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I ANEXO – ÍNDICE Documentos Carta de nomeação de João de Castilho como mestre de obras da Batalha. V Carta de nomeação de Miguel Arruda como mestre de obras da Batalha. VI Carta régia de quitação de D. João III a João de Castilho. VII Carta de Fr. João da Cruz, capelão do conde de Linhares. IX Ilustrações Fig. 1 Foto do interior da balaustrada. X Fig. 2 Foto do exterior da balaustrada. X Fig. 3 Os janelões góticos das Capelas Imperfeitas. XI Fig. 4 Os janelões góticos; enquadramento do parapeito. XI Fig. 5 A capela perfeita de Mendes Atanázio. Planta. Escala 1/500. XII Fig. 6 Degraus de ligação nos terraços das Capelas Imperfeitas. XII Fig. 7 Ligação presumida mausoléu-igreja. Planta. Escala 1/500. XIII Fig. 8 Simulação do rebaixamento das abóbadas das capelas colaterais. XIV Fig. 9 Foto da parede sul do átrio de ligação às Capelas Imperfeitas. XV Fig. 10 Mosteiro dos Jerónimos. Abóbada da Sala do Capítulo. XV Fig. 11 Átrio das Capelas Imperfeitas. Parede contrafortada sul. XVI Fig. 12 Átrio das Capelas Imperfeitas. Parede contrafortada norte. XVI Fig. 13 Simulação do acesso ao átrio das Cap. Imperfeitas. Alçado sul. Esc. 1/500. XVII Fig. 14 Acesso directo da rua ao átrio das Cap. Imperfeitas. Postal, séc. XIX/XX. XVII Fig. 15 Abóbada do átrio das Cap. Imperfeitas. Chave com nervuras expectantes. XVIII Fig. 16 Abóbada do átrio das Cap. Imperfeitas. Mísula com nervuras expectantes. XVIII Fig. 17 Passadiço sobre o átrio das Cap. Imperfeitas. Foto J. Laurent, 1860. XIX Fig. 18 Cronografia 1922 nas escadas definitivas entre abóbadas. XIX Fig. 18a Degraus na cobertura das Cap. Imperfeitas. Arco rampante do lanço norte. XIX Fig. 19 Degraus na cobertura das Cap. Imperfeitas. Vista do lanço sul. XIX Fig. 20 Parede fundeira da capela-mor com janelas. Gravura de Haupt, 1890. XX Fig. 21 Parede fundeira da capela-mor com janelas. Foto de Francis Frith, 1850-1870. XX Fig. 22 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor na capela-mor. Foto de Emílio Biel, 1907. XX Fig. 23 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor na capela-mor. Foto Alvão, 1934. XX Fig. 24 Átrio das Cap. Imperfeitas. Mísula com hipotético retrato de João de Castilho. XXI Fig. 25 Idem, pormenor. XXI

ANEXO – ÍNDICE Documentos - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/20394/3/ulfl175323_tm_anexo_1.pdf · Fig. 3 Os janelões góticos das Capelas Imperfeitas. XI Fig

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I

ANEXO – ÍNDICE

Documentos

Carta de nomeação de João de Castilho como mestre de obras da Batalha. V

Carta de nomeação de Miguel Arruda como mestre de obras da Batalha. VI

Carta régia de quitação de D. João III a João de Castilho. VII

Carta de Fr. João da Cruz, capelão do conde de Linhares. IX

Ilustrações

Fig. 1 Foto do interior da balaustrada. X

Fig. 2 Foto do exterior da balaustrada. X

Fig. 3 Os janelões góticos das Capelas Imperfeitas. XI

Fig. 4 Os janelões góticos; enquadramento do parapeito. XI

Fig. 5 A capela perfeita de Mendes Atanázio. Planta. Escala 1/500. XII

Fig. 6 Degraus de ligação nos terraços das Capelas Imperfeitas. XII

Fig. 7 Ligação presumida mausoléu-igreja. Planta. Escala 1/500. XIII

Fig. 8 Simulação do rebaixamento das abóbadas das capelas colaterais. XIV

Fig. 9 Foto da parede sul do átrio de ligação às Capelas Imperfeitas. XV

Fig. 10 Mosteiro dos Jerónimos. Abóbada da Sala do Capítulo. XV

Fig. 11 Átrio das Capelas Imperfeitas. Parede contrafortada sul. XVI

Fig. 12 Átrio das Capelas Imperfeitas. Parede contrafortada norte. XVI

Fig. 13 Simulação do acesso ao átrio das Cap. Imperfeitas. Alçado sul. Esc. 1/500. XVII

Fig. 14 Acesso directo da rua ao átrio das Cap. Imperfeitas. Postal, séc. XIX/XX. XVII

Fig. 15 Abóbada do átrio das Cap. Imperfeitas. Chave com nervuras expectantes. XVIII

Fig. 16 Abóbada do átrio das Cap. Imperfeitas. Mísula com nervuras expectantes. XVIII

Fig. 17 Passadiço sobre o átrio das Cap. Imperfeitas. Foto J. Laurent, 1860. XIX

Fig. 18 Cronografia 1922 nas escadas definitivas entre abóbadas. XIX

Fig. 18a Degraus na cobertura das Cap. Imperfeitas. Arco rampante do lanço norte. XIX

Fig. 19 Degraus na cobertura das Cap. Imperfeitas. Vista do lanço sul. XIX

Fig. 20 Parede fundeira da capela-mor com janelas. Gravura de Haupt, 1890. XX

Fig. 21 Parede fundeira da capela-mor com janelas. Foto de Francis Frith, 1850-1870. XX

Fig. 22 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor na capela-mor. Foto de Emílio Biel, 1907. XX

Fig. 23 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor na capela-mor. Foto Alvão, 1934. XX

Fig. 24 Átrio das Cap. Imperfeitas. Mísula com hipotético retrato de João de Castilho. XXI

Fig. 25 Idem, pormenor. XXI

II

Fig. 26 Mosteiro da Batalha. Hipotético retrato de Huguet na Sala do Capítulo. XXII

Fig. 27 Alegado busto de João de Castilho na igreja do mosteiro dos Jerónimos. XXII

Fig. 28 Efígie de João de Castilho. Igreja de S. Pedro de Castillo, Arnuero, Cantábria. XXII

Fig. 29 Entrada do túmulo de D. Duarte/D. Leonor nas Capelas Imperfeitas. XXIII

Fig. 30 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor na capela-mor. Foto Alvão, ca. 1960. XXIV

Fig. 31 Túmulo de D. Duarte/D. Leonor entaipado na capela-mor. Foto SIPA, 1960? XXIV

Fig. 32 Túmulo de D. Duarte e D. Leonor nas Capelas Imperfeitas. XXIV

Fig. 33 Simulação dos gigantes das Cap. Imperfeitas com fundação directa. Planta. XXV

Fig. 34 Cobertura das Capelas Imperfeitas conjecturada por Murphy, 1792-95. XXVI

Fig. 35 Cobertura das Capelas Imperfeitas conjecturada por Haupt, 1890-95. XXVI

Fig. 36 Chegada das escadas à cobertura das Capelas Imperfeitas (norte). XXVII

Fig. 37 Chegada das escadas à cobertura das Capelas Imperfeitas (sul). XXVII

Fig. 38 Simulação do tambor renascentista das Capelas Imperfeitas. Planta. XXVIII

Fig. 39 Corte conjectural da cúpula "florentina" das Capelas Imperfeitas. XXIX

Fig. 40 Vista da igreja de Santo Amaro, Alcântara, Lisboa. XXX

Fig. 40a Cúpula das Capelas Imperfeitas (modelo de Santo Amaro de Alcântara). XXX

Fig. 41 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Vista geral. XXXI

Fig. 42 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Retrato de D. João III. XXXI

Fig. 43 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Retrato de D. João III. XXXII

Fig. 44 Retrato de Carlos V. XXXIII

Fig. 45 Medalhas com efígie de Carlos V. XXXIII

Fig. 46 Retrato integrado do Príncipe D. João nos vitrais da capela-mor da Batalha. XXXIV

Fig. 47 Retrato colectivo da corte manuelina (Fons Vitae), Misericórdia da Porto. XXXV

Fig. 48 Retrato do Príncipe D. João e S. João Baptista, Mestre da Lourinhã, MNAA. XXXV

Fig. 48a Retrato de D. João III e S. João Baptista, Lourenço de Salzedo, MNAA. XXXV

Fig. 48b Retrato de D. João III e S. João Baptista, L. Salzedo, Madre de Deus, Lisboa. XXXV

Fig. 49 Retrato de D. João III, Anthonis Mor, Museu Lázaro Galdiano, Madrid. XXXVI

Fig. 50 Representação de um “índio” na janela renascentista das Capelas Imperfeitas. XXXVII

Fig. 51 Representação de um “negro” na janela renascentista das Capelas Imperfeitas. XXXVII

Fig. 52 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. O herói mitológico Hércules. XXXVIII

Fig. 53 Representação de Hércules na empresa pessoal de Carlos V. XXXVIII

Fig. 53a O imperador Carlos V no trono, enquadrado pelas colunas de Hércules. XXXVIII

Fig. 54 Escultura vazada de elementos fitomórficos no portal das Cap. Imperfeitas. XXXIX

Fig. 55 Escultura vazada nos frisos do octógono central das Capelas Imperfeitas. XXXIX

Fig. 56 Escultura vazada nos frisos do octógono central das Capelas Imperfeitas. XXXIX

Fig. 57 Capitel de talha profunda proveniente de Madinat al-Zhara. XXXIX

III

Fig. 58 Friso de “dragões” afrontados em escultura vazada nas Capelas Imperfeitas. XL

Fig. 59 Friso de “dragões” afrontados em escultura vazada nas Capelas Imperfeitas. XL

Fig. 60 Intercepção dos frisos de escultura vazada com a balaustrada. XL

Fig. 61 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Colunas. XLI

Fig. 62 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Colunas. XLI

Fig. 63 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Colunas. XLI

Fig. 64 Coluna monstruosa de Diego de Sagredo. XLI

Fig. 65 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Vista geral. XLII

Fig. 66 Idem. Painel esquerdo do entablamento. XLII

Fig. 67 Idem. Painel direito do entablamento. XLII

Fig. 68 Idem. Painel esquerdo do entablamento. Ampliação. XLIII

Fig. 69 Idem. Painel direito do entablamento. Ampliação. XLIII

Fig. 70 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Grotescos. XLIV

Fig. 71 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Grotescos. XLIV

Fig. 72 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Grotescos. XLIV

Fig. 73 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Grotescos. XLIV

Fig. 74 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Entablamento. Pormenor. XLV

Fig. 75 Grupo escultórico Laocoonte dos Museus do Vaticano. XLV

Fig. 76 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Capitéis. XLVI

Fig. 77 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Capitéis. XLVI

Fig. 78 Capitel da sala norte do noviciado do Convento de Cristo em Tomar. XLVI

Fig. 78a Capitel da igreja de Nossa Senhora da Conceição em Tomar. XLVI

Fig. 79 Janela renascentista das Cap. Imperfeitas. Ornamentação. Figura humana. XLVII

Fig. 80 Janela renascentista das Cap. Imperfeitas. Ornamentação. Figura humana. XLVII

Fig. 81 Janela renascentista das Cap. Imperfeitas. Ornamentação. Figura humana. XLVII

Fig. 82 Portal da igreja matriz da Atalaia, Vila Nova da Barquinha. Figura humana. XLVII

Fig. 83 Portal da igreja matriz da Atalaia, Vila Nova da Barquinha. Ornamentação. XLVIII

Fig. 84 Capela do Tesoureiro, Museu Machado de Castro. Figura humana. XLVIII

Fig. 85 Capela do Tesoureiro, Museu Machado de Castro. Figura humana. XLVIII

Fig. 86 Capela do Tesoureiro, Museu Machado de Castro. Ornamentação. XLVIII

Fig. 87 Capela do Santíssimo Sacramento da Sé Velha de Coimbra. Retábulo. XLIX

Fig. 88 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Colunelo. XLIX

Fig. 89 Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Mascarões. XLIX

Fig. 90 Portal da igreja de S. João de Almedina, Coimbra. Mascarão. XLIX

Fig. 91 Restauro do Convento da Batalha no séc. XIX. Planta 1/500. Formato A3. L

Fig. 92 Planta do mosteiro da Batalha, publicada por James Murphy em 1795. LI

IV

Fig. 93 Manuscrito 260 da Society of Antiquaries of London. Folio 68. LII

Fig. 94 Manuscrito 260 da Society of Antiquaries of London. Folio 72. LIII

Fig. 95 Manuscrito 260 da Society of Antiquaries of London. Folio 76. LIV

Fig. 96 Gravura publicada no Archivo Pittoresco, volume VIII, 1865 LV

Fig. 97 Simulação da posição do observador relativamente à figura 96. LV

Fig. 98 Planta térrea do Convento da Batalha em 1789. Esc. 1/250. Formato A1. LVI

Fig. 99 Planta do Convento da Batalha em 1789 (2º piso). Esc. 1/250. Formato A1. LVII

Fig. 100 Planta de coberturas do Convento da Batalha em 1789. Esc. 1/250. Form. A1. LVII I

Fig. 101 Convento da Batalha em 1789. Reconstituição. Perspectiva. Formato A3. LIX

Fig. 102 Convento da Batalha em 1789. Reconstituição. Perspectiva. Formato A3. LIX

Fig. 103 Gravura publicada por William Morgan Kinsey. Portugal Illustrated, 1828.

LX

Fig. 104 A igreja de Santa Maria-a-Velha, início do século XX. Vista de sudoeste.

LXI

Fig. 104a A igreja de Santa Maria-a-Velha, início do século XX. Vista de norte.

LXI

Fig. 104b A igreja de Santa Maria-a-Velha, início do século XX. Vista interior.

LXI

Fig. 105 A igreja de Santa Maria-a-Velha (ca. 1950), em ruínas.

LXI

Fig. 106 A capela-mor da igreja de Santa Maria-a-Velha após demolição da nave.

LXI

Fig. 107 Cronografia 1533 na janela renascentista das Capelas Imperfeitas. LXI I

Fig. 108 Hipotética cronografia 1553 na janela renascentista das Capelas Imperfeitas. LXI I

Fig. 109 Assinatura de João de Castilho no portal sul do Convento de Cristo, Tomar. LXIII

Fig. 110 Motivo de grotesco nórdico na iluminura da Leitura Nova de D. Manuel. LXII I

Fig. 111 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Mísula datada de 1533. LXIV

Fig. 112 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Mísula, invent. nº 82. LXIV

Fig. 113 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Baldaquino datado de 1534. LXIV

Fig. 114 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Baldaquino datado de 1534. LXIV

Fig. 115 Igreja de Santa Maria da Vitória, Capela do Fundador. Pia renascentista. LXV

Fig. 116 Igreja de Santa Maria da Vitória, Capela do Fundador. Pia renascentista. LXV

Fig. 117 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Cachorros. LXVI

Fig. 118 Reservas de escultura do Mosteiro da Batalha. Cachorros. LXVI

Fig. 119 Mosteiro da Batalha. Claustro Real. Fotografia de Thurston Thompson, 1868. LXVII

Fig. 120 Mosteiro da Batalha. Claustro Real. Fotografia de Thurston Thompson, 1868. LXVIII

Fig. 121 Tecto da janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Regretas hexagonais.

LX IX

Fig. 122 Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Tomar. Ornamentação.

LX IX

Fig. 123 Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Tomar. Ornamentação.

LX IX

Fig. 124 Janela datada de 1527, proveniente de uma casa particular da Batalha. LXIX

Fig. 125 Planta da Vila da Batalha, do engenheiro civil Jacinto Leal D’Avila, 1931. LXX

Janela renascentista das Capelas Imperfeitas. Levantamento. Escala 1/50. LXXI

V

Carta régia de D. João III, nomeando João de Castilho para o ofício de mestre das obras do

Mosteiro da Batalha, em substituição de Mestre Mateus II, finado.

Lisboa, 4 de Junho de 1528. TT, Chancelaria de D. João III, Livro 14, fl. 138.1

Dom Joham ect. A quamtos esta minha carta virem faço saber que comfiando eu de Joham

de Castilho mestre de minhas obras que me servyra bem e fielmente como compre a meu

serviço tenho por bem e o dou ora daquy em diante por mestre das obras do Mosteiro da

Batalha asy e pola maneira que o ele deve ser e o era Mestre Mateus que ora faleceo, com o

qual oficio me praz que elle aja de mamtymemto em cada huum anno huum moyo de trygo

com elle da maneira que o avia o dito mestre Mateus. Porem mamdo aos veadores da minha

fazenda que de Janeiro que pasou em diamte, em cada huum anno fação pagar ao dito

Joham de Castilho o dito moyo de trigo, na maneira que dito he e ao comtador de Leiria

que ho meta em pose e deyxe servyr sem lhe a elo poer duvida nem embargo alguum,

porque asy he minha mercê. O qual Joham de Castilho jurara em minha chamcelaria aos

Samtos Avamgelhos que bem e verdadeiramente o sirva, guardando o serviço de Deus e

meu e as partes seu direito. E pagou d’ordenado do dito oficio nella mill reai., Álvaro Neto

a fez em Lisboaa a quatro dias de Junho do anno do nacimento de Noso Senhor Jhesu

Christo de myl bc xxbiii. E eu Damian Diaz ho fiz esprever.//

1 Saul António GOMES, Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro e da Vila da Batalha (Séculos XIV a XVII), 2002, Lisboa, IPPAR, volume IV, p. 72.

VI

Carta régia de D. João III, nomeando Miguel de Arruda para o ofício de mestre das obras do

Mosteiro da Batalha, em substituição de João de Castilho.

Évora, 25 de Junho de 1533. TT, Chancelaria de D. João III, Livro 19, fl. 196.2

Dom Joham etc. Faço saber a quantos esta minha carta virem que comfiando eu de Miguel

d’Aruda pedreiro que nysto syrvira bem com todo cuidado e deligemcia que a meu serviço

compre, o dou ora daquy em diante por mestre das obras do Mosteiro da Batalha, asy e da

maneira que o elle deve ser e como o era Joam de Castilho, mestre de minhas obras que o

dito oficio tinha e o nelle per minha licença renuciou, segundo se vyo per huum pubrico

estromento que parecera ser feito e asynado na villa de Tomar por Jeronimo Ribeiro,

pubrico tabeliam em ella, aos xbii dias do mês de Mayo do anno pasado de bc xxxii, que ao

asynar esta foi roto com o qual oficio elle avera em cada huum anno de seu mantimento

huum moyo de trygo que he outro tamto como avia o dito Joam de Castilho. Notefico o asy

ao contador da comarca de Leiria e a quaesquer outros oficiaes a que ho conhecimento

desto pertencer e lhes mamdo que metam o dito Mygel d’Aruda em pose do dito cargo e o

leixem servir e usar delle e aver o dito mantimento proes e percalços que lhe direitamente

pertencerem asy como todo avia o dito Joam de Castilho e melhor se o elle com direito

poder aver sem duvida nem embargo algum que lhe nyso seja posto, e aos veadores de

minha afzenda que lhe façam asentar nos lyvros della o dito moyo de trigo, e de Janeiro que

pasou deste anno presemte em diante em cada huum anno lhe dem delle carta pera lugar

omde lhe seja bem pago, e elle pagou d’ordenado mill trezentos e trynta e tres reais, que se

carregarão em receyta sobre o recebedor da dita chancelaria. Duarte Gonçalvez a fez em

Évora a xxb dias de Junho do anno do nacimento de Noso Senhor Jhesu Christo de myl bc

xxxiii. Não faça duvida o respançado onde diz per. E elle jurara na chancelaria que servira

bem e verdadeiramente.//

2 Saul António GOMES, Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro e da Vila da Batalha (Séculos XIV a XVII), 2002, Lisboa, IPPAR, volume IV, p. 111.

VII

Carta de quitação a João de Castilho mandada passar por D. João III, referente a múltiplas obras

(incluindo as do Mosteiro da Batalha).

Almeirim, 30 de Janeiro de 1541. TT, Chancelaria de D. João III, Livro 34, fl. 2v.3

Dom Joham ect. A quamtos esta minha carta virem faço saber que Johão de Castilho,

caualeiro de minha casa, mestre de minhas obras, me dise que por el Rey meu senhor e

padre, que santa gloria aja, e por mym lhe foram mandadas fazer as obras abaixo

declaradas – s – a obra do moesteiro de Belem e a obra dos paços da Ribeira da cidade de

Lixboa, as varandas, sala e escada, capela e casas da Rainha minha sobre todas muito

amada e preçada molher, e asy a capela moor do moesteiro de sam Francisco da dita

cidade e os aliceses da capela que estão no allmazem e hũa varamda em Samtos e outra

cousas meudas que fez nos ditos paços – s – portaes, janelas, bocall do poço e coregymento

do jardym, e asy a obra da emfermaria que se fazia pera os doemtes da peste na dita cidade,

e gigantes de pedra que fez na Ribeira pera varar as naaos da Imdia, e asy as obras que fez

no comvento de Tomar – s – o coro, casa pera o capitollo, o arco gramde da igreja, o

portall da porta primcipall e as casas pera o apousemtamemto da Rainha e outras obras

meudas, que fez no dito cõvemto, e asy as obras que fez pera as errarias da dita villa, e asy

todas as obras que fez no moesteiro dallcobaça, e todas as obras que fez no moesteiro da

Batalha, algũas por comtratos e outras sem elles, somente por avaliações, das quaes obras

allgũas herão acabadas e outras nã, e pedindome por merce que por quamto não deixara de

as acabar por sua cullpa, senão por elRey meu senhor e asy eu mãndarmos cesar as ditas

obras, ouuese por bem de lhas mamdar avaliar todas, e asy as perdas que tynha recebido

por não se acabarem e lhe não ser acodido com ho dinheiro nos tempos e da maneira que

em seus comtratos era declarado e elle fizera diligencia em meus comtos do dinheiro que

tynha recebido e achara ter recebido vymte cinquo comtos qynhemtos e nove mill e tamtos

r.s e que tinha recebido mais soma, aa qual não se podia afirmar quamta mais era do que

nos ditos comtos se achara e se fizesse com ele comta do dinheiro que tinha recebido e

despeso e do que valião as ditas obras pera lhe ser dada sua quitação. E por quamto as

ditas obras se não podem avaliar no certo, por muytas delas não serem acabadas e aver 3Sousa VITERBO, Diccionário Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Constructores Portuguezes ou ao Serviço de Portugal, 1899, reedição 1988, Lisboa, INCM, volume I, pp. 191-192.

VIII

muyto tempo que se leixarão de fazer, nẽ asy mesmo se poderem avaliar as perdas que ho

dito Johão de Castilho diz que recebeu nas achegas que tynha pera as ditas obras e asy nas

cousas dos menos delas por dizer que se furtarão e daneficarão e levarão pera outras obras

minhas: avendo a todo respeito e asy ao muyto seruiço que ao (sic) dito Johão de Castilho

tem feyto ao dito senhor Rey e a mym e ao que espero que ao diamte fará, e pela boa comta

que sempre de sy tem dado em todallas obras de que ho emcaregey pelas cousa sobre ditas;

ey por bem e por esta presemte carta o dou por quyte e liure de todollos ditos vymte e

cimquo comtos qynhemtos e nove mill e tamtos r.s, que se diz ter recebidos pera as ditas

obras, e de qualquer outro mais dinheiro que em qualquer tempo se achar que pera ellas

recebeo alem dos ditos vimte e cinquo comtos quinhemtos e nove mill e tamtos r.s, e asy da

obrigação que per seus comtratos tinha a fazer as ditas obras, em qualquer maneira que

por elles for obriguado. E quero e mando que o dito João de Castilho nem seus herdeiros

em tempo alguũ sejam citados, costramgydos nem demãdados a dar comta asy pelos ditos

xxb contos bcix e tamtos reis que tem recebido, como por qual quer outro mais dinheiro que

em alguũ tempo se achar que recebeo pera as ditas obras alem da dita comtya e ora tenha

pera ellas recebido muito ou pouco em qualquer comtya que seja nem isso mesmo elle nem

hos ditos seus herdeiros sejam obrigados em tempo alguũ a fazer e acabar alguũas das

obras asima declaradas ou parte delas, por que de todo ey por bem e me praz de dar a ho

dito J.o de Castilho e seus herdeiros e sobcesores que depos elles vierem por qytes e liures

deste dia pera todo sempre: E avendo tambem respeyto a elle ter dado qytação de todo e

qual quer direito ou aução que tenha ou posa ter pelo que fez nas ditas obras e por qual

quer outra maneira que tenha por bem dos comtratos que fez com os oficiaes delRey meu

senhor e meus sobre as ditas obras e asy outras alem das asima declaradas que tenha feyto

per si ou per outrem ou em praçaria doutros porque de todo se deceo, segumdo mais

compridamente he cõtado em hũa qytação pubrica que apresemtou feyta per J.o Taborda,

tabeliam pubrico na villa dalmeyrim aos xxix dias do mês de janeiro deste ano de bc Rj, a

qual fiqua registada em minha fazemda ao pee desta. E pera sua guarda e segurança lhe

mandey pasar esta minha carta de qytação, a qual mãdo que se cumpra e guarde

inteiramente como nela se comtem sem mimgoa alguũa nem duuvida nem empedimento nem

embarguo alguũ que a ello seja posto, por que asy ho ey por bem. Esta se regystara no liuro

de minha fazemda. E porem nesta quitação não entrara a obra de Tomar, que ho dito João

de Castilho ora faz, que se começou a xxx dias do mês de junho de mill bc xxxiij – Amtonio

Soarez a fez em Almeyrim aos trimta dias do mês de janeiro do ano do nacimento de noso

senhor Jhuu xpo de mill qynhemtos e coremta e huũ. Fernã dalvẽz a fez espreuer.

IX

25 de Janeiro de 1588.

Fr. João da Cruz, capelão do Conde de Linhares, fala de uma ligação directa do Convento à Capela

Mor, sem passar pelos claustros e sacristia. TT – Cartório Jesuítico. Mº 9, Doc. 10.4

Senhor.

António Taça descuida-se em acabar esta obra das vidraças, deve ter obra doutra parte, eu

vou acabando. Queria em meu tempo concertar e gastar do dinheiro que Vossa Senhoria ouve pera

estas obras e dar conta della. Faça me Vossa Senhoria merce que, se falarem no seu despacho, se

lhe responda que se lhe não ha-de dar ate se concertarem as vidraças <e as> que agora se

mandarão fazer de novo, deste ano de 88. Do pasado lhe dei certidão que tinha comprido com a

obrigação ordinaria. Doutra maneira não acabara esta obra em meu tempo porque entenda que

quem vier de novo que não entendera a obra tam bem como eu.

António Madeira chegou aqui a 14 deste Janeiro. Fezemos conta a algum dinhero me deu e

creo que dera todo o que se devia se o houvera em Leiria ou nestes lugares comarcãos. O

asentamento do Conde d’Alcoutim o levou. Dise-me que mandase a Pederneira e Atougia que lé

pagaria todo o reste. Asi o farei. De-lhe Vossa Senhoria os aguardecimentos, tem diferente

condição da de seu pai.

O orçamento se fez tudo a menos valia porque comprei o ano pasado o vinho a quinhentos e

cinqoenta e no orçamento paga-me a 400, que he o preço a que se vende agora em Algibarota que

he pior e mais barato; as pe[s]cadas compro-as a 640 e pagam-s[e] a 600 reis. Em mais de cem mil

reis fiquei enganado mas por acabar contas consenti que se pagase o ano pasado pelo preço deste

e menos alguma cousa.

Do acresentamento detremino fazer neste meses que me ficão huma varanda que va sair a

capela mor pera não irmos pelas crastas e sancrestia. Como fezer a traça manda-la-ei a Vossa

Senhoria. Creo sera necesario chegar a sepultura del Rei Dom Duarte pera debaixo do altar, o

qual se ha-de alevantar huma vara. Como se fezer a traça manda-la-ei a Vossa Senhoria. O mestre

das obras ouvera de vir ver esta obra já que tem ordenado desta casa a conta del Rei nosso senhor.

De 25 de Janeiro de 88.

Capelão de Vossa Senhoria, Frei Joam da Cruz

[No verso] Ao Conde meu Senhor.

4 Saul António GOMES, “Fr. João da Cruz e as obras do Mosteiro da Batalha em 1588”, in Jornal O Mensageiro, Leiria, 2 de Setembro de 2010.

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Figura 1. Foto do interior da balaustrada.

Figura 2. Foto do exterior da balaustrada.

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Figura 3. Os janelões góticos das Capelas Imperfeitas.

Figura 4. Os janelões góticos das Capelas Imperfeitas. Enquadramento do parapeito

(canto superior esquerdo).

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Figura 5. A capela perfeita segundo Manuel Mendes Atanázio. Simulação em planta.

Figura 6. Degraus de ligação entre a abóbada do "deambulatório" e as coberturas das capelas colaterais adjacentes à ousia.

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Figura 7. Planta da ligação presumida mausoléu – igreja.

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Figura 8. Simulação do rebaixamento das abóbadas das capelas colaterais.

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Figura 9. Foto da parede sul do átrio de ligação às Capelas Imperfeitas.

Figura 10. Mosteiro dos Jerónimos. Abóbada da Sala do Capítulo.