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painel AEAARP CEMITÉRIOS: COMO FAZER HOBBY O artista que se tornou arquiteto EVENTO Almoço dos Agrônomos e 10ª Semana Agronômica Os empreendimentos passaram por mudanças políticas e tecnológicas no último século; implantação deve respeitar normas de meio ambiente Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano IX nº 260 novembro/ 2016

ano iX nº 260 novembro/ 2016 - aeaarp.org.br · coletivo, com o qual o conjunto dos associados deve se envolver. índice ESPECIAL 05 Cemitérios: do clero ao poder público e privado

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painel

A E A A R P

Cemitérios: Como fazer

Hobbyo artista que se tornou arquiteto

EvEntoAlmoço dos Agrônomos e 10ª Semana Agronômica

os empreendimentos passaram por mudanças políticas e tecnológicas no último século; implantação deve respeitar normas de meio ambiente

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Pretoano iX nº 260 novembro/ 2016

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Eng. civil Carlos Alencastre

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Uma comitiva da AEAARP reuniu-se com o prefeito eleito Antônio Duarte Nogueira para tratar das expectativas em torno de seu futuro governo e de ações necessárias para o município. Há, por exemplo, a urgência em investir em infraestrutura. Não é razoável que uma cidade do porte de Ribeirão Preto padeça em razão do asfalto, dos problemas com abastecimento de água, de coleta de esgoto e resíduos domésticos, de trânsito, transporte e saúde. E o desafio para os próximos anos é ainda maior em razão da implantação da Região Metropolitana. Há décadas, convergem para Ribeirão Preto as necessidades de acesso à saúde, educação e serviços que não são oferecidos em cidades da região. A diferença é que, agora, esta responsabilida-de pode ser compartilhada. Além disso, o planejamento regio-nalizado tende a conferir mais eficiência nos investimentos. No regime de organização metropolitana, todos terão o mesmo peso e importância, e compartilhar responsabilidades é essencial para que este planejamento dê certo.Além de liderar a coalisão regional, o prefeito eleito tem a res-ponsabilidade de devolver à cidade a qualidade de vida e a lisura com a coisa pública, perdidos com os últimos acontecimentos. Neste quesito, o choque de gestão é medida estratégica.Nogueira convidou a AEAARP para os necessários debates sobre as questões de infraestrutura, obras e urbanismo. Em nome da associação, a comitiva se comprometeu a fazer-se presente. É uma responsabilidade, aliás, que devemos assumir como cidadãos que vivem e usufruem economicamente da cidade. E é um desafio coletivo, com o qual o conjunto dos associados deve se envolver.

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CARREIRA 12Tem mais mulheres no mercado de trabalho

PRoDUTIvIDADE 15Novas Funções do MS-Excel 2016 – Parte 2

Hobby 16Infância na fazenda como fonte de inspiração

AgRoNoMIA 18Sustentabilidade revertida em rentabilidade

SoCIAL 20Almoço dos Agrônomos, uma reunião de amigos

PAINEL ELEIçõES 22Ribeirão Preto 300%

gESTão 24Controles financeiros para a boa gestão de sua empresa

CREA-SP 25Profissional deve recolher ART de serviço de aprovação de projetos

NoTAS E CURSoS 26

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho 1º Vice-presidente 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo

Conselheiros Titulares Eng.º agr.º Dilson Rodrigues CáceresEng.º civil Edgard CuryEng.º civil Elpidio Faria JuniorArquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire GrelletEng.º agr.º Geraldo Geraldi JrEng.º agr.º Gilberto Marques SoaresEng.º mec.º Giulio Roberto Azevedo PradoEng.º elet.ª Hideo KumasakaEng.º civil Wilson Luiz LagunaEng.º civil Jose Aníbal LagunaArquiteto Luiz Eduardo Siena MedeirosArq.ª e urb.ª Maria Teresa Pereira LimaEng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi

Conselheiros SuplentesEng.º agr.º Alexandre Garcia TazinaffoArq.º e urb.ª Celso Oliveira dos SantosEng.º agr.º Denizart BolonheziEng.º civil Fernando Brant da Silva CarvalhoEng.º agr.º José Roberto ScarpelliniEng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 [email protected]

Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044Foto capa: Rogério Moroti

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719 Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Cemitérios: do Clero ao poder públiCo e privado

Descubra como funciona o processo de licenciamento ambiental de cemitérios e crematórios e veja novidades do setor funerário

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Renato Cymbalista é autor do livro Cidades dos vivos: arquitetura e atitudes

perante a morte nos cemitérios do estado de São Paulo, que traz histórias de 40 cemitérios do interior paulista.

Acesse o livro virtual na área Notícias no endereço eletrônico da AEAARP.

Antes, cemitérios eram construídos próximos às capelas, em meio à popula-ção urbana e administrados pela Igreja Católica. Hoje, são geridos por órgãos públicos ou privados, estão em locais ad-jacentes às cidades e seguem normas e legislações específicas. De acordo com o arquiteto e urbanista Renato Cymbalista, a configuração atual dos cemitérios data do final do século XVIII. “A partir da Revo-lução Francesa começou a transferência da gestão dos mortos da esfera religiosa

Em Ribeirão Preto (SP), o surgimen-to do primeiro cemitério não fugiu à regra. Segundo o jornalista Nicola Tornatore, que realizou pesquisas sobre o tema, o espaço destinado ao enterro dos primeiros moradores da cidade foi na Praça XV de Novembro, onde também foi construída a primeira capela. O cemitério foi instalado nos fundos da igreja, local hoje entre a fonte luminosa e o Theatro Pedro II, e recebeu 284 corpos.

para a esfera pública. A transição foi lenta e complexa e no Brasil só se concluiu com a Proclamação de República”.

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Cemitério da Saudade, de Ribeirão Preto

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Revista Painel6

históriaespecial legislação arquitetura

Com o passar dos anos, foram cria-das normas e legislações para regular a implantação e o funcionamento dos cemitérios. Além disso, instituições am-bientais foram destinadas à fiscalização e ao licenciamento. A Companhia Am-biental do Estado de São Paulo (CETESB) é o órgão que emite o licenciamento ambiental para a construção, ampliação ou reforma dos cemitérios. O tempo entre a solicitação do licenciamento até a obtenção da licença de funcionamento depende da qualidade dos projetos e da riqueza de detalhes descritas nos relató-rios solicitados pela Companhia.

Na documentação inicial, é exigido relatório da área destinada ao cemitério, se o empreendimento será horizontal ou vertical, se terá crematório, detalha-mento do uso e ocupação do solo em um

raio de 500 metros do terreno, situação geológica e hidrológica, aproximação de possível manancial de abastecimento público, número de jazigos, metragem quadrada destinada ao sepultamento, distância do nível da água até a base da sepultura, coeficiente de permeabilidade do solo, entre outros.

É necessário também apresentar planta topográfica em escala mínima de 1:10.000, com curvas de nível, feita por profissional registrado no CREA ou no CAU, com registro de documentos de responsabilidade técnica. No projeto deve constar: equipamentos urbanos, córregos, poços, pontos de sondagens, recuo de cinco metros entre a área de sepultamento e o limite da proprieda-de, posição das sepulturas, entre outras informações da edificação.

As informações geológicas e hidroló-gicas do terreno são coletadas em, no mínimo, cinco pontos de sondagens me-cânicas, que avaliarão o nível máximo da água subterrânea ao final da estação de maior precipitação pluviométrica e defi-nirão o sentido do fluxo das águas sub-terrâneas. As sondagens devem seguir a Norma Técnica NBR 8.036 - Programação de sondagens de simples reconhecimen-to dos solos para fundações de edifícios, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e as amostras serão avaliadas por laboratórios acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

CEMITÉRIOS X PRAÇASOs três primeiros cemitérios de Ribeirão Preto tornaram-se praças. Com a lotação do cemitério da Praça XV, foram escolhidos outros terrenos para enterrar os mortos, onde são as praças das Bandeiras e Sete de Setembro. A Proclamação da República (1889) oficializou a separação entre Estado e Igreja e a cidade ganhou o primeiro cemitério público, o Cemitério da Saudade, no bairro Campos Elíseos. Assim, a maioria das famílias que tinham parentes enterrados no cemitério localizado na Praça Sete de Setembro fez o translado dos ossos para o novo empreendimento. Já os enterrados nas praças XV e das Bandeiras permaneceram lá.

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A lista de documentos solicitados no processo de

licenciamento ambiental de cemitério pela CETESB está

disponível na página de notícias da AEAARP na internet.

meio ambiente

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Cemitério da Saudade, de Ribeirão Preto

O gerente regional da CETESB em Ri-beirão Preto, engenheiro mecânico Mar-co Antonio Sanches Artuzo, explica que

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o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], mas eles não têm essa in-formação. Iniciamos contato direto com prefeituras, mas chegavam informações incorretas e os números não batiam”, diz Costa. No sistema da ACEMBRA, 500 empreendimentos estão cadastrados no país entre cemitérios e crematórios. Se-gundo a Divisão de Apoio ao Controle de Fontes de Poluição da CETESB, existem 42 cemitérios e 19 crematórios licencia-dos no estado de São Paulo.

LEGISLAÇÃOAs regras para o licenciamento am-

biental de cemitérios no âmbito nacional são definidas por resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (335/2003 alterada pelas resoluções 368/2006 e 402/2008). A resolução 316/2002, do mesmo órgão, alterada pela 386/2006, dispõe sobre os procedi-mentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. No âmbito estadual, destaca-se a Resolução SS 28/2013, da Secretaria da Saúde, que aprova norma técnica que disciplina os serviços de necrotério, necropsia, velório, cemitério e atividades de exumação, cremação e transladação.

históriaespecial legislação arquitetura meio ambiente

A CETESB também criou a norma téc-nica L1.040, que aborda o processo de implantação de cemitérios.

A resolução 22/2009, da Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo, versa sobre certidões de uso e ocupação de solo no licenciamento ambiental, exigidas para a implantação de um novo cemitério. A Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (ANVISA) publicou em 2009 o documento Referência Técnica para o funcionamento de estabelecimentos funerários e congêneres. Na Lei Federal 6.015/1973, que aborda os registros públicos, há um capítulo específico sobre o óbito (Capítulo IX). Na ABNT não há norma técnica específica para este setor.

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Segundo o advogado Christian Bezerra Costa, o Direito Funerário é uma área jurídica pouco estudada. Para esclarecer algumas questões

sobre o tema, ele escreveu o artigo Comentários sobre cemitérios

públicos concessionados, publicado na área de notícias na página da

AEAARP na internet.

o processo de licenciamento ambiental de cemitério tem três passos:

▪ Licença prévia: período inicial que es-tuda a viabilidade ambiental, localização do empreendimento, permeabilidade e tipo de solo, águas superficial e subter-rânea;

▪ Licença de instalação: período de análise do projeto, das instalações que serão construídas e seus equipamentos e das medidas ambientais adotadas, caso haja intervenção em vegetações nativas ou em Áreas de Preservação Permanente (APPs);

▪ Licença de operação: vistoria dos técnicos da CETESB para checar o cum-primento das exigências técnicas e do projeto aprovado. A licença é renovada a cada cinco anos. “Quatro meses antes de vencer a licença, deverá ser solicitada nova vistoria para avaliar as instalações e emitir nova licença”, explica Artuzo.

A maioria dos cemitérios do Brasil é antiga e o número destes empreendi-mentos é desconhecido. Lia Costa, da Associação Cemitérios e Crematórios do Brasil (ACEMBRA), explica que há alguns anos, a associação tentou levantar o número de cemitérios e crematórios no país, sem sucesso. “Primeiro, contatamos

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Cemitério da Saudade, de Ribeirão Preto

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RIBEIRÃO PRETODe acordo com a CETESB, existem qua-

tro cemitérios cadastrados em Ribeirão Preto: o da Saudade (Campos Elíseos), Bom Pastor (Jardim Zara), Bonfim Paulis-ta (distrito de Ribeirão Preto) e Memorial Parque dos Girassóis (Recreio das Acá-cias). Há ainda um crematório, instalado em Jardinópolis (SP). Segundo Artuzo, mesmo com a atualização de algumas normas, a Companhia não diagnosticou problemas nos cemitérios da cidade que necessitem de correções emergenciais. “Nas próximas etapas do levantamento, pode ser que alguns precisem de ações corretivas”, explica.

Não existem regras do que pode ou não ser feito nos túmulos, segundo Artuzo. “A menos que o cemitério tenha legislação própria sobre a questão sim-bólica, por que isso entra nas questões cultural e religiosa”, diz. O Memorial Parque dos Girassóis, por exemplo, é classificado como cemitério-parque, ou seja, não tem jazigos acima da superfí-cie terrestre, composta por um grande gramado. Neste, há padrão para vasos e lapides e não é permitido colocar fotos. “Cemitérios-parque têm duas vantagens: o aspecto visual e a segurança. Não exis-tem invasões ou roubos nos túmulos”, explica o administrador de empresas Maurício Mendonça, proprietário do Memorial Parque dos Girassóis. www.aeaarp.org.br

ARTE FUNERÁRIAA Rede de Cooperação Identidades Culturais, formada por 17 entidades da cidade, criou o Inventário de Referências Culturais (2010), que avaliou edificações histórico-culturais de Ribeirão Preto. Um dos pontos estudados foi o Cemitério da Saudade, classificado pelos pesquisadores como referência cultural edificada, uma vez que os túmulos em mármore carrara foram feitos por artesões italianos do início do século XX e carregam grande significado artístico e arquitetônico. O inventário atribuiu significados aos túmulos mais conhecidos e visitados pela população: arquitetônico, histórico, artístico e simbólico. Dentre estes, destacam-se: o túmulo do Menino Zezinho, da Menina Piedade, dos padres, de D. Giovani Rabaiolli e das Almas. O estudo seguiu a metodologia do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) e terminou em 2014, segundo a historiadora Michelle Cartolano de Castro, chefe da Divisão de Patrimônio Histórico-cultural da Secretaria Municipal da Cultural. Alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) também retrataram a diversidade arquitetônica no Cemitério da Saudade no documentário In Memoriam, produzido em 2012. O inventário e o documentário estão na página da AEAARP na internet, na área de notícias.

históriaespecial legislação arquitetura meio ambiente

Cemitério Memorial Parque dos Girassóis, em Ribeirão Preto

Construído no período de 1952-1953, durante a administração do prefeito Alfredo Condeixa Filho - Cemitério da Saudade

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Para evitar a contaminação do solo e de águas subterrâneas, a CETESB avalia o tipo de solo e o isolamento indicado para jazigos de cada empreendimento. No Memorial Parque dos Girassóis, por exemplo, os jazigos são construídos em concreto com espessura de cinco a sete centímetros, recebem a aplicação de produtos vedantes e são inseridos dez quilos de cal por corpo no momento do enterro.

Segundo Mendonça, a manutenção do cemitério é periódica e feita por etapas. “Construímos um quarteirão com 50 jazigos, 49 são comercializados e um fica disponível para vistoria. A cada dois meses, abrimos o jazigo vazio e verificamos se há alteração ou trincas. Como construímos todos no mesmo momento e com o mesmo material é provável que, se um tiver problema, os outros também terão”, explica. Os jazigos comercializados são vistoriados a cada enterro.

O AQUÍFEROA arquiteta Flavia Olaia Machado

e o engenheiro João Sérgio Cordeiro publicaram o estudo Caracterização e levantamento de uso e ocupação do solo

em áreas de recarga do Aquífero Guarani. Neste trabalho, estudaram o Loteamento Residencial e Comercial Palmares, loca-lizado na zona leste de Ribeirão Preto, área classificada pelo Zoneamento Am-biental do Município como Zona de Uso Especial, por constituir área de recarga do Guarani. Um dos impactos negativos é o Cemitério Bom Pastor que, segundo especialistas, pode contaminar águas superficiais e subterrâneas por micror-ganismos resultantes da decomposição dos corpos.

No estudo, eles elencaram ações que poderiam ser adotadas no empreendi-mento para proteger o ambiente urbano e a saúde pública:

▪ monitoramento hidrogeológico, atra-vés de poços de monitoramento, para acompanhar a evolução hidroquímica do lençol freático local, verificando a possível ocorrência de contaminações;

▪ avaliação trimestral do lençol freá-tico, para checar as cadeias de nitrato e do fosfato, além do conteúdo micro-biológico;

▪ todo o resíduo sólido gerado pelo cemitério (flores, material de exumação, adereços) deveria receber o mesmo tratamento dados aos resíduos gerados

históriaespecial legislação arquitetura meio ambiente

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Os engenheiros ambientais Pedro Kemerich, Fernando

Ernesto Ucker e Willian Fernando de Borba publicaram o artigo Cemitérios como fonte de contaminação ambiental, no qual abordam o impacto desses

empreendimentos no solo e na água, além das doenças ocasionadas por atividades funerárias. Veja na área de

notícias na página da AEAARP na internet.

pelos serviços de saúde, ou seja, ser retirados por empresa especializada que destinariam para cremação ou para o aterro sanitário;

▪ proibição de sepultamentos por inumação (caixão direto no solo). Os sepultamentos só poderiam ocorrer atra-vés da entumulação (caixas de alvenaria fechadas e impermeabilizadas);

▪ criação de rede coletora de necro-chorume (líquido decorrente da de-composição de corpos), que enviaria o material para a estação de tratamento de esgoto.

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Cemitério da Saudade, de Ribeirão Preto

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O primeiro crematório com fins funerais inaugurado no Brasil foi o crematório municipal de Vila Alpina (São Paulo), inaugurado em 1974.

As emissões atmosféricas destes empreendimentos seguem a Norma Técnica da CETESB E15.011. A Companhia realiza vistorias semestrais. A licença de operação dos crematórios tem validade de dois anos. Laguna opina que o ideal é que os empreendimentos sejam posicionados nas saídas de vento e água das cidades, para evitar contaminações e não incomodar a vizinhança.

De acordo com Laguna, os gases emitidos pelos fornos do crematório saem 100% limpos, pois os equipamentos seguem determinações de legislações ambientais no processo de produção. Os fornos são alimentados por Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ou por Gás Natural (GN) e seguem orientações do Corpo de Bombeiros. “A diferença dos gases está no poder calorífico. Por exemplo, o do GLP é maior do que o GN”, explica o engenheiro eletricista Marco Cesar Augusto Saraiva, especialista de mercado da Jung, empresa que produz fornos para crematórios.

CREMATÓRIOSNo processo de licenciamento ambien-

tal dos crematórios é exigido o Memorial de Caracterização do Empreendimento (MCE), resumo das principais informa-ções e características físicas do local. O documento deve expor a viabilidade do empreendimento, tecnologia adotada, uso e ocupação do solo em um raio de 500 metros do empreendimento, siste-ma de gerenciamento de resíduos sólidos (periodicidade da coleta e número de viagens/dia), plano de recebimento de corpos (incluindo fetos ou peças ana-tômicas), existência de câmaras frias para preservação dos corpos, tempo de espera dos corpos até o momento da cremação, área construída e temperatura dos fornos de cremação.

As plantas arquitetônicas devem conter as áreas do terreno, da construção, de florestas ou vegetação nativa, além da localização do imóvel com a distância da esquina oficial mais próxima. O projeto deve mostrar também as movimentações de terra feitas no terreno. O responsável técnico pelo projeto deverá preencher a ART. No caso de crematórios localizados na área rural, devem estar claramente especificados no projeto os espaços des-tinados às atividades agrossilvopastoris.

O engenheiro civil José Aníbal Laguna foi o responsável técnico do primeiro crematório para humanos da região, o Crematório Ecológico Metropolitano de Ribeirão Preto (Rodovia Candido Portina-ri Km 321), em Jardinópolis. Para instalar um novo empreendimento, segundo ele, deve ser analisada as condições do terreno e a necessidade de compensação ambiental. “Compramos 32 mil metros quadrados de área verde para construir dez mil metros quadrados e tivemos que plantar dez mil árvores para absorver a fumaça resultante das cremações”, explica Laguna.

Crematório Ecológico Metropolitano de Ribeirão Preto

FÓRMULA 1Segundo Saraiva, a queima de um corpo

demora entre duas horas e meia e três horas. “Depende da constituição física: quanto mais tecido adiposo menos tem-po de cremação. Entretanto, o processo deve ser lento, devido às leis ambientais impostas”. A temperatura do forno gira em torno de 1.000 graus Celsius e é con-trolada permanentemente, sem a inter-ferência de um operador, o que garante a repetitividade do processo.

A eliminação da fumaça e do odor acontece na câmara secundária, instala-da no interior do forno, por meio de um processo térmico que reduz ao máximo a queima. “Nosso forno tem os volumes das câmaras dimensionados através da fluidodinâmica computacional, ferra-menta com a qual se projeta carros da Fórmula 1. Com isso, obtivemos modelos matemáticos que apontam as melhores soluções de engenharia para este fim”, explica Saraiva.

O crematório realiza, em média, 27

históriaespecial legislação arquitetura meio ambiente

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A produção de fornos para crematórios devem seguir a Resolução CONAMA 316/2002 e as legislações específicas de cada estado ou município, se houver. Os equipamentos são produzidos em aço inox e devem ter um responsável técnico, com a devida emissão da ART. As válvulas e detectores de gases presentes nos fornos seguem a NBR 12.313, da ABNT, que dispõe sobre o controle e segurança para utilização de gases combustíveis em processos de baixa e alta temperatura.

cremações por mês, segundo Laguna. O empreendimento tem capacidade para receber até sete corpos nas câmaras frias. O local passa por ampliação e pode-rá receber até 21 corpos em seis meses. O projeto de ampliação tem licença da CETESB, assim como a construção do

primeiro crematório para animais, pre-visto para inaugurar em quatro meses. Laguna explica que o investimento na implantação de um crematório é alto, começa em R$ 3 milhões, considerando a compra do terreno e dos equipamentos necessários.

Forno para crematório de humanos, da Jung

históriaespecial legislação arquitetura meio ambiente

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Revista Painel12

tem mais mulheres no merCado de trabalho

Sistema CONFEA tem mais de 170 mil mulheres; no CAU/BR elas são 62% dos profissionais habilitados

carreira

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Para homenagear profissionais brasileiras, o CAU reuniu uma série de entrevistas e perfis de mulheres, como Lina Bo Bardi, Rosa Kliass e Elisabete França,

que ajudaram a construir a história da Arquitetura e o

Urbanismo no Brasil, veja no endereço eletrônico da AEAARP,

na área de Notícias.

Segundo o Perfil Ocupacional dos Profissionais da Engenharia no Brasil, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 1995 as mulheres eram 11% dos profissionais de Engenharia no estado de São Paulo; em 2005, já eram 15%; em 2008, 17% e em 2013, 19% – último levantamento realizado.

O Sistema CONFEA tem 1.299.737 profissionais habilitados (entre bacharéis, técnicos e tecnólogos), destes 179.323 são mulheres. No estado de São Paulo, dos 338.583 profissionais, 38.850 são mulheres. O departamento técnico do Sistema CONFEA realizou levantamento exclusivo para a revista Painel que detalha o número de mulheres com o título de En-genheira e que estão ativas no conselho.

Modalidade Número de registrosCIVIL1 59.287 AGRONOMIA2 22.735 MECÂNICA E METALÚRGICA3 13.272 QUÍMICA4 12.914 ELETRICISTA5 11.572 AGRIMENSURA6 948 GEOLOGIA E MINAS7 822 Total 121.550

ENGENHEIRAS - SISTEMA CONFEA 2016

1 modalidade que abrange 16 graduações diferentes 2 modalidade que abrange 6 graduações diferentes3 modalidade que abrange 28 graduações diferentes4 modalidade que abrange 14 graduações diferentes5 modalidade que abrange 20 graduações diferentes6 modalidade que abrange 8 graduações diferentes7 modalidade que abrange 4 graduações diferentes

Dos 140 mil arquitetos e urbanistas habilitados no CAU/BR, 62% são mu-lheres. Segundo a entidade, a presença de mulheres na Arquitetura diminui à medida que a idade aumenta: o sexo feminino representa 78% dos arquitetos com menos de 25 anos, 65% entre os ar-quitetos entre 30 e 35 anos e 28% entre os profissionais com mais de 60 anos.

Para a engenheira civil Rogéria Maria Soares Frateschi, as oportunidades de ingressar na faculdade ou no mercado de trabalho são iguais para homens e mulheres, desde que sejam pessoas inte-ressadas ou profissionais qualificados. “É o aprimoramento continuado que possi-bilita o crescimento profissional”, diz ela, que concluiu o curso de Engenharia Civil

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desde 2014, acredita que o preconceito diminuiu na área de Arquitetura, visto que as mulheres são maioria. “Quando se demonstra conhecimento e domínio técnico, somos respeitadas e ouvidas”, diz a profissional que também atua nas áreas de acústica arquitetônica e confor-to térmico e lumínico.

PERFILHistoricamente, a procura pelos cur-

sos de Engenharia tem predominância masculina, mas Rogéria avalia que as mulheres estão se interessando mais pela área, principalmente pelo grande leque de trabalho. “Podemos fazer uma especialização ou transitar por várias áreas”, diz a engenheira, que atua há 20 anos no Departamento de Fiscalização de Obras Públicas – Setor de Análise de Pro-jetos de Drenagem e de Fiscalização de Obras, da Secretaria de Obras Públicas da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

No ramo da pesquisa, a atuação fe-minina é de 37% contra 63% masculina, segundo Sally, que trabalha no melhora-mento genético de hortaliças, na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA Centro Leste), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Em outras áreas como a de Tecnologia de Alimentos, a presença feminina é dominante, cerca de 57%”. Já Ruth acredita que a Arquitetura é mais procurada pelas mulheres em razão do caráter multidisciplinar que une huma-nas, exatas e arte.

Na década de 1980, Ruth diz que pre-senciou diferença salarial entre homens e mulheres. “Trabalhei com carteira assinada em três empresas da área da construção civil e as mulheres ganhavam menos. Hoje, creio que o cenário mudou, porque as mulheres são maioria na Ar-quitetura”. Ela comenta que, geralmente, o arquiteto e urbanista é um profissional autônomo e terceirizado e que por isso não há diferença na remuneração, pois cobra-se por projeto ou serviço prestado. “Destaca-se o melhor, o mais criativo e proativo, não importa se é homem ou mulher”.

Sally acredita que na área acadêmica não exista essa diferença. “Porém, em outras áreas esse problema social ainda

Pela primeira vez uma universidade americana formará mais mulheres em um curso de Engenharia. A Universidade de Dartmouth, localizada na cidade de Hanover (EUA), terá 54% de mulheres entre os formandos de 2016. A média era de 19% de diplomas para o sexo feminino. A mudança aconteceu após a instituição contratar mais professoras para lecionar nos cursos de Engenharia Mecânica e Elétrica.

em 1983, no Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP). Rogéria foi uma das 19 estudantes de Engenharia de uma turma de 83 formandos.

A arquiteta e urbanista Ruth Cristina Montanheiro Paolino, diretora Universi-tário da AEAARP, concorda com Frateschi. “Para dar aulas, por exemplo, é preciso ter perfil de pesquisador e este não é o perfil da maioria”. Ruth formou-se em Arquite-tura e Urbanismo em 1980, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC), Campinas (SP), em uma turma de 120 estudantes, a maioria mulheres.

Segundo a engenheira agrônoma Sally Ferreira Blat, há alguns anos, as agrôno-mas sofriam preconceito principalmente pelo trabalho pesado do campo. “Com as novas tecnologias, maquinários mais leves e variedade de atuação no merca-do, o preconceito é bem menor”. Sally concluiu o ensino superior em 1997, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp), de Jaboticabal (SP), e conta que dos 75 formandos ape-nas 22 eram mulheres. Ela nunca sofreu qualquer tipo de preconceito, apesar das piadas que encarou com bom humor ao longo da carreira.

Ruth, que é docente e coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp)

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Revista Painel14

www.aeaarp.org.br

O Blog da Engenharia elencou cinco engenheiras mais

poderosas de 2016, dentre elas destacam-se a engenheira

mecânica Diane Greene, do Google, e a engenheira eletricista

Peggy Johnson, da Microsoft.Conheça as outras profissionais

no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.

é realidade, pois homens ganham até 30% mais do que as mulheres”. A enge-nheira civil defende que se profissionais exercem cargos e funções iguais devem ter o princípio da isonomia salarial res-peitado. “As oportunidades de trabalho são conquistadas por meio da profissio-nalização constante e pela perseverança de permanecer na área de formação”, comenta a engenheira.

Há quem defenda que as mulheres têm algumas habilidades que são positivas para cada uma dessas carreiras. Ruth destaca a sensibilidade e a visão mais abrangente do mundo e da vida. Já Sally acredita que a característica multitarefas

da mulher e a atenção aos detalhes são diferenciais relevantes. Para Rogéria, prática e experiência são importantes, porém habilidade de liderança e relacio-namento interpessoal são competências requisitadas no mercado.

Sally concorda com as engenheiras, pois “o empregador precisa contratar outra pessoa para cobrir a função da funcioná-ria afastada no período da maternidade”. Ruth e Rogéria discordam. “Estamos no século XXI. Isto não é cabível em em-presas sérias e comprometidas com os direitos dos trabalhadores”, ressalta a arquiteta.

As áreas de atuação na Arquitetura são muitas, destaca Ruth, e existem oportunidades de trabalho para arqui-tetas nos próximos anos, especialmente nas áreas de requalificação das cidades, paisagismo urbano e decorativo, recu-peração, preservação e manutenção do patrimônio histórico e artístico. “Na área técnica destaco ainda acústica, térmica e iluminação das edificações, serviços que contribuem com a qualidade dos espaços construídos e com a qualidade de vida”. Sally acredita que a tendência é aumen-tar vagas para agrônomas nas áreas de pesquisa, ensino e orientação. “As pers-pectivas para o futuro das engenheiras são de crescimento, uma vez que tem aumentado o número de estudantes do sexo feminino nos cursos de Engenharia”, finaliza Rogéria.

Debbie Sterling é uma engenheira americana que criou uma linha de brinquedos que instigam meninas a se interessarem pela Engenharia. O kit de construção chama-se GoldieBlox é indicado para crianças de cinco a nove anos. O brinquedo traz um livro que tem Goldie como protagonista, uma garota que gosta de construir coisas, e peças de construção que traz conceitos de Engenharia.

O Jornal do Engenheiro, veículo infor-mativo do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, publicou matéria onde engenheiras relatavam a resistên-cia na contratação de mulheres por causa da possibilidade de gravidez e, conse-quentemente, da licença-maternidade.

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produtividade

Seguimos comentando sobre as novas funções do Excel, dando continuidade ao artigo do mês anterior, duas funções mui-to úteis foram criadas para “substituir” a função SE, que é uma das funções mais utilizadas e famosas no Excel.

A primeira delas é a função SES. A função SE possui um único teste lógico e duas possíveis respostas para este teste, sendo uma para verdadeiro e outra para falso. Quando há mais que duas possíveis respostas para um teste lógico, costuma--se aninhar funções SE.

Para explicar melhor, criaremos o se-guinte exemplo: possuo uma escola com três alunos e quero criar a função SE para descobrir quem estará aprovado, quem será reprovado e quem poderá tentar novamente em formato de exame.

Anteriormente, a função que usaría-mos seria a seguinte (na célula H3): =SE(G3>=7;”Aprovado”;SE(G3>=4;”Exame”;”Reprovado”)). Como podem perceber, foi necessário criar uma segunda função SE dentro da primeira, pois havia mais que duas possíveis respostas.

Utilizando a nova função SES, seria da

novas funções do

ms-eXCel 2016 – parte 2

seguinte forma: =SES(G3>=7;”Aprovado”;G3>=4;”Exame”;G3<4;”Reprovado”). Desta forma, basta criar uma única fun-ção e alimentar seus argumentos.

Outra saída possível à função SE é a nova função Parâmetro, que permite definir os parâmetros de pesquisa e os valores de retornos, além de possibilitar uma resposta padrão caso os argumen-tos não sejam atingidos.

Para finalizar, as funções estatísticas e de análise também receberam novi-dades, que são as funções Máximoses e Mínimoses. Para aqueles habituados a trabalhar com a função Somases não há dificuldades: elas se assemelham em todos os argumentos da função Somases e permite-nos aplicar uma verificação de valor máximo ou mínimo, a partir de um intervalo, se atender aos critérios predefinidos.

As novidades são muitas e é sempre importante mantermo-nos atualizados quando o assunto é produtividade com o Microsoft Excel.

Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

Os parâmetros são:

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hobby

infânCia na fazenda Como fonte de inspiração

Cavalos e caubóis marcaram a infância e as telas do arquiteto Sylvio Nogueira

Os desenhos rudimentares de um trabalhador da fazenda onde o arquiteto Sylvio Nogueira cresceu tiveram grande importância na criatividade e no seu interesse pelas artes plásticas. “Ficava encantado quando via os desenhos em carvão do filho de um trabalhador da fazenda, achava aquilo um máximo”. A infância na zona rural também foi a grande fonte de inspiração para as telas e esculturas do arquiteto, que sempre apreciou as pinturas de cavalos. “Teve uma época que fiquei conhecido como pintor de cavalos”. Mas, aos risos, No-gueira diz que os verdadeiros pintores de cavalos não gostam das suas telas. “Gosto de imagens vibrantes, onde o cavalo realiza movimentos que demos-tram força, liberdade e magnetismo. Não costumo desenhar o cavalo caipira com traços perfeitos”.

Aos oito anos, o arquiteto já dese-nhava cavalos e caubóis. Aos 10 anos, reproduziu seus desenhos no papelão para serem utilizados como enfeites de bolo. Dois anos depois, o arquiteto saiu da fazenda e mudou-se para o centro de Ribeirão Preto (SP), na Rua Barão do Amazonas. Foi nessa época que teve o primeiro contato com as artes plásticas

e frequentou a Escola de Arte do Bosque, onde teve aulas com o pintor e escultor Bassano Vaccarini.

Na década de 1970, Nogueira mudou--se para São Paulo (SP) para fazer cur-sinho e prestar vestibular para o curso de Artes Plásticas. Porém, seu pai o fez mudar de ideia: “se você for artista, vai virar professor de Artes Plásticas. Guarde sua arte para você se divertir”. Depois de conversar com alguns amigos e primos,

Nogueira decidiu direcionar sua arte para a técnica. Matriculou-se no curso de Arquitetura da Universidade Católica de Santos, em 1972.

Durante a faculdade, o arquiteto conti-nuou pintando nas horas vagas e aceitou as primeiras encomendas de quadros para decorar três hotéis da cidade de Santos (SP). “Até hoje minhas telas estão expostas lá”. O período da faculdade foi de intensa inspiração na vida do arquite-

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to, que também trabalhou na escola de samba santista X-9 na criação e produção de fantasias, carros alegóricos e temas dos desfiles, durante cinco anos. Nesse período, o arquiteto teve a oportunidade de trabalhar ao lado do ator e escultor Serafim Gonzalez, que esculpiu a estátua Mulheres de Areia, em Itanhaém (SP), em homenagem à novela que tem o mesmo nome, transmitida pela primeira vez na extinta TV Tupi, em 1973.

Em todos estes anos, Nogueira já pintou e esculpiu dezenas de cavalos e caubóis, personagens famosos do

folclore brasileiro, figuras literárias importantes como Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança, famílias de retirantes nordestinos, bailarinas, além de obras que valorizam o corpo feminino. Muitas dessas obras estão expostas em sua casa e também na casa de amigos e parentes que são presenteados pelo arquiteto. Outras fizeram parte de expo-sições individuais e coletivas em várias empresas e instituições de Ribeirão Preto como, por exemplo, AEAARP, Unimed, Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto (Ceterp), Secretaria Municipal da Cultura e o Ateliê Miguel Angelo. Porém, uma delas é a xodó do arquiteto, um Saci Pererê montado em um cavalo que ele pintou há alguns anos. “Esse quadro eu não dou e não vendo por valor nenhum”.

Nogueira gosta de pintar e esculpir durante a noite, ao som de jazz, blues, bossa nova ou música erudita. Ele criou um ateliê no mezanino da sua casa e é lá que ele se refugia nos momentos de inspiração. “Enquanto não termino uma tela, não consigo dormir. Muitas vezes amanheço pintando”. O arquiteto que está de mudança para um sítio em Bon-fim Paulista (SP), já reservou um lugar na nova casa para ser o seu ateliê.

Dentre os grandes nomes mundiais das artes plásticas, ele admira o estilo

surrealista do pintor catalão Salvador Dali e avalia que muitas de suas telas seguem esse movimento artístico. Para desenvolver ainda mais sua criatividade, Nogueira gosta de visitar construções antigas e igrejas. “Sempre que chego a uma nova cidade, gosto de visitar a igreja matriz local, esses locais são grandes fon-tes de inspiração para as minhas obras”. Toda essa inspiração também é aplicada em seus projetos arquitetônicos. “Já criei mais de 800 projetos e nunca repeti um desenho”, diz, orgulhoso, o arquiteto, que guarda todas as plantas que assinou.

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agronomia

Houve um tempo no qual o material resultante da produção agroindustrial era tratado como resíduo a ser descar-tado. Hoje, os resíduos agroindustriais entram em um processo sustentável de ciclagem dos nutrientes que influencia na qualidade da produção agrícola, otimiza o uso dos recursos na lavoura, melhora o padrão de produção e enriquece os recursos naturais.

O engenheiro agrônomo Pedro Hen-

sustentabilidade revertida em rentabilidadeEm cerca de dois milhões de hectares de cana-de-açúcar são

utilizadas técnicas de ciclagem de nutrientes, através da fertirrigação com vinhaça, prática sustentável que promete melhorar a eficiência

da plantação, além da aplicação de compostos orgânicos como adubo a partir da torta de filtro em plantio e soqueira. Este foi um

dos destaques da 10ª Semana Agronômica.

O engenheiro agrônomo Luiz Concilius Gonçalves Ramos, diretor técnico operacional da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), apresentou na 10ª Semana Agronômica o modelo logístico da Companhia, criada em 1969 e composta por entrepostos ocupados por comerciantes permissionários. Os produtos comercializados originam-se de 1.500 municípios de 25 estados brasileiros e de outros 20 países. A empresa mantém 18 unidades armazenadoras. Na CEAGESP os grãos são classificados seguindo padrões oficiais, processados e armazenados. O Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) é a maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos (alho, batata, cebola, coco seco e ovos) da América Latina. Ribeirão Preto tem o segundo maior volume armazenado e o segundo maior faturamento do estado.

rique de Cerqueira Luz, docente do departamento de Zootecnia da USP de Pirassununga (SP), explica que, usando técnicas de manejo de subprodutos da cana-de-açúcar, é possível economizar R$ 445 por hectare na fertilização de um canavial com faixa de produtivida-de entre 90 a 100 toneladas de cana por hectare. “Os sistemas de produção agrícola têm de procurar o caminho da eficiência com sustentabilidade e, nesse

contexto, o manejo da fertilidade do solo é fundamental”, opina.

Dos nove milhões de hectares de cana--de-açúcar no Brasil, segundo Cerqueira Luz, cerca de dois milhões utilizam resí-duos sólidos e líquidos na fertilização. A técnica permite o uso de fertilizantes or-gânicos, minerais e organominerais com resultados positivos na produtividade da cana e reflexos de qualidade tanto para o açúcar quanto para o etanol.

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Economia Estudo desenvolvido pelo engenheiro

agrônomo Pedro Henrique de Cerqueira Luz, na Faculdade de Zootecnia e Enge-nharia de Alimentos da USP de Pirassu-nunga (SP), demonstra que o manejo do solo utilizando fertilização orgânica e organomineral resulta em ganho, produ-tividade e economia.

A recomposição do solo aliada às novas práticas agrícolas têm como resposta oportunidades de negócios. Depois de vencida a fase do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que até setembro de 2016 cadastrou mais de 3,79 milhões de imóveis rurais, totalizando 387.547.126 hectares, o engenheiro florestal Eduardo Gusson, consultor de projetos agroflores-tais, explica que o desafio é recompor áreas degradadas e torna-las economi-camente viáveis.

Nas Áreas de Preservação Permanen-tes (APPs), por exemplo, é obrigatória a recomposição da vegetação em faixas mínimas definidas pelo Novo Código Florestal, em função do tamanho da propriedade, sendo que as maiores possuem mais obrigações. Contudo,

Como restaurar Área de Preservação Permanente e Reserva Legal

Identificar o ecossistema a ser restaurado: a histórico de perturbação, resiliência; a composição e estrutura da vegetação original (ambiente de referência) a Inserção da área na paisagem (zoneamento ambiental) a legislação ambiental vigente (SMA 32-2014) Definir o objetivo (APP ou RL) e o nível de intervenção necessária.Reconhecer e reintroduzir componentes-chave do ecossistema.

Fonte: Eduardo Gusson

Pedro Cerqueira Luz

Eduardo Gusson

atendidas estas exigência, admite-se manter atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural quando apresentarem áreas rurais consolidadas. A Reserva Legal, por outro lado, é fonte de recursos naturais para suprir a deman-da da propriedade rural ou gerar receitas com a comercialização de produtos florestais madereiros e não madereiros como frutos, castanhas, resinas, látex, palmito, fitoterápicos etc. Neste caso, a recomposição objetiva incentivar a produção florestal através do manejo ordenado sustentável aliado a outros interesses da sociedade, como a conser-vação das florestas para a manutenção da biodiversidade, produção de água, mitigação climática e proteção do solo. Esse conjunto de ações tem o nome de serviços ecossistêmicos.

Gusson explica que para aderir ao Pro-grama de Recuperação Ambiental (PRA), o produtor rural deve inscrever-se no CAR, requerer a inclusão no PRA, reque-rer o Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas (PRADA) e obter a homologação pelo órgão ambiental, o que pode levar até 12 meses. Depois des-se processo, o produtor deve executar o PRADA nas fases e prazos propostos, o que será acompanhado a cada dois anos.

Ao final, haverá a homologação do PRA.Gusson alerta que recompor não é

o mesmo que colocar a semente ou a muda, é necessário planejamento. A legislação impõe regras como, por exem-plo, combinar espécies exóticas com na-tivas de ocorrência regional, desde que a área com as exóticas não exceda 50% do total a ser recuperado. A exploração eco-nômica da área é permitida desde que o manejo seja considerado sustentável.

“A adequação ambiental do país não é bicho de sete cabeças, gera emprego, impostos e produz riquezas”, conclui.

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Neste ano, o Almoço dos Agrônomos reuniu 38% mais profissionais de agrono-mia do que na edição de 2015. Em uma área do terreno da AEAARP foi plantado um exemplar da árvore Lophantera, po-pularmente conhecida como Chuva de ouro, espécie nativa da floresta tropical.

O engenheiro agrônomo Jorge Luiz Pereira Rosa, diretor de Agronomia da AEAARP, ressaltou que o encontro anual dos profissionais é a oportunidade de

almoço dos agrônomos, uma reunião de amigos

Profissionais de agronomia foram homenageados no evento

social

estreitarem os laços que os unem em torno do exercício da profissão com responsabilidade e eficiência.

Durante a festa, profissionais históricos da AEAARP, como Callil João Filho e José Luiz Camarero, os que fizeram história na entidade, como Nelson Zapparolli, e outros que chegaram à entidade há menos tempo, como Luiz Fernando Toscano e Eduardo Gerolineto, foram homenageados.

João Filho, que é diretor administrativo da AEAARP, é associado desde os anos de 1970 e, aos 85 anos, é um dos grandes entusiastas da entidade. “Festas como o Almoço dos Agrônomos despertam o companheirismo”, considera. Para ele, a Associação é um conjunto de colegas de profissão que defendem o mesmo ideal.

Dentre os agrônomos presentes no Almoço, Toscano era o que havia chegado à entidade mais recentemente. Associou-

Os agrônomos na festa na AEAARP

Agrônomos homenageados

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-se em outubro deste ano e o fez para desfrutar da companhia dos colegas de profissão, que é o que já fazia em Votuporanga (SP), onde viveu por mais de 40 anos. Ele foi inspetor do CREA-SP naquela região, presidiu a entidade de lá e foi vice-presidente da FAEASP. “Busco fazer contato com colegas”, diz.

Gerolineto era o mais jovem na pro-fissão, formou-se engenheiro agrônomo há 10 anos. Ele conta que buscou a entidade em razão da oportunidade de acessar convênios exclusivos, e encon-trou um ambiente de amigos. “Foi uma boa confraternização”, diz, a respeito do Almoço.

Agrônomos plantam a Lophantera: símbolo da amizade

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Planejamento é a palavra-chave da gestão que o deputado federal Antônio Duarte Nogueira Júnior, engenheiro agrô-nomo, pretende imprimir como prefeito de Ribeirão Preto, cargo para o qual foi eleito e assumirá no dia 1º de janeiro de 2017. A revista Painel publicou no de-correr de 2016 reportagens sobre temas eleitorais e encerra o ciclo com trechos da entrevista exclusiva de Nogueira, fruto de conversa do deputado com os enge-nheiros Carlos Alencastre e João Paulo Figueiredo, respectivamente presidentes da diretoria e do conselho da AEAARP, e com o engenheiro agrônomo Jorge Rosa, diretor de Agronomia da entidade.

Eleito prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antônio Duarte Nogueira Júnior declara otimismo, estabelece metas e quer parceria da

AEAARP nos debates sobre o futuro da cidade

www.aeaarp.org.br

Na conversa, o prefeito eleito disse que conta com a AEAARP no debate referente aos assuntos técnicos que permeiam a administração pública. Ele pretende colocar em pauta o que chama de “enxoval legal”, que são medidas necessárias para proporcionar segurança jurídica para investimentos e desenvolvimento urbano. Alguns temas são o Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Veja na página de notícias da AEAARP o plano de governo defendido por Nogueira durante a campanha eleitoral.

Painel eleições

ribeirão preto 300%

DAERP Para dar solução à gestão do abas-

tecimento de água, Nogueira pretende implantar um centro de controle e ope-rações com tecnologia para gerenciar a distribuição, o nível dos reservatórios, a pressão da água etc. Alencastre argu-menta que o controle digital do processo, com a instalação de hidrômetros nos poços, poderá resultar no aprimora-mento da aferição do volume de água consumido na cidade, do desperdício e possíveis roubos no sistema.

O Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP) deverá agregar às suas responsabilidades a gestão de resídu-os e drenagem urbana. O DAERP, segundo

Nogueira, dispõe de receita suficiente para investir no sistema - segundo ele, o fatura-mento mensal da autarquia é de R$ 27 mi-lhões. “São mais que suficientes para dar resposta adequada à sociedade”, avalia.

A resposta, neste caso, é melhorar a qualidade técnica, acabar com vaza-mentos, reformar redes mais antigas e dar ao DAERP condições para ser autar-quia que gere investimentos. “No ano passado, segundo Sistema Nacional de Saneamento, o DAERP sequer chegou a R$ 20 milhões de investimento. O SEMAE – Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto, de São José do Rio Preto (SP), que é menor, investiu R$ 60 milhões de reais”, exemplifica.

Alencastre, Figueiredo e Rosa na reunião com o prefeito eleito

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A meta do governo de Nogueira é a de, até 2018, ter 100% do esgoto cole-tado e tratado. Este índice, somado ao 100% de água tratada configura o título deste texto, fruto da fala do prefeito eleito: “Até 2018, Ribeirão será uma cidade 300%”.

INFRAESTRUTURA“Falta bom planejamento”, atesta o

prefeito eleito. Segundo ele, Ribeirão Preto tem 1.500 quilômetros de rua, mas a administração desconhece as condi-ções de manutenção asfáltica destas vias. “Quanto está comprometido? Quanto precisa ser refeito? Quanto é de tapa buraco? Precisa ter informação”, avalia.

Para ele, o planejamento para a im-plantação e recuperação da infraestru-tura urbana esbarra em um tema fun-damental: o orçamento. Ele questiona: quanto dos R$ 29 bilhões previstos sobra para a infraestrutura?

Para solucionar esta equação, nem sem-pre favorável às necessidades da cidade, Nogueira vai aliar o planejamento orça-mentário à busca de recursos externos, utilizando medidas previstas por lei, como as concessões e Parcerias Público Priva-das (PPPs). “Serão quatro anos fazendo contas e buscando soluções criativas, ir a empresas e buscar modelos que já deram certo”, explica. Ele estuda adotar PPPs, por exemplo, para a iluminação pública, para a gestão da Cava do Bosque e a construção de um centro administrativo, proposta que permeia a administração da cidade há pelo menos 50 anos.

Estas ações incluem medidas legais, como a revisão do Plano Diretor e a aprovação das leis complementares que ainda estão pendentes, e a reorganiza-ção administrativa, que deverá incluir a

“Vamos sair de i-0 tão baixo que qualquer medida de saneamento,

planejamento e melhorias, vai dar excelentes resultados”, disse,

entusiasmado, Nogueira. Ao ser questionado se estava otimista, abriu um sorriso e respondeu: “Claro, se eu não

estiver, quem estará?”.

Alimentação

Jorge Rosa, diretor de Agronomia, expôs ao prefeito eleito o manejo agrícola dos alimentos que chegam à mesa da população e a necessidade de mudar hábitos alimentares a partir do ambiente escolar. Recebeu de Nogueira o compromisso de estudar a medida.

criação de um organismo regulador dos serviços públicos. Ele argumenta que serviços concedidos à iniciativa privada, como o transporte público, a coleta de resíduos urbanos e o tratamento de esgoto, devem ser acompanhados por órgão regulador, responsável por gerir e fiscalizar o cumprimento dos contratos. “A prefeitura não tem capacidade eco-nométrica para averiguar se os contratos são cumpridos”.

LEGISLAÇÃO“Vamos colocar a área de planeja-

mento para rever enxoval legal. Onde há sobreposição, será revisto. Não há necessidade de alterar a Planta Genérica de Valores”, disse Nogueira em resposta ao questionamento de Figueiredo.

O presidente do Conselho da AEAARP expôs que, nos anos de 1970, o Código de Obras do município orientava os in-vestimentos da construção civil e disse que a insegurança legal de hoje cola-bora para a timidez desse mercado. Ele lembrou que há alguns anos a AEAARP debateu sobre a revisão do IPTU, perpe-trada pela prefeitura.

Nogueira elencou responsabilidades do governo que devem ser compartilha-das com o legislativo, estabelecendo de-

bate a respeito de projetos. “Desde o ano passado era para a cidade ter aprovado seu Plano de Resíduos Sólidos, o Plano de Saneamento não foi regulamentado, precisa correr atrás”, exemplifica.

Para ele, o “grande elemento de fiscali-zação das leis da cidade”, que é a Câmara Municipal, precisa ter mais ativismo para cobrar ações, como o investimento em asfalto, iluminação pública e pla-nejamento. Mas, avalia que o governo que termina em dezembro deste ano, “acabou se apropriando da Câmara com troca de favores, de cargos, o que ficou escancarado”.

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Revista Painel24

Mariana Rossatti Molina Analista de negócios do SEBRAE-Ribeirão Preto

Controles financeiros para a boa gestão de

sua empresaUm dos pilares da boa gestão empresarial é a boa gestão

financeira. Todo empresário, independentemente do porte da empresa, deve incluir atividades da gestão financeira na rotina de sua empresa. Para tal, se capacite no assunto, sensibilize e treine os funcionários envolvidos no processo. Separe as finanças pessoais das finanças da empresa e tome decisões mais embasadas utilizando as informações obtidas: será que posso contratar? Será que devo investir? A estratégia escolhi-da e operacionalização da mesma estão dando os resultados esperados? Qual a melhor solução para o problema de capital de giro que estou prevendo?

Para a boa gestão financeira é importante garantir a con-fiabilidade dos dados. Não adianta ter indicadores que não correspondem à realidade. Pior do que não saber se o preço que pratico é suficiente para cobrir todos os meus custos, despesas e possibilitar uma margem de lucro, é formar este preço com dados incorretos e, por exemplo, dar um desconto que não poderia.

Depois de assegurada a confiabilidade dos dados, analise quais controles e indicadores serão implantados. Uma boa ferramenta para começar é o fluxo de caixa. Este controle diz respeito às entradas e saídas do caixa e a projeção dos mesmos em determinado período do tempo. É interessante detalhar estas entradas e saídas em categorias. Por meio do fluxo de caixa, consigo visualizar o que está consumindo os recursos, analisar sazonalidades, se irei conseguir honrar os compromissos assumidos, se estou trabalhando para aumentar a sincronia de entradas e saídas - prazos de pagamento e recebimento - visando reduzir a minha necessidade de capital de giro, entre outros.

Mas a análise do caixa, por si só, não será o suficiente. O De-

monstrativo de Resultados do Exercício (DRE) irá dar uma visão mais completa da saúde financeira de sua empresa, incluindo a visão de como está o seu resultado operacional (lucro/preju-ízo). Este indicador está diretamente associado à eficiência e capacidade da empresa gerar valor e, caso não esteja positivo, é importante analisar as causas e a estratégia para reverter a situação. O objetivo de toda empresa é ter lucro, embora as decisões não possam ser tomadas focando somente o lucro no curto prazo. É necessário reinvestir parte do mesmo para asse-gurar a existência da empresa e do lucro no futuro.

Outros controles e análises podem melhorar a gestão financei-ra da sua empresa como, por exemplo, o controle financeiro da pessoa física, o controle de estoque, controle de recebimentos e pagamentos, a formação do preço de venda, análise do ponto de equilíbrio, análise da rentabilidade, índice de inadimplência, entre outros.

Alguns empreendedores usam cadernos, muitos utilizam pla-nilhas ou sistemas de gestão. Logicamente, sistemas e planilhas irão prover uma facilidade muito maior na análise dos dados e geração de relatórios, economizando até mesmo o tempo do empresário. Mas, o importante é ter o controle e utilizar os mesmos para a tomada de decisões, utilizando a ferramenta que melhor se encaixa na realidade e necessidades da empresa.

O uso de controles financeiros, por si só, não irá fazer a em-presa ser mais lucrativa, até mesmo porque o sucesso se deve a diversos fatores, internos e externos. Mas, irá dar subsídios e informações para analisar o seu desempenho, detectar pos-síveis problemas, analisar o impacto de possíveis decisões e investimentos no caixa e resultado: irá fornecer subsídios para uma melhor gestão.

gestão

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AEAARP25

crea-sp

profissional deve reColher art de

serviço de aprovação de projetos

O Ato Normativo nº 4, expedido pelo CREA-SP em 2010, dispõe sobre “a fis-calização dos serviços técnicos de apro-vação de projetos realizados por órgãos

CREA-SP, considera o Ato de extrema importância para preservar a lisura da contratação e, sobretudo, a qualidade do serviço prestado.

O primeiro artigo diz: “Os processos de aprovações de projetos nos órgãos pú-blicos autarquias e concessionárias mu-nicipais, estaduais e federais, deverão ter a participação efetiva de profissional legalmente habilitado, registrado no Sis-tema CONFEA/CREA e com atribuições compatíveis ao tipo de projeto que está sendo analisado”.

O gerente do CREA-SP alerta que o profissional responsável pela análise e aprovação dos projetos, seja qual for o regime de contratação, deve recolher ART de cargo e função técnica. “Nesse caso, o valor corresponde à taxa míni-ma”, esclarece Mutran. O profissional designado à análise, no entanto, não pode ser autor do projeto.

Ato Normativo nº 4

Da instituição dos Conselhos Art. 2° É vedado ao profissional, no exercício de cargo ou função, analisar e aprovar projeto ou fiscalizar administrativamente obra de sua autoria. Parágrafo único. O descumprimento do estabelecido no caput deste artigo sujeita o profissional a ser autuado por infração aos seguintes itens do Código de Ética Profissional, adotado pela Resolução 1002/02 do CONFEA: artigo 9º, inciso I, alínea “b”; artigo 9º Inciso IV, alínea “a”; artigo 10, Inciso I, alínea “b”; artigo 10, Inciso II, alínea “b”; e artigo 10, Inciso II, alínea“c”. Cada caso deverá ser analisado especificamente para a capitulação adequada da infração, e as penalidades a serem aplicadas serão de acordo com o artigo 72 da Lei nº 5.194/66 e, no caso de reincidência, poderá ser aplicado o previsto no artigo 75 da referida lei, seguindo o rito estabelecido nos artigos 52 e 53 do Anexo da Resolução nº 1.004/03 do CONFEA.

Ato Normativo refere-se àqueles que atuam no serviço público

públicos, autarquias e concessionárias de serviços para fins de autorização de serviços e obras”.

Araken Mutran, gerente regional do

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Revista Painel26

notas e cursos

O secretário da Habitação do Estado de São Paulo, deputado federal Rodrigo Garcia, esteve na AEAARP para apresentar novo programa de

lotes urbanizados. Dezenas de prefeitos de toda a região, empresários e profissionais da construção civil participaram do encontro.

novos associados

Fábio Magnani Paro Engenheiro agrônomo

Jose Augusto Lopes Baldin Engenheiro agrônomo

Luiz Fernando Toscano Engenheiro agrônomo

Cremilda Kazitani Engenheiro civil

Reginaldo Donisete dos Santos Técnico em eletrotécnica

Giulia Moraes Evangelista Estudante de Engenharia Civil

olericultura brasileira começou com pedro

Álvares Cabral

O engenheiro agrônomo Paulo Cesar Tavares de Melo, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, acaba de publicar o artigo Olericultura brasileira: do descobrimento ao século XXI. Escrito em parceria com Arlete Melo, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o texto traça uma linha do tempo da olericultura (cultivo de horta-liças) brasileira da descoberta do Brasil ao presente. O artigo está publicado a partir da página 22 na revista da Associação Portuguesa de Horticultura (APH). O atalho para a edição virtual está na área de notícias da página da AEAARP.

Fonte: Agência USP

www.aeaarp.org.br

parceria da aeaarp/sebrae cria oportunidades de negócios

Mais de 200 pessoas, entre profissionais e empresários ligados à construção ci-vil, fornecedores de suplementos para construção, empresas de tecnologia e equipamentos, expuseram seus produtos e receberam profissionais e empresários do setor no Encontro de Relacionamento e Negócios da Construção Civil, que aconte-ceu na AEAARP em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, avalia que o evento promoveu intercâmbio de negócios e ideias. “É com relacionamen-to e inovação que poderemos alterar a ordem das coisas, promover oportunidades e modificar o cenário”, diz.

De acordo com o SEBRAE, 32% dos partici-pantes eram da indústria, 3% de construto-ras, 8% arquitetos e engenheiros, 21% do comércio de materiais de construção e o restante de outros setores ligados à área. Dentre eles, a metade buscava parceria para novos negócios e outros 24% acres-centou a este também o objetivo de pro-mover vendas. Ainda segundo o SEBRAE, 95% dos participantes declararam ter feito contatos com possibilidade de negócios.Por meio do evento, o SEBRAE buscou ala-vancar o setor e as empresas participantes com o aumento da rede de contato, fomen-to do relacionamento entre ofertantes e demandantes de soluções e incentivo de negociações e parcerias.

Encontro de relacionamento e negócios da construção civil aconteceu na Associação

Carlos Alencastre e Iroá Arantes, gerente regional do SEBRAE, na AEAARP

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