Anotações de Laznik-Penot - Interações Sonoras Entre Bebês Que Se Tornaram Autistas e Seus Pais

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Anotações de Laznik-Penot - Interações sonoras entre bebês que se tornaram autistas e seus pais

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LAZNIK, Marie Christine, MAESTRO, Sandra, MURATORI, Filippo et al. Interaes sonoras entre bebs que se tornaram autistas e seus pais.. In: COLOQUIO FRANCO-BRASILEIRO SOBRE A CLINICA COM BEBES, 1., 2005, Paris. Proceedings online... Available from: . Acess on: 16 June. 2012. Laznik-Penot - Interaes sonoras entre bebs que se tornaram autistas e seus paisTrevarthen e Fernald: beb mostra interesse por certos elementos da voz materna. Proposta de Laznik: cruzar com as hipteses apresentadas por J. Lacan a propsito da pulso invocante. Pequeno Marco: "Este beb, ento com dois meses e meio, que demonstrava inteira indiferena pelo mundo humano que o cercava, mostrou-se de repente capaz de olhar para sua me e lhe responder vocalizando, aps uma msica que ela lhe cantou. Sua interao foi sustentada durante quase trs minutos""No podemos negligenciar o fator desencadeante da msica da me, mas um estudo da prosdia da voz do pai e da me, presentes na cena, nos ensinou que a voz do pai apresentava as caractersticas prosdicas do mamanhs, a motherese descrita pelos psicolingistas. Mesmo que a voz paterna mal se oua no fundo sonoro do filme , ela pde sustentar a busca da ligao vocal e visual me-filho."Interao me-beb est ligada qualidade sonora do mamanhsmamanhs: [parentese] (Fernald & Kuhl, 1987) e no apenas [motherese], o que parece mais justo pois os pais, e at os tios, falam com os bebs deste modo. "turnos de palavras" (psicolingistas); "A me fala no lugar do beb, na primeira pessoa e lhe responde como se fosse ele que tivesse falado. Neste dilogo, o beb lhe d ateno ativamente, com seu olhar e sua voz."Dupoux e Mehler (1990), o mamanhs o dialeto de todas as mes do mundo quando elas falam com seus bebs : a voz postada um tom mais alto e a entonao exagerada. Pedro. "algo de extraordinrio ficou gravado numa pequena cena desse longo filme de famlia. Este beb, que praticamente nunca responde, vai entrar num dilogo visual e tonal com seu tio, que passava por ali por acaso. Essa cena se passa quando o beb est com uns seis meses (...)"Dois minutos antes da interveno do tio, a me ainda havia tentado entrar em contato com o beb. Sua voz indicava que ela o fazia por dever de conscincia, sem acreditar muito nisso, mas assim mesmo continuando a tentar. No somente o beb no tinha entrado em contato com ela, mas at se tinha deixado cair de um lado, na cama de tecido em que a me o havia instalado no jardim. O tio comea estendendo a mo ao beb, ao que este no responde. Mas logo que a voz do tio ouvida, ela consegue arranc-lo da prostrao e o beb, sorrindo, comea a vocalizar e a olhar para o tio, como um beb normal. A mudana do beb brutal e surpreendente.""Esse beb nos ensina que a presena dos picos prosdicos, prprias do papais, na voz do adulto que lhe fala, pode induzir uma resposta at de bebs que ficaram mais tarde autistas. O que significa que, mesmo que o beb no suscite esse tipo de relao com o seu Outro, ele est equipado para lhe responder.""A. Fernald havia notado que essa forma particular de prosdia em uma me no se encontrava praticamente nunca na linguagem de um adulto dirigindo-se a outro adulto, salvo em condies extremamente raras, em que uma grande surpresa vinha junto com um grande prazer. O autor no conclua nada a partir dessa observao, mas Laznik (1995) tinha ficado muito interessada por estes dois termos : surpresa e prazer. Eles serviam s noes de siderao e de luz que tanto haviam interessado a Freud no lugar da terceira pessoa do dito espirituoso (chiste).""Logo que o beb lhe responde, olhando para ela, a surpresa e a alegria da me explodem, melhorando sua prosdia. Ela lhe diz uma poro de palavras carinhosas, lhe declara seu amor de todas as formas possveis e ri de alegria diante das respostas do filho.Mas se ela pode repetir como um eco algumas de suas vocalizaes, ela no se permite falar em seu lugar na primeira pessoa do singular. Ela no lhe atribui frases que se dirigiriam a ela, a me. Por este motivo, seria talvez necessrio falar de pseudo proto-conversa. Essa louca dimenso que consiste em falar no lugar do outro no sentido de Winnicott da loucura necessria das mes s talvez possvel nas condies de gurana da capacidade materna."Trevarthen gosta de dizer que os bebs nascem com a motif for the motif of the other. No o caso dos bebs de nossos filmes de famlia.