Angulo de Atrito

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    2.Anlise do comportamento esttico

    2.1. Introduo

    Estruturas de conteno so projetadas para reter macios de solo ou rocha

    e, eventualmente, gua (Figura 2.1). A escolha do tipo de estrutura depende das

    condies de campo, sendo algumas das opes mais comuns ilustradas na Figura

    1.1.

    (a) (b)

    (c) (d)

    (e) (f)

    (g) (h)

    Corte

    Aterro

    Aterro Corte

    Minrio, areia , britaPrdio

    gua

    Figura 2.1 - Utilizao de estruturas de conteno (modificado de Huntington,1957).

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    As estruturas de conteno, como qualquer outro tipo de estrutura de

    engenharia, no podem falhar. A perda de sua funcionalidade est relacionada

    tanto a aspectos de resistncia quanto de deformaes. A ruptura pode ser da

    prpria estrutura, ruptura do solo ou devido ocorrncia de deformaes e

    deslocamentos inaceitveis. No dimensionamento de um muro ou cortina de

    conteno, os seguintes aspectos devem ser cuidadosamente analisados pelo

    projetista:

    a) Equilbrio de momentos deve ser satisfeito (a estrutura no deve tombar,

    Figura 2.2);

    b) equilbrio de foras horizontais deve ser satisfeito (estrutura no deve

    deslizar, Figura 2.2);

    c) equilbrio de foras verticais deve ser satisfeito (capacidade de carga do

    solo de fundao deve ser adequada);

    d) empuxos laterais no devem provocar tenses excessivas, normais ou

    cisalhantes, em nenhuma regio da estrutura;

    e) a estabilidade geral do conjunto solo e estrutura deve ser garantida,

    evitando-se possibilidades de rupturas de taludes (Figura 2.2) ou

    instabilidade generalizada do macio.

    (a) (b) (c)

    Camada fraca

    Figura 2.2 Mecanismos tpicos de ruptura para um muro de gravidade: (a) ruptura por

    deslizamento (translacional); (b) ruptura por tombamento (rotacional); (c) ruptura porinstabilidade global. Referencia Kramer 1996.

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    Alm destes fatores, a estrutura no deve sofrer deformaes excessivas

    causadas por rotaes, flexes ou deslocamentos laterais da cortina. Como em

    geral os clculos de deslocamento em solo contm vrias incertezas, comum no

    projeto convencional de estruturas de conteno utilizar-se de fatores de

    segurana relativamente altos, em geral maiores ou iguais a 1.5.

    Algumas das foras que podem atuar sobre um muro ou cortina de

    conteno esto representadas nos diagramas de corpo livre da Figura 2.3, elas

    so:

    a) Peso prprio: A resultante do peso prprio Ww passa pelo centro de

    gravidade da estrutura (Figura 2.3a). Dependendo da geometria da seo

    transversal da estrutura, pesos parciais so calculados (Fig.2.3b), com base

    na decomposio da rea total em reas componentes mais simples, para

    clculo da posio do centro de gravidade.

    b) Empuxo ativo: Resultante PA das tenses atuantes na rea da interface

    solo-estrutura, atuando com ngulo de inclinao em relao normal na

    face posterior da cortina (Figura 2.3a).

    c) Empuxo passivo: ResultantePPque aumenta a estabilidade da estrutura,

    embora muitas vezes seja omitida nos clculos em virtude da incerteza

    sobre seu valor. Atua formando ngulo ' em relao normal na face

    anterior da cortina (Figura 2.3a).

    d) Foras normal e tangencial na base: Resultantedas tenses normais e

    cisalhantes atuantes na base da estrutura, esta ultima geralmente

    considerada horizontal. A fora vertical V passa pelo centride da

    distribuio das tenses normais (geralmente considerada como

    distribuio linear - Figura 2.3a) enquanto que a resultante das tenses

    cisalhante atua paralelamente base da estrutura (H).

    e) Foras devidas presso d'gua: Resultante das presses d'gua sobre aface posterior da cortina ou elemento estrutural de fundao (no ltimo

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    caso especificamente chamadas de subpresso). Valores de tenses

    verticais efetivas so minoradas porque calculadas com base no peso

    especfico do solo submerso, mas o empuxo total majorado pelo

    acrscimo das presses hidrostticas sobre a estrutura de conteno

    (Figura 2.3c).

    f) Foras dinmicas: Quando causadas por vibraes do trfego

    (movimento de trens e caminhes) ou mquinas, geralmente so

    consideradas pouco significativas e desconsideradas no projeto da

    estrutura. No caso de sismos, os empuxos so incrementados durante a

    excitao e sua influncia deve ser levada em conta no dimensionamento.

    g) Variaes no empuxo com o teor de umidade: Solos argilosos podem

    sofrer expanso quando o teor de umidade aumenta, incrementando em

    conseqncia os valores do empuxo. As flutuaes de umidade so

    maiores nas proximidades da superfcie do terreno e geralmente no se

    estendem a profundidades superiores a 1,5m. Seu efeito relativo maior

    em estruturas de pequena altura, portanto, podem ser minimizadas com a

    instalao de sistemas de drenagem eficientes.

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    Superfcie do terreno

    Nvel degua

    Sub-presso

    Superfcie do terreno e nvel de gua

    Normal

    Normal

    W1

    W2

    W3

    U

    WP

    P

    H

    V

    '

    (a) (b)

    (c)

    W

    P

    A

    Figura 2.3 Foras atuantes sobre estrutura de conteno (modificado de

    Huntington,1957).

    2.2. Coeficientes de empuxo

    Os empuxos laterais (ativo, passivo e no repouso) do solo sobre uma

    estrutura de conteno (de face vertical e considerando um aterro de superfcie

    horizontal) so normalmente calculados por intermdio do coeficiente de empuxo,

    que multiplicado pelo valor da tenso vertical efetiva no ponto considerado

    fornece o resultado desejado (tenso horizontal atuante).

    O valor do coeficiente depende do mecanismo de interao solo/estrutura,

    ou seja, dos movimentos relativos entre a estrutura e o solo vizinho. No caso do

    solo no apresentar deslocamentos laterais o coeficiente de empuxo denominado

    coeficiente de empuxo no repouso (Ko), que pode ser estimado atravs das

    seguintes formulaes:

    a) Considerando o solo como material linearmente elstico e isotrpico,

    pode-se provar teoricamente que:

    = 1oK (2.1)

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    onde representa o coeficiente de Poisson do esqueleto slido.

    b) Para areias, Jaky (1944) desenvolveu teoricamente a expresso

    ( ) '1'1

    '32

    1'10

    sen

    sen

    sen

    senK +

    += (2.2)

    onde o ngulo de atrito do solo, em termos de tenses efetivas.

    c) Outras formulaes empricas apresentadas na literatura:

    Brooker & Ireland (1965) para argilas normalmente adensadas (NA):'95,0 senKo = (2.3)

    Mayne & Kulhawy (1982) para argilas pre-adensadas:

    '')1( seno OCRsenK = (2.4)

    onde OCR a razo de pr-adensamento do material.

    De modo geral, para solos pr-adensados valores de Ko> 1 tendem a crescer

    com a razo de pr-adensamento (Equao 2.4) e solos no-saturados tendem a

    exibir valores de Kodecrescentes com a suco. A Tabela 2.1 lista alguns valores

    tpicos do coeficiente de empuxo no repouso para solos.PUC-Rio-CertificaoD

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    Tipo de solo LL LP IP Atividade Ko

    Areia Densa (e=0,60) - - - - 0.49

    Areia Mdia (e=0,70) - - - - 0.52

    Areia Fofa (e=0,88) - - - - 0.64

    Areia Fofa Saturada - - - - 0.46

    Areia Densa Saturada - - - - 0.36Argila Residual de mdia

    plasticidade

    Argila Residual de alta

    plasticidade

    Argila Mole, Orgnica,

    no deformada

    Argila Marinha

    no deformada

    Argila Sensvel 34 24 10 0.18 0.52

    Argilas - - - - 0,60 a 0,80

    Areias no compactadas

    (fofas ou densas)Areias compactadas por

    camadas

    - - 31 1.55 0.66

    - - 9.3 0.44 0.42

    37 21 16 0.21 0.48

    74 28 45 1.2 0.57

    - - - - 0.8

    - - - - 0,40 a 0,50

    Tabela 2.1 - Valores de Ko(Lemos Machado S, 1997).

    Com relao aos coeficientes de empuxo ativo (KA) e passivo (KP),

    considere um macio de solo seco, isotrpico, homogneo no qual foi inserida

    uma parede de grande extenso, delgada o suficiente para no introduzir

    mudanas no estado inicial de tenses (Figura 2.4). Admita-se que a parede sejamovimentada da esquerda para a direita, com deslocamentos uniformes em toda a

    sua extenso. A Figura 2.5 ilustra a variao das tenses em dois pontos do solo

    situados esquerda (ponto A) e direita (ponto B) da referida cortina. O

    acrscimo no valor da tenso horizontal efetiva no ocorre indefinidamente, mas

    atinge um valor limite associado ao coeficiente de empuxo passivo KP; da mesma

    forma, a tenso horizontal esquerda da cortina tende para um valor mnimo

    associado ao coeficiente de empuxo ativo KA. Notar da figura que osdeslocamentos necessrios para se atingir a condio de empuxo ativo so

    menores do que para a condio de empuxo passivo.

    A Figura 2.6 ilustra a variao do estado de tenso nos pontos A e B atravs

    do crculo de Mohr at atingir os estados de ruptura ativa ou passiva. Na prtica

    da engenharia evidente que condies de ruptura devem ser evitadas. De acordo

    com Lemos Machado (1997) o valor do empuxo ativo (PA) deve ser majorado

    adotando-se um fator de segurana entre 1,3 a 1,5 enquanto que o empuxo passivo

    deve ser minorado considerando-se um fator de segurana compreendido no

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    intervalo de 1,4 a 1,5. Em termos mecnicos, os valores de projeto estariam

    situados dentro da fase de regime elstico do solo.

    Ponto de solo BPonto de solo A

    Cortina

    Extenso Compressox

    Figura 2.4 Esquema ilustrativo utilizado na definio dos coeficientes de empuxo ativo

    e passivo (modificado de Perloff & Baron - 1976).

    Tenso horizontal no ponto A

    Deslocamento da cortina

    'x

    'xp

    'xo

    'xa

    Tenso horizontal no ponto B

    Figura 2.5 Tenses horizontais nos pontos A e B do solo - (modificado de Perloff &

    Baron - 1976)

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    Empuxo Ativo

    (elemento A)

    Empuxo Passivo(elemento B)

    KPv KovKav

    c'

    '

    v'' ' ''

    Figura 2.6 Crculos de Mohr correspondentes aos estados de tenso inicial e final para

    os pontos de solo A (ruptura ativa) e B (ruptura passiva), modificado de Lemos, 1997.

    2.3. Mtodos de equilbrio limite

    Normalmente mtodos de equilbrio limite ou de anlise limite (Chen, 1975)

    so empregados para clculo dos empuxos laterais em estruturas de conteno. A

    habilidade de ambas as classes de mtodos em satisfazer as equaes de equilbrio

    e de compatibilidade das deformaes est indicada na Tabela 2.2.

    Em projetos de engenharia, os mtodos de equilbrio limite so bastante

    aplicados, em parte devido sua simplicidade matemtica, em parte pela longa

    experincia de anos de ampla e contnua utilizao. Dentre estes, destacam-se o

    mtodo de Rankine (1857) e o mtodo de Coulomb (1776).

    Equilbrio Comportamento

    limite constitutivo Fora Deslocamento

    Rgido com um

    Satisfei to No sat isfeito cri terio de ruptura Satisfeito No sat isfeito

    Limite

    Superior Plasticidade ideal

    Limite com lei de fluxo No

    Inferior associada SatisfeitoSatisfeito

    SatisfeitoNo satisfeito

    Satisfeito

    Compatibilidade Condies de contorno

    CARACTERSTICAS DA SOLUO

    Anlise

    Limite

    MTODO DE ANLISE

    Satisfeito

    No Satisfeito

    Equilbrio

    No satisfeito

    Tabela 2.2 Mtodos aproximados de anlise de estruturas de conteno.

    2.3.1. Mtodo de Rankine (1857)

    O mtodo de Rankine fundamentado nas seguintes hipteses:

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    a) O macio homogneo, de extenso semi-infinita;

    b) o solo no interior da cunha de ruptura encontra-se totalmente plastificado;

    c) o modo de insero da cortina no macio no interfere nos resultados

    obtidos;

    d) a resistncia ao cisalhamento do solo obedece ao critrio de Mohr-

    Coulomb;

    e) quando presente, nvel d'gua subterrnea horizontal;

    f) sobrecargas uniformemente distribudas podem ser aplicadas na superfcie

    do terreno (para outras formas de distribuio os clculos so mais

    complicados porm possveis de serem verificadas pelo traado do crculo

    de Mohr).

    O plano de ruptura forma ngulos de 45 + /2 ou 45 - /2 com o plano

    principal maior, para as condies ativa e passiva, respectivamente, conforme

    Figura 2.7. medida que as condies de campo se afastam das hipteses

    mencionadas, os valores calculados se distanciam dos reais. Caso o atrito

    desenvolvido na interface solo-cortina fosse includo nos clculos, haveria uma

    reduo nos valores previstos do empuxo ativo e aumento do empuxo passivo, e

    um encurvamento das superfcies de ruptura, conforme ilustra a Figura 2.8.

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    Caso Ativo Caso Passivo

    Caso Ativo Caso Passivo

    Empuxo ativo comcarregamento nasuperfcie

    Empuxo passivocom carregamento

    na superfcie

    ForaExterna

    45 /245+ /2

    ForaExterna

    Figura 2.7 Aplicao do mtodo de Rankine para a obteno de cunhas de ruptura no

    solo e clculo dos valores de empuxo sobre estruturas de conteno (modificado de

    Perloff & Baron, 1976).

    B

    A A C

    DD

    C

    a) Estado Ativo b) Estado Passivo

    45 /245+ /2

    PP

    PA

    Figura 2.8 Formato das superfcies de ruptura obtidas pelo mtodo de Rankine quando

    se considera o atrito na interface solo - muro (modificado de Perloff & Baron, 1976).

    Para as condies de estado ativo, a tenso horizontal sobre um ponto da

    face posterior da estrutura dada por

    ' 2A A v Ap K c K= (2.6)

    onde c a coeso do solo. No caso de muro de face vertical e aterro

    horizontal, sem sobrecarga, considerando zv

    =' , a profundidade z0 de zonas

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    tracionadas em solos coesivos pode ser estimada igualando-se a expresso (2.6) a

    zero. Os valores assim obtidos esto listados na Figura 2.9.

    Quando as tenses efetivas principais so verticais e horizontais (como no

    caso de parede lisa vertical e superfcie do terrapleno horizontal) o coeficiente de

    empuxo ativo expresso como

    21 tan 451 2A

    senK

    sen

    = =

    + (2.7)

    No caso de um solo granular (c = 0) cuja superfcie forma um ngulo

    com a horizontal, Terzaghi (1943) utiliza solues de taludes infinitos para obter

    2 2

    2 2

    cos cos coscos

    cos cos cosA

    K

    =

    + (2.8)

    Solos coesivos so geralmente indesejados como materiais de aterro, sendo

    sua utilizao evitada sempre que possvel. Para solos granulares, a expresso

    (2.6) prev uma distribuio de tenses horizontais triangular (para um muro de

    face vertical e aterro com superfcie horizontal) na interface solo-estrutura, com a

    resultante PA(empuxo ativo) localizado em seu centride, na posio H/3 a partir

    da base da estrutura, sendo H a altura da mesma.

    21

    2A AP K H= (2.9)

    Na condio do estado passivo, as tenses horizontais seguem a distribuio

    descrita por

    ' 2P p v p

    p K c K= +

    (2.10)

    onde o coeficiente de empuxo passivo KP definido como

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    21 tan 451 2P

    senK

    sen

    + = = +

    (2.11)

    Da mesma forma, para macios com superfcie inclinada de um ngulo

    com a horizontal,

    2 2

    2 2

    cos cos coscos

    cos cos cosPK

    + =

    (2.12)

    Distribuies de tenses horizontais na condio do estado passivo so

    mostradas na Figura 2.10.

    A presena de gua no aterro influencia as tenses efetivas e, portanto,reduz os valores das presses laterais devido ao solo. Todavia, no projeto da

    estrutura, o empuxo lateral total deve ser majorado porque as presses

    hidrostticas sobre a estrutura devem ser tambm consideradas. Empuxos em

    solos saturados so consideravelmente maiores do que no caso de solos secos, e

    cuidados com a drenagem do macio , portanto parte importante do projeto de

    estruturas de conteno.

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    H

    z

    PA

    Resultante

    45+/2

    ,

    c=0

    pA

    Superficie de Ruptura

    2tan 452A

    K

    =

    A A

    p K z=

    2

    2A

    A

    K HP

    =

    (a)

    z

    45

    PA

    pA

    ,c=0

    Altura da zonade trao

    Superficie de Ruptura

    o

    2c

    2o

    c

    z =

    2A

    p z c= 2 22

    22A

    H cP cH

    = +

    (b)

    45+/2

    PA

    ,c,

    pA

    Superficie de Ruptura

    zo

    2c.tan(45-/2)

    2

    tan 45 2oc

    z

    = +

    2tan 45 2 tan 452 2A

    p z c

    =

    2 22 2tan 45 2 tan 45

    2 2 2AH c

    P cH

    = +

    (c)

    Figura 2.9 Distribuio de tenses horizontais na interface solo-estrutura para diversas

    combinaes de solo no estado ativo: a) 0, c = 0; b) = 0, c 0; c) 0, c 0

    (NAVFAC ,1982).

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    H

    z

    Pp

    45-/2

    pp

    Superficie de Ruptura

    ,c=0

    2tan 452p

    K

    = +

    p pp K z=

    2

    2p

    p

    K HP

    =

    (a)

    Pp

    45

    pp

    2c

    Superficie de Ruptura,c=0

    2p

    p z c= +

    2

    22p

    HP cH

    = +

    (b)

    Pp

    pp

    45-/2

    2c.tan(45+/2)

    Superficie de Ruptura

    ,c,

    2tan 45 2 tan 452 2p

    p z c

    = + + +

    22tan 45 2 tan 45

    2 2 2pH

    P cH

    = + + +

    (c)

    Figura 2.10 Distribuio de tenses horizontais na interface solo-estrutura para

    diversas combinaes de solo no estado passivo: a) 0, c = 0; b) = 0, c 0; c) 0,

    c 0 (NAVFAC ,1982).

    Finalmente, algumas consideraes sobre o mtodo clssico de Rankine

    devem ser mencionadas neste ponto, dentre elas:

    A condio de paramento liso no real, sempre existindo odesenvolvimento de tenses cisalhantes na interface solo - estrutura;

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    os estados ativos e passivos correspondem a nveis de deformao

    horizontal diferentes (Figura 2.5) no atingidos simultaneamente.

    Admitir mobilizao completamente do estado passivo no sempre

    conveniente ou seguro;

    no projeto, utilizam-se geralmente propriedades geotcnicas de solos

    saturados, tambm por questes de segurana.

    2.3.2. Mtodo de Coulomb (1776)

    O mtodo de Coulomb (1776) foi o primeiro a estudar o equilbrio de

    cunhas de solo nos problemas de estruturas de conteno. fundamentado nas

    seguintes hipteses:

    a) Estado plano de deformao ao longo do muro, podendo o problema ser

    matematicamente tratado como bidimensional;

    b) ao longo da superfcie crtica de deslizamento, o critrio de resistncia de

    Mohr-Coulomb vlido;

    c) ocorrem deslizamentos relativos na interface solo - estrutura, com

    desenvolvimento de tenses cisalhantes devido rugosidade da estrutura;

    d) a superfcie de ruptura geralmente assumida como plana;

    e) a superfcie do terreno pode ser horizontal ou inclinada;

    f) a face posterior da estrutura pode ser vertical ou inclinada.

    Na mobilizao do empuxo ativo, a deformao da estrutura faz com que o

    solo mobilize sua resistncia ao cisalhamento at a iminncia da ruptura. O valor

    do empuxo sobre a estrutura de conteno diminui gradualmente at atingir um

    valor mnimo quando todos os pontos da potencial superfcie de deslizamento

    atingem os valores limites estabelecidos pelo critrio de Mohr-Coulomb. A

    anlise repetida para vrias cunhas hipotticas de solo, devendo-se tomar como

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    empuxo ativo final o maior dentre os valores assim calculados. No caso do

    empuxo passivo, considera-se o menor dos valores determinados neste processo

    de clculo.

    Considerando a Figura 2.11, o equilbrio das foras atuante sobre uma cunha

    de solo granular resulta na seguinte expresso para o empuxo ativo:

    21

    2A AP K H= (2.13)

    com o coeficiente de empuxo ativo expresso por :

    ( )

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( )

    2

    2

    2

    cos

    cos cos 1cos cos

    AK

    sen sen

    =

    + + +

    +

    (2.14)

    sendo o ngulo de atrito da interface solo - estrutura (Tabela 2.3) e os

    ngulos e mostrados na Figura 2.11. A superfcie de ruptura inclinada em

    relao horizontal do ngulo:

    ( )11

    2

    tantanA

    C

    C

    += +

    (2.15)

    onde:

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 tan tan cot 1 tan cotC = + + + (2.16)

    ( ) ( ) ( ){ }2 1 tan tan cotC = + + +

    (2.17)

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    F

    W

    PAA

    W

    PA

    F

    Figura 2.11 Cunha ativa de solo delimitada pela superfcie do aterro, parede da

    conteno e superfcie de ruptura (esquerda); polgono de foras correspondente

    (direita), modificado de Kramer, 1996.

    onde:

    F a fora resultante das foras normal e tangencial ao plano de

    deslizamento provenientes do solo de apoio subjacente.

    ngulo de interface ()

    Rocha s 25

    Grava limpa,mistura de areia e grava,areia gross a 29-31

    Areia limpa fina a mediana, areia siltosa mediana a gross a

    grava siltosa ou argilona

    Areia fina limpa, areia siltosa ou argilosa fina a mediana 19-24Silte arenoso fino, silte no plstico 17-19

    Argila medianamente rigida e rigida e argila siltosa 17-19

    Grava limpa,mistura de areia e grava,brita bem gradada

    com lascas

    Areia limpa, mistura de grava e areia siltosa, brita dura de

    um tamanho s

    Areia siltosa, grava, ou areia misturados com silte ou argila 17

    Silte arenoso fino, silte no plstico 14

    Grava limpa,mistura de areia e grava,brita bem gradada

    com lascas

    Areia limpa, mistura de grava e areia siltosa, brita dura de

    um tamanho s

    Areia siltosa, grava ou areia mis turados com s ilte ou argila 14

    Silte arenoso fino, silte no plstico 11

    Estacas de ao contra

    22

    17

    Materiais de Interface

    24-29Massa de concreto contra

    Concreto trabalhado contra22-26

    17-22

    Tabela 2.3 Valores tpicos do ngulo de atrito na interface solo - estrutura (NAVFAC,

    1982)

    De acordo com Kramer (1996), para terraplenos horizontais sem

    carregamentos na superfcie, a distribuio das tenses horizontais sobre a cortina

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    tem distribuio linear, com resultante PAaplicada atravs de um ponto localizado

    distncia H/3, medida a partir da base da estrutura de altura H.

    Para a condio de empuxo passivo em solo granular, o valor da resultante

    PP(Figura 2.12) dado por

    21

    2P PP K H=

    (2.18)

    onde o coeficiente de empuxo passivo descrito por

    ( )

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( )

    2

    2

    2

    cos

    cos cos 1cos cos

    PK

    sen sen

    +=

    + + +

    (2.19)

    W

    P

    F

    PP

    PP

    WF

    Figura 2.12 Cunha passiva de solo delimitada pela superfcie do aterro, parede da

    conteno e superfcie de ruptura (esquerda); polgono de foras correspondente

    (direita).

    A superfcie de ruptura critica a que fornece o menor valor de Pp dentre as

    cunhas analisadas (modificado de Kramer, 1996).

    A superfcie de ruptura forma em relao horizontal o ngulo

    ( ) 31

    4

    tantan

    P

    C

    C

    + += +

    (2.20)

    onde

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    ( ) ( ) ( ) ( ) ( )3 tan tan cot 1 tan cotC = + + + + + + (2.21)

    ( ) ( ) ( ){ }4 1 tan tan cotC = + + + + (2.22)

    Com relao ao mtodo de Coulomb as seguintes observaes podem ser

    feitas:

    a) os valores de empuxo ativo obtidos so muito prximos daqueles

    calculados com mtodos numricos mais abrangentes que obedecem a todas

    as condies de equilbrio e de compatibilidade do problema, incluindo

    relaes constitutivas complexas para o comportamento do solo;

    b) no recomendvel a utilizao do mtodo de Coulomb para clculo do

    empuxo passivo que, de acordo com resultados disponveis na literatura,

    fornece valores muito altos. Mtodos que adotem superfcies de ruptura

    curvas so mais indicados nestas circunstncias.

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