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3
Análise energética de edifício da Segurança Social em
Lisboa
Cláudia da Saúde Pereira Mafra
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Mecânica
Júri
Presidente: Professor Doutor Mário Manuel Gonçalves da Costa
Orientador: Professor Doutor João Luís Toste de Azevedo
Co-Orientador: Professor Doutor Miguel Neves Perez Águas
Vogal: Professor Doutor Carlos Augusto Santos Silva
Maio de 2011
i
Agradecimentos
Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao Professor João Luís Toste de Azevedo, pela
permanente disponibilidade e apoio imprescindíveis à realização deste trabalho. E também ao
Professor Miguel Neves Perez Águas, por toda a ajuda prestada e empenho na obtenção de
material de análise de dados indispensável.
Gostaria também de agradecer ao Dr. António Rodrigues, pela sua persistência para a
aquisição de dados relativos ao edifício, que foram essenciais para a realização deste estudo.
E também ao Dr. António Pimentel Aguiar, pela sua disponibilidade e esforço para a aquisição
destes dados.
À GALP Energia, por permitir a realização deste estudo, no âmbito dos estágios do programa
GALP Energia 20-20-20, em especial ao Eng. Ricardo Leite, pela sua disponibilidade, apoio e
sugestões para a abordagem inicial e desenvolvimento deste trabalho.
À Lisboa E-Nova Agência Municipal de Energia e Ambiente, nomeadamente à Engenheira
Joana Fernandes e ao Eng. Nuno Cegonho, pela cedência de material de aquisição de dados e
informações prestadas.
À Dª. Alice Martins pelo apoio prestado quando foram realizados os levantamentos no edifício.
Aos meus pais, pelos valores que me transmitiram, compreensão, apoio total e paciência.
Aos meus amigos, em especial ao Pedro, à Pakika e ao João, por toda a ajuda e força que
sempre me deram.
ii
Resumo
A gestão dos recursos de energia é hoje em dia um dos principais desafios que, a nível
mundial, a sociedade moderna enfrenta. Assegurar a eficiência energética é, provavelmente,
um dos temas que reúne actualmente maior consenso na comunidade internacional, devido às
múltiplas vantagens e à necessidade de fazer uma utilização racional da energia.
A presente dissertação centra-se numa análise comparativa de diferentes estratégias de
melhoria da eficiência energética, tendo como objecto de estudo o edifício da Segurança Social
da Av. da República, em Lisboa.
Pretende-se, assim, estimar a redução dos consumos energéticos resultante da implementação
de soluções de melhoria da eficiência energética, utilizando para tal uma ferramenta de
simulação dinâmica – o programa ESP-r. O modelo de simulação utilizado foi elaborado com
base nos dados da factura energética mensal do edifício e em levantamentos realizados.
Das várias soluções estudadas, conclui-se que uma medida tão simples quanto a utilização de
extensões eléctricas com interruptor pode significar uma poupança anual no consumo de
energia de cerca de 8.6%, denotando que a eficiência energética passa em grande parte pela
consciencialização e mudança de hábitos dos ocupantes dos edifícios. Foi sugerida a aplicação
de uma película de controlo solar nos vãos envidraçados que se traduziria numa diminuição de
3.4% do consumo de electricidade. A utilização de uma bomba de calor na zona A do edifício,
permitiria uma redução do consumo de energia em climatização nesta zona de 28.0%. Da
implementação simultânea das medidas analisadas obter-se-ia uma redução máxima do
consumo energético total de 29.7%.
PALAVRAS-CHAVE: Eficiência energética, ESP-r, medidas passivas, medidas activas,
simulação dinâmica.
iii
Abstract
Nowadays, energy resources management is one of the main challenges faced by the modern
society worldwide. Due to its multiple benefits and the need of making a rational use of energy,
ensuring energy efficiency is a topic currently most agreed upon by the international community,
The present dissertation focuses on a comparative analysis of various strategies to improve
energy performance of a Social Security building located in Av. da República, in Lisbon.
Using the dynamic simulation tool ESP-r, this work estimates the reduction of energy
consumption resulting from the implementation of improving energy efficiency solutions. The
simulation model used was based upon monthly energy bills, other accumulated data and
surveys performed in the building.
After examining several solutions, the study concluded that a simple measure as using
extension cords with switches could result in an annual decrease in energy consumption of
8.6%. This demonstrates that energy efficiency can in large port be achieved by awareness and
by changes in the habits of building occupants. It also suggested the application of a solar
control film in the glazing in the building might result in a 3.4 % decrease in electricity
consumption. The use of a heat pump in the A area of the building would reduce energy
consumption in air conditioning in this area by 28.0%. With simultaneous implementation of all
the studied measures, it would be possible to achieve a maximum reduction in total energy
consumption of 29.7%.
KEYWORDS: Energy efficiency, ESP-r, passive measures, active measures, dynamic
simulation.
iv
Índice
Agradecimentos ..........................................................................................................................i
Resumo........................................................................................................................................ii
Abstract.......................................................................................................................................iii
Índice ..........................................................................................................................................iv
Índice de Figuras ......................................................................................................................vii
Índice de Tabelas .......................................................................................................................xi
Abreviaturas e Simbologia.......................................................................................................xv
1. Introdução................................................................................................................................1
1.1. Motivação e Enquadramento............................................................................................1
1.2. Revisão Bibliográfica.........................................................................................................4
1.3. Objectivo...........................................................................................................................5
1.4. Organização......................................................................................................................6
2. Metodologia de Análise..........................................................................................................8
2.1. Aquisição de Dados..........................................................................................................8
2.2. Térmica de Edifícios..........................................................................................................9
2.2.1. Transmissão de Calor.............................................................................................9
2.2.2. Ganhos Internos...................................................................................................10
2.2.3. Simulação Dinâmica – Programa ESP-r...............................................................11
2.3. Caracterização Climática da Região de Lisboa..............................................................13
2.4. Medidas de Eficiência Energética...................................................................................13
3. Caracterização do Edifício....................................................................................................15
3.1. Descrição da Zona A.......................................................................................................15
3.1.1. Áreas....................................................................................................................16
3.1.2. Ocupação.............................................................................................................16
3.1.3. Potência Instalada................................................................................................17
3.1.4. Iluminação............................................................................................................18
3.1.5. Equipamento.........................................................................................................19
3.1.6. Climatização.........................................................................................................21
3.1.7. Ventilação Natural................................................................................................22
3.2. Descrição da Zona B.......................................................................................................23
3.2.1. Áreas....................................................................................................................23
3.2.2. Ocupação.............................................................................................................24
3.2.3. Potência Instalada................................................................................................25
3.2.4. Iluminação............................................................................................................25
v
3.2.5. Equipamento.........................................................................................................26
3.2.6. AVAC....................................................................................................................28
3.3. Estimativa dos Consumos Energéticos Mensais............................................................29
3.4. Perfil Energético do Edifício Estimado............................................................................30
3.5. Análise da Factura Energética........................................................................................31
3.5.1. Tarifário de Electricidade......................................................................................32
3.5.2. Comparação do Consumo Estimado com o Real.................................................34
3.6. Construção......................................................................................................................35
3.7. Enquadramento Legislativo.............................................................................................36
4. Modelação do Edifício...........................................................................................................37
4.1. Caracterização do Modelo de Referência.......................................................................38
4.2. Validação do Modelo.......................................................................................................40
4.2.1. Fontes de Incerteza..............................................................................................40
4.2.2. Consumos em Climatização Obtidos por Simulação e Comparação com Valores
Estimados............................................................................................................40
4.2.3. Comparação do Consumo Obtido por Simulação com o Real.............................42
4.2.4. Perfil Energético do Edifício Simulado..................................................................43
4.3. Indicador de Eficiência Energética (IEE).........................................................................44
4.3.1. IEEref-exist e IEEref-novos............................................................................................45
4.3.2. IEEreal-facturas...........................................................................................................45
4.3.3. IEEreal-simulado e IEEnom............................................................................................46
4.4. Classificação Energética.................................................................................................50
5. Propostas de Melhoria da Eficiência Energética................................................................51
5.1. Problemas Identificados e Soluções Sugeridas..............................................................52
5.2. Utilização de Extensões Eléctricas com Interruptor........................................................54
5.2.1. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................54
5.3. Aplicação de Película de Controlo Solar.........................................................................56
5.3.1. Ganho Solar..........................................................................................................57
5.3.2. Potência de Frio/Calor..........................................................................................59
5.3.3. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................62
5.4. Instalação de uma Bomba de Calor para Climatização da Zona A.................................63
5.4.1. Unidades Interiores...............................................................................................63
5.4.2. Unidades Exteriores.............................................................................................65
5.4.3. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................66
5.5. Substituição das Unidades de A/C Mais Antigas da Zona A...........................................67
5.5.1. Unidades Exteriores e Interiores..........................................................................67
5.5.2. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................68
5.6. Substituição da Bomba de Calor Utilizada para Climatização no Piso 0 e Isolamento da
Sala de Espera................................................................................................................69
5.6.1. Medições Efectuadas na Sala de Espera.............................................................69
vi
5.6.2. Temperatura Interior e Necessidades de Frio/Calor (Simulação)........................73
5.6.3. Unidades Exteriores e Interiores..........................................................................77
5.6.4. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................78
5.7. Instalação de Painéis Fotovoltaicos na cobertura Superior............................................78
5.7.1. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica...............................................78
5.8. Ventilação na Área de Alimentação................................................................................79
5.9. Implementação Combinada das Medidas Anteriores......................................................80
5.9.1. Consumo de Energia Antes e Após Implementação das Medidas.......................81
6. Conclusão..............................................................................................................................82
7. Referências Bibliográficas...................................................................................................85
8.Anexos
I. Caracterização do Edifício..................................................................................................I-1
I.1 Plantas dos Pisos do Edifício (Modelo ESP-r)..........................................................I-1
I.2 Área por Divisão........................................................................................................I-4
I.3 Questionário Cedido aos Trabalhadores do Edifício.................................................I-7
I.4 Ocupação nos Gabinetes da Zona A........................................................................I-8
I.5 Potência Instalada por Divisão..................................................................................I-9
I.6 Unidades de A/C Instaladas na Zona A..................................................................I-11
II. Temperatura em Lisboa nos Anos de 2007, 2008 e 2009................................................II-1
III. Preços da Electricidade..................................................................................................III-1
IV. Aplicação de Película de Controlo Solar........................................................................IV-1
IV.1 Propriedades Ópticas do Vidro Simples sem e com Película...............................IV-1
IV.2 Ganho Solar Actual e com Aplicação de Película em Cada Divisão da Zona A..IV-2
IV.3 Resultados Simulações: Necessidades de Frio/Calor na Situação Actual e com
Aplicação de Película...................................................................................................IV-5
V. Instalação de uma Bomba de Calor para Climatização da Zona A..................................V-1
V.1 Capacidades Necessárias e Instaladas em cada Gabinete...................................V-1
V.2 Distribuição das Unidades Interiores e Exteriores..................................................V-2
V.3 Resultados das Simulações: Necessidades de Frio/Calor de Cada Gabinete.......V-3
VI. Consumo de Energia Antes e Após Implementação das Medidas................................VI-1
vii
Índice de Figuras
Figura 1 – Distribuição do consumo de energia final em electricidade por sector em Portugal
[14]...........................................................................................................................................4
Figura 2 – Relação entre módulos e bases de dados do ESP-r [28]..........................................12
Figura 3 – Fachada Oeste do edifício (Av. da República)...........................................................15
Figura 4 – Área disponível por ocupante.....................................................................................17
Figura 5 – Comparação dos perfis de ocupação real e nominal (indicado pelo RSECE)...........17
Figura 6 – Comparação dos perfis de iluminação real no Verão e nominal (indicado pelo
RSECE)..................................................................................................................................18
Figura 7 – Comparação dos perfis de iluminação real no Inverno e nominal (indicado pelo
RSECE)..................................................................................................................................18
Figura 8 – Comparação dos perfis de equipamento real e nominal (indicado pelo RSECE)......20
Figura 9 – Comparação dos perfis de utilização das unidades de A/C no Verão e no Inverno..22
Figura 10 – Ar novo por hora por ocupante nos gabinetes da zona A segundo a classe de
exposição ao vento do edifício...............................................................................................23
Figura 11 – Número de utentes por hora na sala de espera.......................................................24
Figura 12 – Perfil de iluminação na zona B.................................................................................25
Figura 13 – Perfis de equipamento nas áreas de alimentação e gabinetes/atendimento...........27
Figura 14 – Desagregação do consumo de energia no edifício (estimativa)..............................31
Figura 15 – Desagregação do consumo de energia em climatização no edifício (estimativa)...31
Figura 16 – Energia activa consumida no edifício nos anos de 2007, 2008 e 2009...................31
Figura 17 – Comparação dos pesos da energia activa consumida e facturada de 2007 a
2009.......................................................................................................................................33
Figura 18 – Comparação do consumo mensal estimado com o real facturado..........................34
Figura 19 – Modelo do edifício no ESP-r: zona A (fachadas Oeste e Este)...............................38
Figura 20 – Modelo do edifício no ESP-r: zona B.......................................................................39
Figura 21 – Comparação do consumo em climatização simulado com o estimado: zona A......41
Figura 22 – Comparação do consumo em climatização simulado com o estimado: zona B......41
Figura 23 – Consumo energético em climatização no edifício: estimado, simulado e “por
factura”...................................................................................................................................42
Figura 24 – Comparação do consumo simulado com o real.......................................................43
Figura 25 – Desagregação do consumo de energia na zona A e na zona B (simulação)..........43
Figura 26 – Desagregação do consumo de energia no edifício (simulação)..............................43
Figura 27 – Desagregação do consumo de energia em climatização no edifício (simulação)...43
Figura 28 – Distribuição das unidades de A/C em relação às classes de CEE..........................53
Figura 29 – Resultado da aplicação da película de controlo solar [42].......................................56
Figura 30 – Ganho solar dos gabinetes, por unidade de área de pavimento, ao longo de um dia
típico de Verão: actualmente e com película.........................................................................58
viii
Figura 31 – Ganho solar dos gabinetes, por unidade de área de pavimento, ao longo de um dia
típico de Inverno: actualmente e com película.......................................................................58
Figura 32 – Variação da potência de frio necessária na zona A ao longo do dia (Verão):
actualmente e com película....................................................................................................60
Figura 33 – Variação da potência de calor necessária na zona A ao longo do dia (Inverno):
actualmente e com película....................................................................................................60
Figura 34 – Potência máxima de frio necessária e instalada nos gabinetes da zona A.............64
Figura 35 – Potência máxima de calor necessária e instalada nos gabinetes da zona A..........64
Figura 36 – Comparação da temperatura medida na sala de espera (16/Set./2010) com a
exterior (dados do IM)............................................................................................................70
Figura 37 – Comparação da humidade relativa medida na sala de espera (16/Set./2010) com a
exterior (dados do IM)............................................................................................................70
Figura 38 – Comparação das humidades específicas interior e exterior....................................71
Figura 39 – Variação da fracção de CO2 durante o dia na sala de espera (30/Set./2010).........72
Figura 40 – Redução da fracção de CO2 durante a noite na sala de espera (30/Set./2010)......73
Figura 41 – Potência de frio na sala de espera no Verão na situação actual e se esta fosse
isolada....................................................................................................................................74
Figura 42 – Temperatura na sala de espera no Verão na situação actual e se esta fosse
isolada....................................................................................................................................74
Figura 43 – Potência de calor e de frio na sala de espera no Inverno na situação actual e caso
esta fosse isolada...................................................................................................................75
Figura 44 – Temperatura na sala de espera no Inverno na situação actual e se esta fosse
isolada....................................................................................................................................75
Figura 45 – Estimativa da variação do ar novo por hora por ocupante, proveniente do A/C,
durante o horário de atendimento na sala de espera.............................................................76
Figura 46 – Potência de frio necessária no atendimento e na tesouraria no Verão...................76
Figura 47 – Potência de calor necessária no atendimento e tesouraria no Inverno...................77
Figura 48 – Temperatura no refeitório: Verão e Inverno.............................................................79
Figura 49 – Temperatura na cozinha, copa e bar: Verão e Inverno............................................80
Figura 50 – Consumo de energia antes e após implementação combinada das medidas.........81
Figura A.1 – Plantas dos pisos no modelo do edifício: zona A................................................I-1,2
Figura A.2 – Plantas dos pisos no modelo do edifício: zona B...................................................I-3
Figura A.3 – Valores diários das temperaturas máxima, média e mínima no mês de Janeiro nos
anos de 2007, 2008 e 2009..................................................................................................II-1
Figura A.4 – Transmissividade, reflectividade e absorvidade do vidro simples........................IV-1
Figura A.5 – Transmissividade, reflectividade e absorvidade do vidro simples com película..IV-1
Figura A.6 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 na
situação actual.....................................................................................................................IV-5
Figura A.7 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com
aplicação de película...........................................................................................................IV-6
ix
Figura A.8 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 na
situação actual.....................................................................................................................IV-6
Figura A.9 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com
aplicação de película...........................................................................................................IV-6
Figura A.10 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 na
situação actual.....................................................................................................................IV-7
Figura A.11 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 com
aplicação da película...........................................................................................................IV-7
Figura A.12 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 na
situação actual.....................................................................................................................IV-7
Figura A.13 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com
aplicação de película...........................................................................................................IV-8
Figura A.14 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 na
situação actual.....................................................................................................................IV-8
Figura A.15 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 com
aplicação de película...........................................................................................................IV-8
Figura A.16 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 na
situação actual.....................................................................................................................IV-9
Figura A.17 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 com
aplicação de película...........................................................................................................IV-9
Figura A.18 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 na
situação actual.....................................................................................................................IV-9
Figura A.19 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 com
aplicação de película.........................................................................................................IV-10
Figura A.20 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 na
situação actual...................................................................................................................IV-10
Figura A.21 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 com
aplicação de película.........................................................................................................IV-10
Figura A.22 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 1.............................................V-3
Figura A.23 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 1..............................................V-4
Figura A.24 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 2.............................................V-4
Figura A.25 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 2..............................................V-4
Figura A.26 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 3.............................................V-5
Figura A.27 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 3..............................................V-5
Figura A.28 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 4.............................................V-5
Figura A.29 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 4..............................................V-6
Figura A.30 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 5.............................................V-6
Figura A.31 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 5..............................................V-6
Figura A.32 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 6.............................................V-7
Figura A.33 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 6..............................................V-7
Figura A.34 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 7.............................................V-7
x
Figura A.35 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 7..............................................V-8
Figura A.36 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 8.............................................V-8
Figura A.37 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 8..............................................V-8
Figura A.38 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 9............................................VI-1
Figura A.39 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 9.............................................VI-1
Figura A.40 – Consumo de energia antes e após implementação das medidas sugeridas.....VI-1
xi
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Metodologia utilizada para a obtenção de dados........................................................8
Tabela 2 – Potências eléctricas dos equipamentos presentes no edifício encontradas na
literatura.................................................................................................................................10
Tabela 3 – Resumo das normais climatológicas da região de Lisboa........................................13
Tabela 4 – Tipologias da zona A: áreas de pavimento e de envidraçados.................................16
Tabela 5 – Potência de cada tipo de equipamento (modos de utilização e stand-by e fontes) e
horas diárias de funcionamento.............................................................................................19
Tabela 6 – Distribuição da potência instalada e energia consumida por tipo de equipamento na
zona A e número médio de horas de funcionamento de cada equipamento unitário............21
Tabela 7 – Rph devida à infiltração segundo a classe de exposição ao vento das fachadas do
edifício....................................................................................................................................23
Tabela 8 – Tipologias da zona B: áreas de pavimento e de envidraçados.................................24
Tabela 9 – Ocupação em cada divisão: número de ocupantes, carga térmica absoluta (W) e por
unidade de área (W/m2), horários de início e de fim e total de horas de permanência.........25
Tabela 10 – Potência de cada tipo de equipamento (modos de utilização e stand-by e fontes) e
horas diárias de funcionamento.............................................................................................26
Tabela 11 – Distribuição da potência instalada e energia consumida por tipo de equipamento
na zona B e número médio de horas de funcionamento de cada equipamento unitário.......28
Tabela 12 – Bomba de calor utilizada na climatização do piso 0: modelo, potência eléctrica,
capacidades, εF, COP e refrigerante......................................................................................28
Tabela 13 – Unidades interiores de A/C do piso 0: tipo, modelo, potência eléctrica,
capacidades, εF e COP..........................................................................................................29
Tabela 14 – Consumo de energia estimado na zona A: iluminação, equipamento, climatização
e total......................................................................................................................................30
Tabela 15 – Consumo de energia estimado na zona B: iluminação, equipamento, AVAC e
total.........................................................................................................................................30
Tabela 16 – Valores médios dos consumos energéticos nos anos de 2007 a 2009: mínimo,
máximos nas estações de aquecimento e arrefecimento e anual.........................................32
Tabela 17 – Preço médio anual de kWh e preço mensal das potências tomada em hora de
ponta e contratada dos tarifários de média tensão com longas, médias e curtas
utilizações...............................................................................................................................33
Tabela 18 – Valores médios anuais do consumo e potência tomada em horas de ponta e valor
da potência contratada no edifício.........................................................................................33
Tabela 19 – Custo anual da energia consumida no edifício com os tarifários de média tensão
com longas, médias e curtas utilizações................................................................................33
Tabela 20 – Consumo de energia estimado no edifício: iluminação, equipamento, AVAC e
total.........................................................................................................................................34
Tabela 21 – Consumo de energia no horário vazio: real facturado e estimado e erro relativo da
estimativa...............................................................................................................................35
xii
Tabela 22 – Composição estimada dos principais elementos do edifício e respectivos
coeficientes de transmissão de calor.....................................................................................36
Tabela 23 – Coeficiente de transmissão de calor dos vãos envidraçados.................................36
Tabela 24 – Consumo energético em climatização simulado: aquecimento e arrefecimento....40
Tabela 25 – Consumo energético em climatização simulado e erro relativo ao consumo
estimado.................................................................................................................................41
Tabela 26 – Comparação do consumo simulado com o real......................................................42
Tabela 27 – Tipos de IEE [36].....................................................................................................44
Tabela 28 – IEEref-exist e IEEref-novos das tipologias existentes no edifício e do edifício.................45
Tabela 29 - Qglobal, Ap e IEEreal-facturas............................................................................................46
Tabela 30 – Valores de Aext, Aint, V, τ e FF..................................................................................47
Tabela 31 – Valores de NI1, Nii e FCI............................................................................................48
Tabela 32 – Valores de NV1, NVi e FCV.........................................................................................48
Tabela 33 – Valores reais e nominais de Qaq, Qarr e Qout............................................................48
Tabela 34 – Valores reais de IEEI, IEEV e Qout/Ap e IEEreal-simulado...............................................49
Tabela 35 – Valores nominais de IEEI, IEEV e Qout/Ap e IEEnom..................................................49
Tabela 36 – Classes energéticas dos edifícios e respectivas condições a verificar [37]............50
Tabela 37 – Classificação energética do edifício........................................................................50
Tabela 38 – Preços da electricidade nos horários fora do vazio e vazio no Verão e no
Inverno...................................................................................................................................51
Tabela 39 – Classes do coeficiente de eficiência energética de unidades de A/C [39]..............53
Tabela 40 – Resumo dos principais problemas identificados no edifício e das soluções
sugeridas................................................................................................................................54
Tabela 41 – Poupança de consumo associada à utilização de extensões com interruptor........54
Tabela 42 – Consumos e gastos em energia no horário vazio: valores iniciais, finais e
poupança associada..............................................................................................................55
Tabela 43 – Investimento associado à utilização de fichas com interruptor [40]........................55
Tabela 44 – Indicadores de viabilidade económica da utilização de extensões com
interruptor...............................................................................................................................55
Tabela 45 – Dados técnicos da película de controlo solar 3M ScotchTintTM
RE 20 SIARL
[43].........................................................................................................................................57
Tabela 46 – Valores de transmissividade e absorvidade para vidro simples e vidro simples com
película [44]............................................................................................................................57
Tabela 47 – Insolação nos meses de Janeiro e Agosto: dada pelas normais climatológicas [30]
e nos dias típicos escolhidos utilizados na simulação...........................................................57
Tabela 48 – Efeito da película de controlo solar no ganho solar e nas necessidades de
climatização da zona A no Verão e no Inverno......................................................................61
Tabela 49 – Poupança de consumo associada à aplicação de película.....................................62
Tabela 50 – Investimento associado à aplicação de película [45]..............................................62
Tabela 51 – Indicadores de viabilidade económica da aplicação de película.............................62
xiii
Tabela 52 – Modelos Sanyo de unidades interiores considerados: tipo, tamanho, linha,
capacidades de frio e de calor, consumo de energia eléctrica e preço [46], [47]..................64
Tabela 53 – Identificação das hipóteses de substituição de unidades interiores analisadas.....65
Tabela 54 – Modelos Sanyo de unidades exteriores considerados e preço [47]........................65
Tabela 55 – Poupança de consumo associada a cada hipótese da medida sugerida...............66
Tabela 56 – Investimento associado a cada hipótese da medida sugerida................................66
Tabela 57 – Indicadores de viabilidade económica das hipóteses analisadas...........................66
Tabela 58 – Características do conjunto unidade exterior + interior e gabinetes a que
correspondem [48].................................................................................................................67
Tabela 59 – Preço das unidades exteriores e interiores e custo da sua instalação [49]............68
Tabela 60 – Poupança de consumo associada à substituição das unidades mais antigas da
zona A....................................................................................................................................68
Tabela 61 – Investimento associado à substituição das unidades mais antigas da zona A.......68
Tabela 62 – Indicadores de viabilidade económica da substituição das unidades mais antigas
da zona A...............................................................................................................................68
Tabela 63 – Valores médios da temperatura e da humidade relativa medidos na sala de espera
durante o horário de atendimento ao público.........................................................................71
Tabela 64 – Unidades exteriores: modelos, capacidade, consumo eléctrico, εF, COP, número
máximo de unidades interiores e razão entre capacidades das unidades interiores/exteriores
[51].........................................................................................................................................77
Tabela 65 – Modelos, quantidade, capacidades e preço das unidades interiores [47], [51].......77
Tabela 66 – Poupança de consumo associada à substituição da HP do piso 0 e isolamento da
sala de espera.......................................................................................................................78
Tabela 67 – Investimento associado à substituição da HP utilizada para climatizar o piso 0.....78
Tabela 68 – Indicadores de viabilidade económica da substituição da HP utilizada para
climatizar o piso 0...................................................................................................................78
Tabela 69 – Indicadores de viabilidade económica da instalação de painéis fotovoltaicos........79
Tabela 70 – Indicadores de viabilidade económica da combinação das medidas sugeridas.....80
Tabela A.1 – Definição das divisões da zona B: tipologia, área e área de envidraçados...........I-4
Tabela A.2 – Definição das divisões da zona A: tipologia, área e área de envidraçados........I-5,6
Tabela A.3 – Ocupação em cada gabinete: número de ocupantes, carga térmica absoluta (W) e
por unidade de área (W/m2), área disponível por ocupante (m2/ocupante), horários de início
e de fim e total de horas de permanência..............................................................................I-8
Tabela A.4 – Potência absoluta (W) e por unidade de área (W/m2) instalada em cada divisão:
iluminação, equipamentos e climatização.........................................................................I-9,10
Tabela A.5 – Potência absoluta (W) e por unidade de área (W/m2) instalada em cada divisão:
iluminação, equipamentos e AVAC......................................................................................I-10
Tabela A.6 – Unidades de A/C instaladas por divisão: modelo, potência eléctrica, capacidades,
εF, COP e Classe CEE.........................................................................................................I-11
Tabela A.7 – Valores médios mensais das temperaturas máxima e média e da insolação nos
anos de 2007, 2008 e 2009..................................................................................................II-1
xiv
Tabela A.8 – Tarifas de electricidade em vigor desde Janeiro de 2001 para média tensão....III-1
Tabela A.9 – Ganho solar, por unidade de área de pavimento, em cada divisão da zona A num
dia típico de Verão: situação actual (vidro simples), utilizando película de controlo solar nos
envidraçados da fachada Este e redução absoluta e relativa..........................................IV-2,3
Tabela A.10 – Ganho solar, por unidade de área de pavimento, em cada divisão da zona A
num dia típico de Inverno: situação actual (vidro simples), utilizando película de controlo
solar nos envidraçados da fachada Este e redução absoluta e relativa...........................IV-4,5
Tabela A.11 – Capacidades máximas de arrefecimento e de aquecimento (kW) instaladas e
necessárias em cada gabinete da zona A e diferença absoluta e relativa entre o valor
necessário e o instalado.......................................................................................................V-1
Tabela A.12 – Distribuição das 51 unidades interiores pelos gabinetes...................................V-2
Tabela A.13 – Identificação das hipóteses de unidades exteriores analisadas: linha, pisos/
gabinetes que vão climatizar, capacidade necessária, tamanho, capacidade das unidades
exteriores, consumo eléctrico, εF e COP, número máximo de unidades interiores e razão de
capacidades das unidades interiores/exteriores [51]............................................................V-3
xv
Abreviaturas e Simbologia
εF: Eficiência Frigorífica (razão entre as potências de frio e eléctrica nominal)
Rph: Renovações por Hora
A/C: Ar-Condicionado
ADENE: Agência para a Energia
ASHRAE: American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers
AVAC: Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado
CEE: Coeficiente de Eficiência Energética
COP: Coeficiente de Performance (razão entre as potências de calor e eléctrica nominal)
Eco.AP: Programa de Eficiência Energética na Administração Pública
ERSE: Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
ESE: Empresas de Serviços Energéticos
ESP-r: Environmental Systems Performance - research
GEE: Gases com Efeito de Estufa
HP: Bomba de Calor (Heat Pump)
IEA: Agência Internacional de Energia (International Energy Agency)
IEE: Indicador de Eficiência Energética
IG: Instituto Geofísico da Universidade de Lisboa
IM: Instituto de Meteorologia, I.P. Portugal
INETI: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, I.P.
PHP: Potência em Horas de Ponta
PNAC: Programa Nacional para as Alterações Climáticas
PNAEE: Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética
PRE: Plano de Racionalização Energética
xvi
PRS: Período de Retorno Simples
RCCTE: Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios
RSECE: Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização dos Edifícios
SCE: Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios
VRV: Caudal de Refrigerante Variável (VRF: Variable Refrigerante Flow)
1
1. Introdução
1.1. Motivação e Enquadramento
Durante muitos anos, a questão da satisfação das necessidades de energia foi abordada
quase exclusivamente em relação à procura, avaliando a evolução dos consumos previsíveis
num dado espaço de tempo e assegurando a oferta em quantidade suficiente para dar resposta
à procura prevista. Actualmente, existe a necessidade de equacionar simultaneamente os dois
lados da questão (oferta vs. procura), se não mesmo, dar prioridade a uma abordagem do lado
da oferta procurando “disciplinar”, “controlar” ou mesmo limitar a procura.
A utilização de combustíveis fósseis na produção de energia provoca grandes
preocupações, quer devido à previsão do esgotamento das suas reservas, quer devido à
influência directa sobre o clima dos gases com efeito de estufa (GEE) emitidos nos processos
de combustão dos combustíveis fósseis. Estas alterações climáticas revelam-se no aumento
gradual da temperatura média da superfície terrestre com repercussões no surgimento de
furacões, na liquefacção de grandes massas de gelo e na formação de tempestades e
enchentes [1]. Toda esta problemática colocada pelos combustíveis de origem fóssil, tanto de
ordem ambiental, como económica e geopolítica, tem motivado o desenvolvimento de soluções
alternativas, preferencialmente através de energias renováveis que possam assegurar
sustentabilidade e redução das emissões de GEE.
A importância desta questão, a nível mundial, foi sublinhada no Protocolo de Quioto,
tratado internacional negociado em 1997, que entrou em vigor no início de 2005 depois de ter
sido ratificado por cerca de 180 países. O Protocolo propõe um calendário no qual os países
signatários se obrigam a reduzir as emissões de GEE em pelo menos 5.2%, em relação aos
níveis de 1990, no período entre 2008 e 2012 [2].
No entanto, a substituição das energias tradicionais por energias renováveis apenas tem
podido ser efectuada parcialmente, devido aos grandes investimentos e aos prazos
necessários para consolidar e implementar estas alternativas de forma maciça. Contudo, as
energias renováveis vão gradualmente ganhando maior expressão devido ao esforço crescente
que se tem desenvolvido no sentido de aprofundar os conhecimentos tecnológicos e reduzir os
custos destas energias alternativas, de modo a torná-las mais competitivas.
Para evoluir no sentido de uma sustentabilidade ambiental, será necessário fazer uma
utilização racional da energia, ou seja, utilizar a energia de forma eficiente. É portanto urgente
atenuar a intensidade energética através da promoção de medidas de eficiência energética.
Esta pode, inclusivamente, ser considerada uma nova forma de energia.
Nesse sentido, foi estabelecido o compromisso da Comissão Europeia, designado por
Iniciativa 20-20-20, que consiste em conseguir, até 2020, uma redução de 20% da emissão de
GEE, um aumento para 20% da quota das energias renováveis e uma melhoria da eficiência
energética em 20% [3].
2
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), seria possível reduzir, até 2050, o
consumo global de energia e as emissões de GEE em 50%, sendo a eficiência energética
responsável por cerca de 58% desta poupança [4].
A nível nacional, têm sido lançados diversos planos e programas visando a utilização
racional de energia nos sectores consumidores (procura), nomeadamente o Plano Nacional de
Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), o Programa Nacional para as Alterações
Climáticas (PNAC) (2008-2012), o Programa E4 – Eficiência Energética e Energias Endógenas,
que inclui medidas de incentivo financeiro à eficiência energética, o Programa para a Eficiência
Energética em Edifícios – P3E e a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável
(2005-2015).
Mais recentemente, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de Abril,
aprovou a Estratégia Nacional para a Energia 2020 (ENE 2020), tendo como principais
objectivos reduzir a dependência energética face ao exterior para 74 % em 2020, obter a
progressiva independência face aos combustíveis fósseis, garantir o cumprimento dos
compromissos assumidos no contexto das políticas europeias de combate às alterações
climáticas e desenvolver um cluster industrial para promoção da eficiência energética [5].
Conforme estipulado nesta Resolução, através do Decreto-Lei n.º 50/2010, de 20 de Maio,
foi criado o Fundo para a Eficiência Energética (FEE), instrumento fundamental para o
cumprimento das metas nacionais de eficiência energética estabelecidas no PNAEE,
permitindo financiar os programas e as medidas aí previstas [6].
A ADENE estabeleceu com instituições bancárias um protocolo que pretende facilitar a
adesão das candidaturas aos apoios no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico
Nacional), visando a eficiência energética, nomeadamente na área do solar térmico, envolvente
passiva e iluminação de edifícios [7].
Prevê-se ainda com esta Resolução, entre outras medidas: criar, até 2012, um fundo de
equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as variações das tarifas de electricidade,
criando um quadro de sustentabilidade económica que suporte o crescimento a longo prazo da
utilização das energias renováveis; constituir, até final de 2012, o Centro Ibérico de Energias
Renováveis e Eficiência Energética (CIEREE) em Badajoz, que contribuirá para a afirmação do
cluster nacional de energias renováveis, para a investigação tecnológica e para a cooperação
ibérica nestas áreas; e promover, até 2012, a alteração do quadro legislativo, em cumprimento
das directivas comunitárias dos mercados de energia, liberalizando os mercados de
electricidade e do gás, protegendo os consumidores e promovendo a concorrência [5].
No âmbito do ENE 2020, foi criado o Programa de Eficiência Energética na Administração
Pública, Eco.AP, tendo como objectivo aumentar em 20% a eficiência energética nos serviços
públicos, equipamentos e organismos da Administração Pública, no horizonte de 2020. O
Eco.AP é um programa evolutivo, com a ambição de promover uma gestão racional dos
serviços energéticos, nomeadamente através da contratação de empresas de serviços
energéticos (ESE). Este programa pretende reduzir a factura energética nos serviços e
3
organismos públicos, bem como a emissão de gases com efeitos de estufa, estimular a
economia através da criação do quadro legal das ESE e da contratação pública de gestão de
serviços energéticos e contribuir para alcançar os objectivos estabelecidos no PNAC.
O Eco.AP passa ainda pela criação de um gestor local de energia responsável por
dinamizar e verificar as medidas comportamentais de eficiência energética em cada serviço ou
organismo da Administração Pública, pela implementação do barómetro da eficiência
energética destinado a divulgar os consumos energéticos de todos os edifícios e serviços, pela
selecção em cada Ministério dos organismos ou serviços que representam os maiores
consumos de energia a fim de iniciarem os procedimentos de contratação para aumentar a
eficiência energética e pela intervenção em todos os edifícios e serviços até 2013 [8].
As ESE efectuam a gestão da energia do cliente através de uma abordagem integrada de
todos os aspectos relacionados com a energia, incluindo não só a oferta, mas igualmente os
aspectos relacionados com a utilização. Os serviços de energia integram actividades como
auditorias energéticas, implementação de medidas de utilização racional de energia, projecto e
dimensionamento de sistemas de produção local de energia mais eficientes (sistemas de
cogeração e de energias renováveis), manutenção de sistemas energéticos, leasing de
equipamentos e financiamento de projectos. Para grandes investimentos, as ESE permitem
que ao utilizador não participar no investimento inicial, pagando ao longo do tempo com as
poupanças obtidas [9].
Sendo sempre benéfica e desejável, a eficiência energética toma uma importância
acrescida nas situações em que os consumos são mais significativos, como é o caso dos
edifícios e dos transportes. De facto, os edifícios são responsáveis por cerca de 40% da
energia final consumida na Europa [10]. A importância deste aspecto justificou a aprovação da
Directiva Europeia 2002/91/CE, sobre o Desempenho Energético dos Edifícios, entretanto
transposta para a legislação dos países membros.
No caso português, esta Directiva Europeia foi transposta em 2006 para a ordem jurídica
nacional através de um pacote legislativo composto por três Decretos-Lei estabelecendo: o
Sistema Nacional de Certificação Energética e de Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE),
o Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização de Edifícios (RSECE) e o
Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE).
Os principais objectivos do SCE consistem em: assegurar as condições de eficiência
energética e de utilização de sistemas de energias renováveis, certificar o desempenho
energético e a qualidade do ar interior nos edifícios e identificar as medidas correctivas e de
melhoria de desempenho aplicáveis aos edifícios e aos respectivos sistemas energéticos [11].
O RSECE estabelece os limites máximos de consumo de energia nos grandes edifícios de
serviços e os limites de potência dos sistemas de climatização, define os critérios de
concepção, instalação e manutenção dos sistemas de climatização, incluindo os requisitos em
termos de formação profissional dos principais intervenientes, e determina as condições de
4
monitorização e de auditoria do funcionamento dos edifícios em termos de consumos de
energia e de qualidade do ar interior [12].
O RCCTE estabelece as regras a observar no projecto de edifícios de habitação e de
serviços sem sistemas de climatização centralizados, de modo a garantir que as exigências de
conforto térmico (aquecimento, arrefecimento, ventilação) possam ser satisfeitas sem consumo
excessivo de energia e a minimizar as situações patológicas nos elementos de construção
decorrentes de condensações (superficiais ou internas) que possam afectar negativamente a
durabilidade dos materiais e a qualidade do ar interior [13].
Segundo a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), em 2008, Portugal produziu
apenas 18% da energia necessária para o país [1]. De acordo com a IEA, o sector dos edifícios
constitui 61% do consumo de energia eléctrica final, dos quais 33% correspondem aos edifícios
de serviços [14], como se pode observar na Figura 1. Na década de 90 o sector dos edifícios
de serviços foi um dos que mais cresceu em consumos energéticos, apresentando um
crescimento médio anual de 11% na segunda metade desta década [1], actualmente existe
portanto a necessidade de travar essa tendência.
Figura 1 – Distribuição do consumo de energia final em electricidade por sector em Portugal [14].
É neste enquadramento que a presente dissertação incide na análise de soluções de
melhoria da eficiência energética, tomando como objecto de estudo o edifício da Segurança
Social da Av. da República, em Lisboa, no qual os diversos tipos de consumo, em especial os
associados a climatização, suscitaram o interesse na respectiva análise.
1.2. Revisão Bibliográfica
Seguidamente, são referenciados alguns trabalhos desenvolvidos com o intuito de
promover a eficiência energética em edifícios.
Cúmano [15] caracterizou e modelou um edifício típico do Parque Edificado da Baixa
Pombalina, utilizando a interface gráfica DesignBuilder associada ao programa de cálculo
EnergyPlus, e estudou medidas relacionadas com a arquitectura para reduzir o consumo
energético e melhorar o conforto térmico. Com este estudo verificou que, tanto o isolamento
pelo interior, como a substituição da caixilharia dos vidros, não se apresentaram viáveis, pois
apesar de reduzirem os consumos em aquecimento, tiveram como consequência um aumento
da temperatura nos meses de Verão.
36%
1%28%
33%
2%
Distribuição do Consumo de Energia Final em Electricidade por Sector em Portugal
Indústria
Transportes
Residencial
Comercial e Serviços Públicos
Agricultura/Florestação/Pesca
5
Tendo como objecto de estudo o edifício da Imprensa Nacional – Casa da Moeda
(Administração), Costa [16] efectuou uma análise comparativa de diferentes estratégias de
melhoria da eficiência energética, utilizando o EnergyPlus associado ao DesignBuilder.
Analisou a substituição de lâmpadas fluorescentes T8 por T5, a aplicação de uma película de
controlo solar em determinados envidraçados e a alteração do isolamento da cobertura para
placas de 80 mm em poliestireno extrudido (XPS). Verificou que a medida associada à
iluminação representou a maior redução do consumo, enquanto com a película de controlo
solar foram obtidas as menores poupanças. A substituição do isolamento de 50mm em
poliestireno expandido (EPS) por 80mm de XPS foi a solução que gerou maiores poupanças
associadas à climatização, mas implicando também o maior investimento e verificando-se
pouco viável em termos económicos.
Carlos [17] criou uma ferramenta de simulação de consumos energéticos aplicada a
edifícios de escritórios para auxiliar a gestão do consumo de energia eléctrica, tendo como
caso de estudo o edifício da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento. O programa
desenvolvido permitiu saber quais os equipamentos em funcionamento num edifício de
escritórios e definir os seus períodos de utilização, permitindo igualmente calcular os seus
perfis de potência individuais, construir o diagrama de carga global do edifício e calcular os
custos inerentes à utilização de cada equipamento. Com aplicação do simulador ao caso de
estudo, identificou um potencial de redução do consumo, pela selecção de novos períodos de
funcionamento para os equipamentos existentes como o AVAC (cujo funcionamento
automático se pode programar), e com a consciencialização dos ocupantes para apenas
ligarem os equipamentos eléctricos quando estes são realmente necessários. Foi possível
atingir reduções do consumo energético de 15% durante os dias úteis e de 24% durante os
fins-de-semana.
Gonçalves [18] analisou os consumos de electricidade e gás no Sheraton Lisboa Hotel &
SPA, recorrendo a um modelo com base no EnergyPlus associado ao DesignBuilder para a
avaliação dos consumos desagregados. Nesse trabalho foram estudadas diversas soluções
para melhoria do desempenho energético do hotel e houve a necessidade de ajustar os
consumos eléctricos em iluminação e equipamentos de forma a reproduzir os consumos
eléctricos deste. A solução que apresentou a melhor viabilidade económica consistiu na
substituição das Unidades Produtoras de Água Refrigerada, por estas terem uma eficiência
baixa (que foi medida no âmbito do trabalho realizado).
O presente trabalho inclui a análise dos consumos de equipamentos típicos de escritório e
do uso racional destes, em paralelo com a adopção de medidas de minimização de cargas
térmicas e a sua influência no consumo em climatização.
1.3. Objectivo
A presente dissertação tem por objectivo a análise térmico-energética do edifício da
Segurança Social da Av. da República, em Lisboa, e de diferentes estratégias para melhoria do
seu desempenho energético, tendo por base o programa de simulação dinâmica ESP-r.
6
Pretende-se, assim, analisar a situação térmico-energética actual do edifício e estimar a
capacidade de redução dos consumos energéticos, resultante da implementação de diversas
medidas de melhoria da eficiência energética e a sua viabilidade em termos económicos.
1.4. Organização
No capítulo 1 foi efectuado um enquadramento geral, abordando os problemas ambientais,
económicos e geopolíticos associados à utilização dos combustíveis fósseis e, como resposta
a esta questão, a adopção de várias medidas para promover a eficiência energética.
Realizou-se ainda uma revisão bibliográfica e definiu-se o objectivo da presente dissertação.
No capítulo 2 definem-se os conceitos que servem de base para a compreensão do
presente trabalho: o processo de recolha de dados e o método analítico utilizado. Efectua-se
uma síntese da térmica de edifícios, sendo definidas as hipóteses assumidas relativamente aos
ganhos internos e apresentados valores, presentes na literatura, correspondentes às potências
eléctricas dos equipamentos existentes no edifício. De seguida, caracteriza-se o programa de
simulação dinâmica ESP-r e é apresentado um resumo das normais climatológicas da região
de Lisboa. No final, realiza-se uma descrição sumária de medidas de eficiência energética.
O capítulo 3 consiste na descrição do edifício em termos de localização, orientação, áreas,
tipologias existentes, ocupação, potência instalada, consumos, construção e legislação
aplicável. Comparam-se as potências eléctricas medidas nos equipamentos com os valores
presentes na literatura. Apresentam-se os perfis de utilização do edifício calculados e os
consumos estimados a partir destes. Posteriormente, analisa-se a factura energética e efectua-
se a comparação entre o consumo estimado e o real presente na factura.
No capítulo 4 é caracterizado o modelo de referência, explicitando as aproximações
utilizadas nas simulações e o processo de elaboração do modelo. Seguidamente, efectua-se a
sua validação, comparando o consumo simulado com o estimado e com o real facturado. Por
fim, são calculados os Indicadores de Eficiência Energética (IEE) e é efectuada a classificação
energética do edifício.
No capítulo 5 são identificados os principais problemas do edifício, sendo propostas
hipóteses para minimizar estes efeitos negativos e consequentemente melhorar a eficiência
energética (5.1). Estas hipóteses são analisadas em termos de poupança energética, impacto
ambiental, investimento e viabilidade económica. Avalia-se o impacto da utilização de
extensões eléctricas com interruptor (5.2), com base no consumo evitado no horário vazio. A
poupança alcançada pelas medidas de aplicação de uma película de controlo solar (5.3),
instalação (5.4) ou substituição (5.6) de bombas de calor e/ou de unidades individuais de ar-
condicionado (5.5) é avaliada por simulação, sendo apresentados os resultados obtidos através
desta. Na secção 5.6.1 apresentam-se as medições efectuadas na sala de espera referentes à
temperatura, humidade relativa e fracção de CO2, e na secção seguinte são apresentados os
resultados obtidos por simulação neste espaço, considerando a situação actual e o caso de
existir um melhor isolamento do exterior. Analisa-se a instalação de paineis fotovoltaicos (5.7),
com base em dados fornecidos por uma empresa, e estuda-se a ventilação na área de
7
alimentação (5.8). No final deste capítulo, é analisada a implementação simultânea de
combinações das medidas propostas e estima-se a poupança no consumo energético mensal.
Finalmente, no capítulo 6, apresentam-se as conclusões da presente dissertação, são
referidas recomendações, no sentido de evitar desperdícios e de melhorar o aproveitamento de
energia no edifício, e sugerem-se trabalhos futuros.
8
2. Metodologia de Análise
Neste capítulo explica-se o processo de recolha de dados e o método analítico utilizado.
Efectua-se uma síntese da térmica de edifícios, sendo definidas as hipóteses assumidas
relativamente aos ganhos internos e apresentados valores, presentes na literatura,
correspondentes às potências eléctricas dos equipamentos existentes no edifício. De seguida,
caracteriza-se o programa de simulação dinâmica ESP-r e é apresentado um resumo das
normais climatológicas da região de Lisboa. No final, realiza-se uma descrição sumária de
medidas de eficiência energética.
2.1. Aquisição de Dados
A aquisição de dados para a construção do modelo seguiu os seguintes passos:
⋅⋅⋅⋅ Recolha de informação referente à estrutura física do edifício, através das plantas de
construção, inspecção visual e medições;
⋅⋅⋅⋅ Levantamento de dados relativos à potência instalada em iluminação, equipamentos e
A/C no edifício, por inspecção visual e medições;
⋅⋅⋅⋅ Obtenção de dados referentes à ocupação em cada divisão do edifício e de como se
efectua a gestão da iluminação, equipamentos e A/C, pela cedência de um
questionário por correio electrónico aos trabalhadores e inspecção visual;
Para a recolha de dados utilizaram-se os seguintes equipamentos:
⋅⋅⋅⋅ Contador de tomada eléctrica para a medição da potência dos equipamentos;
⋅⋅⋅⋅ Sensores para efectuar medições, na sala de espera, referentes à temperatura e
humidade relativa e fracção de CO2.
A Tabela 1 resume os diferentes métodos utilizados para a obtenção dos dados.
Relativamente ao tempo necessário para a recolha de informação, foram necessários cerca de
dois meses para obter as plantas de construção do edifício, o levantamento da potência
instalada foi realizado em dois dias e, através do questionário cedido aos trabalhadores,
obtiveram-se respostas referentes a 78% dos gabinetes em três semanas.
Dados Plantas Inspecção visual Medições Questionário Estrutura física do edifício
• • •
Potência instalada Iluminação • Equipamento • A/C • Ocupação/Utilização de iluminação, equipamentos e A/C
• •
Tabela 1 – Metodologia utilizada para a obtenção de dados.
9
Com base nos dados recolhidos foram calculados os perfis de ocupação, iluminação,
equipamento e utilização das unidades de A/C, através dos quais foram estimados os
consumos por utilização.
Através do ESP-r, realizaram-se simulações referentes a três condições diferentes: real,
nominal e “ideal”. Na simulação real utilizaram-se os perfis calculados referentes à situação
actual do edifício e foi analisado o impacto das medidas de eficiência energética. A simulação
nominal serviu para efectuar a classificação energética do edifício. Efectuou-se igualmente uma
simulação “ideal”, de forma obter as condições de conforto (não verificadas actualmente), e
poder assim dimensionar o sistema de climatização para substituir o existente.
2.2. Térmica de Edifícios
O desempenho térmico de um edifício depende significativamente da sua envolvente, para
além dos ganhos internos (ocupação, iluminação e equipamentos) e de factores relacionados
com o clima. Devem portanto ser consideradas as características intrínsecas do edifício, as
características da envolvente exterior e a interacção entre estas.
2.2.1. Transmissão de Calor
Sempre que se verifica um gradiente de temperatura entre dois meios existe transferência
de calor. A transferência de calor pode ocorrer nas formas de: condução (através de um meio
estacionário), convecção (entre um meio e um fluido em movimento) e radiação (por ondas
electromagnéticas entre superfícies). As permutas de calor em edifícios são promovidas pelos
factores relacionados com o clima (temperatura seca, humidade, radiação solar directa e difusa
e orientação e velocidade do vento). Podem ser ainda considerados fenómenos de
transferência de massa, quando ocorre condensação ou evaporação na fachada.
Para avaliar a quantidade de energia necessária para atingir um estado estacionário de
conforto térmico é necessário contabilizar as trocas de calor, bem como a reacção dinâmica do
edifício a essas mesmas trocas. O efeito da radiação solar, combinado com a temperatura
exterior, não é imediato, ocorrendo com um determinado desfasamento temporal. Este efeito
caracteriza-se por um estado inicial, um estado transiente e um estado final (de equilíbrio
estacionário), sendo que a evolução da temperatura no interior do edifício depende da
capacidade de armazenamento de calor do mesmo.
A inércia térmica (capacidade de prolongar o estado transiente e o desfasamento temporal
do efeito dos factores referidos) está directamente relacionada com a massa sem isolamento
térmico exposta ao fluxo de calor e é proporcional à massa térmica do edifício (produto do calor
específico pela temperatura), mas inversamente proporcional à condutibilidade térmica, ou
seja, resulta da relação entre a capacidade de armazenar e a capacidade de transmitir o calor.
Por consequência, quanto maior for a inércia térmica da envolvente de um edifício, menor será
o fluxo de calor que o atravessa [19].
10
2.2.2. Ganhos Internos
Seguidamente, apresentam-se as aproximações utilizadas relativamente aos ganhos
internos em ocupação e iluminação. São também apresentados valores, presentes na
literatura, referentes às potências eléctricas dos equipamentos existentes no edifício.
A ocupação tem uma contribuição importante para a carga interna do edifício, medida a
partir da taxa metabólica de cada ocupante (expressa em W/m2), dependendo do sexo, idade e
função desempenhada durante a sua presença no edifício. Como não é possível determinar
com exactidão a contribuição de cada ocupante, uma vez que não se pode prever o tipo de
actividade que cada um irá exercer e que ocupantes estarão ausentes, considerou-se que os
trabalhadores teriam uma taxa metabólica de 1.2 met (actividade sedentária), correspondendo
a 126 W/pessoa [20].
No cálculo dos perfis reais de iluminação foram distribuídas as potências associadas à
iluminação não permanente (garagens e WCs) pelo horário de funcionamento do edifício. O
cálculo do consumo energético em iluminação não teve em conta os balastros. Considerando
que as lâmpadas existentes no edifício estão equipadas com balastros ferromagnéticos
standard (classe C), o factor de correcção do consumo em iluminação deve ser de 20%. Visto
que a maioria das lâmpadas são do tipo fluorescente linear de 36 W e o consumo destas com o
balastro corresponde a 45 W [21].
Relativamente aos equipamentos presentes no edifício, apresentam-se na Tabela 2 os
correspondentes valores de potência eléctrica nominal (ou média em [22] e [23]) encontrados
na literatura.
Tipo de Equipamento Potência (W) Fontes
Escritório/ Atendimento
Fax 230 [17] Fotocopiadora 250 [17] Impressora a jacto de tinta 250, 180 [17], [22]
PC 250, 200, 180,
130, 100 [23], [16], [22],
[17], [15] Scanner 18 [17] Triturador de papel 23 [17] TV 200, 160 [23], [17]
Alimentação
Arca congeladora 200, 130 [23], [22] Arca quente 2000 [24] Chaleira/Cafeteira eléctrica 2400, 2000, 600 [15], [17], [22] Forno eléctrico 2000, 1500 [23], [22] Frigorífico 200, 110, 100 [23], [15], [17] Fritadeira 3000, 1000 [24], [22] Máquina de cortar fiambre 190 [24] Máquina de buffet 2000 [24] Máq. lavar loiça Univer Bar Mix 2250 [25] Máq. lavar loiça DIHR Gastro 500s 3550 [26] Máquina de café 1100, 800 [15], [17] Microondas 1200, 1000, 700 [17], [23], [15] Mini-frigorífico 70 [22] Torradeira doméstica 800 [22] Torradeira industrial 1800 [24]
Outros Elevador 7500 [27] Mini aparelhagem 20 [22] Rádio eléctrico pequeno 10 [22]
Tabela 2 – Potências eléctricas dos equipamentos presentes no edifício encontradas na literatura.
11
No capítulo 3 apresentam-se os valores considerados neste trabalho para as potências
eléctricas dos equipamentos e número de horas de utilização equivalentes à potência nominal,
tendo por base as medições efectuadas ou valores presentes na Tabela 2 (para os aparelhos
que não foram alvo de medição).
2.2.3. Simulação Dinâmica – Programa ESP-r
Os edifícios são sistemas com complexas trocas de calor, tornando o seu cálculo
dependente de um grande número de variáveis, tais como: geometria e configuração do
edifício, propriedades físicas dos materiais, clima, envolvente, ocupação e utilização. Tal
complexidade e a necessidade da sua simulação originaram o aparecimento de programas que
permitem a sua modelação, dos quais se destaca o ESP-r.
Este programa é aprovado pela norma ASHRAE 140-2004 e foi escolhido devido à sua
capacidade de modelação da ventilação natural, pois não tendo o edifício climatização central,
a gestão da temperatura interior passa pela abertura e fecho de janelas. Como as condições
exteriores impostas ao edifício (climáticas) são necessariamente variáveis no tempo, o
comportamento térmico do edifício deverá ser estudado em regime transiente. O ESP-r
(Environmental Systems Performance – research) possibilita a simulação do comportamento
térmico, em regime transiente, de edifícios e dos sistemas energéticos auxiliares que
eventualmente nele estejam integrados.
É possível efectuar a modelação do fluxo de energia e também a modelação do fluxo de ar
através do ESP-r. O comportamento de edifícios pode ser simulado em regime flutuante ou
admitindo que existe um regime de controlo, cuja selecção cabe ao utilizador. Torna-se, assim,
possível o estudo de diversas configurações, desde modelos unizona até grandes estruturas
multizona, com ou sem sistemas energéticos integrados, efectuando uma análise combinada
do escoamento de energia e massa ou apenas uma análise energética.
O programa ESP-r baseia-se numa série de módulos interligados e bases de dados, como
se pode observar na Figura 2, estando dividido em duas etapas distintas. Na primeira etapa
procede-se à definição do problema, consistindo na caracterização dos seguintes pontos:
geometria; construção; cargas internas associadas à ocupação, iluminação e equipamentos;
ventilação e infiltração; sombreamento; bases de dados; nós e malha para a simulação;
sistemas energéticos e ficheiros de controlo das variáveis em jogo. A segunda etapa consiste
na simulação e posterior exploração dos resultados.
12
Figura 2 – Relação entre módulos e bases de dados do ESP-r [28].
Para a descrição dos balanços de energia e massa em edifícios, é necessário recorrer a
várias equações (algébricas, diferenciais ordinárias e derivadas parciais), que podem ser
integradas recorrendo a métodos numéricos. No ESP-r, utilizam-se métodos de diferenças
finitas para a resolução numérica das equações de transferência de calor, sendo o sistema
contínuo discretizado, de modo a que as variáveis possam ser definidas em pontos discretos
(nós da malha) [29].
No que respeita à discretização, o domínio de cálculo (edifício e sistemas energéticos
auxiliares) é dividido em volumes de controlo finitos e não sobrepostos, caracterizados pelas
propriedades termofísicas do meio e por uma temperatura uniforme. Para estes volumes, são
calculados os balanços de massa e de energia, quando sujeitos às condições fronteira de
clima, aos regimes de controlo e aos constrangimentos associados às ligações entre volumes.
O edifício a simular passa então a ser descrito por um sistema nodal, no qual os nós e as suas
ligações representam os volumes considerados e as ligações existentes [28].
13
2.3. Caracterização Climática da Região de Lisboa
O desempenho térmico do edifício depende de toda a sua envolvente assim como do
clima onde se encontra inserido. A cidade de Lisboa, situada a 38,77 º N e a 9,13 º W, é
considerada uma das capitais mais amenas da Europa, apresentando um clima fortemente
influenciado pela corrente do Golfo, podendo ser caracterizado como um clima típico da região
do mediterrâneo, onde podem se destacam duas estações: a de Verão, quente e seca, e a de
Inverno, fria e chuvosa.
Na Tabela 3 apresenta-se um resumo das variáveis climáticas da região de Lisboa, tendo
como base uma análise efectuada entre os anos 1951-1980 [30] (aos quais se refere a base de
dados associada ao ESP-r) e a comparação com os valores verificados nos anos 2007-2009,
calculados através de dados do Instituto Geofísico da Universidade de Lisboa (IG).
Variáveis Climáticas 1951-1980 2007-2009 Vento dominante Norte Temp. média anual (ºC) 16.7 17.2 Temp. média do mês mais quente (ºC) – Agosto 22.6 22.5 Temp. média do mês mais frio (ºC) – Janeiro 11.3 11.7 Insolação média anual (horas) ≈ 3000 2995.6 Humidade média relativa (%) 75 – 60
Tabela 3 – Resumo das normais climatológicas da região de Lisboa.
Da comparação dos valores das variáveis climáticas entre 1951-1980 e 2007-2009,
verifica-se que os dados da base climática correspondem a uma boa aproximação da situação
climática actual de Lisboa.
Apesar de ser considerado um clima relativamente ameno (temperatura média de 16.7 ºC)
Lisboa apresenta, no entanto, valores extremos de temperatura, desconfortáveis, de frio no
Inverno, nos meses de Janeiro e Fevereiro (mínima absoluta de -1.2 ºC) e de calor no Verão,
no mês de Agosto (máxima absoluta de 40.0 ºC).
O vento verifica-se mais frequentemente nas direcções de norte e nordeste e com uma
velocidade média compreendida entre os 10 e os 15 km/h. Porém, estes valores podem não
ser muito representativos, uma vez que em ambiente urbano esta velocidade é influenciada
essencialmente pelos edifícios adjacentes.
A insolação corresponde ao número de horas de sol descoberto acima do horizonte, ou
seja, ao número de horas de radiação solar incidente. Em Lisboa o valor médio da insolação é
cerca de 3000 horas anuais, apresentando uma média máxima mensal de 348.7 horas, no mês
de Agosto, e mínima de 142.4 horas, no mês de Janeiro.
2.4. Medidas de Eficiência Energética
A eficiência energética pode ser melhorada através da aplicação de medidas passivas,
activas ou de controlo.
As medidas passivas têm como principal objectivo a redução da procura de energia e
estão directamente associadas às características físicas do edifício. São exemplos destas
14
medidas: alteração das diferentes técnicas de sombreamento de acordo com a localização
geográfica e a orientação da fachada; utilização de materiais com baixos coeficientes de
transferência de calor na envolvente; eliminação de pontes térmicas; instalação de vidros
duplos; isolamentos térmicos e ventilação e iluminação naturais [31].
As medidas activas têm como objectivo a instalação de meios mecânicos que permitam a
redução de consumos ou a utilização de recursos energéticos de forma mais eficiente. São
exemplos destas: a utilização de sistemas de gestão técnica centralizada (buildind
management systems); a substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas
fluorescentes; a substituição de computadores de mesa por portáteis e a substituição de
monitores CRT por LCD.
As acções de controlo assentam na redução do desperdício através da consciencialização
e mudança de hábitos dos ocupantes dos edifícios, por exemplo: utilização de luz natural em
vez de luz artificial, sempre que possível; correcta utilização de equipamentos de
sombreamento, reduzindo assim a carga térmica a ser removida; desligar com antecedência os
sistemas de climatização, aproveitando a inércia térmica do edifício; retirar carregadores das
tomadas e evitar sempre que possível modos stand-by.
15
3. Caracterização do Edifício
No presente capítulo procede-se à caracterização do edifício em estudo relativamente à
localização, orientação, áreas, tipologias existentes, ocupação, potência instalada, consumos,
construção e legislação aplicável.
O edifício da Segurança Social, Nº. 4 da Av. da República, em Lisboa, é um edifício de
serviços sem climatização central com orientação Oeste/Este. A fachada Oeste do edifício (Av.
da República) pode ser observada na Figura 3.
Figura 3 – Fachada Oeste do edifício (Av. da República).
O edifício tem um horário laboral das 7h às 21h (de segunda a sexta) e é constituído pelas
seguintes áreas diferenciadas, nas quais são predominantes as seguintes utilizações:
⋅ Pisos -2 e -3 – Garagens
⋅ Piso -1 – Área de alimentação (cozinha, bar, refeitório)
⋅ Piso 0 – Área de atendimento ao público e gabinetes
⋅ Pisos 1 a 9 – Gabinetes
⋅ Piso 10 – Casa das máquinas dos elevadores (cobertura interior)
Devido às diferenças relativamente às áreas e tipologias presentes no edifício, a análise e
modelação deste foram divididas na zona A (pisos 1 a 10) e B (pisos 0 a -3).
3.1. Descrição da Zona A
A zona A do edifício é predominantemente constituída por gabinetes, existindo também
salas de reuniões e de máquinas, arquivos e áreas desocupadas. Nesta zona, ambas as
fachadas (Este e Oeste) são preenchidas por extensos vãos envidraçados, havendo
sombreamento exterior na fachada Oeste, promovido por palas com cerca de 1 m de
profundidade, e sombreamento interior por estores de ripas verticais. As plantas de cada piso,
tal como definidas no ESP-r, são apresentadas em detalhe no anexo I.1 (pg. I-1).
16
3.1.1. Áreas
Esta zona do edifício tem uma área total de 3276.5 m2. Na Tabela 4 são descritas as
tipologias presentes na zona A quanto às áreas de pavimento e de envidraçados. As divisões
da zona A descrevem-se pormenorizadamente no anexo I.2 (pg. I-5), relativamente à tipologia
e áreas de pavimento e de envidraçados.
A totalidade da área da zona A é útil, à excepção da cobertura interior (correspondente à
divisão 10.Acomum), cuja área é de 49 m2, sendo um espaço técnico constituído pela casa das
máquinas dos elevadores, acessível através das escadas. Os gabinetes ocupam 64% da zona
A e as áreas de circulação 23%. O espaço restante é dividido entre salas de máquinas e de
reuniões, arquivos e áreas desocupadas.
Tipologia Área (m2) Área de Envidraçados (m2) Este Oeste Total
Circulações 737.8 99.1 99.1 Gabinetes 2094.5 146.4 307.6 454.1 Salas de Máquinas 68.7 Salas de Reuniões 93.3 24.3 24.3 Arquivos 81.8 6.2 6.2 Desocupados 200.4 21.8 18.7 40.5 TOTAL 3276.5 297.8 326.3 625.1
Tabela 4 – Tipologias da zona A: áreas de pavimento e de envidraçados.
Uma variável de grande relevância para os edifícios é a radiação solar, dependente da
orientação e exposição solar do edifício. A capacidade que um edifício tem para captar a
radiação solar nos períodos em que existe uma maior necessidade de energia (Inverno) e de
ter a menor superfície possível exposta à luz do Sol quando existe a necessidade de dissipar o
calor (Verão) determina em grande parte o grau de conforto oferecido aos ocupantes e os
consequentes gastos de energia em climatização. O edifício tem elevado ganho solar devido à
grande extensão de vãos envidraçados presentes em ambas as fachadas, constituindo estes
69% da fachada Este e 76% da fachada Oeste.
3.1.2. Ocupação
Existem 139 trabalhadores na zona A, encontrando-se disponíveis 23.6 m2/ocupante.
Relativamente apenas à área de gabinetes estão disponíveis 15.1 m2/ocupante, sendo este
valor semelhante ao valor nominal indicado pelo RSECE para escritórios de 15 m2/ocupante.
A ocupação varia significativamente consoante o piso, sendo os pisos 6 e 9 os que
apresentam menor densidade ocupacional e os pisos 1 e 4 os que têm mais ocupantes por
unidade de área, como se pode observar na Figura 4.
17
Figura 4 – Área disponível por ocupante.
Como referido no capítulo 2, foi cedido um questionário aos trabalhadores (apresentado
no anexo I.3, pg. I-7), com o objectivo de determinar os horários de ocupação do edifício e de
que forma se efectua a gestão da iluminação, equipamentos e unidades de A/C. Com base nas
respostas a este questionário, foram estimados os perfis reais de ocupação, iluminação,
equipamento e de utilização do A/C. Na Figura 5 compara-se o perfil de ocupação real com o
perfil nominal, indicado pelo RSECE para escritórios, e observa-se que existe uma evolução
semelhante entre os perfis tanto em relação aos valores percentuais horários, como
relativamente à variação dos mesmos.
Figura 5 – Comparação dos perfis de ocupação real e nominal (indicado pelo RSECE).
Os dados que permitiram calcular este perfil de ocupação real apresentam-se tabelados
no anexo I.4 (pg. I-8), constando, para cada gabinete: o número de ocupantes, a
correspondente carga térmica absoluta e por unidade de área, os horários de início e fim de
ocupação e o número total de horas de permanência no gabinete.
3.1.3. Potência Instalada
A potência total instalada nesta zona do edifício é de 210.1 kW, sendo a maior parcela
devida à climatização (99.3 kW), seguida da relativa aos equipamentos (88.1 kW). A iluminação
tem uma contribuição menor, representando um total de 22.8 kW instalados. Os dados relativos
11 14 139
15
2722
14
25
1218
31
11
21
69
34
25
57
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Área Disponível por Ocupante (m2/ocupante)
Gabinetes
Piso
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
18
h à
s 1
9h
19
h à
s 2
0h
20
h à
s 2
1h
21
h à
s 2
2h
22
h à
s 2
3h
23
h à
s 2
4h
Comparação dos Perfis de Ocupação Real e Nominal
Real
Nominal
2 per. Mov. Avg. (Real)
2 per. Mov. Avg. (Nominal)
18
à potência instalada em iluminação, equipamentos e climatização, em cada divisão, estão
tabelados no anexo I.5 (pg. I-9), tanto em valor absoluto como por unidade de área.
3.1.4. Iluminação
A potência instalada em iluminação na zona A é de 22.8 kW, correspondendo a 7.5 W/m2.
Pelos dados de gestão da iluminação, verifica-se que a utilização da iluminação difere nas
estações de Verão e de Inverno, sendo superior na última. Os perfis de iluminação reais nas
duas estações comparam-se com o nominal, indicado pelo RSECE para escritórios, nas
Figuras 6 e 7, respectivamente para as situações de Verão e de Inverno.
Observa-se que no Verão se utiliza no máximo cerca de 60% da potência instalada em
iluminação, enquanto no Inverno se chega a utilizar mais de 80%, existindo um aumento da
utilização da iluminação entre as 16h e as 17h, enquanto a ocupação diminui neste horário. Os
perfis reais e nominal apresentam diferenças, uma vez que apesar de os primeiros
evidenciarem uma evolução semelhante à do perfil nominal, contam com valores percentuais
horários inferiores. Outra diferença é o facto de não se utilizar iluminação entre as 21h e as 7h.
Figura 6 – Comparação dos perfis de iluminação real no Verão e nominal (indicado pelo RSECE).
Figura 7 – Comparação dos perfis de iluminação real no Inverno e nominal (indicado pelo RSECE).
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
18
h à
s 1
9h
19
h à
s 2
0h
20
h à
s 2
1h
21
h à
s 2
2h
22
h à
s 2
3h
23
h à
s 2
4h
Comparação dos Perfis de Iluminação Real no Verão e Nominal
Real Verão
Nominal
2 per. Mov. Avg. (Real Verão)
2 per. Mov. Avg. (Nominal)
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
18
h à
s 1
9h
19
h à
s 2
0h
20
h à
s 2
1h
21
h à
s 2
2h
22
h à
s 2
3h
23
h à
s 2
4h
Comparação dos Perfis de Iluminação Real no Inverno e Nominal
Real Inverno
Nominal
2 per. Mov. Avg. (Real Inverno)
2 per. Mov. Avg. (Nominal)
19
3.1.5. Equipamento
Nesta zona do edifício a maior parte da potência instalada em equipamentos é referente a
máquinas típicas de escritório (computadores, fotocopiadoras, impressoras, faxes...),
representando no global 62.7% da potência instalada em equipamentos, sendo a maior parcela
(34.4%) devida aos computadores. Os elevadores representam 17% da potência instalada em
equipamentos na zona A e existem ainda diversos aparelhos de alimentação (cafeteiras,
máquinas de café, microondas,..) que consistem em 20.1% da potência instalada em
equipamentos. A potência instalada em equipamento nesta zona do edifício perfaz um total de
88.1 kW.
Através da utilização de um contador de tomada eléctrica, foram medidos os consumos de
equipamentos equivalentes a alguns utilizados no edifício. Não tendo sido possível realizar
medições em todos os tipos de equipamento presentes no edifício, para os que não foram
objecto de medição foi consultada bibliografia referente aos mesmos. Na Tabela 5 apresentam-
se as potências consideradas para cada tipo de equipamento nos modos de utilização e
stand-by e as respectivas fontes, sendo também apresentada a estimativa do número de horas
de funcionamento à potência nominal de cada aparelho.
Comparando os valores medidos com os presentes na literatura (Tabela 2, pg. 10),
verifica-se que relativamente aos equipamentos de escritórios não existem grandes diferenças
entre as potências consideradas e as da literatura, exceptuando os casos das fotocopiadoras e
scanners.
Tipo de Equipamento W Wstand-by Fonte Horas Func.
Típico de escritório
Fax 150 1 Medição 0.25 Fotocopiadora 900 17.5 Medição 0.34 Impressora a jacto de tinta 260 12 Medição 0.34 PC antigo 300 45 Medição (a) PC novo 200 1 Medição (a) Scanner 150 1 Medição 0.25 Triturador de papel 80 Medição 0.25
Alimentação
Cafeteira eléctrica 1840 Medição 0.25 Máquina de café 1200 Medição 0.25 Microondas 1570 2.4 Medição 0.25 Mini-frigorífico 70 [22] 24 Torradeira doméstica 600 Medição 0.25
Outros Colunas 12 Medição (a) Elevador 7500 1800 [27] 2.25 Rádio eléctrico pequeno 2.5 Medição (a)
(a) Nestes casos, considerou-se o número de horas de funcionamento igual ao número de horas de ocupação da divisão onde se encontram os equipamentos.
Tabela 5 – Potência de cada tipo de equipamento (modos de utilização e stand-by e fontes) e horas diárias de funcionamento.
De forma a calcular o perfil de utilização do equipamento foram assumidas as seguintes
hipóteses:
⋅⋅⋅⋅ Relativamente aos equipamentos típicos de escritório e outros (excepto elevadores),
considerou-se que as horas de funcionamento de cada aparelho se encontram
20
distribuídas ao longo do horário de ocupação da divisão ou do piso (no caso dos
equipamentos das salas de máquinas).
⋅⋅⋅⋅ Em relação aos equipamentos de alimentação presentes nos gabinetes e salas de
máquinas, considerou-se que as horas de funcionamento de cada aparelho se
encontram distribuídas ao longo do horário de ocupação do gabinete ou do piso (no
caso dos equipamentos das salas de máquinas).
No caso dos elevadores, considerou-se utilização comercial, correspondendo a 1.584
horas/ano de funcionamento (para 1 elevador com 10 paragens, 6 horas por dia, 22 dias por
mês) e 23.632 kWh/ano [32], corrigindo este valor para o facto de existirem 2 elevadores com
13 paragens, das quais uma corresponde ao refeitório e duas a garagens. Considerou-se que
quando o elevador está parado, o gerador consome 12% da energia consumida em plena
carga [32].
O perfil de equipamento real compara-se com o nominal, indicado pelo RSECE para
escritórios, na Figura 8. O perfil real é referente à potência instalada em equipamentos
equivalente de 36.2 kW, obtida através da distribuição das potências dos equipamentos de uso
descontínuo (como impressoras, fotocopiadoras,...) pelo horário em que serão utilizados, ou
seja, pelo horário de ocupação da divisão onde se encontram.
Figura 8 – Comparação dos perfis de equipamento real e nominal (indicado pelo RSECE).
Da comparação do perfil de equipamento real e nominal, verifica-se que existe uma
grande semelhança entre ambos entre as 9h e as 19h, sendo ao longo do resto do dia a
utilização real sempre inferior à nominal. A potência instalada em equipamento por unidade de
área é de 26.9 W/m2 e de 11.0 W/m2 relativamente à potência equivalente à qual corresponde
o perfil apresentado, sendo o valor indicado pelo RSECE para escritórios de 15 W/m2.
Estima-se que exista um consumo de energia mensal em equipamentos constante de
8153 kWh nesta zona do edifício. A distribuição da potência instalada e consumo de energia
por tipo de equipamento apresenta-se na Tabela 6.
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
18
h à
s 1
9h
19
h à
s 2
0h
20
h à
s 2
1h
21
h à
s 2
2h
22
h à
s 2
3h
23
h à
s 2
4h
Comparação dos Perfis de Equipamento Real e Nominal
Real
Nominal
2 per. Mov. Avg. (Real)
2 per. Mov. Avg. (Nominal)
21
Tipo de Equipamento Quant. W kWh/mês Horas/unid.mês Elevador 2 15000 1368 91 Típico de escritório: Computador 145 30300 6203 205 Fax 14 2100 18 9 Fotocopiadora 11 9900 115 12 Impressora 47 11960 205 17 Scanner 6 900 6 7 Triturador de papel 1 80 0.4 5 Variado: Cafeteira eléctrica 5 9200 51 6 Colunas 8 96 18 186 Máquina de café 2 2400 13 6 Microondas 3 4710 28 6 Mini-frigorífico 3 210 123 584 Rádio eléctrico pequeno 4 10 2 200 Torradeira 2 1200 4 3 TOTAL 88066 8153 Típico de Escritório 55240 6547 Variado 17826 238
Tabela 6 – Distribuição da potência instalada e energia consumida por tipo de equipamento na zona A e número médio de horas de funcionamento de cada equipamento unitário.
Verifica-se que, na zona A do edifício, os maiores consumos são devidos à utilização de
computadores e elevadores, representando, respectivamente, 76.5% e 17.0% do consumo total
mensal em equipamento. Relativamente ao consumo em vazio, estima-se que apenas 15.7%
do consumo estimado é de facto necessário, sendo esta a parcela correspondente aos
elevadores, mini-frigoríficos e microondas.
3.1.6. Climatização
Os equipamentos utilizados para climatização na zona A são unidades individuais de A/C
e aquecedores a óleo. A potência instalada em aquecedores a óleo é de 15.0 kW, enquanto a
referente às unidades de A/C é de 84.3 kW, perfazendo um total de 99.3 kW.
Considerou-se a potência de 1500 W para cada aquecedor a óleo, valor este obtido
através da utilização do contador de tomada eléctrica e igual ao obtido por auditoria em [15].
Para estimar o consumo devido a estes aparelhos foi utilizado o perfil de utilização do A/C para
aquecimento.
No anexo I.6 (pg. I-11) encontram-se tabelados os modelos das unidades individuais de
A/C instaladas em cada divisão desta zona e as respectivas características nominais.
Encontram-se 55 unidades individuais de A/C instaladas na zona A, estando 51 instaladas
em gabinetes e 4 em salas de reuniões, sendo as capacidades de frio e de calor totais nesta
zona de 193.7 kW e 242.7 kW, respectivamente. Das 55 unidades instaladas, 32 são do tipo
mural, 22 do tipo split e existe uma unidade de tecto. As unidades Light Air (tipo janela) e
Amcor Airline são bastante antigas, datando provavelmente, da altura de construção do
edifício, perfazendo um total de 13 unidades muito antigas cuja substituição é prioritária.
Devido ao elevado número de equipamentos de climatização presentes no edifício e à
impossibilidade de fazer uma caracterização pormenorizada de cada um, utilizaram-se os
valores nominais das características dos aparelhos, obtidos por inspecção visual ou por
22
consulta de catálogo. Para os aparelhos mais antigos, cujos valores nominais das capacidades
de frio/calor não se encontravam disponíveis, foram utilizados os valores de 1.8 para a εF e 2.2
para o COP, uma vez que se estima que estes aparelhos contem já com cerca de 40 anos de
existência e assumindo que a cada 10 anos a εF se reduz em 4% e o COP em 1%, redução
esta estimada pelos valores presentes no Despacho n.º 11020/2009 da ADENE [33].
Na Figura 9 são apresentados os perfis de utilização de A/C, calculados para as estações
de Verão (arrefecimento) e de Inverno (aquecimento), com base nas respostas dos
trabalhadores ao questionário. Da observação desta, constata-se que no Verão é utilizada mais
de 90% da potência eléctrica instalada em A/C durante 4 horas (das 10h às 12h e das 14h às
16h), enquanto no Inverno é utilizada no máximo entre 80% e 90% apenas durante 2 horas
(das 14h às 16h). A potência eléctrica utilizada em aquecimento (Inverno) é somente
ligeiramente superior à utilizada em arrefecimento (Verão) nos horários de início e de fim de
ocupação do edifício (das 7h às 9h e das 19h às 21h).
Para calcular os consumos máximos de Verão e de Inverno, considerou-se que os
equipamentos de climatização consomem em média 88% da potência eléctrica nominal de
cada aparelho e foram utilizados os respectivos perfis de utilização do A/C. Este valor (88%)
representa um ajuste com o consumo real facturado, tendo sido efectuado antes de estimar a
potência instalada em ventilação na zona B.
Figura 9 – Comparação dos perfis de utilização das unidades de A/C no Verão e no Inverno.
3.1.7. Ventilação Natural
Foi calculada a taxa de renovação horária nominal (Rph) devida à infiltração, segundo a
classe de exposição ao vento das fachadas do edifício, utilizando os quadros IV.1 e IV.2 do
anexo IV do RCCTE. Os valores de Rph (h-1) apresentam-se na Tabela 7.
Tendo em conta que Lisboa pertence à região A e que o edifício se situa no interior de
uma zona urbana (rugosidade I), verifica-se, consultando o quadro IV.2, que o edifício pertence
às classes 1 (até ao piso 6) e 2 (pisos 7 a 9). Admitindo que não existem dispositivos de
admissão na fachada e que a caixa de estore não tem classificação, obtêm-se os valores
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
18
h à
s 1
9h
19
h à
s 2
0h
20
h à
s 2
1h
21
h à
s 2
2h
22
h à
s 2
3h
23
h à
s 2
4h
Perfis de Utilização de A/C no Verão e no Inverno
Inverno
Verão
23
correspondentes de Rph (h-1) do quadro IV.1, agravados de 0.10 uma vez que a área de vãos
envidraçados é superior a 15% da área útil (nota 2).
Rph (h-1) Pisos
1 0 a 6 1.05 7 a 9
Tabela 7 – Rph devida à infiltração segundo a classe de exposição ao vento das fachadas do edifício.
Na Figura 10 está representado o ar novo por hora por ocupante nos gabinetes, segundo
a classe de exposição ao vento do edifício, em função do número de ocupantes por gabinete.
O valor médio de ar novo por infiltração nos gabinetes é de 62.4 m3/h.ocupante, sendo o
valor mínimo de ar novo permitido pelo RSECE para escritórios de 35 m3/h.ocupante.
Da Figura 10 observa-se que em 11 dos 40 gabinetes, o ar novo obtido por infiltração é
inferior ao mínimo permitido pelo RSECE, sendo estes: o gabinete 8.6, que é uma sala de
inquirições e não tem janelas, e os gabinetes 1.1, 1.4, 2.2, 3.4, 4.1, 4.2, 4.5, 4.6, 8.8 e 8.9.
Conclui-se portanto que se justificava a instalação de um sistema de ventilação nestes
gabinetes.
Figura 10 – Ar novo por hora por ocupante nos gabinetes da zona A segundo a classe de exposição ao vento do edifício.
3.2. Descrição da Zona B
A zona B do edifício divide-se entre as seguintes áreas principais: atendimento ao público
e gabinetes (piso 0), alimentação (piso -1) e garagens (pisos -2 e -3). As plantas de cada piso,
tal como definidas no ESP-r, apresentam-se em detalhe no anexo I.1 (pg. I-3).
3.2.1. Áreas
A área total da zona B é de 3774.2 m2, sendo a área útil de 1617.3 m2, uma vez que as
garagens ocupam 57% desta zona do edifício. As áreas de pavimento e de envidraçados por
tipologia são apresentadas na Tabela 8. No anexo I.2 (pg. I-4) descrevem-se em detalhe as
divisões da zona B quanto à tipologia e áreas de pavimento e envidraçados.
0
50
100
150
200
250
300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
m3/h
.ocu
pan
te
Nº. ocupantes/gabinete
Ar Novo por Hora por Ocupante Segundo a Classe de Exposição ao Vento (dada pelo RCCTE)
min. permitido pelo RSECE
24
Tipologia Área (m2) Área Envidr. Oeste (m2)
Alimentação 286.8 Atendimento 248.8 Circulação 250.2 32.8 Gabinetes 175.9 Garagens 2156.9 Arquivos/Arrumos 655.6 Área Útil 1617.3 TOTAL 3774.2 32.8
Tabela 8 – Tipologias da zona B: áreas de pavimento e de envidraçados.
3.2.2. Ocupação
Existem 42 trabalhadores nesta zona do edifício, concentrando-se estes essencialmente
no piso 0. Relativamente à ocupação do refeitório, estima-se que consista em 70 ocupantes por
hora entre as 12h e as 14h.
O horário de atendimento ao público realiza-se entre as 9h e as 16h, embora a sala de
espera apenas fique vazia apenas entre as 17h e as 18h. Diariamente passam pela sala de
espera cerca de 430 utentes que se distribuem de forma heterogénea durante o horário de
atendimento. Com base em observações, nas medições da fracção de CO2 (ver Figura 39, pg.
72) e nos dados dos movimentos mensais de utentes, foi estimada a ocupação da sala de
espera por hora que se apresenta na Figura 11.
Da observação desta figura constata-se que, durante o horário de atendimento, existe uma
maior concentração de utentes na sala de espera na parte da manhã, sendo a ocupação
máxima de 91 ocupantes entre as 11h e as 12h e decrescendo ao longo da tarde até 26
ocupantes entre as 15h e a as 16h. O número médio de utentes na sala de espera durante o
horário de atendimento (9h às 16h) é de 59 utentes e de 48 utentes durante o horário de
atendimento real (9h às 18h).
Figura 11 – Número de utentes por hora na sala de espera.
Os dados relativos à ocupação da zona B por parte de trabalhadores e de utentes
apresentam-se na Tabela 9, na qual constam, para cada divisão: o número de ocupantes, a
correspondente carga térmica absoluta (W) e por unidade de área (W/m2), os horários de início
e fim de ocupação e o número total de horas de permanência.
6084 91
55 48 4826 20
2
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
16
h à
s 1
7h
17
h à
s 1
8h
Número Médio de Utentes na Sala de Espera por Hora
25
Divisão Ocupação
Trab. Utentes Total W W/m2 m2/Ocup. Início Fim Horas - 1.bar 2 2 252 7.92 15.90 9 17 8
- 1.cozinha 3 3 378 17.83 7.07 9 17 8 - 1.refeitor (70)* (70) 8820 52.81 2.39 12 14 2 0.atendimen 10 10 20 2520 25.71 4.90 9 18 9 0.balcão 4 4 504 5.35 23.55 9 18 9
0.sala_espe 48** 48 6048 106.82 1.18 9 18 9 0.ent_func 1 1 126 10.44 12.07 7 21 14 0.central_t 2 2 252 24.71 5.10 9 18 9 0.dir_tesou 2 2 252 22.11 5.70 9 18 9 0.gab1 1 1 126 16.07 7.84 9 18 9 0.gab2 1 1 126 16.07 7.84 9 18 9 0.gab3 1 1 126 16.07 7.84 9 18 9
0.gab_chefi 2 2 252 10.54 11.95 9 18 9 0.tesourari 7 7 882 9.82 12.83 9 18 9
0.tlfs 10 10 1260 73.68 1.71 9 18 9 TOTAL 42 62 104 13104
* Número médio de trabalhadores por hora entre as 12h e as 14h, não considerado para os totais apresentados. ** Número médio de utentes durante o horário de atendimento real (9h às 18h).
Tabela 9 – Ocupação em cada divisão: número de ocupantes, carga térmica absoluta (W) e por unidade de área (W/m2), horários de início e de fim e total de horas de permanência.
3.2.3. Potência Instalada
A potência total instalada na zona B é de 82.3 kW, sendo a maior parcela devida a AVAC
(35.1 kW), seguida da referente aos equipamentos (34.2 kW). Desta última, 62.9% devem-se a
equipamentos instalados na área de alimentação. A iluminação tem uma contribuição menor,
representando 13.1 kW instalados. Os dados relativos à potência instalada em iluminação e
equipamentos em cada divisão desta zona do edifício são apresentados no anexo I.5 (pg. I-10),
tanto em valor absoluto como por unidade de área.
3.2.4. Iluminação
A potência instalada em iluminação na zona B é de 13.1 kW, correspondendo a 5.3 W/m2
por unidade de área útil.
O perfil de iluminação que serviu de base para o cálculo do consumo energético
apresenta-se na Figura 12.
Figura 12 – Perfil de iluminação na zona B.
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h1
0h
às
11
h1
1h
às
12
h1
2h
às
13
h1
3h
às
14
h1
4h
às
15
h1
5h
às
16
h1
6h
às
17
h1
7h
às
18
h1
8h
às
19
h1
9h
às
20
h2
0h
às
21
h2
1h
às
22
h2
2h
às
23
h2
3h
às
24
h
Perfil de Iluminação na Zona B
Ilum.
26
3.2.5. Equipamento
A potência instalada em equipamento na zona B é de 34.2 kW, representando 21.1 W/m2
por unidade de área útil e sendo de 29.4 W/m2 na área de gabinetes/atendimento do piso 0.
Existem aparelhos típicos de escritório no piso 0, que correspondem apenas a 37.1% da
potência instalada em equipamento nesta zona do edifício, e todo o tipo de equipamento de
alimentação na área da cozinha.
Através da utilização de um contador de tomada eléctrica, foram medidos os consumos de
equipamentos equivalentes a alguns utilizados no edifício. Não tendo sido possível realizar
medições em todos os tipos de equipamento presentes no edifício, para os que não foram alvo
de medição foi consultada bibliografia referente aos mesmos e/ou efectuadas estimativas. Na
Tabela 10 apresentam-se as potências consideradas para cada tipo de equipamento nos
modos de utilização e stand-by e as respectivas fontes, sendo igualmente apresentada a
estimativa do número de horas de funcionamento à potência nominal de cada aparelho.
Comparando os valores medidos com os presentes na literatura (Tabela 2, pg. 10),
verifica-se que não existem grandes diferenças entre as potências consideradas e as da
literatura, exceptuando os casos das fotocopiadoras e scanners, como já foi referido no
subcapítulo anterior.
Tipo de Equipamento W Wstand-by Fonte Horas Func.
Escritório/ Atendimento
Fax 150 1 Medição 0.25 Fotocopiadora 900 17.5 Medição 0.34 Impressora a jacto de tinta 260 12 Medição 0.34 Máquina de senhas 20 Estimativa 9 Mostrador de senhas 50 Estimativa 9 PC antigo 300 45 Medição (a) PC novo 200 1 Medição (a) Scanner 150 1 Medição 0.25 Triturador de papel 80 Medição 0.25 TV 220 Medição 9
Alimentação
Arca congeladora 200 [23] 24 Arca quente 2000 [24] 5 Boca de água Frimec 100 Estimativa 0.50 Caixa registadora 100 Estimativa 3 Forno eléctrico 2000 [23] 1 Frigorífico 200 [23] 24 Fritadeira 3000 [24] 0.25 Máquina de cortar fiambre 190 [24] 0.50 Máquina de buffet 2000 [24] 5 Máq. lavar loiça Univer Bar Mix 2250 [25] 4 Máq. lavar loiça DIHR Gastro 500s 3550 [26] 2 Máquina de café 1200 Medição 2 Microondas 1570 2.4 Medição 1.5 Torradeira industrial 1800 [24] 0.5
Outros Mini aparelhagem 17.5 Medição 8 (a) Nestes casos, considerou-se o número de horas de funcionamento igual ao número de horas de ocupação da divisão onde se encontram os equipamentos.
Tabela 10 – Potência de cada tipo de equipamento (modos de utilização e stand-by e fontes) e horas diárias de funcionamento.
27
De forma a estimar o perfil de utilização do equipamento foram assumidas as seguintes
hipóteses:
⋅⋅⋅⋅ Para os equipamentos da área de gabinetes/atendimento as horas de funcionamento
correspondem ao horário de atendimento ao público real (9h às 18h).
⋅⋅⋅⋅ Para os equipamentos de alimentação foi considerado que os aparelhos utilizados para
confecção do almoço funcionam no horário entre as 9h e as 14h, tendo as respectivas
horas de funcionamento distribuídas neste horário, e considerou-se que a máquina de
lavar loiça da copa funciona entre as 14h e as 16h. As horas de funcionamento dos
restantes equipamentos desta área distribuem-se ao longo do horário de
funcionamento do bar.
Como nesta zona do edifício existem duas áreas com utilizações distintas e consumos de
energia diferenciados, efectuou-se a divisão do perfil de equipamento nas áreas de
alimentação e gabinetes/atendimento. Os perfis de equipamento destas duas áreas
apresentam-se na Figura 13, referindo-se estes às potências instaladas em equipamento
equivalentes, de 10.7 kW na área de alimentação e de 7.5 kW na área de gabinetes/
atendimento, obtidas através da distribuição das potências dos equipamentos de uso
descontínuo pelo horário em que serão utilizados, ou seja, pelo horário de ocupação da divisão
onde se encontram.
Verifica-se que a utilização do equipamento na área de gabinetes/atendimento tem uma
distribuição praticamente constante durante o horário de atendimento ao público (considerando
o facto de este se prolongar até às 18h). Na área de alimentação os consumos em
equipamento são maiores da parte da manhã, devido à confecção do almoço e existem
maiores consumos em vazio, que são essencialmente devidos a frigoríficos e arcas
congeladoras.
Figura 13 – Perfis de equipamento nas áreas de alimentação e gabinetes/atendimento.
0102030405060708090
100
0h
às
1h
1h
às
2h
2h
às
3h
3h
às
4h
4h
às
5h
5h
às
6h
6h
às
7h
7h
às
8h
8h
às
9h
9h
às
10
h1
0h
às
11
h1
1h
às
12
h1
2h
às
13
h1
3h
às
14
h1
4h
às
15
h1
5h
às
16
h1
6h
às
17
h1
7h
às
18
h1
8h
às
19
h1
9h
às
20
h2
0h
às
21
h2
1h
às
22
h2
2h
às
23
h2
3h
às
24
h
Perfis de Equipamento das Áreas de Alimentação e de Gabinetes/Atendimento da Zona B
Alim.
Gabs./Atend.
28
Estima-se que exista um consumo de energia mensal em equipamentos constante de
3395 kWh nesta zona do edifício. A distribuição da potência instalada e consumo de energia
por tipo de equipamento apresenta-se na Tabela 11.
Tipo de Equipamento Quant. W kWh/mês Horas/unid.mês Alimentação: Arca congeladora 7 1400 818 584 Arca quente 1 2000 220 110 Boca de água Frimec 1 100 1 11 Caixa registadora 2 200 13 66 Forno eléctrico 1 2000 44 22 Frigorífico 2 200 117 584 Fritadeira 1 3000 17 6 Máq. buffet 1 2000 220 110 Máq. cortar fiambre 1 190 11 58 Máq. lavar loiça 2 5800 354 61 Máq. café 1 1200 53 44 Microondas 1 1570 53 33 Mini-aparelhagem 1 18 3 172 Torradeira 1 1800 20 11 Típico de escritório: Computador 37 7400 1310 177 Fax 2 300 2 7 Fotocopiadora 3 2700 40 15 Impressora 5 1300 27 21 Scanner 4 600 4 7 Atendimento: Máquina de senhas 1 20 4 175 Mostrador de senhas 3 150 26 176 TV 2 220 39 176 TOTAL 34168 3395 Alimentação 21478 1943 Gabinetes/Atendimento 12690 1452
Tabela 11 – Distribuição da potência instalada e energia consumida por tipo de equipamento na zona B e número médio de horas de funcionamento de cada equipamento unitário.
Verifica-se que os maiores consumos nesta zona do edifício se dão na área de
alimentação, na qual são consumidos mensalmente 1943 kWh (57.2%), e o consumo de
energia em equipamentos típicos de escritório e de atendimento representa um total mensal de
1452 kWh (42.8%). Relativamente ao consumo no horário vazio, estima-se que 88.2%
corresponde aos equipamentos da área de alimentação e apenas 11.8% são correspondentes
aos equipamentos típicos de escritório.
3.2.6. AVAC
A climatização do piso 0 é efectuada por uma bomba de calor de caudal de refrigerante
variável (VRV) Mitsubishi City Multi, cujas características quanto ao modelo, consumo de
energia eléctrica, capacidades, εF, COP e refrigerante utilizado, se apresentam na Tabela 12.
Modelo Qt. Pot. Elec. (kW) Capacidade (kW)
εF COP Refrig. Frio Calor Frio Calor
PUHY 250YMF-C 2 19.4 19.2 58.2 67.2 3.0 3.5 R407c
Tabela 12 – Bomba de calor utilizada na climatização do piso 0: modelo, potência eléctrica, capacidades, εF, COP e refrigerante.
Não foi possível verificar o modelo das unidades interiores do tipo cassete instaladas no
piso 0, pelo que estes foram estimados com base no tipo de modelo observado, nas
29
possibilidades de unidades interiores para a bomba de calor (HP) à qual estão ligadas e nas
capacidades da mesma. As unidades interiores de A/C consideradas são igualmente da marca
Mitsubishi e estão caracterizadas na Tabela 13.
Divisão Tipo Modelo Quant. Pot. Elec.
(kW) Capacidade (kW) Frio Calor
0.atendimen Cassete 4 vias PLFY-P18NCMU-E 4 0.20 21.12 23.44 0.sala_espe Cassete 4 vias PLFY-P18NCMU-E 2 0.10 10.56 11.72 0.dir_tesou Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96 0.gab1 Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96 0.gab2 Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96 0.gab3 Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96
0.tesourari Cassete 4 vias PLFY-P18NCMU-E 2 0.10 10.56 11.72 0.gab_chefi Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96
0.tlfs Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96 0.central_t Cassete 1 via PMFY-P12NBMU-E 1 0.04 3.52 3.96
TOTAL 15 0.68 66.88 74.60
Tabela 13 – Unidades interiores de A/C do piso 0: tipo, modelo, potência eléctrica, capacidades, εF e COP.
Para calcular os consumos máximos de Verão e de Inverno, considerou-se que os
equipamentos de climatização consomem em média 88% da potência eléctrica nominal de
cada aparelho e foram utilizados os respectivos perfis de utilização do A/C. Este valor (88%)
representa um ajuste com o consumo real facturado, tendo sido efectuado antes de estimar a
potência instalada em ventilação nesta zona do edifício.
Relativamente à ventilação nas áreas da cozinha e das garagens, foi considerado o valor
indicado pelo RSECE para a densidade de potência instalada em ventilação de 8 W/m2, com 7
e 4 horas diárias de funcionamento, respectivamente, na cozinha e nas garagens.
A HP utilizada para a climatização deste piso tem um consumo eléctrico nominal de
19.4 kW e está associada às unidades interiores do tipo cassete, correspondendo a um total de
potência instalada para climatização de 20.1 kW. Estima-se que a potência instalada em
ventilação nas áreas da cozinha e das garagens seja de cerca 15.0 kW, pelo que a potência
instalada em equipamentos de AVAC é de 35.1 kW nesta zona do edifício.
3.3. Estimativa dos Consumos Energéticos Mensais
De forma a estimar os consumos mensais em iluminação na zona A, considerou-se que os
valores estimados para as situações de Verão e de Inverno seriam correspondentes aos meses
de Junho a Setembro e de Dezembro a Março, respectivamente. Nos meses restantes foi
utilizado o valor médio das estimativas. O consumo energético em iluminação da zona B foi
considerado constante, uma vez que a radiação solar incidente é desprezável nesta zona.
Os consumos mensais associados à utilização de equipamentos e ventilação foram
considerados constantes.
Para a estimativa dos consumos mensais em climatização, considerou-se que a variação
mensal da factura energética seria essencialmente devida ao consumo de energia em
climatização e foram associadas as estimativas de Verão ao mês de Agosto e de Inverno ao
mês de Fevereiro, uma vez que nestes meses são verificados os consumos máximos de cada
30
estação. No subcapítulo 3.5 analisa-se a factura energética do edifício e são justificadas estas
hipóteses.
Nas Tabelas 14 e 15 apresenta-se a estimativa dos consumos de energia mensais em
iluminação, equipamentos e AVAC, respectivamente, para a zona A e B.
Mês Consumo de Energia Estimado na Zona A (kWh)
Iluminação Equipamento Climatização
TOTAL A/C Aquecedores Total
Janeiro 3447 8153 6349 2013 8364 19964 Fevereiro 3447 8153 6804 2160 8964 20563 Março 3447 8153 2570 816 3386 14985 Abril 2965 8153 3296 1047 4343 15461 Maio 2965 8153 5741 0 5741 16859 Junho 2483 8153 7443 0 7443 18079 Julho 2483 8153 11775 0 11775 22411 Agosto 2483 8153 12077 0 12077 22713
Setembro 2483 8153 10729 0 10729 21365 Outubro 2965 8153 8894 0 8894 20012 Novembro 2965 8153 4838 1536 6374 17491 Dezembro 3447 8153 3818 1206 5024 16623 TOTAL 35581 97830 84334 8778 93115 226525
Tabela 14 – Consumo de energia estimado na zona A: iluminação, equipamento, climatização e total.
Mês Consumo de Energia Estimado na Zona B (kWh)
Iluminação Equipamento AVAC
TOTAL A/C Ventilação Total
Janeiro 1977 3395 3610 1326 4936 10308 Fevereiro 1977 3395 3869 1326 5195 10567 Março 1977 3395 1462 1326 2788 8159 Abril 1977 3395 1875 1326 3201 8572 Maio 1977 3395 1858 1326 3184 8556 Junho 1977 3395 2409 1326 3735 9106 Julho 1977 3395 3810 1326 5137 10508 Agosto 1977 3395 3908 1326 5234 10606
Setembro 1977 3395 3472 1326 4798 10170 Outubro 1977 3395 2878 1326 4204 9576 Novembro 1977 3395 2751 1326 4077 9449 Dezembro 1977 3395 2168 1326 3494 8866 TOTAL 23718 40741 34070 15914 49984 114442
Tabela 15 – Consumo de energia estimado na zona B: iluminação, equipamento, AVAC e total.
3.4. Perfil Energético do Edifício Estimado
A distribuição do consumo energético anual estimado no edifício por tipo de consumo é
apresentada na Figura 14. A Figura 15 mostra a estimativa da distribuição do consumo anual
de energia em climatização (aquecimento e arrefecimento) no edifício, por zona.
Da observação da Figura 14, verifica-se que 41% do consumo anual de energia é devido à
utilização de equipamentos, 37% devidos aos processos de aquecimento e arrefecimento e
17% e 5% referentes à iluminação e ventilação, respectivamente. Em relação aos consumos
em climatização (ver Figura 15), estima-se que 74% ocorram na zona A e que 45% estejam
apenas ligados ao arrefecimento desta zona do edifício.
31
3.5. Análise da Factura Energética
Neste subcapítulo serão analisados os consumos mensais de energia activa no edifício,
respeitantes aos anos de 2007, 2008 e 2009. A variação do consumo de energia activa ao
longo do ano neste triénio encontra-se representada na Figura 16.
Figura 16 – Energia activa consumida no edifício nos anos de 2007, 2008 e 2009.
De modo a poder analisar a variação do consumo mensal de energia ao longo destes três
anos, calcularam-se os valores médios mensais das temperaturas máxima e média e de horas
de insolação, referentes à cidade de Lisboa, nos anos considerados (tabelados no anexo II, pg.
II-1). O cálculo destes valores foi baseado em dados do IG.
Observa-se que, nos três anos, os menores consumos foram verificados nos meses de
Março, Abril e Maio, meses estes em que a temperatura máxima variou, em média, entre
17.7 ºC e 23.6 ºC, acompanhada de 6.9 a 10.5 horas de insolação. Verifica-se então que estes
consumos mínimos mensais estão associados aos meses em que a temperatura exterior se
encontra dentro do intervalo de conforto (20 ºC a 25 ºC) ou cujas horas de insolação permitem
obter uma temperatura interior dentro deste intervalo, por meio do aquecimento do edifício
através do ganho solar do mesmo, tornando-se assim desnecessário recorrer aos
15%
22%
5%17%
41%
Consumo de Energia no Edifício
Aquec.
Arrefec.
Vent.
Ilum.
Equip.
29%
45%
12%
14%
Consumo de Energia em Climatização no Edifício
Zona A - Aq.
Zona A - Arr.
Zona B - Aq.
Zona B - Arr.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
Jan
/07
Fe
v/0
7M
ar/
07
Ab
r/0
7M
ai/
07
Jun
/07
Jul/
07
Ag
o/0
7S
et/
07
Ou
t/0
7N
ov
/07
De
z/0
7Ja
n/0
8F
ev/
08
Ma
r/0
8A
br/
08
Ma
i/0
8Ju
n/0
8Ju
l/0
8A
go
/08
Se
t/0
8O
ut/
08
No
v/0
8D
ez/
08
Jan
/09
Fe
v/0
9M
ar/
09
Ab
r/0
9M
ai/
09
Jun
/09
Jul/
09
Ag
o/0
9S
et/
09
Ou
t/0
9N
ov
/09
De
z/0
9
Consumo de Energia Activa nos Anos de 2007, 2008 e 2009 (kWh)
Cheias
Ponta
Super Vazio
Vazio
Figura 14 – Desagregação do consumo de energia no edifício (estimativa).
Figura 15 – Desagregação do consumo de energia em climatização no edifício (estimativa).
32
equipamentos de aquecimento. O consumo mínimo verificado em média nos três anos é
referente ao mês de Março.
O mês de Dezembro apresenta igualmente um consumo menor, mas que deve ser
justificado pela menor ocupação do edifício neste mês.
As necessidades de arrefecimento do edifício são notórias nos consumos mensais de
todos os anos, destacando-se especialmente o mês de Agosto, mas também os meses de
Julho e Setembro. No mês de Agosto o consumo energético do edifício é em média 35.7%
superior ao verificado no mês de Março.
Em relação às necessidades de aquecimento, verificam-se nitidamente nos anos de 2007
e 2009 em Janeiro e Fevereiro, mas no ano de 2008 foram muito reduzidas. Analisando as
temperaturas diárias neste mês nos três anos (anexo II, pg. II-1), constata-se que o menor
consumo em Janeiro de 2008 se justifica pelo facto de não terem existido dias com
temperatura máxima inferior a 14 ºC, enquanto nos outros dois anos se contou com pelo
menos seis dias seguidos com temperaturas máximas inferiores a este valor. Conclui-se que as
necessidades de arrefecimento do edifício se acentuam quando ocorrem vários dias seguidos
com temperaturas máximas muito baixas. O consumo menor em 2009, relativamente ao ano de
2007, pode ser justificado pelo aumento da insolação, que foi em média 4 horas diárias em
Janeiro de 2009, enquanto em Janeiro 2007 se contou apenas com o valor médio de 1 hora de
insolação por dia. No mês de Fevereiro verifica-se o consumo máximo da estação de
arrefecimento, este consumo é em média 26.0% superior ao mínimo.
Na Tabela 16 resumem-se os valores médios dos três anos, referentes aos consumos
energéticos mínimo, máximos nas estações de aquecimento e arrefecimento e anual.
Consumo Mês kWh Mínimo Março 22857
Máximo Aquecimento Fevereiro 28802 Máximo Arrefecimento Agosto 31013
Anual 320601
Tabela 16 – Valores médios dos consumos energéticos nos anos de 2007 a 2009: mínimo, máximos nas estações de aquecimento e arrefecimento e anual.
3.5.1. Tarifário de Electricidade
O tarifário de electricidade actual do edifício corresponde a média tensão com longas
utilizações. Neste subcapítulo pretende-se verificar se este tarifário é o mais adequado,
comparando os pesos da energia activa consumida e facturada e os preços da potência
contratada e em horas de ponta nos três tarifários de média tensão: longas, médias e curtas
utilizações.
A Tabela 17 resume os preços médios anuais de kWh destes três tarifários e os preços
fixos mensais das potências tomada em horas de ponta e contratada, apresentados em detalhe
no anexo III (pg. III-1).
33
Utilizações €med/kWh €/kW.mês
Ponta Cheias Vazio Pot. Horas de Ponta Pot. Contratada Longas 0.1075 0.0822 0.0504 7.982 1.242 Médias 0.1144 0.0842 0.0517 8.055 1.130 Curtas 0.1762 0.0920 0.0568 12.420 0.439
Tabela 17 – Preço médio anual de kWh e preço mensal das potências tomada em hora de ponta e contratada dos tarifários de média tensão com longas, médias e curtas utilizações.
Na Figura 17 apresenta-se a comparação dos pesos da energia activa consumida e
facturada entre os anos de 2007 e 2009.
Figura 17 – Comparação dos pesos da energia activa consumida e facturada de 2007 a 2009.
Tendo em conta os consumos médios, potência contratada e potência média tomada em
horas de ponta verificados no edifício entre 2007 e 2009 (ver Tabela 18), foi calculado o custo
relativo a cada tarifário que se apresenta na Tabela 19.
kWhmed/ano kWmed/mês kW/mês Ponta Cheias Vazio Pot. Horas de Ponta Pot. Contratada 5578 15637 5502 45.8 232.5
Tabela 18 – Valores médios anuais do consumo e potência tomada em horas de ponta e valor da potência contratada no edifício.
Utilizações €/ano
Ponta Cheias Vazio Pot. Horas de Ponta
Pot. Contratada
Total
Longas 600 1285 277 366 289 2816 Médias 638 1317 285 369 263 2871 Curtas 983 889 313 569 102 2856
Tabela 19 – Custo anual da energia consumida no edifício com os tarifários de média tensão com longas, médias e curtas utilizações.
O tarifário actual é o que apresenta o menor custo relativamente aos consumos e
potências tomada em horas de ponta e contratada, pelo que se conclui que é o mais adequado
para o edifício.
21%
21%58%
13%
28%59%
Pesos da Energia Activa Consumida e Facturada de 2007 a 2009
Vazio
Ponta
Cheias Consumo
Factura
34
3.5.2. Comparação do Consumo Estimado com o Real
Na Tabela 20 apresenta-se a estimativa dos consumos de energia mensais em
iluminação, equipamentos e AVAC na totalidade do edifício e efectua-se a comparação do
valor total estimado com o consumo real facturado.
Mês
Consumo de Energia Estimado no Edifício (kWh) Consumo Energético Real
Facturado (kWh)
Erro Rel. (%) Ilum. Equip.
AVAC TOTAL Aquec./
Arrefec. Vent. Total
Janeiro 5423 11548 11975 1326 13301 30272 28100 7.7 Fevereiro 5423 11548 12833 1326 14159 31130 28802 8.1 Março 5423 11548 4848 1326 6174 23145 22857 1.3 Abril 4942 11548 6218 1326 7544 24033 23387 2.8 Maio 4942 11548 7599 1326 8925 25414 23566 7.8 Junho 4460 11548 9852 1326 11178 27185 25566 6.3 Julho 4460 11548 15586 1326 16912 32919 30658 7.4 Agosto 4460 11548 15985 1326 17312 33319 31013 7.4
Setembro 4460 11548 14202 1326 15528 31535 29429 7.2 Outubro 4942 11548 11772 1326 13099 29588 27272 8.5 Novembro 4942 11548 9125 1326 10451 26940 25767 4.6 Dezembro 5423 11548 7192 1326 8518 25489 24184 5.4 TOTAL 59298 138570 127185 15914 143099 340967 320601 6.4
Tabela 20 – Consumo de energia estimado no edifício: iluminação, equipamento, AVAC e total.
Verifica-se que a estimativa efectuada tem a ela associada um erro de 6.4% relativamente
ao consumo real anual do edifício presente na factura eléctrica.
O erro relativo do mês de Março é o menor (1.3%), enquanto o associado ao mês de
Outubro é o maior (8.5%), denotando que as necessidades de arrefecimento provavelmente
serão inferiores às consideradas neste mês.
Observa-se um erro positivo em todos os meses, o que pode significar que algum dos
consumos estimados excedeu o real. Na Figura 18 efectua-se a comparação do consumo
mensal total estimado com o real facturado.
Figura 18 – Comparação do consumo mensal estimado com o real facturado.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Consumo Mensal Estimado e Real
Ilum.
Equip.
AVAC
Total
Real
35
Seguidamente, apresenta-se na Tabela 21 o consumo estimado no horário vazio em cada
zona do edifício e compara-se com o real presente na factura energética.
Mês Consumo de Energia no Horário Vazio (kWh)
Erro Rel. (%) Real
Facturado Estimado
Zona A Zona B Total Janeiro 5210 2497 2584 5081 -2.5 Fevereiro 5064 2497 2584 5081 0.3 Março 4408 2497 2584 5081 15.3 Abril 5266 2497 2584 5081 -3.5 Maio 5369 2497 2584 5081 -5.4 Junho 5753 2497 2584 5081 -11.7 Julho 6536 2497 2584 5081 -22.3 Agosto 6659 2497 2584 5081 -23.7
Setembro 6347 2497 2584 5081 -19.9 Outubro 5899 2497 2584 5081 -13.9 Novembro 5121 2497 2584 5081 -0.8 Dezembro 4389 2497 2584 5081 15.8 TOTAL 66021 29965 31009 60974 -7.6
Tabela 21 – Consumo de energia no horário vazio: real facturado e estimado e erro relativo da estimativa.
A estimativa do consumo energético do edifício no horário vazio apresenta um erro de
-7.6%, o que significa que não foram contabilizados todos os consumos neste horário e/ou
existem equipamentos que ficam ligados durante a noite desnecessariamente.
Esta última hipótese justifica-se pela variação observada no consumo facturado neste
horário, verificando-se um aumento de 21.0% (1158 kWh) no mês de Agosto relativamente ao
valor médio anual e de 51.7% (2270 kWh) em relação ao mínimo observado no mês de
Dezembro. Efectivamente, é nos principais meses da estação de arrefecimento que o consumo
em vazio atinge valores superiores, o que pode indicar que existem aparelhos de A/C que
ficam ligados durante a noite.
3.6. Construção
Estima-se que a construção do edifício date dos anos 70. O desempenho energético de
um edifício depende das características dos elementos construtivos utilizados na sua
envolvente (coberturas, fachadas). Um dos grandes objectivos destes elementos é diminuir
tanto quanto possível as transferências de calor entre o interior e o exterior.
A Tabela 22 resume os principais elementos construtivos do edifício, através da sua
composição estimada e do respectivo coeficiente de transmissão térmica e a Tabela 23 é
referente aos vãos envidraçados. No anexo IV.1 (pg. IV-1) são apresentadas as propriedades
ópticas do vidro.
36
Elemento Caracterização U [W/(m2.ºC)] Fonte
Parede exterior Alvenaria de blocos de betão celular autocavado. Parede simples de alvenaria com 300 mm de espessura.
0.56 [34]
Parede interior Alvenaria de blocos de betão celular autocavado. Parede simples de alvenaria com 200 mm de espessura.
0.74 [34]
Divisória interior Madeira Hardboard dos dois lados com 5mm cada + 60 mm de ar no interior.
1.97 ESP-r
Pavimento/Tecto Pavimento sobre espaços exteriores sem isolamento térmico. Pavimento sem tecto falso com blocos de betão normal com 350 mm de espessura.
1.6 [35]
Cobertura
Cobertura horizontal (em terraço) com isolamento térmico pelo exterior. Estrutura resistente de blocos de betão leve com 350 mm de espessura e isolamento com EPS com 30 mm de espessura.
0.59 [35]
Tabela 22 – Composição estimada dos principais elementos do edifício e respectivos coeficientes de transmissão de calor.
Elemento Caracterização U [W/(m2.ºC)] Fonte Janela Vidro de 6mm. 5.671 ESP-r
Tabela 23 – Coeficiente de transmissão de calor dos vãos envidraçados.
3.7. Enquadramento Legislativo
Em termos legislativos, o edifício é abrangido pelo RSECE, visto que este regulamento
engloba “grandes edifícios de serviços existentes com uma área útil superior a 1000 m2.” Pelo
que, devem ser respeitados os seguintes pontos:
⋅⋅⋅⋅ Art.º 4: “Os requisitos exigenciais de conforto térmico de referência são os fixados no
RCCTE ” – RCCTE art.º. 14: “(...) temperatura do ar de 20ºC para a estação de
aquecimento e uma temperatura de ar de 25ºC relativa a estação de arrefecimento.”
⋅⋅⋅⋅ Art.º 7: “O consumo global específico de energia (...) é avaliado periodicamente por
auditoria energética no âmbito do SCE, não podendo ultrapassar um valor definido.”
– Nº. 1 do art.º 31 “(...) os consumos globais específicos dos edifícios de serviços
existentes (...) são traduzidos pelo respectivo valor indicador de eficiência
energética (IEE), calculado pela metodologia fixada (...)”.
– Nº. 2 do art.º 31 “Os valores limite dos consumos globais específicos dos
edifícios são expressos em energia primária de acordo com o anexo X.”
⋅⋅⋅⋅ Art.º 12: “Devem ser considerados valores máximos das concentrações de algumas
substâncias poluentes do ar interior”, descritos no anexo VII.
⋅⋅⋅⋅ Art.º 19: “Instalações e equipamentos devem possuir um plano de manutenção
preventiva.”
⋅⋅⋅⋅ Art.º 21 e 22: “Deve existir um técnico com habilitações próprias e experiência
profissional responsável pelo bom funcionamento dos sistemas de climatização.”
⋅⋅⋅⋅ Sanções e coimas (art.º 25 e 26) previstas para o não cumprimento dos art.º 7, 12, 19,
21 e 22.
37
4. Modelação do Edifício
No presente capítulo é caracterizado o modelo de referência do edifício e procede-se à
sua validação, comparando o consumo simulado com o estimado e com o real facturado. No
final, são calculados os Indicadores de Eficiência Energética (IEE) e é efectuada a classificação
energética do edifício.
Conforme referido no capítulo 2, para a construção do modelo foram necessárias as
plantas de construção do edifício e a inspecção do mesmo. Efectuou-se o levantamento da
potência instalada e, pela cedência de um questionário aos trabalhadores e informações
prestadas por estes aquando dos levantamentos, obtiveram-se dados relativos à ocupação e
gestão de iluminação, equipamento e A/C, que permitiram calcular os perfis reais dos mesmos.
Seguidamente, explicitam-se as aproximações utilizadas nas simulações efectuadas.
Os perfis reais calculados foram utilizados na simulação real do edifício e incluídas, em
cada divisão do edifício, as respectivas potências equivalentes instaladas em iluminação e em
equipamento (obtidas pela distribuição dos consumos não permanentes pelo horário de
ocupação da divisão onde se encontram). Para a simulação nominal foram utilizados os perfis
e valores de referência, dados pelo anexo XV do RSECE, para cada uma das tipologias
existentes no edifício.
Relativamente aos equipamentos de A/C, para a simulação real do edifício utilizaram-se
os valores nominais das capacidades de frio/calor, εF e COP de cada aparelho. Na simulação
das necessidades de arrefecimento e aquecimento para satisfazer as condições de conforto
térmico (não verificadas na simulação real), consideraram-se valores elevados de capacidades
limite, de forma a poder obter os máximos necessários em cada divisão e determinar assim as
capacidades dos aparelhos a utilizar para a substituição dos instalados. Na simulação nominal
foram igualmente considerados valores máximos limite.
Em relação à temperatura de conforto, considerou-se para o aquecimento o valor de 20º C
(Inverno) e 25º C para o arrefecimento (Verão), tidos como valores de referência no RCCTE.
Na área da cozinha e no refeitório considerou-se o caudal de ar novo mínimo indicado
pelo RSECE de 30 e 35 m3/h.ocupante, respectivamente para a cozinha (sala de preparação
de refeições) e para o refeitório (sala de refeições).
Nas simulações reais de Verão, foi considerada a existência de ventilação natural nas
áreas de circulação que dão para a fachada Este nos pisos 1 a 9, conforme observado no
edifício. Esta ventilação natural foi estimada por uma área de abertura das janelas de 0.5 m2
em cada circulação. Relativamente aos restantes vãos envidraçados, foi utilizada a taxa de
renovação nominal (Rph), obtida através do RCCTE, de 1 e 1.05 renovações horárias do ar
interior, respectivamente até ao piso 6 e nos pisos 7 a 9.
38
4.1. Caracterização do Modelo de Referência
Neste subcapítulo serão explicadas as etapas seguidas para a elaboração do modelo de
referência no programa ESP-r.
Procedeu-se à construção de dois modelos, referentes às zonas A e B, tendo sido definido
um total de 109 zonas (68 na zona A e 41 na zona B).
Primeiramente, foram criados para cada divisão os ficheiros de geometria (.geo),
construção (.con), propriedades ópticas (.tmc), operação (.opr) e sombreamento (.shd).
Seguidamente foram criados os ficheiros de configuração (.cfg e .cnn) e foi corrido o topology
checker para verificar as ligações entre superfícies e condições fronteira.
Para a criação do ficheiro de geometria foi definida a localização e área da divisão,
construídas as janelas da mesma, foi efectuada a classificação de cada superfície quanto ao
tipo de construção e definidas as suas condições fronteira. Os ficheiros de construção foram
então definidos a partir do ficheiro de geometria, sendo de seguida adicionada a localização e
forma dos elementos de sombreamento.
Após a definição da composição de cada zona, procedeu-se à alteração das seguintes
bases de dados: construction, definindo os elementos estruturais do edifício; optics, escolhendo
o tipo de envidraçados e event profiles, na qual se inseriram os perfis de ocupação, iluminação
e equipamentos e as renovações de ar horárias por parte de infiltração e ventilação.
Foi então efectuado o update dos ficheiros de construção e definidos os ficheiros de
operação para cada divisão em função dos perfis presentes na base de dados event profiles e
da potência equivalente instalada (em iluminação e equipamento) e número de ocupantes.
Nas Figuras 19 e 20 apresentam-se as imagens do modelo do edifício no ESP-r,
respectivamente para as zonas A e B.
Zona A
Fachada Oeste Fachada Este
Figura 19 – Modelo do edifício no ESP-r: zona A (fachadas Oeste e Este).
39
Zona B
Figura 20 – Modelo do edifício no ESP-r: zona B.
Com o modelo construído, procedeu-se à construção da rede nodal (malha) para o
escoamento de ar (ficheiros .afn). Para tal, foi colocado um nó interior em cada divisão e
definidos nós exteriores associados a cada abertura.
A ligação entre os nós foi efectuada através dos seguintes componentes: portas ou janelas
abertas, frinchas em torno de portas ou janelas fechadas e aberturas. Os componentes que
simulam janelas abertas foram utilizados nas janelas das áreas de circulação (da fachada Este,
dos pisos 1 a 9) nas simulações de Verão, enquanto nas simulações de Inverno estes foram
substituídos por componentes que simulam frinchas em torno de janelas fechadas. Os
restantes componentes foram utilizados consoante o que foi verificado na inspecção visual do
edifício.
Por último, foram criados os ficheiros de controlo (.ctl), definindo as potências de frio e de
calor máximas em cada divisão, as temperaturas pretendidas com o aquecimento (20 ºC) e
com o arrefecimento (25 ºC), bem como o horário de funcionamento dos equipamentos de
climatização.
Estes ficheiros de controlo foram definidos para a situação actual do edifício e para a ideal,
de forma a obter as necessidades de arrefecimento/aquecimento para cada divisão ter uma
temperatura interior dentro do intervalo de conforto. Na situação real do edifício, foram
consideradas as capacidades nominais de frio e de calor instaladas em cada divisão. Para
simular a situação ideal foram definidos limites máximos elevados para estes valores, de forma
a obter a temperatura interior pretendida, e as capacidades necessárias foram então obtidas
pelo máximo absoluto (de potência de frio e de calor) verificado em cada divisão na simulação.
Os diferentes cenários simulados no ESP-r foram efectuados alterando os ficheiros de
operação, rede nodal e controlo e por mudança das propriedades do vidro presentes na base
de dados optics.
A base de dados climáticos de Lisboa utilizada no ESP-r foi o ficheiro CLIMED do Instituto
Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), que é baseada na interpolação
espacial de dados climáticos publicados pelo Instituto de Meteorologia (IM) entre 1951-1980
combinada com dados do INETI.
40
4.2. Validação do Modelo
Neste subcapítulo serão apresentados os consumos energéticos obtidos por simulação e
efectuar-se-á a comparação dos mesmos com os valores estimados e com o consumo real do
edifício presente na factura energética.
4.2.1. Fontes de Incerteza
São esperados erros devidos ao facto de os diversos consumos não terem sido medidos,
mas estimados. Efectivamente, o consumo estimado apresenta um erro mensal sempre
positivo, pelo que algum dos consumos “fixos” pode estar sobrestimado, afectando as
necessidades de climatização dadas pelo programa.
Outras fontes de incerteza são o facto de: não se poder prever quantas pessoas estarão
ausentes ao longo do ano (estimativa não teve em conta esta variação); a εF e o COP dos
aparelhos não serem exactamente os assumidos (valores nominais); os materiais de
construção do edifício poderem não ser exactamente os considerados ou as suas propriedades
terem sido alteradas pelo passar do tempo; e o ficheiro climático utilizado (CLIMED) ser
baseado na interpolação espacial de dados climáticos, enquanto as facturas são referentes a
três anos específicos, mesmo havendo a concordância de valores médios verificada
anteriormente (ver Tabela 3, pg. 13).
4.2.2. Consumos em Climatização Obtidos por Simulação e Comparação
com Valores Estimados
Os consumos energéticos, obtidos por simulação com os perfis reais de utilização,
associados ao aquecimento e arrefecimento das duas zonas e da totalidade do edifício
apresentam-se na Tabela 24.
Na Tabela 25 os consumos energéticos associados à climatização são comparados com
os valores estimados.
Mês Consumo de Energia em Climatização Simulado (kWh)
Aquecimento Arrefecimento Zona A Zona B Total Zona A Zona B Total
Janeiro 7735 1950 9685 26 82 108 Fevereiro 6631 1397 8028 34 241 275 Março 3317 752 4069 1117 618 1735 Abril 3043 1205 4249 2013 876 2889 Maio 635 537 1173 3387 2153 5539 Junho 52 232 284 8989 3539 12528 Julho 13 78 91 12463 4230 16693 Agosto 0 31 31 12732 4545 17277
Setembro 28 111 140 10803 3936 14740 Outubro 498 306 804 3469 2564 6033 Novembro 5659 626 6285 1083 1469 2552 Dezembro 6317 1116 7433 37 336 373 TOTAL 33929 8343 42272 56153 24589 80742
Tabela 24 – Consumo energético em climatização simulado: aquecimento e arrefecimento.
41
Mês Consumo de Energia em Climatização
Simulado (kWh) Erro Relativo ao Consumo Estimado (%)
Zona A Zona B Total Zona A Zona B Total Janeiro 7761 2032 9793 -7.2 -43.7 -18.2 Fevereiro 6665 1638 8303 -25.6 -57.7 -35.3 Março 4434 1371 5804 31.0 -6.2 19.7 Abril 5056 2082 7138 16.4 11.0 14.8 Maio 4022 2690 6712 -29.9 44.8 -11.7 Junho 9041 3771 12811 21.5 56.6 30.0 Julho 12476 4307 16784 6.0 13.0 7.7 Agosto 12732 4576 17308 5.4 17.1 8.3
Setembro 10832 4048 14879 1.0 16.6 4.8 Outubro 3967 2870 6837 -55.4 -0.3 -41.9 Novembro 6742 2096 8837 5.8 -23.8 -3.2 Dezembro 6353 1452 7806 26.5 -33.0 8.5 TOTAL 90082 32932 123014 -3.3 -3.3 -3.3
Tabela 25 – Consumo energético em climatização simulado e erro relativo ao consumo estimado.
Verifica-se que o consumo associado ao aquecimento estimado foi superior ao simulado,
denotando que não existe tanta necessidade de aquecimento, como se pode observar nas
Figuras 21 e 22, referentes à zona A e B, respectivamente.
Figura 21 – Comparação do consumo em climatização simulado com o estimado: zona A.
Figura 22 – Comparação do consumo em climatização simulado com o estimado: zona B.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Consumo Mensal em Climatização na Zona A
Estimado
Simulado
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Consumo Mensal em Climatização na Zona B
Estimado
Simulado
42
Quanto às necessidades de arrefecimento observa-se o contrário, sendo necessário um
consumo energético superior ao estimado, especialmente na zona B (ver Figura 22).
Na Figura 23 efectua-se a comparação dos consumos em climatização referentes à
totalidade do edifício obtidos por estimativa e por simulação (aquecimento e arrefecimento).
Compara-se igualmente com o valor obtido “por factura”, isto é, a diferença entre o consumo
mensal facturado e o consumo (fixo não associado ao processo de climatização).
Figura 23 – Consumo energético em climatização no edifício: estimado, simulado e “por factura”.
4.2.3. Comparação do Consumo Obtido por Simulação com o Real
A comparação do consumo de energia simulado com o valor real, presente na factura
eléctrica, apresenta-se na Tabela 26 e na Figura 24.
Mês
Consumo Total de Energia no Edifício (kWh) Real
Facturado (kWh)
Estimativa Simulação Consumo (kWh)
Dif. Abs. (kWh)
Dif. Rel. (%)
Consumo (kWh)
Dif. Abs. (kWh)
Dif. Rel. (%)
Janeiro 28100 30272 2172 7.7 28090 -10 0.0 Fevereiro 28802 31130 2328 8.1 26601 -2202 -7.6 Março 22857 23145 288 1.3 24101 1245 5.4 Abril 23387 24033 646 2.8 24953 1566 6.7 Maio 23566 25414 1848 7.8 24527 961 4.1 Junho 25566 27185 1619 6.3 30145 4579 17.9 Julho 30658 32919 2261 7.4 34117 3459 11.3 Agosto 31013 33319 2306 7.4 34642 3629 11.7
Setembro 29429 31535 2106 7.2 32213 2784 9.5 Outubro 27272 29588 2316 8.5 24653 -2619 -9.6 Novembro 25767 26940 1173 4.6 26653 886 3.4 Dezembro 24184 25489 1304 5.4 26103 1918 7.9 TOTAL 320601 340967 20366 6.4 336796 16195 5.1
Tabela 26 – Comparação do consumo simulado com o real.
Observa-se que o valor simulado tem a ele associado um erro relativo ao real de 5.1%,
tendo sido obtidos valores da mesma ordem de grandeza do valor real e da estimativa inicial.
Os maiores erros mensais estão associados aos meses de Verão, podendo dever-se ao
facto de a ocupação ser menor nestes meses e por isso o consumo energético real em
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Consumo Mensal em Climatização no Edifício
Estimativa - Aq.
Estimativa - Arr.
Por Factura
Simulação - Aq.
Simulação - Arr.
43
arrefecimento não ser tão elevado. Em tal se verificando, haverá igualmente menos uso de
equipamento e iluminação (reduzindo assim o consumo energético nestes e também no
arrefecimento).
Figura 24 – Comparação do consumo simulado com o real.
4.2.4 Perfil Energético do Edifício Simulado
A desagregação do consumo energético anual em cada zona do edifício é apresentada na
Figura 25.
A Figura 26 representa o perfil energético do edifício e na Figura 27 efectua-se a
desagregação do consumo energético anual em aquecimento e arrefecimento.
Figura 25 – Desagregação do consumo de energia na zona A e na zona B (simulação).
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Comparação do Consumo Simulado com o Real
Simulado
Real
15%
25%
16%
44%
Consumo de Energia na Zona A
Aquec.
Arrefec.
Ilum.
Equip.
7%
22%
14%21%
36%
Consumo de Energia na Zona B
Aquec.
Arrefec.
Vent.
Ilum.
Equip.
12%
24%
5%18%
41%
Consumo de Energia no Edifício
Aquec.
Arrefec.
Vent.
Ilum.
Equip.
27%
46%
7%
20%
Consumo de Energia em Climatização no Edifício
Zona A - Aq.
Zona A - Arr.
Zona B - Aq.
Zona B - Arr.
Figura 26 – Desagregação do consumo de energia no edifício (simulação).
Figura 27 – Desagregação do consumo de energia em climatização no edifício (simulação).
44
Verifica-se que, pelos valores obtidos na simulação, 36% do consumo anual do edifício é
devido a climatização (12% em aquecimento e 24% em arrefecimento). Enquanto se tinha
estimado a parcela de 37% referente à climatização (15% em aquecimento e 22% em
arrefecimento). O perfil energético do edifício e a desagregação do consumo energético anual
em climatização, obtidos por estimativa, foram apresentados, respectivamente, nas Figuras 14
e 15 (pg. 31).
4.3. Indicador de Eficiência Energética (IEE)
O Indicador de Eficiência Energética (IEE) traduz o consumo de energia primária de um
edifício ou fracção, por metro quadrado e por ano. Este indicador é calculado a partir dos
consumos nominais ou reais de energia de um edifício durante um ano, englobando a
totalidade dos consumos convertidos para energia primária.
O cálculo do IEE é efectuado consoante as tipologias existentes num edifício. Visto existir
mais do que uma tipologia no presente caso de estudo, o IEE global é calculado com base no
valor médio ponderado de acordo com as áreas correspondentes a cada uma das tipologias
existentes.
Na Tabela 27 apresenta-se uma descrição sumária do significado de cada tipo de IEE.
Tipo de IEE Designação Determinação Utilidade
IEEreal-facturas IEE real para
edifícios existentes
Por análise simples das facturas energéticas (últimos 3 anos), sem correcção climática.
- Verificação simplificada do cumprimento do requisito energético em edifícios existentes e da necessidade ou não de um plano de racionalização energética (PRE).
IEEreal-simulado IEE real obtido por simulação
Por simulação dinâmica, utilizando os perfis reais previstos ou determinados em auditoria, com correcção climática.
- Para efeitos da primeira auditoria de edifícios novos (ao fim do 3º ano de funcionamento); - Para efeitos das auditorias periódicas aos edifícios existentes.
IEEnom IEE nominal
Por simulação dinâmica, utilizando os perfis padrão do anexo XV do RSECE, com a correcção climática.
- Verificação do cumprimento do requisito energético em edifícios novos; - Classificação energética do edifício (tanto novos como existentes).
IEEref-novos
IEE de referência limite para edifícios
novos
Definido no anexo XI do RSECE.
- Verificação do cumprimento do requisito energético em edifícios novos; - Referência para classificação energética.
IEEref-exist
IEE de referência limite para edifícios
existentes
Definido no anexo X do RSECE.
- Verificação simplificada do cumprimento do requisito energético em edifícios existentes e da necessidade ou não de um PRE.
Tabela 27 – Tipos de IEE [36].
Procede-se no presente subcapítulo à determinação dos valores de referência para
edifícios existentes e novos, IEEref-exist e IEEref-novos, e ao cálculo dos valores reais sem e com
correcção climática, IEEreal-facturas e IEEreal-simulado, sendo por fim calculado o IEEnom de forma a
efectuar a classificação energética do edifício. Esta classificação é efectuada no subcapítulo
4.4.
Para o cálculo destes indicadores efectuou-se a correcção das áreas, reduzindo-as em
10%, conforme definido no quadro I do Despacho n.º 11020/2009 da ADENE [33], que define o
45
Método de Cálculo Simplificado para a Certificação Energética de Edifícios Existentes no
âmbito do RCCTE: “Se a medição da área de pavimento for efectuada contabilizando a área de
contacto das paredes divisórias com os pavimentos, deve-se diminuir o valor da área total em
10 %.”.
4.3.1. IEEref-exist e IEEref-novos
Os valores de referência serão correspondentes ao valor médio ponderado (pelas áreas)
dos valores de referência correspondentes a cada uma das tipologias existentes.
De acordo com o anexo X do RSECE, no edifício em estudo existem as tipologias
constantes da Tabela 28, na qual são apresentados os valores do IEEref-exist e do IEEref-novos de
cada tipologia e do edifício.
Divisões Tipologia RSECE
Área (m2)
IEEref-exist IEEref-exist
edifício IEEref-
novos IEEref-novos
edifício kgep/m2.ano
Zona A Escritórios 2948.8 40
34.1
47.7 (excluindo garagens)
35
29.5
40.2 (excluindo garagens)
Piso 0 (excepto sala de espera)
Escritórios 644.3 40 35
Sala de espera e circulações
circundantes
Pequenas lojas
94.3 75 35
Cozinha, copa e bar Cozinhas 90.6 121* 121 Refeitório Restaurantes 150.3 170 120
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 2417.3 12* 12
*Devido ao facto de não se encontrarem disponíveis valores de referência para edifícios existentes, foram utilizados os valores referentes a edifícios novos (correspondentes a cozinhas funcionando 6 horas/dia e estacionamento 10 horas/dia, de segunda a sexta).
Tabela 28 – IEEref-exist e IEEref-novos das tipologias existentes no edifício e do edifício.
4.3.2. IEEreal-facturas
O IEEreal-facturas obtém-se da eq. (1), esta abordagem simplificada é uma aproximação que
não tem correcção climática.
p
global
facturasrealA
QIEE =−
(1)
Qglobal – consumo médio anual de energia primária entre 2007 e 2009 (kgep/ano);
Ap – área útil de pavimento (m2).
Na Tabela 29 apresentam-se os valores de Qglobal, Ap e o valor calculado do IEEreal-facturas.
Verifica-se que não existe necessidade de aplicar um PRE obrigatório, uma vez que se
obteve IEEreal-facturas < IEEref-exist.
46
Divisões Tipologia RSECE
Área (m2)
Qglobal (kgep/ano)
IEEreal-facturas IEEref-exist kgep/m2.ano
Zona A Escritórios 2948.8
92974.4
14.9
23.7 (excluindo garagens)
34.1
47.7 (excluindo garagens)
Piso 0 (excepto sala de espera)
Escritórios 644.3
Sala de espera e circulações
circundantes
Pequenas lojas
94.3
Cozinha, copa e bar Cozinhas 90.6 Refeitório Restaurantes 150.3
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 2417.3
Tabela 29 - Qglobal, Ap e IEEreal-facturas.
4.3.3. IEEreal-simulado e IEEnom
O cálculo destes indicadores baseia-se nos resultados obtidos com o modelo de
simulação, já validado para as condições reais, associado aos perfis de utilização reais ou
nominais (presentes no anexo XV do RSECE), respectivamente para o IEEreal-simulado e IEEnom.
O recurso ao modelo permite obter os consumos nas várias vertentes analisadas no IEE,
nomeadamente as necessidades de aquecimento e arrefecimento e outros consumos.
O IEEreal-simulado e o IEEnom são calculados através da seguinte expressão, definida no
anexo IX do RSECE:
p
outVI
A
QIEEIEEIEE ++= (2)
IEEI – indicador de eficiência energética de aquecimento (kgep/m2.ano);
IEEV – indicador de eficiência energética de arrefecimento (kgep/m2.ano);
Qout – consumo de energia não ligado aos processos de aquecimento e arrefecimento
(kgep/ano).
As eqs. (3) e (5) definem como são calculados IEEI e IEEV, respectivamente.
CI
p
aq
I FA
QIEE ×= (3)
Ii
ICI
N
NF 1= (4)
CV
p
arrV F
A
QIEE ×= (5)
Vi
VCV
N
NF 1= (6)
Qaq – consumo de energia em aquecimento (kgep/ano);
FCI – factor de correcção do consumo de energia de aquecimento;
NI1 – necessidades máximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o
edifício em estudo, como se estivesse localizado na zona de referência I1 (kWh/m2.ano);
NIi – necessidades máximas de aquecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o
edifício em estudo, na zona onde está localizado o edifício (kWh/m2.ano);
Qarr – consumo de energia em arrefecimento (kgep/ano);
FCV – factor de correcção do consumo de energia de arrefecimento;
47
NV1 – necessidades máximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o
edifício em estudo, como se estivesse localizado na zona de referência V1 (kWh/m2.ano);
NVi – necessidades máximas de arrefecimento permitidas pelo RCCTE, calculadas para o
edifício em estudo, na zona onde está localizado o edifício (kWh/m2.ano).
A região climática de referência é a região I1-V1 norte (anexo IX do RSECE), com 1000
graus-dia de aquecimento, enquanto Lisboa pertence à zona climática de Inverno I1, contando
com 1190 graus-dia de aquecimento, e à zona climática de Verão V2 (anexo III do RCCTE).
Para o cálculo de Ni (artigo 15.º do RCCTE) é necessário calcular o factor de forma (FF),
definido no anexo II do RCCTE como:
V
AAFF
iext ∑+=
)( intτ (7)
Aext – área da envolvente exterior (m2);
Aint – área da envolvente interior do edifício ou fracção autónoma com exigências térmicas (m2);
V – volume interior (m3).
E para o cálculo deste será então necessário conhecer as áreas das envolventes exterior
e interior, o volume interior e o coeficiente τ correspondente a cada espaço não útil. O
coeficiente τ é definido no anexo IV do RCCTE e pode tomar os valores constantes da tabela
IV.1 do mesmo regulamento. Este coeficiente depende da razão entre as áreas do elemento
que separa o espaço não útil do ambiente exterior (Au) e do elemento que separa o espaço útil
interior do espaço não útil (Ai).
Na Tabela 30 são explicitados os valores dos diversos intervenientes no cálculo do FF.
Envolvente Exterior (m2) Paredes Exteriores 727.9
Coberturas Exteriores 941.4 Pavimentos Exteriores 61.8 Envidraçado Exterior 657.9
Aext 2389.0 Envolvente Interior (m2) τ Tabela IV.1 RCCTE
Paredes Interiores 852.8 0.6 Edifícios adjacentes Coberturas Interiores 81.3 0.8 Desvão não ventilado Ai/Au < 1 Pavimentos Interiores 963.0 0.4 Garagem colectiva Ai/Au > 10
∑(Aintτ)i 961.9
Volume Interior (m3) 11199.5 Factor de Forma 0.3
Tabela 30 – Valores de Aext, Aint, V, τ e FF.
Uma vez que FF ≤ 0.5, aplica-se a alínea a) do artigo 15.º do RCCTE, pelo que para o
cálculo do Ni será utilizada a seguinte fórmula:
GDNi 0395.05.4 += (8)
GD – graus-dia (ºC.dias).
48
Desta forma obtêm-se os valores de NI1, NIi e FCI apresentados na Tabela 31, tendo em
conta que para o cálculo do NI1 se tem 1000 graus-dia (região climática de referência, I1 Norte)
e para o cálculo do NIi se tem 1190 graus-dia (Lisboa, I1 Sul).
NI1 (kWh/m2.ano) 44.0 Nii (kWh/m2.ano) 51.5
FCI 0.85
Tabela 31 – Valores de NI1, Nii e FCI.
Os valores de NV1 e NVi, necessários para o cálculo de FCV, obtém-se do ponto 2 do artigo
15.º do RCCTE, tendo em conta que NV1 se refere à região climática de referência (Norte) e NVi
se refere à região de Lisboa (V2 Sul). Estes valores apresentam-se na Tabela 32.
NV1 (kWh/m2.ano) 16 NVi (kWh/m2.ano) 32
FCV 0.5
Tabela 32 – Valores de NV1, NVi e FCV.
Para calcular o IEEnom foram considerados os padrões de referência de utilização dos
edifícios constantes do anexo XV do RSECE, para cada uma das tipologias presentes no
edifício.
Na Tabela 33 apresentam-se os consumos reais e nominais obtidos para o cálculo dos
indicadores.
Divisões Tipologia RSECE
Consumo Real (kgep/ano)
Consumo Nominal (kgep/ano)
Qaq Qarr Qout Qaq Qarr Qout
Zona A Escritórios 9839.5 16284.2 38688.9 5853.0 27984.3 106890.7 Piso 0 (excepto sala
de espera) Escritórios 926.2 4576.0 8971.6 7837.0 4532.4 15870.6
Sala de espera e circulações circundantes
Pequenas lojas
1493.2 2554.8 545.8 2765.5 839.7 1701.8
Cozinha, copa e bar Cozinhas 5926.8 10883.6 Refeitório Restaurantes 2203.1 3738.2
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 5660.6 22082.7
Tabela 33 – Valores reais e nominais de Qaq, Qarr e Qout.
O valor do IEEreal-simulado e das variáveis intervenientes no cálculo do mesmo apresenta-se
na Tabela 34, tendo em conta os consumos reais simulados constantes da Tabela 33.
49
Divisões Tipologia RSECE
IEEI IEEV Qout/Ap IEEreal-
simulado
IEEreal-
simulado edifício
IEEref-
existentes
kgep/m2.ano Zona A Escritórios 2.8 2.8 13.1 18.7
13.3
20.0 (excluindo garagens)
34.1
47.7 (excluindo garagens)
Piso 0 (excepto sala de espera)
Escritórios 1.2 3.6 13.9 18.7
Sala de espera e circulações
circundantes
Pequenas lojas
13.5 13.6 5.8 32.8
Cozinha, copa e bar Cozinhas 65.4 65.4 Refeitório Restaurantes 14.7 14.7
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 2.3 2.3
Tabela 34 – Valores reais de IEEI, IEEV e Qout/Ap e IEEreal-simulado.
Verifica-se que IEEreal-simulado é inferior ao valor regulamentar (IEEref-exist).
O valor do IEEnom e das variáveis intervenientes no cálculo do mesmo apresenta-se na
Tabela 35, tendo em conta os consumos nominais simulados constantes da Tabela 33.
Divisões Tipologia RSECE
IEEI IEEV Qout/Ap IEEnom IEEnom edifício
IEEref-
existentes kgep/m2.ano
Zona A Escritórios 1.7 4.7 36.2 42.7
30.2
43.2 (excluindo garagens)
34.1
47.7 (excluindo garagens)
Piso 0 (excepto sala de espera)
Escritórios 10.3 3.5 22.1 38.5
Sala de espera e circulações
circundantes
Pequenas lojas
24.9 4.5 18.1 47.4
Cozinha, copa e bar Cozinhas 120.1 120.1 Refeitório Restaurantes 24.9 24.9
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 9.1 9.1
Tabela 35 – Valores nominais de IEEI, IEEV e Qout/Ap e IEEnom.
Verifica-se que IEEnom é superior ao dobro do IEEreal-simulado, mas ainda assim inferior ao
valor regulamentar (IEEref-exist).
50
4.4. Classificação Energética
Para efectuar a classificação energética do edifício é necessário determinar a relação
entre IEEnom e IEEref-novos com a ajuda do parâmetro S definido no anexo IV do Despacho n.º
10250/2008 [37]. As condições a verificar para cada classe energética são definidas no artigo
3.º do referido despacho conforme apresentado na Tabela 36.
Classe Energética Condição a verificar A + IEEnom ≤ IEEref-novos – 0.75 x S A IEEref-novos – 0.75 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos – 0.50 x S B IEEref-novos – 0.50 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos – 0.25 x S B – IEEref-novos – 0.25 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos C IEEref-novos < IEEnom ≤ IEEref-novos + 0.50 x S D IEEref-novos + 0.50 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos + 1.00 x S E IEEref-novos + 1.00 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos + 1.50 x S F IEEref-novos + 1.50 x S < IEEnom ≤ IEEref-novos + 2.00 x S G IEEref-novos + 2.00 x S < IEEnom
Tabela 36 – Classes energéticas dos edifícios e respectivas condições a verificar [37].
O parâmetro S é dependente da tipologia. O valor global deste parâmetro apresenta-se na
Tabela 37, tendo sido calculado com base no valor médio ponderado de acordo com as áreas
correspondentes a cada uma das tipologias existentes no edifício.
Verifica-se desta forma que o edifício deverá pertencer à classe C.
Note-se que esta classificação foi apenas efectuada para estudar o comportamento
térmico do edifício numa condição nominal, não tendo qualquer valor legal, uma vez que a
certificação energética apenas pode ser atribuída por Peritos Qualificados.
Divisões Tipologia RSECE
S S
edifício IEEnom
IEEref-
novos Classe
Energética kgep/m2.ano
Zona A Escritórios 15
11.3
16.9 (excluindo garagens)
30.2
43.2 (excluindo garagens)
29.5
40.2 (excluindo garagens)
C
Piso 0 (excepto sala de espera)
Escritórios 15
Sala de espera e circulações
circundantes
Pequenas lojas
26
Cozinha, copa e bar Cozinhas 5 Refeitório Restaurantes 33
Garagens e arquivos/arrumos
circundantes Garagens 4
Tabela 37 – Classificação energética do edifício.
C
51
5. Propostas de Melhoria da Eficiência Energética
Neste capítulo, apresentam-se os problemas identificados no edifício e são propostas
hipóteses para melhoria da eficiência energética. Estas hipóteses são analisadas em termos de
poupança energética, impacto ambiental, investimento e viabilidade económica.
A cada medida de eficiência energética está associada uma determinada poupança que
implica um determinado investimento. Estes dois factores podem ser traduzidos em indicadores
representativos de viabilidade económica de cada medida a ser aplicada: poupança (kWh/ano
e €/ano), kg equivalente de petróleo (kgep) e kgCO2 equivalente, associados à poupança, e
período de retorno simples (PRS).
A conversão de energia eléctrica útil (kWh) para energia primária (kgep) será efectuada
com o factor de conversão 0.29 kgep/kWh [12].
Para a contabilização do indicador referente à intensidade carbónica por emissão de
gases com efeito de estufa, considera-se um factor de emissão associado ao consumo de
electricidade de 0.47 kgCO2/kWh [38].
O indicador de viabilidade económica das várias medidas a serem implementadas será o
período de retorno simples (PRS), definido no anexo XIII do RSECE:
1P
CPRS a=
Ca – custo adicional de investimento, calculado pela diferença entre o custo inicial da solução
base e o da solução mais eficiente;
P1 – poupança anual resultante da aplicação da alternativa da solução mais eficiente, estimada
com base em simulações anuais.
Para a determinação deste indicador são admitidos custos de energia constantes e
equivalentes ao momento do investimento, não considerando quaisquer efeitos de inflação.
Os custos da electricidade foram calculados com base nos preços do tarifário de média
tensão com longas utilizações (anexo III, pg. III-1). Os preços do kWh fora do horário vazio e no
horário vazio foram obtidos através da média ponderada dos preços nestes horários, como se
apresenta na Tabela 38. A segunda parcela do preço do kWh no horário de ponta, cujo cálculo
se explica no anexo III (pg. III-1), é devida à potência em horas de ponta (PHP).
Estação Períodos Tipo de Horário Nº. de Horas Preço (€/kWh)
Inverno I, IV
Fora do Vazio
Ponta 5 0.1058 + 0.0537 0.1041
Cheias 12 0.0810
Em Vazio Vazio Normal 3 0.0514
0.0495 Super Vazio 4 0.0481
Verão II, III
Fora do Vazio
Ponta 2.5 0.1092 + 0.1074 0.1029
Cheias 14.5 0.0833
Em Vazio Vazio Normal 3 0.0535
0.0513 Super Vazio 4 0.0497
Tabela 38 – Preços da electricidade nos horários fora do vazio e vazio no Verão e no Inverno.
(9)
52
5.1. Problemas Identificados e Soluções Sugeridas
Descrevem-se seguidamente os principais problemas encontrados no edifício e as
soluções sugeridas para minimizar o efeito destes, aumentando o desempenho energético do
edifício.
• Consumo em Vazio
O consumo em vazio (das 0h às 7h) corresponde a 21% do consumo total de energia.
Valor que parece exagerado, visto o edifício estar fechado entre as 21h e as 7h e os
equipamentos que necessitam de estar ligados durante 24h corresponderem a apenas 52.6%
dos consumos estimados neste horário.
Uma medida tão simples como a utilização de extensões eléctricas com interruptor,
associadas ao material de escritório, em especial aos computadores, pode ter repercussões
interessantes na factura energética, nomeadamente nos consumos verificados em vazio,
devidos ao modo stand-by dos equipamentos.
O consumo em vazio pode facilmente ser reduzido através da utilização de extensões
eléctricas com interruptores que se desligam quando o equipamento não é mais necessário.
Esta medida implica contudo a consciencialização dos ocupantes do edifício para que estes
façam a gestão do funcionamento dos equipamentos consoante as suas necessidades.
• Elevado Ganho Solar (Zona A)
A zona A do edifício tem um ganho solar elevado devido à grande extensão de vãos
envidraçados nas fachadas Este e Oeste, ocupando estes 69% da fachada Este e 76% da
fachada Oeste. A redução deste ganho, pela aplicação de uma película de controlo solar nos
envidraçados, pode contribuir para a poupança de energia consumida no arrefecimento dos
gabinetes e melhorar o conforto dos ocupantes dos mesmos, podendo contudo provocar um
aumento das necessidades de aquecimento e de iluminação.
• Unidades de A/C Individuais e Antigas (Zona A)
A utilização de 55 unidades de A/C individuais na climatização da zona A traduz-se num
elevado consumo de energia. Além deste facto, existem 13 unidades (24%) muito antigas
tendo baixos εF e COP e consequente baixa eficiência energética.
Analisando as unidades instaladas na zona A, em relação aos seus valores nominais de εF
e COP, obtém-se a distribuição de classes de coeficiente de eficiência energética (CEE)
apresentada na Figura 28, com base na classificação presente na Tabela 39.
Das 55 unidades de A/C instaladas, verifica-se que, em relação à εF, apenas uma unidade
pertence à classe A, 25 às classes C e D, 26 às classes E e F e as 13 mais antigas à classe G.
Em relação ao COP, as classificações são melhores, sendo 4 unidades pertencentes às
classes A e B, 32 às classes C e D e 18 às classes E e F. Salienta-se que esta classificação é
referente aos valores nominais das unidades instaladas e que estas certamente já têm εF e
COP menores do que os considerados nesta análise.
53
Figura 28 – Distribuição das unidades de A/C em relação às classes de CEE.
CEE εF COP A > 3.2 > 3.6 B 3 - 3.2 3.3 - 3.6 C 2.8 - 3 3.1 - 3.3 D 2.6 - 2.8 2.8 - 3.1 E 2.4 - 2.6 2.5 - 2.8 F 2.2 - 2.4 2.2 - 2.5 G < 2.2 < 2.2
Tabela 39 – Classes do coeficiente de eficiência energética de unidades de A/C [39].
Sugere-se utilizar uma HP para a climatização da zona A ou, em alternativa, efectuar
somente a substituição das unidades de A/C mais antigas por soluções multi-split.
• Temperatura na Sala de Espera Fora do Intervalo de Conforto
Através da medição da temperatura efectuada na sala de espera (ver Figura 36, pg. 70)
verificou-se que a temperatura desta se encontrou fora do intervalo de conforto durante todo o
tempo (das 8h às 20h).
A substituição da HP utilizada para a climatização do piso 0, que utiliza o refrigerante
R407c, por outra adequada às necessidades de arrefecimento e aquecimento deste piso e
utilizando o refrigerante R410a, pode ser vantajosa em termos de poupança energética.
Verifica-se que existem trocas de calor elevadas com o exterior que não permitem a
climatização adequada da sala de espera (ver Figura 38, pg. 71). Por consequência, sugere-se
melhorar o isolamento da sala de espera do exterior, de forma a aumentar o conforto térmico
dos utentes e reduzir as necessidades de climatização desta, minimizando as trocas com o
exterior quando estas forem indesejáveis ou mantê-las caso haja necessidade de baixar a
temperatura interior. Esta hipótese será considerada juntamente com a substituição da HP
existente para a climatização do piso 0.
• Resumo
Sugerem-se hipóteses para melhoria do desempenho energético do edifício com o intuito
de: reduzir os desperdícios de energia, pela utilização de extensões eléctricas com interruptor;
reduzir o ganho solar, através da aplicação de uma película de controlo solar nos envidraçados
da fachada Este; e aumentar a eficiência energética (soluções de HP e substituição das
unidades de A/C mais antigas).
2%
29%
16%24%
5%
24%
Classe CEE - εF
A
B
C
D
E
F
G
2% 5%
36%
22%
11%
24%
Classe CEE - COP
A
B
C
D
E
F
G
54
Os principais problemas encontrados no edifício e as respectivas soluções sugeridas
resumem-se na Tabela 40.
Problema Solução Sugerida Consumo em vazio I – Utilização de extensões eléctricas com interruptor Elevado ganho solar (zona A) II – Aplicação de uma película de controlo solar nos
envidraçados da fachada Este Grande número de unidades individuais de A/C (55), 13 das quais muito antigas (zona A)
IIIa – Utilização de uma HP para climatização na zona A ou IIIb – Apenas substituição das unidades de A/C mais antigas
Elevadas cargas internas e trocas com o exterior na sala de espera e HP utilizada para climatizar piso 0 funciona com refrigerante R407c (zona B)
IV – Melhor isolamento da sala de espera do exterior, colocando uma divisória e uma segunda porta de entrada, e substituição da HP por outra funcionando com o refrigerante R401a
Tabela 40 – Resumo dos principais problemas identificados no edifício e das soluções sugeridas.
De forma a aproveitar a boa exposição solar do edifício e o facto de existir uma área de
210 m2 sem obstruções na cobertura superior, será analisada a instalação de uma solução de
painéis fotovoltaicos de módulos, possibilitando assim a obtenção de energia eléctrica através
de uma fonte renovável.
Será igualmente verificado se a ventilação assumida nas áreas da cozinha e refeitório
(valores mínimos indicados pelo RSECE) é a suficiente para assegurar as condições de
conforto.
O impacto das medidas II, III e IV vai ser avaliado com base em simulações. O efeito da
medida I será estimado com base no consumo evitado no horário vazio. Relativamente à
medida V, a análise vai ser baseada em dados fornecidos por uma empresa de painéis
fotovoltaicos (a estimativa de poupança mensal será efectuada pelo número médio de horas de
radiação solar incidente em cada mês).
5.2. Utilização de Extensões Eléctricas com Interruptor
Neste subcapítulo analisa-se a medida de utilização de extensões eléctricas com
interruptor relativamente à poupança alcançada, investimento e viabilidade económica.
5.2.1. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
A poupança em relação ao consumo total anual, associada à utilização de extensões
eléctricas com interruptor, é apresentada na Tabela 41. Este cálculo considera a utilização das
extensões, associadas ao equipamento de escritório, no horário vazio.
Consumo (kWh/ano)
Poupança Anual
kWh Consumo Total (%)
Consumo em Equipamentos (%)
Inicial 336796 28877 8.6 20.8
Final 307919
Tabela 41 – Poupança de consumo associada à utilização de extensões com interruptor.
Ao implementar uma medida tão simples como esta estima-se que seja possível obter
uma redução de 8.6% do consumo energético anual do edifício, correspondendo a uma
diminuição de 20.8% do consumo energético em equipamentos.
55
A Tabela 42 resume a poupança associada à implementação desta medida, quer de
energia activa, que deixa de ser consumida em vazio, quer de energia reactiva, que deixa de
ser injectada na rede neste horário, e a respectiva poupança nos custos associados.
Vazio Unidade Valor Anual
Inicial Final Poupança
Energia Consumida kWh 60974 32098 28877
€ 3.074 1.618 1.456
Energia Fornecida kVarh 21382 17003 4378
€ 286 228 59 Poupança TOTAL €
1.515
Tabela 42 – Consumos e gastos em energia no horário vazio: valores iniciais, finais e poupança associada.
Com a implementação desta medida estima-se que podem ser poupados 1.515 €,
contabilizando apenas os consumos em vazio desnecessários que seriam evitados. Porém,
este valor pode ser superior, uma vez que se os ocupantes desligarem o equipamento de
escritório durante a noite, este ficará igualmente desligado durante o fim-de-semana, evitando
assim consumos também em horas de ponta e cheias, pois o ciclo é diário. Havendo
consciencialização e mudança de hábitos dos ocupantes do edifício, para que estes façam a
gestão da utilização dos equipamentos consoante as suas necessidades, a poupança
associada a esta medida pode ser ainda mais significativa.
A poupança mensal associada a esta medida é constante, visto que foi apenas
considerada a redução do consumo devido ao modo stand-by dos equipamentos de escritório
no horário vazio, pelo que se observa uma diminuição constante relativamente aos consumos
mensais actuais do edifício.
Foram escolhidos equipamentos de 3 e 6 tomadas consoante as necessidades de cada
divisão. Na Tabela 43 apresenta-se o investimento desta medida, os preços considerados são
relativos aos modelos VIVANCO EBLS 3W e EBLS 6W.
Tipo de Extensão €/unid. Quant. € 6 tomadas 9.99 53 529.5 3 tomadas 6.99 30 209.7
Investimento 739.2
Tabela 43 – Investimento associado à utilização de fichas com interruptor [40].
A Tabela 44 apresenta o resumo dos indicadores de viabilidade económica desta medida.
Medida Poupança Anual
Investimento (€) PRS (meses) kWh € kgep kgCO2
Utilização de extensões com
interruptor
28877 (8.6%)
1.515 (4.4%)
8374 13572 739 5.9
Tabela 44 – Indicadores de viabilidade económica da utilização de extensões com interruptor.
Verifica-se que o período de retorno esperado é bastante rápido, sendo apenas de 6
meses. Visto esta ser uma alternativa com um baixo custo (estimado em 739€), que tem
capacidade para baixar o consumo anual de electricidade em 8.6% e o valor da factura
energética em 4.4%, apresenta-se como uma solução simples e viável.
56
5.3. Aplicação de Película de Controlo Solar
Neste subcapítulo define-se a película escolhida e são analisados o ganho solar e
necessidades de frio/calor ao longo do dia, actuais e com a película aplicada nos envidraçados
da fachada Este. Seguidamente, analisa-se esta medida relativamente à poupança alcançada,
investimento e viabilidade económica.
O consumo de energia em climatização depende, entre outros factores, da incidência da
radiação solar nas janelas, grandemente responsável pelo aumento da temperatura no interior
do edifício. Parte da energia solar incidente é absorvida, outra parte reflectida, mas a maior
parte é transmitida para o interior do edifício através do vidro, existindo ainda uma porção da
energia absorvida que é irradiada para o interior.
As películas de controlo solar têm como base um filme muito fino de poliéster, podendo
estas membranas apresentar mais do que uma camada, conferindo assim diferentes
características para diferentes aplicações. São adicionados elementos metálicos, como
alumínio, aço inox, prata ou uma mistura, que conferem a capacidade de reflectir e absorver a
radiação solar e rejeitar uma parte do calor [41].
A Figura 29 representa esquematicamente o resultado da aplicação de uma película de
controlo solar na face interna de um vidro simples.
Figura 29 – Resultado da aplicação da película de controlo solar [42].
A película escolhida para aplicação é a 3M ScotchtintTM
RE 20 SIARL, que pode ser
aplicada em vidros simples com a espessura observada (6 mm), e apresenta as características
constantes da Tabela 45. De acordo com esta, verifica-se um aumento da quantidade de
energia reflectida para o exterior, uma diminuição da energia transmitida para o interior do
edifício e ainda uma redução da quantidade de calor transmitido por condução.
57
Tabela 45 – Dados técnicos da película de controlo solar 3M ScotchTintTM
RE 20 SIARL [43].
Pela análise do ganho solar na zona A (secção 5.3.1), conclui-se que seria benéfica a
aplicação desta película na fachada Este, devido ao facto de esta receber 84.5% do ganho
solar total (pois existe sombreamento exterior na fachada Oeste) da zona A ao longo de um dia
típico de Verão, podendo assim reduzir significativamente este valor e consequentemente as
necessidades de arrefecimento, esperando-se contudo um aumento menos acentuado das
necessidades de aquecimento e de iluminação no Inverno.
De forma a analisar a aplicação da película de controlo solar nos envidraçados da fachada
Este, foram calculadas as transmissividades e absorvidades do vidro com película nos cinco
ângulos definidos pelo ESP-r, como se apresenta na Tabela 46.
0º 40º 55º 70º 80º Vidro
simples Transmissividade 0.8734 0.8601 0.8215 0.6767 0.4181
Absorvidade 0.0487 0.0535 0.0573 0.0607 0.0606 Vidro c/ película
Transmissividade 0.2046 0.1732 0.1458 0.1038 0.0553 Absorvidade 0.2562 0.2777 0.2923 0.2954 0.2825
Tabela 46 – Valores de transmissividade e absorvidade para vidro simples e vidro simples com película [44].
O comportamento do vidro simples e do vidro simples com película, em termos de
transmissividade, absorvidade e reflectividade, encontra-se representado graficamente no
anexo IV.1 (pg.IV-1).
5.3.1. Ganho Solar
Para analisar o ganho solar do edifício foram escolhidos dias típicos de Verão e de
Inverno, de entre os dias das simulações, baseando esta escolha nos valores de insolação que
se encontravam mais próximos dos dados pelas normais climatológicas para os meses de
Agosto e Janeiro [30]. Foram assim definidos os dias 11 de Agosto e 24 de Janeiro como dias
típicos de Verão e de Inverno, respectivamente.
Na Tabela 47 apresentam-se os valores médios de insolação nos meses de Janeiro e
Agosto dados pelas normais climatológicas e os valores de insolação relativos aos dias típicos
de Inverno e Verão escolhidos.
Insolação (h) Janeiro Agosto Normais Climatológicas 4.6 11.3
Simulação (24/Jan., 11/Ago.) 5.2 11.9
Tabela 47 – Insolação nos meses de Janeiro e Agosto: dada pelas normais climatológicas [30] e nos dias típicos escolhidos utilizados na simulação.
58
Seguidamente, analisa-se o ganho solar dos gabinetes no caso de ser utilizada a película
de controlo solar nos vãos envidraçados da fachada Este e compara-se com a situação actual
do edifício.
As Figuras 30 e 31 representam o ganho solar dos gabinetes, por unidade de área de
pavimento, actual e com a aplicação da película de controlo solar na fachada Este,
respectivamente para as situações de Verão e de Inverno.
Figura 30 – Ganho solar dos gabinetes, por unidade de área de pavimento, ao longo de um dia típico de Verão: actualmente e com película.
Figura 31 – Ganho solar dos gabinetes, por unidade de área de pavimento, ao longo de um dia típico de Inverno: actualmente e com película.
O ganho solar dos gabinetes ao longo de um dia típico de Verão é de 24.0 kWh/m2.dia. Da
observação da Figura 30, verifica-se que este ganho é superior da parte da manhã nos
gabinetes que dão para a fachada Este. De facto, o ganho solar destes corresponde a 72.1%
do total absorvido nos gabinetes. Observa-se uma redução significativa do ganho solar nos
gabinetes da fachada Este com esta medida, reduzindo-se para 10.0 kWh/m2.dia, o que
corresponde a uma diminuição de 58.1%.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
5:00 7:00 9:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00
Gan
ho
So
lar
(W/m
2 )
Ganho Solar dos Gabinetes ao Longo do Dia - Verão
Este
Oeste
Total
Este - película
Total - película
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
7:00 9:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00
Gan
ho
So
lar
(W/m
2 )
Ganho Solar dos Gabinetes ao Longo do Dia - Inverno
Este
Oeste
Total
Este - película
Total - película
59
Considerando os valores referentes à totalidade da zona A, verifica-se que o ganho solar
ao longo de um dia típico de Verão é de 48.3 kWh/m2.dia, dos quais 84.5% correspondem à
fachada Este. Observa-se que com esta medida, o ganho solar diminui para 15.5 kWh/m2.dia,
correspondendo a uma redução de 67.8% em relação à situação actual. Na fachada Este a
redução observada é de 80.2%.
Num dia típico de Inverno, o ganho solar dos gabinetes é de 11.2 kWh/m2.dia. Analisando
a Figura 31, observa-se o inverso da situação de Verão, sendo este ganho superior da parte da
tarde nos gabinetes da fachada Oeste, e correspondente a 52.0% do total absorvido nos
gabinetes. Ao comparar a situação actual com a referente à aplicação da película, conclui-se
que a diminuição do ganho solar não é tão significativa no Inverno como no caso do Verão,
uma vez que se reduz para 6.8 kWh/m2.dia, correspondendo a uma diminuição de 39.2%.
Em relação aos valores referentes à totalidade da zona A, verifica-se que o ganho solar ao
longo de um dia típico de Inverno é de 19.3 kWh/m2.dia, dos quais 66.6% correspondem à
fachada Este e 27.9% aos gabinetes que dão para esta fachada. Com a utilização da película,
o ganho solar reduz-se para 8.9 kWh/m2.dia, o que corresponde a uma diminuição de 53.7%.
Relativamente à fachada Este a redução observada é de 80.7%.
Os valores do ganho solar em ambas as situações analisadas, por unidade de área de
pavimento, nos dias típicos de Verão e de Inverno considerados, encontram-se tabelados para
cada divisão da zona A no anexo IV.2 (pg. IV-2).
5.3.2. Potência de Frio/Calor
Nesta secção analisam-se as necessidades de frio e de calor da zona A ao longo do dia
actualmente e com a aplicação da película.
Foram considerados os valores médios horários, dados pelas simulações de Agosto e de
Janeiro, para estimar a variação da potência de frio e de calor necessária ao longo do dia em
cada gabinete da zona A, uma vez que nestes meses existem necessidades máximas de
arrefecimento e de aquecimento, respectivamente.
A comparação da situação actual (vidro simples) com o que aconteceria caso fosse
aplicada a película de controlo solar nos envidraçados da fachada Este, será efectuada com
base no acumulado de potência de frio/calor ao longo de um dia, isto é, na energia térmica
necessária para climatizar a zona A diariamente.
A variação das necessidades de arrefecimento (Verão) e de aquecimento (Inverno) ao
longo do dia na zona A estão representadas nas Figuras 32 e 33, respectivamente.
60
Figura 32 – Variação da potência de frio necessária na zona A ao longo do dia (Verão): actualmente e com película.
Figura 33 – Variação da potência de calor necessária na zona A ao longo do dia (Inverno): actualmente e com película.
Da observação da Figura 32, verifica-se que a potência de frio máxima na zona A é de
160.2 kW e ocorre da parte da tarde (16h30), sendo nesta altura as necessidades de frio
máximas nos gabinetes da fachada Oeste, aos quais se deve a potência de frio de 113.5 kW.
Na fachada Este o máximo observado é de 65.5 kW e é verificado da parte da manhã (10h30).
Com a aplicação da película, verifica-se que a potência de frio máxima é reduzida para
140.8 kW, correspondendo a uma diminuição de 12.3%. Na fachada Este ocorre uma redução
de 53.2% da potência de frio máxima, que com esta medida toma o valor de 30.7 kW e passa a
verificar-se da parte da tarde (15:30), enquanto na fachada Oeste há uma ligeira diminuição
(2.7%) para 110.4 kW, devida aos gabinetes que têm envidraçados em ambas as fachadas.
Quanto às necessidades de frio diárias, a diferença observada entre as duas fachadas é
pouco significativa, uma vez que os gabinetes da fachada Este requerem uma energia térmica
de arrefecimento de 479.3 kWh/dia (46.3%) e os da fachada Oeste precisam de 555.7 kWh/dia
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 20:00
Po
tên
cia
de
Frio
(kW
)
Potência de Frio Necessária na Zona A ao Longo do Dia -Verão
Este
Oeste
Total
Este - película
Oeste - película
Total - película
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00 20:00
Po
tên
cia
de
Cal
or
(kW
)
Potência de Calor Necessária na Zona A ao Longo do Dia -Inverno
Este
Oeste
Total
Este - película
Oeste - película
Total - película
61
(53.7%). Pelo que, a zona A perfaz um total de energia térmica diária de 1035.0 kWh/dia para
satisfazer as necessidades de frio. Com a aplicação desta medida, observa-se uma redução da
energia térmica utilizada em arrefecimento de 30.2%, sendo agora necessários 722.4 kWh/dia.
Na fachada Este esta redução é de 62.0% e na fachada Oeste verifica-se uma diminuição de
2.7%.
Em relação à situação de Inverno (ver Figura 33), as necessidades de calor são máximas
da parte da manhã (9h30) em ambas as fachadas, traduzindo-se numa potência máxima de
calor de 150.3 kW, da qual 74.4 kW são devidos aos gabinetes da fachada Este e 75.8 kW aos
da fachada Oeste. Com a aplicação da película, observa-se um aumento de 13.6% da potência
máxima de aquecimento, que toma agora o valor de 163.4 kW.
A energia térmica necessária para aquecimento da zona A é de 721.1 kWh/dia e encontra-
se praticamente distribuída por igual entre os gabinetes das duas fachadas, sendo requeridos
347.9 kWh/dia (48.2%) na fachada Este e 373.2 kWh/dia (51.7%) na fachada Oeste. Com a
aplicação desta medida, a energia térmica necessária para aquecimento aumenta para
819.2 kWh/dia, perfazendo um acréscimo de 13.6% em relação à situação actual. Na fachada
Este ocorre um aumento de 27.0%, enquanto a fachada Oeste necessita de mais 1.1%.
A influência da película de controlo solar, aplicada nos envidraçados da fachada Este, nas
necessidades de frio/calor dos gabinetes da fachada Oeste é explicada pelo facto de existirem
gabinetes com envidraçados em ambas as fachadas. Para incluir estes na classificação
Este/Oeste, foram considerados, conforme a incidência de radiação solar, pertencentes à
fachada Este da parte da manhã (até às 12h) e à fachada Oeste da parte da tarde.
No anexo IV.3 (pg. IV-5) apresentam-se os resultados obtidos por simulação para a
potência de frio/calor necessária nos gabinetes da fachada Este actualmente e caso esta
medida fosse aplicada.
A Tabela 48 resume o efeito da película de controlo solar no ganho solar e nas
necessidades de climatização da zona A no Verão e no Inverno.
Situação
Verão Inverno Ganho Solar Energia Térmica Ganho Solar Energia Térmica
kWh/ m2.dia
Redução (%)
kWh/dia Redução
(%) kWh/ m2.dia
Redução (%)
kWh/dia Aumento
(%) Actual 48.3
67.8 1035.0
30.2 19.3
53.7 721.1
13.6 Película 15.5 722.4 8.9 819.2
Tabela 48 – Efeito da película de controlo solar no ganho solar e nas necessidades de climatização da zona A no Verão e no Inverno.
62
5.3.3. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
A poupança de energia associada à aplicação desta medida apresenta-se na Tabela 49.
Consumo (kWh/ano)
Poupança Anual
kWh Consumo total (%)
Consumo em climatização (%)
Consumo em climatização Zona A (%)
Inicial 336796 11333 3.4 10.0 13.7
Final 325463
Tabela 49 – Poupança de consumo associada à aplicação de película.
Ao implementar esta medida estima-se uma redução de 3.4% no consumo energético
anual do edifício e de 10.0% no consumo de energia associado a climatização. Estima-se uma
diminuição de energia consumida em arrefecimento de 22.8% e aumentos do consumo em
aquecimento e iluminação de 10.9% e 1.6%, respectivamente.
Relativamente à zona A, verifica-se uma redução de 13.7% do consumo de energia em
climatização, associada a uma redução da energia consumida em arrefecimento de 30.2% e a
um aumento do consumo energético em aquecimento de 13.6%. O consumo em iluminação
aumenta 2.7% nesta zona do edifício.
A poupança mensal associada a esta medida verifica-se entre Abril e Outubro, enquanto
nos meses restantes o consumo energético é superior ao actual.
O investimento associado à aplicação da película de controlo solar 3M ScotchtintTM
RE 20
SIARL nos vãos envidraçados da fachada Este apresenta-se na Tabela 50.
Vãos Envidraçados Área (m2) €/m2 € Fachada Este 297.8 12.8
Investimento 3.812
Tabela 50 – Investimento associado à aplicação de película [45].
A Tabela 51 apresenta os indicadores de viabilidade económica desta medida.
Medida Poupança anual
Investimento (€) PRS (anos) kWh € kgep kgCO2
Aplicação de película
11333 (3.4%)
1173 (3.3%)
3287 5327 3.812 3.3
Tabela 51 – Indicadores de viabilidade económica da aplicação de película.
Verifica-se que o período de retorno esperado desta medida é de 3 anos, implicando um
investimento de 3.812€ e correspondendo a uma poupança anual de 3.4% da energia
consumida e de 3.3% no valor da factura energética. É de salientar a redução de 10.0% obtida
na energia utilizada em climatização, que deve ser valorizada. Uma vez que a vida útil da
película escolhida é de cerca de 10 anos [45], esta alternativa apresenta-se viável.
63
5.4. Instalação de uma Bomba de Calor para Climatização da
Zona A
Neste subcapítulo procede-se à definição das unidades interiores escolhidas para
substituição das existentes, com base nas capacidades máximas de frio/calor necessárias em
cada gabinete (obtidas por simulação). De seguida definem-se as unidades exteriores e
analisa-se esta medida em termos de poupança, investimento necessário e viabilidade
económica.
A utilização de uma bomba de calor (HP) para a climatização da zona A traz benefícios
tanto no conforto dos ocupantes, como na melhoria da eficiência energética do edifício e na
redução da factura energética. Analisar-se-ão HP eléctricas de três e duas vias da marca
Sanyo das linhas Electric VRF ECOi 3 Way e ECOi 2 Way, respectivamente.
A instalação de uma HP para a climatização da zona A implica a substituição das
unidades individuais de A/C instaladas por outras novas e adequadas às necessidades de cada
gabinete.
5.4.1. Unidades Interiores
Para estimar as capacidades de frio e de calor necessárias em cada gabinete foram
considerados os máximos absolutos obtidos nas simulações das condições “ideais” (para obter
as temperaturas interiores correspondentes aos valores de referência em cada estação) de
Agosto e de Janeiro, respectivamente. Estes máximos foram considerados os valores ideais de
capacidades de frio/calor das unidades interiores a instalar em cada gabinete. No anexo V (pg.
V-1) são apresentados os resultados obtidos por simulação para as necessidades de frio
(Verão) e de calor (Inverno) de cada gabinete, tabelados os máximos verificados em cada
gabinete e comparados com as capacidades dos equipamentos actualmente instalados.
Comparando os valores obtidos com as capacidades de frio/calor dos aparelhos instalados
em cada gabinete, constata-se que a potência total de frio necessária é 8.7% superior à
instalada, enquanto a potência total de calor necessária é 20.3% inferior à instalada.
A potência total de frio necessária é de 192.6 kW, enquanto a potência total de calor
necessária é de 177.4 kW. Nas Figuras 34 e 35 apresenta-se a comparação entre a potência
máxima necessária e instalada na zona A, respectivamente de frio e de calor.
64
Figura 34 – Potência máxima de frio necessária e instalada nos gabinetes da zona A.
Figura 35 – Potência máxima de calor necessária e instalada nos gabinetes da zona A.
Foram consideradas 3 hipóteses para a substituição das unidades interiores actualmente
instaladas e adequação das capacidades de frio/calor às necessidades de cada gabinete: uma
mais económica mas com maiores consumos energéticos (1), outra mais dispendiosa mas com
menor consumo de energia (3) e ainda uma terceira, situada entre estas duas relativamente a
investimento e consumos (2). Nestas três hipóteses foram considerados os modelos da marca
Sanyo, cujas características e preços são exibidos na Tabela 52.
Tipo Tam. Linha Modelo Sanyo Capacidade
(kW) Consumo
Eléctrico (kW) Preço (€) F C F C
Chão 22 FTR SPW-FTR224EXH56B 6.4 7 0.88 0.88 1.410
Mural
7 K SPW-K075XH 2.2 2.5 0.019 0.020 1.140 9 K SPW-K095XH 2.8 3.2 0.019 0.020 1.150 12 K SPW-K125XH 3.6 4.2 0.035 0.035 1.270 16 KR SPW-KR164GXH56B 4.5 5 0.035 0.035 1.585 18 KR SPW-KR184GXH56B 5.6 6.3 0.035 0.035 1.595 25 KR SPW-KR254GXH56B 7.3 8 0.055 0.055 2.330
Tecto
12 T SPW-T125XH 3.6 4.2 0.029 0.029 1.795 16 T SPW-T165XH 4.5 5 0.029 0.029 1.870 18 T SPW-T185XH 5.6 6.3 0.032 0.032 1.880 25 T SPW-T255XH 7.3 8 0.044 0.043 1.995
Tabela 52 – Modelos Sanyo de unidades interiores considerados: tipo, tamanho, linha, capacidades de frio e de calor, consumo de energia eléctrica e preço [46], [47].
Os modelos serão referidos quanto ao tipo e ao tamanho.
0
2
4
6
8
10
12
Po
tên
cia
Máx
ima
de
Frio
(kW
)
Gabinete
Potência Máxima de Frio Necessária e Instalada por Gabinete
Necessária
Instalada
0
2
4
6
8
10
12
14
Po
tên
cia
Máx
ima
de
Cal
or
(kW
)
Gabinete
Potência Máxima de Calor Necessária e Instalada por Gabinete
Necessária
Instalada
65
Na Tabela 53 são identificadas as três hipóteses analisadas. A distribuição das unidades
interiores pelos gabinetes apresenta-se no anexo V.2 (pg. V-2).
Hipótese Unidades Interiores
Capacidade (kW)
Consumo Eléctrico (kW)
Preço (€)
Tipo Tam. Quant. F C F C
1
Chão 22 3
214.8
Mural
7 12 9 2 12 6 241.2 4.116 4.130 73.075 16 15 18 11 25 1
2 Mural
7 12 9 2 12 6
217.5 244.2 1.641 1.655 75.835 16 15 18 12 25 4
3
Mural 7 12 9 2
Tecto
12 6 217.5 244.2 1.435 1.445 85.340
16 15 18 12 25 4
Tabela 53 – Identificação das hipóteses de substituição de unidades interiores analisadas.
A hipótese 1 corresponde ao maior consumo de electricidade e ao menor investimento,
tendo capacidades de frio e de calor mais próximas das necessárias. As hipóteses 2 e 3 têm
capacidades ligeiramente superiores e consumos eléctricos bastante mais baixos. A hipótese 3
corresponde ao menor consumo eléctrico, mas também ao maior investimento. Esta alternativa
custa aproximadamente mais 10 mil € do que a hipótese 2, tendo como benefício o consumo
de apenas menos 0.2 kW de potência eléctrica.
5.4.2. Unidades Exteriores
Consideraram-se os modelos da marca Sanyo, de três e duas vias, exibidos na Tabela 54.
A descrição das alternativas consideradas é apresentada no anexo V.2 (pg. V-3)
relativamente ao conjunto de pisos e gabinetes a que se destina cada HP e às respectivas
características. As HP de tamanho 38 são unidades triplas (10+12+16) e as de tamanho 18 e
40 são unidades duplas, 8+10 e 20+20, respectivamente.
Linha Tam. Modelo Sanyo Preço (€)
ECOi 3 Way
8 SPW-C0705DZH8 12.840 10 SPW-C0905DZH8 14.100 12 SPW-C1155DZH8 16.190 16 SPW-C1405DZH8 21.470
ECOi 2 Way
8 SPW-C0705DXHN8 11.950 10 SPW-C0905DXHN8 13.520 12 SPW-C1155DXHN8 15.990 16 SPW-C1405DXHN8 20.250
Tabela 54 – Modelos Sanyo de unidades exteriores considerados e preço [47].
66
As hipóteses HP3v e HP2v consistem, respectivamente, em bombas de calor eléctricas com
três e duas vias.
5.4.3. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
A poupança associada a cada hipótese considerada, em relação ao consumo energético
total e relativamente à energia consumida em climatização, apresenta-se na Tabela 55.
Consumo (kWh/ano)
Poupança Anual
kWh Consumo total (%)
Consumo em climatização (%)
Consumo em climatização zona A (%)
Inicial 336796
Final:
1 + HP3v 315195 21602 6.4 17.6 24.0 2 + HP3v 312536 24260 7.2 19.7 26.9 3 + HP3v 312318 24478 7.3 19.9 27.2 1 + HP2v 314239 22558 6.7 18.3 25.0 2 + HP2v 311518 25216 7.5 20.5 28.0 3 + HP2v 311362 25434 7.6 20.7 28.2
Tabela 55 – Poupança de consumo associada a cada hipótese da medida sugerida.
Com a implementação desta medida verificam-se poupanças entre 24.0% e 28.2% no
consumo energético em climatização na zona A e de 6.4% a 7.6% do total de energia
consumida no edifício. A maior poupança verificada corresponde à hipótese 3 + HP2v.
O investimento associado a cada hipótese é exibido na Tabela 56. O cálculo deste não
teve em conta os custos de instalação das unidades, que deve contudo ser significativo.
Hipótese Preço (€) 1 + HP3v 151.775 2 + HP3v 154.535 3 + HP3v 164.040 1 + HP2v 148.305 2 + HP2v 151.065 3 + HP2v 160.570
Tabela 56 – Investimento associado a cada hipótese da medida sugerida.
Os indicadores de viabilidade económica desta medida são apresentados na Tabela 57.
Medida Poupança Anual
kWh € kgep kgCO2 Investimento (€) PRS (anos)
1 + HP3v 21602 (6.4%)
2.236 (6.3%)
6264 10153 151.775 67.9
2 + HP3v 24260 (7.2%)
2.511 (7.1%)
7035 11402 154.535 61.5
3 + HP3v 24478 (7.3%)
2.533 (7.2%)
7099 11505 164.040 64.8
1 + HP2v 22558 (6.7%)
2.335 (6.6%)
6542 10602 148.305 63.5
2 + HP2v 25216 (7.5%)
2.610 (7.4%)
7313 11852 151.065 57.9
3 + HP2v 25434 (7.6%)
2.632 (7.4%)
7376 11954 160.570 61.0
Tabela 57 – Indicadores de viabilidade económica das hipóteses analisadas.
Verifica-se que a hipótese 2 + HP2v apresenta o menor período de retorno, pelo que é esta
a hipótese escolhida para a implementação desta medida. Contudo, o PRS é ainda bastante
67
elevado (58 anos), devido ao elevado investimento, tornando esta alternativa pouco viável em
termos económicos, mesmo reduzindo o consumo energético em climatização na zona A em
28.0%. E há que ter em conta que não foram contabilizados quaisquer custos de instalação,
que iam tornar este retorno ainda mais longo.
A poupança mensal associada a esta medida é mais acentuada nos meses em que as
necessidades de arrefecimento/aquecimento são mais elevadas, verificando-se uma poupança
máxima no mês de Agosto. Os meses nos quais se verifica menor poupança são os meses de
Março, Abril e Maio, devido a serem estes também os meses nos quais se verificam menores
necessidades de climatização.
5.5. Substituição das Unidades de A/C Mais Antigas da Zona A
Seguidamente, apresentam-se as combinações multi-split escolhidas e analisa-se a
poupança, investimento e viabilidade económica desta medida.
Este processo de substituição apresenta-se como prioritário, uma vez que as 13 unidades
individuais de A/C mais antigas da zona A contribuem para 39.7% do consumo anual em
climatização nesta zona do edifício, pelo facto de apresentarem εF e COP muito e baixos.
Será analisada a instalação de unidades multi-slipt, da marca Daikin, procurando escolher
as combinações de unidades interiores (do tipo mural) que permitem melhores εF, visto que as
necessidades de arrefecimento nesta zona do edifício são muito superiores às de aquecimento.
5.5.1. Unidades Exteriores e Interiores
Na Tabela 58 apresentam-se as características das combinações de unidades interiores e
os gabinetes aos quais estão associadas. Cada uma destas combinações ligar-se-á a uma
unidade exterior Daikin 5MXS90E, sendo os valores apresentados referentes ao conjunto. Os
modelos escolhidos e o respectivo preço apresentam-se na Tabela 59.
Gab. Qt. Comb. Pot. Frio/Calor (kW) Pot. Máx. (kW)
εF Classe CEE
εF COP
Classe CEE COP Unid. A Unid. B Unid. C Frio Calor
1.1 2 7.1+7.1 4.5/5.2 4.5/5.2 9.31 10.71 3.61 A 3.65 A 5.1 2
3.5+6+6 2.04/2.34 3.48/4.03
10.38 11.09 3.27 A 3.97 A 5.5 1 3.48/4.03 5.5 1
2+3.5 3.5/4.26
6.75 7.74 3.24 A 3.37 C 6.5 1 2/2.44 6.1 2 2.5+3.5 2.5/3.05 3.5/4.26 6.6 8.53 3.17 B 3.12 D 8.1 1
2.5+3.5 3.5/4.26
6.6 8.53 3.17 B 3.12 D 9.5 1 2.5/3.05 9.3 1 5 5 6.09 5.5 7.42 3.05 B 3.19 D
Tabela 58 – Características do conjunto unidade exterior + interior e gabinetes a que correspondem [48].
68
Unidades Quant. Modelo Daikin
Preço por unid. (€)
Preço instalação por unid. (€)
Exteriores 6 5MXS90E 3.012
175 Interiores
4 FTXS20G 1.125 3 FTXS35G 1.355 1 FTXS42G 2.104 2 FTXS60G 2.626 2 FTXS71G 3.023
Tabela 59 – Preço das unidades exteriores e interiores e custo da sua instalação [49].
5.5.2. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
A poupança associada a esta medida é apresentada na Tabela 60.
Consumo (kWh/ano)
Poupança Anual
kWh Consumo total (%)
Consumo em climatização (%)
Consumo em climatização Zona A (%)
Inicial 336796 10584 3.1 8.6
11.8 Final 326213
Tabela 60 – Poupança de consumo associada à substituição das unidades mais antigas da zona A.
Verifica-se que se obtém uma redução de 11.8% do consumo energético em climatização
na zona A, correspondendo a uma diminuição de 8.6% da energia consumida em climatização
no edifício e a uma poupança do consumo energético total do edifício de 3.1%.
Observa-se uma poupança mais elevada nos meses mais quentes, pois as necessidades
de arrefecimento são maiores e as 13 unidades mais antigas, que apresentam uma εF de 1.8,
serão com esta medida substituídas por novas com εF cerca de duas vezes superior à actual.
Esta medida tem a ela associada um investimento de 43.189€, descrito na Tabela 61.
Investimento € Unidades Exteriores 18.072 Unidades Interiores 21.967
Instalação 3.150 TOTAL 43.189
Tabela 61 – Investimento associado à substituição das unidades mais antigas da zona A.
Na Tabela 62 resumem-se os indicadores de viabilidade desta medida.
Medida Poupança Anual
Investimento (€) PRS (anos) kWh € kgep kgCO2
Substituição Unidades
A/C Antigas
10584 (3.1%)
1095 (3.1%)
3069 4974 43.189 39.4
Tabela 62 – Indicadores de viabilidade económica da substituição das unidades mais antigas da zona A.
Verifica-se que esta medida tem um período de retorno ainda bastante elevado (39 anos).
Porém, uma vez que se apresenta como prioritária, será analisada a combinação da mesma
com as outras medidas sugeridas (exceptuando a instalação de uma HP para climatização da
zona A, que já inclui esta medida).
69
5.6. Substituição da Bomba de Calor Utilizada para Climatização
no Piso 0 e Isolamento da Sala de Espera
Neste subcapítulo são apresentadas as medições efectuadas na sala de espera e os
resultados obtidos por simulação para a temperatura e necessidades de frio/calor na sala de
espera, atendimento e tesouraria. Seguidamente, definem-se os modelos escolhidos para
substituição da HP e das unidades interiores e analisa-se a poupança, o investimento e a
viabilidade económica desta medida.
5.6.1. Medições Efectuadas na Sala de Espera
Foram efectuadas medições da temperatura e humidade relativa na sala de espera e
também da fracção de dióxido de carbono na mesma.
• Temperatura
A Figura 36 apresenta a comparação dos dados de temperatura que foram recolhidos com
os valores de temperatura exterior (dados do IM). Da observação desta figura, verifica-se que
quando a sala de espera foi aberta ao público (9h) a temperatura interior desta era 4 ºC
superior à temperatura exterior, sendo de 26 ºC, enquanto a temperatura exterior era de 22 ºC.
Uma solução para promover o arrefecimento deste espaço antes da abertura seria a ventilação
com ar exterior. Considerando uma temperatura exterior de 20º C e uma temperatura inicial da
sala de espera de 26 ºC, estima-se que usando o caudal nominal da unidade instalada (que
promove 7.1 Rph) seria suficiente um quarto de hora para arrefecer a sala de espera até 21 ºC.
A temperatura média na sala de espera durante o horário de atendimento foi de 27.2 ºC, o
que denota capacidade limitada do sistema de arrefecimento. Mesmo às 20h a temperatura da
sala de espera apresentava-se ainda 6.4 ºC superior à temperatura exterior.
Durante o horário de atendimento, a temperatura aumenta devido à ocupação e ao
funcionamento de equipamentos bem como devido às trocas com o exterior. A partir das 16h,
hora a que a porta é fechada e não entram mais pessoas no espaço, observa-se que enquanto
a temperatura exterior diminui, a temperatura interior continua a aumentar, só diminuindo mais
tarde.
70
Figura 36 – Comparação da temperatura medida na sala de espera (16/Set./2010) com a exterior (dados do IM).
• Humidade
A Figura 37 apresenta a comparação dos dados de humidade relativa que foram
recolhidos com os valores de humidade relativa exterior (dados do IM).
Figura 37 – Comparação da humidade relativa medida na sala de espera (16/Set./2010) com a exterior (dados do IM).
Da observação da Figura 37, verifica-se que no início do horário de atendimento (9h) a
humidade relativa era de 52.3% enquanto a exterior era de 73%, e no fim do horário de
atendimento (16h) a sala de espera apresentava uma humidade relativa de 44.8%, sendo a
exterior de 50%.
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
7:0
0
8:0
0
9:0
0
10
:00
11
:00
12
:00
13
:00
14
:00
15
:00
16
:00
17
:00
18
:00
19
:00
20
:00
Tem
pe
ratu
ra (°° °°C
)
Horas
Temperatura Medida na Sala de Espera e Exterior - 16/Set./2010
Sala de espera
Exterior
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
7:0
0
8:0
0
9:0
0
10
:00
11
:00
12
:00
13
:00
14
:00
15
:00
16
:00
17
:00
18
:00
19
:00
20
:00
Hu
mid
ade
Re
lati
va (
(%)
Horas
Humidade Relativa Medida na Sala de Espera e Exterior - 16/Set./2010
Sala de espera
Exterior
71
O valor médio da humidade relativa na sala de espera durante o horário de atendimento
foi de 48.2% e o mínimo de 44.6%. Observa-se que são verificadas as condições de conforto
dadas pela norma ASHRAE 55-2004, uma vez que a humidade relativa medida se encontrou
no intervalo definido por esta (30% a 60%).
De forma a avaliar as trocas com o exterior na sala de espera, foram calculadas as
humidades especifícas interior e exterior que se comparam na Figura 38. A humidade
específica, ω (kgv/kgar seco), é definida na eq. (10), retirada de [50].
( )( )
satvatm
satv
pHRp
pHR
×−
××= 622.0ω (10)
HR – humidade relativa do ar;
(pv)sat – pressão de saturação do vapor de água à temperatura do ar;
patm – pressão atmosférica.
Figura 38 – Comparação das humidades específicas interior e exterior (16/Set./2010).
Os valores da humidade específica interior durante o horário de atendimento,
especialmente entre as 11h e as 15h, são semelhantes aos observados no exterior, devido às
trocas de ar. Durante a tarde, verifica-se que a humidade específica diminui devido ao menor
número de ocupantes e à condensação das unidades de arrefecimento.
Os valores médios de temperatura e humidade relativa medidos, durante o horário de
atendimento ao público, na sala de espera apresentam-se na Tabela 63.
Medições Valor Médio Temperatura (ºC) 27.2
Humidade Relativa (%) 48.2
Tabela 63 – Valores médios da temperatura e da humidade relativa medidos na sala de espera durante o horário de atendimento ao público.
0.01
0.0105
0.011
0.0115
0.012
0.0125
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
ω(k
g v/k
g ar
seco
)
Horas
Humidade Específica Interior e Exterior - 16/Set./2010
Interior
Exterior
72
• Fracção de CO2
Apresentam-se, seguidamente, as medições da fracção de dióxido de carbono na sala de
espera.
Na Figura 39 apresenta-se a variação da fracção de CO2 na sala de espera durante o dia.
Observa-se que, entre a hora de abertura do edifício (7h) e a hora de abertura ao público (9h) a
fracção de CO2 aumentou de 410 ppm para 462 ppm e às 9h30 apresentava já um valor cerca
de duas vezes superior ao verificado no momento da abertura do edifício, sendo de 822 ppm.
A concentração máxima de referência para CO2 dada pelo RSECE é de 1800 mg/m3
(correspondendo à fracção de 1000 ppm). Da observação da Figura 39, constata-se que este
valor foi apenas ultrapassado na amostragem medida às 11h40.
Figura 39 – Variação da fracção de CO2 durante o dia na sala de espera (30/Set./2010).
A Figura 40 apresenta a redução da fracção de CO2 na sala de espera durante a noite (a
partir das 21h) em termos adimensionais, sendo A o primeiro termo da equação de decaimento
da fracção de CO2:
tR
extCOinicCO
extCOCO phe−
=−
−
22
22
χχ
χχ (11)
2COχ – Fracção de CO2 no instante t;
extCO2χ – Fracção de CO2 exterior, correspondente ao instante de abertura do edifício (7h);
inicCO2χ – Fracção de CO2 inicial, correspondente ao instante de fecho do edifício (21h);
t – Número de horas decorridas desde o fecho do edifício.
0
200
400
600
800
1000
1200
7:00 9:00 11:00 13:00 15:00 17:00 19:00 21:00
Frac
ção
de
CO
2(p
pm
)
Fracção de CO2 Medida na Sala de Espera Durante o Dia - 30/Set./2010
máx. permitido pelo RSECE
73
Figura 40 – Redução da fracção de CO2 durante a noite na sala de espera (30/Set./2010).
Da observação da Figura 40, conclui-se que a taxa de renovação de ar na sala de espera
durante a noite é de 0.37 h-1. Esta taxa é pequena e insuficiente para permitir o arrefecimento
deste espaço durante a noite.
5.6.2. Temperatura Interior e Necessidades de Frio/Calor (Simulação)
• Sala de Espera
A temperatura média na sala de espera durante o horário de atendimento foi de 26.8 ºC na
simulação de Verão, bastante próximo do valor medido que foi de 27.2 ºC.
Como já foi referido, a sala de espera não possui qualquer isolamento das zonas de
escadas para o piso -1 (0.escadas) e de entrada pública (0.ent_pub). Nas simulações de Verão
realizadas verificou-se que não foi possível atingir a temperatura interior pretendida de 25ºC em
todos os dias. Mesmo com ventilação com ar exterior durante a noite e uma potência de frio
máxima de 25kW, as temperaturas máximas na sala de espera nos dias mais quentes da
simulação de Agosto foram de 26.8 e 26.6ºC. Este facto pode ser devido às trocas de calor
com o exterior através da porta de entrada automática cuja taxa de abertura é bastante elevada
(considerada aberta 30% do tempo durante o horário de atendimento ao público).
Por consequência, sugere-se efectuar um melhor isolamento da sala de espera da zona
de entrada pública para, deste modo, poder reduzir as trocas de calor com o exterior e
consequentemente a temperatura e necessidades de frio na sala de espera. Poder-se-iam
colocar separadores de vidro, por exemplo, entre a sala de espera e as zonas de escadas e de
entrada pública, e colocar uma segunda porta cuja abertura fosse efectuada pelos utentes. Ao
simular tal situação verificou-se que foi possível atingir a temperatura de 25ºC em todos os
dias, utilizando uma potência máxima absoluta de frio de 10.3kW e média de 9.9kW (sendo a
capacidade instalada de 10.53 kW). Com esta medida, o conforto térmico dos ocupantes é
optimizado, ao mesmo tempo que o consumo de energia em arrefecimento se reduz em 16.2%.
y = -0.3743x - 0.0055
-3.5
-3
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
ln(A
)
t
Redução da Fracção de CO2 Medida na Sala de Espera Durante a Noite - 30/Set./2010
74
A comparação entre a potência de frio utilizada no Verão na situação actual (simulação real) e
a que seria utilizada caso a sala de espera fosse isolada do exterior apresenta-se na Figura 41.
Figura 41 – Potência de frio na sala de espera no Verão na situação actual e se esta fosse isolada.
Na Figura 42 compara-se a temperatura da sala de espera no Verão na situação actual
(simulação real) com a que se poderia obter caso a sala de espera fosse isolada. Verifica-se
que na situação actual não é possível obter a temperatura desejada de 25 ºC, mesmo
utilizando a potência máxima instalada. Na simulação das condições reais na sala de espera
no Verão, obteve-se uma temperatura máxima absoluta de 30.9ºC e a temperatura média,
entre as 9h e as 18h, foi de 25.9ºC.
Considerando a sala de espera isolada, foi possível obter uma temperatura de 25 ºC
utilizando progressivamente menor potência de frio, uma vez que a partir das 12h a taxa de
ocupação da sala de espera diminui (ver Figura 11, pg. 24) e reduzindo ainda a energia térmica
utilizada ao longo do dia de 74.8 kWh para 62.7 kWh.
Figura 42 – Temperatura na sala de espera no Verão na situação actual e se esta fosse isolada.
A comparação entre a potência de calor e de frio utilizada no Inverno na situação actual
(simulação real) e a que seria utilizada caso a sala de espera fosse isolada do exterior
apresenta-se na Figura 43. A temperatura na sala de espera no Inverno, correspondente a
cada uma destas situações, apresenta-se na Figura 44.
0
2
4
6
8
10
12
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Po
tên
cia
de
Fri
o (
kW)
Potência de Frio na Sala de Espera no Verão
Real
Isolada
18
20
22
24
26
28
30
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Tem
per
atu
ra (ºC
)
Temperatura na Sala de Espera no Verão
Real
Isolada
75
Figura 43 – Potência de calor e de frio na sala de espera no Inverno na situação actual e caso esta fosse isolada.
Na Figura 43 observa-se que, com o isolamento da sala de espera, passaria a existir a
necessidade de arrefecimento no Inverno. Porém, a energia térmica diária utilizada na
climatização da sala de espera no Inverno reduzir-se-ia de 63.4 kWh para 25.3 kWh (dos quais
apenas 4.06 kWh corresponderiam a aquecimento), assegurando uma temperatura interior de
25 ºC (ver Figura 44).
No entanto, a temperatura interior de referência para conforto térmico durante o Inverno
fixada pelo RCCTE é de 20 ºC e, para assegurar esta temperatura, gastar-se-ia mais energia
em climatização no caso da sala de espera estar isolada do que na situação actual. Pelo que,
no Verão seria benéfico manter a segunda porta sempre fechada, minimizando as
necessidades de arrefecimento, enquanto no Inverno o ideal seria utilizar esta porta para fazer
a gestão da temperatura na sala de espera, de forma a minimizar as necessidades de
aquecimento.
Figura 44 – Temperatura na sala de espera no Inverno na situação actual e se esta fosse isolada.
A Figura 45 apresenta uma estimativa do caudal de ar novo por ocupante na sala de
espera durante o horário de atendimento, com base no caudal de ar novo nominal das
unidades de A/C tipo cassete existentes na sala de espera (2168 m3/h).
0
2
4
6
8
10
12
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Po
tên
cia
de
Cal
or/
Frio
(kW
)
Potência de Calor e de Frio na Sala de Espera no Inverno
Real
Isolada aquec.
Isolada arrefec.
14
16
18
20
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24
26
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Tem
pe
ratu
ra (ºC
)
Temperatura na Sala de Espera no Inverno
Real
Isolada
76
Figura 45 – Estimativa da variação do ar novo por hora por ocupante, proveniente do A/C, durante o horário de atendimento na sala de espera.
Verifica-se que entre as 10h e as 12h este caudal é inferior ao valor indicado pelo RSECE
para salas de espera de 30 m3/(h.ocupante), sendo o mínimo observado de 23.8
m3/(h.ocupante). Desta forma, conclui-se que a injecção de ar novo deveria ser aumentada
neste horário, caso a sala de espera fosse isolada do exterior. O valor médio do caudal de ar
novo por ocupante, proveniente do A/C, durante o horário de atendimento é de 42.7
m3/(h.ocupante).
• Atendimento e Tesouraria
A potência de frio (Verão) necessária no atendimento e na tesouraria está representada na
Figura 46. Na Figura 47 apresentam-se as necessidades de calor (Inverno) nestas duas
divisões. Verifica-se que as capacidades de frio e de calor instaladas nestas divisões são
superiores às necessárias para assegurar as temperaturas interiores desejadas em cada
estação.
Figura 46 – Potência de frio necessária no atendimento e na tesouraria no Verão.
0102030405060708090
9h
às
10
h
10
h à
s 1
1h
11
h à
s 1
2h
12
h à
s 1
3h
13
h à
s 1
4h
14
h à
s 1
5h
15
h à
s 1
6h
Ar Novo por Hora por Ocupante na Sala de Espera [m3/(h.ocupante)]
0
2
4
6
8
10
12
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Po
tên
cia
de
Fri
o (
kW)
Potência de Frio Necessária no Atendimento e na Tesouraria ao Longo do Dia - Verão
Atendimento
Tesouraria
77
Figura 47 – Potência de calor necessária no atendimento e tesouraria no Inverno.
5.6.3. Unidades Exteriores e Interiores
Os modelos de bombas de calor considerados para a substituição do actualmente
instalado para climatização do piso 0 são os modelos da marca Sanyo 10 SPW-C0905DXHN8
e 12 SPW-C01155DXHN8, cujos custos foram apresentados anteriormente na Tabela 54 (pg.
65) e cujas características se encontram na Tabela 64.
Modelos Tam. Capacidade
(kW) Consumo
Eléctrico (kW) εF COP Máx. Uds. Int.
Raz. Int./ Ext. F C F C
10 SPW-C0905DXHN8 12 SPW-C01155DXHN8
22 61.5 69.0 17.5 17.7 3.51 3.97 36 1.3
Tabela 64 – Unidades exteriores: modelos, capacidade, consumo eléctrico, εF, COP, número máximo de unidades interiores e razão entre capacidades das unidades interiores/exteriores [51].
Uma vez que as capacidades, obtidas por simulação, de frio/calor necessárias nas
divisões do piso 0 (exceptuando a sala de espera),foram inferiores às instaladas, opta-se por
escolher capacidades semelhantes às instaladas, pois as cargas térmicas internas nesta zona
do edifício não são constantes, tendo sido considerado um número médio de utentes por
divisão, número este que é decerto ultrapassado em vários dias. Quanto à sala de espera,
dado que se considera o seu isolamento, justifica-se a instalação de uma potência de frio/calor
semelhante à instalada, que é superior à necessária nesta situação.
Na Tabela 65 definem-se as unidades interiores da marca Sanyo escolhidas para
substituição das instaladas.
Tipo Quant. Modelo Sanyo Capacidade
(kW) Preço (€) F C
Cassete 4 vias
8 SPW-X365H 10.6 11.4 2.095 7 SAP-XRV126EH 3.3 4.5 1.495
Tabela 65 – Modelos, quantidade, capacidades e preço das unidades interiores [47], [51].
0
1
2
3
4
5
6
7
8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Po
tên
cia
de
Cal
or
(kW
)
Potência de Calor Necessária no Atendimento e Tesouraria ao Longo do Dia - Inverno
Atendimento
Tesouraria
78
5.6.4. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
Com a aplicação desta medida estima-se a poupança presente na Tabela 66, contando
com uma redução da energia consumida em climatização na zona B de 48.3% (verificando-se
uma redução de 16.2% das necessidades de arrefecimento e considerando que o aquecimento
deixa de ser necessário se houver um melhor isolamento do exterior), representando uma
redução do consumo energético em climatização de 12.9% e de 4.7% do consumo total.
Consumo (kWh/ano)
Poupança Anual
kWh Consumo total (%)
Consumo em climatização (%)
Consumo em climatização Zona B (%)
Inicial 336796 15890 4.7 12.9 48.3
Final 320907
Tabela 66 – Poupança de consumo associada à substituição da HP do piso 0 e isolamento da sala de espera.
O investimento associado à substituição da HP utilizada para a climatização do piso 0
apresenta-se na Tabela 67.
Unidades Investimento (€) Interiores 27.225 Exteriores 29.510 TOTAL 56.735
Tabela 67 – Investimento associado à substituição da HP utilizada para climatizar o piso 0.
A Tabela 68 apresenta os indicadores de viabilidade económica desta medida.
Medida Poupança Anual
Investimento (€) PRS (anos) kWh € kgep kgCO2
Substituição HP Piso 0
15890 (4.7%)
1.645 (4.6%)
4608 7468 56.735 34.5
Tabela 68 – Indicadores de viabilidade económica da substituição da HP utilizada para climatizar o piso 0.
Verifica-se que o período de retorno esperado desta medida é elevado, sendo de 35 anos,
uma vez que comporta um elevado investimento (56.735€).
5.7. Instalação de Painéis Fotovoltaicos na Cobertura Superior
Neste subcapítulo analisa-se a medida de instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura
superior relativamente à poupança alcançada, investimento e viabilidade económica.
5.7.1. Poupança, Investimento e Viabilidade Económica
Foi pedido um orçamento à empresa WS Energia que apresentou uma proposta para a
instalação de uma solução de módulos fotovoltaicos com 11 kW (68 m2), permindo a produção
de 15300 kWh/ano de energia eléctrica.
Os módulos fotovoltaicos e o inversor considerados correspondem aos modelos Solon
Black 230 e SMA Sunny Boy 11000TL, respectivamente.
Os indicadores de viabilidade económica desta medida apresentam-se na Tabela 69.
79
Medida Poupança Anual
Investimento (€) PRS (anos) kWh € kgep kgCO2
Painéis Fotovoltaicos
15300 (4.5%)
1.583 (4.5%)
4437 7191 38.600 24.4
Tabela 69 – Indicadores de viabilidade económica da instalação de painéis fotovoltaicos.
Verifica-se que com esta medida seria possível obter 4.5% da energia consumida
anualmente através dos painéis fotovoltaicos, evitando este consumo à rede. Porém, o PRS é
elevado (24 anos) e superior à vida útil dos painéis (20 anos), pelo que esta medida não se
apresenta viável. Será analisada a sua combinação com as soluções de redução do consumo
em vazio e do ganho solar (pois são as que apresentam retornos menores).
5.8. Ventilação na Área de Alimentação
Neste subcapítulo apresentam-se os resultados obtidos por simulação para as condições
térmicas na área de alimentação, nomeadamente nas áreas da cozinha e do refeitório. Porém,
não será considerada nenhuma medida para aumentar a ventilação, pois a análise partiu da
hipótese de que o caudal de ar novo nestas áreas corresponde aos valores mínimos permitidos
pelo RSECE. Assim, vai apenas verificar-se se este caudal será o suficiente para obter as
condições de conforto nestas duas áreas.
Os resultados obtidos para a variação da temperatura no refeitório ao longo do dia no
Verão e no Inverno apresentam-se na Figura 48.
Figura 48 – Temperatura no refeitório: Verão e Inverno.
Da observação da Figura 48, constata-se que no Verão, a temperatura média no refeitório
é de 26.0 ºC (entre as 8h30 e as 18h30) e de 27.6 ºC (entre as 12h30 e as 14h30), enquanto
no Inverno, é de 20.8 ºC (entre as 8h30 e as 18h30) e de 22.6 ºC (entre as 12h30 e as 14h30).
Verifica-se assim que a ventilação devia ser superior ao valor mínimo considerado, pelo menos
durante as horas de almoço.
A variação da temperatura ao longo do dia na área da cozinha (constituída pelas divisões:
-1.cozinha, -1.copa e -1.bar) no Verão e no Inverno apresenta-se na Figura 49. Da observação
desta, verifica-se que no Verão, a temperatura média é de 30.7 ºC (entre as 8h30 e as 18h30)
16
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26
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8:00 10:00 12:00 14:00 16:00 18:00
Tem
pe
ratu
ra (ºC
)
Temperatura no Refeitório ao Longo do Dia
Inverno
Verão
80
e de 32.3 ºC (entre as 12h30 e as 14h30), sendo no Inverno de 23.6 ºC (entre as 8h30 e as
18h30) e de 25.9 ºC (entre as 12h30 e as 14h30). Pelo que se conclui que também na área da
cozinha seria desejável ter uma ventilação superior ao valor mínimo considerado.
Figura 49 – Temperatura na cozinha, copa e bar: Verão e Inverno.
5.9. Implementação Combinada das Medidas Anteriores
A implementação simultânea das medidas analisadas anteriormente oferece
possibilidades de: diminuir os desperdícios de energia, reduzir os ganhos solares e aumentar a
eficiência energética.
Os indicadores de viabilidade económica da implementação combinada de medidas
apresentam-se na Tabela 70.
Combinação de Medidas
Poupança Anual kWh € kgep kgCO2 Investimento (€) PRS (anos)
I + II 40210 (11.9%)
2.688 (7.6%)
11661 18899 4.551 1.7
I + II + IV 57071
(17.0%) 4.332
(12.3%) 16551 26823 61.286 14.1
I + II + V 55510
(16.5%) 4.271
(12.1%) 16098 26090 43.151 10.1
Todas (c/ IIIa) 100045 (29.7%)
8.881 (25.1%)
29013 47021 250.951 28.3
Todas (c/ IIIb) 83423
(24.8%) 7.160
(20.2%) 24193 39209 143.075 20.0
Legenda: I – Utilização de extensões eléctricas com interruptor; II – Aplicação de película de controlo solar nos envidraçados da fachada Este; IIIa – Instalação de uma bomba de calor para climatização a zona A; IIIb – Substituição das unidades de A/C mais antigas da zona A; IV – Substituição da bomba de calor utilizada para climatizar o piso 0 e isolamento da sala de espera; V – Instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura superior.
Tabela 70 – Indicadores de viabilidade económica da combinação das medidas sugeridas.
A combinação de medidas mais viável em termos económicos corresponde à
implementação simultânea das medidas I e II, apresentando um PRS rápido (1.7 anos), mas
possibilitando a menor redução no consumo energético (11.9%) e no valor da factura
energética (7.6%). Com a implementação destas duas medidas em simultâneo com a solução
14
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20
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24
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:00
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:00
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:00
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:00
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:00
22
:00
Tem
pe
ratu
ra (ºC
)
Temperatura na Cozinha/Copa/Bar ao Longo do Dia
Verão
Inverno
81
V é possível obter uma redução no consumo energético de 16.5%, associada a uma diminuição
do valor da factura energética de 12.1% e com um retorno em 10 anos.
A medida mais interessante do ponto de vista da eficiência energética consiste na
implementação de todas as medidas (com instalação de uma HP na zona A), possibilitando
uma poupança anual no consumo energético de 29.7%. Com esta combinação é alcançada
igualmente a maior poupança no valor da factura energética (25.1%). Porém, apresenta um
retorno muito elevado (28 anos).
Através da combinação de todas as medidas (com substituição das unidades de A/C mais
antigas da zona A), torna-se possível reduzir o consumo energético em 24.8%. Esta
combinação apresenta um PRS ainda elevado (20 anos), porém permite a substituição das
unidades mais antigas da zona A, que sem esta combinação apresenta um PRS de 39 anos.
Salienta-se que, devido ao facto de a película de controlo solar ter uma vida útil de 10
anos, teria que se substituir a mesma durante os períodos de retorno estimados superiores a
este valor, adicionando ao investimento mais 3.812 € a cada 10 anos.
5.9.1. Consumo de Energia Antes e Após Implementação das Medidas
O consumo energético do edifício ao longo do ano após implementação combinada de
medidas apresenta-se na Figura 50. No anexo VI (pg. VI-1) apresenta-se esta comparação
para cada medida isolada.
Figura 50 – Consumo de energia antes e após implementação combinada das medidas.
17500
20000
22500
25000
27500
30000
32500
35000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kWh
Mês
Consumo de Energia Antes e Após Implementação Combinada das Medidas
Antes
I+II
I + II +IV
I + II + V
Todas (c/ IIIb)
Todas (c/ IIIa)
82
6. Conclusão
A presente dissertação teve como objectivo a análise térmico-energética do edifício da
Segurança Social da Av. da República, em Lisboa, bem como de diferentes estratégias para
melhorar o seu desempenho energético.
Para esse efeito, foi construído um modelo baseado nos dados existentes acerca do
edifício e nos levantamentos efectuados no mesmo, que permitiu concluir qual a influência da
aplicação de algumas medidas no desempenho térmico e energético do edifício.
Verificou-se que não existe a necessidade de aplicar um PRE obrigatório, uma vez que o
IEE real sem correcção climática é de 14.9 kgep/m2.ano, encontrando-se abaixo do valor
regulamentar, ponderado de acordo com as tipologias existentes, de 34.1 kgep/m2.ano.
Obteve-se a classificação energética C para o edifício.
Concluiu-se que os principais problemas consistiam essencialmente no facto de o
consumo no horário vazio ser cerca do dobro do que se estima necessário, na existência de 55
unidades individuais de A/C, 13 das quais já muito antigas, e no facto de existirem extensos
envidraçados nas fachadas Este/Oeste, promovendo um elevado ganho solar. Outro problema
encontrado foi a falta de isolamento da sala de espera do exterior, possibilitando elevadas
trocas de calor com o exterior que não permitem a climatização adequada deste espaço.
Tendo como base o modelo dinâmico do edifício, foram analisadas seis soluções: a
utilização de extensões eléctricas com interruptor; a aplicação de uma película de controlo
solar nos envidraçados da fachada Este do edifício; a instalação de uma HP para climatização
da zona A ou somente substituição das unidades individuais de A/C mais antigas desta zona; a
substituição da HP utilizada para climatizar a zona B, associada ao isolamento da sala de
espera do exterior; e a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura superior do edifício.
A utilização de extensões eléctricas com interruptor destaca-se como uma medida muito
simples e vantajosa, apresentando o retorno mais rápido (6 meses) aliado à mais elevada
poupança no consumo eléctrico anual do edifício (8.6%), devido à redução dos desperdícios de
energia associados ao modo stand-by dos equipamentos no horário vazio e denotando que a
eficiência energética passa em grande parte pela consciencialização dos ocupantes dos
edifícios no sentido de gerirem a utilização dos equipamentos consoante as suas
necessidades.
Com a aplicação da película de controlo solar altera-se a contribuição dos ganhos solares
provenientes das janelas para a carga térmica interna do edifício, resultando numa redução das
necessidades de arrefecimento no Verão, mas levando a um aumento das necessidades de
aquecimento e de iluminação no Inverno. Deste balanço, resulta uma economia energética de
3.4% do total de energia consumida e de 10.0% da energia consumida em climatização. Uma
vez que o retorno estimado desta medida é de 3 anos e a vida útil da película cerca de 10
anos, esta alternativa apresenta-se viável.
83
A instalação de uma HP para climatização da zona A permite uma redução do consumo
energético em climatização nesta zona do edifício de 28.0%, mas devido ao elevado
investimento que exige, verifica-se igualmente pouco viável em termos económicos (PRS de 58
anos). Através da substituição das unidades individuais de A/C mais antigas da zona A foi
possível reduzir o consumo em climatização nesta zona em 11.8%, porém com um PRS
elevado (39 anos).
A substituição da HP utilizada para climatizar o piso 0 associada ao isolamento da sala de
espera do exterior pode reduzir o consumo de energia em climatização na zona B em 48.3%,
correspondendo a uma poupança de 12.9% do consumo energético em climatização na
totalidade do edifício. Contudo, comporta um elevado investimento, traduzindo-se num PRS de
35 anos e verificando-se pouco viável economicamente. Obteve-se um PRS de 14 anos e uma
poupança energética de 17.0% ao combinar esta hipótese com as duas anteriores,
aparentando-se esta combinação mais viável a nível económico do que a medida isolada.
Com a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura superior do edifício seria possível
obter, através destes, 4.5% da energia consumida anualmente, evitando este consumo à rede.
Porém, o PRS é elevado (24 anos) e superior à vida útil dos painéis (20 anos), pelo que esta
medida não se apresentou viável. A sua combinação com as soluções de redução do consumo
em vazio e do ganho solar permitiu uma redução de 16.5% do consumo energético com um
retorno mais baixo (10 anos), aparentando-se como uma combinação interessante em termos
de eficiência energética e economicamente mais viável.
A combinação de soluções que se apresentou mais viável em termos económicos foi a
implementação simultânea das medidas de uso de extensões eléctricas com interruptor e de
aplicação da película de controlo solar, resultando num potencial de redução do consumo
energético de 11.9%, associado a um PRS de 1.7 anos. Consequentemente, sugere-se a
implementação desta combinação de medidas.
Alcançou-se uma poupança máxima do consumo energético de 29.7% com a
implementação simultânea de todas as medidas (com instalação da HP na zona A), mas
apresentando um PRS muito elevado (28 anos). Mesmo com este período de retorno, uma vez
que esta combinação de medidas apresenta um potencial de reduzir em 1/3 o consumo
energético do edifício, justificar-se-ia o financiamento por parte de uma ESE que poderia
possibilitar a sua implementação.
Na conclusão deste trabalho devem ser referidas algumas recomendações, no sentido de
evitar desperdícios e de melhorar o aproveitamento de energia no edifício. Após os
levantamentos realizados, foram identificados desperdícios energéticos, principalmente devidos
à iluminação e às unidades de A/C. Foi verificado que existiam áreas desocupadas onde a luz
permanecia acesa e/ou o A/C permanecia ligado, pelo que se torna necessária a sensibilização
dos ocupantes para este facto, sendo igualmente benéfica a instalação de detectores de
presença em todas as áreas de circulação e espaços de ocupação não permanente.
84
Para trabalho futuro sugere-se a realização de ensaios de avaliação da εF e COP dos
equipamentos de A/C instalados, nos modos de arrefecimento e aquecimento, de forma a
tornar a simulação mais realista. Propõe-se também aceder à informação referente aos
consumos eléctricos de 15 em 15 minutos, para poder analisar a variação do consumo no
edifício em maior detalhe.
Recomenda-se o estudo da instalação de uma cortina de ar na entrada pública para a sala
de espera, com o intuito de minimizar as trocas com o exterior neste espaço.
Para reduzir as necessidades de climatização nos pisos superiores da zona A poderia ser
útil identificar o material de isolamento usado na cobertura e verificar se existiriam vantagens
na substituição do mesmo ou na utilização de uma solução de arrefecimento radiativo no
Verão, instalando um isolamento móvel activado somente durante o período diurno de modo a
minimizar os ganhos de calor provenientes da radiação solar e a permitir o arrefecimento
radiativo nocturno.
Sugere-se a análise da substituição das lâmpadas utilizadas no edifício, que são
predominantemente do tipo fluorescente linear T8 e associadas a balastros ferromagnéticos,
por T5 associadas as balastros electrónicos, uma vez que esta medida além de resultar na
poupança directa de electricidade, contribui igualmente para a redução das necessidades de
arrefecimento.
Seria também importante estudar uma solução de ventilação nos gabinetes que
apresentaram valores de renovações de ar por hora, segundo a classe de exposição ao vento
das fachadas do edifício, inferiores ao mínimo permitido pelo RSECE.
Uma alternativa à aplicação da película de controlo solar nos envidraçados da fachada
Este, para reduzir as necessidades de arrefecimento, poderia ser a instalação de protecções
solares com a possiblidade de serem recolhidas no Inverno, de forma a não aumentar as
necessidades de aquecimento.
85
7. Referências Bibliográficas
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8. Anexos
I. Caracterização do Edifício
I.1 Plantas dos Pisos do Edifício (Modelo ESP-r)
• Zona A
Piso 1
Piso 2
Piso 3
Piso 4
Piso 5
Piso 6
I-1
Piso 7
Piso 8
Piso 9
Piso 10
Figura A.1 – Plantas dos pisos no modelo do edifício: zona A.
I-2
• Zona B
Piso 0
Piso -1
Pisos -2 e -3
Figura A.2 – Plantas dos pisos no modelo do edifício: zona B.
I-3
I.2 Área por Divisão
• Zona B
Divisão Tipologia Área (m2) Área Envidr. Oeste (m2)
- 1.bar
Alimentação
31.8
- 1.copa 47.7
- 1.cozinha 21.2
- 1.dispensa 19.1
- 1.refeitor 167.0
0.atendimen Atendimento
98.0
0.balcão 94.2
0.sala_espe 56.6
0.circ
Circulação
55.0
0.elev2 5.0
0.ent_func 12.1 5.2
0.ent_pub 18.0 13.8
0.escada 18.0 13.8
0.WC1 10.5
0.WC2 13.0
- 1.atrio 19.6
- 1.circ 7.7
- 1.escada 18.0
- 1.WC 37.6
elev_escada 35.7
0.central_t
Gabinetes
10.2
0.dir_tesou 11.4
0.gab1 7.8
0.gab2 7.8
0.gab3 7.8
0.gab_chefi 23.9
0.tesourari 89.8
0.tlfs 17.1
0.ent_gar
Garagens
51.9
- 1.circ_gar 179.0
- 2.gar 963.0
- 3.gar 963.0
0.arq1
Arquivos/ Arrumos
47.1
0.arq2 23.9
0.arq3 97.8
0.arrumos 40.0
0.caixa_for 14.1
0.deposito 41.4
- 1.arq 313.0
- 1.arrumos1 36.2
- 1.arrumos2 42.1
TOTAL 3774.2 32.8 Alimentação 286.8
Atendimento 248.8
Circulação 250.2 32.8
Gabinetes 175.9
Garagens 2156.9
Arquivos/Arrumos 655.6
Área Útil 1617.3
Tabela A.1 – Definição das divisões da zona B: tipologia, área e área de envidraçados.
I-4
• Zona A
Divisão Tipologia Área (m2) Área Envidraçados (m2)
Este Oeste Total 1.circ
Circulação
21.4 11.3 11.3
2.circ 21.4 11.3 11.3
3.circ 21.4 11.3 11.3
4.circ 29.5 11.3 11.3
5.circ 29.5 11.3 11.3
6.circ 21.4 11.3 11.3
7.circ 21.4 11.3 11.3
7.hall 4.4
8.circ 32.1 11.3 11.3
8.hall 6.5
9.circ 35.9 9.0 9.0
9.hall 3.3
1-9.Acomum Escadas/WC/ Elevadores
440.6
10.Acomum 49.0 1.0
1.1
Gabinetes
126.5 6.2 16.4 22.5
1.2 21.5 7.0 7.0
1.3 67.6 8.6 8.6
1.4 80.7 14.1 14.1
1.5 21.8 5.8 5.8
2.1 103.6 27.6 27.6
2.2 86.6 13.2 13.2
2.3 84.8 8.6 8.6 17.2
3.3 21.5 7.0 7.0
3.4 32.8 8.6 8.6
3.5 94.2 17.6 17.6
4.1 38.3 10.2 10.2
4.2 57.0 6.2 6.2
4.3 21.5 7.0 7.0
4.4 18.6 8.6 8.6
4.5 33.8 8.6 8.6
4.6 97.7 17.4 17.4
5.1 65.3 6.2 8.4 14.6
5.3 21.5 7.0 7.0
5.4 52.4 8.6 8.6
5.5 104.3 27.8 27.8
6.1 103.6 27.6 27.6
6.5 32.3 8.6 8.6
7.1 70.0 18.7 18.7
7.2 65.1 6.2 6.2
7.3 59.2 7.0 7.0
7.7 74.4 8.6 8.6
7.8 92.9 9.0 9.0
8.1 27.0 9.3 9.3
8.2 29.8 6.2 6.2
8.5 27.9 8.6 8.6
8.6 18.0
8.7 32.3 8.6 8.6
8.8 33.7 9.0 9.0
8.9 27.0 9.3 9.3
9.1 19.1 9.3 9.3
9.2 24.5 6.2 6.2
9.3 50.8 9.3 9.3
9.5 17.6 8.6 8.6
9.6 37.4 18.3 18.3
5.2 Salas de Máquinas
23.4
7.6 12.2
8.3 33.1
7.4 Salas de Reuniões
24.5 8.6 8.6
8.4 19.6 7.0 7.0
I-5
9.4 49.2 8.6 8.6
6.2 Arquivos
65.1 6.2 6.2
7.5 16.7
3.1
Desocupados
80.0 18.7 18.7
3.2 46.5 6.2 6.2
6.3 21.5 7.0 7.0
6.4 52.4 8.6 8.6
TOTAL 3276.5 297.8 326.3 625.1 Circulação 248.2 99.1 99.1
Escadas/ WC/Elevadores 489.6 1.0
Circulação Total 737.8 99.1 99.1
Gabinetes 2094.5 146.4 307.6 454.1
S. Máquinas 68.7
S. Reuniões 93.3 24.3 24.3
Arquivos 81.8 6.2 6.2
Desocupados 200.4 21.8 18.7 40.5
Tabela A.2 – Definição das divisões da zona A: tipologia, área e área de envidraçados.
I-6
I.3 Questionário Cedido aos Trabalhadores do Edifício
Obtiveram-se 36 respostas a este questionário, correspondendo a 31 divisões diferentes.
Os restantes dados de ocupação e gestão de iluminação, equipamento e A/C foram obtidos
nos levantamentos efectuados no edifício, por informações cedidas pelos trabalhadores
presentes em cada divisão.
A abertura de janelas nos gabinetes não foi considerada porque na maior parte dos casos
em que afirmavam abrir janelas, usavam também o A/C (usando uma ou outra forma de
arrefecimento). Houve ainda 4 respostas referentes a situações em que o horário de abertura
de janelas ficava compreendido no horário de funcionamento do A/C.
Seguidamente, apresenta-se o questionário tal como foi enviado por mail.
Exmo(a). Sr(a). :
Com vista a avaliar as possíveis melhorias na situação energética e térmica do edifício da
Segurança Social (Av. da República, Nº. 4), gostaria de ter a sua colaboração neste pequeno
inquérito.
Piso onde trabalha: Nº. do gabinete onde trabalha:
Nº. de ocupantes no gabinete onde trabalha:
Horário em que permanece no edifício: das às
Tem janelas no seu gabinete? Sim Não
Horário em que tem janelas abertas: das às
Tem ar-condicionado no seu gabinete? Sim Não
Horário em que liga o ar-condicionado: das às
Liga as luzes no seu gabinete? Sim Não
Horário em que liga luzes: das às
Comentários:
I-7
I.4 Ocupação nos Gabinetes da Zona A
Gabinete Ocupação
Ocup. W W/m2 m2/ocup. Início Fim Horas 1.1 12 1512 12.0 10.5 9 17.5 8.5
1.2 1 126 5.9 21.5 9 18.5 9.5
1.3 2 252 3.7 33.8 9 17.5 8.5
1.4 12 1512 18.7 6.7 9 17.5 8.5
1.5 1 126 5.8 21.8 9 18.5 9.5
2.1 8 1008 9.7 13.0 8 19 11
2.2 8 1008 11.6 10.8 8.5 19 10.5
2.3 3 378 4.5 28.3 8.5 19 10.5
3.3 1 126 5.9 21.5 7.5 18.5 11
3.4 3 378 11.5 10.9 9 16 7
3.5 7 882 9.4 13.5 7.5 18.5 11
4.1 4 504 13.2 9.6 8.5 16.5 8
4.2 6 756 13.3 9.5 9 17.5 8.5
4.3 1 126 5.9 21.5 8.5 16.5 8
4.4 1 126 6.8 18.6 8.5 16.5 8
4.5 10 1260 37.3 3.4 9 17.5 8.5
4.6 8 1008 10.3 12.2 9 17.5 8.5
5.1 4 504 7.7 16.3 10 18 8
5.3 1 126 5.9 21.5 9 19 10
5.4 3 378 7.2 17.5 9.5 18.5 9
5.5 8 1008 9.7 13.0 8 16.5 8.5
6.1 4 504 4.9 25.9 9 17 8
6.5 1 126 3.9 32.3 9 17 8
7.1 3 378 5.4 23.3 8.5 16.5 8
7.2 3 378 5.8 21.7 8.5 16.5 8
7.3 1 126 2.1 59.2 9 18 9
7.7 2 252 3.4 37.2 8.5 17.5 9
7.8 1 126 1.4 92.9 8.5 16.5 8
8.1 1 126 4.7 27.0 10 18.5 8.5
8.2 1 126 4.2 29.8 9 18.5 9.5
8.5 1 126 4.5 27.9 9.5 20.5 11
8.6 3 378 21.0 6.0 10 16 6
8.7 2 252 7.8 16.2 9.5 20.5 11
8.8 3 378 11.2 11.2 8.5 19 10.5
8.9 3 378 14.0 9.0 8.5 19 10.5
9.1 1 126 6.6 19.1 9 18.5 9.5
9.2 1 126 5.1 24.5 9 18.5 9.5
9.3 1 126 2.5 50.8 8 18.5 10.5
9.5 1 126 7.1 17.6 9 18.5 9.5
9.6 2 252 6.7 18.7 8.5 18 9.5
TOTAL Gabs. 139 17514 8.4 15.1 TOTAL Zona A 139 17514 5.3 23.6
Tabela A.3 – Ocupação em cada gabinete: número de ocupantes, carga térmica absoluta (W) e por unidade de área (W/m
2), área disponível por ocupante (m
2/ocupante), horários de início e de fim e total de
horas de permanência.
I-8
I.5 Potência Instalada por Divisão
• Zona A
Divisão Potência Instalada – Zona A
W W/m2 Ilum. Equip. Clim. Total Ilum. Equip. Clim. Total
1.circ 108 108 5.0 5.0
2.circ 108 108 5.0 5.0
3.circ 108 1200 1308 5.0 56.0 61.1
4.circ 180 1350 1530 6.1 45.7 51.8
5.circ 180 180 6.1 6.1
6.circ 108 108 5.0 5.0
7.circ 108 108 5.0 5.0
7.hall 36 36 8.1 8.1
8.circ 108 108 3.4 3.4
8.hall 18 18 2.8 2.8
9.circ 90 90 2.5 2.5
9.hall 216 216 66.5 66.5
1-9.Acomum 2416 2416 5.5 5.5
10.Acomum 15000 15000 306.4 306.4
1.1 1080 3660 6470 11210 8.5 28.9 51.2 88.6
1.2 144 460 1380 1984 6.7 21.4 64.3 92.5
1.3 864 400 1700 2964 12.8 5.9 25.1 43.8
1.4 720 3320 1380 5420 8.9 41.1 17.1 67.1
1.5 144 200 3890 4234 6.6 9.2 178.6 194.4
2.1 864 7100 7200 15164 8.3 68.5 69.5 146.3
2.2 720 4750 2330 7800 8.3 54.9 26.9 90.1
2.3 864 1633 4200 6697 10.2 19.3 49.5 79.0
3.3 144 350 1350 1844 6.7 16.3 62.9 85.9
3.4 288 400 1380 2068 8.8 12.2 42.0 63.0
3.5 720 4660 3220 8600 7.6 49.5 34.2 91.3
4.1 288 1060 1380 2728 7.5 27.7 36.1 71.3
4.2 504 1870 1930 4304 8.8 32.8 33.9 75.5
4.3 144 472 2880 3496 6.7 22.0 134.2 162.9
4.4 144 672 1380 2196 7.7 36.1 74.1 117.9
4.5 720 2300 2700 5720 21.3 68.0 79.9 169.2
4.6 740 4312 2060 7112 7.6 44.1 21.1 72.8
5.1 720 2120 1520 4360 11.0 32.5 23.3 66.8
5.3 144 460 1380 1984 6.7 21.4 64.3 92.5
5.4 576 860 1400 2836 11.0 16.4 26.7 54.1
5.5 864 2530 6060 9454 8.3 24.3 58.1 90.7
6.1 720 3870 6060 10650 6.9 37.3 58.5 102.8
6.5 288 1520 1808 8.9 47.0 55.9
7.1 576 863 2450 3889 8.2 12.3 35.0 55.6
7.2 576 1383 3300 5259 8.8 21.2 50.7 80.8
7.3 288 200 1380 1868 4.9 3.4 23.3 31.5
7.7 288 400 1380 2068 3.9 5.4 18.6 27.8
7.8 288 200 1380 1868 3.1 2.2 14.9 20.1
8.1 216 460 1520 2196 8.0 17.0 56.2 81.2
8.2 236 612 1930 2778 7.9 20.6 64.9 93.4
8.5 308 612 1380 2300 11.0 21.9 49.4 82.3
8.6 144 1360 1504 8.0 75.6 0.0 83.6
8.7 144 660 1380 2184 4.5 20.4 42.7 67.5
8.8 288 1282 1380 2950 8.6 38.1 41.0 87.6
8.9 164 1334 1380 2878 6.1 49.4 51.1 106.5
9.1 164 460 1350 1974 8.6 24.1 70.8 103.5
9.2 236 1120 1700 3056 9.6 45.7 69.4 124.7
9.3 200 460 1520 2180 3.9 9.1 29.9 42.9
9.5 144 463 1520 2127 8.2 26.2 86.2 120.5
9.6 288 2120 1520 3928 7.7 56.6 40.6 104.9
5.2 144 900 1044 6.2 38.5 44.6
7.6 144 1050 1194 11.8 85.8 97.5
I-9
8.3 144 7120 7264 4.4 215.4 219.7
7.4 288 1220 1508 11.8 49.8 61.6
8.4 144 1380 1524 7.3 70.4 77.7
9.4 504 3040 3544 10.2 61.8 72.1
6.2 432 2450 2882 6.6 37.6 44.3
7.5 216 216 13.0 13.0
TOTAL 22752 88066 99330 210148 6.9 26.9 30.3 64.1 % do TOTAL 10.8 41.9 47.3 Circulação 1368 2550 3918 5.5 10.3 15.8
Escadas/ Elev. 2416 15000 17416 4.9 30.6 35.6
Circulação Total 3784 17550 21334 5.1 23.8 28.9
Gabinetes 16952 61446 91240 169638 8.1 29.3 43.6 81.0
S. Máquinas 432 9070 9502 6.3 132.0 138.3
S. Reuniões 936 5640 6576 10.0 60.5 10.5
Arquivos 648 2450 3098 7.9 30.0 37.9
Tabela A.4 – Potência absoluta (W) e por unidade de área (W/m2) instalada em cada divisão: iluminação,
equipamentos e climatização.
• Zona B
Divisão Potência Instalada
W W/m2 Ilum. Equip. AVAC Total Ilum. Equip. AVAC Total
- 1.bar 216 10110 10326 6.8 317.9 324.7
- 1.copa 144 4250 4394 3.0 89.1 92.1
- 1.cozinha 144 6418 170 6732 6.8 302.7 8.0 317.5
- 1.dispensa 144 144 7.5 7.5
- 1.refeitor 1512 700 2212 9.1 4.2 13.2
0.atendimen 864 5180
20080*
6044 8.8 52.9
47.3*
61.7
0.balcão 80 80 0.8 0.8
0.sala_espe 400 240 640 7.1 4.2 11.3
0.circ 216 216 3.9 3.9
0.ent_func 1098 200 1298 91.0 16.6 107.5
0.WC1 40 40 3.8 3.8
0.WC2 40 40 3.1 3.1
- 1.circ 36 36 4.7 4.7
- 1.WC 72 72 1.9 1.9
elev_escada 36 36 1.0 1.0
0.central_t 288 400
20080*
688 28.2 39.2
47.3*
67.5
0.dir_tesou 864 2270 3134 75.8 199.1 274.9
0.gab1 144 200 344 18.4 25.5 43.9
0.gab2 144 200 344 18.4 25.5 43.9
0.gab3 144 200 344 18.4 25.5 43.9
0.gab_chefi 144 400 344 6.0 16.7 22.8
0.tesourari 1152 1400 2552 12.8 15.6 28.4
0.tlfs 720 2000 2720 42.1 117.0 159.1
- 2.gar 4416 14803 19219 2.3 8.0 10.3
- 3.gar TOTAL 13058 34168 35053 82279 3.5 9.1 9.3 21.9
% do TOTAL 15.9 41.5 42.6 Alimentação 2160 21478 170 23806 7.5 74.9 0.6 83.0
Atendimento 1344 5420 20080* 6764 5.4 21.8 47.3* 27.2
Circulação 1538 200 1738 6.1 0.8 6.9
Gabinetes 3600 7070 20080* 10670 20.5 40.2 47.3* 60.7
Garagens 4416 14803 19219 2.0 6.9 8.9
Área Útil 8642 34168 20250 42980 5.3 21.1 12.4 12.5
*Potência total instalada em A/C na zona B, associado às divisões de atendimento e gabinetes do piso 0, absoluta e por unidade de área climatizada, não contabilizada para o total de potência instalada por divisão.
Tabela A.5 – Potência absoluta (W) e por unidade de área (W/m2) instalada em cada divisão: iluminação,
equipamentos e AVAC.
I-10
I.6 Unidades de A/C Instaladas na Zona A
Div. Modelo Qt.
Pot. Elec. (kW)
Capacidade (kW) εF COP
Classe CEE
εF/COP Tipo Nome Frio Calor Frio Calor 1.1 Mural Light Air (tipo janela) 2 3.04 3.04 5.48 6.68 1.80 2.20 G/F Split Sanyo SAP-K180 EH 1 1.93 1.93 5.20 6.30 2.69 3.26 D/C 4.97 4.97 10.68 12.98
1.2 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
1.3 Mural Tadiran GFL S150H 1 1.70 1.70 4.25 4.69 2.50 2.76 E/E
1.4 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
1.5 Split Mitsubishi MSH 090V 1 0.91 0.89 2.50 3.10 2.75 3.48 D/B
2.1 Split Sanyo SAP-FTR124 EHA 2 2.70 2.70 6.50 7.58 2.41 2.81 E/D
2.2 Split Sanyo SAP-KMRV93 GJH 1 0.98 0.98 2.65 3.60 2.70 3.67 D/A Split Sanyo SAP-KMRV123 GJH 1 1.35 1.35 3.50 4.08 2.59 3.02 E/D 2.33 2.33 6.15 7.68
2.3 Split Sanyo SAP-FTR124 EHA 2 2.70 2.70 6.50 7.58 2.41 2.81 E/D
3.3 Tecto Sanyo SAP-FTR128 E 1 1.31 1.35 3.25 3.62 2.48 2.68 E/E
3.4 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
3.5 Mural General ABG 14RGA-W 2 3.24 3.22 8.10 10.00 2.50 3.11 E/C
4.1 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
4.2 Split Sanyo SAP-K180 EH 1 1.93 1.93 5.20 6.30 2.69 3.26 C/C
4.3 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
4.4 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
4.5 Split Haier HFU-09HA03 2 2.70 2.70 7.20 7.60 2.67 2.81 D/D
4.6 Split Sanyo SAP-K188 EH 1 2.00 2.06 5.00 6.05 2.50 2.94 E/D
5.1 Mural Light Air (tipo janela) 1 1.52 1.52 2.74 3.34 1.80 2.20 G/F
5.3 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
5.4 Split Sharp GS-XP9FGR 1 0.89 1.40 3.00 5.00 3.37 3.57 A/B
5.5 Mural Light Air (tipo janela) 3 4.56 4.56 8.22 10.02 1.80 2.20 G/F
6.1 Mural Light Air (tipo janela) 3 4.56 4.56 8.22 10.02 1.80 2.20 G/F
6.2 Split Sanyo SAP-K226 GH55 1 2.45 2.45 6.20 7.50 2.53 3.06 E/D
6.5 Mural Light Air (tipo janela) 1 1.52 1.52 2.74 3.34 1.80 2.20 G/F
7.1 Split Sanyo SAP-K224 EHA 1 2.45 2.45 6.20 7.50 2.53 3.06 E/D
7.2 Split Haier HSU-22HD03R/1 1 3.30 3.30 9.00 10.00 2.73 3.03 D/D
7.3 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
7.4 Split Mitsubishi MCFH-13NV 1 1.42 1.22 3.70 4.32 2.61 3.54 D/B
7.7 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
7.8 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
8.1 Mural Amcor Airline 1 1.52 1.52 2.74 3.34 1.80 2.20 G/F
8.2 Split Sanyo SAP-K180 EH 1 1.93 1.93 5.20 6.30 2.69 3.26 D/C
8.4 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
8.5 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
8.7 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
8.8 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
8.9 Mural Sanyo SAP-FR98 EH 1 1.07 1.38 3.10 4.50 2.90 3.26 C/C
9.1 Split Haier - HSU 09R003/R1 1 1.35 1.35 3.60 3.80 2.67 2.81 D/D
9.2 Mural Tadiran GFL S150H 1 1.70 1.70 4.25 4.69 2.50 2.76 E/E
9.3 Mural Light Air (tipo janela) 1 1.52 1.52 2.74 3.34 1.80 2.20 G/F
9.4 Split Carrier 42QNL012 2 3.04 3.04 7.04 8.22 2.32 2.70 F/E
9.5 Mural Amcor Airline 1 1.52 1.52 2.74 3.34 1.80 2.20 G/F
9.6 Split Carrier 42QNL012 1 1.52 1.52 3.52 4.11 2.32 2.70 F/E
TOTAL 55 79.31 84.33 193.68 242.86
Tabela A.6 – Unidades de A/C instaladas por divisão: modelo, potência eléctrica, capacidades, εF, COP e Classe CEE.
I-11
II. Temperatura em Lisboa nos Anos de 2007, 2008 e 2009
• Valores Médios Mensais (dados do IG)
Mês
Valores Médios de Temperatura e Insolação
2007 2008 2009 Tmax (ºC)
Tmed (ºC)
I (h) Tmax (ºC)
Tmed (ºC)
I (h) Tmax (ºC)
Tmed (ºC)
I (h)
Janeiro 16.0 11.2 1.1 15.9 13.4 1.2 13.5 10.7 3.9 Fevereiro 16.5 13.2 5.2 17.4 13.8 5.4 16.7 12.3 7.2 Março 18.2 14.4 7.9 17.7 13.9 6.9 20.5 16.1 8.8 Abril 20.2 15.9 9.3 20.9 16.8 8.2 18.8 14.5 8.7 Maio 22.0 17.5 9.9 20.5 16.7 7.3 23.6 18.8 10.5 Junho 23.9 19.6 10.4 27.2 21.7 12.6 26.4 21.8 9.9 Julho 27.5 22.2 11.9 26.9 22.2 11.5 27.3 21.9 11.9 Agosto 27.1 22.2 11.3 27.0 21.8 11.1 29.2 23.5 11.8 Setembro 26.3 21.5 7.9 25.4 20.7 8.5 27.0 21.7 9.1 Outubro 23.7 19.2 8.3 22.1 18.0 7.8 25.0 20.5 7.0 Novembro 19.1 15.0 7.9 17.1 13.1 7.1 18.9 15.7 4.4 Dezembro 14.8 11.7 5.7 14.4 11.4 4.6 15.2 12.3 3.5
Tabela A.7 – Valores médios mensais das temperaturas máxima e média e da insolação nos anos de 2007, 2008 e 2009.
• Temperatura Diária no Mês de Janeiro (dados do IG)
Figura A.3 – Valores diários das temperaturas máxima, média e mínima no mês de Janeiro nos anos de 2007, 2008 e 2009.
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 6 11 16 21 26 31
Te
mp
era
tura
(ºC
)
Dia
Temperatura Janeiro 2007
Tmed
Tmax
Tmin
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
1 6 11 16 21 26 31
Te
mp
era
tura
(ºC
)
Dia
Temperatura Janeiro 2008
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 6 11 16 21 26 31
Te
mp
era
tura
(ºC
)
Dia
Temperatura Janeiro 2009
II-1
III. Preços da Electricidade
Fonte: ERSE, Despacho nº 27 650/2009.
Tabela A.8 – Tarifas de electricidade em vigor desde Janeiro de 2001 para média tensão.
O cálculo do preço do kWh em horas de ponta referente à PHP foi efectuado tendo em
conta que, por cada kWh consumido neste horário se aumenta a PHP em 0.0067 kW no
Inverno e em 0.0133 kW no Verão, sendo a PHP definida pela seguinte expressão:
Considerando que no Inverno e no Verão existem, respectivamente 5h e 2.5h de ponta.
O custo evitado referente à poupança na PHP foi contabilizado calculando que por cada
kWh evitado no horário fora do vazio, 0.294 kWh correspondem ao horário de ponta no Inverno
e 0.147 kWh são correspondentes a este horário no Verão, ou seja, à fracção correspondente
às horas de ponta no horário fora do vazio.
TARIFA DE VENDA A CLIENTES FINAIS EM MT
Termo tarifário fixo (EUR/mês) (EUR/dia)*42,71 1,4042
Potência (EUR/kW.mês) (EUR/kW.dia)*Tarifa de longas utilizações Horas de ponta 7,982 0,2624
Contratada 1,242 0,0408
Tarifa de médias utilizações Horas de ponta 8,055 0,2648
Contratada 1,130 0,0371
Tarifa de curtas utilizações Horas de ponta 12,420 0,4083
Contratada 0,439 0,0144
Energia activaHoras de ponta
Períodos I, IV Horas cheias
Horas de vazio normal
Tarifa de longas Horas de super vazio
utilizações Horas de ponta
Períodos II, III Horas cheias
Horas de vazio normal
Horas de super vazio
Horas de ponta
Períodos I, IV Horas cheias
Horas de vazio normal
Tarifa de médias Horas de super vazio
utilizações Horas de ponta
Períodos II, III Horas cheias
Horas de vazio normal
Horas de super vazio
Horas de ponta
Períodos I, IV Horas cheias
Horas de vazio normal
Tarifa de curtas Horas de super vazio
utilizações Horas de ponta
Períodos II, III Horas cheias
Horas de vazio normal
Horas de super vazio
Energia reactivaFornecida
Recebida
* RRC art. 184.º, n.º 3
0,0810
0,0514
0,0481
0,1092
0,0833
0,0535
0,1058
(EUR/kvarh)0,0184
0,0138
PREÇOS
0,0551
0,1764
0,0919
0,0592
0,0552
(EUR/kWh)
0,0844
0,0553
0,0514
0,1760
0,0921
0,0590
0,0497
0,1114
0,0840
0,0523
0,0490
0,1174
III-1
IV. Aplicação de Película de Controlo Solar
IV.1 Propriedades Ópticas do Vidro Simples sem e com Película
Figura A.4 – Transmissividade, reflectividade e absorvidade do vidro simples.
Figura A.5 – Transmissividade, reflectividade e absorvidade do vidro simples com película.
IV-1
IV.2 Ganho Solar Actual e com Aplicação de Película em Cada Divisão da Zona A
• Verão
Divisão
Ganho Solar (Wh/m2.dia) - Verão Redução
Vidro Simples Película
Este Oeste Total Este Total Abs.
(Wh/m2.dia) Rel. (%)
1.circ 2163.3 2163.3 419.1 419.1 1744.2 80.6
2.circ 2163.3 2163.3 419.1 419.1 1744.2 80.6
3.circ 2163.3 2163.3 419.1 419.1 1744.2 80.6
4.circ 1569.5 1569.5 304.0 304.0 1265.5 80.6
5.circ 1569.5 1569.5 304.0 304.0 1265.5 80.6
6.circ 2163.3 2163.3 419.1 419.1 1744.2 80.6
7.circ 2163.3 2163.3 419.1 419.1 1744.2 80.6
7.hall
8.circ 1444.7 1444.7 279.9 279.9 1164.8 80.6
8.hall
9.circ 1289.8 1289.8 249.9 249.9 1039.9 80.6
9.hall
1-9.Acomum
10.Acomum 110.4 110.4
1.1 175.1 167.0 342.1 34.0 200.9 141.1 41.3
1.2 1954.3 1954.3 378.6 378.6 1575.7 80.6
1.3 523.1 523.1 101.3 101.3 421.8 80.6
1.4 228.5 228.5 228.5
1.5 376.3 376.3 376.3
2.1 339.8 339.8 339.8
2.2 737.3 737.3 142.8 142.8 594.5 80.6
2.3 365.0 190.4 555.4 71.4 261.8 293.6 52.9
3.3 494.7 494.7 95.8 95.8 398.9 80.6
3.4 1077.5 1077.5 208.7 208.7 868.8 80.6
3.5 241.9 241.9 241.9
4.1 357.1 357.1 357.1
4.2 383.9 383.9 74.4 74.4 309.5 80.6
4.3 1954.3 1954.3 378.6 378.6 1575.7 80.6
4.4 1899.9 1899.9 368.0 368.0 1531.8 80.6
4.5 346.3 346.3 346.3
4.6 231.0 231.0 231.0
5.1 307.4 203.9 511.3 59.9 263.8 247.4 48.4
5.3 1954.3 1954.3 378.6 378.6 1575.7 80.6
5.4 674.7 674.7 130.7 130.7 544.0 80.6
5.5 339.8 339.8 339.8
6.1 339.8 339.8 339.8
6.5 362.0 362.0 362.0
7.1 344.5 344.5 344.5
7.2 336.1 336.1 65.1 65.1 271.0 80.6
7.3 708.1 708.1 137.2 137.2 570.9 80.6
7.7 157.4 157.4 157.4
7.8 132.6 132.6 132.6
8.1 465.6 465.6 465.6
8.2 735.5 735.5 142.5 142.5 593.0 80.6
8.5 1266.6 1266.6 245.4 245.4 1021.2 80.6
8.6
8.7 650.4 650.4 650.4
8.8 375.7 375.7 375.7
8.9 373.9 373.9 373.9
9.1 207.7 207.7 207.7
9.2 893.1 893.1 173.0 173.0 720.1 80.6
9.3 825.4 825.4 159.9 159.9 665.5 80.6
9.5 202.7 202.7 202.7
9.6 415.3 415.3 415.3
5.2 IV-2
7.6
8.3
7.4 1443.9 1443.9 279.7 279.7 1164.2 80.6
8.4 1070.0 1070.0 207.3 207.3 862.7 80.6
9.4 719.3 719.3 139.3 139.3 580.0 80.6
6.2 512.7 512.7 264.6 264.6 248.1 48.4
7.5
3.1 301.3 301.3 301.3
3.2 470.6 470.6 91.2 91.2 379.4 80.6
6.3 1954.3 1954.3 378.6 378.6 1575.7 80.6
6.4 674.7 674.7 130.7 130.7 544.0 80.6
TOTAL 40801.8 7351.0 48263.2 8070.5 15531.9 32731.3
Redução (%) 67.8
Circulação 16689.9 16689.9 3233.2 3233.2 13456.7 80.6
Escadas/ Elev. 110.4 110.4
Circulação Total 16689.9 16800.2 3233.2 3343.6 13456.7 80.1
Gabinetes 17266.4 7049.7 24316.1 3345.9 10395.6 13920.5 57.2
S. Máquinas
S. Reuniões 3233.2 3233.2 626.3 626.3 2606.9 80.6
Arquivos 512.7 512.7 264.6 264.6 248.1 48.4
Desocupados 3099.6 301.3 3400.9 600.5 901.8 2499.2 73.5
Tabela A.9 – Ganho solar, por unidade de área de pavimento, em cada divisão da zona A num dia típico de Verão: situação actual (vidro simples), utilizando película de controlo solar nos envidraçados da
fachada Este e redução absoluta e relativa.
IV-3
• Inverno
Divisão
Ganho Solar (Wh/m2.dia) - Inverno Redução
Vidro Simples Película
Este Oeste Total Este Total Abs.
(Wh/m2.dia) Rel. (%)
1.circ 675.6 675.6 123.6 123.6 552.0 81.7
2.circ 675.6 675.6 123.6 123.6 552.0 81.7
3.circ 675.6 675.6 123.6 123.6 552.0 81.7
4.circ 490.2 490.2 89.7 89.7 400.5 81.7
5.circ 490.2 490.2 89.7 89.7 400.5 81.7
6.circ 675.6 675.6 123.6 123.6 552.0 81.7
7.circ 675.6 675.6 123.6 123.6 552.0 81.7
7.hall 0.0 0.0
8.circ 451.2 451.2 82.5 82.5 368.7 81.7
8.hall 0.0 0.0
9.circ 402.8 402.8 73.7 73.7 329.1 81.7
9.hall 0.0 0.0
1-9.Acomum 0.0 0.0
10.Acomum 44.7 44.7
1.1 55.8 142.3 198.1 10.3 152.6 45.6 23.0
1.2 610.4 610.4 111.6 111.6 498.7 81.7
1.3 163.4 163.4 29.9 29.9 133.5 81.7
1.4 195.9 195.9 195.9
1.5 323.9 323.9 323.9
2.1 290.8 290.8 290.8
2.2 230.3 230.3 42.1 42.1 188.2 81.7
2.3 104.1 144.6 248.7 19.2 163.8 84.9 34.2
3.3 154.5 154.5 28.3 28.3 126.3 81.7
3.4 336.5 336.5 61.6 61.6 275.0 81.7
3.5 207.3 207.3 207.3
4.1 305.8 305.8 305.8
4.2 119.9 119.9 21.9 21.9 98.0 81.7
4.3 610.4 610.4 111.6 111.6 498.7 81.7
4.4 593.4 593.4 108.5 108.5 484.8 81.7
4.5 296.9 296.9 296.9
4.6 198.2 198.2 198.2
5.1 91.2 164.5 255.7 16.8 181.3 74.4 29.1
5.3 610.4 610.4 111.6 111.6 498.7 81.7
5.4 210.7 210.7 38.5 38.5 172.2 81.7
5.5 290.8 290.8 290.8
6.1 290.8 290.8 290.8
6.5 310.4 310.4 310.4
7.1 295.5 295.5 295.5
7.2 105.0 105.0 19.2 19.2 85.8 81.7
7.3 221.1 221.1 40.5 40.5 180.7 81.7
7.7 135.0 135.0 135.0
7.8 113.0 113.0 113.0
8.1 398.6 398.6 398.6
8.2 229.7 229.7 42.0 42.0 187.7 81.7
8.5 395.6 395.6 72.4 72.4 323.2 81.7
8.6 0.0 0.0
8.7 557.7 557.7 557.7
8.8 321.9 321.9 321.9
8.9 320.1 320.1 320.1
9.1 198.5 198.5 198.5
9.2 278.9 278.9 51.0 51.0 227.9 81.7
9.3 257.8 257.8 47.2 47.2 210.6 81.7
9.5 183.0 183.0 183.0
9.6 449.3 449.3 449.3
5.2
7.6
8.3
IV-4
7.4 450.9 450.9 82.5 82.5 368.5 81.7
8.4 334.2 334.2 61.1 61.1 273.1 81.7
9.4 224.6 224.6 41.1 41.1 183.6 81.7
6.2 256.4 256.4 181.8 181.8 74.6 29.1
7.5 0.0 0.0
3.1 258.4 258.4 258.4
3.2 147.0 147.0 26.9 26.9 120.1 81.7
6.3 610.4 610.4 111.6 111.6 498.7 81.7
6.4 210.7 210.7 38.5 38.5 172.2 81.7
TOTAL 12825.8 6393.0 19263.5 2481.3 8918.9 10344.6 Redução (%) 53.7
Circulação 5212.5 5212.5 953.4 953.4 4259.1 81.7
Escadas/ Elev. 44.7 44.7
Circulação Total 5212.5 5257.2 953.4 998.1 4259.1 81.0
Gabinetes 5379.1 6134.6 11513.7 984.3 7118.8 4394.8 38.2
S. Máquinas
S. Reuniões 1009.8 1009.8 184.7 184.7 825.1 81.7
Arquivos 256.4 256.4 181.8 181.8 74.6 29.1
Desocupados 968.1 258.4 1226.5 177.1 435.5 791.0 64.5
Tabela A.10 – Ganho solar, por unidade de área de pavimento, em cada divisão da zona A num dia típico de Inverno: situação actual (vidro simples), utilizando película de controlo solar nos envidraçados da
fachada Este e redução absoluta e relativa.
IV.3 Resultados Simulações: Necessidades de Frio/Calor na Situação Actual e
com Aplicação de Película
Figura A.6 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 na situação actual.
IV-5
Figura A.7 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com aplicação de película.
Figura A.8 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 na situação actual.
Figura A.9 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com aplicação de película.
IV-6
Figura A.10 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 na situação actual.
Figura A.11 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 com aplicação da película.
Figura A.12 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 3 e 4 na situação actual.
IV-7
Figura A.13 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 1 e 2 com aplicação de película.
Figura A.14 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 na situação actual.
Figura A.15 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 com aplicação de película.
IV-8
Figura A.16 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 na situação actual.
Figura A.17 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 5 e 7 com aplicação de película.
Figura A.18 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 na situação actual.
IV-9
Figura A.19 – Arrefecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 com aplicação de película.
Figura A.20 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 na situação actual.
Figura A.21 – Aquecimento necessário nos gabinetes da fachada Este dos pisos 8 e 9 com aplicação de película.
IV-10
V. Instalação de uma Bomba de Calor para Climatização da Zona A
V.1 Capacidades Necessárias e Instaladas em cada Gabinete
Gabinete
Capacidade Máxima de Arrefecimento (kW)
Diferença (NF – IF)
Capacidade Máxima de Aquecimento (kW)
Diferença (NQ – IQ)
Instalada (IF)
Necessária (NF)
Abs. (kW)
Rel. (%)
Instalada (IQ)
Necessária (NQ)
Abs. (kW)
Rel. (%)
1.1 10.68 8.82 -1.86 -17.4 12.98 5.69 -7.29 -56.2
1.2 3.10 3.95 0.85 27.4 4.50 5.40 0.90 20.0
1.3 4.25 2.73 -1.52 -35.8 4.69 10.06 5.37 114.5
1.4 3.10 2.02 -1.08 65.2 4.50 6.96 2.46 54.7
1.5 2.50 2.68 0.18 7.2 3.10 10.02 6.92 223.2
2.1 6.50 10.00 3.50 53.8 7.58 4.90 -2.68 -35.4
2.2 6.15 9.00 2.85 46.3 7.68 4.07 -3.61 -47.0
2.3 6.50 9.05 2.55 39.2 7.58 11.65 4.07 53.7
3.3 3.25 5.57 2.32 71.4 3.62 3.57 -0.05 -1.4
3.4 3.10 5.37 2.27 73.2 4.50 4.00 -0.50 -11.1
3.5 8.10 8.01 -0.09 -1.1 10.00 4.19 -5.81 -58.1
4.1 3.10 3.35 0.25 8.1 4.50 3.91 -0.59 -13.1
4.2 5.20 5.43 0.23 4.4 6.30 3.37 -2.93 -46.5
4.3 3.10 5.23 2.13 68.7 4.50 3.42 -1.08 -24.0
4.4 3.10 4.36 1.26 40.6 4.50 3.09 -1.41 -31.3
4.5 7.20 5.47 -1.73 -24.0 7.60 3.98 -3.62 -47.6
4.6 5.00 6.34 1.34 26.8 6.05 1.30 -4.75 -78.5
5.1 2.74 5.78 3.04 110.9 3.34 3.79 0.45 13.5
5.3 3.10 5.24 2.14 69.0 4.50 3.29 -1.21 -26.9
5.4 3.00 7.03 4.03 134.3 5.00 9.02 4.02 80.4
5.5 8.22 6.53 -1.69 -20.6 10.02 4.66 -5.36 -53.5
6.1 8.22 6.58 -1.64 -20.0 10.02 4.91 -5.11 -51.0
6.5 2.74 1.84 -0.90 -32.8 3.34 1.71 -1.63 -48.8
7.1 6.20 4.44 -1.76 -28.4 7.50 4.63 -2.87 -38.3
7.2 9.00 5.18 -3.82 -42.4 10.00 3.86 -6.14 -61.4
7.3 3.10 4.93 1.83 59.0 4.50 3.32 -1.18 -26.2
7.7 3.10 3.87 0.77 24.8 4.50 4.32 -0.18 -4.0
7.8 3.10 1.89 -1.21 -39.0 4.50 1.44 -3.06 -68.0
8.1 2.74 3.70 0.96 35.0 3.34 3.57 0.23 6.9
8.2 5.20 3.99 -1.21 -23.3 6.30 3.38 -2.92 -46.3
8.5 3.10 4.06 0.96 31.0 4.50 3.98 -0.52 -11.6
8.6 1.61 1.61 4.17 4.17
8.7 3.10 4.25 1.15 37.1 4.50 4.45 -0.05 -1.1
8.8 3.10 3.26 0.16 5.2 4.50 1.31 -3.19 -70.9
8.9 3.10 4.32 1.22 39.4 4.50 3.22 -1.28 -28.4
9.1 3.60 2.07 -1.53 -42.5 3.80 3.15 -0.65 -17.1
9.2 4.25 3.34 -0.91 -21.4 4.69 3.18 -1.51 -32.2
9.3 2.74 5.16 2.42 88.3 3.34 3.90 0.56 16.8
9.5 2.74 2.63 -0.11 -4.0 3.34 4.67 1.33 39.8
9.6 7.04 3.51 -3.53 -50.1 8.22 3.84 -4.38 -53.3
TOTAL 177.16 192.59 15.43 222.43 177.35 -45.08 Diferença (%) 8.7 -20.3
Tabela A.11 – Capacidades máximas de arrefecimento e de aquecimento (kW) instaladas e necessárias em cada gabinete da zona A e diferença absoluta e relativa entre o valor necessário e o instalado.
V-1
V.2 Distribuição das Unidades Interiores e Exteriores
• Unidades Interiores
Gab. Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Tam. Tipo Tam. Tipo Tam. Tipo 1.1 7+7+16 Mural 7+7+16 Mural 7+7+16 Mural+Tecto
1.2 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
1.3 9 Mural 9 Mural 9 Mural
1.4 18+22 Mural+Chão 18+25 Mural 18+25 Tecto
1.5 9 Mural 9 Mural 9 Mural
2.1 16+18 Mural 16+18 Mural 16+18 Tecto
2.2 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
2.3 16+18 Mural 16+18 Mural 16+18 Tecto
3.3 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
3.4 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
3.5 12+16 Mural 12+16 Mural 12+16 Tecto
4.1 12 Mural 12 Mural 12 Tecto
4.2 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
4.3 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
4.4 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
4.5 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
4.6 22 Chão 25 Mural 25 Tecto
5.1 22 Chão 25 Mural 25 Tecto
5.3 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
5.4 25 Mural 25 Mural 25 Tecto
5.5 7+7+7 Mural 7+7+7 Mural 7+7+7 Mural
6.1 7+7+7 Mural 7+7+7 Mural 7+7+7 Mural
6.5 7 Mural 7 Mural 7 Mural
7.1 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
7.2 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
7.3 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
7.7 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
7.8 7 Mural 7 Mural 7 Mural
8.1 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
8.2 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
8.5 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
8.6 7 Mural 7 Mural 7 Mural
8.7 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
8.8 12 Mural 12 Mural 12 Tecto
8.9 16 Mural 16 Mural 16 Tecto
9.1 7 Mural 7 Mural 7 Mural
9.2 12 Mural 12 Mural 12 Tecto
9.3 18 Mural 18 Mural 18 Tecto
9.5 12 Mural 12 Mural 12 Tecto
9.6 12 Mural 12 Mural 12 Tecto
Tabela A.12 – Distribuição das 51 unidades interiores pelos gabinetes.
V-2
• Unidades Exteriores
Hip. Piso/ Gab.
Capacidade Necessária (kW) Tam.
Capacidade (kW)
Consumo Eléctrico (kW) εF/
COP
Máx. Uds. Int.
Raz. Int./ Ext.
Uds. Int. Uds. Ext. F C F C F C F C
HP3v ECOi 3 Way
1 a 5 c/ 6.1
138.5 110.2 106.6 84.7 38 107.0 119.0 31.3 31.0 3.42/ 3.84
40 1.3
6 a 9 s/ 6.1
64.1 60.3 49.3 46.4 18 50.4 56.5 14.1 14.1 3.57/ 4.01
29
TOT. 202.6 170.4 155.8 131.1 157.4 175.5 45.4 45.1
Dif. (%)
1.0 33.9
HP2v
ECOi 2 Way
1 a 5 c/ 6.1
138.5 110.2 106.6 84.7 38 107.0 119.0 30.8 30.6 3.47/ 3.89
40
1.3 6 a 9 s/ 6.1
64.1 60.3 49.3 46.4 18 50.4 56.5 13.9 13.9 3.63/ 4.06
29
TOT. 202.6 170.4 155.8 131.1 157.4 175.5 44.7 44.5
Dif. (%)
1.0 33.9
Tabela A.13 – Identificação das hipóteses de unidades exteriores analisadas: linha, pisos/gabinetes que vão climatizar, capacidade necessária, tamanho, capacidade das unidades exteriores, consumo eléctrico,
εF e COP, número máximo de unidades interiores e razão de capacidades das unidades interiores/exteriores [51].
V.3 Resultados das Simulações: Necessidades de Frio/Calor de Cada Gabinete
Figura A.22 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 1.
V-3
Figura A.23 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 1.
Figura A.24 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 2.
Figura A.25 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 2.
V-4
Figura A.26 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 3.
Figura A.27 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 3.
Figura A.28 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 4.
V-5
Figura A.29 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 4.
Figura A.30 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 5.
Figura A.31 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 5.
V-6
Figura A.32 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 6.
Figura A.33 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 6.
Figura A.34 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 7.
V-7
Figura A.35 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 7.
Figura A.36 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 8.
Figura A.37 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 8.
V-8
Figura A.38 – Arrefecimento necessário nos gabinetes do piso 9.
Figura A.39 – Aquecimento necessário nos gabinetes do piso 9.
VI. Consumo de Energia Antes e Após Implementação das Medidas
21000
23000
25000
27000
29000
31000
33000
35000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
kW
h
Mês
Consumo de Energia Antes e Após Implementação das
Medidas
Antes
I
II
IIIa
IIIb
IV
V
Legenda:
I – Utilização de extensões
eléctricas com interruptor;
II – Aplicação de película na
fachada Este;
IIIa – HP para climatização
da zona A;
IIIb – Subs. unidades antigas
da zona A;
IV – Subs. HP piso 0 +
isolamento da sala de
espera.
V – Instalação de painéis
fotovoltaicos.
Figura A.40 – Consumo de energia antes e após implementação das medidas sugeridas.
VI-1