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ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

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ANEXO II

DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

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Sumário Sumário ............................................................................................................................................ 1 Diagnóstico do Território e População ............................................................................................. 3 Eixo 1 – Saúde ................................................................................................................................ 12

Problemas do Eixo Saúde ........................................................................................................... 14

Diagnóstico do Eixo Saúde no Município ................................................................................... 22

Eixo 2 - Educação ............................................................................................................................ 34 Problemas do Eixo Educação...................................................................................................... 37

Diagnóstico do Eixo Educação no Município.............................................................................. 47

Eixo 3 - Segurança e Ordem Urbana no Município ........................................................................ 61 Problemas do Eixo Segurança e Ordem Urbana no Município .................................................. 63

Diagnóstico do Eixo Segurança e Ordem Urbana no Município ................................................ 68

Eixo 4 – Mobilidade Urbana e Transportes .................................................................................... 77 Problemas do Eixo Mobilidade Urbana e Transportes .............................................................. 80

Diagnóstico do Eixo Mobilidade Urbana e Transportes ............................................................. 88

Eixo 5 – Zeladoria e Infraestrutura Urbana .................................................................................. 106 Problemas do Eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana ............................................................ 109

Diagnóstico do Eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana para o Município .............................. 120

Eixo 6 – Modernização da gestão, transparência e democracia .................................................. 136 Diagnóstico do Eixo Modernização da gestão, transparência e democracia para o município

.................................................................................................................................................. 136

Eixo 7 – Esporte, Cultura e Lazer .................................................................................................. 151 Problemas do Eixo Esporte, Cultura e Lazer ............................................................................ 154

Diagnóstico do Eixo Esporte, Cultura e Lazer para o Município .............................................. 162

Eixo 8 - Habitação ......................................................................................................................... 176 Problemas do Eixo Habitação ................................................................................................... 178

Diagnóstico do Eixo Habitação para o município ..................................................................... 185

Eixo 9 – Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho ......................................... 198 Problemas do Eixo Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho .................... 201

Diagnóstico do Eixo Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho .................. 215

Eixo 10 – Meio Ambiente e Sustentabilidade .............................................................................. 228 Problemas do Eixo Meio Ambiente e Sustentabilidade ........................................................... 230

Diagnóstico do Eixo Meio Ambiente e Sustentabilidade para o município ............................. 236

Eixo 11 - Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial e de Gênero ........ 253 Problemas do Eixo Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial e de

Gênero ...................................................................................................................................... 256

Diagnóstico do Eixo Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial e de

Gênero para o Município ......................................................................................................... 267

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Diagnóstico do Território e População

Tabela sintética – Indicadores gerais de território e demografia

Território e População Ano Município RMSP ESP

Área (Em km2) 2017 64,954 7.946,96 248.222,00

População 2016 694.844 21.242.939 44.396.484

Densidade Demográfica (Habitantes/km2) 2016 10.721,16 2.673,09 180,28

Taxa Geométrica de Crescimento Anual –

2010/2016 (Em % a.a.)

2010 0,7 1,3 1,3

População de 0 a 3 anos 2016 40.740 1.184.087 2.417.682

População de 4 a 5 anos 2016 18.735 576.694 1.133.409

População de 6 a 10 anos 2016 45.009 1.354.188 2.769.773

População de 11 a 14 anos 2016 37.393 1.132.866 2.329.574

População com 65 Anos ou Mais 2016 53.578 1.788.240 4.050.691

Índice de Envelhecimento (Em %) 2016 42,2 45,8 50,3

Razão de Sexos 2016 92,7 92,4 94,8

Razão de dependência 2016 47,7 49 49,4

Taxa bruta de natalidade - em ‰ 2015 14,8 15,65 14,62

Taxa de mortalidade infantil (neonatal) 2015 6,36 7,47 7,56

Taxa de fecundidade total 2015 1,9 1,85 1,76

Localizada na porção Oeste da Grande São Paulo, ou Região Oeste Metropolitana

de São Paulo (ROMSP), a cidade de Osasco encontra-se bem servida pela infraestrutura de

transporte rodoviário e de trens urbanos sobre trilhos (Figura 1). Passam pela região, por

exemplo, as rodovias Raposo Tavares, Anhanguera, Castelo Branco (que corta Osasco no

sentido Leste-Oeste), Bandeirantes e Régis Bittencourt, além do Rodoanel Mário Covas

(que acompanha toda a extensão municipal no sentido norte-sul) e de grandes avenidas que

funcionam como eixos de locomoção intermunicipal para automóveis, como a Avenida dos

Autonomistas. Os próprios rios Tietê e Pinheiros exercem o papel de integradores destes

municípios por serem ladeados pelas vias marginais, que ligam às extremidades da região

metropolitana, assim como a outras rodovias.

A oferta de trens urbanos também é privilegiada na ROMSP, com a presença das

linhas 7 Rubi, 8 Diamante e 9 Esmeralda, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

(CPTM), que fazem conexões com o Metrô (em Pinheiros, na Barra Funda e em Santo

Amaro, além de levar também à região central da capital), possibilitando rapidez para a

circulação de grande parcela da população local, assim como da população flutuante vinda

de outras regiões. Pelo território municipal, distribuem-se cinco estações ferroviárias na

zona central (que no passado fora a antiga Estrada de Ferro Sorocabana), sendo que em

duas destas, no Largo de Osasco e em Quitaúna, existem terminais rodoviários que

permitem a locomoção da população pelas regiões Norte, Centro e Sul do município.

Outros terminais estão instalados em pontos estratégicos da cidade, viabilizando o

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transporte intermunicipal na ROMSP, como os terminais da Vila Yara, Helena Maria e o

do Olaria do Nino.

O município de Osasco possui aproximadamente 65 km² de extensão territorial, o

que significa menos de 0,03% do Estado de São Paulo e quase 0,8% do total da Região

Metropolitana de São Paulo (RMSP), sendo a décima segunda menor cidade desta região,

que é composta por outras 38. A Oeste, faz divisa com os municípios de Barueri,

Carapicuíba e Cotia, e ao Sul, Leste e Norte com a cidade de São Paulo. É cortado no

sentido longitudinal (Leste-Oeste) pelo rio Tietê, possuindo alguns córregos que nascem

em Osasco e afluem para o rio, como os córregos João Alves e o Bussocaba. Tendo 100%

do seu território em zona urbana, a população residente da cidade foi calculada em 696.382

habitantes para 20161, segundo o Censo Demográfico de 2010, o que lhe confere o quinto

lugar dentre as cidades com maiores densidades demográficas no país, com 10.411,80

hab/km².

1 IBGE. Estimativa populacional para 2016. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2016/estimativa_dou.shtm. Acesso em 10/02/2017.

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Figura 1 – Localização e infraestrutura principal de transportes

Ainda no quesito de densidade populacional, temos o município de São João do

Meriti em primeiro lugar, com 13.024,60 hab/km², seguido pelos municípios de Diadema,

Taboão da Serra e Carapicuíba. A partir do Gráfico 1, é possível perceber a magnitude da

densidade demográfica em Osasco, na RMSP e no Estado; a menor densidade é observada

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para o recorte geográfico do Estado, em decorrência da maior disponibilidade de espaços

rurais, áreas de preservação natural e municípios com baixa concentração populacional

distribuídos pelo interior.

Gráfico 1 – Densidade demográfica: comparativo entre regiões (hab/km2).

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE.

Em Osasco, a densidade demográfica se distribui conforme os dados do mapa

abaixo (Figura 2), que representa a situação da concentração populacional em 2010. Nas

duas grandes regiões da cidade, Norte e Sul, pode-se verificar grandes aglomerados

demográficos adensados nos grandes bairros residenciais que caracterizam o município. O

crescimento urbano em Osasco, que se deu em grande parte de forma desordenada e sem

planejamentos específicos na segunda metade do século passado, baseou-se em altas taxas

de crescimento vegetativo (saldo entre mortalidade infantil e nascidos vivos num dado

período) e intensa migração de pessoas vindas de diversas regiões do país; o caso, por

exemplo, de duas dentre as maiores concentrações: Padroeira (Zona Sul) e Munhoz Júnior

(Zona Norte). Os bairros mais antigos, porém, que compõem a Região Central e formavam

no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se

caracterizam pela forte presença de indústrias, comércios e serviços, com relativa baixa

densidade populacional baseada em antigas habitações ou alguns dos recentes condomínios

verticalizados. Outros bairros estão identificados como vazios demográficos, caso do

extremo Norte, área de forte preservação de mata atlântica, ou no Raposo Tavares, onde

existem os Centros de Detenção Provisória (CDP) e algumas transportadoras.

10.721,16

2.673,09

180,28

Osasco RMSP Estado de São Paulo

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Figura 2 – Densidade demográfica em Osasco.

A partir dos dados do Censo Demográfico do IBGE em 2010, é possível verificar a

distribuição da população pelas três regiões aqui analisadas – Osasco, Grande São Paulo e

o Estado de São Paulo – através da cor ou raça autodeclarada pelos entrevistados. Para os

três casos, a concentração de pessoas brancas predomina sobre as demais, pretas, pardas,

indígenas e amarelas, categorias que vêm sendo trabalhadas nos últimos recenseamentos

no país. Cabe mencionar ainda que, para o IBGE, a categoria negra é composta pela

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população preta e parda, agrupamento que também não ultrapassa numericamente o grupo

de brancos, seja no município, na RMSP, ou no Estado.

Entretanto, houve um decréscimo da população que se declarava branca em Osasco

em relação ao ano de 20002, e um acréscimo dos pardos e pretos: neste ano, 66,28% da

população osasquense se declarava branca; 4,48% preta e 27,46% parda. Este fenômeno

ocorre também com relação à RMSP e ao Estado, embora tenha acontecido de forma mais

intensa em Osasco. Isso se deve, em grande parte, mais a uma migração de pessoas antes

classificadas como brancos para uma nova declaração para as categorias mencionadas

acima, do que propriamente a uma redução ou aumento populacional de alguma destas

classes.

Tabela 2 – Comparativo entre regiões pela cor/raça da população residente

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE.

Em comparação com as outras duas regiões tratadas aqui, Osasco apresenta

distribuição das pessoas por raça ou cor muito semelhante à observada para a Grande São

Paulo, reflexo de processos de evolução demográfica comuns a muitos municípios da

região, como a intensa migração de pessoas vindas do Norte e Nordeste do país a partir da

primeira metade do século passado. No Estado, entretanto, a concentração de população

branca é maior, em decorrência da intensa imigração de europeus estimulada pelo governo

brasileiro no final do século XIX, para o trabalho nas lavouras de café no interior, entre

outros fatores.

2 IBGE – Censo Demográfico de 2000. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/2094. Consultado em fev. 2017.

Absoluta Percentual Absoluta Percentual Absoluta Percentual

Branca 389.556 58,4% 11.549.952 58,7% 26.264.150 63,7%

Preta 41.620 6,2% 1.244.956 6,3% 2.244.326 5,4%

Amarela 7.254 1,1% 361.901 1,8% 570.150 1,4%

Parda 227.394 34,1% 6.495.293 33,0% 12.122.836 29,4%

Indígena 543 0,1% 22.915 0,1% 44.800 0,1%

Ignorado 374 0,1% 8.957 0,0% 15.937 0,0%

Total 666.740 100,0% 19.683.975 100,0% 41.262.199 100,0%

Osasco RMSP ESPPopulação

residente total

por cor ou raça

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Gráfico 2 – Comparativo da proporção da população por cor ou raça.

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE.

O crescimento populacional da cidade, calculado a partir da taxa geométrica de

crescimento anual, foi de 0,7% entre 2010 e 2016, o menor número entre todos os

municípios da RMSP.

A partir da análise da pirâmide etária, no ano de 2000, 20,3% da população

osasquense se distribuía pelas faixas etárias de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos (onde a

pirâmide possuía maior largura), enquanto 1,3% da população era de 75 anos ou mais. Para

2010, havia 17,2% das pessoas entre 15 e 24 anos, e 2,3% com 75 anos ou mais. A projeção

para 2016 mostra, 15,6% para o primeiro grupo de jovens e 2,6% para os idosos com 75

anos ou mais, reforçando o fenômeno atual de diminuição da proporção de jovens das

primeiras idades, com aumento paulatino de adultos com mais de 30 anos, ou idosos acima

dos 75 anos. Com isso, se prevê maiores despesas públicas com saúde e maiores

investimentos em previdência social.

Gráfico 2 – Pirâmide etária do município de Osasco para 2016.

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE.

58% 59% 64%

34% 33% 29%

6% 6% 5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Osasco RMSP ESP

População residente total por cor ou raça

Branca Parda Preta Amarela Indígena Ignorado

40.000 30.000 20.000 10.000 0 10.000 20.000 30.000 40.000

00 a 04 anos

10 a 14 anos

20 a 24 anos

30 a 34 anos

40 a 44 anos

50 a 54 anos

60 a 64 anos

70 a 74 anos

Pirâmide etária de Osasco - 2016

Homem Mulher

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Ao se analisar a estrutura etária da população osasquense por faixas que indicam

idade escolar, verifica-se, segundo a estimativa para 2016, proporções semelhantes no

município com a RMSP e o Estado. Pessoas com idade entre 0 e 3 anos, relacionadas ao

público total potencial para creches, foram calculadas em 40.740; pessoas de 4 a 5 anos,

idade potencial para utilização de Educação Infantil, são 18.735; já as crianças de 6 a 10

anos foram estimadas em 45.009, compondo o grupo do Ensino Fundamental I (do 1º ao

5º ano). Afim de apontar a possível demanda por Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano),

que pode vir a se tornar um dos serviços oferecidos pela cidade, a faixa de jovens entre 11

e 14 anos foi estimada em 37.393. Assim, temos uma população total de 195.612 pessoas

em idade escolar, correspondendo a 28,1% da totalidade. No que se refere as creches, vale

ressaltar que apenas uma parcela das crianças pertencentes a essa faixa etária específica

demanda, de fato, vagas nos equipamentos públicos, sendo ainda necessário considerar a

renda das famílias envolvidas, o local de residência e as vagas já ofertadas, seja por próprios

municipais, escolas conveniadas, ou bolsas de estudo.

As políticas públicas voltadas para a população de idosos estimada em 52.013

pessoas em 2016, com idade igual ou superior a 60 anos. Este número corresponde a 7,7%

da população total do município, enquanto a mesma faixa etária representa 8,4% da

população da RMSP e 9,1% da estadual.

Outro indicador da evolução demográfica dos idosos é o Índice de Envelhecimento,

que corresponde à proporção de 42 idosos para cada 100 crianças, em Osasco. A partir da

análise do Gráfico 2, representando a evolução histórica do Índice de Envelhecimento, é

possível verificar um aumento crescente nas últimas décadas no envelhecimento geral da

população, associado a melhorias diversas na qualidade e expectativa de vida e a intensa

queda da fecundidade.

Gráfico 3 – Evolução do Índice de Envelhecimento (%). Osasco.

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE.

A Razão de Dependência (relação da população de jovens com até 15 anos e idosos

acima de 60 anos pelo restante dos habitantes) também mostra Osasco com uma leve

vantagem em comparação ao Estado de São Paulo e a Região Metropolitana, a saber,

respectivamente: 47,7%, 49% e 49,4%, sendo os menores índices geralmente considerados

9,411,3

16,8

25,5

44,242,2

1970 1980 1991 2000 2010 2016

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vantajosos por acarretarem menores investimentos com seguridade, educação básica, entre

outros.

Por sua vez, o indicador da Razão dos Sexos, que mostra a proporção de homens

em relação às mulheres num determinado local, permite estimar políticas voltadas para as

mulheres a partir de sua proporção na população de um determinado local. Para 2016, a

Razão dos Sexos foi calculada em 93 homens para cada 100 mulheres em Osasco. No caso

do município, a população feminina ultrapassa numericamente os homens a partir da faixa

de 20 a 24 anos, sendo os homens majoritários entre os mais jovens. Isto se deve, entre

outros fatores, pela alta mortalidade de homens nessa faixa etária por causas externas, como

homicídios e acidentes de transporte.

Com isso, pode-se pensar em planejamentos específicos, avaliação e gestão de

políticas públicas de saúde, educação, segurança, etc., e interpretar movimentos gerais da

população, como a organização familiar, mercado de trabalho, migrações, etc. A taxa de

natalidade calculada para a cidade em 2015, que fica próxima das tidas pela RMSP e pelo

Estado, aliada à taxa de fecundidade (relação entre os nascidos vivos por mulher em

período reprodutivo), indicam uma crescente redução nos nascimentos por mulher,

acompanhando a tendência nacional e de grande parte dos países ocidentais, como reflexo

da popularização de métodos contraceptivos e da maior participação da mulher num

mercado de trabalho pouco preparado para lidar com a maternidade e a paternidade

participativa.

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Eixo 1 – Saúde

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 1 – Saúde ocorreram em oficina realizada no dia

22/03/2017, na Sala Osasco, foram conduzidas pela SEPLAG e contaram com participação

de representantes das seguintes secretarias: SS, SEPLAG, SF, SECOM, SEGOV e

Gabinete do Prefeito. Dada a quantidade de participantes, foram definidos 03 grupos de

discussão, compostos por representantes de todas a secretarias presentes, sempre que

possível.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela

equipe do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG a partir do

Plano de Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em

andamento e de Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as

secretarias foi recompensado pelo comprometimento dos participantes e a densidade do

debate, resultando na caracterização e na priorização dos principais problemas a serem

enfrentados no âmbito do presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar, para cada problema, causas,

consequências, estratégias de enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do

governo. Sempre que entenderam como necessário, os grupos tiveram autonomia para

propor ajustes, inclusões e exclusões na relação proposta inicialmente. O quadro abaixo

contém a relação final dos problemas com a respectiva priorização registrada na oficina

pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado

do eixo, ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior é o impacto positivo

esperado que a solução daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

1.1 Desempenho da atenção básica em saúde de Osasco com

desempenho pior do que a média estadual

52%

1.2 Os indicadores referentes à saúde de mulheres e crianças são

ruins no município

17%

1.3 A percepção da população aponta a saúde como o maior

problema do município

14%

1.4 Baixa diversidade de equipamentos de atenção especializada

nos espaços existentes

11%

1.5 É necessário melhorar a gestão de processos e a valorização de

servidores na rede de saúde

6%

1.6 Problemas de comunicação institucional 0%

1.7 Baixa resolutividade dos atendimentos 0%

1.8 Precariedade das condições de trabalho 0%

1.9 Falta de medicamentos 0%

1.10 Implantação de equipamentos cuja demanda existe 0%

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A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como o

diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas,

Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se

a seguir. Vale esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e

incorporou ajustes e sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e

clarear o contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do

resultado das oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos

pelo Governo Municipal nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses

devem ser objetivos do Governo como um todo, e não de uma ou outra secretaria em

particular. Quanto mais houver ciência sobre os problemas existentes e clareza sobre os

grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho dos Programas e seus Projetos

e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de

elaboração do PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas

caracterizados em todos os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de

pontos de interação entre os problemas e as estratégias identificadas neste eixo, com

aqueles caracterizados em outro eixo. Desse modo, são destacados a seguir aspectos

transversais que mereceram atenção especial dos gestores na formulação dos objetivos

estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento percebeu-se a necessidade de

interação do Eixo de Saúde com o Eixo de Assistência Social, no que diz respeito a

discussão matricial dos problemas 1.1, que fala da atenção básica, com o problema 11.2,

que versa a respeito da capacitação dos agentes de saúde que acompanham o Bolsa Família.

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Problemas do Eixo Saúde PROBLEMA

1.1 - Desempenho da atenção básica em saúde de Osasco com desempenho pior do que a média estadual.

CAUSAS

Os parâmetros nacionais de equipes técnicas de referência estabelecem um número máximo de famílias a serem atendidas por cada equipe.

Percebe-se, no caso de Osasco, que faltam equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) na quantidade indicada pelos parâmetros nacionais.

Além disso, no caso das equipes de ESF existentes, algumas estão incompletas, sem o número mínimos de profissionais (médicos e enfermeiros)

estabelecidos por esses mesmos parâmetros nacionais.

Ademais do tamanho efetivo de recursos humanos, existe ainda qualificação e capacitação insuficiente dos recursos humanos para diversos

aspectos ligados ao atendimento ao público, fora das questões técnicas da profissão. Esta falta de capacitação se reflete, entre outros aspectos, em

uma falta de orientação à população quanto aos seus direitos, o que leva a um perfil de atendimento inadequado pelo médico na atenção básica.

Observa-se ainda a falta de equipamentos básicos de diagnóstico e de equipes complementares de acordo com as características da

prevalência de doenças por região.

Um problema mais amplo que afeta a política em Osasco é que o paradigma de limite de consultas por profissional não é elaborado com

foco nas necessidades da população e, assim, pode ser distorcido.

CONSEQUÊNCIAS

Por tudo isso, há uma falta de resolutividade da atenção básica. O impacto é negativo na qualidade do atendimento, com o correspondente

comprometimento dos indicadores de desempenho da atenção básica.

A falta de resolutividade também implica numa sobrecarga nos serviços e atendimentos especializados, com alta taxa de internações,

superlotação indevida dos pronto atendimentos, hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Assim, outros níveis de atenção ficam

comprometidos com a situação da atenção básica. No limite, o município observa um aumento das mortes e das doenças evitáveis.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

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As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Aumento das equipes

Para fazer frente a esses desafios, é necessário promover o aumento da quantidade de equipes e contratação de mais funcionários para

atender aos parâmetros mínimos estabelecidos nacionalmente. Entretanto, apenas a contratação de equipes de ESF não é suficiente para dar conta

dos desafios municipais. É necessário ampliar o rol de tipos de equipes, com a implantação do NASF atuando matricialmente.

Ampliação e adequação de unidades

Também é necessário promover a ampliação e adequação das unidades de saúde já existentes, além da construção de novas unidades. Com

isso, todas as equipes contarão com espaços adequados para o atendimento à população. Estes equipamentos precisam passar por investimento na

qualificação, com melhor acolhimento e processo de classificação de risco. A ampliação de horários de atendimento é outra medida que pode

auxiliar nesse objetivo.

Acompanhamento

As equipes não podem ficar sem supervisão. É necessário promover o acompanhamento da produção das equipes, sem ficar restrito ao

paradigma da produtividade, que já foi apurado que nem sempre tem foco no cidadão. Mesmo assim, alguns processos devem ser acompanhados

de perto, como a atenção ao cumprimento do horário de trabalho dos médicos e de toda a equipe.

Especializações

O investimento em maior conhecimento ajudará na gestão da política, sendo importante diagnosticar as prevalências de cada região e

investir em especializações e equipamentos básicos de diagnóstico para garantir a resolutividade na atenção básica. Essa informação vai permitir

pensar em ações voltadas para ampliar a orientação à população.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 53%

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16

PROBLEMA

1.2 - Os indicadores referentes à saúde de mulheres e crianças são ruins no município.

CAUSAS

O atendimento à mulheres, gestantes e crianças pequenas ainda é muito reativo, faltando uma política de busca ativa das gestantes e das

crianças de menos de dois anos, especialmente na UBS tradicional, o que leva a uma captação tardia das gestantes. Observa-se, assim, uma redução

no número das consultas pré-natal.

Em termos de gestão, há a ausência de análise e diagnósticos territoriais sobre a questão da gravidez precoce, o que inviabiliza o

estabelecimento de um planejamento de ações para atacar este problema. Já no tocante ao RH, existe uma demanda insuficiente de médicos

especializados, como pediatras. Contudo, esse desafio faz parte de um contexto maior onde a atenção básica em saúde está fragilizada, conforme

podemos ver no problema 1.1.

CONSEQUÊNCIAS

A baixa e tardia cobertura do atendimento à gestantes leva a uma maior mortalidade e malformações das crianças do que seria esperado.

No que se refere à falta de um diagnóstico territorial, há um problema de falta de confiabilidade dos dados.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Protocolo médico

Primeiramente, é necessário implantar em 100% das unidades o protocolo médico de pré-natal de baixo risco e de alto risco, além da

ampliação da equipe médica com a contratação de mais pediatras e ginecologistas, que devem receber melhores salários.

Contratações

Fora dos limites das UBS, é necessário ampliar a contratação suplementar de exames (papanicolau, mamografia, ultrassonografia etc.) e

adotar o procedimento de referência para encaminhamentos (próximos passos/linhas de cuidados prioritários pela alta prevalência).

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17

Qualificar equipamentos

Os equipamentos de saúde da periferia precisam ser qualificados, pois eles devem atender a uma parcela considerável deste público-alvo.

Essa qualificação passa, evidentemente, pela garantia de segurança nos equipamentos de saúdes da periferia. Além disso, precisa-se avançar na

qualificação do atendimento aos cidadãos e na qualificação do preenchimento do banco de dados. Nesse sentido, como promotor dessas mudanças

em prol do interesse dos usuários, seria interessante reativar o Comitê de Acompanhamento de Mortalidade Infantil.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESTE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 17%

2- Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

1.3 - A percepção da população aponta a saúde como o maior problema do município.

CAUSAS

Essa percepção é decorrente de dois reflexos complementares do momento político atual. O primeiro é uma descrença generalizada no setor

público, especialmente por parte daqueles que não utilizam os seus serviços; o outro é a descoordenação que ocorre em momentos de transição de

governo, com uma equipe nova precisando ajustar o modo de atuação aos parâmetros estabelecidos pela nova administração.

Essa descrença também se relaciona com a baixa aceitação da população do fato de determinadas especialidades não estarem – e não estarão

– disponíveis em Osasco pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso fica evidente no despreparo e desmotivação dos funcionários e falta de

comunicação com a população no que se refere à prestação de serviços da saúde. É certo que o fato de haver uma política de comunicação fragilizada

no município não ajuda a desfazer essa percepção.

CONSEQUÊNCIAS

Há uma reclamação geral e irrestrita por parte da população e o Poder Público não consegue contrapor uma visão positiva dos serviços

prestados na área da saúde.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

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18

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Comunicação institucional

Para resolver esse problema, é fundamental aperfeiçoar os mecanismos de comunicação institucional, inclusive com a criação de postos

itinerantes de informação. Deve-se começar pela implantação de uma central de relacionamento nos moldes dos hospitais privados, o que reduziria

consideravelmente o absenteísmo em consultas.

Qualificação no atendimento

Além disso, deve-se melhorar e qualificar o atendimento, além do acesso da população ao serviços.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 14%

PROBLEMA

1.4 - Baixa diversidade de equipamentos de atenção especializada nos espaços existentes.

CAUSAS

O Governo Estadual tem uma série de atribuições no fornecimento de serviços de atenção especializada. Entretanto, aproveita-se de uma

falta de clareza acerca a divisão de atribuições entre estado e município para deixar um volume exacerbado de responsabilidades sobre o município.

Em Osasco, é possível notar uma ausência de equipamentos públicos especializados na quantidade e diversidade necessária. Porém, a resolução

dessa causa precisa enfrentar o fato de haver grave falta de espaços disponíveis para a construção de novos equipamentos públicos de saúde. Falta,

também, a contratação de exames e/ou profissionais especialistas (endócrino, reumato, cardiologista, outros) na rede.

Outro ponto a ser observado é que as policlínicas têm atendimento desigual, sobrecarregando as unidades e penalizando os cidadãos que

precisam utilizar esses equipamentos. Além disso, para promover a inclusão de pessoas com deficiência, é necessário trabalhar para garantir a

acessibilidade em todas as unidades. Essas mudanças ocorrem com mais qualidade quando se consegue aprimorar e dar maior transparência à

execução de recursos vinculados.

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19

CONSEQUÊNCIAS

A mortalidade no município é mais alta do que o esperado, pois as pessoas não tem o acesso ao tratamento adequado. Só em Osasco faltam

mais de mil leitos SUS, ao mesmo tempo em que há uma grande quantidade de pessoas esperando exames ou especialistas (endócrino, reumato,

cardiologista, outros).

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Linhas de cuidado

Oferecer linhas de cuidados completa (primário, secundário, terciário), com a responsabilização do município, sistemas de referência e

contrarreferência, pelo menos nas áreas prioritárias. Contudo, a Prefeitura sozinha não tem condições de enfrentar e resolver esse desafio. Portanto,

uma estratégia importante seria estimular o Governo do Estado a instalar uma AME em Osasco e a melhorar a regionalização do atendimento.

Deve-se apostar, também, em comprar serviços na iniciativa privada, ampliando a oferta de serviços e exames.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESTE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 11%

PROBLEMA

1.5 - É necessário melhorar a gestão de processos e a valorização de servidores na rede de saúde.

CAUSA

Há um problema de falta de regulação (pré-hospitalar, principalmente), referência e contrarreferência. Em parte, precisa-se incrementar a

adesão ao sistema por parte dos médicos, que não alimentam as informações necessárias. Por outro lado, é necessário estabelecer os protocolos de

ações que ainda não estão consolidadas na rede. Esse comprometimento e qualificação do trabalho, porém, não se dará sem que se cuide das más

condições de trabalho e da falta de controle sobre o trabalho executado.

CONSEQUÊNCIA

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20

Tem-se como consequência desse problema as ociosidades localizadas no sistema, convivendo com escassez de profissionais em outras

áreas específicas.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Qualificação dos gestores

A primeira estratégia nesse caso, é ampliar a qualificação dos gestores da saúde. Com a melhoria das informações sobre a política e técnicas

de gestão, eles poderão trabalhar para a estruturação dos procedimentos pré-hospitalares e a criação de uma central de regulação da urgência e

emergência.

Plano de Cargos e Carreiras

No tocante aos trabalhadores da ponta, é necessário definir o Plano de Cargos e Carreira dos trabalhadores da Saúde, para que a carreira

torne-se atrativa para profissionais na quantidade e qualidade desejada. Esses profissionais devem entrar na Prefeitura concomitantemente à

ampliação em larga escala de um programa de Educação Permanente em saúde.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESTE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

3 -Orgulho de ser osasquense. 5%

NOVOS PROBLEMAS

Problemas de comunicação institucional

Causas 1. Não há divulgação das ações realizadas, ou informações sobre melhores práticas de saúde;

Consequências 1. Falta de comunicação intra, inter e extra institucional.

Baixa resolutividade dos atendimentos

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21

Causas 1. Não consegue fazer exames e diagnósticos;

Consequências 1. Ineficiência do gasto público;

2. Reincidência de atendimento;

Estratégia 1. Implantar central de regulação.

Precariedade das condições de trabalho

Causas 1. Falta de infraestrutura física;

2. Falta de capacitação, servidores;

3. Falta de insumos, etc.

Consequências 1. Dificuldade de contratação de corpo técnico;

2. Dificuldade de aquisição de equipamentos e insumos;

Estratégia 1. Melhorar a gestão estratégica com capacitação técnica e implantar responsável

médico na unidade (responsável técnico/diretor técnico).

Falta de medicamentos

Causas 1. Problemas logísticos [armazenamento, distribuição, aquisição, etc.] que impactam a distribuição para a população.

Implantação de equipamentos cuja demanda existe

Causas

1. Redução do orçamento disponível;

2. Falta de espaços disponíveis;

3. Executar recursos vinculados.

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22

Diagnóstico do Eixo Saúde no Município

A Constituição Federal de 1988, estabelece no artigo 30 a competência dos

municípios em prestar atendimento à saúde da população, com cooperação técnica e

financeira da União e do Estado.

De acordo com o Portal Brasil, identidade virtual do Executivo Federal, os

municípios devem garantir os serviços de atenção básica, além de organizar e controlar os

demais níveis de atenção. Para reger a colaboração entre os entes e planejar de forma

integrada, no sistema de saúde existem as pactuações tripartites (ou seja, envolvendo

União, Estado e Município). Neste sentido, este documento procurou incorporar parte da

discussão ensejada no chamado SISPACTO3 uma vez que alguns dos dados considerados

para caracterizar a situação de saúde de Osasco derivam daí.

O documento foi organizado de forma que inicialmente se apresenta uma tabela

sintética com as principais informações tratadas, em seguida essas informações são

analisadas em seções específicas sobre a cobertura dos serviços, o estado da saúde da

população em geral, o estado da saúde de mulheres e crianças, e a avaliação da saúde

pública feita pela população.

Tabela sintética – Indicadores gerais de saúde

Saúde Ano Município RMSP ESP

Cobertura populacional por equipes da

atenção básica

2015 44,61 45,73 55,76

Leitos SUS (Por mil habitantes) 2015 0,87 1,12 1,30

Proporção de cidadãos que costuma procurar

atendimento de saúde na rede pública do

município (Em %)

2016 72,59 - -

Proporção de cidadãos usuários atendidos em

consultas nas UBS em até 15 dias depois da

marcação sobre o total de cidadãos que

tiveram consultas marcadas (Em %)

2015 34,22 - -

Proporção de cidadãos usuários das UBS que

demoraram mais de uma hora desde a

chegada até o atendimento sobre o total de

cidadãos usuários (Em %)

2015 8,98 - -

Proporção de cidadãos usuários dos serviços

de urgência e emergência (UPA ou PS) que

demoraram mais de uma hora desde a chega

até o atendimento sobre o total de cidadãos

usuários (Em %)

2015 11,10 - -

3 O recém divulgado SISPACTO 2016 contém um número significativamente menor de indicadores do que

aquele pactuado no período de 2013-2015. Por considerarmos que a pactuação anterior guarda indicadores muito importantes para caracterização da saúde em Osasco, utilizaremos informações de ambos os pactos.

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23

Proporção de cidadãos usuários do Hospital

Central que demoraram mais de uma hora

desde a chegada até o atendimento sobre o

total de cidadãos usuários (Em %)

2016 27,59 - -

Proporção de exodontia em relação aos

procedimentos

2016 13,04 4,29 5,68

Proporção de internações por condições

sensíveis a atenção básica

2015 16,62 14,04 15,66

Taxa de mortalidade prematura (<70 anos)

pelo conjunto de doenças crônicas não

transmissíveis (Por cem mil)

2016 390,76 343,36

332,72

Razão de exames citopatológicos do colo do

útero em mulheres de 25 a 64 anos

2016 0,33 0,48 0,47

Proporção de cura de casos novos de

tuberculose pulmonar com confirmação

ambulatorial (Em %)

2014 70,99 77,34 79,45

Proporção de Nascidos Vivos de Mães com

Sete ou Mais Consultas de Pré-Natal (Em %)

2015 57,97 73,62 76,48

Nascimentos de Baixo Peso (menos de 2,5kg)

(Em %)

2015 8,26 9,24 9,06

Parto Pré-Termo (menos de 37 semanas) (Em

%)

2014 12,15 11,05 11,42

Taxa de Mortalidade Infantil (Por mil

nascidos vivos)

2016 13,61 11,35 11,10

Proporção de Partos Cesáreos (Em %) 2015 51,52 52,8 58,99

Proporção de Vacinas do Calendário Básico

de Vacinação da Criança com coberturas

vacinais alcançadas

2016 62,50 34,94 41,04

Cobertura de acompanhamento das

condicionalidades de saúde do Programa

Bolsa Família

2016 30,80 62,44 63,94

Média da avaliação da Saúde Pública (Escala

0 a 10)

2016 3,00 - -

Média da avaliação geral do atendimento nas

UBS (Escala 0 a 10)

2015 7,49 - -

Média da avaliação geral do atendimento nos

serviços de urgência e emergência (UPA ou

PS) (Escala 0 a 10)

2015 7,19 - -

Média da avaliação geral do atendimento no

Hospital Central (Escala 0 a 10)

2016 8,15 - -

Fontes: CNES/DATASUS/MS/SES e Estimativas Populacionais, IBGE; CNES-

SP/DATASUS/MS, Fundação SEADE, SES e Estimativas Populacionais, IBGE; Pesquisa Primária

Contínua – Tracking; Pesquisa Primária Ad Hoc - 1ª Onda; Pesquisa Primária Ad Hoc - 1ª Onda;

Pesquisa Primária Ad Hoc - 1ª Onda; Pesquisa Primária Ad Hoc - 5ª Onda; Sistema de Informações

Ambulatoriais, SIA/SES; SIH-SUS/SES; SIM/SES e Estimativas Populacionais, IBGE; Sistema de

Informações Ambulatoriais, SIA/SES; SINAN/SES e Estimativas Populacionais, IBGE;

SINASC/SES; SINASC/SES; SINASC/MS; SIM/SES e SINASC/SES; SINASC/SES; Divisão de

Imunização/Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, SI-PNI/SES; Sistema

de Gestão do Acompanhamento das Condicionalidades de Saúde do PBF/SES; Pesquisa Primária

Page 25: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

24

Contínua – Tracking; Pesquisa Primária Ad Hoc - 1ª Onda; Pesquisa Primária Ad Hoc - 1ª Onda;

Pesquisa Primária Ad Hoc - 5ª Onda.

Cobertura

Um dos indicadores da capacidade de oferta de saúde por Osasco é a cobertura

populacional estimada pelas equipes da atenção básica. Muito embora a Política Nacional

da Atenção Básica e o Caderno do SISPACTO 2013-2015 falem em uma equipe para

referenciar 3.000 habitantes, conforme a portaria nº 2.355/2013 do Ministério da Saúde,

deveríamos possuir uma equipe para cada 2.000 habitantes. Contando com 155 equipes

(dado de 2015), em Osasco, a população coberta, referência por 2.000 habitantes, é de

310.000 ou 44,61%4. Comparativamente a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e

ao Estado, o município mostra cobertura inferior, uma vez que na região metropolitana o

percentual de população coberta é de 45,73% e no Estado de 55,76%.

A série histórica da informação, Gráfico 1, nos mostra que após um período de

queda sustentada do número de equipes, em 2014, houve certa recuperação e em 2015,

novamente queda. A última informação disponível atesta que não chegamos a alcançar o

patamar que possuíamos em 2007.

Gráfico 1 – Número de Equipes de Atenção Básica. Osasco, 2006 - 2015

Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES/DATASUS/MS/SES.

Outra informação que depõe contra a capacidade de cobertura do município é o

número de leitos SUS5 por mil habitantes6. Em Osasco, essa razão é de 0,87, ao passo que

na RMSP e no Estado ultrapassam a unidade. Vale destacar que, apesar da população ser

crescente, o número absoluto de leitos atualmente é inferior ao observado quatro anos atrás,

quando houve o maior número de leitos disponíveis na série histórica resgatada (Gráfico

2).

4 Percentual calculado tendo como base as Estimativas Populacionais do IBGE. 5 Neste número estão descontados os leitos complementares, aqueles destinados a unidade de terapia intensiva e semi-intensiva. 6 Utilizando como população base as Estimativas Populacionais do IBGE.

108

169

155

137131

120115

110

168

155

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

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25

Gráfico 2 – Número de leitos SUS. Osasco, 2006 - 2015

Fonte: CNES-SP/DATASUS/MS, Fundação SEADE, SES.

As informações de cobertura mencionadas utilizam como potencial usuária a

população total do município, escolha realizada no âmbito da própria Secretaria Estadual

de Saúde (SES), que reflete a perspectiva de universalidade da oferta de serviços, uma vez

que a saúde é um direito social previsto na Constituição de 1988. Entretanto, a SES também

realiza a estimativa considerando a população SUS dependente; com esta base7, temos em

Osasco 1,73 leitos por mil habitantes, enquanto no Estado, essa razão é de 2,26. Sendo

assim, seja qual estimativa de população usuária utilizemos, chegamos à conclusão de que

há aqui um desafio para ser enfrentado, que consiste na ampliação de leitos e,

evidentemente, também de recursos humanos.

A situação demonstrada da cobertura possivelmente está na base dos resultados

observados nas pesquisas realizadas pela prefeitura sobre o tempo de espera para

atendimento. Na tabela sintética, vemos que o percentual de usuários que afirmam demorar

mais de uma hora para serem atendidos é substancial em todos os níveis de atenção. Nas

Unidades Básicas de Saúde (UBS) esse número é de 8,98%; nas unidades de urgência e

emergência (UPA e PS), de 11,10%, e no Hospital Central, de 27,59%. Note-se que o

aumento desse percentual acompanha o crescimento da complexidade da demanda do

usuário. Todavia, há de se ponderar que tanto nas unidades de urgência e emergência,

quanto no hospital, são aplicados protocolos de prioridade; sendo assim, na classificação

de risco mais baixa, é possível aguardar mais de uma hora sem que se possa falar em

prejuízo do ponto de vista médico-técnico. Sobre isso é preciso dizer também que, mesmo

que se suponha que parte dos usuários que esperam por mais de uma hora sejam os

classificados como de baixo risco, há aqui um ponto sensível a ser analisado, uma vez que

as demandas do baixo risco são menos prementes ou graves, fica o questionamento do local

em que deveriam ser atendidas.

Indicativos do estado de saúde da população em geral

7 Utilizou-se para este cálculo a estimativa de população SUS dependente divulgada por SES e a base populacional da Estimativa Populacional do IBGE.

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26

Evidentemente, uma cobertura de serviços de saúde abaixo do necessário, seja em

equipes ou em leitos, se reflete no estado de saúde da população. Para se ter referência

desses efeitos, a seguir são apresentados cinco indicadores.

O primeiro deles, a proporção de exodontia em relação ao total de procedimentos

odontológicos realizados, responde pela qualidade do tratamento odontológico ofertado na

atenção básica, uma vez que a extração é o recurso final após a falha no oferecimento de

medidas preventivas ou curativas. Os dados mostram que nos últimos três anos houve um

aumento do número de extrações em relação aos procedimentos realizados, Gráfico 3. Na

tabela síntese, vemos também que no último ano para o qual se dispõe de informação

(2016), Osasco sustenta uma proporção de extrações superior a observada na RMSP e no

Estado.8

Gráfico 3 – Proporção de exodontia em relação aos procedimentos. Osasco, 2006 - 2016

Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais SUS – SIA-SUS/SES.

Outros dois indicadores da situação da saúde dos munícipes são a proporção de

internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB) e a taxa de mortalidade

prematura por doenças crônicas não transmissíveis. Ambos são indicadores que falam do

agravo de doenças que poderiam ter sido evitadas ou controladas em nível ambulatorial,

ou seja, no âmbito da atenção básica.

A ICSAB é um indicador caro à literatura de saúde pública, inclusive internacional.

Como é de se supor, indiretamente ele mede o funcionamento e a capacidade de resolução

da atenção básica. No Estado de São Paulo como um todo, a proporção de ICSAB apresenta

tendência histórica declinante, sugerindo relação com a adoção da Estratégia de Saúde da

Família (Rehem e Egry, 2011). Infelizmente, Osasco seguiu um percurso oposto: as

internações por causas sensíveis à atenção básica vêm aumentando. Seguindo a

interpretação de Rehem e Egry, esse comportamento possivelmente está associado às

dificuldades na cobertura da atenção básica (Gráfico 4). Cabe mencionar que os dados

apresentados no Gráfico 4 são referentes às causas sensíveis à atenção básica constantes na

8 Aqui cabe a ponderação de que a Unidade de Pronto Atendimento de Osasco que conta com o serviço de dentista atende não apenas os munícipes. Com isso é de se supor que medidas preventivas que devem ser realizadas no âmbito da atenção básica estão sendo falhas também nos municípios do entorno. Sendo assim, a falha de outros municípios está em certa medida sendo refletida na proporção de extrações em relação aos procedimentos realizados em Osasco.

16,06

9,489,97

8,889,79

11,65 11,5

9,8610,77

11,51

13,04

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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portaria 221 de 17/04/2008 do Ministério da Saúde; o SISPACTO 2013-2015 utiliza um

rol mais amplo de doenças que passou pela crítica de listas previamente construídas em

nível estadual.

De acordo com a ICSAB calculada por esta lista ampliada, o patamar da ICSAB em

Osasco em 2015, é de 25,54 (SES), ou 24,19 (MS). No entanto, a diferença é apenas de

nível, uma vez que a tendência histórica de piora é observada em ambos os métodos de

cálculo. Vale destacar ainda que o aumento das ICSAB não apenas fala sobre problemas

na atenção básica, mas também alerta para o inchaço na demanda por atendimento

hospitalar, que como vimos tem um número reduzido de leitos no município.

Gráfico 4 – Proporção de internações por condições sensíveis à atenção básica. Osasco e

Estado de São Paulo, 2008 - 2015

Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIH-SUS/SES.

Obs. 1. Refere-se as internações realizadas em leitos próprios do SUS e conveniados.

Obs. 2. De acordo com a Portaria 221, 17/04/2008/MS/SAS.

A tendência de piora mostrada pela ICSAB também se observa com relação à

mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)9. No ano de 2016,

em Osasco foram observadas 391 mortes prematuras por DCNT para cada 100.000

habitantes, valor superior aquele registrado para os anos de 2013, 2014 ou 2015, e também

à média do Estado e da RMSP.

Por definição, doenças crônicas são aquelas de longa duração, desenvolvidas

durante a vida e que possuem causas individuais (não modificáveis) e sociais

(modificáveis). Dentre os fatores individuais estão genética e idade (para permitir o

isolamento do efeito idade, leva-se em consideração apenas os óbitos prematuros, ou seja,

os que ocorrem antes dos 70 anos); já no âmbito dos fatores sociais estão o tabagismo,

alcoolismo, sedentarismo e má alimentação. A existência de outras enfermidades também

9 O Caderno de diretrizes, objetivos, metas e indicadores 2013-2015 do SISPACTO lista os seguintes códigos

da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, décima edição: C00-C97 (algumas neoplasias), E10-E14 (diabetes mellitus), I00-I99 (doenças do aparelho circulatório) e J30-J98 (algumas doenças do aparelho respiratório).

15,09

16,36

15,5

14,83

13,79

14,5415,1

16,62

16,82 16,87 16,82 16,58 16,3715,93 15,72

15,66

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Osasco ESP

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28

associadas aos fatores listados é agravante de risco, sendo o caso de hipertensão,

sobrepeso/obesidade, intolerância à glicose e dislipidemia10.

Considerando que as determinações individuais mencionadas incidem de forma

similar nos espaços geográficos comparados (Estado, RMSP e Osasco), os diferenciais de

desempenho levam a supor que existe uma margem de atuação nos fatores modificáveis

para reversão da tendência de piora observada nos últimos três anos em Osasco. Neste

sentido, Schmidt et al (2011) afirma que as DCNT podem ser melhor controladas com

medidas de prevenção e acompanhamento realizáveis no âmbito da atenção básica e com

políticas intersetoriais.

O exame citopatológico do colo do útero é um exemplo de medidas de prevenção e

controle de uma das DCNT realizáveis em nível de atenção básica e que pode impactar de

forma positiva na redução da mortalidade prematura. A última informação disponível sobre

a cobertura deste exame em Osasco, datada de 2016, mostra que apenas 33% do público

alvo está tendo acesso a esse recurso de diagnóstico precoce, valor substancialmente

inferior ao observado na RMSP e no Estado, que têm cobertura de 48% e 47%,

respectivamente.

Como políticas intersetoriais que influenciariam no combate a doenças crônicas não

transmissíveis em geral, especialmente em seu componente de doenças do aparelho

circulatório, pode-se citar parcerias com a pasta de esporte e educação para superação do

sedentarismo e tabagismo, por exemplo.

Por fim, ainda no âmbito dos resultados que a baixa cobertura da atenção básica

enseja na saúde da população em geral, temos as taxas de sucesso do tratamento de

tuberculose, doença que já figurou entre as principais causas de morte e internação

compulsória no passado e que hoje é curável por ações em nível ambulatorial. Assim como

os demais indicadores mencionados nesta seção, a série histórica da taxa de cura de novos

casos mostra declínio nos últimos cinco anos. Além disso, na última medição disponível

(2014), o índice de cura mostrado por Osasco é inferior àquele apresentado pela RMSP e

pelo Estado. Pode-se acrescentar ainda que, muito embora a incidência da doença por

100.000 habitantes seja menor em Osasco do que no Estado, o número de novos casos não

tem apresentado retração.

Indicativos do estado de saúde da mulher e da criança

A ideia de se tratar em seção a parte a saúde da mulher e da criança está em

consonância com o Plano Nacional de Saúde (2016-2019). Seguindo a mesma lógica do

Plano, esta seção se atém principalmente à saúde dessas populações durante o período

gestacional, parto e primeiros meses de vida.

Um dos indicadores mais importantes sobre o tema é o percentual de nascidos vivos

de mães que tiveram sete ou mais consultas de pré-natal. Os dados de 2015, mostram que

Osasco tem um percentual baixo de nascidos vivos nestas condições, menor do que o

observado na região metropolitana e no Estado.

10 Presença de níveis elevados de lipídios ou lipoproteínas no sangue.

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Gráfico 5 – Percentual de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal.

Osasco, 2006 - 2015

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC-SUS/SES.

Obs. Refere-se a todos os nascidos vivos, sejam na rede pública ou privada, sendo o documento de

entrada das informações a Declaração de Nascidos Vivos (DN).

Por si, o baixo percentual apresentado já nos apresenta um problema de cobertura.

No entanto, ele pode ser ainda mais sério, uma vez que nada se sabe sobre o pré-natal

realizado por mulheres que tiveram perdas fetais e possivelmente a cobertura do

atendimento nesses casos foi ainda mais falha11. Enquanto realizado principalmente no

âmbito da atenção básica, a queda na proporção de nascidos vivos de mães com sete

consultas tem relação com as dificuldades do município em garantir a cobertura neste nível

de atenção. Vale lembrar, todavia, que os valores apresentados no gráfico são relativos a

nascidos vivos de mães que realizaram o pré-natal na rede pública ou privada, portanto,

ainda que guarde relação com nossa baixa cobertura na atenção básica, não responde

somente a isso.

Como é evidente, o pré-natal adequado contribui para diminuir a morbimortalidade

materna e perinatal, assim, uma redução nessa cobertura tende a interferir negativamente

em outros parâmetros. Segundo UCHIMURA et al (2008), o baixo peso ao nascer e a idade

gestacional no nascimento são os principais parâmetros de avaliação do estado de saúde da

criança no nascimento. No entanto, são influenciados por muitas variáveis além do acesso

ao pré-natal. Assim, ao resgatarmos as séries históricas para o período de 2006 a 2015, para

estes indicadores vemos que não há relação ecologicamente perfeita entre a queda da

cobertura pré-natal e os parâmetros de saúde dos nascidos vivos.

Na série do percentual de nascidos vivos com baixo peso ao nascer, observamos

que após um período de aumento entre 2008 e 2011, há uma queda a partir de 2012, quando

se poderia esperar uma continuidade do crescimento se a relação com a cobertura do pré-

natal fosse simples. Já na série histórica para o mesmo período do percentual de

prematuros, vemos crescimento entre os últimos dois anos (2014 e 2015, sendo que os

11 Nada se sabe também sobre o conteúdo das consultas, nem quanto ao cumprimento dos exames

laboratoriais e práticas de educação em saúde, previstas no Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento.

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dados de 2015 ainda são preliminares), sugerindo, mesmo que fragilmente, a relação antes

mencionada entre a queda na cobertura do pré-natal e a incidência de prematuridade.

Por fim, a mortalidade infantil, outro indicador que também estabelece em nível do

indivíduo relação com o atendimento médico recebido, mostra queda em 2013, 2014 e

2015; porém, em 2016, voltou a subir. Atualmente, a taxa de Osasco está acima da

observada na RMSP e no Estado. A oscilação na taxa é de difícil interpretação e enseja um

estudo que correlacione informações em nível do indivíduo. No entanto, permanece a

aparente piora (aparente, uma vez que os dados de 2016 são preliminares, estando sujeitos

a crítica do Comitê de Mortalidade Infantil).

À parte da dificuldade em controlar causas e efeitos a partir de dados populacionais,

o fato é que os estudos a partir de bases de dados individualizadas mostram

inequivocamente a relação entre o pré-natal e o estado de saúde das crianças (UCHIMURA

et al, 2008). Portanto, subsiste o problema anteriormente levantado de uma baixa cobertura

de pré-natal.

Ainda no que tange a saúde de mães e crianças, para além do atendimento pré-natal,

tem sido colocado cada vez mais em discussão as práticas de parto. Sobretudo, tem-se

questionado sobre a necessidade das cesáreas e quanto a prerrogativa de escolha da mulher

sobre ela.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cesárea é um procedimento efetivo

em salvar vidas, mas a partir de níveis superiores a 10% - 15%12, não mostra correlação

com a redução da mortalidade materno-infantil. Além disso, como toda cirurgia, envolve

riscos e complicações à saúde durante o procedimento e muito após sua realização (que, no

entanto, não estão bem estabelecidas).

Em Osasco, na rede geral (pública e privada) o percentual de partos cesáreos

observado em 2015, foi de 51,52%. Apenas na rede pública em 2015, registrou-se 32,67%

de partos cesáreos. Muito embora esses percentuais estejam acima do intervalo apontado

pela OMS, eles são inferiores à média da região metropolitana e do estado. Além disso,

conforme visualizamos no Gráfico 6, após um longo período de aumento na taxa da rede

geral, na última medição observou-se queda significativa, ao passo que na rede exclusiva

pública a oscilação foi muito mais discreta. Uma possível interpretação para esta redução

é a de que houve efeito da portaria do Ministério da Saúde, que pretendeu restringir as

cesáreas sem justificativa médica (todavia é de se pensar também nos efeitos que o recente

movimento social pelo parto normal, quando seguro, pode estar produzindo).

Diante das discussões mais recentes sobre o parto e dos dados apresentados, fica

posto que, por um lado temos o desafio de ajustar as cesáreas apenas aos casos

recomendados para preservar a saúde de gestantes e bebês; por outro, isso precisa ser feito

sem produzir uma imposição cultural. Por fim, não é demais mencionar que o movimento

social nos informa que ainda estamos distantes de ter equipes de saúde qualificadas para

promover partos normais seguros e humanizados, seja na rede pública ou privada, o que

12 Considerando que a faixa de 10% - 15% de cesáreas não leva em consideração especificidades do perfil

obstétrico atendido em cada hospital, a recomendação é que sejam despendidos esforços não em alcançar esses valores como metas em cada unidade, mas em perseguir o ideal de realizar cesáreas nos casos em que elas realmente sejam indicadas. (OMS, 2015, Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas).

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pode estar na base da rejeição do parto normal apresentada por parte das gestantes. Além

disso, é preciso combater a redução de saúde à mercadoria qualquer, uma vez que esta

redução enseja a preferência por parte dos capitalistas de saúde pela cesárea, procedimento

de maior retorno econômico do que o parto normal.

Gráfico 6 – Proporção de partos cesáreos. Osasco, 2000 - 2015

Fonte: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC-SUS/SES.

Também é indicador do atendimento dispensado à infância a proporção de vacinas

do calendário básico de vacinação da criança com cobertura vacinal alcançada, calculado

em duas etapas. Primeiro, a partir de registros administrativos, são calculadas as razões

entre as doses aplicadas das vacinas (BCG, rotavírus humano, pentavalente, poliomielite,

pneomocócica conjugada, meningocócica conjugada, tríplice viral e influenza) e a

população no perfil de recebe-las; toda vacina que cobrir pelo menos 75% da população

que deveria, é considerada com cobertura alcançada. Em seguida é feita a razão entre o

número de vacinas com cobertura alcançada e o total de vacinas do calendário básico de

vacinação da criança que, em Osasco, são oito. A série histórica deste indicador resgatada

para o período de 2011 a 2016, mostra grandes oscilações, com declínio acentuado em

2014 e 2015, e certa recuperação em 2016, quando se retornou ao patamar de 2013.

Segundo os registros da Secretaria Estadual de Saúde, de um cenário em que pelo

menos 75% das crianças receberam todas as vacinas em 2011, chegamos em 2016, à

situação em que apenas cinco das oito vacinas teriam atingido no mínimo 75% das crianças

osasquenses. A Secretaria Municipal de Saúde aponta para problemas no registro das doses

aplicadas, sendo desabastecimento ou baixo alcance do público alvo consideradas

hipóteses explicativas menos relevantes.

Por fim, um segmento de mulheres e crianças deve ser acompanhado mais de perto

pela atenção básica, devido seu elevado grau de vulnerabilidade: trata-se dos beneficiários

do Programa Bolsa Família com perfil saúde. O perfil saúde é caracterizado pela presença

de crianças menores de 7 anos e de gestantes na família. De acordo com o programa, as

crianças menores de 7 anos devem ser plenamente assistidas em vacinação e ter suas

medidas antropométricas verificadas; já as gestantes devem passar pelo pré-natal. O

histórico do índice mostra que a cada ano cai o percentual desta população que recebe

acompanhamento. A julgar pelas dificuldades na cobertura da atenção básica, de pré-natal

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e de vacinação, é de supor que se está diante do declínio do acesso a esses serviços por esse

segmento. Evidentemente, falhas administrativas em realizar o registro de pertencimento

no Programa Bolsa Família do usuário atendido, ou o registro da realização da vacina

podem estar corroborando para o desempenho do indicador, mas não devem isoladamente

explicar a queda acentuada na cobertura das condicionalidades.

Avaliação da saúde pública pela população

Nos últimos dois anos, a prefeitura municipal realizou dois tipos de pesquisas que

levantaram informações a respeito da saúde pública em Osasco. A distinção imediata entre

elas foi o local de abordagem dos entrevistados, por isso as designaremos por pesquisa nas

ruas e pesquisa em estabelecimentos.

A pesquisa nas ruas ocorreu de forma contínua entre julho de 2015, e maio de 2016,

tendo entrevistado 50.154 pessoas que foram convidadas a atribuir uma nota de 0 a 10 à

saúde pública em Osasco. A média dessas avaliações foi 3,0; considerando a escala e sua

tradução categórica, tem-se uma avaliação ruim da saúde pública no município. Os

respondentes eram usuários e não usuários, embora 72,59% deles costume procurar o SUS.

Por sua vez, a pesquisa em estabelecimentos entrevistou pessoas que haviam acabado de

receber atendimento nas UBS, UPA/PS ou no Hospital Central. Destas entrevistas foram

obtidas as respectivas notas médias 7,49, 7,19 e 8,15. Considerando a escala de 0 a 10,

pode-se inferir que existe uma boa avaliação do atendimento em todos os tipos de

estabelecimentos investigados.

A aparente discrepância entre as médias pode estar baseada no problema de

cobertura que vimos apontando. Uma vez atendida, a população em média aprova o

atendimento, mas ao ser perguntada sobre a saúde em geral, sem referência a uma

experiência imediata, possivelmente traz à tona seu descontentamento ao não lograr

atendimento, o que acontece em função da ausência de equipes de saúde e leitos.

Potencialidades

Com 34 Unidades Básicas de Saúde e considerando como raio de influência

territorial de cada uma delas o limite de 1,0 km, Osasco tem 94% de seu território coberto

por UBSs. Evidentemente que isso não depõe sobre a capacidade de atendimento, uma vez

que o número de pessoas referenciáveis depende do porte da unidade e que o porte nada

declara sobre a adequação de recursos humanos. A despeito disso, a informação de

cobertura territorial mostra que a rede de assistência básica está bastante espraiada, sendo

assim, toda iniciativa neste nível de atenção conta com alguma estrutura inicial. Além

disso, considerando a orientação da atenção básica do SUS para realização de busca ativa

no território, a distribuição das unidades mostra plena capacidade para execução bem

sucedida dessa diretriz.

Desafios

Considerando o número de unidades básicas e o fato que o principal problema

identificado se refere a capacidade de cobertura pelas equipes, conclui-se que se está diante

de um município coberto em infraestrutura, mas carente de recursos humanos no âmbito

da atenção básica. Sendo assim, um dos desafios do tema saúde será contratar e manter as

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equipes de estratégia de saúde da família (ESF) e dos núcleos de apoio à estratégia de saúde

da família (NASF) que atuam de forma multiprofissional com médicos, agentes

comunitários, dentistas, psicólogos, nutricionistas etc.

Além disso, os resultados dos indicadores relativos a saúde de gestantes e crianças,

sejam pertencentes ou não ao PBF, mostram dificuldades de execução de políticas para um

dos segmentos mais vulneráveis da população. À parte dos investimentos em cobertura,

será preciso superar dificuldades de registro, uma das hipóteses explicativas levantadas

pela Secretaria Municipal para os resultados obtidos.

No âmbito hospitalar, o número de leitos no município sugere uma carência

infraestrutural que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, se concentra nos leitos de

alta complexidade e de UTI, embora os leitos de baixa e média complexidade também não

cheguem a estar no patamar adequado.

Por fim, o substancial percentual de usuários que aguarda mais de uma hora por

atendimento coloca o desafio de se analisar a capacidade de recepção da demanda.

Novamente, há a identificação de um desafio que possivelmente tem estreita relação com

a falta de recursos humanos. Além disso, como porovavelmente parte dos usuários que

esperam por mais de uma hora foram classificados como de baixo risco, poderiam ser

redirecionados a atenção básica, mas esta precisaria estar em plenas condições de

funcionamento para atendê-los.

Bibliografia

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http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnab.php, acesso realizado em 11/04/2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento

de Articulação Interfederativa. Caderno de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores:

2013-2015. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Serie Articulação Interfederativa; v.

1. 2015.

REHEM, T. C. M. S. B; EGRY, E. Y. Internações por Condições Sensíveis à Atenção

Primária no Estado de São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 12, p.4755-4766,

2011.

SCHMIDT, M. I. at. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais.

Saúde no Brasil, n. 4, 2011.

UCHIMURA, T. T. et al. Baixo peso ao nascer e fatores associados. Revista Gaúcha de

Enfermagem.

OMS, Organização Mundial da Saúde. Declaração sobre Taxas de Cesáreas. Genebra,

2015. Disponível em:

http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4815:declara

cao-da-oms-sobre-taxas-de-cesareas&Itemid=821, acesso realizado em 22/02/2017.

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Eixo 2 - Educação

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 2 - Educação ocorreram em oficina realizada no dia

29/03/2017, na Sala Osasco. O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e contou com

participação de representantes das seguintes secretarias: SED, SAS, SEPLAG e SF. Dada

a quantidade de participantes, decidiu-se por trabalhar com um único grupo, garantindo

assim a representação de todas as secretarias na discussão.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela

equipe do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do

Plano de Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em

andamento e de Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as

secretarias foi recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do

debate, resultando na caracterização e na priorização dos principais problemas a serem

enfrentados no âmbito do presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entendeu

como necessário, o grupo teve autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na

relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas, com

a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado

do eixo, ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo

esperado que a solução daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

2.1

Existe insatisfação dos servidores com as condições de trabalho

e com o atual plano de carreira, salários e educação continuada

do quadro do magistério.

31%

2.2

Demanda por vagas em creches no município é superior à

capacidade de atendimento e menos de 5% da população com

potencial para EJA está matriculada.

31%

2.3

A infraestrutura tecnológica e as metodologias de ensino

requerem aprimoramento e renovação no âmbito do ensino

fundamental.

15%

2.4

O modo como os instrumentos e as informações de

monitoramento e avaliação são compartilhados não favorece a

integração com as demais secretarias, nem o atendimento aos

requisitos de transparência e controle social.

15%

2.5

O percentual de professores com formação adequada às classes

em que lecionam está entre 65% e 72% na educação básica, em

17,5% na EJA e somente 0,74% dos docentes possui algum tipo

8%

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de formação ou treinamento especializado em inclusão

educacional.

2.6

20 das 56 escolas municipais que atuam nos primeiros anos do

ensino fundamental não atingiram as metas individuais de

desempenho que foram pactuadas com o MEC.

0%

2.7 Inexistência de uma política municipal de educação que apoie o

jovem após a conclusão do ensino médio. 0%

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como o

diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas,

Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se

a seguir. Vale esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e

incorporou ajustes e sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e

clarear o contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do

resultado das oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos

pelo Governo Municipal nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses

devem ser objetivos do Governo como um todo, e não de uma ou outra secretaria em

particular. Quanto mais houver ciência sobre os problemas existentes e clareza sobre os

grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho dos Programas e seus Projetos

e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de

elaboração do PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas

caracterizados em todos os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de

pontos de interação entre os problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles

caracterizados em outros eixos. Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais

que mereceram atenção dos gestores na formulação dos objetivos estratégico, a fim de

contribuir para a concepção mais acurada possível dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

A análise global apontou focos de interação do presente eixo com outros quatro

eixos, a saber: 7 – Esporte, Cultura e Lazer; 9 – Desenvolvimento Urbano, Econômico,

Social e Trabalho; 10 – Meio Ambiente e Sustentabilidade; e 11 – Assistência e Inclusão

Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial e de Gêneros.

No caso do eixo 7 – Esporte, Cultura e Lazer, a caracterização do problema 7.1

identificou a necessidade de aproveitamento de espaços públicos, a fim de promover a

descentralização das atividades de esporte, cultura e lazer. Nesse sentido, a Secretaria de

Educação, que naturalmente está presente em diversos bairros, apresenta grande potencial

para contribuir no enfrentamento desse problema em termos de cooperação com as demais

secretarias.

No contexto do eixo 10 – Meio Ambiente e Sustentabilidade, a caracterização dos

problemas 10.1 e 10.4 apontou para a necessidade de criação de uma Política de Educação

Ambiental para o município de Osasco. Uma ação abrangente e transversal como essa deve,

necessariamente, contar com o envolvimento da Secretaria de Educação, seja pela

capacidade de contribuição por conta do amplo conhecimento acumulado pelo corpo

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técnico da secretaria, seja pela necessidade de se estudar a pertinência e as possibilidades

de incorporação do tema aos conteúdos trabalhos em ações educacionais.

Por sua vez, o baixo percentual da população economicamente ativa que apresenta

ensino superior completo, assunto tratado no contexto do problema 9.3 do eixo 9 –

Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e Trabalho, enseja a possibilidade de

articulação no âmbito da educação, visto que as estratégias de enfrentamento propostas

envolvem esforços para ampliar o acesso da população residente nas regiões periféricas ao

ensino técnico e superior, inclusive com alternativas de ensino a distância.

Por fim, no que diz respeito ao eixo 11 – Assistência e Inclusão Social, Direitos

Humanos e Igualdade Racial e de Gêneros, é fundamental que haja alinhamento entre as

estratégias de enfrentamento propostas para os problemas 2.5 e 11.6, pois em ambos os

casos há ações que tratam de política voltada às pessoas com deficiência, mas apresentam

abordagens que podem apontar para direções diferentes, gerando desgaste e desperdício de

recursos plenamente evitáveis.

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Problemas do Eixo Educação

PROBLEMA

2.1 - Existe insatisfação dos servidores com as condições de trabalho e com o atual plano de carreira, salários e educação continuada do quadro do

magistério.

CAUSA

O quadro do magistério da Prefeitura Municipal de Osasco (PMO) apresenta defasagem e baixa amplitude salarial, o que faz a PMO ocupar

o último lugar no ranking salarial do magistério dos municípios da região. Ao ampliar o foco para a gestão de pessoas no âmbito da Educação

como um todo, é possível perceber que a questão salarial se insere num contexto mais amplo, cujo contorno envolve a ausência de um plano de

cargos, carreiras e salários para o magistério e a falta de incentivo aos servidores para formação e capacitação continuada.

CONSEQUÊNCIA

A atual falta de perspectiva de crescimento e evolução funcional tem como efeito imediato a alta rotatividade no quadro do magistério. Os

servidores concursados permanecem pouco tempo em Osasco, pois são atraídos pelas melhores condições de trabalho oferecidas por outros

municípios da região. A sobrecarga a que é submetido o quadro permanente da Educação por conta da rotatividade elevada, acarreta a elevação da

quantidade de licenças médicas por excesso de trabalho e de professores adaptados. A consequência maior é, obviamente, o impacto negativo desse

cenário na qualidade dos serviços escolares oferecidos no município.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

No centro das necessidades e das expectativas dos gestores e técnicos da educação para enfrentar o problema em questão, está a

implementação de um plano de carreira e valorização profissional, que traga em seu bojo uma nova política salarial que preveja reajuste escalonado

no tempo, aumento da amplitude salarial e bônus por produtividade.

Para além da dimensão salarial, a existência de uma política de gestão de carreiras pressupõe a definição de mecanismos e critérios de

evolução funcional e desenvolvimento profissional dos servidores, que devem incluir avaliação de desempenho, programas de formação,

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capacitação continuada e treinamento, banco de competências, dentre outros instrumentos já consagrados entre as melhores práticas de gestão de

pessoas. Ainda no âmbito da formação continuada, visto que diversas universidades públicas e privadas possuem campi no território do município,

podem ser estabelecidas parcerias de modo a serem oferecidas novas opções de programas de qualificação para os servidores da Educação.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 31%

PROBLEMA

2.2 - Demanda por vagas em creches no município é superior à capacidade de atendimento e menos de 5% da população com potencial para

Educação de Jovens Adultos (EJA) está matriculada.

CAUSA

No que diz respeito às vagas em creches, diversos fatores concorrem para a existência do déficit que é observado atualmente. A construção

de novas creches é limitada tanto pela carência de terrenos, quanto pelos elevados custos de construção e, especialmente, de manutenção de novas

unidades, que incluem demanda por recursos para infraestrutura, insumos e quadro de pessoal. A atual conjuntura de crise econômica também

contribui significativamente para o aumento da procura por creches públicas, em função da queda de renda e do aumento do desemprego.

Outro fator de agravo apontado é a falta de valorização profissional, que resulta em diminuição do quadro de profissionais atuando na rede.

Por fim, ainda que, de modo geral, estejamos passando por processo de envelhecimento da população e diminuição da quantidade de crianças,

como apontam os últimos censos, ainda existe certo descompasso que afeta parte da população no que diz respeito à falta de planejamento familiar.

Quanto à EJA, a maior parcela da demanda existente parece estar concentrada no segmento equivalente aos anos finais do Ensino

Fundamental, que é de responsabilidade do Governo do Estado e não da Prefeitura. Tem havido ociosidade em espaços municipais, pois os

requisitos de quantidade mínima de pessoas por sala para formação de turmas, estabelecido pelo Governo do Estado, é difícil de ser atingido. Por

outro lado, há quem afirme que a demanda pelo segmento, equivalente aos anos iniciais do Ensino Fundamental, não está totalmente identificada

e ainda existe parcela da população com potencial para ingressar no sistema.

CONSEQUÊNCIA

Ocorrência de quantidade elevada de pessoas que não são analfabetas, mas não completaram todo o ciclo do ensino básico.

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ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

No âmbito da cobertura de creches, é necessário viabilizar modelos alternativos para ampliação da quantidade de vagas sem que haja

construção de novas unidades, por meio de convênios com organizações da sociedade civil e aquisição de vagas junto a entidades privadas. Também

é necessário estabelecer diálogo institucional junto ao Poder Judiciário e articulação junto ao Poder Legislativo, de modo a avançar no

aprimoramento do arcabouço legal e normativo atinente à responsabilização das entidades do setor privado para com seus funcionários. Em

complemento, devem ser elaboradas campanhas intersecretariais preventivas relacionadas a educação familiar.

No caso da EJA, frente à aparente assimetria de informações existente a respeito da demanda, deve ser feito mapeamento articulado entre

secretarias (SAS, SS), os Conselhos e a sociedade organizada, a fim de obter posição mais acurada a respeito da demanda real, especialmente na

periferia do município. Historicamente, a EJA tem sido oferecida em período noturno, dado que o perfil predominante do seu público-alvo é o de

pessoas que trabalham durante o dia e só possuem o período noturno para esse tipo de atividade. No entanto, o mapeamento sugerido deve ter

condições de identificar se existe demanda para EJA no período diurno, nos casos de mães que podem frequentar aulas somente enquanto os filhos

estão em creches ou sob os cuidados de parentes ou conhecidos.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 31%

3 - Orgulho de Ser Osasquense.

PROBLEMA

2.3 - Infraestrutura tecnológica e as metodologias de ensino requerem aprimoramento e renovação no âmbito do ensino fundamental.

CAUSAS

O investimento em tecnologia para o ensino fundamental nas escolas, no que diz respeito à infraestrutura e bens de capital, não tem sido

priorizado no processo de tomada de decisão para alocação dos recursos orçamentários da Secretaria de Educação. As escolas se ressentem do

sucateamento de seus bens permanentes e da precariedade da infraestrutura disponível para acesso à internet.

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De forma análoga, observa-se que não tem havido prospecção para implementação de novas metodologias que possibilitem incorporar

enfoques mais atualizados e inovadores nos campos do ensino e da aprendizagem. A falta de prioridade e retaguarda da alta direção da secretaria

é considerada a principal causa dessa situação.

CONSEQUÊNCIAS

A situação de sucateamento dos bens permanentes pode ser constatada pelo fato de ainda ocorrer o uso de mimeógrafo, lousa e giz, ou

mesmo pelas condições precárias de acesso à internet enfrentadas pelas escolas, que impõem limitações para os servidores, tanto no que diz respeito

à comunicação administrativa, quanto à utilização dos inúmeros conteúdos pedagógicos que atualmente podem ser acessados pela internet

gratuitamente. Tais limitações se estendem à possibilidade de utilização de ferramentas e sistemas desenvolvidos especificamente para serem

utilizados em escolas e demais instituições de ensino, o que veda o contato com novas abordagens e metodologias.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

O ensino fundamental em Osasco requer a implementação de uma reestruturação pedagógica que contemple as ações previstas no Plano

Municipal de Educação e no Plano Juventude Viva, no sentido da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologias educacionais, conteúdos e práticas

pedagógicas inovadoras. Uma vez definidas as diretrizes pedagógicas, deverá ser feita pesquisa sobre novos modelos e práticas educacionais que

se beneficiem da incorporação de tecnologia, a fim de definir o modelo mais adequado para ser implementado em Osasco. A reestruturação

pedagógica implicará necessariamente na elaboração de um programa de educação continuada, que proporcione espaço aos profissionais do quadro

do magistério para reflexão, esclarecimento, contribuição e aquisição de instrumental para a implementação de novos modelos e práticas que

apresentem suporte ou interface de tecnologia.

Uma vez definida a nova estrutura pedagógica, deverá ser dada prioridade à alocação de recursos em infraestrutura básica e de bens

permanentes (quadros brancos, banda larga, computadores, impressoras/copiadoras, sistemas), com base em levantamento de campo para obtenção

de informações de demanda real, com a devida previsão de consumo dos insumos específicos relativos à utilização dos novos bens e serviços. No

caso específico de informática, impressão, reprografia e afins, devem ser avaliados os modelos de outsourcing disponíveis no mercado.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 15%

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PROBLEMA

2.4 - O modo como os instrumentos e as informações de monitoramento e avaliação são compartilhados não favorece a integração com as demais

secretarias, nem o atendimento aos requisitos de transparência e controle social.

CAUSA

Em Osasco, a gestão da informação no âmbito da Educação apresenta baixa integração entre as bases de dados existentes e ocorrência de

trabalho manual de consolidação por meio de planilhas eletrônicas. A cultura de articulação para troca de informações entre as secretarias, assim

como de transparência governamental, historicamente também é pouco praticada e pouca exigida. No âmbito da gestão escolar, a gestão

democrática não é praticada de forma efetiva, havendo participação baixa e irregular dos diversos segmentos da comunidade na organização das

escolas (pais, professores, estudantes e funcionários).

CONSEQUÊNCIA

A questão da baixa integração de dados resulta em dificuldades para o próprio monitoramento da SED no âmbito da gestão escolar. Por

outro lado, observa-se que os resultados dos esforços empenhados na gestão de Educação acabam não sendo devidamente divulgados e

reconhecidos, nem internamente pelas secretarias e nem pela sociedade civil. Assim, a Prefeitura desperdiça parte da capacidade de contribuição

desses atores para a melhoria da política pública de Educação do município.

Na mesma linha, o controle social fica parcialmente comprometido, de um lado, pela atuação conjunta irregular de pais, professores,

estudantes e funcionários na gestão das escolas, predominando a discricionariedade dos gestores, que, mesmo agindo de boa-fé, muitas vezes não

atendem às reais necessidades da comunidade. Por outro, a transparência ativa das ações da Educação não atinge seu potencial, mesmo no que diz

respeito às informações atualmente existentes.

A baixa articulação existente entre a SED e as demais secretarias também resulta em retrabalho e sobreposição de esforços, o que acaba se

traduzindo em piora de eficiência para a Prefeitura na alocação de recursos, pois gasta-se dobrado para realizar um mesmo objetivo.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

O enfrentamento ao problema deve se dar em duas frentes, uma de atuação institucional e outra no âmbito da gestão de tecnologia da

informação e comunicação (TIC). Na dimensão institucional, devem ser articulados encontros regulares com as demais secretarias envolvidas na

política pública de Educação, de modo a estabelecer um fórum de intercâmbio de informações, fomento à inovação, acompanhamento e avaliação

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da execução das ações planejadas, minimizando o isolamento da SED e contribuindo para a melhor alocação possível dos recursos da educação.

Deve haver também ação da SED no sentido de fortalecer a base legal e normativa que trata da organização das escolas, conferindo retaguarda

institucional para implementação de instâncias deliberativas e rotinas calcadas nos princípios de descentralização, participação e transparência que

dão corpo ao conceito de gestão democrática. Na dimensão da gestão de TIC, é necessário tomar medidas que afetam a produção e a circulação de

informação dentro e fora da SED.

Internamente, é preciso avançar na integração entre bases de dados e sistemas de informações, de modo a ampliar tanto o acesso, quanto a

produção de informação gerencial de interesse do Governo Municipal, seja para tomada de decisão, seja para contribuir com a transparência

governamental. Outra frente a ser atacada, ainda no âmbito interno, é a implementação de ambiente de intranet (da Educação e da Prefeitura),

ampliando os canais e o fluxo de comunicação dentro da Prefeitura.

Já no âmbito externo, deve ser elaborado, com apoio da Secretaria de Comunicação (SECOM), um plano de comunicação setorial com o

objetivo de dar mais visibilidade aos resultados, bem como oferecer orientações sobre os serviços prestados no âmbito da Educação. Cabe destacar

que o referido plano, ainda que setorial, deverá ser elaborado em alinhamento total à estratégia de comunicação social do governo.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 15%

PROBLEMA

2.5- O percentual de professores com formação adequada às classes em que lecionam está entre 65% e 72% na educação básica, em 17,5% na EJA

e somente 0,74% dos docentes possui algum tipo de formação ou treinamento especializado em inclusão educacional.

CAUSA

A alta rotatividade de servidores observada na Educação, em função dos baixos salários oferecidos e da ausência de plano de carreira,

resulta no aumento dos casos de profissionais que ingressam no quadro do magistério sem experiência prática. Por sua vez, aqueles servidores que

acabam por permanecer mais tempo atuando no quadro da Educação, ficam sujeitos a uma completa falta de incentivo para ingressar em programas

de formação e capacitação continuada.

CONSEQUÊNCIA

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Os gestores da SED se veem na difícil situação de ter que optar entre contar com professores para atuar em sala de aula ou tê-los participando

de ações de capacitação e treinamento, visto que o atual quadro de servidores não é suficiente para que as duas coisas coexistam sem prejuízo uma

da outra. A necessidade de prover o quadro de servidores para que não haja interrupções na prestação dos serviços escolares, faz com que os novos

ingressantes, que em geral têm se mostrado com pouca experiência prática, tenham que enfrentar desafios para os quais não estão completamente

capacitados, especialmente no caso da inclusão educacional.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

A formação continuada dos educadores deve ser prioridade, tanto para a melhoria contínua da qualidade do ensino, quanto para a valorização

do quadro do magistério. Nesse sentido, é necessário que haja uma escola de formação dos profissionais da educação estruturada e que desenvolva

trabalho de aprendizagem especializado e qualificado para enfrentar os desafios contemporâneos do ensino de base no contexto socioeconômico e

político de grandes cidades, como Osasco. Face à relativa dificuldade de provimento do quadro do magistério, podem ser oferecidos programas

regulares de estágio nas escolas da rede municipal para alunos de graduação, a partir de parcerias a serem firmadas com as diversas universidades

presentes no município.

No caso específico da inclusão educacional, o Centro de Formação deve ter programa mais intensivo de formação e capacitação para os

profissionais da educação que atuam rotineiramente com crianças e adolescentes em situação de inclusão. Em complemento, deve ser pensada a

criação de centros de referência regionais (Zona Norte e Zona Sul), resultante da colaboração intersecretarial voltada ao suporte, tanto à população,

quanto aos profissionais da educação.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2- Osasco Cidade Renovada; 8%

3 - Orgulho de Ser Osasquense.

PROBLEMA

2.6 - 20 das 56 escolas municipais que atuam nos primeiros anos do ensino fundamental não atingiram as metas individuais de desempenho que

foram pactuadas com o MEC.

CAUSA

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A alta rotatividade de servidores observada na Educação, em função dos baixos salários oferecidos e da ausência de plano de carreira,

prejudica a manutenção do padrão de qualidade do ensino entre as diversas escolas da rede.

Outro aspecto que contribui para o desempenho individual insuficiente está relacionado à capacidade e ao modelo de gestão das escolas.

As equipes gestoras são compostas por servidores com perfil inadequado e qualificação insuficiente para desempenhar suas atribuições. Além

disso, o atual modelo de gestão apresenta baixa participação da comunidade nos rumos das escolas e carência de instrumentos adequados de

monitoramento do desempenho das escolas por parte da alta direção da secretaria.

CONSEQUÊNCIA

A forma de atuação das equipes gestoras interfere tanto nas condições de trabalho dos educadores, quanto de aprendizagem dos alunos,

resultando muitas vezes em um ambiente escolar caótico. Por outro lado, segundo a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), Osasco tem em

geral maior percentual de alunos nos níveis inferiores de desempenho (níveis 1 e 2) do que a Região Metropolitana de São Paulo e o Estado de São

Paulo.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

No âmbito do modelo pedagógico, são necessárias ações em diferentes frentes da gestão administrativa das escolas, da educação continuada

dos profissionais da educação e da articulação intersetorial, com vistas ao combate ao apoio às famílias dos alunos. É necessária a implementação

de uma reestruturação pedagógica, que contemple as ações previstas no Plano Municipal de Educação e no Plano Juventude Viva, no sentido da

pesquisa e do desenvolvimento de tecnologias educacionais, conteúdos e práticas pedagógicas inovadoras. A reestruturação pedagógica implicará,

necessariamente, na elaboração de um programa de educação continuada, que incorpore mecanismos de incentivo à adesão dos professores a

programas federais de capacitação.

No âmbito da gestão escolar, é necessário que seja revisada a forma de provimento dos cargos de diretor de escola, coordenador pedagógico

e supervisor de ensino (atualmente cargos em comissão), para que as nomeações passem a atender de forma balanceada a critérios técnicos e

políticos, sendo que os requisitos técnicos de qualificação sejam de caráter de obrigatório. Deve haver também ação da SED, no sentido de fortalecer

a base legal e normativa que trata da organização das escolas, conferindo retaguarda institucional para implementação de instâncias deliberativas

e rotinas calcadas nos princípios de descentralização, participação e transparência que dão corpo ao conceito de gestão democrática.

No que diz respeito à capacidade de monitoramento dos resultados auferidos, deverá ser prevista a implementação de sistemática de

avaliação de desempenho baseada em metas a serem pactuadas individualmente com cada escola. Tal sistemática deve contar necessariamente com

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suporte de tecnologia da informação, de modo a gerar informação gerencial de relevância, em tempo real e de forma integrada aos demais sistemas

de informações existentes no âmbito da gestão da educação, em Osasco.

Como é sabido, parte significativa do desempenho escolar é influenciada por fatores pertencentes ao contexto familiar e comunitário em

que os alunos estão inseridos. Nesse sentido, a implementação de ações intersetoriais (principalmente entre SED e SAS) que permitam à Prefeitura

identificar e compreender a realidade dos alunos em termos holísticos, tornará possível que sejam adotadas medidas de apoio às famílias, de modo

a interferir positivamente nas situações de vulnerabilidade identificadas.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 0%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de Ser Osasquense.

PROBLEMA

2.7 - Inexistência de uma política municipal de educação que apoie o jovem após a conclusão do ensino médio.

CAUSA

Falta de prioridade para ações voltadas à ampliação do acesso da população ao ensino superior visto que o ensino médio é de competência

do governo do estado.

CONSEQUÊNCIA

Apenas 19% da população economicamente ativa de Osasco tem ensino superior completo.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

Fomentar parcerias com instituições privadas de ensino e do terceiro setor para oferecer cursos pré-vestibulares à população. As parcerias

podem envolver, inclusive, contrapartidas como a cessão de espaços municipais ociosos. Deve também ser feita articulação intersetorial, a fim de

viabilizar a realização de outros tipos de cursos que também contribuam para o desempenho dos jovens nos vestibulares, como línguas, por exemplo.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

3 - Orgulho de Ser Osasquense. 0%

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Diagnóstico do Eixo Educação no Município

De acordo com a Constituição de 1988, artigo 30, compete aos municípios manter,

com cooperação técnica e financeira da União e do Estado, a Educação Infantil e o Ensino

Fundamental. Este documento procurou versar, principalmente sobre o perfil do município

no âmbito destes níveis de ensino.

A exposição foi organizada de forma que primeiro se apresenta uma tabela sintética

com as principais informações tratadas, em seguida estão seções sobre a cobertura dos

serviços, o desempenho dos estudantes em avaliações de larga escala e por fim, há algumas

considerações sobre a população específica de escolares PcD.

Tabela sintética – Indicadores gerais de educação

Educação Ano Município RMSP ESP

População matriculada em creches da rede

pública

2016* 14.924* 166.734 516.682

População matriculada em pré-escolas da

rede pública

2016* 13.441* 389.814 846.799

População matriculada nos anos iniciais do

Ensino Fundamental regular da rede pública

2015 39.779 1.139.124 2.385.819

População matriculada nos anos finais do

Ensino Fundamental regular da rede pública

2015 27.268 902.634 1.909.425

População matriculada no Ensino

Fundamental EJA da rede pública

2015 2.451 99.634 192.518

Crianças em fila de espera por creche da

rede pública

2016 9.350 - -

Taxa de Analfabetismo da População de 15

Anos ou Mais (Em %)

2010 3,5 3,6 4,3

Número médio de alunos de creche por

turma da rede pública

2015 22,4 16,2 16,4

Número médio de alunos de pré-escola por

turma da rede pública

2015 22,4 27,2 23,3

Proporção de alunos do 3º ano do Ensino

Fundamental da rede pública com

proficiência nível 1 ou 2 em escrita

2014 15,47 13,27 12,03

Proporção de alunos do 3º ano do Ensino

Fundamental da rede pública com

proficiência nível 1 ou 2 em leitura

2014 45,02 41,36 40,40

Proporção de alunos do 3º ano do Ensino

Fundamental da rede pública com

proficiência nível 1 ou 2 em matemática

2014 48,81 40,49 38,35

Índice Desenvolvimento Educação Básica

(IDEB), anos iniciais do Ensino

Fundamental da rede pública

2015 5,9 6,1 6,2

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Escolas que não atingiram a meta individual

do IDEB, anos iniciais do Ensino

Fundamental da rede pública (Em %)

2015 35,7 15,0 20,7

Índice Desenvolvimento Educação Básica

(IDEB), anos finais do Ensino Fundamental

da rede pública

2015 4,3 4,5 4,7

Escolas que não atingiram a meta individual

do IDEB, anos finais do Ensino

Fundamental da rede pública (Em %)

2015 81,3 72,7 69,4

Taxa de abandono nos anos iniciais do

Ensino Fundamental da rede pública

2015 0,0 - 0,2

Taxa de abandono nos anos finais do Ensino

Fundamental da rede pública

2015 2,5 - 1,6

Taxa de reprovação nos anos iniciais do

Ensino Fundamental da rede pública

2015 1,2 - 2,5

Taxa de reprovação nos anos finais do

Ensino Fundamental da rede pública

2015 5,4 - 5,8

Média da avaliação da qualidade da escola

pública em Osasco até o 5º ano - Pais

usuários (Escala 0 a 10)

2016 3,08 - -

Média da avaliação da qualidade da escola

pública em Osasco até o 5º ano - Não

usuários (Escala 0 a 10)

2016 3,34 - -

Docentes de Educação Infantil da rede

pública com formação adequada (Em %)

2015 64,9 - 63,6

Docentes dos anos iniciais do Ensino

Fundamental regular da rede pública com

formação adequada (Em %)

2015 71,1 - 74,6

Docentes dos anos finais do Ensino

Fundamental regular da rede pública com

formação adequada (Em %)

2015 71,5 - 71,4

Docentes do Ensino Fundamental EJA da

rede pública com formação adequada (Em

%)

2015 17,4 - 43,0

Proporção de alunos PcD sobre o total de

alunos (Em %)

2010 15,81 14,58 12,24

Proporção de docentes que possui algum

tipo de formação para educação de PcD (Em

%)

2015 0,74 1,62 1,98

*Nota: Os valores constantes para Osasco foram informados pela Secretaria Municipal de Educação

a partir do Sistema de Gestão Educacional (GED) e referem-se a 2016. Por sua vez, os valores

relativos à RMSP e ao Estado são derivados do Censo Escolar, 2015.

Cobertura

Em Osasco, a Educação Infantil, assim como os anos iniciais do Ensino

Fundamental (1º ao 5º ano), estão sob responsabilidade municipal, o que não ocorre com

os anos finais (6º ao 9º ano), que estão sob regência estadual.

Segundo os dados do último Censo Escolar (2015), temos na rede pública 10.347

matriculados em creches; 13.001 na pré-escola; 41.114 nos anos iniciais do Ensino

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Fundamental; e 28.384 nos anos finais do Ensino Fundamental (referentes aos alunos dos

regimes Regular, Especial e Educação de Jovens e Adultos - EJA). De acordo com a mesma

fonte, na rede privada são 4.363 matrículas em creches; 3.869 em pré-escolas; 14.170 nos

anos iniciais do Ensino Fundamental; e 12.439 nos anos finais (Tabela 1).

Tabela 1 - Número de matrículas em escolas de Osasco por etapa de ensino e rede, 2015

Etapa Pública Privada

Educação Infantil, Creche 10.347 4.363

Educação Infantil, Pré-escola 13.001 3.869

Ensino Fundamental Regular e Especial, Anos Iniciais 39.779 14.170

Ensino Fundamental Regular e Especial, Anos Finais 27.268 10.886

Ensino Fundamental, EJA, Anos Iniciais 1.335 0

Ensino Fundamental, EJA, Anos Finais 1.116 1.553

Fonte: Censo Escolar, INEP, 2015.

As estimativas populacionais de 2015 (IBGE e Fundação SEADE) vis-à-vis o

número de matrículas nas redes pública e privada mostram uma cobertura potencial13 de

35,30% das crianças de 0 a 3 anos em creches; 91,85% das crianças de 4 a 5 anos em pré-

escolas; 100% das crianças de 6 a 10 anos nos anos iniciais do ensino fundamental; e 99,5%

das crianças de 11 a 14 anos dos anos finais do ensino fundamental. Os dados do Censo

Demográfico de 2010, também nos mostram a presença de uma população de 99.733

indivíduos com perfil de EJA na etapa fundamental14, ao passo que em 2015, havia 4.004

matrículas, resultando assim numa cobertura de apenas 4,01%.

Por seu turno, os registros administrativos da Secretaria de Educação, apresentados

na tabela sintética, apontam para um crescimento da cobertura de creches e pré-escolas em

2016, a partir do desempenho da rede pública. Nestes registros, há 14.924 matriculados em

creches e 13.441 em pré-escolas da rede pública15. No que tange às creches, o valor de

2016, é substancialmente superior ao registrado em 2015, pelo Censo Escolar.

Mesmo com o crescimento da cobertura de creches apontado pela SED, as

informações mostram um problema de cobertura no que se refere às creches e à educação

de jovens e adultos. Com relação às creches, corrobora com esse diagnóstico o fato de que

em 2016, a Secretaria Municipal de Educação registrou uma fila de espera com mais de

9.000 inscritos.

Outro quesito que chama a atenção em relação às creches é o número de alunos por

turma. Nas creches da rede pública de Osasco há em média 22 crianças por turma, ao passo

que na rede privada são apenas 9 crianças. Mesmo considerando-se para comparação

13 Chama-se essa cobertura de potencial uma vez que se está confrontando a população residente com matrículas em escolas de Osasco. Portanto, não se está controlando se os alunos matriculados nas vagas sediadas em Osasco são de fato residentes aqui, tampouco se os residentes em Osasco estão acessando vagas em escolas de outros municípios do entorno. 14 Pessoas com idade igual ou maior a 15 anos que não frequentam a escola atualmente, tendo como último curso inconcluso algum ano do Ensino Fundamental ou que jamais tenham frequentado a escola. 15 Sem a informação de matrículas da rede privada não foi possível estimar o nível do aumento de cobertura global por creche e pré-escola entre 2015 e 2016.

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apenas creches públicas, o município deixa evidente o descompasso quando confrontado à

Região Metropolitana de São Paulo e ao Estado. Nestes recortes geográficos, a média de

alunos por classe tipo creche é de 16. Note-se ainda que a distância entre a realidade

encontrada na lotação das turmas da rede pública e da rede privada instaladas em Osasco

se repete nas demais etapas de ensino. Sendo assim, da creche ao 9º ano do Ensino

Fundamental, as turmas da rede pública têm, em média, mais alunos do que aquelas da rede

privada. Mesmo considerando-se que na rede pública estão atendidas as exigências legais

de número de crianças por metro quadrado e por professor, as comparações sugerem

desigualdades de oportunidades colocadas desde o momento mais inicial de formação.

Outra informação que coloca em pauta a desigualdade é obtida no exercício de

espacialização do segmento mais vulnerável de potenciais usuários da EJA: os analfabetos.

O Mapa 1 apresenta os analfabetos com 15 anos ou mais por setores censitários. Nele é

possível ver que os 18.028 indivíduos identificados nesta condição pelo Censo

Demográfico 2010, concentram-se nas periferias de Osasco, notoriamente nas grandes

regiões Norte e Sul. Diante disso, fica evidente o caráter cumulativo da exclusão social e a

necessidade de políticas matriciais para sua superação, sobretudo com a pasta de Trabalho,

uma vez que 55,5% dos analfabetos estão em idade ativa (entre 15 e 59 anos).

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Mapa 1 – Número de indivíduos não alfabetizados com 15 anos ou mais por setores

censitários. Osasco, 2010

Fonte: Censo Demográfico, 2010. IBGE. Elaboração SEPLAG/PMO.

Qualidade

Na década de 1990, o Brasil iniciou a implementação de avaliações em larga escala

da aprendizagem, são exemplos delas a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a

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Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e a Prova Brasil, todas componentes do

SAEB, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.

Na ANA e na Prova Brasil são avaliadas as competências dos alunos da rede pública

em Língua Portuguesa e Matemática. A ANA é aplicada aos alunos do 3º ano dos anos

iniciais do Ensino Fundamental; já Prova Brasil é feita por aqueles que cursam o 5º ano e

o 9º ano do Ensino Fundamental, ambas têm abrangência censitária16. A ANA considera

que os resultados obtidos nos testes são capazes de caracterizar quatro níveis de

proficiência em leitura e matemática e cinco níveis em escrita, sendo o nível 1 onde se

classificam os alunos com a mais baixa proficiência17.

O comparativo dos resultados obtidos por Osasco nos anos de 2013 e 2014, mostra

uma evolução positiva tanto na dimensão leitura, quanto matemática, aferidas em ambas

as medições. A Tabela 2 traz essas informações e a variação do percentual de alunos por

níveis entre os anos. Vemos que os níveis mais baixos de proficiência em leitura sofreram

retração, enquanto o nível mais alto (4) cresceu. Comportamento similar, porém menos

intenso, é visto em matemática.

Tabela 2 – Distribuição dos alunos por nível na Avaliação Nacional da Alfabetização.

Osasco, 2013 e 2014.

Fonte: Avaliação Nacional da Alfabetização, INEP, 2013 e 2014.

Todavia, quando comparamos Osasco a outros recortes geográficos (RMSP e

estado de São Paulo), vemos desempenho inferior. O Gráfico 1 mostra a distribuição dos

resultados em leitura dos alunos do 3º ano da rede pública de Osasco, RMSP e do Estado.

Em todos os recortes geográficos, a maior concentração de alunos está no nível 3, nível

intermediário superior. Também chama a atenção o fato de que comparativamente a RMSP

e ao Estado, Osasco apresenta o maior percentual de alunos no nível 1 e o menor percentual

de alunos no nível 4.

16 Já a Aneb possui componente amostral e se aplica a rede particular. 17 Para uma caracterização dos níveis consultar Avaliação Nacional da Alfabetização: relatório 2013-2014:

volume 1: da concepção à realização. Brasília, DF: Inep, 2015.

2013 2014 Variação 2013 2014 Variação

Nível 1 17,1% 16,3% -4,8 17,0% 17,2% 1,2

Nível 2 29,7% 28,8% -3,3 32,8% 31,6% -3,6

Nível 3 40,9% 40,4% -1,2 22,6% 22,4% -0,9

Nível 4 12,3% 14,6% 18,6 27,7% 28,8% 4,2

Nível

Leitura Matemática

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Gráfico 1 – Distribuição dos resultados na ANA segundo nível de proficiência em leitura

Fonte: Avaliação Nacional da Alfabetização, INEP, 2014.

Em escrita, que tem escala de 5 níveis, a maior concentração de alunos acontece no

nível 4 (intermediário superior), seja qual for o recorte geográfico considerado (Gráfico 2).

Comparativamente ao estado, observa-se um desempenho inferior de Osasco: enquanto

Osasco apresenta 8,5% de seus alunos no nível 1, a RMSP mostra um percentual de 5,9%

de seus alunos neste nível e o estado um percentual de 5,0%. No extremo oposto, o

percentual de alunos osasquenses no nível 5 é de 18,5%, melhor que o observado na RMSP

(17,7%), mas inferior à média do estado (20,0%).

Gráfico 2 – Distribuição dos resultados na ANA segundo nível de proficiência em escrita

Fonte: Avaliação Nacional da Alfabetização, INEP, 2014.

Por fim, o Gráfico 3 mostra o comportamento dos alunos do 3º ano da rede pública

no teste de matemática. A maioria dos alunos osasquenses foi classificada no nível 2

(intermediário inferior), enquanto na RMSP e no Estado, a maioria dos alunos encontra-se

no nível mais alto de proficiência (4).

16,3

28,7

40,4

14,612,7

28,7

41,7

16,9

11,5

28,9

41,8

17,8

,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Osasco

RMSP

Estado

8,5 7,0

2,3

63,7

18,5

5,9 7,4

2,5

66,5

17,7

5,07,1

2,7

65,0

20,2

,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Osasco

RMSP

ESP

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54

Gráfico – Distribuição dos resultados na ANA segundo nível de proficiência em

matemática

Fonte: Avaliação Nacional da Alfabetização, INEP, 2014.

Outra informação que responde pelo aprendizado dos conteúdos do Ensino

Fundamental é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Os resultados

da Prova Brasil são utilizados para o cálculo deste índice no que diz respeito às escolas

públicas. O IDEB combina resultados obtidos na prova, representando a dimensão de

desempenho, e a taxa de aprovação (que consiste na razão entre os alunos aprovados e o

total de matrículas, finalizadas com aprovação, reprovação ou abandono), representando a

dimensão de fluxo. O produto destas dimensões é o índice final que varia de 0 a 10, em que

0 é o pior dos resultados.

O Gráfico 4 mostra o IDEB correspondente aos anos iniciais do Ensino

Fundamental da rede pública de Osasco e as metas pactuadas com o Ministério da

Educação (MEC). Vê-se que após três biênios de desempenho abaixo do pactuado, na

última medição realizada (2015), o município alcançou a meta estabelecida.

17,2

31,6

22,4

28,8

12,9

27,6

21,5

38,0

11,8

26,6

21,3

40,4

,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Osasco

RMSP

ESP

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55

Gráfico 4 – Evolução do IDEB e metas pactuadas com o MEC, anos iniciais do Ensino

Fundamental, rede pública. Osasco, 2005 - 2015

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP.

Gráfico 5 – IDEB obtidos pelas escolas e metas individuais pactuadas com o MEC, anos

iniciais do Ensino Fundamental, rede pública. Osasco, 2015

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP.

No entanto, o Gráfico 5 também evidencia que 20 das 56 escolas municipais que

participaram da avaliação não atingiram suas metas individuais de desempenho. Além

disso, o percentual de alunos classificados por meio da Prova Brasil nos níveis mais baixos

de proficiência (0 e 1) em Língua Portuguesa ou Matemática em Osasco é superior ao

4,5

4,7

4,8

5,0

5,2

5,9

4,6

4,9

5,3

5,6 5,8

6,16,3

6,6

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

IDEB Metas

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

Cec

ilia

Co

rrea

Cas

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ni

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Bla

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Mar

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ose

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reir

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rraz

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IDEB Meta

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56

observado na RMSP e no Estado, colocando-se em evidência mais uma vez as dificuldades

do município no que tange a qualidade da educação.

O IDEB obtido pelos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), não

municipalizados, apresenta-nos um cenário mais preocupante. Nas duas últimas medições,

2013 e 2015, a rede instalada no município não atingiu a meta agregada pactuada com o

Ministério da Educação (Gráfico 6). Quando se observa o desempenho escola por escola,

vê-se que das 48 escolas que participaram da avaliação, 39 não alcançaram as metas

individuais. Neste caso, não somente o desempenho na Prova Brasil explica o resultado,

mas também o abandono da escola e a reprovação. No Censo Escolar de 2015, constatou-

se abandono de 2,5% dos matriculados e reprovação de 5,4%. Essas taxas pioram no Ensino

Médio e sinalizam para dificuldades possivelmente associadas a entrada precoce no

mercado de trabalho.

Portanto, a questão da qualidade não é pertinente somente a rede municipal, sendo

necessária a observação do problema que se apresenta também nos anos finais do Ensino

Fundamental e intervenção, uma vez que o município tem legalmente responsabilidade

com esta etapa de ensino.

Gráfico 6 – Evolução do IDEB e metas pactuadas com o MEC, anos finais do Ensino

Fundamental, rede pública. Osasco, 2005 - 2015

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, INEP.

Aparentemente, a realidade demonstrada pelo desempenho nas avaliações de larga

escala é captada pela população. Em pesquisa realizada pela Prefeitura Municipal de

Osasco entre agosto de 2015, e maio de 2016, os pais de crianças em escolas públicas até

o 5º ano avaliaram a qualidade do ensino recebido pelos filhos com nota 3,08 numa escala

de 0 a 10, sendo a avaliação média feita pelos não usuários não muito diferente ou menos

desfavorável: 3,34.

Diante do apresentado, pode-se dizer que o nível de aprendizado no Ensino

Fundamental da rede pública de Osasco precisa ser observado com vistas a políticas de

intervenção para aprimoramento. Todavia, essa intervenção precisa levar em consideração

3,73,8

4,14,4

4,3 4,33,83,9

4,2

4,6

5,05,2

5,55,7

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

IDEB Metas

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57

o contexto amplo em que o desempenho nas avaliações é obtido. Não são poucos os

estudiosos da educação que reforçam a evidente dificuldade que a escola tem ao ser

responsabilizada pela tarefa de transpor desigualdades que existem para muito além dela.

Nesse sentido, ao tratar do IDEB, Soares (2011) apud Almeida et al (2013) afirma:

Finalmente, e muito mais importante é o fato pouco apreciado de

que o IDEB tem alta correlação com o nível socioeconômico do

alunado. Assim, ao atribuir a esse indicador o status de síntese da

qualidade da educação, assume-se que a escola pode superar toda

a exclusão promovida pela sociedade. Há uma farta literatura que

mostra que isso é impossível. Todos os alunos têm direito de

aprender, e os conhecimentos e habilidades especificados para

educação básica devem ser os mesmos para todos. No entanto,

obter este aprendizado em escolas que atendem alunos que trazem

menos de suas famílias é muito mais difícil, fato que deve ser

considerado quando se usa o indicador de aprendizagem para

comparar escolas e identificar sucessos.

Portanto, não é por acaso que afirmamos que o investimento na educação de jovens

e adultos pode gerar resultados verdadeiros e sustentados no aprendizado dos alunos da

educação básica regular. Um município que apresenta 15% de sua população como público

potencial de EJA conta com pais e avós em condições muito desfavoráveis para oferecer a

suas crianças o capital cultural valorizado pela educação que forma para o mercado.

Além do aspecto geracional, é preciso enfrentar o fato de que a exclusão é um

constructo de múltiplas frentes implexo no cotidiano. Ela conjuga baixa renda, baixa

escolaridade, menos possibilidades de cuidados a saúde, mais tempo despendido no

transporte entre casa e trabalho/escola, menos eventos culturais no bairro de residência etc.

Portanto, não será possível obter melhores resultados no aprendizado sem o enfrentamento

geracional das lacunas educacionais e sem o enfrentamento das múltiplas frentes que

alimentam essas lacunas, por isso afirmamos que as políticas também precisão ser

matriciais; caso contrário, não haverá mudanças substanciais na realidade.

Nesta perspectiva mais holística, também não se pode deixar de lado o professor,

sujeito que cotidianamente é chamado a responder pelo desempenho de seus alunos (muitas

vezes de forma que até mesmo prejudica sua atuação pedagógica) e que tem papel fundante,

mas de forma alguma exclusivo, para obtenção de melhores resultados. Nesse sentido, a

adequação da formação dos professores é indicador de relevância para a qualidade do

ensino-aprendizagem.

A Tabela 3 mostra que em todas as etapas de ensino aqui tratadas, o percentual de

professores com formação adequada às classes em que lecionam não chega a 3/4. Chama

a atenção a baixa adequação da formação dos professores que atuam na EJA, corroborando

mais uma vez para o cenário de acúmulo de vulnerabilidades (professores menos

preparados, ou mais vulneráveis, para a população também mais vulnerável). Destaque-se

quanto a isso que, comparativamente ao estado e a outros municípios do entorno (Barueri

e Carapicuíba, por exemplo), Osasco apresenta um dos percentuais mais baixos de

Page 59: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

58

adequação da formação docente no regime de EJA, uma vez que a média de adequação do

estado é de 43%, mais do que o dobro do observado em nosso município.

Tabela 3 - Percentual de docentes da rede pública com formação adequada1 segundo

orientações legais. Osasco, 2015

Etapa %

Educação Infantil 64,9

Ensino Fundamental, anos iniciais 71,1

Ensino Fundamental, anos finais 71,5

Ensino Fundamental, EJA 17,4

Fonte: Indicadores Educacionais, Adequação Docente. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, INEP

1. Para maiores informações sobre os requisitos de formação para cada etapa de ensino consultar a

nota técnica nº 020/2014 do Ministério da Educação.

Diante das informações apresentadas e do desafio de aprimorar a qualidade do

ensino e da aprendizagem, fica evidente também a necessidade de se avaliar e intervir em

aspectos internos a escola, notadamente nas possibilidades de formação e aprimoramento

dos docentes.

Educação Inclusiva

A partir da década de 1970, se inicia nos Estados Unidos o movimento pela inclusão

das pessoas com deficiência (PcDs) em classes regulares de ensino. Subjacente a essa

iniciativa está a noção de que a igualdade não pode ser fundada via segregação, perspectiva

que organizava de forma legítima a vida escolar (e cotidiana) dos PcDs até aquele

momento. Esse entendimento integrativo é o que vige nos dias atuais. Diante disso, escolas

e professores foram colocados mais uma vez diante da tarefa de promover a superação da

exclusão.

Sem recursos ou formação adequada para o corpo pedagógico, na história da

educação inclusiva se diz que em princípio ela se realizou apenas na presença física dos

indivíduos PcDs no espaço escolares. Infelizmente, se observa que essa realidade não se

tornou passado e a ideia de integração para promoção da igualdade estacionou na igualdade

formal.

O município de Osasco conta hoje com 100% dos 35.663 indivíduos PcDs em idade

de 0 a 17 anos frequentando a escola18, o mesmo se observando na RMSP e no estado.

Ainda que traduza um sucesso real da educação inclusiva no que tange a cobertura, não se

pode dizer que se superou a etapa de inclusão meramente física dos PcDs, uma vez que não

se observam investimentos na formação docente.

Os dados sobre a formação dos professores que atuam na rede de ensino do

município de Osasco revelam que apenas 0,74% dos docentes possui algum tipo de

treinamento para promoção efetiva da inclusão. Não muito diferentes são os patamares

observados na RMSP e no Estado, ficando respectivamente com os percentuais de 1,62%

18 De acordo com o Censo Escolar de 2015 em Osasco há apenas 12 alunos na faixa de 0 a 17 anos que frequentam somente turma exclusiva para PcD, todos na rede privada.

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59

e 1,98%. Portanto, no que tange a educação inclusiva é possível identificar, assim como na

educação regular, uma lacuna na formação dos educadores, que se traduz na perda de parte

relevante do resultado finalístico da política.

Potencialidades

O município de Osasco tem uma situação privilegiada em termos de oferta de

instituições de Ensino Superior em seu território. De acordo com o Ministério da Educação,

contamos com dez instituições que oferecem cursos presenciais: Centro Universitário

FIEO (UNIFIEO); Faculdade Anhanguera de Osasco; Faculdade Cidade de Osasco (FCO);

Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (FITO); Faculdade de Tecnologia de Osasco

Prefeito Hirant Sanazar (FATEC); Faculdade de Tecnologia Nadir Dias Figueiredo

(SENAI); Faculdade Fenão Dias (FAFE); Instituto Paulista de Ensino (FIPEN);

Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN); e Universidade Federal de São Paulo

(UNIFESP)19. Diante deste cenário, coloca-se a viabilidade de parcerias para

aprimoramento da formação de professores da rede pública.

A plena cobertura mostrada nos anos iniciais do Ensino Fundamental Regular pode

ser um recurso importante para a superação da lacuna na Educação de Jovens e Adultos.

As escolas do Ensino Regular não somente são capital físico para a oferta da EJA, mas

também por sua capilaridade podem funcionar na busca ativa do público com perfil. Sobre

isso, destaca-se como potencialidade também a já existência de um programa de busca

ativa de adultos analfabetos que, em conjunto com o Programa Nenhum a Menos, rendeu

em 2016, o selo de livre do analfabetismo ao município por registrar no Censo

Demográfico de 2010 percentual de analfabetos inferior a 4%. Esses programas, em

especial o de busca ativa, poderiam ser ampliados para alcançar pessoas com perfil EJA,

do qual os analfabetos são apenas um segmento.

Por fim, destaque-se como potencialidade as escolas dos anos iniciais do Ensino

Fundamental que superaram com margem suas metas individuais do IDEB, que com

compartilhamento de práticas, poderá auxiliar em projetos que visem a superação do IDEB

pelas escolas que apresentaram desempenho abaixo do esperado na última edição do índice.

Desafios

Conforme apontado ao longo deste texto, persistem como pontos sensíveis à ação a

ampliação da cobertura de creches e da EJA, a melhoria da qualidade da educação no

Ensino Fundamental, o enfrentamento do abandono e da reprovação nos anos finais do

Ensino Fundamental, e o investimento na capacitação docente seja no ensino regular (com

especial ênfase a educação inclusiva), ou no ensino de jovens e adultos.

Vimos defendendo o caráter integrado desses desafios e, para além, a integração

com problemas que aparecem no diagnóstico de outros setores. Nesse sentido, pode-se

destacar algumas intersecções, especialmente com a pasta de Trabalho. Assim, o alto

abandono nos anos finais do Ensino Fundamental pode estar relacionado a entrada precoce

no mercado de trabalho. De forma tautológica, a dificuldade de entrada no mercado de

trabalho na idade adulta se associa à baixa escolaridade.

19 Consulta realizada em http://emec.mec.gov.br, 15/02/2017.

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60

Diante do que foi dito, conclui-se que saltos na educação são alcançáveis apenas

com seu tratamento multifacetado, sendo necessários, portanto, investimentos na melhoria

dos níveis educacionais de todas as gerações e nas condições gerais de vida, além do olhar

crítico para a própria escola, especialmente no que se refere a formação dos docentes. Esse

enfrentamento deve passar por parcerias, seja com outras pastas secretariais, com a

inciativa privada, ou com outros entes federativos (especialmente no que se refere a EJA).

Bibliografia

ALMEIDA, L. C.; DALBEN, A.; FREITAS, L. C. de. O Ideb: limites e ilusões de uma

política educacional. Educ. Soc. [online]. 2013, vol.34, n.125, pp.1153-1174.

Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Avaliação

Nacional da Alfabetização: relatório 2013-2014: volume 1: da concepção à realização.

Brasília, DF: Inep, 2015.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A inclusão escolar de

alunos com necessidades educacionais especiais – deficiência física. Brasília, DF: MEC,

2006.

Page 62: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

61

Eixo 3 - Segurança e Ordem Urbana no Município

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 3 – Segurança e Ordem Urbana ocorreram em oficina

realizada no dia 28/03/2017, na Sala Osasco. O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e

contou com participação das seguintes secretarias: SECONTRU e SF. Dada a quantidade

de participantes, decidiu-se por trabalhar com um único grupo, garantindo assim a

representação de todas as secretarias na discussão.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela

equipe do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do

Plano de Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em

andamento e de Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as

secretarias foi recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do

debate, resultando na caracterização e na priorização dos principais problemas a serem

enfrentados no âmbito do presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entendeu

como necessário, o grupo teve autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na

relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas com

a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado

do eixo, ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo

esperado que a solução daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

3.1 Necessidade de ampliação da fiscalização e regulação do

espaço urbano em Osasco

37,5%

3.2 Dificuldades em organizar informações sobre a cidade em

aspectos importantes para a garantia de segurança pública,

como o trato da violência na rede pública escolar ou a baixa

mobilidade urbana, em razão da baixa articulação entre as

políticas públicas.

12.50%

3.3 Alguns grupos populacionais aparecem como alvos de

violências específicas. São grupos especialmente vulneráveis

por conta de questões de gênero, racial, idade ou orientação

sexual.

25%

3.4 Existe pouca integração entre as ações estatais de combate à

violência e à insegurança pública e as ações da sociedade civil.

12,50%

3.5 A Guarda Civil Municipal (GCM) está com um efetivo baixo e

que trabalham em condições que precisam ser aprimoradas.

12,50%

Page 63: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

62

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como do

diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas,

Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se

a seguir. Vale esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e

incorporou ajustes e sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e

clarear o contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do

resultado das oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos

pelo Governo Municipal nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses

devem ser objetivos do Governo como um todo, e não de uma ou outra secretaria em

particular. Quanto mais houver ciência sobre os problemas existentes e clareza sobre os

grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho dos Programas e seus Projetos

e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de

elaboração do PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas

caracterizados em todos os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de

pontos de interação entre os problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles

caracterizados em outros eixos. Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais

que mereceram atenção dos gestores na formulação dos objetivos estratégico, a fim de

contribuir para a concepção mais acurada possível dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento, percebeu-se a necessidade de

interação do Eixo de Segurança e Ordem Urbana com os Eixos 5 - Zeladoria e

Infraestrutura Urbana e 10 - Meio Ambiente.

Com relação ao eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana, há uma interação com o

problema 5.8, que trata das áreas de risco em Osasco. É importante que este aspecto seja

tratado em conjunto com a Secretaria de Obras e Serviços.

Com relação ao eixo Meio Ambiente, o diálogo intersecretarial surge na

problemática dos Parques Municipais, com o objetivo de elaborar estratégias de segurança

desses espaços. Nesse sentido, a proposta é que SEMA faça o diálogo com SECONTRU

para traçar a melhor estratégia, tendo em vista a proposta de vigias particulares para fazer

a segurança.

Page 64: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

63

Problemas do Eixo Segurança e Ordem Urbana no Município

PROBLEMA

3.1 - Necessidade de ampliação da fiscalização e regulação do espaço urbano em Osasco.

CAUSA

A estrutura de fiscalização da Prefeitura está distribuída em oito secretarias municipais diferentes, concentrando-se principalmente em

SECONTRU, SETRAN, SICA e SHDU. A Secretaria de Saúde e a Secretaria de Meio Ambiente também contam com fiscais, mas com um número

muito abaixo do que seria esperado.

O resultado é que a fiscalização urbana é muito deficiente, tendo em vista, além da falta de fiscais, a falta de tecnologia e infraestrutura.

Isso acaba contribuindo para que situações que poderiam ser contidas com ações preventivas se tornem ações reativas, como por exemplo, conflitos

urbanos se tornam questões de segurança e vulnerabilidade.

CONSEQUÊNCIA

Como consequência desse problema, a GCM fica sobrecarregada e acaba realizando ações de fiscalização. Este crescimento desordenado,

vinculado a dificuldades na ordenação territorial e urbana, acaba se convertendo em um estímulo à irregularidade por parte dos cidadãos, com

diversos tipos de conflito de uso do solo e, consequentemente, com uma arrecadação bastante inferior ao potencial osasquense.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

A estratégia de enfrentamento do problema perpassa, num primeiro momento, por uma reestruturação administrativa da SECONTRU e da

GCM, alinhando, num segundo momento, estratégias de ações em parceria com a sociedade civil, visando arranjos mais comunitários. Outra

estratégia apontada é a captação de recursos junto à iniciativa privada, por meio da redução da inadimplência, com o instrumental jurídico para

apoio privado, além do uso intensivo de tecnologia na fiscalização.

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MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 37,5%

2 - Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

3.2 - Dificuldades em organizar informações sobre a cidade em aspectos importantes para a garantia de segurança pública, como o trato da violência

na rede pública escolar ou a baixa mobilidade urbana, em razão da baixa articulação entre as políticas públicas.

CAUSA

A principal causa apontada para esse problema é a inexistência de dados sistematizados de cada secretaria, que demanda o trabalho da

Guarda, alinhado a falta de um diagnóstico estruturado sobre segurança pública do município. Cabe ressaltar também que não existe um sistema

integrado que vise o compartilhamento de informações entre as Secretarias, bem como um protocolo e fluxo da prefeitura na solicitação dos serviços

da guarda municipal.

CONSEQUÊNCIA

Todas as demandas surgem como prioritárias, uma vez que os processos e fluxos são inexistentes, tendo como principal consequência o

retrabalho e ações, que deveriam ser efetivas, se tornam pontuais e ineficientes.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

Integração das informações existentes nas diversas Secretarias Municipais e utilização de dados secundários para a captação de informações,

alinhado com o uso de tecnologia para que as ações possam ser mais estratégicas e efetivas na minimização do problema. Além da integração do

sistema e utilização do serviço 156, seja pela base de dados, ou pela realização/divulgação de alguma campanha. Tais ações serão fundamentais

para o aprimoramento do banco de informações da GCM. Por fim, do ponto de vista estrutural, surge a necessidade de articular a elaboração do

observatório municipal para que se possa trabalhar os indicadores e dados, e transformá-los em informações estratégicas que possam subsidiar a

tomada de decisão da GCM.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 12,5%

PROBLEMA

3.3 - A Guarda Civil Municipal (GCM) está com um efetivo baixo e que trabalham em condições que precisam ser aprimoradas.

CAUSAS

Tendo em vista o baixo efetivo da GCM, considera-se como causa a falta do monitoramento eletrônico da cidade (câmeras) e a ausência de

um planejamento de segurança e o trabalho reativo.

CONSEQUÊNCIAS:

Envelhecimento da GCM, além de aumentar o número de afastamento e licenças médicas, tendo em vista a sobrecarga de trabalho. Em

complemento, ocorre ainda o aumento da vulnerabilidade e insegurança dos próprios municipais.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

A estratégia adotada para mitigar os impactos do problema apresentado são, num primeiro momento, fazer a reestruturação da SECONTRU,

em especial da GCM, visando elaborar um plano de carreiras e salários. A partir dessa reestruturação, será possível como segunda estratégia o

aumento do efetivo via concurso público, alinhado com uma formação e capacitação dos novos guardas, garantindo uma estrutura tecnológica e de

equipamentos, tais como viaturas, EPI’s e ECI’s.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 12,5%

2 - Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

3.4 - Existe pouca integração entre as ações estatais de combate à violência e à insegurança pública e as ações da sociedade civil.

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CAUSA

Os dispositivos normativos dispostos são frágeis, não foram construídos com a lógica da transversalidade, além do descumprimento dos

dispositivos atuais. Por fim, falta capacidade de compartilhamento e sensibilização dos dispositivos existentes, com todos os servidores e

secretarias, visando que cada um entenda sua responsabilidade na política municipal de segurança pública.

CONSEQUÊNCIA

Existe todo um desconhecimento sobre a atuação da GCM, o que provoca uma série de demandas pontuais, que no entanto não são da

responsabilidade da Guarda.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

Adequação dos instrumentos normativos existentes, que possam facilitar a articulação entre as Secretarias no planejamento da segurança

pública municipal, alinhado com ações de transparência e controle social, objetivando que a população tenha as informações necessárias para fazer

uma ocorrência, assim como acompanhar o processo, além da parte interna da prefeitura, de tal forma que os servidores públicos possam ter um

sistema integrado de solicitação dos serviços da guarda.

Fortalecer também as estratégias de articulação com as outras forças de segurança pública no município, em especial com a Secretaria

Estadual de Segurança Pública, para aumentar o efetivo da Polícia Militar na cidade e, por fim, criar ações de polícia comunitária para se aproximar

das comunidades, em especial as regiões mais periféricas no município.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 12,5%

PROBLEMA

3.5 - Alguns grupos populacionais aparecem como alvos de violências específicas. São grupos especialmente vulneráveis por conta de questões de

gênero, racial, idade ou orientação sexual.

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CAUSA

A principal causa apontada é a vulnerabilidade social em que parte desses grupos se encontram, tendo em vista as profundas desigualdades

sociais em que estão inseridos, em especial motivadas pelo racismo, homofobia e machismo. Além do distanciamento que existe entre a periferia

e o Centro, na medida em que as ações da Prefeitura são realizadas no Centro, deixando para a periferia serviços públicos precários, com falta de

lazer e cultura, tendo somente o policiamento. Por fim, a falta de representatividade desses grupos no poder público, ou a falta de mecanismos de

participação social que possam dar voz para cada segmento não só de denunciar arbitrariedades, mas também de propor políticas públicas.

CONSEQUÊNCIA

A principal consequência desse problema é a desconfiança e descredibilidade dessa parte da população com relação às ações da GCM.

Assim, o problema se agrava com o aumento de denúncias de abordagens truculentas ou que desrespeitam a dignidade humana de grupos com

marcadores identitários.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

A principal estratégia apontada para esse problema é a capacitação e formação contínua dos Guardas, visando a discussão das temáticas

racial, de gênero, LGBT e vulnerabilidade social. Cabe também reforçar os mecanismos de denúncia para que a população possa denunciar qualquer

ato ou abordagem irregular feito pela GCM.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 25%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser osasquense.

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Diagnóstico do Eixo Segurança e Ordem Urbana no Município

Tabela sintética – Indicadores gerais de segurança e ordem urbana

Segurança e Ordem Urbana Ano Município RMSP ESP

Taxa de vítimas por homicídios dolosos (Em

100 mil casos)

2016 7,18 7,91 8,21

Óbitos por causas externas entre a população

jovem de 15 a 29 anos de idade (Em 100 mil

casos)

2014 18,75 17,56 15,97

Taxa de estupro (Em 100 mil mulheres) 2016 22,45 18,82 22,10

Média da avaliação da segurança pública

(Escala 0 a 10)

2016 3,20

Proporção de cidadãos que sofreu algum tipo

de violência em Osasco no último ano (Em

%)

2016 18,82

Proporção de cidadãos que conhece a Guarda

Civil Municipal de Osasco (GCM) (Em %)

2016 31,73

Média da avaliação da Guarda Civil

Municipal de Osasco (GCM) (Escala 1 a 10)

2016 4,05

A Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG) realizou entre 2015 e 2016,

pesquisas primárias com a população do município20, no intuito de ouvi-la em temas que

envolvem a atuação da Prefeitura, através de políticas públicas.

Uma das temáticas analisadas foi a da Segurança Pública e os resultados da área

trazem preocupação quando comparados aos demais temas e problemas da cidade. Quando

se perguntou sobre qual seria o principal problema da cidade, em resposta espontânea, a

Segurança apareceu como o segundo maior problema da cidade, como podemos ver no

quadro abaixo:

20 Mais especificamente entre 22 de julho de 2015 a 21 de junho de 2016, quando ouviu 50.154 pessoas, em 24 ondas quinzenais (com a média de 2.090 pessoas por quinzena).

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Fonte: Pesquisas Primárias coordenadas pela SEPLAG/PMO.

Além disso, quando os respondentes foram estimulados a darem notas aos diversos

temas pesquisados, mais uma vez a segurança pública apareceu muito mal avaliada na

cidade:

Fonte: Pesquisas Primárias coordenadas pela SEPLAG/PMO.

A nota média de avaliação da Segurança Pública em Osasco foi de 3,2 (em uma

escala possível de 0 a 10), só acima da área de Saúde, que obteve 3,0.

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Nesse mesmo período de pesquisas, tivemos 4 ondas específicas dedicadas ao tema

de segurança21, onde perguntas específicas foram feitas aos cidadãos, com os seguintes

resultados:

Proporção de cidadãos que relatou ter sofrido algum tipo de violência em

Osasco no último ano: 18,82%.

Proporção de cidadãos que conhece a Guarda Civil Municipal de Osasco

(GCM): 31,73%.

Média da avaliação da Guarda Civil Municipal de Osasco (Escala 1 a 10):

4,05.

Com base nesses números, podemos dizer que quase 1 em cada 5 cidadãos relatou

ter sofrido algum tipo de violência no último ano, uma proporção bastante elevada,

justificando a preocupação com o tema.

Além disso apenas cerca de 1 em cada 3 respondentes disse conhecer a GCM, que

segundo o seu próprio site diz ser de sua competência a:

“(...) atribuição [de] atuar no policiamento preventivo e

comunitário e na proteção dos bens, serviços e instalações do

município. (...) Além disso, atua na inovação e implementação de

programas de segurança que se adaptem à realidade de nossa

cidade e à nova fisolofia de trabalho, que valoriza a aproximação

entre Instituição e Comunidade como forma de prevenir e

coibir ações violentas.”

E entre as pessoas que disseram ter conhecimento da GCM, a média das notas de

avaliação da mesma foi de 4,05, em uma escala que tinha 10 como máximo.

Quando da elaboração do diagnóstico para a síntese do Plano Municipal de

Segurança Pública de Osasco (2017-2026)22, algumas fragilidades estruturais da Guarda

Municipal vieram à tona:

Para fazer frente a estes desafios, a Guarda Civil Municipal de

Osasco conta com um efetivo operacional de 358 servidores, sendo

que, em março de 2015, 251 destes servidores faziam parte do

quadro operacional; o efetivo administrativo contava com 27

servidores; e 80 servidores (22% do total) estavam em afastamento

por variados motivos. Este efetivo é o quarto menor dos oito

municípios que compõem o CIOESTE. A relação entre o efetivo

da GCM e a população em Osasco só não é pior do que a observada

21 Foram ouvidas 8.940 pessoas nas seguintes quinzenas:

Nº 04: de 02 a 15 de setembro de 2015;

Nº 10: de 25 de novembro a 08 de dezembro de 2015;

Nº 16: de 17 de fevereiro a 1º de março de 2016;

Nº 22: de 11 a 24 de maio de 2016. 22 Projeto de Lei Municipal nº 80/2016.

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em Carapicuíba, dentre os oito municípios, conforme o quadro

abaixo:

Este pequeno tamanho do efetivo da GCM de Osasco é explicado,

em parte, pelo baixo valor do piso inicial de remuneração pago no

município frente aos demais municípios da CIOESTE. O piso

inicial de Osasco somente é menor do que o praticado em Pirapora

do Bom Jesus (que tem 18 GCM e uma população de pouco mais

de 15 mil habitantes).

Outro aspecto relevante é que os baixos salários e o baixo efetivo

proporcionalmente acabam tornando a carreira muito pouco

atrativa, o que explica a elevada evasão observada nos últimos anos

(07 servidores pediram desligamento em 2013; foram 6 no ano

seguinte; e em 2015 já se chegou à marca de 08 pedidos de

desligamento) e a dificuldade em atrair novos servidores por meio

de concurso público (das 300 vagas disponibilizadas no último

concurso, apenas 51 candidatos se classificaram para as fases

posteriores do processo).

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Um aspecto decorrente dessa falta de atratividade da carreira

merece ser mais bem avaliado: o envelhecimento relativo do

efetivo. Segundo dados da GCM, o efetivo se distribui da seguinte

forma:

A este efetivo operacional de 251 servidores, a PMO acrescenta

mais 574 fiscais de rua. Estes fiscais atuam em oito secretarias

municipais diferentes, concentrando-se principalmente na

SECONTRU (74%), SETRAN (16%), SICA (4%) e SHDU (3%).

A Secretaria de Saúde e a Secretaria de Meio Ambiente também

contam com fiscais, mas com um número muito abaixo do que seria

esperado.

O resultado é que a fiscalização urbana é muito deficiente, o que

acaba contribuindo para que situações de conflito urbano se tornem

questões de segurança e vulnerabilidade.23

Gráfico − Taxa de vítimas por homicídios dolosos por 100 mil habitantes

Fonte: Secretaria de Segurança Pública – SP e Estimativa de População – IBGE.

23 Minuta do Plano Municipal de Segurança Pública de Osasco (2017-2026), pp. 19-20. Acessível em: http://www.seplag.osasco.sp.gov.br/Content/uploads/publicacao/arquivo/608c5ad2-0ab5-4669-ad64-bac0c1ac5f09.pdf

13,2

9,4

11,8

7,2

11,811,2

9,6

7,9

10,910,3

8,98,2

0

2

4

6

8

10

12

14

2013 2014 2015 2016

Osasco RMSP UF - SP

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A variação na taxa de vítimas de homicídios dolosos por 100 mil habitantes é mais

acentuada no Município de Osasco do que na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

e no estado de São Paulo. Isso se dá pelo fato de que os municípios são muito mais

suscetíveis à variação, uma vez que um único evento de grande expressão influencia

diretamente a taxa municipal, o que fica mais diluído nas outras regiões de análise, muito

por conta dos maiores números compondo o divisor (no caso, a população de cada uma das

áreas).

Vemos, por exemplo, que a chacina ocorrida em agosto de 2015, em Osasco e

Barueri, em que 15 pessoas foram assassinadas no município, contribui sozinha com 2,16

pontos na taxa do município nesse ano (enquanto que esta mesma tragédia afeta as taxas

da RMSP em apenas 0,09 e a do estado de São Paulo em 0,04). Podemos então concluir

que, com a exceção desse caso excepcional, há na cidade de Osasco uma tendência maior

de diminuição da taxa de homicídios do que nas outras regiões analisadas. Mas a realidade

se impõe e não podemos deixar de considerar a trágica chacina aconteceu, inclusive

preocupando pelas suspeitas de envolvimento de agentes de segurança pública nesses

infortunados fatos, como amplamente divulgado à época24.

Gráfico − Óbitos por causas externas entre a população jovem de 15 a 29 anos de idade

(Em 100 mil casos) - 2014

Fonte: DATASUS e Estimativa de População – IBGE.

Os óbitos por causas externas entre a população jovem (15 a 29 anos de idade) por

100 mil casos é maior em Osasco do que na RMSP e também do que no estado, como visto

no gráfico acima. O Plano Municipal Juventude Viva de Osasco25 traz em seu diagnóstico

outras razões pelas quais os jovens de 15 a 29 anos necessitam um olhar especial quando

se trata de violência urbana:

24 http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/policia-conclui-caso-da-chacina-na-grande-sp-e-indicia-6-pms-e-1-gcm.html 25 Plano Municipal Juventude Viva de Osasco, Lei Municipal n° 4.706/15. Acessível em: http://www.seplag.osasco.sp.gov.br/Content/uploads/publicacao/arquivo/a00ec1ce-556f-4310-8605-56374fc5b21d.pdf

18,75

17,56

15,97

15 15,5 16 16,5 17 17,5 18 18,5 19

Osasco

RMSP

UF - SP

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74

A divisão por faixa etária do município é representada no gráfico

abaixo, sendo que os jovens de 15 a 29 anos compõem o maior

contingente populacional de Osasco, que tem 26,7% dos habitantes

nessa faixa etária.

26

Quanto à escolaridade, o Plano também traz dados que demonstram pior condição

da população jovem negra em comparação à população jovem branca.

27

26 Plano Municipal Juventude Viva de Osasco, p. 21. 27 Idem, p. 27.

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Gráfico − Taxa de estupro (Por 100 mil mulheres) - 2016

Fonte: Secretaria de Segurança Pública – SP e Estimativa de População – IBGE.

Um outro problema em que os números de Osasco superam em muito os da RMSP

e, em menor escala, os do estado, é o da taxa de estupros por 100 mil mulheres. Esse é um

grande motivo de preocupação, uma vez que é um crime hediondo e violento e que deixa

marcas físicas e psicológicas em suas vítimas por muito tempo.

Potencialidades

Osasco possui o Centro de Formação da Guarda Civil Municipal, consolidado desde

2010, formando os servidores ingressantes na Guarda Municipal, além de possuir parcerias

com as cidades do entorno prestando formação também a profissionais dessas cidades. Esse

Centro pode permitir a irradiação das ações relacionadas à sensibilização dos profissionais

da SECONTRU com relação aos temas e desafios sensíveis à Segurança Pública do

município.

O Plano Municipal Juventude Viva de Osasco (Lei Municipal n° 4.706/15) guarda

grande relação com o Eixo “Grupos Vulneráveis” do Plano Municipal de Segurança

Pública de Osasco. Em seus diversos eixos encontraremos ações intersecretariais em que a

Secretaria de Segurança Pública e a temática de Segurança estão envolvidas e presentes.

Desafios

O esforço de revisão e articulação política para a aprovação da lei formalizará o

Plano Municipal de Segurança Pública de Osasco, seus objetivos e ações, uma vez que seu

conteúdo será de grande valia para o planejamento e execução de ações na área da

Segurança Pública.

Os 20 objetivos e 55 ações contidos em seu Plano de Ação, divididos em 5 grandes

eixos temáticos (Fiscalização; Políticas Públicas; Grupos vulneráveis; Relação com a

sociedade; e Gestão da Guarda Civil Municipal) são valiosas fontes de desafios os quais a

municipalidade enfrenta e enfrentará na temática da Segurança Pública no curto, médio e

22,45

18,82

22,1

15 16 17 18 19 20 21 22 23

Osasco

RMSP

UF - SP

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longo prazo. Assim, sugere-se a apropriação do conteúdo dos planos aqui citados como

ponto de partida para a reflexão acerca dos desafios a serem enfrentados.

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Eixo 4 – Mobilidade Urbana e Transportes

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 4 – Mobilidade Urbana e Transportes ocorreram em

oficina realizada no dia 24/03/2017, na Sala Osasco. O trabalho foi conduzido pela

SEPLAG e contou com participação de representantes das seguintes secretarias: SA,

SEHDU, SF, SEPLAG e SETRAN. Dada a quantidade de participantes, decidiu-se por

trabalhar com um único grupo, garantindo assim a representação de todas as secretarias na

discussão.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela

equipe do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do

Plano de Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em

andamento e de Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as

secretarias foi recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do

debate, resultando na caracterização e na priorização dos principais problemas a serem

enfrentados no âmbito do presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entendeu

como necessário, o grupo teve autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na

relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas com

a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado

do eixo, ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior é o impacto positivo

esperado que a solução daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

4.1

A Prefeitura não conta com uma estrutura funcional e de

equipamentos que seja suficiente para promover a gestão

eficiente da mobilidade urbana

50%

4.2 O uso de bicicletas como modal de transporte é baixo em Osasco 25%

4.3 Não há estímulo tarifário para a integração de diferentes modais

de transporte no município 17%

4.4 A infraestrutura de locais para acesso a transporte público é

precária 8%

4.5 As vias existentes sofrem com o grande fluxo de veículos e

proporcionam baixa integração entre bairros 0%

4.6

Os pedestres e as pessoas com deficiência precisam enfrentar

obstáculos decorrentes de uma péssima infraestrutura viária para

conseguir se deslocar dentro do município.

0%

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78

4.7

O transporte de cargas traz dificuldades para a mobilidade no

município, para o meio ambiente e para os próprios condutores

desse tipo de veículos

0%

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como do

diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas,

Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se

a seguir. Vale esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e

incorporou ajustes e sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e

clarear o contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do

resultado das oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos

pelo Governo Municipal nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses

devem ser objetivos do Governo como um todo, e não de uma ou outra secretaria em

particular. Quanto mais houver ciência sobre os problemas existentes e clareza sobre os

grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho dos Programas e seus Projetos

e Atividades.

Na sua missão de garantir a multisetorialidade ao longo do processo de elaboração

do PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados

em todos os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de

interação entre os problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles

caracterizados em outros eixos. Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais

que mereceram atenção dos gestores na formulação dos objetivos estratégico, a fim de

contribuir para a concepção mais acurada possível dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

A análise global apontou focos de interação do presente eixo com outros quatro, a

saber: 5 – Zeladoria e Infraestrutura Urbana; 7 – Esporte, Cultura e Lazer; 8 – Habitação;

e 9 – Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e Trabalho.

No eixo 5 – Zeladoria e Infraestrutura Urbana, a caracterização do problema 5.5

apontou a preocupação existente com a influência do tráfego de caminhões para a boa

conservação da vias da cidade. Essa questão dialoga diretamente com a estratégia de

enfrentamento do problema 4.7 do presente eixo e deve ser tratada de forma conjunta no

âmbito do processo de elaboração do PPA 2018-2021.

O eixo 7 – Esporte, Cultura e Lazer, por sua vez, apresenta dois pontos de

interação com o tema deste eixo. O primeiro ponto, mais específico, trata da questão dos

projetos de acessibilidade no município (problema 7.2), cuja estratégia de enfrentamento

se encontra diretamente relacionada às soluções previstas para os problemas 4.4 e 4.6. O

outro ponto, mais geral, dá conta do potencial que a melhoria e a ampliação da

infraestrutura cicloviária (problema 4.2) têm para impactar positivamente a prática

esportiva na cidade, o que deve ser levado em conta no momento do planejamento dos

projetos e atividades para o próximo PPA.

Por outro lado, há questões exploradas no eixo 8 – Habitação que também têm

reflexo no presente eixo. A caracterização dos problemas 8.1 e 8.4 aponta para a

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79

necessidade de atualização do Plano Diretor e fortalecimento dos mecanismos de controle

social no âmbito da política de habitação. O aspecto fundamental é que o processo de

construção dos programas que irão abarcar tais temas deve necessariamente incluir

discussões e reflexões no âmbito da política de mobilidade urbana e transportes.

Em complemento, ainda no âmbito da revisão e atualização do Plano Diretor do

município, vale destacar a existência de pontos de interação identificados também com o

eixo 9 – Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e Trabalho (problemas 9.1 e 9.5),

demonstrando a abrangência e a significativa multissetorialidade desse assunto.

Por fim, merece destaque o fato de que o citado eixo 9 apresenta um outro foco de

interação com a política de mobilidade urbana e transportes. Dentre as estratégias elencadas

para enfrentamento do problema 9.3, que aborda a baixa ocorrência de ensino superior

completo na população economicamente ativa de Osasco, consta a sugestão para

aprimoramento da política de transporte de modo que os moradores da periferia tenham as

condições mínimas de locomoção para frequentar os cursos técnicos e superiores em outras

regiões da cidade.

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80

Problemas do Eixo Mobilidade Urbana e Transportes

PROBLEMA

4.1- A Prefeitura não conta com uma estrutura funcional e de equipamentos que seja suficiente para promover a gestão eficiente da mobilidade

urbana.

CAUSA

A atual estrutura organizacional e as condições administrativas da Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana (SETRAN), órgão central

na implementação do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco, são inadequadas para viabilizar a operação, monitoramento e controle

das ações relacionadas à mobilidade urbana em geral e, em particular, aos serviços prestados pelas concessionárias dos serviços de transporte,

havendo indefinição quanto à possível extinção da Companhia Municipal de Transportes de Osasco (CMTO).

CONSEQUÊNCIA

Atuação precária da SETRAN, com impacto negativo para a capacidade de gerir e avaliar a qualidade das ações empreendidas pela

Prefeitura no âmbito da política de mobilidade urbana e transportes, sendo que atualmente, a secretaria não consegue ter clareza quanto aos reais

custos incorridos, tampouco quanto às receitas auferidas de fato no sistema de transporte público municipal.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas a partir da reestruturação administrativa da SETRAN, contemplando solução

definitiva para a CMTO e abrangendo reestruturação organizacional, recomposição do quadro de servidores, revisão de processos de trabalho e

dos instrumentos e sistemas informatizados necessários ao adequado suporte à gestão da Secretaria.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 50%

Page 82: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

81

PROBLEMA

4.2 - O uso de bicicletas como modal de transporte é baixo em Osasco.

CAUSA

A infraestrutura viária existente dá prioridade ao transporte de veículos motorizados.

CONSEQUÊNCIA

Os ciclistas têm receio de dividir a faixa da direita com carros de passeio e ônibus, pois correm risco de tornarem-se vítimas de acidentes.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Infraestrutura

Investir na ampliação da infraestrutura cicloviária permanente, destinando ao transporte por bicicleta espaços que atualmente são reservados

para veículos motorizados, como por exemplo, a transformação de vagas de zona azul em ciclovias.

Articulação entre as pastas

Também é necessário atuar em articulação com outras secretarias, como a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEHDU),

de modo a identificar as possibilidades de alteração da legislação que regula novas construções, a fim de que sejam incorporadas vantagens em se

construir edifícios com infraestrutura que atenda melhor às necessidades de ciclistas, como por exemplo, a possibilidade de construção de edifícios

com mais andares em contrapartida à construção de bicicletário para moradores e visitantes.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 25%

PROBLEMA

Page 83: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

82

4.3- Não há estímulo tarifário para a integração de diferentes modais, assim como entre as linhas internas no transporte coletivo do município.

CAUSA

Não existe iniciativa por parte da Prefeitura na busca por sinergia com as concessionárias municipais e com órgãos responsáveis pelos

serviços de transporte de outras esferas de governo para instituir integração entre linhas e diferentes modais, a exemplo do Bilhete Único

implementado pela Prefeitura de São Paulo.

CONSEQUÊNCIA

Assimetria de cobertura, pois há grande quantidade de linhas concorrendo nos mesmos trechos do território, enquanto há trechos que não

são cobertos por qualquer das linhas existentes, gerando gastos excessivos de tempo para deslocamentos dentro do município por conta da

necessidade que muitas vezes os munícipes têm de realizar longas caminhadas a pé até chegar ao ponto de parada mais próximo de seu local de

moradia ou trabalho.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Estudo de implantação de novos traçados

A fim de minimizar os efeitos da assimetria e das sobreposições das linhas existentes, deve ser feito estudo e implantação de novos traçados

para as linhas intermunicipais existentes, assim como deve ser promovida reestruturação do modelo de integração existente, contemplando alteração

das características dos terminais urbanos que estão atualmente em operação.

Articulação da concessionárias municipais e esferas de governo

Por um lado, deve haver iniciativa da Prefeitura para articulação com as concessionárias municipais para que estas integrem as linhas

existentes e, por outro, com órgãos de outras esferas de governo, a fim de implantar linhas de integração entre modais no município de Osasco.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

Page 84: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

83

1 -Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 17%

2 -Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

4.4- A infraestrutura de locais para acesso a transporte público é precária.

CAUSA

A inadequação das calçadas impede a implantação de abrigos pela falta de articulação entre os atores responsáveis por esses equipamentos.

CONSEQUÊNCIA

Impacto negativo para a fluidez do trânsito, especialmente no que diz respeito à localização dos pontos de parada e a existência ou não de

recuo para embarque. Além de impacto negativo para a atividade comercial, por conta da posição desfavorável em que se localizam determinados

pontos de parada.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Articulação e ações coordenadas

Articular os atores envolvidos nas questões que abrangem calçamento e abrigos, de modo a empreender ajustes nos procedimentos

existentes, bem como a execução de ações coordenadas para implementação de melhorias infraestruturais que afetam o acesso dos passageiros ao

transporte público.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 8%

PROBLEMA

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4.5 - As vias existentes sofrem com o grande fluxo de veículos e proporcionam baixa integração entre bairros.

CAUSA

O traçado atual das linhas de transporte existentes não contempla a integração de linhas para permitir o deslocamento entre os bairros e,

principalmente, entre as regiões Norte e Sul. Por outro lado, o crescimento da cidade se deu sem levar em conta a necessidade e as possibilidades

da integração intermodal, penalizando a população aos finais de semana, por exemplo, quando é quase imperativo para os moradores de

determinados bairros recorrer ao transporte por carros para usufruir de atividades sociais e de lazer. Ao lado da falta de planejamento habitacional

está a falta de planejamento de grandes empreendimentos, em especial no que concerne à devida realização de estudos de impacto de trânsito e

demais aspectos de mobilidade urbana.

CONSEQUÊNCIA

Como consequência desse processo, pode-se destacar o encarecimento do custo e maior tempo de locomoção para a população. Desse

modo, os moradores de regiões periféricas acabam optando por usufruir de serviços públicos como saúde, esporte, lazer e cultura em outros

municípios, dada a dificuldade de locomoção dentro de Osasco.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Rediscutir bases contratuais

De partida, é necessário rediscutir as bases contratuais com as concessionárias, de modo reconfigurar a malha de linhas de transporte

coletivo municipal em prol do interesse coletivo.

Novo patamar de regulação de tarifa

No âmbito normativo, é necessário estabelecer novo patamar de regulamentação das tarifas praticadas pelas concessionárias municipais,

bem como da construção de grandes empreendimentos residenciais e comerciais, para que não reste para a população o passivo da lacuna regulatória

de responsabilidade do Governo Municipal.

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85

Melhorias e adequações na infraestrutura viária

No que diz respeito à infraestrutura urbana, é necessário implementar melhorias e adequações na infraestrutura viária existente, assim como

ampliar as interligações Norte-Sul, por meio de parcerias que tragam novas soluções para os desafios topográficos do território Osasquense.

MACRODIRETRIZ LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 0%

PROBLEMA

4.6 - Os pedestres e as pessoas com deficiência precisam enfrentar obstáculos decorrentes de uma péssima infraestrutura viária para conseguir se

deslocar dentro do município.

CAUSA

A legislação municipal que rege o calçamento na cidade de Osasco é antiga e encontra-se defasada. Além disso, apesar de vigente, essa

legislação não é devidamente aplicada pela ausência de fiscalização. Para completar, há ocorrência de projetos construtivos da própria Prefeitura

que são executados sem terem sido apreciados pela SETRAN e acabam por não contemplar todos os requisitos de acessibilidade exigidos.

CONSEQUÊNCIA

Dificuldade de locomoção para os pedestres, principalmente pessoas com deficiência e idosos, com aumento do desgaste físico e do risco

de acidentes para os munícipes, que muitas vezes precisam de locomover pela pista de rodagem para superar os obstáculos existentes.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Atualização de legislação

Atualização da legislação referente ao calçamento, contemplando aspectos atinentes tanto aos pontos de parada, quanto aos abrigos. Após

a atualização da legislação, é necessário implantar um programa de orientação para regularização das anomalias existentes, assim como alocar

recursos para o aumento da capacidade de fiscalização.

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Reforma e novas construções

Em outra frente, é necessário recuperar e adaptar pontes, viadutos e passarelas existentes, além de construir novos equipamentos, de modo

a viabilizar aos pedestres a transposição dos obstáculos geográficos existentes na cidade com segurança. A fim de orientar a priorização da alocação

dos recursos, as ações de construção e adequação devem estar baseadas em estudos de fluxo e demanda.

Alterar procedimentos de elaboração de projetos da PMO

No âmbito da construção de equipamentos públicos, é necessário alterar os procedimentos de elaboração de projetos da Prefeitura para que

os projetos de infraestrutura urbana e de próprios municipais contemplem quesitos de acessibilidade, servindo de exemplo para o restante da

população.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada; 0%

3 - Orgulho de Ser Osasquense.

PROBLEMA

4.7 - O transporte de cargas traz dificuldades para a mobilidade no município, para o meio ambiente e para os próprios condutores desse tipo de

veículo.

CAUSA

Tanto a fiscalização, quanto à sinalização são insuficientes.

CONSEQUÊNCIA

Piora no tráfego, em função da circulação de veículos de carga em locais e horários onde a circulação é restrita, assim como piora da

qualidade do ar.

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ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Melhorar a sinalização

De início, é necessário aprimorar a sinalização referente às restrições existentes à circulação de veículos de carga na cidade para que não

ocorram situações em que o condutor perceba que está infringindo a regulamentação quando já é tarde demais para pegar uma rota alternativa.

Fiscalização

O aprimoramento da sinalização deve ser complementado pela intensificação da fiscalização em duas frentes distintas. A primeira é a

fiscalização referente à circulação na zona restrita localizada no centro da cidade, região de grande circulação de veículos. A outra frente diz

respeito à devida aplicação da regulamentação referente aos Polos Geradores de Tráfego, no que se refere ao tráfego existente na Zona Norte da

cidade por conta das empresas distribuidoras lá instaladas.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 0%

2 -Osasco Cidade Renovada.

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Diagnóstico do Eixo Mobilidade Urbana e Transportes

Tabela sintética – Indicadores gerais de mobilidade urbana

Mobilidade Urbana e Transporte Ano Município RMSP ESP

Índice de Mobilidade Urbana - Viagem por

Habitante / Dia 2016 1,69 1,95 -

Média de trânsito no mês em dias úteis/em

horário de pico (em km) 2014 21,2

Número de habitantes por cada ônibus da

frota municipal de transporte 2016 1.818 816* -

Número de mortos devido a acidentes de

trânsito (Por 100 mil habitantes) 2014 15,43 11,11 15,93

Número de passageiros transportados (dias

úteis) 2014 214.000

Número de viagens por dia 2014 1.200.000

Participação do Transporte Ativo na Divisão

Modal (Em %) 2007 30 34 -

Participação do Transporte Coletivo na

Divisão Modal (Em %) 2007 40 37 -

Percentual da população que gasta 1 hora ou

mais no deslocamento casa-trabalho (Em %) 2010 24,23 30,51 18,2

Peso do custo do transporte público na renda

média (Em %) 2015 15,67

Pontos percentuais de aumento da passagem

com relação à inflação acumulada do período,

últimos dois anos (Dezembro de 2014 a

Dezembro de 2016)

2016 20,80

Avaliação dos Usuários - Serviço no final de

semana 2014 3,16

Avaliação dos Usuários - Lotação dos

veículos 2014 3,91

Avaliação dos Usuários - Preço da tarifa 2014 4,06

Avaliação dos Usuários - Tempo de espera no

ponto 2014 4,29

Avaliação dos Usuários - Situação dos pontos

de parada 2014 4,32

Avaliação dos Usuários - Cumprimento dos

horários 2014 4,76

Avaliação dos Usuários - Tempo de viagem 2014 5,13

Avaliação dos Usuários - Conservação e

limpeza dos veículos 2014 6,12

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Avaliação dos Usuários - Comportamento dos

motoristas 2014 6,45

Avaliação dos Usuários - Qualidade Geral 2014 5,18

Domicílios particulares permanentes em áreas

urbanas com ordenamento regular em que

existia calçada (Em %)

2010 94,04 89,42 88,89

Domicílios particulares permanentes em áreas

urbanas com ordenamento regular em que

existia meio-fio/guia (Em %)

2010 95,19 91,54 92,15

Domicílios particulares permanentes em áreas

urbanas com ordenamento regular em que

existia rampa para cadeirante (Em %)

2010 2,67 6,54 5,16

* número somente no município de São Paulo.

Introdução

Segundo o Censo de 2010, dentre os moradores de Osasco que trabalhavam28, 24,23%

demoravam mais de uma hora no deslocamento da casa ao trabalho. Ou seja, 1 em cada 4

osasquenses perdiam pelo menos duas horas no trajeto casa-trabalho-casa por dia, impactando

assim diretamente a sua qualidade de vida.

Quando falamos de Mobilidade Urbana, é disso que se trata: impacto direto na qualidade

de vida dos cidadãos, uma vez que todos estão sujeitos às suas condições; notadamente os cidadãos

de menor renda, que via de regra moram mais longe das áreas mais desenvolvidas da cidade, têm

menos opções de transporte (tanto individual quanto público), além das pessoas com algum tipo

de deficiência.

Segundo a última Pesquisa de Origem e Destino levada a cabo pelo Metrô de SP (2007) e

que cobre toda a região metropolitana de São Paulo, era de 40% a participação do transporte

coletivo na divisão modal, a maior porcentagem entre os modais (sendo o transporte ativo e o

transporte individual responsáveis cada um por 30%).

Quanto à segurança no trânsito, Osasco supera a Região Metropolitana de São Paulo em

número de mortes proporcionais a seus habitantes em 39% (Fonte: Ministério da Saúde, Sistema

Único de Saúde – DATASUS – 2014):

Osasco RMSP SP

Número de mortos devido a

acidentes de trânsito (Por 100 mil

habitantes)

15,43 11,11 15,93

Abaixo montaremos um breve perfil da situação da mobilidade urbana no município,

através de indicadores relacionados ao tema.

28 Eram 55,5% da população acima de 14 anos aquelas que estavam trabalhando no período da coleta do Censo.

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Custos do Transporte Público para os Usuários

Em 2015, 15,67% da renda média do cidadão osasquense era destinada ao transporte

municipal, se esse fizesse 50 viagens no mês nos ônibus municipais. Essa é uma estimativa

conservadora, uma vez que segundo o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco (2016),

6,93% dos passageiros utilizam mais de uma linha de ônibus municipal para completar sua viagem.

A mesma fonte ainda indica que 33,9% (ou um terço) dos usuários de linhas de ônibus municipais

realizam a integração com o Trem da CPTM, apesar de não haver nenhum tipo de incentivo

tarifário para essas transferências.

Uma outra questão é o aumento constante das tarifas dos ônibus municipais, tema bastante

sensível social e politicamente, como demonstraram os massivos protestos de âmbito nacionais

ocorridos em 2013 (e outros, ainda que em menor escala, em outros anos). Quando se olha mais

detidamente para os dados, a irritação e os protestos dos cidadãos são justificáveis, uma vez que,

para fonte de comparação, a inflação acumulada entre dezembro de 2014, e dezembro de 2016, foi

de 18,55%29; enquanto o aumento da tarifa dos ônibus no mesmo período foi de 40% em termos

nominais, ou seja, mais de 20 pontos percentuais acima da inflação.

No referido Plano, há um item que diz respeito a heterogeneidade das políticas tarifárias

nos meios de transporte coletivos que atuam no município. Este é um ponto importante, uma vez

que o território osasquense está encravado na Região metropolitana de São Paulo, sendo atendido

(em 2015, ano do levantamento) por 89 linhas intermunicipais. Segue abaixo o texto do Plano

quanto a esse tópico:

Não há unidade na política tarifária dos diversos sistemas de transporte

coletivo dentro do Município de Osasco, com cada gestor colocando em

prática uma política independente.

No caso das linhas municipais, o valor da tarifa vigente no final de 2015

era R$ 3,50, sem possibilidade de integração tarifária com outra linha

municipal ou com o sistema intermunicipal ou com o sistema de trem da

CPTM.

O sistema intermunicipal obedece a política tarifária definida pelo

Governo do Estado para toda a RMSP, com base em tarifas variáveis

segundo a extensão das linhas. Nas 89 linhas consideradas no atendimento

ao Município de Osasco, as tarifas variam entre R$ 3,55 e R$ 9,55; para

efeito de análise, essas linhas foram agrupadas segundo as seguintes faixas

tarifárias:

29 IPC-A – IBGE, usando a calculadora disponibilizada pelo Banco Central do Brasil em https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/corrigirPorIndice.do?method=corrigirPorIndice#

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91

Percepção e Avaliação de Qualidade do Transporte Público no Município

Ainda que os preços das tarifas do transporte estejam subindo constantemente, não

podemos dizer o mesmo da qualidade percebida pelos cidadãos. Segundo as pesquisas realizadas

no âmbito do diagnóstico para o Plano Municipal de Mobilidade Urbana (realizadas em fevereiro

de 2015), a avaliação da qualidade geral do sistema de transporte coletivo de Osasco é regular para

40,4% dos usuários pesquisados; outros 35,5% dos usuários consideram o sistema bom ou muito

bom; e 24,1% o consideram ruim ou péssimo. Na variável da qualidade geral do serviço, com

escala de 0 a 10, a média alcançou 5,18.

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Fonte: Pesquisa de Imagem / Plano Municipal de Mobilidade Urbana.

Os principais problemas específicos, segundo os usuários, eram o Serviço de final de

semana, a lotação dos veículos, o preço da tarifa (já no final de 2014), o tempo de espera no ponto

e a situação desses mesmos pontos.

Além dessas pesquisas, realizadas no âmbito do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, a

Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG) realizou entre 2015 e 2016, pesquisas primárias

com a população do município30, no intuito de ouvi-la em temas que envolvem a atuação da

Prefeitura, em diversas áreas de atuação através de políticas públicas. Quando perguntados sobre

qual seria o principal problema da cidade, em resposta espontânea, a Mobilidade Urbana apareceu

como o quarto maior problema da cidade, como podemos ver no quadro abaixo:

30 Mais especificamente entre 22 de julho de 2015 a 21 de junho de 2016, quando ouviu 50.154 pessoas, em 24 ondas quinzenais (com a média de 2.090 pessoas por quinzena).

3,16

3,91

4,06

4,29

4,32

4,76

5,13

6,12

6,45

5,18

3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5

Serviço no final de semana

Lotação dos veículos

Preço da tarifa

Tempo de espera no ponto

Situação dos pontos de parada

Cumprimento dos horários

Tempo de viagem

Conservação e limpeza dos veículos

Comportamento dos motoristas

Qualidade Geral

Avaliação dos Usuários

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Fonte: Pesquisas Primárias coordenadas pela SEPLAG/PMO.

Além do trânsito em geral, os respondentes foram estimulados a darem notas a diversos

temas de responsabilidade do poder público e, no que tange ao transporte coletivo, a média das

notas para a categoria “Ônibus municipal em Osasco” foi de 3,8 (em uma escala possível de 0 a

10), demonstrando que este serviço foi pior avaliado que na pesquisa anterior.

Fonte: Pesquisas Primárias coordenadas pela SEPLAG/PMO.

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94

63% dos respondentes deram notas entre 0 e 4, quando incitados a avaliar a categoria

supracitada. No mapa abaixo, podemos ver a variação dessa porcentagem de cidadãos que deram

notas de 0 a 4 nos bairros oficiais de Osasco:

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No mapa acima, temos em vermelho os bairros em que a porcentagem da população

residente que deu notas de “0 a 4” foi maior do que 63% para “Ônibus Municipal de Osasco”, ou

seja, com médias piores que a da população em geral. No mapa abaixo, cruzamos as informações

do mapa acima com as linhas de ônibus municipais:

Podemos ver que em alguns bairros, grandes porções do território permanecem fora do que

chamamos das áreas de abrangência das linhas municipais. Como exemplo, podemos ver em

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detalhe no mapa abaixo as áreas do Rochdale e do Jardim Aliança (áreas densamente povoadas e

nos quais a população avaliou bastante mal o serviço dos ônibus municipais):

Infraestrutura para o Transporte Coletivo - Terminais

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Existem nove terminais de ônibus no município, com características físicas bastante

diversas e com papeis distintos na rede de transporte do município. Os terminais urbanos, além de

garantir conforto, segurança e dignidade aos passageiros, tem a função de otimizar a integração

entre diversos modais e linhas municipais e metropolitanas.

Infraestrutura para o Transporte Coletivo - Pontos de parada

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Um ponto que apareceu com destaque nos levantamentos feitos previamente à elaboração

do Plano Municipal de Mobilidade Urbana foi a situação dos pontos de parada de ônibus,

envolvendo desde a padronização, identificação e mesmo a infraestrutura dos mesmos.

Segundo publicado no Plano,

Durante a fase de levantamento de dados primários foi realizado um

completo inventário dos pontos de ônibus localizados no Município,

quando foram verificadas as condições de manutenção e conservação dos

equipamentos (abrigos) e das calçadas onde estão instalados.

Foram cadastrados 1.459 pontos de parada, sendo que a maior parte conta

apenas com uma identificação do local (placa em poste ou demarcador).

Apenas 408 pontos (28% do total) possuem abrigos, de variados modelos

e dimensões, sendo que em menos na metade dos locais, o estado de

conservação do abrigo foi classificado como bom. Mesmo considerando

que não é necessária a instalação deste tipo de equipamento em todos os

pontos, é uma quantidade baixa.

Quanto à infraestrutura nos pontos de parada, apenas 1,4% conta com baia

para estacionamento dos ônibus; por outro lado, 97,5% estão em locais

iluminados. As condições de acessibilidade não são adequadas, estando

presentes em apenas 1,5% dos pontos.

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Em quase todos os pontos de parada existem calçadas, sendo que em

apenas 8% dos locais a largura do passeio é inferior a 1,5 metros. Na

maioria dos locais as calçadas têm largura superior a 3,00 m. Quanto ao

estado de conservação das calçadas, 33,7% foram consideradas ruins.

Mobilidade Ativa - Bicicletas

Segundo a redação do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco,

A pesquisa Origem-Destino da Região Metropolitana indica que a

quantidade de viagens cotidianas utilizando bicicleta em Osasco ainda é

pouco expressiva, apesar de ter apresentado um crescimento de 16,7% no

período entre as duas últimas edições da pesquisa (0,6% das viagens em

1997 e 0,7% em 2007). Este crescimento parte de uma base muito baixa,

mas acompanha a tendência observada na Capital e no conjunto da RMSP.

Embora a quantidade de viagens com esse modo seja ainda reduzida, a

pesquisa indica uma concentração de viagens com bicicleta como modo

principal fazendo a ligação entre a porção centro-sul (Novo Osasco) e

nordeste (Mutinga), com cerca de 1,3 mil viagens diárias. Além dessas

zonas mencionadas, duas zonas OD no sudoeste do Município, Jardim

Veloso e Quitaúna, com maior proximidade entre si, apresentaram pouco

mais do que mil viagens diárias.

Na fase de levantamento de dados, foram realizadas contagem veiculares

em 48 pontos estratégicos do sistema viário municipal durante todo um dia

(das 06:00 às 20:00 horas). As pesquisas foram realizadas em vias de

tráfego intenso, portanto, perigosas e pouco atraentes para os ciclistas.

Ainda assim, em 30 deles foi registrada a presença de bicicletas (ver figura

abaixo). As quantidades de ciclistas de fato foram baixas: 0,2% do total de

veículos contados em todos os pontos, ou 0,5%, se forem descartados os

pontos por onde não circularam bicicletas. Quantidades mais expressivas

foram registradas na Av. Bussocaba (144), na Av. Presidente Médici (182),

na Ponte dos Remédios (189) e na Av. Presidente Costa e Silva (224).

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O que chama a atenção, no entanto, é uma pesquisa sobre o perfil dos ciclistas que teve

seus resultados publicados no Plano Municipal e que foi realizada pela CICLOSASCO, um grupo

de cicloativistas da cidade:

Uma segunda pesquisa foi realizada pela CICLOSASCO com entrevistas

no acesso ao bicicletário existente junto à Estação Osasco da CPTM. O

questionário buscou levantar o perfil dos usuários, o padrão de uso da

bicicleta, as principais vias utilizadas e os bairros de origem e destino das

viagens.

Os resultados mostram que os ciclistas são predominantemente do sexo

masculino (87%), com idade entre 30 e 35 anos (29%) e razoável grau de

escolaridade.

Perguntados a respeito da adoção da bicicleta como meio de transporte e a

quantidades de dias por semana em que se utiliza a bicicleta, a maioria

(84%) utiliza esse meio de transporte cinco dias ou mais por semana e uma

grande parte é composta por ciclistas recentes, isto é, que aderiram a este

modo de transporte há menos de dois anos.

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101

Ou seja, há um claro aumento da utilização do modal cicloviário segundo os dados

apresentados acima, mas que no entanto não encontra paralelo na infraestrutura cicloviária do

município.

As ciclovias, ciclofaixas e bicicletários são quase inexistentes em Osasco:

A infraestrutura permanente na cidade para o transporte cicloviário se

limita a pequenos trechos isolados e sem continuidade. Foram

identificadas ciclovias ou ciclofaixas em três locais:

a) Ciclofaixa implantada em 2008, junto ao canteiro central da Av.

Presidente João Goulart, com pouco mais de 600 metros de extensão.

b) Ciclovia contornando a área onde será instalado o novo campus da

Universidade Federal.

c) Pequeno trecho de ciclovia, com menos 200 metros, instalado na Rua

Walt Disney, próximo ao Terminal Helena Maria.

Em 2009 a Prefeitura construiu uma ciclofaixa, com cerca de 3 km de

extensão na Av. Visconde de Nova Granada; entretanto, em 2014,

alegando falta de condições de segurança adequadas, a Prefeitura removeu

essa infraestrutura, prometendo reconstruí-la na implantação do projeto

apresentado para financiamento pelo Governo Federal, com recursos do

PAC Mobilidade. O projeto encaminhado para Brasília prevê canalização

do córrego, extensão da avenida e implantação de um corredor de ônibus

e de uma ciclovia, entre outras melhorias.

O trecho de ciclovia existente na Rua Walt Disney, pela sua dimensão,

sequer foi considerado como uma infraestrutura existente, mas que poderá

vir a ser estendido dentro do projeto de implantação do corredor do Via

Norte.

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102

No bairro Piratininga existe o Parque das Bicicletas, com entrada pela Rua

Paula Rodrigues, que oferece um espaço para prática de bicicross, porém

não há um sistema viário que permita acesso seguro dos ciclistas a ele.

Quanto à infraestrutura para estacionamento de bicicletas, existe apenas

um bicicletário inaugurado em 2012 junto à Estação de Osasco da CPTM,

que conta com apenas cerca de 160 vagas, insuficientes para atender a

demanda de usuários inscritos que ultrapassa a marca de 1 mil ciclistas.

Não há locais para guarda segura de bicicletas nas outras estações,

resultando no uso do mobiliário público do entorno para travamento das

bicicletas, apesar de sinalização proibindo essa prática.

Mobilidade Ativa – Pedestres e Calçadas

As calçadas são um elemento fundamental para garantir a segurança e qualidade da

mobilidade dos pedestres. Em geral, as condições para circulação de pedestres no sistema viário

de Osasco são apenas razoáveis. As calçadas são melhores na região central e nos bairros mais

consolidados e vão se deteriorando nos bairros mais afastados. Nos bairros de topografia

acidentada, a situação dos pedestres é pior. Em ruas com maior declividade é comum a existência

de degraus nas calçadas, refletindo a ausência de uma legislação que regulamente a construção de

passeios públicos com uma visão que garanta uma boa circulação de pedestres, evitando a solução

individual de criar rampas para facilitar o acesso dos automóveis aos lotes. Além disso, na falta de

uma legislação adequada, não há restrição para rebaixamento de guias, causando insegurança para

pedestres.

Foi realizado um levantamento das condições do sistema viário principal da cidade à época

da elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Osasco ao longo de 110 quilômetros

de vias (pouco mais de 10% das vias da cidade), incluindo a existência de calçadas, largura,

material utilizado e estado de conservação. Considerando a instalação de calçadas em ambos os

lados das vias, foram avaliados 220 km de calçadas, dos quais apenas 13,5 km (6%) não dispõem

de calçadas; no restante, 45% encontram-se em bom estado de conservação, 35%, regulares e 14%

ruins. O resultado não pode ser considerado animador, uma vez que esses resultados dizem respeito

às principais ruas e avenidas do Município, e mesmo no Centro, as condições de circulação a pé

não são ideais.

Pessoas com deficiência

O que foi exposto acima sobre as calçadas do município já causa transtornos à mobilidade

de pedestres sem deficiência específica; esses problemas se tornam ainda mais graves quando

analisados sob a ótica das pessoas com deficiência.

Para além das condições das calçadas, falta o rebaixamento de guias nas travessias na maior

parte da cidade, como também o piso tátil direcional para orientação e mobilidade de pessoas com

deficiência visual. Nem mesmo os corredores comerciais, onde há intensa movimentação de

pedestres, contam com a acessibilidade garantida de acordo com leis e decretos federais.

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Fonte: Censo Demográfico, IBGE - características do entorno.

Como pode-se ver pelo gráfico acima, Osasco está muito abaixo tanto da Região

Metropolitana de SP quanto do Estado no que tange à calçadas que contam com rampas para

cadeirantes.

Transporte de Cargas

A localização estratégica de Osasco, conurbada à Capital e com acesso facilitado a uma

importante malha rodoviária que interliga várias regiões do país, incentivou no passado a

instalação de centros industriais no município e, apesar da saída de muitas delas para o interior,

várias ainda permanecem. Juntamente aos estabelecimentos industriais, também estão instalados

os centros de distribuição de grandes redes de comércio, que colocam a cidade como importante

polo logístico. Por tudo isso, as vias, especialmente que fazem a travessia entre as Zonas Norte e

Sul da cidade, precisam ser constantemente aperfeiçoadas para garantir maior mobilidade.

A presença destes empreendimentos explica a circulação da quantidade expressiva de

veículos de fora da cidade em suas vias, principalmente de caminhões. Foram realizadas contagens

volumétricas, classificadas em 61 seções do sistema viário principal, em que foram contados

veículos em 115 movimentos de tráfego em período das 6h às 19h59. Essas contagens verificaram

86.157 caminhões, 5,1% do total dos 1.684.677 veículos registrados (incluindo automóveis,

bicicletas, motos, ônibus e micro-ônibus).

Ao ordenar os postos pelas maiores quantidades de caminhões, constata-se que em oito

postos estão concentrados mais de 50% do volume de caminhões; em 12 postos, 60,3%; 18 postos,

70,7%; e 26 postos, 80,7%. Na tabela a seguir estão ordenados os oito postos com maior quantidade

de caminhões diários registrados.

2,7%

6,5%

5,2%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

7,0%

Osasco RMSP UF - SP

Domicílios particulares permanentes em áreas urbanas com ordenamento regular em que existia rampa para

cadeirante (Em %)

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A Prefeitura já adota medidas que restringem a circulação em função do porte dos

caminhões e dos horários de maior movimentação do trânsito. O Decreto nº 10.676, de março de

2012, dispõe sobre a implantação do Programa de Restrição ao Trânsito de Veículos do Tipo

Caminhão. Nele fica estabelecida a Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), polígono

formado por vias no Centro da cidade, com restrição de circulação das 5h às 21h; e as Vias

Estruturais Restritas (VER), um conjunto de vias por onde os caminhões estão proibidos de

transitar de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h e das 17h às 19h. Estão excetuados das restrições

citadas os caminhões que prestam serviços especiais e o Veículo de Carga de Pequeno Porte

(VCPP), definido como tendo dimensões que não ultrapassem o comprimento de 7,20 m e largura

de 2,30 m.

Em vistorias realizadas no âmbito da elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana

não se observou a presença de agentes de trânsito ou de outro dispositivo de fiscalização. Da

mesma forma, a sinalização que indica a restrição pareceu insuficiente e nem sempre bem

localizada, estando sua visibilidade prejudicada por outros elementos.

Ainda de forma geral, o transporte de carga apresenta um volume de poluição por veículo

maior do que dos outros tipos de veículos. Por isso, é fundamental envidar esforços para minorar

este problema. A emissão de CO2 por habitante/ano a partir da venda de combustíveis é de

1.106kg/ano em Osasco, enquanto na Região Metropolitana como um todo é de 952, ou seja, 16%

maior (Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

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Potencialidades

A maior potencialidade para a área de Mobilidade Urbana é já ter sancionado um extenso

Plano Municipal de Mobilidade Urbana, pela Lei nº 4.765, em 7 de julho de 2016, que auxiliará a

tomada de decisões para as ações da Prefeitura nas políticas públicas de mobilidade urbana pelos

próximos dez anos, direcionando a ampliação da infraestrutura viária, prestação dos serviços de

transporte público e administração da circulação.

Desafios

Os principais desafios dizem respeito às condicionantes urbanísticas e geográficas do

Município, o quinto mais denso demograficamente do Brasil, conurbado a outros dois municípios

que estão entre os 5 mais densos (Taboão da Serra e Carapicuíba), além à maior metrópole da

América Latina, São Paulo.

O Plano Municipal de Mobilidade Urbana traz uma caracterização que dá conta dos

desafios urbanísticos e geográficos presentes em Osasco:

A Rodovia Castelo Branco corta o município em sua porção central de

leste a oeste, enquanto a Rodovia Raposo Tavares corta um pequeno trecho

no sul, nessa mesma direção; o Rodoanel Mario Covas tangencia a porção

sudoeste e a Rodovia Anhanguera, a porção nordeste. Vale destacara

importância metropolitana da Av. dos Autonomistas como eixo

estruturador histórico do município e grande concentrador de atividades

comerciais e de serviços.

Quanto à hidrografia, o Rio Tietê cruza o município de leste a oeste,

enquanto seus afluentes se estendem no sentido nortesul: Vermelho, Rico,

Mutinga e Olaria (na margem direita) e Bussocaba, Carapicuíba e João

Alves (na margem esquerda).

Assim como o Rio Tietê, um trecho da antiga Estrada de Ferro Sorocabana

(EFS), correspondente a trechos das atuais linhas 8 – Diamante e 9 –

Esmeralda da CPTM, corta o município no sentido leste-oeste. Cinco

estações atendem à demanda populacional em termos de transporte

metropolitano de massa: Presidente Altino, Osasco, Comandante Sampaio

(Km 18), Quitaúna e General Miguel Costa (Km 21) A porção norte do

município é bastante acidentada e ainda não foi ocupada de maneira

intensiva. Por se tratar de uma área dotada de algumas nascentes e

cobertura vegetal conservada, é importante que o município desenvolva

instrumentos que impeçam o avanço da mancha urbanizada de forma

descontrolada nessa direção.

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Eixo 5 – Zeladoria e Infraestrutura Urbana

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 5 - Zeladoria e Infraestrutura Urbana ocorreram em oficina

realizada no dia 23/03/2017, no Fundo Social de Solidariedade. O trabalho foi conduzido pela

SEPLAG e contou com participação de representantes das seguintes secretarias: SSO, SF,

SEPLAG, SICA e SEHDU. Dada a quantidade de participantes, foram definidos 02 grupos de

discussão, compostos por representantes de todas a secretarias presentes, sempre que possível.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar, para cada problema, causas, consequências,

estratégias de enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que

entenderam como necessário, os grupos tiveram autonomia para propor ajustes, inclusões e

exclusões na relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos

problemas com a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das

secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

5.1 A macrodrenagem existente no município não é suficiente para

eliminar os transtornos causados à população com os alagamentos

20%

5.2 A manutenção da iluminação pública existente não é adequada e

representa o principal item de reclamação no 156 (falha, ausência ou

precariedade).

20%

5.3 Os serviços de coleta de resíduos sólidos tem abrangência inferior a

outros municípios da Região acarretando prejuízo na qualidade da

coleta e a cobertura da coleta seletiva está muito abaixo do que é ideal

13,3%

5.4 A microdrenagem não cobre toda a área urbanizada do município e

mesmo as estruturas existentes não atendem a demanda. Além disso,

10%

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107

não existe um programa de manutenção preventiva, ou seja, as ações

de desobstrução são, em sua maioria, por solicitação da população

após transtornos causados por alagamentos

5.5 Problemas de abastecimento e perda de água na rede de distribuição e

baixos índices de coleta e tratamento de esgoto em Osasco comparado

com outras regiões

6,7%

5.6 A conservação das vias da cidade se mostra bastante precária, em

relação às atividades de tapa buraco, recapeamento e pavimentação

6,7%

5.7 Ausência de um processo de manutenção preventiva continuada nos

próprios municipais

6,7%

5.8.1 O espaço destinado ao velório e cemitério municipal não é adequado

ao tamanho do Município

3,3%

5.8.2 O espaço dos cemitérios são insuficientes e com segurança inadequada 3,3%

5.9 O cadastro de domicílios da Cidade está desatualizado o que prejudica

o redesenho de uma política de atendimento

3,3%

Novo Inexistência de uma gestão intersecretarial para gestão de áreas de

risco (encostas, ocupações).

6,7%

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como o diagnóstico

setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas, Indicadores e

Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se a seguir. Vale

esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e

sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro exercícios, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo como um

todo, e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre os

problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho

dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que mereceram atenção dos gestores na

formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível

dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento percebeu-se a necessidade de interação do

Eixo de Zeladoria e Infraestrutura Urbana com os Eixos de Mobilidade Urbana, Meio Ambiente e

Segurança e Ordem Urbana.

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Em relação ao Eixo de Mobilidade Urbana, percebe-se a necessidade de interação na

relação envolvendo os problemas 5.2 e 5.6, que tratam da manutenção das vias, asfáltica e

iluminação; com o problema 4.2, que trata do modal de transporte por bicicletas; e com o problema

4.7, que trata da circulação de caminhões em Osasco, especialmente na avaliação da necessidade

de construção de regulamentação da circulação de caminhões na cidade (horário, peso de carga

etc).

Em relação ao Eixo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, percebe-se a necessidade de

uma construção conjunta de estratégias de enfrentamento dos problemas 5.1 e 5.3 (macrodrenagem

e Resíduos), com o problema 10.3, que também discorre a respeito dos resíduos sólidos em Osasco.

Último aspecto, está relacionado ao Eixo de Segurança e Ordem Urbana, na interação com o

problema 5.8, que trata das áreas de risco em Osasco. É importante que este aspecto seja tratado

em conjunto com a Defesa Civil e sua ação no Eixo de Segurança.

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Problemas do Eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana

PROBLEMA

5.1 - A macrodrenagem existente no município não é suficiente para eliminar os transtornos causados à população com os alagamentos.

CAUSA

A causa principal para o problema de macrodrenagem em Osasco está relacionada com a ausência de um planejamento urbano

atualizado e monitorado, consubstanciado em um Plano Diretor Municipal com as diretrizes claras de governo para o médio e longo

prazo.

Além disso, percebe-se um conjunto de causas isoladas que, quando somadas, prejudicam sobremaneira a macrodrenagem em

Osasco. As galerias existentes são antigas e os bolsões insuficientes para dar conta da vazão de toda a água oriunda das fortes chuvas,

especialmente durante o verão. Estes fatos, somados ao excesso de lixo nas ruas e a uma ocupação desordenada do solo, sem um modelo

pré-definido, acarretam em um grande volume de enchentes durante a temporada de chuva afetando direta e negativamente a imagem

da Prefeitura.

Além disso, outros fatores históricos afetam diretamente a macrodrenagem em Osasco. Temos uma cidade pouco verde e

arborizada, totalmente pavimentada, o que prejudica a absorção de grandes volumes de água, somado ao fato das técnicas de drenagem

utilizadas atualmente serem totalmente inadequadas e defasadas. Por fim, indiretamente, os problemas de articulação e transparência

com a SABESP, contribuem para este problema.

CONSEQUÊNCIAS

O volume de alagamentos e enchentes, especialmente durante as fortes chuvas de verão, permanece elevado, gerando prejuízos

aos cofres públicos, afetando diretamente a imagem do município junto à população e a mobilidade urbana da cidade de forma direta.

Além disso, aumenta-se o risco direto em relação à vida humana, seja pelo número de pessoas vivendo em áreas de riscos, pelos riscos

de desmoronamento, ou de proliferação de doenças. Isto leva a um visual degradado da cidade.

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ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Elaboração do Plano Diretor de Drenagem, desenvolvendo estratégias de prevenção de enchentes e alagamentos na cidade,

regulando os critérios para desenvolvimento de novos empreendimentos, desenvolvendo critérios de compensação ambiental para

aumentar a permeabilidade das vias, com um conjunto de estratégias de fiscalização, baseado em um profundo estudo de engenharia e

logística de drenagem. Este Plano Diretor deve prever ainda, a construção de novos piscinões, com estratégias atuais de monitoramento

e limpeza dos existentes e readequação das canalizações, de modo a aumentar a vazão das águas de chuva.

É necessário também rever os procedimentos e políticas internas de trabalho e de alocação de recursos humanos e financeiros,

de modo a intensificar a limpezas das galerias e córregos para que quando chova, tenha-se um bom escoamento, priorizando a reforma

administrativa das secretarias.

Por último, porém de fundamental importância, é a revisão dos tipos de contrapartidas exigidas de novos empreendimentos

(coleta de recicláveis e licenciamento ambiental) e o aumento dos ecopontos, visando reduzir drasticamente o descarte de lixos de

construção e outros pela cidade.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 20%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

5.2 - A microdrenagem não cobre toda a área urbanizada do município e mesmo as estruturas existentes não atendem a demanda. Além

disso, não existe um programa de manutenção preventiva, ou seja, as ações de desobstrução são, em sua maioria, por solicitação da

população após transtornos causados por alagamentos.

CAUSAS

As causas do problema relacionado a microdrenagem passam pela falta de planejamento estruturado quanto a cobertura e a

priorização de cobertura, falta de recursos para comportar toda a cidade, além de recursos aplicados de forma ineficiente, especialmente

as regiões de maior risco.

Por outro lado, há necessidade de aperfeiçoamento da cultura educativa e da conscientização da população quanto a educação

ambiental, gerando acúmulo de lixos depositados irregularmente pela cidade que afeta diretamente a microdrenagem.

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Por fim, a ausência de regulação de drenagem urbana (permeabilidade) afeta diretamente o planejamento operacional e respectiva

a solução deste problema.

CONSEQUÊNCIAS

Inevitavelmente, problemas com a microdrenagem na cidade têm consequência direta no aumento dos volumes de enchentes e

alagamentos, gerando forte impacto ambiental na cidade e uma imagem degradada da mesma, além de ser um grande fator gerador da

proliferação de doenças. Mais importante, contudo, está no impacto deste problema do não-atendimento das demandas do munícipes,

por uma cidade mais limpa, com redução das enchentes e valorizando a cidade como um todo.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

É necessário a elaboração de um processo de planejamento estruturado, de modo a direcionar adequadamente os investimentos

em microdrenagem, alocar os recursos para manutenção preventiva por meio de um correto planejamento operacional, cujo foco esteja

na plena cobertura e, enquanto isto não é possível, direcionando os esforços para as áreas de maior risco.

Outro aspecto relevante, diz respeito a conscientização da população quanto ao descarte de lixo de forma irregular, por meio da

realização de campanhas educativas elaboradas em conjunto com a SECOM. Além disso, a manutenção continuada e, na medida do

possível, preventiva, pode ocorrer em estreita parceria com as demais Secretarias Municipais envolvidas com o problema.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 10%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

5.3 - Problemas de abastecimento e perda de água na rede de distribuição e baixos índices de coleta e tratamento de esgoto em Osasco

comparado com outras regiões.

CAUSAS

As causas deste problema estão baseadas na falta de cumprimento das atribuições da SABESP e da ineficiência da Prefeitura na

fiscalização do contrato. Falta, ainda, uma regulação sistematizada.

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CONSEQUÊNCIAS

As consequências são totalmente danosas à saúde da população, pois contribuem para a proliferação de doenças. Além disso,

tem-se uma cobertura ineficiente e um desperdício de água no sistema. Por fim, indiretamente, pode gerar perda de investimentos na

municipalidade, em razão das condições de abastecimento e esgotamento sanitário.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Envidar esforços políticos junto a SABESP, no sentido de revisar as condições constantes do contrato vigente, ação que pode

ser reforçada por meio da criação de agência reguladora municipal, intensificando a fiscalização e aplicação de multas por

descumprimento de cláusulas contratuais. Por fim, mas com grande importância é necessário implantar o Plano Municipal de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, podendo ser uma grande alavanca para enfrentamento deste problema.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 6,7%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense;

PROBLEMA

5.4 - Os serviços de coleta de resíduos sólidos têm abrangência inferior a outros municípios da Região acarretando prejuízo na qualidade

da coleta e a cobertura da coleta seletiva está muito abaixo do que é ideal.

CAUSAS

As principais causas relativas a esse problema, especialmente quanto à coleta seletiva ineficiente, estão relacionadas aos itens

acessórios para o aperfeiçoamento da coleta e o aumento de sua cobertura. Pode-se mencionar a ineficiência das caçambas, a logística

deficiente de coleta e os modelos de sacos de lixo utilizados.

*A abrangência não seria um problema, pois atendemos 100%. Falta de coleta seletiva e necessidade de implantação de ecoponto são

os problemas.

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CONSEQUÊNCIAS

Como consequência, tem-se um município com serviços de limpeza deficitário, contribuindo para a proliferação de doenças,

degradando o visual da cidade, além de uma falha na coleta seletiva e o esgotamento do aterro.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

A primeira diz respeito à possibilidade de adoção do regime jurídico de PPP para a gestão de todo o serviço e/ou o aumento dos

incentivos às cooperativas visando o aumento da coleta seletiva de lixo, diminuindo o volume de resíduos depositados no aterro.

Por outro lado, deve-se repensar e reestruturar a logística de coleta no município, integrado ao aumento da eficiência na

fiscalização e a campanhas educativas de educação ambiental junto à população.

Finalmente, outros meios de coleta alternativo podem ser implementados ou reforçados. Podem ser: implantação de caçambas

subterrâneas em locais estratégicos da cidade; ampliação dos ecopontos; formulação de parcerias junto a iniciativa privada,

especialmente estruturado a partir da lei de grandes geradores.

MACRODIRETRIZES LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 13,3%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

5.5 - A conservação das vias da cidade se mostra bastante precária, em relação às atividades de tapa buraco, recapeamento e

pavimentação.

CAUSAS

Não há um programa estruturado de manutenção preventiva da pavimentação e recapeamento das vias do município. Além disso,

a fiscalização das empresas prestadoras de serviços é feita de forma precária. Percebe-se também, que a qualidade do asfalto utilizado é

baixa, seja pela especificação das licitações, ou pela má fiscalização. Soma-se a isto a falta de fiscalização e controle quanto aos

caminhões com excesso de peso circulando pela cidade, os quais se veem livres do trânsito das grandes vias que contornam o município.

Além disso, a sinalização em determinados pontos da cidade é falha.

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Por fim, identificou-se também como causa, a falta de integração entre a PMO e as concessionárias (SABESP, CONGAS, VIVO)

na realização de diversas atividades de manutenção das vias. Há relatos de situações em que concessionárias iniciaram serviços de

manutenção periódica em vias de Osasco, logo após o recapeamento realizado pelo Município.

CONSEQUÊNCIAS

Vias esburacadas e mal recapeadas afetam diretamente o trânsito da cidade, aumentando os índices de congestionamentos, além

do índice de acidentes de trânsito. Esse problema afeta também os cofres municipais, tendo em vista as necessidades de novas operações

nas vias em período muito inferior ao planejado e, ainda como consequência, ações de munícipes contra a Prefeitura, pedindo

indenizações por prejuízos causados pela qualidade das vias. Finalmente, a imagem da cidade fica prejudicada, afetando a atração de

novos investimentos.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Começa-se pela contratação de empresa terceirizada para a realização dos serviços, através de processos licitatórios, com

especificações adequadas quanto a qualidade asfáltica exigida pelo Município. Para balizar estas licitações, faz-se necessário um

mapeamento de toda a cidade, de modo a elaborar um amplo programa de manutenção das vias. Por outro lado, durante a execução dos

serviços, deve-se intensificar a fiscalização, vistoriando a espessura asfáltica utilizada vis-à-vis a especificação vencedora da licitação,

aplicando todas as penalidades cabíveis às empresas quando for o caso.

Além disso, duas ações devem ser levadas a efeito de modo a contribuir para a melhor e maior qualidade das vias públicas de

Osasco a longo do tempo. A primeira diz respeito a elaboração de um plano de circulação viária para caminhões, com limites de peso e

acesso, de modo a contribuir também para a melhoria do trânsito da cidade. Já a segunda refere-se a uma ação político-institucional

junto às diversas concessionárias de serviços públicos, de maneira que suas ações preventivas estejam em sintonia com as ações

preventivas da municipalidade.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 6,7%

2 - Osasco Cidade Renovada.

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PROBLEMA

5.6 - A manutenção da iluminação pública existente não é adequada e representa o principal item de reclamação no 156 (falha, ausência

ou precariedade).

CAUSAS

A iluminação pública é um problema crítico para a cidade, em especial pelas consequências que traz à segurança. A causa deste

problema está baseada na ausência de fiscalização e de manutenção preditiva, além do fato do sistema atual ser antigo. Ademais, tem-

se o fato do contrato atual com a concessionária não ser adequado e as dificuldades de cobertura nas áreas livres (Km 18). Por fim, frisa-

se que o 156 não deve servir de referência como indicador.

CONSEQUÊNCIAS

Como consequência tem-se uma cidade com ruas escuras, que colaboram para o aumento da violência, vandalismo e furtos,

gerando prejuízos à imagem do município, além de prejuízos financeiros, diretos e indiretos, pois é um fator negativo a atração de novos

investimentos na cidade.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Intensificar a implementação e modernização da rede e da cobertura de iluminação a população através de um novo contrato de

PPP da iluminação pública, de modo a modernizar todo o sistema, dispor de uma cidade mais bem iluminada e com menores custos em

razão da adoção do sistema LED na iluminação.

Outra estratégia que se pode lançar mão diz respeito a fiscalização do contrato de PPP e de concessionárias que pode se dar,

inclusive, através da criação de uma agência reguladora.

Por fim, deve-se avaliar a possibilidade de atuação integrada entre Secretaria de Saúde e de Segurança Pública.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 20%

2 - Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

5.7 - Ausência de um processo de manutenção preventiva continuada nos próprios municipais.

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CAUSAS

Não há um calendário com um planejamento de manutenção preventiva dos próprios municipais por falta de articulação entre as

diversas pastas envolvidas, recursos humanos e equipamentos adequados, sem o devido mapeamento das áreas de riscos.

CONSEQUÊNCIAS

Degradação dos próprios municipais, em razão da disponibilização de equipamentos sem a devida manutenção, deteriorando a

imagem da Prefeitura perante a população, além de um maior ônus aos cofres públicos com ações corretivas.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Criação de uma estrutura administrativa adequada para esta finalidade, com a criação do Departamento de Manutenção de

próprios, investimento em novas equipes para gestão dos próprios e novos contratos de terceirização para a realização dos serviços,

calcado em um conjunto de SLA´s, que permitam a fiscalização do contrato e a aplicação das devidas penalidades quando necessário.

Por se tratar de um conjunto muito grande de equipamentos, deve-se pensar na possibilidade de contratação de mais de uma empresa

especializada e de uma empresa gerenciadora para acompanhar os cumprimento dos contratos. Por fim, de posse destes instrumentos,

deve-se investir na construção e implantação de um calendário de manutenção preventiva dos próprios municipais, com profissionais

valorizados e com a contratação e compra dos equipamentos necessários.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 6,7%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA31

5.8.1 - O espaço destinado ao velório e cemitério municipal não é adequado ao tamanho do Município.

31 Um dos grupos preferiu construir uma nova visão do problema focado em insuficiência e manutenção inadequada.

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CAUSAS

A inadequação do espaço se dá pela dificuldade existente de conservação, manutenção e reforma dos espaços em Osasco, e por

haver uma ausência de fiscalização e de segurança adequada, contemplando ainda aspectos como o planejamento inadequado das ações

e o efetivo reduzido de funcionários para atuação diária.

CONSEQUÊNCIAS

A falta de segurança contribui para o tráfico de drogas, furtos e ainda tem por consequência o abandono dos equipamentos

públicos.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Surgiram estratégias voltadas à melhoria dos espaços existentes atualmente por meio de uma plano de reforma e manutenção,

visando a adequação dos espaços a critérios atuais de segurança e limpeza. Também propõe-se a inserção de assistentes sociais nos

cemitérios para fazer o apoio às famílias carentes. Outra estratégia está relacionada a novos tipos de cemitérios para cumprir, em

quantidade, com o tamanho da cidade, tais como a construção de cemitérios verticais.

Além disso, entende-se como extremamente relevante a melhoria da qualidade de vida dos funcionários que exercem esta

atividade, por meio de capacitações e remunerações adequadas, com funcionários capazes de realizar a fiscalização dos espaços. Para

tanto, deve-se pensar em ações articuladas entre as pastas para viabilizar a melhoria da qualidade do serviço.

Finalmente, um ponto que deve ser levado a efeito e discutido de forma estruturada, está no aceite, ou não, de sepultamentos de

pessoas com história na cidade, porém que atualmente não residem mais em Osasco.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 3,3%

PROBLEMA32

5.8.2 - O espaço dos cemitérios são insuficientes e com segurança inadequada.

32 Segundo grupo de trabalho, o problema 5.8.1 é melhor caracterizado conforme consta deste 5.8.2.

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CAUSAS

O processo de manutenção preventiva destes espaços é precária e a segurança inadequada que, por conseguinte, afeta a

manutenção.

CONSEQUÊNCIAS

Há grande insegurança dos munícipes no uso do espaço.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Elaborar estudo técnico voltado a verificar a capacidade dos cemitérios existentes e a forma de expansão dos espaços, valendo-

se, caso for possível, de estruturas verticais. Desenvolver trabalhos conjuntos com outras Secretarias, voltados a melhorar a manutenção

dos espaços e a segurança, priorizando ações articuladas.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

3 - Orgulho de ser osasquense. 3,3%

PROBLEMA

5.9 - O cadastro de domicílios da Cidade está desatualizado o que prejudica o redesenho de uma política de atendimento.

CAUSAS

Houve um crescimento do município sem um planejamento urbano estruturado. Um dos grupos, contudo, não reconheceu este

como um problema do Eixo.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências deste problema passam por construções desordenadas e sem um controle adequado, afetando diretamente a

capacidade de arrecadação do município.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Realizar um novo censo municipal e um georreferenciamento da cidade, de modo a fazer uma ampla atualização cadastral e

permitir, com isso, o aprimoramento da fiscalização.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 3,3%

NOVO PROBLEMA

Inexistência de uma gestão intersecretarial para gestão de áreas de risco (encostas, ocupações).

CAUSAS

A causa deste problema está baseada na ausência de ação integrada e articulada entre as diversas secretarias municipais e, muitas

vezes, até sobreposição das secretarias no que tange à atuação na gestão e monitoramento de áreas de riscos.

CONSEQUÊNCIAS

Como consequência, tem-se a ocupação irregular dos espaços, sem a segurança e infraestrutura necessária, potencializando

problemas mais graves como o deslizamento de terras.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Elaborar plano de ação, ou política integrada e matricial, de gestão de áreas de riscos, além de desenvolver programas

intersecretariais, voltados a evitar novas ocupações irregulares.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 6,7%

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Diagnóstico do Eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana para o Município

Tabela sintética – Indicadores gerais de zeladoria e infraestrutura urbana

Zeladoria e Infraestrutura Urbana Ano Município RMSP ESP

Domicílios com coleta de lixo (Em %) 2010 99,3 99,6 98,2

Domicílios com lixo acumulado nos

logradouros (Em %) 2010 9,7 5,0 4,0

Domicílios em área sem iluminação pública

(Em %) 2010 1,7 3,0 2,3

Domicílios em área não pavimentada (Em %) 2010 1,8 4,8 5,7

Domicílios em área sem rampa de acesso (Em

%) 2010 97,3 93,4 94,8

Domicílios em área sem calçamento (Em %) 2010 4,3 9,5 10,2

Domicílios em área com esgoto à céu aberto 2010 8,8 5,3 3,9

Índice de coleta de esgoto 2015 57,19 56,95 77,57

Índice de tratamento de esgoto 2015 41,84 54,55 84,52

Média da avaliação da Limpeza (Escala 0 a

10) 2016 3,75 - -

Média da avaliação da Iluminação Pública

(Escala 0 a 10) 2016 3,80 - -

Média da avaliação da Conservação do

Asfalto (Escala 0 a 10) 2016 3,66 - -

Média da avaliação do Abastecimento de

Água (Escala 0 a 10) 2016 3,64 - -

Média da avaliação da Coleta de lixo (Escala

0 a 10) 2016 4,25 - -

Proporção de cidadãos que tiveram falta de

água em sua casa nos últimos 15 dias (Em %) 2016 53,63 - -

Proporção de cidadãos que fazem a separação

de lixo reciclável em suas residências (Em %) 2016 22,64 - -

O início da ocupação de Osasco teve a ferrovia como fator orientador de sua expansão

urbana. Foi no entorno das estações que então se consolidaram os núcleos residenciais e

industriais, embora também tenham sido observados loteamentos em áreas fora da abrangência da

linha férrea. Além disso, a estruturação urbana de Osasco teve forte influência de sua relação com

a Capital, em razão de sua proximidade e facilidade de acesso, a princípio como um subdistrito e

depois como município emancipado política e administrativamente em 1962.

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Na década de 70, o município foi, de fato, ocupado, quer pelo desenvolvimento e dinâmica

da própria RMSP, quer pela própria oferta de empregos disponibilizados nas indústrias instaladas.

A urbanização, contudo, ocorreu, de início, nas áreas mais próximas de São Paulo, confirmando a

forte polarização da Capital. Porém, com o início da crise econômica no final dessa mesma década,

observou-se em Osasco, um maior adensamento por assentamentos irregulares (favelas), de forma

mais intensa nas várzeas, processo agravado nos anos seguintes.

A dinâmica de crescimento e distribuição da população produziu um território

extensamente ocupado, com grau de urbanização de 100%, sendo observado, mais recentemente,

outro acelerado processo, o de verticalização, principalmente das áreas mais consolidadas e com

melhor infraestrutura.

Verificou-se, ainda, a ocupação de regiões cada vez mais distantes, principalmente em

direção ao Norte de Osasco, algumas ainda áreas florestadas, com ruas de terra, sem água, esgoto

e energia elétrica. As ocupações irregulares foram ocorrendo de forma descontrolada e intensa, em

locais com relevo acidentado, ou muito próximas de cursos d’água, casas pequenas e precárias,

caracterizando a favelização dessa periferia, única alternativa de moradia para as camadas mais

pobres da população. Como exemplo, tem-se os bairros de Jardim Açucará, Jardim Aliança, Jardim

Rochdale, Jardim Baronesa (Buraco do Sapo), Jardim Santa Rita e Morro do Socó, com problemas

sérios de infraestrutura, uma vez que a ocupação se deu em morros e encostas, além de áreas de

várzea.

Drenagem Urbana

Em Osasco, foi desenvolvido o Plano Municipal de Drenagem Urbana (PMDU), que

propõe avanços quanto ao objetivo de uma cidade mais sustentável ambientalmente e que respeite

e preserve os seus leitos de rios e córregos, melhorando a qualidade de vida de todos os cidadão.

Deste modo, o PMDU compreende uma proposta de manejo das águas pluviais urbanas,

que por um lado envolve uma infraestrutura de macrodrenagem que conta com cursos d’água

canalizados e não canalizados e reservatórios; e que por outro, considera uma estrutura de

microdrenagem composta por galerias, bocas de lobo, guias, sarjetas e sarjetões. Esse serviço

prestado de modo eficiente, impacta na mitigação de alagamentos e enchentes, e doenças como

leptospirose e dengue.

O serviço de drenagem de Osasco é executado pela Secretaria de Obras, Secretaria de Meio

Ambiente, Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano, e pela Coordenadoria de Defesa

Civil. Essa prática dificulta a articulação e o planejamento de ações para operação e manutenção

das estruturas existentes, assim como o estabelecimento de um orçamento que responda as

necessidades do município.

Os principais cursos d’água da rede hidrográfica de Osasco são: Ribeirão Vermelho;

Córrego Baronesa; Córrego Rico; Córrego Continental; Córrego Bussocaba; Córrego João Alves;

Córrego do Tijuco Preto; e Ribeirão Carapicuíba. Alguns desses cursos d’água e seus afluentes

tiveram seus leitos canalizados por seção aberta ou fechada. Assim, o município conta com 15,3

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km de canalizações, sendo 41% em seção aberta. Osasco também dispõe de três reservatórios

(Rochdale, Bonança e Anhanguera), com capacidade de armazenar 172.000 m³.

As principais bacias afetadas com alagamento são: Ribeirão Vermelho, Córrego

Bussocaba, Córrego João Alves, Córrego Baronesa, Córrego Quitaúna e Córrego Rico.

Tabela – Volume de armazenamento dos reservatórios, Osasco, 2016

Situação Reservatório Endereço

Volume

de

detenção

(m³)

Data da

conclusão

Existente

Rib. Vermelho - Anhanguera Estrada Turística do Jaraguá 160.000 Dez-09

Córrego Bonança Rua Jacinto José de Souza 62.000 Abr-07

Rib. Vermelho - Rochdale Rua Pinheirinho 25.000 Abr-07

Previstos

Córrego Girassóis - 105.000 -

Córrego Três Montanhas - N/D -

Córrego Quitaúna - N/D - Fonte: DAEE/Departamento de Águas e Energia Elétrica – Governo de São Paulo.

Por sua vez, a microdrenagem compreende as principais estruturas hidráulicas responsáveis

pela captação e destinação das águas superficiais provenientes das chuvas. Porém, estas unidades

não cobrem toda a área urbanizada do município e mesmo as estruturas existentes não atendem a

demanda. Além disso, não existe um programa de manuntenção preventiva, ou seja, as ações de

desobstrução são, em sua maioria, por solicitação da população após transtornos causados por

alagamentos. Essa situação agrava-se ainda mais pela grande impermeabilização do solo.

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Em Osasco, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são prestados

mediante regime de concessão pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

(Sabesp). A Lei nº 11.445/2007, determina que os municípios são responsáveis pela regulação e

fiscalização, assim como a definição dos procedimentos de atuação no saneamento básico. Nesse

sentido, o Plano Municipal de Abstecimento de Água e Esgotamento Sanitário do município de

Osasco é um instrumento fundamental para fiscalização do serviço e melhora no desempenho do

serviço.

Em fevereiro de 2017, o Instituto Trata Brasil elaborou um Ranking do Saneamento,

considerando em sua metodologia, os 100 municípios com maior população. Os dados são

retirados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de

2015, elaborado no âmbito do Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS),

vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Entre as

variáveis estudadas estão: população; fornecimento de água; coleta e tratamento de esgoto;

investimentos; e perdas de água. Por esse estudo, Osasco ocupa a 52ª posição entre os 100

municípios da amostra.

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Entre os indicadores analisados pelo relatório do Instituto Trata Brasil está a média dos

investimentos em saneamento sobre receita dos últimos cinco anos. A metodologia considera, não

apenas os investimentos realizados pela concessionária, mas também os investimentos realizados

pelo poder público (Município e Estado). Deste modo, o município de Osasco recebeu

investimento médio de R$ 175 milhões nos últimos 5 anos. Considerando uma arrecadação média

de R$ 1.120,76 milhões, deflacionados pelo IPCA, observa-se que 15,63% dessa arrecadação foi

investida em infraestrutura de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O indicador médio

dos 100 municípios da amostra equivale a 23,15% da arrecadação, valor bastante maior ao

observado em Osasco.

No que se refere ao abastecimento de água, o índice de atendimento, conforme os dados do

SNIS 2015, era de 100% dos domicílios. Ainda em 2015, o município contava com 270,6 mil

economias ativas de água e 170,4 mil ligações, resultando numa densidade de 1,55 economias de

água por ligação. A participação das economias residenciais de água é de 93,7% do total das

economias de água, ou seja, quase 254 mil economias residenciais. O consumo médio de água per

capita é de 131,5 litros ao dia por habitante. As adutoras das Estações de Tratamento de Água

(ETA) de Guaraú e Guarapiranga eram responsáveis pela distribuição.

Tabela – Total de ligações e economias ativas de água, Osasco, 2010 e 2015

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, o índice de perdas

na rede de distribuição de água em Osasco era de 45% em 2014, caindo para 35,7% em 2015. Esse

percentual representava uma perda de 293 litros ao dia por ligação de água. Tal valor era inferior

à média nacional divulgado no SNIS 2015, de 36,7%. Comparativamente, entre os 645 municípios

paulistas, Osasco ocupava a 450ª posição no índice de perdas na distribuição de água. Portanto, é

determinante que se fortaleçam os programas de controle de perdas, e se acelere a renovação de

redes e ligações.

237.300243.253

249.211256.668

263.661270.608

156.422 159.971 163.562167.806 171.349 174.391

150.000

170.000

190.000

210.000

230.000

250.000

270.000

290.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Economias ativas de água Ligações ativas de água

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A avaliação do serviço de abastecimento de água apresentava uma profunda insatisfação

em Osasco. Em 2016, conforme pesquisa primária elaborada pela Secretaria de Planejamento e

Gestão (SEPLAG), na opinião da população, o serviço obteve nota média 3,6 (escala 0 a 10). Entre

os fatores que possam justificar essa insatisfação está a interrupção no abastecimento de água. De

acordo com a pesquisa, 56,3% dos cidadão relataram falta de água em sua casa nos últimos 15 dias

que antecederam a entrevista.

De acordo com o SNIS, em 2015, foram computadas 586 economias de água atingidas por

paralização na distribuição. Essas interrupções duraram, em média, quase 15 horas. Em 2014,

ápice do racionamento de água, 5.804 economias foram atingidas pela falta de água. Essas

paralizações decorrem da redução da pressão nas tubulações pela SABESP e consequente

diminuição do volume de água disponibilizado por economia.

Gráfico – Volume de água disponibilizado por economia (m³/mês/econ.), Osasco, 2010 e 2015.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Em relação ao esgotamento sanitário, em 2015, o município contava com 194,8 mil

economias ativas de esgoto e 127,3 mil ligações, resultando numa densidade de 1,53 economias

de esgoto por ligação. Entre 2014 e 2015, verifica-se um aumento de 2,5% no número de ligações

conectadas a rede. De acordo com o SNIS 2015, faltam 32.623 ligações para universalização da

coleta de esgoto. Porém, entre 2014 e 2015, foram implementadas apenas 11,9% das ligações

faltantes.

24,0 24,0

29,6

31,4

25,2

18,2

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

27,0

29,0

31,0

33,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

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Tabela – Total de ligações e economias ativas de esgoto, Osasco, 2010 e 2015.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

De acordo com o SNIS 2015, o índice de coleta de esgoto (volume de esgoto coletado em

relação ao volume de água consumida) em Osasco, correspondia à 57,2%, bastante inferior à média

total do estado de São Paulo, que era de 77,6%. Entre os 645 municípios paulistas, Osasco ocupava

apenas a 538ª posição no índice coleta de esgoto.

Gráfico – Índice de Coleta de Esgoto, Osasco, 2010 e 2015 (em %)

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Uma vez coletado o esgoto doméstico, não significa que será tratado para posterior descarte

ou reuso. No último elemento do grupo de Nível de Cobertura, o critério de tratamento do esgoto

é calculado com base no índice de esgoto tratado referido ao esgoto coletado. Assim, em Osasco,

apenas 41,8% do esgoto coletado passava pela Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) de

110.148113.686 116.540

120.111124.051

127.329

163.343168.820

174.059180.174

186.905

194.853

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

150.000

160.000

170.000

180.000

190.000

200.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ligações ativas de esgotos Economias ativas de esgotos

55,555,4

55,2

55,4

55,7

57,2

55,0

56,0

57,0

58,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

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Barueri. Segundo o SNIS 2015, a média paulista para tratamento dos esgotos gerados era 84,5%,

ou seja, o índice do município era bastante menor do que a referida média. A maioria dos coletores-

tronco, que deveriam transportar o esgoto para a estação de tratamento, ainda estão com obras em

andamento ou não foram iniciados.

Gráfico – Índice de Tratamento de Esgoto, Osasco, 2010 e 2015 (em %).

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Resíduos Sólidos

Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a gestão do resíduos sólidos deve

sempre observar a seguinte ordem de prioridade: não geração; redução; reutilização; reciclagem;

tratamento dos resíduos sólidos; e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Nesse

contexto, a Prefeitura Municipal de Osasco elaborou o seu Plano Municipal de Gestão Integrada

dos Resíduos Sólidos (PMGIRS), que apontam importantes questões, tanto ambiental quanto

economicamente.

De acordo com o SNIS, entre 2014 e 2015, a movimentação de recursos para gestão de

resíduos sólidos aumentou 114,6%, passando de R$ 41 milhões para R$ 83 milhões anuais. Cerca

de 90% dessa despesa refere-se ao contrato de coleta de resíduos sólidos de responsabilidade da

concessionária EcoOsasco Ambiental S/A.

Deste modo, em 2015, a despesa per capita com resíduos sólidos em Osasco alcançou R$

119,65 por habitante. Comparativamente, considerando os outros quatro municípios com mais de

500 mil habitantes na Região Metropolitana de São Paulo, a cidade de São Paulo desembolsou R$

176,01 por habitante no manejo de resíduos sólidos, seguida por São Bernardo do Campo (R$

158,92/hab), Guarulhos (R$ 131,95/hab), e Santo André (R$ 129,09/hab).

Com relação à taxa de coleta e remoção de resíduos sólidos, em Osasco, o valor arrecadado

em 2015, foi de R$ 22,8 milhões, ou seja, taxa de R$ 32,76 por habitante. Em termos comparativos,

o município de São Bernardo do Campo arrecadou R$ 77,77 per capita, enquanto que Santo André

recolheu R$ 78,63 por habitante.

30,0

31,9

41,0

38,1

36,0

41,8

29,0

31,0

33,0

35,0

37,0

39,0

41,0

43,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

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127

Gráfico – Arrecadação anual referente à taxa de coleta e remoção de resíduos sólidos, Osasco,

2011 a 2015

Fonte: Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a partir de dados da Secretaria de

Finanças.

O município de Osasco contava, em 2015, com pouco mais de 560 coletores, varredores e

capinadores, além de 20 caminhões compactadores, percorrendo uma área de 65 km² em 60

bairros. Outros 60 trabalhadores eram alocados em unidades de disposição final dos resíduos e 15

empregados no gerenciamento. Considerando apenas os trabalhadores da coleta de resíduos

(motoristas e coletores), Osasco contava com 0,24 empregados por 1 mil habitantes. Por sua vez,

considerando os outros municípios da RMSP com mais de 500 mil habitantes, em Santo André

essa taxa era de 0,57 empregados/1mil habitantes, seguido por Guarulhos (0,38 empregados/1mil

hab), São Paulo e São Bernardo do Campo (ambos 0,34 empregados/1 mil hab).

Pelo SNIS 2015, verificou-se a incidência de 57,5% trabalhadores de empresas

concessionária sobre o total de trabalhadores no manejo de resíduos em Osasco. Por sua vez, o

município de Santo André terceirizou 100% do manejo de resíduos sólidos e, na sequência,

aparecem São Bernardo do Campo com 97% de terceirização e São Paulo, com 96%.

Os recursos empenhados em 2015, possibilitaram que Osasco coletasse 242.859 toneladas

de resíduos sólidos, cobrindo 100% dos domicílios. Esse volume é 1,8% superior ao observado no

ano anterior. Considerando a massa total de resíduos domiciliares e de limpeza pública coletados

pelos maiores municípios da RMSP, a cidade de Osasco recolheu diariamente 0,96 quilogramas

por habitante, seguida pela cidade de São Paulo (0,92 kg/hab), São Bernardo do Campo (0,91

kg/hab), Santo André (0,90 kg/hab), e Guarulhos (0,82 kg/hab).

14,3215,17

15,59

16,91

22,76

10

12

14

16

18

20

22

24

2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

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128

Gráfico – Estudo gravimétrico dos resíduos sólidos domiciliares, Osasco, 2014.

Fonte: Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a partir de dados da EcoOsasco

Ambiental.

Na avaliação da população de Osasco, o serviço de coleta de resíduos era insatisfatória.

Conforme pesquisa primária elaborada pela SEPLAG, em 2016, na opinião da população, o

serviço obteve nota média 4,25 (escala 0 a 10). As entrevistas também apontaram que apenas

22,6% dos cidadãos faziam a separação de lixo reciclável em suas residências.

Em relação à coleta seletiva, o SNIS 2015, apontava que foi recolhido e reciclado 1.346

toneladas de resíduos secos em Osasco, ou seja, pouco menos de dois quilogramas por

habitante/ano. A coleta seletiva ocorria, basicamente, por meio de coleta porta a porta, realizada

pela Prefeitura. Ela atendia 28,78% da população, cobrindo quase integralmente os bairros City

Bussocaba, Padroeira, Jardim Roberto, Cidade das Flores, Pestana, Vila Yolanda, Km 18,

Quitaúna, Vila Militar, Presidente Altino, Industrial Remédios, Ayrosa, Rochdale, Piratininga,

IAPI, Aliança e Mutinga.

O município de Osasco conta com três cooperativas de catadores constituídas

(CooperMundi, CooperNatuz e CooperAreis). No total, essas cooperativas envolviam 108

trabalhadores no processo de reciclagem dos resíduos sólidos.

Pelo SNIS 2015, apenas 0,55% dos resíduos sólidos domiciliares eram coletados e

reciclados. A distribuição gravimétrica dos resíduos seletivos, no SNIS 2015, apontava 40% de

papel/papelão, 30% de plásticos, 18% de metais, e 12% de vidros. Comparativamente, a coleta

seletiva na cidade de São Paulo era efetuada pelas empresas consorciadas e cooperativas, com

cobertura de 68,61% da população e massa anual per capita recolhida por coleta seletiva de 7,3

kg/hab. Já o município de São Bernardo do Campo contava com cobertura de 100% e a massa

recolhida pela coleta seletiva atingia 11,3kg/hab. Por sua vez, a coleta seletiva em Santo André

também cobria 100% da população e recolhia 17,2 kg/hab. Vale destacar que, tanto em São

Matéria Orgânica ; 56,7%

Papel, papelão e jornal; 14,1%

Plástico; 11,6%

Embalagem Longa Vida; 1,5%

Vidro; 0,9%

Embalagem PET; 0,5%

Metais ferrosos; 0,3%

Alumínio; 0,3%

Outros; 14,2%

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Bernardo do Campo, como em Santo André, a coleta seletiva era realizada 100% por empresa

contratada.

Em relação aos resíduos da construção civil (RCC) e outros descartes volumosos, cerca de

34 mil toneladas eram coletados por caçambeiros autônomos. Porém, não existe instrumentos

adequados de controle e fiscalização para o monitoramento dos pontos de descarte, em sua grande

maioria, irregulares. Esses pontos irregulares multiplicam-se pela cidade, principalmente em áreas

livres e margens de cursos d’água. O município também não conta com uma estrutura de

tratamento e destinação desses rejeitos. O Programa Osasco Recicla prevê ações específicas para

os resíduos da construção civil, como por exemplo a implantação de Ecopontos para pequenos

geradores, priorizando a proximidade com os locais de descarte irregular.

No que se refere a limpeza urbana, o município de Osasco possuía 300 varredores, sendo

que 40% desses trabalhadores eram terceirizados pela empresa concessionária EcoOsasco

Ambiental. A taxa de varredores per capita era de 0,43/hab. Em 2014, foi varrida uma extensão

total de 122,8 mil quilômetros, ao custo de R$ 100,56/km. Nos demais municípios de grande porte

da RMSP, todos tinham 100% do serviço de varrição terceirizado. O município de Santo André

apresentava a mesma taxa de varredores per capita que Osasco (0,43/hab), seguido por Guarulhos

(0,26/hab) e São Bernardo do Campo (0,20/hab).

Vale destacar que, em Osasco, existem 56 feiras livres semanais. O trabalho de limpeza

recolhe, em média, 251,53 toneladas de resíduos por mês, que são destinados ao aterro sanitário,

uma vez que não há usinas de compostagem para reaproveitamento desses rejeitos para a produção

de adubo, que poderiam ser comercializados ou utilizados em praças, parques e jardins da cidade.

Para o serviço de capina e poda, Osasco contava com 94 funcionários, sendo 11,7% terceirizados.

Em 2014, o serviço era realizado apenas manualmente, sem utilização de máquinas.

O aterro de Osasco, administrado pela EcoOsasco Ambiental S/A, é o principal destino dos

resíduos sólidos domiciliares e da limpeza urbana. Pelo Inventário Estadual de Resíduos Sólidos

Urbanos (CETESB, 2015), esse aterro apresentava condição inadequada. Deve-se destacar a

necessidade de um monitoramento mais efetivo por parte da prefeitura quanto ao controle de

entrada de resíduos. Em relação as instalações, o aterro não permite aproveitamento de gases.

Também não há sistema de impermeabilização da base, podendo comprometer os lençóis freáticos.

Faz-se necessário, portanto, a elaboração do Plano de Monitoramento de Águas Superficiais e

Subterrâneas. Outra preocupação que ganha relevância é a vida útil do aterro.

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Gráfico – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR), Osasco, 2006 a 2015

Fonte: Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos, 2015, CETESB.

Energia Elétrica

Em relação à energia elétrica, o Censo Demográfico de 2010, mostrava que 98,7% dos

domicílios particulares eram atendidos pela AES Eletropaulo. Assim, pouco mais de 2,5 mil

domicílios tinham acesso à energia elétrica por outras fontes e muitos desses domicílios recorriam,

provavelmente, às ligações irregulares. Outros 91 domicílios afirmaram não possuir acesso à rede

de energia elétrica.

Tabela 6.2.16 – Domicílios Particulares Permanentes, por existência de energia elétrica, Osasco,

2010.

Existência de energia elétrica Nº

Tinham - de companhia distribuidora 199.252

Tinham - de outra fonte 2.550

Não tinham 91

Total de Domicílios Ocupados 201.894 Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

Em 2015, o município de Osasco consumiu 1,494 milhão de MWh distribuído por 269.768

consumidores. A maior parte desse consumo de energia elétrica era absorvido por residências

(40,8%), seguida pelo comércio (35,7%) e indústria (17,3%).

7,4 7,5

7

6,5

7

4,6

7,88,1

9,1

5,3

4

5

6

7

8

9

10

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

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Gráfico - Consumo de energia elétrica (em mwh) segundo tipo de consumo, Osasco, 2010 a 2015.

Fonte: Anuário de Energéticos por Municípios, 2016 – Secretaria de Energia e Mineração, GESP.

Em relação a iluminação pública, em 2010, o Censo Demográfico apontava que 3 mil

domicílios em área com ordenamento urbano regular (excetuando favelas e ocupações irregulares)

não tinham iluminação no entorno. Por sua vez, entre 2010 e 2015, o consumo de energia elétrica

na iluminação pública aumentou 3,9%, passando de 30.272 MWh para 31.440 MWh. O pico de

consumo de energia elétrica na iluminação pública foi, em 2011, com 31.740 MWh.

Durante esse período, o consumo revela que pouco se investiu na ampliação do parque

luminotécnico da cidade, que conta com aproximadamente 40 mil luminárias. Visando a

modernização desse parque, em 2016, foram instaladas cerca de 5 mil luminárias LED, que estão

sob investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo, por suspeita de superfaturamento.

Na avaliação da população de Osasco, o serviço de iluminação pública era insatisfatória. Conforme

pesquisa primária elaborada pela SEPLAG, em 2016, na opinião da população, o serviço obteve

nota média 3,8 (escala 0 a 10).

Conservação do Asfalto

De acordo com o Censo Demográfico de 2010, pouco mais de 3,4 mil domicílios em área

com ordenamento urbano regular (excetuando favelas e ocupações irregulares) não contavam com

pavimentação no seu entorno, com destaque para os bairros Santa Fé, Aliança, Rochdale e São

Pedro.

Considerando a conservação do asfalto, na avaliação da população de Osasco, o serviço de

manutenção era bastante insatisfatório. Em dezembro de 2016, o Portal 156 apontava o reparo de

pavimento asfáltico como o terceiro serviço com mais solicitações, demonstrando a necessidade

de intensificação do programa de tapa-buraco e priorização de bairros mais afetados.Conforme

pesquisa primária elaborada pela SEPLAG, em 2016, na opinião da população, o serviço obteve

574606

634 644 645609

415 417368 364

338

259

436 448 465 468

518 534

30 32 32 32 31 31

63 63 62 56 65 60

0

100

200

300

400

500

600

700

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ares

Residencial Industrial Comercial

Iluminação Pública Poderes e Seviços Públicos Consumo Próprio

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132

nota média 3,66 (escala 0 a 10). Os bairros com pior avaliação eram Rochdale, Mutinga, Quitaúna,

Km 18, Pestana e Jardim Roberto.

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133

Potencialidades

O município de Osasco possui em sua agenda pública, uma carteira de convênios

contratados e em execução em macrodrenagem considerados importantes ao município, tais como

a canalização do Córrego Rico. Do mesmo modo, existem projetos assinados e ainda não iniciados

para implantação de infraestrutura de microdrenagem. Esse cenário permite otimizar o processo

de decisão, planejamento e implementação da política de drenagem. Ainda assim, diante do atual

momento de priorização de recursos, é necessário garantir a execução físico-financeira para o

andamento e conclusão dos projetos.

A administração pública já conta com um Plano Municipal de Drenagem Urbana, de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário e um Plano Municipal de Resíduos Sólidos,

produzidos recentemente. Eles permitem tratar sistematicamente os inúmeros desafios de cada

temática, com impactos profundos na dinâmica da população de Osasco.

Em relação aos resíduos sólidos, a Prefeitura tem firmado com o BNDES (Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social) um convênio de colaboração financeira para ampliar o

projeto “Gestão Integrada, compartilhada, sustentável e solidária nos resíduos sólidos do

município de Osasco". A partir do Osasco Recicla, criado em 2008, o objetivo é garantir que o

município alcance 100% de coleta seletiva porta a porta; implantação e estruturações de

Ecopontos; criação de projeto de comunicação social, visando conscientizar a população sobre o

Programa; dentre outras ações.

De acordo com os dados do SNIS 2015, a arrecadação referente à taxa de coleta e remoção

de resíduos sólidos está bastante abaixo do recolhimento de municípios semelhantes, como Santo

André e São Bernardo do Campo, apontando para a possibilidade de reestruturação da cobrança

da taxa, aumentando a responsabilização de quem mais gera resíduos.

Desafios

No que se refere à infraestrutura de macro e microdrenagem, deve-se dar continuidade ao

combate às enchentes urbanas, implementando importantes obras de drenagem, assim como

ampliar a parceria com o Governo do Estado e o Departamento de Água e Energia Elétrica, para a

construção e manutenção de piscinões.

Algumas margens dos cursos d’água da cidade apresentam ocupação por assentamentos

precários, com a necessidade de remanejar e reassentar famílias e implantar parques lineares para

evitar a reocupação e oferecer uma nova alternativa de lazer.

A administração municipal deve intensificar a realização de obras de contenção de

margens, implantação de galerias pluviais, limpeza e desassoreamento de cursos d’água e

canalizações quando não forem possíveis intervenções que preservem os leitos dos cursos d’água.

Além disso, deve-se induzir iniciativas que aumentem a permeabilidade do solo.

Em relação ao abastecimento de água, os índices de perda demonstram a necessidade de

fortalecer a fiscalização dos programas de controle de perdas e aprimorar a regulação para se

acelerar a renovação de redes e ligações. Também observam-se muitos relatos de cidadãos sobre

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134

interrupções do abastecimento de água. Do mesmo modo, os dados do SNIS 2015, apontam que o

ritmo de implementação da infraestrutura de coleta de esgoto ainda é lenta e o nível de cobertura

do tratamento desse esgoto está abaixo da média dos demais municípios paulistas. Assim, a criação

de uma Agência Reguladora, para definição dos procedimentos de atuação no saneamento básico,

mostra-se determinante para o avanço nos índices de eficiência na pretação do serviço e

atendimento ao público.

Sobre a infraestrutura de coleta, reciclagem, tratamento e disposição dos resíduos sólidos,

observa-se que, embora tenha ocorrido um substancial aumento de recursos financeiros para a

gestão desses resíduos em Osasco, compatível com os recursos per capita de municípios de porte

semelhante, esse aumento não se consolidou em melhorias no serviço prestado. Ainda que a coleta

esteja universalizada, o número de trabalhadores da coleta de resíduos, por exemplo, é inferior aos

municípios de porte semelhante, implicando em acúmulo de lixo em vias públicas que aguardam

a coleta, influenciando a percepção do cidadão na avaliação insatisfatório da serviço. Além disso,

em todos os municípios de porte semelhante, a empresa concessionária é responsável pela

contratação de todos os trabalhadores da coleta e da varrição. Por sua vez, Osasco ainda assume

40% das contratações de trabalhadores da gestão de resíduos.

Em relação ao aterro sanitário, não existe instalações para aproveitamento de gases. Como

já dito, também não há sistema de impermeabilização da base, podendo comprometer os lençóis

freáticos. Faz-se necessário, portanto, a elaboração do Plano de Monitoramento de Águas

Superficiais e Subterrâneas. Outra preocupação que ganha relevância é a vida útil do aterro.

O aumento de recursos para a gestão de resíduos sólidos também não se refletiu na coleta

seletiva. Nos municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André, a coleta seletiva

era efetuada 100% pelas empresas consorciadas e cooperativas, com cobertura e massa recolhida

muito superior ao observado em Osasco. Desse modo, torna-se necessária a revisão da Parceria

Público Privada para prestação de serviços de limpeza urbana, coleta, tratamento e destinação de

resíduos sólidos.

Além disso, é preciso qualificar a ação das três cooperativas de reciclagem constituídas

(CooperMundi, CooperNatuz e CooperAreis) para atender a demanda da coleta seletiva,

promovendo estudos de viabilidade para implantação de centrais semi-mecanizadas e outros

equipamentos e estudos para uma remuneração mais adequada dos serviços prestados, entre outras

ações.

O município de Osasco ainda não conta com estrutura para implantação de logística reversa

de eletroeletrônicos, caracterizada por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a

viabilizar a coleta e restituição desses resíduos ao setor empresarial, para reaproveitamento. Para

a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os eletrônicos são objeto de logística reversa

obrigatória.

Do mesmo modo, Osasco não possui estrutura para compostagem de materiais orgânicos,

como os rejeitos das feiras livres e resíduos de podas e jardinagem. Entre as opções técnicas para

reciclagem da biomassa, a compostagem, quando realizada a partir da separação da fração orgânica

na origem, é a opção mais barata; pode ainda ser aplicada com a mesma eficiência em escalas

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135

doméstica, condominiais, institucionais coletivas, comunitárias, ou em uma central de grande

capacidade de processamento.

Também não existem instrumentos adequados de controle e fiscalização para o

monitoramento dos pontos de descarte de resíduos da construção civil, em sua grande maioria,

irregulares. Esses pontos irregulares multiplicam-se pela cidade, principalmente em áreas livres e

margens de cursos d’água. Como exemplo, o município de São Paulo está implantando o Cadastro

Eletrônico de Transporte de Resíduos da Construção Civil, substituindo o ineficaz controle de

caçambeiros feito com formulários de papel por um sistema eletrônico, que modernizará o

monitoramento da destinação final dos resíduo em áreas previamente credenciadas. Além disso, o

município de Osasco não conta com estrutura de tratamento e destinação desses rejeitos

provenientes das construções, reformas, reparos e demolições, conhecidos por Ecopontos.

A insatisfação com a conservação do asfalto e as numerosas solicitações de reparo asfáltico

apontam para a necessidade de intensificar o Programa de Tapa-Buraco e priorizar os bairros e

vias públicas com maior incidência.

Finalmente, a iluminação pública de qualidade, além de melhorar a visibilidade de

pedestres, motoristas e demais atores do sistema de trânsito, também influencia no aumento da

sensação de segurança, inibindo, inclusive, a ação de criminosos. Nesse sentido, o parque

luminotécnico da cidade demanda ações de ampliação e modernização.

A implantação de novos pontos de iluminação, instalação de luminárias LED (mais

eficientes e econômicas) e aterramento de fiação são ações que podem responder à avaliação

insatisfatória da população quanto à prestação desse serviço. A introdução da iluminação pedonal,

voltada para os pedestres nas calçadas, pode se mostrar uma resposta simples e eficaz para vias

mais arborizadas e de maior fluxo de pedestres, ou mesmo para praças e parques. Além disso,

estudos de viabilidade podem permitir a instalação de um centro operacional, que permitirá o

controle remoto em tempo real ponto a ponto, aumentando eficiência na manutenção dessas

luminárias.

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136

Eixo 6 – Modernização da gestão, transparência e democracia

Por se tratar de tema transversal e intrinsecamente ligado aos demais eixos, optou-se por

discutir as questões relacionadas em cada oficina e compiladas. Não obstante, a discussão a ser

feita neste eixo é fundamental para que sejam resolvidos, não só os problemas de cada eixo

arrolados aqui, mas também outros que configuram a modernização da gestão, transparência e

democracia enquanto finalidade em si. Isso se faz completamente necessário e relevante para que

sejam concretizados os objetivos que derivarão das macrodiretrizes estratégicas.

Diagnóstico do Eixo Modernização da

gestão, transparência e democracia para

o município

Tabela sintética – Indicadores gerais de modernização da gestão, transparência e democracia

Modernização da Gestão, Transparência e

Democracia

Ano Município RMSP ESP

Índice Nacional de Transparência (0 a 10) 2016 0,20 6,10 5,75

Índice de Efetividade da Gestão Municipal -

IEGM (A, B+, B, C+, C)

2015 C+ B B

I-GOV TI (A, B+, B, C+, C) 2015 B B C+

I-Planejamento (A, B+, B, C+, C) 2015 C C C+

I-Fiscal (A, B+, B, C+, C) 2015 B B B

Receita total (Em bilhões de reais) 2015 1,851 26,656 192,9

Despesa total (Em bilhões de reais) 2015 1,974 26,549 192,1

Resultado Orçamentário (Em bilhões de reais) 2015 -0,123 0,107 0,792

Dívida Consolidada Líquida (Em bilhões de

reais)

2015 1,145

235,6

Dívida Consolidada Líquida x Receita

Corrente Líquida (Em %)

2015 67,11

167,84

Gasto com Pessoal x Receita Corrente Líquida

(Em %)

2015 46,51

46,28

Modernização da Gestão

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137

Temos assistido o surgimento de diversos programas e projetos de cidades inteligentes

(smart cities) por todo mundo, tendo como gênese a utilização de tecnologias de informação e

comunicação para promover a competitividade econômica, a sustentabilidade ambiental e a

qualidade de vida dos cidadãos.

Essa tendência envolve a análise e integração de dados e informação de fontes diversas,

como suporte para antecipação de problemas, visando a sua resolução rápida e eficaz e a

minimização dos impactos negativos sobre as cidades. Tratam-se de problemas em diferentes

áreas, desde a segurança pública e gestão de trânsito, até redes de energia e serviços de saúde.

Como exemplo, o Rio de Janeiro criou um centro de operações avançado que permite a integração

de dados e informação de mais de 30 órgãos públicos municipais em áreas como meteorologia,

trânsito, água, energia, segurança e saúde. A capacidade de previsão de anormalidades, como no

caso de desastres naturais, permite ao município tomar decisões antecipadas e potencializar a

resolução dos problemas.

Os principais pilares das iniciativas de cidades inteligentes centram-se em temáticas

diversas como: governança, energia, mobilidade, edifícios, gestão da água e resíduos sólidos,

segurança pública, saúde, cultura, etc. Como exemplo, podemos citar sistemas de controle de

trânsito em tempo real, zona azul digital, promoção do transporte público e modos alternativos de

transporte, iluminação pública inteligente, ou ainda: implantação de energia solar em

equipamentos públicos, sistemas de vídeo-monitoramento, agendamento online de consultas

médicas, disponibilização de informação turística e cultural via smartphones, entre outros.

O desafio tecnológico das cidades inteligentes passa, principalmente, pela integração de

tecnologias e pela capacidade de comunicação entre os vários sistemas e redes urbanas,

envolvendo a articulação entre a infraestrutura física (como edifícios, estradas, redes de energia),

a infraestrutura digital (fibra ótica, computação em nuvem, sensores, smartphones, etc.) e a

infraestrutura de comunicação (como tecnologia de código aberto, dados abertos interfaces abertas,

etc.).

Outro desafio que se impõe é a promoção da aproximação entre governos e cidadãos, por

meio do uso da tecnologia da informação, tanto para conhecimento dos processos internos de

governo, como na prestação do serviço público por meio eletrônico e implementação de

mecanismos de democratização digital, favorecendo a transparência, participação cidadã e

eficiência.

Os dados recentes mostram que as pessoas estão se apropriando rapidamente desse espaço

público que é o ciberespaço, criado a partir da revolução dos meios de comunicação eletrônicos.

Em 2015, a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) apontou que a população

brasileira está cada vez mais conectada à internet. No caso da Região Metropolitana de São Paulo,

mais da metade dos domicílios (59%) tinha computadores com acesso à internet, impulsionados

principalmente pelos jovens, tanto pobres como ricos.

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138

Gráfico - Domicílios particulares permanentes, por existência de microcomputador com acesso à

Internet

Fonte: Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD).

Além disso, o número de alternativas de dispositivos para acessar a Internet, como telefone

celular, tablets, televisão e outros, podem contribuir para o aumento da conectividade da

população. Na RMSP, 94% dos domicílios possuíam telefone móvel celular.

Gráfico - Domicílios particulares permanentes, por existência de celular

Fonte: Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD).

A partir desse cenário, a administração pública precisa se preparar para essa potencial

demanda por soluções inteligentes. O Ranking Connected Smart Cities, em sua segunda edição,

tem o objetivo de destacar quais cidades brasileiras possuem iniciativas importantes para o

desenvolvimento das cidades inteligentes e conectadas. Mais de 700 municípios foram analisados

em 11 setores, num total de 73 indicadores, com o objetivo de apontar quais cidades estão no

caminho para se tornarem smart cities. Por esse estudo, em 2016, Osasco ocupava a 43ª posição,

caindo em relação ao ano anterior, quando ocupou a 34ª posição.

Por sua vez, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), por meio do Índice de Efetividade da

Gestão Municipal (IEGM), apura o desempenho da dimensão Governança da Tecnologia da

Informação (I-GOV TI). Entre os indicadores contabilizados estão: divulgação de processos

Tinham acesso à Internet

59%

Não tinham acesso à internet

41%

Tinham celular94%

Não tinham celular6%

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licitatórios na internet; compras eletrônicas; treinamento de funcionários para utilização de

sistemas e softwares; existência de legislação sobre acesso à informação; existência de um Plano

Diretor de Tecnologia da Informação; entre outros. Por esse levantamento, em 2015, Osasco

recebeu a nota B+ (muito efetiva), melhorando seu desemprenho em relação ao ano anterior,

quando recebeu nota B (efetiva). Comparativamente, a nota média do estado de São Paulo foi

computada como C+ (em fase de adequação).

Nesse sentido, o município de Osasco está viabilizando a implantação do CONECTA, um

instrumento de gestão e planejamento de uma cidade inteligente. Entre os objetivos e ações desse

programa, destacam-se: implantação de novo modelo de governança na administração pública

municipal, por meio de plataformas e sistemas que estimulem a participação da população na

fiscalização dos serviços públicos e no planejamento da cidade; implantação de

videomonitoramento e outras tecnologias para garantir o acesso às informações de segurança

pública e aprimorar a atuação da Guarda Civil Municipal; ampliação da fluidez e a segurança da

mobilidade urbana, utilizando tecnologias de mitigação de trânsito, sinalização inteligente e

priorização do transporte coletivo de qualidade, com a modernização da frota de ônibus, uso de

tecnologias embarcadas e sistema integrado de controle operacional; instrumentalização da Defesa

Civil com sistemas integrados, videomonitoramento, estações meteorológicas, etc., de modo a

minimizar o impacto inundações, deslizamentos e outros desastres naturais; instrumentalização do

Serviço de Atendimento Móvel de Emergência; entre outras ações.

Gestão de Pessoas

De acordo com os dados da Relação Anual de Indicadores Sociais (RAIS/MTE), em 2015,

o município de Osasco contava com 17.655 servidores públicos municipais do Poder Executivo,

que equivale a 26 funcionários para cada 1 mil habitantes. Comparativamente, essa relação é

bastante superior à média dos municípios da RMSP, com 15 funcionários para cada 1 mil

habitantes.

Por sua vez, a idade média do servidor público de Osasco está em 46 anos, colocando o

município em terceiro lugar entre os quadros de funcionários mais envelhecidos da RMSP. Por

outro lado, o tempo médio de emprego é de 7 anos, enquanto na média dos municípios da RMSP,

o tempo de emprego é de 11 anos. Deste modo, Osasco coloca-se na 8ª pior posição em

permanência no emprego entre os 39 municípios da RMSP, evidenciando uma elevada rotatividade

do funcionalismo público.

Entre as possíveis causas dessa maior rotatividade está a remuneração média nominal do

funcionário público. No município de Osasco o salário médio é de R$ 2.528,11, enquanto na

RMSP é de R$ 3.724,50. Considerando os 39 municípios da RMSP, Osasco ocupa a 15ª posição

entre as piores remunerações.

Em relação à escolaridade, pouco mais de 43% cursou ensino superior, contra 56,2% dos

municípios metropolitanos. Como comparativo, o município de São Bernardo do Campo é o

melhor avaliado nesse quesito, com 75% de funcionários com ensino superior.

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140

Tabela – Perfil dos servidores públicos municipais do Poder Executivo, Municípios da RMSP,

2015

MUNICÍPIO Total de

funcionários

Func./ 1.000

hab.

Idade

Média

Tempo

Média de

Emprego

(anos)

Rem. Média

Nominal (R$)

Funcionários

com ensino

superior (%)

Arujá 1.837 22 43,9 10 3.136,46 47,4

Barueri 13.292 53 42,7 8 3.811,96 49,6

Biritiba-Mirim 825 27 42,0 9 1.901,55 34,8

Caieiras 2.013 21 42,9 8 2.987,80 43,9

Cajamar 2.583 36 42,7 7 3.207,78 39,2

Carapicuíba 4.919 13 44,2 6 2.126,46 40,5

Cotia 5.791 26 43,9 10 3.108,79 45,6

Diadema 7.444 19 45,6 12 3.837,05 35,0

Embu das Artes 4.932 19 43,4 9 2.845,12 48,0

Embu-Guaçu 1.473 23 44,0 9 2.407,16 42,3

Ferraz de Vasconcelos 3.161 17 42,2 6 2.584,71 44,2

Francisco Morato 2.651 16 42,7 9 2.395,46 43,5

Franco da Rocha 2.074 15 42,3 9 2.310,73 32,7

Guararema 810 29 39,4 6 2.726,44 60,0

Guarulhos 22.687 18 43,9 11 3.866,35 44,8

Itapecerica da Serra 2.821 17 43,5 10 2.590,40 51,6

Itapevi 4.755 22 41,5 8 3.196,65 49,2

Itaquaquecetuba 5.689 16 42,5 8 2.867,85 62,5

Jandira 2.635 23 42,4 8 2.371,25 39,3

Juquitiba 973 33 43,2 9 1.865,59 24,2

Mairiporã 1.908 21 43,8 10 2.445,90 33,5

Mauá 5.585 13 44,3 10 2.658,29 42,0

Mogi das Cruzes 5.358 13 42,7 9 3.777,10 47,3

Osasco 17.655 26 45,7 7 2.528,11 43,3

Pirapora do Bom Jesus 991 57 41,4 6 1.475,01 34,4

Poá 3.170 29 41,7 8 3.701,99 46,9

Ribeirão Pires 3.976 34 43,7 7 2.061,19 40,5

Rio Grande da Serra 633 13 45,8 8 2.230,52 31,3

Salesópolis 455 28 43,5 11 1.946,63 58,0

Santa Isabel 1.435 27 43,3 9 2.148,27 33,4

Santana de Parnaíba 6.850 55 40,1 7 2.670,99 39,8

Santo André 9.842 14 43,8 11 3.599,12 44,8

São Bernardo do Campo 14.033 18 43,5 10 3.337,38 74,6

São Caetano do Sul 5.428 36 44,9 11 3.052,25 48,1

São Lourenço da Serra 674 46 42,8 9 1.696,97 29,2

São Paulo 132.679 11 46,6 13 4.587,85 68,9

Suzano 4.763 17 42,5 9 3.024,27 43,2

Taboão da Serra 5.113 19 42,7 8 2.820,13 55,7

Vargem Grande Paulista 1.251 26 43,0 9 3.072,62 37,4

RMSP 315.164 15 44,8 11 3.724,50 56,2

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) – TEM.

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141

Transparência

A transparência nas contas públicas é um conceito indissociável de qualquer república

democrática de direito. A obrigação de prefeitos disponibilizarem informações para qualquer

cidadão, sobre quanto arrecadam e gastam já existe, em tese, desde 1988, quando a atual

Constituição entrou em vigor. Nos últimos anos esse dever se tornou ainda mais explícito e

detalhado.

Visando uma avaliação efetiva do cumprimento do conjunto normativo de Leis referentes

à transparência no Brasil, de setembro a outubro de 2015, o Ministério Público Federal (MPF)

realizou o primeiro levantamento dos níveis da transparência e, em dezembro do mesmo ano,

divulgou a classificação dos estados e municípios. Após o diagnóstico nacional, o MPF expediu

mais de 3 mil recomendações àqueles entes federados que não cumpriram suas obrigações legais,

com prazo de 120 dias para a adequação.

Após esse prazo, foi realizada a nova avaliação nacional, envolvendo todas as unidades do

MPF, no período de abril e maio de 2016. O resultado mostrou que o Índice Nacional de

Transparência (média de notas alcançadas por todos os municípios e estados brasileiros)

subiu de 3,92, em 2015, para 5,15, em 2016.

A avaliação baseou-se em questionário desenvolvido pela Estratégia Nacional de Combate

à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), que selecionou as principais exigências legais e

itens considerados boas práticas. Foram avaliados 5.567 municípios, 26 estados e o Distrito

Federal. A análise mensura o grau de cumprimento de leis referentes à transparência no Brasil,

numa escala que vai de zero a dez.

Entre os itens avaliados, destacam-se: portal eletrônico de transparência; disponibilização

de informações orçamentárias; licitações e contratos; prestação de contas; serviço de informações

ao cidadão; divulgação da estrutura da prefeitura e forma de contato; divulgação de remuneração

individualizada; divulgação de hospedagens e passagens por nome de favorecido.

Gráfico – Índice Nacional de Transparência, Osasco e Brasil - 2015 e 2016.

6,5

0,2

3,92

5,15

2015 2016

Osasco Brasil

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Fonte: Ministério Público Federal (MPF)

Ainda que o nível de transparência de estados e municípios brasileiros tenha aumentado

33% em seis meses, em relação ao município de Osasco, observou-se um verdadeiro retrocesso.

Na primeira análise da transparência, em 2015, o município de Osasco conquistou nota 6,5 na

avaliação. Já na segunda análise, a nota caiu para 0,2. Esse resultado colocou o município na 5153º

posição entre todos municípios brasileiros.

Gestão Financeira

A despesa pública é um importante indicador para medir o quanto o setor público vem

destinando de recursos para o cumprimento de suas atribuições, sobretudo na área de bens e

serviços. Nesse sentido, em vista do tamanho das demandas e dos recursos escassos, é fundamental

ter claro como é o gasto nas diferentes áreas. Dimensionar esses gastos evidencia a direção da

atuação do governo e a definição de prioridades.

O Orçamento é um instrumento fundamental de governo e seu principal documento de

políticas públicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como investir

os recursos oriundos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais. O

orçamento apresenta a proposta de governo na forma de recursos financeiros. Portanto, nas

decisões orçamentárias, aspectos de ordem democrática, como representação e responsabilização,

estão presentes. Pode-se indagar, por exemplo, se a distribuição da receita fiscal na peça

orçamentária contempla as demandas da sociedade; se as decisões relativas à sua elaboração,

aprovação e implementação são transparentes, etc. Por tudo isso, o Orçamento Público é uma peça

de caráter, ao mesmo tempo, técnico, legal, político, administrativo e de controle.

A transparência do Orçamento deve ter um caráter abrangente, abarcando todas as receitas

e despesas do governo, de modo que as necessárias escolhas entre diferentes opções de políticas

possam ser avaliadas claramente pela população, exprimindo, de forma mais efetiva, as decisões

políticas sobre o gasto público.

Na discussão da transparência e responsabilização nas finanças públicas, é necessário

destacar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que cria limites mais efetivos ao Orçamento e

ao endividamento público. Em síntese, a LRF visa prevenir déficits imoderados e reiterados;

limitar a dívida pública a níveis prudentes; preservar o patrimônio; limitar o gasto público

continuado; estabelecer uma administração prudente dos riscos fiscais; e oferecer amplo acesso

das informações sobre as contas públicas à sociedade. Aspecto fundamental da responsabilização

nas finanças públicas, está baseado no realismo orçamentário (o que dá para ser feito com os

recursos existentes) e na definição de prioridades.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) elabora, desde 2014, o IEGM, com finalidade de

aperfeiçoamento das ações governamentais. Entre as dimensões apuradas está a Gestão Fiscal (I-

FISCAL e entre os indicadores contabilizados estão: análises da receita e despesa; execução

orçamentária; restos a pagar; despesas com pessoal; resultado financeiro; pagamento de

precatórios; transparência; dívida ativa, entre outros. Por esse levantamento, em 2015, Osasco

recebeu a nota B (efetivo), melhorando seu desemprenho em relação ao ano anterior, quando

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143

recebeu nota C+ (em fase de adequação). Comparativamente, o Estado de São Paulo e Região

Metropolitana também receberam a nota média B (efetivo).

No ciclo orçamentário, a Constituição de 1988, introduziu o processo de planejamento,

indicando que, por iniciativa do poder Executivo, devem ser estabelecidos o Plano Plurianual

(PPA), as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e ainda Leis Orçamentárias Anuais (LOA).

Especificamente, o PPA é um instrumento de planejamento de médio prazo, no qual são

apresentados, de quatro em quatro anos, os objetivos e metas para o plano de governo. Ele deve

ser iniciado no segundo ano do mandato do Executivo e encerrado ao final do primeiro ano de

mandato da próxima gestão e sua proposta é a de construção de Programas, que determinem quais

os produtos e resultados se pretende atingir. Os programas se desdobram em atividades contínuas

e projetos que permitem o atingimento de metas e modificação dos indicadores sociais.

Já a LDO apresenta as metas fiscais e estipula os programas que serão priorizados no ano

seguinte e a LOA de cada ano detalha toda a aplicação de recursos, avançando na modalidade de

gasto de cada atividade e projeto, estes três instrumentos integrados entre si.

O IEGM do TCE também avalia a dimensão Planejamento por meio do I-

PLANEJAMENTO, composto pelos indicadores: coerência entre resultados dos indicadores e as

metas das ações; confronto entre o resultado físico e os recursos financeiros; percentual de

alteração do planejamento inicial; taxa de execução dos investimentos previstos em planejamento;

pontualidade na entrega das peças de planejamento (PPA, LOA, LDO), entre outros. Por esse

levantamento, em 2015, Osasco recebeu a nota C (baixo nível de adequação), mantendo o mesmo

desempenho em relação ao ano anterior. Comparativamente, o estado de São Paulo obteve nota

média C+ (em fase de adequação) e a Região Metropolitana a nota média C (baixa adequação).

Balanço Orçamentário

Em 2015, a receita total do município, a preços correntes, era de R$1,851 bilhões, enquanto

a despesa total registrou R$ 1,974 bilhões, resultando em um déficit orçamentário de R$ 123

milhões. Na comparação com o ano anterior, observa-se um decréscimo de -6,5% de receitas e -

5,9% de despesas.

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144

Gráfico – Balanço Orçamentário, Osasco, 2005 a 2015 (em bilhões reais - IPCA médio de 2016)

Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Evolução das Receitas

Considerando a receita total per capita média do município, observa-se que Osasco ocupa

a 20ª posição entre os 40 municípios brasileiros na faixa acima de 500.000 habitantes, com receita

de R$ 2.664,19 per capita em 2015. Os principais elementos das receitas são as receitas próprias e

as transferências. Dentre as receitas próprias, a mais significativa é a tributária, que responde por

38% da receita total, mas que registrou um decréscimo de 2,8% entre 2014 e 2015, caindo de R$

795 milhões para R$ 773 milhões.

Tabela - Receitas públicas, Osasco, 2012 a 2015 (em mil R$ - IPCA médio de 2016)

RECEITAS 2012 2013 2014 2015

RECEITA TOTAL 2.063.337 2.122.601 2.152.912 2.012.974

RECEITAS CORRENTES 2.082.405 2.153.883 2.157.473 2.107.870

Receita Tributária 689.818 755.523 795.621 773.194

IPTU 203.135 239.268 243.393 238.040

IRRF 45.862 41.061 54.410 48.362

ITBI 33.376 45.638 40.674 30.911

ISS 374.727 396.134 423.982 419.577

Taxas 32.718 33.424 33.162 36.304

Receitas de Contribuições 54.459 56.882 61.403 150.965

Receita Patrimonial 59.890 45.425 62.924 47.741

Receita de Serviços 28.754 25.510 24.303 21.848

Transferências Correntes 1.150.224 1.156.127 1.088.872 1.016.538

FPM 62.286 64.749 65.037 62.902

1,08

1,25 1,42

1,68

1,78

1,86

2,132,06

2,12

2,15

2,01

1,03

1,17

1,55

1,69

1,77

1,942,07 2,06 2,05

2,28

2,15

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Bilh

ões

Receita Total Despesa Total

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145

SUS 93.431 86.894 88.893 82.479

ICMS 519.010 523.107 454.954 401.350

IPVA 117.174 119.070 123.482 118.871

Fundeb 255.543 266.049 255.020 265.474

Outras Transferências 102.781 96.257 101.486 85.462

Outras Receitas Correntes 99.260 114.415 124.350 97.584

Multas e Juros de Mora 55.736 55.622 61.413 46.743

Indenizações e Restituições 2.814 8.583 8.257 12.578

Receita da Dívida Ativa 25.454 25.082 23.925 19.119

Receitas Diversas 15.257 25.129 30.756 19.143

Deduções da Receita Corrente -148.443 -159.874 -143.815 -118.730

RECEITAS DE CAPITAL 42.843 45.070 66.379 23.835 Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Observando-se a receita tributária per capita em Osasco, quando comparado com os demais

municípios brasileiros acima de 500.000 habitantes, ocupa-se a 8ª posição no ranking nacional (R$

1.023,33, em 2015). No município, a receita de tributos constitui-se em uma das mais importantes

fontes de recursos, pois representa uma menor dependência de transferências federais e estaduais.

Por conta da existência de um considerável volume de atividades de serviços, bem como

propriedades de alto valor imobiliário, os principais tributos municipais são ISS e IPTU.

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) representa 54% do total das

receitas tributárias em 2015, e obteve um decréscimo de apenas 1% nesse ano em relação ao ano

anterior, evidenciando um impacto menor da crise econômica sobre as atividades na área de

serviços. Em 2015, entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, a cidade de São Paulo foi

o que mais arrecadou ISS per capita (R$ 1.013,52) e Osasco ocupou a 5ª posição com R$ 555,31.

Já o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) apresentou um decréscimo de 2,2% no

ano de 2015, em relação ao ano anterior. Esse imposto contribuiu com 31% do total das receitas

de tributos, registrando a sexta maior arrecadação per capita entre os municípios brasileiros com

mais de 500 mil habitantes.

Tabela - Ranking Receita Tributária per capita - 2015 – Municípios Acima de 500 mil hab.

Tributo Posição Valor per capita (R$)

Receita Tributária Total 8ª 1.023,33

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 5ª 555,31

Imposto Predial e Territorial Urbano 6ª 315,05

Imposto sobre Renda Retida na Fonte 27ª 64,01

Taxas 18ª 48,05

Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis 28ª 40,91

Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE).

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146

Por sua vez, as transferências constitucionais representam a parcela mais expressiva da

receita total. Para o município de Osasco, em 2015, essa participação atingiu 50%, mas obteve um

decréscimo de 6,6% nesse ano em comparação ao ano anterior. Observando as transferências per

capita, Osasco ocupa apenas a 24ª colocação quando comparado com os demais municípios

brasileiros acima de 500 mil habitantes, com R$ 1.345,40 por pessoa.

A mais importante transferência do município é a cota-parte do ICMS, efetuada pelo

governo estadual, a qual representa 39% das transferências. Entre 2014 e 2015, essa transferência

diminuiu expressivos 11,8%, passando de R$ 455 milhões para R$ 401 milhões. Deste modo, a

cidade de Osasco ocupou a 13ª posição no ranking de municípios brasileiros acima de 500 mil

habitantes.

Entre 2014 e 2015, ressalta-se ainda o aumento real de 4,1% das transferências para o

Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), passando de R$ 255 milhões para R$

265 milhões, e alçando Osasco à terceira posição entre os 40 municípios brasileiros com mais de

500 mil habitantes.

Tabela - Ranking de Transferências Constitucionais per capita - 2015 – Municípios Acima de

500 mil hab.

Transferências Posição Valor per capita (R$)

Transferências Correntes 24ª 1.345,40

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 13ª 531,19

Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica 3ª 351,36

Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores 13ª 157,33

Sistema Único de Saúde (União) 38ª 107,67

Fundo de Participação dos Municípios 31ª 83,25

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 3ª 66,51

Imposto sobre Produto Industrializado 21ª 4,22

Fundo Nacional de Assistência Social 30ª 3,42

Transferências de Convênios 26ª 2,97

Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE).

Evolução das Despesas

No que diz respeito à despesa total per capita média, Osasco ocupa a 16ª posição entre os

40 municípios brasileiros com mais de 500 mil habitantes, com despesa de R$ 2.841,42 per capita

em 2015.

Tabela - Despesas públicas, Osasco, 2012 a 2015 (em mil R$ - IPCA médio de 2016).

DESPESAS 2012 2013 2014 2015

Despesa Total 2.058.776 2.051.642 2.280.463 2.146.886

Despesas Correntes 1.850.368 1.834.660 2.028.790 1.942.942

Pessoal e Encargos Sociais 982.331 1.006.040 1.130.197 1.031.585

Juros e Encargos da Dívida 39.389 37.410 31.194 22.223

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Outras Despesas Correntes 828.648 791.210 867.400 889.134

Despesas de Capital 208.408 216.982 251.673 203.944

Investimentos 162.477 169.514 216.973 172.522

Amortização da Dívida 45.931 47.468 34.699 31.422

Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

O principal elemento de despesa refere-se aos gastos com pessoal e encargos, os quais

representaram 48% do total, em 2015. Entre os municípios brasileiros com mais de 500 mil

habitantes, observa-se que Osasco ocupa a 18ª posição, ou seja, R$ 1.365,31 per capita. Nessa

rubrica cabe ressaltar o decréscimo de 8,7% entre 2014 e 2015.

No que diz respeito aos investimentos, observa-se uma diminuição de 20,5%, entre 2014 e

2015, caindo de R$ 217 milhões para R$ 172 milhões. Esses dispêndios representaram uma parcela

de 8% do total. É importante destacar que entre os municípios acima de 500 mil habitantes, Osasco

ocupava a 10ª posição em investimentos per capita, com o resultado de R$ 228,33 em 2015.

Gráfico - Investimentos, Osasco, 2005 a 2015 (em milhões R$ - IPCA médio de 2016)

Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

As funções Saúde e Educação representam a maior parcela das despesas do município, com

26% para cada. Em seguida aparecem as funções Administração (10%), Urbanismo (8%) e

Previdência (6%). Num segundo grupo, em termos de volume de recursos, destacam-se, nessa

ordem, as funções Encargos Especiais, Habitação, Segurança, Legislativa, Transporte.

As despesas do município caíram, em termos reais 5,9% entre 2014 e 2015. Porém,

algumas funções se destacam pelo crescimento dos gastos, como é o caso de Comunicação (436%),

Direitos da Cidadania (56%) e Urbanismo (24%). Por outro lado, algumas funções tiveram

105

144153

233

250246

210

162170

217

173

100

120

140

160

180

200

220

240

260

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

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decréscimo muito superior à média no período, a exemplo de Judiciária (-89%), Gestão Ambiental

(-46%), Comércio e Serviços (-34%) e Trabalho (-20%).

Tabela - Despesas por função, Osasco, 2012 a 2015 (em mil R$ - IPCA médio de 2016)

DESPESAS POR FUNÇÃO 2012 2013 2014 2015

Total geral da Despesa por Função 2.058.776 2.051.642 2.280.463 2.146.886

Legislativa 46.491 48.029 47.485 49.387

Judiciária 0 0 17.492 1.947

Administração 194.806 183.685 239.032 220.645

Defesa Nacional 19 14 0 0

Segurança Pública 50.739 51.182 46.676 52.447

Assistência Social 27.782 27.254 34.809 32.129

Previdência Social 105.867 25.307 124.948 134.015

Saúde 518.536 553.860 622.339 568.431

Trabalho 16.817 16.889 20.930 16.682

Educação 670.513 599.392 592.787 562.731

Cultura 10.590 9.344 10.981 11.189

Direitos da Cidadania 10.103 10.396 11.606 18.122

Urbanismo 164.653 163.248 147.523 183.159

Habitação 36.647 36.140 88.247 84.125

Saneamento 113 0 0 45

Gestão Ambiental 8.022 8.823 18.932 10.159

Ciência e Tecnologia 807 301 0 0

Comércio e Serviços 23 12 246 162

Comunicações 0 0 4.966 26.606

Transporte 46.622 75.511 39.434 47.158

Desporto e Lazer 17.859 19.472 27.731 27.711

Encargos Especiais 131.752 135.711 112.128 100.035

Despesa Intra-orçamentária 0 87.067 72.087 0 Fonte: elaborada com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Potencialidades

Para que uma cidade se torne inteligente, é preciso, primeiramente, que ela seja uma cidade

digital. O caminho para conseguir isso já foi estruturado com a implantação da rede de fibra óptica

(tecnologia que permite a transmissão de dados em altas velocidades) interligando os

equipamentos pública por toda cidade.

Essa rede de fibra óptica permitiu a implantação de wi-fi gratuito em alguns áreas de

conexão distribuídas pela cidade, como praças e outros equipamentos públicos. Essa

disponibilidade de wi-fi gratuito é determinante para a inclusão digital da população e o acesso

aos serviços online oferecidos pela prefeitura. Ainda assim, existe uma demanda pela ampliação

dessas áreas de acesso gratuito à internet por tecnologia wi-fi, principalmente em regiões mais

periféricas da cidade.

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A implantação do programa CONECTA, em fase de elaboração de projeto, tem potencial

para transformar Osasco numa cidade verdadeiramente inteligente, por meio de soluções

tecnológicas para a instrumentalização da gestão pública e do planejamento, e consequente

melhoria das condições de vida da população.

Desafios

Essa gestão, como explicitado no Programa de Governo do prefeito Rogério Lins, assumiu

o compromisso de organizar a administração pública municipal em torno de princípios como

democratização, transparência, participação cidadã e eficiência.

O IEGM, elaborado pelo TCE, aponta que é preciso avançar em relação à transparência e

responsabilização dos gastos públicos, não somente por meio da publicidade dessas informações,

mas também por meio da adoção de práticas que busquem incentivar a participação da população

para discutir, deliberar e fiscalizar a distribuição dos recursos públicos.

No que diz respeito à Lei de Acesso à Informação (LAI), entendida como uma das principais

ferramentas de fomento à transparência pública, observa-se que ela está em fase de consolidação

na Prefeitura de Osasco. Para isso é necessário trabalhar na implementação do sistema e-SIC

(sistema eletrônico de informações ao cidadão).

No que tange à chamada transparência ativa (divulgação proativa de informações, sem a

necessidade de requerimento), nota-se que a Prefeitura de Osasco apresenta uma avaliação

baixíssima no Índice Nacional de Transparência, elaborado pelo MPF. Poucos dados são

publicados, não há padronização, nem se utilizam formatos adequados. Nesse sentido, é preciso

instituir uma política de transparência, baseada nos princípios dos dados abertos governamentais,

que facilitam a reutilização de informação por parte da sociedade. O uso das informações permite

a formulação mais adequada das políticas públicas, além de facilitar a parceria com outras áreas,

que precisam avaliar a relevância de uma demanda a partir de informações objetivas. Além de uma

gestão baseada na inteligência, a transparência permitirá que a população exerça maior controle

sobre a gestão, inibindo ações que não estejam voltadas para o bem comum e o interesse público.

Vale ressaltar que, em um momento de profunda crise econômica, o governo continuará a

enfrentar importantes desafios nos próximos anos para ampliar o nível de investimento com

responsabilidade fiscal e equilíbrio orçamentário. Será necessário ampliar a receita através da

renegociação de dívida ativa, da diversificação das fontes financeiras, entre outras iniciativas. Um

segundo eixo de atuação estratégica relaciona-se à melhoria da relação entre o gasto público e os

resultados alcançados, aprimorando-se as condições de governança e de controle interno. A criação

da Controladoria Geral do Município, como exposto no programa de governo, é um passo

importante para esse aprimoramento do controle interno.

Além disso, outra prática que incrementa a governança pública, contribuindo para a

avaliação, direcionamento e monitoramento da gestão, são as pesquisas primárias para o

planejamento estratégico, de modo a captar a percepção da população quanto à atuação da

administração municipal. Assegurar a continuidade dessa boa prática auxiliará o processo de

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tomada de decisão, a correção de rumos e o atingimento dos resultados almejados, com otimização

de recursos.

O Índice de Governança da Tecnologia da Informação (I-GOV TI) do TCE e o Ranking

Connected Smart Cities indicam que a Prefeitura precisa implementar, ainda, um amplo programa

para modernização da estrutura tecnológica, instrumentalizando o atendimento ao munícipe, a

gestão e execução de demandas, a produção de informações para a tomada de decisões, assim

como o desenvolvimento de abordagens inovadoras no uso de tecnologia, com aplicativos

baseados na internet e aparelhos celulares. Além disso, é preciso instituir uma padronização no

que diz respeito aos sistemas e procedimentos gerenciais e de atendimento ao cidadão, como o

Portal 156, integrando-os de modo a aumentar a qualidade, eficiência e resolutividade na gestão

pública.

Finalmente, para promover o aperfeiçoamento contínuo da gestão e do atendimento ao

cidadão, os dados da Relação Anual de Informações Sociais, divulgados pelo Ministério do

Trabalho, evidenciam que o perfil do funcionalismo público em Osasco apresenta baixa

remuneração, baixa escolaridade e alta rotatividade. Por isso, tornam-se necessárias ações para

valorização dos servidores públicos e apoio para qualificação desse profissional.

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Eixo 7 – Esporte, Cultura e Lazer

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 7 – Esporte, Cultura e Lazer ocorreram em oficina realizada

no dia 23/03/2017, no Fundo Social de Solidariedade. O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e

contou com participação, representando as seguintes secretarias: SEREL, SC e SF. Dada a

quantidade de participantes, foram definidos 02 grupos de discussão, compostos por representantes

de todas a secretarias, sempre que possível

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entenderam como

necessário, os grupos tiveram autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na relação

proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas com a respectiva

priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

7.1 Concentração de equipamentos públicos de esporte, lazer e cultura na

região central do município. 20%

7.2 A acessibilidade de pessoas com deficiência aos equipamentos

públicos é muito precária. 16,6%

7.3 Estoque de projetos já elaborados que ainda precisam ser concluídos

no município. 13,3%

7.4 Necessidade de planejar a longo prazo os grandes eventos culturais e

esportivos do município. 10 %

7.5 Baixa participação nas atividades de cultura e esporte. 10 %

7.6 A estrutura organizacional das secretarias ligadas a esporte, lazer e

cultura inadequada para fazer frente aos novos desafios do município

nestas áreas, especialmente no tocante à geração de informação e

dados sobre estes temas.

10 %

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7.7 Necessidade de novos programas e projetos visando atender a uma

demanda por cultura e lazer que não é coberta atualmente.

6,7 %

7.8 Necessidade de aprimoramento do controle social no esporte, cultura e

lazer. 6,7 %

7.9 Baixa parceria com os entes externos (iniciativa privado, governo

federal e estadual). 6,7 %

A íntegra do diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e

Pesquisas, Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, assim

como a caracterização detalhada de cada problema encontram-se a seguir. Vale esclarecer que

o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e sugestões das áreas

técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro exercícios, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo como um

todo, e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre os

problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho

dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multisetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que mereceram atenção dos gestores na

formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível

dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Nas discussões das estratégias de enfrentamento percebeu-se no problema 11.6, a

necessidade de interação com os Eixos de Educação, Assistência e Inclusão Social, Direitos

Humanos e Igualdade Racial e de Gêneros, quando se refere aos jogos dos Idosos.

Também podemos observar interface com as estratégias de enfrentamento do problema 4.2,

do Eixo Mobilidade e Transporte, quanto a estruturação dos equipamentos públicos com

bicicletários e políticas de incentivo ao uso do modal, não só como meio de locomoção, mas

também como prática esportiva na cidade, com a construção de ciclovias e ciclofaixas. A

acessibilidade de pessoas com deficiência aos equipamentos apontada como o problema 7.2, do

Eixo Esporte, Cultura e Lazer, também faz interface com o Eixo Mobilidade e Transporte.

Quanto à concentração de equipamentos públicos de esporte, lazer e cultura na região

central do município, referente ao problema 7.1, a articulação de projetos e programas, e mesmo

o uso dos equipamentos do Eixo Educação, pode contribuir com a estratégia de enfrentamento

deste eixo.

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É importante ressaltar a necessidade de articulação com as demais secretarias em

programas e projetos que tenham interação com a temática de Esporte, Cultura e Lazer.

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Problemas do Eixo Esporte, Cultura e Lazer

PROBLEMA

7.1 - Concentração de equipamentos públicos de esporte, lazer e cultura na região central do município.

CAUSA

Historicamente, o desenvolvimento da estrutura de Esporte, Lazer e Cultura é desigual na cidade, desde os primeiros loteamentos

que se iniciaram na região central. A consolidação do espaço urbano desordenado, a falta de planejamento e do olhar às regiões

periféricas fazem com que os equipamentos públicos continuem a se concentrar fora da periferia.

CONSEQUÊNCIAS

A concentração dos equipamentos públicos apenas na região central do município faz com que a população não tenha acesso a

esporte, lazer e cultura as quais, decorrente dessa característica, pode ser percebida uma baixa identificação dos munícipes com os

equipamentos públicos existentes e a baixa adesão aos projetos, manifestações "marginalizadas" e não assistidas. Além disso, a zeladoria

dos equipamentos localizados na periferia é precária, onde há invasões destes, o que gera um aumento da violência como consequência

da falta de equipamentos públicos de esporte, lazer e cultura e sua distribuição no território.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Aproveitamento de outros espaços públicos e privados para atividades descentralizadas como saraus e oficinas, e consequente

empoderamento das comunidades por meio de gestão compartilhada, que insere a população ativamente na gestão dos equipamentos,

além da realização de programas multissetoriais que permitam a participação da população na gestão, de modo que se possa articular a

comunidade, por meio de entidades de bairro.

Nesse mesmo sentido, mitigar os problemas dos equipamentos já construídos, antes de promover a construção de novos

equipamentos, fortalecendo as políticas existentes na cidade, para depois planejar a construção de novos equipamentos de cultura e

esporte. Além disso, é necessário realizar um mapeamento dos equipamentos da periferia e planejar a manutenção dos próprios a partir

das regiões periféricas e utilizar outros equipamentos para ofertar atividades de cultura, esporte e lazer com ações intersecretariais,

visando a integração dos espaços de cultura, esporte e lazer.

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Por fim, revisar as estruturas administrativas das secretarias e criar regras para combater a ocupação desordenada dos

equipamentos públicos.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e compromisso com o cidadão. 20%

PROBLEMA

7.2 A acessibilidade de pessoas com deficiência aos equipamentos públicos é muito precária.

CAUSAS

A principal causa apontada para este problema é a falta de projetos com um olhar para acessibilidade nos equipamentos públicos.

CONSEQUÊNCIAS

A falta de projetos com olhar para acessibilidade dificulta o acesso para os PCDs nas atividades e nos equipamentos públicos,

de forma geral. As políticas de inclusão ainda são muito precárias no município.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Fortalecimento da inclusão

Revisão dos projetos de acessibilidade no município e implantação efetiva do Plano Municipal Viver Sem Limite, juntamente

com a legislação vigente no município, além da adequação dos espaços públicos.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Osasco cidade Renovada. 16,6%

PROBLEMA

7.3 Estoque de projetos já elaborados que ainda precisam ser concluídos no município.

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CAUSAS

As principais causas apontadas para este problema foram: a falta de planejamento, associada a má gestão na execução dos

recursos e dos projetos; escassez de recursos; dificuldade estrutural das secretarias; muita interferência política na execução; e ausência

de planejamento dos projetos.

CONSEQUÊNCIAS

Não há uma variedade de projetos fazendo com que os mesmos acabem entrando na agenda.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Aproveitamento do que já é existente

Mapear e organizar as atividades já existentes para ampliação, onde de fato são necessárias, além de promover editais de

colaboração e fomento. Por fim, é extremamente interessante ao município a criação de incentivos à apresentação de projetos pela

comunidade.

MACRODIRETRIZES LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e compromisso com o cidadão. 13,3%

PROBLEMA

7.4 - Necessidade de planejar a longo prazo os grandes eventos culturais e esportivos do município.

CAUSAS

A principal causa apontada pelas equipes técnicas foi a falta de conhecimento técnico de gestão de projetos e planejamento das

áreas.

CONSEQUÊNCIAS

A falta de conhecimento das equipes no planejamento e na gestão de projetos gera prestação de contas ruins e muitas vezes se

perde recursos por conta da má gestão.

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ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Investimento em gestão

Na área de gestão de recursos humanos, pode-se investir no treinamento, qualificação e contratação de novas equipes, além da

integração entre áreas-meio e áreas-fim, gerando procedimentos unificados. Por fim, realizar oficinas de planejamento e gestão de

projetos com as equipes que executem essas ações.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1-Trabalho e compromisso com o cidadão. 10%

PROBLEMA

7.5 - Baixa participação nas atividades de cultura e esporte.

CAUSAS

As equipes identificaram como causa deste problemas: os horários das atividades são pouco convidativos; falta comunicação

adequada; ausência de um programa articulador e focalizado para determinados alguns públicos; falta de valorização dos artistas locais

e uma oferta insuficiente a demanda da população; não há uma programação de atividades na periferia; e falta de transparência e de

planejamento integrado de ações.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências apontadas pelas equipes foram: a existência de longas filas de espera em atividades ofertadas e o despreparo

profissional por parte dos funcionário em atender essa população. Além disso, o fato de que muitos artistas e atletas, por não conseguirem

um reconhecimento no município, são forçados a irem buscar alternativa a essa valorização em outras cidades. Por último, na área de

políticas esportivas, o município acaba tendo que contratar atletas que não são das bases do esporte de Osasco.

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ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma: diversificar horários e os dias das atividades; elaborar

um plano de comunicação adequada; integração com outras políticas; oferta adequada de atividades; valorização dos artistas e atletas

locais para movimentar o público local; valorização da base esportiva para estimular maior rendimento e artistas locais nas periferias;

valorização das referências esportivas e artísticas do município; e ações esportivas e culturais em todas as regiões da cidade.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 10%

PROBLEMA

7.6 - A estrutura organizacional das secretarias ligadas a esporte, lazer e cultura inadequada para fazer frente aos novos desafios do

município nestas áreas, especialmente no tocante à geração de informação e dados sobre estes temas.

CAUSAS

Estruturas organizacionais deficitárias nas estruturas das secretarias.

CONSEQUÊNCIAS

Equipe insuficiente para execução das políticas públicas.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Estruturação interna e valorização profissional

Verificou-se a necessidade de estruturar equipes de Plano de Cargos Carreira e Vencimentos, atraindo assim bons profissionais,

além de flexibilizar as jornadas (mais professores com menor carga horária). Também é preciso adequar as estruturas das secretarias,

investir em treinamento e capacitação, concursos públicos, cargos e salários, visando o dimensionamento da força de trabalho e da

estrutura organizacional. De forma mais abrangente, foi apontada o interesse por uma reforma administrativa.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e compromisso com o cidadão. 10%

PROBLEMA

7.7 - Necessidade de novos programas e projetos visando atender a uma demanda por cultura e lazer que não é coberta atualmente.

CAUSAS

As principais causas ligadas a este problema foram identificadas a partir de dois fatores: a falta de capacitação para programa

articulado e muita interferência política na execução dos projetos e programas.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências que derivam desse problema estão associadas a má gestão dos programas existentes e o não atingimento dos

objetivos da política pública.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Articulação técnica

Verificou-se a necessidade do estabelecimento de políticas intersecretariais associadas ao desenvolvimento de novos programas,

em conjunto com outras secretarias para fomentar as atividades que acontecem na cidade, sem a perpetuação dos mesmos projetos.

Assim, a parceria iria fortalecer as principais pastas da temática - SC e SEREL -, além de mobilizar equipamentos de outras secretarias,

com atividades pelo resgate de projetos anteriores que foram interrompidos em Osasco, como olimpíadas esportivas e culturais nas

escolas. Por fim, viu-se a necessidade da existência de um planejamento de longo prazo para a realização de grandes eventos culturais

e esportivos do município.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 -Osasco Cidade Renovada. 6,6%

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PROBLEMA

7.8 Necessidade de aprimoramento do controle social no esporte, cultura e lazer.

CAUSA

As principais causas são as disputas políticas e a falta de grupos gestores nos equipamentos públicos, além da falta de políticas

de transparência no município.

CONSEQUÊNCIAS

A falta de incentivo a participação da população e de mecanismos que promovam o controle social geram desinteresse, e

consequentemente a falta de controle social.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Transparência e participação

Realização de uma gestão compartilhada entre atores importantes, envolvidos na temática, tais como Poder Público, comunidade,

terceiro setor e setor privado; juntamente com a ampliação da publicização nos espaços de decisão e ações intersecretariais e

descentralizadas. Além de instituir os grupos gestores dos espaços, transparência nas ações e comunicação a população e fomentar a

participação dos comerciantes locais no planejamento e controle social.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 6,6%

PROBLEMA

7.9 - Baixa parceria com os entes externos (iniciativa privado, governo federal e estadual).

CAUSAS

Falta de estrutura da Prefeitura para trabalhar e desenvolver parcerias, falta suporte da PMO para entidades sociais

desenvolverem atividades em Osasco.

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CONSEQUÊNCIAS

Pouca contrapartida das empresas instaladas na cidade, falta um departamento estrutura para que faça a interlocução das

parcerias.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As principais estratégias elencadas para mitigar estes problemas foram: a criação de um núcleo específico com profissionais com

tarefas definidas (planejamento, execução e controle elaborar projetos) e fomentar as empresas na promoção de atividades na cidade; e

realizar chamamentos públicos para parcerias, leis de incentivo fiscal outros, estruturação das secretarias e formação de uma agenda

positiva na mídia sobre Osasco.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 -Trabalho e compromisso com o cidadão. 6,6%

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Diagnóstico do Eixo Esporte, Cultura e Lazer para o Município

Como parte da adesão ao Sistema Nacional de Cultura, Osasco publicou em 2015, seu

Plano Municipal de Cultura. Com vigência de dez anos (2015 a 2024), ele estabelece algumas

orientações para a política de cultura do município. Tendo em vista a existência do Plano e sua

base popular, uma vez que foi discutido com representantes setoriais da cultura osasquense e

cidadãos (em oficinas, consultas e audiências públicas), parte deste documento recupera o

diagnóstico feito no momento de sua elaboração. O tema Esporte e Lazer, amplamente correlato a

cultura, será também tratado neste documento, entretanto não faz parte do plano supracitado, sendo

seu diagnóstico autóctone.

A seguir, apresenta-se um conjunto de indicadores que orientam sobre a situação presente

da cultura, esporte e lazer em Osasco.

Tabela sintética – Indicadores gerais de cultura, esporte e lazer

Cultura, Esporte e Lazer Ano Município RMSP ESP

Média da avaliação do munícipe para sua

"Qualidade de Vida" (Escala 0 a 10) 2016 6,19 - -

Número de equipamentos culturais públicos 2016 15 - -

Número de bibliotecas públicas por cem mil

habitantes 2016 0,57 - -

Média da avaliação geral de atividades

culturais (Escala 0 a 10) 2016 3,73 - -

Proporção de cidadãos que costuma participar

de atividades culturais (Em %) 2016 6,25 - -

Média da avaliação dada por participantes

para atividades culturais 2016 5,71 - -

Proporção de ocupações formais na economia

criativa (Em %) 2015 2,70 5,21 3,96

Número de equipamentos esportivos públicos 2016 29 - -

Número de academias ao ar livre implantadas 2016 62 - -

Média da avaliação geral de atividades

esportivas (Escala 0 a 10) 2016 3,67 - -

Proporção da população que pratica

atividades esportivas com qualquer

frequência (Em %)

2016 20,0 - -

Proporção dos praticantes que realiza

atividades esportivas pelo menos 2 vezes na

semana (Em %)

2016 15,30 - -

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Proporção dos não praticantes que gostaria de

praticar (Em %) 2016 24,26 - -

Proporção de cidadãos praticantes de esporte

que costuma utilizar locais da prefeitura para

prática de esportes (Em %)

2016 42,95 - -

Média da avaliação feita pelos usuários da

qualidade dos locais da Prefeitura para a

prática de esportes (Escala 0 a 10)

2016 6,34 - -

Qualidade de vida

No organograma da prefeitura de Osasco, Cultura e Esporte e Lazer constituem pastas

secretariais distintas. No entanto, a interligação entre elas é evidente. É comum se pensar que

cultura, esporte e lazer são elementos secundários da qualidade de vida, sendo que questões como

segurança, saúde e educação formal costumam ser pensados como aspectos primários. Tão comum

quanto localizar nesta classificação simples a interligação mencionada.

Cabe-nos uma visão holística ao que não é fragmentado e a afirmação da centralidade da

cultura, esporte e lazer na qualidade de vida, a partir da compreensão de que fazem parte de um

sistema não dissociável. Apenas para citar alguns exemplos, são conhecidos os ganhos à saúde

pela prática de exercícios, à segurança e à educação pela ocupação dos espaços públicos com

atividades culturais e esportivas. Sendo assim, cultura, esporte e lazer se interligam por

constituírem pilares da qualidade de vida, mas que em geral são negligenciados.

Um dos reflexos desta negligência é a escassez de informações sobre estes temas. O

levantamento mais completo e importante de informações feito em nível de Brasil e desagregável

em âmbito intramunicipal, o Censo Demográfico, não levanta informações específicas sobre eles.

Foi somente em 2015, que o Ministério do Esporte iniciou uma série de publicações diagnósticas

com pesquisas primárias desagregáveis para as cinco regiões do país. Cabe mencionar que, no rol

de fontes secundárias citadas nestas publicações, pode-se reconhecer a carência da área, uma vez

que são citadas pesquisas de mercado encomendadas e direcionadas para o setor privado. Diante

desta escassez, Osasco foi pioneira na busca de soluções: em 2015, foram iniciadas também aqui

uma série de pesquisas primárias que levantaram, entre outros, os temas em questão.

Tendo em vista a situação descrita, recorreu-se neste documento, principalmente às

pesquisas primárias feitas pela Prefeitura de Osasco para conhecer a realidade da Cultura e do

Esporte e Lazer. Isso significa que temos apenas alguns elementos de retrato, uma vez que essa

produção de informações é recente. Eventualmente, como complemento, também são trazidas

algumas informações oriundas de registros administrativos.

CULTURA

Distribuição de Equipamentos

O Mapa 1 traz a distribuição dos equipamentos públicos próprios da Secretaria de Cultura.

Com 15 equipamentos, nota-se uma concentração na região central de Osasco, abaixo da linha

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férrea. Estas são as áreas mais valorizadas em termos imobiliários e onde existe a menor

concentração de população vulnerável. Sendo assim, a distribuição dos equipamentos segue a

lógica, há muito conhecida, de ratificação da estrutura social no espaço físico.

Tendo em vista a constatação de concentração, um dos enfrentamentos necessários é o

espraiamento dos serviços. Cabe mencionar que nesse sentido, a Secretaria de Cultura (SC) realiza

ações com vistas a otimização dos espaços, ou seja, utiliza espaços próprios e de outras secretarias

para atividades culturais não usuais ao local. Assim, bibliotecas, Centros de Atenção Psicossocial

e Centros comunitários sediam oficinas, acolhem grupos de teatro etc. Considerando a ampla

ramificação de equipamentos de outras pastas, como UBS e escolas de Ensino Fundamental, a

iniciativa de SC tem potencial de ampliação e aprofundamento, tanto pela própria SC, quanto pela

Secretaria de Esporte e Lazer (SEREL).

A descentralização dos equipamentos e serviços é inclusive diretriz levantada no âmbito

do Plano Municipal de Cultura, que como já apontado, traz demandas oriundas da consulta à

população e de representantes setoriais. Portanto, utiliza para se informar não apenas registros

oficiais, mas também a vivência cotidiana da cultura em Osasco.

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Mapa – Equipamentos da Secretaria de Cultura

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Participação

A história resgatada desde os anos 1960, pelo Plano Municipal, atesta um município

comprometido com uma arte politizada organicamente, cunhada em igrejas, escolas e outras

associações da sociedade civil. Na última década, a Secretaria de Cultura de Osasco tem avançado

em institucionalização e os marcos em sua história a partir de 2009, são a realização de

conferências e congressos, a criação do Conselho Municipal, do Fundo Municipal de Apoio à

Cultura e a elaboração do próprio Plano Municipal, plano este que também cataloga nos anos 2000,

coletivos e movimentos expressivos no município, alguns bastante articulados com o setor público.

No entanto, com um percentual de apenas 6,25% de cidadãos que afirmam participar de

eventos culturais (num universo de 7.652 entrevistas coletadas entre outubro de 2015, e abril de

2016), se envolve poucos cidadãos. Parte dessa baixa cobertura possivelmente se deve ao número

reduzido de equipamentos e sua concentração espacial. Além do mapa já apresentado, corrobora

essa constatação a situação da disponibilidade de um equipamento específico, a biblioteca. Osasco

conta com apenas três bibliotecas públicas e uma banca biblioteca, o que resulta em menos de um

estabelecimento do tipo para cada cem mil habitantes. A ampliação e manutenção da oferta de

equipamentos e serviços consta como diretriz do Plano Municipal vigente e é sem dúvida um dos

obstáculos à participação.

Porém, a baixa participação em atividades culturais possivelmente tem causas mais

complexas e que estão para além da quantidade e distribuição de equipamentos. Em pesquisa

realizada em Osasco, pela consultoria privada JLeiva em 2014, um grupo de 303 indivíduos foi

convidado a classificar seu grau de interesse, numa escala de 0 a 10, em um conjunto de atividades

culturais. A partir disso, foi identificado que as atividades com mais baixa rejeição de participação

(ou seja, com os mais baixos percentuais de resposta nenhum interesse ou zero, na escala numérica)

são as realizadas de forma individual (ouvir música, assistir televisão, ler), ou em locais murados

(cinemas e shoppings). Isso pode estar apontando para um paradigma próprio da

contemporaneidade de usufruto da cultura, mas também estar escamoteando um ciclo vicioso que

envolve o medo de ser vítima de violência em espaços públicos, e como resposta, o

enclausuramento (Caldeira, 2000).

Na pesquisa realizada pela PMO, foi também constatado que dentre aqueles que não

costumam participar de atividades culturais, apenas 10,1% respondeu afirmativamente à pergunta

se gostariam de participar de atividades promovidas pela prefeitura.

Fica para reflexão no âmbito dos projetos futuros que a atividade “festas populares e

típicas”, atividade de resgate da história e diversidade, usualmente realizada em espaços públicos,

tem também baixa rejeição (JLeiva, 2014). Além disso, seja na pesquisa da JLeiva, ou na pesquisa

realizada pela PMO, o maior interesse registrado é em música.

Avaliação

A pesquisa primária realizada pela PMO convidou os entrevistados a atribuir notas de 0 a

10 às atividades culturais oferecidas no município. Disto resultou uma média de 3,73 (distribuição

de notas na Tabela 1). Note-se, entretanto, que quando os respondentes eram aqueles que tem o

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hábito de frequentar ações culturais, a nota média subiu para 5,71 (distribuição de notas na Tabela

1). Isso quer dizer que os eventos oferecidos em Osasco são mais bem vistos pelos frequentadores

do que pela população em geral, que provavelmente atribui notas enviesadas pelo acesso não

oportunizado. Portanto, pelos poucos que se é capaz de alcançar, a cultura em Osasco é

relativamente bem avaliada.

Tabela 1 – Distribuição das notas atribuídas às atividades culturais pela população em geral e pelos

declaradamente frequentadores dos eventos. Osasco, 2015 e 2016

Notas Avaliação

geral

Avaliação de

frequentadores

0 5,4 3,7

1 10,0 4,4

2 13,9 3,1

3 19,2 8,0

4 17,5 6,1

5 15,6 21,1

6 8,0 10,4

7 5,2 16,3

8 3,2 17,4

9 1,1 4,0

10 0,9 5,6

Total 100 100

Fonte: Pesquisas Primárias, PMO, 2015 e 2016.

Profissionalização

No Plano de Cultura aparecem duas preocupações relacionadas à profissionalização. A

primeira está traduzida na diretriz de construção do Sistema Municipal de Cultura, no que o

município tem avançado, conforme afirmamos anteriormente. Mas ainda há muito a se fazer,

sobretudo no que tange a consolidação de uma política de cultura para o município e a capacidade

de captação de recursos com os demais entes federativos e a iniciativa privada. Se observarmos a

informação de captação dos últimos dois anos, 2015 e 2016, vemos que em 2015, foram captados

R$1.000.000,00 com o governo federal para execução da Virada Cultural de Osasco, o que

correspondeu a quase 50% da receita de SC no ano. Já em 2016, essa situação não se repetiu, uma

vez que o cenário político federal não permitiu. Em que pese a externalidade do revés político no

âmbito federal, chama a atenção a fragilidade da captação em 2015, tendo ocorrido para um único

projeto que passou por muitas dificuldades de execução.

Também aparece como desafio a ser enfrentado, o fomento da contratação em regime de

trabalho protegido dos artistas locais. Nesse sentido, o percentual de vínculos formais em empresas

com atividade classificada como economia criativa nos dá uma ideia do tamanho do mercado

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formal de trabalho em cultura. Vê-se que em Osasco ele é mais restrito do que no Estado como um

todo e na RMSP, o que corrobora a orientação do Plano.

ESPORTE E LAZER

Distribuição de Equipamentos

O Mapa 2 traz a distribuição dos equipamentos públicos próprios da Secretaria de Esporte

e Lazer. Com 29 equipamentos, nota-se uma concentração na região central de Osasco: 18 destes

equipamentos estão no Centro ampliado. Este padrão é o mesmo observado com relação aos

equipamentos de cultura, portanto, reproduz a lógica de concentração da oferta de equipamentos e

serviços em áreas mais valorizadas em termos imobiliários e onde vive a população menos

vulnerável.

Por sua vez, as academias de saúde, não constantes no mapa, apresentam uma distribuição

menos concentrada, com a mesma proporção de academias nas regiões Norte e Sul (23 em cada)

e um menor número no Centro (16). No entanto, é preciso observar que pouco se sabe sobre as

condições de manutenção destes espaços.

Tendo em vista a constatação de concentração, Esporte e Lazer também terá de enfrentar o

espraiamento dos serviços. No entanto, a existência de uma ampla rede de academias ao ar livre é

uma potencialidade que poderá ser explorada neste processo.

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Mapa – Equipamentos da Secretaria de Esporte, Recreação e Lazer

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Participação

Conforme mencionado, em Osasco existem 29 equipamentos para prática de atividades

físicas e esportivas. A distribuição espacial desses equipamentos evidencia uma cobertura menor

nas áreas mais extremas, Norte ou Sul, com certa compensação pelas academias ao ar livre.

Por meio das pesquisas primárias realizadas entre agosto de 2015, e maio de 2016, sabe-se

que em Osasco, apenas 20,00% da população afirma praticar atividades esportivas, sendo que

somente 15,30% o faz de forma quase regular ou regular33. Pelo DIESPORTE, Diagnóstico

Nacional do Esporte, sabe-se também que em nível Brasil, 54,1% da população pratica atividade

física ou esportiva34, com mais da metade destes o fazendo de forma quase regular ou regular.

Ainda que as informações não sejam perfeitamente comparáveis, uma vez que o estímulo para

levantamento não é o mesmo, aparentemente, o sedentarismo em Osasco é maior do que o

observado no Brasil como um todo e a qualidade da prática no município, aferida pela

regularidade, pior.

Da mesma forma que cultura, a participação em atividades físicas e esportivas tem

determinantes mais complexas do que a simples existência de equipamentos. Segundo o

DIESPORTE, que fala sobre o Brasil como um todo, ao estratificarmos a prática por grupos etários,

vemos que o sedentarismo aumenta conforme a idade. Além disso, fale-se de praticantes ou não

praticantes, o principal motivo mencionado para não praticar exercícios é a falta de tempo, sendo

o segundo motivo desinteresse ou preguiça, e apenas em terceiro e quarto aparecendo,

respectivamente, o custo da prática e a dificuldade de acesso a instalações. Diante disso, o

diagnóstico nacional sugere que o sedentarismo e o abandono estão primordialmente associados à

configuração do mercado de trabalho, mobilidade urbana e renda.

Note-se que a região Sudeste é a mais sedentária dentre as cinco regiões brasileiras, com

somente 45,6% de praticantes (valor consideravelmente abaixo dos 54,1% da média nacional), o

que guarda estreita relação com o estilo de vida adotado: “Apesar de o Sudeste encontrar-se mais

urbanizado, com o maior poder econômico e nível de informação do país, sugere-se que toda esta

pujança tem deixado de lado o estabelecimento de uma prioridade: o indivíduo” (Diagnóstico

Nacional do Esporte, Caderno 2, p. 30, 2016).

Sem dúvidas, as limitações de tempo impostas pela vida cotidiana conformada para a

entrega ao mundo do trabalho, muitas vezes ao ponto da exaustão física e mental, estão na base

também do alto desinteresse pela prática de atividades. Em Osasco, quando os sedentários são

perguntados se gostariam de realizar atividades, somente 24,3% responde afirmativamente.

Isso corrobora o que afirmamos: apenas o enfrentamento holístico das determinantes da

participação pode gerar resultados na redução do sedentarismo. Por exemplo, políticas de incentivo

a ginástica laboral, que criem obrigatoriedade de oferta para empresas, poderiam ser um início

desse processo de enfrentamento. “Em outras palavras, uma política pública voltada somente para

33 De acordo com o Diagnóstico Nacional do Esporte, DIESPORTE, os praticantes quase regulares são aqueles que praticam atividades pelo menos duas vezes por semana e os regulares aqueles que praticam três vezes ou mais, o que é considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde. 34 Neste valor foi retirada a intersecção, portanto, aqueles que afirmaram praticar ambas, atividade física e esportiva, foram contabilizados somente uma vez.

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a promoção de atividades físicas e esportivas não se mostraria suficiente para a redução importante

nos índices de dropout, pois as condições externas a ela não seriam alteradas” (Diagnóstico

Nacional do Esporte, Caderno 2, p. 48, 2016).

Avaliação

Nas pesquisas da PMO, os entrevistados foram convidados a atribuir notas de 0 a 10 às

atividades esportivas oferecidas no município; a média resultante foi de 3,67. Esta informação foi

levantada entre praticantes e não praticantes, portanto possivelmente são levados em conta fatores

como o acesso às atividades para julgamento (presença de equipamentos próximo a residência,

custo das atividades oferecidas na rede privada) e opiniões de pares. A relativa concentração de

equipamentos públicos, que restringe o acesso em certas áreas da cidade, é possivelmente um dos

condicionantes principais da avaliação.

Foi também levantada a opinião de cidadãos que utilizam locais da prefeitura para prática

esportiva (estes são 42,95% dos praticantes), o que resultou numa nota média de 6,34.

Considerando a escala, tem-se uma boa avaliação, portanto o padrão dos espaços para prática de

atividades atende em um nível relevante às expectativas da população que os acessa.

Vale mencionar que o DIESPORTE, perguntou a opinião de seus entrevistados sobre a

prioridade de investimento que os governos deveriam ter no que tange ao tema atividades físicas

e esportivas, levando em consideração sua área de residência. Como resultado, foi obtido que a

grande maioria entende que a prioridade é o investimento em atividades para todos: 76,4% assim

se manifestou. Por sua vez, o esporte de alto rendimento e a profissionalização foi considerada

prioridade por menos de 10%. Isso mostra que a população brasileira em geral está mais

interessada em inserir atividades físicas e esportivas em seu cotidiano, ao invés de usufruí-las como

grandes eventos em que sejam expectadores. Apesar disso, como vimos, para que esse

investimento logre seu resultado finalístico, o aumento do número de praticantes de atividades,

será preciso ir além da simples instalação de equipamentos.

Desafios

Ambas as pastas aqui tratadas têm como desafio a ampliação da oferta de serviços. No caso

de Cultura, fica evidente uma escassez de equipamentos, enquanto Esporte e Lazer aparentemente

sofre menos desta escassez, principalmente pela presença das academias ao ar livre. Um problema

comum às pastas é a distribuição espacial dos equipamentos. Existe uma concentração nos distritos

Centro e Sudoeste (sendo que as academias ao ar livre têm melhor distribuição). Essa distribuição

reflete a estratificação social no espaço, com maior disponibilidade de equipamentos nos locais

onde reside a população menos vulnerável.

Para além do aspecto de simples disponibilidade de equipamentos e serviços, deve-se

mencionar que, tanto a pasta de Cultura, como Esporte e Lazer têm o desafio primário (e principal)

de melhor compreender e atuar sobre os aspectos que condicionam a participação em atividades

por elas promovidas. Assim, o aprofundamento das pesquisas primárias e da capacidade técnica

de levantamento de informações pelos profissionais das pastas se faz necessário. As pistas aqui

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levantadas apontam, no entanto, para um caminho bastante tortuoso que envolve desde o

enfrentamento do sentido e percepção de espaço público, ao envolvimento na seara da compressão

do tempo na atual configuração do mundo do trabalho. Esses aspectos podem parecer distantes da

atuação das pastas aqui tratadas, mas estão na realidade na raiz do tratamento não fragmentado da

qualidade de vida que defendemos no começo deste documento. Uma política que de fato vise

resultados que alterem substancialmente a realidade precisa enfrentar essas questões de base.

Potencialidades

Ambas as pastas têm o desafio de incorporar atividades culturais e esportivas no cotidiano

das pessoas, concorrendo com restrições que estão fora de seu escopo de atuação direta. Diante

disso, pode ser visto como potencialidade a associação com espaços e situações que já integram

necessariamente o cotidiano da população. Pode-se citar como exemplos de associação, o uso de

espaços das empresas, UBS e EMEFs para promoção de atividades e cooptação. No que tange a

cultura, cabe mencionar sem dúvida como potencialidade, a existência do Plano Municipal,

dispondo assim de um conjunto de orientações sobre por onde caminhar.

Anexos

Quadro 1 – Lista de equipamentos públicos próprios da Secretaria de Cultura com endereços.

Osasco, 2017.

ID Categoria Nome Endereço Número

1 Biblioteca

Biblioteca Ramal Heitor

Sinegaglia Praça Sabanta 8

2 Biblioteca Biblioteca Banca Av. Brasil s/n

3 Biblioteca

Biblioteca Pública Monteiro

Lobato Avenida Marechal Rondon 260

4 Biblioteca

Biblioteca Ramal Manoel

Fiorita Av. Getulio Vargas 1635

5 Centro Cultural

Espaço Cultural Grande

Otelo

Rua Dimitri Sensaud de

Lavaud 100

6 Centro Cultural

Centro Afro-Brasileiro -

Casa de Angola

Av. Visconde de Nova

Granada 11

7 Centro Cultural

Centro de Eventos Pedro

Bortolosso

Avenida Visconde de Nova

Granada 11

8 Centro Cultural

Escola de Artes Plásticas e

Cênicas César Antônio Salvi

Rua Tenente Avelar Pires

de Azevedo 360

9 Centro Cultural

Conservatório de Música e

Dança Villa Lobos Rua Camélia 26

10 Centro Cultural Concha Acústica Rua Camélia 26

11 CEU das Artes CEU das Artes "Santa Rita"

Rua Theda Figueiredo

Rega 180

12 CEU das Artes CEU das Artes "1º de Maio" Rua Nelson Mandela s/n

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13 Teatro Teatro Municipal de Osasco Av. dos Autonomistas 1533

14 Museu

Museu Municipal Dimitri

Sensaud de Lavaud Av. dos Autonomistas 4001 Fonte: Registros Administrativos, Prefeitura Municipal de Osasco. 2017.

Quadro 2 – Lista de equipamentos públicos próprios da Secretaria de Esporte e Lazer com

endereços. Osasco, 2017.

ID Categoria Nome Endereço Número

1 Área de Lazer

Área de Lazer Felisberto

Izidorio de Abreu

Rua Belmiro Alves da

Silva s/n

2 Área de Lazer Bosque da Amizade Rua 70 s/n

3 Área de Lazer

Centro de Lazer Guido

Marin

Rua Masetro Vahakn

Minassian 202

4 Área de Lazer

Área de Lazer do Parque

Ecológico Nelson Vilha Dias Av. Brasil s/n

5 Área de Lazer Campo da Ford Av. Henry Ford 373

6 Área de Lazer Bradesco Esportes

Rua Thomas Antonio

Gonzaga 251

7 Área de Lazer Praça 8 de maio de 1965 Praça 8 de maio s/n

8 Área de Lazer

Praça de Esportes e Área de

Lazer Aurélio Lopes

(Desportista Emérito) Av. dos Autonomistas 29

9 Área de Lazer

Parque de Lazer Antônio

Temporim Rua Equador s/n

10 Área de Lazer

Área de Lazer Davino

Renato de Oliveira

Rua Benedito Soares

Fernandes 333

11 Área de Lazer

Área de Lazer Avelino

Zerbinato Av. dos Eucaliptos 281

12 Bicicletário Bicicletário Ivan Pletitsch Praça Antonio Menk S/N

13 Centro Esportivo

Centro Esportivo José

Benedito Lameu (Baltazar) Av. dos Trabalhadores S/N

14 Centro Esportivo

Centro Esportivo Domênico

Spedaletti - Carnera Av. Vitório Tafarello 579

15 Centro Esportivo

Centro Esportivo Santo Dias

da Silva Rua Frei Vicente Salvador 200

16 Centro Esportivo

Centro Esportivo João

Caracho - Osasquinho Viela Miguel Gonçalves 109

17 Centro Esportivo

Centro Esportivo Flávio

Gazeta Oliva

Rua Iolanda Tredezini

Mossi 22

18 Centro Esportivo

Centro Esportivo Vicente

Batista de Carvalho Filho Av. Monte Ararat 200

19 Centro Esportivo

Centro Integrado 31 de

Março Rua Martin Afonso 244

20 Centro Esportivo

Centro Poliesportivo

Domingos Piteri Rua Ciriema 120

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21 Centro Esportivo

Conjunto Poliesportivo

Bronislovas Siniauskas Rua José Lima Lessa 100

22 Estádio

Estádio Municipal e Centro

Esportivo Prefeito José

Liberatti Av. Brasil 1361

23 Estádio

Estádio Municipal Elzo

Piteri

Rua Iolanda Tredezini

Mossi 101

24 Ginásio

Ginásio de Esportes Ives

Tafarello Av. das Flores 1161

25 Ginásio

Ginásio de Esportes

Henrique Alves de Moraes Rua Duke Ellington 230

26 Ginásio

Ginásio de Esportes Prof.

José Liberatti Rua Jubair Celestino 150

27 Ginásio

Ginásio de Esportes

Sebastião Rafael da Silva Rua Georgina s/n

28 Outros

Escola de Xadrez Antônio

José França Garcia Av. dos Autonomistas 2223

29 Outros

Escola de Ginástica

Olímpica Ayrton Senna da

Silva Rua Ciro dos Anjos 150 Fonte: Registros Administrativos, Prefeitura Municipal de Osasco. 2017.

Quadro 3 – Lista de atividades consideradas pertencentes à economia criativa

Serviços de Organização de Feiras, Congressos, Exposições e Festas

Ensino de Dança

Ensino de Artes Cênicas, Exceto Dança

Ensino de Música

Ensino de Arte e Cultura não Especificado Anteriormente

Edição e Edição Integrada À Impressão

Atividades Cinematográficas, Produção de Vídeos e de Programas de

Televisão

Atividades dos Serviços de Tecnologia da Informação

Atividades de Prestação de Serviços de Informação

Serviços de Arquitetura e Engenharia

Publicidade e Pesquisa de Mercado

Outras Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas

Agências de Viagens, Operadores Turísticos e Serviços de Reservas

Atividades Artísticas, Criativas e de Espetáculos

Atividades Esportivas e de Recreação e Lazer Fonte: Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo. Observatório de Políticas Públicas. Prefeitura

de São Bernardo do Campo, 2014.

Bibliografia

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175

BRASIL. DIAGNÓSTICO NACIONAL DO ESPORTE, DIESPORTE. Ministério do Esporte.

2016.

CALDEIRA, T. P. R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São

Paulo, Editora 34/Edusp, 2000.

JLEIVA, CULTURA E ESPORTE. http://www.jleiva.com.br/ e

http://www.pesquisasp.com.br/pesquisa.html (2014), último acesso em fevereiro de 2017.

SÃO BERNARDO DO CAMPO. Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo.

Observatório de Políticas Públicas. Texto para Discussão, nº 10. Economia Criativa em São

Bernardo do Campo: Diagnóstico e Potencialidades Para Formação de Clusters Criativos. 2014.

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176

Eixo 8 - Habitação

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 8 - Habitação ocorreram em oficina realizada no dia

27/03/2017, no Fundo Social de Solidariedade. O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e contou

com participação de representantes da SEHDU. Dada a quantidade de participantes, foram

definidos 02 grupos de discussão.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar, para cada problema, causas, consequências,

estratégias de enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que

entenderam como necessário, os grupos tiveram autonomia para propor ajustes, inclusões e

exclusões na relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos

problemas com a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das

secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Cod. Problemas Prioridades

8.1 Necessidade de reorientar o crescimento e o desenvolvimento urbano de

todo o Município.

40%

8.2 Deficiência no estoque de moradias da ordem de 31.306 unidades

habitacionais. Esse déficit engloba 4.048 unidades sem condições de

serem habitadas, necessidade de incremento de 12.612 unidades em

função da coabitação familiar forçada, 10.106 famílias de baixa renda

com dificuldades de pagar aluguel e outras 4.540 famílias que vivem em

casas e apartamentos alugados com grande densidade.

27%

8.3 Existência de 210 assentamentos precários, sendo 166 assentamentos do

tipo favela, 26 loteamentos irregulares e mais 18 conjuntos

habitacionais irregulares

20%

8.4 Necessidade de revisão e otimização do processo de decisão,

planejamento e implementação da política habitacional

13%

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177

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como o diagnóstico

setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas, Indicadores e

Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se a seguir. Vale

esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e

sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo

como um todo, e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre

os problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o

desenho dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que mereceram atenção dos gestores na

formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível

dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento, percebeu-se a necessidade de interação do

Eixo de Habitação com os eixo 9 - Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e do Trabalho e

5 - Zeladoria Urbana.

Em relação aos Problemas 8.1 e 8.4, a política habitacional, e o consequente

desenvolvimento urbano decorrente desta, tem necessidade de articulação com as questões 9.1

(relativo à identidade vocacional do município) e 9.5 (atualização de instrumentos de

desenvolvimento econômico), do Eixo de Desenvolvimento Urbano, Econômico, Social e do

Trabalho. Também há relação com o Problema 5.8, do Eixo Zeladoria Urbana, que trata da

necessidade de gestão intersecretarial das áreas de risco.

Com relação aos problemas 8.2 e 8.3, que tratam de regularização de assentamentos

precários e da geração de novas moradias, devem se articular com a alocação de novos

equipamentos públicos de saúde, educação, cultura, esporte e lazer. Esses equipamentos são

fundamentais para garantir o acesso da população aos direitos sociais básicos.

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Problemas do Eixo Habitação

PROBLEMA

8.1- Necessidade de reorientar o crescimento e o desenvolvimento urbano de todo o Município.

CAUSA

Existe uma série de dificuldades burocráticas para a formalização das habitações irregulares no município. A política

"permanente" de anistia também perde sua eficácia, já que a não adesão à anistia num momento, pode ser compensada numa campanha

de anistia futura. Isso, num ambiente de fragmentação das leis de Orientação do Desenvolvimento Urbano e de desarticulação entre a

política habitacional e de controle e desenvolvimento urbano no município.

CONSEQUÊNCIA

Este crescimento desordenado, vinculado à dificuldades na ordenação territorial e urbana, acaba se convertendo em um estímulo

à irregularidade por parte dos cidadãos, com diversos tipos de conflito de uso do solo e, consequentemente, com uma arrecadação

bastante inferior ao potencial osasquense.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Atualização do Plano Diretor

Os principais marcos regulatórios urbanos de Osasco datam dos anos 1970. O Plano Diretor foi atualizado nos anos 2000, mas

também necessita de revisão. Com isso, deve-se proceder à atualização de todos os marcos legais e outros instrumentos legislativos do

município, tais como Plano Diretor, e instrumentos normativos de uso do solo, como a Lei de ocupação do solo.

Planejamento intersecretarial

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Ao mesmo tempo, deve-se realizar um planejamento articulado entre Política Habitacional e Desenvolvimento Urbano e outras

secretarias municipais, como forma de debater e acordar sobre qual modelo de crescimento e desenvolvimento urbano se deseja. A partir

deste modelo, deve-se criar programas de incentivo à regularização.

Atualização administrativa

A atualização da base cadastral, modernização dos procedimentos do cadastro e valorização do profissional de fiscalização são

passos importantes para o enfrentamento desta questão.

Participação social e mobilização

A realização de audiências públicas e a mobilização dos atores do legislativo são estratégias importantes para fortalecer o controle

social sobre esta política.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 6,7%

PROBLEMA

8.2 - Deficiência no estoque de moradias da ordem de 31.306 unidades habitacionais. Esse déficit engloba 4.048 unidades sem condições

de serem habitadas, necessidade de incremento de 12.612 unidades em função da coabitação familiar forçada, 10.106 famílias de baixa

renda com dificuldades de pagar aluguel e outras 4.540 famílias que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade.

CAUSA

O crescimento econômico de Osasco e o boom imobiliário dos últimos anos atraiu moradores de outras cidades num processo

desordenado comandado pela especulação imobiliária. A proximidade com a Zona Oeste paulistana e o fato de ser a última cidade

vizinha a São Paulo, antes do pedágio da Rodovia Castelo Branco, ajudam nesta valorização imobiliária.

Esta valorização, entretanto, afeta a população que antes morava na cidade e que sofre com falta de renda para pagar o ônus dos

elevados (e crescentes) aluguéis. Esta situação é agravada por uma rigidez formal para o aluguel e a compra. Assim, a autoconstrução

não-regularizada vai tomando conta das poucas áreas públicas desocupadas e o crescimento vegetativo da cidade torna-se um problema,

já que é realizado sem nenhum tipo de ordenamento.

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CONSEQUÊNCIA

O quadro descrito leva a uma forte ênfase na auto construção, com a expulsão da população mais vulnerável, ocorrendo perda

da qualidade habitacional e de vida. Além disso, há ainda: perda de diversidade, com o despejo de moradores antigos; crescimento das

irregularidades; volta de doenças ligadas a esta perda de qualidade; e impactos diretos nas políticas de saúde, assistência social e

educação, com a demanda por novos equipamentos públicos, muitas vezes onde não há terrenos disponíveis.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Atualização das legislações

Uma primeira forma de enfrentar este problema seria por meio da atualização das legislações de desenvolvimento e regramento

urbano, como o Plano Diretor e outros Planos Setoriais. Estes instrumentos atualizariam as formas/estratégias de atuação para a Política

Habitacional. A nova política habitacional surgida, contudo, deve ter por base a articulação de ações entre as várias secretarias

municipais envolvidas com a questão urbana.

Com a regulamentação local, será possível aplicar os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, que ainda não tem plena

vigência em Osasco. Por meio de uma política de compensações, a cidade deve recuperar o que perdeu com a falta de planejamento.

Esta política de compensações implica no fortalecimento da fiscalização e controle interno e externo das ações da Prefeitura.

Medidas de combate a especulação imobiliária

Dentre as medidas voltadas ao combate à especulação imobiliária, deve-se programar a demarcação de Zonas Especiais de

Interesse Social (ZEIS), o estabelecimento de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo, o parcelamento compulsório de

lotes, a criação de um programa de locação social, o reaproveitamento de terrenos públicos e a criação de banco de terras para futuras

intervenções urbanas. Além disso, deve-se planejar uma política de desapropriação de baixa escala, como forma de combater o déficit

habitacional no varejo.

Construções de novas habitações

Com estas medidas impedindo o florescimento da especulação imobiliária, deve-se trabalhar pela criação de novas habitações,

o que evidentemente implica em aporte de novos recursos financeiros.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 27%

PROBLEMA

8.3 - Existência de 210 assentamentos precários, sendo 166 assentamentos do tipo favela, 26 loteamentos irregulares e mais 18 conjuntos

habitacionais irregulares (fonte PLHIS).

CAUSAS

A irregularidade na ocupação de áreas está presente ao longo de todo o processo histórico de formação da cidade. A cidade toda

vive numa cultura de irregularidade, sendo que mesmo a Prefeitura estruturou políticas específicas que permitiram maiores

irregularidades, como por exemplo, o fato de regularizar um imóvel ser menos custoso do que conseguir a autorização inicial. Além

disso, apesar de haver algumas regras para o desenvolvimento urbano, o município sofre com falta de fiscalização, o que faz com que

as regras não sejam seguidas à risca.

Assim, a dinâmica da Região Oeste Metropolitana (ROMSP) se estabeleceu com outros municípios, impondo políticas mais

restritivas e "mandando" uma demanda para Osasco. Soma-se a isso a existência de rodovias, linhas de trem e rio Tietê, cortando a

cidade e causando uma separação entre Norte e Sul. Além disso, o fato de Osasco se estabelecer como uma cidade-dormitório de São

Paulo: antes, de uma população mais empobrecida; hoje, com parcelas de classe média. Esse conjunto de fatores impulsionou um

crescimento desordenado e sem planejamento, que funcionou como um incentivo de ocupação destas áreas.

Desse modo, se chega ao século XXI, com uma política habitacional incipiente, marcada pela falta de articulação com outras

políticas públicas (como, por exemplo, meio ambiente, saneamento básico, etc.), o que traz problemas graves ao planejamento da cidade.

Outra questão que dificulta o enfrentamento desta pauta é a falta de investimento dos governo federal e estadual, jogando elevada

responsabilidade sobre o município.

CONSEQUÊNCIAS

Uma grande consequência dessa proliferação de moradias irregulares é a crescente insegurança associada à ela, seja física,

relativa à insalubridade em áreas de risco, seja jurídica, relativa à falta de título de posse. É claro que nesse contexto, também há grande

suscetibilidade a acidentes.

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A moradia irregular também causa queda da qualidade de vida dos moradores de toda a cidade, não apenas aos moradores desses

territórios. A irregularidade também gera poluição e degradação ambiental. Com o crescimento desordenado, torna-se, cada vez mais,

difícil planejar os serviços públicos, o que gera uma necessidade alto investimento público.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Fluxo financeiro permanente

Como a regularização exige alta necessidade de investimento público, a constituição de um Fundo Municipal de Saneamento

pode garantir um fluxo de recursos próprios de médio e longo prazo. Esse Fundo deve se apoiar em novas fontes de financiamento, que

permitam aumento de recursos, e ser gerenciado a partir de ferramentas democráticas de gestão e controle. O fluxo financeiro de

intervenções permanentes (com recursos oriundos de fundos e convênios) precisa ser aplicado de forma rápida, necessitando ser

complementado com uma simplificação de processos. Estes recursos permitirão criar novos modelos para a habitação dos munícipes,

numa articulação de ações de construção de novas habitações e ações de regularização fundiária e controle do uso do solo nas quais se

observe a co-responsabilidade dos loteadores.

Reestruturação de programas existentes

Para que a articulação destas ações não ocorra de forma descontínua e pontual, será fundamental fortalecer as ferramentas de

planejamento a disposição da Prefeitura, articulando, com outras secretarias, a reestruturação dos programas existentes. A reforma

urbana pretendida com essas inovações deve ter a participação de outras secretarias municipais.

Articulação intersetorial

Também em nível regional, a articulação de políticas públicas deve ser pensada, como forma de evitar que as responsabilidades

pelo público usuário seja transferida de um município a outro. Nesse sentido, um Cadastro Social Unificado e Integrado com as outras

Prefeituras da região metropolitana é uma ideia pertinente.

Estratégias de transparência

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Como essas propostas incluem grandes volumes de recursos financeiros, ações conjuntas de diversas secretarias, de várias

Prefeituras. É necessário estabelecer uma estratégia de Transparência, particularmente nas regras de Habitação e do Fundo, mas não

apenas.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 20%

2- Osasco Cidade Renovada.

PROBLEMA

8.4- Necessidade de revisão e otimização do processo de decisão, planejamento e implementação da política habitacional.

CAUSA

A política habitacional de Osasco vive a contradição entre as demandas de curtíssimo prazo, decorrentes do processo político no

qual espera-se entregar resultados dentro do seu período de mandato, e atender às demandas vocalizadas por grupos influentes na

sociedade. O processo de planejamento de longo prazo, que pretende ordenar a cidade para além do tempo de um mandato e priorizar

as demandas por prioridades, nem sempre segue a capacidade de vocalização dos grupos sociais. O resultado é um processo decisório

onde não há regras claras e falta transparência, marcado pelo clientelismo e pelo assistencialismo. Este processo decisório busca atender

às demandas imediatas do Poder Executivo local.

Outro motivo pelo qual o planejamento é demorado é a falta de articulação entre o tempo decisório federal (de onde vêm verbas

importantes) e o tempo decisório municipal, que é marcado pelas pressões da população. A situação de mudança de gestão, se é um

imperativo positivo da democracia, também trava o andamento do processo no nível governamental.

CONSEQUÊNCIA

A primeira consequência desta situação é um descompasso entre o planejamento e a execução da política pública, o que mina a

confiança em soluções planejadas e valoriza o improviso. Outro ponto a ser observado é o “descasamento” entre projetos de urbanização

(que necessariamente são de longo prazo e precisam contar com recursos de todas as esferas de governo) e o atendimento do déficit

habitacional (que pode ser mais pontual e intermitente). Em ambas situações, um reflexo destes descompassos se manifesta no atraso de

obras, tanto de urbanização, quanto de empreendimentos habitacionais.

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ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

A forma de garantir um processo de decisão, planejamento e execução mais transparente passa pelo fortalecimento de

mecanismos de controle, especialmente de controle social por meio de Conselhos Municipais, com ampla capacitação dos conselheiros.

Maior articulação entre as secretarias municipais também ajudaria a tornar a política de forma mais permanente. Além disso, por ocasião

da mudança de gestão na Prefeitura, torna-se necessária a adequação dos projetos existentes.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 13%

NOVOS PROBLEMAS:

Elaboração de um Plano Integrado de Gestão de Riscos;

Atualização de informações relativas à política habitacional, tais como atualização dos assentamentos precários e o Censo dos

cortiços;

Grande dependência de empresas gerenciamentos no apoio a recursos humanos por conta da existências carreiras desestruturadas no

serviço público da Prefeitura.

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Diagnóstico do Eixo Habitação para o

município

Tabela sintética – Indicadores gerais de habitação

Habitação Ano Município RMSP ESP

Déficit habitacional 2010 31.306 793.048 1.464.295

Domicílios Particulares Ocupados em

Aglomerados Subnormais (Em %) 2010 10,65% 9,80% 5,83%

Domicílios Particulares Permanentes com

Renda Mensal Domiciliar até 3 S.M. (Em %) 2010 42,06% 40,71% 42,76%

Domicílios Particulares Permanentes com rede

geral de abastecimento de água (Em %) 2010 99,12% 97,77% 95,05%

Domicílios Particulares Permanentes com

fossa séptica ou rede geral de esgoto sanitário

(Em %)

2010 90,18% 91,15% 91,43%

Domicílios Particulares Permanentes com

esgoto a céu aberto (Em %) 2010 6,82% 5,20% 3,39%

Três graves problemas se apresentam àquele que se debruça sobre o tema da habitação em

Osasco: a inadequação dos domicílios existentes, o déficit de moradias e a existência de pessoas

e famílias cuja renda não é suficiente para garantir o acesso regular a habitações dignas. Uma

grande quantidade de domicílios na cidade é assolada pela ausência total ou parcial de

infraestrutura urbana básica, pela irregularidade jurídica ou fundiária da posse ou da propriedade,

e/ou pela ausência de espaço interno suficiente para as funções do morar.

O presente estudo procura quantificar os problemas citados acima e qualificar as principais

potencialidades e desafios para superação do déficit habitacional do município, de modo a

subsidiar as discussões em torno de políticas públicas que permitam a transformação urbana e

fundiária dos territórios mais carentes do município.

Perfil dos domicílios

Em 2010, os dados do Censo Demográfico divulgados pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), revelaram o número de 201.994 domicílios particulares ocupados

(permanentes e improvisados) em Osasco. Dez anos antes, eram 180.944 domicílios particulares

ocupados, o que equivale a uma taxa de crescimento de 11,6%. Vale destacar que o município é o

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5º mais denso do país. Hoje, segundo as estimativas populacionais, o município conta com 696.382

habitantes, equivalente a densidade de 10.881 hab/km².

Considerando a espécie do domicílio, em 2010, pouco mais de 12,5 mil moradias não

estavam ocupadas, o que equivale a 6% de taxa de desocupação. Em 2000, o município de Osasco

registrava 12,5% dos domicílios efetivamente desocupados. Em geral, os imóveis vagos localizam-

se em áreas urbanizadas e servidas de infraestrutura, sobretudo nas regiões centrais e consolidas,

revelando o problema da ociosidade e especulação imobiliária em um município onde tantos

domicílios urbanos sofrem com a carência de infraestrutura.

Tabela - Número de domicílios, Osasco, 2000 e 2010.

Espécie de domicílio 2000 2010

Particular - ocupado 180.944 201.994

Particular - não ocupado 25.718 12.537

Coletivo 83 61

Total 206.745 214.592 Fonte: IBGE, Censos Demográficos.

Por sua vez, em Osasco, quase 84% dos domicílios permanentes ocupados são tipificados

como casas; 14% apartamentos; 2% casas de cômodos ou cortiços; e 1% condomínios. Destaca-se

o crescimento de 51,5% de apartamentos em relação aos dados de 2000, enquanto as casas

apresentaram um aumento de apenas 5,4% no mesmo período.

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Gráfico - Domicílios particulares permanentes por tipo de moradia, Osasco, 2010

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010.

A revisão do Plano Diretor pode reorientar o crescimento e o desenvolvimento urbano de

todo o Município. Problemas como os expostos anteriormente, tais como o adensamento

habitacional, imóveis ociosos e especulação imobiliária, e a excessiva verticalização de prédios,

são enfrentados por meio da definição de instrumentos de planejamento urbano para reorganizar

os espaços da cidade e garantir a melhoria da qualidade de vida da população.

Ainda, de acordo com o Censo Demográfico de 2010, existiam 21.505 domicílios (10,6%

do total) em aglomerados subnormais, ou seja, áreas caracterizadas por domicílios precários (seja

pela irregularidade fundiária, edilícia ou pela insalubridade) e por um tecido urbano informal, com

irregularidades nas vias de circulação, no parcelamento e loteamento do solo e/ou carência de

serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e

iluminação pública). Esse percentual de domicílios em aglomerados subnormais é pouco maior ao

observado na Região Metropolitana de São Paulo e quase o dobro do estado de São Paulo.

Os aglomerados subnormais são produtos de uma sociedade que historicamente não soube

garantir o acesso às condições básicas de vida para toda sua população. Nesse contexto de

inexistência de alternativas habitacionais formais acessíveis à classe trabalhadora, combinaram-se

interesses de agentes distintos na produção do espaço urbano, em grande parte de maneira

irregular: de um lado, loteadores comercializavam terra, não raro irregularmente loteada,

fornecendo lotes a preços acessíveis à população trabalhadora; por outro, os trabalhadores viam

nessa alternativa a possibilidade de sanar suas necessidades por seu próprio esforço, trabalhando

por conta própria na construção de sua casa aos finais de semana.

Essa parcela importante do território municipal é, portanto, fruto de um modelo combinado

de abertura de loteamentos de baixo custo (irregulares, ou não) nas franjas da mancha urbana com

a autoconstrução da moradia pela classe trabalhadora. Em decorrência disso, toda sorte de

problemas urbanos impacta nessas e em outras áreas do município: problemas de mobilidade

urbana, de desadensamento populacional de áreas mais centrais, de expansão urbana desprovida

da adequada infraestrutura urbana, consolidando a periferização de pouco mais de 80 mil pessoas

no município.

Casa83,6%

Apartamento13,8%

Casa de cômodos, cortiço ou cabeça

de porco2,1%

Casa de vila ou em condomínio

0,5%

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A análise segundo faixas de renda média familiar mensal em termos de salários mínimos

tem o objetivo de identificar e destacar os domicílios urbanos na faixa mais baixa de renda, alvo

preferencial das políticas públicas que visem à melhoria das condições de vida da população. Dessa

maneira, foram identificados 84.909 domicílios na faixa de renda de até 3 salários mínimos (42%),

sendo que apenas uma parte desses domicílios efetivamente demandam incremento de estoque,

como veremos mais detalhadamente com o cálculo do déficit habitacional.

Em relação à condição de ocupação, observa-se que 64.758 unidades habitacionais (32%)

não eram próprios, apontando para a situação onde parte dessas famílias comprometem sua renda

com o custo do aluguel, podendo apresentar necessidade de atendimento da política habitacional

do município, quando do ônus excessivo. Ainda assim, considerando apenas os domicílios “não

próprios” com rendimento mensal até três salários mínimos, encontra-se 33.899 domicílios com

famílias de baixa renda aptas a se inscreverem em programa de habitação de interesse social.

Gráfico - Domicílios particulares permanentes por condição ocupação, Osasco, 2010.

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010 – Resultados Gerais da Amostra.

Os dados do Censo Demográfico de 2010, também evidenciam condições precárias de

habitabilidade da população. O adensamento domiciliar excessivo refere-se ao percentual de

domicílios com mais de três moradores por dormitório e precisa ser compreendida, não como

caminho para se mensurar os domicílios em situação de inadequação ou a demanda de novas

unidades habitacionais, mas um parâmetro para ações públicas de resgate das condições de

habitabilidade desses domicílios. Assim, constata-se que 19.644 domicílios, ou 10% do total,

apresenta adensamento excessivo.

Próprio já quitado

62%

Alugado22%

Cedido8%

Próprio em aquisição

6%Outra condição

2%

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Gráfico - Domicílios particulares permanentes por adensamento, Osasco, 2010.

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010 – Resultados Gerais da Amostra.

O domicílio rústico, tradicionalmente utilizado pelo IBGE, também considerado moradia

precária, compreende o percentual de domicílios sem paredes de alvenaria, ou madeira aparelhada.

Em decorrência das suas condições de insalubridade, esse tipo de edificação proporciona

desconforto e traz risco de contaminação por doenças, demandando políticas públicas de reposição

do estoque habitacional. Diante dessas considerações, os 4.000 domicílios rústicos podem ser

enquadrados como componentes do déficit habitacional por inadequação do município.

Gráfico - Domicílios particulares permanentes por tipo de material das paredes externas, Osasco,

2010.

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010 – Resultados Gerais da Amostra.

O desconforto sanitário define-se pelo percentual de domicílios que não dispõe de banheiro.

Assim, 4.588 moradias (2,27%) estavam em situação inadequada e não proporcionavam condições

27%

47%

16%

10%

Até 1,0 morador

Mais de 1,0 a 2,0 moradores

89,13%

8,2%0,7%

1,8%

0,2%

Alvenaria com revestimento Alvenaria sem revestimento Madeira aparelhadaTaipa revestida Taipa não revestida Madeira aproveitadaOutro material

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83,8% 6,4% 9,8%

Rede geral de esgoto ou pluvial Fossa séptica Esgotamento inadequado

99,1% 0,9%

Rede geral de abastecimento de água Abastecimento de água inadequado

desejáveis de habitação. Isso ocorre tanto nos cortiços tradicionais, como em terrenos com dois ou

mais domicílios ocupados por famílias pobres ligadas por parentesco ou laços afetivos.

Gráfico - Domicílios particulares permanentes por conforto sanitário, Osasco, 2010.

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010 – Resultados Gerais da Amostra.

Considerando os domicílios particulares permanentes em Osasco, o Censo Demográfico

2010, revelou que 99,1% das moradias possuíam rede de abastecimento de água adequada, e 90,2%

do esgoto era coletado mediante rede ou fossa séptica. Entretanto, ainda que observe-se alto

percentual de coleta de esgoto, a maior parte não passa por tratamento.

Tabela - Percentual de domicílios particulares permanentes com abastecimento de água e

esgotamento sanitário, Osasco, 2010.

Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010.

Em relação à energia elétrica, o Censo Demográfico de 2010, mostrava que 99% dos

domicílios particulares eram atendidos por companhia distribuidora. Assim, 2.550 domicílios

tinham acesso à energia elétrica por outras fontes, muitos desses domicílios recorriam,

provavelmente, às ligações irregulares. Outros 91 domicílios afirmaram não possuir acesso à rede

de energia elétrica.

Tinham banheiro de

uso exclusivo do domicílio

97,73%

Não tinham banheiro, mas

tinham sanitário2,23%

Não tinham banheiro nem

sanitário0,04%

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192

Tabela – Domicílios Particulares Permanentes, por existência de energia elétrica, Osasco, 2010

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

Déficit Habitacional

A partir dos dados anteriores, a Fundação João Pinheiro desenvolveu a metodologia de

cálculo do Déficit Habitacional de 2010, o instrumento de avaliação, discussões e definições de

políticas públicas relacionadas a questões habitacionais, apontando uma deficiência no estoque de

moradias de 31.306 unidades habitacionais.

Tabela - Déficit habitacional total e relativo por componentes, Osasco, 2010.

Componentes 2010

Domicílios precários 4.048

Domicílios com adensamento excessivo do domicílio

alugado 4.540

Domicílios com ônus excessivo com aluguel 10.106

Domicílios com coabitação familiar 12.612

Total de Domicílios 31.306

Fonte: IBGE, Censos Demográficos.

Esse déficit engloba 4.048 unidades sem condições de serem habitadas, em razão da

precariedade das construções ou do desgaste da estrutura física. Inclui ainda a necessidade de

incremento de 12.612 unidades em função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem

constituir um domicilio unifamiliar); 10.106 famílias de baixa renda com dificuldades de pagar

aluguel; e outras 4.540 famílias que vivem em casas e apartamentos alugados com grande

densidade. Inclui-se também nessa rubrica, a moradia em imóveis e locais com fins não

residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, como déficit por reposição de

estoque (inadequação) e déficit por incremento de estoque.

Plano Local de Habitação de Interesse Social

Tinham - de companhia

distribuidora199.252

Tinham - de outra fonte; 2.550

Não tinham91

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193

Em 2012, O Plano Local de Habitação de Interesse Social de Osasco identificou 210

assentamentos precários, sendo 166 assentamentos do tipo favela, 26 loteamentos irregulares e

mais 18 conjuntos habitacionais irregulares. Muitos desses assentamentos precários estão em

margens de cursos d’água e no entorno de nascentes, locais suscetíveis a inundações.

Tabela - Assentamentos precários, loteamentos irregulares, conjuntos habitacionais de interesse

social, Osasco, 2012

Tipo de Assentamento Total Geral

Favela 166

Loteamento Irregular 26

Conjunto Habitacional Irregular 18

Total de Assentamentos e Loteamentos Irregulares 210

Fonte: PMO/Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

A região Norte do município apresenta alto índice de precariedade e maior concentração

de assentamentos precários; estes, em sua maioria, estão relacionados à ocupação de margens de

curso d’água e nascentes. Por outro lado, na região Sul predominam os loteamentos e conjuntos

habitacionais irregulares.

Desse modo, a administração municipal tem como perspectiva, viabilizar e construir novas

moradias para combater o déficit habitacional, assim como urbanizar, sanear e regularizar os

assentamentos precários ou em situação de risco. Entre 2013 e 2016, oito projetos de urbanização

Integrada estavam em andamento.

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Desde 2014, até dezembro de 2016, foram construídas 1.778 unidades habitacionais pelos

programas Minha Casa Minha Vida e Casa Paulista, e outras unidades estão em obras ou com

ações preliminares, distribuídas em bairros como: Jardim Santa Rita, Rochdale, Colina D’Oeste e

Morro do Socó, Morro do Sabão, Vila Menck, BK Veloso, Flamenguinho, Flor de Lis.

Tabela – Número de unidades habitacionais construídas, Osasco, 2014 a 2016.

2014 2015 2016 Total

906 521 351 1.778 Fonte: PMO/Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

Outra ação prioritária refere-se à ampliação das ações de regularização em termos de

perímetros de intervenção e de unidades habitacionais irregulares. Para garantir o direito à moradia

digna, a Prefeitura de Osasco está executando ação de regularização fundiária em 73

assentamentos da cidade, tais como: Parque Palmares, Jd. Siqueira, Chácara Umuarama, Jd.

Primeiro de Maio, Área J/Aliança, DR/Aliança. Até o momento, foram registradas 2.897

matrículas, e emitidos 2.113 contratos de segurança na posse.

Tabela – Número de unidades habitacionais em processo de regularização fundiária, Osasco, 2014

a 2016.

Etapa de Regularização Empreendimento UH

Matrícula registrada Parque Palmares 448

Matrícula registrada Jd. Siqueira I e II 37

Matrícula registrada Chácara Umuarama 42

Matrícula registrada Jd. Primeiro de Maio 1.265

Matrícula registrada Área J/Aliança 980

Matrícula registrada DR /Aliança 539

Contratos de Segurança na Posse BK Veloso 162

Contratos de Segurança na Posse HBB – Conjuntos Vitória / Esperança 728

Contratos de Segurança na Posse Portais 496

Contratos de Segurança na Posse Colinas 281

Contratos de Segurança na Posse Sabão 176

Contratos de Segurança na Posse Vicentina I 132

Contratos de Segurança na Posse Vicentina II 79

Fonte: PMO/Secretaria de Habitação.

Potencialidades

O município de Osasco possui em sua agenda pública uma carteira de projetos

habitacionais estratégicos e convênios contratados e em execução, considerados estruturantes ao

município. Esse cenário permite otimizar o processo de decisão, planejamento e implementação

da política habitacional. Ainda assim, diante do atual momento de priorização de recursos, é

necessário garantir a execução físico-financeira para o andamento e conclusão dos projetos.

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Além disso, o município conta com duas áreas destinadas a Operação Urbana Consorciada,

cuja reestruturação urbana promovida possibilitará o balanceamento entre emprego e moradia,

aproximando-os e incentivando a predominância de locais multifuncionais, mistos de residência,

comércio, serviços, centros culturais e equipamentos institucionais.

Desafios

Respondendo alguns problemas identificados anteriormente, o Plano Plurianual deve

prever ações específicas para o reassentamento de famílias das margens dos cursos d’água e áreas

de risco, promovendo a urbanização, o ordenamento do entorno, a proposição de parques lineares,

entre outras ações.

Essas famílias retiradas de áreas de risco, enchentes, deslizamentos, atingidas por

incêndios, etc. caracterizam a demanda habitacional emergencial. Também é composta por:

moradores forçados a sair de suas casas em razão de frentes de obras de infraestrutura conduzidas

pela prefeitura; a população em situação de rua; famílias em situação de vulnerabilidade, como

idosos, deficientes, doentes crônicos; e mulheres vítimas de violência doméstica.

Face à dificuldade de oferecer rapidamente uma alternativa de moradia a essas situações,

criou-se um programa que pudesse repassar uma quantidade de dinheiro que permitisse, de forma

rápida e sem compromisso obrigatório com a disponibilidade imediata de moradia, remediar a

situação dessa população, permitindo-lhe o complemento de renda necessário para acesso ao

aluguel no mercado formal. Hoje tal modelo de atendimento é denominado “Bolsa Aluguel”, e

atendeu em 2016, cerca de 21 mil famílias na cidade, a um custo de R$ 5,8 milhões. No entanto,

essa estrutura de atendimento não é plenamente eficiente na atenção a essas situações

emergenciais. Por isso, deve-se avaliar algumas deficiências, como a limitação financeira para

concessão de auxílios em dinheiro e a dificuldade em criar um fluxo de espera para o atendimento

definitivo.

Para além do atendimento emergencial e transitório, a política habitacional do município

deve oferecer uma solução habitacional de longo prazo para o acesso definitivo à moradia.

Tradicionalmente a política habitacional sempre foi entendida como uma política de acesso à casa

própria. Objetivando a ampliação do leque de possibilidades oferecidas aos que mais precisam,

propõe-se estudos para viabilidade de um programa de locação social, oferecendo unidades

habitacionais para aluguel em imóveis públicos, com valores de aluguel total ou parcialmente

subsidiados, e mesmo que sem subsídio, acessíveis à população de baixa renda.

Para amenizar o problema do déficit habitacional, a produção para o acesso à casa própria

deve se organizar em consonância com os programas habitacionais ligados às linhas de

financiamento federais, estaduais ou mesmo internacionais. E, mesmo com uma eventual e

indesejada paralisação do programa federal Minha Casa Minha Vida, a política de provisão de

moradia para aquisição do município precisará construir alternativas que envolvam as empresas

do setor da construção civil e, por outro lado, a produção habitacional por autogestão.

Como observado anteriormente, a alta incidência no território de assentamentos marcados

pela precariedade, muitos irregulares, outros em áreas impróprias, alguns em terrenos passíveis de

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consolidação, e ainda a presença de cortiços, faz com que esta deva ser uma prioridade de atuação

da política habitacional. Por isso, propõe-se uma intervenção integrada, intersetorial e

intersecretarial, que se articule no território. Dessa forma, seriam propostos eixos de ação que

respondessem as distintas precariedades, tais como: urbanização de assentamentos precários;

regularização fundiária; produção de moradias; e melhorias habitacionais em cortiços e moradias

consolidadas, ou passíveis de consolidação.

Resumidamente, o Plano Plurianual 2018-2021 terá como objetivo estruturar programas,

ações e estratégias para o enfrentamento da precariedade habitacional e urbana, em conjunto com

estratégias de financiamento e de gestão participativa, a fim de atingir as metas estabelecidas.

Além disso, os programas devem dialogar com a redução de riscos, a fiscalização e controle de

áreas ocupadas, o desenvolvimento institucional e a atenção às áreas verdes.

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Eixo 9 – Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 9 - Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do

Trabalho ocorreram em oficina realizada no dia 29/03/2017, na Sala Osasco, foi conduzida pela

SEPLAG e contou com participação de representantes das seguintes secretarias: SDTI, SEPLAG,

SICA, SEHDU, SAS, SF e Procon. Dada a quantidade de participantes, foram definidos 03 grupos

de discussão, compostos por representantes de todas a secretarias presentes, sempre que possível.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar, para cada problema, causas, consequências,

estratégias de enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que

entenderam como necessário, os grupos tiveram autonomia para propor ajustes, inclusões e

exclusões na relação proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos

problemas com a respectiva priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das

secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

9.1 Conflito em relação a identidade da cidade que passa tanto por

questões de ocupação do espaço público e uso do solo quanto pela

política de desenvolvimento econômico da cidade

20,6%

9.2 A economia solidária não tem estrutura para sobreviver sem o apoio

do poder público, especialmente no que tange a atividades de apoio e

suporte

17,7%

9.3 Apenas 19% da população economicamente ativa de Osasco conta

com nível de ensino superior, e portanto, não supre a demanda das

empresas por mão de obra qualificada

14,7%

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9.4 Ausência ou baixa estratégia de geração de emprego e promoção da

tecnologia e inovação visando uma cidade inteligente, criativa e

conectada aos modelos de eficiência, sustentabilidade e

competitividade

14,7%

9.5 Os instrumentos de desenvolvimento urbano estão defasados e não

estão integrados às políticas de desenvolvimento econômico

14,7%

9.6 As empresas privadas carecem de um ambiente eficiente para se

estabelecer em Osasco e superar os efeitos da crise econômica

nacional

8,8%

9.7 A casa do empreendedor não atende totalmente às necessidades do

micro empreendedorismo

8,8%

9.8 A estrutura institucional de fomento das micro e pequenas empresas

carece de ser fortalecida

0

9.9 Ausência de um marco legal para geração de emprego e melhoria da

qualidade de vida para as populações em alta vulnerabilidade (pop

Rua, LGBT, Negros, imigrantes, egressos do sistema prisional,

mulheres (vítimas de violência), jovens em liberdade assistida, em

situação de drogadição).

0

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como o diagnóstico

setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas, Indicadores e

Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se a seguir. Vale

esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e

sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro exercícios, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo como um

todo e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre os

problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o desenho

dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que devem merecer atenção dos

gestores na formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais

acurada possível dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento, percebeu-se a necessidade de interação do

Eixo de Desenvolvimento com os Eixos de Educação, Mobilidade Urbana, Assistência Social e

Habitação.

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Na relação entre o Eixo de Desenvolvimento e os Eixos de Educação e de Mobilidade

Urbana, a interação torna-se necessária nas discussões relacionadas às políticas voltadas ao acesso

ao ensino superior em Osasco, no que tange à necessidade de incremento deste acesso com

políticas educacionais voltadas aos jovens que concluem o ensino médio, ou ainda com políticas

públicas de mobilidade, de modo que estes jovens consigam sair das periferias da cidade para

estudar em regiões mais centrais de Osasco.

Na relação com o Eixo de Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e Igualdade

Racial e de Gêneros, percebe-se esta necessidade de interação quanto a dois problemas. O

Problema 9.9, deve ser discutido de forma integrada com o problema 11.5. Ainda, os problemas

9.7 e 9.8, devem ser discutidos numa lógica de interação com o problema 11.8, quanto às políticas

de qualificação socioprofissional.

Na relação com o Eixo de Habitação, percebe-se forte interação entre os problemas 9.1 e

9.5, com os problemas 8.1, 8.2 e 8.3, que versam a respeito da necessidade de atualização do marco

legal da cidade, do déficit no estoque de moradias e dos assentamentos precários.

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Problemas do Eixo Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho

PROBLEMA

9.1 - Conflito em relação a identidade da cidade que passa tanto por questões de ocupação do espaço público e uso do solo quanto pela

política de desenvolvimento econômico da cidade.

CAUSA

O crescimento desordenado da cidade, oriundo de uma falta de planejamento territorial e urbano adequado, contribuiu para a

ocupação irregular de áreas livres pela população de baixa renda. A ausência de uma política pública de planejamento urbano,

especialmente nas regiões de menor renda, fruto de diretrizes governamentais difusas e de uma desarticulação administrativa entre as

diversas pastas que compõem a estrutura da PMO, se mostra como um fator histórico, e não apenas de períodos recentes. Esta

desarticulação envolve não somente questões estratégicas, mas também questões operacionais e burocráticas.

Isto posto, o que se percebeu ao longo dos anos foi um baixo investimento na área de habitação e ausência de políticas sociais

na periferia, má ocupação do espaço público e uso do solo. Soma-se a isso ainda, os baixos investimentos na região oriundos das esferas

federal e estadual.

A ausência de uma organização de fiscalização efetiva auxiliou o aumento da vulnerabilidade social, com áreas da cidade

totalmente desassistidas, como por exemplo a região de Bonfim. Destacam-se algumas situações históricas para exemplificar esta falta

de diretrizes e de planejamento: a construção das rodovias e ferrovias que cortam a cidade; o fluxo burocrático que envolve a liberação

de alvarás; os instrumentos urbanísticos defasados; a especulação imobiliária, etc.

Por fim, deve-se pensar com enorme atenção a lei de outorga onerosa, o enfrentamento aos conflitos de interesses relacionados

a ocupação do território, e a modernização da sistemática de zoneamento da cidade, feito atualmente de forma manual.

CONSEQUÊNCIAS

Dentre as consequências deste problema, podem-se destacar questões que contribuíram diretamente para a percepção de cidade

que se tem atualmente. Observa-se uma cidade cujo comércio está centralizado e onde há ocupação desordenada dos espaços públicos,

ocasionando uma ausência de identidade da população com a Cidade.

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Além disso, percebe-se desconhecimento e falta de informação da população quanto ao processo de formalização. Por fim, nota-

se que a cidade não conseguiu atrair os investimentos necessários dos demais entes federados, gerando um desequilíbrio de investimento

(federal, estadual e municipal).

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Plano Diretor

Promover a atuação e revisão do Plano Diretor do município, contemplando a elaboração de uma política de desenvolvimento

econômico atrelado à política urbana, especialmente estruturada para o desenvolvimento das periferias, considerando a aplicação dos

normativos dos instrumentos do Estatuto das Cidades.

Este novo Plano Diretor deve desenvolver novas centralidades no Município, visando medidas de compensação e impacto urbano

nas áreas através da implantação de instrumentos sustentáveis no município. Deve ainda, adequar o zoneamento às novas tendências

regionais e fortalecer os mecanismos de operação urbana 1 e 2.

A operação e governança do novo Plano Diretor deve se dar através da criação do conselho municipal de desenvolvimento

econômico e do fundo municipal de desenvolvimento econômico.

Modernização Administrativa

Promover a otimização no tempo dos processos burocráticos no Município, através do fortalecimento das ações integradas e

articuladas entre as diversas Secretarias Municipais, aumentando e qualificando as estruturas de fiscalização e controle interno e externo.

Por fim, esta modernização administrativa deve resultar em acesso a serviços públicos de melhor qualidade, especialmente nas periferias

e no fortalecimento das Relações Internacionais como agente captador de parcerias, recursos e intercâmbio de experiências com outros

países.

Apoio ao Desenvolvimento

O apoio ao desenvolvimento está centrado em ações voltadas ao suporte institucional ao micro e pequeno empreendedor, por

meio de convênios com o SEBRAE e do desenvolvimento e manutenção de banco de dados dos empreendedores. No que tange ao

desenvolvimento de emprego e renda, as estratégias se baseiam no desenvolvimento de feiras e encontros de empreendedorismo e no

aprimoramento do BDCO para atender as demandas de SICA e de outras áreas.

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Campanhas de conscientização

Por fim, deve-se desenvolver campanhas de conscientização para disseminação a toda a população e público interno da Prefeitura

quanto aos procedimentos para regularização de empresas.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 20,6%

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

9.2 - A economia solidária não tem estrutura para sobreviver sem o apoio do poder público, especialmente no que tange a atividades de

apoio e suporte.

CAUSAS

As causas deste problema estão relacionados à falta de desenvolvimento de uma política sustentável que permita aos

emancipados incorporar os conceitos e técnicas desenvolvidos pela Prefeitura, de modo a gerir seus negócios de forma individual a

partir do momento em que o trabalho da Prefeitura se encerra. O que se percebe é um grande número de pessoas que fecharam suas

empresas, ou deixaram de trabalhar com aquela atividade, assim que acaba o suporte, tornando a continuidade do negócio insustentável.

A desarticulação entre as diversas áreas da Prefeitura e a falta de investimento por parte do poder público também interferem na

existência deste problema.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências deste problema afetam as pessoas diretamente, com o aumento do desemprego; porém, em algumas situações,

também afetam o meio ambiente, com a saturação do aterro e a degradação ambiental. Apesar do esforço empreendido, por conta do

viés paternalista, o retorno da política de economia solidária foi baixo para a economia do município.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

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Revisão de documentos normativos

Como ponto de partida, é necessário a revisão e adequação da Lei que regulamenta a economia solidária e a respectiva

metodologia de trabalho. No que tange a operação, as propostas passam por uma revisão no modelo de assessoramento, construção de

plano de negócio para o empreendedor, fortalecendo o potencial da casa do empreendedor. Envolve também, questões relacionadas a

reestruturação de crédito do Banco do Povo/FUMDIP para os empreendedores.

Por outro lado, há a recomendação de avaliar a possibilidade de priorização a determinados setores, partindo da identificação

das potencialidades do município, com atenção para determinados setor, por exemplo: cooperativas de agricultura e resíduos, aumento

da quantidade dos caminhões de coleta seletiva, implantação de ecopontos etc.

Estratégias de disseminação e divulgação

Como estratégias de disseminação e divulgação, pode-se adotar a: realização de feiras de economia solidária, com espaços para

que os produtos oriundos da economia solidária possam ser comercializados; realização de campanhas no Município voltadas a doação

de descartes de produtos eletroeletrônicos para as cooperativas específicas; e a oferta de produtos da agricultura urbana para consumo

pelas escolas municipais.

Fortalecimento das relações entre os atores envolvidos

Por fim, é fundamental o fortalecimento da relação de empresários com a cidade (conhecimento do público) e uma maior

integração entre as diversas unidades do município que atuam com este público, tanto com relação a promoção e desenvolvimento,

quanto em relação a fiscalização ambiental.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 17,6%

PROBLEMA

9.3 - Apenas 19% da população economicamente ativa de Osasco conta com nível de ensino superior, e portanto, não supre a demanda

das empresas por mão de obra qualificada.

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CAUSAS

As causas deste problema passam por diversos fatores que devem ser analisados de forma integrada, visando atingir os resultados

esperados. Primeiramente, deve ser analisada a questão de acesso, sob o ponto de vista da qualidade da educação fundamental e média,

o que pode tornar o ensino superior elitizado. A baixa qualidade limita o acesso da população de baixa renda, que não tem condições de

frequentar cursos preparatórios para o vestibular.

Outro aspecto está relacionado ao acesso aos cursos, do ponto de vista da infraestrutura que a cidade oferece para frequentar a

universidade, especialmente para os jovens da periferia. Os grupos chegaram a destacar a ausência de universidades na periferia do

município.

Questão relevante que inviabiliza os estudos da população em Osasco está na análise da vocação da cidade vis-à-vis os cursos

oferecidos pelas universidades aqui instaladas, tendo em vista que, no entendimento dos grupos, Osasco é uma cidade de serviços e

precisa ter funcionários capacitados para o atendimento nestes.

Finalmente, questões como a cultura de valorização do trabalho em detrimento a educação; incentivos fiscais/tributação; plantas

genéricas de valores desatualizadas (2008); e a alta densidade de ocupação, também foram mencionados durante os trabalhos.

CONSEQUÊNCIAS

A dificuldade de acesso da população Osasquense ao ensino superior, independente das causas, geram consequências desastrosas

para a economia da cidade como um todo, pois contribui para o aumento do desemprego e da informalidade, ou até criam um cenário

de subemprego com pessoas com baixa qualificação. Além disso, notam-se empresas saindo do município, enquanto as pessoas que

estudam em Osasco não trabalham na cidade.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Criação de incentivos

Uma das estratégias de enfrentamento deste problema pode estar relacionada ao incentivo do município para que seus próprios

servidores tenham acesso ao ensino superior, e consequente melhoria nas condições de trabalho, plano de cargos e salários e maior

vinculação entre nível escolar e atribuições diárias dos servidores.

Articulação entre entes federativos

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Deve-se enfrentar a questão da coordenação e articulação com o estado e a União para viabilizar a melhoria do acesso da

população mais carente ao estudo técnico e superior em Osasco, seja através do incentivo à instalação de cursos técnicos e superiores

na periferia, criação de cursos EAD, ou aprimorando a política de transporte de modo que os moradores da periferia tenham as condições

mínimas de locomoção para frequentar os cursos técnicos e superiores em outras regiões da cidade. A possibilidade do município investir

no ensino médio foi cogitada ao longo dos trabalhos.

Criação de condições de acesso ao mercado de trabalho

Outro ponto de vista abordado como estratégia de enfrentamento diz respeito a criação de condições para que o mercado de

trabalho abra mais oportunidades de acesso a empregos por parte desta população jovem e recém formada, seja com o desenvolvimento

do turismo de negócios na cidade; com o apoio, orientação e incentivos aos empreendedores (Incubadora); com o apoio ao

desenvolvimento; com a atuação em áreas onde os empreendedores necessitam de um apoio técnico adicional; além da promoção de

ações articuladas entre empresários, universidades e prefeitura, com foco na formação e geração de emprego e renda.

Revitalizar quadro de qualificação profissional

Por fim, o olhar para o quadro de qualificação profissional revitalizado (Planatec e Plansec) e o fortalecimento das políticas

sociais para possibilitar o investimento no estudo, foram também pontos abordados ao longo dos trabalhos.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 14,7%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

9.4 - Ausência ou baixa estratégia de geração de emprego e promoção da tecnologia e inovação visando uma cidade inteligente, criativa

e conectada aos modelos de eficiência, sustentabilidade e competitividade.

CAUSAS

As causas deste problema devem-se ao fato do acesso à tecnologia estar fortemente concentrada na população com maior poder

aquisitivo, levando a uma ausência de democratização do uso desta. Assim, deve-se levar em consideração que o investimento

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estruturado e integrado em tecnologia da informação, tanto como instrumento de gestão, quanto de inovação, não fez parte da estratégia

governamental da cidade. Por fim, há de se considerar também, a falta de foco na vocação da cidade quando se pensa em tecnologia da

informação e inovação.

CONSEQUÊNCIAS

A ausência de estratégias governamentais voltadas a tecnologia da informação e inovação no âmbito interno da Prefeitura,

contribui para a existência de retrabalho, queda na eficiência operacional dos processos de trabalho, entrega de serviços morosos a

sociedade, entre outros. Quando se observa a consequência deste problema sob a ótica da sociedade, percebe-se a perda de recursos na

economia, queda no nível de emprego, subemprego, desempenho e ainda o aumento da utilização de mão de obra informal no mercado

de trabalho.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento devem estar baseadas no desenvolvimento de incentivos para o desenvolvimento tecnológico,

promovendo ações de estimulo e valorização das iniciativas inovadoras, em conjunto com uma forte articulação com as universidades,

tanto no desenvolvimento, quanto na avaliação dos projetos. De maneira a tornar a inovação tecnológica uma marca e diferencial de

Osasco, deve-se considerar a possibilidade de criação de polos locais de tecnologia na cidade, incentivando e promovendo

constantemente feiras e encontros de empreendedorismo.

Outro aspecto relevante relacionado a inovação está associado à pesquisa e desenvolvimento, essencial para se inovar. Assim,

surge a proposta de implantação de um observatório econômico, com articulação e parcerias com universidades, escolas técnicas,

entidades de classe, PMO, organizações da sociedade civil, etc.

Criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico

A tecnologia e a inovação devem estar ao alcance de toda a população Osasquense. Assim, deve-se considerar a possibilidade

de criação de um Conselho de Desenvolvimento Econômico, contando com participação social, de modo que sejam construídas diretrizes

e ações integradas entre as diversas Secretarias Municipais. A criação do Conselho remete à criação do respectivo fundo, que deve

operar a partir de campanhas de incentivo ao mercado (Pessoas Físicas e Jurídicas) para contribuir financeiramente com o Fundo.

Unificação e integração de sistemas

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Por fim, a Prefeitura deve considerar que tecnologia e inovação remetem a um novo conceito de gestão. Assim, faz-se necessário

a unificação e integração dos sistemas da PMO, promovendo ações integradas entre as diversas pastas e modernizando, entre outros

aspectos, todos os processos relacionados à fiscalização. Deve-se investir fortemente no aprimoramento do processo de capacitação de

funcionários e, especialmente, dos profissionais em situação de desemprego, fazendo uso exclusivos dos espaço públicos para promover

ações de capacitação e qualificação.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 14,7 %

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

9.5 - Os instrumentos de desenvolvimento urbano estão defasados e não estão integrados às políticas de desenvolvimento econômico.

CAUSAS

A cidade de Osasco passou por grandes transformações nos últimos anos, mudando de um perfil da cidade industrial para

comercial, sem contudo promover a devida adequação relacionada ao desenvolvimento urbano. Este fato culminou em total falta de

alinhamento entre a política de desenvolvimento urbano e a política de desenvolvimento econômico, como se as duas políticas pudessem

caminhar de forma totalmente isoladas. Por fim, como resultado disso, tem-se uma ausência do reconhecimento das marcas de Osasco

na perspectiva de área econômica, consubstanciada em uma legislação fragmentada e totalmente desatualizada.

CONSEQUÊNCIAS

A única e grande consequência deste problema está materializado em um amplo desequilíbrio urbano no desenvolvimento da

cidade.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Incentivo a valorização e promoção das “marcas” da cidade

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209

Como estratégias de enfrentamento tem-se o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a valorização e promoção das

"marcas" da cidade, como o cachorro-quente, Antonio Agu, Metalúrgico, Dimitri, piauiense, etc. que vão além da simples divulgação

destas marcas, e sim no investimento em tornar estas marcas referência na região metropolitana e no estado de São Paulo, incluindo

investimentos em ações de educação profissional e fomento.

Desenvolvimento de cursos profissionalizantes

A cidade deve procurar desenvolver cursos profissionalizantes relacionados a estas marcas, de modo a atrair investimentos e

receita.

Rediscussão do Plano Diretor

Além disso, o fortalecimento destas marcas passa necessariamente pela rediscussão do Plano Diretor do Município, visando a

integração e articulação entre as ações de política urbana e a política de desenvolvimento.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 14,7%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

9.6 - As empresas privadas carecem de um ambiente eficiente para se estabelecer em Osasco e superar os efeitos da crise econômica

nacional.

CAUSAS

As causas para este problema estão relacionadas a aspectos tributários e fiscais, aspectos de zoneamento e ocupação do solo,

segurança e comunicação. Quanto aos aspectos tributários e fiscais, os grupos relataram a alta carga tributária do município e a ausência

de política competitiva de incentivo fiscal para atração de novos investimentos.

No que concerne a questões de zoneamento e ocupação do solo, as causas estão relacionadas à falta de atualização da planta

genérica de valores, inexistência de marcos regulatórios atualizados e com regulamentos claros que não deem margem para dúvidas,

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210

vícios e desvios de conduta. Estas questões corroboram para a dificuldade na obtenção de licenças e alvarás para operação comercial e

industrial. Além disso, a alta densidade de ocupação da cidade dificulta a identificação de grandes espaços para novas empresas.

Outro aspecto relevante está relacionado à segurança pública, pois a percepção de insegurança existente na cidade dificulta

sobremaneira a instalação de empresas fora dos shopping centers.

Por fim, a comunicação se apresenta como uma causas do problema sob dois pontos de vistas. O primeiro referente à falta de

conhecimento dos empresários quanto aos procedimentos necessários à abertura de uma empresa em Osasco e de outros serviços. Sob

outro ponto de vista, não existem mecanismos locais para divulgação da atividade comercial em Osasco.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências desse problema para Osasco estão relacionadas a evasão de médias e grandes empresas do município,

comprovado pelos indicadores apresentados no diagnóstico do Eixo e a falta de atratividade para instalação de novas empresas no

município e a falta de fiscalização.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Desenvolvimento de políticas integradas

As estratégias de enfrentamento identificadas durante os trabalhos partem do pressuposto de uma política integrada e tem duas

ações principais: a primeira concerne na identificação e articulação das cadeias produtivos dos diversos setores presentes em Osasco,

para fomentar novos arranjos com potencial para desenvolvimento; e a segunda refere-se a realização de um Censo empresarial para

identificar as empresas existentes e mapear as necessidades de cada bairro e cada região para incentivar a ação comercial adequada às

necessidades identificadas.

Revisão do zoneamento urbano

Outras ações, contudo, foram elencadas como relevantes, em razão de sua importância integrada para o eixo. Referem-se à

revisão do zoneamento urbano para a atração de novas empresas; atenção especial ao comércio exterior, em articulação com a

Coordenação de Relações Internacionais; desenvolvimento de ações articuladas com empresários, universidades e Prefeitura; e ações

articuladas de divulgação das empresas sediadas em Osasco.

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211

Campanhas de formalização de empresas

Além disso, faz-se necessário lançar mão de campanhas de formalização das empresas, articulada com o desenvolvimento da

política urbana e um intensivo programa de fiscalização efetivo com caráter orientativo e não apenas punitivo.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 8,8%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

PROBLEMA

9.7 - A casa do empreendedor não atende totalmente às necessidades do micro empreendedorismo.

CAUSAS

As principais causas deste problema estão relacionadas com questões internas à Prefeitura, que passam desde a burocracia

interna, até a alta rotatividade de pessoal, dificultando o estabelecimento de um padrão de trabalho e seu aprimoramento, além da falta

de mão de obra e demais recursos disponíveis para a perfeita operação da Casa do Empreendedor. Estes aspectos dificultam sobremaneira

um adequado acompanhamento das empresas. Por outro lado, não se tem no município um Censo Empresarial que permita identificar e

mapear adequadamente a situação do empresariado local, suas dificuldades e necessidades.

CONSEQUÊNCIAS

Todas essas dificuldades acarretam em um aumento da informalidade, especialmente nos pequenos negócios, intensificados pela

falta de informação já citada acima. Além disso, a burocracia interna gera grandes dificuldades aos empresários durante o processo de

abertura de empresas, questões que saem das fronteiras da Prefeitura, mas envolvem outros órgãos públicos (CETESB, bombeiros, etc).

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Qualificação do atendimento ao público

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212

A principal estratégia de enfrentamento deste problema passa necessariamente pela qualificação do atendimento público, que

envolve um grande conjunto de ações integradas, internas e externas, com foco principal em melhor atender os pequenos e médios

empreendedores. Estas ações envolvem o enfrentamento da burocracia interna, trazendo maior transparência e agilidade ao processo,

por meio da revisão e atualização dos normativos e leis da Casa do Empreendedor, criando processos que permitam a tramitação de boa

parte da documentação em formato eletrônico (online), fortemente apoiados por sistemas informatizados e integrados entre as diversas

áreas da Prefeitura e agregando a estes, na medida do possível, parcerias externas visando dinamizar o atendimento na abertura de

empresas, como por exemplo com a Junta Comercial.

Fomentar parcerias

Por outro lado, a Prefeitura deve também fomentar parcerias junto ao Sebrae e órgãos de classe para capacitação dos

microempreendedores, de modo a garantir a perenidade e continuidade dos negócios, junto a um processo interno de acompanhamento

destas empresas após a sua formalização e especialmente durante os primeiros anos de existência da empresa.

Criação e manutenção de um banco de cadastro

Além disso, é de fundamental importância para o êxito e perenidade das empresas, e consequente desenvolvimento econômico

de Osasco, que a Prefeitura atue na elaboração e manutenção do cadastro de todos estes micro empreendedores, através da realização

de um Censo Empresarial e por conseguinte criação e implantação de uma estratégia de divulgação dos serviços oferecidos pelos

microempresários. Neste contexto, a manutenção do GEOPORTAL é uma estratégia que deve estar dentre as prioridades de

enfrentamento deste problema.

Ações descentralizadas

Por fim, entende-se que o fomento à política de microcrédito é importante no município e que se faz necessário maior

proximidade da Prefeitura com os empreendedores, por meio da criação de ações descentralizadas, como por exemplo a Casa do

Empreendedor volante, contemplando inclusive, ações integradas entre as diversas secretarias e órgãos da Prefeitura.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 8,8%

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213

PROBLEMA

9.8 - A estrutura institucional de fomento das micro e pequenas empresas carece de ser fortalecida.

CAUSAS

Este problema, segundo a posição dos grupos de trabalho, tem como principais causas a baixa estrutura de gestão da Prefeitura,

com ausência de pessoal qualificado, de sistemas integrados de gestão e de processos de trabalho modernos, estruturados e padronizados,

com forte suporte tecnológico. A ausência de uma Casa do Empreendedor unificada também corrobora para a existência deste problema.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências deste problema afetam diretamente a geração de emprego e renda no município, pois percebe-se um elevado

índice de encerramento de atividades empresariais, como também a limitação do potencial produtivo das empresas estabelecidas.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Desenvolvimento de ações na Casa do Empreendedor

As estratégias de enfrentamento têm como ponto de partida a unificação da Casa do Empreendedor e o desenvolvimento de ações

voltadas a orientar e preparar os empreendedores na gestão de seus negócios, como o “Programa Bem-Vindo Empreendedor (PMO

orientando e ouvindo os empreendedores)” e a capacitação aos empreendedores a respeito de compras públicas e gestão de

empreendimentos.

Descentralização dos serviços

Outro bloco de estratégia está relacionado a uma maior descentralização dos serviços para os bairros mais distantes do Centro,

a partir de uma estruturação interna de uma política de fomento baseada em revisão e informatização de processos de trabalho,

desenvolvimento tecnológico e qualificação de pessoal. Por fim, pode-se valer de recursos orçamentários e operacionais da Escola de

Governo e de um fortalecimento das políticas municipais voltadas ao incentivo à organização intersetorial dos empreendedores (para

ganhos de escala como compras coletivas, por exemplo).

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214

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão. 8,8%

PROBLEMA

9.9 - Ausência de um marco legal para geração de emprego e melhoria da qualidade de vida para as populações em alta vulnerabilidade

(PopRua, LGBT, Negros, imigrantes, egressos do sistema prisional, mulheres (vítimas de violência), jovens em liberdade assistida, em

situação de drogadição).

CAUSAS

A causa central deste problema está baseada na falta de um olhar abrangente para as populações em alta vulnerabilidade no

município, em especial nas periferias.

CONSEQUÊNCIAS

Esta população não é atendida de forma integral pelas políticas municipais.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

Como estratégias de enfrentamento, foram propostas duas ações: a primeira é referente à criação e estruturação de um projeto e

construção de marco legal, voltado para a geração de empresa e renda para essa população vulnerável; já a segunda trata-se de uma

estratégia inteligente para envolver as empresas nesse aspecto que é a criação do Selo de Empresa "trabalho e inclusão".

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e compromisso com o cidadão; 8,8%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser Osasquense.

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215

Diagnóstico do Eixo Desenvolvimento Urbano, Econômico-Social e do Trabalho

Tabela sintética – Indicadores gerais de desenvolvimento urbano, social, econômico e trabalho

Desenvolvimento Ano Município RMSP ESP

PIB Total (Em reais correntes) 2014 58.566.199 1.022,8 bi 1.858,2 bi

PIB per Capita (Em reais correntes) 2014 84.478 48.859 42.198

Participação da Indústria no Total do

Valor Adicionado (Em %) 2014 5,6% 13% 18,4%

Participação dos Empregos Formais

da Indústria no Total de Empregos

Formais (Em %)

2015 11,60% 14,33% 19,30%

Participação dos Empregos Formais

da Construção no Total de Empregos

Formais (Em %)

2015 4,39% 5,20% 4,70%

Participação dos Empregos Formais

do Comércio no Total de Empregos

Formais (Em %)

2015 27,91% 18,54% 19,97%

Participação dos Empregos Formais

dos Serviços no Total de Empregos

Formais (Em %)

2015 56,07% 61,73% 53,58%

Participação das micro e pequenas

empresas no Total de

Estabelecimentos Industriais

2015 94,32% 96,14% 95,95%

Participação das micro e pequenas

empresas no Total de

Estabelecimentos de Comércio e

Serviços

2015 96,49% 96,55% 97,27%

Proporção de empregados com

carteira assinada 2016 70,6% 66,1% 61,4%

Taxa de desemprego aberto 2016 15,1% 14,0% 12,8%

Taxa de desemprego aberto de jovens 2016 25,9% 25,4% -

Pessoas com ensino superior x PEA 2016 19,0% 21,8% -

Total de Exportações (Em milhões

US$) 2016 99,642

16.473,44

9 52.625,062

Fontes: Produto Interno Bruto – IBGE;

Pesquisa de Emprego e Desemprego - SEADE/DIEESE;

RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego;

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216

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC / SECEX.

O planejamento deve incorporar programas que possam impulsionar o desenvolvimento de

Osasco dentro da diversidade que se espera para uma grande cidade, oferecendo o suporte

necessário ao processo de reestruturação produtiva em andamento. Um dos principais desafios na

estruturação dos programas, portanto, é a integração da agenda do desenvolvimento urbano com a

do desenvolvimento econômico e social. Isso envolve reconhecer o papel ativo do território na

indução de novas dinâmicas produtivas, bem como a importância da diversidade setorial que

compõe a geração de emprego e renda no município.

Nesse sentido, a revisão de alguns marcos regulatórios podem dialogar com o fomento do

desenvolvimento local e o empreendedorismo, no sentido de promover e facilitar a instalação e

manutenção de micro e pequenas empresas, especialmente nas periferias da cidade, por meio de

regras simplificadas. Pode-se, ainda, induzir a descentralização do emprego, criando estímulos

urbanísticos e fiscais para usos não residenciais, aproximando trabalho e moradia, em áreas

próximas ao transporte público, proporcionando maior equilíbrio para a cidade.

Ao mesmo tempo, uma leitura pormenorizada do perfil produtivo da cidade impõe um

perfil de propostas de regulação urbanística atenta, não apenas às transformações territoriais

necessárias, mas também às garantias de permanência de usos produtivos. O solo urbano é um bem

finito e é previsível que seja objeto de disputa. O poder público tem um importante papel na

mediação dos conflitos.

Perfil Produtivo

O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma em valores monetários de todos os bens

e serviços finais produzidos, seja de um país, estado ou município. Em 2014, Osasco produziu a

preços correntes R$ 58,566 milhões, um crescimento real (corrigido pela inflação) de 3,3% em

relação ao ano anterior. Desta forma, o município posiciona-se em segundo lugar no ranking do

PIB estadual paulista e na oitava posição no ranking do PIB nacional. Por sua vez, o PIB per capita

alcançou R$ 84.478, valor duas vezes superior ao PIB per capita paulista.

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217

Gráfico – Evolução do Produto Interno Bruto (PIB), Osasco, 2011 a 2014 (em milhões de R$).

Fonte: IBGE - Correção inflacionária a partir do IGP-M.

Esse desempenho fez com que o município respondesse por 5,7% da riqueza gerada na

Região Metropolitana de São Paulo, e 3,15% do PIB paulista. Ainda assim, percebe-se uma queda

da participação do PIB de Osasco no total do estado de São Paulo, ou seja, o ritmo de crescimento

da economia no município mostra-se inferior ao crescimento paulista.

Tabela – Participação de Osasco no PIB paulista, 2011 a 2014 (em %)

2011 2012 2013 2014

3,31 3,21 3,17 3,15 Fonte: IBGE.

É importante identificar como o desempenho desagregado de cada setor econômico

contribuiu, em 2014, para crescimento do PIB do município de Osasco. A participação do valor

adicionado bruto dos serviços em Osasco representou 69,8% do PIB, enquanto a indústria e a

administração pública contribuíram, respectivamente, com 5,6% e 4,3% do total produzido.

Mercado de trabalho

De acordo com os dados da RAIS, entre 2011 e 2014, observa-se uma ligeira alta nos postos

de trabalho formal. Foram gerados nesse período, quase 5 mil novos empregos, elevando o número

de trabalhadores com carteira assinada de 172 mil para 177 mil pessoas, ou seja, uma expansão de

2,8% no número de empregos.

Em 2015, porém, algumas empresas tiveram que cortar postos de trabalho, resultando na

retração de trabalhadores formais. Com isso, o município perdeu quase 8.000 empregos formais.

Esse número representa decréscimo de 4,4% em relação ao estoque de empregos de 2014, afetando

principalmente a indústria e os serviços.

56,1

55,1

56,7

58,6

2011 2012 2013 2014

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218

Tabela - Evolução do emprego formal segundo grandes setores, Osasco, 2011 a 2015 (em mil

trabalhadores)

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS.

Entre 2012 e 2014, os rendimentos médios do trabalhador formal apresentaram aumento

real de 7,5% e passaram de R$ 2.481 para R$ 2.667. No entanto, em 2015, esse crescimento é

quebrado com variação de -3,7% na renda média do trabalhador de Osasco, recuando para R$

2.569 e diminuindo o poder de compra da população.

Gráfico - Rendimento médio bruto anual no trabalho formal, Osasco, 2012 a 2015 (em R$)

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS;

Correção inflacionária a partir do IGP-M.

32,4 32,4

23,4 22,4 19,6

6,3 6,5 6,6 5,9 7,4

44,2 43,7 47,1 47,8 47,3

89,5 91,398,4 101,0

95,0

2011 2012 2013 2014 2015

Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária

2.481,80

2.551,27

2.667,80

2.569,65

2012 2013 2014 2015

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219

Os dados mais recentes da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), elaborada pelo

Dieese e Seade, apontam que a retração de postos de trabalho acentuou-se em 2016. A taxa de

desemprego aberto, que era de 8,3% em 2015, chegou a 15% em 2016. Deste modo, o número de

desempregados de Osasco, em 2016, foi estimado em 54 mil pessoas. Em comparação, na Região

Metropolitana de São Paulo e estado de São Paulo registraram-se taxas de desemprego menores,

com 14% e 12,8% respectivamente. Vale ressaltar, que o desemprego entre a população mais

jovem é ainda mais alto, registrando taxa de quase 26%.

Gráfico - Taxa de desemprego aberto, Osasco, 2012 a 2016

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego – Seade/Dieese.

Entre 2015 e 2016, o número de assalariados privados com carteira assinada em Osasco

caiu de quase 193 mil para 181 mil trabalhadores, ou seja, uma retração de 6,3%, que equivale a

pouco mais de 12 mil postos de trabalho extintos. No emprego público, a queda foi de pouco mais

de 26%.

Por sua vez, o número de assalariados sem carteira de trabalho teve aumento de 11,4%, ou

seja, pouco mais de 2 mil pessoas passaram a ter as condições de trabalho precarizadas. O maior

aumento foi no número de autônomos para o público (12,5%) e os autônomos para a empresa

mantiveram-se estáveis (0,3%). Os empregadores também apresentaram aumento de 9%, passando

de 6,7 mil para 7,3 mil pessoas. Esses dados podem significar que uma parcela dos trabalhadores

com carteira assinada demitidos foram absorvidos pela informalidade ou, de posse de seus

benefícios trabalhistas e verbas rescisórias, abriram um negócio próprio.

Tabela - Situação no mercado de trabalho, Osasco, 2012 a 2016.

Situação no mercado de

trabalho

2012 2013 2014 2015 2016

PIA 583.384 585.110 580.033 585.200 592.301

PEA 367.694 353.262 353.646 349.240 359.493

Ocupado 328.182 319.688 318.040 316.554 300.405

Assalariado privado com

carteira de trabalho

182.917 190.039 177.592 193.425 181.283

8,77,9 8,3 8,3

15,1

2012 2013 2014 2015 2016

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220

Assalariado privado sem

carteira de trabalho

31.145 27.661 32.749 20.148 22.454

Assalariado do Setor

Público

23.475 25.972 25.276 27.312 20.090

Autônomo para o Público 29.285 22.805 27.254 27.312 30.726

Autônomo para Empresas 21.151 16.892 17.583 13.432 13.472

Empregador 9.762 7.179 5.715 6.716 7.327

Empregado Doméstico

Mensalista

12.551 12.036 12.528 11.641 10.636

Empregado Doméstico

Diarista

8.135 7.390 8.572 6.268 6.145

Trabalhador Familiar 1.859 2.112 1.978 2.239 709

Outras Posições na

Ocupação

7.902 7.602 8.792 8.059 7.563

Desempregado total 39.512 33.574 35.606 32.685 59.088

Desempregado com

trabalho precário

6.740 5.701 5.275 3.582 4.491

Desempregado Aberto 31.842 27.872 29.452 29.103 54.361

Desempregado por

desalento

930 0 879 0 236

Inativo com 10 anos ou

mais

215.689 231.848 226.386 235.961 232.808

Menor de 10 anos 85.764 85.306 91.653 87.758 82.251

Total 669.148 670.416 671.686 672.958 674.552 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego - SEADE/DIEESE.

Por meio dos dados anteriores, verifica-se um expressivo recuo nas condições de emprego.

O gráfico a seguir mostra a parcela dos ocupados composta por pessoas inseridas em postos de

trabalho assalariados com carteira de trabalho assinada ou estatutários. Trata-se de uma

aproximação do que se poderia chamar de segmento formal do mercado de trabalho. Note-se que,

após oscilações, essa parcela atingiu um ápice de 73% dos ocupados em 2015, mas apresenta

tendência de queda em 2016, quando caiu para 70,6%.

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221

Gráfico - Proporção de empregados com carteira assinada, Osasco, 2012-2016 (em %)

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego - SEADE/DIEESE.

Assim, o cenário econômico do município de Osasco reflete uma perda temporária de sua

complexidade, em que parcela importante dos ocupados deixa a proteção da legislação trabalhista

e perde o acesso aos benefícios previdenciários. Reflete também uma situação deficitária nos

níveis de escolaridade da população, uma vez que apenas 19% da população economicamente ativa

possui nível superior e, portanto, carece de pessoal técnico capacitado para assumir cargos com

nível de escolaridade mais elevado e com maior proteção.

A geração de emprego e renda deve ser um dos focos da ação do governo municipal por

meio da elaboração de políticas públicas voltadas para o atendimento do trabalhador. A reativação

do Portal do Trabalhador de Osasco torna-se uma ação estratégica para a inserção das pessoas no

mercado de trabalho, oferecendo serviços gratuitos de intermediação de mão-de-obra, de captação

de vagas junto às empresas, de encaminhamento ao seguro-desemprego, de emissão de carteira de

trabalho, além de informações e inscrições para os programas de qualificação profissional e de

atendimento à pessoa portadora de deficiência.

Cumpre destacar também as ações direcionadas à qualificação e requalificação do

trabalhador. O conjunto de ações nesta área visa estimular o trabalhador a atingir e manter grau

adequado de empregabilidade. A consecução de uma política adequada para qualificar o

trabalhador também passa pela questão da qualidade dos cursos com esse fim e na identificação

de demandas municipais, o que possibilita respostas voltadas às especificidades do mercado de

trabalho municipal.

Não obstante sua importância fundamental como gerador de empregos, é comum ao

pequeno e micro empresário defrontar-se com obstáculos por vezes intransponíveis, advindos do

excesso de regulamentação governamental. Neste sentido, cumpre destacar a importância da Casa

do Empreendedor, cujo objetivo é reduzir os entraves decorrentes da burocratização excessiva e o

tempo dos procedimentos necessários à abertura de novos negócios.

Esse conjunto de ações impacta positivamente a melhoria do ambiente de negócios do

Município, desdobrando-se no aumento da formalização do trabalho e na promoção do

desenvolvimento econômico.

66,7

71,3

67,7

73,4

70,6

2012 2013 2014 2015 2016

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Estabelecimentos e Atividades econômicas

Em 2015, a RAIS/Cadastro de Estabelecimentos apontava 10.247 empresas em Osasco,

que ocupavam 177 mil trabalhadores formais. Esse número total de estabelecimentos representa

um aumento de quase 8% em relação ao ano de 2012. Utilizando-se a tipologia do SEBRAE para

dimensionar o tamanho dos estabelecimentos, observa-se que a micro e pequena empresa

representam 96,4% do total de empresas do município.

Tabela - Distribuição dos estabelecimentos formais segundo grandes setores de atividade

econômica, por tamanho da empresa, Osasco, 2015.

Grandes setores de atividade econômica1 Micro &

Pequenas

Médias &

Grandes

Total

Indústria 780 47 827

Construção Civil 445 11 456

Comércio 4.362 116 4.478

Serviços 4.272 198 4.470

Agropecuária 16 0 16

Total 9.875 372 10.247 Nota 1: Segundo o IBGE;

Nota 2: Classificação do tamanho do estabelecimento segundo o SEBRAE;

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS- Estabelecimentos.

Os salários e outras remunerações pagos no ano totalizaram R$ 435 milhões, com um

salário médio mensal de R$ 2.569,65, equivalente a pouco mais de três salários mínimos. Ainda

que a indústria apresente consecutivas retrações no número de estabelecimentos, postos de trabalho

e valor adicionado, destaca-se que é nesse setor que estão os melhores salários, uma vez que o

rendimento médio de R$ 3.058,00 está acima de todos os outros setores.

Tabela - Rendimento médio bruto anual, no trabalho principal, por setores econômicos, Osasco,

2015.

Grandes Setores - IBGE Renda Média Nominal Massa de Renda

Indústria 3.057,70 60.071.521,60

Construção Civil 1.935,64 14.385.674,35

Comércio 1.965,64 92.919.614,90

Serviços 2.819,67 267.772.580,67

Agropecuária 1.311,09 69.487,53

Total 2.569,65 435.218.879,05

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS.

Deslocando o foco para a análise dos setores de atividade econômica, os serviços

representam 43,5% dos estabelecimentos do município e é responsável por 69,8% do Produto

Interno Bruto, demonstrando uma concentração do valor adicionado bruto em um número reduzido

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de empresas. Outra importante atividade econômica de Osasco está no comércio varejista, com

40% do total de estabelecimentos.

Considerando a evolução dos setores de atividade econômica entre 2012 e 2015, observa-

se um crescimento consistente de 20,6% no número de estabelecimentos de serviços de transporte

e comunicação, provavelmente influenciada pela localização do município, cortado por

importantes rodovias que interligam a capital ao interior. Os serviços em geral registraram

crescimento de estabelecimentos no período, tais como comércio e administração de imóveis e

serviços técnicos (17,8%); e serviços médicos, odontológicos e veterinários (17,1%). Entre os

estabelecimentos industriais, destaca-se o crescimento da indústria da madeira e mobiliário

(20,5%). Por outro lado, algumas importantes atividades industriais apresentaram retração no

número de estabelecimentos, tais como a indústria têxtil (-20,4%) e de papel, editorial e gráfica

(-19,3%). Esses resultados reafirmam o fato de que o cenário econômico de curto prazo está

bastante condicionado pela expansão da demanda vinculada ao setor de serviços.

Tabela - Distribuição dos estabelecimentos formais segundo subsetor de atividade econômica,

Osasco, 2012 e 2015.

Subsetor de Atividade Econômica

segundo IBGE

2012 2013 2014 2015 Var.%

2012-2015

Indústria de transformação 843 811 806 809 -4,0

Extrativa Mineral 2 1 3 2 0,0

Indústria de produtos minerais não

metálicos

20 22 22 23 15,0

Indústria metalúrgica 125 121 127 126 0,8

Indústria mecânica 86 90 88 94 9,3

Indústria do material elétrico e de

comunicações

40 39 38 37 -7,5

Indústria do material de transporte 34 32 35 36 5,9

Indústria da madeira e do mobiliário 39 41 47 47 20,5

Indústria do papel, papelão, editorial e

gráfica

119 107 105 96 -19,3

Indústria da borracha, fumo, couros,

peles, e diversos

43 47 39 36 -16,3

Indústria química 83 88 81 81 -2,4

Indústria têxtil do vestuário e artefatos

de tecidos

113 96 86 90 -20,4

Indústria de calçados 2 1 1 1 -50,0

Indústria de produtos alimentícios,

bebidas e alcoólicos

137 126 134 140 2,2

Serviços industriais de utilidade

pública

20 21 20 18 -10,0

Construção civil 362 393 400 456 26,0

Comércio 4.429 4.461 4.430 4.478 1,1

Comércio varejista 4.101 4.117 4.080 4.094 -0,2

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Comércio atacadista 328 344 350 384 17,1

Serviços 3.823 4.041 4.206 4.461 16,7

Instituições de crédito, seguros e

capitalização

165 164 173 177 7,3

Imobiliárias, valores mobiliários, serv.

técnico...

1.145 1.221 1.281 1.349 17,8

Transportes e comunicações 611 652 680 737 20,6

Alojamento, alimentação, manutenção,

redação...

1.174 1.229 1.283 1.352 15,2

Serviços médicos, odontológicos e

veterinários

444 462 479 520 17,1

Ensino 284 313 310 326 14,8

Administração pública direta e

autárquica

8 11 9 9 12,5

Agricultura, silvicultura, criação de

animais...

13 16 13 16 23,1

Total 9.498 9.754 9.884 10.247 7,9 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS- Estabelecimentos.

Comércio exterior

No comércio exterior, o município de Osasco atingiu, em 2016, déficit de US$ 554 milhões

na sua balança comercial. As exportações registraram quase US$ 100 milhões, com decréscimo de

28% em relação ao ano de 2015. As importações, por sua vez, diminuíram 20%, perfazendo

volume de US$ 654 milhões.

Gráfico – Comércio exterior, segundo exportações e importações, em Osasco, 2007 a 2016 (em

milhões de US$).

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC / SECEX.

286 226

162 172 216 196 187 179

138 100

476

733

600

924

1.058

915

1.176

1.045

821

654

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Exportação Importação

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225

As principais empresas exportadoras são White Martins, Meritor do Brasil, Becton

Dickinson. Entre os produtos vendidos ao exterior, destacam-se produtos como recipientes para

gases comprimidos ou liquefeitos, peças e acessórios dos veículos automotores e instrumentos e

aparelhos para medicina, que representam quase 50% do total de exportações.

Por sua vez, o município importa principalmente instrumentos e aparelhos para medicina,

produtos hortícolas preparados ou conservados, queijos e requeijão, peças e acessórios de veículos

automotores, brinquedos e vinhos, que representam 43% do total de importações.

Em 2016, os principais destinos das exportações osasquenses foram Estados Unidos (32%),

Argentina (23%), Chile (6,5%) e Paraguai (5%). Entre as importações, os principais países foram

Estados Unidos (23%), Argentina (16%) e China (13%).

Potencialidades

A cidade de Osasco tem uma localização privilegiada, por estar próximo: do acesso às

principais rodovias; dos centros econômicos da cidade de São Paulo; de mercados consumidores;

de cadeias empresariais diversas; e por meio do Rodoanel, acesso ao aeroporto e Porto de Santos.

A localização tem potencial de impulsionar a expansão econômica do município, pois é

determinante para a decisão de escolha de investimentos das empresas.

Além da proximidade com mercados consumidores regionais, a cidade de Osasco possui

também mercado consumidor interno de relevância. Como consequência da alta concentração de

serviços e do comércio varejista, a cidade proporciona um ambiente propenso para realização de

investimentos.

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A integração da cidade ao sistema de transporte CPTM/Metrô garante um fluxo facilitado

em transporte público eficiente e moderno de mão de obra, tanto para saída, como para entrada na

cidade. Para a economia, garante que a mão de obra das empresas possa ser selecionada de uma

região ampliada, com custo de transporte semelhante.

A estrutura empresarial está estabelecida e é relativamente diversificada, permitindo que

as ações de fomento ao desenvolvimento econômico não precisem “começar do zero”, já que existe

uma estrutura consistente para dar suporte aos esforços que podem ser realizados.

A cidade possui uma área conhecida como “Super Quadra”, que pode ser mais um atrativo

para a atração de alguns tipos de empresas e investimentos. Além disso, estão em implantação

duas áreas de Operação Urbana Consorciada, que contribuirão para o desenvolvimento urbano e

econômico do município.

Osasco possui instalada e operando uma infraestrutura de suporte às atividades

empresariais, tais como os sistemas de água, esgoto, coleta de lixo e telecomunicações, distribuídas

por toda cidade. A cidade possuindo cobertura destas estruturas, permite que ela avance para a

próxima fase, que consiste na melhoria e modernização do que já existe, com um custo muito

menor caso fosse necessário iniciar “do zero”.

Finalmente, mas não menos importante, as ações de fomento a economia solidária merecem

especial atenção. Organizadas em associações ou cooperativas, estas formas, tradicionais ou novas,

podem se traduzir em sólidas soluções de inclusão socioeconômica dos segmentos populacionais

mais vulneráveis. Nesse sentido, destaca-se o Centro Público de Economia Popular e Solidária,

um espaço público multifuncional que articula e potencializa as várias iniciativas, governamentais

e não governamentais, de fomento à economia solidária.

Desafios

A crise econômica que atinge o país impacta diretamente os municípios. Em Osasco, o

efeito dessa recessão é observado no aumento do desemprego e da informalidade, fechamento de

empresas e perda do poder de compra de parte da população. Os problemas evidenciados pelos

dados expostos anteriormente refletem negativamente no repasse dos tributos do federativo

brasileiro e na capacidade de geração de receitas próprias.

Outro desafio que se impõe está no fato de que a cidade de Osasco, ainda que possua uma

série de entidades de ensino superior e técnica, contraditoriamente apresenta apenas 19% da

população economicamente ativa com nível de ensino superior e, portanto, não supre a demanda

das empresas por mão de obra qualificada.

Além disso, conforme apresentado anteriormente, a cidade possui estrutura institucional de

suporte ao trabalhador que demandam sua reativação. O Portal do Trabalhador é um importante

instrumento de capacitação e recolocação do munícipe de Osasco no mercado de trabalho e após

um breve período fechado, retomou atendimento em fevereiro de 2017.

Do mesmo modo, a Casa do Empreendedor apresenta problemas no seu atendimento e na

sua estrutura, assim como entraves em processos que envolvem outras secretarias e a cooperação

com o SEBRAE. Uma vez que a burocracia mostra-se um dos maiores entraves ao

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227

desenvolvimento econômico, a cidade precisa aprimorar alguns aspectos dessa prestação de

serviço. Além disso, tendo em vista a taxa de sobrevivência das empresas, muitas vezes vinculada

a falta de planejamento e de conhecimento do empreendedor sobre o próprio negócio, deve-se

viabilizar instrumentos eficientes de capacitação e suporte para esse empreendedor.

A cidade possui uma estrutura empresarial com número reduzido de empresas de grande

porte e que produzem mercadorias com pouca inserção no mercado exterior e/ou com valor

agregado relativamente baixo. Do total de 10.247 empresas, apenas 32 estabelecimentos

empregam mais de 500 funcionários e apenas três indústrias exportam mais de US$ 5 milhões. As

estratégias para promoção do desenvolvimento econômico sustentável devem considerar a

expansão das atividades econômicas de alto valor agregado, especialmente empresas de pesquisa

e inovação tecnológica.

Resumidamente, as políticas públicas devem nortear o crescimento nos próximos anos, de

modo a desenvolver uma economia local forte, dinâmica e atrativa a empresas com alto valor

agregado. Além disso, é preciso construir estratégias de geração de emprego e promoção da

tecnologia e inovação, tendo em vista uma cidade inteligente, criativa e conectada aos novos

modelos de eficiência, sustentabilidade e competitividade que se estabelecem.

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Eixo 10 – Meio Ambiente e Sustentabilidade

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 10 – Meio Ambiente e Sustentabilidade ocorreram em oficina

realizada no dia 27/03/2017, na Sala Osasco. O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e contou

com participação da seguinte secretaria: SEMA e SF. Dada a quantidade de participantes, decidiu-

se por trabalhar com um único grupo, garantindo assim a representação de todas as secretarias na

discussão.

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entendeu como

necessário, o grupo teve autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na relação proposta

inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas com a respectiva priorização

registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

10.1 Há pouca área verde explorada a partir dos princípios de

sustentabilidade ambiental no município

11%

10.2 As estruturas organizacionais dos setores ligados ao meio ambiente

são frágeis na Prefeitura

22%

10.3 A gestão de resíduos não é adequada no município 22%

10.4 Falta de uma política pública para a Gestão dos Parque Municipais.

22%

10.5 Criação da Política Pública de "Bem-Estar Animal"

11%

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229

A íntegra da caracterização detalhada de cada problema, assim como do diagnóstico

setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e Pesquisas, Indicadores e

Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, encontram-se a seguir. Vale

esclarecer que o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e

sugestões das áreas técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo

como um todo, e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre

os problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o

desenho dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multissetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que mereceram atenção dos gestores na

formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível

dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Na discussão das estratégias de enfrentamento, percebeu-se a necessidade de interação do

Eixo de Meio Ambiente e Sustentabilidade com os Eixos de Segurança e Ordem Urbana, e

Zeladoria e Infraestrutura Urbana.

Com relação ao eixo Zeladoria e Infraestrutura Urbana, há uma interação com o problema

10.3, que trata da Política de Gestão dos Resíduos Sólidos. É importante que este aspecto seja

tratado em conjunto com a Secretaria de Obras e Serviços, tendo em vista que foi um problema

discutido no eixo Zeladoria.

Com relação ao eixo Segurança e Ordem Urbana, o diálogo intersecretarial surge na

problemática 10.4, dos Parques Municipais, com o objetivo de elaborar e alinhar as estratégias de

segurança para esses espaços.

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Problemas do Eixo Meio Ambiente e Sustentabilidade

PROBLEMA

10.1 - Há pouca área verde explorada a partir dos princípios de sustentabilidade ambiental no município.

CAUSA

A falta do planejamento e desenvolvimento da cidade, gerando um crescimento desordenado, é constantemente apontado como

principal causa para as questões de desenvolvimento urbano, saneamento básico, habitação e meio ambiente. Associada a essa questão,

atualmente a prefeitura possui um frágil poder de fiscalização das ocupações, alinhado com uma falta de políticas públicas com foco

ambiental, o que leva a agenda ambiental, a princípio amplamente discutida do ponto de vista da sustentabilidade, gestão de recursos

hídricos e de preservação do meio ambiente, que ainda não é uma prioridade na agenda da gestão pública municipal, a ter ações somente

pontuais e desarticuladas entre as secretarias.

CONSEQUÊNCIA

A principal consequência desse problema, do ponto de vista ambiental, é a degradação a que a cidade é submetida, que impacta

diretamente na qualidade do ar, criando um aspecto visual cinza/suja e que possui consequências diretas no orgulho de falar e mostrar a

cidade por parte do munícipe.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

Desenvolver uma política de Educação Ambiental, estruturadas a partir de uma política pública ambiental, que perpasse ações e

o desenvolvimento de um planejamento arbóreo, preservação das áreas verdes existentes e recuperação das áreas verdes degradadas.

Também deverão ser adorados estratégias que visem a regulamentação do Plano Diretor, Lei de Uso do Solo e outras

regulamentações, com o objetivo de fortalecer a Cultura de Agricultura Urbana nas áreas verdes e nos terrenos baldios; assim como uma

estratégia de compensação para as áreas ambientais onde foram desenvolvidos projetos de habitação e outros empreendimentos

imobiliários, a partir de uma articulação com a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão; 11%

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2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser osasquense.

PROBLEMA

10.2 - A estrutura organizacional dos setores ligados ao meio ambiente são frágeis na Prefeitura.

CAUSA

A falta de prioridades e a definição dos atores envolvidos na política ambiental da cidade surge como principal causa do

problema. Soma-se a essa questão, o espaço físico insuficiente e inadequado para a implementação das ações, tais como poda das

árvores, e de preservação das áreas verdes. Também é apontado como causa o déficit de quadro técnico e operacional da Secretaria do

Meio Ambiente (SEMA).

CONSEQUÊNCIA

As consequências apontadas são a sobreposição de tarefas e indefinição clara das ações desenvolvidas por cada estrutura

envolvidas nos trabalhos de meio ambiente; assim como o subfinanciamento da política ambiental, que resulta na fragmentação das

estratégias da política.

ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Agenda prioritária

No primeiro momento, a principal estratégia é a decisão Governamental de que a agenda do Meio Ambiente deve ser prioridade

na agenda pública municipal, a partir de um alinhamento integrado com as outras políticas desenvolvidas no município de forma.

Estruturação de equipe

Com o estabelecimento dessa política, um segundo momento é a estruturação de uma equipe técnica no quadro das secretarias,

a partir de uma reforma administrativa que vise também estabelecer os limites de atuação de cada secretaria.

Mecanismos de controle social

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Por fim, a ampliação da transparência das políticas e serviços do meio ambiente, para que a população possa se apropriar e fazer

o controle social da política pública.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 22%

PROBLEMA

10.3 - A gestão de resíduos não é adequada no município.

CAUSAS

Os recursos financeiros não são geridos de forma adequada e inteligente na coleta e disposição dos resíduos, tendo em vista o

fraco poder de fiscalização dos meios municipais, a falta de políticas públicas com foco ambiental e, por fim, a falta de integração com

outras secretarias. Como já foi apontado no problema 10.1, há falta do planejamento de desenvolvimento da cidade, gerando um

crescimento desordenado.

CONSEQUÊNCIAS

As consequências desses problemas vão desde a exclusão social dos catadores, que no município se dividem em três cooperativas

que encontram-se em processo de reforma estrutural. Outra consequência apresentada foi o desperdício de recursos naturais, assim como

a degradação ambiental em algumas áreas verdes da cidade. O problema também tem consequências no programa “Osasco Recicla”, a

partir do momento em que resíduos que deveriam ser destinados para o Programa acabam indo para o aterro sanitário, diminuindo sua

vida útil.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Plano de Integração dos Resíduos Sólidos

A priorização da agenda de gestão de resíduos sólidos é fundamental para a resolução do problema, assim como a implementação

do Plano de Integração dos Resíduos Sólidos, aprovado em 2016. Em segundo lugar, deve-se partir de uma decisão política para definir

SEMA como secretaria responsável e articuladora pela implementação do PIRGS. Com base na implementação desse Plano, o terceiro

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233

momento é envolver todos os atores responsáveis e que possuem interface com a política de gestão de resíduos sólidos, visando a

transparência e a democratização do PIRGS.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 22%

PROBLEMA

10.4 - Falta de uma política pública para a Gestão dos Parque Municipais.

CAUSAS

Os parques municipais apresentam uma infraestrutura precária no tocante a conservação dos equipamentos que possuem, além

da falta de servidores qualificados para atender os munícipes. Outro ponto apresentado é a falta de segurança, provocado pela ausência

de vigias e ou GCM nos parques. O grupo apresentou como principal causa a falta de planejamento e integração com outras Secretarias,

visando que outros serviços municipais possam ser inseridos no contexto dos parques, em especial áreas como saúde, cultura, esporte e

lazer.

CONSEQUÊNCIAS

Com a identificação das causas já citadas acima, a principal consequência é o afastamento da população desses equipamentos

públicos, ou seja, a população não se apropria dos parques municipais, justamente por esses equipamentos não oferecerem conforto e

condições para a prática esportiva ou de lazer, provocadas muitas vezes pela falta de segurança, descarte de entulho, abandono de

animais e até óbitos por afogamento, como ocorreu no parque Chico Mendes.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

A estratégia apontada para a solução desse problema é, no primeiro momento, uma reforma da estrutura organizacional (reforma

administrativa), focando no desenvolvimento de uma política de gestão para os parques municipais, alinhada com uma proposta de

envolver a sociedade civil em uma gestão participativa a partir de um Conselho Gestor dos parques.

Fortalecimento de ações de Educação Ambiental

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Com a reforma administrativa, outra estratégia proposta é de fortalecer ações de Educação Ambiental, com o objetivo de envolver

a comunidade no uso e preservação dos parques, implementando ecopontos em lugares estratégicos e promovendo atividades contínuas.

Segurança

Do ponto de vista da segurança, tendo em vista o baixo efetivo da GCM, uma estratégia proposta é a contratação de vigias

particulares, alinhado com uma estrutura de câmeras de monitoramento com o objetivo de garantir a segurança dos munícipes.

MACRODIRETRIZES LIGADAS A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1- Trabalho e Compromisso com o Cidadã; 22%

2 - Osasco Cidade Renovada;

3 - Orgulho de ser osasquense.

PROBLEMA

10.5 - Criação da Política Pública de "Bem-Estar Animal".

CAUSA

A pauta da política pública do “bem-estar animal” é relativamente recente na agenda e surge a partir de Movimentos de Defesa

dos Animais, cada vez mais exigindo um posicionamento do Estado que vai além do controle (zoonoses), ou de maus tratos e abandono

de animais (provocado a partir da verticalização da moradia, isto é, apartamentos com uma metragem pequena, que inviabiliza a posse

de animais).

CONSEQUÊNCIAS

Como consequências, foram apontados o descumprimento de legislações vigentes, bem como o aumento das reivindicações e

anseios da população com relação a temática de defesa do animal. Outra consequência é a falta de clarezas das atuações das secretarias

municipais nessa política, ou seja, de quem é a responsabilidade pela política do “bem-estar animal”? Será a Secretaria de Saúde? Ou

Meio Ambiente? A política será implementada com recurso integralmente municipal, ou é possível obter financiamento com outros

entes da federação?

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

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235

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Participação social

Proposta de realização de um diálogo transparente para a construção e elaboração dessa política, tanto internamente com as

secretarias, quanto com a sociedade civil.

Elaboração de estudos técnicos

Outra estratégia adotada é a realização de estudos técnicos para a definição da problemática (diagnóstico), de tal forma que seja

possível entender a demanda, assim como a viabilidade técnica e jurídica da política, além da integração/relação com outras esferas de

governo e entidades externas.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2. Osasco Cidade Renovada. 11%

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Diagnóstico do Eixo Meio Ambiente e Sustentabilidade para o município

Planejar políticas públicas para o meio ambiente exige o aprofundamento da compreensão

da relação entre sociedade e natureza. O modo de produção dos bens materiais que caracteriza o

capitalismo não deixa dúvidas sobre a qualidade funcionalista e imediatista dessa relação. A

constatação de que se consome o meio ambiente de forma que ele não é capaz de se regenerar,

gera um conflito no interior desse modo de produção, uma vez que coloca em cheque as

possibilidades de sobrevivência das gerações futuras. Para a superação dessa contradição se

cunhou a ideia de sustentabilidade. Por definição, ser sustentável é justamente produzir

contemplando as necessidades de consumo da geração presente e conservando as possibilidades

de produção para gerações futuras.

O apelo à garantia de sobrevivência das gerações futuras fez com que o discurso da

sustentabilidade rapidamente fosse incorporado à política. A questão é que o caminho entre o

discurso e a operacionalização não foi realizado e nem poderia. Faz parte do modo de produção

capitalista criar supérfluos transfigurados em necessidades, assim, o consumo sempre está muito

acima da necessidade e do que o meio ambiente pode suportar. Em outras palavras, o meio

ambiente de fato não é uma preocupação central.

Diante do que se disse, ações como reciclagem e rearborização são tão mais paliativas

quanto menos responsabilizarem os detentores dos meios de produção, ao mesmo tempo em que

servem como legitimação do modo de produção e do padrão de consumo necessariamente

predatórios. Além disso, toda questão ambiental relativa à preservação de áreas onde sobrevivem

ecossistemas íntegros deve ser enfrentada com urgência. No meio já urbanizado, essa preservação

se mostra imbricada à questão social, pois se está falando principalmente da ocupação humana

recente. A seguir são apresentados alguns indicadores que nos auxiliam na compreensão da

situação ambiental de Osasco.

Tabela sintética – Indicadores gerais de meio ambiente e sustentabilidade

Meio Ambiente e Sustentabilidade Ano Município RMSP ESP

Número de bairros (total ou parcial)

atendidos pela coleta seletiva 2014 26 - -

População coberta pela coleta seletiva (Em

%) 2014 34,7 - -

Material reciclável coletado sobre o total de

material coletado na cidade (Em %) 2014 14,93 - -

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Escolas que realizam separação de resíduo

reciclável (Em %) 2015 4,27 7,16 9,82

Domicílios em área não arborizada (Em %) 2010 18,21 24,95 17,85

Número de mudas plantadas ou distribuídas

por SEMA 2015 8.118 - -

Emissão de CO2 por habitante/ano a partir da

venda de combustíveis líquidos (em

quilogramas por ano)

2014 1.106 952 1.314

Domicílios com lixo acumulado nos

logradouros (Em %) 2010 9,67 4 4,99

Índice de coleta de esgoto 2015 57,19 56,95 77,57

Índice de tratamento de esgoto 2015 41,84 54,55 84,52

Domicílios Particulares Permanentes com

esgoto a céu aberto (Em %) 2010 8,77 5,33 3,88

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Gestão de resíduos sólidos

A gestão de resíduos sólidos tem que ser olhada com a devida importância no Município

de Osasco, senão pelo que expusemos na introdução desse documento, ao menos pelos valores

envolvidos na temática: em 2016, os empenhos orçamentários relativos ao principal fornecedor de

serviços contrato pela Prefeitura e (co)responsável pelos serviços de coleta comum de resíduos

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sólidos; coleta seletiva de resíduos sólidos; varrição e limpeza de feiras livre; coleta de resíduos

de serviços de saúde; varrição de vias; e gerenciamento do aterramento sanitário, foram do

montante de quase 90 milhões de reais, ou aproximadamente 8,6% do total de empenhos da

Prefeitura com fornecedores.

Em junho de 2016, a Câmara Municipal de Osasco aprovou o Plano Municipal de Gestão

Integrada dos Resíduos Sólidos de Osasco, como resultado de um amplo processo de diagnóstico

da situação do município e de consulta aos cidadãos sobre os rumos da política.

Seguindo a diretriz do Plano Nacional, o Plano Municipal afirma que “(...) gestão dos

resíduos deve sempre observar a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização,

reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos” (Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Osasco, p. 21).

Temos alguns dados que atestam o retrato da gestão dos resíduos sólidos no município. O

primeiro deles é o número de bairros atendidos pela coleta: atualmente são 26, ou pouco mais de

40% dos bairros do município, o que representa o atendimento de 34,7% da população. O

percentual de material reciclável sobre o total de material coletado na cidade também é bastante

modesto, sendo que um estudo de 2014, mediu essa taxa em 14,93%.

Mesmo equipamentos que estão, ainda que parcialmente, sob a gestão pública (como é o

caso das escolas) tem um percentual comparativamente muito baixo de coleta seletiva, como

podemos ver no quadro abaixo:

Fonte: INEP, Censo Escolar, 2015.

Se compararmos somente as escolas que estão sob gestão direta do município, o quadro é

ainda pior: as escolas municipais de Osasco têm coleta seletiva em apenas 2,22% de sua rede,

enquanto este percentual é de 6,68 nas escolas da RMSP e 10,5% no Estado de São Paulo.

Ou seja, parte importante da cidade não conta com o serviço de coleta para reciclagem, o

que explica o resultado da gravimetria dos resíduos encaminhados ao aterro sanitário. Segundo a

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gravimetria dos resíduos sólidos domiciliares coletados em 2014, no mínimo 30% do que é

depositado no aterro é composto por material que poderia ser reciclado. Diante disso, o atual aterro

de Osasco está em vias de saturação e o futuro terreno anexo que será destinado a substituí-lo tem

previsão de duração de menos de dez anos, caso a produção de resíduos siga o ritmo atual.

Nessas circunstâncias, observa-se que a primeira frente de prioridade para o aprimoramento

da gestão de resíduos sólidos, a não geração, não está sendo efetiva, nem se quer a segunda e

terceira, redução e reutilização. A quarta linha, a reciclagem, a qual atrai a maior parte das

atenções, possui baixa cobertura e adesão, uma vez que pouco mais de 1% do volume de material

reciclável produzido é enviado a reciclagem.

Portanto, o investimento na política de reciclagem do município é uma via para solução,

ainda que parcial, para evitar a iminente exaustão do aterro atual e futuro. Em pesquisa qualitativa-

etnográfica realizada pela Prefeitura de Osasco em conjunto com o CEBRAP, foram levantadas as

condições de trabalho das três cooperativas do município, que envolvem quase 100 trabalhadores

dos catadores avulsos que aqui atuam, além dos pequenos depósitos de ferro velho. Os resultados

apontam para condições de alta precariedade em ambos os públicos. Abaixo estão reproduzidas

algumas conclusões do estudo:

Ponto fundamental a ser destacado é que as atividades ligadas à reciclagem

urbana operam como um mercado, conectando, por meio de dinâmicas

específicas de oferta e procura, locais de coleta e venda de materiais,

também serviços técnicos e ofertas de contratos públicos. As nascentes

legislações para políticas de resíduos sólidos urbanos, tanto aquela

efetuada no âmbito nacional brasileiro (2010) como no municipal de

Osasco (2016), deve ser entendida a luz deste fato. Além de importantes

prognósticos e planos estratégicos visando a otimização da gestão pública

e da qualidade de vida urbana, tais marcos legais constituem

mecanismos regulatórios que buscam intervir num mercado

milionário, mas de pouquíssimo conhecimento e controle por parte do

Estado. A sombra de desconhecimento que paira sobre a circulação destes

materiais, um trabalho de mobilização que leva o "rejeito" a transformar-

se em "recurso", não é aleatória. Situada nas fronteiras do formal e do

informal, por vezes do legal e do ilegal, o mercado da reciclagem possui

baixa fiscalização estatal e sua simples presença, por vezes, toma-se um

objeto de barganha entre os diversos agentes envolvidos. Com isso, as

instâncias estatais são apenas mais um dos elementos de regulação

deste mercado.

Importa considerar que a grande massa de capitais que compõem e

estruturam este mercado circulam muito longe dos inumeráveis

trabalhadores urbanos da ponta, aqueles que manipulam diretamente

os resíduos: os pequenos depósitos de ferro-velho e os catadores de

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materiais recicláveis. Neste sentido, os atores decisivos deste mercado,

que em conjunto possuem um grande poder de mobilização e coordenação,

são precisamente as grandes empresas geradoras de resíduos, as empresas

privadas de limpeza urbana que vendem seus serviços à prefeitura e os

grandes depósitos de materiais recicláveis. Além de possuírem um corpo

técnico com conhecimento especializado, estes atores monopolizam o

grosso dos recursos, o maquinário e a tecnologia capaz de determinar o

peso, acumular, transportar e transformar o material reciclável. No Brasil,

historicamente os poderes públicos mais se adequaram ao comportamento

de tais agentes econômicos que propriamente o determinaram. Nos últimos

anos, novos marcos legais têm tentado modificar este quadro.

E como demandado pela SEPLAG, nossa pesquisa voltou-se para os

catadores avulsos, os depósitos de ferro-velho e as cooperativas.

Justamente os atores situados nas camadas mais inferiores deste

mercado. Observar estes atores também como "lugares de mercado"

permite compreender os modos de funcionamento da economia política da

reciclagem de Osasco de um

ponto de vista particular, sobretudo aquele no qual a coleta, a triagem e a

transação dos materiais operam no "varejo", em pouca quantidade,

em condições manuais ou semi-manuais e, quase sempre, com pouca

qualidade e menos valor agregado. Muito diferente, por exemplo, do tipo

de transação efetuada no "atacado", pelas grandes empresas que mobilizam

uma grande quantidade de materiais, onde o aparato tecnológico utilizado

é mais sofisticado e o nível de qualidade, "pureza" e rentabilidade dos

objetos é maior.

Assim, o universo empírico aqui pesquisado possui um conjunto de

características gerais daquilo que poderíamos chamar aproximadamente de

"extrativismo urbano": um mundo de relações marcado por condições

de trabalho extremamente precárias; operando com baixa tecnologia

e demandando o uso intensivo da força humana; cuja intermitência do

trabalho segue variações sazonais e as condições da ecologia urbana; e que

é permanentemente alvo da estigmatização pública, seja por parte dos

agentes estatais, seja por parte de outros setores da sociedade.

Especificamente, quanto às cooperativas, o estudo diz o seguinte:

As cooperativas de reciclagem do município de Osasco foram gestadas

pela Prefeitura a partir do modelo proposto pela Economia Solidária. (...)

Passados quase 10 anos da instauração dessa iniciativa, o número de

cooperados foi reduzido pela metade. Isso demonstra a baixa aderência

de trabalhadores naquele ambiente. Nas três cooperativas o material

triado pode chegar a 50% de rejeito e a retirada mensal (que

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compreende o rateio entre as bolsas do Programa Operação Trabalho

e os ganhos provenientes da venda do material triado) está abaixo do

salário mínimo nacional. Vale destacar que a esmagadora maioria dos

cooperados são mulheres, quase sempre mães acima dos 40 anos. Um

perfil muito distinto dos catadores avulsos do centro da cidade.

Apesar destes aspectos comuns, as três unidades de trabalho são muito

diversas entre si. Estas diferenças manifestam-se nas disposições físicas e

infra-estruturais dos locais, nas formas de hierarquia interna e nos modos

de organização do trabalho de cada uma. Também estão situadas em

diferentes territórios, relacionando-se diversamente com a cidade e com o

mercado ampliado da cadeia de materiais recicláveis, cujo circuito

econômico ultrapassa os próprios limites espaciais de Osasco. A

Cooperareis e a Coopematuz estão situadas na região norte da cidade,

enquanto a Coopermundi localiza-se na parte sul, em área limítrofe com o

município de Carapicuíba. Além disso, elas possuem histórias distintas,

mas conectadas entre si, sobretudo se considerarmos a história mais longa

e alargada das políticas públicas de economia solidária, limpeza urbana e

até mesmo habitação em Osasco.

Sobre regime de trabalho e manipulação dos materiais:

A maioria dos cooperados reside próximo às cooperativas, a baixa

remuneração mensal dificulta que pessoas provenientes de bairros

distantes trabalhem ali devido ao alto gasto com vale-transporte. Dentre

eles estão antigos celetistas, egressos do sistema prisional, ex-catadores,

ex-dependentes químicos, mães com dificuldade de inserção no mercado

de trabalho e pessoas com necessidades especiais por apresentarem

problemas de saúde.

(...) O material proveniente da coleta seletiva porta-a-porta e dos grandes

geradores chegam diariamente através de dois caminhões disponibilizados

pela Prefeitura Municipal e três vezes na semana por um caminhão da

EcoOsasco, concessionária e responsável pela coleta dos resíduos sólidos

em Osasco desde 2008. A Cooperareis não possui esteira nem prensa.

A triagem é toda feita numa mesa em que o material é amontoado, e

as trabalhadoras ficam nas bordas buscando e triando o material.

Apesar da Coopermundi possuir uma esteira ela não é utilizada, pois

os cooperados afirmam que a velocidade de rotação dificulta a triagem

e faz com que muito material comercializável seja perdido. A única que

faz uso desta máquina é a Coopematuz, porém para evitar que os

recicláveis caiam no rejeito, a esteira é parada constantemente, além de

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serem destacadas duas cooperadas para resgatar no final da triagem

o que as outras "deixaram passar". Importante observar esse não-uso

de uma tecnologia altamente mecanizada oferecida pelo poder

público. A esteira não é o único caso: há o triturador de vidro para evitar

que partículas suspensas no ar agridam o sistema respiratório dos

cooperados.

Saúde, corpo e cuidado:

Todos os cooperados reconhecem que o "trabalho é puxado", "tem que ter

força". No verão, as telhas de zinco elevam a temperatura do galpão,

tomando o trabalho mais custoso devido ao calor. Na Cooperareis, que não

possui cobertura, a exposição às intempéries climáticas é mais acentuada

ainda. Dor nas pernas e nas costas, visão fraca, cortes nas mãos e

sangue nas narinas (pelo vidro quebrado), somados as impurezas

expelidas pelas vias respiratórias por causa das partículas de sujeira e

poeira que pairam no galpão, são sintomas comuns e rotineiros de

trabalhadoras que recebem entre R$ 650 e 800 por mês e não possuem

nenhum adicional de insalubridade, seguro saúde ou aposentadoria

especial. O número de faltas por motivos de saúde é grande e

freqüente. Dores de cabeça e males do trato respiratório como bronquite

são as motivações mais alegadas para se ausentar do serviço.

Os banheiros das cooperativas apresentam condições insalubres. A água

que se bebe é direto da Sabesp e, quando falta, da mina. A Coopermundi

não oferece almoço como as outras duas. Desde a drástica redução do

número de cooperados (a cooperativa chegou a contar com apenas 6

pessoas, por exemplo, em seu pior período de funcionamento), além da

falta de condições de uso da cozinha (ausência de utensílios e presença

de ratos), os cooperados precisam levar sua própria refeição já preparada

de casa. Nas outras cooperativas, o arroz e feijão vêm da cesta básica que

a prefeitura doa. Os legumes e vegetais vêm do resto da feira e das sobras

do SEASA. Só precisam comprar a "mistura" (carne), e para fazer isso há

sempre uma busca por promoções e melhores preços. Na Cooperareis e

na Coopermundi não há lugar para alimentação e os cooperados

comem sentados em meio à montanha de materiais, em cima dos

bigbags ou no próprio chão.

Em geral, os cooperados usam calça e botas, mas não utilizam luvas, nem

óculos nem máscara. As cooperativas recebem uniformes da prefeitura e

de entidades parceiras (Abhipec, por exemplo), mas eles não estabelecem

um caráter identitário muito forte, muitas vezes não possuindo nem ao

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menos um logo da cooperativa. Este é um dos principais motivos da recusa

em utilizar uniformes doados.

Hierarquias:

A presidência e as atividades do setor financeiro demandam habilidade

com computadores e conhecimentos de informática, leitura e produção de

relatórios burocráticos e notas de pagamento, traquejo de negociação com

compradores e desinibição para conversas por telefone e eventos públicos,

o que acaba dificultando encontrar pessoas aptas que queiram assumir

esses cargos de grande carga de responsabilidade. As posições das pessoas

que assumem a função burocrática nas cooperativas quanto a relação com

os outros cooperados podem divergir. O sentimento de que os demais não

se interessam como deveriam pelas decisões administrativas ou de não

terem comprometimento com o bem coletivo contrasta com a opinião

mais crítica sobre o conceito de cooperativa dentro dos moldes da

Economia Solidária, que enuncia um discurso de proteção do meio

ambiente, inclusão social e solidariedade, mas que na prática cotidiana

do trabalho na cooperativa materializa-se num trabalho insalubre,

pesado e de baixa remuneração.

Autonomia, competitividade e intervenção do poder público:

No início, como estratégia de incubação do poder público, os serviços de

contabilidade e de assessoria técnica e jurídica eram fornecidos pela

Prefeitura. Atualmente esses serviços ficam a

cargo das próprias cooperativas, demandando o tempo das cooperadas e

onerando ainda mais os pareôs rendimentos mensais. A intenção contida

neste princípio é que as cooperativas tomem-se autônomas,

dispensando o auxílio da prefeitura para levar a cabo o

empreendimento. Entretanto, o que ocorreu foi a retirada de serviços

essenciais de administração, área onde os cooperados apresentam

maior dificuldade de lidar. Em alguns casos, a capacitação dos

cooperados também foi interrompida, ocorrendo somente nos primeiros

anos de funcionamento, a alta rotatividade dos trabalhadores coloca

empecilhos para o acúmulo de conhecimento e continuidade do serviço.

Apesar da suspensão destes serviços, a prefeitura mantém ingerência

sobre as cooperativas no que diz respeito a prestação de contas e o

acesso ao material reciclável. Ao fixar os catadores, retirando sua

característica errante e nômade por meio da qual eles buscam o material

do qual tira seu sustento, cria-se uma grande dependência com relação

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aos meios de transporte que levam os resíduos até o local. E é

exatamente neste ponto que as cooperativas mais encontram problemas.

A relação com os caminhões é uma questão muito séria. Ponto nodal de

inúmeras dificuldades. Principalmente em relação aos motoristas. As

críticas envolvem desde acusações de que os trajetos de coleta não são

cumpridos em sua totalidade até denúncias de desvio de material com

maior preço de venda, como sucatas ou latinhas de alumínio. Muitas

dessas reclamações foram feitas formalmente aos responsáveis da

prefeitura, o que acirrou ainda mais os ânimos dos motoristas que quiseram

dar o "troco". (...) Por causa desse desrespeito, há um sentimento de

resignação que não procura mais os canais de conversação do poder

público para reclamar novamente, já que sabem que, longe de qualquer

fiscalização eficiente, os motoristas irão prejudicar ainda mais o

fornecimento de material da cooperativa em retaliação às reclamações

feitas. Além disso, a demora na manutenção dos caminhões provoca uma

quebra no trabalho de educação ambiental com os moradores. Os

caminhões quando quebram chegam a ficar meses sem circular. Sem a

realização da coleta, alguns moradores acabam desistindo de continuar a

separação do material reciclável.

Nesta questão de infraestrutura proporcionada pela Prefeitura salta aos

olhos a condição precária da Cooperareis. O "Núcleo de Reciclagem" auto-

gerido por mães do bairro, origem a partir da qual foi criada a cooperativa,

teve seu trabalho interrompido em 2009 devido à construção dos

"predinhos" do PAC, justamente no local onde o núcleo funcionava. Um

novo e mais adequado espaço foi prometido pela prefeitura. No entanto,

apenas em 2011, a Secretaria Municipal da Habitação de Osasco cede um

"terreno provisório" onde atualmente existe a Cooperareis. Importa

considerar, então, que muito das dificuldades vividas na Cooperareis

e ligadas às precárias condições físicas que apresentam foram

produzidas historicamente, não são fruto da incapacidade ou

irresponsabilidade dos cooperados em si, mas sobretudo resultantes

dos desencontros entre as sucessivas políticas locais engendradas pelo

poder municipal.

Durante a pesquisa, os atritos existentes entre as cooperativas parecem

sempre estar relacionados com desentendimentos envolvendo a

Prefeitura, que estimula a comparação e a competitividade entre elas.

Por exemplo, comenta-se com extremo desacordo uma proposta da

prefeitura de rearranjo do quadro de cooperados feita em passado recente,

com a transferência de uma das coordenadoras da Coopematuz para

trabalhar na Coopermundi, cujo intento era melhorar a organização do

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barracão da Coopermundi. Essa tentativa de interferência externa da

prefeitura foi recebida como um desrespeito, um insulto.

Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos:

O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Osasco

aprovado em junho de 2016 tem a proposta de tomar os cooperativas

"prestadoras de serviço da prefeitura". O projeto desperta dubiedade nos

cooperados: enquanto o aumento da "retirada" é uma idéia que

anima, as exigências do contrato os tomam receosos sobre se terão

condições de cumprir as cláusulas e se com ele não se tomarão ainda

mais "refém" do poder público do que já são. A ambigüidade na

relação entre a cooperativa e a gestão municipal é uma constante na

fala dos cooperados, sobretudo aqueles engajados no setor da

administração. A garantia da concessão do uso do galpão por 20 anos,

além do pagamento do consumo de água, luz e gás são extremamente

valorizados, mas a alternância dos gestores por conta das eleições, tornam

a manutenção destes benefícios muito frágeis, causando instabilidade

sobre a fonte de renda deles. Até mesmo se tomar "prestadores de serviço"

lhe causam apreensão sobre a produtividade que será cobrada, sobre o

aumento e a intensificação da ingerência municipal nas atividades da

cooperativa que, por lei e segundo a proposta da Economia Solidária,

funciona de forma distinta das empresas privadas contratadas pela

prefeitura.

Infraestrutura urbana para preservação

Osasco é um município de 696.382 habitantes, distribuídos por 60 bairros que ocupam uma

extensão de 65km2. Sendo um dos municípios mais densos do país, resultante de um rápido

crescimento, enfrenta os problemas de uma urbanização pouco planejada, sendo os infraestruturais

aqueles que afetam diretamente o meio ambiente. Alguns exemplos desses problemas são a baixa

coleta e tratamento de esgoto, lixo acumulado nas vias e presença de edificações em áreas próximas

ao leito de rios.

Em 2015, a prefeitura reportou ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento,

uma cobertura de coleta de esgoto de 57,19%, valor similar ao da Região Metropolitana de São

Paulo e inferior ao observado na média do Estado.

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Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2015.

Isso significa que mais de 40% do esgoto produzido é dispensado diretamente nos cursos

d’água da cidade, contaminando estas e o solo. Tão importante quanto a informação de coleta é a

de tratamento. Mesmo do esgoto coletado, Osasco trata somente 41,84%, ou seja, mais da metade

do esgoto coletado é igualmente dispensado diretamente no complexo hidrográfico sem nenhum

tratamento de purificação. Apenas 23,93% de todo o esgoto produzido na cidade é tratado.

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 2015.

Essas informações sobre esgotamento são a base para a compreensão do dado de domicílios

com esgoto a céu aberto captado pelo Censo Demográfico em 2010. 8,77% dos domicílios de

Osasco tem esgoto a céu aberto em suas portas, sendo que esse percentual diz respeito apenas às

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residências onde há quadra regular. Sendo assim, o percentual mencionado não contabiliza a

maioria dos domicílios localizados em favelas, uma vez que nelas o loteamento é muitas vezes

inexistente, não sendo possível delimitar quadras com precisão. Disso conclui-se que o percentual

de lares com esgoto em suas portas é ainda mais alto, o que leva não apenas à contaminação

ambiental, mas também ao aumento da morbidade por doenças parasitárias. Outro dado censitário

é o de domicílios com lixo acumulado nos logradouros, no qual o Município de Osasco atinge

taxas quase duas vezes maiores que a Região Metropolitana e o Estado de São Paulo, como

podemos ver no gráfico abaixo:

Fonte: Censo Demográfico, Informação de Agregados de Setores, IBGE, 2010.

As periferias, áreas de ocupação relativamente recente, são aquelas que mais padecem dos

problemas mencionados. Sem possibilidade de acesso à cidade estabelecida, a população mais

pobre ocupa áreas livres, onde a proximidade das residências dos rios e córregos são vividas pelas

pessoas como risco (por meio de enchentes, deslizamentos, etc) e pelo meio ambiente como

poluição. Muito embora as áreas de ocupações recentes sejam aquelas que contam mais

frequentemente com acúmulo de deficiências infraestruturais, não há dúvida que a presença de

edificações em áreas próximas ao leito de rios, por exemplo, perfaz todo o território de Osasco,

como resultado de um zoneamento tardio e da pressão do mercado imobiliário. A própria prefeitura

ocupa área que deveria ser de preservação, pois está próxima ao córrego Bussocaba. O Mapa 1

destaca as coincidências das favelas com as áreas de risco no município:

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Mapa 1 - Favelas, Áreas de Risco e Áreas de Alagamento

Para além dos aglomerados subnormais de que tratamos acima, a questão da arborização

surge também como um problema na cidade, como podemos ver pelos dados abaixo:

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Fonte: Censo Demográfico, Informação de Agregados de Setores, IBGE, 2010.

A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) já conta com um programa de distribuição de

mudas, o qual distribuiu mais de 8 mil mudas no ano de 2015. O acompanhamento e possível

expansão desse programa têm que estar no radar dos gestores, pois além do paisagismo e percepção

de melhor qualidade de vida, é importante lembrar que além de atuar no combate ao aquecimento

global, ao capturar o carbono (um dos principais GEE causador do Efeito Estufa), o plantio de

árvores contribui na preservação dos recursos hídricos e na proteção da biodiversidade.

Falando em captura de dióxido de carbono (CO2), podemos ver pelo gráfico abaixo como

Osasco tem emissão maior emissão por habitante/ano que a média da RMSP.

Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Elaboração: Ministério das Cidades.

2014.

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Ao mesmo tempo em que temos um percentual menor de domicílios em área arborizada

que a RMSP, o que leva a crer que o plantio de árvores é necessário, também temos um problema

de podas de árvores que configura muitas reclamações dos munícipes. O Plano Municipal de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Osasco trouxe as seguintes informações quanto à poda e

corte de árvores no município:

No caso da poda e corte de árvores, o serviço é realizado gratuitamente. O

munícipe solicita o serviço e uma equipe de SEMA avalia a pertinência da

demanda. Depois, outra equipe da mesma secretaria realiza a poda ou o

corte, e uma terceira equipe coleta o material. Todo resíduo da poda é

destinado ao aterro sanitário do município. São 140 toneladas mensais de

resíduos verdes, entre podas e corte de árvores, realizadas pela SEMA.

A SEMA é a responsável pela execução deste serviço; em casos

emergenciais, tal tarefa cabe à Defesa Civil; mas se houver risco com

linhas de alta tensão de eletricidade, a Eletropaulo é a executora desta ação.

De maneira geral, estes órgãos se deparam com dois principais desafios.

Um grande desafio é o atendimento das solicitações dos munícipes.

Segundo o serviço 156, exatos 9% dos protocolos abertos neste serviço

referem-se à solicitação de poda de árvores. É o serviço com maior número

de solicitações, superando os pedidos de tapa buracos e de limpeza de

bocas de lobo (bueiros). Os dados se referem ao período de 01/07/2012 a

30/06/2013.

Frente a este desafio, o problema é a falta de estrutura para atender a este

serviço dentro do prazo estipulado. Desde 2013, a SEMA ampliou sua

equipe e seus maquinários voltados para a poda, o que vem ajudando a

diminuir o tempo de atraso. Mesmo assim, a SEMA estava, no final de

2014, ainda atendendo às demandas de julho de 2013.

Outro problema é a destinação inadequada dos resíduos. O resultado da

poda e do corte de árvores é enviado sem nenhum tratamento para o aterro

sanitário. Este material poderia passar por tratamentos (como trituração ou

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252

compostagem) que diminuiriam o volume ocupado no aterro municipal,

aumentando assim a vida útil do mesmo.

Em resumo, a poda tem uma destinação inadequada de grande parte de

seus resíduos, o serviço demora muito a ser executado e não há articulação

entre os três órgãos responsáveis pelo serviço.

Desafios

Como vimos neste documento, há indicadores de diversas áreas do poder executivo

(habitação, controle urbano - Defesa Civil, trabalho, meio ambiente, serviços e obras etc.),

revelando a matricialidade do eixo. O que exige atores capazes de priorizar e compreender a

importância da temática e suas implicações para a vida dos cidadãos. Sem essa compreensão e

vontade política para articular as ações necessárias, o eixo de meio ambiente corre o risco de ser

relegado ao segundo plano.

Além disso, no que tange especificamente às cooperativas de reciclagem do município, há

que se ter um trabalho planejado, no sentido de recuperar e construir uma relação de confiança e

espaços de decisões conjuntas e democráticas junto aos cooperados. A (falta de) comunicação

unificada é um ponto nevrálgico que acarreta atualmente em muitos problemas entre a Prefeitura

e as cooperativas (em alguma medida por falta de coordenação interna do poder público).

Dificuldades em ajustes em contratos vigentes podem ser um grande desafio nessa

temática.

Potencialidades

Já há três planos municipais elaborados e aprovados enquanto leis pela Câmara Municipal de

Osasco, a saber:

Plano Municipal de Drenagem Urbana de Osasco;

Plano Municipal de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Osasco; e

Plano Municipal da Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Osasco.

Esses planos levam em conta a matricialidade e a complexidade exigidas no tratamento da

temática ambiental.

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253

Eixo 11 - Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e Igualdade Racial e de

Gênero

CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

As discussões sobre o Eixo 11 – Assistência e Inclusão Social, Direitos Humanos e

Igualdade Racial e de Gênero ocorreram em oficina realizada no dia 28/03/2017, na Sala Osasco.

O trabalho foi conduzido pela SEPLAG e contou com participação de representantes das seguintes

secretarias: SAS, SDTI, SEREL e SF. Dada a quantidade de participantes, foram definidos 02

grupos de discussão, compostos por representantes de todas a secretarias, sempre que possível

O conteúdo utilizado nas referidas discussões foi sistematizado previamente pela equipe

do Departamento de Planejamento Estratégico (DEPES) da SEPLAG, a partir do Plano de

Governo, dos Planos Municipais já aprovados, dos Projetos Prioritários em andamento e de

Diagnósticos Setoriais. O esforço para proporcionar interação entre as secretarias foi

recompensado pelo comprometimento dos participantes e pela densidade do debate, resultando na

caracterização e na priorização dos principais problemas a serem enfrentados no âmbito do

presente eixo.

Essa caracterização consistiu em identificar causas, consequências, estratégias de

enfrentamento e alinhamento com as macrodiretrizes do governo. Sempre que entenderam como

necessário, os grupos tiveram autonomia para propor ajustes, inclusões e exclusões na relação

proposta inicialmente. O quadro abaixo contém a relação final dos problemas com a respectiva

priorização registrada na oficina pelos gestores e técnicos das secretarias.

O critério de priorização adotado foi o potencial de contribuição para o resultado do eixo,

ou seja, quanto maior o percentual de prioridade, maior o impacto positivo esperado que a solução

daquele problema traga para o eixo.

Problemas Caracterizados e Priorizados no Eixo

Código Problema Prioridade

11.1 Inadequação da estrutura da secretaria de Assistência Social. 17,6%

11.2 Recursos Humanos do SUAS preparados em quantidade insuficiente. 14,7%

11.3 Falta de equipamentos públicos, benefícios e serviços

socioassistenciais estabelecidos no Sistema Único de Assistência

Social.

14 %

11.4 Baixa prioridade e estrutura frágil de execução para atividades de

atualização cadastral, estímulo ao cumprimento das condicionalidades

de saúde, educação e fiscalização.

11,7 %

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254

11.5 Ausência de um marco legal para geração de emprego, melhoria de

qualidade de vida para as populações em alta vulnerabilidade (pop.

Rua, LGBT, negros, imigrantes, egressos do sistema carcerário,

mulheres, jovens em liberdade assistida, drogadição, mulheres vítimas

de violência)

11,7%

11.6 Falta de equipamentos públicos de assistência social voltados para

atender idosos e para atender pessoas com deficiência. 8,8 %

11.7 Equipamentos Públicos de Assistência Social com infraestrutura

precária. 5,8%

11.8 Baixa eficiência das políticas de qualificação socioprofissional,

intermediação de mão-de-obra em empregos formais. 5,8%

11.9 Problemas no atendimento de serviços de acolhimento institucional

para diversos públicos

2,9%

11.10 Existência de bolsões de altíssima vulnerabilidade no município. 2,9%

11.11 Baixa informação da população sobre os serviços da secretaria de

Assistência Social. 2,9%

A íntegra do diagnóstico setorial, elaborado pela equipe do Departamento de Estudos e

Pesquisas, Indicadores e Metodologia de Sistemas Informatizados (DEPI) da SEPLAG, assim

como a caracterização detalhada de cada problema encontram-se a seguir. Vale esclarecer que

o diagnóstico contou com a colaboração das secretarias e incorporou ajustes e sugestões das áreas

técnicas envolvidas no eixo.

As etapas cumpridas até o momento deram conta de aprofundar as discussões e clarear o

contorno dos desafios existentes no âmbito dos eixos estratégicos. A partir do resultado das

oficinas, foram definidos os Objetivos Estratégicos a serem perseguidos pelo Governo Municipal

nos próximos quatro anos de exercício, lembrando que esses devem ser objetivos do Governo

como um todo, e não de uma ou outra secretaria em particular. Quanto mais houver ciência sobre

os problemas existentes e clareza sobre os grandes objetivos a serem atingidos, melhor será o

desenho dos Programas e seus Projetos e Atividades.

Na sua missão de garantir a multisetorialidade ao longo do processo de elaboração do

PPA 2018-2021, a equipe da SEPLAG avançou na análise dos problemas caracterizados em todos

os eixos de forma global. Esse trabalho apontou a existência de pontos de interação entre os

problemas e as estratégias identificadas neste eixo com aqueles caracterizados em outros eixos.

Desse modo, são destacados a seguir aspectos transversais que mereceram atenção dos gestores na

formulação dos objetivos estratégico, a fim de contribuir para a concepção mais acurada possível

dos Programas.

Focos de Interação com outros Eixos

Nas discussões das estratégias de enfrentamento percebeu-se a necessidade de interação

com os Eixos de Saúde e Cultura, Esporte, e Lazer no problema 11.6, quando se refere aos jogos

dos Idosos. No Eixo Educação, a política deve ser articulada, principalmente quando falamos da

estratégia de enfrentamento do problema 2.5, quanto a caso específico da inclusão educacional.

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255

Quando se trata do Eixo Saúde, a discussão matricial dos problemas 1.1, que fala da atenção

básica, com o problema 11.2, que versa a respeito da capacitação dos agentes de saúde que

acompanham o Programa Bolsa Família.

Na relação com o Eixo de Assistência Social, percebe-se a necessidade de interação quanto

a dois problemas. O Problema 9.9, deve ser discutido de forma integrada com o problema 11.5.

Ainda, os problemas 9.7 e 9.8, devem ser discutidos numa lógica de interação com o problema

11.8, quanto às políticas de qualificação socioprofissional.

É importante ressaltar a necessidade de articulação com as demais secretarias em

programas e projetos que tenham interação com a temática Assistência e Inclusão Social, Direitos

Humanos e Igualdade Racial e de Gênero.

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Problemas do Eixo Assistência e Inclusão Social, Direitos

Humanos e Igualdade Racial e de Gênero

PROBLEMA

11.1 - Inadequação da estrutura da secretaria de Assistência Social.

CAUSA

A principal causa deste problema remonta aspectos históricos, no que diz respeito ao modo como ocorreu a ocupação do solo

urbano que apresenta aspectos irregulares e apropriação desigual, propiciando um fluxo de migração populacional desordenado. A

ausência do planejamento territorial eficiente contribui para tornar deficitária a resposta do poder público ao atendimento das demandas

sociais, levando em consideração a matricialidade e a territorialidade como pilares da Política de Assistência Social. Além disso, os

incentivos salariais e estruturais são pouco atrativos, o que denota uma ausência de cargos e a necessidade de recortes de equipes não

formalizados.

CONSEQUÊNCIAS

Os serviços acabam não sendo adequados em sua totalidade, o que ocasiona muitos gargalos na política pública de assistência

social e as dificuldades de implementá-la integralmente no município.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Reforma Administrativa

Visto que foi considerado como um problema a estrutura organizacional da secretaria não conseguir atender as demandas

particulares da população, deve-se pensar em realizar uma reforma administrativa interna, de modo que sejam repensados arranjos

institucionais, novos fluxos de processos e reestruturação de departamentos.

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Outro ponto importante é articulação entre as pastas responsáveis pela implementação da política de assistência social nos

territórios e dos atores responsáveis pela temática de desenvolvimento urbano, a fim de construir conjuntamente uma política de

desenvolvimento urbano que visse a identificação de vulnerabilidades. Nesse aspecto, pode-se desenvolver ações locais para efetivação

de serviços públicos realizados nesses bairros. Além disso, é importante ampliar a rede de atendimento e serviços nas regiões com

articulação de diferentes pastas (atuação intersetorial, com foco nessas populações).

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 17,6%

PROBLEMA:

11.2 Recursos Humanos do SUAS preparados em quantidade insuficiente.

CAUSAS

As principais causas deste problema estão associadas ao maior rigor federal na fiscalização cadastral e a ausência da capacitação

nas UBSs para os provedores do serviço. No que diz respeito à gestão de pessoas, a pasta apresenta poucos incentivos com precariedade

de recursos, baixos salários, e baixa gestão do trabalho.

CONSEQUÊNCIAS

As consequência derivam de um padrão de alta rotatividade dos funcionários que, por conta da constantes frustrações derivadas

da difícil implementação de determinados projetos, acabam gerando um baixo vínculo com a política. A dificuldade na execução de

alguns projetos ocasiona, muitas vezes, perda dos recursos vinculados.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

A primeira estratégia está ligada a um posicionamento que permita a maior sensibilização e capacitação dos atores,

principalmente naqueles que cumprem o papel agentes da saúde, sendo responsáveis por acompanharem o processo de implementação

do Programa Bolsa Família no município. Também está diretamente ligado a esse aspecto o incentivo a um processo de capacitação

continuada e educação permanente compatível com as diretrizes preconizadas pela PNAS. Assim, também deve haver a gestão de

recursos humanos reformulando o Plano de Cargo, Carreiras e Salários, com a inserção de incentivos para que os atores se sintam

motivados para realizarem suas funções de modo que reforce o trabalho realizado.

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MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 14,7%

PROBLEMA:

11.3 - Falta de equipamentos públicos, benefícios e serviços socioassistenciais estabelecidos no Sistema Único de Assistência Social.

CAUSAS

Os equipamentos da assistência social apresentam uma posição referenciada de centralização nas regiões, o que acaba sendo

incompatível com a característica desigual de ocupação de espaços, gerando uma ausência na distribuição desses equipamentos próximos

aos públicos prioritários. Acrescente a este fato a existência de demanda superior a capacidade de atendimento que o poder público

consegue disponibilizar, faltando funcionários nos equipamentos do município. Exemplificando o atendimento em públicos específico,

questiona-se a inexistência de Centros DIA.

Por fim, além da PMO não ter uma política de distribuição de cestas básicas para situações emergenciais, existe uma

desarticulação entre os programas de transferência de renda no município.

CONSEQUÊNCIAS

As principais consequências encontradas foram incompatibilidade do município atender as especificações da Política Nacional

da Assistência Social, ocasionando falta de Serviços e insatisfação dos munícipes com a política social e a incapacidade do poder público

em atender a demanda existente. Ainda há uma baixa pontuação do Índice de Gestão Descentralizada e diminuição dos recursos

vinculados por problemas ocasionados na implementação da política pública.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Ampliação de serviços

Para tentar realizar uma descentralização destes equipamentos, aproximando os serviços a população, sugere-se que sejam

realizadas: uma inserção do Portal do Trabalhador na Zona Norte, ou atendimento nos CRAS; ampliação dos equipamentos de média e

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alta complexidade, como unidades de CREAS; implantação de residência inclusiva para pessoa com deficiência; ampliação dos CIDs

(carretas) e atendimento domiciliar a pessoas idosas e com deficiências; e implementação do centro DIA.

Como a política de assistência social no município encontra-se incompatível com as diretrizes preconizadas pelo SUAS deve

existir um incentivo por parte do poder público para que as normativas sejam cumpridas de forma que haja uma adequação a norma

operacional básica do sistema e da PNAS, a fim de otimizar equipamentos de outras áreas e adequar os funcionários do equipamentos

existentes. Além disso, deve-se prever a implantação de lei de benefícios eventuais.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 14%

PROBLEMA:

11.4 - Baixa prioridade e estrutura frágil de execução para atividades de atualização cadastral, estímulo ao cumprimento das

condicionalidades de saúde, educação e fiscalização.

CAUSAS

Como causas prioritárias do problema apresentado, foram elencadas a ausência de estrutura de gestão do SUAS no município,

inadequada às funções das coordenadorias e sem clareza nas suas atribuições, ocasionando conflitos. Somam-se a isso, a existência de

estruturas muito defasadas e incompatíveis frente às demandas atuais, visto que a última reforma administrativa foi realizada em 1993.

CONSEQUÊNCIAS

Falta de integração das áreas e falhas na atualização cadastral

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Reforma administrativa

Tal reforma está ligada à visão de busca por melhoria de procedimentos internos na secretaria, a fim de realizar uma

reestruturação administrativa da PMO e adequação ao SUAS. Torna-se necessário atribuir um comando único da assistência social para

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a política setorial, com consequente reestruturação de fluxo de processos e criação de setor específico de gestão do SUAS focado em

gestão, além de se apropriar dos sistemas e TICs na gestão do SUAS e investir/atualizar o sistema do BDCO.

Controle social

Instrumentalizar e empoderar os Conselhos participativos que englobam assistência social, igualdade racial e mulheres

priorizando a matricialidade entre as diversas áreas.

Integrar as áreas envolvidas na temática em busca de articulação de Secretaria de Saúde no Programa Bolsa Família (profissional

da saúde na dinâmica da condicionalidade), reorganizando o fluxo de atendimento e aproximando SAS e o Bolsa Família. Desse modo,

torna-se primordial articular ações com as quatro secretarias gestoras da temática (SS, SAS, SDTI e SED), além da criação de planos de

carreira e salários pensados conjuntamente.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 11,7%

PROBLEMA:

11.5 - Ausência de um marco legal para geração de emprego, melhoria de qualidade de vida para as populações em alta vulnerabilidade

(pop. Rua, LGBT, negros, imigrantes, egressos do sistema carcerário, mulheres, jovens em liberdade assistida, drogadição, mulheres

vítimas de violência).

CAUSAS

As causas deste problema foram identificadas como falta de fiscalização às políticas implantadas e ausência de agenda

governamental que atenda as demandas específicas dessa população.

CONSEQUÊNCIAS

Não há atualmente no município uma estrutura de política que contemple estes públicos, tendo como consequência o processo

de total exclusão destes segmentos e sua marginalização.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

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Articulação intersetorial

Como uma das estratégias de enfrentamento, propõe-se a criação de projetos coletivos e intersetoriais entre as áreas importantes

para a implementação da política pública. A integração entre os eixos segue a lógica de decidir coletivamente qual será a estrutura da

política para atender a população vulnerável priorizados na ação.

Embasamentos normativos

Para dar sustentação jurídica à política pública, torna-se necessária a criação de legislações municipais que assegurem direitos e

obrigações por parte do poder público e legitima-la frente aos setores envolvidos na temática.

Trabalho e Inclusão

Por fim, se propõe a criação do selo da empresa "Trabalho e Inclusão", em conjunto com as demais secretarias.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 11,7%

PROBLEMA:

11.6 - Falta de equipamentos públicos de assistência social voltados para atender idosos e para atender pessoas com deficiência.

CAUSAS

Decorrente da identificação de que a oferta de serviços se encontra deficitária no que diz respeito ao atendimento a determinados

públicos, pode-se elencar a não priorização para a existência de serviços voltados à pessoa com deficiência e idosa, associado a

inexistência do centro DIA. Partindo do pressuposto de que é elevado o número de pessoas com deficiência na cidade em situação de

extrema pobreza, no qual essa demanda se encontra pouco especificada, com diagnósticos mal elaborados, uma pequena demanda é

suprida por meio de atendimento feito por convênios. Ainda falta um diagnóstico para mapear esses públicos, havendo uma ausência de

planejamento governamental e não existindo uma tabulação das vulnerabilidades.

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CONSEQUÊNCIAS

As principais consequências podem ser notadas a partir da insuficiência de oferta de vagas nos equipamentos existentes e

ausência de políticas públicas destinadas a pessoa idosa e com deficiência. Essa “lacuna” gerada pela omissão do poder público no

atendimento desses segmentos populacionais com necessidades específicas, acaba, muitas vezes, sendo executado por ONGs, nos quais

a preponente da PMO não tem dificuldades para fiscalizar esses serviços.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Ampliação dos equipamentos existentes e construções de novos

Baseado nas tipificações das normativas do SUAS, o município deve se adequar à política nacional, primeiramente pela criação

de novos equipamentos de média e alta complexidade, além de: ampliar os serviços disponíveis como das unidades do Instituição de

Longa Permanência de Idoso e residências; adequar os CRAS para receber pessoa com deficiência; implantação do serviço de proteção

social especial; inserir em todas as unidades das secretarias atendentes com formação em Libras; e aperfeiçoar transporte para Serviços

que são prestados. Essa necessidade de fortalecimento da rede, ampliação dos equipamentos e criação de novos, têm por objetivo gerar

um fortalecimento da rede de assistência social para estes dois públicos prioritários.

Também pode perfazer como alternativa o estabelecimento de convênios com entidades da sociedade civil, no qual

conjuntamente a isso, deve haver um aumento da fiscalização das entidades conveniadas.

Capacitações

Torna-se necessário, baseada na NOB/SUAS/RH, a capacitação dos funcionários no que consiste ao atendimento da demanda

da população. Essa capacitação deve contemplar tanto os funcionários do equipamentos públicos, quanto das entidades sociais que

prestam o serviço.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 8,8%

PROBLEMA:

11.7 - Equipamentos Públicos de Assistência Social com infraestrutura precária.

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CAUSAS

A principal causa identificada para este problema foi a inadequação às normas estabelecidas na Política Nacional de Assistência

Social, no qual especifica as tipificações de como devem ser ofertados e organizados os serviços da rede de assistência social, juntamente

com a infraestrutura definida e quantidade de profissionais com suas consecutivas formações.

CONSEQUÊNCIAS

Precariedade no atendimento e nos equipamentos de Assistência Social.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Adequação a Política Nacional

As principais estratégias para enfrentamento do problema foram identificadas como a adequação as normativas do SUAS e,

consequente, a adesão às condicionalidades da PNAS, NOB SUAS RH como consequente adequação dos equipamentos às normas

técnicas. Além disso, preconiza a existência de políticas de manutenção preventiva continuada.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 5,8%

PROBLEMA:

11.8 - Baixa eficiência das políticas de qualificação socioprofissional, intermediação de mão-de-obra em empregos formais.

CAUSA

As causas identificadas para este problema foram os cursos básicos de pouca duração, que não estão em consonância com o

mercado de trabalho. Ainda na dinâmica de curso, estes são ofertados em desacordo com o mercado de trabalho, o que desencadeia uma

baixa aderência. Seguindo a análise da ótica municipal de recursos públicos disponíveis e alocados, surge como consequência desse

problema a redução substantiva do Programa Operação Trabalho (POT) e diminuição da qualidade dos serviços prestados falta de

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recursos nos Portais. Em uma perspectiva macroeconômica, tal fato pode estar associado à crise econômica, com consequente redução

das políticas federais.

CONSEQUÊNCIAS

Como consequência deste problema tem-se a tem uma baixa adesão às políticas públicas.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Adequação ao SUAS

Adequar as tipificações preconizadas na PNAS e NOB SUAS RH.

Gestão de pessoas

Investir na contratação via concurso, criação e adequação de módulos de RH de cada unidade e sensibilização dos servidores

quanto ao gênero, raça e diversidade sexual.

Articulação entre as pastas

Deve existir um reconhecimento do público prioritário por meio de um mapeamento da demanda que permita referenciar essa

população, com o intuito de destiná-las à vagas de trabalho. Para tanto, torna-se necessário reconstruir a política dos Portais do

Trabalhador e fortalecer a divulgação para as empresas e parceria com entidades, levando sempre em conta os princípios da

intersetorialidade no qual manifesta-se a partir da enfrentamento ao problema, baseado no funcionamento de uma rede articulada nos

territórios.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 5,8%

PROBLEMA:

11.9 - Problemas no atendimento de serviços de acolhimento institucional para diversos públicos

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CAUSAS

As principais causas que norteiam esse problema são: primeiramente, o perfil da população e as demanda por serviços públicos,

de modo que os funcionário não estão preparados para atender as especificidades dos tipos de públicos. Além da ausência de

equipamentos importantes e necessários nos territórios, como acolhimento institucional para mulheres vítimas de violência doméstica

e residência inclusiva. Todos esses fatos estão relacionados a uma histórica baixa priorização da política, no que consiste aos

equipamentos de proteção social especial.

CONSEQUÊNCIAS

Não há atendimento suficiente e adequado para os diversos públicos.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Foco nas políticas para mulheres

Propõe-se estabelecer parcerias com instituições externas para mulheres vítimas de violência e investir em casas de acolhimento

regional para essas mulheres. No âmbito da criação de novos equipamentos, pode-se implantar Casa Abrigo Regional, juntamente com

uma casa de transição (república) para jovens oriundos de acolhimentos institucionais e retomar a construção do albergue Rochdale. Por

fim, tem-se como um direcionamento a expansão nos critérios de aquisição do bolsa aluguel.

Trabalho

Parceria com SDTI para tirar carteira de trabalho e inserir jovens no mercado de trabalho.

Capacitação

Além disso, entende-se como importante a melhoria da qualidade de vida dos funcionários que exercem esta atividade, por meio

de funcionário capacitados e remunerados adequadamente, capazes de realizar a fiscalização dos espaços.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

1 - Trabalho e Compromisso com o Cidadão. 2,9%

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PROBLEMA:

11.10 - Existência de bolsões de altíssima vulnerabilidade no município.

CAUSAS

As principais causas ligadas a este problema são: baixa divulgação de serviços; dificuldade no acesso à informação e em

linguagem adequada à população; e predominância de uma lógica de políticas de exclusão de municípios vizinhos. Também podem ser

fatos associados à questões de desenvolvimento urbano e econômico, por meio da apropriação do solo com prevalência de ocupações

irregulares e dos altos alugueis/valores imobiliários.

CONSEQUÊNCIAS

Há grande insegurança dos munícipes no uso do espaço, aumento da violência na cidade.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

As estratégias de enfrentamento podem ser desdobradas da seguinte forma:

Divulgação

Aumentar a divulgação dos serviços da PMO, por meio do lançamento de um material com linguagem acessível à população,

com o intuito de melhorar a identificação dos espaços e equipamentos públicos, além de divulgar canal 156.

Plano Diretor revisão

Na área de ordenamento urbano, propõe-se a revisão do PD, juntamente com um maior controle e fiscalização do uso da terra

baseados na 8ª atualização das normas urbanas do município, da RM e fortalecimento da convivência comunitária nos empreendimentos

habitacionais.

MACRODIRETRIZ LIGADA A ESSE PROBLEMA GRAU DE PRIORIDADE

2 - Osasco Cidade Renovada. 2,9%

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267

Diagnóstico do Eixo Assistência e

Inclusão Social, Direitos Humanos e

Igualdade Racial e de Gênero para o

Município

Tabela sintética – Indicadores gerais de assistência e inclusão social, direitos humanos e

igualdade racial e de gêneros

Assistência e Inclusão Social, Direitos

Humanos e Igualdade racial e de gêneros Ano Município RMSP ESP

Pessoas em vulnerabilidade social (Índice

Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS)

(Em %)

2010 17,6 20,1 16,7

Pessoas com deficiência 2010 41.449 1.141.037 2.449.446

Renda per capita (Em reais correntes) 2010 924 1188 1044

Razão de renda (20% mais ricos / 20% mais

pobres) 2010 23 32,5 22,5

Razão de renda (Homens e Mulheres) 2010 1,84 1,72 1,78

Razão de renda (Negros e Não Negros) 2010 0,57 0,42 0,49

Proporção de Domicílios Particulares com

Renda per Capita de até 1/4 S.M. 2010 9,4 9 7,1

Proporção de Domicílios Particulares com

Renda per Capita de até 1/2 S.M. 2010 18,5 18,2 16,3

Famílias beneficiárias do Programa Bolsa

Família 2016 21653 807717 1466681

Índice de Gestão Descentralizada 2015 0,74 - 0,81

Proporção de alunos que realizaram trabalho

infantil 2015 18,4 19,3 18,4

Média da avaliação do impacto na vida dos

usuários da assistência social - Categoria:

Aumento da renda da minha família para

complementar as necessidades básicas

(Escala 0 a 10)

2016 5,93 - -

Média da avaliação do impacto na vida dos

usuários da assistência social - Categoria:

Melhorou minha qualidade de vida (Escala 0

a 10)

2016 7,84 - -

Média da avaliação do impacto na vida dos

usuários da assistência social - Categoria: Me

ajudou a acessar outras políticas públicas e

serviços que eu não conhecia (Escala 0 a 10)

2016 7,63 - -

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268

Média da avaliação do impacto na vida dos

usuários da assistência social - Categoria: Me

ajudou a entender melhor meus direitos e

deveres como cidadão (Escala 0 a 10)

2016 7,79 - -

Vulnerabilidade social

A pobreza e a desigualdade social e econômica são historicamente vinculadas ao

nosso processo de colonização, que possui um caráter nitidamente exploratório. Enquanto

na América do Norte as elites europeias migravam em família com o objetivo de povoar e

ter melhores condições de vida, no Brasil, o processo de colonização foi de exploração

extensiva e simplesmente especuladora dos recursos naturais do país.

Apesar dos avanços e retrocessos históricos da atuação estatal brasileira em

políticas sociais e econômicas, tais como: o período de consolidação das leis trabalhistas

nas décadas de 1930 e 1940; o período da ditadura militar (1964-1985); a aprovação da

Constituição Federal de 1988; as políticas neoliberais da década de 90; e a política de

inclusão social e desenvolvimento econômico dos governos Lula e Dilma Rousseff; no

século XXI, a pobreza e a desigualdade continuam a atormentar grande parcela da

população.

O Estado possui o dever de enfrentar esta situação e o deveria fazer por meio de

políticas públicas multidimensionais, como as de inclusão e assistência social e de

desenvolvimento econômico.

Para auxiliar na identificação destas mazelas, foram criados alguns indicadores

sociais. O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social é um destes e se destaca por sua

característica multidimensional, pois combina dimensão socioeconômica e demográfica,

classificando os setores censitários em grupos de vulnerabilidade de diferentes níveis. Para

esta análise, foi considerada a proporção da população em alta e altíssima vulnerabilidade.

A cidade de Osasco, com 17,6% de sua população neste perfil, apesar de apresentar média

inferior à RMSP (20,1%), possui proporção superior ao estado (16,7%).

Ao analisar o IPVS em Osasco no Mapa 1, onde as regiões em verde se caracterizam

pela baixa vulnerabilidade e as de cor amarela, laranja e vermelha pela alta vulnerabilidade,

percebe-se que a macrorregião central osasquense, de ocupação mais antiga e consolidada,

apresenta os melhores resultados. Os bairros Industrial Autonomistas, Centro, Vila Yara e

Adalgisa destacam-se por conter maiores proporções de famílias em baixíssima

vulnerabilidade.

Já os bairros Bonança, Portal D’Oeste, Munhoz Júnior, Industrial Anhanguera,

Aliança, Rochdale e Piratininga, na Zona Norte da cidade, e Padroeira, São Pedro,

Bandeiras, Jardim Roberto, Veloso e Conceição, na Zona Sul, são os que mais concentram

pessoas em situações de alta e altíssima vulnerabilidade e que, consequentemente, clamam

por maior atenção da gestão pública.

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269

Mapa 1 - Vulnerabilidade Social em Osasco

População vulnerável

Entende-se por população vulnerável, as pessoas que, por motivos diversos, tem o

acesso, ou oportunidade igualitária, dificultada a bens e serviços universais. Em geral, são

grupos que sofrem tanto materialmente, como social e psicologicamente os efeitos da

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270

exclusão, seja por motivos religiosos, de saúde, opção sexual, etnia, cor de pele, por

incapacidade física ou mental, gênero, dentre outras35.

Apesar de possuir consonância com este eixo e as consequentes políticas de

assistência e inclusão social, os aspectos quantitativos tocantes à divisão por sexo, faixas

etárias e raça-cor foram discutidos no tema territorialidade, pois também são muito úteis

para ambientar a discussão introdutória sobre as características gerais da cidade e regiões

nas quais também se insere. Desta forma, este eixo se concentrará no grupo vulnerável das

pessoas com deficiência (PCD).

Segundo o Censo Demográfico do IBGE 2010, Osasco possuía cerca de 41.499

PCD, com grande dificuldade ou incapacidade total visual, auditiva, de fala, ou motora,

mesmo fazendo uso de equipamentos auxiliares. A concentração de PCDs na cidade é

maior do que nos demais níveis geográficos comparados, pois 6,2% da população

osasquense estava nesta situação, ao passo que na região metropolitana, com 1.141.037

pessoas com deficiência, esta proporção era de 5,9%, e no estado de São Paulo, com

2.449.446 pessoas com deficiência, é de 5,8%.

Ao se observar a distribuição de PCDs em Osasco no Mapa 2, é possível aferir uma

maior concentração no distrito Sudoeste da cidade, embora a incidência de pessoas com

deficiência atinja a todas as regiões. Os bairros Cipava, Jaguaribe, Santo Antônio, Jardim

Roberto, Pestana e Vila Yolanda na Zona Sul, e Munhoz Júnior, na Zona Norte, são os que

concentram uma proporção superior a 7,9% de sua população nas condições de PCD.

35 Fonte: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/294974/grupos-vulneraveis

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Mapa 2 - Proporção de pessoas com deficiência por áreas de ponderação

Políticas e infraestrutura de assistência social em Osasco

Desde a IV Conferência Nacional de Assistência Social, em dezembro de 2003, a

política de assistência social vem passando por grandes transformações e já no ano

seguinte, foi lançada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Em 2005, a Norma

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272

Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB-SUAS) veio a público,

trazendo uma nova organização para a área, mais afeta ao espírito cidadão que norteou os

artigos da Constituição Federal de 1988, que trataram sobre esta política. Desde então, uma

série de normas operacionais, portarias, instruções normativas, orientações técnicas e

outros instrumentos foram editados para configurar o SUAS em escala nacional. A

operacionalização do sistema ficou, principalmente, a cargo dos municípios; e Osasco

também vem participando ativamente desta construção.

Grosso modo, o SUAS está organizado em dois níveis de proteção social: básica e

especial. Segundo a Lei Orgânica da Assistência Social, a proteção social básica é um

conjunto de serviços que visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social, por meio

do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos

familiares e comunitários. Já a proteção social especial é o conjunto de serviços, programas

e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e

comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a

proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de

direitos.

A proteção social especial (PSE) é separada em dois níveis de complexidade: média

e alta. A PSE de Média Complexidade pretende garantir as seguranças sociais afiançadas

pelo SUAS à pessoas e famílias que estejam sofrendo violações de direitos, mas ainda

conservam seus laços familiares e/ou comunitários. Para isso, a PSE de Média

Complexidade organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado

que requerem maior estruturação técnica e operativa, com competências e atribuições

definidas.

Já a PSE de Alta Complexidade procura acolher e proteger pessoas e famílias

afastadas temporariamente do seu núcleo familiar e/ou comunitários de origem e se

encontram em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos. Para tanto, tais

serviços funcionam como moradia provisória até que a pessoa possa retornar à família de

origem, ou seja encaminhada para família substituta, quando for o caso, ou quando se dê o

alcance da autonomia (moradia própria ou alugada). Assim, cada serviço ofertado

corresponde um equipamento público específico.

Cada nível de proteção social conta com um equipamento de referência: o Centro

de Referência da Assistência Social (CRAS), na básica; e o Centro de Referência

Especializado de Assistência Social (CREAS), na especial. Além disto, um conjunto de

outros equipamentos públicos, programas e serviços, com equipes de referência mínima,

estão estabelecidas nas regras nacionais.

Em Osasco, nos últimos treze anos o SUAS foi sendo paulatinamente estruturado,

buscando alcançar os parâmetros nacionais. O mapa 2, a seguir, traz o georeferenciamento

da rede socioassistencial pública e privada de Osasco e permite perceber que a rede

socioassistencial no município se espalha por todo o território. No entanto, é possível

observar alguns descompassos, na região Oeste e Sudoeste da cidade há uma evidente falta

de cobertura de PSE, tanto de média, como de alta complexidade.

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Mapa 3 - Rede de proteção social básica e especial em Osasco

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274

A proteção social básica tem 3 serviços principais, conforme definido na

Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais36. São eles: o Serviço de Proteção e

Atendimento Integral à Família (PAIF); o Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos (SCFV); e o Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com

deficiência e idosas.

O PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a

finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus

vínculos, promover o acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria da qualidade

de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o

fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter

preventivo, protetivo e proativo. Seu trabalho social deve utilizar-se também de ações nas

áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar universo

informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. O PAIF é

um trabalho privativo da equipe do CRAS, não podendo ser executado por entidades

socioassitenciais parceiras37. Além das atividades em grupo, as equipes do PAIF realizam

um conjunto de atendimentos individualizados com os usuários do serviço, variando o tipo

de atendimento de acordo com as necessidades e potencialidades de cada família/indivíduo.

Em Osasco, os nove CRAS acompanharam, em média, 583 famílias no PAIF em

2015. Em 2016, esse número recuou para 470, redução de quase 20%. Já os atendimentos

individualizados ocorreram em média mensal de 66 para 2015, e 72 para 2016, um aumento

de cerca de 10% Houve grandes diferenças entre o volume de acompanhamentos e

atendimentos pelos CRAS, conforme o gráfico 1 aponta.

36 Disponível em

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf 37 Os principais documentos orientadores do PAIF estão disponíveis em

http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_PAIF_1.pdf e http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_PAIF_2.pdf

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Gráfico 1 - Média mensal de atendimentos individualizados realizados e de famílias

acompanhadas pelo PAIF nos CRAS

Estudos acerca da localização, serviços e estrutura de RH da Assistência Social

Em 2014, a SEPLAG e SAS realizaram três estudos em conjunto acerca da

adequação territorial, serviços e estrutura de RH da SAS38. Na sequência, segue um resumo

destes.

Territorial

A NOB do SUAS admite que os CRAS sejam instalados, prioritariamente, em

territórios com maior concentração de famílias com renda per capita mensal de até ½ salário

mínimo, uma vez que as vulnerabilidades sociais podem ser agravadas pela situação de

empobrecimento das famílias. A norma conclui que territórios com concentração de

famílias pobres são mais vulneráveis, pois são menos providos de serviços, o que evidencia

a necessidade de uma maior atenção do Estado39.

O estudo identificou áreas da cidade com maior demanda por serviços de proteção

social básica e sugeriu adequações. Algumas delas foram tomadas e resultou na construção

do CRAS Rochdale, que guarneceu esta região com os respectivos serviços.

Os serviços de proteção social especial também foram analisados e, seguindo a

recomendação do MDS de que cada CREAS deve ser referenciado para 200.000 pessoas,

38 Estudos disponíveis em http://www.seplag.osasco.sp.gov.br/Publicacao 39 Pág. 34 do referido documento.

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o estudo concluiu pela demanda de mais uma unidade, propondo tanto a localização, como

uma nova regionalização do atendimento, perceptível no mapa 4 a seguir:

Mapa 4 - Proposição de nova unidade e áreas de abrangência do CREAS

Em síntese, na análise dos serviços de assistência social, tanto básicos, como

especiais, concluiu-se que a quantidade de equipamento era inferior ao recomendado pelo

MDS. No entanto, a seguir, será permitido observar que tais serviços e equipamentos

demandam antes uma melhor estruturação e qualificação, para que o funcionamento e

oferta de serviços estejam dentro dos níveis mínimos de quantidade e qualidade que

deveriam ser ofertados, segundo as normas nacionais de assistência social.

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Serviços executados no CRAS e CREAS

O estudo objetivou contribuir para o aprimoramento e adequação dos serviços

socioassistenciais (básicos e especiais) realizados nos equipamentos CRAS e CREAS,

baseado na adequação destes às prioridades e metas definidas para a gestão municipal pelo

Pacto de Aprimoramento do SUAS para o quadriênio 2014/2017.

O que se concluiu, conforme se observa na tabela 2, é que o município possui muitas

dificuldades para atingir as metas estabelecidas, tanto na proteção social básica, como na

especial. A conclusão à época foi de que em algumas situações, o município realmente não

conseguia executar tais atividades a contento, mas também que, em muitos casos, a

informação não era sistematizada, e consequentemente não registrada nos sistemas para o

governo federal. Ou seja, o município executava o serviço, mas isto não era informado nem

à sociedade, nem ao governo federal, o que, consequentemente, implica em menores

transferências de recursos provenientes do último para o município enfrentar tais

fragilidades sociais.

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Tabela 2. Metas de prioridades do SUAS para a proteção social básica e especial e

resultados atingidos oficialmente pela política de assistência social de Osasco.

Recursos Humanos dos equipamentos CRAS e CREAS

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A NOB-RH versa a respeito da equipe de referência mínima para o funcionamento

dos CRAS. Para um município do porte de Osasco, a equipe demandada é a seguinte: 4

técnicos de nível superior, sendo 2 profissionais assistentes sociais, um psicólogo e um

profissional que compõe o SUAS, além de 4 técnicos de nível médio. Tais equipes devem

contar sempre com um coordenador, que pode inclusive ser o profissional SUAS, devendo

o mesmo ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado,

com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e

benefícios socioassistenciais.”40.

Conforme pode-se observar na tabela 3, em 2016, ao cruzar a estrutura de RH da

cidade com a indicada pelo MDSA, observou-se que o município estava muito aquém de

possuir pessoal necessário para oferecer os serviços necessários à comunidade. Além disso,

não havia profissional coordenador do equipamento público e técnico com capacidade de

planilhar os atendimentos lá realizados. Todas as unidades possuíam número insuficiente

de psicólogos.

Tabela 3 - Relação de Funcionários CRAS em 2016 x Demanda da Diretriz MDS

Fonte: Plano Municipal de Assistência Social, PMO. 2016.

A NOB-RH indica como referência mínima para o funcionamento dos CREAS a

seguinte equipe: 1 coordenador, 2 assistentes sociais, 2 psicólogos, 1 advogado, 4

profissionais de nível médio ou superior para abordagem aos usuários e 2 auxiliares

administrativos. Na tabela 4, pode-se observar que o CREAS Zona Norte atendia apenas

aos requisitos de assistência social e de coordenador com nível superior, o que já é um

avanço, visto que em 2014, nenhum requisito era atendido por tal equipamento público. Já

o CREAS Centro, demonstra maior estruturação, apresentando carência apenas no perfil

de profissionais psicólogos e advogados. O futuro CREAS Zona Sul, que já se encontra na

tabela abaixo, ainda não foi inaugurado, motivo que o faz constar como nenhum

profissional designado.

40 NOB-RH: Página 15.

Técnico de

nível médio

Assistente

socialPsicólogo

Coordenador

com nível

superior

Necessidade de técnicos por

CRAS, segundo diretrizes do

MDSA

4 2 2 1

CRAS - Bonança -2 -1 -1 -1

CRAS - KM 18 -3 0 -2 -1

CRAS - Munhoz Júnior 0 0 -1 -1

CRAS - Padroeira 2 -1 -1 -1

CRAS - Piratininga -1 -1 -1 -1

CRAS - Veloso 2 0 -1 -1

CRAS - Santo Antônio -3 -1 -2 -1

CRAS - Rochdale -2 -1 -1 -1

CRAS - 1º de Maio -2 0 -2 -1

Defasagem total - CRAS -9 -5 -12 -9

Equipamentos de

proteção básica

existentes

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Tabela 4 - Relação de Funcionários CREAS em 2016 x Demanda da Diretriz MDS

Fonte: Plano Municipal de Assistência Social, PMO. 2016.

* Não conta ainda com profissionais, pois ainda não foi inaugurado.

Tais fragilidades de recursos humanos explicam em grande parte a dificuldade de

se registrar e atingir as metas estabelecidas para a área.

Pobreza

A pobreza possui múltiplas facetas e, em consequência, também apresenta

dificuldades técnicas para sua correta mensuração. Ela pode ser entendida como situação

de carência de bens e serviços essenciais, por falta de recursos econômicos ou ainda por

dependência ou incapacidade de participar dignamente da sociedade. Já a extrema pobreza,

ou situação de miséria, se caracteriza por uma pobreza tão extrema, que os que estão em

tal condição não dispõem de dinheiro para adquirir uma quantidade mínima de alimentos

e para satisfazer outras necessidades vitais à simples sobrevivência. Contudo, face às

diferentes metodologias que buscar mensurá-las, este estudo fará uso do padrão utilizado

pela política de assistência social federal e de diversos outros estudos acadêmicos, que

caracterizam como pessoa em situação de pobreza a que possui rendimento domiciliar per

capita de até meio salário mínimo e as que recebem até um quarto de salário mínimo, como

em situação de miséria.

Isto posto, pode-se observar na tabela deste tema que Osasco possuía em 2010,

cerca de 19.039 domicílios em situação de extrema pobreza, isto corresponde a 9,4% do

total de domicílios da cidade. Já a RMSP possuía 9% (6.093.644 domicílios) dos seus nesta

condição, enquanto o estado de São Paulo, 7,1% (12.837.281). Já as moradias pobres

somavam 37.275 unidades, cerca de 18,5% do total de 202.009 domicílios osasquenses,

em 2010. A RMSP possuía 18,2% (6.093.644) de seus domicílios nesta mesma condição e

o estado de São Paulo, 16,3% (12.837.281).

A renda domiciliar per capita média osasquense, à época do último censo

demográfico, era de R$ 924,00, valor significativamente abaixo da média da RMSP e do

estado de São Paulo. Esta renda na cidade equivalia a apenas 77,8% da renda média da

RMSP, que era de R$ 1.180, e a 88,5% da renda média estadual, que atingiu R$ 1.044.

Desigualdades

Auxiliar

administrativo

Técnico com

ensino médio

ou Superior.

Abordagem

dos usuários

Assistente

socialPsicólogos Advogados

Coordenador

com nível

superior

Necessidade de técnicos por

CERAS, segundo diretrizes do

MDSA

2 4 2 2 1 1

CREAS - Zona Norte -1 -4 2 -1 -1 0

CREAS - Centro 0 -1 7 1 -1 0

CREAS - Zona Sul * -2 -4 -2 -2 -1 -1

Defasagem total - CREAS -3 -9 7 -2 -3 -1

Equipamentos de

proteção especial

existentes

Adequação mínima à NOB-RH - CREAS

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281

A desigualdade social é caracterizada pela falta de equilíbrio no padrão de vida dos

seus habitantes, seja no âmbito econômico, educacional, mercado de trabalho, de saúde, de

gênero, racial, ou outros.

Uma das formas para mensurar a desigualdade de renda é analisar a proporção do

rendimento das pessoas de maior remuneração, pelos de menor renda. Em Osasco, a média

de rendimento per capita dos 20% mais ricos da população, cerca de R$ 2.658,42, era 23

vezes maior do que a dos 20% mais pobres, cerca de R$ 115,54. Este valor era muito

próximo da média estadual (22,5 vezes). Já a RMSP, quando comparada a estes, possuía

desigualdade de renda média mensal per capita muito superior, onde os mais ricos, com R$

3.916,80 por pessoa da família, ganhavam cerca de 32,5 vezes a mais do que recebiam de

renda os mais pobres (R$ 120,66).

Quando se observa a desigualdade de renda entre os sexos masculino e feminino,

Osasco destacou-se negativamente. Em 2010, o homem osasquense ganhava 1,84 vezes

(R$ 1.406,30) o que a mulher osasquense (R$ 766,10). Na RMSP e estado de São Paulo,

esta proporção era de 1,72 e 1,78 vezes, respectivamente.

Ao comparar a desigualdade de renda por raça, onde são comparados os

rendimentos dos negros com os não negros, Osasco demonstra ter uma menor desigualdade

do que as outras duas regionalizações comparadas. Todavia a desigualdade ainda é muito

alta: na cidade, a pessoa negra ganhava apenas 0,57 (R$ 740,10) do que ganha a pessoa

não negra (R$ 1.296,80), pouco mais da metade. Na RMSP esta proporção é de 0,42, e no

estado de São Paulo era de 0,49 vezes, ou seja, os negros nestas regiões possuem um

rendimento médio mensal individual inferior à metade do que ganham os não negros.

Trabalho infantil

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tem por objetivo

desencadear um processo de avaliação, por meio de levantamentos periódicos de

informações que permitam diagnosticar e monitorar a evolução do quadro educacional

brasileiro, a partir de dois pressupostos básicos: que o desempenho dos alunos é uma das

evidências a respeito da qualidade do ensino ministrado; e de que nenhum fator determina,

isoladamente, a qualidade do ensino.

Toda forma de trabalho exercido por crianças e adolescentes abaixo da idade

mínima legal permitida para sua inserção no mercado de trabalho é considerada trabalho

infantil. É proibido por lei e, além de prejudicar a saúde física e psicológica da criança e

seu desempenho escolar em suas formas mais nocivas ou cruéis, também constitui crime.

Mensurar o trabalho infantil não é dos desafios mais fáceis, pois ele é muito

subnotificado, seja pelas empresas que os exploram, ou pela própria família. Com esta

preocupação em mente, este estudo optou por analisar a informação captada pelo

questionário do SAEB em 2015, aplicado ao próprio aluno do ensino fundamental 1 e 2, e

de forma amostral nas escolas do setor público, que questiona se o aluno trabalhou fora de

casa, fosse remunerado ou não. Apesar de possíveis distorções, referências acadêmicas

indicam ser esta a melhor fonte para captar tal realidade e este caminho foi aqui seguido.

A proporção de alunos recenseados pelo SAEB/MEC que informaram trabalhar

fora de casa em Osasco correspondeu a 18,4%. Esta alta proporção também é

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282

compartilhada pelo estado de São Paulo, com 18,4%, e mais ainda na média dos municípios

da região metropolitana de São Paulo, que apresentou 19,3% de crianças trabalhadoras.

Bolsa Família

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda sob

condicionalidades, do Governo Federal, sendo considerado, principalmente pela mídia e

órgãos internacionais, como um dos principais programas de combate à pobreza do mundo.

Instituído no Governo Lula, em 2003, o programa criou, unificou e ampliou diversos

programas anteriores de transferência de renda, como o Bolsa Escola, Cadastro Único,

Renda Mínima à Saúde, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e Fome Zero.

Osasco contava em dezembro de 2016, com 21.653 famílias assistidas pelo

Programa, que juntas, recebiam mensalmente R$ 3,3 milhões mensais, resultando num

benefício médio mensal de R$ 152,40 por família. Isto representa cerca de 10,7% das

famílias osasquenses. A RMSP possuía 807.717 beneficiários (13,1% das famílias), que

recebiam mensalmente R$ 125,9 milhões mensais; benefício médio por família de R$

155,88. O estado de São Paulo possuía, em dezembro de 2016, 1.466.681 famílias

beneficiárias (11,4% do total). O valor total mensal repassado a estas famílias era de R$

471,5 milhões mensais; benefício médio de R$ 160,75.

No entanto, algo muito importante é a qualidade da gestão que os municípios fazem

do PBF. Para aferir isto, existe o Índice de Gestão Descentralizada (IGD), que possui o

intuito de fortalecer a capacidade de gestão dos entes federados, a partir da mensuração de

indicadores que avaliam os resultados no acompanhamento das condicionalidades e da

gestão do Cadastro Único. Ele também permite o acesso a recursos que podem financiar

gastos nas áreas de saúde, educação e assistência/inclusão social, sendo que este varia de

acordo com a qualidade gestora do município ou estado da federação. Seu resultado é

mensurado com resultado sintético numérico que varia de 0 a 1, onde zero é a pior situação,

e um a ideal.

O município de Osasco, que já foi município modelo na gestão do PBF, vem

passando por uma redução deste índice nos últimos anos, chegando a 0,74 em 2015,

resultado inferior à média do estado, que é de 0,81, levando à menor captação de recursos

para política de inclusão e assistência social do município.

Desafios

Percebe-se que a cidade possui grandes desafios para um efetivo combate à

exclusão social, às desigualdades e fragilidades de atuação.

No aspecto da renda dos trabalhadores, que se posiciona em um patamar inferior à

RMSP e ao estado de São Paulo, o desafio é estrutural e também depende em grande parte

da macroeconomia. Mas uma atuação municipal que invista em qualificação profissional,

intermediação de mão-de-obra pública e qualificada, economia solidária e outros esforços

para consolidação e ampliação do mercado de trabalho formal, certamente impactará

positivamente na renda média do trabalhador em Osasco.

O aspecto da renda se mostra mais nociva aos negros e, principalmente, às mulheres

na cidade, que possuem uma remuneração média muito inferior aos homens. A maior

proporção de domicílios em situação de extrema pobreza e pobreza em Osasco também

Page 284: ANEXO II DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO - seplag.osasco… · no passado o antigo bairro de Osasco (quando este ainda pertencia a São Paulo), hoje se caracterizam pela forte presença

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corrobora para a necessidade de que a cidade atue com políticas de inclusão e assistência

social de mais amplas e infraestruturadas. Além das estatísticas de assistência social, outro

exemplo de que a cobertura no atendimento da pobreza pode aumentar, é o fato

contraditório de possuirmos maior proporção de domicílios em situação de extrema

pobreza e pobreza do que a média da região metropolitana e do estado de São Paulo, e

também possuirmos uma menor proporção de famílias beneficiárias do Bolsa Família.

A grande proporção de pessoas com deficiência em algumas regiões da cidade

mostra a necessidade de desenvolvimento de infraestrutura de acessibilidade, não só onde

estas pessoas vivem, mas também para onde se locomovem. Desta forma, elas devem ser

ouvidas em um contato ativo da administração pública.

Na atuação dos equipamentos CRAS e CREAS, para além da demanda por novos

equipamentos, ficou clara a falta de melhor estrutura de recursos humanos, seja na

quantidade, seja na qualificação que parte do corpo funcional deve passar; e é sabido que

no período posterior aos estudos, tais práticas não ocorreram efetivamente, ainda

persistindo as mesmas fragilidades nos dias atuais. A ausência de sistematização dos dados

nos equipamentos da ponta, ainda é um dos principais gargalos no quadro funcional de

SAPS, o que acarreta em marcação e levantamento de dados incompletos ou errados. Isso

tem consequências danosas à administração e mesmo às finanças públicas, uma vez que os

cofinanciamentos promovidos pelo MDS exigem prestação de contas, que podem não

alcançar o resultado desejado devido a essa má gestão das informações.

Potencialidades

Por outro lado, conhecer as características de seu território e população é premissa

básica para um bom planejamento e atuação da política pública municipal. Além de

diversos estudos na área de inclusão social, a cidade possui mais de 10 Planos Municipais

sistematizados que mensuram diversas fragilidades do território e propõem uma série de

compromissos que devem se mostrar efetivos no combate a tais mazelas.

Em resposta à pesquisa de campo realizada pela SEPLAG, os usuários dos serviços

de assistência social da cidade, numa escala de 0 a 10, deram nota de 5,9 para o impacto

da política de assistência social na renda de sua família, o que demonstra que neste sentidp

a atuação pode ser melhorada. Já no aspecto mais amplo de melhoria da qualidade de vida,

a nota foi significativamente mais alta, 7,8. Quanto ao fato de usarem o serviço facilitar o

acesso a outras políticas e serviços públicos que não conheciam, a nota foi 7,6. No que toca

à cidadania, deram nota 7,8 ao fato de acharem que o acesso a tais serviços os ajudou a

melhor entender seus direitos e deveres como cidadão. Estes resultados demonstram que a

população que efetivamente faz uso dos serviços públicos está atenta aos seus resultados,

e caso estes sejam qualificados, será imediatamente percebido por estes e acompanhado

pela administração

A cidade de Osasco é uma das cidades mais populacionalmente densas do país. Se

isto acarreta mazelas típicas de uma grande cidade urbanizada, também permite que a

população seja atingida em maior número por ações públicas. Desta forma, uma ação em

uma pequena porção do território consegue beneficiar muitas pessoas, o que pode auxiliar

políticas de inclusão social, que precisam abranger um grande número de pessoas para

produzir efetivo impacto positivo na vida destas, bem como na economia local.