14
9^B I-s&tJiI ¦*-¦ ilISlil *-J I S^B^^^^H^^HBvv\ :':*% lisa iB In s&.VI^^ ^Vsl 9H æpi$4^HHl i ri?*H^íPp3pip'] ,/-* v< * %" $ ' *v,^ r ' ' *-'* ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< 55 Diretor Mário Alves Redator-Chefe Orlando Bomfim Jr. Gerente Guttemberg Cavalcanti Artigo de LUIZ CARLOS PRESTES Co muni Apoiam ELott igBfgUMKiP-sIr' '^JPB-HHÈ. - '"¦-:'"Mm% WSBInK^ ''¦''''''' ^^''^RfSSMUmWSà I KrllKRII*sffifJB Kl?-;, ¦:'*M'SmmlSI '!¦ iUPIQ I;"-.-^'mÊÊÈWvW¦'¦^'¦'¦'X^mÊ ? ^^^^U||ÃU&kJ|1>|M1J^^^^^^H;''¦'¦'''"¦'¦ ¦¦BSb^^^V'^'''''^.'IShB •¦'. ,MlmS;••":*^s^'ti'í!^^HPi-J . -.! sHSüBHBSÉm 9BmY"^--- ¦pfe$-^; -.^msMÍIkMÍKSBâ:^ü mmmálilÊÊÊmmMiiÊMmamimmmM' M HW'^'^^ísbI¦iíni-ârislsHr.wli im üh L:i ibbííííihüi ijii mimMimmwiilllmmmmmmmV' ^B¦Sfe.PBKH M-e^SHsbs^sbH¦ ' - ¦ *^sjssm ' lilllsnrlil -^ e.^TjWiJl/l. LvV* *^ t*"*xâslM^sllfl^WV,' ^«^sBMsB^slsBB^Ã.*'.S >' tf'";lBBNffiJMLB^yy •fSsBr -iáK sMlsV^£i? - J^Hss^sr: isslKiaESsv * I ^1HsW^ÉsB Tr.aBJ^^^TT^sMit^^P^^^ s»::^slMcK. ^HBPt^H mmÊffl&fé'V&iÉm^Ê mWffi<mm\WmrfBiV^ í '•"¦'.:';-$-!--¦¦'•'•'•¦•'¦'¦jÈÊÊmm* :> v í ¦' '-J^H^F^^^Ç^isWsHIl»^^.''- V-E':'Mft*lp I- - '"-' JKWammmwW ¦ ' •*¦ •-a° "' >fl shsh^91-•-' ;- Eles Jogam "Biriba" Enquanto Prossegue a Greve da Cruzeiro TODO o Grupo de Vôo da Cruzeiro do Sul. continua firme no movi- mento grevista iniciado a zero hora do dia 5 do corrente, reclaman- do o cumprimento da portaria intermi- nislerlal que regulamentou a profissão do aeronauta. Na sede do seu Sindi- cato (foto), aeromoças e demais tri- pulantes da Cruzeiro distraem-se jo- gando «biriba», enquanto a empresa relapsa nfio resolve a sua justa pre- tensão. O movimento paredista, que atinge todo o pais, é também uma ação em defesa das próprias autoridades ministeriais, cuja portaria continua sen- do desrespeitada pelos donos da avia- ção comercial. 0 pessoal da Cruzeiro do Sul, que 12 dias se mantém em greve conta com o apoio decidido dos cieronautas e aeroviários de todas as outras erprêsas de transporte aéreo, cujas ativTdades também poderão ser paralisadas, se dentro d a s próximas horas não fôr encontrada uma solu- po para o impasse. Esse, pelo me- nos, é o pensamento de toda a cor- poração. Os aeronautas, que após lon- co-. anos de luta conseguiram a rs- ^.jlamentação profissional, lutarõo até Õ fim para fazer respeitá-la. (Leia re- porlagcm de Nilson Azevedo, na 1- pá- gint do 2? caderno). s^BIvMs^sflHf*''-" - Á^Emwr^^^ ' -iviflt &*„ss^Hsw K*nHR*i(plflK(fl WmJH~¦P*^^sK^ ^f-W'** í '''-i-L. ^Bmmtfimffi'''¦¦¦¦¦'æU- --íj !BK.,/*^. ,-^jHm\0M ¦"¦*? m ¦ &£''"'"'*¦ ¦ ¦ :^H sB^i3*IBhsW^ •víct'' C''-':'V, . .'.'íiJBF' ^^W^^F^W '^^^^^^^mmMMúL^mT,¦¦ '¦¦ &?''''&féii,miMm »¦¦•''.:¦',* ' jH mm^WlÊmS/ÊÊÊk%'''- MfflimWr-''' ''''~':' '"^^- mummWa b, ^¦tafiSfiãâKfwEBsír ^k* ^B ^^^ffi^BS|;V^flHw|^; , ^^!H -^^B slH .íS**- *mv ¦ K?,^H JWss^sK-jKy^^v;V^'-:-^BIisK<'':: ..^^sMÉssHtfisH B sV^' - i \iLJ| V ^m\ WÊm OS COMUNISTAS v ê m - s e empe- nhando na campanha eleitoral. Sua ação faz-se sentir prin- cipalmente em dois sentidos: revelan- do o caráter entreguista da cândida- tuio Jânio Quadros e procurando unir as correntes nacionalistas em torno da candidatura Teixeira Lott. Agora, atra- véí de documento assinado por Luiz Carlos Prestes (leia na pág. 3 do 2- caderno), é tornado público o apoio oficial dos comunistas à chapa Lott- J a n g o. E a decisão se fundamenta numa análise, feita em profundidade, da situação política que o Brasil atra- vessa, vista dentro das condições em que se desenvolve a situação mundial. EXISTE MESMO PLANO CONTRA LOTT E ELEIÇÕES APEGAR-dtí' desmentido- "fbfrhdf dó" ministro Armando Falcão, a ver- dade é que existe em marcha um plano contra a candidatura do maré- chal Lott e as eleições. Uma série de fatos comprova a existência disse pia- no : a inércia quase completa da cúpula dirigente do PSD, a propagan- da da suposta necessidade de u m a «recomposição» do quadro sucessório, as manobras que voltam a ser articu- ladas em torno do governador Juraei Magalhães (a que se liga o adiamen- to da Convenção do PSB) e a onda de violências desencadeada pelo pis- toleiro Falcão, com o objetivo de criar um clima que possa «justificar» medidas de emergência. Mas não é fácil aos entreguistas e reacionários levar o seu plano às últimas conseqüências. As fôr- ças democráticas reagem firmemente e tomam a ofensiva, empenhando-se em consolidar a candidatura nacionalista do mare'chal Teixeira Lott e exigindo do Governo, ao lado de outras medi- das, a demissão do espancador Ar- mando Falcão. (Reportagem na pág. 3) ¦:.¦ '.' ¦.¦¦¦.'¦ -. '¦-;- "¦',.'.'-.' .:;'.-"''-.' æ'.V '¦¦>.;'*,.;•''.¦•'''.'. .-'V ¦' .' "¦¦.'<'¦:. '¦'!:i-'y.'--v-:-;NV*:'^. '.*»' ¦,'•-.¦'.'•'.¦ .:- -.-.-'.;...---.:' «:'¦ -;•'¦ l '."¦;¦.T^l^h ¦' "'¦¦" '' ¦ "''"'¦"¦' '' "' •'^¦'•-¦"- ' CONTINUA A GREVE DOS FERROVIÁRIOS OS' 17 mil ferrovia- rios da Paulista nao cederam à pressão cia r Justiça do Trabalho e às violências policiais. (Reportagem na 4' QUEREM DESTRUIR A REVOLUÇÃO CUBANA: SERVE DE EXEMPLO IIf\ s INIMIGOS da revoloção I J cubana querem destruí-la porque constitui um exemplo para outros povos», disse Fidel Castro no discurso em que denunciou as ten- lativas de agressão e contra-revolução tramadas pelos Estados Unidos contra seu pais. A revolução cubana, além da ter de enfrentar grandes dificuldades para acabar com o atraso e a miséria que o imperialismo causou a Cuba, ain- da é obrigada a derrotar as maquina- ções dos contra-revolucionários e de seus aliados e municiadores norte-ame- ricanos. «Quando vão deixar de no» ameaçar ? Durante quantos anos estará nosso povo vivendo nestas circunstân» cias ? Quando terminarão as noticias cheias de calúnia, quando terminará a campanha de imprensa, quando serão impedidos estes aviões que lançam bombas explosivas e incendlárias con- tra nossos engenhos e nosso povo ?-> perguntou Fidel Castro. (Leia reporta* gem e comentário na 7- página). N ossa Definição ORLANDO BOMFIM JR. O DOCUMENTO, que hoje divulgamos, no qual Luiz Carlos Prestes revela t furtdamenta a posição dos comunistas na campanha eleito- ral (apoio à chapa Lott-Jango), deverá repercutir na, opinião pública e exercer apreciável influência no de- senrolar dos acontecimentos políticos no pais. A LUTA pela presidência da República está e certo delineada. Sua marcha não apre- senta, porém, um curso afastado de influên- cias perturbadoras. Existem evidentes aspectos de ins- tabilidade que embora não preponderantes e de certo modo até mesmo naturais, estão sendo explorados por forças (não desprezíveis) interessadas em en- veredar por caminhos que se distanciam dos interesses populares. O CHAMADO candidato da oposição anda, como se vê, de tropeço em tropeço. O sr. Jânio Quadros a idéia de um cidadão que se meteu a desbravador e está roçando mato morro abaixo. Cada árvore que derruba cai na sua própria frente, aumentando as dificuldades, estorvando o ca- minho, tornando impraticável a continuação do traba- lho. E os disparates se acumulam de tal forma que começou a grita entre seus empreiteiros. Que eles se danem, são os nossos desejos. MAS também o marechal Teixeira Lott não está livre de dificuldades e ciladas. E é principal- mente de setores da direção do PSD, tendo à frente homens que so encontram em postos-chave do próprio governo, como Armando Falcão, Paes de Al- meida e Amaral Peixoto que são atiradas pedras e cascas de banana no caminho do candidato nacio- nalista. OS FATORES de confusão e perturbação são, pois, evidentes. Por isso mesmo, cresce a im- portância do apoio oficial dos comunistas, agora manifestado através da palavra de seu líder, à chapa Lott-Jango. E essa importância decorre, tam- bém, da natureza desse apoio. Não se trata de uma barganha eleitoral, de um negócio visando proveitos para pessoas ou grupos com os resultados das urnas. Mas, ao contrário, de uma posição política de prin- cípios, sadia pela sua própria origem, porque nasce do exame da realidade concreta que o país vive e leva em conta exclusivamente os interesses da nação. Daí, sem dúvida, seu poder orientador e a amplitude da in- fluêncio que exerce. POR outro lado, é igualmente verdadeiro que os comunistas não se limitam a escolher um candi- dalo e votar nele no dia das eleições. Sua fôr- ça organizada costuma empenhar-se com entusiasmo no trabalho de esclarecimento e de mobilização das massas, de propaganda do candidato o de conquista de eleitores, tomando-se, assim, muitas vezes um fa- tor decisivo no resultado dos pleitos. E essa atividade patriótica assume, na atual campanha e no momento presente, significado de particular relevo. Porque será exatamente através do fortalecimento e ampliação do base popular da candidatura do marechal Teixeira Lott que se anularão as manobras contra ela urdidas e se garantirá a vitória das forças nacionalistas a 3 de outubro. i

ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

9^B I-s&tJiI ¦*-¦ ilISlil *-J IS^B^^^^H^^HB vv\ :':*% lisa ™ iB In s&. VI ^^ ^Vsl 9H pi $4 ^H Hl

i ri?*H^íPp3pip'] ,/-* v< * %" $ ' *v,^ r ' ' *-'*

ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< 55

Diretor — Mário Alves Redator-Chefe — Orlando Bomfim Jr. Gerente — Guttemberg Cavalcanti

Artigo de LUIZ CARLOS PRESTES

Co muniApoiam ELott

igBfgUMKiP-sIr' '^JPB-H HÈ. -'"¦-:'" Mm% WSBInK^ ''¦''''''' ^^''^RfSSMU mWSà

I KrllKRI I* sffifJB Kl?-; , ¦:'*M'Smml SI'!¦ iUPIQ I;"-.- ^'mÊÊÈWvW ¦'¦^'¦'¦'X^mÊ

? ^^^^U||ÃU&kJ|1>|M1J^^^^^^H;' '¦'¦'''"¦'¦ ¦¦BSb^^^V'^''''' ^.'IShB

•¦'. Ml mS; ••":*^s^'ti'í!^^H Pi-J. -.! sHSüBHBSÉm 9BmY"^-- - ¦pfe$-^; -.^msMÍIkMÍKS Bâ:^ümmmálilÊÊÊmmMiiÊMmamimmmM ' M HW'^' ^^ísbI ¦iíni-ârisl sHr.wliim üh :i ibbííííi hüi ijiimimMimmwiilllmmmmmmmV ' ^B ¦Sfe.PB KHM-e^SH sbs^sbH ¦ ' - ¦ *^sj ssm ' lilll snrlil

-^ e.^TjWiJl/l. vV* *^ t*"*xâslM^sllfl ^WV,' ^«^sBMsB^sl sBB^Ã.*'.S >'tf'";lB BNffiJM LB^yy

•fSsB r'ü-iáK sMl sV^£i? •- J^H ss^sr:• isslKiaES sv * I

^1 HsW^ÉsB

Tr.aB J^^^TT^sMit^^P^^^ s»::^sl McK.^H BPt^H mmÊffl&fé'V&iÉm^Ê mWffi<mm\ WmrfBiV^

í '•"¦'.:';-$-!--¦¦'•'•'•¦•'¦'¦ jÈÊÊmm* :> v í ¦' '-J^H^F^^^Ç^isWsHIl»^^.''- '¦ V-E':'Mft*lpI- - '"-' JKWammmwW ¦ ' •*¦ •-a° "' >fl shsh ^91 -• -' ;-

Eles Jogam "Biriba"

Enquanto Prosseguea Greve da Cruzeiro

TODO

o Grupo de Vôo da Cruzeirodo Sul. continua firme no movi-mento grevista iniciado a zero

hora do dia 5 do corrente, reclaman-do o cumprimento da portaria intermi-nislerlal que regulamentou a profissãodo aeronauta. Na sede do seu Sindi-cato (foto), aeromoças e demais tri-

pulantes da Cruzeiro distraem-se jo-

gando «biriba», enquanto a empresarelapsa nfio resolve a sua justa pre-tensão. O movimento paredista, queatinge todo o pais, é também uma ação

em defesa das próprias autoridades

ministeriais, cuja portaria continua sen-

do desrespeitada pelos donos da avia-

ção comercial. 0 pessoal da Cruzeiro

do Sul, que há 12 dias se mantém em

greve conta com o apoio decidido dos

cieronautas e aeroviários de todas as

outras erprêsas de transporte aéreo,

cujas ativTdades também poderão ser

paralisadas, se dentro d a s próximashoras não fôr encontrada uma solu-

po para o impasse. Esse, pelo me-

nos, é o pensamento de toda a cor-

poração. Os aeronautas, que após lon-

co-. anos de luta conseguiram a rs-

^.jlamentação profissional, lutarõo até

Õ fim para fazer respeitá-la. (Leia re-

porlagcm de Nilson Azevedo, na 1- pá-

gint do 2? caderno).

s^BIvMs^sfl Hf*''-" -

Á^Emwr^^^ ' -iviflt &*„ ss^Hsw *nH R*i(plflK(fl

WmJH~ ¦P*^^ sK^ ^f-W'** í \Ê'''-i-L .

^B mmtfimffi'''¦¦¦¦¦' U- --íj!BK. ,/*^. ,-^jH m\0M ¦"¦ *? m ¦

&£''"'"'*¦ ¦ ¦ :^H sB^i3*IBhsW^ •víct'' C''-':'V, . .'.'íiJBF ' ^^W^^F^W '^^^^^^^mmMMúL^mT,¦¦ '¦¦ &?''''&féii,miMm»¦¦•''.:¦',* ' • jH mm^WlÊmS/ÊÊÊk%'''- MfflimWr-''' ''''~':' '"^^ -

mu mmWa

b, ^¦tafiSfiãâKfwEBsír ^k* ^B

^^^ffi^BS|;V^fl Hw|^; , ^^!H-^^B slH .íS** - *mv ¦ K? ,^HJW ss^sK-jKy^^v; V^'-:-^BI isK<'':: ..^^sMÉssHtfisHB sV^' - i \iLJ| V ^m\

WÊm

OS

COMUNISTAS v ê m - s e empe-

nhando na campanha eleitoral.Sua ação faz-se sentir prin-

cipalmente em dois sentidos: revelan-do o caráter entreguista da cândida-tuio Jânio Quadros e procurando unir

as correntes nacionalistas em torno da

candidatura Teixeira Lott. Agora, atra-véí de documento assinado por LuizCarlos Prestes (leia na pág. 3 do 2-

caderno), é tornado público o apoiooficial dos comunistas à chapa Lott-J a n g o. E a decisão se fundamentanuma análise, feita em profundidade,da situação política que o Brasil atra-

vessa, vista dentro das condições em

que se desenvolve a situação mundial.

EXISTE MESMOPLANO CONTRALOTT E ELEIÇÕES

APEGAR-dtí' desmentido- "fbfrhdf dó"

ministro Armando Falcão, a ver-dade é que existe em marcha um

plano contra a candidatura do maré-chal Lott e as eleições. Uma série defatos comprova a existência disse pia-no : a inércia quase completa dacúpula dirigente do PSD, a propagan-da da suposta necessidade de u m a«recomposição» do quadro sucessório,as manobras que voltam a ser articu-ladas em torno do governador JuraeiMagalhães (a que se liga o adiamen-to da Convenção do PSB) e a ondade violências desencadeada pelo pis-toleiro Falcão, com o objetivo de criarum clima que possa «justificar» medidasde emergência. Mas não é fácil aosentreguistas e reacionários levar o seuplano às últimas conseqüências. As fôr-ças democráticas reagem firmemente etomam a ofensiva, empenhando-se emconsolidar a candidatura nacionalistado mare'chal Teixeira Lott e exigindodo Governo, ao lado de outras medi-das, a demissão do espancador Ar-mando Falcão. (Reportagem na pág. 3)

¦:.¦ '.' ¦.¦¦¦.'¦ '¦ -. '¦-;- "¦',.'.'-.' .:;'. -"''-.' '.V '¦¦>.;'*,.;•''.¦•'''.'. '¦ .-'V ¦' .' •"¦¦.'<'¦:. '¦'!:i-'y.'--v-:-;NV*:'^. '.*»' ¦,'•-.¦'.'•'.¦ .:- -.-.-'.; ...---.:' «:'¦ -;•' ¦ l '."¦;¦.T^l^h

¦' "'¦¦"

''

¦

"''"'¦"¦' '' "' •'^¦'•-¦" -

'

CONTINUA A GREVEDOS FERROVIÁRIOS

OS' 17 mil ferrovia-

rios da Paulista nao

cederam à pressão ciarJustiça do Trabalho e

às violências policiais.

(Reportagem na 4'

QUEREM DESTRUIR AREVOLUÇÃO CUBANA:SERVE DE EXEMPLOIIf\ s INIMIGOS da revoloção

I J cubana querem destruí-laporque constitui um exemplo

para outros povos», disse Fidel Castrono discurso em que denunciou as ten-lativas de agressão e contra-revoluçãotramadas pelos Estados Unidos contraseu pais. A revolução cubana, além dater de enfrentar grandes dificuldadespara acabar com o atraso e a misériaque o imperialismo causou a Cuba, ain-da é obrigada a derrotar as maquina-ções dos contra-revolucionários e deseus aliados e municiadores norte-ame-ricanos. «Quando vão deixar de no»ameaçar ? Durante quantos anos estaránosso povo vivendo nestas circunstân»cias ? Quando terminarão as noticiascheias de calúnia, quando terminará acampanha de imprensa, quando serãoimpedidos estes aviões que lançambombas explosivas e incendlárias con-tra nossos engenhos e nosso povo ?->perguntou Fidel Castro. (Leia reporta*gem e comentário na 7- página).

Nossa DefiniçãoORLANDO BOMFIM JR.

O

DOCUMENTO, que hoje divulgamos, no qualLuiz Carlos Prestes revela t furtdamenta a

posição dos comunistas na campanha eleito-

ral (apoio à chapa Lott-Jango), deverá repercutir na,

opinião pública e exercer apreciável influência no de-

senrolar dos acontecimentos políticos no pais.

A

LUTA pela presidência da República está —

e certo — delineada. Sua marcha não apre-

senta, porém, um curso afastado de influên-

cias perturbadoras. Existem evidentes aspectos de ins-

tabilidade que embora não preponderantes e de certo

modo até mesmo naturais, estão sendo explorados

por forças (não desprezíveis) interessadas em en-

veredar por caminhos que se distanciam dos interesses

populares.

O

CHAMADO candidato da oposição anda, como

se vê, de tropeço em tropeço. O sr. Jânio

Quadros dá a idéia de um cidadão que se

meteu a desbravador e está roçando mato morro

abaixo. Cada árvore que derruba cai na sua própriafrente, aumentando as dificuldades, estorvando o ca-

minho, tornando impraticável a continuação do traba-

lho. E os disparates se acumulam de tal forma que

já começou a grita entre seus empreiteiros. Que eles

se danem, são os nossos desejos.

MAS

também o marechal Teixeira Lott não estálivre de dificuldades e ciladas. E é principal-mente de setores da direção do PSD, tendo à

frente homens que so encontram em postos-chave do

próprio governo, como Armando Falcão, Paes de Al-

meida e Amaral Peixoto que são atiradas pedras ecascas de banana no caminho do candidato nacio-nalista.

OS

FATORES de confusão e perturbação são,pois, evidentes. Por isso mesmo, cresce a im-portância do apoio oficial dos comunistas,

agora manifestado através da palavra de seu líder,à chapa Lott-Jango. E essa importância decorre, tam-bém, da natureza desse apoio. Não se trata de umabarganha eleitoral, de um negócio visando proveitospara pessoas ou grupos com os resultados das urnas.Mas, ao contrário, de uma posição política de prin-cípios, sadia pela sua própria origem, porque nascedo exame da realidade concreta que o país vive e levaem conta exclusivamente os interesses da nação. Daí,sem dúvida, seu poder orientador e a amplitude da in-fluêncio que exerce.

POR

outro lado, é igualmente verdadeiro que oscomunistas não se limitam a escolher um candi-dalo e votar nele no dia das eleições. Sua fôr-

ça organizada costuma empenhar-se com entusiasmono trabalho de esclarecimento e de mobilização dasmassas, de propaganda do candidato o de conquistade eleitores, tomando-se, assim, muitas vezes um fa-tor decisivo no resultado dos pleitos. E essa atividadepatriótica assume, na atual campanha e no momentopresente, significado de particular relevo. Porque seráexatamente através do fortalecimento e ampliação dobase popular da candidatura do marechal Teixeira Lottque se anularão as manobras contra ela urdidas ese garantirá a vitória das forças nacionalistas a 3 deoutubro.

i

Page 2: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 2 NOVOS RUMOS18 et 24 tle março de 1960

TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS

Saudadedos filhos

Este homem chama-se Cesário Clementino dos Santos. Êle é um lider dos trabalha-dores d.i Estrada rie Ferro Mossoro-Souza. A sua face está marcaria pelos durosgolpes ria miséria. Sete dos seus onze filhos foram tragados pela fome e pelas doençasendêmicas. Ele sente saudade dos filhos, mas é um lider e luta contra as causas

dessa existência miserável

SALÁRIO NA M0SS0RÓ-S0UZA É PASSAPORTE PARA 0 CEMITÉRIO

FerroviáriosNão Podem T ¦

ata— A fome e os doenças contagio-

ias, que continuam soltas pela minhaUrra, já tragaram sele dos meus onzefilhoi, a maioria déies moireu antesdoi leis mese* de idade e sem nenhumsocorro médico — declarou ao lepór-t«r de NR o lider operário Cesario Cie'-mentino dos Santos, presidente do Sin-dicato dos Trabalhadores da Estadad» Ferro Mossoró-Souza, que esiêvenesta Capital, em contato com direto-rti da Rede Ferroviária, e de autorida-dti ministeriais, pleiteando um aumen-Io salarial, e a instalação de uni postodo SANDU e de serviços de vacina-

ção e distribuição de leite em Mossotó.

A Mossoio-Souza pcicorre u m ei

distância de 243 quilômetros, ligandoos Estados da Paraíba e Rio Grande do

Norte, transportando gèsso, algodão,carnaúba, sal, oiticica, couros, e oulros

produtos da legicio, para o Pòrlo Fran-

co, no Rio Grande do Norte. Ao longode lóda a estrada, principalmente nacidade de Mossorá, onde se concentraa maior parte dos feiroviários, desen-volve-se um quadro de miséria queatinge os limites da calamidade. Ga-nhando um salário médio de 3 mil cru-zeiios mensais, os trabalhadores nunca

podem comprar em quantidade sufi-ciente os gêneros alimentícios, vendi-dos a preços muito mais altos que oscio Rio de Jarieiio. O feijão, alimentobásico, custa 05 cruzeiios o quilo; a

cume, 90 cruzeiros; o anoz, 35 cruzei-ros; manteiga, 222 cruzeiros,- e o leite,16 cruzeiios o litro.

As crianças são as maiores VÍIi-

mas do eslado de miséria e abando

no em que se encontram os ferrovia-rios da Mossoro-Souza. Subalimentci-das, sujeitas a toda a sorie de moles-

tias infeclo-contagiosas, sem disporem

de assistência médica, elas morremnuma média de 80 pata cada 100

que nascem. Contia essa devastaçãociuel de tantas vidas, contta o esladode pauperização crescente a cue esloosubmetidos, os ferroviáiips reagem lu-laudo, prestigiando o seu Sindicato,reclamando das autoridades melhoriada sua situação.

Reivindicações

Nota ,Sindical

ConvençãoDos TrabalhadoresCariocas

A convocação ci.i III Convenção Sindical dos Trabalhadores do DistritoFederal está determinando uma crescente movimentação dos lideres sindicais •cariocas. Representantes rie diversos setores profissionais cia indústria, comer-cio, transporte marítimo, aéreo e terrestre. reunem-Se freqüentemente para dis-cutír e elaborar as normas rio novo encontro, que se verificará de 6 a 10 rieabril próximo, possivelmente no P.ilacio rio Metalúrgico.

A Comissão rie Organização do conclave, em sua ultima reunião, sugeriuque as discussões do próximo encontro dos trabalhadores cariocas se façamem torno de seis pontos básicos: 1) balanço da aplicação cias tarefas da II Con-venção Sindical Nacional; 2i a organização sindical face a mudança ria Capi-tal para Brasília; :i) medidas de ação contra a carestia c pela aprovação dosprojetos de Lei Orgânica ria Previdência Social. Regulamentação do Direito deG%ve, Classificação do Funcionalismo, e fixação de justas diretrizes e basespara o ensino no pais; -li Congresso Nacional rios Trabalhadores; b) pro-blemas nacionais; 6i eleição do Conselho Sindical rios Trabalhadores do Dis-tnto Federal.

A elaboração riO'j pontos tio t<;mario nao foi difícil. Os problemas riasmassas laboriosas c do movimento sindical saltam aos olhos ria cara. O quetem sid« mais difícil, e ai e que pega o cano, é a mobilização efetiva da;, pes-soas simples de cada setor rie trabalho para as discussões rios temas que Unssão apresentados. Outra coisa, não se trata somente ria discussão, mas daefetiva participação de todos, tle conclave a conclave. na luta para tornar vito-riosas as suas resoluções,

Esse aspecto do movimento sindical tem preocupado os autênticos lideresoperários. Paulistas e cariocas, agora, travam uma lj.it.ilha séria, servinrio-sede toda a sua velha experiência, para fazer com que as decisões dos seus pro-xunos conclavcs tragam ,i marca original rios setures rie trabalho.

E' certo que as decisões até agora adotadas pelos últimos congressos,conferências e convenções sindicais rcfl etem as aspirações rias massas trabalha-docas que, em nas assembléias-gerais especificas, as tem aprovado quaselempre sem restrições. Isso é verdade. Mas é verdade também que poucatem sido a sua atividade no sentido de fazer vitoriosas as referidas resoluções.Dai o empenho dos lideres sindicais em levar, mas levar no duro, as discussõesdo tcmãrio para dentro rias fabricas, dos navios, rias empresas bancarias e comercials, unificando os pontos-de-vista rios trabalhadores em torno 'Ias suasreivindicações e rias maneiras rie torna.Ias vitoriosa-.,, no âmbito ria empresa,<lo distrito, da região, até se chegar a umprograma único, que devera sei elaboradono próximo Congresso Sindical Nacional,como resultado da vontade unanime tle 10-dos os trabalhadores brasileiros.

O presidente do Sindicato d o sTrabalhadores da Estrada de F e i i oMossoró-Souza, acompanhado cio liderRafael Martinelli, da Federação Nacio-nal dos Feiroviáiios, esteve em conta-Io com a administração da Rede Fer-roviuria Federal, reclamando o paga-menlo da diferença de 30C ciuzeiros,

relativa ao reajustamento rie outubioultimo, segundo o qual eles teriam dereceber 30% sobre o mínimo tegional

que é de 3 mil cruzeiros. O aumento

seria de 900 cruzeiros, mas os (erro-

viários só receberam 600 cruzeiros. Essareivindicação foi encaminhada imedia-

lamente a Rede Ferroviária do Noidcs-

te, cujo diretor se encontrava nesta

Capital.

A instalação de um p ó s t o doSANDU; de um serviço de vacinação

contra as diversas moléstias contagio-

sas e de distribuição de leite para ascrianças em Mossorá, são outras ielvin-dicações que os dirigentes sindicais for-mui aram ás autoridades ministeriais, e

que esperam ver atendidas con; a maiorurgência.

Paranaguá: «Sindicato

dos Estivadores virou

antro de bandidos»A propósito da noticia que publi-

cornos em nossa edição de I . de ja-neuo último, sob o lilulo acima, rece-bemos uma comunicação do ,i Osval-vo Pacheco, presidente do FederaçãoNacional dos Estivadoies, esclarecen-do que os fatos denunciado, não di-zem respeito ao Sindicato dos estiva-dores de Pcnanaguá, cujos dirigentesmerecem lodo o respeito de seu quadrosocial.

H o u v e, lealmente, um equívoco,de nossa parle, pelo que pedimoj des-culpas aos dirigentes do Sindicatos des-EViivadores daquela cidade i nanaen-se. As denuncias poi nos fo muladcisdizem respciio aos dirigentes do Sin-dicaio que congrega o< ensa :cloies ec:nie')'.:'lores cie cale do í\>. ., de Pa-ranaguá

T6S6Sinvadi ram

SAO PAULO — (Da sucursal) —

li lensilicam-se os pieparativos do il

Congresso dos Trabalhadores deste es-lodo, a realizar-se de 27 de abril a I'

de maio pióximos.Os diveisos setores profissionais,

em preparação ao congresso, ptomo-vem reuniões por empresas para de-

bater diretamente com os operários o

significado do Congresso, os objetivos

a que se propõe, discutir os proble-mas mais sentidos pela categoria e ele-

ger delegados paia lepresentá-los no

conclave.

Debates

Uma das características das reu-

nioes que os dirigentes sindicais rea-

liiam nas empresas, é a do debate das

questões referentes ao II Congresso,

ao lado das reivindicações especificas

da categoria profissional ou do loccd

de trabalho, e das lulas em cutso.

Assim, os trabalhadoies da cons-

tiuçao civil, que se enconlram em cam-

punha por aumento salarial, convocam

assembléias ou vão ás portas des obras

pcia tratar desse fim, fazendo ao mes'

mo tempo a piopaganda e tomando me-

d'das concernentes ao Congresso. Até

a ultima semana já havia esse sindi-

cato efetuado 18 reuniões por emprê-

sas, muitas delas com a pailicipaçáode centenas de operários. Uma con-

vençào dos representantes operáiios da

categoria terá lugar nos dias 1 e 3 pró-ximos. Daí saitáo as teses para a Con-

ferència dos sindicatos dos municípios.

Na Nitroquimica, m a i s de 300

opeiarios debateram com os diretores

rio sindicato os problemas da pericu-losidade e da insalubridade, questõesvitais para os trabalhadores do sele.

O' operários em fábricas de calçados,

em sua assembléia, colocaram na or-

as F^osróascio Congresso

dem do dia o problema do Congres-so, e o da luta contra a exportaçãodo couro ciu, causa da rebaixa de ses-I ei ii o s e desemprego no setor.

A foima de encaminhar a discu>-são ao maior número de trabalhado-res, preocupava os sindicalistas, confor-me se manifestaram em diversas reu-n i ó e s inlersindicais. Muitas iniciativassurgiram, O Sindicato d o s meialúrgl-cos, cujo setor profissional abrangemais de 4.000 empresas, planificojreuniões por giupos de empresas de lóbairros diferentes. Outras entidades

procedram da mesma forma.

Conferência municipalSão Paulo, como outras cidades,

realizará sua conferência municipal ni

função cio Congresso, nos dias 8, 9 o

10 do abril. Reunidos no Plenário do

Conselho Sindical da Capital, os lide-

tes elegeram uma comissão organiza-

d o r a composta de 7 membros, bem

como a comissão de propaganda, de

finanças, de leses e de relações pu-blicas. A comissão de propaganda de-liberou imprimir 2.500 cartazes e

50.000 exemplares da convocatória da

Conferência.

er FilhosmàW \tV / • flf/tJL

ião GiviB Vai Rffludara Biretoria do Sindicato

Não houve quorum para a ciei-cão dei nova Diretoria do Sindicatodos Trabalhadores da Construção Ci-vil, que estava marcada para o dia 14último. Em virtude disso, os componen-tes da chapa Renovação e UnidadeSindical fazem um apelo para que lo-dos os trabalhadores, principalmenteos descontentes com a atual Diretoria,compareçam para votar entre os dias24 e 31 do corrente, em segunda con-vocação.

A chapa de oposição é encabe-

cada pelo trabalhador Daniel Teixeirada Rocha, e *oi escolhida em uma

grande convenção realizada na sededa Campanha Nacional de Educando-rios Gratuitos. Nessa Convenção os

operários da construção civil debate-

ram as suas reivindicações, e sentirama necessidade de mudar a antiga di-

retoria do Sindicato, elegendo uma

nova, capaz de lutar e defender com

toda a energia os interesses dos tra-baliiaciores da construção civil, gran-demcnle explorados no Distrito Federal.

PROGRAMA

No programa da chapa número2, denominada Renovação e UnidadeSindical, está incluída a ampliação doambulatório médico da sede do Sindi-coto, criando serviços de ginecologia e

pediatria; criação de um curso técnico

profissional, e instalação de um giná-sio gratuito para os associados e seusfilhos; construção da nova sede, comoito andares; anistia aos sócios elimi-nodos injustamente; reorganização HoDepartamento Social para desenvolveratividade esportiva e recreativa paraos associados e suas famílias; luta pelaconquista da semana de 44 horas; pelaconstrução de restaurantes popularesnas zonas industriais e comerciais; ea lurci pelo salário mínimo profissional.

Expectativae vigilância

No dia 6 rio corrente, sob a direção rios m»mbros tia Associação rios %«rvirioi-es Muni-cipais Ifotoi, os «barnabés» ria ciriade tle Santos resolveram endereçar um memorialao prefeito Silvio Fernandes Lopes, solicitando um reajustamento salarial de 3.500.00cruzeiros mensais. Enquanto a resposta não vem eles continuam em assembléia

permanente

Santos: Custo da Vida Subiu

"Barnabé"i c ai r Por

3 Oaixo

SANTOS— (Da Sucursal) —

Nesta cidade, no período de janeiroa dezembro de 1959, o custo da vida

sofreu uma majoração de 42%. Mas

não houve, paralelamente, nenhum

reajustamento na remuneração dos três

mil funcionários da m u n i c ipalidade.

Como a situação se agrava, com o crês-

cimento do custo da vida, a Associa-

ção dos Servidores Municipais enviou

um memorial ao prefeito Sílvio Fetnan-

des Lopes pleiteando um aumento de

Cr$ 3.500,00 sobre todos os vencimen-

Ioí e salários dos «barnabés» santis-

tas.

Assembléia permanente

A Associação dos Servidcres Mu-

nicipais se maniem em assembléia per-manente, aguardando a decisão do

Prefeito. O memorial que o chefe do

Executivo municipal exeminará, salienta

que a grande maioria do funcionalismo

cot.tinua recebendo salários mansais de

6.200 cruzeiros, quando as estatísticas

de ótgáos oficiais assinalam que um

liabalhador, c:tn encargo de família

de três dep-ncr-ilc-s, precisa ch um sa-

lário base do 1 1.950 cruzeiros paraatender c.s necessidades primárias,como moradia Cr$ 3.600,00; alimen-

loção, Cr$ 5.200,00; calefaçao, Cr?

650,00; previdência, Cr$ 900,00; trans-

porte, Cr$ 600,00; vestiário e recrea-

ção, Cr$ 1.000,00.Os «barnabés» santistas, entre-

tanto, são bem modestos, e reivindi-

sCem &ÍS 11 1em Greves

SAO PAULO — (Da Sucursal) —

Cem mil estudantes secundário'., desla

Capital e das principais cidades do in-

leiior atenderam à ordem de greve,baixada pelo. Conselho Estadualdos Estudantes de Giau Médio, contia

o aumento das taxas e anuidades es-

colores.A adesão dos estudantes paulistas

representou importante contribuição aomovimento que se estendeu por todo

o país, e que terminou com o compro-misso assumido pelo presidente da Re-

pública de mandai o ministro da Edu-cação reexaminar o problema, levem-

do em consideração os argumentos e

as léivindicacòes dos csluclcmles,No sonlido de garcilh o óxito

do movimento contra elevação cio pre-ço cio ensino, os esiudcnies paulistanos.dividiram Sc;o Paulo em zonas ro'e-

giais, onde atuaram numerosos pique;-let dc esclarecimento e arrepinenlu

ção dos colegas, Nu nono cie 3 de

cam um reajustamento muito abaixo da-

quilo que seria justo, de acordo com

as próprias estatísticas oficiais. O queêler, querem é um aumento getal de3.500 cruzeiros mensais.

tu dantesnuidadesmcirço, centenas de estudantes iniria-icui a «operação piche., fazendo nus

proximidades de Iodos os estabeleci-

mentos de ensino, inscrições alusivas

a tescorcha praticada pelos donos de

colégios, como ¦ Abaixo os Tubarões

dc Ensino , -O aumento é i I e g a I..-,• Todos à greve geral •¦.

Entie ouiios, não funcionaram oi

Colégios de Aplicação Cabriel dos San-

tos, Domingos Sarniienlo, Brasilio Ma-

chado, Alexandre Gusmão, Estadual da

Penha, Perdizes, Escola Técnica Gelu-ho V a r g a s, Carvalho de Mendonça,

Lasp, Santos Durcont, Luciano M a i a,

Saldanha Marinho, Rui Barbosa, Ma-

nuel da Nóbrega, Escola Tei-nica cie

Ccmórcio Suo Paulo, Santana, Salct*:,

colégios de Vila Maria, Rocsevell (SeioJoaquim) Estadual do São Paulo, Ma-

rio dc Andrade, Tomas Galhardo, Vila

Pnivpélci, Esladual da lapa, Macedo

Soates, Ccislio Aivcs, Piialminga.

Page 3: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

'— 18 a 24 de março de 1960

[Panoramaaouos RUMOS

Entre a Cruze a Caldeirinha

A controvérsia em (orno du anunciada viagem de jftnio Quadros aful.a nau é apenas uma manobra publicitária da imprensa jauistu deselosacio manter m> cartaz q liomem du renuncia drrolratavol». Ela obedecetambém a motivos reais «««.umijUniu viagem u < nua, fosso a Iniciativa de Jânio ou de qualquer riolltlcoseria uma simples visita a nutro pais do continente, o nU 31 «r»o nove, cubano a furiosa pressão <i„ «i.ig bmlnen» é do Governo norte inier canos, ameaçando

convertera a qualquer momento em agressUo armSlSO Deparla.,,,.,, o de Balado não esconde o propósito de esmagar a r»™Kvitoriosa do (ulm. B para isso precisa, antes de tudo, IniiwpularlTar «hrealizações o os dirigentes dessa revolução. «"popularizar as

ST a,,„p!niã(,,;)'!;.£,i"1"' mtnr °up,,i" d"s fô,,fias "^nâKWe

E' Isto precisamente ie Jânio tem em vista. Irremediavelmentearcado como reacionário e enfrcguisla, Jftnio pretende com esta atttuuerevelar Independência dlanle tio imperialismo o chi reaçãoMas o quo aconteça ó quo esta Independência nâo existe \Vm «vTlJdéíTas/ro

,:S"",° "1,i",,,i,".",,,r- f" fu,',! <"1 rev°«««»° libertadora ,í ig dpo Fldel Castro, a sua linha Inflexível e pressão econômica e Intervençãoarmada ceda h.g-ar ft demagogia. Washington considera «lado os seus?RS e rporetibano^'0 ^ "^ S«"' Mt'r*M> ~ ^leZl

ftsíe episódio, mais do c|im qualquer oulro, comprova como são insanii-vois as contradições que ...areai,, a candidatura de JantouAcoZdo Selaperda de prestigio popular, sente-se arrastado « lances demaSos Sí

anunclS Tvfcní a^a^Ls* Z^tX 5^.?JS^

choques em sua base política. a "m írra'1 «mPWvWvel os

De qualquer forma, uma conclusãoa crise que assola o liando janista.Ca, T?LSr^ o maré-

Lott, candidato nacionalista ^X^:\:^^J^XiXClra* * *

Foi derrotado o candidato do governador Cid Samnnin „. „i„i„.-a presidência da Assembléia Estadual de Pernaml ™ JP. naJcleiíun P"»™cipalmente do janismoi Mm d lambem uma "'M'1 dcrr0,a prin-advertência: destina-se ao fracasso qualquertentativa de impor ao povo pernambucano acandidatura do Jânio Quadros. Assim comofracassarão aqueles que se arriscarem asemelhante tentativa.

indiscutível: não há remédio para

•ÍB Wm^mtmWSÊmmmmt^L^^mmWÍmy^^ ' •' ' tCTBl^lgM M ^WÊÊm\\mk mmWIÊlímhWMPrwlSimigí s< ¦¦WRfiSmíLmm m Wm

m\\\W\w^m r^Jmr *^^ WW^^-W\ Ha^m^^-f âw^l !¦ JmBw

Í'í4s 19 Li" p i I IaBfkv/jSSè53 PIE* ^SlfiljBUM Hfc'* »'¦ {¦"¦'¦/;., *fc >^mmÊi> m\W

H P'= E v ''Ji^^&àMflHl ftlfl'«•ia mWmifmmzlwS>ít ^ÈãsÈbt* ieV vÊmmWkwÊÈEÊM mWOÊtàfK m^^MÍl&ÊmmWr' m Wmffi '-> ^H £2 eT '^mÉíliJiHR&ifiSBF j»H BbS»'1'''*'-'1 Psi -^H Bhbhü9 iW ¦ JfcvárJ^¦ÉMEàS mmWÍKSmXZ'teW»&W- JmVlmm WÊftímXÉ* :'/S'ffl BHÍlà.!:-'flMPHlMfl V? ¦'* jVJ H.gnaj uw —^ .:»¦ ,- « ^aWtf^aSri"'^^ ^wBm^mB^^KBbÉ^^t^W>»I ' máil t? ^ sB K«ÉHE^^^"JÍBpklMlfir ¦ arJr I ¦' VH

Por Que Lott e Jango?Almir Matos

— Vamos eleger Lott o.Jango paragarantir o futuro do Brasil, afirmou olíder sindical Alui/io Palhano (tolo),presidente do Sindicato cios Bancários,ao instalar segunda feira última, naABI, o Comitê Nacionalista dos Banca-

DESMENTIDO DE FALCÃO NÃO CONVENCE

rios cariocas, Disse- ainda o presidenteda Sindicato dos Bancários quo não temfuturo o político que não se apresentadiante do povo como nacionalista. Isto,acrescentou, já ficou provado em U55,e agora, mais elo que antes, por estar-se afirmando, definitivamente, a contei-

ência nacionalista de nosso povo. Porque Lott e Jango? — perguntou o dr.Aluizio Palhano. E respondeu: < Porquesabemos distinguir entre os nacionafis-Ias por convicção i; os nacionalistas Dormistificação.-.

Há Mesmo PlanoContra Eleições

Os jornais de terça-feira publi-caram uma declaração oficial doministro da Justiça afirmando quenao existem por parte do Governomanobras continuistas nem propó-sitos de encaminhar soluções extra-legais em relação ao problema su-cessório. Entretanto, a nota do sr.Armando Falcão não. convencei!.No mesmo dia o deputado SérgioMagalhães, que vem advertindo oCongresso para o perigo de arti-culações em certos círculos oficiaiscontra as eleições, insistiu em suasdenúncias.

Uma série de circunstâncias ede fatos que se verificam presen-temente no quadro político elevem,na verdade, alertar as forças poli-ticas e a opinião pública.

Inércia do PSD

Depois de oficializar como seucandidato o marechal TeixeiraLott, a cúpula dirigente do PSDquase nada vem fazendo em favordesta candidatura. As comissõesque foram constituídas para con-duzir a campanha deixaram pràti-camente de existir. Nos Estados,é geral a queixa entre os diretóriospessedistas: não recebem assistén-cia nem recursos financeiros ciadireção central, enquanto se éter-nizam os «.c:asos>> com outras fôr-ças políticas, particularmente o

E J B. Por outro lado, nenhumaprovidencia concreta foi até agoratomada pelos dirigentes pessedis-tas (Amaral. Falcão, etc.) a fimde homologar a candidatura do sr.¦João Goulart à vice-presidência.

Isto sem falar na resistênciaque os homens da cúpula do PSDcontinuam oferecendo càs reivindi-caçoes nacionalistas e democráticasapresentadas pelo PTB, cuja ado-çao e considerada como uma medi-da fundamental para o imediatofortalecimento da candidatura Lott.

_ A quase inatividade da dire-çao pessedista contrasta com aampliação das iniciativas que vêmsendo tomadas pelas organizaçõesnacionalistas e populares, no Rioe nos Estados, impulsionando acandidatura do ex-ministro daGuerra.

Propaganda Suspeita

Simultaneamente, vem toman-do corpo a propaganda, sustentadaem certos órgãos de imprensa, dasuposta necessidade de uma «re-composição do quadro sucessório».Esta propaganda é feita sobretudoatravés do «Jornal do Brasil»,cujas ligações com determinadoscírculos do oficialismo e do pró-prio Catete, graças a verbas daNOVACAP, são hoje evidentes.Esta DublicicLade. afirmando que

as atuais candidaturas não podemsubsistir, conclui ou pelo continuis-mo ou pela conveniência de umacandidatura como a do sr. JuraciMagalhães — nome que, apesar detodos os desmentidos formais, con-tinua a ser objeto de especulação.O esforço para manter emevidencia o nome do governadorda Bahia (a que estaria ligadoinclusive o convite para participarpessoalmente da recepção a Eise-nhower) não está desligado de umfato ocorrido nos últimos dias: oadiamento da Convenção Nacional

do Partido Socialista, por inicia-tiva precisamente de um delegadobaiano, sabidamente identificadocom as articulações pró-Juraci. Oobjetivo do adiamento seria mau-ter em disponibilidade, até o prazofatal de desincompatibilização dosgovernadores, uma legenda pelaqual pudesse ser registrada umanova candidatura, eventualmente ado próprio sr. Juraci.

Clima de insegurança

O ministro Armando Falcãotem a sua parte em todas as ma-nobras contra a candidatura Lotte, assim, pela subversão do quadrosucessório. Mas a sua presença, emtoda essa trama, é particularmentesentida no que se refere à onda de

violências que, atingindo os traba-lhadores e os estudantes, tem porobjetivo a criação de um clima deinsegurança que desse lugar a sei-luções extra-legais ou de emergên-cia. A recente provocação contraos estudantes e a UNE, cuja res-ponsabilidade o sr. Armando Pai-cão se apressou a assumir, foi umaudacioso passo no caminho eleseus planos antieleilorais.

Resistência democrática

Não tem sido fácil, porém, aosconspiradores do situacionismd le-var avante as suas manobras. Ape-sar dos obstáculos por eles criados,a campanha eleitoral do marechalLott estende-se em todo o país,adquirindo uma penetração popu-lar cada vez maior. Por outro lado,as últimas provocações do ministroda Justiça encontraram uma rcpli-ca_ tão vigorosa como talvez elepróprio não esperasse. Os-estudan-tes não só reagiram à polícia, mas

denunciaram a toda a nação ocaráter subversivo e reacionáriodas violências ordenadas pessoal-mente por Falcão, cujo afastamentodo Governo foi exigido pelos lide-res estudantis ao próprio presiden-te da República,

Outro exemplo de resistênciaàs manobras antieleitorais foi dadopela Câmara dos Deputados ao as-segurar a reeleição do sr SérgioMagalhães para a Ia vice-presiden-cia do Palácio Tiradentes, apesarde toda a pressão de setores situa-cionistas interessados em impedirque isto acontecesse.

As forças nacionalistas e todosos democratas, ao mesmo tempo emque protestam contra as manobrasurdidas contra Lott e as eleições,estão dia a dia mais empenhadosem consolidar a candidatura doex-ministro da Guerra, levando asua campanha eleitoral para asruas e trabalhando para a vitóriada chupa Lott-Jango no pleito deoutubro.

Forade Ritmo$i i>M$ .£: ',-:.|>3H :Mk

Janista/-,' cííí/« vez iikúh acesa a

luta entre os candidatos à vice-presidência na chapa de JânioQuadros. Leandro quase re-nunciou, há poucos dias. EFerrari, contando com a sim-palia e o apoio de Jânio, nãocessa um só instante a suachoradeira, indo de municípioa município, em caravanas ti-noticiadas com recursos cujaorigem êle não confessa.

Os ataques de Leandro aFerrari, inclusive nos comíciosem que Jânio está presente,são diretos e violentos, Afo*também dão lugar a que ai-f/uns ouvintes façam perguntasque não somente ficam semresposta, como provocam no-vos e novos choques entre ashostes janislas. Foi o que sedeu, na última semana, no co-mteio realizado em Lavras.

Disse Leandro nesse comi-cio, diante de Jânio:

0 meu opositor, sr.Fernando Ferrari, é candidatoà vice-presidência da área go-vernista. É um parlamentardo PTB. Um eleitor opo-sicionislu não pode dar oseu voto a êsse candidato.

Foi quando um assistentedo comício, amigo de Ferrariou simplesmente, amigo daonça, perguntou u Leandro:

Mas, como? E JânioQuadros também não ê depu'tudo eleito pelo PTB, tantoquanto Ferrari?

Leandro não respondeu. EJânio fechou a cara.

«Sem uísque não haverácomício» — esta explicaçãofoi dada pelo picareta Quinta-nilha Ribeiro, assessor polítulico de Jânio Quadros, quandorecentemente embarcava umapartida de uísque (três litrosde «Cavalo Branco» e trêslitros de «Hainf») para a cida-de de Ubá, em São Pauhtonde então se encontrava oamigo de Nelson fíokefeller.

«O dr. Jânio gosta d*uísque, e não se sente à von-tade nos comícios e em suaslongas excursões sem esteestímulo», adiantou Quintani-lha.

Há apenas a acrescentarque Jânio é um grande consu-rnidor de uísque não apenasnos dias de comício ou durante,as excursões eleitorais. Sãoconhecidos numerosos episõ-dios pitorescos provocados porexcessos de Jânio. Algunsdesses episódios estão mesmof/ravados, e não foram poucasas pessoas que ouviram essasgravações, nos dias que antece-deram a Convenção da UDN,locado pelo uísque, Jânio setoma ainda mais inconvenien.le, exigindo dos que o acom-ponham cuidados redobradospara calar que seus excessossr tranxhmmn, facilmente emescândalos públicos.

«Sem uísque não haveráfomtcioj»

- eis uma das pa-Jánh preíirid™ "<»•

Coe

¦ d **¦

SAO PAULO — (Do correspon-dente) — Deverá instalar-se nospróximos dias o Comitê Metropoli-tanolnterpartidário pró-Lott, quedirigirá a campanha nesta capital.Os srs. Teixeira Lott e João Gou-lart estarão presentes à instalação.O Comitê terá uma comissão exe-cutiva (5 delegados de cada Parti-do) e vários departamentos. Osdelegados são indicados pelo PSD,PTB, PRT, comunistas, Frente Na-cionalista de São Paulo e outrasforças populares.

Em declarações feitas ã nossareportagem, o sr. Antônio Tito,presidente do Diretório Metropoli-tano do PSD, informou que estãofuncionando na capital paulista 30comitês de bairro, enquanto 102.co-mitês estão sendo organizados.

Por sua ve/., o Comitê Naeiona-lista Marechal Lott. organizado

ró-Lottaulo

pela Frente Nacionalista de SãoPaulo, vem realizando uma série. de comícios e conferências e insta-

lando numerosos núcleos. Em SãoJoão da Boa Vista, após um comi-cio a que compareceram cerca de4 mil pessoas, foi instalado um co-mitê nacionalista pró-Lott e Jan-go. Comitês foram também orga-nizados em Guaratinguetá, Pom-péia, Quintana, Araçatuba, Limei-ra e, com a presença da professo-ra Edna Lott, em Santo André,Santos, Limeira, Jundiaí, Campinase Jaú.

Núcleos da Frente Nacionalistaestão em atividade em bairros co-mo Vila Carioca, Cidade Dutra, Ipi-ránga, Vila Nivc, Imirim, Indiano-polis, Santo Amaro, Barra Funda,Ermelindo Matarazzo, Vila Dalila.Vila Nova Sabóia, Vila Talarico,além de outros.

Encontrocoma natureza

«Marque uni encontro com anatureza na romântica praiade Muriqui e passe um domin-go diferente dançando, toman-do banho de mar, e passeandonos mais belos recantos» daque-Ia cidade fluminense, ft o quediz o convite para a grande fes-ta que será realizada no dia27 próximo, das 8 às 16 horas,em Muriqui.

O trem especial partirá daEstação de D. Pedro II (Cen-trai), as 6,30 horas, parandoem Engenho de Dentro, (as-cadura e Deodoro.

Os convites podem ser atlqni-ridos na Gerência de NOVOSKUMOS

lllllrl- Sal Bit ' Í\Lm

m*m

D. Jaime' Câmara

O u v i in ii s, nuVcw, du Pastor, uadvertência deJuinio (amara:«Muitos elos ma-les (|iic nus csUíciiifüirlndo devemsc r provocadospor nossas cnl-pus i' iniildtid' i..l)c um Indo imi-clientes. De nu-tru lado eiilumi-iludes, desordens

e revoltas», Se asenchentes, de.sor-

cleiis e revoltas além de outras cala-nidadrs, não atingem o nível em <|tie1). Jaime colocou o seu palácio doSumaré CIMrópolis n oito minutos«Io Cadillac) deve ser porque asculpas o nialiladrs de I). Jaime nãomerecem tamanhos cusliiros

Mais objelivo cjuc D; Jaime é nvirtuoso inspetor Soares- O eo-mnnclanle das panzers e|ue- tenta-ram forçar as portas cia líNK, ocarteiro bombardeado!- da Faciilcln-cie Nacional cie Direito e de) l!"spi-tal Sousa A)iuiar afirmou em i-o-binas ele jornal C|lie lhe iláo aco-Ihiüa: A polir a apenas repl ilinil(' prática reiterada de crimes queestavam sendo praticados (a piáti-

1 a praticada c um feio crime) pe-los alunos da Faculdade Nacionalde Direito .

* *

Cassemos aos crimes, através donarrador Soares: «Os alunos jojra-vain rolha,, para anular a ação (Incavalaria, o que provocava riscomaior, que seria a queda de um ca-valo ntado, Um acidente de talnatureza seria de conseqüências iui-previsíveis lauto para o hoi n eo-mu para o animal, mim momentoem que ambos prestavam serviçoao Ciovêrno e no povo». Ambos,mais Soares, Ijruul a Irêh

* *

l-.oire o risco maior. que seria aqueda de cavalos e cavaleiros nu mo-n entci em que, do ventas acesa..' oolhar feroz, prestavam, oií;ii|Iios,-imi ni e, serviços no e,ovcr.,, e ao p.,-vo, Soares, que é. o bc-o-o il re ío ,(,,sr Armando 1-aV.io. nao ti*vò eliiv i-das: iKimlinrileoii a I acitldade. < o-quanto as sobras d ¦ ;.a.-. invadiam0 Hospital Sou/a Aguiar Soarespreteriu o risco menor.

ÍWÊ&mmJusivlu

Soares, Borer«' Falcão, „,.„,.Pre foram tipos«wforçadoB 0 in-1 ¦'''« '• nt«s OsPróprios esiu-dantes, apesarde suas culpas omaldades, reco.conhecem isso.•Moda agora u1 N.I5 presta lio-menugem à me-niória do Mini.*tro da Justiça•nju mor e moral ocorreu há cias.t onservn, o em formol pelo próprio" r •'«•««¦«no, $ médico, o em-po (Ma exposto, no território livre«a praia do Mainoniro

* *Os estuclantes convidam o povol';u;i o velório ele Falcão Nos con-viies na,, vem nenhuma recomen-claçao sobre coroas ,u.:n velas- ll.ium provérbio (p„; ,ii/: não se casta'''t'1 com defunto ruim.

* *«•«•¦•ííllllt» rinul ii 1) .ínime, que'':''""" "«'noairiMii de aplauso a lW'«'•: Q«al « ruína, .qual* as malda-ih-s dos doentes, médicos e enter-meiros do Souza Anular, ntinjridos

pelo eleito das bombas de Kaleão ,.Soares'.' Será ,,„,. ix liU..,.,iia (|„ pns-'"¦ «iiiim"e perde a vuliilade quandose trata de subias''

Page 4: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 4 NOVOS RUMOS 18 a 24 de março de 1960 —

9MIINM

Monteiro Lobatolinha razão

O poço Jcquiá -2 dos campos petrolíferos de Sáo Miguel dos Campos, deu razão aMonteiro Lobato. Perfurado, logo depois o ouio negro começava a jorrar. Hoje, náona quem va ,, Sao Miguel que nao traga uma garrafinha do precioso liquido para

mostrar aos descrentes

DERROTADA A GBTRÊL "BRASILEIRA"

«1 O i níiiã iuil

ti wi &ei %,M Usa

Greveaixou

VITÓRIA (Do Corresponclenle) — Apopulação do Espíiilo Scinlo saiu vilo-riosa da luta que vinha iravando desd';princípios de janeiro contra o ciumentodas taxas de luz e força. No dia 4 ciocorrente, no Palácio cio Governo, foiassinado um acordo constante cie I 1itens, o primeiro dos quais estabeleceque a Espírito Santo Cenlrais ElétricasS/A reduzirá o preço do kv/h fornecidoà empresa americana de CrS 2,00 pa-ra CrS 1,00. A Companhia Central Bia-sileira de Força Elétrica — que é a em-presa americana — compromete-se. porseu turno, a obedecei a uma tabelade tarifas consideravelmente reduzidas.O ajuste asse/ura que nenhum consu-midoí será mullado pelo faio de naoler efetuado o pagamento das Icnifasdurante o período do boicote que, emalguns municípios, chegou a três me-ses.

Vitória da unidadeA lula da população capixaba com-

tra o extorsivo ciumento das taxas cieluz e força tornou-se viioriosa grarcisà campanha unitária qj.c- se desenvol-

vou sob o comando das entidades re-

prèsentativas do comércio, cia inclús-Iria, da lavoura, dos estudantes e dasmassas trabalhadoras, A forma de lu-ta adotada foi o boicote: ninguém pa-cjava as coulcis inajoradas. Os pique-tes organizados pela Comissão Cen-trai Contia o Aumento das Ta;<as, man-livercm-se vigilantes, esclarecendo aosconsumidores, evitando que os mesmos,inadvertidamente, viessem a fuitn omovimento.

0 acordoO cicóido do uilimo dia 4, que mar-

ca a primeira grande vilória do povo

capixaba na sua luta pela encampa-çao dos trustes de energia elétrica, foiassinado pelos srs. Carlos Lindenberg,

governador do Estado; Máxino Coim-bra da Luz, pela Companhici Brasilei-ra de Força Elétrica; José Scade, pelaFederação do Comércio; Américo Buchz,

pela Federação das Industrio:.; Guilher-me Pimentel Filho, pela Fede ação dasAssociações Rurais; Claudionor Aiaujo,pela Federação dos Trabalhadores nasIndústrias; José Martins de Freitas, pe-lo Conselho Sindical dos Tiabalncido-

res; Manoel Olimpio de Santana pelaComissão de C-^hoeiro e Castelo.

Festa das mulheresO Dia Internacional-da Molhei,

instituído há 50 anos, foi comemoradoa 8 c!e março pelos moiadorcs da Vilacia Penha, num alo a que comparece-M.m mais de 300 pessoas. A solenida-de foi presidida por D. Laureies Gue-des, que cibiiu a sessão ressaltandoa importância da ciatci.

tt • I 1Douto Armando o Facão,Ministo das injustiça,Vasmicè e responsavePelo qoi fez ,i puliça.

Agora vai presta contaA > seu chefe J.K..Vai sai dessa mamataE vorta a prantá batat?Nas tena do Ciara,

O tempo da parmatoraDa virola rie pineu,Morrero cum ieu ;,võ .Mas mecé num s'isqueceu;Vive curando as socladeDas virolada qui deu,

Tenha carma, seu doutoO mundo recrama pa?.O bonde subiu de preçoOutros ormentos nos trás.Sabcmo o qui mece queE.' pru pobo 7ii,da a peO douto sabe o qui faz;

A subida rios alimenteDexõ a gentpj d'Í5mola.Num há tresporte prus pai,Prus fio num tem iacola.

O douto tarvez s'isqueceQu'èsse povo qlii num temNacoro na mesma tenaSao brasilero tombem.

Vassamice num carcutaQuanto foi minha triteza,Im li ve, sempe dobrado,Na câmra dos DiputadoPia mocle sirvi de mesa.

Vci das terra ccarcncePra se banca aqui no Rio.lócreverc nas suas costasSem vjsmice dá um pio..Pode o douto sé de Ia.Mas. juro qui disctinfiol

Pur tudo qui mece f.uNem parece brasilero.A bassôra e a lanternaSão coisas dos istrangéro,Dn «tubarão» infiliz'Jui traz o nosso p.usMo pió dos cativéro!

Porém a sua lanternaTem qui sé apagadaPe'o o nosso Mareei,áNo Palaço d'Arvorada!

,:ti iinllifn

Na leunicio usaram cia palavravários oradores. A sra. Anlonieto Ccim-pos da Paz, representante da Federa-çáo das Mulheres do Brasil, lembrouos cinqüenta anos de luta que se se-

guiram ao encontro internacional demulheres realizado a 8 de nicnço de1910 na Finlândia. Falou sobre iodosos aspectos da vida e da lula das mu-liieres brasileiras, desde as dificuldadesdomesticas cotidianas, até o movimen-lo pela libertação econômica e políticade nossa pálriu, no qual a mulhei bra-sileira desempenha um papel desta-cacio.

Depois o poeta Zé Praxedi cíecla-mou poesias suas retratando o vidada mulher sertaneja, sendo vivamenteaplaudido pela assistência. Em seguida,usou da palavra, o sr. Walden ar Lo-

pes de Oliveira, diretor do Seivito Edu-racional do SESI, saudando as mulhe-es simples, dedicadas as fainas do-

mestiças e ao trabalho nos hospitais,nas escolas e nas fábricas, como mi-lhoes de peças do edifício ciei huma-nidade progressista. Finalmente fala-ram u m a representante do Deporta-mento Feminino do Comilé NacionalPró-Lotl e ujii; membro da assistênciadenunciando a repressão policial con-tra os estudantes e apresentando umamoção de protesto aprovada por acla-moção, exigindo a saida cio sr. Ar-mando Falcão do Ministério da Jusli-

ÇC.

Nos bancáriosAlém da comemoração na Vila

da Penha, o Dia Internacional da Mu-lher Foi saudado em varias 'olenida-

des reolizadas nesta Capital e em ou-lias cidades.' No Sindicalo cios Ban-carios, por exemplo, realizou-se umaconferência de nossa companheira AnaMonienogro, patrocinada pelo Depar-Itinienlo Feminino daquela ei.^dade.

IIqo M q £ 9 c* do Â19nnqoildo Mkími Io AlayOaSReportagem de GENNIS0N AZEVEDOenviado especial de NOVOS RUMOS

A duas o meia horas de Maceió, via-

jarído-se por uma das melhores ostra-

cias de Alagoas, estão os acumpamen-Ios das equipes da Pelrobrás que Ira-

baldam na perfuração de poços na re-

giao de Jequiá. O jipe que nos conduz

a este posto avançado da Pelrobrás

atravessa a mala cortada pela eslra-

da, por quilômetros c quilômetros. Fi-

nalmonte, a montonia da paisagem é

quebiada pelo aparecimento do casa-rio de madeira do vilarejo em minia-

lura que abriga uma centena de ope-rarios, técnicos e engenheiros.

Não muito distante do acampamen-lo, enconl-ro-se o poço pioneiro Jequian 2 A uma ordem do engenheiro quenos acompanha, as válvulas sáo aber-Ias e logo jorra o petróleo de Alagoas,

escuro, viscoso, real. E' verdade queos poços perfurados ainda náo se re-velaram grandes produtores, porém,indicam inefutavelmenle a presença doouro negro,

O importante — dizia um dos en-

genheiios sediados no campo — é

perfurar até encontrar um grande len-

çol. Isto vem sendo feito como veri-ficamos, logo após, ao visitar as insta-laçoes do Jequia n 9, que naquele diacomeçava a ser perfurado.

A diicçao da Petiobras confia nas

possibilidades da região, a ponto de

já lei consliuido um pequeno oleoclu-to ate a Baira de Seio Miguel, ondeinstalou o teiminal oceânico que arma-zenará o óleo a sei embarcado paiaas tefinarias.

Acampamento no meio da mataQuem visita Jequiá não se pode fui-

tar ao almoço em companhia dos léc-nicos que opeiam na região. No res-tauranlo que é ao mesmo tempo umaespécie cie clube para mais de umacentena de pessoas que procuram o

petioleo de Alagoas, vivemos algunsmomentos das hoias de folga daque-les homens. No meio da mata foi cons-truida uma pequena cidade dotada de

Iodos os requisitos da vida moderna.Alojamentos confortáveis, água emabundância, luz elétrica o, para com-

pensar a solidão, rádio, jornais e re-vistas.

O engenheiro (cearense) nossoacompanhante explica detalhes, conta-nos o pitoresco da vida nestas para-gens. O que mais nos impressiona éa organização que preside ás ativida-des da empresa. Para perfurar e man-ter os poços em produção, a Pelrobrásabre quilômetros de estrada em plenamata, constrói alojamentos, instala es-lacoes transmissoras e receptoras paracomunicação rápida, náo esquecendode dar aos seus técnicos e operáriosum mmimo de confóilo por mais longeaue eslejam dos centros urbanos. Tu-do isto é maravilhoso porque realiza-cio com investimentos nacionais, pia-nejado e dirigido por brasileiros de tó-das as latitudes, afirmando definitiva-mente a nossa capacidade num terrenotao complexo.

0 petróleo de AlagoasEm Maceió, na Superintendência do

Serviço Regional do Nordeste, üa Pe-tiobrás, entrevistamos o sr. LindonorMota, responsável por aquele deporia-mente.

A Pelrobrás, disse-nos ¦— vemefetuando pesquisas e sondagens emtoda a faixa costeira de Alagoas eSergipe, desde a orla marítima até umalinda baiizada aproximadamente pelascidades de Passo de Camciragibe e SaoMiguel dos Campos, em Alagoas, e Pa-caluba, em Sergipe.

Revelando em seguida que, somenteem 1959, a empresa aplicou 550 mi-lliòes de cruzeiros no trabalho de pes-quisa na região, acentuou que tal fa-to revela a confiança que se tem naexistência de reservas importantes de

petioleo nessa área.Temos em opeiciçno, acresceu-

lou, cinco sondas de pei furacão pró-piiamente ditas, além de uma para

I í „ ii i' n *

testes e limpeza de poços produtoresde petróleo ou gás.

Após assinalar que um dos poçosperfurados, o Jequiá n' 2, revelou pos-sibilidades de exploração comercial,declarou que o valor principal das per-furacões está em que elas possibilita-rão, rapidamente, a eliminação dasáreas menos promissoras ou mesmonegativas.

Concluindo, exaltou o nível de es*

pecialização atingido pelo pessoal bra-sileiro que opera nas instalações daPelrobrás em Alagoas e Sergipe (sãaselecenlos e trinta e nove) .

Ifspostájao Le tra

Legalidade• Nos, comunistas, apelamos para os

companheiros de todo o pais para lutar*mos dentro dos princípios constltucio.nais e democráticos pela legalidade donosso Partido», é o que diz o leitor Oto.mel Lira Gomes, de Alagoinhas (Bahia),em Manifesto distribuído naquela oidade,do qual nos foi enviado um exemplar,

"Tática do Vaticano-O leitor Arosil (repórter-amador) nos

escreve: -Sob o título «1300 padres cato-ticos ao lado do socialismo», Novos Ru-mos deu ênfase exagerada a uma atituriado clero, que não passa de inteligente oniantiosa manobra econômica, igual atantas outras que vem fazendo em todosos países...» Náo concordamos com asopiniões desse leitor.

Roosevelt(Olho Vivo>, de S. Paulo, diz, em car-

ta. que apreciou muito o nosso comenta-no a respeito da visita rio presidente dosEUA e pessoal do FBI», e nos lembraque Roosevelt, quando presidente daque-le pais e em visita ao Brasil, dispensouguardas. Obrigado.

"Moreira Sales"De Campo Moura i PR 1 escreve-nos o

leitor José Ribeiro denunciando o fiscalda Fazenda Moreira Sales como atrabiliá-rio e violento. Segundo aquele leitor, issnfiscal agrediu, por mais de uma vez, otrabalhador Aparecido Basilio, sem no-nhum motivo,

Indústria Farmacêutic.O leitor Haroldo Urmcrsbach (Sáo

Leopoldo-SP) sugere que publiquemos re-portagens sobre diversos ramos índus-trias, a exemplo do que fizemos recente-mente com a industria farmacêutica. Suasugestão será atendida oportunamente.Quanto aos esclarecimentos sobre repor-tagens de nosso colaborador I. Miglioli,serào enviados diretamente nelo autordas reportagess.

ExploraçãoDo leitor Manoel Pereira íMacapá-PA)

recebemos carta denunciando as desunia-nas condições de trabalho c de vida doscamponeses dessa rcçjiâo, onde pais riofamília ganham salários de sciscentoscruzeiros mensais, miseràvclmeste expio-rados pelos latifundiários, sem que asautoridades do Ministério do Trabalhotomem as providencias cabíveis.

Frente NacionalistaTomou posse a primeira diretoria da

Frente Nacionalista de Garanhuns (PE),que se propõe, ao lado da defesa dosprincípios que norteiam a luta de nossopovo pela libertação econômica do Bra-sll, lutar pela vitória da candidatura Lott,— e o que nos comunica o leitor ArãoPereira, da Suissa pernambucana.

ao é sóNisururú

A velha marchinha dizia qu.e Alagoas,era a terra só do sururú, Nos camposrie S.io Miguel os engenheiros e técnicosda Petrobrás venceram o preconceito. Aspoderosas sondas perfuram hoje o solo etrazem paia a flor da tena o petróleo

NOVOS RUMOS

Diretor — Mário AlfasGerente - GiUteinhco; Cavalcanti

Rorlalor-ehefe — OrlandoHomfim Jr.

Secretário Frugnion BorgesRUUATORÍCS

Almir Maios, Rui Facó, PauloMota Lima, Maria da Graça, LuísGhilarclini.

MATRIZRedação: Av. Itio Branco, 1157, 17"

andar. S/1712 — TH: ri-IHIIGerência: Av, Hio Branco, «!57,

II" lindar S/1105Endereço tclegráfieo —

«NOVOSRUMOS»

ASSINATURAS

Anual Cr$ 250,00Semestral •¦ 130,00Trimestral - 70,00

Aérea ou sob registro, despesasà parto

Número avulso Cr$ n.00Núir.i in atrasado > 8.00

Page 5: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 18 a 24 de março de 1960

MENORESABANDONADOS

- 5 —

nulo» E"Lti tmX? 'alarmos sobre o problema de menores abarul»i s ài.o

' „ Sr,',ilf'toa •'•"1"s llms ,les a ,•i"H(1,•• ",r,1)s estenUldas. rattw,i s<ul(,c»N .,„ ohJnhnh liem visíveis o mal cobertos pelas carnes Condia n»n.elos deve ser «.Isa mm; onde moram? de onde são, como estão ali ? Sou mu*'"< ¦•; ile iwairem, alistada n0 .mande Lalalháo brasileiro das mulheres semmodo, „yls quando vejo essas crianças assim, minha corajrem enfraqueçooohlarin de poder viver sem assistir ao sofrimento das crianças Qúé eulnausm elas do regime em quo vivemos, da sociedade lilo cruel cm' mie'nasce-rum. i, suo as mais sofredoras das criaturas

iirrtiirín^i1).!»! '"'-'"""V "°.tete" l'" SAM : n,enínaii engravidadas dentro dosii «pi os estabeleelmeulos cliamados de «recuperação» e que silo apenas au-nos ue ensinamento do crime, aquilo nue já foi chamado nem sei por oucm-universidades du crime, Vejam as noticias dos jornais: crianças prosas comoladrões, crianças matando, crianças levando ã prática o que assbítem em fll-i;rV/,H!!"'7,l'iU(,1,S,lT,l!l'am!?/'ir,,<s,,n's d, CT,n,CH ~ ° "a° ,ms <»° ntaleíicasiu toiias de quudrlnlios. Outro dia, meninas inalaram sedutores: outro diameninos inalaram um chofer para roubar, li o problema continua nor-'Min- mio 6 um problema brasileiro, ti um problema mundial muna sociedadecorrompida ale os seus alicerces. Corrompida e podre,Mas o Juizado de Menores precisa mostrar o quanto vela o /ela pelosnossos menores-, Os abandonados que se lixem, mas os outros os rilhos deiratmiliadores, esses que por exemplo desfilam nas escolas de samba essesmerecem ser .«.rançados violentamente dos desfiles, são levado, para umcanto e — como me contou um próprio policiai - depois nem comida dãonos pequeninos. Demonstração de forca, parada de autoritarismo, é isso nueacontece todos os anos no Carnaval e aconteceu mais uma vez èsle ano naAvenida, quando os Acadêmico,, do Salgueiro desíllavam. Como pode» forque o Juizado de Menores não começa morallztwido o SAM '.'

por nuô nãoorganlia um auxílio certo e seguro aos menores realnienle abandonados essesque nunca viram pai nem sabem onde anda a mãe'.'

Bra bom fazermos um estudo bem analisado, liem organizado sobreesse Juizado de Menores e « r.iliciu que, atinai, são uma e a mesma coitaoutro dia prenderam pequeninos vendedores de amendoim Prenderam —sabemos todos — significa prender e bater, Brain quarenta o quatro iraro.Milhos que saem de noite para vender pelas ruas os amendoins lorradlnlios-¦no ma seguinte, quarenta e quatro mães estavam no Distrito pedindo a voltaue .seus nihos. Sem eles e seus amendoins, aquelas mães — lavadelras do-mestiças, iodas trabalhadoras - mio podiam viver. Os garotlnhos magros,descalços c sujos eram — e são — arrimo defamília.,

Lamentável, muito lamentável e mais la-mentável ainda ê essa história porque suas per-spnagena perseguidas, as vitimas, são criança-,,crianças que num tinham e têm direito a ummundo melhor.

Eneida

"ParaPARA ONDE VAI O BRA-

SIL?, de J, Salgado Freire, é talvezum dos livros mais expressivos cioestado de espírito dominante emponderáveis camadas do povo bra-sileiro nesta época tão caraeteri-zada que vivemos, fi um livro aomesmo tempo honesto o poucoequilibrado, referiu de altos e bai->:os e onde não faliam exageros.

Perfeitamente justificado o en-tusiasmo com que o autor abordao que constitui o tema central dolivro — o desenvolvimento do pais.O balanço que oferece ao leitorentre um Brasil que vai ficandopara trás e outro que se delineiapleno de forças e confiança em simesmo é, de fato, enttisiasmante.Mas nem por isso podemos des-prezar o nosso passado, onde oautor só vê um povo .-completa-mente abúlico» . (p. 70). Parece-rnetambém unilateral sua apreciaçãoem relação a Portugal ao tempoda descoberta e colonização doBrasil.

B porque vê o Brasil de hojeisolado do passado, das lutasheróicas de nosso povo, dos seussofrimentos e sacrifícios, como seo Brasil desenvolvimentista de JKfosse obra de mágica, SalgadoFreire chega a formulações infun-

o Brasil?"RUI FACÓ

dadas como a de que «o própriopovo, que só devia ter interesseno progresso, é que mais luta cem-tra ele.... ()3, iS5j. Quando, noentanto, reconheci' que duranteséculos fornos um país de escravose que sub a escravidão ou semi-servidão, que ainda hoje subsiste'¦in nossa agricultura, fosse possi-vel um real progresso, um lucre*num to substancial das forças pro-clutivtts.

Acrescenta porém — e aquiestá um dos seus exageros —- quedepois de 30 o Brasil cresceu,tornou-se gigante* (p. 75), quefoi realmente assombroso nos úl-limos anos o progresso de nossopais» (p. 70). Embora linhas"diante reconheça que «nossa m-dústria carece de consumidores.,

nossa população no interior, com«eus 40 milhões de almas, não pro-tluz e, assim, não consome*, quefi nossa produção para o mercadointerno «6 fe Ia ainda com métodosprimitivos, em pequenos sítios, naenxada, na velha rotina» (í)íl) eque v7()'r de nosso povo vive empalhoças, casas de palha, mocam-bos, favelas» (101).

Avançamos, é verdade, no ter-reno industrial, mas é um ávanenainda desarmônico, carregando o

ônus da secular exploração impe-rialista, que deforma inevitável-mente qualquer economia. É umadeformação, e aberrante, estarmosiricrementandd a ritmo aceleradoa nossa produção industrial en-quanto nossa agricultura continuasubmetida ao regime sem ifeudaldos latifúndios, com a massa mise-rável dos que não consomem,aqueles 40 milhões.a que se refereSalgado Freire. Não que abando-nemos a indústria pela agricultura,como desejariam os monopolistasamericanos e seus advogados, maseste mesmo progresso se estancaráse não transformarmos radical-meu'" n estrutura agrária do pais.

Salgado Freire cita um autor,concordando com êle, segundo oqual «d desenvolvimento econômicoé um desequilíbrio permanente»f 102), tese inteiramente falsa edesmentida pela realidade dos pai-ses socialistas, onde o equilíbrio étanto maior quanto maior o avançono domínio econômico. Equilíbriono desenvolvimento proporcionaldos diferentes ramos da.indústria,equilíbrio na distribuição dos bonsde consumo e serviços, equilíbriocrescente entre a vida uriiaiia ea rurai, com a tendência de liqui-dar-se o milenar contraste entre a

Visão de Graciliano RamosBRÍQUET DE LEMOS

A 20 de março de li)."),'!, faleciaGraciliano Ramos. Hoje, decorridossete- anos, voltamos nossos passo.yàqueles caminhos a que êle nos le-vara através rie seus livros, o sen-limos, em todo o seu calor huma-no, a bem viva presença de um es-critor. profundamente impregnadoda responsabilidade de sua criaçãodiante dos leitores, diante da pró-pria literatura do pais.

A personalidade de GracilianoRamos eleva-se em nossa admira,ção e se faz merecedora do justadestaque que tem recebido não sópel0 valor intrínseco de sua obra,mas pelo contínuo e exaustivo es-forço do autor em aprimorar-se,em corrigir erros, em autocriticar-se, procurando entender melhor asconl radições do m u n d o em q u evivia.

Para Graciliano nada havia demaior valor que a realidade dascoisas. O que impressiona a suasensibilidade rie escritor é o im-pacto dos contrastes materiais, dascontradições do ambiente que o cir-cunda, e que vão condicionar aspersonagens que o autor dispõe nopalco onde acontecem as suas obrasde ficção. Embora não se encon-trem em Graciliano as riquezas des-critivas dos elementos paisagísticos,o.s leitores bem sentem os traçosmarcantes do arcabouço a que pude-riamos chamar de paisagem social.Conseqüentemente, podemos apre-ender que os romances de Graci-lianó (aqui considerando aquelesdeclaradamente de ficção, excluiu-do obras como INFÂNCIA e ME-MÓRIAS DO CÁRCEREJ refletemem suas páginas as circunstânciase os homens que se fazem detenni-nar pelas relações sociais do meio

cm que vivem. Assim, podemoscompreender CAETÉS, SAO BER-NARDO, ANGÚSTIA e VIDASS15CAS como obras integralmenteimbuídas dos problemas do homemnordestino, tanto rural como ur-bano.

Sem nos ocuparmos em apon-tar falhas ou inseguranças que, doponto-de-vista formal da realizaçãoliterária, podem ser percebidas emseu primeiro romance — CAETÉS---, encontramos ai a configuraçãoda pequena cidade nordestina, mar-ginal, vivendo como apêndice doslatifúndios todo-poderosos. Palmei-ra dos Jndios ó bem um padrão.As possibilidades de que o homemdispõe para -subir na vida» são res-tritas. Este, na sua grande maioria,vê suas forças cedo anuladas, suavida afoga-se no ramerrão ener-vanle e soporifero, enquanto seexaeerba a arrogância e a ambi-cão dos ricos de dinheiro.

Com ANGÚSTIA m u i t o seveio a falar da introspecção do au-lor. Ela existe, é claro. No entan-Io, em Graciliano, ela não signifi-ca unia posição de voltar os olhospaia dentro de si mesmo, abando-nando o componente material sõ-bre que devem assentar as perso-nagens e o autor. A introspecçãoque observamos no mestre do ro-manco nordestino implica em revê-lar os reflexos, na psicologia daspersonagens, das conl radições, dosproblemas que levam sua vala aler este ou aquele curso. Portanto,podemos observar em seus livrosnão só n componente psicológico,mas, antes de tudo, o contexto so-Biológico que dirige a evolução docomportamento das personagens.

A personalidade de uni iati-

fundiário, Graciliano deixou-a Ira-cada nas páginas magistrais deSÃO BERNARDO. Ksle livro, sur-Rido após o lança me n to deCAETÉS, confirmou sobejamen-te as qualidades de autor rico deexperiência e possuidor de estilomarcante já anunciadas com o pri-meiro livro.

Em SÃO BERNARDO, PauloHonório conta a sua história, dis-

Considera que pude haver uma vidamenos árdua, onde os filhos possamir à escola, em que chegue a umfim a sua longa retirada. VIDASSliCAS é um belo poema de com-preensão, rie interpretação positiva'io homem, que, sofrendo agrurasinenarráveis, dá, sol) o sol de fogo,as suas energias para o enriqueci-mento e fausto dos coronéis, dos se-nhores de engenho, enquanto cresce

soube lutar conlra a intolerância, dequem acreditava e batalhava paraque o mundo deixasse de ser aquelemundo angustiante de algumas desuas personagens e pudesse vir aser um lugar onde as pessoas pu-dessem sentir plenamente a vida,onde as crianças fossem criançasmesmo meninos como aqueles daUnião Sovióliça u u e o fecharamnum circulo de beijos e esíu/.ianle

m^-kS?'1'- avT". V *^v*iiB™SM\w^S<'i;

?<<>»/*•

% jãÊrimmÈKÊ^*"%

WÊ&L ¦¦^¦'Mk^ -v / j,,'ví' .\&M'r & *: ¦l,T^^m^^m^kfMiS' '¦ l T-^^Mm^

ffiwmrauDixmVmwR9»mmw**iÊísi& ..¦:r^L',^^iü

A SI í '

iu(!'w

O iiimiic do peruano .fosé Carlotí ÍVIuriúlejrui é |ii)iico menos i|Ue ilesco-nheciilo no ISvasil, mesmo nos meios inleliictiuiits, Trata-se entrel.inlo dn umilos maiores escritores da América d« língua caslclluinu, com repercussãoliterária e. -folitica além dn» troiileirus de siill Cais,

Mariálegul nasceu em 181)5 e morreu em 111,'tli: miím curti, ile escritorpobre, com multo trabalho, e atribulada por penosa cnfurmidiulc. (.'omcçoiia tarimba de imprensa aos II anos. Desde 1918, enojado da «politica criolln»,sejrundo suas próprias palavras, orieiiloiise liara o riiuiinlisnío, rompendo anmesmo tempo com curtas tendências literárias dccadeniista.s e 1'ormalistHhile que impregnara seus primeiros escritos. Iim rins ile l!)l!) viajou para alOuiopa, onde permaneceu até meadciii de IIW8, pussando na Itália mais dedoi* ânus, ai presenciando ns acontecimentos revolucionários epie se sejrui-iam à niicrra e antecederam n duniiniu.iio du lascismo encabeçudo pelo iene-jrado .Mussoiini.

Seí.s esliuliis e sua e\periéiiciu o levaram au marxismo, Sun atividadecientilici e literária se desdobrou naturalmente um ação politica, u Mariálegulse toriu* em seu Cais um eminente líder du pensamento marxista, sem jamaisperder de vista as realidades hirtlórjcas e sociais da sua terra, da sua gente,do seu tempo. A negação do pensamento meramente livresco, dogmático, abs-trato, que é a própria negação do marxismo. Nisto reside o mérito l'undamen-tal da sua obra, e c isto precisamente que explica a natureza e o alcance dafecunda influencia de Mariátegui, entre a juventude peruana. Ai, edições suco-sivas do seu livro principal — Sete Ensayos cie Interprclución de Ia RealitlndPeruana — evideneiam e eomiirovam essa Inlliiéncúi.

Suas obras completas são editadas, agora, por empresa organizada pelouherdeiros de Mariátegui, o compreenderão duas series de III volumes cadasérie, Indo em formato uniforme u a preços popularen, Os titules e a matériade cada volume revelam :'i primeira visla o que realnienle significa a ninaextraordinária realizada pelo grande escritor peruano, Ias a lista dos lil vo-lumes já publicados:

1. Ln Esecna Contemporânea, primeiro livro de .losé Caries MariiU'-gui,edição rie l!)!ÍÕ, cuiitendo arligiiti sobre llguras v. aspectos ila vida políticae literária mundial; ¦>.. Slete Ensayos de Idterpretación rlé Ia Kcaiiclacl Poríia-na, cuja nrhneira edição data de 1028; :í. El Alma Matinal y Olras Eslacioncsdei 1-lombi'e cie Hoy; I. La Novela \ Ia Vida. Siegfried y oi Profosor Canella,Ensayos Sintéticos. Reporlnjcs y Encuesias; 5. Dclensíi dei Marxismo. Poléini-ia Revolucionaria; (i. El Arilslu y Ia Época, nsaios de estética e criticaliterária; 7. Signos y Obras, Analisis dei pensamienlo literário eontemporâneo;X. Historia de Ia Crisis Mundial, série de conierências priinuiiciadas em l!l~,'i; !).Poemas a Mariátegui, coletai i. de versos e prosa., dedicados á memória d'Mariátegui, com prólogo de 1'al»' > da; 10, José Carlos Mariátegui, Etapas de sua vida, estudo biográfico de .Maria Wiesse, seguido ile ensaios sobreMariátegui firmados por numerosos escritures latino-americanos,

Os II) volume» da segunda série obedeceu, ao mesmo critério de orga-ni/.aeâo.

José Carlos Mariátegui foi um denoilado combatente do pensamento mar-\ista na América Latina, o (pie (píer dizer — umi;uia ilustre e experimentado das lutas pela i.-hcrlaçán nacional e social dos povos (lesta partedo Continente. Suas obras constituem u legailuinestimável ile um di>s melhores representantesda inteligência revolucionária do nosso tempo,

lória triste i|Ue nem o caráter de a sua miséria e uumonlam sua-, alecria; o,:,!,, os \mWnau obiogra ia consegue despir de n.res. ,,, a/mo o fiesideaie da l „«=«. demus aspectos hediondos, indivíduo i:„, Ml-l.MORJAS DO CÁRCK- Ivriilorcs da i.eoore.a .,i.e ao b.-duro, cheio cie arestas, flagelando. IIK ,. V1AGI2M. enconlramos um ja-lc rlt-nurnslravu entregar ao es-se em laivos de egoísmo, perdendo material que nos permile compreen- 'irae'..:-:ro atr.ieo leda a.-ua almasuas ligações com os outros homens dei a sua atitude , m relação au na .irova da mai, prciiuutia e (li4-pela sua ambição, isolanclo-se em mundo atitude de uuem .sempre na amb.a.le. '

suas dores c|Ue nem seus recursoseconômicos conseguem diminuir,

cidade eío campo, entre o trabalhofísico e 'o trabalho intelectual.

Salgado Freire pensa assimporque não vê outra saida para oprogresso humano a não ser nosmoldes capitalistas, como se o ca-pitalismo, fugindo a toda a lógicada história, íôsse um regime eco-nômico-social destinado a perpe*tuar-se. Como se não lhe estivessereservado o mesmo destino quecoube à comunidade primitiva, aoescrayismo, ao 1'eudalismo: desa-parecer para ceder lugar a um re-ginie econômico-social mais avan-çado; que melhor desenvolva a*forças produtivas, as energias cria*doras do homem.

Daí sua posição ante o comunia-mo, que considera um simples «fe-iiòmeno de subdesenvolvimento» (p.J22), esquecendo que dois dos maio-res e mais influentes partidos comu-instas do mundo se encontram emvelhos países capitalistas: a Fran-ca e a Itália. O PC Francês, desdeo fim da guerra, é o partido majo-rilário da França, e nenhuma leieleitoral da reação conseguiu rou-bar-lhe a primazia, como não oconseguiram os milhões de dólaresderramados pelo Plano Marshallna Europa Ocidental, ou as amea-cas ditatoriais do general deGaulle, O mais que obteve a reaçãofoi reduzir-lhe, por manobrag sôr-didas, a representação parlamen*lar. Mas nem sempre é o parla*mento quem decide os grandesproblemas do pais, sobretudo quan-do ésse parlamento 6 uma más-cara cia ditadura pessoal e nãotraduz a vouinde do povo. Nosmomentos decisivos, as massasatuantes da classe operária fran-eesa estarão firmes ao lado doPartido Comunista. O PC d^ Itália.desencantou as esperanças da rea-cão: o seu recente Congrespo mos-troii seus efetivos: 1 milhão e 800mil membros, contando mais de•i milhões de eleitores Hoje, éimpossível na Itália um governoestável sem a participação doscomunistas o socialista, todos oreconhecem.

A atitude de Salgado Freireem face ao comunismo decorre da.esperança que alimenta ainda emrelação ao regime capitalista. Tema ilusão de quo os abalos periódi-cos que atingem o capitalismo «nãosão do regime em si, não implica-rão na destruição do capitalismoe sim em suo atual organização,que consiste em poucas nações ai*lamente indir-lnulizarlits, com altopadrão de vida, e em (orno delas,na periferia,, centenas de povosfracos, pobres, vivendo a mesmav'dn dos nossos antepassados,como se não existisse a técnicamndcrnà. Ê necessário humanizar-se a ai uai organização do capitalia-nio internacional, (p, 22;)).

Se o capitalismo fosse issoeom que. sonha Salgado Freire jáMão seria capitalismo, tampouco'<_,imperialismo seria imperialismonão explorasse e oprimisse povose os trabalhadores do próprio paia.Salgado Freire cai no conto dovigário do .capitalismo popular»' humanizado.») que tanto alar-ileianj nos últimos tempos os ideei-lugos do imperialismo, .sobretudoios listados Unidos, Como se fossepossível luiim i ,.ar a escravidão,que constitui ssóm ia mesma doregime cupilaliaia, incapaz de so-hreviver sem a < xpiovaçáo do ho*mern pelo hóm 'm,

No en!lem uniaciara do qu

o general" denomina.

i^''i'."l^^

Monlr-loc | on \T»\S

I ra r f* Ef I Jm 1 ^ í; ir"EA: í*. "~M,'»~™t*™raí,i*I«»-*^."'.'»'"*^.'.™~.«.r/.r-J^»~^^ ,> '$&,,,

,m wJ i. J V*K\1 f li* í *

Má personagens de Gracilian iqtte sao estranhamente mas. i\l.isporque, isoladas em sua ambiçãoindividualista, desgararm-se tU>> vin-culos humanos da existência, nãoconseguindo compreend bemdas coisas simples, a beleza e a I». i-dade das atitudes verdadeiramentehumanas. Do meio dessas perso-nagens emergem, aqui e ali. figti-ias mal esboçadas que fogem á ob-sorvaçfto anterior

Iiá uma personagem pi im ipal,porem, que cresce o se afirma-dian-te de nós pela sua aiiltide lace avida, pela sua luta inabalável pei isobrevivência, sem o flesespèro ara-quilaclor, mas imbuído de confian-ça o de esperança. Tal figura é Fa-biano, de VIDAS SFCAS.

Compreendemos que na figurasimples do caboclo nordeslino, fu-gindo às secas. Graciliano liamoscolocou ioda a sua ardente sim-palia p Io homem, ioda a ma con-fiança em que do uma condição pre-caria de existência pode o inlivi-

U "'"""í f"\ *'»!"¦»<' Loba Io. Seufluo sair para a luta por uma silua-

" ™ ^ f! .rU'¦,i,n"";° ",!,z." vm'ção melhor. A„ contrário dos seus

'' ,'

Nl-i'mh;i ,"'n Iraduçuouc n

,„c,,,.. I!„ V tf\Au ..,:.ci,. . í !i) S--Í il r-,.'ia\ i.'.|vi|íla .

Wíi~ r""''r''< '':d !' nsjiop^ir.u ínl. ,,, .,¦,., >M c .,..,,..,.,., ri,. vTf

#' St.pranil? , ,,... , ;ri;r ¦.,. .,„..., , ,:^.r[.,..; ."•

^K^qnnja nff|url.>!j4m« vAUnrm vn- ,- \^.7t.. rniM,-: . V'.'yíjSflí.

líin.-itlnn «imnp ;,¦ :; ,,,,'r"'1CKÍ»,,''.'"'!"k Miikíj \elrtiirKsti' Cie .¦.,/!,.¦ ..,¦•¦. ¦¦-"'a, '.',

CllVWl.Mr*.v.')»^V;;frl,im,i silkr\'7i.|rt-!«^.rrc.•:.y»^v;;r¦r|,im,l Sllkr\'7i.|rt-i«. ... ¦í,\

vn ton^Àl^^^^mAim^mr^»S!i^^f':U-k.s nw"Wlmffl®»*W$P*t:.

'•¦ir lei ¦

'vrru.i. fliilrq, nc. I»rrvii'v ii.

Salgado Freireoaii.reensã» bastante

é u imperialismo —Ih lutnda», comu eleKcconhcce seus efei-

tos maléficos cm nosso pais, suacapacidade corruptora, seu empe-^il,u

l|e ira.ar o autentico pro-grosso d,- , poro.-!, ()s dados que cita'io convincentes «este sentido.Refuta cora valor as teses anti-dcsenvolvimcnlislas de um dos1'rnicipais adviiguc*js doa inferes-K;.'s do raim i estrangeiro no Bra-»'l. o «r Museuio Cíudin — porão-ll;1Sci ' cot i ai e de seu livro

Km i siu ,, PARA ONDE' e uma obra de/lei'., a le combati-•sso do Brasil, o11 l;Ovo, dçiHincia

.'"•'"inlismo. li; um¦"cie confiança no'"•'sso país. Falta-lhe

pyvm uma perspectiva mais am-;»i o a marcl-.a da human"' i;i"i,! '«esmo, e o reconhecirnc.iito d(

¦ um

mérilnsv tinr-nle obem-estaros mule.slivro quefultiro ue

(> jornal lilu;iii(i TIFSA <\ 'o I• íl >ADE) iniciou a publicação

outros livros, VIDAS SKCAS te Anüuias \'--iiivul -lias >'¦ um ei.mina com um sonho de esperança "''^,. ', ; ulieiro litiianu ijiie \iveit mar.!;.nibnra.r,oma„.!oaeslra'la,lere- anos em S Paulo, onde en)mu a-m s'm!le. „l.i.uite, l-abianu sente-se coiitenla. conlucio com u.s traUdhoa de Loh.i- h;„;

ii da de cmesmo,

quanto o socialismo,experiência e espectativa' fi»»a "um único ^afs e que.

p liojc i".'., terço da huma-;i:,'!,("'' lieHtíis quatro décadasansiormou a lace do mundo fa-vm-ece-ulo e iVuütando a luta dos"'"'••''''dores e de cada povo —!',

'lf' 'V'asi1 l»mWm - por sua.i*-a/;io ceniiomica e nível porunia vida melhor.

i '. em !ac-l!0 .\l"_i'i-

( i «htrunndc cr,/ ,, fírnsil?»— '..'«<r>n, Conquista —

Page 6: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 6 NOVOS RUMOS18 a 24 de março de 1960 —

UNIVERSITÁRIOS EM GREVE EM TODO O PAÍS

Falcão EnterradoChoro

em Vela

Teatro i Romanofffe Julieta

se mN

«Concordatário fraudulento, elei-

to com dinheiro do contrabando, in-

cendiário dos arquivos do IAPM para

livrar-te do processo por peculato, ad-

vogado do Orquima, golpista empe-

dernido» inimigo da Petrobrás e do

desenvolvimento, arrivista do Govêr-

no —- de quem se aproximou após

ver abortados todos os seus planos vi-

sando ao regime exlra-legal — sócio

do grupo de Aldísio Pinheiro, pirata mo-

derno do Ceará, atirador de bombas

na COFAP para desviar a atenção do

povo do aumento da carne pretendi-

do pelos frigoríficos estrangeiros e

para levar à demissão um Chefe de

Policia patriota que não se deixou en-

volver por suas manobras, autor de

articulações contra a legalidade nos

recessos do Parlamento, espancador de

estudantes, homicida confesso de crian-

ias e hospitalizados; fascista, enfim».

Eis como a União Nacional dos

Estudantes, em nota distribuída à im-

prensa, define Armando Falcão, que

ainda se mantém como ministro da

Justiça.

Greve de oito dias

Com a finalidade de esclarecer o

povo — mediante comícios, debates e

passeatas — a respeito da Lei de Di-

retrizes • Bases e ampliar a adesão

popular ao movimento contra o mi-

nistro Indesejável, a UNE decretou gre-ve nacional por oito dias. O movi-

mento paredista alastrou-se rápida-

mente pelo país inteiro.Embora a greve tenha uma du-

raeflo limitada, os estudantes adver-

tem que seu fim não implica na sus-

pensão do movimento em prol do afãs-

lamenta de Armando Falcão.

Manifestações

Vários atos foram programados

para oi oito dias de greve. Dentre eles

ressalta, por sua importância, o comi-

cio de quarta-feira passada diante da

Câmara Federal.

Numa demonstração que já se vai

tornando comum, o «cadáver» de Ar-

mando Falcão já percorreu as ruas de

Belo Horizonte, S. Paulo e Recife. No

Rio, à entrada do prédio da UNE, há

um velório dos «restos mortais» do

ministro, cuja duração está prevista

para os dias de greve.

Solidariedade

O movimento grevista dos estu-

dantes »e m recebido a solidariedade

ativa de quase todos os sindicatos do

país, assim como de Comitês Nacio-

nalisfas pró-Lott-Jango.As visitas a parlamentares feitas

no DF têm contado com a presença

de estudantes, operários e funcionários

públicos, que apresentam seus proble-

mas específicos mais candentes (dire-

trizes e bases, leis de greve e previdên-

cia social, e reclassificação) e, como

reivindicação comum, a demissão do

ministro Falcão.

Os comitês pró-Lott-Jango da Leo-

poldina, em reunião conjunta, delibe-

raram enviar um telegrama ao presi-

dente da UNE, solidarizando-se com

as lutas estudantis, e outro ao Maré-

chal Lott, solicitando Intervenção junto

aos partidos que apoiam sua cândida-

tura para que eles concorram para a

substituição de Armando Falcão.

D. Jaimesolidáriocom o pecado

A União Nacional dos Estudantes

enviou ao cardeal Jaime Câmara o se-

guinte telegrama:

«Estranhamos Vossa Eminência es-

t e j a solidário ministro Falcão mons-

truoso pecado espancamento juventu-

dee bombardeio Hospital Souza

Aguiar culminando morte recém-nasci-

do. Estes não foram ensinamentos de

Cristo. Respeitosamente. (Ass.) Paulo

Totti, presidente em exercício da UNE».

1 %, f Â*M^J^m\ \\\\\\m»J' ¦ **W Í*V \^wo i—4 $ms\\\Vfc rJsw ^Êem. ^ttwW utssM JJissssssI B f% *nm t%tW. ^r^^ ^ssssWemsw

'0fjm aH ¦ tfjj ff ¦ ijM-.

—' £*-vulWm'- '¦'' *¦¦¦•"•''¦¦ ¦ *'«^...•^.fjfell ¦*•'-<" Ji^**:-",ym"€Á ''«Hül ' ' ' * • r(yW '&°

*2%>ã f/•..,..*.- ui ¦¦¦¦ - »«r<-- »

A PEÇA, como o título Indica, trata de uma paródia ao tema lendário doamor de dois Jovens, acima das divergências ou inimizades familiares. No caso, osadolescentes são, nada menos que a filha do embaixador americano c o filho doembaixador soviético. O local da ação é um simpático país neutro, muito democra-ta e liberal, país em que soldados e generais — no caso, além de general, presiden-te da republlqueta — conversam em pé de igualdade. E se comovem Igualmentecom o sofrimento dos amorosos, combinando entre si, os meios de ajudá-los. Comosempre acontece em tais casos, os respectivos papais tinham escolhido e determinado os futuros conjugues de seus rebentos, de acordo com suas conveniênciase sem maiores conultas aos interessados. Do lado americano, o jovem filho doindustrial das geladeiras e outros utensílios elétricos. Do outro lado, a capitada marinha mercante, Jovem nada feminina mas cheia da mais inabalável firmezaideológica. A mamãe americana é romântica e torce decididamente pela vitóriado amor. Mamãe soviética tem como aspiração máxima a compra de um chapéucom plumas, papai se rebela contra o caviar que constitui o seu invariávelcardápio — que é uma das maneiras de se demonstrar ao chofer e espião quea família permanece fiel ao regime e guarda, no estrangeiro, os hábitos na-cionais. Em ambos os lares os Jovens são confinados em seus quartos, comocastigo ao ato de desobediência e, digamos, segundo o autor, de traição a seuspaises. Mas eis que o nosso romântico general-presidente toma a si o encargode dar fuga e promover o casamesto dos jovens, obtendo o mais completo êxito.Convidados a participar das comemorações de uma das inúmeras datas de inde-pendência do pequeno pais, os dois casais de embaixadores comparecem formaise são, sem que o saibam, testemunhas do casamento dos filhos, cerimônia rea-lizada pelo sumo sacerdote, Evdokia Romanoff, além de um vestido muitoelegante, ostenta o belo chapéu com plumas, que seu marido soviético em ummomento de terna compreensão ofereceu-lhe de surpresa. O «espião» em umacrise de misticismo, resolveu refugiar-se em um austero convento e nós o vemosacompanhando o ritual do velho sacerdote. O casal americano, voltando aosentimentalismo dos primeiros tempos, combina, astes de sair, umas férias adois. Só a capita e o vendedor de geladeiras estão ausentes. E náo é difíciladvinhar que no fim eles aparecem devida e mutuamente consolados. E tudo

termina muito bem, com a vitória do amor e da coexistéscia pacífica, com a

confraternização das duas senhoras elogiando-se os respectivos trajes, e os

papais conversando. Tudo, sob o olhar feliz do presidente do pequeno país em

que nào se pode dar salvas em dia de festa «porque as crianças jogaram terra

na tíôca do canhão e nasceram flores... «A peça é dc autoria de Peter Ustinov,

ator e dramaturgo inglês, filho de russos, nascido em 1921, combatente na últi-

ma guerra, pacifista, autor de várias peças cheias de humor satírico, entre a»

quais «O Ámôr dos Quatro Coronéis» é amais coshecida.

Boa direção, elenco homogêneo. Exce-

ção feita à jovem Amélia Bittencourt que pre-cisa esquecer Caeilda Becker e começar aser ela mesma!

Beatriz Bandeira

Palavras CruzadasHORIZONTAIS

1 — Tornar saliente; dar relevo. 8 —Conduzir, transportar. 10 — Antes deCristo. 12 — Soberano. 13 — Instrumento

E' dificil citar um velório que tenha sido

UUC OS ÍMIOS tà° 'estivo quanto o de Armando Falcão

na sede da UNE. Moças bonitas, exce-

lentes piadas, um ambiente de grande

fll°íirn timCni alegria. E tanta gente queria ver o «dc-funto»,

que os jovens foram obrigados

a estabelecer em oito dias (14 a 21 do corrente) a duração do velório. Durante

esse período não haverá aula nas Universidades do Distrito Federal, assim como

em estabelecimentos de ensino superior de outras cidades do Brasil. O «defunto»

é «tão querido» dos estudantes, que inclusive cm cidades distantes estão orga-

nizando caravanas para vir ao Rio prestar a última homenagem ao «morto ilustre»

P5E5B?ÍZlLMÍÉlII~~_y ¦!

O essencial era dominar a impaciência. Do contrário se

atiraria a chuva, sem capa e sem chapéu, e então a veina

bronquite crônica não respeitaria conhaques para reavivar-se,

impor-se aos medicamentos, atirá-lo à cama, transformando-o

em um pasto para os lamentos e as recriminações de tia Ecnte.

Olhou em torno. Nada de importante. Gente comum.

No saguão do velho Fórum, onde se abrigava da chuva per-

sistente, coisa alguma que exigisse atenção, despertasse inte-

rêsse, fosse suficientemente poderosa para distrai-io.

nhum jornal. Sequer o livrinho de palavras cruzadas que

habitualmente conduzia no bolso traseiro.Na ruazinha agitada, caía a chuva miudinha, dessa que

se prolongam horas e horas, a tudo invadindo porque os

ventos parecem levá-las à toda parte. O jeito era dom nar

a impaciência. Indispensável ser forte. Tia Edite falava

muito no poder da vontade. Os exemplos da família eram,

no particular, numerosos e heróicos, a começar do avô, que

deixara de fumar aos 62 anos. O avô Benicio Çon5'der.°U

que talvez fosse uma boa idéia rememorar as lições dc in-

Olês... He wanta an apple.,. He wants a book... Nao, tolice.

Não havia ambiente. Nào havia silêncio: os bondes rangiam,

as buzinas gritavam, os murmúrios cresciam, a chuva caia,

miudinha, molhando a rua, as casas, molhando as mocinhas

que passavam e os homens que corriam.Em volta no saguão, gente comum. O velhote, no canto,

com um jornal sob a axila esquerda, seria um funcionário pu-

blloo.Com certeza. Lá estava, todo vulgar„olhar sem expressão,

sem protesto contra a chuva, Impertinente, quieto no seu canto,

passando pela vida ao invés de vivê-la. Casado, necessária-

mente. Talvez a esposa fosse uma outra tia Edite, mais ma-

gra decerto. E falastrona, reclamando detalhes, papagaiandoadvertências ordinariamente boçais. Evidente: o velho era

um transeunte bem comportado, suficientemente desfibrado

para atender a todos os sinais do tráfego de todo-o-dia, pri-

sioneiro de hábitos bolorentos e de uma esposa de Ql inte-

rior a 25, mas enérgica, mandona, cheia de advertências —

tal qual tia Edite. .Havia, também, abrigado no saguão, o casal de jovens,

ela loira e dentuça, êle sarará. Um pouco mais vivos que o

velho, por força da Idade e de desejos vulgares, também pró-

prios de cavalos e éguas; de qualquer forma, sentimentos que

tia Edite nunca experimentara, salvo surpreendente engano.

Não rinchavam, claro está, mas se esfregavam sem muito

escândalo. Êle beijava-lhe o ouvüo direito e ela procurava,

em vão, conter a tremedeira, afastando-se alguns centímetros,

retornando, segundos depois, para a posição antiga, à espera

de outro beijo, outra emoção, outra tremedeira - e aquilo

se repetia, quase cadenciadamente, tal qual a chuva miudinha

que cala, caía, como os bondes que rangiam, rangiam... fc

afastada, mas não o suficiente, aquela casa de discos, de onde

vinham os versos do uma canção:«Que será...Será...» ..Tudo mudou, ou pareceu que ia mudar, quando a veina e

O jovem chegaram. Ela carregava um embrulho, ele sobra-

cava um estõjo de violino. Falavam alguma coisa. Ouviu

si velha dizer:«Já é tempo!»

E ouviu, igualmente, o rapaz replicar:«Náo, ainda não!»

Alegrou-se. Acendeu um cigarro, tragou-o com gosto,

eentindo a fumaça penetrar nos pulmões, da base ao cimo, e

a soltou, devagarinho, enquanto caminhava dois ou três passosem direção ao rapaz e à velha. Precisava ouvir melhor. O

assunto que discutiam seria da maior importância, A velha

era a màe — bem se via — mas o jovem a tratava com

estupidez:«Não diga besteira!»

Êle quase gritou e a velha, por alguns segundos, perma-

neceu calada, como se meditasse. Um instante apenas, porque,em seguida, querendo persuadi-lo, falou:

«Repare, Dinho, sem esse dinheiro, nós não...»O jovem interrompeu, quase brutal:

«Cale-se!»A velha obedeceu, fixando os olhos no chão, como se qui-

nesse evitar lágrimas. Em silêncio, então, os dois ficaram,

e tudo voltou a ser como antes: a chuva caindo, os bondes

rangindo, os versos que se repetiam, os versos da canção:«Que scá

Será...»

Conto de ARIOVALDO MATOS

Minutos foram passando, a irritação dc novo reapareceu,agora gravada pela curiosidade espicr.çada e não atendida,Que haveria, de conflito, entre o jovem e a velha mãe, o jovemque sobraçava o violino, a velha que carregava um embru-lho e não ousava encará-lo?

Mãe e filho, ele acordo. Olhos azuis e gestos áqeis, co-muns aos dois. Comuns, também, os cabelos còr de bronze,os lábios finos, as mãos longas e delicadas. Ela falara em

«Já é tempo» de quê?«Ainda não» por quê?Era indispensável, absolutamente indispensável, que con-

tinuassem falando, matassem aquele silêncio, não permilindoquietude bolorenta ao velho funcionário; não permitindoaquela scmvcrgonhice da tremedeira; não deixando que a lem-branca de tia Edite volla;' i, e ela ame- i-a voMnr! Era

necessário que discutissem. Esclarecessem a causa do con-

F. Lemospara trabalhos agrícolas ou de conutru-ção. 14 — Grande embarcação. 16 —Preceito que deriva do poder legislativo.17 — Indivíduo que mata alguém. 18 —Negativa. 19 — Cloreto de sódio. 20 —Contração da preposição «a» com o ar-tigo «o». 21 — a primeira mulher, segun-do a Bíblia. 23 — Símbolo químico doLantânio. 24 — Nome de duas plantasdn família das Icacináceas. 26 — Gran-de porção de brasas.

VERTICAIS2 — Forma arcaica do artigo «o». 3

Estudar. 4 — Que subverte; que des-trói (Feminino, plural). 5 — Do verboIR. 6 — Vento. 7 — Homem sem ener-gia; palerma (PI.) 9 — Pequena clausurade cana, verga junco ou arame. (PI.). 11

Casa grande. 13 — Relativo a penasjudiciais. 15 — Emprego de qualquer coi-sa; moda. 16 — Lírio. 21 — Ave pernalta22 — Nome próprio masculino. 24 —Cidade da Caldéia. 25 — 0 substrato ins-tintivo da psique.

RESPOSTAS DO PROBLEMA N< IHORIZONTAIS: 1 — Opa; 4 — Ias; 5 — Um; 7 — Já; 9 •— Anão: 10 — Joio;

12 — Tio; 14 — Bar; 15 — Ar; 16 — Fim; 18 —• Só; 19 — Farol; 21 — Asaro;22 — Era. VERTICAIS: 1 — Oi; 2 — Par; 3 — As; 5 — Unir 6 — Mão; 7 —Job;8 — Aias; 9 — Ata; 11 — Oró; 13 —Tirar; 16 — Fase; 17— Mora; 19 Fá;20 — Ló;

nica projetando-se no mundo artístico do país e — quem sabe— do mundo. Aquilo tia Edite nunca pôde compreender, em-bora êle insistisse em explicar: os talentos que a miséria esma-ga, as inteligências que a fome brutaliza, as vocações que todoum sistema fundado na desigualdade de chances impede quese afirmem e impulsionem a Humanidade no caminho que háde permitir festas em todas as ruas e canções em todas asbocas. Mas, era preciso compreendê-la. Não, muito injustotratá-la com impiedade, olvidando que, vitima de terríveispreconceitos, pela família impostos, não se realizara comomulher c bem cedo se resignara a criá-lo, amanfo-o como aum filho; mas amando-o sem o compreender, sem perceberque com aquelas advertências, aqueles hábitos, aquela vulga-ridade infinita, estava a ponto de fazer-6e odiada. Acon-teceria também assim com a velha c o rapaz? — Mulherescomo tia Edite existiam cm profusão. Náo lhes palpitasseainda a vida, e deveriam ser colocadas em Museu, de modoque pudessem ser estudadas. Terríveis libelos contra os pre-conceitos boçais, o atraso cultural, os dogmas morais que In-ginieros... Exagero imaginativo! A velha tinha o olhar meigo,havia doçura em seus lábios finos, e quanta calma, que augustacalma, nos gestos acomodados! Nada que justificasse aquela

dinheiro. Não podia haver dúvidas: viviam com dificuldades,

A velha estava com um vestido cosicado, sem qualquer aga-salho e os sapatos do jovem — era fácil ver — já tinham

suportado mais de uma mcia-sola. Nos gestos, na voz, nocomportamento, nada tinham de vulgar. Irritavam, apenas,

pelo silêncio, quando era necessário que, como antes, discutis-

sem, falassem, fornecessem maiores elementos, de modo quea imaginação pudesse trabalhar sobre uma motivação maisrica. Muito bem: havia o problema do dinheiro. Quanto7

Para qué?Recordou, então, que a velh.i dissera "já e tempo» e o

rapaz replicara «ainda nào». Que significava isso?

flito, excitando-lhe a imaginação ele sorte a ajuda Io a vencer

a tortura daquele terrível ambiente, com a chuva miudinha a

cair, os transeuntes a desfilar, aqueles versos a repetir-se,

sempre os mesmos, estúpidos e tão insistentes quanto as ad-

vertencias de tia Edite.«Já é tempo», de que?«Ainda não», porque?Talvez o rapaz fôsse um músico de talento. Posrlvclmen-

te a mãe o aconselhava a abandonar os estudos («já é tem-

po») e ingressar numa orquestra qimlquer ou num conjunto

mambembe, ganhando algum dlnhcirlnho, e êle recusava o

suicídio artístico com aquele ' ainda não»! Sofressem. o<= dois,

mais alguns anos, ao correr dos quais êle aprimoraria sua tec-

vinculação. Talvez a discussão entre a velha e o jovem re-sultasse de causas bem diversas. Quem sabe se o rapaz nàotinha «adiantado o expediente» com a namorada, provável-mente sua colega no curso de violino?

Aquele «já é tempo» talvez fôsse um conselho ditado pelahonra. Se éle a tinha engravidado, casasse com ela. Aorepelir a proposta, o rapaz... Não nào sc trataria disso, por-que aquela frase referente ao dinheiro indicava que eles pre-cisavam... O dinheiro estava no centro de tudo. Era o es-scncial.

Em dado momento o rapaz decidiu:«Vamos, mãe».

A velha concordou, aconselhando:«Olhe a chuva, ande depressa!»

E partiram, deixando uma fatia de conflito, um pedaçode drama — e éle, agora novamente cercado de gente comum,gente que nào molda a vida, mas por ela é moldada, sofriauma insatisfação torturante, um desejo louco de correr, alcan-çar a velha e o jovem, perguntar-lhes:

«Já é tempo de que? Ainda não por quê?Contcve-se, amargando, na boca, um gosto de fumo (ago-

ra os cigarros pareciam mofados, a garganta ardia, os brón-quios piavam), e a chuva caia, c as pessoas andavam, c osbondes rangiam e a canção terminava:

«Que será...Será...»Era impossível suportar mais. Saiu à chuva, sentindo-se

feliz. Um mundo novo, eis o que encontrtíu. E desejandofrui-lo, sem limitações, entrou na pastelaria mais próxima;pediu um «traçado». Antes que o garçon o atendesse foi aotelefone público, e, após alguns minutos, falou com a velhatia:

Sou eu. . . Hmmm. Eu sei que está chovendo. Sim. Ago-ra escute: vá na minha estante velha e apanhe algum livropara ler. Sim, vou demorar. Nào, náo. Chuva coisa ne-nhuma! Fique tranqüila. Até...

Voltou ao balcão, ingeriu, com requinte, o «traçado» (go-zando o calor que do estômago se irradiava para todo ocorpo) e sorriu com a definição que um samba ensinava:

«Gafieira de ricoé '.boite. . . >Mundo novo aquele. A chuva miudinha, os bondes ran-

gindo, as buzinas nervosas, homens e mulheres desfilando, êlecaminhava também integrando-se, completamente.

Junho de 56O coclío "A Chuva" foi extraído do livro "A dura lei e/.<

homens" do jovem escritor baiano Ariovalda Matos, recentementepublicado pela Livraria São losí- com um prefacio c/c Jorge Amado.Base livro obteve, /lá pouco tempo, o primeiro lunar num concursode conto': instituído nela Prefeitura Municipal de Salvador."A dura lei dos homens' é o segundo livro de AriovaldaMatos, que estreou em /955 cmii o romance "Corta Braço". Olivro in foi lançado em Salvador, numa tarde de autógrafos naLivraria Civilização liastleita e terá o seu Imitmnrnta feito nestaCapf.l nus vrr-.mas semanas, na lotaria São Icffâ;

Pi. -cntemeiite. Atiovaldo Matos, que è também jornalista,ir.ih ' ,i na wi ¦•• M ... i dc um tivto cm inic tfunsiiutüA js l.i|/ks-Si>t'.-) UUC CViVil/IJ ilC btUtò Vtih/CIlS Ü litttíUiHi

Page 7: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 18 a 24 de março de 1960 n«HIj|pBmM| L.

Revolução £iihana -: 'fiB

Porque Serie de Eiempl© ¦|§|— "Cuba cala ameaçada de calúnias, de propaganda hostil com des problemas que a revolução temgreuao por parte cios Estados a intenção de nos desacreditar dian- que enfrentar para tirar" seu povonidos», disse Fidel Castro num te da simpatia espontânea dos ou- da miséria, da ignorância, do de-

agreUnidccomício realizado na Universidade tros povos, come., também com ba-de Havana, para homenagear os es- se.-;, contra-revoluções e outrostudantes que, há três unos, tenta- meios para atacar-nos no momen-ram invadir o palácio le BatistaConfirmando a acusação do primei-ro ministro cubano, o exército e aaviação norte-americana levam aefeito há algumas centenas de qui-

to oportuno»,Até quando?

— «E a pergunta que fazemos ò:quando vão deixar de nos ameaçar?

lômetros do território cubano uma Quantos anos ficará nosso povodas maiores operações jamais rea- nestas circunstâncias? Quando vãolizadas pelos Estados Unidos em terminar com a.s notícias calunio-tempo de paz. Vinte mil homens, sas, quando vão acabar com estaquase mil aviões e mais de dez mi- campanha de imprensa, quando vãoIhões de dólares foram empregados deter o.s aviões

semprego e das doenças, ainda porcima precisa enfrentar os inimigosque tle dentro e de fora do país aameaçam.

— «O fato de que tenhamos deBastar dinheiro com armas não éculpa nossa, e sim dos agressores,dos criminosos e seus aliados e pa-trocinadores, Se não estivéssemosameaçados de agressão, se não es-tivéssemos cercados de bases deagressão, se não tivéssemos inimi-gos, poderíamos defender a revo-

pela Governo dos EE.UU. com explosivas e ineendiárias sobre nosevidente propósito de ameaçar e in- sas usinas de açúcar e contra nossotimidar Cuba. povo, quando vão acabar com a.s

— «Essa crescente ameaça», dis- manobras militares, quando vãose Fidel Castro, é, por um lado, acabai' com as ameaças de agres-

s que jogam bombas lução com a opinião pública, a maio-

patrocinada por poderosos interês-ses que agora tentam cercar-nosnão somente com uma cortina de

são econômica contra Cuba?» —insistiu o chefe do Governo cubano.

Disse Fidel que além dos grau-

Cubaameaçada

Fidel Castro acusou abertamente ns Listados Unidos dc tramaremAgressões e provocações contra Cuba. A acusação 6 feita por alguém (|tiütem a enorme responsabilidade dc dirigir um Governo revolucionário apoiadomaciçamente pelo povo de seu país <- qu« conliece perfeitamente nsperigos que o ameaçam. Além ilis.su, o primeiro-ministro cubano não fala novazio: as provas estão aí parti quem quiser ver. (I Governo deis listado-,Unidos 1 oi convidado inclusive a mandar peritos a Cuba para verificar aprocedência das acusações. Se até o momento não mandou foi porque jásabe que elas são verdadeiras.

Os aviões que bombardeiam o território cubano, inclusive a casa dopróprio Fidel Castro, saem dos Estados Unidos, com pilotos iiorte.ainerlcniin.s,com bombas norte-americanas. Quem poderia ter leito explodir o cargueirofrancês com arnuis paru Culta senão os inimigos internos u externos da revo-lucilo ? Qual o objetivo dos norte-americanos ao instalar unia estação derádio dirigida a Cuba, senão aumentar o caudal dc mentiras e provocaçõescontra seu Governo? K como explicar as manobras militares, que os pró-prios círculos políticos e as agências Ímperialistas classificam de as maioresjamais realizadas pelos listados Unidos em tempos dc pa/, assistidas pelopróprio secretário do exárclto norte-americano, general Brucker, (que rci-cii-temente formulou ameaças a Cuba no Senado americano), senão como tenta-tiva de intimidação aos cubanos ?

Mas não param ai as manobras dos listados Unidos contra ii revoluçãode Cuba. O Governo de Elsenhower continua disposto a arrancar do Con-gresso uma modificação da lei do açíicar que dè ao presidente, o poder, que bojeêle não tem, de alterar i\ sua vontade as quantidades importadas pelos Esta-dos Unidos de Cuba e outros paises latino-americanos, Se até boje Eisenhowernão definiu claramente sua posição, isto se deve à repercussão negativa daopinião pública mundial e não ã sua vontade; ou ã disposição diislnonoprtllos.Ao mesmo tempo, o Departamento de listado efetua uma pressão constantesobre os paises latino-americanos com o intuito de colocá-los contra Cuba,ou de, pelo menos, neutralizá-los diante de uma intervenção aberta ou masca-rada. No lirasil, o sr. Pio Correia, chefe do Departamento Político do Itlinia-rati, recebe da Embaixada dos Estados Unidos declarações apócrifas atribui-das ao nosso embaixador em Cuba e as transmite a imprensa.

Derrubar o (inverno revolucionário cubano, entretanto, é nina tateiainfinitamente mais difícil do que o foi a derrubada do (inverno democráticoda Guatemala, em 1054. O clima de guerra fria, que permitiu aos EstadosUnidos realizar uma diplomacia de baioiictas, foi coi õdei-áveli ¦¦¦ .>«•• afastado.Internamente, o Governo cubano conta como apoio decidido e armado da maioria dapopulação. Com a solidariedade efetiva dospovos tia América Latina e ilo mundo inteiro,

a revolução cubana tornu-se Invencível.

ria do povo e não necessitaríamosde gastar um só centavo na defesa,em armas».

Não seremos derrotadosReafirmou Fidel Castro que Cuba

não teme qualquer agressão exter-na, mesmo que parta de «fôrçasmaiores de exércitos regularcs quepossam ser enviadas contra nós, jáque o povo cubano pode enfrentara luta com êxito».

Lembrou Fidel o exemplo dos na-cionalistas argelinos e disse:

—¦ 'Temos mais armas do queos patriotas argelinos. E esses ar-gelinos estão enfrentando com êxi-to um exército colonial de meio mi-lhão ou mais de soldados podero-samente armados».

-Os inimigos da revoluçãocubana querem destrui-la porqueconstitui um exemplo para outrospovos. A revolução cubana gozade simpatia cm toda a América La-tina e entre parte do povo dos Es-lados Unidos, apesar da campanhada imprensa reacionária», disse Fi-dei, E prosseguiu: «O símbolo darevolução cubana é o cubano quetrabalha com uni fuzil a tiracolo..Se abandonarmos o fuzil, estare-mos perdidos. Se abandonarmos otrabalho, estaremos perdidos».

Castro denunciou também comoagressão as tentativas de mudan-en. na lei do açúcar norte-anierk-t-na, que colocaria a economia cuba-na na dependência do presidentedos EE.UU., concluindo:

«Não têm o direito de fazei:isso precisamente aqueles que afioos responsáveis pela pobreza daeconomia.de nosso país»

ÁBM compramáquinas

A Associação Brasileira de Municípiospelo prefeito Antônio I.oilianlo Júnior,

que negociaram com a KDA a compraconstruir estradas nar

esteve representada nu Feira de Lelpzigá esquerda, o pelo deputado Aniz Badra,dc máquinas de tcrraplaiiugeii) que Irão

i liDü cidades brasileiras.

ÉiiMiWKiiiI $ 'ã '¦k .-.. i!,. -.

llft ^ ip1 9 (t^ éF* ¥%. (f%B11€1 u IvvCiUm

í m \J 1 iCillCli

LEIPZIC! • ¦ i|)n correspondente deN'.R. na R.D.A.i -- Encerrou-se no<tia 8 de março a Feira de Letpzig, umadas mais Importantes de todo «.< mundo.Para so ter uma idéia do movimentotia Feira, hasta dizer que nela tomaramparte quase tu mil expositores de ãl

mais simples, como a Indústria do ali-mentos e perfumadas, aos mais com-plexos, como automóveis, aviões a jatodo.- mais modernos e máquinas apor-loiçoadas. Deu t.unhem uma visão sur-preeiulonte do progresso'da indústria da

^pública Democrática Alemã desde opaises. inclusive o Brasil. A Feira ocupou lim dn guerra, Apesar de todas as dili- |

Desarmamento:comissãovolta a reunir

Iniciaram se lérçu-lcirn es Iraballiosda Comissão de Desarmamento da ON! ,da qual la/.em parle ã países ciipilalistase soeialixta.s'. A Comissão de l> "usi íu.".-menlo, que havia paralisado nciis ira-lialbos, foi reoriraui/iida por acordo eu-tre os chanceleres das quatro potênciasem meados do ano passado.

Na reunião será estudado o plano so-viético apresentado por Krii iliim uaONU e que prevê n tlesarmanieto uni-versai em quatro anos, com a tli.tsnlu-ção dos estados-maiore.s militares areconversão da produção nuclear exclu-sivamente i fins pacíficos e a liquida-ção completa dos exércitos.

As vésperas do reinicio dos Irilbtllbosnu Genebra, os paises capitalistas ela-lioraram um plano de cnmpromix.su (piese preocupa muito mais com o contró-le du Informações militares do que pro-priaiiiciite com o desarmamento, seniindicar precisamente prazos v. nh 'is

paru o tlesoriiuimento. Apesar .dissonão estão afastadas as possibilidadesde acordo, diante da pre são mundial,

Frondizi

{derrotado)

ameaça o povoDiante da derrota eleitoral que sofreu

mis eleições parciais de i.a Pampa.Frondizi resolveu investir com maislorça ainda, conlra as Instituições de-mocráticas na Argentina. Foi resta-hclccida a pena de morte, que putleser ditada por tribunais militares deexceção contra os «terroristas . Aomesmo tempo, o i>nvèruo de Frondiziresolveu levantar o estado dc sitio ape-nas durante o dia dus eleições geraisparu renovação de um lérço do pariu-incuto, tio dia 27.

Mesmo passando por cima da justiçaargentina e impedindo os peronistas ecomunistas de concorrer ás eleições,Frondizi não conseguiu evitar que quase'¦xprcssailo publicamente sua esperança uni terço dos eleitores de l,n Pampavotassem em branco, seguindo a orien-(ação traçada pelo Partido ComunistaArgentino u pelo» dirigentes peronistas.Agora prepara uma repressão em grau-de escala cum o objetivo de intimidaro povo argentino,

Brasil iriaà Conferência

da FomeAlguns jornais do llin informaram

que o embaixador Leitão da < iitiba,voltou a Havana com instruções do lio-vento brasileiro no sentido de garantira presença do Brasil na Conferênciao<;s Subdesenvolvidos, caso ela fosseaitiatia pura lüfil e. incluísse uni pontosobre a OPA.

Confirmada u noticia, seria um sinaliie iueliitiria na atitude do (iOvérunKiibilsebeU que mieisilni,mie se nc.aiaa iiiirlicipai' da Conferência. O (íovér-no revolucionário cubano, aliás, já linha

uma área de cerca do 301) mil metrosquadra tos. isto c, quase dez vezes aárea coberta da Feira de São Cristóvão.Os siamls. se dividiam por 22 pavi-Ihões. O statid brasileiro, ocupado ape-nas com ..Oe. por exemplo estava si-t nado no mesmo pavilhão que os doUritgiii i e du Líbano.

A Feiia, deu aos milhares de visetatues que a percorreram unia idéiageral tio que e ,i indústria em lodo omundo, desde ns paises mais atrasadosaos mais adiantados, desde os produtos

.. a KDA ¦!volume total de produção 2,5 vezesmali.T do que de antes da guerra. Alemdo pavilhão da KDA. os mais visitadosforam ns da União Soviética, Tchoeos-lováquia e França que eram lambemos maiores e mais-completos.

Párt brticipacao brasileira(ír.tnd-.1 número de personalidades lira-

silelra tornou parte na Feira de Leip-

mpff

Renovação

políticana Itália

A crise politica Italiana, iniciada eorna renúncia do primeira ministro Auto-lllo Segui, parece eaminliar paia seutini, com a formação de um gabinetecentro-esquerda 'moderado , chefiadopelo próprio Segui. O premier italianolinha renunciado tlíipol.s que e Pai lidoLiberal (conservador) resolveu aliando-nar a coalisíto governamental, deixaiiilna Democracia Cristã na dopendnéin dosvotos dos inonarqiilsiiis c nazistas patacqnl iniiar no governe.

Os Partidos Comunista o Socialistaja ^e declararam disposto.'- a apoiar, oupelo menos a não votar conlra, um go-vêrno liderado pelos democratas cris-lãos, desde que se-comprometa a rea-lixar um programa de preservação ofortalecimento democrático, combateaos monopólios. nacãinahVaçâo da m-dústria le energia elétrica ¦' pe-liilcaexterna de coexistência pacítiea, Ape-sar da resistência dc certos meios rea-Cionário: dentro dn Democracia Cristã,ja existem condições para que esse pro-grama se realize.

de contar com o Brasil, ao lado dn Ve-nezucla, Panamá, México e outrospulses que já anunciaram sita purtici-pnção,

Agora, i(uaiido cerca de cinqüentadeputados íeilivreis se suliiluri/iii-ameeoi o (íovérno cubano e com a ( onferéncia, quando até o demagogo ilãnioQuadros se prepara para ir a < ilha, pa-rece que o (iovêruo brasileiro ciinieçua eunipreeuder <jtie Fiilcl Castro e seusrevolucionários iciitani com » simpatialio povo brasür.dru v que é precisoapoiá-lo.

Kruschiov

quer abraçaro povo francês

Anunciado o adiamento da viagem deKruschiov á França, as agencias no-tieinsas Ímperialistas começaram a l"a-/ t um sem-fim de espeeulaçõivs sóbiese seria mi não politica a «ripe queacometeu o presidente du Conselho deMinistres da ¦ 'K.'*.'s,

Indiferen.e a isto. n povo tianeescontir.tta nianiíestando sua satisfaçãoP"lti viagem de Krtisehiov, em .noda i!i-miuujnilo seu oiii-.ista.srno. Milhares ,<.•eonvites i,í foram leitos ao líder sovle-liei para visitar <¦<<'..u!"s. clubes, asse-ciações e casas por lórla a Françn.Represetitante* de Iodas ,as catnadiis,a começar por intelectuais .famosos co-mo Maurois Abel Gattce, Cocteaii ede/.onas ¦ oin ros, já deram seu apoioao eçi 'líerftuenl.i.

Kruschiov. p ir sua vez w>;n insistindojunto á.s autor- i 'c,". Iianeesas para ocep"ssa i"i,Mi eni i.-oetcc-io direto como povo, exiiaielo -•>!> máximo es nbsiá-enlos burocráticos e poli. ; iU. ;:niti-iipo; eonipalese com a viagem nuFàscnliouvi'

15 nííiioseou, quaria-icira:Rádio Universidade

A Rádio de Moscou iniciaraquarta-feira um programa especialdedicado ao Brasil, a Rádio l ¦ ni-versidade, com aulas sobre os vá-rios aspectos econômicos e sociaisda vicia na União Soviética. Qual-quer hrasiJciro poder-se-á inscrevercomo aluno da Rádio Universidade,bastando para isso responder àsperguntas feitas no fim de cadaaula. j\'o fim do curso serão dis-Irilutídos diplomas e conferidosve,!'.os prêmios aos alunos maisaplicado.', enire os quais uma má-quina fi lográfica e um relógio.

An aulas serão ministradas todasis quarui-feiras, às 20,30 hora:-:.

horas do Rio dc Janeiro, no com-primento dn onda de 25 metros,nas freqüências de IlTõ, H7çj,

p-~.h :V'~- "'íVV/'.-.

ií"-"^. "-:*-'*

0$: •' m**

M.lJfc!W1í_«ffwLW

mmMtSi '", >-:¦¦:

imt^fW^

1 *. Jr

Am

\ I "

%..

ÉÜ»'0%m>:

•¦'M>í,:V'íe; •¦,?*!¦: <4,:•í. '«f^ * ' ' i :- '¦•'•ãx- ¦ ¦¦ ¦¦' *• -;*¦'•"'{¦'.' v :r . ^«;*"*•. Mm"¦';¦¦'>*'?'i v v- -;¦;,-•v»í-'t

'i^ÉmWk

wvHlê WÊM>. -,, |V:?lj .Vaív-!.A^

''ií' - !%•,¦¦¦ Z-À .i':« ii* !::

¦ -f "':,,-' :\.. iA-'*W- 3"1'

fflSBm1

• * *- ,Sft:;' i^M.'f.íit, .Í-. ¦'.'"' ¦

v^f^mM'ÇíÇ-i

;StefiflSt'ii¦ ¦„ •¦

lOÍ c 192 met • m •:.*-('*!.». imjfo*--''h*1wK£k$mj.- 'V.&<.eumpnmeufo de onda de 31 metrosnas freqüências de 9,73 e !',S me-gac'::los. Aa respostas devem Si r

; P'-:ra o seguinte enderé 'o:íeciae.ão Brasileira pata a RádioUniversidade, Rádio Moscou Mos-cou URSS.

cm

sCO

II v'Til

o ua.. \.

ráficazig. Multe elas estão os srs. AntônioLomanto Júnior, e Aniz Badra, respec-lívamehtc presidente do Conselho K.\p-eittivo e do Conselho Deliberativo daAssociação Brasileira de Municípios.Aproveitando a ocasião, os dirigentes daABM firmaram um contrato com em-presas estatais da Alemanha Orientalpara a compra dc máquinas de terrapla-ungem, Falando sobre a Importância docontrato, o sr. Lomanto Júnior declarou,numa entrevista coletiva, que êle «per-tnitirá a cerca de BOI) municípios cons-truir suas próprias estradas com as má*quinas modernas fornecidas pela RDA ¦.e teta grande significado para o desen-volvimento das relações entre os doigpaises,

Referindo-se ao significado que a Fei-ra Leip/ig representa para o Brasil nosentido de acabar com as diiiculdadesartificiais criadas para a.s boas relaçõesentre os dois paises. disse o prefeitode Jcqulé, Antônio Lomanto Júnior:

A quantos em meu pais me per.gtintem a respeito, direi que a RUA nãoe tuna mera ficção geográfica. Patamim é tuna realidade, pois vi seu povo,seu governo e sua indústria, 'lauto osr. Lomanto Júnior como o deputado Sc-iier.il Aniz liadra afirmaram sua con-vieçáo de que é necessário o estabeei-monto de um comércio livre e profícuoenire todas as nações, á base do inte-lesse mútuo,

OS COMUNISTASARGENTINOS K

FRONDIZI

O dirigente marxista Vlctor.lo Co-•Jovilla, num artigo publicado no n-2 da rcvist.i PROBLEMAS DAPAZ E DO SOCIALISMO, esclarecea posiçào (tos comunistas argentinos(iiante do Governo de Frondizi e ex-plic.i o.s (limar, c as perspectivasdiante dos quais se encontram astorças democráticas c patrióticas dopais vizinho.

A invista publica neste numerooutros interessantes trabalhos, entreos quais o de Enrico Berlingueracerca das teses aprovadas pelo IXCongresso do Partido ComunistaItaliano, o de D. N, AiLt sobre apolitica dos comunistas indonésios,o de Leon Feiv .> nroposito da po-siç.io dos comunistas franceses tli.inte d,i guerra da Argélia, 0 de E.Szyr em torno de problemas de oi(lanizacSo da economia polonesa e odc P. Friedlander sobre o neo-eolonialismo alemão.

PROBLEMAS DA PAZ E DOSOCIALISMO publica também no n2 um artigo do líder do povo vietn.i-mita, HoChi Min, vóbre a históriae a luta do Partido dos Trabalhado-i es rio Vict-Nam,

Alem destes c outros artigos, nrevista divulga as seções habituaisobre o movimento operário em

d<vcrsos p.nscs e sobre hvios e re-visi.is.

Já ¦ c acha nas bancas c livraria-o n" 2, de 1900 cie

FÍ:íttS3,E»IAS DA PAZK iín W.OHALISMO

'¦-' '/.V.-WÍ/A' \ D/V/! n.-\ assí-:.\i

''/.¦ 'A /V>/C) /:/' i\.'-7,Vi) /)/•' '

Page 8: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

BRASÍLIA - ANO (Capital NovaVelhos Problemas:Casa e Comida

Texto e fotos de JOSUÉ ALMEIDA

(2? de uma série de reportagens)

Sim, 'dentro

d«j um mês, Brasiliaserá a nova Capital da República. Mas,• a feijão, o leite, o arroz, o aparta-mento, a luz, o gás, o ônibus (emBrasília não há bondes), enfim, êsseinundo de necessidades que a vida de

uma cidade supõe — como estará isto

«fé lá?

A recente concentração de cara-

vaneirof foi um teste. Não atingiu tal-

vet a mil o número de pessoas che-

gadai a Brasília dos quatro pontos car-

dealt do país. Entretanto, foi o bas-

tante para revelar uma série de pro-blemas da cidade : o» hotéis ficaram

cheios (do Brasilia Palace Hotel os hós-

pedes permanentes foram desalojados

para ceder lugar aos visitantes), os

transportes mostraram-se deficientes e

O exploração no comércio desen-

freou-se. Vi no aeroporto um enge-

rihelro da Novacap prosseguir viagem

para Goiânia Ide onde voltaria, no

dia seguinte, viajando quatro horas,

bm ônibus), ao ser informado de quenão havia acomodações nos hotéis de

Brasilia.

Se isto sucedeu com um pequenoaeréscimo da população, que não acon-

tecerá nas festas da inauguração,

quando se espera que a cidade receba

de um impacto, umas cem mil pessoas ?

E verdade que há cerca de 3.500 resi-

dêneias vazias, m a s é evidente que•telas não caberão mais do que os

funcionário» a que se destinam e suai

famílias. Não há dúvida i muita genteterá que dormir na rua, se não conse-

guir abrigar-se icb as barracas que o

exército armará

Há habitação

Quando visitamos, um mês atrás,

algumas das residências já construídas

para o Governo federal pelos Insfitu-

tos de Previdência, Caixa Econômica,Fundação da Casa Popular, etc, vimos

apenas imóveis vazios, apesar de anun-

ciar-se que os mesmos serão alugadoscom móveis. Eis os aluguéis cobrados

pelos apartamentos, segundo as de-

pendências : sala e quarto, 3 mil cru-

zeiros e mais 700 dos móveis; sala e

dois quartos, de 6.350 a 6.850 cru-

zeiros, inclusive móveis e de acordo com

a área; sala e.três quartos, de 9.290o 9.790, nas mesmas condições; sala

- e quatro quartos, com móveis, 17.500cruzeiros. Além dos apartamentos, !ió

também casas construídas pela CaixaEconômica (sala e três quartos, cornmóveis, por 9.790 cruzeiros de alu-

guel) c pela Fundação da Casa Po-

pular, de acabamento inferior, as de

sala e dois quartos, por 1.000 cru-zeiros e as de sala e três quartos por1.500 cruzeiros, ambas sem móveis.

Quem não fôr contemplado comestas casas encontrará enorme dificul-dade para alojar-se em Brasília. E qua-se certo, porém, que os pequenos ser-vidores receberão as residências maispobres, ou simplesmente não receberãonenhuma. As casas da Fundação daCasa Popular, por exemplo, destina-das a esses pequenos servidores, jáestão todas ocupadas pela populaçãolocal, os construtores da cidade. Então,ou serão despejados os atuais mora-dores para ceder lugar aos novos, ouestes últimos ficarão sem casa. Juntoao hospital do IAPI, que funciona emBrasília, vi pequenas casas de madeira,favelas em miniatura, onde habitamenfermeiros, serventes e pequenos fun-cionários do Instituto, o mesmoque constrói excelentes aparlamen-tos... para outros. Como, porém, hácertas compensações, a esperançadesses funcionários é que também paraeles as coisas melhorem e que lhessejam entregues habitações com ummínimo de requisitos.

Abastecimento

Há relativa abundância de gene-roí alimentícios, levando-se em contaa população atual. Um dos maioresfornecedores de Brasilia, um japonêsresidente em Anápolis, disse-me quedepois da mudança haverá certas di-ficuldades, não só em relação à quan-tidade, como à qualidade dos gêneros,sendo então necessário aumentar asimportações de Minas e S. Paulo. Al-

gumas hortaliças, assim como aves eovos, são de produção local, mas o

grosso vem de fora. Promete a No-vacap que a 21 de abril estarão fun-cibnando (rés supermercados no cen-tro urbano. Vimos apenas um, com aconstrução já concluída. Atualmente,

quem adquire gêneros tem que loco-

mover-se até a chamada Cidade Li-vre, a uns quinze quilômetros do cen-

tro urbano. Ai, há dois mercados, com

certa fartura de gêneros. Entretanto,uma parcela considerável da popula-ção compra as refeições já prontas (noSAPS, nos acampamentos das compa-nhias construtoras, nas cantinas, etc).

Particularmente precário é o abas-

tecimento de leite, problema que só

não é grave por ser pequena a aluai

população infantil. A maior parte do

leite consumido em Brasília vem cie

Goiânia, a mais de 200 quilômetrosde distância, e é vendido em condi-

ções de higiene que deixam a desejar.

Custa 17 cruzeiros o litro,

Preços de gêneros

Eis os preços de alguns gênerosde primeira necessidade, que nos fo-ram fornecidos por donas-de-casa :caine verde, sem osso, 80 cruzeiros efilé a 100 cruzeiros o quilo; batatas a30 cruzeiros; banha, 1 20 cruzeiros; fei-jõo roxinho, 65 cruzeiros; arroz, 28cruzeiros; cenoura, 40 cruzeiros; gali-nha, 120 cruzeiros, uma; ovos, de 70a 80 cruzeiros a dúzia; limão, 30 cru-zeiros a dúzia. As frutas, em geral, sãodifíceis e caras: uma dúzia de bana-nas nanica é vendida por 15 cruzei-ros, uma dúzia de laranjas baianas a80 cruzeiros; uma maçã custa 15 cru-zeiros; abacates são encontrados a 20cruzeiros o quilo e um abacaxi custa15 cruzeiros.

Serviços públicos

A construção de depósitos centrais

para o fornecimento de gás à popu-lação ainda não saiu do terreno dos

projetos. No momento, só existe o gáslíquido, engarrafado, produzido pelaPetrobrás e vendido por empresas par-ticulares, e em geral mais caro do queo gás fornecido pela Light no Rio e

em S. Paulo.

Os meios oficiais dizem que neto,

que está tudo em ordem. Entretanto,o fornecimento de luz e força apre-senta deficiências que poderão agra-

var-se. Uma delas diz respeito à trans-missão da energia produzida na Ca-

choeira Dourada, a uns 350-400 qui-lômetros de Brasilia. Apesar de já ter

sido feita a ligação, o fornecimentode energia é irregular, provavelmentedevido à má instalação das linhas de

transmissão. Mas, não é só. Por ma-

tivos ditos de economia, a energia puraconsumo residencial será distribuída á

tensão de 220 volts e a industrial a

380 volts. Ora, sucede que 05 volta-

gens geralmente usadas são, respec-

tivamente, de 110 a 220 volts, de

acordo com as quais são construídosos aparelhos eletro-domésticos (rádios,

geladeiras, televisores, ferros elétricos,

máquinas de lavar, etc.) e eis máqui-

nas industriais. Dessa maneira, serei

obrigatório o uso de transformadoresem todas as casas. Quem os fabricar

terá à disposição um bom mercado .

Água, em Brasília, não falia.

Pelo menos na natureza. Uma infini-

dade de córregos, riachos e ribeirões

corta a região do novo Distrito Fe-

deral. Água puríssima, quase destila-da, segundo me disse o di. Leão Ja

¦'¦':>¦¦/{¦, '¦.¦.,:.;'¦'¦' ¦*¦'¦:,: ,::<-. '/¦' \~Mrti';;. '*''; ';"'/,;".".''¦' ;v--:vi ¦ '' '¦ '.-/¦'' ¦'¦¦;.¦.¦. ¦:*

:.".,:¦ ¦ ¦': ¦¦.;¦,'¦¦ ¦.'.¦/¦¦•' '-¦' ',' -\'. ¦"'¦-„¦ . : '• i ¦•{:;' ¦¦>'/; .' ' :'¦'- 7'-\ ¦-¦,•! ' ¦: ' ',';¦ :'•¦¦'¦

....':"¦/.'*¦' '¦.-;¦.*:;.¦/ ',¦-.,. ;'

' ¦¦''v'::':'."'í- -*.;;^-' '.".'. ,¦¦"'¦' ' t ''$'¦'¦'¦ '¦'&$'!>•> ¦¦-.' -.'¦¦ &¦/':/¦'/ \i ¦ '*. '¦¦>''-'V- ''¦-.¦ ' V.':V- ¦ ,'¦.,.''v' :':

¦'..'¦'te -^^y^xâò-'': .'.-Mv-Xf'' ¦;/ ,...,...,.,„;.. r; , 'í

Tem..mas é longe

Em matéria de gêneros, encontra-se de tudo em Brasilia. Mas, longe do centro

urbano no mercado da Cidade Livre (foto). Quem tiver seu automóvel não terá

problema, mas a pé, não: são mais de dez quilômetros de distancia. Os preçossão altos, regulam com os do Rio e de S. Paulo.

jflflC \Sr S-J a. aSJJ. 'TJj {$[ *8 %Í ÉÊÊ £ - '¦ vSm ' BÉ l*:'*-' '¦¦'V 2• y(f '\j' *4 * 'Ttjf ,*JJ

Mota, médico do DNERu. Por isso,água não deverá faltar, mas só o fun-cionamento das instalações poderá dara última palavra.

Transportes precários

As aluais dificuldades de transpor-porle em Brasilia são realçadas pelasgrandes distâncias. Até aqui, a vidada cidode — casas comerciais, peque-nos hotéis, farmácias, agências de ban-cos, de companhias de aviação, ele. —só existe na Cidade Livre. Em Brasília,propriamente, ou no Plano Piloto,como se diz lá, conlam-se pelos dedosos estabelecimentos existentes. E com-preensivel i os habitantes do Plano Pi-loto ainda não chegaram. Atualmente,

cinco empresas de ônibus exploram oserviço com grande irregularidade. Osveículos, apesar de novos, apresen-lom-se em precárias condições de con-fôrlo.

0 problema da educação

O plano educacional de Brasíliaé excelente. Será executado ? Por en-

quanto, o que funciona é muito pouco.E apesar das declarações oficiais, nãoacreditamos que a situação esleja resol-vida alé a mudança. Há dois jardins deinfância e duas ou três escolas primei-rias. Segundo o plano educacional, os

crianças ficarão ocupadas na escola

oito horas por dia, das quais quatro nasclasses e as out.as quatro em ativida-de? extracurriculares: culturais, recrea-tivas, esportivas, ele. As instalações

já existentes s â o de ótimo aspecto.Quanto à instrução secundária, porora só há dois colégios particulares, dereligiosos.

Esses sâo alguns dos problemasc das dificuldades que a cidade apre-senta. Não são insuperáveis, ao con-liário. Mas, precisam ser resolvidos e

com a maior brevidade. O que, deicsto, não será tarefa difícil, em com-

paiação com o que de grandioso |áfoi lealizaclo.

j.: ¦ . ¦ «,v

*•'¦•

; "i ¦-.'.¦• y

. ¦

,• ¦ •

.'-1

Exemploi.s

Bons cbaratos

Quem receber apartamentos como estes, cm Brasília, pagará aluguel baixo e terá boa moradia. Os edifícios são isolado, e

os apartamentos confortáveis. Essa, porém, não será a Brasília dos pequenos servidores. As moradias construídas pelo

Fundação da Casa Popular (Cr$ 1.000,00 de aluguel por mês) e destinadas aos pequenos servidores, jâ estão, todas, ocupo-

das pelos que constróem Brasília. Para onde não estes quando a Capital fôr mudada?

fcslcio os pois de família naturalmente assustados com o número dejovens envolvidos em notícias sonsacionclislas de crimes e suicídios. Algunsnem acnbaiam de crescer e já são velhos criminosos! Falta-lhes, da vida,aquele sentido exato, que permite u'a melhor capacidade de avaliação, eque só adquiiimos quando amadurece a compreensão de que o trabalhoe os bens devem ser parles da coletividade. Quando sabemos reunir ossacrifícios e as clsgiias. E se perdem no abismo do desespero individualista,empurrados pelos nicius exemplos e pela permanente negativa aos maissimples des^.os. ü' uma ladainha dicjria: ncip, não e não. Em casa, porqueo dinheiro não chega pata as necessidades. Na rua, porque as oportuni-dades não correspondem ao mérito de cada um. Mas não nos podemos dei-xar arrasiar, como alguns jovens o fazem, por osso onda de pessimismo,que também seive para dec.norali7.ar as reservas morais de nosso povo.

Tivemos, ainda há pouco, um exemplo de que *rande parte da ju-ventude sabe coloccir-çc acima das ncçjaiivns e do desespero. A presençados estudantes em todos os momentos da vida nacional reforça a certezado que nem sampre a fc licidcide é desperdiçada, como o fazem os pessi-mistas. A faixa colocada nu UNE à passagem do Eisenhower («Nós gos-tamos de Fidel Castro» I proclamou bem alto a defesa do direito fundamen-tal que cada povo tom de escolhar o seu próprio^ destino. Dias depois, nasede da UNE e da Faculdade Nacional de Direito, os estudantes reafir-mavcim olíio direito : o de proteslar contra as injustiças e os privilégios.Como se vê, a juventude mereço icspeito e amizade. Djta aíitude semprecorajosa dos e-sfudanles é resposta ao d?sespêro de alguns jovens e aostocaios dos pais de família. A Lia desses lapazos ajuda aos outros a es-pemrim dias menos sombrios. Dizem os donos da sabedoria individual eestéril que os estudantes devem, a;;enas, preocupar-se com os livros. E avida? Os livios, as escolas, os conhecimentos estarão, por acaso, separadosda vida? Cc;no lornú-la positiva, arrumando livros nas prateleiras da ca-b-ça? Os conhecimentos não foram feitos para guardar cm arquivos, maspena so transformarem cm carne e sanetue de novos conhecimentos, Feliz-monte, os nossos estudantes não arquivam sabedoria.

Fazemos c-ste registro, não só por-que consideramos muito importante a con-tiibvição da juventude às lutas sociais, tam-.bém porque o exemplo comovente dos ta-pazes cia UNE é u'a mensagem de esperan-ça aos demais jovens e aos pais de família,

•!-/7-!í^.- '2Sí«SftT~

Page 9: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

jn •.'¦-•'. ÓE, quv. boino lie cüíü nciú iui

milagres. Mas as aeromoças, tal-vez por não serem santas, mas as pró-prias deusas da aviação comercial, des-mentiram o velho adágio. Elas, quetransitam graciosas a bordo das aero-naves, assistindo os passageiros e dis-tribuindo tranqüilidade, desempenhamtar.'.bém ura papel de relevo na grevedo Grupo de Vôo da Cruzeiro do Sul,levando toda a assistência às famíliasdos tripulantes que não podem regies-sar aos seus lares.

0 Banco da Lona S/A

Tudo começou a zero hora do diaê do corrente, quando o Grupo de Vôoda Cruzeiro do Sul, composto de cêr-ca de 400 pessoas, entre as quais asaeromoças, entrov em greve exigindo ocumprimento da portaria interministe-riql que regulamenta a profissão doaeronauta. Logo no início da parede,inspirados na expressão bem carioca«na última lona», os trabalhadores doar constituíram a direção do «Banco daLona S/A», que outra coisa não ésenão a comissão de solidariedade aos

grevistas e suas famílias. O «Banco>:,cinco minutos após a sua fundação, jácontava com Cr$ 180.000,00, aos

quais se juntaram mais 110 mil cruzei-ros enviados pelos comandantes daPANAIR. O «Banco da Lona S/A» járecebeu mais de um milhão de cruzei-ros. As aeromoças, que compõem aComissão Social, procuram as famíliasdos grevistas, levando-lhes os recursos

para a sua manutenção e, como a bor-do, entre os passageiros, nos momen-tos de apreensão, levam-lhes também

palavras de confiança.

Por que tanto apoio ?

A greve do pessoal de vôo da Cru-zeiro do Sul conta com o apoio deci-dido e incondicional de todos os aero*nautas, porque a bandeira erguida pe-Io grupo da Cruzeiro — cumprimentoda regulamentação profissional — re-flete a aspiração de todos os traba-lhadores do ar.

O Sindicato Nacional dos Aeronau-ras, liderado pelo comandante Fonse-ca, Alkimlm, Josias, Crasso, Osmar, eoutros dirigentes, apoiado pela corpo-ração, lutou firme durante três anospara tirar os aeronautas da condiçãode marginais, dando-lhes uma lei queregulamentasse a sua atividade. Veioa regulamentação, através da portariainterministerial, baixada pelos Minis-tros do Trabalho e Aeronáutica, queentrou em vigor em 3/11/59. Mastodas as empresas de aviação co-mercial deixaram de cumpri-la. O Gru-po de Vôo da Cruzeiro do Sul abriua luta que era de todos, inclusive dosdois ministérios, cuja autoridade foidesrespeitada pelos donos da aviaçãocomercial

Os pontos de atritos

Um dot aspectos mais importantesda regulamentação é o que se refere

u lifliiiaçuü uo tampo tie serviço, .no-dicos especializados em medicina deaviação asseguram que após 14 ho-ras de trabalho, o aeronauta entra nochamado período de estafa, perdendoa clareza de raciocínio, pondo em pe-ngo a própria segurança do vôo. Porisso a regulamentação estabelece queapós 14 horas de trabalho o aeronau-ta tem de descansar 11 horas ininter-ruptas, determinando ainda o repousosemanal remunerado de um dia, e fi-xando o limite de vôo em 175 horasmensais. Esses e outros itens as em-presas se negavam a cumprir. A luta,entretanto, se fazia nos bastidores

0 insulto

Um dia, respondendo a interpelaçãodos seus empregados, o sr. Bento Ri-beiro Dantas, presidente da Cruzeirodo Sul, insinuou a concessão de algu-mas vantagens em troca do arquiva-mento da regulamentação que êle, Ben-to, afirmava ser ilegal e que por issomesmo não a cumpriria. O Grupo dcVão da Cruzeiro do Sul, em defesadaquilo que eles chamam o seu «esta-tuto de alforria», entrou em greve.Era a resposta à insultuosa proposta decompra da diqnidade de i;na como-ração.

O mais grave de tudo isso, entre-tanto, é que enquanto os aeronautas,e com eles as graciosas aeromoças,mantêm-se em greve de defesa deum ato de dois ministérios, o Ministé-rio da Aeronáutica, através da Direto-ria da Aeronáutica Civil, chafurdaria lama do descrédito, não só deixan-do de punir, mas autorizando as vio-lações à sua própria portaria, permi-tindo que os aviões voem sem radio-operadores durante o periodo da gre-ve, e fazendo vistas grossas à ativida-de dos «minhocas» (fura-grevel mui-tos dos quais sem a habilitação neces-sária, que permanecem em atividadedurante mais de 17 horas ininterruptas.

- ¦ ¦ '¦¦.:'-\r" , "'

m$::M Grupo de Vôomm^^$M^'.-. •¦¦¦. :íilIilRr

i uSuSii ' UM -' 'Ml'

Aeromoça da»Faz Milagre

Céu

Cruzeiros

no e na TerraReportagem de NILSON AZEVES0

Fotos de EDSON GOMES

Entusiasmo

Mas a greve prossegue vitoriosa, eprossegue porque, dizia-nos um pilo-to— sabe lá o que é chegar em casaà meia-noite, após um longo vôo, e es-tar escalado para voar novamente àsseis horas da manhã?

Esse é um dos pontos mais discuti-dos na batalha pelo cumprimento daregulamentação: o direito de descan-car 11 horas ininterruptas, após 14 ho-ras de vôo. Outra coisa: não abremmão os aeronautas, do que eles cha-mam pagamento calço a calço, isto é,considerando hora dc vôo o periodoque a aeronave parte do ponto deembarque até estacionar no de desem-barque. Antes, qualquer atraso, cor-ria por conta do tripulante.

Está sendo esperada, nessas horas,uma solução para o impasse entre osaeronautas da Cruzeiro e a companhia.Caso as reivindicações dos grevistasnão sejam atendidas, seus colegas dasoutras companhias deflagrarão o mo-vimento paredisla geral, pelo cumpri-mento da regulamentação.

yl Wsn1llléÊÈ&ftí£'asm\ m\ JmW Be' 'QuLmmWmmSfim^^mjW mm 1 *m\\ m'-,'**;:--'± BB

^Ffl^^^B^B^ ^flk ^mtmm^^mmuí'*^À^Ê mm^^

M$^*iPlDi'^^rfl V^'^11 B^ ^^^^Bfl Bflü&ís

WsnjEltC' ,,iSVR tHB H^^ Br \r: ^^^t* VÊ

m^mmVMih ¦ ¦"¦¦•¦:--^'-'Wmu^^^mm\m\\\m. ^^m\ mmwkWW BBl BBF^-í--:2í--<-^.;.-$^BBB RS--VflK2í-,r - %is\.i^Htt' ^fl tuW fl k&m r- -'^H uvmwMKw* ^^^Pr^hKw -m m?- ' >':í>^B \WmWm

BKs&,0'' .'•.*•'¦ V ^pm fliJ?BBkW ^âtWÊ \W ^B ü^wiffi

BBS lUflBHP'^ > >Í"tílÜf N ií ¦ Ttm Uw^^ W~ intt*^ jPImSI kwfiMifir:'' ' TB Bfe^lfêíBK;x^BI BB1Ji"jK3HbMíV*a-: >'. ¦-¦;:, ^içr**» >£*'« BB B^L S».,-¦ ?í mwmm\mm$M-& <¦, - • ¦'• r"y^M mw-'* 'Im^mfr-¦^¦ifl fl&<í-v*. f^mMáíaÊ fl m^MÊ*% " '¦¦ %¦ fl AflB<#>'--- ¦ --íTH fl >?Kfl3f<^.Ihfl \w'-:; p tWmm fl BékBéÍ "f- ¦¦ <^Jkfi:m\wmS-1 ¦¦¦>¦ liflflflflil^KMMflfl my *>«BB .m\ mmM- :: ^^mmM flw. ¦':>'¦¦¦ TB mm^4^mm~ ^n kWr ¦ smm wm wm y^-**~*<aiiÍF'fl ¦Éi kw#nfl>&r-tB \Wi Jfp BJ BSbV ^-u-TUfl Bk- "" ;'B w"'' M

v.vH&k ¦¦':^St»''¦¦ T^'i4? ^^^B Bb£ ^BB3t: >':,'íl*w^BBB BB« ;B K.'' %*Iv9èBHHHV!

. fl BT^t^S^PjHJ Kt*f --BB!'»* i ¦ ¦ ¦ lii R'-" BR v -:í * ^miSSaBB^' ''^'nfflj BFH K^ ^fy^ÇBKiil

y^-*»-^".,..- ÉÇW Pi ni^BL ' ^ÜPiI '' rJkS fl ¦ m\\w^ V> ' ;J. §^0iwkf-y- ¦ iyjtyÊ^muY^ Ia BI:; ~\ , ¦$$&*$!

¦ *wmmm\*^- -,*i&:mw- BBBBBBBBBBBBBBBBBPF W*v- .riv.H&*i^. ;,;' :>Tmiií " T'wl"i àtw' ¦HHHHHHHHPr • fl Hjb*<.

" "*" • 3SP-" |í]: i.ffl||s^^M<s*''É^r^^ '"'^Bt BJ P^P^^' "fll B^P**v ítsfâ^v-^a

V- Vfll Bteifie^^- ;'-;''^-'^%- ^fl HPf^^». ¦"''¦¦**'«. fl ¦'¦•'• a. ¦ .-\^ffifct^a\'-¦-': -'#¦ ^HiffiK*««'*5ífji'-,-v J^^^^^SyS^'-- •'¦•.¦¦Si '"';'-¦ ^yiljiiiil P-l %< • \, .... .-vvl^\ BMr^'^v .,!<¦'.:-¦¦ 4 ^k-^B BT I' TBfe. JlrW^íwi

^ÉèÈêâ vBl WÊefíê-#':¦ «^BmÉÈÈ^^íÀ^J^ÉÉiÉÉPÍ^^^^BJ Bf ¦¦ Tk ^flflfllÉ -4.'í 'àtwwlJjW1 • ^^r ffll fl>4v jjflflwTJílIíu.. _j^ ^.uiOiiOLsiflflflT'^ ^ BH BM&v V- * vfll BV ^; .--aíLã*^r '^mk fl mÊÊÈá~'¦¦<¦'( ¦ ¦ '^KCTawMHM^^M^BBB ^ShBBBBBBBBBBBBHl. ¦hu. ... # BI BF ¦ ¦ ¦¦' «íSHl'rr>' PjlMi''' tBJ «»F^B B^íPíííPBS BtN WÊêL "$í BBBB/. .". 'í^rífâj

fl BVB BL ..-J HflH3r\>t»%-- Jf/JiJíSP^^jB hÉÉr fllfl ? '/ "ínl^""HlB] Bfcir*' fl Rh W WffyJ^W jjÉ^^r ¦ * JPfl |E^Pl'f B Bkl

'¦ Píi^Siv^ti

Bmíi '•''»'i^^B& v "1 '^/ilttaBif MBsaeSSr

* T^fiâB BY' ¦ ILj 3s'JÈS<"'.'h

|fl^M>s«fl Bt-'v"';; ¦¦^^Mf' •' '^ A Wrfm* ém M1 *f^wS BT^ Biflí^i

fl' j^ ^%i -' '"l t' ^%j ."'/ I^fl uWrP Mk':'~fÍ

fl^ ^ i ti ,/tB*»' x/ JrB ¦«'¦'¦'¦ •'í'^ÈSp*^ _^fl* LBfc'./ J^ /k. fl)/BH BBjtfr-V «Bi iiswi"-£ "si

>4BB BPT^^^BjflÍM0F ^^^* *5^^ ''';-• J)flBHflks»»fc.flBt/i£X' '*íí ^^^^^í BBr Blfcto-^^jí^

¦ - - ¦ -¦ ¦¦ ¦- -¦ ¦- ¦ -. -. -. ¦¦*'- ^^ ^^^r jflHhbh. st» Aja a. jBHnLtSflHv^flHsVW. ^^^^Bm*tw *^«. flv ™j HHs&Sn^flwBnAE^vflsKl^^^^^^^^^ ^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^¦^^^^^^¦¦ssssssssibbwbbmímbbisbi > »^ kflktM^flsiW «^ ^^*flSHHr ^4jyap> *"*x >^ ''tflHHHHHHti jflHHHHB&1 ¦ • í *ísV*" IsBt-¦

^B"-.Jt VÉ^^IBwaBDf^ ^^íj^í ^L. jf w ^#B Bfl> ' ^- V'' *«rrTi1MÍTfMBBBJBWw¥ffi^W^ d^ ^^. * '- Jmmsms>4ik?'''~jâr tB B-. ''j'li<ÍÍMtI- ."'

^Jj^B^BB^^^flJF^^Tfl^ "^il ISw Jif^ T^f~r*VT^^^^^BflflBT ^^^^^^W»*^^^P^^^B^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^B^_ ^^^í»^ 4, "t^. ,tó* vflfi mw- ^r*^j"m\

ímBBBBBBr ^ wl >çeí jraftpV ^y jfHp .a^a ^w -Tvíü flwl ^^% jjflSj i^jt* Rj BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBkisW j^l •¦ jg(y ^^"^wSBHr jv-- ¦ ^*" vBBBBBBR& *'\í '3

ANO II Rio de Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N" 55

Zairaaderiu

r^«ÍZaira, a graciosa aeromoça que sorri para os leitores, confessou ao noase reporteique gosta da Cruzeiro do Sul, mas que teve vergonha de continuar trabalhandoenquanto os seus colegas mantinham-se parados, lutando por um direito que tambémera dela. Solidária com seus colegas aderiu à greve, participou da Comissão Social •deu toda assistência ãs famílias dos tripulantes que se mantinham em seus posto*emcidades distantes. Déssc modo, os próprios aeronautas e suas famHiaa ficaram or»«

tos às aeromoças

'Y'.''iáfll flf *" '"¦¦ flr ¦flM^'vv,vJi*4'VM<1*'jfl fl <H Wt fl^H'¦Um a Ml f ;*^^5«'' jfBr?\J I flfl ¦fl*7 - ^T

lani 1 BraLflBv#'' '¦'" ';' ^^^^««imMní'

' ^flfl Bflflfl BB' 'flflflflflflfl? flT

. ;i 'B||t^% "'•'¦¦• '^B ÍF^BB ^^^fl/^tB^' Yflp^'^^sflÍB R1 •!B/^iiv :'¦ ":tP B^B Bl íí-MBjwflí^ BBk__J^^^^ V^wI^IbB Sw»

fl Htv^wfll K^kr í '\ £¦ ^H 'iov-f^^TXtfflBri¦1:<.,IB1 BJ|flBl<A & Ti,.jfl1"_ -flfl BBF Jw->'1^ Vflflflflflr

ty*\<&hss\* .

B9l ¦ -'í;' '^í ^

BflBBBB^S^^BBt^i. mCBI BBm, ^ÍBBI BBMf""<'/ ' í-i^ ^''--í /^ ^ «S * - > -

flfl SJ*í 'Vi SMBBBBBHHt . >. m' fe^ í^^' k flfll RJBB HK *** ^jE^<BBP^a|S -<v^ _W^ V^fll IVPflfla

Xeque-matc naCruzeiro do Sul

Enquanto a Cruzeiro do Sul rebelava-se contra a pórtana interministerial que regu- /-vlamentou a profissão do aeronauta, os tripulantes da empi sa, em greve, permane- \) CIU0 C 0110ciam na sede do seu Sindicato, movendo tranqüilamente ,s peças do tabuleiro do

xadrez, ate que fôsse dado o xeque-mate na empresa eles dizízem

Os aeronautas da Cruzeiro cio Sul entraram cm greve a zero hora do dia 5 do cor.rente, c mantiveram-se no seu Sindicato, acompanhando o desenrolar dos entendi-mentos. Eles faziam noticia num dia, e no dia seguinte, como vemos na foto, Iam

procurá-las no seu jornal mural, leito dc recortes dos outros jornais

Page 10: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

NOVOS RUMOS 18 a 24 de marco de 1960 —

ÈISENHQMR FALOU £M PARAÍSO AMERICANO...

Dese¦¦ jwl*

mprego,oram Juntos

orne e RouboEm est Side, Rua 84

Reportagem de W00DY KLEIN(segunda de uma série)

A rua SI Wosl Side ora, hávinte anos, ambiento «graniino* embairro respeitável, habitado pur no-vaiorquinos endinheirados da cias-se média, Limar limpo, bem cuida-do, com os prédios tradicionais dequatro ou cinco andares. Contudo,a desidia, a indiferença e os eslra-gos dai decorrentes causaram a de-gradáçâo do local, convertendo-oem ajuntamento de miseráveis imó*veis. Uns poucos edifícios modernosparecem desafiar as construções emminas que os rodeiam.

O que aconteceu com a rua SiWosl Side é, a rigor, o que sucedeucom muitos bairros da cidade. Ascabeças-dc-porco devoram os con-juntos residenciais com maior rapi-dez do que se constróem casas no-vas e liai atas.

• A comissão planificadora da ei-dade afirmou o seguinte : anual-mente, 11.000 apartamentos ficamreduzidos ã condição de corliço, aopasso que se constróem apenas ..5.500 casas populares. Embora apopulação de Nova Iorqut lenhad i m i n u i d o de 7.891.957 cm . .3952 liara T.STU.hihi em 1958, apopulação dos corliços aumentoude 899.200 em 1930 para 1.132.000cm 195S.

Em companhia de baratase percevejos

.Minha primeira moradia foiuma casa de cômodos em 1 o I -i Iabandono, lia rua 84, Escolhi o edi-ficlo de melhor aparência que pudeencontrar. Tinha quatro andares.Us vidros da porte principal esta-vam quebrados. Us das janelas es-lavam rachados. Nas paredes .Iafachada do prédio viam-se rabiscosmonstruosos c indecentes.

Deixara crescer a barba e nãome arrumara. Para desempenharmeu papel — ator sem trabalho emprocura de habitação '-módica • —vesti calças velhas e uma camisasuja. Encontrei José, o encarrega-do, em seu úmido cubículo do sub-solo. Fui levado para cima. O edi-ficio provocava-me náuseas. Us cor-redores, estreitos e úmidos, esta-vam cobertos de escarro e pontasde cigarro. A já imunda pinturadas paredes e do teto estava se des-cascando. O corredor, escuro, era

iluminado apenas por uma lâmpadade 15 «watts».

Quando chegamos ao aposentoque me iria servir, constatei o ter-rivel estado do colchão e pergunteia José se não havia algo melhor.Limitou-se a encolher os ombros odizer :

— (.) aposento não é muito

bom Vou ver se p o s s o dar umjeito, Aqui, porém, tudo é assim.Vivemos como riw^, sem que o donoligue para nada.

Enquanto falávamos, senti algocon cr pela minha perna, Arregn-cei a calça e vi, um pouco acimaria meia, um bicho de uma polu-i;uda. Repugnado, sacudi-o lera.José achou graça.

- Uma barata. Você logo sjacostumará, São nossos inquilinospermanentes.

Embora a barata me tivessecausado repugnância, esqueci-me doincidente naquela mesma n o 1.1 >•.quando Iui deitar. Dai a minuto*.,porém, senti picadas e cocei ra poitodo o corpo. Acendi a lu/.. rclir 'io lençol e o cobertor, e examinei ocolchão : estava infestado de per-cc-vejos.

Como e ra impossível dormir,Ic.vantci e comecei a ler, ao mesmotemi», que prestava atenção ao ha-rulho daquele antro, O rádio do vi-zinho vociferou até altas li o r a ^.Crianças choravam, Uma briga defamília explodiu no corredor; uniamulher proferia incríveis palavrões.Alguém esmurrava uma .porta, gi*i-laudo que o deixassem entrar. La-Ias vazias e garrafas de cervejacaiam ruidosamente na rua.

Loi a pior noite de Ioda minhavida.

Mais caro que um apartamento

Pela manha, sai de meu tristecômodo e fui visitar alguns de meusvizinhos. Queria saber como fami-lias podem viver em tais condições.

Bati muna das portas que dãopaia o corredor. Atendeu-me umaportorriquenlia de rosto redondo.Disse-lhe que era vizinho reeenle -queria falar-lhe. Ela me convidoua entrar.

A senhora C. vive com quatrocrianças em dois pequenos quartos,cujas janelas se abrem para umaparede de tijolos. Seu esposo aabandonara.

Essa desgraçada mulher pagapelos dois cômodos •!? dólares e tiocentavos por quinzena, isto é, cercade cem dólares por mês. Fiquei es-tarrecido. Pago apenas 'A'2 dólarespor meu apartamento de três pe-ças em Greenwich Village, muitoem moda atualmente. Como podeela viver com os 102 dólares deassistência social que recebe dedois em dois meses '.' Disse-me nàoter dinheiro para vestir as crianças.Várias vezes são forçadas a faltarà aula, no inverno, porque não .lis-põem de agasalho nem de galochas.As desventuras da família são agra-

¦*¦$•>" WÊ W 'Wf I $$'•* • ^^¦*.*¦' EEíIh '•VI* ¦>,.• IR i .^sssIsBíjsW

§?; R«f ÊW mWÈÊÈM»

¥¦ nmÊm WmMmwfc_ v> • íísíC- mm *nL* BsV*< j • . ftiW*J f ¦ ( .• IMm ¦¦¦¦'^nflD mÊL'• • üw- $' >&' & Í'Wm\''ÈS'- &'''¦¦> /•'.*.•:'>'•' gM mS

*-&w M$ ¦ ik ,,#'-#f*;.' :**' *'>¦%' m SH WÈ H

$&$£¦¦'¦ m%$ t^M-Ivt^^^èíí,v i" ÊÈÈmwÈ •' ¦••¦:':

\ <-¦ fft* SuS". i \5s Si?(í/--'- •'•• ¦ • ¦• , MomíM ¦TmrJMU_

. ^'i m w^^^' ¦* iipps te.

^fRIé MBsIfflL*,..^ m^mm^wumâ^JÊmmW^

ir' '**VÍÍ * m ^fi& w*fwCw^iiOT?-^^*»wlsE8s r*Và!* ^j v-A»t..»-yw^'|Mt*i^jRiHvKjS^

i

Ve\\

> jr

**<*.Lc**- -7?lÍ--*'

\ ma sombraameaçadora

O» l)ÍK Ikissosí, (|Up iá nàt. vh'i'in miiifo lraii(|iiil(is com us |iriMnu|)ui;õfscrlmlas |.i'lns liuineiis i-ue tralialliiun em suas umprésns, são ngora aiorincntailnspelos mais de quatro milhões de nortu-nniericaiios ipie não trnhalhani, não an-nliain .¦ ( .cisani conirr.

vadas pela enfermidade do uma fi-lha de sele anos, já o| . da l résvézoS por causa de uma doençacrônica no estômago.

(lutra vizinha, de 29 anos, temIres filhos ilegítimos, cada qual depai diferente. Recebe 175 dólarespor mês, com que sustenta a siprópria e às três crianças. O se-nhorio a faz pagar mensalmentemais de 80 dólares por um míseroquarto em que ha uma cama, umberço e unia cômoda quebrada,

— Raramente saio - ¦ diz-mea sra. IL — Nem sequer posso pro-curar outro limar onde morai.Além do mais. paia quê

'.' Não i n-

Todos os apartamentos o todas ascasas sã0 iguais. Não teremos nadamelhor.

D esemqrègo, fome, roubo

*Bp '^^^^^^*BI Hfll sN BuR* -" "\ — *ij U Hü 1*1^m^K BBBs, 4Bv bbbbbT^^ *9 Hsi ^^Wm^bs*HI,m. ¦ ¦ m -"»•-¦*!• *m ' jw* Hsp *\'ws" mm

í^kHÜB Bhssfll * li 4*isssssHsMRÍkíssssss> lssssssF""&ssskfilsflsl ssRjíssssi HB BsbJR sBIsssssssssssss^ssss^ssssQsssssbÍ IsssH^sssssssskl

HsssssssssssMssPj Sk^Aslssssrà «Mi ' "^nÜjL. é ÍP ' *lP«sHssssfI_ \* «wÍR^ JltssssUB Mflsl IU

bbBtB ¦P^P^**'^ — ^S£^-- Irf Tm^* "BB *• 'W srvBsLJ^¦ssfl Hl^* V' «^B Hs^sflB i3*<assk ¦*»¦¦*>- .* *^Bss^. JftW sHsssfl ssssMssssssssssBssssssssW&fllyl^kBrm 'íssssnKffj %¦«<•" ••••i MBI pTw •. .1*1» -.^sH BsrtSafl BBISS.-. - _^.^^fiimmkÉmmtMZ ¦" Jtu^m* _ ^m~^m^m?r ^- , ^ «Ma^iisissssk. a.m^sm j»,*- JmMsI sssssssVfssH sssssssssssH?JljÊÉKgÊ^r^^p^ 'mama t , inyiU ii WÜB RB KV Kl

méb^^àtÊÊÊiÊÊÊ^mmcmúàrimmÊSiÊÊmM' w-ssssfei*. ¦HP % -J HSs^sk^lT^sss^V^^sB ssB-^Bsl sssssW^>HI l^ssKssur HBV * .B^"V"9sP) "-^B ^ssv^sMsssVBsVBssB ssBfmL£immFWlW^^^^^^^m3r~ 1_^_i JS >^snsssBsMnsMMsnWMslHBIIBH sM¦"C^Zlküiái"*•«* ^sJr*»isslMr **^ 'J|«|l|i"l'|1 2Dj II

là*9sBBBE^P^&3«aSB^iSlsms^SBBWHsBBttsL.i 3W ' *!Í'12IS^sXsbbBHbbB Hi3J1 Kisws^issinssslM s>M^—»***••*** **Z\*m^mn»\m^mW*WJ!l WM mr*SsHÉsSSsfl ilsB»^BBBBBBBBBBBBBBBS^BBBB^""WB*BI^ ZZT^ - 9^^.~ M^MM Ml V IMsSsB Ifli wB"" ****** ^"^ÍsMsHsSBbBsBBbB SsKÍBBBBBBB^BBB^BsW^BsP^^fl^'^^^^^»—^_^*- -A^dlsSSSSSSS) ¦!¦ SSSSSSsH «SH ¦ HP*^1""' ^^^akl .a^SkJsl flsBSSSSSSSSSSSSSSsV^SsH SSSSsl

srT^sM^JsMsissPsMsssssssf^A « tsssssl ^H^H ^^^*^"^^ mu 1 ^sssl PflPt* ¦^•¦'^ •i»"^^ ^^^ssffásssB sssssss^sssl ssHsssssi

* «¦ "^^PHB^P"WB ssssCsIllMs^slijsfc s^sssssBft d^BP** ^B *^>wy ~ sTsHissssssJsffl^sr^^^Tsssss sssssf^Br... rV^^.3ftÉÉtMÍsss^ mm*mW ^m^^tmmum^^^ ^* * BÊÊÊm\ur-y^À^^^*: ?^Em ^Ki Iffi ssfwXh KBLc' jfl ISi^útgnflMA^^Vr^IlMffy ^^lÉEJrV || sasasáfl

^^^IÉbÍmsjbbB^B P» *f^HB*.'M"^^ ? j ,¦ —. jT&J3Li< 'JmWÊ* 4Sbiiis/4Ibbbbbv^^I ^sfl mC<3m B

Lj ^JJI^^SíSBBjBsjBT*^y-<j3ssBlLL_ ^ssssssssssssssssssssssssssBs^sssBfaõs»s|sssssssssBs^ss^^v^^?7^sflssBIsssI K^ZI^ssI ssW ^s^ssl ssssl-^^^ssl ISr^^B

sBSkjJsl ^B SBBBBt<kBBBBpjf 1 «B HflB

ssssli^sssf^sssslssf €F* jJsl Bf ta m^mWJ&mtÊmmVmw' li-, V'Xmmt ¦'¦**** *âff|#L\l8v ~^*««2«H^saMsssr^r^sslHsssssV HrLsWJslik_Jlsfl HIt jSBSl •k*«T7A*vir TsssÀ lfc raT^aPi*. j.ív ^^^JO-^^^Kfss^A.^ssssslBs^W-J^TTssssF -«S SssBsBIC5B ¦•••B-^IlXSJB y "' jflPfc^jV^-,,'^^Tff>*wl*^_a^

PwmsbbI uaÊÊÊ\ sCáSsW^Wfl sHsF^kl «^iíi-* ÍEÍ ^^'^**^,*^l . » f^J1!^...»v>!„»- JB^^3PotBsL^^H ssssssÉssf^^ssBssss». jHW-^sBK *^'*^i$ÊÊF*Âáà -p jTll JP-#J-Í^-^Ajm^ssMBsMI BaMFAsB-fc ai™v^fl ^"V KBl9ss1!^w^*tRrsnK9sBOiC2 «»*' - - ^^w-r~ -^^^mmwESL #

B» ssWBB-fay^*»^^ ^ >**%t^TSAjr^iSs^*^. <ü *':. «<aB>sP»i

LtJH EssVssT ásBI l***ilss^^ *SSi>J^* lJm&t&'i^JSmW^^ L-'*$m\X^* tT" ^^^B[JrB>?i:3B

-^H ssssV ¦sK^4ksi «* *Tf***k? ^^ ¦St ámss>t\ ?í*Jr*>' •PJ * "• -n

^^^^B*"jssst. ^sssHssI ssssr^k^^ssssl ssssk^ssVB^^^^B^Br^^ ^^^^^K *|Bi.^J '^Kr.t.

l9^MÊf^ ** «Bsbb '•• v^w *_»^

vtfflNflj ^^DH|H .bbiIbibI^bB B^s^^jbbibssBsk^iBÍ^^^BBI EH^**^ ^mT^T ds^'^ \2- m^m i i*^ c]^Jntr 17

yrjjrfffr3Blffflr^sBÍc^nlrJ^^yjW^WpT5mff^ JÉL J^Wstl^KMBiOBs^^sBMWPWTil^ JnnH-u MHSsl ^'/ *>-4*'^ r1"' .. ;*v -Li*;>.- ,,i^gwaiBliWlMÍ^^ "tWMWlw wasmwmájÊlmM^-^M^^^^^M&j * -¦>. « -- -.-•j^:í'1t™w.^«w

Poucos dos que moram no edi-fieio tem ocupação permanente. Amaioria vive do subsidio ou do se-guro de desemprego. Um inquilinodo segundo andar, lavador de pra-tos sem trabalho, lem no bolso ¦'.dólares e 60 centavos e faliam qua-tro dias para que possa receber osubsidio de desemprego! Êle, a mu-lher e duas crianças acotovelam-se num quarto sujo, em que não

..ii tu ii|) iiiiii.^, |i<ti d i{itv , . • <;> ' ¦ i i" *

contrarei nada melhor por pelo. Sl\vt' nadp alem de um grande ai-mano. K um homem desesperado.

— Não quero roubar — dis-se-me. — Repugna-me fazê-lo. Ja-mais me aproprio de coisa alheia.No entanto, agora penso nisto. !•';uma idéia que não me sai da ca-beca.

Ao que parece, nada mais im-porta a uma mulher que mora umpomo distante de mim. Suas vizi-nhas contaram que ela e as trêscrianças quase nunca saem de casa.Bati a poria, num dia de sol. Ateu-deu-me uma criatura fraca e ex-teimada.

Perdoe-me — disse-lhe. — Sounovo no bairro. Pode dizer-me ondese [iode comprar comida barata ?

Não há nenhuma comidabarata —- respondeu.

Olhei para o interior do quartoe \i a janela completamente co-beria por cortinas. Na cama de-sarrumada havia três crianças su-jas e nuas.

A senhora sai alguma vez ?— perguntei. A rua está agrada-vel. Por que não manda as crian-ças brincarem ao sol ?

Como resposta, a mulher bateuviolentamente a porta tio meunariz.

D i cio nário

cambio< ãniliio, em (<'si> <• rm (feral, «5

lôda opuração de. troca de delermi*nado valor exprjesso em uma inoc*da pelo mesmo valor expresso emuma moeda diferente. Na prática,entretanto, csfci definição quasesempre é Incorra e imprecisa. Adivisão de unia parle do mundo empaíses imperialislas e paises depcn*dentes Ia/, com que estes quase sem-pre paguem pela moeda dos primei-ms um prego superior ao real. 6sabido, por exemplo, que o valorou*io real do dólar norte-americanocorresponde atualmente a menos dametade do valor declarado ao Pun>do Monetário Internacional, com oqual são feitas as iransacões Inter*nacionais com esta moeda,

A palavra, por otilro lado, 6 fr«.qlicJitemente usada com certauacepções particulares, Chama-se,por exemplo, «regime» ou «slste-ma de câmbio, nu simplesmente«câmbio», ao conjunto ou a partedo conjunto de regras, restrições *limitações que os governos põemem prática com o objetivo de de-tender e aproveitar segundo os seu*,interesses, as suas respectivas re-ceitas nacionais ein divisas est ia n-geiras, O aparecimento desses sis-lemas e regimes cambiais, de re-gulamcntaçAo e limitação da (rocade moedas, como resultante da de-Mirganizaçâo e desigualdade impe*ranles nas Iransacões entre paisescapitalistas, deu lugar ao apareci-mento, em contraposição, da expres-sa.> «câmbio livre , para designar oregime de troca de moedas não su*jeito aquelas limitações c restrl*ções oficiais,

No Brasil, os partidários da ex*tensão dn regime de «câmbio livroa Iodas as operações com moedasestrangeiras no pais — com o quese faria, na prática, a passagem domonopólio do câmbio das mãos dol.slado para as mãos de umas pou-cas grandes Iirmãs norle-america-nas que dominam o nosso comer-cio exterior — se empenham emexpulsar o Governo, parcial ou to-talmente, do mercado de câmbio.Na campanha que empreendem,com este objetivo, ficou celcbri/.»-da a expressão «reforma cambial»como deslgnadora da reforma quepreconizam, com o apoio ostensivodos imperialislas norte-americanose dn KiiiiiIo .Monetário Internado*uai, e que já loi em mande parlorealizada pelo Governo Brasileiro.

Justiça

«branca» contra

PretoEnquanto dezoito senadores racistas

promovem a maior obstrução já reali-/.ária no Senado americano para evitara aprovação de leis de defesa dos di-reitos civis, milhares e milhares de ne*gros cm nulo o território dos EstadosUnidos promovem manifestações de pm-testo contra as discriminações de quesão wtimas. As manifestações dos ne*gros, além da repressão pela polícia,.-an assaltadas pelos brancos, que eu*meiem impunemente as maiores bar*haridades. Presos por perturbar a or*ciem . porque tiveram a caudácla» deocupar lunares reservados aos brancos,us negros são condenados a penas emulta-, que se negam a pagar pois nãocometeram crime algum.

A verdadeira situação dos negrosnorte-americanos pode ser visia numaafirmação recente do governador Ed*mond Brouwn da Califórnia, Referiu-do-.se á pena de morte, disse o governa*dor que ela nunca é aplicada contraelementos da «classe alta.*, por maio-res que sejam seus crimes; pelo con-irário, juizes e jurados se esmeram emcondenar a morte negros cujos crimesnem sequer foram viuvados suficiente-mente,

NotaEconômica

'Lei das selvas'1sio mercado do açúcar

Hotel ciasEstrelas

Num flagra nl e que bem poderia ser confundido cm o ,, cenário de ut< paissubdesenvolvido, homens dormem ao relenin na ieir.i dos cidilLn-;. I'.:;,, ,.|(.sassim como para milhões de"iiorie-ain 'licanos na- me-nuis condições, nem n„ ^nu

i iu soiilios é fácil antever* ,i.- delicia*; do puraisu americano .

Noticia a imprensa que um «grupo de trabalho estáreunindo-se no llamarati, com o objetivo de documentara reivindicação que será levada pelo Sr. I.afer aos lista-dos Unidos, no sentido de que os exportadores brasileirostenham uma parle nas importações norte-americanas deaçúcar. O grupo de trabalho é composto por funcionáriosdo Instituto do Açúcar e do Álcool, representantes de usi-neiros e diplomatas, e deverá concluir seu relatório até odia 18, data em que o ministro do Exterior ira estendera sua cuia em Washington,

A noticia ?'¦ o prolongamento natural de uma pressãoque, sem encontrar resistência, vem sendo exercida desdehá algum tempo sobre o (iovérno Brasileiro, para que estese aproveite do conflito entre Cuba e os Imperialislas nor*le-americanos, e reclame uma cola para o brasil nas im-|K>rlações lamines de açúcar. Por imposição dos produ-lores internos dos listados Unidos, as importações de açú-ear deste pais sâo regllladaii por um sistema de colas rpreços fixos, e a maior cola (,'10';,, de um lotai de t) mi-Ihões de toneladas) lem cabido a Cuba, Desde que o (io-vèrno de Washington começou a erguer a ameaça de corteou supressão dessa cola cubana, como represália à poli*tica anliimperlalisla do (inverno de Havana, os produto-res e comerciantes de açúcar no Brasil — e não só emnosso pais, mas em diversos paises latino-americanos —começaram a pressionar para que o sacrifício do Cuba sejafeito em seu beneficio,

Na verdade, náo se sabe onde essa pressão deixa deser obra dos produtores e comerciantes Interessados, epassa a ser obra da diplomacia Ianque, que conta com va-liosos cúmplices no llamarati, e está grandemente interes-sada cm isolar Cuba e neutralizar a solidariedade que ospovos latino-americanos estão demonstrando para com opovo cubano,

Ile uma forma ou de outra, a manobra progride Hápomos dias, us funcionários do I.A.A, que hoje integramo grupo de trabalho do lltmuirati regre Mira,o dos lista*do- 1 nulos, «onde foram e peeialmenle para endossar, jun-to ao Departamento de lislado ¦ com a ajuda da linibnl*\aila brasileira, o pedido dos uosbii*. açiuarciros, que jã

tomou assim uni caráter oficial. A próxima viagem doSr. I»afer, dessa forma, não fará senão dar maior forma-lidade a essa posição oficial do Brasil, de candidato aurubu da revolução cubana e, como lal, de cúmplice In»perialista contra o povo cnl>«--

Alega-se, para defender esla posição de rapinagemcontra Cuba, que o Brasil pode exportar (i(M) ou 700 miltoneladas de açúcar por ano, e só está exportando 400mil, enquanto Cuba tem garantida uma cota de S milhõesde toneladas anuais apenas no que se refere às suas expor*lações para os listados Unidos. Os diplomatas brasileiro*que assim argumentam esquecem, entretanto, que a posi*ção de (Juba no mercado açueareiro é em tudo semelhan-le a do Brasil no mercado cafceiro. Enquanto o Brasil«poderia» produzir e exportar mais ãOO ou 300 mil tons.de açúcar |Kir ano, Cuba <já está» arcando com o ônus daestocagem, para defesa dos preços do produto no merca-do internacional, de mais de 50% dos excedentes mundiaisda produção açucareira. Apenas na presente safra de 59/60,segundo noticia recente do «Financial Times», Cuba est»produzindo um milhão de tons. a mais do que consome «exporta. Como o Brasil pode pretender que os demaispaíses produtores de café respeitem os nossos direitos, de-correntes dos nossos ônus, de maior produtor ile café, senega estes mesmos direitos á Cuba, no caso do uçúcar?Se é a «lei das selvas» que regula o mercado do açúcar,como se pode pretender que a mesma lei não impere numercado do café, do qual também Cuba participa?

O Governo Brasileiro lem feito repetidas queixas aWashington e Buenos Aires, pelo lato de que o Governode rrondi/.l se esteja aproveitando da resistência do Bra-sil às imposições transmitidas peto Fundo Monetário In*ternacional para obter empréstimos e favores dos lista-dos Unidos, como prendo ã sua política entreguisla, OGoverno Brasileiro ."láagura fazendo eoi a mu,Iopior cum Cuba, e numcaso como noutro só háum beneficiado; o impe-ri.tiiMiin ianque.

Page 11: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

18 a 24 de março de I96UNOVOS RUMOS 3 ~,

Vitória da Causa Nacionalistaemocráticâ Nas Eleições

Fm nosso Resolução de selenibiodo ano passado, fizemos uma aná-lise do situação política nacional,focalizando, em primeiio plano, oproblema fla sucessão presidencial.No breve prazo decorrido ei partirde então, a situação se desenvol-veu dentro das Ifcihas essenciais,que consideramos nci leferida análi-se. As questões, examinadas fazum semestre, estão hoje, porém, mui-to amadurecidas e nilidos, o que naopode deixar do ler reflexo sobre asposições de nosso Parlido.

•|

Perspectivas concretasde cessação

da "guerra-íria"

A fim de cituor conelcinienle clicin-fe dos problemas nacionais, é inclis-pensável compreender o imenso ai-cance das modificações, que eslãose operando na arena internacionol,

A viagem do camarada NiWtaKruschiov, presidente do Conselhode Ministros :1a URSS, aos EstadosUnidos, marca, sem dúvida, o iníciode um novo período nas relaçõesentre as duas maiores potências,cujo entendimento é condição bási-ca para assegurar a paz mundial,c' cerlo que sérios obstáculos aindaie opõem e continuarão a se opora êsse entendimento. Exisiem nosEstados Unidos e nas outras polên-cias imperialistas, particularmente naAlemanha Ocidental, círculos inte-ressados no prosseguimento da«guerra-fria». Tais círculos não me-dirão esforços para impedir que nasconversações a respeito do desarma-mento e sobretudo no próximo en-contro dos chefes de Governo dasgrandes potências sejam alcançadosresultados práticos em benefício dacausa da paz. E' indiscutível, porém,que foi aberto e começa a ser tri-lhado o caminho que pode conduzira um efetivo alívio da tensão inter-nacional e ao estabelecimento decondições douradouras para a coe-xistência pacífica entre países de sis-temas sociais antagônicos. Isto sedeve, antes de tudo, aos esforçosda União Soviética e dos demais pai-ses socialistas, à luta das forçasamantes da paz no mundo inteiro.

No seu discurso diante da Assem-bléia Geral da ONU, apresentou ocamarada N.S. Kruschiov um pia-no concreto de desarmamento uni-versai em quatro anos, abrangendoa destruição dos estoques de armasnucleares e a dissolução das forçasarmadas e instituições militares, comexceção somente dos contingentesnecessários à segurança civil. Propôsainda o camarada Kruschiov, em no-me de seu Governo, que uma partesubstancial dos recursos, que deve-rão ser poupados com este plano dedesarmamento, seja fornecida pelasgrandes potências aos países subde-senvolvidos, a fim de que estes pos-sam acelerar a sua luta contra oatraso econômico.

Na política exterior soviética, osatos guardam plena concordânciacom as palavras. Já antes, havia ogoverno da URSS resolvido, de mo-do unilateral, a interrupção das ex-periências com armas nucleares, oque determinou a «trégua atômica»ainda em curso. Agora vem o Go-vêrno da URSS de dar mais um pas-so significativo, também unilateral,no sentido da redução dos seus efe-livos militares, ordenando a desmo-bilização de um milhão e duzentosmil soldados. As tergiversações doscírculos imperialistas nada podemcontra argumentos tão convincentes.

Não devemos perder de vista queperigosos focos de atrito persistemem várias regiões do mundo. Brus-cos agravamentos da tensão inter-nacional continuam sendo possíveis,mormente porque se acentuam as con-tradições dentro do campo imperia-lista. A própria perspectiva de umalívio sério da tensão internacionalpode tornar, momentaneamente, maisagressivos certos círculos belicistas elevá-los a atos como as recentes pro-vocações nazistas e anti-semitas ir-radiadas da Alemanha de Adenauerpara todo o Ocidente capitalista,mas imediatamente repelidas, com amais profunda indignação, pela opi-nião pública mundial.

Apesar de ludo isto, torna-se, en-tretcinlo, cada vez mais claro que abalança começa a peder decidida-mente para a cessarão da «guena-fria». E' esta a tendência que seafirma com força crescente, que abrecaminho em meio a recuos têmpora-rios, sobrepujando os obstáculos an-leposlos pelo imperialismo norte-americano e os seus associados daEuiopa Ocidental. A próxima con-ferência dos chefes de Estado deUnião Soviética, dos Estados Unidos,cia Inglaterra e da Franca assume, as-sim, excepcional significação, apoio-dei que é p'.'lci aspitação de Iodos os

povos no sentido de medidas con-cretas a favor da causa da paz.

Ao povo brasileiro interessa vital-menle que entre as grandes potên-cias se instaure um clima de coexis-lência pacífica e de duradouro en-tendimento. Sabemos que os efeitosdevastadores de uma nova guerrapoderão atingir diretamente ao nos-so pois. Mas, além disso, as propôs-Ias soviéticas tornam patente que acessação da «guerra-friíi» e da cor-rida armcimentisla criará, no planointernacional, as condições mais fa-voráveis à lula pelo progresso econô-mico dos paises subdesenvolvidos.Compreende-se, assim, que as propôs-tos do camarada Kruschiov tenhamencontrado repercussão favorávelem amplos setores da opinião públi-co nacional. Há, pois, condiçõesgrandemente propícias para que opevo brasileiro dê uma contribuiçãomais ativa à causa paz mundial,principalmente através da pressãopora alterações profundas na políli-ca exterior do nosso Governo, quecontinua a apoiar nas assembléiasinternacionais a ação belicista e co-lonialista das potências ocidentais.

Diante das modificações que seoperam na situação internacional,podemos afirmar que a nossa lutapela libertação nacional e pela de"-mocracia, pela paz e o socialismo,se desenvolve em condições excep-cionalmente favoráveis. Isto deveinfundir maior entusiasmo e maiselevado espírito combativo a todosque milhamos sob a bondeira domarxismo-leninismo.

I I0 quadro políticoda campanha sucessória

Fato político central do período emcurso da vida política nacional, acampanha pela sucessão presiden-ciai vem se polarizando, como pre-víamos, em torno das candidaturasdo Mal. Teixeira Lott e do sr. JânioQuadros.

No breve lapso de tempo trans-corrido após a nossa Resolução deSetembro de 1959, a candidatura dosr. Jânio Quadros sofreu grave aba-Io, enquanto a candidatura do ma-rechal Teixeira lott vem conseguin-do vencer as etapas necessárias àsua consolidação.

A manutenção e o fortalecimen-to da candidatura Lott constitui, semdúvida, nas condições atuais, um sé-rio fator de exacerbação das con-tradições denlro dos agrupamentospolíticos tanto do Governo como daOposição. Trata-se de um fato deprimordial importância, cujas razõesmais profundas poderemos apreen-der se c onsiderarmos os processosatravés dos quais surgiram e se de-senvolveram as candidaturas do sr.Juscelino Kubitschek, em 1955, e domarechal Lott, no ano passado.

Não há, entre ambas, certamente,diferenças qualitativas. No funda-mental, as forças sociais e políticasque se agruparam em forno da pri-meira também constituem o esteio dasegunda. A coligação que se agiu-tina em torno do marechal Lottabrange, portanto, como foi o casocom o sr. Juscelino Kubitschek, umconjunto de forças extremamente he-terogêneo, em que figuram os seto-res mais radicais do movimento na-cionalista e também setores conser-vadores do PSD e de outros parti-dos.

Cometeríamos, todavia, grave errose não assinalássemos as partícula-ridades que distinguem a candidatu-ra Lott e que, por si mesmas, expres-sam as modificações ocorridas nopanorama nacional e no seio dospartidos políticos, o progresso sen-sível das forças nacionalistas e de-mocráticas.

O sr. Juscelino Kubitschek foi,desde as suas origens, um cândida-to tipicamente pessedista, apoiadodesde o início por setores dos maisretrógrados da cúpula do PSD, in-clusive por elementos vinculadosa interesses do imperialismo nor-te-americano. Apesar disso, na con-juntura existente em 1955, o sr. Jus-celino Kubitschek recebeu o apoiotambém das mais importantes cor-rentes nacionalistas e populares, en-tre as quais os comunistas, que viamnaquela candidatura a melhor pos-sibilidade existente para unir as fôr-ças patrióticas e anligolpislas inte-ressadas em barrar o caminho aossetores entreguistas, enlão aglulina-dos em torno do sr. Juarez Távora.

Já a gênese da candidatura Lottteve caráter oposto. Seu nome foiinicialmente lançado e articulado pa-ra a sucessão presidencial fora doâmbito dos grandes partidos, susten-lado pelos setores mais ativos domovimento nacionalista. Apoiadoneste, teve e ainda lem de vencerarandes dificuldades para se imporàs cúpulas partidárias, enfrentandoos obstáculos que lhe colocam no ca-minho os elementos relrógiados e

LUIZ CARLOS PRESTES

Presidenciaisentregistas do PSD e ceifes setoresdireitistas dos demais partidos da co-ligação governamental. A cândida-tura do marechal Teixeira Lott pos-sui, assim, desde as suas origens, umsentido marcadamente nacionalista,que não tem arrefecido, mas vem seafirmando, em que pesem as conhe-cidas inclinações conservadoras dopróprio candidato.

A apresentação do marechal Tei-xeira Lott às eleições presidenciaisconstitui, no âmbito do Governo Fe-deral, uma vitória de grande signi-ficação do seu setor nacionalista,apoiado no movimento nacionalistaem geral. Precisamente este fatotem contribuído para tornar maisagudas as contradições no seio dopróprio Governo, dada a composi-ção heterogênea que conserva atéhoje.

O afastamento dos srs. Lucas Lo-pes, Roberto Campos e Garrido Tôr-res, das posições-chave que ocupa-vam, refletiu, após o rompimento dasnegociações oficiais com o FundoMonetário Internacional, o vigor domovimento de opinião pública, queisolou politicamente aqueles entre-guistas. A recomposição ministerial,entretanto, não foi realizada pelosr. Juscelino Kubitschek no sentidode mudar os rumos governamentaise, principalmente, de fortalecer acandidatura saída das próprias filei-ras situacionistas. Bem ao contra-rio, o Presidente da República con-'iou postos dos mais decisivos a ele-mentos entreguistas e reacionários,como os srs. Armando Falcão, Ama-ral Peixoto e Sebastião Pais de Al-meida. O ministério recomposto prós-seguiu, assim, no essencial, a orien-tação anterior, em condições, po-rém, de maior descontentamento po-pular e de acentuação da instabi-lidade dos quadros políticos. 6' oque, aqui, nos cumpre analisar.

O ano de 1959 transcorreu sob osigno de um ritmo inflacionário ex-cepcional mesmo para o nosso pais,que já sofre há vinte anos uma in-fiação crônica das mais pesadas domundo. Segundo os índices, basea-dos em médias mensais, da publica-ção oficiosa «Conjuntura Econòmi-ca», o custo de vida no Distrito Fe-deral se elevou, no transcurso de1959, em 46,3%, quando duranteo ano de 1958 a elevação foi de . .20%. Na capital de São Paulo, se-gundo os índices médios do Depar-lamento Intersindical de Estatística eEstudos Sócio-Econômicos, o aumen-to do custo de vida dos trabalha-dores, em 1959, foi da ordem de . .44,7%.

Paia tal aceleração do ritmo in-flacionário contribuíram, de mododecisivo, as medidas que o sr. Lu-cas Lopes aplicou como Ministro daFazenda, seguindo parcialmente aorientação traçada pelo Fundo Mo-netário Internacional. A mesmaorientação financeira, apesar do es-forço para disfarçá-la, vem sendoaplicada pelo sr. Sebastião Pais deAlmeida. Uma das suas primeirasmedidas foi a elevação do dólar-café de Cr$ 60,00 para Cr$ 76,00,praticando verdadeira desvaloriza-ção forçada da nossa moeda, olémde transferir enorme massa de ren-da para os fazendeiros e exporta-dores de café. Para avaliar inteira-mente o impacto inflacionário que ocafé representa, é preciso levar emconta ainda que, em junho deste ano,segundo prevê a revista «Desenvolvi-mento e Conjuntura», os estoquesem poder do IBC deverão atingir cêr-ca de 32 milhões de sacas, com umcusto superior a 60 bilhões de cru-zeiros para o Estado. O Sr. Jusce-lino Kubitschek emitiu no ano passa-do 35 bilhões de cruzeiros, o quepermite avaliar a violenta pressãoinflacionário decorrente da políticafinanceira do Governo e que dete-riora com tanta rapidez o nível devida das massas.

E' recente a Instrução n? 192 daSUMOC, que lançou no mercado decâmbio livre nova série de produtosexportáveis, representando não me-nos de 200 milhões de dólaresanuais. Deu-se, assim, mais um pas-so — e muito avançado — para acompleta reforma cambial, tâo re-clamada pelo Fundo Monetário In-lernacional.

Numa reação legítima contra ainflação, em defesa do seu nível devida drasticamente rebaixado, ostrabalhadores realizaram, no anopassado, grande número de movi-mentos reivindicatórios, muitos dosquais culminaram em greves. De mo-do geral, não lem sido difícil aos pa-trões conceder aumentos salariais,não somente em virtude dos enor-mes lucros que a inflarão vem pro-picicindo, como porque a economia

brasileira continua em expansão.Em regra, porém, os aumentos ai-

cançados-oscilaram entre 25 e 35%,não chegando a compensar inteira-mente a perda do poder aquisitivodos salários.

Diante das greves e dos diversosprotestos contra a carestia, o Govêr-no do sr. Juscelino Kubitschek tem-se inclinado a utilizar a repressãoviolenta para sufocar as lutas dasmassas populares, ao invés de pro-'eger os seu? interesses contra os be-neficiários da inflação. Enquanto sedobra diante da intervenção deautoridades norte-americanas, entreelas o embaixador Moors Cabot, epermite aos frigoríficos o aumentode quase 100% no preço da carne,o Governo do sr. Juscelino Kubits-chek intervém no Sindicato dos Ofi-ciais de Náutica e manda espancarestudantes, que protestam con,'a o""'aumento de preços no restaurante doCalabouço. O aumento das tarifasde bondes no Rio — mais uma con-cessão à Light — é garantido pelasforças da polícia sob as ordens di-relas do sr. Armando Falcão, res-ponsável principal pela invasão daUnião Nacional dos Estudantes e pe-Io brutal assalto à Faculdade Nacio-nal de Direito, fatos que comoveramo país e despertaram em amplos se-tores da opinião pública a exigên-cia de demissão imediata do minis-tro da Justiça. O sr. Falcão, naverdade, não tem feito senão seguiro linha do discurso de Ano Novo dopresidente da República, que, alémde promessas demagógicas, foi fér-lil em ameaças aos trabalhadores eao movimento sindical.

As massas trabalhadoras e am-pias camadas do povo não têm acei-tado, porém, passivamente, as viola-ções das liberdades democráticas,impondo, em vários casos, o recuodas autoridades reacionárias. Exem-pios frisantes foram a cessação daintervenção no Sindicato dos Ofi-ciais de Náutica e a realização daConferência pró-Anistia aos Presos eExilados Políticos de Portugal e Es-panha, a qual constituiu flagrantederrota para o sr. Armando Falcão,um dos mais ativos representantes daala entreguista e reacionária do mt-nistério.

Tanto no seio do Governo comoda Oposição persistem tendências,que se tornam muito vivas em certosmomentos, a procurar soluções forados tramites constitucionais. Essastendências sé manifestaram aguda-mente nos últimos meses do ano pas-sado, com os episódios das bombaslerroristas e da rebelião frustrada deAragarças. Em ambos os casos, fi-caram evidentes as manobras de ele-mentos do Governo para estabele-cer medidas de exceção, como pri-meiro passo no sentido de afastar acandidatura do marechal TeixeiraLott e, em seguida, alcançar o con-tinuismo do sr. Juscelino Kubitschek.O episódio da ridícula revolta de umgrupo de oficiais demonstrou tam-bém o desespero de certos setores,que apoiam o sr. Jânio Quadros,após a renúncia do mesmo e dian-le da perspectiva da vitória do con-didato nacionalista.

A legalidade constitucional foi,porém, vitoriosamente defendidacontra as tramas golpistas, tanto dedentro como de fora do Governo.Fracassaram, igualmente, as provo-cações anticomunistas com que pre-tenderam se acobertar os conspira-dores. Isto não significa, todavia, aextinção das tendências a recorrer asoluções antidemocráticas por partedaqueles grupos entreguistas e rea-cionários que temem a luta das mas-sas por seus direitos e que desejamimpedir a todo custo a ascensão domarechal Lott à Presidência da Re-Pública. A defesa das liberdadesdemocráticos se apresenta, por con-seguinte, como tarefa da mais altaimportância para todas as corren-•es nacionalistas e populares.

No terreno da política exterior, oGoverno do sr. Juscelino Kubitschek,Premido pelas necessidades objeti-vas, deu um passo há muito recla-mado por quase toda a opinião pú-olica, ao enviar uma missão comer-cit>l à União Soviética e concluircom esta o primeiro acordo de tro-cas de mercadorias, O Governocontará com o mesmo apoio de am-Pios setores políticos e sociais paradar um.passo seguinte, ou seja, oreatamento das relações diplomáti-cos com a União Soviética e a nor-malizaçâo das relações com todos osdemais países socialistas, inclusive o^conhecimento da República Popu-lar da China.

Entretanto, ao recusar o convite(l° Governo de Fidel Castro porc.Participar da Conferência dos paisessubdesenvolvidos em Havana, o Go-

vêrno Brasileiro contrariou, vergo-nhosamente, o sentimento dominan-te do nosso povo e evidenciou o ca-ráter de conciliação e capitulaçãoinerente à chamada Operação Pan-Americana. O'nosso povo não po-de consentir que o Brasil seja cúm-plice das manobras dos monopóliosianques no sentido de isolar a re-volução cubana e, em seguida, es-magá-la, através da pressão eco-nômica, da sabotagem ou da inter-venção militar aberta. E' necessárioalertar a opinião pública contra taismanobras e mobilizá-la para a maisdecidida solidariedade ao heróicopovo representado por Fidel Castro,na luta que trava contra o mortalinimigo comum de brasileiros e cuba-nos — o imperialismo norte-ameri-cano.

A viagem do presidente Eisenho-wer ao Brasil e a outros países la-lino-americanos teve precisamentepor um dos seus objetivos a articula-ção de medidas contra o atual go-vêrno de Cuba. Como deixou pa-tente esta viagem, esforçam-se oscírculos dirigentes dos Estados Uni-dos para revitalizar o seu camba-leante domínio sobre a América La-tina, através do sistema da OEA cdos diversos tratados, bem como depromessas de «ajuda» financeira.Entretanto, em contocto direto coma América Latina, o presidente Eisen-hower teve oportunidade de sentira solidariedade de seus povos à re-volução cubana e a sua decisão delutar pela próp.ia emancipação.

E' nesse quadro, do qual apresen-tamos apenas ns traços principais,que se desenvolvem as campanhasdos candidatos às eleições presiden-ciais de outubro de 1960.

I I I

Agravam-se as dificuldades nocampo janista e consolida-sea candidatura Lott

E' fato evideilc' e incontestávelque a candidatura do sr. Jânio Qua-dros vem-se revelando muito menossólida do qwo adoentava. A gran-de imprense, fartamente financiadapelos trustes norle-omericanos, pro-curou criar em lô.no do ex-gover-nador pauliíta uma impressão de«invencibilidade», úc «marcha friun-fab, de «irressislível fascínio sobreas massas», etc... Mas, esta mesmagrande imprensa, já hoje, tem difi-cuidado em repetir teis baboseiras edeixa entrever a decepção com osfracassos do candidato udeno-la-cerdista.

E' que as lutas de mossas vêmmostrando a distância entre as suasreivindicações concietas e o sr Jà-ni Quadros, cuja demagogia oposi-cionista reduz o seu efeito. E' que,além disto, vem surtindo resultadodia a dia mais amplo, a campanhasistemática que nós, os comunistas,e outros setores ao movimento na-cionalista eslamot realizando paramostrar ao povo bicsileiro o verda-deiro significado do candidatura dosr. Jânio Quadres. Os fatos, quese acumulam, pira denunciar o ca-ráter antinacional e profundamentereacionário desta candidatura, pre-cisam ter a mais vasta e insistentedivulgação enlre todas as camadassociais. Amigo declarado de Rocke-feller e inimigo não menos declara-do da Petrobrás, protetor da Liqhte de outras companhias imperialistas,apologista da reforma cambial preço-nizada pelo Fundo Monetário In-ternacional e do «liberalismo» eco-nômico, que condena a ação estatala favor da industrialização e doemancipação do país, advogado daoligarquia de latifundiários, expor-tadores e banqueiros ligados ao ca-fé em São Paulo — eis, em traçosprincipais, o conteúdo político dacandidatura do sr. Jânio Quadros,que se tornou a bandeira do entre-guismo e dos agrupamentos maisreacionários do país.

A isto acrescentemos o seu compor-tamento corruptor no Governo deSao Paulo. Vai-se fazendo conheci-do como êsse pretenso moralizadorda administração utilizou os dinhei-ros públicos, em escala jamais vis-ta, para comprar adeptos e propi-ciar negociatas. Torna-se, assim, ca-da vez mais evidente que a sua lu-ta contra a corrupção não constituimeus do que uma farsa para enga-nar o eleitorado.

Além do desmascaramento a queestá sendo submetida e que precisaser intensificado, a campanha dosr. Janio Quadros sofre os efeitosdas contradições dentro da coliga-cao formada para apoiá-lo. Sobrea gravidade dessas contradições dáicleiaofatodeterosr. Jânio Qua-dros ,ulgado possível superá-losdraves do gesio da renúncia, doqual esperava resultasse o seu do-mimo .ncontrastáyel sobre a UDN,° PDC e demais forças que o so-guem. Sen, ter atingido o seu ob|ê-

tivo, pois continuam os choques 'den-,

tro daquela coligação, o gesto cierenúncia, que se associou à pífia re-belião dos heróis janistas de Ara-garças, completando-se com a co-média da revogação da renúncia,antes anunciada como íirrevogá-vel>-, provocou um ab.-ilo nas filei-ras do ex-governador paulista. Nasua recente viagem do Norte osr. Jânio Quadros e o seu compa-nheiro de chapa, sr. Leandro Ma-ciei, puderam sentir não só a indi-ferença das grandes massas como oalivo repúdio dos patriotas.

Por tudo isto, aumenta a inquie-lacão nas fileiras da coligação ja-nisto. Certos elementos nacionalis-Ias, que a integram, tentam mudara sua orientação, de maneira a apro-ximá-la, ao menos em palavras, domovimento nacionalista. O própriocandidato udeno-lacerdista, diantedo debilitamento de sua candidatu-ia, já sentiu também a necessidadede combinar a demagogia oposicio-nista a um programa que incorporealgumas das reivindicações patrióli-ras, consagradas pela maioria daopinião pública. Na medida em queessa tática resultar em fracasso, oselementos nacionalistas, que aindaacompanham o sr. Jânie Quadrosou que vacilam em se definir con-tra êle, por molivo de injunções par-lidárias, poderão ser neutralizadosou mesmo, em parte, atraídos para acandidatura Lott.

São notórias as vacilações de di-versos e importantes setores da co-ligação janista. Esta poderá sofrerainda novos abalos, em virtude desuas conlradições internas e do seudebilitamento eleitoral, levando cer-tos contingenles políticos a abando-ná-la formal ou praticamente. Osdefensores da candidatura Lott lêmevidente interesse em acelerar êsseprocesso de redução da base poli-tica do ex-governador de São Paulo.

E' indiscutível que a candidaturado marechal Teixeira Lott vem pas-sando por um processo de fortaleci-mento, apesar dos grandes obstá-culos que enfrentou e ainda terá asuperar.

A cúpula reacionária do PSD, eo-mandada pelo Sr. Amaral Peixoto,tudo fêz para isolar o marechalLott e dele desfazer-se como candi-dato. Para isto tentou diversas ma-nobras, eomo a de «união nacio-nal», «mandato tampão» e outras,todas fracassadas. Uma das linhasde ação na direção reacionária daPSD é a de dificultar ao máximo trmacordo com o PTB e chegar a pro-vocar o rompimento da alian-ja como mesmo, o que viria a enfraqueceuconsideravelmente a coligação emtorno do ex-Ministro da Guerra. Por,sua vez, alguns elementos do PTBnão vinham contribuindo, antes darecente Convenção Nacional traba-Ihista que ratificou a chapa Teixet»ra Lott-João Goulart, para a eonso-lidação da candidatura nacionalista,

No período mais difícil que atra-vessou, a candidatura Lott foi sus-tentada quase somente pelas corren-tes mais combativas do movimentanacionalista, entre as quais os co-munislas se esforçaram para cum-prir o seu dever patriótico. A pres-são de massas, que se exerceu só-bre as direções partidárias e sobreo próprio candidato, influiu no eur-so dos acontecimentos. Este faloserviu para reduzir a influência rea-cionária na campanha do marechale acentuar, em sentido oposto, a in-fluência nacionalista.

Mostrando que possui bases sólidase contando inclusive com o apoio deconsideráveis setores do próprioPSD, a candidatura Lott se impôs naconvenção nacional do partido ma-joritário, cuja ratificação a tornouum falo consumado. Outro grandepasso foi dado com a ratificação pe-Ia convenção do PTB. Cresce a pres-sáo para que o mesmo caminho se-ja seguido com brevidade pelo PRe o PSP. Neste último, são evidentesas tendências pró-Lott, o que tomamuito difícil ao sr. Ademar de Bor-ros manter-se numa posição divisio-nista, sustentando até o fim suo con-didatura.

Os aspectos anlinacionais e anil-populares da política do Governo edo partido majoritário se refleiont,todavia, negativamente, na campei-nha do marechal Lott. Mesmo de-pois da homologação da candidatu-ra Lolt pelo PSD, os elemento en-treguistas do Governo, em especial°s srs. Armando Falcão, AmoralPeixoto e Sebastião Pais de Aimei-da, contando com a aprovação tiosr. Juscelino Kubitschek, porfiomem executar um plano de delibea-do enfraquecimento da referida com-didatura, que ainda permita ciíctski-Ia ou, pelo menos, obscurecer o <eucaráter nacionalista e democrático,dificultando a sua vitória.

(CONCLUI NA •!' PAG.)

J

Page 12: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

— 4 NOVOS RUMOS * 18 a 24 de março de 1960

*

Pela Vitória da Causa Nacionalista e Democrática Nas Eleições Presidenciais(Conclusão da Pújrinn 155

No PSD, os setores que desejamimprimir à campanha cio marechaltotl um caráter nacionalista de-

frontam-se com a resistência da cúpu-Ia diriciente, que tudo faz para atas-to a candidatura das massas e deu-lhe uma feição conservadora. A di-reção do PSD utiliza-se de suas ban-

codas no Congresso, com o apoiosolicito du oposiçcio udeoista, paiaobstaculizar o trâmite de piojetoscomo a regulamentação do direito

de greve, o lei orgânica da provi-dência social, o plano de classifica-

ção do funcionalismo, a limitação

dai remessas cio capital-estrangeiroe outros, de interesse popular e an-tümperialista. Mas, ao mesmo tem-

po, a Câmara aprovou a Lei ds Di-

retrires e Bases da Educação com

dispositivos que despertam o juslo

protesto de estudantes e professoresno pais inleiro. Sucedem-se, para!:--lamente, com estimulo especial do.'.

srs. Armando Falcão c Amaral Pci

xoto, as provocações anticomunistase as intrigas contra o PTB, visando

a desagregar a coligação loltista

Inspirando essas manobras, os pro-

pósitos continuislas do sr. Juscelino

Kubilschek são estimulados pelosconciliadores e enlrcguistas que o

cercam e que não se conformam com

a perspectiva da ascensão do more-

chal Lott à presidência da lèeoú-

bllco.

E', por conseguinte, indispensável

intensificar o fogo sóbie o grupoentreguista do- Governo, desmasca-

rar a sua politica antinacional e cm-

tipopular e lutar para afaslâ-lo dos

postos decisivos que ocupa. A pres-são de massas deve-se exercer no

sentido de conduzir o Presidente cia

República a constituir imedialamen-

te um ministério que seja verdadeiro

apoio para a campanha do maré-

chal Loll.

Sentindo, em contado com seto-

res das massas, o quanto podemcomprometê-los os aspectos negali-

vos da politica do atual governo, o

ex-ministro da Guerra tem se enca-

minhado para afirmações mais de-

cididas por uma nova politica, de

caráter efetivamente nacionalista e

democrático. Destacam-se, nesse

sentido, as suas reiteradas declaro-

ções a favor da limitação das re-

messas do capital estrangeiro, elo

reforma agrária, da nacionalização

do» bancos de depósito, do respei-

to ao direito de greve, de moraliza

ção da» instituições de previdênciasocial, do reerguimento econômico

do Nordeste e de defesa da escola

pública. Não resta dúvida que tais

declarações refletem a influência

crescente dos setores nacionalistas na

orientação da campanha e possibili-tam estreitar os vinculos do cândida-

to com a» massas populares.Como vemos, a coligação que

apoia o marechal Teixeira Lotl não

está isenta de contradições E' ne-

cetsário saber enfrentá-las de tal

maneira que se afirme o conteúdo

nacionalista e democrático da can-

didotura, que se mantenha a unida-

de de amplos setores políticos e paitidários aliados em torno dclci e quese reforce a sua base eleitoral. E'

de acordo com estes critérios que, se-

gundo pensamos, deve ser resolvi-

da definitivamente a questão da vi-

ce-pre»idência na chapa do marc-

chal Lott. Ao repudiar o sr Fernan-

do Ferrari e indicar o nome do sr

João Goulart, a Convenção Nano

nal do PTB encaminhou de modo

acertado a solução do problema,fortalecendo com o apoio Irabalhis

ta a candidatura do marechal Tei

xeira lotl. A consolidação ela can-

didatura do sr. João Goulart à vi-

ce-presidência é, sem dúvida, do in-

terêsse das forças nacionalistas o

populares.Em nossa Resolução cie setembro

de 1959, tomamos uma posição de

principio» diante da sucessão preii-dencial. À diferença do que ocor-

ria no passado, tomamos posição em

tempo oportuno, dentro da nossa la-

tica geral de frente única e de luta

por um governo nacionalista e ele

mocrático. Naquela ocasião proclc:mamos a nossa radical oposição á

candidatura Jânio Quadros c o nos

so interesse de patriotas na corno-

lidação da candidatura do ex-minis-

tro da Guerra. A posição que hoje

nos incumbe adotar é a de decidido

e franco apoio a esta candidatura

Nela vemos, no atual quadro poli-tico do pais, a móis efetiva possibi-lidade real de fazer o nação avan-

çar no sentido da emancipação eco-

nõmica, da democracia e da melho-

ria da situação das massas, man-

tendo aberto o caminho para a con-

quisto de um governo nacionalista e

democrático. Não nos move, portan-to, nenhum exclusivismo partidário.Ao apoiar o marechal Teixeira Lotl,

tomamos por base as forças sociais

que cercam o candidato, a sua atua-

ção concreta e os compromissos por

êle já assumidos publicamente com

a» força» nacionalistas e populares.Compreendemos que entre nós, os

comunistas, e o candidato e ponde-

ráveis forças que o cercam, existem

divergências ideológicas essenciais.

Conservamos a nossa independência

ideológica e, na arco política, con-

fumaremos a lutar, como vanguai-

da da classe operaria, pelo conjun-to de soluções que julgamos impres-cindíveis ao desenvolvimento inde-

pendente e progressista de nossa Pá-

tria. Mas, precisamente porque co-locamos em primeiro plano os inte-rêsses nacionais, julgamos funda-

mental, neste momento, contribuir

para que se somem todas aquelasforças capazes de fazerem triunfar

em outubro próximo a causa nacio-

nalisla e democrática.

I V

Concentrar a atividadepolítica na luta eleitoral

A nossa Resolução de setembro de

1959 teve o mé i'o de alertar e

orientar o Fcutido para a questão, da

sucessão presidencial, dando-lhe a

respeito indicações claras e precisas.Importantes organizações e grandenumero de camaradas se empenha-ram em levar à prática essas indi-

cações. O esforço abnegado de

muitos companheiros e simpatizem-les tem-se |uniado, de modo cons-trativo, numa experiência das maissérias de frente única, ao csfõiço dos

patriotas das outias correntes, quesustentam a candidatura Lott. Nes-

se particular, merecem referênciadeslocada as organizações e os ca-

moradas do Distrito Federal e do seloi dos marítimos, que vêm demonsIrando, de modo geral, correia com

preensão do problema eleitoral e

desenvolvendo ja apreciável ativida-

de na organização de comilês ciei-toraís, na piopaganda e demais la-

refas da campanha .

E' preciso frisar, porém, que os

forças H^ Parlido estão aináa longe

de ler sido satisfatoriamente mobi-

lizadas para o pleito sucessórioPouco fizemos, como direção, no

sentido de vencer o espontaneismoe de organizar a lula pela justa apli¦

COÇÕo da Resolução de setembro O

controle que realizamos foi tardio e

mal pódc aicançar os principais Es-

lados. Em regiões de lanta impor-

láncia como São Paulo, Rio Grande

do Sul, Estado do Rio e Minas Ge-

i ei is, as diieções mais responsáveisvêm revelando grande atraso e va-

cilação em lançar o Parlido no cam-

panha eleitoral A raiz desta atitu-

de estão incomprecnsóes de caiáler

político e ideológico, que é necessá-

lio enfrentar com rapidez e firmeza.

Nao são poucos ainda os cama-

radas, inclusive altamente responsa-

veis, que conservam uma opinião

depreciativa a respeito da lula elei

toral. Não percebem, assim, a sua

significação nas condições políticasdo pais, significação que e excep-

eional quando se trata da substitui-

ção do Presidente da República. A

esla incompreensão se agrego a mio-

pe atitude sedaria de certos cama-

radas diante da tarefa de construir

a fiente única nacionalista e demo-

cratica . Seio camaradas que se man-

têm indiferentes diante das possibi-lidades que a campanha eleitoral

oferece para ação conjunta das fõr-

ças interessadas na conquista de um

curso de desenvolvimento indepen-

dente e progiessisla oara a nossa

Pátria .

E evidente que dirigentes ainda

piesos a concepções como essas não

podem infundir entusiasmo ao Par-

lido para a luta eleitoral .

Especial atenção deve merecer-

nos a situação no Estado de São

Paulo. Ali se encontra a móis for-

te base janista, o que, em coniu-

gação com a pressão da grande im-

prensa, influi sobre o nosso próprioPeirtido no sentido de vacilações com

relação á justeza da posição que as-

sumimos. Nesta questão, também

desempenham um papel as ilusões

no Governo do sr Carvalho Pinto,

que explora o reqionalismo paulistae não é devidamente encarado co-

mo um dos elementos decisivos da

coligação janista, como um dos prin-cipais pontos de apoio de que dis-

põe o candidato do enlreguismo.

Ao tempo em que cedem á pressão

janista, os diligentes comunistas de

São Paulo ainda se mostram presosei um profundo sectarismo, que os

separa dos grandes massas traba-

lhadoicis e populares e explica os

resultado; negativos ou pouco ex-

pressivos das eleições para verea-

dores em numerosos municípios de

São Paulo. Particularmente na Ca-

pitai do Estado, a conduta dos di-

rigentes comunistas, em grande par-te e5pontaneísla, contribuiu paraciue nâo conseguíssemos alcançar

' resultados eleitorais a altura da in-

fluência de C|ue efetivamente goza-mos na população paulistana. O

sectarismo também se manifestou vi-

vãmente no episódio da recente ten-

lertiva de qreve geral. Alguns seto-

res da rlasse operária se mobiliza-

ram, nessa ocasião, contra a caiei-

lia da vida e por outras reivindica-

coes justas, demonstiando sua com-

batividade diante das arbitrarieda-des policiais determinadas pelos srs.

Juscelino Kubilschek e CarvalhoPinto, r/as a qreve foi conduzidasem senso de oportunidade políticae em evidente desvinculação de

grandes setores das massas traba-

lhadoras, do movimento sindical e

elo movimento nacionalista

Devemos reconhecer que enamos

por não havermos alertado em tempo

para as conseqüências negativas deuma greve geral que nâo tinha, naoportunidade, maiores condições deêxito, que nâo contribuiria, portan-Io, para aprofundar o confiança dasmassas trabalhadoras em suas pró-prias forças e que viria dificultar aampliação e consolidação da unida-de do movimento sindical e do mo-vimento nacionalista. Aos dirigen-les comunistas, no Estado de SãoPaulo e, sobretudo na Capital, ca-be a tarefa de extrair as devidaslições dessas experiências, vencer aconfusão política e ideológica e aju-dar o Parlido a desempenhar o seuverdadeiro papel de vanguarda nalula eleitoral que se trava na maisimportante região do pais.

No Rio Grande do Sul e em oulroj

pontos do país, o atraso na aplica-

çâo da Resolução de setembro de59 é explicado por motivos como a

posição ainda nâo definida do PTBou do PSD ou simplesmente pelasdificuldades em ganhar os militan-tes para a linha traçada. E' evi-dente que se trata de motivos semfundamento. Ao nosso Partido ca-be, por natureza, uma missão devanguarda, que não será desempe-nhada se ficarmos a reboque deoutras forças Adotada uma linhade frente única, a nossa atuação de-cidida e conseqüente pode influir —

como atesta a rica experiência —

para vencer as vacilações de outrastorças. Quanto ás dificuldades po-ra ganhar os militantes, reconhece-mos que elas existem, uma vez quenão podemos abstrair do sectarismo

que durante tanlo tempo impregnoua consciência dos nossos camaradas.Mas o dever de qualquer direção éo de lutar, no plano político e ideo-lógico, contra essas dificuldades, enâo de recuar conformadanientediante delas. Cabe advertir ainda

que a fiel observância do centralis-mo democrático, principio diretor danossa vida partidária, exige de to-dos os militantes, e, em primeiro lu-

gar, dos quadros dirigentes, o má-ximo empenho na aplicação das re-soluções.

Camaradas:Fato político central do ano em

curso, na campanha da sucessão

presidencial devemos concentrar de-cididamenle os nossos esforços, Tô-da a nossa atividade deve ter emvista a necessidade de fortalecer a

frente única nacionalista e democrá-tica e tornar vitoriosa a sua causana sucessão presidencial, a fim de

que permaneça aberto o caminho

para a constituição de um governonacionalista e democrático. E' nos-so dever não poupar energias paraincrementar o alistamento eleitorale multiplicar os comitês eleitorais

pio-candidatura Lotl, aluando de

modo unitário em suas fileiras e le-vanclo a sua influência a todas as

camadas da população. Toda a de-

dicação, entusiasmo e capacidadede lula de que o nosso Partido é ca-

paz devem ser demonstradas na ta-

refa de unir as forças antiim-

perialislas e democráticas para con-sagrar nas urnas a candidatura domarechal Teixeira Lolt.

Cumpre que reforcemos as nossasligações com as massa» e que saiba-mos ser, em cada caso, os melhoresintérpretes de suas reivindicações.A cc.aipanha eleitoral abre, precisa-mente, maiores perspectivas às lu-ias reivindicalórias, uma vez queatrai para a vida politica mesmo as

^amadas mais atrasadas. Nas em-

presas, no movimento sindical, en-lie os camponeses, no movimentoestudantil, nas organizações popu-lares, devemos ser incansáveis lu-ladores pelos direitos e interessesdas massas. E' particularmente ne-

cessário mobilizar as massas parapressionar o Congresso Nacional nosentido da rápida aprovação dasleis que asseguram novas conquistas

para os trabalhadores ou que re-

piesentam exigências da luta pelaemancipação econômica do pais.

Em estreita ligação com as ma»-

sas, conseguiremos, os comunistas eos democratas em geral, responder,

por meio de protestos eficazes, â»violações da legalidade constilucio-nal e às tentativas golpistas, partamde grupos do Governo ou da Oposi-ção. São amplíssimos os setores quese podem aliar para a defesa dasliberdades democráticas, condiçãoindispensável ao desenvolvimento in-dependente do movimento de mas-sas.

Os trabalhadores, em particular,sabem, por experiência própria, quea supressão das liberdades demo-cráticas atinge-os de modo direto.O movimento sindical, que se forta-leceu notavelmente nos últimos anos,constitui motivo de séria preocupa-ção para a reação. Esta continuarátentando dominá-lo e impedir quenele se desenvolva o espirito revo-lucionário de independência de cias-se. Com este fim, tem utilizado arepressão das greves, as inlerven-ções arbitrárias do Ministério do Tra-balho, o suborno e as provocaçõesanticomunistas, visando a dividir ostrabalhadores e isolar sua vanguar-da combativa. A defesa do movi-mento sindical, de sua independeu-cia, de sua unidade, se associa, por-tanlo, diretamente, à salvaguardavigilante e enérgica das liberdadesdemocráticas.

Já nos referimos, em documentosanteriores, à necessidade da lula pe-Ia legalidade do nosso Partido. Nes-te particular, tem sido deficiente anossa atividade. Trata-se de umanecessidade que se apresenta hojemais amadurecida no quadro poli-tico geral do pais, A situação em

que se encontra o nosso Partidoconstitui anomalia da vida democrá-tica brasileira, que precisa e podeser sanada, no interesse geral detodos os democratas. Somos, in-contestòvelmente, uma dos corren-tes principais entre os trabalhadorese representamos uma força impor-tante no cenário politico. Negar aesla fârça o direito de exislència le-

gal é mutilar gravemente o regimedemocrático.

A cassação do registro do nossoPartido foi um dos resultados daofensiva reacionária de 1947, refle-lindo o inicio, no plano internado-nal, da «guerra-fria», A situaçãoé, hoje, nacional e internacional-imenle, como já vimos, muito diver-sa. Existem condições as mais fa-varáveis para fazer cewar a vigên-cia de medidas antidemocráticas,num momento em que a reação seencontra em processo de crescentedebililamento e a < guerra-fria» vaiceídendo ao imperativo da coexis-(ência pacifica. Os partidos comu-'nistas já conquistaram o direilo àexistência legal na grande maioriados paises da América Latina. Esta-mos certos de que o Brasil não tar«dará em se incluir entre esses pai-ses. Trala-se de um interesse nãosomente nosso, dos comunistas, masde todos os verdadeiros democrá-Ias. Apoiados no ascenso das lutasde massas, de cujos direitos somosincansáveis defensores, devemos em-penhar-nos em conquistar para onosso Partido a condição de plenavida legal, que é exigida pelos in-terêsses vitais da classe operária.

E' necessário que a aplicação dalinha política do noss^ Partido, ex-posta na Declaração de Março de1958 e em documentos posteriores,seja preocupação constante de tô-das as organizações e militantes.,Ainda é muito insuficiente o nossoesforço para estudar e assimilar alinha política. Cabe-nos intensificarêsle esforço, vinculando-o sempre àatuação praiica diária e combaten-do as tendências de esquerda e dedireita que dificultam a orientaçãocorreta da luta pela emancipaçãonacional e pela democracia. Nascondições favoráveis em que atua-mos, a aplicação justa da linha po-lítica traçada na Declaração resul-tara em novas vitórias e no aumentodas forças do Partido.

Rio, Março de 1960,

PauliGreve

staDos

ContinuarroviáriosFe

SÃO PAULO, 16 (Da Sucursal) —

Não concordando com as decisões doTribunal Regional do Trabalho, na sen-tença que julgou o litígio entre a Com-

panhia Paulista de Estradas de Ferro

e seus empregados, decidiram estes,após assembléias realizadas nas di-versas cidades ao longo da linha, prós-seguir na greve que paralisa um dos

maiores troncos do sistema ferroviáriodo Estado de São Paulo.

O movimento iniciado pelos traba-lhadores da CP visa a conquista de umaumento salarial, a elevação do sala-

rio-familia e abono de Natal e só foi

iniciado após o fracasso das negocio

ções com a diretoria da empresa. A

sentença proferida pelo TRT, apesar de

conceder um aumento que foi aceito

em princípio pelos trabalhadores, apresenta cláusulas que poderão deu mar-

gem a atos da Estrada contra os que

participaram da greve, com as quaiseles não concordaram, decidindo a

continuação da perede.

Violências

A nova situação fêz recrudescer o

clima de perseguição e de violências

policiais que se registravam desdr o

inicio da greve. O governador Cur-valho Pinto que já havia manifestado

suas simpatias pela causa patronal

quando advogou o aumento de tarifas

da Estrada para socorrer às despesas

com o pagamento de salários maiores

aos ferroviários, determinou que a po-lícia agisse com rigor contra os gre-vistas» provocando um ambiente derevolta entre os trabalhadores

Logo após o início do movimento eantes mesmo, as estações ao longo daestrada foram invadidas pelos milícia-nos da Força Pública que, em numero-

sas ocasiões, investiram contra o-, pi-quetes. Em llapirina e outras cidades,

quando os ferroviários paralisavam ostrens, foram atacados pelos soldados

que investiram sobre eles lançandobombas de gás lacrimogêneo, esnan-cando e prendendo Irabalhadoiei. Osferroviários, contando com a solidarie-dade da população, realizaram comi-cios para protestar contra as vioiéncias;

passeatas e outras manifestações derepúdio às atitudes da policio foramrealizadas em numerosas cidadei.

Invasão do sindicato

Em Rincão, na manhã do dia 14,soldados invadiram a sede do '., ndica-to dos Ferroviários da Paulista ..lelen-

do três trabalhadores e levando-os àestação, onde, sob a mira do-, fuzis,foram forçados a «furar a goNr...

Arbitrariamente a policia impediu òceila altura que o presidente do siri-dicato que representa os grevistas,deputado federal Hciri Norn i -iton, sedirigisse aos piquetes o fim de lylar aos

| - - v. >^v.;;-:?.>-s:*f;;í ;, *Mfj »-mm •"¦ ¦'--« »i-» %'**' ¦''¦ ír *£» . r**» '•'.-'- w

w •.*•'•'>'•.*;'

I •' '

^MmmmmmWÊÊÊÊÊÊk '«£L ^Ammm\ WrX*-.^^¦¦^r • y^dmmW 1 ral

^rtt*^ •**. ' ^Vjk^ni' I™^B* ;íIbwM WbwB YbbbwI 9uL'IP**^-w._*i—I M 'W Jf \B&..í£u1bBm £bb ¦Bi' 'ki ^*9Ím\ Jii, -7^ » Ul IbYblT^IiIbW - (VVWH j» •» -

¦wk^nwl 4-^mr- BB Ww ^m!1" '

^\ '.Jbbbv A mJr* ¦ áÉUkVÀí j>~1^bb*bb bk.^b> 7™#\ bYbW ^mmia " «4bwbW bIbyi * ,AWmWfi.,k,t ,4*YbYbYbYSMBBIBj * W yBjBT "'JHmI JCBBh ¦B'A dfl BilV» \W Tmm

.liMf» "** vBBB . . * * ie» -^ * "¦" 4

Üaqu í

nao saio

.'..¦,.... ...-.;._? ..í^.ííí ».;..*

E o loldado se convenceu da dccisAo dos grevistas. Plantou-se ao lado. fuzil car.regado em bandoleira, enquanto aqueles, sentados nos trilhos da ferrovia ouviam o dis-cur«o de um dos dirigente» do sindicato, anunciando o pleno desenvolvimento da arev»

ferroviários. Em vária» localidades, os

piquetes paralisavam o» trens, levando

á frente a bandeira brasileira. Quandoas violências tiveram lugar em Itapiri-

na, a bandeira foi apreendida e ias-

gada pela polícia.

Além disso, o diretor da Paulista fêz

declarações à imprensa, objetivandoameaçar os trabalhadores em greve,aduzindo que, baseado no decreto . .9.070, poderão ser demitidos os gre-vistas, mesmo que tenham mais de 10anos de serviços prestados à Cia.

Os ferroviários da Cia. Paulista rei-

vindicaram 20% de ciumento, a eleva-

ção do salário-familia e abono de Na-

tal, na base de 100 horas de traba-

lho, além de outras.

Na Santos-Jundiai

A luta dos trabalhadores da Pau-

lisla foi antecedida de horas pela eclo-

são da greve na Estrada de Ferro San-

tos-Jundiaí. O movimenlo dos traba-

lhadores da estrada paulista da RFF

foi de curta duração. Após 40 horas

de paralisação total da ferrovia, o mi-

nistro da Viação apresentou uma pro-

posla que foi aceita pelos trabalhado-

res, firniando.-se depois um acordo cujos

itens principais são os seguintes:

a) — os ferroviários que tiverem sa-

larios até CrS 11.000,00 terão umaumento de CrS 2.500,00; b) aquê-les cujos salários se situam entre . . .CrS 11.000,00 e CrS 14.500,00 per-ceberão um aumento de CrS 2.000,00;

CrS 14.000,00 passarão o ganharmais CrS 1.500,00. Além disso, den-tro de 90 dias, o pessoal daquela fer-rovia deverá contar com o quadro decarreira, que é uma das duas princi-

c) os que recebem mais de j pais reivindicações.,

Bancários brasileiros preparamsoa I Convenção Naciooa

Tudo indica que será coroada deêxito a iniciativa da CONTEC, convi-dando os bancários de Iodos os paísesamericano» para um encontro frater-nal no Rio de Janeiro. Entidades sin-dicai» do Paraguai e da Venezuela jácomunicaram a sua adesão ao encon-Iro marcado para 28 do corrente.

O» 130 mil bancários brasileiros,

por outro lado, discutem em lodo opais o» meio» de tornar vitoriosa acampanha pela conquista do contraiocoletivo de trabalho. A CONTEC (Con-federação Nacional dos Trabalhadoresem Empresas de Crédito), seis federa-ções e 120 sindicatos e associações pio-fissionais de bancários lideram o movi-mento.

A Convenção Nacional dos Banca-rios, que se realizara nesta Capilul da

24 a 28 do corrente, marcará a elapadecisiva na marcha para a conquistadessa velha reivindicação. O ContratoColetivo de Trabalho, consubstancia asprincipais reivindicações dos bancários!reajuslamenlo salarial por semestre,extinção do expediente aos sábados,aumento salarial de 7% por ano deserviço, adicional minimo de 15% pa-ra os cargos em comissão, e eslabili-dade aos dois anos de serviço.

Para apreciar essas questões, aTfmdos outros pontos do lernário da suei

I Convenção Nacional, os bancárioscariocas reunir-se-ão no próximo dia 22,em assembléia-geral, na sede do seuSindicato, onde conhecerão o relatórioda Dirctoiia, e escolherão os seus de-legados à I Convenção,

Page 13: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

18 a 24 de março de 196037T^TTr-^rpTzT>T^ ~ 5 -

A Síria (sobdeixou de ser uma espinhana garganta do perialismo5m janeiro último, o Partido

Comunista Sírio distribuiu clan-destinamenfe, em toda a Síria, umManifesto que foi recebido comentusiasmo pelo povo e alcançougrande repercussão. Transcreve-mos abaixo os principais trechosdesse documento.

«Nosso querido país, que eraunia espinha na garganta do império-lismo, um oásis de liberdade e de de-mocracia, um país próspero no domi-nio industrial, comercial e agrícola, go-zando de estabilidade, um refúgio paraos árabes livres que aqui aportava.nde Iodas as parles, vive hoje os diasmais sombrios de sua crise, numa si-tuação das mais desastrosas, onde adignidade é achincalhada e a liberda-de sufocada.

As massas operárias e todos osIrcballiadores sofrem com o desemprè-go, a redução dos salários, do nivelde vida e de parle de seus direitos.Os industriais s ã o prejudicados pelofato de que seus produtos se acumu-Iam nos armazéns em virtude da perdado s e u s mercados naturais. Os comer-ciantes se queixam da estagnação, osagricultores da (alta de sementes, deempréstimos e dc assistência. Os cam-poneses sofrem igualmente e, sobre-tudo, em virtude do reforçamcnlo dojugo exercido pelos senhores feudaise da penúria, que começou a surgircn< várias regiões do país. Os intelec-tuais sofrem em face dos atentados aopensamento e á cultura .

Ausência de liberdade¦¦Nao há liberdade de manifesta-

çòo do pensamento. A greve c consi-derada ilegal. Todos os partidos fo-rem dissolvidos. Só os agentes da di-tadura gozam de liberdade. As pii-soes da Síria estão cheias de detidosde várias tendências. Numerosas víti-mas inocentes — comunistas e não co-munistas — morrem em conseqüênciade torturas selvagens. Cidadãos de vá-rias tendências foram dispensados deseus empregos e mais de 300 patriotassírios perderam a nacionalidade.

O corajoso exército sírio, comseus oficiais e soldados patriotas, quegarantia a defesa do país e que sem-pre se manteve firme e corajoso dian-te de todas as conspirações dos im-perialistas e das conjuras de seusagentes turcos e sionistas, não foipoupado pela campanha de persegui-ções « terror. A maior parte de seusoficiais patriotas foram perseguidos,alguns foram presos e torturados, ou-

Iror, foram transferidos eu afastadospera o Egito, em conseqüência do que,

.hoje 80% dos oficiais do exército síriosão egípcios. Estes têm o hábito deraptar e violentar adolescentes; só emDc.masco, sem contar outras cidad°s,o número de suas vítimas chegou a 11mocinhas de 10 a 11 anos».

Acordo com o imperialismo

«Chegou-se a um acordo com oimperialismo inglês : as empresas in-glêsas requisitadas, como a Shell, fo-ram devolvidas a seus proprietários im-perialistas. Cessaram as campa-nhas pelo rádio contra o imperialis-mo. E, o que é extremamente grave,a política dos governantes egípcios daRAU é a da porta aberta, sobretudona Síria, para o imperialismo ameri-cano, o que se manifesta claramentena invasão econômica e cultural dopaís. Em 1959 a RAU contraiu um em-piéstimo com os Estados Unidos decerca de 300 milhões de dólares, emcondições econômicas leoninas, comojutos de 6"/,; em condições políticosvergonhosas, como os golpes vibradoscontra o movimento de libertação ára-be, às frentes nacionais, as persegui-ções contra os comunistas e todos ospatriotas e as conspirações contra olioque. Embora já se tivesse livrado detodas as companhias ímperialistas e deseus capitais, e não tivesse admitido,em momento algum, o Ponto IV ame-ricano e nem os empréstimos do BancoInternacional, a Síria assiste hoje òpenetração de empresas de capitaisamericanos, sob a pioleção e o pa-liocinio dos governantes do Cairo.

Tudo isso é acompanhado deuma política de restrições com rela-ção ao mundo socialista. De vez emquando a imprensa da RAU e suasestações de rádio empreendem campa-nhas de calúnias contra os amigos fiéisdos árabes, a União Soviética, a Chi-nc. e outros países do campo sócia-lista, que nos apoiaram moral e ma-terialmente durante nossas horas cri-ticas e que nos concederam ajuda eco-nômica e militar sem condições poli-licas e a juros ínfimos que não ultra-passam de 2,5%, que ajudam os ára-bes em cada país e que apoiam a re-volução da Argélia e de Oman, assimcomo todos os movimentos árabes delibertação-».

Política árabe

A política árabe da RAU segueo caminho dos Ímperialistas. Alia-se

Historia

URSSJa saiuem português

Sob o patrocínio da Academia deCiências da URSS. 1 volume, 830

páginas, em brochura.woca noUK/u/ruo

II V í . |l ONOMIl/l' I ',1)1 IA

CR$ 650,00

ronuRiAi nu/uno Temos em nosso Departamento tle«Atualidades Soviéticas», edições recen-tíssimas sobre filosofia, economia, história,medicina, educaçío, ciência e técnica,

agrobiotogu, uallei, novelas e clássicos da literatura.

Livraria das Bandeiras Ltda.Rua Riacluielo, 342 — Loja 2Fone: 3fi-4871 — São Paulo.

Atendemos pelo Reembolso Postal.

aos agentes do imperialismo, a Hus-scin, herdeiro da traição, com a ieci-ção árabe representada por Séud, par-ticipa de conspirações contra o Iraquerepublicano e seus chefes. Os senho-res do Cairo não se detêm nas conju-ras e calúnias contra o Iraque e seupovo. Até hoje quatro conspiraçõesabortaram, tendo sido preparadospelo ditador do Egito contra a repú-blica irmã do Iraque. Alguns políticosainda têm a ousadia de afirmar quecontinuarão a conspirar contra o Ira-que. . , Acrescente-se a isso a lenta-tiva de acabar com a revolução da Ar-

litica árabe e nos questões ao unidadeciiabc .

0 perigo maior-O perigo maior e principal é o

imperialismo americano. O imperialis-me não para de tecer intrigas contranosso pois e conlra o conjunto do mo-

vimento árabe de libertação. Conspi-ra contra a revolução argelina e a deOman; apoia Israel, sua criatura, pormeio de empréstimos e de armas, e aliinstala oleodutos para poder golpearo trânsito pelo canal. Infiltra-se >;mnosso pais com seus capitais para ma-

^JO IB <aV

ámã £f »

íA^^mm mm

w '•. ^1 B.-"' Brm\\\ \\Wl-

KALED BAGDACH

geha e as restrições ao séu governo;a cessação de todo apoio aos revol-tosos de Oman e aos movimentos ára-bes de libertação no golfo árabe eno sul da península arábica. O mo-vimento árabe de libertação, que co-moveu o mundo e obteve apoio omtoda a parle, exige hoje a união detodos os esforços para sustentá-lo, epara solidarizar-se com êle a fim degarantir sua vitória.

Em conjunto, essa situação rcpie-senta para o nosso país um desaslieeconômico, social e político. Atrasou aSiria por vários anos,- destruiu uni grcin-de número de realizações do peiiododa independência, as quais eram mo-tivo de orgulho nacional. Repercutiu,igualmente, sobre o conjunto do movi-mento árabe de libertação. Tudo issoé conseqüência das bases falsas sóbieas quais se constituiu a união entre aSíria e o Egilo, do método de gover-nar de Nasser, firmado na ditaduia,no terror selvagem e no estrangula-mento da democracia, a serviço doBanco Misr, da colaboração com o im-perialismo e da reação. E grande aresponsabilidade do Partido Bass pelofeto de que a Síria tenha chegado atal situação, por haver acompanhadoAbdel Nasser e ter aplicado sua po-litico sem levar em conta as condiçõespróprias da Síria e a situação objetiva,econômica e politicamente, por ter se-guido o caminho da aventura na po-

lar nossa indústria e nossa economiae nos arrastar a seu reboque. Não eveidadc a afirmação de Abdel Nasserde que a batalha com o imperialismoterminou. Essa asserçao visa a enganaros povos árabes e golpeia pelas cos-tas os que derramam seu sangue naArgélia c em Oman. A luta contia oi m p e r i olismo prossegue,- reforça-secada vez mais porque o imperialismomodifica seus métodos e os adapta e,para chegai a seus objetivos, 'emprega

novos agentes, que gozem de cettocrédito nacional, A resistência opost:ipela Siria e pelos árabes eni Ioda aperte em que se encontram, assim comosua luta, representam grande papelpara o fracasso das conspiiacões im-perialistas e o piogiesso do movimentoáiabe de libertação, garantindo suaindiscutível vitória,

Todos os horizontes se a b i e inatualmente diante do movimento de li-bertação árabe, asscyurando-lhe vi-lória completa. A política dos império-listas, a politica da guerra-fria, d o sblocos militares e dos pactos de agres-são cmpiesla hoje a vontade de Iodosos povos, seu desejo de paz e de coe-xistência pacífica, assim como de inde-

pendência •>.

Economia em bancarrotaA economia do pais esta em ban-

cqrrola. A crise agrícola é, hoje o rn-treve principal no conjunto da econo-

História do Movimento Operário (LV)

mio do país. O ressurgimento da agii-cultura, o fomento ò criação, o forne-cimento de sementes e o abastecimen-Io das regiões pobres constituem umgrande objetivo imediato. O desenvol-vimento da indústria e o fomento docomércio exigem a garantia de mer-ccidos árabes e estrangeiros, o fim daconcorrência egípcia e da predominán-cia do Banco Misr.

A afirmação astuciosa de Nasserno sentido de que um regime comu-nista sucederá a sua ditadura tem porfim dividir as fileiras nacionais e ne-Ias semear a desconfiança e a duvida.A construção do socialismo e do co-munismo não se realiza pela vontadede um indivíduo ou de um partido, esim em determinadas condições eco-nômicas e sociais, que no momentonáo existem na Síria. Os comunistas de-sejam atualmente um regime democrá-tico parlamentar, em que todas as cias-ses nacionais colaborem paro impulsio-nar a indústria, acabar com os úlli-mos vestígios do feudalismo e elevaro nível de vida do povo.

O Partido Comunista v e m cha-mando a atenção para todos esses pe-rigos; pela voz de Khaled Hagdache,seu »ecretário-geral, há mais de umano divulgou um programa de salva-ção da Síria, de 13 pontos. O Partidodenunciou o perigo das conspiralas

Teoriae Prática

ímperialistas, e desmascarou o império-'lismo americano, que procura dissimu-lar-se. Tem exigido que as bases daUnião se^am mais sólidas, para cons-tituir um pólo de atração aos demais.Defende a indústria nascente. R«ivin-dica o estabelecimento da democraciae que as realizações da Síria sejamsalvaguardadas; exige que se estabe*leçam relações de solidariedade e dafraternidade com os países árabes, en»particular com a república irmã, • lra-<

que; exige que se instituam vínculos daamizade e colaboração com e campasocialista, e, em primeiro lugar, cem aUnião Soviética.

A Síria pode ser salva. E neceusário, para isso, unir os esforços deitodos os sírios fiéis. Faz-se mister a eo«leboração de todos com a finalidadede rever as falsas bases em que saconstituiu a União, de conquistar umaviaa parlamentar e democrática, de res«taurar as liberdades, de anular tâdaias medidas e leis arbitrárias, da liber»tar os presos políticos, de restituir onacionalidade aos patriotas que delafoiam privados, de fomentar a econo«mia industrial, agrícola e comercial ade protegê-la, de elevar o nivel davida «Io povo, de restaurar as anti«gas conquistas sociais, — o único meiaque permitirá salvar a Síria da situa'cão desatrosa em que se debate».

ReformaResposta ao leitor José Nora Ferreira

Ribeiro (Tupã - São Paulo)

Pergunta o leitor: Quais as medidas de reforma agrária aconselhtvolopara o Brasil, alem da tomada da terra e sua distribuição em pequenos lote*aos trabalhadores rur.iis?

A reforma agrária é uma reivindicação de caráter democrático e progree-slstti que, eliminando as relações de produção semifeudais existentes no campo,representa um importante passo para o progresso tia economia nacional.Atingindo em cheio os interesses e o poder dos latifundiários a reformeagrária terá dc ser obra. fundamentalmente, dos próprios trabalhadores do cam-

po. através de suas lutas, dc su.i unidade e sua organização. As formas, oemétodos e o grau de radicalização das lutas camponesas não podem ser impostosde fora, mas terno de resultar da própria experiência rias massas do campo(.orno vanguarda rio proletariado, os comunistas devem empenhar-se, aolma d.tudo, em mobilizar, organizar e orientar as massas camponesas, aprendendo comelas. assimilando a sua experiência e. sobre esta base, em cada local e a eedamomento, indicando os caminhos a seguir.Simultaneamente com as lutas que sejam desencadeadas pelas manascamponesas, numerosas medidas rie caráter legislativo e executivo, no âmbitodos poderes federal, estaduais e municipais, podem ser aplicadas para encami-

nhar a reforma agrária num sentido progressista, cm beneficio das massas dacampo. Entre estas medidas podem ser indicadas as seguintes:ai Desapropriação total ou parcial de grandes propriedades com baixanível dc aproveitamento, tornando obrigatória esta mediria no caso da proximl-dade de obras públicas como açudes, estradas e outras. Criação de fundos para

justa indenização de desapropriações. Loteamcnto rias terras desapropriada!exclusivamente entre pequenos agricultores sem terra ou com pouca terra, ms-diante pagamentos módicos e a longo prazo.

b) Forte aumento da carga tributaria sobre as grandes propriedade*.c) Utilização das terras do Estado, sobretudo na proximidade dos mer-cados consumidores e das vias de comunicação, para formar núcleos de pequenapropriedade. Entrega rios títulos de propriedade para os posseiros. Defatarigorosa dos direitos dos camponeses contra a grilagem.

d) Regulamentação legal dos contratos de arrendamento e parceria, vi-sando os seguintes (ins: baixar as taxas de arrendamento e parceria, oom oestabelecimento de limites máximos: facilitar o prolongamento dos prazos con-tratuais cm benefício de arrendatários e parceiros: garantir a indenização porbenfeitorias: impedir os despejos arbitrários.

e) Elaboração de legislação trabalhista adequada às condições do oampo,garantindo direitos já estabelecidos para os trabalhadores rurais, mas freqüente-mente não aplicados, como salário mínimo, férias remuneradas, aviso prévio,indenização por despedida, jornada dc 8 horas, pagamento de horas extreordi-nárias etc. e cstcndendo-lher, outros direitos já conquistados pelos trabalhadoresdas cidades. Proibir a prática de cortes arbitrários nos salários.

fi Orientar a política dc crédito do Banco rio Brasil no sentido de amplaajuda financeira aos pequenos cultivadores, modificando as normas que impsdema prestação dessa ajuda e fazem do crédito oficial monopólio dos grandes fa-rendeiros.

q) Incentivo a mecanização da agricultura e. em geral, á elevação d»seu nivel técnico, concedendo credito, câmbio favorecido para Importações, etc.Facilitar aos pequenos lavradores a aquisição de instrumentos e outros m«lo»de produção, que se adaptem as dimensões do seu cultivo e elevem sua produti-vidade (arados, animais de tração, adubos c inseticidas, etc). Realização ri»um programa dc investimentos estatais para fomento da agricultura, sobretudoda produção de gêneros alimentícios básicos no consumo popular. Intensificar

.1 construção dc silos, melhorar e aumentar a rede de transportes. Construçãode fábricas nacionais de máquinas agrícolas, aproveitando-se para ésss fim aFabrica Nacional de Motores.

hi Estimulo ao cooperativisino. concedendo facilidades rie financiamento,assistência técnica e outras formas ele ajuda.

Estas medulas são indicadas por Luiz Carlos Prestes cm seu trabalhoA Situação Politica r a Lut.i por um Governo Nacionalista e Democrático/,

cuja leitura recomendamos ao leitor.

O Congresso seguinte da II Internacional realizou-se emLondres, no veráo de 1896. Com ele culminou a longa lutaque se vinha travando contra os anarquistas. Estes, junta-mente com o grupo dos antiparlamentaristas, viram-se proibi-dòs de participar do congresso, e, assim, foram postos à mar-gem, de então em diante, do movimento socialista organizadoem escala internacional.

O Congresso de Londres destacou-se pela inclusão, cmsua ordem-do-dia, de problemas fundamentais como a questãoagrária c a questão nacional-colonial.

Em sua resolução mais importante o Congresso manifes-tava novamente a posição da II Internacional sobre a ati-vidade politica da classe operaria, definindo-a como luta,organizada sob todas as formas pelo proletariado, com o fimdc conquistar para si o poder político e utilizar as instituiçõeslegais e administrativas com vistas â própria libertação. OCongresso declarava que a conquista do poder político é omeio decisivo para a conquista pelo proletariado da sua com-pleta libertação.

Na mesma resolução definia-se, acertadamente, o princi-pio fundamental dos socialistas ante a questáo nacional-co-lonial, ao estabelecer-se que todas as nações têm direito àautodeterminação e que toda política colonial, seja qual foro pretexto com que se realize, não ê mais que expansão daexploração capitalista no interesse da classe burguesa,

Quanto â questão agraria, o Congresso considerou queeram tão diversas as condições econômicas dos diferentespaises que se tornava impossível chegar a uma fórmula geralválida para a atuação de todos os partidos. Cada um destesdeveria traçar sua própria tática c eleger os métodos dc ação

Marchas e contra-marchas da ii fnternacionaque considerasse adequado nesse terreno.

De fato, esta náo foi a primeira vez que a questão agra-ria figurou na ordem-do-dia dos congressos da II Internacional.Foi a Ultima, o que revela o menosprêso, de conteúdo evidenteoportunista, dos partidos socialistas mais importantes da êpo-ca por esse problema fundamental.

Será útil também ao leitor saber — para que melhoracompanhe a complexa revolução interna do jogo de tendeu-cias dentro das fileiras da II Internacional — que o Congressodc Londres se, de um lado, não admitiu, como vimos, a par-ticipaçáo dos anarquistas (pequeno-burgueses extremistas deesquerda), de outro aceitou como delegados a representantesdo grupo dos 'socialistas independentes» franceses (ver o CapXLII, em NOVOS RUMOS», n" 42), socialistas pequeno-bur-gueses de direita que a época nâo falavam cm nome de nenhumpartido nem de qualquer sindicato.

Quatro anos após o Congresso de Londres, em fins dcsetembro de 1900, reunia-se o Congresso de Paris da II Inter-nacional, com a presença de 791 delegados.Naquele fim de século, os principais paises capitalistascompletavam a sua passagem á etapa imperialista e, garras-•de-fora, atiravam-se ás primeiras guerras Ímperialistas, à san-

guinolenta conquista das colônias pela força das armas. Coubea Rosa Luxemburgo abrir o debate, no Congresso, sobre aluta contra o militarismo e contra a politica colonial dc rapinadas grandes potências. Nas resoluções tomadas á base do

relatório de Rosa, os operários de todos os países eram (.on-clamados a ações enérgicas c a luta cm comum contra o militarlsmo. Ao mesmo tempo, o Congresso apelava para aação política conua ,is aventuras coloniais, para a criação departidos socialistas nas colônias c a unificação necessária desua atividade. Essas resoluções do Congresso de Paris as-sinalavam, sem duvida, um passo adiante na elaboração datática do proletariado internacional na luta contra a guerraimperialista.

Entretanto, o problema mais seriamente discutido cm Pa-ris foi o da conquista do poder político pelo proletariado. Odebate se travou cm torno cio tema geral da aliança ou náodos socialistas com os partidos burgueses, mas de falo o quese discutia era o caso Millcrand». Este «socialista indepen-dente» francês, com efeito, aceitara por conta própria partici-par do ministério burguês de seu pais.

A comissão eleita pelo Congresso para estudar a assunto,apresentou ao plenário dois projetos dc resolução: o da maioriada comissão, de Kautsky, c o de sua minoria redigido norGuesde e Fcrri.

O projeto dc K.iutsky. apesar de chamar a atençáo dossocialistas para a necessidade da observância da disciplinapaitidária e de mostrai que só seria admissível a participaçãodos socialistas num governo burguês com a aprovação do paitido. era inteiramente omisso quanto às ciicunst.inci.is em quotal participação era possível ou necessária c sôbrc as condi-

ções em que poderia ser aceita. Depois rie vários rodeios,em que dc um lado se afirmava que a participação dos sócia-listas não se podia encarar como o inicio normal da conquis-t.i do poder político, e, (ir outro, se dizia que, entretanto, essaparticipação era possível ¦ como medida temporária e excepcio.nal na luta em circunstancias difíceis» (?...), o projeto deK.iutsky terminava sem condenar a presença inadmissível deM.llcrand no governo reacionário da França e constituía, assim,na verdade, um ponto tle apoio para os oportunistas de direitajustificarem" a Millcrand c ao ministerialismo em geral.Ja o projeto de Guesde condenava energicamente a parti-cipaçáo dos socialistas no governo burguês. (Essa concepção

da conquista do poder político» — a expropriaçáo política,pacifica ou violenta, da classe dos capitalistas» — permitounicamente ao partido ocupar os postos eletivos de que du-ponha por meio do emprego das suas fôrças, isto c. das forçaidos operários organizados em partido dc classe e, necessária-monte, proíbe, qualquer participação dos socialistas num go-verno burguês, com respeito ao qual rievem-se achar em opo-stçSp permanente.. Ao falar cm plenário. Guesde declarou.enfaticamente, que a conquista rio poder pela classe operariaso c possível através rio estabelecimento da ditadura do pro-Ictarlado.

Afinal, depois de acalorado debate, os oportunistas derama vitoria a resolução de Kautsky, que. com muita propriedade,ficou conhecida como resolução -dc borracha:. Assim a batizara a revista marxista «Zariá» ("Aurora») editada de 1901a 1902, cm Stutgart, pela redação da «Iskra» dc Lénin. É.stnclassificaria mais tarde a resolução dc Kautsky tle ..bastarda,evasiva, conciliadora em relação aos oportunistas»,

Page 14: ANO II Rio du Janeiro, semana de 18 a 24 de março de 1960 N< … · — 2 NOVOS RUMOS 18 et 24 tle março de 1960 TRABALHADORES ATENDEM A CONVOCAÇÃO DOS SiNOfÇTOS Saudade dos

iHHj '^ 1 lg$ \ ' &È6 V>*"w-»rif^ - - ¦ ' | *K~* V» "i <.«• í ««WS

?.$|;V-tS'

mm''¦M'.;"^ififj%>-i;,^!

»Hyfe* •-'«¦¦ ..*•»-'-1"' f-* ¦<.-* tffillfrfi*^.1 5M¦-. 3»v »*f Xk,

^\'S'àl^f?l'T)í;'Í3, .'. .*¦•¦' " ' VAI **•««•»' *V«f2j

¦'¦V«.vt"-*\t í'-vtt '. >¦)-.!. .fi, '« »^«i ^«*«

rioie Temspetáculo'.:í*^^trííAtf

£19''.''* &' iSj. S"..'v.

' Mf'.^t/?"; .._',t.

í V:<:K-J

sa*

W//Í; ;5 tíU:..:/

^: *> .-»', •¦-• ,

' '^«t¦¦*' '¦**** . '*& "A

/ js ¦

tó4iÍs

l:^jf-

Jf, > :f-, *»"iiíí ' ' ,.,"'' ;"' '

,»:Í'v-.'¦''

,n V ^i- - ¦.. ¦ ¦ ,.ii£j'.ss \sh: ¦¦ v:

^

'F "v Vi ¦ ¦'!" r ¦'"¦''' "^ ^<"'*4

Nu hora em que Jorg"ilo . de.pois de ipícinlcir bananeira);, fazerginástica na kjanci, andar de paline-nc, pular carniça e outras estropoli-is— montou na melocicicla e fez algu-mas evciuçòcs, o Maracanãzinhò qucueveia abaixo. JoiÇjiío é o arlisia maiscomplcio da companhia. Tem cincoanos. li um urso.

A função cie estreia começou atra-sc-Ca. //ias se nao fosse assim, o deAVscuu nuo seria um circo de respei-Io A platéia, conforme reza a tradi-

çap, as;oviciva, batia os pés, gritava&lá na hora», De repenie, Iodas asluzes se apagaram e cio teio do es-tédio veio descendo um «spulnik» era-vejado cie lâmpadas vermelhas. Quem,mal-avisaclo, passasse nesse instantepelas cercanias do Maracanã, pensariaque o Flamengo estava jogando e ha-via marcacio um gol, Ial a tempestadede aplausos. E as aclamações saúda-vam mais que a simples beleza piás-fica da alegoria — homenageavam ofeilo que ela encerrava.

A função começou.

Cães jogam futebol com a ?gar-ra • de quem está decidindo um cam-pconato. Acrobatas, ginastas, malaba-ristas. Um halterofilista, entre, outrasproezas, joga para cima uma bola demetal pesando não sei quantos quilose a apara no pescoço. Palhaços, três.De mímica excelente, abalam qualquersisudez.

¦,.v:,,, ¦"¦.'...:,:.-:;]'¦':¦: i;'ív

E o palhaçoTem muitas outras coisas. Mas nãovou contar, senão perde a graça.Quem quiser e puder perder o amor a ft ,„.„ 'V

CrS 120,00, deve ir ao circo. Sairá sa- "

Í"'J »-••tisfeito.

(IÍlT-0

do

ano 2 081)

¦¦"' \H* "'*'** v 'li} &*3fímmm\\ mKík^^mmu ^^H|^^H KfÊK^^m^Btt^-*' ^^SÈSmírtgmlIi SnKhãfa^9K£3B Vfy'4''*''<mm^3&$mmmur*'y$''^'

""'''"'¦ '^Y&ÊÉtfyfâ&kSSpMzÈÊwm BM«f iP^ffílT3tjKÍPuBPr^X^3U ^S^3Plfr<'^MlMwB8t^MK^lB»^»MHij

*/fMÉ*fi <tr^m\ ImmmmmwQSÊ^^^ iTWs^mmrS*^ Jmmmt mmrnY-^''j ^'''^d^^v*^ * -Ll^ ^^^^TÊnmu^ kaPhM B^K .^^^^IQ ImmwmMvt^mwmmw S«19l IhV^BV

Sera sempre «ladrão de mulher», quer fale português, russo, inglês ou javanês.O que, de resto, pouco importa, pois a mímica é, nos «clowns», linguagem dasmais expressivas E nisso são mestres louri Nilculine e Mikhail Choudine que, como celebre Karandash (que fala um pouco português), conseguem arrancar gosTsas gargalhadas dos cariocas no Maracanãzinhò. O flagrante mostra os dois,durante a execução de um dos números que mais agradaram.

'sffllSt

O teto do Maraca-.icirinho eic o espaço

sideral; dele veio descendo, lâmpadas *$*«

vermelhas a iluminá-lo, o «sputnilo do

circo de Moscou. Tripulado por dois

excelentes acrobatas, fèz evoiuções sô-

bre a plareia emocionada que aplau-

diu entusiásticainente. Oi moscovitas

parece que se estão preparando parulevar o circo á Lua, aos outros plane-Ias, criando o espetáculo do ano

200: o ciico interplanetário, com

trapezistas que saltam de Marie a Vê-

nus; homens que equilibram as estrelas

na ponta de enormes varas e. . . ursos

que pilotam astronaves. A antevisão, o

público carioca já teve.

-*..>

. *¦¦$&

faltafalar...

Jorg.to e um «show» completo. Anda de patins, é motociclista, faz malabarismos,e remador, e equilibrista, toca bandolim. O espaço de uma legenda é pouco paraenumerar todas as suas habilidades. Siberiano, Jorgilo já percorreu (assom-branefo) grande número de capitais européias. Apesar de seu peso desço-munal, o urso pula carniça com seu domador (Ivan Kudriavtsev) com umadelicadeza assombrosa.

,*' ijjMyiiiâíflQ HRPkoh Mfltsf^&xMiíJlIBlBJBBBB^B^K^Bj^BMK-w sSiVvSSffSlffffjivij

RJ':'^&£A. Á i-~?\, * ^yjr *í!;Wfí,; l: ¦"..'¦ ¦¦¦>'¦'.

ffPIBPBr'-' jáàfJm*RíK'ííV! 'tií^ifer5i!,í^

jí é't4fí4>vfiV # I? f,

8Ks» *f-w >'i \ •?'>¦ R a íyt,ia

das

1...»?

•.,, ;'f,. >

Testa de

ÍV1

Uma vara de oito metros. Numa extremidade, umatesta. Na outra... um casal. Os irmãos Polovnov .Rosa Verbistfcaia são os autores da façanha, que a umde nos causaria, no mínimo, um torcicolo. Laureadocom medalhas de ouro em vários festivais circenses, o

numero deixa abismados todos os que o vêem.

• ¦*'>¦ ¦ f.».

cHa r OÜa *l»* - e apenas um elemento a mais nc espetáculo de graciosidade proporcionado pi« £ T t ^."u" ^

fado, gmasheas arro,adas, as quatro moças transmitiram aos espectadores momentos de Id 6?»"l«b"0 per-

*- grande sensação e beleza.

ÉÉÉMlÍÍÍÍllBMB*jMB^MBMTTní~I1 lilHIIIII III IIM iiimir.niH ^HeBvflHBHIi!.. ¦ 'y^ffiMww**»?»»!*»!,!!!^

I i ¦¦ '"^ m

m. ¥ ü í3 m ¦yK-JBsBk s* li Si 1 w W ira fl k

H9MI9 f. »«¦ - ¦ ¦ . ¦ 1*^5* »| ' I 1

" ffl i Jl »ÍÍPM