanema) e a

Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí (Erro: Origem da referência não encontrada). O padrão de

drenagem predominante é subdentrítico em treliça e subparalelo com orientação estrutural

(Norte-Sul).

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Figura 33: Hidrografia do Paraná

A cidade é dividida por um espigão no sentido E –W, com isso os córregos que

nascem ao norte do espigão central deságuam no Rio Pirapó, estando entre os mais

conhecidos os córregos: Mandacarú, Osório, Isalto, Miosótis, Nazareth, Ibitinga e Ribeirão

Maringá. E os córregos Borba Gato, Nhanguaçú, Birigui, Cleópatra, Moscados e Merlo, que

nascem ao sul do espigão, deságuam no Rio Ivaí. Todos esses córregos são de volume e de

dimensões reduzidas, sendo o rio Pirapó, de dimensão e volume médio.

Bacia hidrográfica do Rio Pirapó

A maior parte da bacia hidrográfica do Rio Pirapó está localizada na região central

do Paraná, coordenadas de Latitude 22º32‟, 23º36‟S e Longitude 51º22‟ e 52º12‟ W, sendo

limitada ao sul pela Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí.

Apenas 57% do município esta inserido na bacia do Rio Pirapó que compreende

5.076,00 km² de área e 370,125 km de perímetro. Suas nascentes afloram no município de

Apucarana, cerca de 1.000 m de altitude. Sua drenagem principal percorre 168 km até sua foz

na cidade de Jardim Olinda já a 300 m de altitude, onde na sequência deságua na Bacia do Rio

Paranapanema.

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Contribui para esta bacia aproximadamente 60 afluentes diretos, sendo que seu

afluente mais extenso é o Rio Bandeirantes do Norte, com uma extensão de 106 Km, 28

afluentes pela sua margem esquerda e 6 pela sua margem direita.

Dentre as principais fontes de contaminação do Rio Pirapó destacam-se para a

área urbana o lançamento clandestino de esgoto e na área rural o escoamento de partículas do

solo devido à erosão que consequentemente causam assoreamento, além da contaminação

proveniente da dispersão de material químico e agrotóxicos utilizados na lavoura. Vale

ressaltar, que a abrangência de cobertura de tratamento de esgoto é extremamente reduzida

nesta Bacia, apenas sete municípios, dentre eles Maringá, apresentam índices acima da média

estadual.

Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí

A Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí possui uma área de 35.845 Km², cerca de 25% do

território paranaense. Sua localização é delimitada pelas coordenadas de latitude 23°10‟ S e

longitude 53°43‟ – 50°45‟ W.

Suas nascentes estão localizadas na porção central do estado, no município de

Irati a uma altitude de aproximadamente 1200 m. Seu canal principal percorre 685 km no

sentido SE – NW até a sua foz, confluência com o Rio Paraná, no município de Icaraíma a

aproximadamente 300 m de altitude.

Por se tratar de uma região potencialmente agrícola e de extração mineral,

principalmente de argila para abastecimento de olarias, o principal impacto ambiental

observado na região trata-se da degradação das matas ciliares e da consequente erosão e

assoreamento dos cursos d’água.

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Figura 34: Localização de Maringá e suas bacias hidrográficas

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5.7.5 Vegetação

O município de Maringá se localiza dentro da área do Bioma Mata Atlântica, no

qual se inserem vários ecossistemas florestais. Trata-se de Bioma com altos índices de

biodiversidade e de endemismo, mas que atualmente encontra-se em situação crítica de

alteração de seus ambientes, já que seus domínios hoje abrigam 70% da população brasileira,

além das maiores cidades e os mais importantes pólos industriais do Brasil. De acordo com

dados recentes do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, o Bioma está

reduzido a apenas 7,26% do que existia originalmente no Brasil (FUNDAÇÃO SOS MATA

ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2009).

No Paraná a área de abrangência do bioma Mata Atlântica engloba mais de 80%

do território do Estado, e se constitui de distintas unidades fitogeográficas (ecossistemas

florestais): Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Floresta Ombrófila Mista (Floresta

com Araucária) e Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Seca do Rio Paraná), além das

formações não florestais Estepes e Savanas (Campos gerais) (RODERJAN, GALVÃO, et al.,

2002). Originalmente a cobertura predominantemente era florestal, ocupando

aproximadamente 84% da área do Estado, sendo o restante ocupado pelas formações

campestres. Algumas décadas de exploração intensa e contínua foram suficientes para

modificar esta paisagem. O processo de devastação, ocasionado pela ocupação antrópica,

acabou por reduzir a cobertura florestal nativa do Estado para 10,53% do que havia

originalmente, considerando o período de análise do ano de 2005 até 2008 (FUNDAÇÃO SOS

MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2009).

Todos os ecossistemas florestais encontrados no Paraná foram degradados.

Restando aproximadamente 0,8% da cobertura original do Paraná com Floresta Ombrófila

Mista (CASTELLA e BRITEZ, 2004), cerca de 2% da cobertura da Floresta Estacional

Semidecidual (WILLIS, 1979; BIERREGAARD e LOVEJOY, 1988; DURIGAN et al, 2000) e

cerca de 7,73% da Floresta Ombrófila Densa (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA;

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2009). Estima-se que esses percentuais

sejam ainda menores atualmente, pois os estudos dessas coberturas (citados acima) já se

encontram desatualizados e os desmatamentos apesar de terem sido reduzidos continuam

acontecendo.

De acordo com o delineamento de Maack (1968) e adotando o Sistema

Fisionômico-Ecológico de Classificação da Vegetação Brasileira, proposto por Veloso et al.

(1991), o município de Maringá enquadra-se na região fitogeográfica denominada Floresta

Estacional Semidecidual (FES). Devido ao relevo possui uma fisionomia vegetal classificada

como de formação Submontana.

A FES tem sua fisionomia condicionada pela dupla estacionalidade climática. Uma

estação tropical com intensas chuvas de verão seguidas por estiagens e outra estação

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subtropical com período seco moderado (até 2 meses) e com seca fisiológica provocada pelo

frio do inverno (IBGE, 2012). Neste tipo florestal, a porcentagem de árvores caducifólias situa-

se entre 20 a 50 % das espécies. As Florestas Estacionais Semideciduais constituem-se,

geralmente, de indivíduos arbóreos perenifólios até decíduos, com até 30 m de altura, sem

formar cobertura superior contínua. Também existem os elementos arbustivos, lianas e epífitas,

sendo esta última em menor quantidade quando comparada às florestas ombrófilas (LEITE e

KLEIN, 1990).

A Floresta Estacional Semidecidual caracteriza-se pelo dossel irregular com

indivíduos emergentes que podem alcançar até 35 m. No estrato superior destacam-se

Aspidosperma polyneuron (peroba), Tabebuia heptaphylla (ipê-roxo), Gallesia integrifolia (pau-

d’alho), Balfourodendron riedelianum (pau-marfim), Peltophorum dubium (canafístula), Cordia

trichotoma (louro-pardo), Parapiptadenia rigida (gurucaia), Anadenanthera colubrina

(monjoleiro), Machaerium stipitatum (sapuva) e Apuleia leiocarpa (grápia), entre outras. Os

estratos dominados são caracterizados por espécies como Guarea macrophylla (baga-de-

morcego) e Chrysophyllum gonocarpum (caxeteira). São comuns as descontinuidades do

dossel formando clareiras colonizadas por taquarais (Merostachys spp e Chusquea spp)

(MAACK, 1968; LEITE; KLEIN, 1990; RODERJAN et al., 2002).

A Floresta Estacional Semidecidual (FES) foi o ecossistema florestal mais rápido e

extensamente devastado no Estado do Paraná e em toda a sua área de ocorrência natural, que

compreende parte dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do

Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo e de países vizinhos, como o Paraguai

e a Argentina. A expansão da atividade agrícola iniciada no Norte do Paraná a partir de 1920,

em função da boa fertilidade do solo, trouxe ampla devastação na Floresta Estacional

Semidecidual, que rapidamente foi reduzida a pequenos e esparsos fragmentos florestais. Dos

fragmentos remanescentes, poucos têm área representativa e encontram-se preservados. Um

dos principais problemas ocasionados por esta fragmentação intensa é a extinção de espécies,

que tem sido frequentemente documentada no Brasil e no mundo (WILLIS, 1979;

BIERREGAARD e LOVEJOY, 1988; DURIGAN et al., 2000).

O município de Maringá exemplifica bem essa situação, pois consta entre os com

menor área florestal do Estado, tendo apenas 3,1% de sua cobertura original de florestas

nativas (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2011). Sampaio (2013) encontrou na

área rural do município 161 fragmentos florestais e classificou aqueles em melhor estado de

conservação (fragmentos fonte). Os fragmentos em geral encontram-se dispersos e isolados,

sendo a maioria menor que 50 hectares (54,8%) e nenhum alcançando 400 hectares. Trata-se

de uma paisagem altamente impactada em seus processos ecológicos.

A conservação da FES no município de Maringá vem acontecendo de forma

progressiva, com o desenvolvimento de políticas públicas que coíbem sua destruição, tais

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como: planos de manejos nas áreas e, o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da

Mata Atlântica de Maringá.

As condições de solo, clima e relevo em Maringá viabilizam a proposição de uma

enorme variedade de espécies para uso na arborização de vias públicas, sejam exóticas ou

nativas. Porém, devido a problemática ambiental da FES e sua alta degradação na região a

alternativa de aumentar a frequência (densidade) de espécies dessa tipologia florestal, portanto

nativas, na arborização urbana é fator ecológico relevante e que deve ser destacado.

5.7.6 Parques e Reservas

Conforme o inciso V do artigo nº 7º da LC 888/2011, uma das zonas existentes é a

Zona de Proteção Ambiental, destinadas a contribuir para a manutenção do equilíbrio ecológico

e paisagístico, admitindo apenas edificações que se destinam ao apoio às funções de parques

e reservas florestais.

Conforme o referido artigo, existem no município 20 zonas de proteção, das quais

a ZP1 são áreas de fundo de vale, a ZP20 é classificada por maciços de mata nativa

remanescentes no território municipal, as demais zonas de proteção são parques e reservas,

das quais serão descritas separadamente nos itens a seguir.

Cabe relatar que existem alguns parques que não foram relacionados no inciso V

Art. 7º da LC 888/2011, entretanto os mesmos serão descritos visto terem sua origem oficial

através de lei.

Em um levantamento aproximado, os parques e reservas apresentam uma área de

8,70 km² e as áreas de preservação permanente, existentes na área urbana e rural

correspondem a aproximadamente 49,31 km². Considerando que com a Lei Estadual nº

19.030/2017 (que altera divisa entre os municípios de Maringá e Sarandi) o município de

Maringá ficará com uma área de 467,63 km², portanto pode-se afirmar que a área de

preservação permanente e parques existentes no município correspondem a 12,405% da área

total do perímetro municipal.

Parque Florestal Municipal das Perobas

O Parque Florestal Municipal das Perobas está situado em uma ZP8 (Zona de

Proteção Ambiental 8) possui área de 263.438,74 m². Localiza-se à 9,5 Km do perímetro

urbano (centro) de Maringá na saída para Campo Mourão. Reconhecido como parque pela Lei

nº 3.513/1993 e pelo Decreto 419/1995, o parque possui um remanescente da vegetação

nativa com espécies representativas da flora e da fauna. Seu interior apresenta extrato médio,

sendo possível observar indivíduos jovens de peroba (Aspidosperma polyneuron), que em sua

maioria foram replantados, cujas sementes foram colhidas e produzidas no Parque do Ingá.

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Parque Florestal Municipal das Palmeiras

Reconhecido como parque pela Lei 3.513/1993 e pelo Decreto 504/1994, o Parque

Florestal Municipal das Palmeiras, localiza-se no bairro Jardim Vitória, zona 30, da Gleba

Ribeirão Maringá. Possui 61.134,48 m² de área, composta entre as infraestruturas do mesmo,

vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, das quais destacamos: o alecrim (Holocalix

balansae), espinheira santa (Maytenus ilicifolia), peroba (Aspidosperma polyneuron), paineira

rosa (Choristia speciosa), gabiroba (Campomanesia cf. Xanthocarpa), algodoeiro (Bastadiopsis

densiflora), ariticum (Annona cacans), canela (Ocotea spp), capixingui (Croton florinbundun),

cedro (Cedrela sp), espeteiro (Caesalpinea gossyosperma), embira-de-sapo (Lonchocarpus

sp), ingá, (Inga spp), jaborandi (Piper sp), pau-d'allho (Gallesia gorarema), além de espécies

heliófitas primárias e secundárias em fase de crescimento (Plano de Manejo 2007). O mesmo

está situado em ZP11 (Zona de Proteção Ambiental 11) e é contemplado com ICMS Ecológico.

Este parque está estruturado para ser utilizado como área de lazer pela população, possuindo

campo de futebol, parque infantil, biblioteca municipal, pista de caminhada.

Parque do Cinquentenário

O Parque do Cinquentenário é constituído em duas partes contíguas, o mesmo

situa-se em uma ZP12 (Zona de Proteção Ambiental 12), totalizando uma área 118.125,03 m².

Apesar de constar como zona de proteção pela Lei Complementar 331/1999 substituída

posteriormente pela LC 888/2011, ele foi declarado parque em comemoração aos cinquenta

anos de Maringá em 1997, através dos decretos 661 e 674. Localiza-se no bairro Jardim

Imperial, lindeiro ao Córrego Mandacaru. O parque está inscrito no ICMS Ecológico. Este

parque possui cercamento e calçada ecológica.

Parque Alfredo Werner Nyffeler

Com 104.967,82 m² de área, o Parque Alfredo Werner Nyffeler, foi implantado em

1988, após iniciativa da Secretaria de Serviços Urbanos, que em 1986, com o intuito de

proteger a nascente do Ribeirão Morangueiro, resolveu recuperar a área, que era um buraco

chamado popularmente pelos moradores de “buracão” transformando-a num parque. Este se

localiza na zona fiscal 23, entre as ruas Havaí, Filipinas, Bogotá e Buenos Aires, na Vila

Morangueira, situado em uma ZP14 (Zona de Proteção Ambiental 14). A área de lazer se

destaca por abrigar um lago artificial, um espaço com churrasqueiras, dois campos de futebol,

parque infantil, ATI, mirante e pista de cooper com 1.005 metros. Ainda existe um batistério,

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que através da Lei nº 3924 datada de 11 de Outubro de 1995 foi denominado de “Água da

Vida”.

Parque Municipal Ecológico José Bulla

O Parque Municipal Ecológico José Bulla tinha inicialmente a denominação de

Parque Municipal Ecológico do Guayapó, sendo esta alterada pela Lei 9972/2015.

Reconhecido como parque pela Lei 3.513/1993 e pelo Decreto 419/1995, localizado nas

imediações do conjunto Parigot de Souza, situa-se em uma ZP10 (Zona de Proteção Ambiental

10). Com 16.205,48 m² de área constituída de um fragmento de vegetação alterada, a qual se

enquadra na região fitogeográfica denominada Floresta Estacional Semidecidual. Está inscrito

no ICMS Ecológico. Quanto a infra estrutura, o parque é cercado, possui calçada ecológica,

ATI.

Parque do Sabiá

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011 o Parque do Sabiá, com área de 88.165,41 m²,

está situado em uma ZP7 (Zona de Proteção Ambiental 7), área está contígua à margem direita

do ribeirão Pinguim nas imediações dos conjuntos habitacionais Sanenge III e Europa, próxima

à avenida Prefeito Sincler Sambatti. A floresta deste parque apresenta-se bastante alterada,

em 2007 foi vitimada por um incêndio com proporções significativas.

Parque Florestal dos Pioneiros (Bosque II)

Com área de 59,0 ha (hectares), o Bosque II localiza-se na área central de

Maringá, entre as avenidas Itororó, Nóbrega e Juscelino Kubitschek, mantendo o traçado inicial

da cidade pelo urbanista Jorge de Macedo Vieira que desenhou em formato de pulmão, para

que junto ao Bosque I, constituísse os dois pulmões verdes de Maringá, a área está situada em

uma ZP3 (Zona de Proteção Ambiental 3), (MARÓSTICA, 2010).

A área foi declarada pela Lei Municipal nº. 1.556 de 1982 como Área de

Preservação Permanente, e em 1983, através da lei municipal nº. 1.649, denominado Parque

Florestal dos Pioneiros.

O Bosque localiza-se em um fundo de vale onde nasce o Córrego Cleópatra, cuja

vegetação, de acordo com o Plano de Manejo de 1993, era constituída por uma vegetação

secundária advinda da intervenção humana, podendo ser denominada como capoeirão.

Os planos de manejo de 1993 e 2012 apresentaram registros sobre a composição

florística do Parque, o qual estava diferenciado em estratos, com árvores, cujas copas

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alcançavam 20 a 25 metros de altura, destacando-se o marfim, a peroba, a gurucaia, o

monjoleiro, o jequitibá e a canelinha. Abaixo destas, apresentam-se a canjerana, guabiroba,

pessegueiro, guamirim, tapiá, jaracatiá e jerivá, e num terceiro estrato, envolvendo árvores

entre 4 e 8 metros de altura, eram frequentes o ingá do mato, piúna, vacum, pimenteira e

guaçatunga, além de algumas espécies exóticas, como santa-bárbara e o abacateiro. O sub-

bosque era mais aberto, e ocupado por samambaias, piperáceas, gramíneas e

melastomatáceas, de onde emergem arbustos de pixiricas, jaborandi e até de café.

Diagnósticos de fauna dos planos de manejos citam animais como gambá-de-

orelha-branca, ouriço-cacheiro, preá, cutia, tatu, macaco-prego, lagarto-teiú e avifauna

diversificada.

O plano de manejo de 2012 mapeou diversas clareiras e voçorocas e detalhou

programas de recuperação e enriquecimento florestal, até mesmo o controle de espécies

exóticas e invasoras, sendo urgente a execução de tais programas. Também foram verificadas

problemáticas na fauna, em especial, relacionadas a demasiada população de macacos-prego.

Quanto a estrutura física e equipamentos, o Parque dos Pioneiros apresenta na

parte externa a seguinte infraestrutura: bancos, iluminação, lixeiras, telefone público,

bebedouro, canteiros com meio-fio e cerca viva, pavimentação em concreto, equipamentos

para terceira idade e edificação institucional (Usina do conhecimento), pista de caminhada e

ciclovia e alambrado no entorno. Todos esses equipamentos apresentam bom estado de

conservação e são constantemente utilizados pelos moradores, principalmente a pista de

caminhada e a academia de terceira idade. Finalmente, embora fechado para visitação pública,

o bosque atrai diariamente dezenas de pessoas, tanto para caminhadas como também para

apreciar os bandos de macacos-prego que habitam o local.

Parque do Ingá Prefeito Adriano José Valente

Conhecido inicialmente como Bosque I ou Bosque Dr. Etelvino Bueno de Oliveira,

cujo nome passou a ser Parque do Ingá, em função da abundância de árvores do gênero Ingá,

através da Lei Municipal nº. 880/1971. Entretanto em 2014 através da Lei nº 9.924 o parque

passou a ser oficialmente denominado de Parque do Ingá Prefeito Adriano José Valente.

Localizado no perímetro urbano de Maringá, entre as avenidas São Paulo,

Laguna, Juscelino Kubitschek e Anchieta, o Parque possui uma área de 4,73 ha (hectares), e

entres as atrações, possui exuberante vegetação, remanescente de Floresta Estacional

Semidecidual.

De acordo com Maróstica (2010), o Parque está inserido em uma ZP2 (Zona de

Proteção Ambiental 2), e pelo fato de possuir a nascente do Córrego Moscados, microbacia do

Ribeirão Pinguim e bacia hidrográfica do Rio Ivaí, o bosque foi preservado junto ao Bosque II,

com propósito de formar dois “pulmões”, segundo seu idealizador Jorge Macedo Vieira.

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O Parque do Ingá é uma reserva urbanizada em 1970, sendo um dos principais

pontos turísticos da cidade, possuindo no local: a primeira Maria Fumaça de Maringá (uma

locomotiva 608 que inaugurou a Estação Ferroviária em 1954); uma gruta denominada de

Nossa Senhora Aparecida; um Jardim Japonês que foi inaugurado em 1978 em homenagem

ao então príncipe do Japão Akihiro e a esposa Michiko que visitaram a cidade naquele ano;

lago artificial; pista de passeio; além de pequenos animais silvestres que vivem livres na

reserva. No entorno do parque possui pista de caminhada com aproximadamente 3 (três)

quilômetros, Academia da Terceira Idade, Academia para crianças portadoras de deficiências

especiais, ciclovia denominada de Antônio Agulhon Neto, aparelhos para musculação e

exercícios físicos.

De propriedade do Município desde 1986, através do registro nº. 2.796, o Parque

do Ingá foi declarado como Área de Preservação Permanente (APP) em 1990, pelo artigo 174

da Lei Orgânica do Município.

Bosque das Grevíleas Anníbal Bianchini da Rocha

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011 o Bosque das Grevíleas, foi inicialmente

denominado de Bosque das Grevíleas, sendo que a alteração da denominação ocorreu através

da Lei nº 7.785/2007 em homenagem ao engenheiro agrônomo Anníbal Bianchini da Rocha

considerado o “jardineiro de Maringá”. Com área de 44.600 m², situa-se em uma ZP6 (Zona de

Proteção Ambiental 6) na Avenida Brasil, e como o nome sugere a grevílea (Grevillea sp) foi

originalmente a única espécie plantada neste bosque. Possui uma pista para caminhada com

1.060 metros contornada por primaveras que floridas exibem um espetáculo de rara beleza,

ciclovia, local para ginástica e uma Academia para a Terceira Idade.

Horto Florestal

Localizado na zona 05, em Maringá/PR, o Horto Florestal Dr. Luiz Teixeira Mendes

conta com uma área de 3,68 ha de mata nativa, seguindo o projeto do urbanista Jorge de

Macedo Vieira, e sob o planejamento do engenheiro agrônomo Luiz Teixeira Mendes, que nos

anos 50 iniciou a formação do bosque, com a implantação de mudas de espécies arbóreas que

vinham de toda parte do Paraná e também do Brasil.

De propriedade da Companhia Melhoramento Norte do Paraná – CMNP,

colonizadora da cidade, a área foi mantida por duas razões principais: preservar essências

exuberantes da mata nativa da região (mata atlântica), e por possuir no seu interior as

nascentes que dão origem ao córrego Borba Gato. Em 1994 através do Decreto 203 o Horto

florestal foi instituído como “reserva florestal”.

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Maróstica (2010) explana que o Horto Florestal atualmente situa-se no perímetro

urbano de Maringá em uma ZP4 (Zona de Proteção Ambiental 4), cuja vegetação existente

apresenta característica de floresta primária pouco alterada, sobressaindo árvores em estágio

clímax, alternando-se com outras espécies típicas de Floresta Estacional Semidecidual.

A ideia de criação do Horto não foi apenas a de preservar um belo pedaço de

mata junto à cidade, o objetivo foi além, a diretoria da CMNP desejava que esse

empreendimento fosse núcleo inicial de um futuro instituto científico e que fizesse escola

através de seu trabalho na arborização urbana (GARCIA, 2006; MARÓSTICA, 2010).

O local é um habitat natural de várias espécies de animais silvestres, e o lago é

formado por fonte de água natural.

O plano de manejo elaborado em 2012 diagnosticou uma cobertura florestal em

sua maior parte no estágio avançado da sucessão, verificando 158 espécies da flora

pertencentes a 48 famílias botânicas, sendo que 39 constatadas como espécies exóticas

originárias de outros ecossistemas. Destaque para a dominância em alguns locais do Horto de

árvores da espécie Sterculia apetala (chichá), espécie muito comum no Pantanal, na Amazônia

e com alguma frequência nas Florestas Estacionais do Mato Grosso, porém, não ocorrentes na

Floresta Estacional Semidecidual do Paraná. A espécie apresenta comportamento invasor,

tendo alto poder de disseminação, constando indivíduos em vários setores do parque e uma

regeneração natural bastante evidente, mesmo em locais sombreados.

No Plano de Manejo foram propostos programas de enriquecimento e recuperação

florestal, além do controle de espécies exóticas e invasoras.

Na parte de fauna constatou-se algumas espécies ameaçadas de extinção,

exóticas invasoras e uma problemática devido a densa população de macacos-prego.

Diversas problemáticas voltadas a processos erosivos foram observadas e ações

de controle foram efetuadas no Parque.

O Parque continua sendo de propriedade privada, mas ainda são necessárias

diversas ações e programas e monitoramentos voltados a conservação, grande parte

emergenciais.

Parque da Nascente do Ribeirão Paiçandu

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP5 (Zona de Proteção

Ambiental 5), a reserva situa-se no lote 001 da Gleba Ribeirão Paiçandu, localizado na Av.

Vereador João Batista Sanches próximo a Av. Pioneiro Victório Marcon, no Parque dos

Cerealistas, na zona fiscal 45, com área de reserva florestal nativa de 60.000 m² (0,06 km²).

Trata-se de uma área precária em estudos e levantamentos.

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Parque da Rua Teodoro Negri

Parque da Rua Teodoro Negri, com área de 49.000,00 m², existente como zona de

proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999 substituída posteriormente pela LC

888/2011, classificada como ZP13 (Zona de Proteção Ambiental 13), a reserva faz parte do lote

63 e 64 da Gleba Patrimônio Maringá, localizado na Rua Teodoro Negri.

Parque Florestal Gurucaia

Parque Florestal da Gurucaia, conhecido como Parque da Amizade, com área de

192.900 m², situado na Estrada São José, área rural lindeira ao perímetro urbano do município,

próximo ao córrego Jumbo, no lote .47-A,53-A A 53-E E 53-G/1-A da Gleba Ribeirão Pinguim.

A cobertura vegetal desse parque apresenta características de mata bastante alterada, com

espécies típicas de sucessão secundária. A área foi cedida pela municipalidade no ano de

2007 ao Instituto Rotary de Meio Ambiente, do Distrito 4630-Rotary Internacional.

Parque Municipal Sumaré

O Parque Municipal Sumaré é uma reserva florestal, com mata densa, que

localiza-se no Loteamento Sumaré, na Rua Pioneiro Alfredo José da Costa. Considerada uma

área verde conforme o Anexo III da LC 888/2011, passou a ser considerado parque através da

Lei nº 9.380/2012, sendo denominado de Parque Municipal Sumaré.

Parque de Educação Ambiental Tsunessaburo Makiguti

O Parque de Educação Ambiental Tsunessaburo Makiguti é uma reserva florestal,

com área de 23.502,27 m² apresentando mata pouco densa, que localiza-se no Jardim Campos

Eliseos, na Av. Tuiuti. Considerada uma área verde conforme o Anexo III da LC 888/2011,

conforme consta na lei nº 8.023/2008 a referida área era um parque de educação ambiental e

passou a ser denominado de Tsunessaburo Makiguti através da referida lei.

Recanto Gralha Azul

Recanto Gralha Azul, recebeu este nome pelo fato de estar localizado em lotes

defronte a Rua Gralha Azul, com área de 44.236,39 m² localizada no fundo de vale do Ribeirão

Maringá (vertente suave), contíguo ao Conjunto Residencial Governador Ney Braga, foi

inaugurado em 18 de setembro de 1996, e possui espaço para teatro ao ar livre, campo de

futebol.

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Recanto Borba Gato

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011 o Recanto Borba Gato possui um remanescente

de vegetação nativa em uma área de 76.540,00 m². Localiza-se no Conjunto Residencial

Inocente Vilanova Junior, em ZP9 (Zona de Proteção Ambiental 9), sendo declarado parque

através do Decreto 504/94, o mesmo é contemplado com o ICMS Ecológico.

Reserva do Córrego Cleópatra

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP17 (Zona de Proteção

Ambiental 17), a reserva situa-se no Jardim Itália II, Rua Pioneiro Rosalvo Gomes Silva. Trata-

se de uma área precária em estudos e levantamentos.

Reserva do Córrego Borba Gato

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP15 (Zona de Proteção

Ambiental 15), a reserva situa-se no lote 367/1 A 367/11 na Gleba Patrimônio Maringá, Rua

dos Antúrios. A área é precária em estudos e levantamentos.

Reserva do Córrego Moscados

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP19 (Zona de Proteção

Ambiental 19), a reserva situa-se no lote 450 da Gleba Patrimônio Maringá, fundo do

Condomínio Residencial Deltaville I. Trata-se de uma área precária em estudos e

levantamentos.

Reserva Florestal da Rua Diogo Martins Esteves

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP16 (Zona de Proteção

Ambiental 16), a reserva situa-se no lote 245D da Gleba Patrimônio Maringá, próximo ao

Cidade Monções, na Av. Joaquim Duarte Moleirinho. Trata-se de uma área precária em

estudos e levantamentos.

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Reserva da Rua Pioneira Deolinda Tinassi Garcia

Existente como zona de proteção ambiental pela Lei Complementar 331/1999

substituída posteriormente pela LC 888/2011, classificada como ZP18 (Zona de Proteção

Ambiental 18), a reserva situa-se no lote 38/A E 38-C da Gleba Patrimônio Maringá, ao lado

Jardim Montreal, na Rua Pioneira Deolinda Tinassi Garcia esquina com a Av. Pioneiro João

Pereira. Trata-se de uma área precária em estudos e levantamentos.

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Figura 35: Localização dos Parques e Reservas de Maringá.

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6 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL RELACIONADA À ARBORIZAÇÃO

A Constituição Federal preconiza, no inciso VII do § 1° do artigo 225, que incumbe

ao Poder Público a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os

animais a crueldade. O artigo 225 é um marco na proteção ambiental brasileira, entendendo

que o respeito ao meio ambiente é componente fundamental para preservar o direito à

qualidade de vida.

Ainda na Constituição Federal, há de se ressaltar a competência dos Municípios

nos assuntos de interesse local (art.30), que se relaciona diretamente com as diretrizes para a

política urbana (art. 182), especialmente no que se refere à elaboração do Plano Diretor para

cidades que possuem acima de vinte mil habitantes.

A política urbana nacional é regulada pela Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 -

Estatuto da Cidade - que estabelece diretrizes gerais da política urbana e, em especial, dispõe

sobre o Plano Diretor, instrumento para ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais

da cidade e da propriedade urbana mediante diversas diretrizes.

A Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da

vegetação nativa, comumente denominada de Código Florestal Brasileiro, determina que as

florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes

do país, preconizando o regime de proteção das áreas verdes urbanas, especialmente o

estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais

e na implantação de infraestrutura. As limitações previstas nessa lei aplicam-se tanto a áreas

rurais quanto a áreas urbanas, e ainda, o código orienta que os planos diretores e as leis de

uso e ocupação do solo devem respeitar os princípios e limites das Áreas de Preservação

Permanente.

No que diz respeito ao controle ambiental, a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de

1998 (Lei de Crimes Ambientais), dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições e incorpora métodos e possibilidades da

não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua

dívida com a sociedade. Como destaque, cabe citar o Art. 49, que estabelece que é crime

“destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de

logradouros públicos ou em propriedade privada alheia”, e determina a pena de “detenção, de

três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”.

No âmbito municipal, a LC 889/2011 que trata sobre o parcelamento do solo para

fins urbanos, aborda em determinado artigo sobre as áreas de fundo de vale, bem como a LC

1045/2016 que institui o Código de Edificações e Posturas Básicas para aprovação de projetos

também aborda sobre arborização, a qual parte das leis serão comentadas a seguir.

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Além disso, o Decreto Municipal 337/2018 tipifica as infrações ambientais e

estabelece os valores das multas referentes ao corte irregular de diferentes tipos de vegetação

e de árvores isoladas localizadas em áreas verdes, logradouros públicos e em lotes

particulares de Maringá. A Lei Complementar nº 1.093/2017 instituiu a Política de Proteção,

Preservação, Controle, Conservação e Recuperação do Meio Ambiente e Melhoria da

Qualidade de Vida no Município de Maringá.

O artigo 10 da Lei Complementar nº 889/2011, que trata sobre o parcelamento do

solo para fins urbanos, em seus parágrafos 5 e 6, relata que devem ser transferidos para o

Município áreas de fundo de vale.

O capítulo III – Infraestrutura da Lei Complementar nº 889/2011, em seu artigo 16

torna obrigatória a execução de obras de infraestrutura nos loteamentos urbanos abertos e

fechados, especificamente os incisos X, XI e XII abordam sobre arborização, conforme segue

abaixo:

X - arborização dos passeios e canteiros centrais, com a densidade mínima de

uma árvore por lote, de acordo com especificação do Município, devendo o plantio de árvores

no passeio ser feito de tal forma que as covas fiquem equidistantes das divisas laterais dos

terrenos;

XII - recobrimento vegetal de cortes e taludes do terreno e proteção de encostas,

quando necessário, e implantação e/ou reconstituição da mata ciliar;

O artigo 22 da Lei Complementar 889/2011 em sua aprovação final do loteamento,

o interessado deverá apresentar os projetos complementares aprovados pelos órgãos da

Municipalidade e concessionárias dos respectivos serviços, cumprindo o disposto no inciso c.7,

que determina que se apresente o projeto completo de arborização das vias públicas e praças

do loteamento.

A seguir estão listados alguns artigos da Lei Complementar nº 1045/2016 que

institui o Código de Edificações e Posturas Básicas para aprovação, com o intuito de preservar

a arborização existente, procurando coibir ações que levem o munícipe a cortar árvores

desnecessariamente:

Art. 20 O rebaixamento de guias nas calçadas somente será permitido quando

não resultar em prejuízo para a arborização urbana.

Parágrafo único. A juízo do órgão municipal competente poderá ser autorizado o

corte da árvore, desde que atendidas as exigências do mesmo.

Art. 39. O canteiro de obras, suas instalações e equipamentos, bem como os

serviços preparatórios e complementares, respeitarão o direito de vizinhança e obedecerão ao

disposto nesta Lei, nas normas técnicas brasileiras, na legislação das concessionárias de

serviços públicos e na legislação sobre segurança.

Parágrafo único. Os elementos do canteiro de obras não poderão:

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I - prejudicar a arborização urbana, a iluminação pública, a visibilidade das placas,

avisos ou sinais de trânsito e outras instalações de interesse público;

Art. 101. Nas edificações dotadas de marquises, estas deverão obedecer às

seguintes condições:

V - não prejudicarem a arborização e a iluminação pública;

Art. 115. A solicitação de Alvará de Projeto é de competência de seu autor, que

deverá verificar, no ato da solicitação, as informações do cadastro imobiliário fornecidas pela

prefeitura, ratificando-as ou retificando-as.

§ 2º Toda necessidade de relocação/remoção de mobiliário urbano ou arborização

pública defronte ao lote em que se pretende edificar deverá ser resolvida anteriormente à

solicitação de Alvará de Projeto, junto às secretarias e órgãos competentes.

Finalmente, o artigo 117 inciso III da Lei Complementar nº 1045/2016 considera

que, para emissão de Alvará de Projeto, uma das condicionantes é a presença de árvores no

entorno do lote.

Além das leis descritas anteriormente, no município ainda existem outras leis de

proteção e/ou manutenção da arborização, como por exemplo:

Lei nº 6992/2005 – Disciplina a erradicação e a substituição de árvores do passeio

público, onde no ato da vistoria para erradicação de árvores mortas, condenadas ou de espécie

cujo plantio é proibido ou não recomendado, se esta for deferida o munícipe será notificado

para reservar e adequar espaço no respectivo passeio para plantio de nova árvore.

Lei nº 7357/2006 – Institui o ipê-roxo como árvore símbolo ecológico de Maringá.

Lei nº 7942/2008 – Proíbe o plantio de mangueiras, jaqueiras, abacateiros,

coqueiros e de outras espécies de árvores frutíferas, na faixa de passeio público.

Lei nº 8112/2008 – Declara imune de corte o cedro localizado na Av. Gurucaia,

defronte o lote 436/C, e determina que a administração municipal recolha anualmente as

sementes produzidas pela referida árvore e as destine ao viveiro municipal para preservação

da espécie.

Lei nº 8385/2009 – Autoriza a celebração de convênio com a COPEL para o

fornecimento de mudas de árvores a serem plantadas nos logradouros públicos do Município,

através do Projeto Viveiros Florestais, com a finalidade de auxiliar em ações de planejamento e

readequação da arborização urbana, reduzindo impactos ambientais.

Lei nº 8473/2009 – Dispõe sobre o plantio de árvores frutíferas e não frutíferas

nos terrenos das escolas, centros de educação infantil e unidades de saúde municipais, onde

houver espaço suficiente para essa finalidade.

Resolução nº 602/2014 – Institui, no âmbito da Câmara Municipal de Maringá, o

concurso fotográfico denominado As Árvores do Passeio Público, onde será realizado

anualmente no período de 1º de julho a 21 de setembro.

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Lei nº 10090/2015 – Dispõe sobre a obrigatoriedade das construtoras de edifícios

residenciais plantarem árvores para a mitigação do efeito estufa.

Lei nº 10510/2017 – Dispõe sobre a execução dos serviços de poda, corte,

remoção com destoca e substituição de árvores do passeio público dos logradouros municipais.

Esta lei revoga as leis: 6230/2003, 7212/2006, 7554/2007, 8403/2009, 9751/2014 e

10239/2016. Regulamentada pelo Decreto nº 336/2018.

7 DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA

Este capítulo traz uma síntese dos principais dados inventariados nas árvores

urbanas de Maringá, para assim, consolidar o diagnóstico da arborização existente. O

diagnóstico é, portanto, a base que fundamenta os planejamentos de ações e do manejo da

arborização urbana.

7.1 Método de Diagnóstico da Arborização Urbana de Maringá

A arborização de Maringá foi o objeto de estudo de vários trabalhos científicos

voltados a descrever a arborização das vias públicas, alguns englobam toda a área urbana e

outros se concentram em determinados bairros. Existe também variação dos dados coletados,

sendo que alguns focam em detalhes fitossanitários e outros em dados sobre a relação das

árvores com a infraestrutura urbana. Considerando o histórico de levantamento de dados,

verifica-se que já existe um conjunto sólido de informações para diagnosticar, com boa

quantidade de detalhamentos, os principais problemas e necessidades para a gestão e manejo

das árvores urbanas de Maringá-PR.

No entanto, muitos dos dados em questão não estão atualizados, pois vêm de

pesquisas realizadas em diferentes épocas, fato que traz menor acurácia para algumas

peculiaridades. Porém, isso não pode ser tratado como fator inviabilizador de uso desses

dados, já que os problemas voltados às árvores urbanas se alteram de forma lenta, devido à

velocidade de desenvolvimento e mesmo de fenecimento dessas. Sabendo disso, para o

desenvolvimento do Plano de Gestão da Arborização Urbana de Maringá (PGAU), para a

consolidação do diagnóstico e dos planejamentos, estabeleceu-se a mescla de dados de

diversos trabalhos científicos e dados atualizados, considerando as necessidades e

constatações consolidadas no histórico de levantamentos.

O método em questão se baseia na análise conjunta de dados provenientes de

diversos trabalhos científicos realizados em tempo pretérito, e de dados coletados atualmente

exclusivamente para a elaboração do PGAU. Os trabalhos científicos utilizados possuem

metodologias específicas, todas atestadas por publicações de reconhecimento técnico amplo.

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Os dados atuais e coletados exclusivamente para o PGAU foram obtidos por meio do uso de

ferramentas digitais e de sensoriamento remoto, com metodologia detalhada no item 8.10.

Ressalta-se que o diagnóstico em questão tratou de demonstrar a situação das

árvores das vias públicas e sua relação com a infraestrutura urbana, porém, dados referentes

as condições de gerenciamento da Prefeitura Municipal também devem ser levados em

consideração para a determinação das ações de gestão e manejos das árvores urbanas.

O diagnóstico em questão e seus principais dados estão associados a um Sistema

de Informações Geográficas (SIG) que está sendo elaborado pela Prefeitura Municipal. O

intuito é que este SIG seja constantemente atualizado e aperfeiçoado, alterando-se

gradativamente a quantidade e complexidade dos dados inseridos, para que, com o tempo, se

configure um sistema completo e que possibilite tomadas de decisões cada vez mais eficazes.

7.2 Resultados dos levantamentos da arborização urbana

Nos próximos tópicos foram sintetizados os dados das análises quali-quantitativas

das árvores de vias públicas de Maringá-PR. Seguindo as recomendações do Manual para

Elaboração de Plano Municipal de Arborização Urbana (GOMES; BARCELLOS, et al. 2012) os

resultados foram divididos em três grandes categorias: Localização (1), Caracterização das

Árvores (2), Caracterização da infraestrutura urbana e das Necessidades de Serviços de

Manutenção e Manejo (3). Por meio da análise dos dados foi possível detectar os principais

problemas, e assim evidenciá-los neste diagnóstico.

7.2.1 Dados de localização

Um banco de dados sobre a localização das árvores urbanas de Maringá é

existente desde a elaboração do chamado Censo da Árvore, que coletou informações em

aproximadamente 72,55% da área urbana de Maringá, cadastrando cerca de 90% da

arborização de vias públicas (Figura 36). A localização das árvores foi realizada por meio de

uma base cartográfica digitalizada do Município de Maringá, datada de 1995, em formato DWX

e DXF e georreferenciada no DATUM – SAD 69. As árvores foram plotadas nesta base

cartográfica a partir de análises de fotos aéreas, em trabalho realizado pela Companhia

Paranaense de Energia Elétrica (COPEL). A localização das árvores foi atualizada por meio de

coletas in loco, sendo que cada árvore recebeu um número identificador, denominado feature

number (SAMPAIO, et al. 2008).

A base cartográfica em questão foi repassada para a Prefeitura de Maringá por

meio de um acordo de colaboração com a COPEL. Além disso, todas as informações coletadas

no referido inventário foram repassadas para a Prefeitura, contendo tabelas com mais de 30

informações sobre cada uma das 93.261 árvores registradas. Dentre as informações estão

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dados de localização como o logradouro, número do imóvel e zona (bairro). Esses dados de

localização foram utilizados para o planejamento de uma nova composição florística nas ruas

de Maringá, colaborando para dimensionar densidades desejadas de cada espécie nos

próximos anos, além de outros detalhamentos técnicos (SAMPAIO, et al. 2008).

Devido o referido banco de dados estar desatualizado, principalmente em relação

a localização das árvores, pois muitos anos se passaram desde a realização do trabalho em

questão, uma atualização da localização e mesmo de alguns dados específicos de cada árvore

está sendo realizada por meio da formatação de um Sistema de informações Geográficas (SIG)

para o gerenciamento da arborização urbana. A atualização da localização das árvores está

sendo realizada por meio de uma ortofoto de resolução de 10 centímetros que é fruto de um

serviço de sensoriamento remoto realizado em 2017 (ver item 8.10).

A atualização de dados realizada pelo SIG em questão já alcançou a maior parte

da área urbana de Maringá-PR, cadastrando as áreas em que a densidade da arborização é

maior e mesmo alguns bairros novos. Esses dados atualizados compõem grande parte das

informações que serão destacadas neste diagnóstico e se dividem em cinco setores (noroeste,

nordeste, central, sudeste e sudoeste) como demonstra a Figura 37.

Foi estimado que existe um total de 123.468 árvores nas vias públicas de Maringá-

PR. A estimativa foi feita por meio dos dados georreferenciados da COPEL e dos novos dados

coletados pela Prefeitura Municipal para o SIG.

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Figura 36: Área de amostragem dos dados coletados no Censo da Árvore. Fonte: Sampaio et al (2006).

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O SIG já possui 65.540 árvores cadastradas (aproximadamente 53,08% das

árvores estimadas na arborização de vias públicas de Maringá). A análise sobre os dados

atualizados dessas árvores serão demonstradas nesse diagnóstico. Cada árvore cadastrada no

SIG recebeu um número identificador e possui coordenadas geográficas de sua localização,

sendo seu endereço facilmente verificado por meio das interfaces gráficas do sistema

associado a mapas da cidade. A Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal pretende

finalizar o cadastramento no SIG ainda em 2019 de todas as árvores de vias públicas de

Maringá.

7.2.2 Caracterização das árvores de vias públicas de Maringá-PR

Para caracterizar as árvores existentes nas vias públicas de Maringá foram

sintetizadas informações em tópicos específicos: composição florística (espécies existentes),

porte e qualidade (condições fitossanitárias e relação das árvores com a infraestrutura urbana).

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Figura 37: Área de coleta de dados para composição do SIG da arborização urbana de Maringá-PR

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Composição Florística Atual

Blum et al. (2008) analisou todas as espécies identificadas nas vias públicas de

Maringá-PR pelo Censo da Árvore, conforme Sampaio et al. (2006), no sentido de verificar a

correta determinação taxonômica, as origens e limites de ocorrência natural e, por fim, o

potencial de invasão e contaminação biológica. De acordo com Blum et al. (2008) tais

averiguações foram realizadas com base em literatura científica e em experiência de campo.

Foram determinadas categorias de procedência e status de invasão de cada espécie,

especificadas da seguinte forma:

Categorias de Procedência:

1) Exótica extra-brasileira (ex-BR) - espécie que não ocorre espontaneamente em

território brasileiro sendo oriunda de outro país e/ou outro continente.

2) Exótica extra-bioma Mata Atlântica (ex-MA) - espécie que não ocorre espontaneamente

em ecossistemas paranaenses, sendo oriunda de outros estados do Brasil.

3) Nativa do bioma Mata Atlântica (nat-MA) - espécie que não ocorre espontaneamente

na Floresta Estacional Semidecidual (Tipologia da Floresta da região de Maringá) em território

paranaense, mas que ocorre em outras tipologias vegetais do bioma Mata Atlântica.

4) Nativa regional (nat-FESd) - espécie que ocorre espontaneamente na região de

Maringá, típica da Floresta Estacional Semidecidual que caracterizava originalmente a região.

Categorias do Status de Invasão (apenas para as exóticas):

1) Introduzida (Int) - espécie trazida de outras regiões, cujos indivíduos conseguem se

desenvolver, mas sem reproduzir-se no novo ambiente onde foram introduzidos.

2) Estabelecida (Est) - espécie trazida de outras regiões e que consegue se reproduzir no

novo ambiente (região de Maringá), podendo ou não tornar-se uma invasora.

3) Invasora (Inv) - espécie trazida de outras regiões e da qual já existem registros de

invasão no Brasil que podem se repetir na região de Maringá.

4) Desconhecida (Des) - espécie da qual ainda não existem registros como estabelecida

ou invasora, não podendo-se, no entanto, descartar tais possibilidades.

A classificação das espécies quanto a sua procedência e principalmente em

relação ao seu status de invasão foram realizadas para verificar os riscos de contaminação

biológica que as espécies da arborização urbana de Maringá-PR podem exercer na região. As

classificações foram feitas seguindo a lista de espécies exóticas “Informe sobre Espécies

Invasoras que afetam o Ambiente Terrestre” (INSTITUTO HÓRUS, 2006; MMA, 2006) e os

anexos da Portaria do IAP n. 095 de 22 de maio de 2007.

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Por meio de uma atualização dos dados da pesquisa supracitada verifica-se que

existem registradas 132 espécies, considerando arbóreas, arbustivas e palmeiras, na

arborização de vias públicas de Maringá, sendo a maioria inserida por meio de plantios

irregulares (realizados sem autorização da prefeitura) (Tabela 13). Estima-se que essa

quantidade de espécies seja ainda maior, principalmente se forem computadas espécies

utilizadas no interior de praças. No entanto, para o entendimento da composição florística e

suas necessidades de adequação e planejamento entende-se que os dados existentes são

suficientes.

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Tabela 13: Espécies identificadas na arborização de vias públicas de Maringá-PR, procedênciae qualificação do status de invasão.Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

AGAVACEAE

Yucca sp. Yuca ex-BR Int.

ANACARDIACEAE

Astronium graveolens Jacq. Guaritá nat-FES Nat.

Mangifera inidca L. Mangueira ex-BR Inv.

Schinus molle L. Aroeira-chorão nat-FES Nat.

Schinus terebinthifolius Engl. Aroeira-pimenta nat-FES Nat.

Spondias purpurea L. Ciriguela ex-BR Des.

Spondias sp. L. Cajamanga ex-BR Int.

ANNONACEAE

Annona squamosa L. Fruta-do-conde ex-BR Int.

Annona sp. L. Araticum/Pinha nat-FES Nat.

APOCYNACEAE

Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. Peroba nat-FES Nat.

Nerium oleander L. Espirradeira ex-BR Int.

Plumeria pudica L. Jasmim-do-caribe ex-BR Int.

Plumeria rubra L. Jasmim-manga ex-BR Int.

ARAUCARIACEAE

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze. Araucária nat-MA Int.

ARECACEAE

Archontophoenix cunninghamiana H. Wendl. &. Drude Palmeira-real ex-BR Int.

Caryota urens L Palmeira-rabo-de-peixe ex-BR Int.

Cocos nucifera L. Cocô ex-BR Int.

Dypsis decary L. Palmeira-triangular ex-BR Int.

Dypsis lutescens H. Wendl. Areca-bambu ex-BR Int.

Phoenix dactylifera L. Tamareira ex-BR Est.

Phoenix roebelenii L. palmeira-fenix ex-BR Int.

116

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Ptychosperma elegans (H.Wendl. & Drude) Kuntze Palmeira-elegance ex-BR Int.

Rhapis excelsa (Thunb.) A.Henry Palmeira-ráfia ex-BR Int.

Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira Imperial ex-BR Est.

Wodyetia bifurcata Palmeira-rabo-de-raposa ex-BR Int.

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman. Jerivá nat-FES Nat.

ASPARAGACEAE

Dracaena sp. Dracena ex-BR Est.

BIGNONIACEAE

Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Ipê Amarelo ex-MA Des.

Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Ipê-roxo nat-FES Nat.

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Ipê-rosa nat-FES Nat.

Handroanthus roseo-albus (Ridl.) Mattos. Ipê Branco nat-FES Nat.

Jacaranda micrantha Cham Jacarandá-rosa nat-FES Nat.

Jacaranda mimosifolia D. Don Jacarandá-mimoso ex-BR Est.

Spathodea campanulata P. Beauv. Bisnagueira ex-BR Est.

Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth Ipê-de-jardim ex-BR Inv.

BIXACEAE

Bixa orellana L. Urucum nat-FES Nat.

BORAGINACEAE

Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Louro-pardo nat-FES Nat.

CHRYSOBALANACEAE

Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Oiti nat-MA Des.

COMBRETACEAE

Terminalia catappa L. Chápeu-de-sol ex-BR Est.

CUPRESSACEAE

Chamaecyparis spp. L. Cedrinho ex-BR Int.

Cupressus lusitanica Mill. Tuia/Cipestre ex-BR Est.

DILLENIACEAE

117

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARINGÁPLANO DE GESTÃO DE ARBORIZAÇÃO URBANA

Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Dillenia indica L. Maça-de-elefante ex-BR Int.

EBENACEAE

Diospyros sp. L. Caqui ex-BR Est.

EUPHOBIRACEAE

Codiaeum variegatum (L.) A.Juss. Crotom ex-BR Est.

Euphorbia pulcherrima Willd. Ex Klotzsch Bico-de-papagaio ex-BR Est.

Euphorbia tirucalli L. Almeidinha ex-BR Est.

FABACEAE

Acacia podalyriifolia A. Cunningham ex G. Don Acácia-mimosa ex-BR Inv.

Bauhinia variegata L. Pata-de-vaca nat-FES Nat.

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Pau-ferro nat-MA Est.

Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw. Flor-de-pavão ex-BR Des.

Calliandra sp. Benth. Caliandra nat-FES Nat.

Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Chuva-dourada nat-FES Nat.

Cassia fistula L. Chuva-de-ouro ex-BR Des.

Cassia javanica L. Cassia-javanica ex-BR Est.

Cassia grandis L. f. Cassia-Rosa nat-MA Des.

Cassia leptophylla Vog. Falso-barbatimão nat-MA Est.

Clitoria fairchildiana R.A. Howard Palheteira nat-MA Des.

Copaifera langsdorffii Desf. Óleo-copaiba nat-FES Nat.

Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. Jacarandá-da-bahia nat-MA VU

Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant ex-BR Est.

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Timbaúva nat-FES Nat.

Holocalyx balansae Micheli Alecrim-de-campinas nat-MA Des.

Hymenaea courbaril L. var. stilbocarpa (Hayne) Lee et Lang. Jatobá nat-FES Nat.

Inga marginata Willd. Ingá nat-FES Nat.

Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Leucena ex-BR Inv.

Dahlstedtia muehlbergiana Hassl. Feijão-cru nat-FES Nat.

Machaerium stipitatum Vogel Sapuva nat-FES Nat.

118

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Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Myroxylon peruiferum L. F Cabreuva nat-FES Nat.

Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Gurucaia nat-FES Nat.

Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis Pau-brasil nat-MA Int.

Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Canafístula nat-FES Nat.

Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz Sibipiruna nat-MA Des.

Pterocarpus rohrii Vahl Aldrago, Sangueiro nat-MA Des.

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Guapuruvu nat-MA Inv.

Senna macranthera H.S. Irwin & Barneby Manduirana nat-MA Des.

Senna spectabilis H.S. Irwin & Barneby São-joão nat-MA Des.

Tamarindus indica L. Tamarindo ex-BR Des.

Tipuana tipu (Benth.) Kuntze Tipuana ex-BR Est.

FAGACEAE

Castanea sativa Mill. Castanha-portuguesa ex-BR Int.

LAURACEAE

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canelinha nat-FES Nat.

Ocotea sp. Canela nat-FES Nat.

Persea sp. Mill. Abacate ex-BR Inv.

LYTHRACEAE

Lagerstroemia indica L. Extremosa ex-BR Int.

MAGNOLIACEAE

Michelia champaca L. Magnólia ex-BR Int.

MALPIGHIACEAE

Malpighia punicifolia L. Acerola ex-BR Nat.

MALVACEAE

Ceiba speciosa (St.-Hill.) Ravenna Paineira nat-FES Nat.

Hibiscus rosa-sinensis L. Hibiscu ex-BR Int.

Luehea divaricata Mart. & Zucc. Açoita-cavalo nat-FES Nat.

Pachira aquatica Aubl. Cacau-do-brejo ex-MA Int.

119

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Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Sterculia sp. L. Xixá nat-MA Inv.

MELASTOMATACEAE

Pleroma mutabile (Vell.) Triana Manacá-da-serra nat-MA Est.

Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Quaresmeira nat-FES Nat.

MELIACEAE

Cedrela fissilis Vell Cedro nat-FES Nat.

Melia azedarach L. Santa-bárbara ex-BR Inv.

MORACEAE

Artocarpus heterophyllus Lam Jaca ex-BR Inv.

Ficus benjamina L. Figueirinha ex-BR Int.

Ficus guaranitica Chodat Figueira nat-FES Nat.

Morus nigra L. Amora ex-BR Inv.

MYRTACEAE

Callistemon viminalis G. Don ex Loud Bucha-de-copo ex-BR Est.

Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg Guabiroba nat-FES Nat.

Eucalyptus spp. L. Eucalipto ex-BR Inv.

Eugenia pyriformis Cambess. Uvaia nat-FES Nat.

Eugenia uniflora L. Pitanga nat-FES Nat.

Melaleuca leucandendron L. Melaleuca ex-BR Int.

Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jaboticaba nat-FES Nat.

Psidium guajava L. Goiaba ex-BR Inv.

Psidium sp. L. Araça nat-FES Nat.

Syzygium cumini (L.) Skeels Jambolão ex-BR Inv.

NYCTAGINACEAE

Bougainvillea glabra Choisy Primavera nat-FES Nat.

OLEACEAE

Ligustrum lucidum W.T. Aiton Alfeneiro ex-BR Inv.

PHYTOLACCACEAE

120

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Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms Pau-d´alho nat-FES Nat.

PINACEAE

Pinus spp. L. Pinus ex-BR Inv.

PANDANACEAE

Pandanus amaryllifolius Pandanus ex-BR Int.

PLATANACEAE

Platanus sp. Plátano ex-BR Int.

PROTEACEAE

Grevillea robusta A. Cunn. ex R. Br. Grevílea ex-BR Inv.

PUNICACEAE

Punica granatum L. Romã ex-BR Int.

RHAMNACEAE

Colubrina glandulosa Perkins Sobrasil nat-FES Nat.

Hovenia dulcis Thunb. Uva-do-japão ex-BR Inv.

ROSACEAE

Citrus aurantium L. Laranjeira ex-BR Inv.

Citrus limon (L.) Burm. f. Limão ex-BR Inv.

Citrus reticulata Blanco Limão-bravo ex-BR Est.

Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. Nêspera ex-BR Inv.

Murraya paniculata (L.) Jack Falsa-murta ex-BR Int.

Prunus serrulata Lindl. Cerejeira-do-japão ex-BR Int.

RUBIACEAE

Calycophyllum spruceanum (Benth.) K.Schum. Pau-de-mulato ex-FES PR Int.

Mussaenda alicia L. Mussaendra ex-BR Int.

SALICACEAE

Populus nigra L. Álamo ex-BR Int.

SAPINDACEAE

Filicium decipiens Árvore-samambaia ex-BR Est.

121

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Família/Nome Científico Nome Popular Procedência Qualificação

Sapindus saponaria L. Sabão-de-soldado nat-FES Nat.

Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. Pitomba ex-FES PR Des.

SOLANACEAE

Cestrum nocturnum L. Dama-da-noite nat-MA Des.

Solanum mauritianum Scop. Fumo-bravo nat-FES Nat.

Os resultados mostram que a arborização de Maringá possui grande quantidade

de espécies nativas da tipologia florestal da região (Floresta Estacional Semidecidual), um total

de 43 espécies, 33,1% do total de espécies verificadas. Tal fato é positivo, pois mostra grande

riqueza de espécies nativas da região na arborização urbana de Maringá.

Os resultados de riqueza de espécies são comparáveis com outras cidades bem

arborizadas como Curitiba-PR, na qual Milano (1988) identificou 93 espécies; Joboticabal-SP,

na qual Silva Filho (2002) observou a presença de 116 espécies; Estância de Águas de São

Pedro, na qual Bortoleto (2004) verificou um total de 161 espécies e Brasília, na qual Lima

(2009) verificou a presença de 162 espécies arbóreas.

Fato de importância se encontra nos registros de espécies exóticas, em que

constam 19 espécies classificadas como invasoras. Espécies invasoras são aquelas que, uma

vez introduzidas a partir de outros ambientes, se adaptam e passam a reproduzir-se a ponto de

ocupar o espaço de espécies nativas e produzir alterações nos processos ecológicos naturais,

tendendo a tornar-se dominantes após um período de tempo mais ou menos longo requerido

para sua adaptação (ZILLER, 2000; BRAND et al., 2006). Dessa forma, espécies dessa

categoria (invasora) não são adequadas para o uso nas vias públicas, pois irão colaborar com

impactos ambientais em remanescentes florestais da região, devido a disseminação de

propágulos.

Cabe ressaltar que espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda

maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a

economia e a saúde humana. Reconhecendo a importância do problema causado pelas

invasões biológicas, a Convenção sobre a Diversidade Biológica – CDB estabeleceu em seu

Artigo 8 que cada parte contratante deve, na medida do possível e conforme o caso, impedir a

introdução, controlar ou erradicar as espécies exóticas invasoras que ameaçam ecossistemas,

habitats e espécies nativas (MMA, 2006).

Os dados coletados para o SIG, que compõem o sistema denominado

SEMAARVORES, demonstram que atualmente as 10 espécies mais importantes na ampla área

amostrada (Tabela 14) compõem juntas 64,99% da densidade das árvores existentes, o que

122

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mostra que apesar de ter boa variabilidade de espécies (132 espécies) a composição geral é

dominada por poucas espécies.

Tabela 14: Quantidade de indivíduos e densidade relativa das principais espécies verificadas na área amostrada atualmente para composição do Sistema de Informações Geográficas.

Nome Científico Nome Vulgar Quantidade de Indivíduos Densidade Relativa (%)

Poincianella pluviosa Sibipiruna 17538 26,76

Licania tomentosa Oiti 7638 11,65

Handroanthus heptaphyllus Ipê-roxo 5152 7,86

Tipuana tipu Tipuana 3244 4,95

Holocalyx balansae Alecrim 1965 3,00

Murraya paniculata Falsa-murta 1907 2,91

Schinus molle Aroeira-chorao 1729 2,64

Grevillea robusta Grevilea 1290 1,97

Handroanthus roseo-albus Ipê-branco 1099 1,68

Bauhinia variegata Pata-de-vaca 1029 1,57

TOTAL 42591 64,99

Seguindo padrão proposto por Grey e Deneke (1978) que orienta Densidades

Relativas entre 10 até 15% por espécie em zonas urbanas, verifica-se densidade maior que a

recomendada da espécie Poincianella pluviosa (sibipiruna). A mesma constatação foi verificada

por Milano (1988) e Sampaio et al (2008), que encontraram respectivamente 49,8% e 39,21%

de DR para a espécie Poincianella pluviosa (sibipiruna) na área urbana de Maringá. O histórico

de dados indica uma queda da DR dessa espécie ao longo do tempo, fato que pode ser

considerado positivo, já que é a única espécie fora do padrão atualmente.

Aspecto relevante a ser mencionado para o planejamento da arborização é que o

histórico de levantamento de dados, mesmo com área amostrais diferentes, indica um

acentuado aumento da DR de Licania tomentosa (oiti), espécie de grande porte e de outro

ecossistema florestal. No levantamento de Milano (1988) a espécie não foi constatada, no

levantamento de Sampaio et al. (2006) foi a quarta espécie de maior densidade, com 3,49%.

Os gráficos abaixo demonstram as Densidades Relativas(DR) nos diferentes

setores averiguados até o momento pela atualização de dados do SIG.

123

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124

Figura 39: Densidade Relativa das principais espécies no setor nordeste.

Figura 38: Densidade Relativa das principais espéciesno setor central.

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125

Figura 40: Densidade Relativa das principais espécies no setor noroeste.

Figura 41: Densidade Relativa das principais espécies no setor sudeste.

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Apesar de apenas o setor central ter todas as árvores cadastradas é possível

verificar a alta densidade de Poincianella pluviosa (sibipiruna) prevalecendo ainda em Maringá.

Outro destaque é o crescimento da densidade de Licania tomentosa (oiti) em todos os setores

(comparado com o histórico de levantamentos) e a variação da composição florística das dez

primeiras espécies entre setores.

Porte das árvores

Pode-se dividir as árvores urbanas de Maringá em duas grandes categorias em

relação a altura: jovens (mudas com até 3 metros de altura) e regulares (são aquelas

consideradas já bem estabelecidas, maiores que 3 metros de altura). Sampaio et al. (2006)

cadastrou na área urbana de Maringá um total de 93.261 árvores em vias públicas, dos quais

15.127 (16,22%) eram jovens e 78.134 (83,78%) regulares. Considerando os dados coletados

atualmente para o SIG (Sistema SEMAARVORES) na área amostrada, verifica-se que as

porcentagens continuam semelhantes: 11.949 jovens (18,23%) e 53.591 regulares (81,77%).

Deve-se frisar que mesmo as áreas amostradas sendo diferentes nos trabalhos em questão,

ambas são amplas, o que diminui discrepâncias e erros estatísticos, tornando válida a

comparação para o diagnóstico em questão. Portanto, os dados indicam que as árvores

urbanas em Maringá continuam seguindo um ritmo de crescimento e substituição parecido ao

longo do tempo (últimos dez anos).

Comparando-se dados referente a altura total entre Sampaio et al. (2008) (dados

da região do plano piloto) e os dados coletados para o SIG na região central, verifica-se que a

altura média das árvores continua semelhante com o passar dos anos, sendo 6,7 m e 7,4 m

respectivamente entre os trabalhos.

126

Figura 42: Densidade Relativa das principais espécies no setor sudoeste.

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Os dados coletados para o SIG demonstram alturas que variam de 0,30 metros

até 15 metros, dentro do padrão já constatado por levantamentos anteriores. Os dados atuais

demonstram que atualmente 28,78% das árvores de vias públicas tem altura superior a 10

metros, o que nos próximos anos será aumentado devido a maioria das espécies terem o

potencial de crescimento ainda em desenvolvimento.

De acordo com Sampaio et al. (2006) as maiores médias de altura das árvores de

Maringá foram respectivamente para as espécies: Libidibia ferrea (pau-ferro), Eucaliptus sp.

(eucalipto), Enterolobium contortisiliquum (orelha-de-macaco), Tipuana tipu (tipuana), Leucena

lecocephala (leucena) e Poincianella pluviosa (sibipiruna).

Em relação aos troncos das árvores urbanas de Maringá e suas dimensões, dados

de Milano (1988) e Sampaio et al. (2008) trazem caracterização bem completa. De acordo com

Milano (1988) algumas espécies como Poincianella pluviosa (sibipiruna), Tipuana tipu (tipuana),

Jacaranda mimosaefolia (jacarandá-mimoso) e Handroanthus chrysotrichus (ipê-amarelo)

apresentaram em Maringá uma Circunferência à Altura do Peito (CAP) médio, no mínimo, 50%

maior que os encontrados em Curitiba. Essa constatação também é evidenciada pelos valores

encontrados por Sampaio et al. (2008), em alguns casos com médias de CAP maiores que as

médias encontradas por Milano (1988). Esse crescimento mais avantajado é explicado tanto

pela idade média dos plantios, como pelas melhores condições climáticas e edáficas

encontradas em Maringá.

As espécies que apresentaram as maiores médias de circunferência e diâmetro

em Maringá foram respectivamente: Ceiba speciosa (paineira), Enterolobium contortisiliquum

(orelha-de-macaco), Ficus guaranitica (figueira-branca), Bouganvillea glabra (primavera),

Colobrina glandulosa (sobrasil), Tipuana tipu (tipuana), Poincianella pluviosa (sibipiruna),

Spathodea campanulata (bisnagueira) e Jacaranda mimosaefolia (jacarandá-mimoso).

De acordo com Sampaio et al. (2008) a altura média da primeira bifurcação foi de

2,07 metros. Diferentemente do encontrado por Milano (1988) que obteve uma média de 1,8

metros. As médias encontradas estão dentro do padrão recomendado por Miranda (1970).

De acordo com Sampaio et al. (2008) as maiores médias de diâmetro de copa

foram constatadas nas espécies Colobrina glandulosa (sobrasil), Libidibia ferrea (pau-ferro),

Delonix regia (flamboyant), Tipuana tipu (tipuana) e Ficus guaranitica (figueira-branca).

A Tabela 15 demonstra uma caracterização de dados referente ao porte das

principais espécies encontradas na área do plano piloto de Maringá (área mais antiga) e

registradas por Sampaio et al. (2008).

127

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Tabela 15: Número de árvores amostradas (N); circunferência a altura do peito média (CAP); diâmetro a altura do peito média (DAP); altura total média (HT) e diâmetro de copa médio (DCOPA) das principais espécies da área do plano piloto de Maringá-PR.COD NOME CIENTÍFICO N. CAP (m) DAP (m) HT (m) DCOPA (m)

1 Poincianella pluviosa 12388 1,52 0,48 11,20 12,91

2 Tipuana tipu 3775 1,57 0,50 11,92 13,99

3 Handroanthus heptaphyllus 2598 1,14 0,36 10,82 10,60

4 Holocalix balansae 1261 0,98 0,31 6,73 8,16

5 Delonix regia 754 1,32 0,42 7,54 14,26

6 Jacaranda mimosaefolia 612 1,46 0,46 10,95 12,32

7 Handroanthus chrysotrichus 550 0,67 0,21 7,60 7,42

8 Roystonea oleracea 451 1,26 0,40 9,65 0,00

9 Bauhinia sp. 420 1,04 0,33 7,58 9,95

10 Grevillea robusta 407 1,25 0,40 10,78 7,37

11 Murraya paniculata 387 0,43 0,14 2,79 2,79

12 Licania tomentosa 373 0,32 0,10 3,07 2,58

13 Ficus benjamina 320 0,80 0,25 6,95 6,75

14 Ligustrum lucidum 303 1,20 0,38 9,22 9,94

15 Spathodea campanulata 268 1,48 0,47 9,85 10,10

16 Handroanthus roseo-albus 193 0,48 0,15 4,48 3,80

17 Terminalia catappa 185 0,97 0,31 8,85 10,34

18 Schinus molle 166 0,22 0,07 3,49 4,04

19 Phoenix dactylifera 165 0,00 0,00 0,00 0,00

20 Lagerstroemia indica 139 0,94 0,30 7,60 7,00

21 Tibouchina granulosa 127 0,56 0,18 4,86 5,03

22 Schinus terebinthifolius 127 0,36 0,11 4,56 4,96

23 Mangifera indica 118 0,81 0,26 6,48 7,06

24 Libidibia ferrea 105 1,45 0,46 13,00 14,37

128

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Todos os levantamentos relacionados as árvores urbanas realizados em Maringá

demonstram que desde o planejamento inicial, a cidade conta com uma arborização composta

majoritariamente por árvores de porte médio e grande, algo que persiste até os dias de hoje.

Porém, confrontando dados do levantamento atual com dados de levantamentos anteriores

como de Sampaio et al. (2008) e Milano (1988), verifica-se que gradativamente existe uma

substituição, feita de forma irregular (sem o consentimento da prefeitura), de espécies de médio

e grande porte, por espécies arbustivas. Os plantios irregulares e mesmo a falta de uma pré-

determinação de espécies a serem utilizadas, vem formando uma miscelânea de espécies em

vários logradouros. Esse fato é preocupante, pois grande variação de espécie por logradouro

prejudica o planejamento, pois datas de podas, fenologia, sombreamento entre outros fatores

também ficam variáveis o que acarreta maiores custos, em especial para a manutenção. Além

disso, as espécies arbustivas não geram os mesmos serviços ambientais que as espécies

arbóreas, prejudicando o bem-estar da população.

Condições Fitossanitárias

Sampaio et al. (2008) elaboraram uma classificação e verificaram as condições

gerais das árvores de vias públicas de Maringá. Seguindo a indicação de Milano (1988)

consideraram três classes de qualidade, divididas da seguinte forma:

• Condição Geral Boa (1) – árvore aparentemente boa, vigorosa, que apresenta poucos ou

nenhum sinal de pragas, doenças ou injúrias mecânicas, a forma característica da espécie e

não requer trabalhos de correção de grande amplitude.

• Condição Geral Satisfatória (2) – árvore com condição e vigor médios para o local, podendo

apresentar problemas de pragas, doenças ou injúrias mecânicas, necessidade de poda de

limpeza, reparos de danos físicos ou controle de pragas e doenças.

• Condição Geral Ruim (3) – árvore que apresenta estado geral indicando declínio,

apresentando evidentes danos físicos, de pragas e doenças em estágio médio e ou avançado.

Embora muitas vezes não aparente morte eminente, pode requerer muito trabalho de

recuperação.

A classificação em questão analisou de forma visual e genérica as condições das

árvores, observando a incidência de cupins, podas drásticas, fungos, tamanho das áreas livres,

condições do sistema radicular, cancros, cavidades, folhas amareladas e inclinação do tronco

(SAMPAIO, et al., 2008). A Tabela 16 demonstra os resultados.

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Tabela 16: Condições gerais verificadas nas árvores de vias públicas de Maringá-PR. Fonte: Sampaio et al. (2008).

Condição Geral Quantidade Porcentagem

Bóa 17004 18,23

Satisfatóó ria 45926 49,24

Sófríóvel 30331 35,52

TOTAL 93261 100

A alta porcentagem de árvores em condições ruins verificada por Sampaio et al.

(2008) indicava manejo não adequado e favorecimento da dispersão de pragas e doenças nas

árvores de vias públicas de Maringá. Anteriormente Milano (1988) também já havia verificado

alta porcentagem de árvores em condições ruins. Castro (2004) também verificou indícios de

condição fitossanitária ruim analisando a presença de cancros nas árvores das zonas 1 e 2,

onde 17,31% das árvores da zona 1 tinham sintomas de cancro e 11,88% na zona 2.

Verifica-se nos últimos oito anos em Maringá um gradativo aumento de queda de

árvores, em especial durante temporais ou ventanias. Todos os anos os jornais locais e a

defesa civil registram grande quantidade de quedas, superando 100 árvores em um dia em

várias ocasiões. Tal fato indica que os dados das supracitadas pesquisas estavam corretos,

mostrando a fragilidade em que muitas árvores se encontram.

A atualização de dados executada para composição do SIG não traz dados

analisando a condição geral das árvores, pois trata-se de dado de coleta complexa que

necessita de verificações de grande amplitude in loco. No entanto, foram verificados dados que

colaboram para análise das condições gerais e fitossanitárias, que seguem descritos na forma

que foram verificados:

• Presença de ninho de cupins arborícolas: em muitos casos os ninhos de cupins arborícolas

são feitos entre os troncos das árvores, e em geral, encontra-se em Maringá ninhos grandes e

de fácil visualização. Quando visualizados pelo uso da ferramenta de LandView foi marcado a

presença ou ausência do ninho. Dessa forma, o dado em questão não verifica todos os indícios

da presença de cupins, mas demonstra de forma eficiente e pontual as árvores que possuem

infestação pronunciada de cupins, o que traz um bioindicador de fitossanidade importante.

• Arquitetura da copa: dado adquirido por meio de visualização de imagens com a ferramenta

LandView. A visualização permitiu três classificações sobre a arquitetura de copa: equilibrada

(quando a copa se demonstrou bem distribuída, sem podas unilaterais, ou mesmo crescimento

contido por infraestrutura urbana), lateral (quando a copa demonstrou podas unilaterais,

deixando a árvore com a copa pendente para alguma lateral) e drástica (quando verificou-se a

presença de poda em que mais de 70% dos galhos da copa).

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• Inclinação do tronco: dado adquirido por meio de visualização de imagens com a ferramenta

LandView. Foram marcados como inclinados os troncos invadindo o espaço sobre a calçada e

ou vias e que dificultavam a passagem de pedestres ou veículos. Troncos fora dessa

característica foram considerados como adequados (retos).

A Tabela 17 demonstra os resultados dos dados atualizados que indicam

problemas nas árvores de vias públicas.

Tabela 17: Parâmetros indicativos de condições gerais ruins em dados cadastrados no Sistemade Informações Geográficas para gerenciamento da arborização de vias públicas de Maringá-PR.Parâmetros Indicativos Quantidade Porcentagem

Troncos inclinados 8826 13,47

Presença de ninhos de cupins 53 0,08

Arquitetura da árvore prejudicada (lateral ou drástica) 1414 2,16

TOTAL 10293 15,70

Os dados estimam que 15,70% das árvores de vias públicas de Maringá estejam

com parâmetros evidentes de condições gerais ruins. Cabe ressaltar que essa porcentagem

deve ser muito superior, já que muitos parâmetros que indicam condições ruins não foram

averiguados. O fator mais relevante verificado foi inclinação do tronco, que apresentou 13,47%

da população com troncos inclinados. Em todos os parâmetros, as espécies proporcionalmente

mais afetadas foram Poincianella pluviosa (sibipiruna) e Tipuana tipu (tipuana).

A baixa porcentagem da presença de ninhos de cupins não indica

necessariamente que a infestação seja baixa nas árvores urbanas do município, pois apenas

ninhos grandes podem ser observados pela ferramenta Landview e outros indícios da presença

não foram analisados. No entanto, as árvores em que foram verificados os ninhos já podem ser

monitoradas, pois possuem indicativo de podridão e prováveis cavidades no tronco.

Sampaio et al. (2008) verificaram que 12.797 árvores, que representavam 13,72%

das árvores, tinham presença ou vestígios de cupins. Em zonas centrais, onde estão às

árvores mais velhas, essa frequência de cupins se mostrou ainda mais alta. Galvão et al.

(2006), em estudo realizado na zona 1 de Maringá-PR, encontrou apenas uma espécie de

cupim, denominada Nasutitermes corniger, nas árvores de vias públicas de Maringá. Essa

espécie de cupim arborícola encontrada só se alimenta de matéria morta. Isso torna esse

inseto e sua presença como sendo um bom bioindicador de problemas fitossanitários.

Outro dado importante verificado por Sampaio et al. (2008) foi a presença de

fungos. Trata-se também de item que funciona como bioindicador de fitossanidade, pois indica

deterioração da madeira. Foram cadastradas 13.696 árvores (14,68% da população

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amostrada) com presença de fungos das quais 5.063 (5,43% da população amostrada)

apresentaram simultaneamente cupins também.

Em relação as condições fitossanitárias cabe também ressaltar que a arborização

de Maringá possui muitas árvores que podem ser consideradas de idade avançada,

principalmente na região do Plano Piloto da cidade, isso porque as espécies mais frequentes

em Maringá fazem parte do grupo de espécies pioneiras, que em geral tem um ciclo de vida

mais curto, em que idades entre 60 e 80 anos são consideradas avançadas. Nas cidades, em

geral, o estresse sofrido pelas árvores é grande devido aos fatores característicos das áreas

urbanas, como: compactação do solo, poluição, vandalismo, pouco espaço disponível na

superfície do solo para ciclagem de nutrientes, entre outros. Esse estresse colabora para

queda de vitalidade e diminuição no ciclo de vida das árvores.

A situação de condições fitossanitárias das árvores de Maringá é complexa, sendo

necessários planejamentos que promovam a agilidade de vistorias e monitoramento das

árvores em piores condições.

7.2.3 Caracterização da necessidade de manutenção e manejo da arborização

O planejamento urbano de Maringá, iniciado pela Companhia Melhoramentos

Norte do Paraná (CMNP), baseado nas fundamentações urbanistas das chamadas cidades

jardins, idealizadas pelo arquiteto Ebenezer Howard (ver itens 5.1 e 5.2), traz consigo uma

infraestrutura urbana que possibilita o uso predominante de árvores de médio e grande porte

em suas ruas, avenidas e praças. A paisagem urbana maringaense tem como destaque o

verde das árvores, existindo inúmeras ruas e avenidas onde as copas das árvores em

diferentes lados da via se encontram, formando túneis verdes. A infraestrutura urbana é

favorável a uma arborização frondosa, principalmente devido as calçadas, canteiros centrais e

vias serem largas; e a fiação elétrica dos postes serem, em mais de 90% da cidade, compacta

e protegida. Apesar dessas condições favoráveis a manutenção e manejo dessas árvores são

complexas, existindo diversas necessidades.

Esse capítulo do diagnóstico trata sobre a situação dos principais serviços de

manutenção da arborização de vias públicas em Maringá-PR, que ficam relacionados a dados

quali-quantitativos averiguados em pesquisas.

Poda de formação

Durante a produção da muda, antes desta ser plantada em via pública, pode haver

necessidade da execução da Poda de Formação, para que a muda alcance características na

altura e ângulo de seus galhos convenientes para o uso em área urbana. De acordo com a

Prefeitura de São Paulo (2012):

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A poda de formação é essencial, pois condiciona todo o desenvolvimento da

árvore e sua adaptação às condições em que vai ser plantada definitivamente.

É realizada no viveiro. No viveiro as mudas são produzidas dentro de padrões

técnicos, sendo conduzidas no sistema denominado “haste única”, que

consiste na desbrota permanente num caule único e ereto, até atingir a altura

mínima de 2,0 metros em viveiro (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2012 p. 21).

Atualmente a produção de mudas no viveiro municipal para arborização urbana

vem sendo quase nula e a maioria das mudas são plantadas nas vias fora do padrão (dados do

inventário atualizado demonstram que 14,89% das mudas da cidade são menores que 2,5

metros). Com isso, conclui-se que Podas de Formação raramente estão sendo executadas.

Esse tipo de poda é essencial para se alcançar um padrão adequado de mudas para plantio

em vias públicas.

Plantio de mudas

Outro serviço que garante a manutenção das árvores urbanas é o plantio. No caso

de Maringá-PR, atenção redobrada e cuidados especiais devem ser dispendidos neste serviço.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SEMUSP) no

ano de 2017 foram plantadas cerca de 4.000 mudas nas vias públicas da zona urbana, número

semelhante à cerca de 4.200 árvores (entre 300 a 400 por mês) que foram removidas durante o

mesmo período de tempo.

Aspecto vinculado ao plantio que merece análise é o tamanho da área livre de

pavimentação (área permeável nas calçadas disponível para o plantio). De acordo com Biondi

(1985) a área livre é um fator de importância ao adequado desenvolvimento da arborização,

pois influi em características fisiológicas das plantas, na qualidade do solo (compactação), na

disponibilidade de água e nutrientes.

Dados levantados por Sampaio et al. (2007) identificaram um tamanho médio de

área livre de 1,44 m2 nas calçadas públicas de Maringá-PR, inferior ao encontrado por Milano

(1988) de 3,7 m2 também em Maringá e superior ao encontrado por Biondi (1985) de 1,2 m2 em

Recife-PE.

Apesar de certa desatualização nos dados citados, de forma geral, os formatos e

os tamanhos das áreas livres não estão completamente padronizados em Maringá-PR, ficam

fora do tamanho ideal proposto por Wyman (1972) de 6 m². De acordo com Sampaio et al.

(2007) verifica-se que aproximadamente 65,36% das árvores localizadas nas calçadas tem sua

área livre variando até o máximo de 1,5 m2. Dados recentes do inventário atualizado

demonstram que 28,53% dessas árvores possuem área livre insuficiente.

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Esses fatos são preocupantes, pois o solo na área urbana de Maringá possui alta

compactação e recebe pouca matéria orgânica para ciclar nutrientes, somando às áreas livres

inadequadas ao porte das árvores (maioria de médio porte), temos um fator que aumenta a

fragilidade das mesmas.

Irrigação

Quanto à irrigação das mudas arbóreas para arborização esta vem sendo

executada no dia do plantio e em épocas que ocorrem estiagem, porém, muitas vezes por falta

de infraestrutura da prefeitura a irrigação de mudas recém-plantadas não é realizada, o que

prejudica a sobrevivência e velocidade de crescimento das mesmas.

Podas Aéreas

De acordo com Sampaio et al. (2006) a questão de podas foi analisada em 83.348

árvores (89,37% das árvores registradas). Constatou-se que a realização de podas em

Maringá-PR era ampla e constante (Figura 43). De acordo com informações de técnicos da

Prefeitura Municipal de Maringá a situação vislumbrada no estudo em questão não mudou

muito.

Atualmente as podas são executadas por 5 equipes, sendo 4 com membros da

Secretaria de Serviços Públicos (SEMUSP) e 1 terceirizada que no momento atualmente com o

contrato vencido e não está operando. As equipes são compostas por 5 pessoas (1 motorista e

4 operacionais). A média de podas mensais com todas as equipes trabalhando fica entre 400 a

500 árvores.

134

Figura 43: Porcentagem da existência de sinais ou vestígios de podas executadas nas árvores de toda área amostrada de Maringá-PR. Fonte : Relatório Projeto Árvore – Sampaio (2006).

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De acordo com Sampaio et al. (2008), 82,68% das árvores da população

pesquisada (quase 100% da população de árvores na época) mostravam sinais ou vestígios

bem aparentes de podas já executadas, ou seja, demonstrando que a grande maioria das

árvores de vias públicas estavam sendo podadas constantemente. Dessas árvores podadas

em 42,50% houve rebrotamento (isso ocorre quando a espécie não se adapta com facilidade a

poda, sendo que as principais foram: Bougainvillea glabra, Tipuana tipu, Parapiptadenia rigida,

Colubrina glandulosa, Jacaranda mimosifolia e Poincianella pluviosa); 40,18% foram árvores

que apresentaram sinais de poda, porém, sem a existência de brotos (espécies que aceitam

bem a poda); e 1,47% foram podas drásticas (poda que trouxe desequilíbrio a árvore de forma

preocupante, ou simplesmente quase todos os galhos foram retirados). O restante da

população das árvores verificadas, correspondente a 15,85% não apresentou sinais ou

vestígios aparentes de poda executada, o que demonstrou que eram árvores de espécies

adequadas quanto ao porte e o local em que estavam situadas, em sua maioria, localizadas em

praças, canteiros centrais e locais sem rede elétrica.

Dados do inventário atualizado quanto a arquitetura de copa demonstram que

apenas 2,16% das árvores possuem copa em desequilíbrio, o que caracteriza uma execução

constante de podas e porcentagem pequena de podas drásticas existentes.

Segundo Balensiefer (1987), as podas drásticas são muito antieconômicas, sendo

que após sua execução ocorre uma super brotação nas proximidades do corte e os novos

ramos tendem a uma posição ascendente; e com o aumento da circulação de seiva nesses

ramos, há uma tendência de crescimento em altura e problemas com a fiação elétrica voltam a

existir.

Segundo Seitz (2006) qualquer tipo de poda é uma agressão e pode trazer

prejuízos a saúde das árvores que sofrem esse tipo de agressão, porém, essa prática não pode

ser totalmente abolida, mas sim usada de forma mais adequada nas árvores urbanas. Ainda

expõe que podas drásticas, ou mesmo aquelas de galhos grossos, trazem mortalidade

expressiva de raízes já bem estabelecidas, o que acarreta maiores probabilidades de

desequilíbrio e queda de árvores.

Milano (1988) analisou a qualidade das podas, averiguou que 28,8% das árvores

de Maringá possuíam danos físicos provocados por podas inadequadas. Não existem dados

para avaliar com precisão se essa porcentagem diminuiu ou aumentou, porém, não impedem

um planejamento para que as podas sejam executadas de maneira mais eficiente e adequada.

Sampaio et al. (2006) analisaram dois tipos de podas cruciais para arborização de

vias públicas: Poda de Limpeza (retirada de galhos secos e doentes) e Poda de Emergência

(afastamento de galhos da rede elétrica) (Figura 44).

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Porcentagem de Podas Recomendadas nas Árvores Amostradas em toda cidade de Maringá-PR

72,74%

23,92%

3,34%

Poda não necessária

Poda de limpeza

Poda emergêncial

Figura 44: Análise da necessidade de poda de limpeza e poda de afastamento de rede elétrica na arborização de vias públicas em Maringá-PR.

O fato das árvores da população pesquisada estavam sendo constantemente

podadas levou a um índice de árvores sem necessidade de poda (72,74%). Em relação à poda

de limpeza 20.147 árvores estavam necessitando de ter seus galhos secos ou doentes

retirados, o que é considerada uma quantidade relevante. Apenas 2.815 árvores estavam

necessitando de poda de afastamento de rede elétrica, ou seja, tinham galhos encostados na

rede e que poderiam causar futuros problemas. Essa baixa porcentagem de árvores

necessitando de poda de afastamento de rede elétrica se deu devido a boa parte da população

total não estar situada abaixo de redes elétricas, além do fato da existência de rede compacta

(SAMPAIO et al. 2006).

Dados do novo inventário realizado pela Prefeitura de Maringá, especialmente

elaborado para complementar informações ao Plano de Gestão da Arborização Urbana de

Maringá-PR, demonstram que nas zonas centrais, englobando todo plano piloto e arredores

97,5% das árvores possuem copa equilibrada, 2% possuem copa com poda lateral e apenas

0,5% das árvores sofreram poda drástica. Comparando com os dados dos inventários

anteriores, de Sampaio et al (2006) e Milano (1988), pode-se constatar que as podas em

Maringá seguem um bom histórico, com inadequações esporádicas (PREFEITURA

MUNICIPAL DE MARINGÁ, 2018). O fato das árvores, principalmente nas zonas centrais,

estarem em idade avançada indica que os cuidados devem ser redobrados para que não haja

problemas futuros.

Podas de Raízes

Na bibliografia consultada não foram encontrados dados das quantidades de

podas executadas em raízes em Maringá. Sabe-se que em alguns casos essas podas são

executadas principalmente pela Companhia de Água e Saneamento do Paraná (SANEPAR)

quando da necessidade de consertos em tubulações, ou mesmo para a inserção dessas

tubulações.

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Existe conflito relevante entre calçadas públicas e o sistema radicular de árvores

localizadas nos passeios, constatado por Sampaio et al (2007) em que foram avaliadas 59.423

árvores em calçadas. Os dados foram coletados de maneira a determinar a relação entre as

raízes e a área livre (espaço para sobrevivência da árvore rodeada por calçamento).

Pode ser observado na Figura 45 que 44,35% das árvores não possuem

afloramento de raiz (raízes profundas com nenhum crescimento superficial aparente), 20,82%

são de árvores com crescimento radicular superficial aparente apenas dentro da área livre, ou

seja, 65,17% das árvores registradas apresentaram raízes sem conflitos com as calçadas. O

restante correspondente a 34,83% foram de árvores com raízes em conflito com as calçadas e

ou construções, indicando em termos gerais, que nesses locais os tamanhos das áreas livres

(espaço para sobrevivência da árvore rodeada por calçamento) são muito pequenos ou as

espécies presentes têm raízes superficiais, que não são adequadas aos passeios públicos, ou

até mesmo que a compactação do solo e plantios não foram adequados.

Porcentagem das Avaliações feitas dos conflitos entre o Sistema radicular e calçadas

44,35%

20,82%

33,90%

0,08%0,84% Sem Afloramento

Afloramento na área livre

Afloramento interferindo nacalçadaAfloramento interferindo naconstrução

Afloramento interferindo narede subterrânea

Figura 45: Relação entre sistema radicular e calçadas públicas em Maringá-PR. Fonte : Relatório Projeto Árvore – Sampaio (2006).

Verifica-se que uma alta porcentagem de calçadas em conflito com os sistemas

radiculares foi verificada. Soluções para essa problemática vão desde adequações nas

calçadas, na escolha das espécies, até melhoras nos procedimentos de plantio. A poda de

raízes não é indicada para adequar esse tipo de conflito já estabelecido, pois o risco de gerar

grande desequilíbrio na árvore é alto, além da possibilidade de causar a morte no indivíduo.

7.3 Viveiro Municipal

O viveiro municipal possui mudas de plantas ornamentais e arbóreas para

utilização na recuperação de áreas degradadas, para o paisagismo de praças, parques, jardins

e canteiros centrais e para o uso na arborização de vias públicas urbanas.

O viveiro municipal possui potencial para a instalação de uma unidade produtora

de condicionadores (substratos) visando uso na produção de mudas, face a quantidade

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expressiva de resíduos vegetais (em especial arbóreos) oriundos das podas e remoção das

árvores das vias públicas de Maringá.

O viveiro localiza-se na Avenida Victório Marcon, 1434, no município de Maringá-

PR, possui aproximadamente 10 hectares, sendo a maior parte constituída por um

remanescente florestal que constituí a Área de Preservação Permanente (APP) da nascente do

Ribeirão Paiçandu (Figura 46).

A infraestrutura do Viveiro Municipal é composta de um barracão com banheiros,

local para acondicionamento materiais necessários a produção de mudas (adubos, recipientes,

etiquetas, equipamentos, defensivos agrícolas) área para atividades administrativas

(administração, recepção), refeitório, cozinha, área para descanso, casas de vegetação

(automatizadas e manuais), sistema de irrigação (por aspersão), canteiros para a produção e

condução das mudas (flores, plantas ornamentais e arbóreas) (Figura 47).

Estima-se que a infraestrutura disponível tenha potencial para produção de 75 mil

mudas anuais (flores, plantas ornamentais, arbóreas e palmeiras). Este potencial pode ser

aumentado, desde que sejam realizados ajustes e reformas, pois existem depreciações

constantes de vários materiais, deficiência em insumos e ausência na manutenção dos

equipamentos, principalmente as casas de vegetação.

Em julho de 2018, o viveiro possuía cerca de 29.000 mudas de espécies arbóreas,

sendo 12.000 de tamanho pequeno (menor que 1 m); 8.000 médias (entre 1 e 1,5 m); e 9.000

grandes (acima de 1,5 m). Em sua maioria as mudas são provenientes de doações referentes a

compensação ambiental. São funcionais para plantios paisagísticos e para recuperação de

áreas degradadas nos fundos de vale, mas o porte e qualidade muitas vezes não são

suficientes para destiná-las à arborização de vias públicas.

Destacamos que este modelo de condução, atualmente é funcional para a

reposição e/ou plantios de espécimes paisagísticos em praças, parques e jardins, além da

recuperação em áreas degradadas nos fundos de vale, mas o porte e qualidade das mudas

muitas vezes não são suficientes para destiná-las às calçadas das vias públicas da cidade.

O viveiro atualmente conta com 13 funcionários, cujas funções regularmente são:

administração (controle de estoque), limpeza, escolha das sementes destinadas à semeadura,

escolha do substrato ideal, irrigação e adubação, manejo das pragas e doenças, controle de

plantas invasoras, uso de resíduos na formulação de substratos, enchimento de recipientes e

condução dos materiais em produção.

Com a elevada demanda de plantios nas vias públicas de Maringá (flores, plantas

ornamentais e árvores) muitas destas atividades, que estão diretamente relacionadas com a

produção de mudas, não estão tendo continuidade, com destaque para: escolha das matrizes

(arbóreas, arbustivas e herbáceas perenes), coleta de sementes, armazenamento e

beneficiamento, quebra de dormência, escolha dos substratos adequados, semeadura,

repicagem, irrigação, escolha da formulação de fertilizantes (concentrações e períodos de

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aplicação), avaliação das condições climáticas (estações do ano), uso de defensivos agrícolas

adequados (liberados ao estado do Paraná, conforme normas da ADAPAR), implantação do

controle biológico e/ou natural, transplantio, condução adequada de tutores em materiais

arbóreos, podas nas diferentes situações (limpeza, levante, conformação, etc) e destinação

adequada das mudas produzidas no viveiro municipal.

Portanto, atualmente o viveiro tem produção reduzida, e está funcionando mais

como armazenador de mudas adquiridas ou doadas por empresas para a Prefeitura Municipal

para cumprimento de compensações ambientais. O principal gargalo do sistema produtivo é a

falta de mão-de-obra.

Para que o Viveiro Municipal opere com toda a sua capacidade, atualmente seriam

necessários 20 funcionários, sendo que, pelo menos, um destes deve ter curso de nível

superior, em agronomia, biologia ou engenharia florestal. Além disso, seria necessário

promover de forma imediata, todos os investimentos em infraestrutura e insumos citados

abaixo para que o viveiro possa retomar a produção de mudas de qualidade para uso na

arborização de vias públicas:

7.3.1 Melhorias em infraestrutura

a) Casa de Vegetação – atualmente existem algumas estruturas para fins de produção e/ou

finalização do processo produtivo de várias espécies ornamentais na face leste do Viveiro

Municipal de Maringá. A estrutura maior precisa urgentemente da troca dos plásticos/sombrite

que estão danificados em alguns locais, comprometendo totalmente a qualidade das plantas.

Sugere-se o uso de plásticos com 200 micras e aluminet para redução da temperatura interna,

em especial no verão, visto que o pé direito da estrutura é baixo. Ainda, verificar a possibilidade

na inserção de cortinas laterais móveis, a fim de melhorar a condição de aeração do local.

b) Bancadas – sugere-se a instalação de bancadas em todas as estruturas (ambiente protegido

maior e menor) para evitar problemas com doenças (condições inadequadas com relação a

umidade relativa do ar excessiva e temperatura).

c) Ventiladores/Exaustores – para a estufa mais baixa sugere-se a colocação de

ventiladores/exaustores para melhorar a aeração (semelhante na estrutura menor) e assim,

evitar doenças comuns às plantas.

d) Aquisição de equipamentos – compra de misturadores (resíduos x solo) para aumentar a

produção e homogeneidade dos condicionadores, a fim de produzir espécies herbáceas,

arbustivas, arbóreas e palmeiras. Além disso é necessária a compra de 3 (três) pulverizadores

elétricos (16 litros) para a aplicação de produtos no manejo de pragas/doenças e adubação

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foliar ou base, visto que o único pulverizador existente foi obtido em 2006 (via recursos do

Congresso Brasileiro de Arborização Urbana) e já está com 12 anos de existência.

e) Salas - local destinado a reuniões e realização de cursos, palestras e/ou eventos da

natureza técnico científica. Existe uma área demarcada, feita alguns anos atrás, porém que não

é mais usada. Sugere-se a aquisição de pelo menos 25 carteiras escolares para eventuais

recepções de alunos neste local.

f) Carreadores e estradas – pavimentar (concretar) todos os carreadores e estradas internas do

viveiro para facilitar o transporte de mudas, quando retirados do local durante o carregamento

de caminhões. A maior parte dos acessos atualmente é constituída em solo, o que dificulta o

transporte interno (principalmente na área destinada a condução das árvores).

g) Construção de barracão – ao lado do local disponibilizado para a produção das mudas de

árvores sugere-se a construção de um barracão para acondicionamento de produtos,

equipamentos, materiais, dentre outros, minimizando o trabalho para retornar os mesmos ao

barracão central.

7.3.2 Melhorias ambientais

a) Destinação de resíduos – as mudas de baixa qualidade, ou que perecem com o tempo,

podem ser destinadas para a compostagem no próprio viveiro, assim reaproveitando o material.

b) Manejo de pragas e doenças – deverão ser planejadas por técnicos capacitados, ações mais

eficientes no sentido da realização do manejo de pragas e doenças com uso de produtos

naturais, evitando assim, o uso de produtos químicos.

c) Aquisição de sementes – as sementes a serem adquiridas para a produção de mudas devem

ser oriundas de empresas idôneas, certificadas ambientalmente e que já atuem no mercado.

d) Coleta de sementes – também deve ser realizada a coleta de sementes provenientes de

matrizes com boa qualidade fitossanitária e porte desejável.

e) Materiais herbáceos perenes e arbustivos – os materiais herbáceos perenes (como

agapantos, hemerocalls e íris) e arbustos (caliandras, buxinho e cambuí) podem ser

propagados vegetivamente no próprio viveiro, para posterior aproveitamento, a fim de evitar

gastos excessivos. Este processo já foi realizado no viveiro municipal com sucesso, mas foi

abandonado.

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7.3.3 Aquisição de insumos

a) Fertilizantes – o sucesso e a qualidade das mudas produzidas é diretamente relacionado ao

uso de fertilizantes, que devem ser continuamente fornecidos ao viveiro, principalmente

aqueles com as seguintes formulações: 10-30-20; 9-45-18; 20-10-20; 15-5-15; 15-0-15.

b) Iscas adesivas – vital para o monitoramento da incidência de pragas no viveiro e início de

controle dos mesmos. O ideal seria ter em abundância iscas nas cores amarela e azul.

c) Recipientes – bandejas e vasos para uso nas diferentes etapas na produção de árvores e

plantas ornamentais.

d) Etiquetas de identificação – sugere-se identificar todos os materiais na linha de produção de

tal modo a que se tenha maior controle quanto a qualidade e quantidade dos materiais.

e) Defensivos para manejo de pragas e doenças – ideal optar por produtos naturais, porém em

alguns casos sugere-se o uso de produtos químicos que possuem maior eficácia no controle.

f) Sisal – material usado para o amarrio em espécies arbóreas, sugere-se tê-lo em abundância

face a demanda contínua no viveiro para condução das mudas.

g) Substratos – atualmente são adquiridos substratos de baixa qualidade. As propriedades

físicas, químicas e a procedência dos substratos devem ser observadas antes da aquisição dos

materiais.

h) Algicidas e bactericidas – estes insumos são importantes para evitar a disseminação de

doenças no local. Ao se retirar a produção da área interna, faz-se obrigatório a aplicação de

algicidas e bactericidas em toda a área de produção e ainda em todo sistema de irrigação, para

evitar a contaminação da estufa.

7.3.4 Aquisição de equipamentos

a) Irrigação – no setor de condução das mudas arbóreas, seria fundamental implantar um

sistema de irrigação por gotejamento, pois a mão-de-obra atualmente destinada a irrigar as

mudas manualmente poderia ser melhor aproveitada em outros tratos culturais como plantio,

podas, desbaste, transporte, aplicação de adubos, manejo de pragas e doenças, etc.

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b) Condutivímetro – essencial para a avaliação semanal dos aspectos referentes à nutrição do

substrato usado na produção de diferentes espécies e escolha pelo uso de formulados de

diferentes concentrações.

c) Peagâmetro - essencial para a avaliação semanal dos aspectos referentes à nutrição do

substrato usado na produção de diferentes espécies e escolha pelo uso de formulados de

diferentes concentrações.

d) Balança de precisão com duas casas decimais – necessário para a verificação das

quantidades de insumos, principalmente fertilizantes, a serem usados no processo de

condução das mudas.

e) Tesouras de podas – necessário para a condução das mudas (arbóreas e arbustivas),

quando manual (ideal 30 tesouras de marca superior), quando mecanizada (ideal ao menos 2

para o viveiro (máquina de poda elétrica).

f) Prateleiras móveis – sugere-se a aquisição de 20 prateleiras móveis para facilitar o transporte

de embalagens maiores (ex.: recipientes acima de 20 litros) dos locais de produção aos

caminhões. Atualmente existem apenas duas, o que dificulta e atrasa os trabalhos.

g) Máquinas para enchimento de recipientes – como a produção tende a elevar-se com o

tempo, é vital a compra de pelo menos uma máquina para enchimento com substratos dos

diferentes recipientes a serem destinados a produção de mudas.

7.3.5 Estabelecimento de parcerias e colaborações

As parcerias com Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão privadas ou

públicas podem contribuir com a realização de pesquisas voltadas para otimizar a produção e

melhorar a qualidade das mudas produzidas, sendo estas em caráter de Trabalhos de

Conclusão de Curso, Dissertações de Mestrado e/ou Teses de Doutorado. A promoção de

parcerias com empresas públicas ou privadas também podem contribuir para a realização de

cursos e treinamentos aos funcionários do viveiro municipal sobre os métodos de uso de

equipamentos de ponta.

Sugere-se ainda que seja estabelecido um mecanismo legal que possibilite a

comercialização das mudas excedentes que seriam produzidas no viveiro municipal de

Maringá. O recurso gerado pela comercialização poderia ser integralmente reinvestido na

compra de insumos e na infraestrutura do viveiro para a continuidade da produção.

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Figura 46: Limites aproximados da área onde está instalado o viveiro municipal de Maringá-PR.

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Figura 47: Infraestrutura do Viveiro Municipal, mostrando o barracão, setor administrativo,estufas e canteiros de mudas.

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8 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO

Baseando-se nos dados do diagnóstico seguem neste capítulo o planejamento

para o desenvolvimento de ações que efetivamente colaborem para que sejam alcançados os

objetivos do PGAU.

8.1 Escolha de espécies utilizadas na Arborização Urbana

As principais questões que nortearam a seleção de espécies para arborização de

vias e praças foram: manter o perfil arbóreo gerado pelo planejamento inicial da arborização de

Maringá (ver itens 5.1 e 5.2); manter e ampliar os benefícios da arborização urbana, que

justificam a elaboração do PGAU (ver item 2); e propor espécies adequadas ao espaço físico

existente com as devidas proposições de manejo.

É sabido que a escolha de espécies arbóreas para uso em vias públicas deve

considerar muitos aspectos, porém, dificilmente se consegue uma única espécie que satisfaça

plenamente as necessidades urbanas e o desejo dos habitantes. Haverá sempre condições

que necessitam de manutenção e surgirão conflitos. Para as seleções das espécies utilizadas

no PGAU (ANEXO II), alguns aspectos (histórico, paisagístico, infraestrutural e/ou ecológico)

foram prioritários na escolha, dependendo da região da cidade.

Os critérios de escolha de espécies utilizados seguem abaixo:

• em vias cuja arborização possui relevância histórica (ver itens 5.1 e 5.2) e/ou cênica,

as espécies originalmente escolhidas foram mantidas quando possível;

• o planejamento de utilização de espécies deve funcionar como instrumento para tornar

a cidade mais atrativa, com isso, espécies de floração exuberante e com elementos

paisagísticos diferenciados em troncos, estrutura de copa e coloração de folhas foram

estrategicamente selecionadas para a arborização da cidade;

• a arborização deve ser planejada para aumentar a diversidade de espécies, fonte de

sementes para a regeneração de áreas verdes, fundos de vale e áreas degradadas,

além de manter e atrair a fauna em geral;

• sempre que a estrutura urbana permitir deve-se utilizar espécies de médio (de 13 a 16

m de altura) e grande porte (acima de 17 m), a fim de atender aos requisitos

paisagísticos, estéticos e de conforto bioclimático, similar ao já existente no plano piloto

da cidade de Maringá-PR;

• nos casos em que os passeios tiverem largura inferior a três (3) metros, indica-se

espécies de pequeno porte (até 12 m de altura), preferencialmente de crescimento

lento;

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• as espécies devem ser, preferencialmente, nativas do Brasil, especialmente da

Floresta Estacional Semidecidual, excluindo-se as espécies pioneiras de ciclo de vida

curto (até 30 anos). O objetivo do uso de espécies nativas é aumentar o conhecimento

popular acerca destas espécies; reduzir custos com manutenção, em razão de estarem

mais adaptadas ao clima e solo; promover a conservação ex situ da biodiversidade

regional; e aumentar a conectividade entre áreas verdes para animais polinizadores e

dispersores de sementes, principalmente no entorno de remanescentes florestais,

fundos de vale e vias paisagísticas;

• o uso de espécies exóticas é permitido, priorizando o uso daquelas já existentes no

planejamento original de Maringá (ver item 5.1), porém, fica proibido o uso de espécies

presentes nas listas de espécies exóticas invasoras do Instituto Hórus

(http://i3n.institutohorus.org.br/www/) e do IAP (Portaria 059/2015);

• no cômputo geral de utilização de espécies para a cidade o planejamento deve prever

que nenhuma espécie ultrapasse a Densidade Relativa de 15%, considerando que a

maioria das espécies deve possuir Densidade Relativa máxima de 5%;

• deve-se priorizar o uso de espécies com crescimento lento ou cuja copa ultrapasse as

redes elétricas quando adulta e boa aceitação de poda em locais abaixo de redes

elétricas;

• deve-se evitar a repetição de espécies em ruas paralelas subsequentes;

• cada via deverá conter uma única espécie em toda a sua extensão, em ambos os

lados, privilegiando-se a sua identidade visual, exceto em casos específicos, como

largura de calçadas diferentes, redes de alta-tensão e infraestrutura diferenciadas entre

os lados da via, nos quais se sugere a variação de espécies entre lados.

Utilizando-se os critérios descritos acima foram selecionadas 73 espécies (Tabela

18) que serão utilizadas pela Prefeitura Municipal para a arborização das vias e praças da zona

urbana de Maringá. A descrição, informações ecológicas e indicações de uso de cada espécies

estão contidas no ANEXO III.

Tabela 18: Lista de espécies que serão utilizadas na arborização urbana de Maringá

Nome Popular Nome Científico Família

Açoita-cavalo Luehea divaricata MALVACEAE

Aldrago, Sangueiro Pterocarpus rohrii FABACEAE

Alecrim-de-campinas Holocalyx balansae FABACEAE

Araçá Psidium cattleianum MYRTACEAE

Árvore-de-judas Cercis siliquastrum FABACEAE

Árvore-samambaia Filicium decipiens SAPINDACEAE

Bisnagueira Spathodea campanulata BIGNONIACEAE

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Nome Popular Nome Científico Família

Bucha-de-copo Callistemon viminalis MYRTACEAE

Cabreúva Myroxylon peruiferum FABACEAE

Café-de-bugre Cordia ecalyculata BORAGINACEAE

Cafezeiro-bravo Casearia sylvestris SALICACEAE

Camboatã Matayba elaeagnoides SAPINDACEAE

Cambuci Campomanesia phaea MYRTACEAE

Canafístula Peltophorum dubium FABACEAE

Canelinha Nectandra megapotamica LAURACEAE

Capixingui Croton floribundus EUPHORBIACEAE

Carrapateiro Metrodorea nigra RUTACEAE

Cássia-javanica Cassia javanica FABACEAE

Cassia-rosa Cassia grandis FABACEAE

Cedro Cedrela fissilis MELIACEAE

Cega-machado Physocalymma scaberrimum LYTHRACEAE

Cerejeira-do-japão Prunus serrulata ROSACEAE

Cerejeira-rio-grande Eugenia involucrata MYRTACEAE

Dedaleiro, Mirindiba Lafoensia glyptocarpa LYTHRACEAE

Falso-barbatimão Cassia leptophylla FABACEAE

Farinha-seca Albizia hassleri FABACEAE

Faveiro, Sucupira Pterodon emarginatus FABACEAE

Feijão-cru Dahlsteditia muehlbergiana FABACEAE

Figueira Ficus guaranitica MORACEAE

Flamboyant Delonix regia FABACEAE

Grevílea Grevillea robusta PROTEACEAE

Grumixama Eugenia brasiliensis MYRTACEAE

Guabiroba Campomanesia xanthocarpa MYRTACEAE

Guajuvira Cordia americana BORAGINACEAE

Guaritá Astronium graveolens ANACARDIACEAE

Ingá Inga marginata FABACEAE

Ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus BIGNONIACEAE

Ipê-branco Tabebuia roseoalba BIGNONIACEAE

Ipê-rosa Handroanthus impetiginosus BIGNONIACEAE

Ipê-roxo Handroanthus heptaphyllus BIGNONIACEAE

Jacarandá-caroba Jacaranda macrantha BIGNONIACEAE

Jacarandá-da-bahia Dalbergia nigra FABACEAE

Jacarandá-mimoso Jacaranda mimosifolia BIGNONIACEAE

Jacarandá-rosa Jacaranda micrantha BIGNONIACEAE

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Nome Popular Nome Científico Família

Jatobá Hymenaea courbaril FABACEAE

Jequitibá-rosa Cariniana estrellensis LECYTHIDACEAE

Jerivá Syagrus romanzoffiana ARECACEAE

Louro-pardo Cordia trichotoma BORAGINACEAE

Manacá-da-serra Pleroma mutabile MELASTOMATACEAE

Melaleuca Melaleuca leucandendron MYRTACEAE

Óleo-copaiba Copaifera langsdorffii FABACEAE

Olho-de-boi Ormosia arborea FABACEAE

Paineira Ceiba speciosa MALVACEAE

Palmeira-imperial Roystonea oleracea ARECACEAE

Palmeira-azul Bismarckia nobilis ARECACEAE

Palmeira-carpentaria Carpentaria acuminata ARECACEAE

Palmeira-elegance Ptychosperma elegans ARECACEAE

Palmeira-rabo-de-peixe Caryota urens ARECACEAE

Palmeira-real-australiana Archontophoenix cunninghamiana FABACEAE

Pau-brasil Paubrasilia echinata FABACEAE

Pau-de-mulato Calycophyllum spruceanum RUBIACEAE

Pau-ferro Libidia ferrea FABACEAE

Pau-marfim Balfourodendron riedelianum RUTACEAE

Peroba Aspidosperma polyneuron APOCYNACEAE

Pitanga Eugenia uniflora MYRTACEAE

Quaresmeira Pleroma granulosum MELASTOMATACEAE

Resedá Lagerstroemia indica LYTHRACEAE

Sapuva Machaerium stipitatum FABACEAE

Sibipiruna Poincianella pluviosa FABACEAE

Tamareira Phoenix dactylifera ARECACEAE

Tarumã Vitex polygama LAMIACEAE

Tipuana Tipuana tipu FABACEAE

Uvaia Eugenia pyriformis MYRTACEAE

8.2 Indicação de espécies para plantio em cada logradouro da cidade

Foi construída, por uma equipe multidisciplinar, uma tabela contendo a espécie

arbórea indicada para cada logradouro público existente na zona urbana de Maringá (ANEXO

II), cujas características e indicações de plantio estão descritas no (ANEXO III). Estas tabelas

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serão utilizada pela Secretaria de Serviços Públicos – SEMUSP e pela Secretaria de Meio

Ambiente e Bem-Estar Animal para orientar todas as ações de plantio de mudas no Município.

É importante destacar que nenhuma árvore já existente será removida para que a

arborização se adéque à tabela de espécies indicadas. O efeito desta adequação somente será

percebido em longo prazo, conforme as árvores condenadas, ou que caírem naturalmente

forem sendo substituídas pelas espécies indicadas no ANEXO II.

As espécies a serem utilizadas (Tabela 18) foram escolhidas com base nos

critérios descritos no item 8.1. A implementação das indicações do ANEXO II pela Prefeitura

Municipal contribuirá sobremaneira para reduzir os custos de manutenção com podas

excessivas e remoções de espécies plantadas em locais inadequados, pois tornarão a

arborização mais adequada para as condições de cada via. Contribuirá para reduzir a

Densidade Relativa de cada espécie na cidade para que não haja nenhuma com frequência

maior do que 15%. Com base na Tabela 19 estima-se que no futuro a maior Densidade

Relativa das espécies selecionadas seja de 6,5% para a espécie tipuana. Além disso, a nova

arborização contribuirá para aumentar o valor cênico e paisagístico dos espaços públicos de

Maringá.

Tabela 19: Densidades Relativas (DR) esperadas das principais espécies selecionadas para as

vias e praças de Maringá.

Espécie DR (%) Espécie DR (%)

Tipuana 6,5 Mirindiba 3,1

Ipeô -róxó 6,4 Ipeô-brancó 3,0

Sibipiruna 5,6 Jacaranda-mimósó 2,9

OÍ leó-cópaíóba 5,0 Cabreuó va 2,6

Ipeô -rósa 4,8 Tarumaã 2,5

Feijaãó-cru 4,4 Ãlecrim 2,5

Sapuva 4,3 Ipeô-amareló 2,3

Ãldragó 3,9 Carrapateira 1,7

Lóuró-pardó 3,8 Faveiró/Sucupira 1,6

Pau-brasil 3,8 Caó ssia-rósa 1,5

A tabela contida no ANEXO II será atualizada constantemente conforme novas

vias sejam abertas e arborizadas pela Prefeitura Municipal e conforme os Projetos de

Arborização de loteamentos novos sejam aprovados.

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8.3 Diretrizes para elaboração de projetos de arborização de loteamentos novos

Para que a qualidade da arborização das vias seja padronizada entre as diferentes

regiões da cidade, é fundamental que os projetos de arborização dos loteamentos novos sigam

as diretrizes estabelecidas abaixo.

O projeto deverá ser apresentado em escala adequada, em que seja possível a

visualização dos detalhamentos sem prejuízos ao entendimento, contendo, de preferência,

todas as informações na mesma prancha. Todas as pranchas deverão ser assinadas pelo

responsável técnico e pelo proprietário do empreendimento.

Conforme lei Nº 889/2011, o projeto deverá ser acompanhado da cópia do Projeto

Geométrico com carimbo da Análise Prévia.

O projeto de arborização deverá ter legenda com os seguintes itens:

- Nome comum e científico de cada espécie utilizada;

- Simbologia diferenciada para cada espécie utilizada, bem como para postes e bocas de lobo,

onde o centro do símbolo corresponda ao local exato do plantio ou localização do equipamento;

- Número total de árvores de cada espécie com as respectivas porcentagens em relação ao

número total de árvores utilizadas.

Os seguintes elementos deverão constar em escala conveniente na planta do

projeto de arborização:

• croqui de localização do loteamento (com visualização legível das principais vias de

acesso, e de bairros mais próximos);

• árvores existentes;

• postes;

• bocas de lobo;

• orientação magnética;

• meio-fio;

• nomenclatura de logradouros;

• quadras e datas.

As árvores deverão ser locadas a uma distância mínima de um metro e meio (1,50

m) de bocas de lobo e deverão ser alinhadas a uma distância de um metro (1,0 m) do meio-fio.

As distâncias das árvores até postes de luz e até esquinas (esquinas medidas a

partir da projeção do alinhamento predial) será de no mínimo quatro metros (4,00 m).

A frequência (Densidade Relativa) máxima de árvores por espécie não deverá

ultrapassar 15%, salvo impossibilidade devido a condições específicas da estrutura urbana, ou

para adequação do projeto ao Plano de Gestão da Arborização Urbana (PGAU), sendo nestes

casos, devidamente justificado por escrito.

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Dar preferência por espécies nativas contidas na lista de espécies no ANEXO III,

utilizando-as de acordo com a adequação das suas características ecológicas com as

características do local onde serão plantadas.

Evitar utilizar espécies exóticas nas vias paisagísticas ou em ruas e avenidas

localizadas nas proximidades de fundos de vale, parques ou fragmentos florestais. O uso de

espécies exóticas com status de invasora fica proibido.

Em ruas e avenidas que se estendem para loteamentos já implantados deve ser

dada continuidade para a(as) espécie(s) já escolhida(s) para o logradouro, discriminada no

ANEXO II.

Preferencialmente, em uma mesma avenida deverão ser utilizadas apenas duas

espécies (uma no canteiro central e outra nas laterais) em toda a sua extensão, salvo para

avenidas muito compridas onde exista uma descontinuidade gerada por fundo de vale, praças,

rotatórias, equipamentos comunitários ou cruzamento com outras avenidas de igual ou maior

importância. Neste caso, para cada trecho descontínuo poderá ser utilizado um par diferente de

espécies.

Preferencialmente, em uma mesma rua deverá ser utilizada apenas uma espécie

em toda a sua extensão. Não poderá haver mais de uma espécie no mesmo lado de uma

rua/avenida e na mesma quadra (ou quarteirão). Quando o projeto designar uma espécie para

cada lado da rua deverá trazer as justificativas técnicas para isso.

A frequência (Densidade Relativa) das espécies na arborização urbana será

monitorada pela Prefeitura Municipal, e aquelas consideradas com densidade elevada deverão

ser evitadas nos projetos.

O espaçamento entre as mudas deverá ser compatível com o porte da árvore

adulta, bem como com o espaço físico disponível, levando em consideração o ritmo de

crescimento de cada espécie e a sua longevidade.

Locar, de preferência, uma árvore por lote (data), desde que siga os

espaçamentos adequados a cada espécie escolhida e demais normas recomendadas. Em lotes

com testada maior do que 16 m deverá ser plantado mais do que uma árvore por lote, quando

possível.

Locar a muda, sempre que possível próxima ao meio da testada do lote (data),

procurando deixar ao menos uma das laterais com largura mínima de quatro metros (4,00 m)

livre de arborização, poste e boca de lobo.

Deverão constar por escrito no projeto os tratos culturais e silviculturais a serem

executados na implantação e nos primeiros seis meses após plantio, a fim de garantir a pega

efetiva das mudas, sendo que o uso de hidrogel e adubação por cova é obrigatório e deverão

ser especificados e devidamente dosados pelo responsável técnico (definir quantidade por

cova e frequência de aplicação para cada produto que se fizer necessário). Além dos dados

acima, os seguintes dizeres também deverão constar por escrito na planta baixa:

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- As mudas deverão ter altura mínima dos primeiros galhos (altura de bifurcação) de 1,80 m

(um metro e oitenta centímetros) a contar a partir da base do tronco, DAP (diâmetro a altura do

peito medido a 1,3 m do solo) mínimo de 3,0 cm (três centímetros), com um torrão de no

mínimo 30 l (trinta litros) de substrato.

- As mudas deverão estar sadias, ter o tronco reto, apresentar brotações novas visivelmente

sadias (acima de 1,80 m da base do tronco), e raízes bem formadas (sem lesões e/ou má

formação como cachimbamento, enovelamento, etc.).

- As mudas serão plantadas apenas após a implantação asfáltica, colocação de meio-fio,

sarjeta, e nivelamento de passeio.

- O tutoramento é indispensável, e deverá ser feito com tutor (estaca de madeira maciça, com

pelo menos 4 cm de diâmetro), de boa qualidade (firme, reto e resistente), firmemente fincado

ao solo, com altura (após fixado) superior à muda.

- No tutoramento serão utilizados somente amarrilhos biodegradáveis, que não provoquem

injúrias ao caule e ramos das mudas, e deverão ser amarrados as mesmas em formato de oito,

sendo necessário no mínimo 2 amarrilhos por muda.

O Projeto de Arborização será aprovado em três etapas a saber:

1ª) Aprovação do projeto - deverá ser solicitada protocolando as vias do Projeto na Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (uma via aprovada será retida para arquivo no

setor).

2ª) Aprovação das mudas a serem plantadas - deverá ser solicitada (por requerimento) uma

vistoria prévia (antes do plantio) para avaliação do padrão de mudas a serem plantadas.

3ª) Aprovação da execução do projeto – será realizada uma vistoria, solicitada por

requerimento, após a prévia aprovação do padrão de mudas e da realização do plantio, para

verificar se o plantio foi realizado de acordo com o projeto aprovado e seguindo as diretrizes

acima.

4ª) Aprovação das mudas estabelecidas – será realizada uma vistoria, solicitada por

requerimento, após 2 (dois) anos do plantio, para verificar a sobrevivência e o estado

fitossanitário de cada uma das árvores contidas no projeto aprovado. A manutenção das mudas

(irrigação, poda de condução, substituição das mudas mortas, adubação, etc) durante este

período de 2 (dois) anos será de responsabilidade da empresa loteadora.

O Projeto de Arborização deverá ser elaborado por Engenheiro Florestal ou

Agrônomo, anexando ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) devidamente preenchida

de elaboração e de execução do projeto. Demais profissionais deverão apresentar documento

do conselho a que pertençam onde deve estar claro que o profissional está apto para elaborar

e executar Projetos de Arborização Urbana, ou seja, que essas atividades fazem parte de suas

atribuições profissionais, de acordo com a formação curricular do mesmo.

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8.4 Características das mudas a serem plantadas e diretrizes para produção ou aquisição

de mudas pelo Viveiro Municipal

As mudas a serem plantadas nas vias e praças de Maringá, provenientes do

Viveiro Municipal ou através de serviços realizados por terceiros deverão apresentar o seguinte

padrão (Figura 48):

• diâmetro na Altura do Peito (DAP) de 3 cm;

• altura total superior a 2,0 m;

• altura mínima dos primeiros galhos (altura da primeira bifurcação) de 1,80

metros;

• conter torrão de no mínimo 30 l (trinta litros) de substrato;

• o tronco deve ficar reto e apresentar brotações novas visivelmente sadias;

• o sistema radicular deverá estar íntegro, sem novelamento;

• os galhos deverão ter diferentes alturas e angulações em relação ao

perímetro do tronco.

O substrato das mudas deverá ser esterilizado e não pode ser constituído de

apenas um elemento. Recomenda-se que tenha no mínimo uma mistura de 70% de terra de

subsolo (barranco) e 30% de composto orgânico ou esterco curtido e/ou substrato industrial

próprio para espécies arbóreas.

Caso as mudas necessárias para os plantios nas vias não puderem ser produzidas

pelo Viveiro Municipal no padrão pretendido, recomenda-se que sejam adquiridas em viveiros

que sigam um padrão de produção e forneçam mudas dentro do especificado. Para avaliar a

qualidade da produção de mudas de viveiros parceiros deve-se levar em conta principalmente

o estado fitossanitário da mesma, os estágios de produção em que a muda passa e os

substratos usados nas várias fases.

A poda de formação das mudas deve ser realizada de forma a manter um único

ramo dominante ereto e não se deve permitir que outros ramos cresçam mais do que o

dominante.

A poda deve ser feita para induzir que a primeira bifurcação fique a 1,8 metro de

altura e possua galhos em diferentes alturas e angulações.

Durante o crescimento da muda, os ramos laterais, que crescem ao redor do

tronco, devem ser deixados temporariamente de forma planejada para contribuírem para

formação de um tronco forte e cônico. A função desses ramos deve ser de proteção do tronco

contra insolação direta e de injúrias mecânicas, portanto, devem ser mantidos até o momento

que se tornem um obstáculo, ou entrem em competição com ramos permanentes selecionados.

Seguindo planejamento definido de condução da poda deve-se sempre respeitar a

crista e o colar do ramo, efetuando poda que não cause injúria a esses locais.

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8.5 Plantio e irrigação

O plantio das mudas deve ser realizado considerando a área livre permeável,

segundo a Lei Complementar nº 1.045/2016 e Norma Regulamentadora Municipal – NRM

U20001, que estabelece o dimensionamento e demais critérios relativos ao desenho,

acessibilidade, mobilidade e ao acesso de veículos em edificações, referente às calçadas no

Município de Maringá.

Além disso, o plantio deve ser realizado considerando as seguintes regras:

• as mudas devem ser plantadas a uma distância mínima de um metro do meio-fio;

• as árvores devem ficar afastadas no mínimo um metro e meio (1,5 m) de acesos a

veículos e bocas de lobo;

• as distâncias das árvores até os postes de luz e esquinas, medidas a partir da projeção

do alinhamento predial, devem ter no mínimo quatro metros (4,00 m);

• para evitar os conflitos do sistema radicular das árvores com a rede de água e esgoto,

a muda não deve ser plantada a menos do que 2,5 m do alinhamento predial, a menos

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Figura 48: Padrão de muda para plantio na arborização urbana.

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do que 2,5 m dos ramais de ligação de água (entrada de água no imóvel), e a menos

do que 2,5 m dos ramais da ligação da coleta de esgoto do imóvel na rede.

• em loteamentos novos as mudas devem ser plantadas apenas após a colocação de

meio-fio, sarjeta, nivelamento de passeio e pista;

• nas vias públicas já arborizadas a inserção de uma nova muda deve ser feita somente

após destocamento, quando necessário, e abertura ou ampliação da área livre;

• em plantios para substituição de árvores o solo deve ser descompactado (solo

revolvido com picareta ou outra ferramenta apropriada, os torrões devem ser

quebrados formando granulometria equalizada ao solo em questão) em toda a área

permeável até a profundidade de 0,5 m;

• em relação ao espaçamento entre árvores (mudas) nas vias públicas deve-se adequar

o plantio aos espaçamentos indicados na listagem de espécies planejada para a

composição florística de Maringá-PR (ANEXO II do PGAU). No momento do plantio o

responsável deverá locar a muda de forma a enquadrar o posicionamento dentro dos

espaçamentos padrões, porém, como existem inúmeros casos em que isso poderá não

ser possível, o enquadramento poderá aumentar ou diminuir o espaçamento

recomendado (padrão) em até 2 metros. Quando não for possível a adequação

seguindo essas orientações, o plantio não deverá ser executado;

• o tutoramento da muda deverá ser feito com tutor (estaca) de boa qualidade (o tutor

deve ser cravado fora da região do torrão da muda para não ferir a raiz da planta);

• os amarrilhos devem ser de material biodegradável e deverão ser amarrados as mudas

em formato de oito, sendo necessário no mínimo 2 amarrilhos por muda;

• recomenda-se que as covas sejam preparadas com as dimensões de 80 cm de

diâmetro por 50 cm a 60 cm de profundidade e só após a descompactação do solo ser

realizada na área livre;

• a retirada da muda do recipiente deve ser feita com cuidado, para que o torrão não se

desmanche;

• o colo da muda deve ficar sempre ao nível do solo, pois plantio profundo pode causar o

assoreamento de solo em volta da muda, levando-a morte por “afogamento”, e plantio

acima do solo pode causar a dessecação do sistema radicular;

• a aplicação de hidrogel é obrigatória para diminuir a necessidade de regas no início do

plantio, pois o mesmo retém a umidade ao redor das mudas por um tempo maior, de

forma que as mesmas sejam menos afetadas em períodos de estiagem. Indica-se o

uso de hidrogel a uma quantidade média de 5 g por planta (verificar quantidade exata

conforme fabricante do produto). Deve ser colocado apenas em um dos lados do torrão

da muda, e não embaixo ou nos dois lados, para evitar o seu deslocamento;

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• recomenda-se que logo após o plantio (caso tenha sido efetuado em dia seco) se

aplique 5 litros de água por muda. Após três dias de plantio (caso não tenha chovido)

deve se repetir a irrigação e novamente após 10 dias da primeira irrigação;

• recomenda-se utilizar protetores de mudas (telas e grades) preferentemente em todas

as mudas plantadas, especialmente em ruas com trânsito intenso de pedestres e

veículos, seguindo o modelo de gradil apresentado na Figura 49.

8.6 Procedimentos a serem adotados para a poda de árvores

Os serviços de poda de árvores em geral, realizados por equipes da prefeitura, da

Companhia de Energia Elétrica do Paraná (COPEL) ou por terceirizados deverão ser realizados

observando-se as recomendações abaixo, que seguem os princípios e embasamentos da parte

I da norma ABNT NBR – 16246-1.

A necessidade de podas deverá ser analisada e autorizada previamente à

execução, quando for o caso, pelos técnicos responsáveis da Prefeitura Municipal, devendo o

estado fitossanitário da árvore ser prioridade na análise, ficando recomendado indeferimento de

solicitações que se sobreponham aos benefícios coletivos da arborização urbana.

As podas realizadas para manutenção das redes de energia elétrica, após

autorização da realização do serviço pela SEMUSP, devem ser realizadas por equipes da

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Figura 49: Modelo de gradil padrão.

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COPEL, ou empresas a serviço da COPEL, devidamente treinadas e habilitadas,

acompanhadas sob supervisão e fiscalização da COPEL.

As podas deverão ser planejadas previamente, seguindo ordenamento estruturado

por meio de dados de diagnóstico e de pedidos do telefone 156. Sendo recomendado a

elaboração de cronogramas prevendo a necessidade de contratação de terceiros e

organizando a melhor logística possível, considerando diferentes regiões, logradouros e

quadras. O planejamento deverá visar o aumento de rendimento, redução significativa do

número de novas solicitações, além de eficiência econômica e técnica.

A poda deverá ser executada para conduzir a parte aérea (copa) no sentido de

ocupar o espaço urbano disponível (dentro do planejamento de espaçamentos) e apenas

excepcionalmente para reduzir ou delimitar o seu volume. Ficam proibidas podas drásticas

(caracterizadas pelo corte de mais do que 1/3 do volume total da copa).

São permitidos somente os seguintes tipos de poda:

a) Poda de Formação – voltadas as árvores jovens para formação de mudas

padronizadas.

b) Poda de Condução – Deve conduzir a planta em seu eixo de crescimento por meio da

retirada de ramos indesejáveis e ramificações baixas ou inclinadas para baixo,

direcionando o desenvolvimento da copa para os espaços disponíveis, sempre levando

em consideração o modelo arquitetônico da espécie.

c) Poda de Limpeza – Efetivada para retirada de galhos que apresentem riscos elevados

de queda ou por serem foco de problemas fitossanitários, como: ramos secos,

apodrecidos, senis, mortos, ramos ladrões, ramos epicórmicos, doentes, praguejados

ou infestados por ervas parasitas, incluindo também a retirada de tocos e

remanescentes de podas mal executadas.

d) Poda de Correção – Destinada a eliminar problemas estruturais, removendo partes da

árvore em desarmonia ou que comprometam a estabilidade do indivíduo, como: ramos

cruzados, codominantes e com bifurcação em V que mantém a casca inclusa formando

pontos de ruptura. Sua execução deve primar para o equilíbrio da copa.

e) Poda de Adequação - Empregada para solucionar ou reduzir conflitos entre

equipamentos urbanos e a arborização, como por exemplo: rede de fiação aérea

(seguindo o Manual de Instruções Técnicas da COPEL inserir link), sinalização de

trânsito e iluminação pública. Também utilizada para remover ramos que estejam

promovendo risco elevado de causar danos ao patrimônio público ou particular.

f) Poda de Levantamento – Efetuada para liberar a circulação de veículos e pessoas.

Em Maringá é executada principalmente para liberar a circulação de ônibus e

caminhões (veículos altos). Consiste na retirada de galhos e ramos que estejam

prejudicando a circulação em questão. É importante que a remoção seja objetiva,

removendo estritamente o necessário, evitando a retirada de galhos de diâmetro maior

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do que um terço do ramo no qual se origina, bem como o levantamento excessivo que

prejudica a estabilidade da árvore e pode provocar o declínio de indivíduos adultos.

g) Poda de Emergência – Voltadas à retirada de ramos danificados em acidentes,

chuvas, tempestades ou ventos fortes. Deve-se remover somente as partes da árvore

que apresentem risco iminente de queda podendo comprometer a integridade física

das pessoas, do patrimônio publico ou particular.

Quando necessária a retirada de galhos inteiros, para todos os tipos de podas,

deverá se respeitar a crista e o colar do galho, devendo o procedimento ser executado com no

mínimo três cortes em sequência. Através do posicionamento do primeiro e segundo corte e

com auxílio de cordas, no caso de galhos grandes, será possível direcionar a queda do ramo,

desviando-o de obstáculos. O terceiro corte deverá preservar o colar e a crista da casca

intactos para que sejam garantidas as condições fisiológicas necessárias para o fechamento do

ferimento (compartimentação). Não devem ser deixados tocos de galhos, ou seja, o corte final

deve ser próximo ao tronco, sempre respeitando o colar e a crista.

Quando não existir a necessidade de remoção total do galho, o corte poderá ser

realizado logo acima de uma gema, ou no seu ponto de inserção sobre o ramo principal, ou

ainda na axila de uma de suas ramificações.

Galhos volumosos, de grande importância para a composição da copa, deverão

ter poda evitada, porém, quando necessária devido à adequação e ou motivos fitossanitários,

deverá ser realizado em duas etapas:

✔ Primeira etapa: o ramo deverá ser cortado à distância de 0,5 m a 1,0 m do

tronco para ativar os mecanismos de defesa do ramo (estimulando o destaque

visual da crista e colar).

✔ Segunda etapa: deverá ser realizada dois períodos vegetativos após o primeiro

corte, concluindo a remoção do ramo cortando-o junto ao tronco, mantendo

intactos a crista e o colar da base do ramo.

Árvores adultas, especialmente aquelas presentes no Plano Piloto de Maringá-PR,

devem ser podadas apenas dentro do estritamente necessário, sendo no máximo podas de até

1/3 da copa. Em casos que a poda necessária ultrapasse esse porcentual (quantidade de

galhos secos e ou incompatíveis com o espaço) indica-se a retirada do indivíduo.

Podas em palmeiras ficam recomendadas quando frutificações e frondes

apresentarem risco de queda; quando existirem frondes secos, senis ou com problemas

fitossanitários; quando frondes apresentarem risco de contato com redes elétricas; e quando

necessária manutenção de aspecto paisagístico. Em todos os casos deve-se procurar retirar

apenas frondes mais baixos, que possuam angulação menor que 450 em relação ao plano

horizontal da base dos frondes. A retirada dos frondes deve ser sempre junto a base do pecíolo

sem danos ao tecido do estipe.

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Curativos em podas não são necessários (calda bordalesa entre outros), indica-se,

em caso de cicatrização tardia (compartimentação do local da poda), a utilização de

substâncias estimuladoras do crescimento do calo cicatricial ou semeadura de fungos

antagônicos dos degradadores da parede celular.

Todas as ferramentas e equipamentos utilizados nas podas deverão estar em bom

estado de conservação e dentro das normas técnicas. As ferramentas de corte deverão estar

afiadas e limpas para a realização de cortes que favoreçam a cicatrização da injúria e evitem

contaminação.

As ferramentas para execução dos serviços de arborização, Equipamentos de

Proteção Individual (EPI), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e equipamentos para

trabalho em altura, deverão seguir as normas em vigor.

A utilização de motosserra indicada apenas para ramos com mais do que 15 cm

de diâmetro, e deve ser manuseada apenas por operadores capacitados e habilitados (NR 12 –

Máquinas e Equipamentos), com a devida licença de porte e uso concedida pelo IBAMA

(Instrução Normativa nº31, dezembro de 2009). Outros equipamentos de poda motorizados e

hidráulicos também deverão ser manuseados por operadores capacitados e habilitados.

No caso da execução de poda em altura, acima de dois metros do chão é

obrigatório o uso de equipamento apropriado para trabalho em altura.

As atividades de poda e corte de árvores deverão ter Engenheiro Florestal,

Agrônomo, ou outro profissional de nível superior com habilitação credenciada por conselho

como Responsável Técnico.

Serão realizados cursos periódicos de orientação técnica e capacitação para os

funcionários da Prefeitura, COPEL e empresas terceirizadas que executam os serviços de

arborização, para que estes serviços estejam alinhados com o Plano Gestor de Arborização

Urbana de Maringá.

8.7 Supressão de árvores em locais públicos

As árvores situadas em áreas públicas somente serão suprimidas após laudo de

avaliação emitido por técnico do Município de Maringá, devidamente qualificado, o qual relate

as condições fitossanitárias da árvore, indicando expressamente o estado irrecuperável da

árvore, e o grau de prioridade para retirada.

A remoção das árvores em áreas públicas serão executadas pelo Município de

Maringá, através da SEMUSP – Secretaria Municipal de Serviços Públicos, por empresa

contratada pelo Município de Maringá para essa finalidade específica, após o regular certame

licitatório, ou por empresa credenciada pela SEMA e contratada pelo munícipe, respeitando

todas as restrições impostas pela Lei Municipal 10.510/2017 e pelo Decreto 336/2018.

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Após remoção de qualquer árvore da arborização urbana, o replantio será

obrigatório, e a árvore a ser plantada deverá ser da espécie estabelecida no ANEXO II do

PGAU, exceto quando o laudo técnico, ou a ordem de serviço especificar a inviabilidade do

replantio.

Os laudos, pareceres, autorizações e similares serão emitidos por servidores

públicos municipais, da carreira de Ensino Superior, conforme atribuição profissional da

categoria a que pertença. Os servidores capacitados da SEMUSP emitirão laudos, pareceres,

autorizações e similares para árvores localizadas em passeios públicos de ruas, avenidas,

travessas e alamedas, canteiro central das avenidas e praças. Os servidores capacitados da

SEMA emitirão laudos, pareceres, autorizações e similares para árvores localizadas em

Unidades de Conservação, fundos de vale públicos, parques lineares e outras áreas verdes

públicas.

8.8 Regras de prioridades para os serviços de poda e remoção

Os serviços de manutenção da arborização urbana serão executados após a

classificação estabelecida pelo técnico responsável em vistoria in loco, de acordo com a

seguinte ordem de prioridades:

I. Emergência – quando representar risco a vida das pessoas e danos

materiais graves.

II. Urgência – em situações graves que se não atendidas rapidamente

poderão se tornar emergentes.

III. Prioridade 1 – obras paradas devido à arborização, indenizações,

incompatibilidade entre o porte atual da árvore e o espaço disponível, e

devido ao impedimento do acesso de veículos.

IV. Prioridade 2 – conforme ordem cronológica.

Excepcionalmente, a ordem cronológica poderá ser desconsiderada, para os

casos que não se enquadrem nas opções previstas nos incisos I e II, quando ocorrer mutirões,

ou justificado pela logística operacional.

Nos casos em que a árvore esteja impedindo o acesso de veículos, conforme

projeto aprovado, a remoção da mesma poderá ser autorizada após vistoria in loco pelos

técnicos da SEMUSP. A remoção da árvore será realizada pela SEMUSP após recolhimento,

ao Fundo Municipal do Meio Ambiente - FUNDEMA, do custo de compensação ambiental, a ser

calculado por servidor capacitado da SEMUSP levando-se em conta o valor da árvore, somado

ao valor de realização do serviço (valor em R$ pago pela Prefeitura Municipal às empreiteiras

para a remoção de uma árvore, determinado no contrato de prestação de serviços).

O valor da árvore (VA) será calculado pela seguinte fórmula:

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VA=CAP*10*ID*IE*IF, onde:

• CAP é a circunferência do tronco medida em centímetros a 1,30 m do solo;

• ID é o Índice de Desenvolvimento, que varia de 0 a 1 e leva em consideração o

equilíbrio da copa, a ocorrência e situação das raízes superficiais e a compatibilidade

entre o porte da árvore e o local onde ela está;

• IE é o Índice da Espécie, que varia de 0 a 1 e reflete o valor econômico de mercado da

sua madeira;

• IF é o Índice Fitossanitário que varia de 0 a 1 e leva em consideração o aspecto

fitossanitário (podridões, pragas, lesões, etc.) da árvore.

8.9 Comitê de Monitoramento da Arborização Urbana

Um dos principais instrumentos de controle da implantação, manutenção e

atualização do PGAU será o Comitê de Monitoramento. O mesmo será constituído por 5 (cinco)

membros titulares, e 5 (cinco) membros suplentes, nomeados pelo Chefe do Poder Executivo

Municipal, assim indicados:

I - 01 (um) membro titular e 1 (um) suplente de cada uma das seguintes áreas do

Poder Executivo Municipal, que tenham atribuição profissional relacionada à

arborização urbana:

a) Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal - SEMA

b) Secretaria de Serviços Públicos – SEMUSP

c) Secretaria de Planejamento e Urbanismo – SEPLAN

II - 02 (dois) membros titulares e 2 (dois) membros suplentes indicados pelo

COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente do Município, que

tenham atribuição profissional relacionada à arborização urbana.

O Comitê de Monitoramento terá as seguintes atribuições:

I. monitoramento do planejamento e da execução dos serviços de manutenção da

arborização urbana;

II. receber e analisar solicitações das secretarias municipais, responsáveis pela execução

das ações previstas no PGAU, e solicitar junto ao Poder Executivo Municipal as

providências necessárias para a implementação adequada às ações relativas à

arborização urbana;

III. convocar e realizar a revisão do PGAU a cada 5 (cinco) anos;

IV. propor alterações normativas no PGAU e das legislações relativas à arborização e

promover a regulamentação necessária;

V. propor projetos ambientais para diagnóstico e expansão da arborização e das áreas

verdes urbanas;

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VI. criar indicadores e levantar dados úteis para o monitoramento das ações;

VII. contribuir com o COMDEMA para analisar os projetos de lei propostos pelo legislativo

que versem sobre arborização urbana.

8.10 Sistema integrado para monitoramento e gestão da arborização urbana de Maringá

Um Sistema de Informações Geográficas (SIG) é uma ferramenta atualmente

indispensável na administração das cidades, pois por meio dele se facilita a análise, gestão ou

representação do espaço (paisagem) e de fenômenos que nele ocorrem. Trata-se de um banco

de dados, sobre variados temas, que fica associado a um conjunto de programas

computacionais (hardwares e softwares), tudo referenciado a um sistema de coordenadas

geográficas conhecido. Portanto, o SIG disponibiliza informações facilmente agrupadas em

mapas. Sistemas de Informações Geográficas vem sendo eficientes em melhorar

planejamentos urbanos e serviços públicos, principalmente pelo fato de trazerem maior

eficiência na tomada de decisões.

As vantagens de um SIG só ficam estabelecidas depois de um trabalho inicial

árduo, pois a coleta de informações, que compõe a base de um SIG, em geral é complexa e

demanda muito tempo. Para se compor um SIG é necessário coletar, armazenar, recuperar,

manipular, visualizar, analisar e atualizar dados rotineiramente, sendo que esse processo

dentro do sistema deve estar muito bem organizado, caso não esteja, o devido proveito do

potencial dessa tecnologia acaba por não ocorrer.

8.10.1 Descrição geral do sistema

A Prefeitura de Maringá já possui um SIG que trata principalmente da gestão

fundiária, contendo inúmeras informações envolvendo os lotes, os equipamentos públicos, o

sistema viário, informações básicas da geografia e geologia e todo o zoneamento urbano da

cidade. Portanto, o SIG referente a arborização urbana, para melhor eficiência, deverá utilizar a

base de dados já existentes, de maneira que fique integrado ao SIG disponível.

No SIG da Prefeitura de Maringá já existem imagens (ortofotos) atualizadas,

georreferenciadas e com resolução de 10 centímetros (considerada excelente resolução). A

ortofoto é fruto de um serviço de sensoriamento remoto contratado pela prefeitura em 2016,

sendo que foi elaborada pelo Aerolevantamento nº 10160/SECMA-MD/201216, no ano de

2017.

Além da ortofoto, foi efetuado um perfilamento a laser aerotransportado com

densidade de no mínimo 4 pontos/m², que gerou produtos cartográficos altimétricos na escala

1:1.000 atendendo o PEC (Padrão de Exatidão Cartográfico) com classificação “A”. Os

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produtos obtidos foram: MDT, MDS e classificação; curva de nível, restituição a nível de

edificações.

Outro serviço efetuado complementar a ortofoto foi o imageamento terrestre em

360 graus, que corresponde ao registro de imagens dos logradouros situados na área urbana

do município em 360º, ou seja, um sistema que viabiliza fotografias georreferenciadas,

possibilitando a sua vinculação a um local determinado no terreno, denominado LandView. O

sistema reconstitui o momento da tomada das fotografias em campo e possibilita, com o auxílio

de comandos e ferramentas, a coleta dos dados previstos bem como a criação de fotografias

indexadas à sua localização geográfica (base cartográfica) e à unidade territorial. Foi

desenvolvido para operar em conjunto com softwares de geoprocessamento (ArcGIS Server ou

ArcGIS Desktop), gerenciadores de banco de dados (PostgreSQL, Microsoft SQL Server ou

Oracle) e servidores de aplicação (Microsoft IIS ou Apache Tomcat).

Existem também dados técnicos sobre as árvores de Maringá, coletados durante o

Projeto Árvore (Censo da Árvore) (SAMPAIO, et al, 2006), que foram repassados para a

Prefeitura Municipal em 2007, por meio de acordo de cooperação com o Centro Universitário

de Maringá (UNICESUMAR), instituição que coordenou o referido inventário. Os dados foram

repassados na época para compor um SIG, que estava relacionado a um Plano de Gestão da

Arborização que foi redigido no mesmo ano, entretanto, o SIG não foi de fato construído.

Os dados do Censo da Árvore, porém, estão desatualizados, já que de 2007 até

2018 muitas árvores caíram ou foram retiradas, assim como, muitos plantios forma realizados.

Além disso, verificamos que há problemas com a sobreposição de pontos georreferenciados

das árvores na ortofoto, que não permitem a precisão necessária para formatação do SIG em

questão. Estes dados foram então utilizados para organizar planejamentos de composição

florística do PGAU e no nivelamento de informações para atualização de inventário sobre as

árvores, também funcionando para conferência quando da existência de dúvidas na nova

coleta de dados (novo banco de dados).

8.10.2 Desenvolvimento do sistema integrado da arborização urbana

O banco de dados sobre a arborização urbana que comporá o SIG, está sendo

construído com informações das ortofotos, do perfilamento a laser, do LandView, dos dados do

Censo da Árvore e com a experiência técnica dos profissionais envolvidos. Optou-se por

coletar, nesta primeira versão do banco de dados, apenas dados de maior relevância para o

planejamento, que sejam de fácil obtenção por meio da visualização da ortofoto e imagens

associadas pelos recursos de sensoriamento remoto. Futuramente os dados poderão ser

aprofundados com equipes de campo, e mesmo por dados das vistorias de árvores, que são

realizados pelos engenheiros da Secretaria Municipal de Serviços Públicos – SEMUSP.

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Os dados designados para compor o novo banco de dados, que foram coletados

para cada árvore registrada na ortofoto, são: localização, espécie, altura, presença de ninhos

de cupim arborícolas, arquitetura da copa, inclinação do tronco e área permeável. Cada árvore

registrada na ortofoto recebeu um código de identificação, em que todos os dados coletados

ficaram associados. Segue descrição dos procedimentos e formas de coleta de cada dado.

• Localização: foi gerada pelo georreferenciamento do centro das copas registradas na

ortofoto, cada copa gerou uma coordenada geográfica x e y. As coordenadas seguiram

o Datum Horizontal: Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas - SIRGAS

2000.

• Espécies: dado coletado por meio da identificação da espécie pela visualização das

folhas, flores, frutos e características macromorfológicas, por meio de visualização na

ortofoto e no sistema de imagens LandView, além da comparações com os dados do

Censo da Árvore de espécies nos mesmos logradouros.

• Altura: Por meio de dados provindos do perfilamento a laser aerotransportado foi

possível estimar a altura das árvores georreferenciadas na ortofoto utilizando-se a sua

localização.

• Presença de ninho de cupins arborícolas: em muitos casos os ninhos de cupins

arborícolas são feitos entre os troncos das árvores, e em geral, encontra-se em

Maringá ninhos grandes e de fácil visualização. Quando visualizados pelo uso da

ferramenta de LandView foi marcado a presença ou ausência do ninho. Dessa forma, o

dado em questão não verifica todos os indícios da presença de cupins, porém,

demonstra de forma eficiente e pontual árvores com infestação pronunciada de cupins,

o que traz um bioindicador de fitossanidade importante.

• Arquitetura da copa: esse dado também foi adquirido por meio de visualização de

imagens com a ferramenta LandView. A visualização permitiu três classificações sobre

a arquitetura de copa: equilibrada (quando a copa se demonstrou bem distribuída, sem

podas unilaterais, ou mesmo crescimento contido por infraestrutura urbana), lateral

(quando a copa demonstrou podas unilaterais, deixando a árvore com a copa pendente

apenas para alguma lateral) e drástica (quando verificou-se a presença de poda em

que mais de 70% dos galhos da copa).

• Inclinação do tronco: dado também adquirido por meio de visualização de imagens

com a ferramenta LandView. Foram marcados como inclinados os troncos invadindo o

espaço sobre a calçada e ou vias e que dificultavam a passagem de pedestres ou

veículos. Troncos fora dessa característica foram considerados como adequados

(retos).

• Área permeável: dado também coletado com base nas imagens da ferramenta

LandView. Foram marcadas as áreas permeáveis como insuficiente para a

manutenção e desenvolvimento da árvore, aquelas cuja calçada estava a menos do

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que 40 cm do tronco, e suficiente, aquelas cuja calçada estava a pelo menos 40 cm do

tronco.

A coleta de dados está sendo executada por meio do software QGIS 2.18 e do

sistema on line "SEMAARVORES", desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Informação

(CTI) em parceria com a equipe de geoprocessamento da Prefeitura do Município de Maringá.

Os dados estão sendo formatados no intuito de serem disponibilizados aos

técnicos de todas as secretarias da Prefeitura Municipal e da COPEL que participam do

planejamento, gerenciamento ou execução dos serviços de arborização urbana, como SEMA,

SEMUSP, 156, SEGE, SEMOB, SEMOP, SEPLAN, IPPLAN, etc. Os munícipes terão acesso à

parte das informações.

Importante ressaltar que o SIG que está sendo elaborado deverá ser atualizado e

sofrerá com o tempo diversas adequações, principalmente no aprofundamento da quantidade

de informações e complexidade do banco de dados. Dessa forma, o banco de dados se

tornará com o tempo um sistema completo e atualizado, possibilitando tomadas de decisões

complexas com maior eficácia.

8.10.3 Aplicações do sistema integrado da arborização urbana

O sistema que está sendo desenvolvido será utilizado para cadastramento de

todas as solicitações de serviços recebidas pelo sistema 156. Ao registrar a solicitação, o

pedido deverá ser realizado para cada árvore individualmente cadastrada defronte ao imóvel do

requerente. Desta forma, todas as informações de solicitações e execução de serviços deverá

ficar registrado no cadastro de cada árvore e ficarão armazenadas no SIG.

O sistema possibilitará realizar o monitoramento das tramitações de todas as

solicitações de serviços, em específico, referente a remoção de árvores, poda de galhos,

plantio de mudas e destoca. Com isso, será possível verificar a localização espacial de cada

solicitação.

O sistema armazenará todas as informações geradas pelos engenheiros da

SEMUSP durante a vistoria in loco de cada árvore, incluindo a data da avaliação, o laudo

técnico completo e fotos de cada árvore vistoriada.

O sistema deverá possibilitar traçar uma rota para atendimento dos serviços,

principalmente dos emergenciais e deverá sinalizar as solicitações mais antigas que ainda não

foram atendidas. Para cada serviço executado de poda, remoção e destoca o sistema será

alimentado com a informação de que o serviço foi executado e a data de execução, para

monitoramento de realização dos serviços.

Quando ocorrer a remoção de uma árvore, ou a destoca, o sistema deverá incluir

um ponto georreferenciado, indicando a necessidade de plantio de outra árvore para reposição.

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A equipe de técnicos do viveiro municipal poderá verificar a possibilidade de plantio no local e a

espécie de árvore que deverá ser plantada. Ao realizar o plantio, o técnico registrará no

sistema a espécie plantada e a data de plantio.

Deverá ser construído um painel (Figura 50) com indicadores onde se possa

verificar, em determinada região, as prioridades para atendimento. Desta forma as remoções e

podas em situação de emergência e urgência podem ser atendidas com maior agilidade e

planejamento, reduzindo o tempo de espera e o custo de deslocamento das equipes. Desta

forma, o sistema contribuirá para o planejamento, monitoramento e gestão da realização dos

serviços, o que reduzirá sensivelmente os custos de manutenção da arborização urbana.

Figura 50: Modelo de painel que será construído no sistema para apresentação das

informações

8.10.4 Desenvolvimento de um sistema de controle social dos serviços de remoção de árvores

O cadastramento georreferenciado das árvores conterá todas as informações

sobre o estado fitossanitário de cada árvore, identificação da espécie, informações da data de

plantio, quando for o caso, e também conterá informações sobre todas as ações de poda,

remoção e todas as solicitações realizadas pelos munícipes através do 156.

Essas informações já estão sendo disponibilizadas aos munícipes, junto a uma

lista atualizada diariamente contendo os endereços das árvores que já possuem laudo técnico

favorável à remoção, em ordem de prioridade (conforme descrito no item 8.8). Essa lista está

disponível a qualquer cidadão através do “Portal da Transparência”

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(http://sisweb.maringa.pr.gov.br:81/atendimentoarborizacao/), e é uma ferramenta importante

de controle social, pois a população pode acompanhar diretamente o andamento dos serviços

de corte de árvores na cidade e se manter informada sobre a previsão de realização dos

serviços solicitados.

8.11 Sustentabilidade econômica do setor de arborização da SEMUSP

A destinação e gestão dos resíduos oriundos do corte e poda das árvores

executados pelo Município de Maringá, por empresas contratadas pelo Município, pelas

concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, saneamento básico e telefonia,

realizados em árvores da arborização urbana, de áreas verdes, unidades de conservação e

parques administrados pelo Poder Público Municipal de Maringá, será responsabilidade da

SEMUSP. Os serviços de corte, remoção e poda realizados por terceiros terão destinação dos

resíduos na forma da Lei 10.510/2017.

Além da alienação dos resíduos, por meio de leilão, a SEMUSP fará o

aproveitamento dos resíduos em condições de uso para criação de mobiliário, como assentos,

mesas, armários, cabos de ferramentas e utensílios em geral, uso como combustíveis para

fornos e caldeiras de propriedade do Poder Público Municipal, utilização para compostagem,

cujo adubo produzido será aplicado em praças, jardins, viveiros, áreas verdes e hortas

comunitárias ou escolares.

Os recursos oriundos da comercialização dos resíduos pela SEMUSP serão

destinados ao FUNDEMA (Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente) para serem

aplicados exclusivamente na melhoria da arborização urbana da cidade.

9 CAMPANHAS DE SENSIBILIZAÇÃO: AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

DESTINADAS AOS DIVERSOS PÚBLICOS

As ações de sensibilização devem ser planejadas com base no entendimento do

que é efetivamente Educação Ambiental – EA, visto que existe a necessidade notória e gritante

de que ocorram processos permanentes por meio dos quais o indivíduo e a coletividade

construam, criticamente, valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências

voltadas para a conservação do meio ambiente, conforme preconiza a Política Nacional de

Educação Ambiental, instituída pela lei federal nº 9.795/1999.

A árvore, como ente representante da Arborização Urbana, deve ser estimada

pelo cidadão, tanto quanto o Poder Público deve viabilizar políticas públicas que fomentem a

preservação deste bem coletivo, comum ao povo e essencial à sadia qualidade de vida das

populações de seres humanos e animais silvestres.

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É de grande valia o conhecimento dos diversos aspectos apresentados no

presente Plano. Compreender desde o histórico, os fundamentos legais, o diagnóstico e o

planejamento da arborização maringaense auxilia diretamente na qualidade das ações de EA,

bem como permite que estas ações sejam pautadas no que efetivamente constrói-se e almeja-

se para Maringá, que é município de referência nacional no quesito arborização urbana.

Para alcançar os diversos públicos que estima-se sensibilizar, o PGAU prevê

ações de EA, de caráter formal e não-formal, a serem executadas pela SEMA, que por sua vez,

poderá firmar parcerias e convênios com instituições educacionais públicas e privadas dos

sistemas de ensino, órgãos públicos da União e do Estado e organizações não-governamentais

com atuação em educação. Tais ações serão voltadas aos diversos públicos de diversas faixas

etárias.

9.1 Ações de Educação Ambiental formais

Como ação formal, através da educação escolar, serão desenvolvidas ações no

âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando o ensino

fundamental, o ensino médio, a educação profissional, a educação superior e a educação

especial.

No âmbito do ensino fundamental e do ensino médio preveem-se aos discentes

apresentações, palestras e falas sobre a arborização e temas relacionados. Tais exposições

orais podem despertar a compreensão e possível estima dos alunos, ainda jovens, pelas

árvores. Esta ação contribuirá, a médio e longo prazo, para a existência de indivíduos com

discernimento crítico e sensibilizados quanto à necessidade de preservação e manutenção da

arborização urbana.

Já no âmbito da educação profissional e educação superior, as ações serão

voltadas aos cursos de áreas afins, com o objetivo de capacitar acadêmicos sobre a

arborização e suas temáticas relacionadas. Além disso, as ações também propiciarão produção

e divulgação de informações de caráter técnico-científico sobre a arborização urbana do

município, por meio de fomentos a estudos, práticas, levantamentos, trabalhos, artigos,

publicações, dentre outros.

Em nível de educação especial, a perspectiva de trabalho se dará por meio de

ações conjuntas com instituições (a exemplo da Associação de Pais e Amigos dos

Excepcionais – APAE) atuantes com a promoção e a defesa dos direitos de cidadania da

pessoa com deficiência e a sua inclusão social.

Ainda sob o viés do caráter formal, porém no âmbito docente, prevê-se a

realização de ações voltadas à capacitação de docentes atuantes no ensino fundamental ou no

ensino médio da rede pública. Esta ação terá como objetivo propiciar condições para que estes

professores utilizem a árvore e aspectos diretamente atribuídos a ela, como exemplos que

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viabilizem o processo de ensino e aprendizagem dos variados conteúdos das diferentes

disciplinas.

Entende-se que serão necessários eventos, tais como seminários e workshops,

com fins de capacitação destes docentes, para que os mesmos vislumbrem diferentes formas

de ensinar os conteúdos pertinentes a cada disciplina, elucidando a dimensão ambiental

expressa pela arborização urbana.

9.2 Ações de Educação Ambiental não-formais

Quanto às ações de caráter não-formal, estima-se educar ambientalmente

munícipes das diversas faixas etárias, com a realização de ações de abordagem direta de

pessoas que transitarem pelos arredores dos locais onde a equipe técnica da Gerência de

Arborização da SEMUSP encontrar-se realizando suas atividades rotineiras de remoção e

podas de árvores.

Tal ação deve ser realizada por profissionais técnicos e estagiários da SEMA ou

da SEMUSP. Os estagiários que atuarem nas abordagens deverão, previamente, receber

instruções pertinentes a arborização urbana do município de Maringá, em geral, e instruções

específicas do local (rua, praça, bairro, zona) onde acontecerão as ações.

As abordagens objetivam tanto transmitir informações relevantes que sensibilizem

e conscientizem indivíduos, quanto coletar informações sobre quais as concepções e

entendimentos que, em média, a população possui sobre a arborização urbana e a sua relação

com outros aspectos sócioambientais.

Serão também realizadas ações de EA de caráter não-formal destinadas aos

servidores da Prefeitura Municipal de Maringá. A sensibilização dos servidores é uma ação

estratégica, visto que os mesmos servem como canal de informações para a população como

um todo.

Vislumbra-se divulgar informações sobre quais são os serviços voltados à

arborização urbana que são executados pela administração pública, como solicitá-los, a

importância e os benefícios vinculados à arborização planejada, noções básicas sobre

espécies, responsabilidade coletiva, etc.

Para isso serão preparados e distribuídos panfletos informativos contendo

referências sobre a arborização urbana maringaense, procedimentos adequados para solicitar

os serviços como plantio de mudas, poda ou remoção de árvores, dentre curiosidades e outros

aspectos relevantes ao público. Os panfletos também serão disponibilizados via site da

Prefeitura Municipal de Maringá (PMM).

Prevê-se que, a cada revisão do presente Plano, se farão necessários alguns

momentos de reuniões amplas entre os servidores da SEMA e da SEMUSP, visto necessidade

de esclarecer e informar novas normativas incluídas na revisão.

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9.3 As 10 FAQs – Frequently Asked Questions sobre arborização urbana

Comumente algumas pessoas fazem perguntas sobre a arborização urbana de

Maringá e estas são feitas e refeitas de diversas formas, seja pelos canais de ouvidoria, ou aos

servidores que atuam na área.

Com o objetivo de instruir de forma adequada e de transformar estas perguntas e

respostas em instrumento de EA, serão divulgadas as respostas à FAQs – Perguntas Feitas

Frequentemente – sobre a arborização urbana. A divulgação ocorrerá via distribuição de

panfletos em eventos ambientais promovidos pela SEMA e em campanhas específicas, assim

como divulgadas através do site oficial da PMM. Abaixo segue a primeira relação de FAQs com

algumas das perguntas e respostas comumente feitas sobre a arborização urbana de Maringá.

1. Por que existem regulamentações legais para a poda ou corte de árvores?

As árvores são responsáveis por gerar serviços ambientais essenciais à sadia

qualidade de vida, que beneficiam a sociedade como um todo e o meio ambiente. De acordo

com o artigo 225 da Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado e é responsabilidade do Poder Público e da coletividade, o dever de defendê-lo e

preservá-lo. Existem espécies ameaçadas de extinção, cujo corte pode causar a perda

definitiva de uma espécie. Além disso, a arborização das áreas públicas é um bem comum e,

portanto, o poder público tem o dever de promover a sua manutenção e conservação. Desta

forma, fazem-se necessários o uso de parâmetros legais a fim de controlar o manejo das

árvores tanto em locais públicos, quanto particulares.

Independente de onde esteja situada a árvore, a poda ou corte da mesma pode

causar danos ao patrimônio público e privado, assim como influenciar o trânsito de veículos, no

fornecimento de energia elétrica, no abastecimento de água e coleta de esgoto, e até mesmo

afetar vidas humanas. Portanto, trata-se de um serviço de alta complexidade e

responsabilidade, passível de regulamentação legal e deve sempre ser executado por

profissionais devidamente habilitados.

2. O que devo fazer para providenciar a poda ou o corte de uma árvore?

O principal aspecto a se considerar para responder adequadamente esta questão

é saber onde a árvore está localizada, pois a árvore pode estar situada dentro de lote da zona

urbana, dentro de lote da zona rural, ou mesmo pode situar-se em via pública. O procedimento

a ser tomado é diferenciado para cada um destes três locais e estão descritos abaixo.

3. O que fazer para providenciar o corte de uma árvore localizada dentro de lote na zona

urbana?

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A Resolução SEMA nº 01/2017 regulamenta o corte de árvores em lotes de

propriedade particular dentro e fora de Áreas de Preservação Permanente. Caso a árvore seja

de espécie exótica, o corte é permitido desde que seja solicitada a SEMA a dispensa de

autorização. Caso a árvore seja de espécie nativa, a autorização de corte deverá ser solicitada

a SEMA e só será deferida mediante justificativa plausível e compensação ambiental.

A solicitação pode ser feita por meio de abertura de processo no expediente da

SEMA, ou via Sistema de Licenciamento Ambiental Municipal

(http://sisweb.maringa.pr.gov.br:81/SISLAM/). Contato telefônico para dúvidas: (44) 3293-8750

As diretrizes legais e modelos de requerimentos referentes às solicitações de

autorização e de dispensa estão disponíveis no Portal da SEMA, no site:

http://www2.maringa.pr.gov.br/meioambiente/?cod=licenciamento

4. O que fazer para providenciar o corte de uma árvore localizada em logradouro

público?

A árvore localizada em logradouro público, a exemplos de calçada de ruas e

avenidas, canteiro central, ou praça, é considerada um bem público e, portanto é de

responsabilidade da administração municipal. A SEMUSP dispõe de pessoal capacitado e

equipado para realizar podas e cortes de árvores com responsabilidade técnica e

profissionalismo. Este é o único órgão municipal que possui autorização para executar estes

serviços.

A poda de galhos, corte de árvores e destoca podem ser solicitados pelo munícipe

de três formas:

A) Pela Ouvidoria Municipal, através do preenchimento do formulário on-line no site:

http://geoproc.maringa.pr.gov.br:8081/sistema156/arborizacao.html

B) Por contato telefônico com a Ouvidoria Municipal através do número 156.

C) Pelo aplicativo Colab.re, disponível gratuitamente para download pelo AppStore ou

Googleplay.

5. O que devo fazer para providenciar a poda ou o corte de uma árvore localizada dentro

de lote na zona rural?

No caso em que a árvore estiver localizada dentro de lote da zona rural, a

autorização de corte deve ser solicitada junto ao Escritório Regional de Maringá do Instituto

Ambiental do Paraná – IAP. Por meio do telefone (44) 3226-3665, ou através do link:

http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=371l

6. Quem autoriza a poda ou corte de árvores?

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Todas as solicitações de autorização de corte ou poda de árvores serão avaliadas

pelos técnicos do órgão competente, que poderá deferir, ou não, a solicitação considerando a

real necessidade e critérios técnicos.

7. Quais são os critérios técnicos levados em consideração para poda ou corte?

Estes critérios variam conforme as diversas situações. Por exemplo, nas vias

públicas, geralmente é autorizado o corte de árvores que se encontram com o tronco e/ou

raízes danificados e não haja possibilidade de recuperação, quando a copa está muito

inclinada e com risco de queda, quando a árvore foi plantada em local impróprio que dificulte o

trânsito ou acesso de pedestres e/ou veículos, ou mesmo, quando afete as edificações.

8. De quem é a responsabilidade pela execução e pelos custos dos serviços de poda ou

corte?

Caso a árvore esteja dentro de lote privado, o proprietário deve contratar uma

empresa especializada para realizar a poda ou a remoção de forma segura e adequada. Os

custos relativos aos serviços de poda ou corte ficam a cargo do proprietário.

Caso a árvore esteja em via pública ou lote público, a poda ou o corte é de

responsabilidade das equipes da SEMUSP ou de empresa terceirizada contratada pela

Prefeitura Municipal.

9. É crime realizar a poda ou o corte de árvore sem autorização?

Sim. Conforme regulamentado pelo Decreto Municipal nº 337/2018 e pelo Decreto

Federal nº 6514/2008, a realização de poda ou corte de árvores sem autorização ou dispensa

de autorização é crime ambiental passível de multa.

10. Eu posso plantar uma árvore em via pública, como na calçada defronte a minha casa,

ou em uma praça?

O plantio de mudas de árvores deve seguir critérios rigorosos que auxiliem no

desenvolvimento da planta (escolha da espécie adequada, condições fitossanitárias da muda,

espaçamentos entre mudas e distância para equipamentos urbanos). Como as árvores em

locais públicos são um bem comum de responsabilidade da administração pública, o plantio de

mudas de árvores nestes locais deve ser realizado somente pela Prefeitura Municipal.

Portanto, caso o plantio de uma árvore em via pública seja de interesse do

cidadão, o mesmo poderá solicitar o serviço de três formas:

A) Pela Ouvidoria Municipal, através do preenchimento do formulário on-line no site:

http://geoproc.maringa.pr.gov.br:8081/sistema156/arborizacao.html

B) Por contato telefônico com a Ouvidoria Municipal através do número 156.

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C) Pelo aplicativo Colab.re, disponível gratuitamente para download pelo AppStore ou

Googleplay.

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