Anotações- O Poder do Mito

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  • 8/8/2019 Anotaes- O Poder do Mito

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    O Poder do Mito

    Joseph CampbellIdias

    Um personagem principal

    Dar a Vida por algo ou alguem maior que ele mesmo

    Porque sobre isso que vale a pena escrever. Mesmo nos romances

    populares, o protagonista um heri ou uma herona que descobriu ourealizou alguma coisa alm do nvel normal de realizaes ou deexperincia. O heri algum que deu a prpria vida por algo maior queele mesmo.

    2 tipos de heroi, um fisico e outro espiritual

    Bem, h dois tipos de proeza. Uma a proeza fsica, em que o heripratica

    um ato de coragem, durante a batalha, ou salva uma vida. O outro

    tipo a proeza espiritual,na qual o heri aprende a lidar com o nvel superior da vida espiritual

    humana e retorna

    com uma mensagem.

    A faanha convencional do heri comea com algum a quem foiusurpada alguma coisa,

    ou que sente estar faltando algo entre as experincias normaisfranqueadas ou permitidas

    aos membros da sociedade. Essa pessoa ento parte numa srie de

    aventuras queultrapassam o usual, quer para recuperar o que tinha sido perdido,

    quer para descobrir

    algum elixir doador da vida. Normalmente, perfaz se um crculo, coma partida e o retorno.

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    Transformao = morte e renascimento

    Mas a estrutura e algo do sentido espiritual dessa aventura j podemser detectados na

    puberdade ou nos rituais de iniciao das primitivas sociedades

    tribais, por meio dos quaisuma criana compelida a desistir da sua infncia e a se tornar um

    adulto para morrer, dir

    se ia, para a sua personalidade e psique infantis e retornar comoadulto responsvel. E essa

    uma transformao psicolgica fundamental, pela qual todoindivduo deve passar. Na

    infncia, vivemos sob a proteo ou a superviso de algum, entre osquatorze e os vinte e

    um anos e caso voc se empenhe na obteno de um ttulouniversitrio, isso pode

    prosseguir talvez at os trinta e cinco. Voc no , em nenhumsentido, auto responsvel,

    um agente livre, mas um dependente submisso, esperando erecebendo punies e

    recompensas. Evoluir dessa posio de imaturidade psicolgica para acoragem da auto

    responsabilidade e a confiana exige morte e ressurreio. Esse o

    motivo bsico dopriplo universal do heri ele abandona determinada condio e

    encontra a fonte da vida,

    que o conduz a uma condio mais rica e madura.

    3 provaes de Jesus e Buda

    Jesus: Econmica, Poltica e Espiritual

    No deserto, Jesus sofreu trs tentaes. Primeiro, a tentaoeconmica,

    quando o Diabo chega at ele e diz: Tu pareces faminto, meu jovem!Por que no

    transformar estas pedras em po? E Jesus responde: No s de povive o homem, mas de

    toda palavra que sai da boca de Deus. Em seguida, a tentaopoltica. Jesus levado ao

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    topo da montanha, de onde avista as naes do mundo, e o Diabo lhediz: Tudo isto te

    darei, se, prostrado, me adorares, que vem a ser uma lio, aindano suficientemente

    conhecida, hoje, sobre quanto custa ser um poltico bem sucedido.Jesus recusa. Finalmente

    o Diabo diz: Pois bem, j que tu s to espiritual, vamos ao topo dotemplo de Herodes e

    atira te para baixo. Deus te acudir e tu no ficars sequermachucado. Isto conhecido

    como enfatuao espiritual. Eu sou to espiritual que estou acima daspreocupaes da

    carne e acima deste mundo. Mas Jesus encarnado, no ? Ento elediz: Tu no tentars

    o Senhor, teu Deus. Essas so as trs tentaes de Cristo, torelevantes hoje quanto no

    ano 30 da nossa era.

    Buda: Desejo ou luxuria , medo e o dever social de fazer o quenos dizem.

    O Buda, tambm, se dirige floresta e l entretm conversaes comos gurus da poca.

    Ento ultrapassa os e, aps um perodo de provaes e busca, chega rvore bo, a rvore da

    iluminao, onde igualmente enfrenta trs tentaes. A primeira atentao da luxria, a

    segunda, a do medo e a terceira, a da submisso opinio alheia,fazer o que lhe

    ordenado.

    Na primeira tentao, o Senhor da Luxria exibe suas trs belas filhasdiante do Buda. Seus

    nomes so Desejo, Satisfao e Arrependimento futuro, presente epassado. Mas o Buda,

    que j se havia libertado do apego a toda sensualidade, no secomoveu.

    Ento o Senhor da Luxria se transformou no Senhor da Morte, lanoucontra o Buda todas

    as armas de um exrcito de monstros. Mas o Buda tinha encontrado

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    em si mesmo aquele

    ponto imvel, interior, que pertence eternidade, intocado pelotempo. Uma vez mais, no

    se comoveu e as armas atiradas transformaram se em flores dereverncia.

    Finalmente, o Senhor da Luxria e da Morte se transformou no Senhordos Deveres

    Sociais, e argiu: Meu jovem, voc no leu os jornais da manh? Nosabe o que h para

    ser feito hoje? A resposta do Buda foi simplesmente tocar o chocom as pontas dos dedos

    da sua mo direita. Ento a voz da deusa me do universo se fezouvir, como um trovo

    rolando no horizonte, dizendo: Este aqui, meu filho bem amado, j sedoou de tal forma ao

    mundo que no h mais ningum aqui a quem dar ordens. Desistadessa insensatez.

    Enquanto o elefante, no qual o Senhor dos Deveres Sociais estavaassentado, curvava se em

    reverncia ao Buda, toda a coorte do Antagonista se dissolveu, comonum sonho. Naquela

    noite, o Buda atingiu a iluminao e permaneceu no mundo, pelos

    cinqenta anosseguintes, ensinando o caminho da extino dos grilhes do egosmo.

    Objetivo do mito

    Transformao da Conscincia atravs de provaes e revelaes

    Descer escurido

    Jonas e a baleia

    Caminho

    Os Mestres no mostram a verdade, mas o Caminho para a Verdade.