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7/26/2019 Angola- A Raiz Das Coisas http://slidepdf.com/reader/full/angola-a-raiz-das-coisas 1/9 Angola: A "Geração de 50 ", Os Jovens Intelectuais e a Raiz das Coisas Escrito or Carlos !errano taan#o da $onte Iriir E%ail Classi&'ue este ite ( ) * + 5 (- votos. Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de ua identidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e $oração ol7tica ilitante de novas geraç1es nua eergente luta ela autonoia cultural e ol7tica, na'uele dado oento #ist8rico &nais dos anos 'uarenta e d6cada de cin'9enta.2 Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de ua identidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e

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Angola: A "Geração de 50 ", Os Jovens Intelectuais e a

Raiz das Coisas

Escrito or Carlos !errano

• taan#o da $onte

• Iriir

• E%ail

Classi&'ue este ite

• (

• )

• *

• +

• 5

(- votos.

Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais

angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande

in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue

unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de ua

identidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e

$oração ol7tica ilitante de novas geraç1es nua eergente luta ela

autonoia cultural e ol7tica, na'uele dado oento #ist8rico &nais dos anos

'uarenta e d6cada de cin'9enta.2

Introdução Este ensaio retende restar #oenage ao gruo de intelectuais

angolanos denoinados de Geração de 50, 'ue veio a ter ua grande

in/uncia nas geraç1es osteriores de escritores2 Esta in/uncia não se resue

unicaente a asectos eraente culturais, necess3rios 4 construção de uaidentidade cou, as ta6 outros 'ue se re$ere 4 oilização e

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$oração ol7tica ilitante de novas geraç1es nua eergente luta ela

autonoia cultural e ol7tica, na'uele dado oento #ist8rico &nais dos anos

'uarenta e d6cada de cin'9enta.2

o Antigaente: Os Anos Cin'9enta e o ;iscurso Cultural E (<+= ooviento liter3rio%cultural >aos descorir Angola constituiu%se nu

ostulado e eso nua osição ol7tica de ?ovens intelectuais da 6oca e

relação 4 negação siste3tica dos valores do ovo angolano ou das diversas

naç1es angolanas elo colonialiso2A revista @ensage e seu segundo

nero vai dar voz a este ostulado e ao @oviento dos novos intelectuais de

Angola, coo Bu activo agruaento liter3rio e 'ue ilita alguns dos

valores ais eressivos da odern7ssia geração angolanaD2 O oeta Ant8nio

 Jacinto u dos integrantes desse gruo ?unto co >iriato da Cruz, entor dooviento., diz%nos 'ue esse traal#o ossu7a ra7zes ol7ticas or'ue o $ato do

recon#eciento e si ?3 ilicava ua toada de osição ol7tica2 !e

dvida, #avia ua toada de conscincia or esse e'ueno gruo de

intelectuais e relação 4 cultura #egenica do oder colonial: todavia não

eistia u rograa ol7tico de&nido e s8lido, aesar de, aralelaente,

eistire e'uenos gruos ol7ticos e $oração, onde se tentava $or?ar a

conscincia de ua rais oss7vel, as não ua oilização coletiva do ovo

antes da $undação do @FA, e $evereiro de (<5H.2 For isso, se aresentava

ais coo gruos de reivindicação do 'ue ua $orça de oilização

revolucion3ria da conscincia nacional2 o entanto, a re/eão desse gruo de

intelectuais e relação 4 situação do ovo angolano d3%nos a coreender

ua nova conceção e novas reresentaç1es si8licas e autnoas e

relação ao ro?eto orgnico e $oral do Estado colonial2 Estas reresentaç1es

nos arece ainda $ragentadas na edida e 'ue ainda não eiste u

ro?eto revolucion3rio e radical 'ue roorcione a conceção de ua totalidade

caaz de sustituir o antigo sistea2 Assi, ua utação na conscincia do

colonizado antecia e inicia o rocesso de descolonização2 E a'ui nos arece

necess3rio incororar u conceito%c#ave roosto or Georges alandier, 'ue 6

o de retoada de iniciativa2 !egundo este autor, a retoada de iniciativa não 6

ua siles volta aos valores r6%coloniais ou a ua ideologia orgnica do

er7odo colonial2 Ka6 não 6 ua irovisação sore algo 'ue não eiste

ais, sore ua 3gina ranca legada ela colonização, coo retende !artre2

A retoada de iniciativa 6 ua trans$oração e ua trans$oração da

conscincia ela sua ação sore ela esa no decurso do oviento

revolucion3rio, isto 6, ua trans$oração da conscincia 'ue roduz e$eitos

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r3ticos 'ue não são da esa orde 'ue o sistea r6%colonial, ne de ua

nova orde aritr3ria2 L, or6, u oviento interno na conscincia

coletiva, 'ue $az assar de ua orde antiga a ua orde de devir2 L a

revolução da ação no interior das conscincias dos e%colonizados2 O

oviento >aos descorir Angola reresenta na realidade ua retoada deiniciativa, ua recueração da alavra dentro de u discurso angolano

autntico as, reetios, ele aarece ainda de ua $ora $ragentada, o 'ue

nos 6 dado a erceer, or eelo, ela antologia te3tica de @3rio Finto de

Andrade, e 'ue a reetição dos esos teas na oesia da'uele er7odo,

elicita de certa aneira esta $ragentação do todo na toada de

conscincia dos roleas 'ue ais sensiilizara os escritores do oviento2

O ;iscurso Fol7tico In$elizente não tiveos acesso ao ani$esto do FartidoCounista Angolano redigido or >iriato da Cruz, as arece%nos 'ue alguns

dos itens do discurso contido nesse ani$esto $ora incororados ais tarde no

ani$esto do @oviento Foular de iertação de Angola, ani$esto esse 'ue

analisareos no devido oento coo tendo sido ossivelente o rieiro

ro?eto revolucion3rio a eistir e Angola2 Essas roostas vão ser retoadas

na uta de iertação e vão de&nir não s8 u rograa aior do oviento

'uanto ua r3is coletiva levada a cao elo artido2 Coo se sae, o r8rio

@ar ?3 nos tin#a dado a con#ecer na BIdeologia AleãD, 'ue toda sociedade

não se ode re$erir a ela esa se não $or?ar ara si ua reresentação da sua

unidade2 @eso nas sociedades e 'ue as divis1es sociais ainda não estão

cristalizadas coo divis1es de classe, a eistncia de relaç1es sociais ilica

ua ro?eção de ua counidade iagin3ria, ua reresentação 'ue ode ser

$eita ou dis$arçada se?a ela eistncia de u d6sota, se?a de ua $ora

sacralizada2 Koda sociedade coo totalidade s8 ode, ortanto, ser

coreendida 'uer atrav6s dos discursos 'ue elicita essa reresentação

'uer atrav6s dos atos 'ue ode conduzir a essa esa reresentação2

 Koareos a'ui não s8 o ro?eto revolucion3rio e sua dinica, as ta6

a r3is revolucion3ria, isto 6, a revolução e si esa coo B$eneno social

totalD, tal coo descrito or @arcel @auss: BConsiderando o con?unto, ercee%

se o essencial, o oviento do todo, o asecto vivo, o instante $ugidio2222 onde

os #oens toa conscincia sentiental de si esos e de sua situação e

relação ao outroD2 Entendendo o desdoraento desses discursos e do seu

car3ter autnoo, arece%nos irescind7vel de&nir el#or alguns dos

conceitos 'ue vaos utilizar2 Castoriadis a&ra 'ue a ol7tica revolucion3ria 6

ua r3is 'ue se d3 coo o?eto a organização e a orientação da sociedade

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ara eritir a autonoia de todos, recon#ecendo 'ue esta r3is ressu1e

ua trans$oração radical da sociedade2 Isso se rocessa co o contedo do

ro?eto revolucion3rio, 'ue 6 recisaente a reorganização e a reorientação da

sociedade ela ação autnoa dos #oens2 O ro?eto e o eleento da r3is e

de toda a atividade2 Kodavia, 6 reciso não con$undir ro?eto e lano2 O lanocorresonde ao oento t6cnico de ua atividade, 'uando condiç1es e

o?etivos ode ser e são BeataenteD deterinados, e 'uando a

trans$oração rec7roca dos eios e dos &ns a8ia%se e u saer su&ciente

do do7nio e 'uestão2 Muanto se trata de ol7tica, ou se?a, a reresentação da

trans$oração visada, a de&nição dos o?etivos ode assuir, so certas

condiç1es, a $ora do rograa2 O rograa 6 ua concretização rovis8ria

dos o?etivos do ro?eto 'uanto a ontos considerados essenciais nas

circunstncias dadas na edida e 'ue sua realização rovocaria e realizaria,ela sua r8ria dinica, a realização do con?unto2 O rograa 6 aenas ua

&gura $ragent3ria e rovis8ria do ro?eto2 Os rograas assa, o ro?eto

eranece2 For outro lado, o ro?eto revolucion3rio não est3 $ora da #ist8ria

or'ue ele 6, e ltia an3lise, a recon'uista da #ist8ria2 @el#or ainda, ele 6 o

rocesso de interiorização coletiva da #ist8ria, a toada de conscincia coletiva

coo su?eito2 A articiação dos diversos gruos 6tnicos nesse rocesso 6

di$erenciada não s8 na resistncia ao colonialiso coo ta6 nos diversos

oentos #ist8ricos e 'ue esse con$ronto se realiza di$erentes oentos doonto de vista cronol8gico.2 Assi, a toada de conscincia se rocessa

di$erenciadaente2 O ro?eto revolucion3rio cou ne sere 6 o rograa

estaelecido elo artido as si a reatualização constante de ua

reresentação idealizada ela coletividade 'ue a oiliza e d3 u sentido ao

seu devir coo su?eito2 ;essa aneira o iagin3rio social torna%se intelig7vel e

counic3vel ela rodução dos BdiscursosD, os 'uais e elos 'uais se e$etua a

reunião de reresentaç1es coletivas nua dada linguage2 Keoricaente, ne

sere as BaioriasD articia de $ora te8rica ou r3tica na elaoração dasestrat6gias BnacionaisD, as isto não signi&ca 'ue elas não se identi&'ue co

essas esas estrat6gias2 O discurso nacional ter3 'ue reun7%las e conduz7%las

na luta ela de$esa da sua identidade2 ão soente a revolução $unda ua

sociedade or eio de ua linguage nacional, as esta nação tanto

dinaicaente 'uanto coo linguage reresentaç1es. 6 a ora de todos nos

diversos oentos da #ist8ria2 ;esse odo, a'ueles indiv7duos 'ue

ani$esta deterinadas reresentaç1es de con'uista da dignidade, de

denncias de in?ustiças eso 'ue de $ora aci&sta, não violenta, at6a'ueles 'ue reresenta ua vontade individualizada e essinica, não

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coincidente co o esontane7so das assas 'ue atrav6s da violncia torna

el7cita a sua luta, t necessidade, nu dado oento, de con?ugar as suas

$orças, suerando essa de$asage entre as eress1es de gruos inorit3rios e

a vontade dinica da aioria2 Evocando !artre, não se deve con$undir o

ro?eto ol7tico co a vontade, 'ue 6 ua entidade astrata, ainda 'ue eleossa revestir%se de ua $ora volunt3ria e certas circunstncias2 O

nacionaliso ilica uitas vezes ua ealtação, ua $ora eacerada de,

or eio de coaraç1es co os outros, consider3%los in$eriores e, dessa

$ora, a diensão racial e relação ao outro, o raciso, aarece então coo

ua das eress1es desse nacionaliso eacerado, soretudo na sociedade

colonial doinante2 O e$eito%re/eo, ou se?a, o raciso do colonizado, surge

coo ua resosta iediata e esontnea a essas condiç1es de doinação2

;a esa aneira, a oreza generalizada das assas e a eloração colonial'ue conduze a essa situação de is6ria ode traduzir%se, rincialente

nas assas caonesas, nua situação an3loga de rodução da violncia e de

recusa da doinação nesta situação2 E aos os casos, isto 6, situaç1es

deterinadas tanto elo raciso eacerado 'uanto ela is6ria total e

generalizada das assas caonesas, a conscincia do gruo 6 $ragentada,

di$usa2 Fara Nranz Nanon, a ro8sito, as assas s8 encontra a sua

conscincia lena o 'ue Nanon denoina Bconscincia ol7tica e socialD 'uando

eiste ua sueração da conscincia nacional nacionaliso., 'uando estasencontra u eleento de direção consciente e revolucion3ria, ael

rivilegiado 'ue deve ser assuido or intelectuais2 >iriato da Cruz, or outro

lado, nua entrevista a u ?ornal rasileiro e arço de (<H(, resondendo a

ua ergunta sore a osição do @FA e $ace do raciso das assas

a$ricanas, 'ue surge coo reação ao raciso euroeu, a&ra: BO raciso das

assas 6 o eleento ais dinico do nacionaliso a$ricano2 ão $oos n8s

'ue o criaos2 Ele eiste e virtude da oressão 'ue os a$ricanos t so$rido

durante s6culos e contato co os colonialistas euroeus2 Re?eitar esseeleento coo $ator de luta seria oliticaente errado2 O raciso s8 se

eacera na edida e 'ue o ovo colonizador se o1e 4s asiraç1es de

indeendncia de u ovo colonizado2 ;e resto, os l7deres a$ricanos não são

racistas2 Alguns deles, eso, são casados co ul#eres euro6ias e conta

uitos aigos entre os rancos2 @as o $asciso ortugus, co sua ol7tica de

oressão e violncia, corta todos os nossos ovientos e iede%nos de

esclarec%las as assas2 essas condiç1es, 'ual'uer atitude da arte dos

c#e$es, 'ue ossa arecer ua transigncia ou traição, s8 oderiacoroeter a nossa osição e re?udicar o elã do oviento2D otaos 'ue

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esta a&ração de >iriato da Cruz se aroia uito da id6ia de Nanon sore a

esontaneidade, a ealtação dessa ietuosidade voluntarista das assas e

das iossiilidades e dos liites encontrados or ua direção ao tentar dirigir

esta $ora de conscincia ara ua etaa ais elevada do rocesso2

Entretanto, isto não iede 'ue o es$orço de ediação 'ue o artido ou adireção do artido $aça entre essa esontaneidade das assas e o seu ro?eto

revolucion3rio se realize co di&culdade2

;a Raiz das Coisas 4s ovas Geraç1es

!e o esaço ol7tico destes ?ovens intelectuais era etreaente restrito

devido 4s condiç1es de reressão eistentes, a sua ação, no entanto, $oi

iortante na $oração das novas geraç1es de escritores angolanos2 ;esde as

discuss1es de teas ol7ticos 4 orientação de leituras de cl3ssicos dison7veis

arcara o cotidiano desta relação generacional, coo nos a&rou @3rio

Ant8nio2 en?ain Adala Jnior ?3 nos tin#a ressaltado a continuidade de u

Brocesso 'ue levaria aos valores ideol8gicos e liter3rios da Angola

conteorneaD , 'ue te orige na'uelas ra7zes2 A segunda $ase desse

rocesso e da racionalização da identidade cultural a 'ue estaos nos re$erindo

e 'ue rocede da intelligentzia urana2 !ão eles angolanos, não s8 or re?eição

ao odelo ortugus o 'ue, eora iortante, ainda 6 liitado, as elo

con#eciento da r8ria autonoia, autonoia essa 'ue se d3 e teros do

discurso e do recon#eciento dos seus r8rios valores: as l7nguas, a geogra&a,

as condiç1es eistenciaisP en&, coeça a $orar%se u tecido e 'ue se

a&ra #istoricaente a eistncia e a id6ia de ua autonoia angolana2 o

discurso da intelligentzia, as ta6 aertaente a artir de (<+5+=, não

#3 di$erenças entre os angolanos: todas as $oras, todas as l7nguas, todas as

estruturas contriue ara a $oração de u tecido nacional e não ode or

isso #aver di$erenças entre elas2 Muereos a'ui deiar en$atizada a id6ia de

'ue este 6 u ensaento e u discurso nativista or ecelncia2 ão 6 a

id6ia evidenteente 'ue se $az dos angolanos atrav6s do discurso do

colonizador2 J3 disseos 'ue essa ação do intelectual, 'ue s8 odia ser urano,

tin#a iosto ua dissolução ainda 'ue liitada das conceç1es aertadas das

diversas naç1es etnias.2 E nesse caso e uanda, a caital, e e enguela ?3

eistia u erião de e'uena urguesia searada, elo enos e arte, das

origens regionais2 A iortncia dessa e'uena urguesia 6 $undaental

or'ue ela $oi #istoricaente origada a assuir a resonsailidade da criação

dessa $ase de conscincia nacional2 Então aarece o anteão dos #er8is

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angolanos, arte de u iagin3rio coletivo, 'ue assa a ser reailitados

elos escritores e elos oetas, coo or eelo a rain#a zinga Ginga.,

entre outros2 Esses #er8is coeça a sustituir o B6cran ideol8gico da #ist8riaD

criado elos ortugueses2 L $eita ua recueração da #ist8ria nacional, co a

oilização de #er8is r8rios e, esses, são $re'uenteente, coo no caso darain#a zinga, os #er8is da resistncia contra os ortugueses2 ua $ase

anterior, essa toada de conscincia erion3ria eritira lançar as oeraç1es

da guerra de guerril#a2 E nesse cao ainda conv6 distinguir o 'ue ?3 e

cl3ssico: os ilitantes 'ue rocura aenas servir ao seu gruo Q o tal

BtrialisoD tão reciosaente analisado or Feetela no seu livro B@aoeD

Q

@et3$oras da @ensage e ;ial6tica da atureza Sa 3gina de uandino >ieiraerece nossa atenção coo eelo do discurso da r3is social angolana na

toada de conscincia do ?ove escritor e na $oração das novas geraç1es2

iterariaente, esta 3gina de uuanda ?3 $oi analisada, ressaltando a eelar

an3lise de @aria Aarecida !antilli e A$ricanidade , ?3 dando conta desta

diensão do discurso do autor2 Ferita%se a'ui 'ue se $aça ua analogia entre

a leitura de ;arTin A orige das es6cies. e sua visão dial6tica da natureza

'ue tanto sensiilizou @ar, co as 3ginas antol8gicas de uandino >ieira, 'ue

atrav6s do ca?ueiro nos reete eta$oricaente 4 raiz das coisas, 4 dial6tica

social2 ;iz%nos a dial6tica da natureza de ;arTin, a reseito deste rinc7io de

unidade e continuidade: BK%se reresentado, alguas vezes, so a &gura de

ua grande 3rvore as a&nidades de todos os seres da esa classe, e creio

'ue esta iage 6 assaz ade'uada so certos ontosD2 ;iz%nos uandino >ieira

a reseito da'ueles esos rinc7ios da unidade e continuidade.: BO &o da

vida 'ue ostra o 'u, o coo das conversas, eso 'ue est3 odre não

arte2 Fuando%l#e, eendando%l#e, sere a gente encontra u rinc7io nu

s7tio 'ual'uer, eso 'ue esse rinc7io 6 o & doutro rinc7io 222. e a

analogia co a 3rvore B222. L assi coo u ca?ueiro, u au vel#o e o

222.D2 ;escreve%nos ;arTin os asectos 'ue o1e as geraç1es vel#os e

novos. na 3rvore da vida: BAs i$urcaç1es do tronco divididas entre grossos

raos, e estes entre raos enos grossos e ais nuerosos, tin#a outrora

'uando a 3rvore era nova, aenas rai&caç1es, co reentos: ora, esta

analogia entre os vel#os e os novos 222. reresenta e a classi&cação de

todas as es6cies etintas e vivas e gruos suordinados a outros gruosD2

Analogicaente, uandino escreve: B222. e os troncos grossos, tortos,

recurvados, istura%se, cresce uns ara cia dos outros, nasce%l#e

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&l#otes ais novos, estes $arica ua teia de aran#a e cia dos ais

grossos 222.De ais adiante: B222. a 3rvore vive sere co os outros grossos

&l#os dos troncos ais vel#os agarrados ao ai gordo e esetado na terra2 For

&, ;arTin sintetiza eelarente esta relação entre

geraç1esunidadecontinuidade orte e vida, do onto de vista iol8gico.:BJulgo eu 'ue geração atua igualente ara a grande 3rvore da vida, cu?os

raos ortos e 'uerados são seultados nas caadas de crosta terrestre,

en'uanto 'ue as suas suntuosas rai&caç1es, sere vivas e incessanteente

renovadas, core a suer$7cie2D ;e igual odo, eelar na sua a$ricanidade,

uandino descreve%nos oeticaente este rinc7io da $orça vital: B222. e vez

de continuar descer no cain#o da raiz 4 rocura do rinc7io, deie o

ensaento correr no &, no $ruto, 'ue 6 outro rinc7io e vão dar encontro

co a castan#a, ela ?3 rasgou a ele seca e escura e as etades verdes arecoo u $ei?ão e u e'ueno au est3 nascer deaio da terra co ei?os da

c#uva2 O &o da vida não $oi artido2 @ais ainda: se 'uere outra vez voltar no

$undo da terra elo cain#o da raiz, na vossa caeça vai aarecer castan#a

antiga, ãe escondida desde au de ca?us 'ue derruara as &l#a enterrada

doutro au2 222. L reciso dizer u rinc7io 'ue se escol#e: costua se

coeçar, ara ser ais $3cil, na raiz das coisas 222.D2 Esta releitura do teto de

uandino te ara n8s u novo sentido ao associar%os 4 luta ela unidade e

continuidade de deterinados rinc7ios de identidade e a&ração cultural eol7tica2 A geração de 50 ode ser u dos raos ou troncos no cain#o da raiz

das coisas2 A luta contra o oder di$uso da an6sia ou da e8ria institucional

e suer&cial arca este cain#o de encontro 4 raiz ou 4 $onte onde todos

eeos2 Esta e8ria necess3ria 6, coo e disse, nosso oeta aior #o?e,

Ru ;uarte: BSa e8ria a ter%se

as não a'uela 'ue o $uturo ieçaD

Centro de Estudos A$ricanos e Centro de Estudos Fortugueses da S!F

@ensage2 nU),* e + outuro de (<5( ?aneiro%aril (<5)2 3g2*+ overo

nU<+, outuro de(<=H 2+

alandier, Georges V ;inicas !ociais, !entido e oder, !2F2,;i$el,(<-H 2(-+

Andrade, @3rio Finto V Antologia Ke3tica de Foesia A$ricana2 a noite gr3vida

de un#ais2 isoa, !3 da Costa, (<-52

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@auss, @arcel V !ociologia e Antroologia, vol2 II., !ão Faulo, E2F2S2WE;S!F2

(<-+

Castoriadis, Cornelius V A Instituição Iagin3ria da !ociedade, R2J2, Ed2 Faz e

 Kerra2 (<=) 2 <+%<=

Angola atrav6s dos tetos, !ão Faulo Editora Nelan%Rgo, (<H)2 Adala Jr2,

en?ain2 Agostin#o eto e a o6tica do caderno "Foesia egra de Eressão

Fortuguesa" in "etras e etras", nU 5), Forto, - de Agosto (<<(2

!antilli, @aria Aarecida V A$ricanidade, Contornos iter3rios, !2F2 Ed2

Xtica,(<=52

Carval#o, Ru ;uarte de V Y3ito da Kerra, Foesia, uanda, Snião dos EscritoresAngolanos, (<==2

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