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ym. p\S. SíHOJíO^ NII CAirrii Anol - N?1 Federação das Associações de Moradores de S5o João de Meriti pn.ra.fnor^mbro/87 Praça da Bandeira: base na organização Encontro Popular de Saúde Saneamento: um direito de quem?

Anol - N?1 Federação das Associações de Moradores de S5o ... · primeiro número do nosso jornal "ABM NOS BAIRROS." Nosso jornal sur- tantes ge da necessidade de manter uma co-

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NII CAirrii Anol - N?1 Federação das Associações de Moradores de S5o João de Meriti pn.ra.fnor^mbro/87

Praça da

Bandeira: base

na organização

Encontro

Popular

de Saúde

Saneamento:

um direito

de quem?

A BM NOS BAIRROS

Editorial

ABM NOS BAIRROS

Órgão Oficial da Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti — Rua Luis Alves Cavalcante, 25 — Vilar dos Teles — S. J. de Meriti — RJ— CEP.: 25500

DIRETORIA:

Presidente: Ury Gomes Machado Vice-Presidente: Sérgio Luiz Bonato Secretária: Madalena P. Pinto Vice-Secretário: Gilson dos S. Corrêa

Tesoureiro: Marineti Valentim Vice-Tesoureiro: Ricardo da Silva

Diretor Saneamento: José Carlos C. Alves

José João Santana Diretor Saúde: José Augusto Dias

Antônio Luis da Silva Diretor Transporte: Sérgio Fernando Francisco,

Isaias P. Torres Diretor Educação: Rosane de A. Costa

Noemia C. Costa

Diretor Cultura: Edson Magalhães

Diretor Feminino: Maria José (LIA) Josefa de A. Melo

Diretor de Imprensa: Fernando A. B. da Silva Diretor Formação: Adelar Pedro de David,

Gênesis Pereira Torres

Diretor Abastecimento: Luis

CONSELHO FISCAL: Efetivos

Luis Ananias Costa Célia Marques

Rivaldo Figueiredo

SUPLENTES:

Ademir Mageski Rogério Paulo R. Ferreira

Ano I — N? 1 Setembro 87

Editores:

MariãngelaRibeiro (RJ 18.584) Néllie Vaz Branco (RJ 18.695) Colaboradores: Maria Bemadete Travassos Edison Vieira Pinheiro Fotografia: João Marcai Diagramação: Carlos Franco

Composição, Montagem, Fotolito e Impressão; Gráfica Editora Jornal do Comércio Tiragem: 5 Mil exemplares

A ABM está nos bairros, no dia-a-dia , nas lutas, nas

conquistas e fruto dos avanços do movimento orga- nizado nasce o primeiro número do nosso jornal "ABM NOS BAIRROS."

Nosso jornal sur- ge da necessidade de manter uma co- municação perma- nente com a popu- lação, divulgando, noticiando e mo- bilizando as lutas do movimento. O jornal è uma aspiração an- tiga que foi cons- truída por todos nós com esforço e prin- cipalmente dedicação ao fortalecimento do movimento popular.

Queremos com mais esta ferramenta ampliar nossa forma na luta pela cidadania meritiense. Vamos intensificar nossa luta jDor saúde, educação, sanea- mento básico, trans- portes, enfinn; me- lhores condições de vida e trabalho. Será este jornal também portador privilegiado de informação sobre

as conquistas que, passo a passo, o movimento obtém desde o saneamento básico, que é uma das mais importantes vitórias, ao Pam-Pu no esqueleto do Vilar dos Teles, que em breve veremos cons- truído, passando pelos passos impor- tantes de cada As- sociação e de todas as lutas populares em Meriti. Mais do que isto, nosso jornal também será um ins- trumento cultural presente no nosso dia-a-dia, nas nossas alegrias e tristezas, na nossa busca por felicidade.

Um dos resul- tados que esperamos alcançar é o cres- cimento da parti- cipação popular no movimento de bai- rros. E, também, o amplo apoio e a mobilização massiva da população. Estas são algumas das fun- ções do nosso jornal.

"ABM NOS BAIRROS" nasce num momento im- portante da nossa história. O III Con- gresso da nossa

Federação se aproxima e é muito importante que todos se empenhem no trabalho de base, dis- cutindo e trazendo propostas para o conjunto do movi- mento. Este congres- so se reveste de gran- de importância à medida que vai definir novas pistas de trabalho para o movimento. Cada etapa, quer seja os mini-congressos por região, os congres- sos por Associação ou o Congresso nos dias 14 e 15, exige que nos dediquemos para mobilizar, dis- cutir, replanejar nos- so trabalho. "ABM NOS BAIRROS," o órgão informativo da Federação, cumprirá o papel de intensi- ficar este debate em que todos somos sujeitos e respon- sáveis pelo presente e futuro do movimen- to.

O "ABM NOS BAIRROS" está em suas mãos, apro- veite-o ao máximo.

A DIRETORIA

A BMNOS BAIRROS

á Associação de Mo- radores da Praça da Bandeira (AM- ^ tem uma história

de luta importante na vida da organização popular de São João de Meriti. Com 11 mil habitantes, a or- ganização dos moradores da Praça da Bandeira tem uma história antiga, sendo fundada em 25/04/83, ela existe desde os anos de 76 com reuniões regulares, muita organização, luta e junto com a ABM o saldo de muitas conquistas. Ela traz consigo a marca do compromisso e da parti- cipação.

Desde a sua fundação a Associação já teve 3 Di- retorias, eleitas pelos moradores. O presidente da diretoria na primeira e segunda gestão foi o morador e atual diretor cul- tural, Jorge Floréncio de Oliveira, criado no bairro; é ele quem relata as prin- cipais conquistas da as- sociação.

Ônibus para Central — Depois de uma intensa luta, com ampla mobili- zação e reuniões na Se- cretaria de Transporte, que duraram cerca de 1 ano, a AMPRABA conquistou o ônibus Vilar dos Teles- Oentral, com ponto final na Praça da Bandeira. O ponto alto desta luta foi o re- colhimento de 7.500 as- sinantes no abaixo-assinado

da associação. Esta luta continua na medida que a reivindicação da asso- ciação é para que o ônibus trafegue dentro do bairro, chegando até a Rua Barão do Rio Branco, enquanto a empresa insiste em manter o trajeto do ônibus somen- te até a Praça.

PIPA — Junto à Se- cretaria de Educação do Estado, a AMPRABA con- quistou a pré-escola PROJETO INFANTIL POPULAR ALTERNATIVO- PIPA, atendendo 100 crian- ças na idade de 4 a 6 anos. A'escola funciona em re- gime de co^estão, isto é, ela é administrada pelo Es- tado e pela Associação de Moradores, que inclusive indica os professores, fun- cionários e monitores. Esta é uma das poucas expe- riências deste tipo, no Brasil.

Saneamento Básico — Em conjunto com a ABM, a AMPRABA participa ati- vamente das lutas pelo saneamento básico em São João de Meriti. Na Praça o povo lutou e o saneamento já chegou. A rede básica coletora já está pronta e os coletores-troncos estão na fase final de instalação. No momento, a luta da as- sociação é pelas ligações residenciais. Além disto, o projeto preyè a construção da lagoa de estabilização e serviços de manutenção. A

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urbanização do bairro, já em parte conquistada, é uma luta que só vai cessar com o seu estendi me nto para totalidade do Mu- nicípio.

PROJETO RECRIANÇA — A AMPRABA conquis- tou o projeto recriança, que já está funcionando, aten- dendo 200 crianças, com educação física e merenda escolar diariamente, além de estar prevista a apren- dizagem de datilografia pelos adolescentes que participam do projeto. O projeto é totalmente ad-

ministrado pela Asso- ciação.

SEDE - A AMPRABA está com um processo jun- to com a Prefeitura, para a aquisição de um imóvel on- de será instalada a sede da associação.

Uma grande preocu- pação da associação é uma formação realizando várias atividades culturais. Jorge Floréncio concluiu dizendo que a AMPRABA sempre se preocupou com a inte- gração do bairro, atingindo todos os setores desde o

futebol, as igrejas e clube. Além disto, a AMPRABA mantém um ótimo rela- cionamento com as As- sociações vizinhas e uma grande participação na Federação-ABM, o prin- cipal instrumento de luta da população organizada no município, segundo Jorge.

A última direção, eleita em julho deste ano, tem como presidente Antônio Silvério Pinto, o Toninho, antigo morador do bairro, e promete muita luta e gran- des vitórias.

O povo organizado é o jeito de mudar

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O Movimento Popular em São João de Meriti, a partir das Asso- ciações de Moradores e da Federação ABM, está transformando a realidade e construindo uma nova cidade. Para constatar esse fato, bas- ta comparar o município há quatro anos atrás e hoje.

Além de todas as conquistas do movimento; temos um ator novo no cenário da cidade: é o povo orga- nizado, nas, ruas, nas praças, nas reuniões de moradores, na sede da ABM, na luta pelos seus direitos de ddadania.

Hoje, nenhum partido, ou po- lítico, pode deixar de considerar esta força organizada. O PT — PAR- TIDO DOS TRABALHADORES, respeitando a autonomia do mo- vimento popular, acredita e aposta na força do movimento organizado. Mais do que isso, as ações políticas do PT refletem e expressam a luta do movimento popular, onde tem suas raízes.

O nosso mandato, da mesma for- ma, também é expressão dessa luta.

Acredito e participo do movimento popular e, no Parlamento, represen- to politicamente essa luta.

É com muita satisfação que vejo nascer em São João de Meriti um jor- nal popular, o jornal da ABM. Um jornal comprometido com os fatos e wrdades a partir da realidade do povo.

A nossa cidade nunca possuiu um jornal com essa proposta. Os poucos jornais que circulam na cidade têm, atrás de si, interesses de

políticos e de grupos. O jornal da ABM é fruto da luta popular. O seu interesse maior é com a organizarão, com o movimento popular, com a população meritiense.

Registro, aqui, a minha crença de que este será o grande jornal da cidade. Parabéns às Associações de Moradores, á ABM, povo de São João de Meriti.

Saudações Petistas Deputado ERNANí COELHO

Líder do PT/RJ

ABMNO&BAIRROS

Ainda não foi des- ta vez que o povo de Meriti pôde per- guntar diretamente às autoridades en-

carregadas do problema da saúde no Estado do Rio de Janeiro, quando será cons- truído o Hospital Geral do Município. O superinten- dente Regional do Inamps, João Carlos Serra, o se- cretário estadual de Saúde, Sérgio Arouca, e o prefeito José Cláudio da Silva foram convidados mas não compareceram ao "Encon- tro de Saúde" organizado pela ABM (Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti) dia 15 de agosto, no salão paroquial da Igreja Matriz.

Vinte e oito Associa- ções de Moradores e 30 en- tidades, como partidos políticos, participaram do Encontro, coordenado pelo presidente da ABM, Ury Gomes Machado. Fizeram parte da mesa o secretário municipal de saúde, Carlos Alberto da Costa, o re- presentante do Conselho Comunitário de Saúde de Nova Iguaçu, Nelson Na- hon. Frei Atílio Battistuz e o professor da Faculdade de Medicina da Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Fer- nando Tura.

Ury Gomes fez um breve histórico da luta por melhores condições de saúde no município. Lem- brou que desde o primeiro congresso da ABM, em 1983, começou-se a dis- cutir os problemas cau-

sados pela falta de sa- neamento básico e daí con- cluiu-se que a luta da saúde depende do fim das valas abertas, da drenagem de rios e do abastecimento regular de água. O pre- sidente da ABM explicou que as perguntas que seriam feitas a João Carlos Serra e Sérgio Arouca foram enviadas como documento, e cita como exemplo: quando será cons- truído o Hospital Geral do Município, que faz parte do projeto SOS Baixada, eque se originou de um decreto do Ministro Raphael de Al- meida Magalhães, em 21 de agosto de 1986? E como está o projeto de muni- cipal izaçao da saúde?

O secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto da Costa, foi á reunião pronto para responder a questões sobre os Módulos de Saúde e a área do Hos- pital Geral. Carlos Alberto citou os cinco módulos já existentes: Gato Preto, Vila Zulmira, Morro de Santa Helena, Vila São José e Favela do Dique (margem do Sarapuí), e afirmou que nos dias 22 e 30 de agosto seriam inaugurados os módulos de Agostinho Porto e Parque Alian, res- pectivamente. Quanto à localização do Hospital Público, o Secretário de Saúde disse que a Pre- feitura dispõe de áreas que seriam destinadas à cons- trução de Cieps, e pode- riam sen/ir. Mas, antes, a Prefeitura precisa saber o tamanho do hospital.

O representante da

Igreja Matriz, Frei Atílio Battistuz, lamentou a ausência das autoridades convidadas, porque a reunião seria uma opor- tunidade para um diálogo mais direto das Asso- ciações de Moradores com os representantes do poder público.

O professor da UFRJ, Luiz Fernando Tura, apresentou a pesquisa en- titulada "Subsídios para o diagnóstico de Saúde de São João de Meriti", feita pelos médicos residentes em Medicina Preventiva e Social do Hospital Univer- sitário da UFRJ, a pedidos da ABM. Esse projeto apontou como doenças de maior incidência no mu- nicípio a tuberculose e a hanseníase (lepra), en- quanto as causas de morte mais freqüentes são as doenças cardiovasculares e causas externas (atro- pelamentos, quedas). Através da pesquisa se constatou novamente a necessidade de um hos- pital geral no município.

Dois presidentes de Associações de Moradores foram mais aplaudidos em suas falações. José San- tana, do Jardim Paraíso, criticou a ausência do Prefeito, do Superinten- dente Regional do Inamps e do Secretário Estadual de Saúde e então fez duas per- guntas ao Secretário Carlos Alberto da Costa: podemos acreditar na abertura das licitações para obras do PAM-PU? Por que, dos 21 mini-postos que a Pre-

feitura prometeu construir e aparelhar, só um (Parque Araruama) está funcionan- do?

Adão Rufino, Presiden- te da Associação de Moradores de Venda Velha, lembrou que parte do lixo recolhido no município é jogado em seu bairro, na Rua Anastácio Correia, que abrange Venda Velha e Parque Santana. Adão reclamou da fumaça cons- tante por causa da queima do lixo.

Com relação ao pro- blema dos Mini-Postos, o Secretário Municipal de Saúde argumentou que a Prefeitura não tem verba para construí-los e recebe ajuda externa. Carlos Al- berto explicou também que a obra do mini-posto de Vila São João está parada porque estudos de en- genharia indicaram que o terreno do local é diferente e precisa ser removido para que se dê continuidade à obra.

Quanto ao problema da lixeira em Venda Velha, o Secretário de Saúde afir- mou que a reivindicação seria encaminhada a Se- cretaria Municipal de Obras. Durante a expli- cação, Carlos Alberto revelou um dado entris- tecedor: a Prefeitura re- colhe apenas 45% do lixo doméstico.

O clínico-geral, Luís Carlos Bezerra, represen- tante dos funcionário do

PU, de São Mateus, re- clamou uma mudança ad- ministrativa no Posto de Urgência, porque nesses 9 meses de intervenção a situação do PU nao se modificou. Faltam Raio-X, eletrocardíograma e re- médios da Ceme (Central de Medicamentos).

No "Encontro de Saúde" seriam discutidas questões como a muni- cipalização dos serviços de saúde, pelo Inamps; inter- venção do Instituto no PU do Sase, em São Mateus e o convênio do Hospital de São João com as Ações In- tegradas de Saúde (AIS). O Secretário Municipal de Saúde pôde responder apenas à questão do es- queleto do PAM-PU, em Vi lar dos Teles. Carlos Al- berto afirmou que no dia 12 de agosto de 1987 foi publicado edital de lici- tação para obras no es- queleto.

Participaram do Encon- tro 28 Associações de Moradores: Itapuan, Par- que Santana e Barão do Rio Branco, Coelho da Rocha, Morro do Amor e Novo Rio I, Venda Velha, Agostinho Porto e Arauama, Vila Jurandir, Sumaré e Parque Alian, Praça da Bandeira, Tomazinho e Vila Tiraden- tes, Vilar dos Teles, Jardim Paraíso e Jardim Metró- pole, Vila São João, En- genheiro Berford e Cas- telinho, Novo Rio II, Juruti, União Barão do Rio Branco e Vila União, Parque In- dependência, Vila An- dorinha e São Mateus.

ÍIZEU, O PAM (Posto de Aten-

dimento Médico) de Vilar dos Teles vai tornar-se uma realidade depois de 15 anos de espera. Dia 12 de agosto o Ministério da Previdência e Assistência Social pu- blicou nos jornais do Rio o aviso de concorrência do "esqueleto", como é co- nhecido o prédio inacabado que fica na Avenida Pre- sidente Abraão Lincoln, em frente ao número 260. A concorrência acontecerá nos dias 21 e 25 de setem- bro, ás 15 h. na Avenida

Churchíll,94,9?andar. O prédio começou a ser

construído pelo Inamps em 1972 e depois foi aban- donado. Há muitos anos a população meritiense reivindica a continuação das obras, mas as auto- ridades estavam fazendo vista grossa para o pro- blema da saúde em São João de Meriti, um mu- nicípio com 700 mil ha- bitantes que não conta sequer com um hospital público.

A última manifestação

do movimento organizado reclamando a construção do PAM aconteceu em 21 de fevereiro deste ano, guando 500 moradores de vários bairros de Meriti fizeram uma passeata, or- ganizada pela ABM, do centro de Vilar até o "es- queleto". Depois desse evento a Federação par- ticipou de vários encontros com o Superintendente Regional do Inamps, João Carlos Serra, reivindicando a continuação das obras do PAM. ,

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A BMNOS BAIRROS

básiçoi__ um direito de quem

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As vezes o mora- dor quer saber o que signifi- ca a palavra drenagem (conjunto

de tubulações destinados a remover o excesso de água das ruas) e como é feito o planejamento do abastecimento d'água. Agora já existem respostas simples para essas

perguntas na cartilha "Saneamento Básico: um direito de quem?", lançada dia 29 de agosto, na sede daABM.

Um trabalho conjunto daABM, da FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional), que imprimiu olivreto.edos pesquisadores Alberto

Najar e Clarice Melamed, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas de Saúde da Fundação OswaldoCruz, a cartilha será enviada às Associações de Moradores para auxiliar seus debates.

Trinta representantes de Associações participaram do lançamento da cartilha e vários falaram sobre a importância do evento, já que o livreto é fruto das discussões sobre Saneamento Básico que aconteceram na ABM e nas

Associações. O representante da

FASE, Jorge Florêncio, disse que saneamento não é apenas esgoto, mas também abastecimento d'águae limpeza de rios e a cartilha explica detalhadamente, cada um destes pontos.

Presente do lançamento, Clarice Melamed lembrou que o povo deve pressionar para que as frentes de obras sejam reativadas imediatamente e deve fiscalizá-las.

é MIM Nós não vamos nos dispersar Chama, tem que ter feita Juntos, é tão bom saber Tem que ter festa Que passado o tormento >«-■—^ Vamos pra vida Será nosso esse chão S — - Água! 1 W*^ r Te quero terra pra plantar! Dona da vida i(

lriiv.í-l i Te quero verde!

Ouve esta prece tão comovida * L Te quero casa pra morar! Chega, brinca na fonte ■ IíMBR ji L Te quero rede! Desce do monte ^^ ^k Depois da chuva o sol da manhã Vem como amiga j\ ^k Chega de mágoa!

A Cheqa de tanto oenar Quero água de beber ^J m Copo d'água B ^B Canto! Marola mansa da maré 1^. ^B Que o nosso canto Mulher amada J^M Joqa no tempo uma semente Te quero orvalho toda manhã! ^Iv V Gente, olha essa gente

^W' ^r Olha essa terra Terra! >\\ r ^ Olha essa gente Olha esta terra! i > Quero te ver crescer bonita! Raça valente Quero te ver crescer feliz! Gente sofrida 1 Lk

Gente pra ser feliz, feliz!

(Criação coletiva do Sindicato dos Artistas para a campanha contra a seca, 1985).

Ilustrações da Cartilha da FASE — Saneamento Básico Um Direito de quem?

A BMNOS BAIRROS

Para termos uma idéia do que é o Centro de Pro- fessores do Rio de Janeiro, o

CEP, vamos fazer uma pequena retrospectiva da sua organização, suas dificuldades atuais e ban- deiras de luta, tendo como referência o Núcleo de São João de Meriti.

O CEP-RJ nasceu e se firmou como entidade representativa da grande maioria dos professores públicos, a partir de um processso de luta que resultou nas greves de 1987. O CEP veio ocupar o espaço de legitimidade no quadro do sindicalismo combativo então emergen- te no País.

NÚCLEOS MUNICIPAIS: BASE E FORÇA DA EN- TIDADE

Os Núcleos Municipais do CEP representam a grande força da organi- zação dos professores e da entidade. Com autonomia política, financeira e ad- ministrativa, têm seus membros eleitos para um mandato de 3 anos, simul- taneamente á eleição da direção central, com sede na cidade do Rio de Ja-

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neiro. Aos núcleos cabem o papel de coordenar as lutas do magistério público nos municípios. Em S.J. de Meriti, o núcleo do CEP representa os professores da rede estadual e mu- nicipal, com igual legiti- midade, o que significa uma importante conquista, uma vez que em alguns municípios tal unidade não foi possível.

A Entidade nasceu e se projetou perante o magis- tério público do Rio de Janeiro a partir da luta salarial. No entanto, nos últimos anos, novas ques- tões foram incorporadas á pauta de luta relacionadas à valorização do ensino público e a sua demo- cratização. Esta preocu- pação faz com que o CEP venha defendendo mais verbas e sua melhor aplicação no ensino pú- blico, reforma profunda do currículo, a eleição da direção e a participação da comunidade escolar nas decisões da escola.

CEP-MERITI: 8 ANOS DE LUTA

Mantido pela contri- buição de seus 500 sócios, somente da rede muni- cipal, o núcleo nos dois úl-

timos anos, conseguiu montar sua infra-estrutura que permite ter sua sede equipada para atender diariamente aos profes- sores. Mesmo dispondo de um número pequeno em sua diretoria, o CEP con- segue estar presente nas principais questões do ministério local ou de In- teresse da população. Atualmente o CEP — Meriti tem como prioridades: viabilizar a realização do I Congresso de Educação Municipal; estimular a criação do Conselho de Representantes de Escola; participar do movimento em defesa dos ClEPs; trabalhar na Implantação do Novo Estatuto e Plano de Carreira da rede mu- nicipal; reativar a cam- panha de filiação; discutir com o movimento popular a organização e funcio- namento do CEC — Con- selho Escola-Comunidade, e através dele, a escolha de direção de escola muni- cipal, reivindicação comum das Associações de Mo- radores e dos professores, que consta do Novo Es- tatuto já negociado com o Executivo e que só depen- de da aprovação pela Câmara Municioaí.

Grupo de

educação especia

As crianças com problemas de de- ficiência vi- sual, auditiva, física ou mental

agora têm um órgão para ajudá-las: o Grupo de Educação Especial, que funciona no Ciep Jardim Metrópole, Avenida do Comércio, sem número. O atendimento é de segunda á sexta-feira, das 9h ao meio-dia.

O Grupo de Educação Especial começou a fun- cionar em São João no dia 8 de junho passado e conta com um fonoaudiológo, um psicólogo, um assis- tente social, um orientador pedagógico e um super- visor técnico em educação especial.

De acordo com a orien- tadora pedagógica Geysa Maria da Silva, o Grupo vai prestar assistência também a duas escolas que tra- balham com crianças

deficientes: Alzira dos Santos, em VilaTiradentes, com uma turma de defi- cientes auditivos e outra de deficientes mentais; e o colégio Estadual Rubens Farrula, em Vila Rosali, que possui uma classe de alunos com deficiência mental.

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I 1 — Nome como ê conhecida a Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti.

2 — Principal obra que toda a Baixada Fluminense precisa, para terminar com os problemas de valas abertas.

3 — Nome do projeto que as Associações de Moradores de Meriti desenvolvem relacionado às crianças.

4 — Frase que o Presidente José Sarney não quer nem ouvir, mas o povo continua .dizendo pelas ruas:

Já.

5 — Os constituintes não conseguem decidir.se o próximo sistema de governo do país será ou presidencialismo.

6 — Antigo nome da Rua Luís alves Cavalcante, onde funciona a sede da Federação das Associações de Moradores de São João de Meriti.

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A BMNOS BAIRROS

Governo José Cláudio completa 2 anos Ao completar 2 anos de

Governo, o Prefeito José Cláudio apresenta ao povo meritiense um pequeno resumo de suas reali- zações à frente da Administração da Prefeitura Municipal de São João de Meriti.

Em setembro de 1985, quando assumiu, ainda como interventor, a Prefeitura Municipal de São João de Meriti, o Prefeito José Cláudio encontrou a adminis- tração numa situação de ver- dadeiro caos.

Bastou um rápido levanta- mento para se constatarem os mais diversos tipos de irregu- laridades, incoerências e desman- dos dos antigos governos mu- nicipais.

A população sofria as con- seqüências da irresponsabilidade reinante. A coleta do lixo era feita por dois únicos caminhões, a as- sistência médica praticamente não existia. A Secretaria de Educação vivia a contradição de ter professores demais e ser in- suficiente para atender as 30 es- colas da rede municipal. As obras públicas estavam paralisadas. Enfim, a Prefeitura funcionava apenas como um cabide de em- pregos.

A MÁQUINA VOLTA A FUNCIONAR

Assim que tomou posse, o Prefeito José Cláudio determinou a cada um de seus secretários a reativação da máquina muni- cipal. Ao mesmo tempo que os problemas mais imediatos da Ad- ministração foram sendo resol- vidos, os serviços públicos vol- taram a existir.

NOVOS EQUIPAMENTOS

Durante o novo governo, foram adquiridos 16 caminhões de lixo, 80 caçambas coletoras, duas retroescavadeiras, duas niveladoras (PACROL), um rolo compressor e carrinhos de mão, pás, enxadas e várias outras ferramentas indispensáveis aos serviços de melhorias e conser- vação de ruas.

REFORMA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS

Nestes dois anos de governo, metade das escolas municipais foram reformadas ou ampliadas. Mais carteiras, mesas e várias peças do mobiliário escolar foram compradas. Hoje, a Secretaria de Educação atende a 13 mil alunos que além da educação também recebem, diariamente, merenda escolar. Sò este ano, foram dis- tribuídas um milhão e 400 mil refeições aos alunos da rede municipal.

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA A INFÂNCIA _ PAI

O Programa de Assistência à Infância que consiste, basicamen-

te, da instalação de várias creches domiciliares nos bairros de Meriti, já começou. A primeira creche está sendo construída no Parque Tietê. Chamada de creche- núcleo, ela vai fornecer apoio a mais 20 creches domiciliares que vão atender a 120 crianças deO a 6 anos.

Todo o trabalho de seleção de mães guardadeiras e matrículas de crianças para a creche, está sendo feito conjuntamente com a Associação de Moradores do Par- que Tietê.

ATENDIMENTO MEDICO

A Secretaria Municipal de Saúde, que até 1985 servia apenas como um cabide de empregos, hoje alcança uma média de aten- dimentos de 5 mil pacientes por mês e presta os seguintes serviços: tratamento de reidratação oral, Pré-natal, Crescimento e Desen- volvimento (acompanhamento dos bebês até os 4 anos para prevenir doenças nesta idade). Cursos de Gestantes (noções sobre gravidez e parto, preventivo, dis- tribuição de vitaminas e noções sobre planejamento familiar), curativos e vacinas. Odontologia, fticologia. Dermatologia, visitas programadas (aos pacientes com problemas familiares), palestras e debates (como campanhas de saúde contra a Hanseníase, a AIDS e outras).

O PAM — Posto de Aten- dimento Médico Municipal — fun- ciona diariamente na Rua Valério Villas Boas, Centro.

PROGRAMA MÉDICO NA COMUNIDADE

Dos 60 módulos previstos pelo programa, 5 já estão em fun- cionamento. Em locais cedidos pela própria comunidade (geral- mente a Associação de Moradores do bairro), a Prefeitura instala os equipamentos e o médico que presta atendimento aos mora- dores no próprio bairro.

Até o momento são os seguin- tes módulos em funcionamento— Três Pontes (Av. Tucão, 69); Tomazinho (Rua Manoel Gama, Gato Preto); Vila São José (Rua Caruná); Centro (R. Stf Maria, Morro St? Helena) e Éden (Rua Anápolis, Vila Zulmira).

COLETA DO LIXO

Em setembro de 1985, a Prefeitura recolhia uma média de 100 toneladas de lixo por mês. Hoje, após uma série de refor- mulações no setor, o Departa- mento de Limpeza recolhe mais de 130 toneladas por cüa- Além disso, a coleta foi regularizada, o serviço se estendeu aos bairros da periferia, e a Prefeitura realizou uma verdadeira caça ás lixeiras. Centenas delas foram extintas. Infelizmente, uma pequena par- cela da população continua jo-

gando lixo na rua, mesmo que por ali passe o caminhão regularmen- te. Devido a problemas como ci- tes, a Secretaria de Serviços Públicos está trabalhando junto com as Associações de Moradores na organização de ccampanhas contra o lixo e as lixeiras, comoé o caso da Associação de Mora- dores da Rua São João Batista e Adjacências (AMAR SÃO JOÃO).

OBRAS PÚBLICAS

O Governo José Cláudio cuidou da reativação da Fábrica

Municipal de Manilhas, que hoje também produz bloquetes, meios fios e tijolos para caixas de areia. Com recursos exclusivos da municipalidade ou com finan- ciamentos externo ajuda de em- presariado e participação do Governo do Estado, a Prefeitura coordenou ou realizou as seguin- tes obras:

— RECUPER/^ÃO DA RUA DA MATRIZ (De Vila Rosaly até Belford Roxo — 4 mil e 500 metros).

— RECUPER^ÀO DA PAS- SARELA (Centro); — REPOSIÇÃO DE MANI- LHAS (Parque Aliança — 3.000 manilhas);

— SANEAMENTO E CAL- ÇAMENTO DO MORRO DO CARRAPATO (4 mil metros de ruas— obras em andamento);

— CONSTRUÇÃO DA PRAÇA E DO M1NIPOSTO DO PAR- QUE ARARUAMA;

— SANEAMENTO E CAL- ÇAMENTO DAS RUAS SIL- VESTRE E PAQUETA (Vilar dos Teles):

— RECAPEAMENTO DAS RUAS DELIO GUARANÁ (Éden) e RUA SÃO JOÃO BATISTA (Centro);

— CANALIZAÇÃO DO VALÃO DO VILAR DOS TELES; RE- CAPEAMENTO DA AV. PRESIDENTE KENNEDY (Vila Jurandir); PAVIMENT/SÇÃO DAS RUAS DO CONJUNTO TUDO AZU L (Grande Rio);

— Rua Flores da Cunha (Jardim Meriti);

— Mahatma Ghandi (J. Meriti); — Rua Arruda Negreiros (Rua da Feirinha— Centro);

— Rua Claudionor Peri (Sa- neamento— Vilar dos Teles); — Ruas Paraíba e Maranhão (Centro);

— PRAÇA DA BANDEIRA (Saneamento e Urbanização — Governo do Estado);

— LIMPEZA E DRENAGEM DO RIO SARAPUI E AFLUEN- TES(entre o Jardim Paraíso e Três Ftontas); — Avenida Automóvel Clube (operação tapa-buracos— DER).

Esse espaço é para as Associações de Moradores divulgarem as datas das reuniões, das festas ou de qualquer outro evento. Mande Noticias sobre a sua associação. Não deixe de participar do Jornal ABM NOS BAIRROS!

• AM Jardim Metrópole: Assembléia — 2o domingo de setembro, ás 15 horas, na Av. Paris,375.

• Regional II Dia 13 /09,ásl9 horas, na sede da ABM.

• AM Itapuan Reunião de diretoria, último sábado de setem- bro, ásl9:30h, na E.M. Virgílio Machado.

• AM Parque Santana Reunião de diretoria, na2 ? quinta-feira do més, as I9h; assembléia no último domingo do més. às15h,

• AM Vila União Reunião de diretoria no penúltimo sábado do més, às 15h; assembléias último domingo do més, ás 15h — Colégio Estadual Hilton Gama. na Rua Francisco Torquilho.

• AM Vilar dos Teles Reuniões de diretoria toda 2 Meira do més, ás I9h na Comunidade Católica— fundos da Es- cola Aníbal e assembléia todo 3? sábado do més, ásl9h, na Av. Euclides da Cunha, 59.

• AM Parque N. Rio e Adjacências Reunião da comissão para formar associação, toda 6?-feira, ás 18h e dia20/9 assembléia para posse da primeira diretoria, na Escola Hildil- berto Ribeiro de Castro — Rua Sete — P. Araruama.

• AM Rodo Assembléia: dia27 /9, ás 16 horas Reunião dediretoriatoda4?-feira, ás20:30h Rua Porto Alegre, 19.

• AM Venda Velha Rua Eugênio de Menezes, 20 — está em pro- cesso de discussão para eleição da nova di- retoria (a quarta). A eleição será através de uma assembléia geral em princípio de outubro.

• Pró-Associação Morro Santa Bárbara

Os moradores estão se reunindo todos os domingos, ãs 15:30h, para formar a Associação de Moradores. O endereço é Rua Santa Bár- bara,'25, Vila Andorinha.

• AM Vila Jurandir

Reunião de diretoria: 1 ? sábado do més, ás 1 7 horas Assembléia Geral: dia19/9, ãsl 7 horas Rua Gal. Osório,225.

ABM

Reunião de diretoria: toda terça-feira do més, às 19 horas, na sede.

Reunião do Conselho: 2? sábado do més, ás15 horas, na sede.

Núcleo de Mulheres da ABM: último sábado do més, ás 15 horas, na sede.

Rua Luís Alves Cavalcante, 25 — Vilar dos Teles.

8 A BMNOS BAIRROS

Daniel de Assis — 1 ? colocado na corrida da Emancipação

Corrida da emancipação anima centro de Meriti

Numa manhã de do- mingo ensolara- da, dia 30 de agos- to, 500 pessoas par-

ticiparam da corrida rústica organizada pelos profes- sores de Educação Fisica Sebastião Ricardo e Sérgio Bittencourt, em come- moração aos 40 anos de Emancipação Política do município. Entre os com- petidores, que coloriram e animaram o centro de Meriti, estavam estudantes

de São João, de Nova Iguaçu ede Nilópolis.

Contando com apoio do 21 ? BPM e de um grupo de escoteiros do Clube de Desbravadores de Vilar dos Teles, a largada foi âs 9h na Rua Gessyr Fontes e os corredores seguiram pela Avenida Getúlio de Moura, Rua Ana, Carminda, Roberto Silveira, Rua da Matriz, com a chegada no Calçadão da Rua da Matriz.

O vencedor da corrida foi Daniel de Assis, 21 anos, que chegou com o tempo de 17min33s. Daniel mora em Nova Iguaçu e correu com o patrocínio da Gráfica Hamilton. O se- gundo colocado geral, Ricardo Lopes de Carvalho, conhecido como "Papa- léguas", 26. anos, é de Nilópolis. O terceiro lugar foi de Itamar Batista de Souza, 15 anos, que mora no bairro Parque São José

em Nova Iguaçu e repre- sentava o Centro Educa- cional Elane Cardoso. En- tre as mulheres, a ven- cedora foi Simone Fernan- des Castro, de 14 anos, com o tempo de 21mln20s. Simone também corria pelo Centro Educacional Elane Cardoso.

Durante duas semanas a' Prefeitura promoveu atividades para festejar os 40 anos de Meriti. Houve

debates sobre Educação, Cultura Negra e Exposi- ções, Desfiles de Escolas Municipais e Estaduais, inauguração de ruas e módulos de saúde e um baile popular com a or- questra Raul de Barres, na Praça da Matriz. O fecho de ouro ficou por conta da Corrida Rústica, pela manhã, e show da Banda Alfa, à tarde.

Associações de Moradores As Associa-

ções de Mora- dores são par- te da organiza- ção pol itica do

movimento popular, cujas atividades são conhecidas pelas constantes tentativas de encontrar saídas para os muitos problemas sofridos pela população a partir do seu locai de moradia. Problemas esses que o Estado não consegue solucionar.

As Associações de Moradores nascem, por- tanto, da degradação fisica e social do espaço urbano e

da inoperância do poder público.

A qualidade de vida da população vem caindo dia- a-dia. Por isso, os mo- radores buscam, através das Associações, soluções para as periferias inchadas com seus problemas mais sentidos: saneamento básico, violência, poluição, menores abandonados, es- cassez de moradias... dis- cutem seriamente as causas dos baixos níveis de consumo coletivo com transportes deficientes, sistema educacional su- perado, organização de saúde falida, falta de abas-

tecimento, inexistência de equipamentos culturais e de lazer nos bairros po- pulares, um sistema de financiamento da habi- tação destroçado pela corrupção, etc.

As Associações, po- rém, não só reivindicam, mas educam e organizam politicamente os mora- dores.

As Associações de Moradores, o movimento popular no seu todo, estão construindo, no dia-a-dia, seu projeto político. Por is- so não aceitam serem manipuladas e seus lideres

cooptados pelo Estado ou partidos. A autonomia e a democracia participativa são princípios que fun- damentam a prática po- lítica das Associações.

O Movimento popular nas suas lutas e no seu confronto com o Estado vai definindo seu conteúdo político no sentido da transformação social e da construção de uma so- ciedade alternativa.

O Movimento de Bairro é uma organização política que se situa no mesmo nível e em pé de igualdade com os sindicatos, par-

Adeiar Pedro de David

tidos e outras organiza- ções, com uma visão própria e particular dos problemas sociais e suas soluções.

A independência e autonomia política do Movimento de Bairros são exercidas ativamente em relação ao Estado (Pre- feitura), pois a organização popular é portadora de um novo projeto de organi- zação social que conflita abertamente com o au- toritarismo, a corrupção, empreguismo, incom- petência e o imobilismo in- centivados pelo Estado.