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1 Ano 3 – Número 12 – Julho/Agosto de 2009 – www.centropaulasouza.sp.gov.br

Ano 3 – Número 12 – Julho/Agosto de 2009 – www ... · A Revista do Centro Paula Souza é uma ... presa do ramo de biotecnologia. “Sem a formação adequada, jamais conseguiria

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Professores assistem à apresentação dos módulos doSistema de Gestão Acadêmica na Etec Benedito Storani

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Horizontes

A Revista do Centro Paula Souza é umapublicação do Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, ligado à Secretaria de Desenvolvimentodo Estado de São Paulo.

Presidente do Conselho Deliberativo: Yolanda SilvestreDiretora Superintendente: Laura Laganá

Vice-Superintendente: César SilvaChefe de Gabinete: Elenice Belmonte R. de Castro

Reportagem e edição: Patrícia PatrícioReportagem: Fabio Berlinga, Luciene Soares e Paula PereiraProjeto gráfico e editoração: Marta AlmeidaCapa: Gastão GuedesJornalista responsável: Gleise Santa Clara – MTB 12.464-4

Assessoria de Comunicação – AssComJornalistas: Bárbara Ablas, Dirce Helena Salles,Fabio Berlinga e Gleise Santa ClaraDesigners: Jonathan Toledo e Marta AlmeidaBanco de Informações: Débora Souza e Mariana NogueiraSecretário de Redação: Raul de Albuquerque

Redação: Praça Coronel Fernando Prestes, 74, Bom Retiro,São Paulo, SP , CEP 01124-060, Tel.: (11) 3327-3144imprensa@centropaulasouza.sp.gov.brwww.centropaulasouza.sp.gov.brImpressão: Copypress – Tiragem: 9.000 exemplares

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Tecnologia em debateO mês de junho contou com uma

série de seminários e simpósios em Etecse Fatecs. Em Santo André, a Etec Júlio deMesquita organizou a décima primeiraedição do Meeting de Nutrição. No car-dápio de palestras constaram temascomo diabetes e terapêutica nutricional,higiene e segurança alimentar (com omicrobiologista Roberto Figueiredo,o “Dr. Bactéria”) e nutrição em esportes.Ao final do programa, houve a apre-sentação de ex-alunos que trabalhamem diversos hospitais e empresas.

Já a Fatec Marília organizou o 1o Se-minário de Biotecnologia de Alimentos.Francismar Corrêa Marcelino, da EmbrapaSoja, apresentou “Introdução à Biotecno-logia e suas Aplicações”. Sidmeire SantosOliveira, da empresa de Londrina Biorigin,

Está em desenvolvimentoo Sistema de Gestão Acadêmi-ca do Centro Paula Souza,uma solução de informáticapara atender às necessidadesde informações das Etecs,Fatecs e da AdministraçãoCentral. Em junho, umareunião na Etec BeneditoStorani, de Jundiaí, apresentouo piloto do primeiro módulo,o Acadêmico, desenvolvidoem oito Fatecs. À medida queforem implantados nas Fatecspiloto, os módulos serão estendidospara outras Fatecs. No segundo semestrede 2009 as Etecs devem adequaro sistema para suas unidades.

“O objetivo do encontro foi discutircom diretores e responsáveis pelassecretarias acadêmicas a necessidadede possíveis ajustes, para que o sistemaentre em operação neste semestre,realizando a matrícula dos alunosingressantes”, afirma o vice-diretorsuperintendente do Centro Paula Souza,César Silva, responsável pelo projeto.

Sistema unificado

falou sobre “Uso de Leveduras na Indús-tria de Alimentos”. Alunos apresentarampainéis sobre seus trabalhos de conclusãode curso: entre os projetos, um biscoitowafer com recheio salgado, uma pré-mis-tura para crepe sem glúten e barras decereais diet feitas com extrato seco dasemente do maracujá. Houve uma de-gustação de alimentos produzidos poralunos e professores em seus projetosde pesquisa. O menu incluiu biscoitos defarinha de mandioca e amendoim, pãode queijo de búfala e aperitivo de soja.

No 4o Simpósio da Fatec Mococa oleque de assuntos foi diversificado: asso-ciação na cadeia do leite e horticultura,produtividade de plantações de eucalip-to, energias alternativas, uso de resíduosna agricultura e a crise econômica.

Numa ação conjuntaentre o Centro Paula

Souza, a Secretaria Estadual da Educaçãoe a Prefeitura de São Paulo, mais de9 mil vagas serão oferecidas, até 2010,em cursos técnicos no período noturno,em salas de Escolas Estaduais e CEUs.

Além de automatizar a matrícula,o Sistema de Gestão Acadêmica forneceráinformações sobre cursos, disciplinas ehistórico escolar, por exemplo. Um outromódulo, o Prontuário Eletrônico, permitiráa localização de professores e alunos deacordo com sua área de atuação e prevêintegração à Plataforma Lattes do CNPq.O módulo Unidades informará sobre ainfraestrutura e o patrimônio de cada Fatecou Etec. Haverá ainda um módulo desegurança, para controlar o acessodo sistema pelos usuários.

ampliados

Essa iniciativa aumenta o acessodos jovens à educação técnica semdemandar a construção de novasunidades. O convênio reforça o Planode Expansão da Educação Profissional,que entre 2007 e junho de 2009implantou 21 novas Etecs.

A qualificação profissional garanteemprego de qualidade: quatro em cadacinco técnicos estão empregados. Destes,86% têm vínculo formal de trabalho. Entreos tecnólogos, a empregabilidade é de93%, sendo que 96% dos trabalhadorestêm vínculo formal de trabalho.

Além do preparo específico paraas várias habilitações no mundo dotrabalho, Etecs e Fatecs trabalham comseus alunos soluções de sustentabilidade.Várias unidades trabalham projetos comoplantio de árvores, produção de gás apartir de lixo orgânico e reciclagem deresíduos industriais: um aprendizadoque contribui para a saúde do planeta.

Laura LaganáDiretora Superintendente

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A Fatec Presidente Prudente,no oeste paulista, oferece para assen-tados e produtores rurais o curso deextensão em Princípios de Agroecolo-gia e Legislação Ambiental Aplicada àRecuperação da Biodiversidade Regional.Desenvolvido em parceria com o Institutode Terras do Estado de São Paulo (Itesp),o programa conta com aulas semanaise gratuitas, em um total de 36 horas.Cerca de 60 participantes estão divididosem duas turmas, agrupadas por proximi-dade dos municípios de origem: um

Cursos técnicos:

Rápidas

Um convênio entre o Centro Paula Souza, a Secretariada Educação do Estado de São Paulo e a Prefeitura de São Pauloabrirá, até 2010, 9.265 vagas para cursos técnicos em escolasestaduais da Capital e do Interior e nos Centros EducacionaisUnificados (CEUs) da Capital. As aulas noturnas, ministradaspor professores das Etecs, começam em 3 de agosto.

Os CEUs terão no segundosemestre 600 vagas em dez uni-dades. Na rede estadual, o Gover-no vai oferecer, em duas etapas,8.665 vagas em 97 escolas. Para osegundo semestre, foram abertas6.520 vagas em 74 escolas esta-duais de 45 municípios (18 delasna Capital, 13 na Grande São Pauloe 43 no Interior). As demais vagasserão oferecidas no primeirosemestre de 2010.

Agroecologia para comunidades

Serra anuncia 9 mil vagas em cursos técnicosnoturnos, nas salas de escolas estaduais detodo o Estado e nos CEUs da capital

grupo aprende os Princípios de Agro-ecologia e outro, Legislação Ambiental.Depois, trocam os módulos.

Mais uma parceria entre o CentroPaula Souza e o Itesp permitirá a aberturade um curso técnico em Agroecologia naComunidade Quilombola André Lopes,no município de Eldorado (Vale do Ribei-ra). O termo de aprovação do convêniofoi assinado em 13 de maio pelo secretá-rio estadual de Desenvolvimento, GeraldoAlckmin. O Núcleo de Formação Profissio-nal será construído dentro da comunida-

do Estado de São Paulo e do Brasil.Por isso é que temos o maior plano deexpansão do ensino técnico do país”,concluiu o governador.

A segunda fase do Programa deExpansão da Educação ProfissionalGratuita do Estado de São Paulo e oPrograma de Expansão da EducaçãoProfissional Gratuita nos Centros Educa-

cionais Unificados (CEUs) funcio-nam no regime de classes des-centralizadas. Em vez de construiruma nova Etec, criam-se turmasaproveitando a infraestruturaexistente. Cada escola estadualou CEU trabalhará com a Etec

mais próxima, responsável pelos cursos.Ao todo, serão 12 modalidades, com

duração de três semestres: Administra-ção, Comércio, Contabilidade, Informáti-ca, Informática para Internet, Logística,Marketing, Redes de Computadores,Secretariado, Seguros, Serviços Imobiliá-rios e Serviços Judiciários. Outros cursosestão em estudo para 2010.

de de aproximadamente 500 famílias.Situado próximo à Escola Estadual MariaAntonia Chules Princesa, o Núcleo con-tará com quatro salas de aula e quatrolaboratórios. A primeira turma (40 alunos)deverá começar as atividades em 2010.Com duração de um ano e meio, o cursotécnico em Agroecologia forma umprofissional capaz de planejar e executaratividades de preservação de recursoshídricos, do solo, da fauna e da florasilvestres, além de orientar sobre o con-trole biológico de insetos e doenças.

Fotos: Ciete Silvério

mais expansão

“Ensino técnico gera empre-go”, afirmou José Serra duranteo anúncio do convênio. “A ênfase naeducação profissional é a coisa maiscerta que poderíamos fazer. Em primeirolugar por dar oportunidade de trabalhopara os jovens. Em segundo, porquemelhora o aproveitamento dos alunosde cursos Técnicos que também fazemo Ensino Médio e vice-versa. Em terceiro,por contribuir com o desenvolvimento

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Estabilidadena crise

Carreiras

Técnicos formados pelas Etecs conquistamemprego de qualidade: entre os trabalhadores,

lém de garantir empregopara quase 80% dos formados,os cursos ministrados nas Escolas

Técnicas Estaduais (Etecs) também pro-porcionam estabilidade profissional.É o que mostra o relatório Egressos emnúmeros, publicado recentemente pelaÁrea de Avaliação Institucional (AAI)do Centro Paula Souza. A maioria dospesquisados tem menos de 24 anose remuneração média de até trêssalários mínimos (63,7%).

Segundo o levantamento, entreos técnicos que estão empregados,86% possuem vínculoformal de trabalho – des-tes, 69,4% têm carteira detrabalho assinada. Além doregime de CLT, conside-ram-se como vínculo for-mal as seguintes situações: autônomo re-gular, microempresário e servidor público.

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de Marília. Há dois anos, quando falta-vam seis meses para terminar o curso,Carbuloni foi contratado por uma em-presa do ramo de biotecnologia. “Sem aformação adequada, jamais conseguiriaesse emprego. O mercado e a legislaçãotrabalhista no setor são exigentes”, diz.

A maioria dos egressos empregadostem carteira assinada – o maior percen-tual é em Controle e Processos Indus-triais (81,6%). Os eixos com maior quan-tidade de autônomos e microempre-sários são os de Infraestrutura e deProdução Cultural e Design.

Jefferson Santana, 26 anos, ilustraesse caso. Formou-se em ComunicaçãoVisual na Etec José Rocha Mendes,na Capital. Há três anos, montou suaempresa de consultoria na área deMarketing e garante que os três

semestres que passou na Etec foramfundamentais para o sucesso do empre-endimento. “O curso superou minhasexpectativas porque não me apresentousomente às ferramentas de trabalho.Também aguçou o pensamento criativoe a visão mercadológica”, conta. A satis-fação foi tanta que Santana buscoucolaboradores na Etec. “Nosso estagiárioescolheu o mesmo curso que eu fiz”.

De acordo com o coordenadordo curso de Administração da Univer-sidade Metodista de São Paulo, AlmirMartins Vieira, a estabilidade financeiratraz benefícios para todos. “Influenciapositivamente no desenvolvimento doEstado. O cidadão empregado, semiminente ameaça de perder tal situação,está apto a comprar, consumir, enfim,participar do ciclo econômico”.

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86% têm vínculo formal

No eixo tecnológico de ProduçãoIndustrial (que engloba cursos comoProdução de Açúcar e Álcool, Calçados,Curtimento e Tecelagem) esse índice éainda maior: cerca de 95% dos técnicosestão na formalidade, 76,3% delescom carteira assinada.

“Os cursos oferecidos nessas áreassão focados nas necessidades do setorprodutivo. Existe ainda a questão daoferta de profissionais especializados”,avalia Almério Melquíades de Araújo,coordenador de Ensino Médio eTécnico do Centro Paula Souza.

Um exemplo dessa situação éRodrigo Carbuloni, 24 anos, técnicoem Açúcar e Álcool, pela Etec DoutorLuiz César Couto, em Quatá, região

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Carteira assinada

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Enem

Ensinovencedor

Pelo quarto ano consecutivo, Etecs sedestacam no Exame Nacionaldo Ensino Médio, brilhamem suas cidades, no Estado

e no País: 80% das unidades tiveram nota acima da média nacional.No interior, 14 são campeãs do município

A s Etecs na Capital e no interiorse saíram muito bem no ExameNacional do Ensino Médio, que

teve seus resultados divulgados no fimde abril: das 92 unidades participantes,51 (55%) tiveram nota acima de 60;e 73 (79%) pontuaram acima de 50(a média nacional foi 49,45). “Pratica-mente 80% das Etecs têm desempenhosuperior à média nacional. Portanto,o sucesso é da instituição”, observa ocoordenador de Ensino Médio e Técnico,Almério Melquíades de Araújo.

Considerando as 50 melhoresEscolas Estaduais do Brasil, 38 são Etecs.No Estado de São Paulo, das 20 escolaspúblicas no topo do Enem, 12 são Etecs.Na Capital, duas Etecs ficaram entre as20 melhores, entre públicas e privadas:a Etesp (2a entre as públicas, 9a na classi-ficação geral da cidade) e a Getúlio Var-gas (3a entre as públicas, 20a na classifica-ção geral da cidade). A Etesp ficou em2o lugar em relação a todas as estaduaisdo Brasil. “Temos professores qualifi-cados, que não ficam restritos à aulaconvencional”, afirma o diretor da Etesp,Carlos Augusto de Maio. A unidadeorganiza idas ao cinema e ao teatro eviagens. Em Ouro Preto, por exemplo,os alunos tiveram contato direto comcomponentes curriculares de História,Geografia, Literatura, Biologia e Arte.

EM PRIMEIRO LUGAR

Espalhadas pelas diversas regiõesdo Estado, 14 Etecs conquistaram aliderança na classificação geral de suascidades – incluindo escolas públicas e

privadas. É o caso da Etec Júlio de Mesqui-ta, que obteve a maior nota entre as 82escolas de Santo André, e da Etec LauroGomes, primeira entre as 89 escolas deSão Bernardo do Campo e também amelhor de toda a região do ABCD paulista.

Motivos para o sucesso? “Temos umbom plano pedagógico, voltado parapromover a autonomia intelectuale desenvolver o espírito críticodos alunos”, aponta a diretora daEtec Lauro Gomes, Irene Scaranto.Além das atividades em sala deaula, a unidade organiza cafésfilosóficos, concurso de redaçãoe projetos interdisciplinares.A professora ressalta que oresultado não vem por acaso:“Existe um trabalho da Coordena-doria de Ensino Médio e Técnico,perseguindo a qualidade emtodas as Etecs. O Centro PaulaSouza programa excelentescapacitações para assistentespedagógicos, diretores e profes-sores das diversas disciplinas”.

DESTAQUES NO INTERIOR

Algumas das 14 Etecs do interiorque conquistaram o primeiro lugar emsuas cidades, entre escolas públicas eprivadas, destacaram-se também naclassificação nacional. São exemplos RioClaro e Araras, 7a e 8a entre as estaduaisdo Brasil, respectivamente. Além disso,42 Etecs são as campeãs entre as públi-cas e se encontram entre os 10 primeiroslugares na classificação geral de suascidades. Como isso acontece? “Além

do trabalho em equipe entre direção,coordenação e professores, ampliamosa visão de mundo dos alunos com traba-lhos sociais”, conta Hélio Aparecido Zorzo,diretor da Etec Prefeito Alberto Feres, deAraras. “Temos um grupo muito unido eo respaldo dos pais ao nosso trabalho”,diz Maria Angela Ragnane, diretora da

Etec Prof. Armando Bayeux da Silva, deRio Claro. “Criamos hábito de estudo noaluno desde o primeiro ano”, acrescenta.

Uma aluna dessa unidade que teveótimo desempenho no Enem e hojecursa Química na USP de São Carlos éAline Monteiro Lino, que não poupaelogios a sua antiga escola. “Os profes-sores são muito empenhados e nospreparam para o futuro”. Aline recordaas aulas extras de física, oferecidas porestagiários da Unesp (uma parceria con-quistada pela Etec), os seminários deliteratura e as oficinas de redação. “Tudoisso ajudou muito na hora da prova”.

Entre as 50 melhores escolas estaduaisdo Brasil, 38 são Etecs. Das 20 melhoresescolas públicas de São Paulo, 12 são Etecs

Raul de Albuquerque

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AprendizadoProfessores de Etecs e Fatecs desenvolvem, com seus alunos,

projetos que ensinam várias formas de contribuir com o meioambiente: plantio de mudas, mapeamento da arborização

Matéria de capa

verdem 17 minutos e 13 segundos,100 alunos da Fatec Indaiatubaplantaram 19.533 mudas, que-

brando um recorde mundial. Durante omesmo tempo, cerca de 10 mil voluntá-rios – na maioria estudantes da rede pú-blica – plantaram 34.467 mudas. Assim,a região ganhou, em novembro de 2008,54 mil novas árvores em menos de vinteminutos. Essa ação neutraliza o carbonoequivalente às emissões geradas pelolixo produzido por toda a populaçãoda cidade (cerca de 170 mil habitantes)durante dois meses. “Nossa meta foirecuperar a mata ciliar do rio Jundiaí,o mais importante manancial de águada região”, assinala o responsável peloprojeto, o professor de Gestão AmbientalGerson Araújo de Medeiros.

Os estudantes avaliam o impactoambiental que produzem no cotidiano,com geração de lixo, gasto de energia

elétrica, combustível. A partir daí calcu-lam as emissões individuais de carbonoe a quantidade de árvores a serem re-postas. “Cada aluno planta, em média,7 árvores”, afirma Medeiros. Além doevento de novembro, desde abril de 2008os alunos da Fatec Indaiatuba acrescen-taram mais de 1.000 mudas ao ambiente.

A faculdade conta ainda comoutros projetos na área, como a análiseda qualidade da água do córregoBarrinha, feita mensalmente e enviada,desde março deste ano, para o SOSMata Atlântica. Na Fatec Indaiatubaaté o estacionamento é ecológico:o piso permeável, com brita, permitediminuir enchentes na região.

Em Garça, alunos do Ensino Médiotambém aprendem a calcular a fixaçãodo carbono pelas árvores, como formade neutralizar as emissões de gáscarbônico produzidas pela população.

Eurbana, transformação de lixo em energia...

A Etec Monsenhor Antônio Maglianoconseguiu uma parceria com a Secre-taria do Meio Ambiente de Garça, quecedeu uma área para plantio no Recintode Exposições do município e dá apoiotécnico ao projeto. Os jovens, orientadospelo professor Francisco Koshi Tanoue,vendem adesivos – feitos pelos estudan-tes de Técnico em Marketing – e arreca-dam dinheiro para a compra de mudas.Eles cultivam espécies adequadasao ecossistema local: peroba, cabreúva,imbuia, mogno, pau d´alho, entre outras.“Até agora foram 3.600 mudas, e vamoscontinuar”, assegura Tanoue.

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MAIS VERDE NA ESCOLA

A Etec Vasco Antonio Venchiarutti,de Jundiaí, reservou 15 mil m2 dentro daescola para aumentar um trecho já exis-tente de mata nativa. Estudantes do curso

Alunos da Etec Salles Gomes (Tatuí)mapeiam árvores da cidadeAlunos da Etec Salles Gomes (Tatuí)mapeiam árvores da cidade

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Técnico em Agrimensura demarcaramo terreno e os do curso Técnico em MeioAmbiente plantaram cerca de 2.000 mudasem janeiro de 2008. Profissionais do De-partamento de Água e Esgoto do muni-cípio acompanham a saúde das árvores.“Cogitamos ampliar a área de plantio”,diz o diretor da unidade, Mauro Gut.

Há diversas nascentes na Etec Prof.Edson Galvão, em Itapetininga. Por issoa unidade desenvolve a recuperaçãodesses mananciais, que estavam semvegetação. Sob a orientação da professo-ra Mônica Maria Toscani, e a colaboraçãode seus colegas Otávio da Silva Moraes eBenedito Marques da Silva Junior, alunosdo Ensino Médio e dos cursos Técnicosem Pecuária e em Meio Ambiente plan-taram mais de 200 mudas de espéciescomo cedro-rosa, jatobá e aroeira desdeo início deste ano. São parceiros do pro-jeto o Programa Estadual de MicrobaciasHidrográficas e a Prefeitura do município.“Buscamos desenvolver educação ambien-tal e discutir com a comunidade internae externa a importância dos mananciaise a escassez da água no planeta”, afirmaa diretora da unidade, Elza Francisco.

Com acompanhamento do profes-sor Eduardo Augusto da Silva, os estu-dantes de Meio Ambiente restauramuma trilha ecológica na área de vestígiode Mata Atlântica da Etec. E plantamespécies nativas como palmito jussara,paineira e acácia.

UM CENSO DE ÁRVORES

Munidos de planilhas e disposiçãopara caminhar pela cidade, jovens ano-tam quantas são e como estão as árvoresde Tatuí. Os alunos de Meio Ambienteda Etec Salles Gomes fazem um mapea-mento detalhado, com tamanho dotronco, porte, proximidade de fiaçãoelétrica, medida da calçada, entre outrasinformações. “É um verdadeiro laborató-rio de campo”, explica a professora res-ponsável pelo projeto, Angela CapelariRenzano. “Houve uma diferença de 10º Cna temperatura entre as calçadas com esem árvores em um dia bem quente.Assim o aluno vê na prática a importân-cia do verde para refrescar a cidade”.

Estudantes de Informática passamas informações para o computador.À medida que o levantamento de cadabairro fica pronto, os dados seguempara a Secretaria do Meio Ambientedo município, que desta forma planejao plantio e reposição de árvores.

Alunos e professores do cursode Silvicultura, por sua vez, estão deolho no ambiente florestal. A FatecCapão Bonito vai monitorar uma áreade reflorestamento de uma empresamineradora, acompanhando o desen-volvimento das mudas plantadas.Trata-se do início de uma parceriacom o Instituto de DesenvolvimentoAmbiental Sustentável (Ideas), que deverepassar uma verba para bolsas deIniciação Científica. A faculdade jáauxilia na preservação dos parquesIntervales e Petar (Parque EstadualTurístico do Alto Ribeira).

APROVEITANDO O LIXO

Na Etec Júlio de Mesquita, em SantoAndré, resíduos orgânicos de uma can-tina ficam acumulados em um tambordurante 3 a 4 meses. A coleta começouem maio e, no segundo semestre, o gásgerado naturalmente será enviado paraa cozinha experimental da unidade.“Os alunos de Meio Ambiente irão cal-cular quanto gás será produzido nesseprocesso”, diz a professora responsávelpelo projeto, Sueli Paladino.

Outro tipo de lixo, o industrial,ganhou a atenção da Fatec Jahu.O couro, quando é lançado diretamen-te no solo, pode causar sérios danos àsaúde. “Devido ao cromo utilizado notratamento, o material se torna cance-rígeno em contato com a terra”, informaOsvaldo Contador, professor do cursode Gestão de Produção de Calçados eautor de projeto de pesquisa sobre areutilização dos resíduos da indústriacalçadista local. O projeto “Jaú Recicla” édesenvolvido em parceria com o Sebrae,o Senac, o Sindicalçados Jaú e a Univer-sidade Federal de São Carlos (UFSCar),além de cinco empresas do setor. OCentro de Caracterização e Desenvolvi-mento de Materiais do Departamentode Engenharia de Materiais da UFSCarestá ela-borando, sob sigilo, um produtoa partir dos resíduos industriais, quepoderá ser usado como solado, saltoou palmilha. “Trata-se de uma forma deprodução mais limpa”, afirma Contador.

Fatec Indaiatuba quebrou recorde mundialno plantio de árvores, em novembro de 2008

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Outro projeto da Fatec Indaiatuba é a análiseda água do córrego Barrinha, feita mensalmente

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Professora da Fatec Botucatu desenvolve softwareque vasculha cada pontinho de uma mamografia

Saúde

m programa computadorizadodesenvolvido pela coordenadorade Informática e Radiologia da

Fatec de Botucatu, Vivian Gambarato,permite processar a imagem de mamo-grafias para detectar nódulos nos seios.O software capta variações de cinza naradiografia, o que permite identificarum tumor muito antes da detecção pelamulher no auto-exame. Funciona comoum complemento para auxiliar o radio-logista no diagnóstico precoce docâncer de mama.

O programa auxilia principalmentemulheres com menos de 40 anos,quando os seios têm menos gordurae tecido bastante fibroso, o que dificultaa visualização nos exames tradicionais.“Com a reposição hormonal, essacondição se prolonga para além dos40 anos”, observa Vivian. Segundo aprofessora, é fácil confundir visualmenteas estruturas normais com um eventualnódulo porque ambos têm tons decinza muito parecidos.

Para contornar essa dificuldade,o programa segmenta a radiografiaem partes e analisa cada pixel, ou seja,rastreia a imagem ponto a ponto embusca de variações da cor. Assim,enquanto uma pessoa é capaz deidentificar 60 tonalidades de cinza,o software detecta 3.600. “Com isso,conseguimos delimitar um eventualtumor”, diz a pesquisadora.

Nos testes feitos por um radiologista,o índice de acerto na detecção foi de94% com o programa. Os dados foramcoletados em parceria com a Faculdadede Medicina da Unesp de Botucatu,

o Laboratório deProcessamento deImagens Médicas eOdontológicas doDepartamento deEngenharia Elétricada USP de São Carlos,a Prefeitura de Botucatue o Instituto Avon, quecomprou equipamentos.O software já analisou2 mil exames feitos empacientes com mais de40 anos de cinco cidadesda região.

O programa pode gerar economiapara os sistemas de saúde, pois com-plementa os exames dos mamógrafostradicionais, dispensando o modelodigital para fazer o rastreamento daimagem. “Um mamógrafo digital custaem torno de 350 mil dólares. O conven-cional sai por 70 mil dólares”, explica oradiologista José Morceli, do Departa-mento de Diagnóstico por Imagemda Unesp, e coordenador da parceria.“Com R$ 100 mil, monta-se um apare-lho com a mesma precisão do digital,usando o programa.”

Esse projeto é uma lição para osalunos de Tecnologia em Radiologia,cuja primeira turma iniciou no primeirosemestre de 2009 na Fatec de Botucatu.

INCIDÊNCIA

O câncer de mama é o segundotipo mais frequente no mundo e o maiscomum entre as mulheres, causandomais mortes na população feminina.

Corresponde a quase um quartodos novos diagnósticos de câncerem mulheres a cada ano, segundoo Instituto Nacional do Câncer (Inca).Calcula-se que em 2008 tenham sidodetectados 49.400 novos casos no Brasil,com um risco estimado de 51 ocorrên-cias a cada 100 mil mulheres.

No Brasil, o Ministério da Saúderecomenda uma mamografia a cada doisanos para mulheres a partir dos 50 anose exame clínico anual para mulheres de40 a 49 anos. Para grupos populacionaisconsiderados de risco elevado (quandoparentes de primeiro grau, como mãe eirmã, tiveram a doença) recomenda-seo exame clínico e a mamografia anual-mente a partir de 35 anos.

Quando a detecção é precoce,o prognóstico indica chances de umbom resultado no tratamento. Porém,a doença apresenta taxas elevadas demortalidade no Brasil, muito provavel-mente porque o diagnóstico ocorreem estágio avançado.

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iver um ano nosEstados Unidos,aprimorar o inglês,

ampliar conhecimentose ganhar uma bolsa de25 mil dólares duranteo período. O sonho demuitos universitáriosse realiza desde junhopara oito alunos de cincoFatecs, selecionados pelaComissão Fulbright,programa de intercâmbioeducacional entre osEstados Unidos e o Brasil.

Voltado a futuros tecnólogosbrasileiros, o programa CommunityColleges existe desde 2007 e neste anooferece 42 bolsas, 16 delas para SãoPaulo. Abrange cinco campos do conhe-cimento: administração e gerenciamen-to de negócios, tecnologias na área deengenharias, turismo e hotelaria, comu-nicação e tecnologia da informação.

O aluno de Informática para a Ges-tão de Negócios da Fatec São José dosCampos, David Ribeiro Lopes, embarcaem agosto para Dallas, no Texas. “A bolsavai abrir portas, principalmente, porqueé específica para tecnólogos”, diz.

aprendi sozinho em cursosonline”, conta Rodrigues.“Minha meta é aproveitar aexperiência para o mestrado.Gostaria de trabalhar comadministração de redes

e dar aulas, quem sabe na Fatec”.Nicole Gica, aluna de Gestão Empresa-

rial na Fatec Guaratinguetá, estuda inglêsdesde os 8 anos e foi dispensada do refor-ço no idioma. Para Nicole, essa “oportuni-dade de ouro” está na vivência internacio-nal: “Nasci e vivo em uma cidade peque-na. Com essa experiência nos EstadosUnidos, ganharei mais independência epoder de decisão, fatores muito preza-dos em grandes empresas”. Ela estudaráEmpreendedorismo em Cypress, Texas.

Os candidatos passam por umaseleção rigorosa para conquistar a bolsa.Um dos pré-requisitos é a proficiênciaem inglês, tida pela maioria como aetapa mais puxada. “Difícil também éesperar quatro meses pelo resultado”,comenta Rafael Fontana Niyoshi Bianchi,que cursa Processamento de Dados naFatec São Paulo. Bianchi ruma, depoisdo intensivo de inglês, para Greenville,na Carolina do Sul.

Para a mesma cidade segue, apóso programa de inglês, Willian Marton.“Essa experiência vai incrementar o

currículo”, acreditao aluno de Eletrôni-ca com Ênfase emAutomação Indus-

trial, da Fatec São Bernardo do Campo.

MENINAS MARAVILHA

Três estudantes de Automaçãode Escritórios e Secretariado da FatecSão Paulo compõem o seleto grupo.Kelly Barros Furquim fará Administraçãocom Ênfase em Liderança em Wausau,em Wisconsin. “Pretendo voltar comum inglês fluente para conseguir umexcelente emprego”, afirma Kelly.

Sua colega Luciana da Silva soubeem 2007 do programa. “Não me inscrevie me arrependi. Mas não perdi a chanceno ano passado, quando fiz a candida-tura”, recorda Luciana, que irá para amesma cidade e faculdade de Kelly,porém escolheu outro programa:Marketing e Empreendedorismo.

Uma companheira de turma deLarissa Secches Ritari foi uma das cincoalunas de Fatecs selecionadas em 2008.Assim, Larissa se informou sobre o pro-grama e se inscreveu em 2009. Depoisdo curso de inglês, Larissa ruma paraTampa, cidade da Flórida conhecidapelos parques de diversão. “Vou encon-trar com o Pateta e o Mickey”, brinca,acrescentando que garante dedicaçãoaos estudos em Gestão de Negócioscom Ênfase em Administração.

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Alunos

Talentotipo exportação

Oito estudantes de cinco Fatecs estãoentre os 42 selecionados para estudar nos

Estados Unidos durante um ano, com bolsade 25 mil dólares, em um programa voltado

para estudantes detecnologia de todo País

Jovens enfrentaram seleçãorigorosa. Da esq. para a dir.:Luciana da Silva, Larissa Ritarie Rômulo Rodrigues.Embaixo: Kelly Furquim

Fotos: Arquivo Pessoal

Rômulo Rodrigues, estudante deInformática com Ênfases em Banco deDados e em Redes de Computadoresna Fatec Cruzeiro, é outro selecionado.Após um curso de inglês de dois mesesem Cedar Rapits, em Iowa, ele segueem agosto para Saint Louis, no Missouri.Escolheu o curso de Administração deRedes de Computadores. “Nunca tivecondições de pagar uma escola de inglês,

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Reformularé preciso

Os 46 cursos das Fatecs devem passar por reestruturação para tornar os currículosmais modernos e homogêneos, possibilitando a implantação do Sistema Acadêmico

O trabalho para a reformulaçãocurricular dos cursos de gradua-ção tecnológica do Centro Paula

Souza, desenvolvido desde dezembro de2008, atende a dois objetivos. Primeiro,transformar as Fatecs em uma rede defaculdades. Para que isso ocorra, currícu-los homogêneos facilitam as transferên-cias de estudantes e a mobilidade docorpo docente, além de propiciaremações articuladas das coordenaçõesde curso tais como o licenciamentoconjunto de softwares, a compra delivros, a organização de encontros eas discussões. O sistema informatizadode gestão acadêmica, unificado paraas Fatecs e em implantação na institui-ção (veja em “Rápidas”, na pág. 2),também demanda currículos e outrosprocedimentos acadêmicos similares.

Segundo objetivo: atender à legis-lação relativa à duração dos cursos e asua adequação ao Catálogo Nacional deCursos de Tecnologia (CNCT), caso hajaessa possibilidade. Esses cursos passa-ram a participar do Exame Nacional deDesempenho de Estudantes (Enade) noano passado. Quanto mais próximos aoCNCT, maior a possibilidade de servirempara referenciar os cursos tecnológicossemelhantes. Dessa forma, poderemosparticipar com mais sugestões à organi-

zação desses exames, voltados especifi-camente para a graduação tecnológica.

Durante o processo de elaboraçãodos novos projetos pedagógicos, aUnidade de Ensino Superior de Gradua-ção do Centro Paula Souza tem organi-zado reuniões de trabalho com todosos coordenadores de curso em estudo.Nesses encontros, apresentam-se asdiretrizes curriculares do Centro PaulaSouza: duração mínima de 2.400 horas,chegando a 2.800 horas com atividadesde prática profissional, estágios e tra-balho de graduação; importância doensino do idioma inglês ou espanhol;diminuição de disciplinas de duas aulassemanais, que fragmentam o currículo;ênfase à vivência cultural ou acadêmicae ao desenvolvimento de pesquisasextra-sala, com atividades autônomas.

A reestruturação curriculardiscute ainda as condições regionaisde empregabilidade dos tecnólogos,o perfil do profissional e suas compe-tências e, a partir dessa determinação,a matriz dos componentes curriculares.Dessa forma , são definidos os objetivosde cada disciplina, a bibliografia básicae a complementar. A partir dessasreflexões indicam-se os recursos delaboratórios necessários. Registram-seos depoimentos das experiências e

as expectativas dos coordenadoresde curso. Finalmente, definem-seas equivalências de componentesdo curso atual com o proposto.

Recursos tecnológicos como gruposde discussão na internet e blogs paracomunicação entre os participantescomplementam as reuniões presenciais,em que os coordenadores têm papelrelevante devido às discussões quepromovem posteriormente emsuas respectivas unidades.

Muitas vezes, docentes são convi-dados pelos coordenadores paraauxiliar nas atividades de construçãocoletiva da proposta de curso. No finalda análise haverá convite para parecerde profissional reconhecido na área,como se fez no curso de Agronegócio.

No momento os projetos pedagó-gicos de quatro cursos estão concluídos:Banco de Dados, Redes de Computado-res, Silvicultura e Processos Gerenciais.Dezoito cursos estão com grupos dediscussão em andamento, e começamem julho as discussões para os demaiscursos ainda não estudados.

Até o fim deste ano todos os projetospedagógicos contendo as reformulaçõesnecessárias deverão ser encaminhadosao CEE-SP.

Vera LúciaSilva Camargo é

assessora paraProjetos Pedagó-gicos da Unidade

de EnsinoSuperior deGraduação

“A reestruturação curricular discute ainda as condições regionaisde empregabilidade dos tecnólogos, o perfil do profissional,suas competências e a matriz dos componentes curriculares”

Artigo – Vera Lúcia Camargo

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Entrevista – Celso Antônio Gaiote

Multiplicador

om quase 40 anos deexperiência profissionalna área pedagógica, Celso

Antônio Gaiote não pensa emparar por aí. Técnico em Eletrôni-ca, pedagogo e administrador,esse paulista de Boracéia é onovo coordenador da Unidadede Formação Inicial e EducaçãoContinuada do Centro PaulaSouza. Nesta entrevista, Gaiotefala sobre os desafios e o ladosocial da Educação. “Não existeformação mais ou menos nobre”,diz esse educador, que desde aadolescência tomou gosto pelapartilha do conhecimento.

Como o senhor avalia seutrabalho no Centro Paula Souza?

Há quatro anos, a diretora superin-tendente, Laura Laganá, convidou a mime aos professores Aguinaldo Silva Garceze Cassemiro de Souza para desenvolver-mos um trabalho voltado às gerênciasregionais, dando apoio à gestão, para obom funcionamento das unidades deensino. Gostei de atuar nessa interme-diação entre a Administração Central,as Etecs e Fatecs. Nessa etapa aprendimuito: me orgulho de conhecer cadauma das unidades no Estado.

Como sua experiência pode contribuirpara a nova função que o senhorexerce na instituição?

Sei que estar próximo das unidadesme deu mais noção dos anseios eresultados de cada uma. É bom saber

que continuo voltado para a ponta,para o aluno. Como gestores de Educa-ção, devemos garantir qualidade deensino ao jovem, para que ele possavislumbrar oportunidades de trabalho.Isso só é possível graças aos parceiros,às Secretarias do Governo, às prefeiturase diretores de cada unidade do CentroPaula Souza. Ainda vamos ajudar muitagente a conseguir espaço no mercado.

Quais são os desafios principaisda Unidade de Formação Inicial eEducação Continuada?

O Centro Paula Souza possui quatrovertentes de Educação. Uma voltadapara a pós-graduação, outra para oensino superior, uma de nível médio

e técnico e a de educação básica, a Uni-dade de Formação Inicial e EducaçãoContinuada. Nessa unidade trabalhamoscom a população que não pôde ingres-sar nos outros níveis. Nossos carros-chefesão o Programa Estadual de Qualificação(PEQ), a parceria com a Fundação Casa,o Programa Emergencial de AuxílioDesemprego, além de outros cursos,oferecidos em parceria com prefeituras.Portanto, educamos a população menosfavorecida. Temos como desafio ampliarparcerias e, consequentemente, esten-der esses programas aos que queiramconquistar emprego ou manter-senele por meio da qualificação.

Como funcionam essas parcerias?Em vários setores. O meio empre-

sarial, por exemplo, orienta quantoà escolha dos cursos, e define quaisos perfis profissionais procurados.As prefeituras contribuem para queessas capacitações aconteçam. E osdiretores das unidades acolhem emsuas dependências a comunidade.

Como está a procura poresses cursos?

Crescente. A sociedade, em geral,e me refiro a empresários, gestorespúblicos e população, está cada vez maisconsciente. Sabe da importância de umtécnico em edificações, tanto quanto deum bom pedreiro. Em Educação nãoexiste formação mais ou menos nobree as pessoas começam a perceber isso.O cuidador de idosos e o trabalhadordoméstico também necessitam deconhecimento, seja para manusear umamáquina de lavar digital ou para prestarprimeiros socorros. O resultado dessanova realidade reflete-se nas salasde aula cada vez com mais alunos.

O que o senhor sonha em realizarno Centro Paula Souza?

Cumprir a missão que me foi dadapor Laura Laganá: manter a harmoniada equipe, consolidar nossas ações e,claro, ver a instituição crescer. Venhoaprendendo que um trabalho podenão ser fácil, mas nunca é impossível.

da educaçãoO coordenador da Unidade de Formação Inicial e Educação

Continuada assumiu o cargo, após quatro anos na Gerência Regional

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“Não existe formação mais ou menosnobre”, diz esse educador, que desde

quando era adolescente tomou gostopela partilha do conhecimento

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Arranjos Produtivos

Vai umcafezinho?Antes de chegar à xícara, o café passa por um complexociclo produtivo – que exige qualificação em Técnico em Cafeicultura

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té se transformar na bebidamais consumida do mundoapós a água, com 400 bilhões

de xícaras anuais, o café passa porum longo ciclo produtivo. O processoenvolve desde os pequenos produtoresde mudas até as grandes empresasexportadoras, passando pela colheitae pelo beneficiamento.

Em busca de formar profissionaiscapazes de atuar em todas as etapasprodutivas, duas unidades de ensinodo Centro Paula Souza localizadas emmunicípios com forte produção cafeeiraoferecem o curso de Cafeicultura: EtecDoutor Carolino da Motta e Silva, deEspírito Santo do Pinhal, e Etec Profes-sor Carmelino Corrêa Júnior, de Franca.

A Alta Mogiana, onde Franca selocaliza, é uma das regiões mais impor-tantes do país na cafeicultura, com cercade 50 mil hectares de área de cultivo.Segundo a Cooperativa de Cafeicultorese Agropecuaristas (Cocapec), a regiãoemprega mais de 25 mil trabalhadoresno setor. Alguns municípios pequenos,com 7 mil habitantes, chegam a dobrara população durante a colheita.

Desde o primeiro semestre de 2009,Franca conta com o curso de Cafeicul-tura. “Cooperativas e empresas locaissolicitaram a implantação de um cursonessa área”, informa o diretor da unidade,César Roberto Guimarães. “Esse segmen-to precisa de profissionais com conheci-mento aprofundado na cultura do café,principalmente no que diz respeitoà comercialização”, acrescenta.

Saulo de Carvalho Faleiros, respon-sável pelo departamento técnico

da Cocapec, afirma que, apesar de aregião de Franca se destacar na produ-ção nacional de café, ainda faltam profis-sionais especializados. “Há fazendas quemovimentam mais de R$ 10 milhões porano e não têm profissional para adminis-trar essa produção. Com a formaçãodesses profissionais haverá pessoas aptasa traçar estratégias de comercialização etomar decisões sobre vendas e controlede qualidade”, enumera.

Os técnicos em Cafeicultura recebemformação que os capacita para planejar,executar e monitorar todas as fases daprodução: implantação de viveiros, plan-tação de mudas, lavoura, colheita e

beneficiamento. Esses profis-sionais colaboram ainda nocontrole de qualidade, nacomercialização e no gerencia-mento do mercado de café.

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DA PORTEIRA PARA DENTRO

A Etec Dr. Carolino daMotta e Silva, em EspíritoSanto do Pinhal, apresenta umperfil distinto da unidade deFranca, segundo seu diretor,José Carlos Ribeiro. “O cursose volta aos pequenos produ-tores, que trabalham com ocafé antes do beneficiamen-to. Nosso forte é a produçãode grãos, da ‘porteira paradentro’, como dizemos”.

O coordenador do curso,José Roberto de Freitas Bueno,calcula que a região contecom aproximadamente

1.250 propriedades rurais (90% delascafeeiras). Cerca de 8 mil trabalhadoresatuam no setor. “Muitos dos nossosalunos são filhos de produtores, queconhecem de perto a prática da cafei-cultura e buscam aprender a teoria.Com o conhecimento adquirido nocurso, eles podem aumentar a lucrativi-dade e melhorar a qualidade da produ-ção”. A Etec de Espírito Santo do Pinhalformou a primeira turma de técnicos emCafeicultura em junho de 2009. Atual-mente está em estudo um projeto emparceria com a Universidade de SãoPaulo (USP) para transformar a unidadeem um centro de referência em café.