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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 65 | Edição 3326 | 2 a 8 de dezembro de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00 www.arquisp.org.br | Editorial Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida Num belo presépio transparece, com simplicidade, a beleza da nossa fé Na pandemia, celebrar o Advento com sobriedade, oração e solidariedade Tempo para escutar a Deus, endireitar as veredas e cortar os excessos Preparar o caminho do Senhor e voltar-se de todo o coração para Deus Página 4 Página 2 Página 5 Página 15 Página 16 Página 9 Página 14 Bruno Covas é reeleito prefeito com mais de 3 milhões de votos Cardeal Scherer abençoa sinos restaurados da Igreja São Cristóvão Arquidiocese estimula a realização da Novena de Natal nas casas Fratelli tutti é tema de diálogo de Dom Odilo com internautas População descuida de medidas protetivas e pandemia avança em SP Em live sobre a recente encí- clica, o Cardeal Scherer a defi- niu como uma síntese da Dou- trina Social da Igreja, em que se ressalta a fraternidade e a ami- zade social para o bem comum. Página 3 Todo o estado regrediu para a fase amarela de flexibilização, em razão do aumento de casos e de ocupação dos leitos de UTI. Páginas 10 e 11 Cardeal Scherer com membros da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, na abertura do jubileu do bicentenário de nascimento do padroeiro Dom Odilo preside missa solene de abertura do jubileu de 200 anos do nascimento de São Kim Degun A comunidade católica corea- na de São Paulo se uniu à Igreja na Coreia para abrir oficialmente o jubileu dos 200 anos de nascimen- to de Santo André Kim Degun. Este mártir é padroeiro da Pa- róquia Pessoal Coreana, no Bom Retiro, onde o Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu uma missa solene no domingo, 29 de novembro. A matriz paroquial é uma das igrejas designadas para a pere- grinação de fiéis durante o jubileu, que poderão obter indulgências plenárias segundo condições es- tabelecidas pela Santa Sé. Página 8 Em consistório presidido pelo Papa Francisco, no sábado, 28 de novembro, no Vaticano, foram criados 13 cardeais para a Igreja. “Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, to- dos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre vigilantes para permanecer no seu caminho”, exor- tou o Pontífice, na cerimônia que teve a participação presencial de parte do atual Colégio Cardinalício, além do acompanhamento, por meio de uma plata- forma digital, dos demais purpurados em diversas partes do mundo. Os cardeais são os conselheiros do Papa na missão de pastorear a Igreja e aqueles com menos de 80 anos são eleitores quando da realização de um conclave. Página 13 Em 1º consistório com participações on-line , Papa cria 13 cardeais Papa Francisco durante o consistório, com a participação presencial dos cardeais e acompanhamento virtual de parte do Colégio Cardinalício Vatican Media Luciney Martins/O SÃO PAULO

ano 65 | Edição 3326 | 2 a 8 de dezembro de 2020 Em 1º ......paulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) •

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Page 1: ano 65 | Edição 3326 | 2 a 8 de dezembro de 2020 Em 1º ......paulo.org.br (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) •

pessoas”, disse em entrevista, no Vaticano, na qual O SÃO PAULO esteve.Página 24

Semanário da arquidioceSe de São Pauloano 65 | Edição 3326 | 2 a 8 de dezembro de 2020 www.osaopaulo.org.br | R$ 2,00www.arquisp.org.br |

Editorial

Encontro com o Pastor

Espiritualidade

Liturgia e Vida

Num belo presépio transparece, com simplicidade,a beleza da nossa fé

Na pandemia, celebrar o Advento com sobriedade, oração e solidariedade

Tempo para escutar a Deus, endireitar as veredas e cortar os excessos

Preparar o caminho do Senhor e voltar-se de todo o coração para Deus

Página 4

Página 2

Página 5

Página 15

Página 16

Página 9

Página 14

Bruno Covas é reeleito prefeito com mais de 3 milhões de votos

Cardeal Scherer abençoa sinos restaurados da Igreja São Cristóvão

Arquidiocese estimula a realização da Novena de Natal nas casas

Fratelli tutti é tema de diálogo de Dom Odilo com internautas

População descuida de medidas protetivas e pandemia avança em SP

Em live sobre a recente encí-clica, o Cardeal Scherer a defi-niu como uma síntese da Dou-trina Social da Igreja, em que se ressalta a fraternidade e a ami-zade social para o bem comum.

Página 3

Todo o estado regrediu para a fase amarela de flexibilização, em razão do aumento de casos e de ocupação dos leitos de UTI.

Páginas 10 e 11

Cardeal Scherer com membros da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, na abertura do jubileu do bicentenário de nascimento do padroeiro

Dom Odilo preside missa solene de abertura do jubileu de 200 anos do nascimento de São Kim Degun

A comunidade católica corea-na de São Paulo se uniu à Igreja na Coreia para abrir oficialmente o jubileu dos 200 anos de nascimen-to de Santo André Kim Degun.

Este mártir é padroeiro da Pa-

róquia Pessoal Coreana, no Bom Retiro, onde o Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu uma missa solene no domingo, 29 de novembro.

A matriz paroquial é uma das

igrejas designadas para a pere-grinação de fiéis durante o jubileu, que poderão obter indulgências plenárias segundo condições es-tabelecidas pela Santa Sé.

Página 8

Em consistório presidido pelo Papa Francisco, no sábado, 28 de novembro, no Vaticano, foram criados 13 cardeais para a Igreja.

“Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, to-dos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre vigilantes para permanecer no seu caminho”, exor-tou o Pontífice, na cerimônia que teve a participação presencial de parte do atual Colégio Cardinalício,

além do acompanhamento, por meio de uma plata-forma digital, dos demais purpurados em diversas partes do mundo.

Os cardeais são os conselheiros do Papa na missão de pastorear a Igreja e aqueles com menos de 80 anos são eleitores quando da realização de um conclave.

Página 13

Em 1º consistório com participações on-line, Papa cria 13 cardeais

Papa Francisco durante o consistório, com a participação presencial dos cardeais e acompanhamento virtual de parte do Colégio Cardinalício

Vatican Media

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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2 | encontro com o Pastor | 2 a 8 de dezembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impres-são: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected][email protected] (administração) • [email protected] (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.Semanário da arquidioceSe de São Paulo

Com a celebração do Ad-vento, iniciamos um novo ano litúrgico. Cada etapa do ano litúrgico é

marcada pela celebração de alguns aspectos fundamentais da nossa fé e da vida cristã. Na Liturgia, nós ce-lebramos a fé que professamos e, ao mesmo tempo, acolhemos em nossa vida os mistérios celebrados. Eles são sempre atuais porque dizem res-peito ao Mistério eterno de Deus e porque, na celebração da Liturgia, temos a possibilidade de participar deles no hoje de nossa vida e de nos-sa história.

Nesse sentido, vale perguntar: como devemos celebrar o Adven-to em tempos de pandemia de COVID-19? A Liturgia do 1º Do-mingo do Advento já nos dá boas indicações; antes de tudo, porém, vamos ao significado geral da Li-turgia do Advento, tempo litúrgico marcado pelo pensamento da “vin-da do Senhor”: Deus já veio a nós; Deus vem a cada instante; Deus virá em sua glória para julgar os vivos e os mortos e para levar à plenitude

a obra da salvação. A dinâmica das promessas de Deus, que vem ao en-contro da humanidade para lhe tra-zer salvação, está muito presente nas expressões das leituras bíblicas da Liturgia do Advento.

Recordamos a fidelidade de Deus às suas promessas, que tra-zem alegria e paz e anunciam um mundo renovado. Anunciamos as promessas de Deus, que já se reali-zaram pelo envio do Filho Salvador ao mundo, para consolar e libertar a humanidade. Ao mesmo tempo, recordamos que Jesus prometeu que virá uma segunda vez, com glória e poder, para julgar os vivos e os mor-tos. A segunda leitura do 1º Domin-go do Advento resume a esperança desse novo e definitivo encontro com o Salvador com estas palavras: “Deus é fiel. Por Ele fostes chama-dos à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo” (1Cor 1,9). A comu-nhão plena com o Filho de Deus é a meta final da salvação. No Advento, anunciamos que é necessário se pre-parar para esse encontro definitivo com Jesus Cristo, Juiz e Salvador de cada um de nós.

Ao mesmo tempo em que é mar-cado pela esperança e a consolação, em vista do alcance da meta de nossa

fé, o Advento também traz um forte apelo à vigilância operosa. O Evan-gelho do 1º Domingo do Advento traz estas palavras de Jesus: “Vigiai, pois não sabeis o dia e a hora em que ele virá” (cf. Mc 13,33-37). En-quanto vivemos neste mundo, não devemos perder de vista a meta de nossa existência. Deus, porém, nos chamou à vida neste mundo para participarmos de sua obra de modo responsável. A vigilância cristã refe-re-se à constante atenção “para não cairmos em tentação”, ou seja, para não nos desviarmos do caminho que leva à meta, nem nos apegarmos às coisas que passam, mas buscarmos as verdadeiras e eternas, sem desa-nimarmos ou cansarmos na prática do bem e da virtude.

O Papa Francisco resumiu as atitudes do Advento durante a pan-demia nestas poucas palavras, que resumem as indicações da própria Liturgia: com sobriedade, atenção solidária ao próximo necessitado e oração pessoal e em família (Men-sagem do Angelus, no domingo, 29/11/2020). A sobriedade diz res-peito à atenção e lucidez sobre as nossas escolhas e ações. Sobriedade é a qualidade de quem não está “em-briagado”: na vida, podemos deixar-

-nos embriagar por várias coisas, que acabam obscurecendo a nossa lucidez e a capacidade de colocar a atenção sobre o rumo que a vida leva... São Paulo fala da embriaguez das riquezas, das vaidades deste mundo, do poder e da soberba, da luxúria e dos prazeres da vida. A sa-bedoria do Evangelho nos ensina a sermos sóbrios na busca e no uso de todas as coisas.

O Papa aconselha ainda a aten-ção solidária com quem mais pre-cisa durante o Advento. De fato, a atenção às necessidades do próximo, que está perto ou longe, deve mar-car nossa vida inteira e levar à prá-tica das obras de misericórdia, que são absolutamente essenciais para quem deseja alcançar a vida eterna. O Advento pode ser um período de intensificação dessas práticas. Final-mente, o Papa recomenda a oração pessoal, em família e em comunida-de. Advento é tempo de oração mais intensa. Uma das expressões bonitas da Liturgia nos recomenda que aco-lhamos a vinda do Senhor “firmes na fé, alegres na esperança, solícitos na caridade e vigilantes na oração”. E isso vale também para a celebra-ção do Advento neste ano difícil da pandemia.

caRdEal odilo pEdRo

schERERArcebispo

metropolitanode São Paulo

Advento durante a pandemia

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www.arquisp.org.br | 2 a 8 de dezembro de 2020 | Geral/atos da cúria | 3

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:Em 28/11/2020, foi nomeado e provisionado Vigário Paroquial, “ad nutum episcopi”, da Paróquia Santa Bernadette, no bairro Vila IVG, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre José David Ramirez Velasquez.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO:Em 05/11/2020, foi prorrogada a nomeação e provisão como Capelão, “ad nutum episcopi”, da Capela Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, do Reverendíssimo Padre Israel Mendes Pereira.

POSSE CANÔNICA:Em 14/11/2020, foi dada a posse canônica como Reitor do Oratório Público de Nossa Senhora da Boa Morte ou da Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Ro-drigo Moraes Pereira.

Atos da Cúria

Na quinta-feira, 26 de novembro, o Cardeal Odilo Pe-dro Scherer, Arcebispo Metropolitano e Grão-Chan-celer da PUC-SP, deu posse à reitora eleita, professo-ra Maria Amalia Andery; ao vice-reitor, o professor Pedro Paulo Teixeira Manus; e aos pró-reitores, para a gestão de 2020-2024. A íntegra da reportagem pode ser lida no site do O SÃO PAULO no link a seguir: https://cutt.ly/rhlK4YA.

(Colaborou: Assessoria de Comunicação Institucional da PUC-SP)

O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou de mais uma edição do evento “Diálogos com a Cidade”, no dia 25 de novembro.

Promovido pelo jornal O SÃO PAU-LO e pela rádio 9 de Julho, o evento foi

A Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu no sábado, 28 de novembro, seu V Congresso Estadual, que teve como tema “As múltiplas faces da pastoral da Saúde”. Ao falar aos participantes da atividade, o Cardeal Scherer enalteceu que, mesmo durante este período de pandemia, “com os riscos e restrições, vocês continuam manifestando seu ca-rinho, amor e presença aos enfermos”. A íntegra da repor-tagem pode ser vista no site do O SÃO PAULO, por este link: https://cutt.ly/mhlLnVG. (por Redação)

‘A Fratelli tutti é uma síntese amadurecida de todo o ensino social da Igreja’

FErNANDO [email protected]

cisco, na impostação de seu pontificado”, disse Dom Odilo.

O Cardeal observou, ainda, que se une a essa temática o conceito de “casa co-mum”, tratado na encíclica anterior, Lau-dato si’ (2015), que também se inspira em São Francisco de Assis. “A fraternidade, da solidariedade, da corresponsabilida-de, está muito presente no pontificado do

dos encaminhamentos… A cidade e o País têm meios para fazer isso. É só haver um querer político e a orientação dos re-cursos para dar possibilidade para que as pessoas tenham trabalho, moradia, uma vida digna”, frisou o Cardeal.

BuSCA DA vErDADE

Dom Odilo observou que a socieda-

mendou que o tema da encíclica seja levado para o ambiente acadêmico, por meio de estudos e reflexões que permitam que seu conteúdo seja apro-fundado.

‘POlítICA mElhOr’

Ao refletir sobre como os cristãos po-dem contribuir efetivamente com uma

transmitido pelas plataformas digitais e teve como tema a encí-clica Fratelli tutti, do Papa Fran-cisco.

Na live, mediada pelo jor-nalista Filipe Domingues, Dom Odilo interagiu com convida-dos e internautas sobre a temá-tica da fraternidade e a amizade social à luz da Doutrina Social da Igreja.

Os convidados do diálogo fo-ram o Padre Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém; Ga-briel de Vitto, estudante de Filo-sofia e agente da Pastoral Univer-sitária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Ziza Fernandes, cantora, profes-sora e idealizadora da Oficina Viva Produções; e Francisco Bor-ba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

ENCíClICA SOCIAl

“A Fratelli tutti é uma encíclica so-cial, na qual o Papa aborda a sua visão, em continuidade com o ensino social da Igreja, dos seus predecessores, sobre as questões sociais, econômicas e que re-percutem mais amplamente na vida da sociedade, como, por exemplo, a questão das migrações, da pobreza, do desequilí-brio ambiental. Naturalmente, a pande-mia trouxe um conjunto de novos ele-mentos e experiências da humanidade, que só confirmaram aquilo que já estava em gestação nas palavras do Papa Fran-

Papa Francisco”, acrescentou o Purpura-do, sublinhando que considera a Fratelli tutti como “uma síntese amadurecida de todo o ensino social da Igreja”.

BOm SAmArItANO

Destacando o segundo capítulo da encíclica, que recorda a parábola do bom samaritano, o Arcebispo afirmou que, em síntese, toda a Fratelli tutti é um convite a tomar a atitude do samaritano, com “olhos abertos, coração sensível”.

“A pobreza precisa ser vista no con-junto mais amplo, deve ser resolvida mediante a busca de um consenso social, político, para que sejam dados os devi-

de vive um acirramento ideológico ou polarização, no qual nem sempre há uma efetiva busca da verdade, mas, ao contrá-rio, busca-se a eliminação daquele que pensa diferente.

Esse princípio, destacou o Arcebispo, se baseia na lógica de que o progresso é obtido por meio da violência, enquanto o Cristianismo ensina que a força que move a humanidade é o amor, a solida-riedade. “Nos debates de ideias, não deve haver vencedores e vencidos, mas a vitó-ria da verdade, luz sobre a questão tra-tada, em que todos ganham de alguma forma”, completou.

Nesse sentido, Dom Odilo reco-

“política melhor”, como propõe o Papa na encíclica, o Carde-al salientou que não é possível esperar que a política seja com-pletamente “limpa” para que os cristãos possam se engajar nela.

O Arcebispo acrescentou que uma política pode ser melhor na medida em que boas pessoas ingressem nesse campo. Para isso, um papel importante da Igreja é a formação de pessoas idôneas para a atuação política, mesmo que não seja partidária ou por meio de cargos públicos. “Existem formas de exercícios da política no interno das nos-sas comunidades, nas escolas, no convívio no bairro, inclusive nos condomínios. Todos são espaços de vida política”, completou.

vENCEr O INDIvIDuAlISmO

Na conclusão da transmissão, Dom Odilo ressaltou que um aspecto que per-passa a nova encíclica é a fraternidade e amizade social como superação do indi-vidualismo.

“O Papa propõe para nós uma grande conversão cultural por meio da solida-riedade, da fraternidade, da amizade, do cuidado. Suas palavras são expressamen-te importantes para o nosso tempo, uma luz não só para os católicos, mas nós de-vemos tomá-las em primeiro lugar.”

Para assist ir à íntegra deste “Diálogos com a Cidade”, acesse: https://youtu.be/eamFL_l8OOk

Cardeal Odilo Scherer com alguns dos participantes da mais recente edição do ‘Diálogos com a Cidade’

Reprodução da internet

Luciney Martins/O SÃO PAULO Reprodução da internet

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O presépio: escola do NatalEditorial

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

A Igreja é chamada a evangeli-zar as pessoas em todas as partes do mundo, à luz do Evangelho de Je-sus Cristo. É mandato explícito do Salvador do gênero humano: “Toda autoridade sobre o céu e a terra me foi dada” (Mt 28,18). Continua a solicitar o Redentor da humanida-de aos seus discípulos: “Ide, por-tanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28,19).

Desde sempre, a Igreja ouviu e entendeu a mensagem salutar do Bom Pastor. Em todos os tempos e em todos os lugares, ocupou-se, a Esposa de Cristo, em anunciá-la com eficácia e profunda convicção. O século XX foi marcado por um evento eclesial e, eminentemente, pastoral, chamado Concílio Ecu-mênico Vaticano II. Passados os primeiros dez anos desse aconteci-mento histórico, iniciado em 1962 e encerrado em 1965, São Paulo VI, em 8 de dezembro de 1975, entre-gou à Igreja a exortação apostólica Evangelii nuntiandi.

Uma década após o Concílio Ecumênico, a Igreja sentiu a ne-cessidade de nortear a barca do Redentor e Salvador, presente na sociedade. A Esposa de Cris-

Evangelii nuntiandi: a Igreja é chamada a evangelizarmister anunciá-lo com palavras e gestos. O mundo necessita de com-promisso e comprometimento. So-mos comprometidos com o Bom Pastor.

Devemos proclamar a Boa-No-va com alegria. Nossa alegria, emi-nentemente cristã, motivada pelo testemunho das obras de miseri-córdia, iluminará o mundo sequio-so de Deus.

Devemos dialogar com a socie-dade. Mudam-se as épocas, mas a mensagem salutar do Evange-lho continua a mesma. Em tem-pos de novos paradigmas e novas proposições, somos convocados ao diálogo. Precisamos escutar os anseios do homem e mulher con-temporâneos e podemos sugerir possibilidades à luz do Evangelho de Jesus Cristo.

Celebrar os 45 anos da exorta-ção apostólica Evangelii nuntiandi e reafirmar nosso comprometi-mento, como cristãos, no empenho sempre renovado, de apresentar Je-sus Cristo a todos os que ainda não O conhecem, e, ao mesmo tempo, animar aqueles que já O seguem cotidianamente é dever de cada ba-tizado e de toda a Igreja.

Arte: Sergio Ricciuto Conte

to, em tempos de compreensão e adaptação às novas orientações pastorais, buscava entendimen-to, seguridade e firmeza, no bem conduzir os fiéis.

É próprio da missão da Igreja evangelizar todas as pessoas. “Ide a todos e a todos evangelizai” (Mc 16,15). Após 45 anos da exortação apostólica Evangelii nuntiandi, estamos vivendo o mesmo entu-siasmo na evangelização? A Boa- -Nova de Cristo Jesus está sendo proclamada com a mesma ale-

gria que motivava os primeiros cristãos? A sociedade recebe com vigor renovado a eterna novida-de apresentada pelo Bom Pastor? Essas perguntas foram feitas por São Paulo VI, por ocasião dos dez anos de encerramento do Concílio Ecumênico. Podemos propô-las, novamente, com toda seguridade. São atualíssimas e, sobretudo, ne-cessárias para a eficácia da missão eclesial.

Devemos viver como entusias-tas o Evangelho de Jesus Cristo. É

PADrE JOSé ulISSES lEvA

Opinião

Padre José Ulisses Leva é professor de História da Igreja na PUC-SP

4 | Ponto de Vista | 2 a 8 de dezembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Entramos agora, oficialmente, no tempo do Advento, em que nos preparamos para a chegada do Senhor. Ao nos-

so redor, proliferam as mais variadas decorações natalinas: das tradicionais árvores, com bolas e lampadinhas, até casinhas de duendes. Se reparar-mos bem, no entanto, perceberemos que existe uma decoração que a cada ano chama mais atenção – não por sua presença, mas por seu paulatino desaparecimento: o presépio, aquele “símbolo admirável” mediante o qual representamos com imagens as cir-cunstâncias do nascimento de Jesus (Papa Francisco, carta apostólica Ad-mirabile signum – AS)”.

Alguém poderia criticar a mon-tagem de presépios, alegando que devemos amar apenas a Jesus, e não imagens Dele, produzidas por mão humana. Ora, é bem verdade que as esculturas de gesso ou resina não são o próprio Menino-Deus a quem representam – mas, o mesmo pode ser dito das palavras com as quais,

nas Sagradas Escrituras ou em nos-sas orações, nos referimos a Ele! Afinal, se eu quiser meditar sobre a gruta de Belém, posso fazê-lo por meio de um discurso (escrito, fala-do ou pensado) ou de um desenho: em qualquer caso, estou usando um símbolo, como quem olha atra-vés de uma janela ou de um par de óculos, para enxergar, com os olhos da mente, aquilo que realmente me interessa. E, como diz a sabedoria popular, “uma imagem vale mais que mil palavras”: num belo presé-pio transparece, “com simplicidade, a beleza da nossa fé” (AS, 3).

O céu noturno em que se passa o presépio, por exemplo, nos lembra que, mesmo quando “a noite envolve a nossa vida”, ali está também o Ema-nuel, o Deus-conosco, manifestando sua luz (cf. Jo 1,5). Os humildes pas-tores, os primeiros a acorrer singelos à manjedoura, nos recordam de que é na pobreza de espírito que alcança-mos a Deus. Até mesmo essas figuras mais modernas que às vezes adicio-

namos: padeiros, ferreiros, músicos... “Tudo isso representa a santidade do dia a dia, a alegria de realizar de modo extraordinário as coisas de to-dos os dias, quando Jesus partilha co-nosco sua vida divina” (AS, 4-6).

Em Maria e José, enfim, vemos um jovem casal que entregou sua vida toda nas mãos do Pai: aceita-ram a missão e continuaram con-fiando na Providência mesmo dian-te do “fracasso” de não conseguir nem sequer um quarto digno para o nascimento de seu filho. Naque-la gruta escura, José e Maria não tinham “garantia” alguma para o bem-estar material de sua família – mas, mesmo assim, os dois passa-ram o Natal mais cheio de paz, sere-nidade e júbilo da história.

O principal do presépio, porém, é também aquilo que dá sentido à festa do Natal. O próprio Deus To-do-Poderoso, que cria e sustenta no ser o universo com seus trilhões de galáxias, se fez Homem (se fez Menino!), e “nasceu pobre, levou

uma vida simples, para nos ensinar a identificar e a viver do essencial” (AS, 6).

Naquela noite, as hospedarias de Belém estavam com ocupação má-xima: devia haver grandes ceias e banquetes com luzes e danças. Ha-via lá tudo de bom que a vida pode oferecer – menos a própria Vida (cf. Jo 14,6), pois para Ela “não havia lugar” (Lc 2,7). A manjedoura nos coloca diante dos olhos a verdade fundamental de que nenhum dos confortos deste mundo pode saciar o nosso coração: o dinheiro, a fama, as comidas e bebidas, os prazeres – “não podemos nos deixar iludir (...) por tantas propostas efêmeras de feli-cidade” (AS, 6).

Animados, então, por este tres-loucado amor divino que em sua hu-mildade chega a dar vertigem, mon-temos nossos presépios, cantando o Adeste Fideles: Sic nos amantem quis non redamaret? – “A quem nos ama de tal forma, quem não amaria de volta?”

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www.arquisp.org.br | 2 a 8 de dezembro de 2020 | regiões episcopais/Fé e Vida | 5

Com a chegada do Advento, vamos começar a preparação para o Natal. Há três vaticí-nios do profeta Isaías, repeti-

dos por São João Batista, que, no fundo, são três conselhos muito adequados para o nosso caminho até o Natal, em res-posta ao que a própria leitura nos pro-põe quando diz “Preparai o caminho do Senhor: Todo vale será preenchido... Endireitai as suas veredas... Todo monte e colina aplainados...” (40,3-5). Primeira-mente, “todo vale será preenchido”: po-demos entender que a chegada de Cristo vem preencher o vazio, o monólogo inte-rior, a solidão humana, por meio da nova forma de fazer oração. Depois que Jesus

vem ao mundo, é muito mais fácil fazer oração, conversar com um Deus visível, feito de carne e ossos, com inteligência e vontade humanas. Um Deus que nos conhece, que conviveu com seus pais, Maria e José, estudou, trabalhou, teve amigos etc. Podemos falar com Ele e es-cutá-lo, porque há uma série de proble-mas mal resolvidos em nossas vidas que precisamos enfrentar na nossa oração: decisões a tomar, erros a corrigir, dis-tâncias com determinadas pessoas etc. E, para falar com Deus, a primeira pro-vidência é o silêncio: romper o murmú-rio interior, sair da correria e encontrar o local mais calmo e o melhor momento para dedicar exclusivamente à conversa com Deus. Outra medida interessan-te será ler os relatos dos dois primeiros capítulos dos evangelhos segundo Ma-teus e segundo Lucas, que nos trazem a narrativa do Natal. Podemos falar com Deus com total confiança, contar-lhe o que nos acontece, falar dos problemas que mais nos incomodam: esse desen-tendimento em casa; a falta de paciência com certa pessoa; nossa ansiedade com as coisas que não se resolvem. Devemos

perguntar-lhe: o que Deus pensa e espera de mim? Será que está contente comigo? De que maneira devo me corrigir?

Em segundo lugar, “endireitar as ve-redas”: vamos endireitar os caminhos tortuosos de que maneira? Muitas: não responder às provocações daqui até o Natal; manter a boa cara e o bom humor e não nos queixarmos de nada; não criti-car nem falar mal de ninguém. Também é o momento de preparar uma boa con-fissão: esta é uma excelente maneira de fazer uma boa retificação: purificar os olhos, os pensamentos, imaginações de impureza.

Por fim, “todo monte e colina serão aplainados”: significa cortar os excessos na comida, na bebida, no descanso e na diversão. Precisamos de um sincero de-sejo de purificação, para queimar os pe-cados que nos incomodam, as faltas pas-sadas que ainda não superamos. Limpar a memória: não guardar rancores, res-sentimentos, perdoar de verdade. Com-bater as mediocridades: tudo aquilo que represente um peso inútil que nos pren-de à terra e impede o nosso crescimento. Sabemos que só amadureceremos espiri-

tualmente se formos generosos, dizendo “não” a algum capricho, se formos ge-nerosos com os nossos bens e dinheiro. Advento é tempo de penitência, como, por exemplo, cumprir os nossos deveres de cada dia, participar com pontualidade nas aulas, até o fim, terminar. Lutar con-tra a curiosidade: não ler o que não con-tribui, não ver cenas fortes, de violência barata, ou impróprias na TV, na internet, nos filmes. Mortificar a língua: cortar aquela piada grosseira, evitar as ironias maldosas, as críticas azedas, as murmu-rações etc. E também fazer alguma peni-tência: apenas meia cerveja, não repetir à mesa, acordar e levantar na hora, não perder tanto tempo nas redes sociais...

Queremos chegar bem ao dia do Na-tal. Não vamos deixar a preparação para a última hora. Cuidar especialmente da nossa preparação interior: com a oração, o propósito e a penitência que nos faltar. Também é uma boa ocasião para fazer alguma obra de caridade com pessoas necessitadas: por exemplo, visitar uma família pobre e deixar um pequeno pre-sente, uns chocolates, ou participar de alguma iniciativa de cunho social.

DOm CArlOS lEmA GArCIABISPO AuXIlIAr DA

ArQuIDIOCESE E vIGÁrIO

EPISCOPAl PArA A EDuCAÇÃO E

A uNIvErSIDADE

EspiritualidadeTrês conselhos para o Advento

[SANTANA] No domingo, 29 de no-vembro, Dom Jorge Pierozan, Bispo Au-xiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Santa Joana D’Arc, Setor Tremembé, pela primeira vez. Concelebrou o Padre Antônio Moura, Pá-roco, com a participação do Diácono Ail-

ton Machado Mendes. Na oportunidade, o Bispo falou da alegria de fechar o ciclo de visitas a todas as paróquias da Região, o que devia ter ocorrido em março, mas foi postergado em razão da pandemia de COVID-19.

(por Maria Lene Alves)

[BELÉM] Na sexta-feira, 27 de novembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu missa na fes-ta da padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Antonieta. Na ocasião, o Bispo abençoou a nova cruz que foi colo-cada na Capela do Santíssimo. Segundo o paroquiano Victor Garcia, “a dor e as mar-cas do flagelo de Cristo, nesta obra, repre-sentam a dor e as marcas causadas pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo, em nosso País, na nossa cidade, em nossas famílias e em nossos corações. As perdas são muito mais do que números: são pais, mães, irmãos, amigos, entes queridos, são únicos, e Cristo sente essa dor e sofre por cada um de nós”. (por Fernando Arthur)

[BELÉM] Em 26 de novembro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu missa no último dia da novena em louvor à padroeira da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Jardim Elba. Concelebrou o Padre José Al-ves, Pároco. Na homilia, o Bispo destacou a importância da Virgem Maria na vida das pessoas e da comunidade. Ao final da ce-lebração, ele rezou diante da imagem de Nossa Senhora das Graças.

(por Fernando Arthur)

[SANTANA] Na Basílica de Sant’Ana, em 29 de novembro, no 1º Domingo do Advento, Dom Jorge Pierozan presidiu missa e conferiu o sacramento da Cris-ma a um grupo de jovens, e oito crianças receberam o sacramento da Eucaristia. Na homilia, ele exortou a comunidade a estar atenta e vigiar, por meio da oração

e da caridade, que não cansa de supe-rar o mal. Concelebraram os Padres José Roberto Abreu de Mattos, Reitor; e Fran-cisco Ferreira da Silva, Vigário Paroquial, com a participação dos Diáconos Perma-nentes José Jindarley Santos da Silva e Márcio Cesena.

(por Juliana Bacci)Reprodução da internetEmanuel Felipe

Juliana BacciMarcela SilvérioSERMIG – Fraternidade da Esperança

Maria Lene Alves

[SÉ] No sábado, 28 de novembro, acon-teceu a missa solene pelos 50 anos da Pa-róquia de Nossa Senhora de Casaluce, que foi precedida por uma carreata com a ima-gem da padroeira pelas ruas do Brás, com o objetivo de divulgar essa devoção, e, so-bretudo, suplicar a Deus, mediante a inter-cessão de Nossa Senhora, pelo fim da atual pandemia. Ao longo de todo o trajeto, os Padres Lorenzo Nacheli, Administrador Pa-roquial, e Simone Bernardi, Colaborador, do SERMIG - Fraternidade da Esperança, junto com os paroquianos, rezaram e can-taram. (por Pascom paroquial)

[SÉ] Na manhã de 22 de novembro, no contexto da Semana da Consciência Ne-gra, aconteceu na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu, no Setor Pastoral Catedral, a missa inculturada, com o tema “Vidas ne-gras importam”. A celebração foi presidida pelo Padre Luiz Fernando de Oliveira, Ca-pelão, e concelebrada pelo Padre Chinaka Justin Mbaeri, OSJ, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Re-gião Episcopal Santana. Na ocasião, des-tacou-se o legado dos antepassados e da cultura afro-brasileira. A liturgia foi de for-ma bilíngue, a fim de acolher a comunida-de nigeriana. (por Marcela Silvério)

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[SANTANA] Na sexta-feira, 27 de no-vembro, Dom Jorge Pierozan, Bispo Au-xiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Casa Verde, por ocasião da festa da padroeira. Concelebrou o Padre Carlos Alberto Doutel, Pároco, com a par-ticipação do Diácono Permanente Franco Antônio Abelardo. (por Simone Arruda)

[SANTANA] No sábado, 28 de novem-bro, na Paróquia Nossa Senhora da Con-solata, Setor Imirim, Dom Jorge Pierozan presidiu missa, durante a qual conferiu o sacramento da Confirmação a jovens e adultos. Concelebraram os Padres Moisés Roberto Faccini, Pároco; e Paulo da Con-ceição, missionários da Consolata.

(por Nelson e Antônio Carlos)

[SANTANA] No sábado, 28 de novem-bro, após um dia de retiro com 60 jovens lideranças do movimento Jovens Sarados, na Paróquia São Domingos Sávio, Setor Tremembé, as Irmãs Servas da Alegria, uma nova comunidade religiosa fundada pelo Padre Edimilson Lopes, da Canção Nova, renovaram seus compromissos na missão. Do mesmo modo o fizeram al-guns membros dos Jovens Sarados, em missa presidida pelo Padre Salvador Ruiz Armas, Administrador Paroquial.

(por Pascom da Paróquia São Domingos Sávio)

[LAPA] No dia 17 de novembro, foi re-alizada a reunião do clero atuante na Re-gião Lapa, presidida por Dom José Bene-dito Cardoso, com a presença de padres e diáconos. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região orientou que as celebrações nas paróquias podem ser presenciais, respeitando-se as normas es-tabelecidas pela Arquidiocese, e podem continuar a ser transmitidas pelas redes sociais. Destacou, ainda, a necessidade de se investir em equipamentos e ca-pacitar pessoas por meio de formações nas pastorais. Falou, ainda, sobre a ma-nutenção das reuniões periódicas e de planejamento, valorização do processo catequético e de se conscientizar as pes-soas a respeito do sacramento da Comu-nhão. (por Benigno Naveira)

[LAPA] No dia 23 de novembro, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, festejou os 34 anos de sua ordenação sacerdotal.

[LAPA] No dia 12 de dezembro será re-alizado o Bazar Solidário da Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Pas-toral Rio Pequeno. Saiba mais detalhes pelo telefone (11) 3714-1268.

[BELÉM] Na sexta-feira, 27 de novem-bro, Dom Luiz Carlos Dias presidiu a cele-bração eucarística na Paróquia São Filipe Néri, ocasião na qual inaugurou a Capela da Medalha Milagrosa, comemorando solenemente os 190 anos da aparição de Nossa Senhora. Também foi abençoado o monumento a Nossa Senhora Aparecida, que celebra a primeira peregrinação a pé dos membros da Paróquia ao Santuário Nacional. Comemorou-se, ainda, o cen-tenário do fundador da Congregação e Paróquia São Filipe Néri, o Padre Aldo Giu-seppe Maschi, C.O., que nasceu em 5 de março de 1920.

(por Fernando Arthur)

[LAPA] Em 22 de novembro, na Paróquia Santa Mônica, Setor Pastoral Pirituba, sete crianças receberam a primeira Eucaristia, durante missa presidida pelo Padre Flavio Heliton, Pároco. (por Benigno Naveira)

Marcos Grego

[BRASILÂNDIA] Com o tema “Maria, mãe da consolação e de todas as graças”, foi celebrada a festa da padroeira da Pa-róquia Nossa Senhora das Graças, Setor Pastoral Perus, entre os dias 18 e 27 de novembro. Uma das missas da novena foi presidida por Dom Ângelo Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiran-ga, tendo entre os concelebrantes o Padre João Inácio, Pároco. Em um dos dias, as ir-mãs xaverianas falaram sobre as iniciativas missionárias que a Igreja no Brasil realiza no continente africano, como na Diocese de Pemba, em Moçambique. A festa da padroeira foi encerrada com uma procis-são luminosa e a missa solene, durante a qual houve a coroação da imagem de Nossa Senhora das Graças.

(por Fernando Oliveira)

Rosana Ferreira

[IPIRANGA] Entre os dias 28 e 30 de novembro, Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, fez visita pastoral a algumas pa-róquias e comunidades religiosas do Se-tor Pastoral Ipiranga: Paróquias São José, Nossa Senhora de Sião, Santa Cândida e Nossa Senhora das Dores, além da casa dos Religiosos Servos de Maria, às Irmãs Beneditinas (foto) e à sede provincial das Scalabrinianas. (por Caroline Dupim)

[IPIRANGA] Dom Ângelo Ademir Me-zzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa no sába-do, 28 de novembro, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Pastoral Anchie-ta, durante a qual 12 crianças receberam a primeira Eucaristia.

(por André Bezerra)

Com sessões às 15h e 19h30, no Teatro Sergio Cardoso, no bairro do Bexiga, foi realizado na quinta-feira, 26 de novembro, o lançamento do filme “São José, o bom carpinteiro”.

A obra é o 12º longa-metragem escri-to e dirigido pelo Padre Antônio Sagrado Bogaz, PODP, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, Setor Pastoral Cer-queira César, e conta a história da vida de São José, o carpinteiro que acolhe a Mãe de Jesus, narrada pelo seu filho Jesus aos seus seguidores, no Horto das Oliveiras.

O elenco técnico e de intérpretes, to-dos voluntários, contou com a codireção de Nanci Bissoli Oliveira, dos atores João Henrique Hansen, interpretando José; Kátia Gardin, no papel de Maria; e Janai-na Covre, Ricardo Carelli, Flávio Climas, Antonio Sérgio Guarnieri, Thalison Petro-

vich, além da participação dos membros da Família Carismática São Luís Orione e Comunidade Orionita da Paróquia Nossa Senhora Achiropita e também da Paró-quia Nossa Senhora da Saúde, da cidade de Rio Claro (SP), pertencente à Diocese de Piracicaba, como figurantes.

Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bis-po Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, prestigiou uma das sessões e, ao final, deu a bênção aos presentes.

O lançamento acontecerá também, dia 3, na cidade de Rio Claro (SP), no Centro Universitário Claretiano, em duas sessões: às 18h e às 20h.

O filme, cujo trailer já pode ser visto no site da Região Sé (www.regiaose.org.br), poderá ser adquirido na secretaria da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, ao custo de R$ 10. Outras informações pelo telefone (11) 3106-7235.

(Colaborou: Eva Yu Bertani, da Pascom da Paróquia Nossa Senhora Achiropita)

[BELÉM] Em 25 de novembro, na Paró-quia São Miguel Arcanjo, no Jardim Con-quista, o Pároco, Padre Alex Sandro Sudré, MSC, festejou os 25 anos de sua ordena-ção sacerdotal, em missa por ele presidida e que teve entre os concelebrantes Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidio-cese na Região Belém. (por Fernando Arthur)

Renata J. Silva[SÉ] A Pastoral do Menor da Região Episcopal Sé realizou encontro on-line na quinta-feira, 26 de novembro, no qual o missionário José Cícero destacou a impor-tância da espiritualidade para a realização das ações pastorais. “Se não tivermos liga-ção com Cristo como pastoral, o que for feito será pouco e pequeno”, afirmou o missionário, ao ressaltar que a caminhada pastoral precisa refletir o amor de Cris-to no próximo. Ele disse, também, que a missão é levar o Evangelho a quem mais necessita. Para tanto, é necessário estar em oração e promover momentos oran-tes nos grupos, para que se alcance o dis-cernimento sobre o que será preciso fazer como pastoral.

(por Andréa Campos, Secretária Regional da Pastoral do Menor)

[SÉ] Na quinta-feira, 26 de novembro, na Paróquia São José, no Jardim Europa, Se-tor Pastoral Jardins, Dom Eduardo Vieira dos Santos conferiu o sacramento da Cris-ma a 19 adultos e 29 jovens, durante missa concelebrada pelo Pároco, o monge Dom Oswaldo Francisco Paulino, O.Praem.

(por Pascom paroquial)

[SÉ] Em 22 de novembro, na Paróquia Divino Salvador, Setor Pastoral Jardins, o Padre Aparecido Silva, Vigário Adjunto para a Região Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 20 pessoas, sendo dez adul-tos e dez jovens, durante missa conce-lebrada pelo Padre Sidney José Barone, Pároco. (por Pascom paroquial)

Filme escrito e dirigido por padre conta a vida de São José

POr CENtrO DE PAStOrAl DA rEGIÃO Sé

Ao lado de Dom Eduardo, Padre Bogaz fala sobre o filme ‘São José, o bom carpinteiro’

Arquivo pessoal

André Bezerra

Pascom Paroquial Carolina Bebber

Eva Yu Bertani

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LAPA

Comportamento

Fé e Cidadania

SImONE rIBEIrO CABrAl FuzArO

Quem diria, há um ano, que esta-ríamos nos preparando para o Natal desta maneira tão diferente de tudo o que cada um de nós já experimen-tou na vida? Quem imaginaria o ano de 2020 como este que estamos ten-do? Tenho certeza de que ninguém.

Estamos terminando um ano que parece não ter começado: uma sensação de vazio – de pouca rea-lização, apesar de muitíssimo tra-balho, de tempo perdido apesar de tantas tarefas executadas –, fomos pais, profissionais, professores, inovadores, aprendemos muito sobre comunicação on-line. No entanto, que sensação de falta. Per-demos pessoas, empregos, empre-sas, perdemos a recuperação eco-nômica que começava a acontecer, perdemos a liberdade de ir e vir, a oportunidade de convívio com fa-miliares e amigos, comemorações que sonhávamos, viagens progra-madas... Sim, perdemos muito, não podemos negar.

Sem entrarmos no mérito do quanto isso tudo deveria ou não ter sido conduzido do modo que foi, quero convidá-los agora, porém, a pensar no que ganhamos.

Lição 1 – Ganhamos a oportu-nidade de entrar em contato com nossa vulnerabilidade, condição que negamos insistentemente. Procura-mos viver como se nunca fôssemos morrer, e a pandemia nos colocou de cara com essa possibilidade, sen-do que muitos estremeceram. Ape-sar disso, nada como estar diante da iminência da morte para valorizar a vida e seu sentido mais profundo,

para focar o que de fato vale a pena, sem complicações. Nós, que nunca fomos imortais, somente vivíamos iludidos por essa sensação imagi-nária, experimentamos o que Jesus fez por nós – Ele sim, sendo Deus imortal, pleno, atemporal, se reduziu à natureza humana, se fez completa-mente vulnerável por amor a nós e pela nossa salvação.

Trazendo essa realidade para a nossa vida, o que podemos aprender com os nossos filhos e o que pode-mos ensinar-lhes diante da vulnera-bilidade? Vamos lá:1. Identificar com clareza o essen-

cial e o supérfluo. Definir os va-lores que, de fato, valem a pena e estruturarmos neles nossa vida e nossos anseios. Quando iden-tificamos o essencial, percebe-mos que se trata de valores pelos quais vale viver e vale morrer, pois dão sentido à vida. Que tal fazermos esse exercício com os nossos filhos? Ajudarmos a que identifiquem no seu cotidiano o essencial, que abram mão do supérfluo: um brinquedo, uma roupa, uma vontade. Os limites que essa pandemia nos impôs fa-voreceram muito o contato deles com a frustração, foram muitos os quereres que não puderam ser atendidos, e isso é um grande tesouro. Vamos aproveitar essa oportunidade para que se tornem pessoas mais fortes, capazes de se privar do que não é essencial e lu-tar pelo que vale a pena.

2. Aproveitar o tempo. Dedicar tem-po e atenção ao que realmente é importante. Quando não temos sentido de urgência, de que a vida

está passando e que o tempo dela é limitado, acabamos nos perdendo no tempo e, na maioria das vezes, não identificamos no que vale a pena investir esse grande tesouro. Vamos aproveitar para viver como se fosse o último dia – o que pode-mos fazer de bom no tempo que temos hoje? Podemos ajudar nos-sos filhos, de acordo com a ida-de, a aproveitar melhor o tempo, a identificar modos de ocupá-lo com atividades construtivas, que servem aos demais e ao seu cres-cimento.

3. Viver a dimensão da fé. Temos um Deus que cuida de nós, que acei-tou se tornar absolutamente vul-nerável por amor a cada um. Nada nem ninguém pode cuidar de nós melhor do que Ele. Enfrentamos a vida e a morte com mais audácia e segurança sabendo-nos ampara-dos por um Pai amoroso, podero-so, onipotente e onisciente. Vamos nos abrir à fé, vamos ensinar a fé aos nossos filhos, ajudando-os a se relacionar de modo pessoal com Jesus.

Olhando para o presépio, temos uma lição de extrema vulnerabilida-de e imensa confiança. Faltou tudo o que poderia faltar de material para o nascimento do Menino Deus, mas não faltaram a graça e o amor que iluminaram o mundo naquela noite maravilhosa.

Acompanhe, nas próximas edi-ções, a continuação deste tema, com as demais lições a serem extraídas da situação atual em que nos encontra-mos.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga eeducadora. Mantém o blog educandonacao.com.br

Natal 2020: lições para aprendermos e ensinarmos

25 ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão recebem investidura

Em missa no dia 23 de novem-bro, na Paróquia Santa Mônica, no Jardim Santa Mônica, Setor Pastoral Pirituba, 25 leigos, após o período de formação em nível paroquial, receberam a investidura para atuar como Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC).

A solene celebração foi presidi-da por Dom José Benedito Cardo-so, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada pelo Padre Flavio Heliton, Pároco.

Dom José, na homilia, saudou

os novos MESC, desejou que Deus ilumine o caminho de todos, e con-vidou-os a serem sinais de esperan-ça e santidade para a Igreja e para o mundo. O Bispo ressaltou, ainda,

que os “novos ministros, ao se colo-carem a serviço como MESC, estão conscientes e convictos da missão que estão abraçando por amor à Igreja”.

BENIGNO NAvEIrACOlABOrADOr DE COmuNICAÇÃO NA rEGIÃO

Marcos Grego

Dom José e Padre Flavio, com os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão

FABIO GAllO GArCIA

Não podemos negar que o novo mundo digital é de muita utilidade e permite grandes avanços à hu-manidade. Permite que as pessoas descubram coisas, pesquisem, estudem, criem, consumam com seguran-ça e comodidade, obtenham uma infinidade de coisas muito boas para a vida. Outro fator importante trazido pela revolução digital é a interferência direta em nossa vida pessoal e profissional, pela quantidade de dados e informações que nos é disponibilizada. Nos últimos anos, produzimos mais dados do que ao longo de toda a nossa história. Para dar uma ideia de toda essa trans-formação, desde 2011 o volume total de dados armaze-nados pela humanidade aumentou 22 vezes.

Os modelos de negócio desenvolvidos e pratica-dos pelas grandes corporações do ramo não têm nada de transparente para o público. É difícil entender como elas ganham dinheiro. Na prática, o dinheiro vem da venda de dados que se transformam (dentro desse modelo) em muito dinheiro quando nós con-sumimos o que eles querem que compremos. Seus clientes são os anunciantes, que usam essas platafor-mas para vender os seus produtos ou serviços. E qual o nosso papel nesse teatro? O de objetos que acredi-tam que controlam esses canais, usando-os “de graça” para nossos interesses. As pessoas inocentemente não se dão conta de que são produtos nessa relação co-mercial.

Esses grandes canais de comunicação também criam verdadeiros monstros, tornando pessoas famo-sas do dia para a noite, sem que necessariamente se-jam portadoras de conhecimento. Pessoas que muitas vezes transformam mentiras em verdades. Por vezes, mudam a forma de ver de todo um grupo de pessoas, geram conflitos, alteram o curso de eleições, destroem a credibilidade de pessoas em um instante sem motivo real para isso.

Nada que induza nossa vontade, tire nossa liberda-de e iniba a nossa responsabilidade pode ser conside-rado ético. Na carta encíclica Fratelli tutti, o Papa Fran-cisco escreve:

“Neste mundo globalizado, os mass media podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna […] Po-dem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus. Mas é necessário verificar, continuamen-te, que as formas atuais de comunicação nos orientem efetivamente para o encontro generoso, a busca sincera da verdade íntegra, o serviço, a aproximação dos últi-mos e o compromisso de construir o bem comum. Ao mesmo tempo, como indicaram os bispos da Austrália, ‘não podemos aceitar um mundo digital projetado para explorar as nossas fraquezas e tirar fora o pior das pes-soas’” (FT, 205).

Em outro trecho, diz que “vivemos já há muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de re-conhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses. Voltemos a promover o bem, para nós mesmos e para toda a humanidade, e assim caminharemos juntos para um crescimento ge-nuíno e integral” (FT, 113).

Fabio Gallo Garcia é professor da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo (SP).

A ética das redes digitais

[LAPA] Em reunião no mês de dezembro, a Pastoral da Comunicação (Pascom) da Região Lapa elaborou a lista com os nomes dos agentes que foram nomeados como coordenadores da Pascom nas paróquias da Região.

[LAPA] Já estão armazenadas na Área Pastoral São João Batista, da Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Pastoral Butantã, as sacolinhas de Natal que serão distribuídas no dia 12 na igreja matriz e comunidades.

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DECRETOJUBILEU BICENTENÁRIO

DO NasCImENTO DE saNTO aNDRé KIm DEgUN

Na aRqUIDIOCEsE DE sãO PaULO

Aos que este nosso Decreto virem, paz, bênção e alegria no Senhor! A Igreja de Cristo que está na Coreia celebra, em 2021, o bicentenário do nascimento de Santo André Kim Degun, primeiro presbítero nascido na Coreia e mártir de Cristo, padroeiro do Clero daquele país. Santo André foi orde-nado sacerdote em 1845 e exerceu seu ministério com profunda dedicação e ardor missionário. Aos 26 anos de idade, com apenas 01 ano de sacerdócio, recebeu a coroa do martírio, regando com seu sangue as primeiras sementes do Evangelho lançadas da Igreja na Coreia. Em 1984, por ocasião dos 200 anos do catolicismo na Coreia, foi proclamado Santo pelo Papa São João Paulo II. A celebração do jubileu dos 200 anos do seu nascimento é motivo de grande alegria para toda a Igreja na Coreia, mas também para as Comu-nidades coreanas presentes em muitos países de todo o mundo. Atendendo com alegria ao pedido da Conferência Episcopal da Coreia, também a ar-quidiocese de São Paulo une-se à Igreja Católica na Coreia, especialmente à Comunidade coreana de São Paulo e do Brasil, nas celebrações jubilares do bicentenário de Santo André Kim Degun, que se estendem de 29 de novem-bro de 2020 a 27 de novembro de 2021. Portanto, em vista do testemunho do Evangelho, crescimento na fé e do bem espiritual do povo de Deus, por este Ato, damos início em São Paulo ao Jubileu bicentenário do nascimento de Santo André Kim Degun, tendo como “igreja jubilar” e meta para as pere-grinações e celebrações, do Jubileu a igreja da paróquia pessoal Santo André Kim Degun, no bairro do Bom Retiro. O Ano Jubilar estende do 1º Domingo do Advento de 2020 ao 1º Domingo do Advento de 2021 (27 de novembro de 2021). Convido o clero, os religiosos e todo o povo de Deus de nossa Arqui-diocese a aderir às celebrações jubilares e a se alegrar com a Comunidade Católica Coreana. Os fiéis que peregrinarem para a igreja de Santo André Kim Degun, durante este ano jubilar, poderão alcançar a indulgência plenária (cfr. cânones 992- 997, CIC), aplicável para si próprios, ou em su-frágio dos fiéis defuntos, cumpridas as condições estabelecidas pela Igreja: profissão da fé católica, arrependimento dos pecados, sincero desejo de viver em santidade, confissão sacramental e comunhão eucarística, oração pelo Papa e pela Igreja e oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e missioná-rias. Dado e passado em nossa Cúria Metropolitana no dia 24 de novembro de 2020, memória litúrgica de Santo André Dong-Lac, Presbítero, e seus 116 companheiros, mártires vietnamitas.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce-bispo de São Paulo, presidiu no domingo, 29 de novembro, na matriz da Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, no Bom Retiro, a missa de abertura do ju-bileu do bicentenário de nascimento do primeiro sacerdote coreano martirizado no século XIV.

Atendendo a um pedido da Confe-rência Episcopal da Coreia, esse templo será uma das igrejas designadas em todo o mundo para a peregrinação dos fiéis du-rante o jubileu, que se estenderá até 27 de novembro de 2021.

Por essa razão, todos os fiéis que pere-grinarem à Igreja São Kim Degun durante o ano jubilar poderão alcançar a indulgên-cia plenária aplicável a si mesmos ou em sufrágio dos falecidos (leia nesta página o decreto sobre o jubileu).

A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos peca-dos já perdoados quanto à culpa que o fiel, devidamente disposto e em certas e deter-minadas condições, alcança por meio da Igreja.

Para receber a indulgência plenária neste jubileu, a Santa Sé, por meio da Pe-nitenciaria Apostólica, estabeleceu que, além de peregrinar até a igreja jubilar, o fiel precisa ter se confessado recentemen-te, rezar nas intenções do Papa e fazer um ato de caridade (acesse o decreto em: https://tinyurl.com/y6sw7wuh).

PADrOEIrOPrimeiro Sacerdote coreano, São Kim

Degun, também conhecido como San-to André Kim Taegon, nasceu em 21 de agosto de 1821. Filho de uma família no-bre coreana, converteu-se ao catolicismo e se dedicou à evangelização de sua pátria, onde o Cristianismo era duramente per-seguido.

Em 16 de setembro de 1846, Santo André e mais 102 católicos foram marti-rizados. O jovem padre tinha apenas um ano de sacerdócio.

São João Paulo II os canonizou duran-te sua visita à Coreia do Sul, em 6 de maio de 1984, na comemoração dos 200 anos do catolicismo naquele país asiático.

Mesmo em sua curta vida, São Kim Degun, além de ser o primeiro Padre ca-tólico coreano, enfrentou a realidade da época e se tornou pioneiro no anúncio da Boa-Nova.

tEStEmuNhO DOS mÁrtIrES

Na homilia, Dom Odilo manifestou novamente a alegria por celebrar a aber-tura do jubileu de nascimento do mártir coreano. Ele recordou que teve a oportu-nidade de visitar a Coreia do Sul em 2018 e esteve no local do martírio de São Kim Degun e dos muitos mártires coreanos.

“Pude constatar a vitalidade dessa Igreja e o fervor dos sacerdotes, religiosos e do povo das comunidades católicas co-

Católicos coreanos abrem jubileu dos200 anos do nascimento de São Kim Degun

FErNANDO [email protected]

reanas, fortalecidas pelo testemunho dos seus santos e mártires”, salientou o Cardeal.

Dom Odilo afirmou que se sente feliz por ter os católicos coreanos como mem-bros da Igreja particular de São Paulo e os convidou a viverem intensamente o jubileu, buscando conhecer com maior profundidade a vida de São Kim Degun.

“Como padroeiro desta comunidade, esse Santo poderá inspirar muitas ações de evangelização e devoção ao longo do ano jubilar. Peçamos a ele que proteja toda a comunidade, todas as famílias, es-pecialmente as crianças, jovens e aqueles que se encontram em meio a sofrimentos e dificuldades para viver a fé católica e nela perseverar”, exortou o Arcebispo.

Em SÃO PAulO

A imigração de coreanos para o Brasil começou na década de 1960, pouco de-pois do fim da guerra que dividiu a Coreia em dois países. Atualmente, são cerca de 50 mil coreanos e descendentes vivendo em solo brasileiro, sendo a maioria na ci-dade de São Paulo.

Foi na capital paulista que surgiu a primeira comunidade católica coreana do Brasil, no dia 9 de maio de 1965, com a presença de 44 membros na Igreja São Gonçalo, no Centro.

Em 1972, foi criada a Paróquia Pessoal Coreana Nossa Senhora Rainha, que teve sua sede em vários bairros de São Paulo. Em 1990, começou a ser construída a atu-al matriz, que recebeu o título do mártir coreano, sendo inaugurada e dedicada em 2004, pelo Cardeal Cláudio Hummes, en-tão Arcebispo Metropolitano.

A Paróquia Pessoal Coreana reúne cerca de 4,5 mil fiéis coreanos e descen-dentes que vivem em São Paulo, além de comunidades em Campinas (SP), Curi-tiba e Ponta Grossa (PR) e Belo Hori-zonte (MG). Atualmente, a comunidade paroquial é atendida por sacerdotes e religiosos missionários vindos da Co-reia. O Pároco atual é o Padre (Paulo) Sung Kwang Cho.

Leia a reportagem completa em https://tinyurl.com/yy54h9z2.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, incensa a imagem de São Kim Degun, em missa no domingo, 29 de novembro

Reprodução

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O bairro da Luz, na região central de São Paulo, voltou a ouvir o som dos sinos da histórica Igreja São Cristóvão, reinaugurados na quinta-feira, 26 de novembro. Após passarem por restau-ro, os quatro sinos foram abençoados em uma missa presidida pelo Arcebis-po Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A tarefa de restauro foi feita pela Fábrica de Sinos de Piracicaba e patro-cinada pelo Grupo Comolatti. Foi reali-zado um trabalho de limpeza dos sinos e pintura do cavalete de sustentação, além da instalação de um novo sistema de automação. São quatro sinos, sen-do o menor com 56kg e o maior com 155kg.

“Na metrópole, em meio ao barulho de tantas vozes, temos que fazer o pos-sível para que a presença da Igreja seja percebida. Nós estamos aqui”, afirmou Dom Odilo, ao falar do valor simbólico dos sinos.

“O sino é um sinal da voz de Deus que chama, que toca as consciências para a vivência da fé”, acrescentou o Arcebis-po, recordando que esse templo católico compõe a memória histórica dessa re-gião da cidade, que também conta com o Mosteiro da Luz, a Pinacoteca do Estado e a Estação da Luz.

SímBOlO hIStórICO Construída em 1856, esta igreja foi

durante muitos anos a Capela do Semi-nário Episcopal. Em 1940, passou a ser a matriz da recém-criada Paróquia São Cristóvão.

Após passar por um restauro, o tem-plo foi reinaugurado em 28 de abril de 2001. Durante os trabalhos, foi desco-berto um sítio arqueológico no terreno da igreja, o que faz da matriz uma fonte de inspiração para os pesquisadores da história de São Paulo.

Padre José Arnaldo Juliano, Páro-co desde fevereiro, explicou ao O SÃO

Após restauro, sinos da Igreja São Cristóvão são reinaugurados

FErNANDO [email protected]

PAULO que, quando tomou posse da Paróquia, a matriz passava por alguns problemas estruturais, como infiltrações no teto, nas paredes e no telhado.

“No dia 19 de março, eu recebi uma generosa doação de uma família, com a qual pudemos fazer os reparos estrutu-rais. Agora vamos partir para a reforma da nave da igreja, a cúpula e depois a fa-chada.”

CAmPO DE mISSÃOQuanto aos desafios pastorais, Padre

José Arnaldo recordou que, logo que chegou à Paróquia, foi decretada a qua-rentena na cidade. Segundo os dados do Censo de 2010, a Paróquia abrange uma população de 13,5 mil pessoas. No en-tanto, o Pároco acredita que esse número tenha aumentado, sobretudo com a re-cente construção de prédios residenciais.

“Agora, realizamos o trabalho de ir ao encontro dessas pessoas. Tenho feito contato com as famílias, convidando-as

para as celebrações e me colocando à disposição para atendimentos. Também fiz amizade com quase todos os porteiros dos prédios, que me indicam os católicos e distribuem os folhetos informativos das atividades da comunidade”, contou o Padre.

O Pároco destacou, ainda, que os casais e jovens estão se aproximando aos poucos e, inclusive, há um grupo de Catequese para adultos ao qual ele mesmo ministra. “Pastoralmente, é uma região de missão. As pessoas necessitam de referência de comunidade para que alimentem o sentido de pertença. Nes-se sentido, a reativação dos sinos será de grande ajuda para recordá-los de que aqui é a casa deles”, completou.

trADIÇÃO Os sinos da Igreja São Cristóvão não

soavam havia 15 anos, até que “a provi-dência divina e a generosidade da famí-lia Comolatti”, como ressaltou Padre José

Arnaldo, possibilitaram que eles fossem restaurados.

“Já virou uma tradição do Grupo Comolatti patrocinar o restauro dos si-nos de igrejas em São Paulo. Isso come-çou há mais de dez anos, com um pedi-do de Dom Odilo. Depois disso, nosso presidente, Sergio Comolatti, gostou da iniciativa e, desde então, todos os anos, patrocinamos o restauro dos sinos de uma igreja”, contou o diretor comercial da empresa, Conrado Comolatti Ruivo.

Em 12 anos, já foram 14 igrejas que tiveram seus sinos restaurados, entre as quais as igrejas matrizes das Paróquias das paróquias São Vito, Bom Jesus do Brás, Nossa Senhora da Paz e Nossa Se-nhora do Brasil. Também foram restau-rados os campanários da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e da Basílica do Mosteiro de São Bento. Em 2010, o gru-po empresarial patrocinou o restauro do carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina.

Cardeal Odilo Pedro Scherer, Padre José Arnaldo Juliano e representantes do Grupo Comolatti em frente à placa de reinauguração dos sinos

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Ainda não acabou!SãO PAULO REGISTRA ALTA DE CASOS DE COVID-19. PARTE DA POPULAçãO APARENTA TER SE DESCUIDADO DAS RECOMENDAçõES SANITáRIAS DE SEGURANçA CONTRA O VíRUS

O aumento no número de casos e de internações de pacientes com COVID-19 em São Paulo levou o governo paulista a retroceder todo o estado à fase amarela da flexibilização de atividades, conforme anunciou o governador João Doria, na segunda-feira, 30 de novembro.

Naquele dia, a taxa de ocupação de

leitos de UTI para COVID-19 no esta-do era de 52,2% e na Grande São Paulo de 59,1%, confirmando a alta verificada nas duas semanas anteriores. Na capital paulista, na ocasião, esse índice estava em 52% na média, sendo que na rede parti-cular a taxa de ocupação de leitos de UTI para o coronavírus tem se mantido acima dos 80%. No Brasil, já foram registrados mais de 6 milhões de casos e até o come-ço desta semana mais de 173 mil pessoas haviam morrido em razão dessa doença.

Na fase amarela de flexibilização, há restrições para o horário de funcio-namento do comércio e dos serviços, passando das 12 horas, da fase verde, para 10 horas por dia, bem como redu-ção do percentual de ocupação desses locais a 40% de sua capacidade. Não haverá, porém, mudanças no funcio-namento das instituições públicas e privadas de ensino. A próxima reclas-sificação de fase está agendada para 4 de janeiro.

DANIEl GOmES E FErNANDO GErONAzzO

[email protected]

Ao percorrer algumas ruas e locais de gran-de circulação na capital paulista, a reportagem do O SÃO PAULO constatou que muitas pes-soas não estão seguindo as medidas preventivas básicas, como o distanciamento social e o uso de máscara.

Nas entradas das estações de metrô e ter-minais de ônibus, foi comum encontrar usuá-rios que chegam sem máscara e só a colocam quando embarcam. Há, ainda, aqueles que, mesmo dentro dessas dependências, perma-necem com a máscara no queixo ou nas mãos e só a vestem quando são abordados por fun-cionários. Além disso, ao saírem desses locais, muitos retiram facilmente o protetor facial e não higienizam as mãos.

Há, ainda, os que não usam a máscara corre-tamente, deixando o nariz descoberto, e aqueles que a retiram para conversar, um comporta-mento de risco, uma vez que a transmissão do vírus também ocorre por meio das gotículas de saliva.

A reportagem também viu recorrentes aglo-merações em alguns supermercados, terminais de transporte e outros estabelecimentos comer-ciais.

No Viaduto do Chá e em ruas próximas à es-tação São Bento do metrô, no último sábado, foi possível verificar que alguns caminhavam sem máscara entre as outras pessoas e, não raro, em um grupo da mesma família ou entre amigos parte usava a máscara, parte não.

As pessoas questionadas informalmen-te sobre o descumprimento dos protocolos preventivos deram respostas evasivas como “eu esqueci de usar a máscara”; “estou em um lugar aberto e não tem ninguém próximo”; “a máscara me incomoda”; e ainda houve ar-gumentos como “não há necessidade”, “isso é bobagem, todo mundo vai pegar COVID-19 algum dia” ou “já tive a doença e, por isso, es-tou imune”.

Em todo o estado de São Paulo, o uso de máscara também é obrigatório nas áreas co-muns dos condomínios, sendo passível de fis-calização da Vigilância Sanitária e aplicação de multa de até R$ 5 mil por morador que descum-prir a regra.

Em uma conferência aos membros do Sin-dicato das Empresas de Compra, Venda, Loca-ção e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), o ad-vogado especialista em Direito Condominial, Carlos Eduardo Quadratti, afirmou ter recebido diversos relatos de síndicos que têm enfrentado a resistência de moradores em usar máscaras dentro de condomínios.

Há previsão legal para que a multa recebi-da seja repassada ao morador responsável pela infração, uma vez que este causou um dano ao condomínio. “É uma pena que sejam necessá-rias tais medidas, quando cada pessoa deveria ter consciência da importância desses cuida-dos”, lamentou o advogado.

Uma das preocupações das autoridades é com o aumento dos casos entre os jovens de 20 a 29 anos. Em junho, os infectados nesta faixa etária representavam 13,6% do total, mas em 20 de novembro esse percentual subiu para 17,1%.

Chefe da Vigilância Hospitalar do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), a médica infectologista Ana Angélica Bulcão Portela dis-se à reportagem que o número de jovens nos leitos de enfermaria para COVID-19 aumen-tou nas últimas semanas. “Com a saída deles do isolamento social, especialmente para lazer, até por questões de saúde mental, as internações se tornaram mais intensas. Os jovens têm relata-do que participam de reuniões em casa, even-tos estes que reúnem 20 pessoas, por exemplo, e se uma delas está com o vírus, pode infectar as demais. Também tem havido o aumento das aglomerações, o que leva à diminuição do dis-tanciamento físico das pessoas”, observou.

Também médico infectologista do IIER, Jamal Suleiman critica quem promove tais ati-vidades. “Irresponsabilidade é o adjetivo certo para o atual comportamento desses jovens. Não se trata de um juízo moral, mas técnico, na medida em que a pessoa tem o domínio da informação sobre as formas de proteção e a importância disso pra ela e o seu entorno, mas não segue”, lamentou, temendo pela piora dos números com as aglomerações nas festas de fim de ano. “Isso nos traz uma angústia, porque o resultado vai ser muito dramático e veremos as consequências em janeiro e feve-reiro”, comentou.

Em coletiva de imprensa na última segun-da-feira, Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, disse que o governo pretende intensi-ficar a fiscalização em todo o estado para evitar aglomerações e impedir a realização de festas clandestinas.

AumENtO DE CASOS ENtrE OS JOvENS

DESCuIDOS COm A PrEvENÇÃOFotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na Estação São Bento do Metrô, nem todos utilizavam máscaras, no sábado, 28

Na Rua 25 de Março, alguns circulavam sem máscara ou a utilizavam erroneamente

Jovens caminhavam pela Praça Ramos de Azevedo, na região central, sem máscaras

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1) O uso de máscara para acesso aos templos e permanência neles é obrigatório, devendo ser brevemente retirada, com todo o cuidado, apenas para o recebi-mento da Comunhão.

2) Antes de entrar na igreja, o fiel tem sua temperatura medida e deve higienizar as mãos com álcool em gel. Essa higienização deve ocorrer sempre que a pessoa tocar em qualquer superfície ou objeto e, especialmente, antes e depois de receber a Comunhão.

3) As portas das igrejas devem permanecer abertas durante toda a missa, a fim de evitar que o fiel tenha de tocar em puxadores ou maçanetas.

4) O fiel deve se sentar apenas nos lugares demarcados, para que se garanta o distanciamento mínimo recomendado. Pessoas que vivam na mesma casa po-dem se sentar juntas, mas neste caso o ideal é que elas não dividam o banco com outras.

5) Os leitores e cantores devem desinfetar as mãos antes e depois de tocarem no ambão ou nos livros.

6) Os envolvidos com a Liturgia precisam estar de máscara, à

exceção do presidente da cele-bração, mas se recomenda que este mantenha certa distância em relação aos demais.

7) Na procissão para a Comu-nhão, os fiéis devem respeitar o distanciamento demarcado no chão.

8) O sacerdote e os ministros que distribuírem a comu-nhão precisam usar máscara e desinfetar as mãos antes e depois da distribuição; nesse momento, é indicado que o fiel receba a Comunhão na mão, tomando os devidos cuidados para não desprezar as partículas da Eucaristia e comungar na frente do sacerdote ou do ministro.

9) Ao término da missa, a saída das pessoas do templo deve ocorrer sem que haja aglome-rações.

10) Após a missa, o templo deve ser arejado durante pelo me-nos 30 minutos, e os pontos de contato, como vasos sagrados, livros litúrgicos, objetos, ban-cos, puxadores e maçanetas das portas e instalações sani-tárias, precisam ser cuidadosa-mente desinfetados.

Fonte: “Orientações Litúrgico-Pastorais para o retorno às atividades presenciais”, produzido pela Comissão Episcopal

Pastoral para a Liturgia (maio de 2020)

A Prefeitura de São Paulo informou à reportagem que até o dia 23 de novem-bro realizou, nos serviços de saúde que administra, mais de 1,539 milhão de tes-tes, sendo 837 mil de RT-PCR, 500 mil testes rápidos e mais de 201 mil testes sorológicos.

De acordo com Suleiman, apenas com a testagem da população em lar-ga escala há a possibilidade de bloquear a transmissão comunitária da doença: “Com isso, é possível identificar pessoas que são positivas, já que há um grande contingente que tem a infecção, mas sem sintomas. É preciso identificá-las, para, depois, colocá-las em isolamento e ras-trear todos os seus comunicantes e aque-les com quem convivem, seja ligando para elas, seja com os agentes comuni-tários indo até suas casas para ver como

está sendo este isolamento, para identifi-car quais foram os contatos que tiveram e testar todos estes comunicantes. Essa seria a estratégia ideal”.

Ana Angélica também defende a tes-tagem massiva, especialmente em locais com grandes aglomerações de popula-ções vulneráveis ou comorbidades de saúde, além de testar aqueles que procu-ram as unidades de saúde por já ter um histórico de outras doenças. “Alguém com hipertensão, por exemplo, que já chega sentindo uma coriza, dor de ca-beça leve, poderia ser testado. Outra al-ternativa é fazer a testagem consideran-do os contatos. Então, se você está com COVID-19, foi ao posto de saúde, o qua-dro é leve e recebeu o atestado, todas as pessoas de sua convivência deveriam ser monitoradas”, analisou.

NÃO SE DESCuIDE NA hOrA DA mISSA

E QuANDO O víruS BAtE à POrtA, O QuE FAzEr?Em julho, ao saber que o resultado

do teste do filho para a COVID-19 havia dado positivo, Maria de Fátima Rodri-gues Fidelis procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Vista Alegre, na zona Noroeste, com sintomas de gri-pe e uma leve dor de cabeça. Ela e uma de suas filhas, que estava assintomática, foram submetidas ao teste RT-PCR, no qual um swab nasal (uma haste longa e achatada, cujo formato lembra um coto-nete) é introduzido nas narinas e na gar-ganta para colher a secreção respiratória e detectar a presença de material genéti-co ativo do Sars-Cov2 (novo coronaví-

rus). Ambas receberam a recomendação de permanecer em isolamento social até o resultado, que ficou pronto após sete dias, com o diagnóstico de infecção para a mãe e a filha.

“O médico nos deu mais 14 dias de atestado. Como eu estava sintomática, ele me receitou a azitromicina [antibi-ótico usado no tratamento de infecções respiratórias e que age também contra alguns vírus]. Não houve qualquer re-comendação do posto de saúde para que voltássemos para fazer um novo teste depois”, disse Maria de Fátima à repor-tagem.

O mONItOrAmENtOA moradora da zona Noroeste da ci-

dade está entre os 779 mil pacientes que a Secretaria Municipal da Saúde afirma já ter monitorado nas UBSs desde o come-ço da pandemia, entre pessoas com sin-tomas leves e moderados de COVID-19.

Segundo a Secretaria, “a atuação con-siste no monitoramento telefônico diário dos casos, por um período de 14 dias. Se não há contato, as equipes realizam visitas domiciliares. Nas regiões com Estratégia de Saúde da Família, há intensificação das ações com profissionais de saúde e agentes comunitários de saúde, que orientam so-bre formas de transmissão e a importância do isolamento adequado, reforçando as medidas de distanciamento social entre as pessoas do convívio”, consta na nota envia-da ao O SÃO PAULO, na qual se informa que mais de 20,5 mil ações comunitárias de orientação e prevenção da pandemia fo-ram feitas, com 2,6 milhões de abordagens.

Conforme o protocolo do Ministério da Saúde, assegura a Secretaria, a priori-dade de testagem é para aqueles que apre-sentem sinais e sintomas da doença, des-de que sejam classificados como suspeitos após a avaliação médica. Aqueles que ti-veram contato com pessoas cujo resulta-do do teste para a COVID-19 foi positivo, ainda que estejam assintomáticos, “são orientados sobre as normas de biossegu-rança, devendo realizar isolamento social”.

A Pasta informou, ainda, que o teste

pelo RT-PCR é indicado preferencial-mente do 3º ao 7º dia do início dos sinto-mas, enquanto os testes sorológicos (teste rápido ou sorologia) são os adotados após o 7º dia do começo dos sintomas.

O infectologista Jamal Suleiman res-salta que a estratégia de isolamento não é sempre condicionada à detecção do vírus na mucosa oral por meio do teste RT-PCR. “Por exemplo, se a pessoa chega nos contando que teve um mal-estar, fe-bre, perdeu o paladar ou a capacidade de sentir cheiro, pode ocorrer que o teste dê ‘não detectado’. Isso não é comum, acon-tece em até 10% das vezes, e nesse caso fazemos o mesmo para quem teve o re-sultado do teste positivo: a pessoa deverá permanecer em isolamento, inclusive dos contatos domiciliares, e não poderá sair para trabalhar”, detalha.

É fundamental que aqueles cujo re-sultado do teste para a COVID-19 tenha dado positivo e as pessoas colocadas em isolamento preventivo assim permane-çam, mas isso nem sempre acontece, como relatou, sob a condição de anoni-mato, uma médica de uma UBS da zona Sul da cidade. “Quando temos a chegada de um paciente com suspeita, buscamos atestar a família inteira para que não vá trabalhar, só que as pessoas aproveitam para ficar na rua ou para viajar, não en-tendem que se trata de um atestado para isolamento social”, lamentou.

tODOS PrECISAm uSAr mÁSCArASA Secretaria Municipal da Saúde afirma

que, passado o período de 14 dias, o paciente pode receber alta ou ser encaminhado para um hospital de referência em COVID-19 da região, e quem já teve a doença pode voltar a procurar a unidade de saúde de re-ferência para acompanhamento dos sinto-mas ou desdobramentos da enfermidade.

A infectologista Ana Angélica explica que se o paciente cumpriu o isolamento recomendado e foi devidamente monito-rado, não precisará fazer outro teste pas-sados os 14 dias, uma vez que o vírus já terá sido expelido do organismo. “A pes-soa só terá o anticorpo quando deixa de ter a doença na garganta, e sabemos, por estudos publicados, que o tempo do ví-rus na garganta é de, no máximo, 14 dias. Assim, passado esse período, quem já se contagiou com o vírus não mais oferece ricos de transmiti-lo a outras pessoas.”

No entanto, também para os já recu-perados, as medidas de distanciamento social, higienização das mãos e, princi-palmente, o uso de máscaras continuam válidas.

“De fato, passados os 14 dias, ainda que a pessoa tenha fragmentos da partí-cula viral na mucosa oral, ela é incapaz de transmitir a doença. No entanto, precisa-rá usar máscara, pois ainda que não tenha mais o vírus relativo à primeira infecção, caso ela esteja sem máscara e tenha con-tato com outra pessoa com um vírus de uma outra variante, pode se contaminar de novo. Embora a reinfecção seja um fenômeno extremamente raro, o que sig-nifica que se essa pessoa pegar o vírus de novo a chance de que adoeça é remota, a possibilidade de que ela transmita o vírus com uma outra variante existe”, detalhou Suleiman.

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Teste RT-PCR é um dos realizados para verificar se há a presença do novo coronavírus no organismo

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12 | reportagem/Fé e Vida | 2 a 8 de dezembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

A pergunta é da Maria Carina. Mi-nha irmã, não acreditar na Confissão é falta de fé na Palavra de Jesus. Aí está a coisa mais grave. Não acreditar na Con-fissão é desmentir o próprio Cristo, que instituiu esse sacramento. Lembre-se do Ressuscitado aparecendo aos apóstolos

e dizendo-lhes: “A paz esteja convosco. Recebam o Espírito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados, eles serão per-doados. A quem vocês os retiverem, eles serão retidos”.

Maria Carina, pense comigo: cada sacramento foi instituído por Jesus para significar um gesto salvador seu, conti-nuado na história. O Cristo nos faz filhos de Deus no Batismo. O Cristo nos unge

para a missão na Crisma. Ele nos ali-menta na Eucaristia. Ele nos perdoa na Penitência ou Confissão. Ele nos cura na Unção dos Enfermos. Ele unge seus mi-nistros na Ordem. Ele abençoa o amor humano no Matrimônio.

Por que não acreditar na Confissão, se o perdão recebido neste sacramento é garantido pelo próprio Jesus? Pense, Ma-ria Carina, na sabedoria divina que nos

deu esse sacramento: quando nós con-fessamos os pecados, fazemos a experi-ência de nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, da misericórdia de Deus.

Ele gosta de perdoar e perdoa sempre que confessamos nossos pecados, viu, minha irmã? Fique com Deus e que Ele faça você entender as maravilhas deste sacramento que nos reconcilia com o Se-nhor e com os irmãos.

Você Pergunta‘Não consigo crer na Confissão. Estou pecando?’

PADrE CIDO [email protected]

A Paróquia Nossa Senhora das Mer-cês, na Região Episcopal Ipiranga, ini-ciou, ainda em 2019, um processo para gerar energia de forma mais sustentável e econômica.

Localizada na Vila das Mercês, zona Sul da capital paulista, a Paróquia foi criada em 1953 por Dom Carlos Car-melo de Vasconcelos Mota, arcebispo à época.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Pároco, Frei José Maria Mohamed Jú-nior, da Ordem Mercedária do Brasil, explicou que com a instalação do sistema de captação de energia solar, a projeção é de economizar, em um ano, cerca de R$ 30,8 mil, uma vez que com a mudança o valor das contas pagas à concessionária de energia elétrica sofrerá uma redução de aproximadamente 80%.

A decisão de investir em energia solar foi uma resposta aos apelos da Igreja por uma vida mais sustentável, sobretudo a partir da publicação da encíclica Lauda-to si’, do Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum.

ENErGIA FOtOvOltAICA“Começamos pesquisando sobre

energia fotovoltaica e fazendo orçamen-tos, para, junto com as empresas que vinham orçar os serviços, entendermos qual seria a nossa real necessidade”, disse.

O próximo passo foi a realização de uma grande campanha de arrecadação com a distribuição de 500 carnês no va-lor de R$ 300 cada, que podiam ser pa-gos em até seis parcelas.

Para que a campanha tivesse adesão, foi colocado um balcão de informações com pessoas que ficavam à disposição após a realização das missas e demais ati-vidades paroquiais, tirando todas as dú-vidas para quem quisesse doar por meio dos carnês.

“Nossa jornada começou em outubro de 2019, quando colocamos o balcão na porta da igreja e começamos a divulgar um sonho que até então parecia distante; mas, à medida que as pessoas iam ade-rindo, esse sonho começava a dar lugar à realidade”, explicou o Frade.

Com sistema de energia solar, Paróquia Nossa Senhoradas mercês estima economia de r$ 30 mil anuais

NAyÁ FErNANDESESPECIAl PArA O SÃO PAulO

Quando a campanha havia chegado a 50% da meta de arrecadação, começou a quarentena em virtude da pandemia de COVID-19. A divulgação, porém, con-tinuou pelas redes sociais e durante os eventos realizados de forma on-line. Um número de telefone foi disponibilizado para que as pessoas pudessem se informar e enviar os comprovantes de pagamento.

Além da estrutura em si, a Paróquia precisou fazer adaptações no telhado da quadra e adequação de tubulações para passagem de cabos.

“Por fim, no mês de julho de 2020, realizamos a instalação de todos os equi-pamentos imprescindíveis. Foram neces-sárias vistorias e adequações por parte da concessionária Enel, até que no dia 19 de outubro deste ano tivemos a liberação para uso, e podemos afirmar que temos a nossa tão sonhada energia solar”, afir-mou Frei José Maria.

FuNCIONAmENtOA energia solar funciona a partir de

placas que captam luz, empregando o calor dos raios solares para geração de eletricidade ou aquecimento de líquidos.

A primeira missa celebrada na Vila das Mercês foi presidida por Dom Paulo Rolim Loureiro no dia 27 de setembro de 1953, num galpão cedido por César Im-piglia, onde hoje é um condomínio resi-dencial. A pedra fundamental, por sua vez, foi colocada no dia 7 de novembro do mesmo ano.

Os padres mercedários chegaram em agosto de 1954 e, desde então, assumi-ram a Paróquia, cuja instalação canôni-ca foi realizada em 14 de novembro de 1954. O atual templo, porém, só foi inau-gurado em setembro de 1959, constru-

ído por meio de doações e trabalho da comunidade.

Os religiosos da Ordem da Virgem Maria das Mercês da Redenção dos Ca-tivos ou Ordem dos Mercedários, como são conhecidos, estão presentes em di-ferentes lugares do Brasil e realizam tra-balhos pastorais em escolas, comunida-des e paróquias, além de manterem um centro social para crianças. Em 2018, a Ordem celebrou 800 anos de fundação, tendo chegado ao Brasil por volta de 1639, em Belém (PA), e na Arquidiocese de São Paulo no ano de 1954.

INFOrmAÇõES:Rua Nossa Senhora das Mercês, 1.463, Vila das Mercês, São Paulohttp://paroquiamercessp.com.br/Facebook: @ParoquiaMercesSampaInstagram: @ParoquiaMercesE-mail: [email protected] (11) 2946-4726 WhatsApp: (11) 97055-1403MissasDe segunda a quinta-feira, às 19h Sextas-feiras, às 15h e às 19h Sábados, às 17h30 Domingos, às 7h30, 9h, 10h30 e 18h

Existem três tipos de energia solar: a energia fotovoltaica, a energia térmi-ca e a energia heliotérmica.

O sistema de energia solar foto-voltaica utiliza painéis que captam a luz e geram, pelo efeito fotovoltaico, correntes elétricas contínuas, que são convertidas para correntes alterna-das pelo inversor solar. Dessa for-ma, a eletricidade está pronta para ser distribuída no local, gerar crédi-tos de energia ou ser armazenada.

SOBrE A PAróQuIA

Paróquia, na zona Sul da capital paulista, instala placas fotovoltaicas para uso de energia solar, após mobilização da comunidade para custear os equipamentos

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

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www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br | 2 a 8 de dezembro de 2020 | Papa Francisco | 13

Após o consistório presidido pelo Papa Francisco no sábado, 28 de novembro, foram instituídos e incluídos 13 membros ao Colégio Cardinalício, que agora passa a contar com 229 cardeais.

A celebração aconteceu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com um número reduzi-do de fiéis e seguindo os protocolos sanitários para a prevenção da COVID-19.

Durante o rito, receberam o barrete, o anel e o título cardinalício: Dom Mario Grech, Se-cretário-Geral do Sínodo dos Bispos; Dom Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos; Dom Antoine Kam-banda, Arcebispo de Kigali, em Ruanda; Dom Wilton Gregory, Arcebispo de Washington, nos

Como aconteceu nos anos anteriores, após o consistó-rio, o Papa Francisco levou os novos cardeais para visi-tar o Papa Emérito Bento XVI, no mosteiro onde vive no Vaticano. Francisco beijou a mão do Papa Emérito e, em seguida, cada um dos 11 cardeais presentes em Roma se apresentou. Depois de um breve discurso, Bento XVI os convidou a rezar a Salve Rainha e os abençoou.

Papa Francisco exorta novos cardeais apermanecerem sempre no caminho do Senhor

FErNANDO [email protected]

CAmINhAr COm CrIStO

Na homilia, o Santo Padre meditou a partir do tre-cho do Evangelho de Marcos, no qual Jesus caminha com os discípulos e anuncia, pela terceira vez, o que o aguarda em Jerusalém.

“A cena descrita pelo evangelista Marcos se passa no caminho. E, no mesmo ambiente, se desenrola o per-curso da Igreja: o caminho da vida, da história, que é história de salvação na medida em que o percorremos com Cristo, rumo ao seu Mistério Pascal. A Cruz e a Ressurreição pertencem à nossa história: são o nosso hoje, mas constituem sempre também a meta do nosso caminho”, afirmou o Pontífice.

“Queridos irmãos, todos nós amamos Jesus, todos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre vigilan-tes para permanecer no seu caminho, pois, com os pés, com o corpo, podemos estar com Ele, mas o nosso cora-ção pode estar longe e nos levar para fora do caminho”, exortou Francisco.

CONSElhEIrOS

A palavra cardeal tem sua origem nas palavras lati-nas cardo, cardinis, que significa a “dobradiça” da porta. Daí também se originam os pontos cardeais que orien-tam a direção dos viajantes, ou as virtudes cardeais em torno das quais se referem as demais virtudes humanas.

A partir do século IX, o título de cardeal passou a ser dado aos clérigos mais impor-tantes da Diocese de Roma, que se tornavam conselheiros do Papa na missão de pastor uni-versal da Igreja. Por isso, além daqueles que co-laboram diretamente em organismos da Cúria Romana, há cardeais de diferentes partes do mundo que auxiliam o Pontífice no exercício de seu ministério petrino a partir das suas rea-lidades pastorais.

SErvIDOrES

Desde 1464, os cardeais se distinguem pelas vestes de cor púrpura, que simbolizam dispo-nibilidade de serviço até o derramamento do próprio sangue. A partir de 1059, foi conferida aos cardeais a prerrogativa exclusiva da eleição do Pontífice Romano. Atualmente, somente os cardeais com menos de 80 anos são eleitores

Estados Unidos; Dom Celestino Aós Braco, Arcebispo de Santiago, no Chile; Dom Augusto Paolo Lojudice, Ar-cebispo de Siena-Colle Val d’Elsa-Montalcino, na Itália; Frei Mauro Gambetti, franciscano conventual, Custódio da Comunidade Franciscana de Assis, na Itália.

Também foram criados cardeais quatro clérigos com mais de 80 anos: Dom Felipe Arizmendi Esquivel, Bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, no México; Dom Silvano Maria Tomasi, Arcebispo titular de Asolo, De-legado Especial junto à Ordem de Malta; Frei Raniero Cantalamessa, Capuchinho, Pregador da Casa Pontifí-cia; e Monsenhor Enrico Feroci, Pároco de Santa Maria do Divino Amor em Castel di Leva, na Itália.

Dom Cornelius Sim, Bispo titular de Puzia da Nu-mídia e Vigário Apostólico de Brunei, e Dom José Ad-vincula, Arcebispo de Capiz, nas Filipinas, não pude-ram comparecer à celebração devido à pandemia, mas receberão futuramente as insígnias cardinalícias.

Uniram-se aos cardeais presentes no Vaticano os purpurados de diversas partes do mundo, que acom-panharam o consistório por meio de uma plataforma digital que exibia suas imagens em monitores instala-dos na Basílica. Dentre esses estava o Cardeal Odilo Pe-dro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que participou da celebração na “basílica virtual” em comunhão com os membros do Colégio Cardinalício.

em um conclave.Desde o início de seu pontificado, em 2013, o Papa

Francisco já criou 101 cardeais, dos quais 73 são eleitores.No programa “Diálogos de Fé” do domingo, 29,

transmitido pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais, o Cardeal Scherer afirmou que o Colégio Cardinalício “é um sinal da vitalidade da Igreja que se renova constante-mente para continuar fiel à sua missão evangelizadora”.

Papa impõe barrete cardinalício a um dos novos cardeais em cerimônia no Vaticano

Fotos: Vatican Media

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14 | Geral | 2 a 8 de dezembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

Contemplar a presença de Deus nos lares e famílias da cidade é a inspiração da Novena de Natal da Arquidiocese de São Paulo em 2020.

O tema “Deus entra em nossas casas” vai ao encontro das atuais diretrizes ge-rais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que ressaltam a Igreja doméstica. O subsídio também abrange o sínodo arquidiocesano e o contexto da pandemia do novo coronavírus.

Por meio desses três eixos, o povo irá se preparar para a vivência do mistério do nascimento do Menino Jesus.

Na apresentação da novena, o Car-deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, ressalta que, ao longo deste ano, a casa e o am-biente familiar foram muito valorizados como lugares de acolhida, segurança e abrigo, nos quais as pessoas são cuida-das tanto em relação à saúde quanto à própria vida.

“Muitas pessoas também redescobri-ram a casa e o ambiente familiar como lugar para viver a fé, ler e acolher a Pala-vra de Deus e praticar as virtudes cristãs. E como, por um longo tempo, as pessoas não puderam frequentar as igrejas para rezar em comunidade e participar das celebrações da Liturgia, as casas e am-bientes da família acabaram sendo os es-

NOvENA DE NAtAl 2020‘Deus entra em nossas casas’

SUBSíDIO PREPARADO PELA ARqUIDIOCESE DE SãO PAULO É ILUMINADO PELO SíNODO ARqUIDIOCESANO E PELAS DIRETRIzES GERAIS DA CNBB, E ESTá SENSíVEL AO ATUAL MOMENTO DE PANDEMIA

JENNIFFEr [email protected]

paços onde se procurou acompanhar as celebrações da Igreja, transmitidas pelas mídias, e cultivar a união com a comu-nidade eclesial”, afirma Dom Odilo.

DEuS NOS PrOCurA PrImEIrOO Cardeal também aponta que, na

história da salvação, durante a espera do Messias, Deus buscou adentrar nos lares de Maria, José, Zacarias e Isabel, dos pastores: “Ele continua a nos pro-curar e quer entrar também em nossas casas”, comenta, questionando se hoje os cristãos estão dispostos a também aco-lher o Senhor que “bate à nossa porta ou do jeito como Ele se apresenta às nossas casas?”.

“Deus se aproxima de todos nós e quer nos encontrar lá, onde se passam os momentos mais importantes e singelos de nossa vida. Quase sempre pensamos que somos nós que procuramos a Deus. A verdade, porém, é que Deus nos procu-ra primeiro e quer nos encontrar e entrar em nossas casas”, enfatizou Dom Odilo.

mISSIONArIEDADE FAmIlIArO Padre Andrés Gustavo Marengo,

responsável pela elaboração e revisão do subsídio, explicou ao O SÃO PAULO que, ao abordar as diretrizes gerais da CNBB no contexto de um material pre-paratório para o Natal, pretende levar o entendimento de que cada casa e família formam a própria Igreja.

Com a pandemia do novo corona-vírus, esse apelo se tornou ainda mais evidente. O objetivo da novena, segun-do o Padre, é fazer com que, durante os encontros, as pessoas sintam a presen-ça de Deus em seus lares, nos trabalhos e realidade de cada família: “Ele vem ao encontro daquele que o procura e se torna a sua rocha, seu lar e templo. Deus torna cada casa um lugar sagra-do”, detalha.

“Em cada reunião, começando com a casa comum, Deus faz a sua morada no mundo, e vai fazendo também no lar de Maria, de quem Ele vai ao encontro; de José, com suas dúvidas e temores; de

em famíliaNovena de Natal

São Paulo, 2020

tEmAS DA NOvENA DE NAtAl 20201º Encontro - Deus fez morada em nossa casa comum2º Encontro - Deus entra na casa de Maria3º Encontro - Deus entra na casa de José4º Encontro - Deus entra na casa de Zacarias e Isabel5º Encontro - Deus faz morada em Belém6º Encontro - Deus entra na casa dos pobres: a manjedoura7º Encontro - Deus acolhe em sua casa os trabalhadores e aqueles que o procuram8º Encontro - Deus mora com quem não tem casa9º Encontro - Deus entra na casa das nossas famílias

COmO SurGIu A trADIÇÃO DA NOvENA?Acredita-se que o surgimento dessa prática foi inspirado pela Solenidade da Ascensão do Senhor, tornando-se um dos momentos celebrativos mais populares da Igreja, que recomenda que se esteja em sintonia com o ca-lendário litúrgico. Por isso, é mais co-mum realizá-la no contexto da festa de padroeiros ou Natal, esta última, liturgicamente celebrada de 16 a 24 de dezembro.

Nesse período, no Ofício Divino, são recitadas as sete antífonas da expec-tação da Mãe de Jesus.

A elaboração de subsídios como os da Arquidiocese de São Paulo con-tribuem para a meditação sobre a realidade local em concordância com a espiritualidade deste tempo litúrgico.

Zacarias e Isabel, com as promessas, es-perança e fragilidade; a casa da manje-doura, onde encontra um espaço para o nascimento de seu filho na simplicida-de”, acentua Padre Andrés.

O lema do sínodo arquidiocesano também serviu de estímulo à elabora-ção do material. “Deus habita esta cida-de e em cada um dos moradores da pe-riferia, do centro da cidade, na pessoa em situação de rua, no migrante e no refugiado, nas comunidades grandes e pequenas. O grande desafio do sínodo é buscar uma Igreja que tenha um ros-to que contemple e vá ao encontro de todas essas realidades”, salienta Padre Andrés.

PArA Além DAS EXPECtAtIvAS O Padre Tarcísio Marques Mesquita,

Coordenador do Secretariado de Pas-toral da Arquidiocese de São Paulo, re-lata que, em 2020, devido às restrições da presença dos fiéis nas igrejas e nas atividades pastorais, existia a percep-ção de que a quantidade de subsídios distribuídos seria inferior à dos anos anteriores. Por isso, foram impressos 50% a menos de livretos que o habitual. Entretanto, a busca pelo material supe-rou as expectativas e, por isso, o sub-sídio será disponibilizado no formato digital (PDF) no Portal da Arquidiocese (http://arquisp.org.br), a partir da se-gunda semana de dezembro.

O Coordenador de Pastoral comen-tou que o tema pensado antes da pan-demia se tornou adequado ao momento atual, ressaltando que, “encontrar uma linguagem que caiba a todos não é sim-ples, a vida do povo é diversificada, mas a novena transcorre acerca das realida-des humanas e abre campo para que as pessoas discutam a sua própria. Nesse sentido, acredito que a novena foi feliz em sua escolha”, concluiu.(*Texto escrito sob a supervisão de Fernando Geronazzo)

Reprodução

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Liturgia e VidaAmérica Latina e Caribe

Etiópia

Nicarágua

“Consolai o meu povo, consolai-o!” (Is 40,1), diz o Senhor. Mas o que pode consolar os filhos de Deus? Quem enxugará suas lágrimas, desfará injustiças e os salvará, quando se pa-dece “uma ferida incurável” (Jr 14,17)? Diante da morte, do mal e do pecado, somente Deus pode curar e consolar. Quando “desde a planta dos pés até a cabeça não há lugar são” (Is 1,6), só Ele pode salvar. Por isso, “como um pastor, Ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; Ele mesmo tange as ovelhas-mães” (Is 40,11).

Essas palavras se cumpriram com a pri-meira vinda de Cristo, que veio como “o Bom Pastor” (Jo 10,11), para curar as feridas físicas e espirituais dos homens e nos dar a vida eterna. A maior consolação de Deus ao gênero huma-no foi fazer-Se homem, assumindo inclusive o aspecto de um simples Menino. Manso e hu-milde, “com vínculos humanos, eu os atraía, com laços de amor, eu era para eles como os que levantam uma criancinha diante do seu rosto” (Os 11,4).

Na Sua segunda vinda, contudo, Ele virá re-pleto de glória. Serão realizadas de um modo visível as palavras de Isaías: “Eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com Ele, sua conquis-ta, eis à sua frente a vitória” (Is 40,10). Veio uma vez para morrer por nós, reunir-nos no redil da Igreja, instruir-nos com os Evangelhos e abrir-nos à salvação pelos sacramentos. Virá uma segunda vez para pôr fim à morte, julgar os vivos e os mortos, destruir Seus inimigos e estabelecer o Reino definitivo.

Deus fez e fará a Sua parte! No Natal, atuali-zaremos liturgicamente a chegada amorosa de Cristo em Belém e pediremos que o Menino habite também nossas almas. Ele não recusa Se unir aos que creem, amam e confessam os pecados, pois, “se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai o amará, e nós vire-mos a Ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23). Para quem vive unido a Jesus já neste mundo, também a Sua segunda vinda não será motivo de terror, mas de salvação e consolação.

Cumpre, portanto, a nós fazer a nossa par-te: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!” (Mc 1,3)! “Nivelem-se todos os vales”, isto é, corrijam-se a inconstância e a he-sitação na prática do bem. “Rebaixem-se todos os montes e colinas” do orgulho, da soberba e da vaidade. “Endireite-se o que é torto”, quer dizer, tornem-se justas as condutas que se des-viam dos mandamentos. “Alisem-se as aspe-rezas” (Is 40,4) do nosso caráter – ou falta de caráter –, para que a glória e o Rosto de Cristo se manifestem em nós.

Vale a pena nos voltarmos com todo o coração a Deus. Não podemos ter uma visão imediatista da vida, focados apenas nos pro-blemas e preocupações momentâneos. Quan-do Ele vier, veremos tudo com outros olhos, pois, “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pd 3,8). Ele é a me-dida de todas as coisas; Ele é quem realmente importa. E “o Senhor não tarda a cumprir sua promessa” (2Pd 3,9).

2º DOMINGO DO ADVENTO6 DE DEzEMBRO DE 2020

‘Consolai o meu povo, consolai-o!’

PADrE JOÃO BEChArA vENturA

O Arcebispo de Manágua, capital da Nicarágua, Cardeal Leopoldo José Brenes, expressou agradecimento pela generosidade demonstrada aos afetados pelo furacão Iota, que che-gou ao país em 16 de novembro, com ventos de 250km/h.

O Bispo confirmou a entrega de uma ajuda de aproximadamente 60 mil dólares à Diocese de Siuna, que foi muito atingida pelo furacão. Ele agradeceu a sacerdotes, religiosos

e fiéis de todas as paróquias, assim como as pessoas de boa vontade que se esforçaram em ajudar finan-ceiramente as famílias afetadas pelo furacão.

O Iota, quando chegou ao país, estava classificado como categoria 4 e ocasionou a queda de árvores, postes de luz e o desprendimento de tetos das casas, que, também, ficaram sem energia elétrica.

O Seminário Menor da Diocese

de Siuna, localizado numa área bas-tante atingida, foi destruído quase que completamente.

Guillermo González, codiretor do Sistema Nacional de Prevenção, Mitigação e Atenção a Desastres da Nicarágua, afirmou que foi possí-vel evacuar da região mil pessoas, que foram distribuídas em 250 al-bergues, casas solidárias e igrejas. (GCR)

Fonte: Celam

Celam e Cáritas pedem mais solidariedade às populações atingidas por catástrofes

GuStAvO CAtANIA rAmOSESPECIAl PArA O SÃO PAulO

A Presidência do Conselho Epis-copal Latino-Americano (Celam) e a Cáritas da América Latina e do Caribe divulgaram na última semana carta dirigida às Conferências Episcopais da região, que foi duramente atingida por diversos furacões no mês de novem-bro, situação agravada pela pandemia do novo coronavírus.

A carta, intitulada “Um chamado à solidariedade com as vítimas dos fura-cões e da pandemia na América Cen-tral”, expressa os sentimentos de soli-dariedade e proximidade do Celam e da Cáritas a “todos os nossos irmãos que viveram e continuam a viver o im-pacto da situação desoladora gerada pela COVID-19 e, de maneira parti-cular, às populações da América Cen-tral e do Arquipélago de Santo André e Providência, no Caribe colombiano, que foram duramente golpeadas por dois furacões consecutivos durante este mês de novembro”.

Os signatários, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce-bispo Metropolitano de São Paulo e 1º

vice-presidente do Celam, lembraram os números da tragédia causada pelos furacões: na Guatemala, Honduras e Nicarágua, mais de 5,3 milhões de pessoas foram afetadas, 330 mil estão vivendo em albergues e 171 falece-ram, sem contar os danos materiais e econômicos.

OrAÇÃO E AtENÇÃOOs bispos exortaram as Conferências

Episcopais da América Latina e do Ca-ribe a convocarem os fiéis para um dia de oração pela região, que ocorrerá em 12 de dezembro, Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América.

Os prelados recordaram a ação das Cáritas nacionais em acompa-nhar de perto, com as dioceses, vi-cariatos, paróquias e agentes de pas-toral, a população atingida, a fim de “dignificar as condições de vida de milhares de pessoas e famílias nestes momentos de dor”.

A carta incentiva campanhas de solidariedade, com o objetivo de dar apoio econômico e urgente, para que as Cáritas possam “atender as pessoas mais vulneráveis e afetadas por esta crise sanitária e pelo desastre ocasio-nado pelos furacões”.

Fonte: Celam

Os bispos da Eritreia exprimiram tristeza em face do conflito em curso na Etiópia, país vizinho, principal-mente por causa dos efeitos negativos da guerra, como as perdas de vidas humanas, os deslocamentos de popu-lações inteiras e a destruição do país.

Em uma declaração para a Agência Fides, em 24 de novembro, os prelados da Eritreia pediram um cessar-fogo imediato e o começo de negociações entre as partes beligerantes na Etiópia.

“A guerra é contra a vida e con-tra o desenvolvimento. Ela mata, mutila, destrói, tira de pessoas suas casas e semeia queixas duráveis e

ódio entre os povos”, afirmaram.Referindo-se ao conflito entre o

governo federal em Adis Abeba, capi-tal da Etiópia, e as autoridades regio-nais da região do Tigré, os prelados acrescentaram: “Como chefes espiritu-ais e pastores do povo de Deus e como cidadãos, exprimimos nossa tristeza diante da guerra fraternal que recente-mente se desencadeou em nosso país vizinho, a Etiópia”.

Os bispos advertiram que a guerra em curso dará uma péssima imagem do país ao resto do mundo.

A nação de Tigré, encravada no norte da Etiópia, que faz fronteira com

a Eritreia e o Sudão, é uma região au-tônoma do país, que começou a sofrer ataques militares do governo central em 4 de novembro. A ofensiva teria sido uma resposta a um ataque na maior base militar do governo central na região, perpetrado por forças leais ao governo local.

O conflito já matou centenas de pessoas e expulsou de casa muitas ou-tras que fugiram do país. Mais de 40 mil refugiados entraram no Sudão, e as estradas de Tigré estão lotadas de pessoas que fogem dos combates. (GCR)

Fontes: Agência Fides/ ACI Africa

Bispos denunciam violência e desejam o fim de conflitos

Arcebispo agradece ajuda às vítimas de furacão

Celam

Em novembro, desastres naturais assolaram países da América Latina e do Caribe

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16 | Geral | 2 a 8 de dezembro de 2020 | www.osaopaulo.org.brwww.arquisp.org.br

www.osaopaulo.org.brDiariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. Veja a seguir algumas das mais recentes publicações:

Com mais de 3,169 milhões de votos, o atual prefeito de São Paulo, Bruno Co-vas Lopes, 40, foi reeleito no domingo, 29 de novembro, para administrar, até 2024, a maior cidade do Brasil.

O político do PSDB alcançou 59,38% dos votos válidos contra 40,62% de Gui-lherme Boulos (PSOL). Covas venceu em 50 das 58 zonas eleitorais da cidade.

O número de abstenções foi próxi-mo ao do 1º turno: no último domingo, 2,769 milhões de eleitores deixaram de ir às urnas na capital paulista, 30,81% do eleitorado. No dia 15 de novembro, não compareceram 2,632 milhões (29,29% do total de aptos a votar). No comparati-vo entre os dois turnos, houve queda no número de votos brancos e nulos, pas-sando de 1,015 milhão para 880 mil.

tOm CONCIlIADOrAo discursar já como prefeito reelei-

to, na noite do domingo, Bruno Covas agradeceu a confiança dos eleitores e àqueles que o apoiaram na campanha. Ele enfatizou que passadas as eleições, agora terá “o desafio de transformar a esperança em realidade” e apontou que “São Paulo não quer divisões, não quer confrontos” e que “é possível fazer polí-tica sem ódio”.

O tucano agradeceu ao adversário de disputa e deixou uma mensagem aos que votaram em Boulos: “Queria me dirigir a todos aqueles que acreditaram nele e depositaram o voto de confiança. Nós vamos governar para todos. A partir de amanhã [segunda-feira], não existe dis-trito azul e distrito vermelho, existe a ci-dade de São Paulo”.

Ainda em tom conciliatório, Covas, que assumiu a Prefeitura em abril de 2018 após a renúncia de João Doria para concorrer ao governo do estado de São Paulo, afirmou que irá governar, “com todos aqueles que acreditaram e com todos aqueles que não vieram somar for-ças conosco, mas que têm boas ideias e bons nomes para governar a cidade. Va-mos transformar as nossas diferenças em consensos”.

Por fim, o prefeito reeleito pediu união, diálogo e trabalho conjunto pelo bem da cidade, a fim de combater as de-sigualdades, o coronavírus e viabilizar a realização de políticas públicas: “Nós temos que investir em saúde e educa-ção. Temos que fazer da nossa gestão um mantra na busca de emprego, emprego, emprego e oportunidades, em especial

para os nossos jovens de periferia, que sofrem ainda mais as consequências des-ta crise econômica e social. As urnas fala-ram, e a democracia está viva. São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo e para o obscurantismo”.

Candidato da coligação formada pelo PSDB, PP, Podemos, PSC, PL, Cidada-nia, DEM, PTC, PV, PROS e o MDB – o partido do seu vice, Ricardo Nunes –, Covas contará com uma base aliada de 25 vereadores que se elegeram por estes partidos. Uma das pautas centrais em 2021 será a revisão do Plano Diretor Es-tratégico, que estabelece as prioridades em políticas públicas referentes ao uso e ocupação do solo, cuidado com o meio ambiente, mobilidade urbana, entre ou-tros tópicos até 2030.

SAuDAÇÃO DO ArCEBISPO DE SÃO PAulO

Ainda na noite de domingo, o Carde-

Bruno Covas: ‘vamos transformar asnossas diferenças em consensos’

DANIEl [email protected]

al Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Me-tropolitano, saudou o prefeito reeleito de São Paulo.

Em mensagem a Bruno Covas (leia a íntegra abaixo), Dom Odilo observou que “a maioria dos eleitores depositou no senhor sua confiança, esperando ver realizados seus sonhos e esperan-ças. São Paulo, maior cidade do Brasil, precisa de uma boa gestão em favor de toda a população, com especial aten-ção para os mais pobres e vulneráveis, e para as áreas que mais necessitam da atenção do prefeito e da Prefeitura, com políticas públicas sábias, sem deixar no esquecimento nenhum habitante desta querida cidade”.

O SAlDO DAS ElEIÇõES NO BrASIl

Apesar da diminuição no comando de prefeituras em todo o País, o MDB é o partido que mais elegeu prefeitos:

Gilberto Marques/PSDB

Bruno Covas comemora a vitória nas eleições, após o término da apuração, no domingo, 29

CANDIDATO DO PSDB FOI REELEITO PREFEITO DE SãO PAULO EM 2º TURNO; EM NúMEROS ABSOLUTOS, MDB CONTINUA A SER O PARTIDO qUE MAIS COMANDA CIDADES NO PAíS

Expectativa de vida dos brasileiros aumenta e chega a 76,6 anoshttps://cutt.ly/hhzsDTw

Papa Francisco: para nós, cristãos, o futuro é a esperançahttps://cutt.ly/ghzdwuc

Na solenidade da Imaculada Conceição, Pontífice fará homenagem particular a Nossa Senhorahttps://cutt.ly/EhzdeII

Na beleza do universo, contemplar a grandeza do Criadorhttps://cutt.ly/1hzvPjl

MEC lança jogo virtual para ajudar na alfabetização de criançashttps://cutt.ly/KhzduOR

Em coro virtual, Escola de Cantores da Sé apresenta música de Adventohttps://cutt.ly/ohzdtSm

784, número inferior aos 1.035 eleitos pela sigla em 2016.

Segundo partido com mais prefeitos elei-tos, o PP saiu vitorioso em 685 cidades, nú-mero superior às 495 conquistadas em 2016; seguido pelo PSD, que avançou de 537 para 654 eleitos. Neste ranking, o PSDB é o quarto colocado, tendo elegido 520 prefeitos, número inferior aos 785 de quatro anos atrás.

Em números absolutos, o DEM foi o par-tido que mais cresceu em relação a 2016, pas-sando de 266 eleitos para 464 (+75%). Já o PT, assim como em 2016, decresceu: elegeu 183 prefeitos ante 254 de quatro anos atrás (-28%) e, pela primeira vez desde a redemocratização, não comandará uma capital estadual.

No cenário das 25 capitais em que hou-ve eleições, o MDB sagrou-se vencedor em cinco – com destaque para Porto Alegre (RS), onde Sebastião Melo derrotou Manue-la D’Ávila (PC do B). Já o DEM comandará quatro cidades: Curitiba (PR), com Rafael Greca; Florianópolis (SC), com Gean Lou-reiro; Salvador (BA), com Bruno Reis; e Rio de Janeiro (RJ), com Eduardo Paes, que der-rotou o atual prefeito, Marcelo Crivella (Re-publicanos). O PSDB também terá prefeitos em quatro cidades, incluindo Palmas (TO), com Cinthia Ribeiro, a única prefeita eleita em uma capital no Brasil.

Este quadro ainda poderá sofrer alterações após a realização das eleições em Macapá, no Amapá, onde o 1º turno foi adiado para o próximo domingo, 6, em razão do apagão que atingiu o estado em novembro. Em Brasília, não houve disputa de eleições municipais, pois o chefe do Executivo é o próprio governador do Distrito Federal.

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