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Ano1 – N 1 Vice Prefeito - Prefeitura de Pinhais · Equipe do Departamento de Vigilância em Saúde Adilson José de Barros Adriano Piccolomini Dias Alair Josiane de Santana Ana

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Ano1 – N 1 Dezembro de 2016 Prefeitura Municipal de Pinhais Prefeito: Luiz Goularte Alves Vice Prefeito: Marli Paulino Secretária Municipal de Saúde Adriane da Silva Jorge Carvalho Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Vanessa Loyola Fontoura Gerência de Vigilância Sanitária Maria Thereza Johnsson Campos Vicentine Gerência de Vigilância Ambiental Cristiane da Conceição de Barros Gerência de Infectologia e Vigilância Epidemiológica Dielli Cristine Bondan dos Reis

Elaboração: Textos: Dielli Cristine Bondan dos Reis Figuras e Tabelas: Karolyne Gaio Ribeiro

Equipe do Departamento de Vigilância em Saúde

Adilson José de Barros Adriano Piccolomini Dias Alair Josiane de Santana Ana Carolina Damas Padilha Zonato Ana Eliza Zoldan Ana Maria Rohrsetzer Ana Paula Von Rainer ZuHarbach Angela Maria Amaral Carlos Renato Negrao Dias Claudia Alexandra de Andrade Claudia Vera Neirdert Cristiano Fagundes Rodrigues Elisangela Dutra Correia Francisco AntonioZpevak Helen Francine Greboggi Ignácio Alejandro Borges Cuevas Iria Aparecida Noli Ruon Janaína Katiucia de Souza DziurkoskiCasero Joel Albari Rodrigues Garcia Jone Aldo Posnik Jose Moacir Machado de Freitas Karolyne Gaio Ribeiro Khennya Suely Carreiro Rodrigues da Luz Leocádio Camilo de Medeiros Loisi Alves de Oliveira Madalena Aparecida Ganancio MarleteTerumiHonjoMaruyama Michele Garcia M. T. de Castro Pedro Giovani Schlizinski Ricardo Cesar Cardoso Pinto Roselene Martins da Silva Simone Mateus Barboza Siomara da Silva Saddock de Sá Sonia Maria Pereira Tatiana da Silva Lopes Telma Regina de Sene Vagner Langoski Viviane Rolim Madeira

SUMÁRIO

1. Apresentação..................................................................................................... 12 2. Introdução........................................................................................................... 13 3. Acidente de Trabalho Grave............................................................................ 15 4. AIDS.................................................................................................................... 18

Aids.................................................................................................................... 19

HIV em Gestantes........................................................................................... 20

8. Animais Peçonhentos....................................................................................... 22

Escorpiões e Aranhas....................................................................................... 22

Serpentes........................................................................................................... 22

9. Arboviroses........................................................................................................ 25

Dengue............................................................................................................... 25

Febre de Chikungunya...................................................................................... 29

Zika...................................................................................................................... 32

10. Atendimento Antirrábico Humano.................................................................... 34 11. Coqueluche........................................................................................................ 38 12. Doenças e Agravos não Transmissíveis........................................................ 42 13. Doenças Crônicas não Transmissíveis.......................................................... 44

Diabetes............................................................................................................. 45

Doenças do Aparelho Circulatório.................................................................. 45

Doenças do Aparelho Respiratório................................................................. 46

Neoplasias......................................................................................................... 47

Violência Interpessoal / Autoprovocada......................................................... 48

Intoxicação Exógena......................................................................................... 52

13. Doenças Exantemáticas.................................................................................. 55

Sarampo............................................................................................................. 55

Rubéola............................................................................................................... 57

14. Hanseníase........................................................................................................ 59 15. Hepatites Virais................................................................................................. 66

Hepatite A........................................................................................................... 67

Hepatite B........................................................................................................... 69

Hepatite C.......................................................................................................... 72

16. Influenza.............................................................................................................. 75 17. Leptospirose...................................................................................................... 80 18. Meningites.......................................................................................................... 84

Doença Meningocócica.................................................................................... 84

Outras Meningites Bacterianas........................................................................ 86

Meningites Virais............................................................................................... 88

Meningites por outras etiologias...................................................................... 88

19. Mortalidade Materna......................................................................................... 92 20. Mortalidade Infantil............................................................................................. 94 21. Mortalidade Fetal............................................................................................... 97 22. Sífilis.................................................................................................................... 100

23. Tuberculose........................................................................................................ 106

Tuberculose todas as formas........................................................................... 108

Tuberculose Pulmonar...................................................................................... 112

Tuberculose Extrapulmonar.............................................................................. 114

23. Referências........................................................................................................ 116

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome) AIH Autorização de internação hospitalar APS Atenção primária em saúde ARV Antirretrovirais CCA Centro de controle de agravos CCZ Centro de controle de zoonoses

CDC Centro de prevenção e controle de doenças (do inglês, Centers for disease control and prevention)

CHIKV COAP

Chikungunya Caderno Organizativo de Ação Pública da Saúde

DATASUS Departamento de informática do SUS DANT Doenças e agravos não transmissíveis DC Dengue Clássico DCC Dengue Com Complicação DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DDAHV Departamento de vigilância, prevenção e controle das DST, aids e hepatites virais DENV Dengue vírus DST Doenças sexualmente transmissíveis

DTP Vacina contra a difteria, tétano e coqueluche (do inglês, Diphtheria, Pertussisand Tetanus Vaccine)

dTpa Vacina tríplice bacteriana acelular do adulto - difteria, tétano e coqueluche ELISA Ensaio de imunoabsorção enzimática (do inglês, enzyme linked immunono sorbentassay) ESF Estratégia saúde da família GAL Gerenciador de ambiente laboratorial H Hemaglutinina Hib Haemophilus influenzae tipo b HIV Vírus da imunodeficiência humana (do inglês, human immunodeficiency virus) IBGE Instituto brasileiro de geografia e estatística LACEN Laboratório central do estado MB Meningite bacteriana MCC Meningococcemia MH Meningite por Haemophilus influenzae MM Meningite meningocócica MM+MCC Meningite meningocócica + meningococcemia MNE Meningite não especificada MOE Meningite por outras etiologias MP Meningite por Streptococcus pneumoniae MS Ministério da saúde MTBC Meningite tuberculosa MV Meningite viral N Neuraminidase OMS Organização mundial da saúde OPAS Organização panamericana da saúde PCDT Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas PVHA Pessoa vivendo com HIV / AIDS SE Semana epidemiológica SG Síndrome gripal

SICLOM Sistema de controle logístico de medicamentos SIH Sistema de informações hospitalares SIM Sistema de informação sobre mortalidade SINAN Sistema de informação de agravos de notificação SIPNI Sistema de informação do programa nacional de imunização SISCEL SISPACTO

Sistema de controle de exames laboratoriais Pactuação de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores

SRAG Síndrome respiratória aguda grave SUS Sistema único de saúde T. pallidum Treponema Pallidum TARV Terapia antirretroviral TB-DR Tuberculose droga resistente TMF Taxa de mortalidade fetal TMI Taxa de mortalidade infantil UESF Unidade de estratégia saúde da família

Unaids Programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (do inglês, united nations programme on HIV/AIDS).

VHB Vírus de Hepatite B VHC Vírus de Hepatite C

Tabelas

Tabela 01 Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave, segundo sexo, por ano. Pinhais, 2009 a 2015.

16

Tabela 02 Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave, segundo faixa etária, por ano. Pinhais, 2013 a 2015.

17

Tabela 03 Número de casos notificados em outros municípios de Acidente de Trabalho Grave. Pinhais, 2009 a 2015.

17

Tabela 04 Casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM por ano de diagnóstico.

20

Tabela 05 Taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL / SICLOM, por ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

20

Tabela 06 Tabela 06 - Gestantes Infectadas pelo HIV (casos e taxa de detecção por 1.000 nascidos vivos) por ano do parto. Pinhais, 2009 a 2015.

21

Tabela 07 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo de acidente. Pinhais, 2009 a 2015.

24

Tabela 08 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

24

Tabela 09 Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

24

Tabela 10 Número de casos de Dengue por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 27

Tabela 11 Número de casos de Chikungunya por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 31

Tabela 12 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo faixa etária, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

35

Tabela 13 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo Unidade de Saúde Notificadora, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

36

Tabela 14 Número de casos de Atendimento antirrábico humano, por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

36

Tabela 15 Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo espécie animal, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

37

Tabela 16 Número de casos notificados de agressão animal, segundo possibilidade de observação, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

37

Tabela 17 Número de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de incidência (por 100.000 hab). Pinhais 2009 a 2015.

40

Tabela 18 Número de casos confirmados de coqueluche por doses de vacina antipertussis. Pinhais 2009 a 2015

40

Tabela 19 Número de casos confirmados de coqueluche por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

41

Tabela 20 Cobertura Vacinal das vacinas DTP, Tetra Bacteriana, Tríplice Bacteriana e dTpa Gestante. Pinhais 2009 a 2015.

41

Tabela 21 Número de óbito prematuro por Diabetes. Pinhais 2009 a 2015. 45

Tabela 22 Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Circulatório. Pinhais 2009 a 2015.

45

Tabela 23 Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Respiratório. Pinhais 2009 a 2015.

46

Tabela 24 Número de óbito prematuro por neoplasias. Pinhais 2009 a 2015. 47

Tabela 25 Número de casos de violência notificados por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015. 49

Tabela 26 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência sexual, sexo feminino e faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

50

Tabela 27 Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo contaminação. Pinhais 2009 – 2015.

52

Tabela 28 Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.

52

Tabela 29 Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo sexo feminino, por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

53

Tabela 30 Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo agente tóxico. Pinhais 2009 a 2015.

53

Tabela 31 Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.

53

Tabela 32 Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos notificados, segundo sexo feminino por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

54

Tabela 33 Número de casos de Doenças Exantemáticas notificados e confirmados. Pinhais, 2009 a 2015.

58

Tabela 34 Cobertura vacinal Tríplice Viral e Tetra Viral. Pinhais, 2009 a 2015. 58

Tabela 35 Número de casos de Hanseníase segundo a faixa etária e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

62

Tabela 36 Número e índice de casos de Hanseníase segundo o sexo e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

62

Tabela 37 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

63

Tabela 38 Número e percentual de todos os casos de Hanseníase segundo o modo de entrada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

64

Tabela 39 Número e índice de todos os casos de Hanseníase segunda a forma clínica notificada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

64

Tabela 40 Número e índice de todos os casos de Hanseníase segundo o grau de incapacidade física no diagnóstico e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

65

Tabela 41 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo todos os tipos de saídas e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

65

Tabela 42 Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Pinhais, 2009 a 2015. 68

Tabela 43 Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015. 69

Tabela 44 Distribuição de casos de Hepatite B por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 70

Tabela 45 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

70

Tabela 46 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

71

Tabela 47 Cobertura Vacinal Hepatite A e Hepatite B. Pinhais 2009 a 2015. 72

Tabela 48 Distribuição de casos de Hepatite C por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015. 73

Tabela 49 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

74

Tabela 50 Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

74

Tabela 51 Número de casos de Influenza por ano, segundo classificação final por Ficha de Investigação Antiga e Nova. Pinhais, 2009 a 2015.

77

Tabela 52 Número de casos de Influenza por critério de classificação. Pinhais, 2009 a 2015. 78

Tabela 53 Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID J09, J10 e J11. Pinhais, 2009 a 2015.

78

Tabela 54 Cobertura Vacinal da Influenza. Pinhais, 2009 a 2015. 79

Tabela 55 Número de casos de Leptospirose confirmados por classificação final. Pinhais, 2009 a 2015.

82

Tabela 56 Número de casos de Leptospirose confirmados por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

83

Tabela 57 Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID A27. Pinhais, 2009 a 2015. 83

Tabela 58 Número de casos e incidência de Meningite por 100.000 hab., segundo tipo, Pinhais 2009 a 2015.

90

Tabela 59 Número de casos de Meningite por faixa etária, Pinhais 2009 a 2015. 90

Tabela 60 Cobertura Vacinal Meningite C. Pinhais, 2009 a 2015. 91

Tabela 61 Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

93

Tabela 62 Número de óbitos maternos, segundo faixa etária. Pinhais 2009 a 2015. 94

Tabela 63 Número de óbitos Infantis, segundo taxa de mortalidade, por 1.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

97

Tabela 64 Número de óbitos Fetais, segundo taxa de mortalidade, por 1.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

99

Tabela 65 Número de casos de sífilis em gestante notificados por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

102

Tabela 66 Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo esquema de tratamento. Pinhais 2009 a 2015.

103

Tabela 67 Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo período gestacional. Pinhais 2009 a 2015.

103

Tabela 68 Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo diagnóstico final. Pinhais 2009 a 2015.

104

Tabela 69 Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo diagnóstico de Sífilis Materna. Pinhais 2009 a 2015.

105

Tabela 70 Número de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

108

Tabela 71 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas) caso novo, segundo ano de diagnóstico e sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

108

Tabela 72 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

109

Tabela 73 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

109

Tabela 74 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.

111

Tabela 75 Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas), segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.

111

Tabela 76 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

113

Tabela 77 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.

113

Tabela 78 Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.

114

Tabela 79 Número e índice de casos de Tuberculose Extrapulmonar, segundo ano de diagnóstico e localização. Pinhais, 2009 a 2015.

115

Tabela 80 Cobertura Vacinal da vacina BCG. Pinhais, 2009 a 2015. 115

Figuras

Figura 01 Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2007 a 2014. 28

Figura 02 Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2015 29

Figura 03 Números de atendimentos antirrábicos humanos por ano de notificação. Pinhais, 2009 2015.

35

Figura 04 Proporção das 04 principais doenças crônicas não transmissíveis. Pinhais 2009 a 2015.

44

Figura 05 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência física por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

50

Figura 06 Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de violência psicológica/moral por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

51

Figura 07 Número de casos de violência notificados, segundo lesão autoprovocada por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

51

Figura 08 Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de Hanseníase por 100.000 habitantes. Pinhais, 2009 a 2015.

61

Figura 09 Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

63

Figura 10 Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Pinhais, 2009 a 2015.

71

Figura 11 Número de casos de Leptospirose por sexo. Pinhais, 2009 a 2015. 82

Figura 12 Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

94

Figura 13 Taxa de mortalidade Infantil, Pinhais 2009 a 2015. 97

Figura 14 Taxa de mortalidade Fetal, Pinhais 2009 a 2015. 99

Figura 15 Número de Sífilis em Gestante notificadas, Pinhais 2009 a 2015. 102

Figura 16 Taxa de incidência de casos de Tuberculose (todas as formas). Pinhais, 2009 a 2015.

110

Figura 17 Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Pinhais, 2005 a 2015.

112

12

APRESENTAÇÃO

O Perfil Epidemiológico foi elaborado pela Gerência de Infectologia e

Vigilância Epidemiológica da Diretoria de Vigilância em Saúde do município de

Pinhais. Este documento vem cumprir o objetivo de consolidar e dar

publicidade às informações sobre as doenças e agravos de notificação

compulsória de relevância no município.

As informações aqui divulgadas foram coletadas nos Sistemas de

Informação do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Paraná e

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Diante do exposto espera-se que o Perfil Epidemiológico seja utilizado

como um importante instrumento de informação aos gestores e técnicos do

Sistema de Saúde Municipal fornecendo subsídios para o planejamento e

construção das Políticas Públicas de Saúde municipais, adequadas à

especificidade da situação de saúde local.

Vanessa Loyola Fontoura Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde

13

INTRODUÇÃO

Entendendo que a informação em saúde é um instrumento estratégico e

o ponto de partida para muitas ações, elaboramos o Perfil Epidemiológico do

Município de Pinhais 2016, assumindo um importante papel, o de servir de

base para diagnóstico, planejamento, visando a (re)organização de serviços,

sejam assistenciais, preventivos ou de cura/reabilitação.

Segundo a Lei 8.080 o conceito de Vigilância Epidemiológica é o

“conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção

de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde

individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de

prevenção e controle das doenças ou agravos.”

A definição das doenças e agravos analisados neste Perfil

Epidemiológico levou em consideração os dados de maior relevância no

município de Pinhais e no Brasil, dados utilizados rotineiramente para avaliação

dos indicadores do SISPACTO/COAP, Vigiasus, dentre outros. Os dados

referentes à cobertura vacinal foram incluídos nas doenças imunopreveníveis

correspondente.

Ao se analisar os dados apresentados, visualiza-se as diversas

conquistas adquiridas ao longo do tempo, como exemplo a redução da taxa de

mortalidade infantil e dos casos de tuberculose, indicadores que demonstram

os resultados das ações de saúde integradas com ações sociais e de

educação, melhoria de condição de vida, acesso a quesitos básicos, como

alimento, saneamento básico, dentre outros. Muito ainda precisamos

conquistar para atingirmos os índices de países desenvolvidos.

No município de Pinhais, o acesso ao diagnóstico precoce e ao

acompanhamento especializado das PVHA é facilitado, porém precisamos

buscar alternativas e realizar ações para a redução da taxa de incidência do

HIV/Aids que apresenta-se historicamente acima da média nacional e estadual.

Globalmente, observa-se a mudança do perfil de morbimortalidade da

população, com redução dos casos de doenças infectocontagiosas e ascensão

dos casos de doenças e agravos crônicos não transmissíveis, que incluem as

doenças cardiovasculares, neoplasias, violência, dentre outras. Para controle e

melhoria desses indicadores necessitamos não apenas de ações de

14

prevenção, mas também de ações de promoção a saúde de forma contínua,

para vislumbrarmos em longo prazo resultados favorável.

Neste cenário, esperamos que a leitura atenta do Perfil Epidemiológico,

a análise de seus dados, tabelas e sua plena utilização sirvam de instrumento

para a melhoria dos indicadores de saúde do município de Pinhais.

15

ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE

Os acidentes de trabalho são agravos que representam importante

problema de saúde pública, pelo seu expressivo impacto na morbimortalidade

da população. Constitui-se em objeto importante das ações do Sistema Único

de Saúde, que, em conjunto com outros segmentos dos serviços públicos e da

sociedade civil, deve buscar formas efetivas para o seu enfrentamento

(BRASIL, 2016).

O termo acidente é utilizado por assumir que em maior ou menor grau é

perfeitamente previsível e prevenível. O conceito de risco “inerente” traz

consigo a ideia, amplamente difundida, da necessária presença de fatores de

risco, considerados inseparáveis de determinadas atividades de trabalho. Estes

fatores existem por outros determinantes, que não a impossibilidade técnica de

sua eliminação ou controle (BRASIL, 2016).

Os prejuízos econômicos e sociais desses acidentes como, por exemplo,

seus impactos na vida familiar das vítimas têm sido menos estudados, mas já

estão parcialmente revelados para a sociedade. Também são pouco estudadas

as sequelas crônicas e de instalação tardia de acidentes adequadamente

reconhecidos como de trabalho e aquelas que só tardiamente são relacionadas

aos acidentes inicialmente não registrados, identificando-as como de trabalho

(BRASIL, 2016).

Os acidentes de trabalho graves são de notificação obrigatória no

SINAN, são aqueles que acarretam mutilação, física ou funcional, e que levam

a lesão cuja natureza implique em comprometimento extremamente sério e

preocupante, capaz de consequências nocivas ou fatais (KALINKE et al, 2013).

Em 2008, foram registrados no mundo cerca de 317 milhões de

acidentes de trabalho que acarretaram até quatro dias de afastamento laboral,

indicando a ocorrência de mais de 868 mil acidentes de trabalho por dia. A

maioria desses acidentes ocorreu no Sudeste da Ásia e nos países do Pacífico

Ocidental. Este dado é preocupante, considerando-se que os acidentes de

trabalho são de caráter prevenível (KALINKE et al, 2013).

Um dos aspectos já amplamente discutidos em relação aos acidentes de

trabalho é a inexistência de sistemas de informação, que permitam estimar e

acompanhar o real impacto do trabalho sobre a saúde da população brasileira.

16

Há evidências de grande quantidade de casos de não-diagnóstico e ou não-

registro de acidentes que resultam em consequências consideradas menos

graves para a saúde das vítimas (KALINKE et al, 2013).

Uma das consequências do desconhecimento do impacto do trabalho

sobre a saúde é a inexistência de respostas organizadas por parte do SUS em

relação à sua prevenção e ao seu controle. O princípio da integralidade, que

deveria ser assumido como um dos pilares da estruturação dos sistemas de

saúde locais, regionais e nacional, é atingido de modo frontal (KALINKE et al,

2013).

No período de 2007 a 2010 foram notificados 4.354 casos acidentes de

trabalho grave no estado do Paraná. No período, a taxa de incidência

aumentou de 12 casos por 100.000 habitantes em 2007, para 35,8/100.000

habitantes em 2012. Do total de casos, 88,4% ocorreram no sexo masculino

(KALINKE et al, 2013).

A Tabela 01 apresenta dados do SINAN referente a acidentes de

trabalho grave de residentes no município de Pinhais, por sexo, de 2009 a

2015. Neste período foram registrados 11 casos, sendo a maioria no sexo

masculino e na faixa etária de 20-39 anos (Tabela 02).

Faz-se importante ressaltar que a maioria dos hospitais que atendem os

acidentes graves situa-se no município de Curitiba, os dados não retornam ao

município de origem, pois este agravo não permite habilitar o fluxo de retorno

no SINAN. Dados do CEREST da 2ª Regional de Saúde Metropolitana indicam

30 casos notificados em residentes de Pinhais, no período de 2009 a 2015

(Tabela 03).

Muitas ações devem ser incorporadas visando diminuir a subnotificação

dos casos, como exemplo a capacitação profissional e o rastreamento dos

casos que passam por atendimento médico no município com CID sugestivo de

acidente de trabalho.

Tabela 01 – Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave,

segundo sexo, por ano. Pinhais, 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Masculino 00 00 00 00 01 03 04 08 Feminino 00 00 00 00 00 01 02 03

Total 00 00 00 00 01 04 06 11 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

17

Tabela 02 – Número de casos notificados de Acidente de Trabalho Grave,

segundo faixa etária, por ano. Pinhais, 2013 a 2015.

Faixa etária

2013 2014 2015 Total

20 - 39 01 03 06 10

40 - 59 00 01 00 01

Total 01 04 06 11 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Tabela 03– Número de casos notificados em outros municípios de Acidente de

Trabalho Grave. Pinhais, 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

01 00 03 03 02 09 12 30 Fonte: CEREST / 2ª Regional.

18

AIDS

A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é uma doença que

representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em função do

seu caráter pandêmico e de sua gravidade (Brasil, 2010).

A Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evolui para uma

grave disfunção do sistema imunológico, à medida que os linfócitos T CD4+

(uma das principais células alvo do vírus) vão sendo destruídos. A contagem

de linfócitos T CD4+ é um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo

utilizada tanto para estimar o prognóstico quanto para definição de casos de

aids, com fins epidemiológicos (Brasil, 2010).

O monitoramento clínico das pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA)

é,atualmente, uma das mais importantes ferramentas para o acompanhamento

dos avanços e esforços necessários para a melhoria da atenção às

PVHA.Nesse contexto, foram acordadas, no México, em reunião da

Organização Panamericana de Saúde (Opas), por países da América Latina e

Caribe, com a participação da sociedade civil desses países, três metas para o

monitoramento de etapas fundamentais da cascata de cuidados. Tais metas,

reconhecidas pelo Unaids em 2014, ficaram conhecidas como metas 90-90-90,

nas quais os países devem atingir, até2020: 90% das PVHA diagnosticadas;

90% das PVHA diagnosticadas em terapia antirretroviral (TARV); e 90% das

PVHA em TARV com supressão viral (Brasil, 2015).

Estima-se que, ao fim de 2014, aproximadamente 781 mil indivíduos

viviam com HIV/Aids no Brasil, representando uma taxa de prevalência de HIV

de 0,39%. Dessas PVHA, 83% (649 mil) haviam sido diagnosticadas.

Aproximadamente 80% destas foram vinculadas ao serviço de saúde em algum

momento depois do diagnóstico; no entanto, apenas 66% continuavam retidas

nesses serviços (Brasil, 2015).

Mais da metade (52%) das PVHA estavam em TARV (405 mil), sendo

que 46% (356 mil) delas apresentavam supressão viral pelo menos seis meses

após o início da TARV. Considerando-se apenas PVHA em TARV, a proporção

de supressão viral atinge aproximadamente 88% (Brasil, 2015).

Em dezembro de 2013, o Brasil publicou o “Protocolo Clínico e Diretrizes

Terapêuticas para o Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos” (PCDT),dando

mais um passo de vanguarda para a resposta à epidemia, ao se tornar o

19

primeiro país em desenvolvimento e o terceiro do mundo a recomendar o início

imediato da TARV para todas as PVHA, independentemente da contagem

deCD4. Vários estudos demonstraram que o início cada vez mais precoce da

TARV não só melhora a qualidade de vida das PVHA, mas também reduz o

risco da transmissão e essa recomendação foi posteriormente adotada por

diversos outros países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (BRASIL,

2015).

Engajados na luta pelo cumprimento da meta 90-90-90, o município de

Pinhais realiza atendimento integral às PVHA seguindo os protocolos do MS,

sendo realizado o atendimento das PVHA acima de 13 anos de idade no

Centro de Controle de Agravos (CCA) e o atendimento pediátrico referenciado

para o Hospital das Clínicas e Pequeno Príncipe, no município de Curitiba

devido à baixa demanda.

Aids Nos últimos cinco anos, o Brasil tem registrado anualmente, uma média

de 40,6 mil casos novos de aids. A taxa de detecção de aids no Brasil tem

apresentado estabilização nos últimos dez anos, com uma média de 20,5

casos para cada 100 mil habitantes. Observa-se estabilização da taxa na

região Sul, com uma média de 31,1 casos para cada 100 mil habitantes

(BRASIL, 2015).

Na região sul, as maiores taxas de detecção de aids são observadas nos

estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O estado do Paraná apresenta

taxa de detecção abaixo da média nacional, em 2005 apresentou 17,4

casos/100.000 habitantes e em 2014 18,5 casos/100.000 hab.

No município de Pinhais de 2009 a 2015 foram notificados 310 casos de

aids em maiores de 13 anos e 04 casos em menores de 05 anos. Do total de

casos, 64% foram no sexo masculino e 36% no sexo feminino (Tabela 04).

Enquanto o Brasil comemora taxa de detecção de 19,7 casos/100.000

habitantes em 2014, Pinhais registrou no mesmo ano taxa de 35,8

casos/100.000 hab. (Tabela 05).

20

Tabela 04 - Casos de AIDS notificados no SINAN, declarados no SIM e

registrados no SISCEL/SICLOM por ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Homens 35 35 35 32 17 31 15 200 Mulheres 22 16 16 17 13 14 12 110 Menores de 05 anos 01 00 01 01 00 01 00 04 Entre 15 e 24 anos 07 06 08 05 02 04 05 37

Total 65 57 60 55 32 50 32 351 Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais

Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até

junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados preliminares para os últimos 5 anos. Tabela 05 - Taxa de detecção (por 100.000 hab.) de casos de AIDS notificados

no SINAN, declarados no SIM e registrados no SISCEL / SICLOM, por ano de

diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

Taxa de Detecção 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Homens 60,2 61,6 60,9 55,2 29,3 53,5 11,8 Mulheres 36,5 26,6 26,3 27,7 21,2 22,8 9,4 Menores de 05 anos 11,3 0,0 11,7 11,6 0,0 11,6 0,0 Entre 15 e 24 anos 32,7 28,8 38,0 23,6 9,4 18,9 3,9 Geral 49,0 43,6 43,1 41,0 24,1 35,8 22,0

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.

Notas: (1) SICLOM utilizado para validação dos dados do SISCEL; (2) SINAN de 1980 até

junho/2015, SISCEL de 2000 a junho/2015 e SIM de 2000 a 2014; (3) Dados preliminares para

os últimos 5 anos.

HIV em Gestantes

De 2009 a junho de 2015 foram notificados 44.807 casos de HIV em

gestante no Brasil, a taxa de detecção em 2009 foi de 2,2 casos por 1.000

nascidos vivos e em 2015 foram 2,6 casos/1.000 nascidos vivos. Do total, a

região sul representa 30% dos casos, sendo as maiores taxas no estado do Rio

Grande do Sul. No mesmo período, o estado do Paraná registrou 2.484 casos,

a taxa de detecção em 2009 foi de 2,8 casos/1000 nascidos vivos,

apresentando leve redução nos anos seguintes atingindo em 2015 a taxa de

2,5 casos/ 1000 nascidos vivos (BRASIL, 2015).

21

O município de Pinhais, diferentemente do cenário nacional e da média

estadual, teve um aumento significativo na taxa de detecção de HIV em

gestantes como pode ser observado na Tabela 06. Em 2009, a taxa de

detecção foi a mesma da média nacional com 2,2 casos/ 1000 nascidos vivos,

a maior taxa foi observada em 2012 com 5,5 casos/1000 nascidos vivos.

Tabela 06 - Gestantes Infectadas pelo HIV (casos e taxa de detecção por

1.000 nascidos vivos) por ano do parto. Pinhais, 2009 a 2015.

Gestantes 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 HIV em gestantes 04 08 09 11 07 06 09

Taxa de detecção em gestantes 2,2 4,2 4,7 5,5 3,5 2,8 4,1

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais

Notas: (1) Casos notificados no SINAN até 30/06/2015; (2) Dados preliminares para os últimos

05 anos.

22

ANIMAIS PEÇONHENTOS

Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou

modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa

ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no

Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de

lepidópteros (mariposas e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e

vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de

cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros.

Os acidentes com animais peçonhentos estão classificados pela

Organização Mundial de Saúde como doenças tropicais negligenciadas e são

bastante comuns nas áreas rurais e nos ambientes onde a população vive em

condições precárias de habitação ou higiene, contudo eles também acontecem

com certa frequência em áreas urbanas se estas estiverem próximas a alguma

área verde ou for vítima de infestações.

As serpentes, escorpiões e aranhas são os principais agentes

causadores de envenenamento.

Escorpiões e Aranhas

Apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras,

troncos, entulhos, telhas ou tijolos. Muitas espécies vivem em áreas urbanas,

onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação

farta. Os escorpiões podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo

sem água, o que torna seu combate muito difícil (BRASIL, 2009).

Serpentes

No Brasil, as serpentes peçonhentas de interesse em saúde pública são

representadas por quatro gêneros – com dezenas de subespécies

reconhecidas – da família Viperidae: Bothrops e Micrurus (jararacas e corais)

podem ser encontrados em todo o território nacional, enquanto o gênero

Crotalus (cascavéis) se distribui preferencialmente pelo Sudeste e Sul e as

Lachesis(surucucus), na Região Amazônica. Aproximadamente 46% do total de

acidentes ofídicos com os que procuram as unidades de emergência são

causados por cobras não venenosas (AZEVEDO-MARQUES et al, 2003).

23

Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais

(incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos.

Segundo o informe epidemiológico sobre animais peçonhentos de 2014

do Ministério da Saúde, no Brasil, entre 2010 e 2014 foram notificados 691.307

acidentes por animais peçonhentos no SINAN, dos quais 1.282 evoluíram para

óbito. O escorpionismo foi, entre os acidentes com animais peçonhentos, o que

apresentou o maior aumento no número de casos no período, passando de

51.576 notificações em 2010 para 88.435 em 2014, um aumento de 71,5%

(Brasil, 2014).

No referido informe epidemiológico, observa-se que para todos os tipos

de acidentes há uma maior frequência entre os meses de outubro a abril, nesse

período, há uma maior movimentação dos animais ocasionada pelo período de

reprodução de alguns e pelo desalojamento causado pelas chuvas, obrigando-

os a buscar abrigo em locais secos, como as proximidades e até o interior das

residências (BRASIL, 2014).

No Paraná, em 2014, foram notificados 13.733 casos de acidentes com

animais peçonhentos, dos quais 9.063 foram causados por aranhas. No

período ocorreram 18 casos que resultaram em óbito, dos quais 12 causados

por abelhas (Paraná, 2014).

Em Pinhais, diferentemente da epidemiologia nacional, e seguindo o

padrão estadual, o maior número de acidentes foi causado por aranhas, como

pode ser observado na tabela 07. Tal fenômeno pode ser observado devido a

grande ocorrência de aranhas-marrons (Loxoscelessp) em Curitiba e região

metropolitana. AsLoxocelessaem em busca de alimento à noite, e é neste

momento que podem se esconder em roupas, toalhas, roupas de cama e

calçados. Os acidentes acontecem quando a pessoa, ao se vestir, ou mesmo

durante o sono, comprime a aranha contra a pele.

As tabelas 08 e 09 demonstram que os acidentes com animais

peçonhentos ocorrem predominantemente em pessoas do sexo feminino e

entre a faixa etária de 20 a 34 anos.

24

Tabela 07– Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por tipo

de acidente. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Ign / Branco Serpente Aranha Escorpião Lagarta Abelha Outros Total

2009 02 00 26 00 02 01 02 33 2010 01 00 11 00 00 00 00 12 2011 03 00 48 00 02 01 00 54 2012 09 01 64 00 01 03 00 78 2013 05 01 38 00 01 02 02 49 2014 03 04 70 00 02 04 00 83 2015 05 01 67 01 01 04 00 79 Total 28 07 324 01 09 15 04 388

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 08– Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por sexo.

Pinhais, 2009 a 2015.

Ano Masculino Feminino Total 2009 16 17 33 2010 03 09 12 2011 25 29 54 2012 31 47 78 2013 19 30 49 2014 37 46 83 2015 29 50 79 Total 160 228 388

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 09 – Número de casos de acidentes por animais peçonhentos, por faixa

etária. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano Faixa Etária (anos)

Total < 1 1 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 34 35 - 49 50 - 64 65 - 79 ≥ 80 2009 02 01 02 03 01 08 07 07 01 01 33 2010 01 01 02 01 01 02 03 01 00 00 12 2011 01 01 02 03 01 16 26 03 01 00 54 2012 00 02 07 03 06 26 18 13 09 00 78 2013 01 03 06 01 05 17 06 06 03 01 49 2014 01 05 04 05 07 32 17 10 01 01 83 2015 04 06 02 05 04 23 24 09 02 00 79 Total 10 19 25 21 25 124 101 49 11 03 388

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

25

ARBOVIRORES

Dentre as doenças infecciosas emergentes e reemergentes, os

arbovírus transmitidos por mosquitos, como dengue (DENV), chikungunya

(CHIKV) e Zika vírus, são considerados importantes desafios para a saúde

pública. Além do cenário causado pelo DENV, endêmico em quase todo o país

E causando epidemias há décadas, a introdução do CHIKV e do Zika no

território brasileiro traz grande preocupação. Ambos são transmitidos por

mosquitos do gênero Aedes, particularmente Ae. Aegypti e Ae. Albopictus,

duas espécies invasoras e cosmopolitas. A primeira é encontrada com maior

frequência em locais de aglomeração humana, realizando o repasto sanguíneo

e o repouso no interior de habitações. Já a segunda, exibe comportamento

alimento diverso, com maior frequência em áreas de menor aglomeração

humana, alimentando-se e repousando preferencialmente no peridomicílio

(BRASIL et. al., 2015).

Dengue

Doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico:

enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e

autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. Ocorre e é

disseminada especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as

condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação dos

vetores (BRASIL, 2016).

Até o ano de 2013, foram elencados 4 sorotipos conhecidos: DENV1,

DENV2, DENV3 e DENV4. A transmissão se faz pela picada dos mosquitos no

ciclo: homem – A. aegypti – homem. Foram registrados casos de transmissão

vertical e por transfusão sanguínea. O período de incubação varia de 4 a 10

dias, sendo em média de 5 a 6 dias (BRASIL, 2016).

A transmissibilidade compreende dois ciclos: um intrínseco, que ocorre

no homem, e outro extrínseco, que ocorre no vetor. Quando o vírus da dengue

circulante no sangue de um humano em viremia (geralmente um dia antes do

aparecimento da febre até o 6º dia da doença) é ingerido pela fêmea do

mosquito durante o repasto, o vírus infecta o intestino médio e depois se

26

espalha sistemicamente ao longo de um período de 8 a 12 dias. Após esse

período de incubação extrínseca, o vírus pode ser transmitido para humanos

durante futuros repastos. Este período de incubação é influenciado por fatores

ambientais, especialmente temperatura. Em seguida o mosquito permanece

infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas) (BRASIL, 2016).

A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é

permanente para um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade

cruzada (heteróloga) existe temporariamente por 2 a 3 meses. Fatores de risco

individuais determinam a gravidade da doença e incluem idade, etnicidade e,

possivelmente, comorbidades (asma brônquica, diabetes mellitus, anemia

falciforme) e infecção secundária. Crianças mais novas, particularmente,

podem ser menos capazes que adultos de compensar o extravasamento

capilar e estão consequentemente em maior risco do choque da dengue

(BRASIL, 2016).

O tratamento é baseado principalmente na hidratação adequada,

levando em consideração o estadiamento da doença, segundo os sinais e

sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o

reconhecimento precoce dos sinais de alarme (BRASIL, 2016).

A dengue apresenta grande importância epidemiológica por ser a

doença viral transmitida por mosquito que se espalha mais rapidamente no

mundo. Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes, com aumento

da expansão geográfica para novos países e, na presente década, para

pequenas cidades e áreas rurais. Estima-se que 50 milhões de infecções por

dengue ocorram anualmente, e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas

vivam em países onde a dengue é endêmica (BRASIL, 2016).

No Brasil, há referências de epidemias desde o século XIX. A primeira

epidemia, documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982, em

Boa Vista, Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram

epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste.

Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada,

intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a

introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do

sorotipo predominante (BRASIL, 2016).

27

No período entre 2002 e 2011, a dengue se consolidou como um dos

maiores desafios de saúde pública no Brasil. Nele, a epidemiologia da doença

apresentou alterações importantes, destacando-se o maior número de casos e

hospitalizações, com epidemias de grande magnitude, o agravamento do

processo de interiorização da transmissão, com registro de casos em

municípios de diferentes portes populacionais e a ocorrência de casos graves

acometendo pessoas em idades extremas (crianças e idosos). Ao longo desses

10 anos, foram registrados, aproximadamente, 4,8 milhões de casos prováveis

de dengue, o que representa um número quatro vezes maior em relação aos

10 anos anteriores. A tendência de crescimento nos casos de dengue também

é observada em relação às hospitalizações, com cerca de 555.000 pacientes

internados nesse mesmo período (BRASIL, 2016).

O Boletim epidemiológico nº36/2015 do Ministério da Saúde demonstra

que em 2015 foram notificados 1.534.932 casos de dengue no Brasil, quase o

triplo de casos notificados em 2014 que foram 555.462 casos. A maior

incidência nacional ocorreu nas regiões nordeste e sudeste. A região sul

apresentou 51.784 casos notificados em 2015, dos quais 45.694 ocorreram no

estado do Paraná, com uma taxa de incidência de 412,3 casos/100.000

habitantes.

Como observado na Tabela 10, em 2015, o município de Pinhais teve 86

casos notificados, sendo confirmados 11 casos de dengue, todos importados.

Tabela 10 – Número de casos de Dengue por classificação final. Pinhais, 2009

a 2015.

Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 03 00 00 00 00 00 00 03

Dengue Clássico 01 02 01 00 07 01 00 12

Descartado 04 02 13 05 17 10 73 124

Inconclusivo 00 00 01 00 06 05 02 14

Dengue 00 00 00 00 00 00 11 11

Total 08 04 15 05 30 16 86 164 Fonte: SINAN ONLINE – DENGUE.

28

A tendência de aumento das formas graves da doença se reflete

diretamente no registro dos 2.797 óbitos, sendo que cerca de 80% deles estão

concentrados entre os anos de 2006 e 2011 (BRASIL, 2016).

O processo de interiorização da transmissão já observado desde a

segunda metade da década de 1990 mantém-se no período de 2002 a 2011.

Aproximadamente 90% das epidemias ocorreram em municípios com até

500.000 habitantes, sendo que quase 50% delas em municípios com

população menor que 100.000 habitantes (BRASIL, 2016).

O vetor é o único elo vulnerável da cadeia de transmissão da doença.

Assim, o controle da incidência de dengue está centrado na redução da

densidade de infestação dos seus vetores, as atividades de rotina (visita casa a

casa, mobilização da população, mutirões de limpeza) devem ser intensificadas

(BRASIL, 2016).

A Figura 01 apresenta o mapa dos focos dos vetores identificados no

município de Pinhais no período de 2007 a 2014 onde se observa o grande

destaque em número de focos identificados no Bairro Emiliano Perneta. Em

2015, o Bairro Vargem Grande apresentou grande número de focos (Figura

02).

Figura 01 – Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2007 a

2014.

Fonte: Centro de Controle de Zoonoses – CCZ.

29

Figura 02 – Focos do vetor Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Pinhais, 2015.

Fonte: Centro de Controle de Zoonoses – CCZ.

Febre de Chikungunya

Doença produzida pelo vírus chikungunya (CHIKV), que cursa com

enfermidade febril aguda, subaguda ou crônica. A enfermidade aguda se

caracteriza, principalmente, por início súbito de febre alta, cefaleia, mialgias e

dor articular intensa, afetando todos os grupos etários e ambos os sexos. Em

uma pequena porcentagem dos casos a artralgia se torna crônica, podendo

persistir por anos. As formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem

podem, excepcionalmente, evoluir para óbito (BRASIL, 2016).

A febre de chikungunya é uma enfermidade endêmica nos países do

Sudeste da Ásia, África e Oceania. Emergiu na região das Américas no final de

2013. O nome chikungunya deriva de uma palavra do idioma makonde, falado

no sudeste da Tanzânia, que significa “curvar-se ou tornar-se contorcido”,

descrevendo a postura adotada pelos pacientes devido à artralgia intensa

(BRASIL, 2016).

O período de incubação intrínseco, que ocorre no homem, é em média

de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no

vetor, dura em média 10 dias. Os mosquitos adquirem o vírus a partir de um

30

hospedeiro virêmico. Depois do período de incubação extrínseca, o mosquito é

capaz de transmitir o vírus a um hospedeiro suscetível, como o homem. Em

seguida, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8

semanas). O período de viremia no homem pode perdurar por até 10 dias e,

geralmente, inicia-se 2 dias antes da apresentação dos sintomas. Todos os

indivíduos não previamente expostos ao CHIKV (suscetíveis) têm risco de

adquirir infecção e manifestar a doença, desenvolvendo imunidade duradoura e

protetora contra novas infecções (BRASIL, 2016).

Geralmente, os sintomas iniciam-se entre 3 e 7 dias após a picada do

mosquito (podendo variar de 1 a 12 dias). O CHIKV causa enfermidade aguda,

que pode evoluir para quadros subagudos e crônicos, com persistência dos

sintomas por meses e até anos. Nem todos os indivíduos infectados pelo

CHIKV desenvolvem sintomas. Estudos mostram que 3 a 28% apresentam

infecção assintomática. Quando comparada a outras arboviroses, a taxa de

assintomáticos é baixa, no entanto o número de pacientes que necessitam de

atendimento é elevado (BRASIL, 2016).

Até o momento, não há tratamento antiviral específico para febre de

chikungunya. A terapia utilizada é analgesia e suporte às descompensações

clínicas causadas pela doença (BRASIL, 2016).

Historicamente, as epidemias de chikungunya têm se apresentado

como cíclicas, com períodos interepidêmicos que oscilam entre 4 e 30 anos. No

século XXI, a primeira epidemia por CHIKV ocorreu em 2004, em Lamu, no

Quênia, com 13.500 casos. Desde então, o vírus tem expandido sua

distribuição geográfica mundial, provocando grandes epidemias na Ásia e

África. Em 2005-2006, nas Ilhas da Reunião, no Oceano Índico, ocorreu uma

epidemia, com 266.000 pessoas infectadas, com mais de 200 óbitos. Em 2006,

a epidemia propagou-se do Oceano Índico para a Índia, onde se alastrou por

17 estados do país, infectando 1,39 milhões de pessoas antes do final daquele

ano. Em 2010, foram identificados casos importados em Taiwan, na França,

nos Estados Unidos e no Brasil, trazidos por viajantes advindos,

respectivamente, da Indonésia, da Ilha da Reunião, da Índia e do Sudoeste

Asiático. A partir de dezembro de 2013, uma epidemia por CHIKV afetou

diversas ilhas do Caribe. Até a primeira metade de setembro de 2014, a

transmissão autóctone da doença foi identificada em diversos países e

31

territórios do continente americano, no Caribe, América Central, América do Sul

e América do Norte, com a notificação de 706.093 casos suspeitos e 9.803

confirmados em laboratório (BRASIL, 2016).

Em 2015, no Brasil, até a SE 45, foram notificados 17.131 casos

autóctones suspeitos de febre de chikungunya. Destes, 6724 foram

confirmados, sendo 6350 por critério laboratorial e 374 por critério clínico

epidemiológico; 8926 continuavam em investigação, sendo importante ressaltar

que uma vez caracterizada a transmissão sustentada em uma determinada

área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, o ministério da

Saúde recomenda que os demais casos sejam confirmados por critério clínico-

epidemiológico (BRASIL, 2015).

No município de Pinhais, como pode ser observado na Tabela 11, de

2009 a 2015foi notificado apenas um caso suspeito de febre de Chikungunya

sendo descartado.

Tabela 11 – Número de casos de Chikungunya por classificação final. Pinhais,

2009 a 2015.

Classificação Final

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Notificados A/C A/C A/C A/C A/C A/C 01

Confirmados A/C A/C A/C A/C A/C A/C 00

Fonte: SINAN

Como se trata de um vírus emergente nas Américas, cuja população

encontra-se inteiramente suscetível e onde a ampla distribuição de mosquitos

transmissores está estabelecida, fatores que favorecem a rápida transmissão

do vírus, considera-se que existe o risco iminente de que o CHIKV continue se

espalhando para outras áreas da América do Norte, América Central e América

do Sul. Destaca-se que a taxa de ataque da doença, durante epidemias, pode

variar de 38% a 63%, atingindo rapidamente grande parte da população

(BRASIL, 2016).

32

Zika

O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela

primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus Zika recebeu a mesma

denominação do local de origem de sua identificação em 1947, após detecção

em macacos sentinelas para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika,

em Uganda (BRASIL, 2016).

Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem

manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa,

dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e

vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no

corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é

benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No

entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês.

Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem,

excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro

de 2015, pela primeira vez na história (BRASIL, 2016).

O principal modo de transmissão descrito do vírus é pela picada do

Aedes aegypti. Outras possíveis formas de transmissão do vírus Zika precisam

ser avaliadas com mais profundidade, com base em estudos científicos. Não há

evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leite materno, assim como

por urina e saliva. Conforme estudos aplicados na Polinésia Francesa, não foi

identificada a replicação do vírus em amostras do leite. Também não há

descrição de transmissão por saliva. É crescente a evidência de que o vírus

pode ser sexualmente transmissível. Em maio de 2016, a OMS, divulgou o guia

interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika (BRASIL, 2016).

Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.

Também não há vacina contra o vírus. Os casos suspeitos devem ser tratados

como dengue devido à sua maior frequência entre pessoas infectadas pelo

vírus Zika (adulto e criança), cerca de 80% não desenvolveram sintomas,

sejam adultos ou crianças.

Dentre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a

desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos

médicos, uma vez que o Zika é uma doença nova e suas complicações e

gravidades ainda não foram totalmente descritas e conhecidas (BRASIL, 2016).

33

O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a

microcefalia. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério de Belém (PA),

encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará,

com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e

tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Essa é uma situação inédita

na pesquisa científica mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e

Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos

também confirmam relação (BRASIL, 2016).

As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em andamento

para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no

organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para

a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses

de gravidez. O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para

conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela

disseminação da doença (BRASIL, 2016).

Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a

partir de abril de 2015. Até a semana epidemiológica (SE) 45, 18 Unidades da

federação confirmaram laboratorialmente a autoctonia da doença, incluindo o

estado do Paraná (BRASIL, 2016).

Dados do SINAN demonstram que até o ano de 2015, não foram

notificados casos suspeitos de Zika vírus no município de Pinhais.

34

ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO

A raiva é uma antropozoonose causada por vírus, que se caracteriza

como uma encefalite de progressão aguda e letal. Todos os mamíferos são

suscetíveis ao vírus da raiva e são, portanto, possíveis transmissores. A

transmissão da raiva ocorre pela penetração do vírus contido na saliva do

animal infectado, principalmente pela mordedura e, menos comumente, por

arranhadura e lambedura (Brasil, 2014).

Apesar de conhecida desde a antiguidade, a raiva continua sendo um

problema de saúde pública em vários países. Há quatro ciclos epidemiológicos

na transmissão da raiva: ciclo aéreo (que envolve morcegos); ciclo rural

(relacionado aos animais de produção); ciclo urbano (representado pelos cães

e gatos); e ciclo silvestre (formado por saguis, cachorros do mato, raposas,

guaxinins, além de outros animais silvestres) (Brasil, 2014).

A prevenção da raiva humana se baseia no esquema profilático

antirrábico, com o uso de soro e vacina segundo normas do Ministério da

Saúde. Na vigilância da raiva, os dados epidemiológicos são fundamentais

tanto para os profissionais de saúde – para tomada de decisão e profilaxia pós-

exposição em tempo oportuno –, como para os veterinários, que devem adotar

medidas de bloqueio do foco e controle ambiental (Brasil, 2014).

O atendimento antirrábico está entre os três agravos de maior número

de notificações do país. No período de 2009 a 2013, foram registradas

2.959.356 notificações no SINAN, apresentando uma média de 591.871 ao ano

(Brasil, 2014).

Conforme se observa na Figura 03, no município de Pinhais, o número

de notificações de atendimento antirrábico aumentou 267% no período de 2009

a 2015. Os atendimentos são registrados em todas as faixas etárias, com

menor número de casos em menores de 01 ano e maiores de 80 anos (Tabela

12).

35

Figura 03- Números de atendimentos antirrábicos humanos por ano de

notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN Tabela 12- Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo faixa

etária, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

As notificações de atendimento antirrábico eram realizadas de maneira

uniforme entre as Unidades de Saúde até 2014, a partir do ano de 2015 com a

redução no fornecimento de vacina antirrábica pelo Ministério da Saúde, a

vacinação foi concentrada na Unidade de Pronto Atendimento, fato que pode

justificar o aumento do registro (Tabela 13).

243

420

344

475 460489

650

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

36

Tabela 13- Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo Unidade

de Saúde Notificadora, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

A distribuição dos casos notificados, não apresenta diferença

significativa entre os sexos, sendo 51,48% (n=1.586) registrado no sexo

masculino e 48,42% (n=1.495) no sexo feminino (Tabela 14).

Tabela 14– Número de casos de Atendimento antirrábico humano, por sexo.

Pinhais, 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Masculino Feminino Total

Nº % Nº %

2009 125 51,44 118 48,56 243

2010 222 52,86 198 47,14 420

2011 176 51,16 168 48,84 344

2012 248 52,21 227 47,79 475

2013 238 51,74 222 48,26 460

2014 217 44,38 272 55,62 489

2015 360 55,38 290 44,62 650

Total 1586 51,48 1495 48,52 3081

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Como podemos observar na Tabela 15, a maioria das notificações

referem-se a acidentes com a espécie canina 93,83%, seguido da felina com

Unidade Saúde Notificadora 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

FUNDACAO HOSPITALAR PINHAIS 00 01 02 00 00 00 01 04

HOSPITAL MUNICIPAL N. S. DA LUZ DOS PINHAIS 17 13 14 55 29 20 03 151

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO 24 HORAS 46 136 83 13 00 94 202 574

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA ANA NERY 00 00 00 14 41 34 30 119

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA ESPLANADA 05 22 13 26 16 06 19 107

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA MARIA ANTONIETA 25 45 26 43 55 48 27 269

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA PERDIZES 12 24 19 21 24 32 26 158

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA PERNETA 28 35 43 56 49 40 40 291

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA TARUMA 12 15 13 21 09 23 17 110

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA TEBAS 06 26 30 26 12 11 30 141

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA VARGEM GRANDE 54 31 17 07 34 26 55 224

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA VILA AMELIA 28 26 24 43 51 48 36 256

UNIDADE DE SAUDE DA FAMILIA WEISSOPOLIS 07 44 36 35 40 55 64 281

Total 240 418 320 360 360 437 550 2685

OUTROS 03 02 24 115 100 52 100 396 Total 243 420 344 475 460 489 650 3081

37

5,45%. Cerca de 70% dos animais envolvidos eram passíveis de observação

(Tabela 16).

Tabela 15 - Número de atendimentos antirrábicos humanos, segundo espécie

animal, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Canina Felina Quiróptera (morcego)

Primata (macaco)

Raposa Herbívoro Doméstico

Outra Total

2009 237 05 00 00 00 00 01 243 2010 397 22 00 01 00 00 00 420 2011 320 21 00 01 00 01 01 344 2012 447 26 00 01 00 00 01 475 2013 441 15 00 01 00 00 03 460 2014 447 37 00 00 02 00 03 489 2015 602 42 01 00 00 00 05 650 Total 2891 168 01 04 02 01 14 3081 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Tabela 16 - Número de casos notificados de agressão animal, segundo

possibilidade de observação, por ano de notificação. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Ign/Branco Sim Não Total

2009 12 199 32 243

2010 24 346 50 420

2011 39 252 53 344

2012 66 327 82 475

2013 47 317 96 460

2014 73 303 113 489

2015 67 412 171 650

Total 328 2156 597 3081 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

38

COQUELUCHE

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de

distribuição universal, causada pelo bacilo gram-negativo Bordetella pertussis,

A Infecção compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e

brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as

formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado

de complicações e até em morte (BRASIL, 2010).

O homem é o único reservatório natural. Ainda não foi demonstrada a

existência de portadores crônicos; entretanto, podem ocorrer casos

oligossintomáticos, com pouca importância na disseminação da doença

(BRASIL, 2010).

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa

doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe

eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a

transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções do

doente, porém é pouco frequente, pela dificuldade do agente sobreviver fora do

hospedeiro. Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e,

raramente, até 42 dias (BRASIL,2010).

Para efeito de controle, considera-se que o período de transmissão se

estende de 5 dias após o contato com um doente (final do período de

incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da

doença (fase paroxística). Em lactentes menores de 6 meses, o período de

transmissibilidade pode prolongar-se por até 4 a 6 semanas após o início da

tosse. A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral (BRASIL,

2010).

A suscetibilidade é geral. O indivíduo torna-se imune nas seguintes

situações:

• após adquirir a doença: imunidade duradoura, mas não permanente;

• após receber vacinação básica (mínimo de 3 doses) com DTP ou dTpa:

imunidade por alguns anos. Em média, de 5 a 10 anos após a última dose da

vacina, a proteção pode ser pouca ou nenhuma.

No século XX, antes da introdução da vacina da coqueluche, houve

várias epidemias, com distribuição universal. A partir da ocorrência dessas

39

epidemias, surgiu a necessidade de pesquisar e desenvolver mecanismos de

prevenção e controle para a coqueluche. A Organização Mundial da Saúde

(OMS) estima a ocorrência de 50 milhões de casos e 300 mil óbitos

anualmente, na população mundial, com letalidade em torno de 4% (BRASIL,

2015).

O Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na

incidência dos casos, mediante a ampliação das coberturas vacinais de

Tetravalente (Difteria, Tétano, Pertussis e Haemophilus infuenzae b – DTP +

Hib) e DTP. Naquela década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de

70%, e a incidência, de 10,6/100 mil hab. À medida que as coberturas

elevaram-se a valores próximos entre 95 e 100%, no período de 1998 a 2000,

a incidência reduziu-se para 0,9/100 mil hab. Com a manutenção das altas

coberturas vacinais, na década de 2000, a incidência variou de 0,7/100 mil em

2004, a 0,3/100 mil hab., em 2010. Naquela década, a letalidade média foi de

1,7% (195/11.401), variando entre 1,1% (10/883), em 2001, e 3,0% (18/605),

em 2010 (BRASIL, 2015).

Uma das características da coqueluche é a ciclicidade. A coqueluche

apresenta picos epidêmicos a cada três e cinco anos. As manifestações

clínicas típicas da doença evoluem em três fases sucessivas: catarral,

paroxística e de convalescença. A apresentação clínica da doença sofre

mudanças induzidas pela vacina, e frequentemente se manifesta sem os

sintomas clássicos e exuberantes, principalmente entre crianças maiores,

adolescentes e adultos. A coqueluche é uma das doenças de notificação

compulsória em todo o território nacional, de acordo com a Portaria N° 1.271,

de 06 de junho de 2014 (BRASIL, 2015).

No Brasil, observou-se aumento considerável do número de casos, a

partir da semana epidemiológica (SE) 30 de 2011, em comparação ao ano de

2010. No período analisado, foram confirmados 22.426 casos de coqueluche. A

incidência de casos da doença no período variou entre 0,3 e 4,0/100 mil

habitantes. A maioria dos casos e óbitos por coqueluche concentrou-se nos

menores de 1 ano de idade, especialmente nos menores de 6 meses (BRASIL,

2015).

No Boletim Epidemiológico nº39 de 2015 do Ministério da Saúde, consta

os dados de notificações de coqueluche por unidade de federação. O Estado

40

do Paraná apresenta ascensão significativa no número de casos no período de

2010 a 2014, partindo de um total de casos em 2010 de 17 com coeficiente de

incidência de 0,2/100 mil habitantes, para 841 casos notificados em 2014 com

um coeficiente de incidência de 8,0/100 mil habitantes.

No município de Pinhais, como demonstrado na Tabela 17, a incidência

dos casos mantém a ciclicidade típica da doença, o que podemos observar no

reduzido número de notificações de 2009 a 2011 e a exacerbação nos anos de

2012 a 2014, chegando ao maior coeficiente de incidência em 2012 com 15,08

casos por 100 mil habitantes.

Tabela 17 – Número de casos de coqueluche confirmados e coeficiente de

incidência (por 100.000 hab.). Pinhais 2009 a 2015.

Nº de Casos Confirmados

População Coeficiente de Incidência

2009 01 118.321 0,85 2010 00 117.008 0,00 2011 01 118.334 0,85 2012 18 119.379 15,08 2013 11 124.528 8,83 2014 14 125.808 11,13 2015 01 127.045 0,79

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Ao analisarmos os casos confirmados de coqueluche em relação à

vacinação antipertussis, 26% dos casos estavam sem informação no registro

ou com registro ignorado, 28% dos casos foram registrados com 03 doses de

vacina mais 01 reforço (Tabela 18).

Tabela 18 – Número de casos confirmados de coqueluche por doses de vacina

antipertussis. Pinhais 2009 a 2015.

Ign /

Branco Uma Duas Três Três +

Reforço Três + 2 Reforços Total

2009 00 00 01 00 00 00 01 2010 00 00 00 00 00 00 00 2011 00 00 00 00 01 00 01 2012 05 02 01 03 04 03 18 2013 04 02 00 00 03 02 11 2014 03 03 02 02 04 00 14 2015 00 00 00 00 01 00 01 Total 12 07 04 05 13 05 46

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

41

A faixa etária com maior número de casos de coqueluche notificados em

Pinhais é a de menor de um ano, totalizando 48% dos casos registrados no

período de 2009 a 2015 (Tabela 19).

Tabela 19 – Número de casos confirmados de coqueluche por faixa etária.

Pinhais 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Menor 01 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

60 a 69 anos

Total

2009 01 00 00 00 00 00 00 00 01 2011 01 00 00 00 00 00 00 00 01 2012 10 01 03 01 01 01 01 00 18 2013 02 02 01 02 01 01 01 01 11 2014 07 03 01 00 01 00 02 00 14 2015 01 00 00 00 00 00 00 00 01 Total 22 06 05 03 03 02 04 01 46

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

A cobertura vacinal no município de Pinhais foi adequada de 2009 a

2012, com redução nos anos de 2013 e 2015 das doses em menores de 1 ano.

Visando reduzir os casos de coqueluche em recém nascido, o MS introduziu a

vacinação dTpa em gestantes a partir de 2014 (Tabela 20).

Tabela 20 – Cobertura Vacinal das vacinas DTP, Tetra Bacteriana, Tríplice

Bacteriana e dTpa Gestante. Pinhais 2009 a 2015.

Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 DTP (Tetra\Penta) ... ... ... ... 90,17 97,66 90,7 Tetra Bacteriana (DTP+Hib) 105,1 105,2 95,79 101,3 ... ... ... Tríplice Bacteriana (DTP)(1º ref) ... ... ... ... 139,8 91,33 96,44 dTpa gestante ... ... ... ... ... 5,08 19,58

Fonte: TABNET

42

DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Seguindo a tendência mundial, o Brasil, tem passado por processos de

transição demográfica, epidemiológica e nutricional desde a década de 60. A

transição demográfica pode ser claramente observada pelos indicadores de

fecundidade, mortalidade e envelhecimento da população. Dados do IBGE

apontam uma queda acentuada da fecundidade, que em 1980 era de 4,4

crianças por mulher e em 2000 de 2,3 filhos por mulher, sendo que o declínio

ocorreu em todas as regiões brasileiras. Ao analisar a mortalidade proporcional

entre os anos de 1930 e 2003, observa-se acentuada transformação no perfil

de morte da população brasileira. As mortes por doenças infecciosas e

parasitárias caíram de 46% para 5% no período e ao contrário, as relacionadas

às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) tiveram um aumento

substancial chegando em 2003 a dois terços da totalidade das causas

conhecidas de morte, sendo que as outras causas de morte mantiveram seus

percentuais ao longo do período. A população com idade superior a 65 anos

aumentou 45,9% entre os anos de 1980 e 2000 (BRASIL, 2006).

A transição epidemiológica é marcada pelas mudanças nos padrões de

morbimortalidade de uma comunidade. Como exemplos, temos as doenças

cardiovasculares respondendo por cerca da metade das DCNT, contribuindo

para a mortalidade precoce, perda de qualidade de vida e despesas médico

hospitalares, os acidentes e as violências que geram grande número de vítimas

e influem de modo negativo na expectativa de vida e, ainda, as prevalências de

DCNT que são diretamente proporcionais ao envelhecimento da população

(BRASIL, 2006).

Por sua vez, a transição nutricional no Brasil, é resultante das mudanças

na alimentação e na redução da atividade física consequentes da difusão

rápida de hábitos e padrões comportamentais advindos da globalização. As

mudanças na alimentação se devem, entre outros motivos, pela oferta

crescente de alimentos industrializados, redução do tamanho da família

aumentando a disponibilidade de alimento, facilidade de acesso da população

inclusive a de baixa renda a alimentos muito calóricos contendo altas

concentrações de açúcares e gorduras (BRASIL, 2006).

Tal cenário coloca ao país, o desafio de encontrar mecanismos para o

enfrentamento de doenças de etiologia incerta e marcadas pela complexa

43

relação entre a saúde e seus determinantes. Os estudos apontam que os

mecanismos mais efetivos na redução da vulnerabilidade da população a essas

“novas epidemias” e na defesa da vida saudável são aqueles que operam na

prevenção das doenças e na promoção da saúde (Brasil, 2006).

Conjuntamente, o mundo e o país assistiram também ao crescimento

assustador da morbimortalidade por violências. As violências tornaram-se um

grave problema de saúde pública, afetando a saúde individual e coletiva e

atingindo patamares constrangedores como, por exemplo, ser a primeira causa

de óbito em adolescentes e adultos jovens (Brasil, 2006).

O caderno de diretrizes, objetivos, metas e indicadores de 2016, do

Ministério da Saúde apresenta o indicador 13 que mede a taxa de mortalidade

prematura (de 30 a 69 anos) pelo conjunto das quatro principais doenças

crônicas não transmissíveis (DCNT – doenças do aparelho circulatório, câncer,

diabetes e doenças respiratórias crônicas). A diretriz visa reduzir e prevenir os

riscos e agravos à saúde da população, considerando os determinantes

sociais, por meio das ações de vigilância, promoção e proteção, com foco na

prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, acidentes e violências, no

controle das doenças transmissíveis e na promoção do envelhecimento

saudável. A meta estipulada é a redução 2% da taxa em relação ao ano

anterior.

44

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa

de mortalidade na maioria dos países do mundo e no Brasil. Em 2013, após

efetuar a correção para sub-registro e a redistribuição das causas mal definidas

de óbitos, observou-se que 72,6% do total de óbitos registrados no país foram

por DCNT e, dentre esses, 79,4% foram devido às quatro principais DCNT:

doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e

diabetes mellitus (Brasil, 2016).

Em 2013 no Brasil, a distribuição dos óbitos corrigidos por grupo de

causas dentro do total de óbitos por DCNT, aponta como principal responsável

pelos óbitos as doenças do aparelho circulatório com 41% dos casos, seguido

das neoplasias com 23,3%. Os óbitos por diabetes correspondem a 7,0 % do

total e as doenças respiratórias por 8,2%. OS dados indicam 20,6% de óbitos

por outras doenças crônicas que não foram detalhadas (BRASIL, 2016).

No município de Pinhais, de 2009 a 2015, foram registrados 1363 óbitos

por DCNT. As doenças do aparelho circulatório, igualmente aos dados

nacionais, respondem por 41% dos óbitos. As neoplasias representam 40% do

total de casos, quase o dobro dos dados nacionais, diabetes representa 11% e

doenças do aparelho respiratório 8% dos óbitos.

Figura 04 – Proporção de óbito pelas 04 principais doenças crônicas não

transmissíveis. Pinhais 2009 a 2015.

Fonte: SIM/TABNET

11%

41%

8%

40%

Diabetes

Doenças do Aparelho Circulatório

Doenças do Aparelho Respiratório

Neoplasias

45

Diabetes

A Tabela 21 apresenta o número absoluto de morte prematura por

diabetes no município de Pinhais de 2009 a 2015. Dos casos 76% foram

registrados como diabetes mellitus não especificada. De 2013 a 2015 observa-

se redução do número de óbitos.

Tabela 21 – Número de óbito prematuro por Diabetes. Pinhais 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

E10 Diabetes mellitus insulinodependente 01 02 02 00 06 06 03 20

E11 Diabetes mellitus não-insulino-dependente 01 01 01 01 02 05 03 14

E13 Outros tipos espec de diabetes mellitus 00 00 00 00 00 00 01 01

E14 Diabetes mellitus NE 21 20 17 17 17 12 09 113

TOTAL 23 23 20 18 25 23 16 148 Fonte: SIM / TABNET

Doenças do Aparelho Circulatório

A Tabela 22 apresenta o número absoluto de morte prematura por

doenças do aparelho circulatório no município de Pinhais de 2009 a 2015. Das

causas mais relevantes, 24,46% foram causados por infarto agudo do

miocárdio, 11,60% por acidente vascular cerebral, 7,5% por insuficiência

cardíaca, 8,92% por hipertensão. No período avaliado apresenta parâmetro

constante no número de casos, com redução significativa apenas no ano de

2012.

Tabela 22 – Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Circulatório.

Pinhais 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total I05 Doencreumaticas da valva mitral 1 1 0 3 1 1 0 7 I08 Doenc de mult valvas 1 0 1 0 0 1 0 3 I09 Outrdoencreumaticas do coracao 1 0 0 0 0 0 0 1 I10 Hipertensao essencial 3 3 8 3 7 14 12 50 I11 Doenccardiaca hipertensiva 3 3 8 1 1 4 8 28 I12 Doenc renal hipertensiva 1 3 1 0 2 4 1 12 I13 Doenccardiaca e renal hipertensiva 1 0 1 0 1 0 1 4 I20 Angina pectoris 0 0 1 0 0 1 1 3 I21 Infarto agudo do miocardio 24 20 17 16 23 18 19 137 I24 Outrdoencisquemicas agudas do coracao 2 0 2 0 0 0 1 5 I25 Doencisquemicacronica do coracao 7 7 4 6 3 4 3 34 I26 Embolia pulmonar 2 4 0 0 1 1 2 10 I27 Outrform de doenccardiaca pulmonar 1 0 2 0 0 0 0 3 I33 Endocardite aguda e subaguda 0 0 0 0 2 0 1 3

46

I34 Transtnao-reumaticos da valva mitral 0 0 0 0 0 0 1 1 I35 Transtnao-reumaticos da valva aortica 1 0 2 0 0 1 1 5 I38 Endocardite de valva NE 1 0 0 0 1 1 0 3 I40 Miocardite aguda 0 1 0 0 0 0 1 2 I42 Cardiomiopatias 1 1 4 1 0 2 0 9 I44 Bloqueio atrioventricular e do ramo esquerdo 1 0 0 0 0 0 0 1 I46 Parada cardíaca 0 0 1 0 1 1 1 4 I47 Taquicardia paroxística 0 0 0 0 0 1 0 1 I48 Flutter e fibrilação atrial 0 0 1 0 1 0 0 2 I49 Outr arritmias cardíacas 1 0 0 1 0 1 1 4 I50 Insuf cardíaca 6 6 11 3 5 6 5 42 I51 Complic cardiopatias doenccardiacas mal def 2 1 0 0 1 1 3 8 I60 Hemorragia subaracnóide 2 1 3 2 6 2 2 18 I61 Hemorragia intracerebral 4 6 6 3 1 3 1 24 I62 Outr hemorragias intracranianas nao-traum 0 0 2 0 1 0 1 4 I63 Infarto cerebral 2 1 2 0 0 0 1 6 I64 Acidvasccerebr NE como hemorragisquêmico 9 9 12 9 8 10 8 65 I67 Outrdoenc cerebrovasculares 3 7 7 2 1 1 4 25 I69 Sequelas de doenc cerebrovasculares 3 3 0 3 3 3 2 17 I70 Aterosclerose 1 0 0 1 0 1 0 3 I71 Aneurisma e dissecção da aorta 1 1 2 1 0 1 0 6 I73 Outrdoenc vasculares perifericas 1 0 1 0 0 0 0 2 I74 Embolia e trombose arteriais 0 1 0 0 0 1 0 2 I77 Outrafecções das arterias e arteríolas 0 0 0 0 0 1 0 1 I80 Flebite e tromboflebite 0 0 1 1 1 0 1 4 I85 Varizes esofagianas 0 0 1 0 0 0 0 1 TOTAL 86 79 101 56 71 85 82 560

Fonte: SIM / TABNET

Doenças do Aparelho Respiratório A Tabela 23 apresenta o número absoluto de morte prematura por

doenças do aparelho respiratório no município de Pinhais de 2009 a 2015. A

principal causa é a doença obstrutiva crônica que responde por 59,43% dos

óbitos, seguido do enfisema com 9,43% dos óbitos. No período avaliado

apresenta parâmetro constante no número de casos, com aumento significativo

no ano de 2014.

Tabela 23 – Número de óbito prematuro por Doenças do Aparelho Respiratório. Pinhais 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total J40 Bronquite NE como aguda ou crônica 0 0 0 0 0 1 0 1 J43 Enfisema 1 0 4 2 0 2 1 10 J44 Outrdoenc pulmonares obstrutivas crônicas 5 12 8 4 9 14 11 63

J45 Asma 3 0 0 1 4 1 0 9 J46 Estado de mal asmático 0 0 0 0 0 0 1 1 J69 Pneumonitedevsólidos e líquidos 0 0 1 0 0 0 1 2 J81 Edema pulmonar NE de outrform 0 0 1 1 0 1 2 5

47

J84 Outrdoenc pulmonares intersticiais 0 1 1 1 0 3 3 9 J90 Derrame pleural 0 1 0 0 1 0 0 2 J96 Insufrespirat 0 0 1 0 3 0 0 4 TOTAL 9 14 16 9 17 22 19 106

Fonte: SIM / TABNET Neoplasias

A Tabela 24 apresenta o número absoluto de morte prematura por

neoplasias no município de Pinhais de 2009 a 2015. A principal causa é a

neoplasia de pulmão que responde por 12,20% dos óbitos, seguido

daneoplasia de mamacom 8,74% dos óbitos. No período avaliado apresenta

parâmetro constante no número de casos, com maior número de óbitos

observado no ano de 2013.

Tabela 24 – Número de óbito prematuro por neoplasias. Pinhais 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total C01 Neoplmalig da base da lingua 0 1 0 1 1 0 0 3 C02 Neoplmaligoutr partes e NE da lingua 2 0 0 2 0 1 0 5 C04 Neoplmalig do assoalho da boca 1 0 0 1 0 0 0 2 C05 Neoplmalig do palato 0 0 0 0 0 0 1 1 C06 Neoplmaligoutr partes e partes NE da boca 0 1 0 0 1 0 0 2 C08 Neoplmaligoutrglandsaliv maiores e NE 0 0 1 0 1 0 0 2 C09 Neoplmalig da amigdala 0 0 0 0 0 0 1 1 C10 Neoplmalig da orofaringe 2 0 1 1 0 0 2 6 C11 Neoplmalig da nasofaringe 0 0 0 1 0 0 0 1 C12 Neoplmalig do seio piriforme 0 0 0 0 0 0 1 1 C13 Neoplmalig da hipofaringe 0 2 0 0 0 0 0 2 C14 Neop mal out loc mal deflabiocav oral far 0 0 0 0 0 0 1 1 C15 Neoplmalig do esofago 2 3 5 2 8 5 5 30 C16 Neoplmalig do estomago 7 5 4 4 8 3 7 38 C18 Neoplmalig do colon 6 3 6 7 3 6 4 35 C19 Neoplmalig da juncaoretossigmoide 0 2 0 0 0 0 1 3 C20 Neoplmalig do reto 2 5 3 3 5 2 2 22 C21 Neoplmalig do anus e do canal anal 0 1 0 0 0 0 0 1 C22 Neoplmaligfigado vias biliares intra-hepat 4 2 1 6 3 5 2 23 C23 Neoplmalig da vesicula biliar 1 0 0 1 0 0 0 2 C24 Neoplmaligoutr partes e NE vias biliares 0 1 1 1 1 2 0 6 C25 Neoplmalig do pancreas 5 1 4 4 6 3 3 26 C26 Neoplmaligoutr mal def aparelho digestivo 1 0 1 4 0 0 3 9 C30 Neoplmalig cavidade nasal e do ouvido medio 0 1 0 0 0 0 0 1 C31 Neoplmalig dos seios da face 0 0 0 0 0 1 0 1 C32 Neoplmalig da laringe 1 2 1 1 1 1 3 10 C34 Neoplmalig dos bronquios e dos pulmoes 6 9 11 6 13 11 11 67 C38 Neoplmalig do coracao mediastino e pleura 0 0 1 0 0 1 0 2 C39 Neop mal out loc mal defapresporgintrat 0 0 0 0 1 0 0 1 C40 Neoplmalig ossos/cartilagartic membros 1 0 0 0 0 0 0 1

48

C41 Neoplmalig ossos/cartilarticoutrloc e NE 0 2 1 0 1 1 0 5 C43 Melanoma malig da pele 0 4 2 2 2 1 1 12 C44 Outrneoplmalig da pele 0 0 1 0 0 0 0 1 C47 Neoplmalig nervos perif e sistnervautonom 1 0 0 0 0 0 0 1 C48 Neoplmaligtec moles retro- e peritonio 1 0 0 0 0 0 0 1 C49 Neoplmaligtec conjuntivo e outrtec moles 0 1 0 0 1 0 2 4 C50 Neoplmalig da mama 6 11 6 3 10 5 7 48 C53 Neoplmalig do colo do utero 4 7 6 2 5 3 1 28 C55 Neoplmalig do uteroporcao NE 1 0 1 1 1 0 0 4 C56 Neoplmalig do ovario 1 1 3 1 4 4 1 15 C57 Neoplmaligoutrorg genitais femin e NE 0 0 0 1 0 0 0 1 C60 Neoplmalig do penis 0 0 0 0 0 1 0 1 C61 Neoplmalig da prostata 3 2 1 0 3 0 1 10 C62 Neoplmalig dos testiculos 0 0 0 1 0 1 0 2 C64 Neoplmalig do rim exceto pelve renal 1 0 2 2 1 0 2 8 C65 Neoplmalig da pelve renal 0 1 0 0 0 0 0 1 C67 Neoplmalig da bexiga 0 2 2 1 1 2 1 9 C70 Neoplmalig das meninges 1 0 0 0 0 1 1 3 C71 Neoplmalig do encefalo 1 2 2 2 1 2 7 17 C72 Neop mal med espnervcran out sistnervcen 0 0 0 2 0 1 0 3 C73 Neoplmalig da gland tireoide 0 1 1 0 0 0 0 2 C74 Neoplmalig da gland supra-renal 0 0 0 0 0 0 1 1 C76 Neoplmaligoutrlocaliz e mal definidas 2 1 1 0 1 0 0 5 C78 Neoplmaligsecundorgrespirat e digestivos 0 0 1 0 0 0 0 1 C79 Neoplmaligsecund de outrlocaliz 0 0 0 0 0 0 1 1 C80 Neoplmalig s/especificacao de localiz 8 3 1 2 1 2 4 21 C81 Doenc de Hodgkin 1 0 0 1 0 0 0 2 C82 Linfoma nao-Hodgkin folicular 0 0 0 0 1 0 0 1 C83 Linfoma nao-Hodgkin difuso 1 1 0 1 1 1 0 5 C85 Linfoma nao-Hodgkin de outr tipos e tipo NE 0 1 3 1 2 3 0 10 C90 Mielomamult e neoplmalig de plasmocitos 0 4 2 0 0 1 1 8 C91 Leucemia linfóide 0 1 1 0 0 0 0 2 C92 Leucemia mielóide 0 0 1 0 1 0 3 5 C95 Leucemia de tipo celular NE 1 1 1 2 0 1 0 6 TOTAL 74 85 79 70 89 71 81 549

Fonte: SIM / TABNET

Violência Interpessoal / Autoprovocada

A violência tem sido apontada como uma das principais causas de morte

no mundo de pessoas na faixa etária de 15 a 44 anos. E merece destaque a

violência doméstica como maior causa de ferimentos femininos e principal

causa de morte de mulheres entre 14 a 44 anos. Este cenário impulsionou a

49ª Assembleia Mundial de Saúde, realizada em 1996, a declarar a violência

como um dos principais problemas mundiais de saúde pública (VELOSO et. al.,

2013).

49

Estimativas apontam que um em cada cinco dia sem que as mulheres

faltam ao trabalho é motivado pela violência doméstica e que 80% dos abusos

sexuais cometidos contra crianças e adolescentes acontecem na casa da

própria vítima.Os perpetradores de abuso sexual, tanto para as vítimas do sexo

feminino quanto do sexo masculino,são predominantemente homens. Os casos

fatais de abuso físico são muito encontrados entre crianças muito novas e a

maioria das vítimas tem menos de dois anos de idade (VELOSO et. al., 2013).

Na maioria dos países, as meninas correm mais riscos em relação a

infanticídio,abuso sexual, negligência educacional, nutricional e prostituição

forçada. Porém, quando são consideradas apenas as punições físicas

severas,em muitos países os meninos são mais vulneráveis, talvez devido a

uma crença relacionada à preparação para os papéis e responsabilidades do

adulto, ou ainda, por se considerar que os meninos precisam de mais disciplina

física(VELOSO et. al., 2013).

No Brasil, os agravos causados pelas causas externas (acidentes e

violências), representam a terceira causa de morte na população geral e a

primeira na população de 1 a 39 anos. Dados do Ministério da Saúde

revelaram, no período de1980 a 2006, um total de 2.824.093 óbitos por causas

externas. Entre o inicio e o fim desse período, houve um aumento de 78% na

frequência das causas externas, passando de 70.212 óbito sem 1980 para

125.237 óbitos em 2006 (VELOSO et. al., 2013).

No período de 2009 a 2015 foram notificados no município de Pinhais

um total de 718 casos de violência, a faixa etária de 10 a 39 corresponde a

54,31% dos casos (Tabela 25).

Tabela 25 – Número de casos de violência notificados por faixa etária. Pinhais

2009 a 2015.

Faixa Etária 2011 2012 2013 2014 2015 Total <1 Ano 00 09 08 21 27 65

1-4 00 16 21 22 28 87 5-9 00 17 15 17 22 71

10-19 02 29 49 53 86 219 20-39 04 18 40 35 74 171 40-59 04 09 12 16 33 74 60 e + 01 06 08 07 09 31 Total 11 104 153 171 279 718

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

50

No município de Pinhais, dos casos de violência notificados no período

de 2009 a 2015, 16,15 % referem-se à violência sexual, a faixa etária com o

maior registro de casos é a de 05 a 09 anos, seguida da faixa etária de 15 a 19

anos (Tabela 26).

Tabela 26 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de

violência sexual, sexo feminino e faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

Faixa Etária 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 02 00 00 01 03

1 -4 00 01 03 06 05 15 5 - 9 00 06 05 03 11 25

10 - 14 01 01 05 10 01 18 15 - 19 00 01 12 07 03 23 20 - 29 00 03 03 02 05 13 30 - 39 01 01 04 00 03 09 40 - 49 00 01 02 00 01 04 50 - 59 00 01 01 01 01 04 60 - 69 00 01 00 00 01 02 Total 02 18 35 29 32 116

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN A Figura 05 demonstra o número de casos de violência física notificados

de 2009 a 2015 no município de Pinhais por sexo. Em 2015, houve um

aumento significativo no número de notificações, e durante toda a série

histórica destaca-se a violência contra mulher.

Figura 05 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de

violência física por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

2

15 18 15

497

38

66 63

101

2011 2012 2013 2014 2015

Masculino Feminino

51

A Figura 06 demonstra o número de notificações de violência psicológica/moral

notificados no período de 2009 a 2015 no município de Pinhais, a maioria dos

casos foram registrados no sexo feminino, sendo que em 2011 foi

exclusivamente. As notificações por lesões autoprovocadas podem ser

observadas na Figura 07, também se evidenciando o sexo feminino.

Figura 06 – Número de casos de violência notificados, segundo ocorrência de

violência psicológica/moral por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Figura 07– Número de casos de violência notificados, segundo lesão

autoprovocada por sexo. Pinhais 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

0

1810

511

8

42

46

34

38

2011 2012 2013 2014 2015

Masculino Feminino

21

2

102

9 7

22

2012 2013 2014 2015

Masculino Feminino

52

Intoxicação Exógena

A vigilância em saúde de populações expostas a contaminantes

químicos tem como objetivo o desenvolvimento de ações que visam adotar

medidas de promoção e prevenção.

Do total de casos de notificação de intoxicação exógena, realizadas no

município de Pinhais de 2009 a 2015, a maioria corresponde a tentativa de

suicídio 48,33%, seguida da acidental com 21,03% e 8,48% a automedicação.

(Tabela 27)

Tabela 27 – Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo

contaminação. Pinhais 2009 – 2015.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 00 01 02 03 01 01 08

Uso Habitual 00 06 05 00 05 05 21

Acidental 01 03 15 14 09 15 57

Ambiental 00 00 00 01 00 00 01

Uso terapêutico 00 00 00 00 00 04 04

Erro de administração 00 01 02 00 00 00 03

Automedicação 00 03 08 02 03 07 23

Abuso 00 03 01 02 06 07 19

Ingestão de alimento 00 01 00 00 01 01 03

Tentativa de suicídio 00 19 31 29 23 29 131

Violência/homicídio 00 00 00 00 00 01 01

Total 01 37 64 51 48 70 271 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Dos casos notificados como tentativas de suicídio no município de

Pinhais no período de 2009 a 2015, 70,9% (n=93) foram registrados no sexo

feminino conforme demonstra a Tabela 28. A maioria dos casos foram

registrados na faixa etária de 15 a 49 anos (Tabela 29).

Tabela 28– Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo

sexo. Pinhais 2009 a 2015.

2011 2012 2013 2014 2015 Total

Masculino 07 08 03 10 10 38

Feminino 12 23 26 13 19 93

Total 19 31 29 23 29 131 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

53

Tabela 29 – Número de casos de tentativas de suicídios notificados, segundo

sexo feminino, por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

2011 2012 2013 2014 2015 Total

10 a 14 anos 01 00 01 02 00 04

15 a 19 anos 01 05 05 02 02 15

20 a 29 anos 03 06 09 03 08 28

30 a 39 anos 04 09 10 02 02 27

40 a 49 anos 02 03 01 04 07 17

50 a 59 anos 01 00 00 00 00 01

Total 12 23 26 13 19 93 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

O principal agente tóxico mencionado nas notificações de intoxicação

exógena foi o medicamento, que corresponde a 63% (n=171) dos casos

(Tabela 30). Do total dos casos 71% ocorreram no sexo feminino (Tabela 31).

A faixa etária com o maior número de casos concentra-se nos 10 a 59 anos

(Tabela 32).

Tabela 30– Número de casos de intoxicação exógena notificados, segundo

agente tóxico. Pinhais 2009 a 2015.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Ign/Branco 00 01 04 02 00 06 13 Medicamento 01 29 34 31 33 43 171 Agrotóxico doméstico 00 01 01 01 03 02 08 Raticida 00 02 09 07 04 05 27 Prod. veterinário 00 01 00 00 00 00 01 Prod. uso domiciliar 00 01 06 05 02 04 18 Prod. químico 00 00 04 00 00 03 07 Drogas de abuso 00 02 01 02 04 03 12 Planta tóxica 00 00 01 00 01 00 02 Alimento e bebida 00 00 00 00 01 00 01 Outro 00 00 04 03 00 04 11 Total 01 37 64 51 48 70 271

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Tabela 31 – Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos

notificados, segundo sexo. Pinhais 2009 a 2015.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Masculino 00 09 05 09 13 14 50

Feminino 01 20 29 22 20 29 121

Total 01 29 34 31 33 43 171 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

54

Tabela 32 – Número de casos de intoxicação exógena por medicamentos

notificados, segundo sexo feminino por faixa etária. Pinhais 2009 a 2015.

Faixa Etária 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total <01 ano 00 00 01 01 00 01 03 01 -04 00 00 01 01 03 00 05 05 -09 00 00 01 00 00 00 01 10 - 14 00 05 00 01 02 02 10 15 - 19 00 02 05 04 01 04 16 20 - 29 00 04 05 06 05 08 28 30 - 39 01 05 09 07 03 07 32 40 - 49 00 02 03 01 05 05 16 50 - 59 00 02 03 01 01 01 08 70 - 79 00 00 00 00 00 01 01 80 e + 00 00 01 00 00 00 01 Total 01 20 29 22 20 29 121

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

55

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS

Sarampo Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível,

extremamente contagiosa e bastante comum na infância. A viremia provoca

uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas

manifestações clínicas. A transmissão ocorre de forma direta, por meio de

secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por

isso, a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o

contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes

fechados, como escolas, creches e clínicas (BRASIL, 2016).

Apresenta período de incubação geralmente de 10 dias, podendo variar

entre 7 e 18 dias, desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e

cerca de 14 dias até o início do exantema. A transmissibilidade inicia-se de 4 a

6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento (BRASIL,

2016).

De um modo geral, todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do

sarampo. Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas,

possuem imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos pela via

transplacentária. Essa imunidade é transitória e pode perdurar até o final do 1o

ano de vida, razão pela qual pode haver interferência na resposta à vacinação

em menores de 12 meses de vida. No Brasil, cerca de 85% das crianças

perdem esses anticorpos maternos por volta dos 9 meses de idade (BRASIL,

2016).

A doença manifesta-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema

máculo-papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik

(pequenos pontos brancos na mucosa bucal, antecedendo o exantema

(BRASIL, 2016).

O sarampo é uma das principais causas de morbimortalidade entre

crianças menores de 5 anos de idade, sobretudo as desnutridas e as que

vivem nos países em desenvolvimento. Tem distribuição universal, com

variação sazonal. O comportamento endêmico-epidêmico do sarampo varia de

um local para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de

56

imunidade e a suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus

na área (BRASIL, 2016).

No Brasil, o sarampo é uma doença de notificação compulsória desde

1968. Até 1991, o país enfrentou nove epidemias, sendo uma a cada 2 anos

em média. O maior número de casos notificados foi registrado em 1986

(129.942), representando uma taxa de incidência de 97,7/100.000 hab. Até o

final dos anos 70, essa virose era uma das principais causas de óbito dentre as

doenças infectocontagiosas, sobretudo em menores de 5 anos, em decorrência

de complicações, especialmente a pneumonia. Na década de 1980, houve um

declínio gradativo no número de óbitos, com 15.638 registros. Essa redução foi

atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da assistência médica

ofertada às crianças com complicações pós-sarampo. Na década de 1990,

ocorreram 822 óbitos, ou seja, cerca de 20 vezes menos que o valor registrado

na década anterior (BRASIL, 2016).

Em 1992, o Brasil adotou a meta de eliminação do sarampo para o ano

2000, com a implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, cujo

marco inicial foi a realização da primeira campanha nacional de vacinação

contra a doença. Entre 2001 e 2005, foram confirmados 10 casos de sarampo

no Brasil, 4 deles classificados como casos importados (do Japão, Europa e

Ásia). Já em 2006, foram confirmados 57 casos em dois surtos isolados, no

estado da Bahia, embora não fosse identificada a fonte primária da infecção.

Entre os anos de 2007 e 2009, foram notificados 4.517 casos suspeitos, sem

registro de caso confirmado. No período de 2010 a 2012, foram notificados

4.380 casos suspeitos, dos quais 2,6% foram confirmados, todos relacionados

a casos importados ou secundários a estes (BRASIL, 2016).

Além disso, 1096 casos de sarampo foram confirmados nos anos de

2013 e 2014, com maior registro de confirmados nos estados de Pernambuco e

Ceará. Com o aumento da sensibilidade e especificidade da vigilância do

sarampo, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica

da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo

importado, para adoção de medidas de controle em tempo oportuno (BRASIL,

2016).

57

Rubéola Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta

contagiosidade e acomete principalmente crianças. Sua importância

epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e

malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez. Quando a

infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá apresentar a

síndrome da rubéola congênita (SRC) (BRASIL, 2016).

A transmissão ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas

de pessoas infectadas. O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato

direto com pessoas infectadas. A transmissão indireta, que é pouco frequente,

ocorre mediante contato com objetos contaminados com secreções

nasofaríngeas, sangue e urina (BRASIL, 2016).

O período de incubação em geral, varia de 14 a 21 dias, com média de

17 dias. A variação máxima observada é de 12 a 23 dias. A transmissibilidade

ocorre de 5 a 7 dias antes do início do exantema e até 7 dias após o exantema.

A suscetibilidade é geral. A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção

natural ou por vacinação. Os filhos de mães imunes podem apresentar

imunidade passiva e transitória durante 6 a 9 meses de idade (BRASIL, 2016).

O quadro clínico é caracterizado por exantema máculo-papular e

puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-

se posteriormente para o tronco e membros. Febre baixa e linfoadenopatia

retroauricular, occipital e cervical posterior também são possíveis de ocorrer.

Geralmente, antecedem o exantema no período de 5 a 10 dias e podem

perdurar por algumas semanas (BRASIL, 2016).

A vigilância e o combate da rubéola foram impulsionados pela

implantação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, desde 1999. Em

2002, foram registrados 1.480 casos no Brasil, o que corresponde a um

decréscimo de 95% quando comparado a 1997. Entre 2000 e 2012, foram

confirmados 37.663 casos de rubéola. Nesse período, foram detectadas

mudanças significativas no comportamento da doença. Em 2005, houve um

surto no estado do Rio Grande do Sul, com 44 casos confirmados. Em 2006 e

2007, verificaram-se incrementos no número de casos confirmados e surtos

nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e São Paulo. Em 2008,

58

com a intensificação da vigilância epidemiológica e a ampliação da vacinação

de bloqueio, o número de casos reduziu 273,6%, quando comparado com o

ano de 2007. Também em 2008 ocorreu no Brasil a maior Campanha de

Vacinação contra Rubéola do mundo, com 65,9 milhões de pessoas vacinadas.

Diante dos esforços realizados para controlar essa doença, o Brasil cumpriu a

meta de eliminação da rubéola e da SRC, até o ano de 2010. Entre 2010 e

2014, não se registraram casos da doença (BRASIL, 2016).

No município de Pinhais, no período de 2009 a 2015 foram notificados

37 casos suspeitos de doenças exantemáticas, a maioria nos anos de 2014 e

2015, sendo descartados todos os casos (Tabela 33).

Tabela 33- Número de casos de Doenças Exantemáticas notificados e

confirmados. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano da Notificação

Casos Notificados

Casos Confirmados

2009 2010

00 04

00 00

2011 05 00 2012 04 00 2013 03 00 2014 10 00 2015 11 00 Total 37 00

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

A Vacina Tríplice Viral confere proteção contra sarampo, caxumba e

rubéola, a partir de 2013 foi inserida no calendário vacinal do PNI a vacina

Tetra Viral que incorporou a vacina contra varicela. No período de 2009 a 2015,

como podemos observar na Tabela 34, a cobertura vacinal para os dois

imunobiológicos atingiu excelente cobertura da população, não atingindo 100%

apenas em 2015.

Tabela 34– Cobertura vacinal Tríplice Viral e Tetra Viral. Pinhais, 2009 a 2015.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tríplice Viral Dose 1 108,43 121,84 121,29 108,59 140,22 102,24 97,58

Tetra Viral Dose 2 ... ... ... ... 114,91 108,13 97,13

Fonte: TABNET

59

HANSENÍASE

A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acomete o homem.

Anteriormente motivo de estigma e exclusão, há mais de 20 anos, a doença

tem tratamento capaz de curar a totalidade dos casos. Doença crônica,

infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de

indivíduos (alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa patogenicidade).

Essas propriedades não ocorrem em função apenas das características

intrínsecas do agente etiológico, mas dependem, sobretudo, da relação com o

hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos (BRASIL,

2016).

Causada pelo Mycobacterium leprae, única espécie de micobactéria que

infecta nervos periféricos, o alto potencial incapacitante da hanseníase está

diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. O homem é

reconhecido como a única fonte de infecção, embora tenham sido identificados

animais naturalmente infectados (tatu, macaco mangabei e chimpanzé). A

transmissão se dá por meio de uma pessoa com hanseníase, forma infectante

da doença MB, sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior,

infectando outras pessoas suscetíveis. Estima-se que 90% da população tenha

defesa natural que confere imunidade contra o M. leprae, e sabe-se que a

suscetibilidade ao bacilo tem influência genética (BRASIL, 2016).

Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem chances

maiores de adoecer. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente e a

mais provável via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores

(mucosa nasal e orofaringe), por meio de contato próximo e prolongado, muito

frequente na convivência domiciliar. Por isso, o domicílio é apontado como

importante espaço de transmissão da doença. O período de incubação dura em

média de 2 a 7 anos. As pessoas com a forma MB, no entanto, constituem o

grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento

específico não for iniciado (BRASIL, 2016).

As manifestações clínicas da doença estão diretamente relacionadas ao

tipo de resposta ao M. leprae:

60

• Hanseníase indeterminada – forma inicial, evolui espontaneamente para a

cura na maioria dos casos ou evolui para as formas polarizadas em cerca de

25% dos casos, o que pode ocorrer no prazo de 3 a 5 anos.

• Hanseníase tuberculóide – forma mais benigna e localizada que aparece em

pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de

limites bem definidos e pouco elevados, e com ausência de sensibilidade

(dormência).

• Hanseníase dimorfa (ou borderline) – forma intermediária, resultante de uma

imunidade também intermediária, com características clínicas e laboratoriais

que podem se aproximar do polo tuberculóide ou virchowiano. A variedade de

lesões cutâneas é maior e estas se apresentam como placas, nódulos

eritemato-acastanhados, em grande número, com tendência à simetria.

• Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa) – nesse caso, a imunidade celular

é nula e o bacilo se multiplica com mais facilidade, levando a uma maior

gravidade, com anestesia dos pés e mãos. Esse quadro favorece os

traumatismos e feridas, que por sua vez podem causar deformidades, atrofia

muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele

(nódulos).

O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por

meio da análise da história e condições de vida do paciente, além do exame

dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de

sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor

e/ou autonômico).

A classificação operacional do caso de hanseníase, visando ao

tratamento poliquimioterápico (PQT), é baseada no número de lesões

cutâneas, de acordo com os seguintes critérios:

• PB – casos com até 5 lesões de pele;

• MB – casos com mais de 5 lesões de pele.

O encerramento da PQT deve acontecer segundo os critérios de

regularidade no tratamento: número de doses e tempo de tratamento, de

acordo com cada esquema mencionado anteriormente, sempre com avaliação

neurológica simplificada, avaliação do grau de incapacidade física e orientação

para os cuidados após a alta (BRASIL, 2016).

61

Segundo a OMS, 105 países tiveram casos de hanseníase notificados

em 2012. Aproximadamente 182.000 pessoas estavam em tratamento no início

do mesmo ano. O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial no número de

casos, foram registrados 49 mil na última década, perdendo apenas para a

Índia, país asiático com densidade populacional 15 vezes maior e duas vezes

mais pobre (PROHANSEN, 2016).

O Brasil apresenta situação muito preocupante, principalmente pelo

registro de caos em crianças e adolescentes com menos de 15 anos. De

acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram detectados quase

29 mil casos no país com 1936 casos em menores de 15 anos.De 2001 a 2011

diminuíram 26 % dos casos no país, enquanto que mundialmente essa

porcentagem gira em torno de 40 % (PROHANSEN, 2016).

No Paraná, os casos de hanseníase apresentam tendência de redução

significativa, em 2003 foram registrados 1722 casos novos no SINAN e em

2012 foram 996 casos. Redução de aproximadamente 58% no período

(PROHANSEN, 2016).

Em Pinhais, a redução no número de casos foi expressiva, como pode

ser observado na Figura 06 e na Tabela 35, na série histórica de 2009 a 2015 a

redução chegou a 75% no número de casos.

Figura 08- Número e Coeficiente de Detecção dos Casos Novos de

Hanseníase por 100.000 habitantes. Pinhais, 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Número

Coeficiente de

Detecção

62

Tabela 35 – Número de casos de Hanseníase segundo a faixa etária e ano de

diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária (anos)

Ano de Diagnóstico Total

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

20-34 01 00 01 00 00 01 01 04 35-49 02 02 01 00 00 00 00 05 50-64 02 00 00 02 02 00 01 07 65-79 02 00 01 00 00 01 00 04 80 e + 01 00 00 00 00 00 00 01 Total 08 02 03 02 02 02 02 21

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Considerando as notificações realizadas no período de 2009 a 2015,

81% dos casos foram identificados no sexo masculino, sendo que de 2011 a

2015 não foram identificados casos no sexo feminino (Tabela 36).

Tabela 36 – Número e índice de casos de Hanseníase segundo o sexo e ano

de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano de Diagnóstico

Masculino Feminino Nº % Nº % Total

2009 05 62,5 03 37,5 08 2010 01 50 01 50 02 2011 03 100 00 00 03 2012 02 100 00 00 02 2013 02 100 00 00 02 2014 02 100 00 00 02 2015 02 100 00 00 02 Total 17 80,95 04 19,05 21

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

De 2009 a 2015, foram notificados 21 casos de hanseníase no município

de Pinhais, destes 76 % foram classificados como MB. Com ausência de casos

PB de 2013 a 2015. (Tabela 37)

63

Tabela 37 – Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a

classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a

2015.

Ano de Diagnóstico

Paucibacilar Multibacilar Total

Nº % Nº % 2009 03 37,5 05 62,5 08 2010 01 50 01 50 02 2011 00 00 03 100 03 2012 01 50 01 50 02 2013 00 00 02 100 02 2014 00 00 02 100 02 2015 00 00 02 100 02 Total 05 23,81 16 76,19 21

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Figura 09- Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo a

classificação operacional na notificação e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a

2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

A maioria dos casos notificados no município de Pinhais foram

cadastrados como caso novo, no período de 2009 a 2015 foi registrado 01

casos de recidiva (Tabela 38). Ao analisarmos a forma clínica mais incidente, a

Virchowiana corresponde a 37,5% dos casos no período, seguida da dimorfa

com 29,17% (Tabela 39). Do total de casos notificados 45,83% apresentaram

37,50

50,00

0,00

50,00

0,00 0,00 0,00

62,50

50,00

100,00

50,00

100,00 100,00 100,00

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Paucibacilar

Multibacilar

64

Grau I de incapacidade e 29,17 Grau II, fato preocupante, pois implica na

demora do diagnóstico do agravo (Tabela 40).

Tabela 38 – Número e percentual de todos os casos de Hanseníase segundo o

modo de entrada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

Modo de Entrada Ano do Diagnóstico

Total 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Caso Novo 8 2 3 2 2 2 2 21 % 88,89 100,00 75,00 100,00 100,00 66,67 100,00 87,50

Transferência 1 0 0 0 0 0 0 1 % 11,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17

Recidiva 0 0 1 0 0 0 0 1 % 0,00 0,00 25,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17

Outros Reingressos 0 0 0 0 0 1 0 1 % 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 33,33 0,00 4,17

Total 9 2 4 2 2 3 2 24 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Tabela 39– Número e índice de todos os casos de Hanseníase segunda a

forma clínica notificada e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

Forma Clínica Ano do Diagnóstico

Total 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Indeterminada 2 0 0 0 0 0 0 2 % 22,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33

Tuberculóide 3 0 0 1 0 0 0 4 % 33,33 0,00 0,00 50,00 0,00 0,00 0,00 16,67

Dimorfa 0 1 2 0 2 1 1 7 % 0,00 50,00 50,00 0,00 100,00 33,33 50,00 29,17

Virchowiana 3 0 2 1 0 2 1 9 % 33,33 0,00 50,00 50,00 0,00 66,67 50,00 37,50

Não Classificada 1 1 0 0 0 0 0 2 % 11,11 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,33

Total 9 2 4 2 2 3 2 24 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

65

Tabela 40 – Número e índice de todos os casos de Hanseníase segundo o

grau de incapacidade física no diagnóstico e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009

a 2015.

Grau de Incapacidade

Ano do Diagnóstico Total

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Grau Zero 2 0 0 1 0 1 1 5

% 22,22 0,00 0,00 50,00 0,00 33,33 50,00 20,83 Grau I 5 0 4 1 1 0 0 11

% 55,56 0,00 100,00 50,00 50,00 0,00 0,00 45,83 Grau II 2 1 0 0 1 2 1 7

% 22,22 50,00 0,00 0,00 50,00 66,67 50,00 29,17 Não Avaliado 0 1 0 0 0 0 0 1

% 0,00 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,17 Total 9 2 4 2 2 3 2 24

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município de

Pinhais, 82,61% concluíram com cura. No período ocorreu 01 caso de óbito de

pessoa em tratamento, 01 caso de transferência e 02 casos apresentaram erro

de diagnóstico (Tabela 41).

Tabela 41 – Número e índice de casos novos de Hanseníase segundo todos os

tipos de saídas e ano de diagnóstico. Pinhais, 2009 a 2015.

An

o

Dia

gn

óst

ico

Tipo de Saída

Total Cura Transferência

(outro município)

Óbito Erro

diagnóstico

Nº % Nº % Nº % Nº %

2009 08 87,50 01 12,50 00 0,00 00 0,00 09 2010 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2011 03 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 03 2012 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2013 02 66,67 00 0,00 00 0,00 01 33,33 03 2014 02 100,00 00 0,00 00 0,00 00 0,00 02 2015 01 33,33 00 0,00 01 33,33 01 33,33 03 Total 19 82,61 01 4,35 01 4,35 02 8,70 24

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

66

HEPATITES VIRAIS

Questão recorrente sobre as hepatites virais é a limitação em quantificar

e explicar com precisão a morbidade e mortalidade desses agravos.Tal

dificuldade resulta do fato que as hepatites virais são doenças causadas por

diferentes vírus hepatotrópicos que apresentam características

epidemiológicas,clínicas e laboratoriais distintas, com diferentes vias de

transmissão e, em alguns casos, com sinais e sintomas manifestos décadas

após o contágio (BRASIL, 2015).

Os mais relevantes para estudo epidemiológico local são os vírus A

(HAV), B (HBV) e C (HCV).As hepatite viral A é de transmissão fecal-oral e

está relacionada às condições de saneamento básico, higiene pessoal,

qualidade da água e dos alimentos.As hepatites virais B e C são transmitidas

pelo sangue (via parenteral, percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal

(via sexual). A transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos

contaminados, como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente,

alicates e acessórios de manicure e pedicure, materiais para colocação de

piercing e para confecção de tatuagens, materiais para escarificação da pele

para rituais, instrumentos para uso de substâncias injetáveis, inaláveis

(cocaína) e pipadas (crack). Pode ocorrera transmissão também em acidentes

com exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos, odontológicos,

hemodiálise, transfusão, endoscopia, entre outros, quando as normas de

biossegurança não são aplicadas (BRASIL, 2015).

Por representarem um problema de saúde pública no país, o sistema

nacional de vigilância epidemiológica estabeleceu a notificação compulsória

das hepatites desde o ano de 1996, para monitorar o comportamento desses

agravos e seus fatores condicionantes e determinantes, com a finalidade de

recomendar medidas de prevenção e controle e avaliar o seu impacto.

Contudo, em pouco menos de duas décadas da implantação da notificação

compulsória, os dados do sistema de vigilância ainda não são suficientemente

confiáveis para avaliar as taxas de infecção na população, devido às

características do agravo (subdiagnóstico) e à subnotificação de casos

diagnosticados no sistema de notificação (BRASIL, 2015).

No Brasil, de 1999 a 2015, foram notificados no SINAN 514.678 casos

confirmados de hepatites virais. Destes, 161.605 (31,4%) são referentes aos

67

casos de hepatite A, 196.701 (38,2%) de hepatite B, 152.712(29,7%) de

hepatite C e 3.660 (0,7%) de outras (BRASIL, 2015).

De 2000 a 2014 foram identificados, no Brasil, pelo SIM, 56.335 óbitos

associados às hepatites virais dos tipos A, B e C. Destes, 1,8% foram

associados à hepatite viral A; 21,9% à hepatite B; 75,2% à hepatite C e 1,1% à

outras (BRASIL, 2015).

As regiões Sudeste e Sul concentram 86% dos casos notificados de

hepatite C no Brasil, sendo a Região Sudeste responsável por 60% dos casos.

Do mesmo modo que na hepatite B, esse número expressivo de casos nas

regiões Sudeste e Sul em relação às demais regiões pode ser devido a

problemas com relação à notificação de casos nas regiões Norte e Nordeste

(BRASIL, 2015).

Hepatite A Para fins de vigilância epidemiológica no Brasil, define-se como caso

confirmado de hepatite Ao indivíduo que preencha as condições de caso

suspeito e que apresente anti-HAV IgM reagente, ou que preencha as

condições de caso suspeito e vínculo epidemiológico com caso confirmado.O

caso suspeito deve apresentar alguns dos seguintes sintomas: febre, mialgia,

artralgia, astenia,dispepsia, náuseas, diarreia, icterícia, colúria e acolia

(PARANÁ, 2015).

A notificação compulsória da hepatite A no país começou em 1996, e em

1999 a taxa de incidência por 100.000 habitantes era de 0,5. A partir desse

ano, foi observado incremento na notificação de casos até se atingir um pico de

incidência em 2005 (11,7). A partir de 2006, após a revisão da definição de

caso, a taxa de incidência por 100.000 habitantes diminuiu, chegando a3,6 em

2010. Além disso, como este agravo esta relacionado às condições de higiene

e veiculação hídrica, as melhorias de infraestrutura de saneamento básico

ocorridas concomitantemente impactaram na redução significativa da

incidência deste agravo (PARANÁ, 2015).

No Brasil, no período de 2000 a2014houve um decréscimo a partir de

2005 no número de casos diagnosticados de hepatite. Essa redução pode ser

atribuída à melhoria do sistema de saneamento básico e de oferta de água

68

tratada no país. Nesse período observou-se maior concentração de casos nas

idades de 5 e 6 anos e decréscimo nas demais faixas etárias (BRASIL, 2015).

As regiões Nordeste e Norte apresentam o maior número de casos,

porém sem grandes diferenças em relação à faixa etária dos casos

diagnosticados. Não há diferenças na ocorrência de hepatite A entre os sexos.

A infecção ocorre principalmente antes dos 10 anos de idade em todo o Brasil,

e o pico no número de casos, para ambos os sexos, se dá entre 5 e6 anos de

idade(BRASIL, 2015).

Destaca-se no Paraná a redução do número de casos de 4.458

(incidência de 46casos por 100 mil habitantes) em 2001 para 81 em 2011 (0,78

casos por 100 mil habitantes),devido ao novo critério de definição de caso

(2006) e também o melhor controle deste agravo (PARANÁ, 2015).

Em Pinhais, no período de 2009 a 2015, foram notificados no SINAN 05

casos de Hepatite A, predominantemente no sexo feminino, sendo que nos

anos de 2014 e 2015 não foram registrado casos (Tabela 42). Com faixa etária

variável, sendo 02 casos em menores de 5 anos, 01 caso na faixa etária de 20

a 34 anos e 02 casos acima de 35 anos (Tabela 43).

Importante destacar a introdução da vacina contra Hepatite A pelo PNI

no calendário vacinal da criança a partir de 2014, fator que favorece em muito

na redução dos casos associados as medidas de saneamento básico, higiene e

qualidade da água.

Tabela 42 - Distribuição de casos de hepatite A por sexo. Pinhais, 2009 a

2015.

Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 01 00 00 03 01 00 00 05 Masculino 00 00 00 00 00 00 00 00

Total 01 00 00 03 01 00 00 05 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

69

Tabela 43 - Distribuição de casos de Hepatite A por faixa etária. Pinhais, 2009

a 2015.

Faixa Etária

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

< 1 ano 00 00 00 00 01 00 00 01 1-4 01 00 00 00 00 00 00 01

20-34 00 00 00 01 00 00 00 01 35-49 00 00 00 02 00 00 00 02 Total 01 00 00 03 01 00 00 05

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Hepatite B A OMS estima que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo já tiveram

contato com o vírus da hepatite B (VHB) e que 325 milhões se tornaram

portadores crônicos. O Ministério da Saúde estima que no Brasil pelo menos

15% da população já esteve em contato com o VHB (definida pela presença de

antiHBc IgG reagente com antígeno Hbs negativo) e que 1% da população

apresenta doença crônica relacionada a esse vírus (definida pela persistência

de antígeno Hbs reagente por 6 meses ou mais) (PARANÁ, 2015).

A região Sul reponde por 29,6% dos casos de hepatite B (HB)

notificados no Brasil no ano de 2010, que totalizou 13.188 casos. Nesse

mesmo ano observa-se uma taxa de detecção de 14,3 casos de hepatite B por

100.000 habitantes na região Sul, acima da taxa de detecção nacional (6,9

casos por 100.000 habitantes). As notificações das regiões Sudeste e Sul

correspondem a mais de 65% dos casos do Brasil.Estudos epidemiológicos

mais detalhados são necessários para justificar tal discrepância de notificação

entre as regiões. Isso pode sugerir que a região Sul tenha um sistema de

vigilância mais sensível, porém talvez outros fatores possam estar

influenciando essa maior prevalência, como hábitos da população, acúmulos

de casos em famílias, sobretudo na região Oeste (PARANÁ, 2015).

Para fins de Vigilância Epidemiológica no Brasil, define-se como caso

confirmado de hepatite B o indivíduo que preenche as condições de caso

suspeito e que apresente um ou mais marcadores sorológicos reagentes

(HbsAg reagente, antiHBc IgM reagente, HbeAg reagente) ou exame de

biologia molecular para hepatite B (DNA do HBV detectável) (PARANÁ, 2015).

70

No período de 2007 a 2013 foram notificados 11.350 casos confirmados

de HB. Os dados do SINAN Web (entre 2004 a 2006) compilam 1.098 casos

em 2004, 1.222 casos em 2005 e 974casos em 2006, com um total de 3.294

casos acumulados neste período, perfazendo 14.644 casos acumulados no

estado de 2004 a 2013 (PARANÁ, 2015).

A 2ª Regional de Saúde Metropolitana apresentou 2.189 casos de 2007

a 2013 com taxa de detecção acumulada de 66,29 casos para cada 100.000

habitantes. Em 2010 foram registrados 393 casos e em 2013, 292 casos.

O município de Pinhais apresentou 171 casos de Hepatite B notificados

de 2009 a 2015, com intensificação na notificação de cicatriz sorológica nos

anos de 2011 e 2012. A taxa de detecção acumulada no período foi 55,09

casos para cada 100.000 habitantes, mantendo o padrão da Regional de

Saúde (Tabela 44).

Tabela 44- Distribuição de casos de Hepatite B por classificação final. Pinhais,

2009 a 2015.

Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Confirmação laboratorial 04 07 18 09 10 13 09 70 Cicatriz sorológica 02 08 48 18 12 10 03 101

Total 06 15 66 27 22 23 12 171 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Conforme podemos observar na Tabela 45 a faixa etária com maior

número de casos está entre 20 e 64 anos, com distribuição pouco significativa

entre os sexos (Tabela 46).

Tabela 45 - Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B

por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 00 01 00 00 00 00 01 15-19 01 00 00 00 00 02 00 03 20-34 01 01 04 02 04 06 01 19 35-49 01 05 10 06 02 04 03 31 50-64 01 01 01 01 03 00 05 12 65-79 00 00 02 00 01 01 00 04 Total 04 07 18 09 10 13 09 70

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

71

Tabela 46- Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite B

por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 02 04 08 05 07 06 04 36 Masculino 02 03 10 04 03 07 05 34

Total 04 07 18 09 10 13 09 70 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

A Figura 08 demonstra os casos notificados segundo a forma clínica, a

maior discrepância dos dados está na cicatriz sorológica em 2011, quando o

Centro de testagem e Aconselhamento (CTA) do município realizou busca dos

casos que apresentaram resultados reagentes nos exames AntiHBc e AntiHBs

simultaneamente, de 2009 a 2010 corrigindo os casos de subnotificação.

Figura 10 – Casos confirmados de Hepatite B, segundo forma clínica. Pinhais,

2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

A Tabela 47 apresenta a cobertura vacinal de Hepatite A e Hepatite B no

município de Pinhais, no período de 2009 a 2015. A vacina contra Hepatite A

foi incorporada ao calendário vacinal em 2014, apresentando ótimos resultados

de cobertura vacinal em 2015. A vacinação contra Hepatite B apresentou 100%

de cobertura até 2012, declinando a partir de 2013, demonstrando a

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cicatriz 2 8 48 18 12 10 3

Agudos 0 2 2 1 1 0 0

Crônicos 4 5 16 8 9 13 9

0

10

20

30

40

50

60

72

necessidade de intensificação de trabalho e busca ativa para melhoria da

cobertura.

Tabela 47 - Cobertura Vacinal Hepatite A e Hepatite B. Pinhais 2009 a 2015.

Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Hepatite A ... ... ... ... ... 64,56 106,08

Hepatite B em < 1mês ... ... ... ... ... 110,47 120,97

Hepatite B 107,15 118,85 106,32 100,22 90,17 97,61 90,7 Fonte: TABNET

Hepatite C

A hepatite C é na maioria das vezes assintomática, menos de 20% dos

casos têm sintomas intermitentes e inespecíficos, dificultando ou tardando o

seu diagnóstico. Os sintomas podem aparecer em média até 20 anos após a

infecção, sendo uma doença silenciosa. Geralmente o diagnóstico é realizado

em pesquisa do anti-HCV em doadores de sangue, em campanhas de

testagem rápida ou quando é feita avaliação de pacientes com elevação das

aminotransferases. Os diagnósticos tardios são feitos na fase de

descompensação de doença hepática. Na fase aguda, icterícia ocorre em

menos de 10% dos casos. A maioria dos casos (mais de 80%) cronifica

(PARANÁ, 2015).

Segundo estimativa da OMS, há 170 milhões de portadores de hepatite

C, aproximadamente 3% da população mundial. O Brasil é considerado um

país de endemicidade intermediária para hepatite C, com prevalência da

infecção situada entre 2,5% e 10% (PARANÁ, 2015).

No Brasil, a notificação compulsória dos casos de hepatite C começou

em 1996 e, em 1999, a taxa de detecção desse agravo no país era 0,1 por 100

mil habitantes. A partir desse ano, a taxa aumentou, alcançando 5,0 em 2006 e

5,4 em 2010. As regiões do Brasil que apresentam taxas de detecção maiores

que as nacionais são as regiões Sudeste e Sul. No período de 1999 a 2011,

foram notificados no SINAN 82.041 casos de hepatite C no Brasil, sendo 22,3%

na região Sul (PARANÁ, 2015).

Para fins de Vigilância Epidemiológica, define-se caso confirmado de

vírus hepatite C (HCV) o indivíduo que preenche as condições de caso

73

suspeito e que apresente anti-HCV reagente ou exame de biologia molecular

por HCV (RNA do HCV detectável) (PARANÁ, 2015).

Entre 2007 a 2013, o número de casos acumulados de Hepatite C no

Paraná foi 6.384. Os dados do SINAN Web (entre 2004 e 2006) compilam 790

casos em 2004, 752 casos em 2005 e 699 casos em 2006, com um total de

2.241 casos acumulados neste período. Sendo 8.625 casos acumulados no

estado de 2004 a 2013. O maior número de casos concentra-se na 2ª RS,

variando de 359 casos notificados em 2007 para 415 casos confirmados em

2013. O maior acúmulo de casos ocorre na idade de 30 anos ou mais,

representando a população nascida antes dos anos 70 e 80 e exposta ao risco

parenteral (PARANÁ, 2015).

Conforme podemos observar na Tabela 48, o município de Pinhais

apresenta um aumento do número de casos confirmados de Hepatite C no

período de 2009 a 2015. Os dados representam um aumento da taxa de

detecção de 7,60 casos para cada 100.000 habitantes em 2009 para

18,89casos para cada 100.000 habitantes em 2015, com destaque para o ano

de 2012 que apresentou taxa de detecção de 24,29 casos para cada 100.000

habitantes, três vezes a taxa de detecção do estado que para o ano foi de 8,61

casos para cada 100.000 habitantes. Os dados do ano de 2009 se

assemelham a taxa do estado do Paraná foi de 7,95 para cada 100.000

habitantes.

Tabela 48- Distribuição de casos de Hepatite C por classificação final. Pinhais,

2009 a 2015.

Classificação Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Confirmação laboratorial 09 17 18 29 18 18 24 133 Cicatriz sorológica 05 03 02 09 03 01 07 30

Total 14 20 20 38 21 19 31 163 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

A tabela 49 demonstra a distribuição dos casos notificados no município

de Pinhais no período de 2009 a 2015 por sexo, como pode ser observado,

55% dos casos ocorreram no sexo feminino e 45% no sexo masculino. A faixa

etária com maior número de casos é acima de 20 anos, com destaque para

casos acima de 35 anos (Tabela 50).

74

Tabela 49- Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C

por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

Sexo 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Feminino 03 11 13 16 08 08 14 73 Masculino 06 06 05 13 10 10 10 60

Total 09 17 18 29 18 18 24 133 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

Tabela 50 - Distribuição de casos com confirmação laboratorial de Hepatite C

por faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total < 1 ano 00 00 00 00 00 00 01 01 15-19 00 00 00 00 00 00 01 01 20-34 02 03 04 06 02 04 03 24 35-49 02 07 06 12 11 03 12 53 50-64 05 07 08 09 04 06 05 44 65-79 00 00 00 02 01 05 01 09 80 e + 00 00 00 00 00 00 01 01 Total 09 17 18 29 18 18 24 133

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

75

INFLUENZA

A Influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de

elevada transmissibilidade e distribuição global. Geralmente tem evolução

autolimitada, podendo, contudo, apresentar-se de forma grave (BRASIL, 2016).

O vírus influenza se subdivide em três tipos antigenicamente distintos: A,

B e C. O vírus tipo A é mais suscetível as variações antigênicas, o que contribui

para a existência de diversos subtipos. O vírus influenza tipo A infecta o

homem, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; o tipo B infecta

exclusivamente humanos; e o tipo C, humanos e suínos. Em geral, a

transmissão ocorre dentro da mesma espécie, exceto entre os suínos, cujas

células possuem receptores para os vírus humanos e aviários (BRASIL, 2016).

A transmissão direta (pessoa a pessoa) é mais comum e ocorre por

meio de gotículas, expelidas pelo indivíduo infectado com o vírus influenza, ao

falar, espirrar e tossir. Eventualmente, pode ocorrer transmissão pelo ar, pela

inalação de partículas residuais, que podem ser levadas a distancias maiores

que 1 metro. Também há evidencias de transmissão pelo modo indireto, por

meio do contato com as secreções de outros doentes, nesse caso, as mãos

são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais

diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular (BRASIL, 2016).

O período de incubação em geral é de 1 a 4 dias. Indivíduos adultos

saudáveis infectados transmitem o vírus entre 24 e 48 horas antes do início dos

sintomas, porém em quantidades mais baixas do que durante o período

sintomático. Nesse período, o pico da excreção viral ocorre principalmente

entre as primeiras 24 até 72 horas do início da doença, e declina até níveis não

detectáveis por volta do 5º dia, após o início dos sintomas. Pessoas com alto

grau de imunodepressão podem excretar vírus por semanas ou meses. As

crianças, comparadas aos adultos, também excretam vírus mais

precocemente, com maior carga viral e por longos períodos (BRASIL, 2016).

A suscetibilidade é geral. A imunidade aos vírus influenza é adquirida a

partir da infecção natural ou por meio de vacinação, sendo que esta garante

imunidade apenas em relação aos vírus homólogos da sua composição. Assim,

um hospedeiro que tenha tido uma infecção com determinada cepa terá pouca

ou nenhuma imunidade contra uma nova infecção por uma cepa variante do

mesmo vírus. Isso explica, em parte, a grande capacidade deste vírus em

76

causar frequentes epidemias e a necessidade de atualização constante da

composição da vacina com as cepas circulantes(BRASIL, 2016).

Classicamente, o quadro clínico da influenza sazonal tem início abrupto,

com sintomas de síndrome gripal (SG), como febre, tosse seca, dor de

garganta, mialgia, cefaleia e prostração. Geralmente, tem resolução

espontânea em aproximadamente 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a

fadiga possam permanecer por algumas semanas e em alguns casos,

principalmente em indivíduos com fatores e/ou condições de risco, pode evoluir

para síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Epidemiologicamente, a influenza é uma doença sazonal, com a

ocorrência de epidemias quase que exclusivamente nos meses de inverno. No

século XX, ocorreram três importantes pandemias de influenza, a gripe

espanhola (1918-20), a gripe asiática (1957-60) e a de Hong Kong (1968-72),

que, juntas, resultaram em altas taxas de mortalidade, com quase 1 milhão de

óbitos. A importância da influenza como questão de saúde publica cresceu

após o ano de 2009, quando se registrou a primeira pandemia do século XXI,

devido ao vírus influenza A (H1N1) pdm09, com mais de 190 países notificando

milhares de casos e óbitos pela doença (BRASIL, 2016).

Como medida de prevenção, a vacina influenza trivalente, é realizada

anualmente, capaz de promover imunidade efetiva e segura durante o período

de circulação sazonal do vírus. A composição e a concentração de antígenos

são atualizadas a cada ano, em função dos dados epidemiológicos que

apontam o tipo e cepa do vírus influenza que está circulando de forma

predominante nos hemisférios Norte e Sul. A estratégia de vacinação no país é

direcionada para grupos prioritários com predisposição para complicações da

doença e a vacina e administrada anualmente (BRASIL, 2016).

Em abril de 2009, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças

(CDC/EUA) identificou o vírus da influenza pandêmica A/H1N1 2009 e, em

julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por esse

novo subtipo viral. A partir da SE 28 de 2009, o Ministério da Saúde passou a

priorizar os casos de SRAG e aquelas pessoas que apresentassem fatores de

risco para complicação da doença mesmo após a fase pandêmica da influenza

A/H1N1, declarada em agosto de 2010. O monitoramento e as ações

preventivas continuam, considerando que o vírus permanece circulando junto a

77

outros vírus sazonais. Em 2010, passaram a ser notificados apenas os casos

de SRAG hospitalizados (BRASIL, 2012).

Em 2009, o estado do Paraná registrou 40.015 casos de SRAG, das

quais 76,6 % foram causadas pelo vírus A/H1N1. Em 2010, foram registrados

1.573 casos de SRAG sendo 21,9 % causadas pelo vírus A/H1N1. Em 2011,

814 casos de SRAG sendo 0,2% causados pelo vírus A/H1N1 (BRASIL, 2012).

No Brasil, os casos de SRAG hospitalizados confirmados para influenza

A/H1N1 acometeu faixas etárias mais jovens, com maior incidência nos

menores de dois anos em ambos os sexos. As mulheres em idade fértil e as

gestantes foram 17% dos casos em 2009, 35,6% em 2010 e de 36,7% em

2011. Em 2009 e 2010, 33% dos casos relataram pelo menos uma

comorbidade. Em 2011, o percentual foi de 44% (BRASIL, 2012).

No país, 2.060 casos de SRAG confirmados para influenza A/H1N1

evoluíram para óbito em 2009, 113 em 2010 e 21 em 2011. A região sudeste

apresentou o maior número absoluto de óbitos em 2009, a região norte em

2010 e a região sul em 2011 (BRASIL, 2012).

No município de Pinhais, foram notificados 1176 casos de Influenza no

período de 2009 a 2015, seguindo o parâmetro da pandemia 2009 foi o ano

com maior número de casos respondendo por 82% dos casos do período

(Tabela 51).

Tabela 51 – Número de casos de Influenza por ano, segundo classificação final

por Ficha de Investigação Antiga e Nova. Pinhais, 2009 a 2015.

Classificação Final F.I. Antiga 2009 2010 2011 2012* 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 449 08 00 05 20 20 22 524 Influenza por novo subtipo viral 422 03 00 08 02 02 02 439 Outro agente infeccioso 07 00 05 08 16 11 20 67 Descartado 89 12 08 35 01 01 00 146 Total 967 23 13 56 39 34 44 1176

Fonte: SINAN Influenza Web

Classificação Final F.I. Nova 2009 2010 2011 2012* 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 449 08 00 00 00 00 00 457

SRAG por Influenza 422 03 00 08 02 02 02 439

SRAG por outros vírus respiratórios 07 00 05 08 16 11 20 67

SRAG por outros agentes etiológicos 89 12 08 35 01 01 00 146

SRAG não especificada 00 00 00 05 20 20 22 67

Total 967 23 13 56 39 34 44 1176 Fonte: SINAN Influenza Web / *Ficha de Registro Individual Nova implantada em 22/08/2012.

78

Do total de casos notificados no município de Pinhais no período de

2009 e 2015, 26% foram confirmados laboratorialmente e 33% com critérios

clínico – epidemiológico (Tabela 52).

Tabela 52– Número de casos de Influenza por critério de classificação. Pinhais,

2009 a 2015.

Critério confirmação 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 456 07 00 00 00 00 00 463

Laboratorial 145 09 10 45 35 25 36 305

Clínico-epidemiológico 366 07 03 10 00 00 00 386

Clínico 00 00 00 01 04 09 08 22

Total 967 23 13 56 39 34 44 1176 Fonte: SINAN Influenza Web

No Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) estão registrados 09

óbitos pelos CIDs J09 influenza devido ao vírus gripe aviária, J10Influenza

devido a outro vírus Influenza identificado e J11 Influenza (gripe) devido a vírus

não identificado. Destaca-se o ano da pandemia com 67% dos óbitos. No

acumulado, 2009 a 2015, a faixa etária de 20 a 29 anos prevalece com 44%

(Tabela 53).

Tabela 53 – Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID J09,

J10 e J11. Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 15-19 01 00 00 00 00 00 00 01 20-29 03 00 00 01 00 00 00 04 30-39 01 00 00 00 00 00 01 02 40-49 01 00 00 00 00 00 00 01 70-79 00 00 00 01 00 00 00 01

TOTAL 06 00 00 02 00 00 01 09 Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM / TABNET.

A Tabela 54 apresenta a cobertura vacinal contra influenza no período

de 2009 a 2015. Nos anos de 2009 e 2010 a vacinação era direcionada aos

idosos, atingindo cobertura acima de 90% com queda nos anos seguintes. A

partir de 2011 foram incluídos na vacinação grupos prioritários, com maior

chance de desenvolver quadro de SRAG. O grupo de crianças apresentou

maior cobertura vacinal em 2012, com 90,24% do público alvo vacinado. O

79

grupo dos trabalhadores da área de saúde apresentou maior percentual de

cobertura em 2014 com 106,43% de vacinados. O grupo de gestantes

apresentou baixa cobertura na série histórica, sendo observada melhor taxa de

cobertura em 2014 com 89,04%. A vacinação em puérperas, iniciada em 2013,

atingiu cobertura acima de 85% no período analisado.

Tabela 54– Cobertura Vacinal da Influenza. Pinhais, 2009 a 2015.

Série Histórica Cobertura Vacinal Influenza 2009 a 2016

Grupo

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

M C M C M C M C M C M C M C

Crianças 0 0 2898 84,47% 2706 90,24% 2868 89,85% 8164 84,14% 8188 80,21%

Trabalhadores de saúde 0 0 1538 72,37% 1538 96,16% 1775 81,24% 1586 106,43% 1586 84,55%

Gestantes 0 0 1653 55,47% 1353 70,21% 1434 77,55% 1505 89,04% 1517 76,93%

Puérperas 0 0 0 0 236 86,44% 247 91,90% 249 110,04%

Idosos 9173 91,25% 9173 92,87% 9173 85,57% 9736 76,82% 9933 84,75% 9933 81,23% 9933 85,09%

Fonte: SIPNI

M - Meta

C - Cobertura

80

LEPTOSPIROSE

Doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode

variar desde um processo inaparente até formas graves. Causada por bactéria

gênero Leptospira, do qual se conhecem 14 espécies patogênicas, sendo a

mais importante a L. interrogans. Apresenta como reservatórios, animais

sinantrópicos domésticos e selvagens. Os principais são os roedores das

espécies Rattusnorvegicus(ratazana ou rato de esgoto), Rattusrattus (rato de

telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Esses animais

não desenvolvem a doença quando infectados e albergam a leptospira nos

rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando água, solo e

alimentos. O homem é apenas hospedeiro acidental e terminal, dentro da

cadeia de transmissão (BRASIL, 2016).

A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta a urina de

animais infectados. A penetração do microrganismo ocorre através da pele com

presença de lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água

contaminada ou através de mucosas. Outras formas de transmissão possíveis,

porém com rara frequência, são: contato com sangue, tecidos e órgãos de

animais infectados; transmissão acidental em laboratórios; e ingestão de água

ou alimentos contaminados. A transmissão pessoa a pessoa é rara, mas pode

ocorrer pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas

infectadas (BRASIL, 2016).

O período de incubação varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias).

Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante

meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal. A suscetibilidade é

geral. A imunidade adquirida pós-infecção é específica, podendo um mesmo

indivíduo apresentar a doença mais de uma vez se o agente etiológico de cada

episódio pertencer a um sorovar diferente (BRASIL, 2016).

As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e

subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações

fulminantes. A fase precoce caracteriza-se pela instalação abrupta de febre,

comumente acompanhada de cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos,

dentre outros sintomas e pode não ser diferenciada de outras causas de

doenças febris agudas. Corresponde de 85 a 90% das formas clínicas, mas

81

poucos casos são identificados e notificados nessa fase da doença, em

decorrência das dificuldades inerentes ao diagnóstico clínico e a confirmação

laboratorial. Esta fase tende a ser autolimitada e regride entre 3 e 7 dias sem

deixar sequelas. Costuma ser diagnosticada como uma "síndrome gripal",

"virose" ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou

influenza. A fase tardia da doença em aproximadamente 15% dos pacientes

com leptospirose ocorre à evolução para manifestações clínicas graves, que se

iniciam após a primeira semana da doença, mas podem aparecer mais cedo,

especialmente em pacientes com apresentações fulminantes. A manifestação

clássica da leptospirose grave e a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade

de icterícia, insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar

(BRASIL, 2016).

A leptospirose tem distribuição universal. No Brasil, é uma doença

endêmica; torna-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas

capitais e áreas metropolitanas, devido as enchentes associadas a

aglomeração populacional de baixa renda, condições inadequadas de

saneamento e alta infestação de roedores infectados (BRASIL, 2016).

Nos últimos 10 anos vêm-se confirmando uma média anual de mais de

3.600 casos,no país. As regiões Sudeste e Sul concentram o maior número de

casos confirmados, seguidas pelo Nordeste. Nesse mesmo período, são

registrados 375 óbitos em média, a cada ano.Trata-se de uma zoonose de

grande importância social e econômica por apresentar elevada incidência em

determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho,como

também por sua letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves

(BRASIL, 2016).

Algumas ocupações facilitam o contato com as leptospiras, como

trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de

lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, magarefes,

laboratoristas, militares e bombeiros, entre outras. Contudo, a maior parte dos

casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com

infraestrutura sanitária inadequada e expostos a urina de roedores (BRASIL,

2016).

A leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil. Tanto

a ocorrência de casos suspeitos isolados como a de surtos devem ser

82

notificadas, o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações

de vigilância epidemiológica e controle.

No período de 2009 a 2015, o Brasil registrou 28.776 casos confirmados

de leptospirose, com 2.425 óbitos, apresentando letalidade de 8,42%. No

mesmo período o estado do Paraná registrou 2.259 casos confirmados de

leptospirose, com 283 óbitos registrados, apresentando letalidade de 12,52%

(BRASIL< 2016).

A Tabela 55 apresenta os dados sobre notificações de leptospirose no

município de Pinhais no período de 2009 a 2015. No período foram notificados

196 casos, sendo confirmados 32 casos confirmados, dos quais 87,5%

ocorreram no sexo masculino (Tabela 55), a maioria dos casos concentra-se na

faixa etária de 30 a 59 anos (Tabela 56).

Tabela 55 – Número de casos de Leptospirose por classificação final. Pinhais,

2009 a 2015.

Classificação Final

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Confirmado 02 09 07 03 03 03 05 32

Descartado 07 12 31 17 34 30 33 164

Total 09 21 38 20 37 33 38 196 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

Figura 11– Número de casos de Leptospirose por sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

1

8

6

3

2

3

5

1 1 1

0

1

0 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Masculino Feminino

83

Tabela 56- Número de casos de Leptospirose confirmados por faixa etária.

Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

10 - 14 00 01 00 00 00 01 00 02

15 - 19 01 01 00 00 00 00 00 02

20 - 29 00 02 00 00 00 00 01 03

30 - 39 00 02 02 01 01 01 02 09

40 - 49 01 02 02 01 00 00 02 08

50 - 59 00 00 01 01 02 01 00 05

60 - 69 00 01 01 00 00 00 00 02

70 - 79 00 00 01 00 00 00 00 01

Total 02 09 07 03 03 03 05 32 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN

No Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) estão registrados 06

óbitos pelo CID A27 Leptospirose. Destaca-se o ano de 2011 com 67% dos

óbitos. No acumulado, 2009 a 2015, a faixa etária de 30 a 69 anos prevalece

com 33% (Tabela 56).

Tabela 57 – Número de Óbitos registrados no SIM segundo CID A27.

Pinhais, 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 20-29 00 00 01 00 00 00 00 01 30-39 00 01 01 00 00 00 00 02 60-69 00 01 01 00 00 00 00 02 70-79 00 00 01 00 00 00 00 01

TOTAL 00 02 04 00 00 00 00 06 Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM / TABNET.

84

MENINGITES

Doença Meningocócica

A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando se

apresenta na forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais

síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas e

a meningococcemia a forma mais grave. Causada pela Neisseria meningitidis

(meningococo), classificada em 12 diferentes sorogrupos: A, B, C, E, H, I, K, L,

W, X, Y e Z. Os sorogrupos A, B, C, Y, W e X são os principais responsáveis

pela ocorrência da doença invasiva e, portanto, de epidemias (BRASIL,2016).

Apresenta como reservatório o homem, sendo a nasofaringe o local de

colonização do microrganismo. A colonização assintomática da nasofaringe

pela N. meningitidis caracteriza o estado de portador que ocorre

frequentemente, chegando a ser maior que 10% em determinadas faixas

etárias nos períodos endêmicos, podendo o indivíduo albergar o meningococo

por período prolongado. As taxas de incidência de portadores são maiores

entre adolescentes e adultos jovens e em camadas socioeconômicas menos

privilegiadas (BRASIL, 2016).

A transmissão ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa, por meio de

secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. A

transmissão por fômites não é importante. Com período de incubação médio de

3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias (BRASIL, 2016).

Após a colonização da nasofaringe, a probabilidade de desenvolver

doença meningocócica invasiva dependerá da virulência da cepa, das

condições imunitárias do hospedeiro e da capacidade de eliminação do agente

da corrente sanguínea, pela ação de anticorpos séricos com atividade

bactericida mediada pela ativação do complemento. O baço também exerce um

importante papel na eliminação da bactéria na corrente sanguínea

(BRASIL,2016)

A transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da

nasofaringe. Em geral, a bactéria é eliminada da nasofaringe após 24 horas de

antibioticoterapia adequada. A suscetibilidade é geral, entretanto, o grupo

etário de maior risco são as crianças menores de 5 anos, principalmente as

menores de 1 ano (BRASIL,2016).

85

A meningite meningocócica é a forma mais frequente de doença

meningocócica invasiva e associa-se, em cerca de 60% dos casos, à presença

de lesões cutâneas petequiais bastante características. Sua ocorrência, assim

como a presença de sinais neurológicos focais, é menos frequente que nas

meningites por pneumococo ou por Haemophilus influenzae sorotipo B. Nos

casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas horas. Associa-

se a elevadas taxas de letalidade, geralmente acima de 40%, sendo a grande

maioria dos óbitos nas primeiras 48 horas do início dos sintomas (BRASIL,

2016).

A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de

preferência, logo após a punção lombar e a coleta de sangue para

hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de

tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência

(BRASIL,2016).

No Brasil, a doença meningocócica é endêmica, com ocorrência de

surtos esporádicos. O meningococo é a principal causa de meningite

bacteriana no país. Os coeficientes de incidência têm se mantido estáveis nos

últimos anos, com aproximadamente 1,5 a 2,0 casos para cada 100.000

habitantes. Acomete indivíduos de todas as faixas etárias, porém

aproximadamente 40 a 50% dos casos notificados ocorrem em crianças

menores de 5 anos de idade. Os maiores coeficientes de incidência da doença

são observados em lactentes, no primeiro ano de vida. A letalidade da doença

no Brasil situa-se em torno de 20% nos últimos anos. Na forma mais grave, a

meningococcemia, a letalidade chega a quase 50%. Desde a década de 1990,

os sorogrupos circulantes mais frequentes no Brasil foram o C e o B. Após um

período de predomínio do sorogrupo B, observa-se, a partir de 2005, um

aumento no número e na proporção de casos atribuídos ao sorogrupo C em

diferentes regiões do país. Em meados de 2010, devido ao aumento de

circulação do sorogrupo C e à alta incidência da doença observada em

crianças, a vacina meningocócica C (conjugada) foi introduzida no calendário

de vacinação da criança (BRASIL, 2016).

A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito protetor absoluto e

prolongado, tem sido adotada como uma medida eficaz na prevenção de casos

secundários. Está indicada para os contatos próximos de casos suspeitos de

86

doença meningocócica. O antibiótico de escolha para a quimioprofilaxia é a

rifampicina, que deve ser administrada em dose adequada e simultaneamente

a todos os contatos próximos, preferencialmente até 48 horas da exposição à

fonte de infecção (doente), considerando o prazo de transmissibilidade e o

período de incubação da doença. A recomendação para uso preferencial e/ou

restrito da rifampicina, além do tratamento da tuberculose no país, visa evitar a

seleção de cepas resistentes de meningococos (BRASIL, 2016).

Outras Meningites Bacterianas

Caracteriza-se como meningite o processo inflamatório das meninges,

membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causado por

bactérias.Pode ser causada por uma grande variedade de bactérias. A

prevalência de cada bactéria está associada a um dos seguintes fatores: idade

do paciente, porta de entrada ou foco séptico inicial; tipo e localização da

infecção no sistema nervoso central (SNC); estado imunitário prévio; situação

epidemiológica local (BRASIL,2016).

Além da Neisseria meningitidis (meningococo), os principais agentes

bacterianos causadores de meningite são: Streptococcus pneumoniae

(pneumococo) possui mais de 90 sorotipos imunologicamente distintos, que

causam doença pneumocócica invasiva (meningite, pneumonia bacterêmica,

sepse e artrite) e não invasiva (sinusite, otite média aguda, conjuntivite,

bronquite e pneumonia); Haemophilus influenzae que pode ser classificado em

seis sorotipos (A, B, C, D, E, F), a partir da diferença antigênica da cápsula

polissacarídica. O H. influenzae, desprovido de cápsula, se encontra nas vias

respiratórias de forma saprófita, podendo causar infecções assintomáticas ou

doenças não invasivas, tais como bronquite, sinusites e otites, tanto em

crianças quanto em adultos; Mycobacterium tuberculosis; Streptococcus sp.

especialmente os do grupo B; Streptococcus agalactie; Listeria

monocytogenes; Staphylococcus aureus; Pseudomonas aeruginosa; Klebsiella

pneumoniae; Enterobacter sp.; Salmonella sp.; Proteus sp (BRASIL,2016).

O principal reservatório é o homem. Em geral a transmissão ocorre de

pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da

nasofaringe. Geralmente o período de incubação é de 2 a 10 dias, em média 3

a 4 dias. Pode haver alguma variação em função do agente etiológico

87

responsável. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente

infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento. A suscetibilidade é

geral. As crianças menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano, e

pessoas maiores de 60 anos são mais suscetíveis à doença. Em relação à

meningite pneumocócica, idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos

ou de doenças imunossupressoras apresentam maior risco de adoecimento.

No caso do pneumococo, H. influenzae sorotipo b e M. tuberculosis a

imunidade é conferida por meio de vacinação específica (BRASIL, 2016).

O quadro clínico, em geral, é grave e caracteriza-se por febre, cefaleia,

náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais de

irritação meníngea, acompanhadas de alterações do líquido cefalorraquidiano

(LCR). No curso da doença podem surgir delírio e coma. Dependendo do grau

de comprometimento encefálico (meningoencefalite), o paciente poderá

apresentar também convulsões, paralisias, tremores, transtornos pupilares,

hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo. Casos fulminantes com sinais de

choque também podem ocorrer. As principais complicações são perda da

audição, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e

distúrbios visuais.

No Brasil, as principais ocorrências de meningite bacteriana, de

relevância para a saúde pública, são as causadas por N. meningitidis

(meningococo), S. pneumoniae(pneumococo) e Hib. O pneumococo é a

segunda maior causa de meningite bacteriana no Brasil, no país as crianças de

até 2 anos de idade são as mais acometidas pela meningite pneumocócica. Em

2010, a vacina conjugada 10-valente, que protege contra dez sorotipos do

pneumococo, foi disponibilizada no calendário de vacinação da criança para

crianças menores de 1 ano de idade. Em 1999, foi introduzida no país a vacina

contra o Hib, responsável por várias doenças invasivas, como meningites e

pneumonias, sobretudo em crianças. O Hib era a segunda causa mais comum

de meningite bacteriana no Brasil, sendo responsável por uma incidência

média anual em menores de 1 ano de 23,4 casos/100.000 hab. até 1999.

Observou-se, após a introdução da vacina, redução de mais de 90% no

número de casos, incidência e número de óbitos por meningite por H.

influenzae (BRASIL,2016).

88

Meningites Virais

Os principais agentes etiológicos das meningites virais são os vírus do

gênero Enterovírus, que possui como principal reservatório o homem. A via de

transmissão nas infecções por enterovírus predomina a via fecal-oral, podendo

ocorrer também por via respiratória. O período de incubação, situa-se

comumente entre 7 e 14 dias, podendo variar de 2 a 35 dias. Os enterovírus,

podem ser eliminados nas fezes por diversas semanas e pelas vias aéreas

superiores por períodos que variam de 10 a 15 dias. As crianças constituem o

grupo mais vulnerável às infecções (BRASIL,2016).

As manifestações clínicas mais frequentes são: febre, mal-estar geral,

náusea e dor abdominal na fase inicial do quadro, seguidas, após cerca de 1 a

2 dias, de sinais de irritação meníngea, com rigidez de nuca geralmente

acompanhada de vômitos. É importante destacar que os sinais e sintomas

inespecíficos que mais antecedem e/ou acompanham o quadro da meningite

asséptica por enterovírus são: manifestações gastrointestinais (vômitos,

anorexia e diarreia), respiratórias (tosse, faringite) e ainda mialgia e erupção

cutânea. Em geral o restabelecimento do paciente é completo, mas em alguns

casos pode permanecer alguma debilidade, como espasmos musculares,

insônia e mudanças de personalidade. A duração do quadro é geralmente

inferior a uma semana. Em geral, nos casos de enterovírus não há

complicações, a não ser que o indivíduo seja portador de alguma

imunodeficiência (BRASIL, 2016).

As meningites virais têm distribuição universal. Podem ocorrer casos

isolados e surtos principalmente relacionados aos enterovírus. A frequência de

casos se eleva nos meses do outono e da primavera. O aumento de casos

pode estar relacionado a epidemias de varicela, sarampo, caxumba e também

a eventos adversos pós-vacinais (BRASIL,2016).

Meningites por outras etiologias

Destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies

mais importantes a C. neoformanse a C. gattii. Entretanto, outros agentes,

como protozoários e helmintos, também podem ocasionar meningite.

89

Devido a importância epidemiológica, destacaremos as meningites

fúngicas (BRASIL, 2016).

A transmissão ocorre geralmente devido à inalação das formas

leveduriformes do ambiente. O período de incubação é em média entre 3

semanas e 3 meses antes da admissão, mas individualmente pode variar de 2

dias a 18 meses ou mais. A suscetibilidade é geral, o C. neoformanstem

caráter predominantemente oportunista e o C. gattiatinge prioritariamente

crianças e jovens hígidos. (BRASIL, 2016)

As manifestações clínicas variam de acordo com o estado imunológico

do paciente, apresentam-se mais frequentemente como meningite ou

meningoencefalite aguda ou subaguda, entretanto aparecem lesões focais

únicas ou múltiplas no SNC, simulando neoplasias, associadas ou não ao

quadro meníngeo. Nos pacientes com aids que apresentam cefaleia, febre,

demência progressiva e confusão mental, a meningite criptocócica deve ser

considerada. No indivíduo imunocompetente, o quadro é exuberante, e os

sintomas comumente descritos são: cefaleia, febre, vômitos, alterações visuais,

rigidez de nuca. Outros sinais neurológicos, como ataxia, alteração do sensório

e afasia, são comuns. Pode ocorrer evolução para torpor ou coma (BRASIL,

2016).

No município de Pinhais, foram notificados 103 casos de meningite no

período de 2009 a 2015. A Tabela 58 apresenta a distribuição dos casos

notificados por agente etiológico e taxa de incidência. Do total de casos 61,59%

dos casos foram meningite viral, 12,62% meningite bacteriana. No período

foram registrados apenas 01 caso de meningococcemia e 01 caso de

meningite por H. Influenzae. A meningite por S. pneumoniae representou

4,85% dos casos.

90

Tabela 58 – Número de casos e incidência de Meningite por 100.000 hab.,

segundo tipo, Pinhais 2009 a 2015.

Etiologia 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc. Nº Inc.

MCC 00 00 00 00 00 00 01 0,83 00 00 00 00 00 00

MTBC 00 00 00 00 00 00 01 0,83 00 00 01 0,79 01 0,78

MB 00 00 00 00 00 00 05 4,18 04 3,21 03 2,38 01 0,78

MNE 00 00 02 1,71 04 3,38 02 1,67 00 00 00 00 03 2,36

MV 00 00 02 1,71 06 5,07 11 10,05 12 9,63 17 13,51 14 11,01

MOE 01 0,84 00 00 02 1,69 00 00 03 2,38 01 0,79 00 00

MH 00 00 00 00 00 00 00 00 01 0,8 00 00 00 00

MP 00 00 01 0,85 01 0,84 02 1,67 00 00 01 0,79 00 00

Total 01 0,84 05 4,27 13 10,98 22 19,26 20 16,06 23 18,28 19 14,95 Fonte: SINAN / SEMAE

A Tabela 59 apresenta o número de casos de meningite notificados em

Pinhais no período de 2009 a 2015 por faixa etária. Observa-se que os casos

são distribuídos nas diversas faixas etárias com destaque para os menores de

05 anos que representa 35,92% dos casos.

Tabela 59– Número de casos de Meningite por faixa etária, Pinhais 2009 a

2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

<1 ano 00 00 00 04 03 00 03 10 1 - 4 00 00 01 05 09 06 06 27 5 - 9 00 00 02 04 03 02 05 16

10 - 14 00 01 00 01 01 02 02 07 15 - 19 00 00 01 00 00 00 01 02 20 - 29 00 02 02 00 00 01 01 06 30 - 39 01 00 04 06 01 04 01 17 40 - 49 00 00 02 00 00 02 00 04 50 - 59 00 00 00 00 02 03 00 05 60 - 69 00 02 01 02 00 03 00 08 70 - 79 00 00 00 00 01 00 00 01 Total 01 05 13 22 20 23 19 103

Fonte: SINAN / SEMAE

91

A Vacina menigocócica C está indicada no calendário do PNI para

prevenção da doença sistêmica causada pela N. meningitidis do sorogrupo C

em crianças menores 02 anos (BRASIL, 2014).

Introduzida no calendário vacinal a partir de 2010, apresentou cobertura

vacinal acima de 90% no município de Pinhais de 2011 a 2015 (Tabela 59).

A Vacina pneumocócica conjugada 10 valente, previne contra infecções

invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda

causadas por 10 sorotipos de S. pneumoniae. Está indicada no calendário

vacinal do PNI para crianças menores de 02 anos de idade (BRASIL, 2014).

Introduzida no calendário vacinal a partir de 2010, apresentou cobertura

vacinal acima de 89% no município de Pinhais de 2011 a 2015 (Tabela 59).

As Vacinas adsorvidas tetravalente e pentavalente (incluída a Hepatite

B) protegem contra difteria, tétano, pertussis, e infecções causadas pelo

Haemophilus influenzae b, está indicada para crianças menores de 05 anos de

idade como dose do esquema básico do calendário de vacinação do PNI

(BRASIL, 2014).

No período de 2009 a 2012 a vacina Tetravalente apresentou cobertura

vacinal acima de 95%. Introduzida em 2013 a vacina Pentavalente, manteve a

cobertura vacinal acima de 90% até 2015 (Tabela 60).

Tabela 60 – Cobertura Vacinal Meningite C. Pinhais, 2009 a 2015.

Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Meningococo C ... 6,1 114,75 92,18 95,87 102,04 95,85

Meningococo C (1º ref) ... ... ... ... 83,37 84,55 91,54 Pneumocócica ... 16,19 89,91 94,84 92 104,59 92,33

DTP (Tetra\Penta) ... ... ... ... 90,17 97,66 90,7 Tetra Bacteriana (DTP+Hib) 105,1 105,16 95,79 101,27 ... ... ...

Fonte: SIPNI/TABNET

92

MORTALIDADE MATERNA

Os indicadores de saúde materna e, especialmente, a razão de

mortalidade materna são dados importantes do desenvolvimento social e da

equidade de gênero dos países, pois sinalizam se eles efetivamente promovem

e garantem a cidadania e os direitos reprodutivos das mulheres.

Em países que convivem com altas razões de óbitos maternos, a maioria

desses eventos é considerada evitável. A melhoria das condições de vida e

trabalho, a inserção na sociedade sem discriminações ou violências, o acesso

a serviços de saúde de qualidade e a uma assistência integral e digna

evitariam que mulheres perdessem suas vidas por complicações na gestação,

parto e puerpério (BITTENCOURT, 2013).

Por muito tempo, a mortalidade materna teve pouca visibilidade social,

talvez porque, pensando em números absolutos, é difícil dimensionar a

extensão do problema. Desde a década de 1980 são realizadas investigações

sobre a mortalidade materna e as suas repercussões sociais, com

comparações entre diferentes países e regiões. Dessa forma, tem sido possível

reconhecer a existência de uma situação dramática e injusta até então

silenciosa (BITTENCOURT, 2013).

Segundo a (CID-10), morte materna é:a morte de uma mulher durante a

gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação,

independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a

qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas

tomadas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou

incidentais (OMS, 1993).

Em 2008, a OMS estimou que aproximadamente 358.000 mulheres no

mundo perderam a vida durante a gravidez, o parto ou o puerpério,

representando cerca de mil mortes a cada dia. Quase 90% desses

óbitos(313.100) ocorreram na África e no sul da Ásia; apenas 0,5%, em países

de alta renda per capita (BITTENCOURT, 2013).

Analisando a situação da mortalidade materna mundial, observa-se que

países da Europa, apresentam uma razão de mortalidade materna entre 4 e 10

óbitos para cada100.000 nascidos vivos, demonstrando um resultado positivo

do desenvolvimento social e médico-científico.Na América Latina e no Caribe,

os menores níveis são da Costa Rica e do Chile, cuja mortalidade materna se

93

encontra entre 20 e 25 óbitos para 100.000 nascidos vivos, enquanto nos

demais países dessa região o risco chega a ser dez vezes maior do que em

países europeus. (BITTENCOURT, 2013).

No Brasil nas duas últimas décadas,foi implementada uma série de

medidas para melhorar a cobertura e completude dos dados do SINASC e do

SIM e das informações específicas dos óbitos durante a gravidez,parto ou

puerpério.Uma iniciativa importante foi a Portaria GM n.1.119/2008 do

Ministério da Saúde que determinou a investigação dos óbitos de mulheres em

idade fértil, para identificar se a mulher que morreu estava no período gravídico

puerperal (BITTENCOURT, 2013).

No Brasil a razão de mortalidade materna (RMM) apresentou redução

expressiva nas ultimas décadas, em 1990 a RMM era de 140/100.000 nascidos

vivos, em 2010 passou a 56/100.000 nascidos vivos e em 2015 a RMM foi de

35/100.000 nascidos vivos. A mesma redução foi observada no estado do

Paraná tendo em 1990 RMM de 90,80/100.000 nascidos vivos, em 2010

passou a 65,77/100.000 nascidos vivos e em 2015 a RMM foi de 23/100.000

nascidos vivos (Paraná, 2015).

No município de Pinhais, no período de 2009 a 2015, como pode ser

observado na Tabela 61, apresentou maior RMM em 2009. Em 2010 a RMM foi

abaixo da observada no Brasil e no estado do Paraná, com 51,89/100.000

nascidos vivos. Em 2014 a razão aumentou significativamente para

94,47/100.000 nascidos vivos e em 2015 não houve registro de óbitos materno.

Tabela 61 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna, por

100.000 nascidos vivos. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano Nº de Óbitos

Maternos Nº de Nascidos

Vivos Razão de Mortalidade Materna (100.000 NV)

2009 04 1.804 221,73 2010 01 1.927 51,89 2011 01 1.912 52,3 2012 00 2.006 00 2013 00 2.023 00 2014 02 2.117 94,47 2015 00 2.195 00

FONTE: SIM / SINASC / SEMAE

94

Figura 12 – Razão de Mortalidade Materna, por 100.000 nascidos vivos,

Pinhais 2009 – 2015.

FONTE: SIM / SINASC

Na série histórica 2009 a 2015, a faixa etária que se destaca é de 15 a

39 anos com 37,5% dos casos de 30 a 39 anos (Tabela 62). Todos os casos de

óbitos maternos foram investigados pelo Comitê Municipal.

Tabela 62 – Número de óbitos maternos, segundo faixa etária. Pinhais 2009 a

2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total 15-19 02 00 00 00 00 00 00 02 20-29 00 00 00 00 00 02 00 02 30-39 02 00 01 00 00 00 00 03 40-49 00 01 00 00 00 00 00 01

TOTAL 04 01 01 00 00 02 00 08 FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade / SIM.

Mortalidade Infantil

A mortalidade infantil apresenta-se como um marcador do nível de

desenvolvimento social e de garantia aos direitos humanos. As análises têm

como objetivo entender seus fatores determinantes e assim contribuir para o

221,73

51,89 52,3

0 0

94,47

00

50

100

150

200

250

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

95

conhecimento das ações de saúde implementadas com vistas à prevenção do

óbito infantil (BITTENCOURT, 2013)

Entendendo a infância como uma fase da vida em que o ser humano é

frágil e dependente e, por isso exige cuidados especiais. O sentimento de

proteção ao grupo etário, assim como o interesse em garantir o

desenvolvimento de gerações futuras saudáveis e socialmente adaptadas,

explica, em parte, por que as políticas que priorizam a atenção às crianças se

constituem,frequentemente, em políticas de consenso.Ao nascer e ao longo

dos primeiros meses de vida, as crianças apresentam imaturidade imunológica

que, associada às desigualdades de direitos, traduzidas por diferentes formas

de acesso aos serviços de saúde, às instalações sanitárias, à alimentação e

pelo nível socioeconômico materno, tem como consequência diferenças na

probabilidade de vir a morrer antes do primeiro ano de vida (BITTENCOURT,

2013).

Quando observamos altas taxas de mortalidade infantil, estas refletem

em geral, ausência de saneamento básico e de segurança alimentar e

nutricional; baixo grau de instrução materna; deficiência de acesso e na

qualidade dos serviços de saúde oferecidos. A taxa é sensível em identificar

injustiças sociais e por isso fornece importantes subsídios para a

implementação de políticas públicas adequadas às distintas realidades

(BITTENCOURT, 2013).

Nas últimas décadas, a taxa de mortalidade infantil configura-se como

uma das principais metas das políticas públicas em diversos países. Como

consequência, a análise das trajetórias das taxas de mortalidade infantil mede

os progressos e retrocessos alcançados em cada país para prevenir o óbito

infantil. A mortalidade infantil refere-se à morte de crianças menores de um

ano. Apresenta dois componentes principais: a mortalidade neonatal e a pós-

neonatal (BITTENCOURT, 2013).

Defini-se a taxa de mortalidade infantil (TMI) pelo número de mortes de

menores de 1 ano de idade para cada 1.000 crianças nascidas vivas. É uma

estimativa da probabilidade de uma criança nascida viva morrer antes de

completar 1 ano de idade. Países menos desenvolvidos ocupam as primeiras

posições, alcançando valores acima de 100, como é o caso de Afeganistão,

República Democrática do Congo, Chade, Serra Leoa e Guiné Bissau, situados

96

na África e Oriente Médio, nesses países destacam-se a alta prevalência de

HIV/Aids e a situação de conflito e pós-conflito (BITTENCOURT, 2013).

No Brasil, apenas a partir da década de 1970 se observou uma queda

mais acentuada na taxa de mortalidade infantil. Entre os anos 1930 e 1970

esse indicador passou de 162 para 115 óbitos por mil nascidos vivos, um

decréscimo de 29,01%, enquanto nas duas décadas seguintes a queda

apresentada foi de 58,3% (de 115 para 48 óbitos por mil nascidos vivos). No

período de 1990 a 2008, a velocidade da redução foi ainda maior: 63% (de 47,1

para 17,6 óbitos por mil nascidos vivos), classificada como uma das maiores

registradas no mundo, porém ainda alta comparada a alguns países da

América Latina, com renda per capita mais baixa e menores taxas de

crescimento econômico como Colômbia e Venezuela (BITTENCOURT, 2013).

Um dos maiores senão o maior desafio a ser superado na busca pela

redução da taxa de mortalidade infantil no Brasil diz respeito às diferenças

existentes entre as regiões brasileiras, apesar dos esforços para universalizar o

acesso aos serviços e das ações de saúde e políticas implementadas por

diversos setores do governo (BITTENCOURT, 2013).

Dados do IBGE (2016) demonstram a redução progressiva da taxa de

mortalidade infantil no país no período de 2009 a 2015, em 2009 o país

registrou taxa de 18,07/1000 nascidos vivos e em 2015 apresentou 13,82/1000

nascidos vivos. O estado do Paraná seguiu a mesma trajetória de redução no

período avaliado, em 2009 registrou 12,48/1000 nascidos vivos e em 2015 a

taxa de mortalidade infantil apresentou 10,88 casos para cada mil nascidos

vivos.

Analisando-se os dados do município de Pinhais, no período de 2009 a

2015, observamos redução expressiva na taxa de mortalidade infantil, em 2009

a TMI registrada foi de 13,30 óbitos para cada mil nascidos vivos, em 2011 o

município comemorou a taxa com apenas um dígito que foi de 9,94 óbitos para

cada mil nascidos vivos. Em 2015 a taxa foi de 6,83/1000 nascidos vivos,

representando metade da taxa observada no país (Tabela 63).

97

Tabela 63 – Número de óbitos Infantis, segundo taxa de mortalidade, por 1.000

nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

Infantis Nascidos Vivos TMI 2009 24 1.804 13,30 2010 24 1.927 12,45 2011 19 1.912 9,94 2012 20 2.006 9,97 2013 18 2.022 8,90 2014 18 2.117 8,50 2015 15 2.195 6,83

FONTE: SIM / SINASC / TABNET

Figura 13 – Taxa de mortalidade Infantil, Pinhais 2009 a 2015.

FONTE: SIM / SINASC / TABNET

Mortalidade Fetal

Os óbitos fetais estão associados às condições de saúde reprodutiva,

acesso e qualidade da assistência pré-natal e ao parto. Compartilha coma

mortalidade neonatal precoce os mesmos determinantes que influenciam o

resultado para o feto (no final da gestação) e para a criança (nas primeiras

horas e dias de vida). Por isso, o conhecimento disponível e as experiências

locais apontam a efetividade de ações para a sua redução, em conjunto com as

ações dirigidas à redução da mortalidade materna e neonatal. No entanto,

esses óbitos têm sido historicamente negligenciados pelos serviços de saúde,

que ainda não incorporaram na sua rotina de trabalho a análise de sua

ocorrência, tampouco destinaram investimentos específicos para a sua redução

(BITTENCOURT, 2013).

13,312,45

9,94 9,978,9 8,5

6,83

0

2

4

6

8

10

12

14

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TMI

98

Anualmente, são estimados no mundo cerca de dois milhões de óbitos

fetais tardios (acima de 28 semanas de gestação) e 98% ocorrem nos países

menos desenvolvidos.As taxas de mortalidade fetal no mundo variam entre 2,0

óbitos para cada mil nascimentos na Finlândia até mais de 40 por mil

nascimentos em países da África e Ásia, como a Nigéria e o Paquistão

(BITTENCOURT, 2013).

Estimativas internacionais demonstram que o Brasil se encontra numa

faixa intermediária de taxa de mortalidade fetal de 5 a 14,9/mil nascimentos.

Entre os anos 1996 e 2001 houve uma tendência de aumento da taxa de

mortalidade fetal (TMF) no Brasil, o que pode ser atribuído à melhoria na

cobertura e na qualidade do registro de morte fetal do SIM, o que contribuiu

para maior captação e identificação de óbitos fetais. Desde 2001 a TMF vem se

mantendo em torno de 9,5 óbitos fetais por mil nascimentos (BITTENCOURT,

2013).

A OMS define morte fetal, óbito fetal, perda fetal ou natimorto como a

morte de um produto da concepção, antes da expulsão ou da extração

completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez; indica

o óbito, o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar

nenhum sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão

umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária (OMS,

1993).

A legislação brasileira determina a obrigatoriedade do fornecimento de

uma Declaração de Óbito Fetal. O registro civil do óbito fetal, em cartório, deve

ser feito no livro de Nascidos Mortos. A expulsão ou a extração de fetos com

menos de 22 semanas de gestação ou com menos de 500 gramas e/ou

estatura menor ou igual a 25 cm é considerado como abortamento, não sendo

obrigatório o registro da ocorrência na declaração de óbito (BITTENCOURT,

2013).

De 2009 a 2015, o município de Pinhais registrou 125 óbitos fetais. Em

2009 a taxa de mortalidade fetal (TMF) foi de 7,76/1000 nascidos vivos, em

2010 registrou taxa de 14,01/1000 nascidos vivos com redução nos anos

seguintes e aumentou novamente em 2015, com 10,48 casos para cada 1000

nascidos vivos (Tabela 64).

99

Tabela 64 – Número de óbitos Fetais, segundo taxa de mortalidade, por 1.000

nascidos vivos, Pinhais 2009 a 2015.

Fetais Nascidos Vivos TMF 2009 14 1.804 7,76 2010 27 1.927 14,01 2011 13 1.912 6,80 2012 13 2.006 6,48 2013 20 2.022 9,89 2014 15 2.117 7,09 2015 23 2.195 10,48

FONTE: SIM / SINASC / TABNET

Figura 14 – Taxa de mortalidade Fetal, Pinhais 2009 a 2015.

FONTE: SIM / SINASC / TABNET

7,76

14,01

6,8 6,48

9,89

7,09

10,48

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

TMF

100

SÍFILIS

A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, causada pelo Treponema

pallidum (T. pallidum), exclusiva do ser humano, e que, quando não tratada

precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas

irreversíveis em longo prazo. Durante a evolução natural da doença, ocorrem

períodos de atividade com características clínicas, imunológicas e

histopatológicas distintas, intercalados por períodos de latência, durante os

quais não se observa a presença de sinais ou sintomas (BRASIL, 2016).

A sífilis é um importante agravo em saúde pública, pois além de ser

infectocontagiosa e de poder acometer o organismo de maneira severa quando

não tratada, aumenta significativamente o risco de se contrair a infecção pelo

vírus HIV, uma vez que a entrada do vírus é facilitada pela presença das lesões

sifilíticas. A presença do T. pallidum no organismo também acelera a evolução

da infecção pelo HIV para a AIDS. Além disso, a sífilis congênita é responsável

por altas taxas de morbidade e mortalidade, podendo chegar a 40% a taxa de

abortamento, óbito fetal e morte neonatal (BRASIL, 2016).

A sífilis é transmitida predominantemente pelo contato sexual. O

contágio é maior nos estágios iniciais da infecção, sendo reduzido

gradativamente à medida que ocorre a progressão da doença. Não existe

vacina contra a sífilis, e a infecção pela bactéria causadora não confere

imunidade protetora. Isso significa que as pessoas poderão ser infectadas

tantas vezes quantas forem expostas ao T. pallidum. Outra forma de

transmissão da sífilis é a que ocorre através da placenta durante a gestação,

quando a gestante portadora de sífilis não é tratada ou quando realiza o

tratamento de maneira inadequada. A transmissão pelo contato do recém

nascido com lesões genitais no momento do parto também pode acontecer,

mas é menos frequente. A transmissão por transfusão sanguínea, embora

possível, é rara, devido à triagem rigorosa das bolsas de sangue quanto à

presença de agentes infecciosos, como o T. pallidum, e pelo pouco tempo de

sobrevivência da bactéria fora do organismo humano, especialmente em baixas

temperaturas, como as usadas para a conservação das bolsas de sangue

(BRASIL, 2016).

101

Classicamente, os estágios da sífilis não tratada são classificados como:

sífilis primária, sífilis secundária, sífilis latente (recente até um ano após

exposição e tardia com mais de um ano de evolução) e sífilis terciária. Quando

não tratadas, cerca de 35% das pessoas irão progredir para a cura

espontânea, cerca de 35% permanecerão em estado de latência por toda vida

e as restantes progredirão para sífilis terciária (BRASIL, 2016).

A sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por

ano no mundo, e coloca um adicional de 215 mil crianças em aumento do risco

de morte prematura. A notificação compulsória de gestante com sífilis em todo

o território nacional foi instituída por meio da Portaria nº 33 de 14 de julho de

2005. No Brasil, na última década, observou-se um aumento de notificação de

casos de sífilis em gestante que pode ser atribuído, em parte, ao

aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica e à ampliação da

distribuição de testes rápidos. Neste contexto, a política de saúde denominada

Rede Cegonha, instituída em 2011, contribuiu para a ampliação do acesso ao

diagnóstico de sífilis em gestante no país. Entre 2012 e 2015, aumentou em 5,5

vezes a distribuição de testes rápidos de sífilis, tendo sido verificada evolução

de 1.126.235 para 6.169.145 testes. No Brasil, assim como em outros países,

desde 2014 enfrenta-se o desabastecimento de penicilina benzatina, devido à

falta mundial de matéria prima para a sua produção (BRASIL, 2016).

A notificação compulsória de sífilis congênita em todo o território

nacional foi instituída por meio da Portaria nº 542, de 22 de dezembro de 1986;

a de sífilis em gestante foi instituída pela Portaria nº 33, de julho de 2005; e,

por último, a de sífilis adquirida, por intermédio da Portaria nº 2.472, publicada

em 31 de agosto de 2010 (BRASIL, 2016).

No Brasil, no período de 2005 a 2010, houve 39.789 casos de sífilis em

gestante e 36.000 casos de sífilis congênita. De 2011 a junho de 2016,

observou-se um aumento considerável no número de casos de sífilis em

gestantes em todo o país (129.757 casos), indicando uma melhora no sistema

de vigilância epidemiológica e uma possível ampliação no acesso ao

diagnóstico (BRASIL, 2016).

No estado do Paraná, esse aumento significativo também foi observado,

partindo de 1.397 casos de sífilis em gestante notificados no período de 2005 a

2010 para 6.419 casos no período de 2011 a 2016. A figura 15demonstra o

102

crescimento do número de casos no município de Pinhais no período de 2009 a

2015, partindo de 04 casos em 2010 a 33 casos em 2015.

Figura 15 – Número de Sífilis em Gestante notificadas, Pinhais 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

No Brasil, na série histórica de 2005 a 2016, 51,6% das gestantes com

sífilis eram da faixa etária de 20 a 29 anos. O que pode ser observado também

no município de Pinhais com 53% dos casos notificados nessa faixa etária no

período de 2009 a 2015 (Tabela 65).

Tabela 65 – Número de casos de sífilis em gestante notificados por faixa etária.

Pinhais 2009 a 2015.

Faixa Etária 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

15 - 19 04 00 03 02 01 05 07 22

20 - 29 06 01 06 05 08 05 20 51

30 - 39 04 03 00 01 03 04 05 20

40 - 49 00 00 00 00 00 02 01 03

Total 14 04 09 08 12 16 33 96 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Em 2015, no Brasil, com relação ao esquema de tratamento prescrito à

gestante, para 86,2% foi prescrita penicilina benzatina (pelo menos 1 dose),

14

4

98

12

16

33

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

103

2,8% outro esquema, em 5,9% não foi realizada a prescrição, e em 5,1% não

há informação (ignorado). De 2012 a 2015, o percentual de gestantes que não

tiveram registro de prescrição de tratamento apresentou uma tendência de

queda (em 2012, -7,4%; e em 2015, - 5,9%) (BRASIL,2016).

Em Pinhais, no período de 2009 a 2015, 55% das gestantes foram

notificadas com Sífilis no terceiro trimestre de gestação, os dados anuais

podem ser observados na tabela 68.O esquema de tratamento com Penicilina

G Benzatina 7.200.000 foi o mais utilizado no período, sendo prescrito para

56% das gestantes (Tabela 67).

Tabela 66– Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo

esquema de tratamento. Pinhais 2009 a 2015.

Esquema de Tratamento 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Penicilina G benzantina 2.400.000 UI 05 00 01 02 04 04 06 22

Penicilina G benzantina 4.800.000 UI 01 00 00 01 01 01 02 06

Penicilina G benzantina 7.200.000 UI 03 03 08 03 05 09 23 54

Outro esquema 02 00 00 00 00 02 00 04

Não realizado 03 01 00 02 02 00 02 10

Total 14 04 09 08 12 16 33 96 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 67– Número de casos de sífilis em gestante notificados segundo

período gestacional. Pinhais 2009 a 2015.

Gestante 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

1º Trimestre 04 00 00 01 00 02 01 08

2º Trimestre 05 01 05 03 03 06 10 33

3º Trimestre 05 03 03 04 09 08 21 53

Idade gestacional Ignorada 00 00 01 00 00 00 01 02

Total 14 04 09 08 12 16 33 96

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

No Brasil, de 1998 a junho de 2016, foram notificados no SINAN 142.961

casos de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade. Houve um

104

progressivo aumento na taxa de incidência de sífilis congênita:em 2006, a taxa

era de 2,0 casos/mil nascidos vivos;e em 2015, subiu para 6,5 casos/mil

nascidos vivos. Em 2015, a região Sul apresentou uma das maiores taxas (6,9

casos/mil nascidos vivos). Dentre as capitais da região sul, destaca-se Curitiba-

PR que apresentou taxa de incidência abaixo da média nacional (6,5 casos/mil

nascidos vivos) e Porto Alegre-RS com taxa de incidência 4,7 vezes mais alta

que a taxa do Brasil (30,2 casos/mil nascidos vivos) (BRASIL,2016).

No estado do Paraná, de 1998 a junho de 2016, foram notificados no

SINAN 3550 casos de sífilis congênita. A taxa de incidência apresenta

crescimento progressivo, em 2009 apresentou 0,7 casos/mil nascidos vivos e

em 2015 chegou a 4,1 casos/mil nascidos vivos (BRASIL, 2016).

No município de Pinhais, conforme observado na tabela 69 o aumento

dos casos segue o parâmetro nacional. Em 2009 com taxa de incidência de

1,1/mil nascidos vivos e em 2015 apresentou 5,46 casos/mil nascidos vivos.

Dos casos notificados, 71% dos diagnósticos materno ocorreram durante o pré-

natal, o que deveria oportunizar o tratamento adequado e a prevenção da

transmissão vertical (Tabela 70).

Tabela 68– Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo

diagnóstico final. Pinhais 2009 a 2015.

Diagnóstico Final 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Sífilis Congênita Recente 02 01 01 03 05 07 12 31

Aborto 00 00 00 01 00 00 00 01

Descartado 00 00 00 01 01 03 06 11

Total 02 01 01 05 06 10 18 43

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

105

Tabela 69 – Número de casos de sífilis congênita notificados, segundo

diagnóstico de Sífilis Materna. Pinhais 2009 a 2015.

Sífilis materna 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Ign/Branco 00 00 00 01 00 00 00 01

Durante o pré-natal 02 00 01 01 03 05 10 22

No momento do parto/curetagem 00 00 00 02 01 00 01 04

Após o parto 00 01 00 00 00 01 01 03

Não realizado 00 00 00 00 00 01 00 01

Total 02 01 01 04 04 07 12 31 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

A eliminação da sífilis congênita e da transmissão vertical do HIV

constitui uma prioridade para a região da América Latina e do Caribe. Em 2014,

a OPAS criou o Comitê Regional para Validação da Eliminação da

Transmissão Materno-Infantil de HIV e Sífilis, certificando os países que

alcançarem o seguinte:

• Taxa de transmissão vertical do HIV ≤2%, ou taxa de incidência de ate

0,3 caso/mil nascidos vivos;

• Taxa de incidência de sífilis congênita de ≤0,5 caso/mil nascidos vivos;

• Cobertura de pré-natal (pelo menos 1 consulta) ≥95%;

• Cobertura de testagem para HIV e sífilis em gestantes 95%;

• Cobertura de tratamento com antirretrovirais (ARV) em gestantes HIV+

≥95%;

• Cobertura de tratamento com penicilina em gestantes com sífilis ≥95%.

O alcance dos objetivos acima se apresenta como desafio para a saúde

pública, passível de acontecer porém necessitando de envolvimento e ações

em todas as esferas de governo.

A incidência de sífilis é o maior de todos os desafios, no município de

Pinhais, muitas ações já foram mobilizadas para o alcance dos objetivos, como

a disponibilização de testagem rápida em todas as UESF, a ampliação da

cobertura das equipes de ESF, a capacitação profissional e atualizações

frequentes sobre o tema.

106

TUBERCULOSE

Doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium

tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer

outros órgãos e sistemas. O principal reservatório é o homem. Outros possíveis

reservatórios são gado bovino, primatas, aves e outros mamíferos (BRASIL,

2016).

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, ocorre a partir da

inalação de aerossóis, produzidos pela tosse, espirro ou fala de doentes com

tuberculose de vias aéreas (tuberculose pulmonar ou laríngea). Somente

pessoas com tuberculose ativa transmitem a doença. Os casos bacilíferos, ou

seja, que tem baciloscopia de escarro positivo são os principais responsáveis

pela manutenção da cadeia de transmissão. Durante um ano, numa

comunidade, uma pessoa com baciloscopia de escarro positiva infecta, em

geral, de 10 a 15 pessoas. Embora o risco de adoecimento seja maior nos

primeiros 2 anos após a primoinfecção,uma vez infectada, a pessoa pode

adoecer em qualquer momento da sua vida (BRASIL, 2016).

A transmissão ocorre enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos no

escarro, principalmente quando tem baciloscopia de escarro positiva. Com o

início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir

gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis

insignificantes. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas a

baciloscopia e, por isso, costumam ter pouca participação na transmissão da

doença (BRASIL, 2016).

A suscetibilidade a infecção é praticamente universal. Porém, nem todos

os expostos se infectam. Se a quantidade de bacilos inalados for pequena, eles

podem ser destruídos antes de produzirem qualquer lesão ou de induzirem

resposta imune.A maioria dos infectados resiste ao adoecimento após a

infecção e desenvolve imunidade parcial a doença.Cerca de 5% dos infectados

não conseguem impedir a multiplicação inicial do bacilo e adoecem na

sequência da primoinfecção. Outros 5%, apesar de bloquearem a infecção

nesta fase, adoecem posteriormente por reativação dos bacilos ou por

exposição a nova fonte de infecção (BRASIL, 2016).

A forma pulmonar corresponde a 85,5% dos casos novos de

tuberculose, além de ser mais frequente, é também a de maior relevância para

107

a saúde pública, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de

transmissão da doença. Entretanto, cerca 14,5% dos casos, a tuberculose

manifesta-se sob diferentes apresentações clínicas, que podem estar

relacionadas com idade, imunodepressão e órgão acometido. Desta forma,

outros sinais e sintomas, além da tosse, podem ocorrer e devem ser

valorizados na investigação diagnóstica individualizada (BRASIL, 2016).

Recomenda-se que todo sintomático respiratório, pessoa com tosse por

3 semanas ou mais, seja investigado para a tuberculose. Outros sinais e

sintomas comuns da tuberculose pulmonar são febre vespertina, sudorese

noturna, anorexia e emagrecimento. A tuberculose extrapulmonar tem sinais e

sintomas dependentes dos órgãos e/ou sistemas acometidos. As principais

formas diagnosticadas de tuberculose extrapulmonar no Brasil são pleural,

ganglionar, meningoencefálica, miliar, laríngea, pericárdica, óssea, renal, ocular

e peritoneal. Sua ocorrência aumenta em PVHA, especialmente entre aqueles

com imunocomprometimento grave (BRASIL, 2016).

Estima-se que em 2014, 9,6 milhões de pessoas adoeceram de

tuberculose no mundo, das quais 12% eram HIV- positivo. Houve ainda a morte

de 1,5 milhões de pessoas, sendo que 1,1 milhões eram HIV- negativo. No

mesmo ano foi aprovada na Assembleia mundial de Saúde a Estratégia Global

e Metas para Prevenção, Atenção e Controle da Tuberculose, com metas

partindo do ano 2015 a 2035 que visam: reduzir o coeficiente de incidência

para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e reduzir o número de óbitos

por tuberculose em 95% (BRASIL, 2016).

O Brasil ocupa a 18ª posição em casos de tuberculose no mundo. De

1990 a 2014, o coeficiente de incidência reduziu 34,1%, em 1990 foram

registrados 51,8/100.000 hab. E em 2014 34,1/100.000hab. O coeficiente de

mortalidade também apresentou redução no período de 3,6/100.000 hab. em

1990 para 2,2/100.000 hab. em 2014. De 2012 a 2015, foram registrados 840

casos novos de tuberculose drogarresistentes, que são os casos que

apresentam qualquer tipo de resistência aos fármacos utilizados no tratamento

(BRASIL, 2016).

Em 2015, o estado do Paraná apresentou coeficiente de incidência de

18,1/100.000 hab., o coeficiente de mortalidade foi de 1,0/100.000 hab. Do total

108

de casos novo identificados, 85,7% realizaram testagem para HIV, 12,2%

apresentaram coinfecção HIV-TB (BRASIL, 2016).

Tuberculose todas as formas

A Tabela 70 apresenta o total de casos novos de tuberculose notificados

de 2009 a 2015 no município de Pinhais. No período foram registrados 04

casos em pessoas com 14 anos de idade ou menos e 363 casos em maiores

de 15 anos. Do total de casos registrados no período 79,83 % ocorreram no

sexo masculino (Tabela 71).

Tabela 70 – Número de casos novos de Tuberculose (todas as formas),

segundo ano de diagnóstico e faixa etária. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano do Diagnóstico ≤ 14 Anos

% ≥ 15 Anos

% Total

2009 00 00 86 100 86 2010 01 1,66 59 98,33 60 2011 01 1,4 70 98,59 71 2012 01 1,49 66 98,5 67 2013 00 00 33 100 33 2014 01 04 24 96 25 2015 00 00 25 100 25

Total 04 1,08 363 98,91 367

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 71 – Número e índice de casos novos de Tuberculose (todas as

formas) caso novo, segundo ano de diagnóstico e sexo. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano do Diagnóstico Masculino % Feminino % Total

2009 70 81,39 16 18,60 86 2010 54 90,00 06 10,00 60 2011 61 85,91 10 14,08 71 2012 52 77,61 15 22,38 67 2013 22 66,66 11 33,33 33 2014 15 60,00 10 40,00 25 2015 19 76,00 06 24,00 25 Total 293 79,83 74 20,16 367 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

109

Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município de

Pinhais, 74,44% deram entrada como caso novo e 17,24% como transferência.

Recidiva representou 6,09 % dos casos e 2,23 foram abandono (Tabela 73). A

forma pulmonar foi responsável por 80,53% dos casos e 18,46% foram casos

de tuberculose extrapulmonar (Tabela 74).

Tabela 72 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),

segundo ano de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano do Diagnóstico Caso Novo Recidiva

Reingresso após Abandono Transferência Total

2009 86 07 02 08

103 83,49% 6,79% 1,94% 7,76%

2010 60 05 02 06 73 82,19% 6,84% 2,73% 8,21%

2011 71 05 01 13

90 90,00% 5,55% 1,11% 14,44%

2012 67 3 03 25 98 68,36% 3,06% 3,06% 25,51%

2013 33 05 00 12

50 66,00% 10,00% 00 24,00%

2014 25 03 01 12 41 60,97% 7,31% 2,43% 29,26%

2015 25 02 02 9

38 65,79 5,26 5,26 23,68

Total 367 30 11 85

493 74,44 6,09 2,23 17,24

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 73– Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),

segundo ano de diagnóstico e forma de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano do Diagnóstico Pulmonar Extrapulmonar

Pulmonar + Extrapulmonar Total

2009 92 89,32 08 7,77 03 2,91 103

2010 65 89,04 08 10,96 00 0,00 73

2011 64 71,11 25 27,78 01 1,11 90

2012 83 84,69 15 15,31 00 0,00 98

2013 35 70,00 15 30,00 00 0,00 50

110

2014 32 78,05 09 21,95 00 0,00 41

2015 26 68,42 11 28,95 01 2,63 38

Total 397 80,53 91 18,46 05 1,01 493 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

No município de Pinhais, o coeficiente de incidência de tuberculose em

2009 foi de 72,68 casos para cada 100 mil habitantes, seguindo a tendência

nacional, apresentou redução significativa na série histórica analisada de 2009

a 2015, sendo que em 2015 o coeficiente de incidência foi de 19,68 casos para

cada 100 mil habitantes (Figura 16).

Figura 16 – Taxa de incidência de casos de Tuberculose (todas as formas).

Pinhais, 2009 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Do total de casos notificados no período de 2009 a 2015 no município

de Pinhais, 16,02% apresentaram resultado reagente no exame Anti – HIV e

10,75% não realizaram o exame (Tabela 74).

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Incidência 72,68 51,28 60,00 56,12 26,5 19,87 19,68

0

10

20

30

40

50

60

70

80

111

Tabela 74 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),

segundo ano de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a

2015.

Ano do Diagnóstico Positivo Negativo Não realizado Total

2009 18 17,48 75 72,82 10 9,71 103

2010 15 20,55 42 57,53 16 21,92 73

2011 14 15,56 70 77,78 06 6,67 90

2012 15 15,31 72 73,47 11 11,22 98

2013 09 18,00 32 64,00 09 18,00 50

2014 07 17,07 34 82,93 00 0,00 41

2015 01 2,63 36 94,74 01 2,63 38

Total 79 16,02 361 73,23 53 10,75 493 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

A tabela 75 apresenta os casos de tuberculose notificados no município

de Pinhais por ano de diagnóstico e situação de encerramento. O

encerramento por cura se manteve acima de 73%. O abandono foi significativo

no período de 2009 a 2012. Os casos encerrados por óbito de 2009 a 2013 se

mantiveram acima de 8%.

Tabela 75 – Número e índice de casos de Tuberculose (todas as formas),

segundo ano de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.

Situação Ano diagnóstico

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cura 83 55 68 73 38 33 28

80,58% 75,34% 75,55% 74,48% 76,00% 80,48% 73,68%

Abandono 10 08 09 10 04 01 02

9,70% 10,95% 10% 10,20% 8% 2,43% 5,26%

Óbito por tuberculose

01 04 03 02 02 01 00

0,97% 5,47% 3,33% 2,04% 4,00% 2,43% 0,00%

Óbito por outras causas

05 03 04 07 05 02 04

4,85% 4,10% 4,44% 7,14% 10,00% 4,87% 10,52%

Transferência 04 03 05 04 01 03 03

3,88% 4,10% 5,55% 4,08% 2% 7,31% 7,89

112

TB-DR 00 00 01 02 00 00 01

0,00% 0,00% 1,11% 2,04% 0,00% 0,00% 2,63%

Mudança de esquema

00 00 00 00 00 01 00

0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,43% 0,00%

Total 103 73 90 98 50 41 38 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tuberculose Pulmonar Ao analisarmos os casos de tuberculose pulmonar notificados no

município de Pinhais, observa-se um decréscimo no número de casos de 2009

a 2015 com um pico de elevação em 2012. A taxa de incidência de

Tuberculose casos novos em 2009 foi de 65,08/100 mil hab e em 2015 foi de

14,37/100mil hab (Figura 17).

Figura 17 – Taxa de incidência de casos novos de Tuberculose Pulmonar. Pinhais, 2005 a 2015.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Do total de casos de tuberculose pulmonar notificados no período de

2009 a 2015 no município de Pinhais, 79,78% deram entrada como caso novo

e 11,59% como transferência. Recidiva representou 6,46 % dos casos e 2,15%

foram abandono (Tabela 76).

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Incidência 65,08 46,09 42,25 54,45 21,68 18,10 14,37

0

10

20

30

40

50

60

70

Inci

nci

a

113

Tabela 76 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano

de diagnóstico e tipo de entrada. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano do Diagnóstico

Caso Novo Recidiva Reingresso

após abandono

Transferência Total

2009 77 7 2 6

92 83,69% 7,60% 2,17% 6,52%

2010 54 5 2 4

65 83,07% 7,69% 3,07% 6,15%

2011 50 5 1 8

64 78,12% 7,81% 1,56% 12,50%

2012 65 2 3 13

83 78,31% 2,40% 3,61% 15,66%

2013 27 2 0 6

35 77,14% 5,71% 0,00% 17,14%

2014 23 3 0 6

32 71,87% 9,37% 0,00% 18,75%

2015 18 1 2 5

26 69,23% 3,84% 7,69% 19,23%

Total 296 24 8 43

371 79,78% 6,46% 2,15% 11,59%

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Do total de casos de Tuberculose Pulmonar notificados no período de

2009 a 2015 no município de Pinhais, 11,59% apresentaram resultado

reagente no exame Anti – HIV e 10,58% não realizaram o exame (Tabela 77).

Tabela 77 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano

de diagnóstico e resultado da sorologia de HIV. Pinhais, 2009 a 2015.

Ano Diagnóstico

Positivo Negativo Não Realizado

Total N % N % N %

2009 16 17,39 67 72,83 9 9,78 92

2010 11 16,92 42 64,62 12 18,46 65

2011 6 9,38 52 81,25 6 9,38 64

2012 8 9,64 67 80,72 9 10,84 83

2013 3 8,57 26 74,29 6 17,14 35

2014 3 9,38 29 90,63 0 0,00 32

114

2015 0 0,00 26 100,00 0 0,00 26

Total 46 11,59 309 77,83 42 10,58 397 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

A tabela 78 apresenta os casos de tuberculose pulmonar notificados no

município de Pinhais por ano de diagnóstico e situação de encerramento. O

encerramento por cura manteve-se acima de 72%. O abandono foi significativo

no período de 2009 a 2012 com taxas acima de 9%. Em 2010 a taxa de óbito

foi de 6,15% dos casos.

Tabela 78 – Número e índice de casos de Tuberculose Pulmonar, segundo ano

de diagnóstico e situação de encerramento. Pinhais, 2009 a 2015.

Situação Encerramento

Ano diagnóstico Total

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cura 73 48 51 60 28 29 20

309 79,34% 73,84% 79,68% 72,28% 80,00% 90,62% 6,47%

Abandono 9 8 6 9 1 1 2

36 9,78% 12,30% 9,37% 10,84% 2,85% 0,00% 5,55%

Óbito por Tuberculose

1 4 1 1 2 1 0 10

1,08% 6,15% 1,56% 1,20% 5,71% 3,12% 0,00%

Óbito por outras causas

5 2 3 7 3 0 1 21

5,43% 3,07% 4,68% 8,43% 8,57% 0,00% 4,76%

Transferência 4 3 2 4 1 1 2

17 4,34% 4,61% 3,12% 4,81% 2,85% 6,25% 11,76%

TB-DR 0 0 1 2 0 0 1

4 0,00% 0,00% 1,56% 2,40% 0,00% 0,00% 25,00%

Total 92 65 64 83 35 32 26 397 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tuberculose Extrapulmonar Do total de casos de Tuberculose Extrapulmonar notificados no período

de 2009 a 2015 no município de Pinhais, 28,57% foram diagnosticados como

tuberculose pleural, 24,17% tuberculose miliar e 23,07% tuberculose ganglionar

(Tabela 79).

115

Tabela 79 – Número e índice de casos de Tuberculose Extrapulmonar,

segundo ano de diagnóstico e localização. Pinhais, 2009 a 2015.

Localização 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Pleural 03 01 07 05 04 03 03

26 37,50% 12,50% 28,00% 33,33% 26,66% 33,00% 27,27%

Ganglionar Perif. 03 00 05 03 03 02 05

21 37,50% 0,00% 20,00% 20,00% 20,00% 22,22% 45,45%

Genitourinária 00 01 01 01 01 00 00

04 0,00% 12,50% 4,00% 6,66% 6,66% 0,00% 0,00%

Óssea 01 00 00 01 01 00 01

04 12,50% 0,00% 0,00% 6,66% 6,66% 0,00% 25,00%

Ocular 01 01 01 00 00 00 00

03 12,50% 12,50% 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

Miliar 00 04 08 03 004 03 00

22 0,00% 50,00% 32,00% 20,00% 26,66% 33,33% 0,00%

Meningoencefálica 00 01 02 01 02 01 00

07 0,00% 12,50% 8,00% 6,66% 13,33% 11,11% 0,00%

Cutânea 00 00 000 01 00 00 01

02 0,00% 0,00% 0,00% 6,66% 0,00% 0,00% 50,00%

Outra 00 00 01 00 00 00 01

02 0,00% 0,00% 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 50,00%

Total 08 08 25 15 15 09 11 91 Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN – TABWIN

Tabela 80 – Cobertura Vacinal da vacina BCG. Pinhais, 2009 a 2015.

Imunobiológico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

BCG 104,99 121,73 109,04 103,99 104,65 109,32 101,34

No Brasil, está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina

BCG que é preparada com bacilos vivos atenuados, a partir de cepas do M.

bovis, e apresenta eficácia em torno de 75% contra as formas miliar e

meníngea da TB, em indivíduos não infectados pelo M. tuberculosis. A vacina

BCG é prioritariamente indicada para crianças de 0 a 4 anos de idade (BRASIL,

2016).

A cobertura vacinal da Vacina BCG no município de Pinhais, no período

de 2009 a 2015 apresentou taxa de cobertura acima de 100% (Tabela 80).

116

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