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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG Instituto de Ciências da Natureza Curso de Geografia - Bacharelado JOICE DOS REIS FIÚZA ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E COBERTURA DA TERRA NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS MG NO PERÍODO DE 1986 À 2016 Alfenas - MG 2019

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E COBERTURA DA TERRA NO ... · Divinópolis-MG, assim como muitos outros municípios teve sua primeira sede às margens do rio Itapecerica – afluente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

Instituto de Ciências da Natureza

Curso de Geografia - Bacharelado

JOICE DOS REIS FIÚZA

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E COBERTURA

DA TERRA NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS – MG NO

PERÍODO DE 1986 À 2016

Alfenas - MG

2019

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JOICE DOS REIS FIÚZA

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E COBERTURA

DA TERRA NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS – MG NO

PERÍODO DE 1986 À 2016

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como parte dos requisitos para

obtenção do título de Bacharel em

Geografia pelo Instituto de Ciências da

Natureza da Universidade Federal de

Alfenas - MG, sob orientação do Prof. Dr.

Rodrigo José Pisani.

Alfenas – MG

2019

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Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof. Dr. Rodrigo José Pisani

Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL - MG

_____________________________________________

Prof. Dr. Daniel Hideki Bando

Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL - MG

_____________________________________________

Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Latuf

Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL - MG

Alfenas (MG), 12/07/2019

_________________________________

Resultado

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Epígrafe

“Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o

tempo que nos é dado.”

J. R. R. Tolkien (1954) O Senhor dos Anéis – A

Sociedade do Anel

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Dedicatória

Dedico especialmente aos meus pais, aos meus

familiares, amigos e professores por todo apoio,

suporte e compreensão. Sem vocês não seria

possível o fechamento desse ciclo.

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais Vera e Ronan por participarem de

todos os momentos da minha vida, por quase sempre me apoiarem e me nortearem sobre as

minhas decisões. Aos meus irmãos, avós e sobrinhos por fazerem meus dias mais felizes, me

manterem próxima mesmo estando longe e por sempre terem acreditado em mim, e à todos os

parentes que de forma direta ou indireta ajudaram a construir quem eu sou hoje.

Agradeço aos amigos de infância e aos que fiz quando iniciei minha caminhada na

universidade, principalmente à Fernanda que mesmo estando à quase 1.200 km de distância

nunca esteve tão perto durante toda essa caminhada. À Viviane, por ser uma ótima colega de

sala, amiga e vizinha e ao professor Rodrigo, que além de ser um excelente professor, se

mostrou um orientador exemplar e ótimo amigo, obrigada por me apresentarem o mundo das

geotecnologias, por me aturarem nos momentos de crises existenciais, pela paciência e pela

confiança!

Obrigada a todas as moradoras da Rep. Cai&Pira e agregados por todas as conversas,

culinárias, noites de jogos, rolês aleatórios e discussões vividas, e agora, mais recentemente a

Rep. Xablau que me acolheu mesmo sabendo que logo vou embora... Enfim, obrigado por

fazerem me sentir em um lar.

Agradeço à Universidade Federal de Alfenas, aos professores do curso de Geografia

da Unifal-MG pelas oportunidades, colaboração e disponibilidade de todos, agradeço também

aos responsáveis pelo laboratório de Geoprocessamento, que acabou se tornando minha

segunda casa.

Por fim, agradeço a todos que se fizeram presentes em minha vida acadêmica até o

momento, se sintam lembrados mesmo não sendo mencionados aqui, todos tiveram

fundamental importância, proporcionando momentos de desconstrução e amadurecimento.

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RESUMO

Atualmente, as mudanças do uso e cobertura da terra vêm acontecendo mais rapidamente e o

monitoramento desse tipo de fenômeno é importante para auxiliar o planejamento e

manutenção do meio físico. Nesse sentido, o uso de geotecnologias, mais especificamente do

Sensoriamento Remoto e do Processamento Digital de Imagens, implementados no ambiente

dos Sistemas de Informações Geográficas – SIG, podem colaborar de maneira efetiva no

acompanhamento das mudanças na cobertura do solo. O objetivo do presente trabalho foi

realizar uma análise multitemporal das mudanças do uso e cobertura da terra no município de

Divinópolis, localizado na região Oeste de Minas Gerais, no período de 30 anos por meio do

Sensoriamento Remoto e Processamento Digital de Imagens a partir do classificador

Battacharya e da análise visual. Para tal foram utilizadas as seguintes ferramentas: imagens

orbitais dos satélites Landsat 5 sensor Thematic Mapper e Landsat 8 sensor Object Land

Imager dos anos de 1986, 1996, 2006 e 2016; SIG ArcGIS 10.6.1 para pré e pós

processamento das imagens, SIG SPRING 5.5.0 para segmentação e classificação das

imagens, além das etapas de edição e quantificação dos mapas e tabelas. Os produtos dessa

pesquisa foram documentos cartográficos temáticos do período de 1986 à 2016 que indicam

as mudanças no uso e cobertura da terra e tabelas comparativas dessa alteração. Tais dados

auxiliaram na análise para a compreensão das mudanças do uso da terra que ocorreram no

período de estudo, há escassez de mapeamentos desse tipo disponíveis à população tanto no

município de estudo quanto nas cidades da região.

Palavras-chave: Sensoriamento Remoto, Processamento Digital de Imagens, Sistema de

Informações Geográficas, Crescimento de Regiões, Classificação Supervisionada

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SUMMARY

Nowadays changes in land use and land cover have been happening at a progressively faster

rate, and the monitoring of this type of phenomenon is of great importance in assisting the

planning and maintenance of the environment. In this sense, use of geotechnologies, more

specifically Remote Sensing and Digital Image Processing, implemented in the Geographic

Information Systems (GIS) environment, can effectively collaborate in monitoring changes in

soil cover. The objective of the present research was to perform a multitemporal analysis of

land use and land cover changes in the municipality of Divinópolis, located in the western

region of Minas Gerais state, over a period of 30 years through Remote Sensing and Digital

Image Processing from the Battacharya classifier and visual analysis. The following tools

were used: orbital images of Landsat 5 satellites, Thematic Mapper sensor and Landsat 8,

Object Land Imager sensor from years 1986, 1996, 2006 and 2016; SIG ArcGIS 10.6.1 for

pre and post image processing, SIG SPRING 5.5.0 for segmentation and classification of

images, in addition to the stages of editing and quantifying maps and tables. The shed light

results of this research were thematic cartographic documents from the period of 1986 to

2016 that indicate changes in land use and coverage and were used to create comparative

tables of this shift. These data guided the analysis for understanding the land use changes that

occurred during the studied period, there is a substantial lack of this kind of mapping that are

available to the population, both in the studied municipality and in the cities around it.

Keywords: Remote Sensing, Digital Image Processing, Geographical Information System,

Growth of Regions, Supervised Classification.

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Lista de figuras

Figura 01 – Localização do Município de Divinópolis - MG.................................................16

Figura 02A – Hipsometria da Área de Estudo ........................................................................18

Figura 02B – Declividade da Área de Estudo..........................................................................18

Figura 02C – Geologia da Área de Estudo .............................................................................18

Figura 02D – Pedologia da Área de Estudo.............................................................................18

Figura 03 – Fluxograma das Fases Metodológicas..................................................................27

Figura 04 – Pontos de coleta do Trabalho de Campo..............................................................31

Figura 05 –Uso e Cobertura da Terra em 1986........................................................................33

Figura 06 – Uso e Cobertura da Terra em 1996.......................................................................34

Figura 07 – Uso e Cobertura da Terra em 2006 ......................................................................35

Figura 08 – Uso e Cobertura da Terra em 2016 ......................................................................36

Figura 9A – Loteamento com Apenas um Imóvel Isolado......................................................37

Figura 9B – Mata Nativa no Loteamento................................................................................37

Figura 9C – Imóvel Construído no Loteamento......................................................................37

Figura 10A – Área Central do Município de Divinópolis - MG..............................................39

Figura 10B – Loteamento Progresso Sendo Construído..........................................................39

Figura 11A – Pastagem Próxima à Área Urbana.....................................................................40

Figura 11A – Pastagem Próxima ao Distrito de Santo Antônio dos Campos..........................40

Figura 12A – Solo Exposto em Áreas Urbanas.......................................................................41

Figura 12B – Solo Exposto em Áreas Urbanas.......................................................................41

Figura 13 – Silvicultura de Eucalipto no Município................................................................42

Figura 14A – Ponte Padre Libério em Período de Seca...........................................................43

Figura 14B – Ponte Padre Libério em Período de Cheia.........................................................43

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Lista de quadros

Quadro 01 – Relação das imagens orbitais utilizadas............................................................28

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Lista de tabelas

Tabela 01 – Classes do Índice Kappa......................................................................................30

Tabela 02 – Valores dos Índices Kappa e de Acertos das Imagens Classificadas...................30

Tabela 03 – Valor das Classes de Uso e Cobertura da Terra em km²......................................32

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Lista de siglas

APP – Área de Preservação Permanente

BITs – Binary Digit

CAD – Computer-Aided Desing

CBERS – China-Brazil Earth-Resouces Satellite

CETEC – Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul

CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

ESRI – Environmental Systems Researsh Institute

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INMET – Instituto Nacional de Meteorologia

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

MAXVER – Máxima Verossimilhança

OLI – Operational Land Imager

PDI – Processamento Digital de Imagens

PIB – Produto Interno Bruto

REM – Radiação Eletromagnética

RGB – Red (Vermelho), Green (Verde), Blue (Azul)

RNA – Redes Neurais Artificiais

SIG – Sistema de Informações Geográficas

SPRING - Sistema de Processamento de Informação Georreferenciada

SR – Sensoriamento Remoto

TM – Thematc Mapper

UFLA – Universidade Federal de Lavras

UFU – Universidade Federal de Uberlândia

UNIFAL – Universidade Federal de Alfenas

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Sumário

Lista de figuras...........................................................................................................................9

Lista de quadros........................................................................................................................10

Lista de tabelas..........................................................................................................................11

Lista de siglas............................................................................................................................12

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 13

2. OBJETIVOS........................................................................................................................14

2.1. Objetivo Geral .................................................................................................................14

2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................14

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.............................................................15

4. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................19

4.1. Sistemas de Informações Geográficas............................................................................19

4.2. Sensoriamento Remoto ...................................................................................................20

4.3. Processamento Digital de Imagens.................................................................................21

4.4. Classificação de Imagens ................................................................................................23

4.5. Mapeamento de Uso e cobertura da Terra....................................................................25

5. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................26

5.1. Coleta de Dados e Materiais Utilizados.........................................................................27

5.2. Pré-Processamento das Imagens.....................................................................................27

5.3. Processamento das Imagens............................................................................................29

5.4. Pós-Processamento das Imagens.....................................................................................30

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................32

7. CONCLUSÕES...................................................................................................................44

REFERÊNCIAS......................................................................................................................45

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1. INTRODUÇÃO

O planejamento territorial dos municípios no Brasil nos últimos anos tornou-se

comum, porém a não implementação das políticas criadas nos Planos Diretores

Municipais acarretou uma série de problemas ambientais, econômicos e sociais. Com a

criação do Estatuto das Cidades (2001) os Planos Diretores se tornaram obrigatórios

para municípios a partir de 20.000 habitantes, esses impactos negativos vêm sendo

discutidos no âmbito municipal e, uma forma de analisar a dinâmica desse fenômeno é

utilizando das geotecnologias para a integração de dados e produção de informações.

Nesse sentido, o uso do Sensoriamento Remoto e do Processamento Digital de

imagens pode auxiliar de maneira efetiva na análise e monitoramento dos recursos

naturais e no mapeamento das classes de uso da terra. Se fazendo necessário para que o

planejamento ambiental possa ocorrer de maneira mais efetiva juntamente com o apoio

dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) e do Geoprocessamento.

As vantagens no seu uso incluem: a quantificação de áreas e respectivamente a

análise de transição das classes de uso em uma perspectiva multitemporal, além da

intensidade e das direções das transições levando-se em conta as dinâmicas regionais da

área de estudo.

De acordo com Novo (2008, p. 308) o Sensoriamento Remoto é a combinação do

uso de equipamentos de processamento e de transmissão de dados, a bordo de

plataformas com o objetivo de “estudar fenômenos, eventos e processos que ocorrem na

superfície terrestre a partir do registro e análise das interações entre a radiação

eletromagnética e as substâncias que a compõem em suas mais diversas manifestações”

(NOVO, 2008, p.308).

Entre suas aplicabilidades pode-se mencionar o monitoramento do desmatamento,

avanço de malha urbana, enchentes, entre vários outros exemplos para se observar as

mudanças no uso e cobertura da terra para fins de análise e conservação do meio físico.

Divinópolis-MG, assim como muitos outros municípios teve sua primeira sede às

margens do rio Itapecerica – afluente do rio São Francisco, bacia de influência nacional

do ponto de vista da gestão dos recursos hídricos. Com o passar dos anos o

adensamento populacional próximo do mesmo foi crescendo até se tornar o que é hoje,

cortada de norte a sul pelo rio. Um dos principais problemas ambientais encontrados no

município são as enchentes na época de cheia, que quando ocorrem parte dos bairros

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próximos às margens do rio são alagadas, gerando perdas à comunidade que reside

próximo ao rio.

A presente pesquisa teve como objetivo realizar o mapeamento multitemporal do

uso e cobertura da terra no município de Divinópolis-MG, localizado na mesorregião

Oeste de Minas Gerais, visando mapear o uso e cobertura da terra no mesmo nos anos

de 1986, 1996, 2006 e 2016, e observar suas principais características. A pesquisa pode

servir de base como valiosa ferramenta para o gerenciamento ambiental e estratégico da

área de estudo tanto para iniciativa pública quanto para a privada, também como

norteador para uma futura revisão do zoneamento na construção da Revisão do Plano

Diretor do município e para possíveis fontes de pesquisa sobre o tema, dado que não

existem fontes de dados relacionadas ao tema na área.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Realizar o mapeamento multitemporal do período de 1986 à 2016 do uso e

cobertura da terra do município de Divinópolis – MG por meio do classificador

Battacharya e da classificação visual de imagens proporcionando desse modo

instrumentos para o monitoramento e planejamento territorial da área de estudo.

2.2. Objetivos Específicos

Mapear o uso e cobertura da terra na área de estudo dos anos de 1986, 1996,

2006 e 2016 pelo classificador Battacharya e analise visual;

Comparar a evolução do uso da terra no município no período estudado;

Avaliar a exatidão dos dados gerados a partir da elaboração do Índice Kappa e

da Matriz de Confusão;

Elaborar tabelas comparativas com os valores em km² de cada classe de uso da

terra nos quatro mapas gerados;

Contribuir com dados para futuros estudos geográficos realizados na área de

estudo.

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3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Divinópolis está localizado na mesorregião Oeste de Minas

Gerais e na microrregião que leva o mesmo nome da área de estudo, à 134 km de Belo

Horizonte e 517 km de São Paulo, e seu território possui 708,9 km². O município é

cortado pelos rios Itapecerica e Pará, sendo o Itapecerica afluente direto do rio Pará, que

por sua vez desagua no rio São Francisco (IBGE, 2010). As principais rodovias que

passam pela cidade são a MG-050, MG-242 e a BR-494, passam também pelo

município duas ferrovias, a EF-116 e a EF-262 (Figura 1) que são responsáveis pelo

transporte de carga de produtos como derivados de petróleo, cimento, calcário, trigo,

farelo de soja e soja. Os municípios que fazem limite com a área de estudo são Nova

Serrana, Perdigão, Santo Antônio do Monte, São Sebastião do Oeste, Claudio, Carmo

do Cajuru e São Gonçalo do Pará.

Estima-se que o município possui cerca de 236 mil habitantes (IBGE, 2018) e a

economia se baseia no setor têxtil, siderurgia e prestação de serviços. O Produto Interno

Bruto (PIB) per capta em 2016 era de R$24.191,34 e o Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal (IDHM) 0,764. Tanto o PIB quanto o IDHM de Divinópolis são os

mais altos da mesorregião Oeste de Minas Gerais, porém os municípios da mesorregião

possuem valores próximos ao do município de estudo.

Dos 236 mil habitantes do município de Divinópolis, 230.500 (97,67%) são

residentes da área urbana, enquanto apenas 5.500 (2,33%) habitam na área rural o que

indica a forte ligação do município com atividades ligadas à cidade, como a indústria,

comércio em geral e prestação de serviços.

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Figura 1 - Localização do município de Divinópolis - MG

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Segundo a classificação de Köppen o clima do município é o Cwa - Tropical de

Altitude, caracterizado por invernos secos e verões quentes e chuvosos, a umidade

relativa do ar média no município é de 66%, a pluviosidade de cerca de 1.400 mm

anuais, e temperatura média de 22°C (INMET, 2015). A vegetação da área é

característica de Cerrado com árvores espaçadas e retorcidas e remanescentes de Mata

Atlântica pontuais.

O relevo é predominante de planaltos dissecados com serras e mares de morros

variando entre 650 à 1.100 metros de altitude (Figura 2A e 2B). As áreas mais altas se

localizam na região noroeste do município, na parte norte e no centro se localizam as

baixadas, na região central também é onde encontra-se depósitos aluviais sedimentares e

a parte urbana, na região sudeste se localizam as áreas intermediárias, com cerca de 850

metros (PREFEITURA MUNICIPAL DE DIVINÓPOLIS, 2013).

Em termos geológicos, o município se encontra situado no Complexo

Ortognáissico Divinópolis, caracterizado por rochas cristalinas como o granito e rochas

metamórficas como o gináisse, ambas do período arqueano (LANZA, 2011) próximos

ao leito de alguns trechos dos rios encontram-se depósitos aluviais (Figura 2C).

Quanto à pedologia (Figura 2D) do município, a maior parte é formada por

Argissolos que possuem textura de argilosa à super argilosa, localizado na área de

transição entre as zonas de grandes e médias declividades, esse tipo e solo possui

suscetibilidade a erosão hídrica, em caso de se localizar em regiões de declives altos, a

suscetibilidade é mais significativa. Os Cambissolos variam de textura argilosa à media

argilosa e se localizam nas áreas mais declivosas e onde se situa a cidade, assim como

os Argissolos os Cambissolos possuem pouca resistência à ação da água (UFV -

CETEC - UFLA - FEAM, 2010). Em menor proporção no município encontram-se

ainda Latossolos Vermelho - Amarelo no limite oeste do território de Divinópolis e

Latossolos Amarelo Distórfico na parte sul, onde se encontram médias altitudes e

declividades, ambos caracterizados por serem profundos e possuírem textura argilosa à

médio argilosa.

Após análise de produtos do geoprocessamento pode-se afirmar que parte

significativa do território do município é coberto com pastagens, seguido de mata

nativa, urbano e silvicultura do eucalipto.

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Figuras 2A - Hipsometria da área de estudo; 2B - Declividade da área de

estudo; 2C - Geologia da área de estudo e 2D - Pedologia da área de estudo

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4. Referencial Teórico

4.1. Sistemas de Informações Geográficas

Segundo Câmara (2006, p.1) um Sistema de Informações Geográficas é

constituído por um conjunto de ferramentas especializadas em adquirir, armazenar,

recuperar, transformar e criar informações espaciais.

Um SIG pode ser utilizado em estudos relativos ao meio ambiente e recursos

naturais, na pesquisa da previsão de determinados fenômenos ou no apoio a

decisões de planejamento, considerando a concepção de que os dados

armazenados representam um modelo do mundo real. (BURROUGH, 1986, p.

193 apud CÂMARA, 2006, p.2).

Aronoff (1989, p. 295 apud CÂMARA, 2006, p. 2) afirma que um SIG pode ser

definido como um sistema provido de quatro grupos de aptidões para manusear dados

georreferenciados: entrada, gerenciamento, manipulação, análise e saída. As principais

características de SIG’s são:

[...] Combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação,

para gerar mapeamentos derivados e consultar, recuperar, visualizar e plotar o

conteúdo da base de dados geocodificados. (CÂMARA, 2006, p. 2).

A estrutura interna de um SIG pode ser dividida em quatro componentes

principais, são eles: 1) A interface com o usuário que pode ser simples ou complexa,

dependendo da quantidade de comandos necessários para a execução das ferramentas;

2) A entrada e integração de dados, a qual o tipo de entrada mais comum é a importação

de dados digitais para o ambiente SIG; 3) Visualização e plotagem, no qual o mais

comum é a visualização disposta em janelas, e na plotagem muita das vezes o software

disponibiliza recursos altamente sofisticados para a apresentação gráfica; 4) Banco de

dados geográficos, que armazena e recupera dados em suas diferentes geometrias, bem

como atributos não espaciais, (CÂMARA, 2006, p. 3-6).

Em resumo, as principais características de SIG’s são: - Integrar, numa única

base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos,

dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos

numéricos de terreno. - Combinar as várias informações, através de algoritmos

de manipulação, para gerar mapeamentos derivados. - Consultar, recuperar,

visualizar e plotar o conteúdo da base de dados geocodificados. (CÂMARA,

2006, p.2)

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Algumas características que diferenciam os SIG’s de sistemas CAD é a

capacidade de armazenar a tipologia de um mapa, permitindo consultas em bancos de

dados espaciais e a capacidade de utilizar de diversas projeções cartográficas para

aplicações em análises geográficas e redes, (CÂMARA, 2006, p.2).

Dentre as funcionalidades dos SIG’s estão a elaboração de diversos tipos de

mapeamento, entre eles os mapas de uso e cobertura da terra, muito úteis para o

monitoramento ambiental. Com o advento das geotecnologias, as técnicas em

geoprocessamento vêm colaborando bastante com os profissionais que trabalham com

esse tipo de estudo e estão sendo utilizadas cada vez mais.

4.2. Sensoriamento Remoto

De acordo com Novo (2008, p. 308) o Sensoriamento Remoto é a combinação

do uso de equipamentos de processamento e de transmissão de dados, a bordo de

plataformas com o objetivo de “estudar fenômenos, eventos e processos que ocorrem na

superfície terrestre a partir do registro e análise das interações entre a radiação

eletromagnética e as substâncias que a compõem em suas mais diversas manifestações”

(NOVO, 2008, p.308).

A captação de imagens por sensores remotos se dá a partir da radiação

eletromagnética (REM) emitida pelo sol, se propagando pelo espaço em diferentes

intensidades conforme o seu comprimento de onda. A radiação eletromagnética captada

pelos sensores ópticos contempla diversas faixas espectrais que compreende a região do

visível e a faixa do infravermelho. Essas faixas refletem a interação entre a radiação

eletromagnética e a superfície terrestre. (MENESES E ALMEIDA, 2012)

Nos sistemas passivos a principal fonte de radiação eletromagnética é o sol, no

qual sua energia radiante se distribui ao longo do espectro eletromagnético, se

propagando e sofrendo modificações pela atmosfera. Ao entrar em contato com o alvo, a

radiação eletromagnética sofre o processo de interação, no qual os fenômenos de

absorção, reflexão e transmissão, e finalmente, a fração de radiação emitida atravessará

novamente a atmosfera, sofrendo novas modificações até atingir o sensor na órbita da

Terra.

Segundo Florenzano (2011) é a partir das interações entre as características

biofísicas e químicas dos objetos com a radiação eletromagnética que se é possível

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distinguir um objeto de outro, pois cada objeto apresenta uma assinatura espectral

distinta. Cada faixa espectral detectada pelo sensor é chamada de canal ou banda, sendo

que cada elemento se comportará de uma forma específica em cada faixa espectral.

A produção cartográfica vem se evidenciando com o advento dos produtos do

sensoriamento remoto

[…] a agilidade e a redução de custos na obtenção de imagens orbitais

para aplicações cartográficas vêm acompanhadas de uma qualidade cada vez

maior no que diz respeito à resolução espacial, obtidas através de sensores

multiespectrais de alta tecnologia, atendendo aos requisitos de precisão

planimétrica exigidos nos mapeamentos sistemáticos (ROSA, 2011, p. 275).

O conhecimento das formas atuais de uso e ocupação do solo em tem sido um

tema bastante discutido nos estudos desenvolvidos atualmente, tornando-se de

fundamental importância à medida que seu mau uso pode acarretar em diversas

consequências como erosões, assoreamento de cursos d’água, desflorestamento e

crescimento urbano desenfreados. Nesses casos, a utilização de produtos de

sensoriamento remoto é essencial para a obtenção e atualização dos registros de uso do

solo em zonas rurais e urbanas. Rosa (2011, p.289) afirma que a utilização desses dados

é muito ampla no planejamento municipal de diagnóstico de impactos ambientais, como

na avaliação de diversos tipos de impactos confecção de inventários.

“Os produtos de sensoriamento remoto podem ser analisados através de uma

ampla variedade de técnicas, as quais são divididas em processamento analógico

(visual) e o processamento digital de imagens.” (JENSEN, 2009, p. 410)

[...]O processamento analógico (visual) faz uso dos elementos fundamentais de

interpretação de imagens, como escala de cinza, tom, altura (profundidade),

tamanho, forma, sombra, textura, localização, associação com aspectos do

ambiente a arranjo. As evidências construídas a partir destes elementos se

convergem para identificar fenômenos nas imagens e julgar sua significância.

Com o surgimento de imagens de alta resolução, a interpretação visual na tela

do computador está em uso crescente. (JENSEN, 2011, p.410).

4.3. Processamento Digital de Imagens

As técnicas voltadas para a análise de dados multidimensionais, adquiridos por

diversos tipos de sensores recebem o nome de processamento digital de imagens,

consiste na manipulação de uma imagem por computador de modo onde a entrada e a

saída do processo são imagens, (INPE, 2010). Ou seja:

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22

[...] O processamento digital de imagens consiste de inúmeros procedimentos

realizados sobre as imagens de satélite e fotografias aéreas como o pré-

processamento, o processamento fotográfico de imagens utilizando imagens

estereoscópicas, a extração de informações paramétricas, não paramétricas e

não métricas, a modelagem de imagens em abordagem SIG, entre outros.

(JENSEN, 2009, p.129-410)

Para Novo (2010, p. 279) as características importantes para o processamento

digital de imagens são: 1) a resolução espectral, que é o número de bandas e as regiões

espectrais a que se referem; 2) a resolução espacial, ou seja, o tamanho que o pixel

representa no terreno; 3) a resolução radiométrica, que é o número de elementos que

representa o nível de cinza de cada pixel, expressa em bits; 4) e os dados auxiliares, que

permitirão as correções da imagem.

As imagens digitais podem ser processadas visando o realce das mesmas apenas

manipulando o seu contraste por meio do seu histograma original, gerando uma nova

imagem que realça os objetos de interesse. Outra vantagem do processamento digital de

imagens é a possibilidade da geração de uma imagem colorida, adicionando cores

primárias e associando as bandas da imagem aos canais R (red) G (green) B (blue). A

correção de erros na imagem, como correção atmosférica, radiométrica e de geometria é

também é parte importante no processamento digital, ambas feitas em ambiente SIG.

(NOVO, 2010, p.279).

Moreira (2011, p. 250) destacou alguns fatores que contribuem para o êxito da

interpretação das imagens de satélite no processamento analógico ou digital e, entre

eles, a época de obtenção da imagem, ou seja, a aquisição em períodos cujo estágio de

desenvolvimento da cobertura vegetal facilita sua identificação, o uso do critério

multitemporal, procedimento amplamente utilizado em diversos tipos de mapeamentos

inclusive o de uso e cobertura da terra e, principalmente a experiência do fotointerprete

em distinguir os diferentes alvos na imagem.

O SPRING (Sistema de Processamento de Informação Georreferenciada) é um

exemplo de software livre de processamento de imagens desenvolvido pelo INPE que

possibilita acessar, sobrepor e integrar a imagem analisada a dados como hidrografia,

arruamento, etc. (FLORENZANO, 2008).

O processamento de imagens pode ser dividido em três partes: 1) o pré

processamento, onde podem ser feitas calibrações radiométricas na imagem, correções

de distorções e remoção e ruídos. 2) O realce, onde a qualidade da imagem é melhorada,

que auxilia na melhor detecção dos alvos presentes na imagem. 3) E a classificação, a

qual são atribuídas classes aos objetos presentes na imagem, (INPE, 2010).

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4.4. Classificação de Imagens

Existem duas maneiras de se classificar imagens para o mapeamento do uso e

cobertura da terra, são eles a classificação visual, o qual a partir da imagem segmentada

previamente o operador de SIG cria os contextos de uso e rotula manualmente todos os

seguimentos da imagem, e a classificação automática, que se utiliza de técnicas de

classificação digital (algoritmos).

Na classificação automática existem dois tipos, a não supervisionada, que

seleciona os pixels de acordo com as suas características espectrais (clusters). Os

parâmetros utilizados para a definição dos clusters são média, variância e covariância,

constituindo os clusters, classes espectrais, (CROSTA, 1992) e a classificação

supervisionada que demanda de conhecimentos prévios sobre a área de estudo (verdade

terrestre), os quais serão utilizados como padrão de comparação no treinamento das

amostras para posterior classificação. A classificação automática é dividida em duas

etapas, na primeira o operador irá treinar o classificador por meio de amostras de

treinamento e em seguida a imagem será classificada seguindo as características dadas

na etapa de treinamento.

Para Cunha (2009) as técnicas de classificação visam o reconhecimento

automático de objetos em função de determinado critério de decisão agrupando em

classes de objetos que apresentam similaridade em suas respostas espectrais.

Os classificadores pixel a pixel utilizam apenas informação espectral,

isoladamente de cada pixel para encontrar regiões homogêneas (FREITAS e

PANCHER, 2012). É o caso dos classificadores Isodata, K-Means, Distância Mínima e

Maxver (Máxima Verossimilhança), sendo os dois primeiros de classificação não

supervisionada, enquanto os últimos se enquadram entre os algoritmos de classificação

supervisionada. Entre eles o Maxver é o classificador pixel a pixel mais comum, ele

considera a ponderação das distâncias entre médias dos níveis digitais das classes,

utilizando-se de parâmetros estatísticos (FREITAS e PANCHER 2012).

Já os classificadores por regiões, utilizam:

(...) além de informação espectral de cada "pixel", a informação espacial que

envolve a relação entre os "pixels" e seus vizinhos. Estes classificadores

procuram simular o comportamento de um fotointérprete, ao reconhecer áreas

homogêneas de imagens, baseados nas propriedades espectrais e espaciais de

imagens. A informação de borda é utilizada inicialmente para separar as regiões

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e as propriedades espaciais e espectrais que irão unir áreas com mesma textura

(FREITAS e PANCHER, 2012, p. 11).

Entre os principais métodos de classificação está o Isoseg, que classifica por

regiões imagens previamente segmentadas. É um algoritmo de agrupamento de dados

não supervisionado, aplicado sobre um conjunto de regiões, que por sua vez são

caracterizadas por seus atributos estatísticos de média, matriz de covariância e área.

(INPE, 2010)

Dentre os classificadores por regiões que funcionam de forma supervisionada

estão o SVM (Support Vector Machine), o ClaTex e o Battacharya. Esse tipo e

classificação necessita que o operador informe a priori para o algoritmo um conjunto de

amostras para que o mesmo seja treinado com aquelas informações para classificação.

O Classificador Battacharya trabalha com a distância Battacharyana, que é

utilizada para medir a separabilidade estatística entre as classes, ou seja, mede a

distância média entre as distribuições de probabilidade dessas classes. O tipo da análise

é por regiões, ou seja ele classifica todos os pixels da região para uma mesma classe, se

baseando no valor de todos os pixels da região, ou seja, utiliza a informação espectral de

cada pixel mais a informação espectral da relação com seus vizinhos, (CUNHA, 2009).

No processo de treinamento do classificador, o usuário deve fornecer amostras

para todas as classes à serem mapeadas, as quais devem ser homogêneas. As amostras

devem conter toda a variabilidade espectral esperada para cada tema e antes da

classificação as amostras devem ser analisadas para que não aconteça de existirem

confusão entre os temas na fase de treinamento, (INPE, 2006).

Diversos trabalhos que usaram o classificador Battacharya podem ser citados,

dentre eles Cunha (2009), que utilizou imagens Lantsat - 5 e CBERS – 2B para o

mapeamento de suscetibilidade à erosão na região de Primavera do Leste-MT. Foram

usados os classificadores Isoseg, Maxver e Battacharya para a classificação das

imagens, e foi observado que as imagens que apresentaram melhor resultado na

classificação foi a do Landsat nos três algoritmos. Quanto a comparação entre os

classificadores, o que obteve melhor desempenho entre as classificações na área

estudada foi o Maxver, apresentando menor confusão entre as classes.

PORTES ET AL. (2011) avaliaram o potencial de classificadores automáticos

para mapeamento de uso e cobertura do solo sob manejo agroecológico, utilizando uma

imagem do satélite IKONOS com resolução espacial de 4 metros. Os classificadores

utilizados foram o Maxver, RNA e Battacharya e dentre eles o que apresentou melhor

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resultado na classificação foi o Battacharya, tendo desempenho superior ao classificar

as 17 classes propostas na pesquisa e um Índice Kappa de 0,76.

Costa (2012) aplicou métodos de Sensoriamento Remoto para mapear a Área de

Preservação Permanente (APP) do lago da Usina de Itaipu, utilizando dos

classificadores Isoseg, Maxver e Battacharya e imagens do satélite Landsat 5. Após

analisar as imagens geradas o autor concluiu que o método mais eficiente para o

mapeamento de sua área de estudo foi o classificador Maxver obtendo-se melhor

desempenho na geração de dados referentes ao uso e ocupação do solo.

Para Congalton (1991) as matrizes de validação representam a precisão de um

mapeamento, evitando subestimação e superestimação de resultados. Até décadas atrás,

as mesmas eram pouco utilizadas, resultando assim, em muitos mapeamentos

imprecisos e pouco confiáveis, após entender que se era necessária uma validação dos

dados as matrizes de erro passaram por testes de precisão e hoje são consideradas etapas

fundamentais na validação de mapeamentos de uso do solo.

4.5. Mapeamento de Uso e Cobertura da Terra

As operações de Geoprocessamento realizadas em ambiente SIG visam à maior

facilidade, segurança e agilidade nas atividades humanas referentes ao monitoramento,

planejamento e tomada de decisão relativos ao espaço geográfico (ROSA, 2005). De

acordo com Rosa (2011):

[...] Os SIGs possibilitam a realização de diversos tipos de análise espacial,

entre as quais se destacam: a sobreposição de mapas de diferentes tipos de

dados que pertencem à mesma área; a pesquisa topológica, ou seja, as relações

de adjacência, coincidência e conectividade entre entidades espaciais; as

operações de buffering, ou delimitação de áreas tampão em torno de uma

determinada entidade espacial; as pesquisas monocamada e multicamada, que

utilizam um ou mais planos de informação para a realização de consultas,

análises de redes e medições de distâncias, áreas e perímetros; as operações de

Geoprocessamento, sendo as mais frequentes a junção, dissolução, corte,

intersecção e união de elementos que possuem atributos em comum; a

bmodelagem tridimensional, utilizada geralmente para fenômenos contínuos

para facilitar a visualização da superfície em diferentes perspectivas; a

interpolação, processo matemático através do qual se estima o valor de uma

característica em locais onde a mesma não foi medida; e a modelagem

cartográfica (ROSA, 2011, p 275 – 289).

De acordo com Medeiros e Câmara (2001), na perspectiva moderna de gestão do

território, toda ação de planejamento, ordenação ou monitoramento do espaço deve

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levar em consideração os diferentes componentes do ambiente, incluindo o meio físico

biótico, ocupação humana e seu inter-relacionamento. Os Sistemas de Informação

Geográfica são amplamente utilizados em diversas dimensões dos problemas ligados

aos estudos ambientais, tais como: mapeamento temático, diagnóstico ambiental,

avaliação de impacto ambiental, ordenamento territorial e prognósticos ambientais. De

maneira genérica, podem-se dividir os diferentes métodos de estudos ambientais em

ambiente SIG em duas grandes classes: os baseados em localizações pontuais e os

baseados na definição de áreas homogêneas.

Nessa linha de pensamento destaca-se o trabalho de Pisani (2014) que avaliou de

maneira multitemporal os mapas temáticos de mudança no uso e cobertura da terra de

uma bacia hidrográfica no município de Botucatu-SP visando simular 8 cenários futuros

da mudança da paisagem, subsidiando tomadas de decisão para o planejamento

ambiental.

Delaneze (2011) na mesma perspectiva avaliou a mudança no uso e cobertura da

terra em áreas de dutos, no caso o duto Orbel, nas regiões de Duque de Caxias,

Nilópolis e Belford Roxo no estado do Rio de Janeiro, também com a proposição de

cenários prospectivos e mudanças principalmente do avanço urbano irregular próxima

às áreas de dutos.

Demarchi (2012) realizou o mesmo tipo de levantamento como apoio para o

mapeamento de áreas suscetíveis a processos erosivos hídricos em sub-bacias na região

do centro-oeste paulista. Como resultado o autor obtive vários mapas derivados, como

os de capacidade de uso da terra, potencial natural e antrópico de erosão entre vários

outros que tiveram como apoio o levantamento do uso e cobertura da terra.

5. Materiais e Métodos

A fase metodológica foi dividida em quatro principais partes: 1) coleta de dados

matriciais e vetoriais; 2) pré-processamento; 3) processamento 4) pós-processamento

(Figura 3) as quais possuem subdivisões.

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Figura 3 - Fluxograma das Fases Metodológicas

Organização: FIÚZA, J. R. 2019.

5.1. Coleta de Dados e Materiais Utilizados

Para execução desse trabalho foram escolhidas imagens orbitais do satélite

Landsat 5 TM dos anos de 1986, 1996 e 2006 com a menor cobertura de nuvens

possível do município de Divinópolis – MG, órbita 219 ponto 074 no site do INPE –

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do satélite Landsat 8 OLI do ano de 2016 da

mesma fonte. Foi feito o download também do shapefile dos municípios do Brasil,

estados do Brasil, países do mundo, continentes, principais rodovias e ferrovias do

Brasil no banco de dados do IBGE para compor o mapa base.

Foi utilizado o SIG SPRING 5.5.0 (INPE, 2018) para o pré processamento,

análise e interpretação das imagens e o ArcMap 10.6.1 (ESRI, 2018) para pós

processamento das imagens, quantificação dos dados e elaboração dos produtos finais.

5.2. Pré-Processamento das Imagens

Após a aquisição das imagens todas foram descompactadas e importadas no

SPRING, onde se realizou os ajustes de projeção e datum das mesmas, além dos

contrastes dos histogramas das frequências radiométricas a fim de se melhorar a

acuidade visual das imagens. Em seguida foi feito o teste de composição das imagens

selecionar a que melhor atendia os objetivos do trabalho.

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Tanto no Landsat 5, quanto no 8, as bandas utilizadas foram as R7, G4, B5

(Quadro 1). A fase de escolha da composição gerou bastante discussão, pois a maioria

das composições apresentavam principalmente na parte central do município pontos

“embaçados” e sombras, o que dificultava no entendimento do que cada feição

representava. Nas composições que continham bandas do espectro do vermelho a

parcela “embaçada” da imagem era um pouco mais suavizada, o que facilitou na

detecção do que representava cada alvo e na escolha da composição que seria utilizada.

Quadro 1: Relação das imagens orbitais utilizadas

Satélite/Sensor Bandas Utilizadas Data Órbita/Ponto Fonte

Landsat 5 TM

7 – Infravermelho

médio de ondas longas

4 – Infravermelho

próximo

5 – Infravermelho

médio de ondas curtas

16/09/1986

23/06/1996

21/07/2006

219/074

INPE

Landsat 8 OLI

7 – Infravermelho

médio de ondas longas

4 – Vermelho

5 – Infravermelho

próximo

20/02/2016

219/074

INPE

Fonte: INPE, 2019. Organização: FIÚZA, J. R. (2019)

Em seguida no ArcMap, na função Georreferencing foram adicionados pontos

de controle dispersos nas imagens de 1986, 1996 e 2006 separadamente com base na

imagem de 2016 que já vem ortorretificada para a correção do deslocamento espacial

nas imagens anteriores. A média do erro de todos os pontos foi abaixo de 45 metros, o

valor máximo permitido na dimensão do pixel para arquivos raster com resolução

espacial de 30 metros.

Por fim, foi adicionado no programa o vetor do município e com a ferramenta

Extract by Mask as imagens compostas foram recortadas com o shape, o que resultou

em quatro rasters em RGB com a área do município nos anos analisados.

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5.3. Processamento das Imagens

No SPRING, as imagens foram importadas e quando adicionados arquivos em

RGB no programa ele automaticamente separou as imagens em bandas individuais e

sem contraste. Após habilitar as bandas 745 em RGB na interface principal, na função

“contraste” os histogramas das três imagens foram espalhados manualmente e com a

opção “sintética” habilitada foi gerado um novo arquivo raster com todas as bandas. A

imagem sintética foi utilizada apenas para a melhor visualização do operador de SIG na

etapa de coleta de amostras de treinamento das classes de uso e cobertura da terra com

base no conhecimento de campo do analista.

Em seguida, na ferramenta de segmentação foi gerado um arquivo vetor para

cada ano de análise, nessa etapa foram feitos testes para decidir qual limiar de

segmentação seria mais eficiente para a futura classificação. Após muitos testes o que

melhor segmentou as áreas de acordo com cada fragmento do uso do solo foi o limiar 2

de similaridade por 10 de área de pixels dada a escala de pesquisa e as características da

área de estudo com as áreas e distâncias das classes de uso e cobertura da terra.

Com as imagens originais de cada ano e o vetor da segmentação, na opção

“classificação” foram criados os contextos de 5 classes de uso da terra, sendo elas:

urbano, corpo hídrico, vegetação, pastagem e solo exposto, em seguida, foram

selecionadas cerca de 20 amostras de treinamento de cada classe por imagem. Após

todas as amostras terem sido coletadas e salvas foi selecionado o classificador de

crescimento de regiões Battacharya, gerando assim as imagens classificadas. Assim que

as imagens foram geradas foram identificados pontos onde as classificações poderiam

ser melhoradas, com isso, foram adicionadas ou retiradas amostras onde os resultados

estavam sendo subestimados ou superestimados. Foi também utilizada a função “pós

classificação” que utiliza um filtro de média, retirando resquícios de locais mal

classificados ou com confusão com outras classes, onde foi gerado outro arquivo, esse

agora possuindo o mínimo de confusões entre as classes.

Por fim, para a verificação dos acertos e da validação da classificação obtida foi

gerado o Índice Kappa, o qual se constitui em associar amostras na imagem base

classificada, buscando verificar possíveis erros no processo de classificação. Os valores

do índice variam até 1 (Tabela 1).

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Tabela 1 – Classes do Índices Kappa

Índice Kappa Qualidade do Mapeamento

< 0,00

0,00 – 0,20

0,20 – 0,40

0,40 – 0,60

0,60 – 0,80

0,80 – 1,00

Péssima

Ruim

Razoável

Boa

Muito Boa

Excelente

Fonte: Adaptada de Landis e Koch (1977). Organização: FIÚZA, J. R. 2019.

O índice de todas as imagens classificadas foram classificados como excelente

(Tabela 2) segundo a escala de Congalton (1999). Na mesma ferramenta onde foi

gerado o Kappa foram gerados também o Índice de Acertos e a Matriz de Confusão,

ambos também tiveram resultados satisfatórios.

Tabela 2 – Valores dos Índices Kappa e de Acertos das imagens classificadas

Índice Kappa Índice de Acertos

1986

1996

2006

2016

0,8957

0,9193

0,9479

0,8886

0,9221

0,9432

0,9610

0,9109

Organização: FIÚZA, J. R. (2019)

5.4. Pós-Processamento das Imagens

Novamente no ArcMap, foi criado um vetor de linha, e foram vetorizadas todas

as áreas de culturas agrícolas das imagens. Durante a classificação observou-se que as

classes de mata nativa e culturas agrícolas possuíam uma resposta espectral muito

próxima, assim, confundindo os dois tipos de uso e dificultando a classificação. Após a

criação dos vetores, o arquivo de linha foi transformado para polígono, e em seguida,

convertido para raster. Por fim, com a ferramenta de mosaico foi criado um novo

arquivo que uniu a imagem reclassificada com a nova classe de culturas agrícolas,

criando assim, 6 classes de uso e cobertura da terra em todos os anos de análise, sendo

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elas: urbano, corpo hídrico, mata nativa, culturas agrícolas, pastagem e solo exposto

onde seus valores de área foram calculados para os anos analisados.

Por fim, foi feito um trabalho de campo na área o qual foram colhidos 24 pontos

(Figura 4), onde procurou-se buscar todos os tipos de uso e cobertura da terra

classificados nos mapas da forma mais espalhada no território do município possível,

todos os pontos feitos em campo foram conferidos no mapa de 2016.

Figura 4 - Pontos de Coleta do Trabalho de Campo

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No presente trabalho, a metodologia utilizada para mapear o uso e cobertura da

terra no município de Divinópolis mostrou-se eficiente e relativamente rápida. O limiar

utilizado para a segmentação das imagens foi a similaridade de 2 por 10 pixels. O valor

foi definido de maneira visual, testando diferentes limiares até chegar a um cuja

segmentação foi satisfatória. Ou seja, uma segmentação capaz de isolar as feições

espectralmente diferentes e juntar as regiões homogêneas.

Na fase seguinte foram criadas os contextos das classes de Urbano, Corpo

Hídrico, Mata Nativa, Pastagem e Solo Exposto no classificador e após a classificação

das imagens a classe de Culturas Agrícolas foi vetorizada manualmente para obtenção

de um mapeamento mais preciso, o que possibilitou quantificar (Tabela 3) e

diagnosticar a evolução dos processos de alteração de classe de uso e cobertura da terra

e comparar as mudanças de maneira especializada no município nos anos de 1986,

1996, 2006 e 2016 (Figuras 5, 6, 7 e 8 respectivamente).

Tabela 3 – Valor das classes de uso e cobertura da terra em km²

Classes 1986 1996 2006 2016

Corpo Hídrico 7,81 12,95 13,11 7,01

Culturas Agrícolas 53,12 16,01 31,68 48,04

Mata Nativa 152,37 296,21 231,51 263,36

Pastagem 426,01 308,41 353,43 300,60

Solo Exposto 17,15 15,15 14,47 17,00

Urbano 52,28 60,01 64,54 72,43

Fonte: FIÚZA, J. R. 2019

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Figura 5 – Uso e Cobertura da Terra em 1986

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Figura 6 – Uso e Cobertura da Terra em 1996

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Figura 7 – Uso e Cobertura da Terra em 2006

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Figura 8 – Uso e Cobertura da Terra em 2016

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Com base nas análises da tabela e das figuras pôde-se observar que a classe de

mata nativa, apresentou aumento entre os anos de 1986 e 2016, a qual representava

21,5% do território em 1986, passando para 37,16% em 2016, cerca de 111 quilômetros

quadrados à mais do que a data inicial da pesquisa. No ano de 1996 a classe de mata

nativa chegou a representar 41,79% do território, decaindo em 2006 para 32,67% e

chegando em 37,16% em 2016.

Entre as principais hipóteses do aumento dessa classe no município, Mello

(2015) cita o significativo número de lotes não parcelados abandonados que foram

ocupados pela mata, que segundo a autora “são entendidos como estoque para

urbanização e ocupação futura, estoque que, não é necessário em Divinópolis”,

(MELLO, 2015, p. 201). Em várias partes do município se encontram loteamentos

inteiros abandonados tomados pela vegetação, há casos de loteamentos de tamanho de

bairros possuírem apenas um ou dois imóveis isolados (Figuras 9A, 9B e 9C).

Figura 9A - Loteamento com apenas um imóvel isolado; 9B – Mata Nativa

no Loteamento; 9C – Imóvel construído no loteamento

Fonte: Google Earth e Acervo Pessoal. Elaboração: FIÚZA, J. R. 2019.

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Outro fato que colaborou no aumento da mata nativa em Divinópolis foi a

desapropriação de grande parte uma antiga propriedade rural, com cerca de 390 hectares

nomeada de Mata do Noé. Há uma proposta da criação de um parque na área caso seja

aprovado no Plano Diretor, a Mata do Noé fica localizada próxima na área urbana do

município formando um espigão de mata nativa que se inicia entre os bairros Esplanada

e Nossa Senhora das Graças, e margeia o rio Itapecerica até o ribeirão Buritis já na zona

rural, (MELLO, 2015).

As políticas de recuperação implantadas nos últimos anos provavelmente

também podem ter colaborado com o aumento vegetacional do município, observando

os mapas de uso pode-se notar que algumas áreas de pastagens vêm sendo substituídas

por floresta.

Quando se compara a classe de urbano entre os anos, observa-se que houve um

aumento de 38% de 1986 à 2016. No ano de 1986 a área correspondente à classe de

urbano equivalia à 52,28 km², enquanto no ano de 1996 esse valor subiu para 60,01km²,

aumentando em 2006 para 64,54km² e caindo novamente no ano de 2016 para

72,43km².

Em contrapartida ao crescimento urbano no município, houve uma grande

quantidade de loteamentos criados na década de 1980 os quais não foram vendidos,

resultando em várias áreas as quais foram abertas ruas e delimitadas quadras sendo

tomadas por mata. No Diagnóstico-Base criado para a revisão do Plano Diretor

participativo de Divinópolis é feito o seguinte relato:

No interior do atual perímetro urbano, verifica-se a existência de 77%

de terrenos não parcelados, o que significa um montante de aproximadamente

166 km². Esta área, se parcelada segundo os critérios da legislação vigente,

poderia produzir por volta de 276.000 novos lotes de 360 m², já descontados os

percentuais destinados a sistema viário, áreas institucionais e áreas de interesse

ambiental. Além disso, o total de lotes vagos chega a 41% do total de terrenos,

algo próximo a 53 km², território suficiente para o assentamento de

aproximadamente 221.000 habitantes, caso fosse ocupado apenas pelo uso

residencial unifamiliar com frequência de 3,18 moradores por domicílio. Esta

distorção decorre do processo descontrolado de aprovação de novos

loteamentos que ocorreu na década de 1980. (DIVINÓPOLIS, p. 23, 2013)

Ou seja, a quantidade de lotes que não ocupados no processo de vendas na

década de 1980 somados aos lotes individuais abandonados na parte urbana do

município acomodaria quase toda população atual do município, que é cerca de 236.000

habitantes (IBGE, 2018)

Apesar do significativo aumento da área urbana do município, existem novos

loteamentos sendo construídos em várias partes da cidade (Figuras 10A e 10B), porém

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em menor velocidade comparado a recomposição florestal dos que foram abandonados

há cerca de 30 anos, além da verticalização das áreas mais próximas a região central do

município.

Figura 10A – Área central do município de Divinópolis – MG; 10B -

Loteamento Progresso sendo construído

Fonte: Portal Centro-Oeste e Acervo Pessoal. Elaboração: FIÚZA, R. J. 2019.

As áreas de pastagem do município têm decaído, apenas no ano de 2006 houve

aumento. No ano de 1986 a área que correspondia a pastagens no município era cerca de

60% da área total do mesmo, passando em 1996 para 43,5%, em 2006 49,87% e em

2016 42,41%.

Mesmo com a crescente queda, a classe de cobertura da terra predominante no

município de Divinópolis continua sendo a pastagem, na maioria das áreas estas têm

sido substituídas por mata nativa.

Por mais que a classe de pastagem seja a mais comum no município, o acesso à

maioria delas é difícil em termos logísticos, o que dificultou na realização de visita de

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campo nas áreas, limitando a conferência de campo apenas nas pastagens próximas à

área urbana (Figura 11A e 11B).

Figura 11A – Pastagem próxima à área urbana; 11B – Pastagem próxima

ao distrito de Santo Antônio dos Campos

Fonte: Acervo Pessoal. Elaboração: FIÚZA, R. J. 2019.

A classe de solo exposto sofreu algumas alterações durante o período de estudo,

em 1986 cerca de 17 km² correspondia à solo exposto no município, passando para

15,15 km² no ano de 1996, em 2006 diminuindo para 14,5 km² e voltando para 17 km²

em 2016.

Essas pequenas alterações, podem se dar por vários motivos, entre eles pelos

ciclos de cultivo e colheita das culturas agrícolas e pelo descampo tanto na área urbana

como na zona rural, para construção de empreendimentos (Figura 12A e 12B).

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Figura 12A E 12B – Solo exposto em áreas urbanas

Fonte: Acervo Pessoal. Elaboração: FIÚZA, R. J. 2019.

Assim como a classe de solo exposto, a classe de culturas agrícolas não sofreu

grandes variações, apenas no ano de 1996 que houve queda considerável. Em 1986 o

percentual de culturas agrícolas no município era de 7,49%, enquanto em 1996 houve

uma queda para 2,26%, seguido, em 2006 para 4,47% e em 2016 as classes de culturas

agrícolas representavam 6,78% do território divinopolitano.

Nos anos de 1994 e 1995 houve uma super safra no cenário rural brasileiro

(Folha de São Paulo, 1995), e seguido dessa super safra uma queda relativa na produção

nos anos seguintes. Fato que pode justificar a diminuição das culturas agrícolas ano de

1996 caso o município tenha passado por essa super safra nos anos de 1994 e 1995.

Outro fato que pode ter ocorrido é referente ao ciclo de cultivo e colheita, caso o

cultivo tenha acontecido próximo à data da imagem utilizada para a classificação pode

ter influenciado na diminuição desse valor. A silvicultura do eucalipto foi classificada

na classe de culturas agrícolas, e no município é o principal tipo de cultura plantada

(Figura 13), que é um tipo de árvore que leva um tempo consideravelmente grande para

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se desenvolver, caso o cultivo ou a colheita tenha sido recente em relação à data da

imagem também pode ter influenciado no resultado final do mapa.

Figura 13 – Silvicultura do eucalipto no município

Fonte: Acervo Pessoal. Elaboração: FIÚZA, R. J. 2019.

Ao analisar a classe de corpo hídrico observou se que a mesma, nos anos de

1986 e 2016 representou cerca de 7 km² do município, enquanto em 1996 e 2006

representam entre 12 e 13km² do município. Como citado no corpo do trabalho o

município tem histórico de cheias nos períodos de verão, tanto que no ano de 1985,

1996 e 2006 aconteceram intensas enchentes no município, desabrigando parte da

população e interrompendo o abastecimento de água por vários dias. A última cheia

considerável aconteceu no ano de 2016 (Figura 14A e 14B), o que deixou as autoridades

em alerta caso a água extrapolasse o leito do rio. Em grande parte do perímetro urbano

as áreas de APP não são respeitadas, facilitando assim esse tipo de desastre.

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Figura 14A – Ponte Padre Libério em período de seca; 14B – Ponte Padre

Libério em período de cheia

Fonte: Acervo Pessoal e Estado de Minas Gerais. Elaboração: FIÚZA, R. J. 2019.

A maior massa d’água do município, se encontra no limite entre Divinópolis e

Carmo do Cajuru, onde se localiza o lago das Roseiras. O lago foi construído para a

geração de energia elétrica para parte do município de Divinópolis e para todo o

município de Carmo do Cajuru, é também considerado ponto turístico para a população

local, por mais que o lago ofereça risco à população (já aconteceram várias mortes por

afogamentos, além do ataque de peixes no período de piracema aos banhistas), porém

permanece aberto para visitas.

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7. CONCLUSÕES

Considerando os objetivos pretendidos no trabalho e analisando os resultados

pode-se afirmar que a pesquisa alcançou seu objetivo principal, o qual foi fazer o

mapeamento do uso e cobertura da terra no município de Divinópolis – MG no período

de 1986 à 2016, e discutir a dinâmica do município.

Os métodos de classificação das imagens por meio do Processamento Digital de

Imagens utilizados se mostraram se eficazes, podendo-se definir as 6 classes de uso e

cobertura da terra predominantes no município: Corpo hídrico, culturas agrícolas, mata

nativa, pastagem, solo exposto e urbano, permitindo analisar as principais mudanças no

uso e cobertura da terra no período analisado.

Com as etapas executadas, foi possível verificar a espacialização das classes de

uso e cobertura da terra na área de estudo, com predominância das pastagens, sobretudo

nas áreas de relevo suave. Em termos específicos, as classes de maior dificuldade para

classificar foram a de mata nativa e culturas agrícolas, que devido suas características

espectrais semelhantes gerou confusões no classificador, necessitando assim de

correções matriciais.

Devido ao bom desempenho nos resultados alcançados, essa metodologia poderá

ser aplicada em outras áreas, escalas e temporalidades, sendo uma ferramenta de

monitoramento ambiental e planejamento urbano muito valiosa. O conhecimento do

campo foi fundamental para o êxito do mapeamento, deixando-o o mais próximo

possível da realidade.

Destaca-se que o mapeamento de uso da terra serve de base para outras análises

combinadas para outros procedimentos como os mapas de fragilidade ambiental,

vulnerabilidade ambiental, capacidade de uso da terra, definição de áreas prioritárias

para recomposição florestal, entre outras finalidades.

Após e execução desse trabalho ficou claro que o município carece mais de

dados e estudos sobre o meio, como por exemplo, o estudo da evolução e tendências

futuras da mancha urbana do município e a dinâmica das enchentes, problema

recorrente no município que deixa muitos moradores de desabrigados e correndo riscos

durante os períodos de cheia. Temas para possíveis pesquisas futuras.

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