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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
ANÁLISE DE CONJUNTURA Nº 1 – TRIMESTRAL – DEZEMBRO 2014
EDIÇÃO ELETRÓNICA
Análise de conjuntura elaborada com informação até 23-12-14
(inclui informação posterior relativa às cotações do petróleo e do euro)
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Índice de Assuntos
EDITORIAL ................................................................................................................... 4
1. ENQUADRAMENTO ................................................................................................... 6
1.1 Enquadramento internacional ...................................................................................... 6
1.2 Enquadramento nacional ............................................................................................ 8
2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL........................................................................... 10
2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade ........................................ 10
2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais.................................................. 14
2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas................................................... 20
2.3.1 Constituições, dissoluções e criação líquida de empresas ............................................ 20
2.3.2 Insolvências de empresas........................................................................................ 21
3. INTERNACIONALIZAÇÃO ........................................................................................ 22
3.1 Comércio internacional .............................................................................................. 22
3.1.1 Comércio internacional de bens ............................................................................... 22
3.1.2 Comércio internacional de serviços ........................................................................... 28
3.1.3 Balança de bens e serviços ...................................................................................... 29
3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços ..................................................................... 30
3.2 Investimento direto ................................................................................................... 31
4. FINANCIAMENTO .................................................................................................... 32
4.1 Taxas de juro ........................................................................................................... 32
4.2 Crédito bancário ....................................................................................................... 34
4.3 Mercado de capitais................................................................................................... 36
5. MERCADO DE TRABALHO ........................................................................................ 37
6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS ........................................................................... 39
7. CUSTOS DA ENERGIA .............................................................................................. 40
7.1 Eletricidade .............................................................................................................. 40
7.2 Gás natural .............................................................................................................. 41
7.3 Combustíveis ............................................................................................................ 41
8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS .......................................... 43
8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação ......................................................... 43
8.2 Competitividade pelos custos laborais .......................................................................... 45
9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA ........................................................ 46
9.1 Equilíbrio externo ...................................................................................................... 46
9.2 Endividamento .......................................................................................................... 47
9.3 Contas públicas......................................................................................................... 47
FICHA TÉCNICA
Propriedade
CIP - Confederação
Empresarial
de Portugal
Praça das Indústrias
1300-307 LISBOA
Diretor
João Costa Pinto
Edição
CIP - Departamento de Assuntos Económicos
Coordenação Pedro Capucho
Redação
Rui Madaleno
Lurdes Fonseca
Nuno Torres
Sede de Redação
CIP - Confederação
Empresarial
de Portugal
Praça das Indústrias
1300-307 LISBOA
NIF 500 835 934
Design Gráfico
Mariana Barros
Periodicidade
Trimestral
ISSN
2183-198X
Registo na ERC 117830
É autorizada a
reprodução dos
trabalhos publicados,
desde que citada a
fonte e informada
a direção da revista.
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
EDITORIAL
1. As Empresas têm hoje de desenvolver a sua atividade num contexto de enorme
complexidade. Às pressões que decorrem do movimento de globalização dos mercados –
tanto da energia, das matérias-primas e dos produtos manufaturados, como financeiros –
adicionam-se hoje as que têm a sua origem em acontecimentos de natureza política ou
mesmo religiosa.
Na Europa do Euro, a situação assume ainda uma maior imprevisibilidade, na medida em
que as Economias e os Mercados têm ainda de absorver as pressões que, desde o início
da corrente década, têm ameaçado o grande Projeto de integração monetária e
financeira do Euro, lançado há mais de uma década.
Estas pressões refletem-se naturalmente nas atitudes e nas expectativas dos Agentes
Económicos, determinando as suas decisões enquanto consumidores, investidores ou
aforradores.
Deste modo, as Empresas têm de tomar as suas decisões num contexto marcado pela
instabilidade e pela incerteza, tanto em relação à evolução macroeconómica, como
sectorial.
Para as Empresas exportadoras, a situação tende mesmo a ser mais complexa, na
medida em que, para além da evolução das condições dos mercados domésticos, têm de
se preocupar com o comportamento das Economias e dos Mercados para onde dirigem
ou pretendem dirigir as suas exportações.
Dificuldades que assumem particular complexidade nas chamadas Economias Periféricas
– como é o caso da nossa Economia – onde as Empresas se defrontam com condições
particularmente adversas, tanto em relação ao financiamento, como no que se refere à
retração do consumo e do investimento.
2. É neste contexto que assume uma importância crítica a existência de uma informação
especializada que ajude as Empresas e os Empresários a avaliar a situação das
Economias e dos mercados onde colocam os seus produtos e serviços.
Trata-se de colocar ao serviço de Empresários e Gestores de Empresas análises capazes
de identificar, entre a enorme massa de informação hoje disponível, os indicadores e as
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
variáveis relevantes para a compreensão quer da situação dos seus mercados quer da
sua evolução previsível.
3. Tendo exatamente presente a importância de que se reveste para as Empresas a
disponibilidade de informação especializada autónoma, as Direções da CIP –
Confederação Empresarial de Portugal, da AIP – Associação Industrial Portuguesa e da
AEP – Associação Empresarial de Portugal, tomaram a decisão de se articularem e de
coordenar recursos técnicos e operacionais, para produzirem uma avaliação periódica
sobre a evolução da envolvente macroeconómica e sectorial. Partindo, aliás, de uma
importante experiência técnica acumulada nesta área.
Este é, assim, o primeiro número de uma Publicação Trimestral que se encontra
organizada em nove pontos, que vão desde o enquadramento internacional e nacional,
no primeiro ponto, até à análise, no ponto nove, do movimento de ajustamento a que, na
sequência do Programa negociado com a Troika, a nossa Economia tem vindo a ser
submetida. Nos restantes pontos são abordadas questões centrais, como a Atividade
Económica Global, a Internacionalização, o Financiamento da Atividade Económica, o
Mercado de Trabalho e os Custos das Matérias-Primas e da Energia. Pela sua
importância, foi ainda incluído um ponto autónomo sobre a evolução da competitividade
da nossa Economia, medida através do comportamento dos preços e dos custos do
trabalho.
No ponto de Enquadramento é feita uma análise global da envolvente económica, quer a
nível doméstico quer internacional, com uma chamada de atenção – sempre que tal se
justificar – para os acontecimentos ou fatores que, pela sua importância ou impacto,
sejam suscetíveis de influenciar ou de condicionar o comportamento dos mercados ou da
Economia.
Tratando-se do primeiro número, a Equipa Técnica responsável pela organização e pela
produção desta Publicação encontra-se naturalmente aberta e interessada em considerar
quaisquer sugestões ou propostas que lhe sejam dirigidas e que possam contribuir para a
sua qualidade e para garantir a sua utilidade ao serviço das Empresas Portuguesas.
João Costa Pinto
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
1. ENQUADRAMENTO
1.1 Enquadramento internacional
O Conselho Europeu de 24 de outubro chegou a acordo sobre o Pacote Energia e Clima, com
novas metas de redução de emissões de carbono, consumo de energia renovável, eficiência
energética e interconexões energéticas (mínimos de 10% até 2020 e de 15% até 2030).
No dia 26 de outubro, os testes de stress financeiro do BCE mostraram que a banca
europeia está suficientemente capitalizada na maior parte dos casos, sendo que vários dos
bancos com insuficiências detetadas na data a que foi reportado o exercício (12 num total de
25 bancos) já as tinham entretanto reparado com aumentos de capital (tal foi o caso do BCP, o
único banco nacional com uma insuficiência e apenas no cenário mais adverso). O BCE assumiu
a supervisão da banca europeia no início de novembro, no quadro da União Bancária.
No dia 6 de novembro, o Governo da Alemanha anunciou um programa de investimentos
de 10 mil M€ (milhões de euros) com início em 2016, a que se seguiu o anúncio de que o
Orçamento de Estado de 2015 será o primeiro equilibrado em 45 anos.
No dia 29 de novembro, o Ministério das Finanças de Angola anunciou que o quadro de preços
baixos do petróleo exigirá “um exercício de austeridade e repriorização na despesa pública,
para assegurar a sustentabilidade da agenda de Desenvolvimento".
No dia 13 de dezembro, os países membros das Nações Unidas reunidos em Lima, no Peru,
deram um passo significativo no sentido de alcançar um novo acordo global vinculativo para o
combate às alterações climáticas, que se espera possa ser conseguido no final de 2015 na
convenção de Paris, substituindo o já ultrapassado Protocolo de Quioto. A principal novidade é
o facto de, pela primeira vez, todos os países participantes se terem comprometido a reduzir as
suas emissões de gases com efeito de estufa, obrigando países emergentes como a China (o
maior emissor a nível mundial), a Índia e o Brasil a integrar o bloco das nações avançadas em
termos de redução de emissões. Os países desenvolvidos deverão providenciar o suporte
financeiro necessário para apoiar os países em desenvolvimento nos seus esforços de mitigação
e adaptação dos efeitos das alterações climáticas, em particular os mais vulneráveis.
No dia 18 de dezembro, o Conselho Europeu aprovou a criação do Fundo Europeu para o
Investimento Estratégico (apresentado em novembro pelo novo líder da Comissão Europeia,
Jena-Claude Juncker) que, a partir de uma garantia de 16 mil M€ do orçamento da UE e de 5
mil M€ do BEI, pretende alavancar um investimento total de 315 mil M€, prevendo-se que os
primeiros projetos possam começar a ser apresentados a meio de 2015.
Testes de stress do
BCE mostram banca
europeia
globalmente
capitalizada
Passos dados no
sentido de um
acordo climático
global vinculativo
em 2015
Fundo Europeu para
o Investimento
Estratégico poderá
mobilizar 315 mil M€
Pacote de Energia
e Clima prevê
aumento
moderado das
interconexões
energéticas
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Em termos de política monetária, o BCE manteve as suas taxas de juro diretoras em
mínimos nas reuniões de outubro, novembro e dezembro. Quanto a medidas não
convencionais, o BCE iniciou a aquisição de covered bonds (obrigações hipotecárias e sobre o
setor público) e de instrumentos de dívida titularizados e realizou a segunda operação de
refinanciamento de prazo alargado direcionada (seguindo-se mais seis até 2016), com o
objetivo de aumentar o balanço do Eurosistema para as dimensões do início de 2012
(passando de 2 para 3 biliões de euros). No início de 2015, o BCE irá reavaliar se é necessário
reforçar a resposta aos riscos de uma inflação baixa demasiado prolongada (incluindo os efeitos
do recuo do preço do petróleo) e, nesse caso, permanece unânime no Conselho o compromisso
de reforçar as medidas não convencionais dentro do seu mandato, em dimensão, ritmo ou
novos instrumentos (como a compra de dívida pública, em estudo), o que parece mais provável
após a “significativa” revisão em baixa das previsões do BCE para o crescimento (0.8% em
2014, 1.0% em 2015 e 1.5% em 2016) e a inflação (0.5%, 0.7% e 1.3%) da Área Euro.
Por sua vez, a Reserva Federal terminou o programa de compra de ativos em outubro e,
já em dezembro, prometeu manter a sua principal taxa de juro diretora no intervalo de 0 a
0.25% até atingir o duplo objetivo de máximo emprego com estabilidade de preços (definida
como uma inflação de 2%), avaliado com um conjunto alargado de informação. A Fed
assegurou que irá ser “paciente na normalização da política monetária”, mas que tal poderá
suceder antes do antecipado. Recorda-se que a anterior formulação era manter as taxas
diretoras “por um período de tempo consideral após o fim do programa de compra de ativos”.
Poucos dias depois, o Departamento do Comércio reviu em alta a estimativa de crescimento
real em cadeia do PIB norte-americano no terceiro trimestre para o valor mais elevado da
última década (5.0%, em termos anualizados, embora apenas 2.7% em variação homóloga).
O Banco Central da China cortou as suas taxas de juro diretoras em novembro, pela primeira
vez desde 2012, com o intuito de contrariar o abrandamento da economia chinesa.
O Banco Central da Rússia subiu a principal taxa de juro diretora para 17% em dezembro,
após uma queda de 10% do rublo devido aos efeitos sobre a economia russa da redução do
preço do petróleo e das sanções económicas do Ocidente, face ao conflito na Ucrânia.
No mercado de dívida soberana europeia, a pressão compradora prosseguiu em dezembro
para a maioria dos países, apesar de algumas subidas pontuais das yields soberanas, como na
França e na Itália, após cortes nos respetivos rating (fora da Área Euro, o mesmo sucedeu
ao Japão), e na Grécia, com a necessidade de eleições legislativas antecipadas depois do
Parlamento não ter conseguido eleger um novo Presidente da República, temendo-se o avanço
de um partido radical de esquerda nas sondagens. Entretanto, o programa de ajuda externa
da Grécia teve uma extensão técnica de dois meses e os parceiros da Área Euro já se
mostraram disponíveis para conceder uma linha de crédito cautelar.
BCE revê em baixa
previsões de
crescimento e
inflação, e poderá
reforçar as medidas
não convencionais
de política monetária
no início de 2015
Reserva Federal
termina programa
de compra de ativos
e alerta que a
normalização da
política monetária
poderá acontecer
antes do antecipado
PIB dos EUA
acelera
Eleições
legislativas
antecipadas na
Grécia
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1.2 Enquadramento nacional
No dia 1 de outubro, entrou em vigor a nova retribuição mínima mensal garantida de 505
euros (Decreto-Lei n.º 144/2014, de 30/09), a vigorar até 31 de dezembro de 2015. Foi
estabelecida uma compensação às entidades empregadoras (corte temporário de 0.75 p.p. na
taxa social única) como medida excecional de apoio ao emprego (DL nº 154/2014, de 20/10).
O Conselho de Ministros de 9 de outubro aprovou o novo Código do Procedimento
Administrativo, criando novas regras de funcionamento da Administração Pública com o
objetivo de que a satisfação do interesse público e a resolução dos problemas de todos aqueles
que com ela se relacionam sejam ditadas pela justiça, segurança, celeridade e eficiência.
O Decreto-Lei n.º 155/2014, de 21/10, cria e aprova os estatutos da IFD - Instituição
Financeira de Desenvolvimento, S. A., que visa a realização de operações para colmatar as
insuficiências de mercado no financiamento de pequenas e médias empresas (PME) viáveis.
O Decreto-Lei n.º 157/2014, de 24/10, estabelece o Regime Geral das Instituições de
Crédito e Sociedades Financeiras (acesso à atividade, quadro de supervisão e regras
prudenciais aplicáveis), dando aplicação ao quadro regulamentar de Basileia III.
O Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27/10, estabelece as regras gerais de aplicação dos
programas operacionais e dos programas de desenvolvimento rural financiados pelos
Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) para o período 2014-2020.
O Conselho de Ministros de 13 de novembro aprovou, entre outros: (i) o processo de
reprivatização da TAP - Transportes Aéreos Portugueses, S.A., através da privatização do
capital social até 61% na modalidade de venda direta de referência, a um ou mais investidores
nacionais ou estrangeiros, e até 5% aos trabalhadores do Grupo TAP. O Estado fica ainda com
uma opção de venda, em condições a definir no Caderno de Encargos, que lhe permite alienar
até 34% do capital remanescente da TAP ao adquirente na venda direta de referência, caso
faça uma apreciação positiva do cumprimento das obrigações assumidas; (ii) uma proposta de
lei que, transpondo duas diretivas da UE, aprova o Regime Jurídico do Capital de Risco, do
Empreendedorismo Social e do Investimento Especializado, onde se procede à revisão
do regime aplicável ao exercício da atividade de investimento em capital de risco e se enquadra
a atividade de investimento em empreendedorismo social e de investimento especializado,
sendo ainda designada a autoridade competente para a supervisão das entidades gestoras dos
fundos europeus de capital de risco (“EuVECA”) e de empreendedorismo social (“EuSEF”).
No dia 25 de novembro foi aprovado pela Assembleia da República o Orçamento de Estado
para 2015 (apresentado a 15 de outubro), que é analisado de forma breve na secção 9.
Novo salário
mínimo e
compensação
temporária a partir
de 1 de outubro
Aprovado o
processo de
reprivatização
da TAP
Criada a IFD
Regras gerais de
aplicação de novos
fundos comunitários
Novo regime
jurídico do capital
de risco,
empreendedorismo
social e
investimento
especializado
Parlamento
aprova o OE 15
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
A Declaração de Retificação n.º 49/2014, de 1/12, retifica o Decreto-Lei n.º 162/2014, de
31/10, que aprova um novo Código Fiscal do Investimento e revê os regimes de
benefícios fiscais ao investimento produtivo, aumentando os apoios.
O Conselho de Ministros de 4 de dezembro aprovou, entre outros: (i) um diploma que
estabelece os objetivos e os princípios da política de emprego, bem como a regulação da
conceção, execução, acompanhamento, avaliação e financiamento dos respetivos programas e
medidas. O diploma procede a uma sistematização das medidas ativas do mercado de
trabalho e concretiza a sua racionalização, no sentido de evitar redundâncias prejudiciais à
definição e entendimento claro dos instrumentos por parte de agentes e destinatários; (ii) o
levantamento da suspensão do acesso antecipado à pensão de velhice, no âmbito do
regime geral, estabelecendo as condições que transitoriamente vão vigorar em 2015.
No dia 5 de dezembro, a Assembleia da República aprovou as reformas do IRS e da
Fiscalidade Verde, com votos a favor dos partidos do Governo e contra da Oposição.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 73-A/2014, de 16/12, cria a iniciativa Portugal
Inovação Social com o objetivo de desenvolver e dinamizar o mercado de investimento social
para apoio a iniciativas de empreendedorismo e inovação social.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 73-B/2014, de 16/12, cria as estruturas de missão
para os programas operacionais temáticos, regionais do continente e de assistência técnica
que integram o ciclo de programação dos FEEI, designado por Portugal 2020.
O Conselho de Ministros de 18 de dezembro aprovou, entre outras, (i) uma proposta de lei que
altera as regras aplicáveis à assunção de compromissos e aos pagamentos em atraso
das entidades públicas, de forma a aumentar a eficácia da sua aplicação; (ii) alterações ao
Sistema de Recuperação de Empresas por via Extrajudicial (SIREVE), ao Código da Insolvência
e da Recuperação de Empresas (CIRE), e ao Código das Sociedades Comerciais (CSC), de
modo a favorecer a recapitalização, reestruturação e renovação do tecido empresarial.
A Lei n.º 79/2014, de 19/12, revê o Regime jurídico do arrendamento urbano, ajustando
alguns aspetos da reforma como a transição dos contratos mais antigos em resultado da
monitorização levada a cabo pela comissão criada para o efeito.
O Conselho de Ministros de 23 de dezembro aprovou a proposta de Lei de Programação
Militar, estabelecendo a programação do investimento público das Forças Armadas em
equipamento e armamento nos próximos três quadriénios.
Reforço dos
apoios fiscais ao
investimento
Parlamento
aprova reformas
do IRS e da
Fiscalidade Verde
SIREVE, CIRE e CSC
alterados
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL
2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade
No terceiro trimestre, o crescimento em volume do PIB manteve-se em 0.3% em variação
trimestral e aumentou para 1.1% em variação homóloga.
Quadro 2.1.1: PIB e componentes de despesa
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14
PIB
Tvcr (%) -3.3 -1.4 1.0 -0.4 0.3 0.3
Tvhr (%) -3.3 -1.4 1.6 1.0 0.9 1.1
Componentes de despesa (tvhr, %)
Despesas de Consumo Final -5.0 -1.5 1.0 1.6 1.3 2.0
Consumo Privado, do qual: -5.2
-1.4 1.3 2.1 1.8 2.7
Bens alimentares -0.6 0.7 1.4 1.0 0.6 0.4
Bens duradouros -21.4 2.0 11.9 17.5 12.8 16.4
Bens correntes não alim., serviços -4.5 -2.3 0.4 1.1 1.1 2.0
Consumo Público -4.3 -1.9 -0.2 -0.3 -0.3 -0.1
FBC, da qual: -14.2 -6.5 -1.7 11.7 3.7 1.5
FBCF -15.0 -6.3 0.6 0.6 3.3 3.7
Recursos biológicos cultivados -3.1 -2.3 -1.5 -0.6 0.0 0.3
Outras máq. e eq., e sist. armamento -7.8 4.3 13.8 13.6 17.1 15.2
Eq. de transporte -28.8 19.1 28.6 21.0 17.3 28.5
Construção -18.7 -14.1 -7.5 -7.1 -3.5 -3.0
Produtos de propriedade intelectual -5.7 -1.0 0.8 0.8 0.5 0.1
Exportações 3.1 6.4 8.8 3.1 2.0 2.9
Bens 3.8 5.8 7.7 2.4 2.0 3.1
Serviços 1.0 8.2 11.8 5.0 1.9 2.3
Importações -6.6 3.6 6.0 8.7 4.0 5.0
Bens -6.6 4.1 6.7 9.4 3.9 4.7
Serviços -6.3 0.8 1.5 4.4 4.6 6.6
Contributos para a tvhr do PIB (p.p.)
Procura Interna -6.9 -2.4 0.5 3.1 1.7 1.9
Procura Externa Líquida 3.6 1.0 1.0 -2.1 -0.8 -0.9
Fonte: INE, Contas nacionais na base 2011 e seguindo o novo Sistema Europeu de Contas (SEC 2010). Tvc(h)r = taxa
de variação em cadeia (homóloga) real; p.p.=pontos percentuais.
A melhoria da evolução homóloga do PIB traduziu o reforço do contributo positivo da procura
interna para 1.9 p.p. (1.7 p.p. no segundo trimestre), que contrariou o contributo ligeiramente
mais negativo das exportações líquidas (-0.9 p.p.), resultante de uma aceleração mais forte
das importações (de 4.0% para 5.0%) do que das exportações (de 2.0% para 2.9%).
O maior dinamismo da procura interna no terceiro trimestre foi explicado pela aceleração do
consumo privado (de uma taxa de variação homóloga, tvh, de 1.8% para 2.7%) – em
Importações
aceleram mais que
as exportações,
influenciadas em
parte por fatores
extraordinários
Maior subida
homóloga do PIB
no 3º trimestre
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
particular na componente de bens duradouros (de 12.8% para 16.4%) – e, em menor medida,
da FBCF (de 3.3% para 3.7%), onde se destacou a evolução do equipamento de transporte
(de 17.3% para 28.5%). A progressão da procura interna só não foi maior devido à correção
em baixa da variação de existências, que justificou o abrandamento da FBC (para 1.5%).
Refira-se que a evolução homóloga das exportações em 2014 continua a ser influenciada
(embora de forma mais diluída) pelos fatores extraordinários que ocorreram no início do
ano, em particular a paragem temporária da refinaria de Sines, para manutenção.
Depois de um recuo no primeiro trimestre, intensidade exportadora (peso das exportações
no PIB a preços correntes), aumentou no segundo e no terceiro trimestres (para 39.8%: 29.0%
nos bens e 10.8% nos serviços).
Figura 2.1.1: Intensidade exportadora (total, bens e serviços)
Note-se que os valores de intensidade exportadora foram revistos em baixa devido ao aumento
do PIB nominal que resultou das alterações às contas nacionais (ainda em agosto, o INE
divulgou a nova série das contas nacionais 1995-2011)1. Apesar da revisão no nível do
PIB nominal, as taxas de variação anuais em volume não sofreram alterações significativas, de
acordo com o Banco de Portugal (BdP). Já no novo SEC 2010, o PIB per capita de Portugal
expresso em Paridades de Poder de Compra passou de 76.0% da média da UE em 2012
para 79.0% em 2013. As alterações estatísticas levaram ainda o INE a divulgar, em dezembro,
uma nova série para as Contas Regionais de 2000 a 2013, onde se destaca a revisão em
alta do PIB nominal das regiões, com exceção do PIB da Região Autónoma da Madeira.
1 Destaca-se a mudança do ano base para 2011 e a entrada em vigor do novo Sistema Europeu de Contas Nacionais e
Regionais (SEC 2010), traduzindo-se em alterações metodológicas e conceptuais, bem como na utilização de novas
fontes de informação. Segundo o Banco de Portugal, o PIB nominal aumentou 2.3% na média dos anos 1995-2013
(incluindo 2.9% em 2011 e 3.0% na média de 2012-2013), com os maiores impactos a ocorrerem nas rendas de
habitação, devido à incorporação de nova informação, e na reclassificação das despesas de I&D (anteriormente
consideradas consumos intermédios) como investimento no SEC 2010.
37.3 39.3 39.4 39.4 38.5 39.6 39.8
27.7 28.8 28.9 28.7 28.1 28.9 29.0
9.7 10.5 10.5 10.7 10.4 10.7 10.8
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
2012 2013 3T 13 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14
Exportações totais (% do PIB a preços correntes)
Exportações de bens (% do PIB a preços correntes)
Exportações de serviços (% do PIB a preços correntes)Fonte: INE
Aceleração do
consumo (sobretudo
bens duradouros) e
da FBCF (sobretudo
equipamento de
transporte)
Intensidade
exportadora
aumenta para
39.8%
PIB per capita de
Portugal sobe para
79.0% da média
da UE em 2013
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
12
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 2.1.2: VAB por ramos
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14
VAB total e por ramos (tvhr, %)* -2.6 -1.0 0.8 0.7 0.9 0.9
Agricultura, Silvicultura e Pesca -1.3 2.7 4.1 4.5 4.5 4.0
Indústria -2.1 0.7 5.9 1.7 2.1 1.6
Energia, Águas e Saneamento -1.9 1.9 2.8 1.9 1.7 1.9
Construção -14.7 -13.1 -7.7 -7.1 -4.2 -3.5
Comércio e rep. aut, Aloj. e Restauração -1.6 0.5 2.0 2.5 2.1 2.9
Transp. e armaz., Inf. e comunicação -1.2 -0.8 -0.5 -0.1 -0.6 -1.7
Ativ. Financeira, Seguradora e Imobiliária -0.6 -1.3 -1.4 -1.0 -1.3 -1.5
Outros Serviços -2.9 -1.3 0.3 1.0 1.6 1.6
Fonte: INE, Contas nacionais na base 2011 e seguindo o novo Sistema Europeu de Contas (SEC 2010). Tvhr=taxa de
variação homóloga real; VAB=Valor Acrescentado Bruto. * VAB sem impostos líquidos de subsídios.
Voltando à análise dos dados das contas nacionais no terceiro trimestre, agora no que se
refere à variação homóloga do VAB em volume (0.9% excluindo impostos líquidos de
subsídios) por ramos, os dados mostram que a Agricultura, Silvicultura e Pesca continuou a ser
o ramo com a maior taxa de crescimento homólogo no terceiro trimestre (4.0%), embora em
abrandamento, seguido pelo Comércio e reparação automóvel, Alojamento e Restauração
(2.9%) e pela Energia, Águas e Saneamento (1.9%), nestes dois casos em aceleração. A
indústria continuou em crescimento (1.6%), mas inferior ao do segundo trimestre, igualando a
variação homóloga dos Outros serviços, que se manteve. Os restantes ramos mantiveram-se
em quebra, com a Construção a liderar as perdas (3.5%), mas em desagravamento assinalável,
ao contrário dos outros dois ramos com variação homóloga negativa.
Figura 2.1.2: PIB e Indicador Coincidente Tendencial de Atividade do Banco de Portugal
(tvhr, %)
No que se refere aos indicadores mensais de atividade, destaca-se o valor negativo do
indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial de atividade do
BdP, que se agravou para -1.2% em novembro. O indicador coincidente mensal para a
-3.3
-1.4
1.6
1.0 0.9 1.1
-3.5
-0.9
0.9 1.0 0.7
-0.2
-0.6 -0.9
-1.2
-4.0
-3.0
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14 set-14 out-14 nov-14
PIB Ind. coincidente tendencial de atividade económica do BdPFontes: INE; BdP
VAB da Agricultura,
Silv. e Pesca o que
mais cresce, embora
em abrandamento, e
o da Construção o
que mais cai, mas
em desagravamento
VAB industrial
cresce menos no
3º trimestre
Indicador
coincidente
tendencial de
atividade do BdP
com valor negativo
em novembro
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
13
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
evolução homóloga tendencial do consumo privado, também calculado pelo BdP,
registou um valor menos positivo em novembro (1.6%)2. No caso do indicador de FBCF do
INE, os dados disponíveis mostram uma melhoria do andamento homólogo no trimestre até
outubro (abrangendo as várias componentes) e, já em novembro, uma nova aceleração na
componente de máquinas e equipamentos (para uma tvh de 4.1%).
Quanto a indicadores avançados, destaca-se a queda do indicador de clima do INE em
novembro, apontando para algum abrandamento da atividade económica a curto prazo. Nos
indicadores de confiança, apenas o relativo aos serviços diminuiu nesse mês.
Figura 2.1.3: Indicador de Clima Económico (tv; média móvel de 3 meses, mm3) e
Indicadores de Confiança, IC (saldo de respostas extremas, sre; mm3)
Figura 2.1.4: Indicador de Sentimento Económico em Portugal, Área Euro e UE
(média 1990-2012=100)
2 O Banco de Portugal salienta que estes indicadores mensais tendenciais não têm, por definição, uma componente
irregular, pelo que apresentam um perfil alisado e, portanto, não se destinam a captar em cada momento do tempo a
evolução da taxa de variação homóloga da respetiva variável de referência (PIB e consumo privado, respetivamente).
-1.1
-0.9
-0.7
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6 0.7 0.7 0.7
0.5
-1.2
-1.0
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
nov-13 jan-14 mar-14 mai-14 jul-14 set-14 nov-14
IC Consum. IC Ind. Transf.
IC Constr. e Obras Púb. IC Comércio
IC Serviços Indicador de clima ec. (esc. dta)Fonte: INE
102.3
70
75
80
85
90
95
100
105
110
dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14
Portugal Área Euro UE Média 1990-2012=100Fonte: Comissão Europeia
Indicadores
avançados apontam
para abrandamento
da atividade, com
origem nos serviços
Abrandamento do
consumo privado e
aceleração da FBCF
em novembro
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
14
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Também em novembro, o Índice de Sentimento Económico da Comissão Europeia para
Portugal recuou para 102.3 pontos, valor ainda acima da média de longo prazo (100 pontos) e
compreendido entre os valores da Área Euro (100.8 pontos) e da UE (104.1 pontos).
2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais
Projeções para Portugal
Quadro 2.2.1: Projeções económicas para Portugal
BdP OCDE FMI CE Governo
(10-12-14) (25-11-14) (5-11-14) (4-11-14) (15-10-14)
2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015
PIB (tvar, %) 0.9 1.5 0.8 1.3 0.8 1.2 0.9 1.3 1.0 1.5
Consumo privado 2.2 2.1 1.5 0.5 1.6 1.6 1.6 1.5 1.8 2.0
Consumo público -0.5 -0.5 -0.4 -0.8 -0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.6 -0.5
FBCF 2.2 4.2 1.1 2.9 1.4 1.8 1.9 2.4 1.5 2.0
Exportações 2.6 4.2 3.1 5.3 3.5 4.5 3.6 4.6 3.7 4.7
Importações 6.3 3.1 5.6 3.0 4.5 4.4 4.5 4.7 4.7 4.4
Contributos (p.p.)
Exportações Líquidas -1.5 0.4 -0.9 0.9 -0.4 0.0 -0.3 0.0 -0.3 0.2
Procura Interna 2.3 1.1 1.7 0.4 1.3 1.1 1.2 1.3 1.4 1.3
Procura externa relevante (tvar, %) 3.5 3.7 3.1 4.3
Emprego (tva, %) 2.3 0.8 1.6 0.8 1.4 1.0
Taxa de desemprego (% da pop. ativa) 13.7 12.8 14.2 13.5 14.5 13.6 14.2 13.4
Inflação (tva do IHPC, %) -0.1 0.7 -0.2 0.2 0.0 0.4 0.0 0.6 0.0 0.7
Balança corrente e de capital (% PIB) 2.6 2.8 1.4 1.7 1.5 1.5
Balança corrente (% PIB) -0.4 0.4 0.6 0.4 -0.2 0.1 0.3 0.3
Balança de bens e serviços (% PIB) 1.6 2.5 1.3 1.5
Saldo orçamental (% do PIB) -4.9 -2.9 -5.0 -3.4 -4.9 -3.3 -4.8 -2.7
Dívida pública bruta (% PIB) 127.2 128.1 127.8 125.7 127.7 125.1 127.2 123.7
Fontes: Banco de Portugal, BdP, Boletim Económico de dezembro de 2014; OCDE, Economic Outlook - November 2014;
FMI, Concluding Statement of the First Post-Program Monitoring Discussion; Comissão Europeia, CE, European
Economy - Autumn 2014 ; Governo, Relatório da Proposta do Orçamento do Estado para 2015; Tva = taxa de variação
anual; tvar= taxa de variação anual real; p.p.= pontos percentuais.
No dia 10 de dezembro, o Banco de Portugal (BdP) deixou inalteradas as suas previsões de
crescimento económico para 2014 e 2015 (0.9% e 1.5% em volume, respetivamente).
Estes valores estão quase em linha com as projeções do Governo na Proposta do Orçamento do
Estado de 2015 (1.0% e 1.5%), apresentada a 15 de outubro, e são mais otimistas do que os
números divulgados pelas principais organizações internacionais em novembro.
Quanto às previsões de crescimento da economia nacional em 2016, que não analisamos em
detalhe devido ao grau de incerteza ser mais elevado (justificando a omissão no quadro), a
Comissão aponta a estimativa mais alta (1.7%), seguindo-se o BdP (1.6%), a OCDE
Governo e BdP mais
otimistas que as
organizações
internacionais
quanto ao
crescimento do PIB
em 2014 e 2015
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
15
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
(1.5%) e o FMI (1.3%), que divulgou também os valores mais baixas para 2014 (0.8%) e
2015 (1.2%), no âmbito da 1ª avaliação pós-programa.
O BdP refere que as suas projeções apontam para a continuação de um processo de
recuperação moderada da atividade económica, traduzindo-se num crescimento médio em
2014-2016 ligeiramente acima da Área Euro, mas com um nível do PIB no final do horizonte
de projeção (2016) ainda abaixo do observado antes da crise financeira.
Relativamente à composição do crescimento económico, em 2014 ele é explicado, em todas
as projeções, pela procura interna, que contraria o contributo negativo das exportações
líquidas, influenciado em parte por fatores extraordinários que afetaram a evolução das
exportações no início de 2014 (paragem, para manutenção, da refinaria de Sines).
Para 2015, apenas a OCDE aponta o regresso a um contributo predominante das
exportações líquidas (0.9 p.p.), mantendo-se a procura interna como o principal motor do
crescimento nas demais projeções. Isto acontece porque a OCDE é a organização mais otimista
quanto ao andamento das exportações (5.3%) e a que espera o menor crescimento do
consumo privado (0.5%) e das importações (3.0%) nesse ano.
Nas previsões do Banco de Portugal, as exportações líquidas (de todas as importações)
explicam uma parte pequena do crescimento do PIB em 2015 (0.4 p.p.) e, sobretudo, em 2016
(0.1 p.p.). Contudo, o Banco de Portugal destaca a preponderância do contributo das
exportações líquidas do respetivo conteúdo importado no período 2015-16 (0.9 p.p. do
crescimento médio de 1.6% esperado nesse biénio), já próximo do valor ocorrido em 2012-13.
Figura 2.2.1: Peso no PIB nominal da procura interna e das exportações excluindo os
respetivos conteúdos importados (%)
Fonte: BdP (Boletim Económico, dezembro de 2014).
BdP realça o
contributo
preponderante das
exportações líquidas
do respetivo
conteúdo importado
no biénio 2015-16
Crescimento
económico em 2014
explicado pela
procura interna
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
16
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Ainda segundo o BdP, “o peso [no PIB nominal] das exportações deduzidas do
respetivo contributo importado, que traduz o contributo efetivo desta componente para a
criação de valor acrescentado interno, deverá manter uma tendência ascendente”, um sinal da
“continuação do processo de reorientação para os setores transacionáveis”, num quadro de
recuperação da FBCF empresarial3, incluindo bens com elevado conteúdo importado. Tal implica
que o peso no PIB nominal da procura interna sem o respetivo conteúdo importado continuará
em queda, isto apesar da retoma prevista da procura interna total.
Com base nestes dados, o BdP refere, na conclusão do Boletim Económico de dezembro de
2014, que a “dinâmica da economia portuguesa deverá continuar a ser maioritariamente
assegurada pelo desempenho das exportações, a par de uma recuperação da procura interna,
que será compatível com a manutenção de excedentes na balança corrente e de capital” [2.6%
do PIB em 2014 e 2.8% em 2015, valores acima das previsões da Comissão e do Governo].”
“O dinamismo das exportações, num contexto de melhoria dos termos de troca, deverá
favorecer a manutenção de excedentes da balança corrente e de capital ao longo do horizonte
de projeção, permitindo uma melhoria da posição de investimento internacional [PII]”.
Ainda em termos de componentes de despesa, refira-se que o Governo e o BdP apresentam
previsões de aumento do consumo privado (2.0% e 2.1%, respetivamente) bastante
superiores às organizações internacionais, ajudando a explicar os valores mais elevados de
crescimento do PIB em 2015. O Banco de Portugal é mais otimista que o Governo quanto à
evolução em 2015 da FBCF (variações previstas de 4.2% e 2.0%, respetivamente) e das
importações (3.1% e 4.4%), mas menos no que se refere à previsão das exportações (4.2% e
4.7%), que já tem em conta a recente revisão em baixa das projeções do Eurosistema para o
crescimento da Área Euro. As previsões das exportações incorporam ganhos de quota de
mercado em 2015, após uma descida inesperada em 2014 (apenas nas previsões do BdP, mais
recentes), influenciada pelos efeitos extraordinários já referidos.
Quanto ao resto das previsões, o Governo espera uma descida da taxa de desemprego para
13.4% em 2015, um valor superior ao projetado pela OCDE (12.8%), mas abaixo das
estimativas da Comissão e do FMI, que chamam a atenção para o impacto das políticas ativas
de emprego. Embora não apresente previsões para a taxa de desemprego, o Banco de Portugal
estima um impacto significativo dos estágios profissionais no recente aumento do emprego.
3 A retoma prevista do investimento será liderada pela FBCF empresarial (beneficiando de uma melhoria nas
expectativas de procura e nas condições de financiamento), segundo o BdP, que espera uma estabilização na
componente pública do investimento e uma retoma ligeira na componente residencial. A propósito do financiamento, o
BdP refere uma reorientação do crédito para as empresas de menor risco a partir de 2013 e a concorrência entre as
instituições de crédito por estes clientes, permitindo uma redução das taxas de juro pagas.
OCDE prevê a taxa
de desemprego
mais baixa (12.8%
em 2015)
Aumento da quota
de mercado das
exportações em
2015, após queda
inesperada em 2014
Para o BdP, a retoma
da procura interna é
compatível com a
manutenção de
excedentes externos
PII melhora com
excedente externo,
em face da evolução
favorável das
exportações e dos
termos de troca.
Retoma do
investimento
liderada pela FBCF
empresarial, com
mais financiamento
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
17
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
No que se refere à taxa de inflação, tanto o Governo como o BdP esperam um valor de 0.7%
em 2015 (após uma variação do IHPC próxima de zero em 2014), superior às previsões das
organizações internacionais, sobretudo na comparação com a OCDE (0.2%), a única a não
afastar o risco de deflação. A Comissão Europeia sustenta que a subida do salário mínimo
(considerada prematura pelo FMI) deverá conter os riscos de deflação. Nas previsões do BdP,
que incorporam uma subida moderada dos salários e dos custos unitários do trabalho no setor
privado, o diferencial de inflação face à Área Euro deverá regressar, em 2016, a um valor
negativo (após um valor nulo em 2015), esperado em países em ajustamento estrutural, como
Portugal, no contexto de uma união monetária.
Ao nível das contas públicas, o Governo propõe-se reduzir o défice orçamental para 2.7% do
PIB em 2015 (0.2 p.p. acima da meta de 2.5% com que se tinha comprometido perante as
autoridades europeias), com o rácio da dívida pública a descer para 123.7% do PIB. As
previsões posteriores para o défice e a dívida públicos (em rácio do PIB) das organizações
internacionais são todas superiores às do Governo. A OCDE é a única entidade que prevê um
défice abaixo da referência de 3% do PIB em 2015 (2.9%), mas é também a única a esperar
um aumento do rácio da dívida pública nesse ano.
Os riscos para as previsões de crescimento económico – e, de forma associada, para as
contas públicas – são predominantemente descendentes para todas as organizações. Os
riscos descendentes mais citados são uma evolução menos favorável da procura externa (o BdP
estima uma probabilidade de materialização de 60% em 2015 e 55% em 2016), sobretudo a
oriunda da UE, o abrandamento das reformas estruturais e da consolidação orçamental, e o
elevado endividamento público e privado, que constitui uma restrição à retoma e uma
importante fonte de vulnerabilidade em caso de novas tensões nos mercados financeiros. Além
destes riscos, o Governo aponta, no pior cenário, uma redução de 1.0 p.p. na previsão de
crescimento de 2015 devido a um desempenho abaixo do previsto no consumo privado. O BdP
refere que o consumo público poderá recuar mais do que o esperado (com uma probabilidade
de 60%) na eventualidade de serem necessárias medidas adicionais para atingir as metas
orçamentais. Por sua vez, a OCDE refere que a baixa inflação, embora seja positiva para a
competitividade, pode tornar-se prejudicial se for perspetivada como prolongada ou resvalar
para deflação, o que dificultaria a retoma económica e a redução do endividamento. Caso o
crescimento económico fique abaixo do previsto, a OCDE defende que o Governo não deve
tomar medidas adicionais de contenção, deixando os estabilizadores automáticos funcionar.
Embora não tenha feito um balanço dos riscos, o FMI referiu que a baixa competitividade
externa e o excessivo endividamento – em particular o das empresas – são os dois principais
obstáculos ao crescimento, exigindo medidas mais vigorosas por parte das autoridades.
Subida do salário
mínimo reduz o
risco de deflação,
segundo a
Comissão Europeia
Previsões
internacionais para
o défice e a dívida
públicos superiores
às do Governo
Riscos para o
crescimento:
menor ritmo das
reformas, da
procura externa e
do consumo
privado; queda
acrescida do
consumo público;
endividamento
excessivo; inflação
demasiado baixa
FMI defende mais
medidas para
contrariar a baixa
competitividade e
o excessivo
endividamento
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
18
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Em termos de riscos ascendentes, a OCDE refere que o desempenho das exportações poderá
ser fortalecido por uma implementação mais rápida de reformas e pelo crescimento acima do
esperado da economia espanhola, um dos nossos principais mercados, salientando ainda o
potencial positivo das iniciativas para estimular o financiamento com recurso a capitais próprios.
Entre as reformas importantes para fortalecer a reorientação em curso para o setor
transacionável, a OCDE destaca o aumento da concorrência nos serviços, um sistema judicial
reformado e eficiente, a redução dos impostos e um melhor desempenho da inovação, sendo
ainda necessário preservar os progressos alcançados nos mecanismos de negociação salarial.
Por seu turno, o BdP estima uma probabilidade de 55% da evolução das exportações e do
investimento ficarem acima do previsto em 2015 e em 2016 devido ao impacto positivo das
reformas estruturais.
Na conclusão do Boletim Económico de dezembro de 2014, o BdP destaca que, apesar
das melhorias observadas nos últimos anos, em particular a reorientação da atividade para os
setores transacionáveis, “o processo de reequilíbrio estrutural da economia ainda está
incompleto e o ajustamento macroeconómico ainda exige aprofundamento”. Com efeito, “o
potencial de crescimento previsto para a economia portuguesa no horizonte de projeção é
relativamente limitado” e continuará a ser condicionado no futuro pela desalavancagem privada
e pública, pelos desenvolvimentos demográficos, pelo baixo capital por trabalhador e pelo
reduzido dinamismo da Área Euro. Dados os “riscos de natureza interna e externa que
impendem sobre a economia portuguesa”, o BdP defende que “é crucial o cumprimento dos
compromissos estabelecidos a nível europeu em termos do processo de consolidação
orçamental, que são indispensáveis para sustentar uma trajetória descendente para o rácio da
dívida pública. Em paralelo, o processo de reformas estruturais no sentido da criação de
incentivos à inovação, à mobilidade de fatores e ao investimento em capital físico e humano
deve ser aprofundado. Um consenso alargado em torno deste processo é fundamental para
aumentar a credibilidade, a previsibilidade e a capacidade de implementação das políticas que o
sustentam. As condições anteriores são indispensáveis para promover uma melhor afetação dos
recursos e o crescimento da produtividade, contribuindo assim para o desígnio de aumentar
sustentadamente os níveis de bem-estar económico em Portugal”.
Projeções para a economia mundial e principais mercados
As previsões de outono do FMI, divulgadas em outubro, apontam para uma aceleração
gradual da economia mundial nos próximos anos, passando de um crescimento de 3.3% em
2014, para 3.8% em 2015 e 4.0% em 2016, valores bastante próximos das projeções
apresentadas em novembro pela OCDE e pela Comissão Europeia (ver tabela abaixo), mas
que traduzem uma revisão em baixa face às previsões de Primavera.
Dinamismo de
Espanha, melhorias
no financiamento e
na implementação
das reformas
poderão reforçar
as exportações e o
crescimento
Aceleração gradual
da economia
mundial até 2016,
com crescimento
revisto em baixa
O BdP defende o
cumprimento dos
compromissos
orçamentais e um
consenso em torno
das reformas
estruturais
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
19
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 2.2.2: Previsões de crescimento económico – mundo e principais mercados (tvar, %)
OCDE (nov-14) CE (nov-14) FMI (out-14)
2014 2015 2016 2014 2015 2016 2014 2015 2016
Mundo 3.3 3.7 3.9 3.3 3.8 4.1 3.3 3.8 4.0
Economias Avançadas 1.8 2.3 2.4
EUA 2.2 3.1 3.0 2.2 3.1 3.2 2.2 3.1 3.0
Japão 0.4 0.8 1.0 1.1 1.0 1.0 0.9 0.8 0.8
UE 1.3 1.5 2.0 1.4 1.8 2.0
Área Euro 0.8 1.1 1.7 0.8 1.1 1.7 0.8 1.3 1.7
Alemanha 1.5 1.1 1.8 1.3 1.1 1.8 1.4 1.5 1.8
França 0.4 0.8 1.5 0.3 0.7 1.5 0.4 1.0 1.6
Itália -0.4 0.2 1.0 -0.4 0.6 1.1 -0.2 0.9 1.3
Espanha 1.3 1.7 1.9 1.2 1.7 2.2 1.3 1.7 1.8
Holanda 0.8 1.4 1.6 0.9 1.4 1.7 0.6 1.4 1.6
RU 3.0 2.7 2.5 3.1 2.7 2.5 3.2 2.7 2.4
OCDE 1.8 2.3 2.6
Economias em Desenvolvimento 4.4 5.0 5.2
Angola 3.9 5.9 6.2
Moçambique 8.3 8.2 8.2
Brasil 0.3 1.4 2.2
Rússia 0.2 0.5 1.5
Índia 5.6 6.4 6.5
China 7.3 7.1 6.9 7.3 7.1 6.9 7.4 7.1 6.8
Fontes: OCDE, Economic Outlook - November 2014; CE, European Economy - Autumn 2014; FMI, World Economic
Outlook – October 2014. Tvar= taxa de variação anual real.
O crescimento da economia mundial será suportado, em grande parte, pelas economias em
desenvolvimento, segundo o FMI, com destaque para o contributo da China – pese embora o
abrandamento esperado (até 6.8% em 2016) – e também da Índia (6.5% em 2016). Realça-se
ainda o elevado dinamismo de Moçambique (8.2% em 2016) e, em menor medida, de Angola
(6.2%), bem como o fraco desempenho do Brasil e, em particular, da Rússia, considerando
alguns mercados relevantes para Portugal.
Nas economias avançadas, o crescimento permanecerá mais forte nos EUA e no Reino Unido
(já em abrandamento) do que no Japão, praticamente estagnado, e na Área Euro, onde o ritmo
de crescimento deverá melhorar de forma muito gradual (até 1.7% em 2016, segundo o FMI).
No dia 4 de dezembro, o BCE reduziu as previsões de crescimento da Área Euro para 0.8% em
2014, 1.0% em 2015 e 1.6% em 2016, que constituem os valores mais baixos até ao momento.
A OCDE chama a atenção que estamos atualmente perante uma “economia mundial a baixa
velocidade”, com um ritmos de crescimento do investimento e do comércio mundial abaixo das
médias históricas, e padrões de procura divergentes entre países e regiões, tanto nas
economias avançadas como nas emergentes.
“Economia
mundial a baixa
velocidade”,
segundo a OCDE
Economias em
desenvolvimento
suportam
crescimento
mundial
EUA e Reino
Unido crescem
mais que Japão e
Área Euro
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20
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
No que se refere a riscos, a principal preocupação é uma estagnação prolongada na Área Euro
e no Japão (que entrou em recessão técnica no terceiro trimestre), com impacto global, bem
como a possibilidade de que a divergência de políticas monetárias leve a uma maior volatilidade
nas economias emergentes, em particular as mais endividadas.
2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas
2.3.1 Constituições, dissoluções e criação líquida de empresas
Nos primeiros dez meses de 2014, o número de constituições de empresas registou
uma quebra homóloga de 1.8% (para 28347), após uma forte recuperação em 2013 (15.2%).
Quadro 2.3.1.1: Constituições, dissoluções e criação líquida de empresas
2012 2013 1T 14 2T 14 3T 14 Out-14
Constituições de empresas
Número acumulado 29 175 33 618 10 175 18 175 25 440 28 347
Tvh (%) -11.7 15.2 -13.2 -5.4 -2.5 -1.8
Dissoluções de empresas
Número acumulado 25 828 18 057 7 231 17 036 20 827 27 132
Tvh (%) -21.7 -30.1 43.6 109.1 67.8 96.2
Criação líquida de empresas
Número acumulado 3 347 15 561 2 944 1 139 4 613 1 215
Tvh (%) 8 707.9 364.9 -56.0 -89.7 -66.3 -91.9
Rácio constituições/dissoluções 1.1 1.9 1.4 1.1 1.2 1.0
Fonte: INE. Tvh= Taxa de variação homóloga.
Por sua vez, o número de dissoluções aumentou 96.2% em termos homólogos no acumulado
até outubro (para 27132), invertendo o movimento de queda observado em 2012 e 2013.
Esta evolução traduziu-se numa menor criação líquida de empresas (tvh de -91.9%, para
1215) e numa descida do número de constituições por dissolução para 1.04 (1.9 em 2013).
Por setores, a criação líquida de empresas até outubro foi positiva na Agricultura,
produção animal, caça e floresta (1093 empresas), Alojamento e restauração (566), Atividades
de informação e comunicação (238), Eletricidade, gás e água (14) e Outros serviços (2888),
mais do que compensando a evolução negativa na Construção (-2202), nas Indústria
transformadora (-554), no Comércio por grosso e a retalho (-442), nos Transportes e
armazenagem (-361) e nas Indústrias extrativas (-25).
Quebra ligeira das
constituições e
retoma das
dissoluções induz
menor criação
líquida de empresas
até outubro
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21
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Figura 2.3.1.1: Criação líquida de empresas por setor (nº de empresas)
2.3.2 Insolvências de empresas
Os dados mais recentes da Informa D&B sobre o número de empresas com processos de
insolvência mostram uma redução homóloga de 22.9% no período de janeiro a outubro
(para 3671 empresas), acentuando o movimento de correção iniciado em 2013.
Quadro 2.3.2.1: Insolvências
2012 2013 Mar-14 Jun-14 Set-14 Out-14
Empresas com insolvências *
Número acumulado 5 936 5 562 1 361 2 569 3 269 3 671
Tvh (%) 31.9 -6.3 -12.6 -16.1 -23.6 -22.9
Fonte: Informa D&B. * Empresas com processos de insolvência iniciados no período considerado com publicação no
portal Citius/Ministério de Justiça. Tvh = taxa de variação homóloga.
1093
-25
-554
14
-2202
-442
-361
566
238
2888
1249
4
1481
72
466
3464
254
1930
793
5848
-3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
Indústrias extrativas
Indústria transformadora
Eletricidade, gás, e água
Construção
Comércio por grosso e a retalho*
Transportes e armazenagem
Alojamento e restauração
Atividades de informação e de comunicação
Outros serviços
2013 Jan-Out 14Fonte: INE e cálculos próprios. * Inclui reparação automóvel
Queda mais forte
das insolvências
em 2014
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22
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
3. INTERNACIONALIZAÇÃO
3.1 Comércio internacional
Nesta seção são apresentadas as principais tendências das exportações e importações de bens
e de serviços, incluindo o cálculo e análise de quotas de mercado das exportações.
3.1.1 Comércio internacional de bens
Saldo da balança de bens
Quadro 3.1.1.1: Saldo da balança de bens
2013 Var. homóloga Jan-Out 14 Var. homóloga
Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%) Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%)
Total
Exportações (FOB) 47 266 2 053 4.5 40 320 757 1.9
Importações (CIF) 56 906 532 0.9 49 114 1 588 3.3
Saldo -9 640 1 521 -13.6 -8 795 -831 10.4
Taxa de Cobertura (%) 83.1 82.1
Intra-UE
Exportações (FOB) 33 228 1 119 3.5 28 621 789 2.8
Importações (CIF) 40 954 666 1.7 36 540 2 890 8.6
Saldo -7 726 454 -5.5 -7 918 -2 102 36.1
Taxa de Cobertura 81.1 78.3
Extra-UE
Exportações (FOB) 14 039 934 7.1 11 698 -32 -0.3
Importações (CIF) 15 952 -134 -0.8 12 575 -1 303 -9.4
Saldo -1 913 1 068 -35.8 -876 1 271 -59.2
Taxa de Cobertura 88.0 93.0
Total sem combustíveis
Exportações (FOB) 42 343 893 2.2 36 973 1 561 4.4
Importações (CIF) 45 746 1 075 2.4 40 385 2 572 6.8
Saldo -3 403 -182 5.7 -3 412 -1 012 42.1
Taxa de Cobertura 92.6 91.6
Fonte: INE. Tvhn = taxa de variação homóloga nominal. M€= Milhões de euros. CIF (Cost, Insurance and Freight)
significa a inclusão dos custos inerentes ao transporte das mercadorias e FOB (Free on Board) o contrário.
O défice da balança de bens agravou-se 10.4% em comparação homóloga nos primeiros 10
meses de 2014 (para 8795 M€), com variações de 1.9% nas exportações (2.8% no mercado
comunitário e -0.3% no extracomunitário) e 3.3% nas importações (8.6% e -9.4%), o que se
refletiu numa descida da taxa de cobertura para 82.1% (face a 83.2% no período homólogo).
Défice da balança
de bens agrava-se
com aumento das
importações acima
das exportações
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
23
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Excluindo combustíveis, as saídas cresceram 4.4% e as entradas 6.8%, traduzindo-se num
agravamento do saldo deficitário ainda mais forte do que o verificado no saldo global.
Exportações de bens
De acordo com a desagregação por produtos, o contributo mais positivo para a variação
homóloga das exportações até outubro (1.9%) proveio do material de transporte (0.7 p.p.),
seguindo-se o vestuário, os bens agrícolas, os plásticos e borracha, o calçado e o mobiliário,
considerando apenas os valores mais significativos.
A paragem já referida da refinaria de Sines no início do ano justifica a descida acentuada das
exportações de combustíveis até outubro (19.4%), com um forte contributo negativo (-2.0
p.p.). Sem essa componente, as exportações de bens cresceram 4.4% nos dez primeiros meses
de 2014, traduzindo uma aceleração face ao aumento registado no conjunto de 2013 (2.2%).
Quadro 3.1.1.2: Exportações de bens por tipo de produto
2013 Jan-Out 2014
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 6 946 0.4 0.1 5 844 0.3 0.1
Material de Transporte: S17 (86-89) 4 966 -5.4 -0.6 4 464 6.5 0.7
Combustíveis: S5 (27) 4 923 30.8 2.6 3 347 -19.4 -2.0
Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 3 825 4.4 0.4 3 229 1.0 0.1
Metais: S15 (72-83) 3 696 -0.6 -0.1 3 232 3.5 0.3
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 280 5.9 0.4 2 960 6.9 0.5
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 2 992 8.4 0.5 2 572 4.5 0.3
Químicos: S6 (28-38) 2 671 5.4 0.3 2 211 -0.8 0.0
Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15)
2 588 6.0 0.3 2 320 10.5 0.6
Vestuário: S11 (61-62) 2 542 2.8 0.2 2 340 11.3 0.6
Calçado: S12 (64-67) 1 827 8.1 0.3 1 703 9.1 0.4
Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 742 5.3 0.2 1 547 6.1 0.2
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 1 516 3.8 0.1 1 327 3.9 0.1
Outros 1 380 -12.0 -0.4 1 088 -5.8 -0.2
Mobiliário: S20 (94) 1 374 7.5 0.2 1 291 12.7 0.4
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-
26) 773 1.8 0.0 635 -0.7 0.0
Peles e couros S8 (41-43) 226 22.7 0.1 209 13.3 0.1
Total 47 266 4.5 40 320 1.9
Total sem combustíveis 42 343 2.2 2.0 36 973 4.4 3.9
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2013. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
O crescimento homólogo das exportações até outubro foi assegurado pelo mercado
comunitário, que acelerou ligeiramente face a 2013 (para uma tvh de 2.8%), em contraste
com a quebra, embora ligeira, no mercado extracomunitário (-0.3%), como já referido.
Exportações
aceleram excluindo
combustíveis (em
queda temporária),
com contributos
positivos de vários
produtos
UE assegura subida
das exportações e
contraria quebra
ligeira no mercado
extracomunitário
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
24
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
O crescimento nos 20 principais mercados até outubro (2.5%) foi superior ao conjunto das
exportações, reforçando o seu peso na estrutura de vendas para o exterior.
Nesses mercados, o maior contributo positivo para o aumento das exportações foi dado pelo
Reino Unido (0.7 p.p.), seguindo-se a China, os EUA, a Alemanha e a França, com contributos
semelhantes e ligeiramente superiores ao de Espanha.
Os principais contributos negativos tiveram origem nos mercados de Marrocos (-0.3 p.p.),
Brasil e Bélgica (-0.2 p.p.).
Quadro 3.1.1.3: Exportações de bens nos 20 principais mercados de 2013
2013 Jan-Out 2014
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Espanha 11 175 10.1 2.3 9 482 1.2 0.3
Alemanha 5 503 -1.7 -0.2 4 804 3.1 0.4
França 5 494 2.7 0.3 4 741 3.2 0.4
Angola 3 113 4.2 0.3 2 618 2.4 0.2
Reino Unido 2 602 9.0 0.5 2 439 13.6 0.7
Estados Unidos 1 999 7.1 0.3 1 747 9.4 0.4
Países Baixos 1 889 0.9 0.0 1 612 3.3 0.1
Itália 1 559 -6.2 -0.2 1 288 -1.5 0.0
Bélgica 1 338 -5.8 -0.2 1 064 -7.9 -0.2
Brasil 739 8.5 0.1 520 -15.5 -0.2
Marrocos 733 59.6 0.6 500 -21.6 -0.3
China 658 -15.5 -0.3 703 27.9 0.4
Argélia 527 23.2 0.2 495 9.0 0.1
Suécia 442 -4.5 0.0 400 4.9 0.0
Polónia 441 9.9 0.1 388 5.0 0.0
Suíça 419 4.6 0.0 360 2.1 0.0
Turquia 381 7.3 0.1 346 7.8 0.1
Gibraltar 342 9.7 0.1 245 -16.0 -0.1
Moçambique 327 13.8 0.1 262 -3.2 0.0
Dinamarca 317 1.8 0.0 262 -1.6 0.0
Subtotal 40 000 4.8 4.0 34 276 2.5 2.1
Total 47 266 4.5 40 320 1.9
Intra-UE 33 228 3.5 2.5 28 621 2.8 2.0
Extra-UE 14 039 7.1 2.1 11 698 -0.3 -0.1
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2013. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Quotas de mercado das exportações de bens
A quota de mercado das exportações nacionais no mercado mundial de bens situou-se
em 0.340% no primeiro trimestre de 2014, correspondendo a uma subida ligeira face ao ano de
2013 (0.335%), com uma melhoria mais notória no mercado intra-UE (de 0.734% para
0.741%) do que no mercado extra-UE (de 0.1028% para 0.1033%).
Quota de mercado
mundial das
exportações de bens
sobe para 0.340% de
janeiro a setembro
20 Maiores
mercados de
exportação
reforçam peso
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
25
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 3.1.1.4: Quotas de mercado das exportações de bens (%)
2012 2013 1T-3T 14
Mundo 0.315 0.335 0.340
Intra-UE 0.693 0.734 0.741
Extra-UE 0.0955 0.1028 0.1033
Fontes: OMC e INE. Nota metodológica: as quotas foram calculadas dividindo as exportações de Portugal (dados
trimestrais da OMC em milhões de dólares, repartidos entre os mercados intra-UE e extra-UE usando a estrutura de
exportações de Portugal calculada a partir de informação do INE para os períodos em causa) pelas importações totais
nos vários mercados (obtidas na mesma base de dados trimestrais da OMC).
Considerando agora apenas dados do INE, destacamos a retoma homóloga da procura
externa relevante de bens desde o primeiro trimestre 2014, o que, em conjunto com o pior
desempenho das exportações pelos motivos extraordinários já referidos, levou a uma queda
temporária da quota de mercado das exportações no segundo trimestre (invertendo a
trajetória de forte crescimento de 2012 e 2013), registando-se já uma estabilização no terceiro
trimestre. Os dados mais recentes das exportações, relativos a outubro, sugerem uma maior
dinâmica das exportações e das quotas de mercado no final de 2014.
Figura 3.1.1.1: Evolução homóloga das exportações de mercadorias, da procura externa
relevante e dos ganhos de quota de mercado
No que se refere às quotas de mercado nos 20 principais mercados de exportação de
bens, os nossos cálculos mostram que, em 2013, os valores mais elevados foram registados
em Gibraltar (60.77%, um valor que desce para apenas 0.04% se excluirmos a componente de
combustíveis, que pesou 99.5% nas exportações para esse país), Angola (16.49%),
Moçambique (4.79%), Espanha (4.36%), Marrocos (2.15%), Argélia (1.28%) e França
(1.07%), considerando apenas valores acima de 1%. Os dados já disponíveis para 2014
permitem evidenciar um aumento muito significativo da quota de mercado no mercado da
Argélia (para 3.50%, considerando o período de janeiro a outubro), intensificando a tendência
de subida observada em 2013, e uma recuperação apreciável no mercado angolano (para
5.6 4.5
5.9 6.7
2.2
-0.6
1.5
4.1
1.3
-2.1 -2.3
-0.3
0.4 1.0
1.6
4.3
6.6
8.2
7.0
1.8
-1.6
-0.1
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
2012 2013 3T 13 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14 out-14
Exportações de mercadorias (tvhn, %)Procura externa relevante (tvhn, %)Ganho (+) / Perda (-) de quota de mercadoFonte: INE e cálculos próprios
Retoma da procura
externa de bens
desde o 1º trimestre
Exportações
recuperam a partir
do 3º trimestre
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
26
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
17.86% no primeiro semestre), onde se havia registado uma queda significativa em 2013. Pela
sua dimensão, realça-se também a recuperação da quota de mercado na China (para 0.058%
de janeiro a outubro, já acima do valor observado em 2012). Em apenas cinco dos principais
mercados ocorreram perdas de quota de mercado em 2014, sendo pouco significativas com
exceção das registadas em Marrocos (-0.43 p.p.) e Espanha (-0.14 p.p.).
Quadro 3.1.1.5: Quotas de mercado nos 20 maiores mercados de exportação de bens
Quotas (%, valores acumulados) Variação (p.p.)
2012 2013 Jan-Out 2014 2013 Jan-Out 2014
Espanha 3.87 4.36 4.21 0.49 -0.14
Alemanha 0.62 0.61 0.63 -0.01 0.01
França 1.02 1.07 1.12 0.05 0.05
Angola * 18.67 16.49 17.86 (1S 14) -2.18 1.37 (1S 14)
Reino Unido 0.44 0.53 0.57 0.08 0.04
Estados Unidos 0.10 0.11 0.12 0.01 0.00
Países Baixos 0.41 0.43 0.44 0.02 0.01
Itália 0.44 0.43 0.43 -0.01 0.00
Bélgica 0.42 0.39 0.38 -0.02 -0.02
Brasil 0.38 0.39 0.35 0.02 -0.05
Marrocos 1.32 2.15 1.72 0.84 -0.43
China 0.055 0.045 0.058 -0.010 0.013
Argélia 1.09 1.28 3.50 0.18 2.22
Suécia 0.36 0.37 0.39 0.00 0.03
Polónia 0.26 0.28 0.29 0.02 0.00
Suíça 0.26 0.28 0.28 0.02 0.00
Turquia 0.19 0.20 0.23 0.01 0.03
Gibraltar [sem combustíveis] ** 66.23 [0.19] 60.77 [0.04] -5.46 [-0.15]
Moçambique * 4.05 4.79 6.21 (1T 14) 0.74 1.42 (1T 14)
Dinamarca 0.44 0.44 0.42 0.00 -0.01
Fontes: OMC, INE Angola, INE Moçambique, Governo de Gibraltar, ONU, INE, BdP, cálculos próprios. Tabela ordenada
pelo valor das exportações em 2013 (como no quadro 3.1.1.3). P.p. = pontos percentuais. *Pesos de Portugal nas
importações de mercadorias desses países, obtidas a partir de dados dos respetivos institutos nacionais de estatística.
** A quota de mercado global em Gibraltar foi calculada usando dados do INE (exportações de Portugal) e da ONU
(importações totais de Gibraltar, convertidas de dólares para euros usando taxas de câmbio anuais fornecidas pelo
Banco de Portugal); foi ainda estimada a quota de mercado excluindo combustíveis (peso nas importações de Gibraltar,
com base em dados do Governo desse país), que pesaram 99.5% nas exportações de Portugal para Gibraltar em 2013.
As restantes quotas seguem a metodologia descrita na nota do quadro anterior (mas aqui com dados mensais).
Importações de bens
O detalhe por tipo de produtos mostra que o crescimento homólogo de 3.3% das importações
de bens até outubro foi justificado, na sua maior parte, pelo forte contributo positivo do
material de transporte (2.4 p.p.), salientando-se ainda o contributo significativo das máquinas e
aparelhos (1.1 p.p.).
Material de
transporte explica
grande parte do
aumento das
importações,
atenuado pelo recuo
nos combustíveis
Perdas de quota de
mercado em apenas
5 dos 20 maiores
mercados
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
27
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
O principal contributo negativo ocorreu na rubrica de combustíveis (-2.1 p.p.).
Quadro 3.1.1.6: Importações de bens por tipo de produto
2013 Jan-Out 2014
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Combustíveis: S5 (27) 11 160 -4.6 -1.0 8 730 -10.1 -2.1
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 8 370 0.3 0.0 7 270 7.8 1.1
Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15)
6 242 3.3 0.4 5 126 -1.4 -0.2
Químicos: S6 (28-38) 5 885 -4.0 -0.4 5 100 3.0 0.3
Material de Transporte: S17 (86-89) 5 019 5.0 0.4 5 182 28.0 2.4
Metais: S15 (72-83) 4 320 0.9 0.1 3 764 4.2 0.3
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 281 5.7 0.3 2 924 6.1 0.4
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 2 829 5.5 0.3 2 245 -5.7 -0.3
Outros 1 980 6.2 0.2 1 655 3.1 0.1
Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 1 848 5.0 0.2 1 619 5.3 0.2
Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 729 11.0 0.3 1 522 4.9 0.1
Vestuário: S11 (61-62) 1 614 3.7 0.1 1 470 10.6 0.3
Peles e couros S8 (41-43) 731 14.8 0.2 695 15.0 0.2
Mobiliário: S20 (94) 633 -5.0 -0.1 600 14.3 0.2
Calçado: S12 (64-67) 591 3.6 0.0 595 18.0 0.2
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 534 -2.3 0.0 486 10.5 0.1
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)
140 -6.4 0.0 132 12.6 0.0
Total 56 906 0.9 49 114 3.3
Total sem combustíveis 45 746 2.4 1.9 40 385 6.8 5.4
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2013. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Como referido, a subida homóloga das importações até outubro teve origem no mercado
comunitário (tvh de 8.6%), que contrariou o forte recuo no mercado extracomunitário (-
9.4%).
Os 20 principais mercados de importação registaram um crescimento homólogo (1.8%)
inferior ao total das importações (3.3%).
Nesses 20 mercados, os maiores contributos positivos para o aumento das importações
pertenceram à Alemanha (1.7 p.p.), Espanha e França.
Os contributos mais negativos ocorreram nas importações de Angola (-2.6 p.p.), Camarões,
Rússia e Nigéria.
Alemanha e Espanha
com forte contributo
para o aumento das
importações
contrariam recuo das
compras a Angola
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
28
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 3.1.1.7: Importações de bens nos 20 principais mercados de 2013
2013 Jan-Out 2014
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Espanha 18 336 2.2 0.7 15 850 5.0 1.6
Alemanha 6 466 1.2 0.1 6 062 15.4 1.7
França 3 819 2.9 0.2 3 493 10.5 0.7
Itália 2 916 -0.5 0.0 2 557 7.6 0.4
Países Baixos 2 853 5.7 0.3 2 525 6.2 0.3
Angola 2 632 47.8 1.5 1 256 -49.4 -2.6
Reino Unido 1 664 -0.6 0.0 1 483 7.7 0.2
Bélgica 1 423 -0.8 0.0 1 305 11.5 0.3
China 1 370 -1.5 0.0 1 354 15.8 0.4
Rússia 1 000 110.2 0.9 589 -29.9 -0.5
Estados Unidos 843 -12.4 -0.2 746 8.1 0.1
Brasil 832 -39.2 -1.0 748 -3.3 -0.1
Camarões 810 117.4 0.8 164 -75.1 -1.0
Nigéria 748 -19.3 -0.3 541 -27.4 -0.4
Arábia Saudita 695 -21.9 -0.3 680 6.4 0.1
Cazaquistão 550 -27.5 -0.4 605 22.8 0.2
Suécia 549 -3.4 0.0 551 19.3 0.2
Irlanda 547 0.5 0.0 470 6.6 0.1
Turquia 520 65.0 0.4 324 -25.5 -0.2
Polónia 434 5.8 0.0 441 24.3 0.2
Subtotal 49 005 3.0 2.6 41 744 1.8 1.6
Total 56 906 0.9 49 114 3.3
Intra-UE 40 954 1.7 1.2 36 540 8.6 6.1
Extra-UE 15 952 -0.8 -0.2 12 575 -9.4 -2.7
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2013. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
3.1.2 Comércio internacional de serviços
O excedente da balança de serviços aumentou 2.9% em variação homóloga no período de
janeiro a outubro, para 9488 M€, não obstante uma subida significativa das importações
(9.4%, com contributos elevados das rubricas de transportes e de outros serviços de
empresas), que foi contrariada por um aumento mais forte das exportações, mas apenas em
variação absoluta, pois a taxa de crescimento foi inferior (6.1%). O aumento das exportações
de serviços foi liderado pela rubrica viagens, turismo e outros (subida de 11.3% e contributo
de 5.4 p.p.), que justificou a melhoria do saldo da balança de serviços no período em apreço.
De acordo com dados revistos da OMC, a quota nacional das exportações no mercado
mundial de serviços aumentou de 0.58% em 2012 para 0.61% em 2013.
Excedente de
serviços aumenta
com dinamismo o
das exportações de
viagens e turismo
Quota de mercado
dos serviços sobe
para 0.61% em 2013
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
29
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 3.1.2.1: Balança de serviços
2013 Var. homóloga Jan-Out 14 Var. homóloga
Valor
(M€)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Exportações 21 957 2 027 10.2 19 475 1 126 6.1
Transformação, manut., reparação
899 119 15.2 0.6 562 -186 -24.8 -1.0
Transportes 5 523 390 7.6 2.0 4 734 114 2.5 0.6
Viagens e turismo* 10 267 696 7.3 3.5 9 823 997 11.3 5.4
Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação
1 023 31 3.1 0.2 980 111 12.8 0.6
Outros serviços forn. por empresas
3 706 745 25.2 3.7 3 049 209 7.4 1.1
Pessoais, culturais,
recreativos, Ad. Púb. 538 46 9.3 0.2 326 -120 -26.9 -0.7
Importações 10 838 194 1.8 9 987 862 9.4
Transformação,
manut., reparação 282 27 10.6 0.3 266 46 21.1 0.5
Transportes 2 995 -22 -0.7 -0.2 2 858 266 10.3 2.9
Viagens e turismo* 4 104 103 2.6 1.0 3 600 166 4.8 1.8
Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação
1 205 47 4.0 0.4 1 199 159 15.2 1.7
Outros serviços forn. por empresas
1 773 100 6.0 0.9 1807 373 26.0 4.1
Pessoais, culturais, recreativos, Ad. Púb.
479 -61 -11.3 -0.6 258 -148 -36.5 -1.6
Saldo 11 119 1 833 19.7 9 488 264 2.9
Transformação,
manut., reparação 617 92 17.5 296 -232 -43.9
Transportes 2 528 412 19.5 1876 -152 -7.5
Viagens e turismo* 6163 593 10.6 6223 831 15.4
Direitos e serviços de telecom., informáticos
e de informação
-182 -16 9.7 -219 -47 27.4
Outros serviços forn. por empresas
1933 645 50.1 1242 -164 -11.7
Pessoais, culturais,
recreativos, Ad. Púb. 59 107 s.s. 69 28 70.1
Fonte: BdP. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; ; p.p. = pontos percentuais; s.s. = sem
significado. * Inclui as componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.
3.1.3 Balança de bens e serviços
De acordo com o Banco de Portugal, o saldo da balança de bens e serviços (BBS) situou-se
em 2445 M€ no período de janeiro a outubro (note-se que o saldo da componente de bens
difere dos dados acima apresentados do INE – ver nota do quadro abaixo), traduzindo uma
redução homóloga de 648 M€, explicada pelo agravamento do défice da balança de bens, a
refletir em parte os fatores temporários que afetaram as exportações de bens no início do ano.
Excedente da BBS
recua com menor
desempenho das
exportações de bens
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
30
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Em termos de estrutura, merece referência o aumento do peso dos serviços tanto nas
exportações (para 33.0% até outubro, após 32.0% em 2013) como nas importações (17.6% e
16.7%) da BBS. Destaca-se, em particular, o peso acrescido das viagens e turismo no total das
exportações de bens e serviços (16.6%), e dos transportes (5.0%) no caso das importações,
refletindo as dinâmicas de crescimento referidas na subsecção anterior.
Quadro 3.1.3.1: Balança de bens e serviços
Exportações
Importações Saldo
2013 Jan-Out 14 2013 Jan-Out 14 2013 Jan-Out 14
Valor
(M€)
Peso
(%)
Valor
(M€)
Peso
(%)
Valor
(M€)
Peso
(%)
Valor
(M€)
Peso
(%)
Valor
(M€)
Valor
(M€)
Bens (FOB) 46 670 68.0 39 574 67.0 54 134 83.3 46 616 82.4 -7 464 -7 043
Serviços 21 957 32.0 19 475 33.0 10 838 16.7 9 987 17.6 11 119 9 488
Transformação, manut., reparação
899 1.3 562 1.0 282 0.4 266 0.5 617 296
Transportes 5 523 8.0 4 734 8.0 2 995 4.6 2 858 5.0 2 528 1 876
Viagens e turismo* 10 267 15.0 9 823 16.6 4 104 6.3 3 600 6.4 6 163 6 223
Direitos e serv. de telecom., informát.
e de informação
1 023 1.5 980 1.7 1 205 1.9 1 199 2.1 -182 -219
Outros serviços forn. por empresas
3 706 5.4 3 049 5.2 1 773 2.7 1 807 3.2 1 933 1 242
Pessoais, culturais,
recreat., Ad. Púb. 538 0.8 326 0.6 479 0.7 258 0.5 59 69
Total 68 627 100.0 59 049 100.0 64 972 100.0 56 603 100.0 3 655 2 445
Fonte: Banco de Portugal. M€= milhões de euros. Nota: devido a diferenças de natureza metodológica, ocorre uma
diferença significativa de valores na balança de bens entre este quadro e o quadro 3.1.1.1, que tem como fonte o INE.
As diferenças têm origem sobretudo nas importações, em boa medida porque esta componente se encontra expressa
em valores CIF nos dados do INE e em valores FOB nos do Banco de Portugal (ver nota ao quadro 3.1.1.1). * Inclui as
componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.
3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços
A evolução da balança de bens e serviços (BBS) tem vindo a beneficiar nos anos mais recentes
de uma melhoria dos termos de troca, que se intensificou em 2013.
Apesar de algum abrandamento no segundo e terceiro trimestres, no conjunto dos três
primeiros trimestres de 2014 regista-se uma melhoria homóloga dos termos de troca
(2.1%: 2.0% nos bens e 0.5% nos serviços) superior à observada em 2013, traduzindo uma
queda mais forte dos preços das importações totais (2.4%) – influenciada pela descida nos
bens energéticos – e a manutenção de um recuo ligeiro nos preços das exportações (0.3%).
Esta evolução dos preços das exportações e importações acompanha, de forma
aproximada, a ocorrida na componente de bens, com maior peso. Nos serviços, os dados até
ao terceiro trimestre mostram um aumento mais forte dos preços das exportações (que
aceleraram significativamente no terceiro trimestre) do que das importações.
Termos de troca
mais favoráveis
beneficiam a BBS
Aumento do peso dos
serviços na estrutura
de exportações e
importações da BBS
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
31
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Em perspetiva, a recente intensificação da queda dos preços do petróleo nos mercados
internacionais (incluindo em euros) deverá proporcionar uma melhoria mais forte dos termos de
troca na parte final do ano. A prazo, a capacidade de aumentar os preços das exportações –
nomeadamente pela diferenciação e inovação – em particular da componente de bens (com
maior peso) – será determinante para sustentar a melhoria dos termos de troca, pois os
preços de importação de bens não irão diminuir indefinidamente e não será possível continuar a
comprimir os preços de venda das mercadorias no exterior por via da redução de margens e de
custos, que foi facilitada pela descida dos custos laborais no programa de ajustamento.
Quadro 3.1.4.1: Evolução dos termos de troca (tvh, %)
Deflator exportações, tvh (1) Deflator importações, tvh (2) Termos de troca (p.p.) = (1)-(2)
Bens (FOB) Serviços Total Bens (FOB) Serviços Total Bens (FOB) Serviços Total
2012 1.7 2.0 1.8 1.4 2.6 1.6 0.3 -0.6 0.2
2013 -0.8 1.0 -0.3 -2.3 0.6 -1.9 1.5 0.4 1.6
1T- 3T 14 -0.9 1.4 -0.3 -2.9 0.9 -2.4 2.0 0.5 2.1
1T 14 -0.8 0.5 -0.4 -3.4 0.4 -2.9 2.7 0.2 2.5
2T 14 -0.8 1.3 -0.2 -2.8 1.2 -2.2 2.0 0.1 2.0
3T 14 -1.2 2.3 -0.3 -2.4 1.0 -1.9 1.3 1.3 1.7
Fonte: INE (dados das contas nacionais) e cálculos próprios. Tvh = taxa de variação homóloga. FOB: ver nota ao
quadro 3.1.1.1.
3.2 Investimento direto
Segundo dados revistos do BdP (seguindo o princípio direcional), o investimento direto
estrangeiro (IDE) aumentou para 6053 M€ de janeiro a outubro, mais do que quintuplicando
o valor registado no período homólogo. Esta evolução reflete, em parte, algumas operações de
elevado montante, mas já não apenas privatizações, sugerindo um regresso progressivamente
mais sustentado do IDE (dirigido a um leque mais alargado de empresas), sinal de uma maior
confiança na economia nacional após o final do programa de ajustamento.
Contudo, o investimento português no exterior (em recuperação desde 2013, em parte
associado à dinâmica exportadora) foi ainda mais elevado nesse período (6699 M€), traduzindo-
se num valor negativo de investimento direto líquido (646 M€).
Quadro 3.2.1: Investimento direto (saldos acumulados no ano em M€, salvo outra indicação)
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14 Out-14
Invest. Direto líquido = (1)-(2) 13 979 427 427 -1 952 -443 140 -646
Inv. Direto. Estrangeiro (1) 6 671 1 938 1 938 1 301 6 584 6 809 6 053
Tvha (%) 9.0 -71.0 -71.0 s.s. s.s. 641.4 431.5
Inv. Direto no Exterior (2) -7 308 1 510 1 510 3 253 7 027 6 669 6 699
Tvha (%) s.s. s.s. s.s. 1169.7 s.s. 437.0 276.1
Fontes: INE e BdP. Tvha =taxa de variação homóloga acumulada; M€= milhões de euros; s.s. = sem significado.
Forte aumento do
IDE até outubro
não impede
investimento direto
líquido negativo
Capacidade de
aumentar os
preços das
exportações será
determinante para
sustentar os
termos de troca
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
32
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
4. FINANCIAMENTO
4.1 Taxas de juro
Quadro 4.1.1: Taxas de juro
2012 2013 1T 14 2T 14 3T 14 Out-14 Nov-14
Taxas de juro (%)
Mercado monetário (≤1 ano)
Taxa “Refi” do BCE (fim de período) 0.75 0.25 0.25 0.15 0.05 0.05 0.05
Taxas Euribor (valores médios)
3 meses 0.574 0.220 0.295 0.299 0.165 0.083 0.081
6 meses 0.828 0.336 0.397 0.393 0.266 0.184 0.182
12 meses 1.112 0.536 0.563 0.570 0.440 0.338 0.335
Dívida soberana: OT
Yield PT, 10 anos (média) (a) 10.55 6.29 4.86 3.66 3.45 3.21 3.13
Yield Área Euro, 10 anos 3.88 3.00 2.66 2.23 1.80 1.62 1.54
Yield Alemanha, 10 anos (b) 1.50 1.57 1.61 1.35 0.99 0.79 0.72
Prémio de risco de PT = (a) –(b) 9.05 4.72 3.25 2.31 2.45 2.42 2.41
Crédito a empresas
Novas operações até 1 M€ (exclui descobertos bancários)
Taxa de juro média pond. em PT 7.08 6.39 6.04 5.78 5.37 5.21
Tx. de juro média pond. na Á. Euro 4.07 3.89 3.78 3.69 3.42 3.27
Fontes: EMMI (European Money Markets Institute), BdP, BCE e Eurostat. OT = Obrigações do Tesouro; PT = Portugal;
Taxa “Refi” do BCE = taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento do Eurosistema.
Figura 4.1.1: Taxas Euribor a 3, 6 e 12 meses (valores médios mensais, %)
No mercado monetário interbancário, as taxas Euribor médias recuaram para novos mínimos
históricos em novembro (0.081% no prazo de 3 meses, 0.182% nos 6 meses e 0.335% nos
0.081
0.182
0.335
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
nov-1
3
dez-
13
jan-1
4
fev-1
4
mar-
14
abr-
14
mai-14
jun-1
4
jul-14
ago-1
4
set-
14
out-
14
nov-1
4
Euribor 3m Euribor 6 m Euribor 12 mFonte: BdP
Taxas Euribor
recuam na
perspetiva de mais
medidas do BCE
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
33
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
12 meses), refletindo a perspetiva de novas medidas expansionistas do BCE. No dia 19 de
dezembro, as taxas diárias situaram-se em 0.081%, 0.254% e 0.329% nos prazos referidos.
No mercado secundário de dívida pública, a yield média a 10 anos de Portugal desceu para
um mínimo de muitos anos em novembro (3.13%), na sequência das medidas do BCE, mas
continuou a ser a terceira mais elevada da Área Euro, apenas atrás dos valores do Chipre e da
Grécia. O prémio de risco-país medido pelo diferencial face à yield alemã praticamente
estabilizou em 2.41 p.p., após uma subida em outubro. Já em dezembro, a yield diária de
Portugal no prazo referido situou-se em 2.73% no dia 19, perto do mínimo atingido no dia 8.
Figura 4.1.2: Yields soberanas a 10 anos de alguns países da Área Euro (%)
Figura 4.1.3: Taxas de juro sobre novas operações (até 1 M€, excluindo descobertos
bancários) a sociedades não financeiras por inst. fin. monetárias (médias ponderadas, %)
0.72
3.13
0
2
4
6
8
10
12
jan-1
3
fev-1
3
mar-
13
abr-
13
mai-13
jun-1
3
jul-13
ago-1
3
set-
13
out-
13
nov-1
3
dez-
13
jan-1
4
fev-1
4
mar-
14
abr-
14
mai-14
jun-1
4
jul-14
ago-1
4
set-
14
out-
14
nov-1
4
Alemanha Espanha Grécia Irlanda PortugalFonte: Eurostat
1.96
5.21
3.27
1
2
3
4
5
6
7
8
jun-1
1
ago-1
1
out-
11
dez-
11
fev-1
2
abr-
12
jun-1
2
ago-1
2
out-
12
dez-
12
fev-1
3
abr-
13
jun-1
3
ago-1
3
out-
13
dez-
13
fev-1
4
abr-
14
jun-1
4
ago-1
4
out-
14
Chipre Alemanha Espanha França Grécia
Irlanda Itália Luxemburgo Portugal Zona Euro
Fontes: BCE,
Eurostat
Yield das OT a 10
anos em mínimo de
muitos anos, mas
ainda a 3ª mais alta
da Área Euro
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
34
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Refletindo a evolução nos mercados monetário e de capitais, a taxa de juro média dos
empréstimos às sociedades não financeiras (operações até 1 M€) estabilizou perto de um
mínimo de quase quatro anos e meio em outubro (5.21%), mas continuou a ser das mais altas
da Área Euro, apenas superada pelo Chipre, pela Grécia (neste caso, o último valor disponível
data de maio) e, desde outubro, pela Irlanda, que registou uma subida face a setembro. O
diferencial face à Área Euro aumentou para 1.94 p.p. em outubro, embora com uma
tendência ainda claramente descendente.
4.2 Crédito bancário
Quadro 4.2.1: Stock de crédito (final de período)
2012 2013 Mar-14 Jun-14 Set- 14 Out-14
Crédito interno total (M€) 344 454 330 632 324 639 321 154 316 081 315 467
Tvh (%) -5.0 -4.0 -4.6 -5.7 -6.5 -6.5
Crédito a soc. não financeiras 123 257 115 704 114 788 112 085 110 773 110 386
Tvh (%) -9.0 -6.1 -5.6 -7.5 -5.6 -5.7
Crédito à Ind. Transf. 13 595 13 241 13 297 13 469 13 350 13 438
Tvh (%) -7.7 -2.6 -2.1 -2.1 -0.5 1.6
Fonte: BdP. Tvh =taxa de variação homóloga; M€= milhões de euros.
Em outubro, o stock de crédito interno total manteve a queda homóloga de 6.5%
registada em setembro, traduzindo um agravamento significativo em comparação com
dezembro de 2013 (tvh de -4.0%), com origem nas Administrações Públicas (de -0.5% para
-14.9%) e nas Sociedades Financeiras (de -0.4% para -8.9%), que contrariaram a
atenuação das quedas no crédito a Particulares (de -4.4% para -3.4%) e às Sociedades não
Financeiras (de -6.1% para -5.7%).
Figura 4.2.1: Stock de crédito interno do setor financeiro monetário às sociedades não
financeiras (M€ e tvh em %)
110 386
-5.7%
-10%
-9%
-8%
-7%
-6%
-5%
-4%
-3%
-2%
-1%
0%
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
jan-1
1
mar-
11
mai-11
jul-11
set-
11
nov-1
1
jan-1
2
mar-
12
mai-12
jul-12
set-
12
nov-1
2
jan-1
3
mar-
13
mai-13
jul-13
set-
13
nov-1
3
jan-1
4
mar-
14
mai-14
jul-14
set-
14
Stock de crédito interno às soc. não fin. (esc. esq.) tvh (esc. dta.)Fonte: BdP
Taxa de juro do
crédito às empresas
em mínimo de
quase quatro anos e
meio, mas ainda das
mais elevadas da
Área Euro
Crédito interno
mantém queda
homóloga em
outubro
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
35
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Apesar do desagravamento face a dezembro de 2013 e da queda homóloga já inferior à média,
o crédito a Sociedades não financeiras registou a maior descida em valor absoluto entre
dezembro de 2013 e outubro de 2014 (5318 M€, seguindo-se as quedas de 3583 M€ no crédito
a Particulares, 3281 M€ nas Sociedades financeiras e 2973 M€ nas Administrações Públicas).
Por setor de atividade, apenas a indústria transformadora e a agricultura e pescas tiveram
um aumento do crédito entre dezembro e outubro (197 M e 139 M€, respetivamente).
Figura 4.2.2: Empréstimos bancários a sociedades não financeiras por setor de atividade
(saldos em final de mês, não incluindo títulos; M€)
Figura 4.2.3: Crédito do setor financeiro monetário e não monetário às sociedades não
financeiras: total (inclui SGPS), grandes empresas, PME e exportadoras (tvh, %)
Ainda ao nível das sociedades não financeiras, salienta-se a aceleração do crédito às empresas
exportadoras (tvh de 5.3% no final de outubro, face a 2.5% no final de dezembro), o
deasagravamento nas PME (para -5.7%), refletindo a melhoria da atividade económica e das
1 351
2 081
4 045
4 496
4 728
5 883
6 850
9 551
12 103
12 513
13 438
15 638
0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000
Outras atividades
Agricultura, produção animal,…
Eletricidade, gás, vapor e água;…
Educação, saúde e outras…
Alojamento, restauração e similares
Atividades de consultoria, técnicas…
Transportes e armazenagem
SGPS
Comércio
Atividades imobiliárias
Indústria transformadora
Construção
Dez-12 Dez-13 Out-14Fonte: BdP
-8.6
-10.6
4.6
-7.8 -7.8
-3.5
2.5
-6.7 -5.7 -5.4
5.3
-6.1
-12.0
-10.0
-8.0
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
PME Grandes empresas Empresas exportadoras Total
Dez-12 Dez-13 Out-14Fonte: BdP
Crédito às empresas
exportadoras
acelera entre
dezembro e outubro
Crédito até outubro
apenas melhora na
IT e na agricultura
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
36
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
condições de financiamento, e a queda mais forte nas grandes empresas (-5.4%),
influenciada pela preferência por outras fontes de financiamento, como o mercado de capitais.4
4.3 Mercado de capitais
No período de janeiro a novembro, o valor transacionado no mercado secundário a
contado aumentou 42.6% em termos homólogos, para 39632.3 M€, valor que se repartiu
entre 38797.2 M€ na Euronext Lisbon (com uma tvh de 43.3%) e, ao nível dos sistemas de
negociação multilateral (com menores exigências de listagem, por isso mais apropriados à
participação das PME), 811.3 M€ na EasyNext Lisbon (25.1%) e 23.7 M€ no PEX (-58.7%). O
valor negociado na AlterNext Lisbon não atingiu 1 M€.
Considerando os segmentos com maior peso em cada mercado, a subida homóloga das
transações na EuroNext Lisbon foi fortemente influenciada pelas ações (tvh de 38.8%; peso de
96.7% nas sessões normais), enquanto na EasyNext Lisbon se destacou a progressão nos
certificados (35.6%; 79.3%) e no PEX o recuo nas obrigações (-58.7%; 100%).
Em novembro, a capitalização bolsista subiu para 250074.1 M€ na EuroNext Lisbon (tvh de
10.5%), 3425.2 M€ na EasyNext Lisbon (4.6%) e 64.3 M€ na AlterNext Lisbon.
Quadro 4.3.1: Transações e capitalização bolsista (M€, salvo outra indicação)
Valor transacionado Capitalização bolsista
2012 2013 Jan-Nov 14 Dez-12 Dez-13 Nov-14
Mercados regulamentados 24 469.6 27 867.1 38 797.2
Tvh (%) -17.2 13.9 43.3
Euronext Lisbon 24 469.6 27 867.1 38 797.2 207 967.8 226 057.0 250 074.1
Tvh (%) -17.2 13.9 43.3 24.0 8.7 10.5
Sistemas de neg. multilateral 401.5 778.1 835.1
Tvh (%) -40.8 93.8 18.3
EasyNext Lisbon 336.9 715.8 811.3 2 571.4 3 220.1 3 425.2
Tvh (%) -27.1 112.5 25.1 -11.1 25.2 4.6
AlterNext Lisbon 0.0 0.0 0.0 7.7 7.7 64.3
Tvh (%) s.s. s.s. s.s. s.s. -0.3 s.s.
PEX 64.5 62.3 23.7
Tvh (%) -70.2 -3.4 -58.7
Total (merc. secund. a contado) 24 871.0 28 645.2 39 632.3
Tvh (%) -17.8 15.2 42.6
Fonte: CMVM. Tvh = taxa de variação homóloga.
O índice acionista de referência PSI-20 situou-se em 5176.14 pontos no final de
novembro, traduzindo uma variação mensal de -0.9%, homóloga de -20.8% e acumulada no
ano de -21.1%.
4 Nota: os dados deste parágrafo não são diretamente comparáveis com os anteriores, por incluirem empréstimos de
instituições não monetárias, mas excluirem o crédito titularizado.
Menor queda do
crédito a PME e
maior nas grandes
empresas
PSI-20 recua 21.1%
até novembro
Aumento do valor
transacionado em
bolsa com origem
na Euronext
(sobretudo ações)
e na EasyNext
Lisbon (sobretudo
certificados)
Capitalização
bolsista aumenta
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
37
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
5. MERCADO DE TRABALHO
No terceiro trimestre de 2014, a taxa de desemprego diminuiu pelo sexto trimestre
consecutivo, para 13.1% (face a 13.9% no trimestre anterior e 15.5% no homólogo), que
constitui um mínimo de três anos. A descida homóloga da taxa de desemprego traduziu uma
queda do número de desempregados (16.0%) superior à da população ativa (0.7%),
tendo-se verificado um crescimento de 2.1% no emprego.
Figura 5.1: Taxa de desemprego total, jovem e de longa duração
(%, sem correção de sazonalidade)
Em variação absoluta, o aumento homólogo do emprego (95.7 mil pessoas) absorveu
apenas parte da queda acentuada do número de desempregados (131.0 mil), traduzindo-se
numa redução significativa da população ativa (35.3 mil) sem correspondência nos inativos (que
diminuíram 27.1 mil). Como apenas uma parte dessa redução pode ser atribuída a dinâmicas
internas (saídas do mercado de trabalho por morte ou menos pessoas a entrar na vida ativa),
infere-se que a emigração tem ainda um efeito relevante na redução do desemprego.
Em cadeia, o aumento absoluto do emprego (50.5 mil) foi superior à redução do desemprego
(40.0 mil), mas a evolução pode ser influenciada por sazonalidade.
Dos dados mais detalhados do emprego, realça-se que os contratos de trabalho com termo
foram os que mais aumentaram entre os trabalhadores por conta de outrem (9.2%, em termos
homólogos), embora o aumento dos contratos sem termo seja já significativo (5.4%).
A subida homóloga do emprego teve origem nos setores terciário e secundário (tvh de 4.4% e
3.7%, respetivamente), mais do que compensando a queda no setor primário (-12.9%).
No que se refere ao desemprego, é o setor secundário que regista o maior decréscimo
homólogo (tvh de -25.1%, face a -12.4% no setor terciário e -11.0% no primário).
12.7 15.5 16.2
12.1
17.5
13.1
30.3
37.9 38.1
27.3
42.5
32.2
6.7 8.4
10.0 10.3 8.8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2011
2012
2013
1T 1
1
2T 1
1
3T 1
1
4T 1
1
1T 1
2
2T 1
2
3T 1
2
4T 1
2
1T 1
3
2T 1
3
3T 1
3
4T 1
3
1T 1
4
2T 1
4
3T 1
4
Taxa de desemprego total
Taxa de desemprego jovem (15-24 anos)
Taxa de desemprego de longa duração (12 ou mais meses)Fonte: INE
Taxa de desemprego
recua para mínimo
de três anos no 3º
trimestre (13.1%)
Infere-se um efeito
ainda relevante da
emigração na
redução homóloga
do desemprego
Aumento já
significativo dos
contratos de
trabalho sem termo
Setor secundário
com a maior
queda homóloga
do desemprego
Desemprego cai
5.5% em termos
homólogos e
emprego sobe 2.1%
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
38
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Por grau de qualificação, a redução homóloga do desemprego é mais forte nas pessoas com
ensino superior (tvh de -18.5%), seguida das que possuem apenas ensino básico (-17.5%) e
das que têm como habilitações o ensino secundário ou pós-secundário (-10.7%).
É também de realçar a queda homóloga da taxa de desemprego de longa duração (para
8.8%) e da taxa de desemprego jovem (para 32.2%).
Quadro 5.1: Inquérito trimestral ao emprego do INE
3T 13 2T 14 3T 14 Tvh (%) Tvc (%)
População ativa (103 indivíduos) 5 289.3 5 243.5 5 254.0 -0.7 0.2
Taxa de atividade (%) 50.6 50.4 50.6
População empregada (103) 4 469.4 4 514.6 4 565.1 2.1 1.1
Sector Primário 467.7 408.6 407.3 -12.9 -0.3
Sector Secundário 1 043.6 1 073.9 1 089.7 4.4 1.5
Sector Terciário 2 958.1 3 032.1 3 068.2 3.7 1.2
Trabalhadores por conta de outrem (103) 3 467.8 3 595.4 3 676.5 6.0 2.3
Com contrato de trabalho sem termo 2 717.6 2 830.2 2 864.6 5.4 1.2
Com contrato de trabalho com termo 626.1 630.1 683.6 9.2 8.5
População desempregada (103) 819.9 728.9 688.9 -16.0 -5.5
Ensino básico: até 3º ciclo 473.7 423.6 390.6 -17.5 -7.8
Ensino secundário ou pós-secundário 205.1 185.3 183.2 -10.7 -1.1
Ensino superior 141.2 120.1 115.1 -18.5 -4.2
Desemp. à procura de novo emprego (103) 716.0 639.6 595.6 -16.8 -6.9
Oriundos do Sector Primário 14.5 13.0 12.9 -11.0 -0.8
Oriundos do Sector Secundário 251.6 208.6 188.5 -25.1 -9.6
Oriundos do Sector Terciário 419.7 384.9 367.7 -12.4 -4.5
Taxa de desemprego (%) 15.5 13.9 13.1
Homens 15.2 13.5 12.3
Mulheres 15.8 14.3 14.0
Jovens (15-24 anos) 36.4 35.6 32.2
Longa duração (12 ou mais meses) 10.0 9.4 8.8
Regiões
Norte 16.5 15.0 14.3
Centro 11.0 10.4 10.5
Lisboa 17.9 15.1 14.0
Alentejo 16.1 14.0 12.6
Algarve 13.8 13.5 11.2
R. A. Açores 17.7 16.0 15.7
R. A. Madeira 17.0 15.7 13.0
População inativa (103 indivíduos) 5 154.5 5 150.3 5 127.4 -0.5 -0.4
Fonte: INE. Tvh(c)= taxa de variação homóloga (em cadeia).
Nas regiões, a redução homóloga da taxa de desemprego foi generalizada, com a maior
descida a ocorrer na R. A. da Madeira (-4.0 p.p., para 13.0%), seguida de Lisboa (-3.9 p.p.,
para 14.0%), Alentejo (-3.5 p.p., para 12.6%), Algarve (-2.6 p.p., para 11.2%), Norte (-2.2
p.p., para 14.3%), R. A. dos Açores (-2.0 p.p., para 15.7%, ainda o valor mais alto a nível
nacional) e no Centro (-0.5 p.p., para 10.5%), que continua a registar o valor mais baixo.
Redução homóloga
da taxa de
desemprego em
todas as regiões
Desemprego
desce menos nas
qualificações
intermédias
Recuo das taxas de
desemprego jovem e
de longa duração
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
39
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS
O índice global de matérias-primas do FMI recuou 5.3% em cadeia no terceiro trimestre,
com quedas em todas as componentes, com exceção dos metais (subida de 0.5%). A queda
do índice global prosseguiu a um ritmo superior em outubro (6.4%) e novembro (5.9%), em
face da descida acentuada na componente da energia (9.0% em outubro e 9.3% em
novembro), que reflete o aumento da oferta global (com destaque para a exploração de
petróleo e gás de xisto pelos EUA) e a retoma ainda pouco acentuada da economia mundial.
Quadro 6.1: Índices e cotações das matérias-primas (médias de período)
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14 Out-14 Nov-14
Índices (tvc, %)
Índice global de matérias-primas (100%) -3.2 -1.6 -1.4 0.0 1.4 -5.3 -6.4 -5.9
Índice de m.p. agrícolas (7.7%) -12.7 1.6 3.5 1.2 0.4 -2.9 -0.9 -0.2
Índice de metais (10.7%) -16.8 -4.3 0.9 -4.2 -3.4 0.5 -2.9 -0.3
Índice da energia (63.1%) 0.7 -1.8 -1.9 -0.6 1.7 -5.7 -9.0 -9.3
Índice de alimentação e bebidas (18.5%) -4.2 -0.1 -2.8 4.7 3.1 -7.5 -0.8 0.7
Preços de mat.-primas industriais
Algodão (cts. $/libra de peso) 89.24 90.40 87.16 93.99 92.60 77.07 70.34 67.53
Tvc (%) -42.3 1.3 -5.1 7.8 -1.5 -16.8 -4.1 -4.0
Cobre ($/tonelada) 7958.9 7331.5 7162.9 7030.2 6795.3 6995.8 6737.5 6712.9
Tvc (%) -9.8 -7.9 1.1 -1.9 -3.3 3.0 -2.0 -0.4
Minério de ferro ($/tonelada) 128.5 135.4 134.9 120.4 102.6 90.3 80.1 73.1
Tvc (%) -23.4 5.3 1.6 -10.7 -14.8 -12.0 -2.6 -8.7
Petróleo (barril de brent, $) 112.0 108.8 109.4 107.9 109.8 102.1 87.3 78.4
Tvc (%) 0.9 -2.8 -0.6 -1.3 1.7 -7.0 -10.3 -10.1
Fonte: FMI. Tvc = taxa de variação em cadeia; cts=cêntimos.
Figura 6.1: Índice global de matérias-primas e componentes de inputs industriais: metais,
matérias-primas agrícolas e energia (2005=100, valores mensais)
0
50
100
150
200
250
300
jan-0
5
mai-05
set-
05
jan-0
6
mai-06
set-
06
jan-0
7
mai-07
set-
07
jan-0
8
mai-08
set-
08
jan-0
9
mai-09
set-
09
jan-1
0
mai-10
set-
10
jan-1
1
mai-11
set-
11
jan-1
2
mai-12
set-
12
jan-1
3
mai-13
set-
13
jan-1
4
mai-14
set-
14
M.P. Agrícolas Metais Energia Índice global M.P.Fonte: FMI
Índice global de
matérias-primas
cai a maior ritmo
em outubro e
novembro com
descida acentuada
na energia
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
40
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
7. CUSTOS DA ENERGIA
7.1 Eletricidade
No primeiro semestre de 2014, os preços sem IVA e outros impostos dedutíveis da
eletricidade pagos pela indústria nacional registaram variações homólogas mais baixas que a
média da UE na maioria dos escalões de consumo, com exceção do primeiro, incluindo algumas
variações negativas (do quarto ao sexto escalão).
Embora os preços sem IVA e outros impostos estejam ligeiramente abaixo ou em linha com
média da UE nos vários escalões de consumo (com a ressalva que Portugal tem défice e
dívida tarifários, não repercutidos no preço, uma situação só com paralelo em Espanha),
Portugal situa-se na metade de países da UE em que a indústria mais paga pela eletricidade,
sobretudo nos dois primeiros escalões (8º preço mais elevado), onde se situam as PME.
Quadro 7.1.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) da eletricidade na indústria (€/KWh)
Portugal UE (28)
1S 13 2S 13 1S 14 1S 14 2S 13 1S 14
#UE 28 (sem imp., taxas)
Bandas de consumo
IA: Consumo < 20 MWh
IB
0.1858 0.1836 0.1910 8º (9º) 0.1929 0.1903
Tvh (%) 4.3 1.3 2.8 4.4 1.9
IB: [20Wh; 500 MWh [ 0.1145 0.1406 0.1494 8º (8º) 0.1423 0.1479
Tvh (%) 6.7 0.4 3.4 3.2 4.7
IC: [500Wh; 2 000 MWh [ 0.1153 0.1138 0.1162 11º (9º) 0.1185 0.1234
Tvh (%) 0.8 -0.9 0.8 2.4 3.2
ID: [2 000; 20 000 MWh [ 0.1041 0.1025 0.1010 12º (10º) 0.1065 0.1085
Tvh (%) -1.3 -1.4 -3.0 1.9 1.7
IE: [20 000Wh; 70 000 MWh [ 0.0917 0.0910 0.0842 12º (13º) 0.0945 0.0945
Tvh (%) -2.0 -1.0 -8.2 0.7 0.1
IF: [70 000; 150 000 MWh] 0.0816 0.0818 0.0761 12º em 26 (13º) 0.0841 0.0852
Tvh (%) -2.2 0.4 -6.7 -0.5 -2.0
Fonte: Eurostat. # UE 28 (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos dedutíveis (sem
todos os impostos e taxas) na UE 28; Mwh= megawatts/hora.; tvh= taxa de variação homóloga. Nota: não há dados
para Portugal (e vários outros países europeus) no escalão de consumo acima de 150 000 MWh.
Ao contrário de semestres anteriores, não se notam grandes diferenças no ranking de preços
quando se exclui a totalidade de impostos e taxas (tal sucedia nos dois primeiros escalões de
consumo), apontando para uma estrutura de impostos e taxas (incidente sobre os preços da
eletricidade) mais próxima da média europeia nos vários escalões de consumo.
Portugal na metade
de países com preços
da eletricidade (sem
impostos) mais altos
da UE
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
41
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
7.2 Gás natural
No primeiro semestre de 2014, os preços do gás natural sem IVA e outros impostos
dedutíveis pagos pela indústria registaram variações homólogas significativamente acima da
UE, sobretudo nos três primeiros escalões de consumo, em que os aumentos de preço a nível
nacional contrastaram com as quedas significativas na média europeia, que parecem mais
consentâneas com a evolução dos preços das cotações internacionais de produtos energéticos.
Neste caso, os preços médios nacionais (sem IVA e outros impostos e taxas dedutíveis) são
claramente superiores à média da UE e são dos mais elevados entre os países europeus com
informação disponível, sobretudo nos dois primeiros escalões de consumo (posições 1ª e 3ª).
Quadro 7.2.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) do gás natural na indústria (€/GJ)
Portugal UE (28)
1S 13 2S 13 1S 14 1S 14 2S 13 1S 14
#UE (sem imp. taxas)
Bandas de consumo
I1: Consumo < 1 000 GJ
IB
18.64 20.46 20.59 1º em 25 (1º) 15.40 14.58
Tvh (%) 15.0 11.8 10.5 1.4 -2.0
I2: [1 000; 10 000 GJ [ 15.30 16.05 16.02 3º em 26 (1º) 13.28 13.04
Tvh (%) 10.7 6.4 4.7 5.9 -4.8
I3: [10 000; 100 000 GJ [ 11.66 11.66 11.86 6º em 26 (3º) 11.12 10.93
Tvh (%) 4.9 0.0 1.7 4.9 -4.7
I4: [100 000; 1 000 000 GJ [ 10.18 10.03 10.10 7º em 26 (3º) 9.45 9.08
Tvh (%) 3.0 -2.1 -0.8 1.3 -4.7
I5: [1 000 000; 4 000 000 GJ] 9.62 9.27 9.56 5º em 21 (1º) 8.53 8.28
Tvh (%) 0.8 -5.3 -0.6 -2.7 -6.2
Fonte: Eurostat. # UE (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos e taxas dedutíveis
(sem todos os impostos e taxas) nos países com informação disponível da UE. ; GJ= gigajoules; tvh= taxa de variação
homóloga. Nota: não há dados para Portugal (e vários outros países europeus) no escalão acima de 4 000 000 GJ.
Excluindo todos os impostos e taxas, verifica-se que os preços se tornam ainda mais elevados
no contexto europeu nos vários escalões (com a 1ª posição nos escalões 1, 2 e 5), significando
que o peso dos impostos e taxas não dedutíveis é inferior à maioria dos restantes países.
7.3 Combustíveis
O preço do gasóleo rodoviário sem impostos foi o 12º mais elevado da UE no período de
janeiro a outubro de 2014, traduzindo-se num valor acima da média europeia (0.708 e
0.692 €/litro, respetivamente), embora a distância se tenha encurtado, refletindo a queda
homóloga mais forte em Portugal (tvh de -7.2%, face a -5.3% na UE).
Preço do gasóleo
sem impostos acima
da média da UE, mas
com queda
homóloga mais forte
Preços do gás
natural (sem
impostos) na
indústria em
Portugal entre os
mais altos da UE
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
42
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Contudo, o preço de venda ao público (com impostos) continuou a situar-se abaixo da
média europeia (1.326 e 1.411 €/litro, respetivamente) devido a um peso da tributação inferior
à UE (46.6% e 51.0% do preço final), registando a 18ª posição entre os países da UE (28) com
preços mais elevados, abaixo do meio da tabela.
Na comparação com Espanha, o preço do gasóleo nacional é inferior antes de impostos e
apenas marginalmente superior após impostos, o que se explica pelo facto de Espanha ter um
peso da fiscalidade ainda mais abaixo da média europeia do que Portugal.
Quadro 7.3.1: Preço do gasóleo rodoviário em Portugal e na UE (€/litro)
2013 Jan-Out 14 Nov-14
Preço do gasóleo rodovoviário sem impostos
Portugal 0.760 0.708 0.643
Tvh (%) -6.5 -7.2 -13.0
Ranking na UE (28) 8º 12º
UE (28) 0.727 0.692
Tvh (%) -5.7 -5.3
Preço de venda ao público do gasóleo rodoviário
Portugal 1.387 1.326 1.245
Tvh (%) -4.4 -4.7 -8.5
Ranking na UE (28) 15º 18º
UE (28) 1.445 1.411
Tvh (%) -3.1 -2.7
Peso da tributação no preço (%)
Portugal 45.2 46.6
UE (28) 49.7 51.0
Fonte: DGEG (Direção-geral de Energia e Geologia). Nota: a tributação inclui o IVA (dedutível) e o ISP, do qual estão
isentas as instalações abrangidas pelo CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) e as empresas abrangidas
pelos ARCE (Acordos de Racionalização de Consumos Energéticos) – nº 2 do artº 89 do CIEC (Código dos Impostos
Especiais sobre o Consumo).
Os dados mais recentes, relativos a novembro, mostram uma intensificação da queda
homóloga dos preços do gasóleo (para tvh de -13.0% sem impostos e -8.5% com impostos).
Este preço tem tendência para continuar a cair, muito influenciado pela descida abrupta da
cotação do petróleo, que no início de janeiro chegou a negociar já abaixo 50 dólares por
barril, com perspetiva de um movimento de queda prolongado.
Queda mais forte
dos preços do
gasóleo, que se
deverá prolongar
em linha com a
evolução da cotação
do petróleo
Preço do gasóleo
com impostos
mantém-se abaixo
da média da UE e
pouco acima de
Espanha
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
43
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS
8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação
No terceiro trimestre verificou-se uma melhoria homóloga de 1.3% da competitividade-
preço da economia nacional (correspondente a uma depreciação no Índice de Taxa de Câmbio
Real Efetiva, ITCRE, medido com o deflator IPC face a 42 parceiros comerciais5), após quatro
trimestres de perda, causada pela apreciação cambial do euro (aferida pelo Índice de Taxa
de Câmbio Nominal Efetiva, ITCNE, medido também face a 42 parceiros comerciais). A menor
apreciação cambial (0.1%) e a manutenção de um diferencial de inflação negativo face ao
exterior significativo (1.4 p.p.) justificaram a recuperação da competitividade no trimestre.
Figura 8.1.1: Evolução da competitividade-preço e das componentes cambial e de diferencial
de preços face ao exterior: 42 parceiros (tvh em % dos ITCRE e ITCNE, e diferença em p.p.)
Os dados mais recentes mostram que a taxa de inflação homóloga de Portugal medida pelo
IHPC (índice Harmonizado de Preços no Consumidor) se reduziu para -0.3% no terceiro
trimestre, mas retomou um valor positivo de 0.1% em outubro e novembro (nesse mês, a
inflação registada pelo IPC foi nula), implicando uma subida do diferencial de inflação face
à UE (onde a taxa de inflação foi de 0.4% em novembro, que compara com 1.3% nos EUA),
que se tornou menos negativo, o que é desfavorável à competitividade-preço de Portugal.
Note-se que o diferencial de inflação face à UE é o principal determinante do diferencial de
preços face ao exterior, mas não é o único. De qualquer modo, como é referido mais abaixo, o
efeito de depreciação do euro parece ter-se acentuado nos meses mais recentes e deverá
contrariar uma eventual evolução menos favorável do diferencial de inflação face ao exterior.
5 42 parceiros: 37 parceiros [UE (28)+9 outros países industrializados (Austrália, Canadá, EUA, Japão, Noruega, Nova
Zelândia, México, Suíça e Turquia)]+5 outros países industrializados (Rússia, China, Brasil, Coreia do Sul e Hong Kong).
-1.6
0.2
1.1 0.8
0.3
-1.3
-1.7
1.7
2.4 2.2
1.9
0.1 0.1
-1.5 -1.3 -1.4
-1.6 -1.4
-2.0
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14
Ganho (-) ou perda (+) de competitividade-preço (ITCRE_IPC, tvh em %)
Componente cambial (ITCNE, tvh em %)
Componente preços (diferença em p.p.)Fonte: Eurostat
Taxa de inflação
positiva em outubro
e novembro torna
diferencial de
inflação face à UE
um pouco menos
negativo
Competitividade -
preço recupera no
terceiro trimestre
com menor
apreciação do euro
e manutenção de
um diferencial de
inflação negativo
face ao exterior
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
44
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Figura 8.1.2: Taxas de inflação homólogas (%) de Portugal, UE (IHPC) e EUA (IPC), e
diferencial de inflação entre Portugal e a UE (p.p.)
A retoma de uma taxa de inflação homóloga ligeiramente positiva em outubro e novembro
(0.1%, medida pelo IHPC) resultou da menor queda na componente de bens (para uma tvh de
-0.7%), uma evolução que contrariou a desaceleração dos preços dos serviços (para 1.1%).
Figura 8.1.3: Inflação (IHPC), total e componentes de bens e serviços (tvh, %)
Quanto ao câmbio euro/dólar (cuja evolução é um bom previsor da ITCNE de Portugal em
termos de alteração de andamento, dada a influência sobre os outros câmbios), os dados mais
recentes mostram uma interrupção da apreciação homóloga no terceiro trimestre (tvh nula)
e uma queda acentuada em outubro (7.1%) e novembro (7.6%, para um valor médio de
1.2472 euros por dólar), a refletir a postura mais expansionista do BCE. Embora a depreciação
homóloga nesse câmbio apenas tenha começado em setembro, o mês de novembro foi já o
oitavo consecutivo de queda mensal do euro. A cotação diária do euro prosseguiu em queda
em dezembro e, já no início de janeiro, desceu abaixo da fasquia dos 1.19 dólares.
0.2
-1.1 -0.9 -0.9 -0.9 -0.8
-0.4 -0.3
2.8
0.4
0.1 -0.1 -0.2 -0.3
0.1 0.1 0.4
1.3
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
3.0
2012
2013
4T 1
3
1T 1
4
2T 1
4
3T 1
4
out-
14
nov-1
4
Diferencial PT-UE Portugal UE (28) EUAFonte: Eurostat e BLS
2.8
0.4 0.4 0.1
-0.1 -0.2 -0.3
0.1 0.1
3.2
1.1 0.9
0.6 0.6
1.0
1.6 1.3
1.1
2.5
0.0 0.0
-0.3
-0.7
-1.1
-1.6
-0.7 -0.7
-2
-1
0
1
2
3
4
2012 2013 3T 13 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14 out-14 nov-14
IHPC, total (tvh, %) IHPC, serviços (tvh, %) IHPC, bens (tvh, %)Fontes: BdP, INE
Menor queda
homóloga dos
preços dos bens
Forte depreciação
do euro face ao
dólar favorável à
competitividade-
preço de Portugal
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
45
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Figura 8.1.4: Taxa de câmbio euro/dólar (média mensal)
8.2 Competitividade pelos custos laborais
Em termos de competitividade-custo (avaliada pelo ITCRE medido com o deflator CLU –
custos laborais unitários), os dados do Eurostat com o número de parceiros comerciais mais
elevado (37, neste caso) dizem ainda respeito ao primeiro trimestre de 2014.
A informação disponível até ao terceiro trimestre relativa ao ITCRE (CLU), calculada apenas
face aos 28 parceiros comerciais da UE, mostra uma melhoria homóloga da competitividade-
custo (1.7%) assente num diferencial de taxas de variação dos CLU mais negativo (1.2
p.p.) e num efeito cambial ligeiramente mais favorável.
Figura 8.2.1: Evolução da competitividade-custo e das componentes cambial e de diferencial
de CLU face ao exterior: 28 parceiros (tvh em % dos ITCRE e ITCNE, e diferença em p.p.)
1.5770
1.2472
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
jan-9
9
nov-9
9
set-
00
jul-01
mai-02
mar-
03
jan-0
4
nov-0
4
set-
05
jul-06
mai-07
mar-
08
jan-0
9
nov-0
9
set-
10
jul-11
mai-12
mar-
13
jan-1
4
nov-1
4
Fonte: BdP
-4.7
1.3 2.0
0.6
-0.6
-1.7
-0.6
0.5 0.6
0.0
-0.2 -0.5
-4.1
0.8 1.4
0.6
-0.4
-1.2
-6.0
-5.0
-4.0
-3.0
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
3.0
2012 2013 4T 13 1T 14 2T 14 3T 14
Ganho (-) ou perda (+) de competitividade-custo (ITCRE - CLU, tvh em %)
Componente cambial (ITCNE, tvh em %)
Componente CLU (diferença em p.p.)Fonte: Eurostat
Diferencial de
variação homóloga
dos CLU face à UE
melhora
competitividade-
custo no terceiro
trimestre de 2014
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
46
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA
9.1 Equilíbrio externo
De acordo com informação revista e preliminar do Banco de Portugal (já seguindo a nova
metodologia BPM66) a balança corrente acumulou um saldo positivo de 1401 M€ de janeiro a
outubro de 2014, o que traduz uma melhoria homóloga de 143.0% (825 M€), com melhorias
nas principais componentes (sobretudo na balança de rendimentos primários, em 1018 M€),
exceto na balança de bens, cujo saldo negativo se agravou em 14.9% (911 M€).
Na balança de capital (constituída fundamentalmente por entradas líquidas de fundos
comunitários), o saldo positivo reduziu-se para 1996 M€ nos primeiros dez meses do ano, o que
traduz uma descida homóloga de 11.6% (263 M€).
Quadro 9.1.1: Balanças corrente e de capital (M€)
2012 2013 Jan-Out 13 Jan-Out 14 Var. hom. Var. abs.
Balança Corrente -3 477 1 183 577 1 401 143.0% 825
Balança de bens e serviços 230 3655 3093 2445 -20.9% -648
Bens -9 056 -7 464 -6 131 -7 043 14.9% -911
Serviços 9 286 11 119 9 224 9 488 2.9% 264
Rendimentos primários -4 792 -3 726 -3 338 -2 320 -30.5% 1 018
Rendimentos secundários 1 084 1 254 821 1 275 55.3% 454
Balança de Capital 3 587 2 752 2 259 1 996 -11.6% -263
Balanças corrente e de capital 110 3 935 2 835 3 397 19.8% 562
Fonte: BdP. M€= milhões de euros.
Apesar da evolução na balança de capital, o saldo conjunto das balanças corrente e de
capital registou uma subida homóloga de 19.8% nos dez primeiros meses de 2014 (562 M€),
atingindo um excedente de 3397 M€, já próximo do verificado no conjunto de 2013, e que
traduz uma significativa capacidade de financiamento da economia.
Dados revistos do Banco de Portugal mostram que o saldo de posição de investimento
internacional melhorou de -120.0% do PIB no final do primeiro trimestre de 2014 (-12.3%
do PIB na Área Euro), para -118.1% no segundo (-10.6%) e -114.9% no terceiro.
6 Principais alterações resultantes da adoção da 6ª edição do manual da balança de pagamentos do FMI (BPM6): (i)
novas designações: balanças de rendimentos primários (anterior balança de rendimentos) e de rendimentos
secundários (anterior balança de transferências correntes); (ii) reclassificação de algumas operações de serviços para
bens (exemplo: merchanting) e vice-versa (exemplos: serviços de transformação de recursos materiais pertencentes a
terceiros; serviços de reparação); (iii) mudança da convenção de sinal na balança financeira; (iv) alterações de
setorização (exemplo: a Autoridade Monetária passa a chamar-se Banco Central); (v) alterações na apresentação das
componentes do Investimento direto (Ativo=IPE (Investimento Português no exterior) + IDE reverso; Passivo= IDE +
IPE reverso; tal implica que os resultados devem ser interpretados em termos brutos e não em termos líquidos),
mantendo-se, em simultâneo, a apresentação tradicional segundo o princípio direcional (ver quadro 3.2.1).
Excedente da
balança corrente
aumenta até
outubro e contraria
menor saldo da
balança de capital
Posição externa
líquida melhora no
segundo e terceiro
trimestres
Significativa
capacidade de
financiamento da
economia
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
47
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
9.2 Endividamento
Também segundo informação revista do BdP, a dívida bruta não consolidada do setor não
financeiro diminuiu para 403.6% do PIB no final de setembro, refletindo a descida no setor
privado (para 236.6% do PIB: 149.1% do PIB nas empresas e 87.5% nos particulares), que
contrariou o agravamento no setor público (para 166.9% do PIB).
Quadro 9.2.1: Rácios de dívida bruta não consolidada no setor não financeiro (% do PIB)
Dez12 Dez-13 Set-14
1. Setor Público não Financeiro 156.0 160.8 166.9
2. Setor Privado não Financeiro 255.4 248.4 236.6
2.1 Empresas privadas 162.0 157.1 149.1
Microempresas (344 mil) 39.6 38.7 36.3
Pequenas empresas (34 mil) 26.3 24.0 22.6
Médias empresas (6 mil) 28.6 27.3 25.9
Grandes empresas (1 milhar) 49.7 48.3 46.2
2.2 Particulares 93.4 91.2 87.5
3. Setor não financeiro= 1+2 411.3 409.2 403.6
Fonte: BdP. Valores (em final de período) de dívida não consolidada, i.e., incluindo as dívidas entre setores.
9.3 Contas públicas
Segundo valores revistos, o défice público (ótica da contabilidade nacional) situou-se em
1.7% do PIB no terceiro trimestre, o que traduz uma redução acentuada em cadeia (evolução
influenciada por sazonalidade e outros efeitos) e também significativa em termos homólogos.
Figura 9.3.1: Défice e dívida pública em Portugal (% do PIB)
5.5 4.9
4.4 3.8
2.5
5.6
7.4
1.7
124.8 128.0
131.5 127.8 128.0
131.6 129.4 131.6
80
90
100
110
120
130
140
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
2012
2013
2T 1
3
3T 1
3
4T 1
3
1T 1
4
2T 1
4
3T 1
4
Défice público PT (PDE - anos; Contab. Nacional - trimestres) - esc. esq.
Dívida pública PT (PDE) - esc. dta.
Fonte: BdP e INE. Dados sem
correção de sazonalidade
Redução dos rácios
de dívida bruta no
PIB pelas empresas
e particulares
contraria subida no
setor público
Défice público
desce para 1.7% do
PIB no 3º trimestre
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
48
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
O rácio de dívida pública (ótica do Procedimento dos Défices Excessivos, PDE) subiu para
131.6% do PIB no final de setembro (119.1% excluindo depósitos), após 129.4% no final de
junho (que compara com 92.7% do PIB na Área Euro).
De acordo com informação revista do IGCP, a taxa de juro média do crédito do PAEF até
novembro de 2014 situou-se em 2.9% (3.7% na parte do FMI e, na parte da UE, 2.9% no
MEEF e 2.1% no FEEF), um valor inferior ao registado no final de 2013 (3.0%) e também ao
último valor disponível da taxa de juro implícita da dívida pública direta do Estado (3.6%
em 2013, segundo o IGCP). Note-se, contudo, que a taxa de juro paga nos empréstimos ao FMI
é ligeiramente superior à estimativa referida da taxa de juro implícita na dívida direta.
Os dados mais recentes das contas públicas, relativos à síntese de execução orçamental de
janeiro a novembro de 2014 (valores da DGO em contabilidade pública), mostram um
défice de 7435 M€ no subsetor Estado, traduzindo uma redução de 13.5% em termos
homólogos, em resultado de um aumento da receita (3.5%) superior ao da despesa (0.2%),
com variações mais favoráveis do que as previstas no Orçamento do Estado para o ano.
Quadro 9.3.1: Execução orçamental do subsetor Estado (contabilidade pública)
Jan-Nov 14 Execução
(M€)
Grau de
execução (%)
Tvh
(%)
Contributo
(p.p.)
Tvh implícita ao
OE (%)
Receita 37 199 88.7 3.5 1.8
Receita fiscal 33 552 90.4 6.2 5.5 2.3
Impostos diretos 15 355 87.5 6.4 2.6 0.7
IRS 11 573 90.0 9.0 2.7 4.5
IRC 3 615 80.1 -5.0 -0.5 -11.5
Outros 167 99.5 3 103.9 0.4 1 857.1
Impostos indiretos, dos quais: 18 197 93.0 6.0 2.9 3.8
ISP 1 929 91.7 0.2 0.0 0.1
IVA 12 909 93.2 7.0 2.3 4.5
ISV 427 92.0 33.7 0.3 31.6
Imposto sobre o tabaco
1 273 91.0 7.7 0.3 6.6
Imposto de selo
1 204 95.1 -3.2 -0.1 -7.4
Contribuições sociais 626 86.9 31.0 0.4 45.8
Receita não fiscal 3 021 73.5 -22.3 -2.4 -7.6
Despesa 44 634 90.5 0.2 0.9
Juros 6 895 96.9 2.6 0.4 4.0
Despesa corrente primária: 36 608 89.9 0.4 0.3 0.8
Despesas com pessoal 8 574 90.9 2.3 0.4 2.1
Aquisições de bens e serviços 1 201 80.5 -5.3 -0.2 -7.5
Transferências correntes 26 309 91.6 0.8 0.5 0.8
Subsídios 164 73.2 4.2 0.0 -44.7
Outras despesas correntes 359 43.3 -34.3 -0.4 29.0
Despesa de capital 1 131 75.8 -17.5 -0.5 -9.5
Saldo -7 435 100.9 -13.5 -3.8
Fonte: DGO e cálculos próprios. OE= Orçamento de Estado. Grau de execução =100*Execução/ 1º OE Retificativo 14.
Taxa de juro
média do PAEF de
2.9% até
novembro (3.7%
na parte do FMI)
Aumento da receita
(acima do esperado)
supera o da despesa
(abaixo do previsto)
Dívida pública sobe
para 131.6% do
PIB em setembro
DEZ 14 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
49
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Na receita, o crescimento elevado da receita fiscal (6.2%, com destaque para as subidas de
9.0% no IRS, 7.0% no IVA e 33.7% no ISV, que contrariaram as quedas de 5.0% no IRC e
de 3.2% no Imposto de Selo) e das contribuições sociais (31.0%) foi atenuado pela
descida de 22.3% da receita não fiscal.
Na despesa, os encargos com juros aumentaram 2.6% e a despesa corrente primária
0.4% (com as subidas de 2.3% na despesa com pessoal, 0.8% das transferências
correntes e 4.2% nos subsídios a serem contrariadas pelos recuos de 5.3% nas aquisições
de bens e serviços e de 34.3% nas outras despesas), em termos homólogos, enquanto a
despesa de capital continuou em queda acentuada (17.5%).
O grau de execução da despesa situou-se em 90.5% (89.9% na despesa corrente primária e
96.9% nos juros), um pouco abaixo do padrão de referência (91.7%=11/12 meses, traduzindo
uma execução uniforme ao longo do ano), enquanto a execução da receita ficou bastante
aquém desse padrão (88.7%: 90.4% na receita fiscal, 86.9% nas contribuições sociais e 73.5%
na receita não fiscal), sobretudo na receita não fiscal.
O saldo global das Administrações Públicas situou-se em 6420 M€ de janeiro a
novembro, traduzindo uma redução homóloga de 2765 M€ (30.1%), com variações de 1187 M€
na Administração Central (incluindo 1158 M€ no subsetor Estado), 462 M€ na Administração
Regional, 531 M€ na Administração Local e -45 M€ na Segurança Social.
Na proposta de Orçamento do Estado de 2015 (OE 15), o primeiro do período pós-troika,
o Governo propôs-se reduzir o défice orçamental de 4.8% em 2014 (4.0% para efeito dos
compromissos internacionais, em linha com a meta acordada) para 2.7% do PIB em 2015, "um
valor ligeiramente acima do compromisso estabelecido [2.5%], mas que permite concretizar a
saída do Procedimento dos Défices Excessivos”. O não cumprimento escrupuloso das metas
para o saldo global e a evolução do saldo estrutural (que se reduz apenas 0.1 p.p., abaixo do
mínimo exigido: 0.5 p.p.) acabou por ser aceite pela Comissão Europeia, mas o Governo
comprometeu-se a adotar medidas adicionais aos primeiros sinais de derrapagem.
Na repartição do esforço de consolidação orçamental (0.7% do PIB face a um cenário de
políticas invariantes), a receita acaba por assegurar um pouco mais de metade do esforço total
(57.6%), considerando as receitas extraordinárias.
Apesar da preocupação manifestada na proposta orçamental em não aumentar impostos, a
carga fiscal sobre a economia sobe para um máximo histórico de 37.0%.
Refira-se ainda que o exercício orçamental beneficia de um conjunto de fatores estatísticos
favoráveis em termos líquidos (as revisões do PIB, do método de cálculo do saldo
estrutural e da contabilização de fundos de pensões contrariam o efeito do alargamento do
perímetro das administrações públicas), com impacto nos rácios do défice e da dívida no PIB.
Défice global das
administrações
públicas cai 30%
até novembro
Juros, pessoal ,
transferências e
subsídios explicam a
subida da despesa,
minorada pelo recuo
nas aquisições e,
sobretudo, no
investimento
OE 15 prevê saída
do PDE
Carga fiscal sobe
para máximo
histórico em 2015
Receita assegura
mais de metade do
esforço de
consolidação