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|||| Abrindo Espaços e criando Laços! Dehonianos ........................................ 1 Para Começar: o Capítulo começou! O Capítulo começou, é verdade, há muito tempo. Mas nesta semana iniciamos as sessões capitulares propriamente ditas. Para inspirá-lo o tempo litúrgico é deveras significativo: Semana da Unidade, entre a Ascensão e o Pentecostes. As línguas aqui faladas, a forma de se vestir, as falas arquitetadas, os cantos a ouvir: retratam algo intercultural, multifacial e internacional. Não, porém, no sentido babélico da “descomunicação” diabólica, mas em perspectiva de pentecostal comunhão simbólica. “Ó Espírito Santo, Deus de amor, concede- me a inteligência que Te conheça; a angústia que Te procure; a sabedoria que Te encontre; a vida que Te agrade; a perseverança, enfim, que Te possua. Amém” (São Tomás de Aquino). P. Mariano,scj. ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 95 a Edição - 21/05/15 |||| Abrindo Espaços e criando Laços!

ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus … e... · fundamentos. No sacerdócio: Jesus tinha dito: “Eu estarei convosco até ao fim dos séculos” (Mt 28,20)

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Para Começar: o Capítulo começou!

O Capítulo começou, é verdade, há muito tempo. Mas nesta semana iniciamos as sessões capitulares propriamente ditas. Para

inspirá-lo o tempo litúrgico é deveras significativo: Semana da Unidade, entre a Ascensão e o Pentecostes.

As línguas aqui faladas, a forma de se vestir, as falas arquitetadas, os cantos a ouvir: retratam algo intercultural, multifacial e internacional. Não, porém, no sentido babélico da “descomunicação” diabólica, mas em perspectiva de pentecostal comunhão simbólica.

“Ó Espírito Santo, Deus de amor, concede-me a inteligência que Te conheça; a angústia que Te procure; a sabedoria que Te encontre; a vida que Te agrade; a perseverança, enfim, que Te possua. Amém” (São Tomás de Aquino).

P. Mariano,scj.

ANO II | Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus - Província BSP | 95a Edição - 21/05/15

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Igreja e Congregação

Um retiro para inspirar o caminho capitular 6

Palavras de Padre Dehon 4Palavras de Padre Dehon

Síntese histórica dos Capítulos Gerais da Congregação 7

XXIII Capítulo Geral: Quem é Quem? 8

Uma síntese da 1ª Semana de Capítulo 9

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NestaEdição

Província BSP e Distrito BSL

Saberes e Sabores 12

P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção 11

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Palavra de Padre Dehon32ª Meditação – A sobrevivência do Padre

Jesus é imortal, não só no céu, mas também nas almas, na Igreja, no sacerdócio. Nas almas: semeou as virtudes cristãs que sempre se reproduzirão. A penitência de Madalena, a fé de São Pedro, a caridade de São João foram como germes que se reproduzem sem cessar pela fecundidade do exemplo e pela difusão do apostolado.

Na Igreja: é uma organização que envolve sempre mais as almas; é um edifício que cresce sempre, solidamente apoiado sobre os seus primeiros fundamentos. No sacerdócio: Jesus tinha dito: “Eu estarei convosco até ao fim dos séculos” (Mt 28,20). Os apóstolos transmitiam o seu sacerdócio pela imposição das mãos. Sobrevivem assim através dos séculos.

1. O padre, como Jesus, deve sobreviver, e primeiro nas almasSe o padre evangelizou com cuidado as crianças, que germes de

vida não semeou? Aí está uma terra virgem e rica que poderá produzir cem por um. Estas crianças propagarão, elas mesmas, a sua fé e farão obras que hão de durar.

Se recolheu ovelhas desgarradas, que obra de vida o pastor não fez? Estas almas jaziam na morte e espalhavam a morte à sua volta, elas tornam-se de novo vivas e fonte de vida.

Se conservou almas fiéis, se as fez avançar na virtude, se cultivou nelas o fervor, se pôde formar almas de elite, almas unidas a Deus, estas almas também hão de sobreviver e serão fecundas em frutos de vida. O padre será por elas como pelas suas obras, a fonte cujas águas nunca se esgotam (cf. Is 58, 11).

2. O padre deve sobreviver nas suas obrasA grande obra de Jesus foi a Igreja. Fundou-a sobre a fé de Pedro e sobre a autoridade

dos apóstolos. Ela desenvolve-se, cresce, é imortal.O padre terá as suas obras. Fundará talvez uma igreja, um oratório, um altar. Fundará

uma confraria, uma associação, exercícios periódicos. Fundará obras novas: patronatos, círculos de estudo, grupos de jovens, sindicatos, mutualidades. Estas obras durarão e o padre sobreviverá a si mesmo.

Terá uma alegria íntima no dia da fundação. O dia das sementeiras é um dia de angústias e de dificuldades, mas nos seus últimos momentos o padre terá a alegria de deixar alguma obra viva e fecunda.

Morto, falará ainda pelas suas obras, pelo bem que nelas se fará. Se fundou uma missão periódica, uma obra de imprensa, uma terceira ordem, estas obras prolongarão o seu apostolado. Se publicou ou se divulgou alguns bons livros, pregará ainda depois da morte.

Ó padres, tende a santa ambição de sustentar primeiro as obras úteis que os vossos predecessores fundaram, e de lhes acrescentar, se se der o caso, algumas obras novas. Deste modo haveis de sobreviver a vós mesmos, tereis mesmo sobre a terra a imortalidade, e as vossas obras falarão por vós diante de Deus. Fundai as vossas obras com o zelo, com a caridade, com a ternura que animavam o Coração sacerdotal de Jesus, quando fundava a sua Igreja.

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Palavra de Padre Dehon3. O padre deve sobreviver a si mesmo no seu sacerdócio

Jesus sobreviveu a si mesmo no sacerdócio. Ele disse aos seus apóstolos: “Ide, ensinai as nações, Eu estou convosco até ao fim dos séculos” (Mt 28,19-20). Deixou um grupo hierárquico de apóstolos e de discípulos, que deviam conservar-se, recrutar-se, desenvolver-se até ao fim dos séculos.

O simples padre não tem que fazer padres. Quando assiste a uma ordenação, é feliz por levantar as mãos com o bispo e de impor as mãos sobre a cabeça dos ordinandos como para lhes transmitir alguma coisa do seu sacerdócio.

Mas se o padre não faz os padres, é ele quem os prepara. É ele quem forma as crianças na piedade. É ele quem discerne as vocações. É ele quem ajuda a criança a escutar o apelo divino.

Samuel estava perturbado e não compreendia a palavra sobrenatural que escutava. Foi procurar o sacerdote Heli. Este compreendeu que era Deus quem chamava o menino, para dele fazer um profeta: Intelexit ergo Heli quia Dominus vocaret puerum (1Rs 3,9).

O padre sobreviverá a si mesmo pelas vocações que tiver discernido, encorajado, favorecido. Ele estará atento ao menino que gosta das cerimônias do culto, do menino que faz de bom grado e piedosamente a santa comunhão. Examinará as condições da família, a piedade da mãe e as outras circunstâncias que podem ajudá-lo a conhecer os desígnios de Deus.

Como são culpados aqueles que se desinteressam das vocações no medo de ter talvez de se incomodar ou de fazer alguns sacrifícios! Estes padres que ajudariam a se formar seriam a sua sobrevivência sobre a terra e a sua coroa no céu.

Há outras vocações ainda pelas quais o padre responderá diante de Deus. Há raparigas chamadas a viver no convento, jovens dos quais a graça quereria fazer religiosos, missionários, irmãos docentes.

O padre deve discernir e favorecer os desígnios da Providência. Ele sobreviverá a si mesmo nas almas que fizerem o bem. Morto, falará ainda: Defunctus adhuc loquitur (Hb 11,4).

Padres de Deus, tenhamos a peito sobrevivermos a nós mesmos para longamente contribuirmos para a glória de Deus e para a salvação das almas.

(Padre Dehon, O Coração Sacerdotal de Jesus).

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Um retiro para inspirar o caminho capitular

Na segunda feira, dia 18 de maio, iniciamos os trabalhos do capítulo com um retiro. Foi uma

parada de um dia, para que entrássemos no clima de fé que exige o capítulo geral. Viemos de várias partes do mundo e precisávamos parar, para ouvir a palavra do Senhor.

Fomos orientados e provocados pela palavra do P. Carlos da Região da Venezuela. Dois textos iluminaram o nosso dia: Lucas 24 e João 19, 25-37.

P. Carlos Luis Suárez Codorniu, formador na Venezuela, provocou-nos com duas questões eloquentes: onde estamos? O que temos feito? Todos temos necessidade de restabelecer as diversas situações de vida. E o capítulo ajudará a Congregação a olhar onde estamos o que estamos fazendo.

No texto de João Jesus volta a Betânia para encontrar amigos, descansar, se sentir amado e parar um pouco para rever a vida. Para nós Betânia é voltar às nossas origens e perceber o que temos perdido no decorrer do tempo. Precisamos entrar no projeto do Deus inspirado pelo Espírito Santo a P. Dehon.

Ainda falou P. Carlos, lembrando o cego de nascença do Evangelho de João que fez de tudo para chamar a atenção de Jesus. Jesus pergunta: - que queres? O cego responde que quer ver. Jesus se interessou e dialogou com ele. Com isso o cego começou com gosto a seguir Jesus. Nós também queremos seguí-lo com gosto do jeito do p. Dehon.

Queremos ver. Que o capítulo nos ajude ver, julgar, agir e celebrar no hoje de nossas províncias.

P. Marcelo Alves dos Reis, scj.

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Síntese histórica dos Capítulos Gerais da Congregação

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XXIII Capítulo Geral: Quem é Quem?Capitulo Geral: Kairós, presença e fraternidade

A Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus está vivendo um

momento muito especial, o XXIII Capitulo Geral, e que tem como tema: misericordiosos, em comunidade, com os pobres. De fato, o Capitulo é um Kairós de Deus para toda a Congregação e o seu tempo é marcado pela sua graça que se derrama sobre cada um de nós.

O Capitulo não é mais um encontro ou reunião dos membros de uma congregação, mas sim um momento oportuno de refletir, avaliar e programar a vida e a missão do instituto. É o lugar por excelência onde experimentamos a beleza da comunhão na vida fraterna e na solidariedade com os diversos desafios apresentados por cada entidade. No Diretório Geral no nº 136 lemos: “O Capítulo Geral é um eminente sinal da unidade e da missão de toda a Congregação, reunida nos seus representantes. Ele representa a autoridade suprema do Instituto”. Portanto, a composição do Capitulo está representada assim:

1. Membros de direito são 32capitulares e estão divididos em 3 grupos:a. Administração geral: 8 membros:- Superior Geral, Conselheiros, ecônomo, procurador e postulador e secretário.b. Superiores provincias: 20 membros:I - África – Angola, Camarões, Moçambique, Congo e África do Sul.II - América do Sul – Argentina, Brasil Recife, Brasil São Paulo, Brasil Sul e Chile.III - América do Norte – Estados Unidos da América.IV - Ásia – Indonésia.V - Europa – Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália do Sul, Itália do Norte, Holanda, Polônia

e Portugal.c. 1. Superiores regionais: 4 membros: Canadá, Madagascar Filipinas e Venezuela.2. Delegados eleitos são 46 membros. Destes, 6 são brasileiros. Pela Província BRE. O padre André Vital Félix da SilvaPela Província BRM: Padre Cláudio Marcio Piontkewicz e o padre Diomar RomanivPela Província BSP: Padre João Carlos Almeida, padre Marcelo Alves dos Reis e padre

Ronilton Souza de Araújo.A experiência da internacionalidade é uma riqueza para todos. Fico observando, desde

a chegada, e ao longo das assembleias, refeições, liturgias e momentos informais, como é bom conviver e estar aqui. O Encontro com o outro nos faz feliz, nos faz sair de nós, nos desinstala e nos obriga a estar face a face.

Penso que neste tempo de Kairós, precisamos pedir ao Espírito Santo que derrame seus dons, graças e carismas para viver como irmãos e para colocar em prática o tema no nosso Capitulo: misericordiosos, em comunidade, com os pobres.

P. Ronilton Souza de Araujo, SCJ.

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Uma síntese da 1ª Semana de CapítuloA 1ª SEMANA DO CAPÍTULO GERAL

Aos poucos foram chegando os 111 participantes do 23ª Capítulo Geral da Congregação, que acontece em Roma de 17 de maio a 06 de junho com o tema: Misericordiosos em

comunidade com os pobres. A Cúria Geral (8), os superiores provinciais (20) e superiores regionais (4) são membros de direito. O segundo grupo é formado pelos delegados eleitos (46). O total são 78 capitulares com direito a voto. Além desses existem os convidados e as equipe de trabalho.

É fácil entender o desenvolvimento dos trabalhos do Capítulo. A primeira semana é um tempo dedicado ao passado. Basicamente o governo que termina seu sexênio apresenta seus relatórios representados pelo Superior Geral e pelo Ecônomo Geral. A segunda semana começa com o momento mais intenso e esperado que é a eleição do novo Superior Geral e dos cinco Conselheiros Gerais. A terceira semana é dedicada ao futuro. A reflexão sobre o tema proposto e delineado em um Instrumentum Laboris, indicará as pistas para os próximos seis anos: 2015-2021.

No domingo, dia 17 de maio aconteceu a apresentação geral dos membros do capítulo. A organização escolheu uma forma prática, leve e saborosa de fazer a apresentação deste grande grupo vindo de quarenta países e quatro continentes. Cada um trouxe comidas e bebidas típicas de sua cultura. Após o superior de cada entidade apresentar seus religiosos vivemos um primeiro momento de partilha em forma de ágape pós-moderno no jardim interno do nosso Colégio Internacional.

Na segunda-feira, dia 18 de maio, Pe. Ornelas abriu o capítulo lembrando que nos encontramos em uma semana litúrgica entre a ascensão e pentecostes. É um tempo de discernimento e unidade, coincidência oportuna para começarmos nosso tempo de reflexão. Foi um dia de retiro pregado pelo dehoniano da Venezuela, Pe. Carlos Luiz Suarez. Baseado nos textos de Emaús (Lc 24) e do lado aberto (Jo 19), destacou as instruções que Jesus deu a seus discípulos após a ressurreição. A Palavra escutada e praticada ocupa um lugar central e realiza a presença do mestre. Isto nos provoca a uma atitude de êxodo que nos leva a sair de nós mesmos e ir na direção do irmão em comunidade e aos mais pobres e excluídos. Estas seria as duas grandes instruções do Coração de Jesus: “vinde” e “ide”. Termina exortando os capitulares a “afinar os ouvidos e os corações para discernir as instruções do mestre”.

Todos os dias foram programados em intenso ritmo de oração. Sempre iniciamos às 7h com a Adoração Eucarística; os momentos de plenário são intercalados por preces e canções e ao final da tarde temos nossa missa diária.

Na terça-feira, dia 19 de maio, iniciamos propriamente os trabalhos capitular testando o complexo sistema de votação eletrônica de nosso auditório no subsolo da Vila Aurélia, nosso hotel anexo ao Colégio Internacional. Em seguida Pe. Ornelas, Superior Geral, pronunciou seu discurso oficial de abertura. Lembrou que nossos trabalhos teriam estes três momentos: 1) Ver a situação atual da Congregação; 2) eleger o novo Governo Geral e 3) programar o próximo sexênio. Revelou também que teremos alguns eventos especiais. Destacou três: visita a Frascati (27.05), visita a Subiaco (30.05) e audiência com o Papa Francisco (05.06). Na sequência se procedeu o “jus sedendi”, ou seja, a chamada dos presentes e verificação da identidade legítima de todos e de cada um dos capitulares. A tarde deste primeiro dia foi ocupada pelo relatório do Superior Geral. Pe. Ornelas apresentou o texto escrito e por três horas destacou algumas coisas que julgou mais relevantes.

Basicamente mostrou que este governo se guiou pelas linhas indicadas pelo 22º Capítulo Geral que teve como tema “Caritas Christi Urget nos”. Indicou que foram eleitas três prioridades: espiritualidade, vida fraterna e missão. Temas como a formação, a reflexão teológica, a reestruturação do Centro de Estudos, a revitalização das comunidades locais, a solidariedades no uso dos bens, a autonomia financeira das entidades, o impuso missionário e o trabalho com os jovens e as vocação receberam atenção e estratégias especiais.

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Uma síntese da 1ª Semana de Capítulo

Em seguida descreveu o serviço do Governo Geral e quais as realizações os desafios encontrados. Lembrou que foram eleitos cinco conselheiros, mas a nomeação de Pe. Cláudio Dallazuana para bispo em Moçambique obrigou a realizar todos os trabalhos com quatro conselheiros. Destacou que maus do que um grupo de trabalho o Governo Geral procurou formar um comunidade dehoniana. Isto consistiu em encontros regulares de trabalho e oração. Cresceram em amizade. Pede que se reflita melhor sobre as atribuições do Vigário Geral, figura criada no capítulo de 2009. Lembrou também a sempre maior integração do ecônomo geral ao âmbito de governo e não somente a administração de bens. Pe. Ornelas seguiu sua longa e detalhada exposição indicando destaque nos trabalhos deste governo desde as visitas regulares às entidades até os trabalhos mais burocráticos de administrar as diversas comissões. Indicou os diversos setores da vida da congregação que foram atendidos, passando pela espiritualidade, formação, Justiça e paz, partilha de bens, educação, missões etc.

Em seguida discorreu sobre o fato de sermos uma congregação em tempo de mudança. Para ilustras esta realidade fez uso de uma série de estatísticas. Atualmente somos 2.136 membros comum uma média de idade de 52,5 anos. Somos mais jovens que há seis anos. Porém constata-se uma diminuição dramática nas entidades do hemisfério norte e um vertiginoso crescimento no hemisfério sul. Revelou que 20% dos dehonianos estão fora de sua província de origem. Isto é um indicador missionário. Porém 73% dos missionários ainda são europeus o que torna fácil prever uma situação complicada para o futuro. Temos 482 dehonianos na América Latina dos quais 231 estão na BSP. Somos a segunda maior província da congregação, atrás somente da Polônia, com 251 membros. Terminou provocando o capítulo com algumas “visões e perspectivas”. É preciso discernir a direção para onde o Espírito nos leva. Com certeza será necessário implantar a “cultura da misericórdia” em diálogo com o mundo de hoje. A comunidade religiosa surge como uma “escola de misericórdia” onde exercitamos este “sair” de si em direção ao outro, êxodo típico dos misericordiosos. Termina agradecendo emocionado a todos do atual governo geral e à toda a Congregação pela confiança depositada.

Na quarta-feira, dia 20 de maio, iniciamos os trabalhos de grupo utilizando a criativa dinâmica proposta por especialistas da ESIC. O objetivo era retomar e apreciar o relatório do Superior Geral. Na parte da tarde foi a vez de ouvirmos o relatório do Ecônomo Geral, Pe. Aquilino. Munido de toda a documentação comprobatória, ouvimos detalhadamente a situação financeira e administrativa da congregação. Em seguida ouvimos auditores externos que confirmaram que estamos em uma situação tranquila, porém as entidades precisam criar o hábito do planejamento e da prestação de contas em tempo hábil.

Na quinta-feira, dia 21 de maio, seguindo a mesma dinâmica utilizada anteriormente, retomamos e avaliamos o trabalho do ecônomo geral e sua equipe. No plenário foi possível ouvir a sensibilidade dos grupos que indicaram prospectivas. Em seguida o relatório foi votado e aprovada com animada salva de palmas. Ainda no tempo na tarde desta quinta-feira para fazer uma primeira leitura do Instumentum Laboris após sintética apresentação da comissão preparatória. À leitura pessoal seguiu-se um trabalho de grupos mistos onde se fez uma partilha inicial e quase informal. Ainda houve tempo para ouvir o relato da Província EUA a as palavras do Reitor do Colégio Internacional, Pe. Léo Heck.

A sexta-feira, dia 22 de maio encerra a primeira semana deste Capítulo Geral co uma reflexão e partilha sobre nossas estruturas de governo e a primeira sondagem de nomes para o próximo Governo Geral. Feito isso teremos o final de semana livre para repouso, reflexão e oração. A segunda semana trará seus desafios próprios e exigirá grande discernimento para escolher aquele que exercerá a missão de servo maior em nossa congregação. Contamos com a prece de todos os confrades para este momento tenso e intenso. É palavra corrente entre todos nós que participar de um Capítulo Geral é cansativo, porém significa uma graça inesquecível na vida de um religioso dehoniano. Todos os dias vemos a congregação viva diante de nós, com todas as suas cores e línguas, culturas e sensibilidades.

Pe. João Carlos Almeida, scj.

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P. Joãozinho: teologia e devoção em poesia e canção

Ao longo de mais de um ano apresentamos músicas de P. Zezinho que veiculam profundo conteúdo teológico vertido em acurada poesia. Associamo-

nos, assim, à imensa multidão da catolicidade brasileira que reverencia e homenageia nosso confrade. A partir desta semana alegramo-nos e apreciamos outros confrades que, oportunamente, partilham sua teologia e devoção em poesia e canção. Principiamos com P. Joãozinho.

Conheço um Coração- Conheço um coração tão manso, humilde e sereno. Que

louva ao Pai por revelar seu Nome aos pequenos. Que tem o Dom de amar, que sabe perdoar, e deu a vida para nos salvar!

R: Jesus, manda Teu Espírito, para transformar meu coração (2x).

- Às vezes no meu peito bate um coração de pedra, Magoado, frio, sem vida, aqui dentro ele me aperta. Não quer saber de amar, nem sabe perdoar, quer tudo e não sabe partilhar.

- Lava, purifica e restaura-me de novo. Serás o nosso Deus e nós seremos o Teu povo. Derrama sobre nós, a água do amor, o Espírito de Deus nosso Senhor!

http://www.vagalume.com.br/padre-joaozinho/conheco-um-coracao.html

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Saberes e Sabores de martírio pelo ReinoPapa aprova beatificação de Óscar Romero

No próximo Domingo, Pentecostes, dia 24 de maio, será beatificado Dom Oscar Romero, mártir. Oremos, agradeçamos, nele inspiremo-nos!

Com a aprovação do decreto, Dom Romero é reconhecido como mártir. Em informe, o Vaticano ressaltou a relação entre Francisco e a atuação arcebispo: “O mundo mudou muito desde aquele longínquo 1980, mas o pastor de um pequeno país da América Central fala mais forte.(..)”

Vinte e um anos após iniciado o processo, o Papa Francisco aprovou nesta terça-feira, 03 de fevereiro, o decreto para a beatificação do arcebispo salvadorenho Óscar Arnulfo Romero, conhecido defensor dos pobres e expoente da Teologia da Libertação na América Latina, assassinado no altar de uma igreja em 1980, por um comando de extrema direita, enquanto celebrava uma missa. Segundo o Vaticano, ainda nesta quarta-feira, 04, será anunciada a data da cerimônia para beatificar o eclesiástico.

O processo tramitava desde março de 1994. Nos últimos anos, enfrentou uma fase de paralisação. Observadores do Vaticano explicam que a Igreja temia que a atuação do arcebispo fosse associada à Teologia da Libertação, movimento de teologia política que interpreta os ensinamentos de Jesus Cristo em torno da libertação de injustas condições econômicas, políticas e sociais, optando pela defesa dos oprimidos. Durante os pontificados de João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI (2005-2013), esse viés teológico foi fortemente rejeitado pela Igreja. Com a eleição do Papa Francisco (2013), no entanto, o processo foi acelerado.

Com a aprovação do decreto, Dom Romero é reconhecido como mártir. Em informe, o Vaticano ressaltou a relação entre Francisco e a atuação arcebispo: “O mundo mudou muito desde aquele longínquo 1980, mas o pastor de um pequeno país da América Central fala mais forte. Não deixa de ser significativo que sua beatificação tenha lugar enquanto na cátedra de Pedro está, pela primeira vez na história, um papa latino-americano, que quer uma ‘Igreja pobre para os pobres’. Há uma coincidência providencial”, divulgou a Igreja Católica.

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Saberes e Sabores de martírio pelo Reino

A luta do arcebispo

No próximo dia 24 de março, completam-se 35 anos da morte do eclesiástico. Nessa data, em 1980, que era um Domingo de Ramos, Dom Oscar Armulfo Romero foi atingido com um disparo no coração por um atirador do exército salvadorenho, enquanto celebrava uma missa na capela do hospital da Divina Providência, na Colônia Miramonte, em San Salvador, capital salvadorenha. Ele foi perseguido durante a Guerra Civil do país, conflito armado que se estendeu de 1980 a 1992 entre o governo de direita e a guerrilha de esquerda, deixando 75 mil mortos.

Progressista latino-americano, Dom Romero assumia postura de defesa dos índios, pobres e perseguidos políticos pelas milícias paramilitares. Semanas antes de sua morte, Monsenhor Romero intensificou as denúncias contra o governo salvadorenho e militares por violações aos direitos humanos no país.

No esforço contra a repressão, o religioso chegou a pedir aos Estados Unidos que interrompessem a ajuda militar a El Salvador. Os EUA, que temiam o avanço de processos semelhantes ao da Revolução Cubana na América Latina e ameaçassem sua política econômica imperialista, apoiavam as forças governistas salvadorenhas e financiavam a repressão, transferindo em torno de US$ 7 bilhões às forças estatais e não estatais durante um período de 10 anos.

Pela luta, Dom Romero tornou-se um dos símbolos da Teologia da Libertação na América Latina. Até hoje, o crime não foi julgado pelo Estado de El Salvador. A Lei de Anistia do país, assinada em 1993, deixou centenas de crimes, inclusive o assassinato do arcebispo, sem aplicação da Justiça. Um informe da Comissão da Verdade do país aponta o militar e fundador do Partido ARENA (Aliança Republicana Nacionalista) Roberto D’Aubuisson Arrieta, morto em 1992, como um dos mentores do crime.

Outros três beatos

Além do reconhecimento de Dom Romero, o Papa Francisco ordenou a beatificação como mártires de três sacerdotes missionários assassinados no Peru, em 1991, por membros do grupo de extrema esquerda maoísta Sendero Luminoso. Dois deles eram poloneses, Michal Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski, de 31 e 33 anos de idade, respectivamene, pertencentes à Ordem dos Frades Menores Conventuais. O outro mártir é o sacerdote missionário italiano Alessandro Dordi, morto com três disparos com arma de fogo.

http://www.brasildefato.com.br/node/31274