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Diogo Haddad Santos Análise clínica e comparativa entre pacientes portadores de Esclerose Múltipla em protocolo de retirada de medicação versus pacientes em seguimento contínuo de tratamento. Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. São Paulo 2019

Análise clínica e comparativa entre pacientes portadores ... · 1503 são os principais. Além desses alelos, a IL-7 e o receptor alfa-2 da IL-2 são outros genes potencialmente

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Diogo Haddad Santos

Análise clínica e comparativa entre pacientes portadores de Esclerose Múltipla em protocolo de retirada de medicação versus pacientes em

seguimento contínuo de tratamento.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo para

obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.

São Paulo

2019

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Diogo Haddad Santos

Análise clínica e comparativa entre pacientes portadores de Esclerose Múltipla em protocolo de retirada de medicação versus pacientes em

seguimento contínuo de tratamento.

Dissertação apresentada ao Curso de Pós

Graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo para

obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Ciências da Saúde

Orientador: Charles Peter Tilbery

São Paulo 2019

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À minha família e amigos, pelo apoio e

incentivo.

À minha esposa Beatriz, fonte constante

de inspiração e carinho.

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“Ao examinar a doença, ganhamos

sabedoria sobre anatomia, fisiologia e

biologia. Ao examinar a pessoa com a

doença, ganhamos sabedoria sobre a

vida”. O.W. SACKS

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e à

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pelo acolhimento na

busca do conhecimento dentro do berço da medicina paulistana.

À fundação CAPES pelo apoio financeiro.

Ao Prof. Dr. Charles Peter Tilbery, como orientador para o início de

minha vida cientifica e como modelo de inspiração para decisões e conflitos

diários.

A toda equipe do Centro de Atendimento e Tratamento a Esclerose

Múltipla (CATEM) na figura de seus médicos, enfermeiros, psicólogos e

fisioterapeutas, pelos mais de 20 anos de dedicação na divulgação do ensino

e da assistência aos pacientes com esclerose múltipla.

Aos pacientes, sem os quais este estudo não seria possível, e que

diariamente são fontes de reflexão e perseverança, dentro de uma doença

que, infelizmente, ainda carrega forte estigma e desconhecimento.

A minha família e amigos pelo carinho e atenção durante todos os

momentos vividos.

Ao meu pai, Claudio, pelo modelo como profissional e por abrir sempre

meus olhos para diferentes visões e entendimentos do mundo e da medicina.

A minha mãe, Edenir, por todo o exemplo que carrego na docência

como fonte transformadora de vidas e realidades assim como por todo o

tempo dispendido a mim neste projeto.

A minha esposa, Beatriz, meu suporte diário de amor incondicional.

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SUMÁRIO

1 – ABREVIATURAS ...................................................................... 9

2 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 10

2.1 – REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 10

2.1.1 – CONCEITOS E ETIOPATOGENIA .................................. 10

2.1.2 – DIAGNÓSTICO E FORMAS CLÍNICAS ........................... 13

2.1.3 – TRATAMENTOS ............................................................... 17

2.1.4 – DOENCA DE BAIXA ATIVIDADE ..................................... 20

2.1.5 – FARMACOECONOMIA ..................................................... 23

3 – OBJETIVO .................................................................................. 25

4 – MÉTODOS .................................................................................. 26

4.1 – TIPO DE ESTUDO ................................................................ 26

4.2 – ASPECTOS ÉTICOS ............................................................ 26

4.3 – LOCAL DE PESQUISA ......................................................... 26

4.4 – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ......................... 27

4.5 – ANÁLISE ............................................................................... 27

5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................. 28

5.1 – ARTIGO ............................................................................... 28

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 45

7 – REFERÊNCIAS .......................................................................... 46

8 – APÊNDICES ............................................................................... 53

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1) ABREVIATURAS

EM Esclerose Múltipla

BHE Barreira Hematoencefálica

EMRR Esclerose Múltipla Recorrente Remitente

EMSP Esclerose Múltipla Secundariamente Progressiva

EMPP Esclerose Múltipla Primariamente Progressiva

DMD Droga Modificadora de Doença

FDA Food and Drug Administration

HLA Human Leukocyte Antigen

MHC Complexo Principal de Histocompatibilidade

EBV Epstein Barr Vírus

HLA Antígeno Leucocitário Humano

RM Ressonância Magnética

CIS Clinical Isolated Syndrome

RIS Radiologic Isolated Syndrome

NEDA Nenhuma Evidência de Atividade de Doença

SNC Sistema Nervoso Central

CD Cluster of Differentiation

LCR Líquido Cefaloraquidiano

EDSS Escala Expandida do Estado de Incapacidade de Kutzke

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2) INTRODUÇÃO

2.1) REVISÃO DE LITERATURA

2.1.1) CONCEITOS E ETIOPATOGENIA

A esclerose múltipla (EM) apresenta-se como uma doença inflamatória

crônica desmielinizante do sistema nervoso central (SNC), marcada por

múltiplas exacerbações e remissões (1). É considerada uma doença

autoimune de curso variável e prognóstico incerto. Estima-se que no Brasil a

prevalência média da doença seja de 8,69 para cada 100.000 habitantes. A

maioria dos casos ocorre em adultos jovens entre 20 e 50 anos de idade,

com maior frequência em brancos e duas vezes mais comum em mulheres, e

está entre as principais causas de incapacidade neurológica não traumática

em adultos jovens (2).

A fisiopatologia da esclerose múltipla inclui um componente

inflamatório e outro neurodegenerativo, mas não há um consenso entre suas

relações temporal e causal. A maioria dos autores consideram a EM como

uma doença primariamente inflamatória que leva, ao longo do tempo, a um

processo neurodegenerativo (3). Outros, porém, defendem ser uma doença

neurodegenerativa primária com resposta inflamatória decorrente (4). Aceita-

se, no entanto, como característica comum, um padrão clássico para a

resposta inflamatória de fase aguda (FIGURA 1)

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FONTE: J Neurol., 2008;255 Suppl 1:3-11.

FIGURA 1: Modelo hipotético de resposta inflamatória na fase aguda (6)

Nota-se que, agudamente, as respostas mediadas pelos linfócitos T e

B são induzidas no tecido linfóide periférico por antígenos do SNC ou

reações cruzadas com outros antígenos. Ocorre neste momento uma

expansão clonal das células ativadas, que são mobilizadas para o SNC. Os

linfócitos B, ao encontrarem o respectivo antígeno, diferenciam-se em

plasmócitos, liberando anticorpos que vão se ligar em seu alvo. Os linfócitos

T CD8 migram para o SNC, acoplados ao MHC de classe I, ligando-se às

células gliais ou neuronais e os linfócitos T CD4 dirigem-se aos respectivos

antígenos, apresentados por células da microglia, em moléculas de MHC de

classe II. A reativação deste processo leva a produção de citocinas pró-

inflamatórias, que por sua vez liberam mediadores tóxicos e culminam por

fagocitar a bainha de mielina (5).

As imunidades inata e adaptativa estão envolvidas no processo

fisiopatológico, entretanto prevalecem em diferentes fases. Em uma etapa

mais precoce, associada às manifestações típicas de surto-remissão, parece

haver uma acentuada influência do sistema adaptativo, mediado pela

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atividade dos linfócitos T e B, direcionados contra auto-antígenos do SNC.

Posteriormente, em uma fase progressiva, a inflamação crônica ligada a

ativação, no sangue periférico, de células dendríticas, estimula a micróglia

ativada no SNC. Como resultado temos um processo inflamatório difuso, com

lesão axonal eloquente, e clinicamente demonstrada pelo acúmulo de

incapacidade neuronal (6). Pender et al. (7) destacam um processo inicial de

desmielinização que, com preservação dos axônios ou transecção destes,

associa-se a um infiltrado inflamatório composto por linfócitos B e T,

macrófagos e micróglia ativada. Nas fases progressivas, haveria

desmielinização do córtex cerebral com menor atividade inflamatória e

infiltração contígua de mononucleares nas meninges, de localização

preferencial nas camadas subpiais, se assemelhando a folículos linfoides

ectópicos.

A etiologia da doença permanece desconhecida, porém as teorias

mais bem aceitas atualmente se assemelham no fato de que que em

indivíduos geneticamente predispostos e com uma tolerância imunológica

anômala, a existência de determinados fatores ambientais causará a

desregulação do sistema imunológico.

Fatores ambientais, incluindo exposição a agentes virais e bacterianos

como o vírus Epstein-Barr (EBV), Herpes tipo 6, pneumonia por micoplasma

(8), tabagismo (9), hipovitaminoses, principalmente de vitaminas D e B12

(10), dietas inadequadas (11), obesidade (12) e exposição à radiação

ultravioleta (13) são fatores associados a prevalência e incidência da EM e

objeto de estudo de diversos grupos de pesquisa.

Existe também a predisposição genética envolvida em conjunto com

os fatores ambientais acima. O risco de EM familiar de um grupo de

pacientes depende da quantidade de informação genética que estes

compartilham entre si (14,15,16). Exemplificando, a taxa de risco em gêmeos

monozigóticos que têm 100% de similaridade genética é de

aproximadamente 25%. Em todos os indivíduos que têm 50% de

semelhanças genéticas, como gêmeos dizigóticos e parentes de primeiro

grau, esse risco é de 2 a 5% (17). Além disso, o risco em parentes de

segundo grau com 25% de similaridade genética é de 1 a 2%, enquanto em

parentes de terceiro grau com 12,5% de similaridade genética, esse risco é

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inferior a 1% (18). É bem estabelecido que na região do antígeno leucocitário

humano (HLA) do cromossomo 6 existe um grupo de genes associados a um

risco aumentado de EM. Nessa região, HLA-DR2 + (19), HLA-DQ6, DQA

0102 e DQB1 0602 (20), HLA-DRB1 (21), DR15 (22), DRB1 * 1501 e DRB1 *

1503 são os principais. Além desses alelos, a IL-7 e o receptor alfa-2 da IL-2

são outros genes potencialmente associados com a EM (23).

2.2) DIAGNÓSTICO E FORMAS CLÍNICAS

O diagnóstico da EM é dependente da demonstração de sinais e

sintomas neurológicos subsequentes às lesões, agudas ou não, da

substância branca. Para tanto diz-se que, quando excluídos outros

diagnósticos, deve-se haver uma disseminação clínico-radiológica no tempo

e no espaço. A busca por tal disseminação de lesões é obtida por vezes com

exames laboratoriais adjuvantes como exames de imagem, incluindo

principalmente a ressonância magnética (RM) do encéfalo e da medula

espinhal e a análise do líquido cefalorraquidiano. Os critérios de McDonald

(24), que combinam essas avaliações paraclínicas com o exame clínico, são

a abordagem diagnóstica mais utilizada e apresentaram revisões recentes

importantes na busca por um diagnóstico mais precoce e preciso. Em um

ponto foram simplificados os achados de ressonância magnética necessários

para estabelecer um diagnóstico de EM e permitido que a mesma fosse

diagnosticada de forma decisiva no momento do primeiro ataque clínico,

desde que cumpridos requisitos suficientes à imagem. Também relativo às

últimas atualizações diagnósticas, a categoria da síndrome clinicamente

isolada (CIS), bem definida como um primeiro evento clínico de uma doença

desmielinizante, porém sem critérios diagnósticos para EM, se tornou mais

restrita, pois muitos desses pacientes agora podem ser definitivamente

diagnosticados com EM. Embora a decisão de tratar, ou não, pacientes com

CIS dentro das terapias modificadoras da doença esteja em ebulição na

última década, a capacidade de diagnosticar oficialmente a EM no momento

do primeiro ataque promove uma justificativa para o tratamento precoce de

um número elevado de pacientes (25).

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Portanto, atualmente, o diagnóstico da EM é dependente, em grande

parte, dos resultados obtidos através da ressonância magnética. As

características das lesões à imagem são classicamente conhecidas. Lesões

periventriculares, com apresentação caloso septal, formam os famosos

“dedos de Downson” (26). Lesões perivenulares, ovoides, denominadas “em

chama de vela” se associam a outras justacorticais e infratentoriais,

principalmente em coluna cervical e torácica onde encontram-se lesões

curtas, menores que 3 corpos vertebrais e de predomínio em colunas lateral

e posterior. Usando o gadolínio como agente de contraste para destacar as

placas ativas, a ressonância magnética permite detectar placas que estão em

andamento para a ruptura da BHE, e também aquelas não associadas a

sintomas neurológicos no momento da avaliação, o que pode levar ao

diagnóstico após uma única recaída com uma ressonância magnética

mostrando diferentes perfis de lesões captantes e não captantes

disseminadas no espaço. E embora a característica central dos critérios de

McDonald continue sendo a apresentação clínica, achados de exame de

imagem sugestivos de doença desmielinizante em pacientes assintomáticos

ou com clínicas não compatíveis, são um cenário cada vez mais comum para

a prática do neurologista, principalmente pelo acesso mais fácil na última

década ao exame. Define-se tal quadro como síndrome radiologicamente

isolada (RIS), sendo muitas vezes um prenúncio dos sintomas clínicos, pois

entende-se que um terço dos pacientes que preenchem os critérios de

imagem para RIS desenvolverá EM em 5 anos. Isto permite aos médicos

uma oportunidade de realizar uma vigilância clínica e por imagem e, em

certas circunstâncias, intervir terapeuticamente no primeiro estágio detectável

da doença (27).

Os perfis de evolução fisiopatológica da doença são também fatores

determinantes para a classificação das formas clínicas, sendo estas definidas

inicialmente com base em um consenso de especialistas da Sociedade de

Esclerose Múltipla Norte-Americana nas formas: recorrente-remitente

(EMRR), primariamente progressiva (EMPP), secundariamente progressiva

(EMSP) e progressiva recidivante (EMPR) (28). Recentemente as

classificações da EM foram revistas com base na atividade e progressão da

doença, onde os fenótipos podem ser categorizados como surto ou

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progressão no contexto do quadro atual e de sua história, o que torna mais

lógico o enquadramento de pacientes em uma doença de constantes

mudanças clínicas e contextualiza a síndrome clínica isolada dentro do

espectro de fenótipos como um perfil menor (FIGURA 2 e FIGURA 3).

FONTE: Neurology. 2014; Jul15;83(3):278-286.

FIGURA 2: Comparação entre classificações de fenótipos clínicos ao longo

do tempo entre formas recorrentes remitentes (29).

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FONTE: Neurology. 2014; Jul15;83(3):278-286.

FIGURA 3: Comparação entre classificações de fenótipos clínicos ao longo

do tempo entre formas progressivas (29).

Cabe neste momento ressaltar a importância de, ao diagnóstico,

individualizar as características pertinentes a cada paciente. Isso traz a

perspectiva de fatores prognósticos para resultados a longo prazo. Nas

últimas décadas, alguns fatores parecem ser preditivos de resultados a longo

prazo: sexo masculino, idade mais alta e sintomas piramidais no início da

doença, recuperação incompleta do primeiro ataque clínico, alta carga

lesional inicial, curto intervalo de tempo até o segundo ataque clínico, número

de recaídas na fase inicial da doença e tempo para desenvolvimento de curso

progressivo da doença (30).

Bsteh et al. em estudo observacional que incluiu 793 pacientes com

EMRR acompanharam os fatores clínicos que poderiam influenciar o

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resultado a longo prazo, dez anos após o início da doença, e constataram

que depressão e disfunção cognitiva precoces estão associadas a resultados

adversos a longo prazo na EM, assim como enfatizaram o valor preditivo

positivo da remissão completa dos sintomas iniciais (31).

2.3) TRATAMENTO

Atualmente o tratamento tem sua base em medicações tidas como

drogas modificadoras do curso natural da doença (DMD), as quais agem

primariamente sobre surtos, reduzindo sua frequência e gravidade. No

presente existem 13 terapias modificadoras da doença aprovadas pela FDA

para o tratamento de pacientes com EMRR. O Protocolo Clínico e Diretrizes

Terapêuticas do Ministerio de Saúde (PCDT) brasileiro disponibiliza

atualmente seis medicações, sendo quatro injetáveis e consideradas de

primeira linha e outras duas, oral e endovenosa, consideradas como segunda

linha.

Existem duas classes de terapias modificadoras de doenças injetáveis

para a EMRR, os beta-interferons e o acetato de glatiramer. Ambas com

longos registros de segurança e presentes no PCDT como drogas de

primeira linha, sendo fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com

exceção da forma peguilhada de interferon (32).

A maioria dos estudos para medicamentos injetáveis incluiu pacientes

diagnosticados com EMRR por critérios diferentes dos atuais, nos quais dois

ataques clínicos seriam necessários para fazer um diagnóstico. Ambas as

classes de medicamentos incluem agentes aprovados para o tratamento de

pacientes com CIS, com base em dados que atrasaram a conversão para EM

clinicamente definida (33,34,35,36).

Os interferons são as medicações que apresentam maior quantidade

de medicações aprovadas: interferon beta-1a por via intramuscular semanal,

interferon beta-1a via subcutânea 3 vezes por semana, interferon beta-1b via

subcutânea em dias alternados e interferon peguilado beta-1a por via

subcutânea a cada duas semanas. O primeiro interferon para a recidiva da

EM (interferon beta-1b) foi aprovado pela USFDA em 1993. Seus estudos

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iniciais mostraram reduzir as taxas de recaída e nova atividade da RM assim

como atrasaram a progressão da incapacidade medida pelo EDSS. Seus

estudos progrediram também para a CIS no controle de conversão para

doença definida (37). Os efeitos colaterais comuns dos interferons incluem

sintomas semelhantes para todas as apresentações, e ressaltam-se como

principais a sensação de mal-estar e rubor generalizada, típica das infecções

virais, sendo, portanto, chamada de “flu-like” e as reações no local da injeção.

Os problemas menos comuns, porém mais sérios, incluem elevações das

transaminases, citopenias, anormalidades tireoidianas e piora da depressão.

O mecanismo de ação dos interferons inclui tanto a estabilização da barreira

hematoencefálica quanto a promoção de uma mudança de um ambiente pró-

inflamatório para um ambiente antiinflamatório de citocinas TH2 (38).

O acetato de glatiramer (AG) foi aprovado como uma injeção

subcutânea diária para EM em 1996, e uma indicação para o CIS foi

posteriormente incluído para retardo na conversão (39). Em 2013, foi

apresentada uma formulação para posologia três vezes por semana, ainda

não disponível no Brasil. Reações no local da injeção, reações alérgicas e

uma reação sistêmica pós-injeção pode ocorrer com o AG. Seu mecanismo

de ação é menos claro do que o dos interferons, mas provavelmente inclui a

regulação positiva de células T regulatórias e uma mudança para um

ambiente de citocinas TH2 (40).

Os medicamentos orais são relativamente novos no cenário

terapêutico e desafiam a conveniência de uma medicação oral para o perfil

de segurança a longo prazo dos medicamentos injetáveis. Em contraste com

muitos dos medicamentos injetáveis, os critérios de inclusão para os ensaios

clínicos das terapias orais envolveram pacientes com EMRR diagnosticados

pelos critérios de McDonald,

O fingolimode tornou-se a primeira terapia modificadora da doença

oral aprovada. Com posologia diária foi aprovado com base em três trials.

Todos os três estudos mostraram dados positivos para redução de surtos e

atividade de ressonância magnética e taxa de atrofia cerebral, sendo

considerada uma droga de alta eficácia (41). O fingolimode é um antagonista

funcional da esfingosina-1-fosfato (S1P) e postula-se que funcione impedindo

a saída de linfócitos dos nódulos linfáticos, sequestrando assim linfócitos

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auto-reactivos (42). O fingolimode interage com muitos subtipos de

receptores S1P, que são bastante onipresentes no corpo humano; portanto,

efeitos colaterais potenciais, porém incomuns, do fingolimode incluem

bradiarritmias cardíacas na primeira dose, edema macular, aumento das

transaminases hepáticas e elevações de pressão arterial (43).

A Teriflunomida é outra terapia diária modificadora da doença oral que

foi aprovada para tratamento em 2012 pela ANVISA para o mercado nacional

e recentemente aprovada pelo PCDT para incorporação no SUS, apesar de

até o presente momento desta dissertação, ainda não estar disponível para

os pacientes. Seus estudos têm dados positivos para EMRR e CIS. A

teriflunomida inibe a síntese de pirimidina de células em divisão, causando

um efeito citostático nos linfócitos,sem redução em sua contagem. É um

metabólito da leflunomida, usado por quase duas décadas como tratamento

para a artrite reumatoide, talvez permitindo inferências sobre a segurança a

longo prazo. Preocupações comuns de segurança para a teriflunomida

incluem elevações das transaminases e infecção além de queda de cabelo e

diarreia (44).

O fumarato de dimetila foi aprovado em 2013 pelo FDA e assim como

a teriflunomida também aprovado pela ANVISA e para distribuição futura pelo

SUS via PCDT. Seu tratamento tem posologia na ingesta de comprimido

duas vezes ao dia. O fumarato tem sido usado para a psoríase, o que

potencialmente permite inferências sobre a segurança a longo prazo. O

mecanismo de ação envolve efeitos anti-inflamatórios e potencialmente

neuro-protetores baseados em sua ação no fator nuclear kappa B e no fator

nuclear relacionado ao eritróide. Seus efeitos colaterais incluem rubor,

desconforto gastrointestinal e linfopenia (45).

As demais medicações estão dedicadas a doenças agressivas e,

portanto, apresentam alta eficácia, mas também níveis de segurança

menores e, por vezes, efeitos colaterais graves. O natalizumabe é um

anticorpo monoclonal humanizado contra a molécula de adesão celular α4-

integrina, é administrado a cada 28 dias por infusão intravenosa. A droga

atua reduzindo a capacidade das células imunes inflamatórias de se fixarem

e atravessarem as camadas celulares que revestem a barreira

hematoencefálica. Apesar de sua alta eficácia tem como seu principal risco o

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desenvolvimento da leucoencefalopatia multifocal progressiva em pacientes

com vírus JC positivo, com esse risco aumentando em pacientes que fizeram

uso prévio de imunossupressores e um número alto de infusões (46). O

Alentuzumabe e o Ocrelizumabe, anticorpos monoclonais humanizados, anti-

CD52 e anti-CD20 respectivamente são utilizadas no tratamento de doenças

com alta atividade, com o último sendo a primeira medicação aprovada

também para formas progressivas (47). Apesar de aprovadas pela ANVISA

não estão dentro do protocolo de medicações liberadas pelo sistema único de

saúde.

2.4) DOENÇA DE BAIXA ATIVIDADE

Um curso brando ou benigno da doença foi mencionado pela primeira

vez em 1872 por Jean Martin Charcot, que descreveu pacientes com um

curso evolutivo que divergia do encontrado nos estudos iniciais da “sclerose

en plaques” (47). Porém o primeiro estudo observacional sobre uma coorte

de EM foi realizado por McAlpine em 1961, que mostrou que

aproximadamente um terço dos pacientes não tinha restrições para

atividades domésticas e laborais após dez ou mais anos de início clínico (48).

Nenhuma tentativa de definição formal de doenças consideradas de

baixa atividade estava disponível até a introdução da Expanded Disability

Status Scale (EDSS) (49). Posteriormente, diferentes classificações de

benignidade foram sugeridas, todas baseadas em combinações de tempo de

doença e escore EDSS (50). A partir de dados populacionais Pittock et al.

considerou como “benignos” os casos de EM com um escore de EDSS ≤ 2

após pelo menos 10 anos de doença (51). Dependendo da definição utilizada

em estudos epidemiológicos, a prevalência de doenças leve varia de 6% a

64% (52).

Vale ressaltar que o EDSS é altamente influenciado pela incapacidade

motora, e não abrange de forma adequada outros sintomas, por vezes

incapacitantes, e frequentes na EM, como fadiga, dor, depressão, ansiedade

e comprometimento cognitivo. Embora este último sintoma possa estar

associado a um seguimento evolutivo de uma doença, que atualmente, se

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apresenta com tratamentos mais eficazes, e, portanto, com uma população

mais envelhecida, apenas 5% dos pacientes apresentam demência de

acordo com os critérios diagnósticos e estatísticos do manual de transtornos

mentais (DSM) no estudo conduzido por Patti et al (53).

Com base nestes conhecimentos há muito surgiram questionamentos

se de fato todos os pacientes com esclerose múltipla ou em alto risco para a

doença precisam iniciar terapia modificadora. Mundialmente a maioria dos

neurologistas recomenda o início de DMD para, praticamente, todos os

pacientes com formas reincidentes de EM. Além disso, a maioria dos

neurologistas, com experiência em EM, aconselha os pacientes com um

primeiro episódio neurológico característico e que também apresentem

lesões compatíveis à ressonância magnética (síndrome clinicamente isolada)

a iniciarem o tratamento precocemente. Essa recomendação baseia-se nos

resultados de vários ensaios randomizados, duplo-cegos, controlados por

placebo, e incluem todas as DMD’s injetáveis atualmente disponíveis no

mercado brasileiro (33,34,35,36). Estes estudos demonstraram uma redução

estatisticamente significativa na conversão para EM definida.

É importante, portanto, analisar esses trabalhos e se formas com baixa

atividade de doença influenciam seus resultados. Novos ensaios recentes

fase 3 sugerem que pacientes com doença mais leve estão sendo incluídos

em estudos e tratados com mais frequência na prática clínica, principalmente

quando comparamos as taxas de recaída entre os pacientes nos braços de

placebo de ensaios clínicos conduzidos no século 21, que são

consideravelmente mais baixos do que entre os pacientes em ensaios

conduzidos no final dos anos 80 e 90. As conclusões destes trabalhos

quando analisados em grupo sugerem que esta doença pouco ativa, incluída

nos trials, é mais fácil de controlar inicialmente, e que seu tratamento precoce

deve ser estimulado. Porém quais riscos isso acarreta a longo prazo ainda é

um campo desconhecido e pouco estudado (54).

Nos últimos anos, o conceito de "Nenhuma Evidência de Atividade de

Doença" (NEDA) também ganhou força, não apenas na avaliação de dados

de ensaios clínicos, mas também como alvo de tratamento. Incluiria

pacientes que não apresentam novas lesões a RM, novos surtos clínicos,

piora de incapacidade e recentemente atrofia cerebral (55). O conceito de

Page 21: Análise clínica e comparativa entre pacientes portadores ... · 1503 são os principais. Além desses alelos, a IL-7 e o receptor alfa-2 da IL-2 são outros genes potencialmente

22

NEDA se torna, portanto, o santo graal do tratamento na EM e o grande

impulso na validação do tratamento em pacientes que se encontram neste

perfil. Questiona-se afinal se seriam uma resposta correta e indiscutível do

tratamento ou simplesmente um perfil novo de doença singular em sua forma

de evolução e gravidade.

Birnbaum et al. relataram a experiência pessoal em interromper a

terapia modificadora da doença entre dois grupos de pacientes cuja doença

esteve estável por 8 a 10 anos. O primeiro grupo incluiu 62 pacientes para os

quais o médico recomendou a descontinuação da terapia modificadora da

doença. Neste grupo, apenas 4 dos 62 se agravaram na ressonância

magnética e apenas um paciente teve uma mudança clínica durante o

período variável de acompanhamento. A média de idade nesse grupo foi de

62 anos e, dos que pioraram, foi menor, de 54 anos. Os autores especularam

então que os pacientes mais jovens que buscam a interrupção da terapia, em

grande parte por efeitos colaterais associados as medicações, correm maior

risco de atividade da doença (56).

Kister et al. realizaram um estudo observacional de pacientes sem

recidiva por pelo menos 5 anos que pararam terapia de primeira linha

modificadora da doença. Os dados foram derivados do MS Base Registry,

uma base de dados internacional locada na Internet. Os autores incluíram

pacientes que estiveram livres de recidiva por pelo menos 5 anos e foram

tratados continuamente com terapia modificadora da doença por pelo menos

3 anos antes da descontinuação.

Como este não era um teste de parada planejado, os pacientes

interromperam o tratamento por uma variedade de razões, incluindo “falta de

melhora” (9%), percepção da progressão da doença (10%), intolerância (8%),

evento adverso (6%) e desconhecido (66%). O período de observação pós-

descontinuidade variou de 3 a 14,7 anos, com mediana de 4,85 anos.

Durante o período de observação 36,4% tiveram surtos, 33,5% apresentaram

progressão confirmada da incapacidade; e 10,8% as duas alterações em

conjunto. Ao final os autores defendem um ensaio randomizado de

descontinuidade da terapia modificadora da doença em pacientes com EM

(57).

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23

Em trabalho nacional Olival et al. fizeram a análise de 40 pacientes,

após a retirada do DMD, sem grupo controle, e revelou 90% de pacientes

sem novos surtos, 85% de pacientes com ressonância magnética estável

após a retirada, 85% de pacientes livres de atividade de doença e 97,5% de

estabilidade de EDSS (58).

2.5) FARMACOECONOMIA

A EM é uma doença que se destaca pelo alto custo associado ao seu

tratamento (59). Em uma revisão sistemática de 2013, Kolasa et al. buscaram

medir os custos do tratamento revisando dezessete estudos de quatorze

países, dos quais 16 eram estudos retrospectivos baseados em questionários

e um era baseado em registros de pacientes. O custo total por ano por

indivíduo variou de US$ 13.921 a US$ 54.600, apresentando uma média de

US$ 41.133. Despesas com medicamentos representaram 45,7% dos custos,

enquanto 21,7% foram gastos em aparelhos ortopédicos e medidas de

adaptação, 15,2% em atendimento hospitalar, 13,0% em atendimento

ambulatorial e 4,3% em exames (60).

Em relatório publicado por instituto de economia americano em 2016

que analisava diferentes aspectos do uso de medicamentos nos Estados

Unidos, o gasto com DMD para EM representou o oitavo maior gasto entre

todas as medicações no período de 2014 a 2015 (61).

Porém os custos do tratamento de pacientes com diagnóstico de EM

são influenciados por fatores clínicos e demográficos. Quando analisamos o

custo médio anual por paciente, os custos variam de acordo com a região,

política de saúde e tipo de metodologia empregada. Kolbet et al. em estudo

de custos europeu, demonstraram que as despesas dependem da

disponibilidade, uso e preço dos serviços além da gravidade da doença.

Todos estes variaram entre os países analisados, levando a custos anuais

médios muito diferentes por paciente. Apontou neste estudo que os custos

médios globais em euros, para pacientes com doença leve, moderada e

grave foram de € 22.800, € 37.100 e € 57.500, respectivamente (62)

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24

No Brasil desde a declaração da Constituição Federal de 1988, o

direito à saúde é considerado universal. Seguindo esse preceito o Sistema

Único de Saúde (SUS), oferece tratamentos farmacológicos e atendimentos

hospitalares e ambulatoriais para todo cidadão brasileiro (63). Neste conceito

incluem-se os pacientes com esclerose múltipla diagnosticados como EMRR

ou EMSP, entretanto se excluem os portadores da forma primariamente

progressiva. Além dos serviços oferecidos pelo SUS, os pacientes também

podem optar pela saúde suplementar ao contratar planos privados de saúde.

No entanto, menos de um quarto dos cidadãos brasileiros, 23,6%, têm

seguros privados (64).

Até 2010 as DMD disponíveis consistiam no acetato de glatirâmer,

interferon beta 1a e 1b e azatioprina. Nos anos seguintes, o natalizumabe e o

fingolimode foram acrescentados como opções terapêuticas do SUS (65). No

entanto, a dispensação do DMD no SUS está condicionada ao atendimento

do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, que é

atualizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS,

a CONITEC (66). Isto, a princípio, facilita o rastreamento das informações

para qual nível de atendimento esse paciente se encontra. Como resultado, a

divulgação de informações sobre as drogas em uso, procedimentos

ambulatoriais realizados, tratamentos de recaídas e fisioterapia, assim como

procedimentos hospitalares associados a surtos e complicações são

rotineiramente registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais e

Hospitalares do SUS. A integração dessas bases de dados e o Sistema de

Informações sobre Mortalidade podem permitir a construção de um registro

para acompanhamento longitudinal a longo prazo desses pacientes.

Cruzando estas informações nota-se que é crescente a população de

pacientes com diagnóstico de EM, assim como os gastos envolvidos com a

doença (67).

Apesar das recentes crises econômicas e, como exposto, do alto

impacto do custo das DMD, os gastos de longo prazo com pacientes com EM

no SUS em território brasileiro são praticamente desconhecidos e se

sustentam em poucos trabalhos produzidos. Em recente, e mais importante

publicação até o momento a respeito, Diniz et al. concluiram que os gastos

diretos da EM no Brasil são principalmente devidos aos custos das terapias

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25

modificadoras da doença. Para tal resultado foram analisados os dados do

Sistema de Informações Hospitalares e Sistemas de Informação sobre

Mortalidade no Brasil para investigar os gastos públicos dos pacientes

diagnosticados que iniciaram a DMD entre 2000 e 2015. Durante os 16 anos

de acompanhamento, os custos médicos diretos em todos os pacientes

totalizaram US$ 2.308.393.465,60, e as terapias modificadoras da doença

representaram 99% dos custos totais. A despesa anual foi de US$ 13 544,40

por paciente (68).

Ao analisar esses dados fica claro que a EM traz um considerável

impacto econômico, tanto em termos de terapias modificadoras da doença

quanto em outros custos de seu manejo. Quando os pacientes sobem na

escala de gravidade da doença, os custos com recursos de saúde são

significativamente aumentados. Porém nenhum estudo ressalta o fato de que

muitos pacientes em uso de DMD apresentem diagnósticos inadequados ou

tratamentos precipitados e o quanto este gasto indireto representa na visão

global farmacoeconômica. A existência de um grupo de pacientes que não

tenham necessidade de uso continuo de medicação poderia representar um

alivio aos custos totais apresentados.

2) OBJETIVO

O objetivo do presente estudo é fornecer subsídio científico para auxiliar a

prática clínica em situações de descontinuação da terapêutica

imunomoduladora, comparando pacientes com EM que optaram por entrar

em protocolo de retirada de medicação com pacientes que optaram pela

manutenção do uso de imunomoduladores, apresentando perfil de doença

semelhante.

Será feita avaliação quanto à taxa de novos surtos, surgimento de novas

lesões em RM e aumento do EDSS, depois de retirada, ou manutenção da

terapia imunomoduladora.

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26

3) MÉTODO

4.1) TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, no qual foram

revisados prontuários de pacientes ativos, com último retorno há menos de

um ano, de ambos os sexos, sem restrição de etnia, com idade maior que 18

anos e que foram diagnosticados com esclerose múltipla recorrente remitente

pelos critérios vigentes à época.

4.2) ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê̂ de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, sob

parecer do CEP, CAAE: 90779118.4.0000.5479 (Anexo 3). Os participantes

leram a carta de informação e assinaram o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (Anexo 2), concordando em participar do estudo. A coleta de

dados e avaliações prévias foram realizadas por um dos profissionais da

equipe técnica composta pelo pesquisador e colaboradores (residentes de

neurologia e assistentes do serviço) que garantiram o anonimato e a

confidencialidade das informações aos pacientes. Os pacientes não

receberam qualquer forma de compensação pela participação neste estudo.

4.3) LOCAL DE PESQUISA

O presente estudo foi realizado no serviço de Neurologia da

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no ambulatório do

Centro de Atenção e Tratamento de Esclerose Múltipla (CATEM), referência

no tratamento da doença há mais de 20 anos sendo o primeiro centro

brasileiro dedicado ao estudo e assistência dos portadores de EM.

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27

4.4) CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram considerados critérios de inclusão para o protocolo de retirada

de medicação os seguintes:

- EDSS < 3,5;

- Não apresentar aumento maior que 0,5 no EDSS nos últimos três anos;

- Baixa taxa de surtos nos primeiros anos da doença (< 2 surtos/ano);

- Ausência de novas lesões em RM nos últimos três anos;

- Ausência de novos surtos nos últimos três anos;

- Em uso de imunomoduladores de primeira linha (acetato de glatirâmer

ou beta-interferons);

- Sem uso prévio de imunossupressores ou drogas de segunda ou

terceira linha.

Foram excluídos pacientes que não preencheram os critérios de

inclusão, que perderam ou abandonaram seguimento, ou que não haviam

realizado controle de imagem com ressonância magnética há pelo menos um

ano.

4.5) ANÁLISE

A estes pacientes foi oferecida a possibilidade de suspensão da

terapia imunomoduladora e acompanhamento rigoroso com retorno e

controle de imagem em menor tempo. Para os pacientes que não quiseram

interromper a medicação, esta foi mantida.

Os pacientes foram separados em dois grupos: 30 pacientes que

optaram por retirar a medicação há pelo menos 12 meses, e 15 pacientes

que optaram por mantê-la, grupo controle.

Os grupos foram comparados quanto às médias e desvios padrão para

os dados populacionais usando os testes de qui-quadrado ou teste exato de

Fisher quando para comparação dos dados descritivos quantitativos. Foi

utilizado para análise estatística o software SPSS 13.0.

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28

5) RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do desenvolvimento da pesquisa proposta nesta

dissertação, bem como as discussões da mesma, estão apresentados no

artigo científico abaixo conforme a proposta de modelo do programa de pós-

graduação.

5.1) ARTIGO

Low activity multiple sclerosis: is there a patient group that progresses

well after therapy withdrawal?

Diogo Haddad Santos1,2, Charles Peter Tilbery1,2, Guilherme Sciascia do

Olival1, Rafael Paterno Castello Dias Carneiro1, Eliana Tomomi Shimabukuro

da Cunha1, Gabriel Pinheiro Modolo1

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo SP,

Brasil;

2Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo

SP, Brasil.

Correspondig author

Diogo Haddad Santos

Rua Salto 57, ap 21 – Paraiso – CEP 04001 130 - São Paulo/SP, Brasil

Fone: 11 981361270

e-mail: [email protected]

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29

ABSTRACT

OBJECTIVE: To carry out a comparative analysis of patients with low level of

disease activity who opted for medication withdrawal, according to a pre-

established protocol, and patients that continued to use the medication.

METHODS: A total of 45 patients that met the criteria for the medication

withdrawal protocol were retrospectively assessed. The patients were

grouped and assessed according to clinical, radiological and laboratory

responses.

RESULTS: Of the 45 patients included, 30 opted for medication withdrawal

while 15 continued use of the medication. Mean patient age was 43.2 years.

All patients were subsequently followed up for a mean period of 5.2 years

after deciding on medication continuation/withdrawal. On average, 26.7% of

patients that continued using the medication had further confirmed relapses

versus 10% of those who withdrew the medication, while 33.3% had new

lesions on MRI versus 26.7%, respectively.

CONCLUSION: Patients who followed the withdrawal protocol had a similar

response to those that continued using the medication.

Key words: Multiple Sclerosis; immunomodulating agents; demyelinating

diseases.

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30

INTRODUCTION

Multiple sclerosis (MS) is a chronic, inflammatory, demyelinating

disease of the central nervous system characterized by multiple relapses and

remissions1. It is an autoimmune disease with a variable course and uncertain

prognosis, and constitutes a leading cause of non-traumatic neurological

disability in young adults. Adaptive and innate immunity mechanisms are

involved in the physiopathological process, although these occur at different

stages. At an earlier stage, associated with the occurrence of typical relapses,

there is a more marked influence of the adaptive system, mediated by the

activity of T and B lymphocytes, directed against auto-antigens of the CNS.

Later, during a progressive phase, chronic inflammation associated with

activation of dendritic cells stimulates the activated microglia in the CNS,

resulting in a diffuse inflammatory process and axonal injury2.

Disease progression is also a determining factor for classifying the

clinical forms, initially defined based on a consensus of experts into the

following courses: relapsing-remitting, primary progressive, secondary

progressive and progressive relapsing3. Recently, MS classifications have

been reviewed according to disease activity and progression, where

phenotypes can be categorized as relapse or progression based on current

status and history, allowing more logical classification of patients with this

highly individual and fluctuating disease4.

Current treatment is based on disease-modifying drugs (DMD) that

alter the natural course of the disease and whose main action is controlling

relapses, reducing both their frequency and severity. According to the Clinical

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31

Protocol and Clinical Guidelines of the Ministry of Health, first line or starting

drugs include interferon beta and glatiramer acetate5.

In recent years, the concept of ¨no evidence of disease activity”

(NEDA) has gained traction as a treatment target. This definition

encompasses patients not presenting new lesions on MRI, new clinical

relapses, decline in disability nor, more recently, signs of brain atrophy6. The

question remains as to whether patients who fall into this category serve as

evidence of a maximum unquestionable response to treatment or simply a

distinct specific form of the disease in terms of progression and severity. The

objective of the present study was to perform a comparative analysis of

patients with low level of disease activity who opted for medication withdrawal,

according to a pre-established protocol, and patients that continued to use the

medication, in an effort to assess medication response versus disease profile.

METHODS

A retrospective, observational study of the medical records of all active

patients (last visit within past year) were reviewed, including subjects of both

genders, without restriction for race, age > 18 years and diagnosed with

relapsing-remitting multiple sclerosis according to the criteria prevailing at the

time. The study was carried out at the Neurology Service of the Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo hospital, within the outpatient clinic

for demyelinating disease of the Center for Multiple Sclerosis Care and

Treatment (CATEM). These patients were part of a group that, during their

previous follow-up, were given the option to withdraw medication. In order to

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32

be eligible for medication withdrawal, patients had to fulfill the criteria for the

medication withdrawal protocol established by the study, namely:

- EDSS (Kurtzke Expanded Disability Status Scale) < 3.5;7

- No increase > 0.5 on the EDSS in last three years;

- Low relapse rates in first years of disease (< 2 relapses/year);

- Absence of new lesions on MRI in last three years;

- Absence of new relapses in last three years;

- In use of first-line immunomodulatory drugs (glatiramer acetate or

interferon beta) for at least 3 years;

- No previous use of second or third-line immunosuppressants or drugs.

- Desire to withdraw medication, after detailed guidance on the risks

involved.

The patients who agreed to discontinue medication were included in a

group having more rigorous follow-up with return visit and imaging control in a

shorter timeframe. Medication was continued for those patients who chose not

to withdraw drug therapy.

Patients that failed to meet the inclusion criteria, missed or dropped out

of follow-up, or who had not undergone MRI control imaging within the last

year, were excluded.

Participants were divided into two patient groups: 30 patients that

opted to withdraw medication at least 12 months earlier (withdrawal group),

and 15 patients that chose to continue use of the medication (continuation

group).

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33

Statistical Analysis

The means and standard deviations of the population data for the

groups were compared using the Chi-square or Fisher´s exact test for

comparing quantitative descriptive data. A level of statistical significance of p

≤ 0.05 was adopted and all analyses were performed using the statistical

software SPSS 13.0.

RESULTS

A total of 45 patients were included, predominantly women (82.2%),

with a mean age at baseline of 47.5 years. There was a mean time difference

between mean age at MS symptoms onset (30.7 years) and age at disease

diagnosis (34.6 years), with 3.9 years elapsed to confirm diagnosis after

symptoms onset.

With regard to disease characteristics, oligoclonal bands were detected

in 48.9% (n=22) of the patients, although 40% of the total group did not

undergo this test because it was unavailable. The most common relapse was

optic neuritis, occurring in 51.1%. On baseline assessment imaging, 100% of

the patients had periventricular lesions, 77.8% (n=35) juxtacortical lesions and

57.8% (n=26) infratentorial lesions.

These patients were undergoing treatment with first-line drugs for MS,

predominantly interferon 1ª, used by 37.8% (n= 17), followed by interferon 1B

in 33.3% (n=15) and Glatiramer acetate in 28.9% (n= 13).

When given the option to withdraw medication, 30 patients agreed to

discontinue use (withdrawal group n=30) and 15 patients opted to continue

the treatment (continuation group n=15). In terms of gender, 5 of the patients

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34

in the withdrawal group were male and 25 female, whereas 3 patients in the

continuation group were male and 12 female. Mean age was 44.4 years in the

withdrawal group and 49.0 years in the continuation group, p=0.063.

In the overall sample of 45 patients, 60% had a comorbidity, where

33.3% (n=15) had depression, followed by hypertension (17.8%, n=8) and

dyslipidemia and hypothyroidism (11.1%, n=5). In the withdrawal group,

74.1% had a comorbidity (p = 0.197).

Follow-up time after being offered medication withdrawal averaged

5.2±4 years. EDSS was 1.5±0.8 at study baseline and 1.5±1.1 at endpoint,

p=0.655. Regarding EDSS, 50% of patients had stable or improved scores.

The remaining patients had a decline of up to 1 point on the scale, with the

exception of one patient that had a severe cerebellar relapse and higher

EDSS score of 6 (Table 1 and Graph 1).

In the continuation group, 26.7% of patients had new clinical relapses

versus 10% in the withdrawal group, while the number of new lesions on MRI

was 33.3% in the continuation group and 26.7% in the withdrawal group.

Regarding contrast enhancing lesions, these were detected in 26.7% of the

continuation group and 16.7% of the withdrawal group. The difference in

these results, however, was not statistically significant, p= 0.199, 0.732 and

0.454, respectively. (Graph 2).

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35

Graph 1. Graph showing no difference in EDSS at baseline and endpoint. Mann-

Whitney Test, p=0.655.

On the comparison of medication continuation and withdrawal groups,

the OR for presence of clinical relapses, number of new lesions and contrast

enhancing lesions was 3.27 (95%CI 0.61 to 17.68), 1.38 [95%CI 0.35 to 5.42]

and 1.82 [95%CI 0.4 to 8.35], respectively.

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36

Table 1.

PATIENT CHARACTERISTICS

Sex

Female 82.2%

Male 17.8%

Mean

Age 47.5 years

Mean age at symptoms onset 30.7 years

Age at diagnosis 34.6 years

Previous relapses

% visual 51.1%

% sensitive 48,9 %

% motor 31.1%

% trunk 40 %

% spinal cord 26.7 %

Baseline imaging assessment

Periventricular lesions 100% (n=45)

Juxtacortical lesions 77.8% (n=35)

Infratentorial lesions 57.8% (n=26)

Drugs used

Interferon 1 A 37.8% (n=17)

Interferon 1 B 33.3% (n=15)

Glatiramer acetate 28.9% (n=13)

EDSS

Baseline EDSS 1.5 ± 0.8

Endpoint EDSS 1.5 ± 1.1

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37

In the continuation group (n=15), 10 patients had previous infratentorial

lesions (spinal cord or brain stem), showing that this may have been a

contributory factor in the decision to continue treatment.

Graph 2. The bar graph shows the percentage of patients that had relapses,

lesions on standard Magnetic Resonance Imaging (MRI) and on MRI using

contrast (MRI(gd)). Note that the difference between the continuation and

withdrawal groups for the outcomes assessed was not statistically significant.

Fisher´s Test, p=0.199, 0.732 and 0.454, from left to right.

A total of 9 patients had contrast enhancing lesions (Gd+) on MRI,

indicating radiological disease activity, 7 of which were from the group with

previous infratentorial lesions (Table 2). Despite the greater presence of Gd +

on MRI in this group, the difference was not statistically significant, p> 0.05.

All of the patients that had Gd+ on MRI belonged to the group with previous

infratentorial lesions.

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38

Table 2. Comparison in subgroups for clinical relapse and contrast enhancing lesions

on MRI

GROUP

New

Clinical

Relapse

Lesion Gd+

on MRI

Lesion Gd+

on MRI

Continuation 26.7%

(N=4) 26.7% (N=4)

Group with infratentorial

lesions

26.9%

(n=7)

Withdrawal 10 %

(N=3) 16.7% (N=5)

Group without infratentorial

lesions

10.5%

(n=2)

Percentage of individuals that had contrast enhancing lesions on MRI

(MRI(gd)) and new relapses, comparing continuation with withdrawal groups

and Gd lesions on MRI in infratentorial subgroups (with previous spinal cord

and brain stem lesions) versus group without infratentorial lesions

(periventricular and juxtacortical lesions).

DISCUSSION

The presence of a milder form of the disease is clear, as cited for the

first time in 1872 by Jean Martin Charcot, who described patients with less

aggressive progression of symptoms and relapses8. Even using current

classifications, the data on the prevalence of this low activity disease,

depending on the definition adopted in epidemiologic studies, varies greatly,

from 6% to 64%10.

Our final analysis reveals no statistically significant difference between

patients who opted for medication withdrawal and those who chose to

continue treatment, in terms of new relapses, presence of new lesions,

contrast enhancing lesions or EDSS progression over the short term.

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39

Many authors have attempted to show the importance of the issue of

withdrawal or discontinuation of medication in multiple sclerosis. Most such

studies, however, have been conducted without planned stop tests. For

example, Kister et al. performed an observational study involving a large

number of patients without relapse for at least 5 years and that stopped first-

line disease modifying therapy after 3 years of continuous use, drawing on the

MS Base Registry. During the observation period, 36.4% had relapses, 33.5%

had confirmed disability progression, while 10.8% exhibited both these

changes concomitantly. The authors concluded by recommending a

randomized trial of DMT discontinuation in MS patients11. Another

retrospective observational study on discontinuation of DMD (n=221) reported

a relapse rate of 44%, and 31% needed to resume DMD12.

Thus, there is a clear difference in outcomes when clinical profile

planning is implemented for patients who are to withdraw medication. This is

evident when comparing the studies cited with a previous study of this same

group analyzing DMD withdrawal in 40 patients, where 90% had no new

relapses; 85% no new lesions on MRI and 97.5% showed EDSS stability over

the short term13.

This approach should take into account not only clinical and

radiological stability, but also prognostic factors. Most of the groups studied

had characteristics of good prognosis factors such as: good recovery after

first relapse, low frequency and long intervals between first and second

episodes, and also the presence of few lesions on initial MRI. Nevertheless, a

worse outcome in terms of disease activity was evident, particularly for new

contrast enhancing lesions on MRI, in patients with infratentorial lesions. The

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40

relevance of infratentorial lesions was notable in a study showing that the

presence of at least two infratentorial lesions in patients with detected clinical

syndrome strongly predicted long-term disability14.

The absence of very young patients and their relationship with disease

stability and severity should also be analyzed. Relapses are known to decline

over time and with increasing age15, a phenomenon explained, in part, by the

influence of immunosenescence on the physiopathology of the disease, with

the presence of low grade systemic chronic inflammation and an increase in

regulatory cells. This is especially evident in patients with late disease onset

and their comparatively lower rate of relapse and disease activity16. In a more

recent study analyzing a group of patients over age 60 in use of DMDs for

more than 2 years, comparing treatment withdrawal pre and post-

discontinuation., most patients aged over 60 years that discontinued DMD did

not resume use, exhibiting stable course on performance scales (89.3%)17.

The prevalence of adverse effects associated with immunomodulatory

drugs varies across studies, but were not lower than 30% for drugs used in

the present study. The most common are flu-like effects, malaise and local

inflammatory skin reactions18. It is noteworthy that, although not a crucial

factor for discontinuing medication by professionals administering treatment,

adverse effects are the main reason for patient non-adherence19. Perhaps

counseling on the possibilities of drugs withdrawal according to the clinical

course of the disease may contribute to initial adherence to the treatment.

Studies involving DMD should also take cost of these medications to

the national health system into account, given that all the drugs used by the

present study in Brazil are dispensed by government-affiliated pharmacies at

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41

high cost. In a systematic review to determine the costs of treatment

examining 17 studies from 14 countries, total annual cost per individual

averaged US$ 41,13320. A publication by a Brazilian group concluded that the

direct costs of MS in Brazil are predominantly due to DMT. This result was

derived from analysis of the data held on the Hospital Information System and

the Information Systems on Mortality in Brazil to investigate public

expenditure on diagnosed patients starting DMD between 2000 and 2015.

Over a 16-year follow-up, direct medical costs for all patients were US$

2,308,393,465.60, and DMT represented 99% of total costs. However, proving

lower than the global average, the annual expense in Brazil was US$

13,544.40 per patient21. The existence of a group of patients not requiring

continuous used of medication can represent a saving in these total costs.

Multiple sclerosis is an extremely complex disease, with a broad

spectrum of severity and symptoms, poorly understood physiopathology and

high level of stigma attached to the diagnosis. Treatments for MS are recent

and, despite a large therapeutic armamentarium, these offer variable efficacy

in the many clinical situations of routine practice. However, there is clearly a

patient group with less severe progression.

Although this was a retrospective, single-center study involving a small

patient cohort, results suggest that withdrawal of immunomodulatory

treatment is safe for a select group of patients and should be considered by

individually analyzing each patient. Long-term follow-up, together with

cognitive analysis of this group, can help inform this difficult decision in clinical

practice based on evidence.

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45

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS

A esclerose múltipla é uma doença extremamente complexa, com amplo

espectro de gravidade e manifestações, com etiopatogenia pouco

compreendida e alta carga de estigma relacionada ao diagnóstico. O grau de

incapacidade e de progressão da doença está particularmente relacionado

com a neurodegeneração. Os fenótipos da EM são diversos, contudo a

definição correta dentro dos estadiamentos da doença apresentam especial

importância na seleção do tratamento apropriado, no design de ensaios

clínicos e nos regimes individualizados de terapia. Seus tratamentos ainda

são recentes, e apesar do amplo arsenal terapêutico, estes ainda apresentam

eficácia variável nas diversas situações clínicas da prática diária. Entretanto

fica claro que existe um grupo de pacientes com evolução menos grave,

muitas vezes independente do tratamento proposto.

Futuramente o objetivo é a melhoria dos modelos terapêuticos para a EM,

podendo passar pelo estudo e futura aplicação de combinações entre

agentes farmacológicos com mecanismos de ação complementares, assim

como busca de individualização terapêutica específica. As principais linhas

de investigação caminham orientadas na etiologia e fisiopatologia da EM, na

procura de tratamentos mais cômodos, eficazes e toleráveis, para métodos

de neuroprotecção, bem como tratamentos eficazes dos sintomas.

Este estudo mostra que, a curto prazo, não houve piora significativa no

EDSS, nas lesões encontradas em RM e na taxa anualizada de surtos

comparativamente aos grupos de pacientes que optaram pela retirada e pela

manutenção das medicações, e embora seja um estudo com pequena

amostra de pacientes, retrospectivo e unicêntrico, sugere que a suspensão

do tratamento imunomodulador é segura para um grupo seleto de pacientes,

e deve ser considerada analisando individualmente cada paciente, ainda

mais quando consideramos um sistema de saúde com recursos limitados e

carentes como o brasileiro. O seguimento a longo prazo, assim como a

análise cognitiva neste grupo são necessários para orientar com maior

evidência esta difícil decisão.

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64. Agência Nacional de Saúde Suplementar, Ministério da Saúde,

República Federativa do Brasil. Caderno de informação da saúde

suplementar: beneficiários, operadoras e planos. ANS. Brasília, DF: Imprensa

Nacional; 2016. p. 65.

65. Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde, República

Federativa do Brasil. Portaria n° 493, de 23 de setembro de 2010. Diário

Oficial da União. Brasília, DF: Imprensa Nacional; 2010. p. 153.

66. Godman B, Acurcio F, Guerra AA Junior, Alvarez-Madrazo S, Faridah

Aryani MY et al. Initiatives among authorities to improve the quality and

efficiency of prescribing and the implications. J Pharma Care Health Sys.

2014;1(3):1–15

67. Cherchiglia ML et al. A construção da base de dados nacional em

Terapia Renal Substitutiva (TRS) centrada no indivíduo: aplicação do método

de linkage determinístico-probabilístico. Rev. Bras. Estud. Popul.

2007;24(1):163–167.

68. Diniz IM, Guerra AA, de Lemos LLP, Souza KM, Godman B, Bennie

M, et al. The long-term costs for treating multiple sclerosis in a 16-year

retrospective cohort study in Brazil. PLoS One. 2018;13:1–14.

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8) APÊNDICES ANEXO 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) participante:

Sou aluno do curso de pós-graduação no programa de mestrado da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Estou realizando uma

pesquisa cujo objetivo é estudar os pacientes que estão em protocolo de retirada de

medicação para esclerose múltipla e compará-los com pacientes que fazem uso

regular das medicações.

Sua participação será feita através de dados de prontuário e na publicação

dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais rigoroso sigilo.

Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).

A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou

quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-

lo.

Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará

contribuindo para a maior compreensão no estudo da esclerose múltipla e para a

produção de conhecimento científico.

Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo

pesquisador no fone (11) 2176 7232 no Centro de Atendimento e Tratamento de

Esclerose Múltipla da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Atenciosamente

___Diogo Haddad Santos___

Pesquisador

____________________________

Local e data

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de consentimento.

______________________________

Nome e assinatura do participante

___________________________ Local e data

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ANEXO 2 Kurtzke Expanded Disability Status Scale

(EDSS) 0 Normal neurological exam (all grade 0 in Functional Systems (FS); cerebral grade 1

acceptable). 1 No disability, minimal signs in one FS (i.e., one grade 1 excluding cerebral grade 1). 1.5 No disability, minimal signs in more than one FS (more than one grade 1 excluding

cerebral grade 1). 2.0 Minimal disability in one FS (one FS grade 2, others 0 or 1). 2.5 Minimal disability in two FS (two FS grade 2, others 0 or 1). 3.0 Moderate disability in one FS (one FS grade 3, others 0 or 1), or mild disability in

three or four FS (three-four FS grade 2, others 0 or 1). 3.5 Fully ambulatory but with moderate disability in one FS (one grade 3 and one or two

FS grade 2) or two FS grade 3, others 0 or 1, or five FS grade 2, others 0 or 1. 4.0 Fully ambulatory without aid, self-sufficient, up and about some 12 hours a day

despite relatively severe disability consisting of one FS grade 4 (others 0 or 1), or combinations of lesser grades exceeding limits of previous steps. Able to walk without aid or rest some 500 meters (0.3 miles).

4.5 Fully ambulatory without aid, up and about much of the day, able to work a full day, may otherwise have some limitation of full activity or require minimal assistance; characterized by relatively severe disability. (Usually consisting of one FS grade 4 (others 0 or 1) or combinations of lesser grades exceeding limits of previous steps. Able to walk without aid or rest for some 300 meters (975 ft.).)

5.0 Ambulatory without aid or rest for about 200 meters (650 ft.); disability severe enough to impair full daily activities (e.g., to work full day without special provisions). (Usual FS equivalents are one grade 5 alone (others 0 or 1); or combinations of lesser grades usually exceeding specifications for step 4.0.)

5.5 Ambulatory without aid or rest for about 100 meters (325 ft); disability severe enough to impair full daily activities. (Usual FS equivalents are one grade 5 alone (others 0 or 1); or combinations of lesser grades usually exceeding specifications for step 4.0.)

6.0 Intermittent or constant unilateral assistance (cane, crutch, or brace) required to walk about 100 meters (325 ft.) with or without resting. (Usual FS equivalents are combinations with more than two FS grade 3+.)

6.5 Constant bilateral assistance (canes, crutches, or braces) required to walk about 20 meters (65 ft.). (Usual FS equivalents are combinations with more than two FS grade 3+.)

7.0 Unable to walk beyond about 5 meters (16 ft.) event with aid, essentially restricted to wheelchair, wheels self in standard wheelchair a full day and transfers alone; up and about in wheelchair some 12 hours a day. (Usual FS equivalents are combinations with more than one FS grade 4+; very rarely pyramidal grade 5 alone.)

7.5 Unable to take more than a few steps; restricted to wheelchair; may need aid in transfers, wheels self but cannot carry on in standard wheelchair a full day; may require motorized wheelchair. (Usual FS equivalents are combinations with more than one FS grade 4+.)

8.0 Essentially restricted to bed or chair or perambulated in wheelchair; but may be out of bed much of the day; retains may self-care functions; generally has effective use of arms. (Usual FS equivalents are combinations, generally grade 4+ in several systems.)

8.5 Essentially restricted to bed for much of the day; has some effective use of arm(s); retains some self-care functions. (Usual FS equivalents are combinations, generally grade 4+ in several systems.)

9.0 Helpless bed patient; can communicate and eat. (Usual FS equivalents are combinations, mostly grade 4.)

9.5 Totally helpless bed patient; unable to communicate or effectively eat/swallow. (Usual FS equivalents are combinations, almost all grade 4+.)

10 Death due to MS.

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ANEXO 3

SANTA CASA DEMISERICÓRDIA DE SÃO

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:CAAE:

Análise Clínica e Comparativa entre Pacientes Portadores de Esclerose Múltipla emProtocolo de Retirada de Medicação versus Pacientes em Seguimento Contínuo deTratamento.

CHARLES PETER TILBERY

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

290779118.4.0000.5479

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer: 2.802.380

DADOS DO PARECER

O estudo consiste em análise de uma coorte histórica, realizada no serviço de Neurologia da Irmandade daSanta Casa de Misericórdia de São Paulo, no ambulatório do Centro de Atenção e Tratamento de EscleroseMúltipla (CATEM) e de pacientes de consultórios privados de médicos assistentes do serviço. Serãorevisados prontuários de pacientes ativos (com último retorno há menos de um ano), incluídos pacientes deambos os sexos, sem restrição de etnia ou idade que foram diagnosticados com EMRR, e que preenchemcritérios para o protocolo de retirada de medicação do serviço, que são:- EDSS < 3,5;- Sem aumento maiorque 0,5 no EDSS nos últimos três anos;- Sem relato em prontuário ou laudo de RM de alta carga lesional(menos de cinco lesõessupratentorias, menores do que quatro mm);- Apresentaram baixa taxa de surtos nos primeiros anos dadoença (< 2 surtos/ano);- Ausência de novas lesões em RM nos últimos três anos;- Ausência de

Apresentação do Projeto:

Financiamento PróprioPatrocinador Principal:

01.221-010

(11)2176-7689 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

SANTA ISABELVILA BUARQUE

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2176-7688

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novossurtos nos últimos três anos;- Em uso de imunomoduladores de primeira linha (acetato de glatirâmer ouinterferons);- Sem uso prévio de imunossupressores ou drogas de segunda ou terceira linha.A estespacientes foi oferecida a possibilidade de suspensão da terapia imunomoduladora e acompanhamento maisrigoroso com retorno e RM em menor tempo. Para os pacientesque não quiseram interromper a medicação, esta foi mantida.Foram excluídos pacientes que nãopreencheram os critérios de inclusão, ou que perderam ou abandonaram seguimento, ou que não haviamrealizado controle de imagem com RM há pelo menos um ano.Os pacientes foram separados emdois grupos:- 30 pacientes que optaram por retirar a medicação (SM) há pelo menos 12 meses.- 30pacientes que optaram por mantê-la (CM), grupo controle. Serão comparados quanto à taxa de surtos/ano, novos lesões em RM de encéfaloe progressão do EDSS após a retirada da medição, ou período de três anos preenchendo os critériosacima.Como não houve randomização dos grupos, estes foram comparados também quanto a dadospopulacionais, como idade de início dos sintomas, ao diagnóstico atual, ao NEDA (considerado comoperíodo de três anospreenchendo os critérios para retirada da medicação), tipo de surtos e sexo.Os grupos serão comparadosquanto às médias e desvios padrão para os dados populacionais e com teste de qui-quadrado paracomparação dos desfechos, surtos/ano, novas lesões em RM de encéfalo e progressão do EDSS. Seráutilizado o software estatístico SPSS 2.0.

Hipótese:Pacientes que seguem protocolo correto de retirada de medicação em formas pouco ativas da

Objetivo da Pesquisa:

01.221-010

(11)2176-7689 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

SANTA ISABELVILA BUARQUE

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2176-7688

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Continuação do Parecer: 2.802.380

doençaapresentam melhores, ou semelhantes, características clínicas de pacientes em seguimento de tratamentomedicamentoso.O objetivo do presente estudo é justamente fornecer subsídio científico para auxiliar a prática clínica nestassituações, comparando pacientes com EM estáveis clínica e radiologicamente, há pelo menos três anos,com doença considerada pouco agressiva no início, que tenham feito uso apenas de terapiaimunomoduladora de primeira linha e que estejam sem uso de medicações há pelo menos 1 ano compacientes que mantiveram uso de imunomoduladores porém apresentem mesmo perfil de doença. Será feitaavaliação quanto à taxa de novos surtos/ano, surgimento de novas lesões em RM e aumento do EDSS,depois de retirada ou manutenção da terapia imunomoduladora

Riscos:O presente estudo retrospectivo apresentará baixo risco aos pacientes, baseando-se em coleta de dados deprontuários para informações de condutas já previamente estabelecidasBenefícios:Os benefícios de um maior conhecimento quanto ao uso correto de tratamentos dadas as variadas formasda doença são extremamente importantes na evolução e seguimento clínico correto dos pacientes, etambém no ajuste da gestão financeira que essas medicações imunomoduladoras oneram ao sistemapúblico de saúde

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Pesquisa relevante e adequada.Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

01.221-010

(11)2176-7689 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

SANTA ISABELVILA BUARQUE

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2176-7688

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Apresenta todos os termos obrigatórios.TCLE ajustado conforme orientações anteriores.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

AprovadoConclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicasdo Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1074220.pdf

25/06/201810:44:58

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLECorrigidoSolicitadoPeloRelator.doc 25/06/201810:43:24

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Outros AlteracaoSolicitadaPeloRelator.pdf 25/06/201810:41:33

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Declaração deInstituição eInfraestrutura

Of_ACPC_1152018.pdf 04/06/201814:15:05

Patrícia Sant Ana Aceito

Folha de Rosto FolhaDeRosto.pdf 30/05/201807:11:27

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador

ProjetoNEDA.doc 28/05/201813:26:10

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Outros Autorizacoes.pdf 24/05/201807:32:23

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Orçamento Orcamento.pdf 24/05/201807:32:01

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Outros ComissaoInternaNeuro.pdf 09/05/201813:33:58

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Outros RelatorioParcialeFinal.pdf 09/05/201813:33:33

CHARLES PETERTILBERY

Aceito

Situação do Parecer:AprovadoNecessita Apreciação da CONEP:Não

01.221-010

(11)2176-7689 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

SANTA ISABELVILA BUARQUE

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2176-7688

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SANTA CASA DEMISERICÓRDIA DE SÃO

Continuação do Parecer: 2.802.380

SAO PAULO, 06 de Agosto de 2018

Paulo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro(Coordenador)

Assinado por:

01.221-010

(11)2176-7689 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

SANTA ISABELVILA BUARQUE

UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)2176-7688

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