O Edifício Teatral e os Sentidos do Art Déco como discurso de progresso no Estado Novo em Mato Grosso

THAÍS LEÃO VIEIRA*

O discurso em torno do nacionalismo e da nação torna-se mais evidente ainda no Brasil a partir da década de 1930, com as ações de unificação do Estado por meio do projeto de povoamento e modernização do interior do país - a exemplo da “Marcha para o Oeste”. A política expansionista provocou um crescimento acelerado gerando explosão demográfica, maior rapidez nos transportes concebendo uma ideia de progresso. Com ele, o processo de modernização a partir de uma visão em que a cultura serviu em diversos momentos para reforçar interesses políticos. Os espaços destinados ao espetáculo e à diversão na capital de Mato Grosso foram ao longo do século XX se transformando tendo palco central as lutas políticas. A intenção aqui é discutir a partir da construção do edifício do Cine-Teatro Cuiabá e da imprensa a maneira como Mato Grosso inseriu-se neste ideário de modernização e integração nacional. As edificações construídas, a exemplo do Cine-Teatro Cuiabá – inaugurado em 1942-, serviram a um discurso da modernidade na qual podemos observar a ação do Estado em que o teatro e o cinema se tornaram ícones culturais dessa modernização na primeira metade do século XX. Nas políticas públicas voltadas para a urbanização estavam implícitas as ações que o Estado desenvolveu considerando este edifício teatral como inserido nesse projeto.

* Professora Adjunta do departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso campus de Rondonópolis (UFMT). Membro do Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC-UFU) e do Grupo Arte.Com (UFMT).