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1 UGOPOCI/SINDIPOCI ANTEPROJETO Dispõe sobre a Lei Orgânica e Estatuto da Polícia Judiciária do Estado de Goiás e dá outras providências. GOIÂNIA, MARÇO DE 2009

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UGOPOCI/SINDIPOCI

ANTEPROJETO

Dispõe sobre a Lei Orgânica e Estatuto

da Polícia Judiciária do Estado de Goiás e dá outras providências.

GOIÂNIA, MARÇO DE 2009

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MINUTA DE ANTEPROJETO DE LEI

LEI COMPLEMENTAR nº. _________ , de _______ de ________________ de 2009.

Dispõe sobre a Lei Orgânica e o Estatuto da Polícia

Judiciária do Estado de Goiás e dá outras

providências. A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do art. 10 da Constituição Estadual, decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

LIVRO I

DA LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS, DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E DOS SERVIDORES DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS

Art. 1º. Esta Lei Complementar dispõe sobre os princípios, a organização, o funcionamento, as competências, as garantias, os direitos e os deveres da Polícia Judiciária do Estado de Goiás, na forma do art. 24, inciso XVI, da Constituição Federal e do art. 4º, inciso II, alínea “o”, da Constituição Estadual, bem como institui o Estatuto da Polícia Judiciária goiana. Art. 2º. A Polícia Judiciária, órgão permanente do Estado de Goiás, vinculada à Secretaria da Segurança Pública, essencial à segurança pública e à defesa das instituições democráticas e fundada na promoção da cidadania, da dignidade humana e dos direitos e garantias fundamentais, tem por finalidade a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

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Parágrafo único. A Polícia Judiciária é órgão integrante do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP. Art. 3º. São princípios institucionais da Polícia Judiciária:

I – proteção dos direitos humanos;

II – participação e interação comunitária;

III – resolução pacífica de conflitos; IV – uso proporcional da força; V – eficiência na repressão das infrações penais; VI – indivisibilidade da investigação policial; VII – indelegabilidade das atribuições funcionais; VIII – hierarquia e disciplina funcionais; e IX – atuação técnico-científica e imparcial na condução da atividade investigativa.

Art. 4º. A atuação da Polícia Judiciária deverá atender às seguintes diretrizes:

I – atendimento imediato ao cidadão; II – planejamento estratégico e sistêmico; III – integração com outros órgãos do sistema de segurança pública, demais instituições do poder público e com a comunidade; IV – distribuição proporcional do efetivo policial; V – interdisciplinaridade da ação investigativa; VI – cooperação técnico-científica na investigação policial; VII – uniformidade de procedimentos; VIII – prevalência da competência territorial na atuação policial; IX – complementaridade da atuação policial especializada; X – desburocratização das atividades policiais; XI – cooperação e compartilhamento de experiências;

XII – utilização de sistema integrado de informações e de dados disponíveis; e

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XIII – capacitação fundamentada nas regras e nos procedimentos do SUSP, com ênfase em direitos humanos. Art. 5º. Compete à Polícia Judiciária: I – exercer, ressalvada a competência da União e com exclusividade, as funções de polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as militares; II – planejar, coordenar, dirigir e executar, com exclusividade, as ações de polícia judiciária e de apuração de infrações penais, que consistem na produção e na realização de inquérito policial, termo circunstanciado ocorrência e de outros atos formais de investigações; III – cumprir mandados de prisão e de busca domiciliar, bem como outras ordens expedidas pela autoridade judiciária competente, no âmbito de suas atribuições; IV – preservar locais, apreender instrumentos, materiais e produtos de infração penal, bem como requisitar perícia oficial e exames complementares; V – organizar e realizar ações de inteligência, destinadas ao exercício das funções da polícia judiciária e à apuração de infrações penais, na esfera de sua competência; VI – realizar correições e inspeções, em caráter permanente ou extraordinário, na esfera de sua competência; VII – organizar e realizar pesquisas técnico-científicas relacionadas com as funções de polícia judiciária e com a apuração de infrações penais; VIII – elaborar estudos e promover a organização e tratamento de dados e informações indispensáveis ao exercício de suas funções; IX – estimular e participar do processo de integração dos bancos de dados existentes no âmbito dos órgãos do SUSP; X - realizar ações de inteligência e participar dos sistemas integrados de informações dos órgãos públicos municipais, estaduais, federais e de entidades privadas de interesse da investigação policial; XI – manter, na apuração das infrações penais, o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade; XII – propor ao Secretário da Segurança Pública o planejamento e a programação dos investimentos da Polícia Judiciária; XIII – executar os atos administrativos de natureza disciplinar e de gestão orçamentária e financeira referentes a pessoal, à compra de materiais e equipamentos e à contratação de serviços no âmbito da Polícia Judiciária;

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XIV – coordenar, controlar, orientar e exercer as atividades de polícia judiciária, a cargo das delegacias de polícia, excetuando-se a competência da Polícia Federal, bem como executar em todo o Estado as atividades de prevenção e repressão da criminalidade, ressalvadas as atribuições da Polícia Militar; XV – propor ao Secretário da Segurança Pública a ampliação do aparelho policial nas áreas em que ocorrer aumento da criminalidade; XVI – promover a seleção, recrutamento, formação, aperfeiçoamento e o desenvolvimento profissional e cultural de seus servidores; XVII – articular-se com os órgãos da segurança pública federal, estadual, municipal e forças armadas, a fim de colaborar na defesa e na segurança do Estado e das instituições; e XVIII – manter atualizados:

a) os arquivos sobre mandados de prisão e documentos correlatos;

b) o cadastro de fotografias de criminosos procurados, providenciado, sempre que necessário, sua divulgação através dos meios cabíveis; e

c) as estatísticas sobre crimes e contravenções.

Parágrafo único. À Polícia Judiciária compete o exercício das funções que lhe são conferidas por esta Lei Complementar, sem prejuízo daquelas previstas em leis e regulamentos.

Art. 6º. Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se policiais civis os

servidores públicos efetivos legalmente investidos nos cargos isolados e das carreiras da Polícia Judiciária.

§ 1º. Considera-se autoridade policial o Delegado de Polícia que, legalmente

investido, exerce, em matéria de polícia judiciária, competência para consecução dos fins do Estado.

§ 2º. O Delegado de Polícia goza de autonomia e independência no exercício das

atribuições de seu cargo. § 3º. Considera-se Agente da autoridade policial todo e qualquer policial civil

investido nas atribuições de seu cargo. Art. 7º. Fica assegurada à Polícia Judiciária autonomia administrativa para a

gestão orçamentária e financeira dos recursos alocados em seu orçamento. Parágrafo único. A Polícia Judiciária é hierarquicamente subordinada ao

Governador do Estado, por intermédio da Secretaria da Segurança Pública. Art. 8º. São símbolos oficiais da Polícia Judiciária o hino, a bandeira, o brasão e o

distintivo, conforme os modelos estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo.

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Art. 9º. O exercício da função policial, por suas características e finalidades, fundamenta-se nos princípios da hierarquia e disciplina, no cumprimento das leis, regulamentos e normas de serviço de acordo com os preceitos abaixo:

I – a hierarquia da função prevalecerá sobre a hierarquia do cargo, na forma desta

Lei Complementar; e II – a precedência entre os integrantes das Classes dos Quadros de Pessoal da

Polícia Judiciária será estabelecida pela subordinação funcional. Art. 10. A Polícia Judiciária e seus servidores policiais terão, dentro de suas áreas

de competência e circunscrição, precedência sobre os demais setores administrativos. Art. 11. A função policial é incompatível com qualquer outra função pública,

salvo com o exercício de magistério, respeitada a compatibilidade de horários entre este e o regime de trabalho definido nesta Lei Complementar.

CAPÍTULO II DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Seção I

Das disposições gerais Art. 12. A Polícia Judiciária tem a seguinte estrutura organizacional básica: I – Direção e Assessoramento Superior; II – Execução Estratégica; III – Execução Tática;

IV – Execução Operativa e Técnico Científica; e

V - Suporte Operacional.

Art. 13. São unidades de Direção Superior da Polícia Judiciária: I – Gabinete do Diretor Geral da Polícia Judiciária; e II – Conselho Superior da Polícia Judiciária. Parágrafo único. As unidades de Direção Superior têm por finalidade a proposição, a deliberação e a definição das políticas de caráter institucional. Art. 14. São unidades de Assessoramento Superior: I – Gerência de Administração e Finanças;

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II – Chefia de Gabinete; III – Assessoria de Comunicação Social; e IV – Assessoria Jurídica. Parágrafo único. As unidades de Assessoramento Superior têm por finalidade a assistência administrativa, financeira, técnico-científica, comunicação social, doutrinária, jurídica e de planejamento, nos âmbitos estratégico, tático e operacional. Art. 15. São unidades de Execução Estratégica: I – Departamento de Polícia Judiciária;

II – Gerência de Ensino da Polícia Judiciária; III – Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária; IV – Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária; e

V - Gerência de Planejamento e Projetos. Art. 16. As unidades de Execução Estratégica têm por finalidade a preparação física, intelectual, psicológica, técnico-profissional e social dos servidores e as ações de correição, inteligência, planejamento e projetos, polícia judiciária e investigações. Art. 17. As unidades de Execução Tática têm por finalidade a coordenação e o comando das unidades operativas, e as unidades de Execução Operativa têm por finalidade o exercício das funções de polícia judiciária e a investigação policial. § 1º As Delegacias Regionais de Polícia no âmbito territorial são unidades de Execução Tática, sendo suas unidades operativas as: a) Delegacias de Polícia Distritais;

b) Delegacias de Polícia Municipais; e c) Delegacias de Polícia Especializadas Municipais.

§ 2º As Delegacias de Polícia Especializadas de âmbito estadual são unidades de Execução Tática-Operacionais. Art. 18. Aos Órgãos de Suporte Operacional, subordinados a Gerência de Administração e Finanças, incumbe executar o suporte operacional para garantia da eficácia das atividades finalísticas da Polícia Judiciária, sendo eles: I – Seção de Transportes; II – Seção de Patrimônio e Almoxarifado;

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III – Seção de Execução Orçamentária; IV – Seção de Apoio Administrativo; V – Seção de Assistência Social da Polícia Judiciária; e VI – Seção de Recursos Humanos. Parágrafo único. As unidades administrativas, no âmbito de suporte operacional, têm por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, com apoio direto às equipes de investigação.

Seção II

Do Gabinete do Diretor Geral da Polícia Judiciária Art. 19. Ao Gabinete do Diretor Geral da Polícia Judiciária, tem por finalidade prestar assistência e assessoramento direto, em matéria de representação social e política e técnica, compete: I - assessorar o Diretor Geral da Polícia Judiciária no desempenho das suas atividades técnicas e administrativas; II - planejar, dirigir e coordenar as atividades do Gabinete do Diretor Geral; III - encaminhar ao Diretor Geral da Polícia Judiciária os assuntos pertinentes às diversas unidades da Polícia Judiciária e articular o fornecimento de apoio técnico, quando requerido; IV - preparar o expediente e manter controle e conferência dos documentos oficiais correspondentes aos atos administrativos despachados pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária; V - acompanhar projetos de interesse da Polícia Judiciária do Estado de Goiás na Assembléia Legislativa do Estado; VI - exercer outras atividades correlatas, designadas pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária. Art. 20. O Gabinete do Diretor Geral será dirigido pelo Chefe de Gabinete da Polícia Judiciária. Art. 21. A Polícia Judiciária tem por chefe o Diretor Geral da Polícia Judiciária, escolhido entre os delegados de polícia de carreira, com observância da hierarquia. Art. 22. O Diretor Geral será nomeado pelo Governador dentre os integrantes da carreira de Delegado de Polícia, ativos e inativos, com 15 anos, no mínimo, de efetivo exercício no cargo, portador do curso superior de polícia, indicados em lista tríplice, elaborada com observância das normas desta Lei, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, observado o mesmo critério para a primeira nomeação.

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Parágrafo único. A lista tríplice de que trata este artigo conterá, pela ordem de votação, os nomes dos 3 (três) Delegados escolhidos pelo voto plurinominal e secreto de todos os servidores efetivos, de carreira, ativos e inativos, garantida a representatividade e proporcionalidade das categorias, em eleição realizada 30 (trinta) dias antes do término do mandato. Art. 23. São atribuições do Diretor Geral da Polícia Judiciária: I – exercer a direção geral, o planejamento institucional e a administração superior por meio da supervisão, coordenação, controle e fiscalização das funções da Polícia Judiciária; II – presidir o Conselho Superior da Polícia Judiciária, ouvindo os membros desse órgão e fazendo cumprir as suas deliberações; III – indicar ou prover, mediante delegação, os cargos em comissão dos quadros de pessoal da Polícia Judiciária, observada a legislação em vigor; IV – promover a movimentação de policiais civis, observadas as disposições legais, fundamentado no interesse e necessidade da administração pública, comunicado pelo chefe imediato; V – autorizar o policial civil a afastar-se da respectiva unidade federativa, em serviço e dentro do País; VI – determinar a instauração de processo administrativo disciplinar e/ou sindicância policial; VII – avocar, excepcional e fundamentadamente, em caso de irregularidade, mediante deliberação do Conselho Superior da Polícia Judiciária, inquéritos policiais e outros procedimentos para redistribuição; VIII – suspender porte de arma de policial civil por recomendação médica ou como medida cautelar àquele a quem se atribui a prática de infração disciplinar e/ou penal nos casos previsto em lei; IX – decidir, em grau de recurso, sobre instauração de inquérito policial ou de outros procedimentos formais; X – editar atos normativos para consecução das funções de competência da Polícia Judiciária; e XI – praticar os demais atos necessários à administração da Polícia Judiciária, nos termos da legislação. Parágrafo único. No caso de suspensão do porte de arma por infração disciplinar e/ou penal, nos termos do inciso VIII, o Diretor Geral da Polícia Judiciária deverá determinar a imediata instauração de procedimento administrativo disciplinar e/ou criminal.

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Seção III Do Conselho Superior da Polícia Judiciária

Art. 24. O Conselho Superior da Polícia Judiciária, presidido pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária, tem por finalidade propor, opinar e deliberar sobre matérias relacionadas com a administração superior da Polícia Judiciária. Art. 25. O Conselho Superior da Polícia Judiciária tem a seguinte composição: I – Diretor Geral da Polícia Judiciária; II – Chefe do Departamento de Polícia Judiciária; III – Gerente de Administração e Finanças da Polícia Judiciária; IV – Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária da Corregedoria-Geral da Secretaria da Segurança Pública; V – Gerente de Ensino da Polícia Judiciária da Academia Estadual de Segurança Pública da Secretaria da Segurança Pública; VI – Gerente de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública; e VII – Quatro policiais civis, sendo dois Delegados de Polícia e dois policiais dos demais cargos, indicados pelos respectivos Presidentes das Entidades de Classe, dentro dos quadros dos servidores da Polícia Judiciária. Art. 26. Compete ao Conselho Superior da Polícia Judiciária: I – deliberar sobre o planejamento estratégico e institucional da Polícia Judiciária; II – propor medidas de aprimoramento técnico, visando ao desenvolvimento e à eficiência da organização policial; III – pronunciar sobre matéria relevante, concernente aos atributos dos atos, funções, princípios e conduta funcional do policial civil; IV – deliberar e regulamentar sobre os critérios e normas do procedimento eleitoral para eleição do Diretor Geral de Polícia Judiciária; V – pronunciar sobre as propostas para o orçamento anual da instituição, em função dos projetos, programas e planos de trabalho previstos para cada exercício financeiro; VI – deliberar sobre planos, programas e projetos atinentes à modernização institucional, à expansão de recursos humanos, à lotação de cargos e à aquisição de materiais e equipamentos;

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VII – opinar sobre projetos de criação, instalação e desativação de unidades logísticas e policiais; VIII – decidir, havendo recurso, sobre a efetivação de remoção de policial civil no interesse do serviço policial; IX – deliberar sobre promoções funcionais de servidores; X – propor a regulamentação necessária para cumprimento de leis e a padronização dos procedimentos formais de natureza policial civil; XI – deliberar sobre matéria que lhe for submetida pelo Diretor Geral; XII – sugerir a realização de correições extraordinárias; XIII – elaborar minutas de anteprojetos de leis e decretos; XIV– elaborar seu regimento interno; XV – declarar o impedimento à promoção por merecimento dos servidores que estiverem cumprindo pena disciplinar ou criminal, bem como daqueles que estiverem sendo processados disciplinar ou criminalmente pela prática de infração contra a Administração Pública ou o Patrimônio, depois de decisão fundamentada de dois terços de seus membros; e XVI– apreciar e homologar os nomes das autoridades e/ou policiais indicados pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária para serem agraciados com a concessão de medalhas. § 1º. O quórum necessário para aprovação das decisões do Conselho Superior da Polícia Judiciária será definido em seu regimento interno. § 2º. As deliberações do Conselho Superior serão divulgadas na forma regimental.

Seção IV

Da Gerência de Administração e Finanças da Polícia Judiciária

Art. 27. A Gerência de Administração e Finanças, unidade de Assessoramento Superior, tem por finalidade a assistência administrativa, financeira, e social nos âmbitos estratégico, tático e operacional.

Art. 28. São atribuições do Gerente de Administração e Finanças: I – promover a execução orçamentária e financeira; II – manter organizados e atualizados os cadastros dos prestadores de serviços e fornecedores; III – fiscalizar a execução dos contratos em que seja parte a Polícia Judiciária;

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IV – formular a proposta de orçamento anual, a ser submetida ao Conselho Superior da Polícia Judiciária; V – promover e executar a administração de materiais, bens e veículos de uso da Polícia Judiciária; VI – supervisionar a execução dos serviços de secretaria geral, protocolo, expediente e arquivo, inclusive de reprografia; VII – promover a administração e o controle do pessoal ativo e inativo e de pensionistas referentes aos serviços de assistência social, inclusão e exclusão de pessoal e responsabilizar-se pela confecção de folha de pagamento de pessoal ativo; VIII – fornecer informações e dados estatísticos referentes ao quadro de servidores da Polícia Judiciária as entidades de classes; IX – prestar apoio e assistência aos integrantes da policia judiciária, inclusive de acompanhamento a saúde; e IX – exercer a função de membro do Conselho Superior da Polícia Judiciária.

Sub-Seção I

Da Seção de Transportes da Polícia Judiciária Art. 29. À Seção de Transportes, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, com apoio direto às equipes de investigação, incumbe: I – promover o registro e licenciamento de veículos junto ao órgão competente; II – viabilizar a programação, acompanhamento e controle da movimentação das viaturas lotadas na Seção de Transportes da Polícia Judiciária; III – viabilizar a utilização e manutenção de veículos, bem como zelar pela sua conservação; IV – controlar o consumo e estoque de peças automotivas, combustíveis e lubrificantes, elaborando relatório referente ao consumo mensal dos mesmos; V – solicitar exames e laudos periciais de acidentes de transito com veículos da Polícia Judiciária do Estado de Goiás; VI – propor cursos de capacitação e qualificação para servidores da oficina; e VII – elaborar relatórios das atividades desenvolvidas pela Seção de Transportes da Polícia Judiciária, quando solicitados, ou com autorização, do Gerente de Administração e Finanças da Policia Judiciária.

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Sub-Seção II

Da Seção de Apoio Administrativo da Polícia Judiciária

Art. 30. À Seção de Apoio Administrativo, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, incumbe:

I – assessorar diretamente o Gerente de Administração e Finanças da Policia Judiciária; II – receber, expedir, protocolar e distribuir documentos, processos e demais expedientes que tramitam na Gerência de Administração e Finanças; III – orientar e supervisionar tarefas relacionadas a telecomunicações, serviços gerais, protocolo, arquivo geral e refeitório; IV – auxiliar, orientar e articular com as demais unidades da Polícia Judiciária, nas atividades relacionadas aos diversos contratos e convênios realizados; V – acompanhar e controlar a gestão de recursos humanos lotados por esta Seção de Apoio Administrativo, bem como acompanhar e coordenar o serviço de aprendizes e estagiários; VI - orientar serviços de manutenção, limpeza e conservação nas dependências da Policia Judiciária; VII – controlar e conferir as notas fiscais e faturas referentes ao fornecimento de água, energia elétrica, telefonia fixa e móvel; e VII – elaborar relatórios das atividades desenvolvidas pela Seção de Apoio Administrativo da Polícia Judiciária, quando solicitados, ou com autorização, do Gerente de Administração e Finanças da Policia Judiciária.

Sub-Seção III

Da Seção de Execução Orçamentária da Polícia Judiciária

Art. 31. À Seção de Execução Orçamentária, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, incumbe: I – analisar a movimentação contábil; II – realizar acertos e regularizações provenientes de erros ou de modificações; III – confeccionar, mensalmente, prestações de contas financeiras e contábeis;

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IV – conferir os balanços, balancetes e demais documentos contábeis; V – realizar apropriação de despesas relativas a impostos da previdência social e outros e após encaminhar para quitação junto ao banco; VI – analisar os balanços contábeis anuais de forma a confeccionar as respectivas prestações de conta; VII – receber da Seção de Apoio Administrativo da Polícia Judiciária os processos administrativos devidamente instruídos; VIII – proceder à indicação da reserva orçamentária, confeccionando despacho triplo para ser assinado pelo Secretário da Segurança Pública autorizando as despesas; IX – conferir, após autorização do Secretário da Segurança Pública, toda a documentação atentando para as certidões negativas e demais documentos; X – confeccionar e encaminhar, anualmente, prestação e tomada de contas ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás; XI – encaminhar, mensalmente ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás, notas de empenho e ordens de pagamento referentes à folha de pagamento do mês anterior, bem como prestação de contas mensal conforme legislação; XII – entregar, mensalmente, na Inspetoria do TCE, extratos bancários juntamente com todos os processos de pagamento ocorridos naquela semana, relatório de controle de empenhos global/estimativo, além de resenha dos contratos em vigor; XIII – fazer remessa até o quinto dia do mês do controle orçamentário e financeiro do mês anterior para a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás; XIV – comunicar à Inspetoria do Gabinete do Controle Interno da real prestação de contas contábil à Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, conforme item anterior; e XV – enviar, mensalmente, a planilha de endividamento da Polícia Judiciária para o setor de dívida pública da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás.

Sub-Seção IV

Da Seção de Patrimônio e Almoxarifado da Polícia Judiciária

Art. 32. À Seção de Patrimônio e Almoxarifado, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, incumbe: I – elaborar previsões de compras de materiais com respectivas estimativas de preços; II – elaborar pedidos de compras;

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III – receber, conferir, cadastrar e distribuir materiais adquiridos; IV – recadastrar armas de fogo para utilização dos policiais civis e elaborar termos de carga de responsabilidade pessoal; V – recadastrar o ativo permanente de todos os setores da Polícia Judiciária; VI – elaborar levantamento para banco de dados de todo o material necessário e útil para compras; e VII – cuidar da guarda e preservação do material em estoque.

Sub-Seção V

Da Seção de Recursos Humanos da Polícia Judiciária

Art. 33. À Seção de Recursos Humanos, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar os serviços de natureza estritamente administrativa, incumbe: I – planejar, dirigir, controlar tarefas, registro e controle de pessoal; II – cuidar da aplicação de leis e normas relativas à administração de pessoal, fiscalizando o seu cumprimento; III – prover a devida inclusão de servidores em programas de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional, mediante autorização das respectivas chefias; IV – arquivar, processar e prestar informações sobre os dados pessoais, funcionais e financeiros dos servidores, zelando pelo sigilo destes mesmos dados; V – expedir certidões, declarações e informações sobre a vida funcional, os direitos e deveres dos servidores; VI – elaborar atos legais concessivos de licença e outros direitos do servidor; VII – emitir cédulas de identidade policial civil, funcional e policial aposentado; e VIII – confeccionar a folha de pagamento.

Sub-Seção VI

Da Seção de Assistência Social

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Art. 34. À Seção de Assistência Social, unidade administrativa, no âmbito de suporte operacional, que tem por finalidade realizar o exame, a inspeção e o atendimento médico na área de atuação da Polícia Judiciária, incumbe: I - prestar assistência médica, psicológica, odontológica, social e ambulatorial aos policiais civis; II - proceder à inspeção de saúde para provimento inicial de cargos policiais civis; III - efetuar exame médico para instruir pedidos de concessão, prorrogação de licença, casos de colocação, readaptação e aposentadoria de servidores policiais civis; IV - prestar atendimento médico, odontológico e psicológico de emergência aos servidores policiais civis; V - realizar exames periódicos relacionados com o padrão de higidez físico-mental do policial civil; e VI - exercer outras atividades afins ou correlatas. § 1º. O policial civil lotado em unidades operacionais será submetido à avaliação médica e psicológica, anualmente, para verificação de sua higidez mental e física. § 2º. O integrante da Polícia Judiciária do Estado de Goiás que tenha participado de ação policial em que ocorra grave violência, morte ou lesão de qualquer pessoa, deverá ser submetido a atendimento para proteção de sua saúde física e/ou mental. § 3º. A assistência de que trata este artigo e seus parágrafos serão suportados pela Administração Pública.

Seção V

Da Assessoria de Comunicação Social

Art. 35. À Assessoria de Comunicação Social, que tem por finalidade desenvolver as atividades de assessoramento superior em comunicação, no âmbito da Polícia Judiciária, executadas na forma prevista nesta Lei Complementar, compete: I - coordenar, executar e divulgar as atividades relativas à comunicação social, às relações públicas e cerimonial da Polícia Judiciária do Estado de Goiás; II - divulgar o trabalho e as ações da Polícia Judiciária do Estado de Goiás, buscando a valorização da Instituição e das carreiras policiais; III - desenvolver programas internos, visando ao melhor relacionamento entre os integrantes do quadro de pessoal da Polícia Judiciária do Estado de Goiás; IV - zelar pela imagem pública da Instituição e pela utilização de símbolo e marcas institucionais; e

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V - promover ações de interação social entre organizações policiais civis, militares e outras, cujos objetivos institucionais digam respeito à atividade policial.

Seção VI

Da Assessoria Jurídica da Polícia Judiciária Art. 36. A Assessoria Jurídica, unidade de Assessoramento Superior, tem por finalidade a assistência administrativa, técnico-científica, doutrinária e jurídica, nos âmbitos estratégico, tático e operacional. Art. 37. São atribuições da Assessoria Jurídica: I – prestar assessoramento jurídico e técnico-policial ao Diretor Geral, bem como emitir pareceres e manifestações para dirimir dúvidas suscitadas por escrito pelas diversas unidades policiais civis, entidades classistas e integrantes da Polícia Judiciária, bem como analisar minutas de anteprojetos de leis e decretos que lhe forem determinados pelo Diretor Geral; II – organizar e manter acervo atualizado de legislação e obras jurídicas e técnicas de interesse da instituição; III – fazer divulgação de textos legais, doutrinários e de jurisprudência, bem como de matérias técnico-policiais, mantendo intercâmbio com outros órgãos; IV – realizar estudos e pesquisas em matéria jurídica e técnico-policial de interesse da instituição; e V – fazer sugestões objetivando o aprimoramento das técnicas policiais.

Seção VII Do Departamento de Polícia Judiciária

Art. 38. O Departamento de Polícia Judiciária, unidade de Execução Estratégica, tem por finalidade a coordenação e comando das ações de polícia judiciária e investigações. Art. 39. São atribuições do Chefe do Departamento de Polícia Judiciária: I – supervisionar e coordenar o comando e o controle das atividades de polícia judiciária e de investigações; II – coordenar as operações repressivas, na Capital e no interior do Estado, no âmbito da Polícia Judiciária;

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III – supervisionar, coordenar e controlar as atividades das Delegacias Especializadas, das Delegacias Regionais e das Delegacias de Polícia, na Capital e interior do Estado, visando à eficiência dos métodos e dos resultados; IV – acompanhar todos os trabalhos administrativos, de interesse das atividades de polícia judiciária e de investigações; V – promover o acompanhamento e o desenvolvimento de pesquisas e estudos relacionados às atividades de polícia judiciária e de investigação e à análise das tendências da criminalidade, visando à melhoria da qualidade e eficácia na prestação dos serviços à população; e VI – exercer a função de membro do Conselho Superior de Polícia Judiciária.

Seção VIII Da Gerência de Ensino da Polícia Judiciária

Art. 40. À Gerência de Ensino da Polícia Judiciária, unidade de Execução Estratégica, tem por finalidade o recrutamento, seleção, formação, capacitação, pesquisa e extensão, sendo responsável pelo desenvolvimento dos recursos humanos da Polícia Judiciária. Art. 41. São atribuições do Gerente de Ensino: I – promover o recrutamento, seleção e formação técnico-profissional dos servidores da instituição, para o provimento de cargos; II – realizar treinamento, aperfeiçoamento e especialização, objetivando a capacitação técnico-profissional dos servidores; III – desenvolver unidade de produção doutrinária e uniformidade de procedimentos didáticos e pedagógicos; IV – manter o intercâmbio com as congêneres estaduais, federal e do Distrito Federal e com instituições de ensino e pesquisa, nacionais e estrangeiras, sem prejuízo das competências do Ministério das Relações Exteriores, visando ao aprimoramento das atividades e dos métodos pedagógicos utilizados; V – produzir e difundir conhecimentos acadêmicos de interesse policial; VI – observar as exigências e diretrizes educacionais estabelecidas na legislação pertinente, para que funcione como instituição habilitada ao ensino, pesquisa e extensão de nível superior; VII – executar estratégicas permanentes de capacitação, aperfeiçoamento e especialização, de nível superior, elaborando e propondo critérios de desenvolvimento e evolução funcional dos servidores; e

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VIII – exercer a função de membro do Conselho Superior da Polícia Judiciária.

Seção IX

Da Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária

Art. 42. A Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária, unidade de Execução Estratégica, no exercício do controle interno, tem por finalidade praticar atos de correição, orientação e zelo pela qualidade e avaliação do serviço policial civil para a correta execução das etapas da investigação policial, atuando, preventiva e repressivamente, face às infrações disciplinares e penais praticadas por policiais civis. Art. 43. São atribuições do Gerente de Correições e Disciplina: I – implementar, supervisionar e executar a política correcional, sem prejuízo do controle atribuído às demais unidades da polícia judiciária, e realizar os serviços de correição e outras inspeções; II – fiscalizar a atuação dos policiais civis no desempenho de suas atividades, desenvolvendo ações para o acompanhamento e monitoramento demandados pelos órgãos e entidades de controle externo; III – promover, na forma legal, a apuração das infrações penais e administrativas atribuídas a policiais civis, sendo vedado a delegação de suas atribuições; IV – realizar visitas de inspeção e correições em qualquer unidade ou repartição policial civil, de ofício ou por requisição da autoridade competente, nos termos da legislação pertinente; V – realizar atividade de caráter preventivo através da análise de procedimentos policiais devolvidos pelo Poder Judiciário, orientando as autoridades policiais quanto ao aperfeiçoamento da atividade investigatória; VI – coordenar, orientar e fiscalizar todos os serviços e atividades pertinentes a processos administrativos disciplinares e sindicâncias, bem como a inquéritos policiais e termos circunstanciados de ocorrências, especialmente quanto à forma procedimental e cumprimento de prazos legais; VII – manter plantão permanente de atendimento ao público para recebimento de denúncias envolvendo policiais civis; VIII – receber, registrar, classificar, autuar e controlar a distribuição e expedição de papéis e processos no âmbito da unidade; e IX – exercer a função de membro do Conselho Superior da Polícia Judiciária.

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Seção X

Da Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária Art. 44. A Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária, unidade de Execução Estratégica, tem por finalidade as ações de inteligência e contra-inteligência da Polícia Judiciária, com apoio direto às unidades policiais. Art. 45. São atribuições do Gerente de Operações de Inteligência: I – suprir as Gerências dos Serviços de Inteligência e Contra-inteligência com dados e informações necessários ao processo de produção de conhecimento da área de competência da Polícia Judiciária; II – planejar, coordenar e promover operações de buscas referentes às necessidades da Superintendência de Inteligência da SSP e da Polícia Judiciária do Estado de Goiás constantes da Política Estadual de Segurança Pública e do Plano Estadual de Inteligência de Segurança Pública; III – assessorar o Diretor Geral no planejamento das atividades da corporação, bem como subsidiar no processo decisório e no emprego operacional; e IV – exercer a função de membro do Conselho Superior da Polícia Judiciária.

Seção XI Das Delegacias Regionais de Polícia

Art. 46. Às Delegacias Regionais de Polícia, unidades de Execução Tática, que têm, dentro dos limites de suas circunscrições, por finalidade, a coordenação e comando das unidades operativas territoriais, subordinadas diretamente ao Departamento de Polícia Judiciária, incumbem: I – acionar, orientar, coordenar e fiscalizar as atividades das Delegacias de Polícia Distritais, Municipais e Especializadas Municipais, na área de sua competência; II – avocar, quando necessário, e fundamentadamente, quaisquer feitos relativos à Polícia Judiciária, das unidades a elas subordinadas; e III – apresentar mensal e anualmente relatório de suas atividades, bem como dados estatísticos dos trabalhos realizados pelas unidades a elas subordinadas e encaminhá-los ao Departamento de Polícia Judiciária, para os devidos fins.

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Seção XII Da Gerência de Planejamento e Projetos

Art. 47. À Gerência de Planejamento e Projetos, unidade de Execução Tática, que tem por finalidade a coordenação e o comando das unidades operativas especializadas, subordinada diretamente ao Departamento de Polícia Judiciária, incumbe: I – elaborar diretrizes para o planejamento operacional, no âmbito da Polícia Judiciária, respeitando as competências específicas e as regras estabelecidas para o sistema de segurança do Estado de Goiás; II – prestar apoio técnico às unidades operativas da Polícia Judiciária, na elaboração de planos operacionais setorizados, relatórios estatísticos de índices criminais e identificação de áreas críticas; III – elaborar planos de atividades operacionais que envolvam as diversas unidades operativas da Polícia Judiciária;

IV – coletar, processar e avaliar dados estatísticos, desenvolvendo análise prospectiva criminal no Estado de Goiás; V – pesquisar e propor aquisição de material, equipamento e armamento para o aperfeiçoamento das operações policiais; VI – articular com as unidades de investigação, visando à difusão, troca de informações e auxílio operacional na prevenção e repressão de infrações penais; VII – manter intercâmbio com a Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária, possibilitando a análise de criminalidade; VIII - promover estudos e pesquisas visando fornecer a administração contínuos dados indicadores das necessidades futuras de pessoal, logístico e financeiro; IX – elaborar projetos técnicos de infra-estrutura, arquitetura e construção, visando a implementação e reforma das unidades policiais; e X – elaborar projetos e convênios que permitam a implementação da política administrativa da administração geral da policia judiciária, buscando recurso e apoio junto a órgãos e entidades federais, estaduais e municipais.

Seção XIII

Das Unidades Policiais

Art. 48. As Delegacias de Polícia Judiciária distritais, municipais e especializadas municipais, são unidades diretamente subordinadas às respectivas delegacias regionais, com

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competência para a execução de suas atividades-fim de polícia judiciária e administrativa, nos termos da legislação em vigor e em outros atos normativos que vierem a dispor sobre a matéria. Parágrafo único. As Delegacias de Polícia Especializadas com competência de âmbito estadual, são unidades diretamente subordinadas ao Departamento de Polícia Judiciária.

Art. 49. Cada Delegacia de Polícia terá 01 (um) Delegado Titular, designado pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária, escolhido dentre os servidores integrantes da carreira de Delegado de Polícia Judiciária do Estado de Goiás.

§ 1º Nas licenças e afastamentos temporários da autoridade titular, o Diretor Geral

indicará um Delegado de Polícia para substituí-lo, sendo que a acumulação de delegacias é de caráter excepcional, sendo vedado o acúmulo de mais de três delegacias. § 2º Compete ao Delegado Titular, além das atribuições pertinentes ao cargo: I – coordenar as atividades dos servidores policiais civis lotados na Delegacia de Polícia em que exerça a chefia; II – incentivar a iniciativa dos servidores policiais para a melhoria, aperfeiçoamento e celeridade dos trabalhos policiais; III – comunicar, imediatamente, à Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária as faltas disciplinares dos servidores policiais civis sob sua direção; IV – prezar pela boa e amistosa convivência dos servidores policiais civis sob sua direção; V – promover reuniões internas no sentido de melhorar a qualidade do serviço e do atendimento ao público em geral; VI – distribuir as atividades, dentre as atribuições relativas ao cargo de que trata esta Lei Complementar, entre os servidores policiais civis sob sua direção, de acordo com o perfil por eles demonstrado; VII – enviar ao Delegado Regional de Polícia, mensalmente, relatório das ocorrências registradas na Unidade Policial; e VIII – indicar ao Delegado Regional de Polícia o Escrivão e o Investigador de Polícia, dentre os integrantes das respectivas carreiras, a serem designados para exercerem, respectivamente, a função de Chefia de Cartório e de Chefia de Investigação da Unidade Policial, cuja titularidade lhe seja confiada. Art. 50. Cada Delegacia de Polícia terá 01 (um) Chefe de Cartório e 01 (um) Investigador Chefe, indicado pela autoridade policial da referida delegacia, designado pelo Delegado Regional de Polícia, escolhido entre os ocupantes dos cargos, respectivamente, de Escrivão e de Investigador de Polícia, preferencialmente de Classe Superior.

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§ 1º Nas licenças e afastamentos temporários do chefe de investigação e do chefe de cartório, a autoridade policial indicará um substituto, cuja designação será feita pelo Delegado Regional de Polícia ou a autoridade indicada no § 2 º deste artigo, a ser escolhido dentre os servidores lotados na mesma Unidade Policial. § 2º Nas delegacias especializadas, a indicação de que trata o caput deste artigo, será da competência dos Delegados Adjuntos cujo deferimento será de atribuição do Delegado Titular. § 3º. Compete ao Chefe de Cartório, além das atribuições pertinentes ao cargo: I – sugerir ao Delegado Titular da Unidade Policial as atividades a serem distribuídas entre os Escrivães, de acordo com o perfil apresentado; II – manter, sob seu controle, toda a escrituração dos livros pertencentes ao cartório da Unidade Policial, mediante controle e saída de documentos; III – ter em depósito exclusivo os valores das fianças fixadas pela autoridade policial, bem como os objetos, valores e coisas apreendidos no curso de procedimentos policiais, acondicionando-os em mobiliário adequado; IV – manter atualizadas as anotações de controle de inquéritos, procedimentos, processos e boletins; V – proibir a entrada e permanência de pessoas estranhas no Cartório da Unidade Policial, para a salvaguarda dos documentos policiais sob sua responsabilidade; VI – gerenciar o atendimento ao público e o registro de ocorrências criminais e operacionais, como também o encaminhamento de providências; VII – desenvolver e propor ações relativas às atividades administrativas sob sua responsabilidade; e VIII - Avaliar seu subordinado, sugerindo seu aprimoramento técnico, quando necessário, cuja avaliação será considerada para efeito de promoção. § 4º Compete ao Investigador Chefe, além das atribuições pertinentes ao cargo: I – sugerir ao Delegado Titular da Unidade Policial as atividades a serem distribuídas entre os Investigadores, de acordo com o perfil apresentado; II – comandar o Setor de Investigação, implementando medidas que levem à celeridade das atividades; III – elaborar relatório das atividades investigativas da unidade policial sob sua responsabilidade; IV – organizar a ordem de cumprimento de mandados e de ordens de serviços expedidos pela Autoridade Policial ou Judiciária competente;

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V – comunicar, imediatamente e por escrito, ao Delegado Titular qualquer irregularidade e ilegalidade de que tome conhecimento no âmbito da Unidade Policial; VI – desenvolver e propor ações relativas à investigação policial; e VII - Avaliar seu subordinado, sugerindo seu aprimoramento técnico-investigativo, quando necessário, cuja avaliação será considerada para efeito de promoção.

CAPÍTULO III

DOS SERVIDORES DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Seção I Do Quadro de Pessoal Efetivo

Art. 51. O quadro básico de pessoal efetivo da Polícia Judiciária é integrado pelos seguintes cargos, como essenciais para o seu funcionamento: I – Delegado de Polícia; II – Escrivão de Polícia; e III – Investigador de Polícia. Art. 52. São atribuições de Delegado de Polícia: I – instaurar e presidir inquéritos policiais, termos circunstanciados de ocorrência e outros procedimentos legais para a apuração de infração penal ou ato infracional; II – exercer atribuições previstas na legislação processual penal de competência da autoridade policial; III – dirigir, coordenar, supervisionar e fiscalizar as atividades logísticas e finalísticas da unidade sob sua direção; IV – determinar intimações e, em caso de não-comparecimento injustificado, a condução coercitiva; V – requisitar a realização de exames periciais e complementares, destinados a colher e resguardar indícios ou provas da ocorrência de infrações penais ou de quaisquer outros exames que julgar imprescindíveis à elucidação do fato investigado; VI – representar à autoridade judiciária competente pela decretação de prisões e medidas cautelares e pela concessão de mandados de busca e apreensão domiciliar; VII – fazer realizar as diligências requisitadas pelo Juízo Penal ou pelo representante do Ministério Público;

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VIII – fazer cumprir mandados de prisão expedidos pela autoridade judiciária; IX – conceder liberdade provisória mediante fiança, arbitrando-a nos termos da lei processual penal; X – adotar medidas necessárias ao controle da criminalidade; XI – atender ao público, encaminhando providências e determinando o registro de ocorrências policiais; XII – orientar equipes subordinadas, visando à coordenação, ao controle e ao desenvolvimento técnico do trabalho policial; XIII – dirigir-se aos locais de crime providenciado para que não se alterem, enquanto necessário, supervisionando todos os atos, bem como determinar as providências necessárias; XIV – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções emanadas de superior hierárquico; e XV – fornecer a seus subordinados ordem de serviço, por escrito, das ações que a eles determinar.

Art. 53. São atribuições de Escrivão de Polícia: I – elaborar e formalizar atos de escrituração em inquéritos policiais, em termos circunstanciados de ocorrência ou em outros procedimentos legais; II – dar cumprimento às formalidades processuais, na lavratura de autos, termos, mandados e demais atos próprios do seu ofício definidos em Lei; III – Digitar autos de prisão em flagrante delito, autos de apreensão em flagrante de ato infracional e termos e boletins circunstanciados de ocorrência, quando determinado pela autoridade policial; IV – elaborar termos de entrega de objetos e valores apreendidos, de ordem da autoridade policial; V – reduzir a termo as declarações, os interrogatórios, os depoimentos, as assentadas, os autos de prisão e apreensão em flagrante, as acareações, os reconhecimentos, as resistências, as reconstituições, os recolhimentos e outros procedimentos policiais assemelhados, determinados pela autoridade policial; VI – autuar, preparar e ordenar documentos e peças de inquéritos e outros procedimentos legais sob sua guarda, submetendo-os regularmente a despacho da autoridade policial; VII – preparar ordens de serviço, mandados de intimação, mandados de condução coercitiva e demais documentos necessários às missões policiais de ordem do chefe imediato;

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VIII – ter sob a sua responsabilidade inquéritos policiais, termos circunstanciados de ocorrência, processos penais, além de quaisquer outros procedimentos policiais e penais que estejam sob a sua guarda; IX – receber e recolher fianças, quando determinado pela autoridade policial; X – acondicionar, relacionar e etiquetar objetos, valores e coisas apreendidos; XI – expedir certidões, traslados, atestados e declarações, de ordem da autoridade policial; XII – preparar ofícios, memorandos e outras espécies de documentos de comunicação administrativa, internos e externos; XIII – manter atualizada a escrituração de livros sob sua responsabilidade, procedendo às suas aberturas e encerramentos; XIV – preencher mapas de controle de inquéritos e outros procedimentos legais; XV – manter em perfeita ordem os arquivos, fichários e demais documentos sob sua responsabilidade; XVI – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções emanadas de superior hierárquico; XVII – prestar as informações requisitadas por superior hierárquico; XVIII - prestar assessoramento especializado e superior no âmbito da estrutura da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás; XIX – acompanhar, quando necessário, e em razão de sua condição funcional, a autoridade policial em diligência; e XX – Instaurar os Termos Circunstanciados de Ocorrência. Art. 54. São atribuições do Investigador de Polícia: I – proceder privativamente às ações e pesquisas investigativas para o estabelecimento das causas, circunstâncias e autoria das infrações penais ou administrativas; II – participar na gestão de dados, informações e conhecimentos pertinentes à atividade investigativa e na execução de prisões; III – executar as ações necessárias para a segurança das investigações; IV – dirigir-se aos locais de crime providenciando a coleta de dados objetivos e subjetivos pertinentes aos vestígios encontrados em bens, objetos e locais de cometimento de infrações penais, descrevendo suas características e condições, para os fins de apuração de infração penal ou administrativa, preservando-o;

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V – efetuar prisões em flagrante ou em decorrência de mandados de prisão, busca pessoal e apreensões; VI - realizar as diligências requisitadas pelo Juízo Penal ou pelo representante do Ministério Público; VII – cumprir mandados expedidos pela autoridade competente; VIII – dirigir e pilotar conforme habilitação e de acordo com a devida designação, veículos automotores, embarcações e aeronaves em missões policiais e no desempenho de atividades nos diversos setores da Polícia Judiciária; IX – operar equipamentos de comunicação, zelando por sua segurança e manutenção; X - participar de estudos, projetos e pesquisas de natureza técnica ou especializada sobre ciências criminais, inteligência policial e estatísticas de crimes; XI - prestar assessoramento especializado e superior no âmbito da estrutura da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás; XII – cumprir e fazer cumprir as ordens, normas e instruções emanadas de superior hierárquico; XIII – elaborar relatório das atividades policiais acerca das investigações realizadas; XIV - participar de programas de prevenção, repressão, controle da criminalidade, reconstituição e de ações de inteligência policial; XV - executar tarefas de fiscalização de estabelecimentos de hospedagem, diversões públicas, bares, restaurantes, teatros, cinemas, esportes e produtos controlados pela Polícia Judiciária; XVI - adotar providências sobre qualquer ocorrência policial de que tiver conhecimento, dando ciência imediata à autoridade competente; e XVII – Instaurar os Termos Circunstanciados de Ocorrência.

Parágrafo único. Investigador de Polícia não poderá desenvolver atividade concernente à guarda e vigilância de preso.

Seção II

Do Quadro de Pessoal em Comissão

Art. 55. O quadro básico de pessoal em comissão da Polícia Judiciária é integrado pelos seguintes cargos, como essenciais para o seu funcionamento:

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I – Diretor Geral da Polícia Judiciária; II – Gerente de Administração e Finanças da Polícia Judiciária; III – Chefe do Departamento de Polícia Judiciária; IV – Chefe de Gabinete; V – Assessor de Comunicação Social; VI – Gerente da Assessoria Jurídica da Polícia Judiciária; VII – Gerente de Ensino da Polícia Judiciária; VIII – Gerente de Planejamento e Projetos; IX – Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária; X – Gerente de Operações de Inteligência da Polícia Judiciária; XI – Chefes de Seção; XII – Delegados Regionais de Polícia; XIII – Chefes de Cartórios; e XIV - Investigador Chefe. Parágrafo Único: O provimento dos cargos comissionados deste artigo serão ocupados por policiais civis de carreira, salvo os incisos I, III e X os quais são exclusivos do cargo de Delegado de Polícia.

LIVRO II

DO ESTATUTO DOS POLICIAIS CIVIS DO ESTADO DE GOIÁS

TÍTULO I

DA ESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA

Art. 56. As carreiras de Delegado, Escrivão e Investigador de Polícia Judiciária do Estado de Goiás serão estruturadas da seguinte forma: I – Delegado de Polícia Judiciária:

a) Delegado de Polícia da Classe Especial;

b) Delegado de Polícia da 1ª Classe;

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c) Delegado de Polícia da 2ª Classe; e

d) Delegado de Polícia da 3ª Classe.

II – Escrivão de Polícia Judiciária: a) Escrivão de Polícia da Classe Especial;

b) Escrivão de Polícia da 1ª Classe;

c) Escrivão de Polícia da 2ª Classe; e

d) Escrivão de Polícia da 3ª Classe.

III – Investigador de Polícia Judiciária:

a) Investigador de Polícia da Classe Especial;

b) Investigador de Polícia da 1ª Classe;

c) Investigador de Polícia da 2ª Classe; e

d) Investigador de Polícia da 3ª Classe.

TÍTULO II

DO INGRESSO NA CARREIRA

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 57. O ingresso nas carreiras dos servidores policiais civis far-se-á na Classe inicial de Delegado de Polícia Judiciária, Escrivão de Polícia Judiciária e Investigador de Polícia Judiciária. § 1º. Será realizado concurso público para o provimento do cargo efetivo, quando o número de vagas exceder 8% (oito por cento) do quantitativo das vagas existentes de cada carreira policial civil. § 2º. Verificada a existência das vagas, o Diretor Geral da Polícia Judiciária convocará, no prazo de 8 (oito) dias, o Conselho Superior da Polícia Judiciária para as deliberações pertinentes.

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Art. 58. Os cargos da Polícia Judiciária, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos desta Lei Complementar, subdividem-se em cargos de provimento efetivo ou em comissão. Parágrafo único. Os cargos de provimento efetivo são os que integram as carreiras segmentadas em Classes de categorias funcionais, exigindo-se para seu preenchimento habilitação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Art. 59. A investidura ocorrerá com a posse. Art. 60. Os cargos integrantes da estrutura organizacional da Polícia Judiciária serão preenchidos por: I – nomeação; II – promoção; III – reintegração; IV – aproveitamento; V – readaptação; VI – reversão; e VII – recondução. Parágrafo único. As funções são providas mediante designação.

CAPÍTULO II

DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 61. O ingresso nos cargos das carreiras de policial civil far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, sempre na classe inicial, que compreenderá:

I – prova objetiva, de caráter eliminatório; II – provas discursivas, de caráter eliminatório e classificatório; III – provas de capacitação física, de caráter eliminatório; IV – curso de formação constituído de aulas práticas e teóricas, de caráter eliminatório e classificatório; e V – prova de títulos, de caráter classificatório.

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Art. 62. Observadas as regras do art. 37 da Constituição Federal, o prazo de validade do concurso, o critério de avaliação dos títulos, as hipóteses de recurso em face das decisões administrativas, os critérios de desempate, o número de vagas e as modalidades de testes para aferição da saúde física e mental, da investigação social e da capacidade física do candidato serão estabelecidos no Edital, atendidas à natureza de cada carreira e às atribuições de cada cargo. Art. 63. Além de outras exigências contidas no Edital, são requisitos básicos: I – para inscrição no concurso: a) ser brasileiro; b) ter, no mínimo, vinte e um anos; c) estar quite com as obrigações eleitorais e militares; e d) curso de bacharelado em direito, para o cargo de Delegado de Polícia, Investigador de Policia e Escrivão de Policia. Parágrafo único. A comprovação de conclusão dos cursos que trata este artigo deverá ocorrer por meio de certificado ou diploma expedido por instituição de ensino reconhecida e devidamente registrado no órgão competente. II - para matrícula no curso de formação: a) possuir temperamento adequado ao exercício da função policial, comprovado através de exame psicotécnico;

b) ter comportamento irrepreensível e gozar de bom conceito moral e social,

apurados através de investigação sigilosa da vida pregressa do candidato; c) gozar de boa saúde física e mental, comprovada por inspeção médica oficial,

bem como por exames biométricos; d) não ter registro de antecedentes criminais por prática de ato incompatível com a idoneidade exigida para o exercício do cargo; e e) não ter punição em processo disciplinar por prática de ato que indique demissão, mediante decisão de que não caiba recurso.

Art. 64. Os candidatos aprovados nas provas constantes dos incisos I a III do art. 61 desta Lei, de acordo com o número de vagas, acrescido de dez por cento, e obedecida a ordem de classificação, serão matriculados no respectivo curso de formação.

§ 1º. Quando o resultado da apuração do número de candidatos a serem matriculados no curso de formação resultar em fração, será arredondado para o número inteiro subseqüente.

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§ 2º. Após o término do respectivo curso de formação, a prática de conduta anti-social que, por sua natureza e configuração, provocar clamor público ou incompatibilidade com o exercício do cargo, implicará exclusão do nome do candidato do Edital de Homologação do Concurso, constituindo-se em impedimento para a sua nomeação.

Art. 65. Durante a freqüência ao curso de formação, o aluno fará jus à percepção de uma bolsa de estudo mensal, em valor correspondente a cinqüenta por cento do subsídio pago ao respectivo cargo.

Parágrafo único. No caso de servidor público estadual o candidato será colocado à disposição da Gerência de Ensino da Polícia Judiciária, podendo optar por seus vencimentos.

Art. 66. Será desligado do curso o aluno que:

I – faltar mais de 25% (vinte e cinco por cento) das aulas ministradas;

II – deixar de comparecer às aulas, sem motivo justificado por oito (8) dias consecutivos;

III – tiver má conduta dentro ou fora da Gerência de Ensino da Polícia Judiciária;

IV – praticar fraudes, de qualquer natureza, na realização das provas ou exames;

V – obtiver média ponderada inferior a cinco (5) pontos por disciplina, adotada a

escala de zero (0) a dez (10), nos resultados finais dos diversos períodos em que se dividirem os cursos.

Art. 67. O Curso de Formação Profissional constitui a última etapa do concurso

público para ingresso na carreira policial, de caráter eliminatório. § 1º. Durante o Curso de Formação Profissional, os candidatos serão avaliados também quanto à capacidade e desempenho para o exercício do cargo, sendo promovida uma investigação social.

§ 2º. O candidato que não preencher os requisitos do § 1º será desligado do Curso e eliminado do concurso, após procedimento administrativo instaurado especialmente para este fim, assegurados a ampla defesa e o contraditório.

§ 3º. Competirá ao Diretor Geral da Polícia Judiciária proceder à homologação de

cada etapa do concurso para ingresso nas carreiras policiais de que trata esta Lei Complementar.

§ 4º. Caberá recurso dos atos que trata o § 2º deste artigo para a Comissão do Concurso.

Art. 68. Após a nomeação, o ocupante do cargo inicial de carreira será lotado em

delegacia de polícia do interior do Estado, onde servirá, no mínimo, pelo tempo de conclusão do estágio probatório.

CAPÍTULO III

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DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 69. O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo fica sujeito ao estágio probatório, que compreende o período de 3 (três) anos de efetivo exercício, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à sua confirmação no cargo para o qual foi nomeado. § 1º. São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório: I – idoneidade moral; II – assiduidade e pontualidade; III – disciplina; IV – eficiência; e V – aptidão. § 2º. A verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por comissão permanente composta por 3 (três) membros, designada pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária, e far-se-á mediante apuração mensal em Ficha Individual de Acompanhamento de Desempenho. § 3º. Somente serão computados como tempo de efetivo exercício, para fins de estágio probatório, os dias efetivamente trabalhados em unidades da estrutura organizacional da Polícia Judiciária e os de descanso deles decorrentes, os dias de trânsito, de férias e de cursos específicos para a carreira. Art. 70. O não atendimento de quaisquer das condições estabelecidas para o estágio probatório implicará a instauração, pela comissão de que trata o § 2º do artigo anterior, do processo de exoneração do servidor nomeado, que somente será concluído após a defesa deste, no prazo de 30 (trinta) dias. § 1º. A apuração dos requisitos de que trata o artigo anterior deverá processar-se de modo que a exoneração do servidor possa ser feita antes de findo o período de estágio, sob pena de responsabilidade. § 2º. A prática de atos que infrinjam os incisos I e III do § 1º do artigo 69 desta Lei Complementar importará a suspensão automática do período ali estabelecido e, uma vez concluído pela sua improcedência, o prazo da suspensão será considerado de nenhum efeito. § 3º. Uma vez encerrado o processo da exoneração, será ele encaminhado, com a manifestação conclusiva da Comissão do Concurso, ao Conselho Superior da Polícia Judiciária, para, conforme o caso, confirmar o estagiário ou propor sua exoneração ao Secretário da Segurança Pública, que o submeterá, com seu pronunciamento, à decisão final do Chefe do Poder Executivo.

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Art. 71. O Conselho Superior da Polícia Judiciária expedirá cartilha indicativa para acompanhamento do estágio probatório.

CAPÍTULO IV

DA NOMEAÇÃO

Art. 72. A nomeação far-se-á: I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira, neste caso, na classe inicial, condicionada à anterior aprovação em concurso público, conforme dispuser o Edital; II – em comissão, para cargo de confiança, de livre exoneração. § 1º. A nomeação de caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos candidatos aprovados em concurso público, de acordo com o ato de homologação do concurso a ser publicado na Imprensa Oficial, e o número de vagas existentes para o cargo. § 2º. A nomeação para os cargos de direção, chefia e assessoramento das atividades da Polícia Judiciária recairá, exclusivamente, sobre servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo da carreira policial civil, nos termos desta Lei Complementar.

Seção I

Da Posse

Art. 73. A posse é o ato inicial que completa a investidura em cargo público, que se dará pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, somente alterados por Lei Complementar. § 1º. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de provimento, prorrogável por igual período, a requerimento do interessado. § 2º. Em se tratando de titular de outro cargo ou função públicos, em gozo de licença ou afastamento por qualquer outro motivo legal, o prazo será contado a partir do término do impedimento. § 3º. Independem de posse os casos de promoção, reintegração e readaptação. § 4º. No ato da posse, o servidor obrigatoriamente apresentará declaração de bens e valores que constituam patrimônio e declaração relativa ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública.

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§ 5º. Operar-se-á caducidade, com a conseqüente extinção dos efeitos jurídicos do ato de nomeação, na hipótese de a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo. Art. 74. A posse, compreende a assinatura no Termo de Posse e a entrega da carteira de identidade de função, dependerá de prévia inspeção perante a Seção de Assistência Social, que certificará se o nomeado encontra-se capacitado, física e mentalmente, para o exercício do cargo público. Parágrafo único. O termo de posse será assinado pelo nomeado, no qual o servidor policial civil assumirá o seguinte compromisso: “Prometo desempenhar minhas funções com desprendimento e probidade, respeitando a dignidade e a integridade do ser humano, observar rigorosamente as Constituições Federal e Estadual, as leis, os princípios e normas contidos na Lei Orgânica e no Estatuto da Polícia Judiciária”. Art. 75. São autoridades competentes para dar a posse: I – o Governador do Estado; e II – o Secretário da Segurança Pública.

Art. 76. Em casos de doença devidamente comprovada, admitir-se-á a posse por procuração específica.

Seção II Do Exercício

Art. 77. Exercício, como ato personalíssimo, é a efetiva entrada do servidor em serviço público, caracterizada pela freqüência e execução das atividades atribuídas ao cargo ou à função. § 1º. O prazo para o servidor entrar em exercício é de 30 (trinta) dias, contados da: I – data da posse; II – da publicação oficial do ato, nos demais casos; e III – da cessação do impedimento, na hipótese do § 2º do art. 73 desta Lei Complementar. § 2º. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira, a partir da data da publicação do ato que promover o servidor. § 3º. O servidor que não entrar em exercício no prazo legal será exonerado do cargo. § 4º. O Diretor Geral da Polícia Judiciária é autoridade competente para dar-lhe exercício.

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Art. 78. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará à Seção de Recursos Humanos da Polícia Judiciária os elementos necessários ao seu assentamento individual. Art. 79. Considera-se como de efetivo exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for considerado facultativo, o afastamento motivado por: I – férias; II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos; III – luto, pelo falecimento do cônjuge, filho, pais e irmão, até 8 (oito) dias consecutivos; IV – convocação para o serviço militar; V – júri e outros serviços obrigatórios; VI – exercício de cargo de provimento em comissão em órgãos integrantes da estrutura da Secretaria da Segurança Pública;

VII – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Governador do Estado ou do Presidente da República;

VIII – exercício do cargo de Secretário de Município ou de Estado nesta ou em outras Unidades da Federação, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; IX – licença-prêmio; X – licença à servidora gestante até 180 (cento e oitenta) dias; XI – licença paternidade; XII – licença para tratamento de saúde até o limite máximo de 24 (vinte e quatro) meses; XIII – licença por motivo de doença em pessoa da família, enquanto remunerada; XIV – licença a servidor acidentado em serviço ou acometido de doença profissional; XV – missão ou estudo no País ou no exterior, quando o afastamento for remunerado; XVI – doença de notificação compulsória;

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XVII – participação em programa de treinamento regularmente instituído; XVIII – trânsito do servidor que passar a ter exercício em nova sede, definido como o período de tempo nunca superior a 15 (quinze) dias, contados do seu desligamento, necessário à viagem para o novo local de trabalho; e XIX – de exercício de mandato classista, na presidência da entidade. Parágrafo único. A apuração do tempo de serviço é feita em dias, que são convertidos em anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

CAPÍTULO V

DA PROMOÇÃO

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 80. Aos servidores integrantes das carreiras da Polícia Judiciária do Estado de Goiás aplicar-se-á o instituto da promoção, de acordo com as normas constantes desta Lei, e dar-se-ão:

I – por antiguidade;

II – por merecimento;

III – por ocasião de aposentadoria; e

IV – post mortem.

Art. 81. A promoção consiste na mudança de classe em que esteja posicionado o servidor para a imediatamente superior, e far-se-á por antiguidade e por merecimento. Art. 82. A promoção da Primeira Classe para a Classe Especial depende, ainda, de conclusão, com aproveitamento, do Curso Superior de Polícia, e a promoção da Segunda para a Primeira Classe, do Curso de Atualização para os ocupantes de cargos de Delegado de Polícia, Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia. § 1º. Os cursos referidos no caput deste artigo serão realizados pela Superintendência da Academia Estadual da Segurança Pública, via Gerência de Ensino Policial Civil, ou por entidade oficial de ensino policial de graduação equivalente, nacional ou estrangeira, devidamente reconhecida pela Polícia Judiciária do Estado de Goiás. § 2º. A matrícula nos Cursos Superior e de Atualização de Polícia será feita mediante levantamento efetuado pela Seção de Recursos Humanos da Polícia Judiciária do

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Estado de Goiás, obedecendo-se aos critérios dispostos no artigo 6º desta Lei e ao número de vagas definidas pela Gerência de Ensino da Polícia Judiciária. § 3º. Ocorrendo empate no levantamento de que trata o § 2º, terá preferência, sucessivamente, o servidor: a) de maior tempo na classe; b) de maior tempo no cargo; c) de maior tempo no serviço público do Estado de Goiás; d) de maior tempo no serviço público; e) mais idoso. § 4º. Os custos de deslocamento, alimentação, estadia e outros decorrentes dos cursos de que trata este artigo deverão ser custeados pela Secretária de Segurança Pública do Estado de Goiás.

Seção II

Da Promoção por Antiguidade

Art. 83. São requisitos cumulativos para a promoção por antiguidade nas Carreiras de que trata esta Lei: I – avaliação de desempenho satisfatório; e II – seis anos ininterruptos de efetivo exercício na classe em que estiver posicionado. Art. 84. A Antigüidade será apurada na categoria do servidor policial civil, determinada pelo tempo de efetivo exercício na Classe. Parágrafo Único: Por Antigüidade na Classe, entende-se o tempo que o servidor contar na Polícia Judiciária do Estado de Goiás, deduzidos os interregnos ocorridos ou qualquer interrupção prevista na legislação, exceto os indicados no Artigo 79. Art. 85. O interstício de que trata o artigo 83 desta Lei será suspenso em decorrência de: I – licenças ou afastamentos sem remuneração; II – reincidência em suspensão disciplinar; III – prisão em virtude de sentença transitada em julgado.

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Parágrafo Único: O reinício da contagem do interstício de avaliação ocorrerá a partir do primeiro dia subseqüente à reassunção do exercício. Art. 86. Suspendem o interstício de que trata o artigo 83 desta Lei as seguintes hipóteses e pelos seguintes prazos: I - repreensão ou multa: 60 dias; II - suspensão, ainda que convertida em multa: 3 dias por dia de suspensão, não podendo ser superior a 120 dias; III - o não cumprimento do estágio probatório na circunscrição da Delegacia Regional de lotação inicial do servidor, pelo período que durar o afastamento desse local; e IV - o afastamento do servidor do exercício das funções de seu cargo, ressalvados os servidores que estejam em exercício de cargo ou função vinculado à Secretaria da Segurança Pública ou no exercício de mandato classista. Parágrafo único. O interstício de que trata o caput deste artigo também será suspenso em decorrência de prisão cautelar do servidor, pelo prazo de sua duração.

Seção III

Da Promoção por Merecimento

Art. 87. Merecimento é a demonstração positiva pelo servidor policial civil, durante sua permanência na Classe, de pontualidade e assiduidade, de capacidade e eficiência, compreensão dos deveres, aprimoramento da sua formação intelectual. Art. 88. São requisitos cumulativos para a promoção por merecimento nas Carreiras de que trata esta Lei: I - três anos ininterruptos de efetivo exercício na classe em que estiver posicionado; II - desempenho extraordinário de suas funções; e III - não possuir punições impostas por processo administrativo nem sentença condenatória penal nos últimos cinco anos de desempenho de função pública. § 1º. A avaliação de desempenho extraordinário será feita pelo Conselho Superior da Polícia Judiciária. § 2º. As promoções por merecimento serão equivalentes a dez por cento (10%) do número de promovidos por antiguidade. Art. 89. A avaliação de que trata o inciso I do artigo 83 desta Lei será feita semestralmente pela chefia imediata, que a encaminhará à Seção de Recursos Humanos da

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Polícia Judiciária de Goiás até o quinto dia útil dos meses de março e setembro para as anotações devidas, e encaminhamento ao Conselho Superior de Polícia para homologação. § 1º. A avaliação do servidor ao final do interstício de três anos será apurada pela média dos resultados obtidos no período. § 2º. O servidor que não atingir o desempenho satisfatório para a promoção permanecerá na mesma classe até a próxima avaliação. § 3º. Os servidores que se encontrem no exercício de cargo ou função vinculado à Secretaria da Segurança Pública, bem como ao que esteja no exercício de mandato classista, serão avaliados pelos membros do Conselho Superior da Polícia Judiciária, durante o período desse exercício. § 4º. O avaliador que atribuir nota superior a noventa por cento ou inferior a sessenta por cento da nota máxima possível, ou nota mínima em um ou mais itens, deverá apresentar justificativa por escrito ao Conselho Superior da Polícia Judiciária. Art. 90. Quando ocorrer alteração na lotação do servidor, este será avaliado pelo chefe a que esteve subordinado por mais tempo no período correspondente à avaliação. Art. 91. A avaliação de desempenho totalizará 140 (cento e quarenta) pontos ao longo de todo o interstício, onde serão quantificados os seguintes critérios: I – capacidade de desempenhar as tarefas para que o servidor fora designado, com denodo, qualidade, eficácia, desenvoltura e eficiência, levando-se em conta o volume e a complexidade do trabalho produzido (de 10 a 30 pontos); II – iniciativa, cooperação, assiduidade, voluntariedade e capacidade de solucionar questões, bem como de apresentar sugestões tendentes ao aperfeiçoamento do serviço (de 10 a 30 pontos); III – urbanidade e presteza no relacionamento com seus colegas, bem como no trato com o público em geral (de 10 a 30 pontos); IV – pontualidade, disciplina, observância da hierarquia e respeito às normas vigentes (de 05 a 20 pontos); V – o diploma de Especialização, Mestrado ou Doutorado, realizado por instituições públicas ou privadas, legalmente reconhecido (respectivamente 5, 10 e 15 pontos). V – obtenção de prêmios relacionados com a carreira policial (5 pontos); e VI – publicação de livros, teses, estudos e artigos de natureza jurídica ou policial (de 1 a 10 pontos). Parágrafo único. Será somada à nota obtida pelo servidor pontuação correspondente à conclusão, com aproveitamento de cursos de aperfeiçoamento oferecidos pela Academia Estadual da Segurança Pública da Secretaria de Segurança Pública ou por entidade oficial de ensino policial de graduação equivalente, nacional ou estrangeira, devidamente

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reconhecida pela Polícia Judiciária do Estado de Goiás (até 10 pontos). Cada 30 horas/aula de curso valerão 1 ponto. Art. 92. Será considerado satisfatório para efeito de promoção o desempenho cuja média trienal for de no mínimo 88 (oitenta e oito) pontos. Art. 93. Confirmada a avaliação pela autoridade superior, o dirigente da unidade de lotação dará ciência ao servidor. § 1º. O pedido de reconsideração poderá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da data da ciência do servidor e deverá ser endereçado à autoridade que tenha confirmado a avaliação. § 2º. Da decisão que denegar o pedido de reconsideração caberá recurso ao Conselho Superior da Polícia Judiciária, no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da data da ciência desta pelo servidor. § 3º. Nos casos em que não for possível dar imediata ciência da avaliação não satisfatória de desempenho ao servidor, o Conselho Superior da deverá providenciar a publicação dos correspondentes resultados no Diário Oficial do Estado de Goiás no prazo de 10 dias úteis. Art. 94. Fica estabelecida como início da contagem do interstício de avaliação a data do ingresso na classe em que se encontrar posicionado o servidor quando da publicação desta Lei Complementar. Art. 95. O tempo de efetivo exercício na classe em que se encontrar o servidor ao tempo da publicação desta Lei Complementar será considerado para a sua promoção à classe seguinte. Parágrafo único. O servidor que se encontrar na situação descrita no caput deste artigo será avaliado no período que faltar para completar o interstício, dividindo-se o total da pontuação obtida pelo número de avaliações efetivamente realizadas. Art. 96. Os atos de promoção são da competência exclusiva do Governador do Estado de Goiás, observados os requisitos e as condições estabelecidos nesta Lei Complementar, e deverão ser publicados no Diário Oficial do Estado de Goiás até o último dia do mês de junho e dezembro do respectivo ano. Art. 97. Até o último dia dos meses de março e setembro deverão ser publicados os seguintes levantamentos: a) servidores com interstício cumprido; b) resultados das avaliações de desempenho de todos os servidores, durante o ano; e c) servidores que concluíram, com aproveitamento, os cursos a que se refere o art 82 desta Lei.

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Art. 98. A carreira de Delegado de Polícia é considerada carreira de natureza jurídica e as carreiras de Escrivão de Polícia e Investigador de Polícia são consideradas de natureza técnico-jurídicas.

Seção IV

Da promoção por ocasião da aposentadoria

Art. 99. O policial civil fará jus à promoção, por ocasião da aposentadoria, ao grau hierárquico imediatamente superior no ato de sua passagem para inatividade, desde que tenha pelo menos 20 (vinte) anos de serviço policial civil;

§ 1º. A promoção por ocasião da aposentadoria decorrente da contração de doença, moléstia ou enfermidade no cumprimento de suas atribuições, independe do tempo indicado neste artigo.

§ 2o. A promoção prevista neste artigo independe de vaga, interstício ou habilitação em curso.

§ 3o Se o servidor policial ocupar o último nível de sua respectiva carreira terá acrescido a sua remuneração, dez por cento sobre o valor do subsídio de seu cargo.

Seção V

Da promoção post mortem

Art. 99. A promoção “post mortem” é aquela que visa expressar o reconhecimento do Estado ao policial civil falecido no cumprimento do dever ou em sua conseqüência, ou ainda, reconhecer o seu direito à promoção, que não tenha se efetivado por motivo do óbito.

CAPÍTULO VI

DA REINTEGRAÇÃO

Art. 100. A reintegração é o retorno do servidor policial civil estável ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, transitada em julgado, com a reconstituição da respectiva carreira e com o ressarcimento de todas as vantagens relativas ao cargo, corrigidos os valores pecuniários de juros e correção monetária. § 1º. A decisão administrativa que determinar o retorno será proferida em processo de revisão, nos termos desta Lei Complementar.

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§ 2º. A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado, sendo-lhe asseguradas as promoções a que o servidor policial faria jus se estivesse na atividade, inclusive com a contagem de tempo de serviço. § 3º. Na hipótese de estar provido o cargo no qual foi reintegrado o servidor policial civil, o seu ocupante exercerá suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga. § 4º. Extinto o cargo e não existindo, na mesma unidade policial ou na Classe, vaga a ser ocupada pelo reintegrado, será ele posto em disponibilidade remunerada ou aproveitado, nos termos desta Lei Complementar, facultando-lhe a escolha da Unidade Policial onde aguardará aproveitamento. § 5º. O servidor policial reintegrado será submetido à inspeção médica e, se considerado incapaz, será aposentado compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se efetivada a reintegração.

CAPÍTULO VII

DO APROVEITAMENTO

Art. 101. Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do funcionário em disponibilidade.

Art. 102. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário efetivo ou estável:

I - em cargo de natureza e vencimento ou remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado, respeitada sempre a habilitação profissional;

II - no cargo restabelecido, ainda que modificada a sua denominação, ressalvado o direito de opção por outro, desde que o aproveitamento já tenha ocorrido.

Art. 103. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo por motivo de doença comprovada em inspeção pela Seção de Assistência Social ou de exercício de mandato eletivo, casos em que ficará adiada até 5 (cinco) dias úteis após a cessação do impedimento.

CAPÍTULO VIII

DA READAPTAÇÃO

Art. 104. A readaptação é a mudança nas atribuições do servidor policial civil, que passa a desempenhar outras tarefas, ainda que residuais, dentro daquelas que a lei designa para o cargo que ocupa, compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção de saúde.

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§ 1º. Se julgado incapaz para o serviço público o readaptando será aposentado. § 2º. A readaptação efetivar-se-á sem mudança de cargo e de subsídio.

CAPÍTULO IX

DA REVERSÃO

Art. 105. A reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria. § 1º. A reversão efetivar-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. § 2º. Encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga. § 3º. Fica vedada a reversão de aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

CAPÍTULO X

DA RECONDUÇÃO

Art. 106. A recondução é o retorno ao cargo anteriormente ocupado, a pedido, de servidor policial civil estável inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo, dependendo, sempre, da existência de vaga.

CAPÍTULO XI

DA REMOÇÃO

Art. 106. A remoção de pessoal da Polícia Judiciária poderá ser feita: I – a pedido; II – por interesse do serviço; e III – por permuta. § 1º. Os Delegados de Polícia Judiciária serão removidos por interesse do serviço, na forma do art. 118 desta Lei Complementar.

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§ 2º. A remoção por permuta será requerida mediante pedido escrito e conjunto, subscrito por ambos os pretendentes, dirigida ao Chefe do Departamento de Polícia Judiciária, que apreciará o pedido em função da conveniência do serviço e emitirá decisão fundamentada, de acordo com as respectivas chefias. § 3º. Dar-se-á a remoção para outra localidade, por motivo de saúde, comprovado pela Seção de Assistência Social; § 4º. Os servidores policiais civis serão removidos por interesse do serviço mediante decisão fundamentada e motivada do Chefe do Departamento de Polícia Judiciária, cabendo recurso ao Conselho Superior da Polícia Civil.

CAPÍTULO XII

DA EXONERAÇÃO

Art. 107. A exoneração do servidor policial civil dar-se-á: I – a pedido; e II – no caso de não confirmação na respectiva carreira, durante o período de estágio probatório. Art. 108. Ao servidor policial civil sujeito a processo administrativo somente será concedida a exoneração depois de julgado o processo e cumprida a pena disciplinar imposta.

TÍTULO III

DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPITULO I

DO ASSÉDIO MORAL

Art. 109. Fica proibida a prática do assedio moral no âmbito da Secretaria de Segurança Pública Estadual. § 1º. Considera-se assédio moral para os fins do disposto nesta Lei Complementar toda ação, gesto ou palavra que, praticados de forma repetitiva por servidor publico, no exercício de suas funções, vise a atingir a auto-estima e a integridade psico-física de outro servidor, com prejuízo de sua competência funcional. § 2º. Evidencia-se o assedio moral a servidor público quando:

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I – forem-lhe impostas atribuições e atividades incompatíveis como cargo que ocupa ou em condições e prazos inexeqüíveis;

II – for ele designado para exercer funções triviais, em detrimento com o cargo que ocupa ou em condições e prazos inexeqüíveis;

III – forem-lhe tomadas, por outrem, propostas, idéias ou projetos de sua autoria; IV – forem-lhe sonegadas informações que sejam necessárias ao desempenho de

suas funções; V – forem contra ele praticadas ações, gestos ou palavras que denunciem desprezo

ou humilhação, isolando-o de contatos com seus superiores hierárquicos e com outros servidores; e

VI – forem-lhe dirigidos comentários maliciosos, criticas reiteradas sem fundamento, ou haja a subestimação de esforços que atinjam a sua dignidade.

CAPÍTULO I

DO DESAGRAVO PÚBLICO Art. 110. O policial civil, quando ofendido no exercício do cargo ou em razão dele, será publicamente desagravado, que será promovido: I – de oficio, de acordo com a subordinação do órgão de exercício do policial civil, pelo:

a) Secretário de Segurança Pública e Justiça; b) Diretor Geral da Polícia Judiciária do Estado de Goiás;

II – mediante representação do ofendido ou seu procurador e, no caso de morte, pelo conjugue, ascendente ou descendente; III – mediante requerimento da entidade de classe a que pertence o policial civil. Parágrafo único. A promoção do desagravo previsto neste artigo não elide a responsabilidade civil e criminal em que incorrer o ofensor.

CAPÍTULO II

DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS

Art. 111. São garantias dos Policiais Civis de carreira: I – a independência funcional no desempenho de suas atribuições;

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II – a inamovibilidade relativa; III – a irredutibilidade de subsídio; IV – a estabilidade, após a confirmação no cargo, na forma do art. 69 e seguintes desta Lei Complementar;

V – não ser constrangido por qualquer modo ou forma a agir em desconformidade com a sua consciência ético-profissional;

VI – solicitar, sempre que necessário, auxílio e colaboração das autoridades públicas para o exercício de suas atribuições;

VII – requisitar das autoridades competentes certidões, informações e diligências necessárias ao desempenho de suas funções;

VIII – ingressar livremente em qualquer edifício ou recinto onde funcione repartição pública do Estado e ter acesso a documentos e informações úteis ao exercício da atividade funcional;

IX – receber tratamento protocolar próprio da função; e X - as mesmas conferidas ao comissário de vigilância de menores.

Parágrafo único. As garantias constantes nos itens I, II, V, e IX são exclusivas do cargo de Delegado de Polícia e a garantia constante no item X é exclusiva dos cargos de Delegado de Polícia e Investigador de Polícia. Art. 112. Além das garantias asseguradas pela Constituição Federal, o servidor policial civil gozará das seguintes prerrogativas: I – receber tratamento compatível com o nível do cargo ou função desempenhado; II – ser recolhido em dependência ou sala especial quando sujeito a qualquer modalidade de prisão cautelar; III – ser recolhido em unidade prisional especial, até o trânsito em julgado de sentença condenatória e, em qualquer situação, separado dos demais presos; IV – ter a prioridade nos serviços de transporte e comunicação públicos e privados, quando em missão de caráter urgente, podendo requisitá-los, se necessário; V – porte de arma com validade em todo o território nacional, mesmo na inatividade, nos termos da legislação específica; VI – livre acesso a locais públicos ou particulares que necessitem de intervenção policial, na forma da legislação;

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VII – não ser preso, senão por ordem judicial escrita, ou em flagrante delito, casos em que a autoridade fará no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, a comunicação e a apresentação do policial ao Diretor Geral da Polícia Judiciária, sob pena de responsabilidade; VIII – possuir carteira de identificação funcional, com fé pública, válida em todo o território nacional, inclusive como documento de identidade civil; IX – ter livre acesso, em serviço, ao transporte público, inclusive intermunicipal; X - aposentadoria com critérios e requisitos diferenciados, na forma da lei complementar, guardada a integralidade e a paridade com os servidores ativos; XI - assistência jurídica quando o ato questionado tenha sido praticado no exercício da função ou em razão dela; XII - seguro de vida e de acidente pessoal decorrente do exercício da função ou em razão dela, em valor não inferior a vinte vezes a última remuneração percebida; XIII - assistência médica, psicológica, odontológica e social; e

XIV – O uso privativo do emblema, uniforme e outros símbolos das unidades especiais, autorizados, fornecidos e controlados pela Polícia Judiciária do Estado de Goiás; § 1º. As garantias e prerrogativas previstas nesta Lei Complementar não excluem as que sejam estabelecidas em outras Leis. § 2º. As garantias e prerrogativas dos membros da Polícia Judiciária são inerentes ao exercício de suas funções e são irrenunciáveis. Art. 113. Quando, no curso de investigação policial, houver indícios de prática de ilícito penal atribuído a policial civil, a autoridade competente remeterá, imediatamente, cópia do procedimento ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária, que deverá tomar as providências cabíveis para a instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar, sob pena de responsabilidade. Art. 114. O policial civil, em atividade ou aposentado, tem direito à identidade funcional equivalente à identidade civil. Art. 115. O policial civil não deverá entregar sua arma ou respectiva munição a qualquer pessoa ou autoridade, pública ou privada, sob pena de responsabilidade, salvo nas seguintes hipóteses: I – esteja submetido a estado de flagrante delito; e II – compareça à audiência judicial ou correcional, a critério do juiz competente, da autoridade corregedora, sindicante ou processante; Art. 116. O servidor policial civil está sujeito ao regime de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais, sendo de 8 (oito) horas diárias, a serem prestadas de segunda a sexta-

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feira, em dois turnos de preferência das 8 (oito) às 12 (doze) e das 14 (quatorze) às 18 (dezoito) horas. § 1º. O regime de trabalho definido no caput deste artigo não se aplica aos servidores policiais civis lotados nas Equipes de Plantão da Polícia Judiciária, que deverão observar a seguinte disciplina: I – de segunda a sexta-feira, das 18h às 8h do dia seguinte, por 72 (setenta e duas) horas de descanso ininterruptas; e II – nos sábados, domingos, feriados e pontos facultativos, plantões de 24 (vinte e quatro) horas, por 72 (setenta e duas) horas de descanso ininterruptas. Art. 117. A servidora policial civil que tem, em sua companhia, filho portador de deficiência, necessitando de cuidados especiais, devidamente comprovados por laudo oficial, está sujeita à jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias ininterruptas.

Seção Única

Da Inamovibilidade do Delegado de Polícia Judiciária Art. 118. O Delegado de Polícia Judiciária do Estado não poderá ser removido de uma unidade para outra, por interesse do serviço, em prazo inferior a 1 (um) ano, contado de sua posse, na unidade policial em que for lotado. Parágrafo único. Os Delegados de Polícia Judiciária só poderão ser removidos em face da necessidade do serviço, definida em ato motivado do Diretor Geral da Polícia Judiciária, com aprovação de 2/3 (dois terços) do Conselho Superior da Polícia Judiciária.

CAPÍTULO III

DA REMUNERAÇÃO Art. 119. Os servidores policiais civis serão remunerados nos termos de Lei específica, assegurada a revisão geral anual, sem prejuízos dos ajustes anuais, sempre na mesma data e sem distinção de índice, sejam eles ativos, inativos ou pensionistas. Art. 120. A remuneração dos servidores policiais civis serão fixadas em nível condizente com a relevância da função e de forma a compensar todas as vedações e incompatibilidades específicas que lhes são impostas. Art. 121. As parcelas únicas de remuneração dos Delegados de Polícia, Investigadores e Escrivães de Polícia serão fixadas com diferenças de 10% (dez por cento) de uma para outra Classe da respectiva carreira, iniciando-se na Classe Especial do cargo de Delegado de Polícia até a 3ª Classe dos Cargos de Investigador e Escrivão de Polícia, conforme o anexo I desta Lei Complementar.

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Art. 122. O servidor policial civil perceberá:

I – 2/3 (dois terços) da remuneração, quando afastado por motivo de prisão penal, em flagrante, provisória, preventiva, ou de sentença de pronúncia, enquanto perdurar a medida, com direito a receber a diferença, se absolvido; II – 1/3 (terço) da remuneração, durante o afastamento em virtude de condenação, por sentença definitiva, cuja pena não determine a perda do cargo.

Art. 123. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento

Art. 124. As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.

§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior a cinco por cento e superior a dez por cento da remuneração ou pensão

§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.

§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.

Art. 125. A remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

Seção I

Das Indenizações

Art. 126. Constituem indenizações ao servidor:

I - ajuda de custo;

II - diárias;

III – transporte; e

IV - auxílio-moradia.

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Art. 127. Os valores das indenizações estabelecidas nesta Lei Complementar, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento próprio.

Subseção I

Da Ajuda de Custo

Art. 128. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas decorrentes de horas-aula ministradas, localidade, serviço extraordinário, freqüência em cursos ministrados pela Gerencia de Ensino Policial Civil e de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.

§ 1o Os custos de deslocamento, alimentação, estadia e outros decorrentes dos cursos de que trata este artigo deverão ser custeados pela Secretária de Segurança Pública do Estado de Goiás.

§ 2o Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 3o À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo máximo de três meses, contado do óbito.

Art. 129. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses.

Art. 130. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 131. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II

Das Diárias

Art. 132. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território estadual, nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.

Parágrafo único. A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

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Art. 133. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no mesmo prazo.

Subseção III

Da Indenização de Transporte

Art. 134. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Subseção IV

Do Auxílio-Moradia

Art. 135. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor, conforme se dispuser em regulamento.

Seção I

Da Substituição Art. 136. O servidor policial civil convocado ou designado para substituição cumulativa com o exercício do cargo na Polícia Judiciária de que é titular, terá direito à percepção de 1/3 (um terço) do valor da parcela única da remuneração do substituído. § 1º. Na hipótese prevista no caput deste artigo, o substituto não poderá acumular mais de uma substituição. § 2º. Quando a substituição não for cumulativa com o exercício das funções do cargo de que é titular, o substituto, se de categoria inferior, perceberá a mesma parcela única remuneratória do substituído. Art. 137. Além da parcela única fixada em Lei específica, do décimo terceiro salário e de 1/3 (um terço) de férias, poderão ser pagas ao servidor policial civil, em decorrência da natureza e das condições com que desempenha suas atividades, ajudas de custo de natureza indenizatória especificadas em Lei.

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Seção II

Do Décimo Terceiro Salário

Art. 138. O décimo terceiro salário será pago ao servidor policial civil no mês de seu nascimento, tendo por base o valor do subsídio devido naquele mês.

§ 1º. O décimo terceiro salário será integral se o beneficiário houver ingressado,

no mínimo, antes do mês de janeiro do ano a que se refere o benefício e, proporcional, se não implementada essa condição, mediante desconto de 1/12 (um doze avos) a cada mês do período sem vínculo com o Estado.

§ 2º. O décimo terceiro salário será pago no mês de ingresso do servidor se este

ocorrer após o mês de seu nascimento e, no mês de seu desligamento, se este tiver ocorrido antes do mês de seu nascimento.

§ 3º. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como

mês integral. § 4º. As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas no pagamento

do décimo terceiro salário. § 5º. O décimo terceiro salário não será considerado no cálculo de qualquer outra

vantagem pecuniária.

§ 6º. Para os fins do disposto neste artigo, a vacância de um cargo não interrompe o exercício desde que seguida de provimento em outro, bem como de posse e exercício, em período não superior a 15 (quinze) dias.

Art. 139. O servidor desligado ou excluído do serviço ativo, após o recebimento

do décimo terceiro salário, deverá devolver o valor correspondente ao período não trabalhado no exercício a que se refere o pagamento, salvo na hipótese do § 6º do artigo anterior.

Parágrafo único. O valor a que se refere o caput deverá ser devolvido no prazo de

30 (trinta) dias, findo o qual, sem devolução, será o débito inscrito em dívida ativa. Art. 140. O décimo terceiro salário é extensivo aos inativos e pensionistas nos

mesmos termos definidos nesta Lei Complementar e terá por base o valor do provento ou da pensão por morte.

Seção II

Do Adicional de Serviço Extraordinário Art. 141. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de cinqüenta por cento em relação à hora normal de trabalho.

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Art. 142. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações

excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

CAPÍTULO IV

DOS DIREITOS

Seção I

Das Férias

Do Adicional de Férias

Art. 143. É devido ao servidor, ao entrar em gozo de férias, adicional de 1/3 (um terço) da remuneração do período correspondente, que lhe é pago independentemente de solicitação. Art. 144. O servidor policial civil fará jus, anualmente, a 30 (trinta) dias de férias, conforme escala elaborada pela Polícia Judiciária, publicada na primeira quinzena de dezembro de cada ano. § 1º. Para o primeiro período aquisitivo, serão exigidos doze meses de exercício. § 2º. Na organização da escala de férias, a Polícia Judiciária conciliará as exigências do serviço com as necessidades dos servidores policiais civis, consideradas as sugestões que lhe forem remetidas até o dia 31 (trinta e um) de outubro de cada ano. § 3º. As pessoas casadas ou que comprovadamente mantenham união estável, e trabalhem na mesma Instituição Policial Civil, terão direito a gozar férias no mesmo período, salvo se lotados no mesmo local, no qual, então, será obedecido o cronograma estabelecido. § 4º. As férias poderão, a pedido do servidor policial civil e a critério da Polícia Judiciária, ser concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias corridos, devidamente previstos na escala anual de férias. § 5º. As férias somente podem acumular-se em razão da necessidade do serviço, sendo vedado ultrapassar 3 (três) períodos. § 6º. O período de férias de servidores policiais civis que trabalhem em regime de escala de plantão iniciará em dia útil.

§ 7º. No caso de o servidor exercer cargo de provimento em comissão ou função comissionada, a respectiva vantagem é considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

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Seção II

Das Licenças

Art. 145. Os servidores policiais civis terão direito às seguintes licenças: I – licença para tratamento de saúde do próprio servidor; II – licença por motivo de: a) acidente de serviço ou doença profissional; b) doença em pessoa da família; c) gestação, adoção ou guarda judicial; d) afastamento do cônjuge ou companheiro; III – licença para fins de:

a) atividade político-partidária; b) desempenho de mandato classista; IV – licença-prêmio por assiduidade; V – licença para tratar de interesses particulares; e VI – licença para o aperfeiçoamento profissional. § 1º. As licenças previstas nos incisos I, II, “a”, “b” e “c”, III, “b”, IV e VI deste artigo serão concedidas sem prejuízo da remuneração, vantagem ou qualquer direito inerente ao cargo, salvo disposição legal expressa em contrário. § 2º. É vedado o exercício de atividade remunerada durante a licença prevista nos incisos I e II, “a”, “b” e “c”, III, “b”, deste artigo. Art. 146. A licença concedida dentro de 10 (dias) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação. Art. 147. As licenças serão concedidas pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária a requerimento do interessado ou de ofício. Parágrafo Único. As licenças do Diretor Geral da Polícia Judiciária serão concedidas pelo Secretário da Segurança Pública.

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Subseção I

Da Licença para Tratamento de Saúde do Próprio Servidor Policial Civil

Art. 148. A licença para tratamento de saúde será concedida a pedido ou de ofício, com base em inspeção de saúde. § 1º. Na hipótese de ser concedida licença por prazo superior a 30 (trinta) dias ou havendo requerimento de prorrogação que implique licença por período ininterrupto, também superior a 30 (trinta) dias, a concessão deverá ser precedida de perícia médica. § 2º. A perícia será feita pela Seção de Assistência Social, se necessário, na residência do examinando ou no estabelecimento hospitalar em que estiver internado. Art. 149. Findo o prazo da licença de que trata esta Subseção, o servidor policial civil é submetido à nova inspeção médica, que opine, conforme o caso, por sua volta ao trabalho, pela prorrogação ou pela aposentadoria.

Art. 150. O servidor policial civil que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais é submetido, de ofício, à inspeção pela Seção de Assistência Social. Art. 151. No caso de licença, o servidor policial civil poderá requerer inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir o exercício do cargo.

Subseção II

Da Licença de Acidente de Serviço ou Doença Profissional

Art. 152. A licença por acidente em serviço é considerada nos casos em que do fato resultar dano físico ou mental que se relacione, direta ou indiretamente, com o exercício das atribuições inerentes ao cargo ou função. § 1º. Equiparam-se a acidente em serviço: I – a agressão sofrida e não provocada pelo servidor policial civil, no exercício do cargo ou função; e II – a doença profissional, assim entendida a que é causada pelas condições de serviço ou por fatos nele ocorridos. § 2º. Considera-se como ocorrido em serviço o acidente sofrido pelo servidor policial civil no percurso de sua residência para o local de trabalho e vice-versa. § 3º. A prova do acidente deverá ser feita no prazo de 10 (dez) dias contados de sua ocorrência, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

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Subseção III

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 153. A licença de que trata esta Subseção será precedida por exame perante a Seção de Assistência Social, considerando-se pessoas da família o cônjuge ou companheiro, os ascendentes, os descendentes ou dependentes que vivam às expensas do servidor policial civil e constem de seu assentamento funcional. § 1º. A licença de que trata este artigo somente será deferida se a assistência direta do servidor policial civil foi indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário do trabalho. § 2º. A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, até 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogada por igual período, mediante parecer da Seção de Assistência Social, e, excedida a prorrogação, a licença deixa de ser remunerada.

Subseção IV

Da Licença por Motivo de Gestação, Adoção ou Guarda Judicial

Art. 154. A licença à gestante, por 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, observará as seguintes condições: I – poderá ter início no primeiro dia do 9º (nono) mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica; II – no caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto; III – no caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a mãe será submetida a exame médico e, se julgada apta, reassumirá o exercício; IV – em caso de aborto atestado pela Seção de Assistência Social, a licença dar-se-á por 30 (trinta) dias, a partir de sua ocorrência; V – à servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de criança de até 1 (um) ano de idade, são concedidos 90 (noventa) dias de licença; VI – para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis) meses, a servidora lactante tem direito, durante a jornada de trabalho, a 1 (uma) hora de descanso, que pode ser parcelada em 2 (dois) períodos de ½ (meia) hora. § 1º. Se a criança, no caso do inciso V deste artigo, tiver mais de 1 (um) ano de idade, o prazo da licença é de 30 (trinta) dias.

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§ 2º. Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor policial civil tem direito à licença-paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos.

Subseção V

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou do Companheiro

Art. 155. O servidor policial civil, casado ou que mantenha união estável, nos termos da lei, terá direito à licença sem remuneração quando o cônjuge, servidor público estadual ou federal, for mandado servir em outro ponto do Estado, ou fora deste, inclusive em território estrangeiro ou ainda eleito para o Congresso Nacional. § 1º. A licença dependerá de requerimento devidamente instruído, devendo o pedido ser renovado a cada 2 (dois) anos. § 2º. Finda a causa da licença, o servidor policial civil deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, sob pena de incorrer em abandono de cargo. § 3º. A concessão da licença impedirá a promoção por merecimento do servidor policial civil, enquanto estiver em gozo. § 4º. Ao servidor policial civil em período de estágio probatório que for concedida a licença de que trata este artigo, terá suspensa a contagem do respectivo período, nos termos fixados nesta Lei Complementar.

Subseção VI

Da Licença para Atividade Político-Partidária

Art. 156. Salvo disposição em contrário da legislação eleitoral, ao servidor policial civil poderá ser concedida licença sem remuneração durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Parágrafo único. A partir do registro da candidatura e até o 10º (décimo) dia seguinte ao da eleição, o servidor policial civil fará jus à licença remunerada, como se em atividade estivesse.

Subseção VII

Da Licença para Desempenho de Mandato Classista

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Art. 157. É assegurado ao servidor policial civil, sem prejuízo da remuneração, direito à licença para o desempenho de mandato em associação de classe ou sindicato representativo da categoria. § 1º. Somente fará jus à licença o presidente da associação ou sindicato. § 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição.

§ 3º. Ao servidor policial civil será assegurado inamovibilidade, a partir do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação sindical ou associativa e, se eleito, ainda que suplente, até 1 (um) ano após o término do mandato, salvo se a pedido ou em caso de falta grave, nos termos da lei.

Subseção VIII

Da Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 158. A licença-prêmio será devida após cada qüinqüênio ininterrupto de exercício, pelo prazo de 3 (três) meses, a título de prêmio por assiduidade. § 1º. A licença de que trata o caput deste artigo poderá ser toda convertida em pecúnia em favor dos beneficiários do policial civil falecido, que não a tiver gozado, ou se o próprio servidor assim o desejar, tendo por base o subsidio do mês. § 2º. Não se concede licença-prêmio por assiduidade ao servidor policial civil que, no período aquisitivo: I – tenha sofrido penalidade de suspensão; II – tenha se afastado do cargo em virtude de: a) licença por motivo de doença em pessoa da família, sem remuneração; b) licença para tratar de assuntos particulares; c) condenação a pena privativa de liberdade por sentença definitiva; d) afastamento para acompanhar o cônjuge ou companheiro. § 3º. O número de servidores policiais civis em gozo simultâneo de licença-prêmio não pode ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade policial.

Subseção IX

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

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Art. 159. É assegurada a licença para tratar de interesses particulares ao policial civil, pelo prazo de até 4 (quatro) anos consecutivos, sem remuneração. § 1º. A licença de que trata o caput deste artigo poderá ser interrompida, a qualquer momento, a pedido do interessado ou no interesse do serviço. § 2º. A licença para tratar de interesses particulares, sem remuneração, pode ser renovada uma única vez, por igual período. § 3º. A concessão da licença de que trata esta Subseção impedirá a promoção por merecimento do servidor policial civil, enquanto estiver em gozo.

§ 4º. Ao servidor policial civil em período de estágio probatório que for concedida a licença de que trata este artigo, terá suspensa a contagem do respectivo período, nos termos desta Lei Complementar.

Subseção X

Da Licença para Aperfeiçoamento Profissional

Art. 160. O servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.

Seção III

Dos Afastamentos

Art. 161. O servidor policial civil terá direito aos seguintes afastamentos: I – para exercício de mandato eletivo; II – participação de programa de pós graduação strictu senso no país; II – para desempenho de missão oficial.

Subseção I

Do afastamento para exercício de mandato eletivo Art. 162. Ao servidor policial civil investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, fica afastado do cargo;

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II – investido no mandato de prefeito, é afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração, na forma estabelecida pela Constituição Federal; III – investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horários, percebe as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horários é afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. § 1º. No caso de afastamento do cargo, o servidor contribui para a seguridade social como se em exercício estivesse. § 2º. O servidor investido em mandato eletivo, no caso do inciso III, não pode ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Subseção II

Do afastamento para participação de programa de pós graduação no país

Art. 163. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação em instituição de ensino superior no país.

§ 1o Os afastamentos para realização de programas de especialização, mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares há pelo menos um ano para especialização, três anos para mestrado e quatro anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo, nos dois anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 2o Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 3o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções, após o seu retorno, por um período igual ao do afastamento concedido.

§ 4o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 3o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma desta Lei, dos gastos com seu aperfeiçoamento.

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§ 5o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 4o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do Diretor Geral da Polícia Judiciária.

Subseção III

Do afastamento para desempenho de missão oficial

Art. 164. O servidor policial civil pode ausentar-se para o exterior, ou para outros pontos do território nacional, sem perda da remuneração, para cumprimento de missão oficial, a serviço do Estado, por prazo não superior a 4 (quatro) anos, mediante autorização do Chefe do Poder Executivo.

Parágrafo único. Finda a missão, somente após o decurso de igual período, é admissível nova ausência do servidor. Art. 165. O afastamento de servidor para atuar em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere, dar-se-á com perda total da remuneração.

Seção IV

Das Concessões

Art. 166. Sem qualquer prejuízo, pode o servidor ausentar-se do serviço: I – por 1 (um) dia, para doação de sangue; II – por 8 (oito) dias consecutivos, em razão de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda judicial ou tutela e irmãos; c) freqüência a palestras, seminários e cursos de curta duração nas áreas afetas às atribuições da Polícia Judiciária, desde que autorizado pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária. Art. 167. É obrigatória a concessão de horário especial ao servidor policial civil estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição em que estiver servido, sem prejuízo do exercício do cargo. Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, é exigida a compensação de horário na repartição, respeitada a duração semanal do trabalho.

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Art. 168. Ao servidor policial civil estudante que mudar de sede no interesse da Administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, aos enteados do servidor que vivam em sua companhia, bem como aos menores de idade sob sua guarda.

Seção V

Do Direito de Petição

Art. 169. Fica assegurado ao servidor policial civil o direito de requerer aos Poderes Públicos em defesa de direito ou interesse legítimo. Art. 170. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. § 1º. O requerimento e o pedido de reconsideração, de que trata esta Lei Complementar, devem ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias, e decididos em 30 (trinta) dias, contados do seu registro no protocolo Art. 171. Cabe recurso: I – do indeferimento do pedido de reconsideração; II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Parágrafo único. O recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. Art. 172. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência pessoal, pelo interessado, da decisão recorrida. Art. 173. O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito suspensivo, mas, uma vez providos, os efeitos da decisão retroagem à data do ato impugnado. § 1º. O efeito suspensivo deve ser admitido, pela autoridade competente, quando de sua falta puder resultar a ineficácia da decisão final que acolher o pedido. § 2º. No caso do § 1º deste artigo, a autoridade competente pode exigir depósito ou fiança. Art. 174. O direito de requerer prescreve:

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I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial ou créditos resultantes das relações de trabalho; II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em Lei. § 1º. O prazo de prescrição é contado da data da publicação do ato ou, na falta desta, da ciência pessoal do interessado. § 2º. A prescrição ocorre em caso de ato omissivo nas hipóteses prevista nesta Lei Complementar. § 3º. A prescrição interrompe-se com o requerimento, o pedido de reconsideração e o recurso. Art. 175. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração. Art. 176. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído. Parágrafo único. Em se tratando de advogado, legalmente habilitado, ser-lhe-á facultado receber o processo, pelo prazo legal, para exame fora da repartição. Art. 177. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

CAPÍTULO V

DOS BENEFÍCIOS

Art. 178. Além da aposentadoria e pensão, previstas em leis específicas, são benefícios a que faz jus o servidor policial civil ou sua família: I – salário-família; II – auxílio-funeral; III – auxílio-saúde; IV – recompensa; e V – Seguro de vida e acidente pessoal. Parágrafo único. O recebimento indevido de benefícios, obtidos mediante dolo ou fraude, obriga à devolução do total auferido, com atualização monetária e juros de mora, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal, civil e administrativa cabíveis.

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Seção I

Do Salário-Família

Art. 179. O salário-família será pago aos servidores policiais civis ativos e inativos que possuírem dependentes definidos nesta Lei Complementar, no percentual de 1% (um por cento) da remuneração do seu cargo. § 1º. Consideram-se dependentes aqueles que vivam total ou parcialmente às expensas do servidor policial civil: I – o descendente menor de 18 (dezoito) anos; II – o descendente inválido de qualquer idade; III – o descendente estudante que freqüente curso de nível médio ou superior em estabelecimento de ensino, e que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos; IV – a esposa ou companheira, desde que não exerça atividade remunerada; V – os ascendentes, sem economia própria. § 2º. Compreendem-se nos incisos I, II e III do § 1º deste artigo os enteados, a criança e o adolescente que, mediante autorização judicial, viverem sob a guarda e o sustento do servidor policial civil. Art. 180. Fica assegurada aos dependentes do servidor policial civil falecido a percepção de salário-família, nas mesmas bases e condições estabelecidas. Art. 181. O salário-família relativo a cada dependente será devido a partir do mês em que se verificar o ato ou fato que lhe der origem. Parágrafo único. Deixará de ser pago o salário-família relativo a cada dependente no mês seguinte ao ato ou fato que houver determinado sua suspensão.

Seção II

Do Auxílio-Funeral

Art. 182. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido em atividade ou aposentado, em valor equivalente às despesas comprovadamente efetuadas, mediante a apresentação de nota fiscal, não podendo ser inferior a 1,5 (uma e meia) e excedente a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.

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Parágrafo único. O auxílio-funeral deverá ser pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar da apresentação dos comprovantes da despesa, por meio de procedimento administrativo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Art. 183. Se o funeral foi custeado por terceiro, este deverá ser indenizado, observado o disposto nesta Lei Complementar. Art. 184. Falecendo o servidor policial civil em serviço, fora do local do trabalho, inclusive no exterior, as despesas com o transporte do corpo são custeadas pelo Estado.

Seção III

Do Auxílio-Saúde

Art. 185. O auxílio-saúde é devido ao servidor policial civil licenciado por motivo de acidente em serviço, doença profissional ou moléstia grave, especificada em lei, com base nas conclusões da Seção de Assistência Social. Parágrafo único. O auxílio de que trata este artigo será concedido após cada seis meses consecutivos de licença, até o máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em importância equivalente a um mês da remuneração do cargo.

Seção IV

Da Recompensa

Art. 186. Recompensa é o reconhecimento por serviços prestados pelo servidor policial civil. § 1º. Além de outras previstas em lei ou regulamentos especiais, são recompensas: I – o elogio; II – a Medalha do Mérito Policial Civil; III – a Medalha do Serviço Policial Civil. § 2º. A recompensa constante do inciso I deste artigo, será conferida pela prática de ato que mereça registro especial ou ultrapasse o cumprimento normal de atribuição, ou se revista de relevância. § 3º. A Medalha do Mérito Policial Civil destina-se a premiar o servidor policial civil que praticar ato de bravura ou de excepcional relevância para a organização policial civil ou para a sociedade.

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§ 4º. A Medalha do Serviço Policial destina-se a premiar o servidor policial civil, pelos bons serviços prestados à causa da ordem pública, ao organismo policial civil e à coletividade policial civil. § 5º. As características e forma de concessão das medalhas serão regulamentadas por decreto do Chefe do Poder Executivo. Art. 187. São competentes para conceder as recompensas estabelecidas nesta Lei Complementar: I – no caso do inciso I, o Secretário da Segurança Pública e/ou o Delegado Geral de Polícia; II – nos casos dos incisos II e III, o Chefe do Poder Executivo Estadual. Parágrafo único. Os elogios serão fundamentadamente propostos, devendo ser homologados pelo Conselho Superior da Polícia Judiciária, sendo computados para efeito de promoção.

Seção V

Do Seguro de Vida e Acidente Pessoal

Art. 188. E devido o seguro de vida decorrente do exercício da função ou em razão dela aos dependentes legais do servidor policial civil falecido, o qual não será inferior a vinte vezes a última remuneração percebida Art. 189. E devido ao servidor policial civil seguro por acidente pessoal decorrente do exercício da função ou em razão dela, o qual será equivalente a no mínimo cinqüenta por cento do fixado no artigo anterior.

TÍTULO IV

Do Regime Disciplinar

Capítulo I

Dos Deveres

Art. 190. São deveres do servidor policial civil: I – observar as normas legais e regulamentares; II – zelar pela dignidade da função policial;

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III – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; IV – observar a disciplina e a hierarquia; V – ter conduta pública irrepreensível; VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII – freqüentar com assiduidade, para fins de aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos profissionais, os cursos instituídos periodicamente pela Gerência de Ensino da Polícia Judiciária ou estabelecimento congênere, em que haja sido efetivamente matriculado; VIII – atender com zelo e presteza: a) ao público em geral, prestando informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) ao requerimento de expedição de certidões para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; e d) aos serviços a seu cargo e aos que, na forma da Lei, lhes sejam atribuídos. IX – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; X – não utilizar para fins particulares, qualquer que seja o pretexto, o material pertencente ao órgão, ou destinado à correspondência oficial; XI – guardar sigilo sobre assuntos do órgão; XII – ser assíduo e pontual ao serviço; XIII – tratar com urbanidade as pessoas; XIV – representar contra a ilegalidade, omissão ou abuso de poder no cumprimento da Lei. XV – portar a carteira de identidade funcional; XVI – comunicar o endereço onde possa ser encontrado, quando dos afastamentos regulamentares. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XIV deste artigo será encaminhada à autoridade imediatamente superior ao representado e apreciada pelo Diretor Geral da Polícia Judiciária, ocasião em que deverá assegurar-lhe a oportunidade de se defender.

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CAPÍTULO II

DAS PROIBIÇÕES

Art. 191. Ao servidor policial civil é proibido: I – ausentar-se: a) do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; e b) do País, sem autorização do Chefe do Poder Executivo ou do dirigente da entidade, salvo em gozo de férias ou de licença-prêmio assiduidade e de outras previstas nesta Lei Complementar. II – retirar da repartição, salvo com autorização da autoridade competente, no interesse do serviço, qualquer documento ou objeto oficial; III – recusar fé a documentos públicos; IV – opor resistência injustificada: a) ao cumprimento de ordem na forma desta Lei Complementar, ao andamento de documento ou processo ou à execução de obra ou serviço; b) à realização de inspeção médica, a que deva submeter-se por determinação de autoridade competente. V – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição de sua responsabilidade ou subordinado;

VI – coagir ou aliciar subordinado no sentido de se filiar à associação profissional ou sindical, ou a partido político; VII – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; VIII – dar posse a servidor sem lhe exigir a declaração de bens e valores; IX – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou companheiro; X – exigir ou aceitar propina, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XI – praticar usura sob qualquer de suas formas; XII – proceder de forma desidiosa;

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XIII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares, próprios ou de terceiro, ou autorizar outrem, subordinado ou não, a fazê-lo; XIV – cometer a outro servidor atribuição estranha ao cargo por ele ocupado, salvo em situações de emergência ou transitórias e no estrito interesse do serviço; XV – dar curso a ato, operação, documento ou objeto sem exigir o cumprimento da obrigação tributária, a que esteja sujeito, ou sem comunicar o fato, previamente, à autoridade fiscal competente; Parágrafo único. A enumeração deste artigo não exclui outras proibições legalmente previstas.

Capítulo III

Da Acumulação

Art. 192. Ressalvados os casos previstos nesta Lei, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.

§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.

Art. 193. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Art. 194. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

CAPÍTULO IV

DAS RESPONSABILIDADES

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Art. 195. O servidor policial responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições, ficando sujeito, cumulativamente, às respectivas cominações. Parágrafo único. O processo administrativo disciplinar só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial por despacho motivado da autoridade competente para aplicar a pena. Art. 196. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao Erário ou a terceiros. § 1º. Após o processo disciplinar ou administrativo, a indenização de prejuízo resultante de culpa ou dolo é liquidada na forma da Lei específica. § 2º. Tratando-se de dano causado a terceiro, responde o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva, na forma do parágrafo anterior deste artigo. § 3º. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles é executada até o limite do valor da herança recebida. Art. 197. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções penais imputados ao servidor policial civil nesta qualidade. Art. 198. A responsabilidade administrativa decorre de ato ou omissão constitutivos de transgressão disciplinar. Parágrafo único. A responsabilidade de que trata o caput deste artigo é afastada no caso de absolvição do servidor policial civil por sentença criminal, transitada em julgado, que haja negado a existência do fato ou da sua autoria.

CAPÍTULO V

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 199. As transgressões disciplinares classificam-se em: I – leves; II – médias; e III – graves. Art. 200. São transgressões disciplinares de natureza leve: I – impontualidade habitual;

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II – simular doença para esquivar-se do cumprimento de suas atribuições; III – apresentar-se como representante ou servidor policial civil lotado em órgão ou unidade de trabalho a que não pertencer, sem estar expressamente autorizado; IV – não comparecer às convocações de autoridade superior, quando previamente convocado ou notificado em razão de serviço, salvo por motivo justificável; V – ser displicente ou negligente no exercício da função policial; VI – fornecer intencionalmente informação inexata, que altere ou desfigure a verdade; VII – faltar ao serviço ou permuta, sem causa justificável legal, ou autorização; VIII – não comunicar, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, à autoridade a que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer ao órgão, salvo justo motivo; IX – negligenciar ou retardar a execução de qualquer ordem legítima escrita;

X – negligenciar a guarda de objetos pertencentes ao órgão, e que lhe tenham sido confiados em decorrência da função ou para o seu exercício, possibilitando que se danifiquem ou extraviem; XI – indicar ou insinuar nomes de advogados para assistir a pessoas que se encontrem respondendo a processo ou inquérito policial, ou cujas atividades sejam objeto de ação policial; XII – usar vestuário incompatível com o decoro da função; XIII – descuidar de sua aparência física ou do asseio; XIV – tratar de interesses particulares na repartição; XV – exercer comércio entre colegas, promover ou subscrever listas de donativos dentro da repartição; XVI – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou comanditário; e XVII – dirigir viatura policial com imprudência, imperícia e negligência. Art. 201. São transgressões disciplinares de natureza média: I – agir com deslealdade no exercício da função; II – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de obter proveito de natureza político-partidária para si ou para outrem;

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III – usar indevidamente os bens da repartição sob sua guarda ou não; IV – deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquérito policial, sindicância ou processo administrativo; V – utilizar-se de veículo oficial para transporte pessoal; VI – patrocinar acordos pecuniários entre partes interessadas, no interior das repartições ou fora delas; VII – retirar ou ceder, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento, cópia ou objeto da repartição; VIII – deixar de tratar superiores hierárquicos, pares, subordinados, advogados, testemunhas, servidores e membros do Poder Judiciário e do Ministério Público e o povo em geral com a deferência e a urbanidade devidas; IX – não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença para o trato de interesse particular, férias ou dispensa de serviço, ou ainda, depois de saber que quaisquer delas foram interrompidas por ordem superior; X – ingerir bebida alcoólica em serviço ou apresentar-se ao serviço em estado de embriaguez; XI – consumir substância entorpecente ou que cause dependência química em serviço, ou apresentar-se ao serviço em estado alucinógeno decorrente do consumo de tais substâncias; XII – fazer uso indevido de arma que lhe haja sido confiada para o serviço; XIII – permitir que pessoas que estejam sob custódia provisória conservem em seu poder instrumentos com que possam causar danos a si ou a terceiros nas dependências em que estejam recolhidos; e XIV – usar de violência desnecessária no exercício da função policial. Art. 202. São transgressões disciplinares de natureza grave: I – coagir os servidores policiais civis subordinados com objetivos político-partidários; II – praticar usura em quaisquer de suas formas; III – apresentar requerimento, queixa ou representação contra servidores policiais civis, pares, subordinados ou superiores hierárquicos, sabendo-as infundadas, buscando confundir investigação que exista, ou possa vir a existir contra sua própria pessoa, ou para prejudicar colegas ou terceiros; IV – ceder insígnia ou cédula de identidade funcional, armamento ou indumentária de identificação policial civil de uso pessoal;

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V – provocar, velada ou ostensivamente, animosidade entre os servidores policiais civis ou entre estes e os seus chefes imediatos; VI – utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela Polícia, salvo as exceções previstas em Lei. VII – exercitar atividade particular para cujo desempenho sejam necessários contatos com repartições policiais, ou que com elas tenha qualquer relação ou vinculação; VIII – exercer atividades particulares que prejudiquem o fiel desempenho da função policial civil e que sejam, social ou moralmente, nocivas à dignidade do cargo, ou afetem a presunção de imparcialidade; IX – deixar de comunicar fatos caracterizados como transgressões disciplinares que tenham chegado ao seu conhecimento, cometidos por servidores da instituição; X – esquivar-se, na ausência da autoridade competente, de atender a ocorrências de intervenção policial civil, que presencie ou de que tenha conhecimento imediato; XI – solicitar ou receber propinas ou comissões, ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e sob qualquer pretexto, em razão de função ou cargo que exerça ou tenha exercido; XII – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não tenha fundamento legal; XIII – confiar a pessoas estranhas à organização policial o desempenho de encargos próprios ou da competência de seus subordinados; XIV – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de ordem legal do chefe imediato ou de decisão judicial; XV – eximir-se do cumprimento de suas atribuições funcionais; XVI – abandonar o cargo, sem justa causa, ausentando-se da repartição por mais de 30 (trinta) dias consecutivos; XVII – ausentar-se do serviço, sem causa justificável, por mais de 60 (sessenta dias) intercaladamente, no período de 1 (um) ano; XVIII – abandonar o serviço para o qual tenha sido designado, quando informado previamente; XIX – constituir-se procurador, ou servir de intermediário perante qualquer repartição pública, salvo para tratar de interesse legítimo de parente até segundo grau e de cônjuge ou companheiro; XX – praticar ato definido como infração penal que, por sua natureza e configuração, torne-o incompatível para o exercício da função policial;

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XXI – praticar ato lesivo à honra ou ao patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal; XXII – lesar os cofres públicos, ou dilapidar o patrimônio público; XXIII – revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tem ciência em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo; XXIV – extraviar ou facilitar o extravio, por negligência, de armas, algemas e outros bens do patrimônio da instituição, que estejam sob a sua guarda ou responsabilidade, desde que o ato não constitua crime; XXV – ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; XXVI – submeter pessoa, sob sua guarda ou custódia, a tortura, vexame ou constrangimento; XXVII – atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabilidade de domicílio; XXVIII – insubordinação grave em serviço; e XXIX – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo as causas excludentes de ilicitude previstas na legislação vigente.

Capítulo VI

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 203. São sanções administrativas disciplinares: I – advertência; II – repreensão; III – suspensão; IV – demissão; V – cassação de aposentadoria ou disponibilidade; VI – destituição de função de confiança; VII – destituição de cargo comissionado.

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Art. 204. Na aplicação das penalidades serão considerados a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes e atenuantes, os antecedentes funcionais e as causas de justificação. § 1º. São circunstâncias agravantes a transgressão disciplinar haver sido cometida em concurso com dois ou mais policiais civis, bem como a reincidência, em qualquer grau de classificação. § 2º. São circunstâncias atenuantes a boa conduta funcional, a relevância do serviço prestado, a transgressão disciplinar cometida em defesa de direitos próprios ou de terceiros, ou para evitar dano maior, e as demais previstas em Lei. § 3º. São causas de justificação o motivo de força maior plenamente comprovado e a transgressão disciplinar no interesse do serviço, da ordem ou da segurança pública, e as demais previstas em Lei. Art. 205. A pena de advertência é aplicada por escrito, no caso de falta de cumprimento dos deveres, ao infrator primário. Parágrafo único. A pena de advertência não acarreta perda de vencimentos ou de quaisquer vantagens de ordem funcional, mas contará pontos negativos na avaliação de desempenho. Art. 206. A pena de repreensão é aplicada por escrito, nos casos de reincidência de falta de cumprimento de dever funcional e da vedação de desvio de servidor para o exercício de atribuições diversas das inerentes ao seu cargo efetivo, bem como na violação de proibição constante nesta Lei Complementar, quando não couber pena mais grave. Art. 207. A suspensão é aplicada em caso de: I – reincidência em conduta punida com repreensão; II – violação de proibição diversa das enumeradas nesta Lei Complementar e que não tipifique falta sujeita à penalidade de demissão; III – transgressões disciplinares previstas nesta Lei Complementar, que não tipifiquem pena de demissão, na seguinte gradação: a) de 1 (um) a 10 (dez) dias, nas transgressões de natureza leve; b) de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, nas transgressões de natureza média; e c) de 31 (trinta e um) a 90 (noventa) dias, nas transgressões de natureza grave. § 1º. A suspensão não pode exceder 90 (noventa) dias. § 2º. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão pode ser convertida em multa, na base de cinqüenta por cento por dia de remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

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Art. 208. As sanções disciplinares de repreensão e suspensão terão seus registros cancelados após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor policial civil não houver, nesse período, praticado nenhuma infração disciplinar. Art. 209. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I – peculato doloso;

II – concussão;

III – corrupção;

IV - abandono de cargo;

V - improbidade administrativa;

VI - inassiduidade habitual;

VII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas.

Art. 210. Verificada, em processo disciplinar, acumulação remunerada de cargos constitucionalmente proibida, mas havendo comprovada boa-fé do servidor, este deverá optar por um dos cargos. Art. 211. As destituições de cargo em comissão ou função de confiança serão aplicadas nos casos de qualquer infração disciplinar sujeita às sanções administrativas previstas nesta Lei Complementar.

CAPÍTULO VII

DA COMPETÊNCIA PARA IMPOSIÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 212. É competente para a aplicação das penalidades previstas nesta Lei Complementar: I – o Governador do Estado; II – o Secretário da Segurança Pública, suspensão superior a 30 (trinta) dias; III – o Diretor Geral da Polícia Judiciária, de advertência até a de suspensão de até 30 (trinta) dias; Parágrafo único. Compete exclusivamente ao Governador do Estado a aplicação das penas de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

CAPÍTULO VIII

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DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Art. 213. Extingue-se a punibilidade da conduta tipificada como transgressão disciplinar: I – pela morte do policial civil transgressor; e II – pela prescrição. § 1º. Extingue-se a punibilidade pela prescrição: I – da falta sujeita à pena de advertência, em 180 (cento e oitenta) dias; II – da falta sujeita à pena de repreensão, em 1 (um) ano; III – da falta sujeita à pena de suspensão, em 2 (dois) anos; IV – da falta sujeita à pena de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; IV – da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. § 2º. A prescrição começa a correr: I – do dia em que a falta for cometida; II – do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou permanentes. § 3º. Interrompe a prescrição a portaria que instaura sindicância e a que instaura processo administrativo disciplinar. § 4º. O lapso prescricional corresponde: I – na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente aplicada; II – na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. § 5º. A prescrição não corre: I – enquanto sobrestado o processo administrativo disciplinar para aguardar decisão judicial. II – durante o período em que o servidor encontrar-se em local incerto e não sabido, ou verificando-se que o mesmo se oculta para não ser citado, lavrar-se-a termo dessa circunstância, cujo extrato será publicado no Diário Oficial do Estado, ficando suspenso o

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processo até que se realize a citação admitida à produção antecipada de provas consideradas relevantes e urgentes. § 6º. A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá determinar, desde logo, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. § 7º. A transformação de sindicância para processo administrativo disciplinar não reinicia o prazo de contagem prescricional. § 4º. Interrompido o curso de prescrição, o prazo recomeça a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

CAPÍTULO IX

DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES

Art. 214. O servidor policial civil, por qualquer meio, tiver conhecimento de irregularidade praticada por policial civil, comunicará imediatamente o fato ao órgão corregedor, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso exigir. Parágrafo único. Ao instaurar procedimento administrativo ou de polícia judiciária contra policial civil, servidor policial civil que o presidir comunicará o fato ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária. Art. 215. A autoridade corregedora realizará apuração preliminar, de natureza simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria. § 1º. O início da apuração será comunicado ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária, devendo ser concluída e a este encaminhada no prazo de 30 (trinta) dias. § 2º. Não concluída no prazo a apuração, a autoridade corregedora deverá imediatamente encaminhar ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. § 3º. Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar fundamentalmente pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar. Art. 216. Determinada a instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar, ou no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou para o serviço policial, poderá o Diretor Geral da Polícia Judiciária, por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências: I – afastamento preventivo do policial civil, quando o recomendar a moralidade administrativa ou a repercussão do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual período;

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II – designação do policial civil acusado para o exercício de atividades exclusivamente burocráticas até decisão final do procedimento; III – recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas, nos casos previstos em Lei; IV – proibição do porte de armas, nos casos previstos em Lei; e V – comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. § 1º. O Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária, ou qualquer autoridade que determinar a instauração ou autoridade corregedora que presidir sindicância ou processo administrativo disciplinar, poderá representar ao Diretor Geral da Polícia Judiciária para propor a aplicação das medidas previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração. § 2º. O Diretor Geral da Polícia Judiciária poderá, a qualquer momento, por despacho fundamentado, fazer cessar ou alterar as medidas previstas neste artigo. § 3º. O período de afastamento preventivo computa-se como de efetivo exercício, não sendo descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada.

CAPÍTULO X

DA SINDICÂNCIA E DO PROCESSO DISCIPLINAR

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 217. A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 218. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Art. 219. Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de advertência, repreensão e suspensão até 30 (trinta) dias. Art. 220. Será obrigatório o processo administrativo disciplinar quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena de suspensão superior a 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

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§ 1º. Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo, se o servidor tiver pedido exoneração. § 2º. Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar abandono de cargo, se o indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou por ocasião deste.

Seção II

Da Sindicância

Art. 221. São competentes para determinar a instauração de sindicância as autoridades enumeradas nesta Lei Complementar. Art. 222. Instaurada a sindicância, a autoridade corregedora que a presidir comunicará o fato à Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária e à Seção de Recursos Humanos da Polícia Judiciária. Art. 223. Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta Lei Complementar para o processo administrativo disciplinar, com as seguintes modificações: I – a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três) testemunhas; II – a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias; III – com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para a decisão. Art. 224. O Diretor Geral da Polícia Judiciária poderá, quando entender conveniente, solicitar manifestação da Assessoria Jurídica da Polícia Judiciária, antes de opinar ou proferir decisão em sindicância.

Seção III

Do Processo Administrativo Disciplinar

Art. 225. São competentes para determinar a instauração de processo administrativo disciplinar as autoridades enumeradas nesta Lei Complementar.

Art. 226. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores policiais civis estáveis designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 1o . A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente.

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§ 2o . Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, amigo, inimigo, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, a autoridade ou o funcionário designado deverão comunicar, desde logo, à autoridade competente, o impedimento que houver.

Art. 227. O processo administrativo disciplinar deverá ser instaurado por portaria, no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação, e concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. § 1º. Da portaria deverá constar o nome e a identificação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos e indicação das normas infringidas. § 2º. Vencido o prazo, caso não concluído o processo, a autoridade corregedora deverá imediatamente encaminhar ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária relatório indicando as providências faltantes e o tempo necessário para término dos trabalhos. § 3º. Caso o processo não esteja concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, o Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária deverá justificar o fato circunstanciadamente ao Diretor Geral da Polícia Judiciária e ao Secretário da Segurança Pública. Art. 228. Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o presidente dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. § 1º. O mandado de citação deverá conter: I – cópia da portaria; II – data, hora e local do interrogatório, que deverá ser acompanhado pelo defensor do acusado; III – data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser acompanhado pelo defensor do acusado; IV – esclarecimento de que o acusado será defendido por defensor dativo, caso não constitua defensor próprio. V – informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu interrogatório; VI – advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de abandono de cargo. § 2º. A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possa ser encontrado.

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§ 3º. Não sendo encontrado, furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Estado de Goiás, no mínimo 10 (dez) dias antes do interrogatório. Art. 229. Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do acusado, sendo notificado para tal fim. § 1º. A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo defensor do acusado, próprio ou dativo. § 2º. O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes porém de ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele houver prestado. Art. 230. Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo. Art. 231. Ao acusado revel será nomeado defensor dativo. Art. 232. O acusado poderá constituir defensor que o representará em todos os atos e termos do processo. § 1º. É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. § 2º. O defensor será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado, de que conste seu nome e os dados necessários à identificação do procedimento. § 3º. Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a constituir defensor, o presidente nomeará defensor dativo. § 4º. O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir defensor para prosseguir na sua defesa. Art. 233. Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las. § 1º. Ao acusado é facultado arrolar até 5 (cinco) testemunhas. § 2º. A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por documentos, até as alegações finais. § 3º. Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução. Art. 234. Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas indicadas pelo denunciante e deferidas pelo presidente, em número não superior a 5 (cinco), e pelo acusado. Parágrafo único. Tratando-se de servidor público, seu comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações necessárias.

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Art. 235. A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. § 1º. Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam elas proibidas de depor, observada a exceção deste artigo.

§ 2º O policial civil que se recusar a depor, sem justa causa, incidira em crime de desobediência. § 3º. O policial civil que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se precatória para tal à autoridade do domicílio do depoente. § 4º. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Art. 236. A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela autoridade policial do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada a defesa. § 1º. Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os esclarecimentos pretendidos. § 2º. A expedição da precatória não suspenderá a instrução do processo. § 3º. Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada aos autos. Art. 237. As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência designada independente de notificação. § 1º. Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não comparecer espontaneamente. § 2º. Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na mesma data designada para a audiência outra testemunha, independente de notificação. Art. 238. Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes. § 1º. As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos autos. § 2º. Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o presidente os requisitará, observados os impedimentos constantes desta Lei Complementar.

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Art. 239. Durante a instrução, os autos do processo administrativo permanecerão na repartição competente. § 1º. Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do processo. § 2º. A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do acusado ou para apresentação de recursos. § 3º. Ao defensor é assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime de segredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado. Art. 240. Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante decisão fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o esclarecimento do fato, bem como as provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 241. Quando, no curso do processo, surgirem fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de novo procedimento para sua apuração. Art. 242. Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, que poderá apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. Parágrafo único. Não apresentadas no prazo as alegações finais, o presidente designará defensor dativo, assegurando-se novo prazo. Art. 243. O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, contados da apresentação das alegações finais. § 1º. O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, neste caso, a pena que entender cabível. § 2º. O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de interesse do serviço público. Art. 244. Relatado, o processo será encaminhado ao Gerente de Correições e Disciplina da Polícia Judiciária que o encaminhará ao Diretor Geral da Polícia Judiciária. § 1º. A autoridade competente para o julgamento, no prazo de 20 (vinte) dias, poderá determinar a realização de diligência, sempre que necessário ao esclarecimento dos fatos. § 2º. Determinada a diligência, o presidente do processo administrativo disciplinar terá o prazo de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias.

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§ 3º. Devolvido o processo, a autoridade competente proferirá decisão, no prazo de 30 (trinta) dias, determinando os atos dela decorrentes e as providências necessárias a sua execução. Art. 245. Terão forma processual resumida, quando possível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem como certidões e compromissos. Parágrafo único. Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, rubricando o secretário as folhas acrescidas. Art. 246. Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual desde que não cause prejuízo ao indiciado. Art. 247. É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo do Diretor Geral de Polícia Judiciária. Art. 248. Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do cumprimento da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência.

Seção IV

Dos Recursos

Art. 249. Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar penalidade. § 1º. O prazo para recorrer é de 20 (vinte) dias, contados da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Estado de Goiás. § 2º. Tratando-se de pena de advertência, sem publicidade, o prazo será contado da data em que o policial civil for pessoalmente intimado da decisão. § 3º. Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do recorrente, a exposição dos razões de inconformismo. § 4º. O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dias) para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-la. § 5º. Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediatamente encaminhada a reexame pelo superior hierárquico. § 6º. O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que incorretamente denominado ou endereçado. Art. 250. Caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única instância, no prazo de 30 (trinta) dias.

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Art. 251. Os recursos de que trata esta Lei Complementar não têm efeito suspensivo; os que forem providos darão lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo.

Seção V

Da Revisão

Art. 252. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição disciplinar, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento, que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada. § 1º. A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido. § 2º. Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento. § 3º. Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão indeferidos. § 4º. O ônus da prova cabe ao requerente. Art. 253. A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. Art. 254. A instauração do processo revisional poderá ser requerida fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, sempre por intermédio de advogado. Parágrafo único. O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou com indicação daquelas que pretenda produzir. Art. 255. O exame da admissibilidade do pedido de revisão será feito pela autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver confirmado em grau de recurso. Art. 256. Deferido o processamento da revisão, será este realizado por policial civil, que não tenha funcionado no procedimento disciplinar de que resultou a punição do requerente. Art. 257. Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento dos autos originais e notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que pretenda produzir. Parágrafo único. No processamento da revisão serão observadas as normas previstas nesta Lei Complementar para o processo administrativo disciplinar. Art. 258. A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a classificação da infração, absolver o punido, modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada.

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Art. 259. O direito à revisão é imprescritível, quanto ao efeito de reabilitação, total ou parcial, do servidor, mas o ato só produz efeitos financeiros quando requerido no prazo estabelecido nesta Lei Complementar.

TÍTULO

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

CAPITULO I

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

. Art. 260. Os processos em curso, quando da entrada em vigor desta Lei Complementar, obedecerão ao rito processual estabelecido pela legislação anterior. Art. 261. Os atuais cargos de Agente Policial, Agente Auxiliar Policial, Comissário, Escrevente Policial serão extintos automaticamente na vacância. Art. 262. Estender-se-ão aos Comissários de Polícia, Agentes Policiais, Agentes Auxiliares Policiais e Escreventes Policiais inativos todos os benefícios concedidos aos policiais civis de carreira inativos. Art. 263. Os atuais ocupantes dos cargos de Agente de Polícia passarão a denominar-se Investigador de Polícia. Art. 264. A partir da publicação desta Lei a Polícia Civil do Estado de Goiás passará a denominar-se Polícia Judiciária do Estado de Goiás. Art. 265. Ressalvadas as disposições em contrário, aplicar-se-ão complementarmente aos servidores integrantes das carreiras da Polícia Judiciária do Estado de Goiás as regras consignadas no Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Goiás.

Art. 266. Os prazos constantes da presente Lei Complementar começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. § 1º. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2º. Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. § 3º. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

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Art. 267. O dia 9 de maio é consagrado ao servidor policial civil.

CAPITULO II

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Art. 268 - Fica o Conselho Superior de Polícia Judiciária, por resolução, autorizado a promover, no prazo de 60 (sessenta) dias, os atos necessários: I - à revisão dos regimentos e outros instrumentos regulamentares, para adequação às alterações organizacionais decorrentes desta Lei; e II - às modificações orçamentárias que se fizerem necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, respeitados os valores globais constantes do orçamento vigente. Art. 269. Integram as Disposições Transitórias: I – O quantitativo de cargos de provimento efetivo da Polícia Judiciária do Estado de Goiás (Anexo I); II – Tabela dos valores da remuneração atribuída aos cargos das carreiras de provimento efetivo da Polícia Judiciária (Anexo II e III); e III – Tabela dos valores da remuneração atribuída aos cargos comissionados da Polícia Judiciária (Anexo IV). Art. 270. A presente Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 29 de outubro de 2008, 120º da República.

ALCIDES RODRIGUES FILHO Ernesto Guimarães Roller

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ANEXO I

QUADRO DE CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

CARREIRA QUANTIDADE

Delegado de Polícia 415 Escrivão de Polícia 1959 Investigador de Polícia 3099 Total de Cargos Permanentes 5473

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ANEXO II

TABELA DE VALORES DA REMUNRAÇÃO DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Denominação do Cargo Valor do Subsídio (em R$)

Delegado de Polícia da Classe Especial 12.000,00 Delegado de Polícia da 1ª Classe 10.800,00 Delegado de Polícia da 2ª Classe 9.720,00 Delegado de Polícia da 3ª Classe 8.748,00

Denominação do Cargo Valor do Subsídio (em R$)

Escrivão de Polícia de Classe Especial 7.873,20 Escrivão de Polícia da 1ª Classe 7.085,88 Escrivão de Polícia da 2ª Classe 6.377,29 Escrivão de Polícia da 3ª Classe 5.739,56

Denominação do Cargo Valor do Subsídio (em R$)

Investigador de Polícia de Classe Especial 7.873,20 Investigador de Polícia da 1ª Classe 7.085,88 Investigador de Polícia da 2ª Classe 6.377,29 Investigador de Polícia da 3ª Classe 5.739,56

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ANEXO III

TABELA DE VALORES DA REMUNRAÇÃO DOS CARGOS EXTINTOS A VAGAR DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Denominação do Cargo Valor do Subsídio (em R$)

Comissário de Polícia 7.873,20 Agente Policial 5.739,56 Agente Auxiliar Policial 5.739,56 Escrevente Policial 5.739,56

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ANEXO IV TABELA DE QUANTITATIVOS, SÍMBOLOS E VALORES DOS SUBSÍDIOS DOS

CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Denominação do Cargo Quantitativo Símbolo Valor

Diretor Geral 01 CDA-S1 12.000,00 Chefe de Gabinete 01 CDA-M7 3.000,00 Gerente de Administração e Finanças 01 CDA-M7 3.000,00 Gerente da Assessoria Jurídica 01 CDA-M7 3.000,00 Chefe do Departamento de Polícia Judiciária 01 CDA-S4 8.250,00 Gerente de Planejamento 01 CDA-M7 3.000,00 Delegado Regional de Polícia 14 CDA-M7 3.000,00 Chefe de Seção e Assessor de Comunicação Social 05 2.000,00 Chefe de Cartório 100 1.000,00 Investigador Chefe 100 1.000,00