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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO GIOVANNA GONÇALVES ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS CONFINADOS UTILIZADOS COM MAIOR FREQUÊNCIA EM UMA USINA TERMELÉTRICA MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2018

ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

GIOVANNA GONÇALVES

ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS CONFINADOS

UTILIZADOS COM MAIOR FREQUÊNCIA EM UMA USINA TERMELÉTRICA

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

2018

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GIOVANNA GONÇALVES

ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS CONFINADOS

UTILIZADOS COM MAIOR FREQUÊNCIA EM UMA USINA TERMELÉTRICA

Monografia apresentada para obtenção do título de

Especialista no Curso de Pós Graduação em

Engenharia de Segurança do Trabalho,

Departamento Acadêmico de Construção Civil,

Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

UTFPR.

Orientador: Msc. Eng. Massayuki Mário Hara

CURITIBA

2018

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GIOVANNA GONÇALVES

ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS

CONFINADOS UTILIZADOS COM MAIOR FREQUÊNCIA EM UMA

USINA TERMELÉTRICA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso

de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica

Federal do Paraná – UTFPR, pela comissão formada pelos professores:

Banca:

_____________________________________________

Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

________________________________________

Prof. Dr. Adalberto Matoski

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

_______________________________________

Prof. M.Eng. Massayuki Mário Hara (orientador)

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Curitiba

2018

“O termo de aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me possibilitou chegar até aqui.

Agradeço aos meus pais Osmar e Izabel por todo o apoio, por me mostrarem os

caminhos para seguir em frente, sempre me motivarem e toda a paciência. Agradeço também

aos meus irmãos Adriana, Giane e Marcos e toda a minha família, ao meu noivo Robison pela

paciência e dedicação.

Agradeço aos professores do CEEST pela transferência de conhecimento, em

especial ao professor Massayuki pela paciência e ajuda no desenvolvimento desse trabalho.

Agradeço aos colegas de turma por todo o auxílio e troca de conhecimento. Em

especial a Loriane, Marcos e Weslei. Agradeço também a Isabel por sempre ser prestativa.

Agradeço todo o auxílio da empresa, através do Cesar, engenheiro Victor,

engenheiro Lourival e técnico de segurança João Ricardo, e o Fernando que possibilitaram o

compartilhamento de informações para serem inseridas na pesquisa.

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RESUMO

GONÇALVES, Giovanna. Análise qualitativa e quantitativa dos espaços confinados

utilizados com maior frequência em uma usina termelétrica. 2018. 70f. Monografia

(Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Programa de Pós Graduação em

Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento Acadêmico de Construção Civil,

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR. Curitiba, 2018.

A pesquisa abordou um estudo de caso, em que foram analisados dados coletados pela

empresa sobre a medição inicial das concentrações de oxigênio, ácido sulfídrico e

explosividade nos espaços confinados utilizados com mais frequência. A partir desses dados,

foi feita uma análise para verificar se os valores atendiam as recomendações das normas de

higiene e segurança do trabalho. Como espaço confinado é um local de difícil acesso, com

ventilação muitas vezes insuficiente e que as atmosferas possam conter algum contaminante, é

importante antes do acesso a esses locais realizar testes inicias da atmosfera e se houver

alguma divergência de valores, é necessário implementar medidas de controle que

possibilitem um acesso seguro. Esses espaços, são ambientes encontrados com frequência

principalmente em indústrias das mais diversas atividades, apresentando riscos gerais e

específicos, de diversos tipos, sendo sempre possível a sua identificação, necessitando uma

série de medidas pessoais, técnicas e de prevenção, visando uma forma de trabalho mais

adequada e segura. Nesse sentido, o campo de segurança do trabalho possibilita esse

conhecimento às pessoas.

Palavras-chave: Espaço confinado, legislação, riscos, segurança do trabalho.

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ABSTRACT

GONÇALVES, Giovanna. Qualitative and quantitative analysis of the confined spaces most

frequently used in a thermoelectric plant. 2018. 70f. Monografia (Especialização em

Engenharia de Segurança do Trabalho) – Programa de Pós Graduação em Engenharia de

Segurança do Trabalho, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR. Curitiba, 2018.

The research covered a case study, in which data collected by the company were analyzed on

the initial measurement of concentrations of oxygen, hydrogen sulfide and explosiveness in

the most frequently used confined spaces. From these data, an analysis was made to verify if

the values met the recommendations of the health and safety standards. Since confined space

is a difficult to reach place, with insufficient ventilation and atmospheres that may contain

some contaminant, it is important to carry out initial atmospheric tests and, if there is any

divergence of values, it is important to implement secure access. These spaces are often found

mainly in industries of the most diverse activities, presenting general and specific risks, of

various types, always being possible to identify them, requiring a series of personal, technical

and prevention measures, aiming at a way of working more adequate and safe. In this sense,

the field of job security makes this knowledge possible for people.

Key-words: Confined space, legislation, risks, work safety.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Atividade em Ambiente Confinado ......................................................................... 15

Figura 2 – Sinalização do Espaço Confinado. ............................................................................ 17

Figura 3 – Riscos mais comuns encontrados durante a entrada no Espaço Confinado .............. 19

Figura 4 – Reações Psicofisiológicas para diferentes níveis de oxigênio. ................................. 22

Figura 5 – Exemplo de Linha de ar comprimido e cilindro auxiliar de escape .......................... 24

Figura 6 – Exemplo de máscara autônoma para circuito fechado .............................................. 25

Figura 7 – Curva de Explosividade ............................................................................................ 26

Figura 8 – Controle de riscos em espaços confinados ............................................................... 31

Figura 9 – Equipamento de emergência e salvamento com trava queda ................................... 35

Figura 10 – Treinamento de Salvamento em Espaço Confinado ............................................... 36

Figura 11 – Modelo de detector de gases RAE systems ............................................................ 47

Figura 12 – Medidor de gases BW Technologies ...................................................................... 49

Figura 13 – Tanque de água bruta ............................................................................................. 50

Figura 14 – Torre de resfriamento área externa ......................................................................... 51

Figura 15 – Torre de resfriamento área interna ........................................................................ 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de Acidentes Relacionados ao Trabalho ......................................................... 14

Tabela 2 – Caracterização de um espaço confinado ................................................................... 16

Tabela 3 – Parâmetros de Classificação de um Espaço Confinado ............................................ 17

Tabela 4 – Espaços Confinados Típicos por Setor Econômico .................................................. 18

Tabela 5 – Efeitos provocados à saúde pelo Monóxido de Carbono ......................................... 29

Tabela 6 – Efeitos provocados à saúde pelo Gás Sulfídrico....................................................... 30

Tabela 7 – Método de Classificação da APR ............................................................................. 42

Tabela 8 – Tipos de Espaços Confinados e Atividades Desenvolvidas ..................................... 45

Tabela 9 – Especificações Técnicas Detector RAE Systems ..................................................... 46

Tabela 10 – Especificações Técnicas Detector BW Technologies............................................. 48

Tabela 11 – Resumo das Medições da Atmosfera dos Espaços Confinados ............................. 53

Tabela 12 – Medição Atmosfera do Espaço Confinado nº 17 .................................................... 54

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

APR Análise Preliminar de Riscos

ASO Atestado de Saúde Ocupacional

EPI Equipamento de Proteção Individual

FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do

Trabalho

IDLH Immediately Dangerousto Life of Health

IPVS Atmosfera Imediatamente Perigosa a vida e a saúde

LEL Lower Explosive Limit

LFL Lower Flammable Limit

LIE Limite Inferior de Explosividade

LIS Limite Inferior e Superior

LSE Limite Superior de Explosividade

NBR Norma Brasileira de Referência

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NR Norma Regulamentadora

OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial da Saúde

OSHA Occupacional Safety and Health Administration

PET Permissão de Entrada e Trabalho

PPRA Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais

PPR Programa de Proteção Respiratória

PT Permissão de Trabalho

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

TERMOAÇU Usina Termelétrica do Vale do Açu Jesus Soares Pereira

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11

1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 12

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 12

1.1.2 Objetivo Específico ........................................................................................................... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 13

2.1 DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E ACIDENTE DE TRABALHO ...... 13

2.1.1 Segurança do Trabalho ...................................................................................................... 13

2.1.2 Acidente de Trabalho......................................................................................................... 13

2.2 ESPAÇO CONFINADO ...................................................................................................... 14

2.2.1 Caracterização e Classificação do Espaço Confinado ....................................................... 16

2.2.2 Exemplos de Espaços Confinados ..................................................................................... 18

2.3 RISCOS ENCONTRADOS EM ESPAÇOS CONFINADOS ............................................. 18

2.3.1 Riscos Gerais ..................................................................................................................... 19

2.3.1.1 Riscos elétricos e mecânicos .......................................................................................... 20

2.3.2 Riscos Específicos ............................................................................................................. 20

2.3.2.1 Deficiência e enriquecimento de oxigênio ..................................................................... 21

2.3.2.2 Condição IPVS ............................................................................................................... 23

2.3.2.3 Risco de incêndio ou explosão ....................................................................................... 25

2.3.2.4 Atmosfera Tóxica ........................................................................................................... 27

2.3.3 Riscos Combinados ........................................................................................................... 30

2.4 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA EM ESPAÇOS CONFINADOS ........................ 30

2.4.1 Medidas Técnicas de Prevenção ........................................................................................ 32

2.4.2 Medidas Administrativas ................................................................................................... 33

2.4.3 Medidas Pessoais ............................................................................................................... 34

2.4.4 Medidas de Emergência e Salvamento .............................................................................. 34

2.5 RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 36

2.5.1 Responsabilidade do Empregador ..................................................................................... 36

2.5.2 Responsabilidade dos Trabalhadores................................................................................. 37

2.5.3 Responsabilidade do Vigia ................................................................................................ 38

2.5.4 Funções do Supervisor de Entrada .................................................................................... 38

2.6 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS .............................................................................. 39

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2.6.1 Etapas da APR ................................................................................................................... 40

2.6.1.1 Descrever e caracterizar os riscos ................................................................................... 40

2.6.1.2 Definir ações de controle e prevenção ............................................................................ 40

2.6.1.3 Análise das possíveis falhas humanas ............................................................................ 41

2.6.2 Classificação da APR ........................................................................................................ 41

2.7 PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO ................................................................... 42

3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 44

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................... 52

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 55

5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 56

5 ANEXO I – MEDIÇÕES PET REALIZADAS EM CAMPO ........................................... 60

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11

1 INTRODUÇÃO

Espaço confinado é um ambiente que não foi projetado para a ocupação humana

contínua, se caracterizando por ventilação natural insuficiente, pouca iluminação e meios de

entrada e saída limitados. Considerando esse conceito, para a execução de atividades nesse

ambiente, é necessário seguir as normas de segurança e demais procedimentos que garantam a

proteção na execução de serviço e a segurança do trabalhador.

Vários serviços são executados em ambientes confinados como: limpeza,

manutenção, instalação de equipamentos, vistoria e ampliação dos espaços. Os trabalhadores

devem ser capacitados, ter conhecimento dos riscos que envolvem as atividades dentro do

espaço confinado e seguir os procedimentos de segurança do trabalho, para evitar acidentes,

os quais muitas vezes são fatais. (LIMA, 2016, p. 88)

Alguns exemplos de espaços confinados típicos são: caldeiras, tanques, galerias, silos

e fornos.

Segundo Lima (2016, p. 89), o desconhecimento sobre os riscos existentes e as ações

necessárias para uma entrada segura no ambiente confinado, são as principais causas de

acidentes, que poderiam ser evitados através do conhecimento de medidas eficientes.

Para Araújo (2015, p. 18), o desenvolvimento de uma consciência preventiva dentro

da organização contribui para seu sucesso, mantendo os parâmetros ergonômicos e demais,

referente a saúde e segurança do trabalhador.

De acordo com Martins (2014, p. 12), o espaço confinado não apresenta apenas

riscos ergonômicos e ambientais, portanto, a atmosfera do ambiente deve ser monitorada e

avaliada constantemente.

Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão responsável por

fiscalizar as empresas no cumprimento das normas regulamentadoras de saúde e segurança no

trabalho, cabendo as empresas aplicar as políticas de prevenção e conscientização de

acidentes do trabalho, para que os empregados cumpram as normas especificadas pelo

Ministério do Trabalho e Emprego. (ARAÚJO, 2015, p. 18)

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar qualitativamente a presença de contaminantes na atmosfera de espaços

confinados utilizados com maior frequência em uma usina termelétrica, com algumas

atividades específicas: manutenção, inspeção, solda, montagem e desmontagem de andaime,

etc.

1.1.2 Objetivo Específico

Avaliar os dados referentes as concentrações de oxigênio (O2), gás sulfídrico (H2S),

monóxido de carbono (CO) e o limite inferior de explosividade (LIE) relativos a atmosfera de

espaços confinados mais frequentemente utilizados em uma usina termelétrica, verificando se

atendem ao previsto na NR-15 anexo 11 e NBR 14787/2001.

1.2 JUSTIFICATIVA

Conforme Rangel (2010 apud ANDRADE, 2013, p. 11), quando é necessário

elaborar um trabalho em relação a espaços confinados, um dos itens que devem ser analisados

é que apesar dos riscos elevados, esses não são notados e percebidos pela maioria das pessoas,

o que pode gerar uma sequência de acidentes.

Para especialistas em segurança do trabalho, há um consenso que o número de

acidentes em espaços confinados é alto, eles ocorrem com frequência e geralmente são fatais.

(SANTOS, 2015, p. 1)

Segundo Martins (2014 p.13), devido a negligência e a falta de conhecimento para a

realização de trabalhos em espaços confinados, alguns serviços são executados por pessoas

sem a mínimas condições de segurança.

Nesse contexto, esse trabalho visa analisar os principais riscos presentes na

atmosfera de espaços confinados mais frequentemente utilizados e se for necessário

apresentar sugestões de melhoria ao ambiente, tornando-o mais seguro para a realização de

serviços.

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13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO E ACIDENTE DE TRABALHO

2.1.1 Segurança do Trabalho

Segundo Filho (2011, p. 6) o trabalho pode ser analisado de três formas diferentes:

- É uma atividade organizada, não acidental;

- De caráter físico e/ou intelectual: quando se utiliza um ou outro esforço, ou ambos;

- Algo que está presente em toda a atividade humana.

Ou seja, trabalho pode ser definido como uma atividade necessária ao processo de

sobrevivência humana, que são realizadas voluntária ou involuntariamente pelo corpo.

Para Filho (2011, p.7) o conceito de segurança é o aspecto a ser observado nas

pessoas, nos meios e elementos de um processo produtivo buscando a produção por meio do

trabalho.

Em relação a esse conceito é necessário desenvolver meios que visam a segurança de

cada trabalhador no ambiente de trabalho, seja através de uma ferramenta, máquina

informação e até mesmo a interação entre a atmosfera gasosa respirável e outros elementos no

local de trabalho. (FILHO, 2011, p. 7)

Nesse contexto, a segurança do trabalho pode ser definida como o conjunto de

medidas necessárias a proteção da integridade e capacidade laboral do trabalhador, além de

diminuir o número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. (PEIXOTO, 2011 apud

SOUZA, 2015, p. 15)

2.1.2 Acidente de Trabalho

O art. 19 da Lei 8213/91 traz a seguinte definição de acidente de trabalho:

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa

ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho (...), provocando lesão

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14

corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (ART. 19 da LEI N0

8213/91, 1991).

De acordo com Peixoto (2011 apud SOUZA, 2015, p. 17) os acidentes relacionados

ao trabalho, podem ser de três tipos: acidente típico, doença do trabalho e acidente de trajeto,

conforme a Tabela 1:

Tabela 1 – Tipos de acidentes relacionados ao trabalho

Tipo de acidente Descrição Exemplo

Típico Acidente comum,

súbito ou imprevisto

Batidas,

quedas,cortes,

queimaduras, etc

Doença do Trabalho Relacionada a

exposição à agentes

químicos e físicos

(ruído, calor,

poeiras, fumos)

Surdez,

intoxicação, etc

Trajeto Acontecem durante

a ida e vinda do

trabalho

Queda de moto

Fonte: Adaptado de Peixoto (2011, p. 17 apud SOUZA, 2015, p. 18)

Peixoto (2011 apud SOUZA, 2015, p. 18) afirma que os acidentes que acontecem no

período de trabalho, causados por brincadeiras, agressão física, sabotagem e negligência

também podem ser considerados acidente de trabalho.

2.2 ESPAÇO CONFINADO

A NIOSH, define espaço confinado como o local que tem restrições de entrada e

saída e não foi projetado para a ocupação humana continua, a ventilação é insuficiente para

remover gases, oferecendo perigos à vida e a saúde humana. (NIOSH, 1979)

Conforme a OSHA, espaço confinado é um local grande, onde é permitido o

trabalhador realizar as atividades, mas que possui meios de entrada e saída limitados, onde

não é permitido a permanência contínua de pessoas. (LADISLAU, 2017, p. 8)

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15

Ainda segundo Araújo (2006), os ambientes confinados fazem parte do serviço

bombeiro-militar, em indústrias, na construção civil, em obras de esgoto e saneamento,

cisternas, poços, sendo que no Brasil os números de ocorrências de acidentes atendidas pelos

bombeiros não são incluídos em um sistema estatístico. O que se observa diariamente são

notícias de acidentes em espaços confinados, os quais muitas vezes, envolvem os bombeiros.

A NR- 33 (BRASIL, 2006) apresenta a seguinte definição sobre espaço confinado:

É qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que

possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente

para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento

de oxigênio. (NR-33, 2006).

De acordo com a definição da NBR 14787 (ABNT, 2001) espaço confinado é

qualquer área não projetada para a ocupação humana continua, ou seja, com meios de entrada

e saídas limitados, ventilação insuficiente para remover contaminantes perigosos, em que a

atmosfera pode ser deficiente em oxigênio. Analisando a figura 1, nota-se as limitações do

ambiente e o ar pouco respirável, exigindo o uso de equipamentos mais adequados a essas

atividades

Figura 1 – Atividade em ambiente confinado

Fonte: Araújo (2015, p. 54)

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16

Para Araújo G., (2015, p. 54) a atmosfera deve estar em condições aceitáveis durante

a entrada, inclusive no período de realização dos trabalhos. Assim o espaço confinado deve

continuar monitorado, ventilado e inertizado, atendendo as recomendações da NR-33.

2.2.1 Caracterização e Classificação do Espaço Confinado

Segundo Garcia (2010, p. 17) para caracterizar um espaço como confinado, é

necessário fazer uma avaliação analisando as seguintes perguntas, conforme especificado na

tabela 2:

Tabela 2 – Caracterização de um espaço confinado

No local, é permitido a

ocupação humana

contínua?

Tem meios de

entrada e saída

limitados?

Pode ocorrer uma

atmosfera

perigosa?

É um espaço

confinado?

Sim Sim Sim Não

Não Não Não Não

Sim Não Não Não

Não Sim Sim Sim

Não Sim Não Não

Fonte: Adaptado de Garcia (2010, p.17)

Conforme a NIOSH (1979) o espaço confinado é classificado em três classes, de

acordo com o grau de risco:

• Espaços Classe A: São espaços que apresentam atmosfera perigosa à vida e a

saúde do trabalhador, por exemplo: ambiente com atmosfera tóxica, deficiente em

oxigênio ou que contenha inflamáveis e explosivos.

• Espaços Classe B: Não apresentam perigo a vida e a saúde, mas é necessário

adotar medidas de proteção a fim de evitar danos ou lesões ao colaborador.

• Espaços Classe C: São ambientes que não apresentam riscos relevantes, sem

necessidade de implantação de procedimentos especiais de trabalho.

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17

Essa classificação de espaços confinados conforme a NIOSH, é fundamentada nas

características do espaço, nível de oxigênio, inflamabilidade e toxicidade. Se o espaço é

caracterizado IPVS, então é classificado como classe A, sendo de piores condições durante a

entrada, permanência e saída para o trabalhador. Na classe B não apresenta perigo à vida e a

saúde, são ambientes que podem causar lesões, mas não são considerados IPVS, por sua vez

na classe C não é necessário adotar medidas especiais para a execução dos trabalhos.

(SOUZA, 2015, p. 23)

Tabela 3 – Parâmetros de classificação de um espaço confinado

Parâmetros Classe A Classe B Classe C

Oxigênio 16% ou menos ou

superior a 25%

16,1% a 19,4% ou

21,5% a 25%

19,5% a 21,4%.

Inflamabilidade 20% ou mais de LFL 10% a 19% LFL 10% LFL ou

menos

Toxicidade IPVS Acima do nível de

contaminação

Abaixo do nível

de contaminação

Fonte: Adaptado de NIOSH (1979).

Após a classificação do espaço, este deve ser sinalizado conforme anexo I da NR-33

(BRASIL, 2006) demonstrado na figura 2.

Figura 2- Sinalização do espaço confinado

Fonte: NR-33 (BRASIL, 2006)

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18

2.2.2 Exemplos de Espaços Confinados:

A tabela 4, abaixo, apresenta exemplos de espaços confinados típicos por setor

econômico:

Tabela 4 – Espaços Confinados Típicos por Setor Econômico

Setor Econômico Espaços Confinados Típicos

Agricultura Biodigestores, Silos, Moega,

Poços, Cisternas, Esgotos, Valas

Alimentos Fornos, Panelões, Depósitos,

Silos, Misturadores, Tonéis,

Dutos, Lavadores de ar

Construção civil Poços, Valas, Escavações, Dutos

Indústrias do Petróleo e

Químicas

Reatores, Colunas de destilação,

Precipitadores, Lavadores de ar,

Dutos

Metalurgia Depósitos, Dutos, Tubulações,

Silos, Poços, Tanques, Coletores,

Cabines

Serviços de

saneamento/gás/eletricidade e

telefonia

Galerias, Poços, Tanques,

Esgotos, Digestores,

Incineradores, Dutos

Transportes Tanques nas asas de aviões,

Caminhões-tanque, Vagões-

tanque-ferroviários, Navios-

tanque

Fonte: Adaptado de Lima (2016, p. 96)

2.3 RISCOS ENCONTRADOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

Os principais riscos encontrados em um espaço confinado são: engolfamento,

soterramento, deficiência de oxigênio, riscos químicos e ergonômicos, riscos elétricos, riscos

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19

físicos. (TURRA, 2013, p. 14). A figura 3 demonstra o fluxograma com os principais riscos

encontrados no espaço confinado durante a entrada.

Figura 3 – Riscos mais comuns encontrados durante a entrada no espaço confinado.

Fonte: Adaptado de guia para entrada em espaços confinados (2012, p. 6).

2.3.1 Riscos Gerais

São riscos em que o perigo presente na atmosfera interna é devido às condições

materiais do ambiente e execução do trabalho. (CAMPOS; TAVARES; LIMA 2006, p. 278)

Os riscos gerais nos espaços confinados são: mecânicos, elétricos, quedas de objetos,

quedas de trabalhador, postura incorreta durante a execução das atividades, soterramento,

engolfamento e afogamento. (MARTINS, 2014, p. 20).

Riscos comuns

encontrados no

espaço confinado,

durante a entrada

Atmosfera no interior

do espaço

Teor de oxigênio

Gases Tóxicos,

Inflamáveis ou

Explosivos

Riscos Elétricos

Choque

Explosão

Riscos devidos a

instalações físicas

Escadas

Queda de objetos

Queda do trabalhador

Aberturas

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20

2.3.1.1 Riscos elétricos e mecânicos:

Os perigos gerados por fatores elétricos e mecânicos em ambientes confinados estão

diretamente ligados a atividade desenvolvida. Podem causar riscos como fonte de ignição e

até mesmo provocar acidentes por mau estado de conservação. (SERRÃO; QUELHAS;

LIMA, 1998, p. 5). Ainda segundo os autores, trabalhos como soldas elétricas, corte oxi-gás,

pintura, esmerilhamento, corte com abrasivos são atividades que envolvem riscos elétricos e

mecânicos.

Segundo a Termoaçu (2012, p. 26), riscos mecânicos são agentes que expõe o

trabalhador às seguintes condições: máquinas sem proteção, risco de choque elétrico, acidente

automobilístico, quedas, contusões ou lesões causadas por batida. E traz como exemplos

algumas exposições aos riscos mecânicos:

• Quedas a diferentes níveis ou ao mesmo nível, por escorregão, falta de atenção ou

pressa;

• Quedas de objetos;

• Postura inadequada;

• Ambiente quente ou frio;

• Pouca iluminação;

• Ambiente agressivo propício a ocorrência de acidente ou fadiga;

• Presença de animais no espaço, seja vivo ou em decomposição;

• Riscos que provêm de problemas de comunicação entre o meio interno e externo;

Conforme Serrão, Quelhas e Lima (1998, p. 5) deve ser feita uma análise com

critérios e responsabilidades acerca dos riscos elétricos e mecânicos para as atividades

desenvolvidas no espaço confinado.

2.3.2 Riscos Específicos

Para a autorização da entrada em espaço confinado, é necessário conhecer os riscos

relacionados a atmosfera do ambiente, ou seja, que surgem devido a atmosfera explosiva,

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21

enriquecimento ou deficiência em oxigênio e presença de substância tóxica. (SERRÃO;

QUELHAS; LIMA, 1998)

Segundo Martins (2014, p. 20) os fatores acima citados, criam uma Atmosfera

Imediatamente Perigosa à vida e a saúde ou também denominada Immediately Dangerous to

Life of Health – IDLH.

2.3.2.1 Deficiência e enriquecimento de oxigênio

A ventilação inadequada e existência de alguns contaminantes pode tornar a

atmosfera do ambiente deficiente ou enriquecida em oxigênio, sendo a proporção ideal entre

19,5% a 23% de oxigênio. (ANDRADE, 2013, p. 31).

De acordo com Rekus (1994), atmosfera considerada deficiente é aquela em que o

volume de oxigênio é inferior a 19,5%, qualquer ambiente com índices menores é obrigatório

a utilização de máscara autônoma de respiração, para uma entrada segura. Ainda segundo o

autor, dependendo do trabalho a ser executado, os níveis de oxigênio tendem a diminuir

através das reações de oxidação e fermentação, podendo ser deslocados ao reagirem com o

dióxido de carbono ou nitrogênio, ou são infiltrados em superfícies porosas, como o carvão

ativado. (SANTOS e CARVALHO, 2016, p. 30).

A NR-15 (BRASIL, 1978) através do anexo 11, item 3 determina que em ambientes

com a presença de asfixiantes simples, a concentração mínima de oxigênio deve ser 18%, pois

abaixo desse valor são consideradas situações de risco grave e iminente, ou seja, o ambiente

não está adequado para a entrada do trabalhador.

Segundo Campos, Tavares e Lima (2006, p. 279) em ambientes confinados o

oxigênio pode:

- Ser utilizado em reações químicas;

- Ser removido por gases inertes como: nitrogênio e argônio;

- Ser consumido por superfície porosa.

Os efeitos psicofisiológicos causados ao ser humano relacionados as diferentes

concentrações de oxigênio estão exemplificados na figura 4:

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Figura 4 – Reações psicofisiológicas para diferentes níveis de oxigênio.

Fonte: Rekus (1994 apud ARAÚJO, A., 2006, p. 38).

Inicialmente, em espaços fechados como: tanques, reatores e vasos deve-se fazer a

leitura da concentração de oxigênio, antes de fazer a leitura dos limites de explosividade: se a

concentração de oxigênio não estiver em 20,9%, isso significa que a leitura dos teores de

explosividade estão incorretos, devendo o ambiente ser ventilado até atingir o valor de 20,9%.

(CAMPOS; TAVARES; LIMA, 2006, p. 280)

Para a concentração de oxigênio diminuir gradativamente em um espaço confinado, é

necessário que o asfixiante simples esteja em alta concentração e a ventilação seja insuficiente

para eliminar contaminantes. Logo, quando for descoberto o processo que elimina asfixiante

simples para o ambiente externo, deve-se monitorar a concentração de oxigênio, através de

aparelhos como oxímetros. (ARAÚJO, A., 2006, p. 38).

Conforme Campos, Tavares e Lima (2006, p. 279) o ser humano não pode

permanecer em atmosfera com nível de oxigênio superior a 23,5%, pois concentrações acima

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desse valor trazem danos ao cérebro. Hiperoxia é o excesso de tensão de oxigênio presente no

corpo humano, causa vasodilatação cerebral, inflamação e espessamento do pulmão, aumenta

a concentração de radicais livres de oxigênio e pode ter como consequência lesão no sistema

nervoso central. (AZEVEDO; OLIVEIRA JÚNIOR, 2009 apud MARTINS, 2014, p. 22)

2.3.2.2 Condição IPVS

Espaço confinado ou área classificada que possui IPVS, pode ter deficiência de

oxigênio, atmosfera inflamável/explosiva ou que contenha substância tóxica/ mortal ao

trabalhador. Nessa condição é exigido a emissão de PT específica para a entrada e execução

dos trabalhos. (SÁ, s.d, p. 90).

Para Araújo (2009), os riscos ambientais podem não existir inicialmente, mas podem

surgir ao longo da execução dos trabalhos no interior do ambiente, causando alterações nas

condições desse ambiente, tornando o IPVS- Imediatamente Perigoso à Vida e a Saúde.

(SOUZA, 2015, p. 19).

Conforme a NBR 14787 (ABNT, 2001) condição imediatamente perigosa à vida ou a

saúde é qualquer situação que ofereça perigo a vida, capaz de causar sérios danos à saúde e

impeça o indivíduo de sair do espaço confinado sem ajuda.

A NR – 33 (BRASIL, 2006) define condição IPVS como qualquer situação que

coloque o indivíduo em risco de morte ou provoque danos irreversíveis a saúde, e ainda o

impeça de escapar do espaço confinado sem ajuda.

Segundo a FUNDACENTRO (2002) alguns requisitos são necessários para

determinar uma condição IPVS:

• A concentração do contaminante presente é superior a concentração IPVS ou está

acima do seu limite de exposição;

• Espaço confinado com teor de oxigênio abaixo de 20,9%;

• O teor de oxigênio é menor que 12,5 % ao nível do mar;

• A pressão do local é menor que 450 mmHg.

Os gases tóxicos mais comuns, encontrados em ambiente confinado são o gás

sulfídrico (H2S) e o monóxido de carbono (CO). A presença desses gases no ambiente,

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transforma a atmosfera em IPVS, porque pode causar doenças, mal-estar e até mesmo levar o

indivíduo à morte. (SOUZA, 2015, p. 21).

Se não for possível avaliar quantitativamente a concentração de oxigênio e demais

contaminantes, a atmosfera deve ser considerada IPVS, logo para a entrada nesse ambiente é

obrigatória a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva com peça

facial inteira, ou respirador de linha de ar comprimido com demanda com pressão positiva e

peça facial inteira, juntamente com cilindro auxiliar para escape. (NASCIMENTO, 2013).

Figura 5 – Exemplo de linha de ar comprimido e cilindro auxiliar de escape

Fonte: Vieira (2011, p. 8).

Mesmo que o trabalhador esteja utilizando adequadamente os equipamentos de

proteção respiratória, conforme figuras 5 e 6, recomenda-se que uma pessoa esteja fora do

espaço confinado, em local seguro, portando equipamentos de resgate para qualquer condição

atípica que possa ocorrer. É necessário manter a comunicação contínua entre o colaborador

que está na atmosfera IPVS e o que está de prontidão, através de rádio, voz ou visual. Durante

a permanência na atmosfera IPVS, o funcionário deve estar com cinturão de segurança e cabo,

ou outro equipamento adequado para a sua remoção do ambiente, caso necessário.

(FUNDACENTRO, 2002)

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25

Figura 6 – Exemplo de máscara autônoma de circuito fechado

Fonte: Vieira (2011, p. 9).

2.3.2.3 Risco de incêndio ou explosão

Segundo Santos e Carvalho (2016, p. 33), incêndio é uma reação química de

combustão que depende dos seguintes itens para seu início:

• Combustível: madeira, gasolina, magnésio;

• Comburente: oxigênio do ar;

• Fonte de ignição: cigarros, instalações elétricas, reações exotérmicas, faíscas,

maçarico, etc.

Explosão é a reação química que ocorre em misturas explosivas e libera quantidade

significativa de energia instantânea após a fase de ignição. Nas explosões, as ondas de pressão

antecedem a fase de chama com velocidade que variam entre 100-300 m/s e pressões de 3 –

10 BAR. (SERRÃO; QUELHAS; LIMA, 1998, p. 3).

Conforme Martins (2014, p. 25) as substâncias químicas presentes no ambiente são

os combustíveis e alguns parâmetros importantes devem ser observados: ponto de fulgor, o

Limite Inferior e Superior – LIS de explosividade, densidade do vapor e a temperatura de

autoignição.

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Ponto de fulgor ou ponto de inflamação é a menor temperatura na qual um líquido

produz vapor mais próximo de sua superfície. Essa formação é uma condição perigosa, pois

pode gerar o Flash Fire, incêndio muito rápido ou de grandes proporções. (COELHO, 2016).

Uma atmosfera com concentrações de oxigênio acima de 21% contribui para a

queima de materiais combustíveis como as roupas e o próprio cabelo, através de uma fonte de

ignição, porém a possibilidade de inflamação depende da concentração de gases, poeiras e

demais materiais combustíveis presentes no ambiente. Para que ocorra a combustão, as

condições favoráveis devem estar entre os Limites Inferiores de Explosividade (LIE) e os

Limites Superiores de Explosividade (LSE). (SANTOS e CARVALHO, 2016, p. 33).

Para Santos e Carvalho (2016, p. 34) o LIE é a concentração mínima de gás que

reage com o ar atmosférico, capaz de causar uma explosão por presença de fagulhas, faísca,

calor ou outra fonte de energia.

Conforme a NBR 14787 (ABNT, 2001) o LSE é a concentração em que a mistura

tem grande quantidade de gases e vapores e na ocorrência de uma ignição o oxigênio presente

em baixa concentração não se propaga pelo meio. Segundo Santos e Carvalho (2016, p. 34)

LSE refere-se à concentração máxima de gás que ao reagir com o ar atmosférico pode

provocar uma explosão. A figura 7 demonstra a curva de explosividade, bem como a

porcentagem das misturas.

Figura 7 – Curva de explosividade

Fonte: Adaptado de Scardino (2003)

Conforme Serrão, Quelhas e Lima (1998, p. 4) incêndios e explosões estão

relacionados a alguns fatores:

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• Presença de gases, vapores e pós em concentrações suficientes para tornar a

atmosfera inflamável, relacionada a deficiência ou ausência em eliminar esses

agentes;

• Erros de medição para a liberação dos trabalhos e mudanças na atmosfera durante

a realização dos trabalhos, ou seja, penetração de gases, vapores e pós após a

liberação do ambiente confinado para o início dos trabalhos;

• Erros de medição relacionados a deficiência de treinamento de pessoal, na

interpretação da leitura e aferição de explosímetro e utilização de medidas

incorretas para a liberação do espaço confinado, como por exemplo, quando o

espaço não é completamente avaliado (número e locais das amostragens).

As medições das concentrações de gases, vapores e pós deve ser feita imediatamente

antes da liberação dos trabalhos. Muitas explosões e incêndios ocorreram devido a mudança

na atmosfera entre o período de medição e realização dos serviços. (SERRÃO; QUELHAS;

LIMA, 1998, p. 5).

Algumas medidas de controle podem ser utilizadas sobre a fonte de ignição: uso de

equipamentos de proteção coletiva, utilização de ferramentas do tipo anti centilhantes,

proibição do uso de aparelhos que geram calor, evitar a circulação de pessoas no local que não

estejam envolvidas nas atividades e afastar pessoas que estejam utilizando outras fontes de

calor: cigarro, celular, equipamentos elétricos, lanternas não indicadas ao espaço, etc.

(SANTOS e CARVALHO, 2016, p. 35).

2.3.2.4 Atmosfera Tóxica

Segundo Brevigliero, Possebon e Spinelli (2010 apud MARTINS, 2014, p. 22) é

possível encontrar diversas substâncias tóxicas no ambiente confinado. Os autores definem

como causa dessas atmosferas tóxicas: oxidação, vazamentos, fermentação ou decomposição

da matéria orgânica. A utilização de gases inertes para proteção contra explosões de vapores

ou gases inflamáveis pode gerar atmosfera tóxica no espaço confinado.

Para Araújo, A., (2006, p. 32) os riscos químicos mais relevantes em um ambiente

confinado são gases e vapores:

- Gases: quando estão em condições normais de temperatura e pressão essas

substâncias encontram-se no estado gasoso. Exemplo: Hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

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- Vapores: são substâncias sólidas ou líquidas convertidas para a forma gasosa, sendo

que em condições normais de temperatura e pressão estas estariam na sua forma inicial.

Exemplo: vapores de água e vapores de gasolina.

Gases ou vapores tóxicos podem estar presentes no ambiente confinado, passando

despercebidos pelas pessoas que vão entrar no espaço para a execução de atividades, portanto,

é necessário saber as concentrações ambientais desses agentes e adotar o melhor método para

testar esses ambientes. (ARAÚJO, G., 2015, p. 63).

Para Saliba (1998 apud ARAÚJO, A., 2006, p. 32), os gases e vapores são

classificados conforme a irritação que causam ao organismo humano e dividem –se em:

irritantes, anestésicos e asfixiantes.

Gases e vapores irritantes: causam inflamação na pele, olhos e vias respiratórias.

Dividem-se em primários e secundários. Os irritantes primários agem no local de contato com

o organismo e não atingem o organismo como um todo, por exemplo, o cloro e gás

lacrimogênio. Os irritantes secundários além de causar irritação no local de contato com o

organismo causam irritação em todo o organismo (gás sulfídrico). (PEIXOTO e FERREIRA,

2013, p. 22).

Gases e vapores anestésicos: possui ação depressiva sobre o sistema nervoso central,

diminuindo a capacidade física e mental para a realização de atividades, como exemplos,

eteno tolueno, benzeno e o álcool etílico. (PEIXOTO e FERREIRA, 2013, p. 22).

Gases e vapores asfixiantes: são agentes que bloqueiam a passagem do oxigênio até

os tecidos. Causam asfixia, ou seja, ocorre o bloqueio de processos vitais pela falta de

oxigênio. (CAMPOS; TAVARES; LIMA, 2006, p. 246). Divide-se em:

a) Asfixiantes simples: são aqueles que não atuam diretamente no organismo, mas

impulsam o oxigênio presente na atmosfera, alterando sua característica.

Exemplo: butano, metano, etano, acetileno, hidrogênio, hélio. (VAITSMAN,

2012).

b) Asfixiantes químicos: são substâncias que atuam diretamente no organismo,

bloqueando a entrada de oxigênio através de uma reação, a qual impede a

oxigenação no organismo. (VAITSMAN, 2012).

O monóxido de carbono (CO) e o gás sulfídrico (H2S) são gases tóxicos mais

comuns encontrados em espaços confinados, onde o gás sulfídrico é formado pela

decomposição de matéria orgânica, encontrado com frequência em esgotos e reservatórios de

água abandonados. (AUSTRALIAN, 1995 apud ARAÚJO, G., 2015, p. 63).

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Segundo Rekus (1994 apud ARAÚJO, A., 2006, p. 34) o gás sulfídrico é um gás

incolor, com odor característico de ovo podre e a exposição em concentrações elevadas é

responsável por óbitos ocorridos em espaço confinado.

Conforme Brevigliero, Possebon e Spinelli (2006, p. 201) o monóxido de carbono é

classificado como asfixiante químico e interfere no mecanismo de troca gasosa, podendo

causar asfixia. Pode ser encontrado na descarga de veículos, entre outros gases.

As tabelas 5 e 6 mostram os efeitos provocados à saúde pela exposição ao monóxido

de carbono e ao gás sulfídrico.

Tabela 5 – Efeitos provocados à saúde pelo monóxido de carbono

Sinais e sintomas

Conc. CO

(ppm)

LT ACGIH 25

Possível dor de cabeça leve 200

Dor de cabeça frontal/náuseas 400

Dor de cabeça na região occipital 400

Dor de cabeça, tonturas e náuseas 800

Desmaio e possível morte 800

Dor de cabeça, tonturas e náuseas 1.600

Desmaio/ possível morte 1.600

Dores de cabeça e tonturas 3.200

Inconsciência, perigo 3.200

Efeito imediato, inconsciência, perigo e morte 128.000 1 a 3 min

Efeitos provocados à saúde pelo monóxido de carbono.

20 min

2 h

20 min

2 h

5 a 10 min

10 a 15 min

Tempo de

exposição

8h

2 a 3 h

1 a 2 h

2,5 a 2,5 h

Fonte: Brevigliero, Possebon e Spinelli (2006, p. 205)

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Tabela 6 – Efeitos provocados à saúde pelo gás sulfídrico.

Sinais e sintomas

Conc. H2S

(ppm)

Limite de odor 0,1

LT (ACGIH) 10

15

25

Odor tolerável, mas forte e desagradável 100

Irritação dos olhos, tosse e perda do odor 200 a 300

Acentuada irritação dos olhos e trato respiratório 500 a 700

Perda da consciência e possível morte 700 a 1000

Rápida inconsciência, dificuldade respiratória, morte

Inconsciência quase imediata. A respiração para, morte em

poucos minutos. A morte pode ocorrer mesmo que a vítima seja

removida para o ar fresco

1000 a 2000 -

Efeitos provocados à saúde pelo gás sulfídrico

2 a 5 min

1 hora

30 min a 60 min

min

Tempo de

exposição

-

8 h

15 min

-

Fonte: Brevigliero, Possebon e Spinelli (2006, 205)

2.3.3 Riscos Combinados

A análise prévia deve identificar os riscos presentes no espaço confinado, bem como

a combinação desses riscos, pois essa combinação pode gerar outro risco. Por exemplo, um

curto circuito pode gerar uma centelha, podendo causar um incêndio e explosão, que pode

provocar uma deficiência de oxigênio na atmosfera desse ambiente. Portanto, a análise de

riscos combinados é necessária para determinar as medidas de controle. (SERRÃO;

QUELHAS; LIMA, 1998, p. 5).

2.4 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA EM ESPAÇOS CONFINADOS

Segundo a NR-33 (BRASIL, 2006) a gestão de segurança e saúde em espaços

confinados deve seguir as etapas de: planejamento, programação, implementação e avaliação,

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31

incluindo as medidas técnicas de prevenção, pessoais, administrativas, e capacitação para a

entrada em espaço confinado.

As ações ou medidas técnicas de prevenção de acidentes em espaços confinados

incluem: identificação do espaço, sinalização, isolamento, etiquetagens, travas, lacres e

válvulas de alívio. Nesse contexto, é importante a utilização de equipamentos de ventilação e

exaustão, resgate e iluminação, além de aparelhos de monitoramento da atmosfera antes e

durante a execução dos serviços. (TURRA, 2013, p. 14)

Conforme Campos, Tavares e Lima (2006, p. 276), para a implantação de um sistema

de gestão de segurança e saúde em espaços confinados, é necessário análise do processo desde

a identificação até o controle de riscos. A figura 8, demonstra os principais subprocessos a

serem trabalhados:

Figura 8 – Controle de Riscos

Fonte: Campos, Tavares e Lima (2006, p. 277)

• Capacitação: cursos e treinamentos determinados pela NR-33;

• Capacitação ocupacional: exames médicos, emissão do ASO – Atestado de Saúde

Ocupacional, além da qualidade de vida do colaborador, avaliação das condições

psicossociais e de saúde.

• Informação de Risco: os trabalhadores informam os principais riscos existentes no

espaço confinado, proporcionando um maior conhecimento das atividades

realizadas;

• Gestão da Mudança: Relacionadas a mudanças de pessoas, estratégia de trabalho,

procedimentos, capacitação e equipamentos, ocorrem frequentemente e as vezes

sem nenhum gerenciamento.

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32

• Análise de Risco: O espaço confinado deve ser monitorado antes, durante e depois

da emissão da PET – Permissão de Entrada e Trabalho, sendo requisito para

manter atualizado o cadastro, e previsto na NR-33;

• Documentação: Incluem os procedimentos de trabalho, as permissões de entrada e

trabalho, e as ordens de serviços. Dividem-se em:

• Ativos: atividades de controle prevencionistas;

• Reativos: atividades de controle voltadas à possíveis emergências, primeiros

socorros, acidentes e incidentes.

2.4.1 Medidas Técnicas de Prevenção

A NR-33 (BRASIL, 2006) traz as seguintes medidas técnicas de prevenção:

• Os espaços confinados devem ser identificados, isolados e sinalizados a fim de

evitar a entrada de pessoas não autorizadas;

• Os riscos presentes devem ser antecipados e reconhecidos;

• Deve -se avaliar e controlar os riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e

mecânicos;

• Utilizar travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagens para manter o ambiente

isolado;

• Aplicar medidas necessárias voltadas ao controle dos riscos atmosféricos;

• Verificar a segurança do interior do ambiente, através da avaliação da atmosfera,

antes da entrada do trabalhador;

• Manter as condições atmosféricas adequadas no início e durante a realização de

serviços, monitorando, purgando, ventilando, lavando ou inertizando o espaço

confinado;

• Monitorar constantemente a atmosfera no espaço confinado, especialmente nas

áreas onde os trabalhadores autorizados estão executando as atividades, para que

as condições de acesso e permanência estejam seguras;

• Não permitir a ventilação com oxigênio puro;

• Testar os equipamentos de medição, antes de cada utilização;

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33

• Os equipamentos devem ser de leitura direta, intrinsecamente seguro, com alarme,

calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou radiofrequência.

2.4.2 Medidas Administrativas

Em relação as medidas administrativas a NR-33 (BRASIL, 2006) determina:

• O cadastro de todos os espaços confinados, incluindo os desativados, devem estar

atualizados e constando seus riscos;

• Estabelecer as medidas necessárias para isolar, sinalizar, controlar ou diminuir os

riscos presentes no espaço confinado;

• A entrada do espaço confinado deve estar permanentemente sinalizada, conforme

o ANEXO I da respectiva norma;

• Elaborar procedimento para trabalho em espaço confinado;

• O modelo de Permissão de Entrada e Trabalho (ANEXO II) da Norma, deve ser

modificado conforme as necessidades da empresa e de seus espaços confinados;

• Antes da entrada dos trabalhadores no espaço confinado, a Permissão de Entrada e

Trabalho, deve estar preenchida, assinada e com a respectiva data, em três vias;

• Implementar um sistema de controle para a rastreabilidade da Permissão de

Entrada e Trabalho;

• A cópia da Permissão de Entrada e Trabalho deve ser entregue a um dos

trabalhadores autorizados e ao Vigia;

• Deve-se encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho, assim que os serviços forem

finalizados, quando ocorrer um imprevisto ou quando tiver pausa/interrupção dos

trabalhos;

• Arquivar os procedimentos, bem como as Permissões de Entrada e Trabalho, por

cinco anos;

• Os procedimentos e as Permissões de Entrada e Trabalho, devem ser

disponibilizados para conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus

representantes e fiscalização do trabalho;

• Determinar as pessoas que irão participar da operação de entrada, analisando os

deveres de cada trabalhador, e providenciar a capacitação necessária;

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• Inserir procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e interior dos

espaços confinados;

• Permitir o acesso ao espaço confinado somente com acompanhamento e

autorização de supervisão capacitada;

• Informar a todos os trabalhadores sobre os riscos e medidas de controle existentes

no local de trabalho;

• Elaborar um Programa de Proteção Respiratória conforme a análise de risco,

considerando o local, a complexidade e o tipo de atividade a ser desenvolvida.

2.4.3 Medidas Pessoais

As medidas pessoais estão relacionadas à saúde e qualificação dos trabalhadores

autorizados, de forma direta ou indireta com os ambientes confinados, acerca de seus direitos,

deveres, riscos e medidas de controle descritos na NR-33. (TURRA, 2013, p. 15)

Dessa maneira a NR-33 (BRASIL, 2006) prevê as seguintes medidas pessoais:

• Todo o trabalhador autorizado a executar as atividades em espaço confinado, deve

realizar exames médicos específicos conforme a função que irá desempenhar, de

acordo com as NRs 07 e 31, contendo os fatores de riscos psicossociais e emissão

do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO;

• O número de colaboradores designados para atividade em espaço confinado, deve

ser previsto de acordo com a análise de risco;

• É proibida a execução de trabalhos de forma individual e isolada em espaço

confinado.

2.4.4 Medidas de Emergência e Salvamento

O empregador deve elaborar e praticar as medidas técnicas de emergência e

salvamento para espaços confinados, contemplando os seguintes itens (NR-33, BRASIL,

2006):

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- Identificação dos possíveis locais de acidentes, de acordo com a Análise Preliminar

de Risco;

- Constar a descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros, a serem

adotadas em caso de emergência;

- Escolher as técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação, iluminação

de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de vítimas;

- Acionar a equipe encarregada pela aplicação das técnicas de resgate e primeiros

socorros, seja pública ou privada, para cada serviço a ser executado;

- Realizar exercício simulado anual nos possíveis locais em que possa ocorrer

acidentes no ambiente confinado.

- A equipe responsável pela prática das medidas de salvamento, deve ter aptidão

física e mental compatíveis com as atividades desenvolvidas.

- O treinamento da equipe de salvamento deve incluir todos os possíveis cenários de

acidentes, detectados na análise de riscos.

Figura 9 – Equipamento de emergência e salvamento com trava-queda

Fonte: Lima (2016, p. 102)

O equipamento da figura 9 é denominado de trava-queda resgatador, indicado para

trabalho em espaço confinado. Esse equipamento possui uma manivela de resgate, e deve ser

utilizada apenas em caso de emergência, pois o equipamento não foi planejado para transporte

de pessoas e pesos. Em condições normais de trabalho, a manivela fica desativada e o

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aparelho funciona de maneira semelhante ao trava-queda retrátil. Esse equipamento deve ser

projetado conforme a NBR 14628 da ABNT e revisado pelo fabricante a cada 12 meses.

(LIMA, 2016, p. 101)

A figura 10 demonstra uma simulação de salvamento em espaço confinado, a qual, a

NR-33 determina que ocorra anualmente.

Figura 10 – Treinamento de salvamento em espaço confinado

Fonte: Santos (2015, p. 6)

2.5 RESPONSABILIDADES

2.5.1 Responsabilidade do Empregador

Segundo Lima (2016, p. 91) e a NR-33 (BRASIL, 2006) são responsabilidades do

empregador:

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- Designar o responsável técnico pelo cumprimento dessa norma;

- Identificar os espaços confinados presentes no local de trabalho;

- Determinar os riscos específicos presentes em cada espaço confinado;

- Colocar em prática os sistemas de gestão de saúde e segurança em espaços

confinados, através das medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas, pessoais e

de emergência e salvamento, mantendo o ambiente adequado ao trabalho;

- Providenciar capacitação dos trabalhadores sobre os riscos, medidas de controle, de

emergência e salvamento em ambientes confinados;

- Permitir o acesso ao espaço confinado, apenas depois da emissão da Permissão de

Entrada e Trabalho, conforme o anexo II da Norma;

- As empresas contratadas deverão estar cientes dos riscos nos ambientes confinados

onde irão desenvolver seus trabalhos, e seus trabalhadores devem estar devidamente

capacitados;

- Verificar a implementação das medidas de saúde e segurança dos colaboradores das

empresas contratadas fornecendo os meios e condições para que eles atuem de acordo com a

NR-33;

- Em caso de ocorrência de risco grave e iminente, interromper imediatamente os

trabalhos, abandonando o local;

- As informações sobre os riscos e medidas de controle dos espaços confinados,

devem estar atualizadas antes do acesso ao espaço confinado.

2.5.2 Responsabilidades dos Trabalhadores

Conforme Lima (2016, p. 91) e a NR-33 (BRASIL, 2006) as responsabilidades dos

trabalhadores são:

- Cumprir as medidas técnicas de saúde e segurança;

- Utilizar devidamente os equipamentos e meios de proteção;

- Informar o vigia ou supervisor de entrada, sobre possíveis situações de riscos à

segurança e saúde pessoal e de terceiros, que estejam expostos;

- Colaborar no cumprimento das recomendações recebidas durante o treinamento

sobre espaço confinado.

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2.5.3 Responsabilidades do Vigia

A NR-33 (BRASIL, 2006) e Lima (2016, p. 91) trazem como atribuições do vigia:

- Manter constantemente a contagem do número de colaboradores autorizados no

espaço confinado, e garantir que todos saíam após o encerramento dos serviços;

- Manter-se fora do espaço confinado, porém na entrada, ficando em contato direto

com os trabalhadores autorizados;

- Aplicar os procedimentos de emergência, ligando para a equipe de salvamento, seja

pública ou privada, sempre que necessário;

- Atuar com os movimentadores de pessoas;

- Determinar o abandono do ambiente confinado mediante ao sinal de alarme, perigo,

sintoma, queixa, condição proibida, acidente, imprevisto, ou quando não for possível executar

efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia.

• O vigia não pode desempenhar outras tarefas que comprometam a principal, ou

seja, a de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;

• O empregador deve disponibilizar e garantir que todos os trabalhadores, que ao

entrarem no espaço confinado, disponham de todos os equipamentos para controle

dos riscos, conforme a Permissão de Entrada e Trabalho;

• Se for detectado a existência de Atmosfera Perigosa à vida ou à saúde – IPVS, o

trabalhador autorizado, somente poderá entrar no ambiente confinado, utilizando

máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou respirador de linha de ar

comprimido com cilindro auxiliar de escape.

2.5.4 Funções do Supervisor de Entrada

São funções/responsabilidades do supervisor de entrada, conforme descritos pela

NR-33 (BRASIL, 2006) e Lima (2016, p. 92):

- Antes do início dos serviços no ambiente confinado, emitir a Permissão de Entrada

e Trabalho;

- Realizar testes, conferir os equipamentos e as técnicas contidas na Permissão de

Entrada e Trabalho;

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- Deve garantir que os serviços de emergência e salvamento estejam acessíveis, e os

equipamentos para acioná-los estejam operantes;

- Anular os procedimentos da Permissão de Entrada e Trabalho, sempre que

necessário;

• O supervisor de entrada pode executar atividades de vigia.

2.6 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR

A Análise Preliminar de Riscos é uma ferramenta muito utilizada atualmente, é

eficiente na identificação dos possíveis riscos presentes no ambiente de trabalho.

Primeiramente identifica os elementos e fatores ambientais passiveis de perigo elevado,

depois é feita uma verificação de forma detalhada, de cada uma das etapas do processo,

facilitando na escolha de medidas preventivas adequadas contra acidentes. (CHAVES, 2016)

A APR eficaz deve ser elaborada a partir da listagem de todos os riscos presentes no

ambiente, através da análise do PPRA e Ckeck lists aplicados no ambiente de trabalho.

Para Cardoso (2016, p. 29) a APR deve conter basicamente os seguintes campos:

- Nome da empresa;

- Trabalho que será desenvolvido;

- Identificação dos responsáveis pela prática da APR;

- Data da execução da APR;

A APR tem algumas características específicas que a diferenciam da Permissão de

Entrada e Trabalho, conforme citado por Cardoso (2016, p. 29-30):

- Deve constar a descrição dos EPIs obrigatórios durante a realização das atividades;

- Como cada etapa de trabalho tem seu risco específico, esse deve ser previamente

observado e listado em campo específico, juntamente com as medidas preventivas a serem

seguidas;

- Não tem vigência definida, sendo a cargo da empresa determinar o período de

vigência;

- Os integrantes do SESMT são responsáveis pelo gerenciamento da APR

(elaboração e implantação), além da possibilidade de incluir outros funcionários ou chefes de

setores;

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- Qualquer colaborador pode emitir a APR, desde que tenha conhecimento sobre

segurança do trabalho e os riscos presentes no ambiente de trabalho.

2.6.1 Etapas da APR

2.6.1.1 Descrever e caracterizar os riscos

Nessa etapa são verificados e descritos os agentes causadores e seus efeitos, podendo

dessa maneira escolher as medidas preventivas e de correção, que deverão ser adotadas em

seguida. É possível definir os riscos mais graves e de menor grau, para assim indicar a medida

necessária mais urgente. A partir de um estudo técnico inicial, é possível diminuir parte dos

riscos, como por exemplo, os gerados por más condições do local e não utilização de

equipamentos de proteção individual ou de proteção coletiva. (CHAVES, 2016)

2.6.1.2 Definir ações de controle e prevenção

Conforme Chaves (2016) essa etapa é fundamental para poder definir as ações a

serem tomadas em relação a saúde e segurança no trabalho, onde são determinados os

responsáveis pelo controle de riscos. Algumas dessas ações são:

- Identificar a origem dos principais agentes de risco, e os seus riscos associados;

- Buscar o histórico de sistemas parecidos na produção, visando uma melhor

identificação dos riscos na atividade em questão;

- Verificar e revisar o objetivo principal da atividade, relacionados a natureza,

exigência de desempenho e os limites. Avaliar as reais condições de execução das tarefas

inicialmente definidas, visando a segurança no trabalho;

- Os riscos devem ser determinados do mais grave ao menos agressivo;

- Analisar cuidadosamente todas as possíveis maneiras encontradas no controle ou

eliminação dos riscos, buscando encontrar o maior número de soluções;

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- Implementar medidas e ferramentas para diminuir danos, em caso de falha no

controle de riscos, para impedir que o acidente se propague para outros setores do ambiente

de trabalho;

- Cada setor do ambiente de trabalho, deve ter o profissional responsável pelo

cumprimento das medidas preventivas e corretivas, e deve-se indicar as atividades que estarão

sob a responsabilidade desse profissional.

2.6.1.3 Análise das possíveis falhas humanas

Apesar dos diversos meios de produção, a questão humana é essencial e o principal

foco da saúde e segurança do trabalho. Ainda que as estatísticas mostrem que metade dos

acidentes ocorridos são por falha humana, outros fatores contribuem para esses números. Um

dos principais fatores é o dimensionamento do projeto de instalação e organização dos

processos, portanto, é importante a análise da natureza dos equipamentos e dimensionamento

adequado do projeto e instalação. Outros fatores que influenciam são: treinamento,

qualificação e cumprimento das normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho.

(CHAVES, 2016)

2.6.2 Classificação da APR

A análise da APR, compreende algumas classes, conforme citado por Soares (2012,

p. 116):

• Frequência

- Remota: extremamente impossível, não deve acontecer durante a execução dos

trabalhos;

- Improvável: pouco provável que aconteça durante a execução das atividades;

- Provável: previsto que ocorra poucas vezes durante a execução dos trabalhos;

- Frequente: previsto que ocorra várias vezes durante o processo de trabalho.

• Severidade

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- Desprezível: não são capazes de causar lesões no trabalhador e não comprometem

os equipamentos e a propriedade;

- Marginal: ocorrem lesões leves nos colaboradores e acontecem pequenos danos

nos equipamentos e a propriedade;

- Crítica: as lesões são moderadas no trabalhador, e os danos causados aos

equipamentos e a propriedade são severos, causando pausa ordenada dos trabalhos;

- Catastrófico: ocorrem lesões de alta gravidade, permanente ou temporária, parcial

ou total. Os danos causados em equipamentos e na propriedade são irrecuperáveis,

ocasionando intervenção desordenada nas atividades.

A APR deve ser analisada e preenchida conforme legenda da Tabela 7, descrito por

Soares (2012, p. 118)

Tabela 7 – Método de classificação da APR

Classificações Remota Improvável Provável Frequente

CatastróficoModerado

3

Sério

4

Crítico

5

Crítico

5

CríticaMenor

2

Moderado

3

Sério

4

Crítico

5

MarginalDesprezível

1

Menor

2

Moderado

3

Sério

4

DesprezívelDesprezível

1

Desprezível

1

Menor

2

Moderado

3

Sev

erid

ad

e

Frequência

Fonte: Adaptado de Soares (2012, p. 118)

2.7 PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO

A PET é um documento escrito que contém o conjunto de medidas de controle dos

riscos em espaços confinados, de forma a garantir a entrada e execução dos trabalhos de

forma segura. Além das medidas necessárias a serem adotadas em caso emergência e

salvamento. Nesses ambientes, não é permitido o início das atividades sem a emissão da PET,

que contém a data de início e término dos trabalhos. (SANTOS, 2015, p. 4)

Um sistema de gestão da empresa deve prever a elaboração, preenchimento,

organização e arquivamento das PETs, conforme os riscos de cada ambiente confinado e de

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acordo a NR-33. É recomendado que nenhum trabalho se inicie sem a emissão da PET e todos

os trabalhadores devem ter conhecimento, comunicação e autorização para execução de

trabalho. (TURRA, 2013, p. 20)

Conforme Cardoso (2016, p. 24) algumas medidas administrativas devem ser

adotadas em relação a PET, visto que, ela deve ser preenchida, assinada, e datada em três vias,

uma para o arquivo da empresa, uma para o vigia e a outra para um dos trabalhadores

autorizados a fazer o serviço. A PET deve ser concluída ao final dos serviços, ou quando

ocorrer uma interrupção ou pausa nos trabalhos. Deve também ser arquivada por cinco anos e

concedida para conhecimento dos trabalhadores autorizados, representantes e agentes de

fiscalização do trabalho.

Segundo a NBR 14787 (ABNT, 2001) a permissão de entrada que prevê a

conformidade do local e autoriza a entrada em espaço confinado, e deve identificar:

- Espaço confinado que vai ser acessado;

- Objetivo da entrada no ambiente;

- A autorização da permissão de entrada deve ter a data, bem como sua duração;

- Deve constar o nome e a função a ser desempenhada pelos colaboradores

autorizados;

- Assinatura e identificação do responsável que permitiu a entrada;

- Medidas utilizadas para isolar o ambiente confinado, e eliminar ou controlar os

riscos antes da entrada;

- Riscos presentes no espaço confinado a ser acessado.

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3 METODOLOGIA

Esse trabalho é um estudo de caso a respeito de espaço confinado, com objetivo de

analisar a aplicação das normas dentro desses ambientes, além de sugerir melhorias se forem

necessárias.

O referencial teórico aborda sobre a existência de ambientes confinados,

principalmente na indústria, como por exemplo: silos, tanques, caldeiras, galerias.

Nesse contexto, o trabalho foi desenvolvido na empresa ATC, do ramo de

termelétrica, que trabalha com geração de energia elétrica, a qual forneceu os dados coletados

antes da entrada do trabalhador no espaço confinado, os quais estão registrados em PET’s.

Devido as normas de segurança da empresa, não foi possível o acesso pessoalmente aos

espaços confinados. Dessa forma, no dia 06/04/2018 coletou-se os dados através da consulta

as PET’s no local e na sequência foram registrados em planilhas. Os dados contemplam o

monitoramento da atmosfera antes da entrada do trabalhador em 13 espaços confinados,

dependendo do tipo de atividade desenvolvida. Os dados se referem ao período de

setembro/2015 a janeiro/2016. Uma amostra aleatória de dezembro de 2016 foi inserida no

banco de dados.

A empresa possui cerca de 140 espaços confinados, mas não se realizam serviços em

todos esses espaços, logo não são habitualmente frequentados. Para fins desse estudo, os

dados referem-se aos seguintes espaços confinados, com algumas atividades específicas,

conforme descritos na Tabela 8:

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Tabela 8 – Tipos de espaços confinados e atividades desenvolvidas

Espaço

confinado nºTipo Atividades desenvolvidas

1 Tanque de água bruta Inspeção interna

3Torre de resfriamento

célula 01Inspeção área interna

4Torre de resfriamento

célula 02Inspeção área interna

5Torre de resfriamento

célula 03Inspeção área interna

6Torre de resfriamento

célula 04Inspeção área interna

7Torre de resfriamento

célula 05Inspeção área interna

8Torre de resfriamento

célula 06Inspeção área interna

17Poço seco da

instrumentaçãoInstrumentação

42 Espelho Condensador Inspeção

51 Turbina caixa Boroscopia

68 Exaustão caldeira 01 Retirada do direcionador de ar inferior

102 Caldeira

Inspeção - retirada do direcionador

inferior - manutenção - solda-

montagem e desmontagem de andaime

113 IGV2 Limpeza

Fonte: Autora, 2018

Os dados se referem aos níveis de concentração de oxigênio (O2), gás sulfídrico

(H2S) monóxido de carbono (CO), e LIE (Limite Inferior de Explosividade). Esse

monitoramento é feito antes do início das atividades no ambiente confinado, os limites de

entrada devem estar dentro dos limites previstos na NR-15 anexo 11 e NBR 14787/2001.

A empresa utiliza detectores multigás com identificação própria, são das marcas

RAE systems e BW Technologies. As especificações técnicas conforme os fabricantes

constam nas tabelas 9 e 10, respectivamente.

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Tabela 9 – Especificações técnicas detector RAE systems

Tamanho 12,5 x 7,2 x 3,8 cm

Peso 350 g

Sensores

Esferas catalíticas para gases inflamáveis - Oxigênio:

SPE O2 (Tecnologia de Eletrólito de polímero sólido

não consumível)- Tóxico: CO eletroquímico, H2S

Bateria Baterias alcalinas e de íons de lítio substituíveis

Período

Operacional

Difusão: até 14h de operação contínua com bateria de

íons de lítio e até 10 h com bateria alcalina (normal,

sem alarme)

Monitor gráfico4 linhas, com luz posterior automática com LED em

condições de luz tênue ou em condição de alarme

Teclado Operação de duas teclas

Leitura direta

Leitura instantânea em até quatro sensores; oxigênio

como porcentagem por volume; gás inflamável como

porcentagem do limite explosivo inferior (LEL); gases

tóxicos como partes por milhão por volume; valores

altos e baixos para todos os gases; tensão da bateria e

de desligamento; data, hora, tempo corrido,

temperatura.

Alarmes

Campainha de 95 dB (a 30 cm) e LED vermelho

piscando; alto: 3 bipes e piscadas por segundo; STEL

e TWA: 1 bipe, vibração e piscada por segundo;

bloqueio de alarmes com cancelamento manual ou

reajuste automático; alarme de diagnóstico adicional e

mensagem no monitor para bateria fraca.

EMI/RFI Alta resistência a EMI/RFI. Compatível com a diretiva

EMC 89/336/EEC adicional + 60 volts/metro

Classificação IP IP 65

Registros de dados Padrão de 12 dias em intervalos de um minuto

Calibragem Calibragem de dois pontos para zero e span

Bomba de

amostragemBomba manual externa opcional

Área de risco /

Aprovação

Eua e Canadá: C1, D1, Grupos A, B, C, D, T4

Europa: ATEX II 2G EEx ia d IIc T3 e T4; IECEX: Ex ia

d II C T3 e T4 (provisório)

Temperatura

(-) 200c a 50

0c para código de temperatura T4; -20

0c a

550c para código de temperatura T3 (somente ATEX e

IECEx)

Umidade 0% a 95% de umidade relativa (sem condensação).

Anexos Presilha de aço inox

GarantiaGarantia completa de dois anos incluindo todos os

sensores

Fonte: Adaptado de RAE systems, 2017

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A empresa possui para o equipamento um número de identificação do aparelho

denominado PAT, e para o medidor especificado o número são os seguintes: 518642 e

518643; e devem ser registrados na PET específica de trabalho.

Algumas informações complementares em relação ao produto são:

• Monitor devidamente especificado;

• Sensores devidamente especificados;

• Guia de referência rápida;

• Manual do usuário;

• Adaptador alcalino;

• Carregador universal (versão recarregável).

O produto acompanha kit de entrada em espaço confinado (CSK1) e (CSK2) com:

• Caixa de transporte;

• 2 metros de tubo Tygon;

• Kit de ferramentas;

• Sonda de amostra de alumínio rígido de 25 cm.

A figura 11 mostra o modelo do equipamento disponibilizado pela RAE system:

Figura 11 – Modelo de detector de gases RAE systems

Fonte: RAE systems, 2010.

As especificações do modelo Gas Alert Max XT II da marca BW Technologies,

estão descritas na tabela 10:

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Tabela 10 - Especificações técnicas detector Bw Technologies

Tamanho 13,1 x 7,0 x 5,2 cm

Peso 328 g

Temperatura (-) 20 a 50 0 C

Umidade 10 - 100% UR (não condensada)

Alarmes

Alarmes sonoros, visuais e vibratórios (95dB); Alarmes

de nível mínimo, nível máimo, STEL, TWA e OL (Limite

excedido), Bateria fraca, Bomba.

TestesAlarmes sonoros/visuais na ativação, sensores, bateria,

bomba e circuito (contínuo)

Vida útil típica da

bateria13 horas a 0

0C; 8 horas a -20

0C; Recarrega em 6 horas

Sucção da bomba Amostragem de até 23 m/75 pés

Opções do usuário

Bipe de segurança; Trava de segurança (sensor); Alarme

com trava; Modo de display seguro; Trava de

infravermelho de calibração; Seleção de localização;

Forçar teste de bloqueio; Forçar teste geral após

vencimento; Forçar teste de calibração após vencimento;

Configuração de sensor; Identificação do detector;

Alarme de gás de nível mínimo; Opções de idioma (5);

Intervalo de registro de dados.

Proteção de

entrada de

classificação

Interferências eletromagnética/ radiofrequência: Em

conformidade com a Diretiva de Conformidade

Eletromagnética 2004/108/ EC IP66/67

Certificações e

aprovações

Garantia Garantia total de 2 anos, incluindo todos os sensores

Fonte: Adaptado de Bw Tecnhologies, 2017

O catálogo traz também alguns recursos complementares do aparelho:

• Bomba de amostragem integrada com tecnologia de diafragma confiável;

• Melhor detecção de bloqueio disponível através de sensor de pressão

semicondutor;

• Gerenciamento do detector através do Fleet Manager II;

• Possui registro de dados e de eventos próprio.

O aparelho possui identificação própria, sendo seus números da PAT:

- 516693;

- 516694;

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- 516695;

- 516696;

- 519111;

- 519112.

A figura 12 mostra o modelo de medidor de gás fornecido pela BW Technologies.

Figura 12 – Medidor de gases BW Technologies Fonte: BW Technologies, 2010

Um dos espaços confinados encontrados na empresa e que está localizado no centro

da empresa é o espaço confinado nº 1 tanque de água bruta, o qual é utilizado para

abastecimento de água e no qual se realizam inspeções, conforme a figura 13:

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Figura 13 – Tanque de água bruta

Fonte: Autora, 2018.

As torres de resfriamento são utilizadas para remover carga térmica da água do

sistema no processo de resfriamento. Elas são divididas em células, numeradas de 01 a 06.

Nas figuras 14 e 15 é possível ver uma das torres de resfriamento, a qual se realizam serviços

como: inspeções / manutenções.

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51

Figura 14 – Torre de resfriamento área externa

Fonte: Autora, 2018

As inspeções são feitas também durante a manutenção periódica, além do processo

de resfriamento compreender parte do estágio de geração de energia.

Figura 15 – Torre de resfriamento área interna

Fonte: Autora, 2018

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52

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Os dados apresentados na tabela 11 são referentes ao período de setembro de 2015 a

janeiro de 2016, como demonstrado, eles não sofreram alterações significativas no período

considerado. Os valores encontrados para a concentração de ácido sulfídrico e monóxido de

carbono estão dentro do estipulado pelas normas de higiene e segurança do trabalho. Nesse

contexto, o único valor que sofreu alteração foi a concentração de oxigênio em uma amostra,

referente a dezembro de 2016, que consta na tabela 12. A variação foi de 0,82 % comparando

essa amostra com as demais. Mas como o valor de 20,08% é considerado uma leitura

incorreta em relação a explosividade, foi implementado um sistema de ventilação e

isolamento até atingir novamente o valor de 20,9%. Os valores, em geral, encontrados para a

medição de gases mostraram que os ambientes estão adequados para a execução dos serviços

necessários e que a atmosfera desses ambientes não possui contaminantes.

Os dados coletados datam do período em que a empresa se encontrava em

manutenção em grande parte de suas máquinas e equipamentos, conforme os dados da tabela

11, podemos observar que o local mais frequentado no período foi o espaço confinado nº 102

(caldeira 2), a qual foi devidamente inspecionada e peças foram trocadas, pois ela é parte do

processo de funcionamento da empresa para geração de energia.

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53

Tabela 11 – Resumo das medições da atmosfera dos espaços confinados

Nº Espaço

confinadoPET Nº Data Hora Serviço

O2 (%)

(>19,5 %;

< 23%)

LIE (%)

(0%)

H2S (ppm)

(< 8ppm)

CO (ppm)

(< 25ppm)Medidor nº

321 /2015 23/09/2015 10:30h Inspeção interna 20,9 0 0 0 1020516695

326/2015 24/09/2015 08:30 h Inspeção interna 20,9 0 0 0 1020516695

3 466/2015 03/12/2015 12:45 h Inspeção interna 20,9 0 0 0 1020516696

4 468/2015 04/12/2015 09:00 h Inspeção interna 20,9 0 0 0 1020516696

5 469/2015 04/12/2015 10:00 h Inspeção interna 20,9 0 0 0Não

especificado

6 471/2015 04/12/2015 13:00 h Inspeção interna 20,9 0 0 0Não

especificado

7 470/2015 04/12/2015 14:00 h Inspeção interna 20,9 0 0 0Não

especificado

8 472/2015 07/12/2015 09:30 h Inspeção interna 20,9 0 0 0Não

especificado

346/2015 28/09/2015 14:30 hInspeção espelhos

condensadores20,9 0 0 0 516696

379/2015 01/10/2015 08:30 hInspeção espelho

condensador20,9 0 0 0 516694

51 398/2015 03/10/2015 08:30 h Boroscopia 20,9 0 0 0 516696

387/2015 01/10/2015 10:00 h Inspeção 20,9 0 0 0Não

especificado

440/2015 09/10/2015 16:25 h

Retirar direcionador

de ar inferior /

inspeção final da

caldeira

20,9 0 0 0 516695

333/2015 25/09/2015 14:30 hMontagem de

andaime20,9 0 0 0 516694

356/2015 29/09/2015 13:45 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

364/2015 30/09/2015 08:00 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

377/2015 01/10/2015 07:45 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

381/2015 01/10/2015 07:55 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

400/2015 03/10/2015 08:00 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

406/2015 04/10/2015 08:00 h Solda 20,9 0 0 0Não

especificado

412/2015 05/10/2015 12:50 hMontagem de

andaime20,9 0 0 0

516694/51669

5

429/2015 07/10/2015 10:15 hDesmontagem de

andaime20,9 0 0 0

Não

especificado

448/2015 12/10/2015 13:20 h

Retirar direcionador

de ar inferior /

inspeção final da

caldeira; chaminé

20,9 0 0 0 516696

449/2015 12/10/2015 13:30 hDesmontagem de

andaime20,9 0 0 0

Não

especificado

480 16/01/2016 09:40 hInspeção

caldeira/recuperação20,9 0 0 0 516695

113 329/2015 25/09/2015 08:05 h Limpeza IGV2 20,9 0 0 0Não

especificado

1

42

68

102

Fonte: Autora, 2018

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54

A tabela 12 apresenta os valores da amostra do mês de dezembro de 2016, referente

ao ambiente confinado nº 17 (poço seco da instrumentação), o qual foi realizado um teste

inicial da atmosfera, que obteve o valor de oxigênio em 20,08%, em desacordo com os

valores da NR-33 e conforme descrito na literatura, um valor incorreto para medir a

explosividade de um ambiente confinado. Logo após essa etapa, foi executado teste de

ventilação e isolamento e o valor foi alterado para 20,9%. A tabela de ventilação e isolamento

só deve ser preenchida caso o valor inicial encontrado esteja fora dos limites permitidos, ou

quando forem executados testes de controle da atmosfera. A alteração de valores de 20,9 %

para 20,08% pode ser ocasionada por fatores externos como: calor, temperatura, condições

ambientais no dia e presença ou ausência de contaminantes. Em qualquer alteração nesse

valor permissível para entrada, é necessário adotar medidas de segurança como: ventilação e

isolamento do local, até o ambiente estar em condições seguras para o desenvolvimento dos

trabalhos.

Tabela 12 – Medição atmosfera espaço confinado nº 17

Espaço Confinado: 17 - Poço seco de instrumentação - Cler Well

Hora: 09:32h

Teste de: Valor Hora

% O2 20,08 10:27

LEL % 0 10:27

H2S 0 10:27

CO 0 10:27

Teste de: Valor Hora

% O2 20,9 10:27

LEL % 0 10:27

H2S 0 10:27

CO 0 10:27

< 8 ppm

< 25 ppm

(*) Obs: A tabela acima só deve ser preenchida quando encontrado

valores fora dos limites permitidos no teste inicial e/ou executado o

controle da atmosfera.

< 8 ppm

< 25 ppm

(*) Teste após ventilação e isolamento

Limite de entrada

> 19,5% , < 23%

0

0

Nº da PET: 623/2016 Data: 09/12/2016

Trabalho: 282352 - Instrumento 9XWLT00001

Tipo: Poço seco da instrumentação

Nº do espaço confinado: 17

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516693

Teste inicial da atmosfera

Limite de entrada

> 19,5% , < 23%

Fonte: Autora, 2018

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55

5 CONCLUSÃO

A avaliação dos dados fornecidos pela empresa, possibilitou a verificação do

atendimento a NR-15 anexo 11 e NBR 14787/2001, conforme constam na análise dos

resultados desse trabalho. Considerando que apenas uma amostra sofreu alteração na

concentração de oxigênio e visto que a empresa adotou as medidas necessárias de isolamento

e ventilação, essa atende aos requisitos das normas de higiene e segurança do trabalho.

Verificou-se a importância da realização das medições antes da entrada em qualquer

ambiente confinado. De acordo com a análise dos dados, a atmosfera desses ambientes

encontra-se livre da presença de contaminantes, o que possibilitou o desenvolvimento de

atividades como: manutenção, soldagem, inspeção, montagem e desmontagem de andaime

com segurança ao colaborador.

Para a realização de qualquer atividade em espaço confinado é necessário

conhecimento, capacitação, treinamento, conhecimento das medidas administrativas, pessoais

e técnicas e fiscalização, pois, esse conjunto de medidas possibilita diminuir o número de

riscos e possíveis acidentes que possam ocorrer. Nesse contexto a segurança do trabalho

possibilita o conhecimento as pessoas de todos esses requisitos.

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56

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ANEXO I – MEDIÇÕES PET REALIZADAS EM CAMPO

Nº da PET: 321/2015 Data: 23/09/2015 Hora: 10:30h

Tipo: Tanque de água bruta

Serviço: Inspeção interna tanque de água bruta

Nº Espaço Confinado: 001

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516695

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 10:50

LEL % 0 0 10:50

H2S < 8 ppm 0 10:50

CO < 25 ppm 0 10:50

Nº da PET: 326/2015 Data: 24/09/2015 Hora: 08:30h

Tipo: Tanque de água bruta

Serviço: Inspeção interna tanque de água bruta

Nº Espaço Confinado: 001

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516695

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:30

LEL % 0 0 08:30

H2S < 8 ppm 0 08:30

CO < 25 ppm 0 08:30

Nº da PET: 466/2015 Data: 03/12/2015 Hora: 12:45 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 003 - Torre de resfriamento célula 01

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516696

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:00

LEL % 0 0 13:00

H2S < 8 ppm 0 13:00

CO < 25 ppm 0 13:00

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Nº da PET: 468/2015 Data: 04/12/2015 Hora: 09:00 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 004 - Torre de resfriamento célula 02

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516696

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:30

LEL % 0 0 09:30

H2S < 8 ppm 0 09:30

CO < 25 ppm 0 09:30

Nº da PET: 469/2015 Data: 04/12/2015 Hora: 10:00 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 005 - Torre de resfriamento célula 03

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 10:20

LEL % 0 0 10:20

H2S < 8 ppm 0 10:20

CO < 25 ppm 0 10:20

Nº da PET: 471/2015 Data: 04/12/2015 Hora: 13:00 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 006 - Torre de resfriamento célula 04

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:20

LEL % 0 0 13:20

H2S < 8 ppm 0 13:20

CO < 25 ppm 0 13:20

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Nº da PET: 470/2015 Data: 04/12/2015 Hora: 14:00 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 007 - Torre de resfriamento célula 05

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 14:15

LEL % 0 0 14:15

H2S < 8 ppm 0 14:15

CO < 25 ppm 0 14:15

Nº da PET: 472/2015 Data: 07/12/2015 Hora: 09:30 h

Trabalho: 256825

Tipo: Torre de resfriamento

Serviço: Inspeção torre de resfriamento área interna

Nº Espaço Confinado: 008 - Torre de resfriamento célula 06

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:40

LEL % 0 0 09:40

H2S < 8 ppm 0 09:40

CO < 25 ppm 0 09:40

Nº da PET: 346/2015 Data: 28/09/2015 Hora: 14:30h

Tipo: Espelho Condensador

Serviço: Inspeção espelho condensador

Nº Espaço Confinado: 42

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516696

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 14:30

LEL % 0 0 14:30

H2S < 8 ppm 0 14:30

CO < 25 ppm 0 14:30

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Nº da PET: 379/2015 Data: 01/10/2015 Hora: 08:30h

Tipo: Espelho Condensador

Serviço: Inspeção espelho condensador

Nº Espaço Confinado: 42

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516694

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:50

LEL % 0 0 09:50

H2S < 8 ppm 0 09:50

CO < 25 ppm 0 09:50

Nº da PET: 353/2015 Data: 29/10/2015 Hora: 07:30 h

Tipo: Turbina Caixa

Serviço: Solda exaustão CT1

Nº Espaço Confinado: 51

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:50

LEL % 0 0 08:50

H2S < 8 ppm 0 08:51

CO < 25 ppm 0 08:51

Nº da PET: 398/2015 Data: 03/10/2015 Hora: 08:30h

Tipo: Turbina caixa

Serviço: Boroscopia

Nº Espaço Confinado: 51

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 1020516696

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:30

LEL % 0 0 08:30

H2S < 8 ppm 0 08:30

CO < 25 ppm 0 08:30

Page 65: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 387/2015 Data: 01/10/2015 Hora: 10:00h

Trabalho: 262798

Tipo: Caldeira 01

Serviço: Inspeção HRSG1

Nº Espaço Confinado: 068

Equipamento utilizado: Não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:10

LEL % 0 0 13:10

H2S < 8 ppm 0 13:10

CO < 25 ppm 0 13:10

Nº da PET: 440/2015 Data: 09/10/2015 Hora: 16:25 h

Trabalho: 262781

Tipo: Caldeira de recuperação 01/caldeira

Serviço: Abrir portas da caldeira, balão, retirar direcionador de ar inferior

HPSH SEC HRSG1, inspeção final da caldeira

Nº Espaço Confinado: 068 - Caldeira

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516695

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 16:35

LEL % 0 0 16:35

H2S < 8 ppm 0 16:35

CO < 25 ppm 0 16:35

Nº da PET: 463/2015 Data: 18/10/2015 Hora: 08:20h

Trabalho: 262797

Tipo: Caldeira 1

Serviço: Inspeção HRSG1

Nº Espaço Confinado: 68

Equipamento utilizado: Não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:30

LEL % 0 0 09:30

H2S < 8 ppm 0 09:30

CO < 25 ppm 0 09:30

Page 66: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 333/2015 Data: 25/09/2015 Hora: 14:30 h

Tipo: Caldeira 2

Serviço: Montagem de andaime

Nº Espaço Confinado: 102 (HRSG2)

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516694

(*) Teste após ventilação e isolamento

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2

> 19,5% , <

23% 20,9 14:20

LEL % 0 0 14:20

H2S < 8 ppm 0 14:20

CO < 25 ppm 0 14:20

(*) Obs: A tabela acima só deve ser preenchida quando encontrado valores

fora dos limites permitidos no teste inicial e/ou executado o controle da

atmosfera.

Nº da PET: 356/2015 Data: 29/09/2015 Hora: 13:45 h

Tipo: Caldeira 2

Serviço: Solda / exaustão caldeira 2

Nº Espaço Confinado: HRSG2 (102)

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:45

LEL % 0 0 13:45

H2S < 8 ppm 0 13:45

CO < 25 ppm 0 13:45

Nº da PET: 364/2015 Data: 30/09/2015 Hora: 08:00 h

Tipo: Caldeira 2

Serviço: Solda / exaustão caldeira 2

Nº Espaço Confinado: HRSG2 (102)

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:00

LEL % 0 0 13:00

H2S < 8 ppm 0 13:00

CO < 25 ppm 0 13:00

Page 67: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 377/2015 Data: 01/10/2015 Hora: 07:45 h

Trabalho: 252490

Tipo: Caldeira

Serviço: Solda exaustão

Nº Espaço Confinado: 102

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:20

LEL % 0 0 08:20

H2S < 8 ppm 0 08:21

CO < 25 ppm 0 08:21

Nº da PET: 381/2015 Data: 01/10/2015 Hora: 07:55 h

Trabalho: 262798

Tipo: Caldeira 2

Serviço: Solda exaustão caldeira 2

Nº Espaço Confinado: 102

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:45

LEL % 0 0 09:45

H2S < 8 ppm 0 09:45

CO < 25 ppm 0 09:45

Nº da PET: 400/2015 Data: 03/10/2015 Hora: 08:00 h

Tipo: Caldeira

Serviço: Solda exaustão

Nº Espaço Confinado: 102

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:00

LEL % 0 0 08:00

H2S < 8 ppm 0 08:00

CO < 25 ppm 0 08:00

Page 68: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 406/2015 Data: 04/10/2015 Hora: 08:00 h

Tipo: Caldeira

Serviço: Solda exaustão

Nº Espaço Confinado: 102

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:30

LEL % 0 0 08:30

H2S < 8 ppm 0 08:30

CO < 25 ppm 0 08:30

Nº da PET: 412/2015 Data: 05/10/2015 Hora: 12:50 h

Trabalho: 262332

Tipo: Caldeira 2

Serviço: Montagem de andaime

Nº Espaço Confinado: HRSG2 (102)

Equipamento utilizado: Detectores multigás 516694 / 516695

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:00

LEL % 0 0 13:00

H2S < 8 ppm 0 13:00

CO < 25 ppm 0 13:00

Nº da PET: 429/2015 Data: 07/10/2015 Hora: 10:15 h

Trabalho: 262332

Tipo: Caldeira 2

Serviço: desmontagem de andaime

Nº Espaço Confinado: HRSG2 (102)

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 10:25

LEL % 0 0 10:25

H2S < 8 ppm 0 10:25

CO < 25 ppm 0 10:25

Page 69: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 448/2015 Data: 12/10/2015 Hora: 13:20 h

Trabalho: 262782

Tipo: Caldeira de recuperação 01/caldeira

Serviço: Abrir portas da caldeira, balão, retirar direcionador de ar inferior

HPSH SEC HRSG2, inspeção final da caldeira/chaminé

Nº Espaço Confinado: 102 - exautsão CTG2

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516696

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:40

LEL % 0 0 13:40

H2S < 8 ppm 0 13:40

CO < 25 ppm 0 13:40

Nº da PET: 449/2015 Data: 12/10/2015 Hora: 13:30 h

Trabalho: 262332

Tipo: Caldeira 2

Serviço: desmontagem de andaime

Nº Espaço Confinado: HRSG2 (102)

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 13:35

LEL % 0 0 13:35

H2S < 8 ppm 0 13:35

CO < 25 ppm 0 13:35

Nº da PET: 480 Data: 16/01/2016 Hora: 09:40 h

Trabalho: 268753

Tipo: Caldeira de recuperação 02/caldeira

Serviço: Inspeção caldeira/recuperação

Nº Espaço Confinado: 102 - exaustão CTG2

Equipamento utilizado: Detector multigás nº 516695

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 09:50

LEL % 0 0 09:50

H2S < 8 ppm 0 09:50

CO < 25 ppm 0 09:50

Page 70: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS ESPAÇOS …repositorio.roca.utfpr.edu.br/.../15219/...2018_14.pdf · ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APR Análise Preliminar

Nº da PET: 329/2015 Data: 25/09/2015 Hora: 08:05 h

Tipo: IGV2

Serviço: Limpeza IGV2

Nº Espaço Confinado: 113

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:30

LEL % 0 0 08:30

H2S < 8 ppm 0 08:30

CO < 25 ppm 0 08:30

Nº da PET: 260436/2015 Data: 26/09/2015 Hora: 07:45 h

Tipo: IGV 2

Serviço: Limpeza IGV2

Nº Espaço Confinado: 113

Equipamento utilizado: não especificado

Teste inicial da atmosfera

Teste de: Limite de

entrada Valor Hora

% O2 > 19,5% , <

23%

20,9 08:15

LEL % 0 0 08:15

H2S < 8 ppm 0 08:15

CO < 25 ppm 0 08:15