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Ajuste fiscal, menos burocracia e novo Pacto Federativo foram algumas das bandeiras levantadas por George Pinheiro, presidente da entidade, em cerimônia de posse AFIF DOMINGOS DIZ QUE CRESCER SEM MEDO DEMOCRATIZA ACESSO AO CRÉDITO CACB propõe pacto para vencer a crise Empresa Brasil Ano 13 l Número 128 l Março de 2016

Ano 13 l Número 128 l Março de 2016 Brasil...Março de 2016 3F oi com grande emoção que, no dia 24 de fevereiro, assumi ofi cialmente a presidência da Confederação das Associações

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Ajuste fi scal, menos burocracia e novo Pacto

Federativo foram algumas das bandeiras levantadas

por George Pinheiro, presidente da entidade,em cerimônia de posse

AFIF DOMINGOS DIZ QUE CRESCER SEM MEDO DEMOCRATIZA ACESSO AO CRÉDITO

CACB propõe pacto para vencer a crise

Empresa Bras

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Ano 13 l Número 128 l Março de 2016

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Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: Adem Araújo da SilvaAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: Kennedy Davidson Pinaud CalheirosRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Nonato Altair Marques PereiraRua Eliéser Levy, 1122 Bairro CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-083

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroAv. Senador Álvaro Maia, 2166 Sala 01 – Praça 14 de JaneiroBairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.020-210

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: Francisco de Assis SilvaQuadra 01, Área Especial 03, Lote 01 – Setor Industrial Bernardo SayãoCidade: Núcleo Bandeirante/DF CEP: 71735-167

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Amarildo Selva LovatoAv. Nossa Senhora dos Navegantes, 955. Ed. Global Tower, sala 713, 7° andar - Bairro: Enseada do Suá - Cidade: Vitória - CEP: 29.050-335

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Domingos Sousa Silva JúniorRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco - São LuísCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Alfredo Zamlutti JúniorRua Piratininga, 399 – Jardim dos EstadosCidade: Campo Grande CEP: 79021-210

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Emílio César Ribeiro ParoliniAv. Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-003

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Fábio Lúcio de Souza CostaAvenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Guido BresolinRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Jussara Pereira BarbosaRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua Visconde de Inhauma, 143, 5º andar Sala 505/12 - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.091-901

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Itamar Manso Maciel JúniorAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Ricardo RussowskyRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Cícero Alves de Noronha FilhoRua Pio XII, 1061, Pedrinhas, 1º andar, Sl 01 Cidade: Porto Velho CEP: 76801-498

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Joaquim Gonçalves Santiago FilhoAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Ernesto João ReckRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Wladimir Alves TorresRua José do Prado Franco, 557 - Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às in-formações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBTRIÊNIO 2016/2018

PRESIDENTEGeorge Teixeira Pinheiro (AC)

1º VICE-PRESIDENTEJésus Mendes Costa (RJ)

VICE-PRESIDENTESAlencar Burti (SP)Emílio César Ribeiro Parolini (MG)Ernesto João Reck (SC)Francisco de Assis Silva (DF)Guido Bresolin (PR)Itamar Manso Maciel Júnior (RN)Jussara Pereira Barbosa (PE)Kennedy Davidson Pinaud Calheiros (AL)Olavo Rogério Bastos das Neves (PA)

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL)

VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESALuiz Carlos Furtado Neves (SC)

VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOSRainer Zielasko (PR)

DIRETOR–SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer (TO)

DIRETOR FINANCEIROJonas Alves de Souza (MT)

CONSELHO FISCAL TITULARAmarildo Selva Lovato (ES)Valdemar Pinheiro (AM)Wladimir Alves Torres (SE)

CONSELHO FISCAL SUPLENTEDomingos Sousa Silva Júnior (MA)Ubiratan Silva Lopes (GO)Pedro José (TO)

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIANeiva Suzete Dreger Kieling (SC)

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOFernando Fagundes Milagre

SUPERINTENDENTE DA CACB Juliana Kämpf

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIROCésar Augusto Silva

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR DA CBMAEEduardo Vieira

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antônio Bortolin

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli FróesCyntia MenezesErick Arruda

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Março de 2016 3

Foi com grande emoção que, no dia 24 de fevereiro, assumi ofi cialmente a presidência da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Além de compartilhar com os meus colegas de diretoria e com nossos convidados os grandes momentos daquela festiva solenida-

de, pude perceber a importância de entidades como a nossa, como incentivadoras do associativismo que, sem qualquer dúvida, representa o nosso maior trunfo.

A integração das ações da CACB com as federações estaduais e suas res-pectivas associações comerciais é, cada vez mais, o caminho para a indução da prosperidade. O associativismo empresarial se constitui em poderoso instrumen-to de estímulo e apoio ao desenvolvimento da economia, na exata medida em que mobiliza e une as empresas, suas associações e as federações presentes em todos os estados do país, integrados sob a liderança da CACB.

Foi com base na percepção sobre nossos desafi os que, em nossa primeira reunião de diretoria, elaborei os seis eixos orientadores da CACB para os pró-ximos anos, a saber: relacionamento institucional e legislativo; negócios inter-nacionais; novos projetos; inovação e sustentabilidade, educação executiva e comunicação e acesso a mercados.

Inspirado nos líderes que me antecederam na presidência da CACB, refl eti sobre as grandes questões estratégicas e essenciais para a defi nição do nosso futuro: onde queremos chegar? Qual é o melhor caminho?

As respostas para essas indagações, entretanto, somente poderão tornar-se mais claras quando as nuvens negras da recessão e da crise política se dissolve-rem. Nessa linha, estamos propondo um Pacto de Sintonia com o Crescimento, reunindo todas as forças vivas do país – os principais responsáveis pelo nosso processo de desenvolvimento – para ajudar o Brasil a sair da crise. O Executivo federal não aguenta mais alimentar os privilégios da burocracia estatal e neces-sita, com urgência, do ajuste fi scal.

A entidade está pronta para promover a mobilização nacional, aproveitando sua capilaridade nos 27 estados do país, nas 2.300 associações empresariais, nos municípios e com seus mais de 2 milhões de fi liados.

Sem uma solução para o impasse político, a economia ainda vai sangrar. E não são apenas os brasileiros que pensam assim. O próprio Fundo Monetário In-ternacional (FMI), usualmente otimista, projeta que a recessão de 2016 não será diferente da de 2015. No entanto, o que chama a atenção é o dado novo e pre-ocupante adotado pelo FMI quando faz alusão à estagnação em 2017, ano em que muita gente esperava que houvesse recuperação da atividade econômica.

É por esta razão que a solução para o impasse político não poderá passar deste ano. Sendo assim, é preciso confi ar na união de todas as instituições civis e públi-cas, a fi m de devolver o Brasil ao seu verdadeiro lugar entre as grandes nações.

Um pacto para superar a crise

PALAVRA DO PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro

George Teixeira Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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4 Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTEFoi com grande emoção que, no dia 24 de fevereiro, assumi ofi cialmente a presidência da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

5 PELO BRASILFrente Parlamentar discute crise e taxas tributárias.

8 CAPAAjuste fi scal, menos burocracia e novo Pacto Federativo foram algumas das bandeiras levantadas por George Pinheiro, presidente da entidade, em cerimônia de posse.

12 PROGERECSCertifi cação digital é obrigatória para empresas optantes do Simples.

14 PAÍSTransações do e-commerce são as mais afetadas pela nova regra de ICMS.

17 RELAÇÕES EXTERIORESPresidente George Teixeira marca presença na primeira reunião de 2016, do WCF General Council, em Mumbai, Índia.

18 DESTAQUE FEDERAÇÕES2º Fórum Anual do DEL (Programa de Desenvolvimento Local) destaca conquistas.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Mariana Costa/DivulgaçãoRevisão: Press RevisãoColaboradores: Cyntia Menezes, Rosângela Garcia, Tagli Padilha e Erick Arruda.Execução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Orby Gráfi ca Editora Com. Dist. Ltda.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Taxa de empreendedorismocresce no Brasil

14 PAÍS

24 TRIBUTOS

28 ECONOMIA

20 TRABALHOSenado tranca projeto que regulariza terceirização.

22 LEGISLAÇÃONovo Código de Processo Civil tornará justiça mais ágil e efi caz.

24 TRIBUTOS Afi f diz que Crescer sem Medo democratiza acesso ao crédito.

26 NEGÓCIOS CACB recebe delegação búlgara interessada em realizar negócios com o Brasil.

28 ECONOMIABanco Central deixa por conta da recessão o ajuste de preços e mantém taxa Selic.

30 LIVROSCom base em documentos recentemente classifi cados e entrevistas originais com participantes-chave, o historiador ucraniano Serhi Plokhy apresenta uma nova interpretação ousada dos meses fi nais da União Soviética.

31 ARTIGOO consultor Rodolfo San Jorge escreve sobre a empregabilidade.

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Março de 2016 5

PELO BRASIL

A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Em-preendedorismo (CSE) reuniu-se para debater questões como a crise en-frentada pelo comércio e as altas nas taxas tributárias que os brasileiros vêm sofrendo. O encontro ocorreu em 24 de fevereiro, em Brasília.

O vice-presidente da Frente Parlamentar CSE, Rogério Marinho (PSDB-RN), destacou a redução de consumo registrada no comércio nos últimos meses. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), segundo Marinho, tem se mostrado preocupada com a queda nas vendas do setor. “É preciso estudar meios de fazer com que o consumidor volte a consumir”, disse o vice-presidente.

Carlos Rezende, representante da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

(CACB), informou que a União Na-cional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) pretende apresentar proposta de simplifi cação tributária.

Frente Parlamentar discutecrise e taxas tributárias

Alshop promove simpósio sobre varejo e shoppingsA fi m de debater abertamente

as adversidades que permeiam o varejo em shopping, a Associação Brasileira de Logistas de Shopping (Alshop) promove o 1º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping. Conforme o presidente da entidade, Nabil Sahyoun, a ideia é “aproveitar o momento de retração econômica para debater temas do varejo, possi-bilitar novos horizontes e criar novo ânimo aos empresários para iniciar

um ciclo de desenvolvimento”. O encontro reunirá presidentes e

diretores de redes de varejo, empre-endedores e diretores de shoppings e autoridades públicas envolvidas com o setor varejista. “Por meio de exposições e debates entre em-presários de lojas e de shoppings e autoridades do setor público, mos-trando difi culdades e entraves que atrasam o crescimento, poderemos defi nir novos rumos em conjunto.

Nossa intenção é criar um plano de ação para os próximos 10 anos, de forma a profi ssionalizar, desburocra-tizar e fortalecer, ainda mais, o va-rejo de shopping. Em resumo, esse é um projeto de interesse comum”, esclarece Nabil.

O presidente da CACB, George Pinheiro, comparecerá ao simpósio, que ocorre de 31 de março a 3 de abril, no Conrad Punta Del Este Resort & Casino, no Uruguai.

Vice-presidente da Frente Parlamentar, Rogério Marinho (PSDB-RN)

Federasul, CDL-Poa e AGV lançam campanha contra CPMF

“Diga não à CPMF” é o slo-gan da campanha lançada em fe-vereiro pela Federasul, Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL – Poa) e Associação Gaúcha para Desen-volvimento do Varejo (AGV). Entre as primeiras ações previstas, estão o envio de questionamentos a deputados e senadores sobre a recriação do imposto, além de co-locação de outdoors e distribuição de cartazes e adesivos aos lojistas. A percepção das entidades é a de que a população não está dispos-ta a pagar mais impostos, e recriar a CPMF afetará diretamente a todos que, por esta razão, devem estar engajados para que esse imposto não seja aprovado.

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6 Empresa Brasil

A Rede CACB/Certisign fechou o ano de 2015 com um resultado positivo: mais de 167.068 certifi -cados digitais foram emitidos em todo o Brasil. Esse número repre-senta um crescimento de 20%, em relação ao mesmo período de 2014, quando foram emitidos 139.471 certifi cados.

De acordo com Luiz Antônio Bortolin, gestor da AC CACB, o excelente resultado se deve ao momento do país. “A certifi cação digital já se provou uma tecnologia capaz de reduzir custos, melhorar a efi ciência operacional das empresas e ainda promover sustentabilida-de. Benefícios essenciais para o enfrentamento da crise em diversos setores. Sem contar que o certifi ca-do digital ainda garante a autentici-dade e integridade das informações dos documentos eletrônicos.”

Expectativas para 2016A expectativa da Rede CACB/

Certisign de Certifi cação Digital para o ano de 2016 é continuar crescendo. “Queremos repetir o bom resultado, e, para isso, daremos continuidade ao plano de expansão das nossas Autori-dades de Registros e Pontos de Atendimentos.”

PELO BRASIL

Acita e Federaminas entregam prêmios da Campanha de Natal

No dia 22 de fevereiro, uma carre-ata, que partiu da Associação Comer-cial, Industrial, de Serviços e Agrope-cuária de Itabira-MG (Acita), marcou a entrega dos prêmios da Campanha Um Sonho de Natal, realizada pela Federaminas e associações afi liadas.

Emilio Parolini, presidente da Federaminas, parabenizou a cidade e a equipe da Acita pela organização do evento e afi rmou que o fato de Itabira ter fi cado com 50% dos prê-mios da Campanha foi um resultado merecido. “Demonstra o trabalho

conjunto realizado pela equipe da Associação”, disse. A campanha sor-teou cerca de R$ 600 mil em prêmios, entre eles três camionetes Amarok e uma casa no valor de R$ 250 mil.

O prêmio principal fi cou com Hosa-na de Andrade. A agente penitenciária se emocionou muito e afi rmou que o prêmio vai mudar a vida de toda a família. Hosana recebeu uma casa simbólica das mãos dos presidentes da Federaminas e da Acita, além da em-presária da Dismacon, Cláudia Procó-pio, onde Hosana ganhou a seladinha.

Rede CACB/Certisign de Certifi cação Digital cresceu 20% em 2015

Presidentes da Unecsdiscutem pautas legislativaspara comércio e serviços

Representantes das entidades integrantes da União das Entidades de Comércio e Serviços (Unecs)reuniram-se, em Brasília, para discu-tir pautas legislativas e políticas de interesse do empresariado.

Compareceram os presidentes da Associação Brasileira de Super-mercados (Abras), Fernando Teruo Yamada; da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) José do Egito Frota; da Confedera-

ção Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Francisco Honório Pinheiro Alves; da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, e da Confederação das As-sociações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), George Pinheiro. Também participou Geraldo Cordei-ro de Jesus, presidente do Conselho Superior da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Cons-trução (Anamaco).

Dirigentes debateram meios de pagamento

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Março de 2016 7

Cumprindo seu papel de órgão téc-nico e consultivo do Governo Federal, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) realiza, no primeiro semestre deste ano, um seminário para discutir a atual estrutura política e econômica do país e propor soluções para a retomada do crescimento. A decisão de organizar o evento foi tomada em fevereiro, du-rante reunião entre os presidentes dos Conselhos Empresariais da Casa.

Na ocasião, o 1º vice-presidente e presidente em exercício da instituição, Ronaldo Chaer, destacou que é preci-so reacender os ideais da “Ação Em-presarial”, movimento liderado pela

ACRio que, em 1988, na discussão da Constituinte, conseguiu com que os políticos do Congresso Nacional absorvessem alguns temas importan-tes, como a queda do monopólio do petróleo e das telecomunicações.

ACRio organiza seminário para debater conjuntura econômica

Baviera realiza seminário sobre energias renováveis e efi ciência energética

O 5º Seminário Técnico sobre Energias Renováveis e Efi ciência Energética, promovido pelo estado da Baviera, na Alemanha, será realizado entre os dias 9 e 16 de julho de 2016. O encontro é voltado para empresários, execu-tivos e gestores do setor público e privado relacionados ao abaste-cimento de energia e a empresas de uso intensivo de energia.

O objetivo do seminário é estimular o intercâmbio de conhecimentos sobre as pos-sibilidades tecnológicas para a geração de energia a partir de

fontes renováveis, além do for-necimento de informações sobre as condições gerais econômicas e políticas necessárias, com base no exemplo da Baviera.

Os interessados em participar do encontro devem preencher a fi cha de inscrição e encaminhá-la, por e-mail, à Representação do Estado da Baviera no Brasil, até o dia 10 de maio. Para mais informações sobre o encontro, os interessados podem procurar a Representação do Estado da Baviera no Brasil, através do site http://www.bayern.com.br/.

CACB convocaassociados parao combate aoAedes Aegypti

A CACB convoca Federações, Associações Comerciais e parceiros a aderir à mobilização nacional de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor de zika, dengue e chi-kungunya. Segundo George Pinheiro, presidente da entidade, a articulação dos diversos setores da sociedade, em especial do empresariado, é funda-mental para o sucesso das ações.

Devido ao aumento de casos de microcefalia associados à contami-nação pelo vírus zika, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública. Para a entidade, a situação é preocupante em função da possibilida-de de disseminação global da doença.

Presidentes dos Conselhos Empresariais

da entidade propõem ações para retomada

do crescimento

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8 Empresa Brasil

Para superar o marasmo econômico atual, o pre-sidente da Confederação das Associações Comer-

ciais e Empresariais do Brasil (CACB), George Pinheiro, propôs o Pacto de Sintonia com o Crescimento, que reunirá todas as forças para ajudar o Brasil a sair da crise. Segundo Pinhei-ro, o país precisa de estabilidade polí-tica e um novo Pacto Federativo para garantir melhor divisão no bolo dos tributos a estados e municípios. “É inevitável acabar com esta concen-tração de recursos e com a nefasta guerra fi scal.” A declaração foi feita em cerimônia de posse da nova di-retoria da CACB, em 24 de fevereiro, no Hotel Royal Tulip, em Brasília.

Em defesa da redução da burocra-cia e das demais bandeiras do empresa-riado brasileiro, o presidente da CACB garantiu que a entidade está pronta para promover a mobilização nacional, aproveitando sua capilaridade nos 27 estados do país, nas 2.300 Associações Empresariais, nos municípios e com seus mais de 2 milhões de fi liados.

“Fechamos 2015 com um saldo negativo em todas as contas sociais e de investimentos. Dados do IBGE mostram que, na iniciativa privada, quase dois milhões de empresas en-cerraram suas atividades nos mais diversos setores, e nosso desempe-nho foi assustadoramente fraco. Es-tamos, no vermelho, como dizem os contadores”, alertou.

Em cerimônia realizada no centro de eventos do Hotel Royal Tulip, em Brasília, o empresário George Teixeira tomou posse no dia 24 de fevereiro como presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Em seu discurso, o dirigente sugeriu a reunião de forças para ajudar o país a sair da crise

CACB propõe pactopara vencer a crise

CAPA

Presidente George Teixeira alertou que a solução da crise não pode passar deste ano, sob pena de

agravar-se a situação econômica do paísFoto

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Março de 2016 9

Diante disso, Pinheiro defendeu que o empresariado não pode mais alimentar os privilégios da burocracia estatal. Os serviços públicos devem ser efi cientes. “Temos bons exemplos de como é possível alcançar esta efi -ciência. Basta observar o Sebrae, nos-so maior parceiro, com a tradição de oferecer todo tipo de serviço e suprir as necessidades das micro e peque-nas empresas com competência.”

José Paulo Dornelles Cairoli, ex-pre-sidente da CACB, afi rmou que, apesar do cenário econômico apático, o cami-nho para a crise é pelo empreendedo-rismo. “Basta ver o explosivo aumento nos registros de novos Microempre-endedores Individuais (MEI) nas Juntas Comerciais brasileiras. Os desemprega-dos estão buscando alternativas de so-brevivência abrindo seu próprio negó-cio. Das 1,5 milhão de novas empresas registradas, 80% são MEI. Nosso país é pródigo na esperança”, declarou.

Representando a presidente Dil-ma Rousseff, compareceu o ministro

das Cidades, Gilberto Kassab, que fa-lou também sobre a importância do empreendedorismo jovem. “Identifi -co nas associações comerciais e em-presariais pontos fundamentais para o desenvolvimento do país e para a justiça social. Vejo nessas entidades o grande baluarte do Brasil.”

O ministro observou que Pinheiro assume a presidência da CACB em um dos momentos mais difíceis da história do país, por se tratar de uma crise agu-da e intensa no campo político, econô-mico, moral, ético e social. “Entidades desprendidas como as associações co-merciais, lideradas pela Confederação, passam a ser fundamentais para que se possa construir um eixo e encontrar a saída de parte desses problemas que estamos enfrentando.”

O termo de posse foi lido pela pre-sidente da Câmara Legislativa do Dis-trito Federal, Celina Leão. A cerimônia contou com a presença de mais de 400 convidados no centro de eventos do Hotel Royal Tulip.

Ajuste fi scal, menos burocracia e novo Pacto Federativo foram algumas das propostas defendidas pelonovo presidente da Confederação

Foto: Mariana Costa

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10 Empresa Brasil

CAPA

Ex-presidentes recebem homenagemDurante a cerimônia de posse, a

CACB homenageou os ex-presidentes José Paulo Dornelles Cairoli (2009-2015), Alencar Burti (2005-2009), Joaquim Quintiliano da Fonseca Jr (1997-2001) e Guilherme Afi f Domin-gos (1993-1997) com a Comenda VIII – Conde dos Arcos. A condecoração é dada àqueles que tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvi-mento socioeconômico do país e do empresariado nacional.

Atual presidente do Sebrae Nacio-nal, Afi f Domingos falou sobre a im-portância do empreendedorismo e da parceria do Sebrae com a CACB em diversos projetos. “Essa homenagem é uma iniciativa para que a gente con-tinue lutando pelos nossos ideais. To-

dos nós somos missionários. As micro e pequenas empresas são a força mo-tora da geração de emprego e renda.

As nossas ações são força de trabalho e determinação. Podem contar com o Sebrae, pois somos aliados da MPE.”

Afi f: “Somos todos missionários do

empreendedorismo”

Foto: Mariana Costa

Foto: Mariana Costa

Festa da posse contou com a presença de mais de 400 convidados

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Confi ra abaixo o posicionamento daentidade sobre temas importantes

Em defesa da liberdade econô-mica, a CACB passou a integrar a União de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). Constituída pela CACB, Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Asso-ciação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Associação Nacional de Materiais de Cons-trução (Anamaco), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e Confederação Nacional de Diri-gentes Lojistas (CNDL), a Unecs representa vários segmentos da economia.

Juntas, essas entidades fa-turam o equivalente a R$ 788,4 bilhões ou 16,3% do PIB; 83,7% das vendas da indústria de alimen-tos e bebidas e 89,6% das vendas de alimentos fora do lar. Unidas, todas as entidades defendem pau-tas legislativas favoráveis ao livre desenvolvimento econômico.

DESONERAÇÃO A carga tributária no Brasil

é tão elevada que prejudica a competição justa. O crescimento econômico lento do país se deve à falta de estímulo. A alta taxa tributária diminui a oferta de em-pregos de qualidade e desestimula o esforço de inovação tecnológica das empresas. Por isso, a CACB luta pela desoneração da atividade produtiva, pois acredita ser este um dos caminhos mais adequados

para uma consistente retomada econômica.

CRISE POLÍTICAO governo precisa dialogar

honestamente com a população. Em dezembro e janeiro, o país testemunhou inúmeros escânda-los. O processo de impeachment contra a presidente da República foi aberto e, na sequência, houve outra perda da nota de investi-mento. O ministro da Fazenda foi substituído, e o Banco Central desistiu de controlar a infl ação. Diante de um cenário tão desas-troso, a CACB acredita que é mais do que necessário que a solução para o impasse político seja dada ainda neste ano. A alternativa de

recessão extremamente prolonga-da trará longas marcas na econo-mia brasileira, com difi culdade de recuperação.

PIRATARIAO governo precisa, urgente-

mente, adotar medidas para com-bater a informalidade, o comércio ilegal e estimular a incorporação do comércio ao mercado formal. Para obter adesão da sociedade, é preciso também propor uma carga tributária mais justa. “São ajustes que nos levarão a um caminho mais seguro para garantir as prin-cipais conquistas do empreende-dorismo, pois asseguram o traba-lho, o lucro e o desenvolvimento sustentado”, afi rma Pinheiro.

Representantes da Unecs prestigiaram a cerimônia de posse da diretoria da CACB.

Foto: Mariana Costa

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12 Empresa Brasil

Certifi cação digital é obrigatória para empresas optantes do Simples

Desde o início deste ano, empresas que optem pelo Simples Nacional e que possuam mais de oito

empregados estão obrigadas a utili-zar o certifi cado digital para o envio das informações trabalhistas, fi scais e previdenciárias da GFIP e do eSocial. A nova regra passou a valer após a aprovação da Resolução nº 125 do Comitê Gestor do Simples Nacional, que alterou alguns pontos de ou-tra Resolução do mesmo órgão, o 94/2011. Cerca de quatro milhões de micro e pequenas empresas devem ser afetadas com a nova medida.

Os empresários devem fi car aten-tos, pois as mudanças ainda continuam. A partir de 1º de julho deste ano, as empresas com mais de cinco empre-gados também serão obrigadas a uti-lizar o certifi cado digital. Já aqueles empresários que possuam mais de três empregados em seus negócios se enquadrarão na nova regra a partir de 1º de julho de 2017.

Para o diretor-presidente do Insti-tuto Nacional de Tecnologia da Infor-mação (ITI), Renato Martini, o uso do certifi cado digital é um benefício para o planeta. “Essa medida signifi ca me-nos carro na rua e menos consumo de papel e de água. Trata-se de uma

tecnologia muito boa para o país e o meio ambiente”, diz.

Para Martini, a mudança não traz grandes difi culdades ou empecilhos aos empresários. Segundo ele, apenas empresas localizadas em regiões com menos facilidade de acesso à internet poderão sofrer algum problema com a norma. “A maioria dos empresários

já está incluído digitalmente. Trata-se de um período transitório que o país tem que enfrentar”, esclarece.

A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis – MT (Acir) é a maior emissora de Certifi ca-dos Digitais, em parceria com a CACB, no Brasil. A média mensal de emissões na Acir é de 315 certifi cados.

PROGERECS

Segundo as diretrizes da resolução 125 do CGNS (Comitê Gestor do Simples Nacional), desde 1º de janeiro de 2016 a certificação digital passou a ser obrigatória também para empresas optantes pelo Simples Nacional com mais de oito funcionários

“Essa medida signifi camenos carro na rua e menos consumo de papel e de água. Trata-se de uma tecnologia muito boa para o país e o meio ambiente.”Renato Martini

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Robson Neves, gerente administra-tivo e responsável pelo serviço na Acir, afi rma que, desde o início do ano, o número de emissões vem crescendo ainda mais. “A maioria dos empresá-rios que tem nos procurado viu nesta obrigatoriedade um grande avanço que torna suas transações mais práti-cas, rápidas e seguras”, garante.

CERTIFICAÇÃO DIGITALA CACB, junto com a Certisign,

oferece uma ampla rede de atendi-mento aos associados. No total, são mais de 1.600 locais distribuídos em todo o país. “Nós disponibilizamos o Portal de Assinaturas CACB, desenvol-vido em parceria com a Certisign, que viabiliza a assinatura de arquivos eletrô-nicos. Basta acessar, se identifi car, subir o arquivo eletrônico e assinar com o certifi cado e depois enviar à outra par-te interessada. Tudo no meio eletrônico e com segurança”, conta Luiz Antônio Bortolin, executivo coordenador do Progerecs - Programa de Geração de Receitas e Serviços da CACB.

Conforme Leonardo Gonçalves, Diretor de Varejo e Canais Certisign, o

certifi cado digital possui inúmeras apli-cações, que não se restringem às obri-gações fi scais. “O certifi cado digital pode ser usado, por exemplo, para as-sinar documentos com validade jurídica na esfera eletrônica, sem a necessidade de papel e autenticação adicional. Isso signifi ca redução de custos às empresas e melhora da efi ciência operacional.”

“Hoje, as empresas maiores só as-sinam contrato de forma eletrônica, usando a assinatura digital. Existem mais de duas mil aplicações que fazem uso desta tecnologia, que visa a desbu-rocratizar e racionar o processo de ges-tão das empresas”, completa Julio Co-sentino, vice-presidente da Certisign.

As empresas devem estar atentas ao cronograma e à validade do certi-fi cado digital, que precisa estar váli-do para o envio das informações. Os empresários que ainda não tiverem a Identidade Digital devem adquiri-la de uma Autoridade de Registro ou Ponto de Atendimento da Rede CACB/Certi-sign de certifi cação digital, locais habi-litados a emitir o Certifi cado Digital no padrão ICP-Brasil. Para solicitar, acesse www.accacb.com.br.

ENTENDA PARA QUE SERVECADA TIPO DE CERTIFICAÇÃO DIGITAL

E-CPF: certifi cado digital ICP-Brasil emitido para pessoa física, oferecendo validade jurídica

E-CNPJ: certifi cado digital ICP-Brasil emitido para empresas, oferecendo validade jurídica

CT-E: certifi cado digital ICP-Brasil utilizado para assinatura

do conhecimento de transporte eletrônico

Conectividade Social: certifi cado digital ICP-Brasil para acesso ao Conectividade Social ICP

SSL: certifi cados digitais SSL destinam-se a autenticar servidores web e criar canais criptográfi cos

Existem mais de duas mil aplicações que fazem uso da tecnologia, que visa desburocratizar e racionar o processo de gestão das empresas

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14 Empresa Brasil

Transações do e-commercesão as mais afetadas pelanova regra de ICMS

Está em vigor, desde o dia 1º de janeiro, uma nova sistemática de tribu-tação do ICMS nas operações interestaduais destinadas a consumido-res fi nais, não contribuintes do imposto (o que abrange mercadorias adquiridas em lojas virtuais), estabelecendo a repartição da arrecada-

ção entre os estados de origem e destino de mercadorias. Advogados e a Asso-ciação Brasileira de Comércio Eletrônico avaliam que a nova regra, decorrente da Emenda Constitucional nº 87/2015 e regulamentada pelo Convênio ICMS 93/2015, pode complicar a atuação das empresas no e-commerce e alertam que muitas podem até deixar de operar nessa modalidade.

PAÍS

Agora, é preciso recolher o ICMS do estado em que a venda está sendo realizada e também pagar o tributo no estado de destino, anexando as guias à mercadoria ao despachá-la para o cliente

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Março de 2016 15

Até 2019, o recolhimento do diferencial das alíquotas será compartilhado entre origem e destino, até fi car 100% com o estado consumidor

O debate se iniciou para con-ter uma alegada distorção tributária em razão do recolhimento de todo o ICMS somente pelo Estado onde está a sede da empresa. O estado de residência do comprador (destino da mercadoria) não tinha qualquer par-ticipação no imposto cobrado. Pelo texto promulgado, será gradual a al-teração na repartição, atribuindo aos estados de destino 100% da diferen-ça de alíquotas em 2019.

Para os anos anteriores, foi criada a regra de transição com percentuais para origem e destino descritas no quadro abaixo:

Ano Destino Origem

2015 20% 80%

2016 40% 60%

2017 60% 40%

2018 80% 20%

Como resultado da alteração, os valores dos produtos comercializa-dos nos ambientes e-commerce de-vem ser elevados, e o cliente vai pa-gar o imposto dividido para estados diferentes. “O reajuste já está sen-do colocado em prática e é lógico que será repassado aos clientes”, frisou o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, Maurício Salvador.

Diante do impacto da alteração para os pequenos e médios empre-endedores, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou no Supre-mo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalida-de, questionando a alteração. Em fevereiro, em decisão cautelar, o ministro Dias Toffoli, relator da ação, suspendeu, através de liminar, a apli-cação às empresas optantes pelo Simples Nacional da sistemática pre-vista no Convênio ICMS nº 93/2015, no pagamento do ICMS incidente nas operações interestaduais des-

tinadas a consumidores fi nais, não contribuintes do imposto.

O presidente do Sebrae, Guilher-me Afi f Domingos, defi niu a nova regra como um “retrocesso no pro-

cesso de desburocratização e de di-minuição da carga tributária” e disse que a entidade irá apoiar para que as ações propostas tenham êxito para acabar com essa exigência.

“Medida é um retrocesso no processo de desburocratização”

Maurício Salvador: custo adicional

será repassado ao preço fi nal

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16 Empresa Brasil

PAÍS

Para o advogado tributarista An-derson Cardoso, a nova sistemática irá gerar perdas signifi cativas, pois diversas empresas têm deixado de fa-turar em decorrência de problemas de operacionalização. Explica que cada estado poderá exigir a inscrição inte-restadual e acrescenta que aquelas empresas que não se inscreverem te-rão que emitir uma guia de pagamen-to (GNRE) para cada operação.

Além disso, Cardoso refere que, como reconhecido pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF) na análise da medi-da cautelar requerida na ação proposta pela OAB, a aplicação da alteração aos optantes pelo Simples Nacional somen-te poderia se dar mediante previsão em lei complementar, não por mero convê-nio do Confaz – Conselho Nacional de

Política Fazendária. “A alteração acar-retou signifi cativo aumento de carga tributária para as empresas optantes pelo Simples Nacional, na medida em que o diferencial de alíquota do ICMS devido ao estado de destino não está incluído no valor mensal recolhido pe-las micro e pequenas empresas, em

detrimento, assim, do tratamento dife-renciado e favorecido que lhes é asse-gurado constitucionalmente”.

O advogado lembra que a ma-téria está em discussão no STF em diversas Ações Diretas de Inconsti-tucionalidade (ADI), como a 5.439, proposta pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especiais e Excepcionais (Abradimex) e a 5.469, proposta pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcom), além da 5.464, propos-ta pelo Conselho Federal da OAB. “Politicamente, os empresários também precisam se organizar para pleitear a simplifi cação dos procedi-mentos a serem observados nessas operações e prestações interesta-duais”, completa ele.

Os refl exos do novo modelo co-meçam a aparecer, reafi rmando a preocupação do presidente da As-sociação Brasileira de Comércio Ele-trônico, Maurício Salvador. Um dos exemplos é o da empresa Nordweg, situada em Picada Café, na Serra Gaúcha, que já está correndo para dar conta de tanta burocracia. O só-cio-fundador, Igor Gaelzer, comenta que teve que remanejar um funcio-nário para cuidar somente da docu-mentação de cada venda.

Gaelzer revela que no último mês foram vendidos 517 itens, sendo que 95% das comercializações foram fei-tas pela internet. E afi rmou, em uma

rede social, que “as mudanças repre-sentam as difi culdades de ser uma pequena empresa tentando fazer as

coisas direito no Brasil”. Para ele, as novas regras, caso mantidas, coloca-rão a perder todas as conquistas dos empresários com o Simples Nacional.

O sócio-fundador da Nordweg pro-jeta que, além do índice da infl ação, cada produto terá um acréscimo médio de 30%. “Esses valores serão repassa-dos aos nossos clientes. Não temos ou-tra alternativa”, resumiu, ao salientar que muitas empresas não terão con-dições de atender à nova demanda e podem acabar desaparecendo do mer-cado. Acrescentou, ainda, que “a tec-nologia deve ser usada como estímulo aos negócios e para eliminar obstácu-los. O certo é reduzir a burocracia”.

Burocracia difi culta a atuaçãoFoto: Divulgação

Sistemática é questionável

Anderson Cardoso: nova sistemática gera perdas signifi cativas

Igor Gaelzer: regras ameaçam conquistas dos empresários

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EMPREENDEDORISMOCRESCE NO BRASILDe acordo com a nova edição da GEM, dados de 2015 mostram que o índice atual, de 39,3%, é o maior dos últimos 14 anos e quase o dobro de 2002

MARÇO/2016 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800A ÇO 20 6 S A CO 0800 0 0800MARÇO/2016 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

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2 EMPREENDER / SEBRAE

Acordo de cooperação deve dobrar atendimentos do InovAtiva Brasil

TECNOLOGIA

SEBRAE E MDIC AMPLIAMAPOIO A STARTUPS BRASILEIRAS

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

O ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e

o presidente do Sebrae, Guilherme Afi f Domingos, assinaram um termo de co-operação para o programa InovAtiva, em fevereiro. Com isso, serão promovidos dois ciclos anuais de aceleração de startups, nos quais o programa oferece mentorias e conexão com investidores brasileiros e estrangeiros, além de cursos gratuitos.

Durante a solenidade, Afi f saudou a iniciativa como mais uma oportunidade para apoiar as micro e pequenas empresas com foco na inovação. A legislação atual, lembrou ele, não incentiva o investimento em empresas iniciantes. “Por isso, o projeto Crescer sem Medo, que aguarda votação no Senado, tem um artigo que regulamenta a fi gura do investidor-anjo, isentando-o de responsabilidade por riscos, caso não compartilhe a gestão da empresa”, disse.

Para Monteiro, é preciso que as inova-ções cheguem ao conjunto da sociedade e, para isso, deve-se incentivar o surgimento e crescimento de empresas com processos e produtos inovadores. “O Sebrae valoriza o

InovAtiva com sua capilaridade, tornando-o mais efetivo e garantindo o êxito do pro-grama”, afi rmou o ministro.

Durante o evento, o presidente do Ins-tituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, apresentou o programa Patente MPE, um piloto que dá prioridade às micro e pequenas empresas no exame de pedidos de patente, tema essencial ao avanço das startups, em-presas quase sempre focadas na criação de tecnologias. Para tanto, foi assinada a Resolução nº 160, do INPI, que institui tratamento diferenciado para os peque-nos negócios no registro de patentes.

Foram feitos ainda a apresentação do programa de internacionalização do InovAtiva Brasil e um painel sobre o tema, com a presença de empreen-dedores com experiência internacional, representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-tos (Apex-Brasil), do MDIC, da Fundação Certi, e do gerente de Inovação e Tecno-logia do Sebrae Nacional, Célio Cabral. “O Sebrae cumpre o papel de preparar os pequenos negócios para o mercado internacional”, comentou Célio. E

Foto: Charles Damasceno

Segundo o ministro Amando Monteiro, é preciso incentivar o surgimento e crescimento de empresas com processos e produtos inovadores

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3MARÇO DE 2016

Pesquisa GEM mostra que 39,3% dos brasileiros adultos possuem ou estão envolvidos na estruturação do próprio negócio

CRESCIMENTO

TAXA DE EMPREENDEDORISMOÉ A MAIOR DOS ÚLTIMOS 14 ANOS

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

De cada dez brasileiros adultos, quatro já possuem ou estão en-volvidos com a criação de uma

empresa. É o que revela a nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, patrocinada pelo Sebrae no Brasil. No ano passado, a taxa de empreende-dorismo no país foi de 39,3%, o maior índice dos últimos 14 anos e quase o dobro do registrado em 2002, quando a taxa era de 20,9%.

O presidente do Sebrae, Guilherme Afi f Domingos, destaca que o empreen-dedorismo é uma alternativa dos bra-

sileiros para contornar as difi culdades

que a economia vem passando. “Preci-

samos facilitar a vida de quem empre-

ende ou quer empreender. Quanto mais

crédito e menos tempo o empresário

perde com entraves burocráticos, mais

ele pode se dedicar ao seu negócio, o

que gera mais emprego e renda para

os brasileiros”, disse.

Quando comparada internacional-

mente, a taxa de empreendedorismo

brasileira é superior à dos Estados Unidos,

do México, da Alemanha e dos países que

compõem o Brics. A pesquisa também

revela que 56% dos empreendedores que

estão criando ou já abriram uma empresa

identifi caram uma oportunidade. Esse

número sofreu uma queda em relação aos

últimos anos e voltou ao mesmo patamar

de 2007, quando a Lei Geral da Micro e

Pequena Empresa entrou em vigor.

“Com a melhoria do ambiente legal

no Brasil, presenciamos um boom no

empreendedorismo. O aumento de in-

centivos infl uenciou o forte crescimento

do empreendedorismo por oportunida-

de, que pode ter voltado a um patamar

mais equilibrado quando comparado com

o empreendedorismo por necessidade”,

destaca o presidente do Sebrae. E

Foto

: Alfr

edo

Mor

eiraA GEM aponta que 56% dos

empreendedores que estão criando ou já abriram uma

empresa identifi caram uma oportunidade

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4 EMPREENDER / SEBRAE

NOVIDADE

Em reunião no Sebrae com bancos públicos e ABDE, instituição apresentou proposta exclusiva para empresas que faturam até R$ 360 mil

BNDES PREPARA LINHA DE CRÉDITO PARA MICROEMPRESAS

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

Em iniciativa inédita, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

apresentou em fevereiro, na sede do Sebrae Nacional, em Brasília (DF), uma proposta de linha de crédito para ca-pital de giro direcionada a empresas que faturam até R$ 360 mil por ano – estão nessa faixa 78% das microem-presas brasileiras. O objetivo é que no fi nal de fevereiro estejam disponíveis empréstimos com taxas de até 18% ao ano. Os empréstimos dessa linha teriam garantia de 80% dos fundos garantidores (FGI, FGO e Fampe) e teto anual de R$ 30 mil. Além disso, a linha

terá a orientação de diminuir a buro-

cracia, dispensando a apresentação

de documentos por parte dos clientes.

“Queremos uma operação autos-

sustentável com foco no pequeno.

Não é subsídio nem assistencialis-

mo”, afi rmou o presidente do Sebrae,

Guilherme Afi f Domingos, à frente da

mesa de negociações.

A apresentação foi feita em reu-

nião com a presença de represen-

tantes da Associação Brasileira de

Instituições Financeiras de Desen-

volvimento (ABDE), Banco do Brasil

e Caixa. No encontro, no entanto,

não houve consenso sobre as taxas

fi nais para os empreendedores. Os

participantes se comprometeram a

realizar novos cálculos e orientar os

sistemas de tecnologia da informação

das instituições fi nanceiras para via-

bilizar o novo produto. Um próximo

encontro foi marcado para o dia 17,

na sede do Sebrae.

No início do fevereiro o Banco de

Desenvolvimento já havia anunciado

que o prazo de amortização do Cartão

BNDES será ampliado de 48 para 60

meses. Outros ajustes estão sendo

acertados para aumentar a atrativi-

dade do cartão, sem onerar o cliente

fi nal, a exemplo do uso do Fundo de

Aval da Micro e Pequena Empresa

(Fampe) como garantidor. E

Foto

: Arq

uivo

Seb

rae

A intenção é diminuir a burocracia, dispensando a apresentação de

documentos por parte dos clientes

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5MARÇO DE 2016sebrae.com.br facebook.com/sebrae twitter.com/sebrae youtube.com/tvsebrae plus.google.com/sebrae

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

O presidente do Sebrae, Guilher-me Afi f Domingos, declarou que a simplifi cação pode aju-

dar a melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Em fevereiro, ele participou do evento Rumo da Economia - Reto-mada do Crescimento, promovido pela Rede TV!, em São Paulo. “O simples atrai, o complicado afasta”, afi rmou Afi f, destacando as difi culdades buro-cráticas enfrentadas pelas empresas e pelos cidadãos brasileiros.

Segundo ele, uma série de medidas positivas foi tomada nos últimos anos, co-mo a criação do Microempreendedor Indi-vidual (MEI), a universalização do Simples, a facilitação do fechamento de empresas e, mais recentemente, o projeto-piloto de um sistema on line para a abertura de empresas – reduzindo o tempo para cinco dias – implantado em Brasília e que será levado para todo o país.

“O mais importante é que a sim-plicidade está ligada à agilidade, fun-damento indispensável para um país competitivo”, destacou o presidente do

Sebrae, lembrando os avanços propor-cionados pela implantação do Simples Nacional. Conforme explicou Afi f, en-tre 2007 e 2015 houve um acréscimo de 327% no número de empresas op-tantes pelo Simples, saltando de 2,49 milhões para 10,66 milhões.

O presidente lembrou ainda que as empresas do Simples têm um peso fun-damental na economia, mesmo em um período de desaceleração da atividade. “De 2014 para 2015, a queda geral de arrecadação foi de 4,66%, enquanto a arrecadação do Simples subiu 2,92% no mesmo período”, ressaltou Afi f, que também enfatizou que os pequenos negócios são os grandes geradores de empregos da economia brasileira.

Entre 2011 e 2014, as médias e grandes empresas extinguiram 1,3 milhão de postos de trabalho no Bra-sil, enquanto as micro e pequenas tive-ram um saldo positivo de 4,7 milhões de vagas. Afi f também falou sobre o projeto Crescer sem Medo, o qual já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e será votado no plenário do Senado. E

DESBUROCRATIZAÇÃO

O presidente do Sebrae, Guilherme Afi f, participou emSão Paulo (SP) de evento que abordou alternativas para que o país retome o crescimento econômico

SIMPLIFICAÇÃO MELHORA O AMBIENTE DE NEGÓCIOS NO BRASIL

Foto: Luiz Prado

O número de empresas optantes pelo Simples saltou de 2,49 milhões para 10,66 milhões

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6 EMPREENDERINFORME SEBRAEPresidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente: Afi f Domingos.Diretora Técnica: Heloísa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças: Luiz Barretto. Gerente de Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo.

Foto: Luiz Prado DÉBORA CRONEMBERGER AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

Cinco empreendedores inician-tes com projetos inovadores e com forte impacto social foram

premiados em janeiro na Maratona de Negócios, organizada pelo Sebrae na Campus Party, realizada em São Paulo. As premiações ocorreram nas áreas de e-commerce, saúde, educação, econo-mia criativa e mobilidade e urbanismo. “A Maratona é um evento primordial na vida desses jovens que querem em-preender e acreditam em suas ideias”, afi rmou Valéria Barros, coordenadora do Sebrae na Maratona.

No decorrer dos dias de evento, os futuros empreendedores tiveram acesso a orientações sobre como usar o canvas. Também assistiram a palestras, bate-papos e workshops e receberam mentoria técnica do Sebrae nas áreas de acesso a mercados, fi nanças, marketing, inovação, aceleração, estratégia, dentre outras, pa-ra modelar suas ideias de forma viável e escalável. “No total, foram ministradas mais de mil horas de mentoria”, ressal-tou Valéria Barros, gestora da carteira de Negócios de Impactos Sociais do Sebrae.

Independentemente do tema, as propostas foram avaliadas a partir de critérios como equipe, inovação, pitch (apresentação) e impacto social, que é transversal e uma novidade dessa edição. Para isso, os participantes tiveram uma monitoria para entender o que são e como funcionam os negócios de impacto social, visam ao lucro a partir da venda de produ-tos ou serviços e que, ao mesmo tempo, solucionam um problema e/ou ampliam as perspectivas de pessoas marginaliza-das pela sociedade. As notas no quesito impacto social tiveram o maior peso para a escolha dos vencedores.

Depois de formatados, os projetos passaram pela avaliação de uma banca e, ao fi nal, 15 deles tiveram a oportuni-dade de fazer um pitch para uma banca formada por quatro jurados: Ana Clévia Guerreiro (Sebrae), Preta Emmeline (Associação Brasileira de Startups), Da-rio Vedana (Clinton Education) e Edgar Gusmão (Artemis). Entre outros itens, os vencedores ganharam um kit sobre como acelerar ideias de negócios, bolsas para o curso Empretec do Sebrae em São Paulo e quatro horas de mentoria on line de gestão e empreendedorismo. E

Diversas áreas participaram da ação promovida pelo Sebrae

MARATONA DE NEGÓCIOS PREMIA PROJETOS INOVADORES

RECONHECIMENTO

Acesse e conheça os vencedores

As notas no quesito impacto social tiveram o maior peso para a escolha dos ganhadores

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A Confederação das Associa-ções Comerciais do Brasil (CACB) está em sintonia com as pautas internacio-

nais. No mês de fevereiro, o presiden-te da entidade, George Pinheiro, mar-cou presença na primeira reunião de 2016 do WCF General Council – Con-selho Geral das Federações Mundiais de Câmaras, em Mumbai – Índia. O ambiente colaborou para trocas de ex-periências e novas oportunidades de negócios e parcerias. No evento, o Rio de Janeiro foi apresentado como uma das possíveis cidades a receber o Con-gresso Mundial em 2019. Concorrem também Orlando, Buenos Aires e Bo-gotá. A defi nição será anunciada em dezembro próximo.

A pauta desta edição se iniciou com a apresentação da situação econômica da Índia. Os líderes demonstraram preo-cupação com a situação das migrações pelo mundo e foi reservado um espaço para resumir como a Alemanha, em es-pecial a cidade de Hamburgo, está re-cebendo os refugiados. Representantes das Câmaras do Quênia, da Turquia, da Austrália e dos Estados Unidos destaca-ram que as entidades podem auxiliar na resolução de problemas relacionados às migrações e aos refugiados.

Entre os principais assuntos, esta-vam duas iniciativas brasileiras: o pro-

jeto “Rio Olympic Business Games” e a plataforma “BIZ2Brazil”, que despertaram a atenção dos líderes mundiais. Ao apresentar as funciona-lidades do BIZ2Brazil, Juliana Kämpf, superintendente da CACB, frisou que o projeto foi desenvolvido para criar parcerias, oportunidades e negócios entre empresas associadas às Câma-ras de Comércio de todo o mundo.

“O objetivo é estreitar as conexões e que tudo esteja ao alcance de um clique”, informou.

Na oportunidade, foi discutida ainda a organização do próximo Congresso Mundial de Câmaras, que ocorrerá em 2017, na Austrá-lia, e do World Business Angels Ne-twork, o qual visa a estimular a troca de conhecimentos e melhores práti-cas para o fi nanciamento global dos apoiadores para as startups inovado-ras e de alto crescimento.

Estiveram representadas no even-to as Câmaras de Comércio da Áus-tria, Paquistão, Turquia, Georgia, Coreia do Sul, Alemanha, Austrália, Quênia, Estados Unidos, Reino Uni-do, além de Índia e Brasil.

RELAÇÕES EXTERIORES

George Pinheiro representa CACB em reunião da WCF na ÍndiaNo evento, a cidade do Rio de Janeiro foi apresentada como uma das candidatas a receber o Congresso Mundial da entidade em 2019

Iniciativas brasileiras despertaram a atenção de líderes mundiais

Foto: Antônio Cruz/Abr

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18 Empresa Brasil

Facisc estimula desenvolvimento sustentável dos municípios

“Há duas maneiras de enfrentarmos este momento que o país está pas-

sando: ou esperamos por ações do poder público ou nos tornamos su-jeitos ativos para que as mudanças aconteçam. Por isso, afi rmamos que o DEL é um paradigma”, defende Doreni Caramori Junior, responsável pela implantação do programa em Santa Catarina. A afi rmação foi feita durante o 2º Fórum Anual do DEL, o Programa de Desenvolvimento Local, desenvolvido pela Federação das As-sociações Empresariais de Santa Ca-

tarina (Facisc). O evento ocorreu em 25 e 26 de fevereiro, na cidade de Itá (SC), reunindo prefeitos e empresá-rios de 25 cidades.

Caramori, no entanto, não des-carta cobrar ações do governo. “Isso é necessário, mas também devemos tomar atitudes no que concerne ao âmbito local. O DEL mostra, de for-ma objetiva, como o empresário pode participar”, afi rma. Segundo o diretor fi nanceiro, o programa estabelece uma plataforma de diálogo efi ciente entre governo e sociedade civil, dire-cionar os esforços da cidade para o desenvolvimento e apresenta resulta-

FEDERAÇÃO

2º Fórum Anual do Programa de Desenvolvimento Local, promovido pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), reuniu prefeitos e empresários de 25 cidades catarinenses

O evento iniciou com a palestra do alemão Ulrich Meier, que apresentou a experiência da parceria público-privada no Consenso de Essen, na Alemanha

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dos efetivos dos projetos, que po-dem ser observados na geração de emprego e renda na economia local.

No evento, foram debatidos os conceitos do Programa de atua-ção que é feito em parceria entre o setor público e o privado para a realização de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável dos municípios.

RESULTADOS DO DELJá implantado em algumas cida-

des, o Programa apresenta conquis-tas notáveis. Em Iporã D’Oeste (SC), existem mais de 95 projetos oriun-dos das Câmaras Técnicas, com mais de 100 pessoas trabalhando voluntariamente para o município. Em Fraiburgo (SC), o destaque fo-ram os ganhos na produtividade do setor lácteo, que gerou um incre-mento de R$ 8,6 milhões na eco-nomia e um aumento de 137,21% no movimento agrícola do municí-

pio, entre 2010 e 2015. Em Getúlio Vargas (RS), o sucesso foi apresen-tado no uso do programa como uma ferramenta para as cidades atingirem o desenvolvimento local com a união da iniciativa pública e privada. E em Quilombo (SC), o DEL permitiu investimentos em ações para capacitação e desenvolvimen-to, especialmente do setor lácteo, o qual representa 50% do movimen-to econômico do município.

Cidade anfi triã do evento, Itá apresentou as ações realizadas para a promoção do turismo e do espor-te local, como a estruturação do calendário municipal de eventos. “O DEL veio para fazer a diferen-ça nos municípios, principalmente para promover a interação entre o público e o privado, e mostrar que é preciso convergir e trabalhar de for-ma planejada e organizada, estabe-lecendo as prioridades”, declarou a prefeita de Itá, Leide Mara Bender.

Em execução em 25 cidades, o programa apresenta conquistas notáveis. Em Iporã D’Oeste (SC), existemmais de 95 projetos oriundos das Câmaras Técnicas, com mais de 100 pessoas trabalhando voluntariamente para o município

Conheça o Programa

O Programa Desenvolvimento Econômico Local – DEL tem como objetivo instituir um modelo de gestão, capaz de contribuir para o de-senvolvimento das cidades catarinenses. Através do Programa, os mu-nicípios unem iniciativa pública e privada para garantir a continuidade dos projetos de interesse da comunidade, em prol do desenvolvimento econômico sustentável. Tudo é feito por meio de parcerias e da imple-mentação da política de desenvolvimento socioeconômico.

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e o Centro de Formação Profi ssional das Associações Empresariais da Baviera (BFZ), na Alemanha, são parceiros na realização do Programa.

O DEL está inserido no planejamento estratégico da Facisc, na di-retriz de Sustentabilidade e contribui para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a nova agenda mundial proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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20 Empresa Brasil

Depois de 11 anos de tra-mitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4330/2004, que re-

gulamenta os contratos de terceiri-zação dos serviços e as relações de trabalho, ingressou nas prateleiras do Senado Federal, onde permane-ce trancado na pauta de discussões. O martelo foi batido, e os deputados aprovaram o texto fi nal que seguiu o rito natural em um clima de po-lêmicas envolvendo parlamentares, empresários e Centrais Sindicais. A última movimentação registrada no portal de pesquisas do Senado Fede-ral foi em novembro, mas a previsão do relator, senador Paulo Paim, é de que as discussões voltem a se acirrar neste ano com a aprovação de uma nova proposta.

Registrado com o número 030, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) ainda não está sendo discutido pelas Co-missões do Senado, no entanto foi tema das audiências públicas reali-zadas ao longo de 2015 em 21 es-tados. “Inclusive apresentamos um requerimento para apensar todos os projetos que tramitam sobre terceiri-zação ao PLC 30/2015”, explicou o senador Paim, que preside a Comis-são de Direitos Humanos e Legisla-ção Participativa.

Paim adianta que a intenção é que um novo texto fi nal entre na

pauta de votação dos senadores nes-te ano. “A tendência é que a atual proposta seja rejeitada. Acredito na construção de uma alternativa, com a participação de toda a sociedade”, pontuou o relator, ao contar que o Projeto de Lei encaminhado pela Câ-mara dos Deputados não está sendo aceito pelos estados.

Paim explica que a contrariedade ao texto atual surge pelo fato de ele permitir a contratação de empresa terceirizada nas atividades-fi m e no-vas regras apenas para os atuais 12,5 milhões de trabalhadores terceiriza-dos. “Temos, sim, é que garantir a es-ses terceirizados os mesmos direitos

e conquistas dos mais de 45 milhões de trabalhadores que hoje estão nas atividades-fi m”, explicou.

Empresários, por sua vez, de-fendem que a legislação promoverá maior formalização e mais empregos. Ainda no ano passado, o presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu os presidentes das Confederações Nacionais que representam diver-sos setores econômicos, e ouviu um manifesto de apoio à aprovação do PLC. Eles entendem que a futura le-gislação também deva tratar do setor público e não só da iniciativa privada, como prevê o texto aprovado na Câ-mara dos Deputados.

TRABALHO

Foto: Agência Senado

Senado tranca projeto queregulariza terceirização Permanecem as divergências entre políticos, empresários e trabalhadores

Representantes da indústria e do comércio e professores de economia afi rmaram que o Projeto de Lei da Câmara (PLC 30/2015) contribuirá para a melhoria da produtividade das empresas

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“A terceirização é um avanço

necessário e que contribui para a recuperação

da economia brasileira, que

se agrava a cada mês.”

Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional das

Indústrias

Já o Senado deve conduzir a trami-tação para que se exercite a “respon-sabilidade solidária”, situação na qual a empresa que subcontrata os serviços deve pagar pelas obrigações trabalhis-tas e previdenciárias devidas pela em-presa contratada, em caso de inadim-plência. O texto alternativo também deve garantir o mesmo piso salarial dos empregados da contratante para os terceirizados, os quais fi cariam sujeitos ao mesmo acordo ou dissídio coletivo.

A proposta não se aplica à admi-nistração pública direta, autarquias e fundações. Mas prevê mudanças nas regras para empresas privadas e pú-blicas, sociedades de economia mis-ta, produtores rurais e profi ssionais liberais. O presidente da Confedera-ção Nacional das Indústrias, Robson Andrade, avalia a terceirização como um avanço necessário e que contribui para a recuperação da economia bra-sileira, que se agrava a cada mês. “De maneira geral, as empresas precisam ter legislações que deem segurança jurídica nas suas atividades”, enfati-zou Robson Andrade.

Por outro lado, representantes dos trabalhadores argumentam que a lei pode provocar precarização no mercado de trabalho. A representan-te do Fórum contra a Terceirização, Marilane Teixeira, afi rma que, ao contrário de contribuir para elevar a produtividade ou favorecer a compe-titividade, o projeto da terceirização visa reduzir os custos das empresas. Ela disse ainda que essa prática hoje atinge as principais atividades das empresas, mas é ocultada “sob o manto da informalidade”.

Na terceirização, uma empresa prestadora de serviços é contratada por outra empresa para realizar serviços determinados e específi cos. A presta-dora de serviços emprega e remunera o trabalho realizado por seus funcio-nários, ou subcontrata outra empresa para realização desses serviços. Não há vínculo empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios das prestadoras de serviços.

Atualmente, a terceirização no Brasil só deve ser dirigida a atividades-meio e inclui serviços de vigilância, conservação e limpeza, bem como ser-viços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que ine-xistentes a pessoalidade e a subordinação direta do funcionário terceirizado com a empresa contratante.

O QUE É TERCEIRIZAÇÃO?

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22 Empresa Brasil

O Novo Código de Proces-so Civil (NCPC) irá alterar profundamente as rela-ções entre empresários,

envolvendo clientes, parceiros e go-verno. Mas a mudança é positiva: a partir de 17 de março, quando o NCPC entra em vigor, praticamente todas as questões comerciais deverão ser mediadas ou conciliadas, antes de ser ajuizada uma ação. Além do NCPC, empresários devem fi car aten-tos também à Lei de Mediação, em vigor desde dezembro de 2015.

“Para nós, do meio empresarial, a autocomposição é altamente salutar, visto que economiza tempo, poupa dinheiro e evita o estresse de perma-necer anos a fi o com uma ação na jus-tiça, perdendo oportunidades de fazer negócios, realinhar parcerias e, con-sequentemente, aumentar a receita da empresa”, explica Eduardo Vieira, coordenador da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial.

No que diz respeito ao incentivo do uso dos métodos extrajudiciais de solu-ção de confl itos, a maior inovação do

NCPC foi a criação da audiência neces-sária de conciliação ou mediação. “Em se tratando de direitos que admitem transação, refere-se a uma audiência que, necessariamente, ocorrerá, a me-nos que ambas as partes – autor e réu – expressamente manifestem que não têm interesse em sua realização”, escla-rece Tiago Rodovalho, professor-doutor da PUC-Campinas. Conforme o Novo Código, o não comparecimento injusti-fi cado do autor ou do réu à audiência é considerado ato atentatório à dignidade da justiça, sancionado com multa.

LEGISLAÇÃO

Novo Código de Processo Civiltornará justiça mais ágil e efi cazEm vigor a partir de 17 de março, ele foi concebido para reduzir as angústias de quem, muitas vezes, espera décadas pelo desfecho de uma ação judicial, em linguagem complicada e guiada por regras que legitimam e até estimulam o conflito

Rodovalho:“A mediação se tornouobrigatória com asanção da lei específi casobre o tema”

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Com a sanção da Lei de Media-ção, posterior ao NCPC, houve so-breposição de normas com relação a esse assunto. No entendimento de Rodovalho, a mediação no Brasil tornou-se obrigatória a partir da san-ção da lei específi ca, que não repete a mesma regra do NCPC sobre a pos-sibilidade de as partes se oporem à realização da audiência de mediação.

Como se trata de lei especial e posterior, o Marco Legal se sobrepõe à regulação do NCPC. Esses dois critérios dissipam qualquer dúvida sobre a ques-tão. Assim, a audiência de mediação,

antes necessária conforme o NCPC, tornou-se obrigatória de acordo com a lei específi ca. Segundo Rodovalho, não há inconstitucionalidade nisso.

Este fato colocou o Brasil ao lado de países como Canadá, Argentina e Itália, que também adotam a audiên-cia obrigatória. De acordo com o pro-fessor, este foi um grande passo para o país. “Mesmo quando o acordo não é atingido, a mediação melhora o relacionamento futuro e facilita a possibilidade de acordo em momen-to posterior. Trata-se, portanto, de um grande avanço.”

Eduardo Vieira: “Para o meio empresarial, a autocomposição é altamente salutar.”

Aldovrando Torres:”Na conciliação ou na mediação, as partes têm a chance de conversar entre si, o que é positivo.”

Vantagens da autocomposição

NCPC Lei de Mediação

O que diza norma:

Art. 334, § 4. A audiência não será realizada:I - se ambas as partes manifesta-rem, expressamente, desinteresse na composição consensual;II - quando não se admitir a autocomposição.

Art. 27º. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de mediação.

Interpretaçãode Rodovalho:

A mediação era necessária, porém não obrigatória, visto que havia ocasiões em que poderia não ocorrer.

A mediação passou a ser obrigatória, visto que o ver-bo “designará” exprime um poder-dever do magistrado.

A autocomposição soluciona o confl ito por meio do ajuste de vontades, podendo haver a participação de terceiros, como o mediador e o conciliador. Diferentemente da heterocomposição – em que um juiz, por exemplo, decide qual será a solução –, na conciliação e na mediação, as partes têm a oportunidade de encontrar, pacifi camente, um caminho comum para a dissolução da divergência.

“Quando um magistrado julga um caso, a decisão vem de cima. Se as partes se recusaram a fazer um acordo, a decisão do juiz pode ser insatisfatória para os dois lados. Mas na conciliação ou na mediação, as partes têm a chance de conversar entre si. No meio empresarial, isso é muito importante, porque manter uma boa relação com um cliente, um fornecedor ou um parceiro é sempre interessante para os negócios”, afi rma Aldovrando Torres, consultor jurídico da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

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24 Empresa Brasil

O Projeto de Lei Comple-mentar (PLC) 125/2015, conhecido como Crescer sem Medo, cujo texto-base

aumenta a receita bruta anual máxima permitida para enquadramento da mi-croempresa no regime especial de tribu-tação do Simples Nacional – o Supersim-ples –, está pronto para ser votado no Plenário do Senado. No fi nal de 2015, a Comissão de Assuntos Econômicos

(CAE) da Casa aprovou o projeto, que é uma emenda do parlamentar João Arruda (PMDB-PR) e que previa a vigên-cia de todas as novas regras a partir de janeiro de 2016. No entanto, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), con-seguiu costurar um acordo entre os líde-res partidários para que o impacto nas contas fosse distribuído aos poucos.

Para as pequenas empresas, os deputados então incluíram um prazo

de transição, que vai até 2018. Em 2017, o novo limite será de R$ 7,2 milhões. E, somente no ano seguinte, poderão participar do Supersimples as empresas com receita bruta maior que essa, até R$ 14,4 milhões. Para o presidente do Sebrae Nacional, Gui-lherme Afi f Domingos, o texto deve ser apreciado pelos senadores até o fi nal do primeiro semestre deste ano. “Já estamos conversando com os se-

TRIBUTOS

Afi f Domingos diz que Crescer sem Medo democratiza acesso ao crédito Os novos limites e tabelas para enquadramento no sistema do Simples e a criação das Empresas Simples de Crédito (ESC) são os principais pontos do projeto de lei

Afi f: “Conversamos com os senadores e explicamos a importância desse projeto”

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“Quando facilitamosa vida do empreendedor, a arrecadaçãonão diminui, ela cresce, pois maispessoas se formalizam e pagam osseus impostos”

nadores e explicando a importância desse projeto. Acredito que, em bre-ve, ela será aprovado”, destaca.

RECEITA NÃO PERDERÁ ARRECADAÇÃO

O Simples Nacional é um regi-me tributário especial, que permite o pagamento, em uma única guia, de oito impostos, facilitando o sis-tema de contabilidade das empre-sas. Com a proposta, batizada de Crescer sem Medo, o limite para participar desse sistema passará de R$ 360 mil para R$ 900 mil, ou seja, um aumento de 250%.

O presidente do Sebrae explica que, quando o Simples Nacional foi criado, a Receita Federal fez o mesmo discurso. “Disse que iria perder arrecadação, mas o que presenciamos hoje é um resulta-do oposto. Em 2006, quando o Simples Nacional começou a existir, a arrecada-ção anual da Receita era de R$ 17 bi-lhões. Em 2015, esse valor saltou para R$ 69 bilhões”, defende Afi f. Segundo ele, desde 2007, os pequenos negócios pagaram aos cofres públicos da União, estados e municípios cerca de R$ 370 bilhões. “Quando facilitamos a vida do empreendedor, a arrecadação não diminui, ela cresce, pois mais pessoas se formalizam e pagam os seus impos-tos”, reforça.

Sobre o projeto Crescer sem Medo, Guilherme Afi f afi rma que um estudo da Fundação Getulio Var-gas (FGV) indica que a renúncia, no começo das novas regras, seria de R$ 5 bilhões. Por outro lado, o mesmo estudo mostra que um crescimento de apenas 5% no número de arrecada-ção já seria o sufi ciente para equiparar o montante dessa renúncia.

MAIS ALTERAÇÕESAs mudanças do Crescer sem

Medo atingem também as empresas de pequeno porte, que terão a parti-cipação permitida no sistema simpli-fi cado em rendimentos compreen-didos no intervalo de R$ 900 mil a R$ 14,4 milhões anuais. No entanto, em relação ao texto aprovado na Câmara em 2015, a CAE do Senado fez algumas emendas e destaques, a principal delas referente ao pra-zo para refi nanciamento de dívidas das micro e pequenas empresas: os atuais 60 meses, que haviam subido para 180 no texto da Câmara, foram reduzidos para 120. Esse é o único ponto do projeto cuja previsão de vigência é imediata após a publica-ção da lei. Outro aspecto relevante do texto do Senado é a nova eleva-ção do teto de faturamento anual do MEI para R$ 90 mil, que, assim como as demais novidades do pro-jeto, entraria em vigor em 2017. No texto inicial, o valor passava dos atuais R$ 60 mil anuais para R$ 72 mil.

Os novos limites e tabelas para enquadramento no sistema do Sim-ples e a criação das Empresas Simples de Crédito (ESC) são os principais pontos do projeto de lei, que é con-siderado pelo presidente do Sebrae, uma pauta de consenso entre os par-lamentares.

“Estamos dando a oportunida-de de democratizar o acesso ao cré-dito. Queremos dar oportunidade de um choque de competição, de o empreendedor poder aplicar seu di-nheiro diretamente na sua comuni-dade. A ESC é uma forma de injetar recursos no sistema produtivo, sem intermediação”, defi ne Afi f.

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26 Empresa Brasil

NEGÓCIOS

Apesar de possuírem uma relação ainda distante, o Brasil e a Bulgária, a partir da eleição da presidente

Dilma Rousseff, que possui origem búlgara, têm ensaiado uma aproxi-mação, principalmente no que diz respeito a importações e exportações.

Interessados em fazer negócios com empresas brasileiras, 20 em-presários de diversos segmentos da Bulgária estiveram na CACB, onde foram recebidos pelo vice-presidente da entidade, Francisco de Assis Silva, também presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno (FACIDF).

De acordo com informações da em-baixada brasileira no país europeu, em 2014, o intercâmbio bilateral foi de US$ 243 milhões. O Brasil exportou US$ 206 milhões e importou US$ 37 milhões.

Durante o encontro, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Bulgária (BCCI, na sigla em inglês), Tsve-tan Simeonov, afi rmou ver no Brasil um país de grandes oportunidades, em es-pecial na área automobilística e de repa-ração de aeronaves. Segundo ele, a Bul-gária tem crescido bastante em ambas as áreas. “Oito em cada dez carros que

circulam pela Europa carregam alguma peça produzida na Bulgária”, conta.

“Apesar de estarmos atravessan-do um momento de crise, sempre há possibilidade de se fazer bons negó-

cios. Já temos, inclusive, empresas do campo da aviação interessadas em fazer negócios com a Bulgária”, disse Francisco de Assis.

O presidente da Câmara de Co-mércio e Indústria da Bulgária mos-trou-se surpreso com a capilaridade da CACB e convidou a entidade para uma visita à Bulgária, levando empre-sários para criar aproximação e opor-tunidades de negócios.

O presidente da BCCI também des-tacou o trabalho de arbitragem feito por eles. “Todo o trabalho realizado por nossa Câmara é digitalizado. Tudo pode ser monitorado pela internet 24 horas por dia”, disse. “Este é, sem dúvida, um modelo para o mundo. Temos de chegar lá”, elogiou o presidente da FACIDF.

Encontro na CACB reúne empresários búlgaros interessados em negócios no BrasilEm 2014, o intercâmbio bilateral foi de US$ 243 milhões em importações e exportações, segundo a embaixada brasileira na Bulgária

“Apesar de estarmos atravessando um momento de crise, sempre há possibilidade de se fazer bons negócios”, disse Francisco de Assis, vice-presidente da CACB

Comitiva da Bulgária em visita à CACB

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Março de 2016 27

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICAA Bulgária vem se inserindo nas cadeias produtivas que abastecem a indústria automobilística europeia – principalmente a alemã. Nesse sentido, as exportações búlgaras para o Brasil de componentes do segmento têm tido crescimento signifi cativo. No caminho contrário, produtos do mesmo setor também estão na pauta das exportações brasileiras, o que oferece grande potencial para o intercâmbio bilateral.

PRODUTOS VETERINÁRIOS E DE ALIMENTAÇÃO ANIMALEste é o principal segmento de exportação da Bulgária para o Brasil, comercializado por uma empresa sediada naquele país, mas com escritório no Brasil.

INDÚSTRIA TÊXTILApesar de este ser um dos principais produtos de exportação do Brasil, o comércio bilateral nesta área ainda é um pouco incipiente. No entanto, os empresários búlgaros acreditam haver boas oportunidades, especialmente no segmento de moda verão/praia. A falta de conhecimento do mercado búlgaro pode ser o principal entrave para o aumento das vendas brasileiras.

CALÇADOSSegmento com participação constante no comércio exterior com a Bulgária, a indústria de calçados encontra suas principais oportunidades de negócios nos produtos diferenciados, como as sandálias de borracha, por exemplo.

EQUIPAMENTOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOSHá neste segmento uma expressiva presença de empresas exportadoras. São produtos que, constantemente, aparecem na pauta comercial bilateral, o que indica um comércio estabelecido. As principais oportunidades são, geralmente, para empresas que apresentam produtos de médio ou alto valor tecnológico, fator importante para competir com produtos europeus.Além destes, os empresários que estiveram em Brasília também ofereciam ou buscavam oportunidades para a indústria aeronáutica, construção civil, produtos farmacêuticos, derivados de leite, entre outros.George Pinheiro, presidente da CACB, declarou ter boas expectativas a respeito do encontro. “A CACB já vem crescendo em diversos setores e alcançando grandes parcerias internacionais. Acredito que nos próximos anos iremos despontar resultados cada vez melhores nesse sentido.”

TributaçãoSimeonov falou ainda sobre

a tributação de seu país, onde a taxa de imposto é de apenas 10%. Segundo ele, quando uma localidade sofre com uma porcentagem de desemprego acima da média do país, a taxa de tributação para empresas cai a zero. “Este fator torna a Bulgária uma nação bastante atraente para investimentos estrangeiros”, declarou.

No Brasil, a delegação búlgara também visitou a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O grupo também esteve em Buenos Aires, na Argentina.

O encontro ocorreu a pedido do Ministério das Relações Exteriores à CACB. A Câmara de Comércio e Indústria da Bulgária é uma entidade representativa do setor produtivo búlgaro, com 53 mil membros fi liados por livre associação, entre eles compa-nhias, associações e represen-tantes comerciais.

OportunidadesAs principais oportunidades de negócios entre as duas nações são para as seguintes áreas:

Tsvetan Simeonov mostrou-se surpreso com a capilaridade da CACB

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28 Empresa Brasil

Virene Matesco, professora da Fundação Getulio Var-gas, acredita que a infl ação deste ano deverá oscilar

entre 7% e 8%. “Se, em 2015, o to-mate e a conta de luz levaram a culpa pelo peso extra no bolso do consumi-dor, neste ano isso não deve aconte-cer na mesma intensidade”, afi rma.

Conforme ela, em 2016 a energia elétrica, o gás de cozinha, combustível, planos de saúde e tarifas de transpor-te devem aumentar em menor pro-porção. “A maior parte do reajuste já aconteceu no ano passado e não deve ter o mesmo refl exo este ano”, analisa.

Da mesma forma, a economista pondera que, com o desemprego em alta, o consumo não deve cres-cer, mesmo que os preços se mante-nham estáveis. “Até porque estamos vivendo tempos de taxas elevadas de IPTU, IPVA, entre outras. Temos, sim que continuar cortando supérfl uos e economizar”, garante.

O BC não entrega a infl ação na meta desde 2009. Há cerca de um

ano, o BC prometeu convergência para o fi nal de 2016, prazo devida-mente prorrogado para 2017.

A expectativa de recuo mais forte do PIB em 2016 poderá levar o BC a iniciar ainda neste ano um processo de queda das taxas de juros, uma vez que a própria recessão tende a servir como barreira de contenção de even-tuais impactos infl acionários.

A dinâmica infl acionária deve de-pender muito mais das variações das taxas de câmbio e da força da inércia infl acionária do que propriamente do crescimento de demanda, que tem se reduzido e já afeta diretamente o mercado de trabalho.

No dia 2 de março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco

ECONOMIA

Desde setembro do anopassado, o Banco Central (BC) não altera a taxa Selic, na esperança de que a recessão, por si só, restrinja a demanda e o IPCA

BC deixa por conta da recessão o ajuste de preçose mantém taxa Selic

Virene Matesco: com o desemprego em alta, consumo não deve crescer

IPCA em 2016 deve estourar novamente a meta da infl ação

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Março de 2016 29

Central decidiu manter os juros básicos da economia estáveis em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos. Foi a quinta manutenção seguida dos juros pelo BC, que parou de subir a taxa Selic em setembro do ano passado. A contínua piora no cenário macroeco-nômico brasileiro, em recessão desde o segundo trimestre de 2014, certamen-te, pesou na decisão do Banco Central.

A decisão do BC de manter nova-mente os juros inalterados confi rmou expectativa da maior parte dos analis-tas do mercado fi nanceiro.

O Banco Central tem informado que busca “circunscrever” a infl ação ofi cial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), à meta deste ano, ou seja, abaixo do teto de 6,5%, e tam-bém que quer trazer o índice para a meta central de 4,5% em 2017.

Entretanto, o mercado fi nanceiro não acredita que isso será possível. Para este ano, a previsão dos econo-mistas é de um IPCA de 7,57%, estou-rando outra vez a meta de infl ação, e, para 2017, a estimativa do mercado

é de 6% – no limite autorizado pelo Conselho Monetário Nacional.

Para os empresários, o combate ao avanço dos preços deveria vir tam-bém da política fi scal. Os resultados das contas públicas acumulados até janeiro (-R$ 104,4 bilhões, ou -1,8% do PIB em termos de resultado primá-rio) seguem a mostrar que a deterio-ração fi scal se intensifi cou.

Em nota distribuída à imprensa, Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de SP, afi rmou que todos os indicadores da atividade econômica mostram que a recessão vem se apro-fundando e o desemprego, aumen-tando fortemente. “É urgente que se tenha uma política fi scal que sinalize com o equilíbrio das contas públicas, mesmo que gradativo, o que exige forte contenção dos gastos e reformas estruturais do orçamento público, a começar pela Previdência”, destacou. “Esse ajuste, contudo, não pode ser baseado em aumento da tributação, pois qualquer majoração de impostos sobre as empresas ou os cidadãos so-mente provocará mais recessão.”

Alexandre Tombini,presidente do BC:

Autoridademonetária busca

“circunscrever” a infl ação ofi cial

do país abaixo do teto de 6,5%, e também quer trazer o índice

para a meta central de 4,5%

em 2017

Evolução da taxa básica de juros - SelicEM % AO ANO

Fonte: Banco Central do Brasil. Infográfi co atualizado em 2/3/2016

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30 Empresa Brasil

Com base em documentos re-centemente classifi cados e entrevistas originais com par-ticipantes-chave, o historiador

ucraniano Serhi Plokhy apresenta uma nova interpretação ousada dos meses fi nais da União Soviética e argumenta que a chave para o colapso do império comunista foi a incapacidade das duas maiores repúblicas soviéticas, a Rússia e a Ucrânia, de chegarem a um acordo so-bre a contínua existência de um estado unifi cado. O regime durou 74 anos. Ele começou com a Revolução de Outubro de 1917, sob o comando de Vladimir Illitch Ulianov, ou Lênin, e terminou de forma patética com a renúncia de Mi-khail Gorbatchev, o último líder da União Soviética, por meio de um discurso na televisão, em 25 de dezembro de 1991.

Profundo conhecedor do tema, Plokhy traça detalhes sobre os comple-xos eventos que levaram à implosão da União Soviética, com os perfi s dos principais atores: Gorbachev, o presi-dente russo, Boris Yeltsin, o presidente ucraniano, Leonid Kravchuk, e o presi-dente dos EUA, George H. W. Bush – revelando a real participação de cada um nos fatos que antecederam o fi m do comunismo naquele país.

Em particular, segundo o autor, a administração Bush estava longe de ver aqueles meses como o melhor momento para garantir uma vitória fi nal na Guerra Fria. O que o preo-cupava, na verdade, era a garantia de que a União Soviética mantivesse suas armas nucleares sob o controle central, a partir de acordos com os Estados Unidos.

Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento econômico soviético foi rápido o sufi ciente para dar credibilida-

de às estimativas de Nikita Kruschev de que o padrão de vida na União Sovi-ética teria ultrapassado o dos Estados Unidos, antes de 1970, e o capitalismo seria “enterrado” antes do fi nal do sé-culo corrente. Mas na véspera da Peres-troika, no início de 1980, houve fortes indícios de que alguns aspectos da eco-nomia não funcionavam bem: o Bloco do Leste fi cou muito aquém do mundo ocidental capitalista em relação às ino-vações de alta tecnologia na produção de não militares. Particularmente, as telecomunicações e os computadores.

Em 1990, mais de 100 mil loca-lidades na URSS não tinham linha te-lefônica. A economia civil sofreu com a falta não apenas de computadores, mas também de robôs industriais, má-quinas eletrônicas copiadoras, scanners ópticos e muitos outros instrumentos de processamento de informação.

O aparato de planejamento central não fez a transição de uma economia em crescimento com base na fabricação de equipamentos pesados para uma economia baseada em altas tecnolo-gias de comunicação e microeletrônica. Todos esses fatores ajudaram a moldar uma economia única, que se caracteri-zou pela escassez, longas fi las, o acúmu-lo de trabalhos desnecessários, o perso-nalismo, a corrupção persistente.

Outra razão do colapso foi o gi-gantismo de organizações como a KGB, o exército, o Partido Comunis-ta e o complexo militar-industrial que utilizavam uma enorme porcentagem dos recursos fi nanceiros do país. Es-tas instituições drenavam as fi nanças: nada era negado à KGB, ao partido e aos militares. Enquanto isso, a popula-ção vivia virtualmente uma existência comparada ao Terceiro Mundo.

LIVRO

O colapso do giganteUma das razões da debacle soviética foi o gigantismo de organizações como a KGB, o exército, o Partido Comunista e o complexo militar-industrial que utilizavam uma enorme porcentagem dos recursos fi nanceiros do país. Enquanto isso, a população vivia virtualmente uma existência comparada à do Terceiro Mundo

O ÚLTIMO IMPÉRIOAutor: Serhi PlokhyGênero: EconomiaPáginas: 544Formato: 16cm x 23cmEditora: Casa da PalavraPreço: R$ 69,90

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Março de 2016 31

Rodolfo San Jorge*

Em momentos de crise, é co-mum nos depararmos com a redução da oferta de vagas e o aumento da procura por

novos postos de trabalho. Constante-mente, nos defrontamos com notícias ou fi camos sabendo de familiares e/ou amigos que foram desligados e estão à procura de oportunidades.

Como consequência, uma onda de preocupação atinge os que ainda passa-ram incólumes pelo desemprego, vindo à tona questionamentos como: “O que fazer para não perder o meu emprego?” ou “Como reduzir os riscos de ser demi-tido?”. Paralelamente, para quem está buscando uma recolocação é recorrente escutarmos: “O que fazer para conse-guir um novo emprego e de forma rápi-da?”. Todos esses questionamentos nos remetem ao termo “Empregabilidade”, derivado de “employability”, ou seja, a capacidade do indivíduo de manter-se ou inserir-se no mercado de trabalho.

A dinâmica do mercado de traba-lho alterou-se consideravelmente do século 20 para o século 21, principal-mente com o advento da internet e de novas tecnologias na última década. Se considerarmos como pilares da “Em-pregabilidade” a tríade “Conhecimen-to, Experiência e Comportamento”, notaremos claramente as mudanças.

Quando falamos em “Conhecimen-to”, nos referimos desde a formação profi ssional e a profi ciência em idiomas até o detalhamento do nível de espe-cialização na função. A “Experiência”

também é um fator importante, pois, por meio dela, conseguimos identifi car e avaliar a trajetória profi ssional. “Com-portamento”, por sua vez, torna-se fun-damental, especialmente em ambientes nos quais são exigidos fl exibilidade e profi ssionais multitarefas, que saibam lidar com pressão.

Enquanto que até as últimas déca-das do século passado eram comuns au-mentos salariais, promoções ou mesmo um novo posicionamento no mercado proveniente de maneira mais intensa por “Conhecimento” e “Experiência” adquiridos individualmente, no século XXI observa-se o recrudescimento da relevância do eixo “Comportamento” e sua interface com o coletivo, seja para a obtenção, manutenção ou crescimento profi ssional. Os adventos das novas tec-nologias e da globalização proporciona-ram que o conhecimento fi casse mais acessível a um contingente muito maior

de cidadãos, se comparado há 30 anos. Em contrapartida, há uma tendência de busca de profi ssionais cada vez mais habilitados a trabalharem em ambientes complexos e com mudanças muito mais rápidas que antigamente.

Por isso, saber lidar com pressões constantes e ter a sensibilidade de to-mar a melhor e mais sensata decisão em curto espaço de tempo viraram um desafi o para os profi ssionais atuais, especialmente os mais jovens.

Ávidos por crescimento profi ssional de forma meteórica, estes, na maioria das vezes, apresentam pouca maturi-dade profi ssional e “jogo de cintura” para lidar com as próprias emoções, sendo comum apresentarem difi cul-dades de gestão de equipes. Todavia, é importante realçar que outras variáveis também podem impactar na emprega-bilidade, como o nível de remuneração, o cenário econômico do País e os im-pactos que isso acarreta na oferta de vagas para o setor e/ou áreas de atua-ção de cada profi ssional.

Portanto, tão importante quanto adquirir constantemente novos conhe-cimentos e manter-se atualizado para absorver as demandas que o mercado impõe, é necessário manter o equilíbrio emocional, principalmente nos momen-tos mais adversos. A melhor relação e equilíbrio entre os eixos relacionados ao “Conhecimento”, “Experiência” e “Comportamento” permitirá que o profi ssional tenha mais chances de au-mentar a sua empregabilidade.

*Consultor

ARTIGO

Será a empregabilidade o “X” da questão?

O que fazer para conseguir um novo emprego e de forma rápida?. Todos esses questionamentos nos remetem ao termo “Empregabilidade”, derivado de “employability”, ou seja, a capacidade do indivíduo de manter-se ou inserir-se no mercado de trabalho

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